aventura

Transcrição

aventura
Francisco M. P. Teixeira e Rosaly Braga Chianca
A
AVENTURA
DO SABER
O
HISTÓRIA
2
ano
HISTÓRIA
História
25197COL06
Material de Divulgação da Editora
Texto Editores
MANUAL DO
PROFESSOR
A Aventura do Saber História – 2o ano
© 2011 Leya Brasil
Direção Editorial
Duda Albuquerque
Título original da obra:
A Aventura do Saber História – 2o ano
São Paulo * 1a edição * 2011
Coordenação Editorial de Ciências Humanas
Ebe Christina Spadaccini
Todos os direitos reservados:
Leya Brasil
Av. Angélica, 2163 – 9o andar – conj. 92
CEP 01227-200 - São Paulo - SP – Brasil
Fone+ 55 11 3129-5448
Fax + 55 11 3129-5448
www.leya.com
[email protected]
Edição
Dolores Perez Vasconcellos
Assistência Editorial
Mariangela Secco
Jaqueline Paiva Cesar
Edição de texto
Alexandra Fonseca Costa
ISBN 978-85-62936-89-0 (aluno)
ISBN 978-85-62936-88-3 (professor)
Assessoria técnico-pedagógica
Marquilandes Borges de Sousa
Coordenação de Arte e Projeto Gráfico
Thaís Ometto
Capa
YAN Comunicação
Ilustração de capa: Fernando Pires
Edição de Arte
Simone Scaglione
Assistência de Arte
Matheus Zati
Renné Ramos
Iconografia
Alexandre Baptista
Thiago Fontana
Editoração Eletrônica
Onpage Produções Gráficas
Ilustrações
Cibele Queiroz
Felipe Grosso
Marcos Garuti
Paula Radi
Revisão
Beto Celli (coord.)
José Alessandre S. Neto
Estevam Vieira Lido Jr.
Miriam de Carvalho Abões
Impressão e acabamento
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Teixeira, Francisco M. P.
A aventura do saber : história, 2o ano /
Francisco M. P. Teixeira, Rosaly Braga Chianca.
– 1. ed. – São Paulo : Leya, 2011. – (A aventura do saber ; 2)
Bibliografia.
ISBN 978-85-62936-89-0 (aluno)
ISBN 978-85-62936-88-3 (professor)
1. História (Ensino Fundamental) I. Chianca,
Rosaly Braga. II. Título. III. Série.
10-13013
CDD-372.89
Índice para catálogo sistemático:
1. História : Ensino Fundamental 372.89
G13_F1_AV_HIST2_iniciais_1-2.indd 2
31/05/11 12:04
APRESENTAÇÃO
CAROS ALUNOS,
ESTAREMOS JUNTOS TODO ESTE ANO. SERÁ UM TEMPO DE
DESCOBERTAS, DE TROCAR EXPERIÊNCIAS.
VAMOS CONHECER E CONTAR HISTÓRIAS DE ONTEM E DE HOJE
QUE FAZEM PARTE DA SUA VIDA E DA VIDA DE OUTRAS CRIANÇAS.
TAMBÉM VAMOS DESCOBRIR MANEIRAS DE CONVIVER EM FAMÍLIA
E NA ESCOLA, E CONHECER MELHOR SEUS DIREITOS DE CRIANÇA.
UM BOM ANO PARA TODOS NÓS!
Marcos Garuti
OS AUTORES
NÃO ESCREVA NESTE LIVRO.
UM COLEGA VAI UTILIZÁ-LO
NO ANO QUE VEM.
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Algumas fotografias desta obra não apresentam
legendas por motivos pedagógicos.
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CONHEÇA SEU LIVRO
ESTE É SEU LIVRO DE HISTÓRIA, QUE VOCÊ VAI USAR DURANTE
TODO O ANO. PARA APROVEITÁ-LO BEM, VAMOS CONHECÊ-LO?
NÓS E A NOSSA ESCOLA
A gente passa tanto tempo na escola que quase pode dizer que vive
nela. São aulas, pesquisas, provas, recreios, refeições, jogos, brincadeiras,
gincanas, festas, comemorações, além de descobertas e novas amizades... a
gente nem vê o ano passar.
4. A GENTE VIVE E APRENDE
NA ESCOLA
3
Pires do Prado / Acervo Pessoal
UNIDADE 3
VAMOS COMEÇAR
Na escola desenvolvem-se várias atividades, mas a principal delas é
ensinar. Escola é, acima de tudo, um lugar de ensinar e de aprender. Essa é a
sua função. Uma função muito importante para a nossa vida, mas que pode
ser executada de diversas maneiras nas diferentes culturas.
Observe as fotos a seguir.
Foto de 1910
retratando a Escola
de Comércio Álvares
Penteado, fundada
em 1902. O prédio,
localizado no centro
de São Paulo (SP),
existe ainda hoje.
DOTTA
Originais Colombo e Francesconi e Gensly
Estudantes da Escola Normal de Campinas (SP), em foto de 1936.
1
Delfim Martins/ Pulsar Imagens
Ilustrações: Felipe Grosso
Mas será que a escola sempre foi assim? E será que todas as escolas de
hoje são iguais?
4
1
2
3
2
1. Observe as cenas. O que as crianças estão aprendendo ou ensinando
em cada uma delas? Descreva.
Alunos do 4o ano do Ensino Fundamental de uma escola particular em São Paulo. Foto de 2010.
Fachada do prédio
do Colégio Estadual
Barão do Rio
Branco, localizado
em Rio Branco,
no Acre. Foto de
2010.
■
2. O que mais você acha que se pode aprender na escola? Converse
com os seus colegas.
Observe as fotos e responda:
a) Qual das escolas mais se parece com a sua? Cite uma semelhança.
b) Identifique alguma diferença entre as escolas mostradas nas
imagens e a sua escola.
3. Desenhe no caderno uma cena que mostre o que você já aprendeu na
escola ou o que você gostaria de aprender.
76
75
74
Na abertura do capítulo, a
seção Vamos começar
traz imagens e textos. Nas
atividades, você poderá contar
o que já sabe sobre o tema.
Com a ajuda das imagens a seguir, observe como eram algumas dessas
coisas no passado. Leia com atenção as legendas que acompanham as
fotos, pois elas trazem informações importantes.
Acervo Pessoal
Essa família foi
fotografada no início
do século XX. As
roupas daquela época
eram bem diferentes
das usadas hoje: as
mulheres usavam
vestidos longos e os
homens usavam fato
(um tipo de terno).
Teatro Municipal do Rio
de Janeiro, construído
no centro da cidade, em
foto de cerca de 1910.
Em 2010 o edifício
foi reaberto ao público
depois de uma grande
restauração.
Família Perez Fernandez / Acervo Pessoal
Neste livro
há muitas
fotografias,
reproduções de
documentos e
ilustrações que
vão ajudá-lo a
compreender o que
está dito no texto.
VOLTANDO NO TEMPO
Quando assistimos a um filme antigo ou sobre uma época passada, é
possível observar várias coisas diferentes das atuais. Por exemplo, o modo
de vestir e de falar, os veículos, os móveis, as construções...
Essa família foi
fotografada em 1960.
Em comparação com a
família da foto anterior,
é possível perceber as
mudanças no ambiente
e no jeito de se vestir.
Edição da Casa A. Miscellánea e A. Electrica S. Leonetti, Porto Alegre
Os subtítulos
indicam o assunto
que é estudado
naquele momento
do capítulo.
Acervo Pessoal
Na abertura de unidade há a introdução sobre o tema
comum aos capítulos, com texto, imagens e atividades.
Praça da Alfândega,
com vista do trecho
situado próximo às
ruas Sete de Setembro
e dos Andradas, em
Porto Alegre (RS), por
volta de 1915.
14. Com base na observação das imagens desta página e da página
anterior, descreva uma situação que tenha mudado nos dias de hoje e
outra que tenha permanecido.
15. Escolha uma das fotos desta página ou da página anterior. Imagine que
você está “dentro” dela. Descreva tudo o que você estaria vendo.
64
65
As atividades ao longo do texto vão ajudá-lo a resolver alguma
dúvida e também a descobrir o quanto você já aprendeu e já sabe
sobre o assunto.
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Na seção É hora de pesquisar
você vai realizar entrevistas,
estudos do meio e investigações,
atividades que envolvem a busca de
informações em diferentes fontes.
Na seção
Viagem pela
leitura há
poemas, letras de
música, trechos
de contos e de
histórias. No
final há algumas
atividades sobre
o texto.
É HORA DE PESQUISAR
■
Pode ser criança, pode ser adulto, uma coisa é certa: todo mundo tem
medo de algo. Que tal descobrir os medos mais comuns? Para isso,
realize uma pesquisa.
a) Selecione até cinco pessoas adultas do seu convívio (podem ser
parentes ou pessoas amigas) e peça a elas que o ajudem em uma
pesquisa sobre o medo.
b) Elas deverão responder às seguintes perguntas:
1. Qual era o seu maior medo quando você era criança? Como
fazia para combatê-lo?
2. E hoje, já adulto, qual é o seu maior medo? Como faz para
combatê-lo?
c) Anote as respostas de cada um em uma folha, que será trazida
para a classe.
d) No dia combinado, para registrar todas as respostas obtidas
pelos alunos, a professora montará um quadro na lousa
semelhante a este:
CRIANÇA
Medo
HORA DO RECREIO
ADULTO
Medo
Solução
e) Depois que a professora registrar na lousa os resultados de todas
as pesquisas, ela auxiliará a turma a fazer uma lista para cada um
dos itens pesquisados, começando do mais votado até o menos
votado, com os seguintes títulos:
■ Criança: maiores medos
■ Criança: soluções para combatê-los
■ Adulto: maiores medos
■ Adulto: soluções para combatê-los
Tente descobrir cinco elementos que não combinam com a cena.
Observe-a com atenção! Depois, converse com um colega e
comparem o que vocês encontraram.
Felipe Grosso
■
Solução
26
Leia também: sugestões de leitura, com
comentários.
Outras sugestões: indicações de filmes, CDs e
sites, com comentários, para conhecer, pesquisar
e se divertir.
70
Na seção Hora do recreio
você terá mais uma
oportunidade de aprender e de
mostrar o que já sabe sobre o
assunto de um modo divertido.
Glossário: as palavras e expressões destacadas
ao longo do texto são explicadas no final do livro.
Alguns verbetes são exemplificados com fotos.
Referências bibliográficas: livros e atlas
consultados pelos autores para a elaboração
desta obra.
Esses são os ícones que aparecem junto às atividades:
Atividade em dupla.
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Atividade em grupo.
Atividade para
montar ou construir
algum elemento.
Atividade com mapa.
Não escreva
neste livro.
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SUMÁRIO
UNIDADE 1
UNIDADE 2
Eu e os outros ............................................. 8
Nós, a nossa família e a nossa história .... 28
1. Vamos nos conhecer?................................... 10
O meu nome ................................................... 11
2. Nós e a nossa família .................................... 30
A família de cada um ...................................... 32
Viagem pela leitura .............................................. 13
Viagem pela leitura .............................................. 34
Marcelo, marmelo, martelo e outras histórias, de Ruth Rocha
A família do Marcelo, de Ruth Rocha
O que eu sinto e do que eu gosto .................. 15
Viagem pela leitura .............................................. 17
Medo? Todo mundo tem!!!, de Silvinha Meirelles
A história da minha família .............................. 36
Os meus parentes ........................................... 37
Vivendo em família e cooperando................... 41
Como os indígenas vivem ............................... 43
Os meus documentos ..................................... 19
Hora do recreio.................................................... 24
Hora do recreio.................................................... 45
É hora de pesquisar ............................................ 26
É hora de pesquisar ............................................ 47
Leia também ...................................................... 27
Outras sugestões .............................................. 27
3. Lembranças da nossa vida........................... 48
O tempo passa... ........................................... 50
A minha história .............................................. 53
Viagem pela leitura .............................................. 56
Lembranças de dona Jovina, de Ecléa Bosi
Lembranças de família .................................... 58
Retratos e objetos de família .......................... 60
Voltando no tempo .......................................... 64
Viagem pela leitura .............................................. 66
Anarquistas, graças a Deus, de Zélia Gattai
Hora do recreio.................................................... 70
É hora de pesquisar ............................................ 71
Leia também ...................................................... 72
Marcos Garuti
Outras sugestões .............................................. 73
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23/02/11 15:29
Cibele Queiroz
UNIDADE 3
UNIDADE 4
Nós e a nossa escola ................................. 74
Nós e nossos direitos................................. 94
4. A gente vive e aprende na escola ................ 76
As escolas indígenas ...................................... 77
Aprendendo na escola .................................... 80
Convivendo na escola ..................................... 80
6. Os direitos da criança ................................... 96
Do que precisamos para viver? ...................... 97
Necessidades e direitos ................................ 100
Viagem pela leitura .............................................. 82
Declaração Universal dos Direitos da Criança
Escola, Fundação Joaquim Nabuco
Viagem pela leitura ............................................ 102
Nossos direitos devem ser respeitados ........ 104
Hora do recreio.................................................... 83
Hora do recreio.................................................. 105
É hora de pesquisar ............................................ 84
É hora de pesquisar .......................................... 105
Leia também .................................................... 106
5. A história da nossa escola ........................... 85
Escolas de antigamente .................................. 86
Objetos de antigamente .................................. 88
Outras sugestões ............................................ 106
Viagem pela leitura .............................................. 90
A escola da mestra Silvina, de Cora Coralina
Hora do recreio.................................................... 91
É hora de pesquisar ............................................ 92
Marcos Garuti
Leia também ...................................................... 93
Glossário ..................................................................................... 107
Referências bibliográficas............................................................112
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UNIDADE 1
EU E OS OUTROS
Ao longo deste ano vamos descobrir muitas coisas interessantes da
nossa história e da história do nosso país.
Meu nome
é Carolina, mas
o pessoal me chama de
Carol. Vou fazer 7 anos e
estou no 2°- ano. Meu gatinho
se chama Chico.
Moro em São Paulo.
Delfim Martins/ Pulsar Imagens
hoto
humonia/ iStockp
katkov/ iStockphoto
Começaremos por nos conhecer melhor e conhecer também outras
crianças.
Meu nome
é Paula e moro
na aldeia indígena
Aiwa, localizada
no estado do Mato
Grosso. Tenho 7
anos e estou no
2°- ano.
Eu sou Caco,
irmão da Carol.
Tenho 9 anos e estou
no 4°- ano. Adoro
futebol.
8
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ockphoto
erPhoto/ iSt
DougSchneid
all/ Getty
rubberb
Eu sou o
Luciano. Estudo em
uma escola pública de
Santa Catarina.
Estou no 3°- ano.
Images
Lim Cheng
En/ Dreamsti
me.com
Eu sou a Susana.
Vou fazer 8 anos.
Moro no Maranhão, numa
comunidade quilombola.
Estudo na escola da
comunidade.
Meu
nome é
João Vítor.
Tenho 10 anos
e moro em Goiás.
Estudo em uma
escola particular
e estou no
5°- ano.
Gostou das apresentações? Então, responda:
1. Qual das crianças chamou mais a sua atenção? Explique por quê.
Resposta pessoal. Espera-se que o aluno mencione os aspectos de alguma das crianças que lhe pareceram mais interessantes. Essa escolha pode ser
decorrente de semelhanças ou, ao contrário, de diferenças em relação a si mesmo.
2. Se você pudesse fazer uma pergunta a essa criança, o que Resposta pessoal.
Espera-se que o aluno formule alguma pergunta simples, relacionada ao modo de vida, à família ou à identidade da criança da fotografia escolhida.
perguntaria? Aproveite as perguntas e os comentários dos alunos para esclarecer e ampliar as referências dadas nas imagens. Pergunte
a eles quais são as diferenças e as semelhanças entre as crianças das fotos. Em seguida, questione se eles notaram alguma semelhança entre si mesmos e as
crianças retratadas nestas páginas. A intenção é que os alunos entrem em contato desde já com a multiplicidade e a diversidade de identidades dos brasileiros.
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1. VAMOS NOS CONHECER?
Esta atividade tem o objetivo de introduzir o aluno em um novo grupo social. Promova a integração da classe, incentivando os alunos a se
apresentarem, e observe a importância desse ato. Para facilitar a atividade, forme uma roda no centro da sala e comece dando o exemplo:
diga seu nome e fale um pouco de si. Estabeleça um critério para organizar a apresentação: pode ser por ordem alfabética, por sorteio de
nomes ou de forma aleatória. Estimule as crianças a falar de si mesmas à medida que se identificam, para que possam se conhecer melhor.
Terminadas as apresentações, os alunos podem
se cumprimentar. Tome o cuidado de criar um
ambiente no qual eles se sintam à vontade, a fim de
que esse seja um momento prazeroso para todos.
VAMOS COMEÇAR
Você acabou de conhecer um
grupo de crianças parecidas com você
e com os seus amigos. Agora, vamos
nos conhecer melhor?
Cibele Queiroz
Estamos iniciando o 2º- ano escolar. Vamos avançar nos estudos de
História e de outras disciplinas. Este será, com certeza, um ano bastante
proveitoso.
Então, vamos nos apresentar! Cada um diz seu
nome e fala um pouco de si para a classe.
Agora que todos nós já nos apresentamos,
vamos conhecer um pouco mais de cada um!
10
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O Meu nOMe
Toda pessoa tem um nome e um sobrenome. O nome é o que vem
primeiro. O sobrenome é o que vem depois do nome. O sobrenome indica a
que família pertencemos, pois, em geral, ele se origina do sobrenome do pai,
da mãe ou dos responsáveis.
Atividade interdisciplinar com Artes. A ficha pode ser completada com uma fotografia do aluno ou, se não for possível, com um desenho feito por ele mesmo, ou
seja, um autorretrato. Caso necessário, explique que o autorretrato pode ser também uma pintura, uma escultura e até mesmo um texto.
1. Vamos fazer a nossa ficha de identidade?
Observe o modelo abaixo. Faça uma ficha igual a esta no caderno e
complete-a com as suas informações. Se precisar, tire dúvidas com a
Oriente os alunos na execução da atividade. Se houver disponibilidade
material, a ficha de identidade pode ser feita em cartolina e utilizada
professora ou com o pessoal de casa. de
como crachá, a fim de facilitar a identificação uns dos outros.
Você pode, ainda, ilustrar a ficha com um autorretrato, bem
Oriente os alunos a procurar o significado das palavras
destacadas (como autorretrato) no glossário ao final do livro.
caprichado! Vamos lá?
Minha Identidade
Cibele Queiroz
Faça as adaptações necessárias, considerando a competência em
leitura e escrita dos alunos e o processo de alfabetização.
O meu nome completo é Luana Santos.
(escreva seu nome e sobrenome)
Eu tenho 7 anos.
Eu nasci no dia 7 de janeiro de 2006.
(escreva o dia, o mês e o ano de seu nascimento)
2. Agora, vamos ver como ficaram as nossas fichas de identidade?
a) Cada um lê na sua ficha o nome e o sobrenome.
b) Em seguida, cada um diz qual é o sobrenome do pai, o da mãe ou o
do responsável.
c) Depois de ler as fichas, vamos verificar se há nomes ou sobrenomes
comuns entre os alunos da classe. Se houver, a professora vai
anotá-los na lousa.
d) Com a lista dos nomes ou sobrenomes comuns escritos no quadro,
vamos verificar se existe algum parentesco ou se já existia algum
conhecimento entre esses alunos e entre os seus grupos familiares.
Esta atividade complementa a anterior, para mostrar como os dados de identidade das pessoas podem ser reveladores de relações sociais e de parentesco, origens
próximas ou comuns etc.
11
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3. Vamos fazer uma atividade de investigação sobre o seu nome? Leia as
questões abaixo com a ajuda da professora. Em seguida, registre as
respostas no caderno. Se necessário, realize esta atividade em casa,
Respostas pessoais. A pesquisa do nome permite que
aluno descubra dados a respeito de si mesmo e dos
com a ajuda dos seus pais ou responsáveis. ofamiliares,
favorecendo o trabalho de construção da
a) Quem escolheu
o seu nome?
b) Por que lhe deram
esse nome?
c) Seus pais ou
responsáveis pensaram
em outros nomes
para dar a você? Quais?
d) Você gosta do seu nome?
Por quê?
e) Se pudesse escolher
outro nome, qual seria?
f) Você tem um apelido?
g) Se tiver um apelido,
registre-o no caderno.
h) Quem lhe deu esse apelido?
i) Invente um novo apelido
para você e escreva-o
no caderno.
j) Por que você escolheu
esse novo apelido?
Nessa faixa etária,
k) Agora, escolha um
os alunos podem ter
algum conflito com
o próprio nome: não
colega de classe.
o consideram bonito
nem sonoro. Eventuais
Registre o nome
constrangimentos com
alguns nomes devem
dele em seu caderno ser contornados por
meio da busca da
da escolha do
e faça um desenho origem
nome pelos pais ou
responsáveis.
para ilustrá-lo.
Cibele Queiroz
identidade. A troca de informações é importante para que todos compartilhem um pouco da história de cada um. Os alunos podem pedir a ajuda dos pais
ou do responsável para completar as respostas.
Já os apelidos que constrangem, especialmente aqueles que
destacam características físicas, devem ser abolidos da sala de aula. Este pode ser um bom momento para tratar da questão do bullying
entre os alunos, destacando suas consequências para o grupo e eventuais punições aos praticantes.
12
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Marcos Garuti
VIAGEM PELA LEITURA
Que tal ler um texto que trata
do nome das coisas?
Se necessário, peça a
ajuda da professora.
Leia o texto para a classe.
Marcelo, marmelo,
martelo e outras histórias
Marcelo vivia fazendo
perguntas a todo mundo:
– Papai, por que é que a chuva cai?
– Mamãe, por que é que
o mar não derrama?
– Vovó, por que é
que o cachorro tem quatro pernas?
As pessoas grandes às
vezes respondiam.
Às vezes, não sabiam
como responder.
– Ah, Marcelo, sei lá...
Uma vez, Marcelo cismou com
o nome das coisas:
– Mamãe, por que é que eu me
chamo Marcelo?
– Ora, Marcelo foi o nome
que eu e o seu pai escolhemos.
– E por que é que não
escolheram martelo?
– Ah, meu filho, martelo
não é nome de gente!
É nome de ferramenta...
– Por que é que não
escolheram marmelo?
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Marcos Garuti
– Porque marmelo é nome
de fruta, menino!
– E a fruta não podia
chamar Marcelo, e eu chamar marmelo?
No dia seguinte, lá vinha ele outra vez:
– Papai, por que é que mesa
chama mesa?
– Ah, Marcelo, vem do latim.
– Puxa, papai, do latim?
E latim é língua de cachorro?
– Não, Marcelo, latim é uma
língua muito antiga.
– E por que é que esse tal
de latim não botou na mesa nome
de cadeira, na cadeira nome de
parede, e na parede nome de bacalhau?
– Ai, meu Deus, este menino me
deixa louco!
ROCHA, Ruth. Marcelo, marmelo, martelo e outras histórias.
São Paulo: Salamandra, 1999.
■
que houver oportunidade, incentive os alunos
Agora, pense sobre as questões e responda: Sempre
a registrar as respostas por escrito.
a) Você acha que Marcelo está certo em querer trocar o nome das
Resposta pessoal. Incentive os alunos a expressar com clareza a justificativa para a resposta.
coisas? Por quê? Mencione que, se cada um der às coisas o nome que quiser, ninguém vai se entender.
Reforce a função de comunicação na escolha dos nomes.
b) Você já pensou em mudar o nome de alguma coisa? Do quê, por
exemplo? Resposta pessoal. Atenção para eventuais conflitos que os alunos tenham com o próprio nome.
c) Do que você mais gostou no texto? Por quê? troque ideias com
seus colegas para ver se eles pensaram a mesma coisa.
Oriente uma conversa coletiva, dando espaço para que os alunos compartilhem espontaneamente as suas ideias sobre o texto.
d) Na sua opinião, por que será que as crianças são tão curiosas?
e) Releia o texto com atenção. Faça no caderno novas ilustrações
para ele, seguindo as ideias contidas nas falas de Marcelo. Depois,
a troca dos desenhos para estimular entre os alunos o
troque seus desenhos com os colegas. Aproveite
intercâmbio de referências, ideias e comentários ligados ao texto lido.
Resposta pessoal. Oriente as reflexões e discussões dos alunos. Procure tornar a leitura uma
atividade prazerosa na classe, mesmo que os alunos ainda não a dominem autonomamente.
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O Que eu SIntO e dO Que eu GOStO
Introduza o tema Sentimentos e preferências
conversando com os alunos e deixando-os à
vontade para expressar as suas opiniões. Verifique se eles lidam com naturalidade com as suas emoções ou se demonstram vergonha em sentir medo, raiva etc.
Ressalte a importância de compartilhar sentimentos e emoções com as pessoas do grupo de convivência e de respeitar o que o outro sente.
As expressões do rosto mostram o que estamos sentindo.
Há dias em que acordamos felizes, com vontade de rir e de cantar, e há
outros em que saímos da cama de mau humor, sem vontade de fazer nada...
É normal que as pessoas sintam alegria, tristeza, medo, raiva e tantas
outras emoções.
d
matka_Wariatka/ iStockphoto
B
Andres Peiro Palmer/ iStockphoto
Studio1One/ iStockphoto
A
Kim Gunkel/ iStockphoto
huronphoto/ iStockphoto
4. Que emoções estão representadas em cada uma das expressões
abaixo?
Diga para a sua professora. Respectivamente: medo, alegria, tristeza, surpresa e raiva.
c
e
5. Em sua opinião, o que poderia ter causado essas emoções? Diga pelo
menos um motivo para cada uma.
Medo, alegria, tristeza, surpresa e raiva, aqui representados, são emoções comuns e facilmente identificáveis pelos alunos.
Incentive-os a imaginar possíveis situações capazes de provocar tais sentimentos. Estimule-os a registrar suas opiniões por escrito.
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6. Vamos falar um pouco sobre os nossos sentimentos? Respostas pessoais.
Leia as perguntas a seguir e responda:
a) Lembre-se de alguma vez em que você ficou com muita raiva.
Qual foi o motivo?
b) Você já ficou muito triste? Quem ou o que fez você se sentir assim?
Atente para o fato de que os
podem ter dificuldade em
c) Você tem medo de alguma coisa? De quê? Por quê? alunos
admitir os seus sentimentos, com
de serem ridicularizados
d) Alguma coisa já deixou você muito feliz? O que foi? receio
pelos colegas. Fale sobre a
importância do respeito aos
sentimentos do outro e também
e) Hoje, o que faz você ficar muito alegre? Por quê?
destaque alguns aspectos
positivos do medo, como,
por exemplo, uma forma de
autopreservação.
7. Vamos falar sobre as nossas preferências?
Leia as perguntas a seguir e faça o que se pede:
O objetivo da atividade é identificar
preferências pessoais dos alunos.
a) Quais são as brincadeiras de que você mais gosta? asAuxilie-os
no registro das respostas.
b) Faça um desenho para ilustrar duas dessas brincadeiras.
c) Quais são as coisas que você mais gosta de fazer? Por quê?
d) Quais são as pessoas de quem você mais gosta?
e) Desenhe essas pessoas. Não se esqueça de colocar o nome de
cada uma delas abaixo ou ao lado da figura que você desenhar.
8. Agora, vamos ver do que a turma
mais gosta? De acordo com a
lista abaixo, cada um vai dizer ou
escrever do que mais gosta em
termos de comida, frutas, doces,
e assim por diante. Depois, com a
orientação da professora, vamos
contar as respostas e verificar
quais são as preferências da classe
em cada um dos itens da lista.
Vamos começar?
a)
b)
c)
d)
Uma comida
Uma fruta
Um doce
Uma cor
e)
f)
g)
h)
Cibele Queiroz
Incentive os alunos a tentar escrever o nome das pessoas pelas quais sentem afeto e ternura.
Uma brincadeira
Um brinquedo
Um passeio
Uma leitura
Oriente os alunos a contabilizar as respostas dadas e a classificar as preferências da turma conforme o número de vezes que o mesmo item é citado.
Comente as escolhas para compor um perfil geral da classe em relação à lista proposta.
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VIAGEM PELA LEITURA
Com a ajuda da professora, vamos ler um texto que trata dos medos de
algumas crianças e saber o que elas fazem para espantá-los. Leia o texto para a classe.
Medo de escuro “Eu tenho
medo quando apago a luz,
parece que alguém vem me pegar.
Ou quando eu ponho o meu pé
entre a cama e a parede,
fico com medo de que
saia uma mão verde acinzentada
e pegue o meu pé.”
Marcos Garuti
Medo? Todo mundo tem!!!
Antídoto “Quando eu era
pequena vi uns slides de patinhos.
Então, até hoje, quando
penso numa coisa ruim,
mudo de assunto na minha
cabeça, como se estivesse
trocando de slide.”
Nina Albuquerque, 9 anos.
Medo de ficar sozinha
“Quando eu era pequena,
eu tinha medo de ficar sozinha
porque eu achava que um
monstro vinha me pegar.”
Antídoto “Grudar
no meu cachorro.”
Júlia Zanolli, 12 anos.
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Cibele Queiroz
Medo de raio, de
fantasma, de bruxa e de lobo
“tenho medo de raio e de
um fantasma me engolir.
também não gosto de
história com bruxa e lobo,
porque fico imaginando que
eles vão sair da história
para me buscar.”
Antídoto “Eu me
deito e me cubro.”
Marcelo Nelzow, 6 anos.
Antídoto “Lembrar
que o sonho é meu e
inventar um jeito de
me defender. Pensar
bem na saída e voltar
a dormir.”
Cibele Queiroz
Medo de pesadelo
“tenho medo de pesadelo.”
Quico Meirelles, 9 anos.
MEIRELLES, Silvinha. Medo? Todo mundo tem!!!. In: PRIETO, Heloisa (org.). O livro dos medos.
São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2001.
■
E você, já sentiu algum desses medos? Qual ou quais? O que você
costuma fazer para se livrar deles? Converse a respeito com os colegas.
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OS MeuS dOcuMentOS
Observe nas reproduções abaixo as impressões dos pés de um
recém-nascido. Essas impressões são as marcas dos pés do bebê feitas
com tinta sobre um papel. Elas são tiradas ainda na maternidade e servem
objetivo é levar o aluno a reconhecer, interpretar
como documento de identificação.Oe manusear
documentos de identificação,
AS IMAGENS
REPRODUzIDAS
SãO MAIORES
QUE O tAMANHO
ORIGINAL.
Acervo Pessoal
Acervo Pessoal
importantes fontes da história de cada um. O início do estudo com base nas impressões dos pés de um recém-nascido tem
a finalidade de mostrar esse que constitui o primeiro registro da existência de uma pessoa, anterior à certidão de nascimento.
Importante: procure adaptar essas observações e explicações no caso de haver na sala crianças não nascidas em uma
maternidade.
Pé esquerdo
Pé direito
Polegar direito
materno
Note que, ao lado das impressões dos pés da criança, está a impressão
digital da mãe. Essa é uma medida de segurança adotada pelos hospitais
para que se evitem enganos, como a troca de bebês, por exemplo.
A impressão digital é formada pelas linhas que todas as pessoas têm na
ponta de cada um dos dedos das mãos.
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9. Procure descobrir se existe na sua casa algum documento com a
impressão dos seus pés, como as que estão reproduzidas na página 19.
Se encontrar, compare as suas impressões com as do livro e observe
se há alguma semelhança entre elas.
Peça ajuda aos seus pais, responsáveis ou outros familiares para
encontrar esse documento. Seria interessante se você conversasse
com eles sobre isso.
Depois, encontrando ou não esse documento, conte como foi a busca
e a conversa que teve em casa. Se quiser, você pode escrever um
Oriente a busca dos alunos e estimule a conversa com os pais, responsáveis ou outros familiares. Auxilie e apoie os que
comentário. encontrarem alguma dificuldade em escrever e encoraje-os a registrar o que puderem, para que também tenham a sua
experiência documentada.
10. Agora, tire as impressões digitais dos seus dedos, como a da mãe do
bebê, também na página 19.
Com a ajuda da professora, pinte o polegar esquerdo e o direito. Em
seguida, pressione-os sobre uma folha no caderno.
Depois, identifique cada um dos polegares, fazendo uma legenda para
Esta é uma atividade que exige certa preparação de material e alguma orientação para a classe. Ajude os alunos a passar
guache ou de carimbo nas pontas dos polegares e a pressioná-los na folha de caderno. Depois, peça que confrontem
eles. Vamos lá! tinta
as próprias impressões com as dos colegas, para que possam perceber as diferenças individuais. Feita a atividade, peça
Fabio Chialastri
by_Nicholas/ iStockphoto
aos alunos que lavem as mãos.
Para marcar as impressões digitais em papel, você
pode utilizar uma almofada com tinta, como a da foto.
Você também pode utilizar tinta guache para
marcar as impressões digitais em papel.
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Acervo Pessoal
Agora, veja um
modelo de certidão
de nascimento. Ela
se chama “certidão”
porque certifica, ou
seja, comprova o
dia e o lugar em que
nascemos e de quem
somos filhos. A certidão
de nascimento é o
primeiro documento
oficial da nossa história
pessoal, depois dos
registros feitos na
maternidade.
Converse com os alunos sobre a
importância dos documentos como
instrumentos de cidadania, especialmente
da certidão de nascimento. Além de ser
nosso primeiro registro oficial, é uma
importante fonte de dados sobre a história
de cada um. No entanto, ao trabalhar com
a certidão, cuide para que não ocorram
situações constrangedoras, por exemplo,
com documentos nos quais não constem
todos os dados (nomes de avós ou pais, por
exemplo) ou com documentos que foram
perdidos pelas famílias.
Ao nascer, toda pessoa
tem direito à certidão de
nascimento. A emissão desse
documento é gratuita em todo
o território nacional.
11. A certidão de nascimento é o nosso primeiro documento oficial. É um
documento exigido por lei a todas as pessoas.
a) Peça a alguém na sua casa que lhe mostre a sua certidão de
nascimento e compare-a com a que acabou de ver. Você notou
diferenças? Quais?
b) Se possível, leve uma cópia da sua certidão para a classe e
oral. Trabalhe as observações feitas pelos alunos
compare-a com a dos seus colegas. Resposta
e incentive a troca de informações entre eles, sugerindo que
comparem os dados contidos nas suas certidões. E não deixe de adaptar observações, comparações, comentários etc. às diferentes situações
e informações apresentadas nos documentos trazidos pelos alunos.
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12. No caderno, copie os seguintes dados da sua certidão:
os alunos sobre a forma de registrar as informações. Como
a) Nome da sua mãe e/ou do seu pai. Oriente
é possível haver certidões nas quais os nomes de pais ou avós são
omitidos, ou situações reais de pais desconhecidos, esteja atenta
b) Dia do seu nascimento.
para evitar discriminações ou constrangimentos.
c) Hora em que você nasceu.
d) Cidade onde você nasceu.
e) Estado onde você nasceu.
Acervo Pessoal
Além da certidão de nascimento, você também deve ter uma carteira de
vacinação. Veja abaixo o modelo de uma:
A carteira de vacinação indica todas as vacinas que as crianças tomam e as respectivas datas, servindo, assim,
como um registro histórico.
13. Peça a alguém na sua casa que lhe mostre a sua carteira de vacinação
e explique para que ela serve. Compare-a com o documento acima:
No caso de alunos que não tenham carteira de vacinação, oriente-os a perguntar aos pais ou
responsáveis quais vacinas tomaram e quando foram vacinados. Peça-lhes que anotem no caderno
a) O
que
você
descobriu?
essas informações para mostrá-las em classe. Casos de alunos sem a cobertura vacinal completa devem ser comunicados à direção da escola.
b) Se possível, traga a sua carteira de vacinação para a escola e Explique
aos alunos a
importância
compare-a com a dos seus colegas. As vacinas anotadas são desse
registro, uma vez que ele é exigido por
Resposta oral. Alerte para o fato de que há informações
escolas, postos de saúde, hospitais etc.,
comum, como as vacinas obrigatórias tomadas no
as mesmas? em
assim como por empresas, quando da
primeiro ano de vida, com a mudança apenas das datas.
contratação dos pais ou dos responsáveis.
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Outro documento importante para todas as pessoas é a carteira de
a importância da carteira de identidade como instrumento de cidadania. Trata-se de um documento de identificação completo e,
identidade. Ressalte
portanto, muito utilizado. Ele registra todos os dados pessoais necessários para a comprovação da identidade: nome completo, filiação,
Acervo Pessoal
Acervo Pessoal
local e data de nascimento, assinatura e foto, além da impressão digital.
Frente
Verso
Acima se vê a reprodução frente e verso, ou seja, dos dois lados, de
uma carteira de identidade, documento oficial que vai nos acompanhar pela
vida inteira e que usaremos muitas vezes, nas mais diferentes situações:
viagem, associação a clubes, matrícula na escola, trabalho, casamento etc.
14. Você tem carteira de identidade? Se tiver, traga uma cópia dela
para a escola e mostre-a aos colegas. Depois, juntos, comparem as
diferenças entre as carteiras de identidade de vocês e a reproduzida
final deste bloco de atividades, aproveite para citar outros documentos que o aluno vai conhecer nos anos seguintes: CPF, título de eleitor,
acima. Ao
certificado de reservista, passaporte etc.
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HORA DO RECREIO
Cibele Queiroz
1. Observe as letras no quadro abaixo. Em seguida, copie no caderno:
Atividade interdisciplinar com Língua Portuguesa. Nesta atividade será
observar e comentar com os alunos o uso correto e diferenciado
a) as letras que formam o seu nome; possível
das letras maiúsculas e minúsculas nos nomes escritos por eles.
b) as letras que formam o nome de um amigo ou amiga.
Para ilustrar a atividade, leia este exemplo de texto: Nas noites frias, Leandro gosta de vestir um hipopótamo (nome correto: pijama) bem quentinho
para dormir. Quando chega a hora de ir para a fogueira (nome correto: cama), ele escova os cabides (nome correto: dentes), apaga a salada de
frutas (nome correto: luz) e só pensa no cobertor macio.
2. Com um colega, escrevam um texto de duas ou três linhas, trocando
os nomes corretos das coisas por outros que vocês escolherem.
Depois, leiam o texto para os demais colegas e vejam se eles
conseguem descobrir quais palavras foram trocadas.
3. Para cada uma das situações a seguir, faça no caderno uma “carinha”
dizendo como você se sente. Depois, troque de caderno com o seu
Esta questão pode ser trabalhada primeiro oralmente. O objetivo é fazer com que os alunos relacionem os acontecimentos com emoções que
sentir em nosso dia a dia. A troca dos cadernos é importante para
colega e veja as respostas dele. podemos
o aluno perceber que todos podemos ter sentimentos tristes, por exemplo.
O uso de relações familiares já introduz o tema do próximo capítulo.
a) Você vai com a sua família ao cinema, mas quando chegam lá não há
ingressos disponíveis. Vocês voltam para casa sem ter visto o filme.
Expressão de tristeza, frustração.
b) Seu primo convida você para ir passear com o cachorro dele no
parque. Expressão de alegria.
c) Seu tio, que sabe um monte de histórias legais, quebra a perna: ele
vai ficar um mês dormindo no seu quarto, junto com você.
Alguns alunos podem achar a situação ruim (o tio quebrou a perna) – expressão de tristeza; outros podem pensar no aspecto positivo (ele sabe um
monte de histórias legais) – expressão de alegria.
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4. Copie no caderno o nome dos documentos que você possui.
c) Certidão de nascimento
a) Impressão dos pés de
d) Carteirinha da escola
recém-nascido
e) Carteira de vacinação
b) Carteira de identidade
Resposta pessoal. Observe se os alunos identificam corretamente os seus documentos pessoais.
5. Existem diversos outros documentos. Copie no caderno o nome dos
que você conhece ou dos quais já ouviu falar.
d) Carteira de motorista
a) Certidão de casamento
e) Cadastro de Pessoa Física (CPF)
b) Carteira de trabalho
f) Passaporte
c) título de eleitor
Resposta pessoal. Observe se os alunos identificam os documentos mencionados.
Cibele Queiroz
Cibele Queiroz
6. Escreva no caderno qual o documento necessário para cada uma das
situações a seguir: Carteira de vacinação; certidão de nascimento.
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É HORA DE PESQUISAR
■
Atividade interdisciplinar com Matemática. Além da importância
do aprendizado do passo a passo na realização da atividade, os
alunos terão a oportunidade de trabalhar a tabulação de dados.
Pode ser criança, pode ser adulto, uma coisa é certa: todo mundo tem
medo de algo. Que tal descobrir os medos mais comuns? Para isso,
realize uma pesquisa.
a) Selecione até cinco pessoas adultas do seu convívio (podem ser
parentes ou pessoas amigas) e peça a elas que o ajudem em uma
pesquisa sobre o medo.
b) Elas deverão responder às seguintes perguntas:
1. Qual era o seu maior medo quando você era criança? Como
fazia para combatê-lo?
2. E hoje, já adulto, qual é o seu maior medo? Como faz para
combatê-lo?
c) Anote as respostas de cada um em uma folha, que será trazida
para a classe. A pessoa entrevistada, se possível, pode ajudar o aluno a fazer o registro.
d) No dia combinado, para registrar todas as respostas obtidas
pelos alunos, a professora montará um quadro na lousa
semelhante a este:
cRIAnÇA
Medo
Solução
AduLtO
Medo
Solução
e) Depois que a professora registrar na lousa os resultados de todas
as pesquisas, ela auxiliará a turma a fazer uma lista para cada um
dos itens pesquisados, começando do mais votado até o menos
tabulação final dos dados pode ser registrada em um texto
votado, com os seguintes títulos: Acoletivo,
que os alunos copiam individualmente.
