Leopoldo Cirne - Núcleo de Estudos Espíritas "Amor e Esperança"
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Leopoldo Cirne - Núcleo de Estudos Espíritas "Amor e Esperança"
abcdefghijklmnopqrstuvwxyyz Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” - Ano 9 - nº 81 - Julho/2008 Distribuição Gratuita Leopoldo Cirne Veja nesta edição: O Homem no Mundo Remédio Contra a Vaidade Sugestões Mentais Obsessores nos Presídios Escolha das Provas O Orgulho e a Humildade Livros: Renúncia; Coragem Educar ou Instruir? PROIBIDA A VENDA Editorial editorial Muito temos visto, na mídia, acontecimentos onde a violência está presente, ocasionando desencarnes dolorosos ou problemas físicos que limitam a criatura. Procuremos analisar as possibilidades desses acontecimentos à luz do Espiritismo. Sabemos que muitas situações, quando não buscadas pelas criaturas, fazem parte de planificações reencarnatórias, em processos de resgate (expiação). Estas situações ocorrem muito em acidentes coletivos, que não foram provocados mas que, aparentemente, são de causa natural ou, como se denomina: fatalidade. Nestes processos, onde a Justiça Divina, aliada à Misericórdia do Pai Celestial, faz com que as criaturas envolvidas (e não estão neles apenas aquelas participantes diretamente do acidente, por exemplo, mas também todos os parentes e amigos que sofrerão igualmente a dor da perda) procurem despertar, diante da Vida, os valores eternos que relutamos em aceitar, mesmo nós que já adentramos na Doutrina do Cristo. O que precisaríamos entender e aceitar seria a nossa realidade espiritual - de espíritos eternos que somos - e deveríamos ter uma compreensão maior quanto às nossas responsabilidades perante a reencarnação. Vivemos como se não fôssemos espíritos eternos. A vida terrena, sendo de aprendizado, não é um local para vivermos por toda a eternidade. O nosso apego às coisas materiais e, mesmo às pessoas, nos impede de alcançarmos um entendimento do Evangelho de Jesus, por exemplo, quando Ele disse que deveríamos nos desfazer dos bens e segui-Lo. Muitas situações que, para nós, seriam uma violência aos nossos anseios, deveríamos encarar como uma oportunidade de renovarmos os nossos valores, mudando o nosso interior com a incorporação dos ensinamentos do Cristo, na busca da vivência da nossa existência pautada com a máxima: “Fora da caridade não há salvação”. A busca espontânea (livre-arbítrio) pelo Bem, a que todos nós deveríamos optar em cada pensamento, palavra, ato e toda exteriorização de nossos sentimentos, isto sim, seria aproveitar a reencarnação em ascensão à vida eterna, com o Cristo. Todo processo de violência, a que estamos expostos, dependerá de como estivermos ajustados em nossa caminhada, já que, em desequilíbrio, facilitamos para que estes processos dolorosos nos alcancem, como também poderíamos amenizar estas expiações pelo esforço em nos melhorarmos interiormente, na sedimentação dos ensinamentos de nosso Mestre em nós. Nas situações de violência que estamos presenciando, nos dias de hoje, existem muitas que fazem parte de processos verdadeiramente expiatórios, mas muitos são aqueles em que a criatura, por fazer mau uso de seu livre-arbítrio, atrai esses tormentos voluntários pela inferioridade de suas tendências e pensamentos, pela sua invigilância e acomodação no mal. Com as oportunidades que estão sendo dadas a espíritos ainda muito arraigados no mal, mas que necessitam de aprendizado, estes irmãos nossos estão reencarnando em grande número, em nome da Misericórdia do Pai, que ama a todos os Seus filhos, sem distinção; e os filhos que estão em situações ainda mais precárias espiritualmente são os que necessitam de maior amparo e atenção do Mais Alto. A violência a que estamos sujeitos e as que nos incomodam, na verdade, estão dentro de nós, e tudo o que ocorre à nossa volta, atingindo-nos em maior ou menor grau, faz parte do nosso próprio interior, e é quando deveríamos tentar entender essas situações e vermos onde e como deveríamos auxiliar a todos, em nome do Bem Maior. Portanto, encaremos a violência de que tomamos conhecimento com os olhos da caridade, estendendo as mãos para amenizar a dor alheia, e busquemos utilizar o perdão, que o Cristo nos ensinou, para não julgarmos a quem quer que seja, já que seremos julgados com a mesma intensidade. As criaturas que erram estão também em processo de aprendizado, assim como nós, que também erramos. Basta que tenhamos indulgência, paciência, tolerância e fé para aceitarmos cada uma no patamar em que se encontra, sem querermos diminuí-la, para que não cresçamos em nosso orgulho. Humildade e caridade, perdão e amor! Lembremo-nos sempre de JESUS! Equipe Seareiro ÍNDICE Grandes Pioneiros: Leopoldo Cirne - Pág. 3 Atualidade: Sugestões Mentais - Pág. 7; Homem de Bem - Pág. 8 Tema Livre: O Orgulho e a Humildade - Pág. 9; Escolha das Provas - Pág. 10; Divórcio - Pág. 11 Curiosidade: Um Caso de Segunda Vista - Pág. 11 Contos: O Rei Sete Palmos - Pág. 12 Família: Educar ou Instruir? - Pág. 13 Kardec em Estudo: O Homem no Mundo - Pág. 14 2 Canal Aberto: Problemas do Mundo Pág. 15; Teu Problema... - Pág. 15; Embeleza a Vida - Pág. 15 Pegadas de Chico Xavier: O Pequeno Chico - 16; Obsessores nos Presídios - Pág. 17; Remédio Contra a Vaidade - Pág.17 Clube do Livro: Renúncia - Pág. 18 Cantinho do Verso e Prosa: Carta a meu Pai - Pág. 19 Livro em Foco: Coragem - Pág. 19 Seareiro Publicação Mensal Doutrinária-espírita Ano 9 - nº 81 - Julho/2008 Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança CNPJ: 03.880.975/0001-40 CCM: 39.737 Seareiro é uma publicação mensal, destinada a expandir a divulgação da Doutrina Espírita e manter o intercâmbio entre os interessados em âmbito mundial. Ninguém está autorizado a arrecadar materiais em nosso nome, a qualquer título. Conceitos emitidos nos artigos assinados refletem a opinião de seu respectivo autor. Todas as matérias podem ser reproduzidas, desde que citada a fonte. Direção e Redação rua das Turmalinas, 56 / 58 Jardim Donini Diadema - SP - Brasil CEP: 09920-500 Endereço para correspondência Caixa Postal 42 Diadema - SP CEP: 09910-970 Tel: (11) 4044-5889 com Eloisa E-mail: [email protected] Conselho Editorial Eduardo Pereira Fátima Maria Gambaroni Geni Maria da Silva Marcelo Russo Loures Reinaldo Gimenez Roberto de Menezes Patrício Rosangela Neves de Araújo Ruth Correia Souza Soares Silvana S.F.X. Gimenez Vanda Novickas Wilson Adolpho Revisão A. M. Gauvin Jornalista Responsável Eliana Baptista do Norte Mtb 27.433 Diagramação e Arte Reinaldo Gimenez Silvana S.F.X. Gimenez Imagens da Capa Leopoldo Cirne: livro “A Personalidade de Jesus” - Ed. FEB; paisagem: http://existologopenso.files.wordpress. com/2007/09/floresta.jpg Impressão Van Moorsel, Andrade & Cia Ltda rua Souza Caldas, 343 - Brás São Paulo - SP CNPJ: 61.089.868/0001-02 Tel.: (11) 6764-5700 Tiragem 12.000 exemplares Distribuição Gratuita Seareiro Grandes Pioneiros grandes pioneiros Leopoldo Cirne “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens” para algum estudo religioso. Sua formação pelas Letras o — Jesus (Mateus, 5° 16) levava para a Ciência e Filosofia. Mas que ninguém o imagine como uma criatura insensível: ele estava sempre Diante desse despertar, Jesus conclama os homens para sorridente, tratando a todos com muita educação e era fazer brilhar a “Centelha Divina”, existente em cada ser, paciente em assuntos sérios e de difícil solução. executando a Lei de Amor. Com o passar dos anos, Leopoldo atingindo a idade mais Muitas dessas luzes já brilharam sobre a Terra, onde segura de seus ideais, começou a se interessar pelas espíritos, de grande potencial fraterno, nela reencarnaram religiões. Ouvia muitas controvérsias a respeito de Deus e de para dar testemunho desse Amor vivenciado pelo Cristo. Jesus. Viveram e conviveram como Ele, entre seres de todas as Começaram em seu interior as questões sobre a vida. procedências, para deixarem o exemplo do crescimento Onde, propriamente, a vida começa? E o seu fim? Afinal, o espiritual. Esses espíritos superiores reencarnam, como que haveria de verdadeiro na vinda do Cristo à Terra? A vida seres comuns, mostrando toda a fragilidade inerente ao ser seria um castigo imposto por Deus? Todas essas perguntas humano, mas demonstrando, através do tempo, como fez ele a uma pessoa que o acolheu, com muita alegria, no vencer as tentações, os desvios do caminho, cultivando a fé Rio de Janeiro, após sua chegada. no coração e a bússola da “Boa Nova”, com Jesus. Apresentou-se como Alfredo Pereira. Passaram a ter um Assim vem a reencarnar na Paraíba do Norte, no dia 31 de convívio de parceria nos assuntos religiosos. Alfredo contou abril de 1870, mais um ser para cumprir sua capacidade de a Leopoldo ser espírita convicto, que, como ele, divulgar a Doutrina redentora, o menino que também fazia muitas indagações e que só obteve recebeu de seus pais o nome de Leopoldo as respostas através da Doutrina Espírita. Cirne. Leopoldo passou a ouvi-lo falar sobre o Embora as dificuldades pelas quais todo Espiritismo até que concordou em acompanhá-lo povo dessa região passa (com os pais de a uma reunião de estudos, em seu núcleo. O Leopoldo não foi diferente), ele se tema que serviria de comentário naquela noite desenvolveu normalmente, tornando-se uma seria: “Como conciliar o livre-arbítrio com o criança sadia. determinismo da prova”. Isso chamou a atenção Desde cedo, mostrava-se inteligente. de Leopoldo. Aprendeu a andar e a falar precocemente. Alfredo fizera questão de que ele participasse, Porém, com as necessidades crescendo, a expondo sua opinião de “materialista”, como dizia família, para obter uma melhoria de vida, ser. O doutor Canuto de Abreu, digno muda-se para Recife, onde o pequeno representante e defensor do Espiritismo, vem a Leopoldo vê seu rumo de vida ampliado. A conhecer Leopoldo e ambos falam escola era a sua alegria. Os professores entusiasmados sobre o tema, acompanhados admiravam sua responsabilidade. Aprendia, pelo firme interesse de Alfredo, que fica com muita facilidade, todas as matérias. abismado com o conhecimento de Leopoldo. Portanto, o curso primário foi para ele como O Livro dos Espíritos Num certo momento, ele fala: uma boa recordação, pois nada lhe era Editora FEB — Leopoldo, meu amigo, você não é e nem novidade. nunca foi materialista. Suas dúvidas serão todas desfeitas, Já adolescente, indo à procura de um emprego para após sua leitura de “O Livro dos Espíritos”. Tenho certeza de continuar a estudar, pois esse era o seu maior desejo, que você será mais um consegue empregar-se no comércio. defensor e trabalhador na Trabalho árduo, para uma pessoa que começava a luta divulgação doutrinária. De tão cedo. Mal despontava o dia, e lá ia Leopoldo para sua imediato, Dr. Canuto de Abreu lida, ativamente. se fez presente, doando-lhe o Naquela época, o trabalhador não tinha folgas. Somente exemplar de “O Livro dos no domingo, quando o comércio abria suas portas, Espíritos”, que tinha em funcionando até o meio-dia. Com isso, o tempo que mãos, dizendo: Leopoldo tinha para estudar era mínimo. Mesmo assim, em — Você encontrará aqui qualquer hora livre ele se