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Transcrição

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Financeiro
A revista do crédito
ano 4 nº 42 dez/2006
A ECONOMIA EM
TIRAGEM DESTA EDIÇÃO: 20.000 EXEMPLARES
2007
Carreira
Crédito
A importância de saber
mudar e adaptar-se a
novas situações
A revolução do
financiamento ao consumo
nas últimas décadas
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editorial
Associação Nacional das Instituições de Crédito,
Financiamento e Investimento
O Brasil dos meus sonhos
Rua Libero Badaró, 425 - 28º andar - São Paulo - SP
Tel.: (11) 3107-7177 Fax: (11) 3106-6082 - www.acrefi.org.br
Flávio Roberto Guarnieri
Érico Sodré Quirino Ferreira, Presidente da ACREFI
DIRETORIA
Presidente
Érico Sodré Quirino Ferreira
Vice-Presidentes
Aquiles Leonardo Diniz, Gilberto Caldart, José Arthur
Lemos de Assunção, Marco Ambrógio Crespi Bonomi,
Odílio Figueiredo Neto, Paulo Eduardo D’Ávila Isola,
Paulo Henrique Pentagna Guimarães, Ricardo Malcon,
Ronaldo Amaral de Carvalho Pinto e Wilson Masao
Kuzuhara
realizar seus sonhos: sejam os básicos, mais ligados à sobrevivência e ao seu
Secretários
Daniel Capelo Pinheiro e José Dante Zanaga Neto
dia-a-dia, sejam os mais arrojados, relativos à qualidade de vida e a um futuro
Tesoureiros
Aristeu Zanúncio e Sergio Marra Capella
cada vez mais promissor. Mas essas empresas todas – e o presidente da enti-
Diretores Regionais
Carlos Alberto Samogim (SP-Interior), Elcio Antônio
de Azevedo (MG), Evanir Coutinho Ussier (SP-Capital),
Félix Archanjo Bordin (PR), Leonel Dias de Andrade
Neto (RJ), Paulo Aguiar (Montadoras), Renato Malcon
(RS), Sergio Faria Lemos da Fonseca Junior (DF e GO) e
Tiziana Dadalto (ES)
Diretores
Adalberto Savioli, Álvaro Augusto Vidigal, Enílson
Espínola de Souza, Felícitas Renner, Ivan Svitek, João
Ayres Rabelo Filho, José Antônio Rigobello, Marcos
Antonio Waideman, Moisés dos Santos Jardim e
Sergio Antônio Cipovicci
Diretores Conselheiros
Humberto Casagrande Neto, Jerônimo Varalla Neto,
Luiz Antônio Viana, Luiz Fonseca de Souza Meirelles
Filho, Marcio Ronconi, Ricardo Annes Guimarães e
Rodrigo Bacellar
Conselho Consultivo
Membros Natos: Alkindar de Toledo Ramos e Manoel
de Oliveira Franco. Membros: Elcio Aníbal de Lucca
(SERASA), Guilherme Afif Domingos (ACSP), João Elísio
Ferraz de Campos (FENASEG), Luiz Horácio da Silva
Montenegro (ANEF), Miguel de Oliveira (ANEFAC),
Rogelio Golfarb (ANFAVEA), Sergio Reze (FENABRAVE)
e Walter Machado de Barros (IBEF SP)
Conselho Fiscal
Efetivos: Alberto Borges Matias, Domingos Spina e
Roy Martelanc. Suplentes: Abílio Abreu Neto, Massimo
Tagliavini e Matias Nazari Puga Neto
Presidente Honorário
João Uchôa Borges (In memoriam)
dade em especial – também sonham. Sonham com um Brasil melhor a partir de
2007, um país em que todas as sabidas receitas das melhores práticas e políticas
socioeconômicas vão ser aplicadas com o maior sucesso possível.
Com isso teremos o Brasil dos sonhos, que vai reduzir drasticamente gastos
públicos, mas investir muitíssimo mais em educação e infra-estrutura. Um Brasil
que vai fazer despencar a relação dívida/PIB, porque vai crescer na base de
muito emprego, muita produção, muita exportação, boa regulação e alta atração
de investimento privado. Um Brasil que vai deixar de lado o interesse do indivíduo
e agir em nome do interesse coletivo e realizar, enfim, com todo o rigor necessário, as reformas estruturais que têm sido empurradas com a barriga, dando novo
curso à Previdência, às áreas fiscal e tributária e, principalmente, à Reforma Política, a mãe de todas as reformas. Ou seja, vamos ter o Brasil dos meus, dos seus,
dos nossos sonhos, o Brasil do Estadista, o Brasil que nós merecemos ser e ter.
Com esperança de um ano repleto de sonhos que se tornarão realidade,
desejo a todos que 2007 seja marco de um Brasil superlativo e permeado pela
sustentabilidade, o Brasil dos nossos sonhos.
Nesta edição
Diretor Superintendente
Antônio Augusto de Almeida Leite (Pancho)
4 Seminário
Conselheiro Econômico
Prof. Istvan Kasznar
Encontro aponta cenário positivo para o crédito
em 2007
Financeiro
8 Palestra Acrefi
Perspectivas da economia para 2007
ISSN 1809-8843
Conselho Editorial : Érico Sodré Quirino Ferreira,
Prof. Istvan Kasznar, Antônio A. A. Leite (Pancho)
e Sérgio Tamer; Coordenação Editorial : Tamer
Comunicação Empresarial; Jornalista Responsável :
Eliana Nigro (MTB 15.005); Editoração e Produção
Gráfi ca: EDF (www.edf.com.br); Pré-impressão e
Impressão: Fabracor; Periodicidade: mensal
Tiragem: 20.000 exemplares
As opiniões emitidas nos artigos assinados não
refletem necessariamente as posições da ACREFI e
são de exclusiva responsabilidade dos autores. A
reprodução total ou parcial do conteúdo da publicação
depende de autorização por escrito.
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A Acrefi tem como associadas as instituições que ajudam os brasileiros a
3
11 Artigo
Microcrédito, no Brasil, precisa sair do papel
12 Crédito
A revolução das financeiras
14 Tendência
O desempenho setorial da indústria
16 Artigo
18 Análise econômica
O mercado de crédito muda de forma marcante entre
2002 e 2006 e cresce em 2007
21 Análise setorial
A insolvência influenciando o PDD
22 Carreira
Quanto vale o seu conhecimento?
24 Variedades
Mais notáveis terroirs do Brasil e seus vinhos
25 Turismo
Novos tempos
26 Banco de dados
Economia brasileira em 2007
34 Espaço do artista
Ópera de Pequim, por Silvio Dworecki
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seminário
Encontro aponta cenário positivo
para o crédito em 2007
Representantes da Confederação Nacional do Comércio, da Associação Nacional das
Empresas de Leasing, da Acrefi e da Associação Brasileira das Entidades de Crédito
Imobiliário e Poupança fazem projeções para o próximo ano
Fotos: Andrea Felizolla
É chegada a época de final de
ano, e todos começam a fazer um balanço sobre as atividades que encerram o período. A Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi ) e a
Serasa, já pensando no futuro, realizaram o seminário “Perspectivas do
Crédito para 2007”, com a coordenação de Antonio Augusto de Almeida
Leite (Pancho), diretor superintendente da Acrefi.
Os palestrantes do seminário
foram Carlos Thadeu de Freitas
Gomes, chefe da Divisão Econômica
da Confederação Nacional do Comércio (CNC); Rafael Euclydes de Campos Cardoso, presidente da Associação Nacional das Empresas de Leasing (Abel); Érico Sodré Quirino Ferreira, presidente da Acrefi ; e Décio
Tenerello, presidente da Associação
Brasileira das Entidades de Crédito
Imobiliário e Poupança (Adecip).
Para abrir os debates, o presidente da Serasa, Élcio Aníbal de Lucca,
salientou que quem trabalha com
crédito presta um enorme serviço ao
País, pois o crédito é a alavanca do
desenvolvimento. Para ele, há muito
o que fazer em 2007 e com o resultado positivo desse trabalho o crescimento será contínuo.
“É verdade que, se as coisas continuarem como neste ano, o crescimento do crédito em 2007 no Brasil
será menor do que em
Élcio Aníbal de
2006, mas nem por
Lucca
isso deixará de crescer. O que queremos é
“Creio que em 2007
um crescimento subsconseguiremos
tancial de um crédito
trabalhar com o
adequado, que possa
cadastro positivo, o
ser entendido por
que vai gerar
toda a sociedade”,
crescimento
comenta Lucca.
vigoroso”
Ele se refere à forte
oferta de crédito registrada neste ano, que gerou uma inatece em anos de eleições, e esses
dimplência acima da esperada. Mas
gastos distorcem um pouco a econoo presidente da Serasa tem a conmia nacional”, argumenta ele.
fiança de que a inadimplência é uma
Para ele, 2007 será, sem dúvida,
conseqüência do desenvolvimento,
um ano melhor, pois, apesar de
não apenas do crédito, mas de toda
ter uma taxa de juros elevada, há
a sociedade.
a surpresa de uma inflação abaixo
Acredita que o crescimento do
da meta estipulada, e a economia
crédito será vigoroso, caso seja possínacional estar sob controle do govel a implantação do cadastro positiverno. No comércio, tem havido
vo no Brasil. “Creio que em 2007 concrescimento nos últimos três anos
seguiremos trabalhar com o Cadas(5% em 2005; 4% em 2005; e 6%
tro Positivo, adequada e integralneste ano).
mente, que gerará crescimento e
Outro aspecto positivo é a liquidesenvolvimento vigorosos”, finaliza
dez internacional abundante, que
Élcio de Lucca.
gera expansão no crédito e estabiPara dar seqüência ao seminário,
lidade de preços e câmbio, mesmo
Carlos Thadeu de Freitas Gomes, chefe
com a incerteza de inflação para o
da Divisão Econômica da CNC, fez um
futuro X ajuste fiscal.
apanhado dos Aspectos MacroeconôPorém, as expectativas para o
micos, no Brasil e no mundo.
ano de 2007 são amplamente posi“Este ano foi muito sacrificado,
tivas, mas o crescimento do crécom taxas de juros muito altas, o godito no Brasil não será tão grande
verno gastando muito, como aconquanto tem sido neste ano e
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Encontro reuniu palestrantes de diferentes entidades representativas do segmento econômico
No setor de leasing, em que os problemas são menores,
a expectativa é de um
“2007 será um ano
crescimento muito sigmelhor, pois terá a
nificativo, levando em
surpresa de uma
conta o que aconteceu
inflação abaixo da
neste ano, até setemmeta estipulada e
bro, quando o crescia economia sob
mento registrado foi
controle”
de 40%. A carteira
total chegou a R$ 30,4
quanto será no longo prazo, pois o
bilhões, sendo R$ 20,4 bilhões em
espaço para crescer é enorme e o
novos negócios.
ambiente é benigno.
Dessa forma, Rafael Euclydes de
“Acreditamos que, ao final de 2007,
Campos Cardoso começou sua paleso IPCA estará na faixa de 4,04%; o crestra no seminário. “Esperamos avancimento do PIB será de, no máximo,
çar muito em leasing no ano de
4%; o saldo da balança comercial vai
2007, principalmente em negócios
girar em torno de US$ 37 bilhões, com
com máquinas e equipamentos”,
o dólar na casa de R$ 2,30; e a Selic
comenta ele.
será de 11,50% a.a. Levamos em conta
Segundo o presidente da Abel,
o cenário externo positivo, a continuio PIB brasileiro não irá crescer 5%,
dade da liquidez abundante, a queda
como alardeia o governo, mas, no
na taxa de juros reais, o ciclo de crémáximo, 4%. Os negócios de leasing
dito sustentado e o ajuste fiscal necesobtiveram crescimento de 216% nos
sário para evitar reversão de expecúltimos cinco anos e (apenas neste
tativas”, finaliza Carlos Thadeu.
ano) este número chega a 40%, até
Carlos Thadeu de
Freitas Gomes
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ACREFI
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o final do ano, com R$ 36 bilhões
em carteira.
O maior parceiro do leasing no
País é o mercado automobilístico. Em
2002, 3% do total dos negócios desse
mercado era realizado com leasing
e hoje já apresenta cerca de 15%,
devendo estabilizar-se em 20% nos
próximos anos. A mercado automobilístico representa 75% da certeira
de negócios de leasing.
“Acreditamos que o maior crescimento percentual se dará no segmento de máquinas e equipamentos.
No início deste ano, 14,66% sobre a
carteira eram de negócios nesse segmento e, em dezembro, será de mais
de 20%”, salienta Rafael Cardoso.
Para ele, a expectativa é que
no futuro a participação do leasing continue muito grande, em
função de vários aspectos, como
cenário econômico favorável, com
a inflação controlada, queda nas
taxas de juros reais e, principalmente, a demanda crescente
por investimentos. O governo pretende investir em infra-estrutura
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seminário
Profissionais lotaram auditório para ouvir especialistas do mercado de crédito
Rafael Euclydes de
Campos Cardoso
“O maior
crescimento
percentual se dará
no segmento de
máquinas e
equipamentos”
cerca de R$ 198 bilhões nos próximos quatro anos em vários segmentos, como comunicações, portos, transporte, ferrovias, energia
e saneamento.
Na abertura de sua palestra, o presidente da Acrefi, Érico Ferreira, apresentou dez bons motivos para se investir no Brasil. Entre eles, ressaltou a
consolidação do regime democrático;
o forte empreendedorismo existente
no País, precisando resolver alguns
problemas de carga tributária para
pequenas e médias empresas; en-
dividamento externo
zerado; política monetária favorável e inflação controlada.
“Por esses e outros
motivos, podemos dizer
que o crescimento do
volume de crédito no
Brasil está dentro das
melhores expectativas
do mercado. Em 2005,
o crescimento do crédito foi de 38,32% e,
para este ano, chegaremos a 30%.
Caso a estimativa do governo de
crescer 5% no próximo ano se realizar, o aumento do volume do crédito será de 25%”, esclarece o presidente da Acrefi.
As taxas de juros menores – média
de 83,52% ao ano, em 2002, para
média de 53,11% ao ano em outubro
deste ano (a menor taxa de juros
desde a implantação do Plano Real)
– consolidaram esse crescimento na
oferta de crédito. Em dezembro de
6
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2005, o volume de crédito no mercado
era de R$ 34 bilhões e passou para R$
148 bilhões em outubro deste ano.
Hoje, 75% dos veículos usados
comprados no País são financiados.
O mesmo número registra os financiamentos de eletrodomésticos. Para
a Acrefi , o papel do crédito ao consumidor, além de ser motor da economia, tem relevante papel social,
visto que auxilia a concretizar os
sonhos de consumo da população.
“Acreditamos que, em 2007, o
crescimento do crédito deverá ser
pouco inferior ao deste ano. O funding será menor, a geração de negócios, que já está próxima do limite,
deverá permanecer estável, assim
como a inadimplência, que já está
em declínio”, salienta Érico Ferreira.
Para ele, o volume de crédito
poderá crescer caso o governo consiga manter sua promessa de crescimento do PIB em 5%.
Décio Tenerello, presidente da
Abecip, disse que o crédito imobiliáFINANCEIRO
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deve ser ainda maior.”
Para os contratos assiNo Brasil, o sistema já finannados após 1998, a taxa
ciou
mais de 9 milhões de habitadecresce
enormemente,
“Temos um potencial
ções,
o que corresponde a cerca
fi
cando
abaixo
das
taxas
enorme para o
de
36
milhões de pessoas benefiobservadas
em
outros
crescimento do
ciadas.
Esse número corresponde
tipos
de
crédito,
com
crédito imobiliário
a
um
terço
da população econo6,53%
de
atraso.
no País”
micamente ativa. O déficit habitaMesmo assim, Tenecional gira em torno de 8 milhões
rello está confiante no
de unidades. “Por esses números,
crescimento. “Este ano
podemos verificar que temos esdeveremos chegar a R$
paço para crescer bastante, preci9 bilhões financiados.
samos desse crescimento, mas não
No ano que vem, esse
poderemos eliminar esse déficit no
volume irá alcançar R$ 10 bilhões
rio representa apenas 4,85% do PIB
curto prazo”, finaliza Tenerello.
e, se forem resolvidos os gargalos,
nacional. Se comparado com outros
países, a equação é diminuta. Na
Holanda, representa 104% do PIB; na
Inglaterra, 75%. Mesmo comparado
a países da América Latina, o Brasil
fica abaixo do Chile, com 17%, e do
México, com 11%.
