(Diptera: Chironomidae) nos estados do - Neusa Hamada

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(Diptera: Chironomidae) nos estados do - Neusa Hamada
INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA - INPA
COORDENAÇÃO DE BIODIVERSIDADE – CBIO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENTOMOLOGIA – PPGENT
TAXONOMIA DE Stenochironomus KIEFFER, 1919 (DIPTERA: CHIRONOMIDAE) NOS
ESTADOS DO AMAZONAS E RORAIMA, BRASIL
EMILIANO DIONÍZIO DE ANGELIS SANT’ANNA REIS
Manaus, Amazonas
Junho, 2012
ii
EMILIANO DIONÍZIO DE ANGELIS SANT’ANNA REIS
TAXONOMIA DE Stenochironomus KIEFFER, 1919 (DIPTERA: CHIRONOMIDAE) NOS
ESTADOS DO AMAZONAS E RORAIMA, BRASIL
ORIENTADORA: Dra. RUTH LEILA FERREIRA KEPPLER
CO-ORIENTADOR: Dr. ARLINDO SERPA FILHO
Dissertação apresentada ao Instituto Nacional de
Pesquisas da Amazônia como parte dos requisitos
para obtenção do título de Mestre em Ciências
Biológicas (Entomologia).
Manaus, Amazonas
Junho, 2012
iii
N 000
De-Angelis-Reis, Emiliano Dionízio
Taxonomia de Stenochironomus Kieffer, 1919 (Diptera: Chironomidae) dos estados do Amazonas
e Roraima, Brasil/ Emiliano Dionízio de Angelis Sant’anna Reis.- Manaus: [s.n.], 2012. vi, 128 f: il. color.
Dissertação (mestrado)-- INPA, Manaus, 2012.
Orientador: Keppler, Ruth Leila Ferreira
Co-orientador: Serpa Filho, Arlindo
Área de concentração: Entomologia
1. Diptera. 2. Stenochironomus. 3. Taxonomia. 4. Chironomidae. 5. Roraima. I.Título.
CDD xx. ed. xxx.xx
Sinopse:
O gênero Stenochironomus (Diptera: Chironomidae) foi estudado em diversas localidades dos
estados do Amazonas e Roraima, Brasil. Registramos as espécies ocorrentes nestes ambientes e
descrevemos cinco espécies novas para a ciência e uma chave de identificação para os adultos
Neotropicais foi elaborada.
Palavras-chave: Entomologia, Região Neotropical, Roraima, Espécies novas, Chironominae.
iv
Dedico esta dissertação a minha sobrinha e afilhada
Sara Borba de Angelis Reis, que proporcionou uma
imensa alegria em minha vida.
v
Agradecimentos
Primeiramente agradeço a minha mãe Joana Maria de Angelis e meu pai Ricardo Santanna
Reis por apoiarem e incentivarem minhas escolhas acadêmicas. A minha avó Noélia que sempre me
apoiou e se preocupou com meus estudos, aos meus tios Ana Maria de Angelis e Luiz Carlos que
sempre se interessaram pelas minhas conquistas, aos meus irmãos Frederico, Vitor e Thomáz, que
mesmo com diversas divergências de pensamento, comportamento e o pouco convívio, sei que
torcemos pelas conquistas uns dos outros e aos meus primos Ivan e Ana Luiza que sempre me
apoiaram.
A minha orientadora Ruth Leila Ferreira Keppler, por me proporcionar a possibilidade de
trabalhar no maior bioma em biodiversidade do mundo. Ao meu coorientador Arlindo Serpa Filho e
Verônica Marchon-Silva, pela amizade, por apostarem e confiarem em meu trabalho sempre me
incentivando no andamento deste projeto.
A Dra. Neusa Hamada, pelo apoio e incentivo ao desenvolvimento do meu projeto.
A Renato Tavares Martins e Malu pela amizade e auxílio constante em todo o processo do
mestrado, principalmente no período mais tenso.
A Ulysses Neiss e Roberta, por compartilharem comigo a loucura do final de dissertação,
sempre me auxiliando na confecção da dissertação.
A Vivian Campos de Oliveira pela confecção do mapa.
Aos poucos amigos que fiz nestes dois anos que passei em Manaus Claudimir, Claudio
Júnior, Vitor, Leo, Rodrigo, Cíntia, Edgar, Alexandre, Lucas, Marcos, Thyago, Tiago, Tohnson,
Higor, Paulo, Valdeana, Jansen, Felipe, Cláudia, Lívia, Cícero, Jéferson, Augusto, Erika e
Gersonval.
vi
A todas as pessoas que convivi nas disciplinas, excursões e horas de lazer que tiveram sua
importância pontual neste período conturbado que é o mestrado.
Ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA por me proporcionar condições
para o desenvolvimento deste projeto, me apresentando um mundo com pessoas e lugares totalmente
novos nestes dois anos intensos que passei aqui.
Ao conselho nacional de desenvolvimento científico e tecnológico CNPq, pela concessão da
bolsa nos primeiro meses do mestrado.
A coordenação de aperfeiçoamento de pessoal de nível superior CAPES, pela bolsa
concedida viabilizando a realização do mestrado.
Aos Projetos, “PRONEX” – CNPq/FAPEAM; “Ct-Amazonia” CNPq, proc. 575875/ 2008-9;
“INCT/ ADAPTA– AM”; MCT/CNPq/FNDCT- AÇÃO TRANSVERSAL/ CT-AMAZÔNIA/CTBIOTEC/BIONORTE”, proc. 066/2009; “Projeto Fronteiras – FINEP” proc. HO 06/0848, pelo
apoio financeiro e logístico.
A minha linda namorada Aninha que sempre esteve do meu lado mesmo a distância em todos
os momentos tristes ou felizes.
vii
“Tenho mais medo da mediocridade que da morte”
(Bob Fosse)
viii
Resumo
A família Chironomidae (Diptera: Nematocera), compõe um importante grupo ecológico de insetos
aquáticos e frequentemente representam o grupo mais abundante e diverso de invertebrados
bentônicos. Apesar de possuir uma ampla distribuição mundial, o seu conhecimento no Brasil ainda
é incipiente, com cerca 141 gêneros e 392 espécies descritas. Na Região Norte são registradas 164
espécies. O objetivo deste trabalho foi estudar as espécies do gênero Stenochironomus Kieffer, 1919,
que possui larvas e pupas minadoras de folhas e troncos submersos em ambientes lênticos e lóticos.
Este gênero possui com cerca de 95 espécies descritas com representantes em quase todas as regiões
zoogeográficas com exceção da Antártica. Na Região Neotropical estão registradas 28 espécies,
sendo 18 assinaladas para o Brasil, três para a região sul e 15 para região Amazônica. As coletas
foram realizadas em diversos igarapés, distribuidos nos Estados do Amazonas e Roraima, nos
municípios de Presidente Figueiredo, São Gabriel da Cachoeira, Manaus, Alto Alegre, Amajari e
Boa Vista. Em cada igarapé foi feita uma busca manual a procura de troncos e folhas submersas
minadas por larvas de Stenochironomus. Para a obtenção dos adultos, o material coletado foi
individualizado e criado em recipientes e aquários no laboratório. Os espécimes foram montados em
lâminas permanentes com Euparal®, identificados em microscópio estereoscópico e com a consulta
de bibliografia científica. O material examinado está depositado na coleção de invertebrados do
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (AM). Neste trabalho ampliamos o número de espécies
para o Brasil de 24 para 31 com a descrição de cinco espécies novas, novos registros de duas
espécies para o Brasil: S. nudipupa Borkent, 1984 e S. gladius Borkent, 1984, ampliamos a
distribuição de S. jubatus Borkent, 1984 e S. triannulatus Borkent, 1984 para Roraima e
complementamos as descrições dos imaturos (larva e pupa) de S. triannulatus Borkent, 1984 e S.
reissi Borkent, 1984, e atualizamos a chave de identificação das espécies que ocorrem na Região
Neotropical.
ix
Abstract
The Chironomidae Family (Diptera: Nematocera), form an important ecological group of aquatic
insects and often represent the most abundant and diverse benthic invertebrates. Despite having a
worldwide distribution, their knowledge is still incipient in Brazil, with about 141 genera and 392
described species. In the Northern Region are recorded 164 species. The objective of this work was
study the species of the genus Stenochironomus Kieffer, 1919, which has larvae and pupae miners of
leaves and woody submerged in lentic and lotic environments. This genus has about 95 described
species with representatives in almost all zoogeographic regions with except of Antarctica. In the
Neotropical Region, 28 species are recorded, with 18 marked for Brazil, three to the south and 15 for
the Amazon region. The samplings were performed in several streams, distributed in the states of
Amazonas and Roraima, at the cities of Presidente Figueiredo, São Gabriel da Cachoeira, Manaus,
Alto Alegre, Amajari and Boa Vista. In each stream was made a manual search to find the
submerged wood and leaves mined by larvae of Stenochironomus. To obtain the adult, the collected
material was individualized and reared in containers and tanks in the laboratory. The specimens were
mounted in permanent slides with Euparal ®, identified using a stereoscopic microscope and with
the consultation of research literature. The material examined is deposited in the collection of
invertebrates from the National Institute for Amazonian Research (AM). This work expanded the
number of species in Brazil from 24 to 31 with the description of five new species, new records of
two species for Brazil: S. nudipupa Borkent, 1984 and S. gladius Borkent, 1984, we expanded the
distribution of S. jubatus Borkent, 1984 and S. triannulatus Borkent, 1984 to Roraima and
complement the descriptions of immature stages (larva and pupa) of S. triannulatus Borkent, 1984
and S. reissi Borkent, 1984, and update the key for identifying the species that occur in the
Neotropical Region.
x
Sumário
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................... 01
1.1 Caracterização e histórico taxonômico....................................................................... 01
1.2 Biologia e ecologia de Chironomidae.......................................................................... 03
1.3 Insetos Minadores......................................................................................................... 05
1.4 O gênero Stenochironomus Kieffer, 1919.................................................................... 06
2. OBJETIVO.............................................................................................................................. 11
2.1 Objetivo Geral............................................................................................................... 11
2.2 Objetivos Específicos.................................................................................................... 10
3. MATERIAL E MÉTODOS............................................................................................... 11
3.1 Área de estudo............................................................................................................... 11
3.2 Coleta e criação............................................................................................................. 14
3.2.1 Coleta................................................................................................................ 14
3.2.2 Manutenção.................................................................................................... 14
3.2.2.1 Troncos................................................................................................. 12
3.2.2.2 Folhas................................................................................................... 12
3.3 Estudo Taxonômico….................................……………............................................. 17
3.3.1 Confecção de lâminas...………...................................………………............ 17
3.3.2 Descrições..…….............................……........….................................…..... 18
3.3.2.1 Caracteres diagnósticos....................................................………..... 19
4. RESULTADOS........................................................................................................................ 28
4.1 Stenochironomus Kieffer................................................................................................ 28
4.2 Diagnoses, novos registros e descrições de estágios imaturos de espécies de
Stenochironomus que ocorrem na Região Norte............................................................................ 29
4.2.1 Diagnose das espécies com ocorrência para Região Norte........................... 29
4.2.2 Novos registros................................................................................................. 34
4.2.3 Descrições de estágios imaturos...................................................................... 38
4.3 Espécies novas................................................................................................................. 50
4.4 Chave de identificação para machos de Stenochironomus Kieffer da Região
Neotropical (modificado de Borkent 1984 e Dantas 2010).......................................................... 101
5. DISCUSSÃO........................................................................................................................... 106
6.CONCLUSÕES....................................................................................................................... 109
7. PERSPECTIVAS.................................................................................................................. 110
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS......................................……...........……......... 111
xi
Lista de Tabelas
Tabela 1 - Espécies de Stenochironomus registradas no Brasil, localidades de ocorrência, estágios
descritos e instituições depositárias dos holótipos............................................................................ 10
Tabela 2 - Lista dos corpos d’água amostrados em diferentes municípios dos Estados do Amazonas
e Roraima, Brasil, com as respectivas coordenadas geográficas. AM= Amazonas; RR=
Roraima............................................................................................................................................. 12
Tabela 3 - Lista de proporções usadas nas descrições dos adultos de Chironomidae....................... 21
Tabela 4 – Comprimento (μm) e proporções das pernas de Stenochironomus oliveirai sp. n., macho
(n = 1).................................................................................................................................................. 51
Tabela 5 – Comprimento (μm) e proporções das pernas de Stenochironomus oliveirai sp. n., fêmea
(n = 1).................................................................................................................................................. 55
Tabela 6 – Comprimento (μm) e proporções das pernas de Stenochironomus hamadae sp. n., macho
(n = 3).................................................................................................................................................. 61
Tabela 7 – Comprimento (μm) e proporções das pernas de Stenochironomus messias sp. n., macho
(n = 1).................................................................................................................................................. 71
Tabela 8 – Comprimento (μm) e proporções das pernas de Stenochironomus testiculatus sp. n.,
macho (n = 1)...................................................................................................................................... 79
Tabela 9 – Comprimento (μm) e proporções das pernas de Stenochironomus inpa sp. n., macho (n =
7)......................................................................................................................................................... 90
Tabela 10 – Comprimento (μm) e proporções das pernas de Stenochironomus inpa sp. n., fêmea (n
= 3)...................................................................................................................................................... 94
xii
Lista de Figuras
Figura 1. A: Larva de Stenochironomus em vista lateral, destacando-se o formato achatado da
cápsula cefálica e a largura dos segmentos torácicos. B: Larva em vista dorsal. C: Aparelho bucal em
vista ventral. D: Cápsula cefálica de larva minadora de folha submersa. E: Cápsula cefálica de larva
minadora de tronco submerso. Setas mostrando o local de origem da linha dorsolateral. (Foto E:
modificada de Dantas 2010)............................................................................................................... 08
Figura 2. A: Larva minadora de troncos submersos em igarapé de São Gabriel da CachoeiraAmazonas. B: Larvas minadoras de troncos com as minas visíveis em igarapés de Presidente
Figueiredo- Amazonas. Círculos destacando as minas e larvas de Stenochironomus (Foto A: André
Fernandes)........................................................................................................................................... 09
Figura 3. Mapa mostrando os corpos d’água onde foram coletados os imaturos de Stenochironomus
nos estados do Amazonas (A, B, C) e Roraima (D)......................................................................... 13
Figura 4. Igarapés coletados nos estados do Amazonas e Roraima. A: Ig. Acará. B: Ig. São Gabriel
da Cachoeira ponto #3. C: Ig. Sítio Marupiara. D: Coleta de Tronco minado no Ig. Reserva
Ecológica Cachoeira Santuário. E: Ig. Residencial Bosque das águas. F: Coleta de tronco no Ig.
Floresta 5. G: Ig. Pousada Rio Belo. H: Ig Reserva Ecológica Cachoeira Santuário. (Foto A; C
Fernando Costa).................................................................................................................................. 15
Figura 5. Manutenção de larvas minadoras de troncos e folhas. A: Manutenção de troncos minados.
B: Manutenção de folhas minadas (Fonte: Ulisses Neiss).................................................................. 16
Figura 6. Modelo de lâmina definitiva de um adulto macho de Stenochironomus. 1: Asas; 2.
Antenas e pernas. C: Cabeça. D: Abdome com o hipopígio. E: Tórax com três pernas. (Modificado
de Wiederholm, 1989)........................................................................................................................ 18
Figura 7. Morfologia da larva de Stenochironomus. A: Cápsula Cefálica. B: Antena. C: Cápsula
cefálica com destaque para o mento e mandíbula. D: Labro com destaque para as cerdas do labro S1,
S2, S3 e a premandíbula...................................................................................................................... 22
Figura 8. Morfologia da pupa de Stenochironomus. A: Apótoma frontal. B: Tergitos dos segmentos
abdominais. C: Cefalotórax em vista lateral. D: Esporão anal. E: Anel basal do Corno
torácico................................................................................................................................................ 23
Figura 9. Morfologia do adulto de Stenochironomus. A: Cabeça. B: Abdome e hipopígio. C: Tórax
em vista dorsal.................................................................................................................................... 24
Figura 10. Tórax do adulto de Stenochironomus em vista lateral..................................................... 25
Figura 11. Pernas do adulto de Stenochironomus. A: Anterior. B: Mediana. C: Posterior............... 25
Figura 12. Morfologia do adulto de Stenochironomus. A: Asa. B: Genitália da fêmea.................... 26
xiii
Figura 13. Morfologia do hipopígio do macho adulto de Stenochironomus..................................... 27
Figura 14. Stenochironomus reissi, Borkent 1984, pupa. A: Apótoma frontal. B: Abdome, vista
dorsal. C: Cefalotórax, em vista lateral D: Esporão anal do segmento VIII. E: Anel basal do corno
torácico................................................................................................................................................ 40
Figura 15. Stenochironomus reissi, Borkent 1984, larva. A: Antena. B: Mandíbula. C: Mento. D:
Lábio-hiporaringe............................................................................................................................... 42
Figura 16. Stenochironomus triannulatus, Borkent 1984, pupa. A: Apótoma frontal. B: Abdome,
vista dorsal. C: Cefálotorax, em vista lateral D: Esporão anal do segmento VIII. E: Anel basal do
corno torácico...................................................................................................................................... 46
Figura 17. Stenochironomus triannulatus Borkent 1984, larva. A: Antena. B: Mandíbula. C: Mento.
D: Lábio-hiporaringe. E: Labro.......................................................................................................... 48
Figura 18. Stenochironomus oliveirai sp. n., macho. A: Cabeça. B: Tórax, vista dorsal. C:
Hipopígio. D: Tórax, vista lateral. E: Asa.......................................................................................... 53
Figura 19. Stenochironomus oliveirai sp. n., macho. A: Hipopígio, vista dorsal. B: Hipopígio com
ponta anal e tergito IX removido........................................................................................................ 54
Figura 20. Stenochironomus oliveirai sp. n., fêmea.......................................................................... 56
Figura 21. Stenochironomus oliveirai sp. n., fêmea. A: Genitália.................................................... 56
Figura 22. Stenochionomus oliveirai sp. n., pupa. A: Apótoma frontal. B: Abdome, vista dorsal. C:
Cefalotórax, vista lateral. D: Esporão anal do segmento VIII. E: Tergito II...................................... 58
Figura 23. Stenochironomus hamdae sp. n., macho. A: Cabeça. B: Tórax, vista dorsal. C: Tórax,
vista lateral. D: Genitália, vista lateral. E: Genitália, vista dorsal. F: Asa.......................................... 63
Figura 24. Stenochironomus hamadae sp. n., macho. A: Hipopígio, vista dorsal. B: Hipopígio com
ponta anal e tergito IX removido........................................................................................................ 64
Figura 25. Stenochironomus hamadae sp. n., pupa. A: Apótoma frontal. B: Abdome, vista dorsal. C:
Cefálotorax, em vista lateral. D: Anel basal do corno torácico, E: Esporão anal do segmento
VIII...................................................................................................................................................... 66
Figura 26. Stenochironomus hamadae sp. n., larva. A: Antena. B: Mandíbula. C: Mento. D: Lábiohipofaringe.......................................................................................................................................... 68
Figura 27. Stenochironomus messias sp. n., macho. A: Cabeça. B: Tórax, vista lateral. C: Asa. D:
Genitália vista dorsal. E: Genitália, vista lateral................................................................................. 73
xiv
Figura 28. Stenochironomus messias sp. n., macho. A: Genilátia, vista dorsal. B: Genitália com
ponta anal e tergito IX removido. C: Pontal anal, vista lateral........................................................... 74
Figura 29. Stenochironomus messias sp. n., pupa. A: Apótoma frontal. B: Abdome, vista dorsal. C:
Esporão anal do segmento VIII........................................................................................................... 75
Figura 30. Stenochironomus messias sp. n., larva. A: Mento. B: Mento.......................................... 76
Figura 31. Stenochironomus testiculatus sp. n., macho. A: Cabeça. B: Tórax, vista dorsal. C: Tórax,
vista lateral. D: Asa. E: Genitália, vista lateral. F: Genitália, vista dorsal.......................................... 81
Figura 32. Stenochironomus testiculatus sp. n., macho. A: Genilátia, vista dorsal. B: Genitália com
ponta anal e tergito IX removido........................................................................................................ 82
Figura 33. Stenochironomus testiculatus sp. n., pupa. A: Apótoma frontal. B: Abdome, vista dorsal.
