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N°19 - AGOSTO – SETEMBRO - OUTUBRO DE 2015
ORIENTE MÉDIO E ÁFRICA:
TERCEIRO PILAR DE
CRESCIMENTO DO GRUPO
Por que reduzir ainda
mais os custos?
Diálogo
p. 4
Full kitting:
maior flexibilidade
Estratégia/explicação
p. 6
Learning
organization
Destaque
p. 14
Destaques
308 GTi
BY PEUGEOT SPORT
DS ELÉTRICO
NA FÓRMULA E
Depois do sucesso do RCZ-R e do 208 Gti, a Peugeot Sport agora concentra seu know-how
e sua experiência no mais novo modelo esportivo do Grupo. Elevando à máxima potência a
qualidade, o design, a eficácia e a experiência ao volante do Peugeot 308, a equipe fez questão
de assinar seu sobrenome: Peugeot 308 GTi by Peugeot Sport. Desenvolvido para aficionados
particularmente exigentes, ele concorre com o Golf Gti e reflete de forma exemplar a estratégia
de posicionamento superior da marca. O modelo é produzido em Sochaux (França), na linha
do Peugeot 308.
Junho de 2015
Com a criação da equipe DS Virgin Racing,
a marca DS e sua parceira Virgin Racing
estão confiantes na vitória no campeonato
de Fórmula E FIA. Disputada somente em
circuito urbano, ela é a única competição
que reúne veículos com motores elétricos.
“Compartilhamos plenamente os valores
que regem esse campeonato: tecnologia
inovadora e proximidade com o público”,
ressaltou Yves Bonnefont, diretor geral da
marca DS. A largada será dada no início de
outubro, em Pequim.
Outubro de 2015 a junho de 2016
VALORIZAÇÃO DA
HISTÓRIA DO GRUPO
Graças à nova associação “L’Aventure
Peugeot Citroën DS3”, que conta com o
apoio da associação “L’Aventure Peugeot”,
fundada há mais de 30 anos, a PSA Peugeot
Citroën está dando uma nova dinâmica
à história do Grupo e de suas três marcas. Xavier Peugeot, Diretor de Produto
da Citroën e Presidente da associação
“L’Aventure Peugeot Citroën DS”, explica:
“a nova organização simboliza o reconhecimento do trabalho efetuado ao longo dos
anos por pessoas dedicadas, que merecem
nossos sinceros agradecimentos”.
Julho de 2015
2
PLANETA / n°19
BLUESUMMER : PARCERIA ESTRATÉGICA
COM A BOLLORÉ
O conversível de quatro lugares totalmente elétrico do Grupo Bolloré será comercializado pela
Citroën França. A parceria representa uma excelente oportunidade para que as concessionárias
aumentem o faturamento e atraiam novos tipos de clientes para os showrooms. O acordo entre a
PSA Peugeot Citroën e o Grupo Bolloré contempla também a montagem do veículo na fábrica de
Rennes a partir de setembro, além de uma colaboração no campo de compartilhamento de carros
na Europa e a criação de uma empresa conjunta para desenvolver essa atividade no mundo todo.
Julho de 2015
OS NOVOS
EMBAIXADORES DS
Zhang Hai Ao, arquiteto, Iris Van Herpen
(foto), designer de moda, e Sylvestre
Maurice, doutor em astrofísica, são os
ícones do novo DS 5. Cada um explica, em
seu universo particular, o que representa
o espírito de vanguarda – aliança entre
design, tecnologia, requinte e conforto
dinâmico. Venha também participar desse
novo encontro no DS Inside.
Maio de 2015
CARRO AUTÔNOMO:
PSA PEUGEOT CITROËN
PRONTA PARA O
FUTURO!
Em junho, os engenheiros do Grupo revelaram
que a partir de 2018 o Grupo estará pronto
para oferecer veículos equipados com
funções de condução autônoma “sob
controle do motorista” – por exemplo, nos
engarrafamentos em vias de circulação
rápida ou autoestradas, bem como nas
manobras para estacionar. Essas situações,
particularmente sujeitas a inatenção por parte
do condutor, ganharão assim, mais segurança.
