Análise Modal numérico-experimental de hélices - O GVA
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Análise Modal numérico-experimental de hélices - O GVA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CENTRO TECNOLÓGICO COORDENAÇÃO DO COLEGIADO DO CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA ALAN RAFAEL MENEZES DO VALE NO - 9802100601 ANÁLISE MODAL NUMÉRICO-EXPERIMENTAL DE HÉLICES NAVAIS PRODUZIDOS NA REGIÃO AMAZÔNICA 01/2003 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CENTRO TECNOLÓGICO COORDENAÇÃO DO COLEGIADO DO CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA ALAN RAFAEL MENEZES DO VALE NO - 9802100601 ANÁLISE MODAL NUMÉRICO-EXPERIMENTAL DE HÉLICES NAVAIS PRODUZIDOS NA REGIÃO AMAZÔNICA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Colegiado do Curso de Engenharia Mecânica para obtenção do grau de Engenheiro Mecânico Orientador: Prof. Dr. Newton Sure Seiro 01/2003 NO - 9802100601 ALAN RAFAEL MENEZES DO VALE ANÁLISE MODAL NUMÉRICO-EXPERIMENTAL DE HÉLICES NAVAIS PRODUZIDOS NA REGIÃO AMAZÔNICA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado para Obtenção do grau de Engenheiro Mecânico pela Universidade Federal do Pará. Submetido à banca examinadora do Colegiado constituída pelos PROFESSORES: Prof. Dr. Newton Sure Soeiro Prof. Msc. Alexandre Mesquita Prof. Dr. Antonio Jorge Hernandez Fonseca Julgado em: ______ / ______ / ______ Conceito: _______________________ 01/2003 À minha família e amigos AGRADECIMENTOS • Ao Professor Doutor Newton Sure Soeiro pela orientação, atenção, sugestões e contribuições para a elaboração deste trabalho. • Ao Grupo de Vibrações e Acústica da UFPA, pelo auxílio técnico. • À Banca Examinadora, Professores Newton Sure Soeiro, Antonio Jorge Hernandez Fonseca e Alexandre Mesquita, pela presteza para o julgamento deste trabalho. • À empresa ALUNORTE pelo fornecimento de materiais didáticos e peças muito úteis na confecção deste trabalho. • Meus familiares. • Aos colegas e amigos de graduação de 1998 pelo auxílio. • A Rodrigo Vieira e Rivanilson Mourão, ambos Mestrandos em Engenharia Mecânica, pelo auxílio na compreensão dos conceitos e aquisição de suprimentos, tais como computadores e softwares fundamentais na execução dos cálculos realizados. • Ao Laboratório de Metrologia da Universidade Federal do Pará, juntamente com o técnico Edmundo, pelo ensino do manuseio de instrumentos de medição importantes na aquisição das coordenadas dos hélices navais. • Ao Prof. Carlos Umberto pela cessão temporária de um microcomputador para execução de cálculos referentes à análise modal experimental. • A todas as pessoas que não foram aqui mencionadas, mas, que de alguma forma deram suas cotas de contribuição para que a execução deste trabalho fosse viável. SUMÁRIO OBJETIVO 9 1. INTRODUÇÃO 10 2. TEORIA DE PROPULSORES 12 2.1 Aplicação das Teorias dos Propulsores 13 2.2 Séries Sistemáticas de Hélices 13 2.3 A Utilização de Hélices em Dutos 14 2.4 Cavitação 15 2.5 O Projeto de Hélices por Série Sistemática 17 2.6 Definição da Geometria dos Hélices 18 2.7 Número de Hélices 18 2.8 Diâmetro 19 2.9 Área das Pás 19 2.10 Número de Pás 21 2.11 Espessuras Máximas 22 2.12 Passos 22 2.13 Caimento (Rake) e Assimetria do Contorno das Pás (Skew) 23 2.14 Perfis das Seções das Pás 24 3. OS HÉLICES NAVAIS B9 E NS18 27 4. TEORIA DE ANÁLISE MODAL EM VIGAS 31 5. CONSIDERAÇÕES SOBRE ANÁLISE MODAL EXPERIMENTAL 40 5.1. Representação e propriedades de uma FRF 42 a) Receptância 42 b) Formas Alternativas da FRF 45 5.2 Sistema com 1 Grau de Liberdade (GL) Excitado por Impacto 46 a) Efeito do Truncamento Sobre as FRF’s 49 b) Efeitos da Janela Exponencial sobre a FRF 50 c) Correção do Fator de Amortecimento Obtido a partir da Análise Modal Experimental 52 5.3. Múltiplos Graus de Liberdade 52 a) Modelo Histerético 52 b) Representação Gráfica de FRF MDOF 54 5.4 Métodos de Identificação Modal 62 6. ANÁLISE MODAL NUMÉRICA 65 6.1 Método de Elementos Finitos Aplicado na Resolução de Problemas Numéricos 65 a) Resumo Teórico 65 7. METODOLOGIA 68 7.1. ANALISADOR DE FREQÜÊNCIA UTILIZADO NOS EXPERIMENTOS DE ANÁLISE MODAL 68 7.2 ENSAIO EXPERIMENTAL PARA DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS MODAIS DA VIGA BI-APOIADA (TESTE DE IMPACTO) 69 7.2.1 Procedimento Adotado 69 7.2.2 Determinação dos parâmetros utilizados no ensaio 72 7.3 ENSAIO EXPERIMENTAL PARA DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS MODAIS DOS HÉLICES NS18 E B9 (TESTE DE IMPACTO) 73 7.3.1 Procedimento Adotado 73 7.3.2 Determinação dos parâmetros utilizados no ensaio 74 7.4 MODELAGEM COMPUTACIONAL ATRAVÉS DO PROGRAMA ANSYS 6.0 77 7.4.1 Análise Modal Numérica de uma Viga Bi-Apoiada 78 7.4.2 Análise Modal Numérica dos hélices navais NS18 e B9 79 a) Procedimento Numérico 79 a.1) Construção do Modelo 80 a.2) Malhagem do Modelo 82 8. ANÁLISE DOS RESULTADOS 84 8.1 PARA A VIGA BI-APOIADA 84 8.1.1 Dados Experimentais 84 8.1.2 Dados Numéricos 91 8.1.3 Correção Baseada no Ensaio Experimental 93 8.2 PARA O HÉLICE MODELO B9 95 8.2.1 Dados Experimentais 95 a a) 1 Pá 96 b) 2a Pá 104 8.2.2 Dados Numéricos 113 8.2.3 Correção Baseada no Ensaio Experimental 115 a) 1a Pá 115 a b) 2 Pá 117 8.3 PARA O HÉLICE MODELO NS18 119 8.3.1 Dados Experimentais 119 a) 1a Pá 119 b) 2a Pá 129 8.3.2 Dados Numéricos 137 8.3.3 Correção Baseada no Ensaio Experimental 140 a) 1a Pá 140 b) 2a Pá 142 9. CONCLUSÃO 145 BIBLIOGRAFIA 147 ANEXOS 149 ANEXO 1 149 ANEXO 2 151 ANEXO 3 161 ANEXO 4 167 Capítulo 1 – Introdução 9 OBJETIVO Os propulsores navais utilizados pelas embarcações amazônicas de pequeno porte são fabricados em pequenas oficinas de fundição desta região, as quais utilizam procedimentos técnicos de fabricação que não são muito rígidos, baseados em experiências passadas de geração para geração. Isto ocasiona diferenças entre os hélices produzidos e os projetados de acordo com teorias de propulsores, o que proporciona baixo desempenho e vida útil reduzida quando estes rotores são postos em funcionamento. As deficiências dos hélices estão geralmente associadas ao controle de qualidade na fabricação, que não é rígido o suficiente, permitindo a produção destes com ligas metálicas de composição química inadequada à sua fabricação e o processo de fundição não controlado da maneira ideal para fornecer às ligas metálicas a resistência necessária para as exigências no decorrer da vida útil dos hélices. Face o exposto, iniciou-se um procedimento para análise modal experimental de dois hélices navais, através de teste de impacto com martelo. Os resultados deste ensaio foram comparados aos valores obtidos no teste de análise modal numérica com a utilização do método de elementos finitos, onde se obteve o modelo modal da geometria do hélice (freqüências de ressonância, fatores de amortecimento e formas deformadas), com o objetivo de se verificar a possibilidade de ressonância no funcionamento do hélice, sem a influência do fluido de trabalho (água) e obter dados comparativos entre os métodos numérico e experimental. Capítulo 1 – Introdução 10 1. INTRODUÇÃO Grande parte dos propulsores navais utilizados por embarcações na Amazônia é fabricada em oficinas de fundição situadas na região que utilizam técnicas passadas de geração para geração sem um controle rígido do processo, levando dessa forma, freqüentemente, a hélices com propriedades mecânicas inferiores a valores aceitáveis durante a utilização do mesmo (Moreira [1]), tornando-os suscetíveis a solicitações que possam provocar fraturas e empenamentos com um baixo tempo de uso nas embarcações. Isto gera prejuízos consideráveis em função do período em que os barcos permanecem parados à espera da reposição do hélice (Coelho et al [2] e Moreira [1]). As deficiências dos hélices estão geralmente associadas ao controle de qualidade na fabricação, que não é rígido o suficiente, permitindo a produção destes rotores com ligas metálicas de composição química inadequada à sua fabricação e o processo de fundição não controlado da maneira ideal para