dedicava para se aprofundar na tudo o que se refere a leitura educativa. Filosofia, Ciência e Religião. No decorrer dos anos, sempre trabalhando e estudando, Allan Kardec nos trouxe estando seu futuro garantido, Leopoldo decidiu partir para o também “O Evangelho Rio de Janeiro. Segundo o Espiritismo”, fonte Não pôde ele completar seus estudos sobre segura dos caminhos Humanidades, mas tornou-se, através dos seus esforços e evolutivos, que um dia inteligência, um dos maiores vernaculistas da época. deveremos alcançar. (estudioso nos assuntos nacionais e regionais). O Evangelho Segundo o Espiritismo - Editora FEB Leopoldo ficou Leopoldo Cirne considerava-se ateu. Nada o demovia Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança 3 tudo fazer para cumprir com lealdade seus entusiasmado. As conversações em deveres para com a Casa e, principalmente, assuntos tão sérios chegaram aos seus com os espíritos que demandavam a ouvidos como lembranças. Cada palavra disciplina das tarefas, ali desenvolvidas. dita pelos amigos era como uma recordação. Tudo corria normalmente, quando uma Alfredo tinha razão, pensava... Deus fazia triste notícia veio abalar os espíritos e todos parte de sua existência... além de ser o que respeitavam o venerável “apóstolo da Criador, era Pai soberano e justo. Leopoldo caridade”, Dr. Adolfo Bezerra de Menezes. despede-se dos amigos, prometendo ler e Ele deixava esse mundo físico para retornar ao assunto. Sentia que seu espírito continuar sua nobre tarefa de amor no despertava, após uma longa viagem. mundo espiritual. Era o dia 11 de abril de Naquela noite, concentrou-se em ler a 1900! introdução de “O Livro dos Espíritos”. A cada Leopoldo Cirne, assim como todos, trecho, sua imaginação trabalhava chorava pela ausência física do inolvidável intensamente, absorvendo o conteúdo espírita brasileiro que realizou a maior edificante, ali expressado por Allan Kardec... Allan Kardec missão, pelos exemplos deixados de e refletia: humildade e responsabilidade na seara do “Onde ouvira esse nome, se nunca lhe Cristo. Partira o “Allan Kardec brasileiro”. viera às mãos algo parecido?” Após esse difícil momento, Leopoldo Cirne, como VicePor tudo o que estava aprendendo, chegava à conclusão Presidente da Federação, recebeu a incumbência de de que ele, assim como toda a humanidade, eram espíritos substituir Dr. Bezerra. Dessa forma, tornou-se Presidente reencarnados, num processo evolutivo. oficial da “Casa de Ismael”. Leopoldo fecha “O Livro dos Espíritos”; não passara da Com toda simplicidade, recordando os exemplos introdução, mas já se tornara convicto e adepto do deixados por seu mestre, Dr. Bezerra, embora achando que Espiritismo. sua capacidade não chegava a tanta Com os novos conhecimentos adquiridos responsabilidade, exerceu esse cargo com pelos estudos, nos quais colocou todo o seu dignidade por longos anos. devotamento a Jesus, Leopoldo sentia-se Leopoldo lutou intensamente para que a outro, ou melhor, reconhecia que as idéias Federação tivesse uma sede própria. Essa espirituais já eram natas em seu interior e sua idéia foi tomando vulto, quando viu isso o fazia sentir-se um novo homem. concretizado seu ideal por uma senhora Procurou aliar mais valores, freqüentando espírita, dona Mary Henrieth Hoffman, que a Federação Espírita Brasileira. Veio a doou à Federação um prédio localizado à rua conhecer a sabedoria do Dr. Bezerra de S. José, n° 60, em 1905, Rio de Janeiro. Menezes. Melhor fonte não poderia achar, Dona Mary, continuou doando recursos para dar início às tarefas espirituais a para as reformas necessárias da obra. realizar. Porém, com a ajuda dos companheiros, Leopoldo, a cada dia, admirava a Leopoldo achou por bem angariar mais profunda sabedoria daquela figura simples e recursos, para que a Federação tivesse mais respeitosa do Dr. Bezerra de Menezes. espaço. E juntando todos os esforços de Aprendia, com ele, como tratar as pessoas Dr. Bezerra de Menezes simpatizantes, ou não, conseguiram simples e carentes. Via que não existia comprar dois velhos prédios na rua diferença no trato, de um para com outro. Dr. Bezerra a todos atendia com o mesmo carinho, sem se Sacramento, hoje avenida Passos, nos 28 e 30, que importar com as diferenças de cor ou status sociais. Seu demolidos deram início aos alicerces do edifício atual da olhar penetrante transmitia fluidos restauradores, Federação Espírita Brasileira. Era o dia 14 de julho de 1910. lembrando a nobre figura do Mestre Jesus. E, no prazo de 17 meses, a obra tornou-se realidade. Daí para diante, Leopoldo dedicou toda a sua vida em prol Muitas foram as festividades para a inauguração da “Casa da Doutrina Espírita. Escrevia e falava com tanto de Ismael”, como ficou consagrada até hoje. Destacou-se, entusiasmo, que as pessoas que vieram a conhecê-lo pelo brilho da palavra clara e incentivadora, o homem público ficavam admiradas pelos conhecimentos e defensor da Doutrina Espírita, Quintino que ele exprimia, tanto através da pena Bocaiúva, entre muitas outras notáveis como na forma oral. Tornou-se fiel ao Dr. figuras do meio espírita. Calculou-se, na Bezerra, aprendendo que o trabalho do época, que participaram dos festejos mais passe, ao qual Leopoldo era dedicado, de mil pessoas, que ali se fizeram presentes. representava a união com Jesus, pela prece O jornal “O Paiz”, órgão público e elaborada com amor cristão. Os benefícios democrático do Rio de Janeiro, estampou recebidos, portanto, vinham do Alto. em sua 1ª página, fotos referentes à Por essa época, Dr. Adolfo Bezerra de inauguração, com um belo comentário do Menezes era o estimado Presidente da que fazia a Federação Espírita Brasileira, em Federação Espírita Brasileira, o qual por seu atendimento social e esclarecedor vontade sua e dos confrades que faziam doutrinário. O objetivo principal, continuava parte dessa diretoria apontou e elegeu, o comentarista, seria a realização como Vice-Presidente da “Casa de Ismael”, espontânea da Caridade, virtude tão bem o senhor Leopoldo Cirne. Foi para este uma expressa em “O Evangelho Segundo o Quintino Bocaiúva grata referência, o qual, agradecido, dizia Espiritismo”, lembrando aos corações 4 Seareiro médium Fernando de sofridos, o consolo e a fé Lacerda, que falou em nome imorredoura de se fazer o bem, com dos espíritas portugueses. De modéstia e sem ostentação. outro que, nos idos de 1884, Outros jornais como: “A Noite”, “A época dos primeiros contatos Imprensa” e o “Correio da Manhã” para que a inauguração da fizeram seus relatos sobre o antiga sede da FEB fosse acontecimento, tendo esse último concretizada, foi a palavra jornal salientado os resultados comovente de Manoel efetuados por todos aqueles que se Fernandes Figueira. Trouxe empenharam nessa construção de ele, de retorno, as grandes grande vulto, onde em cada pedra dificuldades enfrentadas colocada sobre argamassa se dera naquela época de a resistência sólida de corações e preconceitos contra a de consciências, voltados pelo Doutrina Espírita: “Ergueu-se desejo de ver consolidado o dever na avenida Passos não só um para com o povo e para com Jesus, prédio vigoroso na sua sempre lembrado em atos de alvenaria, mas um ideal sublime amor. repleto de união para com as E Leopoldo Cirne, às 14 horas tarefas designadas pelo Alto. desse dia 10 de dezembro de 1910, O pequeno salão da rua da dava início à 1ª reunião fraterna Alfândega, serviu de lição desse marco histórico na vida dos para esse presente, onde um Espíritas. Teceu ele agradecimentos a Federação Espírita Brasileira - foto de André Mendonça ( 2006) número maior de corações aflitos poderá receber os todos que ajudaram na feitura dessa fluidos renovadores da Espiritualidade Superior.” Encerrou obra, não se esquecendo de mencionar o nome de dona suas lembranças dizendo que as origens do Espiritismo Mary Henrieth Hoffman a quem se deveu a primeira doação passaram pelos Estados Unidos, desenvolveram-se na do prédio à rua São José, 60, onde tudo começara. Ela foi a França, com todos os estudos feitos por Allan Kardec. Sua impulsionadora do que hoje penetração na Inglaterra, na Rússia, Alemanha, Espanha, inauguramos, dizia Cirne. Itália e principalmente no Brasil, futura Pátria do Evangelho, Também, naquela primeira nos dizeres de nosso Mestre Jesus. reunião de junho de 1905, Com isso, Leopoldo Cirne volta à tribuna para agradecer, muito se comemorou porque numa comovente prece ao Pai Criador, pela confiança de daí para a frente puderam que, de ora em diante, as responsabilidades fossem reunir-se companheiros, divididas entre todos aqueles que gostariam de ser agradecendo a Deus o que fora servidores de Jesus. Que a nova sede, ali inaugurada, fosse conseguido. Leopoldo sempre fiel aos princípios do Evangelho segundo o mostrou-se emocionado, ao Espiritismo. relembrar as dificuldades Durante a gestão de Leopoldo Cirne, com sua simpatia e passadas. Os companheiros paciência, conseguiu reunir vários centros espíritas do Rio que desistiram da luta e outros de Janeiro e dos arredores para trabalhos mais organizados que naturalmente continuaram e esclarecedores. Com isso, Cirne deu início à conclusão do a ajudar mas, agora, “Pacto Áureo”, o qual resultou na idéia mais amadurecida residentes na Espiritualidade. para o surgimento do Conselho Federativo Nacional. E foi Referiu-se também ao O Livro dos Médiuns justamente, por todos esses acertos, que a FEB promoveu o dístico que fora colocado na Editora FEB 1º Centenário do nascimento de Allan Kardec, no dia 04 de fachada do edifício: “Deus, outubro de 1949. Cirne já havia começado, entre todas as Cristo e Caridade”. Fez bela explanação a respeito dessa suas funções na FEB, as traduções dos livros de trindade, concluindo que “a Doutrina Espírita Léon Denis, profundo admirador que era desse traz à tona todas as consciências que são escritor francês. Dentre essas obras, destacamchamadas à razão, para elucidar a se: “No Invisível” e “Cristianismo e Espiritismo”, oportunidade de redimirem-se dos erros editadas pelo Departamento Editorial da FEB. cometidos. É nesse acontecimento que a paz Por esse motivo, foi ele cognominado, “O Léon poderá estar entre os povos, trazendo a Denis Brasileiro”. fraternidade, que se estenderá sobre todas as Cirne exerceu funções relevantes, não só nações, sem guerras e sem preconceitos”. como grande incentivador pela pureza Leopoldo, aplaudidíssimo, deixou a tribuna doutrinária, mas também como escritor. Seus com os olhos rasos de lágrimas. Muitos outros artigos foram publicados no Reformador, órgão fizeram uso da palavra, enquanto que poesias de divulgação da FEB. Entre as suas obras também vieram elevar o ambiente, pelas filosóficas, destaca-se “A Personalidade de entonações de vozes que trouxeram mais Jesus”. Coube a Guillon Ribeiro a apresentação brilho às festividades. desse livro, onde ressalta a feliz descrição com Entre os palestrantes ouvidos figuravam: que Cirne fez a figura de Jesus. Baseou-se o Dr. Miguel R. Galvão, João Loyola, José Luis A Personalidade de Jesus escritor em “O Livro dos Médiuns” e em “O Livro Magalhães, Dr. Inácio Bittencourt, o famoso Editora FEB Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança 5 de Deus. Era esse o seu dos Espíritos” para que, ponto de vista e sua através das respostas pregação evangélica. dadas pelos Espíritos, Leopoldo Cirne vivia fosse revelada a em seu lar o exemplo do dignidade do preclaro que pregava. Correto e Missionário da grande amoroso chefe familiar, revelação. sabia dedicar à família as Nessa mesma obra, horas necessárias para, Cirne destaca a junto com sua digna descrição que o então companheira, dona senador romano, Públio Marietta Cirne, Lêntulus, fez de Jesus, resolverem os através de um problemas comuns no documento deixado que se referisse à como testemunho de seu educação dos filhos. encontro com o Cristo. Guillon Ribeiro Manoel Fernandes Figueira Mas o essencial, para Organizou, em 1904, ambos, era transmitir-lhes os preceitos cristãos. o opúsculo “Memória Histórica do Espiritismo”, começando, Tempos depois, Cirne afastou-se da Federação, por achar assim, o seu interesse em conhecer e escrever artigos sobre que sua gestão como Presidente da Casa de Ismael estava Espiritismo. Dando continuidade às suas tarefas doutrinárias muito prolongada. Caberia a outro espírita continuar e aperfeiçoando-se na leitura das obras fundamentais de desenvolvendo o que ele chamava de oportunidade para Allan Kardec, deu-se-lhe o impulso de estudar a língua treinar os verdadeiros sentidos para a vida espiritual, em chamada de “Universal”, por poder ser entendida em todas favor dos semelhantes. Claro que vários protestos se as nações: “O Esperanto”. ouviram dos companheiros que já estavam habituados à O Esperanto é uma língua criada pelo Dr. Zamenhof. calma e à transparência de Cirne em saber apaziguar vários Conseguiu ele reunir muitos adeptos que estudaram esse conflitos que surgiam, sem deixar que nada processo de comunicação com povos de interferisse no processo de paz entre todos. diferentes idiomas. Dizem muitos Nunca deixou de colaborar no que fosse estudiosos dessa matéria que há indícios de preciso. Deixou o posto, mas não a Doutrina que o Esperanto tenha sido intuído por Espírita. Passou a usar todo o seu tempo espíritos de várias camadas da hierarquia para escrever. espiritual. Muitas obras doutrinárias de grande valia O fato é que, em 19/01/1940, Emmanuel, e esclarecimentos vieram a público: através da psicografia de Francisco Cândido “Doutrina e Prática do Espiritismo”, “O Xavier, passa uma mensagem com o título Anticristo, senhor do mundo”, “O Homem “A Missão do Esperanto” e outra, do espírito Colaborador de Deus”. E toda uma gama de de Francisco Valdomiro Lorenz, com o título artigos, publicados em coletâneas pelo de “O Esperanto como Revelação”, essa em Reformador. Todo esse material deveria ser 19/01/1959. Ambas foram transcritas no mencionado e estudado pelos espíritas, Reformador. Dr. Zamenhof porque os objetivos da leitura seriam Essas mensagens chamaram a atenção regiamente compensados, pela facilidade de Cirne, que passou a adotar esse sistema com que Cirne colocava seus conhecimentos no campo de comunicação, enviando suas correspondências sobre a espiritual. Doutrina Espírita, para muitos países, sem esperar retorno. Ao alvorecer do dia 31 de julho de 1941, no Rio de Janeiro, O essencial seria que alguém pudesse apreciar a Verdade Leopoldo Cirne parte de retorno à pátria de origem, deixando sobre os ensinamentos cristãos. seus rastros de fidelidade a Jesus, após tê-lo encontrado. Leopoldo Cirne assim agia, pela profunda tristeza que Divulgou os ensinamentos cristãos desde seus atos, até sentia por saber que povos de outras nações guerreavam onde pôde estender seus conhecimentos e convicção do em nome de Deus, por defenderem apenas a matéria, que escrevia ou pregava. Sua partida foi muito comentada e matando pessoas, dizimando famílias pelo egoísmo todos tinham a certeza de que sua falta física exagerado. seria muito sentida. Em suas oratórias, Cirne recitava com Seus familiares entenderam o momento entusiasmo versos de Castro Alves, Guerra da separação e dona Marietta Cirne, sua Junqueiro e Casimiro de Abreu. Esses que, esposa e fiel companheira, dirigiu ao Pai através das poesias, falavam da nódoa que Criador, uma prece de agradecimento, por manchara nossa Pátria com a escravidão e ter tido a felicidade desse longo convívio defenderam com bravura a libertação dos físico. Com ele, continuava, pôde sentir a escravos. Cirne também trazia à tona, presença de espíritos do Bem. sempre que possível, as obras de Victor E dirigindo-se ao Alto entre lágrimas, dizia Hugo, principalmente “Os Miseráveis”, onde para Cirne, espírito: esse digno escritor expusera a miséria — “Que Deus em Sua infinita misericórdia social. Com tudo isso, Leopoldo Cirne queria o acolha na paz que semeou aqui na Terra, chamar a atenção da sociedade para um entre os que puderam compartilhar de suas mundo melhor, sem ódios e sem lares Victor Hugo t a r e f a s . E , p o r f a v o r, s e h o u v e r desfeitos, por não entenderem os desígnios 6 Seareiro Bibliografia O Esperanto como revelação - Editora IDE ! ! ! ! possibilidades, não nos esqueça, estando conosco na continuidade dos trabalhos aqui, com Jesus”. T o d o s o s q u e acompanhavam os pensamentos de dona Marietta, comoveram-se entre reconhecimentos verbalizados. Leopoldo Cirne, foi enterrado entre aplausos, repletos de profunda dor pela ausência e pela saudade gerada por aquele que soube realizar e cumprir seu dever perante o Pai Celestial. A certeza ficara de que poderia Leopoldo Cirne, se pudesse, estar junto a Jesus e dizer-lhe com firmeza: — “Senhor, Seu servo retorna, após ter feito o possível para cumprir os Seus desígnios. Aqui estou a Seus pés, para executar novas tarefas que o Senhor ordenar”. Bom seria se toda a humanidade se dispusesse a fazer o mesmo, realizar os ideais cristãos. A Personalidade de Jesus - Leopoldo Cirne, Editora FEB, 4ª ed., 1983. Grandes Espíritas do Brasil - Zeus Wantuil, Editora FEB,1ª ed., 1969. Dados a mais, por orientação espiritual. Imagens: " http://www.livrariachicoxavier.com.br/fotos/bio5.jpg " http://bezerra.net/cec/IMG/bezerrapb.jpg " http://photos1.blogger.com/x/blogger/7962/3567/1600/83454/Quinti no%20Bocaiuva%203.jpg " http://k43.pbase.com/o4/77/326177/1/62612682.WvDug5jQ.DSC01 455.jpg Atualidade Francisco Valdomiro Lorenz Eloísa " http://www.espirito.org.br/portal/biografias/images/manoel_fe rnandes_figueira.jpg " http://www.grupodosoito.com.br/imagens/fotos/guillon_ribeiro /guillon_ribeirotb.jpg " http://bp3.blogger.com/_waHqo7COehs/SAnf0SnD7iI/AAAA AAAABAA/9uJeYkzATCg/S220/zamenhof.jpg " http://upload.wikimedia.org/wikipedia/eo/c/c0/LORENZ.JPG " http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/25/Victor_ Hugo_001.jpg atualidade desagradável dos problemas. Tentara reerguer-se e, contra todas as suas suposições, não conseguia reencontrar-se na galeria dos vencedores materiais, de que fora brusca e inesperadamente alijado! Em todos os planos em que o homem amadurece, ele Tensão nervosa... cólera... mágoa imensa! inscreve o êxito como seu ponto de chegada. Por isso, o Espíritos obsessores encontraram as portas de seu insucesso, tão freqüente em todos os caminhos da coração inteiramente abertas, com acesso facilitado, e ali existência, geralmente se levanta por surpresa dolorosa que começaram a deitar a semente do suicídio, ampliando-lhe, a o acolhe num determinado ponto de suas realizações pouco e pouco, as reflexões derrotistas. Parecia-lhe não individuais ou coletivas, provocando-lhe enorme desalento, haver nenhuma alternância a mais; nenhum outro recurso porque raramente o homem examina com frieza as para o equilíbrio... Diziam-lhe e mostravam-lhe o fracasso, adversidades naturais em toda e qualquer empresa. mais o fracasso, somente o fracasso! Antevivendo a vitória, numa ruidosa manifestação íntima, Cada conversação que se suspendesse por estar finda, à espiritualmente está desajustado para as aparentes sua chegada, ou sussurros que ele não pudesse aclarar derrotas, as quais mais não são que avisos de retificação no pareciam-lhe críticas e punhaladas de ironia que lhe caminho tomado, em função da necessidade de ascensão desfechavam em surdina. espiritual a que todos nos destinamos. Mas ele lutava, tentando a reação. Era espírita convicto. *** Precisava vencer a depressão mental resultante do amorEle também caíra, contra todas as suas expectativas próprio ferido, da humilhação pouco experimentada, da falta menos otimistas... e estava mergulhado nesse estado de numerário até para a condução coletiva! mental depressivo do desengano, sentindo o gosto E o obsessor surgiu-lhe à frente: — Você é espírita. Conhece bem as leis da Espiritualidade. Pode, por razão de seus conhecimentos, do lado de cá, muito mais facilmente do que aí, desembaraçar-se das Você poderá obter dificuldades. Você não pode deslustrar ou informações sobre o manchar a sua doutrina. Preferível é o Espiritismo, encontrar matérias sobre a suicídio nobre, o sacrifício valoroso para Doutrina e tirar dúvidas que sua queda não venha a macular o sobre Espiritismo por eCristianismo Redivivo. Interrompa esta mail. Poderá também existência, e reiniciará outra depois de comprar livros espíritas retemperar-se! Afinal, Você sabe que e ler o Seareiro temos aqui o Instituto de Recuperação dos eletrônico. Suicidas Justificados... Sugestões Mentais VISITE NOSSO SITE www.espiritismoeluz.org.br Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança 7 Mas ele sacudiu de si as insinuações. Sabia — avivaram-lhe os Mentores Espirituais — que o suicídio jamais se justifica, por ser uma deserção voluntária do cadinho de provas, as quais se apresentam na pauta da Vida para testar-nos as aquisições incorporadas no patrimônio do Espírito. E sabia que, por conhecer o seu ponto de chegada na Vida Eterna e as leis que regem a sua caminhada em direção do aperfeiçoamento espiritual, nada o autorizava a aceitar o abandono das dificuldades. Se desempenhava tarefas no Espiritismo-cristão, a Doutrina não sofreria pelos problemas econômicos e financeiros que ele vivia, porque ela estava codificada justamente para servi-lo em sua infância espiritual e para O Homem de Bem Os sinais pelos quais se pode reconhecer o progresso real que eleva o homem na hierarquia espiritual, comprovando a sua elevação, são todos os atos de sua própria vida diária, em praticando a Lei Divina e é nesse estágio que o homem passa a compreender a vida espiritual. O verdadeiro homem de Bem é o que vivencia a Lei da Justiça, do Amor, da Caridade, com toda a sua maior pureza e, se ele indagar de sua consciência os atos que praticou, ele se pergunta se não transgrediu essa lei, se não fez o mal e se fez, por outro lado, todo o bem que poderia fazer e indagará, também, se alguém tem motivos para dele se queixar e, enfim, quererá saber se fez aos outros tudo o que desejaria que os outros lhe fizessem. Esse homem, envolvido do sentimento da caridade e do amor ao próximo, por certo que faz pelo Bem, sem aguardar quaisquer retribuições, sacrificando, por outro lado, todos os seus interesses por amor à Justiça. Esse homem é, por certo, bom, humano e benevolente com todo o mundo, porque ele vê, em todos