OBEDECER É MELHOR DO QUE SACRIFICAR

Transcrição

OBEDECER É MELHOR DO QUE SACRIFICAR
ESTER – Paradoxos de um mundo sem Deus – Lição 4
OBEDECER É MELHOR DO QUE SACRIFICAR
1 Samuel 15:22
ENTRE OS ANOS 7-12 (479-74 a.C.)
Ester 3:1
Depois desses acontecimentos, o rei Xerxes honrou a Hamã, filho de Hamedata, descendente de
2
Agague, promovendo-o e dando-lhe uma posição mais elevada do que a de todos os demais nobres. Todos os
oficiais do palácio real curvavam-se e prostravam-se diante de Hamã, conforme as ordens do rei. Mordecai,
porém, não se curvava nem se prostrava diante dele.
3
4
Então os oficiais do palácio real perguntaram a Mordecai: “Por que você desobedece à ordem do rei?” Dia
após dia eles lhe falavam, mas ele não lhes dava atenção e dizia que era judeu. Então contaram tudo a Hamã
para ver se o comportamento de Mordecai seria tolerado.
5
6
Quando Hamã viu que Mordecai não se curvava nem se prostrava, ficou muito irado. Contudo, sabendo
quem era o povo de Mordecai, achou que não bastava matá-lo. Em vez disso, Hamã procurou uma forma de
exterminar todos os judeus, o povo de Mordecai, em todo o império de Xerxes.
PROCURA-SE
PROCURA-SE
MORDECAI
HAMÃ
2:5-6 judeu, da tribo de Benjamim, filho de
Jair, neto de Simei e bisneto de Quis, 6 que fora
levado de Jerusalém para o exílio por
Nabucodonosor, rei da Babilônia, entre os que
foram levados prisioneiros com Joaquim, rei
de Judá.
Descendente de Saul: Quis (I Sm 9:1; 14:51; I
1
Cr 8:33), e Simei (II Sm 16:5)
v. 4 dizia que era judeu – o que isto quer
dizer? Ele era proibido de prestar ṯiš·taḥ·weh
a outro que não a Deus (Êxodo 20:5)
3:1 filho de Hamedata, descendente de Agague
Descendente de Agague: 1 Sm 15; chefe dos
Amalequitas, inimigos de Israel (Ex 17:8-16; cf.
Dt 25:17 19; I Cr 4:43).
v.5 ficou muito irado [...] v.6 [...] procurou uma
forma de exterminar todos os judeus. Queria
receber miš·ta·ḥă·weh de todo o povo.
vv 2-3. A se julgar pela porta da capital Persépolis, onde se entrava por uma espaçosa escadaria e era
guardada por enormes figuras semelhantes a leões, e que media sessenta por trinta metros, havia
também lugar para todos os servos do rei nos majestosos recessos da porta, no palácio de Susã.
A ascensão de Ester como rainha bem como o trabalho de Mordecai na escadaria do palácio – o
centro administrativo de Susã – mostra que era possível (mesmo para os judeus) prosperar no
império Persa. Há sinais do cumprimento da profecia de Jeremias 29 (especialmente os v. 7
“Busquem a prosperidade da cidade para a qual eu os deportei e orem ao Senhor em favor dela,
1
Simei, por lealdade a Saul, amaldiçoou Davi.
ESTER – Paradoxos de um mundo sem Deus – Lição 4
porque a prosperidade de vocês depende da prosperidade dela” e o v. 11 “Porque sou eu que conheço
os planos que tenho para vocês', diz o Senhor, 'planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar
dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro.”
Ainda faz parte da cortesia oriental curvar-se reconhecendo a idade e a honra de alguém, e há
evidências de que a cultura israelita não consistia exceção. Embora fosse prestada reverência
primordialmente a Deus e ao rei, os suplicantes curvavam-se quando procuravam favor (assim
aconteceu com Jacó diante de Esaú, Gn 33:3) ou quando expressavam uma dívida de gratidão (e.g.
Davi diante de Jônatas, I Sm 20:41). Mordecai obstinadamente recusou-se a honrar Hamã, quaisquer
que fossem as razões (talvez seja uma dica esteja na repetida afirmação que era judeu - v.4).
vv 5-6. Cheio de furor, Hamã calculou que podia ampliar sua vingança não apenas contra Mordecai,
mas também contra toda a sua raça. A desproporcionalidade da reação de Hamã sugere que ele não
está apenas querendo resolver uma questão pessoal.
ANO 12 (474 a.C.)
Ester 3:7
No primeiro mês do décimo segundo ano do reinado do rei Xerxes, no mês de nisã, lançaram o pur, isto
é a sorte, na presença de Hamã para escolher um dia e um mês para executar o plano, e foi sorteado o décimo
2
segundo mês, o mês de adar.
8
Então Hamã disse ao rei Xerxes: “Existe certo povo disperso e espalhado entre os povos de todas as
províncias de teu império, cujos costumes são diferentes dos de todos os outros povos e que não obedecem às
9
leis do rei; não convém ao rei tolerá-los. Se for do agrado do rei, que se decrete a destruição deles; e colocarei
3
trezentas e cinqüenta toneladas de prata na tesouraria real à disposição para que se execute esse trabalho”.
10
Então o rei tirou seu anel-selo do dedo, deu-o a Hamã, o inimigo dos judeus, filho de Hamedata,
11
descendente de Agague, e lhe disse: “Fique com a prata e faça com o povo o que você achar melhor”.
12
Assim, no décimo terceiro dia do primeiro mês os secretários do rei foram convocados. Hamã ordenou que
escrevessem cartas na língua e na escrita de cada povo aos sátrapas do rei, aos governadores das várias
13
províncias e aos chefes de cada povo. Tudo foi escrito em nome do rei Xerxes e selado com o seu anel. As
cartas foram enviadas por mensageiros a todas as províncias do império com a ordem de exterminar e aniquilar
completamente todos os judeus, jovens e idosos, mulheres e crianças, num único dia, o décimo terceiro dia do
14
décimo segundo mês, o mês de adar, e de saquear os seus bens. Uma cópia do decreto deveria ser publicada
como lei em cada província e levada ao conhecimento do povo de cada nação, a fim de que estivessem prontos
para aquele dia.
15
Por ordem do rei, os mensageiros saíram às pressas, e o decreto foi publicado na cidadela de Susã. O rei e
Hamã assentaram-se para beber, mas a cidade de Susã estava confusa.
v 7. lançaram o pur, isto é a sorte. Hamã queria elaborar um “plano perfeito” e, para isto, procurou
orientação de um astrólogo. Sua obstinação não esfriou, mesmo quando descobriu que teria que
esperar um ano todo antes de poder agir.
vv 8-9. A acusação de Hamã de que os judeus tinham seu próprio sistema legislativo e ignoravam as
leis do reino persa era uma marca de culpa e prepara o caminho para a sugestão de que deviam ser
destruídos. Para garantir o “desfecho do processo” ele promete uma grande soma de dinheiro. Pela
primeira vez, agora, ficamos sabendo que Hamã é rico; a soma que ele promete é uma vasta fortuna,
e mesmo que fosse provável que ele planejasse confiscar as propriedades das famílias judias que
aniquilasse, a sua proposta não faria sentido se ele não tivesse dinheiro à sua disposição.
A maneira como Hamã apresentou o seu plano é uma mistura hábil e sutil da verdade, de meiasverdades e mentiras, nessa ordem. Embora realmente os judeus tivessem as suas próprias leis, era
falso acusá-los de desobedecerem às leis do estado.
2
Corresponde a fevereiro/março.
Heb.: 10.000 talentos. Um talento equivalia a 35 quilos.
3
ESTER – Paradoxos de um mundo sem Deus – Lição 4
v 10. O rei, presumindo que o povo disperso em questão fosse aliado distante, hostil à sua causa,
emprestou a sua autoridade real a Hamã. Pode ser possível também que Xerxes, embriagado (pelo
vinho ou pelo poder), sequer tenha refletido na proposta de Hamã.
v 12. A data era memorável para todo judeu, porque era a véspera da morte do cordeiro pascal (Ex
12:6). Aquela celebração memorial, com a recordação feita naquela ocasião da libertação do Faraó,
operada por Deus, dificilmente deixaria de provocar uma interrogação: o nosso Deus nos salvará da
morte de forma igualmente decisiva, da irrevogável ordem de Xerxes?
v.13 Embora pense que “todos os judeus, moços e velhos” excluísse mulheres e crianças, neste
massacre elas foram deliberadamente incluídas. Enquanto os colaboradores celebram, a cidade de
Susã queda-se consternada. O autor é sensível às reações populares, e nota que o cidadão comum se
pergunta o que está por trás de um decreto tão drástico.
A Bíblia geralmente encoraja os crentes a se submeterem às autoridades estatais, mas isto nunca
deve ser uma aceitação acrítica, uma vez que algumas decisões de estado são claramente opostas à
vontade revelada de Deus.
Deus ordenou o Estado como autoridade delegada, não autônoma. O
Estado deve ser agente da justiça... Quando se faz o contrário, ele não
possui autoridade correta. Torna-se, então, uma autoridade usurpada e
como tal, sem lei e tirânica.
Francis Schaeffer (Manifesto Cristão)
Confronte a citação de Schaeffer com Romanos 13. Particularmente o final do v.4 nos diz que as
autoridades foram constituídas por Deus como “agente da justiça para punir quem pratica o mal” – é
desta forma que a autoridade, nas palavra de Schaeffer, usurpa suas atribuições.
... tomar uma posição aberta contra toda a impiedade e injustiça que
inunda, como um dilúvio, a nossa terra, é uma das formas mais nobres de
confessar a Cristo em face de seus inimigos.
Howard Snyder