“Temos um potencial enorme
para o crescimento do crédito imobiliário no País. Mas temos um
enorme entrave a solucionar. O
maior fornecedor de recursos para
esse tipo de crédito é a poupança
e a sua captação vem despencando
desde o Plano Collor, que confiscou
dinheiro da população. Essa é uma
tendência que se consolida e preocupa”, comenta.
Outra preocupação da associação é com relação à inadimplência
acima de três meses, que está fora
de parâmetros, se comparada com
outras modalidades de crédito. No
total, 24,5% dos clientes estão inadimplentes, porém essa equação
quase dobra para os contratos assiEncontro incentivou troca de idéias entre os participantes
nados antes de 1998, com 44,3%.
Décio Tenerello
Assessoria financeira, assessoria jurídica e cobranças administrativas
• Cobranças amigáveis (CDC, Leasing e cartões)
• Jurídico (Banco autor e Banco réu)
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palestra acrefi
Perspectivas da economia para 2007
Sistemas de Pagamentos do Banco Central, Basiléia II e Cenários 2007 foram temas
de palestras que apontaram o futuro da economia no Brasil
A Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e
Investimento (Acrefi ) realizou em 30
de novembro a palestra “A Economia em 2007”.
O evento teve início com o pronunciamento do presidente da entidade, Érico Sodré Quirino Ferreira,
que ressaltou a transparência e a
ética que têm pautado o Banco Central (BC), mesmo nas graves crises dos
últimos tempos, das quais se manteve distante, numa postura sempre
“absolutamente correta, idônea, irrepreensível em todos os níveis”.
A seguir, teve início a palestra
“Sistema de Pagamentos Brasileiro”,
proferida por José Antônio Marciano, chefe do Departamento de
Operações Bancárias e Sistema de
Pagamentos do BC, que informou
aos participantes que, apesar de se
tratar de uma nova área na instituição, desde 2002 vem fazendo um
extenso e minucioso trabalho, a partir da reforma que começou anos
antes, em 1995, mas deslanchou na
gestão de Armínio Fraga e Luiz Fernando Figueiredo.
Marciano explicou que se trata de
um projeto que surgiu na área técnica
do BC, que tem tido muito sucesso e
vem sendo, inclusive, reiteradamente
premiado. Seus grandes objetivos são
estabilidade financeira com funcionamento sem sobressaltos da economia e com boa supervisão bancária, mecanismos de controle e transmissão eficientes, aperfeiçoamento
das bases legais e respectiva regulamentação, implantação de sistema de
transferência de fundos com liquidação bruta em tempo real, garantia de
sistemas LDL aderentes às melhores
práticas e políticas do setor, pronta
liquidação e certeza de liquidação e
planos de contingência adequados.
Para que isso fosse possível, definiram-se quais seriam as mudanças
de infra-estrutura necessárias: criação da Rede do Sistema Financeiro
Nacional (RSF), estabelecimento da
confiabilidade no que se refere à
redundância de sistema e contingenciamento, segurança (criptografia e
certificação digital), documentação e
implementação de grupos técnicos.
“Hoje, o Brasil se destaca com seu sistema de mensagens próprio, baseado
na rapidez e adequação às próprias
necessidades. O sistema tem possibilidades de comunicação de Primeiro
Mundo e vem evoluindo muito, em
especial com a simplificação de processos”, comentou Marciano.
As grandes características do projeto são o sistema de transferência de
fundos um a um com liquidação bruta
em tempo real (LBTR), sob a condição
de existência de saldo; liquidação interbancária em moeda do BC; automação
com Straight Through Processing (STP
– sem redigitação de dados); sistemas
suportados por arquitetura de rede
aberta de alta performance, usando linguagem XML; três depositárias centrais
(CSD – Cetip, Selic e CDLC); sistemas
de liquidação sistemicamente importantes sempre integrados como contrapartes. De acordo com Marciano,
“o Brasil é um dos países que mais
rápido adotaram a desmaterialização
dos títulos, o fim do papel, o que eliminou custos e burocracia”.
O Banco Central, lembrou Marciano, é o vigilante do SPB, exercendo esse papel no campo individual
(governança /acesso /transparência /
8
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O Brasil é um dos países que
mais rápido adotaram o fim do
papel, o que eliminou custos e
burocracia
eficiência) e sistêmico (consolidação de
infra-estrutura – varejo, CCP, CSD, SSS
– e impacto sistêmico de falha de bancos). Para isso, utiliza como instrumentos dados quantitativos e back testing,
questionários, reuniões externas, análises internas de leis, regulações e
manuais, além de análises externas.
O chefe do Departamento de
Operações Bancárias e Sistema de
Pagamentos do BC destacou o back
testing, processo em que, “se uma
parte não honra compromissos, executam-se as garantias, mas mediante prévia contratação de venda de
linhas de crédito pré-acertadas e
com preços predeterminados”.
Com isso, continuou Marciano, o BC
demonstra sua preocupação constante
com a aderência às melhores práticas
internacionais no que tange à transferência de fundos (Princípios do BIS),
sistemas de liquidação de títulos (BIS/
Iosco) e contrapartes centrais (BIS/
Iosco), o que se reflete num sistema de
pagamentos “seguro, eficiente, confiável, com alta padronização e flexibilidade, Straight Through Processing e
robusta mitigação de riscos”.
Marciano discorreu, ainda, sobre a
modernização do Sistema de Pagamentos de Varejo, com aumento da participação relativa dos instrumentos eletrônicos e consolidação da infra-estrutura.
Para tanto, foram realizados convênios
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Basiléia II – assunto de interesse
internacional
O evento da Acrefi de 30 de novembro teve continuidade com a palestra “Basiléia II”, por Amaro Luiz de Oliveira Gomes, chefe do Departamento
de Normas do Sistema Financeiro Nacional do Banco Central (Denor), que destacou esse projeto da instituição como
um grande trabalho de equipe, sob
coordenação de Fabiana Melo, sobre
um tema de interesse internacional.
Gomes explicou o porquê do
nome Basiléia II, informando tratar-se
de um conjunto de recomendações,
associado a requerimentos de capitais, editado a partir de anos de experiência com crises e eventos, no
sentido de evitar perdas inesperadas,
e já precedido pelo Basiléia I.
No Brasil, segundo ele, Basiléia
II está associado a integração, mercados domésticos e melhores práticas internacionais, além de risco de
crédito e diferenciação de garantias
nesse tipo de operações.
Com o Basiléia II, continuou Amaro,
o Banco Central passa a ter maior responsabilidade de validar os sistemas de
Andrea Felizolla
José Antônio Marciano
cada banco, acompanhando seu capital
de forma permanente, o que implica
treinar – e reter – pessoal capacitado
para a função. Na prática, Basiléia II
serve como um colchão de capital contra perdas não esperadas e se aplica
internacionalmente aos bancos, financeiras e empresas de leasing.
Seu objetivo é incentivar melhores práticas de gestão de risco adequadas ao porte de cada instituição e
fazer com que cada uma delas adote
um modelo-padrão ou proprietário
nesse sentido.
A expectativa é que modelos proprietários sejam usados por um número limitado de instituições, provavelmente as de maior porte. Nesses casos,
devem ser desenvolvidos modelos a
partir de bases de dados, inclusive
operacionais e domésticos. “E o BC
deve regulamentar todos os procedimentos o quanto antes”, acrescentou.
(Em 2007, começa a divulgação das
características dos sistemas das instituições para as respectivas validações.)
Cenários: projeções para o Brasil no
ano que vem
O evento de 30 de novembro da
Acrefi contou ainda com uma palestra
de projeções para o próximo ano, intitulada “Cenários 2007”, e proferida
pela dra. Tereza Maria Fernandez Dias
da Silva, sócia da MB Associados.
A especialista iniciou sua apresentação traçando o legado que nos deixa o
Amaro Luiz de Oliveira Gomes
Com o Basiléia II, o BC
tem maior responsabilidade
de validar os sistemas de
cada banco
ano de 2006, num “Brasil cuja economia, hoje, não entra nas crises internacionais de forma drástica”.
Para a dra. Tereza, um dos grandes
riscos para o País no próximo ano é o
de desaquecimento da economia norte-americana, fato que deve ser considerado em conjunto com a redução
de crescimento do PIB no mundo todo.
(Em 2007, a evolução do PIB dos Estados Unidos deve ficar em 2,5% e a da
Alemanha, em 2,2%.) Segundo a economista, “a velocidade e a intensidade
dessa queda devem ser os principais
indicadores do crescimento mundial”.
Além disso, há ainda outros fatores, de acordo com a dra. Tereza, que
se traduzem em riscos para o Brasil:
• inflação em desaceleração suave
– a core inflation deve fechar 2007
em 2,3%;
• a dúvida sobre quando os juros
norte-americanos começarão a cair;
• o reflexo, no Brasil, dos preços
internacionais do petróleo, que afetam as commodities industriais;
• a economia chinesa também
deve desacelerar em 2007, mas,
mesmo assim, ainda teria um cresci-
9
ACREFI
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Andrea Felizolla
de cooperação técnica para eficiência
econômica, com coleta de informações sobre a indústria de cartões de
crédito e coordenação de ações de
políticas públicas.
A partir de agora, segundo ele, há
grandes tendências do SPB. Do lado
da oferta, seguem-se o avanço tecnológico, o aumento de transações e as
oportunidades de economia de escala
e escopo, para sanar problemas como
sistemas legados antiquados, aspectos de concorrência e mercadológicos. Do lado da demanda, deve haver
mais opções, qualidade e menor custo
social. Tudo isso leva à consolidação
de sistemas de varejo e redes.
Marciano recebeu, a seguir, uma
placa comemorativa do evento da
Acrefi, que lhe foi entregue por Aristeu Zanúncio, tesoureiro da entidade.
Os participantes do evento também puderam conhecer, em seguida,
o novo logotipo da TV Acrefi, que
pode ser conferido no endereço eletrônico www.acrefi.org.br.
9
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Previsão de expansão de
crédito, concorrência com os
produtos chineses e
crescimento aquém do
desejável
mento forte, de cerca de 8,5% no ano.
Diante disso, para a dra. Tereza
Maria Fernandez Dias da Silva, sócia
da MB Associados, o Brasil deve ter
um 2007 com expansão de crédito,
acirrada concorrência com os produtos chineses e crescimento ainda
aquém do desejável.
O quadro deverá ser esse, por diversos fatores, entre os quais o fato de
os preços médios das commodities, que
afetam muito a balança comercial brasileira, atravessarem um longo pico histórico. As commodities não-agrícolas
sentem menos as condições desfavoráveis, mas as agrícolas recebem um
impacto maior, em especial no que se
refere ao preço de soja, trigo e carnes.
Há ainda que se considerar, segundo a dra. Tereza, o mercado de petróleo: o barril deve ter preço médio
de US$ 60 em 2007, com alta volatilidade. Esse seria um valor considerado
adequado pela Opep, que impediria o
avanço dos investimentos em energias
alternativas, como o etanol (que só seria
viável com o barril na casa dos US$ 40).
De acordo com a especialista, “o Brasil
vai pagar mais pelo gás da Bolívia, mas
nada que comprometa sua inflação”.
Não se espera, assim, um forte
crescimento do Brasil para 2007. Além
disso, é preciso lembrar-se de que o
Brasil ainda padece com um “sério
problema de finanças públicas”.
Com essas premissas, o cenário
para o Brasil em 2007 seria assim:
• cerca de US$ 105 bilhões em
reservas, já que deve haver insuficiente entrada de capitais externos;
• a inflação deve ficar abaixo da
meta traçada de 4% anuais;
• os juros básicos da economia
devem cair mais, até cerca de 12%,
o que ainda será um patamar muito
elevado;
• carga tributária também ainda
muito alta, na casa dos 37%, o que
compromete futuros investimentos;
• apesar de o orçamento e a Lei de
Diretrizes Orçamentárias ainda estarem indefinidos, via estudo econométrico é possível projetar déficit crescente entre despesas e receitas;
• mesmo com a queda dos juros,
a relação dívida líquida/PIB deve
situar-se no patamar de 50%, o que
implica dizer que o Brasil não deve
ter investment grade antes de um
prazo de, no mínimo, dois anos;
• os investimentos do País em
infra-estrutura devem ficar 55,4%
aquém do necessário, na média dos
setores de petróleo e gás, energia
elétrica, logística de transporte, telecomunicações e saneamento.
Sendo assim, de acordo com a dra.
Tereza Maria Fernandez Dias da Silva,
sócia da MB Associados, “para 2007,
pode-se esperar um pouco do mesmo
que ocorreu em 2006: crescimento de
3%; setores com bom desempenho (indústria automobilística) e setores com
performance ruim (calçadista); juros
mais baixos; não-conclusão da Reforma
10
Financeiro 42.indd
10
Andrea Felizolla
palestra acrefi
Tereza Maria Fernandez Dias da Silva
da Previdência; prorrogação da CPMF e
DRU; manutenção da responsabilidade
fiscal sem expansão dos gastos públicos
– nem mesmo do Bolsa Família. O presidente Lula deve tentar atingir a meta
de 5% de crescimento prometida em
campanha, mas, com o cenário atual,
isso só seria possível com investimentos,
o que implicará regulação efetiva para
atrair capital privado. Ainda deverá
haver continuidade do necessário ajuste
fiscal. E é preciso lembrar que há um
grande passivo do presidente Lula com
contenciosos de Câmara, Senado e Judiciário. Na prática, ele terá grande oposição no setor econômico, o que significa risco de a governabilidade se tornar
menos fácil. Assim, devemos ter PIB de
2,8%, aumento de 4,3% da massa salarial, desemprego de 10%, dívida pública de 49,7% do PIB, balança comercial
de US$ 37 bilhões e taxa de câmbio
US$/R$ de 2,24, com Selic de 12,4%,
IPCA de 4% e IGP-M de 4,3%”.
FINANCEIRO
19/12/2006, 12:48
artigo
Arquivo Acrefi
Microcrédito, no Brasil,
precisa sair do papel
JOSÉ ARTHUR ASSUNÇÃO, VICE-PRESIDENTE DA ACREFI E DIRETOR DA ASB FINANCEIRA
O Brasil tem que crescer mais. Bem
mais do que nos últimos anos. E essa
precisa ser a prioridade do presidente
Lula no seu segundo mandato. Como
grande parte dos brasileiros, eu também tenho uma sugestão a dar ao
presidente nessa empreitada essencial para todos nós.
Os economistas sabem da importância do crédito como ferramenta
para alavancar a economia. Infelizmente, no nosso país, esse setor vem se
comportando de forma tímida ainda,
devido a tantos entraves. Porém,
há uma modalidade de crédito que
resulta comprovadamente em crescimento econômico: o microcrédito.
Para que o Brasil cresça realmente
de modo sustentável é necessário que
o programa de microcrédito já existente seja melhorado e realmente
colocado em prática.
Até agora, no Brasil, o programa de
microcrédito é uma colcha de retalhos,
muito diferente das experiências que
vêm dando tão certo pelo mundo e
que até levou Muhammad Yunus, responsável pela introdução do microcrédito em Bangladesh, a ganhar o
Prêmio Nobel da Paz este ano.
Primeiramente, é preciso entender o
que é e como funciona o microcrédito
nos países onde deu certo efetivamente. Ao se explicar os mecanismos reais
de funcionamento dessa modalidade de
crédito, com certeza, governo, iniciativa
privada e sociedade civil irão aclamá-lo e
trabalhar pela sua real implementação.
