AVALIAÇÃO DA SALSA CRESPA (Petroselinum crispum) NO

Transcrição

AVALIAÇÃO DA SALSA CRESPA (Petroselinum crispum) NO
AVALIAÇÃO DA SALSA CRESPA (Petroselinum crispum) NO SISTEMA DE
HORTA VERTICAL
Autores: Djonata Willian FRANZ, Lucas Daniel BONACOLSI, Felipe Willian CORDEIRO, Andricia VERLINDO
Identificação autores:
Introdução
A dieta alimentar dos brasileiros se caracteriza pela baixa ingestão de hortaliças que
são indispensáveis à saúde humana. Os maus hábitos alimentares não estão ligados com o nível
de renda, mas com os aspectos culturais e deficiências educacionais de cada família
(FILGUEIRA, 2003).
A salsa graúda (Petroselinum crispum) é um condimento originário da Europa, que em
seu primeiro ano de cultivo produz folhas e no segundo ano floresce e produz sementes, sendo
desta forma anual e bianual. Suas folhas são ricas em vitamina A, possuindo uma coloração
verde escuro, podendo variar as folhas entres lisas e crespas. Possui uma germinação lenta, e as
plantas novas são delicadas necessitando de regas regulares, e no caso de germinarem plantas
muito juntas deve ser feito o desbaste (CAMARGO, 1981). É um condimento muito utilizado
como tempero no preparo de alimentos como carnes, sopas, saladas e molhos (GIACOMETTI,
1989).
As pessoas estão cada vez mais atribuladas, confinadas em espaços urbanos, desta
forma, com restrição de espaços em sua casa, e algumas até em seus apartamentos, ficando cada
vez mais longe do contato com a natureza e muitas vezes sem saber de onde vem o seu alimento
que é posto na mesa.
A Horta Suspensa Vertical surge como uma ótima oportunidade para quem não dispõe
de espaços em casa, mas sempre desejou ter uma área destinada ao plantio de hortaliças e
verduras. Feita com cano de PVC, podendo ser móvel, e procurando ocupar espaços pequenos
de forma harmônica o qual servirá de terapia ocupacional nas horas vagas, ondes as pessoas
irão trabalhar com suas hortaliças, temperos e plantas medicinais. Além de consumirem um
produto fresco de qualidade e sem agrotóxicos. Desta forma os objetivos específicos foi
produzir hortaliças que satisfaçam a necessidade dos seres humanos, e que assim possam ter
mais facilidade de acesso.
Material e Métodos
A horta doméstica é uma fonte de alimentos de baixo custo, exclusivamente para a
alimentação familiar, proporcionando lazer para os mesmos. O local para a instalação de uma
horta deve receber luz solar o dia todo, entretanto caso não seja possível, de cinco a seis horas
por dia já é satisfatório, além de receber regas diárias. O tamanho dependerá da área disponível
e das necessidades alimentares da família (ARAÚJO, 1996)
O experimento aqui proposto, foi realizado no Instituto Federal Catarinense – Campus
Rio do Sul, com o intuito de observar se a salsa crespa tem o bom rendimento e produtividade
que um canteiro de uma horta convencional, comparado com hortas verticais que está se
popularizando cada vez mais a cada dia que passa. Os critérios avaliados foram os de tamanho,
número de folhas, peso fresco e peso seco.
Para realização deste trabalho foi usado um cano de 1 metro, com 250 milímetros de
circunferência, onde foi feito cortes no cano com 20 centímetros de distância um do outro,
utilizando uma serra de cortar ferro. Cada corte tendo 125 milímetros de circunferência, assim
com o auxílio de um fogão a gás, foi aquecido o cano nas laterais que foram cortadas. Com o
amolecimento do cano PVC, foi moldado uma fechadura onde o solo é colocado, fazendo assim
uma abertura para o vaso de baixo. Para a parte inferior do cano foi colocado uma tampa do
cano de 250 milímetros fazendo assim uma fechadura para o solo e a palha seca que estariam
no ultimo vaso. Com o processo feito em todo o cano, a horta vertical estava pronta. (Figura 1).
Figura 1 - Palha seca colocada no primeiro vaso do modelo de horta vertical
Depois que os canos estavam prontos para o uso, foi colocado palha seca na parte
inferior de cada vaso para segurar o solo no seu devido espaço fazendo com que não caísse em
outros vasos que estariam outras mudas plantadas, e também mantendo a umidade do solo. O
solo que foi utilizado no modelo de horta vertical é um solo que seu pH fica na faixa de 6,2 e
6,5, e numa altitude de aproximadamente 658m. Usamos o mesmo solo do canteiro na modelo
de horta vertical para não haver tanta variação de solos utilizados no experimento.
O canteiro para a realização do trabalho foi o da AGRI 1, do IFC – Rio do Sul, utilizando
assim o solo com as mesmas características do modelo de horta vertical para não haver tanta
variação de solos utilizados no experimento. O canteiro possuía o tamanho de 2m x 1m, e o
espaçamento preparado da salsa foi utilizado o 15cm x 20cm (Figura 2). As mudas no canteiro
convencional e na horta suspensa, foram transplantas no mesmo dia, avaliou-se as mudas
interna do canteiro, eliminando-se as bordaduras (Figura 2).
A
B
Figura 2- Modelo de horta utilizada: A- horta convencional; B- horta vertical
