DIOCESE DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS Pastoral Catequética
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DIOCESE DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS Pastoral Catequética
DIOCESE DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS Pastoral Catequética ENCONTROS EM PREPARAÇÃO PARA A PRIMEIRA EUCARISTIA Etapa I – Módulo III Apostila do Catequista 1 2 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III CONTEÚDO O Perfil do Catequista .................................................................................................................................................. 5 Compromissos do Catequista ....................................................................................................................................... 6 Espiritualidade do Catequista...................................................................................................................................... 6 Planejamento da Catequese ......................................................................................................................................... 7 1º Encontro: Acolhida e Entrosamento – Jesus está entre nós .............................................................................. 9 2º Encontro: Missa: Origem, Gestos e Símbolos .................................................................................................... 11 3º Encontro: Ano Litúrgico ........................................................................................................................................ 17 4º Encontro: Missa – Mesa da Palavra ..................................................................................................................... 22 5º Encontro: Missa – Mesa da Eucaristia................................................................................................................ 26 6º Encontro: Introdução ao Credo – Creio em Deus Pai ....................................................................................... 30 7º Encontro – Creio em Jesus Cristo e no Espírito Santo .................................................................................... 36 8º Encontro: A Igreja é Una, Santa, Católica e Apostólica ..................................................................................... 42 9º Encontro: Creio na Comunhão dos Santos, na Remissãodos Pecadoso e na Vida Eterna .......................................... 47 10º Encontro: Os Mandamentos da Igreja ............................................................................................................. 50 11º Encontro: O Pecado e Suas Consequências....................................................................................................... 53 12º Encontro: O Sacramento da Reconciliação ...................................................................................................... 57 13º Encontro: O Sacramento da Reconciliação ...................................................................................................... 62 14º Encontro: Vamos Aprender a Confessar .......................................................................................................... 65 15º Encontro: Instituição da Eucaristia.................................................................................................................. 66 16º Encontro: Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus ......................................................................................... 70 17º Encontro: Sacramento da Eucaristia ................................................................................................................ 73 18º Encontro: Sacramento da Eucaristia ................................................................................................................ 76 19º Encontro: Catequizandos a Caminho ................................................................................................................. 80 20º Encontro: Acolhendo o Perdão de Deus ............................................................................................................ 81 1º Tema Extra: Quaresma e Campanha da Fraternidade ..................................................................................... 82 2º Tema Extra: Quaresma e Campanha da Fraternidade ..................................................................................... 83 3º Tema Extra: Semana Santa e Páscoa .................................................................................................................. 91 4º Tema Extra: O Santo Padroeiro ......................................................................................................................... 92 5º Tema Extra: Maio, Mês de Maria e Dia das Mães ............................................................................................ 98 6º Tema Extra: Corpus Christi ................................................................................................................................100 7º Tema Extra:Vocação – Dia dos Pais ...................................................................................................................104 8º Tema Extra: Setembro – Mês da Bíblia ............................................................................................................108 9º Tema Extra: Missões ........................................................................................................................................... 112 10º Tema Extra:Dízimo ............................................................................................................................................ 114 Bibligrafia................................................................................................................................................................... 119 Dinâmica para serem usadas nos encontros da Campanha da Fraternidade 2012.................................................120 3 4 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III O PERFIL DO CATEQUISTA Faz parte do necessário perfil do catequista: Equilíbrio psicológico, maturidade humana e afetiva. Liderança, Criatividade Responsabilidade e iniciativa. Capacidade de diálogo e de trabalho em Equipe. e perseverança. Vocação para catequista. Vida coerente com a fé Participação na formação inicial de, Disposição para progredir na no mínimo, 01 (um) fé e espiritualidade ano. (conversão contínua, vida de (não esteja impedido de oração, vida sacramental). Boa comunicação. Ter no mínimo 16 anos e ter sido crismado. Participação, engajamento e espírito de serviço à comunidade. Amor preferencial pelos pobres. (Fonte: Objetivos e Diretrizes da Pastoral Catequética, 86) 5 COMPROMISSOS DO CATEQUISTA 1. Comunicar a Palavra de Deus com o testemunho (experiência de fé e vida). 2. Dedicar-se, de modo específico, ao serviço da Palavra. 3. Anunciar a Palavra e denunciar o que impede o homem de ser ele mesmo e de viver sua vocação de filho de Deus. 4. Participar ativamente dos eventos paroquiais e reuniões de Catequese (núcleo paroquial, Região Pastoral e Diocese). 5. Leitura assídua de livros, revistas e boletins. 6. Atualizar-se, participando assiduamente de cursos, formação permanente e retiros. 7. Elaborar antecipadamente, em equipe, os encontros catequéticos e encontros para as famílias dos catequizandos (pensar em gestos concretos com os catequizandos nas famílias). ESPIRITUALIDADE DO CA TEQUISTA A Catequese Renovada qualifica o catequista como pessoa de profunda espiritualidade, que leva uma vida de oração. Por isso, diz que a formação deve ter cuidado de desenvolver principalmente sua vivência pessoal e comunitária da fé, seu compromisso com a transformação do mundo. A espiritualidade do catequista, para ser autêntica, deve estar integrada na vida concreta, compreendendo as atitudes de: 1. Relacionamento pessoal e profundo com Deus. 2. Seguimento de Cristo nas atitudes e interesse pelo Reino de Deus, fruto de uma adesão sincera. 3. Docilidade à ação do Espírito Santo. 4. Comunhão com a Igreja, comunidade que evangeliza, celebra e testemunha Jesus Cristo. 5. Amor filial à Virgem Maria, Mãe e Modelo de catequista. 6. Vivência do mistério cristão e da missão catequizadora dentro do grupo de catequistas. 7. Escuta, com fé e fidelidade, à Palavra de Deus que se manifesta na Bíblia, na Igreja e nos acontecimentos. 8. Integração dos aspectos celebrativos da liturgia e da piedade popular. 9. Vida sacramental, de oração, de contemplação encarnada na vida do povo. 10. Sentido de serviço para todos. 11. Espiritualidade do trabalho e da ação. 12. Amor aos empobrecidos e vivência evangélica. 13. Alegria de ser evangelizador (Fonte: Objetivos e Diretrizes da Pastoral Catequética, 87-88) 6 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III PLANEJAMENTO DA CATEQUESE ETAPA I – INICIAÇÃO À VIDA EUCARÍSTICA – MÓDULO III DATA ENCONTRO TEMA 7 8 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III 1º ENCONTRO: ACOLHIDA E ENTROSAMENTO – JESUS ESTÁ ENTRE NÓS 1. Objetivo Promover um ambiente acolhedor recebendo com alegria cada catequizando, igualmente. Estabelecer critérios de compromisso dos catequizandos. 2. Conteúdo do Encontro: De forma dinâmica refletir a citação bíblica que nos ensina, na atitude do bom samaritano, o gesto concreto do amor ao próximo. Jesus ensina-nos como devemos amar a Deus e ao próximo. É toda a base de uma vida verdadeiramente cristã, é o alicerce do Reino de Deus. 3. Desenvolvimento do tema: Dar boas vindas – Motivação: quando encontramos uma pessoa qual é a primeira coisa que queremos saber dela? (pausa) O que vocês estão querendo saber de mim? (pausa) O nome, não é isso? É isso que vamos fazer agora. Vamos saber o nome de todos, pois afinal passaremos o ano juntos! Para guardar melhor vamos preparar um crachá, cada um vai enfeitar o seu, bem bonito e escrever o seu nome. Dar tempo para que cada um possa escrever e desenhar no seu crachá. Dinâmica – teia de aranha (com um rolo de barbante). Colocar a gravura voltada para o chão, no centro da sala, formar um círculo em volta. Desenrolar um pouco laçando em seu dedo (começa pela catequista). Dizer o nome e mais alguma coisa, por exemplo: “Meu nome é Maria Auxiliadora, sou casada, tenho três filhos, sou catequista há cinco anos, gosto de ir à praia” Em seguida jogar o rolo para o próximo (sou fulano, estou aqui para conhecer JESUS) e assim por diante com a participação de todos. Comentar a teia formada: O que parece isso? (pausa) Uma teia de aranha. Quem conhece a teia de aranha? Alguém já viu aranha? (pausa - Esta dinâmica ajudará no conhecimento e entrosamento da turma). Comentários: Vocês já imaginaram se algum de nós soltar o dedo... o que vai acontecer? (pausa) Vai ficar um buraco. Será que vai fazer falta? (pausa) Vai... o seu lugar só você pode ocupar. Cada um de nós é muito importante. Por isso cada um vai fazer o possível para não faltar aos encontros. Deverá vencer o sono de manhã, o frio, a chuva, o sono depois do almoço, o cansaço do final do dia, o calor de verão. Não podemos deixar que nada nos atrapalhe. Cada um de nós falou o porquê de estar aqui, será que é por isso mesmo? Eu acredito que fomos chamados. O nosso 1º chamado foi à vida. O nosso 2º chamado foi no dia do nosso batismo e fomos convidados a ser santos e hoje estamos aqui e, com certeza, não sabemos exatamente o porquê, mas acredito que cada um de nós foi chamado para estar aqui. Com o passar dos encontros cada um irá descobrir o motivo verdadeiro. Ler o versículo Mt 18, 20, virar a figura que está no chão mostrando que Jesus está no meio de nós e quer ser nosso amigo. Ele estará presente em nossos encontros porque no reunimos em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Jesus quer ser nosso amigo, assim como foi amigo dos apóstolos, dos doentes, do pobres e dos pecadores. Jesus está sempre conosco, nos momentos tristes e nos momentos felizes, mesmo que não se perceba a sua presença. 9 Ler e comentar o texto da apostila e preencher o quadro com os nomes dos amigos. Falar sobre as boas atitudes – seguindo a apostila do catequizando. 4. Leitura utilizada: Mt 18, 20. 5. Ambientação: Arrumar as cadeiras em círculo, mesa com toalha, flores, Bíblia, imagens. 6. Material utilizado: Um rolo de barbante. Uma gravura de Jesus. Crachás para serem preenchidos pelos catequizandos. 7. Atividades: Fazer com os pais as atividades propostas – trazer esta página assinada pelos pais. 8. Momento de Oração: Aproveitar a figura de Jesus que está no centro do círculo para que cada catequizando faça a sua oração espontaneamente, sua oração a Jesus. Peça que conversem com Jesus enquanto sua imagem vai passando de mão em mão. Em seguida oriente-os a fazer a oração que está na apostila. APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA O centro do primeiro anúncio (querigma) é a O querigma, portanto, proporciona pessoa de Jesus, proclamando o Reino como uma experiência de amor profundo de Cristo, gerando nova e definitiva invenção de Deus que salva com um adesão a Ele. poder superior àquele que utilizou na criação do Só quem fez esta experiência de Jesus mundo. “Essa salvação é o ‘grande dom de Deus’, Cristo pode passar pelo processo catequético, pois libertação de tudo aquilo que oprime a pessoa só quem conheceu o Salvador pode aprofundar sua humana, sobretudo do pecado e do maligno, na vida nele e moldar suas ações de acordo com a vida e alegria de conhecer a Deus e ser por Ele conhecido, o ensinamento do Mestre. de o ver e se entregar a Ele” (DNC 30). O querigma também pode ser aprofundado Por querigma devemos entender o anúncio sob a ótica da amizade. Para isso poderá utilizar do alegre de Jesus, que nos leva a conhecer e amar a livro O pequeno príncipe o encontro do príncipe com sua pessoa como presença a salvadora de Deus na a raposa em que se estabelecem uma profunda história da humanidade e em nossa história pessoal amizade, para fazer uma comparação com a de vida. Diante do querigma, a pessoa se decide amizade que Ele quer aprofundar com cada um, livremente pelo Cristo, encantando-se com Ele e sua explicando que para isso Jesus quer cativar os proposta, reorientando toda a sua vida num processo catequizandos e ser cativado por eles. Aproveite as de conversão constante e crescente. narrativas! Elas são sempre bem vindas! Conte as O querigma apresenta os principais fatos da narrativas com arte, com entusiasmo, para que o vida de Jesus, que o fazem reconhecê-lo como catequizando saboreie o que é contado. Pode ser Senhor de nossas vidas, nosso mais e mais íntimo organizado um pequeno teatro, ou apenas feita uma amigo. E preciso apresentar que Ele é o Filho de leitura. (Cf. SAINT-EXUPERY. O pequeno príncipe. Deus, enviado pelo Pai para ser uma pessoa como 48 ed. Rio de Janeiro: Agir, 2002, p. 66-69) nós. Viveu igual a nós em tudo, sendo muito bom para com todos. Amou a todos os que dele se Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol. I, aproximaram e, por amar tanto, enfrentou a morte e Ed. Vozes, 2008 – p. 11. a venceu, ressuscitando. A Igreja é a comunidade das pessoas que quiseram ser amigas de Jesus e seguir seus passos. 10 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III 2º ENCONTRO: MISSA : ORIG EM, GESTOS E SÍMBOLOS 1. Objetivo: Levar o catequizando a compreender que sua participação na missa faz crescer a sua unidade com os outros e com Deus. Compreender que os gestos e símbolos usados na liturgia ajudam a participar melhor das celebrações. 2. Conteúdo do Encontro: Explicar a Instituição da Eucaristia, como deve ser a nossa participação e os símbolos litúrgicos presentes na missa. 3. Desenvolvimento do Tema: Distribua caixinhas de presente para cada catequizando. Dentro deve estar um pedaço de papel escrito “Eu dou minha vida por você” e uma imagem de Jesus impressa colada no fundo da caixa. Pode ser colocada uma bala para acompanhar o bilhete. Converse com os catequizandos sobre os presentes que eles recebem no Natal ou aniversário, o que sentem? Peça que abram os presentes e pergunte o que sentiram ao recebê-lo. Explique que este é o maior presente que Deus nos dá: sua vida por nós! Explicar que a Missa se parece com uma festa de aniversário (ver a história no final do Aprofundamento). Mostre o quadro da Santa Ceia, perguntando o que significa a imagem, qual fato está representado, introduzindo o tema. Convide-os a imaginar a seguinte cena: Uma pessoa está à beira da morte, reúne seus familiares e amigos, pois tem coisas muito importantes para dizer. Ele sabe que vai morrer e a única coisa que resta é deixar suas últimas palavras. Ler Lucas 22, 7-20, a partir da leitura explicar que nesta Ceia Jesus nos deixou a Eucaristia, deixou-nos um presente. Jesus disse a eles que deveriam celebrar inúmeras vezes aquela ceia, até que Ele retornasse. E todas as vezes que repetissem tal gesto, Ele estaria presente. Na Igreja que nasceu com os primeiros cristãos, obedeceram a ordem de Jesus de fazer memória daquele dia como vemos em 1Cor 11, 23-26, a Igreja foi se organizando e orientando e então temos a missa como ela é hoje. Leve os catequizandos á Igreja e converse sobre os gestos que usamos no cotidiano, pode-se usar o canto “Deus Trino” cantando e fazendo gestos durante o canto. Conversar sobre os principais gestos para bem participar da missa e as atitudes de respeito dentro da Igreja, diante do Santíssimo – andar de forma respeitosa, sem correrias. 11 Nos bancos repita com eles os gestos mais comuns, sentar, levantar, ajoelhar... explicando o sentido de cada gesto. Muitos símbolos usados na Liturgia têm sua origem no Antigo Testamento: era no altar que o sacerdote fazia os sacrifícios a Deus. Ler Ex 30, 1-11. Falar sobre os demais objetos e símbolos litúrgicos – mostrar o que está dentro da Igreja e em seguida voltar para a sala e utilizar as figuras. 4. Leitura utilizada: Lc 22, 7-20; 1Cor 11, 23-26; At 4, 32-35; Ex 30, 1-11. 5. Ambientação: Arrumar a mesa com o Quadro da Santa Ceia e as figuras, vela, flor, imagens e Bíblia – parte do encontro deve ser dado na Igreja para que se possa vivenciar melhor e tirar dúvidas. 6. Material utilizado: Quadro ou cartaz da Santa Ceia – Caixinhas de presente conforme a dinâmica e figuras de objetos litúrgicos. 7. Atividades: conforme o tempo disponível, podem ser feitas no momento que o catequista explica ou em casa como reforço para o catequizando. 8. Momento de Oração: Rezar o Salmo 140(141). Orientá-los de modo que reclinem a cabeça num momento de interiorização e escutem a Palavra de pé. Incentivá-los a fazer preces espontâneas Encerrar com o canto “Deus Trino”, fazendo gestos. APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA “Fazei isto em memória de mim” Ressurreição e da sua intercessão junto ao Pai" Jesus amou os seus até o fim. Sabendo que (CIC 1341). chegara a hora de partir deste mundo para voltar E fundamental compreender que o termo ao Pai, no decorrer de uma refeição, deixou-lhes "memorial" não significa uma mera lembrança de uma garantia deste amor, para nunca se afastar um fato passado. A missa não é um teatro, pois o dos seus e para fazê-los participantes da sua sacrifício que Cristo ofereceu na cruz torna-se páscoa. como sempre atual: todas as vezes que se celebra no memória de sua morte e de sua ressurreição, altar o sacrifício da cruz, acontece novamente a ordenando que seus apóstolos celebrassem-na até nossa redenção, pois a salvação de Cristo se a sua volta, instituindo igualmente o sacerdócio estende a todos os homens e mulheres de todos (cf. CIC 1337). os tempos. A Páscoa de Cristo tem um significado Instituiu, assim, a Eucaristia Jesus escolheu o tempo da páscoa para dar aos seus discípulos seu Corpo e seu Sangue (cf Lc salvífico que é continuamente atualizado na mesa da Eucaristia (cf. CIC 1364). 22,7-20). No entanto, ao celebrar a última ceia Para se compreender melhor a Eucaristia, é com seus apóstolos, durante a refeição pascal, necessário perceber as três dimensões de tempo Jesus deu novo sentido à páscoa judaica (cf. CIC em que ela se coloca: 1339-1340). "O mandamento de Jesus de repetir seus gestos e suas palavras 'até que Ele volte' não Passado (recordação da ceia): "na noite em que foi entregue ... " (1 Cor 11,23); Presente (memória atualizante do sacrifício e pede somente que se recorde de Jesus e do que ação de graças pela sua obra salvadora): Ele fez. "Todas as vezes ... " (1Cor 11, 26); Visa a celebração litúrgica, pelos apóstolos e seus sucessores, do memorial de Cristo, da sua vida, da sua Morte, da sua 12 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III Futuro: antecipação da vinda do Senhor e a compromisso de vida entre duas pessoas que se esperança de sua volta "até que Ele venha" amam. Assim, o símbolo vai além do aspecto racional (1Cor 11, 26b). da pessoa, ele envolve os sentimentos, emoções, Em At 2,42.46, já se percebe que os afetos ... primeiros cristãos são fiéis ao mandato do Nossa experiência cristã é marcada por Senhor. "Era sobretudo 'no primeiro dia da muitos símbolos, ou seja, os sinais sagrados que semana', isto é, no domingo, a dia da Ressurreição servem como "pontes" que nos levam ao encontro de Jesus, que os cristãos se reuniam 'para partir com Deus. Para nós cristãos tem um forte a pão' (At 20,7). Desde aqueles tempos até as significado a cruz, a vela, as imagens, o pão, o nossos dias a celebração da Eucaristia perpetuou- vinho, a água, o óleo e tantos outros símbolos que se, de sorte que hoje a encontramos em toda nos colocam em comunhão com Deus. Muitos parte desses símbolos estão presentes numa Celebração na Igreja, com a mesma estrutura fundamental. Ela continua sendo a centro da vida da Igreja." (CIC 1343). Eucarística. No entanto, é importante a distinção entre “Se os cristãos celebram a Eucaristia desde símbolos litúrgicos e arranjos, adereços e as origens, e sob uma forma que, na sua enfeites no ambiente de celebração. Embora substância, não modificou apesar da mudança dos agrade aos olhos um bom arranjo de flores, o tempos exagero pode ser empecilho para se perceber a e das liturgias, é porque temos consciência de estarmos ligados ao mandato de Jesus, dado na véspera de sua paixão: 'Fazei isto em memória de mim' (1Cor 11,24-25)." (CIC 1356). Cabe ainda ressaltar que as palavras da consagração repetidas pelo Também hierarquia é nos preciso elementos estabelecer uma simbólicos numa Celebração Eucarística. o ambão, ou Mesa da são Palavra, e o altar, a Mesa da Eucaristia, são eficazes, tornando Cristo realmente presente. elementos simbólicos que devem ter um destaque "No Santíssimo Sacramento da Eucaristia estão especial no espaço do ambiente de celebração. 'contidos Devem ser belos por si. De preferência sem verdadeiramente, sacerdote presença do símbolo litúrgico. realmente e substancialmente a Corpo e a Sangue juntamente enfeites, ou pelo menos discretos. com a alma e a Divindade de Nosso Senhor Jesus Ninguém mais que Jesus mostrou o quanto o Cristo e, por conseguinte, o Cristo todo." (CIC ser humano é importante, pois Ele mesmo se fez 1374). O ato de consagrar torna real o mistério humano, para falar mais de perto conosco. Um da transubstanciação, pois as substâncias do pão e gesto, um sorriso, um aperto de mão ... expressa o do que uma pessoa pensa ou sente. A Constituição vinho se transformam: tornam-se outra realidade - o Corpo e o Sangue do Senhor. Sacrosanctum Concilium adverte sobre a Gestos e Símbolos participação Nós humanos, por sermos dotados de razão, aclamações do povo, as respostas, os cânticos, os damos sentido ao mundo que nos rodeia. Tudo nos fala, porém é preciso prestar atenção, ver e ouvir o ativa na Liturgia através das gestos e o porte do corpo (cf. SC 30; 568). Muitos gestos podem ser utilizados e que as pessoas, as coisas e os acontecimentos querem valorizados na celebração: elevar as mãos, curvar-se, nos dizer. Isto nos possibilita relacionarmos com o prostrar-se, dançar, bater palmas, caminhar em mundo, com as pessoas e com Deus. Através desses procissão. Muitos dos gestos são ligados a cultura do símbolos, que expressam nossas idéias e sentimentos, povo: dar as mãos, abraçar, oferecer velas, flores. podemos facilitar nossa comunicação. Por exemplo: Também são usados símbolos fortes que expressam a uma aliança de casamento tem um sentido muito luta do povo: cruz, instrumentos de trabalho, maior que o de ser simplesmente um anel. Ela sela um alimentos, a terra ... 13 Em pé: sinal de Ressurreição. Posição daquele que "O altar da nova aliança e a cruz do ouve e está pronto para obedecer. Sinal de Senhor, da qual brotam os sacramentos do disponibilidade. Mistério Pascal. Sobre o altar, que e o centro da igreja, se faz presente o Sacrifício da Cruz De joelhos: ajoelhar-se diante de alguém e sob os sinais sacramentais. Ele e também a reconhecer sua soberania. mesa do Senhor, para a qual o povo de Deus e Filipenses 2,10: "Ao nome do Senhor, todo joelho convidado" (CIC 1182). se dobre no céu, na terra e debaixo da terra". "A dignidade da Palavra de Deus exige Diz São Paulo aos Inclinado: em sinal de penitência, na oração do que exista na igreja um lugar que favoreça o ato penitencial e na hora de dar o "sim" durante a anuncio desta Palavra e para a qual, durante a Liturgia da Palavra, se volta espontaneamente bênção. a atenção dos fieis" (CIC 1184). o padre, Mãos proclamando as palavras de Cristo, simboliza levantadas: sinal de Ressurreição. Simbolizam o orante, aquele que suplica, aquele sua presença como ministro que conduz a que entrega, aquele que louva. comunidade e repete a ação de Jesus Cristo no Em procissão: a história da salvação começou com gesto de repartir o pão. uma procissão: Abraão e sua família saem rumo à Ao celebrarmos, ajudados pelos símbolos terra prometida; atualmente seu sentido é o de sagrados, fortalecidos pela Palavra de Deus que uma peregrinação do povo de Deus rumo à casa do nos orienta, em cada celebração, passo a passo, Pai. dia-a-dia, símbolo a símbolo, envolvidos por inteiro, corpo, alma, emoções e pensamentos, vamos caminhando na direção de Deus e acolhendo a Ele, que sempre vem em nossa direção. "Em nossas celebrações religiosas há muitos Também os símbolos Iitúrgicos são de grande importância para favorecer a oração, a comunhão da comunidade com Deus. Eis os principais: objetos, gestos e atitudes especiais de pessoas: Altar: é a mesa da ceia do Senhor, onde e altar, cruz, livros, luzes, toalhas, palavras, mãos celebrada a Eucaristia. postas, mãos estendidas, sinal da cruz, genuflexão, procissões ... Eles entram na Liturgia Ambão ou mesa da Palavra: geralmente esta como símbolos ou sinais significativos" (AVLB 40). "mesa" da palavra tem uma forma de uma estante, muito em cima da qual se coloca a Bíblia. Mas pode ter importantes como atitudes da assembléia em também a forma de um púlpito ou "ambão", oração. Também são formas de rezar. Eis os principalmente nas igrejas maiores. A mesa da principais gestos e posturas assumidos pela Palavra fica do lado direito do altar. Os Gestos e posturas são comunidade que celebra: Genuflexão: gesto de Âmbula, Cibório ou Pixide: espécie de cálice com adoração diante do aos fiéis. A hóstia usada pelo sacerdote é de Santíssimo Sacramento. Sentado: posição de escuta, para ouvir e acolher as leituras e a homilia. Também permanecemos sentados durante o tampa para conservação e distribuição das hóstias ofertório, quando oferendas são apresentadas ao Senhor. as tamanho maior, apenas para permitir que seja mais bem vista pela assembléia. Após a celebração o vaso sagrado, contendo as hóstias consagradas é guardado no Sacrário. Cálice: onde se deposita o vinho que vai ser consagrado. O vinho usado é puro de uva. 14 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III Patena: pequeno prato de metal, no qual é da túnica. É distintivo do ministro ordenado, do colocada a hóstia grande. poder sacerdotal. Pala: peça quadrada dura, que serve para cobrir o Toalha: é algo próprio da mesa da refeição. Tem cálice. aspecto de festa, de alegria e solenidade. Sanguíneo: toalhinha comprida, branca, usada Flores: para purificar (enxugar por dentro) o cálice. Representam Manustérgio: toalha usada pelo sacerdote para enxugar as mãos. Corporal: é uma espécie de toalhinha quadrada que fica no centro do altar, onde se coloca a hóstia consagrada, o Corpo de Cristo. Galhetas: duas garrafinhas que contem água e vinho. A água vai ser usada para ser misturada para a ornamentação também do altar. manifestação da sensibilidade da vida. Vela ou Círio: representam a luz de Cristo. A chama da vela é o símbolo da fé que recebemos de Jesus "Luz do Mundo", no batismo e na crisma. Crucifixo: lembra o calvário. No altar celebramos o Sacrifício no qual Cristo, na cruz, ofereceu-se ao Pai com o vinho no ofertório, significando toda a Missal: livro grosso que contem os ritos da Missa, humanidade salva em Cristo pelo seu sangue com exceção das partes móveis. É um manual de derramado na cruz; e para purificar o cálice. celebração. Túnica: manto branco ou de cor neutra que Lecionário: traz as leituras, o Evangelho e o Salmo lembra a túnica de Jesus, o modo de vestir do seu do dia tempo. Significa que o padre está a serviço. Estola: paramento em forma de faixa vertical Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, vol. comprida. Desce do pescoço e é colocada por cima III, Vozes, 2004 – p. 58-59 e 76 a 78. A SANTA MISSA E A FESTA DO CEBOLINHA Você também foi convidado para a festa de aniversário do Cebolinha. Preste muita atenção em tudo que acontece, depois nós vamos ver que a Missa é uma festa também! Cebolinha está muito feliz! É seu aniversário! Ele convidou muitas pessoas para sua festa. Dona Maria Cebola, a mãe do Cebolinha, preparou tudo com muito carinho: bolo, enfeites, mesa, músicas, brincadeiras... Cada pessoa que chegava para a festa era recebida com alegria pela família, deixando todos muito à vontade. O Cascão e o Cebolinha estavam de mal por causa de uma briga no futebol, mas Cascão aceitou o convite do amigo e quando chegou à festa, abraçou o Cebolinha e pediu desculpas. As pessoas estavam animadas e conversavam sobre suas vidas, sobre os acontecimentos da última semana, sobre seus problemas e suas alegrias. Então, o Seu Cebola, pai do Cebolinha, começou a contar 15 coisas de quando ele ainda era bem pequenino. Falava com orgulho de como o seu filho era esperto, bonzinho, inteligente... Muitas pessoas começaram a abraçar o Cebolinha, desejando-lhe feliz aniversário, tudo de bom e que Deus lhe iluminasse e lhe cobrisse de bênçãos. O Cebolinha ganhou muitos presentes. As pessoas que chegavam, vinham lhe ofertar seu presente com um grande sorriso de felicidade. Sua mãe trouxe um bolo lindo e colocou sobre a mesa, junto com os refrigerantes. Cebolinha estava abrindo seus presentes, cada um lhe dava mais alegria que o outro... Então, ele olhou para sua mãe e falou: “Lembla, mãe? No ano passado a vovó estava aqui também. Agola ela já está lá no céu, e eu sei que um dia nos vamos nos encontlar com ela, junto com Nossa Senhola, os anjos e os santos... Por falar em santo, que bom que o Padle João veio, né mãe?” “É mesmo Cebolinha. Ele batizou você quando ainda era um bebê e agora tá aqui festejando seu aniversário!” Chegou a hora de cantar PARABÉNS. Todos ficaram de pé, se aproximaram da mesa e cantaram com entusiasmo. Partiu-se o bolo e serviu-se o refrigerante. Todos comeram e beberam. Estava uma delícia!!! Cada um que ia embora agradecia a família pela festa, pela receptividade, por tudo. E se despediam com um sorriso e um até breve. No dia seguinte, Cebolinha foi brincar com seus presentes. Então, ele viu que tinha muitos, muitos brinquedos e resolveu dar alguns deles para o Cascão. Vamos entender Convite para a festa A mãe prepara a festa Os convidados são recebidos Cascão pede desculpas Conversa dos convidados Abraçam o Cebolinha Ganhando presentes Bolo e refrigerante na mesa Abrindo os presentes Cebolinha fala da avó e do padre Parabéns Comer e beber Ir embora e agradecer Dia seguinte e repartir brinquedos 16 Jesus nos convida para a Missa (seu banquete) Alguém prepara a Missa Entrada / Saudação Ato Penitencial Glória / Liturgia da Palavra Oração da comunidade Apresentação das ofertas Consagração Ofertório Oração eucarística Amém / Pai Nosso / Abraço da paz Comunhão Ação de graças / Despedida Nosso compromisso para a semana que a Missa nos pede Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III 3º ENCONTRO: ANO LITÚRG ICO 1. Objetivo: Compreender como a Igreja organizou o Ano Litúrgico para ajudar a vivenciar os principais mistérios da fé: encarnação, manifestação, paixão, morte e ressurreição de Cristo. Assimilar que a Eucaristia deve ser vivida todos os dias procurando o fortalecimento para viver como Jesus ensinou. 2. Conteúdo do Encontro: O esquema do Ano Litúrgico, momentos fortes e o tempo comum. As leituras bíblicas, as cores litúrgicas e seus significados. 3. Desenvolvimento do Tema: Motivar os catequizandos perguntando: quando começa o ano? Quando acaba? E na escola, o ano letivo, quando começa? E acaba quando? Perguntar se sabem como é na Igreja – é a mesma coisa? Quando começa? Partindo da data do Natal mostrar que o ano começa 4 semanas antes, quando começamos a nos preparar para o Natal – falar do ciclo do Natal. Falar depois do Ciclo da Páscoa que inicia na Quaresma e termina no dia de Pentecostes. Falar do Tempo Comum – que é dividido em duas partes. Mostrar no diagrama da Apostila. Explicar as cores litúrgicas e seu significado. Explicar as leituras bíblicas – Escolher leituras dos anos A, B e C nos Evangelhos sinóticos mostrando que a cada 3 anos lemos junto com a Igreja todos os Evangelhos. Fazer as leituras dos anos A, B e C para a Solenidade da Ascensão do Senhor fazendo uma comparação entre as três. Utilizar os folhetos de missa para mostrar como a Igreja se organiza de modo que em todo o mundo todos celebram o mesmo tempo litúrgico, as mesmas leituras e os sacerdotes utilizam os paramentos das mesmas cores. Ler as orações do folheto (Coleta ou Prefácio da Oração Eucarística) ressaltando o tempo litúrgico vivenciado através das orações. 4. Leituras utilizadas: Mt 28, 16-20 (Ano A); Mc 16, 15-20 (Ano B); Lc 24, 46-53 (Ano C). 5. Ambientação: Arrumar as cadeiras em círculo, mesa c/toalha, flores, vela, Bíblia, imagens. 17 6. Material utilizado: figuras simbolizando o Natal, Advento, Páscoa, Pentecostes, etc.. 7. Atividades: Fazer as atividades no final do encontro. A S C E N S A O D O S E N H O R P D B B L P R H M V P X T P Z Q R X S E V M B A T I S M O X X L E P V A B M E V N C U G P H Y S W P N R T C P A N R S D W M O P Q Z T A T N N T V N A T X P A S N B O J H I I E J G J M O C Á N A T A L N M P W C O U P V S C X S M N T R U Y Y Z X O C P L M A X Z C V D E X X V M N P S R S V Z N X B O C X Z X G H I J K T N Y Y O T D E A F X X L P Q U A R E S M A V A O U M C S W K K S T V X S Z C C B P 8. Momento de Oração: Rezar juntos a oração escolhida no folheto litúrgico. APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA O Ano Litúrgico é o ano elaborado pela O Advento é o ponto de partida e o ponto Igreja Católica para nos guiar no Mistério de de chegada de um círculo da espiral dos anos que Cristo, apresentando-nos as Verdades da Fé vivemos, caminhando ao encontro de Cristo. Católica, fazendo-nos meditar a respeito e, colaborando no aprofundamento desta mesma fé. Inspirando-se no Ano Litúrgico dos judeus que, na experiência anual do tempo, celebravam os benefícios de Deus em favor do povo escolhido, sobretudo sua libertação do Egito, a marcha pelo deserto e a Aliança do Sinai, a consciência cristã assumiu a forma das festas do O Advento apresenta sempre a tríplice vinda de Cristo: Cristo veio, Cristo vem e Cristo virá. Esta realidade é celebrada e vivida no Advento. O refrão que perpassa todo o tempo do Advento é: “Vinde, Senhor Jesus!” O Ciclo de Natal não se restringe à Festa Antigo do Natal, mas atinge as demais festas em que Testamento, dando-lhes, porém, novo conteúdo. Cristo se manifesta de alguma forma como Distribuiu-se através de um ano as principais Salvador. Temos assim sua manifestação no ações salvíficas ou mistérios de Cristo, para vivê- nascimento em Belém, celebrado no Natal. Na los, imitando ou comemorando o que Cristo fez mesma festa temos o aspecto da manifestação na pelos homens. visita dos pastores. Segue a Festa da Sagrada O Ano Litúrgico tem o seu início com o Família. A Festa da Oitava de Natal, hoje Tempo de preparação para o nascimento de Cristo chamada de Solenidade de Nossa Senhora, Mãe (Tempo do Advento), seguindo com a celebração de Deus. A Festa da Epifania, em que o Senhor se da Natividade até Sua Ressurreição e Ascensão, o manifesta aos povos como Salvador, o Batismo de dia de Pentecostes e encerrando-se com a Jesus, em que ele aparece como o Messias que proclamação de Cristo como nosso Rei, onde inicia sua missão. Temos ainda o primeiro milagre apresentamos também nossa expectativa da feliz em Caná, em que Cristo se manifesta como quem Esperança e Vinda do Senhor. tem poder. Os discípulos crêem nele. Por fim a Analisando o esquema abaixo, verificamos festa da Apresentação de Jesus Cristo ao Templo que o Ano Litúrgico consta de dois ciclos, a saber: encerra este ciclo de festas da manifestação do Ciclo do Natal - neste ciclo encontram-se o Tempo do Advento e o Tempo do Natal: 18 Senhor. No Natal vivemos o mistério do encontro entre o céu e a terra, entre o divino e o humano. Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III Deus torna-se humano para que o homem se torne Para que o cristão possa realizar sua missão divino. A eternidade penetrou no tempo para que o de sinal e testemunho do Cristo ressuscitado tempo possa mergulhar na eternidade. Isto entre os homens, para que possa viver o ideal da acontecerá, se Cristo nasceu em nós. comunidade cristã, formando mais e mais o Corpo Ciclo da Páscoa – neste ciclo místico de Cristo, para que possa viver sua encontram-se o Tempo da Quaresma, o Tríduo vocação e missão batismais de sacerdote, rei e Pascal (quinta-feira santa, sexta-feira santa e profeta, Cristo garante sua presença através do sábado até a missa da “Noite Santa” – Vigília seu Espírito. Pascal) e o Tempo Pascal, o qual começa no Pentecostes nos comunica o Espírito da primeiro domingo da Páscoa, determinado pelo unidade em que todos compreendem a mensagem primeiro domingo de lua cheia da primavera em do Evangelho anunciado por Pedro, apesar da Roma, e encerra-se com a festa de Pentecostes. variedade de línguas, porque existe a linguagem da A Quaresma só pode ser entendida e vivida fé comum em Cristo, a linguagem do amor. à luz do Tríduo Pascal da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo. Cada dia somos convidados a invocar o Espírito Santo para que, como ele formou o Cristo Fundamentalmente o Tríduo Pascal é a no seio da Virgem Maria e o torna presente sobre comemoração da morte e da ressurreição de os altares, plasme também em cada um de nós a Cristo, a Cabeça, e dos cristãos, os seus membros. imagem do cristo, e, aos poucos, vá formando o É a festa batismal da Igreja. No Cristo morto e Cristo místico que é a Igreja. ressuscitado ela celebra o novo nascimento dos Entre os dois ciclos citados acima, que são batizados e renova a Aliança batismal dos encontra-se o Tempo Comum, que tem como que já foram batizados. Por isso os dois grandes objetivo próprio despertar-nos para viver a graça temas são o batismo e a penitência: a primeira e a recebida no Tempo festivo anterior. Por isso a cor segunda conversão. litúrgica é o verde, que simboliza a esperança de O Tríduo Pascal é o centro e a síntese da celebração do Mistério da Paixão-Morte e Ressurreição de Cristo no Ano Litúrgico. ver crescer em nós o amor de Deus, que nos santifica e nos faz ir ao encontro do Senhor Jesus, “Caminho, Verdade e Vida” (Jo 14,6). A Vigília Pascal é o centro e o núcleo do O Tempo Comum foi assim denominado pelo II1. Mistério Pascal de Cristo e dos cristãos e, por Concílio Vaticano isso, de todo o Ano Litúrgico. litúrgica chamamos de Tempo comum o período do Na nova terminologia A Vigília Pascal constitui a grande Páscoa Ano Litúrgico que se estende da Epifania até a anual dos cristãos, em que se celebram os Quaresma e do Pentecostes até o Advento. São Sacramentos da Iniciação cristã e se renovam as 34 semanas. promessas do Batismo. Nesta noite, a mãe de O comum distingue-se do extraordinário, do todas as vigílias, falam alto os símbolos da vida: o festivo. No Ano Litúrgico, como em nossa vida, fogo, a luz, a água, o óleo, o pão e o vinho. existem tempos fortes de festa e tempos Cada Páscoa é um marco de renovação da ordinários, comuns. comunidade, fonte de vida, simbolizada na água do Batismo e no pão e vinho do Sacrifício Eucarístico. Como fazer com que o Tempo comum não se transforme em tempo de rotina? Primeiro, Cada cristão é convidado a se tornar devemos alimentar nossa vida naquela fonte rica presença do Cristo ressuscitado entre os irmãos dos tempos fortes que celebramos. Assim, Natal de tal modo que os homens reconheçam a face do Cristo na caridade do irmão. 1 O Concílio Vaticano II iniciou-se em 1962 sob o pontificado de João XXIII e encerrou-se em 1965 sob o pontificado de Paulo VI. 19 significa nascimento, manifestação do Senhor na no ano C, meditamos à luz do evangelho de S. história dos homens. Então, este Cristo que Lucas. O evangelho de S. João, chamado de quarto nasceu, este Cristo que se manifestou, deseja evangelho, é lido em todos os três anos nos prolongar a ação de nascer e manifestar-se após tempos festivos de Natal e Páscoa. Todo ano cujo as solenidades. Cristo quer encarnar-se cada dia número seja divisível por 3 é o ano C e os através dos tempos. consecutivos serão o A e B. Em 2010 vivemos o Na Páscoa vivemos o mistério da redenção, ano C, já que 2010 é divisível por 3, isto é, o ano da morte e ressurreição de Cristo, o mistério da litúrgico C. Em 2011 estaremos vivendo o ano novidade de vida em Cristo ressuscitado. Será litúrgico A. necessário que a semente lançada à terra na Páscoa, quando renovamos as É importante que vivenciemos o ano promessas litúrgico, pois este tem a mesma finalidade da batismais, e fecundada pelo dom do Espírito de vinda do Senhor Jesus: dar-nos a vida eterna (“Eu Pentecostes germine, desabroche, nasça, cresça e vim para que todos tenham vida e a tenham em dê muito fruto. plenitude” – Jo 10,10), adquirida no momento de O Tempo Comum nos leva a valorizar o nosso batismo, graças à Ressurreição de Jesus, e tempo que Deus nos concede. Os grandes e os que cresce à medida em que vivemos o mistério do pequenos Cristo no tempo da Igreja, celebrando cada tempo acontecimentos são percebidos no tempo e, por outro lado, os acontecimentos nos fazem perceber o tempo. "O Tempo comum não é tempo vazio. É litúrgico. É válido lembrar que no folheto de missa, distribuído nas Igrejas para que possamos tempo de a Igreja continuar a obra de Cristo nas acompanhar a celebração, encontra-se no alto da lutas e nos trabalhos pelo Reino." (CNBB - primeira página, a descrição do domingo que Documento 43, 132) estamos vivendo, por exemplo: 20º Domingo do O Concílio Vaticano II, considerando ainda, Tempo Comum ou 3º Domingo do Tempo que não há tempo suficiente em apenas um ano Pascal....Desta forma poderemos nos situar no litúrgico para serem lidos os quatro evangelhos calendário do Ano Litúrgico. (Mateus, Marcos, Lucas e João) nas missas de domingo, determinou que o fizéssemos em três anos. Assim sendo, temos os anos litúrgicos A, B e C. No ano litúrgico A, meditamos o Mistério do Cristo à luz do evangelho de S. Mateus. No ano B, meditamos à luz do evangelho de S. Marcos e do sexto capítulo do evangelho de S. João. Por fim, 20 Fontes: Celebrar a vida cristã, A. Beckhäuser, Vozes, 9ª ed., 2000. Site: www.auxiliadora.org.br/liturgia/anoliturgico.htm Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III CORES LITÚRGICAS Dizem respeito às vestes litúrgicas, e à toalha do ambão . São elas: O BRANCO - Simboliza a vitória, a paz, a alma pura, a alegria. Usa-se: na Quinta-feira Santa, na Vigília Pascal do Sábado Santo, em todo o Tempo Pascal, no Natal, no Tempo do Natal, nas festas dos santos (quando não mártires) e nas festas do Senhor (exceto as da Paixão), nas festas e memória da Bemaventurada Virgem Maria, dos Santos Anjos, na festa de Todos os Santos, São João Batista, São João Evangelista, Cátedra de São Pedro e Conversão de São Paulo. É a cor predominante da ressurreição. O VERMELHO - Simboliza o fogo, o sangue, o amor divino, o martírio. É usado: no Domingo de Ramos e da Paixão, na Sexta-Feira santa, no Domingo de Pentecostes, nas festas dos Apóstolos, dos Santos mártires e dos Evangelistas. O VERDE - É a cor da esperança. Usa-se no Tempo Comum. (Quando no TC se celebra uma festa do Senhor ou dos santos, usa-se então a cor da festa). O ROXO - Simboliza a penitência. Usa-se no Tempo do Advento e da Quaresma. Pode-se também usar nos ofícios e missas pelos mortos. (Quanto ao Advento, está havendo uma tendência a se usar o violeta, em vez do roxo, para distingui-lo da Quaresma, pois Advento é tempo de feliz expectativa e de esperança, num viver sóbrio, e não de penitência, como a Quaresma). O PRETO - É símbolo de luto. Pode ser usado nas missas pelos mortos, mas nessas celebrações pode-se usar também o branco, dando-se então ênfase não à dor, mas à ressurreição. O ROSA - Simboliza também a alegria. Pode ser usado no 3º Domingo do Advento, chamado "Gaudete", e no 4º Domingo da Quaresma, chamado aqui "Laetare", ambos domingos da alegria. 