■ Criança: maiores medos
■ Criança: soluções para combatê-los
■ Adulto: maiores medos
■ Adulto: soluções para combatê-los
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LEIA TAMBÉM
■
■
■
■
Nesta seção, sugerimos alguns livros que podem ser lidos para os
alunos em sala de aula ou recomendados para leitura em casa.
Ver comentários no Manual do Professor.
Coisas que eu queria ser, de Arthur Nestrovski. São Paulo: Cosac Naify, 2004.
“O que você quer ser quando crescer?” E se, em vez de médico, professor
ou bombeiro, você quisesse ser um lápis, um celular ou um guarda-chuva?
O livro dos medos, de Heloisa Prieto (organização). São Paulo: Companhia
das Letrinhas, 1998.
todo mundo tem medo. A diferença está no tipo de medo e na época em
que ele aparece. Nesse livro, alguns autores escrevem histórias sobre seus
próprios medos.
Sabe do que eu gosto?, de Ruth Rocha e Dora Lorch. São Paulo: Salamandra,
2009.
Comer, tomar banho e brincar fazem parte do seu dia a dia. Você gosta de
fazer essas coisas? O que mais você gosta de fazer?
Todo mundo tem – amigo, de Anna Claudia Ramos e Ana Raquel. São Paulo:
Formato, 2009.
Existem vários tipos de amigo: amigos que vão, amigos que ficam... Que
tipo de amigos você tem? Que tipo de amigo você é?
OUTRAS SUGESTÕES
SITE
■
Museu da Pessoa. Disponível em: <www.museudapessoa.net>. Acesso em:
17 ago. 2010.
toda história de vida é rica e merece ser contada e conhecida. É isso que faz
esse museu virtual, aberto à participação gratuita de todas as pessoas que
queiram compartilhar a sua história.
FILME
■
Menino maluquinho – o filme. Direção de Helvécio Ratton. Brasil: Europa Filmes,
1994. (82 min).
Maluquinho é uma criança como você: ele tem família e amigos, frequenta a
escola, sonha, faz travessuras e passa por alguns sustos. Que tal conhecê-lo?
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uNidade 2
NÓs, a Nossa FaMÍLia e
a Nossa hisTÓria
todos nós fazemos parte de uma família e ela faz parte da nossa história.
Dan Dalton/ Ge
tty
o
flashon/ iStockphot
Images
A nossa história começa quando nascemos.
Amanda
Rafael
PhotoInc/ iStockphoto
E continua na convivência com os nossos pais e parentes.
Márcia e
Adílson
Embora todas as crianças
tenham um pai e uma mãe
biológicos, é importante
começar a mostrar com
cuidado as diferentes
realidades da vida em família:
crianças que vivem com
avós, com outros parentes,
apenas com a mãe ou com
o pai, um tempo com cada
um (guarda compartilhada),
com pais adotivos (e aqui
não podemos deixar
de mencionar os casais
homossexuais femininos e
masculinos) ou mesmo em
instituições, na companhia
de outras crianças, sob os
cuidados de adultos que não
são seus parentes.
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Pires do Prado/ Acervo Pessoal
Acervo Pessoal
Rosa Gauditano/ Studio R
Membros da
família Oliveira,
em foto do
início do
século XX.
mphotoi/ iStockphoto
Membros da família Lomo, em foto de 1926.
Família da etnia Kayapó, em foto de
2002, durante a realização dos V Jogos
dos Povos Indígenas em Marapanim (PA).
■
Membros da
família Tanaka,
em foto de
2007.
Gostou das fotos de família? Agora é a sua vez. Imagine uma situação
envolvendo a sua família e desenhe-a. Em seguida, escreva uma frase
abaixo do desenho para ilustrar o que você quis representar.
Atividade de aquecimento para a temática da unidade, solicita a observação e o reconhecimento de cenas que permeiam o cotidiano social dos alunos, ou com o qual
eles têm algum tipo de contato. Incentive os alunos a escrever a frase, mas, se necessário, faça as adaptações respeitando a competência leitora e escrita deles.
29
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2. NÓs e a Nossa FaMÍLia
Este capítulo, além de mostrar ao aluno que ele faz parte de um grupo familiar, permite-lhe compreender o processo de formação de uma família e identificar
diferentes estruturas familiares. também introduz noções de cooperação entre as pessoas e de vida em comunidade.
VaMos CoMeÇar
Entre tantas famílias que existem no brasil, vamos conhecer a família
torres. Eles moram em Aquiraz, uma cidade pertinho de Fortaleza, capital do
estado do ceará.
jrcaldwell/ iStockphoto
pixdeluxe/ iStockphoto
Eu sou Adelaide
Torres. Ou Lalá, como
todos me chamam.
Tenho dois filhos: o
João e a Maria
Clara.
Eu me chamo
Alberto, mas todos me
conhecem por Beto.
Sou pai do João e da
Maria Clara.
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Leggnet/ iStockphoto
EricGerrard/ iStockphoto
Eu me chamo
Afonso. Sou pai da
Adelaide e avô do João
e da Maria Clara. Sou
sogro do Alberto.
Ele é meu genro.
■
Oscarcwilliams/ iStockphoto
Meu
nome é Sebastiana,
mas todo mundo
me chama de dona Ana.
Sou mãe da Adelaide e sogra do
Alberto. Ele é meu genro.
O João e a Maria Clara são
meus netos.
Eu sou
Francisca, mãe
do Alberto.
Sou sogra da Adelaide. Ela
é minha nora.
Sou avó do João e da
Maria Clara.
Quem são as pessoas que fazem parte da sua família?
Resposta pessoal. nesta atividade oral, espera-se que os alunos citem pai, mãe, irmãos, avós, tios, primos e outros. Dê espaço para que todos
na classe falem um pouco de si e da família da qual fazem parte.
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A fAmíliA de cAdA um
As famílias são diferentes umas das outras e podem ser formadas das
As imagens a seguir permitem aos alunos identificar diferentes organizações familiares. Explore o tema e
outros exemplos. Além disso, incentive todos na classe a dar depoimentos sobre a dinâmica
mais variadas maneiras. acrescente
da família da qual fazem parte.
digitalskillet / iStockphoto
digitalskillet/ iStockphoto
manley099/ iStockphoto
Observe alguns exemplos nas fotos a seguir.
Helena mora com os dois filhos, Marcos e Juliana,
desde que se separou do marido.
Jaime e sua filhinha Samanta
formam uma
pequena família.
hoto
digitalskillet/ iStockp
aldomurillo/ iStockphoto
As crianças Rodrigo e Érica e seus pais, Mário e Elza.
u do primeiro marido,
Depois que se divorcio
o atual companheiro,
m
co
er
viv
a
ou
ss
pa
a
Jussar
briel.
André, e o filho dele, Ga
32
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Rosa Gauditano/ Studio R
IsaacLKoval / iStockphoto
Os membros dessa família da etnia Xavante vivem juntos
na aldeia Pimentel Barbosa, em Mato Grosso. Esta foto foi
tirada em 2003.
Alvera / Dreamstime.com
ImAGEbROKER/ KEyStOcK/ KEyS
tOnE
Fernanda foi adotada por Márcio e Valquíria.
Essas crianças não conheceram os seus pais
.
Desde bebês elas vivem em uma instituição com
outras crianças, sob responsabilidade do Esta
do.
Mariana, Pedro e a avó, Natália, que
cuida dos netos desde que os pais das
crianças morreram.
Estimule uma conversa entre os alunos sobre como deve ser a vida das crianças que moram em instituições e por que algumas famílias optam pela adoção em vez
de ter filhos biológicos.
1. O que você observou nessas fotos? Converse com os colegas, tire
suas dúvidas com a professora e escreva uma frase no caderno sobre
o que mais chamou a sua atenção. Depois, leia a sua frase para a
Esta questão deve ser trabalhada primeiro oralmente. O objetivo é fazer com que os alunos identifiquem a diversidade de estruturas familiares
classe. existentes e percebam que nem todas as crianças vivem no mesmo modelo de família. Para muitas delas, o seu grupo familiar é formado
por pessoas sem ligação consanguínea e com as quais convivem diariamente. Lembre também os alunos de que há crianças abandonadas,
vivendo nas ruas. Para concluir o que foi discutido oralmente, finalize a atividade comentando as frases que os alunos escreveram no
caderno e leram para a turma.
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ViaGeM peLa LeiTura
com a ajuda da professora, leia o texto a seguir.
A minha família é assim: tem meu pai que se chama João.
que o símbolo [...] indica que parte do
Tem minha mãe que se chama Laura. Explique
texto foi suprimida.
E tem minha irmã pequena, que se chama Aninha. [...]
Cada família é de um jeito. Às vezes, um casal se separa, às vezes,
um dos pais morre, às vezes, o avô ou a avó moram junto
com os filhos; tem gente que tem muitos filhos, como
a família do Catapimba; os pais dele têm três
filhos. Tem gente que tem um filho só, ou tem dois.
Olha só: o Catapimba tem dois irmãos, um
menino e uma menina. Então, eles são três irmãos.
E tem o pai e a mãe.
marcos Garuti
A família do Marcelo
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marcos Garuti
A família do Caloca é diferente:
o pai e a mãe são separados; o pai
mora em outra cidade e o Caloca
não tem irmãos, mas tem um
primo que mora com eles.
A família da Terezinha tem
a mãe e o marido dela,
que se chama Dorivan.
O pai da Terezinha morreu
quando ela era pequena.
A Terezinha tem dois irmãos:
o Beto e o Armandinho.
ROcHA, Ruth. A família do Marcelo. São Paulo: Salamandra, 2001.
■
A sua família se parece com alguma das famílias mencionadas no
trabalhe oralmente a questão, estimulando cada aluno a falar sobre a própria família,
compará-la com as famílias descritas no texto e com as dos colegas de classe. A partir de
texto? Explique por quê.
tais comparações, espera-se que eles se sintam aptos a identificar semelhanças e diferenças
entre os diversos tipos de família existentes.
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A históriA dA minhA fAmíliA
toda família tem uma história. Para conhecê-la, precisamos saber (quando
possível) quem foram os nossos antepassados, quer dizer, aquelas pessoas que
vieram antes de nós e formaram o nosso grupo familiar. Esses antepassados
são os nossos pais, avós, bisavós, e outros que vieram antes deles.
A representação da linha que vai desde os antepassados de uma família
até os seus descendentes é o que chamamos de árvore genealógica.
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A seguir você tem um exemplo de árvore genealógica da família de dois
irmãos.
2. Com a orientação da professora na sala de aula e com a ajuda dos
seus pais ou responsáveis em casa, desenhe no caderno a sua árvore
genealógica. Não importa que fiquem faltando informações; complete o
com base na construção da própria árvore
que você souber ou o que conseguir descobrir. genealógica, o aluno faz um resgate histórico das
suas origens. contudo, a fim de evitar situações constrangedoras na sala de aula, é importante estar atenta àqueles que eventualmente não tenham referências
familiares.
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Os meus PArentes
Além de pais e avós, outros parentes fazem parte da nossa família.
Vovô,
aonde vamos
passear hoje?
Ah!
Hoje vou fazer
uma surpresa para o
meu neto querido.
Felipe Grosso
Observe a história em quadrinhos a seguir.
Helena,
filha, vai ver se
é sua tia Alice quem
está chegando.
Por que a
senhora não manda
o Pedro, mãe? Esse
meu irmão é muito
folgado!
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Olá,
pai, olá, mana, olá,
sobrinhos! Hoje trouxe a
Cândida comigo!
Oi,
cunhada! Há
quanto tempo! E o
meu irmão José?
E os gêmeos, estão
bem? Por que eles
não vieram?
Meu
marido
está viajando a
trabalho, Isabel.
E os gêmeos, Ana
e Flávio, foram a
uma festa na
escola.
Como
vai, seu
Antônio?
Bem,
minha gente,
estamos de saída,
não é, Pedro?
Felipe Grosso
Estou
ótimo, Cândida.
É isso
aí, vô. Afinal,
hoje é dia de
surpresa...
3. Imagine qual é a surpresa que o vô Antônio preparou para o seu neto,
Pedro. Faça o desenho no seu caderno.
38
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nesta atividade também é importante estar atenta aos alunos que não conhecem os parentes. Evite possíveis constrangimentos mencionando à classe que todos
nós temos parentes, mas nem sempre temos oportunidade de conhecê-los. Lembre também aos alunos que nem todos os pais e mães possuem irmãos, portanto,
há crianças que não têm tios nem primos (por parte de mãe ou de pai). Diante disso, é
importante frisar uma vez mais que as famílias são diferentes umas das outras.
4. Quem são os seus parentes?
No caderno, desenhe os seus parentes ou, caso tenha fotos, cole-as.
Depois, escreva o nome deles abaixo de cada desenho ou fotografia.
5. Copie no caderno as frases abaixo, completando-as de acordo com as
informações contidas na história em quadrinhos das páginas 37 e 38 e
no Banco de palavras no fim da página.
é
b) Dona Isabel
é
do Pedro e da Helena.
avô
Ilustrações: Felipe Grosso
a) Seu Antônio
da Helena e do Pedro.
mãe
c) Helena e Pedro
.
são
irmãos
d) Helena e Pedro
de Ana e Flávio.
são
primos
e) Ana e Flávio
f) Alice e Cândida
são irmãos
.
gêmeos
.
são cunhadas
g) Alice e Isabel
são irmãs
.
h) Isabel e Alice
são
de seu Antônio.
i) Pedro e Helena
filhas
são
netos
de seu Antônio.
Banco de palavras
irmãs
netos
primos
mãe
gêmeos
avô
cunhadas
filhas
irmãos
O objetivo desta atividade é a apreensão e a aplicação, pelos alunos, de algumas das expressões mais
utilizadas para designar as várias relações familiares existentes.
39
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A
Ã
e
G
i
m
n
O
ó
Ô
P
r
s
t
V
a) Sou filho ou filha do meu
.
PAI
b) A mãe da minha mãe é minha
.
AVÓ
c) O filho da minha tia é meu
d) Meu pai é
e) Minha mãe é
. PRImO
da minha avó materna.
da minha avó paterna.
f) A irmã da minha mãe é minha
g) Sou filho ou filha da minha
h) Minha avó materna é
cibele Queiroz
6. Que tal decifrar o código secreto?
Copie as frases abaixo no caderno, substituindo os símbolos pelas
letras correspondentes do quadro.
.
.
GEnRO
nORA
tIA
mÃE
do meu pai.
SOGRA
40
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ViVendO em fAmíliA e cOOPerAndO
Em uma família, às vezes as pessoas discutem e até mesmo brigam,
mas em geral ajudam umas às outras.
É importante que as pessoas cooperem entre si, dividindo as tarefas da
casa, por exemplo. Porém, o mais importante é que as pessoas se gostem e
cuidem umas das outras.
yinyang/ iStockphoto
VadimPO/ iStockphoto
Observe nas imagens a seguir alguns exemplos de cooperação entre
membros de uma família.
charlotte macpherson / Alamy / Other Images
Enquanto Vera, a mãe, prepara o almoço...
... Lúcia, filha de Vera, ajuda
aspirando o pó do chão.
Depois que todos
almoçam, Lucas, o
outro filho de Vera,
lava a louça.
41
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Fabio chialastri
Fabio chialastri
Fabio chialastri
Também na família de Rosa todo mundo ajuda um pouco: as
crianças arrumam a cama.
Quando viajam, arrumam a própria mala.
E todos os dias cada um organiza o material escolar
antes de ir para a escola.
Estimule a troca de ideias entre os alunos, questionando-os sobre como se dá a dinâmica da divisão do trabalho doméstico na casa deles. Incentive
todos a participar e contar um pouco de si.
7. E você, costuma ajudar nas tarefas de casa? O que você faz? Conte
para a professora e para os colegas de classe.
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É importante que os alunos compreendam que fazemos parte de diversos
cOmO
Os indíGenAs ViVem grupos sociais: família, escola, clube, curso de idiomas, comunidade religiosa,
natação, judô, balé etc. Assim, ao entrar em contato com os costumes de uma comunidade indígena, como é o caso aqui, eles serão capazes de perceber que,
além de seu modo de vida, existem outros diferentes.
todos nós fazemos parte de diversos grupos sociais. A família, por
exemplo, é um pequeno grupo social.
muitos povos indígenas vivem em grupos nos quais todos cooperam
uns com os outros, como se formassem uma grande família. Desse modo, os
membros de uma mesma comunidade dividem as tarefas: enquanto alguns
plantam, caçam e pescam, outros ajudam a fazer a comida, a educar e a
cuidar das crianças, a preparar as festas e demais atividades da aldeia.
Fabio colombini
AntOnIO ScORZA/ AFP/ Getty Images
Observe as fotos:
Indígenas do povo Awara, no estado do
Amazonas, dançam na celebração anual
da festa do Quarup. Foto de 2005.
Crianças indígenas das etnias Barasana-Tuyuca peneiram
a farinha do beiju (feita à base de mandioca). Elas vivem
na aldeia Rouxinol, localizada no igarapé Tarumã-Açu (AM).
Foto de 2008.
8. O que você viu de mais interessante nas cenas da vida indígena
Resposta pessoal. Espera-se que os alunos respondam que os indígenas estão sempre reunidos em comunidade,
retratadas acima? fazendo tudo juntos, desde tarefas domésticas e rotineiras até celebrações ritualísticas e festas.
9. Observe a foto da dança indígena. Pense em alguma dança de que você
tenha participado. Depois, conte para os colegas algumas semelhanças
e diferenças entre as duas danças.
caso os alunos encontrem dificuldade em observar a imagem e estabelecer a comparação pedida, intervenha, pontuando cada
um dos itens da imagem, mas deixando para a classe a avaliação das semelhanças/diferenças.
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com a ajuda da professora, leia o poema abaixo, no qual um indígena
a atenção dos alunos para o
descreve o modo de vida do seu povo. chame
fato de o poema retratar a importância
História dos povos indígenas
das atividades coletivas entre as
comunidades indígenas. Se julgar
conveniente, divida a classe em
quatro grandes grupos, distribuindo
as estrofes entre eles, para que assim
todos possam participar da leitura do
poema em voz alta.
A terra não é de um dono só.
A roça também não é de um dono só.
Ninguém come as coisas da roça sozinho.
A caça também não é de um dono só.
Quando alguém mata um bicho para comer,
ele não come sozinho.
Ele sempre divide.
Quando mata peixe, divide.
Quando faz comida, divide.
Quando faz bebida, divide.
Sempre divide.
No nosso costume gente boa sempre divide.
Felipe Gross
o
As coisas da roça
A gente sempre divide com os parentes.
Divide com quem está precisando.
Cada povo divide de um jeito.
PAULA, Eunice D. de; PAULA, Luiz G. de; AmARAntE, Elizabeth (Org.).
História dos povos indígenas – 500 anos de luta no Brasil. Petrópolis/brasília:
Vozes/conselho Indigenista missionário (cimi), 1982.
10. No final do poema, uma palavra é repetida cinco vezes. Que palavra é
essa?
Em sua opinião, por que essa palavra foi repetida tantas vezes?
Divide.
Resposta pessoal. Espera-se que o aluno responda que tal repetição ocorre para dar a ideia de que os indígenas têm o hábito de compartilhar com a
comunidade o que possuem.
44
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hora do reCreio
1. Já que o assunto é vida em grupo, e
especialmente a vida em família, imagine
que todos da classe fazem parte de uma
mesma família e precisam organizar uma
festa de aniversário.
O aniversariante é o boneco
ilustrado ao lado.
A professora dividirá a classe em quatro
grupos. Cada grupo vai realizar uma tarefa.
cibele Queiroz
Atividade interdisciplinar com Artes.
A atividade precisa de preparação e pode tomar todo o período de um dia escolar. Os alunos devem ser orientados sobre como
será a atividade e quanto aos materiais que precisam trazer de casa, como papel, sucata, cola etc., além de algumas coisas “de
verdade”, como doces e salgados, por exemplo. terminada a “festa de aniversário”, promova a limpeza e a arrumação da sala,
ações que também fazem parte do espírito educativo da atividade.
cibele Queiroz
GRUPO 1
Criação do aniversariante
■ Inventem um personagem, menino ou menina.
■ Deem-lhe um nome, um sobrenome e uma data de nascimento.
■ Confeccionem um boneco ou boneca para representar o
aniversariante que vocês criaram.
GRUPO 2
Preparação dos convites e dos
presentes
■ Preparem convites para todos
os alunos da classe e para a
professora.
■ Confeccionem alguns
presentes com sucata para
dar ao aniversariante.
45
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cibele Queiroz
GRUPO 3
Preparação da comida e das
bebidas
■ Preparem os doces e os salgados.
■ Preparem as bebidas
Se a festa não for “de verdade”, os alunos podem usar massa de modelar
colorida para fazer os docinhos e garrafas e latas vazias para representar
os refrigerantes.
cibele Queiroz
GRUPO 4
Preparação dos enfeites
■ Preparem os enfeites para
decorar a sala onde vai ser
realizada a festa.
cibele Queiroz
no final, todos irão participar da decoração da sala.
46
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As questões a seguir devem ser apresentadas após o encerramento da festa e da arrumação da sala. As questões devem ser respondidas oral e
individualmente. Espera-se que o aluno perceba a importância do grupo tanto durante a preparação da festa como na sua realização.
2. Em sua opinião, seria possível organizar todos os detalhes da festa de
aniversário sozinho?
3. Imagine que na festa estivessem apenas você e o boneco
aniversariante. Como teria sido essa festa?
4. Há alguma tarefa de casa que você gosta de fazer? Qual é ela?
5. Há alguma tarefa de casa que você não gosta de fazer? Qual é ela?
6. Que semelhança você observou entre a sua vida e a vida das crianças
indígenas tratadas no capítulo?
é hora de pesquisar
Atividade interdisciplinar com matemática. O aluno terá a oportunidade de conhecer como se constrói um gráfico de barras.
■
Que tal conhecer o tamanho da família dos colegas? Neste momento, a
pesquisa vai se concentrar no número de irmãos de cada aluno.
a) Copie a tabela abaixo no caderno.
Registre a atividade na lousa, e oriente os alunos a fazer o mesmo no caderno.
número de irmãos dos alunos da sala
nenhum irmão
Um irmão
Dois irmãos
três irmãos
mais de três irmãos
b) A professora fará uma pesquisa com os alunos da classe para
saber quantos irmãos cada um tem. Após a contagem, ela anotará o
número na frente de cada item. Faça o mesmo no caderno.
c) No final, desenhe quadradinhos correspondentes ao número
que está na frente de cada item. Os quadradinhos deverão ser
colocados um em cima do outro, formando uma barra vertical.
Veja outras informações no manual do Professor.
47
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3. LEMBRANÇAS DA NOSSA VIDA
Com o passar do tempo, as pessoas vão
mudando. Podemos ver isso nos outros e em
nós mesmos.
Acervo Pessoal
VAMOS COMEÇAR
2
Nós crescemos, mudamos o jeito de falar,
aprendemos coisas novas (que outras pessoas
nos ensinam e que também aprendemos
sozinhos). Conhecemos novos lugares e
pessoas, fazemos novas amizades.
1
Juliana aos 2 anos, pronta para
comemorar o Dia do Índio.
Acervo Pessoal
Acervo Pessoal
Veja as imagens a seguir.
3
Acervo Pessoal
Essa é Juliana, no berço, dez dias depois de nascer.
4
Como adorava
dançar, Juliana
não perdia uma
festa junina da
escola. Na festa
retratada nessa
foto, ela contava
com 10 anos.
Na época dessa foto, Juliana tinha
5 anos e estava em férias na praia
com os pais.
48
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Eduardo Enoki
Eduardo Enoki
1
Vinícius pouco antes de cortar o bolo em sua festa
de aniversário de 2 anos.
Eduardo Enoki
Eduardo Enoki
Esse é o Vinícius, com apenas 4 dias.
3
2
4
Aos 4 anos, com a irmã Olívia, Vinícius visitou a
festa da Flor em Arujá (SP).
Em um dia de muito calor, Vinícius (com 10 anos)
refresca-se junto a uma cachoeira em passeio no
parque com a família.
Esta questão deve ser trabalhada oralmente. Ao observar a sequência cronológica, espera-se que os alunos percebam as transformações ocorridas nas
crianças das fotos. Nesse trabalho de interpretação fotográfica é importante orientá-los para que observem também que algumas características se mantêm:
por exemplo, a cor dos olhos, do cabelo e da pele; o formato dos olhos.
■
Observe as fotos da Juliana (na página anterior) e do Vinícius (acima).
a) O que acontece com eles, conforme você olha as fotos em
sequência?
b) Diga três situações que demonstram a passagem do tempo na vida
Resposta pessoal. Algumas características que podem ser apontadas: crescimento do cabelo
do próprio corpo, mudanças na aparência, no tipo de roupa, aprender a andar e a falar,
da Juliana e do Vinícius. eautonomia
para fazer diversas coisas etc.
49
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O tempO passa...
Muita coisa se transforma com o passar do tempo.
Você viu nas páginas anteriores como as crianças das fotos foram se
modificando?
Com você acontece a mesma coisa: você também nasceu, está
crescendo e se modificando ao longo dos anos.
Mas não é só com os seres humanos que isso acontece.
1
Pintinho quebrando a casca do ovo.
alexh/ iStockphoto
Pé de feijão em flor.
KarenMassier/ iStockphoto
Photoshot/ Alamy/ Other Images
Grão de feijão brotando.
2
2
Pintinho
3
Vagens de feijão.
Gravicapa/ iStockphoto
1
HANA76/ iStockphoto
Vtorous/ Dreamstime.com
Veja as duas sequências de fotos, com uma planta e uma ave:
3
Galinha
Você notou como as plantas e os animais também se transformam? Isso
acontece com todos os seres vivos com o passar do tempo.
50
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1. Faça uma experiência com grãos de feijão. Você vai precisar de:
Atividade interdisciplinar com Ciências.
■
alguns grãos de feijão;
algodão;
Esta é uma atividade que exige preparação de material e
orientação para a classe, especialmente em relação ao tipo de
acompanhamento e de observação que os alunos devem fazer, que
é o principal objetivo do experimento.
■
■
um recipiente de
plástico transparente;
água.
Agora, faça o seguinte:
a) Molhe um chumaço de
algodão com bastante
água e coloque-o no
fundo do recipiente de
plástico.
Paula Radi
■
b) Coloque alguns grãos de
feijão dentro do recipiente,
sobre o algodão molhado.
c) Em sua casa, deixe o
recipiente em um local
quente e iluminado.
d) Observe os grãos de
feijão diariamente e
anote no caderno cada
mudança que perceber.
Você pode registrar as
anotações por escrito ou
por meio de desenhos.
e) Depois de alguns dias,
converse com os colegas
sobre o resultado do
experimento. Escrevam
no caderno o que vocês
concluíram.
Espera-se que os feijões germinem. É importante que os alunos percebam
algumas transformações que ocorrem com os feijões ao longo do tempo.
51
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2. Você conhece esta história?
João e o pé de feijão
Leia o texto para a classe.
João era o único filho de
uma viúva muito pobre.
Para sobreviver, eles
contavam apenas com uma vaca,
cujo leite vendiam na cidade.
Mas, um dia, a vaca parou
de dar leite. Então, João foi à
cidade tentar vender o animal.
No caminho, ele encontrou
um vendedor, que lhe ofereceu
um punhado de feijões, dizendo
que eram mágicos.
João, deslumbrado com
a beleza dos grãos, deu sua
vaca em troca deles...
Você saberia contar o resto
da história? Se não
souber, invente.
Felipe Grosso
■
52
A ilustração já dá uma sugestão do que acontece na história: depois de plantados, os feijões dão origem a um pé de feijão gigante. Para estimular os alunos a
desenvolver e criar as próprias versões desse conto de fadas, leia para eles alguns trechos da narrativa tradicional. Uma boa referência é João e o pé de feijão, de
Ruth Rocha. São Paulo: Salamandra, 2010.
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a minha história
Nas páginas 48 e 49 você observou algumas transformações físicas
pelas quais passaram a menina e o menino das fotos. Percebeu também
algumas mudanças no comportamento, na maneira de se vestir, e soube de
alguns fatos ocorridos no passado deles.
As atividades a seguir (e outras ao longo do capítulo) têm o objetivo de possibilitar ao aluno resgatar o seu passado por meio de fotos. Lembre-se: a fotografia
também é um documento e importante fonte de informações. Portanto, oriente os alunos a observar as fotos com atenção, identificando as transformações físicas
ocorridas ao longo do tempo, assim como outras possíveis mudanças visíveis nas imagens: corte de cabelo, vestuário, móveis e objetos, veículos, construções etc.
3. Em casa, peça aos seus pais ou responsáveis algumas fotos suas
desde quando era bebê até fotos mais atuais, em que você aparece
com a idade que tem hoje, e traga-as para a classe. Coloque-as em
ordem, das mais antigas às mais recentes, e observe-as. Em seguida
Considerando a possibilidade de algum aluno não dispor de fotos, peça a ele que forme dupla com
responda no caderno: algum colega que tenha fotos para que também possa fazer esse trabalho de análise fotográfica.
■ Que semelhanças você notou entre as fotos? E diferenças?
Resposta pessoal. Espera-se que os alunos respondam que suas feições, o sorriso, a cor dos olhos e do cabelo continuam parecidos. Quanto às diferenças,
é possível que mencionem o fato de terem crescido fisicamente, de que hoje gostam de outras brincadeiras e brinquedos, têm amigos dentro e fora da
escola, fazem sozinhos uma
série de coisas etc.
4. Depois de observar as suas fotos, responda no caderno:
a) Como você era quando bebê? E hoje, como você é?
b) Entre as suas características físicas, quais mudaram e quais
continuam iguais? Leia a lista abaixo e escreva no caderno como as
suas características se modificaram ao longo dos anos. Lembre-se
de incluir outras características na lista, se você quiser.
Resposta pessoal. Novamente, caso algum aluno não tenha fotos, oriente-o
a formar dupla com algum colega que tenha, a fim de realizar esse trabalho.
Características
físicas
cor dos olhos
tipo de cabelo
formato da boca
Cibele Queiroz
cor do cabelo
formato do rosto
comprimento do cabelo
altura
peso
Esta atividade pode provocar dúvidas nos alunos. Assim, peça que observem, em
primeiro lugar, as quatro últimas características do quadro, cujos sinais de mudança
são mais facilmente identificáveis ao longo do tempo.
53
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5. Agora que você já viu por quais transformações físicas passou desde
que nasceu, pesquise a sua história. Seguindo o roteiro abaixo,
entreviste os seus pais ou responsáveis, ou mesmo alguém que
conheça você desde bebê, e registre as respostas no caderno. Se
Respostas pessoais. Nesta atividade os alunos trabalharão com o
quiser, acrescente outras perguntas. relato oral. É importante que eles identifiquem mais esse recurso para
Cibele Queiroz
a) Em que cidade eu nasci?
b) Com quantos quilos eu
nasci?
c) Eu mamei no peito?
d) Até que idade?
e) E na mamadeira, até que
idade eu mamei?
f) Eu usei chupeta?
g) Até que idade?
h) Como foi que eu parei de
usar chupeta?
i) Eu era risonho ou chorão?
j) Com quantos meses eu
engatinhei?
k) Com que idade eu
comecei a andar?
l) Qual foi a primeira palavra
que eu falei?
m) Quantos meses eu tinha
quando nasceu meu
primeiro dente?
n) Quando eu cresci
um pouco, de quais
brincadeiras eu mais
gostava?
o) Com quem eu mais
gostava de brincar?
a construção da própria história. Oriente-os na realização da atividade,
aconselhando-os a programar a entrevista antecipadamente e a registrar
as respostas da forma que julgarem mais conveniente: por exemplo,
pedindo ao próprio entrevistado que escreva as respostas no caderno.
Estimule a curiosidade e a criatividade dos alunos, deixando-os livres para acrescentar outras questões do interesse deles.
54
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Cibele Queiroz
6. É possível que você não se lembre dos
acontecimentos da época em que era
muito pequeno. Mas talvez se lembre
de algumas coisas que aconteceram
depois que você ficou um pouco maior.
Assim, tente responder às questões
abaixo sem perguntar nada a ninguém,
registrando suas respostas no
caderno.
a) Como você aprendeu a ler? Alguém
ensinou?
b) Como você aprendeu a escrever?
Alguém ensinou?
c) Com quantos anos você foi para a
escola?
d) Quem levou você para a escola no
primeiro dia de aula?
e) Como foi o seu primeiro dia de
aula?
f) Qual o nome da sua primeira
professora?
pessoais. Nesta atividade os
g) Qual a coisa mais importante que Respostas
alunos usarão outro importante recurso
a construção da sua história: a
aconteceu na sua vida até aqui? para
própria memória. Se não conseguirem
responder a alguma questão ou tiverem
para lembrar algum fato,
h) Desenhe esse acontecimento no dificuldade
peça-lhes que tentem obter essas
respostas em casa, com os pais ou
caderno.
responsáveis, e depois contem para a
classe o que descobriram.
7. Depois de escrever as respostas e fazer o seu desenho, entregue o
caderno para a professora, que o colocará sobre a mesa. Então cada
aluno, ordenadamente, levantará da carteira, pegará um caderno sem
ver de quem é e lerá para a classe a resposta de que mais gostar.
Depois que cada um tiver lido a resposta que escolheu, a classe votará
nas melhores respostas entre todas as que foram lidas, e seus autores
Dependendo do número de alunos, esta atividade pode tomar tempo. Assim, procure dimensionar o melhor momento
dia para realizá-la, de modo que nenhum aluno deixe de participar. Essa é uma brincadeira divertida, que tem como
serão “revelados”. do
objetivo estimular o desenvolvimento das habilidades de observação, expressão e avaliação dos alunos, por isso é
importante o envolvimento de todos.
55
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VIAGEM PELA LEITURA
Leia o texto a seguir e conheça um pouco da história da família de dona
Jovina. Leia o texto para a classe. Informe aos alunos que, no texto, a expressão “século
passado” (primeira linha) refere-se ao século XIX
Nasci no final do século passado a 7 de agosto de 1897, em Ribeirão
Preto, onde meu pai era engenheiro da Mogiana. [...]
Nossa casa era no Largo Treze de Maio, com quatro janelas de frente:
duas da sala de visita, duas do quarto de meus pais. Tinha mais dois
quartos e a sala de jantar e a cozinha. O banheiro era no quintal. A casa
era simples, modesta, meus pais eram de família pobre
[...]. Essa casa foi derrubada muitos anos depois.
Meu tio era farmacêutico, dono da Farmácia
Lima (da família Araújo Lima). Lembro
da farmácia antiga, com grades de
madeira e dois globos, um globo
amarelo e um verde. Os armários
eram cheios de potes [...].
Meu pai era um homem pobre
e estudou engenharia com grande
força de vontade. Seus pais eram
modestos. Sua mãe viveu muito
da costura. Paupérrimo, fez o
curso vago de Politécnica, não
frequentava as aulas, fazia exame para passar. [...]
Meu pai casou-se em 1890 com mamãe e veio
morar em Ribeirão Preto, cidade pioneira. Ele levou
as pontas dos trilhos até o Triângulo Mineiro.
Meus avós paternos também vieram com o filho,
do Rio [de Janeiro], e moravam em Ribeirão Preto.
Mamãe teve onze filhos.
Marcos Garuti
Lembranças de dona Jovina
BOSI, Ecléa. Memória e sociedade: lembranças de velhos.
São Paulo: T. A. Queiroz, 1983.
56
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Cibele Queiroz
1. No caderno, copie o quadro a seguir e complete-o de acordo com o
texto.
dona jovina
Data de nascimento
7 de agosto
de 1897
Local de nascimento
Ribeirão
Preto (SP)
Número de irmãos
10
pai
Profissão
Engenheiro
Escola
Politécnica
mãe
Número de filhos
11
avó paterna
Profissão
Costureira
tio
Profissão
Farmacêutico
2. Compare a sua casa com a de dona Jovina, fazendo o que se pede.
a) Copie no caderno o quadro a seguir, completando-o.
minha casa
Cibele Queiroz
Casa de dona jovina
Endereço: Largo Treze de Maio
Sala de visitas: 1
Dormitórios: 3
Sala de jantar: 1
Cozinha: 1
Banheiro: 1
b) No caderno, desenhe todos os cômodos da sua casa.
57
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Lembranças de famíLia
Muitas pessoas costumam guardar lembranças. Essas lembranças às
vezes são mantidas com carinho na forma de objetos, cartas e fotografias;
outras vezes as recordações são guardadas na memória. E quanto mais
vivem, mais histórias as pessoas têm para contar.
“Minha família é descendente de escravos.
Minha mãe, Anastácia, bisavó de vocês, era neta de escravos.
Felizmente, na época dos meus avós já não havia mais escravidão.
Minha mãe nasceu numa cidadezinha do interior.
Ali ela conheceu meu pai, Sebastião, o bisavô de vocês.
Eles se casaram e tiveram quatro filhos, dois homens e duas
mulheres: Benedito, Pedro, Francisca
e eu, a caçula.
Com 18 anos conheci o
avô de vocês, o Bento. Algum
tempo depois, a gente veio
morar na cidade. Tivemos
duas filhas: Benedita, a Dita,
a mais velha, e Sebastiana,
a Tiana, a mais nova.
Tenho muitas
lembranças da
minha avó Joana,
que morava lá em
casa quando eu era
criança.
Todas as noites
era ela quem me
levava para dormir,
me contava histórias e
cantava cantigas de ninar.
Felipe Grosso
Como as histórias de tempos passados que dona Zeferina adora contar
para os netos. Leia o texto para a classe.
58
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Minha avó conhecia muitas histórias
Felipe Grosso
e lendas: do Saci-Pererê, da Iara, do
Curupira, do Negrinho do Pastoreio
e várias outras... Minha personagem
preferida era a Cuca, que tinha cara
de jacaré e garras nos dedos. Ela
tinha mais de três mil anos e só
dormia uma noite a cada sete anos!
Minha avó costumava
me contar muitas histórias do
tempo dos escravos. Ela dizia,
por exemplo, que eles eram
proibidos de cantar na casa dos
senhores, mas eles cantavam e
dançavam no terreiro.
Eu não gostava muito de
ouvir histórias desse tempo
porque geralmente eram tristes. Os
escravos daquela época tinham uma
vida muito dura.
Mas tinha uma parte boa, que era
quando ela falava dos costumes que os
africanos de diferentes povos praticavam, às escondidas, sempre que
podiam. Nessas ocasiões, cantavam, dançavam e tocavam atabaques.
Essas lembranças não se apagam da memória... Não se apagam
nunca.”
8. Se você pudesse fazer uma pergunta a dona Zeferina, qual seria?
A professora dará oportunidade para que cada aluno se expresse.
Todos poderão comentar as perguntas feitas pelos colegas e sugerir
desta atividade é averiguar o entendimento da leitura e estimular a troca de referências, informações e observações entre
respostas. Oosobjetivo
alunos.
9. Em casa, converse com os seus pais ou responsáveis e peça-lhes que
contem a você alguma história da sua família. Registre-a no caderno.
Eis mais uma oportunidade de propor aos alunos uma atividade em que o relato oral é utilizado para construir a sua história. Esse trabalho de pesquisa tem o objetivo
de investigar e resgatar memórias familiares por meio de relatos pessoais. Novamente é importante estar atenta à possibilidade de haver na sala alunos que não tenham
referências familiares, a fim de evitar constrangimentos. Nesse caso, peça a esses alunos que imaginem alguma história da qual participariam membros de sua família.
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retratOs e ObjetOs de famíLia
DOTTA
Fotos e objetos podem fazer parte da história de uma família. Objetos
como uma máquina fotográfica, uma caneta, um relógio de pulso, joias e
fotos, entre outros, pertenceram a um casal de idosos já falecidos, seu Tiago
e dona Ana. Eles gostavam de mostrar esses objetos e falar deles aos seus
filhos, netos e bisnetos.
Diferentes objetos
podem ser usados para
reconstituir a história de
uma pessoa, de uma
família, ou de um lugar.
kaato/ iStockphoto
Dona Ana também guardava cartas pessoais antigas e cartões-postais.
O cartão-postal abaixo pertencera ao marido dela.
Vista da Basílica
de São Marcos,
em Veneza, Itália.
Cartão-postal do
início da década
de 1940.
Esse cartão foi enviado da Itália por um amigo do seu Tiago na época da
Segunda Guerra Mundial. Esse amigo havia sido um dos brasileiros enviados
à Europa para lutar na guerra.
60
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GCromocart - G.W.
Os cartões-postais a seguir também faziam parte da coleção de dona Ana.
O primeiro mostra o centro da cidade de São Paulo na década de 1950,
na região do Viaduto do Chá e do Vale do Anhangabaú.
Em primeiro plano, o Vale do Anhangabaú, transformado em estacionamento. Ao fundo, o
Viaduto do Chá. Foto da década de 1950.
Livraria Humberto, Fortaleza
Já o cartão-postal abaixo foi enviado de Fortaleza, no estado do Ceará,
por uma amiga da mãe de dona Ana. Ela morava naquela cidade na década
de 1920.
Praça do Ferreira, por volta de 1925, Fortaleza (CE).
61
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Acervo Pessoal
Veja o documento de um genro de dona Ana que ela guardou por muitos
anos.
