Atualização no tratamento farmacológico da

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Atualização no tratamento farmacológico da
Título: Atualização no tratamento farmacológico da dependência alcoólica
Autora: Catarina Fonseca (endereço email: [email protected])
Unidade / ACES: UCSP Monchique /ACES Barlavento Algarvio II
Orientadora: Dra. Ana Paula Vale
Introdução: O consumo excessivo de álcool, incluindo a dependência alcoólica, é
uma das causas evitáveis mais importantes de mortalidade e morbilidade. A
dependência alcoólica leva a perturbações orgânicas e psíquicas, perturbações da
vida familiar, profissional e social e tem consequências económicas, legais e morais. O
médico de família tem um papel importante na deteção dos doentes com dependência
e alguns doentes selecionados poderão ser tratados em ambulatório. Além dos
fármacos habitualmente utilizados desde há muitos anos neste âmbito, têm surgido
recentemente novos fármacos promissores, tornando-se importante a familiarização
dos médicos de família com estes novos tratamentos.
Objetivo: Descrever o tratamento farmacológico da fase de desintoxicação e da de
manutenção do tratamento da dependência alcoólica em ambulatório, rever a
evidência que suporta o uso dos diversos fármacos para o tratamento da dependência
alcoólica, incluindo os já utilizados há muitos anos e os mais recentemente aprovados
ou estudados.
Metodologia: Pesquisa com as palavras-chave “Alcoholism treatment review” na base
de dados da PubMed limitada a artigos escritos em inglês, francês, espanhol e
português publicados nos últimos cinco anos, pesquisa com as palavras-chave
“Dependência alcoólica tratamento farmacológico” na base de dados do Google
Schoolar.
Resultados/Conclusões: Preencheram os critérios de seleção dez artigos de revisão.
O tratamento farmacológico da dependência alcoólica inclui o tratamento da fase de
desintoxicação, que consiste no controlo sintomático da síndrome de privação através
de sedação (benzodiazepinas, tiapride, carbamazepina), hidratação e vitaminoterapia,
seguindo-se o tratamento da fase de manutenção em que podem ser utilizados
fármacos “anti-craving” (acamprosato, naltrexona), fármacos antidopaminérgicos
(tiapride), fármacos serotoninérgicos (fluoxetina, fluvoxamina, buspirona, ondasentron,
sertralina, citalopram, fármacos anti-epilépticos (carbamazepina) e fármacos
adversivos (dissulfuram). Nos últimos anos têm sido estudados a eficácia do
topiramato, do baclofeno, da gabapentina e outros fármacos em utilização “Off Label ”,
com resultados positivos. O nalmefeno é atualmente o fármaco recente mais
promissor para o tratamento da dependência alcoólica, tendo sido aprovado o ano
passado e encontrando-se já disponível no mercado. Por outro lado vários estudos
referem-se a diferentes perfis biológicos de dependentes alcoólicos e na sua
importância no que se refere a eficácia dos diferentes fármacos. Assim, além das
perspetivas futuras se focarem na investigação de novos fármacos, também a
personalização do tratamento farmacológico poderá contribuir para obter melhores
taxas de abstinência no tratamento da dependência alcoólica.

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