21 4º ENCONTRO: MISSA – MESA DA PALAVRA 1. Objetivo: Despertar os catequizandos para o sentido da Santa Missa em nossa vida cristã. Despertar o desejo de participar da missa e entender os vários momentos da celebração. Conhecer os fundamentos da missa para melhor participar dela e vivenciá-la. Reconhecer a Eucaristia como sacramento do amor, da fraternidade e da partilha 2. Conteúdo do Encontro: A presença de Jesus na celebração da missa, através da Palavra, da pessoa do sacerdote, do altar e da Eucaristia. Na missa cumprimos o importante papel de povo de Deus. Tornamo-nos um só corpo em Cristo. Cada catequizando faz parte desta comunhão, desta união de fé e amor, deste povo que Deus ama. Explicar a missa parte por parte. 3. Desenvolvimento do Tema: Converse com os catequizandos para saber que vivência eles têm sobre a missa, em especial sobre o que acontece no ambão e no altar – mostrar as duas partes principais da missa. Leia o texto bíblico Lc 24, 13-34 e motive-os a conversar sobre os personagens do texto e o que se passa com eles. Faça a comparação do que se passa na leitura com a missa: (1) o encontro dos personagens com Jesus, (2) o desânimo, (3) os ensinamentos de Jesus, (4) a refeição, (5) a alegria ao reconhecer Jesus Ressuscitado. Recordar com os catequizandos o que acontece no início da missa (acompanhar no folheto litúrgico), explicando a importância de cada momento: a procissão de entrada, o beijo no altar, a saudação do sacerdote, o ato penitencial, o glória, a oração da Coleta... Realizar uma procissão levando os objetos para compor a Mesa da Palavra: toalha branca, a bíblia, as flores e as velas acesas. Escolher para a Liturgia da Palavra os textos do domingo que antecede o encontro. Fazer a leitura do texto do Antigo Testamento, do salmo e do Evangelho, precedido por um canto de Aclamação. Faça uma breve reflexão dos textos mostrando como se inter-relacionam (aproveitar a homilia do domingo anterior). Faça a oração do Credo e conclua com a Oração da Comunidade que podem ser espontâneas ou preparadas pelo catequista. 4. Leitura utilizada: Lc 24, 13-34. 5. Ambientação: Arrumar as cadeiras em círculo, mesa c/toalha, flores, vela, Bíblia, imagens.. 6. Material utilizado: Providenciar o material da Mesa da Palavra. 7. Atividades: Levar folheto da missa da próxima semana ou Liturgia Diária para ajudar os catequizandos na atividade. 8. Momento de Oração: Motivar os catequizandos a fazer preces espontâneas. 22 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA A Eucaristia é celebrada na missa. Portanto, não é uma simples celebração humana, mas resultado preferência aos cantos que traduzem o conteúdo da festa ou da ocasião. da própria vontade de Jesus de se encontrar com os Saudação do altar e do povo. A assembléia homens de todos os tempos: "Tenho desejado está reunida em nome da Santíssima Trindade. O ardentemente comer convosco esta Páscoa antes de Cristo está presente no símbolo do altar e na sofrer" (Lc 22,15). Assim, participar da missa é assembléia. Por isso o Celebrante saúda o altar com responder positivamente ao convite de amor feito um beijo, abre a celebração em nome da Santíssima par Jesus. E o melhor meio para participar da missa Trindade e saúda a assembléia, desejando-lhe o é conhecer seu significado na vida da Igreja, na vida amor do Pai, a graça de Cristo, e a comunhão do da família e na vida de cada cristão, e compreender Espírito Santo. O Ato Penitencial é um convite que o o seu ritual. Como celebramos? sacerdote faz para que todos façam um exame de A Celebração Eucarística é um todo. Não há consciência e reconheçam os seus pecados. Na como dividi-la. Mas nela há momentos distintos. Por verdade, todos nós somos pecadores. São João, em isso, é importante conhecer o sentido de cada sua primeira epístola diz: “Aquele que disser que não momento e compreender sua finalidade no conjunto possui pecado é um mentiroso”. da celebração. É composta de quatro momentos: O Ato Penitencial deve ser precedido do Ritos Iniciais, convite para a penitência. Este convite deve ser Liturgia da Palavra, feito pelo sacerdote e pode ser espontâneo ou Liturgia Eucarística, e os seguir uma fórmula pré-estabelecida. Ritos Finais Trata-se de um reconhecimento de todo tipo Os ritos iniciais da Missa como a temos hoje de culpa (pensamentos, palavras, atos e omissões) são os seguintes: canto de entrada; saudação do juntamente com um pedido de intercessão à Igreja altar e do povo reunido; ato penitencial; “Senhor, Triunfante e Militante: a chamada comunhão dos tende piedade de nós”; Glória, nas Solenidades santos. Festas e Oração coleta. Os elementos como os Terminado o Ato Penitencial, o sacerdote temos hoje foram assim dispostos pela reforma do concede a absolvição, e a assembléia conclui com um Vaticano II. Amém! Entrada e saudação são dois elementos O Ato Penitencial pode ser substituído por iniciais que se completam. Normalmente a entrada é outros ritos que tenham o mesmo caráter. Assim, o canto que acompanha a entrada dos ministros. por exemplo, se o povo vier em procissão de outro Mesmo quando não cantado, convém que seja lugar, não se realiza o rito penitencial. proclamado por alguém da assembléia. Apenas Em seguida o povo é convidado a cantar ou quando ninguém da assembléia proclama o canto, o recitar o Glória. Normalmente é cantado ou recitado próprio Celebrante o faz depois da saudação, antes nos Domingos fora do tempo do Advento e da do rito penitencial. Quaresma, A finalidade desse canto é abrir a celebração, nas solenidades e festas e em celebrações especiais mais solenes. promover a união da assembléia, introduzindo-lhes a O encerramento do rito de acolhimento ou de mente no mistério do tempo litúrgico ou da festa, e entrada é feito pela Oração da coleta. O sacerdote acompanhar a procissão do sacerdote e dos convida os fiéis à oração. Aqui é necessário que se ministros. O canto de entrada quer apresentar o deixe um tempo conveniente para a oração silenciosa tema do dia; abrir a celebração. Deve-se dar dos fiéis. O sacerdote pode ajudar a despertar a 23 oração silenciosa através de algumas palavras. A Terão que confrontar sua vida com a vontade assembléia faz sua a oração, unindo-se a ela e dando de Deus. Se ela não for conforme, deverão o seu assentimento através da aclamação: Amém! converter-se. Se descobrirem nas palavras do Em seguida iniciamos a Liturgia da Palavra. Compreenderemos melhor a Liturgia Senhor a sua grandeza, a sua resposta será de da louvor. Se se sentirem pequenos e fracos, pedirão Palavra, se considerarmos o que nos ensina a que Deus renove neles as suas maravilhas (Cf. Ne 9). Sagrada Escritura: A Palavra de Deus será de criação como no Deus havia libertado o povo de Israel do Egito início do mundo e aos pés do Monte Sinai, se nos para com ele fazer uma aliança no Sinai: “Moisés abrirmos a ela. Se, no entanto, nos fecharmos, subiu para Deus, e o Senhor o chamou do alto da acontecerá o que se deu na sinagoga de Nazaré. montanha nestes termos: Eis o que dirás à família de No início, todos tinham os olhos fixos em Jacó, eis o que anunciarás aos filhos de Israel: Jesus, mas não demorou que se opuseram a ele e o Vistes o que fiz aos egípcios, e como vos tenho expulsaram. Aconteceu que Cristo passou por entre trazido sob asas de águia para junto de mim. Agora, eles e se retirou (Cf. Lc 4,28-30). pois, se obedecerdes a minha voz, e se guardardes Na Constituição Litúrgica do Vaticano II se lê minha aliança, vós sereis o meu povo particular entre o seguinte: “Nunca a Igreja deixou de se reunir para todos os povos. Toda a terra é minha, mas vós me celebrar o mistério pascal: lendo 'tudo quanto a ele sereis um reino de sacerdotes e uma nação se referia em todas as Escrituras' (Lc 24,27) e consagrada. Veio Moisés e comunicou-lhes as celebrando a Eucaristia” (nº 6). palavras que o Senhor lhe ordenara. E todo o povo Desde os primeiros séculos do Cristianismo, a respondeu a uma voz: 'Faremos tudo o que o Senhor Celebração Eucarística era precedida de leituras da disse'” (Ex 19,3-8). Sagrada Escritura. Hoje, como antigamente, a Segue a proclamação dos Mandamentos e de liturgia da Palavra se compõe essencialmente da outras leis que manifestavam a vontade de Deus. Por proclamação da Palavra de Deus e da resposta da fim o encontro do povo de Israel com seu Deus se assembléia pela oração. concluiu com o Sacrifício da Aliança (Cf. Ex 24,3-8). Assim, a primeira proclamação consta de um Vejamos os elementos: trecho do Antigo Testamento ou do Novo, exceto os 1) A proposta de Deus – Deus faz uma Evangelhos, ao passo que a segunda é tirada desses proposta. Quer fazer daquele povo o seu povo, o últimos. Aos Domingos e Festas poderá haver povo da herança. Coloca, porém, uma condição: “se normalmente três leituras na seguinte ordem: obedecerdes a minha voz”. A justificação dessa Antigo Testamento, Cartas do Novo Testamento, exigência é o fato de tê-lo libertado do Egito, pois incluindo os Atos e o Apocalipse, e Evangelhos. Há, fala como quem tem poder. porém, celebrações com mais de três leituras, como 2) A resposta do povo – o povo de Israel por exemplo a Vigília Pascal. A proclamação da colocou-se numa atitude de abertura para Deus. Palavra de Deus se prolonga no confronto da homilia. Dispôs-se a escutar a sua vontade, a conformar a A resposta de assentimento da assembléia se própria vida a ela: “Faremos tudo o que o Senhor expressa pelo canto de meditação, pelo Creio e pela disse”. oração dos fiéis. Ora, “uma vez que o próprio Cristo está Pela proclamação de sua Palavra, Deus presente pela sua palavra, pois é ele mesmo que fala continua a falar aos homens, a transmitir-lhes sua quando se lêem as Sagradas Escrituras na igreja”, os mensagem, a reunir o seu povo disperso. Ele propõe fiéis sempre de novo uma aliança à assembléia reunida. reunidos em assembléia também são convidados a tomar uma atitude diante da Palavra de Deus, proclamada na Liturgia da Palavra. 24 Esta, por sua vez, escutando a Palavra e auxiliada pelas palavras da homilia, descobre a Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III mensagem, contempla e proclama sempre de novo e Toda a Liturgia da Palavra, prolongada na cada vez mais as maravilhas operadas em seu favor, homilia, quer, no contexto da Eucaristia, despertar a e assim, renova continuamente a Aliança com seu conversão, despertar os motivos de ação de graças, Deus. Recordando as maravilhas operadas por Deus ou seja, a Eucaristia, e preparar, ou melhor através de Cristo, a assembléia fortifica sua fé, desencadear uma atitude sacrifical que brota, sem aumenta sua esperança e intensifica o amor ao seu dúvida, da conversão, isto é, da vontade de nos Deus. conformarmos com a vontade do Pai, a exemplo de Consciente, porém, de sua fraqueza, pede Cristo. A oração do Creio é rezada apenas nas missas forças para cumprir vontade de Deus, a exemplo de Cristo. dominicais e solenidades “tendo por objetivo levar o Só compreenderemos o alcance da Liturgia da povo a dar seu assentimento à Palavra de Deus Palavra, se não a considerarmos como simples ouvida nas leituras e na homilia, bem como recordar- leitura, mas se crermos que é Cristo mesmo que fala lhe as regras de fé antes de iniciar a celebração da quando se lêem as Sagradas Escrituras na Igreja e Eucaristia” (Instrução Geral nº 43). quando a Igreja ora e salmodia. A oração dos fiéis ou Oração universal é um Na Liturgia nunca se proclamam duas leituras elemento importante em toda Liturgia da Palavra. seguidas, sem a interposição de algum canto ou Era comum no Antigo Testamento que o povo desse Salmo. São os cantos interlecionais. sua resposta de louvor e de pedido à Palavra de O Canto que segue a primeira leitura é o Deus proclamada, como, por exemplo, o Povo de Salmo Responsorial. É o canto ou a recitação de um Israel aos pés do Monte Sinai, que respondeu: salmo em resposta à primeira leitura. Faz parte “Faremos tudo conforme o Senhor disse e seremos integrante da Liturgia da Palavra, constitui como que obedientes” (Ex 24, 7). mais uma Leitura, tirada do Livro dos Salmos. São Paulo recomenda a Timóteo “que se façam Nele, Deus fala através da atitude orante do súplicas e orações, ações de graças por todos os homem. Eis por que o Salmo Responsorial tem um homens, pelos reis e por todos aqueles que têm lugar privilegiado entre todos os demais cantos da autoridade, para que tenhamos vida calma e Missa. Não deve ser substituído por outro canto tranqüila, com toda a piedade e honestidade” (1Tm correspondente. 2, 1-2). Se o Salmo se refere à leitura que precedeu, A comunidade pede pelas necessidades da a Aclamação do Evangelho se refere ao que vai Igreja; pelos poderes públicos e pela salvação do seguir. Será normalmente o Aleluia com um verso do mundo; pelos que sofrem qualquer dificuldade e pela Evangelho fora do tempo da Quaresma e outra comunidade local. aclamação correspondente durante a Quaresma. Cabe ao sacerdote celebrante dirigir a Importante é fazer coincidir a aclamação com o oração, convidando os fiéis a rezar, por meio de uma momento em que o Livro dos Evangelhos é conduzido breve exortação e concluindo com uma súplica. Toda solenemente pelo Sacerdote ou Diácono para o lugar a assembléia exprime a sua súplica, seja por uma da proclamação. Pois o que se aclama é o Cristo invocação comum após a intenção proclamada presente no seu Evangelho. (Senhor, escutai a nossa prece!), seja por uma A homilia explana a Palavra de Deus; ajuda os fiéis a confrontarem sua vida com a Palavra de Deus proclamada, para desertar neles a conversão que então se expressará através da profissão de fé, através da oração dos fiéis e da própria Liturgia Eucarística. oração em silêncio (cf Instrução Geral nº 45-47). Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol. III, Ed.Vozes, 2008 – p. 112-113. Celebrar a vida cristã, Frei A. Beckhäuser, Ed. Vozes, 9ª Ed. 2001 25 5º ENCONTRO: MISSA – MESA DA EUCARISTIA 1. Objetivo: Despertar os catequizandos para o sentido da Santa Missa em nossa vida cristã. Despertar o desejo de participar da missa e entender os vários momentos da celebração. Conhecer os fundamentos da missa para melhor participar dela e vivenciá-la. Reconhecer a Eucaristia como sacramento do amor, da fraternidade e da partilha 2. Conteúdo do Encontro: A presença de Jesus na celebração da missa, através da Palavra, da pessoa do sacerdote, do altar e da Eucaristia. Na missa cumprimos o importante papel de povo de Deus. Tornamo-nos um só corpo em Cristo. Cada catequizando faz parte desta comunhão, desta união de fé e amor, deste povo que Deus ama. Explicar a missa parte por parte. 3. Desenvolvimento do Tema: Reler o texto bíblico Lc 24, 13-34 e reiniciar a comparação do ponto onde parou na Liturgia da Palavra. Realizar a procissão levando os objetos para compor a Mesa da Eucaristia. Ler o texto bíblico Lc 22, 14-20, e fazer a comparação com as palavras do sacerdote na missa. Explicar as partes da Liturgia Eucarística ajudando os a perceber o significado das orações e dos símbolos usados na celebração. Explicar que Jesus está presente na missa na pessoa do sacerdote, na Palavra proclamada, no altar e na Eucaristia – por isso a importância da missa e do amor que devemos ter por ela. Ao encerrar o encontro convidá-los a rezar o Pai Nosso de mãos dadas ao redor da mesa e repartir o pão e o suco de uva – voltando ao encontro anterior lembrar os gestos de partilha, fraternidade e unidade. Convidá-los a assumir um compromisso de não mais faltar às missas. 4. Leitura utilizada: Lucas 22, 14-20. 5. Ambientação: toalha branca, cálice com suco de uva e pão e/ou arranjo com uvas e ramos de trigo. 6. Material utilizado: Providenciar material para a mesa da Eucaristia. 7. Atividades: Ajudar os catequizandos a refletirem sobre o texto bíblico e comparar com a missa. 8. Momento de Oração: Rezar de mãos dadas a oração do Pai Nosso. APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA Liturgia Eucarística A Liturgia mesa que nos alimenta: a Mesa da Eucaristia. Eucarística comporta três momentos: a apresentação das oferendas (pão e vinho), a consagração e a comunhão. É a segunda Nosso olhar se concentra no altar. A Eucaristia como ação de graças nos levou a refletir mais sobre a parte central da Celebração Eucarística, tradicionalmente chamada 26 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III Consagração. A reflexão da Eucaristia como excelência. Realizamo-la em atitude de alegria, de Banquete, Ceia fraterna e como Ceia do Senhor união com Deus em Cristo e com os irmãos; na nos ajudará a penetrar mais no sentido do intimidade da vida divina, em que ele mesmo se Ofertório ou da preparação das oferendas para o nos dá em alimento; realiza-se na maior amizade, Sacrifício, e na Comunhão. pois Cristo reconciliou a todos com o Pai e entre A ceia ou banquete é o sinal mais imediato, si, tornando a todos irmãos, renova-se a aliança mais fácil de perceber. A Eucaristia celebra-se com Deus e com os homens em Cristo; realiza-se em forma de ceia, como Jesus o fez antes de ser um verdadeiro intercâmbio, uma permuta entre o entregue. Esta forma ele transmitiu à Igreja para céu e a terra, entre Deus e os homens. que repetisse em memória de sua morte e ressurreição. No simbolismo do pão e do vinho podemos encontrar três níveis de significação: Vários são os elementos que lembram esta a) Pão e vinho, símbolo de nova vida e ceia. Temos o altar, a mesa do sacrifício cristão, de toda a criação – simbolizam nossa vida em torno da qual se congrega a assembléia dos conservada por Deus. Representam nossa vida, fiéis. Os elementos mais significativos são sem enquanto é criação de Deus, enquanto é dom de dúvida o pão e o vinho – comida e bebida – Deus. Não só a vida, mas tudo quanto é dado com a apresentados em bandejas e cálices. Durante a vida: a criação toda como obra de Deus. O pão e o oração Eucarística repetem-se os gestos de vinho são símbolo daquilo que o homem é. Cristo na Última Ceia. O sacerdote toma o pão e b) Pão e vinho, símbolo do que o homem cria – depois o cálice. Cristo declara que seu Corpo e simbolizam a criação do homem, enquanto ele Sangue seriam verdadeiramente comida e bebida continua a criação de Deus. Têm caráter simbólico (cf. Jo 6) e São Paulo, interpretando o significado não só no seu ser pão e vinho, mas no seu tornar- do Banquete Eucarístico, distigüindo-o de uma se pão e vinho. Para que o pão chegue a ser pão e o ceia comum, afirma: “Pois todas as vezes que vinho chegue a ser vinho, há todo um processo comerdes este pão e beberdes deste cálice, desencadeado pelo homem. Ele prepara a terra, anunciareis a morte do Senhor até que Ele venha” semeia, cuida, colhe. Mói o trigo, transforma-o em (1Cor 11, 26) massa, para que finalmente chegue a ser pão. Ele O banquete ou jantar tem por objetivo planta a videira, cuida dela, colhe a uva, fá-la exprimir uma atitude de festa. Através do passar por todo um processo de fermentação banquete, do jantar ou uma refeição fraterna para, então, saborear o fruto da videira. Por isso, realiza-se uma união, uma aliança, um encontro, um significam a ação e o trabalho do homem. intercâmbio, uma permuta, um serviço. No fundo, Abrangem não só o que o homem é, mas também o realiza-se um convívio. Quem convida alguém para que ele faz e possui através da sua ação criadora comer, quer partilhar a vida com ele, deseja fazê- como colaborador na obra de Deus. lo conviver. Quer partilhar com ele o que há de mais precioso, a vida. c) O pão e o vinho simbolizam Jesus Cristo. Na Última Ceia, Jesus relacionou o pão com seu Se aplicarmos agora a riqueza de sentido do Corpo dado, com sua morte salvadora; e o vinho banquete ou da ceia à Eucaristia, descobriremos com o Cálice do seu sangue que é derramado, com que a Celebração Eucarística é uma festa por seu sangue da nova e eterna aliança. Cristo excelência, Cristo. relacionou, portanto, o pão e o vinho com o Comemoramos a Morte e Ressurreição de Cristo mistério de sua Páscoa, de sua Paixão-Morte e com tudo o que significam para nós. Realizamos a Ressurreição. em que celebramos maior homenagem que podemos prestar a Deus Assim, na hora em que estes sinais adquirem por Cristo. A Eucaristia é um agradecimento por o seu significado na Celebração Eucarística, o pão 27 e o vinho exprimem a nossa vida, a nossa ação, A seguir, assim preparados, assim dispostos aquilo que somos e o que fazemos relacionado com e reconciliados, podem aclamar: o Pai Nosso... Cristo, conforme Cristo. como que uma resposta, a síntese final da própria Se o pão e o vinho significam a nossa vida, Oração Eucarística. É na atitude do Pai nosso, com tudo o que somos e temos, unida a Cristo, orientados todos ao Pai então o rito da preparação das oferendas é de conseqüentemente grande importância. participar da mesma mesa. como como irmãos, filhos, que e podem Quando, pois, representantes da assembléia Nessa linha do Pai nosso, dos filhos e filhas levam as oferendas ao altar, eles levam a nossa do mesmo Pai, que torna todos irmãos, que se vida, o nosso trabalho, as nossas realizações, amam e se perdoam é de importância, antes da unidos a Cristo. Podemos dizer que no mistério nós Comunhão, o rito da paz, pois só quem for capaz nos colocamos com Cristo sobre o altar para de viver a paz com o irmão pode participar da sermos transformados em Cristo e por Cristo mesa do mesmo Pai. sermos apresentados ao Pai. Por isso, após a Oração Eucarística e o Pai- Ao preparar as oferendas, o sacerdote Nosso e antes da comunhão, os cristãos desejam deposita um pouco de água no cálice com vinho. expressar por um gesto de união e de amor o que Sabemos que os judeus usavam o vinho misturado se realizou na oração comum e se há de com água na celebração da Páscoa, gesto com manifestar ainda mais profundamente na hora da certeza praticado por Jesus. O vinho, segundo a Comunhão: a conversão a Deus e ao próximo. Sagrada Escritura, lembra a redenção pelo sangue Após a fração do pão que precede o rito da e de modo particular a Paixão de Cristo, ao passo Comunhão, o Celebrante coloca uma partícula da que a água traz à mente o povo de Deus salvo das hóstia no cálice, rezando em silêncio: “Esta união águas e o novo povo de Deus nascido das águas do do Corpo e do Sangue de Jesus, o Cristo e Senhor Batismo. nosso, que vamos receber nos sirva para a vida Assim como as gotas de água colocadas no eterna”. vinho somem totalmente, são assumidas pelo A união dos dois elementos separados pelo vinho, transformadas em vinho, no Sacrifício da memorial da morte de Jesus Cristo é feita para Missão nós devemos entrar em Cristo, identificar- simbolizar nos com Ele, fazer-nos um com Ele. celebra não o Cristo morto, mas o Cristo morto e Vendo a disposição do homem, a sua ressurreição. A Eucaristia sua ressuscitado, pão vivo descido dos céus, garantia orientação ao Senhor e Criador, como rei e da imortalidade. A oração fala de um Cristo vivo sacerdote da criação com tudo o que é e possui que é Senhor nosso; um Cristo alimento; um Cristo representados pelo símbolo do pão e do vinho, alimento para a vida eterna. Deus os aceita em Cristo. Não só os aceita, mas os Em todas as missas cantamos ou recitamos transforma, os assume pela ação de graças por “Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, Cristo, com Cristo e em Cristo. A palavra dirigida tende piedade de nós”; e “Eis o Cordeiro de Deus, a Cristo no dia do seu batismo e no Monte Tabor que tira os pecados do mundo”. renova-se em cada celebração Eucarística, no O cordeiro um símbolo as de significados, ação de graças. Mas esta palavra não se restringe Escrituras. No Antigo Testamento o Cordeiro a Jesus Cristo. Ela se dirige a todos os que se tornou-se símbolo de libertação e vida de um povo inseriram na atitude de Cristo: “Este é o meu quando aspergiram os umbrais das portas com o filho, esta é a minha filha muito amados, nos quais sangue do cordeiro. E cada ano, celebrando a 28 considerarmos cheio momento em que Cristo se torna presente pela tenho posto minha complacência”. se é Sagradas Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III Páscoa, as famílias dos hebreus comiam o cordeiro Portanto, a Eucaristia continua, pois a comunidade pascal em comemoração à libertação do Egito. celebrante parte em missão. Vendo nossa generosidade, Deus nos convida No fim de cada missa o Sacerdote ou o à maior intimidade possível, à intimidade do Diácono diz: “Vamos em paz e o Senhor nos banquete, à intimidade do amor, à intimidade da acompanhe”. Na forma original: “Ide, tendes uma comunhão de vida, transformando esta relação missão a cumprir”. Missão de paz com Cristo e num comércio santo, em que Deus dá de si mesmo com os irmãos; uma missão de viver com o Senhor, em alimento, em união. Deus nos faz participar de pois ele nos deve acompanhar ou, nós devemos ser sua mesa, mesa de alegria, de paz, de vida, onde a presença dele no mundo. ele mesmo é o alimento; ele nos faz participar da sua imortalidade. A Celebração Eucarística se encerra com a saudação, a benção e a despedida. A Oração depois da comunhão, serve de conclusão do rito de Comunhão. Após esta oração e antes dos ritos finais é o momento apropriado para avisos Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol. III, Ed.Vozes, 2008 – p. 112-1113. Celebrar a vida cristã, Frei A. Beckhäuser, Ed. Vozes, 9ª Ed. 2001 paroquiais. Ritos Finais Após a oração pós-comunhão, iniciam os Ritos Finais. O presidente dá a benção e envia os fiéis para continuar a Eucaristia em suas vidas. 29 6º ENCONTRO: INTRODUÇÃO AO CREDO – CREIO E M DEUS PAI 1. Objetivo: Conhecer o símbolo dos apóstolos, na qual é a expressão da estrutura e profissão de fé cristã. Conscientizar que o cristão que foi batizado professa sua fé no Deus Verdadeiro. 2. Conteúdo do Encontro: Trabalhar os termos credo, símbolo dos apóstolos, profissão de fé. Esta oração apresenta as verdades que cremos, gerando em nós uma comunhão com os irmãos e com a Santíssima Trindade. Mostrar nossa profissão de fé no Deus único, apresentando os seus atributos de Pai, TodoPoderoso e Criador. Recordar a criação do mundo que é o começo e o fundamento de todas as obras de Deus, A oração do credo é rezada em especial na missa e no início do terço. 3. Desenvolvimento do Tema: Converse com os catequizandos sobre questões que aceitamos como verdades para mostrar que crer faz parte de nossa vida, muitas vezes sem provas. Exemplos de questões: o O homem foi para a lua, certo? Como sabemos que é verdade? o A terra gira em torno do Sol? Como podemos ter certeza? o Quando doente você foi ao médico e ele lhe deu remédios, você tomou? Como pode ter certeza de que ele não estava lhe dando um veneno? Explore a relação em acreditar nestas e em outras questões e na Palavra de Deus. Aceitamos muitas coisas como verdades, não questionamos! Mas quando o assunto é religião ficamos cheios de porquês! As pessoas acreditam em muitas coisas, mas com facilidade duvidam da Palavra de Deus. Convide-os a ler Hb 11, 1-12 e 1Pd 3, 15-17 para que possam perceber que apesar de não ser possível provar podemos dar razões de nossa fé – ou seja podemos com a nossa própria vida explicar porque acreditamos em Deus. Converse sobre as maravilhas criadas, a perfeição da natureza, do universo, do corpo humano, como funcionam... as descobertas dos cientistas... o DNA... nossa visão..., o funcionamento do cérebro... quanto mais os cientistas nos revelam suas descobertas mais percebemos que seria difícil existir tanta perfeição sem que o autor fosse Deus. Agora pergunte que imagem têm de Deus – quem é Deus para eles. Refletir sobre que imagem de Deus nós temos. Com o texto da apostila: explicar que a fé é um ato pessoal (Deus nos fez livres para acreditar ou não) – mas é também um ato eclesial, isto é, da Igreja (CIC 166-169). A Igreja é formada por pessoas de diferentes línguas, culturas e ritos. Por causa disso, desde os primeiros séculos a Igreja adotou uma fórmula para que todos os cristãos em todas as partes do mundo usassem uma linguagem comum para exprimir a sua fé – daí nasceu a oração do Credo ou Símbolo dos Apóstolos. Comparar e explicar os dois – indicando as semelhanças – usar a apostila. 30 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III Pedir que fechem as apostilas e faça uma tempestade de idéias formulando perguntas usando o texto da apostila sobre as características de Deus – onisciente, onipresente, onipotente, transcendente, eterno, imutável, perfeito e santo, trino. Tudo o que os catequizandos responderem será escrito no quadro. Discutir as respostas eliminando do quadro as respostas incorretas. Explicar o que isto significa dizer que: Deus está na origem de tudo, Ele nos criou à sua imagem e semelhança. Discutir as qualidades de Deus: é bom, é amor, é misericordioso, é compassivo, é paciente, é verdade, é fiel e é justo. Descobrir como é o Deus que está no coração dos seus catequizandos – com quem Ele se parece? 4. Leitura utilizada: Hb 11, 1-12 e 1Pd 3, 15-17. 5. Ambientação: Arrumar as cadeiras em círculo, mesa com toalha, flores, imagem e uma vela acesa. 6. Material utilizado: figuras representando Deus (Deus-castigo e Deus-amor). 7. Atividades: Acompanhar e orientar as atividades. 8. Momento de Oração: Distribuir as frases entre os catequizandos. Todos ao redor da vela acesa (se achar difícil mantêla acesa durante todo o encontro acendê-la somente no momento da oração) Catequista: A luz da vela é o símbolo da fé (está presente na missa, nos sacramentos, no sacrário). Com a ajuda do símbolo da fé, vamos fazer a nossa profissão de fé, afirmamos que somos pessoas que acreditam em Deus e em seus ensinamentos: Catequizandos: (cada um lê o seu) e todos respondem: Todos: Senhor, eu Creio, mas aumenta a minha fé! Catequizando: Creio em Deus, que nos ama e nos quer felizes. Catequizando: Creio que Deus criou todas as coisas que existem no mundo. Catequizando: Creio que Deus está presente em todos os lugares ao mesmo tempo. Catequizando: Creio que Deus sabe tudo, todas as coisas que acontecem são do conhecimento Dele.. Catequizando: Creio que Deus tem autoridade total sobre todas as coisas e sobre todas as criaturas. Catequizando: Creio que Deus é eterno – Nunca houve nem haverá um tempo, nem no passado nem no futuro, em que Deus não existisse ou que não existirá. Ele não está limitado ao tempo humano. Catequizando: Creio que as coisas extraordinárias que o homem descobre pela ciência revelam a bondade e o poder de Deus, como criador de tudo o que existe. Catequizando: Creio que a ciência, a busca da verdade pelo estudo, também é obra de Deus, pois foi Ele quem deu inteligência para o ser humano. Catequizando: Creio que as verdades de nossa fé, foram transmitidas por dois mil anos e que muitas pessoas deram a vida em nome desta fé. Catequizando: Creio que Jesus Cristo é o filho de Deus que veio ao mundo revelar o amor do Pai. Catequizando: Creio que Jesus Cristo veio ao mundo para nos salvar. 31 APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA O ser humano sente dentro de si uma profunda sede do Infinito. É Deus mesmo quem são sinceras - nós simplesmente acreditamos nelas. provoca em nós essa sede, ao mesmo tempo em Assim é também com Deus e a fé que n'Ele que vem ao nosso encontro, mostrando a sua depositamos. Alias, podemos dar muito mais verdadeira face. Como resposta a essa ação de crédito àquilo que Deus nos revela do que aquilo Deus, que preenche nossa vida, temos a fé. que nos é dito pelas pessoas. Os seres humanos "A fé é o fundamento da esperança, é uma podem enganar-se, Deus nunca. Confiamos n'Ele certeza a respeito do que não se vê." (Hb 11,1). porque Ele não pode nem enganar-se e nem Pela enganar-nos. (CIC 156). fé o homem livremente se entrega inteiramente ao Deus que se revela, dizendo seu "sim" a tudo o que Ele disse e fez (cf. DV 5). Essa fé, em primeiro lugar, é um dom de Deus. Não poderíamos crer, não poderíamos Mas como poderíamos saber com certeza se o conteúdo da revelação é pura invenção da mente humana? Como podemos saber se Deus é ou não um belo engano da humanidade? conhecer e nem sequer perceber a presença de Essas perguntas são feitas por muitas Deus se não fosse Ele mesmo quem nos inspirasse pessoas em nosso tempo, que se questionam sobre e nos conduzisse. O Espírito Santo ilumina nosso a validade de crer ou não em Deus. Muitos alegam ser, move nosso coração e converte-o, abre que a hipótese de Deus existir não é válida porque nossos olhos a fim de que vejamos e aceitemos, não se pode comprovar. Na verdade nós, cristãos, aderindo à verdade que nos foi revelada (cf. DV sabemos que o conteúdo da Revelação não pode 5). ser provado cientificamente. Ninguém pode levar A fé é dom de Deus, mas é também um ato Deus até o laboratório e verificar que Ele é Amor, humano. Crer em Deus é confiar n'Ele não diminui porque crer nisso é dom de Deus e não fruto dos nossa inteligência, nem nossa liberdade. "Já no esforços humanos. campo das relações humanas não é contrário à A fé é dom, mas Deus quis se utilizar de nossa própria dignidade crer no que outras meios externos para comprová-la a fim de que nós pessoas nos dizem ... " (CIC 154). Com freqüência pudéssemos ter segurança no nosso crer. Quando acreditamos em nossos semelhantes. Cremos no Deus se revela, Ele garante-nos provas que médico que nos dá seu diagnóstico, cremos no tornam o conteúdo da revelação digno e ser aceito cientista que nos expõe suas teorias, cremos em pela nossa razão. "Deus ( ... ) se impõe a si mesmo, nossos amigos quando nos revelam seus segredos e isto é, se faz experienciar perante testemunhas suas intenções, cremos em nossos pais quando nos ... " (Schneider, 2000, p. 55). contam nossa história. A maioria das nossas relações pessoais gira em torno da crença que Um dos meios externos dos quais Deus se utiliza são os milagres. depositamos nas pessoas. Não comprovamos tudo Eles ocorreram no povo da Antiga Aliança, o que nos dizem, porque isso seria impossível! Não na Nova Aliança, em especial com Jesus, na vida precisamos estudar todo o curso de medicina para dos santos e santas e ocorrem ainda hoje. Deus os comprovarmos a veracidade das palavras do realiza não para mostrar seu poder, nem para médico, nem muito menos podemos refazer todas fazer um espetáculo, nem muito menos para as experiências científicas para comprovar que agradar aqueles que querem exigir de Deus uma são ou não mentirosas, menos ainda podemos resposta mágica para seus problemas. Os milagres penetrar no interior das pessoas para saber se acontecem porque Deus quer comprovar sua doutrina, porque ele quer garantir que a revelação 32 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III é digna de fé, e não uma doutrina completamente incoerente com a ciência. Porém, alguns dos maluca, inventada pelos homens (cf. CIC 156; grandes cientistas da história acreditavam e Eicher, 1993, p. 552 - 559). acreditam em Deus. Fé e ciência não se Para nos ajudar a comprovar a credibilidade contradizem, mas complementam-se mutuamente. da fé temos também uma imensa "nuvem de A verdade científica pode ajudar a esclarecer testemunhas" (Hb 12,1) a nos cercar - são os pontos obscuros da fé, bem como a fé pode homens e mulheres que acreditaram e foram auxiliar na resposta às questões que a ciência não capazes de doar toda sua vida, inclusive pagando o consegue responder (cf. GS 36). caro preço do martírio a fim de não negar suas convicções. Os mártires não são "malucos A fé, tanto como dom de Deus quanto como ato humano, deve ser cultivada. Devemos desvairados". Eles de fato tinham certeza de sua alimentá-la com a Palavra de Deus e com uma vida fé. Ninguém morre por uma mentira. Assim, Pedro, intensa de oração, esclarecendo as dificuldades Tiago, Tomé e os demais apóstolos sabiam que que se nos apresentam com a confiança de que tinham visto e comprovado que Jesus havia Deus jamais nos deixará de iluminar com seu ressuscitado dentre os mortos. Eles não podiam Santo Espírito, que nos ensina "toda a verdade" negar tal fato, pois era a verdade. Por isso (cf. Jo 16,13). morreram. "A fé é certa, mais certa do que qualquer conhecimento humano" (CIC 157). Por isso, ela não Fonte: Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol III, Ed. Vozes, 2002 – p. 32-34. pode estar em desarmonia com a razão. É o mesmo Deus quem criou o ser humano capaz de raciocinar e capaz de crer. Por isso, fé e ciência se complementam. Não faltam pessoas que negam a veracidade da Revelação afirmando que ela seria O QUE O CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA FALA SOBRE O TEMA: 30. Porque é que a fé é um ato pessoal e ao pessoas de diferentes línguas, culturas e ritos, mesmo tempo eclesial? (166-169) – A fé é um ato professa, unânime e a uma só voz, a única fé, pessoal, enquanto resposta livre do homem a Deus recebida dum só Senhor e transmitida pela única que se revela. Mas é ao mesmo tempo um ato Tradição Apostólica. Professa um só Deus – Pai, eclesial, que se exprime na confissão: “Nós Filho e Espírito Santo – e manifesta uma única via cremos”. De fato, é a Igreja que crê: deste modo, de salvação. Portanto, nós acreditamos, num só ela, com a graça do Espírito Santo, precede, gera coração e numa só alma, tudo o que está contido e nutre a fé do indivíduo. Por isso a Igreja é Mãe na Palavra de Deus, transmitida ou escrita, e nos é e Mestra. proposto pela Igreja como divinamente revelado. 31. Porque é que as fórmulas da fé são 33. O que são os Símbolos da Fé? (185-188 – importantes? (170-171) – As fórmulas da fé são 192. 197) – São fórmulas articuladas, também importantes porque permitem exprimir, assimilar, chamadas “profissões de fé” ou “Credo”, mediante celebrar e partilhar, juntamente com outros, as as quais a Igreja, desde as suas origens, exprimiu verdades da fé, utilizando uma linguagem comum. resumidamente e transmitiu a própria fé, numa 32. De que maneira a fé da Igreja é uma só? linguagem normativa e comum a todos os fiéis. (172-175) – A Igreja, embora formada por 33 36. Porque é que a profissão de fé começa com mistério inacessível à razão humana sozinha, e “Creio em Deus”? (198-199) – Porque a afirmação mesmo à fé de Israel, antes da Encarnação do “Creio em Deus” é a mais importante, a fonte das Filho de Deus e do envio do Espírito Santo. Tal outras verdades respeitantes ao homem, ao mistério foi revelado por Jesus Cristo e é a fonte mundo e à nossa vida de crentes n’Ele. de todos os outros mistérios. 37. Porque professamos um só Deus? (200-202) 46. O que nos revela Jesus Cristo sobre o – Porque Ele se revelou ao povo de Israel como o mistério do Único, quando disse: “Escuta Israel, o Senhor é revela-nos que Deus é “Pai”, não só enquanto é um só” (Dt 6,4), “não há outros” (Is 45,22). O Criador do universo e do homem, mas sobretudo próprio Jesus o confirmou: Deus é “o único porque, no seu seio, gera eternamente o Filho, que Senhor” (Mc 12,29). Professar que Jesus e o é o seu Verbo, “resplendor da sua glória, e imagem Espírito Santo são também eles Deus e Senhor, da sua substância” (Heb1, 3). não introduz nenhuma divisão no Deus Uno. Pai? (240-242) – Jesus Cristo 47. Quem é o Espírito Santo que Jesus Cristo 42. De que maneira Deus revela que é amor? nos revelou? (243-248) – É a terceira Pessoa da (218-221) – Deus revela-se a Israel como Aquele Santíssima Trindade. Ele é Deus, uno e igual ao Pai que tem um amor mais forte que o pai ou a mãe e ao Filho. Ele “procede do Pai” (Jo 15, 26), o qual, pelos seus filhos ou o esposo pela sua esposa. Ele, princípio sem princípio, é a origem de toda a vida em Si mesmo, “é amor” (1 Jo 4,8.16), que se dá trinitária. E procede também do Filho (Filioque), completa e gratuitamente, “que tanto amou o pelo dom eterno que o Pai faz de Si ao Filho. mundo que lhe deu o seu próprio Filho unigênito, Enviado pelo Pai e pelo Filho encarnado, o Espírito para que o mundo seja salvo por seu intermédio” Santo conduz a Igreja “ao conhecimento da (Jo 3,16-17). Enviando o seu Filho e o Espírito Verdade total” (Jo 16, 13). Santo, Deus revela que Ele próprio é eterna permuta de amor. 48. Como é que a Igreja exprime a sua fé trinitária? (249-256, 266) – A Igreja exprime a 43. O que implica crer em um só Deus? (222- sua fé trinitária confessando um só Deus em três 227, 229) – Crer em Deus, o Único, implica: Pessoas: Pai e Filho e Espírito Santo. As três conhecer a sua grandeza e majestade; viver em Pessoas divinas são um só Deus, porque cada uma ação de graças; confiar sempre n’Ele, até nas delas é idêntica à plenitude da única e indivisível adversidades; a natureza divina. Elas são realmente distintas verdadeira dignidade de todos os homens, criados reconhecer a unidade e entre si, pelas relações que as referenciam umas à imagem de Deus; usar retamente as coisas por às outras: o Pai gera o Filho, o Filho é gerado pelo Ele criadas. Pai, o Espírito Santo procede do Pai e do Filho. 