Aspectos da Evolução dos Museus em Portugal no período 2000

Transcrição

Aspectos da Evolução dos Museus em Portugal no período 2000
setembro 2006
21
> Transição dos museus da RPM
de 2006, data de publicação deste 21.º
Transição dos museus
da RPM
Boletim, corresponde ao período de referência
No âmbito do Eixo da Credenciação e tendo em conta o período
> Aspectos da Evolução dos Museus
para a adaptação dos museus integrados
de transição estipulado na Lei Quadro dos Museus Portugueses,
em Portugal no período 2000-2005,
nesta Rede aos parâmetros e aos requisitos
a actividade da equipa da Estrutura de Missão RPM tem sido intensa
estabelecidos pela Lei Quadro dos Museus
para a conclusão atempada das várias visitas técnicas aos museus
Portugueses. Como repetidamente temos
da RPM com o objectivo de acompanhar a respectiva adaptação
invocado ao longo destes últimos dois anos,
ao novo enquadramento legal. Até ao final do mês de Agosto foram
a publicação desta fundamental lei de
efectuadas setenta e três visitas a museus distribuídos por todo o
enquadramento não constituiu um acto
País.
legislativo isolado sem repercussões concretas
Além dos técnicos e da Coordenadora-Adjunta da RPM, com
na nossa vida museológica. Pelo contrário:
formação em áreas diversas, estas visitas têm contado com a partici-
> Outras Notícias
o acompanhamento contínuo da sua apli-
pação da Subdirectora do IPM e ainda de alguns Directores de
- Bens Culturais Móveis sob tutela
cabilidade, o levantamento das dificuldades
Museus tutelados pelo IPM, nomeadamente Isabel Fernandes (Museu
encontradas para satisfazer o seu cumpri-
de Alberto Sampaio), Ana Margarida Ferreira (Museu de Aveiro),
mento e a procura de soluções adequadas
Dulce Helena Borges (Museu da Guarda), Luís Raposo (Museu
- Mobilidade de Colecções em debate na
para apoiar os museus têm sido constantes
Nacional de Arqueologia), Silvana Bessone (Museu Nacional dos
União Europeia, por Paulo Ferreira da
linhas de trabalho prosseguidas pelo IPM,
Coches), Joaquim Pais de Brito (Museu Nacional de Etnologia) e
em especial através da equipa da Estrutura
Isabel Silva (Museu Regional de Arqueologia D. Diogo de Sousa).
de Missão, sempre em estreita articulação
A colaboração dos referidos Directores em visitas a museus das
- João Faria
com os museus.
respectivas regiões ou áreas disciplinares tem-se revelado um
- Manuel Lopes
Materializam-se estas directrizes de tra-
importante contributo para reflexão, induzindo a formulação de
balho numa presença contínua no terreno,
novas sugestões e ainda a partilha mútua do trabalho museal.
designadamente através das visitas técnicas
As visitas técnicas complementam-se com a elaboração de um
efectuadas a todos os museus, de que
relatório onde se procura plasmar de modo sucinto o ponto de
resultam indicadores muito significativos:
situação de cada museu, indicando os aspectos positivos verificados
[ editorial ]
No calendário que baliza
as actividades da RPM, o mês de Setembro
> Profissionais dos Açores
visitam museus do continente
por José Soares Neves e Jorge Alves
dos Santos
> Notícias Museus RPM
> Edições de Museus RPM
> Em Agenda...
do IPM, classificados como “Bens de
Interesse Nacional”
- POC – Candidaturas abertas a Museus
Costa
- I Encontro Luso-Brasileiro de Museus- Casas, por Maria de Jesus Monge
- Duncan Cameron
> Dissertações
> Encontros
(cont. na página 2)
(continuação da página anterior)
mais de setenta visitas realizadas até ao fim de Agosto
de encontros das áreas museológicos e patrimoniais, em
de 2006 e produção de idêntico número de relatórios
que, de Norte a Sul do País, é especialmente intenso o
de análise. Trata-se de um período de avaliação rigorosa,
próximo Outono. Como contraponto, destaquem-se as
mas igualmente de grande diálogo com os directores dos
notícias de participações de profissionais portugueses em
museus e com os responsáveis das respectivas tutelas,
encontros internacionais, Mobilidade de Colecções na
o que se reflecte generalizadamente em compromissos
União Europeia e I Encontro Luso-Brasileiro de Museus-
face à concretização de soluções de gestão que visam a
-Casa, este último com uma significativa representação
qualificação nos vários domínios da acção do museu.
nacional que muito nos apraz registar.
A nosso ver, a presente fase de trabalho corresponde,
O persistente trabalho do Observatório de Actividades
seis anos passados do nascimento da RPM, a uma etapa
Culturais na monitorização da realidade museológica
que reflecte, por um lado, uma progressiva, mas segura,
encontra uma vez mais divulgação neste boletim, através
evolução do sistema museológico da própria RPM, e, por
do artigo de José Soares Neves e Jorge Alves dos Santos,
outro lado, evidencia resultados atingidos e sinais de
Aspectos da Evolução dos Museus em Portugal no
maior qualidade no universo dos museus integrados, não
período 2000-2005, em que é apresentada uma panorâ-
obstante a subsistência de alguns problemas estruturais,
mica muito actualizada da mesma realidade. A leitura
que continuarão a ser tidos em conta na prossecução
deste artigo, cuja versão mais desenvolvida pode ser
de medidas e de programas de apoio.
encontrada na Internet, suscita questões da maior relevân-
Se este calendário marca também o ritmo dos próprios
cia para a política museológica prosseguida no âmbito
museus, que ultimam a preparação de documentação
da RPM, não apenas, e de forma mais imediata, quanto
obrigatória e resolvem em conjunto com as suas tutelas
ao contínuo crescimento de entidades auto-denominadas
alguns dos problemas encontrados, não deixa de coexistir
museus, mas também quanto à heterogeneidade de um
com a “rentrée” museológica, em especial com o reinício
universo, em que a disparidade de situações encontradas
da actividade educativa dirigida ao público escolar.
se mantém como uma tendência que o presente estudo
As notícias enviadas pelos museus reflectem esta realidade,
vem confirmar.
quer pela programação da acção educativa, pelo
Clara Camacho
planeamento de algumas exposições e pela organização
Subdirectora do Instituto Português de Museus
(continuação da página anterior)
Transição dos museus da RPM
e a necessidade de solucionar alguns problemas que
Para o efeito, muitos dos museus beneficiaram de
ainda se encontram em aberto, os quais têm sido alvo
apoio técnico e/ou financeiro através dos Programas
de algumas observações, recomendações ou sugestões
específicos da RPM, souberam ainda recorrer a outros
em benefício da qualificação do museu.
apoios financeiros disponíveis, designadamente do
Estes relatórios têm-se revelado instrumentos muito
Programa Operacional da Cultura (POC) e das Comis-
úteis de trabalho e análise, tanto para os museus,
sões de Coordenação e Desenvolvimento Regional
como para a RPM.
(CCDRs) e estabeleceram parcerias diversas, o que se
Na maioria dos museus é evidente um avanço
repercutiu na melhoria significativa das condições e
assinalável na qualificação dos respectivos serviços,
das acções desenvolvidas para o eficaz cumprimento
quer técnicos, quer públicos, tendo sido observado,
das funções museológicas fundamentais.
em muitos casos, o cumprimento de recomendações
Desde a construção de novos espaços museológicos,
que foram feitas pela RPM aquando da apreciação da
a ampliações dos existentes, a renovação de exposi-
respectiva candidatura à adesão à RPM.
ções permanentes, a implementação de medidas de
2 | Boletim Trimestral
Notícias RPM
conservação preventiva das colecções, a organização
tização de alguns serviços, como as bilheteiras.
e melhoria das condições das áreas de reserva, o reforço
Finalmente, importa salientar o empenho dos profissio-
do serviço educativo, do trabalho de documentação
nais da quase globalidade dos museus da RPM na
e gestão das colecções mediante a aquisição de progra-
elaboração da documentação obrigatória à luz da Lei
mas informáticos específicos, muito tem sido feito no
Quadro dos Museus Portugueses, nomeadamente o
domínio da qualificação dos museus da RPM. Outro
Regulamento Interno do Museu, a Política de Incorpora-
aspecto associado à qualificação dos museus que
ções, as Normas e Procedimentos de Conservação
interessa ressaltar é a crescente existência de profissio-
Preventiva e o Plano de Segurança. Com efeito, poucos
nais com formação em museologia ou em diversas
eram os museus que dispunham de alguns dos
vertentes do trabalho museológico, através da frequên-
documentos referidos, que se configuram importantes
cia de mestrados ou pós-graduações em Museologia,
instrumentos de gestão do trabalho museológico na
sendo de mencionar ainda o recurso às acções de
perspectiva de assegurar procedimentos qualificados
formação especializadas promovidas pela RPM.
e favoráveis ao seu bom funcionamento em harmonia
Contudo, também são de referir alguns dos problemas
com a sua missão e vocação. Tratam-se de documen-
mais recorrentes identificados nas visitas efectuadas
tos de elaboração morosa pois implicam reflexão,
aos museus: falta de recursos humanos em diversas
organização e estruturação nem sempre fáceis de
áreas do trabalho museológico; falhas na comunicação
implementar. Desde a publicação da Lei Quadro dos
com os públicos a diversos níveis: falta de visibilidade
Museus Portugueses notou-se um esforço imenso
e de divulgação junto do público, escassa sinalética,
por parte dos profissionais dos museus na concretiza-
falta de serviço educativo com actividade continuada,
ção destes documentos, estando agora em fase de
ausência de uma política editorial, ausência de informa-
conclusão. z
Profissionais dos Açores visitam museus
do Continente
Por solicitação do Museu Carlos Machado, de Ponta
Museu Nacional do Azulejo, o Museu Gulbenkian e o
Delgada, o Instituto Português de Museus organizou
Museu Municipal de Vila Franca de Xira e, no Porto,
um conjunto de visitas de trabalho a serviços do
foi visitado o Museu de Serralves.
Instituto e a museus da RPM, situados na região de
Ao longo desta jornada de trabalho foram abordadas
Lisboa na semana de 10 a 14 de Julho, contando com
questões relacionadas com diversas vertentes da
a presença do Director e de Técnicos daquele museu
actividade museal: Gestão de Museus, Programação
e da Directora do Museu de São Jorge.
Museológica, Museografia, Conservação Preventiva,
O seu acolhimento teve início nas instalações do IPM,
Serviço Educativo, Comunicação e Marketing, Avaliação
tendo sido recebidos pela Direcção, a que se seguiu
e Estudo dos Públicos, Parcerias, Mecenato, Lojas de
uma reunião de trabalho nas áreas de inventário, de
Museus e seus produtos e ainda Grupos de Amigos
divulgação e da Rede Portuguesa de Museus. Foi ainda
dos Museus e Voluntariado.
visitada a Loja dos Museus, que se localiza no
Os participantes consideraram o programa muito
Palácio Foz, com o objectivo de dar a conhecer o
profícuo por ter proporcionado o conhecimento de
funcionamento da rede de lojas dos museus do IPM.
cada um dos museus e das suas especificida-
Na região de Lisboa, foram visitados o Museu Nacional
des, bem como pela oportunidade de partilha de
de Arte Antiga, o Museu Nacional de Arqueologia, o
experiências. z
Rede Portuguesa de Museus | 3
Artigo
Aspectos da Evolução dos Museus
em Portugal no período 2000-2005
José Soares Neves e Jorge Alves dos Santos*
* Investigadores do Observatório das
Actividades Culturais
O presente texto1 tem como fonte de informação
que permitem seleccionar os registos (referenciados
1
Para uma abordagem mais detalhada
ver Neves e Santos, 2006, documento
os dados produzidos desde 2000 no quadro do
ao dia 31 de Dezembro de cada ano) a inquirir pelo
projecto do Observatório das Actividades Culturais
INE. De acordo com esses critérios, considera-se
(OAC) Base de dados “Museus” (abreviadamente
museu a entidade como tal auto-designada, em
BDmuseus)2.
funcionamento permanente ou sazonal, com pelo
jecto apoiado pelo Instituto Português de
O projecto BDmuseus visa a produção de dados
menos uma sala ou espaço de exposição e com pelo
Museus (IPM) que decorre do protocolo
sobre o panorama museológico através do levanta-
menos uma pessoa ao serviço (Santos, Neves, Santos
assinado, em 2000, por aquela instituição,
mento contínuo de novos casos e da actualização
e Nunes, 2005: 23).
da informação existente. Este projecto contribui
O OAC procede também, regularmente, à reavaliação
também para o conhecimento da evolução da
da situação dos casos já anteriormente recenseados,
resultante do Inquérito aos museus e núc-
realidade museológica nacional através de indica-
inquiridos ou não pelo INE.
leos museológicos, realizado pelo OAC
dores cuja base temporal é infra-anual. O universo
Feita esta nota de carácter metodológico, abordam-se
no ano anterior por encomenda do IPM
observado inclui todas as entidades (existentes ou
neste texto dois aspectos do panorama museológico
projectadas) auto-designadas museu.
português: a evolução dos registos por Situação e
Uma vez cumpridas as fases iniciais do levanta-
a caracterização dos museus segundo as variáveis
n.º 1 do Boletim Rede Portuguesa de
mento, os registos são segmentados em museus
explicativas. Enfatiza-se, em ambos os aspectos, a
Museus (Neves e Santos, 2001).
e núcleos museológicos. Embora a recolha de infor-
análise por concelho.
electrónico disponível na página do OAC
(www.oac.pt)
2
A Base de dados “Museus” é um pro-
pelo Instituto Nacional de Estatística (INE)
e pelo Observatório das Actividades Culturais
(OAC) aquando do lançamento do livro
(Santos, Neves e outros, 2000). Uma primeira análise dos dados produzidos no
mação incida sobre as duas categorias, o trabalho
de caracterização incide particularmente sobre os
1. Evolução do levantamento do panorama
museus. Relativamente a estes, determinada a
museológico
Situação (numa das 4 categorias previstas: A fun-
Através da leitura do quadro é possível constatar o
cionar, Intenção, Projecto e Fechado), apuram-se
crescimento dos valores da generalidade das
os dados necessários à sua caracterização, em
situações utilizadas na classificação dos registos da
particular segundo as variáveis explicativas (Tipo,
BDmuseus. No entanto, esse crescimento sugere
Tutela, Região e Abertura), e à aplicação dos critérios
diferentes leituras consoante a Situação em causa.