os demais homens, seus irmãos de Humanidade, sem distinção de raças e nem de crenças religiosas. Se Deus o dotou de riqueza e de poder, ele considera a riqueza e o poder como um depósito sublime, de que lhe cumpre usar para fazer o bem e, por isso, não se envaidece de coisa alguma, por saber que aquilo que Deus lhe emprestou, lhe poderá ser retirado. Se pela organização social, Deus lhe colocou outros homens sob a sua dependência, ele os trata com bondade e benevolência, porque os considera iguais diante do Criador e ele usa a sua autoridade para lhes erguer a moral e não para os esmagar com o seu orgulho. Ele é indulgente para com as fraquezas alheias porque sabe que ele mesmo precisa para si da indulgência dos outros e repete, para si mesmo, as palavras de Jesus: "Atire a primeira pedra aquele que estiver sem pecado". Esse homem não é, em nenhum momento, vingativo e, a exemplo de Jesus, ele perdoa as ofensas, para somente lembrar dos benefícios que recebeu, já que não ignora que ele próprio será perdoado, assim como houver perdoado a seus semelhantes. Esse homem respeita os seus semelhantes em todos os direitos que as leis da Natureza lhes concedem, como quer que os seus mesmos direitos lhe sejam respeitados. Segundo o Espírito de Agostinho: “O meio mais prático e mais eficaz que o homem tem para se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal, está numa máxima de um sábio da Antiguidade que recomenda: 8 orientá-lo sempre, e não para exigir-lhe o holocausto, em seu nome, qual se fora um Moloc a exigir o sacrifício de vítimas para aplacar a sua biliosidade de gênio virulento do mal. Caíram, assim, as argumentações sutis, as sugestões mentais da Espiritualidade inferior, aparentemente lógicas, mas que nunca resistem a uma análise fria ajustada aos quadros reais do Cristianismo. E ele não se rendeu ao desequilíbrio, com essa influenciação direta dos que intentavam envolvê-lo em seu estado mental doentio, servindo-se do aviltamento de princípios eternos para fazer o convite ao suicídio. J. Alexandre ‘Conheça-se a si mesmo’. Você conhece, também, toda a sabedoria dessa recomendação, porém a sua dificuldade está precisamente em você conhecer-se a si próprio. O meio de você conhecer-se a si mesmo poderá ser o que fiz, quando vivia na Terra e que é o seguinte: ao final de cada dia, interrogava a minha consciência, passando em revista o que eu mesmo fizera e, então, perguntava, a mim mesmo, se eu não faltara com qualquer um de meus deveres e se nenhuma pessoa tivera motivo de queixar-se de mim. Foi assim que cheguei a me conhecer e a ver em mim o que precisa ser reformado. Aquele, pois, que todas as noites relembrasse todas as ações praticadas a cada novo dia e perguntasse a si próprio o que fizera de bem ou de mal, rogando a Deus e ao seu Espírito Protetor que o esclarecesse, conquistaria uma grande força para se aperfeiçoar. Já que Deus lhe daria a assistência necessária. Dirija, pois, a você mesmo essas questões cruciais, interrogando-se sobre o que você fez e com que objetivo você agiu, nesta ou naquela outra circunstância e sobre por que você agiu assim, também nesta ou naquela circunstância e pergunte-se também se você teria ou não feito qualquer coisa que, se fosse feita por outra pessoa, se você a censuraria ou não. Indague-se, ainda mais: Se Deus o tivesse de chamá-lo neste momento para reentrar no mundo dos Espíritos, se você temeria o olhar de alguém que lá estivesse, onde nada, absolutamente nada pode ser ocultado. Examine, pois, o que você possa ter feito contra a Justiça Divina e, depois, examine o que você possa ter feito contra o seu próximo e, finalmente, o que você possa ter feito contra si mesmo. As respostas, naturalmente vindas de sua própria consciência, lhe darão um repouso justo à sua consciência ou lhe darão a indicação exata da existência de algum mal que haja em si e que necessita ser superado. O conhecimento de si mesmo é a chave da evolução individual. Mas você indagará: Como há alguém de julgar a si próprio? Não estará aí, também, a ilusão do amor-próprio para justificar as faltas e torná-las desculpáveis? Em verdade, se tomarmos um avarento para exemplo, ele se crê como se fosse simplesmente econômico e previdente; o orgulhoso crê que em si só existe dignidade. Essas posições são muito reais. Você, porém, tem um outro meio de controle e de verificação que jamais deixará que você se iluda em relação a si próprio, ou seja, quando você estiver indeciso sobre o valor de cada um de seus atos, pergunte-se como os classificaria, se esses atos fossem praticados por uma outra pessoa e, conseqüentemente, pergunte-se se você não os Seareiro censuraria. Se você censurar esses atos, quando praticados por outras pessoas, não poderá considerá-los como legítimos quando for autor de qualquer um deles, já que Deus não usa duas medidas na aplicação de Sua Justiça e você deverá fazer o mesmo. Procure, também, saber o que os outros homens pensam e não despreze jamais a opinião de seus inimigos ou opositores, já que aqueles que não lhe têm por você simpatia, não têm interesse em mascarar a verdade e, por isso, Deus muitas vezes os coloca diante de você, como se eles fossem um espelho de seu próprio interior e para que esteja advertido, com muito mais franqueza, do que lhe faria um amigo. Se você tem uma vontade séria de melhorar-se, examine a sua própria consciência com rigor, a fim de extirpar de si mesmo as suas más inclinações, procedendo à semelhança do que você faz diante das ervas daninhas de seu jardim, ou seja, arrancando-as decididamente. Faça, pois, diariamente um balanço de seu dia-a-dia moral, à semelhança do exemplo de um comerciante que avalia as suas perdas e os seus lucros, ao final de cada jornada, e lhe asseguro que, em assim procedendo, os seus lucros serão superiores a qualquer eventual perda. Se você pode dizer que o seu dia foi bom, poderá dormir em paz e aguardar sem receio o despertar duma outra vida. Levante, pois, para você mesmo, questões e indagações claras e exatas e não tenha receio algum em multiplicá-las, uma vez que é justo e necessário gastar alguns minutos para se questionar, se quiser conquistar uma felicidade eterna. Afinal, não trabalha você todos os dias para ajuntar recursos que lhe garantam o repouso em sua idade mais Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves (Jô)” Tema Livre tema Receba mensalmente obras selecionadas de conformidade com os ensinamentos espíritas. Informe-se através: E-mail: [email protected] www.espiritismoeluz.org.br (11) 4044-5889 (com Eloísa) Caixa Postal 42 - CEP 09910-970 - Diadema - SP avançada? E esse repouso não é o objeto de todos os seus desejos, o fim que o faz suportar todas as fadigas e todas as privações temporárias? Que é esse repouso de alguns dias, se você for perturbado freqüentemente pelas enfermidades do corpo físico, em comparação com o que espera todo homem de bem? Não valerá a pena fazer alguns esforços? Sabemos que há muitos homens que dizem que o momento atual é certo e que o futuro é incerto e, em verdade, este é precisamente o pensamento confuso que estamos encarregados de eliminar em você, já que desejamos descortinar-lhe o futuro de um outro modo, muito acima de horizontes estreitos e acanhados, para que não reste dúvida alguma em sua alma sobre o que lhe convém fazer. É para que isso se realize em você, que, primeiramente, despertamos a sua atenção através de fenômenos de natureza tão gritantes, capazes de tocar os seus sentidos comuns e que só agora lhe desdobramos informações e instruções que cada um de vocês fica encarregado de divulgá-las. Com esse objetivo é que ditamos O Livro dos Espíritos.” Roque Jacintho Imagem: http://img.olhares.com/data/big/0/9211.jpg livre O Orgulho e a Humildade “... Aos pobres Espíritos que, outrora, habitaram a Terra, Deus concedeu a missão de vir esclarecê-los. Bendito seja o Pai da graça que nos dá de podermos ajudá-los na evolução. Que o Santo Espírito me ilumine e me ajude a tornar minhas palavras compreensíveis e que me dê a graça de pô-las ao alcance de todos!...” Esta lição já começa com exemplo de humildade, onde Lacordaire pede a Jesus que o ilumine e o ajude a tornar suas palavras compreensíveis. Faz uma colocação muito séria e profunda para que reflitamos: “A humildade é uma virtude bem esquecida entre vocês.” Qual será o motivo que faz com que a esqueçamos? Bastaria que nos olhássemos no espelho, encarando-nos, de olhos bem abertos (se o conseguirmos), e começaremos a compreender porque é tão difícil praticarmos a caridade, pois, sem humildade, a “caridade” que fazemos só serve para massagear o nosso ego; puro engodo, pois esse tipo de caridade que queima a mão de quem recebe e nossa mão esquerda, nossos olhos, pensamentos ficam atentos para observar se estão nos observando (Que homem bom!...); isto nada mais é que o crescimento do nosso orgulho, fazendo-nos esquecer cada vez mais a humildade. O orgulho é o terrível adversário da humildade. Reflitamos, pois a morte não nos poupa e, a qualquer momento, poderá nos buscar. Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança Como somos todos iguais na Balança Divina, somente a caridade e a humildade têm peso na nobreza espiritual. Que esta lição comece a despertar, em nosso interior, as mudanças de instintos para benevolência, paciência, tolerância e, como não são fáceis tais mudanças e dependem só de nós, de nossa boa vontade, basta darmos o primeiro passo e começarmos a ter esperança para chegarmos à fé. Porém, como Deus é infinitamente misericordioso e temos como mestre Jesus e vários espíritos superiores que estão sempre ao nosso lado, basta que quebremos, um pouco que seja, o nosso orgulho e será como se abríssemos uma porta para recebermos o amparo. Obrigado Mestre, obrigado Kardec, e criemos coragem para começar. Vamos acordar?... José Roberto Bibliografia: O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec Tradução de Roque Jacintho - Capítulo VII “Bem-aventurados os Pobres de Espírito” - Item 11- Ed. Luz no Lar, 2ª ed., 1988. 