44. Qual é o mistério central da fé e da vida 49. Como operam as três Pessoas divinas? cristã? (232-237) – O mistério central da fé e da (257-260, 267) – Inseparáveis na sua única vida cristã é o mistério da Santíssima Trindade. substância, as Pessoas divinas são inseparáveis Os cristãos são batizados no nome do Pai e do também no seu operar: a Trindade tem uma só e Filho e do Espírito Santo. mesma operação. Mas no único agir divino, cada 45. O mistério da Santíssima Trindade pode ser conhecido só pela razão humana? (237) – Pessoa está presente segundo o modo que lhe é próprio na Trindade. Deus deixou alguns traços do seu ser trinitário na 50. O que significa que Deus é onipotente? criação e no Antigo Testamento, mas a intimidade (268-278) – Deus revelou-se como “o Forte, o do seu Ser como Trindade Santa constitui um Potente” (Sal 24, 8-10), Aquele para quem “nada é 34 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III é 55. Em que consiste a Providência divina? (302- universal, misteriosa, e manifesta-se na criação 306, 321) – A Providência divina consiste nas do mundo a partir do nada e na criação do homem disposições com as quais Deus conduz as suas por amor, mas sobretudo na Encarnação e na criaturas para a perfeição última, à qual Ele as Ressurreição do Seu Filho, no dom da adoção filial chamou. Deus é o autor soberano do seu desígnio. e no perdão dos pecados. Por isso a Igreja dirige Mas para a realização do mesmo serve-se também a sua oração ao “Deus onipotente e eterno” da cooperação das suas criaturas. Ao mesmo (“Omipotens sempiterne Deus”). tempo, dá às criaturas a dignidade de agirem por impossível” (Lc 1,37). A sua onipotência 51. Porque é importante afirmar: “No princípio si mesmas, de serem causas umas das outras. criou Deus o céu e a terra” (Gn 1,1)? (279- 56. Como é que o homem colabora com a 289, 315) – Porque a Criação é o fundamento de Providência divina? (307-308,323) – Ao homem, todos os projetos divinos de salvação; manifesta o Deus concede e requer, respeitando a sua amor onipotente e sapiente de Deus; é o primeiro liberdade, a colaboração através das suas ações, passo para a Aliança do Deus único com o seu das povo; é o início da história da salvação que culmina sofrimentos, suscitando nele “o querer e o operar em Cristo; é uma primeira resposta às questões segundo os seus benévolos desígnios” (Filp 2,13). fundamentais do homem acerca da sua própria origem e do seu fim. suas orações e mesmo com os seus 57. Se Deus é onipotente e providente porque é que existe o mal? (309-310, 324. 400) – A 52. Quem criou o mundo? (290-292, 316) – O esta pergunta, tão dolorosa quanto misteriosa, só Pai, o Filho e o Espírito Santo são o princípio único o conjunto da fé cristã pode dar resposta. Deus e indivisível do mundo, ainda que a obra da criação não é de maneira nenhuma, nem diretamente nem do mundo seja particularmente atribuída ao Pai. indiretamente, a causa do mal. Ele ilumina o 53. Para que foi criado o mundo? (293-294, 319) – O mundo foi criado para a glória de Deus, que quis manifestar e comunicar a sua bondade, verdade e beleza. O fim último da criação é que mistério do mal no seu Filho Jesus Cristo, que morreu e ressuscitou para vencer aquele grande mal moral que é o pecado dos homens e que é a raiz dos outros males. Deus, em Cristo, possa ser “tudo em todos” (1 Cor 58. Porque é que Deus permite o mal? (311- 15,28), para a sua glória e para a nossa felicidade. 314,324) – A fé dá-nos a certeza de que Deus não 54. Como é que Deus criou o universo? (295301 – 317-320) – Deus criou o universo livremente, com sabedoria e amor. O mundo não é o produto duma necessidade, dum destino cego ou do acaso. Deus criou “do nada” (ex nihilo: 2Mac 7,28) um mundo ordenado e bom, que Ele permitiria o mal se do próprio mal não extraísse o bem. Deus realizou admiravelmente isso mesmo na morte e ressurreição de Cristo: com efeito, do maior mal moral, a morte do Seu Filho, Ele retirou os bens maiores, a glorificação de Cristo e a nossa redenção. transcende infinitamente. Deus conserva no ser a sua criação e sustenta-a, dando-lhe a capacidade de agir, e conduzindo-a à sua realização, por meio Fonte: Compêndio do Catecismo da Igreja Católica (Site: www.vatican.va) do seu Filho e do Espírito Santo. 35 7º ENCONTRO – CREIO EM JESUS CRISTO E NO ESPÍRITO SANTO 1. Objetivo: Reconhecer Jesus Cristo presente na sua vida diária, com fé e amor por Ele que tanto nos ama. Fortalecer a fé no Espírito Santo reconhecendo-o no cotidiano da vida. 2. Conteúdo do Encontro: Mostrar o significado do nome Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, que veio ao mundo e viveu com as pessoas de seu tempo. Mostrar que Jesus nos ensina o caminho que nos leva ao Pai, um caminho que conduz a uma vida feliz com Deus. Com Jesus temos o perdão dos pecados, a salvação dada a todas as pessoas e a vida eterna. Apresentar o Espírito Santo como luz para andar na direção de Deus. Mostrar que o Espírito Santo se faz presente no nosso dia-a-dia. 3. Desenvolvimento do Tema: Fazer a leitura do texto da apostila e conversar sobre o que conhecem sobre Jesus. a. Jesus é Filho único de Deus (CIC 430-451) b. Foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu da Virgem Maria (CIC 456-478/484-507) c. Padeceu sob Pôncio Pilatos (CIC 571-573 / 595-618) d. Foi sepultado (CIC 624-628) e. Desceu aos infernos (CIC 632-635) f. Ressuscitou ao terceiro dia e subiu aos céus (CIC 638-655) g. Donde há de vir julgar os vivos e os mortos (CIC 668-679) Ler o texto da apostila sobre o Espírito Santo e conversar sobre o que já conhecem: h. Creio no Espírito Santo (687-688) (se quiser pode aprofundar até o 741). 4. Leitura utilizada: Lc 3, 22; Mt 17, 5; Rm 5, 7 5. Ambientação: Arrumar as cadeiras em círculo, mesa com toalha, vela, flores e imagem. 6. Material utilizado: Apostila e Bíblia. CD com música instrumental para o momento de oração. 7. Atividades: Fazer as atividades da apostila junto com os catequizandos. 8. Momento de Oração: Invocar o Espírito Santo Ler 1Jo4, 7-16 (de preferência coloque uma música instrumental e peça aos catequizandos que fechem os olhos. Leia o texto calmamente). Pedir que leiam o versículo que mais gostaram e comentem. Encerrar com a Profissão de Fé (Credo) 36 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA “E EM JESUS CRISTO, SEU ÚNICO FILHO, reconciliar a nós pecadores com Deus; para nos fazer NOSSO SENHOR” conhecer o seu amor infinito; para ser o nosso modelo 81. Que significa o nome “Jesus”? (430-435) – Dado de santidade; para nos tornar “participantes da pelo Anjo no momento da Anunciação, o nome “Jesus” natureza divina” (2 Ped 1, 4). significa “Deus salva”. Exprime a sua identidade e a sua 86. Que significa a palavra “Encarnação”? (461-463) missão, “porque é Ele que salvará o seu povo dos seus – A Igreja chama “Encarnação” ao mistério da admirável pecados” (Mt 1,21). Pedro afirma que “não existe união da natureza divina e da natureza humana na única debaixo do céu outro Nome dado aos homens pelo qual Pessoa divina do Verbo. Para realizar a nossa salvação, o possamos ser salvos” (Act 4,12). Filho de Deus fez-se “carne” (Jo 1,14) tornando-se 82. Porque é que Jesus é chamado “Cristo”? (436- verdadeiramente homem. A fé na Encarnação é o sinal 440) – “Cristo” em grego, “Messias” em hebraico, distintivo da fé cristã. significa “ungido”. Jesus é o Cristo porque é consagrado 87. De que modo Jesus Cristo é verdadeiro Deus e por Deus, ungido pelo Espírito Santo para a missão verdadeiro redentora. Ele é o Messias esperado por Israel, enviado inseparavelmente, ao mundo pelo Pai. Jesus aceitou o título de Messias, homem, na unidade da sua Pessoa divina. Ele, o Filho de precisando porém o seu sentido: “descido do céu” (Jo Deus, que é “gerado, não criado, consubstancial ao Pai”, 3,13), crucificado e depois ressuscitado, Ele é o Servo fez-se verdadeiramente homem, nosso irmão, sem com Sofredor “que dá a sua vida em resgate pela multidão” isto deixar de ser Deus, nosso Senhor. (Mt 20,28). Do nome Cristo é que veio para nós o nome 88. Que ensina acerca disto o Concílio de Calcedônia de cristãos. (ano 451)? (467) - O Concílio de Calcedônia ensina a 83. Em que sentido Jesus é o “Filho Unigênito de confessar “um só e mesmo Filho, nosso Senhor Jesus Deus”? (441-445) – No sentido único e perfeito. No Cristo, perfeito na sua divindade e perfeito na sua momento do Batismo e da Transfiguração, a voz do Pai humanidade; verdadeiro Deus e verdadeiro homem, designa Jesus como seu “Filho homem? (464-467) verdadeiro Deus – Jesus e é, verdadeiro predileto”. composto de alma racional e de corpo, consubstancial ao Apresentando-se a Si mesmo como o Filho que “conhece Pai pela sua divindade, consubstancial a nós pela o Pai” (Mt 11,27), Jesus afirma a Sua relação única e humanidade, “em tudo semelhante a nós, exceto no eterna com Deus Seu Pai. Ele é “o Filho Unigênito de pecado” (Heb 4, 15); gerado pelo Pai antes de todos os Deus” (1 Jo 2, 23), a segunda Pessoa da Trindade. É o séculos, segundo a divindade e, nestes últimos tempos, centro da pregação apostólica: os Apóstolos viram “a por nós homens e para nossa salvação, nascido da Sua glória, como de Unigênito do Pai” (Jo 1, 14). Virgem Maria e Mãe de Deus, segundo a humanidade”. 84. O que significa o título “Senhor”? (446-451) – Na 89. Como é que a Igreja exprime do mistério da Bíblia, Deus Encarnação? (464-469) – Exprime-o afirmando que Soberano. Jesus atribui-o a si mesmo e revela a sua Jesus Cristo é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, soberania divina através do poder sobre a natureza, com duas naturezas, a divina e a humana, que se não sobre os demônios, sobre o pecado e sobre a morte, confundem, mas estão unidas na Pessoa do Verbo. sobretudo com a sua Ressurreição. As primeiras Portanto, na humanidade de Jesus, tudo – milagres, confissões cristãs proclamam que o poder, a honra e a sofrimento, morte – deve ser atribuído à sua Pessoa glória devidas a Deus Pai são também devidas a Jesus: divina, que age através da natureza humana assumida. Deus “deu-Lhe o Nome que está acima de todos os 90. O Filho de Deus feito homem tinha uma alma nomes” (Fil 2,9). Ele é o Senhor do mundo e da história, com um conhecimento humano? (470-474) – O Filho de o único a quem o homem deve submeter completamente Deus assumiu um corpo animado por uma alma racional a própria liberdade pessoal. humana. Com a sua inteligência humana, Jesus aprendeu 85. Porque é que o Filho de Deus se fez homem? muitas coisas através da experiência. Mas também, (456-460) – O Filho de Deus encarnou no seio da como homem, o Filho de Deus tinha um conhecimento Virgem Maria pelo poder do Espírito Santo, por causa íntimo e imediato de Deus seu Pai. Penetrava igualmente este título designa habitualmente de nós homens e para nossa salvação, ou seja: para nos 37 os pensamentos secretos dos homens e conhecia Jesus, abraçando com toda a alma a vontade divina de plenamente os desígnios eternos que Ele viera revelar. salvação. 91. Como se harmonizam as duas vontades do Verbo 98. Que significa a conceição virginal de Jesus? encarnado? (475) – Jesus tem uma vontade divina e (496-498) – Significa que Jesus foi concebido no seio uma vontade humana. Na sua vida terrena, o Filho de da Virgem apenas pelo poder do Espírito Santo, sem Deus quis humanamente o que divinamente decidiu com intervenção de homem. Ele é o Filho do Pai celeste, o Pai e o Espírito Santo para a nossa salvação. A segundo a natureza divina, e Filho de Maria segundo a vontade humana de Cristo segue, sem oposição ou natureza humana, mas propriamente Filho de Deus nas relutância, suas naturezas, existindo nele uma única Pessoa, a a vontade divina, ou melhor, está subordinada a ela. divina. 92. Cristo tinha um verdadeiro corpo humano? (476- 99. Em que sentido Maria é “sempre Virgem”? (499- 477) – Cristo assumiu um verdadeiro corpo humano, 507) – No sentido de que Maria “permaneceu Virgem na através do qual Deus invisível se tornou visível. Por esta concepção do seu Filho, Virgem no parto, Virgem razão, Cristo pode ser representado e venerado nas grávida, santas imagens. Agostinho). Portanto, quando os Evangelhos falam de 93. O que significa o Coração de Jesus? (478) – “irmãos e irmãs de Jesus”, trata-se de parentes Jesus conheceu-nos e amou-nos com um coração próximos de Jesus, segundo uma expressão usual na humano. O Seu coração trespassado para nossa salvação Sagrada Escritura. é o símbolo daquele infinito amor com o qual Ele ama o 100. De que modo é que a maternidade espiritual de Pai e cada um dos homens. Maria é universal? (501-507) – Maria tem um único 94. “Concebido por obra do Espírito Santo...”: o que Filho, Jesus, mas, n’Ele, a sua maternidade espiritual significa esta expressão? (484-486) – Significa que a estende-se a todos os homens que Ele veio salvar. Virgem Maria concebeu o Filho eterno no seu seio, por Obediente, ao lado do novo Adão, Jesus Cristo, a obra do Espírito Santo e sem a colaboração de homem: Virgem é a nova Eva, a verdadeira mãe dos vivos, que “O Espírito Santo descerá sobre ti” (Lc 1, 35), disse-lhe coopera com amor de mãe no seu nascimento e na sua o Anjo na Anunciação. formação na ordem da graça. Virgem e Mãe, Maria é a 95. “…Nascido da Virgem Maria”: porque é que Virgem mãe, Virgem perpétua” (Santo figura da Igreja e a sua realização mais perfeita. Maria é verdadeiramente Mãe de Deus? (495) – 112. Qual é a importância do Mistério pascal de Maria é verdadeiramente Mãe de Deus porque é a mãe Jesus? (571-573) – O Mistério pascal de Jesus, que de Jesus (Jo 2,1; 19,25). Com efeito, Aquele que foi compreende a sua paixão, morte, ressurreição e concebido por obra do Espírito Santo e que se tornou glorificação, está no centro da fé cristã, porque o verdadeiramente Filho de Maria é o Filho eterno de desígnio salvífico de Deus se realizou uma vez por todas Deus Pai. É Ele mesmo Deus. com a morte redentora do seu Filho, Jesus Cristo. 96. O que significa “Imaculada Conceição”? (487- 117. Quem é responsável pela morte de Jesus? 492) – Deus escolheu gratuitamente Maria desde toda a (595-598) – A paixão e a morte de Jesus não podem ser eternidade para que fosse a Mãe de seu Filho: para imputadas indistintamente nem a todos os judeus então cumprir tal missão, foi concebida imaculada. Isto vivos, nem aos outros judeus que depois viveram no significa que, pela graça de Deus e em previsão dos tempo e no espaço. Cada pecador, isto é, cada homem, é méritos de Jesus Cristo, Maria foi preservada do realmente causa e instrumento dos sofrimentos do pecado original desde a sua concepção. Redentor, e culpa maior têm aqueles, sobretudo se são 97. Como colabora Maria no desígnio divino da salvação? (493-494) – Durante toda a sua existência, cristãos, que mais freqüentemente caem no pecado ou se deleitam nos vícios. por graça de Deus, Maria conservou-se imune de todo o 118. Porque é que a morte de Cristo faz parte do pecado pessoal. É a “cheia de graça” (Lc 1,28) e a “Toda desígnio de Deus? (599-605) – Para reconciliar consigo Santa”. Quando o Anjo lhe anuncia que dará à luz “o todos os homens condenados à morte por causa do Filho do Altíssimo” (Lc 1,32), dá livremente o seu pecado, Deus tomou a iniciativa amorosa de enviar o assentimento com a “obediência da fé” (Rm 1,5). Maria Seu Filho para que se entregasse à morte pelos entrega-se totalmente à Pessoa e obra do seu Filho pecadores. Anunciada no Antigo Testamento, em 38 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III particular como sacrifício do Servo sofredor, a morte designam o estado de todos aqueles que, justos ou de Jesus acontece “segundo as Escrituras”. maus, morreram antes de Cristo. Com a alma unida à sua 119. Com é que Cristo se ofereceu ao Pai? (606- Pessoa divina, Jesus alcançou, nos infernos, os justos 609) – Toda a vida de Cristo é oferta livre ao Pai para que realizar o seu desígnio de salvação. Ele dá “a sua vida finalmente à visão de Deus. Depois de com a sua morte, em resgate por muitos” (Mc 10,45) e deste modo ter vencido a morte e o diabo “que da morte tem o reconcilia com Deus toda a humanidade. O seu poder” (Heb 2,14), libertou os justos que esperavam o sofrimento e a sua morte manifestam como a sua Redentor, e abriu-lhes as portas do Céu. humanidade é o instrumento livre e perfeito do Amor 126. Que lugar ocupa a ressurreição de Cristo na divino que quer a salvação de todos os homens. nossa fé? (631, 638) – A Ressurreição de Jesus é a 120. Como se manifesta na última Ceia a oferta de verdade culminante da nossa fé em Cristo e representa, Jesus? (610-611) – Na última Ceia com os Apóstolos, na com a Cruz, uma parte essencial do Mistério pascal. vigília da paixão, Jesus antecipa, isto é, significa e 127. Que “sinais” atestam a ressurreição de Jesus? realiza antecipadamente a oferta voluntária de Si (639-644) – Para além do sinal essencial constituído mesmo: “este é o meu corpo entregue por vós”, “este é pelo túmulo vazio, a Ressurreição de Jesus é atestada o meu sangue, que é derramado...” (Lc 22,19-20). Ele pelas mulheres que foram as primeiras a encontrar institui assim ao mesmo tempo a Eucaristia como Jesus e o anunciaram aos Apóstolos. A seguir, Jesus “memorial” (1 Cor 11,25) do seu sacrifício e os seus “apareceu Apóstolos como sacerdotes da nova Aliança. Seguidamente, apareceu a mais de quinhentos irmãos de esperavam o a Cefas seu Redentor (Pedro) e para acederem depois aos Doze. do uma só vez” (1 Cor 15,5-6) e a outros ainda. Os Getsemani? (612) – Apesar do horror que a morte Apóstolos não teriam podido inventar a Ressurreição, provoca na humanidade santíssima d’Aquele que é o uma vez que esta lhes parecia impossível: de fato, próprio “Autor da vida” (Act 3,15), a vontade humana do Jesus repreendeu-os pela sua incredulidade. Filho de Deus adere à vontade do Pai: para nos salvar, 128. Porque é que a Ressurreição é ao mesmo tempo Jesus aceita carregar sobre Si os nossos pecados no um acontecimento transcendente? (647, 656-657) – seu corpo, “fazendo-se obediente até à morte” (Fil 2,8). Embora seja um acontecimento histórico, constatável e 122. Quais os efeitos do sacrifício de Cristo na atestado cruz? (613-617) – Jesus ofereceu livremente a Sua vida Ressurreição, enquanto entrada da humanidade de em sacrifício de expiação, isto é, reparou as nossas Cristo na glória de Deus, transcende e supera a culpas com a plena obediência do Seu amor até à morte. história, como mistério da fé. Por este motivo, Cristo Este “amor até ao fim” (Jo 13,1) do Filho de Deus ressuscitado não se manifestou ao mundo mas aos seus reconcilia com o Pai toda a humanidade. O sacrifício discípulos, fazendo deles as suas testemunhas junto do pascal de Cristo resgata portanto os homens num modo povo. único, perfeito e definitivo, e abre-lhes a comunhão 129. Qual é o estado do corpo ressuscitado de com Deus. Jesus? (645-646) – A Ressurreição de Cristo não foi 123. Porque é que Jesus convida os discípulos a um regresso à vida terrena. O Seu corpo ressuscitado é tomar a sua cruz? (618) – Chamando os discípulos a Aquele que foi crucificado e apresenta os vestígios da “tomar a sua cruz e a segui-Lo” (Mt 16,24), Jesus quer Sua Paixão, mas é doravante participante da vida divina associar ao seu sacrifício redentor aqueles mesmos que com as propriedades dum corpo glorioso. Por esta dele sãos os primeiros beneficiários. razão, Jesus ressuscitado é soberanamente livre de 121. Que acontece na agonia do horto 124. Em que condições estava o corpo de Cristo no sepulcro? (624-630) – Cristo conheceu uma verdadeira através dos sinais e testemunhos, a aparecer aos seus discípulos como Ele quer, onde Ele quer e sob aspectos diversos. morte e uma verdadeira sepultura. Mas o poder divino 130. De que modo a Ressurreição é obra da preservou o seu corpo da corrupção. Santíssima Trindade? (648-650) – A Ressurreição de 125. O que são “os infernos”, aos quais Jesus desceu? (632-637) – Os “infernos” (não confundir com o inferno da condenação) ou mansão dos mortos, Cristo é uma obra transcendente de Deus. As três Pessoas atuam conjuntamente segundo o que lhes é próprio: o Pai manifesta o Seu poder; o Filho “retoma” a 39 vida que livremente ofereceu (Jo 10,17) reunindo a Sua “com o Pai e o Filho é adorado e glorificado”. O Espírito alma e o Seu corpo, que o Espírito vivifica e glorifica. foi “enviado aos nossos corações” (Gal 4,6) para 131. Qual o sentido e a importância da recebermos a vida nova de filhos de Deus. Ressurreição? (651-655) – A Ressurreição é o culminar 137. Porque é que as missões do Filho e do Espírito da Encarnação. Ela confirma a divindade de Cristo, e são inseparáveis? (687-690, 742-743) – Na Trindade também tudo o que Ele fez e ensinou, e realiza todas as indivisível, o Filho e o Espírito são distintos mas promessas divinas em nosso favor. Além disso, o inseparáveis. De fato, desde o princípio até ao final dos Ressuscitado, vencedor do pecado e da morte, é o tempos, quando o Pai envia o Seu Filho, envia também o princípio da nossa justificação e da nossa Ressurreição: Seu Espírito que nos une a Cristo na fé, para, como a partir de agora, Ele garante-nos a graça da adoção filhos adotivos, podermos chamar Deus “Pai” (Rm 8,15). filial que é a participação real na sua vida de Filho O Espírito é invisível, mas nós conhecemo-lo através da unigênito; depois, no final dos tempos, Ele ressuscitará sua ação quando nos revela o Verbo e quando age na o nosso corpo. Igreja. 132. O que é que significa a Ascensão? (659-667) – 138. Quais são as designações do Espírito Santo? Passados os quarenta dias em que se mostrou aos (691-693) – “Espírito Santo” é o nome próprio da Apóstolos sob as aparências duma humanidade normal terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Jesus chama- que ocultavam a sua glória de Ressuscitado, Cristo sobe lhe também: Espírito Paráclito (Consolador, Advogado) ao céu e senta-se à direita do Pai. Ele é o Senhor que e Espírito de Verdade. O Novo Testamento chama-o agora reina com a sua humanidade na glória eterna de ainda: Espírito de Cristo, do Senhor, de Deus, Espírito Filho de Deus e sem cessar intercede por nós junto do da glória, da promessa. Pai. Envia-nos o Seu Espírito e tendo-nos preparado um 139. Com que símbolos se representa o Espírito lugar, dá-nos a esperança de um dia ir ter com Ele. Santo? (694-701) – São numerosos: a água viva que 133. Como reina agora o Senhor Jesus? (668-674) – jorra do coração trespassado de Cristo; a unção com o Senhor do cosmos e da história, Cabeça da sua Igreja, óleo que é o sinal sacramental da Confirmação; o fogo Cristo glorificado permanece misteriosamente sobre a que transforma o que toca; a nuvem, obscura e terra, onde o Seu Reino já está presente como germe e luminosa, na qual se revela a glória divina; a imposição início na Igreja. Ele um dia voltará em glória, mas não das mãos mediante a qual é dado o Espírito; a pomba sabemos quando. Por isso, vivemos vigilantes, rezando: que desce sobre Cristo e permanece sobre Ele no “Vem, Senhor” (Ap 22,20). batismo. 134. Como se realizará a vinda do Senhor na glória? 140. O que significa que o Espírito “falou pelos (675-677) – Após o último abalo cósmico deste mundo profetas”? (687-688, que passa, a vinda gloriosa de Cristo acontecerá com o profetas entende-se todos os que foram inspirados pelo triunfo definitivo de Deus na Parusia de Cristo e com o Espírito Santo para falar em nome de Deus. O Espírito Juízo final. Assim se cumprirá o Reino de Deus. conduz as profecias do Antigo Testamento ao seu pleno 135. Como é que Cristo julgará os vivos e os cumprimento em Cristo, de quem revela o mistério no mortos? (678-679) – Cristo julgará com o poder Novo Testamento. adquirido como Redentor do mundo, vindo para salvar os 141. O que é que o Espírito Santo realiza em João homens. Os segredos dos corações serão revelados, Batista? (717-720) – João Batista, o último profeta do bem como o procedimento de cada um em relação a Antigo Testamento é cheio do Espírito Santo, que o Deus e ao próximo. Cada homem será repleto de vida ou envia a “preparar para o Senhor um povo bem disposto” condenado para a eternidade segundo as suas obras. (Lc 1,17) e a anunciar a vinda de Cristo, Filho de Deus: Assim se realizará “a plenitude de Cristo” (Ef 4,13), na Aquele sobre o qual João viu o Espírito descer e qual “Deus será tudo em todos” (1 Cor 15,28). permanecer, “Aquele que batiza no Espírito” (Jo 1,33). “CREIO NO ESPÍRITO SANTO” 702-706) – Com o termo 142. Qual é a obra do Espírito em Maria? (721-726) 136. Que quer dizer a Igreja quando professa: – Em Maria, o Espírito Santo realiza as expectativas e a “Creio Santo”?(683-686) – Crer no preparação do Antigo Testamento para a vinda de Espírito Santo é professar a terceira Pessoa da Cristo. De forma única enche-a de graça e torna Santíssima Trindade, que procede do Pai e do Filho, e fecunda a sua virgindade para dar à luz o Filho de Deus 40 no Espírito Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III encarnado. Faz dela a Mãe do “Cristo total”, isto é, de 145. Que faz o Espírito Santo na Igreja? (733-741) Jesus Cabeça e da Igreja que é o seu corpo. Maria está – O Espírito edifica, anima e santifica a Igreja: Espírito com os Doze no dia de Pentecostes, quando o Espírito de Amor, Ele torna a dar aos batizados a semelhança inaugura os “últimos tempos” com a manifestação da divina perdida por causa do pecado e os faz viver em Igreja. Cristo da própria Vida da Santíssima Trindade. Envia-os 143. Qual a relação entre o Espírito e Cristo Jesus, a testemunhar a Verdade de Cristo e organiza-os nas na missão terrena? (727-730 ) – O Filho de Deus é suas mútuas funções, para que todos dêem “o fruto do consagrado Messias através da unção do Espírito na sua Espírito” (Gal 5,22). humanidade desde a Encarnação. Ele revela-O no seu 146. Como atuam Cristo e o seu Espírito no coração ensino, cumprindo a promessa feita aos antepassados e dos fiéis? (738-741) – Por meio dos sacramentos, comunica-O à Igreja nascente, soprando sobre os Cristo comunica aos membros do Seu Corpo o Seu Apóstolos depois da Ressurreição. Espírito e a graça de Deus que produz os frutos de vida 144. O que acontece no Pentecostes? (731-732) – nova, segundo o Espírito. Finalmente, o Espírito Santo é Cinqüenta dias após a Ressurreição, no Pentecostes, o Mestre da oração. Jesus Cristo glorificado infunde o Espírito em abundância e manifesta-O como Pessoa divina, de modo que a Santíssima Trindade é plenamente revelada. A Fonte: Compêndio do Catecismo da Igreja Católica (Site: www.vatican.va) Missão de Cristo e do Espírito torna-se a Missão da Igreja, enviada a anunciar e a difundir o mistério da comunhão trinitária. 41 8º ENCONTRO: A IGR EJ A É U NA , SA NTA, CATÓ LICA E AP OST ÓLICA 1. Objetivo: Apresentar as quatro características como a identidade e missão da Igreja: Una, Santa, Católica e Apostólica. Perceber que fazem parte desta identidade, desta missão, deste Povo de Deus. 2. Conteúdo do Encontro: Explicar cada característica mostrando que a Igreja é Una por possuir uma só doutrina, Santa porque tem uma missão redentora (salvadora) e santificadora, Católica por ser universal e Apostólica por transmitir e testemunhar os ensinamentos dos apóstolos sobre a Igreja de Cristo. 3. Desenvolvimento do Tema: Iniciar o assunto perguntando o que sabem sobre a nossa Igreja: o Quem fundou a nossa Igreja? Quando? o Quem é o chefe da Igreja no mundo? Quem escolheu o primeiro chefe? Como acontece a escolha hoje? o E aqui em nossa região? Como ele é escolhido? o E aqui na nossa Igreja Catedral? Falar do Pároco, Vigário Paroquial, Diáconos e Seminarista. É importante saber que Jesus constituiu os apóstolos como líderes da Igreja com a responsabilidade de formar comunidades nas quais se celebrasse e se vivesse os valores do Reino de Deus. Jesus estabeleceu o amor fraterno como a principal regra da Igreja – os cristãos punham tudo em comum (Atos 2, 42-47). No dia de Pentecostes Jesus enviou o Espírito Santo para iluminar o caminho da Igreja. Jesus sabia que seus líderes não eram perfeitos e livres de cometer pecados e a Igreja passou e passa ainda por momentos em que necessita refletir e revisar os seus atos para andar conforme as regras estabelecidas por Jesus. Também é importante saber que a Igreja é formada por cada um de nós. Jesus é a cabeça da Igreja, nós somos os seus membros. O Espírito Santo nos inspira os bons propósitos e nós agimos. Nossa Igreja em sua história de mais de dois mil anos de fundação: o Promove a caridade aos mais necessitados – Ex. Caritas (ajuda aos flagelados de enchentes, terremotos, pessoas pobres). o Ajuda no desenvolvimento da educação. o Defende a vida, especialmente diante dos avanços científicos (falar da Gincana pela Vida) o Motiva a sociedade a adotar formas dignas e saudáveis de viver, conforme o plano de Deus. o Falar do Projeto Ficha Limpa que nasceu na Igreja Católica (nós aqui na Catedral assinamos o documento que foi levado ao Congresso para evitar que políticos ladrões se candidatassem a cargos políticos). o Denuncia as injustiças sociais, tiranias e falta de liberdade. o Está comprometida com os valores do Evangelho propostos por Jesus “Que todos tenham vida, e vida em abundância” (Jo 10, 10). Passar para o texto da apostila explicando os atributos da Igreja – estes atributos são como colunas que sustentam a Igreja. 42 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III 4. Leitura utilizada: Atos 2, 42-47, Ef 2, 19-20. 5. Ambientação: Arrumar as cadeiras em círculo, mesa com toalha, flores, imagem. 6. Material utilizado: Foto do Papa Bento XVI e de Dom Moacir. 7. Atividades: Acompanhar e orientar as atividades. 8. Momento de Oração: Invocar o Espírito Santo Vamos agradecer a Deus por querer a nossa ajuda na construção do Reino, através da Igreja e pedir a sua ajuda rezando (escrever no quadro ou numa cartolina): “E a nós, que agora estamos reunidos e somos povo santo e pecador, dai força para construirmos juntos o Vosso Reino que também é nosso. Por Cristo, Nosso Senhor. Amém” (Oração Eucarística V da Liturgia da Missa) Encerrar com a Profissão de Fé. APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA “CREIO NA SANTA IGREJA CATÓLICA” todos os povos o Reino de Deus inaugurado por Jesus 147. O que significa a palavra Igreja? (751-752, Cristo. Ela é, na terra, o germe e o início deste Reino 777-804) – Designa o povo que Deus convoca e reúne de salvífico. todos os confins da terra, para constituir a assembléia 151. Em que sentido a Igreja é Mistério? (770-773) daqueles que, pela fé e pelo Batismo, se tornam filhos – A Igreja é Mistério enquanto na sua realidade visível de Deus, membros de Cristo e templo do Espírito está presente e operante uma realidade espiritual, Santo. divina, que se descobre unicamente com os olhos da fé. 148. Há, na Bíblia, outros nomes e imagens para 152. Que significa que a Igreja é sacramento indicar a Igreja? (758-766) – Na Sagrada Escritura universal de salvação? (774-776) – Significa que é encontramos muitas imagens que põem em evidência sinal e instrumento da reconciliação e da comunhão de aspectos complementares do mistério da Igreja. O toda a humanidade com Deus e da unidade de todo o Antigo Testamento privilegia as imagens ligadas ao povo gênero humano. de Deus; o Novo Testamento privilegia as imagens A Igreja: povo de Deus, corpo de Cristo, templo do ligadas a Cristo como Cabeça deste povo que é o Seu Espírito Santo Corpo, e as imagens retiradas da vida pastoril (redil, rebanho, ovelhas), agrícola (campo, oliveira, vinha) habitacional (morada, pedra, templo), familiar (esposa, mãe, família). Igreja? (758-766) – A Igreja encontra a sua origem e a sua realização plena no eterno desígnio de Deus. Foi preparada na Antiga Aliança com a eleição de Israel, sinal da reunião futura de todas as nações. Fundada pelas palavras e ações de Jesus Cristo, foi realizada, sobretudo mediante a sua morte redentora e a sua ressurreição. Foi depois manifestada como mistério de salvação mediante a efusão do Espírito Santo, no dia de Pentecostes. Terá a sua realização plena no fim dos como 802-804) – A Igreja é o povo de Deus porque Deus quis santificar e salvar os homens não isoladamente mas constituindo-os num só povo, reunido pela unidade do 149. Quais são as origens e a realização plena da tempos, 153. Porque é que a Igreja é povo de Deus? (781, assembléia celeste de todos os redimidos. 150. Qual é a missão da Igreja? (767-769) – A missão da Igreja é a de anunciar e instaurar no meio de Pai e do Filho e do Espírito Santo. 154. Quais são as características do povo de Deus? (782) – Este povo, de que nos tornamos membros mediante a fé em Cristo e o Batismo, tem por origem Deus Pai, por cabeça Jesus Cristo, por condição a dignidade e a liberdade dos filhos de Deus, por lei o mandamento novo do amor, por missão a de ser o sal da terra e a luz do mundo, por fim o Reino de Deus, já iniciado na terra. 155. Em que sentido o povo de Deus participa das três funções de Cristo: Sacerdote, Profeta e Rei? (783-786) – O povo de Deus participa no ministério sacerdotal de Cristo, enquanto os batizados são 43 consagrados oferecer os fiéis na comunhão em Cristo. Ela tem uma só fé, uma sacrifícios espirituais; participa no seu ministério pelo só vida sacramental, uma única sucessão apostólica, uma profético, enquanto, com o sentido sobrenatural da fé, comum esperança e a mesma caridade. a esta adere infalivelmente, a aprofunda e testemunha; 162. Onde subsiste a única Igreja de Cristo? (816) – e participa no seu ministério real com o serviço, A única Igreja de Cristo, como sociedade constituída e imitando Jesus Cristo, que, rei do universo, se fez organizada no mundo, subsiste (subsistit in) na Igreja servo de todos, sobretudo dos pobres e dos que católica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos sofrem. Bispos em comunhão com ele. Só por meio dela se pode 156. Como é que a Igreja é corpo de Cristo? (787- obter toda a plenitude dos meios de salvação, pois o 791) – Por meio do Espírito, Cristo morto e ressuscitado Senhor confiou todos os bens da Nova Aliança ao único une intimamente a Si os seus fiéis. Deste modo, os colégio apostólico, cuja cabeça é Pedro. crentes em Cristo, enquanto unidos estreitamente a 163. Como considerar os cristãos não católicos? Ele, sobretudo na Eucaristia, são unidos entre si na (817-819) – Nas Igrejas e comunidades eclesiais, que se caridade, formando um só corpo, a Igreja, cuja unidade desligaram da plena comunhão da Igreja católica, se realiza na diversidade dos membros e das funções. encontram-se muitos elementos de santificação e de 157. Quem é a cabeça deste corpo? (792-795) – verdade. Todos estes bens provêm de Cristo e Cristo “é a Cabeça do corpo, que é a Igreja (Col 1,18). A conduzem para a unidade católica. Os membros destas Igreja vive d’Ele, n’Ele e para Ele. Cristo e a Igreja Igrejas e comunidades são incorporados em Cristo pelo formam o “Cristo total” (S. Agostinho); “Cabeça e Batismo: por isso, nós reconhecemo-los como irmãos. membros são, por assim dizer, uma só pessoa mística” 164. Como empenhar-se em favor da unidade dos (S. Tomás de Aquino). cristãos? (820-822) – O desejo de restabelecer a 158. Porque é que a Igreja é chamada esposa de união de todos os cristãos é um dom de Cristo e um Cristo? (796) – Porque o próprio Senhor Se definiu apelo do Espírito. Ele diz respeito a toda a Igreja e como o “Esposo” (Mc 2,19), que amou a Igreja, unindo-a realiza-se mediante a conversão do coração, a oração, o a Si por uma Aliança eterna. Ele entregou-se a Si recíproco conhecimento fraterno, o diálogo teológico. mesmo por ela, para purificá-la com o Seu sangue, “para 165. Em que sentido a Igreja é santa? (823-829) – torná-la santa” (Ef 5,26) e fazer dela mãe fecunda de A Igreja é santa, porque Deus Santíssimo é o seu autor; todos os filhos de Deus. Enquanto a palavra “corpo” Cristo entregou-se por ela, para santificá-la e fazer evidencia a unidade da “cabeça” com os membros, o dela santificadora; e o Espírito Santo vivifica-a com a termo “esposa” sublinha a distinção dos dois na relação caridade. Nela se encontra a plenitude dos meios de pessoal. salvação. A santidade é a vocação de cada um dos seus 159. Porque é que a Igreja é designada templo do membros e o fim de cada uma das suas atividades. A Espírito Santo? (797-798) – Porque o Espírito Santo Igreja inclui no seu interior a Virgem Maria e reside no corpo que é a Igreja: na sua Cabeça e nos inumeráveis Santos, como modelos e intercessores. A seus membros; para, além disso, Ele edifica a Igreja na santidade da Igreja é a fonte da santificação dos seus caridade com a Palavra de Deus, os filhos, que, aqui, na terra, se reconhecem todos 160. Que são os carismas? (799-801) – Os carismas pecadores, sempre necessitados de conversão e de são dons especiais do Espírito concedidos a alguém para purificação. o bem dos homens, para as necessidades do mundo e em 166. Porque é que a Igreja se chama católica? particular (830-831) – A Igreja é católica, isto é, universal, para a Espírito Santo edificação da para Igreja, a cujo Magistério compete o seu discernimento. porque nela está presente Cristo: “Onde está Cristo A Igreja é una, santa, católica e apostólica Jesus, aí está a Igreja católica” (S. Inácio de 161. Porque é que a Igreja é una? (813-815) – A Igreja é una porque tem como origem e modelo a unidade na Trindade das Pessoas de um só Deus; porque tem como fundador e cabeça Jesus Cristo, que restabelece a unidade de todos os povos num só corpo; e porque tem como alma o Espírito Santo, que une todos 44 Antioquia). Ela anuncia a totalidade e a integridade da fé; leva e administra a plenitude dos meios de salvação; é enviada em missão a todos os povos, em todos os tempos e qualquer que seja a cultura a que eles pertençam. Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III 167. É também católica a Igreja particular? (832- 172. 835) – É católica toda a Igreja particular (isto é, a Evangelho a todo o mundo? (849-851) - Porque Cristo diocese e a paróquia), formada pela comunidade de fiéis ordenou: “ide e ensinai todas as nações, batizando-as no cristãos de nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19). sacramentos seja com o seu Bispo, ordenado na Este mandato missionário do Senhor tem a sua fonte no sucessão apostólica, seja com a Igreja de Roma, que amor eterno de Deus, que enviou o seu Filho e o seu “preside à caridade” (S. Inácio de Antioquia). Espírito porque “quer que todos os homens sejam salvos 168. Quem pertence à Igreja católica? (836-838) – e cheguem ao conhecimento da verdade” (1 Tim 2, 4). Todos os homens, de diferentes modos, pertencem ou 173. Como é que a Igreja é missionária? (852-856) – estão ordenados à unidade católica do povo de Deus. Guiada pelo Espírito Santo, a Igreja continua no curso Estão plenamente incorporados na Igreja católica da história a missão do próprio Cristo. Os cristãos, aqueles que, tendo o Espírito de Cristo, se encontram portanto devem anunciar a todos a Boa Nova trazida unidos a ela pelos vínculos da profissão de fé, dos por Cristo, seguindo o seu caminho, dispostos também sacramentos, do governo eclesiástico e da comunhão. ao sacrifício de si mesmos até ao martírio. Os batizados que não se encontram plenamente nesta 174. Porque é que a Igreja é apostólica? (857-869) unidade católica estão numa certa comunhão, ainda que – A Igreja é apostólica pela sua origem, sendo imperfeita, com a Igreja Católica. construída sobre o “fundamento dos Apóstolos” (Ef 169. Qual a relação da Igreja católica com o povo 2,20); pelo ensino, que é o mesmo dos Apóstolos; pela judeu? (839-840) – A Igreja católica reconhece a sua sua relação com o povo judeu no fato de Deus ter escolhido governada, até ao regresso de Cristo, pelos Apóstolos, este povo entre todos, para primeiro acolher a sua graças aos seus sucessores, os Bispos em comunhão, Palavra. É ao povo judeu que pertencem “a adoção a com o sucessor de Pedro. filhos, a glória, as alianças, a legislação, o culto, as 175. Em que consiste a missão dos Apóstolos? (858 – promessas, os patriarcas; dele provém Cristo segundo a 861) – A palavra Apóstolo significa enviado. Jesus, o carne” (Rm 9,5). Diferentemente das outras religiões Enviado do Pai, chamou a Si doze entre os Seus não cristãs, a fé judaica é já resposta à Revelação de discípulos e constituiu-os como seus Apóstolos, fazendo Deus na Antiga Aliança. deles testemunhas escolhidas da sua ressurreição e 170. Que ligação há entre a Igreja católica e as fundamentos da sua Igreja. Deu-lhes o mandato de religiões não cristãs? (846-848) – Antes de tudo, há o continuarem a sua missão, dizendo: “Como o Pai me laço comum da origem e fim de todo o gênero humano. A enviou, assim também Eu vos envio a vós” (Jo 20,21). E Igreja católica reconhece que tudo o que de bom e de prometeu estar com eles até ao fim do mundo. verdadeiro existe nas outras religiões vem de Deus, é 176. O que é a sucessão apostólica? (861- 865) – A reflexo da sua verdade, pode preparar para acolher o sucessão apostólica é a transmissão, mediante o Evangelho e mover em direção à unidade da humanidade sacramento da Ordem, da missão e do poder dos na Igreja de Cristo. Apóstolos aos seus sucessores, os Bispos. Graças a esta 171. Que significa a afirmação: “Fora da Igreja não transmissão, a Igreja permanece em comunhão de fé e há salvação”? (846-848) – Significa que toda a de vida com a sua origem, enquanto ao longo dos séculos salvação vem de Cristo-Cabeça por meio da Igreja, que orienta todo o seu apostolado para a difusão do Reino é o seu corpo. Portanto não poderiam ser salvos os que, de Cristo na terra. conhecendo a Igreja como fundada por Cristo e Os fiéis: hierarquia, leigos, vida consagrada que estão em comunhão de fé e necessária à salvação, nela não entrassem e nela não perseverassem. Ao mesmo tempo, graças a Cristo e à sua Igreja, podem conseguir a salvação eterna todos os que, sem culpa própria, ignoram o Evangelho de Cristo e a sua Igreja, mas procuram sinceramente Deus e, sob o influxo da graça, se esforçam por cumprir a sua vontade, conhecida através do que a consciência lhes dita. Porque é que a Igreja deve anunciar estrutura, enquanto instruída, santificada o e 177. Quem são os fiéis? (871 – 872) – Os fiéis são aqueles que, incorporados em Cristo pelo Batismo, são constituídos membros do povo de Deus. Tornados participantes, segundo a sua condição, da função sacerdotal, profética e real de Cristo, são chamados a exercer a missão confiada por Deus à Igreja. Entre eles subsiste uma verdadeira igualdade, na sua dignidade de filhos de Deus. 45 178. Como é formado o povo de Deus? (873) – Na 189. Como participam os fiéis leigos na função Igreja, por instituição divina, existem os ministros sacerdotal de Cristo? (901-903) – Participam nela sagrados que receberam o sacramento da Ordem e oferecendo – como sacrifício espiritual “agradável a formam a hierarquia da Igreja. Os outros são chamados Deus por Jesus Cristo” (1Ped 2,5), sobretudo na leigos. De uns e de outros, provêm fiéis, que se Eucaristia – a sua vida com todas as obras, as orações e consagram de modo especial a Deus com a profissão dos as iniciativas apostólicas, a vida familiar, o trabalho de conselhos evangélicos: castidade no celibato, pobreza e cada dia, as dificuldades da vida suportadas com obediência. paciência e os lazeres corporais e espirituais. Deste 182. Qual é a missão do Papa? (881- 882, 936 – 937) modo, os leigos, dedicados a Cristo e consagrados pelo – O Papa, Bispo de Roma e Sucessor de S. Pedro, é o Espírito Santo, oferecem a Deus o próprio mundo. perpétuo e visível princípio e fundamento da unidade da 190. Como participam na sua função profética? Igreja. É o vigário de Cristo, cabeça do colégio dos (904-907) – Participam nela acolhendo cada vez mais na Bispos e pastor de toda a Igreja, sobre a qual, por fé a Palavra de Cristo e anunciando-a ao mundo com o instituição divina, tem poder, pleno, supremo, imediato testemunho da vida e da palavra, a ação evangelizadora e universal. e a catequese. Esta ação evangelizadora adquire uma 183. Qual é a missão do colégio dos Bispos? (883 – particular eficácia pelo fato de ser realizada nas 885) – O colégio dos Bispos, em comunhão com o Papa e condições ordinárias da vida secular. nunca sem ele, exerce também sobre a Igreja supremo 191. Como participam na sua função real? (908 – e pleno poder. 