fornecer às ligas metálicas a resistência necessária para as exigências durante o funcionamento dos hélices. Devido a este e outros problemas, procurou-se verificar a presença de vibrações no hélice em sua faixa de freqüência de trabalho, para isto, realizou-se a análise modal numérica de dois propulsores navais muito utilizados na região através do método dos elementos finitos, onde se obteve o modelo modal da geometria do hélice (constantes modais e freqüências naturais). Foi também realizada nos propulsores a análise modal experimental, desenvolvida em laboratório, com o intuito de se validar os resultados numéricos, obtidos via software ANSYS, versão 6.0 e, caso sejam encontradas diferenças, sugerir meios de tornar os resultados da análise numérica via método de elementos finitos os mesmos dos valores experimentais. Ambas as metodologias aplicadas têm o objetivo de verificar se há ocorrência de ressonância nos hélices em funcionamento. Caso isto seja verificado, deve ser sugerido aos produtores envolvidos na fabricação do conjunto propulsor das embarcações que alterem a rotação no eixo dos hélices para que a região de trabalho dos rotores não coincida com a região de ressonância dos mesmos, ou modifiquem a geometria dos hélices para que suas freqüências naturais possam se diferenciar da região de trabalho dos mesmos. As possíveis diferenças encontradas entre os dois métodos aplicados servem de base para se melhorar a precisão e validar os ensaios computacionais realizados no propulsor. Para expor este trabalho, inicialmente é feita uma abordagem a respeito da teoria dos propulsores navais utilizados em embarcações, sendo dado destaque para a descrição das características principais da geometria de um hélice naval. Em seguida é feita uma revisão da Capítulo 1 – Introdução 11 teoria de análise modal experimental desenvolvida em laboratório, dos parâmetros principais para a realização do teste e com os cuidados que se deve tomar para a execução de um ensaio correto. A seguir, é realizada uma revisão bibliográfica a respeito do método dos elementos finitos, aplicado na discretização de modelos reais (viga e hélices, por exemplo), demonstrando a teoria em que se baseia os modelos e as equações utilizadas. Posteriormente, é feita uma descrição da modelagem computacional através do programa ANSYS, que utiliza o método de elementos finitos para realizar os cálculos da análise modal dos modelos gerados no computador. Em seguida é demonstrado o cálculo teórico e numérico para a determinação das formas modais e freqüências naturais de vibração de uma viga bi-apoiada e numérico para os dois modelos de hélices navais, sendo posteriormente defrontados estes dados com os valores obtidos experimentalmente, com o intuito de se verificar se existem diferenças entre estes procedimentos e os valores de trabalho dos propulsores navais. A utilização da viga nestes testes tem a finalidade de checar se o sistema de aquisição dos dados experimentais comporta-se de forma correta de acordo com a teoria, adotando-se como padrão a teoria de vigas. As freqüências de funcionamento dos hélices navais em regime são defrontadas com os valores obtidos nos ensaios sendo verificada a possibilidade de ressonância no hélice em regime de funcionamento. Por fim, são dadas sugestões para minimizar os prováveis desvios nos resultados numéricos e experimentais. Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 12 2. TEORIA DE PROPULSORES As teorias mais antigas sobre a ação dos hélices seguiram duas linhas independentes de concepção. Na primeira delas, a teoria do Disco Atuador, a obtenção de empuxo é explicada pelas alterações de quantidade de movimentos junto ao fluido. Na segunda, a teoria de elementos de pás, o empuxo é obtido através da análise de forças que atuam em cada uma das seções das pás e, depois, integrando-as ao longo do raio do hélice. As teorias do Disco Atuador são baseadas em princípios fundamentais corretos, mas não fornecem informações sobre a forma do hélice que poderia produzir aquele empuxo calculado. Nestas teorias, um “disco atuador”, ou algo similar representa um hélice por um número finito de pás finas, ou seja, praticamente em um disco que absorve potência transforma-a em empuxo, através de um acréscimo instantâneo de pressão no fluido que passa por ele. A mais importante conclusão destas teorias é que a eficiência de um hélice ideal tem um limite máximo que é função do carregamento das pás. Esta eficiência ideal é obtida pelas expressões abaixo: ηI = 2 1 + 1 + CTH ηI = 2 1 + 1 + τ .CTH CTH = T 1 2 .ρ . A0 .VA 2 e τ= para hélices convencionais e (1) para hélices em dutos, sendo : (2) TH , onde T é o empuxo total e TH é o empuxo fornecido pelo duto. (3) T ρ é a densidade específica da água: ρ = γ/g e A0 é a área do disco do hélice: A0 = π.D2/4. Onde γ é a massa específica da água, em (Kg/m3) e D é o diâmetro do propulsor (em metros). VA é a velocidade de avanço, dada por: VA = V (1-ω), sendo V, a velocidade da embarcação em m/s e ω o coeficiente de esteira efetiva, que é zero para as condições de mar aberto. Este coeficiente relaciona o arrasto da embarcação com a velocidade da mesma. Por outro lado, as teorias de elementos de pás, por si só, são capazes de prever os efeitos de alterações geométricas nos hélices, mas apresentam incorretamente a eficiência de um hélice ideal como sendo igual à unidade. As diferenças entre os dois grupos de teorias só foram resolvidas com o aparecimento da Teoria da Circulação, inicialmente criada por Lanchester para a aeronáutica, em 1907, e depois aplicada a hélices marítimos por Prandtl e por Betz. Esta teoria mostrou a relação entre as mudanças de quantidade de movimentos mo escoamento com as forças atuando em cada Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 13 elemento da pá. Como grande vantagem, apresentou formas adequadas para aplicações em projetos práticos, com grande concordância com resultados experimentais. Ao longo do tempo, e acompanhando a evolução de ferramentas e capacidades computacionais, foram sendo desenvolvidas aplicações como a teoria da linha de sustentação e a teoria da superfície de sustentação. A teoria da linha de sustentação basicamente modela a pá como uma linha rígida de vórtices, que possui circulação ao longo do raio do propulsor. A teoria da superfície de sustentação faz a representação da pá por meio de uma superfície de vórtices, obtendo-se, desta forma, um modelo tridimensional. 2.1 APLICAÇÃO DAS TEORIAS DOS PROPULSORES Durante muitos anos, os hélices foram projetados, quase que exclusivamente, utilizando as curvas de séries sistemáticas. A grande vantagem das séries era proporcionar previsões de desempenho próximas da realidade, dada a quantidade e qualidade dos dados experimentais disponíveis. A maior desvantagem da utilização das séries é que grande parte da geometria do hélice já se encontra definida, não possibilitando uma otimização completa do projeto para cada caso. Surgiu, então, a necessidade de se desenvolver métodos baseados na teoria da circulação, com aplicações práticas ao projeto que permitissem a obtenção da geometria ótima de cada hélice. Como as diferenças entre as eficiências obtidas por séries e por teoria são geralmente mínimas, a principal razão para a utilização do projeto teórico é conseguir melhorar o comportamento com relação à cavitação e às vibrações induzidas. 2.2 SÉRIES SISTEMÁTICAS DE HÉLICES Uma série sistemática de hélices consiste, basicamente, na fixação de alguns parâmetros geométricos e na variação de outros, obtendo-se, através de ensaios de água aberta com modelos em tanques de prova ou túneis de cavitação, as curvas características de cada hélice, ou seja, de cada uma das combinações geométricas resultantes. Geralmente, as séries fixam as distribuições de cordas, de espessuras máximas e de passos, assim como as formas dos perfis das seções das pás e do diâmetro do eixo mais o reforço. Os parâmetros que variam são número de pás, razão da área expandida e razão passo/diâmetro. Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 14 Ao longo dos anos de utilização dos hélices, foram criadas inúmeras séries sistemáticas para os vários tipos de embarcações, a fim de facilitar o seu projeto e a análise de operação. Há séries de hélices apropriadas para embarcações mercantes, para navios de guerra, para lanchas rápidas, etc. 2.3 A UTILIZAÇÃO DE HÉLICES EM DUTOS Os hélices em dutos representam os melhores tipos de propulsores de embarcações fluviais de carga, pois apresentam maiores rendimentos nas faixas de operação típicas – baixas velocidades e altos carregamentos. Outra vantagem do hélice em duto sobre o convencional é que os dutos apresentam tendência de regularizar o escoamento, resultando em menores variações de empuxos e de torques durante a operação. Nos rios amazônicos é freqüente a presença de troncos e detritos em suspensão na água. Neste contexto, os dutos podem aumentar os problemas de avarias por choques das pás dos hélices já que há uma concentração de sucção da água e dos corpos nela presentes. Um pequeno detrito que venha a atingir uma ponta da pá de um hélice sem duto seria empurrado para longe, resultando em uma avaria única devida ao impacto. Contudo, aquele mesmo detrito poderia causar um estrago maior chocando-se com as pás de um hélice confinado dentro de um duto. Os dutos devem ser projetados e construídos adequadamente para não ficarem ovalizados, durante a instalação ou operação (no caso de toques com o fundo do rio). A distância entre as pontas dos hélices e as paredes dos dutos deve ser a menor possível, para que não ocorram perdas significativas de eficiência. Como valor máximo, esta folga deve ser de 0,7% do diâmetro do hélice. Na Figura 2.1, é mostrado um hélice de uma grande embarcação o qual utiliza duto. Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 15 Figura 2.1. Exemplo da utilização de hélices em dutos. 2.4 CAVITAÇÃO Um dos aspectos mais estudados em propulsores, a cavitação é um fator de limitação ao projeto de um hélice. Explicado como um fenômeno que ocorre a partir do aparecimento de regiões das pás com pressões abaixo da pressão de vapor da água (101,3 KPa ou 1 atm), a cavitação quase sempre traz grandes preocupações aos projetistas, já que pode apresentar efeitos indesejáveis como a queda de empuxo, erosão das pás e aumento das vibrações induzidas pelo propulsor. Uma das formas mais prática de se prever problemas relacionados com cavitação é a utilização do diagrama de Burril (figura 2.2), baseado em dezenas de ensaios em túneis de cavitação de hélices de geometrias variadas. O diagrama relaciona o coeficiente de carregamento CTH em função das pressões presentes nas pás τc e o índice de cavitação relativo à velocidade resultante na seção a r/R = 0,70 das pás σ0,7R . Tanto τc como σ0,7R levam em conta as componentes rotacional e axial das velocidades nas pás. No diagrama de Burril, são apresentadas as definições de seus parâmetros e as equações aproximadas de suas curvas, que indicam a percentagem da área das pás cobertas por cavitação no dorso dos hélices. Apesar de ser um método empírico, que apresenta informações quanto ao comportamento aproximado e médio dos hélices, a pratica tem demonstrado que resultados são confiáveis. Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 16 Figura 2.2. Diagrama de Burril para previsão de quantidades de cavitação em pás de hélices. (Burril e Emerson, 1962, em Padovezi [12]) A utilização do diagrama de Burril apenas possibilita estimar a quantidade de cavitação nas pás e verificar se há risco de ocorrer queda de empuxo (e de torque) no hélice, resultante da presença de cavitação excessiva. O diagrama não indica o tipo de cavitação presente nem se há possibilidade de ocorrer erosão nas pás. A ocorrência de erosão por cavitação está associada principalmente a um dos três casos apresentados a seguir: a) hélices de grandes embarcações marítimas, com altos coeficientes de bloco (CB) e grandes diâmetros de hélices, resultando em variações significativas da velocidade resultante em cada pá à medida que ela faz uma rotação de 360º. Nesses casos, mesmo com pequena área das pás cobertas por cavitação (5%, por exemplo), pode haver erosão devido à natureza da cavitação, predominantemente de bolhas. As bolhas se formam e desaparecem através de implosões junto à superfície das pás, por força da variação periódica e abrupta das velocidades na região do hélice; b) ocorrência de elevados valores de velocidades de escoamento que levam a pressões locais muito baixas fazendo com que quaisquer descontinuidades das superfícies das pás se constituam em pontos preferenciais de implosão de bolhas de cavitação; Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 17 c) presença de cavitação excessiva nas pás, induzindo turbulência local de caráter periódico que pode levar à erosão. As causas de vibrações induzidas por cavitação são muito próximas daquelas que levam à erosão, basicamente ligadas à não uniformidade do escoamento com cavitação, com variações abruptas de pressões e velocidades. Nos casos de hélices de embarcações fluviais, que apresentam diâmetro de rotor reduzidos e baixas velocidades, a probabilidade de ocorrência de erosão e de vibrações por cavitação é menor, quando se tomam os cuidados para que a quantidade de cavitação não seja demasiada. Adotam-se, geralmente, 10% como a porcentagem máxima aceitável de cavitação no dorso das pás, para que não ocorram problemas de queda de empuxo, de erosão e de vibrações. A seguir é mostrada a distribuição de ocorrência de cavitação em um hélice naval e sua ação sobre as pás. Figura 2.3. Aspecto da ação da cavitação em hélice naval de lancha. (Yanmar, 2000, [22]) 2.5 PROJETO DE HÉLICES POR SÉRIE SISTEMÁTICA O projeto do hélice é a determinação da geometria mais adequada para operar junto ao casco, em certo número de rotações, consumindo uma potência que deve ser fornecida por um conjunto motor-redutor, e impulsionando a embarcação (em sua condição de deslocamento de projeto) em uma determinada velocidade. No caso de hélices de séries sistemáticas, onde vários parâmetros geométricos já estão fixados, a definição do hélice é feita através da escolha do diâmetro, do número de pás, do passo Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 18 e da área das pás. Da interação com o conjunto motor-redutor-eixo deve resultar o número de rotações de operação e a potência consumida. A condição de deslocamento do casco escolhida para o projeto e a definição da velocidade desejada completam o quadro. 2.6 DEFINIÇÃO DA GEOMETRIA DOS HÉLICES Dada a extrema complexidade da operação de embarcações fluviais, a tendência é que a geometria dos seus hélices tenha algumas características como simetria no contorno das pás, espessuras maiores que aquelas de séries sistemáticas de propulsores, grande área de pás e diâmetros reduzidos. Para compensar a restrição de diâmetros, são utilizadas pequenas razões de redução de rotações dos motores, a fim de resultar em altas rotações nos eixos dos hélices. A seguir é mostrado um hélice naval com as algumas de suas características principais. Figura 2.4. Algumas das características geométricas principais de um hélice naval. 2.7 NÚMERO DE HÉLICES A escolha do número de hélices de uma embarcação tem reflexo direto sobre a geometria que deverá resultar de um projeto. Isto ocorre porque quanto maior o número de rotores, menor o carregamento das suas pás, pois haverá maior divisão da produção do empuxo. O diâmetro requerido dos hélices pode ser diminuído se aumentada a quantidade de hélices da embarcação, o que leva a uma subdivisão maior da potência disponível em cada eixo. Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 19 Em embarcações para navegar em águas muito rasas, pode ser conveniente adotar-se até quatro hélices. Neste caso, a maior quantidade de motores, redutores, eixos e mancais necessários resultará em custos proporcionalmente maiores. A adoção de uma embarcação fluvial monohélice não contribui para a segurança da navegação, já que o desempenho em manobras é pior que os de bihélices e não há confiabilidade pois qualquer componente avariado do sistema propulsivo (motor, eixo, caixa de redução, mancais, hélice) põe em risco a embarcação, sem alternativas de operação emergencial. Desta forma, as embarcações fluviais da região amazônica poderiam adotar dois hélices aumentando a segurança em detrimento de um aumento dos custos, o que evitaria transtornos durante viagens. 2.8 DIÂMETRO A eficiência dos hélices tende a crescer com o aumento do diâmetro, porque o carregamento específico das pás (representado por CTH = T 0,125.ρ .V A .π .D 2 2 ) decresce. A eficiência ideal de propulsão ηI aumenta com a diminuição de CTH, como mostrado da expressão abaixo: ηI = 2 1 + 1 + CTH (4) O diâmetro de um hélice é limitado pela geometria da região onde vai ser instalado. Tal região deve ficar totalmente imersa para que não ocorra aeração (recolhimento de ar pelas pás do hélice). Em embarcações com restrições extremas de calado, pode haver a necessidade de aplicação em túneis de popa, de modo a permitir hélices com diâmetros superiores ao calado (até cerca de 10% a mais). A distância das pontas das pás ao casco deve ter um valor mínimo que garanta que os esforços variáveis induzidos pelo propulsor não sejam elevados, a pondo de introduzir intensidades de vibrações indesejadas. Quanto maiores as distâncias das pás ao casco, menores as possibilidades dos hélices induzir vibrações. Estas distâncias, denominadas claras, são recomendadas por projetistas e sociedades classificadoras em valores que variam de 8% a 25% do diâmetro do hélice, dependendo do tipo de embarcação. 2.9 ÁREA DAS PÁS A área das pás de um hélice tem influência sobre dois aspectos importantes: em princípio, quanto menor a área das pás, menores as perdas por atrito (arrasto) e maior a eficiência do Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 20 hélice; por outro lado, quanto menor a área da pá maior a sua suscetibilidade ao fenômeno da cavitação. Os projetistas tendem a buscar sempre a utilização da menor área possível das pás, pois a eficiência tende a decrescer com o aumento da área devido ao fato das perdas por atrito aumentarem. Figura 2.5. Perdas de eficiência do hélice em função do carregamento das Pás. (Padovezi, 1997, [12]) As perdas relacionadas com a área das pás são aquelas devidas ao arrasto nas pás, que apresentam a tendência de diminuir com o aumento de CTH . Proporcionalmente, a importância das perdas por atrito diminui mais ainda com o acréscimo de CTH, devido ao fato das perdas axiais crescerem de uma maneira significativa, fazendo cair drasticamente a eficiência total. A seguir são apresentados dois modelos de hélices de mesmo diâmetro com área das pás diferentes, o modelo da esquerda apresenta uma área das pás cerca de 63% menor que o modelo da direita, exemplificando que um hélice pode ser substituído por outro com parâmetros modificados a fim de se reduzir as influências da cavitação. Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 21 Figura 2.6. Aumento da área das pás (redimensionamento) quanto à cavitação. (Geer, 1989 [18]) 2.10 NÚMERO DE PÁS O número de pás de hélices de embarcações fluviais varia geralmente de 3 a 5 sendo mais comum hélices de 4 pás. Hélices com menores números de pás tendem a ter eficiências um pouco maiores que aquelas com mais pás. Por outro lado, os hélices com números de pás menores apresentam níveis de vibrações induzidas significativamente maiores que os hélices de maior número de pás. Contudo, o aspecto mais importante ligado à escolha do número de pás de um hélice está relacionado com a freqüência de excitação de vibrações no casco e no sistema eixo-propulsor. A freqüência de excitação (f = Z.n, onde Z é o número de pás e n a rotação do propulsor) deve ser diferente das freqüências de ressonâncias do casco e do sistema de eixos propulsores. Evidentemente se trata de uma tarefa dificultosa prever as freqüências naturais de partes do casco e do sistema propulsivo. É comum aplicar-se dados de embarcações semelhantes ou fórmulas empíricas. Quando não há problemas de proximidades de freqüências de ressonâncias, há uma tendência de serem utilizadas quatro pás por duas razões principais: • há maior facilidade de construção e balanceamento estático e dinâmico das pás, • está entre Z=3 (eficiência um pouco maior) e Z=5 (vibrações induzidas menores). Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 22 2.11 ESPESSURAS MÁXIMAS Basicamente, a determinação das espessuras máximas das seções das pás de um hélice depende do cálculo de resistência estrutural necessária. As sociedades classificadoras indicam formulações para calcular as espessuras mínimas requeridas que, inclusive, levam em consideração a probabilidade de fadiga do material. Na grande maioria dos casos, quando se utilizam materiais apropriados para confecção de hélices (ligas de cobre-zinco, manganês-bronze e de níquel-alumínio por exemplo) as espessuras definidas pelas séries sistemáticas são maiores que as espessuras mínimas requeridas pelas sociedades classificadoras. Quando o material é menos resistente, como é o caso do ferro nodular fundido (às vezes utilizado por ser mais barato) as espessuras necessárias serão maiores que aquelas indicadas pela série sistemática, obrigando o projetista a uma adaptação das formas das seções. No caso de embarcações que operam em águas onde há grande possibilidade de ocorrência de choques nas pás de seus hélices, como acontece com algumas embarcações fluviais, pode haver necessidade de aumento das espessuras para que haja uma resistência adicional que evite fraturas e deformações das pás durante sua operação. O aumento de espessuras máximas implica em aumento de razão t/c (espessura/corda) das seções, alterando a forma dos perfis das seções das pás (distribuições de espessuras ao longo das cordas). As distribuições de pressões sofrem alterações que podem fazer com que piorem as condições de cavitação dos perfis mais próximos das pontas das pás. Para compensar o aumento de espessura, uma solução satisfatória é aumentar as cordas das pás (a área estendida). 2.12 PASSOS A distribuição de ângulos de passos ao longo do raio está diretamente ligada à distribuição de circulação e de carregamento das pás. Neste sentido, às vezes, modifica-se a distribuição de passos para resolver problemas específicos, como por exemplo, aliviar o carregamento das pontas das pás a fim de se diminuir intensidades de cavitação e, conseqüentemente de ruído. No caso de embarcações fluviais, não há muito espaço para modificações nas distribuições de passos. Recomenda-se seguir formas simplificadas das séries sistemáticas, com passos constantes ao longo do raio, o que, no mínimo, facilita a construção dos hélices. Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 23 Figura 2.7. Demonstração do passo de hélices navais. 2.13 CAIMENTO (RAKE) E ASSIMETRIA DO CONTORNO DAS PÁS (SKEW) O caimento é uma inclinação do eixo das pás no sentido longitudinal da embarcação, geralmente à ré. Trata-se de uma alternativa para aumentar as distâncias das pontas das pás ao casco ou para aumentar o diâmetro do hélice a ser instalado em uma determinada popa. Como inconveniente, introduz momentos que obrigam a adoção de maiores espessuras nas raízes das pás. O skew, assimetria do contorno em relação à linha geratriz da pá, apresenta uma grande contribuição para a redução dos níveis de cavitação intermitente (que pode provocar erosão) e de vibrações induzidas pelo propulsor em operação em campo não-uniforme de velocidades. O skew torna mais amena a passagem das pás pelas várias regiões de intensidades diferentes de pressão, diminuindo as intensidades das flutuações de pressões junto às pás. Tanto o caimento como a assimetria não introduzem diferenças nas eficiências dos propulsores em condições de operações normais a vante. Porém, quando em operação à ré, os hélices com estas assimetrias apresentam certa redução de eficiência quando comparados com hélices sem caimento e assimetria. Nas embarcações fluviais, onde a operação à ré dos hélices é freqüente, tem havido uma tendência de se evitar tanto o caimento como a assimetria no projeto dos hélices. Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 24 Figura 2.8. Hélice naval com assimetria (à esquerda) e o caimento (à direita). (Geer, 1989 [18]) Figura 2.9. Hélice com caimento a vante (esquerda), nulo (centro) e com caimento à ré (direita). (Geer, 1989 [18]) 2.14 PERFIS DAS SEÇÕES DAS PÁS Se uma das pás de um hélice naval for cortada perpendicularmente ao raio do propulsor nesta pá, pode-se obter a seção que deu origem ao formato da pá. Cada seção tem uma forma cuidadosamente determinada para afetar de forma positiva a performance do propulsor. As duas formas mais comuns de se construir as seções das pás são a ogiva e a aerofólio. O formato ogiva caracteriza-se por um lado cortado retilíneo e o outro curvo simetricamente à superfície de sucção. As arestas de entrada e saída das seções das pás são pontiagudas de acordo com a corda ou comprimento da seção. A costa do perfil ou área de sucção é constituída de um Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 25 segmento circular, elíptico ou uma curva senoidal, com a máxima espessura exatamente no meio da corda ou comprimento da seção. As seções do tipo aerofólio lembram as tradicionais seções de asa de avião. A superfície de sucção é arredondada e não pontiaguda, como ocorre no tipo ogiva, e a espessura máxima da seção ocorre a um terço da corda no lado da aresta de sucção. Os propulsores navais do tipo hélice trabalham gerando empuxo através da criação de um diferencial de pressão entre as faces de sucção e pressão, tal como em asas de avião. A superfície de sucção de um perfil do tipo aerofólio realmente gera muito diferencial de pressão, criando áreas locais de pressões muito negativas logo após a aresta de entrada da seção, o que leva ao aparecimento de cavitação. Para se evitar isto, em muitos propulsores são empregados perfis do tipo ogiva nas pás. Em muitos propulsores modernos, as seções das pás próximas ao eixo ou raiz eram construídas no formato do tipo aerofólio. Isto ocorre porque a velocidade do fluxo de água nestas regiões mais próximas ao eixo é substancialmente menor do que nas seções mais próximas do raio externo da pá. Assim, as seções das pás mais externas podem seguramente ser construídas no formato ogiva, sem perda de eficiência e evitando o aparecimento de pressões negativas locais elevadas que incorram no surgimento de cavitação. A seguir são mostrados os dois tipos de perfis utilizados nas seções das pás e as distribuições de pressão no contorno dos perfis. Figura 2.10. Perfis Ogiva (esquerda) e Combinada (direita). (Geer, 1989 [18]) Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 26 Figura 2.11. Distribuição de espessura nos perfis Ogiva (cima) e Combinada (baixo). (Geer, 1989 [18]) Figura 2.12. Distribuição de pressão nos perfis Ogiva (cima) e Combinada (baixo). (Geer, 1989 [18]) Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 27 3. HÉLICES NAVAIS B9 E NS18 Os hélices navais NS18 e B9 são utilizados na propulsão de pequenas embarcações de passageiros, típicas da região costeira de cidades e vilarejos populosos como Belém, Icoaraci, Breves, Santarém, Soure, Bragança, Vigia, dentre outras da região Amazônica. Estas embarcações, feitas com casco de madeira, possuem dimensões reduzidas (comprimento entre proa e popa, boca e calado) requerendo hélices navais pequenos para a sua propulsão, pois a relação entre diâmetro máximo do rotor e o calado da embarcação é de aproximadamente 0,67, sendo o diâmetro do hélice sempre menor que o calado do barco. A matéria-prima utilizada na produção destes e de outros propulsores navais foi analisada com o intuito de serem obtidas as composições químicas das amostras coletadas em oito cidades do estado do Pará. Estas são representadas pela Tab. (3.1). As propriedades mecânicas do material são dados de entrada de considerável importância na análise numérica via método dos elementos finitos. Na Tabela (3.1), nota-se que a maioria das amostras são constituídas de latão, ou seja, ligas de cobre e zinco (Cu e Zn). Tabela 3.1 Composições químicas (%) de propulsores navais tipo hélice produzidos na área metropolitana de Belém e em alguns municípios do Estado do Pará [1]. Amostra Cu Zn Sn Al Si Fe S P Belém 1 81,72 15,02 2,27 - - 0,79 0,21 Belém 2 81,26 15,35 2,31 - - 0,84 0,25 Belém 3 77,91 19,92 1,45 - - 0,59 0,13 Belém 4 77,47 20,50 1,50 - - 0,48 0,06 Abaeté 1 84,77 12,43 1,41 - - 0,82 0,58 - Abaeté 2 59,58 5,15 14,34 1,36 2,54 12,46 1,29 0,87 Breves 1 74,28 16,22 2,70 0,40 0,58 2,29 - 0,13 Breves 2 90,40 3,90 0,78 1,22 1,84 1,67 0,13 0,07 Marabá 1 64,01 32,26 - 0,50 - - - Marabá 2 - - - 60,40 37,47 2,12 - Santarém 1 49,58 28,77 - 0,67 - 1,39 - Santarém 2 0,34 0,32 - 95,22 - 2,40 - Vigia 1 88,80 6,00 4,28 - - 0,54 0,38 Vigia 2 74,29 18,78 1,97 - 0,22 0,83 0,72 Bragança 76,46 15,72 2,38 - 0,52 0,88 1,56 Soure 78,68 13,54 1,26 0,65 1,73 4,16 - - Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 28 As características principais dos propulsores B9 e NS18 são apresentadas a seguir, nas tabelas (3.2) e (3.3), respectivamente: Tabela 3.2. Características principais do hélice B9 Hélice Tipo B9 Numero de Pás 3 Passo (mm) 278 Diâmetro (mm) 264 Ângulo de Caimento (º) Peso (g) Material da liga Metálica 8 1.278,00 Cobre-zinco Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 29 Tabela 3.3. Características principais do hélice NS18. Hélice Tipo NS18 Numero de Pás 3 Passo (mm) 278 Diâmetro (mm) 270 Ângulo de Caimento (º) 16 Peso (g) Material da liga Metálica 1.252,00 cobre-zinco As propriedades mecânicas dos propulsores navais coletados na região são listadas a seguir: Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 30 • Massa Específica (ρ) – 8000 a 8600 Kg/m3; • Módulo de Elasticidade Longitudinal (E) – 75,8 a 103,5 GPa; (Ferreira e Lima [3]); • Coeficiente de Poisson (ν) – 0,3 a 0,36 O motor marítimo utilizado para fornecer potência a estes hélices navais é o da Yanmar, cujas características são apresentadas na tabela (3.4) a seguir. Tabela 3.4. Características do motor utilizado no sistema propulsivo analisado. Modelo NSB18 NSB18R Motor Diesel, Horizontal a 4 tempos Tipo Número de cilindros Potência (NBR6396) Kw(cv) rpm Sistema de combustão Sistema de lubrificação Sistema de refrigeração (água) Sistema de partida Sentido de rotação Tanque de combustível (litros) Peso líquido (kg) NSB18RE 1 Contínua - 8,8(12,0)/1800-11,0(15,0)/2200 Intermitente - 9,5(13,0)/1800-12,0(16,5)/2200 Antecâmara Forçada por bomba trocóide Evaporação Radiador Manual Manual e Elétrica Anti-horário (visto pelo lado do volante) 16,5 175 25 165 199 Figura 3.1. Motor marítimo constituinte do sistema propulsivo analisado. Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 31 4. TEORIA DE ANÁLISE MODAL EM VIGAS Um modelo simples como uma viga bi-apoiada pode também ter extraído de sua estrutura suas formas modais. Se ensaiado numérica e experimentalmente, pode exemplificar bem quão estes dois procedimentos se aproximam, demonstrando que a análise modal através dos métodos adotados pode ser aplicada para o caso dos hélices navais. Para o estudo da vibração transversal em barras devem ser consideradas as seguintes hipóteses simplificadoras: • A barra tem seção transversal constante; • A barra é simétrica em relação ao eixo neutro; • As dimensões laterais são pequenas comparadas ao comprimento da barra; • EI é constante; • Superfícies planas permanecem planas; • A inércia rotativa da barra é pequena e pode ser negligenciada; • As amplitudes de vibração são pequenas. As forças infinitesimais de tração (+) e compressão (-) na seção infinitesimal de uma viga são dadas por: dF = ± E.ds. ∂τ(x, t ) ∂x (5) sendo: τ (x,t): deslocamento longitudinal x: coordenada de posição t: tempo O comprimento do arco dx é dado por: dx = R.dφ com: R: raio de curvatura da linha neutra. (6) Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 32 Da mesma maneira, o comprimento de arco de uma seção longitudinal acima da linha neutra é: dx + dτ( x, t ) = (R + r )dφ (7) De (5) e (6), vem: dτ( x , t ) r = dx R (8) Levando esta equação até a equação (5): dF = − E.ds. F = −E r R r ds −h / 2 R h/2 (9) ∫ Sendo b a largura da barra e h a altura, fazendo ds = b.dr , então: F=− E h/2 b ∫ r.dr = 0 R −h / 2 (10) Portanto, não existe força longitudinal atuando na viga. O momento gerado sobre a linha neutra é: r M = ∫ f .dF = − −r E r 2 ∫ r ds R −r (11) r como I = ∫ r 2 ds (12) é o momento de inércia da seção transversal da barra, a equação (11) fica: −r M=− EI R O raio de curvatura é função da posição e é dado por: (13) Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica ∂y( x , t ) 2 1 + ∂x R= ∂ 2 y( x , t ) ∂x 2 R= 33 3/ 2 1 ∂ y( x , t ) ∂x 2 2 (14) onde y(x,t) é o deslocamento transversal. De (13) e (14): ∂ 2 y( x , t ) M = −EI ∂x 2 (15) Figura 4.1. Elemento de uma viga sujeito a momento fletor e cortante. Acima, tem-se um elemento da barra sujeito a um momento fletor e cortante. Fazendo a soma dos momentos: ΣM = M x − M x +dx − Vx +dx .dx (16) Expandindo Mx+dx e Vx+dx em série de Taylor e negligenciando os termos de ordem superior: M x +dx = M x + ∂M dx ∂x (17) Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica Vx +dx = Vx + Σ− De onde: ∂V dx ∂x 34 (18) ∂M ∂V 2 dx − Vx dx − dx ∂x ∂x Assumindo que o termo de inércia rotativa é muito pequeno e negligenciando os termos de segunda ordem: ΣM = − Vx = − ∂M dx − Vx dx = 0 ∂x ∂M ∂x (19) Levando a equação (11) até (12): V = EI ∂ 3 y( x , t ) ∂x 3 (20) A soma das forças na direção y fornece: ΣFy = Vx − Vx +dx ΣFy = − ∂V dx ∂x (21) A 2ª Lei de Newton fornece: ∂ 2 y( x , t ) ΣFy = ρ.S.dx ∂t 2 ∂ 4 y( x , t ) ∂ 2 y( x , t ) + ρ.S =0 E.I ∂x 4 ∂t 2 2 como: c L = (22) E I 2 e o raio de giração rk = , a equação (21) pode ser escrita da seguinte forma: ρ S Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 35 4 ∂ 2 y( x , t ) 2 2 ∂y ( x , t ) + c . r =0 L k ∂t 2 ∂x 4 (23) Na solução da equação (23) são necessárias as condições iniciais: y( x,0) = y 0 ( x ) ∂y( x ,0) = v0 ∂t E as seguintes condições de contorno, que dependem do tipo de fronteira: Tabela 4.1. Condições de contorno para uma viga, que dependem do tipo de fronteira. Extremidade Desenho Condições de contorno Engastada y=0 e ∂y =0 ∂x Pinada y=0 e ∂2y =0 ∂x 2 Deslizante ∂2y ∂y =0 =0 e ∂x 2 ∂x Livre ∂2y ∂3y =0 e =0 ∂x 2 ∂x 3 Elástica EI ∂3y ∂y ∂ 2 y =0 kx c = − − e ∂x 2 ∂x 3 ∂t A solução da equação da onda para vibração transversal é da forma: y( x, t ) = ψ( x ).T( t ) Levando a equação (24) até a equação (23), obtém-se: (24) Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica ψ( x ) 36 4 ∂ 2 T( t ) 2 2 ∂ ψ( x ) + T ( t ). c r =0 L k ∂t 2 ∂x 4 1 d 4 ψ(x ) 1 d 2 T( t ) 2 2 = −c L rk T( t ) dt 2 ψ ( x ) dx 4 Separando as variáveis: 1 d 2 T( t ) = −ω 2 2 T ( t ) dt 2 − c L rk 2 1 d 4 ψ( x ) = −ω 2 4 ψ ( x ) dx ⇒ d 2 T( t ) + ω2 T ( t ) = 0 2 dt (25) ⇒ d 4 ψ(x ) ω2 − ψ( x ) = 0 2 2 dx 4 c L rk (26) A solução da equação (25) é: T( t ) = A. cos ωt + B.sen ωt Fazendo k b = que (27) ω , onde c b = c L .rk .ω é a velocidade de propagação da onda de flexão e cb ω2 4 = k b , a equação (26) pode ser escrita: 2 c L .rk d 4 ψ(x ) − k b ψ( x ) = 0 dx 4 (28) ( 4 ) Tomando a solução: ψ ( x ) = C.e sx , a equação (28) fica: s 4 − k b C.e sx = 0 (29), aplicando 4 solução trivial: s 4 = k b . Portanto: s 2 = ± k b s1 = k b ; 2 s 2 = −k b ; s 3 = j.k b ; s 4 = − j.k b A solução fica: ψ ( x ) = C1e k b x + C 2 e − k b x + C 3e jk b x + C 4 e − jk b x (30) Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 37 Como: e ± jk b x = cos(k b x ) ± j.sen(k b x ) e ± k b x = cosh(k b x ) ± senh(k b x ) A equação (30) pode ser escrita: ψ ( x ) = D1 cosh(k b x ) + D 2 senh(k b x ) + D 3 cos(k b x ) + D 4 sen(k b x ) (31) A solução geral é obtida substituindo as equações (27) e (31) na equação (24): ψ( x, t ) = [D1 cosh(k b x ) + D 2 senh(k b x ) + D 3 cos(k b x ) + D 4 sen(k b x )](A cos ωt + B sen ωt ) (32) Os valores de A e B são obtidos através das condições iniciais e os valores de D1, D2, D3 e D4 são obtidos pelas condições de contorno. Pode-se agora determinar as freqüências e formas modais de vibração transversal livre que podem existir sobre uma viga que está simplesmente apoiada. Tomando as condições de contorno: y(0, t ) = 0 CC-1 y(L, t ) = 0 CC-2 ∂2y ∂x 2 ∂2y ∂x 2 0 =0 CC-3 L =0 CC-4 ψ ( x ) = D 1 cosh(k b x ) + D 2 senh(k b x ) + D 3 cos(k b x ) + D 4 sen(k b x ) (33) ∂ 2 ψ(x ) 2 = k b [D 1 cosh(k b x ) + D 2 senh(k b x ) − D 3 cos(k b x ) − D 4 sen(k b x )] 2 ∂x (34) Aplicando as condições de contorno CC-1 e CC-2: Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica D 1 + D 3 = 0 D 1 − D 3 = 0 38 ⇒ D1 = D 3 = 0 Assim, tem-se: ψ ( x ) = D 2 senh(k b x ) + D 4 cosh(k b x ) ∂ 2 ψ( x ) 2 = k b [D 2 senh(k b x ) − D 4 sen(k b x )] 2 ∂x Aplicando as duas condições de contorno restantes (em x = L): D 2 senh(k b L) + D 4 cos(k b L) = 0 D 2 senh(k b L) − D 4 cos(k b L) = 0 Como senh(kbL) ≠ 0 ⇒ ⇒ 2.D 2 sen(k b L) = 0 D 2 = 0 . Então em razão de D 1 = D 2 = D 3 = 0 , tem-se: D 4 sen(k b L) = 0 , como D 4 ≠ 0 sen(kbL) = 0 k b L = nπ ; n=1, 2, 3, 4 2 Como c b = c L rk ω n 2 ωn 2 ωn 2 nπ 2 = c b (n ) L (35) 2 nπ = c L rk , n=1, 2, 3, ... L As formas modais são dadas por: (36) Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 39 ψ n ( x ) = D 4 sen(k b ( n ) x ) com k b ( n ) = (37) nπ , n=1, 2, 3, ..., com as seguintes formas modais: L Figura 4.2. Três primeiras formas modais de uma viga em balanço 2 OBS.: Como c L = ωn = n 2π2 L2 I E 2 e rk = : ρ S EI ρS ⇒ ωn = n 2 π 2 EI ρSL4 Porém: m = ρ.S.L ωn = n 2 π 2 EI mL3 (38) Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 40 5. CONSIDERAÇÕES SOBRE ANÁLISE MODAL EXPERIMENTAL Considere uma placa plana, com as bordas livres, sobre a qual foi aplicada, em um de seus cantos, uma força F, conforme ilustrado na figura (5.1) variando com o tempo de um modo senoidal. Esta força apresentará um valor de pico constante, mas sua freqüência de oscilação pode variar, e a resposta da placa devido a esta força será medida com um acelerômetro fixado a um outro canto da placa. Figura 5.1. Placa livre excitada por força variável Figura 5.2. Resposta da placa. Agora, se for medida a resposta da placa, nota-se que a amplitude de vibração muda quando se modifica a freqüência de oscilação da força F aplicada, conforme pode ser visualizado na figura (5.2). Assim, variando a freqüência de oscilação da força, haverá aumentos, como também diminuições, na amplitude de vibração em pontos diferentes da escala de tempo. Apesar de se estar aplicando o mesmo pico de força, a sua freqüência de oscilação varia e, assim, a resposta amplia quando se aplica a força com uma freqüência de oscilação o mais próximo da freqüência natural da placa (freqüência de ressonância) e alcança um máximo quando a freqüência de oscilação for igual à freqüência natural da placa. A figura (5.2), que apresenta dados no domínio do tempo, fornece informações muito úteis. Entretanto, se forem manuseados os dados que estão no domínio do tempo transformandoos para o domínio da freqüência, usando a transformada de Fourier, pode-se obter a Função Resposta em Freqüência (FRF), apresentada na figura (5.3). Nesta, existem alguns itens para serem observados, por exemplo, nota-se que existem picos nesta FRF que ocorrem nas freqüências naturais do sistema (placa), ou seja, estes picos ocorrem exatamente nas freqüências que correspondem à parte do diagrama temporal onde foi observado ter um máximo na resposta, devido à excitação de entrada representada pela força F. Assim, sobrepondo as respostas no domínio do tempo e da freqüência, conforme se visualiza na figura (5.4), observa-se que existe uma coincidência entre as posições em que os máximos valores dos dois diagramas ocorrem. Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 41 Portanto, pode-se usar tanto a resposta no domínio do tempo quanto a no domínio da freqüência para determinar as freqüências naturais do sistema. Por outro lado, é transparente que a Função Resposta em Freqüência permite uma avaliação mais direta e, portanto, claramente mais fácil de se realizar. Figura 5.3. FRF para a placa. Figura 5.4. Sobreposição das respostas. Os padrões de deformação da estrutura assumem uma variedade de formas diferentes dependendo de qual freqüência é usada para a força de excitação. Para obtê-las, admite-se que se tenha registrado a resposta através de um acelerômetro que foi movimentado sobre a superfície da placa e posicionado em 45 pontos sobre a mesma, obtendo-se assim, 45 amplitudes de resposta para diferentes freqüências de excitação, ou seja, uma curva de resposta associada a cada um dos 45 pontos posicionados sobre a superfície da placa. Assim, a partir das informações de amplitude em cada um dos 45 pontos, obtidas em cada uma das freqüências, ver-se-ia um padrão de deformação diferente da estrutura, relacionado a esta freqüência. A figura (5.5) mostra os padrões de deformação que resultarão quando a freqüência da excitação coincide com cada uma das freqüências naturais do sistema. Nesta figura, pode-se ver que na primeira freqüência natural o padrão de deformação corresponde a uma primeira forma de deformação por flexão da placa, a qual é mostrada em azul. Quando se observa o que ocorre na segunda freqüência natural, nota-se que o padrão de deformação da estrutura se modifica, assumindo uma primeira forma de deformação por torção, a qual é mostrada em vermelho. Assim, para as outras duas freqüências, que são destacadas na FRF, é possível perceber, ainda, dois outros padrões de deformação, sendo um referente à segunda forma de deformação por flexão, mostrada em verde, e outro relativo à segunda forma de deformação por torção, mostrada em marrom. Estes padrões de deformação são denominados de formas modais da estrutura (na realidade, embora do ponto de vista puramente matemático isto não esteja correto, para todos os propósitos práticos, estes padrões de deformação são muito próximos das formas modais da estrutura). Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 42 Figura 5.5. Formas modais da placa correspondentes a cada freqüência natural. (Peter) As freqüências naturais e as respectivas formas modais associadas a estas freqüências são inerentes a cada estrutura que se projeta. Basicamente, elas são características que dependem da inércia e da rigidez. Estas freqüências devem ser identificadas para se saber como elas podem afetar a resposta da estrutura quando esta é excitada por uma força qualquer. O entendimento das formas modais e de como a estrutura vibrará quando excitada ajudará o engenheiro projetista a projetar melhor a estrutura para aplicações de vibração e ruído. Assim, a análise modal é uma ferramenta poderosa de auxílio ao projeto de estruturas de automóveis, estruturas de aeronaves, estruturas civis, estruturas navais, etc. 5.1. REPRESENTAÇÃO E PROPRIEDADES DE UMA FRF a) Receptância A Função Resposta em Freqüência definida e discutida anteriormente é somente uma das possíveis formas de uma FRF e é denominada de Receptância, sendo geralmente denotada por α(ω) ou α(iω). Esta quantidade complexa descreve completamente a relação entre a resposta em ter-se de deslocamento e a força de excitação aplicada a um sistema, caracterizando completamente as suas propriedades dinâmicas. Sendo a FRF uma função complexa da freqüência, existem três quantidades a serem levadas em conta, ou seja, parte real, parte imaginária e freqüência, quando se vai traçar um gráfico da FRF. Assim, uma representação completa de uma FRF em um único gráfico somente pode ser feita usando um sistema de referência tridimensional, como ilustrado na figura (5.6). Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 43 Figura 5.6. Representação tridimensional da Receptância. (Maia) Esta não é a forma mais conveniente de se representar a FRF. Assim, como uma alternativa, pode-se mostrar a FRF em dois gráficos separados, ou seja, parte real x freqüência e parte imaginária x freqüência, como mostrado nas figuras (5.7) e (5.8) respectivamente. Nestes gráficos, ωn = 10 rd/s e cada um deles corresponde a uma projeção, da curva mostrada na figura (5.6), nos planos Parte Real/freqüência e Parte Imaginária/freqüência, respectivamente. É interessante notar que a parte real da Receptância α(ω) cruza o eixo das freqüências na ressonância enquanto, na mesma região, a parte imaginária apresenta um mínimo. Figura 5.7. Parte real da Receptância (m = 1 kg, K = 100 N/m e c = 0.6 Ns/m). Figura 5.8. Parte imaginária da Receptância (m = 1 kg, K = 100 N/m e c = 0.6 Ns/m). Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 44 Se forem tomadas as projeções de α(ω) no plano Real/Imaginário, ou seja, no plano complexo ou de Argand, o resultado é um laço que contém todas as informações. A inconveniência deste gráfico é que, normalmente, não se capazes de identificar os valores de freqüência correspondentes aos pontos da curva. Cada ponto da curva, mostrada na figura (5.9), que apresenta pontos igualmente espaçados na freqüência, deve ser acompanhado por uma indicação do valor da freqüência correspondente. Esta representação é conhecida como Diagrama de Nyquist e tem a particularidade de aumentar a região de ressonância e apresenta o laço circular somente perto da ressonância (correspondendo a uma mudança de fase da FRF de 180º). Esta característica faz com que o Diagrama de Nyquist seja popular na análise modal. Figura 5.9 – Diagrama de Nyquist da Receptância (m = 1 kg, K = 100 N/m e c = 0.6 Ns/m). Atualmente, a forma mais comum de representação de uma FRF é o Diagrama de Bode, que consiste no conjunto de dois gráficos onde se tem uma curva que representa a magnitude da FRF versus freqüência e outra representando a fase da FRF versus freqüência, permitindo fácil interpretação visual da informação contida em α(ω), conforme mostrado na figura (5.10). Figura 5.10. Magnitude (esquerda) e fase (direita) da Receptância (m = 1 Kg, K = 100 N/m e c = 0.6 Ns/m). Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 45 b) Formas Alternativas da FRF As propriedades dinâmicas de um sistema podem ser expressas em termos de qualquer característica de resposta conveniente e não necessariamente em termos de deslocamento como foi apresentado no item anterior. A vibração, geralmente, é medida em termos de movimento e, portanto, a FRF correspondente pode ser apresentada em termos de deslocamento, velocidade ou aceleração. Esta relação simples de movimento-força pode também ser descrita em literatura mais antiga não como a relação movimento/força, mas o seu inverso, isto é, a razão força/movimento. A nomenclatura usada para identificar as FRF´s pode variar de autor para autor, embora o esforço atual para a padronização. A terminologia utilizada é a seguinte: α (ω) = deslocamen to força (Receptância) (39) Y ( ω) = Velocidade força (Mobilidade) (40) A ( ω) = aceleração força (Acelerância) (41) força = Rigidez deslocamen to Dinâmica (42) força = Im pedância velocidade Mecânica (43) força = Massa aceleração Aparente (44) A FRF Acelerância é, também, comumente chamada de Inertância. A normalização internacional recomenda o uso do termo Acelerância. Contudo, o termo Inertância permanece sendo largamente usado pela comunidade de análise modal. Finalmente, é importante notar que o termo Mobilidade é, também, largamente aceito como uma designação geral para qualquer forma de FRF definida pela relação movimento/força. De forma similar, o termo Impedância Mecânica é usado para a relação inversa. Sendo o deslocamento, a velocidade e a aceleração quantidades de respostas relacionadas matematicamente, pode-se a partir de uma FRF obtida com base em algum dos parâmetros de movimento, obter-se as outras formas de FRF. Considerando vibração harmônica e tomando a Mobilidade como a FRF conhecida, as demais podem ser determinadas como segue: Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica Y(ω) = 46 x& (t ) Xeiωt = iω iωt = iωα(ω) F( t ) Fe (45) Portanto, arg .