No longo prazo, o condutor poderá entregar
inteiramente a condução do veículo ao sistema
autônomo e desfrutar plenamente do trajeto.
Junho de 2015
PLANETA / n°19
3
Diálogo
Por que precisamos
continuar reduzindo
os custos fixos, se os
resultados do Grupo
já melhoraram?
NO DIA 29 DE JULHO, O GRUPO
APRESENTOU OS RESULTADOS
DO PRIMEIRO SEMESTRE.
Com o vento soprando a nosso favor,
o lucro líquido voltou a ser positivo,
alcançando 720 milhões de euros. Mas
o futuro do Grupo depende, acima de
tudo, de sua capacidade de melhorar
o desempenho no longo prazo, a fim
de garantir sua continuidade.
“Os custos fixos
continuam mui
considerando a
concorrencial”
Carlos Tavares, Presidente Mundial da PSA Peugeot Citroën.
OS RESULTADOS
SEMESTRAIS POSITIVOS
APRESENTADOS PELA
PSA PEUGEOT CITROËN SÃO
A PROVA DE QUE O PLANO
BACK IN THE RACE CONTINUA
DANDO FRUTOS.
“Os bons resultados
da PSA devem-se,
em parte, à
conjuntura
favorável. Ainda
não estamos
suficientemente
protegidos”.
Carlos Tavares
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PLANETA / n°19
O lucro operacional totalizou
1,4 bilhão de euros, o que representa um
crescimento de quase 1 bilhão de euros,
gerados principalmente pela atividade da
Divisão Automotiva. Isso não significa
que o processo de recuperação esteja
concluído. Além disso, tudo indica que a
conjuntura econômica venha a ser menos
favorável no segundo semestre de 2015,
com incertezas no mercado europeu e
desaceleração nos mercados emergentes.
Temos que aguardar os resultados do
ano todo, em particular a margem
operacional e a rentabilidade, para
realmente avaliar a situação do Grupo.
Naturalmente, nossos concorrentes foram
impulsionados pelos mesmos ventos
favoráveis e continuam no rumo do
crescimento. A Volkswagen, por exemplo,
registrou lucro operacional de
6,82 bilhões de euros, crescendo 10%.
“Os bons resultados da PSA devem-se, em
parte, à conjuntura favorável. Ainda não
do Grupo
to altos,
dinâmica
estamos suficientemente protegidos”,
ressalta Jean-Baptiste de Chatillon, Diretor
Financeiro. Portanto, reduzir os custos fixos
é uma prioridade. “O ponto de equilíbrio
(ponto morto) do Grupo deve baixar para
menos de 2 milhões de veículos, nível que
representa a meta de 2015. Quanto mais
diminuirmos esse ponto de equilíbrio, mais
rentáveis seremos e mais a empresa estará
protegida contra os riscos do mercado”,
acrescenta.
O significado desse “ponto de
equilíbrio” é simples: ele corresponde ao
número de veículos a partir do qual as
operações do Grupo começam a gerar
lucros. Para diminuí-lo, a PSA Peugeot
Citroën decidiu mobilizar uma série de
recursos, a fim de aumentar a
competitividade em meio aos
movimentos cíclicos da indústria e às
incertezas da economia:
• melhorando o poder de precificação
(pricing power), podemos ganhar um
pouco mais em cada veículo vendido,
além de valorizar as marcas e preservar
o preço dos veículos ao longo de toda a
sua vida útil;
• reduzindo o custo de fabricação (PRF),
diminuímos o custo de produção de
cada veículo segundo o roteiro
estabelecido, objetivando a meta de
-500 euros por veículo entre 2015 e
2018;
• custos fixos, ou seja, os custos
estruturais em relação ao número de
veículos vendidos pelo Grupo
contribuíram de maneira determinante
para as dificuldades financeiras
enfrentadas pela empresa
recentemente. É verdade que os custos
têm sido reduzidos de forma contínua
desde 2012, mas o coeficiente total do
custo salarial em relação ao
faturamento ainda está muito elevado:
14,5% em 2013, com diminuição para
12,4% em 2015. Se conseguirmos descer
para 12% até 2016, o Grupo terá um
melhor posicionamento concorrencial
(os grandes fabricantes de automóveis
se situam em torno de 11%).