C: Cefálotorax, em vista lateral D: Esporão anal do segmento VIII.................................................. 84
Figura 34. Stenochironomus testiculatus sp. n. larva. A: Antena. B: Mandíbula. C: Mento. D:
Lábio-hiporaringe............................................................................................................................... 86
Figura 35. Stenochironomus inpa sp. n., macho. A: Cabeça. B: Tórax, vista lateral. C: Asa. D:
Genitália vista dorsal. E: Genitália, vista lateral. F: Asa.................................................................... 91
Figura 36. Stenochironomus inpa sp. n., macho. A: Genilátia, vista dorsal. B: Genitália com ponta
anal e tergito IX removido.................................................................................................................. 92
Figura 37. Stenochironomus inpa sp. n., macho............................................................................... 92
Figura 38. Stenochironomus inpa sp. n., fêmea................................................................................ 95
Figura 39. Stenochironomus inpa sp. n., fêmea. Genitália................................................................ 95
Figura 40. Stenochironomus inpa sp. n., pupa. A: Apótoma frontal. B: Abdome, vista dorsal. C:
Cefalotórax, em vista lateral D: Esporão anal do segmento VIII. E: Anel basal do corno
torácico................................................................................................................................................ 97
Figura 41. Stenochironomus inpa sp. n., larva. A: Antena. B: Mandíbula. C: Mento. D: Lábiohiporaringe. E: Labro.......................................................................................................................... 99
Anexo 1. A: Larva de Stenochironomus minador de tronco. B: Mina produzida por larva de
Stenochironomus logo abaixo da casa, com seta apontando a mina e a larva.................................. 124
xv
Anexo 2. A: Larva de Stenochironomus minador de folha em decomposição. B: Movimentação da
larva de Stenochironomus no interior da mina na folha decomposição, com a seta apontando a mina
e a larva............................................................................................................................................. 125
Anexo 3. A: Microscópio estereoscópio Leica com câmera fotográfica digital acoplada. B:
Microscópio ópitico Olympus DP72 com câmera fotográfica digital acoplada............................... 126
Anexo 4. Adulto de Stenochironomus reissi, onde o tórax, asas, pernas e tergitos abdominais não
possuem manchas escuras................................................................................................................. 127
Anexo 5. Adulto de Stenochironomus triannulatus. Circulo demonstrando as três áreas de
pigmentação do Fêmur da perna anterior.......................................................................................... 128
xvi
Nota taxonômica
Os nomes das novas espécies de Stenochironomus Kieffer, 1919 adotados nesta dissertação são
provisórios e não se adéquam aos critérios de publicação estabelecidos pelo Código Internacional de
Nomenclatura Zoológica (ICZN, 1999: Artigos 8, 9, 10). Portanto, estes nomes não são válidos e não
devem ser citados em hipótese alguma.
1
1. INTRODUÇÃO
1.1 Caracterização e histórico taxonômico
Os Chironomidae pertencem à ordem Diptera, subordem Nematocera e junto
com as famílias Ceratopogonidae, Simuliidae e Thaumaleidae formam a superfamília
Chironomoidea (Saether 2000). São comumente conhecidos como mosquitos não
picadores quando adultos e vermes vermelhos quando larvas (Epler 2001). Apresentam
na fase adulta, o hábito postural de manter as pernas anteriores estendidas para frente do
corpo. O nome provém do grego Chir(o) que traduz a idéia de “mão” (Trivinho-Strixino
e Strixino 1999).
Segundo Ferrington (2008), os Chironomidae são divididos em 11 subfamílias:
Orthocladiinae Edward, 1929; Tanypodinae Thienemann e Zavrel, 1916; Chironominae
Maquart, 1838; Podonominae Thienemann, 1937; Diamesinae Kieffer, 1923;
Telmatogetoninae Brundin, 1966; Aphroteniinae Brundin, 1966; Chilenomyinae
Brundin, 1983; Buchonomyiinae Brundin, 1978; Prodiamesinae Saether, 1976 e
Usambaromyiinae Andersen e Saether, 1994 (Andersen e Saether 1994; Spies e Reiss
1996). Destas subfamílias, dez foram registradas na região Neotropical, à exceção de
Usambaromyiinae, que é endêmica do continente africano (Andersen e Saether 1994).
A família possui representantes em todas as regiões zoogeográficas, incluindo a
Antártica (Oliver 1971; Ashe et al. 1987; Saether 2000) e a região Ártica (Oliver 1971;
Pinder 1983; Cranston 1995). No Brasil, já foram registradas as subfamílias:
Chironominae, Tanypodinae e Orthocladiinae, com ampla distribuição nos ecossistemas
aquáticos continentais (Armitage et al. 1995), Podonominae que ocorre em altitudes
elevadas (Roque e Trivinho-Strixino 2004) e Telmatogetoninae presente na região
litorânea (Oliveira 1998). O registro fóssil mais antigo data de 185 milhões de anos no
Jurrásico inferior (Grimaldi e Engel 2005; Ansorge 1999).
O número total de gêneros e espécies de Chironomidae descritas está em
constante atualização. Após levantamento mundial, Ashe et al. (1987) reconheceram
355 gêneros válidos, Sæther et al. (2000) estimaram 440 gêneros válidos, Thompson
(2008) registrou a ocorrência de 490 gêneros e 6.857 espécies e Brown (2009) estimou
que o número de espécies possa ter atingido cerca de 7.000. A estimativa do número de
morfoespécies no mundo estaria entorno de 8.000 a 20.000 (Coffman e Ferrington
2
1996). No catálogo de Chironomidae para a região Neotropical, Spies e Reiss (1996)
listaram 155 gêneros, em 710 espécies, sendo que 172 espécies distribuídas em 35
gêneros pertencem à fauna brasileira.
Os estudos sobre essa família no Brasil estão concentrados na região Sudeste
(Oliveira et al. 1995; Roque e Strixino 2004; Serpa-Filho 2005; Sanseverino e Fittkau
2006; Mendes, 2008; Silva e Fonseca-Gessner 2009; Neubern 2011). Em outras regiões,
a maioria dos trabalhos utiliza apenas as larvas que são identificadas apenas em nível de
gênero ou mesmo família refletindo a dificuldade para identificar esse grupo em um
menor nível taxonômico como em espécie. Parte da problemática deve-se a dificuldades
de identificação e ausência de manuais regionais sobre a família (Roque 2005), tendo
apenas um guia regional de identificação de larvas para o estado de São Paulo
(Trivinho-Strixino 2011).
Apesar da esperada riqueza de espécies de Chironomidae no país, o número de
espécies conhecidas ainda é pequeno (Sanseverino e Nessimian 2007). No Brasil
estima-se que 95% das espécies ainda não foram descritas, este número retrata a falta de
especialistas deste grupo, o que limita a correta identificação taxonômica em nível de
espécie (Reiss 1981; Nolte 1989; Callisto et al. 2002). Como exemplo do pouco
conhecimento que temos sobre a fauna de Chironomidae brasileira, podemos citar
Fittkau (1971) que estudando um material proveniente da região amazônica, listou 58
gêneros de Chirononmidae e 437 espécies novas, cuja maioria, até hoje não foi estudada
e descrita.
A maioria das descrições de espécies de Chironomidae foi realizada com base
apenas na fase adulta (Pinder 1983), principalmente na região Neotropical, há poucas
espécies com os estágios imaturos e a fêmea conhecidos (Spies e Reiss 1996). Por este
motivo, torna-se importante, estudos com trabalhos de criação dos exemplares, para que
se possam associar os estágios imaturos com os adultos conhecidos (Pinder 1983).
Nos últimos anos, diversas publicações aumentaram o registro de espécies e
gêneros para o Brasil (Pinho et al. 2005; Trivinho-Strixino e Strixino 2005; Serpa-Filho
2005; Sanseverino e Fittkau 2006; Mendes 2007; Andersen et al. 2008; Fusari et al.
2008; 2009; Dantas et al. 2010; Pinho 2010; Silva e Fonseca-Gessner 2009; Fusari et al.
2012). Mendes e Pinho (2011) elevando o número de espécies e gêneros registrados
para o Brasil para 141 gêneros e 392 espécies.
Na região amazônica, Goeldi (1905) iniciou os trabalhos sobre Chironomidae
com a descrição de todas as fases do desenvolvimento de Chironomus calligraphus
3
Goeldi, 1905. Entre as décadas de 1960 e 1970, houve aumento significativo no número
de trabalhos com este grupo nessa região, com diversas coletas feitas por pesquisadores
de diversas instituições, com destaque para o Dr. Ernest Josef Fittkau do Instituto Max –
Planck de Limnologia de Plön (Alemanha), que realizou uma série de pesquisas
avaliando a composição, distribuição e ecologia dos Chironomidae da região
Amazônica (Fittkau 1971; 2001). A partir da década de 90, o número de trabalhos
taxonômicos e ecológicos sobre Chironomidae realizados nesta região foram
impulsionados por: Ospina-Torres (1992); Bidawid e Fittkau (1995); Bidawid-Kafka
(1996); Callisto et al. (1998); Walker (1998); Fonseca e Esteves (1999); Messias
(2000); Serpa-Filho (2004); Couceiro et al. (2007); Reis (2007); Serpa-Filho et al.
(2007); Dantas (2010); Fusari (2010); Fusari et al. (2012).
1.2 Biologia e ecologia de Chironomidae
Os Chironomidae são considerados um dos mais importantes grupos de insetos
aquáticos. Suas larvas são encontradas em diversos ambientes e apresentam variadas
relações ecológicas, podendo estar associados a esponjas de água doce, realizar foresia
em outros insetos aquáticos, comensalismo e ser de vida livre (De la Rosa 1992;
Tokeshi 1993; Ricciard 1994; Pinder 1995 Fusari 2010). Frequentemente se configuram
como o grupo mais abundante entre os invertebrados bentônicos tanto quantitativamente
quanto qualitativamente na maioria dos ecossistemas dulcícolas (Pinder 1983; Coffman
e Ferrington 1996; Epler 2001). Muitas vezes podem atingir densidades populacionais
de milhares de indivíduos por metro quadrado (Pinder 1983).
São insetos holometábolos, apresentando quatro estágios distintos em seu ciclo
de vida: ovo, larva (com geralmente quatro estádios), pupa e adulto (Oliver 1971;
Coffman e Ferrington 1996), sendo que quase todo seu ciclo de vida transcorre no
ambiente aquático (Trivinho-Strixino e Strixino 1989), com excessão de alguns gêneros
terrestres.
Os ovos são envolvidos por uma matriz gelatinosa e são depositados diretamente
na água, sobre um substrato (Oliver 1971; Trivinho-Strixino e Strixino 1989; Nolte
1989). A duração do estágio larval pode variar de duas semanas a até alguns anos,
dependendo da espécie e das condições do ambiente como temperatura, disponibilidade
de alimento, níveis de pH e até ciclo lunar (Armitage et al. 1995; Coffman e Ferrington
1996; Oliveira 1998). O estágio de pupa ocorre em um curto período, que termina com a
4
emergência da imago (Oliver 1971). O adulto é alado e terrestre, vivendo poucos dias
e/ou algumas semanas, desempenhando funções exclusivamente reprodutivas e de
dispersão. Em sua maioria, os adultos apresentam o aparelho bucal atrofiado e não se
alimentam. Contudo, algumas espécies conseguem sua fonte de carboidrato, sugando
seiva e néctar de flores (Armitage 1995; Azar e Nel 2012). O consumo desta rica
substância energética, presumivelmente maximiza o potencial para a conclusão
adicional do ciclo ovariano (Coffman e Ferrington 1996). A duração do ciclo de vida
varia de espécie para espécie e é influenciada pela temperatura e disponibilidade de
alimento (Strixino e Trivinho-Strixino 1985).
Os estágios imaturos de Chironomidae podem ser encontrados em diversos
ambientes aquáticos tais como reservatórios, rios, igarapés, lagos de várzea, lagoas,
igapós, micro-habitats que acumulam água de chuvas, tais como fitotelmatas,
micotelmatas, substratos submersos como troncos, folhas, frutos caídos em leitos de
corpos d’água e até em estações de tratamento de esgoto (Reiss 1981; Borkent 1984;
Cranston 1995; Roque et al. 2005; Serpa-Filho et al. 2007; Sodré et al. 2010).
Colonizam ambientes de água doce, porém algumas espécies pertencentes à subfamília
Orthocladiinae possuem larvas e pupas semi-terrestres e terrestres, que habitam musgos
e liquens no solo (Oliver 1971) e representantes da subfamília Telmatogetoninae
colonizam o ambiente marinho (Cranston 1989; Armitage et al. 1995; Oliveira 1998).
Algumas larvas de Chironomidae constroem tubos em formato de casulos no
qual vivem durante o estágio larval. Para isso, utilizam secreções das glândulas salivares
para cimentar partículas de vários tipos e tamanhos (Berg 1995). A construção de
casulos é considerada uma forma de adaptação anti-predação, que, em alguns grupos de
Chironomidae, foi modificada para facilitar a alimentação e a respiração (Hershey
1987).
Muitas espécies demonstram fortes preferências por determinados tipos de
habitat e apresentam uma alta capacidade adaptativa, podendo tolerar condições
extremas de temperatura, pH, salinidade, profundidade, correnteza, altitude e níveis de
oxigênio (Trivinho-Strixino e Strixino 1995; Thorne e Williams 1997). Suas larvas têm
sido utilizadas como bioindicadoras para a qualidade da água ou ainda servindo para o
monitoramento de poluição de ambientes aquáticos por liberação de dejetos industriais,
químicos ou domésticos (Reiss 1981; Armitage et al. 1995; Callisto e Esteves 1996,
Couceiro 2007). Possuem grande potencial para este fim, uma vez que a diversidade de
espécies oferecem um largo espectro de respostas para o estresse ambiental (Rosenberg
5
1993). A larvas da subfamília Tanypodinae possuem comportamento predatório sendo
utilizadas em programas de controle biológico de artrópodes vetores como Culicidae,
Simuliidae e Ceratopogonidae (Armitage et al. 1995; Oliver 1971).
Nas últimas décadas, têm crescido em vários países, estudos sobre a
importância de Chironomidae como causadores de vários tipos de alergias por contato,
quando os enxames de adultos ou a manipulação de larvas, tocam algumas regiões do
corpo de pessoas suscetíveis ao desenvolvimento de reações alérgicas (Armitage et
al.1995; Ballesteros et al. 2006). Outro aspecto interessante refere-se à possibilidade de
algumas espécies de Chironomidae se apresentarem como possíveis carreadores de
coliformes podendo ser responsáveis indiretas de manifestações patológicas. (Petterson
et al. 1968).
1.3 Insetos Minadores
A utilização de troncos e folhas como substrato para fixação, oviposição ou
alimento por insetos aquáticos foi registrada em diversas ordens, como Coleoptera,
Diptera, Trichoptera e Plecoptera, Lepidoptera, e Hymenoptera (Cranston e McKie
2006; Elb et al. 2010). Algumas publicações recentes registraram cerca de 10.000
espécies de insetos (terrestres e aquáticos) minadores de folhas (Elb et al. 2010). A
relação das plantas com as minas produzidas pelos insetos possuem pelo menos 275
milhões de anos, sendo provável que a mina proporcione abrigo e alimentação durante o
período larval e pupal (Labandeira 1998).
Dentro
da
família
Chironomidae,
três
subfamílias,
Orthocladiinae,
Chironominae e Diamesinae possuem larvas com características minadoras (Borkent
1984; Cranston e Hardwick 1996; Cranston 2006). As larvas de Tanypodinae podem ser
encontradas na superfície dos troncos e folhas submersas em busca de presas, porém
nunca foram encontradas dentro de minas (Cranston e Hardwick 1996). Cranston (2003)
descreveu os estágios imaturos do gênero oriental Shangomyia Saether e Wang, 1993 e
discutiu a evolução do hábito minador na família Chironomidae. Recentemente foi
descrito um novo gênero com larva minadora Xylochironomus Cranston, 2006 na
Austrália (Cranston 2006).
No Brasil o conhecimento sobre a taxonomia e ecologia dos Chironomidae
minadores é incipente, existindo poucos trabalhos relacionados aos aspectos ecológicos
(colonização, duração do ciclo de vida e processos fisiológicos) e taxonômicos
6
(associação e descrição de espécies novas) (Borkent 1984; Pinho et al. 2005; Andersen
et al. 2008; Koroiva et al. 2009; Dantas et al. 2010; Koroiva 2011).
1.4 O gênero Stenochironomus Kieffer, 1919
O gênero Stenochironomus foi estabelecido por Kieffer (1919) sem designação de
“espécie-tipo”. Posteriormente, Townes (1945) ao estudar as espécies Neárticas da tribo
Tendipedini indicou Chironomus pulchripennis, Coquillett 1902 como “espécie-tipo”
do gênero por designação subsequente (Spies e Saether 2004). Desde então, estudos
sobre esse gênero vêm sendo realizados e novas espécies descritas (Lehmann 1981;
Yamamoto 1981; Rossaro 1982; Borkent 1984; Sasa e Suzuki 1999; 2000a; 2000b;
Zorina 2001; Pinho et al. 2005; Andersen et al., 2008; Qi et al. 2008; Dantas et al.
2010). Atualmente existem 95 espécies descritas de Stenochironomus distribuídas em
todas as regiões zoogeográficas com exceção da Antártica (Borkent 1984; Qi et al.
2008; Andresen et al. 2008; Danrtas et al. 2010; Makarchenko et al. 2011).
Para a região Neotropical apenas 24 espécies haviam sido descritas até a
publicação do catálogo de Chironomidae Neotropical (Spies e Reiss 1996). Novos
trabalhos taxonômicos foram publicados recentemente no Brasil elevando o número de
espécies conhecidas para 28 na região Neotropical (Pinho et al. 2005, Andersen et al.
2008; Dantas et al. 2010), tendo mais seis morfoespécies descritas, porém ainda não
publicadas para a região amazônica (Dantas 2010). No Brasil são conhecidas 18
espécies de Stenochironomus, três para a região sul e 15 para região Amazônica
(Borkent 1984; Pinho et al. 2005; Andersen et al. 2008; Dantas et al. 2010) (Tabela 1).
Borkent (1984) realizou uma revisão mundial do gênero Stenochironomus
descrevendo 32 novas espécies, das quais, 14 para a região Amazônica. Nesta revisão,
também foram apresentadas chaves para identificação de adultos, pupas e larvas das
regiões Paleártica, Neártica e Neotropical. No mesmo trabalho, Borkent (1984) propõe a
divisão de Stenochironomus em dois subgêneros, baseado no hábito minador de folhas e
troncos e na região onde se origina a linha dorsolateral na cápsula cefálica.
Os dois subgêneros são: Stenochironomus (Petalopholeus) sendo composto por
espécies com larvas exclusivamente minadoras de folhas, apresentando a linha
dorsolateral se originando na base da linha dorsomediana (Fig. 1 D) e Stenochironomus
7
(Stenochironomus), sendo composto por espécies exclusivamente minadoras de troncos,
apresentando a linha dorsolateral se originando a cerca de 2/3 de distância
do ápice da linha dorsomediana (Fig. 1 E). Segundo Borkent (1984), as espécies de
Stenochironomus possuem características que sugerem fortemente que o grupo é
monofilético, tais como a morfologia diferenciada da cápsula cefálica de suas larvas e
algumas características da genitália dos adultos, que foram interpretados por ele como
sinapomorfias.
As larvas de Stenochironomus apresentam algumas características que lhes
permitem minar troncos e folhas submersas em avançado grau de decomposição nos
ambientes aquáticos tanto lênticos como lóticos. São maiores, quando comparadas com
outros gêneros medindo até 18 mm de comprimento, possuem a cápsula cefálica
dorsoventralmente achatada, segmentos torácicos bem intumescidos quando atinge o
último estádio, o que proporciona uma base de apoio para perfuração do substrato e
mento em forma de arado (Fig. 1) (Wiederholm 1989; Cranston e Mckie 2006).
Estas larvas apresentam uma coloração vermelho sangue (Figs. 2 A- B) devido à
presença de hemoglobina, característica que possibilita à penetração e sobrevivência das
larvas em áreas mais profundas dos substratos (troncos e folhas) (Anexos 1; 2), onde a
concentração de oxigênio pode ser baixa ou escassa (Anderson et al. 1984; Borkent
1984; Berg 1995). Apenas uma espécie, Stenochironomus nelumbus Tokunaga, 1935
foi registrada minando tecido vivo de folhas flutuantes da flor-de-Lotus (Nelumbo
lucífera Gaertn) na Índia (Mathew e Habeeburrahman 2008).
8
Figura 1. A: Larva de Stenochironomus em vista lateral, destacando-se o formato achatado da cápsula
cefálica e a largura dos segmentos torácicos. B: Larva em vista dorsal. C: Aparelho bucal em vista
ventral. D: Cápsula cefálica de larva minadora de folha submersa. E: Cápsula cefálica de larva minadora
de tronco submerso. Setas mostrando o local de origem da linha dorsolateral. (Foto E: modificada de
Dantas 2010)
9
Figura 2. A: Larva minadora de troncos submersos em igarapé de São Gabriel da Cachoeira- Amazonas.
B: Larvas minadoras de troncos com as minas visíveis em igarapés de Presidente Figueiredo- Amazonas.
Círculos destacando as minas e larvas de Stenochironomus (Foto A: André Fernandes)
10
Tabela 1. Espécies de Stenochironomus registradas no Brasil, localidades de ocorrência, estágios
descritos e instituições depositárias dos holótipos.