9 Escolha das Provas Questão 259 de “O Livro dos Espíritos”: —“Do fato de pertencer ao Espírito a escolha do gênero de provas que deva sofrer, seguirse-á que todas as tribulações que experimentamos na vida nós a previmos e buscamos ?” “Todas, não, porque não escolhestes e previstes tudo o que vos sucede no mundo, até às mínimas coisas. Escolhestes apenas o gênero das provações. As particularidades correm por conta da posição em que vos achais; são, muitas vezes, conseqüências das vossas próprias ações. Escolhendo, por exemplo, nascer entre malfeitores, sabia o Espírito a que arrastamentos se expunha; ignorava, porém, quais os atos que viria a praticar. Esses atos resultam do exercício da sua vontade, ou do seu livre-arbítrio. Sabe o Espírito que, escolhendo tal caminho, terá que sustentar lutas de determinada espécie; sabe, portanto, de que natureza serão as vicissitudes que se lhe depararão, mas ignora se verificará este ou aquele êxito. Os acontecimentos secundários se originam das circunstâncias e da força mesma das coisas. Previstos só são os fatos principais, os que influem no destino. Se tomares uma estrada cheia de sulcos profundos, sabes que terás de andar cautelosamente, porque há muitas probabilidades de caíres; ignoras, contudo, em que ponto cairás e bem pode suceder que não caias, se fores bastante prudente. Se, ao percorreres uma rua, uma telha te cair na cabeça, não creias que estava escrito, segundo vulgarmente se diz.” Quando o Espírito tem a oportunidade de escolher o tipo de prova a que irá se submeter em sua nova existência não será possível prever ou adivinhar tudo o que irá lhe acontecer. Todos os males, situações e perigos que irá correr, só lhe serão dado saber as situações previstas de acontecimentos necessários para o devido cumprimento das provas que são fatores necessários e importantes para que o Espírito possa saldar seus débitos, seus compromissos com a Lei da Vida. A sua prova poderá ser de uma doença, de uma deficiência física ou mental que poderá ter os mais variados graus de intensidade, a pobreza, a riqueza, a miséria, a orfandade, a família, o local, o meio social etc. e, a partir daí, já poderá deduzir as dificuldades e sofrimentos que haverá de enfrentar, mas quanto a prever tudo o que irá lhe acontecer, até as coisas mínimas do dia-a-dia, como cair uma telha ou uma pedra na cabeça, ao percorrer uma rua, isso não será possível prever e nem estará escrito num terrível determinismo de uma prova irrevogável, de onde não se pode mudar ou melhorar as situações, pois Deus, como Pai, é todo Amor e Misericórdia e dá todas as oportunidades a todos os seus filhos e também o livre-arbítrio, para que todos façam o seu caminho de aprendizado rumo à evolução espiritual. E, assim sendo, é bom lembrar que cada criatura estará sintonizada a uma Força de Atração e atuação da Faixa Vibratória Espiritual a que se ligar por sua vontade própria e pela predileção de seus gostos que, se forem inferiores, serão movidos pelo orgulho, egoísmo, inveja e ciúme, manifestando-se através dos instintos e irão causar perturbação à sua volta e principalmente em si mesma pela Lei de Ação e Reação, Causa e Efeito. Como também, se o Espírito procurar se ligar à Faixa Vibratória do Bem e do Amor, a favor de todos, receberá em si os benefícios da Lei do Retorno. É por isso que não se podem prever os acontecimentos futuros; pois que o futuro dependerá sempre da vivência do presente, dia a dia, ato a ato. Por isso, entendemos que cada criatura, se quiser prever um futuro feliz para si, deverá buscar renovar suas atitudes, pensamentos e sentimentos, na prática do Bem e do Amor ao Próximo, pois este é o único caminho que nos levará à Verdadeira Felicidade, pois o “Amor cobre a multidão dos nossos pecados”. Fátima Bibliografia: O Livro dos Espíritos - Allan Kardec - tradução Guillon Ribeiro - Capítulo “Da Vida Espírita”, Ed. FEB, 76ª ed., 1995. Imagem: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/ae/Sisyrinchium_platense.JPG Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” Reuniões: 2ª, 4ª e 5ª às 20 horas Evangelização Infantil: ocorre em conjunto às reuniões Tratamento Espiritual: 2ª e 4ª às 19h45 3ª e 6ª às 14h45 3ª e 6ª às 15 horas Atendimento às Gestantes: 2ª às 15 horas Domingo às 10 horas Artesanato: Sábado das 10 às 16 horas Rua das Turmalinas, 56 / 58 - Jardim Donini - Diadema - SP 10 Seareiro Divórcio No início de um romance, juntam-se ali os primeiros sinais, quando vemos a felicidade em nossos corações. Qual não é senão a felicidade de, inconscientemente, encontrarmos a pessoa em cujo passado contraímos vínculos de amor ou de ódio! Passa o tempo e a união, muita vezes, passa a ser apenas o compromisso com a sociedade ou os familiares. Surgem os compromissos mais íntimos; oriundam daí as pequenas diferenças e as grandes cobranças. Quando não suportamos mais olhar para nosso(a) companheiro(a), é sinal de que débitos mais pesados, talvez de ódio, envolvem o casal. Dáse inicio às “pequenas” traições. Chegam os compromissos maiores: os filhos, que são as dívidas de nosso passado, nos pedindo sacrifícios incessantes. Não devemos nos esquecer de que, se seu companheiro(a) é de difícil convivência ou tem vícios, pode ter sido pelas suas mãos que chegara a essa situação. Aquela jovem que nos amava muito e por nós abandonada sem o menor respeito humano, os pais, irmãos e esposa deixados à margem do desespero pelos nossos atos, levados pelos vícios, pela miséria da pobreza, do abandono num asilo, até mesmo à mingua nas ruas e tantos outros cálices amargos do “ontem”. Menos dolorido será afundar-mo-nos cada vez mais, buscando em outros braços a falsa e ilusória felicidade, esquecendo-nos de que começam ali novos resgates, acumulando mais seres que, pela Misericórdia Divina, voltarão aos nossos lares, em condições de familiaresproblemas. O Evangelho Segundo o Espiritismo nos diz: “as leis da Natureza são as mesmas em todos os tempos e em todos os Curiosidade lugares.” (capítulo XXII - Não separeis o que Deus juntou. Indissolubilidade do casamento). Não há como negar esse conhecimento. Devemos negar, sim, nossos atos impensados, trazendo de volta ao templo de Jesus, que é o nosso lar, a compreensão dessa lei, voltando nossos olhos aos trabalhos designados a cada um e, juntos, sempre que houver contendas, ao invés da troca de ofensas, elevar aos céus uma oração, que irá fortalecer o casamento e dará a luz para que pais, filhos e familiares sejam unidos pelos laços do amor eterno e cada criatura que vier a fazer parte dele, seja sempre um espírito a colaborar com o crescimento espiritual de todos. No sofrimento contido nas separações, seja de corpos ou até o divórcio, ficamos apenas na análise do “hoje”. Emmanuel, em sua mensagem “Em Casa”, faz o retrato fiel da prova e seus “porquês”. Fugir da Lei da Reencarnação reforça a nossa condição de incrédulos, mas o resgate será inevitável e intransferivelmente exercido. Em raras exceções, o divórcio deve acontecer sem que se assumam novos débitos, como nos casos de uniões efetuadas apenas com fins específicos nos interesses materiais de ambas as partes, sem que tenha havido envolvimentos sentimentais. Na herança do divórcio, lembramos ainda o sofrimento silencioso dos filhos que, comprovadamente, afeta a sua formação moral e educacional. A paciência, conjugada com o perdão, ajuda a reconstruir. Continua Emmanuel: “E, sejam quais sejam os teus obstáculos na família, é preciso reconhecer que toda construção moral do Reino de Deus, perante o mundo, começa nos alicerceres universais da luta em casa.” Vanda e Wilson Imagem: http://www.bible.ca/marriage/couple-fighting-kids.jpg curiosidade Um Caso de Segunda Vista Dados da direção da FEB — (Página inédita deAllan Kardec) — Pesquisando velhos documentos, alusivos aAllan Kardec, para serem colocados no órgão de divulgação da FEB,“Reformador”, foi encontrada, entre muitos manuscritos do Mestre Lionês, essa preciosidade inédita, pertencente à Sociedade Espírita, fundada porAllan Kardec. De imediato, a direção do“Reformador”, publicou-a no mês de“outubro de 1975”. Imitação do Evangelho Fenômeno de Clarividência Paris, 20 de outubro de 1863 A senhorita V... natural de Lyon, é dotada de uma notável segunda vista, conseguindo não só ver os Espíritos no estado normal, sem que esteja sonambulizada, como também observar, com grande precisão, os fatos que se desenrolam à distância. Uma vez em Paris, onde veio passar alguns dias, Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança deliberou visitar-me, na rue Sainte-Anne, tendo encontrado minha esposa, vez que, desde meu retorno de Sainte-Adresse, me havia eu retirado para seguir a fim de, com mais tranqüilidade, trabalhar em minha obra sobre o Evangelho. Nosso encontro foi impossível, em vista de ter a senhorita empreendido viagem de regresso, ainda naquela tarde. Mas, durante a conversa com minha esposa, diz esta: — “Uma vez que não poderei avistar-vos com meu 11 marido, o que ele muito lamentará, não podereis transportar-vos em Espírito até onde se encontra, e vêlo?” Por um instante, recolheu-se a senhorita e disse: — “Sim, vejo-o; acha-se num aposento muito iluminado, no pavimento térreo, há ali três janelas... Oh!... e como tudo é alegre! A casa é circundada por jardins... por toda a parte árvores e flores... Tudo respira a calma e tranqüilidade... Ele está sentado, próximo a uma janela, trabalhando... Está cercado por uma multidão de Espíritos que lhe conservam a boa saúde... alguns há que parecem muito elevados, e o inspiram; um deles especialmente parece ser superior a todos os demais, sendo-lhes objeto de deferências. Pergunta: — Acaso percebeis a natureza do trabalho de que meu marido se ocupa? Resposta: — Um momento... vejo um Espírito que segura um livro de grandes proporções... abre-o e mostra-me o que se acha escrito... leio-o: Evangelho. Observação: Com efeito, trabalhava eu em meu livro Contos sobre os Evangelhos, e cujo título constituía-se ainda em segredo para todos. A senhorita V... não poderia conhecê-lo. Quanto à minha esposa, ignorava ela se, naquele momento, me ocupava disso ou de outro qualquer assunto. Nada, conseqüentemente, podia influenciar o pensamento da clarividente. A descrição dos recantos é, além do mais, precisa, sendo de ressaltar que ela jamais viu esses lugares. A peça onde me instalara está provida de exatamente três janelas, o que não é comum, e, de todos os lados, confina com os jardins. Minha esposa ignorava estivesse eu nesse cômodo, que é o salão. Poderia, com muito maior probabilidade, supor-me no escritório. Todas as circunstâncias comungam na prova de que, em realidade, a senhorita V... a tudo presenciava, não sendo joguete da própria imaginação. Tal fato constituise, para mim, numa prova do interesse que os Espíritos tinham por esse trabalho, bem como da assistência que a mim dispensam e às minhas atividades. Allan Kardec contos uma doença chamada “lingüinha” e que era proibido falar nela! Chim, o coelho, disse que podia contar, ele seria discreto. — Discreto? disse o doutor. O que é isso? Aqui só conhecemos a maledicência. Gostamos de falar da vida alheia. Vou contar um segredo, houve um outro caso de lingüinha. Foi com a filha do Rei. Ela tinha uma língua pequena, horrorosa! Então o Rei a mandou para a Floresta Cinzenta, mas todas as vezes que acontece aqui um caso de “febre consciência”, ela aparece, pega a pessoa e a leva e nunca mais a pessoa retorna. — Vocês consideram consciência uma doença? disse, Chim. No nosso mundo é a maneira de enxergarmos os nossos erros. E para onde a filha do Rei leva as pessoas? — Dizem que leva estas pessoas doentes para virar criança num outro lugar! Zito falou: — Para reencarnarem em outra família, é isso! A fim de renascerem, um dia, num lar amigo que as reeduquem. O pequeno Polegar subiu escondidinho na orelha do Doutor e cochichou que não deixassem levar Zito para a Floresta Cinzenta. O Doutor Achou que estava com a “febre da consciência”. Quando foram até o Rei, ele estava chorando, com a febre da consciência porque pensava em sua filhinha e a sua língua havia até diminuído. Perdeu sua coroa para o “bajuladormor” e foi levado, sabe por quem? Pela boneca Nequinha, amiga de Zito e Chim, para o Departamento da