Xavier Chéreau, DRH do Grupo,
ressalta: “Devemos continuar a ajustar os
custos fixos à realidade das operações do
Grupo. Em comum acordo com os
diversos setores da empresa, coordeno a
redução dos custos fixos. Juntos,
trabalhamos para diminuir os custos
operacionais e estruturais. O objetivo é
preservar a empresa, melhorando o seu
desempenho”.
RELAÇÃO CUSTO SALARIAL / FATURAMENTO
14,5%
13,4%
12,4%
2013
2014
2015
12%
11%
Objetivo 2016 Bench OEMs
PLANETA / n°19
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Estratégia/explicação
FULL KITTING:
MAIS FLEXIBILIDADE
PARA GARANTIR MAIOR
COMPETITIVIDADE
Full kitting é um novo método de abastecimento de peças na borda da linha que
melhora o desempenho global das fábricas e, ao mesmo tempo, diminui
a complexidade de determinadas operações. Yann Vincent, Diretor Industrial
da PSA Peugeot Citroën, traça um panorama de suas vantagens.
O que é full kitting?
Qual a importância do full kitting para o Grupo?
O full kitting é um método revolucionário de abastecimento de peças na borda da linha:
todos os componentes necessários à
montagem de vários modelos em uma
mesma linha são organizados em kits
e colocados à disposição dos operadores, que não precisam mais ir buscá-los – o que diminui o estresse e o
cansaço. O abastecimento, antes
repartido por posto de trabalho, agora é feito por veículo. Isso requer a
segmentação do trabalho entre os
operadores encarregados da preparação
dos kits e os que efetuam a montagem
das peças na linha. O transporte entre as
duas equipes é feito por veículos AGV
(autoguiados), que levam os kits para a
borda da linha de produção e trazem de
volta as caixas vazias para a área de
preparação.
YANN VINCENT,
Diretor Industrial da
PSA Peugeot Citroën
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PLANETA / n°19
É simplesmente uma prioridade. O objetivo do programa
Fábrica Excelente é a consolidação da competitividade do
nosso parque industrial. Para cumpri-lo, estamos modernizando as fábricas e adaptando-as para que sigam os melhores
padrões em vigor na indústria automotiva. A capacidade
industrial do Grupo deve ser redimensionada para otimizar a
taxa de utilização (índice Harbour) e reduzir o custo de produção por veículo. Quanto mais compacta a fábrica, menores
os custos.
Quais os benefícios do full kitting?
Esse método promove uma melhor ergonomia na linha, maior
flexibilidade no caso de mudanças de mix (variedade de modelos e faixa de posicionamento), e melhor desempenho na montagem e nas operações logísticas. A fábrica pode se adaptar
com mais rapidez e facilidade às necessidades comerciais.
Usado inicialmente nas unidades DPCA na China, o full kitting
vem sendo adotado progressivamente na Europa e América
Latina. A fábrica de Sevelnord ilustra bem essa transformação
e os resultados são muito promissores. O principal objetivo na
França é que as fábricas estejam em pé de igualdade com os
concorrentes europeus na batalha pelo mercado.
THIERRY ROBERT,
Diretor de Montagem de Sevelnord
“A fábrica de Sevelnord, especializada em
veículos utilitários leves, se caracteriza pela
diversidade dos modelos produzidos (20
modelos) e pela necessidade inerente de
flexibilidade, com um mix extremamente
variável. O grande desafio é melhorar o
desempenho da fábrica para garantir seu
futuro. Graças ao full kitting, podemos reduzir
os custos, melhorar a qualidade da montagem
e aumentar a reatividade nos casos em que é
preciso adaptar a linha às exigências
comerciais. Por ser mais simples e menos
estressante, a nova organização do trabalho
permite que os operadores se concentrem na
montagem das peças e no controle da
qualidade. No final, a fábrica ganha em termos
de produtividade e rentabilidade”.
De
Mais informações?