Documentos relacionados

Beautiful Queen Esther Portuguese

Beautiful Queen Esther Portuguese Hamã e o rei chegaram para o banquete da rainha Ester. "Qual é o seu pedido?" - o rei perguntou a Ester. Ele não havia esquecido a sua promessa. A rainha Ester contou ao rei todo o plano maldoso de...

Leia mais

Beautiful Queen Esther Portuguese Tract

Beautiful Queen Esther Portuguese Tract Mais tarde, naquele dia, Hamã e o rei chegaram para o banquete da rainha Ester. "Qual é o seu pedido?" - o rei perguntou a Ester. Ele não havia esquecido a sua promessa. A rainha Ester contou ao re...

Leia mais

- Crescer Mais

- Crescer Mais Ed1:1-3 1 No primeiro ano do reinado de Ciro, rei da Pérsia, a fim de que se cumprisse a palavra do Senhor falada por Jeremias, o Senhor despertou o coração de Ciro, rei da Pérsia, para redigir uma...

Leia mais

Lição 5: Protagonismo da própria vida

Lição 5: Protagonismo da própria vida povo. Se Ester falhar, Deus terá outra maneira pela qual salvar os judeus, mas Ester e a sua família é que terão a perder. Aqui se encontra uma referência à Soberania de Deus. Os objetivos de Deus ...

Leia mais

Ler 1º Capítulo

Ler 1º Capítulo aquilo de que você precisa lhe peça para pedir que ele supra suas necessidades. Por que ele precisa ouvir suas palavras quando ele já sabe o que você vai pedir? Talvez o Senhor queira que seus filh...

Leia mais