mamíferos da PVSuL (e região)

Transcrição

mamíferos da PVSuL (e região)
mamiferos da PVSuL
Animais incríveis !
A diversidade, tamanho e hábitos dos mamíferos os tornam um grupo muito especial de animais.
Baleia, anta, golfinho, tatu, preguiça, ouriço, gambá, tamanduá, macaco, coelho, morcego, onça, gatodo-mato, graxaim (ou cachoroo-do-mato), lontra, furão, zorrilho, quati, guaxinim (ou mão-pelada), javali,
cervos e ratos; todos tem em comum o fato de se alimentarem de leite quando filhotes, pertencendo ao
grupo dos mamíferos.
Muitas espécies de mamíferos estão ameaçadas de extinção, ou seja, de desaparecerem para sempre.
Isso se deve principalmente à destruição dos ambientes naturais pelo homem, seja por causa de plantações,
moradias ou a vontade de fazer dinheiro rápido. Também a caça, as doenças e a poluição ameaçam muitos
mamíferos.
Aqui no PV Sul temos diversas espécies de mamíferos, a maioria difícil de ver porque costumam ser
mais ativas à noite. Além disso, esses animais normalmente tem muito medo do homem, que os caça à
muito tempo, primeiro por necessidade, e às vezes por "diversão".
Diversas espécies, apesar de não serem vistas facilmente, deixam marcas de sua passagem, como
através de suas pegadas. Essas pegadas podem ser vistas mais facilmente em locais com areia, como na
beira do rio, e podem ser identificadas através desse guia.
Esse guia é o quinto lançado pela PV-Sul. Os outros são sobre répteis, anfíbios, aves e orquídeas. Como
nos outros guias, todas as fotos foram tiradas por nós aqui na PV Sul, e usamos máquinas fotográficas
ou uma armadilha fotográfica, um aparelho que tira fotos ativado por movimento. Esperamos que você se
divirta conhecendo mais desses incríveis animais!
Equipe PVSul
Pegadas de mamíferos silvestres da região
Armadilha fotográfica
Graxaim-do-mato, Lobinho, Raposa
Nome científico: Cerdocyon thous
Tamanho: Pouco mais de um metro, cerca de 10 quilos.
Alimentação: Frutos e outros animais, como ratos, peixes, insetos e crustáceos.
Corre risco de extinção? Os graxains são muito caçados pelo homem, o que pode diminuir as
populações desse incrível e inofensivo animal.
Ecologia: O graxaim-do-mato é parecido com o graxaim-do-campo, mas pode ser identificado pelas
patas de cor preta. É mais ativo durante a noite, usando tocas para se esconder durante o dia. Vive em
matas e capoeiras. Tem duas ninhadas por ano, com três a seis filhotes cada. A pegada (abaixo) é típica
de um canídeo; contudo, a diferenciação das espécies usando-se somente os rastros é difícil.
Guaxinim, mão-pelada
Nome científico: Procyon cancrivorus
Tamanho: Pouco mais de um metro, cerca de 8 quilos.
Alimentação: Peixes, camarões, lagostas, insetos, sapos, caranguejos e frutos. Normalmente lava os
alimentos antes de os comer, usando suas patas sem pêlos (daí seu nome popular).
Corre risco de extinção? Apesar de ser caçado pelo homem, parece não estar ameaçado de extinção.
Ecologia: O mão-pelada é facilmente reconhecido por sua máscara preta, que cobre os olhos. É
totalmente inofensivo, sendo arredio e evitando contato com o homem. Mais ativo à noite, vive perto de
rios, riachos e açudes. Cada ninhada tem entre dois e quatro filhotes.
Lontra
Nome científico: Lontra longicaudis
Tamanho: Mais de um metro, até 14 quilos. A cauda tem até 50 cm.
Alimentação: Peixes, mariscos, aves e pequenos mamíferos. Raramente frutos.
Corre risco de extinção? Sim. A caça, a poluição dos rios e o desmatamento de beiradas de rios têm
causado o desaparecimento desse belo animal. A lontra está protegida por lei no Rio Grande do Sul.
Ecologia: É ativa de dia e de noite, mas em locais onde corre perigo de ser caçada, costuma ser ativa
somente à noite. Vive em rios, onde cava tocas nos barrancos logo acima da água. Tem ninhadas com até
cinco filhotes.
Gambá, raposa
Nome científico: Didelphis albiventris
Tamanho: Até mais de um metro e dois quilos e meio.
Alimentação: Frutos, ovos, aves, sapos, lagartos, insetos, cobras e carniça.
Corre risco de extinção? Por se adaptar bem a locais onde o homem vive, o gambá, apesar de muito
caçado, não está ameaçado.
