Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro Estudo 4

Transcrição

Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro Estudo 4
Primeira Igreja Batista do Rio de Janeiro
Estudo 4 – Cuidado para com os Necessitados
João 15, 2 Coríntios 8.1 a 9.15, 1 Tessalonicenses 4
Elaborado por Rogério Senna Dias
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O ministério cristão também se faz presente quando
olhamos para o lado e constatamos a infinidade de
irmãos nossos que padecem necessidades várias. As
necessidades podem ser materiais ou espirituais.
O mandamento dado por Cristo é que devemos nos amar
uns aos outros. Assim o amor ao próximo é o desafio do
crente.
O apóstolo Paulo nos exorta dizendo em Romanos 13.810 que: “A ninguém devais coisa alguma, a não ser o
amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem
ama aos outros cumpriu a lei. Com efeito: não
adulterarás, não matarás, não furtarás, não dirás falso
testemunho, não cobiçarás, e, se há algum outro
mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao
teu próximo como a ti mesmo. O amor não faz mal ao
próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor.”
Bela exortação que expressa a ideia de que os cristãos
devem amor mútuo uns aos outros. Temos a
responsabilidade de amar aos nossos semelhantes, pois
estamos ligados em amor.
Paulo se gloriava com as igrejas da Macedônia no
tocante às ofertas aos pobres de Jerusalém, pois os
macedônios, embora pobres e perseguidos, alegravam-se
na oportunidade de fazer o bem para seus irmãos mais
empobrecidos e perseguidos da Judeia. Isto é notório no
texto bíblico (2 Co. 8.2) – “Como, em muita prova de
tribulação, houve abundância do seu gozo, e como a sua
profunda pobreza abundou em riqueza da sua
generosidade.”
A generosidade é realmente um dom de Deus. É
essencial entender que tudo o que temos vem do Senhor,
foi Deus quem nos confiou para sermos seus mordomos,
nada é nosso. Nunca nos esqueçamos que tudo o que
temos, tudo o que somos e tudo o venhamos a ter e ser
vêm do Senhor nosso Deus.
Parece haver uma relação entre pobreza e alegria, uma
relação que conduz à generosidade transbordante.
Aqueles que são materialmente pobres tendem a
acumular tesouros no céu e servir a Cristo como Senhor.
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Aqueles que dão generosamente vão além dos meios
naturais e continuamente procuram oportunidades para
serem abnegados. Isto rema contra nossa cultura moderna.
As igrejas na Macedônia não gastaram todo o tempo se
preocupando se Deus iria ou não prover suas necessidades,
ou se era possível para eles dar. Porque eles se doaram ao
Senhor e aos outros, eles eram um testemunho poderoso a
um grupo de pessoas em Corinto que era renomado por ter
abundância material.
Outro exemplo de ajuda aos necessitados é Dorcas, que foi
a única mulher da Bíblia a ser chamada de discípula. Ela
morava em Jope e apesar de sua pobreza, ajudava os
necessitados. Era preocupada com os pobres, e tirava de si
para dar aos outros, fazendo o que sabia fazer, a ponto de
costurar túnicas e vestidos para as viúvas. Ela tinha um
coração piedoso e não queria que ninguém passasse
necessidade ou sofresse. Servia, percebia necessidades,
utilizava seus dons e era sensível ao próximo, por esses
motivos, todos a amavam. Até que um dia ela morreu e
sua morte foi lamentada por muitos. Quando Pedro ficou
sabendo foi até Jope e mandou que todos se retirassem do
quarto onde ela estava, orou e ela ressuscitou. Ser
discípula quer dizer seguir os ensinamentos de Jesus e
seguir seu modo de vida, amando os necessitados e
consolando os aflitos. Dorcas glorificava Deus através de
seus atos de bondade, colocando à disposição do Senhor
os dons e talentos que ela sabia ter, mas lembrava que
vinham de Deus.
Saiba meu prezado ouvinte que repartir é a disposição,
capacidade e poder, dados por Deus a quem tem recursos
além das necessidades básicas da vida, para contribuir
livremente com seus bens pessoais, para suprir
necessidades da obra ou do povo de Deus.
O amor de Deus derramado em nossos corações é que nos
impulsiona a trabalhar, a fazer algo em prol de Deus e sua
obra, de ajudar aos outros, pois é natural, é espiritual, que
façamos algo para melhorar a vida de quem amamos,
então, como somos representantes de Deus na terra,
amamos a todos indistintamente, como Deus ama.
Deus fornece todas as ferramentas para nosso trabalho, é
só nos colocarmos à sua disposição. Todo serviço no reino
de Deus deve ser feito à base de verdadeira fé. É o senhor
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que habilita o crente, mediante dotação especial, a
realizar sua obra da melhor maneira possível. É dele que
provém toda a ciência, capacidade e dons ministeriais e
espirituais. Por isso, não podemos fazer a obra de Deus
com espírito de competição. O único objetivo do nosso
labor deve ser o desenvolvimento e o bem-estar do corpo
de cristo.