O que no nosso país se costumou
chamar de microcrédito nada mais é
do que um empréstimo de baixo valor,
que deveria ser chamado de micro-
empréstimo. Microcrédito não se usa
para comprar um bem nem para pagar
dívidas. Microcrédito se usa para constituir algum tipo de negócio, mesmo
que seja bem pequenino. É um crédito
que gera renda e emprego.
O microcrédito verdadeiro é
aquele que é acompanhado no seu
dia-a-dia. Não basta a instituição
conceder o crédito. É preciso que o
tomador do dinheiro esteja preparado para utilizá-lo e que a instituição esteja presente, sempre que houver necessidade, para que o dinheiro
seja usado de maneira correta.
O microcrédito, num primeiro momento, é aberto para comunidades, o
que facilita as visitações dos agentes
das instituições financeiras – o acompanhamento familiar é imprescindível – e
também a participação integrada dos
membros. O crédito pode ser concedido para uma única pessoa ou mesmo
para um grupo, gerando maior solidariedade entre os membros. Se um
não pagar, os outros rateiam. Há um
comprometimento social, o que resulta
numa inadimplência muito pequena.
Mas é preciso haver vontade política por parte do governo para que
o microcrédito vá avante. É bom para
todos. Financia a geração de renda,
gera riqueza, reduz a informalidade
e aumenta a arrecadação.
Além disso, é preciso que o micro-
crédito seja uma atividade fundamentalmente com fins lucrativos. Entidades filantrópicas podem ter a melhor
das intenções, mas o microcrédito
só vai adiante com profissionalismo.
O programa também não pode ser
desenvolvido por organismos que
sofram ingerência política. Sabemos
que não dá resultado. As experiências
por todo o mundo provam isso.
No Brasil, apenas 25% da população, em média, tem relacionamento
com bancos, isso quer dizer que o restante, cerca de 75%, fica totalmente à
margem do crédito, por não preencher
as exigências impostas. Pois bem, são
essas pessoas o público-alvo do microcrédito, que criará condições para que
elas desenvolvam suas potencialidades. Basta ter uma profissão ou uma
boa idéia. Para o mecânico, por exemplo, são financiadas as ferramentas;
para a dona-de-casa que faz congelados, é financiado um freezer e assim
por diante. Os juros são baixos, se
comparados aos de outras modalidades de crédito, com prazos de pagamento compatíveis com o bom andamento do projeto, além do acompanhamento técnico periódico.
Por tudo isso, as financeiras, pela
característica de estarem tão próximas
do povo e por apresentarem uma rede
de distribuição extremamente capilarizada por todo o território nacional,
são as instituições mais apropriadas
para formarem parceria com o governo nessa empreitada.
Só assim o microcrédito será feito
em larga escala e irá se constituir numa
importante ferramenta para o desenvolvimento sustentável do Brasil.
11
ACREFI
Financeiro 42.indd
É um crédito que gera renda
e emprego. Não se usa para
comprar um bem nem para pagar
dívidas. É usado para construir
algum tipo de negócio
11
19/12/2006, 12:48
crédito
Divulgação
A revolução das financeiras
No último meio século, observaram-se transformações importantes
no financiamento ao consumo no
Brasil. Na década de 1950, o volume
de crédito era baixo e o financiamento de bens de consumo duráveis era
escasso, praticamente inexistente. A
grande barreira para a evolução da
intermediação financeira era a Lei da
Usura, que vetava juros acima de 12%
ao ano, tanto para a captação de
recursos como para sua aplicação.
Uma solução criativa foi usada,
pelas financeiras de então, para superar o obstáculo: a emissão de títulos e
operações com ágios e deságios, como
forma a compor a taxa em sintonia
com o mercado. O resultado foi o aparecimento de um instrumento de poupança financeira e o acesso ao crédito.
As letras de câmbio vendidas com
deságio e o desconto de títulos de financiamento fizeram época e as financeiras eram as instituições de ponta do
Sistema Financeiro Nacional de então.
O resultado foi um impulso ao crescimento da intermediação financeira no
Brasil. Algumas instituições que nasceram na época se destacam atualmente. O Banco Pecúnia é um exemplo
emblemático – começou como financeira na década de 1950 e tem uma
trajetória de sucesso de meio século.
Mesmo transformada em banco, ainda
hoje, mantém o foco nos financiamentos de pequeno valor.
A partir de 1964, uma série de
medidas foram tomadas e determi-
ROBERTO LUIS TROSTER, ECONOMISTA E DOUTOR PELA USP.
PROFESSOR TITULAR DA PUC-SP
naram a evolução posterior do setor.
Implantou-se, no Brasil, um modelo
de estrutura bancária semelhante ao
norte-americano, com entidades financeiras especializadas. As atividades das financeiras foram delimitadas
e as restrições operacionais para seu
funcionamento, definidas. O setor financeiro como um todo apresentou
um desenvolvimento vigoroso.
No final dos anos 1960 e início
de 1970, na época do “Milagre Brasileiro”, as financeiras tiveram um
papel importante, financiando a demanda de bens de consumo duráveis
e estimulando a industrialização incipiente do País.
Nas três décadas seguintes, a volatilidade macroeconômica foi exacerbada, anos de crescimento foram
seguidos de recessões, a taxa de câmbio real oscilou, os juros básicos se
situaram num patamar elevado e os
horizontes financeiros ficaram reduzidos. O setor de financiamento ao consumo sentiu os efeitos, onde se observaram alguns impulsos de expansão
nas carteiras, mas sem sustentação.
Atualmente, vive-se um boom de
crédito, em que o nicho das financeiras foi o que mais cresceu. Melhorias nos indicadores macroeconômicos, alguns aprimoramentos institucionais, ganhos de escala e a expansão da rede, com destaque para a
atuação dos correspondentes, contribuíram para a expansão do crédito
nos últimos anos.
12
Financeiro 42.indd
12
Uma parte desse volume, rotulada
como financiamento à pessoa física, é,
na prática, para microempreendedores,
em que, em função de suas características, a pessoa física e a jurídica se fundem. Dessa forma, a expansão contribui para a inserção econômica destas.
O movimento de expansão do financiamento deve se manter a curto
prazo; a médio e longo prazo, sua
expansão depende das mesmas variáveis que afetam todo o crédito –
juros, crescimento, quadro institucional e tributação, e de especificidades
de operações de pequeno valor.
Emprestar ao pequeno tomador,
que é o cliente das financeiras, é proporcionalmente mais custoso do que
para o grande. É fato tanto no Brasil
quanto no resto do mundo. Sistemas
financeiros operam de cima para baixo.
Assim como outros setores – possuem
custos fixos, avaliação, monitoramento,
contratação, controle, cobrança, observância etc. – que podem ser mais bem
diluídos com clientes maiores. O custo
fixo médio por operação aumenta à
medida que diminui o tamanho. O que
explica a importância de atenção específica para as operações de menor
valor, geralmente, as de maior importância social. Isso faz com que operações maiores tenham preços menores,
e a oferta de crédito comece pelo topo
e gradativamente desça até a base da
pirâmide depois. Em todo o mundo, a
oferta de crédito é regressiva, os menores custam proporcionalmente mais.
FINANCEIRO
19/12/2006, 12:48
No Brasil, o problema possui três
agravantes, o viés concentrador, a
informalidade e o Judiciário. Desde
a chegada dos primeiros colonizadores portugueses, 500 anos atrás,
a política econômica tem uma predisposição à concentração. Atualmente, o Brasil possui uma das
maiores concentrações de renda do
mundo que é refletida na estrutura
da oferta de crédito.
O segundo agravante é a informalidade. Estima-se que 39,8% da atividade econômica no Brasil seja informal. Elevados custos de observância,
tributação e a burocracia induzem
parte dos negócios ao setor informal.
Microempresários, profissionais autônomos e trabalhadores avulsos têm, às
vezes, algum grau de informalidade.
A conseqüência da informalidade, existência de um caixa 2 (contabilidade extra-oficial), provoca um
problema de seleção adversa, em
razão da precisão de informação de
crédito fornecida a seus financiadores. Isso ocorre toda vez que existe
incerteza em relação à qualidade da
informação sobre um tomador de
crédito. Como os avaliadores de risco
conhecem a qualidade média e a distribuição da informação relativa aos
tomadores de crédito, tende a atribuir um risco de crédito maior ao
tomador menor.
O outro agravante para o custo do
financiamento para o pequeno tomador é o Judiciário, que afeta o conjunto do crédito, mas é mais pesado
com os menores. Ou seja, a maioria
dos custos legais são custos unitários,
o custo, menor será o preço cobrado
pelo crédito e mais abundante será a
oferta. A existência de financiamento a um baixo custo depende do segmento de financeiras operante em
condições apropriadas.
As condições brasileiras são sofisticadas tanto do ponto de vista tecnológico como de instrumentos. Ilustrando
o ponto, o crescimento dos fundos de
recebíveis nos últimos anos estreitou
as margens líquidas dos intermediários, acirrando a concorrência e aprimorando o cálculo do risco.
A venda de fluxos de pagamentos
de operações de crédito, de cartões
de crédito e de outros ativos contribuiu para um crescimento do mercado, ao aumentar a oferta de fundos, e implica um processo de precificação sofisticado. A quase totalidade
da aprovação do crédito é feita com
o uso de técnicas quantitativas avançadas que permitem um cálculo mais
acurado do risco de crédito.
Atualmente, há espaços para aprimoramentos no quadro institucional
(Judiciário, tributação etc.) e, no
macroeconômico, as financeiras operam num ambiente competitivo e
sofisticado, no qual convivem financeiras independentes, bancos e
alguns varejistas disputando os mesmos clientes.
A comparação com a década de
1950 mostra que o financiamento ao
consumo viveu uma revolução, com
impactos positivos no crescimento e
no bem-estar.
[email protected]
13
ACREFI
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isto é, a parte dos gastos para executar uma dívida de R$ 1 ou R$ 1 milhão
é de valor semelhante. Quando se
estima o custo de recuperação de
empréstimos vencidos, os pequenos
custam proporcionalmente mais do
que os grandes.
Ilustrando o ponto, uma pesquisa
do Ministério da Justiça do Brasil
(2006) estima o custo de recuperação
de operações de crédito vencidas. Em
um caso extremo, para cobrar uma
dívida de R$ 500, o custo, quando o
processo demora cinco anos, é igual
ao total da operação, enquanto em
operações de maior valor, o custo é
proporcionalmente menor: para operações de R$ 5 mil, o custo de recuperação no mesmo prazo é de 79,8%, e
para tíquetes de R$ 50 mil, os gastos
caem para 75,9%.
O processo judicial no Brasil é
caro e demorado, com ônus proporcionalmente maior para os tomadores de menor porte. Existem
algumas distorções que tornam a
execução da justiça inefi ciente e
cara, desnecessariamente: estrutura
administrativa obsoleta dos tribunais, falta de recursos técnicos e
humanos, politização das decisões
dos tribunais, existência de demasiadas alternativas de protelamento
e complexidade do código judicial.
Alguns avanços foram registrados
nos últimos anos, mas o espaço para
melhorias ainda é amplo.
Em um ambiente competitivo, a
expansão do crédito depende de uma
maior oferta a um custo mais baixo.
Tudo o mais constante – quanto menor
13
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tendência
Arquivo Acrefi
O desempenho
setorial da indústria
TEREZA MARIA FERNANDEZ DIAS DA SILVA, SÓCIA DA MB ASSOCIADOS
A expectativa de um crescimento
do PIB em torno de 3,0% em 2007,
que irá implicar mais uma vez desempenhos distintos para cada setor da
economia, motivou a MB a avaliar
individualmente alguns segmentos,
na tentativa de identificar essas diferenças. O desempenho da economia
em 2006 já ficou abaixo do esperado,
com comportamentos diferentes na
indústria (tabela I). A nossa projeção
inicial de um crescimento de 4,5% na
indústria geral foi revista para 2,9%
em 2006, com manutenção da expectativa de 3,3% em 2007.
A indústria extrativa manteve o seu
bom desempenho, pois o crescimento
mundial permitiu a continuidade de
repasses de preços. No entanto, o ano
de 2006 deverá significar o pico do
crescimento mundial, com uma desaceleração suave no próximo ano.
O crescimento americano para 2007
deverá ficar ao redor de 2,5%, o da
China entre 8% e 9%, e a zona do
euro e o Japão devem apresentar um
número próximo a 1,8%. Com isso,
o setor deverá seguir crescendo, mas,
provavelmente, a taxas menores. A
Petrobras manteve um papel importante nos investimentos do segmento.
A indústria de transformação continuará desempenhando abaixo do
desejável, não apenas pelo menor
crescimento da demanda doméstica,
mas também pelo aumento da concorrência dos importados. Além disso,
setores como têxtil, de calçados e
de móveis, entre outros, cujo desempenho recente foi impulsionado
pela exportações, seguem perdendo
competitividade no mercado externo.
Outros setores apresentam dados positivos, destaque para o setor de informática, cujo crescimento tem contribuído para o crescimento da indústria (0,62% dos 2,67% do crescimento
da indústria geral foi por conta desse
segmento), e para o setor automobilístico, que deve crescer 13,3% em
2006 e 8% em 2007, pelo desempenho
do mercado interno, entre outros.
A construção civil vai apresentar
um resultado positivo em 2006, capitaneada pela área imobiliária, com destaque para o crescimento das vendas
de cimento. A expectativa para 2007 é
de que esse desempenho continue positivo, mas em ritmo menos intenso.
O crescimento mundial fez com
que a indústria de mineração e metais
apresentasse crescimento de 118% nos
últimos cinco anos, principalmente
pelo desempenho asiático, em especial a China, responsável por 40% do
minério negociado no mundo. O impacto no Brasil foi bastante positivo
fazendo com que o faturamento da
indústria brasileira no setor crescesse
em média 24,5% ao ano, no mesmo
período. O Brasil tem presença importante no comércio internacional. É o
maior produtor de nióbio do mundo,
segundo maior produtor e exportador
14
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14
de minério de ferro, segundo maior
produtor de bauxita, terceiro maior
produtor de manganês, quarto maior
produtor de estanho e sexto maior
produtor de alumínio. Em 2005, o
negócio mineral respondeu por 34%
do saldo comercial brasileiro. Juntamente com o petróleo e a agroindústria, o setor de mineração é um
dos mais bem posicionados atualmente no Brasil, com grande produtividade em muitos dos seus segmentos.
Com uma elevação de preços de 180%
em média, entre dezembro de 2002 e
julho de 2006, mesmo com uma desaceleração destes, eles continuarão
acima de sua média histórica.
Na indústria de transformação, os
desempenhos não foram iguais. A
siderurgia tem apresentado menor volume de produção de aço bruto. Em
2005, o setor diminuiu em 4,1% a sua
produção, que deve cair mais 4,3%
em 2006 e 1,6% em 2007. Esse comportamento decorre, além da parada
para manutenção do forno da CSN, do
aumento de oferta no mercado mundial. Diferentemente da mineração,
a siderurgia brasileira está sofrendo
com a competição no mercado internacional, cujo crescimento da produção continuará sendo elevado – 9,0%
em 2006 e 5,0% em 2007, segundo o
International Iron and Steel Institute
(Iisi). Os processos de fusão que ocorreram recentemente seguirão dificultando as nossas empresas, pois manter
FINANCEIRO
19/12/2006, 12:48
Tabela I – Variação da produção industrial por setores
Setores
2004
Indústria geral
2005
2006 (1)
8,30
3,09
Indústria extrativa
4,29
10,19
2,67
7,44
Indústria de transformação
8,53
2,72
2,40
Alimentos
4,12
0,61
2,03
Bebidas
5,81
6,36
6,94
Fumo
18,95
-0,89
4,54
Têxtil
10,12
-2,11
2,01
1,55
-5,05
-6,77
Vestuário e acessórios
Calçados e artigos de couro
2,34
-3,20
-3,42
Madeira
7,68
-4,46
-7,87
2,66
Celulose, papel e produtos de papel
Edição, impressão e reprod. de gravações
Refino de petróleo e álcool
Farmacêutica
Perfumaria, sabões, detergentes e prod. de limpeza
7,93
3,10
-2,39
11,30
1,49
2,33
1,48
2,86
0,95
14,44
4,07
11,89
3,73
0,40
-2,32
Outros produtos químicos
6,96
-1,25
Borracha e plástico
7,78
-1,20
2,17
Minerais não metálicos
4,86
2,82
1,98
Metalurgia básica
3,36
-1,98
2,54
Produtos de metal (exclusive máq. e equip.)