O documento acima é conhecido como Certificado de Reservista. Ele
comprova que a pessoa se alistou no Exército para prestar o serviço militar,
obrigação de todos os brasileiros homens ao completarem 18 anos de idade.
Veja como ele é valioso: além de documento oficial, também serve como
registro histórico, pois marca um momento importante da vida do jovem.
62
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Acervo Pessoal
10. Veja a foto abaixo.
Família de
imigrantes alemães
estabelecidos em
Bananal (SC). Foto
da década de
1920.
Em sua opinião, a foto acima pode ajudar a resgatar a história de uma
Espera-se que o aluno perceba que as fotografias antigas, de modo geral, são registros que podem
informações sobre a história das famílias, das pessoas e dos lugares. A foto acima, por
família? Explique por quê. fornecer
exemplo, pode ajudar a identificar as pessoas que apareceram na foto e que fazem parte dessa
família, além de trazer informações sobre o lugar, em ambiente ao ar livre e os costumes da época.
11. Observe com atenção o documento da página anterior e responda:
Exercício de observação e compreensão da leitura de fontes, além de reflexão sobre as informações históricas que elas podem conter.
31 de
a) Em que local e data foi tirado esse Certificado de Reservista? Sorocaba,
março de 1958.
b) Qual era o orgão responsável pela emissão do documento? Ministério
da Guerra.
c) O que é possível conhecer da história do portador do documento
com base nas informações nele presentes?
Os alunos podem mencionar, por exemplo, os dados pessoais (nome, filiação, data e local de nascimento) e características físicas.
12. Que tal entrevistar uma pessoa da sua família para conhecer um pouco
da história dela? Siga o roteiro abaixo e anote as respostas no caderno.
Respostas pessoais.
Atividade para aplicação
a) Qual é o seu nome completo?
de noções trabalhadas
sobre a vida e a história
b) Qual é o nome dos seus pais?
dos grupos familiares,
vistas, neste caso, por
c) Qual é o nome dos seus avós (maternos e paternos)? meio da trajetória de uma
pessoa da família.
d) Qual é a data do seu nascimento?
e) Em que cidade e estado você nasceu?
f) Você sempre morou no mesmo lugar?
g) Caso tenha se mudado, onde você já morou?
h) Por que você se mudou do lugar onde morava?
i) Qual o antepassado mais antigo da família de quem você se lembra?
j) Você o conheceu pessoalmente?
k) O que você sabe sobre essa pessoa?
l) Quais foram os fatos mais marcantes da sua vida?
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VOLtandO nO tempO
Quando assistimos a um filme antigo ou sobre uma época passada, é
possível observar várias coisas diferentes das atuais. Por exemplo, o modo
de vestir e de falar, os veículos, os móveis, as construções...
Acervo Pessoal
Com a ajuda das imagens a seguir, observe como eram algumas dessas
coisas no passado. Leia com atenção as legendas que acompanham as
fotos, pois elas trazem informações importantes.
Edição da Casa A. Miscellánea e A. Electrica S. Leonetti, Porto Alegre
Teatro Municipal do Rio
de Janeiro, construído
no centro da cidade, em
foto de cerca de 1910.
Em 2010 o edifício
foi reaberto ao público
depois de uma grande
restauração.
Praça da Alfândega,
com vista do trecho
situado próximo às
ruas Sete de Setembro
e dos Andradas, em
Porto Alegre (RS), por
volta de 1915.
64
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Acervo Pessoal
Família Perez Fernandez / Acervo Pessoal
Essa família foi
fotografada no início
do século XX. As
roupas daquela época
eram bem diferentes
das usadas hoje: as
mulheres usavam
vestidos longos e os
homens usavam fato
(um tipo de terno).
Essa família foi
fotografada em 1960.
Em comparação
com a família da
foto anterior, é
possível perceber as
mudanças no jeito de
se vestir.
13. Com base na observação das imagens desta página e da página
anterior, descreva uma situação que tenha mudado nos dias de hoje e
Resposta pessoal. Espera-se que os alunos percebam que, com o passar do
outra que tenha permanecido. tempo, nem todas as coisas necessariamente mudam, assim como nem todas
permanecem iguais.
14. Escolha uma das fotos desta página ou da página anterior. Imagine que
você está “dentro” dela. Descreva tudo o que você estaria vendo.
O objetivo desta atividade consiste em que os alunos, por meio de uma atividade lúdica, possam apreender diferentes realidades possíveis.
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VIAGEM PELA LEITURA
O texto a seguir trata da vida na cidade de São Paulo no início do
Além de trabalhar a compreensão do texto, o objetivo é também possibilitar que
século XX. Leia o texto para a classe.
Naqueles tempos, a vida em São Paulo era tranquila. Poderia ser ainda
mais, não fosse a invasão cada vez maior dos automóveis importados,
circulando pelas ruas da cidade; grossos tubos, situados nas laterais
externas dos carros, desprendiam, em violentas explosões, gases e
fumaça escura. Estridentes fom-fons de buzinas, assustando os distraídos,
abriam passagem para alguns deslumbrados
motoristas que, em suas
desabaladas carreiras, infringiam
as regras de trânsito, muitas vezes
chegando ao abuso de alcançar
mais de 20 quilômetros à hora,
velocidade permitida somente
nas estradas. Fora esse detalhe,
o do trânsito, a cidade crescia
mansamente. Não havia surgido
ainda a febre dos edifícios altos;
nem mesmo o “Prédio Martinelli” —
arranha-céu pioneiro de São Paulo,
se não me engano do Brasil — fora
ainda construído. Não existia
rádio, e televisão, nem em
sonhos. Não se curtia som
em aparelhos de
alta-fidelidade. Ouvia-se
música em gramofones
de tromba e manivela.
Marcos Garuti
Anarquistas, graças a Deus
os alunos façam uma ligação com a sua realidade. É importante conscientizá-los
das múltiplas realidades existentes no país, o que acarreta, por exemplo, a falta de
acesso de algumas crianças a algumas tecnologias, por exemplo, por não contarem
com energia elétrica no lugar onde vivem. Do mesmo modo, apenas quem mora em
médias e grandes cidades convive com altos edifícios (os antigos arranha-céus).
GATTAI, Zélia. Anarquistas, graças a Deus.
Rio de Janeiro: Record, 1979.
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c) Espera-se que o aluno identifique a existência (ou não) dos elementos mencionados no texto em seu cotidiano. De acordo com a realidade dos
alunos, comente que em muitos lugares do Brasil ainda não há energia elétrica nem edifícios.
1. Reúna-se com os colegas e respondam:
a) Como a autora descreve a vida em São Paulo no início do século XX?
A vida é descrita como tranquila.
b) O texto trata da “invasão” dos automóveis de maneira positiva ou
negativa? Justifiquem a sua resposta dando como exemplo trechos
A invasão dos automóveis é vista de maneira negativa. “Naqueles tempos, a vida em São Paulo era
do próprio texto. tranquila. Poderia ser ainda mais, não fosse a invasão cada vez maior dos automóveis importados [...]”.
c) A autora cita três coisas que não existiam na cidade de São Paulo
no início do século XX. Quais são elas? Alguma delas não existe no
rádio e televisão.
lugar onde vocês moram? Em caso afirmativo, qual? Edifícios,
Resposta pessoal.
d) Converse com os colegas: Se naquela época não havia rádio nem
televisão, como as pessoas faziam para saber o que acontecia no
alunos podem mencionar que as notícias chegavam pelos jornais impressos ou por meio das
país e no mundo? Os
pessoas que viajavam e traziam as informações.
2. Faça a seguinte pesquisa com um membro da sua família (pode ser
um parente mais velho, pai, mãe ou responsável): “Quando você
tinha minha idade, já existia...?” Copie no caderno o quadro a seguir
e faça um X em uma das colunas, de acordo com a resposta do seu
entrevistado: sim ou não. Ao final, anote também no caderno as três
respostas que você achou mais surpreendentes.
“Quando você tinha
minha idade, já existia...”
NÃO
Scott Rothstein / Dreamstime.com
SIM
Exercício de observação, pesquisa e organização
de dados que, além de provocar nos alunos uma
reflexão, os fará expressar suas opiniões a respeito
das mudanças que ocorrem ao longo do tempo.
Rádio
Televisão
Telefone
Geladeira
Avião
O rádio tornou-se popular na
década de 1920. Na foto, um
rádio da década de 1930.
Para tornar esta atividade mais interessante e divertida, pergunte aos alunos como eles imaginam a vida das pessoas
sem alguns dos itens que consideram essenciais no seu dia a dia. Depois, para enriquecer ainda mais a atividade, uma
sugestão é o livro: Como fazíamos sem..., de Barbara Soalheiro. São Paulo: Panda Books, 2006.
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67
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Máquina de escrever
Videocassete
Motocicleta
Barco a motor
As imagens dos primeiros aparelhos de
televisão eram transmitidas em branco e
preto. Na foto, um aparelho de 1939.
FRANCIS MILLER/ Getty Images
Forno de micro-ondas
Schenectady Museum; Hall of Electrical History
Foundation/ CORBIS/ Corbis (DC)/Latinstock
Bicicleta
Luz elétrica
Fogão a gás
Computador
Internet
Trator
Máquina de costura
Os primeiros computadores foram
criados por volta de 1940 e chegavam
a medir 30 m de comprimento!
Hoje são muito menores e mais rápidos.
Foto de meados da década de 1940.
Cinema
Ferro elétrico
Telefone celular
SSPL/ via Getty Images
Carro
Elevador
Óculos
Sabão em pó
Os primeiros celulares eram bem
maiores e mais pesados que os atuais.
Foto de 1989.
68
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2
ZargonDesign/ iStockphoto
1
JazzIRT/ iStockphoto
3. Reúna-se com um colega e observe as fotos a seguir. Conversem
sobre quais retratam o passado e quais retratam o presente. Não
se esqueça de indicar características de cada uma para justificar a
sua escolha. Depois, a professora dará oportunidade para a classe
Atividade semelhante à anterior, que também visa à observação, pesquisa e
de dados, bem como à reflexão e formulação de opiniões sobre
apresentar opiniões e comentários. organização
permanências e mudanças entre diferentes épocas distantes no tempo.
Geladeira de
duas portas com
pintura tradicional.
passado (década de 1970)
Caroline Bittencourt/ LatinContent/ Getty Images
Bettmann/ CORBIS/ Corbis (DC)/ Latinstock
Geladeira de duas
portas em acabamento
inoxidável. presente (2010)
3
passado
(década
de 1960)
presente
(2010)
Desfile de roupa íntima feminina
no Pierre Hotel, em Nova York
(Estados Unidos).
Desfile do estilista André
Lima no pavilhão da Bienal,
em São Paulo (SP).
presente (2010)
Paulo Neres/ Dreamstime.com
Acervo Pessoal
passado (1912)
5
4
6
Vistas da Enseada de Botafogo, no Rio de Janeiro. As duas fotos foram tiradas do alto do morro do Corcovado.
69
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HORA DO RECREIO
■
Tente descobrir cinco elementos que não combinam com a cena.
Observe-a com atenção! Depois, converse com um colega e
comparem o que vocês encontraram.
Felipe Grosso
1. pterodáctilo voando; 2. bicicleta antiga; 3. mulher com traje antigo; 4. egípcio na caixa de areia; 5 automóvel antigo.
70
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É HORA DE PESQUISAR
■
Que tal lembrar alguns momentos importantes da vida de cada aluno e
montar uma exposição para a classe? Para isso, siga o roteiro.
a) Você precisará de:
■ 1 cartolina;
■ fita adesiva;
■ canetas coloridas.
b) Com a ajuda dos seus pais ou responsáveis, selecione algumas
fotos (no máximo oito) desde quando você era bebê até fotos mais
recentes. Escolha fotos marcantes, como, por exemplo:
Havendo alunos que não tenham a fotografia como registro de história de vida, oriente-os na elaboração de desenhos ou na colagem de imagens de
revistas que representem situações similares às que eles gostariam de retratar.
chegada da maternidade
■
primeiro banho
■
aniversário
■
alguma viagem marcante
■
na escola
■
com os amigos
Ilustrações: Marcos Garuti
■
71
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c) Organize suas fotos, da mais antiga à mais recente. Cole-as na
cartolina, deixando espaço entre elas nos quatro lados. Deixe um
espaço maior na parte inferior de cada uma.
d) Escreva uma legenda abaixo de cada foto. Nela deverão constar a
data e o local de realização da foto, assim como o que está sendo
retratado. Não se esqueça de identificar as pessoas que aparecem
nas imagens.
e) Por último, use as canetas coloridas para decorar os espaços
vazios da cartolina com alguns desenhos ou faça colagens, como
você preferir.
f) Quando todos terminarem o trabalho, a professora os fixará nas
paredes da sala para que os colegas conheçam alguns momentos
da vida uns dos outros.
g) Terminada a exposição, leve o seu trabalho para casa e mostre-o
Auxilie os alunos na organização das fotos na cartolina e dê algumas
aos seus pais ou responsáveis. sugestões de decoração: moldura para as fotos, desenhos relativos
aos assuntos retratados, balões de diálogos etc.
LEIA TAMBÉM
■
■
■
As visitas de dona Zefa, de Sylvia Orthof. São Paulo: Ática, 1998.
O livro traz cinco histórias da personagem dona Zefa, uma senhora muito
divertida. Nas páginas finais, uma homenagem à autora.
No meu tempo era assim... – O álbum de lembranças da vovó, de Maria José
Silveira. São Paulo: Marco Zero, s/d.
Um lindo livro para a vovó preencher e contar toda a sua história, montar a
árvore genealógica e muito mais.
O livro da família, de Todd Parr. São Paulo: Panda Books, 2003.
Esse livro vai despertar a sua atenção ao tratar das diferenças entre
as famílias e a maneira como elas lidam com assuntos como adoção,
diversidades racial, cultural e social.
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■
Um papai sob medida, de Davide Cali. São Paulo: Cosac Naify, 2007.
Uma garotinha tem a mãe mais extraordinária do mundo, mas ela sente falta
de um pai. Então, juntas, decidem publicar um anúncio no jornal procurando
um pai. Será que algum dos pretendentes passará nessa disputada e
rigorosa seleção?
OUTRAS SUGESTÕES
SITE
■
Povos indígenas no Brasil – mirim. Disponível em:
<http://pibmirim.socioambiental.org>. Acesso em: 24 ago. 2010.
Página do Instituto Socioambiental destinada às crianças. Nela você encontra
diversas informações sobre o jeito de viver das crianças de diferentes povos
indígenas. Se quiser, também pode brincar em uma aldeia virtual.
■
Memorial do Imigrante: procura preservar e difundir a história da memória das
migrações no Brasil. Disponível em:
<www.memorialdoimigrante.org.br>. Acesso em: 8 out. 2010.
FILME
■
O pequeno Stuart Little. Direção de Rob Minkoff. Estados Unidos: Sony
Pictures, 1999. (83 min).
Stuart era um ratinho que vivia em um orfanato, até ser adotado por uma
família humana. Embora seus novos pais gostem muito dele, seu novo irmão
e o gato da família a princípio não o aceitam.
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UNIDADE 3
NÓS E A NOSSA ESCOLA
A gente passa tanto tempo na escola que quase pode dizer que vive
nela. São aulas, pesquisas, provas, recreios, refeições, jogos, brincadeiras,
gincanas, festas, comemorações, além de descobertas e novas amizades... a
gente nem vê o ano passar.
Mas será que a escola sempre foi assim? E será que todas as escolas de
hoje são iguais?
Originais Colombo e Francesconi e Gensly
Observe as fotos a seguir.
1
Delfim Martins/ Pulsar Imagens
Foto de 1910
retratando a Escola
de Comércio Álvares
Penteado, fundada
em 1902. O prédio,
localizado no centro
de São Paulo (SP),
existe ainda hoje.
2
Fachada do prédio
do Colégio Estadual
Barão do Rio
Branco, localizado
em Rio Branco,
no Acre. Foto de
2010.
74
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Pires do Prado / Acervo Pessoal
3
DOTTA
Estudantes da Escola Normal de Campinas (SP), em foto de 1936.
4
Alunos do 4o ano do Ensino Fundamental de uma escola particular em São Paulo. Foto de 2010.
■
Observe as fotos e responda:
a) Qual
das escolas mais se parece com a sua? Cite uma semelhança.
Resposta pessoal. É provável que os alunos mencionem alguma semelhança em relação às fotos 2 e 4, que são mais atuais.
b) Identifique alguma diferença entre as escolas mostradas nas
Exercício de aquecimento e de introdução ao tema da unidade. Estimule a observação
imagens e a sua escola. dos alunos em relação aos aspectos arquitetônicos dos edifícios (muitos detalhes
Resposta pessoal. Espera-se que os alunos mencionem as
diferenças nas roupas, penteados, ambiente, entre outros.
no prédio antigo e quase nenhum detalhe no novo) e também quanto à postura das
pessoas fotografadas no passado e no presente.
75
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4. A GENTE VIVE E APRENDE
NA ESCOLA
VAMOS COMEÇAR
Ilustrações: Felipe Grosso
Na escola desenvolvem-se várias atividades, mas a principal delas é
ensinar. Escola é, acima de tudo, um lugar de ensinar e de aprender. Essa é a
sua função. Uma função muito importante para a nossa vida, mas que pode
ser executada de diversas maneiras nas diferentes culturas.
2
1
3
1. Observe as cenas. O que as crianças estão aprendendo ou ensinando
Espera-se que os alunos identifiquem: na cena 1, ler e escrever; na cena
em cada uma delas? Descreva. 2, dividir o lanche; na cena 3, participar de um jogo (ou brincadeira) novo.
2. O que mais você acha que se pode aprender na escola? Converse
Resposta pessoal. Os alunos podem mencionar também os conhecimentos
com os seus colegas. relativos a Matemática, Artes, História, Geografia, Ciências etc.
3. Desenhe no caderno uma cena que mostre o que você já aprendeu na
escola ou o que você gostaria de aprender.
Resposta pessoal. Observe os desenhos dos alunos e converse com eles a respeito dos conhecimentos que já possuem.
Se julgar adequado, retome esta atividade em outro momento, por exemplo, ao final do capítulo.
76
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AS ESCOLAS INDÍGENAS
Da mesma maneira que muitas das outras crianças brasileiras, as
crianças que vivem em comunidades indígenas vão à escola. É um direito
delas frequentar a escola e estudar.
Marcelo Justo/ Folhapress
Em muitos lugares do Brasil, crianças indígenas frequentam escolas
localizadas dentro das aldeias onde vivem, e nelas aprendem com
professores que também são indígenas e falam a sua língua, além do
português. Essas escolas são dirigidas pelos próprios indígenas, que decidem
o que deve ser ensinado às crianças e qual a melhor maneira de fazê-lo.
Alunos da etnia Tuyuca em escola indígena da comunidade de São Pedro, no Amazonas. Foto de 2010.
Nas aldeias onde não há escolas indígenas, as crianças frequentam
escolas não indígenas, semelhantes à sua.
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Leia o texto a seguir e conheça um pouco da vida de Marco Antônio
Jardim de Souza, um indígena Guarani, conhecido em sua aldeia pelo nome
Verá Mirim. Há alguns anos, ele foi assunto em uma revista. Leia o texto para a classe.
Fabio Colombini
Verá Mirim, o menino Guarani
Escola indígena Guarani
Mbyá – Aldeia Guarani
Tenonde Porã. Parelheiros,
São Paulo (SP), 2010.
Os dois nomes de Marco Antônio ou Verá Mirim se aplicam pelo
fato de sua mãe ser indígena e seu pai, não.
Ele mora na aldeia Guarani situada em Parelheiros, um bairro bastante
afastado do centro de São Paulo, e estuda em uma escola particular da
cidade.
O avô Karaí Mirim é o responsável pela educação indígena de Marco.
Com ele, o menino aprende as tradições do seu povo.
Marco leva duas horas para chegar à escola.
[...]
BEZERRA, Rosângela. Revista Zá. São Paulo: Pinus, n. 5, nov. 1996.
Atividade de leitura e compreensão do texto. Além destas,
outras perguntas podem ser feitas aos alunos, e outras
referências da narrativa podem ser exploradas.
1. Responda às questões sobre o texto:
Ao povo
a) A que povo pertence o menino Verá Mirim (ou Marco Antônio)? Guarani.
Verá Mirim é o seu nome indígena, e Marco Antônio é o seu nome
b) Por que ele tem dois nomes? não indígena, pois a sua mãe é indígena, e o seu pai não.
Ele aprende as tradições do povo
c) O que Verá Mirim aprende na aldeia? Quem o ensina? Guarani. Quem ensina é o seu avô.
d) Onde ele aprende as mesmas coisas que você? Quem o ensina?
Em uma escola particular. Quem ensina são os professores (e os colegas também).
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As crianças indígenas não aprendem apenas na escola. Leia o poema a
seguir, que explica qual é o jeito de ensinar dos indígenas. Leia o texto para a classe.
O nosso jeito de ensinar é assim
Marcos Garuti
É o pessoal todo da aldeia que vai ensinando para as crianças.
O vovô faz para o neto flecha pequena, faz arco pequeno.
O vovô faz para a neta pilão pequeno.
A vovó faz para a neta panela pequena.
Nosso jeito de ensinar é assim:
Gente grande trabalha.
Criança espia e aprende.
O pessoal todo da aldeia ensina para as crianças.
ENSINA TODOS OS COSTUMES DO NOSSO POVO.
PAULA, Eunice D. de; PAULA, Luis G. de; AMARANTE, Elizabeth (Org.).
História dos povos indígenas – 500 anos de luta no Brasil. Petrópolis/Brasília:
Vozes/Conselho Indigenista Missionário (Cimi), 1982.
2. De acordo com o poema, quem são as pessoas responsáveis por
ensinar as crianças indígenas? Todos são responsáveis por ensinar as criancas indígenas.
3. Como as crianças indígenas aprendem? Elas aprendem espiando os mais velhos.
4. O que é ensinado a elas? Todos os costumes do povo.
5. E você? Quem é responsável pelos seus ensinamentos fora da escola?
Resposta pessoal. Espera-se que os alunos comentem que aprenderam com os pais, responsáveis e demais parentes desde atividades básicas do dia a dia, como escovar
os dentes, tomar banho, usar talheres, até andar de bicicleta, jogar futebol, nadar, pintar, montar brinquedos.
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APRENDENDO NA ESCOLA
A escola tem uma tarefa muito especial: educar e preparar os alunos
para a vida pessoal e em grupo. Como a maioria das crianças, você passa
bastante tempo na escola. Nela, recebe muitas informações, adquire novos
conhecimentos, conhece novas pessoas. Você parou para pensar em quanta
coisa já aprendeu na escola?
6. Pense em algo importante que você aprendeu este ano na escola.
Depois, verifique com os colegas o que eles escreveram.
7. Converse com os colegas sobre a importância que a escola tem na
vida de vocês. Escrevam um pequeno texto coletivo a esse respeito.
CONVIVENDO NA ESCOLA
Na escola, fazemos parte de um grupo, por
isso todos devem se respeitar. É importante que
haja respeito entre funcionários, professores e
alunos e, claro, entre os colegas de classe.
Cibele Queiroz
Atividades individuais e coletivas ao mesmo tempo. Estimule as respostas pessoais, assim como a troca de ideias e de referências, bem como a produção de textos
em grupo. Comente a redação dos alunos do ponto de vista do conteúdo e da forma, ressaltando a importância da escola para a vida futura, pessoal e em sociedade.
Para se organizar e conviver, todo grupo
social precisa estabelecer regras. E as pessoas
que fazem parte desse grupo devem respeitá-las.
Na escola, todos devem cumprir as regras: alunos e funcionários.
8. Pense um pouco e responda:
a) O que você pode fazer para demonstrar respeito pelos seus colegas?
b) O que você gostaria que seus colegas fizessem para demonstrar
Resposta pessoal. Este é um bom momento para os alunos avaliarem não apenas o procedimento
respeito por você? dos outros, mas o próprio procedimento em relação aos demais. Também é adequado para detectar
eventuais problemas de relacionamento e desrespeito entre os colegas por meio das respostas obtidas
no item b.
9. Converse com os colegas e respondam:
a) Quais regras da sua escola vocês conhecem? Citem duas delas.
b) Quais regras da sua escola vocês acham mais difíceis de cumprir?
Respostas pessoais. Como na atividade anterior,
conteúdo específico das respostas pessoais dos
c) Se pudessem, qual regra vocês criariam? oalunos
é menos importante que as conversas, os
comentários e a troca de ideias entre eles sobre a disciplina funcional e a atmosfera de tolerância, respeito e estímulo que deve existir na vida escolar.
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Várias pessoas colaboram para o bom funcionamento da escola. Vamos
aprender o que elas fazem?
Sylvain Sonnet/ Getty Images
DOTTA
10. Observe as fotos e diga para a professora o que cada pessoa faz na
escola. Se você não souber, a professora ajudará.
Os alunos...
Ensina.
Estudam e aprendem; a escola existe para eles.
Fabio Chialastri
Fabio Chialastri
A professora...
A secretária...
Cuida dos documentos da escola.
Fabio Chialastri
Cuida da limpeza da escola.
Fabio Chialastri
O servente...
O diretor...
Organiza e administra a escola.
A merendeira...
Cuida da alimentação servida aos alunos.
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VIAGEM PELA LEITURA
Leia o poema a seguir e conheça a visão de seu autor sobre a escola.
Escola
Importante na escola [...]
É também criar laços de amizade,
É criar ambiente de camaradagem,
[...]
Numa escola assim vai ser fácil
Estudar, trabalhar, crescer,
Fazer amigos, educar-se,
Ser feliz.
BRASIL. Ministério da Educação. FUNDAÇÃO JOAQUIM
NABUCO. Disponível em: <www.fundaj.gov.br/notitia/
servlet/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet?
publicationCode=16&pageCode=377&textCode=5934&
date=currentDate>. Acesso em: 4 mar. 2011.
Marcos Garuti
Escola é...
O lugar onde se faz amigos.
Não se trata só de prédios,
salas, quadros,
[...]
Escola é, sobretudo, gente,
[...]
O diretor é gente,
O coordenador é gente,
O professor é gente,
O aluno é gente.
Cada funcionário é gente.
[...]
1. Cite coisas e pessoas mencionadas no poema que também fazem
parte da sua escola. Coisas: prédios, salas e quadros. Pessoas: diretor, coordenador, professor, aluno, funcionário.
2. Você já aprendeu que a principal atividade da escola é ensinar. De
A escola também é
acordo com o poema, o que mais se pode fazer na escola? um lugar onde se faz
amigos.
3. Como é a escola dos seus sonhos?
Resposta pessoal. Oriente os alunos quanto a alguns aspectos a serem abordados: Como seria o prédio da escola? Qual seria o horário de entrada e saída?
O que seria ensinado? O que seria servido na merenda? Você deve sugerir outras questões que estejam de acordo com as particularidades da turma.
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HORA DO RECREIO
1. Responda no caderno: Se você estudasse em uma escola indígena, o
que gostaria de aprender?
2. Observe a ilustração a seguir. No caderno, escreva os objetos que
estão no lugar errado e também qual é o lugar certo de cada um. Para
esta atividade, desenhe um quadro semelhante a este:
Objeto
Lugar encontrado
Lugar correto
Felipe Grosso
Não é necessário que os alunos identifiquem
todos os objetos colocados em lugar errado.
Espera-se apenas que eles percebam que cada
ambiente precisa de objetos adequados às
funções. Para orientar a observação dos alunos,
na ilustração temos os seguintes objetos em
lugar errado:
• nas salas, de cima para baixo – banco de
praça, fotocopiadora, escorregador, vassouras
e balde, gangorra;
• na cozinha – bola de basquete dentro da
panela e cesta de basquete acima da pia;
• no pátio – um carro;
• no jardim – geladeira e freezer.
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É HORA DE PESQUISAR
■
Atividade com os objetivos de melhorar a ambientação dos alunos na escola,
para que tenham maior conhecimento dos espaços e da organização
escolar; estimular a observação atenta dos alunos ao ambiente à sua volta;
fazê-los assimilar e organizar as informações recebidas.
Vocês vão dar um passeio pela nossa escola.
1. Seguindo a orientação da professora, vocês vão percorrer todos os
espaços da escola: corredores, salas de aula, biblioteca, pátio, jardim,
quadra de esportes, cantina, sala dos professores, diretoria. Muitos
já devem ter visto ou passado por esses lugares, mas agora poderão
observá-los melhor ouvindo as explicações da professora e fazendo
perguntas aos funcionários sobre fotos e objetos que despertarem a
sua atenção.
2. Depois do passeio, de volta à classe, cada um fará no caderno um
pequeno relatório sobre o que viu e ouviu. Anote:
a) duas coisas interessantes que despertaram sua atenção;
b) uma coisa que não imaginava que a escola tivesse;
Respostas pessoais. Mais importante que o conteúdo específico das
pessoais é a fixação, pelos alunos, do que foi observado, bem como
c) uma coisa de que gostou muito; respostas
a assimilação e a organização das novas informações por eles recebidas.
d) uma pergunta para a professora sobre algo que viu durante o
passeio e a respeito do qual gostaria de ter mais informações.
Antes de os alunos começarem a fazer as suas anotações no caderno, converse com eles sobre a atividade realizada: o que descobriram, se
algo os surpreendeu e se têm alguma dúvida. Aproveite os questionamentos dos alunos para fornecer-lhes mais informações e referências.
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5. A HISTÓRIA DA NOSSA ESCOLA
VAMOS COMEÇAR
Depois de conhecer melhor como é a escola onde você estuda, é hora
de pesquisar um pouco sobre a história dela, isto é, descobrir, por exemplo,
desde quando ela existe, por que tem esse nome, como era antigamente,
o que mudou e o que não mudou desde que foi fundada, se cresceu de
tamanho, entre outras informações.
1. Em pequenos grupos, procurem informações sobre a história da sua
escola. Copiem o quadro abaixo no caderno e preencham-no.
Caso os alunos tenham dificuldade em encontrar fotos e informações sobre o passado da escola, oriente-os a
questionar os funcionários mais antigos.
Passado da escola
Data de fundação
Nome da escola ao ser fundada
Nome do primeiro diretor ou diretora
Acontecimento marcante na história do
Brasil no ano de fundação da escola
Acontecimento marcante na história
mundial no ano de fundação da escola
Antigos alunos que tenham se destacado
após o término dos estudos
Para que esta atividade não corra o risco de ficar repetitiva, com todos os alunos buscando as mesmas informações,
divida a turma em pequenos grupos: cada grupo ficará responsável por pesquisar um dos itens do quadro.
2. Depois da pesquisa, a professora orientará a classe.
a) Cada grupo contará aos demais o que descobriu em sua pesquisa.
b) A professora escreverá as descobertas dos grupos na lousa.
c) Cada aluno completará o quadro no caderno.
Essa é uma solução interessante para tornar esta última atividade mais dinâmica: fazer um quadro igual a esse na lousa e perguntar para cada grupo o que descobriu.
Desse modo, depois de todo o quadro preenchido, os alunos poderão visualizar as informações na lousa e copiá-las no caderno, completando assim o próprio quadro.
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Uma menina do 2º- ano, chamada Raquel, que se sentava em uma
das carteiras da frente, era sempre atenta e falante. Curiosa, ela resolveu
pesquisar os primeiros tempos da escola onde estudava. Queria
saber como tudo tinha começado: como eram as
salas, as roupas das crianças e dos professores, o
material usado nas aulas...
Durante a pesquisa, Raquel ficou curiosa em
saber como eram as escolas de antigamente. Então
procurou a bisavó Tita para que ela lhe falasse alguma
coisa do seu tempo de escola,
muitos e muitos anos atrás.
Dona Tita, que gostava
mesmo de contar histórias,
não só falou como mostrou
fotos que colecionava e
alguns pequenos objetos que
guardava na gaveta de uma
velha mesinha do quarto.
Marcos Garuti
esCOLas de antigamente
Arquivo Público do Estado de São Paulo
Uma das fotos da coleção de Dona Tita é esta:
Foto de uma sala de
aula da década de 1908
composta somente de
meninos.
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Ela foi tirada em 1908. Naquela época, as escolas de 1º- a 5º- ano
eram chamadas de Grupo Escolar. Na maioria delas, meninos e meninas
estudavam em classes separadas.
Arquivo Público do Estado de São Paulo
Raquel levou essa foto para os colegas da classe. Além dessa, levou
mais uma, de uma turma formada apenas por meninas. Veja:
Turma feminina do Grupo Escolar Doutor Cardoso de Almeida, na cidade de Botucatu (SP), em 1933.
Ela também falou na classe o que a bisavó lhe contara sobre uma regra
que já havia na escola no seu tempo. Era a regra que obrigava os alunos a se
levantarem sempre que o diretor ou a diretora, a professora ou o professor,
ou um visitante entrassem na sala.
1. Observe a foto da página anterior. Comente as diferenças e as
semelhanças que você percebe entre a sua sala de aula e a da foto.
Resposta pessoal. Espera-se que os alunos citem diferenças como roupas, ambientes e móveis da sala de aula,
entre outras possibilidades, mas principalmente o fato de a turma do passado ser formada apenas por meninos.
2. Agora, compare a foto da página anterior e a foto acima. Mencione
A intenção é que os alunos percebam elementos que
pelo menos uma característica comum a elas. permanecem, apesar da passagem do tempo. Nesse
caso, manteve-se a separação dos alunos, de acordo
com o sexo, e há certa rigidez no jeito de se vestir e
no comportamento das pessoas.
3. Responda:
a) Você concorda com a regra existente na época de dona Tita?
Resposta pessoal. Novamente, mais importante que o conteúdo da resposta é a oportunidade de ampliar e aprofundar o
sobre os costumes de cada época, o que muda e o que permanece em relação à convivência na escola, o
Por quê? conhecimento
respeito aos mais velhos e às regras, assim como as responsabilidades de cada um.
b) Atualmente, como os alunos se comportam quando entra uma visita?
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ObjetOs de antigamente
Nessa conversa, dona Tita também contou à bisneta curiosa que, no seu
tempo de escola, usavam-se para escrever lápis e também caneta-tinteiro,
semelhante à da foto abaixo, à esquerda.
Sonja Inselmann/ Dreamstime.com
Cimmerian/ iStockphoto
A bisavó explicou ainda que, antes de existir a caneta-tinteiro, escrevia-se
com uma pena que era molhada em um pote de tinta (como a da foto à direita).
Era preciso tomar muito cuidado para não borrar as páginas do caderno.
As primeiras canetas-tinteiro não tinham
reservatório para tinta havendo necessidade de
mergulhar a sua ponta no tinteiro.
Antes das canetas-tinteiro, para escrever, molhava-se a
ponta da pena no pote de tinta.
Remexendo em seus guardados, dona Tita encontrou um almanaque,
uma espécie de revista de antigamente, do tempo dos seus avós! Nesse
almanaque havia muitos anúncios de artigos para vender. Entre eles, um
anúncio de penas de metal usadas para escrever.
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Almanach da Provincia de São Paulo
Ela mostrou à bisneta, e eram semelhantes às que aparecem na imagem
a seguir:
Anúncio de penas de
aço para caneta-tinteiro,
publicado em 1888.
4a. Inglesa, francesa e alemã. Os alunos necessitarão da sua ajuda, pois, além de provavelmente desconhecerem o significado
da palavra nacionalidade, a grafia das nacionalidades (e de outras palavras) presentes no anúncio é diferente da atual.
4. Observe o anúncio com atenção e responda no caderno:
a) Qual a nacionalidade dos fabricantes das penas anunciadas?
b) De que material elas eram feitas? As penas eram feitas de aço.
c) De que materiais são feitos os objetos que você utiliza atualmente
Atualmente, os lápis são feitos de madeira e grafite e as canetas são
para escrever no caderno? feitas de plástico (com algum detalhe em metal).
d) Além de anunciar um produto pouco utilizado na atualidade, que
características do anúncio demonstram que ele pertence a outra
época? Justifique a sua resposta escrevendo exemplos do próprio
Por meio da leitura do anúncio em voz alta, ajude os alunos a localizar as palavras que tiveram a grafia alterada ao longo dos
Isso se refere também à moeda corrente no país. Peça a eles que escrevam no caderno as palavras como estão no
anúncio. anos.
anúncio e, na frente de cada uma, o modo como são escritas atualmente.
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VIAGEM PELA LEITURA
Leia o poema a seguir, que conta um pouco da rotina de uma escola de
antigamente.
A escola da mestra Silvina
A gente chegava [...]
Sentava em bancos compridos,
escorridos, sem encosto. [...]
Não se usava quadro-negro.
As contas se faziam
em pequenas lousas
individuais.
Não havia chamada
e sim o ritual
de entradas, compassadas.
“— Bença, mestra...”
Não se brincava.
Muito respeito.
Leitura alta.
Soletrava-se. [...]
Dava-se a lição.
Cantava-se em coro a velha
tabuada. [...]
CORALINA, Cora. Poemas dos becos
de Goiás e estórias mais. São Paulo:
Círculo do Livro, s/d.
Marcos Garuti
Nem recreio, nem exames.
Nem notas, nem férias. [...]
Banco dos meninos.
Banco das meninas.
Tudo muito sério.
■
Os alunos podem mencionar a existência da professora, de bancos
Reúna-se com um colega e respondam: (carteiras), a realização da leitura em voz alta etc.
a) Em que a escola tratadaOsno
poema é parecida com a sua?
alunos podem mencionar, atualmente, a existência de recreio, exames (provas), notas e férias.
Além disso, atualmente as carteiras têm encosto, e na sala de aula há lousa (quadro negro).
b) Em que ela é diferente? Também há chamada, mas não se usa mais soletrar nem cantar a tabuada em coro. Observe
outras diferenças, de acordo com o contexto da turma.
c) Qual característica da escola do poema você gostaria que sua
escola tivesse?
d) Qual característica você não gostaria que sua escola tivesse?
c) e d) Os alunos podem mencionar algum elemento relacionado no item b.
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HORA DO RECREIO
Para a realização desta atividade você pode desenhar a sala de aula na
lousa, representando tudo o que faz parte dela (mesa, armários, carteiras,
lousa, porta e janelas), a fim de orientar os alunos na produção da maquete.
Paula Radi
Que tal fazer uma miniatura da sua sala de aula? Veja as instruções.
Materiais necessários:
■ 1 caixa (pode ser de sapatos
ou outra de tamanho
aproximado);
■ caixas de fósforo vazias;
■ pedacinhos de madeira, ou
isopor, ou outro material no formato aproximado de 1,5 × 1,5 cm;
■ cola;
■ canetas coloridas ou lápis de cor.
Como fazer:
1. Formem grupos e combinem como serão providenciados os materiais.
2. Vocês vão fazer uma miniatura da sala de aula utilizando a caixa;
as caixas de fósforos representarão a mesa da professora e os
armários; os pedacinhos de madeira (ou outro material) serão as
carteiras, as quais deverão ser identificadas com o nome de cada
aluno. Tudo isso deverá ser colado no fundo da caixa nos lugares
que correspondem aos de vocês na sala de aula.
3. Utilizando as canetas coloridas (ou lápis de cor), desenhem nas
laterais da caixa a lousa, as janelas e a porta.
4. Depois de pronta a miniatura, a professora montará uma exposição
para que uns possam conhecer os trabalhos dos outros.
Dica: se vocês quiserem embelezar o trabalho, podem, por exemplo:
■ desenhar um piso ou colar papel colorido nele antes de fazer a
colagem dos “móveis”;
■ pintar as laterais internas da caixa na cor das paredes de sua
sala;
■ desenhar portas nos “armários” de caixa de fósforo e pintá-los;
■ desenhar gavetas na “mesa” da professora e pintá-la;
■ pintar as “carteiras” na cor real delas (ou, se preferir, de outra cor).
Cola
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É HORA DE PESQUISAR
Faça as adaptações necessárias de acordo com a realidade
sociocultural dos alunos. Considere que, historicamente, o acesso
universal à escola é recente. Pode haver, entre os pais dos alunos,
pessoas que não frequentaram a escola regularmente. Pode ser interessante discutir esses dados com os alunos, mas atente para que não ocorram
situações constrangedoras. Valorize os diferentes modos de aprendizagem, especialmente o esforço individual e o saber popular.
■
Procure saber como era a escola no tempo dos seus pais ou
responsáveis. Siga as instruções:
1. Peça ao seu pai, mãe ou responsável que participe desta pesquisa.
Não serão necessários mais do que vinte minutos.
2. Escreva as perguntas abaixo no caderno, deixando espaço entre elas
para as respostas. Combine com o seu entrevistado quem escreverá:
você ou ele.
a) Qual o nome da escola em que você estudou os primeiros anos?
b) Como era o prédio da sua escola?
c) Você sabe se a sua escola ainda existe? Em caso afirmativo, ela
sofreu alguma mudança?
d) A sua escola tinha cantina ou só cozinha?
e) Você levava o lanche de casa? Comia a refeição fornecida pela
escola? Comprava o seu lanche na cantina?
f) O pátio era coberto ou descoberto?
g) Havia quadra de esportes? Em caso afirmativo, ela era coberta ou
descoberta?
h) Como era a sua sala de aula (disposição e material de que eram feitos
os móveis, os alunos podiam escolher os próprios lugares etc.)?
i) Onde você se sentava: nas primeiras carteiras? No meio? Nas últimas?
j) Como você se dirigia à sua professora (pelo sobrenome, como
professora ou tia)?
k) Do que você mais gostava e do que menos gostava na escola?
l) Se pudesse voltar aos tempos de estudante nessa escola, o que
faria diferente?
m) Você gostaria de falar algo para os estudantes da atualidade?