Reencarnação, junto com outras pessoas que se arrependeram de falar mal da vida alheia e, por isso, terão outra oportunidade de vida. Texto adaptado por Rosangela O Rei Sete Palmos Era uma vez, um dia em que a boneca Nequinha sumira. Zito e Chim, o coelho, saíram à sua procura, por esse mundo afora. Anda pra lá, anda pra cá... e os dois caíram! E, num mundo estranho, encontraram um pequeno ser que disse: — Sou o Pequeno Polegar, oras... E o que fazem aqui? — Estamos procurando a boneca Nequinha. Onde estamos? — Estamos em Linguolândia. Era a conhecida terra do tempo perdido, todas as pessoas que se ocupavam na Terra de falar mal da vida alheia, quando desencarnavam, terminavam vindo morar aqui. — Escute, disse Chim. Será que não há um lugar chamado Cenouralândia? — Eu só me lembro de um lugar chamado Glutolândia, disse o Pequeno Polegar. Quando perceberam, estavam cercados por Tamanduás-Soldados que com a língua enrolada disseram: — Estejam presos! Levaram-nos até o Rei Sete Palmos. O Rei começou a cantar: “Sou Sete Palmos, na vida, Sou o Rei do disse-que-disse: Estico a língua comprida, E adoro conversas fiadas...” Contrariado, o Rei chutou a harpa, gritando: — NÃO RIMOU O MEU VERSO! E era uma beleza e não RIMOU! Zito e Chim foram olhados pelo Rei que ficou espantado: — Como estas coisas estranhas vieram parar aqui! Olha o tamanico de língua que eles têm! São uns monstros! Chamaram o médico para vê-los. O doutor disse que era 12 Bibliografia: O Rei Sete Palmos - Roque Jacintho - Ed. Luz no Lar, 4ª. ed., 1992. Imagem de Mario da Costa Martins, extraída da capa do livro O Rei Sete Palmos Seareiro Família familia de quitarmos as nossas dívidas através do amor. Por isto, pela reencarnação chegam em nosso lar aqueles adversários do pretérito, os afetos mal vividos ou os que se tornaram obstáculos como resultado de nosso próprio descuido. Chegam para cobrar dívidas de amor não vivido. Para que haja esta superação própria, libertando a criatura que chega, como nossa filha, dos seus impulsos primitivos, devemos lhe oferecer noções religiosas ainda no ventre materno. Parece que a criança, que se desenvolve no útero, ainda não adquiriu as faculdades necessárias para entender o que a mãe ou os que a rodeiam falam, mas só parece, pois não podemos esquecer que o espírito que aí está ligado àquele corpo frágil é espírito velho, possuidor de toda percepção do que o rodeia. Por esta razão, a mãe deve conversar com o seu filho ainda no ventre, orando com ele, lendo trechos do Evangelho para que ele os escute e se sinta querido. Logo após o nascimento, os pais entram em um estado de “fascinação atordoada”. Ficam inebriados de felicidade pela chegada do filho. Só pensam nos mimos e enfeites que lhe possam oferecer. Consideramos esta felicidade natural e s a u d á v e l , p o i s inconscientemente é uma resposta a uma oportunidade oferecida por Deus de refazimento espiritual. Passada a fase do “deslumbramento”, natural a todos os pais, é chegada a hora de reflexão sobre a real função da família. Alerta-nos “O Evangelho Segundo o Espiritismo”: “Oh! Espíritas! Compreendei, nesse momento, o grande papel da Humanidade! Compreendei que quando gerais um corpo, a alma que nele reencarna vem do mundo espiritual para evoluir. Inteirai-vos de vossos deveres e colocai todo o vosso amor em aproximar essa alma de Deus. Esta é a missão que vos foi confiada e recebereis a vossa recompensa se a cumprirdes fielmente. Vossos cuidados, a educação que lhe derdes, auxiliarão o seu aperfeiçoamento e a sua felicidade futura.” (capítulo XIV, item 9). A recomendação é para que nunca nos descuidemos na orientação religiosa e da educação moral de nossos filhos! Para isso, devemos também nos fiscalizar para não dar exemplos equivocados para as crianças seguirem. Falamos para a criança que mentir é feio e que ela nunca deve mentir, mas, quando alguém bate à nossa porta e não queremos atender, mandamos falar que não estamos. Qual é o ensinamento que exemplificamos? Educar ou Instruir? Através do estudo da Doutrina Espírita, esclarecemo-nos de que a família é a instituição mais importante da sociedade. No seu seio é forjado o caráter do indivíduo que, ao atuar na sociedade mais ativamente, colocará em prática toda a educação moral que recebeu. Neste sentido, a criança que foi educada para ter respeito pelas pessoas, a ouvir antes de tomar decisões, a se colocar à disposição para auxiliar na solução de problemas, será uma prestadora de serviços digna do cargo que ocupará e, com esta atitude, irá tornando a sociedade em que ela atua mais humana. Mas, para que este benefício se reflita por todos os setores da sociedade e a mudança seja sentida, é necessário que a família eduque moralmente os seus participantes. Novamente a Doutrina Espírita, através dos vários esclarecimentos que nos presta, orienta que a preparação para a educação moral comece na união do casal, antes mesmo do nascimento dos filhos. Viver uma união fraterna, lembrando sempre os momentos de carinho que uniu o casal e perdoando as faltas que possam ocorrer. Diz o verso: Casal que resguarda os votos, Sem atirá-los ao léu, Constrói o claro caminho Do amor que conduz ao Céu Targélia Barreto - livro “Família” E o céu referido é aquela paz de consciência do dever moral cumprido. Para isso, o casal deve implantar o Culto do Evangelho no Lar, ou seja, reunir-se sempre em dia e hora marcados e fazer uma oração, ler um trecho de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, cada um faz um comentário do que entendeu do trecho lido e encerra-se com uma oração de agradecimento. E ao que leva esta prática? À harmonização do clima espiritual do lar, à criação de barreiras espirituais evitando a influenciação de espíritos infelizes na vida do casal. Devemos lembrar também que os espíritos que estão para reencarnar como filhos do casal, ao verem que não está ligado a nenhuma religião e não pratica a oração, recusamse a reencarnar. Acontece isso pelo medo de não serem orientados, moralmente, para o caminho correto e temem cometer os mesmos erros do passado. Deus oferece, através de Sua misericórdia, oportunidade Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança 13 Este é um simples exemplo que pode ser traduzido para muitas outras situações. Nesta fase da vida familiar, também devemos não nos esquecer do culto do Evangelho no Lar, como já mencionado e com a participação da criança. Por que não ensinamos às crianças a prática da caridade, levando-as a visitarem asilos ou creches e colocando-as em contato com aqueles que sofrem, explicando que o nosso papel no mundo é fazer esforço para minorar o sofrimento alheio?! Isto é educação! Transformar em sentimentos elevados os vícios morais que os nossos filhos trazem das experiências vividas no passado. Equivocados estão os pais que “internam” seus filhos em colégios, pagos ou não, para que recebam educação. O máximo que a criança receberá na escola é instrução, porque já diz o velho ditado: “Educação se traz do berço.” Estudemos profundamente o comportamento de nossos filhos e identificaremos que trazem muito do orgulho e do egoísmo, que irão atrapalhar o seu desenvolvimento Kardec em Estudo kardec espiritual. Triste situação a dos pais que, “em vez de eliminar pela educação os maus princípios inatos dos filhos, trazidos de encarnações anteriores, mantêm e desenvolvem essas inclinações viciosas por uma culposa fraqueza ou por falta de cuidados.” (O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo XIV, item 9). Por todo o exposto, rogamos a Deus que abençoe os pais e fortaleça a sua vontade de aproximar os seus filhos do Criador. A tarefa é árdua, mas os Amigos Espirituais estarão ao nosso lado, nos ajudando. Wilson Bibliografia: Família - Francisco Cândido Xavier Espíritos Diversos, Ed. CEU, 3ª ed., 1986. Filhos, como educá-los na visão espírita - Roque Jacintho, Ed. Luz no Lar, 1ª ed., 1993. O Evangelho Segundo o Espiritismo - Allan Kardec - tradução de Roque Jacintho, Ed. Luz no Lar, 3ª ed., 1991. Imagem: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/78/B%C3 %BCrkner_Tanzliedchen.jpg em estudo O Homem no Mundo O Evangelho Segundo o Espiritismo Capitulo XVII “Sede Perfeitos” - Item 10 A perfeição está toda inteiramente, como disse o Cristo, na prática da caridade sem limites. Mas os deveres da caridade alcançam todas as posições sociais, desde aqueles que estão abaixo quanto os que estão no topo dessas posições. O homem que vivesse isolado da sociedade não poderia praticar nenhuma caridade. Somente no contato com os seus semelhantes, nas lutas e nos sofrimentos, é que ele encontrará ocasião de pô-la em prática.Aquele que se isola, portanto, se priva voluntariamente de utilizar esse meio de evolução espiritual e, por não pensar em ninguém a não ser em si próprio, a sua vida é a de um egoísta. Diante do manual das vidas terrena e espiritual que é O Evangelho Segundo O Espiritismo, devemos refletir no que representa o “Homem no Mundo”. A palavra “mundo” indica a existência de vários mundos e em vários lugares; no entanto, dentro de nosso pequeno conhecimento, falaremos sobre a vida terrena (material) e espiritual e que, enquanto encarnados, devemos aprender e desenvolver nossas responsabilidades para bem viver em ambas. Na terrena, integramo-nos logo cedo: na escola, a seguir, no trabalho, seguindo-se ainda a família, filhos e tantas outras, buscando nossa melhoria social e intelectual que irá garantir nossas necessidades. O Evangelho lembra-nos sempre que essas responsabilidades se fazem necessárias para nossa sobrevivência e desenvolvimento; no entanto, se estamos neste mundo, tido como a grande escola preparatória para vidas futuras, devemos nos “preparar” também para a vida espiritual, a verdadeira. Se identificamos perfeitamente a vida terrena (material), quando começa nossa responsabilidade com a vida espiritual? Essa lacuna nos leva à insegurança, até normal, quando a desconhecemos ou nela não acreditamos. O mesmo Evangelho cita que o sentimento de piedade deve estar sempre presente em nossos corações, para que 14 não percamos tempo somente com as coisas do mundo material. A prece, assim como a caridade, o perdão e tantas outras virtudes são chaves que abrem a porta da Espiritualidade, integrando-nos com o mundo espiritual. Ligados à Espiritualidade Maior, através de nossos bons pensamentos, ações e palavras, teremos cumprida a promessa de Cristo que nos aliviará de fardos tão pesados, causados pelas nossas más inclinações. No entanto, quando buscamos os Amigos tão especiais, pedimos para que atendam às nossas necessidades, resolvendo todas as dificuldades criadas por nós mesmos e que seja sempre da maneira que melhor satisfaça nossos desejos. Quando não atendidos, duvidamos de suas presenças junto de nós. Sejamos alegres sim, conforme nos aconselha o Evangelho, agradecendo sempre a possibilidade do conhecimento de ambos os mundos, e neles permanecer em trabalho contínuo no Bem, desenvolvendo os antídotos para os nossos vícios, lembrando que devemos compreender que o conhecimento que possuímos é tão ínfimo diante da grandeza de Deus, o que nos tornará os mais simples e