9,98
-0,15
-2,32
Máquinas e equipamentos
16,14
-1,35
2,32
Máquinas para escritório e equip. de informática
33,55
17,26
53,73
Máquinas, aparelhos e materiais elétricos
7,06
7,88
11,97
17,80
14,22
0,18
8,30
2,56
9,35
Veículos automotores
29,87
6,84
1,52
Outros equipamentos de transporte
10,31
5,54
1,88
6,87
0,54
6,25
10,78
8,45
-1,79
Material eletrônico, aparelhos e equip. de comunicações
Equip. médico-hospitalar, ópticos e outros
Mobiliário
Diversos
Fonte: IBGE
(1) Crescimento acumulado até Set/06 em relação ao mesmo período do ano anterior
competitividade com as suas escalas
de produção será difícil. A produção
chinesa está atingindo 420 milhões
de toneladas em 2006, contra 350
milhões em 2005. O Brasil está investindo R$ 46,4 bilhões, entre 2007
e 2011, para duplicar a nossa produção de 36 milhões de toneladas. Portanto, o setor siderúrgico brasileiro
terá que ser reavaliado.
Os segmentos de alimentos, bebidas e fumo também têm apresentado
comportamentos distintos. Este setor
representa aproximadamente 10% do
PIB brasileiro. O segmento de fumo
deve crescer 6,0% este ano e desacelerar (-3,8%) em 2007. A alimentação,
em 2007, deve apresentar desempenho
superior a este ano (+1,2%), crescendo sua produção em 3,4%. O segmento de bebidas tem crescido acima da
15
ACREFI
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média do setor, com uma evolução da
produção de 6,0% neste ano e +6,2%
em 2007. No setor de bebidas, os mercados de água mineral e sucos têm se
expandido acima do crescimento da
produção de cervejas e refrigerantes.
Dos segmentos mais afetados na
nossa economia, têxtil e vestuário
seguem demitindo pessoal e preocupando no médio prazo. O câmbio tem
comprometido de forma importante as
exportações brasileiras, que não conseguem concorrer com os produtos
chineses. A atuação em nichos segue
sendo uma alternativa lucrativa, e a
manutenção dos mercados externos
são resultado de inovação e criatividade, mas não representam volumes
importantes em valor. As duas grandes
fusões que ocorreram no setor entre a
Santista e a Tavex (mercado de denim)
e a Coteminas e a Springs (roupa de
cama, mesa e banho) são importantes
para a consolidação das empresas, mas,
em si, não resultam benefícios imediatos para o mercado interno, pois os
novos investimentos serão feitos fora
do Brasil. Nossas expectativas indicam
um crescimento de 0,5% para o segmento têxtil em 2006 e 2007 e uma
queda de 8,0% e 10,0%, respectivamente, para o segmento de vestuário.
Outro setor que vem sofrendo nos
últimos anos é o de calçados. O Rio
Grande do Sul segue sendo o maior
produtor do País, com 70% das exportações do Brasil. Em seguida, temos
os pólos paulistas – Franca, Jaú e
Birigui – e, finalmente, o pólo cearense, que é responsável por 25% das
exportações brasileiras. Com menor
representatividade, Rio de Janeiro,
Bahia, Paraíba e Goiás também possuem empresas do setor, basicamente
voltadas ao mercado interno. A produção de sapatos tem caído nos últimos dois anos, assim como o volume
exportado. A perda de espaço no mercado tradicional de calçados de baixo
preço está em parte sendo compensada com o crescimento das vendas
externas de calçados com marca própria, direcionados a clientes de maior
poder aquisitivo, o que tem evitado
maiores perdas em valor na balança
comercial, mas tem sido insuficiente
para garantir emprego e a sobrevivência de muitas de nossas indústrias. No
setor de artefatos de couro – malas,
carteiras, bolsas etc., a preocupação é
não perder mais espaço no mercado
interno. O segmento está sofrendo
muito com a concorrência chinesa,
que já é responsável por 80% dos
artigos de viagem vendidos hoje no
Brasil, segundo a Associação Brasileira
das Indústrias de Artefatos de Couro e
Artigos de Viagem (Abiacav).
Para que esse cenário de crescimento de produção da indústria
possa se alterar de maneira significativa, precisaríamos de sinalizações
consistentes em relação às reformas
estruturais necessárias ao aumento
de investimentos no Brasil. A queda
de juros, sozinha, não será suficiente
para reverter esse quadro.
15
19/12/2006, 12:48
artigo
Divulgação
Economia brasileira em 2007
ROBERTO PADOVANI – TENDÊNCIAS CONSULTORIA INTEGRADA
Em 2007, o ambiente político será substancialmente melhor do que o registrado nos últimos anos.
Porém, dificilmente esse quadro poderá ser traduzido em reformas de boa qualidade e com rápida
tramitação no Congresso. A implicação prática disso é que os gargalos que impedem taxas mais
robustas de crescimento da economia brasileira devem ser mantidos
Há três hipóteses centrais para
se construírem os cenários mais
prováveis para a economia brasileira em 2007: (a) não são esperadas reversões importantes na liquidez internacional; (b) o regime de
política econômica no Brasil não
será alterado e as reformas caminham de modo lento; e (c) as condições de solvência da dívida pública permitem relativa estabilidade
no prêmio de risco. Nesse contexto,
a taxa de câmbio deverá mostrar estabilidade, acompanhada de baixa
inflação, juros reais em queda e
manutenção do crescimento baseado na expansão do mercado consumidor doméstico.
Cenário externo
Os mercados financeiros internacionais mostraram volatilidade em
2006 por conta dos cenários em torno
da economia norte-americana. Os
humores oscilaram em torno ora de
um medo excessivo de inflação, ora
de um temor de recessão. Pelas hipóteses da Tendências, nenhum desses
dois extremos deverá ser observado,
e a China deverá manter seu papel de
sustentação do crescimento mundial,
com impactos ainda favoráveis sobre
as exportações brasileiras.
A combinação de crescimento
mundial ainda elevado e juros reais
em patamares razoáveis nos Estados Unidos implicam que o risco
global é baixo. Os mercados de
títulos de segunda linha norteamericanos confirmam essa tese,
mostrando prêmios de risco historicamente reduzidos. Com isso, é
possível dizer que, a despeito das
incertezas nos Estados Unidos, dificilmente os fluxos de comércio e
capital no Brasil serão afetados de
modo significativo.
Cenário político
Se o quadro externo não oferece riscos de curto prazo elevados,
tampouco parece haver novidades
na frente doméstica. As eleições
de 2006 reforçaram a visão de que
as transições democráticas no Brasil não implicam mudança na condução econômica. O fato de o Brasil ser uma sociedade democrática
baseada em uma economia de mercado faz com que a estabilidade
econômica afete as condições de
popularidade do governo, construindo, desse modo, um forte
incentivo para a responsabilidade
de gestão.
Nesse sentido, discursos de rup-
16
Financeiro 42.indd
16
tura são sempre vistos com muito
descrédito e influenciam muito
pouco a evolução de preço dos ativos financeiros e, de modo defasado, o próprio comportamento da
economia como um todo. Mais relevante que a questão do regime
de política econômica, no entanto,
são as condições de construção
de maiorias parlamentares que
permitam a tramitação de reformas, essenciais para a melhoria do
potencial de crescimento de médio
e longo prazos. Por esse aspecto,
os sinais são dúbios.
Por um lado, o fato de a popularidade do presidente ser elevada
facilita a construção de alianças. Da
mesma forma, o crescente distanciamento entre o governo e o PT
tende a não criar restrições à formação dessas maiorias. Finalmente,
há incentivos para que a oposição
acompanhe o governo em algumas
votações no Congresso, uma vez
que reformas como a tributária,
previdenciária e trabalhista, dentre
outras, geram efeitos positivos de
médio prazo e facilitam as condições de governabilidade após 2010,
quando se imagina um cenário, visto
de hoje, em que o PT seja eleitoralmente menos competitivo.
FINANCEIRO
19/12/2006, 12:48
Pelo lado negativo, o governo
não vem mostrando clareza sobre
o papel do Estado na economia. A
questão regulatória, em particular,
implica um cenário de elevadas incertezas, que desestimulam os investimentos, notadamente, nos setores
de infra-estrutura. E, vale lembrar, o
papel do Executivo como originador
de projetos no Congresso é central.
Como resultado, 2007 se apresenta como um ano em que o
ambiente político será substancialmente melhor do que o registrado
em 2004, 2005 e 2006. Porém, dificilmente esse quadro poderá ser traduzido em reformas de boa qualidade
e com rápida tramitação no Congresso. A implicação prática disso é
que os gargalos que impedem taxas
mais robustas de crescimento da economia brasileira devem ser mantidos, definindo um cenário de crescimento sustentável, porém, aquém
do que poderia ser alcançado.
projeção indica que a média de dezembro do próximo ano seja de
R$ 2,13/US$. Dada a projeção de
crescimento ao redor de 3,2% em
2007, esse quadro sugere relativa
tranqüilidade inflacionária. Muito
provavelmente, a inflação ficará
abaixo da meta, com o IPCA alcançando 4,1%.
Diante desse cenário de baixa inflação e baixas surpresas inflacionárias, é razoável que o Banco Central
continue reduzindo a taxa de juros.
Em um ambiente de relativas incertezas em relação às reformas e de avanços modestos na questão fiscal, a taxa
nominal de juros poderá encerrar o
ano em 12%. Níveis mais baixos são
possíveis, mas dependem, contudo,
de sinais melhores na área fiscal e de
reformas. Essas variáveis todas compõem um quadro de continuidade de
expansão de crédito, ainda que a um
ritmo menor, e manutenção da recuperação da renda
17
ACREFI
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Estabilidade e previsibilidade
A combinação de um quadro
externo ainda positivo e ausência
de movimentos políticos relevantes
na frente doméstica em termos de
gestão econômica e aprovação de
reformas encontra uma economia
com fundamentos mais ajustados.
Essa é a base para um cenário de estabilidade e previsibilidade.
Com o pagamento da dívida externa pública e a substancial queda
do risco político doméstico – leia-se
restrições institucionais ao não-pagamento da dívida pública interna –,
o prêmio de risco tende a se estabilizar em um patamar baixo. A estimativa da Tendências é que o prêmio alcance, ao final de 2007, o patamar de 180 bps. A política fiscal não
deverá sofrer alterações importantes, alcançando a meta programada
de 4,25 como percentual do PIB.
Nesse caso, a taxa de câmbio deverá
também mostrar pouca oscilação. A
17
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análise econômica
Renato Fogal
O mercado de crédito
muda de forma marcante
entre 2002 e 2006
e cresce em 2007
É objetivo macroeconômico de
curto prazo obter uma baixa taxa
de inflação – que mantém o poder
aquisitivo da moeda e do rendimento –; assegurar boas taxas de
crescimento do produto; e formar
reservas internacionais para dispor
de poupanças em divisas que garantam facilidade na realização de
transações com o exterior.
A estabilidade macroeconômica
se consegue mediante políticas
responsáveis, ortodoxas e que,
geralmente, sacrifi cam o consumidor. Os ajustes podem ser dolorosos e demorados, gerando como
efeito indesejável baixo crescimento, desemprego, alta carga fi scal e
paradoxos, pois os remédios macroeconômicos podem ter efeitos paradoxais entre si.
No Brasil, a estabilidade foi aperfeiçoada e alcançada ao longo de
quatro anos sacrificados e penosos,
entre 2003 e 2006. Em 2002, a taxa de
inflação medida pelo IGP-M da FGV
fechou em 25,31%, a taxa de crescimento do PIB real foi de 1,92%, e o
País fechou um acordo com o Fundo
Monetário Internacional (FMI), pois
não tinha reservas e nem como saldar suas dívidas com o exterior.
Durante esse quadriênio, foi preciso adotar medidas duras, que minimizaram o crescimento real do PIB,
lançaram as taxas de juros e a carga
fiscal a níveis exorbitantes e provocaram desemprego e empregos de
PROF. ISTVAN KASZNAR - Ph.D., CONSELHEIRO ECONÔMICO DA ACREFI
O crédito consignado
deu ao consumidor
inúmeras oportunidades
de aplicação e gestão
financeira
baixa remuneração. Em compensação, em fins de 2006, obteve-se uma
taxa de inflação baixa, que é benéfica a toda a população, próxima dos
3,2% pelo IGP-M, e reservas internacionais excelentes e elevadas, de
US$ 78 bilhões.
Um dos fatores determinantes
para a redução de sacrifícios e malestares gerados pela política contencionista monetária e fiscal dos anos
de 2003 e 2004, sobretudo, e que
favoreceu a população em geral, foi
a adoção maciça de novas medidas
de política de crédito, que inovaram
o mercado da pessoa física e geraram alta satisfação.
As taxas de juros mensais no
crediário chegaram a 11%, inibindo
o consumo e criando um perigoso
grupo de superendividados, não porque quisessem endividar-se, mas porque seus rendimentos e capacitações financeiras não acompanharam
a súbita alta das taxas de juros.
18
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18
Numerosos consumidores viviam
pendurados no caro cheque especial. Quando, em setembro de 2003,
estendeu-se o crédito consignado
aos trabalhadores atuantes na iniciativa privada, que antes era um
benefício exclusivo dos funcionários
públicos, que viam empréstimos descontados em folha ou na pensão
das aposentadorias, criou-se uma
medida democratizante na oferta de
crédito. As centrais sindicais aplaudiram a regulamentação e o incentivo
do governo federal.
Essa novidade pegou e mudou
profundamente as práticas de crédito. Os juros começaram a cair;
multiplicaram-se os sorteios de prêmios; o dinheiro para a população
de renda entre três e dez saláriosmínimos começou a ampliar-se, e os
prazos de pagamento e quitação tornaram-se mais atraentes.
O crédito consignado democratizado deu ao consumidor inúmeras
oportunidades de aplicação e gestão financeira, antes dormitando no
limbo ou efetivados timidamente.
Entre essas novas vantagens, merecem consideração o fato de que os
trabalhadores e aposentados pegaram o crédito consignado, que é mais
barato, e quitaram dívidas que eram
mais caras. Nesse sentido, fizeram
um swap de passivos e se “hedgearam” contra custos mais altos. Ademais, com menor inflação, passaram
a ver melhor suas condições futuras
FINANCEIRO
19/12/2006, 12:48
de pagamento e compararam para
consumir mais e melhor.
Para dispor de uma medida da
queda da taxa de juros ao consumidor pessoa física, basta lembrar
que, em janeiro de 2005, o empréstimo pessoal bancário médio montava a 6,8% ao mês, caindo em
março daquele ano a 5,6%, e em
outubro de 2006 era comum negociá-lo à taxa de 4,2%. O crédito
consignado, enquanto isso, admitia
taxas em torno de 2% a 3% ao mês,
propostas originalmente pela CUT, a
Central Única dos Trabalhadores.
Naturalmente, existem boas razões
para que a taxa do consignado seja
tão baixa e atraente. Como as fi nanceiras e os bancos descontam as
prestações direto sobre os salários
e as pensões, o recebimento é assegurado. Logo, a taxa de inadimplência e a possibilidade de calotes são
muito mais baixas. A certeza do recebimento e da quitação das dívidas
permite que o prêmio do risco de
não-recebíveis bancários caia, e isso
faculta ao sistema de crédito a oferta
de dinheiro mais barato.
Atualmente, o crédito consignado é um produto vital e estratégico para as financeiras e os bancos.
Trata-se da modalidade que mais
cresce. E é bem possível que a demanda excitada em expansão mais
do que compense a queda das taxas
de juros. Ou seja, os ofertantes de
crédito ganharão mais no volume de
crédito do que apenas na taxa. Isso
é saudável para o Brasil, o mercado
financeiro e o público consumidor.