913) – O leigos participam na função real de Cristo, 184. Como é que os Bispos exercem a sua missão de tendo recebido d’Ele o poder de vencer o pecado em si ensinar? (886-890) – Os Bispos, em comunhão com o mesmos e no mundo, mediante a abnegação de si e a Papa, têm o dever de anunciar o Evangelho a todos, santidade de vida. Exercem vários ministérios ao fielmente serviço da comunidade e impregnam de valor moral as e testemunhas com da fé autoridade, apostólica como e autênticas revestidos da autoridade de Cristo. Mediante o sentido sobrenatural atividades temporais do homem e as instituições da sociedade. da fé, o Povo de Deus, adere perfeitamente à fé, sob a condução do Magistério vivo da Igreja. 188. Qual é a vocação dos fiéis leigos? (897-900) – Os fiéis leigos têm como vocação própria a de procurar o reino de Deus, iluminando e ordenando as realidades temporais segundo Deus. Correspondem assim ao chamamento à santidade e ao apostolado, dirigido a todos os batizados. 46 Fonte: Compêndio do Catecismo da Igreja Católica (Site: www.vatican.va) Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III 9º ENCONTRO: CREIO NA COMUNHÃO DOS SANTOS, NA REMISSÃO DOS PECADOSO E NA VIDA ETERNA 1. Objetivo: Compreender que a Comunhão dos Santos é a comunhão da igreja que vive sua unidade com Cristo, vive a graça e a misericórdia e nos reconcilia com Deus. Conscientizar o catequizando que a vida cristã nos leva à vida eterna em Deus. 2. Conteúdo do Encontro: Explicação do significado dos termos: Comunhão dos Santos, Remissão dos Pecados e Vida Eterna. Refletir sobre os novíssimos do homem. 3. Desenvolvimento do Tema: Com a apostila fechada, fazer uma tempestade de idéias, anotando no quadro o que os catequizandos responderem. Perguntas sobre a Comunhão dos Santos: o que é ser santo? Quem são os santos? Nós podemos ser santos? Como? O que é intercessão dos santos? O que é Comunhão dos Santos? Quem participa da comunhão dos santos? Discutir as respostas eliminando as incorretas. Sobre a remissão dos pecados – deixar que falem – o que entendem? Fazer as leituras bíblicas e refletir sobre elas. Cremos na vida eterna – refletir sobre a morte e os novíssimos do homem – deixar que coloquem suas dúvidas. Esclarecê-las. Se houver tempo fazer as atividades durante o encontro, se não, fazer em casa. 4. Leitura utilizada: Lc 24, 45-48, 2Cor 5, 17-21, 1Cor 15, 51-52, Jo 11, 25, Jo 14, 2-3, 1Cor 13, 12. 5. Ambientação: Arrumar as cadeiras em círculo, mesa com toalha, flores, imagem. 6. Material utilizado:Apostila. 7. Atividades:Acompanhar e orientar as atividades. 8. Momento de Oração: Agradecer a Jesus pelo seu amor por nos ter enviado seu Espírito Santo para nos ajudar a chegar ao céu. Encerrar com a oração do Símbolo Niceno-Constantinopolitano. 47 APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA Creio na Comunhão dos santos também que os nossos corpos mortais um dia retomarão 194. O que significa a expressão comunhão dos a vida. santos? a 204. Qual a relação entre a Ressurreição de Cristo participação de todos os membros da Igreja nas coisas e a nossa? (988 – 991, 1002 – 1003) – Como Cristo santas (sancta): a fé, os sacramentos, em especial a verdadeiramente ressuscitou dos mortos e vive para Eucaristia, os carismas e os outros dons espirituais. Na sempre, assim Ele próprio nos ressuscitará a todos no raiz da comunhão está a caridade que “não procura o último dia, com um corpo incorruptível: “os que tiverem próprio interesse” (1 Cor 13, 5), mas move o fiel “a feito o bem para uma ressurreição de vida, e os que colocar tudo em comum” (Act 4, 32), mesmo os próprios tiverem bens materiais ao serviço dos pobres. condenação”. 195. O que significa ainda a expressão comunhão 205. Com a morte, que sucede ao nosso corpo e à dos santos? (954–959, 961–962) nossa alma? (992 – 1004; 1016 –1018) – Com a morte, Designa ainda a comunhão entre as pessoas santas separação da alma e do corpo, o corpo cai na corrupção, (sancti), isto é, entre os que, pela graça, estão unidos a enquanto a alma, que é imortal, vai ao encontro do Cristo morto e ressuscitado. Alguns são peregrinos na Julgamento divino e espera reunir-se ao corpo quando terra; outros, que já partiram desta vida, estão a este, transformado, ressuscitar no regresso do Senhor. purificar-se, ajudados também pelas nossas orações; Compreender como acontecerá a ressurreição supera as outros, enfim, gozam já da glória de Deus e intercedem possibilidades por nós. Todos juntos formam, em Cristo, uma só entendimento. família, a Igreja, para louvor e glória da Trindade. 206. Que significa morrer em Cristo Jesus? (1005- “CREIO NA REMISSÃO DOS PECADOS” 1014) – Significa morrer na graça de Deus, sem pecado (946–953) – Indica, antes de mais, 200. Como são perdoados os pecados? (976 – 980, 984 – 985) – O primeiro e principal sacramento para o perdão dos pecados é o Batismo. Para os pecados cometidos depois do Batismo, Cristo instituiu o sacramento da Reconciliação ou Penitência, por meio do feito o mal da para nossa uma ressurreição imaginação e do de nosso mortal. O que crê em Cristo e segue o Seu exemplo pode assim transformar a própria morte num ato de obediência e de amor ao Pai. “É certa esta palavra: se morrermos com Ele, também com Ele viveremos” (2 Tim 2,11). qual o batizado é reconciliado com Deus e com a Igreja. “CREIO NA VIDA ETERNA” 201. Porque é que a Igreja tem o poder de perdoar 207. O que é a vida eterna? (1020 1051) – A vida os pecados? (981–983; 986–987) – A Igreja tem a eterna é a que se iniciará imediatamente após a morte. missão e o poder de perdoar os pecados, porque o Ela não terá fim. Será precedida para cada um por um próprio Cristo lho conferiu: “Recebei o Espírito Santo: juízo particular realizado por Cristo, juiz dos vivos e àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão dos mortos, e será confirmada pelo juízo final. perdoados, e àqueles a quem os retiverdes serão 208. O que é o juízo particular? (1021 – 1022) – É o retidos” (Jo 20, 22-23). julgamento de retribuição imediata, que cada um, a “CREIO NA RESSURREIÇÃO DA CARNE” partir da morte, recebe de Deus na sua alma imortal, 202. Que indica a palavra carne e qual é a sua importância? (990, 1015) – O termo carne designa o homem na sua condição de debilidade e de mortalidade. “A carne é o eixo da salvação” (Tertuliano). Com efeito, em relação à sua fé e às suas obras. Tal retribuição consiste no acesso à bem-aventurança do céu, imediatamente ou depois de uma adequada purificação, ou então à condenação eterna no inferno. nós cremos em Deus que é o Criador da carne; cremos 209. O que se entende por “céu”? (1023 – 1026) – no Verbo que se fez carne para redimir a carne; cremos Por “céu” entende-se o estado de felicidade suprema e na ressurreição da carne, acabamento da criação e da definitiva. Os que morrem na graça de Deus e não redenção da carne. precisam de ulterior purificação são reunidos à volta de 203. O que significa a “ressurreição da carne”? (990) – Significa que o estado definitivo do homem não será só a alma espiritual separada do corpo, mas 48 Jesus e de Maria, dos anjos e dos santos. Formam assim a Igreja do céu, onde vêem Deus “face a face” (1 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III Cor 13,12), vivem em comunhão de amor com a sentença de vida bem-aventurada ou de condenação Santíssima Trindade e intercedem por nós. eterna, que o Senhor Jesus, no seu regresso como juiz 210. O que é o purgatório? (1030 – 1031) – O dos vivos e dos mortos, pronunciará em relação aos purgatório é o estado dos que morrem na amizade de “justos e injustos” (Act 24, 15), reunidos todos juntos Deus, mas, embora seguros da sua salvação eterna, diante d’Ele. A seguir a tal juízo final, o corpo precisam ainda de purificação para entrar na alegria de ressuscitado participará na retribuição que a alma teve Deus. no juízo particular. 211. Como podemos ajudar a purificação das almas 215. Quando terá lugar este juízo final? (1040) - O do purgatório? (1032) – Em virtude da comunhão dos juízo final terá lugar no fim do mundo, do qual só Deus santos, os fiéis ainda peregrinos na terra podem ajudar conhece o dia e a hora. as almas do purgatório oferecendo as suas orações de 216. Em que consiste a esperança dos novos céus e sufrágio, em particular o Sacrifício eucarístico, mas da nova terra? (1042 – 1050, 1060) – Depois do juízo também esmolas, indulgências e obras de penitência. final, o próprio universo, libertado da escravidão da 212. Em que consiste o inferno? (1033–1035, 1056– corrupção, participará na glória de Cristo com a 1057) – Consiste na condenação eterna daqueles que, inauguração dos “novos céus e da nova terra” (2 Ped por escolha livre, morrem em pecado mortal. A pena 3,13). Será assim alcançada a plenitude do Reino de principal do inferno é a eterna separação de Deus, o Deus, ou seja a realização definitiva do desígnio único em quem o homem encontra a vida e a felicidade salvífico de Deus de “recapitular em Cristo todas as para quê foi criado, e a que aspira. Cristo exprime esta coisas, as do céu e as da terra” (Ef 1,10). Deus será realidade com as palavras: “Afastai-vos de mim, então “tudo em todos” (1 Cor 15,28), na vida eterna. malditos, para o fogo eterno” (Mt 25, 41). “AMÉM” 213. Como conciliar o inferno com a bondade infinita 217. Que significa o Amém, que conclui a nossa de Deus? (1036 – 1037) – Deus, apesar de querer “que profissão de fé? (1064 – 1065) – A palavra hebraica todos tenham modo de se arrepender” (2Ped 3,9), Amén que conclui o último livro da Sagrada Escritura, tendo criado o homem livre e responsável, respeita as algumas orações do Novo Testamento e as orações suas decisões. Portanto, é o próprio homem que, em litúrgicas da Igreja, significa o nosso “sim” confiante e plena autonomia, se exclui voluntariamente da comunhão total a tudo o que professamos crer, confiando com Deus se, até ao momento da própria morte, totalmente n’Aquele que é o “Amém” (Ap 3,14) persiste definitivo: Cristo Senhor. no pecado mortal, recusando o amor misericordioso de Deus. 214. Em que consistirá o Juízo final? (1038–1041; Fonte: Compêndio do Catecismo da Igreja Católica 1058–1059) – O juízo final (universal) consistirá na (Site: www.vatican.va) 49 10º ENCONTRO: OS MANDAMENTOS DA IGREJA 1. Objetivo: Praticar os mandamentos da Igreja como povo de Deus. Viver o compromisso de cristão católico. 2. Conteúdo do Encontro: Cultivar os mandamentos como valores próprios, como uma prática de vida que o cristão deve assumir ao longo da caminhada na Igreja. 3. Desenvolvimento do Tema: Conversar com os catequizandos sobre os mandamentos da Igreja – mostrando que eles nos ajudam a cultivar valores morais e espirituais que nos ajudarão a ser bons cristãos. Motivá-los a cultivar aqueles mandamentos que já podem vivenciar. Poderá usar a dinâmica da Locomotiva para ajudar a memorizar os mandamentos o O catequista colocará um fundo musical e escolherá um catequizando para ser a locomotiva, os demais representarão os vagões que formarão um círculo. o Ao iniciar a música a locomotiva sai caminhando pelo círculo, ao parar a música o vagão que estiver em frente à locomotiva deve dizer os mandamentos da Igreja, se acertar prende-se à locomotiva que parte ao reiniciar a música. Ao parar a música novamente o vagão que estiver em frente à locomotiva deve repetir os cinco mandamentos e assim sucessivamente. O catequizando só poderá percorrer os trilhos se souber as cinco dicas que o tornarão um verdadeiro Cristão. Outra dica para memorização é a confecção de um cartaz com figuras que representem os mandamentos. 4. Leitura utilizada: Lv 27, 30-31; Dt 14, 22-23; Mt 23, 23. 5. Ambientação: toalha, Bíblia, imagem, flores e vela. 6. Material utilizado: providenciar material para confecção do cartaz se for utilizar a dinâmica. 7. Atividades:Orientar as atividades. Respostas da cruzadinha: 1. Missão; 2. Apóstolo; 3. Dízimo; 4. Amor; 5. Testemunho; 6. Fé; 7. Crianças; 8. Domingos; 9. Comungar; 10. Unir; 11. Confessar; 12. Curou; 13. Carne; 14.Vida. 8. Momento de Oração:Rezar pelo Santo Padre o Papa Bento XVI, por Dom Moacir, nosso Bispo, pelo nosso Pároco e Vigário Paroquial. APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA Uma coisa que muitos católicos não sabem – e por isso Apóstolos: "Quem vos ouve a mim ouve, quem vos não cumprem – é que existem os "Cinco Mandamentos rejeita a mim rejeita, e quem me rejeita, rejeita Aquele da Igreja", além dos Dez Mandamentos conhecidos. que me enviou" (Lc 10,16). E prossegue: “Em verdade, Eles não foram revogados pela Igreja com o novo tudo o que ligardes sobre a terra, será ligado no céu, e Catecismo de João Paulo II (1992). É preciso entender tudo o que desligardes sobre a terra, será também que mandamento é algo obrigatório para todos os desligado no céu.” (Mt 18,18) católicos, diferente de recomendações, conselhos, Então, a Igreja legisla com o "poder de Cristo", e entre outros. quem não a obedece, não obedece a Cristo, e Cristo deu poderes à Sua Igreja a fim de estabelecer conseqüentemente a Deus Pai. normas para a salvação da humanidade. Ele disse aos 50 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III De modo que para a salvação do povo de Deus, a Igreja 2º - Segundo mandamento: "Confessar-se ao menos estabeleceu cinco obrigações que todo católico tem de uma vez por ano". cumprir, conforme ensina o Catecismo da Igreja Assegura a preparação para a Eucaristia pela recepção Católica (CIC). Este ensina: "Os mandamentos da Igreja do Sacramento da Reconciliação, que continua a obra de situam-se nesta linha de uma vida moral ligada à vida conversão e perdão do Batismo (CDC, cân. 989). É claro litúrgica e que dela se alimenta. O caráter obrigatório que é pouco se confessar uma vez ao ano, seria bom que dessas leis positivas promulgadas pelas autoridades cada um se confessasse ao menos uma vez por mês, pois pastorais tem como fim garantir aos fiéis o mínimo fica mais fácil de se recordar dos pecados e de ter a indispensável no espírito de oração e no esforço moral, graça para vencê-los. no crescimento do amor de Deus e do próximo." (§2041) 3º - Terceiro mandamento: "Receber o sacramento Note que o Catecismo diz que isso é o "mínimo da Eucaristia ao menos pela Páscoa da ressurreição" indispensável" para o crescimento na vida espiritual dos (O período pascal vai da Páscoa até festa da Ascenção) fiéis. Podemos e devemos fazer muito mais, pois isso é e garante um mínimo na recepção do Corpo e do Sangue apenas o mínimo obrigado pela Igreja. Ela sabe que, do Senhor em ligação com as festas pascais, origem e como Mãe, tem filhos de todos os tipos e condições, centro da Liturgia cristã (CDC, cân. 920). portanto, fixa, sabiamente, apenas o mínimo necessário, deixando que cada um, conforme a sua realidade, faça mais. E devemos fazer mais. Também é muito pouco comungar ao menos uma vez ao ano. A Igreja recomenda (não obriga) a comunhão diária. 1º – Primeiro mandamento da Igreja: "Participar da missa inteira nos domingos e outras festas de guarda e abster-se de ocupações de trabalho". 4º - Quarto mandamento: "Jejuar e abster-se de carne, conforme manda a Santa Mãe Igreja" (No Brasil isso deve ser feito na Quarta-feira de Cinzas e Ordena aos fiéis que santifiquem o dia em que se na Sexta-feira Santa). Este jejum consiste em um leve comemora a ressurreição do Senhor, e as festas café da manhã, um almoço leve e um lanche também leve litúrgicas em honra dos mistérios do Senhor, da à tarde, sem mais nada no meio do dia, nem o cafezinho. santíssima Virgem Maria e dos santos, em primeiro Quem desejar pode fazer um jejum mais rigoroso; o lugar participando da celebração eucarística, em que se obrigatório é o mínimo. Os que já têm mais de sessenta reúne a comunidade cristã, e se abstendo de trabalhos anos estão dispensados da obrigatoriedade, mas podem e negócios que possam impedir tal santificação desses fazê-lo se desejarem. dias (Código de Direito Canônico-CDC , cân. 1246-1248) (§2042). Diz o Catecismo que o jejum "Determina os tempos de ascese e penitência que nos preparam para as festas Os Dias Santos – com obrigação de participar da missa, litúrgicas; contribuem para nos fazer adquirir o domínio são sobre nossos instintos e a liberdade de coração (CDC, esses, conforme o Catecismo: “Devem ser guardados [além dos domingos] o dia do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, da Epifania (domingo no Brasil), da Ascensão (domingo) e do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi), de Santa Maria, Mãe de Deus (1º de janeiro), de sua Imaculada Conceição (8 de dezembro) e Assunção (domingo), de São José (19 de março), dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo (domingo), e por fim, de Todos os Santos (domingo)” (CDC, cân. 1246,1; n. 2043 após nota 252) (§2177). cân. 882)". 5º - Quinto mandamento: "Ajudar a Igreja em suas necessidades" Recorda aos fiéis que devem ir ao encontro das necessidades materiais da Igreja, cada um conforme as próprias possibilidades (CDC, cân. 222). Não é obrigatório que o dízimo seja de 10% do salário, nem o Catecismo nem o Código de Direito Canônico obrigam esta porcentagem, mas é bom e bonito se assim o for. O importante é, como disse São Paulo, dar com alegria, pois “Deus ama aquele que dá com alegria” (cf. 2Cor 9, 7). Esta ajuda às necessidades da Igreja pode ser dada uma parte na paróquia e em outras obras da Igreja. Nota: Conforme preceitua o Código de Direito Canônico, as Conferências Episcopais de cada país podem 51 estabelecer outros preceitos eclesiásticos para o seu 431. Qual a finalidade dos preceitos da Igreja? território (CDC, cân. 455) (§2043). (2041 -2048) - Os cinco preceitos da Igreja têm por Demos graças a Deus pela Santa Mãe Igreja que nos fim garantir aos fiéis o mínimo indispensável do espírito guia. O Papa Paulo VI disse que "quem não ama a de oração, da vida sacramental, do empenho moral e do Igreja não ama Jesus Cristo". crescimento do amor de Deus e do próximo. 432. Quais são os preceitos da Igreja? (2042 – Prof. Felipe Aquino http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/ O que nos diz o Catecismo da Igreja Católica: 2043) – São: 1) participar na missa do Domingo e Dias Santos de Guarda e abster-se de trabalhos e atividades que impeçam a santificação desses dias; 2) confessar os pecados recebendo o sacramento da Reconciliação ao menos uma vez cada ano; 3) comungar ao menos pela Páscoa da Ressurreição; 4) guardar a A IGREJA MÃE E MESTRA abstinência e jejuar nos dias marcados pela Igreja; 5) 429. Como é que a Igreja alimenta a vida moral do contribuir para as necessidades materiais da Igreja, cristão? (2030-2031; 2047) – A Igreja é a comunidade cada um segundo as próprias possibilidades. onde o cristão acolhe a Palavra de Deus que contém os 433. Porque é que a vida moral dos cristãos é ensinamentos da «Lei de Cristo» (Gal 6,2); recebe a indispensável para o anúncio do Evangelho? (2044- graça dos sacramentos; une-se à oferta eucarística de 2046) – Porque, com a sua vida conforme ao Senhor Cristo de modo que a sua vida moral seja um culto Jesus, os cristãos atraem os homens à fé no verdadeiro espiritual; e aprende o exemplo da santidade da Virgem Deus, edificam a Igreja, modelam o mundo com o Maria e dos Santos. espírito do Evangelho e apressam a vinda do Reino de 430. Porque é que o Magistério da Igreja intervém Deus. no campo moral? (2032-2040, 2049-2051) – Porque é missão do Magistério da Igreja pregar a fé que deve ser acreditada e aplicada na vida prática. Essa missão estende-se também aos preceitos específicos da lei natural, porque a sua observância é necessária para a salvação. 52 Fonte: Compêndio do Catecismo da Igreja Católica (Site: www.vatican.va) Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III 11º ENCONTRO: O PECADO E SUAS CONSEQUÊNCIAS 1. Objetivo: Mostrar aos catequizandos que o pecado gera conseqüências em nossa vida e como ele se torna obstáculo para nossa santidade. 2. Conteúdo do Encontro: Explicar o que é Pecado e suas conseqüências para a vida. Explicar o significado de pecado mortal e pecado venial. Explicar o que são os pecados capitais e a sua gravidade. Recordar e propor de vivência dos Dez Mandamentos. 3. Desenvolvimento do Tema: Peça para os catequizandos olharem bem para as velas e as flores. Pergunte qual a diferença entre os símbolos e o que isso tem a ver com a nossa vida em Deus. Conduza a conversa até que concluam que nossa vida sem Deus é como uma vela apagada, não tem sentido. Ou é como uma flor que sem água, perde a vida. Fomos feitos para brilhar e ter vida! Mas o pecado nos afasta de Deus. Fazer a seguinte dinâmica: o Escolher um catequizando para ser Deus. Outro catequizando faz a personagem da criança que é feliz ao lado de Deus. Passeia e conversa com Deus. Pode abraçar Deus! o O catequista vai contando a história e descrevendo os pecados que a criança comete, a cada pecado cometido (Brigou com a mãe...., xingou o amigo..., desrespeitou a professora..., roubou uma caneta do colega..., etc...) coloca um catequizando no meio, entre Deus e a criança, de modo que a criança vai ficando cada vez mais longe de Deus, até que não consegue mais abraçá-lo. Quando Deus já está bem distante o catequista conta que a criança sente falta de Deus e vai procurar as pessoas que feriu com seu pecado e pede perdão. A cada pedido de perdão um catequizando volta para seu lugar e a criança vai chegando mais perto de Deus, até que o último sai e ela pode finalmente abraçar Deus de novo. Pedir que todos comentem o que perceberam. Leia com os catequizandos Gn 3, 10-13 e ajude-os a compreender o que foi este primeiro pecado. Homem e mulher quiseram ser como Deus, abandonando os ensinamentos de seu Criador. Ao se afastar de Deus criaram injustiças e maldades. O pecado original é a fonte de todo o pecado: quando queremos ser deuses para nós mesmos e nos afastamos de Deus, desrespeitamos o irmão e criamos sofrimentos, dor e injustiças. Apresente as distinções entre pecado mortal e pecado venial, a fim de que saibam fazer um bom exame de consciência. 4. Leitura utilizada: Gn 3, 10-13. 5. Ambientação: Preparar em lugar visível na sala de catequese duas velas, uma acesa e outra apagada. Ao lado da vela acesa coloque um vaso com água e uma flor bem bonita dentro dele. Ao lado da vela apagada coloque um galho seco, sem vaso. 6. Material utilizado: Velas, vaso, flor, galho seco. 7. Atividades: Acompanhar e orientar as atividades. 53 8. Momento de Oração: Rezar a oração do Credo, e pedir a Jesus que os ajude a fazer uma boa confissão. APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA "Deus é bom, e o homem, criado para a Gn 3,23-24). Perderam a harmonia da perfeita comunhão, é bom também (Gn 1,31). Donde, então, comunhão com Deus, como o próprio Deus havia tanta violência, ódio, exploração e escravidão que planejado ao criar o mundo o ser humano. vemos ao nosso redor"? (Catequese Renovada 182). Deus fez o ser humano livre. Este se quisesse Estar longe de Deus é estar longe do amor. crescer e tornar-se cada melhor, mais humano, Esta tem sido uma escolha das pessoas em muitos mais realizado como pessoa, deveria escolher momentos de suas vidas. Ao romper com Deus, a viver em comunhão com Deus e amando seus pessoa rompe consigo mesma, usa o próximo semelhantes, parceiros no cuidado da obra da explorando-o e prejudicando-o, deixa de ser criação. No entanto, nossa fé ensina que no início cuidadora da natureza criada e passa a explorá-la nossos primeiros pais optaram por fechar-se em si por ganância. O pecado em nossa vida, portanto, mesmos, ou seja, escolheram abandonar a Deus, fere a razão mesma da existência humana: o amor. que é amor perfeito, e afastaram-se da comunhão Assim, o ser humano dilacera sua identidade e com Ele. A este primeiro afastamento chamamos perde a capacidade de desenvolver-se como "pecado original". pessoa, pois o pecado nos faz menos gente, menos O pecado de nossos primeiros pais não foi o simples fato de roubar um "fruto proibido", foi muito mais do que isso. No paraíso, que não pode entendido como um "lugar", mas um "estado de ser", a comunhão com Deus era perfeita. Pois Deus criou o ser humano para o amor, a comunhão: humanos porque gera a morte do irmão, a morte da vida interior, a morte da natureza criada, a morte da humanidade, fomos criados para ser relacionais: com Deus, os irmãos, o mundo e nós mesmos. O pecado fere essa relação. Por isso nos desumaniza. com Deus, com os outros, com o mundo. Por isso, o ser humano poderia ter crescido em Deus, tomando-se cada vez melhor no amor. Porém, nossos primeiros pais não quiseram ouvir a voz de Deus que soava em seus corações. Auto proclamaram-se donos de sua vida, conhecedores, auto-suficientes do que era o bem e o mal para si mesmos. (cf. Gn 3,4). Por isso, Deus não tinha mais vez no coração humano. Homem e mulher quiseram ser deuses para si mesmos. Assim, fechados em seu orgulho, os seres humanos caíram sempre mais e mais em seus erros. Imperfeitos e inacabados, Como saber se uma determinada ação é pecado? Basta verificar se nesta ação estamos amando a Deus e ao próximo (cf. Mt 22,37-39). Jesus nos disse: "O meu mandamento e este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos. Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando" (Jo 15,914). Se amamos, não pecamos. não podiam mais crescer. Perderam a sua razão de Basta verificar se nesta ação estamos ser, desumanizaram-se, perderam a raiz de obedecendo os mandamentos de Deus e os felicidade, pois escolheram estar longe de Deus (é ensinamentos da Igreja. esse o significado da “expulsão do paraíso" - cf. 54 Existem pecados "maiores e menores"? Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III O que existe são pecados graves (ou mortais) e pecados leves (ou veniais). Os pecados graves nos separam radicalmente da graça de Deus. Os pecados veniais, embora sejam também um mal e quem temos a redenção, a saber, a remissão dos pecados" (Cl 1,13-l4) . O PECADO exijam conversão, não tem a força de romper 391. O que exige de nós o acolhimento da nossa união com Deus e com a Igreja. misericórdia de Deus? (1846-1848, 1870) – Exige Pecados mortais são aqueles que reúnem conjuntamente as três características seguintes: 1ª Matéria grave - São contra um dos Dez Mandamentos da Lei de Deus. Os mandamentos nos ensinam como podemos amar a Deus, ao próximo e a nos mesmos. Ao deixar de cumprir os mandamentos, com atos graves, comete-se pecado mortal. o reconhecimento das nossas culpas e o arrependimento dos nossos pecados. Pela sua Palavra e pelo seu Espírito, o próprio Deus nos revela os nossos pecados, dá-nos a verdade da consciência e a esperança do perdão. 392. O que é o pecado? (1849 – 1851, 18711872) – É «uma palavra, um ato ou um desejo contrários à Lei eterna» (S. Agostinho). É uma ofensa a Deus, na desobediência ao seu amor. 2ª Plena liberdade - São ações realizadas Fere a natureza do homem e atenta contra a sem coação exterior. A pessoa precisa decidir solidariedade humana. Cristo, na sua Paixão, livremente fazer o mal, sem ser obrigada por revela plenamente a gravidade do pecado e vence- ninguém. o com a sua misericórdia. plena 393. Existe uma variedade de pecados? (1852– consciência de que o que se está fazendo e 3ª Consciência plena - Tem-se 1853; 1873) - A variedade dos pecados é grande. pecado, ou seja, a pessoa sabe claramente que o Distinguem-se segundo o seu objeto, ou segundo que faz e gravemente errado e mesmo assim as virtudes ou os mandamentos a que se opõem. decide fazê-lo. Podem ser diretamente contra Deus, contra o Somos libertados de um pecado mortal pelo Sacramento da Reconciliação ou Penitência, através do arrependimento e da confissão desse pecado, e de absolvição do padre. Caso uma má ação cometida não possua uma ou mais das características do pecado mortal, e próximo e contra nós mesmos. Podemos ainda distinguir entre pecados por pensamentos, por palavras, por ações e por omissões. 394. Como se distingue o pecado quanto à gravidade? (1854) – Distingue-se entre pecado mortal e venial. considerada pecado leve, ou venial. E como a 395. Quando se comete o pecado mortal? poeira sobre a mesa. Basta uma simples espanada (1855-1861, 1874) – Comete-se pecado mortal para tirá-la: orações, jejum, obras de caridade, quando, ao mesmo tempo, há matéria grave, plena exercícios espirituais, fidelidade na vida cristã. consciência e deliberado consentimento. Este Apesar do poder do pecado humano, grave ou leve, Deus e sua graça são mais fortes. Nada pode nos separar de Deus, pois na cruz de Jesus nosso pecado foi vencido pelo amor. A pregação e o ensino cristãos não estão centrados no pecado: o principal anúncio da Igreja e a vitória de Deus, pecado destrói a caridade, priva-nos da graça santificante e conduz-nos à morte eterna do inferno, se dele não nos arrependermos. É perdoado ordinariamente mediante os sacramentos do Batismo e da Penitência ou Reconciliação. "que nos tirou do poder das trevas, e nos 396. Quando se comete o pecado venial? transportou para o reino do seu Filho amado, em (1862-1864, 1875) – O pecado venial, que difere 55 essencialmente do pecado mortal, comete-se avareza, inveja, ira, luxúria, gula e preguiça ou quando se trata de matéria leve, ou mesmo grave, negligência. mas sem pleno conhecimento ou sem total consentimento. Não quebra a aliança com Deus, mas enfraquece a caridade; manifesta um afeto desordenado pelos bens criados; impede o progresso da alma no exercício das virtudes e na prática do bem moral; merece penas 399. Temos responsabilidade nos pecados cometidos por outros? (1868) – Existe esta responsabilidade, quando conscientemente neles cooperamos. 400. O que são as estruturas de pecado? (1869) - São situações sociais ou instituições purificatórias temporais. 397. Como prolifera em nós o pecado? (1865, 1876) – O pecado arrasta ao pecado e a sua contrárias à lei divina, expressão e efeito de pecados pessoais. repetição gera o vício. 398. O que são os vícios? (1866-1867) – Os Fonte: vícios, sendo contrários às virtudes, são hábitos Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol. III, perversos Ed.Vozes, 2008. P. 63-65. que obscurecem a consciência e inclinam ao mal. Os vícios podem estar ligados aos Compêndio do Catecismo da Igreja Católica (Site: chamados sete pecados capitais, que são: soberba, www.vatican.va). 56 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III 12º ENCONTRO: O SACRAMENTO DA RECONCILIAÇÃO 1. Objetivo: Reconhecer que através do Sacramento da Reconciliação nos encontramos com a misericórdia de Deus. Perceber que Deus deseja estar próximo de nós 2. Conteúdo do Encontro: A necessidade do arrependimento e conversão para obter a misericórdia divina. Através deste sacramento somos reconciliados com o Pai e com a Igreja. Explicar que este sacramento também chamado de sacramento do Perdão e sacramento da Conversão. Acentuar que a graça da misericórdia de Deus nos é concedida através do ato da confissão. 8. Desenvolvimento do Tema: Deixe a sala fechada de modo que todos entrem com o catequista, ao mesmo tempo. Inicie o encontro deixando que os catequizandos observem e comentem a bagunça na sala. Escuteos e aguarde para verificar se tomam a iniciativa de arrumar ou se ficam apenas observando. Converse sobre como é difícil organizar o que está bagunçado. É preciso muita força de vontade. Compare com a nossa vida. Se não tiverem a iniciativa de arrumar a sala, peça que o façam e peça que os cartazes com os pecados sejam colocados no centro da sala. Leia com eles os pecados e fale da “bagunça” que eles podem causar na vida das pessoas e converse sobre a possibilidade de se fazer uma “arrumação” na vida. Leia com os catequizados a Parábola do Filho Pródigo – Lc 15, 11-32. Converse sobre a parábola e a gravidade das atitudes do filho mais novo. Compare o desastre da vida de pecado do filho pródigo com a bagunça que estava na sala. Em seguida converse sobre: o As atitudes que fizeram com que ele quisesse “arrumar a bagunça” de sua vida... o As atitudes do pai quando o viu chegando de volta... o As atitudes do irmão mais velho quando soube que o mais novo havia voltado. Ajude-os a entender que a atitude do filho em quere voltar não foi fácil, foi preciso muita humildade. Mas ele confiava no pai. Explique a atitude do pai que acolheu o filho com muito amor, porque confiava na capacidade de seu filho em ser uma pessoa melhor. Explique que somente a confiança gera perdão. E o perdão é capaz de arrumar a bagunça que o pecado gera em nossa vida. Comente que assim é o nosso Deus. Ele é Pai e confia na nossa capacidade de sermos melhores. Sabe que precisamos ser felizes e nos ajuda a arrumar a bagunça que criamos com os nossos pecados. Ele confia em nós! Pergunte: E nós confiamos Nele? 57 Mostre o vaso com a flor murcha e a vela apagada. Em seguida coloque sobre a mesa o vaso com a flor vida ao lado da flor murcha e um castiçal com a vela acesa ao lado da vela apagada. Pergunte qual a diferença entre os símbolos e o que isso tem a ver com a nossa vida com Deus. Conduza a conversa até que concluam que nossa vida sem Deus é como uma vela apagada e não tem sentido. Ou como uma flor que sem água perde a vida. Fomos feitos para brilhar e ter vida! Mas o pecado estraga tudo. 4. Leitura utilizada: Lc 15, 11-32. 5. Ambientação: Antes que os catequizandos cheguem desorganize a sala de catequese: vire as cadeiras de pernas para o ar, coloque-se fora de lugar... espalhe pela sala jornais amassados e rasgados, e os cartazes sujos 9. Material utilizado: Jornais velhos Cartazes sujos (usar papelão escrito com carvão – ou outra forma que fiquem bem feios) com as frases: Não amar a Deus. Faltar à missa aos domingos (sábados) por preguiça. Desrespeitar o nome e a pessoa de Deus. Desrespeitar os pais. Matar ou promover a morte do irmão. Roubar. Falar mentiras ou fofocas. Querer destruir um matrimônio. Invejar as coisas alheias. 10. Atividades: Acompanhe e oriente as atividades conforme a leitura bíblica. 11. Momento de Oração: Propor a memorização da fórmula do Ato de Contrição. Faça com os catequizandos uma oração pedindo que o Espírito Santo os ajude a fazer uma boa confissão. Se for possível leve os catequizandos à Capela do Santíssimo. Recomende que os catequizandos pensem e rezem pedindo ajuda para se prepararem dignamente para a celebração da Primeira Eucaristia, realizando gestos de partilha, fraternidade e união como ação concreta de preparação para este momento. APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA Só diz sinceramente "Pai, perdão porque muitas pessoas ainda não conhecem esta verdade. pequei" (Lc 15,21) quem descobriu a intimidade de O próprio Cristo disse: "Pai Santo, o mundo não te um Deus que é um Pai de amor e misericórdia. Esta conheceu" (Jo 17,25). Deus Pai é, para muitos, um é a mais importante descoberta da fé cristã: grande desconhecido, infelizmente. Temos um Deus que veio ao nosso encontro e Algumas concepções de Deus, construídas misericordiosamente nos salvou. Ele é Pai. Porém, durante muito tempo, impossibilitam um encontro 58 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III íntimo e pessoal de muitas pessoas com o Pai de em nós a iniciativa de correr para os braços do Pai Nosso Senhor Jesus Cristo. Devido a uma que acolhe sempre a todos, curando-nos e interpretação fundamentalista ajudando-nos a sermos melhores. da Sagrada Escritura, baseada, sobretudo, em textos do "Por assim dizer, Deus Pai sai de si para nos mal, chamar a participar de sua vida e de sua glória. muitos pregam e crêem num Deus vingador e Mediante Israel, povo que fez seu, Deus nos revela seu castigador. projeto de vida. Cada vez que Israel procurou e Antigo Testamento esperando e interpretando-os Apresentam cada um um para Deus realizar que está um duro julgamento após a morte aos moldes de "olho por olho, dente por dente", ou a balança das ações boas e más. necessitou de seu Deus, sobretudo nas desgraças nacionais, teve uma singular experiência de comunhão com Ele, que o fazia partícipe de sua verdade, sua vida e sua santidade. Por isso, não demorou em testemunhar que seu Deus - diferente dos ídolos - e o 'Deus vivo' A grande alegria da fé cristã é a descoberta (Dt 5,26) que o liberta dos opressores (cf. Ex 3,7-10), de quem realmente é Deus Pai. Ninguém pode que perdoa incansavelmente (cf. Ecl 34,6; Eclo 2,11) e conhecer o Pai a não ser por Jesus Cristo. Jesus que restitui a salvação perdida quando o povo, envolvido revela "O 'nas redes da morte' (Sl 116,3), dirige-se a Ele dinamismo da conversão e da penitência foi suplicante (cf. Is 38,16). Deste Deus - que é seu Pai - a face misericordiosa de Deus. maravilhosamente descrito por Jesus na Parábola do Filho Pródigo, cujo centro é "O pai misericordioso" (CIC 1440). De fato, Ele é puro amor! Nossas maldades, ofensas, distâncias não diminuem o amor que Ele sente por nós! Seu amor é tão grande que não suporta ver nosso sofrimento. Mas pelo pecado nós é que nos fechamos a Ele e já não recebemos seu amor e sua graça. E Ele sabe que a grande maioria de nossas dores são provocadas por nós mesmos, com nossos pecados. Deus quer nossa conversão não porque fica ofendido conosco, mas porque sabe que se nos convertermos a Ele, pedindo perdão dos Jesus afirmará que ‘não e um Deus de mortos, mas de vivos (Mc 12,27) (DA 129)’". A justiça deste Pai só é dura porque está fundamentada no amor. Ao falarmos que Deus é misericordioso não devemos ter medo de desvalorizarmos sua justiça. A justiça divina triunfa soberanamente sobre todas as injustiças humanas. O que não provem do amor não tem espaço no Reino de Deus. A justiça de Deus serve para nos corrigir e colocar no caminho do bem. O que nos diz o Catecismo da Igreja Católica sobre o Sacramento da Penitência e da Reconciliação: nossos pecados, passaremos para uma vida nova. O grande sonho do Pai é ver todos os seus filhos 296. Como é chamado este sacramento?(1422 – vivendo o amor num tempo em que "Ele enxugará 1424) – É chamado sacramento da Penitência, da de seus olhos toda lágrima; e não haverá mais Reconciliação, morte, nem haverá mais pranto, nem lamento, nem Conversão. dor; porque já as primeiras coisas são passadas" 297. (Ap 21,4). Reconciliação depois do Batismo? (1425 – 1426) Porque do Perdão, existe um da Confissão, sacramento da da Por isso, a expressão "Pai, perdão porque – Porque a nova vida da graça, recebida no pequei" nunca deveria ser dita por medo, mas com Batismo, não suprimiu a fragilidade da natureza a plena convicção de que nosso Deus faz tudo para humana nem a inclinação para o pecado (isto é, a nos dar a verdadeira vida. Assim, todas as vezes concupiscência), Cristo instituiu este sacramento que a vida é ferida, deve nascer imediatamente 59 para a conversão dos batizados que pelo pecado se fundada sobre outros motivos, e que inclui o d’Ele se afastaram. propósito de não mais pecar; a confissão, que 298. Quando foi instituído este sacramento? consiste na acusação dos pecados feita diante do (1485) – O Senhor ressuscitado instituiu este sacerdote; a satisfação, ou seja, o cumprimento sacramento quando, na tarde de Páscoa, se de certos atos de penitência, que o confessor mostrou aos Apóstolos e lhes disse: «Recebei o impõe ao penitente para reparar o dano causado Espírito Santo; àqueles a quem perdoardes os pelo pecado. pecados serão perdoados, e àqueles a quem os 304. Que pecados se devem confessar? (1456) retiverdes serão retidos» (Jo 20, 22-23). – Devem-se confessar todos os pecados graves 299. Os batizados têm ainda necessidade de ainda não confessados, dos quais nos recordamos conversão? (1427 – 1429) – O apelo à conversão depois dum diligente exame de consciência. A ressoa continuamente na vida dos batizados. Esta confissão dos pecados graves é o único modo conversão é um empenho contínuo para toda a ordinário para obter o perdão. Igreja, que é santa mas contém pecadores no seu 305. Quando se é obrigado a confessar os seio. pecados graves? (1457) – Todo o fiel, obtida a 300. O que é a penitência interior? (1430 – idade da razão, é obrigado a confessar os seus 1433) – É o dinamismo do «coração contrito» (Sal pecados graves ao menos uma vez por ano e antes 51,19), movido pela graça divina a responder ao de receber a Sagrada Comunhão. amor misericordioso de Deus. Implica a dor e a 306. Porque é que os pecados veniais podem repulsa pelos pecados cometidos, o propósito ser também objeto da confissão sacramental? firme de não mais pecar e a confiança na ajuda de (1458) – A confissão dos pecados veniais é muito Deus. Alimenta-se da esperança na misericórdia recomendada divina. estritamente necessária, porque nos ajuda a 301. Como se manifesta a penitência na vida formar uma consciência reta e a lutar contra as cristã? (1434 – 1439) – A penitência manifesta-se más inclinações, para nos deixarmos curar por de muitas maneiras, em especial pelo jejum, a Cristo e progredirmos na vida do Espírito. oração e a esmola. Estas e muitas outras formas 307. Quem é o ministro deste sacramento? de penitência podem ser praticadas na vida (1461 – 1466) – Cristo confiou o ministério da quotidiana do cristão, especialmente no tempo da reconciliação aos seus Apóstolos, aos Bispos seus Quaresma e no dia penitencial de Sexta-feira. sucessores e aos presbíteros seus colaboradores, pela Igreja, embora não do os quais, portanto se convertem em instrumentos sacramento da Reconciliação? (1440 – 1449) – da misericórdia e da justiça de Deus. Eles São dois: os atos realizados pelo homem que se exercem o poder de perdoar os pecados no Nome converte sob a ação do Espírito Santo e a do Pai e do Filho e do Espírito Santo. absolvição do sacerdote, que em Nome de Cristo 308. A quem é reservada a absolvição de concede o perdão e estabelece a modalidade da alguns pecados? (1463) – A absolvição de alguns satisfação. pecados particularmente graves (como os punidos 303. Quais são os atos do penitente? (1450 – com a excomunhão) é reservada à Sé Apostólica 1460) – São: um diligente exame de consciência; a ou ao Bispo do lugar ou aos presbíteros por ele contrição (ou arrependimento), que é perfeita, autorizados, embora todo o sacerdote possa 302. Quais os elementos essenciais quando é motivada pelo amor a Deus, é imperfeita, 60 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III absolver de qualquer pecado e excomunhão a quem 311. Quando se pode celebrar este sacramento se encontra em perigo de morte. com confissão genérica e absolvição coletiva? 309. O Confessor é obrigado ao segredo? (1480 – 1484) – Em casos de grave necessidade (1467) – Dada a delicadeza e a grandeza deste (como o perigo iminente de morte), pode-se ministério e o respeito devido às pessoas, todo o recorrer confessor está obrigado a manter o sigilo Reconciliação com confissão genérica e absolvição sacramental, isto é, o absoluto segredo acerca coletiva, respeitando as normas da Igreja e com o dos propósito pecados conhecidos em confissão, sem à de celebração confessar comunitária individualmente da os nenhuma exceção e sob penas severíssimas. pecados graves no tempo oportuno. 310. Quais são os efeitos deste sacramento? 