Ecologia: Vive nos mais diversos ambientes, como matas, campos e mesmo dentro de cidades. Mais
ativo ao entradecer e à noite. Cada ninhada pode ter até 14 filhotes, que ficam no marsúpio (bolsa) da
fêmea por algumas semanas.
Ouriço, Porco-espinho
Nome científico: Sphigurus villosus
Tamanho: Até 80 cm, 2 quilos.
Alimentação: Frutos e folhas.
Corre risco de extinção? O ouriço tem desaparecido de vários locais em que existia em abundância,
devido à caça e desmatamento.
Ecologia: São arborícolas, andando com muita segurança sobre galhos, até mesmo os finos. Conseguem
se equilibrar mesmo sobre arame farpado! São mais ativos ao entradecer e à noite. Tem somente um
filhote por gestação.
Pegada em lama
Pegada em areia compactada
Cuíca-d‘água, Gambá-d‘água
Nome científico: Chironectes minimus
Tamanho: Até 80 centímetros e menos de 1 quilo.
Alimentação: Peixes, caranguejos, camarões e lagostins de água doce.
Corre risco de extinção? Sim! O desmatamento da beira dos rios e a poluição da água têm levado esse
animal, ainda pouco conhecido, à extinção.
Ecologia: Vive em rios dentro de matas bem conservadas, saindo somente à noite. Raramente avistada,
pouco se sabe de sua biologia. Cada ninhada tem até 3 filhotes.
Gato-Maracajá
Nome científico: Leopardus wiedii
Tamanho: 1 metro (corpo mais cauda), até 3 quilos.
Características que o identificam: manchas do corpo de tamanho médio, isoladas e de cor uniforme,
cauda longa, com 60% do tamanho do corpo e com manchas irregulares.
Alimentação: Aves, rãs, roedores e pequenos marsupiais (catitas e gambás).
Corre risco de extinção? Sim! O Gato-maracajá, assim como os demais gatos selvagens do Brasil, está
ameaçado de desaparecer para sempre, especialmente devido à caça (sua pele é muito visada) e
desmatamento. Ele está protegido por leis estaduais e nacionais.
Ecologia: Vive em matas bem preservadas. Escala e desce de árvores com facilidade, pois suas patas
traseiras giram 180 graus, fazendo com que consigam descer as árvores de frente, de “ponta-cabeça”.
Também por isso preferem viver sobre árvores, onde caçam e se escondem. Cada ninhada é de somente
um filhote, com tempo de gestação em torno de 80 dias. A foto central, abaixo, mostra dois indivíduos,
provavelmente um casal, sendo que um deles (o da direita) está demarcando a rocha com urina.
Gato-do-mato-pequeno
Nome científico: Leopardus guttulus (antes uma subespécie de Leopardus tigrinus, que ocorre no norte
e nordeste do Brasil).
Tamanho: 70 centímetros (corpo mais cauda), até 3 quilos.
Características que o identificam: manchas do corpo pequenas, com borda escura incompleta e
preenchimento mais claro; cauda com listras completas e paralelas.
Alimentação: Aves, pequenos roedores, marsupiais (catitas), serpentes e lagartos. Raramente também
cutias.
Corre risco de extinção? Sim! O Gato-do-mato-pequeno, assim como os demais gatos selvagens do
Brasil, está ameaçado de desaparecer para sempre, especialmente devido à caça (sua pele é muito visada)
e desmatamento. Ele está protegido por leis estaduais e nacionais.
Ecologia: Espécie rara, sendo encontrado menos de um indivíduo por 10 quilômetros quadrados. Vive
em matas e capoeiras, especialmente em locais onde a jaguatirica (Leopardus pardalis) não existe. É
ativo principalmente ao entradecer e à noite, mas durante o dia também. Pode viver até 13 anos, dando à
luz a um filhote por ninhada, em uma gestação que dura em torno de 70 dias.
Morcego-orelhudo
Nome científico: Gênero Histiotus
Tamanho: 12 cm (comprimento do corpo), 10 gramas.
Alimentação: Insetos.
Corre risco de extinção? Não.
Ecologia: É um gênero de morcegos que só existe na américa do sul. Característica dos Histiotus, como
o nome popular já indica, são as orelhas de grande tamanho. Pode formar colônias perto ou dentro de
casas. Muito importante como controlador da quantidade de insetos.
Morcego beija-flor
Nome científico: Glossophaga soricina
Tamanho: 6 centímetros (comprimento do corpo), 12 gramas.
Alimentação: Néctar e pólen.
Corre risco de extinção? Não.