Registos da BDmuseus por situação e por Ano (2000 e 2005)
Situação
A funcionar
Ano
2000
2005
Taxa
variação
728
1.018
39,8
Aberto ao público
650
920
41,5
Permanente ou sazonal
513
622
21,2
Esporádica
137
298
117,5
25,6
Encerrado ao público
78
98
Temporariamente encerrado (até 6 meses)
24
24
0,0
Projecto
129
326
152,7
Intenção
54
93
72,2
Fechado
6
39
550,0
Universo a inquirir pelo INE
Percentagem do Universo INE nos registos A funcionar
Fonte: OAC/BDmuseus. Base: registos a 31 de Dezembro. Exclui núcleos.
Nota: Sobre o Universo a inquirir pelo INE ver adiante nota 3.
4 | Boletim Trimestral
533
618
15,9
73,2
60,7
-17,1
âmbito da BDmuseus foi publicada no
Tendo em conta os museus A funcionar, refira-se que
Adiante-se que o cruzamento destas duas situações
estes são 1.018 em 2005. A evolução verificada nos
pela Tutela permite avançar que é a Administração
6 anos em apreço traduz-se num crescimento de 40%.
Local que explica parte substancial dos museus com
Os museus Abertos ao público não só são claramente
perspectivas de virem a ser criados. Embora secun-
maioritários como registam ainda um crescimento
dariamente, importa referir ainda os Privados. Uma
assinalável (42%) no período em causa. Entre esses,
outra abordagem significativa refere-se à distribuição
a abertura Permanente ou sazonal é maioritária,
por Região e por Concelho dos Projectos e Intenções
mas o crescimento mais visível refere-se aos museus
(ver mapa). Deste ponto de vista, é notória uma
com abertura Esporádica (118% contra 21%
forte presença destas situações por todo o país,
daqueles).
embora seja mais nítida no litoral Norte e Centro
Num outro plano, mantém-se a tendência de
e menos acentuada no Alentejo. Acrescente-se que
crescimento do anúncio público de Projectos e de
em vários casos a concretização dos projectos e/ou
Intenções de criação de museus, com destaque para
intenções significará que o concelho em causa
os primeiros: são 326 em 2005, o que significa um
passará a ter pelo menos um museu. Adiante-se que
acréscimo de 153% relativamente a 2000.
são 58 os concelhos em que tal sucede.
Deste modo, os dados até aqui referidos dão conta
de uma dinâmica geral positiva e continuada ao
longo do período em análise. De 2000 para 2005
não só passaram a existir mais museus A funcionar,
como cresceram também os Projectos e as Intenções
de criação de museus.
Porém, um outro indicador de sentido contrário,
referente aos museus na Situação de Fechado, deverá
merecer alguma atenção. Apesar de os contingentes
em causa serem relativamente baixos (não ultrapassam os 39 registos) são significativos numa
perspectiva diacrónica, uma vez que a taxa de
crescimento registada é de 550% no arco temporal
em análise.
O cruzamento com a Tutela mostra que, em 2005,
os Privados e a Administração Local são as tutelas
que mais acusam esta situação. A perspectiva por
Concelho evidencia a presença destes casos
sobretudo nos do litoral (que são também aqueles
onde se localizam mais museus). Em grande parte
dos concelhos o fecho de museus é compensado
pela projectada abertura de outros. Feito o balanço,
é possível adiantar que apenas 5 concelhos passam
a integrar o grupo daqueles que não registam qualquer museu.
Esta questão merece ser ainda um pouco mais
detalhada. Entre as justificações para o fecho
encontram-se problemas derivados do mau estado
das infra-estruturas onde estavam implantados,
Rede Portuguesa de Museus | 5
ao desaparecimento da própria tutela e (e mais
2. Caracterização segundo as variáveis explicativas
comummente) a processos de reorganização do sector
Constatada esta segmentação importa agora destacar
dos museus por parte das tutelas. Estes processos
alguns dados de caracterização relativos aos museus
referem-se a fusões de unidades museológicas com a
(que compõem o Universo a inquirir pelo INE)
mesma tutela, à alteração das funções atribuídas ao
segundo as variáveis explicativas.
espaço até aí reservado para exposição ou à redis-
Uma primeira constatação remete para o elevado,
tribuição dos acervos e das missões das unidades
maioritário e relativamente estável peso das tutelas
tuteladas.
públicas. Nestas, a Administração Local detém a
No essencial, não se trata, portanto, de indícios de
percentagem mais significativa, e em crescimento,
crise, mas sim de opções de gestão que visam racio-
o que significa que é a Administração Central que
nalizar o funcionamento de algumas unidades mais
tem vindo a diminuir o seu peso relativo. Especifi-
deficitárias. Efectivamente, como facilmente se pode
cando um pouco mais, o Ministério da Cultura
concluir, um processo de qualificação tem implícita
tutela a parte mais significativa, e praticamente
a melhoria das condições de funcionamento da
inalterada ao longo do período em análise, dos
generalidade dos museus existentes (de acordo com
museus da Administração Central. Na Administração
a actual Lei Quadro dos Museus Portugueses em alguns
Local, destacam-se claramente as Câmaras Munici-
casos eventualmente mais próximos da noção de
pais. As Empresas Municipais fazem-se notar igual-
colecção visitável) e a abertura em boas condições de
mente, não pelo número em questão, mas enquanto
novas unidades, mas também a desactivação de outras
realidade emergente.
que, embora auto-designadas museu, estão muito
Quanto ao Tipo de museu, mantêm-se constantes
longe dos requisitos mínimos inerentes ao cumpri-
os mais significativos (Arte, Etnografia e Antropo-
mento das funções museológicas ou sequer de se
logia, Especializados e Mistos e Pluridisciplinares).
virem a enquadrar na noção de colecção visitável.
De referir ainda a queda registada pelos Museus de
Assim, tendo em conta as entidades auto-designadas
Ciências Naturais e de História Natural.
museu, pode dizer-se que o panorama permanece em
Relativamente à Região, assinale-se que, embora
expansão. Mas até que ponto o crescimento quanti-
Lisboa e Vale do Tejo seja e permaneça a principal
tativo se mantém quando se aplicam os 5 critérios
localização das unidades museológicas, o seu peso
de selecção um pouco mais rigorosos, ou seja, quando
relativo tem vindo a descer, ao passo que a região
se passa ao Universo a inquirir pelo INE ? Vale a pena
Norte mostra movimento inverso. Tanto o elevado
3
fazer duas notas a este propósito: por um lado,
número de museus nela situados como a elevada
o universo inquirido pelo INE (ou seja,
o crescimento, fraco, mas crescimento, do número
taxa de crescimento indiciam uma região particular-
de unidades correspondente (16% é a taxa de variação
mente dinâmica neste sector cultural. Embora quan-
no período, como se pode verificar no quadro);
titativamente menos significativa, também a Madeira
os seguintes: (1) ter pelo menos uma sala
e por outro lado, a percentagem correspondente ao
regista um crescimento assinalável.
de exposição; (2) estar aberto ao público
Universo a inquirir pelo INE nos museus A funcionar
Fazendo agora uma breve análise por Concelho,
permanente ou sazonalmente; (3) ter pelo
cai para os 61% em 2005, quando em 2000 era de
tendo por base o período de 2000 a 2005, pode
73%.
dizer-se que, neste último ano, o mapa se apresenta,
Deste modo, e de acordo com estes dados, o aumento
por um lado, mais preenchido e distribuído geogra-
mínima de conhecimento do total da
do número total de museus confirma a actual
ficamente e, por outro lado, com uma maior inten-
despesa; (5) ter inventário (óptica mínima:
dinâmica de crescimento do sector. Contudo, uma
sificação do número de museus em muitos dos
parte não despicienda do aumento constatado refere-
concelhos. Especificando, em 2005, constata-se a
se a uma franja relativamente heterogénea que mostra
diminuição do número de concelhos sem museu,
alguma instabilidade quanto ao cumprimento dos
ou seja, do total de concelhos existentes no país
critérios em causa.
(308), 72% possui pelo menos um museu (contra
3
Adiante-se que os critérios que delimitam
na fase de recolha da informação) são os
já referidos. Na fase de difusão, os critérios
mínimos tornam-se mais exigentes. São
menos um conservador ou técnico
superior (incluindo pessoal dirigente); (4)
6 | Boletim Trimestral
ter orçamento segundo uma óptica
inventário sumário) (INE, 2005: 27).
os 63% de 2000). É no Continente que se verificam
alguns museus nos anos mais recentes, o panorama
as maiores alterações, uma vez que, aliado ao
museológico em Portugal permanece, de acordo
aumento do número de museus aí localizados, se
com os dados recolhidos, numa fase de expansão.
regista uma diminuição do número de concelhos
Trata-se de um universo tão dinâmico como
que não possuem museu. Nas regiões autónomas
heterogéneo. Sendo um universo em crescimento,
as oscilações não são notórias, destacando-se apenas,
caracteriza-se ainda pela segmentação entre um
na Madeira, o aumento do número de concelhos
contingente de museus que cabem em critérios de
com museu.
maior exigência e um outro, menor mas signifi-
Finalmente, quanto à Criação e Abertura, é previsível
cativo, que mostra alguma turbulência associada a
que, a julgar pelos museus abertos e pelo crescimento
dificuldades no cumprimento sustentado dos referidos
verificado de 2000 para 2005, a primeira década do
critérios.
presente século tende a superar a anterior (actualmente a mais pesada). É também uma década com
Bibliografia citada
uma distribuição percentual relativamente incomum:
INE (2005), Estatísticas da Cultura, Desporto e Recreio 2004,
os museus abertos ultrapassam largamente os criados.
Lisboa.
A conjugação da concretização de expectativas
NEVES, José Soares e SANTOS, Jorge Alves dos (2001),
antigas com o menor tempo decorrido entre a criação
“Museus portugueses: evolução recente do seu levantamento
e a abertura resultará, de algum modo, de um
(1999-2001)” in Boletim Rede Portuguesa de Museus n.º 1,
contexto particularmente favorável ao sector.
Lisboa, RPM, Junho, pp. 10-12.
SANTOS, Maria de Lourdes Lima dos (coord.), NEVES, José
Conclusões
Soares e outros (2000), Inquérito aos Museus em Portugal,
São várias as tendências detectáveis nos dados agora
Lisboa, MC/IPM.
divulgados para o período compreendido entre 2000
SANTOS, Maria de Lourdes Lima dos (coord.), NEVES, José
e 2005. No essencial, elas confirmam as já identifi-
Soares, SANTOS, Jorge Alves dos e NUNES, Joana Saldanha
cadas nos anteriores trabalhos produzidos pelo OAC
(2005), O Panorama Museológico em Portugal [2000-2003],
tendo como fonte a BDmuseus. A tendência que,
Lisboa, OAC e MC/IPM-RPM.
porventura, mais se destaca é a persistência da fase
NEVES, José Soares e SANTOS, Jorge Alves dos (2006),
de crescimento ancorada no número de museus e
Museus em Portugal no Período 2000-2005: Dinâmicas e
na persistência dos elevados valores dos projectos
Tendências, OAC, http://www.oac.pt/pdfs/OAC_Museus%20
e das intenções. Deste modo, apesar do fecho de
em%20Portugal_2000-2005.pdf. z
Notícias Museus RPM*
* Notícias exclusivamente
baseadas em informações enviadas
pelos Museus integrados na RPM
Novos directores de Museus
Desde o início do corrente ano entraram em funções novos directores de museus integrados na RPM:
Museu Carlos Machado – Duarte Melo (Março)
Museu das Comunicações – Cristina Weber (Maio)
Casa-Museu Anastácio Gonçalves – José Alberto Ribeiro (Julho)
Museu de Ciência – Ana Eiró (Setembro)
Museu Nacional de Soares dos Reis – Maria João Vasconcelos (Setembro)
Rede Portuguesa de Museus | 7
Museus do IPM
– Aumento de visitantes
O Instituto Português de Museus registou, no final do
tutelados, aponta a programação de exposições, o especial
primeiro semestre de 2006, um crescimento do número
sucesso das actividades em torno do Dia Internacional
total de visitantes nos museus dependentes da ordem
dos Museus e da Noite dos Museus e as ofertas diversificadas
dos 25%, face a igual período do ano transacto,
de actividades educativas como os principais factores
correspondendo a um acréscimo de 118.191 visitantes.
que contribuem para justificar a capacidade de atracção
O IPM, que está a proceder a uma monitorização rigorosa
dos museus junto do público, objectivo que tinha sido
da evolução dos números de visitantes dos museus
traçado pelo Instituto para este ano.