Outra medida inovadora
é a que oferece
modalidades
diferenciadas de
empréstimos para a casa
própria
Uma terceira medida de bom teor
é a liberação de mais recursos para a
produção de material de construção
civil e o financiamento habitacional.
A Caixa Econômica Federal terá uma
linha exclusiva para construtoras no
volume de R$ 4,5 bilhões até 2007.
Em que pese essas medidas ainda
não atenderem a verdadeira base da
pirâmide de renda, aquela população pobre mesmo, que ganha abaixo
de três salários-mínimos, em que se
concentra o maior quinhão de moradores que vivem em condições subhumanas, elas se dirigem corretamente à base dos mais necessitados.
Uma boa medida complementar
é a possibilidade de ampliar-se o sistema à reforma das residências e à
compra de materiais de construção.
Ademais, sem a Taxa Referencial
(TR) dos financiamentos habitacionais
e sua eliminação, resultaria uma redução de 20% nos custos contratuais. Se
fosse tomado um empréstimo de R$
100.000 pelo sistema de amortizações
com prestações decrescentes (Sacre)
por 15 anos e juros de 12% anuais,
19
ACREFI
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Todos ganham.
Outra medida inovadora e na
mesma linha foi adotada no dia
12 de setembro de 2006, que oferece modalidades diferenciadas de
empréstimos para a casa própria
com desconto feito em folha de
pagamento. Esse é o crédito consignado de financiamento a imóveis
residenciais, permitido a servidores
públicos e trabalhadores ativos da
iniciativa privada.
Quem tomar, na qualidade de
mutuário, poderá comprometer até
30% de seu salário nas prestações
e optará por valores fixos ou variáveis. No caso de ocorrer a perda de
emprego, o que reduz a renda e cria
um risco de despoupança alto, num
país que tem gerado poucos empregos novos e de alta renda, o mutuário poderá utilizar parte do valor
da rescisão para reduzir a sua dívida,
cujo teto também é de 30%.
A estabilidade no emprego é procurada pelo trabalhador. E há uma
percepção no Brasil de que o emprego
público é mais estável. Já as empresas privadas podem falir, e as maiores levam vantagens sobre as menores. Desse modo, a probabilidade de
ser demitido em empresas menores é
maior, e o sistema de crédito apura e
sensibiliza-se com esse dado.
Os empregados de empresas
maiores, modernas, que são líderes
de mercado e investem na carreira
de seus colaboradores encontrarão
maiores facilidades para negociar
pacotes e ofertas com as financeiras
e os bancos.
19
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apenas a eliminação da TR criaria uma
economia de R$ 41.900 ao mutuário.
Mediante um financiamento de
R$ 100.000 corrigido pela TR mais
juros, o pagamento total atinge R$
230.187,39. Sem a TR, o custo despenca para R$ 188.279,88, uma diminuição de 18,21% ou R$ 41.907,62 de
economia pessoal.
No caso da Tabela Price, no qual
o valor inicial das prestações começa baixo e corrige-se com o passar do tempo, um empréstimo parecido geraria uma cobrança de R$
240.197,40. Ao tirar a TR, o dispêndio
vai a R$ 209.131,20, ou seja, 12,93%
de desembolso a menos, uma economia de R$ 31.066,20.
As taxas de juros reais ainda são
elevadas no Brasil. Há espaço para
que elas caiam. Elas tenderam ao
longo de 2006 na direção certa, continuaram cedendo. Em julho, a taxa
média para pessoas físicas recuou
1,5% em relação a junho, para
54,31% anuais, a menor da série histórica iniciada em julho de 1994.
Para pessoa jurídica, a queda de
0,5% resultou em taxa anual média
de 28,33%. E o spread continuou
recuando, para pessoas físicas 0,9%
no mês para 39,7%, reforçando a
menor e mais barata série histórica
em 12 anos. O spread de empresas
caiu de 13,62% para 13,44%.
Neste ambiente positivo e mais
saudável, o volume de crédito na
economia alcançou R$ 668,72 bilhões
em julho de 2006, o equivalente a
32,68% do Produto Interno Bruto
Entre as diversas
medidas adotadas pelo
mercado, merece
atenção o uso de
critérios de análise de
crédito mais velozes e
flexíveis
(PIB), o maior valor desde maio de
2001. E o potencial de expansão do
mercado de crédito com a queda das
taxas de juros é imenso. Estima-se
que o endividamento pode evoluir
sem maiores percalços e riscos sistêmicos a 40% do PIB.
Este ambiente explica por que se
acredita que, na esteira do crédito
consignado, da diminuição da taxa
de juros e da despencada da inflação, o volume de crédito destinado a
pessoas físicas deverá superar o crédito às empresas. Isso ocorrerá pela
primeira vez na história em 2007.
Vale lembrar que em 2000 o empréstimo ao consumidor era de R$ 54
bilhões enquanto as empresas tomavam R$ 102 bilhões, ou 88,88% a
mais de recursos.
Em 2006, o volume de crédito
poderá igualar-se entre as duas categorias: R$ 239 bilhões para indivíduos e R$ 247 bilhões para empresas.
Mas, como as micro e pequenas empresas não se beneficiaram tanto do
avanço de crédito e tiveram a consolidação de seus impostos mais uma
20
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20
vez adiada, para o segundo semestre de 2007, seus sonhos de expansão e formação de poupança, gerador de maiores margens de lucro e
maior coragem para tomar créditos,
foram mais uma vez adiados.
Esses fatos explicam por que os
bancos e as financeiras estão dando
atenção crescente, com serviços qualificados, à pessoa física. O crédito
a pessoas físicas aumentou 23,43%
até agosto de 2006, em 12 meses.
Entre as diversas medidas adotadas pelo mercado de crédito e
que se fazem sentir, merecem atenção o uso de critérios de análise
de crédito mais velozes e flexíveis;
o maior financiamento de bens,
serviços e impostos; a facilitação
de operações para clientes e nãoclientes; o aumento do prazo de
carência para veículos com 62 dias
para começar a pagar; a expansão
do crédito especial para compra
de presentes no Dia das Crianças
e no Natal, com desconto progressivo a partir da sétima parcela; a
pré-aprovação de linhas de crédito
com base na renda do cliente; a
contratação em agências ou direto
em caixas eletrônicos, por internet
e telefone; e a abolição da figura
do avalista.
O estímulo ao crédito é salutar, contanto que ofertante e tomador adotem medidas cautelosas para evitarem
perdas advindas de endividamentos
excessivos e incapacidade de pagar.
e-mails para: [email protected]
e [email protected]
FINANCEIRO
19/12/2006, 12:48
análise setorial
Arquivo Acrefi
A insolvência
influenciando
o PDD
PROF. DR. ALBERTO BORGES MATIAS, DIRETOR DA ABM CONSULTING
O
Insolvência x PDD
mercado de crédito no Brasil vem sofrendo
um forte crescimento desde 2001 em decorrência do aumento do crédito para pessoa 7,6
física. O crescimento do mercado de crédito como 7,4
um todo foi na ordem de 149%, considerando o
período de janeiro de 2001 a setembro de 2006, 7,2
sendo o crescimento real (desconsiderando a in- 7,0
flação) de 63%. Já o mercado de crédito para pessoa física, considerando o mesmo período, cresceu 6,8
242% nominalmente e 124% real.
6,6
As instituições financeiras estão focando justamente a expansão do crédito, especialmente à 6,4
pessoa física, pela melhor rentabilidade e maior 6,2
spread do que em relação à pessoa jurídica. Alguns
anos atrás, o foco era a redução dos custos ope- 6,0
racionais para ganharem eficiência nas operações,
obtendo rentabilidade nas aplicações com títulos
públicos, devido às taxas de juros praticadas no mercado, que chegaram a atingir 19% a.a. em dezembro de
2001, sem contar que não ficavam tão expostos ao risco.
Entretanto, com as sucessivas quedas nas taxas de juros,
as instituições sentiram a necessidade de mudar a estratégia para o crédito; mesmo que a princípio fosse uma
atividade de maior risco em relação aos títulos e de baixo
volume. A relação crédito X PIB no Brasil está em torno
de 33%, enquanto no mundo desenvolvido é comum
essa relação ser um pouco mais de 100%.
Entretanto, com a expansão do crédito verificou-se um
crescimento desproporcional da insolvência. Em 2001, a
insolvência encontrava-se em 6,7%, já em junho de 2006
estava na casa de 7,4%. É um aumento de quase 1 p.p.,
que pode não ser muito em termos de número, mas representou uma mudança significativa nos demonstrativos das
instituições financeiras. Com esse aumento, as instituições tiveram que aumentar o provisionamento da Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa (PDD), acarretando uma despesa de intermediação maior, abatendo
assim diretamente os lucros das instituições financeiras.
A proporção de PDD em relação à receita bruta dos
bancos passou de 11,4% em 2001 para 14% em junho de
2006. E esse aumento desproporcional do PDD aconteceu
Participação PDD na receita bruta (%)
16,0
15,0
correlação 97%
14,0
13,0
12,0
11,0
10,0
9,0
8,0
2004
2005
1o trim.06
2o trim.06
essencialmente pelo aumento da insolvência na modalidade de crédito pessoal. A insolvência no crédito pessoal
em 2001 era de 11,6% e em junho de 2006 foi registrado
16%. Além da insolvência do crédito pessoal ter aumentado, a sua participação na carteira de crédito dos bancos
também cresceu, passando de 15,7% em 2001 para 27%
em junho de 2006, fazendo, portanto, com que sua influência e importância aumentassem.
Dessa forma, o crescimento do PDD aconteceu por
causa do aumento descompassado do crédito pessoal,
que acarretou um maior risco das operações nos bancos,
ou seja, no aumento da insolvência. Assim, fez com que
os bancos mudassem a estratégia de atuação e de crescimento no mercado de crédito.
Atualmente, o foco é continuar crescendo no mercado de crédito pessoal, mas de uma forma mais equilibrada e consciente de maneira a não elevar o risco da
insolvência, ou melhor, é pautar um crescimento de crédito mais cuidadoso, analisando melhor o tomador de
crédito. Além de focar em outros mercados de alta rentabilidade e risco relativamente menor, como no mercado
imobiliário, financiamento de autos e no crédito para
micro e pequena empresa.
Colaborou o analista financeiro Edson V. Carminatti Jr.
21
ACREFI
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Insolvência (%)
21
19/12/2006, 12:48
carreira
Quanto vale o seu conhecimento?
MARCOS TELLES, ESPECIALISTA EM ENSINO A DISTÂNCIA, É DIRETOR DA MENTAT - LÓGICA DE PROCESSOS
Você já viu esse filme várias vezes:
um amigo chega, inconformado, explicando que tem um imóvel que vale
100, mas não consegue vender por
mais do que 60. Cuidado! Seu conhecimento pode estar nessa situação.
Um primeiro sintoma de problemas
com seu conhecimento, e dos mais graves, revela-se quando as pessoas começam a apresentá-lo como “um profissional experiente” sem explicar o que
querem dizer com isso. Ora, uma pessoa dita “experiente” é aquela que
sabe repetir o que deu certo no passado, o que, antigamente, era algo
muito bom; hoje, contudo, de que
serve isso se as coisas mudam a uma
velocidade sem precedentes? É bom
saber resolver problemas que não existem mais? Por isso, uma competência
fundamental nos dias que correm não
é ser um “experiente genérico” mas,
isso sim, ter experiência em mudar
e adaptar-se a novas situações. Mais
além ainda, é importante entender
que tudo está mudando depressa, aceitar isso como parte dos problemas a
serem enfrentados e buscar oportunidades nesse processo inevitável.
Outro sintoma grave surge quando
você começa a achar que “esses modismos vão desaparecer logo; não vale a
pena preocupar-se com eles”. Na era do
conhecimento, este maravilhoso momento em que vivemos, não é raro
ver ótimas idéias serem superadas, rapidamente, por idéias ainda melhores.
Assim, se você não se interessar pelo
novo, por medo de que ele vá desaparecer logo, você corre o risco de não
se interessar por nada, atitude que o
colocará fora do mercado de trabalho
muito antes do que você o perceba.
Teste já o terceiro sintoma: quando
foi a última vez que você fez um curso
ou participou de um seminário? Se faz
Uma competência
fundamental nos dias que
correm não é ser um
“experiente genérico”, mas
ter experiência em mudar e
adaptar-se a novas situações
muito tempo, você está sofrendo de
“acomodação aguda”. Quando indagado a respeito, você dirá: “Eu gostaria muito, mas, infelizmente, minha
posição não me deixa tempo para
essas coisas.” Duas interpretações são,
aí, possíveis: ou você acha que já chegou a uma posição na qual não precisa mais aprender – o que é o caminho mais curto para o suicídio profissional –, ou você não quer mudar uma
rotina equivocada de uso de tempo;
nos dois casos, você está acomodado
demais. Mexa-se rapidamente!
Um quarto sintoma é tão íntimo,
ocorre num nível tão profundo da
mente, que ele nunca é objeto de
discussões, quer ocorram elas abertamente e em público, quer aconteçam por sussurros em ermos e recônditos espaços. Trata-se, aqui, do medo
de mudar. Você tem medo de mudar
quando você sente que essa mudança
vai lhe trazer algum prejuízo ou, mais
simplesmente, vai tirar você de sua zona
de conforto (você teme não ter condições de fazer face a um quadro novo).
O primeiro impulso é, sempre, aquele
de se opor a algo que você sente como
prejudicial a seus interesses. Em tempos
nos quais as mudanças acontecem em
ritmo de tsunâmi, raramente isso dá
certo. A postura vencedora é outra:
analisar a fundo a mudança (as embalagens são, aí, muito enganosas tanto
para o bem quanto para o mal...)
e procurar adquirir as competências
22
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22
necessárias para adaptar-se a ela, tendo
em mente que, queira ou não a montanha, o trator vai passar.
Um quinto sintoma de que algo vai
mal com seu conhecimento é a busca
de previsões que lhe assegurem grande
grau de certeza quanto ao resultado de
suas ações. Esqueça isso! A imprevisibilidade é uma característica fundamental de nossos dias. No passado, adotávamos o paradigma mecanicista, segundo o qual as situações poderiam
ser assimiladas ao comportamento das
máquinas; imaginávamos que condições de causa e efeito simples geravam
processo também simples que, com as
entradas certas, produziriam as saídas
desejadas. Essa visão medieval foi substituída por um novo paradigma que
reconhece os feitos cruzados das causas e efeitos, os processos complexos
e a indeterminação resultante da complexidade, por isso mesmo chamado
de “paradigma da indeterminação”.
Recente documento entitulado A
State Leaders Action Guide to 21st Century Skills - A New Vision for Education
(o Google leva você lá), divulgado pela
Partnership for the 21st Century Skills,
defende a idéia de que existe uma profunda distância entre o conhecimento
e as habilidades até aqui valorizadas e
aquelas que o profissional vai precisar
na sua vida comunitária e profissional
no correr do século XXI.
Alinhar o conhecimento com os requisitos de sucesso neste século exige
dar ênfase ao desenvolvimento de habilidades entre as quais o raciocínio e a
solução de problemas via análise crítica,
pensamento sistêmico, relacionamento
de sistemas, identificação de problemas, formulação de soluções, criatividade e curiosidade intelectual, identificação das próprias necessidades de conhecimento e aprimoramento de habiliFINANCEIRO
19/12/2006, 12:48
dades, capacidade de transferência de
conhecimento, capacidade de aprender
com os outros e trabalhar em equipe e
aprender a aprender. Fica claro, aí, que
o alinhamento só se dará se houver um
engajamento sério no aprimoramento
de seu conhecimento e que essa é uma
tarefa contínua e para toda a vida.
Imaginemos que, chegado a este
ponto do artigo, você tenha refletido
sobre seus sintomas e tenha concluído
que alguns pontos de seu conhecimento merecem um esforço de aprofundamento; que fazer? Infelizmente,
sua tarefa ainda será bastante complicada, pois a oferta de cursos e assemelhados vem se alinhando muito lentamente aos requisitos deste século.