Espécie
Estágio descrito
S. aculeatus Borkent, 1984
A♂
S. albidorsalis Borkent, 1984
Holótipo
Localidade
INPA
BR (RR)
A♂P
INPA
BR (AM)
S. atlanticus Pinho, Mendes et Marcondes, 2005
A ♂♀ P L
MZUSP
BR (SP, SC)
S. bacrionis Borkent, 1984
A♂PL
ZSTM
BR (AM, PA), EQ
S. fittkaui Borkent, 1984
A♂
INPA
BR (PA), PAN
S. gladiuis Borkent, 1984
A ♂♀ P L
CNC
BR (AM), CR
S. impendens Borkent, 1984
A ♂ (♀ P L*)
INPA
BR (PA, AM)
S. jubatus Borkent, 1984
A ♂(P L*)
INPA
BR (AM, RR)
S. licinus Borkent, 1984
A♂
INPA
BR (PA)
S. maikeae Andersen, Mendes et Pinho, 2008
A♂
MZUSP
BR (SC)
S. nudipupa Borkent, 1984
A ♂♀ P L
CNC
BR (AM, RR), CR, EQ, VE
S. palliaculeatus Borkent, 1984
A ♂(♀*)
INPA
BR (AM, PA), COL
S. pectinatus Borkent, 1984
A ♂♀
INPA
BR (AM, PA)
S. prolatus Borkent, 1984
A♂
INPA
BR (AM)
1
S. reissi Borkent, 1984
A ♂ (P L* )
INPA
BR (AM, PA)
S. roquei Dantas, Mendes et Hamada, 2010
A ♂♀ P L
INPA
BR (AM)
S. sebastiao Andersen, Mendes et Pinho, 2008
A♂
MZUSP
BR (SC)
INPA
BR (AM, PA)
1
S. triannulatus Borkent, 1984
A ♂♀ (P L* )
S. vatius Borkent, 1984
A♂P
INPA
BR (AM)
S. zonarius Borkent, 1984
A ♂(♀ P*)
INPA
BR (AM, PA)
S. manauara*
A♂P
INPA
BR (AM)
S. liviae*
A♂P
INPA
BR (AM)
S.suzanae*
A♂
INPA
BR (AM)
S.figueirenses*
A♂P
INPA
BR (AM)
S bare*
A♂PL
INPA
BR (AM)
A ♂♀ P L
INPA
BR (AM)
A ♂♀ P
INPA
BR (AM, RR)
A♂PL
INPA
BR (AM)
A♂♀PL
INPA
BR (AM, RR)
A♂♀PL
INPA
BR (AM)
A♂PL
INPA
BR (AM)
S.amazonicus*
S. oliveirai*
1
S. hamadae*
1
S. inpa*1
1
S. testiculatus*
S. messias*
1
CNC= Canadian National Collection (Canadá); INPA= Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia;
MZUSP= Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo; ZSTM= Zoologische Staatssammlung
(Alemanha). Adulto= ♂= Macho; ♀= Fêmea; P= pupa; L= larva. BR= Brasil; EQ= Equador; COL=
Colômbia; CR= Costa Rica; PAN= Panamá; VE= Venezuela. AM= Amazonas; PA= Pará; RR=
Roraima; SC= Santa Catarina; SP= São Paulo. * Espécies e estágios ainda não publicados da
dissertação de Dantas, 2010; *1 Espécies e estágios ainda não publicados da dissertação de De Angelis
Reis, 2012.
11
2. OBJETIVO
2.1 Objetivo Geral
Incrementar o conhecimento taxonômico do gênero Stenochironomus na
Amazônia Central e Setentrional e Roraima (Brasil).
2.2 Objetivos Específicos

Inventariar e registrar espécies de Stenochironomus para os estados do
Amazonas e Roraima;

Descrever possíveis espécies novas para a ciência associando estágios
imaturos com os adultos;

Descrever estágios imaturos desconhecidos de espécies de Stenochironomus
já descritas.

Elaborar chave de identificação para os adultos da Região Neotropical.
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Área de estudo
A área de estudo abrange dois estados da Região Norte do Brasil: Amazonas e
Roraima. As coletas foram realizadas em 38 corpos d’água (Tabela 2), localizados nos
municípios de Presidente Figueiredo, Manaus, São Gabriel da Cachoeira/ AM, Boa
Vista e Amajarí/ RR (Fig. 3).
Em cada município foram amostrados igarapés e rios que apresentassem
condições para a colonização das larvas de Stenochironomus, como presença de
vegetação ripária, responsável por fornecer aporte contínuo de material alóctone
(troncos e folhas) no leito- fator essencial para larvas que possuem o hábito minador
(Fig. 4).
12
Tabela 2. Lista dos corpos d’água amostrados em diferentes municípios dos Estados do Amazonas e
Roraima, Brasil, com as respectivas coordenadas geográficas. AM= Amazonas; RR= Roraima.
Igarapé
Ponto
Estado
Coordenada geográfica
São Gabriel da Cachoeira #2
AM
00° 06'14,2"S/ 66° 52'31,3"W
São Gabriel da Cachoeira #3
AM
00° 10'28,2"S/ 66° 55'43,9"W
3
São Gabriel da Cachoeira #5
AM
00° 08'33,6"S/ 66° 55'43,9"W
4
São Gabriel da Cachoeira #7
AM
00° 09'15,7"S/ 66° 53'19,2"W
5
São Gabriel da Cachoeira #8
AM
00° 10'31,3"S/ 66° 53'00,5"W
São Gabriel da Cachoeira #9
AM
00° 06'36,8"S/ 67° 01'37,7"W
São Gabriel da Cachoeira #10
AM
00° 04'44,6"S/ 67° 00'15,9"W
São Gabriel da Cachoeira #11
AM
00° 02'58,4"S/ 66° 57'47,1"W
São Gabriel da Cachoeira #12
AM
00° 01'45,3"S/ 66° 56'06,1"W
São Gabriel da Cachoeira #14
AM
00° 06'59,6"S/ 67° 03'49,8"W
11
Presidente Figueiredo (Balneário Sossego da pantera)
AM
02° 00'52"S/ 60° 01'43"W
12
Presidente Figueiredo (Corredeira Santo Amaro)
AM
02° 02'21,4"S/ 59° 50'43,9"W
13
Presidente Figueiredo (Pousada Rio Belo)
AM
02° 03'13"S/ 59° 55'25.8"W
Presidente Figueiredo (Igarapé do Seu José)
AM
02° 01'13,2"S/ 59° 49'29,1"W
Presidente Figueiredo (Igarapé do Chico)
AM
02° 04'30.1"S/ 59° 51"20,6"W
16
Presidente Figueiredo (Residencial Bosque das águas)
AM
02° 02'42,8"S/ 60° 01'20.3"W
17
Presidente Figueiredo (Reserva Ecológica Cachoeira
Santuário)
AM
18
Presidente Figueiredo (Sítio Marupiara)
AM
02º 03`38,6’’S/ 60º 06’60’’W
19
Reserva Florestal Ducke (Igarapé Acará)
AM
02º 58`07’’S/ 60º 00’20,0’’W
20
Reserva Florestal Ducke (Igarapé Barro Branco)
AM
02º 55`18,0``S/ 59º 58`42,6’’W
UFAM/ Bairro Armando Mendes
AM
03º 03`38,5’’S/ 59º 57’11,6’’W
Reserva Florestal Ducke (Igarapé Bolívia #1)
AM
02° 59'52,8"S/ 59° 56'47,9"W
Reserva Florestal Ducke (Igarapé Bolívia #2)
AM
02° 59'53,5"S/ 59° 56'49,5"W
Sítio Três Irmãos
AM
03° 00'20,5"S/ 59° 54'57,0"W
Sítio do Raul
AM
03° 01'22,0"S/ 60° 04'47,0"W
26
Boa Vista (Igarapé Sedimento 1)
RR
02° 06'27"N/ 60° 52'28"W
27
Boa Vista (Igarapé Floresta1)
RR
02° 05'50"N/ 60° 54'58"W
28
Boa Vista (Igarapé Floresta 2)
RR
02° 05'42"N/ 60° 56'29"W
Boa Vista (Igarapé Floresta 5)
RR
02° 31'08"N/ 60° 46'06"W
Boa Vista (Ponto #1)
RR
02° 32'08,5"N/ 60° 47'53,2"W
Boa Vista (Ponto #2)
RR
02° 32'20,3"N/ 60° 47'51,9"W
Boa Vista (Ponto #3)
RR
02° 40'38,1"N/ 60° 41'57,7"W
Estação ecológica de Maracá (Ponto #1)
RR
03° 22'11,6"N/ 61° 26'30,1"W
34
Estação ecológica de Maracá (Ponto #2)
RR
03° 22'33,3"N/ 61° 27'00,1"W
35
Estação ecológica de Maracá (Ponto #3)
RR
03° 21'51,3"N/ 61° 26'30,7"W
Estrada de acesso da Estação ecológica de Maracá
(Ponto #1)
Estrada de acesso da Estação ecológica de Maracá
(Ponto #2)
RR
Cachoeira do Bem-querer
RR
1
2
6
7
8
9
10
14
15
21
22
23
24
25
29
30
31
32
33
36
37
38
RR
02° 04'05,0"S/ 59° 54'28,8"W
03° 14'33,2"N/ 61° 15'18,3"W
03° 10'24,2"N/ 61° 10'29,7"W
01° 55'45,8"N/ 61° 00'08,0"W
13
Figura 3. Mapa mostrando os corpos d’água onde foram coletados os imaturos de Stenochironomus nos
estados do Amazonas (A, B, C) e Roraima (D).
14
3.2 Coleta e manutenção em laboratório
3.2.1 Coleta
Em cada local amostrado, foi realizada uma busca ativa com coleta manual de
troncos e folhas submersas e minadas por larvas e pupas de Stenochironomus. Com o
auxílio de pinças e faca, foi realizada a fragmentação dos troncos coletados em busca de
larvas de Stenochironomus (Figs. 4 D, E). Após a confirmação da presença de larvas,
alguns exemplares foram colocados em microtúbulos e fixados em álcool 80%. O
restante do material coletado (folhas e troncos) foi acondicionados em sacos plásticos
devidamente rotulados com água do próprio igarapé, posteriormente transferidos ao
laboratório de “Insetos aquáticos e Citotaxonomia” da Coorodenação de Biodiversidade
do INPA
3.2.2 Manutenção
Para a realização da associação entre estágios imaturos (minadores de troncos e
folhas), com os adultos, o material coletado foi criado em laboratório separadamente.
3.2.2.1 Troncos
No laboratório os troncos foram transferidos para aquários contendo água com a
oxigenação mantida por aeradores e superfície coberta com tela de filó lacrada com fita
adesiva (Fig. 5 A). Os troncos foram mantidos em aquários e monitorados diariamente,
até a emergência dos adultos, que foram fixados em álcool 80%. As exúvias da pupa e
da larva foram fixadas e acondicionadas junto aos respectivos adultos.
3.2.2.2 Folhas
Cada folha minada foi acondicionada em um frasco plástico contendo o
mínimo de água necessário (10- 15ml) possibilitando as trocas gasosas larvas e pupas esta água era reposta sempre que seu volume diminuia. Os frascos foram tampados com
filó e fixados com um elástico (Fig. 5 B) e observados diariamente até a emergência dos
adultos, que foram fixados em álcool 80%, juntamente com as exúvias da pupa e larva.
15
Figura 4. Igarapés coletados nos estados do Amazonas e Roraima. A: Ig. Acará. B: Ig. São Gabriel da
Cachoeira ponto #3. C: Ig. Sítio Marupiara. D: Coleta de Tronco minado no Ig. Reserva Ecológica
Cachoeira Santuário. E: Ig. Residencial Bosque das águas. F: Coleta de tronco no Ig. Floresta 5. G: Ig.
Pousada Rio Belo. H: Ig Reserva Ecológica Cachoeira Santuário. (Foto A; C Fernando Costa)
16
`
Figura 5. Manutenção de larvas minadoras de troncos e folhas. A: Manutenção de troncos minados. B:
Manutenção de folhas minadas (Fonte: Ulisses Neiss).
17
3.3 Estudo Taxonômico
3.3.1 Confecção de lâminas
O material fixado em álcool 80 % (larvas, pupas e adultos) foi montado entre
lâmina e lamínula permanentes (Fig. 6) utilizando Euparal® como meio de imersão
baseado no protocolo de Schlee (1966), para larvas, pupas e adultos.
A exúvia larval foi colocada por 30 minutos no álcool absoluto (100%). Após
este período, a cápsula cefálica foi separada do restante de seu corpo, desmembrando-se
as antenas, mandíbulas e o labro. Posteriormente estas estruturas foram posicionadas em
decúbito dorsal na lâmina.
A exúvia pupal foi colocada por 30 minutos no álcool absoluto (100%). Após
este período, o cefalotórax e o abdome foram separados. O cefalotórax foi posicionado
em decúbito dorsal e o abdôme em decúbito ventral na lâmina.
Os adultos foram colocados em álcool absoluto e dissecados desmembrando
cabeça, as antenas, tórax, as pernas e as asas, que foram montados separadamente na
mesma lâmina. A cabeça, tórax e abdome foram clarificados em solução de KOH a 10%
para a retirada de massa corporal, possibilitando a visualização das estruturas ao
microscópio óptico. Após a clarificação, essas estruturas passaram por banho rápido
(cerca de 1 minuto) em ácido acético a 15 % para neutralizar a ação do KOH a 10%.
Adultos, exúvias de larva e pupa da mesma espécie foram montadas na mesma lâmina.
Na montagem do tórax, abdome e genitália, utilizamos pequenos fragmentos de
lamínula nas laterais como calços entre a lâmina e a lamínula para não deformar estas
estruturas.
As lâminas foram analisadas em microscópio óptico e a identificação foi feita
utilizando os trabalhos de Borkent (1984), Pinho et al. (2005), Andersen et al. (2008),
Dantas et al. (2010) e Dantas (2010).
18
Figura 6. Modelo de lâmina definitiva de um adulto macho de Stenochironomus. 1: Asas; 2. Antenas e
pernas. 3: Cabeça. 4: Abdome com o hipopígio. 5: Tórax com três pernas. (Modificado de Wiederholm,
1989).
3.3.2 Descrições
Para o estudo e descrições das espécies novas foi utilizada a terminologia
proposta por Sæther (1980) e o sistema de medidas morfológicas de Epler (1988) (Tab.
3) feitas no software Cell D, com o auxílio do microscópio óptico Olympus e câmera
fotográfica digital acoplada (Olympus DP72) (Fig. A, em Anexo 2). Para a descrição de
pupas, foi utilizada a terminologia de Langton (1991; 1994; 1995). As mensurações são
apresentadas em valores mínimos e máximos em micrômetros, com exceção das
medidas de estruturas maiores (comprimento total de larvas, pupas, adultos e asas) que
são citados em milímetros. O número de espécimes medidos é apresentado entre
parênteses, as medidas mínimas e máximas são dadas, seguidas pela média, no caso de
quatro ou mais espécimes medidos.
Para auxiliar na elaboração das pranchas de identificação foram confeccionadas
fotografias de larvas, pupas e adultos, com o auxílio de câmeras fotográficas digitais
acopladas ao microscópio estereoscópico Leica M165 e ao microscópio óptico Olympus
DP72 (Figs. A- B, em Anexo 2). Através das fotografias, os padrões de coloração do
tórax, abdome, pernas, asas, hipopígio e genitália em vista dorsal e lateral foram
registrados.
As ilustrações compreendem desenhos e fotografias coloridas editadas e traçadas
nos programas Adobe Photoshop CS3® e Adobe Illustrator CS3®. Os desenhos do
hipopígio (macho) e genitália (fêmea) dos adultos foram feitos confeccionados a lápis
em microscópio óptico com auxílio de câmara clara, redesenhados com caneta nanquim
e editadas no Adobe Photoshop CS3®. As pupas e larvas foram ilustradas com desenhos
confeccionados no Adobe Illustrator CS3®, com exceção de algumas estruturas que
foram fotografadas em algumas espécies.
19
O material examinado será depositado na Coleção de Invertebrados do Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia- INPA, Amazonas, Brasil. Desta coleção, foi
possível analisar oito holótipos (S. fittkaui; S. impendens; S. palliaculeatus; S.
pectinatus; S. reissi; S. roquei; S. triannulatus; S. vatius) das 15 espécies de
Stenochironomus descritas para a Região Norte que não estavam disponíveis.
Neste trabalho não utilizamos a subdivisão do gênero Stenochironomus proposta
por Borkent (1984), por conta das poucas espécies Neotropicais com os estágios
imaturos conhecidos, o que dificulta o posicionamento da maioria das espécies descritas
em um destes subgêneros.
3.3.2.1 Caracteres diagnósticos
Segue abaixo, o conjunto de caracteres utilizados na diagnose e elaboração da
chave de identificação de machos, no nível de espécie do gênero Stenochironomus para
a Região Neotropical. As siglas das proporções utilizadas nas descrições dos adultos
podem ser visualizadas na Tabela 3.
Larva: Comprimento total; comprimento da cápsula cefálica; posição onde se
origina a linha dorsolateral; posição das espículas da lamela labral; comprimento e
formato das espículas do pente epifaringeo; comprimento da prémandíbula;
comprimento da mandíbula; largura e formato do mento; localização do microporo em
relação à Cerda submenti; formato do lábio-hipofaringe; forma dos túbulos anais;
número de filamentos do procerco; número de garras nos pseudópodes posteriores (Fig.
7).
Pupa: Comprimento total; coloração do cefalotórax e abdome; formato do
apótoma frontal (Fig. 8 A), formato e presença ou não de verrugas frontais (Fig. 8 A);
formato do corno toráxico; comprimento das cerdas precorneais; comprimento e
distâncias entre as cerdas dorsocentrais; presença ou ausência de grânulos na sutura
mediana (Fig. 8 C); presença ou ausência de pedes spurii B; padrão de chagrin e número
de cerdas nos tergitos abdominais; largura e formato da fileira de garras do tergito II;
formato e número de dentes do esporão do tergito VIII; comprimento e formato de ápice
20
do lobo anal, número de filamentos do “swim paddles”; comprimento do saco genital
(Figs. 8 B, D).
Adulto macho: Comprimento total; comprimento da asa; proporção
comprimento total/ comprimento da asa; proporção comprimento da asa/ comprimento
do prófemur; padrão de coloração do tórax, asas, pernas e tergitos abdominais.
Cabeça: AR: comprimento do 13º Flagelômero / 1º-12º flagelômeros; número
de cerdas temporais; número de cerdas do clípeo; comprimento e largura do tentório;
largura do “sieve pore”; largura do “posterior tentorial pit”; largura e comprimento dos
estipes; comprimento dos palpômeros (Fig. 9 A).
Tórax: Número de cerdas acrosticais, dorsocentrais, prealares, escutelares;
formato do escudo e grau de angulação em vista lateral. Comprimento total (Figs. 9 C;
10).
Pernas: Comprimento da escama da tíbia anterior; comprimento do esporão
da tíbia mediana e posterior; largura do ápice das tíbias anterior, mediana e posterior;
comprimento e proporções das pernas (Figs. 11 A- C); (Tabela 3).
Asa: VR: Comprimento da venação cubital (Cu) / comprimento da venação
media (M); número de cerdas no Brachiolum, R, R1, R4+5, RM, M e Squama (Fig. 12
A), (Tabela 3).
Hipopígio: Formato, comprimento da ponta anal; número de cerdas no tergito
IX; comprimento, formato e número de cerdas da volsela superior e inferior;
comprimento do esternapódema transverso e falapódema; formato do ápice caudal;
número de cerdas do esternito lateral; comprimento do gonocoxito e gonóstilo (Fig. 13);
HR e HV (Tab. 3).
Adulto fêmea: Padrão de coloração do tórax, asas, pernas e tergitos
abdominais (Fig. 12 B).
Genitália: Formato da placa pós-genital; número de cerdas no tergito IX;
comprimento do cerco, noto e coxoesternapodema; formato do duto da espermateca;
diâmetro e formato dos ovários; número de cerdas do gonocoxito.
21
Tabela 3. Lista de proporções usadas nas descrições dos adultos de Chironomidae.
Sigla
Medida
Descrição
AR
Razão Antenal
Comprimento do último flagelômero antenal dividido
pela soma do comprimento dosflagelômeros proximais.
BV
Beinverhältnisse
Soma do comprimento do fêmur (Fe), Tíbia (Ti) e basitarso
(ta1) dividido pela soma do comprimento dos demais
tarsômeros (ta2, ta3, ta4, ta5).
LR
Razão da Perna
Comprimento do basitarso (ta1) dividido pelo comprimento da
tíbia (Ti).
SV
BR
Schenkel- Schiene-
Soma do comprimento do fêmur (Fe) e tíbia (Ti) dividido pelo
Verhältnisse
comprimento do basitarso (ta1).
Bristle ratio
Proporção da cerda mais longa da perna dividida pela largura
do ta1 na região 1/3 distante do ápice.
Comprimento da asa dividido pelo comprimento do Prófemur.
WL/ Pfe
VR
Razão venação
Comprimento da Cubital (Cu) dividida pelo
comprimento da
(asa)
Média (M).
Comprimento total dividido pelo comprimento da asa.
TL/ WL
HR
Razão do Hipopígio
Comprimento do gonocoxito dividido pelo comprimento do
gonóstilo.