Conheça o full kitting em imagens:
https://youtu.be/0Gpavw1F9pk
PLANETA / n°19
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Dossiê
ORIENTE MÉDIO E ÁFRICA:
GRANDES AMBIÇÕES
PARA OS PROJETOS
DO GRUPO
As notícias são boas: um acordo com o Marrocos
para a instalação de uma fábrica, a possibilidade
de voltar em breve ao Irã e perspectivas de forte
crescimento no continente. Que tal (re)descobrir
essa região, que faz parte da história do Grupo?
8
PLANETA / n°19
PLANETA / n°19
9
Dossiê
“ORIENTE MÉDIO E ÁFRICA: TERCEIRO PILAR
DE CRESCIMENTO DO GRUPO”
Você dirige a Região Oriente Médio e África
desde setembro de 2014. Qual a importância
dessa região para o Grupo?
Os mercados nessa região são muito
diversificados. O Grupo dispõe de veículos
adaptados a essa diversidade?
Jean-Christophe Quémard: A África e o Oriente Médio são
parte integrante da história do Grupo, em particular para a
marca Peugeot, que tem grande notoriedade nesses mercados. A região atende perfeitamente às exigências de crescimento rentável do Grupo e oferece oportunidades de realizar
investimentos bem planejados e rentáveis, com adaptação
dos produtos a fim de satisfazer melhor à demanda local, bem
como de estabelecer parcerias interessantes.
J-C. Q.: Os países dessa região apresentam grandes disparidades
em termos de poder aquisitivo, legislação e costumes. Entretanto,
já identificamos uma base comum de exigências técnicas para
esses mercados, como condições climáticas extremas (calor, umidade), poeira, padrão de qualidade dos combustíveis, etc. Os
clientes têm preferência pelos modelos sedan, mas buscam também uma certa polivalência, a fim de conciliar uso profissional e
particular. Além disso, prestam muita atenção no preço de compra do carro e no custo de utilização. Alguns dos nossos produtos
atendem perfeitamente a esses critérios específicos, em particular
certos VUL como o Peugeot Partner e o Citroën Berlingo. Porém,
desde a criação dessa Região na organização estrutural do Grupo,
dedicamos uma atenção especial aos futuros produtos, para que
sejam realmente bem adaptados ao mercado. Paralelamente,
toda a nossa linha de veículos é comercializada na região. O
Peugeot 308 foi eleito “Carro do Ano” no Marrocos e lidera as
vendas do segmento na Argélia.
Podemos esperar um crescimento tão rápido
quanto na Ásia?
J-C. Q.: A previsão é de que haja um crescimento considerável
na região: em 2025, o mercado deverá totalizar 8 milhões de
veículos. Esse crescimento será alcançado de forma contínua
e sustentável, principalmente porque a taxa de motorização
é extremamente baixa em muitos países: 43 veículos para
cada 1.000 habitantes. Portanto, é fundamental começar,
desde agora, a reforçar nossa presença. Alguns concorrentes já estão bem instalados e compreenderam, há muito tempo, o valor estratégico
desses mercados. Concretamente, nossa meta
é vender 1 milhão de veículos daqui a dez
anos em toda a região, incluindo o Irã. O fim
das sanções econômicas internacionais
impulsionou nossos esforços para estabelecer operações nesse país. Por um lado, um
projeto de joint venture com transferência
de tecnologia e integração local promoverá
um salto de geração na frota de automóveis,
com produtos desenvolvidos em nossas plataformas e motores de excelente desempenho,
a fim de oferecer mobilidade sustentável e segura para a população
iraniana. Por outro lado, com o
restabelecimento das relações
financeiras, serão reabertos os
fluxos regulares de abastecimento de peças de
reposição.
Por que a empresa decidiu construir uma fábrica
no Marrocos, em vez de importar os veículos de
outras regiões, como a Europa?