3. Terminada a pesquisa, agradeça ao seu entrevistado.
4. Na classe, a professora dará oportunidade para que vocês
compartilhem as respostas obtidas e, assim, debatam as diferenças e
as semelhanças entre as escolas de uma mesma época.
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LEIA TAMBÉM
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A escola do Marcelo, de Ruth Rocha. São Paulo: Salamandra, 2001.
Na escola do Marcelo, as atividades incentivam os alunos a elaborar as
próprias ideias e a desenvolver o pensamento e a criatividade.
Uma escola assim, eu quero pra mim, de Elias José. São Paulo: FTD, 1999.
Na escola da cidade, há meninos e meninas de todas as origens, por isso o
autor resolveu falar nesse livro sobre preconceito e aceitação da diversidade
já na fase da infância e do aprendizado escolar.
Um passeio pela escola, de Cláudio Martins. São Paulo: Formato, 2003.
O menino desse livro resolveu faltar à aula para, do alto da caixa-d’água,
“passear com o olhar” pela sua escola. Ele observa cenas interessantes,
engraçadas, identifica professores e colegas, até levar um grande susto...
Vamos brincar de escola?, de Ana Maria Machado. São Paulo: Salamandra,
2005.
Henrique e Isadora começam a frequentar a escola, aonde vão para
aprender e brincar. Mas sempre vai sobrar tempo para, com a avó,
mergulharem no mundo das cantigas e dos contos de fadas.
O menino que aprendeu a ver, de Ruth Rocha. São Paulo: Quinteto, 2000.
João não entendia as palavras. Na rua, nas placas, ele só via desenhos, até
que seus pais decidem colocá-lo na escola. A partir de então, as letras que
ele aprendia lá começaram a aparecer pela cidade.
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UNIDADE 4
E OS OUTROS
NÓS EU
E NOSSOS
DIREITOS
Em muitas grandes cidades brasileiras, é possível ver crianças que
saíram de casa ou não têm casa para morar, que vivem e trabalham nas ruas,
que não frequentam a escola...
Alexandre Tokitaka/ Pulsar Imagens
Que tal conversarmos um pouco sobre os direitos das crianças?
Imagebroker/ Alamy/ Other Images
Menino
vendedor de
alho nas ruas de
São Paulo (SP).
Foto de 2008.
Criança
dormindo
na rua em
Salvador (BA).
Foto de 2009.
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Eduardo Naddar/ O Dia/ Futura Press
Juca Varella/ Folhapress
Criança pedindo
esmola no trânsito
do Rio de Janeiro
(RJ). Foto de 2010.
Crianças trabalham
recolhendo papelão
próximo à rua 25 de
março, no centro de
São Paulo (SP).
Foto de 2003.
■
Observe as fotos e responda:
Espera-se que os alunos mencionem que as
a) O que as crianças das fotos têm em comum? crianças estão em situação de pobreza.
b) Do que você acha que essas crianças precisam para melhorar a
Os alunos podem mencionar: casa (lar), escola, roupas etc., que são perceptíveis. Caso ninguém
situação de vida delas? mencione, acrescente: respeito, carinho, cuidados.
Comente as respostas dos alunos nesta atividade de aquecimento e introdução ao tema da unidade, usando-as para despertar a curiosidade e o interesse da classe
sobre essa questão.
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6. OS DIREITOS DA CRIANÇA
VAMOS COMEÇAR
A seguir você lerá um trecho da letra de uma canção. Ela trata de alguns
aspectos que fazem (ou deveriam fazer) parte da vida de todas as pessoas.
Leia o texto para a classe. Se possível, reproduza a música em CD.
Bebida é água.
Comida é pasto.
Você tem sede de quê?
Você tem fome de quê?
A gente não quer só comida,
A gente quer comida, diversão e arte.
A gente não quer só comida,
[...]
A gente quer bebida, diversão, balé.
A gente não quer só comida,
A gente quer a vida como a vida quer. [...].
Marcos Garuti
Comida
FROMER, Marcelo; ANTUNES, Arnaldo; BRITTO,
Sérgio. Comida. Intérprete: Titãs.
CD: Jesus não tem dentes no país dos banguelas. WEA, 1987.
1. De acordo com a letra que você acabou de ler, o que é essencial na
vida de uma pessoa? Comida e água.
2. E o que mais, embora não seja fundamental para a sobrevivência,
Bebida, diversão, arte, balé. Explore o sentido que algumas palavras
também é muito importante? assumem na letra, como: bebida (sucos, refrigerantes, algo doce e saboroso,
diferente de água), balé (movimento com o corpo, esporte, jogos) etc.
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do QUe PrecisaMos Para ViVer?
A resposta a essa pergunta pode variar de pessoa para pessoa, mas
há necessidades que todos têm: uma casa para morar, alimentos, roupas,
brinquedos, tempo para o lazer, acesso à escola...
Mas será que isso é tudo? Do que mais precisamos? Observe as fotos a
seguir. As fotos estão sem legenda para que possam conversar livremente sobre elas. Veja a proposta de atividade na página 99.
JLBarranco/ iStockphoto
a)
Ela está dormindo. O nosso corpo precisa de descanso para repor as energias gastas durante as atividades diárias.
CEFutcher/ iStockphoto
b)
As crianças estão brincando. Elas precisam brincar. É uma atividade importante para o bem-estar e o desenvolvimento psicológico e social.
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Wavebreakmedia Ltd./ Dreamstime.com
c)
Ela está sendo atendida por um médico. Cuidar da saúde é fundamental para o nosso bem-estar.
Fabio Chialastri
d)
As crianças estão passeando de bicicleta. Assim como outros tipos de passeio, é uma atividade importante para o bem-estar e para o
desenvolvimento psicológico e social das crianças.
Fabio Chialastri
e)
As crianças estão saindo da escola, onde aprendem coisas importantes e que serão úteis na vida delas.
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PacoRomero/ iStockphoto
f)
Ela está se alimentando. O nosso corpo precisa ingerir alimentos diariamente.
aldomurillo/ iStockphoto
g)
Ele está sendo beijado. Todos nós precisamos de amor e carinho.
1. A professora dividirá a classe em sete grupos e sorteará, para cada um,
uma das fotos de a a g. Cada grupo observará atentamente a sua foto
e conversará sobre o que ela demonstra a respeito das necessidades
das crianças. Depois, compartilhará com a classe as conclusões
a que chegou sobre a sua foto, e todos poderão fazer perguntas e
comentários entre si.
2. Em sua opinião, qual das necessidades apresentadas nas fotos é a
O objetivo desta atividade é despertar o foco do aluno para as necessidades da criança.
imagens, sugerimos uma amostra de necessidades tão importantes quanto as
mais importante? Por quê? Nas
geralmente consideradas básicas e geradoras de direitos hoje reconhecidos para uma
infância assistida e orientada.
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Necessidades e direitos
Hoje, quase todas as crianças brasileiras frequentam a escola, mas nem
a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) 2009, cerca de
sempre foi assim. Segundo
97% das crianças brasileiras entre 6 e 14 anos frequentam a escola.
Em outros tempos, a maioria das crianças, sobretudo as de famílias
pobres, tinha pouca ou nenhuma instrução porque muitas delas tinham
de trabalhar desde muito cedo para ajudar no sustento da família e porque
faltavam escolas.
O acesso à saúde — isto é, atendimento médico e vacinas, por
exemplo, — também era difícil, pois muitas localidades não tinham hospitais
nem postos de saúde.
Col. Gilberto Ferrez/ Instituto Moreira Sales
Em tempos passados também não era fácil desenvolver-se culturalmente
e desfrutar do lazer, pois faltavam serviços públicos como bibliotecas, centros
esportivos e parques. Observe as fotos a seguir.
Meninos jornaleiros no Rio de Janeiro (RJ), em foto de 1899.
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Indústrias Reunidas Matarazzo
UH/ Folhapress
Crianças trabalhadoras na Tecelagem Mariângela, localizada em São Paulo (SP), em foto do início do século
XX. Nessa época, era muito comum que as crianças deixassem de ir à escola e de brincar para trabalhar,
ajudando, assim, a pagar as despesas da família.
Menino trabalhando como
engraxate nas ruas de São Paulo
(SP), em foto de 1957.
O objetivo desta atividade é levar os alunos a refletir a respeito da presença do
trabalho infantil nos dias atuais. Rever as fotos das páginas 94 e 95. Se achar
pertinente, e dependendo da curiosidade da classe, instigue-os a pesquisar o
assunto em livros, jornais, revistas e internet: Em que atividades essas crianças
trabalham? Em que lugares do país? Há algum tipo de lei que regulamente o
trabalho infantil e proteja as crianças que trabalham?
3. Observe as imagens desta
página e a da anterior. Em
sua opinião, essas situações
fazem parte do passado
ou elas ainda existem?
Justifique a sua resposta.
Esta atividade também serve de aquecimento para o texto a seguir.
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VIAGEM PELA LEITURA
O texto a seguir foi criado em 20 de novembro de 1959 com o objetivo
de garantir os direitos da criança. Leia o texto para a classe.
1º- Princípio – Todas as crianças são merecedoras destes direitos,
sem distinção de raça, cor, sexo, língua, religião, condição social ou
nacionalidade, quer sua ou de sua família.
2º-º Princípio – A criança tem o direito de ser
compreendida e protegida, e deve ter oportunidades para
seu desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e
social, de forma sadia e normal e em condições de
liberdade e dignidade. As leis devem levar em conta os
melhores interesses da criança.
3º- Princípio – Toda criança tem direito a um nome
e a uma nacionalidade.
4º- Princípio – A criança tem direito a crescer e
criar-se com saúde, alimentação, habitação, recreação
e assistência médica adequadas, e à mãe devem
ser proporcionados cuidados e proteção especiais,
incluindo cuidados médicos antes e depois do parto.
5º- Princípio – A criança incapacitada física ou
mentalmente tem direito à educação e cuidados
especiais.
6º- Princípio – A criança tem direito ao amor e à
compreensão, e deve crescer, sempre que possível,
sob a proteção dos pais, num ambiente de afeto e de
segurança moral e material para desenvolver a sua
personalidade. A sociedade e as autoridades públicas
devem propiciar cuidados especiais às crianças sem
família e àquelas que carecem de meios adequados de
subsistência. É desejável a ajuda oficial e de outro tipo
para a manutenção dos filhos de famílias numerosas.
Marcos Garuti
decLaraÇÃo UNiVersaL dos direitos da criaNÇa
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7º- Princípio – A criança tem direito à educação, para desenvolver
as suas aptidões, sua capacidade para emitir juízo, seus sentimentos,
e seu senso de responsabilidade moral e social. Os melhores interesses
da criança serão a diretriz a nortear os responsáveis pela
sua educação e orientação; esta responsabilidade cabe,
em primeiro lugar, aos pais. A criança terá ampla
oportunidade para brincar e divertir-se, visando aos
propósitos mesmos da sua educação; a sociedade e
as autoridades públicas empenhar-se-ão em garantir
esse direito.
8º- Princípio – A criança, em quaisquer
circunstâncias, deve estar entre os primeiros a
receber proteção e socorro.
9º- Princípio – A criança terá proteção contra
quaisquer formas de negligência, abandono,
crueldade e exploração. Não deve trabalhar
quando isto atrapalhar a sua educação, o seu
desenvolvimento e a sua saúde mental ou moral.
10º- Princípio – A criança deve ser criada
num ambiente de compreensão, de tolerância, de
amizade entre os povos, de paz e de fraternidade
universal e em plena consciência [de] que seu
esforço e aptidão devem ser postos a serviço de
seus semelhantes.
PORTAL DA FAMÍLIA. Disponível em:
<www.portaldafamilia.org.br/datas/criancas/direitosdacrianca.shtml>.
Acesso em: 31 ago. 2010.
1. Observe novamente as fotos das páginas 94, 95, 100 e 101 e releia o
texto da Declaração Universal dos Direitos da Criança. Mencione os
alunos podem mencionar vários
princípios que estão sendo desrespeitados nas fotos. Os
princípios, especialmente o 6º-, 7º- e 9º-.
2. De todos os princípios apresentados, em sua opinião, qual é o mais
importante? Por quê? Resposta pessoal. Esta atividade tem como objetivo avaliar a compreensão leitora do aluno.
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Nossos direitos deVeM ser resPeitados
Todo mundo quer ter uma família que lhe dê carinho e conforto.
As crianças precisam estar bem alimentadas e ter alguém que cuide
da sua saúde. Também precisam ir à escola e brincar. São direitos que toda
criança tem. E eles devem ser respeitados.
Juca Varella/ Folhapress
4. Observe estas fotos e responda no caderno:
Marcelo Soubhia/ Folhapress
Irmãos trabalham no
corte de sisal em lavoura
localizada no município
de Retirolândia (BA).
Foto de 1997.
Meninos trabalham em carvoaria no norte de Minas Gerais.
Foto de 1994.
1a foto: cortando sisal.
a) O que as crianças das fotos estão fazendo? 2-- foto: trabalhando em carvoaria.
b) Qual direito da criança está sendo desrespeitado nas duas
b) O 9- Princípio, segundo o qual a criança deve ser protegida da exploração. Elas não têm idade para trabalhar.
situações? Pela legislação brasileira, crianças até 16 anos não podem ser empregadas para trabalhar, exceto na condição
a
0
de aprendiz a partir dos 14 anos, por prazo determinado, não excedendo o total de seis horas diárias e somente no período diurno, com
remuneração de, pelo menos, um salário-mínimo.
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HORA DO RECREIO
■
Atividade interdisciplinar com Artes.
Ao montar a exposição, peça a cada aluno que fique ao lado do seu
trabalho, a fim de explicar o motivo de ter escolhido determinado
direito como o desejado para todas as crianças do mundo.
Faça no caderno um desenho que represente o direito que você
considera mais importante e gostaria que todas as crianças do
mundo pudessem ter. Capriche no desenho e pinte-o bem bonito.
Depois, a professora montará uma exposição na sala de aula com
os trabalhos de toda a turma.
É HORA DE PESQUISAR
■
Faça uma pesquisa com um membro da sua família, com idade
superior a 50 anos, a respeito do trabalho infantil na época em que
ele era criança.
1. Escreva as perguntas abaixo no caderno, deixando espaço para as
respostas do seu entrevistado. Combine com ele quem escreverá
as respostas.
a) Você trabalhava quando era criança ou adolescente? Em caso
negativo, conheceu alguém que trabalhava? Quem era?
b) Que idade tinha na época?
c) Havia outras pessoas da mesma idade ou mais novas
trabalhando no mesmo lugar?
d) Qual era o trabalho?
e) Qual era o horário de entrada e saída do trabalho?
f) Quantas horas eram trabalhadas por dia?
g) Se fosse hoje, qual seria o seu salário?
h) O seu trabalho de algum modo atrapalhava seus estudos?
Explique.
2. Ao final da pesquisa, agradeça ao seu entrevistado.
3. Na classe, orientados pela professora, todos terão oportunidade de
Para tornar a exposição dos resultados mais dinâmica, é possível
um quadro na lousa com as perguntas, alinhando em colunas as
expor o resultado da pesquisa. montar
respostas semelhantes. Desse modo, os alunos poderão visualizar com
mais facilidade as semelhanças e as diferenças nas respostas obtidas.
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LEIA TAMBÉM
■
■
CD
Mais respeito, eu sou criança, de Pedro Bandeira. São Paulo: Moderna, 2000.
Todo mundo diz que as crianças devem respeitar os adultos. E os adultos
não têm de respeitar as crianças? Esse livro é uma maneira de responder
aos adultos quando eles vêm com frases do tipo: “Vá pro seu quarto,
menino, que isso não é conversa pra criança!”.
Os direitos das crianças segundo Ruth Rocha, de Ruth Rocha. São Paulo:
Companhia das Letrinhas, 2002.
Todas as crianças têm direito a nome, casa, comida e estudo, e também
têm direito a ouvir histórias, andar na chuva, brincar...
OUTRAS SUGESTÕES
■
Toquinho. Canção de todas as crianças. PolyGram (Philips), 1987.
A fonte de inspiração das músicas é a Declaração Universal dos Direitos da
Criança (1959): cada Direito foi transformado em uma canção que fala de
coisas muito sérias de um jeito bem divertido e brincalhão.
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GLOSSÁRIO
Aqui você encontra algumas palavras e expressões usadas ao longo do livro.
Neste glossário, as explicações sobre o significado das palavras são dadas de acordo com o contexto em que foram inseridas no livro. Os verbetes não estão flexionados, ou seja, os verbos aparecem em sua forma infinitiva (por exemplo, soletrava-se aparece soletrar) e os nomes estão no masculino e/ou singular (compassadas
aparece compassado)
A
Atabaque: tambor usado para acompanhar o ritmo de danças de origem africana.
Alistar: fazer a inscrição em uma das Forças Armadas (Exército, Aeronáutica ou Marinha). O alistamento militar é obrigatório a
todos os jovens brasileiros, do sexo masculino, ao completarem 18 anos.
Anarquista: relativo ao movimento político que surgiu no final do século XIX e que
sustenta a ideia de que a sociedade não
necessita de governantes acima dela.
Antídoto: medicamento que anula os efeitos de um veneno; no texto, é uma solução
para um problema.
Aptidão: habilidade, conhecimento.
Ciciero Viegas/ Isuzu Imagens
Arranha-céu: edifício muito alto.
O Edifício Martinelli, em
São Paulo (SP), foi o
primeiro arranha-céu
da América Latina.
Ele começou a ser
construído em 1924,
e só foi terminado dez
anos depois. Foto de
2008.
Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro/
Tarsila do Amaral Empreendimentos
Alta-fidelidade: diz-se do aparelho sonoro
que reproduz o som sem distorções e ruídos, ou seja, de maneira fiel.
Autorretrato: retrato que uma pessoa faz
de si mesma, geralmente em desenho, pintura ou escultura.
Autorretrato ou
Manteau rouge.
Óleo sobre tela de
Tarsila do Amaral,
1923.
C
Celebração: festejo de algum acontecimento ou comemoração religiosa. No texto, trata-se de uma festividade de louvor,
uma homenagem a pessoas importantes.
Cismar: pensar insistentemente em uma
coisa ou situação; teimar; insistir em uma
ideia.
Compassado: que obedece a um ritmo,
que tem uma cadência.
Confeccionar: fabricar ou produzir algum
objeto utilizando diversos materiais.
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Cooperar: agir em conjunto com outras
pessoas, com uma finalidade comum. A
cooperação entre as pessoas que vivem
numa mesma moradia, por exemplo, é importante para manter o ambiente limpo e
em ordem.
Descendente: o que vem depois. Por
exemplo: o filho é descendente do pai.
Disponível: refere-se a alguma coisa que
pode ser usada, que está livre.
Distinção: diferenciação entre várias pessoas ou elementos. No texto, fazer distinção significa tratar de modo diferente várias
pessoas.
Costume: hábito ou prática que se repete
sempre.
Cuca: personagem do folclore brasileiro;
trata-se de uma bruxa que parece um jacaré.
E
Curupira: ser mitológico indígena que vive
na floresta. Ele é baixo e tem o cabelo cor
de fogo. Com seus pés virados para trás,
ele engana os caçadores e protege a floresta.
Essencial: algo que é tão importante que
se torna indispensável. Por exemplo: Comida e água são essenciais à vida.
G
Curso vago: são os cursos nos quais os
alunos não precisam ir à escola todos os
dias, mas que exigem muitas atividades extras (pesquisas, redação de textos etc.).
Globo: recipiente esférico feito de vidro colorido utilizado para armazenar substâncias
nas farmácias de antigamente.
Gramofone: antigo aparelho usado para
reprodução de sons gravados em discos.
Diretriz: orientação básica; instrução inicial
que determina outras etapas de um processo. No texto, os interesses e os direitos
da criança são a principal diretriz (isto é, a
principal orientação) a ser seguida pelas
pessoas que devem cuidar dela.
Desabalada carreira: corrida em alta velocidade.
06photo/ Dreamstime.com
D
O gramofone foi
inventado em 1887 pelo
alemão Emil Berliner.
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I
Iara: entidade do folclore brasileiro, de origem indígena, que é metade mulher e metade peixe, que habita rios e lagos.
Infringir: desrespeitar uma regra; transgredir.
Instrução: educação formal que se adquire em instituições de ensino. No texto, uma
pessoa sem instrução é uma pessoa que
não frequentou a escola. No entanto, essa
mesma pessoa pode ter outros conhecimentos adquiridos pela vivência e pela experiência.
L
Mogiana: trata-se da Companhia Mogiana
de Estradas de Ferro criada em 1872 com
sede em Campinas (SP). Essa ferrovia ligava São Paulo a Minas Gerais.
N
Negligência: falta de cuidado, desleixo.
Negrinho do Pastoreio: lenda afro-brasileira que conta a história de um menino
escravizado que, depois de ser duramente castigado, sobreviveu sem nenhum ferimento e se transformou em um anjo.
O
Oficial: que é reconhecido por uma autoridade.
Legenda: texto explicativo que aparece
junto a imagens.
M
Manivela: mecanismo de rotação que, por
ação manual, faz funcionar algo.
P
Parentesco: relação entre pessoas de
uma mesma família, que têm um mesmo
antepassado comum. Essas pessoas são
parentes; por exemplo, pais e filhos, avós
e netos, primos e tios.
Paupérrimo: muito pobre.
Feren
c Ung
or/ Dre
amstim
e.com
Apontador de lápis
antigo movido a
manivela.
Personalidade: conjunto de características que formam uma pessoa e a identificam, tornando-a única entre outras. No
texto, desenvolver a personalidade significa
desenvolver esse conjunto de características individuais de maneira adequada.
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Pioneiro: o primeiro a fazer ou descobrir
algo; precursor.
S
Politécnica: escola de nível superior em
que são ensinadas diversas ciências, artes
e ofícios.
Saci-Pererê: ser fantástico que faz muitas
travessuras. Ele é negro e tem uma perna só. Seu gorro vermelho lhe dá poderes
mágicos.
Q
Slide: espécie de filme fotográfico usado para projeção de imagens ampliadas, fotos ou
ilustrações, em uma tela ou parede branca.
Yury Shiroko/ Dreamstime.com
Quarup: ritual de homenagem a mortos
ilustres celebrado pelos povos indígenas
que habitam o Alto Xingu (Brasil). Esse ritual, marcado por pranto e lamentações, é
celebrado uma vez ao ano e é o momento
em que os indígenas choram, pela última
vez, a morte de alguém querido.
R
Slides montados em moldura
colorida prontos para exibição.
Roça: pequeno terreno utilizado para plantação.
João Prudente/ Pulsar Imagens
Soletrar: ler ou dizer de memória as letras,
uma a uma, das palavras.
Subsistência: sustento; recursos necessários para a manutenção da vida.
Cultivo de mandioca em roça localizada no município
de Triunfo (PE). Foto de 2010.
Kenneth Roberts/ Dreamstime.com
Sucata: coisas usadas e sem valor que podem ser reaproveitadas em trabalhos artesanais ou recicladas.
Avião feito de
sucata de metal.
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Sustento: apoio em trabalho ou em dinheiro. Por exemplo, ajudar no sustento é
o mesmo que ajudar em algum trabalho ou
trabalhar para ganhar dinheiro e aumentar a
renda da família.
Triângulo Mineiro: é uma região do estado
de Minas Gerais situada entre o rio Grande
e o rio Parnaíba. O Triângulo Mineiro é formado por 36 municípios, entre eles estão
Uberaba e Uberlândia.
Mauricio Simonetti/ Pulsar Imagens
Surpreendente: algo que provoca surpresa ou desperta o interesse.
T
Rogério Reis/ Pulsar Imagens
Tradição: conjunto de costumes, hábitos,
e valores culturais de um povo, geralmente transmitidos oralmente, de geração em
geração.
Uberlândia (MG), uma das cidades do Triângulo
Mineiro. Foto de 2010.
Procissão de barcos no rio Guajará pelas festividades
do Círio de Nazaré, em Belém (PA). Essa é uma das
maiores tradições religiosas do mundo. Foto de 2008.
Vacinação: aplicação de vacina, ou seja,
de medicamento que previne a ocorrência
de certas doenças. Na carteira de vacinação dos brasileiros são anotadas todas as
vacinas que, obrigatoriamente, as crianças
e os adolescentes devem tomar até determinada idade.
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REFERÊNCIAS
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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990, publicada no
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112
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MAnuAL do
proFessor
HISTÓRIA
2
O
ANO
ASSESSORIA PEDAGÓGICA
1
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suMário
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3
1. Proposta teórico-metodológica da coleção . . .
4
2. Estruturas didáticas da coleção . . . . . . . . . . . . 10
3. Avaliação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
4. Temas, estratégias e conteúdos . . . . . . . . . . . 19
5. Quadros de conteúdos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
6. Recursos e estratégias
para o trabalho docente . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
7. Complementos para o professor . . . . . . . . . . . 37
Orientações específicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
Estruturas das unidades didáticas . . . . . . . . . . 53
Unidade 1 – Eu e os outros . . . . . . . . . . . . . 53
Unidade 2 – Nós, a nossa família
e a nossa história . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Unidade 3 – Nós e a nossa escola . . . . . . . 69
Unidade 4 – Nós e nossos direitos . . . . . . . 76
Referências bibliográficas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
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ApresentAção
Caras colegas professoras*
Marcos Garuti
Dizer que esta coleção pretende ajudá-las na iniciação dos seus alunos à elaboração
e utilização do conhecimento histórico pode
soar como um lugar-comum, uma redundância. Afinal, isso é o que se espera de qualquer
livro ou série didática de História do Ensino
Fundamental.
O que dizer então? Várias coisas. Que a
educação escolar é de importância crucial para
a formação de uma sociedade livre e democrática e de uma cultura pluralista e tolerante. Que
na escola, desde a infância, começam a se
criar os formadores dessa sociedade civilizada
e dessa cultura aberta e criativa. Que somos
nós, professores, os mediadores dessa criação – junto com nossos parceiros, os alunos.
Que essa mediação se faz de falar e ouvir, de
procurar e descobrir, de esperar e insistir, de
ensinar e aprender. Tudo numa atmosfera de
acolhimento e estimulação.
É a atmosfera que nasce da alma da escola e se mantém pelo comprometimento da
comunidade com o ensino e a educação. É a
atmosfera para a qual devem estar voltados a
escola, seus agentes e todo o seu instrumental:
o currículo, as salas de aula, as provas, a secretaria, a quadra, a cantina, os computadores, a
biblioteca e... os livros. Como os desta coleção
de História, que traz textos claros, sugestões
oportunas, propostas proveitosas e atividades
prazerosas para nossos pequenos estudantes.
Foi o que nos esforçamos por fazer.
Esperamos ter conseguido.
Os autores
* Para começar, uma ressalva: nesta coleção e neste manual, utilizamos a expressão “professora” para nos dirigir à pessoa
que tem, na sala de aula, o papel de mediador do processo de ensino-aprendizagem. Nossa opção pela forma no feminino se
justifica pelo fato de a maioria dos professores, no Ensino Fundamental I, ser do sexo feminino.
3
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1. 1. propostA teórico-MetodoLógicA dA coLeção
[...] O conjunto de preocupações que informam o conhecimento histórico
e suas relações com o ensino vivenciado na escola levam ao aprimoramento de
atitudes e valores imprescindíveis para o exercício pleno da cidadania, como prática do conhecimento autônomo e crítico; valorização de si mesmo como sujeito
responsável da História; respeito às diferenças culturais, étnicas, religiosas, políticas, evitando qualquer tipo de discriminação; busca de soluções possíveis para os
problemas detectados em sua comunidade, de forma individual e coletiva; atuação
firme e consciente contra qualquer tipo de injustiça e mentiras sociais; valorização
do patrimônio sociocultural, próprio e de outros povos, incentivando o respeito à
diversidade; valorização dos direitos conquistados pela cidadania plena, aí incluídos os correspondentes deveres, sejam dos indivíduos, dos grupos e dos povos,
na busca da consolidação da democracia. [...]
BEZERRA, Holien Gonçalves. Ensino de História: conteúdos e conceitos básicos. In: kARNAL, Leandro (Org.).
História na sala de aula. Conceitos, práticas e propostas. São Paulo: Contexto, 2005. p. 47-48.
A renoVAção dA produção
HistoriográFicA
Desde a década de 1980, a produção historiográfica brasileira
vive uma renovação estimulante, que remete a questões já presentes na historiografia francesa do princípio do século XX e, sobretudo,
da década de 1960 na Inglaterra, na França, na Itália e nos Estados
Unidos. Grosso modo, esta renovação buscou romper com uma visão
positivista da história, marcada pela valorização de datas, nomes de
heróis e de eventos, quase sempre ligados à política oficial. Além do
mais, o positivismo era carregado por uma supervalorização do documento escrito, no qual a verdade estaria inscrita, e ao historiador caberia submeter-se a essa situação. Essa visão positivista era, como outras
produções culturais, um reflexo do modo de vida e da época em que se
desenvolveu. Numa época marcada pela valorização do conhecimento
científico e do mundo letrado, a visão positivista fazia sentido.
No caso do Brasil, a vigência do regime militar (1964-1985) – período marcado pela supressão de liberdades individuais, pela falta de
incentivo às pesquisas em ciências humanas e pelo controle policial
e militar da vida cotidiana – foi um agravante que impactou negativamente não apenas o conhecimento histórico produzido nas universidades, mas sobretudo o ensino-aprendizagem de História na escola
básica. Nesse período, o estabelecimento dos Estudos Sociais (e o fim
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da separação formal entre História e Geografia) e a instituição e uso da
Educação Moral e Cívica como instrumento de cerceamento de comportamentos sociais dificultaram o desenvolvimento de uma História
crítica, que estimulasse a reflexão e a construção da cidadania plena
entre os alunos.
Sendo assim, somente com o fim da experiência autoritária e
com o movimento de redemocratização que mobilizou distintos setores da sociedade, iniciou-se uma renovação da produção historiográfica nas Universidades.
Essa renovação pode ser vinculada aos “novos problemas”,
“novas abordagens” e “novos objetos” que deram título aos três livros compostos de vários artigos e coordenados pelos historiadores
franceses Jacques Le Goff e Pierre Nora. Publicados originalmente na
França na década de 1970, esses livros foram traduzidos e editados
no Brasil no final da década de 1980.
Eles fizeram parte de uma discussão mais ampla sobre a urgência de trazer para o trabalho do historiador uma perspectiva livre das
amarras da história tradicional, em que o investigador diversificou os
temas de suas pesquisas.
Esta renovação da historiografia, muitas vezes conhecida pelo
nome de “história das mentalidades”, ampliou-se para a proposta da
chamada Nova História Cultural, em que se destacam os historiadores
que trabalham com temáticas distintas, como Robert Darnton, Peter
Burke, Roger Chartier, Carlo Ginzburg, entre outros.
Para esta linha historiográfica, que é marcada por uma diversidade de propostas, os interesses dos historiadores não devem se resumir às ações dos “grandes homens”. Ao contrário, devem buscar
desvendar as marcas da vida do homem comum, valorizando as camadas populares, seu cotidiano, seus hábitos. Também faz parte de
suas preocupações a defesa de uma percepção diversificada da noção
de tempo, rompendo com o monopólio do tempo cronológico e linear.
Segundo o historiador brasileiro Ronaldo Vainfas,
[...] a chamada Nova História Cultural não recusa de modo algum as expressões culturais das elites ou classes ‘letradas’, mas revela especial apreço [...] pelas
manifestações das massas anônimas: as festas, as resistências, as crenças heterodoxas... Em uma palavra, a Nova História Cultural revela uma especial afeição
pelo informal e, sobretudo, pelo popular [...] preocupação em resgatar o papel das
classes sociais, da estratificação, e mesmo do conflito social [...]1
1 VAINFAS, Ronaldo. História das mentalidades e história cultural. In: CARDOSO, Ciro Flamarion;
VAINFAS, Ronaldo. Domínios da História. Ensaios de teoria e metodologia. Rio de Janeiro:
Campus, 1997. p. 148–149.
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Igualmente, deve-se lembrar que a Nova História Cultural rompeu
os limites da História para buscar ferramentas conceituais e metodológicas em outras áreas, sobretudo na Antropologia. Dessa forma, os
especialistas de diferentes formações passaram a dialogar de maneira
profícua, como é o caso da influência dos trabalhos do antropólogo
Clifford Geertz entre os historiadores.
A antiga história política também aparece renovada, deixando de
lado os atos dos governantes, líderes políticos, acordos diplomáticos
para focar-se na reflexão sobre a questão do poder e do imaginário político, como atestam os trabalhos de René Rémond. Segundo
Rachel Soihet,
[...] observa-se um movimento renovador, através do contato com outras disciplinas, como a ciência política, a sociologia, a antropologia, a psicanálise. Dessa
interdisciplinaridade, resulta um elevado nível de refinamento e sofisticação, através
do uso de novos conceitos, técnicas de investigação e construção de novas problemáticas. Mitos, símbolos, utopias são reconhecidos e passam a ser trabalhados, contribuindo para a maior inteligibilidade do processo [...]. Já que, ao lado dos
bens materiais, a vida social produz, igualmente, bens simbólicos, que informam os
indivíduos e contribuem para as suas ações e decisões. [...]2
Alguns dos referenciais da Nova História Cultural, mencionados anteriormente, refletem-se nesta coleção. Com base neles, são trabalhados
os conteúdos, considerando as premissas pedagógicas da transposição
didática necessária para a sala de aula, que veremos a seguir.
A trAnsposição didáticA
[...] Ensinar a criança a observar, analisar e identificar a História estudada
como uma construção humana permite que ela entenda a provisoriedade do conhecimento histórico, identificando-o como produto da investigação histórica. É
necessário que o professor perceba que a leitura do mundo onde se vive o tempo
presente é o maior laboratório de estudo para a aprendizagem em história. [...]3
Da mesma maneira que a produção historiográfica brasileira, as
pesquisas sobre ensino e aprendizagem de História também sofreram uma importante renovação nas últimas décadas. Porém, esses
estudos ainda se concentram com maior frequência nos universos dos
2 SOIHET, Rachel. Introdução. In: ABREU, Martha; SOIHET, Rachel (Orgs.). Ensino de História.
Conceitos, temáticas e metodologia. Rio de Janeiro: Casa da Palavra/Faperj, 2003. p. 18-19.
3 CAINELLI, Marlene Rosa; TUMA, Magda Madalena P. História e Memória na Construção do
Pensamento Histórico: uma investigação em educação histórica. In: Revista HISTEDBR On-line,
Campinas, n. 34, p. 211-222, jun.2009.
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Ensinos Fundamental II e Médio. Ainda assim, já há uma qualificada
produção sobre o Ensino Fundamental I, incluindo pesquisas acerca da formação da consciência histórica dos alunos, a percepção de
tempo nesta faixa etária, indicações de currículo etc.
Segundo essas produções, longe de exigir dos alunos a memorização de datas cívicas ou nomes de heróis nacionais, o ensino de
História, desde o Fundamental I, teria como preocupação estimular
nos alunos a reflexão e a crítica. Para tanto, em vez de exercícios que
exijam puramente a repetição e avaliações que esperam a memorização de questionários, seriam valorizadas atividades que estimulam o
fazer por parte dos alunos.
Com base em práticas características do trabalho do historiador
(sobretudo o trabalho com fontes documentais de diferentes especificidades, e não apenas o documento escrito), o objetivo seria garantir
um processo de ensino-aprendizagem em que o aluno adquira conceitos, procedimentos e atitudes que o levem a pensar historicamente.
Para Siman,
[...] pensar historicamente supõe a capacidade de identificar e explicar permanências e rupturas entre o presente/passado e futuro, a capacidade de relacionar
os acontecimentos e seus estruturantes de longa e média duração em seus ritmos
diferenciados de mudança; capacidade de identificar simultaneidade de acontecimentos no tempo cronológico; capacidade de relacionar diferentes dimensões da
vida social em contextos sociais diferentes. Supõe identificar, no próprio cotidiano,
nas relações sociais, nas ações políticas da atualidade, a continuidade de elementos do passado, reforçando o diálogo passado/presente. [...]4
Este pensar historicamente é o que permite que o aluno problematize a relação passado-presente, evitando anacronismos, estabelecendo comparações, percebendo mudanças e continuidades para
observar com maior clareza seu tempo e seu entorno.
Assim, partindo da premissa de que o conhecimento total sobre
o passado é por si só impossível, as questões sobre o presente e sobre o contexto em que se insere o aluno podem contribuir para uma
problematização passado-presente. Além da melhor compreensão de
seu próprio tempo, o aluno aos poucos constrói a percepção da pluralidade da temporalidade.
Podem ser desenvolvidas atividades de diferentes perfis, valorizando o ensino de História nos anos iniciais, por exemplo, em situações
4 Apud CAINELLI, Marlene Rosa; TUMA, Magda Madalena P. História e memória na construção
do pensamento histórico: uma investigação em educação histórica. In: Revista HISTEDBR On-line,
Campinas, n. 34, p. 211-222, jun. 2009.
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didáticas baseadas na análise de imagens. Segundo Margarida Maria
Dias de Oliveira, deve-se
[...] iniciar o trabalho com os alunos sobre um conteúdo pelas imagens contidas no livro didático e não pelo texto. Muitas vezes, o professor, preocupadíssimo
em cumprir o programa e entendendo que sua missão é “expor uma matéria” vista
conforme o que está no livro, deixa de utilizar um potencial importantíssimo do material didático, inclusive, levando em consideração que nossa cultura é muito visual
e que os alunos têm seus olhares direcionados para as imagens. [...]5
Da mesma forma, como Maria A. M. S. Schmidt e Tânia M. F. B.
Garcia propõem, a análise dos documentos familiares e pessoais também é utilizada para a formação da consciência histórica dos alunos.
Uma pesquisa desenvolvida por essas autoras mostrou
[...] que os alunos e os professores puderam identificar os indícios (conteúdos) da experiência humana, em diferentes formas: na realidade cotidiana; na tradição; e na memória dos seus familiares, grupos de convívio, grupos da localidade.
Esse conhecimento do passado pode ser articulado em diversas situações de aula,
com outras formas de conhecimento histórico [...]6
Para a formação da consciência histórica, são valorizadas também
[...] a discussão e a interação discursiva entre as crianças. Elas se revelam
particularmente eficazes no caso da aprendizagem da história justamente porque
criam um contexto de perspectivas múltiplas, em que as crianças são chamadas a
explicitar os próprios pontos de vista, a colocar à prova a sua adequação por meio
do confronto com as posições dos outros e a transformá-los, assumindo novas
perspectivas. [...]7
Por fim, como a capacidade leitora amplia-se consideravelmente
ao longo do Fundamental I, é importante que aos poucos o aluno tenha
contato com textos mais complexos e mais longos, que recuperam
informações e experiências já conhecidas. Porém, a leitura dos textos
pressupõe alguns cuidados, especialmente no 2º- e no 3º- ano, quando
a Alfabetização Matemática e o letramento ainda estão em processo.
Segundo Beatriz Aisenberg,
5 OLIVEIRA, Margarida Maria Dias de. Livros Didáticos de História: pesquisa, ensino e novas
utilizações deste objeto cultural. Disponível em: <http://www.cchla.ufrn.br/ppgh/docentes/
margarida/didaticos.pdf>. Acesso em: 25 jan. 2011.
6 SCHMIDT, Maria A. M. S.; GARCIA, Tânia M. F. B. A formação da consciência histórica de
alunos e professores e o cotidiano em aulas de História. In: Cadernos. Cedes, Campinas, vol.
25, n. 67, p. 297-308, set./dez. 2005.
7 GIRARDET, Hilda; FASULO, Alessandra. As crianças reescrevem a História: a construção
retórica do ponto de vista. In: PONTECORVO, Clotilde; AJELLO, Anna Maria; ZUCCHERMAGLIO,
Cristina. Discutindo se aprende. Interação social, conhecimento e escola. Porto Alegre: Artmed,
2005. p. 90.
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[...] há muitas atividades coletivas em que a turma é ajudada a reconstruir o
mundo histórico apresentado no texto. Primeiro, há um trabalho forte do docente
de rechear o texto com outras informações. Existe muito conhecimento implícito.
Coisas que são óbvias para os adultos não são para os pequenos. Por isso, é preciso conversar sobre o tema em questão – a vida dos guaranis, por exemplo – para
escutar a interpretação deles e, com base nisso, ajudá-los a avançar a partir do
ponto em que entendem.[...]8
8 Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-continuada/preciso-ensinar-ler-historia-geografia-594441.shtml> Acesso em: 25 jan. 2011.
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2. estruturAs didáticAs dA
coLeção
A obra é dividida em Unidades temáticas, e estas podem ser constituídas de um ou
vários capítulos. O texto de estudo é entremeado de muitas fotografias, reproduções de documentos e ilustrações, que ajudam o aluno a compreender o conteúdo trabalhado. No desenvolvimento do texto são apresentadas atividades, com as quais o aluno resolve dúvidas e
descobre o quanto aprendeu sobre o assunto.
uNidade 2
Pires do Prado/ Acervo Pessoal
Acervo Pessoal
NÓs, a Nossa FaMÍLia e
a Nossa hisTÓria
Todos nós fazemos parte de uma família e ela faz parte da nossa história.
Membros da
família Oliveira,
em foto do
início do
século XX.
Images
A nossa história começa quando nascemos.
Rosa Gauditano/ Studio R
Dan Dalton/ Getty
flashon/ iStockphoto
Membros da família Lomo, em foto de 1926.
mphotoi/ iStockphoto
Amanda
Rafael
E continua na convivência com os nossos pais e parentes.