– Obras no Museu de José Malhoa e no Museu de Aveiro
Informações e contactos
Instituto Português de Museus
Encerraram recentemente para obras de ampliação e
obra e o Museu de José Malhoa avançou com a
Palácio Nacional da Ajuda, Ala Sul,
remodelação o Museu de José Malhoa (a 12 de Junho)
abertura do Núcleo Provisório de Pintura de José
4.º Andar
e o Museu de Aveiro (1 de Julho). Ambos os museus
Malhoa, desde o dia 28 de Junho, nas instalações do
adoptaram estratégias para evitar o seu encerramento
Museu do Ciclismo, disponibilizadas pela Câmara
completo. Assim, o Museu de Aveiro terá um circuito
Municipal das Caldas da Rainha. z
1349-021 Lisboa
Tel.: 21 365 08 00
de visita de acordo com as limitações impostas pela
– Ateliers de Verão 2006
Realizam-se todos os anos na Casa-Museu Abel Salazar
actividades educativas nos meses de Verão. No presente
ano, a Casa-Museu Abel Salazar organizou, entre 24
de Julho e 1 de Setembro os Ateliers de Verão 2006,
destinados a crianças/jovens entre os 7 e os 13 anos.
Deu-se início às actividades com o atelier Pintura Sobre
Lenços de Seda durante a última semana de Julho,
orientado por Otília Cancela. Seguiu-se a técnica de
desenho com o atelier Desenha a Casa de Abel Salazar
entre 7 e 18 de Agosto, orientado por André Azevedo.
As actividades terminaram com a técnica de pintura
e colagem em Pintura Reciclada, de 21 de Agosto
a 1 de Setembro, orientado por André Azevedo.
No final de cada atelier foi organizada uma exposição
com os trabalhos realizados para os pais e/ou encar-
Informações e contactos
regados de educação visitarem.
Casa-Museu Abel Salazar
Rua Dr. Abel Salazar
4465-012 S. Mamede de Infesta
tendo na sua grande maioria participado crianças do
concelho de Matosinhos e da área envolvente à casa-museu. z
8 | Boletim Trimestral
[email protected]
www.ipmuseus.pt
Casa-Museu Abel Salazar
Os ateliers decorreram nos jardins da casa-museu,
Fax: 21 364 78 21
Tel.: 22 901 08 27
Fax: 22 901 08 27
[email protected]
Museu de Alberto Sampaio
– Colaboração na inventariação do património móvel da diocese de Braga
No caso do arciprestado de Guimarães, a coordenação
da inventariação do património móvel está a cargo do
Museu de Alberto Sampaio, e envolve as igrejas de
Nossa Senhora da Oliveira, Irmandade de Nossa Senhora
da Consolação e Santos Passos e Igreja de S. Domingos.
Desde há quatro anos que o Museu de Alberto Sampaio
vem colaborando com as três igrejas acima referidas
na preservação do património móvel, na organização
No passado dia 12 de Junho, em Guimarães, no
de reservas, nos cuidados primários de conservação
auditório da Igreja de Nossa Senhora da Oliveira,
preventiva e no inventário.
foi apresentado ao público o projecto de inventariação
Com este projecto pretende-se implementar a catalo-
do património móvel da diocese de Braga.
gação do património móvel das três igrejas, prevendo-
Este projecto é tutelado pelo Instituto de História e
se terminar a inventariação de todo o espólio da Igreja
Arte Cristãs (IHAC) e coordenado pelo Senhor Cónego
de Nossa Senhora da Oliveira e uma parte significativa
José Paulo Leite de Abreu, e integra-se num candidatura
do espólio das igrejas dos Santos Passos e S. Domingos
apresentada à Comissão de Coordenação e Desen-
(cerca de 60%).
volvimento Regional do Norte (CCDRN): Eixo 1,
Deste modo pretende o Museu de Alberto Sampaio,
medida 1.4.
tutelado pelo Instituto Português de Museus, dar o
Nesta fase do projecto estão envolvidos: o Museu Pio
seu contributo, através de apoio técnico e científico,
XII e os arciprestados de Guimarães, Vila do Conde/
para a salvaguarda, estudo e dinamização do riquíssimo
Póvoa do Varzim e Esposende.
património móvel que se encontra nas mãos da Igreja.
– À sombra da Oliveira
No passado dia 7 de Julho, na Sala de Santa Clara e
nos jardins do Museu de Alberto Sampaio, foi servido
um jantar volante organizado pelo museu designado
À sombra da Oliveira: jantar no Museu.
Após o jantar foi feita a apresentação de alguns dos
projectos mais recentes em que o museu tem estado
envolvido, nomeadamente o protocolo com a IBM,
que vai proporcionar a existência de dois quiosques
multimédia no museu, um com ligação ao site da
Museu Hermitage, o outro com acesso a informação
Informações e contactos
sobre o processo de restauro da Pietà, de Miguel
Museu de Alberto Sampaio
Ângelo. Procedeu-se ainda ao lançamento de uma
Rua Alfredo Guimarães
nova linha editorial dos serviços educativos – os
4810-251 Guimarães
Tel.: 253 423 910
Fax: 253 423 919
[email protected]
Roteirinhos do Museu –, tendo-se editado, numa
primeira fase, três volumes, com a colaboração dos
Amiguinhos dos Museu (v. p. 16). z
Rede Portuguesa de Museus | 9
Museu do Caramulo
– Doação de Ana Hatherly
O Museu do Caramulo recebeu uma nova doação que
do Caramulo, com uma peça em bronze e pedra, de
veio enriquecer a sua colecção de arte moderna e
1946, da autoria de António Duarte (1912-1998)
contemporânea. Esta doação é o resultado de uma
intitulada “Cabeça de navegador” e com seis obras de
política de crescimento, altamente qualificado, do espólio
pintura, desenho e colagem. Além de artista e poetisa
do museu, que é integralmente constituído por doações.
portuguesa com carreira internacional, Ana Hatherly é
A obra foi doada pela própria artista, Ana Hatherly.
professora catedrática da Faculdade de Ciências Sociais
Trata-se de uma colagem de papel sobre papel, de
e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e especialista
1980, sem título. Ana Hatherly já era doadora do Museu
em literatura e cultura do período barroco.
– Festival Internacional de Automóveis Clássicos e Desportivos
competição de uma rampa e um conjunto de acções
diversas, como sejam o Rally Histórico Luso-Caramulo,
a Feira de Automobilia, as visitas às colecções
permanentes e temporárias do museu, além de outras
actividades no exterior adjacentes ao projecto. Este
evento, que teve lugar entre os dias 8 e 10 de Setembro,
O Museu do Caramulo apresentou oficialmente o
veio ainda reactivar a Rampa da Caramulo, passados
Caramulo Motorfestival – Festival Internacional de
mais de 15 anos desde a última subida. No último dia
Automóveis Clássicos e Desportivos, o primeiro grande
do Festival teve lugar a Rampa Histórica do Caramulo,
evento dedicado aos automóveis e motociclos clássicos
concessionada aos automóveis e motociclos históricos,
e desportivos em Portugal, incluindo a parte de
clássicos e de competição.
– Empréstimo de Automóveis para exposição
Informações e contactos
O Museu emprestou dois automóveis do seu espólio
N (1929), igual ao utilizado pelo Papa Pio XI (1857-
Museu do Caramulo
para a exposição dos automóveis sobre o tema da
-1939).
Rua Jean Lurçat, 42
marca Fiat intitulada “La Bella Maquina”.
Organizada pelo Fiat Clássicos Clube de Portugal, a
3475-031 Caramulo
Os automóveis emprestados foram um Fiat Tipo 1
exposição decorreu no Museu do Transportes e
(1909), onde andou o Rei Humberto II de Itália durante
Comunicações, situado na Alfândega do Porto, até ao
a sua visita ao Caramulo nos anos 50, e um Fiat 525
fim do mês de Maio. z
Tel.: 232 861 270
Fax: 232 861 308
[email protected]
www.museu-caramulo.net
Museu Carlos Machado
– Inauguração do Núcleo de Arte Sacra
Informações e contactos
Foi inaugurado pelo Presidente do Governo Regional
1 de Novembro de 1592, deu lugar a um monumento
dos Açores, no Dia Internacional dos Museus, o Núcleo
ímpar de criação barroca, com exuberantes elementos
Convento de Sto. André
de Arte Sacra do Museu Carlos Machado, instalado
decorativos na sua fachada, na talha do retábulo do
Rua João da Moreira
na antiga Igreja do Colégio dos Jesuítas de Ponta
altar-mor e nos painéis de azulejos setecentistas.
Delgada.
Depois da expulsão dos jesuítas, em 1760, por ordem
A primitiva Igreja do Colégio, de invocação a Todos-
do Marquês de Pombal, a Igreja foi adquirida ao Estado
[email protected]
-os-Santos, por ter sido lançada a primeira pedra em
por Nicolau Maria Raposo de Amaral (filho), em 1834,
www.museucarlosmachado.pt
Museu Carlos Machado
9500-075 Ponta Delgada
Tel.: 296 283 814/285 532
10 | Boletim Trimestral
Fax: 296 629 504
e foi doada pelos seus descendentes e herdeiros à
que recorda o padroado desta Ordem, ligado aos seus
Câmara Municipal de Ponta Delgada, em 1973, a
primórdios, quando se formou em Paris, em dia 15 de
qual, passados quatro anos, deliberou ceder o espaço
Agosto de 1534.
ao Governo Regional dos Açores, para nele ser instalado
Deste conjunto destaca-se o quadro com a Coroação
o Núcleo de Arte Sacra do Museu Carlos Machado.
da Virgem, de Vasco Pereira Lusitano (1535-1609),
Do acervo artístico pertencente à Igreja dos Jesuítas,
pintado em Sevilha em 1604, e as pinturas que
estão em exposição, na nave e na sacristia, significativas
representam passos da Vida de S. Francisco Xavier,
pinturas dos séculos XVII e XVIII e algumas esculturas
atribuídas a Bento Coelho da Silveira (1620-1708). z
da mesma época, que voltaram ao seu local de origem,
depois de terem estado depositadas no Museu Carlos
Machado cerca de trinta anos. Estas pinturas reflectem
o domínio da Companhia de Jesus no período áureo
Vasco Pereira Lusitano (1535-1609)
Óleo s/ madeira, Séc. XVII (1604)
A. 245 x L. 182 cm, Inv. D-745/88
Inscrição: “... asco pereira lusitano pin/tava en
sevilha. año 1604, en/el mes de febrero”
da sua implantação nos Açores e no Mundo, tal como
as que existem em outras igrejas desta Ordem, em
Portugal e no Brasil. As pinturas abordam temas
relacionados com momentos importantes da vida dos
fundadores, Inácio de Loiola e Francisco Xavier, ilustram
a evangelização no Brasil e no Oriente, registam sobre
a vida de alguns mártires jesuítas, reproduzem retratos
de Cardeais e Bispos, com indicação dos seus percursos,
e exaltam principalmente a Assunção da Virgem, o
Embaixada de S. Francisco Xavier à Corte do Rei do Bungo
(ou em Yamagouchi) no Japão
Bento Coelho da Silveira (1620-1708)
Óleo s/ tela, Séc. XVII (ca. 1670-1675)
A. 187 x L. 243 cm, Inv. I–26
Museu de Ciência da Universidade de Lisboa
– Conferência Internacional
O Museu de Ciência da Universidade de Lisboa vai
pretende discutir os desafios em torno do património
aproveitar a abertura ao público do magnífico Laboratorio
científico na história da ciência, bem como a importância
Chimico da Escola Politécnica para organizar, em conjunto
dos museus e colecções na sensibilização do público
com a Sociedade Portuguesa de Química, a Conferência
para o papel social e cultural da actividade científica.
1250-102 Lisboa
Internacional 19th Century Chemistry: Spaces and
Espera-se igualmente que a Conferência contribua para
Tel.: 21 392 18 60
Collections, agendada para 1 a 4 de Fevereiro de 2007.
promover a cultura material da ciência, em particular
A Conferência contará com a presença de importantes
da química. A Conferência inclui ainda uma Sessão
personalidades, nacionais e internacionais, ligadas à
Pública sobre o património científico português,
comunicações em
história da ciência, aos museus de ciência e, mais
actualmente muito disperso e cronicamente pouco
http://19chem2007.mc.ul.pt
geralmente, ao património científico. A Conferência
valorizado. z
Informações e contactos
Museu de Ciência da Universidade de
Lisboa
Rua da Escola Politécnica, 56
Fax: 21 390 93 26
[email protected]
Programa, inscrições e submissão de
Museu das Comunicações
– Espaço Multimédia renovado
Integrado na zona da loja e da cafetaria, o Espaço
mais atraente e moderno, uma zona lúdica com jogos
Multimédia do Museu das Comunicações apresenta
interactivos para crianças e adolescentes e ainda
agora mais motivos de interesse para os visitantes.
uma área específica composta por dois módulos
Mantêm-se os postos de acesso à Internet, com aspecto
com computadores, onde os visitantes terão acesso
Rede Portuguesa de Museus | 11
ao Museu Virtual, podendo rever todas as exposições
serviços através do Portal do Cidadão e do Site dos
Informações e contactos
que já estiveram patentes no Museu das Comunicações
Instituidores. Este conta ainda com um computador
Museu das Comunicações
desde 1997, bem como ver as exposições actuais,
inclusivo, permitindo assim a navegação na Internet
através da reprodução de filmes e da opção “saber
a pessoas com necessidades especiais. z
mais”. No outro módulo, poderão aceder a diferentes
Rua do Instituto Industrial, 16
1200-225 Lisboa
Tel.: 21 393 51 59 Fax: 21 393 50 06
[email protected]
Museu de Francisco Tavares Proença Júnior
– Brincadeiras no Museu – Atelier de férias de Verão
Chegou ao fim o Atelier “Brincadeiras no Museu” que
Francisco Tavares Proença Júnior, foi feita através da
decorreu entre 3 de Julho e 25 de Agosto no Museu
exploração da vertente das matérias-primas no núcleo
de Francisco Tavares Proença Júnior. Com a tónica na
da Arqueologia, com a interrogação: “Naquele tempo
reciclagem dos materiais, inclusive aqueles resultantes
brincava-se?”. Nos outros núcleos da exposição
de antigos ateliers, as “Brincadeiras no Museu”
permanente e nas exposições temporárias, o discurso
assumiram uma grande componente prática na área
utilizado conduzia os participantes a interagir,
da expressão plástica, com a construção de brinquedos
interpretar e reproduzir à sua maneira as peças
Museu de Francisco Tavares Proença Júnior
a partir de materiais reutilizáveis, pinturas murais,
expostas.