312. O que são as indulgências? ( 1471-1479) – (1468 – 1470) – Os efeitos do sacramento da As indulgências são a remissão diante de Deus da Penitência são: a reconciliação com Deus e pena temporal devida aos pecados, já perdoados portanto o perdão dos pecados; a reconciliação quanto à culpa, que, em determinadas condições, o com a Igreja; a recuperação, se perdida, do fiel adquire para si ou para os defuntos mediante estado de graça; a remissão da pena eterna o ministério da Igreja, a qual, como dispensadora merecida por causa dos pecados mortais e, ao da redenção, distribui o tesouro dos méritos de menos em parte, das penas temporais que são Cristo e dos Santos. conseqüência do pecado; a paz e a serenidade da consciência, e a consolação do espírito; o acréscimo das forças espirituais para o combate Fonte: cristão. Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol. III, Ed. Vozes, 2008 – p;69-70. Compêndio do Catecismo da Igreja Católica (Site: www.vatican.va) 61 13º ENCONTRO: O SACRAMENTO DA RECONCILIAÇÃO 1. Objetivo: Examinar a própria vida e perceber as faltas, favorecendo o arrependimento e o propósito de uma sincera conversão. 12. Conteúdo do Encontro: Explicar a celebração do Sacramento da Reconciliação através dos cinco passos: Exame de consciência, arrependimento, propósito, confissão e satisfação. 13. Desenvolvimento do Tema: Dialogue com os catequizandos sobre o encontro anterior e colha as diversas opiniões sobre o Sacramento da Reconciliação. Aproveite para reforçar os aspectos positivos e tirar as dúvidas Leia o texto de Lc 19, 1-10. Contar ou encenar a história de Zaqueu valorizando as falas de ou medos. Jesus e de Zaqueu. Ajude-os a refletir sobre as atitudes de Jesus: Ele foi ao encontro de Zaqueu mesmo quando este ainda estava em pecado (ele roubava cobrando impostos indevidos e desviando o dinheiro para seu próprio bolso). Jesus não evitou Zaqueu e não se preocupou por estar na casa de um pecador. Jesus confiava que Zaqueu podia ser melhor do que era. Em seguida peça que descrevam as atitudes de Zaqueu. Como era e o que faz para mudar de vida. Zaqueu não teve medo de confessar publicamente seus erros, pois para ela o mais importante era o novo homem que ele seria dali por diante. Ele confiava em Jesus e na vida nova que Jesus propunha. Apresente os cinco passos de Zaqueu para a conversão e leia na apostila os cinco passos para uma boa celebração do Sacramento da Reconciliação. 14. Leitura utilizada: Lc 19, 1-10. 15. Ambientação: Organize a sala de catequese espalhando cartazes com as idéias a respeito do Sacramento da Reconciliação, que se encontram nos balões desenhados na Apostila do catequizando. 16. Material utilizado: Cartazes. 17. Atividades: Acompanhe e oriente as atividades. 18. Momento de Oração: Reze com eles pedindo a Deus para que façam uma boa confissão e se prepararem dignamente para a celebração da Primeira Eucaristia, realizando gestos de partilha, fraternidade e união como ação concreta de preparação para este momento APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA A experiência do pecado nos invade. Quem boca apos ter cometido um erro? Nós falhamos, nunca errou? Quem nunca sentiu aquele nó na somos imperfeitos! Deus, contudo, é amor e garganta, aquele aperto no peito e o amargo na perdão! Ele nos ama primeiro! A sua graça 62 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III antecede o nosso desejo de nos aproximar dele, Uma boa maneira de entender como Deus nos vindo ao nosso encontro mesmo diante de nosso reconcilia consigo é dividir didaticamente a pecado. E o que se percebe na história de Zaqueu celebração do Sacramento da Reconciliação em (Lc 19,1-10): Jesus se adianta e é Ele quem diz "Eu cinco passos: quero entrar na sua casa!" e a Zaqueu coube 1. EXAME DE CONSCIÊNCIA acolher o Senhor. Sua presença amorosa convidou A voz de Deus fala ao ser humano em seu Zaqueu a mudar de vida, e ele aceitou. A interior, na consciência. É lá que Ele coloca a sua reconciliação aconteceu: "Senhor, vou dar a lei: "faça o bem e evite o mal" (cf. GS 16). metade dos meus bens aos pobres e, se tiver Olhando para o mais íntimo de nós mesmos defraudado alguém, restituirei o quádruplo" (Lc podemos descobrir o que rompe a nossa amizade 19,8b). com Deus, com os irmãos, com a natureza e "Durante sua vida publica, Jesus não só conosco mesmo. Por isso, antes de nos perdoou os pecados, mas também manifestou o aproximarmos do ministro da Reconciliação é de efeito desse perdão: reintegrou os pecadores fundamental importância parar por um tempo perdoados na comunidade do Povo de Deus, da qual suficiente o pecado os havia afastado ou ate excluído [ ... ]. consciência. É importante enumerarmos quais Conferindo aos apóstolos seu próprio poder de foram os pecados mortais cometidos desde a perdoar os pecados, o Senhor também lhes dá a última autoridade de reconciliar os pecadores com a também os veniais. Para que o Divino Médico possa Igreja [ ... ] (cf. Mt 18,18; 28,16-20). [ ... ] A nos curar, é preciso apresentar corretamente reconciliação com a Igreja é inseparável da nossas doenças para Ele, sem ocultar nenhuma. e analisar confissão e, sinceramente se julgarmos nossa oportuno, 2. ARREPENDIMENTO reconciliação com Deus" (CIC 1443-1445). De nada adianta enumerarmos nossos pecados Assim como para Zaqueu Jesus ofereceu a se não nos arrependermos deles. Arrepender-se oportunidade de reconciliar-se com Deus, para nós significa sentir a dor e a maldade de nossos atos o da pecaminosos. É perceber como eles nos fizeram como mal, como prejudicaram nosso próximo, e como "Confissão". Neste sacramento celebramos o Deus feriram nossa comunhão com Deus. “Consiste numa que nos acolhe, a apresentação explícita de nossas dor na alma e detestação do pecado cometido” falhas, o perdão celebrado é a reconciliação (CIC 1451) Senhor nos Reconciliação, convida ao popularmente Sacramento conhecido oferecida por Deus. Na pessoa do confessor 3. PROPÓSITO (padre ou bispo), Deus se nos apresenta como o Para que o arrependimento seja sincero e a Pai acolhedor, que entende nossas angústias, reconciliação perdoa nossas faltas, nos aponta o caminho de desejar não mais cometer pecados no futuro, retorno à plena comunhão com Deus e com sua meditando sobre o modo de evitar as faltas já Igreja. cometidas. O propósito de não mais pecar é o O Sacramento da Reconciliação, portanto, não perfeita, o penitente precisa fruto imediato de um arrependimento sincero. é algo que deva nos amedrontar, mas sim uma 4. CONFISSÃO oportunidade carinhosa e delicada que a Igreja É o ato de procurar o ministro da Igreja e (padre) e dizer explicitamente o pecado que descobrirmos como ser melhor e viver realmente cometeu. Acusar-se sem medo e admitir tudo felizes na presença de Deus. quanto tenha feito. Faz-nos bem admitir para nos oferece para avaliarmos nossa vida 63 alguém que erramos, e mesmo assim esse alguém 5. SATISFAÇÃO continuar a nos amar. Este é o lado humano da É também chamada de PENITÊNCIA e confissão dos pecados. Dizemos para o padre. Que consiste na reparação dos erros cometidos. É é um irmão na fé, e ele pode nos dizer em nome proposta pelo padre (confessor) um pouco antes dos demais irmãos e do próprio Deus que eles da absolvição dos pecados. Não consiste numa ainda nos amam e nos perdoam. punição a ser cumprida, mas sim numa maneira de É Deus quem perdoa os pecados, pois o padre aprofundar a conversão tentando reverter ou age na pessoa de Cristo, acolhendo o pecador e amenizar o mal cometido e de agradecer pelo dando-lhe a absolvição: "O confessor não é o perdão recebido. É um remédio a ser tomado, em Senhor, mas o servo do perdão de Deus" (CIC vista de própria conversão. 1466). Cabe lembrar que o padre tem a obrigação É importante notar que os cinco passos para de guardar o sigilo sacramental, ou seja, não uma boa reconciliação envolvem a vida toda do poderá revelar os pecados confessados ou fazer penitente. Dos cinco passos, apenas o quarto uso do conhecimento da vida dos penitentes. Caso acontece na presença do padre. Os demais isso aconteça, ele será punido com a excomunhão. acontecem antes ou depois da celebração do Quanto à maneira correta de se confessar, sacramento em si. O Sacramento da Reconciliação apresentamos os seguintes momentos: nos ajuda a viver constantemente em processo de Aproxime-se do padre e, após sua acolhida e conversão, aproveitando todos os momentos de bênção (se houver), diga-lhe quando foi a sua nossa vida para nos avaliarmos, revermos posições última confissão e manifeste seu desejo de e mudarmos de vida se for necessário. Além do conversão. Sacramento Apresente o seu estado de vida (solteiro, oferece vários caminhos penitenciais que podem casado, ministro, ordenado, religioso, viúvo...). nos ajudar a viver em contínuo processo de Diga os pecados de modo claro, simples e conversão: a ascese, os "atos penitenciais" da objetivo, e missa e dos demais sacramentos, os tempos concluindo com os mais leves. Confesse-se penitenciais – “todas as sextas-feiras do ano e o sem medo com o padre. Ele é um amigo que Tempo deseja lhe ajudar. Canônico, c. 1250), a prática diária do exame de Não tente se justificar, não culpe outras consciência recomendado antes de dormir; oração pessoas por seus pecados, não entre em do Pai-Nosso, onde se pede o perdão; a correção detalhes da história de seus pecados, não fraterna, os exercícios de piedade. iniciando pelos mais graves da da Reconciliação, Quaresma" a (Código Igreja de nos Direito faça da confissão uma conversa, um bate- "O sigilo sacramental é inviolável; por isso é papo. Este é um sacramento de amor de Deus. absolutamente ilícito ao confessor de alguma Escute a forma trair o penitente, por palavras ou de for qualquer outro modo e por qualquer que seja a atentamente penitência imposta os pelo conselhos padre. Se e necessário, esclareça alguma dúvida. causa. [...] É absolutamente proibido ao confessor Diga o Ato de Contrição. o uso [...] de conhecimento adquirido por meio da Acolha a absolvição do padre. confissão, mesmo sem perigo algum de revelação do sigilo" (Código de Direito Canônico, c. 983-984). 64 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III 14º ENCONTRO: VAMOS APRENDER A CONFESSA R 1. Objetivo: Examinar a própria vida e perceber as faltas. Obter o arrependimento e o propósito de uma sincera conversão. 2. Conteúdo do Encontro: Praticar o exame de consciência. Aprender a confessar. 3. Desenvolvimento do Tema: Dialogue com os catequizandos sobre o encontro anterior e colha as diversas opiniões sobre o Sacramento da Reconciliação. Reforce a atitude do Pai bondoso ao receber de volta o filho que havia saído de casa. Ajude-os a refletir sobre as atitudes de Jesus, que foi ao encontro de Zaqueu mesmo quando este ainda estava em pecado (ele roubava cobrando impostos indevidos e desviando o dinheiro para seu próprio bolso). Jesus não evitou Zaqueu e não se preocupou por estar na casa de um pecador. Jesus confiava que Zaqueu podia ser melhor do que era. Em seguida peça que descrevam as atitudes de Zaqueu. Como ele era e o que faz para mudar de vida. Zaqueu não teve medo de confessar publicamente seus erros, pois para ele o mais importante era o novo homem que ele seria dali por diante. Ele confiava em Jesus e na vida nova que Jesus propunha. Apresente os cinco passos de Zaqueu para a conversão e leia na apostila os cinco passos para uma boa celebração do Sacramento da Reconciliação. Agora leia junto com os catequizandos o texto da apostila – ajudando-os a se prepararem para a Confissão. Prepará-los para fazer o exame de consciência pedindo que anotem num papel os pecados que forem se lembrando durante a reflexão. Explicar que este papel será queimado no final do encontro (ou colocado numa bacia com água para se dissolver, se o catequista achar melhor) 4. Leitura utilizada: Lc 19, 1-10. 5. Ambientação: Cadeiras em círculo, toalha na mesa, flores, vaso, vela, Bíblia – colocar no centro da sala uma peça de barro para queimar os papéis ou uma bacia com água. 6. Material utilizado: vaso de barro ou bacia para queimar os papéis. 7. Atividades: reflexão e exame de consciência. 8. Momento de Oração: Reze com eles pedindo a Deus para que façam uma boa confissão e se prepararem dignamente para a celebração da Primeira Eucaristia, realizando gestos de partilha, fraternidade e união como ação concreta de preparação para este momento APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA Reler o aprofundamento dos encontros 11º ao 13º. 65 15º ENCONTRO: INSTITUIÇÃO DA EUCARISTIA 1. Objetivo: Entender que a Eucaristia nos foi dada por Jesus para celebrarmos a Sua vida em nossa vida. Perceber que o sofrimento de Jesus por amor a nós, foi para nos levar a viver com Ele a sua ressurreição. 2. Conteúdo do Encontro: Narrar como aconteceu a Instituição da Eucaristia. Relacionar com a Missa. Contar os milagres Eucarísticos. 3. Desenvolvimento do Tema: Prepare o ambiente conforme o item 5. Conforme os catequizandos chegam, peça que se sentem no chão e façam silêncio. Comece o encontro conversando com os catequizandos sobre o quadro da Santa Ceia e explorando o seu significado. A partir deste diálogo, introduzir o tema. Ler o texto de Lc 22, 7-20. Convide-os a dramatizar a leitura do Evangelho. Escolha um dos catequizandos para representar Jesus e explique o que será dito pelos personagens de acordo com o texto e como o pão e o sucoa de uva serão distribuídos. Procure fazer a dramatização em clima de espiritualidade. Faça a comparação com a missa e explique que pelas palavras do padre, o pão e o vinho se transformam em Cristo, realmente presente. Conte novamente o Milagre de Lanciano (6º Tema Extra – Corpus Christi) ou acrescente outros milagres Eucarísticos. Traga folhetos litúrgicos pedindo que encontrem na Oração Eucarística o momento da consagração. Ensinar que existem 14 fórmulas de Oração Eucarística. 4. Leitura utilizada: Lc 22, 7-23. 5. Ambientação: Preparar a sala com um tapete no chão e música instrumental, deixando num clima de silêncio, e o ambiente bem espiritualizado. No centro do tapete estender uma toalha com pão, suco de uva, copos e túnicas (se houver possibilidade – podem ser improvisadas com lençóis que poderão ser solicitados aos catequizandos no encontro anterior). Providenciar um quadro da Santa Ceia, ou cartazes alusivos ao tema. Providenciar cartazes com as frases ditas por Jesus e hoje pelo padre na Oração Eucarística. 6. Material utilizado: Citados acima. 7. Atividades:Acompanhar e orientar as atividades. Respostas da cruzadinha: a) alimento; b) apóstolos; c) Eucaristia; d) Ceia; e) Nova; f) Aliança; g) Paixão. 8. Momento de Oração: Agradecer a Jesus pelo seu amor por nós e por ter nos deixado a Eucaristia como nosso alimento espiritual. Encerrar com a oração do Símbolo Niceno-Constantinopolitano . 66 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA O SACRAMENTO DA EUCARISTIA do Senhor, Santo Sacrifício, Santa e Divina 271. O que é a Eucaristia? (1322-1323) – É o Liturgia, próprio sacrifício do Corpo e do Sangue do Senhor Sacramento do altar, Santa Comunhão. Jesus, Santos Mistérios, Santíssimo o 276. Qual o lugar da Eucaristia no desígnio da sacrifício da cruz no decorrer dos séculos até ao salvação? (1333 – 1344) – Na Antiga Aliança, a seu regresso, confiando assim à sua Igreja o Eucaristia é preanunciada, sobretudo na ceia memorial da sua Morte e Ressurreição. É o sinal pascal anual, celebrada cada ano pelos judeus com da unidade, o vínculo da caridade, o banquete os pães ázimos, para recordar a imprevista e pascal, em que se recebe Cristo, a alma se enche libertadora partida do Egito. Jesus anuncia-a no de graça e nos é dado o penhor da vida eterna. seu ensino e institui-a, celebrando com os seus 272. Quando é que Jesus Cristo instituiu a Apóstolos a última Ceia, durante um banquete Eucaristia? (1323, 1337-1340) – Instituiu-a na pascal. A Igreja, fiel ao mandamento do Senhor: Quinta Feira Santa, «na noite em que foi «Fazei isto em memória de mim» (1 Cor 11, 24), entregue» (1Cor 11,23), ao celebrar a Última Ceia sempre celebrou a Eucaristia, sobretudo ao com os seus Apóstolos. Domingo, dia da ressurreição de Jesus. 273. Como é que a instituiu? (1337-1340, 1365) 277. – Depois de reunir os Apóstolos no Cenáculo, Eucaristia? (1345 – 1355) – Desenrola-se em dois Jesus tomou em suas mãos o pão, partiu-o e deu- grandes momentos que formam um só ato de lho dizendo: «Tomai e comei todos: isto é o meu culto: a liturgia da Palavra, que compreende a corpo entregue por vós». Depois tomou em suas proclamação e escuta da Palavra de Deus; e a mãos o cálice do vinho e disse-lhes: «tomai e liturgia bebei todos: este é o cálice do meu sangue para a apresentação do pão e do vinho, a oração ou nova e eterna aliança, derramado por vós e por anáfora, que contém as palavras da consagração, e todos para a remissão dos pecados. Fazei isto em a comunhão. memória de mim». 278. Quem é o ministro da celebração da 274. O que significa a Eucaristia na vida da Eucaristia? (1348) – É o sacerdote (Bispo ou Igreja? (1324-1327) – É fonte e cume da vida presbítero), validamente ordenado, que age na cristã. Na Eucaristia, atingem o auge, a ação Pessoa de Cristo Cabeça e em nome da Igreja. santificadora de Deus em nosso favor e o nosso 279. culto para com Ele. Nela está contido todo o necessários para realizar a Eucaristia? (1412) – tesouro espiritual da Igreja: o próprio Cristo, São o pão de trigo e o vinho da videira. nossa Páscoa. A comunhão da vida divina e a 280. Como é que a Eucaristia é memorial do unidade do Povo de Deus são significadas e sacrifício de Cristo? (1362– 1367) – A eucaristia realizadas que Ele na instituiu Eucaristia. para Pela perpetuar Como se desenrola eucarística, Quais os a que elementos celebração compreende essenciais da a e celebração é memorial no sentido que torna presente e atual eucarística unimo-nos desde já à liturgia do Céu e o sacrifício que Cristo ofereceu ao Pai, uma vez antecipamos a vida eterna. por todas, na cruz, em favor da humanidade. O 275. Como é chamado este sacramento? (1328 – caráter sacrifical da Eucaristia manifesta-se nas 1332) – A insondável riqueza deste sacramento próprias palavras da instituição: «Isto é o meu exprime-se com diferentes nomes que evocam corpo, que vai ser entregue por vós» e «este alguns dos seus aspectos particulares. Os mais cálice é a nova aliança no meu sangue, que vai ser comuns são: Eucaristia, Santa Missa, Ceia do derramado por vós» (Lc 22,19-20). O sacrifício da Senhor, Fração do pão, Celebração Eucarística, cruz e o sacrifício da Eucaristia são um único Memorial da paixão, da morte e da ressurreição sacrifício. Idênticos são a vítima e Aquele que 67 oferece, diverso é só o modo de oferecer-se: diligência as Hóstias consagradas, leva-as aos cruento na cruz, incruento na Eucaristia. enfermos 281. Como que a pessoas impossibilitadas de (1368 – 1372) – Na adoração dos fiéis, leva-as em procissão e convida Eucaristia, o sacrifício de Cristo torna-se também à visita freqüente e à adoração do Santíssimo o sacrifício dos membros do seu Corpo. A vida dos Sacramento conservado no tabernáculo. fiéis, o seu louvor, o seu sofrimento, a sua oração, 287. Porque é que a Eucaristia é banquete o seu trabalho são unidos aos de Cristo. Enquanto pascal? (1382 – 1384, 1391 – 1396) – A Eucaristia sacrifício, a Eucaristia é também oferecida por é o banquete pascal, porque Cristo, pela realização todos os fiéis vivos e defuntos, em reparação dos sacramental da sua Páscoa, nos dá o seu Corpo e o pecados de todos os homens e para obter de Deus seu Sangue, oferecidos como alimento e bebida, e benefícios espirituais e temporais. A Igreja do nos une a si e entre nós no seu sacrifício. céu está unida também à oferta de Cristo. 288. Que significa o altar? (1383) – O altar é o 282. Como é que Jesus está presente na símbolo do próprio Cristo, presente como vítima Eucaristia? (1373 – 1375) – Jesus Cristo está sacrifical (altar- sacrifício da cruz) e como presente alimento celeste que se nos dá (altar-mesa na Eucaristia dum participa às participar na Santa Missa, apresenta-as à solene eucarístico? Igreja e no sacrifício é modo único e incomparável. De fato, está presente de modo eucarística). verdadeiro, real, substancial: com o seu Corpo e o 289. Quando é que a Igreja obriga a participar seu Sangue, com a sua Alma e a sua Divindade. na santa Missa? (1389) – A Igreja obriga os fiéis Nela está presente em modo sacramental, isto é, a participar na santa Missa cada Domingo e nas sob as espécies eucarísticas do pão e do vinho, festas de preceito, e recomenda a participação Cristo completo: Deus e homem. nela também nos outros dias. 283. Que significa transubstanciação? (1376 – 290. Quando se deve comungar? (1389) – A 1377) – Transubstanciação significa a conversão Igreja recomenda aos fiéis que participam na de toda a substância do pão na substância do santa Missa que também recebam, com as devidas Corpo de Cristo e de toda a substância do vinho na disposições, a sagrada Comunhão, prescrevendo a substância do seu Sangue. Esta conversão realiza- obrigação de a receber ao menos pela Páscoa. se na oração eucarística mediante a eficácia da 291. Que se requer para receber a sagrada palavra de Cristo e a ação do Espírito Santo. Comunhão? (1385–1389) – Para receber a sagrada Todavia as características sensíveis do pão e do Comunhão é preciso estar plenamente incorporado vinho, à Igreja católica e em estado de graça, isto é, isto é as «espécies eucarísticas», permanecem inalteradas. sem consciência de pecado mortal. Quem tem 284. A fração do pão divide Cristo? (1377) – A consciência de ter cometido pecado grave deve fração do pão não divide Cristo: Ele está presente receber o sacramento da Reconciliação antes da todo Comunhão. São também importante o espírito de inteiro em cada uma das espécies eucarísticas e em cada uma das suas partes. recolhimento e de oração, a observância do jejum 285. presença prescrito pela Igreja e ainda a atitude corporal eucarística de Cristo? (1377) - Ela continua (gestos, trajes), como sinal de respeito para com enquanto subsistem as espécies eucarísticas. Cristo. 286. Que tipo de culto é devido ao sacramento 292. da Eucaristia? (1378 – 1381) – É devido o culto de Comunhão? (1391 – 1397) – A sagrada Comunhão latria, isto é, de adoração reservado só a Deus aumenta a nossa união com Cristo e com a sua quer durante a celebração eucarística quer fora Igreja, conserva e renova a vida da graça dela. De fato, a Igreja conserva com a maior recebida no Batismo e no Crisma, e faz-nos 68 Até quando continua a Quais são os frutos da sagrada Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III crescer no amor para com o próximo. administram licitamente a sagrada comunhão aos Fortalecendo-nos na caridade, perdoa os pecados fiéis, veniais e preserva-nos dos pecados mortais, no espontaneamente, tenham as devidas disposições futuro. e manifestem a fé católica acerca do sacramento. 293. Quando é possível administrar a sagrada 294. Porque é que a Eucaristia é «penhor da Comunhão aos outros cristãos? (1398-1401) – Os futura ministros católicos administram licitamente a Eucaristia nos enche das graças e bênçãos do Céu, sagrada comunhão aos membros das Igrejas fortalece-nos para a peregrinação desta vida, orientais que não têm plena comunhão com a faz-nos desejar a vida eterna, unindo-nos desde Igreja já a Cristo, sentado à direita do Pai, à Igreja do católica, sempre que estes espontaneamente a peçam e com as devidas que, por glória»? motivos graves, a peçam (1402 – 1405) – Porque a Céu, à santíssima Virgem e a todos os santos. disposições. No que se refere aos membros doutras Comunidades eclesiais, os ministros católicos 69 16º ENCONTRO: PA IXÃ O, MORTE E RESSURREIÇÃO DE JESUS 1. Objetivo: Compreender o motivo da condenação e morte de Jesus Cristo (nossos pecados e nossa salvação). Perceber o que sofrimento de Jesus por amor a nós foi para nos levar a viver com Ele a sua ressurreição. Despertar o desejo de conhecer e amar o Cristo Ressuscitado. 2. Conteúdo do Encontro: Recordar a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. O caminho do sofrimento de Jesus rumo à ressurreição marca a passagem das trevas para a luz, da morte para a vida, da tristeza para a alegria. 3. Desenvolvimento do Tema: Fazer ligação com os encontros anteriores (a Última Ceia) Fazer a leitura do texto de Lucas 23. Acompanhar na apostila. Refletir com os catequizandos: Jesus foi preso, torturado, coroado de espinhos e crucificado. Jesus pregava um reino diferente, um reino que acolhia os pobres, os marginalizados, os doentes, os pecadores. Os poderosos daquele tempo ficaram com medo que Jesus tomasse os seus tronos. O povo sofrido esperava um Messias, anunciado pelos profetas, e aclamava Jesus como Rei. Mas Jesus disse que o Reino de Deus é diferente: Reino de Paz, Amor, Justiça para todos. Jesus ensinou como viver já aqui o Reino de Deus e ganhar a vida eterna. Comentar: quantas pessoas hoje estragam sua vida ou a vida do irmão, com o vício, a droga, o consumismo, o desespero, a morte. Jesus entregou a sua vida na Cruz, por amor a nós, para nos libertar do mal e nos dar a vida eterna no Céu. Jesus Morreu para nos dar vida em abundância – Jo 10, 10. Mas Jesus é Deus todo poderoso e então não fica morto, mas Ressuscita. Deus Pai torna a criar todas as coisas, por Jesus e em Jesus. Ler Mt 28, 1-10. Após a ressurreição Jesus apareceu a várias pessoas: às mulheres que foram ao túmulo no domingo bem cedinho, a Pedro e João, mais tarde aos Onze, aos discípulos de Emaús que o reconheceram ao partir o pão. Acompanhar na apostila. Jesus continua a viver no meio de nós, em nossas famílias e comunidades, principalmente na Eucaristia e na proclamação da Palavra. Cristo Ressuscitado marca a passagem da morte para a vida, da treva para a luz, da tristeza para a alegria. 4. Leitura utilizada: Mt 26, 30-35, Mt 27, 1-4 Lc 23, 33–44, Mt 28, 1-10 5. Ambientação: toalha, vela, Bíblia e crucifixo – e uma bacia com água. 6. Material utilizado: Cruz e Água, escrever em quadradinhos de papel, situações de morte – violência, desamor, inveja, ciúmes, brigas, roubos, traições, mentiras, corrupção, poluição, desmatamento, etc... 7. Atividades:Fazer as leituras bíblicas indicadas para completar a atividade. 8. Momento de Oração: Encerrar o encontro fazendo uma celebração em dois momentos: 70 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III o 1º momento – Cruz (morte): diante da Cruz fazer uma oração a Jesus agradecendo a Ele pelo sacrifício que fez dando sua vida por nós. Pedir pelas pessoas que passam por situações de morte: fome, drogas, abandono, desemprego, injustiças, doenças, brigas, desentendimentos. o 2º Momento – Água (ressurreição) – acender a vela: Colocar na água todas as situações que trazem tristeza e sofrimento para nossa vida, rezando a oração: “Ó Deus, pela vossa graça, nos fizestes filhos da luz. Concedei que não sejamos envolvidos pelas trevas do erro, mas brilhe, em nossas vidas, a luz da vossa verdade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que morreu na cruz por todos nós, na unidade do Espírito Santo. Amém.” Terminar a celebração com o canto: “Deus enviou seu Filho amando...” APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA Com o Batismo de Jesus no Jordão tem sagrado para os judeus). E afirmou: o sábado foi início sua missão conforme Is 61, 1-2: "O espírito feito para o homem, e não o homem para o sábado do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me (Mc 2,27). Era um mestre diferente daqueles do ungiu; enviou-me a anunciar a boa-nova aos pobres, seu tempo, porque admitiu mulheres como suas a curar os quebrantados de coração e proclamar a discípulas e ensinou a humildade e o serviço, por liberdade aos cativos, isso lavou os pés dos seus apóstolos e recomendou a libertação aos que estão presos, a proclamar um ano aceitável ao Senhor". que o fizessem aos outros (1o 13,14-15). O cumprimento dessa missão custou-lhe a Tais atitudes geravam confronto com a vida. O poder, a ganância e a vaidade cegam a sociedade da época. As incompreensões dos humanidade. Jesus não hesitou em defender os dirigentes e das autoridades religiosas insuflaram oprimidos. riqueza o povo a querer a morte de Cristo. Jesus, Filho de construídos a custa da opressão, assim como as Deus, chamava o Pai de Abba. Por se considerar desigualdades sociais, as discriminações, as leis filho de Deus, foi tido como blasfemo. Após ser injustas que favoreciam apenas uma pequena traído, foi entregue aos tribunais do Império e do parcela da sociedade. Não aceitou a hipocrisia e o Sinédrio. A Eucaristia, que agora celebramos, uso da religião em proveito próprio. Anunciou o renova a aliança selada com seu sangue e nos Reino de justiça, amor e paz, pois todos são iguais torna participantes da força salvadora de sua perante Deus e com os mesmos deveres e morte. "Esta noite em que Cristo, nossa páscoa, direitos. foi imolado, porque ele é o verdadeiro cordeiro Condenava o poder e a Ao longo de sua vida missionária, a pregação que tirou o pecado do mundo."! de Jesus quebrou estruturas para restituir a A ressurreição de Cristo e o centro de dignidade dos filhos de Deus: o ladrão vem só para nossa fé. Se Cristo não ressuscitou, vazia é a roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham nossa pregação, vazia é também a nossa fé (1Cor vida e a tenham em abundância (Jo 10,10). 15,14). A ressurreição é a vitória de Cristo sobre Perdoou os pecadores e curou os doentes numa a morte e sobre todos os poderes contrários à sociedade em que as pessoas que sofriam eram vida humana. Se, por um lado, a sentença do discriminadas e excluídas por serem consideradas mundo contra o Senhor decretou sua morte na pecadoras. cruz, por outro, o Pai devolve a vida a seu Filho, Para Jesus, as observâncias religiosas que a retoma livremente, e o Espírito Santo a deviam ajudar o ser humano e não escravizá-lo, vivifica e glorifica. "A Ressurreição é o ápice da por isso curava no sábado (considerado dia Encarnação. Ela confirma a divindade de Cristo, 71 como também tudo o que ele fez e ensinou, e "A Vigília Pascal é a principal celebração da realiza todas as promessas divinas a nosso ressurreição do Senhor. Nos cinqüenta dias do favor."2 Tempo Pascal, celebramos a passagem de Cristo Sua ressurreição é a garantia de que, em Cristo, nós alcançamos a vida plena e, com ele, para sua nova vida como se fosse um só dia de festa, ou melhor, como um grande domingo. somos igualmente vitoriosos sobre toda a maldade Cristo, por seu Espírito, está presente em deste mundo e herdeiros da vida eterna. Nada nos nós. Ele já não sofre, como glorioso, os limites do poderá separar da vida e do amor em Cristo, nem tempo e do espaço. Está libertado da matéria e de o maior sofrimento, nem mesmo a morte. Sua suas limitações. Por isso este presente na sua ressurreição é atestada pelos apóstolos, pelas Igreja em todo momento: quando se congrega mulheres e por tantos discípulos que o viram para ressuscitado. Recordemo-nos dos apóstolos e sacramentos, celebra a Palavra de Deus, prega e mártires o dá testemunho e se dedica ao serviço dos irmãos próprio sangue, que ele está vivo e atuante em nas obras de misericórdia. o que fizestes ao suas vidas. "Senhor do cosmo e da história, menor desses pequeninos, a mim o fizestes (Mt Cabeça 25, 40). que da testemunharam, sua Igreja, derramando Cristo glorificado a oração ou para a celebração permanece misteriosamente na terra, onde o seu reino já está presente como germe e início na Igreja. Um dia voltará na glória, mas não sabemos o momento. Por isso, vivemos na vigilância, orando: Vem, Senhor Jesus" (Ap 22)3 2 3 Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, nº 131. Ibid, nº 133. 72 Fonte: Iniciação à Eucaristia, Livro do Catequista, Núcleo de Catequese Paulinas, 2008. dos Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III 17º ENCONTRO: SACRAMENTO DA EUCARISTIA 1. Objetivo: Entender que o Sacramento da Eucaristia é essencial à vida cristã. Sentir-se motivados para viver em profundidade o mistério da Eucaristia. 2. Conteúdo do Encontro: Os vários nomes deste Sacramento. A Eucaristia é ponto mais importante da vida cristã. A Eucaristia sinal de partilha, fraternidade e união com Cristo. Os frutos da comunhão. 3. Desenvolvimento do Tema: Iniciar o assunto com a seguinte dinâmica: balas ou pãezinhos em número igual ou superior ao de participantes. Convide os catequizandos a formarem um círculo ao redor da mesa e em cima coloque os objetos descritos acima. Após o sinal os catequizandos deverão pegar os objetos – alguns ficarão com muitos e outros ficarão com poucos objetos, ou até sem nenhum deles. Peça que os catequizandos relatem a experiência que tiveram com esta atividade. A partir da fala, será fácil explorar o tema da partilha. Explicar o tema da Comunhão como sinal de partilha, fraternidade e unidade. Mostre que ter vida eucarística exige uma atitude solidária e fraterna. Ler o texto de At 4, 32-35 e reflita sobre o sentido da fraternidade nas primeiras comunidades cristãs. Utilize o texto 1Cor 10, 16-17 como complementação. A mesa é, em muitas ocasiões, lugar de festa e alegria. A refeição é sinal de amizade, de fraternidade, de união. Jesus aproveita a força do significado do alimento para instituir o Sacramento da Eucaristia. Trata-se de uma refeição sagrada, na qual o pão e o vinho são partilhados ao redor de uma mesa. É mais do que matar a fome e sede, pois nos reunimos como irmãos para partilhar o que existe de mais precioso – o próprio Deus. É Jesus quem nos convida. Pelo Sacramento da Eucaristia recebemos os frutos da comunhão, que são: o O aumento da nossa união com Cristo – como o alimento fortalece o corpo, o pão Eucarístico nos dá uma graça invisível. Somos alimentados no espírito para vivermos como Jesus, renovando a graça que recebemos no batismo. o Viver separados/longe do pecado: A Eucaristia fortalece a vivência do amor, nos dá forças para lutarmos contra o mal e apaga os pecados veniais. o Participar da Igreja: A Eucaristia faz a Igreja. Somos chamados pelo batismo a sermos um só corpo com Jesus Cristo. o Estar em estado de graça – A Igreja nos pede que estejamos em estado de graça, que não tenhamos pecado gravemente. Por isso precisamos participar do Sacramento da Reconciliação. 4. Leitura utilizada: Mc 14, 22-24, At 4, 32-35, 1Cor 10, 16-17.. 5. Ambientação: toalha, imagens, vaso com flores e uma bandeja com balas. 6. Material utilizado: balas. 7. Atividades: Acompanhar e orientar as atividades. 73 1) 2) J E 3) M A 4) J U 6) M A 7) A P E V U S R C O D A S C R U R I A Ó S T O S 5) 8) R E S 9) A N G E L O S A H O S S Z S U S C I T O U E U C A R I S T I A M O R 10) L 8. Momento de Oração: Propor a memorização da fórmula de Adoração: “Graças e louvores se dêem a todo momento, ao Santíssimo e Diviníssimo Sacramento”. Procurar estar diante do Sacrário e ressaltar a importância do nosso respeito diante de Cristo Eucarístico. Recomende que os catequizandos pensem e rezem pedindo ajuda para se prepararem dignamente para a celebração da Primeira Eucaristia, realizando gestos de partilha, fraternidade e união como ação concreta de preparação para este momento. APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA A mesa, em muitas ocasiões, é lugar de agora repetido pela comunidade dos seguidores de festa e de alegria. Quando comemoramos algo Jesus (cf. At 2,42-46). Também o gesto de partir importante como um aniversário ou um casamento, o pão foi o sinal visível que fez os discípulos chamamos a família e os amigos para comer e reconhecerem beber. Apesar da correria da vida e do O Senhor ressuscitado (cf. Lc 24,30-31). individualismo, ainda muitas vezes as famílias se Quando uma criança (ou adulto) faz sua Primeira sentam à mesa para comer. A refeição é sinal de Comunhão Eucarística, passa a viver uma vida de amizade, de fraternidade, de união. Talvez, por partilha e solidariedade. esta razão, o alimento é algo sagrado nas culturas. A Mesa da Eucaristia renova e fortalece a Jesus aproveitou a força do significado do comunhão, como nos diz São Paulo: "0 cálice da alimento da bênção que abençoamos não é comunhão com o Eucaristia. Trata-se de uma refeição sagrada, na para instituir o Sacramento sangue de Cristo? O pão que partimos não é qual o pão e o vinho são partilhados ao redor de comunhão com o corpo de Cristo? Porque há um só uma mesa. É mais do que matar a fome e a sede, pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, pois pois nos reunimos como irmãos e irmãs para todos participamos deste único pão" (1 Cor 1 0,16- partilhar o que existe de mais precioso - o próprio 17). Deus. Somos da mesma família (irmãos em Cristo) consagração, o padre ora pedindo que todos sejam e, portanto, comemos e bebemos ao redor da um só corpo: mesma mesa, e do mesmo Senhor. Na Oração Eucarística, depois da "E nós vos suplicamos que, participando do Por esta razão, no início da Igreja, a Corpo e Sangue de Cristo, sejamos reunidos pelo Celebração Eucarística era chamada de "Fração Espírito Santo num só corpo" (Oração Eucarística do Pão", o mesmo gesto do Mestre na Última Ceia II). 74 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III "Em sua palavra e em todos os sacramentos Jesus nos oferece um alimento para o caminho. A Eucaristia é o centro vital do universo, capaz de saciar a fome de vida e de felicidade: 'Aquele que come de mim, viverá' (Jo 6,57). Nesse banquete feliz participamos da vida eterna e, assim, nossa existência cotidiana se converte em uma missa prolongada. Mas todos os dons de Deus requerem uma disposição adequada para que possam produzir frutos de mudança. Especialmente, nos exigem um espírito comunitário, que abramos os olhos para reconhecê-lo e servi-lo nos mais pobres: 'No mais humilde encontramos o próprio Jesus'. Par isso, São João Crisóstomo exortava: Querem em verdade honrar o corpo de Cristo? Não consintam que esteja nu. Não o honrem no templo com mantos de seda, enquanto fora o deixam passar frio e nudez" (DA 354). 75 18º ENCONTRO: SACRAMENTO DA EUCARISTIA 1. Objetivo: Recapitular o tema já visto, lembrando que Eucaristia é compromisso com Cristo e partilha de dons. Ensinar na prática a maneira correta de receber a comunhão nas duas espécies. 2. Conteúdo do Encontro: Este encontro pode ser dado por um Ministro Extraordinário da Comunhão que irá orientar o catequizando a maneira correta de comungar, posturas e atitudes. Vai relembrar o que o catequista já ensinou e apresentar os objetos litúrgicos utilizados na mesa da comunhão. 3. Desenvolvimento do Tema: (Entregar uma cópia deste Roteiro ao Ministro Extraordinário da Comunhão que irá conduzir o encontro) a) Eucaristia quer dizer “Ação de Graças” – chama-se também Comunhão que significa comum união, porque recebendo o Corpo de Cristo nos unimos a Cristo e aos irmãos. b) Recordar com os catequizandos como Jesus instituiu a Eucaristia lendo (Lc 22, 7-20). Na quinta-feira, sabendo que chegara a hora, Jesus pediu a Pedro e João que fossem preparar a ceia da Páscoa, para Ele e os doze apóstolos (Lc 22, 7-8). Como todo judeu Jesus celebrava todos os anos a festa de Páscoa (cartaz 1). 76 Antes da Ceia, Jesus pegou uma toalha e uma bacia e lavou os pés dos apóstolos (Jo 13, 2-17). Jesus com este gesto de humildade nos deixou um novo mandamento, para que nos amemos uns aos outros como Ele nos amou (cartaz 2) . No decorrer daquela ceia Jesus nos deixou a garantia de seu amor por nós, deixou-nos como alimento a Eucaristia que nos faria participantes do reino de Deus, e ao mesmo tempo a garantia da sua presença no meio de nós. Instituiu assim a Eucaristia como memória de sua morte e de sua ressurreição, (Lc 22, 17-19) ordenando que seus apóstolos celebrassem-na até a sua volta, neste momento Jesus estava instituindo também o sacerdócio (CIC 1337). Jesus quando pregava dizia que deveríamos trabalhar, não pelo pão que estraga, mas pelo pão que dura até a vida eterna, e prometeu que nos daria deste pão. Esta promessa Ele cumpriu nos deixando a Eucaristia. Na véspera de sua morte, Jesus abençoou o pão, deu aos Apóstolos e disse: “Tomai e comei, todos vós, ISTO É O MEU CORPO que é dado por vós” (cartaz 3), depois abençoou o cálice e disse “Tomai todos e bebei todos vós, ESTE É O MEU SANGUE, que será derramado por vós para o perdão dos pecados” (cartaz 4), é disse também “Fazei isto em memória de mim” (cartaz 5). O mandamento de Jesus de repetir seus gestos e suas palavras “até que Ele volte” não pede somente que se recorde de Jesus e do que Ele fez. Este mandamento aponta para a celebração litúrgica, pelos apóstolos e seus sucessores, do memorial de Cristo, da sua vida, da sua Morte, da sua Ressurreição e da sua intercessão junto ao Pai (CIC 1341). Memorial não significa uma mera lembrança de um fato passado, mas a atualização daquele acontecimento, isto é o efeito daquele fato torna a acontecer. A missa não é um teatro. O sacrifício que Jesus ofereceu na cruz torna-se sempre atual: todas as vezes que se celebra no altar o sacrifício da cruz, acontece novamente a nossa Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III redenção, pois a salvação de Cristo se estende a todos os homens e mulheres de todos os tempos (CIC 1364). c) Encontra-se no centro da celebração da Eucaristia o pão e o vinho, os quais, pelas palavras de Cristo e pela invocação do Espírito Santo (ditas pelo sacerdote), se tornam o Corpo e o Sangue de Cristo. Ao se tornarem misteriosamente o Corpo e o Sangue de Cristo, os sinais do pão e do vinho continuam a significar também a bondade da criação. Assim, no ofertório, damos graças ao Deus Criador pelo pão e pelo vinho, fruto do “trabalho do homem”, mas antes “fruto de terra e da videira”, “dons do criador” (CIC 1333). “No Santíssimo Sacramento da Eucaristia estão contidos verdadeiramente, realmente e substancialmente o Corpo e o Sangue juntamente com a alma e a Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo e, por conseguinte, o Cristo todo” (CIC 1374). O ato de consagrar torna real o mistério da transubstanciação, pois a substância do pão e do vinho se transformam: tornam-se uma outra realidade – Corpo e o Sangue do Senhor. Sem fé ninguém entende a Eucaristia. É por isso que o padre diz após a consagração: “Eis o Mistério da Fé”. Neste momento nos levantamos para responder “Anunciamos Senhor a Vossa Morte e Proclamamos a Vossa Ressurreição” – não permanecemos de joelhos porque aquele que anuncia o faz em pé. “Felizes os convidados para a ceia de Jesus” (cartaz 6). Nós somos os convidados para a Ceia do Senhor. Jesus nos convidou pessoalmente, Ele mesmo nos chamou para estar aqui e recebê-lo. Ele nos convidou para a festa, mas para responder a este convite, devemos preparar-nos para este momento tão grande e tão santo. Devemos fazer um exame de consciência antes de comer deste pão e deste cálice: “Todo aquele que comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignamente, estará comente e bebendo a própria condenação” (1Cor 11, 27-29). O sacerdote diz “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (cartaz 7). Jesus se ofereceu em sacrifício ao Pai, para pagar por nossos pecados. E nós humildemente respondemos “Senhor, eu não sou digno(a) de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo(a)” (cartaz 8). Se participamos bem da missa neste momento estamos preparados para receber Jesus em nosso coração (cartaz 9). Expor e explicar cada um dos objetos usados na missa: Em nossas celebrações religiosas há muitos gestos e objetos. Os símbolos litúrgicos são de grande importância para favorecer a oração, a comunhão da comunidade com Deus. 1 Toalha branca: é próprio da mesa de refeição, em um aspecto de festa, de alegria, de solenidade. 