PhotoInc/ iStockphoto
Ao longo dos volumes, há
algumas seções que se repetem e que têm objetivos didáticos
bem definidos, com a intenção de
possibilitar que os alunos experimentem distintas situações didáticas, sobretudo trabalhando com
diferentes fontes e documentos
históricos.
6. OS DIREITOS DA CRIANÇA
Márcia e
Adílson
Embora todas as crianças
tenham um pai e uma mãe
biológicos, é importante
começar a mostrar com
cuidado as diferentes
realidades da vida em família:
crianças que vivem com
avós, com outros parentes,
apenas com a mãe ou com
o pai, um tempo com cada
um (guarda compartilhada),
com pais adotivos (e aqui
não podemos deixar
de mencionar os casais
homossexuais femininos e
masculinos) ou mesmo em
instituições, na companhia
de outras crianças, sob os
cuidados de adultos que não
são seus parentes.
Família da etnia Kayapó, em foto de
2002, durante a realização dos 5º- Jogos
dos Povos Indígenas em Marapanim (PA).
■
Membros da
família Tanaka,
em foto de
2007.
Gostou das fotos de família? Agora é a sua vez. Imagine uma situação
envolvendo a sua família e desenhe-a. Em seguida, escreva uma frase
abaixo do desenho para ilustrar o que você quis representar.
Atividade de aquecimento para a temática da unidade, solicita a observação e o reconhecimento de cenas que permeiam o cotidiano social dos alunos, ou com o qual
eles têm algum tipo de contato. Incentive os alunos a escrever a frase, mas, se necessário, faça as adaptações respeitando a competência leitora e escrita deles.
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VAMOS COMEÇAR
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A seguir você lerá um trecho da letra de uma canção. Ela trata de alguns
aspectos que fazem (ou deveriam fazer) parte da vida de todas as pessoas.
Leia o texto para a classe. Se possível, reproduza a música em CD.
Bebida é água.
Comida é pasto.
Você tem sede de quê?
Você tem fome de quê?
A gente não quer só comida,
A gente quer comida, diversão e arte.
A gente não quer só comida,
[...]
A gente quer bebida, diversão, balé.
A gente não quer só comida,
A gente quer a vida como a vida quer. [...].
Marcos Garuti
Comida
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Abertura de Unidade – visão geral e aquecimento
por meio de um primeiro contato dos alunos com os temas que serão estudados na Unidade. Essa abertura é
composta de textos e imagens acompanhados de atividades que estimulam os alunos a se posicionar.
FROMER, Marcelo; ANTUNES, Arnaldo; BRITTO,
Sérgio. Comida. Intérprete: Titãs.
CD: Jesus não tem dentes no país dos banguelas. WEA, 1987.
2. E o que mais, embora não seja fundamental para a sobrevivência,
Bebida, diversão, arte, balé. Explore o sentido que algumas palavras
também é muito importante? assumem na letra, como: bebida (sucos, refrigerantes, algo doce e saboroso,
diferente de água), balé (movimento com o corpo, esporte, jogos) etc.
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Vamos Começar –
trata-se da abertura do capítulo, com textos, imagens
e atividades que possibilitam um contato com o tema
específico do capítulo. Essa
seção pode servir para o
levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos
por parte da professora.
Viagem pela Leitura
– apresenta textos de diversos autores e gêneros
literários, o que permite a
ampliação do vocabulário dos alunos. A seção é
composta ainda de perguntas sobre o texto e
outras para que os alunos
se posicionem sobre diferentes questões, na forma
oral, escrita ou artística.
VIAGEM PELA LEITURA
Leia o poema a seguir, que conta um pouco da rotina de uma escola de
antigamente.
A escola da mestra Silvina
Nem recreio, nem exames.
Nem notas, nem férias. [...]
A gente chegava [...]
Sentava em bancos compridos,
escorridos, sem encosto. [...]
Não se usava quadro-negro.
As contas se faziam
em pequenas lousas
individuais.
Não havia chamada
e sim o ritual
de entradas, compassadas.
“— Bença, mestra...”
Não se brincava.
Muito respeito.
Leitura alta.
Soletrava-se. [...]
Dava-se a lição.
Cantava-se em coro a velha
tabuada. [...]
CORALINA, Cora. Poemas dos becos
de Goiás e estórias mais. São Paulo:
Círculo do Livro, s/d.
Marcos Garuti
1. De acordo com a letra que você acabou de ler, o que é essencial na
vida de uma pessoa? Comida e água.
Banco dos meninos.
Banco das meninas.
Tudo muito sério.
■
Os alunos podem mencionar a existência da professora, de bancos
Reúna-se com um colega e respondam: (carteiras), a realização da leitura em voz alta etc.
a) Em que a escola tratadaOsno
poema é parecida com a sua?
alunos podem mencionar, atualmente, a existência de recreio, exames (provas), notas e férias.
Além disso, atualmente as carteiras têm encosto, e na sala de aula há lousa (quadro negro).
b) Em que ela é diferente? Também
há chamada, mas não se usa mais soletrar nem cantar a tabuada em coro. Observe
outras diferenças, de acordo com o contexto da turma.
c) Qual característica da escola do poema você gostaria que sua
escola tivesse?
d) Qual característica você não gostaria que sua escola tivesse?
c) e d) Os alunos podem mencionar algum elemento relacionado no item b.
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HORA DO RECREIO
Para a realização desta atividade é necessário que você desenhe a sala de aula
na lousa, representando tudo o que faz parte dela (mesa, armários, carteiras,
lousa, porta e janelas), a fim de orientar os alunos na produção da maquete.
Paula Radi
Que tal fazer uma miniatura da sua sala de aula? Veja as instruções.
Materiais necessários:
■ 1 caixa (pode ser de sapatos
ou outra de tamanho
aproximado);
■ caixas de fósforo vazias;
■ pedacinhos de madeira, ou
isopor, ou outro material no formato aproximado de 1,5 × 1,5 cm;
■ cola;
■ canetas coloridas ou lápis de cor.
Como fazer:
1. Formem grupos e combinem como serão providenciados os materiais.
2. Vocês vão fazer uma miniatura da sala de aula utilizando a caixa:
as caixas de fósforos representarão a mesa da professora e os
armários; os pedacinhos de madeira (ou outro material) serão as
carteiras, as quais deverão ser identificadas com o nome de cada
aluno. Tudo isso deverá ser colado no fundo da caixa nos lugares
que correspondem aos de vocês na sala de aula.
3. Utilizando as canetas coloridas (ou lápis de cor), desenhem nas
laterais da caixa a lousa, as janelas e a porta.
4. Depois de pronta a miniatura, a professora montará uma exposição
para que uns possam conhecer os trabalhos dos outros.
Dica: se vocês quiserem embelezar o trabalho, podem, por exemplo:
■ desenhar um piso ou colar papel colorido nele antes de fazer a
colagem dos “móveis”;
■ pintar as laterais internas da caixa na cor das paredes de sua
sala;
■ desenhar portas nos “armários” de caixa de fósforo e pintá-los;
■ desenhar gavetas na “mesa” da professora e pintá-la;
■ pintar as “carteiras” na cor real delas (ou, se preferir, de outra cor).
Cola
Hora do Recreio (presente nos dois primeiros volumes) – os conteúdos abordados são retomados, dando ao
aluno mais uma oportunidade de aprendizagem e de verificação do conhecimento adquirido. Aqui as atividades têm
caráter mais lúdico, com propostas de brincadeiras e jogos
relacionados ao conteúdo do capítulo.
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vamos rever
Os alunos da escola foram conhecer um casarão, em uma antiga fazenda, que seria reformado para virar uma pousada. Nessa visita, eles
descobriram coisas muito interessantes em relação à história do lugar, das pessoas que viveram
ali, e até da história do Brasil.
Quem os acompanhou foi o próprio dono do
lugar, que tinha herdado a propriedade de seus
antepassados. Durante a visita, os alunos tiveram
a oportunidade de andar pelo casarão e conhecer
a enorme varanda, os quartos, a sala e o escritório. Na cozinha, observaram o
velho fogão a lenha ao lado de um fogão a gás. E em todos os cômodos notaram as portas muito altas, as cadeiras revestidas de couro já gasto, as cortinas
de algodão cru, os móveis muito escuros de jacarandá, os livros de capa dura
amarelados pelo tempo, alguns deles escritos em francês.
Fora do casarão, eles se deparam com oficinas e estábulos com aspecto
de abandono, pois a fazenda pouco produzia. Apesar disso, havia muita coisa
interessante para ser vista, como velhos arreios e arados, carro de boi com uma
roda quebrada e um trator de modelo tão antigo que ninguém conhecia.
No final do passeio, uma grande surpresa: o encontro com um antigo colono, que trabalhara a vida inteira na fazenda. Com paciência, ele conversou com as crianças. Era um homem já cansado, mas com os olhos muito vivos. Contou como eram seus dias de trabalho “de sol a sol”, como aprendeu
com o pai a arar a terra usando bois e como viu um de seus filhos aprender
a usar o antigo trator, na época, recém comprado.
Na volta para a escola, a professora propôs que os alunos redigissem um
pequeno texto, de cinco ou seis linhas, comentando a visita ao antigo casarão.
Felipe Grosso
Memórias de um casarão
Imagine que você também tenha participado desse passeio. Como seria o seu
texto relatando o que viu? Escreva-o no caderno.
■
Peça para os alunos lerem o texto em voz alta. Estimule
perguntas e, caso queira ou julgue necessário, apresente
outras referências sobre casarões e fazendas como o descrito no texto. Se achar conveniente, crie grupos para comentar aspectos específicos e importantes citados na
narrativa, como a edificação, o ambiente doméstico, o trabalho desenvolvido na fazenda, o relato do colono como documento histórico (fonte oral) etc.
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É HORA DE PESQUISAR
Vamos Rever (presente nos dois últimos volumes) –
atividades para o aluno retomar o estudo, dando-lhe mais
uma oportunidade de aprendizagem e de verificar o que
aprendeu.
Para iniciar o trabalho com as pesquisas, forneça aos alunos as fontes necessárias. Podem ser livros sobre os pintores, enciclopédias e, se possível, use
a internet. Auxilie-os na seleção dos dados e no registro das informações, de
acordo com o nível de compreensão leitora e do sistema de escrita da turma.
Organizem-se em duplas e pesquisem um dos artistas citados neste capítulo: Tarsila do Amaral ou Vincent van Gogh. Sigam o roteiro abaixo e registrem
Com esta atividade, espera-se que os alunos descubram informações como:
as informações no caderno. Tarsila
do Amaral nasceu em 1º- de setembro de 1886 em uma fazenda em Capivari, no interior de São
Paulo; estudou no Colégio Sion, na capital paulista, e uma de suas pinturas mais famosas chama-se
Abaporu. Para mais detalhes sobre a artista, veja o livro: Tarsila, de Maria Adelaide Amaral (São Paulo:
Felipe Grosso
Globo, 2004); site oficial: <www.tarsiladoamaral.com.br>.
a) Dados pessoais:
Vincent van Gogh abandonou os estudos com 15 anos para trabalhar na loja de um
■ quando nasceu e morreu tio.
Mudou-se depois para França. Pintou mais de 400 telas, mas vendeu apenas um
quadro em vida. Para mais detalhes sobre o artista, há o livro infantojuvenil Meu nome
■ nome completo
é... Vincent van Gogh, de Carme Martín e Rebeca Luciani (São Paulo: Publifolha,
2008): site <http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u242.jhtm>.
■ nome dos pais
■ nome dos irmãos
■ nome do marido (ou da esposa)
■ se teve filhos (em caso afirmativo, quantos)
■ se os filhos também se tornaram artistas
b) Dados profissionais:
■ como e onde estudou
■ como iniciou a carreira
■ quantas obras fez no total
(ou aproximadamente)
■ quais as suas obras mais
famosas
c) Importância na atualidade:
■ onde essas obras mais
importantes se encontram
atualmente (nome do museu,
país; colecionador particular)
■ qual o valor estimado
dessas obras mais
importantes
■ esse artista já teve alguma
obra roubada? Em caso
afirmativo, descreva o
episódio,, do início até o
Composição feita com base nas obras Abaporu, de Tarsila
encerramento.
do Amaral, e Noite estrelada, de Vincent van Gogh.
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É Hora de Pesquisar – atividades diversas em que
o aluno fará algum tipo de pesquisa (entrevista, análise de
documento, estudos do meio etc.) e posteriormente sistematizará e apresentará as informações.
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LEIA TAMBÉM
■
■
■
■
■
A escola do Marcelo, de Ruth Rocha. São Paulo: Salamandra, 2001.
Na escola do Marcelo, as atividades incentivam os alunos a elaborar as
próprias ideias e a desenvolver o pensamento e a criatividade.
Uma escola assim, eu quero pra mim, de Elias José. São Paulo: FTD, 1999.
Na escola da cidade, há meninos e meninas de todas as origens, por isso o
autor resolveu falar nesse livro sobre preconceito e aceitação da diversidade
já na fase da infância e do aprendizado escolar.
Um passeio pela escola, de Cláudio Martins. São Paulo: Formato, 2003.
O menino desse livro resolveu faltar à aula para, do alto da caixa-d’água,
“passear com o olhar” pela sua escola. Ele observa cenas interessantes,
engraçadas, identifica professores e colegas, até levar um grande susto...
Vamos brincar de escola?, de Ana Maria Machado. São Paulo: Salamandra,
2005.
Henrique e Isadora começam a frequentar a escola, aonde vão para
aprender e brincar. Mas sempre vai sobrar tempo para, com a avó,
mergulharem no mundo das cantigas e dos contos de fadas.
O menino que aprendeu a ver, de Ruth Rocha. São Paulo: Quinteto, 2000.
João não entendia as palavras. Na rua, nas placas, ele só via desenhos, até
que seus pais decidem colocá-lo na escola. A partir de então, as letras que
ele aprendia lá começaram a aparecer pela cidade.
Leia Também (final da Unidade) – indicações de livros
que têm alguma relação com o que foi estudado na Unidade.
A professora pode indicar um livro para os alunos ou, então,
escolher algum e ler trechos dele com a sala. Ao começar uma
nova Unidade, a professora pode verificar quais são as indicações de leitura desta seção. Se houver tempo, enquanto
a Unidade é trabalhada, paralelamente a professora pode ler
com a sala um dos livros, comentando e complementando os
temas abordados.
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ouTras suGesTÕes
siTe
■
Plenarinho – o jeito criança de ser cidadão. Disponível em:
<www.plenarinho.gov.br>. Acesso em: 15 out. 2010.
De maneira fácil e divertida, o site Plenarinho traz às crianças informações
sobre política, governo, leis, educação, ecologia, saúde e cidadania, além de
conter joguinhos eletrônicos instrutivos e um dicionário que explica inúmeros
termos relacionados ao universo político.
■
O que eu vou ser quando crescer. Brasil, s/d.
Nesse programa da TV Rá Tim Bum, as profissões mais comuns
no imaginário infantil são retratadas, e as dúvidas das crianças são
apresentadas por Juninho, um menino muito curioso que está sempre
questionando e pesquisando sobre diversas profissões.
TV
Sempre que algum desses recursos for utilizado, deve-se, previamente, navegar pelo site para conhecê-lo e verificar
o que pode ser mais interessante mostrar aos alunos, tempo
de navegação etc. Da mesma maneira, deve-se, previamente, assistir ao filme, escolhendo os momentos que serão mais
importantes para os alunos, sem necessariamente exibi-lo na
íntegra.
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I
Iara: entidade do folclore brasileiro, de origem indígena, que é metade mulher e metade peixe, que habita rios e lagos.
Infringir: desrespeitar uma regra; transgredir.
Instrução: educação formal que se adquire em instituições de ensino. No texto, uma
pessoa sem instrução é uma pessoa que
não frequentou a escola. No entanto, essa
mesma pessoa pode ter outros conhecimentos adquiridos pela vivência e pela experiência.
L
M
Manivela: mecanismo de rotação que, por
ação manual, faz funcionar algo.
N
Negligência: falta de cuidado, desleixo.
Negrinho do Pastoreio: lenda afro-brasileira que conta a história de um menino
escravizado que, depois de ser duramente castigado, sobreviveu sem nenhum ferimento e se transformou em um anjo.
O
P
Parentesco: relação entre pessoas de
uma mesma família, que têm um mesmo
antepassado comum. Essas pessoas são
parentes; por exemplo, pais e filhos, avós
e netos, primos e tios.
Paupérrimo: muito pobre.
Ferenc
Ungor/
Dreamst
ime.com
Apontador de lápis
antigo movido a
manivela.
Personalidade: conjunto de características que formam uma pessoa e a identificam, tornando-a única entre outras. No
texto, desenvolver a personalidade significa
desenvolver esse conjunto de características individuais de maneira adequada.
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As músicas podem ser utilizadas não apenas para audição, mas também para análise da letra e para reprodução da
composição cantada pela classe.
Mogiana: trata-se da Companhia Mogiana
de Estradas de Ferro criada em 1872 com
sede em Campinas (SP). Essa ferrovia ligava São Paulo a Minas Gerais.
Oficial: que é reconhecido por uma autoridade.
Legenda: texto explicativo que aparece
junto a imagens.
Outras Sugestões (final da Unidade) – sugestões de filmes, sites e CDs. Se na escola houver estrutura e equipamentos, a professora pode consultar o site, assistir ao filme e tocar
as músicas para os alunos.
Ao fim de cada volume, palavras e expressões da área
da História ou que representem uma ampliação do vocabulário do aluno encontram-se listadas em ordem alfabética e são
explicadas no Glossário. Essas palavras e expressões são
identificadas, ao longo dos livros do aluno, por um destaque
específico.
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3. AVALiAção
O tema avaliação sempre se colocou como um dos mais importantes nas escolas. Em torno dele estão algumas questões: por que
temos de avaliar, o que avaliar, quem deve ser avaliado, como avaliar?
Não há um consenso estabelecido acerca das respostas a essas
perguntas. A professora deve considerar sua realidade, suas condições
objetivas de trabalho, o perfil da sala para então fazer suas escolhas.
Como afirma Zabala, a avaliação “tem que ser uma verdadeira
ajuda, não unicamente uma constatação de carências que certamente
o próprio aluno já conhece bastante”.9
Desde a década de 1990, estudiosos de diferentes países têm
participado de um estimulante debate para propor novas maneiras de
encaminhar as avaliações.
Independentemente das diferenças que possa haver entre eles,
há o entendimento de que a avaliação deve ser um elemento fundamental no processo de ensino-aprendizagem. Por isso, os estudiosos
propõem o que definem como avaliação formativa.
A AVALiAção ForMAtiVA
O principal ganho da avaliação formativa é garantir aos alunos
que as avaliações às quais eles serão submetidos terão o papel de ajudá-los no seu processo de aprendizagem. Villas Boas, citando Harlen
e James, lista as características da avaliação formativa:
[...] é conduzida pelo professor (esta é a principal); destina-se a promover
a aprendizagem; leva em conta o progresso individual, o esforço nele colocado e
outros aspectos não especificados no currículo [...] ; na avaliação formativa, capacidades e ideias que [...] poderiam ser classificadas como ‘erros’ fornecem informações diagnósticas; os alunos exercem papel central, devendo atuar ativamente
em sua própria aprendizagem [...]10.
Com base no compromisso da professora, a avaliação formativa
exige um olhar individualizado para cada aluno, acompanhado de algumas estratégias didáticas.
9 ZABALA, Antoni. A prática educativa. Como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998. p. 216.
10 VILLAS BOAS, Benigna M. F. Portfólio, avaliação e trabalho pedagógico. Campinas: Papirus,
2009. p. 31.
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O primeiro passo é a organização de um planejamento em que
estejam estabelecidos quais são os objetivos de aprendizagem a serem alcançados. Somente com esta clareza a professora saberá com
mais precisão o que quer e precisa avaliar.
Porém, é fundamental perceber as potencialidades individuais
e verificar os percursos feitos. A intenção, como já foi dito, não é
construir uma hierarquia entre os alunos, mas cuidar que cada aluno
desenvolva suas capacidades.
Em relação aos objetivos, é importante que eles sejam organizados nas diferentes dimensões do aprendizado, quais sejam, conteúdo
conceitual, procedimental e atitudinal. Ainda que esses conteúdos não
possam ser separados rigidamente, a preocupação em distingui-los para
observá-los é fundamental. Com essa preocupação, pode-se conduzir a
avaliação na perspectiva de uma formação integral do educando.
A observação formativa
Para organizar e sistematizar a observação por parte da professora (aliás, Perrenoud afirma preferir o termo “observação formativa”
ao termo “avaliação formativa”11), pode-se construir para cada período
uma pauta avaliativa em que a professora lista os objetivos de aprendizagem a serem atingidos.
Assim, mais do que notas, a professora terá um arsenal de informações para avaliar seus alunos. Veja adiante um exemplo de pauta avaliativa.
Além do mais, pela perspectiva da avaliação formativa, os procedimentos avaliativos ocorrem em diferentes momentos do período
escolar. Nesse sentido, ela pode ser chamada também de avaliação
processual.
Alguns autores propõem, inclusive, que no início de uma sequência didática deve ser feita uma avaliação diagnóstica para verificar os
conhecimentos prévios dos alunos.
Essa situação pode ocorrer de maneira informal, dialógica, em
que a sala e a professora conversam sobre determinado tema. Se a
professora preferir, sobretudo para as séries finais do Fundamental I,
pode ser proposta uma atividade em grupo enquanto ela faz anotações sobre seus alunos.
Segundo Beatriz Aisenberg, “os conhecimentos anteriores (isto
é, as teorias e as noções já construídas) funcionam como marco
assimilador, a partir do qual dão significados aos novos objetos de
11 PERRENOUD, Philippe. Avaliação. Entre duas lógicas. Da excelência à regulação das
aprendizagens. Porto Alegre: Artmed, 1999.
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conhecimento”. Mas esta mesma autora chama a atenção para o fato
de que “levar em conta os conhecimentos prévios não implica trabalhar somente com eles nem deixar de lado os conteúdos a serem
ensinados. Sem novos conteúdos não há aprendizagem possível.”12
É a partir desse marco zero que a professora terá algum referencial para observar seus alunos ao longo do ano.
Ao longo dos volumes da coleção são propostas várias atividades que podem ser utilizadas pela professora nesse processo avaliativo. Sendo assim, mais do que puramente uma lição de casa ou
uma atividade de sala de aula, é possível que os recursos oferecidos sejam parte integrante da avaliação e, portanto, do processo de
ensino-aprendizagem.
Avaliando diferentes conteúdos
O que deve ser avaliado? A resposta mais imediata e comum a
essa pergunta é a de que se devem avaliar as aprendizagens feitas
pelos alunos – as capacidades que desenvolveram com as atividades
pedagógicas realizadas.
Isso não parece suficiente, uma vez que essas capacidades são
de natureza distinta (motrizes, cognitivas, afetivas, de relacionamento interpessoal, de inserção social) e não podem ser avaliadas em si
mesmas, isoladamente. A avaliação, na sua concepção atual, tem
em vista o desempenho escolar no seu todo e para isso é necessário que o aprendizado do aluno seja observado de maneira integral,
considerando-se os conteúdos conceitual, procedimental e atitudinal.
Entretanto, esses conteúdos têm de ser avaliados de maneira
diferente pela professora.
Zabala chama a atenção para a questão conceitual que tem
importância enorme para as aulas de História. Segundo ele, não faz
sentido exigir que o aluno defina um conceito. A aprendizagem ocorre se o aluno souber utilizar corretamente o conceito em determinada
situação ou contexto, e não explicá-lo teoricamente. Ele pergunta:
[...] Quais são as atividades mais adequadas para conhecer o grau de compreensão dos conteúdos conceituais? [...] As atividades que podem garantir um
melhor conhecimento do que cada aluno compreende implicam observação do
uso de cada um dos conceitos em diversas situações [...] trabalhos em equipe,
debates, exposições e sobretudo diálogos [...] Agora, o número de alunos ou o
12 AISENBERG, Beatriz. Para que e como trabalhar os conhecimentos prévios dos alunos
em sala de aula: uma contribuição da psicologia genética para a didática de estudos sociais
na escola primária. In: AISENBERG, B.; ALDEROQUI, S. (Comps.). Didáctica de las ciencias
sociales II. Teorías con prácticas. Buenos Aires: Paidós, 1998.
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tempo de que dispomos podem impedir que realizemos sempre atividades que
facilitem a observação dos alunos em situações naturais. Isso pode nos obrigar
a utilizar a prova escrita e, neste caso, é bom saber que limitações a prova tem e
elaborá-la tentando superar estas deficiências. [...]13
Em relação aos conteúdos procedimentais14, ao “saber fazer”,
ainda que alguns deles possam também ser avaliados em provas, a
observação pela professora de atividades de aplicação é o melhor instrumento para avaliação.
Em relação aos conteúdos atitudinais (comportamentos, valores,
normas), a própria natureza desses conteúdos dificulta a avaliação de
seu aprendizado. Zabala ensina que
[...] a fonte de informação para conhecer os avanços nas aprendizagens
dos conteúdos atitudinais será a observação sistemática de opiniões e das atuações nas atividades grupais, nos debates, nas assembleias, nas manifestações
dentro e fora da aula, nas visitas, passeios e excursões, na distribuição das tarefas e responsabilidades, durante o recreio, nas atividades esportivas etc. [...] 15
(Sobre conceitos, procedimentos e atitudes, ver também o item Os conteúdos
da coleção, mais adiante, neste Manual.)
A regulação da aprendizagem
Se a avaliação formativa tem como objetivo contribuir para orientar e estimular o processo de aprendizagem do aluno, é fundamental
que a professora conduza com cuidado e individualmente a regulação
desse processo.
Ou seja, conforme as avaliações ocorram, a professora deve observar o desempenho dos alunos e intervir sempre que necessário,
gerando adequação e adaptação para o ensino-aprendizagem.
Um dos objetivos da avaliação formativa é garantir autonomia
para que os alunos regulem por si próprios boa parte de seu aprendizado. Neste sentido, a autoavaliação tem um papel fundamental.
Sobretudo entre os alunos dos anos finais do Fundamental I é
possível, com base na explicitação dos objetivos a serem alcançados,
que eles próprios regulem as conquistas e as lacunas de seu aprendizado, buscando, junto à professora, orientações e estratégias para
superar essas lacunas.
13 ZABALA, Antoni. A prática educativa. Como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998. p. 205.
14 Zabala assim define: “Um conteúdo procedimental – que inclui, entre outras coisas, as regras,
as técnicas, os métodos, as destrezas ou habilidades, as estratégias, os procedimentos – é um
conjunto de ações ordenadas e com finalidade, quer dizer, dirigidas à realização de um objetivo”
(Como trabalhar os conteúdos procedimentais em aula. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 10).
15 ZABALA, Antoni. A prática educativa. Como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998. p. 207.
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Por fim, vale lembrar que faz parte do processo de avaliação
avaliar também o próprio processo de ensino-aprendizagem, verificando se as opções feitas foram acertadas ou se é necessária alguma
reformulação. Para isso é preciso obter informações sobre o desenvolvimento da aprendizagem, conhecer os progressos e as dificuldades
dos alunos diante dos objetivos estabelecidos, ampliando, modificando
ou substituindo as atividades previamente planejadas, acompanhando
mais de perto os que apresentam maiores dificuldades ou desajustamentos. Essencialmente, o que se pretende com a avaliação é fazer o
acompanhamento da aprendizagem de modo que se apoie e estimule
o aluno, sem criar nele qualquer sentimento de fracasso.
Para realizar esse acompanhamento e controle, a professora
pode fazer, a cada Unidade (ou conforme lhe parecer mais adequado),
uma ficha de observação da turma. Nela, depois dos dados de identificação do aluno, anotam-se o nível de desenvolvimento que pode
ser alcançado e o resumo dos objetivos didáticos ou as expectativas
de aprendizagem (como no exemplo a seguir). Assim, a professora
poderá registrar, de maneira simples e prática, os resultados apurados
nas atividades, que incluem não só as tarefas pedidas, mas também
a atenção, a organização, o relacionamento etc. Poderá selecionar
algumas atividades do livro (e outras) a fim de examiná-las melhor ou
acompanhar de perto alguns trabalhos de grupo. Avaliações por meio
de trabalhos ou provas escritas podem ser usadas, mas nunca somente elas.
A seguir, um exemplo de ficha de observação.
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Ficha de observação e registro – EXEMPLO
ALUNO(A):
HISTÓRIA
PROFESSOR(A):
Níveis
ANO:
1
Não atingiu a expectativa de aprendizagem, com dificuldades acentuadas.
2
Não atingiu a expectativa de aprendizagem, com características de superação.
3
Atingiu a expectativa de aprendizagem, mas com a necessidade de intervenção
direta da professora.
4
Atingiu plenamente a expectativa de aprendizagem.
Expectativas de aprendizagem
(o que esperamos que os alunos aprendam)
1
2
3
4
Reconhecer diferentes temporalidades e sujeitos históricos
com base em documentos escritos, referências iconográficas e
outras fontes.
Mostrar curiosidade e interesse pela investigação das várias
fontes históricas.
Manifestar capacidade de observação, organização e análise
dos dados.
Apresentar outras referências e informações complementares
às fontes usadas.
Trazer o material solicitado.
Participar das discussões e dos trabalhos na classe.
Respeitar as opiniões dos colegas.
Ler textos expositivos de História identificando conceitos e
relacionando-os.
Cumprir os prazos de entrega e horários das atividades
escolares.
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4. teMAs, estrAtÉgiAs e
conteÚdos
Os temas da coleção
A distribuição dos temas a serem estudados e a maneira como
eles são abordados ao longo dos quatro volumes da coleção estão
estruturadas em vista de uma progressão didática que tem como objetivo central oferecer e realizar com o estudante trabalhos compatíveis
com sua capacidade cognitiva.
A abordagem dos temas teve o cuidado de colocar o aluno em
contato com situações didáticas que convidam à reflexão e ao posicionamento crítico diante da realidade, tomada como parte de um
processo histórico. Isso ocorre sobretudo – sempre dentro das características e possibilidades de cada capítulo – em função da problematização do presente como ponto de partida para a observação
do passado: com ela é possível olhar para o presente e vê-lo nos
seus contextos e conexões temporais. Este é o sentido do ensino-aprendizagem dessa disciplina: desenvolver nos alunos o pensar historicamente. Esse desenvolvimento do olhar reflexivo sobre o passado
e crítico sobre o presente é essencial para a formação da cidadania.
No volume 2 da coleção, quando a alfabetização ainda se mostra como um processo em construção, os alunos são estimulados
a olhar para sua família, sua escola e para as outras crianças, nem
sempre próximas fisicamente, mas que se vinculam pela faixa etária.
Enquanto esses temas centrais são trabalhados, outros complementares são apresentados aos alunos, sobretudo com o intuito de desenvolvimento da tolerância, ao travar contato com a diversidade e,
portanto, com as diferenças.
Assim, as famílias apresentadas no volume têm constituições sociais e étnicas diversificadas, extrapolando padrões ou modelos de organização familiar que podem levar a concepções estereotipadas, como os
de família nuclear e família urbana, e família branca, por exemplo.
Da mesma maneira, as escolas são mostradas em suas distintas
organizações e em diferentes contextos locais. Os alunos têm a oportunidade de pensar tanto nas mudanças ocorridas nessas instituições
no tempo, quanto de observar que no mundo atual existem escolas
parecidas com a deles e outras diferentes.
Por fim, algo de extrema importância, são discutidos com os alunos os direitos das crianças e dos adolescentes e como muitos desses
direitos ainda são mal atendidos ou mesmo desrespeitados no Brasil.
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No volume 3, ocorre uma ampliação espacial nos temas
trabalhados.
Se inicialmente o aluno é convidado a observar as mudanças que
vem ocorrendo nele e nos colegas ou em outras crianças da mesma
faixa etária, na sequência são propostas observações sobre o bairro e
a cidade onde vive e onde também ocorrem essas mudanças.
Essas observações ocorrem em diferentes situações didáticas, e
os alunos têm a oportunidade de perceber e conhecer outras organizações e estruturas de bairro e de cidades.
Esses textos e as situações didáticas propostas possibilitam que
o aluno amplie sua percepção sobre diferenças em relação ao mesmo
tema ao longo do tempo e diferenças sobre o mesmo tema em uma
mesma época.
As leituras, as reflexões, as atividades, as interações e a troca de
experiências em sala de aula e fora dela, no convívio social, escolar e
familiar, contribuem para que o aluno tenha uma visão não anacrônica
do processo histórico e comece a ser capaz de distinguir o presente e
o passado das situações por ele vividas ou a ele apresentadas.
No volume 4, quando os alunos já possuem uma capacidade
leitora mais desenvolvida, são propostos temas que exigem maior abstração e um registro mais amplo de referências.
Com a retomada da reflexão sobre documentos, é aprofundado o conceito de documento histórico. Com isso, o volume aborda,
também de forma um pouco mais ampliada, o processo histórico de
formação do Brasil, aproximando a criança de diferentes momentos de
nossa história com a intenção de instigar a reflexão sobre temas como
estrutura da sociedade, mundo do trabalho, cidadania etc.
Essa maior aproximação com o passado brasileiro por meio de
fontes documentais diversas, possibilita uma percepção mais apurada
dos problemas contemporâneos, como as questões da desigualdade
social e do preconceito racial.
Essas questões são retomadas e aprofundadas no volume 5,
quando as temáticas indígena e afrodescendente e da cidadania são
analisadas com mais vagar e são mais diretamente voltadas para os
desafios e as urgências da atualidade brasileira.
Ao percorrer esses quatro volumes, a expectativa é que o estudante tenha vivenciado situações didáticas que possibilitam aprender
a pensar historicamente e, ao mesmo tempo, ter um olhar mais criterioso e comprometido sobre questões que envolvem a vida social no
Brasil contemporâneo.
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Recursos e estratégias propostos na coleção
O conhecimento, a identidade, a capacitação e a socialização se
constroem e se desenvolvem por meio da aprendizagem escolar com
alunos ativos e criativos, e com propostas e atividades pedagógicas
adequadas a estimular o envolvimento e a participação dos alunos no
processo de sua própria educação.
Estas são as propostas de atividades mais utilizadas nos livros
da coleção.
Observar imagens – As pinturas, as esculturas, as fotografias
e as ilustrações sobre pessoas, fatos e lugares requerem do aluno o
desenvolvimento de diferentes habilidades, como observar, descrever,
comparar e refletir. As informações e as referências estão na imagem,
na técnica usada e no contexto em que foi produzida; cabe ao aluno,
com a orientação e a mediação da professora, pesquisá-las, elaborá-las e expô-las. É também um recurso que permite ao aluno estudar
diferentes épocas e expressões culturais, sempre que possível por
meio de atividades conjuntas com a área de Artes.
Desenhar – Ao desenhar, o aluno está reproduzindo uma ideia,
uma observação, uma avaliação. Por meio do desenho é possível exprimir uma informação, registrar um conceito ou mesmo um sentimento. Incentivar o aluno a usar esta linguagem é possibilitar outra maneira
de comunicação que não seja apenas a palavra oral ou escrita, é possibilitar o desenvolvimento de outros talentos e habilidades.
Ler – Com o livro, o aluno lê todo o tempo: quando (já alfabetizado)
interpreta o código linguístico, quando associa texto e imagem, quando
observa para descrever. No 2º- ano, principalmente, mas também no 3ºano, possivelmente, a leitura dos textos escritos precisará da mediação e/
ou acompanhamento da professora. Ao longo desse processo, aos poucos, a professora perceberá quais alunos estão adquirindo mais autonomia e mais capacidade de leitura. Esses alunos podem tornar-se aliados
poderosos da professora, ao mostrar aos colegas ainda não suficientemente letrados outros caminhos para o domínio do sistema de leitura e
escrita. Ler em voz alta os pequenos textos transcritos e outros sugeridos
no livro é um poderoso recurso didático: enriquece o vocabulário, aumenta
a quantidade e a diversidade de informações, desenvolve a imaginação, a
abstração e o raciocínio, melhora a qualidade da expressão oral e escrita,
cria o hábito da leitura, prepara o aluno para tomar contato com a literatura enquanto expressão intelectual e artística e promove a autoestima e a
capacidade de autoestimulação.
Escrever e redigir – Ao longo dos volumes da coleção, muitas
das atividades que envolvem observação, descrição, relato, registro,
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entrevista ou troca de informações requerem que o aluno ou o grupo
anotem as informações obtidas. No 2º- ano e também no 3º- ano (ou
seja, com o processo de alfabetização e letramento ainda em desenvolvimento), o registro pode ser feito não só por meio do texto escrito,
mas também por meio de desenhos, esquemas, pinturas, diálogos
e outras formas de oralidade, que podem ser gravados para posterior avaliação. Como na questão da leitura, os alunos que primeiro
adquirem conhecimento do sistema de escrita tornam-se aliados importantes da professora, auxiliando e trocando informações. Uma vez
alfabetizados, pode-se solicitar e, inclusive, procurar sempre destacar
a importante função da escrita como outra forma de comunicação
e de registro de conhecimentos e descobertas feitos na aprendizagem. Redigir leva o aluno a organizar seu pensamento, a sistematizar
suas ideias e a desenvolver o domínio da linguagem escrita. Além
disso, é um recurso apropriado para uma boa variedade de trabalhos
interdisciplinares.
Trabalhar em grupo – É um tipo de atividade escolar da maior
importância para a aprendizagem e para a socialização no ambiente
escolar. Desenvolve o espírito cooperativo e o respeito mútuo, estimula
o debate e a troca de ideias e experiências, essenciais ao crescimento
intelectual. A organização dos grupos, o planejamento e a execução
dos trabalhos permitem que cada um participe com suas habilidades e
talentos e despertam possíveis lideranças. A organização dos grupos
deve ser sempre mediada pela professora – mesmo quando solicitado
que os próprios alunos se dividam –, pois ela sabe quais conveniências
devem ser levadas em conta e quais objetivos podem ser alcançados
com uma ou outra distribuição dos alunos.
Trabalhar com documentos – O conhecimento histórico do tempo passado se constrói com base no estudo, no tempo presente, dos
legados da memória e das fontes documentais. A elaboração desse
conhecimento pode ser iniciada com a identificação de objetos e símbolos da memória do grupo familiar e de alguns registros documentais
da escola, os mais próximos da realidade dos alunos. No entanto,
como se sabe, não é possível uma coleção didática refletir todas as
particularidades de todos os contextos socioculturais do país – principalmente de um país grande e diverso como o nosso. Por isso, é
muito importante que a professora procure ajustar cada atividade às
condições e circunstâncias locais da escola e da comunidade, trazendo para a sala de aula os documentos que podem ser diretamente
observados e analisados pelos alunos, ou, de outro modo, levando-os
a estudar ou buscar nesses locais os elementos e referências citados
ou apresentados como exemplos na coleção.
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Pesquisar em jornais e revistas – Jornais e revistas são fontes
documentais importantes, e seu manuseio permite desenvolver habilidades necessárias à consulta de documentos e ao debate histórico.
Mas antes de pedir ao aluno que traga um material publicado em uma
revista ou jornal, é preciso orientá-lo quanto à natureza do material e
ajudá-lo a encontrar e utilizar a fonte mais adequada. No caso de os
alunos não terem esses recursos em casa, é preciso preparar e fornecer algum material à classe ou recorrer à biblioteca da escola ou do
município com a devida orientação.
Pesquisar na internet – Para essa faixa etária, sugere-se que as
pesquisas sejam feitas na escola, sob orientação direta da professora
ou de uma pessoa da escola com essa função. É esse orientador que
deve fornecer ou sugerir os links adequados e ajudar na navegação,
para que a pesquisa seja eficiente. Por isso, é preciso que ele faça previamente essa pesquisa, tendo já em mente o que será encontrado.
Naturalmente, essa pesquisa depende muito da estrutura existente na
escola e do acesso que professora e alunos têm ao mundo digital.
No item Recursos e estratégias para o trabalho docente, mais adiante
neste Manual, há orientações e sugestões de caráter mais amplo para
pesquisas na internet.
Entrevistar – A entrevista é um bom recurso didático para ajudar
o aluno a desenvolver as habilidades de ouvir, falar e registrar. Para que
o aluno ou o grupo realizem essa atividade com bom aproveitamento,
é indispensável que tenham claros os objetivos da entrevista, sigam
um roteiro preestabelecido e apresentem à turma o resultado final.
Estudo do meio – Apesar de ser estratégia muito utilizada em
Ciências e Geografia, pode ser utilizada também em História e é uma
boa oportunidade para trabalhos interdisciplinares. Mesmo os estudos
do meio mais simples envolvem uma preparação prévia cuidadosa,
principalmente se houver necessidade de deslocamento dos alunos
além do entorno da escola. Apesar disso, pela possibilidade de obter
resultados significativos, sugerimos que essa opção seja considerada.
No item Recursos e estratégias para o trabalho docente, também há
orientações e sugestões de caráter mais amplo para o estudo do meio.
Os conteúdos da coleção
Com base na seleção de temas significativos que formam cada
uma das Unidades dos livros da coleção, foram traçados os objetivos
e os conteúdos didáticos.
Entendem-se aqui como objetivos didáticos todos os meios
(cognitivos e técnicos, individuais e coletivos) que conduzem ao
aprendizado. Eles são um guia para o trabalho da professora. Já os
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conteúdos didáticos desenvolvidos com base nos temas escolhidos
estão agrupados em três categorias: conceitos, procedimentos e atitudes, já mencionados também no item sobre Avaliação.