HV
Valor Hipopigial
Comprimento total dividido pelo comprimento do gonóstilo
multiplicado por 10.
22
Figura 7. Morfologia da larva de Stenochironomus. A: Cápsula Cefálica. B: Antena. C: Cápsula cefálica
com destaque para o mento e mandíbula. D: Labro com destaque para as cerdas do labro S1, S2, S3 e a
premandíbula.
23
Figura 8. Morfologia da pupa de Stenochironomus. A: Apótoma frontal. B: Tergitos dos segmentos
abdominais. C: Cefalotórax em vista lateral. D: Esporão anal. E: Anel basal do Corno torácico.
24
Figura 9. Morfologia do adulto de Stenochironomus. A: Cabeça. B: Abdome e hipopígio. C: Tórax em
vista dorsal.
25
Figura 10. Tórax do adulto de Stenochironomus em vista lateral.
Figura 11. Pernas do adulto de Stenochironomus. A: Anterior. B: Mediana. C: Posterior.
26
Figura 12. Morfologia do adulto de Stenochironomus. A: Asa. B: Genitália da fêmea.
27
Figura 13. Morfologia do hipopígio do macho adulto de Stenochironomus.
28
4. RESULTADOS
4.1 Stenochironomus Kieffer
Stenochironomus Kieffer 1919: 44. Edwards 1931: 313. Goetghebuer 1936: 459; 1937:
12. Townes 1945: 84; 1952: 63. Lenz 1957: 179. Freeman 1957: 409; 1961: 705.
Tokunaga 1964: 576. Yamamoto 1981: 41. Borkent 1984: 34. Spies e Reiss 1996: 73.
Spies e Sæther 2004: 66. Qi et al. 2008: 526. Pinho et al. 2005. Andersen et al. 2008.
Dantas et al. 2010.
Espécie-tipo
Chironomus pulchripennis Coquillett, 1902 por designação subsequente de Townes,
1945.
Caracteres diagnósticos. Macho com antepronoto reduzido; escudo projetado
anteriormente; esporão tibial fusionado; volsela inferior alongada com cerdas arranjadas
ao longo da margem dorsal. Fêmea com antepronoto reduzido; escudo projetado
anteriormente; esporão tibial fusionado. Pupa com órgão respiratório com muitas
ramificações e corno torácico não bifurcado; com ou sem espículas nos tergitos
abdominais VII e VIII, quando presente, esporão do segmento VIII, castanho claro. A
larva de quarto estágio é caracterizada por ter cápsula cefálica comprimida dorsoventralmente, antena com lâmina se estendendo até o ápice do 2º segmento, mento
côncavo com 10 – 12 dentes, placas ventromentais.
29
4.2 Diagnoses, novos registros e descrições de estágios imaturos de espécies de
Stenochironomus que ocorrem na Região Norte
4.2.1 Diagnose das espécies com ocorrência para Região Norte
Stenochironomus aculeatus Borkent, 1984
Stenochironomus aculeatus Borkent 1984: 129
Stenochironomus aculeatus Borkent; Spies e Reiss 1996: 73
Caracteres diagnósticos. Esta espécie se diferencia de todas as outras do gênero pelo
conjunto de caracteres: Macho: tórax com pigmentação na margem anterior da vitta
lateral, próximo a margem posterior da vitta medial e no posnoto; ponta anal delgada e
reta em vista dorsal.
Stenochironomus albidorsalis Borkent, 1984
Stenochironomus albidorsalis Borkent 1984: 112
Stenochironomus albidorsalis Borkent; Spies e Reiss 1996: 73
Caracteres diagnósticos. Esta espécie se diferencia de todas as outras do gênero pelo
conjunto de caracteres: Macho: perna mediana e posterior sem pigmentação; dorso da
ponta anal com expansão lateral em vista dorsal; volsela superior não se estende além
do gonocoxito. Pupa: apótoma frontal alongado; margem anterolateral de T VII sem
shagrin; esporão do segmento VIII com um dente alongado e 4 – 5 dentes menores.
30
Stenochironomus fittkaui Borkent, 1984
Stenochironomus fittkaui Borkent 1984: 109
Stenochironomus fittkaui Borkent; Spies e Reiss 1996: 73
Caracteres diagnósticos. Esta espécie se diferencia de todas as outras do gênero pelo
conjunto de caracteres: Macho: pigmentação escura no posnoto, base do fêmur mediano
e posterior, e na margem posterior de T II – IV; ponta anal com expansão lateral em
vista dorsal.
Stenochironomus licinus Borkent, 1984
Stenochironomus licinus Borkent 1984: 63
Stenochironomus licinus Borkent; Spies e Reiss 1996: 73
Caracteres diagnósticos. Esta espécie se diferencia de todas as outras do gênero pelo
conjunto de caracteres: Macho: ápice da ponta anal curvado para cima em vista lateral;
esternapódema tarnsverso bilobado; margem posterior de T I – IV com pigmentação
clara.
Stenochironomus pectinatus Borkent, 1984
Stenochironomus pectinatus Borkent 1984: 106
Stenochironomus pectinatus Borkent; Spies e Reiss 1996: 73
Caracteres diagnósticos. Esta espécie se diferencia de todas as outras do gênero pelo
conjunto de caracteres: Macho: tórax com pigmentação clara no preepisterno e no
posnoto; asa com pigmentação na região mediana; margem posterior de T I – IV com
pigmentação; ponta anal com expanção lateral em vista dorsal; volsela superior
estendedo-se além do ápice do gonocoxito, com diâmetro constante.
31
Stenochironomus prolatus Borkent, 1984
Stenochironomus prolatus Borkent 1984: 110
Stenochironomus prolatus Borkent; Spies e Reiss 1996: 73
Caracteres diagnósticos. Esta espécie se diferencia de todas as outras do gênero pelo
conjunto de caracteres: Macho: margem anterior do tórax marcadamente alongada;
grupo de cerdas dorsais do T IX em uma projeção alongada.
Stenochironomus vatius Borkent, 1984
Stenochironomus vatius Borkent 1984: 111
Stenochironomus vatius Borkent; Spies e Reiss 1996: 73
Caracteres diagnósticos. Esta espécie se diferencia de todas as outras do gênero pelo
conjunto de caracteres: Macho: ponta anal larga na base, com expansão lateral em vista
dorsal; gonostilo curvado medialmente; grupo de cerdas dorsais no T IX em uma área
palna. Pupa: apotóma frontal alongado; T VII com chagrin; pedes sepurri B em T II e
sem tubérculo na bainha da asa.
Stenochironomus impendens Borkent, 1984
Stenochironomus impendens Borkent 1984: 97
Stenochironomus impendens Borkent; Spies e Reiss 1996: 73
Stenochironomus impendens Borkent; Dantas 2010: 31*
*Descrição da fêmea, pupa e larva ainda não publicada da dissertação de Dantas 2010.
Caracteres diagnósticos. Esta espécie se diferencia de todas as outras do gênero pelo
conjunto de caracteres: Macho: Tórax com manchas circulares escuras; grupo dorsal de
32
cerdas no T IX com cerdas posteriores em um lobo projetado posteriormente. Pupa:
apótoma frontal não alongado, cefalotórax com um tubérculo localizado anteriormente à
Sc1, franja do lobo anal com cerca de 20 filamentos.
Stenochironomus palliaculeatus Borkent, 1984
Stenochironomus palliaculeatus Borkent 1984: 130
Stenochironomus palliaculeatus Borkent; Spies e Reiss, 1996: 73
Stenochironomus palliaculeatus Borkent; Dantas 2010: 37*
*Descrição da fêmea ainda não publicada da dissertação de Dantas 2010.
Caracteres diagnósticos. Esta espécie se diferencia de todas as outras do gênero pelo
conjunto de caracteres: Macho: Tórax sem pigmentação escura; ponta anal reta e
delgada.
Stenochironomus zonarius Borkent, 1984
Stenochironomus zonarius Borkent 1984: 126
Stenochironomus zonarius Borkent; Spies e Reiss 1996: 73
Stenochironomus zonarius Borkent; Dantas 2010: 41*
*Descrição da fêmea e pupa ainda não publicada da dissertação de Dantas 2010.
Caracteres diagnósticos. Esta espécie se diferencia de todas as outras do gênero pelo
conjunto de caracteres: Macho: Vitta lateral com uma marca anterior estendendo se
medialmente, formando uma linha transversa no escudo. Pupa: pedes spurii B presente
em T II; S II com 3 L cerdas e S III – IV com 4 L cerdas.
33
Stenochironomus roquei Dantas Mendes et Hamada, 2010
Stenochironomus roquei Dantas Mendes et Hamada 2010: 48
Caracteres diagnósticos. Esta espécie se diferencia de todas as outras do gênero pelo
conjunto de caracteres: Macho: região anterior da vitta lateral com macha marromescura que se estende lateralmente até a sutura parapsidal; AR maior que 2; décimo
terceiro flagelômero muito longo, maior que 1100 μm; volsela superior marcadamente
alongada; volsela inferior longa, com seis cerdas, sendo a apical robusta; ponta anal
levemente larga no ápice; gonóstilo longo e curvado. Pupa: presença de Pedes spurii B
no T II; apótoma frontal alongado; T II com ganchos menores próximos as
extremidades medianas da fileira; esporão do S VIII com 6 – 7 dentes marrons.
34
4.2.2 Novos registros
Stenochironomus bacrionis Borkent, 1984
Stenochironomus bacrionis Borkent 1984: 105
Stenochironomus bacrionis Borkent; Spies e Reiss 1996: 73
Material examinado. macho associado com a exúvia de pupa e larva, Brasil,
Amazonas, Presidente Figueiredo, Sítio Marupiara (02º 03’38,6”S/ 60º 06’60’’W,
19.x.2010, coleta manual em folha submersa, Floresta Amazônica, E.D.De-AngelisReis col., (INPA, lâmina em Euparal®); macho associado com a exúvia de pupa, Brasil,
Amazonas, Presidente Figueiredo, Igarapé do Seu José (02° 01'13,2"S/ 59° 49'29,1"W),
8.ix.2011, E.D.De Angelis Reis col.
Caracteres diagnósticos. Esta espécie se diferencia de todas as outras do gênero pelo
conjunto de caracteres: Macho: ponta anal com expansão lateral em vista dorsal, com
ápice bulboso. Pupa: apótoma frontal alongado; bainha da asa com tubérculo próximo a
base; dente lateral do esporão bem maior que os demais; “swim paddles” sem espículas.
Distribuição. Brasil, Amazonas (Presidente Figueiredo) e Pará; Equador.
Fêmea. Desconhecida.
Comentários
Os espécimes de S. bacrionis, foram obtidos de folhas minadas submersas em
pequenos igarapés com pouca correnteza, a obtenção dos adultos ocorreu após criação
em laboratório. A presença de tubérculo alar na pupa e o formato do esporão anal
aproxima a espécie do grupo formado pelas espécies S. bare*; S. manaura* e S.
triannulatus. Neste trabalho registramos pela primeira vez a ocorrência desta espécie
para o estado do Amazonas.
* Espécies ainda não publicadas da dissertação de Dantas 2010.
35
Stenochironomus jubatus Borkent, 1984
Stenochironomus jubatus Borkent 1984: 116
Stenochironomus jubatus Borkent; Spies e Reiss 1996: 73
Stenochironomus jubatus Borkent; Dantas 2010: 45*
*Descrição da pupa e larva ainda não publicada da dissertação de Dantas 2010.
Material examinado. macho, Brasil, Roraima, Boa Vista, Igarapé Floresta 5 (02°
31'08"N/ 60° 46'06"W), 2 -6.viii.2010, coleta manual em tronco submerso, Floresta
Amazônica, E.D.De-Angelis-Reis col., (INPA, lâmina em Euparal®).
Caracteres diagnósticos. Esta espécie se diferencia de todas as outras do gênero pelo
conjunto de caracteres: Macho: vitta lateral com duas marcas marrom, uma anterior e outra
posterior; ponta anal com base larga e ápice bulboso; volsela inferior com duas cerdas préapicais maiores que as demais; RM com cerca de cinco cerdas. Pupa: marrom, com
verrugas frontais esféricas; pedes spurii B presente no S II.
Distribuição. Brasil, Amazonas e Roraima (Boa vista).
Fêmea. Desconhecida.
Comentários
Os larvas de S. jubatus, foram encontradas logo abaixo da casca de troncos
submersos em pequenos igarapés com fundo arenoso e com pouca correnteza. A
obtenção do adulto ocorreu após cerca de dois meses de criação em laboratório. Neste
trabalho registramos pela primeira vez a ocorrência desta espécie para o estado de
Roraima.
36
Stenochironomus gladius Borkent, 1984
Stenochironomus gladius Borkent 1984: 108
Stenochironomus gladius Borkent; Spies e Reiss 1996: 73
Material examinado. macho associado com a exúvia de pupa e de larva, BRASIL,
Amazonas, São Gabriel da Cachoeira, ponto # 9 (00º 36’36,8”S/ 67º 01’37,7’’W), 2330.viii.2011, coleta manual em folha submersa, floresta amazônica, E.D.De Angelis
Reis e R.L. Ferreira-Keppler cols. (INPA, montado em Euparal®); macho com a exúvia
de pupa e larva, Brasil, Amazonas, Manaus, Sítio do Raul (03º 01’22,0”S/ 60º
04’47,0’’W), 14.vii.2011, E.D.De-Angelis-Reis col.; macho associado com a exúvia de
pupa, Brasil, Amazonas, Presidente Figueiredo, AM 240 km 20, Balneário Sossego da
pantera, igarapé da onça (02° 00'52"S, 60° 01'43"W), 25-30.ix.2010, E.D.De-AngelisReis col.; macho com exúvia de larva, Brasil, Amazonas, Presidente Figueiredo, AM
240, Igarapé do Chico (02° 04'30,1"S/ 59° 51'20,6"W), 25-30.ix.2010, E.D.De-AngelisReis col.
Caracteres diagnósticos. Esta espécie se diferencia de todas as outras do gênero pelo
conjunto de caracteres: Macho: região dorsal da ponta anal com uma expansão lateral,
convexo em vista lateral; volsela inferior longa afinada na base ultrapassando o ápice do
gonocoxito. Pupa: apotoma frontal alongado; T II com fileira de com fileira de garras
restrita a região posteromediana, dividida medialmente em dois grupos; esporão do S
VIII com 2-4 dentes mais alongados e 0-3 dentes menores.
Distribuição. Costa Rica; Brasil, Amazonas (São Gabriel da Cachoeira, Presidente
Figueiredo, Manaus).
Fêmea. Desconhecida.
Comentários
Os espécimes de S. gladius, foram obtidos de folhas minadas aglomeradas nas
margens de igarapés com fundo lajeado ou com cascalho, com correnteza constante. A
obtenção dos adultos ocorreu após criação em laboratório. Neste trabalho obtivemos o
primeiro registro desta espécie para o Brasil, no estado do Amazonas.
37
Stenochironomus nudipupa Borkent, 1984
Stenochironomus nudipupa Borkent 1984: 117
Stenochironomus nudipupa Borkent; Spies e Reiss 1996: 73
Material examinado. 2 machos associados com a exúvia de pupa e larva, BRASIL,
Roraima, Amajari, Estação Ecológica de Maracá -Ponto #1 (03º 22’11,6’’N/ 61º
26’30,1’’W), 13-20.ix.2011, coleta manual em folha submersa, floresta amazônica,
E.D.De-Angelis-Reis col. (INPA, montado em Euparal®); 2 machos associados com a
exúvia de pupa e larva, Brasil, Amazonas, Manaus, Sítio do Raul (03º 01’22,0”S/ 60º
04’47,0’’W), 14.vii.2011, E.D.De-Angelis-Reis col.; 2 machos associados com a exúvia
de pupa e larva, Brasil, Amazonas, Manaus, Sítio três irmãos (03º 00’22,5”S/ 59º
54’57,0’’W), 14.vii.2011, E.D.De-Angelis-Reis col.
Caracteres diagnósticos. Esta espécie se diferencia de todas as outras do gênero pelo
conjunto de caracteres: Macho: vitta lateral pálida; T I sem pigmentação escura, pelo
menos T II, T III com pigmentação escura ao longo da margem posterior; ponta anal
fina. Fêmea: pigmentação igual ao macho. Pupa: apenas nos espécimes Sul Americanos
com: T II sem pigmentação escura; T II com fileira de garras restrita a região
pósteromediana do tergito; saco genital pelo menos alcançando o ápice do “swim
paddle”.
Distribuição. Costa Rica; Venezuela; Equador; Brasil, Amazonas (Manaus), Roraima
(Amajari).
Comentários
Os espécimes de S. nudipupa, foram obtidos de folhas minadas submersas em
pequenos igarapés com pequena correnteza, a obtenção dos adultos ocorreu após criação
em laboratório. Neste trabalho obtivemos o primeiro registro desta espécie para o Brasil
para os estados do Amazonas e Roraima.
38
4.2.3 Descrições de estagios imaturos
Stenochironomus reissi Borkent, 1984
Stenochironomus reissi, Borkent 1984: 128
Stenochironomus reissi, Borkent; Spies e Reiss 1996: 73
Material examinado. 2 machos associados com a exúvia de pupa e larva, Brasil,
Amazonas, Presidente Figueiredo, Sítio Marupiara (02º 03’38,6”S/ 60º 06’60’’W),
19.x.2010, coleta manual em folha submersa, floresta amazônica, E.D.De-Angelis-Reis
col. (INPA, lâmina em Euparal®).
Caracteres diagnósticos. Esta espécie se diferencia de todas as outras do gênero pelo
conjunto de caracteres: Macho: sem pigmentação escura; ponta anal delgada e reta em
vista dorsal; volsela superior com cerdas restritas à metade basal, exceto por uma cerda
apical. Pupa: Tergito VII com largo espinho na região póstero lateral.
Pupa (n=2 exúvias, exceto quando assinalado)
Comprimento total 3,90 (1) mm (Tergito I perdido; Lobo anal danificado). Coloração
geral: Cefalotórax e abdome Marrom claro.
Cefalotórax. Apótoma frontal alongado (Fig. 14 A); presença de verrugas frontais
arredondadas; Tubérculo alar ausente (Fig. 11 C). Cerdas precorneais não observadas.
Dorsocentrais (Dc) com 21- 23 (1) µm de comprimento. Distância entre Dc1 e Dc2 1
(1) µm; entre Dc2 e Dc3 128 (1) µm; entre Dc3 e Dc4 1,5 (1) µm. Sutura mediana com
presença de grânulos.
Abdome (Fig. 14 B). T I danificado; T II – IV com largo campo de chagrin marrom
escuro na região mediana; T V com chagrin em toda sua extensão; T VI com campo de
chagrin restrito as regiões antero, médio e posteromediana; T VII com largo espinho na
região póstero lateral e sem chagrin; T VIII sem chagrin. T II com fileira de garras
marrons na região póstero-mediana dividida medialmente em dois grupos com 84 (1)
µm e 68 (1) µm por uma distância de 37 (1) µm. Cerdas do abdome: S I sem cerdas L; S
39
II-IV com 3 cerdas L; S V com 3 cerdas LS; S VI-VII com 4 cerdas LS; S VIII com 5
cerdas LS. Pedis spurii B ausente. Esporão no S VIII com 2- 4 dentes marrom claro,
sendo o mais externo mediano o dobro do tamanho do dente mais interno (Fig. 12 D).
Saco genital com 155 (1) µm de comprimento, ultrapassando o “swim paddles” em 63
(1) µm; lobo anal com padrão circular de chagrin na região anterior, ápice do
arredondado e 130 (1) µm de comprimento, franja com cerca de 16 (1) filamentos.
40
Figura 14. Stenochironomus reissi, Borkent 1984, pupa. A: Apótoma frontal. B: Abdome, vista dorsal. C:
Cefalotórax, em vista lateral D: Esporão anal do segmento VIII. E: Anel basal do corno torácico.
41
Larva (n=2 exúvias, exceto quando assinalado)
Capsula cefálica com 0,40- 0,55 mm de comprimento.
Cabeça. Antena (Fig. 15 A); comprimento dos segmentos antenais (µm): 44- 72, 1531, 5- 15, 6- 12, 3- 4. Lâmina com 21- 28 µm de comprimento ultrapassando o segundo
segmento. Labro danificado. SI simples com 19 (1) µm; SII palmada com 10 (1) µm;
SIII simples com 8 (1) µm. Mandibula (Fig. 13 B) com 101- 148 µm de comprimento,
com 4 dentes pretos. Mento com 10 dentes pretos apresentando uma concavidade
mediana (Fig. 15 C) com 83- 125 µm de largura; microporo localizado posteriormente a
cerda submenti; placa ventromental com grande concavidade próximo ao mento e com
poucas estrias. Base da linha dorsolateral originando-se próxima a base da linha
dorsomediana. Lábio-hipofaringe quadrangular com um pequeno espaço entre eles em
formato de U.
42
Figura 15. Stenochironomus reissi, Borkent 1984, larva. A: Antena. B: Mandíbula. C: Mento. D: Lábiohiporaringe.
43
Fêmea. Desconhecida.