J-C. Q.: Continuaremos importando veículos da Europa para
dispor de modelos de todos os segmentos e cumprir nossos objetivos comerciais. Mas, para sermos mais competitivos na região,
é essencial que o Grupo produza localmente veículos “primordiais” para esses mercados, em razão dos incentivos fiscais e
alfandegários e dos custos menos elevados de produção e logística. A partir de 2019, a fábrica de Kenitra, no Marrocos, produzirá motores e veículos dos segmentos B e C, destinados
principalmente aos mercados da região. Progressivamente,
aumentaremos a capacidade de produção, a fim de sustentar
nossa expansão comercial no continente. Como fixamos metas
comerciais ambiciosas, contemplamos também a possibilidade
de produzir em outros países, como Argélia, por exemplo –
embora, por enquanto, nenhum acordo tenha sido assinado.
Nosso objetivo é mobilizar todos os recursos e criar uma estrutura
para que possamos atender à demanda local da melhor forma
possível, transformando a Região Oriente Médio e África no terceiro pilar de crescimento rentável do Grupo.
JEAN-CHRISTOPHE QUÉMARD,
Diretor da Região Oriente Médio e África
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PLANETA / n°19
PSA PEUGEOT
CITROËN RUMO
À CONQUISTA DA ÁFRICA E DO
ORIENTE MÉDIO
POTENCIAL DOS MERCADOS EM 10 ANOS
Turquia
Síria
Líbano
Iraque
Israel
Jordânia
Tunísia
Marrocos
PRODUZIR PARA UM
MERCADO EM PLENA
EXPANSÃO
Mauritânia
Senegal
Gâmbia
Guiné
Bissau Guiné
Serra Leoa
PREVISÃO
PARA 2025
Libéria
8 mi
Líbia
Argélia
Saara
Ocidental
Egito
Arábia
Saudita
Níger
Chade
Sudão
Eritreia
Burkina Fasso
Costa
do Marfim
Togo
Benin
Barein
Catar
EAU
Omã
Mali
Gana
Afeganistão
Irã
Iêmen
Djibuti
Nigéria
Etiópia
Rep. C.
Africana
Camarões
Guiné
Equatorial Congo
Gabão
Somália
Uganda
Quênia
Ruanda
R.D.
Burundi
do Congo
Tanzânia
Angola
Zâmbia
Malawi
Moçambique
Zimbabwe
Namíbia
META DE VENDAS
PSA 2025
1mi
Madagascar
Botsuana
África do Sul
Potencial de evolução
dos mercados em 10 anos
Fábricas instaladas
ou em fase de estudo
Muito alto
- Irã: projeto em estudo
Alto
- Marrocos: Kenitra (2019)
Médio
- Nigéria: montagem
Baixo
- Argélia: projeto em estudo
Fonte: consenso de mercado PSA 05/2014
OS PONTOS FORTES DA PSA
NA REGIÃO ORIENTE MÉDIO E ÁFRICA
100 mil
veículos vendidos no
1° semestre de 2015
3°
maior volume
de vendas do Grupo,
boa rentabilidade
Grupo n°1 na Tunísia
Grupo n° 2 na Argélia
e no Marrocos
Líder
nos departamentos
franceses de ultramar
PLANETA / n°19
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Dossiê
O plano de desenvolvimento da marca DS
prevê, até o final deste ano, a inauguração de
DS Stores nas principais cidades da África e do
Oriente Médio, entre as quais Túnis e Ancara.
“A CONCORRÊNCIA É FEROZ!”
A concorrência na região é acirrada: a Toyota
lidera o mercado, principalmente com pick-ups, graças à reputação de robustez de seus
produtos. A Renault e a Dacia também estão
presentes na região do Magreb e vêm se
desenvolvendo bem na África Subsaariana. As
marcas chinesas e coreanas conseguem oferecer produtos baratos, que convêm aos clientes
com poucos recursos. Portanto, para conquistar essa região, é necessário ter grandes projetos em perspectiva.