Os conceitos referem-se ao desenvolvimento das capacidades
intelectuais relacionadas a símbolos, ideias, valores, imagens, representações e linguagens que permitem ao aluno organizar sua compreensão da realidade. Por exemplo, reconhecer e expressar as diferenças e semelhanças entre ele e seus colegas da classe, entre seu
grupo familiar e o dos colegas, identificar as diferentes dependências
da escola e as pessoas que nelas trabalham, perceber sinais de mudança entre o presente e o passado da escola, do grupo familiar etc.
A aprendizagem intelectual exige intenso trabalho cognitivo. É preciso proporcionar múltiplas experiências (novas situações, referências
e fontes) para que o aluno possa realizar as atividades (aquelas que
estão no livro e outras) de várias maneiras, e assim, passo a passo,
elaborar e expor noções e conceitos.
Os procedimentos referem-se ao desenvolvimento de habilidades e capacidades relacionadas à disciplina História. São, entre outras, a de identificar documentos, diferenciar lugares e pessoas e distinguir temporalidades. Desenhar, recortar, ler e pesquisar em revistas,
discutir em grupo, entrevistar pessoas, responder ou fazer anotações
no caderno e expor trabalhos na classe são também procedimentos
necessários e previstos.
Não se trata, porém, do simples fazer, mas de como fazer. Para
a aprendizagem que se pretende, instrutiva e formativa, não bastam
ações mecânicas, repetitivas. É preciso realizá-las (as aqui propostas e
outras) de forma que os alunos possam vivenciá-las, ligando-as à sua
vida pessoal e à do seu grupo. Os procedimentos, como os conceitos,
também devem ser progressivamente construídos e enriquecidos.
Nas atitudes (valores, normas, lealdades, iniciativas, posturas e
relações com outras pessoas e grupos), ocorrem dois processos combinados de aprendizagem: a construção das identidades pessoais e a
descoberta das dimensões do público (cidadania) e do privado (moralidade) que compõem a vida social. São processos que vão muito além
da simples transmissão de informações. Implicam diversos aspectos
cognitivos e comportamentais, mas se realizam sobretudo nas atividades individuais e coletivas que trabalham as relações interpessoais
e exercitam a discussão de ações, ideias, regras, costumes e valores
relativos à sociabilidade.
Essa aprendizagem avança por meio do debate, incorporação
ou compreensão de modelos e normas de comportamento pessoal e
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de convívio social (atitudes usuais do grupo familiar do aluno, posturas
dos professores na sala de aula, regulamentos da escola, regras elaboradas pelo próprio grupo ou pela turma etc.).
As possibilidades de interdisciplinaridade
Ao longo da coleção, a professora encontrará diversas propostas
e/ou oportunidades de trabalho interdisciplinar. Essas situações didáticas
são importantes sobretudo para que o aluno não enxergue as diferentes
disciplinas separadas em gavetas (e, portanto, não compartimente o conhecimento), mas que perceba as relações que há entre elas.
Há vários momentos em que é possível propor atividades que
envolvam a Geografia. Por exemplo, quando estudados os bairros,
as cidades, o mundo do trabalho etc. Da mesma maneira, quando se
discute a sociedade brasileira, o preconceito, a cidadania, a tolerância
o reconhecimento e o respeito às diferenças.
No caso da Língua Portuguesa, a professora encontrará nos volumes diversos textos que podem ser trabalhados em conjunto. Em
relação às seções, Viagem pela Leitura mostra-se como oportunidade
especial para exercitar a capacidade de ler e entender o que é lido
e de discutir questões ligadas à linguagem, mas, sobretudo, como
uma oportunidade prazerosa de levar os pequenos a descobrir, desde
cedo, o mundo da leitura e da literatura.
As Artes podem também desenvolver trabalhos interdisciplinares
muito proveitosos com História, por exemplo, quando estão sendo
feitas as atividades da Hora do Recreio. Além disso, a professora pode
optar por exibir um filme ou apresentar uma música para os alunos,
situações didáticas que incluem o trabalho artístico.
Por fim, apesar de em menor número, há também possibilidades
de trabalho com Ciências e Matemática.
Se houver professores distintos para as áreas de ensino na sua
escola, trabalhos conjuntos podem ser planejados e desenvolvidos,
visando ao fomento da interdisciplinaridade e ao desenvolvimento de
projetos temáticos, com consequências positivas para a aprendizagem.
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5. QUADROS DE CONTEÚDOS
Sumários dos volumes da coleção
2º ANO
UNIDADE 1 – EU E OS OUTROS
1. Vamos nos conhecer?
O meu nome
Viagem pela leitura – Marcelo, marmelo,
martelo e outras histórias,
de Ruth Rocha
O que eu sinto e do que eu gosto
Viagem pela leitura – Medo? Todo mundo tem!!!,
de Silvinha Meirelles
Os meus documentos
Hora do recreio
É hora de pesquisar
Leia também
Outras sugestões
UNIDADE 2 – NÓS, A NOSSA
FAMÍLIA E A NOSSA HISTÓRIA
2. Nós e a nossa família
A família de cada um
Viagem pela leitura – A família de Marcelo,
de Ruth Rocha
A história da minha família
Os meus parentes
Vivendo em família e cooperando
Como os indígenas vivem
Hora do recreio
É hora de pesquisar
3. Lembranças da nossa vida
O tempo passa…
A minha história
Viagem pela leitura – Lembranças de dona Jovina,
de Ecléa Bosi
Lembranças de família
Retratos e objetos de família
Voltando no tempo
Viagem pela leitura – Anarquistas, graças a Deus,
de Zélia Gattai
Hora do recreio
É hora de pesquisar
Leia também
Outras sugestões
UNIDADE 3 – NÓS E A NOSSA
ESCOLA
4. A gente vive e aprende na escola
As escolas indígenas
Aprendendo na escola
Convivendo na escola
Viagem pela leitura – Escola, Fundação Joaquim
Nabuco
Hora do recreio
É hora de pesquisar
5. A história da nossa escola
As escolas de antigamente
Objetos de antigamente
Viagem pela leitura – A escola da mestra Silvina,
de Cora Coralina
Hora do recreio
É hora de pesquisar
Leia também
UNIDADE 4 – NÓS E NOSSOS
DIREITOS
6. Os direitos da criança
Do que precisamos para viver?
Necessidades e direitos
Viagem pela leitura – Declaração Universal dos
Direitos da Criança
Nossos direitos devem ser respeitados
Hora do recreio
É hora de pesquisar
Leia também
Outras sugestões
Glossário
Referências bibliográficas
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3º Ano
UNIDADE 1 – DE UM ANO PARA O
OUTRO
1. Novo ano, mais descobertas e mudanças
Novos e antigos colegas
Eu mudei. E você?
Fazendo o autorretrato
Viagem pela leitura – Ideias giras, de Júlio Isidro
Hora do recreio
É hora de pesquisar
2. O tempo na nossa vida
O tempo na escola
A organização do tempo
O nosso calendário
Diferentes maneiras de medir o tempo
Os povos indígenas e a medida de tempo
Viagem pela leitura – As pessoas importantes para
nós, de Eunice Dias de Paula
Hora do recreio
É hora de pesquisar
3. O tempo e a história
História, passado e presente
O passado e o presente nas brincadeiras infantis
Viagem pela leitura – Eu sou pobre, pobre, pobre,
Cantiga popular
Lugares diferentes, nomes diferentes
Viagem pela leitura – Adivinhas e versos, de
Jacqueline Baumgratz
Hora do recreio
É hora de pesquisar
Leia também
UNIDADE 2 – AS MUDANÇAS À
NOSSA VOLTA
4. Observando o bairro
Observando os recursos do bairro
O caminho de todos os dias
A vida no bairro
Viagem pela leitura – Santos Negros, de Cássia
Maria Araújo
Hora do recreio
É hora de pesquisar
5. Conhecendo outros bairros
Bairros diferentes, mas parecidos
História de bairros
Viagem pela leitura – Minha cidade,
de Cora Coralina
Hora do recreio
É hora de pesquisar
Leia também
UNIDADE 3 – A CIDADE EM QUE
VIVEMOS
6. As cidades também têm história
História por toda parte
Uma cidade, uma história
Viagem pela leitura – Confidência do Itabirano,
de Carlos Drummond
de Andrade
Hora do recreio
É hora de pesquisar
7. O trabalho e as profissões
As profissões
Viagem pela leitura – As profissões,
de Nelson Nunes da Costa
As profissões mudam com o tempo
O trabalho de cada um é importante para todos
O trabalho infantil
O trabalho e seus diferentes significados
Viagem pela leitura – Campo do meio,
de Tarcísio Bregalda
Hora do recreio
É hora de pesquisar
8. O governo do município e a participação social
Como é formado o município
A organização política do município
Os serviços públicos: a educação
Viagem pela leitura – Apenas um curumim,
de Werner Zotz
Os serviços públicos: a saúde
A importância de votar
A importância de participar
Hora do recreio
É hora de pesquisar
Leia também
Outras sugestões
É hora de descansar
Glossário
Referências bibliográficas
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4º Ano
UNIDADE 1 – A HISTÓRIA ATRAVÉS
DOS DOCUMENTOS
1. Os documentos
Documentos pessoais
Viagem pela leitura – Calidoscópio, a saga de
Pedro Malazartes,
de Ruth Guimarães
Documentos oficiais
Para que servem os documentos?
Vamos rever
É hora de pesquisar
2. Os documentos históricos
Os documentos históricos são muitos e variados
Viagem pela leitura – Sinal fechado,
de Paulinho da Viola
Onde estão os documentos históricos?
Vamos rever
É hora de pesquisar
3. Documentos importantes da história do Brasil
A arte indígena como documento histórico
Viagem pela leitura – Arte indígena,
de Percival Tirapeli
A Abolição da escravidão
Viagem pela leitura – Festa de Iemanjá,
de Marcelo Xavier
Vamos rever
É hora de pesquisar
Leia também
Outras sugestões
UNIDADE 2 – A VIDA E O TRABALHO
EM DIFERENTES PERÍODOS
HISTÓRICOS
4. Vida e trabalho no Brasil colonial
Períodos históricos
O Brasil colônia
O trabalho no Brasil colônia
A convivência social e cultural
Viagem pela leitura – O Brasil em festa,
de Sávia Dumont
A resistência à submissão
A herança colonial
Vamos rever
É hora de pesquisar
5. A vida e o trabalho no Brasil império
A independência e a formação do Império
A vida social no Império
Açúcar, café e borracha
Trabalho escravo e trabalho livre
Viagem pela leitura – A história dos escravos,
de Isabel Lustosa
Vamos rever
É hora de pesquisar
6. Vida e trabalho no Brasil atual
A imigração estrangeira
Viagem pela leitura – Nas ruas do Brás,
de Dráuzio Varela
As migrações internas
Cidades e indústrias
Desigualdades sociais
Viagem pela leitura – Trabalho infantil é realidade
no Pará, de Aline Monteiro
Vamos rever
É hora de pesquisar
Leia também
Outras sugestões
UNIDADE 3 – BRASIL: REPÚBLICA
E CIDADANIA
7. Da Monarquia à República
No Império
Na República
Viagem pela leitura – Escola rural,
de Helena Sorrenti
Vamos rever
É hora de pesquisar
8. Como o Brasil é governado
Por que votar
Municípios, estados e federação
A Constituição
Viagem pela leitura – A Constituição de 1988,
de Hilton Lobo Campanhole
e Adriano Campanhole
Vamos rever
É hora de pesquisar
9. Cidadania e direitos
Direitos fundamentais
Direitos da cidadania
Viagem pela leitura – O iogurte estava estragado,
de IDEC/FUNDABRINQ/
CRIANÇA SEGURA
Vamos rever
É hora de pesquisar
Leia também
Outras sugestões
É hora de descansar
Glossário
Referências bibliográficas
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5º ano
UNIDADE 1 – A OCUPAÇÃO DA
AMÉRICA E DO BRASIL
1. O ser humano na América
América, o novo mundo
Os primeiros povoadores
Povos e culturas antigas da América
Viagem pela leitura – O conceito maia da
conquista, de Miguel
León-Portilla
Vamos rever
É hora de pesquisar
2. Os primeiros habitantes do Brasil
Muito antes de o Brasil existir
Para conhecer a história dos povos indígenas
Quantos e quem eram os indígenas
As línguas indígenas
Como viviam os indígenas
Viagem pela leitura – Costumes indígenas,
de Fernão Cardim
A resistência à colonização
Viagem pela leitura – História de índio,
de Daniel Munduruku
Vamos rever
É hora de pesquisar
3. Ocupação e organização do território brasileiro
Os interesses da colonização
Ocupação lenta
Viagem pela leitura – Vaqueiro misterioso,
de Ricardo Azevedo
Ocupação mais rápida e mais ampla
Organização político-administrativa
Cartografia histórica
Vamos rever
É hora de pesquisar
Leia também
Outras sugestões
UNIDADE 2 – A SOCIEDADE
BRASILEIRA
4. Formação e crescimento da população
A formação da população
O crescimento da população
A distribuição da população no território brasileiro
Viagem pela leitura – Os invisíveis,
de Heloísa Lima Pires
Vamos rever
É hora de pesquisar
5. Diferenças e desigualdades
As diferenças culturais
Viagem pela leitura – O folclore de Mestre André,
de Marcelo Xavier
As desigualdades sociais: a luta para vencê-las
Viagem pela leitura – Rap da felicidade,
Cidinho & Doca
Vamos rever
É hora de pesquisar
6. Ser indígena no Brasil, ontem e hoje
Os indígenas na história recente
Os indígenas no Brasil atual
Viagem pela leitura – Outro olhar sobre a floresta
Vamos rever
É hora de pesquisar
7. Ser afrodescendente no Brasil, passado e presente
Os afrodescendentes na história do Brasil
Os afrodescendentes no Brasil atual
Os afrodescendentes e a cultura brasileira
Viagem pela leitura – Iemanjá e seus filhos,
de Lidia Chaib e Elizabeth
Rodrigues
Vamos rever
É hora de pesquisar
Leia também
Outras sugestões
UNIDADE 3 – CONStRUINDO UMA
SOCIEDADE DEMOCRátICA
8. Cidadania, democracia e participação
A construção da cidadania
A construção da democracia
A importância da participação social
Viagem pela leitura – Estatutos do homem,
de Thiago de Mello
Vamos rever
É hora de pesquisar
Leia também
Outras sugestões
É hora de descansar
Glossário
Referências bibliográficas
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6. recursos e estrAtÉgiAs
pArA o trABALHo docente
Internet e notícias
A internet pode ser uma importante ferramenta no processo de
ensino-aprendizagem, desde que utilizada com critérios bem definidos.
Ela pode ser utilizada tanto pela professora como fonte de pesquisa para preparar suas aulas quanto para desenvolver alguma atividade com os alunos na escola.
No primeiro caso, é importante que a professora seja cuidadosa
na escolha dos sites a serem consultados. Deve-se optar por acessar
mais de um site sobre o mesmo assunto para assim confirmar as informações fornecidas.
Se por acaso a busca se refere a notícias, a professora tem à disposição sites dos principais jornais e revistas do país, como também
os portais de notícias. É interessante contrapor posições de linhas
editoriais diferentes.
Além do mais, há um número considerável de analistas de política, de economia e de cultura que têm seus próprios blogs, nos quais
podem expor mais livremente suas opiniões.
Em relação ao uso da internet na busca de notícias para preparar
suas aulas, a professora também pode seguir outros dois caminhos
complementares. Se dominar outras línguas, pode acessar sites de
jornais, revistas e de portais de notícias de outros países, trazendo
novos repertórios para suas aulas. Contudo, muitas vezes o que mais
se necessita são informações locais. Assim, em vez de consultar um
jornal ou revista de grande circulação, a melhor opção é buscar algum
órgão da imprensa local que traga informações sobre sua região.
Essas situações de leitura de sites da internet podem se transformar em fornecedoras de material a ser utilizado em sala de aula com
os alunos. É possível trazer um ou mais artigos para que os alunos
leiam (tomando cuidado para que o texto seja compatível com a capacidade leitora da classe). Nesses casos é sempre importante ter claro
o objetivo de compartilhar o texto com os alunos. Deve-se mostrar
para eles como o tema do artigo relaciona-se com o que está sendo
estudado.
Da mesma maneira, a professora pode deparar com vídeos que
também podem ser apresentados aos alunos.
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Aliás, os vídeos disponíveis na internet podem ser um acervo
muito rico para o trabalho em sala de aula. Os portais de notícias,
como o <www.youtube.com> fornecem à professora muito material.
Porém, é importante que haja critério, estabelecendo objetivos a serem atingidos com a exibição, para que não seja só uma atividade de
recreação.
Internet, Educação e História
Sobre a utilização da internet na busca de informações específicas de História e Educação, também é importante consultar mais de
um site para evitar trabalhar com informações incorretas. Infelizmente,
há um grande número de sites de diferentes áreas do conhecimento
cujo conteúdo não passa pelo rigor necessário.
Se a professora procura informações da produção acadêmica
na área de História, o site da Associação Nacional dos Professores
de História <www.anpuh.org> apresenta links de diferentes revistas
eletrônicas produzidas pelas universidades brasileiras.
Outro caminho é acessar o Google acadêmico (http://scholar.
google.com.br), Google books (http://books.google.com.br) ou o
Scielo (www.scielo.org/php/index.php), que fornecem artigos na íntegra ou partes de vários livros.
Além disso, é possível acessar pela internet o conteúdo de revistas e sites de divulgação científica, cujo público não é o especialista.
Sobre História, por exemplo, vale consultar os sites da Revista
de História da Biblioteca Nacional (www.revistadehistoria.com.br/v2/
home), bem como das revistas História Viva (www2.uol.com.br/historiaviva), Aventuras na História (http://historia.abril.com.br) e Leituras da
História (http://leiturasdahistoria.uol.com.br/ESLH).
Além disso, especificamente sobre a história da República brasileira destaca-se o site do Centro de Pesquisa e Documentação de
História Contemporânea do Brasil da Fundação Getúlio Vargas (http://
cpdoc.fgv.br).
Há algumas revistas que tratam especificamente das questões
que atingem diretamente o cotidiano da escola, apresentando reportagens e propostas de como trabalhar determinados conteúdos em sala
de aula. São elas Carta Fundamental (www.cartacapital.com.br/category/carta-fundamental), Nova Escola (http://revistaescola.abril.com.
br) e Revista Educação (http://revistaeducacao.uol.com.br).
No site da revista Ciência Hoje (http://chc.cienciahoje.uol.com.
br/) encontra-se uma parte reservada especificamente às crianças.
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Nesse caso, se a professora achar conveniente e a escola tiver uma
sala de informática, é possível desenvolver atividades com os alunos.
O mesmo ocorre no site do Instituto Socioambiental (http://pibmirim.
socioambiental.org), onde há uma parte específica (destinada às crianças) para estudar a temática indígena.
Notícias sobre a infância podem ser encontradas no site da
Agência de Notícias dos Direitos da Infância (www.andi.org.br).
Por fim, deve-se lembrar que o Portal do Professor do Ministério
da Educação (http://portaldoprofessor.mec.gov.br/index.html) disponibiliza para o professor um vasto conjunto de materiais.
Jornais e revistas
Por mais que a internet facilite o acesso às informações, é fundamental que os alunos tenham contato com outros suportes de leitura,
como livros, jornais e revistas.
Além de selecionar textos extraídos de sites de notícias, a professora também pode trazer para a sala de aula (ou pedir que os alunos
tragam) recortes de jornais e revistas.
Diferentemente do texto extraído da internet, os artigos e reportagens dos jornais e revistas muitas vezes são acompanhados de imagens, gráficos ou tabelas.
Sendo assim, eles proporcionam à professora diferentes elementos a serem analisados. Em relação ao texto, pode-se trabalhar, por
exemplo, com os títulos e subtítulos, buscando compreender como
eles são criados e qual sua importância.
Dependendo do ano, pode-se focar na análise dos gráficos e tabelas, procurando perceber como eles dialogam com o texto principal.
Em relação às imagens, a professora pode solicitar, por exemplo,
que os alunos as descreva para então discutir o conteúdo do texto.
Pode-se também fazer uma relação entre a legenda da imagem e a
própria imagem.
Se os alunos trouxerem as revistas e os jornais, é importante que
sejam feitas orientações precisas sobre que tipo de texto ou imagem
deve ser selecionado. Assim, evita-se que o aluno traga para a sala de
aula material que não será utilizado.
Ao longo do ano, se a professora considerar viável, pode-se criar
uma hemeroteca ou então um painel na sala com reportagens ou apenas imagens selecionadas pelos alunos e periodicamente trocadas por
outras atualizadas.
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Filmes
A utilização de filmes nas aulas de História é muito comum, porém esse recurso deve ser utilizado com cuidado.
Em primeiro lugar, deve-se levar em consideração se é necessário exibir o filme na íntegra. Se sim, o ideal é elaborar um roteiro de
análise do filme e entregá-lo aos alunos antes da exibição. Assim, com
o roteiro em mãos, os alunos podem atentar para os aspectos que
posteriormente serão trabalhados pela professora.
Se a professora optar pela exibição de trechos do filme, é importante que essas escolhas sejam feitas com base nos objetivos traçados e que se relacionem com os temas estudados em sala.
Outra questão normalmente discutida pelos pesquisadores é a
noção de verdade que um filme de temática histórica carrega – sendo
ele ficção ou documentário. Portanto, na medida do possível, cabe à
professora mostrar aos alunos que o filme é uma representação de um
momento do passado. Por isso, para selecionar o melhor filme a ser
exibido, é importante que a professora conheça o momento em que
ele foi produzido e que questões o diretor quis discutir. Para tanto, é
importante a leitura de textos sobre o filme e críticas, que muitas vezes
denunciam os erros históricos cometidos na película.
Estudo do meio
Atividades que tiram o aluno da sala de aula e o colocam em
outras experiências costumam ser muito profícuas para a produção do
conhecimento. O estudo do meio é uma dessas experiências a que a
professora pode recorrer durante suas aulas de História.
O primeiro passo é verificar no projeto pedagógico e no planejamento da escola quais temas a serem estudados possibilitariam um
estudo do meio. É importante que haja essa integração com a agenda
escolar para que o estudo do meio não seja simplesmente um passeio com os alunos. Além disso, tanto antes da atividade quanto na
volta para a sala de aula, deve-se construir a relação com os temas
que estão sendo estudados.
Sempre na dependência de ajustes à realidade local, esta coleção
apresenta diferentes temas que podem ser utilizados pela professora
para atividades de estudo do meio, como a visita a uma comunidade
indígena, a uma comunidade quilombola, à Câmara Municipal, a um
abrigo de moradores de rua, ao Conselho Tutelar.
Independentemente do local onde ocorrerá o estudo do meio, é
fundamental que a professora faça uma visita prévia para verificar as
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características físicas e sociais do local e da instituição e que tipo de
atividade pode ser realizada com os alunos, definindo os objetivos.
Além disso, deve-se preparar um roteiro que oriente as observações a serem feitas pela turma. Dependendo da capacidade de leitura
e escrita dos alunos, pode-se pedir que eles façam anotações com
base nesse roteiro.
Em outras situações, pode-se adiantar para os alunos o local a
ser visitado e a que eles devem dar atenção. Também é possível que
no local do estudo do meio haja uma parada para conversar com os
alunos sobre o que eles estão observando. Posteriormente, de volta à
escola, cabe à professora garantir uma sistematização do estudo do
meio, propondo aos alunos alguma atividade de fechamento.
Visita a museus e arquivos históricos
Outras atividades que proporcionam aprendizado aos alunos
fora dos muros da escola são visitas a museus e arquivos históricos.
Em relação a essas visitas, a professora também deve ter o cuidado de ir aos museus e arquivos antes de levar seus alunos. Essa
presença prévia tem como objetivo definir e preparar adequadamente
a visita à instituição.
Se for um museu de arte – ou instituição de importância artística e histórica, como uma igreja, por exemplo –, a professora pode
selecionar algumas obras que os alunos deverão observar com maior
cuidado, anotar suas características e propor, junto com a professora
de Artes, a reprodução, ou então, com base no tema da obra, que os
alunos produzam uma nova obra em desenho no papel. Ao retornarem
à escola, a visita ao museu deve ser motivo de reflexão em sala, situação em que os alunos falarão de suas impressões.
Se for um museu histórico, a professora deve combinar com os
funcionários (ou com a seção educativa) quais objetos e documentos seriam mais expressivos na visitação de alunos do Fundamental I.
Nesse caso, é de suma importância que seja preparado um roteiro de
observação e anotações para os alunos.
Após a visita ao museu, a professora deve sugerir alguma atividade de sistematização em sala de aula, relacionando o que foi visto
no museu com os temas estudados em classe.
A visita a arquivos históricos pode ser uma oportunidade concreta para que os alunos entendam o trabalho dos historiadores e,
consequentemente, como ocorre a produção das informações sobre
o passado.
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Mais do que conhecer o acervo do arquivo, pode ser proposta uma
atividade em que os alunos possam analisar documentos previamente escolhidos pela professora: registros de testamentos, de inventários
e de processos criminais, registros paroquiais e civis, cartas, discursos
e pronunciamentos, diários pessoais, fotografias, jornais antigos. Nesta
atividade no arquivo, os alunos, divididos em grupos, observariam e analisariam os documentos com base no roteiro preparado pela professora.
No retorno à escola, cada grupo compartilharia com a sala qual
documento analisou e que conclusões extraiu desse documento.
Imagens
A visita a museus pode ser acompanhada por atividades (em
sala de aula) de observação de reproduções de pinturas, esculturas
e de fotografias em papel ou em outros meios, como slides, vídeos e
arquivos de computador.
Esta atividade, que pode ser compartilhada com a professora
de Artes, desenvolve nos alunos a percepção das características de
uma obra de arte. Nesses casos, a intenção não deve ser que o aluno
memorize nomes de artistas e suas principais obras.
Acima de tudo, o contato com as obras de arte deve aguçar nos
alunos a sensibilidade. Permitir que eles percebam marcas de uma
obra: as cores, os movimentos, as sensações e as intenções.
Cabe à professora, por meio desses exercícios, fazer a articulação das imagens com os temas estudados.
História oral
As entrevistas são uma importante estratégia para colher informações. Em alguns momentos, pede-se que os alunos entrevistem
algumas pessoas sobre temas contemporâneos. Entretanto, nas aulas
de História é interessante que essas entrevistas abordem questões do
passado, distante ou recente. Dessa forma, os alunos tanto podem
pedir aos entrevistados que falem sobre determinados temas históricos, quanto pedir que falem sobre temas e acontecimentos diretamente ligados às suas histórias de vida.
Em todos os casos, a professora deve auxiliar os alunos na construção dos questionários. Se houver interesse em comparar informações, é
importante que os questionários sejam compostos das mesmas perguntas.
Sobre como colher as informações, os alunos podem anotar as
respostas, pedir que os entrevistados as anotem ou, se possível, utilizar um gravador nas conversas com eles.
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Essa situação possibilita que os entrevistados falem mais livremente sobre os assuntos propostos e os alunos façam as anotações
posteriormente.
Se for possível, trechos das gravações podem ser apresentados
para a sala.
Outra possibilidade muito rica é propor que os alunos convidem
avós, tios etc. para conversar com a sala, relatando o que viveram
e como viveram. Em situações como essas, a professora deve conversar previamente com o convidado para instruí-lo sobre o perfil da
atividade, que é mais um registro da memória que da história propriamente dita.
Música
Trazer canções para a sala de aula também é um recurso que
enriquece e estimula o aprendizado dos alunos.
Quando a professora faz essa opção, ela deve se nutrir de informações: quem são os autores da música, quando ela foi composta,
em qual disco foi lançada, qual o estilo da música, do que trata a letra.
A atividade com a música pode ser composta de diferentes etapas. O ideal é iniciar com a audição sem fazer nenhum comentário sobre a música que será apresentada, para então colher as impressões
dos alunos.
Na sequência, informações são oferecidas para os alunos, voltando a apresentar a música, pedindo que eles prestem atenção, por
exemplo, no ritmo ou em alguma parte da letra.
Para finalizar, pode-se combinar com a sala que todos cantarão
juntos. Se houver possibilidade, situações como essas podem inclusive se transformar em apresentações para outras classes da escola.
Outra experiência com música que pode ser realizada com os
alunos é fazer a audição de uma música instrumental, popular ou erudita, e se possível de músicos ou conjuntos musicais locais. De maneira geral, os alunos têm pouco contato com esse tipo de música. Essa
experiência pode estimular, de maneira mais intensa, as sensações
que os alunos têm ao ouvir determinados sons.
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7. coMpLeMentos pArA o
proFessor
A seguir, apresentamos alguns textos de aprofundamento que
podem auxiliá-lo em seu trabalho em sala de aula. Esses textos estão
organizados em 3 temas: Ensino de História, Questões pedagógicas e Renovação historiográfica.
ensino de HistóriA
Texto 1
Por uma história prazerosa e consequente
O passado deve ser interrogado a partir de questões que nos inquietam no
presente (caso contrário, estudá-lo fica sem sentido). Portanto, as aulas de História
serão muito melhores se conseguirem estabelecer um duplo compromisso: com o
passado e o presente.
Compromisso com o presente não significa, contudo, presentismo vulgar,
ou seja, tentar encontrar no passado justificativas para atitudes, valores e ideologias praticados no presente (Hitler queria provar pelo passado a existência de
uma pretensa raça ariana superior às demais). Significa tomar como referência
questões sociais e culturais, assim como problemáticas humanas que fazem parte de nossa vida, temas como desigualdades sociais, raciais, sexuais, diferenças
culturais, problemas materiais e inquietações relacionadas a como interpretar o
mundo, lidar com a morte, organizar a sociedade, estabelecer limites sociais, mudar esses limites, contestar a ordem, consolidar instituições, preservar tradições,
realizar rupturas...
Compromisso com o passado não significa estudar o passado pelo passado, apaixonar-se pelo objeto de pesquisa por ser a nossa pesquisa, sem pensar
no que a humanidade pode ser beneficiada com isso. Compromisso com o passado é pesquisar com seriedade, basear-se nos fatos históricos, não distorcer o
acontecido, como se esse fosse uma massa amorfa à disposição da fantasia de
seu manipulador. Sem o respeito ao acontecido a História vira ficção. Interpretar
não pode ser confundido com inventar. E isso vale tanto para fatos como para
processos. (Aqui mesmo, no Brasil, não inventaram um anacrônico “modo de produção feudal”, pois segundo “o modelo” deveria haver algo entre o escravismo e
o capitalismo?)
Afirmações baseadas apenas em filiações ideológicas são, no mínimo, desprezíveis, podendo tornar-se perigosas quando, além de não verdadeiras, acabam
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se tornando veículos do preconceito e da segregação. É o caso de, por exemplo,
“verdades” como “os índios não são bons trabalhadores”, “as mulheres são inferiores”, “os jovens são sempre revolucionários”, “o Holocausto não ocorreu”, ou “o
Brasil é um país pacífico” e assim por diante.
PINSky, Jaime; PINSky, Carla Bassanezi. O que e como ensinar. Por uma história prazerosa e
consequente. In: kARNAL, Leandro (Org.). História na sala de aula. Conceitos, práticas e propostas.
São Paulo: Contexto, 2005.
Texto 2
Entrevista de Beatriz Aisenberg
Qual a principal queixa dos professores em relação às atividades de
leitura em Geografia e História?
BEATRIZ AISENBERG A de que as crianças não sabem ler e interpretar
bem. Porém, boa parte dos problemas não tem a ver com a habilidade geral de
leitura. As pesquisas psicolinguísticas mostram que essa não é uma competência
geral que se aplica a tudo – sei ler uma carta, sei ler qualquer coisa. É um processo
complexo entre o leitor e o que ele lê. Isso se acentua ainda mais quando falamos
de História, por exemplo. O entendimento de um texto dessa área tem muito a ver
com o que o leitor já sabe sobre ela. Se ele não possui um marco de conhecimento,
a compreensão se torna muito difícil.
De onde vem a dificuldade dos alunos nas atividades de leitura?
BEATRIZ Por acreditarem na ideia de que ler é uma tarefa fácil, muitos educadores deixam os estudantes sem ajuda nesse momento. Meu grupo de pesquisa
busca caracterizar as condições didáticas que permitem oferecer a eles o apoio necessário para que compreendam os textos e aprendam História por meio da leitura.
Sem ajuda, é claro que eles têm dificuldade – ora, se soubessem ler, não precisariam
ir à aula. Por isso, a escola deve ir progressivamente formando leitores. A autonomia
não é algo que se constrói em uma semana. Há muitas intervenções a serem feitas
pelo docente para que todos consigam ir compreendendo os textos das diferentes
áreas e, com isso, adquirindo mais fluidez e independência nas práticas de leitura.
Há alguma recomendação específica para a leitura individual?
BEATRIZ Isso depende do conteúdo e dos propósitos colocados. Em geral,
a sugestão é fazer uma primeira aproximação, uma leitura em silêncio. Apresentada
a problemática, o professor diz “agora, cada um lê sozinho”. Em alguns casos,
indica-se que quem terminar a leitura converse com o companheiro ao lado sobre
o conteúdo. Só então começa a reconstrução coletiva: “Vamos ver o que esse
autor nos diz”. Depois, é hora de analisar o que todos entenderam e ajudar os que
menos compreenderam, verificando que informações não tinham.
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Reler faz parte das atividades?
BEATRIZ Sim, em algum momento o docente pode falar “agora, pensem
nessa questão e releiam determinado trecho”. Em outros casos, ele começa com
perguntas abertas ou propõe um estudo de caso. Quando o tema é “movimentos
migratórios internos”, por exemplo, a aula pode começar com o relato das experiências vividas por uma pessoa vinda do interior para a capital na década de 1940.
Os testemunhos são entradas potentes para distintas temáticas históricas.
Que cuidados se deve ter ao encaminhar a leitura coletiva?
BEATRIZ Em primeiro lugar, deve-se pensar naqueles que têm mais dificuldades. Normalmente, os que mais sabem são os que mais falam e têm maiores
condições de fazer perguntas. Por isso, eles se dão conta com maior facilidade de
que não estão entendendo algo na aula. Nessas situações, o educador corre o risco de interagir apenas com cinco ou seis que são rápidos, em vez de atender aos
que mais necessitam. É fundamental se aproximar dos que mais necessitam para
ajudá-los. Em segundo lugar, é importante ir além da reprodução das palavras do
texto e ajudá-los a reconstruir a temática histórica, relacionando fatos políticos, religiosos e econômicos. Essa é a base do trabalho intelectual do historiador. Como
criar uma representação mental sobre a vida numa situação totalmente diferente
da que eu conheço, em outra sociedade, em outro momento? A tarefa demanda
estabelecer relações e se perguntar muitas coisas.
Por que ler para responder a um questionário não funciona?
BEATRIZ Porque as crianças leem sem entender. Localizar informações é
algo muito fácil, mas isso não é ler! Escolhemos um texto porque queremos que
elas aprendam determinados conteúdos. Quando dizemos que o leiam e depois
“respondam às perguntas”, anulamos a autonomia delas. Porém, não podemos
renunciar às questões porque elas nos orientam sobre o que é interessante discutir.
Uma maneira de trabalhar é introduzir um tema com uma problemática que vai permear três ou quatro aulas. Outra é começar com uma questão simples, que pode
ser mais potente do ponto de vista intelectual por ser de mais fácil compreensão.
Se a ideia de que a leitura é fácil permanecer, muitos vão continuar saindo da escola
sem saber ler.
Há um meio de escolher o melhor texto para trabalhar em sala?
BEATRIZ Não existe um ideal. O bom texto é o que permite melhor abordar
o tema que vamos ensinar. Após definir o conteúdo da aula, começamos a ler
tudo o que encontramos sobre ele – escrito para o público infantil ou não – e nos
perguntamos: o que esse material tem de bom? E de ruim? Ele atende ao meu
propósito de ensino? Além disso, é preciso considerar que um texto curto é muito
mais difícil de entender do que um longo. O que se pode apreender de uma página
sobre a Revolução Francesa? Em 20 páginas, há mais elementos para que quem
não conheça o tema possa reconstruí-lo e compreendê-lo.
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Como desenvolver na turma a capacidade de análise crítica dos textos?
BEATRIZ Na verdade, quando alguém começa a ler e reconstruir, já está indo
pelo caminho crítico. Não há leitura que não seja crítica, principalmente quando se
trabalha a reconstrução do mundo histórico do texto. Nesse ponto, a seleção do
material é muito importante. Em História, por exemplo, tenho de buscar textos que
façam alusão a diversos autores e contenham citações variadas. É preciso fazer
todos perceberem que outros pesquisadores também já estudaram o tema e que
muitas vezes apresentam opiniões distintas sobre ele. Além disso, é primordial ensinar a reconhecer as marcas do conhecimento histórico. Elas não podem ver os
textos de História como uma janela para o passado, mas como uma interpretação
de um autor sobre determinados fatos apresentados.
Quando é hora de a turma escrever?
BEATRIZ Começamos a tomar a escrita como um objeto de estudo nos
últimos tempos. Temos claro que ninguém pode escrever sobre o que não sabe.
É uma coisa óbvia, mas que a escola às vezes ignora. Em princípio, trabalhamos
com situações de escrita depois de muita leitura, para que a turma esteja apta a
reconstruir a problemática histórica.
Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-continuada/
preciso-ensinar-ler-historia-geografia-594441.shtml>. Acesso em: 25 jan. 2011.
Texto 3
Conhecimentos dos meios social e cultural
Utilização de noções e categorias temporais
As características e as noções temporais (minuto, hora, semana, ano, década, século etc.) permitem a localização dos fatos, das situações e dos fenômenos
no marco temporal que as estrutura cronologicamente. Os elementos básicos desse
procedimento são: a continuidade, a mudança, a simultaneidade, a duração e o ritmo.
Importância de sua aprendizagem
Adquirir o domínio da noção e da percepção do tempo e utilizar suas próprias
categorias coloca a possibilidade de interpretar o curso cronológico do meio e é,
portanto, uma habilidade imprescindível para qualquer pessoa.
A aprendizagem desse procedimento oferece ao estudante um instrumento
funcional, inserido em uma complexa rede referencial sobre a aplicação do tempo
na análise do meio, que lhe permite transferi-lo para qualquer aprendizagem.
Grau e tipo de aprendizagem a alcançar no Ensino Fundamental
Os alunos e alunas, ao concluírem o Ensino Fundamental, devem ser capazes de utilizar as categorias e noções temporais situando sucessões de situações
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históricas sobre aspectos concretos da vida cotidiana, da história local, estadual e
nacional, detectando vestígios do passado na atualidade.
Linhas gerais da sequência de aprendizagem ao longo do ensino
A apreensão das noções temporais, devido à sua abstração, é fruto de um
processo lento. Começa ao nascer e inicia uma cadência de sono-alimento-vigília.
É, portanto, um elemento vivencial que organiza a vida em sucessões de duração
e ritmo diferentes (dia/noite, semana, mês, ano, fluxo).
O trabalho de hábitos e tarefas repetitivas em determinadas cadências (escrever diariamente a data no quadro, regar as plantas, observar o tempo) inicia o
aluno na aquisição do senso da passagem do tempo e da percepção de seu ritmo.
No Ensino Fundamental, a linha de sequência poderia ser:
1. Situar imagens da vida cotidiana seguindo uma cronologia reversível.
2. Ordenar séries de imagens ou objetos simples segundo sua
antiguidade.
3. Situar corretamente, em ordem cronológica, determinados aspectos relacionados com a história local, regional, nacional e da
humanidade.
4. Perceber que as ações podem ocorrer simultaneamente e que permanecem vestígios do passado no presente.
5. Identificar brinquedos, costumes, tradições e formas de fazer e
de dizer que perduram com o tempo e, portanto, apresentam
continuidade.
6. Notar as mudanças que acontecem conosco e em nosso meio ao
longo do tempo.
RIOS, Jaume. Conhecimentos dos meios social e cultural. In: ZABALA, A.
Como trabalhar os conteúdos procedimentais em aula. Porto Alegre: Artmed, 2008. p. 42-43.
Texto 4
O conceito de tempo histórico
Apesar de existir um acordo generalizado quando se trata de destacar o
tempo histórico como uma noção central na História, são poucos os trabalhos
realizados a esse respeito (Jahoda, 1963; Montagero, 1984; Thornton e Vukelich,
1988; Asensio, Carretero e Pozo, 1989).
Esse conceito envolve diferentes aspectos que devem ser considerados de
forma separada, mas que, sem dúvida, encontram-se relacionados. Referimo-nos
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ao tempo físico e ao tempo histórico propriamente ditos. Para que o aluno adolescente ou pré-adolescente compreenda o significado dos diferentes períodos
históricos, das eras cronológicas etc., obviamente, deve ter desenvolvido anteriormente a compreensão do tempo pessoal e do tempo físico. Mesmo assim, a
compreensão dos instrumentos de medida é um requisito que também parece
necessário.
No entanto, isso não quer dizer que não se deva introduzir referências ao
tempo histórico antes de que se tenha esse domínio, que não parece ser alcançado, praticamente, até a adolescência. Pelo contrário, Thornton e Vukelich (1988)
assinalam que é através da instrução específica que essas habilidades chegam a
ser dominadas. A dimensão temporal parece acrescentar uma dificuldade a mais
na compreensão de conceitos históricos que não existe em outros domínios.