Largo da Misericórdia
expressão dramática com leitura de poesia e prosa
Trezentas e dez crianças passaram pelo atelier de Verão
e peças de teatro com fantoches.
do Museu de Francisco Tavares Proença Júnior, cons-
A ligação às exposições do museu, uma das prioridades
tituindo um grupo de público assíduo e participativo
das iniciativas do Serviço de Educação do Museu de
noutras iniciativas do museu. z
Informações e contactos
6000-462 Castelo Branco
Tel.: 272 344 277
Museu de Lanifícios
– Um Dia Diferente
No dia 19 de Julho, o Museu de Lanifícios inaugurou,
Informações e contactos
no Núcleo da Real Fábrica de Panos, a instalação das
Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior
novas acessibilidades para deficientes, no âmbito de
Rua Marquês D’Ávila e Bolama
uma visita promovida pelo Centro de Reabilitação de
6201-001 Covilhã
Tel.: 275 319 712/275 319 700 (ext. 3126)
Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian que envolveu o
acolhimento de 100 pessoas com deficiência das quais
32 utilizando, para se deslocar, cadeiras de rodas. z
12 | Boletim Trimestral
Fax: 275 319 712
[email protected]
http://museu.ms.ubi.pt
Fax: 272 347 880
[email protected]
www.ipmuseus.pt
Museu Nacional da Imprensa
– Galeria Internacional da Caricatura recebe o PortoCartoon
do festival, a peça escultórica – uma Ponte – exprime
as múltiplas pontes que o festival tem construído no
domínio internacional, a partir de temas de grande
actualidade.
O tema escolhido para este ano foi de amplitude mundial:
“A Desertificação e a Degradação da Terra” em sintonia
com a ONU que declarou 2006 como Ano Internacional
da Desertificação.
A Galeria de Exposições Temporárias daquele museu
apresentará também duas mostras internacionais de
cartoon: “Vencedores da FECO” (Inglaterra) e “Humor
de Piracicaba” (Brasil). Poderão ser vistos cartoons de
países tão distantes e diferentes como o Azerbeijão, a
Austrália, Argélia, o Brasil, a China, a Colômbia, a
A Galeria Internacional da Caricatura acolheu no passado
Indonésia, o Irão, o Japão, a Macedónia, a Roménia, a
dia 22 de Junho o PortoCartoon-World Festival deste ano,
Rússia, a Turquia, a Ucrânia e o Uzbequistão entre outros,
organizado pelo Museu Nacional da Imprensa. Mais de
para além dos principais países europeus, incluindo
400m acolheram os 250 cartoons que constituem a
Portugal.
Informações e contactos
oitava edição do PortoCartoon-World Festival, nomeada-
Haverá ainda para ver a exposição do Prémio Especial
Museu Nacional da Imprensa
mente os trabalhos premiados, as menções honrosas
Vinho do Porto, uma secção especial do festival, criada
E.N. 108 n.º 206
atribuídas e os melhores desenhos seleccionados pelo
este ano para assinalar os 250 anos da criação da região
júri internacional do concurso.
demarcada do Douro.
O novo troféu do certame, criado pelo arquitecto Álvaro
O VIII PortoCartoon vai estar patente ao público até 31
[email protected]
Siza Vieira, assinala a partir deste ano, a imagem de
de Dezembro nas instalações do Museu Nacional da
www.imultimedia.pt/museuvirtpress
marca do PortoCartoon-World Festival. Para a organização
Imprensa. z
2
4300-316 Porto (Freixo)
Tel.: 22 530 49 66
Fax: 22 530 10 71
Museu do Trabalho Michel Giacometti
– II Encontro de Técnicos de Serviço Educativo dos Museus da RPM do Distrito
de Setúbal
No dia 19 de Junho teve lugar no Museu do Trabalho
Do programa do Encontro destacam-se as comuni-
Michel Giacometti, o II Encontro de Técnicos de Serviço
cações de Isabel Victor, responsável do Museu do
Educativo dos Museus da RPM do Distrito de Setúbal,
Trabalho Michel Giacometti, intitulada “A Qualidade
em que estiveram presentes os representantes do
em Museus: o caso dos Serviços Educativos dos Museus
Museu Municipal de Alcochete, do Ecomuseu Municipal
Municipais de Setúbal”, de Madalena Fialho e de Maria
do Seixal, do Museu de Setúbal/Convento de Jesus,
Justina Rodrigues dedicada às “Gincanas Culturais”,
do Museu Sebastião da Gama e do Museu do Trabalho
de Vanda Rocha sobre “O Museu Sebastião da Gama”
Michel Giacometti. Este Encontro contou ainda com
e de José Luís Catalão sobre “O Serviço Educativo do
a presença da Coordenadora-adjunta da RPM.
Museu do Trabalho Michel Giacometti e os públicos…”.
Rede Portuguesa de Museus | 13
– Festa de N.ª Senhora do Rosário de Tróia
A equipa do Museu do Trabalho Michel Giacometti
pescadores. No dia 30 de Setembro será organizada
esteve presente mais uma vez na Festa de N.ª Senhora
no museu uma tarde intercultural consagrada ao tema
do Rosário de Tróia que decorreu nos dias 12, 13 e
Festas de Marítimos, na qual estará presente a
14 de Agosto, fotografando, filmando e registando
comunidade piscatória local. No mesmo dia encerrará
testemunhos de pescadores e das suas famílias no
a exposição de fotografias de Sérgio Jacques, que
âmbito de um projecto de investigação dedicado aos
constituem registos da Festa efectuados em 2005.
Foto: Sérgio Jacques
A vários tempos, entre muitas estórias...
O Tempo Histórico
A equipa do Museu do Trabalho Michel Giacometti
de criança e falam-nos das dificuldades, mas também
esteve presente mais uma vez na Festa de N.ª Senhora
da sensação de liberdade que é ser embalado pelas
do Rosário de Tróia que decorreu nos dias 12, 13
águas, ver nascer o dia junto ao rio, ter o céu azul
e 14 de Agosto, fotografando, filmando e registando
como tecto e a areia quente como chão, quando a
testemunhos de pescadores e das suas famílias no
necessidade obrigava famílias inteiras de pescadores
âmbito de um projecto de investigação dedicado aos
a viverem na praia, nos meses de verão, num devir
pescadores. No dia 30 de Setembro será organizada
incerto em que a sobrevivência se conjugava com o
no museu uma tarde intercultural consagrada ao tema
improviso e o pão de cada dia dependia do produto
Festas de Marítimos, na qual estará presente a
da faina, fraternalmente repartido pela comunidade
comunidade piscatória local. No mesmo dia encerrará
de pescadores que adoptava todas as crianças como
a exposição de fotografias de Sérgio Jacques, que
seus filhos.
constituem registos da Festa efectuados em 2005.
O Tempo dos Tempos
O Tempo da festa
Hoje, deixar a casa de todos os dias e partir para Tróia,
Seguindo uma tradição secular, a maioria das famílias
já não é resposta a uma necessidade material de
deixam as suas casas, situadas nos tradicionais bairros
sobrevivência, mas de igual forma uma missão
de pescadores da zona nascente de Setúbal e
sentimental e religiosa da maior importância para
atravessam o rio, rumo à Caldeira, em barcos de pesca
esta comunidade de marítimos setubalenses. Repre-
engalanados que rivalizam em cor e disputam,
senta um momento de excepção, um corte deliberado
anualmente, a honra de transportar a imagem da
com os quotidianos de trabalho e a oportunidade
N.ª Senhora, no círio fluvial. Estas famílias, errantes
cíclica de reencontrar familiares e amigos, num
por três dias, acampam na praia sob o olhar atento
território, muito especial, carregado de memórias e
da comissão organizadora, que trabalha todo o ano
significados.
para garantir a continuidade da celebração e a
A envolvente da festa constitui um cenário algo sui
permanência dos rituais que conferem identidade e
generis, muito apetecível para a mira fotográfica de
sentido, a uma festa tradicional de pescadores que
quem eterniza num instante, contrastes aparentes
sobrevive, pela fé, aos estereótipos do turismo elitista
entre os momentos de solenidade religiosa e a
Informações e contactos
e à morte anunciada da actividade pesqueira.
informalidade do estar, comer e dormir na praia, numa
Museu do Trabalho Michel Giacometti
comunhão exaltante de sentimentos, tempos, gerações,
Largo dos Defensores da República
2910-470 Setúbal
O Tempo da Memória
culturas e rituais que fazem desta festa uma celebração
O ambiente da festa aguça os sentidos e suscita
de referência do património imaterial de Setúbal. z
memórias. Os mais velhos lembram-se ainda dos tempos
14 | Boletim Trimestral
Isabel Victor. Museu do Trabalho Michel Giacometti
Tel.: 265 53 78 80
Fax: 265 57 38 89
[email protected]
Edições de Museus da RPM
Museu da Pólvora Negra
– Cadernos do Museu
Os Cadernos do Museu da Pólvora Negra, de publicação anual, enquadram-se no programa de edições do
museu, servindo de instrumento de divulgação quer das suas colecções, quer das comunicações apresentadas
no âmbito da realização de Palestras, Conversas, Conferências, Encontros, tornando-se num instrumento
de compreensão e aprendizagem, potenciador de múltiplas interpretações consoante os públicos, os
contextos e os interesses em torno das temáticas abordadas.
A edição de 2006, lançada no passado dia 17 de Junho, data de comemoração do oitavo aniversário do
Museu da Pólvora Negra, é dedicada ao tema da Palestra “O Papel dos Museus na Preservação do
Património Imaterial – Modos de Agir e Sentir”, realizada em 2004, no âmbito da comemoração do Dia
Internacional dos Museus, em Barcarena. Neste contexto, e pretendendo-se valorizar o Património Intangível,
são publicados os resumos das comunicações apresentadas pelos oradores Graça Filipe, Fernando António
Batista Pereira e Manuel João Ramos, que reflectem investigação e práticas museológicas, bem como as
memórias de Fernando Silva, antigo funcionário da Fábrica da Pólvora de Barcarena.
– Percurso Museológico
Com o apoio do IPM/ RPM, no âmbito do Programa de Apoio à Qualificação de Museus, o Museu da
Pólvora Negra lançou ainda três desdobráveis relativos ao respectivo Percurso Museológico, em versão
portuguesa, inglesa e francesa. Os desdobráveis incluem o desenho da planta e a descrição das várias
Museu da Pólvora Negra
zonas a percorrer.
Fábrica da Pólvora de Barcarena
– Fábrica da Pólvora de Barcarena: breve apontamento histórico
Estrada das Fontaínhas
O museu editou também a obra intitulada Fábrica da Pólvora de Barcarena: breve apontamento histórico,
2745-615 Barcarena
Tel.: 21 438 14 00 Fax: 21 437 11 65
[email protected]
onde é tratado o percurso histórico da Fábrica, desde o século XV, com a instituição de ferrarias para
fabrico de armas por D. João II, aos nossos dias.
Casa-Colombo – Museu de Porto Santo / Rui Sanches: sólido e líquido
Foi publicado pela Casa-Colombo – Museu de Porto Santo o catálogo da exposição de desenhos de Rui
Sanches, patente ao público entre Junho e Setembro de 2006. O catálogo, com um texto introdutório
de Francisco Clode Sousa, inclui, além dos desenhos expostos, uma nota biográfica do artista.
Casa-Museu Abel Salazar / O desenhador compulsivo
Numa co-edição da Casa-Museu Abel Salazar, Centro Cultural de Belém e Fundação Mário Soares, foi
lançado o catálogo que acompanha a exposição O desenhador compulsivo, que esteve patente no Centro
Cultural de Belém de 29 de Junho a 17 de Setembro de 2006. A partir do trabalho de recolha, classificação
e digitalização do espólio de Abel Salazar levado a cabo pela Fundação Mário Soares em articulação com
a Casa-Museu Abel Salazar, foram seleccionados cerca de 200 desenhos para a exposição e respectivo
catálogo. Além do catálogo das peças expostas, a obra compreende textos acerca da vida e obra de Abel
Salazar e a descrição dos procedimentos de conservação e documentação fotográfica do espólio.