Neste país de formalismos, o que tem
sido valorizado é o diploma ou certificado e não o conhecimento adquirido. Procurando, você vai achar o que
você precisa; depois, talvez, de você
dar alguns passos para ajudar essa tão
necessária oferta a aparecer.
Num primeiro passo, você pode
ensino formal tenha que mudar e com
que o apoio à aprendizagem informal
tenha que crescer de forma fantástica.
Isso aceito, crie em sua empresa um
espírito de estímulo à aprendizagem
informal, facilitando trocas de conhecimento e apoio mútuo entre seus colaboradores; destine espaço e tempo para
isso. Deixe claro que o esforço de aquisição de conhecimento é visto como
tempo ganho e não como tempo perdido. O terceiro passo é o mais difícil,
pois requer um afastamento drástico
da prática usual. Aos poucos, redefina os conteúdos que sua equipe
pode fazer e inclua coisas não diretamente ligadas ao trabalho. Surpreso?
Pois saiba que isso é pura psicologia
cognitiva e ajuda o desenvolvimento
do conhecimento em todas as áreas.
Assim fazendo, você estará prestando um enorme serviço a você
mesmo, a sua empresa, às pessoas
que o ajudam e à comunidade profissional. Vá em frente e faça seu conhecimento valer muito mais!
23
ACREFI
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fazer com que sua empresa valorize cursos curtos, bem focados e com adequado grau de profundidade. Deixe isso
bem claro e ajude o encontro entre a
oferta e a procura em sua área. Seu
segundo passo pode partir da aceitação de uma realidade simples: apenas
uma pequena parcela do que aprendemos vem da educação formal; o resto
nós aprendemos fazendo, consultando
manuais, vendo o que os outros fazem,
conversando no café, procurando na
internet, lendo ou perguntando para
quem sabe. Será cada vez mais difícil
saber de antemão tudo aquilo que precisamos utilizar, num certo momento,
para resolver um problema complexo.
Quando você vai ao médico, já percebe
isso: o doutor faz um diagnóstico inicial e sai correndo atrás de evidências
que permitam chegar a um diagnóstico definitivo (a chamada “medicina
baseada em evidências”). Como conseqüência, vem se firmando a primazia
do know-where sobre o know-how e o
know-what, o que vai fazer com que o
23
19/12/2006, 12:48
variedades
Mais notáveis terroirs do Brasil e seus vinhos
A palavra terroir significa o conjunto de terras de uma mesma região que
fornece um produto agrícola característico, como uvas e vinhos. Trata-se de
uma unidade natural, definida pelas
aptidões agrícolas específicas, que são
dadas pela natureza do solo, pelo
microclima do lugar, pela exposição
das encostas ao sol e às águas dos
mares e rios, pelos ventos e raios que
se abatem na área e pelas temperaturas ao longo dos dias.
Os terroirs podem ter tamanhos
muito variados. Não há uma lei que
defina a sua dimensão. Há terroirs
imensos, como os gaúchos do Vale dos
Vinhedos, e há terroirs exíguos, pequeninos como o mineiro da Mantiqueira.
Formou-se uma aura em torno da
palavra terroir. Pois ela quer expressar ao apreciador de vinhos o lugar
mágico onde nasceu a uva e fez-se o
“cru”. E é da mistura dos elementos
que, num ambiente, se faz a uva, em
que aparecerão o gosto, o aroma,
o corpo, a intensidade, a coloração,
enfim, tudo o que compõe a alma e a
força física do vinho.
No Brasil, há sete terroirs renomados e outros estão em vias de formação. Sem ordem de grandeza ou qualitativa, merecem atenção a Serra Gaúcha; a Serra do Sudeste e os Campos
de Cima da Serra; a Campanha Gaúcha;
Santa Catarina; o Paraná; Andrelândia
da Mantiqueira das Minas Gerais; e o
Vale do São Francisco.
Desse modo, os terroirs brasileiros
espalham-se nas regiões Sul, Sudeste e
Nordeste do Brasil. Até 15 anos atrás,
poucos apostavam em vinhos nordestinos qualificados. Atualmente, nos
brancos especialmente, os do Vale do
Rio São Francisco são curiosamente
bons e dão alegrias ao consumidor e
degustador, pois ele é que ganha com
a diversificação de vinhedos por múltiplos terroirs.
A Serra Gaúcha iniciou a vinicultura comercial brasileira, mediante os
imigrantes italianos, a partir de 1870.
O terroir não é dos mais fáceis de
lidar: a terra é argilosa e pouco drenável; tem boa fertilidade e chove
demais exatamente na época da
colheita, logo quando as uvas
precisam ficar secas para concentrar gostos e sacarose em
suas bagas. Daí resultam safras
muito diferenciadas.
Para apreciar boas safras
da Serra Gaúcha, fique com os
anos 1999, 2002, 2004 e 2005.
E concentre a atenção nos espumantes, que alcançam nível e classe
internacional.
Tintos a conferir são de Cabernet
Sauvignon, como o Gran Reserva da
Valduga; o Famiglia da Marson; o Giacomin; e o Merlot do Lídio Carraro.
A Serra do Sudeste e os Campos
de Cima da Serra ficam perto da fronteira com o Uruguai. Seus solos são
francos, não empoçam e têm pouca
matéria orgânica. Isso representa um
terroir promissor, mas exigem irrigação. A produção de vinhos Merlot e
Cabernet Franc é elogiável. O Angueben Teroldego tem corpo e baunilha.
A Campanha Gaúcha concentra em
torno de Santana do Livramento, Candiota e Bagé uma produção de vinhos
finos e o terroir dispõe de longas horas
de insolação, chuva avara e amplitude
térmica satisfatória, que geram uvas firmes. A boa dica está no branco Chardonnay 2004 e no Quintas do Seival,
feito de castas portuguesas.
Em Santa Catarina e, em particular,
em São Joaquim, Tangará, Pinheiro
Preto e Bom Retiro, os terroirs ficam
em montanhas entre 900 e 1.400
metros de altura. O solo é mediano. O
inverno é dos mais rigorosos e é capaz
de gerar geadas fortes. A amplitude
térmica é excelente.
Cultiva-se a uva Goethe, uma
híbrida de Black Muscat com Carter,
com 42 produtores. Mais recentemente,
a Villa Francioni introduziu a Chardonnay e fez-se um corte de Merlot com
Cabernet Sauvignon de nível superior.
24
Financeiro 42.indd
24
© iStockphoto.com/Donald Gruener
OPIMIANO
O Paraná tem terra vermelha, um
solo muito fértil que não é o melhor
para videiras. As temperaturas invernais são boas e o verão, abafado.
Chove bastante e colhe-se mais cedo
que noutros lugares. Em Toledo, o
Merlot é promissor e bem encorpado.
Em Andrelândia, na Serra da Mantiqueira das Minas Gerais, o terroir
impressiona: altura de 1.000 a 1.070
metros, solo arenoso e silicoso, grande
amplitude térmica, ventos suaves,
força solar adequada. As chuvas de
verão podem ser insistentes. Em 2006,
elas sumiram e geraram uvas e vinhos
de alta qualidade. Os vinhos Cabernet Sauvignon, Syrah e Pinot Noir
fazem a fama da Vinícola ABN, com
os vinhos Doberdo.
Em Caldas, Pirapora e Três Corações, começam projetos que insinuam
boas promessas enológicas.
O Vale do Rio São Francisco é quente,
ensolarado e dispõe de terras variadas.
Estende-se pela Bahia e por Pernambuco. O problema é a sobreprodução, pois
sem inverno os parreirais não entram
em dormência. A colheita tem de ser
planejada. Os projetos evoluem e se
qualificam. As exportações de vinho são
bem-sucedidas e demonstram o apreço
do consumidor. O branco Moscato da
Botticelli e o Cabernet Sauvignon Rio
Sol são uma boa pedida. Saúde.
FINANCEIRO
19/12/2006, 12:48
turismo
Novos tempos
ANITA BESSON
uma viagem diferente,
que fuja dos roteiros mais
habituais, este ano os brasileros vão poder contar
com um cruzeiro entre Rio
de Janeiro e Buenos Aires
que vai mudar completamente a sua concepção de
viagens marítimas.
Entre novembro e fevereiro de 2007, estará no Brasil o mega
e luxoso Iate SeaDream, que em 2006
foi eleito pelos leitores da Conde Nast
Traveler como a “Melhor Companhia
Marítima do Mundo para poucos passageiros”, para você viajar a bordo
com o serviço de um hotel butique, em
que cada passageiro é tratado pelo
nome. Por ter capacidade para apenas
110 pessoas, o atendimento é impecável e você se sente como se estivesse
em seu próprio iate, com todas as
mordomias. Chefes vindos dos melhores restaurantes do mundo assinam
o cardápio, você tem a opção de jantar tanto em um restaurante interno
quanto ao ar livre, a carta de vinhos
é variada e impecável, e você ainda
tem a possibilidade de fazer os mais
diversos e esportes aquáticos. Afinal,
você está em seu luxuoso iate, bem
perto da água, com a parte de trás
do barco se transformando em uma
marina. Mais uma chance de você sair
do lugar comum e se dar de presente
uma experiência toda especial.
Boa viagem!
25
ACREFI
Financeiro 42.indd
soas, as vestimentas, o diaa-dia. Tudo muito especial, tudo muito bonito,
tudo muito fascinante. Afinal, com uma civilização de
mais de 4 mil anos, a Índia
tem muito o que mostrar.
Outro lugar que vai dar
o que falar e se destaca
entre os destinos turísticos
diferenciados é Dubai, nos Emirados
Árabes. Uma região ainda a ser descoberta pelos brasileiros e que cresce
a cada segundo. Dubai é a porta de
entrada para os Emirados Árabes, um
país cheio de encantos e mistérios,
localizados bem no “meio” da Terra,
entre o Oriente e o Ocidente.
Chegar a Dubai é encontrar o
que há de mais moderno no mundo
em uma região rodeada de tradições
feudais. Matérias sobre Dubai, com
aqueles prédios hipermodernos, já
estão aparecendo mais e mais no
Brasil. Uma viagem a Dubai significa
entrar em contato com um mundo
completamente diferente do que
costumamos ver no nosso dia-a-dia.
Você terá experiências díspares,
como dormir em tendas no deserto
em contraste com um passeio pela
imensidão do aeroporto da cidade,
onde estão à venda até Lamborghinis e Maserattis.
Fugindo um pouco de lugares
mais culturais e de ricas civilizações,
mas mantendo a idéia de escolher
Divulgação
O turismo já não é mais o mesmo.
Hoje, as pessoas estão em busca de
algo mais quando decidem por uma
determinada viagem. E esse algo mais
pode ter muitos significados: uma experiência diferente, um país especial,
um roteiro exótico, uma região cheia
de energia e tradição. Algo mais que
pode estar até em um destino tradicional, desde que visitado com outros
propósitos, que vão além do olhar
corriqueiro. Gostaria de falar de dois
lugares que serão a próxima coqueluche do mercado e que se encaixam
perfeitamente nessa nova filosofia
de viajar que está tomando conta das
pessoas mais privilegiadas e interessantes. São eles Índia e Dubai. Vou
falar também de uma grande oportunidade em alto-mar que os brasileiros terão no final de 2006...
A Índia sempre despertou o interesse de pessoas antenadas e de
cabeça aberta. Mas, hoje, tem crescido muito como destino turístico e se
ampliado com roteiros que vão além
do tradicional triângulo Delhi-AgraJaipur. Visitar a Índia significa ter inúmeras possibilidades, desde a deslumbrante região montanhosa ao norte
até as belíssimas praias ao sul, você
com certeza voltará com uma nova
maneira de enxergar o mundo. Suas
tradições, arquitetura, o estilo de vida,
a adoração aos deuses, seus templos e
palácios, os animais pelas estradas, a
fascinação pelo extraordinário. As pes-
25
19/12/2006, 12:48
banco de dados por INEPAD
TAXAS MÉDIAS
GERAL
DATA
Aplicações % a.a.
Var. p.p.
Captações % a.a.
Var. p.p.
Spread % p.p.
Var. p.p.
out/05
nov/05
dez/05
jan/06
fev/06
mar/06
abr/06
mai/06
jun/06
jul/06
ago/06
set/06
out/06
48,2
47,1
45,9
46,1
46,2
45,7
45,0
43,8
43,2
42,2
41,9
41,5
41,2
0,1
-1,1
-1,2
0,2
0,1
-0,5
-0,7
-1,2
-0,6
-1,0
-0,3
-0,4
-0,3
18,4
17,7
17,1
16,4
16,0
15,5
15,3
15,3
15,2
14,7
14,4
13,7
13,4
-0,3
-0,7
-0,6
-0,7
-0,4
-0,5
-0,2
0,0
-0,1
-0,5
-0,3
-0,7
-0,3
29,8
29,4
28,8
29,7
30,2
30,2
29,7
28,5
28,0
27,5
27,5
27,8
27,8
0,4
-0,4
-0,6
0,9
0,5
0,0
-0,5
-1,2
-0,5
-0,5
0,0
0,3
0,0
Variação out-out
-7,0
-5,0
-2,0
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
PESSOA FÍSICA
DATA
Aplicações % a.a.
Var. p.p.
Captações % a.a.
Var. p.p.
Spread % p.p.
Var. p.p.
out/05
nov/05
dez/05
jan/06
fev/06
mar/06
abr/06
mai/06
jun/06
jul/06
ago/06
set/06
out/06
61,7
60,4
59,3
59,7
59,2
59,0
57,8
56,1
55,8
54,3
53,9
53,8
53,1
-0,4
-1,3
-1,1
0,4
-0,5
-0,2
-1,2
-1,7
-0,3
-1,5
-0,4
-0,1
-0,7
17,8
17,2
16,5
16,0
15,5
15,0
14,9
15,0
15,2
14,6
14,3
13,7
13,2
-0,2
-0,6
-0,7
-0,5
-0,5
-0,5
-0,1
0,1
0,2
-0,6
-0,3
-0,6
-0,5
43,9
43,2
42,8
43,7
43,7
44,0
42,9
41,1
40,6
39,7
39,6
40,1
39,9
-0,2
-0,7
-0,4
0,9
0,0
0,3
-1,1
-1,8
-0,5
-0,9
-0,1
0,5
-0,2
Variação out-out
-8,6
-4,6
-4,0
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
PESSOA JURÍDICA
DATA
Aplicações % a.a.
Var. p.p.
Captações % a.a.
Var. p.p.
Spread % p.p.