Distribuição. Brasil, Amazonas, Pará.
Comentários
Os espécimes de S. reissi, foram obtidos de folhas minadas submersas em um
igarapé com fundo lajeado, densa vegetação ripária e correnteza constante. A obtenção
dos adultos ocorreu após criação em laboratório. Por possuir o ápice do tergito IX com
formato quadrangular em vista dorsal, S. reissi se aproxima do grupo de espécies
constituído por S. impendens e S. leptopus. Apesar destas semelhanção, a distinção
ocorre quando observamos a cerda apical da volsela inferior que em S. reissi é curta e
robusta, enquanto das outras espécies é longa e delgada. A presença de um largo
espinho na região póstero lateral tergito VII na pupa só foi encontrado nesta espécie.
44
Stenochironomus triannulatus, Borkent 1984
Stenochironomus triannulatus, Borkent 1984: 113;
Stenochironomus triannulatus, Borkent 1984; Spies e Reiss 1996: 73.
Material examinado. 2 machos associados com a exúvia de pupa e larva, Brasil,
Amazonas, Manaus, Sítio do Raul (03º 01’22,0”S/ 60º 04’47,0’’W), 14.vii.2011, coleta
manual em folha submersa, floresta amazônica, E.D.De Angelis Reis col. (INPA,
montado em Euparal®); macho associado com exúvia de pupa e larva, Brasil, Roraima,
Alto Alegre, Estrada de acesso a Estação Ecológica de Maracá, ponto #2 (03º
14’33,2’’N/ 61º 15’18,3’’W), 13-20.ix.2012, E.D. De Angelis Reis col.; macho
associado com exúvia de pupa e larva, Brasil, Roraima, Boa Vista, Vila Serra Grande 1,
ponto #1 (02º 32’08’’N/ 60º 47’53,2’’W), 13-20.ix.2012, E.D. De Angelis Reis col.; 2
machos associados com a exúvia de pupa e larva, BRASIL, Amazonas, Presidente
Figueiredo, Sítio Marupiara (02º 03’38,6”S/ 60º 06’60’’W), 19.x.2010, E.D.De-Angelis
Reis col.
Caracteres diagnósticos. Esta espécie se diferencia de todas as outras do gênero pelo
conjunto de caracteres: Macho: Preepisterno com faixa escura; T II –T IV com
pigmentação ao longo da margem lateral e posterior; fêmur anterior com três bandas
escuras de pigmentação. Pupa: Apótoma frontal alongado, verrugas frontais
arredondadas, tubérculo alar presente.
Pupa (n=6 exúvias, exceto quando assinalado)
Comprimento total 4,81- 6,54; 5,41 mm. Coloração geral: Cefalotórax e abdome
Marrom claro. Cefalotórax. Apótoma frontal alongado (Fig. 16 A); tubérculo cefálico com formato
arredondado e tubérculo alar presentes. Duas cerdas precorneais longas e delgadas com
92- 115 (5); 102 µm de comprimento. Dorsocentrais (Dc) longas e delgadas com 31140; 69 µm de comprimento. Distância entre Dc1 e Dc2 1- 3; 1,5 µm; entre Dc2 e Dc3
227- 298; 230 µm; entre Dc3 e Dc4 1- 2; 1,5 µm. Sutura mediana com grânulos. Um
tubérculo na região póstero- ventral, localizado anteriormente a base da bainha da asa
(Fig. 16 C).
45
Abdome (Fig. 16 B). T I com chagrin claro na região mediana; T II- T IV com campo
de chagrin na região mediana; T V- T VI com chagrin nas regiões antero e posteromediana; T VII- T VIII sem chagrin; segmento anal com duas regiões antero- laterais
com chagrin fino. T II com fileira de garras marrons na região póstero-mediana dividida
medialmente em dois grupos com 95- 124; 114 µm e 91- 124; 107 µm, por uma
distância de 24- 48; 36 µm. Cerdas do abdome: S I sem cerdas L; S II-IV com 3 cerdas
L; S V–VII com 4 cerdas LS; S VIII com 5 cerdas LS. Pedis spurii B ausente. Esporão
no S VIII com 5 dentes castanho claro sendo os dois mais externos os maiores (Fig. 16
D). Saco genital com 231- 289 (3) µm de comprimento, estendendo-se posteriormente
além do “swim paddle” em 44-77 (2) µm; lobo anal com 129- 312; 206 (4) µm de
comprimento, com ápice arredondado, franja com cerca de 33- 40; 37 (4) filamentos.
46
Figura 16. Stenochironomus triannulatus, Borkent 1984, pupa. A: Apótoma frontal. B: Abdome, vista
dorsal. C: Cefálotorax, em vista lateral D: Esporão anal do segmento VIII. E: Anel basal do corno
torácico.
47
Larva (n=6, exúvias, exceto quando assinalado)
Capsula cefálica com 0,39- 0,58; 0,27 mm de comprimento.
Cabeça. Antena (Fig. 17 A); comprimento dos segmentos antenais (µm): 53- 78; 64,
22- 32; 24, 9- 13; 11, 10- 13; 11, 5- 7; 6 (5). Lâmina com 13- 22; 16 (5) µm de
comprimento. Labro (Fig. 17 E). Lamela labral com espículas arranjadas em dois
grupos em forma de pente; espículas do pente epifaringeo arranjados de forma linear. SI
simples e robusta com 11- 19; 15 µm de comprimento; SII ramificada com 14- 22; 17
µm de comprimento; SIII ramificada com 13- 22; 17 µm de comprimento.
Premandíbula com 44- 68; 57 µm de comprimento. Mandibula (Fig, 17 B) com 126150; 137 (5) µm de comprimento e 4 dentes pretos. Mento com 10 dentes pretos
apresentando uma concavidade mediana (Fig. 17 C) com 98- 134; 115 µm de largura;
microporo localizado posteriormente a cerda submenti; placa ventromental com
concavidade próximo ao mento e sem estrias. Base da linha dorsolateral originando-se
próxima a base da linha dorsomediana. Lábio-hipofaringe (Fig. 17 D) com lobos
ligulares arredondados, com espaço entre eles largo em forma de U.
48
Figura 17. Stenochironomus triannulatus Borkent 1984, larva. A: Antena. B: Mandíbula. C: Mento. D:
Lábio-hiporaringe. E: Labro.
49
Distribuição. Brasil, Amazonas (Manaus, Manacapuru, São Gabriel da Cachoeira) e
Roraima (Alto Alegre, Boa Vista).
Comentários
Neste trabalho registramos a ocorrência de S. triannulatus para o estado de
Roraima. A presença de tubérculo alar na pupa e o formato do esporão anal aproximam,
a espécie do grupo formado pelas espécies de S. bare*; S. manaura* e S. bacrionis.
* Espécies ainda não publucadas da dissertação de Dantas 2010.
50
4.3 Espécies novas
Stenochironomus oliveirai sp.n.
Material tipo. Holótipo: macho associado com a exúvia de pupa, BRASIL, Amazonas,
Presidente Figueiredo, AM 240, 12,5 km, Pousada Rio Belo (02° 03'13"S/ 59°
55'25.8"W), 25-30.ix.2010, coleta manual em tronco submerso, floresta amazônica,
E.D.De-Angelis-Reis col.; Parátipo: 1 fêmea com exúvia de pupa, Brasil, Amazonas,
Presidente Figueiredo, AM 240, 12 km, Reserva Ecológica Cachoeira Santuário (02°
04'05,0"S/ 59° 54'28,8"W), 25-30.ix.2010, coleta manual em tronco submerso, floresta
amazônica, E.D.De-Angelis-Reis col.; 1 exúvia de pupa, Brasil, Amazonas, São Gabriel
da Cachoeira, igarapé ponto #3 (00º 10'28,2'' S/ 67º 00'37,4''W), 23-30.viii.2011,
E.D.De-Angelis-Reis & R.L. Ferreira-Keppler cols.; 1 exúvia de pupa, Brasil,
Amazonas, Presidente Figueiredo, AM 240, 12,5 km, Pousada Rio Belo (02° 03'13"S/
59° 55'25.8"W), 25-30.ix.2010; 1 exúvia de pupa, Brasil, Roraima, Boa Vista, ponto
floresta 5 (02° 31'8,5"S/ 60° 46'5,8"W), 2-6.viii.2010.
Caracteres diagnósticos. Esta espécie se diferencia de todas as outras do gênero pelo
conjunto de caracteres: Macho: Vitta mediana com duas manchas marrons escuras
circulares pareadas na região anterior, ponta anal marrom escura com ápice bulboso,
volsela inferior com ápice curvado em formato de gancho. Pupa: Verrugas frontais
proeminentes em formato de corno.
Etimologia: Nome em homenagem ao Dr. Sebastião José de Oliveira por uma vida
dedicada aos Chironomidae Brasileiros.
Macho (n=1)
Comprimento Total 7,03 mm. Comprimento da asa 3,19 mm. Comprimento total/
comprimento da asa 2,20 mm. Comprimento da asa/ Comprimento do profêmur 0,97
mm. Coloração geral. Marrom clara com olhos esverdeados metálicos quando vivo ou
em álcool, flagelômeros e cerdas da antena marrom claro, asa amarelada sem marcações
escuras com a porção distal levemente amarronzada. Tórax: Com duas manchas
marrons escuras uma em frente à outra na Vitta lateral e duas manchas marrons escuras
51
circulares pareadas na região anterior da Vitta mediana. Abdome: tergitos II- VIII com
manchas marrom escuro na região dorsomediana. Pernas com numerosas cerdas em
toda sua extensão, perna anterior com ápice do fêmur com faixa marrom clara, tíbia com
faixa marrom clara na região basal e apical, ta1-ta4 com faixa marrom escura na região
apical; perna mediana e posterior sem marcações.
Cabeça (Fig. 17 A). AR 2,86. Comprimento do décimo terceiro flagelômero 1484 µm.
Cerdas temporais com 14 cerdas. Clípeo 35 cerdas. Tentório 242 µm de comprimento,
33 µm largura na “peneira porosa”, 18 µm largura na “fenda posterior do tentório”.
Estipes com 224 µm de comprimento, 12 µm de largura. Comprimento dos palpômeros
(µm): 84; 119; 81; 328; 185.
Tórax (Figs. 16 B; D). Acrosticais com 13 cerdas; dorsocentrais 7; prealares 6;
escutelares 14 cerdas. Margem anterior do escudo angulado em vista lateral.
Asa (Fig. 16 E). VR 1,13 mm. Brachiolum com 6 cerdas. R com 72 cerdas, R1 55
cerdas, R4+5 com 72 cerdas, RM sem cerdas, M com 6 cerdas, demais veias nuas.
Squama com 13 cerdas.
Pernas. Escama da tíbia anterior 131 µm de comprimento; esporão da tíbia mediana 57
µm de comprimento; esporão da tíbia posterior 37 µm de comprimento. Ápice da tíbia
anterior 88 µm de largura, da tíbia mediana 104 µm de largura, da tíbia posterior 95 µm
de largura. Comprimento e proporções das pernas como na tabela 4.
Tabela 4 – Comprimento (μm) e proporções das pernas de Stenochironomus oliveirai sp. n., macho (n =
1).
Fe
Ti
ta1
ta2
ta3
P1
2251
1988
2751
1329
1182
P2
2257
1902
1330
755
638
P3
1879
1486
1030
484
422
ta4
ta5
LR
BV
SV
BR
P1
1045
402
1,38
1,76
1,54
8,53
P2
334
165
0,69
2,9
3,12
7,74
P3
238
134
0,69
3,43
3,26
7,53
52
Hipopígio (Figs. 18 C; 19 A- B). Ponta anal marrom escura com ápice bulboso, com
155 µm de comprimento, 31 µm de largura na base, 11 µm na região mediana, 26 µm
no ápice. Tergito IX com aproximadamente 77 cerdas na região mediana e uma
constrição pré-apical, ápice caudal arredondado com e 40 cerdas, 20 de cada lado da
ponta anal. Esternito lateral com 3 cerdas. Falapódema com 149 µm de comprimento,
esternapódema transverso com 62 µm de comprimento. Gonocoxito com 291 µm de
comprimento. Volsela inferior longa e fina com 317 µm de comprimento e ápice
curvado em formato de gancho com 7 cerdas sendo a apical robusta e menor que a
subapical longa e delgada; volsela superior com 117 µm de comprimento e com 9
cerdas longas e delgadas, não ultrapassando o gonocoxito. Gonóstilo com 296 µm de
comprimento. HR 0,98 HV 2,37.
53
Figura 18. Stenochironomus oliveirai sp. n., macho. A: Cabeça. B: Tórax, vista dorsal. C: Hipopígio. D:
Tórax, vista lateral. E: Asa.
54
A
B
Figura 19. Stenochironomus oliveirai sp. n., macho. A: Hipopígio, vista dorsal. B: Hipopígio com ponta
anal e Tergito IX removido.
Fêmea (n=1) (Figs. 20; 21).
Comprimento Total 7,03 mm. Comprimento da asa 3,64 mm. Comprimento total/
comprimento da asa 1,85 mm. Comprimento da asa/ Comprimento do profêmur 1,89
mm. Coloração geral. Marrom clara com olhos metálicos quando vivo ou em álcool,
flagelômeros e cerdas da antena marrom claro, asa e tórax iguais ao macho. Abdome:
Tergito I- III sem manchas, tergito IV- V marrom escuro. Perna anterior com ápice do
fêmur com faixa marrom clara, tíbia com faixa marrom clara na região basal e apical,
ta1-ta5 com faixa marrom escura na região apical; perna mediana e posterior com ápice
do fêmur com faixa marrom clara, tíbia com região basal marrom clara.
Cabeça. AR 3,23. Comprimento dos flagelômeros (µm): 88; 166; 184; 178; 184. Maior
cerda com 557 µm. Cerdas temporais com 32 cerdas. Clípeo 59 cerdas. Tentório 265
µm de comprimento, 13 µm largura na “sieve pore”, 19 µm largura na “fenda posterior
do tentório”. Estipes com 162 µm de comprimento, 4 µm de “posterior tentório pit”.
Comprimento dos palpômeros (µm): 142; 97; 194; 159; 226.
55
Tórax. Acrosticais com 22 cerdas; dorsocentrais 10; prealares 9; escutelares 12 cerdas.
Margem anterior do escudo angulado em vista lateral.
Asa. VR 1,13 mm. Brachiolum com 10 cerdas. R com 72 cerdas, R1 75 cerdas, R4+5
com 85 cerdas, RM com 4 cerdas, M com 1 cerdas, demais veias nuas. Squama com 12
cerdas.
Pernas. Escama da tíbia anterior 33 µm de comprimento; esporão da tíbia mediana 70
µm de comprimento; esporão da tíbia posterior 66 µm de comprimento. Ápice da tíbia
anterior 86 µm de largura, da tíbia mediana 96 µm de largura, da tíbia posterior 98 µm
de largura. Comprimento e proporções das pernas como na Tabela 5.
Tabela 5 – Comprimento (μm) e proporções das pernas de Stenochironomus oliveirai sp. n., fêmea (n =
1).
Fe
Ti
ta1
ta2
ta3
P1
1921
1543
1064
474
431
P2
2366
1992
1341
838
710
P3
2100
1672
1169
571
464
ta4
ta5
LR
BV
SV
BR
P1
1045
402
1,38
1,76
1,54
8,53
P2
334
165
0,69
2,9
3,12
7,74
P3
238
134
0,69
3,43
3,26
7,53
Genitália (Fig. 21). Tergito IX com 79 cerdas. Gonocoxito IX com 2 cerdas. Cerco com
204 µm de comprimento. Noto com 395 µm de comprimento. Coxoesternapodema com
134 µm de comprimento Placa pós-genital com forma triangular. Ovários esféricos com
85 µm de diâmetro.
56
Figura 20. Stenochironomus oliveirai sp. n., fêmea.
Figura 21. Genitália de Stenochironomus oliveirai sp. n..
57
Pupa (n=3 exúvias, exceto quando assinalado)
Comprimento total 9,33- 11,37 mm. Coloração geral. Cefalotórax e abdome marrom.
Cefalotórax. Apótoma frontal alongado (Fig. 22 A); verrugas frontais longas em forma
de cornos (Fig. 22 A) tubérculo alar ausente. Duas cerdas precorneais longas e delgadas
com 70- 124 µm de comprimento. Dorsocentrais (Dc) longas e delgadas com 24- 78 µm
de comprimento. Distância entre Dc1 e Dc2 4 µm; entre Dc2 e Dc3 419 µm; entre Dc3
e Dc4 0,5 µm. Sutura mediana com grânulos (Fig. 22 C).
Abdome (Fig. 22 B). T I com chagrin claro na região mediana; T II- T IV com largo
campo de chagrin marrom na região mediana; T V com campo de chagrin restrito a
região posterior; T VI- VIII sem chagrin. T II com duas fileiras de garras nas regiões
lateroposterior medindo 292- 430 µm e 281- 440 µm, divididas medialmente por uma
distância de 137- 283 µm. Cerdas do abdome: S I sem cerdas L; S II-IV com 3 cerdas L;
S V- VII com 4 cerdas LS; S VIII com 5 cerdas LS. Tergito II com pedis spurii B
presente (Fig. 22 E). Esporão no S VIII com 6 dentes castanho em forma de leque e
lateral marrom escuro (Fig. 22 D). Segmento anal com região anterior com um par de
áreas com chagrin. Saco genital com 315- 450 µm de comprimento, não se estendendo
além dos “swim paddles”. Lobo anal com 220- 310 µm com ápice arredondado, franja
anal com cerca de 150 filamentos.
58
Figura 22. Stenochionomus oliveirai sp. n., pupa. A: Apótoma frontal. B: Abdome, vista dorsal. C:
Cefalotórax, vista lateral. D: Esporão anal do segmento VIII. E: Tergito II.
59
Larva. Desconhecida.
Distribuição. Brasil, Amazonas (Presidente Figueiredo, São Gabriel da Cachoeira);
Roraima (Boa Vista).
Comentários
As larvas de S. oliveirai sp. n. foram encontradas logo abaixo da casca de
troncos com acelerado grau de decomposição e ancorados na margem do igarapé. O
igarapé no qual esta espécie foi coletada é de água preta, forma um longo e profundo
poço, apresenta uma correnteza lenta e seu fundo é arenoso. O adulto foi obtido a partir
de troncos em decomposição mantidos no laboratório em aquários aerados. O
fechamento do ciclo de vida foi obtido por volta do terceiro mês após a coleta. As
verrugas frontais da pupa se mostraram estruturas tridimensionais, fato este, que
dificultou sua montagem em lâmina e lamínula sem danificá-las. Para a real
visualização do formato da verruga frontal capturamos imagens dos espécimes em
álcool. A espécie S. oliveirai se assemelha a Stenochironomus jubatus, se diferenciando
dela pela presença de uma mancha marrom escura circular na região anterior da vitta
mediana, volsela inferior com ápice curvado em formato de gancho e verrugas frontais
proeminentes em formato de corno na pupa.
60
Stenochironomus hamadae sp. n.
Material-tipo. Holótipo: macho associado com a exúvia de pupa e larva, BRASIL,
Amazonas, São Gabriel da Cachoeira, igarapé ponto #3 (00º 10’28,2”S/ 67º
00’37,4’’W), 23-30.viii.2011, coleta manual em folha submersa, floresta amazônica;
E.D.De Angelis Reis e R.L. Ferreira-Keppler cols.; Parátipo: 1 macho com a exúvia de
pupa, Brasil, Amazonas, São Gabriel da Cachoeira, igarapé ponto #8 (00º 10'31,2''S/
66º 53'00,5''W), 23-30.viii.2011, coleta em folha submersa, E.D.De Angelis Reis col.; 1
macho com exúvia de pupa e de larva, Brasil, Amazonas, Manaus, AM 010, 26 Km,
43m de altitude, Reserva Adolpho Ducke, afluente igarapé Acará (02º 58’07”S/ 60º
00’20’’W), 08-09.x.2010, coleta manual em folha submersa, H. F. Mendes col.
Caracteres diagnósticos: Esta espécie se diferencia de todas as outras do gênero pelo
conjunto de caracteres: Macho: Ponta anal fina com ápice levemente bulboso, gonóstilo
marrom escuro em formato de clava, volsela superior longa ultrapassando o ápice do
gonocoxito, volsela inferior com cerda apical robusta. Pupa: Apótoma frontal bem
alongado medindo 191 µm de comprimento, distância entre Dc2 e Dc3 de 450 µm,
esporão do tergito VIII com 6 dentes com formato digitiforme.
Etimologia: Nome em homenagem a Dra. Neusa Hamada pesquisadora do Instituto
Nacional de Pesquisas da Amazônia, pela sua contribuição e dedicação aos estudos dos
insetos aquáticos brasileiros.