Casa-Museu Leal da Câmara / De Pangim à Rinchoa
Com o apoio do Instituto Português de Museus/ Rede Portuguesa de Museus, no âmbito do Programa
de Apoio à Qualificação de Museus, a Câmara Municipal de Sintra editou a obra De Pangim à Rinchoa,
com texto de Catarina Melo Antunes. Direccionado para o público infanto-juvenil, a obra conta o percurso
biográfico de Leal da Câmara, ilustrada com a obra do artista e desenhos de Luís Cardoso.
Rede Portuguesa de Museus | 15
Ecomuseu Municipal do Seixal / Ecomuseu Informação n.º 41
Foi recentemente editado o Ecomuseu Informação n.º 41, Boletim de divulgação das actividades do Ecomuseu
e de difusão de conteúdos respeitantes ao seu acervo, ao património cultural, à história local e à programação
museológica em geral. Esta edição assinala 10 anos de publicação, com distribuição gratuita.
Museu de Alberto Sampaio / Roteirinhos do Museu
Integrada nas actividades ludico-pedagógicas do Museu de Alberto Sampaio, os Serviços Educativos do
Museu desenvolveram a colecção Roteirinhos do Museu, cuja edição ficou cargo dos Amiguinhos do Museu,
tendo sido lançados no dia 7 de Julho 3 volumes: Roteirinho das adivinhas, Roteirinho dos animais e
Roteirinho da música. Serão lançados mais três volumes no início do próximo ano: Roteirinho da Virgem
Maria, Roteirinho do Menino Jesus e Roteirinho dos anjinhos. Cada um dos volumes propõe um conjunto
de actividades de exploração do museu e das suas colecções, incentivando a descoberta e a valorização
patrimonial. Os percursos «acompanhados» pelos Roteirinhos podem ser feitos individualmente, em
pequenos grupos ou em família.
Museu Bernardino Machado / Bernardino Machado: história de um Presidente
A Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão/ Museu Bernardino Machado publicou a obra Bernardino
Machado: história de um Presidente, obra direccionada para o público infanto-juvenil do Museu, onde a
vida de Bernardino Machado é contada por Emília Nóvoa Faria e ilustrada por Pedro Cores.
Bernardino Machado: descentralização e municipalismo
A Câmara Municipal/ Museu Benardino Machado editou ainda o catálogo da exposição Bernardino Machado:
descentralização e municipalismo. A exposição, documental e fotográfica, integrada nas comemorações de
aniversários históricos de Vila Nova de Famalicão, aliava a história do município e a afirmação de identidade
à figura e pensamento de Bernardino Machado.
Encontros de Outono, 2004
Europa: globalização e multicultarismo
Na continuidade da produção editorial do museu, foram publicadas as Actas dos Encontros de Outono
de 2004. Promovidos pelo Museu Bernardino Machado, os Encontros de Outono de Vila Nova de Famalicão
constituem um importante espaço de reflexão e debate em torno de temas de actualidade, tendo os de
2004 sido dedicados ao tema “Europa: globalização e multicultarismo” e coordenados por Norberto
Cunha, Coordenador Científico do Museu Bernadino Machado.
Museu Carlos Machado / Igreja do Colégio dos Jesuítas de Ponta Delgada: núcleo de arte sacra do Museu
Carlos Machado
Foi publicado o catálogo da Igreja do Colégio dos Jesuítas de Ponta Delgada pela Direcção Regional de
Cultura dos Açores, a acompanhar a finalização da adaptação do edíficio da Igreja a núcleo museológico
de arte sacra do Museu Carlos Machado. O catálogo inclui o estudo arquitectónico do edifício barroco
da Igreja, desenvolvido por Nestor de Sousa, e a investigação da colecção de arte sacra, levada a cabo
por António Manuel Oliveira e Margarida Teves Oliveira.
Mare Magnum
O Museu Carlos Machado editou ainda o catálogo da exposição Mare Magnum, patente ao público entre
10 de Junho e 27 de Agosto de 2006. A exposição contou com a participação dos artistas plásticos Victor
Almeida, Maria José Cavaco, Filipe Franco, Nina Medeiros, Paula Mota e Urbano.
16 | Boletim Trimestral
Museu Geológico / Roteiro do Museu Geológico
Em Junho de 2006 foi editado o Roteiro do Museu Geológico, museu criado com exemplares recolhidos nos
trabalhos das Comissões Geológicas constituídas a partir da segunda metade do século XIX, o que lhe confere
importante destaque no contexto da História da Ciência nacional. Constituindo um precioso instrumento de
divulgação do museu e das suas colecções, este Roteiro permite consultar um esboço histórico do percurso do
museu e a descrição das respectivas salas, com colecções de Paleontologia, Estratigrafia, Arqueologia e Mineralogia.
O Roteiro encontra-se disponível em formato electrónico em http://museugeologico.ineti.pt/
Museu de José Malhoa / Tesouro Perdido / Há um Museu no Parque
Em Novembro de 2005, foram editados pelo Museu de José Malhoa dois jogos intitulados Tesouro Perdido
e Há um Museu no Parque, dirigidos a crianças dos 6 aos 12 anos, sobretudo em visita individual,
acompanhadas por um adulto. De distribuição gratuita, os jogos também poderão ser facultados a grupos
escolares ou associativos interessados.
Estes jogos interligam diversas áreas do saber, como a História, a Arte e a Natureza e têm como objectivo
despertar o interesse pela arte e a criatividade dos mais novos. O Tesouro Perdido é um jogo de exploração da
exposição permanente do Museu, a realizar durante uma visita livre, podendo ser adquirido no próprio Museu.
Há um Museu no Parque é também um jogo de exploração da colecção, mas incide na exposição de escultura
ao ar livre, no Parque D. Carlos I, amplo espaço de jardim das Caldas da Rainha onde o museu de situa.
Museu de Olaria / Figurado de Barcelos: desenhos de barro / As voltas do barro
A partir do trabalho realizado no âmbito do processo de Certificação da Olaria e do Figurado de Barcelos,
iniciado em 2004, a Câmara Municipal de Barcelos editou duas obras – As voltas do barro e Figurado de
Barcelos: desenhos de barro – dando continuidade ao esforço de valorização e divulgação do património
olárico do concelho. As duas obras trazem a público o estudo desenvolvido, acompanhando o percurso
histórico da olaria e figurado de Barcelos e a caracterização dos processos e técnicas de produção, ilustradas
com imagens das peças, fotografias e desenhos.
Museu da Quinta das Cruzes / Porcelana da China
A Direcção Regional de Assuntos Culturais da Madeira publicou o catálogo da colecção de porcelana da
China do Museu da Quinta das Cruzes. Da autoria de Francisco António Clode Sousa, Director de Serviços
de Museus, a obra integra o estudo da colecção de porcelanas orientais do Museu Quinta das Cruzes.
Museu de São Roque / Sete Imagens para o Calendário Litúrgico – As pinturas do altar-mor da Igreja
de São Roque
A par da exposição Sete Imagens para o Calendário Litúrgico inaugurada no passado dia 7 de Julho, o
Museu de São Roque editou o II volume da colecção bilingue (português/inglês) “Ciclos Pictóricos”
intitulado Sete Imagens para o Calendário Litúrgico – As pinturas do altar-mor da Igreja de São Roque. Esta
obra é dedicada a um conjunto de pinturas que representam cenas bíblicas do Novo Testamento que,
desde o século XVII, são ciclicamente expostas, acompanhando o calendário litúrgico, tradição que teve
inicio no tempo da Companhia de Jesus e que perdura até aos dias de hoje.
Nesta edição, o Historiador de Arte e especialista em Pintura, José Alberto Seabra Carvalho, apresenta um
estudo histórico e artístico sobre este conjunto de pinturas seiscentistas, pela primeira vez apresentadas
em simultâneo na referida exposição. Um segundo texto, apresentado pelos técnicos de Conservação e
Restauro, António Salgado e Vanessa Antunes, descreve as minuciosas etapas do tratamento efectuado
neste conjunto de telas, que foram recentemente objecto de uma campanha de restauro.
Rede Portuguesa de Museus | 17
Em Agenda
Museu dos Transportes e Comunicações
Metamorfose de um Lugar – Museu das Alfândegas
Abriu no passado dia 18 de Maio uma nova exposição
permanente no Museu dos Transportes e Comunicações,
dedicada à memória do Edifício da Alfândega e das
alfândegas e intitulada Metamorfose de um Lugar –
Museu das Alfândegas.
Com projecto do Arquitecto Nuno Graça Moura e
design de António Queirós Design, a exposição encontra-se dividida em 5 núcleos, que tentam estabelecer uma
relação histórica entre a construção do edifício, a sua
ligação com as gentes da cidade, o percurso da alfândega enquanto instituição aduaneira e reguladora de
todas as transacções comerciais e, finalmente, a transformação deste edifício para um espaço cultural que
está hoje ao encargo da Associação para o Museu dos Transportes e Comunicações.
Um novo universo de objectos, documentos e histórias reveste agora o corpo central deste edifício, enriquecendo
substancialmente a história da cidade, tornando-se assim ponto obrigatório de passagem.
Associada à exposição, foi editada a obra Metamorfoses de um lugar: De Alfândega Nova a Museu dos Transportes
e Comunicações, da autoria de Jorge Fernandes Alves e publicada pela Associação para o Museu dos Transportes
e Comunicações. Esta publicação reconstitui a história e a reconversão do edifício da Alfândega Nova a Museu
dos Transportes e Comunicações, integrando-o no contexto da cidade do Porto e do sistema alfandegário e
comercial da cidade. O texto é acompanhado de documentação gráfica, de que se destacam gravuras, bilhetes-postais e fotografias.
Biblioteca da Alfândega do Porto
Juntamente com esta exposição foi inaugurada a Biblioteca da Alfândega do Porto, com o acervo bibliográfico
da DGAIEC (Direcção Geral das Alfândega e dos Impostos Especiais sobre o Consumo).
Fruto da sua actividade administrativa, foram-se aglomerando ao longo dos anos um vasto acervo bibliográfico,
reflectindo por isso as suas necessidades específicas de informação.
O espólio bibliográfico encontra-se agora disponível a todos, estando para o efeito a receber tratamento
biblioteconómico.
Incorporado no mesmo espaço está o acervo documental do Centro de Documentação e Informação do
Museu dos Transportes e Comunicações.
Edifício da Alfândega, Rua Nova Alfândega, 4050-430 Porto, Tel.: 22 340 30 00/22 340 30 58, Fax: 22 340 30 98, [email protected], www.amtc.pt
18 | Boletim Trimestral
Casa-Museu Dr. Anastácio
Gonçalves
Bote de fragata Baía do Seixal
Museu Carlos Machado
Serviço educativo
Exposição
Exposição
Descobertas matemáticas no bote de fragata
Estrangeiros nas Colecções Privadas – De Bonnard ao
Colecção Dr. Anastácio Gonçalves. Obras em reserva:
Nós e o rio
Séc. XXI
Pintura, Aguarela e Desenho
(público escolar – ensino básico)
De 16 de Setembro a 29 de Outubro de 2006
Até 30 Setembro de 2006
Outubro de 2006
Olhares Digitais – Uma Noite Dois Museus
Tripular uma embarcação
Resultado de Concurso de Fotografia
(público juvenil e adulto/famílias)
Até 30 de Setembro de 2006
8 de Outubro de 2006
Serviço educativo
Visitas guiadas
Núcleos Urbanos Antigos
Negócios da China – Portugal e a Porcelana Chinesa
Serviço educativo/visita temáticas
Breve Viagem – Mobiliário da CMAG
A pé pelo Seixal
Relaxe com a Pintura Naturalista
A pé pela Arrentela
Um Pintor, Um Arquitecto, um Coleccionador
(público escolar – ensino básico)
Até Dezembro de 2006
Outubro a Dezembro de 2006
Visita guiada + Ateliê Porcelana: vem inventar a tua!
Pierre Bonnard (1867-1947)
(6 aos 12 anos)
Bouquet, Lápis s/ papel, 12,3 x 16,4 cm, Col. Particular
Até Outubro de 2006
O Mobiliário em Peddy-Papper
Convento de St.º André
(6 aos 12 anos)
Rua João da Moreira
Cadavre Exquis
9500-075 Ponta Delgada
(12 aos 16 anos)
Tel.: 296 283 814/285 532
Coleccionador Júnior: “O que guardamos e porquê?”