Var. p.p.
out/05
nov/05
dez/05
jan/06
fev/06
mar/06
abr/06
mai/06
jun/06
jul/06
ago/06
set/06
out/06
33,4
32,4
31,7
31,3
31,6
30,7
30,6
29,7
28,8
28,3
27,9
27,3
27,4
0,1
-1,0
-0,7
-0,4
0,3
-0,9
-0,1
-0,9
-0,9
-0,5
-0,4
-0,6
0,1
18,9
18,2
17,7
16,8
16,5
16,0
15,8
15,7
15,3
14,9
14,5
13,8
13,6
-0,3
-0,7
-0,5
-0,9
-0,3
-0,5
-0,2
-0,1
-0,4
-0,4
-0,4
-0,7
-0,2
14,5
14,2
14,0
14,5
15,1
14,7
14,8
14,0
13,5
13,4
13,4
13,5
13,8
0,4
-0,3
-0,2
0,5
0,6
-0,4
0,1
-0,8
-0,5
-0,1
0,0
0,1
0,3
Variação out-out
-6,0
-5,3
-0,7
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
26
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26
FINANCEIRO
19/12/2006, 12:48
SPREAD FINANCEIRO
CRÉDITO PESSOA FÍSICA
CRÉDITO PESSOAL
Volum e
R$ Milhões
53,0
Taxa de
Juros
90.000
71,00
80.000
69,00
48,0
43,0
38,0
67,00
70.000
SPREAD
FINANCEIRO
33,0
65,00
60.000
28,0
63,00
50.000
23,0
18,0
61,00
40.000
59,00
Aplicação
30.000
out/06
set/06
ago/06
jul/06
jun/06
mai/06
abr/06
mar/06
fev/06
jan/06
dez/05
nov/05
out/05
13,0
57,00
out nov dez jan fev mar abr mai jun jul ago set out
05 05 05 06 06 06 06 06 06 06 06 06 06
Captação
Volume
Taxa de Juros
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
VOLUME DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO - PESSOA FÍSICA - PREFIXADOS
(R$ milhões)
MÊS / ANO
CHEQUE
ESPECIAL
VARIAÇÃO
EM %
CRÉDITO
PESSOAL
VARIAÇÃO
EM %
FINANCIAMENTO
IMOBILIÁRIO
VARIAÇÃO
EM %
CARTÃO DE
CRÉDITO
VARIAÇÃO
EM %
out/05
nov/05
dez/05
jan/06
fev/06
mar/06
abr/06
mai/06
jun/06
jul/06
ago/06
set/06
out/06
12 509
12 527
10 974
12 232
11 790
12 825
12 905
13 302
13 223
12 934
13 107
12 787
13 368
1,73%
0,15%
-12,40%
11,46%
-3,62%
8,78%
0,62%
3,08%
-0,59%
-2,19%
1,33%
-2,44%
4,54%
61 650
63 255
63 444
65 010
66 658
68 391
70 675
71 794
72 973
74 571
75 972
77 036
78 137
1,85%
2,60%
0,30%
2,47%
2,53%
2,60%
3,34%
1,58%
1,64%
2,19%
1,88%
1,40%
1,43%
947
947
956
900
842
869
886
919
954
994
1 033
1 064
1 116
-0,08%
-0,03%
0,95%
-5,91%
-6,42%
3,20%
2,02%
3,71%
3,83%
4,15%
3,94%
2,93%
4,90%
11 495
11 774
11 260
11 882
12 657
12 492
12 916
13 117
13 082
12 839
13 274
13 293
13 512
2,53%
2,43%
-4,37%
5,53%
6,53%
-1,30%
3,39%
1,56%
-0,27%
-1,85%
3,38%
0,14%
1,65%
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
VOLUME DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO - PESSOA FÍSICA - Prefixados/continuação (R$ milhões)
AQUISIÇÃO
MÊS / ANO
out/05
nov/05
dez/05
jan/06
fev/06
mar/06
abr/06
mai/06
jun/06
jul/06
ago/06
set/06
out/06
VEÍCULOS
VARIAÇÃO
EM %
OUTROS
VARIAÇÃO
EM %
TOTAL
VARIAÇÃO
EM %
OUTROS
VARIAÇÃO
EM %
TOTAL
VARIAÇÃO
EM %
47 406
48 935
50 685
51 938
53 154
54 306
55 248
56 441
57 141
58 978
60 244
61 387
61 535
2,57%
3,23%
3,57%
2,47%
2,34%
2,17%
1,74%
2,16%
1,24%
3,21%
2,15%
1,90%
0,24%
9 621
10 031
10 229
10 241
10 161
10 115
9 965
10 136
10 102
10 139
10 114
9 981
10 201
1,59%
4,26%
1,98%
0,12%
-0,79%
-0,45%
-1,48%
1,71%
-0,33%
0,37%
-0,25%
-1,32%
2,20%
57 027
58 966
60 914
62 179
63 315
64 421
65 213
66 577
67 243
69 117
70 358
71 368
71 736
2,40%
3,40%
3,30%
2,08%
1,83%
1,75%
1,23%
2,09%
1,00%
2,79%
1,80%
1,43%
0,5%
8 144
8 414
7 643
8 386
8 545
9 102
9 380
9 791
9 707
10 005
10 396
11 108
11 200
1,59%
3,32%
-9,17%
9,73%
1,90%
6,52%
3,05%
4,38%
-0,86%
3,07%
3,91%
6,85%
0,82%
151 773
155 884
155 190
160 589
163 806
168 100
171 976
175 501
177 182
180 461
184 140
186 655
189 068
2,07%
2,71%
-0,44%
3,48%
2,00%
2,62%
2,31%
2,05%
0,96%
1,85%
2,04%
1,37%
1,29%
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
27
ACREFI
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27
19/12/2006, 12:48
banco de dados por INEPAD
VOLUME DE OPERAÇÕES DE CRÉDITO - CRÉDITO CONSIGNADO
CRÉDITO
PESSOAL*
MÊS / ANO
out/05
nov/05
dez/05
jan/06
fev/06
mar/06
abr/06
mai/06
jun/06
jul/06
ago/06
set/06
out/06
Var. out-out
61.650
63.255
63.444
65.010
66.658
68.391
70.675
71.794
72.973
74.571
75.972
77.036
78.137
26,74%
CONSIGNADO
Públicos
Privados
Total
Amostra**
26.507
27.209
27.902
29.166
30.396
31.513
32.680
34.001
35.185
36.834
38.026
39.070
39.996
4.014
4.082
3.802
3.913
4.107
4.288
4.501
4.605
4.915
5.192
5.344
5.535
5.684
30.522
31.291
31.704
33.078
34.503
35.801
37.181
38.606
40.100
42.026
43.370
44.605
45.680
49,66%
21.469
22.202
22.428
23.247
23.747
24.525
25.688
26.797
27.570
28.501
29.671
30.442
31.169
45,18%
(R$ milhões)
Concentração
Taxa de Juros %aa
do
Consignado
% Consignado***
Estimativa INEPAD Consignado
Pessoal
Diferença
49,5%
49,5%
50,0%
50,9%
51,8%
52,3%
52,6%
53,8%
55,0%
56,4%
57,1%
57,9%
58,5%
70,3%
71,0%
70,7%
70,3%
68,8%
68,5%
69,1%
69,4%
68,8%
67,8%
68,4%
68,2%
68,2%
-3,00%
37,2%
36,8%
36,4%
37,3%
36,6%
36,9%
36,1%
36,5%
35,7%
35,1%
34,9%
34,7%
34,4%
70,3%
68,7%
67,3%
68,9%
68,6%
67,8%
65,3%
62,3%
62,2%
59,8%
59,1%
58,9%
58,6%
33,1%
31,9%
30,9%
31,6%
32,0%
30,9%
29,2%
25,8%
26,5%
24,7%
24,2%
24,2%
24,2%
FONTE: INEPAD / BC * Inclui empréstimos realizados pelas cooperativas de crédito. ** Pesquisa com treze das maiores instituições que operam com crédito pessoal. *** Total consignado sobre o total de crédito pessoal.
INADIMPLÊNCIA - OPERAÇÕES PREFIXADAS
CRÉDITO PESSOAL (R$ mil)
Mês/Ano
Saldo
sem atraso
Com atraso
de 15 a 30 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Com atraso
de 31 a 90 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Com atraso
maior que
90 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Saldo total
CarteiraBrasil
Variação
em %
out/05
nov/05
dez/05
jan/06
fev/06
mar/06
abr/06
mai/06
jun/06
jul/06
ago/06
set/06
out/06
54.713.121
55.990.494
56.136.655
57.103.577
58.527.677
59.660.482
61.932.644
63.062.362
64.474.611
65.812.042
67.054.399
68.197.101
68.816.357
1.362.100
1.455.906
1.224.611
1.486.653
1.250.243
1.620.295
1.600.424
1.594.681
1.552.548
1.688.134
1.648.722
1.728.112
2.035.844
2,21%
2,30%
1,93%
2,29%
1,88%
2,37%
2,26%
2,22%
2,13%
2,26%
2,17%
2,24%
2,61%
1.690.157
1.748.058
1.642.233
1.748.341
1.800.971
1.895.815
1.956.325
1.856.410
1.888.060
1.902.490
2.036.725
1.854.593
2.109.095
2,74%
2,76%
2,59%
2,69%
2,70%
2,77%
2,77%
2,59%
2,59%
2,55%
2,68%
2,41%
2,70%
3.547.908
3.723.372
3.782.350
4.011.591
4.406.296
4.532.764
4.498.935
4.590.579
4.400.917
4.576.685
4.692.313
4.732.732
4.682.057
5,75%
5,89%
5,96%
6,17%
6,61%
6,63%
6,37%
6,39%
6,03%
6,14%
6,18%
6,14%
5,99%
61.650.256
63.254.734
63.443.780
65.010.067
66.657.810
68.390.518
70.675.076
71.794.140
72.973.265
74.571.386
75.971.591
77.035.902
78.136.858
1,85%
2,60%
0,30%
2,47%
2,53%
2,60%
3,34%
1,58%
1,64%
2,19%
1,88%
1,40%
1,43%
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
AQUISIÇÃO DE BENS - VEÍCULOS (R$ mil)
Mês/Ano
out/05
nov/05
dez/05
jan/06
fev/06
mar/06
abr/06
mai/06
jun/06
jul/06
ago/06
set/06
out/06
Saldo
Com atraso
sem atraso
de 15 a 30 dias
42.968.220
44.340.233
46.288.603
47.112.849
48.294.307
48.895.358
49.487.651
50.457.496
51.319.627
52.249.884
53.553.141
54.649.627
54.887.044
1.733.980
1.697.635
1.613.661
1.777.919
1.638.047
1.908.730
1.896.390
2.001.947
1.941.002
2.231.678
2.248.030
2.127.183
2.289.324
% sobre
Saldo da
Carteira
Com atraso
de 31 a 90 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Com atraso
maior que
90 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Saldo total
CarteiraBrasil
Variação
em %
3,66%
3,47%
3,18%
3,42%
3,08%
3,51%
3,43%
3,55%
3,40%
3,78%
3,73%
3,47%
3,72%
1.719.567
1.839.634
1.653.627
1.829.639
1.911.682
2.077.261
2.265.550
2.249.168
2.226.487
2.440.866
2.387.357
2.468.754
2.341.099
3,63%
3,76%
3,26%
3,52%
3,60%
3,83%
4,10%
3,98%
3,90%
4,14%
3,96%
4,02%
3,80%
974.016
1.046.108
1.115.317
1.214.632
1.307.080
1.421.339
1.595.453
1.729.468
1.824.950
2.052.774
2.052.942
2.138.638
2.015.019
2,05%
2,14%
2,20%
2,34%
2,46%
2,62%
2,89%
3,06%
3,19%
3,48%
3,41%
3,48%
3,27%
47.406.012
48.935.289
50.684.709
51.938.053
53.154.236
54.305.631
55.247.939
56.440.924
57.141.184
58.977.847
60.244.206
61.386.834
61.535.006
2,57%
3,23%
3,57%
2,47%
2,34%
2,17%
1,74%
2,16%
1,24%
3,21%
2,15%
1,90%
0,24%
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
28
Financeiro 42.indd
28
FINANCEIRO
19/12/2006, 12:48
INADIMPLÊNCIA - OPERAÇÕES PREFIXADAS
AQUISIÇÃO DE BENS - OUTROS (R$ mil)
Mê s/Ano
Saldo
sem atraso
Com atraso
de 15 a 30 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Com atraso
de 31 a 90 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Com atraso
maior que
90 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Saldo total
CarteiraBrasil
Variação
em %
out/05
nov/05
dez/05
jan/06
fev/06
mar/06
abr/06
mai/06
jun/06
jul/06
ago/06
set/06
out/06
7.837.518
8.165.263
8.457.452
8.380.429
8.252.626
8.078.490
7.831.351
8.004.662
7.981.938
8.012.491
8.003.197
7.951.506
8.044.158
394.773
389.994
334.255
425.157
408.173
453.516
467.766
443.851
448.652
442.746
429.802
393.093
448.010
4,10%
3,89%
3,27%
4,15%
4,02%
4,48%
4,69%
4,38%
4,44%
4,37%
4,25%
3,94%
4,39%
446.640
461.045
398.093
407.308
477.311
553.878
562.063
518.331
505.674
481.681
460.141
435.990
470.659
4,64%
4,60%
3,89%
3,98%
4,70%
5,48%
5,64%
5,11%
5,01%
4,75%
4,55%
4,37%
4,61%
928.949
986.686
1.003.506
1.004.743
999.178
1.005.323
1.080.104
1.144.281
1.140.948
1.178.248
1.196.300
1.175.506
1.218.273
9,66%
9,84%
9,81%
9,81%
9,83%
9,94%
10,84%
11,29%
11,29%
11,62%
11,83%
11,78%
11,94%
9.621.180
10.030.622
10.229.173
10.241.441
10.160.748
10.115.085
9.965.038
10.135.589
10.101.677
10.139.316
10.114.085
9.981.036
10.200.898
1,59%
4,26%
1,98%
0,12%
-0,79%
-0,45%
-1,48%
1,71%
-0,33%
0,37%
-0,25%
-1,32%
2,20%
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
INADIMPLÊNCIA - CRÉDITO PESSOAL - PREFIXADO
Outubro/2006 (em R$ mil)
23,1%
Atraso de mais
de 90 dias
4.682.057
53,0%
23,9%
INADIMPLÊNCIA - AQUISIÇÃO DE VEÍCULOS - PREFIXADO
Outubro/2006 (em R$ mil)
Atraso de
15 a 30 dias
2.035.844
Atraso de
31 a 90 dias
2.341.099
Atraso de
31 a 90 dias
2.109.095
34,4%
20,9%
57,0%
22,0%
Atraso de
15 a 30 dias
2.289.324
INADIMPLÊNCIA - OUTRAS OPERAÇÕES - PREFIXADO
Outubro/2006 (em R$ mil)
Atraso de
INADIMPLÊNCIA - AQUISIÇÃO OUTROS BENS - PREFIXADO
Outubro/2006 (em R$ mil)
Atraso de mais
de 90 dias
1.218.273
30,3%
35,2%
Atraso de mais
de 90 dias
2.015.019
15 a 30 dias
435.815
Atraso de
15 a 30 dias
448.010
15,1%
Atraso de mais
de 90 dias
1.716.369
Atraso de
31 a 90 dias
470.659
59,4%
25,5%
Atraso de
31 a 90 dias
736.119
OUTRAS OPERAÇÕES (R$ mil)
Mê s/Ano
Saldo
sem atraso
Com atraso
de 15 a 30 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Com atraso
de 31 a 90 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Com atraso
maior que
90 dias
% sobre
Saldo da
Carteira
Saldo total
CarteiraBrasil
Variação
em %
out/05
nov/05
dez/05
jan/06
fev/06
mar/06
abr/06
mai/06
jun/06
jul/06
ago/06
set/06
out/06
5.499.261
5.282.296
4.943.790
5.329.091
5.368.580
5.670.983
5.811.421
5.961.662
6.242.220
6.414.071
6.601.054
6.802.995
6.877.494
272.133
302.903
234.582
378.295
327.634
371.268
366.071
386.166
374.071
366.966
402.593
408.868
435.815
3,34%
3,60%
3,07%
4,51%
3,83%
4,08%
3,90%
3,94%
3,85%
3,67%
3,87%
3,68%
3,89%
484.888
570.142
470.671
528.368
602.266
654.249
662.153
636.771
670.479
689.085
674.757
761.583
736.119
5,95%
6,78%
6,16%
6,30%
7,05%
7,19%
7,06%
6,50%
6,91%
6,89%
6,49%
6,86%
6,57%
1.069.336
1.381.167
1.003.931
1.171.200
1.259.094
1.338.727
1.512.407
1.707.468
1.343.707
1.416.895
1.582.312
1.839.889
1.716.369
13,13%
16,42%
13,14%
13,97%
14,73%
14,71%
16,12%
17,44%
13,84%
14,16%
15,22%
16,56%
15,33%
8.143.922
8.413.988
7.642.768
8.386.089
8.545.025
9.102.409
9.380.074
9.791.110
9.706.886
10.005.297
10.396.389
11.108.457
11.199.606
1,59%
3,32%
-9,17%
9,73%
1,90%
6,52%
3,05%
4,38%
-0,86%
3,07%
3,91%
6,85%
0,82%
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
29
ACREFI
Financeiro 42.indd
29
19/12/2006, 12:48
banco de dados por INEPAD
DESEMPREGO
TAXA DE DESEMPREGO (%)
DATA
Brasil
Var. p.p.