Ecologia: Esse pequeno morcego possui a estrutura em formato de folha na ponta do focinho, que serve
para ajudar a captar os sinais de ecolocalização. Pode morar em forros e sótãos de casas, em colônias de
até 16 indivíduos. Muito importante como polinizador de diversas plantas.
Morcego-narigudo
Nome científico: Molossus molossus
Tamanho: 12 centímetros (comprimento do corpo), 22 gramas.
Alimentação: Insetos.
Corre risco de extinção? Não.
Ecologia: Também conhecido como morcego-cauda-livre por sua cauda ultrapassar a membrana entre as
pernas. Pode usar forros de residências como refúgio, formando colônias com centenas de indivíduos.
Possui patas com pêlos, o que o ajuda na captura dos insetos dos quais se alimenta. Muito importante
como controlador da quantidade de insetos.
Morcego-peludo
Nome científico: Gênero Eptesicus ou Myotis
Tamanho: 10 centímetros (comprimento do corpo), 9 gramas.
Alimentação: Insetos.
Corre risco de extinção? Não.
Ecologia: Pode ser encontrado na mata, dentro de fendas de rochas, mas também em sótãos de
residências. Não possui cauda livre, e pode ser reconhecido pelo formato do focinho. É, todavia,
parecido com espécies do gênero Myotis. Podem formar pequenas colônias (até 15 indivíduos). A
gestação dura três meses, nascendo somente um filhote, entre outubro e janeiro.
Morcego-fruteiro
Nome científico: Sturnira lilium
Tamanho: 7 centímetros (comprimento do corpo), 18 gramas.
Alimentação: Frutos.
Corre risco de extinção? Não.
Ecologia: Só existe na América do Sul. Pode ser reconhecido por sua cor alaranjada, a falta de cauda
livre e os pêlos nas pernas. A gestação dura três meses, nascendo somente um filhote. Vive em florestas,
mas também em ambientes rurais, morando em grutas, ocos de árvores e forros de residências.
Importante na dispersão de sementes de diversas espécies de plantas, ajudando no reflorestamento de
ecossistemas.
Rato-da-taquara
Nome científico: Kannabateomys amblyonyx
Tamanho: Corpo com 25 centímetros, cauda com 35 centímetros, pesando até 600 gramas.
Alimentação: Alimenta-se exclusivamente de bambus e taquaras, tanto dos brotos quanto das folhas e
galhos.
Corre risco de extinção? Aqui no estado não, mas corre risco de extinção em Minas Gerais, Rio de
Janeiro e Espírito Santo.
Ecologia: É o único mamífero da mata atlântica especializado em se alimentar de taquaras e bambus,
passando toda sua vida associado à essas plantas. É ativo durante à noite, quando sai para se alimentar e
cuidar dos filhotes. Vive em pequenos grupos, formados por somente uma família. Emitem guinchos
bem característicos quando se sentem ameaçados. Fazem seus ninhos a 4 meros doc hão, nos taquarais,
tedno somente um filhote por ninhada.
Rato-urbano
Nome científico: Rattus rattus
Tamanho: 40 centímetros (cauda maior que o corpo, com 26 cm), 240g.
Alimentação: Comem qualquer coisa de origem vegetal.
Corre risco de extinção? Não, inclusive se beneficia com a urbanização, desmatamento e plantações, o
que fez com que se tornasse um bem-sucedido invasor em inúmeros ecossistemas.
Ecologia: Terrestre, com grande facilidade para escalar (inclusive paredes), vivendo sempre perto de
casas ou estradas. Vivem em buracos, sótãos, porões e tubulações de esgotos. Reproduzem-se o ano
todo, cada ninhada tendo até 12 filhotes.
Rato-do-mato médio
Nome científico: Gênero Delomys
Tamanho: Com a cauda, 20 centímetros.
Alimentação: Frutos e sementes.
Corre risco de extinção? Não.
Ecologia: Tem hábito terrestre, e fazem seu ninho debaixo de troncos caídos e buracos. Vivem em matas
preservadas e capoeiras.
Rato-do-mato grande
Nome científico: Gênero Sooretamys
Tamanho: 40 centímetros, incluindo a cauda.
Alimentação: Frutos, insetos.
Corre risco de extinção? Não.
Ecologia: Reproduz-se na primavera e verão. Foi encontrado na mata, tanto no chão quando sobre
árvores e cipós não muito verticais, facilitando a subida dessa espécie que, a princípio, não vive sobre
árvores.
Camundongo
Nome científico: Mus musculus
Tamanho: 15 centímetros, incluindo a cauda, e pesa 20 g.
Alimentação: Plantas, raízes, semtes, frutos, insetos...qualquer coisa comestível....