Os parâmetros altura de folha utilizou uma régua, as medidas foram a partir da base
foliar das plantas, as avaliações ocorrem semanalmente, durante 30 dias.
No trigésimo dia, foi feito a medição e a contagem pela última vez da salsa que estava
sendo utilizada na avaliação assim terminando a coleta dos dados de campo. Com o auxílio de
uma faca, todas as mudas de salsa crespa foram cortadas no caule, e amaradas com um pedaço
de fitin, fazendo com que assim as folhas de cada muda não se separassem. As mudas da salsa
foram colocadas em um saco plástico, e levadas até o laboratório de biologia do IFC – Campus
Rio do Sul.
No laboratório realizamos a pesagem de cada muda de salsa – onde realizou-se a retirada
do saco plástico e desamarradas para que assim fosse possível colocar elas dentro de um saco
de papel para só assim, ser pesada em uma balança já tarada. Feito a numeração de cada saco
de acordo com a muda, e com a pesagem concluída, os sacos com a salsa foram levados até
uma estufa de ar forçado, onde permaneceram até atingir o peso constante. Após atingir o peso
constante, retirou-se a salsa crespa da estufa com o intuito de ver a variação de peso dela após
a secagem da mesma, fazendo assim o mesmo processo que foi executado na primeira pesagem.
Resultados e discussão
Sendo assim ao final de 30 dias de plantio, obtiveram-se os seguintes resultados
apresentados na Tabela 1, comparando o tamanho das plantas e o número de folhas da cultura
da salsa crespa:
Tabela 1- - Comprimento das folhas (cm) de salsa (Petrosolium crispum), em sistema vertical
e horta convencional (Rio do Sul-SC).
Modelo de Horta Vertical
Horta Convencional
18/05/2015
8,6
9,4*
25/05/2015
9,4
9,6ns
02/06/2015
10,6
12,2ns
10/06/2015
10,3
12,2ns
16/06/2015
13,0
11,04*
*diferença significativa pelo teste t Student ao nível de 5% de probabilidade, ns= não significativo, na horizontal
Na primeira avaliação houve-se diferença entre o sistema de horta vertical e horta
convencional, sendo superior ao sistema convencional. Na segunda, terceira e quarta avaliação
não apresenta diferença estatística entre o sistema de cultivos. Na quinta avaliação, houve
diferença entre os sistemas de cultivos, sendo o comprimento das folhas da salsa crespa superior
no sistema horta vertical.
Pode-se observar uma variação entre os resultados da horta vertical e do canteiro
convencional, isso se leva de vários fatores, um deles pode ser a falta de luz solar no canteiro
convencional impedindo assim de que ocorra a fotossíntese para o seu crescimento. Já o modelo
de horta vertical foi colocado em baixo de telhado, mas que mesmo assim em certas horas do
dia tinha a possibilidade de obter a radiação solar, possibilitando o melhor desenvolvimento da
salsa. Com o experimento também podemos observar o efeito do fototropismo, que é quando a
luz exerce influência sobre a parte aérea (caule e folhas) das plantas, de forma que essa parte
cresce em direção à luz, a fim de fazerem fotossíntese adequadamente.
Os resultados da coleta de laboratório foram obtidos com uma grande diferença de peso,
como mostra a Tabela 2. Com esses resultados conseguimos observar que na horta convencional
havia mais umidade do que no modelo de horta vertical. Pois com as plantas no canteiro
convencional, tínhamos uma abundancia maior de minerais para o desenvolvimento da mesma,
mas no modelo de horta vertical tínhamos um espaço limitado, e uma quantidade de
solo também muito limitada, impedindo a absorção de nutrientes.
Tabela 2- Peso de massa fresca e massa seca (g) de salsa (Petrosolium crispum), em sistema
vertical e horta convencional (Rio do Sul-SC).
Modelo de Horta
Horta Convencional
Vertical
Massa
4,1
5,5
0,7
1,14*
fresca
Massa seca
*diferença significativa pelo teste t Student ao nível de 5% de probabilidade, ns= não significativo, na horizontal
Conclusão
Com os dados apresentados, finaliza-se que a salsa crespa teve um bom resultado na
horta vertical, pois sua altura e numero de folhas por ser maior que o do sistema convencional,
faz com que sejem semelhantes com a produtividade e rendimento da salsa ultilizada na horta
convencional. Evidenciando a utilização do modelo de horta vertical, seja uma alternativa de
horta doméstica,
principalmente para que as pessoas que vivem em centros urbanos e
apartamentos possam ter acesso a hortaliças no momento em que precisassem de acordo com a
necessidade de sua família. Esta também apresenta várias maneiras de ser constituída, variando
de acordo com a necessidade e espaço disponível.
.
Referências
ARAÚJO, Giovani Callijão, Manual prática de Horta Doméstica. Rio de Janeiro: Editora
Tecnoprint S. A., 1996.
CAMARGO, Leocádio S. As hortaliças e seu cultivo. Fundação Cargill, 1981
FILGUEIRA, Fernando A. R. Novo manual de Olericultura: Agrotecnologia moderna na
produção e comercialização de hortaliças. Viçosa: Editora UFV, 2003
GIACOMETTI, Dalmo C. Ervas Condimentares e Especiarias. São Paulo: Nobel, 1989.

Documentos relacionados