Independentemente dessas dificuldades relacionadas com a compreensão
do tempo pessoal e o tempo físico, existem outras, de natureza diferente, que
não podem ser esquecidas, apesar de não terem recebido nenhuma atenção
dos pesquisadores. Em primeiro lugar, a linguagem utilizada para fazer referência
a diferentes momentos históricos é muito ampla e variada: desde as datas que
tomam como ponto de partida o nascimento de Cristo, os números romanos
para designar os séculos, até a classificação da História em eras, usando como
critério de classificação acontecimentos de grande relevância ou denominações
específicas de períodos muito concretos, mas não por isso menos utilizados, por
exemplo, a época dos Habsburg, dos Bourbons, móveis de estilo “Luiz XIV” etc.
Essa utilização simultânea de nomenclaturas parece contribuir para aumentar a
confusão.
Além disso, existem outros aspectos ainda mais complexos dessa noção.
A compreensão do tempo histórico exige do aluno uma capacidade de representar dentro de um mesmo cenário histórico situações que, mesmo ocorrendo
simultaneamente, não correspondem ao mesmo tempo histórico. Por exemplo,
quando Colombo chegou pela primeira vez à América, encontrou uma população
que vivia de acordo com costumes mais primitivos em relação ao desenvolvimento
dos países da Europa Ocidental. Para entender muitos dos problemas que ocorreram, não só nesse momento, mas depois, é importante compreender que mesmo
que um índio asteca e um dos conquistadores fossem contemporâneos, seus
costumes, seu modo de vida, suas motivações e metas eram muito diferentes,
não só pelas suas diferenças culturais mas também pelo nível de desenvolvimento
alcançado em um e em outro lugar.
Tampouco pode ser esquecida a dificuldade que representa entender o passado a partir do presente, ou seja, entender o contexto em que estão situados os
acontecimentos históricos e os personagens que fazem parte deles, descentrando-se do presente. […]
CARRETERO, Mario. Construir e ensinar.
As ciências sociais e a história.
Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. p. 39-40.
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Texto 5
Para que e como trabalhar os conhecimentos prévios dos alunos em sala
de aula: uma contribuição da psicologia genética para a didática de estudos
sociais na escola primária
A professora propõe um trabalho em grupo com textos trazidos pelos alunos
que tratam das guerras de independência, com o objetivo de averiguar quais características do esquema já realizado aconteceram nas guerras de independência, ou seja:
1) Quais foram os grupos participantes?
2) Quais motivos importantes cada grupo tinha para que a guerra acontecesse?
3) O que foi destruído?
4) Houve ou não benefícios com essas guerras? Se houve, quais foram eles
e para quem?
Ou seja, para abordar a leitura, a professora parte das ideias do grupo. Isso
faz sentido porque se trata de verificar se as categorias propostas pelas crianças
podem ou não ser aplicadas.
A primeira aproximação ao texto não é “às cegas” ou em função de perguntas pensadas somente pela professora, mas ela é realizada em função de um
problema trabalhado anteriormente, que já sabemos que possui um significado
para os alunos. Agora, o grupo discute se uma guerra “traz” ou não benefícios.
Nesse caso particular, trabalhou-se com textos informativos trazidos pelos
alunos, visto que se trata de um tema que aparece em qualquer livro escolar.
Nos outros casos, a professora pode dar a informação por intermédio de textos
selecionados, de documentos históricos e de exposições orais.
O que torna a leitura interessante são precisamente as ideias e as discussões iniciais. As crianças recorrem aos livros para procurar informação sobre
questões que elas pensaram previamente. Assim, os novos conteúdos são articulados com essas questões, ajudando a verificar, a refutar, a complementar as
ideias anteriormente elaboradas, durante o processo de leitura e de discussão.
Esse trabalho com a informação é fundamental para o processo de aprendizagem, requer aproximações sucessivas aos novos conteúdos e que permitirão sucessivas elaborações. Partimos das ideias das próprias crianças. Essas ideias nos mostram
que as crianças “pensam” por si mesmas, sem que seja necessário pedir-lhes que
façam isso. Mas isso não é suficiente. Nossa intenção é que as ideias iniciais sejam
enriquecidas e reformuladas a partir do trabalho com novos conteúdos. Para que isso
aconteça, precisamos ir propondo diferentes atividades com esses conteúdos, por intermédio dos quais vai acontecendo uma aproximação gradual.
AISENBERG, Beatriz. Para que e como trabalhar os conhecimentos prévios dos alunos em sala de aula:
uma contribuição da psicologia genética para a didática de estudos sociais na escola primária.
In: AISENBERG, B.; ALDEROQUI, S. (Comps.). Didáctica de las ciencias sociales II.
Teorías con prácticas. Bueno Aires: Paidós, 1998.
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Questões pedAgógicAs
Texto 1
A avaliação formativa como utopia promissora
De modo que, finalmente, é a intenção dominante do avaliador que torna a
avaliação formativa. Isso fica muito claro quando considera-se a maneira como
se descreve, classicamente, uma avaliação formativa. Percebe-se, então, que se
trata de um modelo ideal, indicando o que deveria ser feito... para tornar a avaliação verdadeiramente útil em situação pedagógica! Desta forma, considera-se
primeiramente que a avaliação formativa é uma avaliação informativa. A tal ponto
que Philippe Perrenoud (1991, p. 50), após ter relembrado que é “formativa toda
avaliação que auxilia o aluno a aprender e a se desenvolver, ou seja, que colabora para a regulação das aprendizagens e do desenvolvimento no sentido de um
projeto educativo”, afirma que seria melhor falar de “observação formativa do que
de avaliação”. Duas coisas são, pois, claramente declaradas: a avaliação torna-se
formativa na medida em que se inscreve em um projeto educativo específico, o
de favorecer o desenvolvimento daquele que aprende, deixando de lado qualquer
outra preocupação. “A observação é formativa quando permite guiar e otimizar
as aprendizagens em andamento” (p. 50). E é sua virtude informativa que é seu
caráter essencial. A partir do momento em que informa, ela é formativa, quer seja
instrumentalizada ou não, acidental ou deliberada, quantitativa ou qualitativa. “A
priori, nenhum tipo de informação é excluído, nenhuma modalidade de coleta e de
tratamento deve ser descartada” (p. 50). Uma avaliação não precisa conformar-se
a nenhum padrão metodológico para ser formativa. Para facilitar o próprio processo, basta-lhe informar os atores do processo educativo.
Por isso, e esta é a segunda característica em geral considerada, uma avaliação formativa informa os dois principais atores do processo. O professor, que será
informado dos efeitos reais de seu trabalho pedagógico, poderá regular sua ação
a partir disso. O aluno, que não somente saberá onde anda, mas poderá tomar
consciência das dificuldades que encontra e tornar-se-á capaz, na melhor das hipóteses, de reconhecer e corrigir ele próprio seus erros.
Assim, e é sua terceira e mais importante característica, a essa função de
regulação voltada para o professor e para o aluno acrescenta-se o que designou-se como uma função “corretiva”. De fato, o professor, assim como o aluno, deve poder “corrigir” sua ação, modificando, se necessário, seu dispositivo
pedagógico, com o objetivo de obter melhores efeitos por meio de uma maior
“variabilidade didática” (Marc Bru, 1991). A avaliação formativa implica, por parte
do professor, flexibilidade e vontade de adaptação, de ajuste. Este é sem dúvida
um dos únicos indicativos capazes de fazer com que se reconheça de fora uma
avaliação formativa: o aumento da variabilidade didática. Uma avaliação que não
é seguida por uma modificação das práticas do professor tem poucas chances
de ser formativa! Por outro lado, compreende-se por que se diz frequentemente
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que a avaliação formativa é, antes, contínua. A inscrição no centro do ato de
formação se traduz, na verdade, por uma melhor articulação entre a coleta de
informações e a ação remediadora. As correções a serem feitas com o objetivo
de melhorar o desempenho do aluno, e que concernem portanto tanto à ação de
ensino do professor quanto à atividade de aprendizagem do aluno, são escolhidas em função da análise da situação, tornada possível pela avaliação formativa.
O remédio baseia-se no diagnóstico, o que permite aos atores retificar as modalidades da ação em andamento. Como Linda Allal indicara claramente já em
1979, a atividade de avaliação desenrola-se, nessas condições, em três etapas.
À coleta de informações, referente aos progressos realizados e às dificuldades de aprendizagem encontradas pelo aluno, acrescenta-se uma interpretação
dessas informações, com vistas a operar um diagnóstico das eventuais dificuldades, tudo isso levando a uma adaptação das atividades de ensino/aprendizagem – coleta de informação/diagnóstico individualizado/ajuste da ação, assim
se apresenta a sequência formativa.
Assim, a ideia de avaliação formativa corresponde ao modelo ideal de uma
avaliação:
■■
colocando-se deliberadamente a serviço do fim que lhe dá sentido: tornar-se um elemento, um momento determinante da ação educativa;
■■
propondo-se tanto a contribuir para uma evolução do aluno quanto a
dizer o que, atualmente, ele é;
■■
inscrevendo-se na continuidade da ação pedagógica, ao invés de ser
simplesmente uma operação externa de controle, cujo agente poderia
ser totalmente estrangeiro à atividade pedagógica.
HADJI, Charles. Avaliação desmistificada. Porto Alegre: Artmed, 2001. p. 20-21.
Texto 2
Organização da classe em equipes móveis ou flexíveis
O termo equipe móvel ou grupo flexível implica o conjunto de dois ou mais
alunos com a finalidade de desenvolver uma tarefa determinada. A duração destes
agrupamentos se limita ao período de tempo de realização da tarefa em questão.
Podem ser alguns breves momentos ou todo um trimestre. Sua vida se limita à
tarefa e, portanto, numa organização de conteúdos por áreas ou matérias, não
existe continuidade das equipes. A estrutura interna destas equipes está condicionada pelo trabalho a ser realizado e pela necessidade de formarem determinadas
atitudes. As diferenças fundamentais com as equipes fixas são a variabilidade no
número de integrantes e a permanência ou vida do grupo para além da atividade
concreta.
Os motivos que justificam os grupos móveis são diversos, embora o principal seja a necessidade de atender às características diferenciais da aprendizagem
dos meninos e meninas. Posto que esta estrutura permite distribuir trabalhos em
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pequenos grupos, é possível que os professores atendam àqueles grupos ou alunos que mais o necessitem, que distingam as tarefas a serem realizadas conforme possibilidades ou interesses, ou que exijam diferentes níveis de elaboração.
Trabalhos que sempre devem estar bem definidos, para que os grupos possam
trabalhar autonomamente e seja possível favorecer a atenção personalizada por
parte dos professores. É o caso dos “cantos” na educação infantil ou das oficinas
ou dos trabalhos de pesquisa em níveis superiores, em que os passos a serem
seguidos e as técnicas a serem aplicadas são bastante conhecidos pelos alunos
e, portanto, a intervenção dos professores está mais em oportunizar desafios e
ajudas a cada aluno em particular, sem interromper o trabalho do resto do grupo.
Há outras razões comuns às equipes móveis e aos grupos fixos, que decorrem das possibilidades que a aprendizagem entre iguais oferece. Numa estrutura
de tais características surgem muitas situações em que é possível que os próprios
meninos e meninas se ajudem entre si. Ensinar modelos, novas explicações, ou
interpretações mais próximas dos pontos de vista dos alunos faz com que nesta
estrutura possam se beneficiar tanto da comparação entre perspectivas diferentes
como da possibilidade de dar e receber ajuda entre colegas.
Outro dos motivos é determinado pelos próprios objetivos educacionais, quando se considera conteúdo de aprendizagem saber trabalhar em equipe e tudo o que
isso envolve, tanto nos aspectos operativos de distribuição de trabalho como nos
mais atitudinais de relação/colaboração entre colegas; ou no caso da aprendizagem
das línguas, concretamente da conversação e do diálogo; ou quando a autonomia e
a corresponsabilidade são consideradas conteúdos de aprendizagem; etc.
Quanto à homogeneidade ou não das equipes móveis, é preciso realizar as
mesmas considerações que se mencionaram até agora em relação ao grupo/classe
ou às equipes fixas. No entanto, neste caso, devemos levar em conta que, posto que
são agrupamentos limitados a algumas atividades concretas e a um período de tempo curto, e portanto não são estáveis, os inconvenientes das equipes homogêneas,
numa opção educativa de formação integral, podem ser relativizados. Caso se tenha
a precaução de variar a configuração e o grau de homogeneidade dos grupos, conseguiremos, por um lado, aproveitar as vantagens que oferece o fato de poder trabalhar
em alguns momentos com grupos de alunos de características similares – sexo, nível,
interesses etc. – e as vantagens educativas da diversidade. Deste modo, as equipes
móveis algumas vezes poderão ser homogêneas e outras heterogêneas, segundo as
intenções educacionais ou a situação do grupo e seus interesses.
Levando em conta as características e o funcionamento das equipes móveis,
podemos observar que são especialmente adequadas, quando não imprescindíveis, para o trabalho de conteúdos procedimentais – portanto, nas áreas em que
os componentes procedimentais são básicos, como as de língua, matemática,
artes etc. –, dada a necessidade de se adaptar às diferentes capacidades, ritmos,
estilos e interesses de cada aluno. Para a aprendizagem dos conteúdos procedimentais é imprescindível realizar múltiplas atividades de aplicação e exercitação,
convenientemente sequenciadas e progressivas. Neste caso, uma estrutura de
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classe limitada ao grande grupo obrigará a estabelecer uma sequência idêntica
para todos, com as dificuldades para atender aos diferentes estilos e ritmos de
aprendizagem que isso supõe. De outro modo, uma distribuição em equipes favorece a definição de propostas educativas que levam em conta a diversidade dos
alunos. Também será extremamente apropriada para o trabalho dos conteúdos
atitudinais no âmbito das relações interpessoais.
ZABALA, Antoni. A prática educativa. Como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998. p. 125-126.
renoVAção HistoriográFicA
Texto 1
Novas perspectivas para a história indígena
Para os índios, “povos na infância, não há história: há só etnografia”, disse
Varnhagen no século XIX. A sugestão parece ter sido bem aceita na historiografia
brasileira, na qual os índios têm tido participação inexpressiva: aparecem, grosso modo, como atores coadjuvantes, agindo sempre em função dos interesses
alheios. Aliás, não agiam, apenas reagiam a estímulos externos sempre colocados
pelos europeus. Tem-se quase a impressão de que estavam no Brasil à disposição
desses últimos, que se serviam deles à vontade, descartando-os quando não mais
necessários: teriam sido úteis para determinadas atividades e inúteis para outras,
aliados ou inimigos, bons ou maus, sempre de acordo com os interesses e objetivos dos colonizadores. Além disso, os índios surgiam na história, em geral, apenas
no momento do confronto, quando pegavam em armas e lutavam com os brancos,
para saírem dela logo que, derrotados, deixavam de ser um obstáculo à ocupação
da terra. Integradas à colonização, as populações indígenas perdiam, junto com a
guerra, suas culturas, identidades étnicas e todas as possibilidades de resistência,
passando a constituir massa amorfa e inerte à disposição de missionários, colonos
ambiciosos e autoridades corruptas que dispunham deles à vontade. As relações
de contato entre os índios e a sociedade ocidental eram vistas como simples relações de dominação impostas aos índios, de tal forma que não lhes restava margem de manobra alguma a não ser a submissão passiva a um processo de perdas culturais progressivas que os levaria à descaracterização e à extinção étnica.
Nesta perspectiva, os índios do Brasil integrados à colonização, quer na condição
de escravos ou de aldeados, diluíam-se nas categorias genéricas de escravos ou
despossuídos da colônia. Assim, os tamoios, os aimorés, os goitacases eram índios bravos mas perderam a guerra, foram absorvidos pelo sistema colonial como
vítimas indefesas, aculturaram-se, deixaram de ser índios e saíram da história.
Em nossos dias, as novas propostas teóricas da antropologia e da história,
disciplinas que, ao se aproximarem, desenvolvem e ampliam a noção de cultura,
têm permitido uma outra compreensão das relações de contato entre índios e europeus, de suas experiências no interior dos aldeamentos e, consequentemente,
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da própria história indígena do Brasil. Pesquisas interdisciplinares e estudos etno-históricos têm revelado a extraordinária capacidade dos povos indígenas de reformularem suas culturas, mitos e compreensões do mundo para dar conta de
pensar e interpretar coletivamente a nova realidade que lhes é apresentada. De
acordo com Hill, os grupos sociais humanos, mesmo reduzidos à escravidão e às
piores condições, são capazes de reconstituir significados, fortalecendo identidades culturais. Na mesma linha de argumentação, Alcida Ramos afirmou não existir
tradição estática, pois, por maior que seja a violência do contato, há sempre uma
reação criativa por parte dos índios. Longe de serem povos sem história, os índios
estão e sempre estiveram engajados, disse ela, em interpretações e reinterpretações do contato. Os mitos, portanto, em vez de se oporem à história, a reconstroem, reelaborando seus significados e constituindo, na verdade, modos de consciência social através dos quais os povos reinterpretam coletivamente seu passado,
o que é visto como uma forma socialmente coletiva de identificação.
Se os povos indígenas de hoje apresentam tais possibilidades, é lícito supor
que os do passado também as tivessem tido. Os documentos históricos sobre
as aldeias coloniais no Rio de Janeiro, analisados à luz dessas novas concepções, evidenciam que, longe de terem desaparecido, os índios integrados à colônia
transformaram-se e misturaram-se, porém continuaram a se considerar e a serem
considerados índios até o século XIX, quando ainda lutavam para garantir os direitos que a legislação lhes dera séculos antes na condição de aldeados. Isto aponta
para a possibilidade de recriação de suas identidades, culturas e histórias no interior das aldeias coloniais, a partir das novas necessidades vivenciadas na experiência cotidiana das relações com vários outros grupos étnicos e sociais. Sem negar
a violência da colonização e os imensos prejuízos causados às populações indígenas, dentre os quais se incluem altíssima mortalidade e inúmeras etnias extintas,
cabe enfatizar um outro lado da questão, em geral negligenciado pela historiografia: o papel das aldeias indígenas coloniais como espaço de ressocialização e de
reconstrução de identidades e culturas para grupos indígenas diversos que ali se
reuniam em busca de sobrevivência, diante do caos instalado nos sertões. Apesar
da condição subalterna, opressiva e restrita na qual ingressaram nas aldeias coloniais, os índios foram capazes de se rearticular social e culturalmente entre si e com
outros grupos, assumindo a nova identidade que lhes havia sido dada ou imposta
pelos colonizadores: a de índios aldeados, súditos cristãos de Sua Majestade.
Nessa perspectiva, aculturação e resistência deixam de ser polos opostos,
podendo caminhar juntas, e as aldeias coloniais deixam de significar, para os índios, apenas perdas e prejuízos, para serem vistas também como espaço possível
de sobrevivência na colônia. Espaço de resistência adaptativa para usar a expressão de Stern, ou de liberdade possível, como afirma Bartolomeu Melià. […]
ALMEIDA, Maria Regina Celestino de. Identidades étnicas e culturais. Novas perspectivas
para a história indígena. In: ABREU, Martha; SOIHET, Rachel (Orgs.). Ensino de História. Conceitos,
temáticas e metodologia. Rio de Janeiro: Casa da Palavra/Faperj, 2003. p. 27-28.
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TEXTO 2
Abordagem dos documentos
Todo documento, incluindo os documentos de natureza audiovisual,
deve ser analisado a partir de uma crítica sistemática que dê conta de seu
estabelecimento como fonte histórica (datação, autoria, condições de elaboração, coerência histórica do seu “testemunho”) e do seu conteúdo (potencial
informativo sobre um evento ou um processo histórico). Com a crescente
sofisticação da crítica documental, novas técnicas linguísticas e novas técnicas quantitativas e seriais permitiram não apenas a ampliação do potencial
informativo das fontes históricas, mas a própria ampliação da tipologia das
fontes. De testemunho visto como “verdadeiro”, desde que “autêntico”, os
historiadores contemporâneos passaram a enfatizar a análise das representações simbólicas contidas na fonte. Se a linguagem, para os historiadores
tradicionais, era um veículo neutro das ideias contidas num documento escrito, para os historiadores surgidos a partir dos anos 1950, cada vez mais a
linguagem deve ser, em si mesma, objeto da reflexão.
Para o caso do documento audiovisual, essa é uma questão-chave.
Nesse tipo de fonte histórica, sua linguagem não escrita foi vista, inicialmente,
como “objetiva” e “neutra”. Nesse sentido, a fonte audiovisual foi percebida
como um registro quase mecânico da realidade externa, testemunho mais
fiel ainda aos fatos e processos históricos, conjunto de significados que iam
direto ao referente (a “realidade”), parecendo prescindir de análise de significantes e de códigos de linguagem. Como vimos na primeira parte, essa tem
sido a grande crítica dos historiadores contemporâneos, especializados em
linguagem cinematográfica ou musical, para os quais a linguagem não escrita,
apoiada em registros mecânicos, é uma linguagem como outra qualquer, que
precisa ser decodificada, interpretada e criticada. Mesmo que o historiador
não esteja preocupado com os aspectos estéticos de um filme ou de uma
peça musical, ou com os aspectos comunicacionais de um programa de televisão ou de rádio, essas categorias não podem ser negligenciadas. Inclusive
os aspectos mais propriamente “técnicos” que envolvem tais fontes, como o
processo de filmagem, revelação e edição de um filme, os processos de gravação fonográfica de uma música (gravação, mixagem, equalização, edição etc.)
ou os processos de gravação de um programa de TV ou rádio, não podem ser
completamente desconsiderados pelo historiador especialista nesses meios.
Em outras palavras, no caso das fontes audiovisuais e musicais, os “conteúdos”, as linguagens e as tecnologias de registro formam um tripé que, em
última análise, irá interferir no potencial informativo do documento. O historiador, mais treinado em análises de documentos escritos, tende a isolar os
aspectos de “conteúdo” da fonte (tema, características psicológicas e ideológicas dos personagens e das situações representadas, canais e códigos
verbais etc.) dos aspectos de linguagem técnico-estética (códigos de imagem
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e som) e tecnologias de registro. Ainda é comum ler artigos, capítulos ou
mesmo teses que trabalham com a pesquisa a partir de fontes audiovisuais,
mas que pouco incorporam uma crítica documental completa. Mesmo quando
os resultados de pesquisa não são completamente enviesados, o potencial
informativo das fontes fica prejudicado e limitado aos seus canais verbais (os
“diálogos” de um filme, a “letra” de uma canção, o “texto” de uma novela
ou telejornal). Obviamente, esses canais e códigos são bastante importantes,
em alguns casos até determinantes do “testemunho” ou da “representação”
documental da história. O problema está em isolá-los dos outros códigos,
canais e técnicas que estruturam o documento como um todo e que remetem
a linguagens específicas, complexas e sofisticadas, que não se resumem ao
parâmetro verbal. O enquadramento de uma cena, a edição de um filme, a
cor/textura empregada na captação da imagem, são fundamentais para que o
filme ganhe sentido cultural, estético, ideológico e, consequentemente, sócio-histórico. Na música, a textura ou colocação de uma voz, os timbres e o
equilíbrio entre os instrumentos, o andamento e as divisões rítmico-melódicas,
são estruturas que interferem no sentido conceitual, corpóreo e emocional de
uma letra. Na televisão, o tom da voz, a relação texto/imagem/trilha sonora,
a duração da notícia ou da cena, as estratégias de reiteração, o vocabulário
escolhido, são elementos fundamentais para o telejornal ou a telenovela serem
assimilados e ganharem sentido numa determinada sociedade.
NAPOLITANO, Marcos. Fontes Audiovisuais. A História depois do papel. In: PINSky, Carla B. (Org).
Fontes históricas. São Paulo: Contexto, 2010. p. 266-267.
TEXTO 3
Fotografia e sociedade
Para compreender a fotografia como fonte histórica é importante levar em
conta os usos sociais que agenciaram o invento fotográfico ao longo dos séculos
XIX e XX e consolidaram acervos importantes para a pesquisa.
Quando a fotografia ingressou no mercado, em versões técnicas variadas,
lançadas em pequenos lapsos de tempo entre 1839 e 1850, rapidamente nela
se identificou a capacidade de atender às mais diferentes demandas sociais. A
rapidez da produção em série e o baixo custo tornaram-se pré-requisitos em uma
sociedade com crescente industrialização. Conquistar novos mercados e incutir na
população o valor do maquinismo foram práticas que se retroalimentaram com as
pesquisas em busca da imagem produzida mecanicamente. O crescimento dos
segmentos médios e suas expectativas de ascensão incentivaram novas formas de
representação de identidade e distinção que estavam em sintonia com os esforços
de um diversificado grupo de homens das ciências, artistas e comerciantes que
transformaram a fotografia em um grande negócio. A fotografia foi pouco a pouco
substituindo a pedra litográfica.
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Invenção burguesa por excelência, a fotografia popularizou o retrato e
levou aos recantos mais distantes do mundo essa “Caixa de Pandora”, contendo paisagens de lugares exóticos, de monumentos, de tipos humanos,
retratos com apelos eróticos, paisagens urbanas das metrópoles, imagens
chocantes de guerras e de conquistas científicas. No campo da arte, a fotografia ampliou o acesso de alunos, profissionais e leigos a modelos e a obras
de arte antes fruídas somente in loco ou “reinterpretadas” por gravuristas em
publicações. Enquanto a nobreza cultivava seus valores e costumes para serem consumidos pelo seu próprio grupo, a burguesia se extrovertia em um
afã cosmopolita e imperialista. As coberturas fotográficas dos mais variados
temas pregavam a viagem e o conhecimento por meio da imagem.
A sociedade do século XIX desenvolveu uma paixão especial pela exatidão, qualidade requisitada tanto no âmbito científico como naquele pertinente
ao senso comum. O periódico francês Gazeta Literária publicou os seguintes
comentários a respeito de seis imagens de Daguèrre, o inventor oficial da fotografia: as imagens possuem
extraordinária minúcia [...] multiplicidade de detalhes [...] o menor efeito
acidental do sol, dos barcos, do mercado, dos bancos e do rio [...] os
mais delicados objetos [...] os diferentes graus de transparência [...]
tudo é reproduzido com exatidão inacreditável. O mais espantoso é
quando aplicamos na imagem um microscópio. A imensa quantidade
de detalhes, de extrema fineza e que o melhor olhar não poderia medir,
são descobertos [...]
As grandes celebridades, antes observadas de longe pela população, podiam “ser colecionadas” em casa, colocadas nos álbuns para promover a conversação em encontros sociais. A fotografia possibilitou o acesso virtual às pessoas da alta sociedade. Reduzidas a imagens do mesmo formato, colocadas
lado a lado nos famosos álbuns de celebridades, pessoas antes inacessíveis
podiam ser comparadas. Defeitos e qualidades físicos eram ressaltados, suas
expressões, postura corporal e roupas eram avaliadas. Se por um lado a fotografia esvazia a experiência, como afirma Susan Sontag, ensaísta e crítica americana dedicada aos temas da fotografia, ela democratiza a informação, mudando a
percepção do mundo e ampliando as referências de populações que antes dela
tinham suas vidas circunscritas ao seu local de moradia e trabalho.
LIMA, Solange Ferraz de; CARVALHO, Vania Carneiro de. Fotografia.
Usos sociais e historiográficos. In: PINSky, Carla B.; LUCA, Tania Regina de (Orgs.).
O historiador e suas fontes. São Paulo: Contexto, 2009. p. 29-30.
51
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ORIENTAÇÕES
ESPECÍFICAS
A criança, seu cotidiano e os diferentes espaços sociais que formam seu entorno mais próximo constituem o eixo principal de sustentação das quatro unidades didáticas deste volume.
A realidade do cotidiano é o ponto de partida e de chegada; dela
se extraem os elementos para pensar o mundo.
Observar, entender e ler o mundo só é possível quando a criança
descobre sua individualidade e seu papel nos diversos grupos sociais
de que participa, quando ela se descobre como parte integrante de
uma sociedade. A descoberta da sua individualidade aponta para a
descoberta e o reconhecimento das diferenças e semelhanças entre
os indivíduos e das múltiplas relações entre os grupos sociais.
Na organização das unidades didáticas, procurou-se partir da
contextualização da criança nos seus lugares de convívio, destacando-se a casa, a família e a escola. Os diferentes lugares e personagens
observados formam os espaços de vivência da criança e de seu grupo
social, com seu passado e presente.
A última Unidade apresenta de maneira introdutória a questão
dos direitos das crianças. Assim, o tema estudado procura proporcionar uma primeira reflexão sobre a situação das crianças brasileiras que
não têm seus direitos básicos respeitados.
Nessa construção há, ainda, a preocupação com a abordagem
dos chamados temas transversais e com o estímulo à prática da interdisciplinaridade. Os temas transversais estão presentes ao longo
de todo o livro – inclusive por se tratar do 2°- ano, quando a elaboração
de um conhecimento histórico mais específico está apenas se iniciando – no desenvolvimento das atividades nas quais se abordam a diversidade social e cultural, o reconhecimento do outro, a valorização do
trabalho, o convívio social e o respeito às regras da cidadania. Da mesma maneira, há atividades nas quais a História se aproxima de outras
disciplinas, em razão do uso de suas linguagens e metodologias nos
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temas tratados. Entre tantos outros possíveis podemos citar: trabalhos
com a localização no espaço (Geografia); leitura, redação e análise de
textos (Língua Portuguesa); exercícios de observação e de representação por meio do desenho e da pintura (Artes); realização de pequenos
cálculos de tempo (Matemática). O propósito é explorar outras áreas
do conhecimento e mostrar as possibilidades do ensino – aprendizagem multidisciplinar –, que não são poucas.
A construção do pensar historicamente inicia-se com atividades
que trabalham com noções de anterioridade, simultaneidade, posterioridade e duração. Além disso, o contato com diferentes fontes documentais possibilita que, aos poucos, os alunos percebam quais são os recursos existentes para nos aproximarmos das informações do passado.
É claro que tanto a abordagem dos temas transversais quanto
a prática do ensino interdisciplinar não podem ficar limitadas às atividades propostas no livro didático. O livro é um valioso suporte para o
trabalho do professor na sala de aula. Mas, na construção de seu conhecimento, o aluno precisa ser levado para além do livro e dos cadernos de classe. O professor deve incentivar os alunos a buscar outras
fontes de informação, como jornais, revistas, sites, filmes e programas
de televisão, além de promover diferentes atividades educacionais e
culturais, como visitar museus, ver exposições, assistir a concertos e
peças de teatro, conhecer as instituições de atuação importante na
vida social da sua comunidade.
ESTRUTURA DAS
UNIDADES DIDÁTICAS
Unidade 1 – eU e os oUtros
O tema desta Unidade está centrado na descoberta do aluno
de sua própria individualidade e de outras individualidades presentes
no grupo social no qual está inserido. Ele aprende a reconhecer sua
identidade – por meio de documentos, características corporais e preferências, por exemplo – e as identidades dos colegas de classe, com
suas semelhanças e diferenças físicas e sociais.
•Página9,atividades1e2
Atividade de aquecimento para abertura da Unidade. A intenção
é iniciar o volume mostrando aos alunos a diversidade da composição
da sociedade brasileira.
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Capítulo 1 – Vamos nos conhecer?
Quadro de objetivos e conteúdos
Objetivos didáticos
•Reconhecer a própria
identidade.
Conteúdos
Conceituais:
•Minha identidade.
•Perceber, registrar
e valorizar a
individualidade.
•Meus sentimentos.
•Perceber, registrar e
valorizar a afetividade.
•Documentos.
•Observar, reconhecer e
valorizar semelhanças
e diferenças entre as
crianças do grupo.
•Nossas diferenças.
Procedimentais:
•Observar imagens, representá-las
em desenhos ou descrevê-las.
•Começar a ler e comentar textos.
•Construir palavras e expressões.
•Distinguir objetos e situações.
•Fazer perguntas e responder a elas,
ouvir e anotar respostas.
•Identificar documentos pessoais.
•Comparar diferenças e semelhanças.
Atitudinais:
•Assumir sua identidade.
•Aceitar as diferenças e as semelhanças entre
as pessoas e conviver com elas.
•Desenvolver a autoestima.
Orientações específicas para o capítulo
Neste capítulo, os alunos iniciarão a discussão sobre identidade
e alteridade. Para tanto, falarão (e ouvirão seus colegas) sobre suas
características físicas, seus gostos e medos. Aqui, os documentos
pessoais são apresentados aos alunos. O foco está na noção de “documento” como registro formal da identidade. Interessa mais que os
alunos entendam a relação entre esses objetos e sua vida pessoal do
que a natureza oficial ou institucional deles. Merecem atenção especial
as situações criadas pelas dificuldades de alguns alunos em encontrar
esses documentos em casa e trazê-los para a classe, ou até mesmo
pela inexistência deles.
Na abertura do capítulo (Vamos começar, p. 10), há uma atividade de aquecimento em que os alunos irão se apresentar para os
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colegas. Na sequência, é proposto que cada um preencha uma ficha
onde constam nome, idade e data de nascimento.
Por ser este capítulo o início da discussão sobre identidade, na
seção Viagem pela leitura (p. 13), os alunos lerão um divertido texto
sobre o garoto Marcelo, que questiona o tempo todo o nome das coisas e até mesmo seu próprio nome.
Neste capítulo, os alunos também terão a oportunidade de conversar sobre sentimentos e gostos. Para complementar esse tema, na
seção Viagem pela leitura (p. 17) lerão um texto que fala dos medos
que as crianças sentem.
Voltando à questão da identidade, os alunos são apresentados a
uma primeira discussão sobre o significado dos documentos.
Para encerrar o capítulo, a seção Hora do recreio (p. 24) propõe
atividades que resgatam parte do que foi estudado até então. Já na
seção É hora de pesquisar (p. 26) deve ser feita uma série de entrevistas com adultos sobre os medos que eles têm.
•Página10,Vamos começar
Uma boa maneira de iniciar esse ano em que começam as aulas
de História é fazer que cada aluno se apresente, dizendo o nome e a
data do aniversário (dia e mês). Se possível, depois, registre essas informações e monte o calendário de aniversários da classe (inclusive o
da professora), ilustrando com desenhos e colagens alusivos a fatos ou
características dos meses ou das estações do ano, como, por exemplo, o Carnaval, a Páscoa, as festas juninas, o Dia da Independência,
o Natal, a primavera, o verão, o inverno etc.
•Página11,atividades1e2
Converse sobre o significado e a importância do nome para a
construção da identidade de cada um, bem como sobre a importância
de que todos comecem a conhecer-se e a chamar-se pelo nome para
um bom convívio na classe. Atenção especial para os alunos que ainda mostrem dificuldade em escrever corretamente o próprio nome ou
registrar a idade. Use a ficha de identidade para começar a falar sobre
a existência de “documentos” que nos identificam na vida social.
•Página12,atividade3
Nas perguntas e respostas, o aluno vai descobrindo a origem e
avaliando o significado do próprio nome a partir do contexto familiar e
também o significado do apelido na família e entre os amigos. É outra
boa oportunidade para que a classe amplie a discussão do tema da
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importância do nascimento de uma pessoa para o grupo em que vive,
da escolha do nome, a expectativa dos pais, a preocupação com a
saúde e a educação dos filhos.
•Páginas13-14,Viagem pela leitura
O texto é simples e claro, assim como as perguntas sobre ele.
O mais importante, porém, são a prática da leitura do texto, que será
mais proveitosa se feita em voz alta e por vários alunos, e o exercício
de ler coletivamente e responder individualmente às questões propostas e a outras possíveis. As respostas devem ser comentadas. Como
regra essencial neste ano de consolidação do letramento básico, as
dificuldades de leitura e redação devem ser trabalhadas com estímulo
ao empenho pessoal, respeitando-se as condições gerais da classe e
o ritmo de cada aluno.
•Páginas15-16,atividades4,5e6
Trabalha-se, aqui, a individualidade com base no reconhecimento de elementos, condições e reações ligados à subjetividade, aos afetos e emoções, à autoestima. Os alunos mostram como reconhecem
esses elementos e às valorizam em si mesmos e nos outros.
•Página16,atividades7e8
Aqui, trabalha-se a construção de identidades por meio dos
gostos e das preferências, que também permitem abordagens das
subjetividades dos alunos e explorações de seus contextos familiares, sociais e culturais, com destaque para brinquedos, brincadeiras,
comidas, cores, leituras, passeios. Nestas e nas atividades anteriores,
dê atenção especial para situações ou manifestações que possam
criar constrangimento, revelar preconceitos etc.
•Páginas17-18,Viagem pela leitura
Volta aqui o tema do medo, já abordado antes, em atividade de
leitura e entendimento de um texto; atividade que, além de exercitar a
leitura, traz para a classe novas referências, situações e abordagens
para debater.
•Página20,atividades9e10
Trabalhe a ideia de que algumas características físicas, como as
impressões digitais, são diferentes em cada indivíduo e por isso servem como nossos primeiros “documentos” de identificação.
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•Páginas21-22,atividades11e12
Apresente a certidão de nascimento como primeiro documento oficial de identificação; veja e compare as informações familiares que ela
contém; explique seu caráter oficial; converse sobre sua importância para
a cidadania e reflita sobre os problemas que podem ocorrer quando as
crianças não são devidamente registradas ao nascer.
•Página22,atividade13
A carteira de vacinação como documento institucional, emitido por
posto de saúde do governo ou instituição privada; a importância das
vacinas para a saúde das pessoas e a necessidade de registrar as datas
de aplicação.
•Página23,atividade14
A carteira de identidade, o documento que melhor nos identifica
como indivíduos e cidadãos e que pode ser tirado em qualquer idade;
observe, anote e compare os dados.
•Página24,Hora do recreio,atividade1
Estimule a busca, por parte das crianças, das letras que formam seus
nomes. Em seguida, seria interessante incentivar o registro dos nomes dos
colegas.
•Página24,Hora do recreio,atividade2
A produção de texto em dupla possibilita que um colega ajude o outro.
Permita que todos leiam os textos para que a sala adivinhe as palavras trocadas.
•Página24,Hora do recreio,atividade3
Atividade de leitura e respostas compartilhadas.
•Página25,atividades4e5
Outros documentos que a pessoa tem: na maioria, são documentos que as crianças ainda vão conhecer, mas sobre os quais já podem
ter referências a partir do grupo familiar, dos meios de comunicação etc.
•Página25,atividade6
Análise de imagens relacionadas com os temas estudados.
•Página26,É hora de pesquisar
Primeira atividade de entrevista realizada em casa. Após levantamento dos medos e das soluções, peça aos alunos que digam o que
acharam mais interessante na comparação entre adultos e crianças.
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•Página27,Leia também
Os livros são apenas sugestões. Neste momento, seria importante estimular a leitura em sala, com o acompanhamento da professora.
Se por acaso os alunos não tiverem o livro escolhido, a professora pode
ler o texto para a classe.
Quando terminar a leitura, é possível realizar uma atividade em
que os alunos recontem a história.
•Página27,Outras sugestões
Se a escola tiver acesso à internet, a professora pode selecionar
algumas histórias do Museu da Pessoa para vê-las com os alunos.
Se houver tempo, é possível assistir ao filme Menino Maluquinho.
Ou então acesse o site <www.meninomaluquinho.com.br> para desenvolver outras atividades com os alunos.
Atividades complementares
Identidade e diversidade: Apresente no quadro alguns nomes de crianças indígenas brasileiras ou de crianças de outros países,
acompanhados, se possível, de suas fotografias. Trabalhe com os alunos a ideia de que todas essas crianças também têm um nome, moram
em um lugar, têm uma família, uma identidade, independentemente de
estarem ou não registradas num documento oficial: esses nomes escritos em outras línguas (com significados muito próprios, como no caso
dos nomes indígenas) mostram que essas identidades têm diferenças
entre si. Todas essas pessoas são crianças, mas estão ligadas a lugares, famílias, línguas e modos de vida diferentes. E todos esses modos
de vida têm o mesmo valor.
Escolha do nome: Depois da apresentação dos alunos, convide
alguns para contarem como seus pais escolheram seus nomes. Use
alguns desses casos para conversar sobre os vínculos, as relações e
todas as circunstâncias que fazem parte do cotidiano familiar das crianças e como tudo isso interfere na vida delas e, portanto, na construção
das suas identidades.
Preferências e convivências: Sugira às crianças que desenhem
no caderno duas coisas que elas pediram à mãe ou ao pai na última vez
que foram à feira, ao supermercado etc. Depois que os alunos tiverem
mostrado seus desenhos, peça que cada um fale se conseguiu ou não
o que queria, explicando o que fez para conseguir ou o porquê de não
ter conseguido. É um diálogo sobre as relações entre as pessoas, neste
caso, as relações familiares, no qual o tema de fundo é o conhecimento
e a tolerância das individualidades, o equilíbrio respeitoso e afetuoso
que deve ser construído entre iguais (pessoas) e diferentes (filhos e pais).
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Unidade 2 – nós, a nossa família
e a nossa história
O tema desta Unidade amplia o da anterior. O aluno descobre a
identidade do seu grupo familiar e as múltiplas relações afetivas, sociais e culturais que o ligam a ele. Na construção da identidade familiar, introduz-se a dimensão histórica usando-se o recurso da memória
e das referências temporais (lembranças mais recentes da criança e
lembranças mais antigas dos adultos).
•Páginas28-29,atividadedeaberturadaUnidade.
Nesta atividade, os alunos são estimulados a observar imagens
de famílias de distintas regiões e épocas. Com isso, trabalha-se tanto
a diversidade (e, portanto, o respeito à diferença) quanto as diferentes
temporalidades.
Capítulo 2 – Nós e a nossa família
Quadro de objetivos e conteúdos
Objetivos didáticos
•Reconhecer o grupo
familiar.
•Reconhecer a
importância das
relações e vínculos
familiares.