Em termos de modelos, estamos bem posicionados no mercado de sedans, sobretudo com
o Peugeot 301 e o Citroën C-Elysée, mas precisamos oferecer preços mais competitivos
para nos adaptar à renda dos clientes. No
médio prazo, deveremos também reforçar
nossa oferta de veículos SUV, visto que os
clientes apreciam particularmente os modelos
maiores – e, quem sabe, um dia oferecer um
modelo pick-up, segmento que representa
atualmente 13% do mercado. Junto também
com uma oferta de umsedan do segmento C
na África, seria o ideal. Embora historicamente
as marcas sejam bem conhecidas – em alguns
países, são comercializadas há mais de
100 anos –, o Grupo perdeu terreno e notoriedade, e estamos longe de ter a preferência
do mercado. Agora, é arregaçar as mangas e
(re)conquistar os clientes da região!
ONTEM E HOJE
“AOS 20 ANOS, TODO
MUNDO SONHAVA
EM TER UM BELO
PEUGEOT”
MOHAMED TAHER LAABID,
tunisiano, ex-motorista de ônibus
e colecionador de veículos Peugeot
THOMAS D’HAUSSY,
Responsável por desenvolvimento de mercados no Oriente Médio e na África
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PLANETA / n°19
“Nasci em 1936, no norte da Tunísia, que na época
era protetorado francês. Meu pai foi um dos primeiros
da região a comprar uma caminhonete 404 com
capota de lona, que ele usou para expandir sua atividade de vendedor ambulante. Aos 20 anos, todo
mundo sonhava em ter um belo Peugeot! Na Tunísia,
a marca do leão era símbolo de robustez, desempenho e modernidade. Sempre apreciei muito a solidez
e a elegância dos carros que dirigi quando era jovem,
e ainda hoje: os modelos Peugeot 203, 403, 404 e
504. Meu sonho, agora, é dirigir um 508, que reflete
com fidelidade a elegância e a força dos meus primeiros Peugeot…”
“O CITROËN C4 CACTUS ATRAI 80%
DE NOVOS CLIENTES”
“O carro que eu mais vendo é o Citroën
C-Elysée. O modelo atende perfeitamente
às necessidades da família tunisiana”,
garante: “amplo porta-malas, banco traseiro com espaço para transportar três
crianças, um bom consumo de combustível para viajar no fim de semana, preço
competitivo e visual sedutor, semelhante
ao do Citroën C5”. Os numerosos diferenciais desse veículo “valem também para o
BtoB”, explica. Nosso entrevistado conta
também que, “desde que foi lançado, o
DS 3 tem ótimas vendas, pois é mais forte
que o Mini” no segmento de veículos
urbanos de luxo. Por outro lado, lamenta
a impossibilidade de comercializar, na
Tunísia, o Citroën C1, que não foi homologado, para competir com o Mazda 2.
Ainda bem que “o Citroën C4 Cactus,
lançado no primeiro semestre, atrai 80%
de novos clientes”, comemora ele.
“Médicos, advogados ou farmacêuticos,
que antes teriam comprado um Golf 7 ou
até um Renault, agora adotam o C4
Cactus como segundo veículo, por puro
prazer”.
BASSEM LOUKIL,
Importador Citroën e DS na Tunísia
PLANETA / n°19
13
Destaque
COMPARTILHAR CONHECIMENTO PARA REFORÇAR A COMPETITIVIDADE
“A CAPACIDADE DE APRENDER
É NOSSA PRINCIPAL FONTE
DE COMPETITIVIDADE”
Entrevista com Claudia Constant, Diretora da Universidade PSA Peugeot Citroën.
No âmbito do plano Back in the Race, você
pretende transformar a PSA Peugeot Citroën em
uma “learning organization”. Como o fato de
aprender de forma diferente poderia ajudar o
Grupo?
A maioria dos colaboradores dificilmente identifica o que,
dentro de sua experiência, poderia ser útil aos colegas. Mas,
não podemos esquecer que o conhecimento e o know-how
dos colaboradores constituem o capital imaterial da PSA, ou
seja, são fonte de eficiência para o Grupo. O objetivo da
“learning organization” é promover a troca de competências e conhecimentos coletivos e individuais, contribuindo para a profissionalização
contínua. É evidente que desenvolver as
competências dos funcionários traz
vantagens para a empresa, que aumenta sua competitividade, mas é também
benéfico para o funcionário, que
no longo prazo ganha mais
empregabilidade.