Corre risco de extinção? Não.
Ecologia: Vive em matas, campos e mesmo dentro de prédios e casas. São noturnos, e correm, nadam,
pulam e escalam muito bem. Vivem em grupos, com um macho dominante e diversas fêmeas.
Rato-da-cana
Nome científico: Holochilus brasiliensis
Tamanho: 40 centímetros (incluindo a cauda), podendo chegar a 300 gramas.
Alimentação: Capins, folhas, cana-de-açúcar, lesmas e caracóis.
Corre risco de extinção? Não.
Ecologia: Gera de 5 a 8 filhotes por gestação, que dura dois meses. Fêmeas podem ter filhotes muito
cedo, com somente algumas semanas de vida. O ninho, com 30 centímeotrs de diâmetro, é feito de palha.
Têm hábito semi-aquático, vivendo em pântanos, banhados, lagoas e lagos. Podem se tornar praga em
regiões de cultivo de cana-de-açúcar.
Rato-de-espinhos
Nome científico: Phyllomys dasythrix
Tamanho: Incluindo a cauda, chega a 60 centímetros.
Alimentação: Alimenta-se de folhas e frutos.
Corre risco de extinção? Não.
Ecologia: Diversas espécies fazem parte do gênero Phyllomys, sendo que só existem na costa leste do
Brasil, dentro da Mata Atlântica. Vive sobre árvores, onde também faz seus ninho de folhas dentro de
ocos ou sobre galhos.
Preá, pereá
Nome científico: Gênero Cavia
Tamanho: 30 centímetros, 750 gramas.
Alimentação: Material vegetal (brotos de capim, tubérculos, folhagens, sementes).
Corre risco de extinção? Não.
Ecologia: Vivem em locais com vegetação baixa e fechada. São ativos durante o dia, especialmente no
começo da manhã e final da tarde. A fêmea pode ter até quatro filhotes por ano.
Tatu,Tatu-galinha
Nome científico: Dasypus novemcinctus
Tamanho: até 90 cm, 7 kg.
Alimentação: insetos, lesmas, plantas.
Corre risco de extinção? Não, mas a caça e os atropelamentos diminuem suas populações.
Ecologia: Pode ser diferenciado dos outros tatus por possuir na carapaça 9 “juntas” ou cintas móveis,
enquanto os outros tatus da região possuem 6 ou 7 dessas cintas. É mais ativo ao entradecer e á noite. O
tempo de gestão é em torno de 5 meses, e nscem 4 filhotes por ninhada. Podem viver mais de 22 anos!
Enxerga mal, mas escuta muito bem, além de ter o olfato bem desenvolvido.
Guaiquica, Catita
Nome científico: Gracilinanus microtarsus
Tamanho: 25 cm (contando a cauda), 50 gramas.
Alimentação: Insetos, frutos, sementes.
Corre risco de extinção? Aparentemente não.
Ecologia: Esse pequeno marsupial, um dos menores do mundo, é ativo somente durante a noite, vive em
matas, sobre árvores, e raramente desce ao solo. Possui um anel de pêlos pretos ao redor dos olhos, sua
cauda é preênsil (serve para se prender em galhos). Como muitos outros gambás e guaiquicas, possui o
dedão do lado oposto dos outros dedos, que serve para ajudá-lo a escalar as árvores onde vive. Pode ter
ninhadas de até 8 filhotes, duas vezes por ano.
Lebre, lebre-européia
Nome científico: Lepus capensis
Tamanho: 70 cm, 7 quilos.
Alimentação: Material vegetal (brotos de capim, tubérculos, folhagens, sementes)
Corre risco de extinção? Apesar de muito caçada, não corre risco de extinção, pois se adapta a diversos
ambientes e a fêmea pode gerar até 32 filhotes por ano!
Ecologia: Vive em campos e matas, o que fez com que essa espécie, introduzida da europa, se tornasse
abundante. É alimento de diversos animais maiores e do homem.
Outras espécies de mamíferos registradas na região
Furão (Galictis cuja)
Tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla)
Morcego-vampiro (Desmodus rotundus)
Serelepe, caxinguelê, esquilo, caticoco (Gênero Guerlinguetus): Foi visto dentro da mata.
Ratão do banhado (Myocastor coypus): Foram registradas pegadas na propriedade.
Rato-dágua (Nectomys squamipes): Foram registradas pegadas na propriedade.
Gato-mourisco (Puma yagouaroundi): Foi possivelmente visto na propriedade, andando sobre galhos de árvores.
Capivara (Hydrochoerus hydrochaeris): Presença em fazendas da região onde a caça é proibida.

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