humildes dos homens, no entanto os grandes e verdadeiros filhos amados de nossos pais. Os da Terra como o do Céu. É importante buscarmos na Espiritualidade as orientações tão necessárias para o nosso dia-a-dia, mas com a Seareiro compreensão de que os amigos nos darão o caminho a seguir e que eles nos acompanharão sempre, vibrando pelas nossas pequenas conquistas e sofrendo pelas nossas quedas, mas que as pedras encontradas no caminho deverão ser superadas por nossos esforços, perseverança e fé. Se acreditamos que “Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas” tenhamos a compreensão de que não criaria o homem para uma vida fútil e pequena, mas, sim, para a grandeza de Sua obra. Canal Aberto canal “A nossa fé é raciocinada mas, na Casa de Deus, ninguém deve duvidar de nada...” (O Evangelho de Chico Xavier - lição 230). Preparemo-nos já! E que Jesus esteja sempre conosco! Vanda Bibliografia: O Evangelho Segundo O Espiritismo - Allan Kardec, Ed. Luz no Lar, 3ª ed., 1991. O Livro dos Espíritos - Allan Kardec, Ed. FEB, 84ª ed., 2003. O Evangelho de Chico Xavier - Carlos A. Baccelli, Ed. Didier, 6ª ed., 2003. aberto Este espaço é reservado para respondermos às dúvidas que nos são enviadas e para publicações dos leitores. Agradecemos todas as correspondências e e-mails recebidos. Reservamo-nos o direito de fazer modificações nos textos a serem publicados. Problemas do Mundo O mundo tem mais alimentos do que precisa, Mais terras, mais casas, roupas, ouro. O mundo está repleto de organizações E de informações, teorias, tecnologias. Mas o mundo também está cheio de fome, De crimes, miséria, ignorância. Se temos recursos mais do que os necessários, Se sabemos onde e como estão os problemas, Se compreendemos de que forma solucioná-los, Por que nós não os solucionamos? Nós. Precisamos desatar os nós. Porque somos nós que retemos Casas, terras, roupas, ouro, informação e afeto E distorcemos tudo. Mas como fazer para desatar os nós? Como entender que é fundamental Dar aos outros o que gostaríamos de receber? Como religar, de verdade, as criaturas ao Criador? Como fazer para sermos os deuses que podemos ser? Para desenvolver o mundo, é preciso desatar-nos. Para libertar-nos, é preciso reconhecer que estamos presos, Desejar, sinceramente, abrir nossas vidas, nossos corações E desenvolver novos valores. Mudança que não partir, passar, nem alcançar-nos, Ao final, será nada. Texto enviado por e-mail pelo Sr. Maurício Zomignani Este texto foi elaborado a partir da mensagem "Problemas do Mundo" de Bezerra de Menezes, do livro "Espírito da Verdade", psicografado por Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, editado pela FEB. Teu Problema... Embeleza a Vida O problema aparece amargo no teu coração, empanando o horizonte, na desventura, entretanto, não te entregues à aflição, retorna ao dever, na esperança e bravura. A prece iluminará teu caminho, o trabalho trará a colheita abençoada, Deus te envolverá em carinho, o céu brilhará, novamente, em tua estrada. Recorda Jesus na evangelização, abrindo a senda da salvação, sofrendo problemas e inimigos. Jesus abraçou a Humanidade em amor, suportou adversários, não se rendeu na dor, até na cruz, Ele foi o Divino Amigo. A vida é como tu a pintas, pára de vê-la no olhar tristonho, dá-lhe o colorido em belas tintas, lembrando, em festa, o sol risonho. Ama-te em valores! Vá à luta! És tu que fazes o teu dia, torna-o belo, na tua conduta; na Natureza tudo reluz em alegria. Pratica o bem, na luz do Amor, sorri, cultiva o bom humor, levanta o teu astral. Jesus é o teu maior amigo; no amor ao próximo, Ele está contigo, na alegria de servir, celestial. Textos enviados pelo Sr. Carlos Prates Castanho - São Vicente - SP Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança 15 Pegadas de Chico Xavier pegadas de chico O Pequeno Chico O dia dois de abril de 1910 foi um dia feliz para o lar de Seu João e de Dona Maria. Nesse dia, nasceu o sexto filho de casal. Era um garoto forte e lhe deram o nome de Francisco. Seu João e dona Maria ainda teriam mais três filhos. Chico, assim chamavam o pequeno Francisco, teve dois irmãos e seis irmãs. O nosso garoto tinha apenas cinco aninhos quando teve sua primeira grande tristeza. Sua mãezinha ficou muito doente e morreu. Chico ficou muito triste e chorou bastante. Sentia muita falta de sua querida mãe. Dona Maria, antes de morrer, pediu para que algumas parentas e amigas cuidassem de seus filhos. Eles eram muito pobres e o pai não poderia cuidar de todos eles. Foi por isso que o pequeno Chico foi morar com sua madrinha, Dona Rita, depois do falecimento de sua mamãe. Infelizmente, foram dias tristes que o menino viveu com a madrinha. Ela era muito brava e má. Castigava e batia nele sem qualquer motivo. Um dia, estava no fundo do quintal chorando muito. De repente, que alegria, viu sua mãe bem pertinho dele. Ela estava tão linda e sorria, quando lhe falou: — Chico, meu querido filho, não fique triste, eu não morri, estou na Espiritualidade. Você não poderá me ver nem me ouvir sempre, mas estou olhando e cuidando de você. O menino, feliz, prestava muita atenção. Ela continuou: — Meu filho, seja bonzinho e obediente. Não fique muito triste com sua madrinha. Ela está doentinha e nós devemos aprender a ter paciência e confiança. Mamãe vai pedir a Jesus que lhe mande outra mãezinha para cuidar de você e de seus irmãos. Eu virei sempre aqui conversar com você. 16 xavier Agora, dê-me um beijo que eu preciso ir embora. Chico deu-lhe muitos beijos e ela voltou para a Espiritualidade. Acredito que o nosso leitor esteja curioso para saber como Chico pôde ver sua mãe que já tinha morrido. Vamos explicar: A morte realmente não existe. Por esse motivo, nós, espíritas, não dizemos que uma pessoa morreu, dizemos que desencarnou. Quando ficamos muito doentes, nosso corpo carnal pode morrer. Mas, notem bem, quem morre é apenas o corpo. O espírito continua a viver, embora, normalmente não o vemos nem o ouvimos. Esse lugar é a Espiritualidade. Existem pessoas que podem ver os espíritos que são, como já sabemos, as pessoas que já desencarnaram. Foi isso o que aconteceu com o pequeno Chico: ele viu o espírito de sua mãezinha que já vivia na Espiritualidade. Bem. Voltemos à nossa história. Chico voltou a ver e ouvir sua mãe, muitas vezes. Ela sempre lhe dava conselhos para tolerar aos que lhe fizessem mal e tivesse sempre muita fé em Jesus. Ela dizia que Jesus gosta muito de todos nós e que, sempre que precisamos, Ele nos ajuda. Ele é nosso eterno e sublime companheiro. Seu João, pai do Chico, sentia muita falta de seus amados filhinhos e vivia triste e solitário. Mas não podia trazê-los para sua casa porque não tinha quem cuidasse deles. Um dia, ele conheceu Dona Cidália. Ela era uma mulher muito boa e caridosa. Os dois resolveram se casar. Depois de casados, Dona Cidália pediu ao marido que trouxesse as crianças de volta para casa, pois ela queria cuidar deles com amor e carinho. Foi assim que o nosso menino e seus irmãos voltaram para a casa do pai e ganharam uma nova mãezinha. Realilizou-se, dessa forma, o que a mãe de Chico lhe havia prometido. Dias de tranqüilidade e paz foram aqueles em que o garoto viveu com seu pai e com a boa madrasta, seus oito irmãos e mais seis novos irmãos, filhos de Dona Cidália e de seu pai. Chico sempre teve muita facilidade de ver e falar com espíritos. Um dia, quando já estava mocinho, viu um Espírito lindo, que irradiava muita luz e que lhe disse que iria ajudá-lo, durante toda sua vida, para que ele pudesse realizar uma missão muito importante. Ele devia trazer, para todos nós, muitos ensinamentos sobre a Espiritualidade. Chico, que se chamava Francisco Cândido Xavier, trabalhou a vida toda com esse amigo espiritual chamado Emmanuel, que o ajudou a cumprir a bela missão que Jesus lhe confiara. Chico possuía o maravilhoso dom da mediunidade muito desenvolvido: podia ver, ouvir, conversar com os espíritos e, ainda, escrever ou falar o que eles desejassem. Dessa forma, serviu de intermediário dos espíritos, falando ou escrevendo o que desejassem transmitir às pessoas. Esse querido médium foi incansável no desempenho de sua nobre tarefa. Diariamente atendia todos que o procuravam, pedindo ajuda e orientação. Escrevia horas e horas o Seareiro pensamento dos espíritos. Desde 1927, quando começou a exercer a mediunidade, até 2002, quando desencarnou, escreveu (psicografou) 412 livros e milhares de mensagens de bons espíritos e cartas de irmãos nossos, desencarnados, para amigos e parentes. Seus livros e cartas mediúnicas ensinam, esclarecem, consolam e divulgam os ensinamentos de Jesus, sob a luz do Espiritismo, codificado por Allan Kardec. Chico Xavier morreu, isto é, desencarnou com 92 anos de idade, deixando lindos ensinamentos e o exemplo de uma vida dedicada ao Bem e à Caridade. Elevemos um pensamento de imensa gratidão ao querido Espírito Francisco Cândido Xavier e roguemos a Jesus que o abençoe, na esfera elevada onde se encontra, com certeza, continuando seu apostolado junto à nossa Terra. Homero Moraes Barros Imagem: http://www.universoespirita.org.br/chicoxavier/CHIXAVIER_0003.jpg Obsessores nos Presídios Chico, em companhia de vários amigos encarnados e desencarnados, chegava ao Grupo Espírita da Prece, vindo da capital paulista, após visitar o presídio do Carandiru, em São Paulo. Todos se mostravam entusiasmados pelo retorno de Chico a Uberaba. E, naturalmente, muitos estavam curiosos para saber o resultado dessa visita aos presidiários. Um dos confrades, presentes, pergunta ao médium: — E então Chico, como receberam o Evangelho de Jesus, esses delinqüentes e criminosos? Chico, ainda demonstrando calma e alegria, assim falou, percebendo o ar irônico da pessoa: — Ah, meu amigo, foram tantos os abraços e carinhos que recebi, que até agora posso senti-los. Alguns derramaram lágrimas junto às quais eu também derramei. Erraram sim, mataram, roubaram, mas não se esqueça das palavras de Jesus: “Não julgueis para não serdes julgados”. Estávamos diante de mais ou menos quatro mil internos, naquela casa de correção. Mesmo com essa resposta tão direta do médium, a pessoa insistiu: — Mas acreditamos, Chico, que você deve ter visto, espiritualmente, muitos obsessores em estados deprimentes, não foi? Chico voltando sério para o companheiro, respondeu com certa tristeza na voz: — Não... eu não vi obsessor algum... o que me foi dado ver, foram corações de mães voltadas à prece, naquele momento tão sublime, naquele lugar de dolorosos resgates... vi muitos benfeitores espirituais, que procuravam aliviar as tensões daqueles que não tinham conseguido libertar-se das más influências do passado. Os obsessores ali estavam representados em cada fisionomia perturbada, pelos vis atos cometidos. Procuramos levar o consolo e não a condenação. Oramos e choramos junto às mães espirituais, que viam em cada ser ali sofrendo, por atos cometidos levados pelo ódio e pela vingança. Pedimos a Jesus que muitos naquela hora pudessem sentir o sincero arrependimento, a caminho do perdão. Foi exatamente isso que vimos e sentimos. Cremos que cumprimos o nosso dever, junto aos ensinamentos