De que forma a PSA Peugeot
Citroën vai se tornar uma
“learning organization” ?
Graças a uma melhor
organização dos planos de
capacitação?
A empresa que pratica o autoaprendizado não pode existir por
decreto, ela deve ser construída passo a passo, no médio
prazo. Primeiro, devemos
pôr fim à mentalidade de qualificação intermitente e adotar
uma mentalidade de profissionalização e aquisição contínua
de competências. Os responsáveis pelas equipes precisam ter
uma visão transversal das necessidades dos colaboradores em
matéria de competências e avaliar o descompasso entre o que
é “ideal” e a realidade – graças, principalmente, à ferramenta
GHR Skills. Todo mundo sabe que os cursos presenciais deixaram de ser o único modo de aprender. Atualmente, usamos
métodos de e-learning, aulas virtuais, MOOC (cursos on-line
abertos), etc. A transição para a empresa que aprende requer
também o desenvolvimento de recursos didáticos integrados
às situações de trabalho, que possam ajudar a revelar talentos.
O coaching, o desenvolvimento conjunto e os programas de
tutoria são exemplos de métodos alternativos para a transmissão de conhecimentos dentro da empresa. Esses métodos
foram recentemente integrados de maneira formal às entrevistas individuais.
A Universidade PSA Peugeot Citroën pretende
oferecer novas ferramentas aos colaboradores e
gerentes para ajudá-los a compartilhar
competências e aprender uns com os outros?
Sim, estamos implementando uma nova ferramenta, o Learn’in
PSA (leia o box), que estará à disposição de todos os colaboradores a partir de setembro. Entretanto, não basta ter uma ferramenta. A “learning organization”é, acima de tudo, uma
questão de estado de espírito, uma cultura que sabe aproveitar
as oportunidades para aprender. Em relação às competências
identificadas como necessárias, graças principalmente ao plano
Back in the Race, a Universidade PSA Peugeot Citroën coloca
à disposição dos diversos setores uma série de recursos didáticos que integram módulos multimodais (e-learning, cursos
CLAUDIA CONSTANT,
Diretora da Universidade PSA Peugeot Citroën
14
PLANETA / n°19
* Pequeno
glossário RH
EARNING ORGANIZATION:
L
empresa que pratica
o autoaprendizado.
-LEARNING:
E
curso on-line interativo.
presenciais, aulas virtuais, etc.) em áreas técnicas ou
culturais (liderança, idiomas, desenvolvimento intercultural, etc.). O Learn’in PSA possibilitará uma troca
colaborativa de experiências. Só seremos realmente
uma empresa que aprende no dia em que todo indivíduo que adquirir um novo conhecimento tiver o
reflexo imediato de questionar para quem esse
saber pode ser útil e qual a melhor maneira de transmiti-lo, seja qual for sua posição na hierarquia, seu
tempo de serviço ou o setor em que trabalha. MOOC: em inglês, “Massive
Open Online Course”. Curso
a distância aberto a todos, na
forma de videoconferência
ministrada por um palestrante, com diálogos colaborativos.
AULAS VIRTUAIS: cursos
para pequenos grupos,
ministrados por
videoconferência.
possibilidade de diálogo
direto.
WEBINARS:
seminários apresentados pela
internet.
: APRENDER DE FORMA DIFERENTE
Para aprender quando quiser, onde quiser, basta um clique.
Sua profissão evolui, o mundo se transforma, e você precisa aprender depressa a usar
tecnologias modernas, a compreender estratégias ou a melhorar o inglês? A partir de
setembro, o Learn’in PSA, nova interface da Universidade PSA Peugeot Citroën, passa a
oferecer um grande número de cursos. Em função do país em que você vive e do seu
perfil, graças a uma ferramenta de busca simples e eficaz, você pode visualizar, com um
simples clique, todos os recursos de conhecimento à sua disposição. Inteiramente digital
no início (e-learning, aulas virtuais e vídeos), a oferta será ampliada partir de 2016, com
inscrições em cursos presenciais, gestão do plano de desenvolvimento individual e
programas de aprendizado colaborativo. A plataforma pode ser acessada por
computador ou telefone, no idioma que você selecionar. Deu vontade de aprender? Visite
hoje mesmo o Learn’in PSA, disponível no Live’in, seção RH.