Fax: 296 629 504
(6 aos 16 anos)
[email protected]
Até Dezembro de 2006
www.museucarlosmachado.pt
Avenida 5 de Outubro, 6-8 1050-055 Lisboa
Tel.: 21 354 08 23/09 23
Fax: 21 354 87 54
Serviço Educativo – Ateliê “Nós e Rio”
Ecomuseu Municipal do Seixal/CDI – Rosa Reis, 2001
www.cmag-ipmuseus.pt
Ecomuseu Municipal do
Seixal/Núcleo da Mundet
Museu do Chiado
Concertos
[email protected]
Serviço Educativo
Ciclo de concertos de música contemporânea
Praça 1.º de Maio, n.º 1
Der Gelbeklang
2840-485 Seixal
[O Som Amarelo]
Tel.: 21 097 61 12 (às 2.as feiras)
Até 11 de Outubro de 2006
Fax: 21 097 61 13
Núcleo da Mundet
[email protected]
Rua Serpa Pinto, n.º 4
Exposição
www.cm-seixal.pt/ecomuseu
1200-444 Lisboa
A cortiça na fábrica: a preparação – inserida no
Tel.: 21 343 21 48
percurso da esposição Quem diz cortiça diz Mundet,
Fax: 21 343 21 51
quem diz Mundet diz cortiça
Museu de Alberto Sampaio
Exposição de longa duração
Exposição
A Indústria corticeira na actualidade
Meninos Gordos: contar uma história através da faiança
Até Fevereiro 2007
Até 1 de Outubro de 2006
Serviço educativo
[email protected]
Museu das Comunicações
Exposições
Descobertas matemáticas na Mundet
Rua Alfredo Guimarães
Vencer a Distância – Cinco Séculos de Comunicações
O mergulho... da cortiça
4810-251 Guimarães
em Portugal
(público escolar – ensino básico)
Tel.: 253 423 910
Casa do Futuro Inclusiva
Outubro a Dezembro de 2006
Fax: 253 423 919
Mala-posta
Magusto de S. Martinho na Mundet
[email protected]
Permanentes
Trabalhos sobre Design Inclusivo da EUAC
11 de Novembro de 2006
Núcleo Naval
Até Maio de 2007
Exposição
Museu do Brinquedo de Sintra
Do bit ao terabyte
Barcos, memórias do Tejo
Exposição
Até Maio de 2007
Exposição de longa duração
Carros de Bombeiros e Ambulâncias
Aqui há gato
Serviço educativo
4 de Novembro de 2006 a 4 de Fevereiro de 2007
Até Maio de 2007
Estaleiro de brincadeiras Dança dos barcos
(entre 10 e 15 de Outubro de 2006 terá um período
(público escolar – ensino pré-escolar e dos 1.º e 2.º ciclos
Rua Visconde de Monserrate, 26 2710-591 Sintra
de itinerância na Câmara Municipal de Paços de
do ensino básico)
Tel.: 21 910 60 16
Ferreira)
Outubro a Dezembro de 2006
Fax: 21 923 00 59
A transmissão do conhecimento – do códice à palavra
Dou-te um presente diferente
[email protected]
impressa
13 de Dezembro de 2006
www.museu-do-brinquedo.pt
De Outubro a 31 de Dezembro de 2006
Rede Portuguesa de Museus | 19
Exposição Filatélica alusiva à Comemoração do V
Centenário do nascimento de S. Francisco Xavier
Museu Geológico
Museu de José Malhoa
De Outubro a 31 de Dezembro de 2006
Exposição
Exposição
Serviço Educativo
Trilobites gigantes de Arouca (Canelas)
Esculturas – Um Percurso na Colecção do Museu José
Os testes do Jarbas (1.º ciclo)
Até 28 de Novembro de 2006
Malhoa
O Mestre Sabichão (1.º e 2.º ciclos)
Nas instalações do Museu do Ciclismo, onde funciona
A Avózinha do Futuro (1.º e 2.º ciclos)
o Núcleo Provisório de Pintura de José Malhoa (museu
A Dama da Mala-Posta (a partir do 1.º Ciclo)
encerrado para obras)
A Oficina da Escrita (3.º ciclo e secundário)
Até 30 de Setembro de 2006
Rua do Instituto Industrial, 16
Parque D. Carlos I
1200-225 Lisboa
2500-109 Caldas da Rainha
Tel.: 21 393 51 59
Tel.: 262 83 19 84
Fax: 21 393 50 06
Fax: 262 84 34 20
[email protected]
[email protected]
Museu de Évora
Museu de Lamego
Exposição
Exposições
Escultura Naturalista do Museu de Évora.
Rua Academia das Ciências, 19
250 Anos de Baixelas do Douro
A Colecção Barahona
1200-003 Lisboa
De 8 de Outubro a 18 de Novembro de 2006
Até Maio de 2007
Tel.: 21 346 39 15
Exposição de trabalhos dos fotógrafos que colaboram
Fax: 21 342 46 09
na revista «Douro»
[email protected]
De 21 de Outubro a 18 de Novembro de 2006
Delegação Regional de Cultura
Rua dos Burgos, n.º 1 – Évora
Colectiva de artistas plásticos contemporâneos durienses
Durante a semana: 9h30-12h30
2 a 29 de Dezembro de 2006
e das 14h00-18h00
Museu da Guarda
Serviços Técnicos e Administrativos
Exposição
Largo de Camões
(provisoriamente na Igreja das
Manifesto de uma Paixão – António Correia, fotógrafo
5100-147 Lamego
Mercês)
Até 15 de Outubro de 2006
Tel.: 254 600 230
Rua do Raimundo, 7000-661 Évora
Fax: 254 655 264
Tel.: 266 702 604
[email protected]
Fax: 266 708 094
[email protected]
Museu Municipal de Etnografia
e História da Póvoa de Varzim
Museu de Francisco Tavares
Proença Júnior
Exposição
Subtus Montis Terroso. 100 anos de arqueologia na
Exposições
Cividade de Terroso – 1906-2006
Arqueologia, Colecções de Francisco Tavares Proença
Serviço Educativo
Permanente
Visita orientada à exposição de António Correia
escavações arqueológicas na Cividade de Terroso,
30 anos da Oficina-Escola de Bordados Regionais
Ateliês
realizadas por Rocha Peixoto em 1906.
Até 17 Setembro de 2006
– O preto... o branco... e outras cores
Até Maio de 2007
Rotação do Circuito Permanente – Têxteis
Reinvenção das imagens a preto e branco através da
A partir de 21 de Setembro de 2006
utilização de tintas, papéis, pastas de modelação e
À semelhança do que foi feito em 2001, devido a
outros materiais.
necessidades de conservação, o MFTPJ vai proceder
Público-alvo: Escolar e Famílias
à rotação da colecção têxtil. Algumas peças adquiridas
– Imagens entre famílias
nos últimos anos serão mostradas pela primeira vez,
Passeios pela cidade da Guarda a partir das fotografias
juntamente com outras vindas do Museu Nacional
de António Correia
de Machado de Castro, do Museu Nacional de Arte
Público-alvo: Famílias
Antiga e do Museu Nacional do Traje.
– Um Lego de memórias
Comemoração dos 100 anos da realização das primeiras
Apresentação dos trabalhos resultantes dos ateliês O
preto… o branco... e outras cores... e imagens entre famílias
Público-alvo: Escolar e Famílias
Rua do Visconde de Azevedo, 17
4490-589 Póvoa de Varzim
Largo da Misericórdia
Rua General Alves Roçadas, 30
Tel.: 252 616 200
6000-462 Castelo Branco
6300-663 Guarda
Fax: 252 616 200
Tel.: 272 344 277
Tel.: 271 213 460
[email protected]
Fax: 272 347 880
Fax: 271 223 221
[email protected]
www.ipmuseus.pt
20 | Boletim Trimestral
Casula
Linho bordado a seda
www.ipmuseus.pt
[email protected]
Um Mergulho na história – O Navio do século XV Ria
Reservas Visitáveis
Museu Municipal de Penafiel
de Aveiro – A
Galerias da Amazónia
Exposição
Até 30 de Outubro de 2006
Galerias da Vida Rural
A Arte de Fernando Meira (1926-2006)
Praça do Império
Avenida Ilha da Madeira
Artista amador penafidelense que usava paus de
1400-206 Lisboa
1400-203 Lisboa
fósforos queimados e cola como material de
Tel.: 21 362 00 00 Fax: 21 362 00 16
Tel.: 21 304 11 60
construção das suas maquetas e um pequeno canivete
[email protected]
Fax: 21 301 39 94
como ferramenta de trabalho.
www.mnarqueologia-ipmuseus.pt
[email protected]
[email protected]
Até 28 de Outubro de 2006
www.mnetnologia-ipmuseus.pt
Museu Nacional do Azulejo
Workshop de Cerâmica
Das Terras Cruas ao Azulejo
Museu Nacional da Imprensa
Iniciação prática aos materiais e técnicas cerâmicas
Exposições
14, 21 e 28 de Outubro de 2006
Memórias Vivas da Imprensa
Permanente
Rua da Madre de Deus, 4
PortoCartoon: O Riso do Mundo
1900-312 Lisboa
Permanente
Tel.: 21 810 03 40
Sampaio no Humor de Bordallo
[email protected]
Homenagem a António Rodrigues Sampaio (1806-1882), esposendense, jornalista e político, no âmbito
Rua Conde de Ferreira
da celebração do bicentenário do seu nascimento.
4560-483 Penafiel
Tel.: 255 712 760
Museu Nacional dos Coches
Fax: 255 711 066
Exposição
[email protected]
D. Amélia, uma Rainha, um Museu
Até 15 de Dezembro de 2006
Até 31 de Dezembro de 2006
Serviço Educativo
Museu da Música
Até Fevereiro de 2007, marcação prévia à Segunda-feira
Serviços educativos
Visitas guiadas
Álbum das Almas
De ouvidos bem abertos
Professores e Educadores (Preparação de visitas/docu-
Uma das obras emblemáticas de
Exploração dos instrumentos musicais da orquestra
mentação)
a partir da peça musical de Prokofiev “Pedro e o
Grupos Escolares (todos os níveis)
que Sampaio entrou na galeria das
Lobo” (dos 7 aos 12 anos)
Grupos com necessidades especiais (material de apoio/
“glórias” daquele grande caricaturista
Aspectos e Instrumentos da Música Barroca
documentação)
Animação audiovisual e visita destacando instrumentos
Grupos de adultos/Séniores
e alguns compositores de música barroca
Peddy-paper (dos 8 aos 12 anos)
Casa da Juventude de Esposende
(a partir dos 13 anos)
Ateliê de Expressão Plástica (dos 4 aos 10 anos)
Av. Dr. Henrique Barros Lima
Babar, o pequeno elefante
Visita Lúdica (dos 6 aos 10 anos)
2.ª feira a Sábado
A partir da peça musical homónima, com letra de
Ateliê de Douramento (dos 6 aos 12 anos)
10h00-13h00 e 15h00-18h00
Jean Brunhof e música de François Poulenc
Caça ao Tesouro (dos 8 aos 12 anos)
(dos 5 aos 8 anos)
A Princesa Beringela
E.N. 108 n.º 206
Uma aventura na terra dos Trolls
Teatro de Sombras Chinesas (dos 4 aos 8 anos)
4300-316 Porto (Freixo)
É contada a “História de Peer”, acompanhada pela
Actividades em Família
Tel.: 22 530 49 66Fax: 22 530 10 71
peça de Edvard Grieg, Peer Gynt
Jogo de Descoberta I e II, Ateliê de Douramento
[email protected]
(dos 6 aos 15 anos)
(penúltimo Domingo de cada mês)
www.imultimedia.pt/museuvirtpress
Bordallo Pinheiro – o Álbum das Glórias
– faz parte da exposição, mostrando
que foi “quase sempre bom até nas
maldades”.
Festas de Aniversário
Estação do Metropolitano Alto dos Moinhos
Visita guiada + uma actividade + Bolo de aniversário
Rua João de Freitas Branco
+ duas horas de diversão
Museu Nacional de Machado
de Castro
Tel.: 21 771 09 90
Praça Afonso Albuquerque
Exposição
Fax: 21 771 09 99
1300-004 Lisboa
Os Alqueires bem Medidos
[email protected]
Tel.: 21 361 08 50
www.museudamusica-ipmuseus.pt
[email protected]
1500-359 Lisboa
Fax: 21 363 25 03
www.museudoscoches-ipmuseus.pt
Até Dezembro de 2006
Torre de Almedina
Núcleo da Cidade Muralhada
Museu Nacional de Arqueologia
3.ª feira a sábado,
Exposições
Museu Nacional de Etnologia
Mosaicos Romanos nas colecções do Museu Nacional
Exposições
de Arqueologia
Através dos Panos
Rua António José de Almeida, 208
Até Janeiro de 2007
Até Outubro de 2006
3000-042 Coimbra
Religiões da Lusitânia: Loquuntur Saxã
Sogobò – Máscaras e Marionetas do Mali
Tel.: 239 482 001 Fax: 239 482 469
Até Outubro de 2007
Até Setembro de 2006
[email protected]
11h00-13h00 e 14h00-19h00
Rede Portuguesa de Museus | 21
Visita Guiada ao Parque do Monteiro-Mor
Museu Nacional de Soares
dos Reis
O Jazz vai ao Museu
Serviço Educativo
Iniciação às diferentes profissões ligadas ao cinema
Famílias nos Museus
Atelier de Tecelagem
4.º Sábado de cada mês
Último domingo de cada mês
O Cinema vai ao Museu
As Histórias vão ao Museu
Palácio dos Carrancas I
Último domingo de cada mês
Rua D. Manuel II
Os Jardins de Barro: O B à Bá da Cerâmica
4050-342 Porto
Ateliê de cerâmica
Tel.: 22 339 37 70
Todos os Sábados
[email protected]
200 anos de Vestidos de Baptizado
www.ipmuseus.pt
Até 31 Dezembro de 2006
Largo Júlio de Castilho, Lumiar
1600-483 Lisboa
Tel.: 21 758 85 37
Museu Nacional do Teatro
[email protected]
Exposições
www.museudotraje-ipmuseus.pt
Peças de Teatro. As Colecções do Museu
Permanente
Romagem dos Agravados de Gil Vicente
Museu de Olaria
Seis máquinas de cena criadas por José Carlos Barros,
Exposição
plasticamente inspiradas na obra “As Tentações de Santo
Os Oleiros de Idanha
Antão” de Hieronymus Bosch, no exterior no Museu.