2 Vela: representam a luz de Cristo. A chama da vela é o símbolo da fé que recebemos de Jesus “Luz do Mundo”, no batismo e na crisma. 3 Cálice: onde se deposita o vinho que vai ser consagrado. O vinho usado é puro de uva e o cálice deve ser de material nobre. 4 Pala: peça quadrada, dura, que serve pra cobrir o cálice. 5 Corporal: é uma espécie de toalhinha quadrada que fica no centro do altar, onde se colocam a patena ou as âmbulas com a hóstia consagrada, o Corpo de Cristo. Tem a finalidade de guardar os minúsculos pedaços da hóstia que possam cair. É dobrada de modo especial (mostrar) de maneira a proteger estas minúsculas partículas. São lavadas de modo especial. 77 d) 6 Sanguíneo: toalhinha comprida, branca, usada para purificar (enxugar por dentro) o cálice. Também é lavado com cuidado especial. 7 Âmbula: espécie de cálice com tampa para conservação e distribuição das hóstias aos fiéis. 8 Patena: pequeno prato de metal, no qual é colocada a hóstia grande. 9 Galhetas: duas garrafinhas que contém a água e o vinho. A água vai ser usada para purificação do das âmbulas e do cálice e para misturar com o vinho no ofertório, significando toda a humanidade salva em Cristo pelo sangue derramado na cruz. Os gestos e posturas são muito importantes e também são formas de rezar. Orientar como os catequizandos devem se dirigir à mesa da comunhão: Devagar, em silêncio, em oração ou cantando o canto da comunhão. No dia da Primeira Comunhão, os que permanecem nos bancos devem cantar o canto da comunhão. Aproximar-se do altar (aqui na Catedral ficar o mais próximo possível do primeiro degrau preto) e aguardar que o ministro chegue até você. Quando receberem a comunhão apenas na espécie de pão, podem recebê-la na mão ou na boca. A posição das mãos – recebe-se a hóstia na palma da mão esquerda, pega-se com a direita e coloca-se na boca, na frente do ministro. Não consumir diretamente com a boca na mão esquerda. Os canhotos fazem o contrário. Não ficar com o dedo em pinça para pegar a partícula, aguardar que seja colocada na palma da mão – Eucaristia é dom, é presente, e presente a gente recebe com amor e gratidão, e não pega. Ter as mãos limpas (sem rabiscos de caneta, nº de telefone, recados, etc). Se tiver as mãos sujas é melhor receber a comunhão diretamente na boca. Ter as mãos vazias (não trazer chaves, terços, papéis, etc) Observar bem as mãos depois que consumiu a hóstia para ver se não ficaram minúsculas partículas nas mãos, caso tenham ficado consumir também estes (com delicadeza, sem lamber as mãos). Lembrando que no menor pedaço da Eucaristia se existir, Jesus estará presente Quando a comunhão for servida em duas espécies, receber diretamente na boca. e) f) g) Condição para se aproximar da mesa da comunhão: Estar em estado de graça. Isto significa ausência de pecado mortal. Quem está consciente de um pecado grave deve se confessar antes de receber a Comunhão (CIC 1385). A atitude corporal (gestos e roupas) deverá traduzir o respeito, a solenidade, a alegria deste momento em que Cristo se torna nosso hóspede (CIC 1387). Saber e pensar que o que se vai receber é o Corpo de Cristo, por isso quando nos é dado o “Corpo de Cristo” respondemos “Amém” como expressão da própria fé. Observar o jejum eucarístico: abster-se de alimentos, bebidas (com exceção de água e remédios somente), balas, chicletes... pelo menos uma hora antes da comunhão. Os catequizandos vão receber o pão e o vinho na boca, e depois apenas o pão na mão. Ministro e catequistas devem observar e corrigir na hora os erros que acontecerem. Tirar as dúvidas se necessário. 4. Leitura utilizada: Lc 22, 7-20. 78 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III 5. Ambientação: Catequista prepara a sala com cartazes, mesa com toalha branca. O M.E.C. junto ao(à) sacristão(ã) preparam os objetos litúrgicos, as partículas e o vinho que serão utilizados. 6. Material utilizado:Objetos litúrgicos e cartazes. 4. Atividades: A atividade deste encontro será a experiência vivida pelos catequizandos com a orientação do Ministro Extraordinário da Comunhão. 5. Momento de Oração: Preparada pelo Ministro Extraordinário da Comunhão. Preparar os cartazes conforme abaixo: Cartaz 1 – Figura da Santa Ceia Cartaz 2 – Figura do Lava-Pés Cartaz 3 – “Tomai e comei, todos vós, ISTO É O MEU CORPO que é dado por vós” Cartaz 4 –“Tomai todos e bebei todos vós, ESTE É O MEU SANGUE, que será derramado por vós para o perdão dos pecados” Cartaz 5 –“Fazei isto em memória de mim” Cartaz 6 –“Felizes os convidados para a ceia de Jesus” Cartaz 7 – “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” Cartaz 8 - “Senhor, eu não sou digno(a) de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo(a)” Cartaz 9 – Foto de uma criança recebendo a Primeira Comunhão 79 19º ENCONTRO: CATEQUIZANDOS A CAMINHO 1. Objetivo: Ter consciência que a caminhada não termina com o sacramento da Eucaristia, mas, ao contrário, nos leva a vivenciá-lo no caminho da vida que continua com a Perseverança. 2. Conteúdo do Encontro: Assim como há uma continuidade da vida, da história de cada um, da mesma forma segue a nossa vida sacramental, deixando que Cristo conosco na nossa história, crescendo na comunhão com Ele, vivendo uma vida cada vez mais aberta a amar e a servir o próximo, anunciando e fazendo crescer o Reino de Deus. 3. Desenvolvimento do Tema: Acompanhar na Apostila seguindo o conteúdo. Apresentar o trabalho voltado para os jovens oferecido pela paróquia e motivar os catequizandos a permanecerem na caminhada da Catequese. Se for possível trazer um catequizando da Crisma (que tenha feito Perseverança) ou da perseverança para falar da caminhada na Perseverança. Convidar adolescentes e jovens que se engajaram na comunidade para falar do trabalho que fazem na Igreja: coroinha, cerimoniários, músicos, monitores de Crisma, catequistas, etc... Ao sermos batizados assumimos a missão de anunciar Cristo aos nossos irmãos, podemos estar em missão no nosso dia a dia, na escola, no trabalho, em casa, no lazer – mas precisamos da força da Igreja para cumprir bem esta missão. Contar a sua caminhada na Igreja. 4. Leitura utilizada: Lc 24, 13-35. 5. Ambientação: Arrumar as cadeiras em círculo, mesa com toalha, flores, imagem. 6. Material utilizado: (a critério do catequista) 7. Atividades: Contar a história e fazer a atividade proposta. 8. Momento de Oração: rezar juntos a Oração do Evangelizador. 80 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III 20º ENCONTRO: ACOLHENDO O PERDÃO DE DEUS Nota: Este tema pode ser substituído pelo atendimento de confissões conforme a programação da paróquia. Neste caso o catequista, ou o próprio confessor, pode falar brevemente com os catequizandos para que se sintam à vontade para se apresentar diante do confessor, em sua primeira confissão. 1. Objetivo: Fazer com que o catequizando se sinta à vontade para se apresentar diante do confessor, sabendo que está ali para receber o abraço carinhoso do Pai que está feliz com a sua volta. 2. Conteúdo do Encontro: Refletir os textos bíblicos em que Jesus nos ensina que quando pecamos Deus nos espera de braços abertos. Relembrar os passos para uma boa confissão e o exame de consciência. 3. Desenvolvimento do Tema: Ler os textos bíblicos e deixar livre para os catequizandos expressarem seus medos, dúvidas e preocupações em relação à primeira confissão. Dar as orientações necessárias. 4. Leitura utilizada:Lucas 15, 3-7 5. Momento de Oração: Rezar o Ato de Contrição. 81 1º TEMA EXTRA: QUARESMA E CAMPANHA DA FRA TERNIDA DE 1. Objetivos: Refletir o que é quaresma e como o cristão vive este período. Refletir sobre o tema e lema da Campanha da Fraternidade 2012. Refletir sobre a realidade da saúde no Brasil em vista de uma vida saudável, suscitando o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção aos enfermos e mobilizar por melhoria no sistema público de saúde. (Objetivo Geral de CF-2012). 2. Conteúdo do Encontro: Criar um quadro com os 40 dias da quaresma, incluindo o dia da Páscoa. (ver modelo – após o aprofundamento) Distribuir pedaços de folhas coloridas (15 cm X 10 cm) para os catequizandos, que deverão dobrar ao meio. Colar os pedados dos papéis em um papel cartão, colocando os quarenta dias da quaresma. 3. Desenvolvimento do Tema: Ler com os catequizandos o texto da apostila, explicando passo a passo sobre a Quaresma. Fazer em conjunto com a classe o registro da semana – escrever em cada quadrinho uma atitude, uma boa ação que deverá ser feita naquele dia, durante a quaresma. Combinar em cada encontro as ações da semana. Para explicar sobre a fraternidade, a solidariedade, contar a história – A pomba e a formiga. Às margens de um riacho cristalino, uma pomba bebia água, quando viu uma formiga no meio da correnteza. Em vão a formiga se esforçava par alcançar a margem. Então, a pomba jogou na água um raminho de mato, e a formiga conseguiu agarrar e se salvar. Nesse mesmo tempo, passava um caçador que, ao ver a pomba, pensou em abatê-la. Ficou imaginando o belo prato de pomba assada. Quando se preparava para atirar, sentiu uma picada no calcanhar. O caçador abaixou-se para ver o que o tinha picado. Era a formiga, a mesma que tinha acabado de ser salva pela pomba! Bem depressa, a pomba aproveitou para fugir da mira do caçador. Quando este olhou de novo para o rio, seu almoço tinha desaparecido. Comentar a história: Quando é que eu ajo do mesmo jeito que a formiga? Quando é que sou pomba? Quando sou caçador? Quem foi solidário e fraterno? A cada ano a Campanha da Fraternidade faz importantes reflexões sobre alguma problemática que aflige nossa sociedade. Neste ano a CF nos convida a pensar na SAÚDE PÚBLICA. (mostrar o cartaz) Tema: Fraternidade e Saúde Pública Lema: “Que a saúde se difunda sobre a terra” (Eclo 38, 8). 82 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III A Campanha da Fraternidade é um tempo para crescer na fé e sermos solidários com os irmãos. Este ano a campanha nos pede para olharmos para a nossa saúde e a de nossos irmãos e perceber que as nossas atitudes podemos mudar para contribuir para melhorar a nossa saúde. 4. Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia – Lc 10, 29-37 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem cartaz da Campanha da Fraternidade. 6. Material utilizado: Apostila, bíblia, cartaz da CF/12, cartolina e folhas cortadas 7. Atividades: orientar as atividades 8. Momento de Oração – orientar a escrita da oração da apostila. APROFUNDAMENTO PARFA O CATEQUISTA Introdução A Campanha da Fraternidade de 2012 mobiliza os catequizandos a contemplarem a vida como um dom de Deus e para a compreensão de que o cuidado com a saúde depende de uma alimentação saudável, da prática de esportes, das ações de prevenção, do cuidado com o corpo, a mente e o espírito. A Igreja propõe como tema da Campanha deste ano: A Fraternidade e a Saúde Pública, como lema: Que a Saúde se difunda sobre a terra (Eclo. 38,8). Deseja assim sensibilizar a todos sobre a dura realidade de irmãos e irmãs que não têm acesso à assistência de saúde pública condizente com suas necessidades e dignidade. É uma realidade que clama por ações transformadoras. A conversão pede que as estruturas de morte sejam transformadas. A Igreja, nessa Quaresma, à luz da Palavra de Deus, deseja iluminar a dura realidade da saúde pública e levar os discípulos missionários a serem consolo na doença, na dor, no sofrimento, na morte. Levá-los, ao mesmo tempo, a exigir que os pobres tenham um atendimento digno em relação à saúde. O Sistema Único de Saúde – SUS , inspirado em belos princípios como o da universalidade, cuja proposta é atender a todos, indiscriminadamente, deveria ser modelo para o mundo. No entanto, ele ainda não conseguiu ser implantado em sua totalidade e ainda não atende a contento, sobretudo os mais necessitados desses serviços. Entendendo ser um anseio da população, especialmente da mais carente, um atendimento de saúde digno e de qualidade, a Campanha da Fraternidade 2012 aborda o tema da saúde, conforme os objetivos a seguir propostos. Objetivo Geral: Refletir a realidade da saúde no Brasil, em vista de uma vida saudável, mobilizando o espírito fraterno e comunitário das pessoas, na atenção aos enfermos e na busca por melhoria no sistema público de saúde. Objetivos Específicos: 1. Disseminar o conceito de bem viver e sensibilizar para a prática de hábitos de vida saudável, em detrimento dos que comprometem a boa saúde; 2. Sensibilizar as pessoas para o serviço aos enfermos, o suprimento de suas necessidades e integração na comunidade. Organizar este serviço nas comunidades que ainda não despertaram para esta exigência evangélica; 3. Alertar para a importância da organização da Pastoral da Saúde nas comunidades: criar onde não existe, fortalecer onde está incipiente e dinamizá-la onde ela já existe. 4. Difundir dados sobre a realidade da saúde no Brasil e seus desafios, bem como sua estreita relação com os aspectos socioculturais de nossa sociedade; 5. Despertar, nas comunidades, a discussão sobre a realidade da saúde pública, levá-las ao acompanhamento da prática da cidadania no trato da causa pública e à exigência de qualificação dos gestores da área da saúde; 6. Estimular e fortalecer a mobilização popular em defesa do SUS e de seu justo financiamento, orientando a comunidade sobre seus direitos e deveres em relação ao sistema de saúde como a participação nos espaços de controle, fiscalização e deliberação das políticas públicas de saúde. Saúde e Doença - dois lados da mesma realidade A vida, a saúde e a doença são realidades profundas, envoltas em mistérios. Diante delas, as ciências não se encontram em condições de oferecer uma palavra definitiva, mesmo com todo a aparato tecnológico hoje disponível. Assim, as enfermidades, o sofrimento e a morte apresentam-se como realidades 83 duras de serem enfrentadas e contrariam os anseios de vida e bem-estar do ser humano. Nas línguas antigas é comum a utilização de um mesmo termo para expressar os significados de saúde e de salvação. Na língua grega, soter e aquele que cura e ao mesmo tempo é salvador. Em latim, ocorre a mesmo com salus. Verifica-se o mesmo em outras línguas. Certamente, a convergência destes significados para um único termo é reflexo da dura experiência existencial diante destes fenômenos e a percepção de que o doente necessita ser curado ou salvo da moléstia pela ação de outrem. Saúde e salvação para a Igreja A experiência da doença mostra que o ser humano é uma profunda unidade pneumossomática. Não é possível separar corpo e alma. Ao paralisar o corpo, a doença impede o espírito de voar. Mas se, de um lado, a experiência é de profunda unidade, de outro, é de profunda ruptura. Com a doença passamos a perceber o corpo como um 'outro', independente, rebelde e opressor. Ninguém escolhe ficar doente. A doença se impõe. Alem de não respeitar nossa liberdade, ela também tolhe nosso direito de ir e vir. A doença é, por isso, um forte convite à reconciliação e à harmonização com nosso próprio ser. A doença é também um apelo à fraternidade e à igualdade, pois não discrimina ninguém. Atinge a todos: ricos, pobres, crianças, jovens, idosos. Com a doença, escancara-se diante de todos nossa profunda igualdade. Diante de tal realidade, a atitude mais lógica é a da fraternidade e da solidariedade. A vida saudável requer harmonia entre corpo e espírito, entre pessoa e ambiente, entre personalidade e responsabilidade. Nesse sentido, o Guia para a Pastoral da Saúde, entendendo que a saúde é uma condição essencial para o desenvolvimento pessoal e comunitário, apresenta algumas exigências para sua melhoria: a. articular o tema saúde com a alimentação; a educação; o trabalho; a remuneração; a promoção da mulher, da criança, da ecologia, do meio ambiente etc.; b. a preocupação com as ações de promoção da saúde e defesa da vida, que respondem a necessidades imediatas das pessoas, das coletividades e das relações interpessoais. No entanto, que estas ações contribuam para a construção de políticas públicas e de projetos de desenvolvimento nacional, local e paroquial, calcada em valores como: a igualdade, a solidariedade, a justiça, a democracia, a qualidade de vida e a participação cidadã. 84 Contribuições recentes da Igreja para a Saúde no Brasil Em mais uma manifestação da preocupação da Igreja com a realidade social da população, em 1981, a Campanha da Fraternidade: “Saúde e Fraternidade” apresentou o lema: “Saúde para todos”. A Campanha contribuiu para a reflexão nacional do conceito ampliado de saúde. Na época o Papa João Paulo II escreveu, em sua mensagem para a Campanha, que a “boa saúde não é apenas ausência de doenças: é vida plenamente vivida em todas as suas dimensões pessoais e sociais. Como o contrário , a falta de saúde, não é só a presença da dor ou o mal físico. Há tantos nossos irmãos enfermos por causa inevitáveis ou evitáveis, a sofrer, paralisados, à beira do caminho, à espera da misericórdia do próximo, sem a qual jamais poderão superar o estados de semimortos”. A discussão sobre a saúde foi retomada na CF de 1984, como tema Fraternidade e Vida e o lema “Para que todos tenham vida”, partindo da citação bíblica: “pois eu estava com fome e me deste de comer,... doente, e cuidaste de mim” (Mt 25, 35-36). Esta Campanha buscou ser um sinal de esperança para as comunidades cristãs e para todo o povo brasileiro, a fim de que, em um panorama de sombras e de atentados à vida, sentissem a luz de Cristo, que vence o egoísmo, o pecado e a morte, reforçando os princípios norteadores da valorização da vida, do início até o seu fim. Tais iniciativas constituem marcos importantes da ação da Igreja, tanto no campo da saúde como no da saúde pública, em nosso país. Por ser amplo o leque destas atividades, com satisfação identificam-se ações pastorais, próprias do múnus eclesial, que resultam em contribuição da Igreja para o cumprimento das “Metas do Milênio” com as quais o governo brasileiro comprometeu-se perante a comunidade internacional, mobilizando diretamente seus vários setores: “Metas do Milênio” propostas pela ONU (Organização das Nações Unidas) com objetivos a serem alcançados até 2015: Reduzir pela metade o número de pessoas que vivem na miséria e passam fome; Educação básica de qualidade para todos; Igualdade entre os sexos e mais autonomia para as mulheres; Redução da mortalidade infantil; Melhoria da saúde materna; Combate a epidemias e doenças; Garantia da sustentabilidade ambiental; Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III Estabelecer desenvolvimento. parcerias mundiais para o Doença e saúde no Antigo Testamento A bíblia hebraica, já nas primeiras páginas, apresenta a origem do mal e do sofrimento, mas descartando qualquer possibilidade de participação divina. No decorrer da caminhada do povo hebreu, outros conceitos e outras justificativas foram sendo desenvolvidas a respeito da doença e do sofrimento, que passaram a ser vistos como conseqüência do pecado e da desobediência. Assim a preservação da saúde mais do que a cura da doença, era obtida pela observância da Lei de Deus. Porém, quem não a observa terá a maldição, a infelicidade, as doenças e a opressão (cf Dt 28, 15ss). A doença é vista como castigo de Deus ao pecado do ser humano, por isso, somente eliminando a causa da doença, ou seja, o pecado, pode-se obter novamente de Deus a saúde. Houve, um tempo, que entre os judeus piedosos, o fato de recorrer a médicos era visto como falta de fé no Deus vivo e verdadeiro, pois a doença era compreendida como forma de punição por parte de Deus. O livro do Eclesiástico considera a doença como o pior de todos os males (cf 30, 17), um mal que faz perder o sono (cf 31, 2). O povo judeu entendia que a falta de saúde estava intimamente ligada com a culpa, o pecado. A cura para as doenças deveria ser obtida, em primeiro lugar, pela oração (cf 2Sm 12, 15-23). Saúde e doença no Novo Testamento O capítulo nono do Evangelho de São João relata o encontro de Jesus com um cego de nascença (cf Jo 9, 1-41). De acordo com o relato, são os discípulos que, em primeiro lugar, percebem a presença do cego e propõem uma questão a Jesus. A dúvida dos discípulos é de ordem teológica: “Quem pecou para ele nascer cego?” Teria o homem pecado ou teriam sido seus pais (cf Jo 9, 2) . A resposta de Jesus é clara: “nem ele, nem seus pais pecaram, mas é uma ocasião para se manifestarem nele as obras de Deus” (cf Jo 9, 3). Cristo interrompe a tradição de vincular doença e pecado e oferece aos discípulos, aos fariseus, aos judeus e familiares do cego e ao próprio cego uma catequese sobre sua missão. Jesus apresenta-se como “luz do mundo” e luz que se manifesta pelas obras que realiza. Essa experiência permite que o próprio cego se transforme em discípulo. O anúncio da missão de Jesus na sinagoga de Nazaré inclui “a recuperação da vista aos cegos” (cf Lc 4, 18). No entanto em toda ação de Jesus, percebemos inúmeros gestos de quem está preocupado em recuperar a saúde. Não apenas no aspecto biológico, mas promover o ser humano para ter uma vida digna, saudável e reintegrada à sociedade, porque a doença significava a exclusão social. Diz o evangelho: “Jesus percorria toda a Galiléia, ensinando nas sinagogas deles, anunciando a Boa Nova do Reino e curando toda espécie de doença e enfermidade do povo” (Mt 4, 23). Com sua ação evangelizadora, Jesus não apenas cura os doentes, mas resgata o ser humano para o meio da sociedade, dando-lhe dignidade e apresenta uma nova forma de relacionar-se com as pessoas necessitadas. O Novo Testamento é repleto de relatos de Jesus curando os doentes, os quais testemunham que a ação salvífica de Jesus também acontecia em suas intervenções no cuidado e atenção com os que sofrem. A parábola do Bom Samaritano nos lembra a condição da fragilidade humana a que todos estamos condicionados desde a criação. Mas indica que os seguidores de Jesus devem descobrir a importância do cuidado. A fragilidade somente se cura mediante a proximidade daquele que se dispõe a cuidar do debilitado. Cuida-se da própria vulnerabilidade quando se consente a proximidade do outro. O samaritano é aquele que em face da necessidade do outro a assimila e se deixa transformar por ela. Não só porque cuida do ferido e lhe dá abrigo, mas porque o faz em prejuízo dos seus próprios planos iniciais. Esta atitude é revelada nos sete verbos desta parábola e indica um modo de ser diante do outro, que pode iluminar o engajamento da Igreja e dos cristãos no campo da saúde pública: a) VER – a primeira atitude do samaritano que descia pelo caminho foi enxergar a realidade. Não ignorou a presença de alguém caído, de alguém que teve seus direitos violentados e que se encontro à margem da estrada. b) COMPARECER-SE – a percepção da presença do caído conduziu o samaritano à atitude de compaixão. Ele deixou-se afetar pela presença do violentado que jazia quase morto. A compaixão desencadeou as demais atitudes tomadas pelo Samaritano. c) APROXIMAR-SE – ao contrário dos que antecederam, o viajante estrangeiro aproximou-se do caído, foi ao seu encontro, não passou adiante. No homem assaltado, ferido, necessitado, reconheceu seu próximo, apesar de muitas diferenças entre ambos. 85 d) CURAR – a presença do outro exige cuidado. A aproximação, a compaixão não são simplesmente sentimentos benevolentes voltados ao outro. Elas se tornam obra, se transformam em ação que lança mão dos elementos que tem disponíveis para salvar o outro. e) COLOCAR NO PRÓPRIO ANIMAL – colocou a serviço do outro os próprios bens. Não temeu disponibilizar ao desconhecido ferido tudo o que dispunha: seu meio de transporte, o que trazia para seu próprio cuidado e seu dinheiro. f) LEVAR À HOSPEDARIA – mudou seu itinerário e acabou mobilizando e envolvendo outras pessoas. Nem sempre conseguimos responder a todas as demandas, mas podemos mobilizar outras forças para atender e cuidar de quem sofre. g) CUIDAR – esse é o sétimo verbo e expressa o conjunto da intervenção do samaritano. Trata-se de um cuidado coletivo, que envolveu outros personagens, recursos financeiros, estruturas que o viajante, não dispunha e o compromisso de retornar. A razão do retorno é que agora ela incluía outra pessoa, um compromisso que não estava planejado no início da viagem, mas não pode mais ser ignorado, cuidar passa a ser uma missão. A figura do bom samaritano assume a condição de modelo para a ação evangelizadora da Igreja no campo da saúde e no campo da defesa das políticas públicas. Unção dos Enfermos, sacramento da cura O sacramento da unção dos enfermos é compreendido no âmbito da missão salvífica da Igreja, ou seja, no contexto do ministério de cura que toda Igreja exerce junto aos enfermos. A unção não é um sacramento pontual e isolado, que se celebra de forma quase mágica, numa UTI, a um moribundo totalmente inconsciente. Pelo contrário, é um sacramento eclesial que, além de comprometer toda a Igreja, é também o ápice de um processo em favor e a serviço dos irmãos enfermos de uma comunidade. Faz parte do ministério de cura que atualiza e significa a presença do Reino no hoje das pessoas. Por ser um serviço de toda a Igreja, compromete todos na comunidade: o próprio doente em atitude plenamente ativa de identificação com Jesus Cristo, de aceitação da própria debilidade e de contribuição para o bem do povo de Deus e a salvação de todo o mundo; de todos os crentes em atitude de amor e presença junto aos pobres e doentes; dos religiosos, fazendo presente no mundo a pessoa de Cristo que se preocupa e cura os doentes; dos presbíteros cujo ministério exige deles, não só a visita, a atenção e a animação dos doentes, mas 86 também a visibilidade da presença viva do Senhor que unge, cura e salva; dos bispos que precisam, num trabalho de coordenação pastoral e evangelizadora, mostrar que os doentes não são seres passivos, mas comprometidos com o Corpo de Cristo. É pena que, na mentalidade comum dos fiéis e até mesmo dos agentes de pastoral, o sacramento da unção dos enfermos ainda não tenha se desconectado suficientemente de sua relação com a morte. Este passo, no entanto, precisa ser dado. Todos precisam ter muito claro que o sacramento da unção dos enfermos já não é mais nem sacramento que consagra a morte nem preparação imediata para a eternidade. Pelo contrário, é o sacramento que consagra uma situação de vida, ou seja, uma situação de doença, confiando ao doente a missão de completar, no próprio corpo, o que falta à paixão de Cristo. A Pastoral da Saúde A Pastoral da Saúde que representa a atividade desempenhada pela Igreja no Setor da Saúde, é expressão de sua missão e manifesta a ternura de Deus para com a humanidade que sofre. A Igreja, ao meditar a parábola do bom samaritano (cf Lc 10, 25-37), entende que não é licito delegar o alivio do sofrimento apenas à medicina, mas é necessário ampliar o significado desta atividade humana. No Brasil esta Pastoral conta com 80 mil agentes voluntários. Seu objetivo é promover, educar, prevenir, cuidar, recuperar, defender e celebrar a vida ou promover ações em prol da vida saudável e plena de todo o povo de Deus, tornando presente no mundo de hoje, a ação libertadora de Cristo na área da saúde. Sua atuação é em âmbito nacional e de referência internacional. Como as famílias podem colaborar para a saúde se difundir A família ocupa o lugar primário na humanização da pessoa e da sociedade. Por isso é chamada a ser uma comunidade de saúde, a educar para viver bem, a promover o bem estar de seus membros e do ambiente que a cerca. É importante recuperar a família como colaboradora essencial no cuidado e no acompanhamento de seus membros. Vários dos condicionantes e determinantes da saúde dependem da adesão das famílias e da educação prática das crianças. 1. Seguem algumas propostas de ação concreta para esta esfera: a) Incentivar o cuidado pleno aos extremos da vida (criança e idosos), buscando Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III atendimento digno, humano e com qualidade nos serviços de saúde, nos três níveis de governo; b) Garantir que a prevenção avance para além da informação. É necessário visar não só ao bem estar individual, mas também ao familiar e ao de todos, através de ações educativas abrangentes; c) Buscar a sensibilização e a mobilização de familiares e amigos quanto à ações básicas de prevenção e promoção da saúde,como manter o cartão de vacinas atualizado; d) Estimular a doção e a manutenção de padrões e estilos de vida saudáveis e a abolição de hábitos inadequados de vida. Até reeducação alimentar e incentivo à atividade física regular; e) Estimular o uso dos serviços de saúde, de forma consciente, organizada e cuidadosa, visando à otimização de recursos públicos; f) Estimular a disseminação do conceito de que a prevenção ao uso de drogas é de responsabilidade de todos, ou seja, pais, professores, empresários, líderes comunitários, sindicatos, igrejas e autoridades. g) Incentivar e difundir programas de coleta seletiva e de reciclagem, no suporte a projetos de pesquisa na área ambiental e no estímulo de práticas sustentáveis, divulgadas em empresas, escolas e comunidades. Fonte: Texto Base da Campanha da Fraternidade 2012, CNBB, Brasília – DF. QUARESMA SEG TER QUA QUI SEX SAB DOM 22/02 23/02 24/02 25/02 26/02 27/02 28/02 29/02 01/03 02/03 03/03 04/03 05/03 06/03 07/03 08/03 09/03 10/03 11/03 12/03 13/03 14/03 15/03 16/03 17/03 18/03 19/03 20/03 21/03 22/03 23/03 24/03 25/03 26/03 27/03 28/03 29/03 30/03 31/03 01/04 02/04 03/04 04/04 05/04 06/04 07/04 08/04 19/03 Boas atitudes da semana 87 2º TEMA EXTRA: QUARESMA E CAMPANHA DA FRA TERNIDA DE 1. Objetivos: Refletir sobre a realidade da saúde no Brasil em vista de uma vida saudável, suscitando o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção aos enfermos e mobilizar por melhoria no sistema público de saúde. (Objetivo Geral de CF- 2012). 2. Conteúdo do Encontro: Tema e lema da Campanha da Fraternidade 2012. 3. Desenvolvimento do Tema: Combinar em cada encontro as ações da semana. Usar o dado do amor para escolher as boas atitudes a serem vividas em cada semana. Fazer em conjunto com a classe o registro da semana – escrever em cada quadrinho uma atitude, uma boa ação que deverá ser feita naquele dia, durante a quaresma. Utilizar uma das dinâmicas propostas no Apêndice no final da Apostila, conforme a idade. Para explicar sobre a fraternidade, a dignidade da pessoa humana e a cidadania, contar a história – A águia e a galinha. Era uma vez um camponês que pegou um filhote de águia e o colocou no galinheiro junto com as galinhas. Comia milho e ração própria para galinhas, embora a águia fosse o rei/rainha de todos os pássaros. Depois de cinco anos, este homem recebeu em sua casa a visita de um naturalista e, enquanto passeavam ele viu á águia e disse: Esse pássaro aí não é galinha, mas uma águia. De fato – disse o camponês. É águia, mas eu criei como galinha. Não – retrucou o naturalista. Ela é, e sempre será uma águia. Pois tem coração de águia. Esse coração a fará um dia voar às alturas. Então decidiram fazer uma prova. O naturalista tomou a águia, ergueu-a bem alto e, desafiando-a, disse: Já que você de fato é uma águia, já que você pertence ao céu e não a terra, então abra suas asas e voe! A águia pousou sobre o braço estendido do naturalista. Olhava distraidamente ao redor. Viu as galinhas lá embaixo, ciscando grãos. E pulou para junto delas. O camponês comentou: Eu lhe disse, ela virou uma simples galinha! Não – tornou a insistir o naturalista. Ela é uma águia. E uma águia será sempre uma águia. Vamos experimentar novamente. Por mais uma vez ele experimento e a águia voltou para junto das galinhas. No dia seguinte, o naturalista pegou a águia e a levou para o alto de uma montanha. O sol nascente dourava os picos das montanhas. O naturalista ergueu a águia para o alto, na direção do sol e ordenou-lhe: Águia, já que você é uma águia, já que você pertence ao céu e não a terra, abra suas asas e voe! 88 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III A águia olhou ao redor. Tremia como se experimentasse nova vida, mas o naturalista segurou-a firmemente, bem na direção do sol, para que seus olhos pudessem encher-se da claridade solar e da vastidão do horizonte. Nesse momento, ela abriu suas potentes asas, grasnou e ergueu-se, soberana, sobre si mesma. E começou a voar, voar para o alto, a voar cada vez mais para o alto. Voou... voou... até confundir-se com o azul do firmamento... (Leonardo Boff) Comentar a história: Como será que Deus nos criou? Somos águias ou galinhas? Ou será que somos as duas juntas? É possível viver a condição “galinha”, satisfatoriamente nos dias de hoje? Como a condição “águia” pode ajudar para termos mais qualidade de vida? Pense: Características que predominam em cada condição: 1. Galinha: alimentação, moradia, ir à escola, praticar esportes, hábitos de higiene, trabalho, cuidado com o meio ambiente (mostrar figuras para ilustrar) 2. Águia: capacidade de amar, a busca por Deus, amor ao próximo, superar dificuldades, coragem para arriscar, persistência, sinceridade, realizar a vocação, buscar a felicidade. 3. Reflexão: Observando a águia e a galinha, o que concluímos? Agimos, somos apenas como uma delas? Ou as duas condições são essenciais para a realização humana? 4. Concluir: cada pessoa tem dentro de si uma águia. Busca as alturas, o sol; foi feita para grandes ideais e os grandes sentimentos. Muitas vezes, porém, fica presa a coisas como uma galinha ciscando no galinheiro. Não nascemos só para cuidar de comida, roupa... As duas condições são essenciais para a realização humana. Criados à imagem e semelhança de Deus, temos que buscar sempre a perfeição, a nossa conversão, mas sempre sabedores de nossa pequenez. A cada ano a Campanha da Fraternidade faz importantes reflexões sobre alguma problemática que aflige nossa sociedade. Neste ano a CF nos convida a pensar na SAÚDE PÚBLICA. (mostrar o cartaz) Tema: Fraternidade e a Saúde Pública Lema: “Que a saúde se difunda sobre a Terra”. Ler Lc 10, 29-37 – A parábola do Bom Samaritano Comentar que o cartaz atualiza este encontro do Bom Samaritano com o doente que necessita de cuidado. A mão do profissional da saúde, segurando as mãos da pessoa doente, afasta a cultura da morte e visibiliza a acolhida entre irmãos (o próximo). A cruz recorda a salvação que Jesus Cristo nos conquistou. A alegria do encontro recorda aos profissionais da saúde que foram escolhidos para atualizarem a atitude do Bom Samaritano em relação aos enfermos, para possibilitar atendimento digno, para que a saúde se difunda sobre a Terra. Todos os seres humanos são irmãos porque são filhos de Deus. Ser irmão é ser fraterno. Como irmãos, precisam se ajudar uns aos outros. Isso é fraternidade. A Campanha da Fraternidade é um tempo para crescer na fé e sermos solidários com os irmãos. Este ano a Campanha deseja sensibilizar a todos a dura realidade de irmãos e irmãs que não têm acesso à assistência de Saúde Pública condizente com suas necessidades e dignidade. É uma realidade que clama por ações transformadoras. A conversão pede que as estruturas de morte sejam transformadas. 89 A Igreja, nessa quaresma, à luz da Palavra de Deus, deseja iluminar a dura realidade da Saúde Pública e levar os discípulos-missionários a serem consolo na doença, na dor, no sofrimento e na morte. E, ao mesmo tempo, exigir que os pobres tenham um atendimento digno em relação à saúde. O samaritano faz o papel de Jesus, movido pela compaixão diante de um acontecimento da vida, do dia a dia. O desafio para fazer o bem surge quando menos se espera. Jesus pede que olhemos para a realidade, para a vida. Com sua graça, vamos converter nossa vida procurando “Ter em nós os mesmos sentimentos que animavam Jesus”. (Fl 2,5). É hora de assumir compromisso, ver o que o texto nos leva a viver. O Evangelho de Lucas nos mostra que nem todos que conhecem a Bíblia são os que a praticam, são os melhores exemplos. Que compromisso vou assumir, qual gesto concreto essa parábola despertou em mim? Como vou ser “o próximo” de pessoas que precisam de ajuda? 4. Leitura utilizada: da própria apostila, da bíblia – Lc 10, 29-37 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem, cartaz da Campanha da Fraternidade, figura de uma águia e de uma galinha. 6. Material utilizado: Apostila, bíblia, cartaz da CF/12, cartolina e folhas cortadas 7. Atividades: orientar as atividades da apostila 8. Momento de Oração: Rezar a oração da Campanha da Fraternidade (na apostila). APROFUNDAMENTO PARFA O CATEQUISTA Ler o Texto-Base da Campanha da Fraternidade – 2012 e participar das formações oferecidas pela Diocese e pela Paróquia. 90 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III 3º TEMA EXTRA: SEMA NA SANTA E PÁ SCOA 1. Objetivos: Favorecer ao catequizando a percepção de que o sofrimento de Jesus por amor a nós foi para nos levar a vive com Ele a sua ressurreição. Reconhecer a alegria da vida nova que Jesus veio nos propor e valorizar os símbolos dessa proposta. 2. Conteúdo do Encontro: Explicar cada dia da Semana Santa (do Domingo de Ramos até o Domingo de Páscoa) Retomar o compromisso da quaresma. 3. Desenvolvimento do Tema: Utilizar cartazes para explicar cada dia da Semana Santa e ler com os catequizandos o texto da apostila. Fazer a Via Sacra (sugestão em anexo). Incentivar os catequizandos para que participem dos dias da Semana Santa na paróquia . DOMINGO DE RAMOS: Jesus entra em Jerusalém e é aclamado com ramos de Palmeira e cantos de hosana. QUINTA-FEIRA SANTA: Jesus reúne os apóstolos e institui a Eucaristia na sua última ceia. SEXTA-FEIRA SANTA: Jesus é condenado e carrega a sua Cruz até o Monte Calvário, onde entrega a Sua vida num sacrifício de Amor por toda a humanidade. SÁBADO SANTO: Tempo de silêncio, recolhimento e espera pela Ressurreição de Jesus. DOMINGO: “Aleluia! JESUS RESSUSCITOU”, ESTÁ VIVO NO MEIO DE NÓS!” - traz vida renovada, cheia do Espírito Santo para todos nós!. É DOMINGO DE PÁSCOA! 4. Leitura utilizada: da própria apostila 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, cartaz da Semana Santa 6. Material utilizado: Apostila, bíblia e cartazes para a Via Sacra. 7. Atividades: orientar as atividades 8. Momento de Oração – fazer a Via Sacra (página seguinte) APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA Ler e refletir sobre as leituras utilizadas para o encontro Citações bíblicas: Domingo de Ramos: Mt 21, 1-11; Mc 11, 1-10; Jo 12, 12-16; Lc 19, 18-40. Ceia do Senhor: Jo 13, 1-15. Paixão e Morte: Jo 18, 1 a 19, 42. Ressurreição: Mt 28, 1-10; Mc 16, 1-18; Lc 24, 1-12. 91 4º TEMA EXTRA: O SANTO PADROEIRO 1. Objetivo: Fazer com que os catequizandos conheçam o santo padroeiro e conscientizá-los sobre o chamado de Deus para uma vida santa. Fazer com que conheçam a sua Paróquia 2. Conteúdo: Nós também podemos e devemos ser santos História do Santo Padroeiro e história da Paróquia 3. Desenvolvimento do tema: Todos nós somos chamados à santidade (Mt 5,48 e I Ts 4,3) Perguntar se sabem o que é ser santo. Explicar que a partir do nosso Batismo todos somos chamados ser santos. Para sermos santos é preciso descobrir qual a vontade de Deus para nossa vida, e isso se descobre através da oração e da leitura da Palavra de Deus. O que podemos fazer para melhorar as nossas atitudes no dia a dia... (deixar que falem) Perguntar se conhecem algum santo e sua história ou se têm algum santo de devoção deixar que falem). Falar dos santos dos nossos dias – pessoas santas como Madre Teresa de Calcutá e seu trabalho, Papa João Paulo II e seu exemplo de amor perdão e santidade de vida. Falar dos Santos recém canonizados: Frei Galvão o primeiro Santo brasileiro, canonizado pelo Papa Bento XVI, em 11 de maio de 2007; Santa Gianna, foi Beatificada pelo Papa João Paulo II, em 24 de abril de 1994 no Ano Internacional da Família, tendo sido considerada esposa amorosa, médica dedicada e mãe heróica, que renunciou à própria vida em favor da vida da filha, na ocasião da gestação e do parto. Falar das crianças que foram canonizadas – Santo Domingos Sávio, Santa Maria Goretti. Falar do Padroeiro – ler as leituras indicadas pela paróquia Contar a história do Santo a partir da leitura bíblica. Falar sobre a Paróquia – completar as atividades 4. Leitura utilizada: Usar as citações usadas pela paróquia nas celebrações do Santo Padroeiro 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, cartaz da Semana Santa 6. Material utilizado: Apostila, bíblia Orações e santinhos do Santo Padroeiro 7. Atividades: orientar as atividades 8. Momento de Oração – Levar as crianças até a imagem do Santo Padroeiro e rezar a oração (no verso do santinho) 92 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA Pesquisar a história do Santo Padroeiro de sua Paróquia, suas qualidades e virtudes, como foi sua vida, onde nasceu e porque se tornou santo. Pesquisa histórias de santos canonizados recentemente ou a vida de pessoas que estão processo de canonização na Diocese ou na nossa região, como: Frei Galvão, Madre Tereza do Jesus Eucarístico, Franz de Castro Holzwarth. CONGREGAÇÃO PARA AS CAUSAS DOS SANTOS REFLEXÃO DO CARDEAL JOSÉ SARAIVA MARTINS O SIGNIFICADO DOS SANTOS HOJE NUM MUNDO EM MUDANÇA 1. "Para fazer de um homem um santo, só é Evidentemente, uma leitura apenas necessária a Graça. Quem duvida disto não sabe o sociológica do nosso tema corre o risco de ser não que é um santo, nem o que é um homem", só observava Pascal com o seu esmero característico compreensão deste fenômeno, tão característico nos Pensamentos. Recorro a esta observação para redutiva, santo convergem também desviante da da Igreja católica. indicar as duas perspectivas destas reflexões: no mas 2. Na Carta Apostólica Novo millennio a celebração de Deus ineunte, a Carta que o Papa João Paulo II (nomeadamente, da sua Graça) e a celebração do entregou à Igreja no encerramento do Grande homem, nas suas potencialidades, nos seus limites, Jubileu do Ano 2000, fala-se com um profundo nas suas aspirações e nas suas realizações. realce do tema da santidade. No "grande exército São conhecidas as inúmeras objeções que de santos e de mártires", que inclui "Sumos hoje se levantam contra o conceito de "santidade" Pontífices, e de "santo". Não poucas críticas são dirigidas à humildes figuras de leigos e de religiosos, de um prática tradicional e ininterrupta da Igreja, de extremo ao outro do globo observou o Papa João reconhecer e proclamar "santos" alguns dos seus Paulo II, no n. 7 da Carta a santidade pareceu filhos mais exemplares. Na grande relevância, mais do que nunca a dimensão que melhor exprime também numérica, dada pelo Papa João Paulo II às o mistério da Igreja. Mensagem eloqüente, que beatificações e canonizações durante o seu não tem necessidade de palavras, ela representa Pontificado, houve quem insinuasse a existência ao vivo o rosto de Cristo". de uma estratégia expansionista da Igreja católica. conhecidos da história, ou Para compreender a Igreja, é necessário conhecer os santos, que são o seu sinal e o seu Para outros, a proposta de novos beatos e santos, bem tão amadurecido e eloquente. Para categorias, contemplar o rosto de Cristo nas mutáveis e diversas situações do mundo contemporâneo, é operação com preciso olhar para os santos que "representam finalidades de liderança do Papado na sociedade profundamente o rosto de Cristo" (Ibidem), como civil contemporânea. Por fim, há quem veja nas nos recorda o Papa. A Igreja deve proclamar canonizações e no culto dos santos um resíduo santos e há de fazê-lo em nome daquele anúncio anacrônico de triunfalismo religioso, alheio e até da santidade que a enche e a transforma contrário ao espírito e à orientação do Concílio precisamente em instrumento de santidade no Vaticano II, que realçou com muita força a mundo. marketing da por mais nacionalidades e culturas, seria apenas uma de diversificados fruto santidade, vocação à santidade de todos os cristãos. 