cristãos. Todos que ali estavam, recolheram-se em reflexões pelas respostas tão lógicas e afirmativas do “não julgueis”, segundo o Evangelho de Jesus. Como sempre, Chico, passou uma bela lição de exercício da caridade moral. Érica Bibliografia: Conversa baseada no livro “Encontros com Chico Xavier” - César Carneiro de Souza, Ed. Gráfica Portinho Cavalcante, 1ª ed., 1986. Remédio Contra a Vaidade Como fazia todos os dias, Chico caminhava para seu trabalho na Fazendo Modelo, quando uma pessoa o alcança e após cumprimentá-lo, pede-lhe um conselho. Chico, com toda sua humildade, responde-lhe: — Poderei ouvi-lo e pedir a Jesus que o ajude, pois eu não sou ninguém para aconselhá-lo. O homem, então, falou: — Sabe Chico, há muito tempo sofro de insônia. Por mais que eu faça, não consigo dormir. Já fui a médicos, já tomei Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança remédios, chás e nada. Após ouvi-lo atentamente e buscando, através da prece, o socorro para o amigo, falou: — Enquanto ouvia seu relato, lembrei-me do nosso amigo espiritual, André Luiz que, num de seus livros, orientava a um doente que, para termos paz durante o sono noturno, necessário se fizesse oração, para pedir a Jesus,... dormir bem e viver bem e que para isso era importante o Evangelho de Jesus. Pela manhã, o mesmo ato deverá ser repetido 17 para que os ensinamentos fossem praticados, no lar, no trabalho, onde quer que fosse. E o Chico concluiu: — Dessa forma, com a mente ocupada por boas ações, à noite, o seu sono será repleto de sonhos proveitosos, pois estará, com certeza, em boas companhias. Passado algum tempo, esse mesmo homem vai ao encontro do Chico. Estava alegre, bem disposto e retirando do bolso várias mensagens de André Luiz e Emmanuel, mostrava-as ao Chico dizendo: — Olha Chico, depois do que você me disse, procurei todas as mensagens desses espíritos e comecei a ler todas as noites e estou dormindo como nunca, Ensinei a família a fazer o mesmo, aos amigos e até no serviço. E continuou... tenho lido o Evangelho e estou tentando praticar a caridade e a paciência... até o patrão achou que eu sou outra pessoa. Agora durmo bem, vivo bem... e como bem. Chico riu e despediu-se do amigo, dizendo: — Que Deus o conserve nessa paz, pois só assim conseguiremos estar ao lado de Jesus. Nunca deixe de ler o Evangelho. Entrando na sala de seu trabalho, quando ao iniciar a tarefa do dia, viu Emmanuel ao seu lado que, sorrindo, falou: — Você está feliz com a boa ação praticada, não é Chico? — Sim, meu amigo, creio que todos estamos felizes. — Claro, respondeu Emmanuel, mas não se envaideça, você não fez mais que sua obrigação; portanto não houve vantagem nenhuma de sua parte... — Mas por quê? Deveria ter feito mais? — Sim, Chico, porque esse ato deverá ser repetido todos os dias, com todos aqueles que estão longe de Jesus. Esse ato está atrasado há dois mil anos... Chico, refletindo muito, voltando-se respeitosamente ao seu guia espiritual, responde: — Tem razão, esse meu ato está sendo praticado bem, mas com dois mil anos de atraso. Entendo agora que o Evangelho é o remédio para todas as horas do dia, não apenas para aqueles que sofrem de insônias. Fato verídico, adaptado do livro “Chico Xavier na Intimidade”. Érica Bibliografia: Chico Xavier na Intimidade - Ramiro Gama, Ed. Lake, 1ª ed., 1974. Clube do Livro clube do livro Renúncia Os associados do Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves (Jô)”, receberam no mês de abril de 2008 o romance mediúnico Renúncia, ditado por Emmanuel e psicografado por Chico Xavier. Emmanuel nos relata, também, uma de suas reencarnações como Padre Damiano, vigário da igreja de São Vicente, em Ávila, Espanha. História real passada no século XVII, época em que reinava Luis XIV, vivenciada na França, Espanha, terra natal de Alcíone e seus ascendentes, Irlanda, terra Natal de Cirilo e seus pais e na América. Alcíone, Espírito de esferas elevadas, solicita a reencarnação na Terra, abdicando do convívio nas esferas superiores em que habitava, assim como de seus trabalhos no sistema de Sirius, a fim de auxiliar os companheiros bemamados que no orbe terrestre se encontravam, incluindo Pólux, o grande amor do passado, que acabara de reencarnar. Apesar das ponderações do generoso mentor Antênio, resoluta, decide regressar à Terra, ciente do trabalho sacrificial que lhe exigiria muita renúncia. Alcíone teve que se preparar por quase 10 anos para Francisco Cândido Xavier pelo espírito Emmanuel Editora FEB - 464 páginas 31ª edição - 2003 adaptar-se às regiões inferiores (nosso mundo de expiações e provas, a Terra), antes do reencarne. A história inicia na fase juvenil daqueles que seriam seus pais, relatando o amor que viveram; a aventura dos irlandeses na América; as dificuldades da época, culminando com a epidemia de varíola, causa de muitos desencarnes em Paris; e a trama da qual Cirilo e Madalena, futuros pais de Alcíone foram vitimados. Na segunda parte da obra, Alcíone, moça formada, trazendo desde a tenra infância um Espírito elevado que a todos encantava e surpreendia, com a humildade e sabedoria daqueles que já adquiriram o entendimento além desta nossa visão material e ilusória, sobre o destino do ser, encontra Carlos, sobrinho de Padre Damiano. Nesta seqüência, Alcíone dá o testemunho de fé, coragem, moral ilibada e resignação, colocando, em todas as situações de sua vida, acima de qualquer interesse pessoal, os preceitos do Cristo, agindo sempre de acordo com os Seus exemplos, até o martírio final. Podemos afirmar, sem erro, que vivenciou o Evangelho durante toda a sua existência terrena. Este é um dos livros que, após algum tempo, deveríamos reler, pois há muitos ensinamentos a observar e refletir! Ao iniciar a leitura, provavelmente, todos quererão mais e mais beber da fonte inesgotável dos testemunhos de amor desta criatura angelical. Fiquem com Deus! Rosangela e Marcelo Banca de Livros Espíritas “Joaquim Alves (Jô)” Livros básicos da doutrina espírita. Temos os 419 livros psicografados por Chico Xavier, romances de diversos autores, revistas e jornais espíritas. Distribuição permanente de edificantes mensagens. 18 Praça Presidente Castelo Branco Centro - Diadema - SP Telefone (11) 4043-4500 com Roberto Horário de funcionamento: 8 às 19h30 Segunda-feira a Sábado Seareiro Cantinho do Verso em Prosa cantinho do Carta a meu Pai Ninguém te ouviu a prece de esperança, Quando entregaste ao berço, de mansinho, Meu pobre coração de passarinho Engastado no corpo de criança. Calado herói do bem que não descansa, Tanta vez a lutar, mudo e sozinho, Ninguém te enxerga o pranto de carinho Com que me guardas vivo na lembrança. É por isso, meu pai, que dia a dia Varo a senda da névoa espessa e fria, Que o sepulcro de lágrimas nos junca, Para ofertar-te, ao peito brando e forte, A certeza da vida além da morte, Na luz do Amor que não se apaga nunca. Paulo Sergio Milliet Duarte da Costa e Silva verso em prosa Poucas vezes sabemos de mensagem ou poesias que rendem homenagens ao pai, que naturalmente ajuda na co-criação, junto à mulher. Sentimos nas palavras que compõem esses versos, do poeta Paulo Sergio, todo seu agradecimento ao coração paternal, que o envolveu com amor ao tê-lo em seu regaço. A frágil criança que ali estava, talvez já tivesse tido em eras remotas, recolhido em seu lar a mesma criatura, hoje seu pai. Pela Lei de Deus, tinha-o agora como um herói, que por ter lutado bravamente, o havia recuperado, quem sabe, para uma reconciliação. Mas a partida deixa novamente o coração paterno enlutado pela dor, guardando na lembrança a imagem do filho, repleto de amor. E o filho, na Espiritualidade, juntando suas lágrimas àquele seu benfeitor, abraça-o ternamente, embora a névoa do tempo que lhe cobra a esperança de retorno, pelo qual não soube avaliar. Mas ficou retido, em sua memória, que há vida além da morte e que tudo poderá recomeçar! Elielce Paulo Sergio Milliet Duarte da Costa e Silva Não temos dados das datas de nascimento e desencarne, apenas que seu retorno à pátria espiritual foi muito jovem, pois, aos quinze anos, fora acometido de grave enfermidade. Mas era muito inteligente e excelente poeta e trovador. Mesmo sabendo de seu grave estado de saúde, não se deixou abater, demonstrando a sua fortaleza de espírito. Escreveu vários contos, novelas e era um excelente crítico de literatura, escritos através de cartas. Partiu, sem poder ter reunido em livro as poesias esparsas, o que foi feito após o seu desencarne. a Bibliografia: Antologia dos Imortais - Francisco Cândido Xavier / Espíritos Diversos, Ed. FEB, 1 ed., 1963. Livro em Foco livro em foco Coragem Ensina-nos o Evangelho a perdoar, a oferecer a outra face, a calar perante as ofensas, a enfrentar as dificuldades da vida com mais confiança e tantas outras mais recomendações para as horas difíceis. Para isso, dentre outras coisas, é necessário ter CORAGEM. Este livro traz comentários sobre as diversas situações que nos envolvem constantemente, apontando as virtudes que devemos cultivar para não semearmos sofrimento pelo nosso caminho. Quando sofremos incompreensão, recomenda Meimei:” ajuda ainda e sempre aos que te não entendem e encontrarás Deus, no imo do próprio espírito a fortalecer-te com o bálsamo da piedade pelos que se desequilibram na sombra.” (capítulo VI). “Intrigas? Não lhes estenda a sombra. Faça alguma luz com o óleo da caridade.” (André Luiz, capítulo VIII). Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas Amor e Esperança Francisco Cândido Xavier, Espíritos Diversos Editora CEC 160 páginas - 35ª edição - 2006 “Senhor, que saibamos agradecer a Tua proteção e a Tua bondade nas horas de alegria e de triunfo; entretanto, que nos dias de aflição e de fracasso, possamos sentir conosco a luz de Tua vigilância e de Tua benção!...” (Emmanuel, capítulo XXXVIII). Vemos, então, por estes trechos selecionados, que necessitamos estudar seriamente as lições de Jesus, explicadas pelos nossos amigos espirituais, para que possamos fortalecer a nossa fé. Dessa forma, com o conhecimento das atitudes corretas a serem tomadas, só nos falta mesmo a CORAGEM para colocar as virtudes cristãs em prática, como nos recomenda Emmanuel, na introdução do livro: “Entretanto, para que obtenhas saúde e paz, afeto e compreensão, liberdade e simpatia, cultura e trabalho, não prescindas de uma alavanca, da qual nem sempre te lembras nas petições à Providência Divina: a alavanca da coragem, a coragem de servir e viver.” Não desanimemos perante as lutas e os sofrimentos. Busquemos forças nas páginas deste valoroso livro, pois sempre há um caminho de refazimento e libertação, aberto pela esperança, ante a Misericórdia de Deus. Vitório 19 Responsável FECHAMENTO AUTORIZADO - Pode ser aberto pela ECT Em ___/___/___ Reintegrado no serviço postal em ___/___/___ Informação escrita pelo porteiro ou síndico Falecido Mudou-se Desconhecido Ausente Recusado Não procurado Endereço insuficiente Não existe o número indicado PARA USO DOS CORREIOS Destinatário Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” Caixa Postal 42 Diadema - SP 09910-970 . . . CORREIOS . . . 9912164885 - DR/SPM SEAREIRO Especial Impresso