Até 25 de Junho de 2007
Até dia 31 de Outubro de 2006
Serviço Educativo
Evolução do Traje do Século XIX
Rua Cónego Joaquim Gaiolas
Ateliês
Até 31 Dezembro de 2006
4750-306 Barcelos
Tudo menos tristeza – construção de fantoches
Tel.: 253 824 741
(dos 4 aos 9 anos)
Fax: 253 809 661
A história inacabada – escrita e caracterização
[email protected]
(dos 10 aos 16 anos)
Um salto – artes plásticas
A Arte de Vestir o Palco – Viagem até ao séc. XVII
Museu dos Transportes
e Comunicações
e XVIII para ver como brincavam ao teatro os meninos
Exposições
nessa época
O Automóvel no Espaço e no Tempo
(dos 8 aos 12 anos)
Comunicação do Conhecimento e da Imaginação
(dos 6 aos 12 anos)
Metamorfose de um Lugar – Museu das Alfândegas
Estrada do Lumiar, 10-12
Brinquedos do início de século XX
Permanentes
1600-495 Lisboa
Até 31 Dezembro de 2006
Mercedez-Benz
Tel.: 21 756 74 10/19
Ciclo de exposições temáticas de miniaturas automóvel
Fax: 21 757 57 14
Serviço Educativo
[email protected]
Visita guiada às exposições permanentes
www.museudoteatro-ipmuseus.pt
Pés e mãos sobre rodas
Visita guiada à exposição O Automóvel no Espaço e no
Tempo + oficina de construção de automóveis alternativos
Museu Nacional do Traje
através de materiais recicláveis
Exposições
(dos 6 aos 13 anos)
Sala dos Teares
Visita à exposição Metamorfose de um Lugar – Museu
Permanente
das Alfândegas + oficina Aprendiz de despachante…
Formas de Luz – Vidros no Jardim
com pesos e medidas
Esculturas em vidro, de João Silva
Serviço Educativo
(dos 6 aos 13 anos)
Até 5 de Novembro de 2006
Festival do Paço
Histórias e fantochadas…
28 de Setembro a 14 de Outubro de 2006
Teatro de fantoches sobre a temática alfandegária
Clube Aventura
(dos 6 aos 13 anos)
Iniciação aos desportos radicais no Parque do
22 | Boletim Trimestral
Monteiro-Mor
Rua Nova da Alfândega
Técnicas de Batik
Edifício da Alfândega
Fins-de-semana, 10h00-12h00
4050-430 Porto
Ateliê disponível também para escolas
Tel.: 22 340 30 00
Camaleão
Fax. 22 340 30 98
1.º e 3.º domingo de cada mês, das 10h30 às 12h00 (12 aos
[email protected]
36 meses) e das 15h00 às 17h30 (3 aos 6 anos)
www.amtc.pt
Outras Notícias
Bens Culturais Móveis sob tutela do IPM,
classificados como “Bens de Interesse Nacional”
Grande panorama de Lisboa (pormenor)
Gabriel Del Barco (Atr.)
Séc. XVIII (c. 1700)
Museu Nacional do Azulejo: Inv. 1
Através do Decreto n.º 19/2006, de 18 de Julho, o
integram conjuntos sistemáticos que aglutinam objectos
Conselho de Ministros procedeu à classificação como
sob um denominador comum: unidade territorial,
“bens de interesse nacional” de um conjunto de 1626
tecnológica ou temporal.
bens culturais móveis, integrados em 18 Museus sob
Tal como preconizado no “Preâmbulo” do mesmo
tutela do Instituto Português de Museus.
Decreto, o espírito da classificação agora efectuada
A categoria de “bem de interesse nacional” corres-
reside no acautelamento de especiais medidas em
ponde à forma de protecção mais elevada definida
matéria de salvaguarda de bens cuja protecção e
pela Lei de Bases do Património Cultural (Lei
valorização represente um incontestável valor
n.º 107/ 2001, de 8 de Setembro) para
para Portugal, designadamente no que
os bens culturais móveis, recaindo
se refere à sua protecção, conservação
sobre bens cuja protecção e valoriza-
e divulgação em contexto nacional e
ção represente um valor cultural de
internacional, pretendendo-se igual-
significado para a Nação.
mente a instituição de padrões de
A lista de bens classificados como “de
referência para procedimentos de
interesse nacional” (também designa-
classificação de bens de interesse
dos de “tesouro nacional” pela Lei n.º
nacional, bem como de enquadramento
107/2001) congrega as peças de inegável
Custódia de Belém
Gil Vicente
valor patrimonial dos Museus tutelados
principais colecções nacionais.
pelo IPM, nas áreas de Artes Plásticas,
A lista de bens agora classificados como de
Artes Decorativas e Arqueologia,
“interesse nacional” resulta do
Cabeça de mulher, dita de Júlia
sendo que muitos destes bens,
Séc. XVI (1506)
Museu Nacional de Arte Antiga: 740
de uma política de incorporações nas
Milreu
trabalho desenvolvido pelo Instituto
Época Romana, Séc. I-II d.C.
designadamente os arqueológicos,
Museu Nacional de Arqueologia: Inv. 994.6.3
Português de Museus, considerando
Rede Portuguesa de Museus | 23
Número de Bens classificados por Super-Categoria/Categoria
as suas atribuições e competências no que se refere à
Museus tutelados pelo IPM, dos quais o Museu de
classificação de bens culturais móveis de valor histórico-
Évora, o Museu Nacional de Arte Antiga, o Museu
artístico, arqueológico, etnográfico, tecnológico e
Nacional de Arqueologia e o Museu Nacional de
científico. Tal trabalho decorreu no âmbito de um
Etnologia se encontraram, através dos seus Directores,
Grupo de Trabalho constituído para o efeito pelo IPM
representados no referido Grupo de Trabalho, em
e desenrolou-se entre Janeiro e Dezembro de 2003,
conjunto com a equipa do Instituto Português de
tendo contado com a colaboração activa de todos os
Museus. z
POC – Candidaturas abertas a Museus
Informações e contactos
O Programa Operacional da Cultura abriu um convite
Exposições permanentes, entre 16 de Agosto e 16 de
público à apresentação de candidaturas à Medida 1.2.
Outubro de 2006. Podem candidatar-se museus
Modernização e Dinamização dos Museus Nacionais,
integrados na Rede Portuguesa de Museus e ainda
respectivamente à Acção 1. Obras de construção,
projectos considerados de relevância nacional. z
Gabinete de Gestão do Programa Operacional
da Cultura
Tel.: 21 361 93 13/4/5
recuperação e valorização de museu e à Acção 4.
24 | Boletim Trimestral
Fax: 21 363 62 78
[email protected]
http://poc.min-cultura.pt
Mobilidade de Colecções em debate
na União Europeia
Entre 20 e 21 de Julho de 2006, teve lugar a Conferência
“Encouraging the Mobility of Collections” resulta de
“Encouraging the Mobility of Collections”, realizada no
um esforço desenvolvido pela UE desde 2002, e em
Museu Nacional da Finlândia, Helsínquia, no âmbito
particular da Holanda e do Reino Unido, que tem como
da Presidência Finlandesa da União Europeia (UE), na
objectivos a implementação de standards, a disseminação
qual o IPM se encontrou representado.
de informação e a cooperação entre museus, designa-
À semelhança das Conferência “Collections on the
damente no sentido de promover a mobilidade de
Move” (Haia, Nov. 2004) e a Conferência “Increasing
colecções museológicas, em contexto de cedência
the Mobility of Collections” (Manchester, Nov. 2005),
temporária de longa duração entre países europeus.
Instrumentos de referência
Independentemente do esforço inerente a todo o
disparidade entre os meios, designadamente finan-
processo de promoção da mobilidade de colecções,
ceiros, para a efectiva implementação das medidas
no sentido de um reforço da consciência cultural e
pretendidas, ou ainda do carácter consensual (e.g.:
da política comum e, como tal, de reforço de uma
harmonização de standards e procedimentos) ou não
identidade europeia, e independentemente da evidente
(e.g.: seguro de estado; imunidade contra penhora)
dos temas em debate, pretende-se que as diversas
directrizes tenham aplicabilidade ampla na UE.
Assim, no âmbito do trabalho desenvolvido até ao
momento, destaque-se a edição do Relatório Lending
to Europe – Recommendations on collection mobility for
European museums 1. Para além das inovações
propriamente ditas que as sucessivas Presidências da
UE têm visado implementar, Lending to Europe destaca
como instrumentos de referência para o tema da
circulação de colecções na UE os seguintes documentos: General Principles on the Administration of Loans
and Exchange of Cultural Goods Between Institutions,
(geralmente designado por “Convenção Bizot”, 1995),
código de boas práticas e revisto em 2005 no âmbito
do presente processo; bem como o Código Deontológico do ICOM para os Museus, o Standard Facilities
Report desenvolvido pelo UKRG (United Kingdom
Registrar’s Group), que os autores pretendiam ser
adoptado a nível europeu.
1
Disponível em formato PDF no Portal do IPM (www.ipmuseus.pt – sector Iniciativas
e Projectos/Gestão de Colecções)
Rede Portuguesa de Museus | 25
Temas em Debate
O plano em que se registaram maiores evoluções
práticas residiu na promoção da partilha de boaspráticas e na uniformização de procedimentos no
âmbito da gestão de colecções, em particular no que
respeita à cedência temporária de bens culturais, dado
o trabalho entretanto realizado pela NEMO (www.nemo.org), na implementação de um grupo de trabalho
virtual relativo à documentação e gestão de cedências
temporárias, encontrando-se já em curso a preparação da versão final do “European standard loan
agreement”, a divulgar após a realização do encontro
anual da NEMO em Novembro próximo, em
Helsínquia, e que será oportunamente divulgado em
Portugal pelo IPM.
Finalmente, por ocasião da Conferência “Encouraging
the Mobility of Collections” foi anunciado o Draft
Action Plan for the EU Promotion of Museum Collections,
Mobility and Loan Standards para o período 2006/2007.
O programa da Conferência “Encouraging the Mobility
Para além do referido grupo sobre “Lending Standards”,
of Collections” incidiu com particular expressão nos
o Plano de Acção contempla a organização de grupos
temas relativos à avaliação e seguro de bens culturais
de trabalhos virtuais dedicados aos restantes temas
para fins específicos de cedência temporária, na
que estruturam o processo da Mobilidade de Colecções
promoção do acesso à informação (em suporte digital,
na UE (Indemnity Schemes; Immunity from Seizure;
preferencialmente disponibilizado on-line) relativo às
Valuation and Non-Insurance; Long term Loans; Building
colecções dos museus, na definição e adopção a nível
up Trust/Networking), integrando-se ainda no mesmo
dos países da UE de standards relativos à circulação
Plano o trabalho já há muito desenvolvido e estruturado
de bens culturais móveis, bem como à apresentação
no NRG (National Representatives Group), enquanto
de um Plano de Acção para a Promoção da Mobilidade
task-force responsável pelo acompanhamento da
de Colecções.
Digitalização de Colecções no espaço europeu.
Recursos na WEB
As informações produzidas no âmbito da referidas
http://www.culture.gov.uk/mobility/index.htm
Conferências sobre o tema da mobilidade de colecções
http://www.minedu.fi/OPM/Tapahtumakalenteri/2006/
na UE (Haia 2004, Manchester 2005, Helsínquia 2006)
07/encouraging_mobility_collections.html z
encontram-se disponíveis, respectivamente, em:
http://www.museumcollectionsonthemove.org/
indexen.html
26 | Boletim Trimestral
Paulo Ferreira da Costa, Direcção de Serviços de Inventário/IPM
I Encontro Luso-Brasileiro de Museus-Casas
Museus Casas 1263
Museu Nacional, antigo Paço Imperial de São Cristóvão,
Brasil
Delegação Portuguesa
Realizou-se de 14 a 16 de Agosto no Rio de Janeiro,
Frederico de Freitas (Portugal); e Museus-Casas da
Brasil, o I Encontro Luso-Brasileiro de Museus-Casas,
Aristocracia com Maria de Lourdes Parreiras Horta do
organizado pela Fundação Casa de Rui Barbosa, com
Museu Imperial de Petrópolis e José Manuel Carneiro
a colaboração do IPHAN e do ICOM Brasil,
do Palácio Nacional da Pena (Portugal). No último
designadamente o DEMHIST (Comité Internacional
dia, Miguel Monteiro do Museu da Imigração, em
para as Casas-Museu do ICOM), em colaboração
Fafe, falou da casa do ‘Brasileiro’ no Norte de Portugal.
com o ICOM Portugal, o DEMHIST e casas-museu
No âmbito dos trabalhos foram apresentadas comu-
portuguesas.
nicações sobre várias instituições e sobre os seus
Dando continuidade aos encontros sobre esta tipologia
projectos recentes e visitaram-se vários museus,
de museu que se vêm realizando naquele museu
designadamente o Museu Nacional, instalado no antigo
brasileiro há já uma década, o tema deste ano foi
Paço Imperial de São Cristóvão, onde está em curso
Espaço, Objecto e Museografia. Os trabalhos tiveram
um estudo pluridisciplinar para recuperar o espaço e
lugar no auditório do Museu Casa de Rui Barbosa
a memória da residência.
onde se reuniram várias dezenas de profissionais, que
Nos dias 17 e 18 de Agosto, os participantes do
participaram activamente nos debates.