Macho (n=3, exceto quando assinalado)
Comprimento Total 4,31- 5,12 mm. Comprimento da asa 2,04- 2,10 mm. Comprimento
total/ comprimento da asa 2,08- 2,50 mm. Comprimento da asa/ Comprimento do
profêmur 1,41- 1,47 mm. Coloração geral. Marrom clara, olhos metálicos quando vivo
ou em álcool, flagelômeros e cerdas da antena marrom claro, asa transparente com
região mediana marrom clara. Tórax: Vitta lateral com listra marrom escura em formato
de V na região basal; medioanepisterno, postanepisterno, mesepimero marrom escuro;
banda marrom escura próxima à sutura anapleural; banda marrom escura na região
anterior do preepisterno. Perna – Anterior: fêmur sem pigmentação; tíbia com duas
bandas marrons, uma localizada próxima a região basal e um na região apical; ta1- ta5
sem pigmentação. Mediana: Fêmur com bandas marrons na região basal e apical; tíbia
61
com banda marrom na região basal; ta1-ta5 sem pigmentação. Posterior: Fêmur com
bandas marrons na região basal e apical; tíbia com banda marrom na região basal; ta1ta5 sem pigmentação Abdome: Tergito I- V com banda marrom escura restrita a
margem posterior. Hipopígio: regiões laterais do Tergito IX marrom escuro, ponta anal
e gonóstilo marrom escuro, gonóstilo com formato de clava.
Cabeça (Fig. 23 A). AR 1,97- 2,23. Comprimento do décimo terceiro flagelômero 857950 µm. Cerdas temporais com 14- 28 cerdas. Clípeo 44- 57 cerdas. Tentório 188- 199
µm de comprimento, 8- 18 µm largura no “sieve pore”, 8- 10 µm largura no “posterior
tentorial pit”. Estipes com 116- 161 µm de comprimento, 5- 11 µm de largura.
Comprimento dos palpômeros (µm): 81- 92; 48- 62; 169- 179; 114- 129; 234- 245.
Tórax (Figs. 23 B- C). Acrosticais com 18- 37 cerdas se estendendo até a região do
escudo; dorsocentrais 16- 20; prealares 6- 7; escutelares 14- 18 cerdas em duas fileiras.
Margem anterior do escudo angulado em vista lateral.
Asa (Fig. 23 E). VR 1,05- 1,10 mm. Brachiolum com 2- 3 cerdas. R com 36- 40 cerdas,
R1 40- 50 cerdas, R4+5 com 48- 65 cerdas, RM com 2- 5 cerdas, M com 2- 4 cerdas,
demais veias nuas. Squama 6- 10.
Pernas. Escama da tíbia anterior 41- 66 µm de comprimento; esporão da tíbia mediana
48- 66 µm de comprimento; esporão da tíbia posterior 40- 49 µm de comprimento; ta1ta5 sem pigmentação. Ápice da tíbia anterior 41- 70 µm de largura, da tíbia mediana 4164 µm de largura, da tíbia posterior 58- 64 µm de largura. Comprimento e proporções
das pernas como na Tabela 6.
Tabela 6 – Comprimento (μm) e proporções das pernas de Stenochironomus hamadae sp. n., macho (n =
3).
Fe
Ti
ta1
ta2
ta3
P1
1404- 1460
1264- 1327
1158- 1665(2)
886 (1)
723 (1)
P2
1328- 1349
1243- 1270
923- 940
500- 519
415- 441
P3
1158- 1166
1013- 1081
641- 655
297- 330
259- 272
62
ta4
ta5
LR
BV
SV
BR
P1
596 (1)
254 (1)
0,87- 1,26
(2)
1,81 (1)
1,67- 2,35
(2)
4,73 (1)
P2
231- 243
105- 115
0,73- 0,74
2,76- 2.89
2,78- 2,79
5,60 (1)
P3
166- 194
77- 84
060- 0,63
3,20- 3,51
3,39- 3,43
6,20 (1)
Hipopígio (Figs. 23 D- E; 24 A- B). Ponta anal fina com ápice levemente bulboso
(Figs. 23 E; 24 A), com 100- 114 µm de comprimento, 13- 18 µm de largura na base, 7
µm na região mediana, 9- 11 µm no ápice. Tergito IX com 27- 55 cerdas na região
mediana e uma constrição pré-apical, ápice caudal em forma de cunha com e 14 cerdas,
7 de cada lado da ponta anal. Esternito lateral com 4- 7 cerdas. Falapódema com 84113 µm de comprimento, esternapódema transverso com 29- 31 µm de comprimento.
Gonocoxito com 172- 186 µm de comprimento. Volsela inferior longa e fina com 235257 µm de comprimento e 4- 5 cerdas sendo a apical robusta e menor que a subapical,
todas as outras cerdas longas e delgadas; volsela superior longa ultrapassando o ápice
do gonocoxito com 113- 133 µm de comprimento e com 7- 9 cerdas longas e delgadas.
Gonóstilo largo com coloração castanho escuro medindo 194- 225 µm de comprimento
em formato de clava, com a região basal mais fina com 18- 20 µm de comprimento,
região mediana larga com 43- 45 µm e região apical larga, porém mais fina que a
mediana com 30-35 µm de comprimento. HR 0,81- 0,88 HV 2,08- 2,63.
63
Figura 23. Stenochironomus hamdae sp. n., macho. A: Cabeça. B: Tórax, vista dorsal. C: Tórax, vista
lateral. D: Genitália, vista lateral. E: Genitália, vista dorsal. F: Asa
64
A
B
Figura 24. Stenochironomus hamadae sp. n., macho. A: Hipopígio, vista dorsal. B: Hipopígio com ponta
anal e tergito IX removido.
Pupa (n=3 exúvias, exceto quando assinalado)
Comprimento total 5,67- 5,68 mm. Coloração geral: Cefalotórax e abdome Marrom
claro.
Cefalotórax. Apótoma frontal alongado medindo 191 µm de comprimento (Fig. 25 A);
verrugas frontais e alares ausentes (Fig. 25 A). Duas cerdas precorneais longas e
delgadas com 31- 56 µm de comprimento. Dorsocentrais (Dc) longas e delgadas com
25- 78 µm de comprimento. Distância entre Dc1 e Dc2 2- 4 µm; entre Dc2 e Dc3 217450 µm; entre Dc3 e Dc4 0,5- 3 µm. Sutura mediana com grânulos (Fig. 25 C).
Abdome (Fig. 25 B). T I com chagrin claro na região mediana; T II – III com largo
campo de chagrin marrom escuro na região mediana, T IV - V com três áreas distintas
de chagrin conectadas por um fino padrão de chagrin, margens anteriorres e posteriores
com chagrin em formato triangular e regiões medianas com chagrin em formato
65
arredondado; T VI com fino chagrin na região anterior e chagrin escuro na região
medioposterior; TVII com fino chagrin na região medioposterior; TVIII com duas áreas
arredondadas de chagrin; segmento anal com um par anterior de áreas com chagrin. T II
com fileira de garras marrons na região medioposterior, dividida medialmente por uma
distância de 33- 88 µm. Cerdas do abdome: S I sem cerdas L; S II com 3 cerdas L; S IIIIV com cerdas L; S V–VII com 4 cerdas LS; S VIII com 5 cerdas LS e um conjunto de
pequenas cerdas na região anteronediana. Pedis spurii B ausente. Esporão no S VIII
com 6 dentes castanho claro, sendo o maior dente medindo 114- 216 µm (2) (Fig. 25 E).
Presença de um espinho na região anterior do lobo anal. Saco genital com 183- 223 µm
(2), não ultrapassando o “swim paddles”; lobo anal com ápice arredondado e medindo
137- 313 µm (2), franja com menos de 50 filamentos.
66
Figura 25. Stenochironomus hamadae sp. n., pupa. A: Apótoma frontal. B: Abdome, vista dorsal. C:
Cefálotorax, em vista lateral. D: Anel basal do corno torácico, E: Esporão anal do segmento VIII.
67
Larva (n=2 exúvias, exceto quando assinalado)
Capsula cefálica com 0,45- 0,62 mm de comprimento.
Cabeça. Antena (Fig. 26 A); comprimento dos segmentos antenais (µm): 54 (1), 21 (1),
11 (1), 10 (1), 3 (1). Lâmina antenal com 14 (1) µm de comprimento. Labro como na
(Fig. 26 E) lamela labral com espículas arranjadas em dois grupos, espículas do pente
epigaringeo arranjadas linearmente. SI simples com 16- 18 µm; SII simples com 18- 19
µm; SIII simples com 13- 20 µm. Mandibula (Fig. 26 B) com 116- 154 µm de
comprimento, com 4 dentes pretos internos. Mento com 10 dentes pretos apresentando
uma concavidade mediana (Fig. 26 C) com 106- 116 µm de largura; microporo
localizado posteriormente a cerda submenti; placa ventromental com leve concavidade
próximo ao mento e sem estrias. Base da linha dorsolateral originando-se na base da
linha dorsomediana. Lábio-hipofaringe (Fig. 26 D) com lobos ligulares arredondados,
com um pequeno espaço entre eles largo em forma de U.
68
Figura 26. Stenochironomus hamadae sp. n., larva. A: Antena. B: Mandíbula. C: Mento. D: Lábiohipofaringe.
69
Fêmea. Desconhecida.
Distribuição. Brasil, Amazonas (Manaus, São Gabriel da Cachoeira).
Comentários
Os espécimes de S. hamadae sp. n. se aproximam de S. nudipupa, por conta do
ápice da ponta anal levemente bulboso e cerda apical da volsela inferior robusta. Sendo
diferenciadas pelo gonóstilo que possui o formato de clava e coloração marrom escuro,
volsela superior longa ultrapassando o ápice do gonocoxito e coloração nos tergitos I- V
do abdome.
70
Stenochironomus messias sp. n.
Material-tipo. Holótipo: macho associado com a exúvia de pupa e larva, BRASIL,
Amazonas, Presidente Figueiredo, Sítio Marupiara (02º 03’38,6”S/ 60º 06’60’’W),
19.x.2010, Coleta manual em folha submersa, floresta amazônica, E.D.De-Angelis-Reis
col.
Caracteres diagnósticos: Esta espécie se diferencia de todas as outras do gênero pelo
conjunto de caracteres: Macho: Tergito IX apresentando duas protuberâncias laterais
robustas recobertas por cerdas; tergito IX com ápice com formato de cunha. Pupa:
Apótoma frontal com pequenas verrugas frontais arredondadas; esporão anal com
quatro dentes sendo o segundo dente interno medindo mais de duas vezes o
comprimento dos outros dentes.
Etimologia: Nome em aposição a Dra. Maria Conceição Messias (Museu Nacional do
Rio de Janeiro – UFRJ) que me apresentou a família Chironomidae sendo minha
primeira orientadora e por sua contribuição ao conhecimento dos Chironomidae
brasileiros.
Macho (n=1)
Comprimento Total 5,00 mm. Comprimento da asa 2,33 mm. Comprimento total/
comprimento da asa 2,14 mm. Comprimento da asa/ Comprimento do profêmur 1,52
mm. Coloração geral. Marrom clara, olhos metálicos quando vivo ou em álcool,
flagelômeros e cerdas da antena marrom claro, asa com larga mancha marrom clara na
região mediana. Tórax com 2/3 do posnoto marrom escuro na região basal, listra
marrom escura na base da vitta lateral, haltere pálido, medioanepisternum,
postanepisternum e mesepimeron marrom escuro, preepisternum com listra marrom
escura na região anterior. Abdome: TI com manchas laterodorsais marrom escuras
prolongando-se na região mediana da margem distal, formando um desenho em forma
de “U” (em vista dorsal); TII-TIV com banda marrom na região posterior. Perna
anterior com ápice do fêmur marrom escuro, tíbia com marcação marrom escura na
região basal e apical, ta1 com região apical marrom ta2- 5 perdidos; perna mediana com
ápice e região basal do fêmur com faixas marrom escura, tíbia com marcação marrom
71
escura na região basal, ta1-ta5 sem marcações; perna posterior com ápice e região basal
do fêmur com faixas marrom escura, tíbia com marcação marrom escura na região
basal, ta1-ta5 perdidos.
Cabeça (Fig. 27 A). AR 2,23. Comprimento do décimo terceiro flagelômero 1038 µm.
Temporais com 22 cerdas. Clípeo 27 cerdas. Tentório 152 µm de comprimento, 9 µm
largura no “sieve pore”, 11 µm largura no “posterior tentorial pit”. Estipes com 53 µm
de comprimento, 4 µm de largura. Comprimento dos palpômeros (µm): 72; 59; 207;
145; 242.
Tórax (Fig. 27 B). Acrosticais não foi observadas cerdas; dorsocentrais 26; prealares 9;
escutelares 17 cerdas. Margem anterior do escudo angulado em vista lateral.
Asa (Fig. 27 C). VR 114 mm. Brachiolum com 3 cerdas. R com 54 cerdas, R1 62
cerdas, R4+5 com 83 cerdas, RM sem cerdas, M sem cerdas, demais veias nuas.
Squama não observei cerdas.
Pernas. Escama da tíbia anterior 59 µm de comprimento; esporão da tíbia mediana 50
µm de comprimento; esporão da tíbia posterior 59 µm de comprimento. Ápice da tíbia
anterior 73 µm de largura, da tíbia mediana 72 µm de largura, da tíbia posterior 69 µm
de largura. Comprimento e proporções das pernas como na Tabela 7.
Tabela 7 – Comprimento (μm) e proporções das pernas de Stenochironomus messias sp. n., macho (n =
1).
Fe
Ti
ta1
ta2
ta3
P1
1537
1384
2060
_
_
P2
1521
1390
1082
580
476
P3
1338
1131
_
_
_
ta4
ta5
LR
BV
SV
BR
P1
_
_
1,48
_
1,41
5,85
P2
270
130
0,77
2,74
2,69
7,66
P3
_
_
_
_
_
_
72
Hipopígio (Figs. 27 D- E; 28 A- B). Ponta anal curta e larga com região apical mais
fina com 148 µm de comprimento, 48 µm de largura na base, 55 µm na região mediana,
21 µm no ápice. T IX com 43 cerdas na região mediana, ápice caudal com formato de
cunha com 16 cerdas, 8 de cada lado da ponta anal e apresentando duas protuberâncias
robustas arredondadas marrom escuro recobertas por pequenas cerdas. Esternito lateral
com 3 cerdas. Falapódema com 113 µm de comprimento, esternapódema transverso
com 21 µm de comprimento. Gonocoxito com 225 µm de comprimento. Volsela
inferior longa e fina com 262 µm de comprimento e 6 cerdas sendo a apical longa e
delgada, cerda subapical perdida; volsela superior pequena com 91 µm de comprimento
e 5 cerdas. Gonóstilo marrom claro, largo na região mediana com 274 µm de
comprimento. HR 0,82. HV 1,82.
73
Figura 27. Stenochironomus messias sp. n., macho. A: Cabeça. B: Tórax, vista lateral. C: Asa. D:
Genitália vista dorsal. E: Genitália, vista lateral.
74
A
B
Figura 28. Stenochironomus messias sp. n., macho. A: Genilátia, vista dorsal. B: Genitália com ponta
anal e tergito IX removido.
Pupa (n=1, exúvia)
Comprimento total 5,04 mm. (Bainha alar partida) Coloração geral: Cefalotórax e
abdome Marrom claro.
Cefalotórax. Apótoma frontal alongado (Fig. 29 A); presença de duas pequenas
verrugas frontais arredondadas nas extremidades do apótoma; Tubérculo alar ausente.
Bainha alar partida, cerdas precorneais, dorsocentrais e sutura mediana não observáveis.
Abdome (Fig. 29 B). T I sem chagrin; T II – V com largo campo de chagrin marrom
escuro na região mediana; T VI com campo de chagrin restrito as regiões anterior e
posterior; T VII – VIII sem chagrin. T II com fileira de garras marrons contínua na
região medioposterior com 327 µm de comprimento. Cerdas do abdome: S I sem cerdas
L; S II-IV com 3 cerdas L; S V–VII com 4 cerdas LS; S VIII com 5 cerdas LS. Pedis
spurii B ausente (Fig. 29 B). Esporão no S VIII com 3-4 dentes castanho escuro, sendo
mediano o maior (Fig. 29 C). Saco genital com 211 µm de comprimento, não
75
ultrapassando o “swim paddles”; ápice do lobo anal arredondado, com franja com cerca
de 50 filamentos.
Figura 29. Stenochironomus messias sp. n., pupa. A: Apótoma frontal. B: Abdome, vista dorsal. C:
Esporão anal do segmento VIII.
76
Larva (n=1, exúvia)
Capsula cefálica com 0,47 mm de comprimento.
Cabeça. Antena; comprimento dos segmentos antenais (µm): 64, 28, segmentos 3; 4 e 5
perdidos. Lâmina antenal não observável. Labro danificado. Mandibula (Fig. 30 B) com
164 µm de comprimento, com 4 dentes pretos internos fusionados. Mento com 10
dentes pretos apresentando uma concavidade mediana (Fig. 30 A) com 251 µm de
largura; microporo não observado; placa ventromental com concavidade próximo ao
mento e sem estrias. Base da linha dorsolateral originando-se próxima a base da linha
dorsomediana. Lábio-hipofaringe não observado.
Figura 30. Stenochironomus messias sp. n., larva. A: Mento. B: Mento.
77
Distribuição. Brasil, Amazonas (Presidente Figueiredo).
Comentários
A espécie S. messias sp. n. se assemelha a S. testiculatus sp. n. pela presença de
protuberâncias na região pósterolateral do tergito IX, sendo que estas estruturas só
foram observadas para estas espécies. A distinção destas espécies ocorre pelas seguintes
características, formato das protuberâncias, formato do ápice do tergito IX e largura da
ponta anal. Na espécie S. messias sp. n. as protuberâncias laterais são robustas e pouco
desenvolvidas não alcançando a margem posterior do tergito IX, o ápice do tergito IX
possui o formato de cunha e a ponta anal é mais larga, quando comparada a mesma
estrutura da outra espécie. A espécie S. testiculatus sp. n. possui tergito IX com
protuberâncias laterais delgadas e desenvolvidas, orientadas posteriormente, alcançando
a margem posterior do respectivo tergito, ápice do tergito IX quadrangular e ponta anal
mais fina.
78
Stenochironomus testiculatus sp. n.
Material-tipo. Holótipo, macho com a exúvia de pupa e larva, BRASIL, Amazonas,
São Gabriel da Cachoeira, ponto #3 (00º 10'28,2''S/ 67º 00'37,4''W), 23-30.viii.2011,
coleta manual em folha submersa, floresta amazônica, E.D.De-Angelis-Reis & R.L.
Ferreira-Keppler cols. (INPA, lâmina em Euparal®).
Caracteres diagnósticos. Esta espécie se diferencia de todas as outras pelo conjunto de
caracteres: Macho: Padrão de coloração do tórax; tergito IX com duas protuberâncias
laterais delgadas revestidas de finas cerdas, ápice do tergito IX com formato
quadrangular. Pupa: Tubérculos cefálicos com formato arredondado; bainha alar com
margem marcadamente marrom escura; saco genital medindo mais de 300 µm de
comprimento, estendendo posteriormente além dos “swim paddles”.
Etimologia. O nome refere-se a protuberâncias nas laterais presentes na região póstero
lateral do tergito IX, que se assemelham a testículos humanos.
Macho (n=1)
Comprimento Total 5,43 mm. Comprimento da asa 2,25 mm. Comprimento total/
comprimento da asa 2,41 mm. Comprimento da asa/ Comprimento do profêmur 1,49
mm. Coloração geral: Coloração geral: algumas regiões marrons claro e outras
alaranjadas. Olhos metálicos quando vivo ou em álcool. Antena com flagelômeros e
cerdas marrom claro, asa com larga mancha marrom clara na região mediana. Tórax
com 2/3 do posnoto marrom escuro na região basal, listra marrom escura na base da
Vitta lateral, haltere pálido, medioanepisternum, postanepisternum e mesepimeron
marrom escuro, preepisternum com listra marrom escura na região anterior. Abdome: TI
com manchas laterodorsais marrom escuras prolongando-se na região mediana da
margem distal, formando um desenho em forma de “U” (em vista dorsal); TII-TIV com
banda marrom na região posterior. Perna anterior com ápice do fêmur marrom escuro,
tíbia com marcação marrom escura na região basal, ta1-ta5 com faixa marrom na região
apical; perna mediana com ápice e região basal do fêmur com faixas marrom escura,
tíbia com marcação marrom escura na região basal, ta1-ta5 sem marcações; perna
posterior com ápice e região basal do fêmur com faixas marrom escura, tíbia com
marcação marrom escura na região apical, ta1-ta5 sem marcações.
79
Cabeça (Fig. 31 A). AR 2,15 µm. Comprimento do décimo terceiro flagelômero 1000
µm. Temporais com 36 cerdas. Clípeo 25 cerdas. Tentório 204 µm de comprimento, 10
µm largura no “sieve pore”, 12 µm largura no “posterior tentorial pit”. Estipes com 190
µm de comprimento, 10 µm de largura. Comprimento dos palpômeros (µm): 85; 43; 68;
199; 158.
Tórax (Figs. 31 B- C). Acrosticais 12; dorsocentrais 15; prealares 9; escutelares 14 em
duas fileiras. Margem anterior do escudo angulado em vista lateral.