Boa parte do ministério de Jesus foi dedicado aos pobres
e desprivilegiados na sociedade judaica. Dos oprimidos,
necessitados, samaritanos, leprosos e viúvas, ninguém
mais se importava a não ser Jesus Ele condenava
duramente os que se apegavam às possessões terrenas, e
desconsideravam os pobres.
Jesus espera que seu povo contribua generosamente com
os necessitados. Ele próprio praticava o que ensinava,
pois levava uma bolsa da qual tirava dinheiro para dar
aos pobres. Em mais de uma ocasião, ensinou aos que o
queriam seguir a se importarem com os marginalizados
econômica e socialmente. As contribuições não eram
consideradas opcionais. Uma das exigências de Cristo
para se entrar no seu reino eterno é mostrar-se generoso
para com os irmãos e irmãs que passam fome e sede. E
nossa prioridade máxima, no cuidado aos pobres e
necessitados, é os irmãos em Cristo. Jesus equiparou as
dádivas repassadas aos irmãos na fé como se fossem a
Ele próprio. A igreja primitiva estabeleceu uma
comunidade que se importava com o próximo, que
repartia suas posses a fim de suprir as necessidades uns
dos outros. Quando o crescimento da igreja tornou
impossível aos apóstolos cuidar dos necessitados de
modo justo e equânime, procedeu-se a escolha de sete
homens, cheios do Espírito Santo, para executar a tarefa.
Paulo declara explicitamente qual deve ser o princípio da
comunidade cristã: "Então, enquanto temos tempo,
façamos o bem a todos, mas principalmente aos
domésticos da fé" (Gl 6.10). Deus quer que os que têm
em abundância compartilhem com os que nada têm para
que haja igualdade entre o seu povo.
Resumindo, a Bíblia não nos oferece outra alternativa
senão tomarmos consciência das necessidades materiais
dos que se acham ao nosso redor, especialmente de
nossos irmãos em Cristo.
A benevolência cristã não reconhece nenhuma limitação
de nacionalidade, de credo, de posição social; o próximo
do cristão é qualquer pessoa necessitada que esteja dentro
do alcance da sua ajuda. Há, porém, uma esfera dentro da
qual a benevolência cristã assume um caráter mais íntimo
e intenso, conforme se sugere nas palavras:
“principalmente aos domésticos da fé” (aqueles que são
da mesma família espiritual). Assim como, na esfera
natural, nosso próprio lar tem o primeiro direito sobre
nós, o mesmo acontece na esfera espiritual.
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É bom lembrar, porém, que, embora “a caridade comece
em casa”, não para ali. A igreja deve socorrer os
necessitados obedecendo a três princípios que norteiam o
serviço social. A Igreja não apenas prega o Evangelho. Ela
deve atender aos seus necessitados em termos físicos e
materiais
Três princípios são fundamentais neste exercício:
a) Mutualidade: Este princípio se manifesta em
generosidade, reciprocidade e solidariedade;
b) Responsabilidade: Com a obra de Deus e com
seus irmãos necessitados;
c) Proporcionalidade: Nesta perspectiva, o cristão
contribui de acordo com as suas possibilidades.
Afinal por menos que algum irmão receba como
salário deve sempre se lembrar de que isso
provém de Deus.
A graça de contribuir. A generosidade requerida por Paulo
não se constituía de atitudes vazias ou meras formalidades
sociais. As igrejas que ajudam às suas coirmãs, ou
investem na obra de evangelização e missões, são
abençoadas copiosamente; ofertar é um ato de adoração e
louvor a Deus. Além do mais, a graça de contribuir está
fundamentada no princípio de que mais "bem-aventurada
coisa é dar do que receber" cf. (Atos 20.35).
“Mas bastante tenho recebido, e tenho abundância. Cheio
estou, depois que recebi de Epafrodito o que da vossa
parte me foi enviado, como cheiro de suavidade e
sacrifício agradável e aprazível a Deus” (Filipenses 4:18)
A generosidade cristã requer reciprocidade mútua dos
recursos. O sentimento comunitário é um dos sinais do
cristianismo autêntico. Todos são iguais perante o Senhor,
e seus direitos são os mesmos. O princípio da igualdade
refuta as diferenças sociais quando é possível que algo
seja feito. A reciprocidade mútua entre os crentes supre as
necessidades dos irmãos que fazem parte da mesma fé.
Não pode haver espaço para a fome e a nudez no meio do
povo de Deus. A base desse sentimento constitui o critério
da generosidade que deve permear a vida cristã. Assim
como o Senhor jamais se esqueceu dos pobres, a Igreja
não deve desprezá-los, pois na essência da mensagem do
Evangelho está também o atendimento aos irmãos
necessitados.”
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