SP
out/05
nov/05
dez/05
jan/06
fev/06
mar/06
abr/06
mai/06
jun/06
jul/06
ago/06
set/06
out/06
9,60
9,60
8,30
9,20
10,10
10,40
10,40
10,20
10,40
10,70
10,60
10,00
9,80
0,00
0,00
-1,30
0,90
0,90
0,30
0,00
-0,20
0,20
0,30
-0,10
-0,60
-0,20
9,60
9,70
7,80
9,20
10,50
10,60
10,70
10,50
10,90
11,30
11,60
11,10
10,50
TAXA DE DESEMPREGO
Taxa (%)
Var. p.p.
-0,10
0,10
-1,90
1,40
1,30
0,10
0,10
-0,20
0,40
0,40
0,30
-0,50
-0,60
Fonte: IBGE/INEPAD
Variação (p.p.)
12,0
1,00
11,5
0,50
11,0
10,5
0,00
10,0
9,5
-0,50
9,0
8,5
-1,00
8,0
-1,50
7,5
out
05
nov
05
dez
05
jan
06
Brasil
fev
06
mar
06
abr
06
SP
mai
06
jun
06
jul
06
ago
06
set
06
out
06
Var. p.p. mensal Brasil
Fonte: IBGE/INEPAD
RENDIMENTO MÉDIO REAL HABITUALMENTE RECEBIDO (R$)
RENDIMENTO MÉDIO REAL
HABITUALMENTE RECEBIDO (R$)
DATA
Brasil
Var. %
SP
Var. %
1.200
out/05
nov/05
dez/05
jan/06
fev/06
mar/06
abr/06
mai/06
jun/06
jul/06
ago/06
set/06
out/06
992,92
996,62
1.014,27
1.001,72
1.012,60
1.018,03
1.022,15
1.035,82
1.042,39
1.035,26
1.042,28
1.034,10
1.046,50
-1,4%
0,4%
1,8%
-1,2%
1,1%
0,5%
0,4%
1,3%
0,6%
-0,7%
0,7%
-0,8%
1,2%
1.095,25
1.119,47
1.146,09
1.126,82
1.163,60
1.162,29
1.179,50
1.198,22
1.202,21
1.177,94
1.182,93
1.155,79
1.171,70
-2,7%
2,2%
2,4%
-1,7%
3,3%
-0,1%
1,5%
1,6%
0,3%
-2,0%
0,4%
-2,3%
1,4%
1.150
Fonte: IBGE/INEPAD
0,02
0,015
1.100
0,01
1.050
0,005
1.000
950
0
900
-0,005
850
-0,01
800
-0,015
750
700
-0,02
out
05
nov
05
dez
05
Brasil
jan
06
fev
06
mar
06
abr
06
SP
mai
06
jun
06
jul
06
ago
06
set
06
out
06
Var. % mensal Brasil
Fonte: IBGE/INEPAD
COMÉRCIO VAREJISTA
VOLUME DE VENDAS
VOLUME DE VENDAS
Data
Hipermercados e
Veículos,Motos,
Índice
Var. %
Var. %
Var. %
Geral
Supermercados
Partes e Peças
170
set/05
out/05
nov/05
dez/05
jan/06
fev/06
mar/06
abr/06
mai/06
jun/06
jul/06
ago/06
set/06
Variação
set-set
109,29
115,46
114,98
162,59
112,02
102,68
114,67
115,79
120,59
114,49
117,19
120,91
120,33
10,1%
-3,9%
5,6%
-0,4%
41,4%
-31,1%
-8,3%
11,7%
1,0%
4,1%
-5,1%
2,4%
3,2%
-0,5%
106,62
112,73
109,12
144,00
110,23
103,61
114,24
119,93
112,63
112,33
116,42
117,51
119,33
-1,7%
5,7%
-3,2%
32,0%
-23,5%
-6,0%
10,3%
5,0%
-6,1%
-0,3%
3,6%
0,9%
1,5%
11,9%
118,91
119,61
129,54
138,57
119,14
100,16
130,11
107,65
130,31
112,83
130,52
141,61
130,89
-7,5%
0,6%
8,3%
7,0%
-14,0%
-15,9%
29,9%
-17,3%
21,0%
-13,4%
15,7%
8,5%
-7,6%
160
150
140
130
120
110
100
90
80
set
05
out nov dez
05 05 05
Índice Geral
10,1%
jan
06
fev mar abr mai jun
06 06 06 06 06
Hipermercados e
Supermercados
jul
06
ago
06
set
06
Veículos, Motos,
Partes e Peças
Fonte: IBGE/INEPAD
30
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FINANCEIRO
19/12/2006, 12:48
PREVISÕES ECONÔMICAS
Ano de 2006
PIB Total % a.a.
PIB Agropecuário % a.a.
PIB Indústria % a.a.
PIB Serviço % a.a.
Produção Industrial % a.a.
3,50
3,07
3,02
2,98
3,69
2,29
2,29
2,22
4,15
3,49
3,42
3,37
2,79
2,77
2,74
2,76
4,10
3,49
3,42
3,37
Selic
Taxa anual
IGP-DI
% a.a.
IPCA
% a.a.
Taxa de Câmbio
R$/US$
Saldo Comercial
US$ bilhões
15,00
13,45
13,34
13,33
4,55
3,06
3,69
3,76
4,58
2,97
3,02
3,07
2,40
2,19
2,19
2,18
38,00
43,44
44,61
44,75
DATA
Previsão 13/01/2006
4 semanas antes
1 semana antes
Previsão 17/11
Ano de 2006
Previsão 13/01/2006
4 semanas antes
1 semana antes
Previsão 17/11
Fonte: BC-Focus/INEPAD
ATIVIDADE ECONÔMICA
DATA
Taxa da Utilização da
Capacidade Instalada
Var. p.p.
set/05
81,50
-0,70
set/05
111,69
-1,4%
out/05
81,97
0,47
out/05
111,29
-0,4%
Índice de Produção Física
Média Móvel Trimestral
Var. %
nov/05
82,14
0,17
nov/05
111,02
-0,2%
dez/05
80,28
-1,86
dez/05
112,51
1,3%
jan/06
80,15
-0,13
jan/06
113,30
0,7%
fev/06
80,56
0,41
fev/06
114,09
0,7%
mar/06
82,12
1,56
mar/06
113,78
-0,3%
abr/06
80,31
-1,81
abr/06
114,09
0,3%
mai/06
82,87
2,56
mai/06
114,62
0,5%
jun/06
82,39
-0,48
jun/06
114,77
0,1%
jul/06
81,80
-0,59
jul/06
114,98
0,2%
ago/06
82,81
1,01
ago/06
115,02
0,0%
set/06
82,29
-0,52
set/06
115,01
0,0%
Variação set-set
0,97%
Variação set-set
Fonte: CNI/INEPAD
2,97%
Fonte: IBGE/INEPAD
PRODUÇÃO (ÍNDICE) X CAPACIDADE (%)
Capacidade (%)
Produção - Índice
83,5
116
83,0
115
82,5
82,0
114
81,5
113
81,0
80,5
112
80,0
111
79,5
Fonte: INEPAD
set/06
ago/06
jul/06
jun/06
mai/06
abr/06
mar/06
fev/06
jan/06
dez/05
Taxa da Utilização
da Capacidade Instalada
Índice de Produção Física
Média Móvel Trim estral
31
ACREFI
Financeiro 42.indd
nov/05
out/05
110
set/05
79,0
31
19/12/2006, 12:48
banco de dados por INEPAD
INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA - AUTOMÓVEIS DE PASSAGEIROS, MISTOS, VEÍCULOS COMERCIAIS LEVES E PESADOS
PRODUÇÃO
PRODUÇÃO
(em unidades)
(em unidades)
Data
Produção
out/05
nov/05
dez/05
jan/06
fev/06
mar/06
abr/06
mai/06
jun/06
jul/06
ago/06
set/06
out/06
190.651
213.119
200.332
195.439
205.586
229.457
204.069
241.565
224.873
222.924
243.737
204.093
226.780
Média Trim. Var. Mensal Var. Mensal (%)
206.183
203.733
201.367
202.963
200.452
210.161
213.037
225.030
223.502
229.787
230.511
223.585
224.874
-16.777
22.468
-12.787
-4.893
10.147
23.871
-25.388
37.496
-16.692
-1.949
20.813
-39.644
22.676
Variação out-05/out-06
-8,1%
11,8%
-6,0%
-2,4%
5,2%
11,6%
-11,1%
18,4%
-6,9%
-0,9%
9,3%
-16,3%
11,1%
245.000
235.000
225.000
215.000
205.000
195.000
185.000
out
05
nov
05
dez
05
jan
06
fev
06
mar
06
Produção
19,0%
abr
06
mai
06
jun
06
jul
06
ago
06
set
06
out
06
set
06
out
06
Média trimestral
Fonte: Anfavea/INEPAD
VENDAS INTERNAS NO ATACADO DE NACIONAIS
VENDAS INTERNAS NO ATACADO DE NACIONAIS
(em unidades)
Data
Vendas
Média Trim.
Variação
Variação(%)
out/05
nov/05
dez/05
jan/06
fev/06
mar/06
abr/06
mai/06
jun/06
jul/06
ago/06
set/06
out/06
131.588
145.900
152.111
129.215
134.822
166.141
145.706
167.042
155.294
161.206
175.060
163.449
170.656
139.338
138.787
143.200
142.409
138.716
143.393
148.890
159.630
156.014
161.181
163.853
166.572
169.722
-7.285
14.312
6.211
-22.896
5.607
31.319
-20.435
21.336
-11.748
5.912
13.854
-11.611
7.207
-5,2%
10,9%
4,3%
-15,1%
4,3%
23,2%
-12,3%
14,6%
-7,0%
3,8%
8,6%
-6,6%
4,4%
Variação out-05/out-06
(em unidades)
185.000
175.000
165.000
155.000
145.000
135.000
125.000
out
05
nov
05
dez
05
jan
06
fev
06
mar
06
Vendas
29,7%
abr
06
mai
06
jun
06
jul
06
ago
06
Média trimestral
Fonte: Anfavea/INEPAD
EXPORTAÇÃO TOTAL
EXPORTAÇÃO TOTAL
(em unidades)
(em unidades)
Data
out/05
nov/05
dez/05
jan/06
fev/06
mar/06
abr/06
mai/06
jun/06
jul/06
ago/06
set/06
out/06
Exportações Média Trim.
61.827
66.078
68.704
57.844
70.996
72.397
71.446
77.376
71.424
78.184
73.134
71.929
72.129
69.232
67.321
65.536
64.209
65.848
67.079
71.613
73.740
73.415
75.661
74.247
74.416
72.397
Variação
Variação(%)
-12.230
4.251
2.626
-10860
13152
1401
-951
5930
-5952
6760
-5050
-1205
200
-16,5%
6,9%
4,0%
-15,8%
22,7%
2,0%
-1,3%
8,3%
-7,7%
9,5%
-6,5%
-1,6%
0,3%
Variação out-05/out-06
80.000
75.000
70.000
65.000
60.000
55.000
out
05
nov
05
dez
05
jan
06
Exportações
16,7%
fev
06
mar
06
abr
06
mai
06
jun
06
jul
06
ago
06
set
06
out
06
Média trimestral
Fonte: Anfavea/INEPAD
32
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FINANCEIRO
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INDÚSTRIA AUTOMOBILÍSTICA
LICENCIAMENTO DE AUTOMÓVEIS NACIONAIS E IMPORTADOS (em unidades)
Data
Vendas
1000cc
% no Total
1000cc a 2000cc
% no total
>2000cc
% no total
out/05
nov/05
dez/05
jan/06
fev/06
mar/06
abr/06
mai/06
jun/06
jul/06
ago/06
set/06
out/06
111.001
129.274
149.113
107.085
103.485
125.092
104.340
131.326
118.815
134.732
144.167
128.637
141.497
63.584
73.190
83.361
60.215
57.587
70.405
56.043
72.534
68.001
79.212
81.785
74.003
79.788
57,3%
56,6%
55,9%
56,2%
55,6%
56,3%
53,7%
55,2%
57,2%
58,8%
56,7%
57,5%
56,4%
46.959
54.860
63.866
45.262
44.424
53.108
46.844
57.281
49.163
53.136
60.018
53.061
59.849
42,3%
42,4%
42,8%
42,3%
42,9%
42,5%
44,9%
43,6%
41,4%
39,4%
41,6%
41,2%
42,3%
458
1.224
1.886
1.608
1.474
1.579
1.453
1.511
1.651
2.384
2.364
1.573
1.860
0,4%
0,9%
1,3%
1,5%
1,4%
1,3%
1,4%
1,2%
1,4%
1,8%
1,6%
1,2%
1,3%
Fonte: Anfavea/INEPAD
LICENCIAMENTO POR CATEGORIA - AUTOMÓVEIS
80.000
70.000
60.000
50.000
40.000
30.000
out
05
nov
05
dez
05
jan
06
fev
06
mar
06
abr
06
mai
06
TAXAS DE JUROS PREFIXADOS - PESSOA FÍSICA
SALDO TOTAL
TAXAS DE JUROS
SALDO TOTAL
% Variação % Variação
a.m.
p.p
a.a.
p.p
out/05
nov/05
dez/05
jan/06
fev/06
mar/06
abr/06
mai/06
jun/06
jul/06
ago/06
set/06
out/06
4,54
4,45
4,38
4,46
4,45
4,41
4,28
4,12
4,11
3,98
3,95
3,93
3,92
-0,02
-0,08
-0,07
0,08
-0,02
-0,04
-0,13
-0,16
-0,01
-0,13
-0,04
-0,01
-0,02
70,30
68,70
67,30
68,90
68,60
67,80
65,30
62,30
62,20
59,80
59,10
58,90
58,60
-0,30
-1,60
-1,40
1,60
-0,30
-0,80
-2,50
-3,00
-0,10
-2,40
-0,70
-0,20
-0,30
R$ milhões
47.406
48.935
50.685
51.938
53.154
54.306
55.248
56.441
57.141
58.978
60.244
61.729
61.535
ago
06
set
06
out
06
(R$ milhões)
AQUISIÇÃO DE BENS - VEÍCULOS
MÊS/ANO R$ milhões
61.650
63.255
63.444
65.010
66.658
68.391
70.675
71.794
72.973
74.571
75.972
77.049
78.137
jul
06
1000 cc a 2000 cc
1000 cc
CRÉDITO PESSOAL
jun
06
TAXAS DE JUROS
% Variação
a.m.
p.p
2,57
2,53
2,52
2,55
2,55
2,49
2,48
2,42
2,42
2,38
2,40
2,40
2,35
-0,02
-0,04
-0,01
0,03
-0,01
-0,05
-0,02
-0,05
0,00
-0,04
0,02
0,01
-0,06
SALDO TOTAL
% Variação
a.a.
p.p
35,60
34,90
34,80
35,30
35,20
34,40
34,10
33,30
33,30
32,60
32,90
33,00
32,10
AQUISIÇÃO DE BENS - OUTROS
-0,30
-0,70
-0,10
0,50
-0,10
-0,80
-0,30
-0,80
0,00
-0,70
0,30
0,10
-0,90
R$ milhões
9.621
10.031
10.229
10.241
10.161
10.115
9.965
10.136
10.102
10.139
10.114
10.048
10.201
TAXAS DE JUROS
% Variação
a.m.
p.p
3,95
3,80
4,27
3,92
3,69
3,82
3,96
3,89
3,86
3,97
3,96
4,05
3,94
-0,04
-0,15
0,47
-0,35
-0,23
0,14
0,14
-0,07
-0,03
0,11
-0,01
0,09
-0,11
%
a.a.
Variação
p.p
59,10
56,40
65,20
58,60
54,40
56,90
59,40
58,10
57,50
59,60
59,40
61,00
59,00
-0,80
-2,70
8,80
-6,60
-4,20
2,50
2,50
-1,30
-0,60
2,10
-0,20
1,60
-2,00
Fonte: Banco Central do Brasil/INEPAD
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