Género e Empreendedorismo Imigrante Brasileiro em Portugal

Transcrição

Género e Empreendedorismo Imigrante Brasileiro em Portugal
Género e Empreendedorismo Imigrante
Brasileiro em Portugal – que impactos
na integração e nas relações
transnacionais?
Suelda de Albuquerque Ferreira
Beatriz Padilla
Jorge Malheiros
1º Seminário de Estudos sobre Imigração Brasileira na Europa
Barcelona 26 de Novembro de 2010
Objectivos:
• Estabelecer os perfis de mulheres empreendedoras
brasileiras em Portugal, bem como identificar as suas
estratégias a médio e longo prazo, designadamente no
que diz respeito às opções de internacionalização (em
relação ao país de origem e a outros países);
• Verificar de que modo estas estratégias empresariais
podem contribuir para o desenvolvimento regional
e/ou local do país de origem e para a intensificação de
algumas ligações entre Portugal e Brasil, sobretudo
nos planos migratório, comercial e financeiro;
Objectivos:
 Verificar de que modos estas estratégias contribuem
para uma boa integração destas mulheres na sociedade
portuguesa, combatendo processos de marginalização
e discriminação.
Questões de Partida:
• Empreendedorismo
facilita
a
integração
social
e
económica em Portugal?
A
• Empreendedorismo contribui para um maior sucesso e
bem – estar das mulheres brasileiras em Portugal?
• Qual a relevância do empreendedorismo
feminino
brasileiro para as relações transnacionais de Portugal
com o Brasil aos níveis social, económico e migratório?
B
• Qual
a contribuição
do empreendedorismo
desenvolvimento, designadamente
Brasil e em Portugal?
para o
à escala local , no
Hipótese:
Hipótese geral: Contribui para uma integração melhor sucedida e
reforça a tendência de fixação no país de destino
Integração económica
e social
Facilita/
Contribui
Empreendedorismo Feminino:
• Aumento de rendimentos, gestão facilitada do
tempo, alargamento da rede social;
• Maior
reconhecimento
social
e
redução
de
preconceitos e estereótipos;
• Menor nível de relações transnacionais (em termos
directos e indirectos);
 Reduzido ou nulo impacto no desenvolvimento local
no Brasil;
 Pequeno impacto no desenvolvimento local em
Portugal.
Sucesso e bem-estar
(alternativa a outras práticas
que sustentam estereótipos e
discriminação
Metodologia I:
 Combinação de métodos quantitativos e qualitativos
a) Métodos quantitativos (recurso a 3 fontes de informação principais
- Inquérito de caracterização a 1400 brasileiros em Portugal (filtro com
base no género e na situação na profissão – empresários e
trabalhadores por conta própria) ;
- Inquéritos realizado a empreendedoras dos principais grupos de
imigrantes (150 a cada grupo – PALOP, Europa de Leste e Brasil);
- Base de dados das solicitações de apoio ao retorno apresentadas por
Brasileiros à OIM (inclui pedidos de apoio para reintegração com base no
desenvolvimento de actividades empresariais),
Metodologia II:
b) Métodos qualitativos
 Entrevistas semi – estruturadas a empreendedoras brasileiras em Portugal
e no Brasil (20 a 30 em cada país);
Entrevistas em Portugal (selecção com base nas principais actividades:
“sector da beleza; pequeno comércio retalhista (e.g vestuário e adornos) ,
restauração).
Áreas
geográficas
de
realização:
locais
de
maior
concentração (Área Metropolitana de Lisboa e Algarve; cidades médias com
provável sobrerepresentação de empreendedoras (Figueira da Foz e Viseu);
 Entrevistas no Brasil (com colaboração de investigadoras locais).
Entrevista a imigrantes brasileiras regressadas que abriram negócios (ou
que se envolveram em negócios) ou que, em Portugal, tiveram actividade
empreendedora. Áreas de aplicação dos questionários: Região de