Asa (Fig. 31 D). VR 1,07 mm. Brachiolum com 4 cerdas e 22 cerdas campaniformes. R
com 42 cerdas, R1 54 cerdas, R4+5 com 65 cerdas, RM com 2 cerdas, demais veias
nuas. Squama com 5 cerdas.
Pernas. Escama da tíbia anterior 27 µm de comprimento, com pequeno espinho no
ápice; esporão da tíbia mediana 70 µm de comprimento; esporão da tíbia posterior 57
µm de comprimento. Ápice da tíbia anterior 69 µm de largura, da tíbia mediana 118 µm
de largura, da tíbia posterior 57 µm de largura. Comprimento e proporções das pernas
como na Tabela 8.
Tabela 8 – Comprimento (μm) e proporções das pernas de Stenochironomus testiculatus sp. n., macho (n
= 1).
Fe
Ti
ta1
ta2
ta3
P1
1502
1375
1946
888
814
P2
1579
1366
1079
560
453
P3
1307
1150
847
417
331
ta4
ta5
LR
BV
SV
P1
726 314 1,41 1,75 1,47 3,3 P2
270 130 0,78 2,84 2,72 8,77 P3
213 85 0,73 3,15 2,9 7,08 BR
Hipopígio (Figs. 31 E- F; 32 A- B). Ponta anal larga na região mediana com 169 µm de
comprimento, 21 µm de largura na base, 37 µm na região mediana, 20 µm no ápice.
80
Tergito IX com 38 cerdas na região mediana e apresentando duas protuberâncias laterais
recobertas por numerosas cerdas pequenas e finas, ápice caudal quadrangular com 16
cerdas de cada lado da ponta anal. Esternito lateral com 7 cerdas. Falapódema com 99
µm de comprimento, esternapódema transverso com 36 µm de comprimento.
Gonocoxito com 232 µm de comprimento. Volsela inferior com 271 µm de
comprimento e 5 cerdas longas e delgadas; volsela superior com 94 µm de comprimento
e 6 cerdas longas e delgadas. Gonóstilo marrom claro, largo na região mediana com 271
µm de comprimento. HR 0,85 HV 2,00.
81
Figura 31. Stenochironomus testiculatus sp. n., macho. A: Cabeça. B: Tórax, vista dorsal. C: Tórax, vista
lateral. D: Asa. E: Genitália, vista lateral. F: Genitália, vista dorsal.
82
A
B
Figura 32. Stenochironomus testiculatus sp. n., macho. A: Genilátia, vista dorsal. B: Genitália com ponta
anal e T IX removido.
Pupa (n=1, exúvia)
Comprimento total 6,30 mm. Coloração geral: cefalotórax e abdome castanho claro.
Cefalotórax. Apótoma frontal alongado (Fig. 33 A); verrugas frontais presentes com
formato arredondado (Fig. 33 A). Duas cerdas precorneais longas e delgadas com 63 –
69 µm de comprimento. Dorsocentrais (Dc) longas e delgadas com 110 – 108 µm de
comprimento. Distância entre Dc1 e Dc2 2 µm; entre Dc2 e Dc3 299 µm; entre Dc3 e
Dc4 1 µm. Sutura mediana com uma fina presença de grânulos (Fig. 33 C).
Abdome (Fig. 33 B). T I com chagrin claro na região mediana; T II – V com largo
campo medial de chagrin marrom escuro; T VI com campo de chagrin restrito as regiões
anterior e posterior; T VII – VIII sem chagrin. T II com fileira de garras marrons na
região mediana e posterior, dividida medialmente em dois grupos com 44 e 40 garras
83
por uma distância de 23 µm. Cerdas do abdome: S I sem cerdas L; S II-IV com 3 cerdas
L; S IV com pequenos espinhos posterolateralmente; S V–VII com 4 cerdas LS; S VIII
com 5 cerdas LS. Pedis spurii B ausente (Fig. 33 B). Esporão no S VIII com 4- 5 dentes
castanho escuro, sendo o terceiro dente maior que todos os outros (Fig. 33 D). Saco
genital com 372 µm de comprimento, estendendo posteriormente além dos “swim
paddles” por uma distância de 76 µm; ápice do lobo anal arredondado, com franja com
cerca de 50 filamentos. Bainha alar com margem marrom escura.
84
Figura 33. Stenochironomus testiculatus sp. n., pupa. A: Apótoma frontal. B: Abdome, vista dorsal. C:
Cefálotorax, em vista lateral D: Esporão anal do segmento VIII.
85
Larva (n=1, exúvia)
Capsula cefálica com 0,60 mm de comprimento.
Cabeça. Antena (Fig. 34 A); comprimento dos segmentos antenais (µm): 77, 25, 13, 9,
2. Lâmina antenal com 25 µm de comprimento. Labro perdido. Mandibula (Fig. 34 B)
com 159 µm de comprimento, com 4 dentes pretos internos. Mento com 10 dentes
pretos apresentando uma concavidade mediana (Fig. 34 C) com 133 µm de largura;
microporo localizado posteriormente a cerda submenti; placa ventromental com leve
concavidade próximo ao mento e sem estrias. Base da linha dorsolateral originando-se
próxima ao meio da linha dorsomediana. Lábio-hipofaringe (Fig. 34 D) com lobos
ligulares arredondados, com espaço entre eles largo em forma de U.
86
Figura 34. Stenochironomus testiculatus sp. n. larva. A: Antena. B: Mandíbula. C: Mento. D: Lábiohiporaringe.
87
Fêmea. Desconhecida.
Distribuição. Brasil, Amazonas (São Gabriel da Cachoeira).
Comentários
S testiculatus sp. n. se assemelha a S messias sp. n., por conta da presença de
protuberâncias na região posterolateral do tergito IX, sendo que estas estruturas só
foram observadas nestas duas espécies. Ela pode ser diferenciada pelo formato das
protuberâncias pósterolaterais delgadas e desenvolvidas que alcançam a margem
posterior do tergito IX, formato do ápice do tergito IX quadrangular e ponta anal mais
fina que de S messias sp. n..
88
Stenochironomus inpa sp. n.
Material tipo. Holótipo: macho associado com a exúvia de pupa e larva, BRASIL,
Amazonas, Manaus, Sítio Três irmãos (03º 00’22,5”S/ 59º 54’57,0’’W), 14.vii.2011,
coleta manual em folha submersa, floresta amazônica, E.D.De-Angelis-Reis col. (INPA,
montado em Euparal®); Parátipo: 4 machos associados com a exúvia de pupa e larva,
dados como o holótipo; 1 fêmea com a exúvia de pupa e larva, Brasil, Amazonas,
Manaus, sítio do Raul (03º 01’22,0”S/ 60º 04’47,0’’W), 14.vii.2011, E.D.De-AngelisReis col.; 1 macho com a exúvia de pupa, Brasil, Amazonas, São Gabriel da Cachoeira,
ponto #8 (00º 10'31,2''S/ 66º 53'00,5''W), 23-30.viii.2011, E.D.De Angelis Reis col.; 1
macho com a exúvia de pupa e larva, Brasil, Roraima, Alto Alegre, Estrada de acesso a
Estação Ecológica de Maracá ponto #2, (03º 10’24,2’’N/ 61º 10’29,7’’W), 1320.IX.2011, E.D.De-Angelis-Reis col.
Caracteres diagnósticos. Esta espécie se diferencia de todas as outras pelo conjunto de
caracteres: Macho: Padrão de coloração do tórax e pernas mediana e posterior, ponta
anal com ápice não bulboso, cerda apical da volsela inferior delgada. Pupa: Tergito II
com fileira de garras contínua formando uma aba sobre o tergito III, tergito I, VII- VIII
sem chagrin, esporão anal com 5 dentes sendo o terceiro mais externo mais que o dobro
do tamanho dos outros dentes.
Etimologia. Nome em homenagem ao Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
pelos diversos serviços prestados a pesquisa e educação do Brasil, onde passei dois anos
que aperfeiçoaram minha formação acadêmica e pessoal.
Macho (n=7, exceto quando assinalado)
Comprimento Total 4,90- 5,61; 5,16 mm. Comprimento da asa 2,25- 2,33; 2,29 mm.
Comprimento total/ comprimento da asa 2,11- 2,38; 2,28 mm. Comprimento da asa/
Comprimento do profêmur 1,38- 1,73; 1,63 mm. Coloração geral: Marrom clara, olhos
metálicos quando vivo ou em álcool, flagelômeros e cerdas da antena marrom claro,
Asa: coloração amarelada e região mediana com banda marrom clara. Tórax: Posnoto
com mancha marrom na região anterolateral, medioanepisternum, postanepisternum e
mesepimeron com mancha marrom escuro, preepisternum com listra marrom escura na
região anterior. Perna – Anterior: fêmur com banda marrom no ápice; tíbia com bandas
89
marrom, localizadas na região basal e apical; ta1- ta4 com região apical marrom claro,
ta5 com coloração marrom claro. Mediana: Fêmur com bandas marrons na região basal
e apical; tíbia com banda marrom na região basal; ta1-ta4 com região apical marrom
claro. Posterior: Fêmur com bandas marrons na região basal e apical; tíbia com banda
marrom na região basal; ta1-ta4 com região apical marrom claro. Abdome: T II- T IV
com faixa marrom na região posterior.
Cabeça (Fig. 35 A). AR 2,05- 2,59; 2,26 µm. Comprimento do décimo terceiro
flagelômero 902- 1020; 965 µm. Cerdas temporais com 31- 50; 37 (6) cerdas. Clípeo
31- 50; 37 cerdas. Tentório 161- 203; 188 (6) µm de comprimento, 7- 15; 10 (5) µm
largura no “sieve pore”, 7- 13; 11 (6) µm largura no “posterior tentorial pit”. Estipes
com 128- 212; 168 (6) µm de comprimento, 4- 13; 8 (6) µm de largura. Comprimento
dos palpômeros (µm): 77- 105; 84; 58- 86; 65; 166- 212; 185 (6); 145- 201; 164; 221284; 229 (6).
Tórax (Figs. 35 B- C). Acrosticais 21- 63; 39 se estendendo até o escudo; dorsocentrais
29- 61; 37; prealares 9- 14; 12; escutelares 16- 28; 19 em duas fileiras. Margem anterior
do escudo angulado em vista lateral.
Asa (Fig. 35 F). VR 1,06- 1,10; 1,07 (6) mm. Brachiolum com 3- 5; 4 (5) cerdas. R com
42- 65; 51 (6) cerdas, R1 49- 54; 51 (6) cerdas, R4+5 com 47- 80; 65 (6) cerdas, RM
com 0- 3; 1,5 (6) cerdas, demais veias nuas. Squama 5- 6; 5,5 (2).
Pernas. Escama da tíbia anterior 42- 67; 52 µm de comprimento; esporão da tíbia
mediana 35- 65; 45 µm de comprimento; esporão da tíbia posterior 23- 48; 33 µm de
comprimento. Ápice da tíbia anterior 36- 70; 61 µm de largura, da tíbia mediana 63- 80;
70 µm de largura, da tíbia posterior 58- 77; 64 µm de largura. Comprimento e
proporções das pernas como na Tabela 9.
90
Tabela 9 – Comprimento (μm) e proporções das pernas de Stenochironomus inpa sp. n., macho (n = 7).
Fe
Ti
ta1
ta2
ta3
P1
1351- 1623,
1502
1149- 1479,
1329
1765- 2038,
1916
796- 910,
850
767- 854,
820
P2
1397- 1569,
1477
1276- 1433,
1373
995- 1135,
1056
512- 584,
563
424- 482,
456
P3
1259- 1389,
1318
1037- 1169,
1105
786- 941,
860
369- 430,
391
291- 343,
318
ta4
ta5
LR
BV
SV
BR
P1
683- 756,
727
283- 328,
308
1,35- 1,69,
1,44
1,59- 1,81,
1,75
1,28- 1,57,
1,48
2,37- 5,96,
4,03 (4)
P2
233- 266,
248
99- 119,
113
0,74- 0,80,
0,77
2,77- 2,97,
2,85
2,62- 2,75,
2,70
5,78- 9,52,
7,72 (4)
P3
169- 205,
186
86- 108,
96
0,75- 0,80,
0,77
3,15- 3,46,
3,31
2,70- 2,92,
2,82
6,60- 8,89,
7,59 (4)
Hipopígio (Figs. 35 D- E; 36 A- B). Ponta anal larga com 124- 150; 139 µm de
comprimento atingindo sua maior largura na região mediana, com 28- 45; 32 µm de
largura na base, 34- 48; 37 µm na região mediana, 20- 27; 23 µm no ápice. Tergito IX
com 28- 49; 41 cerdas na região mediana, com ápice caudal em forma de cunha
apresentando uma constrição pré-apical, de difícil visualização em alguns espécimes e
18- 28; 22 cerdas, 9- 14; 11 de cada lado da ponta anal. Esternito lateral com 3- 7; 4
cerdas. Falapódema com 85- 121; 108 (6) µm de comprimento, esternapódema
transverso com 32- 47; 39 µm de comprimento. Gonocoxito com 210- 227; 216 µm de
comprimento. Volsela inferior com 268- 301; 283 µm de comprimento e 5 cerdas
longas e delgadas sendo a apical menor que a subapical que mede cerca de 2 vezes mais
que a apical; volsela superior curta com 65- 80; 73 µm de comprimento e 5 cerdas finas.
Gonóstilo em formato de clava com 232- 289; 264 µm de comprimento. HR 0,74- 0,91;
0,84. HV 1,77- 2,24; 1,98.
91
Figura 35. Stenochironomus inpa sp. n., macho. A: Cabeça. B: Tórax, vista lateral. C: Asa. D: Genitália
vista dorsal. E: Genitália, vista lateral. F: Asa.
92
A
B
Figura 36. Stenochironomus inpa sp. n., macho. A: Genilátia, vista dorsal. B: Genitália com ponta anal e
tergito IX removido.
Figura 37. Stenochironomus inpa sp. n., macho.
93
Fêmea (Fig. 38) (n=3, exceto quando assinalado)
Comprimento Total 3,42- 4,54 mm. Comprimento da asa 2,15- 2,86 mm. Comprimento
total/ comprimento da asa 1,59 mm. Comprimento da asa/ Comprimento do profêmur
0,69- 1,46 (2). Coloração geral: marrom clara, olhos metálicos quando vivo ou em
álcool, flagelômeros e cerdas da antena marrom claro, Asa e Tórax com coloração igual
ao macho. Perna – Anterior: fêmur com banda marrom no ápice; tíbia com bandas
marrom, localizadas na região basal e apical; ta1- ta5 com região apical marrom claro.
Mediana e Posterior: Sem marcações. Abdome: TI com duas áreas arredondadas
marrom escura póstero laterais, T II- III com faixa marrom na região posterior.
Cabeça. AR 0,33. Comprimento dos flagelômeros (µm): 69- 121 (2); 101- 144 (2); 117146 (2); 143- 145 (2); 184- 187 (2). Maior cerda com 425- 467 (2) µm de comprimento.
Cerdas temporais com 33- 36 cerdas. Clípeo 46- 54 cerdas. Tentório 125- 205 µm de
comprimento, 7- 13 µm largura no “sieve pore”, 6- 10 µm largura no “posterior tentorial
pit”. Estipes com 94- 198 µm de comprimento, 5- 8 µm de largura. Comprimento dos
palpômeros (µm): 57- 69; 53- 66; 66- 188; 172- 182; 301.
Tórax. Acrosticais com 28- 44 cerdas; dorsocentrais 33- 54; prealares 11- 16;
escutelares 14- 32 cerdas. Margem anterior do escudo angulado em vista lateral.
Asa. VR 1,13- 1,14 mm. Brachiolum com 3- 7 cerdas. R com 38- 64 (2) cerdas, R1 4258 (2) cerdas, R4+5 com 65- 72 (2) cerdas, RM com 1- 6 cerdas, M com 5 cerdas,
demais veias nuas. Squama com 14 (1) cerdas.
Pernas. Escama da tíbia anterior 51- 53 (2) µm de comprimento; esporão da tíbia
mediana 70- 82 (2) µm de comprimento; esporão da tíbia posterior 26- 50 µm de
comprimento. Ápice da tíbia anterior 62- 67 (2) µm de largura, da tíbia mediana 76- 95
µm de largura, da tíbia posterior 62- 78 µm de largura. Comprimento e proporções das
pernas como na Tabela 10.
94
Tabela 10 – Comprimento (μm) e proporções das pernas de Stenochironomus inpa sp. n., fêmea (n = 3).
Fe
Ti
ta1
ta2
ta3
P1
14841523 (2)
13101346 (2)
20132254 (2)
8561056 (2)
8131010 (2)
P2
1431- 1710
1292- 1361
1010- 1218
536- 677
446- 518
P3
1272- 1494
1017- 1092
810- 946
372- 443
302- 364
ta4
ta5
LR
BV
SV
BR
P1
751897 (2)
290366 (2)
1,42 (1)
1,80 (1)
1,42 (1)
_
P2
231- 279
105- 133
0,78- 0,91
2,64- 2,82
2,50- 2,69
5,04 (1)
P3
169- 213
95- 128
0,73- 0,79
2,84- 3,28
2,84- 3,28
3,65 (1)
Genitália (Fig. 39). Tergito IX com 78- 110 (2) cerdas. Gonocoxito IX com 2- 6 cerdas.
Cerco com 127- 175 (2) µm de comprimento. Noto com 235- 252 (2) µm de
comprimento. Coxoesternapodema com 99- 132 µm de comprimento Placa pós-genital
com formato triangular e ápice arredondado. Ovários esféricos.
95
Figura 38. Stenochironomus inpa sp. n., fêmea.
Figura 39. Stenochironomus inpa sp. n., fêmea. Genitália.
96
Pupa (n=7 exúvias, exceto quando assinalado)
Comprimento total 5,89- 7,16; 5,89 mm. Coloração geral: cefalotórax e abdome marrom
claro.
Cefalotórax. Apótoma frontal alongado (Fig. 40 A); verrugas frontais discretas não
perceptíveis em todos os espécimes, tubérculo alar ausente (Fig. 40 C). Duas cerdas
precorneais longas e delgadas com 92- 140; 110 (5) µm de comprimento. Dorsocentrais
(Dc) longas e delgadas com 57- 110; 94 88 (6) µm de comprimento. Distância entre
Dc1 e Dc2 0,5- 3; 1,5 µm; entre Dc2 e Dc3 280- 359; 334 µm; entre Dc3 e Dc4 1- 2; 1
µm. Sutura mediana com presença de grânulos.
Abdome (Fig. 40 B). T I sem chagrin; T II- V com chagrin na região mediana; T VI
com chagrin na região pósteromediana; T VII- VIII sem chagrin. T II com fileira de
garras marrons na região póstero-mediana contínua com 234- 351; 310 (4) µm de
comprimento formando uma aba sobre a região anterior do T III, podendo apresentar
uma pequena separação em duas fileiras de garras em alguns espécimes. Lobo anal com
duas áreas arredondadas com chagrin na região anterior. Cerdas do abdome: S I sem
cerdas L; S II-IV com 3 cerdas L; S V–VII com 4 cerdas LS; S VIII com 5 cerdas LS.
Pedis spurii B ausente. Esporão no S VIII com 5 dentes castanho escuro, sendo o
terceiro mais externo o maior (Fig. 39 D). Saco genital com 251- 321; 303 µm de
comprimento, ultrapassando o “swim paddles” em 32- 77; 49 µm; lobo anal com ápice
do arredondado com 200- 235; 215 (4) µm de comprimento e um padrão circular de
chagrin na região anterior, franja com cerca de 42- 50; 48 filamentos.
97
Figura 40. Stenochironomus inpa sp. n., pupa. A: Apótoma frontal. B: Abdome, vista dorsal. C:
Cefálotorax, em vista lateral D: Esporão anal do segmento VIII. E: Anel basal do corno torácico.
98
Larva (n=7, exúvias, exceto quando assinalado)
Capsula cefálica com 0,46- 0,60; 0,46 mm de comprimento.
Cabeça. Antena (Fig. 41 A); comprimento dos segmentos antenais (µm): 62- 70; 64 (6),
21- 25; 22 (6), 11- 13; 12 (4); 9- 12; 11 (4); 3- 5; 4 (5). Lâmina antenal com 14- 23 (3)
µm. Labro como na (Fig. 41 E). Lamela labral com espículas arranjadas em dois grupos
em forma de pente; espículas do pente epigaringeo arranjado de forma linear. SI longa e
delgada com 11- 25 (3) µm de comprimento; SII ramificada com 20- 23; 17 (4) µm de
comprimento; SIII com 8- 31; 17 (4) µm de comprimento. Premandíbula com 58- 68; 64
(5) µm de comprimento. Mandibula (Fig. 41 B) com 140- 196; 160 µm de
comprimento, com 3 dentes pretos internos visíveis. Mento com 10 dentes pretos
apresentando uma concavidade mediana (Fig. 41 C) com 122- 141; 131 µm de largura;
microporo localizado na região mediana pareada a cerda submenti; placa ventromental
com leve concavidade próximo ao mento e fracamente estriada. Base da linha
dorsolateral originando-se próxima a base da linha dorsomediana. Lábio-hipofaringe
(Fig. 41 D) com lobos ligulares arredondados, com um pequeno espaço entre eles com
formato de U.