ANNA TAVARES,
Responsável pela
Universidade da
América Latina
“A América Latina
será a locomotiva
da mudança
cultural”
Para implementar o novo
sistema de gerenciamento de
formação, estamos
trabalhando em estreita
colaboração com a equipe da
Universidade de Paris. Os
módulos de e-learning estarão
disponíveis a partir de
setembro de 2015 e os cursos
presenciais terão início em
2016. Além da oferta mundial
de capacitação, vamos incluir,
no catálogo do Learn’in PSA,
cursos e módulos
desenvolvidos e adaptados
especificamente para as
necessidades locais em matéria
de competências.
Paralelamente, estamos
criando diversos programas
destinados a grupos específicos
de profissionais– por exemplo,
um programa de
desenvolvimento do TOP 100
de talentos da América Latina,
experiências de trabalho de
campo para equipes
comerciais, etc. Vamos
constituir uma rede de
especialistas em diversas áreas,
que atuarão como tutores na
transmissão de conhecimentos
técnicos. Por último, uma série
de iniciativas estruturam o
aprendizado coletivo dentro
da empresa, como
treinamentos internos e
módulos de ensino por setor
(Supply Chain, Gestão Custos e
Finanças, Gerenciamento de
Projetos, etc.).
PLANETA / n°19
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Infográfico
RESULTADOS DO GRUPO NO 1° SEMESTRE DE 2015
RESULTADOS COMERCIAIS
EURÁSIA
Evolução em relação ao 1° semestre de 2014
5.160
veículos
- 81%
Número total de
unidades vendidas
1.547.000
+ 0,4%
EUROPE
CHINA E SUDESTE
ASIÁTICO
984.000
veículos
368.000
veículos
+ 2,9%
+ 2,2%
AMÉRICA
LATINA
76.000
veículos
ORIENTE MÉDIO
E ÁFRICA ÍNDIA-PACÍFICO
101.000
veículos - 28,6%
13.000
veículos
+ 23,5%
+ 35,8%
No primeiro semestre, as vendas cresceram na Europa, na China, na região Índia-Pacífico e região Oriente Médio e África. Esta última tornase, assim, o terceiro pilar de desenvolvimento do Grupo.
RESULTADOS FINANCEIROS
RENTABILIDADE
(em euros)
Faturamento
Resultado
Operacional Corrente
27.026 Me 28.904 Me
1.424 Me
Resultado
Operacional Corrente
da Divisão
Automotiva
Lucro líquido
720 Me
975 Me
387 Me
7 Me
S1
2014
S1
2015
S1
2014
S1
2015
S1
2014
- 42 Me
S1
2015
S1
2014
S1
2015
No primeiro semestre,
houve crescimento em todas
as regiões: o Resultado
Operacional Corrente foi
positivo em cinco de seis
regiões.
“Esses resultados são bons, mas
devemos aguardar para
avaliar o desempenho do ano
todo. O futuro da PSA Peugeot
Citroën depende, acima de
tudo, de nossa capacidade de
melhorar o desempenho no
longo prazo”.
Carlos Tavares, Presidente
Mundial do Grupo PSA
Diretoria de publicação: B. Blaise – Redatores-chefes: B. Aussel, C. Candeiller – Ilustrações e coordenação: J. Stehlin, Edição PSA Peugeot Citroën – 07/2015 – Fotografias: Pascal Anziani, François Barthout,
Birdog21, Azzouz Boukalouch, Monique Dupont Sagorin, Nicolas Gouhier, Greg, Hasselbao, Jérôme Lejeune, Dominique Pizalla, Joël Stehlin, Jan Steinhilber, Nicolas Zwickel, Studio Prod, Comunicação
Sevelnord, DS Virgin Racing, Automobiles Peugeot DPCO/PME, L’Aventure Peugeot Citroën DS, Comunicação Bolloré, Mediateca Peugeot, Mediateca Citroën, Mediateca DS, Mediateca PSA Peugeot Citroën,
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