MED035
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Sociedade Brasileira de Química (SBQ) Compostos hidrazida-N-acilidrazona: Uma nova classe de peptídeomiméticos com atividade leishmanicida 1,2 3 3 Marina Amaral Alves (PG)*, Aline Cavalcanti de Queiroz (PG), Magna Suzana Alexandre-Moreira (PQ), 1,2 1,2 Eliezer J. Barreiro (PQ) & Lídia M. Lima (PQ). 1 Laboratório de Avaliação e Síntese de Substâncias Bioativas- Faculdade de Farmácia- Universidade Federal do Rio de Janeiro(UFRJ) 2 Programa de Pós -graduação em Química- Instituto de Química- UFRJ 3 Laboratório de Farmacologia e Imunologia- Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde-Universidade Federal de Alagoas(UFAL) [email protected] Palavras Chave: hidrazina-N- acilidrazona; leishmaniose; cisteína proteases Introdução A atividade proteolítica é largamente reportada em espécies de Leishmania sp sendo as cisteínas proteases (CPs) aquelas encontradas em maior abundância nesses parasitas, estando envolvidas em processos de desenvolvimento, replicação, crescimento, manipulação do sistema imune do hospedeiro e penetração em tecidos e pele. Essas características fazem com que as cisteínas proteases sejam alvos moleculares potenciais para o desenvolvimento de novos candidatos a fármacos 1 leishmanicidas. Historicamente, o resultado do desenho de novos inibidores de CPs tem sido baseado em analogia aos substratos naturais das enzimas alvo, resultando em compostos de natureza peptídica. Neste contexto, considerando-se o desenvolvimento de novos inibidores baseados na estrutura do ligante é relevante a necessidade de se preservar a natureza das ligações peptídicas ou utilizar grupos que mimetizem essas ligações, conhecidos como 2 peptídeo-miméticos. A função N-acilidrazona é descrita como aza-vinílogo de amidas, configurando-se como subunidade peptídeo-mimética, conformacionalmente restrita. Por outro lado, a adição da unidade hidrazida (CONHNH2) permite a construção da função hidrazida-N-acilidrazona, de natureza peptídeo-mimética de maior liberdade conformacional (Figura 1). Figura 1: Unidade hidrazina-N-acilidrazona Neste resumo serão descritos a síntese e determinação da atividade leishmanicida de novos derivados hidrazida-N-acilhidrazona desenhados como inibidores de CPs. Resultados e Discussão A partir de etapas de condensação ácido catalisada e hidrazinólise foi possível a síntese de 12 novos derivados hidrazida-N-acilidrazonas. A caracterização estrutural foi realizada utilizando 36a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química 13 1 técnicas de RMN C e RMN H e espectrometria de massas. A pureza foi determinada por CHN e CLAE. Posteriormente os compostos foram submetidos a avaliação da atividade leishmanicida sobre formas promastigotas de L. major (tabela 1). Tabela 1. Potência leishmanicida e índice de seletividade dos compostos hidrazida-N-acilidrazonas e dos padrões miltefosina, pentamidina sobre as formas promastigotas de L. major. Conclusões Foi possível a descoberta de novos leishmanicidas, a exemplo de LASSBio-1493 e LASSBio-1705 com potência (CI50) de 0,2 e 0,5 nM, respectivamente. A determinação do efeito leishmanicida sobre formas amastigotas de L.amazonensis, L. brasiliensis e L. chagasi estão em andamento. Agradecimentos INCT-INOFAR (#573.564/2008-6), CNPq, FAPERJ, CAPES, UFRJ e UFAL ______________ 1 SILVA-LÓPEZ, R. E. D. Proteases de Leishmania: Novos alvos para o desenvolvimento racional de fármacos. 2010. 2 Hruby, V.J., et all; The molecular design of receptor-selective peptide ligands. Biochemical Journal 1990, 268, 249-262.