93 "Deus manifesta de forma viva aos homens valores como de costumes. É da admiração que a sua presença e o seu rosto na vida daqueles que, deriva a pergunta: o que é que faz com que a fé embora possuindo uma natureza igual à nossa, se encarne em todas as latitudes, nos diversos transformam mais perfeitamente na imagem de contextos históricos, entre as mais variadas Cristo (cf. 2 Cor 3, 18). Neles é Deus quem nos categorias e estados de vida? Como é possível fala e nos mostra um sinal do seu reino (...) para o que, sem dinamismos de poder, impositivos ou qual somos fortemente atraídos, ao vermos tão persuasivos que sejam, e sem dinamismos de grande nuvem de testemunhas que nos envolve (cf. uniformidade, Hb 12, 1) e tais provas da verdade do Evangelho" diferentes entre si e em tal harmonia com Cristo (Lumen gentium, 50). Neste trecho da Lumen e com a sua Igreja? O que é que leva à livre gentium encontramos a profunda razão do culto assunção do núcleo germinativo cristão, que aos beatos e santos. depois desenvolve tanta diversidade e beleza na existam tantos santos, tão 3. A Igreja realiza a missão que lhe foi unidade da santidade? Como é diferente a confiada pelo Mestre divino, de ser instrumento globalização, de que hoje se fala com tanta de da frequência, da catolicidade ou universalidade da evangelização, dos sacramentos e da prática da santidade fé cristã e da Igreja, que essa fé vive, conserva e caridade. difunde! Esta contribuição de através missão dos recebe conteúdos e caminhos uma de notável estímulos Aquele internacionalismo do catolicismo, que espirituais, também da proclamação dos beatos e não é procurado com vista ao poder, mas ao santos, porque eles mostram que a santidade é serviço e à salvação, é confirmado pelos santos e acessível às multidões, que a santidade pode ser pelas santas que pertencem aos mais diversos imitada. Com a sua existência pessoal e histórica, contextos de referência histórica, mas viveram a eles fazem experimentar que o Evangelho e a vida mesma fé. Este internacionalismo confirma que a nova em Cristo não são uma utopia ou um mero santidade não tem limites e que não morreu na sistema de valores, mas "fermento" e "sal", Igreja mas, pelo contrário, continua a ser de capazes de fazer viver a fé cristã dentro e fora profunda atualidade. O mundo muda, mas os das várias culturas, regiões geográficas e épocas santos, embora também mudem com o mundo que históricas. se transforma, representam sempre o mesmo "O futuro dos homens observava o saudoso rosto vivo de Cristo. Não existe nisto, porventura, Cardeal Giuseppe Siri nunca é claro, porque todos um indício inconfundível da vitalidade peculiar, os seus pecados corroem todos os caminhos da meta-cultural história e levam a uma dialética cheia de causas e católicos, "sobrenatural" é a palavra justa do de efeitos, de erros e de vinganças, de explosões anúncio e da Graça cristã? e meta-histórica para nós, e de interrupções. A certeza de que os santos 5. Neste contexto de pensamentos, é continuarão a acompanhar os homens é uma das interessante fazer uma observação sobre o modo poucas garantias do futuro" (Il primato della como a Igreja católica reconhece e proclama os verità, pág. 154.). beatos e os santos. Refiro-me em particular ao 4. O fenômeno dos santos e da santidade trabalho da Congregação para as Causas dos cristã cria um sentido de admiração que nunca Santos, chamada a estudar e reconhecer a esmoreceu na vida da Igreja e que não pode santidade deixar de surpreender até um observador laico procedimento minucioso e sábio, consolidado, atento, sobretudo hoje, num mundo que muda renovado e renovável no tempo. e os santos através de um contínua e rapidamente, num mundo fragmentado Os santos e a santidade são reconhecidos sob o ponto de vista cultural, tanto a nível de com um movimento que parte de baixo para cima. 94 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III Ainda hoje, é o próprio povo cristão que, precisamente de modo vivo a ação do Espírito reconhecendo por intuição da fé a "fama de Santo e a vitalidade que dele brota no campo mais santidade", indica ao seu Bispo titular da primeira essencial para a Igreja, o da santidade. Com fase do processo de canonização os candidatos à efeito, foi o Concílio que realçou de forma canonização Congregação particular a competente da Santa Sé. Nem a Congregação para (Discurso de as Causas dos Santos, nem o Papa, "inventam" ou preparação para o Grande Jubileu do Ano 2000, "fabricam" os santos. Como todos os cristãos 13 de Junho de 1994). e, em seguida, à sabem, isto é obra do Espírito Santo. Que este Na vocação universal abertura Carta do Apostólica à santidade" Consistório, Tertio em millennio mesmo Espírito como diz o Evangelho "sopra onde adveniente, o Papa João Paulo II escreveu: quer", "Nestes é uma constatação a que estamos anos, foram-se multiplicando as habituados desde há séculos, e hoje muito mais, canonizações e as beatificações. Elas manifestam uma vez que a Igreja está espalhada em todas as a vivacidade das Igrejas locais, muito mais partes do mundo e em todas as camadas sociais. numerosas hoje do que nos primeiros séculos e no Assim, deve reconhecer-se que o Papa João primeiro milênio. A maior homenagem que todas as Paulo II fez da proclamação de novos beatos e Igrejas prestarão a Cristo no limiar do terceiro santos uma autêntica e constante forma de milênio, evangelização quis onipotente do Redentor, mediante os frutos de acompanhar a pregação das verdades e dos fé, esperança e caridade em homens e mulheres valores evangélicos com a apresentação de santos de tantas línguas e raças, que seguiram Cristo nas que viveram aquelas verdades e aqueles valores de várias formas da vocação cristã" (n. 37). e de magistério. Ele será a demonstração da presença modo exemplar. Durante o seu Pontificado, e, Além disso, na Carta Apostólica Novo portanto, desde 1978 até hoje, João Paulo II millennio ineunte, o Papa observa: "Os caminhos beatificou 1.299 pessoas, 1.029 das quais são da santidade são variados e apropriados à vocação mártires, e canonizou 464 beatos, 401 dos quais de encontraram a morte no martírio. Os leigos concedido, nestes anos, beatificar e canonizar elevados às honras dos altares são também muito muitos cristãos, entre os quais numerosos leigos mais do que geralmente se pensa: com efeito, que se santificaram nas condições ordinárias da trata-se de 268 beatos e de 246 santos, 514 no vida" (n. 31). total. cada um. Sem Para alguns, eles são muitos; para outros, poucos. Agradeço dúvida, ao tantas Senhor ter-me beatificações e canonizações são também um sinal da capacidade de inculturação da vida da fé cristã e da Igreja. No que diz respeito ao número de santos, o 6. Por fim, gostaria de me debruçar sobre a Papa João Paulo II não ignora o parecer de quem contribuição cultural oferecida pelos santos, pelo considera que eles são demasiados. Pelo contrário, seu culto e pelo ardente e sério trabalho de fala disto explicitamente. Eis a resposta do Papa a estudo que precede e que se segue à sua este propósito: "Às vezes diz-se que hoje há canonização. demasiadas beatificações. Mas isto, além de O Concílio Vaticano II pediu que uma "cuidadosa refletir a realidade, que por graça de Deus é investigação aquela que é, corresponde também ao desejo acompanhasse a proposta do culto dos santos (cf. expresso pelo Concílio. O Evangelho espalhou-se Sacrosanctum concilium, 23). Esta indicação já de tal maneira no mundo e a sua mensagem encontrou a Congregação para as Causas dos mergulhou as suas raízes de modo tão profundo, Santos que o elevado número de beatificações reflete experimentada. histórica, preparada teológica e, hoje, e pastoral" plenamente 95 O cuidado pela verdade histórica esteve A este propósito, é significativo o fato de sempre presente no trabalho da Congregação para que o Arquivo da Congregação para as Causas dos as Causas dos Santos. Já num "Decreto" de Pio X, Santos já de 26 de Agosto de 1913, mais tarde inserido no "pessoas interessadas pelo trabalho eclesiástico", Código de Direito Canónico de 1917, pedia a mas também por estudiosos leigos que recorrem reunião e o estudo de todos os documentos ao mesmo para a relação das suas teses de históricos relativos às causas. Mas a novidade licenciatura, fundamental foi apresentada pelo Motu Proprio pedagogia, "Já há algum tempo", de 6 de Fevereiro de 1930, encontram com que o Papa Pio XI instituiu na Congregação historicamente credível. não é freqüentado somente por para de estudos sociologia, um históricos, etc., material de porque ali abundante e dos Ritos a "Secção histórica", com a tarefa de 7. Portanto, com o seu valor particular, a oferecer a contribuição eficaz para a abordagem santidade diz respeito também à cultura. Os das causas "históricas", ou seja, das que não santos permitiram que se criassem novos modelos contavam culturais, novas respostas aos problemas e aos com testemunhas contemporâneas relativas às mesmas causas. O serviço prestado grandes pela "Secção histórica", em seguida denominada desenvolvimentos de humanidade no caminho da como "Departamento histórico-hagiográfico", foi história. A herança dos santos "é uma herança que alargado a todas as causas, mesmo às mais não se deve perder insistiu muitas vezes o Santo "recentes", aumentando a sensibilidade histórico- Padre, mas fazer frutificar num perene dever de crítica a todos os níveis, e em todas as fases do gratidão e num renovado propósito de imitação" processo. (Novo millennio ineunte, 7). Finalmente, a Constituição desafios dos povos e novos Apostólica Os santos são como faróis; eles indicaram Divinus perfectionis magister, de 25 de Janeiro aos homens as possibilidades de que o ser humano de 1983, seguida das Normae servandae, do dia 7 dispõe. Por isso, são interessantes também do de Fevereiro de 1983, sancionou definitivamente ponto de vista cultural, independentemente da a contribuição determinante do método e da abordagem cultural, religiosa e de estudo com que qualidade histórica na abordagem das causas dos nos aproximemos deles. Um grande filósofo santos. francês do século XX, Henry Bergson, observou A verdade histórica, tão diligentemente que "as maiores personagens da história não são procurada por motivos teológicos e pastorais, traz os conquistadores, mas os santos". E Jean muitos benefícios também à apresentação cultural Delumeau, um historiador do catolicismo de dos santos. Os novos beatos e santos "saíram da Quinhentos, sacristia" para serem estudados e apresentados grandes impulsos da história do cristianismo também historicamente foram caracterizados por um retorno às fontes, significativas, no contexto da vida da sua Igreja, isto é, à santidade do Evangelho, suscitada pelos da sua sociedade e do seu tempo. Assim, não santos e pelos movimentos de santidade na Igreja. como personagens interessam mais unicamente à Igreja e aos fiéis, Nos convidava últimos a anos, verificar o Cardeal como os Joseph mas a todos aqueles que se ocupam da história, da Ratzinger afirmou justamente que "não são as cultura, da vida civil, da política, da pedagogia, maiorias ocasionais que se formam aqui ou ali na etc. destes Igreja, que decidem o seu e o nosso caminho. Eles, extraordinários homens de Deus continua de os santos, são a verdadeira e determinante maneira diversa, mas em todo o caso eficaz para o maioria, segundo a qual nos orientamos. É a ela que bem de toda a sociedade. aspiramos! Eles traduzem o divino no humano, o Desta maneira, a missão eterno no tempo". 96 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III 8. Num mundo que se transforma, os santos vinculada à dignidade batismal de cada cristão e, não só não permanecem marginalizados histórica por conseguinte, explicar melhor também o papel ou culturalmente, mas parece que devo concluir das beatificações e canonizações no caminho estão pastoral da Igreja, nestes vinte e cinco anos de a tornar-se sujeitos ainda mais interessantes e credíveis. Pontificado de Karol Wojtyla. A mensagem é a que Numa época de crise das utopias coletivas, foi enviada para o dia mundial de oração pelas num período de desconfiança e de incredulidade vocações de 2002: "A primeira tarefa da Igreja em relação ao que é teórico e ideológico, está a é acompanhar os cristãos pelos caminhos da nascer uma nova atenção para com os santos, santidade (...) a Igreja é "a casa da santidade" e a figuras singulares em que se encontra não uma caridade de Cristo, derramada pelo Espírito nova teoria e nem sequer simplesmente uma moral, Santo, constitui a sua alma" (Acta Apostolicae mas um desígnio de vida a narrar, a descobrir Sedis, vol. XCIV, 3 de Maio de 2002, n. 5). através do estudo, a amar com devoção e a realizar mediante a imitação. Por conseguinte, na Igreja tudo, e cada uma das vocações em particular, está ao serviço da Só podemos alegrar-nos com este despertar santidade! E é indubitavelmente neste sentido de atenção para com os santos, porque eles são de que, quando olhamos para a Igreja, jamais todos, constituem um patrimônio da humanidade devemos esquecer de ver nela o rosto da "mãe dos que progride para além de si mesma, num santos", que gera santidade com fecundidade e desenvolvimento que, enquanto honra o homem, generosidade superabundantes. também dá glória a Deus, porque "o homem vivo é a glória de Deus" (Santo Ireneu de Lião). Quero ler tudo o que consideramos até aqui, à luz de uma mensagem, verdadeiramente fascinante, do Santo Padre João Paulo II que, na Fonte: http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/csai nts/documents/rc_con_csaints_doc_20030315_martin s-saints_po.html minha opinião, pode dar, a quem refletir sobre este tema, pelo menos uma idéia da visão do Sumo Pontífice sobre a santidade, inseparavelmente 97 5º TEMA EXTRA: MAIO, MÊS DE MARIA E DIA DAS MÃ ES 1. Objetivo: Mostrar que através do “sim” de Maria concretiza-se o plano da Salvação na pessoa do seu Filho Jesus Cristo. Resgatar a importância do dia das mães, sem o seu caráter comercial. Valorizar a mãe e todos que cuidam de nós todos os dias. 2. Conteúdo do Encontro: Maria é aquela que acreditou que Deus é o todo poderoso e que a escolheu para ser a Mãe de Jesus. Os católicos veneram Maria porque é Mãe de Jesus, da Igreja e nossa. Essa devoção consiste em imitá-la nesse grande amor a Deus e aos mais necessitados. Falar que ela intercede por nós junto a Deus. 3. Desenvolvimento do Encontro: Maria era uma moça como as outras; pertencia a uma família simples da cidade de Nazaré, na Palestina. Seus pais eram Joaquim e Ana. Maria era bondosa, humilde, trabalhadora e cheia de coragem. Sua preocupação era ajudar os outros, ser amiga de todas as pessoas. Ela procurava viver a Aliança, por isso observava os 10 Mandamentos. Maria, foi totalmente aberta à Palavra de Deus. Disse “sim”. Por isso, Deus nasceu no seu coração, Deus morou nela e a fez mãe de seu Filho único – Jesus. Maria é a Nossa Senhora que nós invocamos com diversos títulos e neste mês de maio, mês dedicado à ela, comemoramos o dia de Nossa Senhora de Fátima e Nossa Senhora Auxiliadora. Explicar que todos os nomes de Nossa Senhora são nomes que o povo dá, conforme a situação da vida. Só existe uma Nossa Senhora, aquela que Deus escolheu para ser a Mãe de Jesus. É importante valorizar a mãe e no seu dia fazer uma linda homenagem para ela. 4. Leitura utilizada: da própria apostila / bíblia – Lc 1, 26-38 / Jô 2, 1-12 / Jô 19, 25-27 / At 1, 14 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem de Nossa Senhora, figuras de mãe 6. Material utilizado: Apostila, Bíblia 7. Atividades: orientar a execução das atividades. 8. Momento de Oração: APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA O Evangelho fala pouco de Maria, mas nos Maria nos mostra a emancipação da mostra que: mulher. Como mulher, ela desenvolve um papel Maria e a Mãe de Jesus, o Filho de Deus, mas importante na obra da Salvação. não toma o seu lugar. Se a devoção a Maria não tiver Cristo, não é evangélica. Mostra como Maria viveu e agiu. Teve perfeita atitude de discípula de Cristo. 98 Maria é a mulher forte. Conheceu de perto a pobreza, o sofrimento, o exílio. O Deus de Maria não é um deus pequeno, mas é o Deus dos pequenos. É o Deus que nela faz grandes coisas. Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III Maria se doou a Deus e ao povo e teve podendo lutar contra as demais escravidões, fidelidade ao Plano de Deus. Esta e a primeira e como o egoísmo, a exploração do homem, as fundamental exigência da catequese. estruturas que impedem uma participação Maria é: fraterna na construção da sociedade para Co-Mediadora - só Cristo é Mediador (1Tm 2,5). Cheia de graça. desfrutar dos bens que Deus criou para todos (P. 267). DEVOÇÃO A MARIA Imaculada Conceição. (A Igreja declarou dogma de fé em 1854). O Assunta. Foi assumida ao céu onde esta de corpo e alma. outros lugares, em outras cidades, Maria (A Igreja declarou dogma de fé em 1950) recebe outros nomes. O Documento de Puebla ressalta: Mulher de luta: não se acomoda; Mas, antes de ser Maria de Nazaré, N. Sra. abre caminhos. de Fátima, Nossa Senhora do Rosário, etc., ela é "aquela que acreditou" que "Deus é o Todo Única criatura que ao mesmo tempo e: Filha Esposa ¸Mãe de Deus. imagem perfeita da Igreja". imitá-la nesse grande amor a Deus e aos mais necessitados, Ela é a primeira leiga associada a obra redentora do Cristo. É o modelo indispensável para seguir a Cristo. de Poderoso". A verdadeira devoção a Maria consiste em No dizer do Concílio Vaticano II - "Maria e a Exemplo povo brasileiro tem profunda devoção a Maria sob o título de N. Sra. Aparecida; e em e não apenas em fazer promessas, novenas, etc. Rezemos a Ave Maria, pedindo a Ela que nos mostre o Plano de Deus e interceda por nos vocação porque viveu, com "agora e na hora de nossa morte. Amém". fidelidade, a sua vocação. Maria é para a America Latina, uma esperança de libertação. Fazendo-se escrava do Senhor Fonte: Fé, Vida e Comunidade, Livro do Catequista, Paulus, 2003 – p. 157-158. promove a libertação da mulher. Se é escrava do Senhor, não é escrava de mais ninguém, Informação complementar sobre o Dia das Mães: O primeiro dia das mães foi festejado em Boston, em 1873. Em 1907, a norte americana Anna Jarvis resolveu homenagear sua mãe, que havia morrido alguns anos antes. Só depois de três anos é que a comemoração idealizada por Anna Jarvis foi oficializada no estado da Virgínia Ocidental, onde ela morava. Em 1915, o presidente dos Estados Unidos decidiu oficializar a data. No Brasil, a primeira comemoração ocorreu no dia 12 de maio de 1918. Mas foi só em 1932 que Getúlio Vargas, então presidente, assinou uma lei oficializando o Dia das Mães. No começo, as homenagens às mães eram feitas com festas, poesias, declamações, cantos e flores. Hoje em dia, as propagandas incentivam a compra de presentes. 99 6º TEMA EXTRA: CORPUS CHRISTI 1. Objetivo: Possibilitar aos catequizandos um maior conhecimento, acerca da Festa de Corpus Christi, em função do seu significado e o seu papel como devoção especial à Cristo Eucarístico. 2. Conteúdo do Encontro: Explicar porque existe a Festa de Corpus Christi. Falar sobre os milagres eucarísticos e mostrar como Deus vai permitindo que coisas extraordinárias aconteçam para nos ajudar a crer mais ainda no Sacramento da Eucaristia. 3. Desenvolvimento do tema: Nos próximos dias, celebramos a solenidade do Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi) no mundo todo. Corpus Christi significa Corpo de Cristo. A festa teve origem no ano de 1264 e foi instituída pelo então Papa Urbano IV em 1264. É celebrada na quinta-feira, após a festa da Santíssima Trindade porque seguindo a passagem bíblica, onde Cristo instituiu o Sacramento da Eucaristia, celebra-se também em uma quinta-feira. Em 1317, o Papa João XXII determinou a procissão em vias públicas. A festa de Corpus Christi passou a ter dois grandes momentos: a celebração da Santa Missa e a Procissão sobre os tapetes. Como filhos da Igreja, levamos Cristo, presente na figura do pão, pelas ruas da nossa cidade. A Igreja dedica duas grandes festas ao sacramento da Eucaristia: Quinta-feira Santa e Corpus Christi. Ler Jo 6, 51-59 - Jesus afirma que seu corpo é verdadeira comida e seu sangue verdadeira bebida. A Eucaristia não é uma representação de Cristo, mas o próprio Cristo que se faz presente. É neste momento que a fé se manifesta, isto é crer naquilo que está escondido. Jesus disse: “Bem aventurados o que crêem sem ter visto”. Porém, para os mais descrentes, ainda temos os maravilhosos milagres eucarísticos reconhecidos pela Igreja Católica. Comentar sobre o milagre de Lanciano e contar outros milagres aconteceram (conforme texto anexo – não é preciso citar todos – escolher alguns e citar local e ano em que aconteceram). Ler com eles o texto da apostila e comentar cada parágrafo. Aplicar a dinâmica “Fala sério” “Com certeza”. Convidar os catequizandos participar da confecção dos tapetes, esta é uma forma de mostrarmos que somos uma comunidade composta de irmãos que possuem dons diferentes. 4. Leitura utilizada: Jo 6, 51-59 e Lc 22, 7-20 e da própria apostila. 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem etc. 6. Material utilizado: Apostila – fichas - Com certeza e Fala sério 7. Atividades: orientar a execução das atividades 8. Momento de Oração – 100 rezar juntos a oração da apostila. Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III DINÂMICA Fala sério / Com certeza. OBJETIVO: Reforçar os temas Corpus Christi e Eucaristia. Obs.: Adaptar as perguntas de acordo com o Módulo – e com a quantidade de catequizandos DESENVOLVIMENTO: Fazer pequenos cartões com as respostas FALA SÉRIO e COM CERTEZA, conforme o número de catequizandos. Entregar a cada um, um par de respostas. Fazer as perguntas abaixo, os catequizandos deverão mostrar o cartaz com a resposta que considerar correta: FALA SÉRIO (quando a afirmação estiver errada) ou COM CERTEZA (quando a afirmação estiver correta). A cada afirmação o catequista deve aproveitar para dar a explicação a respeito do assunto. 1. Corpus Christi significa o Corpo de Cristo. – Com certeza – 2. Corpus Christi é celebrado no domingo após o Natal. – Fala sério – primeira quinta-feira após o domingo da Santíssima Trindade 3. Quando comungamos passamos a ser sacrários vivos porque Cristo carregamos Cristo vivo em nós. – Com certeza – Ao comungarmos Cristo passa a viver em nós. 4. A Eucaristia foi instituída, isto é, celebrada pela primeira vez, na Sexta-feira Santa. – Fala sério - Quintafeira Santa, dia da Santa Ceia 5. Cada vez que a comunidade realiza o gesto do pão e do vinho, ela faz Jesus presente, vivo e verdadeiro entre nós. – Com certeza – Jesus vivo se faz presente na comunhão. 6. A Igreja dedica duas grandes festas ao sacramento da Eucaristia: Natal e Corpus Christi. – Fala sério – Quinta-feira Santa e Corpus Christi; 7. Participar da confecção dos tapetes é uma forma de mostrarmos que somos uma comunidade composta de irmãos que possuem dons iguais. – Fala sério - cada um de nós possui dons distintos, diferentes. 8. Na Procissão sobre os tapetes, como filhos da Igreja, levamos Cristo, presente na figura do pão, pelas ruas da nossa cidade. – Com certeza - Na Eucaristia Jesus está vivo no meio de nós. 9. Jesus disse: “É preciso ver para crer” – Fala sério - Jesus disse: “Bem aventurados os que crerem ser ter visto”. 10. A festa de Corpus Christi tem dois grandes momentos: a celebração da Santa Missa e a entrega das ofertas. – Fala Sério, o segundo momento é a Procissão sobre os tapetes 11. Na festa do Corpo de Cristo, como filhos da Igreja, levamos Maria, presente na figura do pão, pelas ruas da nossa cidade. – Fala sério, levamos o próprio Cristo 12. Nos gesto memorial (porque recorda a vida de Jesus) do pão e do vinho, somos convidados a amar até as últimas conseqüências, como JESUS nos amou, aceitando perder tudo e se entregando totalmente por causa do Amor. – Com certeza - devemos imitar Jesus. 13. Para comungar é preciso se preparar com piedade e devoção e se estiver em pecado procurar se confessar. – Com certeza – o encontro com Jesus na Eucaristia é um momento muito especial, por isso devemos nos preparar bem e estar puros de coração. 14. Deus permite que aconteçam fatos extraordinários como o milagre de Lanciano para nos mostrar o seu poder – Fala sério – Deus permite que aconteçam milagres para nos ajudar a crer mais no Sacramento da Eucaristia e para nos ajudar a avançar em nossa peregrinação de fé. APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA A revista “Jesus”, das Edições Paulinas de Roma, publicou uma matéria do escritor Antonio milagres eucarísticos no mundo todo. Por exemplo, Marthe Robin, uma francesa, milagre eucarístico Gentili, em abril de 1983, pp. 64-67, onde apresenta vivo, alimentou-se durante mais de quarenta anos só uma resenha de milagres eucarísticos. Há tempos, de Eucaristia. Teresa Newmann, na Alemanha, foi traçado um “Mapa Eucarístico”, que registra o durante mais de 36 anos alimentou-se só de local e a data de mais de 130 milagres, metade dos Eucaristia. quais ocorridos na Itália. São muitíssimos os 101 1 - Lanciano - Itália – no ano 700 encontrado em Roma em 1975. Mas, a descoberta Em Lanciano – séc. VIII. Um monge da ordem de São Basílio estava celebrando na Igreja dos santos Degonciano Consagração, que e Domiciano. Terminada a ele realizara, a mais importante deu-se em Londres, em 1981, foi encontrado um documento de 1197 narrando o fato. 4 - Offida - Itália – 1273 hóstia Ricciarella Stasio - devota imprudente, transformou-se em carne e o vinho em sangue realizava práticas supersticiosas com a Eucaristia; depositado dentro do cálice. O exame das relíquias, em segundo critérios rigorosamente científicos, foi transformou em carne e sangue. Foram entregues ao efetuado em 1970-71 e outra vez em 1981 pelo Professor Odoardo Linoli, catedrático de Anatomia pe. Giacomo Diattollevi, e são conservadas até hoje. Há muitos testemunhos históricos sobre este fato. 5 - Sena – Cássia - Itália – 1330 e Histologia Patológica e Química e Microscopia Clínica, Coadjuvado pelo Professor Ruggero Bertelli, da Universidade de Siena. Resultados: 1) A hóstia é realmente constituída por fibras uma dessas profanações, a Hóstia se Hoje este milagre é celebrado em Cássia, terra de Santa Rita de Cássia. Em 1330, um sacerdote foi levar o viático a um enfermo e colocou musculares estriadas, pertencentes ao miocárdio. indevidamente, de maneira apressada e irreverente, 2) Quanto ao sangue, trata-se de genuíno sangue humano. Mais: o grupo sangüíneo ‘A’ que uma Hóstia dentro do seu Breviário para levá-la ao doente grave. No momento da Comunhão, abriu o pertencem os vestígios de sangue, o sangue contido livro e viu que a Hóstia se liquefez e, quase reduzida na carne e o sangue do cálice revelam tratar-se a sangue, molhou as páginas do Livro. Então o sempre do mesmo sangue grupo ‘AB’ (sangue comum sacerdote negligente apressou-se a entregar o livro aos Judeus). Este é também o grupo que o professor e a Hóstia a um frade agostiniano de Sena, o qual Pierluigi Baima Bollone, da universidade de Turim, levou para Perúgia a página manchada de sangue e identificou no Santo Sudário. para Cássia a outra página onde a Hóstia ficou presa. 3) Apesar da sua antiguidade, a carne e o sangue se apresentam com uma estrutura de base A primeira página perdeu-se em 1866, mas a relíquia chamada de “Corpus Domini” é atualmente venerada intacta e sem sinais de alterações substanciais; este na basílica de Santa Rita. 6 - Turim - Itália – 1453 fenômeno se dá sem que tenham sido utilizadas substâncias ou outros fatores aptos a conservar a Na Alta Itália ocorria uma guerra furiosa pelo matéria humana, mas, ao contrário, apesar da ação ducado de Milão. Os Piemonteses saquearam a dos mais variados agentes físicos, atmosféricos, cidade; ambientais e biológicos. Tabernáculo. Tiraram o ostensório de prata, no qual 2 - Orvieto - Bolsena - Itália – 1263 se guardava o corpo de Cristo ocultando-no dentro de uma carruagem juntamente com os outros Início da Festa de Corpus Christi. 3 - Ferrara - 28/03/1171 ao chegarem a Igreja, forçaram o objetos roubados, e dirigiram-se para Turim. Aconteceu este milagre na Basílica de Santa Crônicas antigas relatam que, na altura da Igreja de Maria in Vado, no século XII. Propagava-se com São Silvestre, o cavalo parou bruscamente a perigo a heresia de Berengário de Tours (†1088), carruagem – o que ocasionou a queda, por terra, do que negava a Presença real de Cristo na Eucaristia. ostensório – o ostensório se levantou nos ares “com Aos 28 de março de 1171, o Pe. Pedro de Verona, grande esplendor e com raios que pareciam os do com três sacerdotes celebravam a Missa de Páscoa; no momento de partir o pão consagrado, a Hóstia se sol”. Os espectadores chamaram o Bispo da cidade, Ludovico Romagnano, que foi prontamente ao local transformou em carne, da qual saiu um fluxo de do prodígio. Quando chegou, “O ostensório caiu por sangue que atingiu a parte superior do altar, cujas terra, ficando o corpo de Cristo nos ares a emitir marcas são visíveis ainda hoje. Há documentos que raios refulgentes”. O Bispo, diante dos fatos, pediu narram o fato: um “Breve’ do Cardeal Migliatori que lhe levassem um cálice. Dentro do cálice, desceu (1404). - Bula de Eugênio IV (1442), cujo original foi a hóstia, que foi levada para a catedral com grande 102 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III solenidade. Era o dia 9 de junho de 1453. Existem 1997, por decreto de D. Antonio Francisco Marques, testemunhos contemporâneos do acontecimento (Atti Capitolari de 1454 a 1456). A Igreja de Bispo de Santarém, a Igreja de S. Estevão, onde está a relíquia, foi elevada a Santuário Eucarístico “Corpus Domini” (1609), que até hoje atesta o do Santíssimo Sangue. prodígio. 7 - Sena - Itália – 1730 9 – Faverney, na França, em 1600 Na Basílica de São Francisco, em Sena, pátria O Milagre Eucarístico que aconteceu em Faverney, na França consistiu numa notável de Santa Catarina de Sena, durante a noite de 14 demonstração sobrenatural de superação da lei da para 15 de março de 1730, foram jogadas no chão gravidade. 223 hóstias consagradas, por ladrões que roubaram quilômetros de Vesoul, distante 68,7 quilômetros de o cibório de prata onde elas estavam. Dois dias Besançon. Um dos noviços chamado Hudelot, notou depois, as Hóstias foram achadas em caixa de que esmolas misturadas com dinheiro. Elas foram limpas Santíssimo Sacramento sobre o Altar, elevou-se e e guardadas na Basílica de São Francisco; ninguém as consumiu; e logo o milagre aconteceu visto que ficou suspenso no ar e que as chamas se inclinavam e não tocavam nele. Os Frades Capuchinhos de Vesoul com o passar do tempo as Hóstias não se também estragaram, o que é um grande milagre. A partir de testemunhar o fenômeno. Embora os monges com a 1914 que ajuda do povo, conseguiram apagar o incêndio que de queria consumir toda a Igreja, o Milagre não cessou, conservação. 8 - Milagre Eucarístico de Santarém – Portugal o Ostensório com JESUS Sacramentado continuou foram comprovaram feitos pão em exames perfeito químicos estado (1247) o Faverney Ostensório está que apressaram-se localizado se a encontrava para 20 junto observar e flutuando no espaço. 10 - Em Stich, Alemanha, 1970 Aconteceu no dia 16 de fevereiro de 1247, em Na região Bávara da Alemanha, junto à Santarém, 65 km ao norte de Lisboa. O milagre se fronteira suíça, em 9 de junho de 1970, enquanto um deu com uma dona de casa, Euvira, casada com Pero padre visitante da Suíça estava celebrando uma Moniz, a qual sofrendo com a infidelidade do marido, Missa numa capela, uma série incomum de eventos decidiu consultar uma bruxa judia que morava perto aconteceu. Depois da Consagração, o celebrante da igreja da Graça. Esta bruxa prometeu-lhe notou resolver o problema se como pagamento recebesse uma Hóstia Consagrada. Para obter a Hóstia, a começou a aparecer no corporal, no lugar onde o cálice tinha estado descansando. Desejando saber mulher fingiu-se de doente e enganou o padre da se o cálice tinha começado a vazar, o padre correu a igreja de S. Estevão, que lhe deu a sagrada mão Comunhão num dia de semana. Assim que ela recebeu completamente seco. A esta altura, a mancha a Hóstia, sem o padre notar, colocou-a nas dobras crescera, atingindo o tamanho de uma moeda de dez do seu véu. De imediato a Hóstia começou a sangrar. centavos. Depois de completar a Missa, o padre Assustada, a mulher correu para casa na Rua das inspecionou todo o altar, mas não conseguiu Esteiras, perto da Igreja e escondeu o véu e a Hóstia numa arca de cedro onde guardava os linhos encontrar qualquer coisa que pudesse ser remotamente a fonte da mancha avermelhada. Ele lavados. À noite o casal foi acordado com uma visão trancou o corporal que apresentava a mancha num espetacular de Anjos em adoração à sagrada Hóstia local seguro, até que pudesse discutir o assunto com sangrando. Várias investigações eclesiásticas foram o pároco. que uma pequena dele debaixo do mancha cálice, avermelhada mas achou-o feitas durante 750 anos. As realizadas em 1340 e 1612 provaram a sua autenticidade. Em 5 de abril de Fonte: Prof. Felipe Aquino - www.cleofas.com.br 103 7º TEMA EXTRA :VOCA ÇÃO – DIA DOS PAIS 1. Objetivos: Distinguir o significado de Vocação e Profissão. Conscientizar os catequizandos a respeito da responsabilidade, de cada um, para com as vocações, bem como da importância de descobrirmos e vivermos nossa vocação. Resgatar a importância do papel do pai em nossas vidas. Conversar com os catequizandos sobre a importância de amar e valorizar o pai ou o responsável em todos os dias do ano, não somente nesta data. 2. Conteúdos do Encontro: Trabalhar o tema Vocação através da história – A vocação de Pierre. Esclarecer que presentes não demonstram o tamanho do nosso amor, quanto amamos os nossos pais ou quanto somos amados por eles. Podemos mostrar nosso carinho e amor compartilhando nossos momentos. 3. Desenvolvimento do tema: História – A vocação de Pierre (em anexo) Trazer para o encontro da catequese um cartaz com a palavra VOCAÇÃO. Segue-se um período de discussão aberta a todo o grupo, onde todos são convidados a expressar as suas idéias relativamente ao que lhes sugere a palavra “VOCAÇÃO”: “Quando ouvem a palavra “Vocação” o que é que vos vem à cabeça?” Ir colaborando com os catequizandos para dar o verdadeiro sentido da palavra vocação. É preciso distinguir bem vocação de profissão, pois não são exatamente a mesma coisa. Colocar para os catequizandos o quadro abaixo para observarem a distinção entre uma e outra: Profissão Vocação 1 . aptidão ou escolha pessoal para exercer um trabalho 2. preocupação principal: o "ter", o sustento da vida 3. pode ser trocada 1. chamado de Deus para uma missão, que se origina na pessoa como reação-aspiração do ser 2. preocupação exclusiva: "o ser" , o amor e o serviço 3. é para sempre 4. é exercida em determinadas horas 4. é vivida 24 horas por dia 5. tem remuneração 5. não tem remuneração ou salário 6. tem aposentadoria 6. não tem aposentadoria 7. quando não é exercida, falta o necessário para viver. 8. na profissão eu faço 7. vive da providência divina 8. na vocação eu vivo A profissão dignifica a pessoa quando é exercida com amor, espírito de serviço e responsabilidade. A vocação vivida na fidelidade e na alegria confere ao exercício da profissão uma beleza particular, é o caminho de santidade. 4. Leitura utilizada: da própria apostila / Lc 5, 10-11 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem etc. 104 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III 6. Material utilizado: Apostila, Bíblia, figura de um pássaro, cartaz 7. Atividades: orientar a execução das atividades. 8. Momento de Oração – fazer um momento de oração pelas vocações, principalmente pelo dia dos pais. APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA A Vocação de Pierre... Pierre é um pássaro. Ele vive na “Floresta das Vocações”. Nesta floresta, cada pássaro, inseto ou animal tem uma vocação específica. E desde muito cedo eles descobrem qual é a sua vocação específica. Porém Pierre, já é um pássaro jovem, e segundo ele, ainda não conseguiu descobrir qual é a sua vocação específica. - Vovô Pardal, tenho observado os meus amigos, e percebi que cada um deles já descobriu qual é a sua vocação! Veja o Canário Zé, o mês que vem ele vai se casar com a andorinha Teté! E o João-de-Barro, é um arquiteto perfeito, veja só as lindas casas que ele projeta e constrói! E eu? Qual é a minha vocação? - Querido netinho Pierre. . . Infelizmente eu não posso lhe dizer qual é a sua vocação! Cabe a você descobrir sozinho! A única coisa que posso fazer por você é apontar caminhos! Mas tenha certeza de uma coisa Pierre: a sua vocação se encontra no seu coração. Após conversar com seu avô, Pierre saiu um pouco feliz, pois seu avô lhe havia dito que ele também possuía uma vocação! Mas também saiu com mais dúvidas ainda: se todos tinham uma vocação, qual era a sua??? Todas as manhãs Pierre gostava de cantarolar em uma pitangueira que ficava em frente a um antigo asilo, próximo da “Floresta das Vocações”. E para os velhinhos daquele asilo o canto de Pierre simbolizava vida, esperança, amor. . . Mas um dia Pierre cansou de cantarolar. . . Os velhinhos daquele asilo começaram a se entristecer e conseqüentemente ficaram doentes. Pierre, meu neto querido, porque você não está cantando mais? Sabe o que é vovô? Eu desanimei. . . Para que cantar se eu não sei qual é a minha vocação? Você se lembra do dia em que eu lhe disse que eu poderia apontar caminhos para que você pudesse por si mesmo descobrir qual era a sua vocação? Sim, me lembro! - Pois bem, este momento chegou! O avô de Pierre o conduziu até a pitangueira que ficava em frente ao asilo, onde todas as manhãs Pierre cantarolava. Olhe para estes velhinhos Pierre! Como você os vê? Eles estão muito tristes vovô! Além de estarem tristes, eles também estão doentes! Mas porque vovô? Por um simples motivo meu neto querido! Você era o motivo da alegria destas pessoas! 105 Quando você cantava estes velhinhos tinham vida, esperança. . . Você era sinal de que Deus não os havia abandonado! Eles acreditavam na vida, porque você era sinal de vida para eles. . . Puxa vovô! Então está é a minha vocação!!! Levar vida, alegria e esperança para as outras pessoas!!! A partir daquele dia Pierre se tornou o pássaro mais feliz da “Floresta das Vocações”. Vovô, muito obrigado por me indicar o caminho! - Cada um de nós Pierre, já nasce com uma vocação gravada em nosso coração! Mas temos a liberdade de dizer: sim ou não a ela! Mas para que possamos dizer sim ou não é necessário passarmos por várias etapas de amadurecimento: medo, questionamentos, desafios, visão da realidade. . . E hoje você só é feliz porque pode dizer um sim maduro a sua vocação! Dia dos Pais O dia dos pais começou a ser comemorado nos Estados Unidos em 1910, pelos habitantes da cidade de Spokane, em Washington. A sra. Brice Dood, que vivia nessa cidade, achava que deveria haver um dia especialmente dedicado aos pais. Resolveu falar sobre isso com o sacerdote da igreja de sua cidade. Este e outros sacerdotes, juntamente com uma associação cristã, divulgaram a idéia, que acabou se espalhando por todo o país. Em 1924, o presidente americano pediu aos habitantes dos Estados Unidos que homenageassem os pais num dia especial. Foi escolhido, então, o terceiro domingo de junho como o dia dos pais. No Brasil, esse dia é comemorado no segundo domingo do mês de agosto. APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA "A VOCAÇÃO DE SAMUEL" 1 Sm 3, 1-10 Introdução chamei. Volta a dormir!" E Samuel foi deitar-se. O Estamos no Mês das Vocações. Hoje, vamos Senhor refletir sobre o chamado de Deus em nossa Samuel levantou-se, foi ter com Eli e disse: "Tu vida.No lº livro de Samuel encontramos uma me chamaste; aqui estou!" Eli respondeu: narração bonita de um jovem, Samuel, que sentiu o chamado de Deus e soube responder. Samuel era um grande profeta no tempo dos reis Saul e Daví. (Leia na Bíblia o primeiro capítulo do 1º livro de Samuel) chamou de novo: "Samuel, Samuel!" "Não te chamei, meu filho. Volta a dormir!" O Senhor chamou pela terceira vez: "Samuel! Samuel!" Ele levantou-se, foi para junto de Eli e disse: "Tu me chamaste; aqui estou!". Eli compreendeu, então, que era o Senhor que estava 1º passo: Vamos ler, com muita atenção, chamando o menino e disse a Samuel: "Volta a uma parte do texto do cap. 3: O jovem Samuel deitar-te e, se alguém te chamar, responderás: servia ao Senhor sob as ordens (do sacerdote) Eli. "Fala, Senhor, que teu servo escuta!" E Samuel Certo dia, Eli estava dormindo no seu quarto. voltou a seu lugar para dormir. O Senhor veio, Samuel estava dormindo no santuário do Senhor, pôs-se junto dele e chamou-o como das outras onde se encontrava a arca de Deus. Então, o vezes: "Samuel! Samuel!" E ele respondeu: "Fala, Senhor chamou: "Samuel, Samuel!" "Aqui estou!", que teu servo escuta!". (Querendo saber a missão respondeu, e correu para junto de Eli. "Tu me que Deus deu a Samuel, pode seguir a leitura na chamaste; aqui estou!". Eli respondeu: "Eu não te Bíblia) 106 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III 2º passo A resposta de Samuel ao chamado 3º passo Nem sempre é fácil dar uma de Deus foi pronta e decidida. O chamado de Deus resposta ao chamado de Deus. Moisés lutou com se dá também em nossa vida, não uma só vez, mas Deus, não querendo aceitar a missão. Igualmente o muitas à profeta Jeremias. Podemos conferir isto na Bíblia. e, como tal, temos uma missão: (Ex 3, 1-14; 4, 10-16; Jer 1, 4-10) Deus chama construir um mundo justo e fraterno, onde haja pessoas de todo tipo, de idades diferentes, lugar para todos serem felizes. O segundo casadas ou solteiras, homens e mulheres. Não chamado vezes. existência se Primeiro, deu nosso chamados Fomos podemos pensar que o chamado é só para um chamados a seguir Jesus Cristo no seu modo de determinado estado de vida. Deus chama na vida viver e doar-se, e para levar sua mensagem ao de cada um e em diversas situações, quando menos mundo. Depois, vem o chamado para diversas o esperamos. Coloque-se diante de Deus, em missões. Pode ser o chamado para um estado de silêncio. Reflita: como respondo aos apelos de vida: casamento, ser padre, vida consagrada... Mas Deus na minha vida? Onde Deus o chamado de Deus vem, muitas vezes, para chamando? Como? Fale com Deus sobre seus determinadas funções e serviços: dentro da medos, família, da comunidade, do trabalho... Vamos generosidade... (Se a reflexão for em grupo, refletir: pode-se terminar com um canto: "Eis-me aqui, Quando no fomos tomei Batismo. consciência de um chamado de Deus? Como reagi? É sempre fácil dar uma resposta? (Quando a reflexão for feita em grupo, pode haver um momento de partilha) seu comodismo, sua está me falta de Senhor" ou "Senhor, se tu me chamas...") Inês Broshuis – Catequeta Fonte: Jornal Missão Jovem, agosto de 2004 107 8º TEMA EXTRA: SETEMBRO – MÊS DA BÍBLIA 1. Objetivo: Estimular o conhecimento da proposta de amor de Deus através da aproximação e da leitura da Bíblia. 