Governador Valadares (Minas Gerais) e Goiás (Goiânia).
Metodologia II:
b) Métodos qualitativos (continuação)
 Entrevistas biográficas (10 aplicações) a brasileiras que estiveram (ou estão
envolvidas) em prostituição para compreender se o empreendedorismo
funciona como alternativa de inserção profissional.
Características Gerais – comparação entre
empresários domésticos e transnacionais
Quadro geral
Primeiros Resultados (fase inicial da investigação)
- Exploração preliminar dos questionários
Tabela 1Experiência profissional prévia de negócio, segundo os
empreendedores domésticos e transnacionais
Experiência de negócio
Tipo de
Empreendedorismo
Sim, no país Sim, num outro
de origem
país
Não
44,4%
2,2%
53,3%
60,0%
2,2%
37,8%
Empreendedorismo
doméstico
Empreendedorismo
transnacional
Fonte: Inquérito Mulheres Imigrantes Empreendedoras
Primeiros Resultados
Tabela 2
Razões da Migração aprontadas pelos migrantes empreendedores
domésticos e transnacionais
Razões da Migração
Tipo de Empreendedorismo
Empreendedorismo
Empreendedorismo
doméstico
transnacional
Dificuldades económicas
39,7%
17,8%
Oportunidade profissional
Motivos políticos
Desenvolvimento de
negócios
Segurança/Violência
15,9%
7,4%
26,7%
8,9%
4,0%
5,2%
15,6%
2,2%
Razões familiares/pessoais
Estudo/formação
Saúde
39,2%
12,7%
2,7%
24,4%
22,2%
4,4%
Fonte: Inquérito Mulheres Imigrantes Empreendedoras
Primeiros Resultados
Tabela 4
Período da Migração dos Empreendedores Transnacionais,
por grupo de origem migrante
Período da
migração
PALOP
Brasil
Europa de Leste
Total
%
N
%
N
%
N
%
N
Até 1979
13
3
0
0
0
0
6,7
3
De 1980 a
1990
21,7
5
17,6
3
0
0
17,8
8
De 1991 a
1998
34,8
8
11,8
2
0
0
22,2
10
De 1999 a
2003
30,4
7
17,6
3
80
4
31,1
14
De 2004 a
2008
0
0
52,9
9
20
1
22,2
10
Total
100
23
100
17
100
5
100
45
Fonte: Inquérito Mulheres Imigrantes Empreendedoras
Pistas preliminares sobre a relação
entre empreendedorismo (e tipo de
empreendedorismo) e integração
Primeiros resultados
Tabela 3
Intenção em relação ao local da residência segundo os
empreendedores domésticos e transnacionais
Tipo de Empreendedorismo
Local de residência
Doméstico
Transnacional
origem
15,6%
26,7%
Permanecer em Portugal
47,2%
17,8%
Viver nos dois países
14,8%
22,2%
Mudar para outro país
3,2%
11,1%
Indeciso
19,3%
22,2%
Regresso ao País de
Fonte: Inquérito Mulheres Imigrantes Empreendedoras
Primeiros resultados
Figura 1
Envio de remessas segundo os empreendedores transnacionais
e os domésticos
70
62,8
56,5
60
50
40
43,5
37,8
30
20
10
0
Empreendedores transnacionais
Sim
Empreendedores domésticos
Não
Fonte: Inquérito Mulheres Imigrantes Empreendedoras
Primeiros Resultados
Tabela 5
Imigrantes com nacionalidade portuguesa, segundo empreendedores
transnacionais e domésticos, por grupo de origem
Empreendedores transnacionais
Com
Sem
nacionalidade nacionalidade
Empreendedores domésticos
Total
Com
nacionalidade
Sem
nacionalidade
Total
%
39,1
60,9
100
42,2
57,8
100
N
9
14
23
54
74
128
%
11,8
88,2
100
12,1
87,9
100
N
2
15
17
16
116
132
%
0
100
100
1,4
98,6
100
N
0
5
5
2
141
143
%
24,4
75,6
100
17,9
82,1
100
N
11
34
45
72
331
403
PALOP
Brasil
Leste
Total
Fonte: Inquérito Mulheres Imigrantes Empreendedoras
Primeiros Resultados
Tabela 6
Alteração nos montantes das remessas para o país de origem, por
sexo e grupo, após início da actividade empresarial
Igualdade
PALOP
Brasil
Europa de
Leste
Aumento
Diminuição
N
%
N
%
N
%
Mulheres
25
59,5
12
28,6
5
11,9
Homens
11
45,8
8
33,3
5
20,8
Mulheres
22
44
16
32
12
24
Homens
7
50
5
35,7
2
14,3
Mulheres
31
72,1
3
7
9
20,9
Homens
8
61,5
2
15,4
3
23,1
Total
104
55.9
46
24,7
36
19,4
Fonte: Inquérito Mulheres Imigrantes Empreendedoras

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