•Reconhecer diferentes
estruturas familiares.
•Perceber, registrar e
valorizar a cooperação
familiar.
Conteúdos
Conceituais:
•A individualidade e o grupo familiar.
•Diferentes modelos de famílias.
•A vida em família.
Procedimentais:
•Observar imagens, compará-las
e representá-las em desenhos
ou descrevê-las.
•Construir palavras e expressões.
•Organizar e classificar informações.
•Discutir e comparar diferenças e
semelhanças.
Atitudinais:
•Perceber e conviver com a sua realidade
familiar.
•Aceitar as diferenças e as semelhanças
entre as pessoas que compõem
o grupo familiar.
•Valorizar a afetividade e a
cooperação familiar.
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Orientações específicas para o capítulo
Neste capítulo, a atenção volta-se para a observação da família.
Ao mesmo tempo em que o aluno refletirá sobre sua composição familiar, ele também entrará em contato com diversas estruturas familiares.
O respeito às diferenças é trabalhado com frequência neste capítulo.
Na abertura (Vamos começar, p. 30-31), os alunos verão fotos e
relatos de pessoas de uma mesma família para começar a pensar na
estrutura de sua própria família.
Na sequência (p. 32-33), eles verão relatos de famílias com diferentes composições. A intenção é que os alunos tenham contato com
a diversidade de organizações familiares.
No texto da seção Viagem pela Leitura (p. 34-35), os alunos lerão
outros relatos de diferentes famílias.
Depois de ler sobre essas famílias, os alunos são convocados
a organizar a árvore genealógica de sua própria família na página 36.
Posteriormente (p. 37-40), eles lerão uma história em quadrinhos
que introduz diversos termos usados para se referir aos parentes.
Após reconhecerem diferentes famílias, os alunos lerão textos que
falam da cooperação nas atividades domésticas (p. 41 e 42) e também
sobre a cooperação que existe nas comunidades indígenas (p. 43-44).
Para encerrar este capítulo, em que se discutiu a composição
familiar e a cooperação entre os membros da família, a seção Hora do
recreio (p. 45-47) propõe a organização de uma festa de aniversário
na sala de aula e algumas perguntas que retomam o que foi estudado.
Por fim, na seção É hora de pesquisar (p. 47) a professora fará um
levantamento sobre o número de irmãos que cada aluno da sala tem.
•Páginas30-31,Vamos começar
Os alunos apresentam suas famílias, seus pais e irmãos, seus
nomes, suas características, coisas que fazem, onde moram, em que
seus familiares trabalham etc.
•Página33,atividade1
Use as imagens, as referências e o texto para orientar o olhar dos
alunos para diferentes estruturas e formas de convívio nas famílias.
Observações, diálogos, anotações, desenhos etc. devem levar os alunos a reconhecer que a organização dos grupos familiares é múltipla
e pode ser diferente daquela em que vivem, da que estão mais próximos ou mais acostumados a ver, da que pensam ser mais comum
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e verdadeira. Nesta atividade, podem surgir temas paralelos, como o
das crianças adotadas, abandonadas ou recolhidas a abrigos; aborde-os, se for oportuno e conveniente. É tão importante estimular a livre
troca de referências e experiências quanto evitar constrangimentos e
neutralizar preconceitos.
•Páginas34-35,Viagem pela leitura
Leitura e entendimento de um texto literário que possibilita o
aprofundamento e o enriquecimento do tema que está sendo trabalhado, o do reconhecimento pelos alunos do seu âmbito familiar e de
características que o tornam comum e, ao mesmo tempo, diferente
em relação aos outros.
•Página36,atividade2
Exercício de levantamento e organização de informações sobre
as origens familiares e trabalho de construção de uma perspectiva histórica para a formação da família. Dê atenção especial aos alunos que,
por qualquer razão, não tenham elementos para montar sua árvore.
•Página38,atividade3
Exercício que estimula a criatividade após a compreensão da história em quadrinhos. Crie situações para que os alunos compartilhem
as ideias que tiveram.
•Página39,atividade4
O objetivo é o entendimento de que, além dos pais e avós, existem outros parentes que fazem parte das nossas relações familiares
e que formam a família em seu sentido mais amplo. Novamente, dê
atenção às situações específicas que podem não se encaixar no padrão tido como normal e dominante, de alunos que não conhecem
seus parentes ou que não se lembram de nomes, por exemplo.
•Páginas39-40,atividades5e6
Atividades de fixação e aplicação de noções e relações, que
podem ser feitas individualmente, da maneira proposta e com os recursos didáticos indicados, ou coletivamente e de outras formas, no
quadro-negro, por exemplo.
•Página42,atividade7
Estímulo e reforço da solidariedade e cooperação familiar, questionando estereótipos dos adultos (em família não se briga, por exemplo,
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ou em família o pai trabalha e a mulher fica em casa) e rompendo
preconceitos das crianças (meninos não fazem “essas coisas”, como
ajudar a arrumar a casa ou lavar a louça, só as meninas). Ética nas
relações familiares: distinguir a cooperação regular (assumida como
sua parte nas tarefas domésticas) da cooperação episódica (vista e
praticada como “ajuda” ou “favor” aos pais).
•Página43,atividades8e9
Exercício de observação e análise de imagens. Comparação
com a realidade indígena. Atividade que garante o contato com outras
realidades.
•Página44,atividade10
Com a introdução de referências à vida das famílias indígenas,
nesta leitura e interpretação de texto amplia-se o foco sobre os diferentes modelos de organização e vida familiar. Isso mostra que a
organização e a vida da família estão ligadas à organização e à vida
de cada sociedade em cada lugar e que existem contextos sociais e
culturais diferentes daqueles que conhecemos e onde vivemos.
•Páginas45-47,atividades1,2e3
Uma festa de aniversário inventada, uma brincadeira na classe,
uma forma criativa e lúdica de aplicar o que se falou, refletiu e aprendeu sobre a vivência em grupo; poderá ser uma experiência prazerosa,
divertida e muito educativa.
•Página47,atividades4,5e6
Retomada da questão de participação nas atividades domésticas e da comparação com as crianças indígenas.
•Página47,É hora de pesquisar
Atividade que permite que os alunos se conheçam um pouco
mais e que, ao mesmo tempo, introduz um exercício com números e
representação em forma de gráfico.
Devem-se montar as barras verticais com os quadradinhos referentes aos números para que os alunos percebam que essas barras
mostram o número maior e o número menor. Ou seja, se há dois alunos com apenas um irmão, essa barra terá dois quadradinhos. Mas
se há dez alunos com três irmãos, essa barra vertical será muito mais
alta, com dez quadradinhos.
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Atividades complementares
Conversa em família: Desdobrar a atividade 7 (p.42) do item
“Vivendo em família e cooperando”, pedindo aos alunos que conversem em casa sobre como eram os trabalhos domésticos quando seus
pais eram crianças. Depois, os alunos contam na classe o que ouviram
dos pais (se possível, peça que escrevam duas frases no caderno,
uma referente ao pai e outra à mãe). O objetivo é introduzir uma perspectiva de tempo nesta abordagem: os valores, preferências, papéis e
comportamentos familiares, individuais e coletivos (mudam, permanecem, duram, são construídos e reconstruídos, têm uma história).
Crianças e famílias indígenas: Ler na classe o texto (ou trechos) do capítulo “Criança e educação”, do livro Coisas de Índio, de
Daniel Munduruku, p. 48-50. O objetivo é aproveitar a leitura como
fonte de informação e como matéria de discussão sobre a existência
de diferentes padrões de educação das crianças e de convivência familiar. Depois da conversa, pode-se pedir aos alunos que desenhem
no caderno uma criança indígena e um objeto que ela usa para brincar
ou para ajudar os pais no trabalho. Essa sugestão também pode ser
aproveitada, se for mais conveniente, no capítulo 4.
Eu (Palavra Cantada): Se houver possibilidade, mostre aos alunos o videoclipe da música Eu, do grupo musical Palavra Cantada,
para abordar de maneira lúdica a formação das histórias familiares.
Se houver dificuldade para ter acesso ao videoclipe, ao menos ouça a
música e converse sobre sua letra.
Eu
Perguntei pra minha mãe: “Mãe, onde é que ocê nasceu?”
Ela então me respondeu que nasceu em Curitiba
Mas que sua mãe que é minha avó
Era filha de um gaúcho que gostava de churrasco
E andava de bombacho e trabalhava no rancho
E um dia bem cedinho foi caçar atrás do morro
Quando ouviu alguém gritando: “Socorro, socorro!”
Era uma voz de mulher
Então o meu bisavô, um gaúcho destemido
Foi correndo, galopando, imaginando o inimigo
E chegando no ranchinho, já entrou de supetão
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Derrubando tudo em volta, com o seu facão na mão
Para alívio da donzela, que apontava estupefata,
Para o saco de batata, onde havia uma barata
E ele então se apaixonou
E marcaram casamento com churrasco e chimarrão
E tiveram seus três filhos, minha avó e seus irmãos
E eu fico imaginando, fico mesmo intrigado
Se não fosse uma barata ninguém teria gritado
Meu bisavô nada ouviria e seguiria na caçada
Eu não teria bisavô, bisavó, avô, avó, pai, mãe, não teria nada
Nem sequer existiria
Perguntei para o meu pai: “Pai, onde é que ocê nasceu?”
Ele então me respondeu que nasceu lá em Recife
Mas seu pai que é o meu avô
Era filho de um baiano que viajava no sertão
E vendia coisas como roupa, panela e sabão
E que um dia foi caçado pelo bando do Lampião
Que achavam que ele era da polícia um espião
E se fez a confusão
E amarraram ele num pau pra matar depois do almoço
E ele então desesperado gritava: “Socorro!”
E uma moça apareceu bem no último instante
E gritou pra aquele bando: “Esse rapaz é comerciante!”
E com muita habilidade ela desfez a confusão
E ele então deu um presente, um vestido de algodão
E ela então se apaixonou
Se aquela moça esperta não tivesse ali passado
Ou se não se apaixonasse por aquele condenado
Eu não teria bisavô, nem bisavó, nem avô, nem avó, nem pai pra casar com a minha mãe
Então eu não contaria essa história familiar
Pois eu nem existiria pra poder cantar
Nem pra tocar violão
TATIT, Paulo. Eu. In: CD Canções Curiosas. Palavra Cantada. MCD, 1998.
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Capítulo 3 – Lembranças da nossa vida
Quadro de objetivos e conteúdos
Objetivos didáticos
•Reconhecer o grupo
familiar.
•Reconhecer a
importância das
relações e vínculos
familiares.
•Perceber, registrar e
valorizar a afetividade
familiar.
Conteúdos
Conceituais:
•A individualidade e o grupo familiar.
•A família e sua história.
•Tempo.
Procedimentais:
•Construir palavras e expressões.
•Ler, comentar e redigir textos,
individualmente e em grupo.
•Fazer e responder perguntas, ouvir e anotar
respostas.
•Trabalhar em grupo.
•Analisar imagens.
Atitudinais:
•Perceber e conviver com a sua realidade
familiar.
•Valorizar a afetividade e a cooperação familiar.
•Respeitar as diferenças.
Orientações específicas para o capítulo
Neste capítulo, é apresentada aos alunos a passagem do tempo,
tanto com base na observação de sua própria vida quanto na leitura de
relatos de outras pessoas. Nestes casos, os alunos também observarão imagens de outras épocas.
Ainda neste capítulo, há diferentes atividades que utilizarão fotos,
sobretudo dos alunos. É importante estar prevenido para o caso de
algum aluno não ter fotos disponíveis.
Sendo assim, vale um levantamento prévio com os alunos para
verificar essa disponibilidade. A própria professora pode trazer fotos
da família para participar das atividades.
Na seção Vamos começar (p. 48-49), são apresentadas fotos
de duas crianças desde os primeiros dias de vida até os dez anos
para que os alunos tenham uma percepção sobre a passagem do
tempo. Na sequência (p. 50), são mostradas fotos dos reinos vegetal
e animal nas quais a passagem do tempo também é percebida. Para
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concretizar a percepção dessa situação, os alunos devem fazer uma
atividade com grãos de feijão (p. 51) e ler um trecho da história João
e o pé de feijão (p. 52).
Posteriormente, os alunos deverão fazer uma série de atividades
em que observam suas fotos e as mudanças que ocorreram ao longo do
tempo, perguntam aos pais sobre como eram quando bebês e respondem a algumas perguntas sobre um passado mais recente (p. 53-55).
Na seção Viagem pela leitura (p. 56), lerão um texto sobre uma
senhora que relembra seu passado e o de seus pais. Os alunos também lerão um texto (p. 58-59) sobre o relato de outra senhora que fala
de sua avó que fora escravizada.
Para continuar a tratar da passagem do tempo, os alunos serão
convidados a observar objetos antigos e postais de diferentes cidades
da primeira metade do século XX (p. 60-62). Também poderão comparar ruas e famílias de diferentes momentos do século XX (p. 64 e 65).
Em outra seção Viagem pela leitura (p. 66), os alunos lerão um
relato de como era a cidade de São Paulo no início do século XX.
Também farão atividades em que compararão objetos, roupas, imagens de épocas diferentes.
Para finalizar o capítulo, na seção Hora do recreio (p. 70), os alunos farão uma atividade em que reconhecerão situações fora de seu
tempo e na seção É hora de pesquisar (p. 71) montarão uma exposição com fotos de momentos importantes de sua vida.
•Páginas48-49,Vamos começar
A observação das fotos permite que os alunos percebam claramente a passagem do tempo.
•Página51,atividade1
As referências fotográficas anteriores e essa pequena experiência
permitem observar o tempo biológico de várias maneiras. É uma observação importante, que prepara a introdução do conceito de tempo histórico.
•Página52,atividade2
Exercício de leitura de um texto com uma narrativa infantil bastante conhecida. Além de enriquecer a anterior, esta atividade é uma
oportunidade para que os alunos exercitem sua inventividade para o
desenvolvimento da narrativa, falando, escrevendo, desenhando etc.
•Páginas53-55,atividades3a7
Exercícios para desenvolver a capacidade de observação, discussão
e registro de mudanças e permanências, de semelhanças e diferenças
66
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relacionadas ao tempo histórico dos alunos. Um aspecto importante dessas atividades está no fato de a observação e o registro não se limitarem
às lembranças contidas na memória pessoal, mas envolverem também
aquelas da memória do grupo social, obtidas por meio de entrevistas com
os familiares. Igualmente importante é o fato de a observação e o registro não se limitarem às características físicas, mas abrangerem todas as
referências pessoais e familiares levantadas (roupas, objetos, brinquedos,
imagens, acontecimentos e lugares que envolvem parentes e amigos etc.)
e que revelem mudanças ou permanências temporais.
•Página57,atividade1
Exercício de localização de informação.
•Página57,atividade2
Exercício de comparação entre as informações presentes no texto e a realidade do aluno.
•Página59,atividade8
Exercício que exige compreensão do texto para então formular
alguma pergunta para a narradora. A atividade estimula a curiosidade
e a percepção de outras temporalidades.
•Página59,atividade9
Novamente a memória (oral e escrita) é abordada como fonte de
numerosas e diversificadas referências da história familiar. O que se
propõe aqui, especificamente, é o registro pelos alunos de pequenos
relatos dos mais velhos (pais, avós, irmãos) sobre casos e situações
relevantes na trajetória da família. Essa relevância destacada pelos que
fazem os relatos (os familiares) deve ser compreendida pelos que os
registram (os alunos) para posterior exposição em aula.
•Página63,atividades10e11
A memória familiar nos velhos documentos pessoais: exercícios
de observação de informações para medir temporalidades e destacar
diferenças e semelhanças.
•Página63,atividade12
A história familiar numa história pessoal, levantada por meio de
entrevista. Aqui, além das perguntas apresentadas no roteiro do livro,
podem-se acrescentar outras, relacionadas às condições da classe e
da comunidade local (relacionadas ao trabalho, por exemplo).
67
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•Página65,atividades13e14
Nestas atividades, o aluno deve exercer a capacidade de comparação com base na observação das fotografias e na percepção das
características do mundo contemporâneo. Para tanto, é proposto que
ele se transfira para dentro das situações retratadas nas fotos.
•Página67,atividade1
Comparação de temporalidade entre o hoje e o ontem por meio
de um exercício de leitura e entendimento das informações do texto.
•Páginas67-69,atividades2e3
Para fazer em casa, com a participação dos familiares mais velhos: exercícios de reconhecimento e contextualização de referências
ao passado e ao presente por meio de imagens, objetos, situações; o
objetivo é identificá-los e situá-los no tempo, de acordo com as informações obtidas junto às pessoas entrevistadas ou em outras fontes.
Aqui também é possível e desejável a utilização de outras referências –
imagens, objetos e situações – que sejam mais próximas da realidade
social e cultural vivida pelos alunos.
•Página70,Hora do recreio
Exercício lúdico sobre a relação entre passado e presente. É possível que os alunos tenham certa dificuldade em identificar todas as
referências apresentadas, como o egípcio antigo com as pirâmides,
por exemplo.
•Página71,É hora de pesquisar
Nesta atividade, os alunos irão retomar as fotos pessoais já utilizadas na página 53, porém com a intenção de montar um painel que
demonstre a passagem do tempo a partir dos principais eventos ocorridos até então.
Momento para discutir com a sala como definimos o que é marcante em nossas vidas.
•Página72, Leia também
Da mesma maneira que no final da Unidade anterior, esses livros
são apenas sugestões de leitura. Segundo as possibilidades, a professora pode orientar que sejam lidos.
Neste momento, a orientação pode ser para que a leitura seja
feita em casa e as partes lidas podem ser comentadas em sala pelos
alunos leitores.
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•Página73,Outras sugestões
Se houver tempo e condições técnicas na escola, a professora
pode acessar com os alunos os sites sugeridos e exibir o filme.
Antes do acesso e da exibição é importante que os objetivos das
atividades a serem desenvolvidas sejam definidos.
Atividades complementares
Álbum de família: Depois que os alunos tenham mencionado ou trazido para a classe fotos, objetos, escritos etc. da família,
proponha que eles façam numa página do caderno seu “álbum de
família”, desenhando algumas imagens que, no conjunto, seriam uma
representação de sua família no passado e no presente. Troque os
desenhos entre os alunos e comente sua qualidade, elogie e critique,
pergunte sobre a escolha das imagens, tire dúvidas.
Viajando no tempo: Um desafio para os alunos: imaginar
como era a vida das crianças e das famílias quando não havia televisão. Em grupos, os alunos poderão conversar e trocar ideias sobre
aspectos específicos do tema: a vida à noite depois do jantar, as
brincadeiras das crianças, as visitas entre os parentes, a vida nos
fins de semana, por exemplo. Depois, cada aluno faz no caderno um
desenho sobre o tema da conversa do seu grupo e explica o que o
desenho representa. O objetivo é trabalhar a relação entre presente
e passado, mas é preciso garantir que os alunos possam contextualizar esse passado em cerca de sessenta anos atrás, fornecendo-lhes algumas informações e referências do período anterior ou inicial da televisão no Brasil.
Unidade 3 – nós e a nossa escola
O tema da identidade e do reconhecimento das relações com o
seu grupo mais próximo é transposto para o espaço social da escola. O
aluno começa a descobrir e a avaliar o sentido da sua presença na escola, do convívio com os colegas, professores e funcionários e do trabalho diário de aprendizagem. Essa elaboração ganha uma perspectiva
histórica, por meio da investigação de mudanças e permanências nos
processos de ensino em geral e na vida de sua escola em particular.
Nesta atividade de abertura da Unidade (p. 74-75), a observação
das fotos de diferentes regiões e épocas estimula a comparação dos
alunos com sua própria escola.
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Capítulo 4 – A gente vive e aprende na escola
Quadro de objetivos e conteúdos
Objetivos didáticos
•Reconhecera
escolacomooutro
espaçodavida
pessoal.Inserira
escolanoconjunto
davidasociale
familiar.
•Assumiraescola
comoumlugarde
aprendizagemede
convíviosocial.
•Perceber,registrare
valorizaraatividade
escolar.
Conteúdos
Conceituais:
•Aindividualidadenaaprendizagemenoconvívio
escolar.
•Diferentesmodelosdeensino-aprendizagem.
•Asrelaçõessociaisnaescola.
Procedimentais:
•Observarimagens,representá-lasemdesenhos
oudescrevê-las.
•Ler,comentareredigirtextos,individualmentee
emgrupo.
•Fazer(eresponderàs)perguntas,ouvireanotar
respostas.
•Discutirecomparardiferençasesemelhanças.
•Trabalharemgrupo.
Atitudinais:
•Perceberarealidadeescolareconvivercomela.
• Aceitarasdiferençaseassemelhançasentreas
pessoasquecompõemtodoogrupodaescola.
Valorizarorespeitoentrealunos,professorese
funcionárioseacooperaçãoentrecolegasdeclasse.
Orientações específicas para o capítulo
Apósareflexãosobreafamília,nestecapítuloosalunospriorizam
aobservaçãodaescola.Tambémaquiadiversidadeéapresentadaaos
alunoscomoestímuloaatitudesdecooperaçãoentrecolegas.
O capítulo é iniciado com uma atividade de observação de ilustraçõessobrediferentessituaçõesdocotidianodaescola(Vamos começar,p.76).Nasequência,sãoapresentadosalgunstextossobreas
característicasdasescolasindígenas(p.77-79).
Posteriormente, os alunos lerão textos e observarão fotos que
abordam o que se aprende na escola, destacando a importância da
convivênciaedorespeitoàsregras(p.80-81).
NaseçãoViagem pela leitura(p.82),háumpoemasobreosignificado da escola e, na seção Hora do recreio (p. 83), os alunos são
convidadosaobservarailustraçãodeumaescolaeverificaroqueestá
foradolugar.
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Por fim, na seção É hora de pesquisar (p. 84), com base em um
passeio pela escola, os alunos farão um relato sobre o que mais chamou a atenção.
•Página76,atividades1,2e3
Atividades de aquecimento para que os alunos percebam que
o aprendizado na escola não está restrito à sala de aula e ao contato
com a professora. É possível aprender também com os colegas, desde novas brincadeiras até mesmo a atitude de compartilhar o lanche.
•Página78,atividade1
Leitura que permite o contato dos alunos com características
das populações indígenas. Ao mesmo tempo em que Verá Mirim frequenta uma escola particular, seu avô é o responsável por sua educação indígena.
•Página79,atividades2,3,4e5
Leitura de texto que destaca o fato de as crianças indígenas
aprenderem a partir da convivência com os adultos. Tendo essa percepção, os alunos devem olhar para sua realidade e perceber como
eles aprendem em ambientes fora da escola.
•Página80,atividades6e7
A escola não é o único lugar onde ocorre o aprendizado das crianças, mas é um lugar que tem essa função por natureza: os alunos devem
confirmar isso com suas próprias referências e opiniões. Discussões e
anotações em grupo, aqui, são uma boa forma de fazer isso.
•Página80,atividades8e9
O tema é o das regras da convivência escolar no sentido estrito,
dentro dos regulamentos da escola: discutem-se sua necessidade e
sua importância, para que a escola possa funcionar bem e cumprir a
função de ensinar.
•Página81,atividade10
Continuação da anterior, esta atividade direciona a atenção dos
alunos para a identificação e o reconhecimento da escola como um
grupo onde muitas pessoas cumprem diferentes papéis, todos voltados para o interesse da sua função e educação.
•Página82,atividades1,2e3
Com base na leitura do poema, a atividade propõe que o aluno faça
uma comparação entre a escola do poema e sua própria escola. Também
insiste na ideia de que no espaço escolar ocorrem outros aprendizados
71
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além daquele proporcionado pela professora. Por fim, permite que os
alunos possam imaginar como seria a escola que eles gostariam de ter.
•Página83,Hora do recreio,atividade1
Retoma a discussão sobre as escolas indígenas, para que os
alunos imaginem como é essa realidade escolar. Essas atividades de
transferência para outros espaços ou tempos são importantes para
desenvolver a abstração, tão necessária no estudo da História.
•Página83,Hora do recreio,atividade2
Atividade mais lúdica, em que os alunos devem perceber quais
elementos não fazem parte do espaço físico da escola.
•Página84,É hora de pesquisar,atividades1e2
Reconhecimento pelos alunos da instituição onde estudam, considerando o espaço, a arquitetura, as salas, os equipamentos e, especialmente, as pessoas que nela trabalham pela educação. É uma
pequena viagem de observação, que deve resultar em algumas anotações daquilo que chame a atenção das crianças. Essas anotações
devem ser comentadas.
Esta atividade finaliza o capítulo e também prepara os alunos
para as próximas discussões sobre a história da escola.
Atividades complementares
O conhecimento compartilhado: Converse com os alunos sobre
este tema. O objetivo é fazê-los perceber que a construção do conhecimento não é uma ação apenas individual, mas participativa, na qual interagimos uns com os outros, seja enquanto estamos aprendendo, seja
enquanto estamos comunicando o que aprendemos. Para mostrar isso
na prática, pode-se, depois da conversa geral, pedir aos alunos que escrevam no caderno duas maneiras de colaborar entre si para que todos
aprendam. As respostas mais comuns, as mais repetidas ou enfatizadas
serão apresentadas como as melhores na opinião da classe.
Estudar é chato ou é gostoso?: Este pode ser o tema de um
bom diálogo com a classe. Pode-se dar um tempo para que os alunos
pensem e conversem entre si para, depois, pedir que cada um dê um
motivo pelo qual estudar pode ser chato ou gostoso: os motivos são
colocados no quadro, em duas colunas: “chato” e “gostoso”. No final,
comente as referências dos alunos em cada coluna. O objetivo, evidentemente, é o de criar na criança, desde cedo, uma relação afetiva
com a aprendizagem, fazê-la descobrir que aprender pode ser prazeroso, sobretudo se ela vê que seus talentos, habilidades e inclinações
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intelectuais, técnicas e artísticas estão sendo valorizados e estimulados no processo de ensino-aprendizagem.
Brincar ou competir?: Aproveite o momento depois do recreio,
quando um grupo de colegas estiver voltando para a classe, ainda
discutindo o resultado de uma partida de futebol na quadra (ou de
qualquer outro jogo) e com os vencedores tirando uma “onda” dos
perdedores, para colocar na roda a questão da recreação, do lazer,
da brincadeira, do esporte: tudo isso serve para brincar ou para competir? É diversão ou disputa? Essa conversa remete ao sentido da
convivência na escola e começa a despertar a consciência das crianças para o fato de que, mesmo numa sociedade que se mostra muito
competitiva, existe o brincar e o competir, e que quase sempre brincar
é bem mais divertido.
Capítulo 5 – A história da nossa escola
Quadro de objetivos e conteúdos
Objetivos didáticos
•Reconhecer a escola
como outro espaço da
vida pessoal.
•Assumir a escola
como um lugar de
aprendizagem e de
convívio social.
•Descobrir a escola
como instituição
também sujeita
a mudanças e
permanências no
tempo.
Conteúdos
Conceituais:
•A individualidade na aprendizagem e no
convívio escolar.
•Diferentes modelos de ensino-aprendizagem.
•As relações sociais na escola.
Procedimentais:
•Observar imagens, representá-las em
desenhos ou descrevê-las.
•Ler, comentar e redigir textos, individualmente
e em grupo.
•Organizar e classificar informações.
•Distinguir situações e referências temporais.
Atitudinais:
•Perceber e conviver com a realidade escolar.
•Aceitar as diferenças e as semelhanças entre
as pessoas que compõem todo o grupo da
escola.
•Valorizar o respeito entre alunos, professores
e funcionários e a cooperação entre colegas
de classe.
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Orientações específicas para o capítulo
Após a observação mais atenta de sua escola, neste capítulo os
alunos passarão a refletir sobre a escola em uma perspectiva histórica,
vendo imagens, lendo textos e ouvindo relatos de experiências nas
escolas em diferentes temporalidades.
Os alunos iniciam este capítulo ampliando o conhecimento sobre a história de sua escola na seção Vamos começar (p. 85). Como
contraponto, eles lerão um texto, verão fotos de escolas do início do
século XX e imagens de canetas-tinteiro, inclusive um anúncio do final
do século XIX (p. 86-89).
Na seção Viagem pela leitura (p. 90), há um poema de Cora Coralina
que apresenta uma escola com características muito diferentes da escola atual.
Na seção Hora do recreio (p. 91), as crianças são convidadas a
construir uma miniatura da sua própria sala de aula e na seção É hora
de pesquisar (p. 92) farão uma entrevista com seus pais ou responsáveis para saber como eram as escolas quando eles eram alunos.
•Página85,atividades1e2
Trabalho em grupo para o levantamento de informações históricas sobre a escola. É essencial orientar os alunos sobre as fontes
e lugares onde possam encontrar dados. O objetivo final é detectar
algumas mudanças significativas (ou a falta de mudanças) e redigir
pequenos comentários sobre elas.
•Página87,atividades1,2e3
Observação e comparação de realidades escolares distintas na
organização, funcionamento e temporalidade.
•Página89,atividade4
Exercício de observação, gerando perguntas e respostas relacionadas com o tema das diferenças entre objetos utilizados na escola e
o ensino do passado e do presente. O item d é um primeiro exercício
de análise de um documento com a intenção de perceber que foi produzido em outro período histórico.
•Página90,Viagem pela leitura
Atividade que estimula o aluno a olhar para sua escola com base
em outra referência, fazendo a comparação. Além disso, esta atividade
propõe que o aluno analise sua escola criticamente, apontando o que
quer e o que não quer que haja nela.
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•Página91,Hora do recreio
Atividade lúdica, que pode ser realizada com a professora de
Artes, na qual os alunos construirão uma miniatura de sua sala de aula.
Esta atividade aguça a observação do aluno para um ambiente
que ele frequenta diariamente, mas que nem sempre conhece com
detalhes.
•Página92,É hora de pesquisar
As crianças naturalmente têm curiosidade em saber como eram
seus pais e responsáveis na infância. Portanto, qualquer atividade que
permita que elas acessem essas informações gera grande adesão.
Esta atividade fecha o capítulo sobre a história da escola criando
a oportunidade para que os alunos comparem sua escola com a escola de seus pais.
•Página93,Leia também
No final desta Unidade, são feitas novas sugestões de leitura,
neste caso sobre a temática escola.
Se possível, a professora pode pedir que cada livro seja lido por
um grupo de alunos. Conforme a leitura for sendo feita, esses grupos
relatam para o restante da sala do que trata o livro que estão lendo.
Atividades complementares
A escola dos avós: Peça aos alunos que entrevistem o avô
ou avó (ou outro parente adulto, na falta dos avós), perguntando a
eles duas coisas de que se lembram do seu tempo de escola (escola
primária). As respostas devem ser anotadas no caderno; os alunos
podem comentá-las e, com base nelas, fazer algumas comparações
entre a escola dos seus avós e a atual.
A escola da professora: Atividade análoga à anterior, mas com
a entrevista “ao vivo” com a professora: os alunos fazem perguntas sobre onde e como era a escola que ela frequentou nos primeiros anos,
nos mais variados aspectos, do recreio às provas, do lanche ao uniforme, das aulas às festas. De novo, o objetivo é reconhecer, distinguir e
comparar situações presentes e passadas.
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Unidade 4 – nós e nossos direitos
Um tema para complementar o trabalho de descoberta e construção da identidade: as crianças, apesar de ainda muito novas e dependentes de seu grupo social, começam a compreender, desde cedo,
que têm direitos estabelecidos e que eles devem ser respeitados.
•Páginas94-95,atividadedeaberturadaUnidade
Atividade com base na análise de fotos que apresentam crianças trabalhando, dormindo e pedindo esmola nas ruas. É importante
sensibilizar os alunos para estas questões, evitando a conclusão de
que essas situações são normais. É também fundamental afirmar que
situações como essas são desumanas e inaceitáveis.
Capítulo 6 – Os direitos da criança
Quadro de objetivos e conteúdos
Objetivos didáticos
•Promover o
autorreconhecimento
da criança como
pessoa, pelo
conhecimento dos
seus direitos.
•Reconhecer os direitos
das crianças não como
um favor, mas um
dever da sociedade.
•Respeitar os direitos
das crianças, uma
questão social.
Conteúdos
Conceituais:
•Os direitos e a identidade.
•A formalização dos direitos.
•O respeito aos direitos.
Procedimentais:
•Observar imagens, representá-las em
desenhos ou descrevê-las.
•Ler, comentar e redigir textos,
individualmente e em grupo.
•Fazer e responder perguntas, ouvir e anotar
respostas.
•Organizar e classificar informações.
•Discutir e comparar diferenças e
semelhanças.
•Distinguir situações e referências temporais.
Atitudinais:
•Descobrir a existência dos direitos das
crianças e sua importância.
•Observar e avaliar situações sociais diante
dos direitos das crianças.
•Valorizar o respeito aos direitos das crianças.
•Desenvolver sentimento de solidariedade.
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Orientações específicas para o capítulo
Este capítulo apresenta para os alunos a contradição que há entre a existência de uma legislação que define os direitos das crianças e as situações de exploração e trabalho a que muitas delas são
submetidas.
A seção Vamos começar (p. 96) é composta de um trecho da
letra da música Comida, da banda Titãs, para servir de mote para a
discussão de que os seres humanos, inclusive as crianças, precisam
de mais do que somente comida.
Na sequência (p. 97-99), é proposta uma atividade na qual os
alunos observam fotos, das quais inferem necessidades que temos
para viver.
Depois (p. 100-101), é feita uma comparação com momentos do
passado em que os direitos das crianças não eram respeitados.
Na seção Viagem pela leitura (p. 102-103), os alunos terão
oportunidade de ler a Declaração Universal dos Direitos da Criança.
Relacionados a essa declaração, há um texto e imagens atuais que
levam à reflexão sobre se esses direitos estão sendo respeitados.
A seção Hora do recreio (p. 105) propõe uma atividade que pode
ser realizada com a professora de Artes, na qual os alunos farão uma
exposição de seus desenhos sobre os direitos das crianças.
Para finalizar, a seção É hora de pesquisar (p. 105) propõe uma
entrevista com um idoso sobre o trabalho infantil quando o entrevistado era criança.
•Página96,atividades1e2
Os alunos, ao lerem o trecho da letra da música, deverão perceber como os autores defendem que as necessidades do ser humano
são mais do que simplesmente comida e água. Com base nessa constatação, os alunos acompanharão, ao longo do capítulo, a reflexão
sobre os direitos das crianças.
•Página99,atividades1e2
Trabalhando a relação entre necessidade e direitos, os alunos
descobrem e fixam a importância dos direitos das crianças para entender as necessidades básicas da população infantil, que são necessidades materiais (alimento, por exemplo), intelectuais e sociais (educação e saúde) e culturais (arte e lazer). As referências oferecidas nas
imagens aqui apresentadas podem ser substituídas ou enriquecidas
por outras, identificadas com a vivência social e cultural dos alunos.
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•Página101,atividade3
Esta atividade propõe que os alunos observem as imagens e reconheçam situações de trabalho infantil em outros tempos. Baseados
nessa constatação, os alunos devem fazer uma reflexão sobre se o
trabalho infantil ainda é encontrado no Brasil.
•Página103,atividades1e2
A leitura e discussão na classe desta “síntese” dos direitos da infância deve proporcionar um bom entendimento dos alunos a respeito
da natureza dos seus direitos como crianças e cidadãos; ao ler, discutir, fazer perguntas e responder a elas, os alunos devem ir percebendo
que não se trata de um assunto qualquer, mas de coisa muito importante para a vida deles, presente e futura. As discussões e anotações,
por fim, devem fazer com que comecem a perceber que seus direitos
não são concessão, mas “obrigação” da sociedade, incluindo-se aí a
família, a escola, a comunidade e o governo.
•Página104,atividade4
Se os alunos conseguiram incorporar, ou pelo menos ter uma
primeira compreensão das noções trabalhadas anteriormente, vão
conseguir identificar as situações expostas aqui e manifestar-se em
relação a elas. Mas é importante que eles possam transpor essa situação específica e alcançar seu próprio meio social, trazendo outras
referências e informações – positivas ou negativas – e aplicando a elas
as mesmas avaliações críticas.
•Página105,Hora do recreio
Os alunos devem retratar quais direitos devem ser respeitados.
Na exposição, é importante destacar não apenas os direitos desrespeitados, mas também muitas conquistas da sociedade brasileira em
relação às crianças.
•Página105,É hora de pesquisar,atividades1,2e3
Possivelmente, nas entrevistas aparecerão muitos relatos de
trabalho infantil. O contraste com o passado pode ser realçado pelo
fato de que nos dias atuais, apesar da permanência desta situação,
também há muitas ações contrárias ao trabalho infantil. Se houver na
região alguma instituição que ofereça atividades no contraturno, ela
pode ser apresentada como uma dessas ações.
•Página106,Leia também
A professora pode escolher um dos livros para ser lido pela sala
e servir de reflexão sobre os direitos das crianças.
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•Página106,Outras sugestões
Se a professora tiver acesso ao CD, no início das aulas destinadas a este capítulo, pode ser ouvida e cantada uma das canções.
Atividades complementares
Eleição do maior direito: Depois de ler e comentar todos os
artigos da Declaração dos Direitos da Criança, da ONU, adaptada e
transcrita no livro, os alunos escolhem os dois artigos que lhes parecem mais importantes. O mais votado é considerado o maior direito
das crianças pela classe. Em caso de empate entre um ou mais artigos, designe alunos para defender cada um: eles deverão justificar
para a turma por que o consideram o melhor. Depois disso, a classe
vota de novo para desempatar.
Eleição do melhor cartaz: Depois da escolha do artigo preferido da Declaração da ONU, os alunos, divididos em grupos, vão fazer
desenhos para um cartaz sobre o tema “os direitos da criança”. Os
cartazes serão expostos no quadro, um aluno escolhido pelo grupo irá
à frente para explicar o que o grupo quis representar no seu cartaz, e,
por fim, a classe votará, para escolher o melhor.
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): O site <www.
promenino.org.br> oferece um curso on-line sobre como utilizar o ECA
em sala de aula. Se a professora tiver disponibilidade, novas atividades
sobre os direitos das crianças podem ser desenvolvidas. Nesse mesmo site, há outros recursos que a professora poderá utilizar em suas
aulas, como os curta-metragens do “Causos do ECA”.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
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de aula: uma contribuição da psicologia genética para a didática de estudos sociais na
escola primária. In: AISENBERG, B.; ALDEROQUI, S. (Comps.). Didáctica de las ciencias
sociales II. Teorías con prácticas. Buenos Aires: Paidós, 1998.
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história indígena. In: ABREU, Martha; SOIHET, Rachel (Orgs.). Ensino de História. Conceitos,
temáticas e metodologia. Rio de Janeiro: Casa da Palavra/Faperj, 2003. p. 27-28.
CAINELLI, Marlene Rosa; Tuma, Magda Madalena P. História e memória na construção do pensamento histórico: uma investigação em educação histórica. In: Revista HISTEDBR On-line,
Campinas, n. 34, p. 211-222, jun. 2009.
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CARRETERO, Mario. Construir e ensinar. As ciências sociais e a história. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1997.
ENTREVISTA de Beatriz Aisenberg à Revista Nova Escola. Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-continuada/preciso-ensinar-ler-historia-geografia-594441.shtml>. Acesso em: 13 fev. 2011.
GIRARDET, Hilda; FASULO, Alessandra. As crianças reescrevem a História: a construção retórica
do ponto de vista. In: PONTECORVO, Clotilde; AJELLO, Anna Maria; ZUCCHERMAGLIO.
Discutindo se aprende. Interação social, conhecimento e escola. Porto Alegre: Artmed,
2005. p. 90.
HADJI, Charles. Avaliação desmistificada. Porto Alegre: Artmed, 2001.
LIMA, Solange Ferraz de; CARVALHO, Vania Carneiro de. Fotografia. Usos sociais e historiográficos. In: PINSKY, Carla B.; LUCA, Tania Regina de (Orgs.). O historiador e suas fontes. São
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NAPOLITANO, Marcos. Fontes audiovisuais. A História depois do papel. In: PINSKY, Carla B.
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HINO NACIONAL BRASILEIRO
Letra: Joaquim Osório Duque Estrada
Música: Francisco Manuel da Silva
(Lei dos Símbolos Nacionais nº 5.700, de 1º/9/71 – publicada no Diário Oficial (suplemento) de 2/9/71)
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heroico o brado retumbante,
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da Pátria nesse instante.
Deitado eternamente em berço esplêndido,
Ao som do mar e à luz do céu profundo,
Fulguras, ó Brasil, florão da América,
Iluminado ao sol do Novo Mundo!
Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!
Do que a terra, mais garrida,
Teus risonhos, lindos campos têm mais flores;
“Nossos bosques têm mais vida”,
“Nossa vida” no teu seio “mais amores.”
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Ó Pátria amada,
Idolatrada,
Salve! Salve!
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido
De amor e de esperança à terra desce,
Se em teu formoso céu, risonho e límpido,
A imagem do Cruzeiro resplandece.
Brasil, de amor eterno seja símbolo
O lábaro que ostentas estrelado,
E diga o verde-louro dessa flâmula
- “Paz no futuro e glória no passado.”
Gigante pela própria natureza,
És belo, és forte, impávido colosso,
E o teu futuro espelha essa grandeza.
Mas, se ergues da justiça a clava forte,
Verás que um filho teu não foge à luta,
Nem teme, quem te adora, a própria morte.
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!
Terra adorada,
Entre outras mil,
És tu, Brasil,
Ó Pátria amada!
Dos filhos deste solo és mãe gentil,
Pátria amada,
Brasil!
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