Encontro visitaram o Museu Imperial de Petrópolis, o
Na Mesa-redonda inicial, os representantes do DEMHIST
Museu Casas da Hera na cidade de Vassouras e várias
no Brasil, Márcio Doctors da Fundação Eva Klabin,
fazendas de café, no Vale do Paraíba, que estão a ser
e em Portugal, Maria de Jesus Monge do Museu-
adaptadas a espaços museológicos e/ou turísticos.
-Biblioteca da Casa de Bragança, traçaram uma
A enorme variedade e diversidade de instituições desta
panorâmica das casas-museu nos respectivos países.
tipologia ficou patente, bem como o enorme potencial
Em seguida e ao longo de três dias foram abordados
que representam enquanto factores polarizadores da
os Museus-Casas de Intelectuais, com Jurema Seckler
memória individual e colectiva, local, regional ou
do Museu-Casa de Rui Barbosa e José Manuel Oliveira
nacional. A representação portuguesa foi ilustrativa
da Casa de Camilo (Portugal); os Museus-Casas de
desta pluralidade, integrando profissionais e instituições
Coleccionadores, com Vera Alencar dos Museus Castro
de múltiplos perfis museológicos, tutelas e áreas
Maya e Ana Margarida Camacho da Casa-Museu Dr.
geográficas.
Rede Portuguesa de Museus | 27
Este encontro, que desejamos seja o primeiro de
realizou em Lisboa em 2005, e pudemos reencontrar
muitos, materializou um desejo antigo e permitiu
os colegas que estiveram no Museu Nacional de
trocas de experiências e ideias entre profissionais da
Etnologia, que renovaram o seu empenho em participar
mesma área, dos dois lados do Atlântico. Existe a
em actividades de formação, investigação e divulgação
possibilidade de financiamento pelo Governo brasileiro
do património luso-brasileiro.
de projectos de cooperação (www.cnpq.br/editais/ct/
A testemunhar do interesse que as Casas-Museu
2006/027.htm) e um grande interesse em desenvolver
despertam realizar-se-á em Novembro próximo, em
contactos e projectos de interesse comum.
Cascais, o II Encontro de Casas-Museu. z
Este I Encontro Luso-Brasileiro de Museus-Casas deu
Maria de Jesus Monge, Museu Biblioteca da Casa de Bragança
continuidade ao 6º Encontro do DEMHIST, que se
Paço Ducal de Vila Viçosa
Nova publicação dedicada à Museologia
O CLS Journal of Museum Studies é uma nova publicação
em formato electrónico editada pelo College of Liberal
Studies da Universidade de Oklahoma, nos Estados
Unidos da América, disponível em:
http://www.ou.edu/cls/jms/ z
Informações e contactos
Prof. Michael Mares
[email protected]
João Faria
Faleceu no passado dia 19 de Junho João Carlos Lázaro
tendo concluído o Mestrado em Arqueologia Roma-
Faria, desde 1988 responsável técnico do Museu
na na Faculdade de Letras da Universidade do Porto,
Municipal Pedro Nunes e desde Novembro de 2005
em 1998. Natural de Alcácer do Sal, aí exerceu uma
Vereador do pelouro da Cultura da Câmara Municipal
importante actividade cultural, enquanto investigador
de Alcácer do Sal.
e arqueólogo em diversas intervenções, respon-
Nascido em 1960, João Faria licenciou-se em Histó-
sável do Museu Municipal e Vereador do pelouro da
ria na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra,
Cultura.
No Centro de Documentação da RPM
– João Faria
FARIA, João Carlos; CARVALHO, António Rafael; FERREIRA, Marisol Aires – Alcácer do Sal islâmica: arqueologia
e história de uma Medina do Garb Al-andalus (séculos VIII-XIII). Alcácer do Sal: Câmara Municipal de
Alcácer do Sal. Museu Municipal de Pedro Nunes, 2004. 96 p.
28 | Boletim Trimestral
Publicada com o apoio do Instituto Português de Museus/Rede
Portuguesa de Museus, no âmbito do Programa de Apoio à
Qualificação de Museus, esta obra apresenta ao público o estudo
desenvolvido pelos três autores sobre a presença islâmica na
cidade de Alcácer do Sal, onde existia uma importante Medina.
A obra encontra-se dividida em três partes: O território e as
fontes documentais; História política de al-Qasr Abu Adanis
(séculos VIII-XIII); Em jeito de conclusão (estrutura urbana,
estruturas defensivas, espaços funerários). z
Manuel Lopes
Nascido a 30 de Maio de 1943 na Póvoa de Varzim,
das respectivas colecções e exposições centradas na
Manuel Lopes, antigo Director do Museu Municipal
etnografia marítima da Póvoa, salientando muito
de História e Etnografia da Póvoa de Varzim e
especialmente a exposição intitulada “As Siglas Poveiras”
actualmente Director da Biblioteca Municipal Rocha
que recebeu um Prémio Internacional do European
Peixoto, faleceu no passado dia 14 de Agosto de 2006.
Museum of the Year Award em 1980 e que itinerou no
Investigador no campo da história local, Manuel Lopes
País e na Europa, bem como a exposição “A Lancha
desenvolveu estudos em particular sobre a comunidade
Poveira e as suas relações com a técnica tradicional de
piscatória local, na esteira de António Santos Graça, Autor
construção mediterrânica”, a par da qual Manuel Lopes
da obra O Poveiro (1932) e fundador do museu em 1937,
foi mentor do importante projecto de construção em
cujo cinquentenário da morte se comemora este ano.
estaleiro de uma “Lancha Poveira do Alto”, a qual
No âmbito da actividade de Manuel Lopes no museu
constitui actualmente uma extensão “navegável” do
destacamos a sua envolvida participação na organização
Museu. z
Duncan Cameron
Faleceu no passado dia 29 de Abril de 2006, Duncan
pelo seu desempenho como director de Museus, que
Ferguson Cameron, figura importante da museologia
lhe valeu o título de Director Emérito aquando da sua
internacional, considerado um dos fundadores do
reforma. Foi Presidente da Commonwealth Association
movimento da Nova Museologia, com Georges Henri
of Museums, entre 1983 e 1989, Professor e investigador,
Rivière, John Kinard e Mario Vasquez. Tendo começado
tendo sido premiado com várias honras, a última das
a sua vida profissional em 1956 no Royal Ontario Museum,
quais o Prémio Lieutenant-Governor’s do Alberta Museums
Duncan Cameron iniciou aí uma carreira que se distinguiu
Association, em 2005.
Rede Portuguesa de Museus | 29
No Centro de Documentação da RPM
– Duncan Cameron
Le musée: temple ou fórum
IN DESVALLÉS, André, ed. lit – Vagues: une anthologie de la nouvelle muséologie. Mâcon: Éditions W,
1992. Vol 1, pp. 77-98
Este texto, um dos mais conhecidos e citados do autor, foi inicialmente proferido numa comunicação apresentada
em 1971, no Museu da Universidade do Colorado. Neste artigo, o autor questiona a definição de museu,
focando, particularmente, o seu papel social em contestação ao carácter elitista presente nas suas colecções
e exposições e enfatizando a necessidade de reforçar a sua responsabilidade no contexto da democratização
da cultura, como elemento facilitador da “igualdade perante a cultura”.
Un point de vue: le musée considéré comme système de communication et les implications de ce système
dans les programmes éducatifs muséaux IN DESVALLÉS, André, ed. lit – Vagues: une anthologie de la
nouvelle muséologie. Mâcon: Éditions W, 1992. Vol 1, pp. 259-270
Neste texto, de 1968, o autor descreve o museu enquanto sistema complexo de comunicação, com vários
emissores, vários meios e vários receptores, propondo um olhar renovado sobre o papel dos museus no âmbito
da educação.
Problème de langage en interprétation muséale
IN DESVALLÉS, André, ed. lit – Vagues: une anthologie de la nouvelle muséologie. Mâcon: Éditions W,
1992. Vol 1, pp. 271-288
Apresentado pela primeira vez em 1971, na 9.ª Conferência do ICOM, considerada um dos pontos de partida
da Nova Museologia, o artigo debate a questão da linguagem no sistema de comunicação veiculado pelo
museu. O autor identifica como uma das principais razões para a crise vivida à época nos museus, a incapacidade
dos profissionais tornarem as colecções e os saberes inteligíveis para o público, servindo assim como meio de
perpetuar a exclusão social e cultural.
Savoir faire peau neuve: les musées et leur nouvelle identité
IN BARY, Marie-Odile de, ed. lit; DESVALLÉS, André, ed. lit; WASSERMAN, Françoise, ed. lit. – Vagues: une
anthologie de la nouvelle muséologie. Mâcon: Éditions W, 1994. Vol 2, pp. 466-484
Neste artigo, datado de 1992, o autor questiona, mais uma vez, o papel do museu, reflectindo sobre os
obstáculos que se colocam à realização de mudanças efectivas, sendo que uma das principais causas identificadas
se prende com a própria natureza e identidade do museu. z
Dissertações
• Na Universidade Lusófona de Humanidades e
Tecnologias, no dia 1 de Agosto de 2006, Suzana
Maria Peres de Menezes obteve o grau de Mestre em
Museologia mediante a apresentação da dissertação
A Memória do Trabalho e os Trabalhos da Memória.
O caso do Museu da Indústria da Chapelaria. z
30 | Boletim Trimestral
Encontros
Colóquios APOM 2006 – Públicos
Temas
e Museus
Divulgação a nível nacional e internacional da
13 e 14 de Outubro de 2006
investigação feita nas áreas da Museologia, da
Museu de Francisco Tavares Proença Júnior
Conservação e do Restauro
Castelo Branco
18 de Outubro – Workshop sobre acervos científicos,
Organização
da informatização à divulgação
Associação Portuguesa de Museologia – APOM
Informações e contactos
Museu de Francisco Tavares Proença Júnior
Dra. Natália Jorge – [email protected]
Temas
Centro Empresarial Capitólio
Museus situados em zonas periféricas
Av. de França, 256 – 1.º, Sala 1.8
Estratégias de captação de públicos
4050-276 Porto
Informações e contactos
Tel.: 228 329 938/9
Delminda Paulo
Fax.: 228 329 940
Museu de Francisco Tavares Proença Júnior
Largo Dr. José Lopes Dias
2.ª Conferência Internacional
6000-462 Castelo Branco
de Arquivos Empresariais – Fontes para
Tel.: 272 344 277
a história económica e empresarial
Fax: 272 234 880
26 e 27 de Outubro de 2006
[email protected]
Auditório Municipal, Fórum Cultural do Seixal
Organização
Ana Bito
Núcleo de Estudos de História Empresarial
Associação Portuguesa de Museologia
Câmara Municipal do Seixal/Ecomuseu Municipal do
Praça B à travessa Sargento Abílio
Seixal
lote 1, lote C1
Tema
1500-567 Lisboa
Arquivos Empresariais
Tel.: 21 778 06 87
Informações e contactos:
Fax: 21 778 06 42
Ecomuseu Municipal do Seixal
[email protected]
Praça 1.º de Maio, n.º1
2840-485 SEIXAL
2.º Encontro Internacional
Tel.: 21 097 61 12
e Tecnologias aplicadas à Museologia,
Fax: 21 097 61 13
Conservação
[email protected]
e Restauro
19 e 20 de Outubro de 2006
IX Jornadas do Património do Algarve
Auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra
– Arqueologia e Património Industrial
Organização
27 de Outubro de 2006
Universidade de Coimbra
Organização
Instituto de Soldadura e Qualidade
Câmara Municipal de Albufeira – Divisão de Assuntos
Sistemas de Futuro
Culturais
Conservar e Inovar
Museu Municipal de Arqueologia de Albufeira
Rede Portuguesa de Museus | 31
Estrutura de Missão Rede Portuguesa de Museus
Calçada da Memória, 14 • 1300-396 Lisboa
Tel: 351. 21 361 74 90
Fax: 351. 21 361 74 99
[email protected]
www.rpmuseus-pt.org
DESIGN Artlandia
IMPRESSÃO Facsimile
3000 Exemplares
DEPÓSITO LEGAL
Casa-Museu Abel Salazar, Ateliers de Verão
Encontros
ISSN 1645-2186
(continuação da página anterior)
Departamento de História, Arqueologia e Património
Seminário Internacional sobre
da FCHS – Universidade do Algarve
a Importância do Património
Tema
Industrial na Europa
Divulgação dos resultados da investigação em Portugal
23 e 24 Novembro de 2006
Informações e contactos
Auditório do Museu de Cerâmica de Sacavém
Câmara Municipal de Albufeira
Organização
Divisão de Assuntos Culturais
Câmara Municipal de Loures
Quinta da Correeira
Museu de Cerâmica de Sacavém
8200-112 Albufeira
Temas
Tel.: 289 598 700
O futuro do Património Industrial em Portugal e na
Fax: 289 598 729
Europa
Informações e contactos
Congresso Internacional
Rede de Museus
de EUROPAE THESAURI
Praça da Liberdade
22 a 24 de Novembro de 2006
2674-501 Loures
Beja
Tel.: 21 983 96 00/05
Organização
Fax: 21 983 96 06
Europae Thesauri – Associação Internacional de Tesouros
[email protected]
e Museus de Arte Sacra
Temas
Tesouros e Museus de Igreja
Musealização do Património Religioso
Informações e contactos
Departamento do Património Histórico e Artístico da
Diocese de Beja
Largo dos Prazeres, 4-A
7800-475 Beja
Tel.: 284 320 918
Fax: 284 320 052
[email protected]

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