99
Figura 41. Stenochironomus inpa sp. n., larva. A: Antena. B: Mandíbula. C: Mento. D: Lábiohiporaringe. E: Labro.
100
Distribuição. Brasil, Amazonas (Presidente Figueiredo, São Gabriel da Cachoeira);
Roraima (Alto Alegre).
Comentários
Os espécimes analisados foram obtidos em igarapés com variada corenteza e
diferentes tipos de solo (arenoso, lajeado, cascalho), os adultos foram obtidos após
criação em laboratório. S. inpa sp. n. se assemelha a S. albidorsalis, se diferenciando
desta espécie, pelo padrão de coloração do tórax e abdome, ponta anal não bulbosa
apicalmente e cerda apical da volsela inferior longa e delgada.
101
4.4 Chave de identificação para machos de Stenochironomus Kieffer da Região
Neotropical (modificado de Borkent 1984 e Dantas 2010)
1.
Tórax, asas, pernas e tergitos abdominais sem manchas escuras, no máximo,
membrana da asa uniformemente marrom-clara, ápice do fêmur anterior, tíbia e tarso
anterior escuro (Anexo 4)................................................................................................. 2
1’. Tórax, asas, pernas ou tergitos abdominais (ou vários deles) com bandas distintas
escuras ou manchas, coloração das pernas não como acima (Fig. 37)............................. 8
2. Hipopígio com ponta anal larga na base e com crista dorsal estendendo-se
lateralmente ao longo do comprimento (como na Fig. 27 D)........................................... 3
2’. Hipopígio com ponta anal estreita na base, com o ápice expandido ou não, mas sem
crista dorsal (como na Fig. 23 E)...................................................................................... 4
3. Tórax alongado anteriormente, grupo de cerdas do tergito IX distribuído em lobo
projetado posteriormente (Anexo 5 A).......................................................... S. prolatus*1
3’. Tórax não alongado anteriormente, grupo de cerdas do tergito IX distribuído em área
plana................................................................................................................... S. vatius*1
4. Ponta anal do hipopígio com ápice dilatado............................................ S. atlanticus*4
4’. Ponta anal do hipopígio com ápice não dilatado (Fig. 27 D)...................................... 5
5. Tergito IX com uma aba posterolateral contendo cerdas grossas............ S. sebastiao*2
5’. Tergito IX sem aba com cerdas grossas (Fig. 32 A)................................................... 6
6. Ápice do tergito IX em forma de cunha em vista dorsal (Fig. 28 A), cerda apical da
volsela inferior alongada, tão longa quanto à cerda subapical......................................... 7
6’. Ápice do tergito IX quadrangular, em vista dorsal, cerda apical da volsela inferior
curta e robusta, mais curta que a cerda subapical (Anexo 6 A).......................... S. reissi*1
7. Volsela superior curta, proporção volsela inferior/volsela superior maior que
4,40µm........................................................................................................... S. maikeae*2
7’. Volsela superior alongada, proporção volsela inferior/volsela superior menor que
4,40 µm................................................................................................. S. palliaculeatus*1
8.
Fêmur
anterior
com
três
áreas
discretas
de
pigmentação;
apenas as margens laterais e posteriores dos tergitos abdominais II – IV com
pigmentação (Anexo 5)............................................................................ S. triannulatus*1
8’. Fêmur anterior com, no máximo, duas áreas com pigmentação (Fig. 37), tergitos
abdominais com pigmentação variada, mas não como acima.......................................... 9
9. Hipopígio com ponta anal larga na base, com crista dorsal estendendo se lateralmente
ao longo do seu comprimento (Fig. 36 A)...................................................................... 10
102
9’. Hipopígio com ponta anal estreita na base, com o ápice expandido ou não, mas sem
crista dorsal (Fig. 23 E).................................................................................................. 21
10. Tergito IX com duas protuberâncias laterais (Fig. 27 D)......................................... 11
10’. Tergito IX sem protuberâncias laterais (Fig. 35 D)................................................ 12
11. Tergito IX com protuberâncias laterais delgadas e desenvolvidas, orientadas
posteriormente, alcançando a margem posterior do respectivo tergito, ápice do tergito
IX quadrangular (Figs. 32 A)............................................................. S. testiculatus sp. n.
11’. Tergito IX com protuberâncias laterais robustas e pouco desenvolvidas, não
alcançando a margem posterior do respectivo tergito (Fig. 28 A); ápice do tergito IX
com formato de cunha ............................................................................. S. messias sp. n.
12. Vitta lateral completamente pigmentada, haltere marrom escuro, olho não metálico
quando vivo ou em álcool............................................................................................... 13
12’. Vitta lateral, no máximo apenas parcialmente pigmentada, haltere não pigmentado,
olho metálico ou não, quando vivos ou em álcool......................................................... 14
13. AR maior que 1,00, escudo inteiramente marrom escuro................... S. crusanticus*1
13’. AR menor que 1,00, escudo com pigmentação marrom-escura restrita a
vitta
mediana
e
lateral,
nesta
última
se
estendendo
até
a
sutura parapsial............................................................................................. S. innocuus*1
14. Volsela superior estendendo-se além do ápice do gonocoxito (Fig. 24 B).............. 15
14’. Volsela superior, no máximo, estendendo-se até o ápice do gonocoxito
(Fig. 19 B)....................................................................................................................... 17
15. Ápice da ponta anal bulboso.................................................................. S. bacrionis*1
15’. Ápice da ponta anal não bulboso (Fig. 28 A).......................................................... 16
16. Volsela superior com 10 – 14 cerdas com ápice arredondado, ponta anal larga na
base (Anexo 9 A)........................................................................................ S. pectinatus*1
16’. Volsela superior com 4 – 9 cerdas com ápice pontiagudo, ponta anal estreita na
base (Anexo 9 B)............................................................................................. S. gladius*1
17. Perna mediana e posterior pigmentadas ou não........................................................ 18
17’. Perna mediana e posterior pigmentadas, cerda apical da volsela inferior robusta....... 19
18. Tórax e pernas mediana e posterior sem pigmentação, cerda apical da volsela
inferior robusta, ponta anal com ápice bulboso....................................... S. albidorsalis*1
18’. Tórax e pernas mediana e posterior com áreas pigmentadas, cerda
apical
da
volsela
inferior
delgada,
ponta
anal
com
ápice
não
bulboso................................................................................Inpa sp. n. (Figs. 32 A- B; 37)
103
19. Margens posterolaterais do tergito VII com pigmentação marrom, AR maior que
2,00................................................................................................................................. 20
19’. Margens posterolaterais do tergito VII sem pigmentação marrom, AR menor que
2,00................................................................................................................... S. fittkaui*1
20. Gonóstilo estreito nas extremidades e mais largo na região mediana, volsela superior
com ápice pontiagudo................................................................................. S. manauara *
20’. Gonóstilo com largura uniforme ao longo do seu comprimento, volsela superior
com ápice não pontiagudo.................................................................................... S. bare *
21. Vitta lateral conectada medialmente por uma pigmentação escura a Vitta mediana
em vista dorsal................................................................................................................ 22
21’. Vitta lateral com ou sem áreas pigmentadas, porém nunca conectada medialmente
por uma pigmentação escura com a Vitta mediana........................................................ 23
22. Vitta lateral com duas áreas de pigmentação escura; posnoto completamente
pigmentado, exceto as extremidades anterolaterais, porção posterior do tergito IV
pigmentado.............................................................................................. S. semifumosos*1
22’. Vitta lateral com apenas uma porção anterior pigmentação escura, região posterior
do posnoto pigmentada, tergito IV sem pigmentação................................... S. zonarius*1
23. Vitta mediana com duas manchas marrons escuras circulares pareadas na
região anterior em vista dorsal, volsela inferior com ápice fortemente curvada,
formando um tipo de gancho............................................ S. oliveirai sp. n. (Figs. 14, 15)
23’. Vitta mediana sem manchas escuras; volsela inferior com ápice não curvo, não
formando gancho.............................................................................................................24
24. Vitta lateral com duas manchas escuras, uma situada anteriormente de formato semicircular, e outra, situada posteriormente de formato variado......................................... 25
24. Vitta lateral com apenas uma mancha escura ou nenhuma...................................... 26
25. Posnoto e preepisterno sem áreas escuras; fêmur e tíbia anteriores com fileiras
dorsais e ventrais de cerdas nitidamente mais longas do que as encontradas nas
pernas medianas e posteriores, ápice da ponta anal visivelmente bulboso
em vista dorsal (Fig......................................................................................... S. jubatus*1
25’. Posnoto e preepisterno com áreas escuras; fêmur e tíbia anteriores com fileiras
dorsais e ventrais de cerdas de tamanho similar às encontradas nas pernas
medianas
e
posteriores,
ápice
da
ponta
anal
levemente
bulbosa
em
vista dorsal............................................................................................. S. quadrionatus*1
26. Tórax quase inteiramente marrom, abdome sem pigmentação................... S. varius*1
104
26’. Maior parte do tórax sem pigmentação, com ou sem padrão de manchas, abdome
com ou sem pigmentação............................................................................................... 27
27. Vitta lateral com pigmentação ao longo da margem lateral estendendo-se como uma
faixa até a ponta anterior do escudo.............................................................. S. leptopus*1
27’. Vitta lateral com ou sem pigmentação escura, escudo com pigmentação escura ou
clara, ou sem pigmentação, mas pigmentação nunca se estendendo anteriormente como
uma faixa da vitta lateral................................................................................................ 28
28. Escudo com pigmentação escura nos 2/3 anteriores, abdome com pigmentação
escura......................................................................................................... S. amazonicus*
28’. Margem anterior do escudo geralmente com ou sem pigmentação, mas
pigmentação se presente sempre clara, abdome com ou sem pigmentação................... 29
29. Vitta lateral com uma mancha escura mais ou menos circular ao longo da margem
anterior, perna mediana e posterior sem pigmentação................................................... 30
29’. Vitta lateral com ou sem pigmentação, se presente, não do tipo circular, perna
mediana e posterior com ou sem pigmentação............................................................... 33
30. Ponta anal com ápice dilatado, volsela superior alongada ultrapassando o ápice do
gonocoxito........................................................................................................ S. roquei*3
30’. Ponta anal com ápice não dilatado, volsela superior curta não ultrapassando o ápice
do gonocoxito................................................................................................................. 31
31
Gonóstilo
robusto,
décimo
terceiro
flagelômero
maior
que
1.500
µm.................................................................................................................... S. suzanae*
31’ Gonóstilo delgado, décimo terceiro flagelômero menor que 1.100 µm................... 32
32. Abdome com pigmentação escura, cerdas posteriores do tergito IX em um lobo
mediano, projetado sobre a ponta anal......................................................... S. impendes*1
32’. Abdome sem pigmentação escura; cerdas do tergito IX dispostas em uma área
plana............................................................................................................. S. aculeatus*1
33. Vitta lateral com mancha escura quadrangular na região anterior, posnoto com
mancha marrom claro na metade distal............................................................... S. licinus
33’. Vitta lateral com ou sem pigmentação, quando presente, não como
acima............................................................................................................................... 34
34. Vitta lateral com linha escura ao longo da margem lateral, posnoto com
mancha
marrom
escura
em
mais
de
2/3
de
sua
extensão,
tergito
IX
largo................................................................................................................... S. discus*1
105
34’. Posnoto com ou sem pigmentação, quando presente, não como acima, tergito IX
não largo......................................................................................................................... 35
35.
Vitta
lateral
com
uma
mancha
distintamente
elíptica
na
margem
posterior..................................................................................................... S. figueirensis*
35’. Vitta lateral com uma faixa marrom percorrendo a margem mediana e anterior ou
sem pigmentação escura................................................................................................. 36
36. Vitta lateral com uma faixa marrom percorrendo a margem mediana e
anterior................................................................................................................. S. liviae*
36’. Vitta lateral com ou sem pigmentação, porém nunca com faixa marrom percorendo
a margem mediana e anterior.......................................................................................... 37
37. Ápice da ponta anal não bulbosa, cerda apical da volsela inferior
delgada............................................................................................................ S. townesi*1
37’. Ápice da ponta anal levemente bulbosa, cerda apical da volsela inferior
robusta............................................................................................................................ 38
38. Abdome com pigmentação escura presente, pelo menos na margem posterior dos
tergitos II– IV do abdome, volsela superior robusta não ultrapassando o ápice do
gonocoxito, gonóstilo uniforme em todo seu comprimento......................... S. nudipupa*1
38’. Abdome com pigmentação escura presente na margem posterior dos
tergitos I– V do abdome, volsela superior delgada ultrapassando o ápice do
gonocoxito,
gonóstilo
robusto
e
marrom
escuto
com
formato
de
clava
(Figs. 23 E, 24 A- B).............................................................................. S. hamadae sp. n.
*Espécies descritas, ainda não publicadas da dissertação de Dantas 2010.
*1Espécies descritas no trabalho de Borkent 1984.
*2Espécies descritas no trabalho de Andersen et al. 2008.
*3Espécie descrita no trabalho de Dantas et al. 2010.
*4Espécie descrita no trabalho de Pinho et al. 2005.
106
5. DISCUSSÃO
Apesar de todo esforço concentrado para mitigar a falta de conhecimento dos
Chironomidae no Brasil, é possível notar que ainda existe um enorme caminho a ser
percorido. Após inventário bibliográfico e análise das espécies coletadas neste estudo,
evidenciamos um considerável avanço sobre o conhecimento do gênero Stenochironomus
da Região Neotropical.
Neste trabalho, 15 espécies de Stenochironomus foram coletadas, sendo que 10
já haviam sido descritas por Borkent (1984), das quais ampliou-se a distribuição das
espécies S.gladius e S. nudipupa assinalados pela primeira vez no Brasil, S.bacrionis e
S. jubatus registrados para o Amazonas e Roraima respectivamente e ainda a
complementação das descrições dos estágios imaturos (larva e pupa) das espécies S.
triannulatus e S. reissi. Duas espécies assinaladas neste trabalho foram descritas na
dissertação de Dantas (2010), S. manauara e S. bare, estas espécies foram coletadas em
igarapés de Presidente Figueiredo e diversas áreas de Manaus, demostrando possuírem
uma maior distribuição. As espécies S. pectinatus, S. fittkaui, S. albidorsalis, S.
palliaculeatus, foram coletados em diversas localidades dos municípios de Presidente
Figueiredo, São Gabriel da Cachoeira e Manaus, porrém não foi possível descrever seus
estágios imaturos ainda desconhecidos (Tabela 1).
Além dos novos registros de descrições de estágios imaturos de espécies já
descritas, cinco espécies novas foram apresentadas, sendo quatro com características
minadoras de folhas (S. testiculatus; S. messias; S. inpa; S. hamadae) com seus estágios
imaturos (larva e pupa) descritos e uma espécie minadora de troncos (S. oliveirai) com
sua pupa descrita e duas espécies S. oliveirai e S. inpa com descrição das fêmeas.
Este resultado contribuiu com um incremento de pouco mais de 10% do número
total de espécies para a Região Neotropical, percentual semelhante ao alcançado por Dantas
(2010) que estudando o gênero Stenochironomus no estado do Amazonas descreveu sete
espécies novas e pouco menos da metade do número de espécies (n= 14) descritas com
material de coleção, para a região Norte por Borkent (1984) em seu trabalho de revisão
mundial do gênero Stenochironomus.
107
O número de espécies para a Região Neotropical foi ampliado de 34 para 39, de
24 para 31 para o Brasil, 21 para 29 para o estado do Amazonas e de uma para cinco
para o estado de Roraima. Entre as 39 espécies (Tabela 1) para a Região Neotropical,
obseva-se que pouco mais de 60% (n = 25) possuem algum estágio imaturo descrito, cerca
de (n= 8) espécies, menos de 20% possuem apenas suas pupas descritas e (n= 17) menos de
50% possuem todos os estágios descritos (larva, pupa e adulto). A maior lacuna de
conhecimento encontra-se principalmente nas espécies minadoras de tronco, que possuem
apenas cerca de 50% (n= 4) das larvas descritas entre as nove espécies conhecidas para
a Região Neotropical. Isto ocorre possivelmente por conta da dificuldade de
individualização das larvas para criação e a baixa taxa de sobrevivência em laboratório.
A continuação dos estudos sobre Stenochironomus como a descrição de espécies
novas e a complementação das descrições de espécies conhecidas é fundamental para uma
melhor compreensão sobre a biologia e ecologia das espécies e sua relação com o ambiente.
Segundo Cranston e Oliver (1988) o maior problema para o conhecimento do papel da
família Chironomidae na decomposição de troncos submersos, é taxonômico. O pouco
conhecimento se torna relevante, uma vez que as características para a subdivisão do
gênero se restringe aos estágios imaturos. Fato este que corrobora a argumentação de
Pinho et al. (2005), de que é necessário um maior conhecimento dos estágios imaturos
para que possamos confirmar e empregar esta subdivisão do gênero.
Apesar das poucas espécies com os imaturos descritos, foi possível observar
alguns padrões que diferenciam espécies minadoras de tronco, das minadoras de folha.
As espécies minadoras de folha mostraram-se visivelmente menores que as minadoras
de tronco, seu ciclo de vida é mais curto, durando em média 14 a 30 dias até a
emergência do adulto, enquanto as minadoras de tronco podem durar até um ano até a
emergência dos adultos.
Com relação ao estudo taxonômico todas as larvas de minadoras de folha,
possuem a linha dorsolateral se originando na base da linha dorsomediana. As pupas
minadoras de folha possuem fileira de garras do tergito II contínua ou com uma divisão
mediana e sempre estão localizadas na região posteromediana do tergito. As larvas
minadoras de tronco possuem, a linha dorsolateral se origina após a metade da linha
dorsomediana. As pupas minadoras de folha possuem tergito II com pedes spurri B,
108
fileira de garras do tergito II com uma divisão mediana e se estendendo para as laterais
na região posterior do tergito II.
Estas características reforçam a subdivisão do gênero proposta por Borkent
(1984). Porém, com os dados disponíveis, não foi possível elaborar uma chave de
identificação robusta para pupas e larvas, pois muitas espécies compartinham diversas
caracterísricas em seus estágios imaturos. Portanto, faz-se necessárias novas associações
principalmente de espécies minadoras de tronco para que possamos minimizar estas
lacunas de conhecimento e confirmar a subdivisão para todos os representantes do
gênero.
109
6. CONCLUSÕES
 O presente estudo resultou no aumento do conhecimento sobre o gênero
Stenochironomus para a Região Norte, Brasil e Região Neotropical;
 Foram registradas a ocorrência das espécies S. gladius Borkent, 1984 e S.
nudipupa Borkent, 1984 para o Brasil e escritos estágios imaturos (larva e pupa)
das espécies S. reissi Borkent, 1984 e S. triannulatus Borkent, 1984;
 Cinco espécies novas foram descritas, ilustradas e diagnosticadas, sendo quatro
com seus estágios imaturos (larva e pupa) e uma espécie nova com sua pupa
descrita;
 Foram descritas as fêmeas das espécies S. inpa e S. oliveirai;
 Foi atualizada a chave de identificação para machos adultos na Região
Neotropical;
 Foi observado que o gênero Stenochironomus possui uma grande diversidade e
sua distribuição geográfica é muito maior do que a registrada atualmente, pois
mesmo coletando em localidades semelhantes às coletadas por outros autores foi
possível encontrar espécies novas e ao coletar em localidades diferentes
encontramos espécies novas e ampliamos a distribuição de várias espécies já
conhecidas.
110
7. PERSPECTIVAS
Para futuros trabalhos é necessário um estudo de revisão taxonômica e de
filogenia das espécies mundiais ou da Região Neotropical, com coletas adicionais em
outras regiões do Brasil e países da América do Sul, para que se possa obter um
panorama amplo da diversidade e distribuição deste gênero. Até o momento o único
conhecimento de filogenia foi realizado por Borkent (1984), porém, com o incremento
das 23 espécies descritas posteriormente no mundo ou apenas as 14 espécies descritas
para a Região Neotropical poderemos propor cladogramas mais robustos que
comprovem ou refutem a monofilia proposta para este gênero.
111
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
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Anexos
Anexo 1. A: Larva de Stenochironomus minador de tronco. B: Mina produzida por larva
de Stenochironomus logo abaixo da casa, com seta apontando a mina e a larva.
125
Anexo 2. A: Larva de Stenochironomus minador de folha em decomposição. B: Movimentação da larva
de Stenochironomus no interior da mina na folha decomposição, com a seta apontando a mina e a larva.
126
Anexo 3. A: Microscópio estereoscópio Leica com câmera fotográfica digital acoplada. B: Microscópio
ópitico Olympus DP72 com câmera fotográfica digital acoplada.
127
Anexo 4. Adulto de Stenochironomus reissi, onde o tórax, asas, pernas e tergitos abdominais não
possuem manchas escuras.
128
Anexo 5. Adulto de Stenochironomus triannulatus. Circulo demonstrando as três áreas de pigmentação
do Fêmur da perna anterior.

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