2. Conteúdo do Encontro: Respeito à Palavra de Deus. Como foi escrita a Bíblia, onde foi escrita, quem escreveu, em que língua foi escrita, para que foi escrita. De modo ilustrativo, mostrar o Antigo e o Novo Testamento, quantos livros tem cada parte, noções iniciais a respeito dos capítulos e versículos, mostrando que ela deve nos acompanhar por toda a vida. 3. Desenvolvimento do Encontro: A bíblia é a Palavra de Deus, porque através dela, Deus fala às pessoas. A palavra “bíblia” vem da língua dos gregos e quer dizer: “coleção de livros”, “biblioteca”. A bíblia é o livro mais conhecido do mundo inteiro, já está traduzida em todas as línguas oficiais e em inúmeras línguas e dialetos mais falados. A bíblia ajuda o povo a viver conforme o desejo de Deus. É através da bíblia que Deus anima e orienta o seu povo para continuar a lutar e a viver, sem nunca desanimar. Conversar sobre o que os catequizandos já sabem sobre a bíblia e comentar. Organizar uma pequena Celebração da Palavra de Deus Trazer uma bíblia grande, fazer a entrada com ela, colocar em lugar de destaque. Cantar um canto sobre a bíblia e ler um texto bíblico e, em seguida pedir que cada catequizando beije a bíblia em sinal de respeito. 4. Leitura utilizada: da própria apostila e da Bíblia 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem etc. 6. Material utilizado: Apostila, Bíblia 7. Atividades: orientar a execução das atividades. APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA 1. O QUE É A BÍBLIA? Os cristãos colocaram os fundamentos de sua fé na revelação de Deus ao antigo Povo hebraico. Esta revelação teve a sua plenitude em Jesus Cristo. Esta grande experiência hist6ricoreligiosa se encontra no Livro da Bíblia. Mas, a Bíblia e mais do que um L1vro: e uma coleção de Livros. Bíblia é uma palavra grega, é um substantivo plural que quer dizer: Livros. Ela contém 73 livros sendo que: 46 livros são do Antigo Testamento e 27 livros do Novo Testamento. 108 2. PARTES DA BIBLIA a) ANTIGO TESTAMENTO (AT) Fala da História do Povo que Deus escolheu para fazer com Ele uma Aliança, antes do nascimento de Jesus. É composto por 46 livros. O AT mostra como surgiu esse povo, como viveu na escravidão no Egito, como possuiu uma terra, como foi governado, quais as relações que teve com os outros povos e nações, como organizou as suas leis e como viveu a sua religião. Apresenta seus costumes, sua cultura, seus conflitos, derrotas e esperanças. Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III O AT mostra, também, como esse povo se comportou em relação à Aliança com Javé, o seu Deus, e qual foi o Projeto que Deus quis realizar no meio da humanidade, através desse povo. Israel foi um povo escolhido, porque foi escolhido para realizar o Projeto de Deus. O AT é para os cristãos como um documento de fé para conhecer melhor a Deus e tudo aquilo que Ele falou e fez pela humanidade. o AT é um documento antigo - uma Antiga Aliança. b) NOVO TESTAMENTO (NT) Foi escrito depois da Ressurreição de Jesus. Para compreender o NT e necessário saber se Israel foi fiel ou não ao Projeto de Deus e como Deus agiu no meio dele. O NT apresenta a Encarnação de Jesus na terra concreta do povo de Israel. Jesus assumiu sua história, suas tradições, sua cultura e sua religião e o compromisso de realizar o Projeto do Pai O NT apresenta, também, a experiência e a reflexão religiosa de Jesus e dos primeiros cristãos. Com a vinda de Jesus realiza-se um Testamento Novo, uma Nova Aliança, um encontro definitivo com Deus. Por isso, tudo o que Jesus disse e fez e tudo o que foi proclamado sobre Jesus pelos seus apóstolos e discípulos, constitui o documento de nossa fé - o Novo Testamento. Estas partes da Bíblia têm o nome de TESTAMENTO (palavra latina: "Testamentum") que significa "documento importante", como aquele documento (testamento) que alguns pais fazem para os seus filhos. O Testamento na Bíblia, relembra a ALIANÇA feita entre Deus e o povo, começada com Moisés no Sinai, confirmada e aprofundada ao longo de toda a história deste povo. 3. QUANDO FOI ESCRITA A BÍBLIA? A Bíblia não foi escrita de um dia para outro. Alguns fatos foram escritos 100 anos depois que as coisas aconteceram, outros 200 anos, e outros até mais de 500 anos. A Bíblia levou 11 séculos (1100 anos) para ser escrita. É bom lembrar que a Palavra de Deus foi, em primeiro lugar, vivida pelo Povo de Deus. Durante muitos anos foi falada e recordada muitas vezes no meio do Povo, em rodas de conversa, no meio das famílias, e só depois foi escrita. O povo se esforçava para colocar Deus na vida, organizando a vida pessoal e social de acordo com a justiça. Os livros da Bíblia não foram escritos na ordem em que estão. Por ex: o Gênesis que conta a criação, é o 1º livro da Bíblia, mas o 1º livro a ser escrito foi o Livro dos Juízes que apareceu pelo ano 1000 a.C. quando Salomão era rei. Depois do Exílio surge o Pentateuco (os cinco primeiros livros da Bíblia). Os livros do NT foram escritos depois da morte de Jesus. O Apocalipse foi o último, pelo ano 100 depois de Cristo. Para o povo não havia diferença do "dizer" e do "escrever". O importante era transmitir aos outros uma nova consciência comunitária, nascida no povo a partir da experiência com Deus. Contavam os fatos mais importantes do passado. Como nós hoje decoramos a letra dos cânticos, assim eles decoravam e transmitiam as histórias as leis, as profecias, os salmos, os provérbios e tantas coisas que, depois, foram escritas na Bíblia. A maior preocupação do povo era "contar" sua experiência para não esquecer os fatos de sua história. A memória mantinha-se viva e, para que ela não se apagasse, registraram por escrito. A Bíblia saiu da memória do povo. Nasceu da preocupação de não esquecer o passado. A Bíblia começou a ser escrita em torno do ano 1250 a.C., e o ponto final foi colocado 100 anos depois do nascimento de Jesus. Quando os livros da Bíblia foram escritos, não eram divididos em capítulos e versículos como estão divididos hoje. A divisão em capítulos aconteceu pelo ano 1214, feita pelo inglês Estevão Langton, arcebispo de Cantuária, e a divisão em versículos foi feita em 1527, pelo dominicano Pagnini. A Bíblia foi impressa pela primeira vez, em latim, no ano 1450 depois de Cristo. 4. ONDE FOI ESCRITA A BÍBLIA? A Bíblia foi escrita em lugares diferentes. A maior parte dela foi escrita na Palestina, onde o Povo vivia, por onde Jesus andou e onde nasceu a Igreja. 109 Algumas partes do AT foram escritas na Babilônia, onde o povo viveu no cativeiro, 600 anos a.C. Outras partes foram escritas no Egito para onde o povo emigrou depois do cativeiro. O NT foi escrito na Síria, na Ásia Menor, na Grécia e na Itália, onde havia muitas comunidades, fundadas pelo Apóstolo Paulo. Nesses povos havia diferença de costumes, de cultura, de religião, de situação econômica, social e política. Tudo isto deixou marcas na Bíblia e teve influência na maneira da Bíblia nos apresentar a mensagem de Deus. 5. QUEM ESCREVEU A BÍBLIA? Não foi uma única pessoa que escreveu a Bíblia. Foram diversos autores. Deus se serviu de diversos tipos de pessoas para escrever a Bíblia: homens e mulheres, jovens e velhos, mães de família, reis, doutores e pastores, operários de várias profissões. Gente instruída que sabia ler e escrever e gente simples que só sabia contar histórias. Gente viajada e gente que nunca saiu de casa; sacerdotes e profetas. Gente de todas as classes, todos convertidos e unidos na mesma preocupação de construir um povo irmão, onde reinasse a fé, a justiça, a fraternidade, a fidelidade a Deus, e onde não houvesse opressor, nem oprimido. Eles escreveram por inspiração de Deus. Isto não quer dizer que Deus foi ditando, lá do céu e eles foram escrevendo. "Para escrever os livros sagrados, Deus escolheu e serviu-se de homens, na posse das suas faculdades e capacidades, para que, agindo Ele neles e através deles, escrevessem, como verdadeiros autores, tudo aquilo e só aquilo que Ele próprio quisesse" (DV11) - (CIC 106) Eles escreveram os acontecimentos do Povo de Deus. Mas nem todos os acontecimentos foram escritos; apenas foram escritos os fatos mais importantes da grande História do Povo de Deus. O modo de falar da Bíblia é o mesmo modo de falar da época em que cada Livro foi escrito. Isto é importante conhecer e considerar para que não fiquemos presos aos símbolos e aos sinais que são usados na Bíblia. "Para descobrir a intenção dos autores sagrados, é preciso ter em conta as condições do seu tempo e da sua cultura, os gêneros literários 110 em uso naquela época, os modos de sentir e narrar, correntes naquela época. Porque a verdade é proposta e expressa de modos diversos, quando se trata de gêneros históricos, proféticos, poéticos ou outros" (DV 12,2) - (CIC 110). Às vezes, não é fácil compreender o que está escrito porque a linguagem é diferente da nossa. Muitas vezes não entendemos palavras usadas por nossos avós 50 anos atrás. Então, o que dizer das palavras que foram escritas há mais de 2.000 anos? A fé do antigo povo e dos cristãos reconhece que a Bíblia foi escrita por homens que sentiram a inspiração de Deus e colocaram a seu serviço a inteligência e o conhecimento que tinham da vida e da história do povo, a sensibilidade humana, sua fantasia e reflexão. Eram homens que receberam a inspiração de Deus. "Toda Escritura é divinamente inspirada". (2Tm 3,16-17). Por essa razão pode-se dizer que a Bíblia é obra de Deus, e o Livro de Deus, mas é também Livro da Fé e da Vida de um Povo. A Bíblia é a Palavra de Deus em forma humana (1 T8 2, 13). Para os cristãos, a Bíblia é o livro mais importante dentre as milhões de livros já escritos até hoje. 6. EM QUE LÍNGUA FOI ESCRITA A BÍBLIA A Bíblia foi escrita em 3 línguas diferentes: hebraico, aramaico e grego. O hebraico foi sempre a língua sagrada. Todo menino israelita devia estudá-la. A língua familiar dos hebreus era o aramaico, a língua que falava Abraão. Esta língua foi falada por eles até a entrada na Terra de Canaã. Em Canaã a povo teve que aprender o hebraico. Quando a Palestina foi invadida pelos gregos, pelo ano 333 a.C., o povo foi obrigado a falar a língua grega. Traduções - A Bíblia foi traduzida para ser compreendida. Como o hebraico era muito difícil e não era a língua falada pelo povo, surgiram as traduções gregas. A mais famosa tradução foi a dos "Setenta" feita por, 70 sábios, pelo ano 250 a.C, em Alexandria. Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III Quando foi feita, foram acrescentados 7 livros que não constavam da Bíblia hebraica. Há uma diferença entre a Bíblia dos católicos e a Bíblia dos protestantes. As protestantes ficaram com a Bíblia hebraica, com 7 livros menos: Tobias, Judite, Baruc, Eclesiástico, Sabedoria, 1 e 2 Macabeus, parte do livro de Daniel e Ester. Os católicos seguiram o exemplo dos apóstolos, ficando com a tradução grega dos Setenta. Tradução para o Latim: São Jerônimo traduziu a Bíblia para o latim, no século IV d.C., e esta tradução se chama "Vulgata" ou popular. Hoje a Bíblia esta traduzida nas principais línguas de todos os povos e as traduções populares crescem dia-a-dia. 7. PARA QUÊ FOI ESCRITA A BÍBLIA? A Bíblia foi escrita para manter o povo na caminhada. Três coisas animam o povo a caminhar: a) contar o passado; b) anunciar o futuro; c) mostrar o presente. a) Contar o passado Nos não nos esquecemos do passado da nossa vida. Ficamos corajosos quando sentimos que fomos ajudados a vencer na vida. Assim também o povo de Deus (o povo da Bíblia), olhando as coisas que Deus tinha feito para ele no passado, se animava a caminhar para frente. Os livros que falam do passado do povo de Israel chamam-se: Pentateuco: (Lei ou Tora). São assim chamados os cinco primeiros livros da Bíblia: Gênesis (Origem da vida e da história do povo no Egito), Êxodo (saída do Egito), Levítico (formação de um povo santo e instruções para o culto), Números (a caminho da Terra Prometida) e Deuteronômio (segunda lei - projeto de uma nova sociedade). Livros Históricos: Josué - Juízes - Rute - Samuel (1 e 2) - Reis (1 e 2) - Crônicas (1 e 2) - Esdras Neemias - Tobias - Judite - Ester - Macabeus (1 e 2). São 16 os livros históricos. b) Anunciar o futuro Ficamos animados quando olhamos para as possibilidades que temos no futuro. Nascem em nós a esperança, a força e a coragem. Assim o Povo de Deus (o povo da Bíblia) se animava a caminhar para frente, quando eram colocadas, pelos profetas, as promessas feitas por Deus para o futuro. Os livros que falam do futuro do povo de Israel se chamam Livros Proféticos: Isaías Jeremias - Lamentações - Baruc - Ezequiel Daniel - Oséias - Joel - Amós - Abdias - Jonas Miquéias - Naum - Habacuc - Sofonias – Ageu Zacarias - Malaquias. São 18, os livros Proféticos. c) Mostrar o presente Ficamos felizes quando sentimos que Deus caminha conosco, na nossa vida presente e com nossos problemas. Assim aconteceu com o Povo da Bíblia quando começou a caminhar com Deus. Olhava não só o passado, nem só o futuro, mas também o presente, buscando soluções para seus problemas. Tudo isto está escrito nos Livros Sapienciais: Jó - Salmos - Provérbios Eclesiastes - Cântico dos Cânticos - Sabedoria Eclesiástico. São 7, os livros Sapienciais. "Com efeito, tudo o que foi escrito, anteriormente, foi escrito para nossa instrução, a fim de que, pela constância e consolação que provêm das Escrituras, possuamos a esperança" (Rm 15,4). "Tendo Deus falado outrora muitas vezes e de muitas maneiras pelos Profetas, agora falounos nestes últimos tempos pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo e por quem igualmente criou o mundo" (Hb 1, 1-2). Cristo é a luz que ilumina o passado, o presente e o futuro. Fazendo referência a Ele, podemos entender a mensagem da Bíblia hoje. Fonte: Fé, Vida e Comunidade, Catequista, Paulus, 2003 – p. 34 a 39. Livro do 111 9º TEMA EXTRA: MISSÕES 1. Objetivos: Refletir sobre as missões e sua importância na vida cristã e da Igreja. Identificar nossa presença no mundo, na comunidade como missionário. Identificar a vocação do cristão no mundo de hoje, atuante e transformador à da Palavra de Deus . 2. Conteúdo do Encontro: Iniciar a reflexão com o texto da apostila. Comentar sobre a importância do sal na nossa vida: dar sabor e mesmo conservar alguns alimentos (carne seca e salgada). Solicitar aos catequizandos que pensem e dêem exemplos de situações onde somos “sal” e “luz” para o mundo. 3. Desenvolvimento do Tema: É desejo de Deus que todos se salvem, por isso Jesus antes de subir ao céu, deus a seguinte ordem aos discípulos: “Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura”. (Mc 16, 15 É desejo do Senhor que todos conheçam e pratiquem o Evangelho. Todos os cristãos são chamados a anunciar, pela vida e pela Palavra, o Evangelho, mas há pessoas que até deixam sua pátria e partem para longe para levar a Boa Nova da Salvação trazida por Jesus. Estas pessoas são os missionários. Todos nós somos convidados a ser missionários, pois podemos falar de Jesus, imitá-Lo, fazê-Lo conhecido e amado. Podemos ser missionários em nossa própria família, na escola. Se cada um de vocês viver realmente o que aprende na catequese, estará sendo um missionário. Santa Teresinha foi religiosa de clausura. Rezou e se sacrificou tanto pelos missionários que é considerada Padroeira dos Missionários. São Francisco Xavier também é o patrono dos missionários. O que você pode fazer para ser missionário? 4. Leitura utilizada: da própria apostila 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem etc. 6. Material utilizado: Apostila, Bíblia. 7. Atividades: orientar a execução das atividades. 8. Momento de Oração – fazer um momento de oração pelas missionários. 112 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA Outubro, mês missionário Padre Wagner Augusto Portugal O mundo não conhece a Deus. As O Santo Padre Bento XVI em sua civilizações se desenvolvem, a tecnologia avança, o mensagem para o dia das missões de 2010 nos homem conquista grandes descobertas - mas o exorta: “Queridos irmãos e irmãs, que o Dia mundo ainda não conhece Deus. Mundial das Missões seja ocasião útil para Há aqueles que não o conhecem porque compreender sempre melhor que o testemunho do sempre viveram em um ambiente de crendices, amor, alma da Missão, diz respeito a todos. De superstições, idolatrias e buscas de filosofias que fato, servir o Evangelho não deve ser considerado não são cristãs como o espiritismo que nega a uma aventura solitária, mas um compromisso ressurreição de Cristo e, por isso, incompatível compartilhado de todas as comunidades. Ao lado com a fé cristã católica, sendo até antagônica. dos que estão na linha de frente nas fronteiras da Estes precisam que um missionário lhes mostre, evangelização – e refiro-me aqui com gratidão aos com palavras, meditações e ações, a existência de missionários e missionárias -, muitos outros, um Deus uno e trino – Pai, Filho e Espírito Santo – crianças, jovens e adultos, com sua oração e que nos ama e que quer ser amado por nós, cooperação, contribuem, de várias formas, para a principalmente através difusão do Reino de Deus na terra. Desejo que do amor aos nossos semelhantes. esta co-participação, graças à colaboração de Há aqueles que já foram informados sobre todos, aumente sempre”. esse Pai amantíssimo, mas a ganância, a violência, Por isso, como nos convoca o Santo Padre, o egoísmo não lhes deixam conhecer realmente o não sejamos individualistas e vivendo uma fé projeto de felicidade que Deus tem para nós. É intimistas, mas na missão de juntos construirmos preciso que alguém lhes abra os olhos e os faça a enxergar e viver as maravilhas do céu, cujo missionários de Jesus Cristo, colocando a mão no caminho não é o mais fácil, mas, certamente, é o arado e nos apresentando ao nosso Pároco, para mais seguro. que possamos como missionários levar o amor de Igreja nos coloquemos como discípulos- Infelizmente, há também aqueles que Deus e a caridade àqueles que ainda não vivem conhecem a ternura e o amor de Deus, mas, por uma fé que nos coloca nos espírito de redes de isso mesmo, se acham tão melhores do que os comunidade, na partilha e na caridade. outros, que altivez, Por isso é preciso que nós, que somos esquecendo que a humildade, a simplicidade nos cristãos conscientes, tomemos o mês de outubro conservam mais perto do Pai e que o orgulho nos como ocasião de reflexão e de ponto de partida afasta d'Ele. para um trabalho que, embora seja árduo, é Para se assentam todos esses, em urge sua que surjam missionários dispostos a mostrar ao mundo o Deus compensador e nos ajudará a construir um mundo melhor, que cada vez mais de pareça com o Céu. verdadeiro, que é amoroso, simples: que aplaude a humildade e o serviço espontâneo e desinteressado. O mês de outubro é considerado no seio da Igreja Católica como o mês das missões para lembrar-nos de nos tornar missionários, levando a Palavra de Deus a todos que, de uma maneira ou de outra, não a conhecem realmente. 113 10º TEMA EXTRA:DÍZIMO 1. Objetivos: Levar os catequizandos a refletirem que a igreja necessita de recursos para realizar sua missão. Assumir a responsabilidade de assumir as necessidades da igreja e colaborar com a sua missão. 2. Conteúdo do Encontro: A igreja necessita de recursos para realizar a sua missão. Por isso, exorta seus fiéis para que assumam sua responsabilidade nesta tarefa, pois “igreja somos todos nós, e suas necessidades são nossas”. Somos convidados a colaborar com a missão da igreja, lembrando que, tudo é de Deus, tudo pertence a Ele e nada mais somos que administradores fiéis. Deus é amor partilhado, Deus reparte conosco a vida através da criação, da natureza, tudo Ele nos dá e por disso dizemos que “Dízimo é Partilha”. 3. Desenvolvimento do Tema: Contar a história – Dízimo é Partilha (em anexo) Comentar sobre a história, explicando sobre o Dízimo Mirim e o quanto a partilha de cada catequizando ajuda a igreja na sua missão. Explicar: 1. Dimensão Religiosa - Uma parte do dízimo que contribui para manutenção da Igreja. 2. Dimensão Missionária - uma parte do dízimo que contribui para formação de novos Padres. 3. Dimensão Social – uma parte do dízimo que contribui para ajudar as pessoas que precisam. O que você pode fazer para ser dizimista mirim ? Como você pode partilhar? 4. Leitura utilizada: da própria apostila 5. Ambientação: toalha, flores, bíblia, imagem etc. 6. Material utilizado: Apostila, Bíblia, 7. Atividades: orientar a execução das atividades. 8. Momento de Oração: Rezar juntos a oração do dizimista. 114 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III HISTÓRIA – DÍZIMO É PARTILHA Um dia a Luciana encontrou com a Fernanda. Oi Fernanda, onde você vai? Vou até a igreja devolver o meu dízimo. Você paga dízimo? Claro que sim, eu sou dizimista mirim. Nós, jovens e crianças também podemos e devemos pagar o dízimo. Deus nos dá tudo o que temos. Pagando o dízimo estamos devolvendo a Deus uma parte que recebemos. Dízimo não é esmola ou doação do resto que nos sobra: DÍZIMO É PARTILHA! Mas Fernanda, eu não trabalho, como vou ser dizimista? Você não recebe mesada dos seus pais? É às vezes eu ganho um dinheirinho do meu pai, da minha madrinha. Então, você pode doar um pouco do que você ganha. Mas se a gente dá para Deus, o que Ele faz com o dinheiro? O Dízimo é entregue à igreja e é todo usado para as coisas de Deus. Como assim? Olha só o Dízimo tem 3 finalidades. A primeira é RELIGIOSA – tem muitas coisas que precisam ser comprada: livros, velas, hóstias, som, objetos litúrgicos, as toalhas.... Além do mais a igreja tem muitas despesas: funcionários, materiais para as catequistas darem os encontros de catequese etc. Também tem que pagar as contas do telefone, da luz, da água, material de limpeza, etc. Nossa parece a minha casa. E é a sua casa, a casa de todos nós, por isso cada um tem que ajudar com a sua parte. O Dízimo também tem outra finalidade que é MISSIONÁRIA – ajuda os missionários, ajuda a formar novos padres. E a outra finalidade? A outra é SOCIAL – uma parte do dízimo é usada para ajudar quem necessita. Ela tem uma Obra Nossa é muito importante contribuir com a igreja. Isso mesmo – DÍZIMO É PARTILHA. Entendeu Lu, essas são as coisas de Deus que eu falei. Viu porque a Igreja precisa de É..., eu não sabia que ser dizimista era tão importante!!!!! É importante para a IGREJA , mas é mais importante ainda para Deus . Social. DIZIMISTAS??? 115 APROFUNDAMENTO PARA O CATEQUISTA DÍZIMO É EXPRESSÃO FORTE DE COMUNIDADE Sem comunidade não é dízimo. Só é dízimo o ser Mãe de todos nós. No Sacramento da que entregamos na comunidade. A Eucaristia Ele partilha conosco, nos sinais do pão e do vinho, o seu corpo que é "doado" e o seu comunidade retira o aspecto sangue "derramado" para a salvação de todos. Por meramente jurídico do dízimo para imprimir-lhe o isso a Eucaristia é o Sacramento da Partilha sentido cristão e pastoral. total, sem restrições. Através da comunidade passa a ser Já no Domingo de Páscoa, e de forma legítima a preocupação de buscar os meios plena no dia de Pentecostes, o Espírito Santo é materiais para a manutenção dos serviços de que efundido sobre a Igreja, sendo partilhados seus a comunidade cristã necessita. dons entre todos os crentes. Temos que ter em mente que nem tudo o que fazemos para resolver os Para continuar a sua missão no mundo, até problemas o fim dos tempos, Jesus Cristo deixa-nos a sua financeiros da comunidade é pastoral. Só é Igreja que se caracteriza como uma comunidade pastoral quando há identificação com toda a ação de partilha. da Igreja como comunidade de salvação. Por Lucas, no livro dos Atos dos Apóstolos, exemplo: Uma venda recorde de bebidas para 2,42-47 angariar fundos para suprir as necessidades de comunidade cristã, idealizada por Jesus Cristo. É nos uma pastoral – os fins não justificam os meios. uma comunidade que é fiel à palavra de Deus Por isso que rifas, bingos e outros expedientes transmitida pelos Apóstolos, é assídua na oração passam ao largo da pastoral quando são utilizados comum, como meios para suprir necessidades financeiras. "partilha dos bens"; "todos os que criam estavam na mostra celebração as da características Eucaristia da e na "Dízimo é partilha." unidos, e tinham tudo em comum. Vendiam as suas O dízimo faz parte de uma realidade propriedades e distribuíam o preço por todos, muito maior que se chama "PARTIILHA". Dízimo segundo as necessidades que cada um tinha" e oferta, entre tantas outras, são formas de (Atos, 2,45). É bem verdade que esta descrição, realizar a partilha. inspirada pelo Espírito Santo, é limitada a uma Para podermos entender o que é a partilha, precisamos próprio primeiro amor logo no início do cristianismo, como mistério de Deus, porque Deus é PARTILHA. é verdade que esta realidade não deve ter Quando nós durado muito tempo, mas é o ideal proposto para afirmamos que Deus é Amor partilhado entre toda a comunidade que queira ser verdadeira três pessoas, reafirmando nossa fé no mistério comunidade de Jesus Cristo. Para ser Igreja de inefável da Santíssima Trindade. Sendo partilha Jesus, a comunidade deve ser fiel à Palavra de por natureza, Deus reparte conosco a vida, Deus, transmitida pelos seus legítimos Pastores, através da criação, a sua intimidade, através da deve ser comunidade de oração, deve ter como Revelação, e partilha conosco o que Ele tem de centro de sua vida a Eucaristia, deve praticar a mais precioso que é seu próprio Filho. A partilha dos bens. A partilha torna-se, assim, Encarnação e a Redenção são mistérios da uma dimensão da Igreja de Jesus Cristo. Como partilha de Deus com a humanidade. não pode haver Igreja verdadeira sem fidelidade dizemos que mergulhar Deus é no única comunidade que vivia o entusiasmo do Amor, Jesus Cristo partilha sua vida conosco e, na hora de sua morte, nos dá a própria Mãe para 116 aos Pastores, ou sem oração, também não pode haver Igreja sem partilha vivida entre cristãos. Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III Dízimo e Oferta são gestos concretos de partilha, é a forma mais simples para nós não derramo sobre vocês minhas bênçãos de fartura” (Malaquias 3, 10). vivermos a partilha hoje. Deus não nos pede para Erguendo os olhos, Jesus viu pessoas ricas que vendermos todos os bens, mas a devolução de depositavam ofertas no Tesouro do Templo. uma pequena parte dos bens que Ele próprio Então disse: “Eu garanto a vocês: essa viúva coloca em nossas mãos, em forma de dízimo e de pobre depositou mais do que todos. Pois todos os oferta, para as necessidades dos irmãos e para outros depositaram o que estava sobrando para dar à Igreja condições de realizar a sua missão eles. Mas a viúva, na sua pobreza, depositou tudo na dimensão religiosa, social e missionária. o que possuía para viver” (Lucas 21, 1-4). 05 - Sou dizimista porque creio, e confio, em Fonte: Dízimo Ministério da Partilha, Antoninho Deus Pai; minha contribuição é prova de fé e Tatto, O Recado, p.11 a 13. de confiança. Os dez Mandamentos do Dízimo “Portanto, não fiquem preocupados, dizendo: O que vamos comer? O que vamos beber? O que 01 - Sou dizimista porque amo a Deus e amo o vamos vestir? Os pagãos é que ficam procurando meu próximo. essas coisas. O Pai de vocês, que está no céu, Partilho com alegria, conforme manda meu sabe que vocês precisam de tudo isso. Pelo coração, seguindo as palavras de São Paulo: “Cada contrário, em primeiro lugar busquem o Reino de um dê conforme decidir em seu coração, sem Deus e a sua justiça, e Deus dará a vocês, em pena ou constrangimento, porque Deus ama quem acréscimo, todas essas coisas” (Mateus 6, 31- dá com alegria.” (2 Coríntios 9, 7). 33). 02 - Sou dizimista porque reconheço que tudo 06 - Sou dizimista porque o partilhar mata o recebo de Deus. meu egoísmo. "O Senhor é meu pastor nada me faltará" (Salmo A parábola do homem rico cuja terra deu uma 23,1). grande "Vejamos: em que você é mais do que os outros? celeiros maiores para guardar todo o trigo junto O que é que você possui que não tenha recebido?" com seus bens: Mas Deus lhe disse: “Insensato! (1 Coríntios 4,7). Nesta mesma noite você vai ter que devolver a 03 - Sou dizimista porque minha gratidão a sua vida. E as coisas que você preparou, para Deus me leva a devolver um pouco do muito quem vão ficar?” Assim acontece com quem que recebo. ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico Sobre fé e gratidão encontramos no Evangelho para Deus” (Lucas 12, 16-21). segundo Lucas, quando Cristo encontrou os dez 07 - Sou dizimista porque creio na vida cristã leprosos: "Não foram dez os curados? Onde em comunidade. estão os outros nove?” Só um voltou para dar "Onde dois ou mais se juntarem em meu nome, eu glória a Deus? (Lucas 17, 11-19). estarei no meio deles" (Mateus 18, 20)."Vocês 04 - Sou dizimista porque aceito como palavra são todos irmãos". de Deus o que leio na Bíblia, e sei que o 08 - Sou dizimista porque Deus, o único pai dízimo é fonte de bênçãos. rico, não quer ninguém passando necessidade. Trazei o dízimo integral ao Templo para que haja “Tudo o que fizestes a um dos meus irmãos mais alimento em minha casa. Façam essa experiência pequenos, a mim o fizestes" (Mateus 25, 40). comigo – diz Javé dos Exércitos. Vocês hão de 09 - Sou dizimista porque gosto de viver em ver, então, se não abro as comportas do céu, se liberdade e alegria, celebrando desde já a colheita e este resolveu construir vida plena. 117 "Vou preparar-vos um lugar" (João 14, 1-5). "Vinde, benditos de meu Pai..." (Mateus 25, 34). 10 - Sou dizimista porque quero ver minha comunidade crescer e minha Igreja testemunhar o Evangelho no mundo inteiro. Evangelho, em remédio, em pão, em missão. 6. Sua alegria será, extremamente, grande, quando você verificar, daqui a algum tempo, o que, com o seu dízimo, se tornou possível. "Ide por toda a terra, pregai a Boa Nova. Batizai 7. Em vez de obrigação, você vai se sentir grato e em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo" agradecido a Deus por lhe dar condições de (Mateus 28, 19-20; Marcos 16, 15). participar da vida paroquial com seu dízimo. Dez boas razões para ser Dizimista 1. 5. O dízimo que você oferece vai se transformar em O dízimo é uma profunda relação entre você e Deus. gratuitos recebidos de Deus Pai, retribuindo, de forma justa, parte do que d’Ele você recebeu. 4. O dízimo mantém, também, os que vivem para o 118 Pastoral do Dízimo. 10. Com a oferta do dízimo, você será participante ativo na construção do Reino de Deus. ajuda a manter a comunidade religiosa, patrimônio de todos . Evangelho. pessoa à comunidade. 9. A sua oferta permanente tornará vitoriosa a 2. A oferta do dízimo é o reconhecimento dos dons 3. Seu dízimo 8. A prática do dízimo integra, cada vez mais, a Fonte: http://www.paroquiasantoafonso.org.br Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III BIBLIGRAFIA 1. Bíblia Sagrada - Ave Maria, Editora Ave Maria. 2. Catecismo da Igreja Católica, Editora Vozes e Loyola. 3. Diretório Nacional da Catequese – 84, DOCUMENTOS DA CNBB, Editora Paulinas. 4. Projeto Alicerce – Conteúdo Programático, Pastoral Catequética e Pastoral da Crisma, Diocese São José dos Campos. 5. Fé, Vida e Comunidade, Livro do Catequista, Ed. Paulus, 2003. 6. Crescer em Comunhão, Livro do Catequista, Vol. I, II, III e IV, Editora Vozes, 2008. 7. Educação para a Comunidade de Fé – Livro do catequista I, II e III e Catequizando I, II e III, Maria do Carmo Saraiva, Editora Paulinas. 8. Caminhando na Construção do Reino – Livro do Catequista e Catequizando 1, Catequese de Primeira Eucaristia – Edição revisada e ampliada, Equipe Regional de Catequese – Votuporanga – SP, Editora Salesiana 9. Sementes de Vida – Primeira Eucaristia - Livro do catequista e catequizando – 1ª fase, Pastoral Catequética de Ponta Grossa – PR, Editora Ave Maria. 10. Caminhando com Jesus – Catequese – 1º e 2º ano. Gabriel Benedito Isaac Chalita, Editora Santuário. 11. Venham Cear Comigo – Coleção Deus conosco – Livro do catequista e catequizando, Editora Vozes. 12. A Caminho da Eucaristia 1ª e 2ª Etapa, Maria de Lurdes Mezzalira Pincinato, Editora Vozes. 13. Correndo ao Encontro de Jesus – 1ª e 2ª ano. Comissão Arquidiocesana de Iniciação Eucarística – Arquidiocese Niterói, Editora Vozes. 14. Texto Base da Campanha da Fraternidade 2012, Edições CNBB, 2011, Brasília – DF. 119 DINÂMICAS PARA SEREM USADAS NOS ENCONTROS DA CAMPA NHA DA FRATERNIDADE 2012 PARA FALAR DE SAÚDE Apresentar duas rosas (ou outra flor) aos catequizandos, uma murcha, despetalando e outra bonita, cheia de vida, saudável. Estas duas flores, nos mostram a doença e a saúde. Para vocês o que é saúde? ( as respostas vão girar em torno de: não ter doença, dor, estar forte etc). Completar o conceito de saúde que vai além da ausência de doenças: “Saúde é um processo harmonioso de bem estar físico, psíquico, social e espiritual, e não apenas a ausência de doença, processo que capacita o ser humano a cumprir a missão que Deus lhe destinou, de acordo com a etapa e a condição de vida em que se encontre.”. “A vida saudável requer harmonia entre corpo e espírito, entre pessoa e ambiente, entre personalidade e responsabilidade”. Se fôssemos escolher uma destas flores para oferecer a alguém, qual seria? A bonita, claro! Não oferecemos aquilo que julgamos que não agrada. Não nos doamos, se não gostamos de nós mesmos. Deus criou o homem e a mulher à sua imagem, deu-nos dignidade de filhos, de pessoa humana com capacidade de amar. É ponto de partida para amar, descobrir o próprio valor, viver a dignidade e proclamá-la a toda pessoa. Esta é a força capaz de estabelecer relacionamentos fraternos, solidários, que a CF nos propõe. Ela quer suscitar o espírito fraterno e comunitário das pessoas na atenção aos enfermos e mobilizar por melhorias no sistema público de saúde. ORAÇÃO DOS BONS PROPÓSITOS Distribuir aos catequizandos, saches de açúcar (ou providenciar um açucareiro com uma colherinha). Dispor de um recipiente com água, outro com gelo, suco em pó ou um copo de concentrado. Em clima de celebração e oração, lembrar aos catequizandos que podemos fazer um mundo melhor: “remediar”, com bons propósitos, as situações de sofrimento, dor, doença, mal estar. Para isso peçamos a Jesus que nos ajude a modificar nosso comportamento e nossas ações em prol da nossa saúde. À medida que cada um for fazendo seu “propósito”, pedir que coloque seu “ingrediente” na jarra que está sobre a mesa. Os propósitos devem se manifestados em voz alta, como orações. Por exemplo: “Jesus dê-me forças para controlar a vontade de comer doces, chocolates, refrigerantes em excesso.” “Jesus ajude-me a dominar a preguiça e fazer mais exercícios físicos.” “Jesus fortaleça-me para não cair na tentação de colocar em risco minha saúde, colocando-me em situações de risco: drogas, álcool, brincar com fogo, objetos cortantes, etc.” Criar mais situações como: expor-se ao frio sem agasalho; não escovar os dentes; ver TV em excesso; usar em demasia a internet, o telefone celular; jogar demais videogame; dormir muito tarde, etc. Depois que todos colocarem na jarra suas “orações”, acrescentar a água, mexer o suco e distribuir um copo para cada um. 120 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III DINÂMICA: “SEGURA...NÃO DEIXA CAIR!” Formar um círculo com os catequizandos: distribuir para cada um uma papeleta em que esteja escrito um dos “males” (doenças), relacionados abaixo. Pedir para não contarem uns aos outros o que está escrito no papel. A papeleta ‘gripe’ deve ser repetida cinco ou mais vezes, dependendo do número de participantes (colocá-la para um terço das pessoas). Os participantes engancham os braços uns nos outros, formando uma espécie de corrente, evitando que alguém caia. No meio do círculo fica o “doutor”, a pessoa que vai conduzir a brincadeira. O “médico” lê um dos diagnósticos (sugestões abaixo). A pessoa que estiver com a “doença” correspondente amolece o corpo para cair, como se fosse um desmaio. As duas pessoas que estão ao seu lado, a seguram para não deixála cair. Se a pessoa cair, ela morre... Depois de ser amparada, a pessoa ‘doente’ volta o corpo ao normal. Assim o médico vai lendo os diagnósticos até chegar a doenças de maior incidência, por exemplo, a gripe ou a dengue. Como há várias pessoas com esta “doença”, muita gente vai “cair” ao mesmo tempo e o círculo vai se desmantelar. Torna-se difícil segurar, portanto é preciso envolver mais pessoas, organizar toda a sociedade. Ao final, estabelecer uma ligação entre o que ocorreu no círculo com o que está acontecendo com a saúde pública. Após a execução da dinâmica, deixar que os participantes falem sobre o que sentiram. Como se sentiram ao serem taxados de “doentes”? Como viram a doença que cada um recebeu? Comentar da importância de ter alguém que segure e dê apoio num momento em que tudo parece que vai desmoronar, cair. Como foi estar atento ao outro, cuidar do problema do outro? Como é a dificuldade de apoiar, quando há grande o número de doentes? Salientar a importância da prevenção, de não deixar a doença se espalhar, dos cuidados com o corpo e o ambiente. Concluir falando da importância da presença, da solidariedade, da compaixão junto àqueles que sofrem. DOENÇAS: Gripe, doenças do pulmão, dengue, hipertensão, diabetes, problemas renais, anemia, obesidade, colesterol alto, dependência química (drogas), alergia, dores de ouvido e cabeça, gengivite, cáries e placas nos dentes. (Podem ser acrescentadas outras doenças com os respectivos diagnósticos). DIAGNÓSTICOS: Exposição ao ar frio (mudanças climáticas) e contato com pessoas doentes, não lavar as mãos. (gripe) Poluição do ar contato com fumantes ou fumar. (doenças do pulmão) Falta de cuidado com os quintais e os vãos de plantas, deixando água parada. Falta de higiene. (dengue) A pessoa não cuida da alimentação, ingere alimentos gordurosos e não saudáveis, não pratica exercícios físicos. (hipertensão) Há pessoas diabéticas em sua família, mas a pessoa nunca fez exames preventivos. Não se alimenta com alimentos saudáveis. Consome doces em excesso. (diabetes) 121 A pessoa não toma água várias vezes ao dia. Não cuida da alimentação. Ingere muito sal. (problemas renais) Faltam em sua alimentação frutas, verduras e outros alimentos saudáveis. (anemia) Consome alimentos muito calóricos, tipo salgadinhos (chips), refrigerante. Não faz exercícios físicos. (obesidade) Não se alimenta corretamente, abusa de alimentos gordurosos e de doces. (colesterol alto) A pessoa deixou-se levar por falsos amigos e acabou experimentando drogas. (dependência química) A pessoa se expõe ao ar poluído. Freqüenta ambientes poluídos, sujos, com muita poeira. Consome alimentos contaminados. Não cuida devidamente da higiene pessoa. (alergia) A pessoa ouve música em volume demasiadamente alto, freqüenta ambientes com poluição sonora. (dores de ouvido e de cabeça) A pessoa não escova os dentes. Consome doces exageradamente, sem fazer a adequada higiene bucal. (gengivite, placas bacterianas, cárie) UM OLHAR SOBRE A REALIDADE MATERIAL: uma folha de cartolina, desenho do contorno de uma grande mão, pintado de marrom, que servirá para ser a raiz e o tronco da árvore / fita crepe ou cola / várias tesouras / folhas em branco para todos / lápis de cor verde e amarelo (para pintar folhas). Distribuir, para cada um, uma folha de papel em branco e lápis de cor. Pedir para desenhar o contorno de uma das mãos com os dedos ligeiramente abertos, pintar de verde e recortar. Pedir que coloquem, num canto, o próprio nome e que, no meio da mão desenhada, escrevam: SAÚDE. Após a confecção das mãos, o catequista apresentará ao grupo o desenho do contorno da grande mão (como se fosse a raiz de uma árvore) e pergunta: De quem pode ser essa mão? (deixar a pergunta no ar). Quando estudamos os povos, desde as mais antigas civilizações, encontramos sempre o assunto saúde e doença, misturado com religião. Deuses, demônios, maus espíritos, magia... (TB, 09) aparecem com explicação para a dor, a morte, os sofrimentos de modo geral. Por exemplo, no caso dos indígenas brasileiros, quem era o “médico” da tribo? O pajé. E nós? O que pensamos sobre a existência do mal, da doença? São castigo de Deus? Ele é o culpado? (deixar que falem, discutam, sem responder diretamente às indagações). Então, nossas mãos não podem fazer nada? O que será que depende de nós? Em que os povos da Bíblia acreditavam? Vamos descobrir, pesquisando na Bíblia.: Dt 28, 1-2; Dt 28, 1520; 2Cr 16, 7; 2Cr 16, 12-13. Após a leitura, concluir com rápidas palavras. O livro do Deuteronômio apresenta saúde como bênção e doença como maldição, devido ao pecado, ao afastamento de Deus. Nas Crônicas, todos eram dependentes do Senhor. Procurar ajuda de um médio em lugar de Deus, era derrota na guerra e morte certa. Como em Deuteronômio, a Bíblia aqui nos fala de castigo de Deus. Vamos ler no livro de Eclesiástico, como instrui sobre saúde e doença – Eclo 38, 1-15 – Este texto realça a importância da saúde, de se ter os meios para que a saúde se difunda sobre a terra, que é o nosso lema nesta Campanha da Fraternidade. Mas logo a seguir, pede que se recorra ao Senhor e evite o pecado. Vimos a força, o peso do pecado em todas essas leituras. Mas será que Jesus mostrou o outro lado da moeda, o outro lado dessa mão? Como Ele viu a doença? 122 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III N cartolina com a mão marrom desenhada, formar uma árvore, tendo essa mão como raiz. (modelo abaixo) Cada catequizando coloca a mão que desenhou e recortou, formando as folhas da árvore, conforme uma sequência pré- determinada. Deus nos criou por amor para sermos felizes. Tudo que Ele fez mostra quem Ele é. Mas nossos primeiros pais recusaram a amizade com o Pai Criador e, pela desobediência, o pecado entrou na vida das pessoas. Com o pecado veio a dor, a morte. Deus, em sua infinita bondade, enviou seu Filho Jesus para salvar a humanidade. Ao morrer na cruz, Ele funda a igreja para continuar a oferecer a salvação. A Igreja somos nós, todos os batizados. Formamos o Corpo de Cristo. Jesus não tem outras mãos, a não ser as nossas, para construir o mundo como Deus quer. E Deus não quer sofrimento. O que podemos levar aos outros com nossas mãos? Como podemos agir em prol da saúde? Orientar os catequizandos para pensar num gesto concreto: visitar um doente, consolar um amigo que sofre, fazer doação de medicamentos, alimentos, fraldas, ouvir um idoso em suas aflições, rezar pelos que sofrem. Ao som de uma música (da CF-2012 ou outra), colar na cartolina as mãos que confeccionaram, como se fossem folhas e galhos da árvore. Ao terminar todos juntos dão as mãos e pedem: “QUE A SAÚDE SE DIFUNDA SOBRE A TERRA!” Modelo da árvore: podem ser escrito, na “raiztronco”, os nomes dos santos que dedicaram suas vidas ao atendimento e ao conforto dos doentes: São Camilo, São João de Deus, Santa Paulina, Beata Ir. Dulce, São Galvão (cf. TB, 221) 123 Este espaço está reservado para a sua avaliação, comentários e sugestões. Anote o número do encontro, a quantidade de catequizandos que você tem e a faixa etária. Faça o seu comentário e entregue ao seu coordenador. Você estará ajudando a melhorar este material com a sua valiosa contribuição. 124 Diocese de São José dos Campos Pastoral Catequética – Apostila do Catequista – Etapa I – Módulo III 125 126