[ Y (ω )] = arg .[α (ω )] + e Y ( ω) = ω α ( ω) π 2 (46) Para a Acelerância, de forma similar, tem-se: A ( ω) = &x&(t ) Xe iωt = − ω2 iωt = − ω2 α(ω) F( t ) Fe (47) levando a: e A(ω) = ω2 α(ω) arg .[A(ω)] = arg .[α(ω)] + π (48) e, ainda, e A(ω) = ω Y(ω) arg .[ A(ω )] = arg .[Y (ω )] + π 2 (49) 5.2 SISTEMA COM 1 GRAU DE LIBERDADE (GL) EXCITADO POR IMPACTO A expressão da força em função do tempo para um sistema com 1 grau de liberdade com amortecimento viscoso sobre o qual é aplicada uma excitação de impacto do tipo meio seno é dada a seguir: π F0 sen f (t ) = Ta 0 t 0 ≤ t ≤ Ta (50) t ≥ Ta Para o primeiro intervalo de aplicação da força, a resposta do sistema dada por: 0 ≤ t ≤ Ta x (t ) = e −ςω nt { A.sen (ω d t ) + B. cos(ω d t )} + C .sen (ω f t ) − B. cos(ω f t ) (51) Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 47 t ≥ Ta x(t ) = e −ςω nt {A.sen(ω d t ) + B. cos(ω d t )}+ e −ςω nt {A.sen[ω d (t − Ta )] + B. cos[ω d (t − Ta )]} (52) sendo: A= [ F0ω f ω f m + cςω n − k 2 ] ω d (k − ω f 2 m) 2 + (cω f 2 ) 2 B= (k − ω f m) 2 + + (cω f ) 2 2 F0 (k − ω f m) 2 cω f F0 2 C= (k − ω f m) 2 + + (cω f ) 2 2 2 A Função Resposta em Freqüência do sistema pode ser determinada diretamente a partir da transformada de Fourier, como: H (iω ) = X (iω ) F (iω ) (53) onde X(iω) e F(iω) são, as transformadas de Fourier de x(t) e f(t), dadas por: X (iω ) = ∞ ∫ x(t ).e − i ωt dt (54) −∞ F (iω ) = ∞ ∫ f (t ).e − i ωt dt (55) −∞ As equações (54) e (55) são avaliadas quando se dispõe de expressões analíticas para a força e o deslocamento em função do tempo. Porém, quando são analisados casos reais, não se possui estas expressões, sendo a análise feita com uma duração finita, que corresponde à discretização do sinal contínuo de resposta do sistema. Tal fracionamento do sinal possui um intervalo de tempo T. Sobre este intervalo são adquiridas as amostras dos dados de excitação. A duração deste intervalo tem grande incidência sobre a transformada de Fourier sendo definida interativamente pelo operador no momento da escolha da faixa de freqüência de interesse, denominada SPAN. Definido este intervalo, define-se a duração da coleta de dados através da expressão abaixo: T= N f anal = 1 ∆f (56) onde N é o número de linhas espectrais, que no analisador de freqüência é denominado resolution lines, fanal é a freqüência de análise e ∆f é a resolução no domínio da freqüência. Da Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 48 equação (56) chega-se a conclusão que quanto maior o valor de ∆f menor será o tempo de duração da coleta de dados. Considerando-se que a aquisição dos dados possui um sinal de tempo finito y(t) a transformada de Fourier é dada por: ∞ Y (iω , T ) = ∫ Wret (t ). y (t ).e −iωt −∞ T dt = ∫ y (t ).e −iωt dt (57) 0 sendo 0≤t ≤T t >T 1 Wret (t ) = 0 Assumindo que a duração do impacto é pequena (Ta < T), a transformada de Fourier da força de impacto pode ser dada pela expressão abaixo: F (iω , Ta ) = F0ω f ω f −ω 2 2 [1 + e −iωTa ] (58) donde se conclui que o espectro da força não depende de T e neste caso não é afetado pela duração da janela, ou seja, o sinal de impacto inteiro é capturado. Por outro lado, a transformada de Fourier da resposta é: X (iω , T ) = } [ −ςωn −i ( ωd +ω ) ]T +(ςωn +iωd )Ta C1e iθ − 1 + e[−ςω n −i (ω d +ω ) ]T + e − e −iωTa + [− ςω n − i(ω d + ω )] { } [ −ςωn +i ( ωd −ω ) ]T +(ςωn −iωd )Ta C1e −iθ + − 1 + e[−ςω n + (ω d −ω ) ]T + e − e −iωTa + [− ςω n + i(ω d − ω )] { (59) [ ] C 2 e iφ C 2 e − iφ i (ω f +ω )Ta i (ω −ω )T e + −1 − [e f a − 1] i (ω f + ω ) i (ω f − ω ) com os valores de C1, C2, θ e φ dados por: Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 49 2 2 1 [ F0ω f (ω f m + cςω n − k )] + (ω d cF0ω f ) C1 = 2 2 ω [(k − ω 2 m) 2 + (cω ) 2 ] 2 { d f ω f 2 m + cςω n − k θ = arctg c ω d f } C2 = 1 F0 2 2 (k − ω m) 2 + (cω ) 2 f f k − ω f 2m φ = arctg cω f e é função dos parâmetros do sistema (m, c e k), das características da força (F0 e Ta) e da duração da coleta (T). A Função Resposta em Freqüência Real pode ser obtida diretamente dos parâmetros do sistema de um grau de liberdade, como: H (iω ) = 1 k ω n 2 − ω 2 + 2iςωω n (60) a) Efeito do Truncamento Sobre as FRF’s Nos testes de impacto, trunca-se o sinal de resposta quando o mesmo chega a um limite mínimo de energia, para evitar que o lento decaimento energético do sinal gere uma resposta que em tempo é demasiada grande, inviabilizando um resultado satisfatório na colheita dos dados. Para exemplificar este processo de truncamento e seus efeitos, considera-se uma viga bi-apoiada com um grau de liberdade, na qual aplica-se um pulso de energia de 10 ms com um nível de força fixado em 1 N e seus parâmetros k, m e c colhidos tais que a freqüência natural e o fator de amortecimento sejam iguais a 16 Hz e 0,099 respectivamente. A constante de tempo para este caso é calculada pela expressão abaixo: τ= 1 ςω n = 1 ≅ 1s 2.π .16.0,099 Na figura (5.11) é mostrado o comportamento da força e da resposta no domínio do tempo. (61) Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 50 Figura 5.11. Aspecto da força e resposta no domínio do tempo no teste de impacto em questão Percebe-se na figura (5.11) que enquanto o sinal da força tem uma curta duração o contrário acontece com o sinal de deslocamento, que leva um tempo maior para tornar-se nulo, apresentando um decaimento muito lento, o que torna impraticável a captura dos sinais de resposta em virtude de tal ordem de grandeza. Então, para acentuar os erros sistemáticos induzidos no espectro, deve-se reduzir a constante de tempo do sistema. O valor adotado é a metade do valor inicial, ou seja, T = 0,5 s. O efeito do truncamento manifesta-se sobre a magnitude da FRF na forma do aparecimento de lóbulos laterais e um alargamento do pico correspondente à freqüência natural do sistema com 1 GL, acompanhado por uma diminuição da amplitude da mesma. A fase oscila em torno do valor teórico concordando bem na freqüência natural, mas apresenta desvios em torno dela. Quando é aplicado um tempo de aquisição mais realista, correspondendo a duas vezes a constante de tempo do sistema de 1 GL (T = 2 s), a freqüência natural do sistema como ocorrido com uma constante de tempo de meio segundo, tem seu pico alargado, porém bem menos do que anteriormente. É verificado, também, que na freqüência natural, a correlação é melhorada significativamente tanto na magnitude quanto na fase. Se o tempo de captura for aumentado a valores cerca de 6, 8 até 10 vezes a constante de tempo do sistema, erros percentuais na magnitude de deslocamento são minizados ou até mesmo anulados. b) Efeitos da Janela Exponencial sobre a FRF Quando não é possível estabelecer um tempo de aquisição dos dados maior ou igual a seis vezes a constante de tempo do sistema, pode-se aplicar uma janela exponencial à resposta do sistema forçando-a a decair mais rapidamente. Tal janela é definida por: Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica Wexp e − at = 0 51 0≤t≤T t≥T onde o valor de a é selecionado pelo operador. Freqüentemente, sua seleção se dá tal que a vibração seja forçada a decair para B% de sua amplitude inicial e neste caso, a é determinado por: a = 2. ln (10B) T (62) assim, a transformada de Fourier do sinal da resposta é determinada a partir da equação (59), com a janela retangular trocada pela exponencial. (63) Portanto, X(iω,T) pode ser avaliada diretamente da Eq. (63), fazendo-se a seguinte substituição de variável: ω = ω - ia (64) e, em conseqüência, a FRF estimada, usando a janela exponencial, é determinada da mesma forma que no caso da janela retangular. A janela exponencial não deve possuir um decaimento muito elevado, pois o truncamento forçado leva a uma perda de precisão na extração dos parâmetros nodais e perda de informação sobre modos próximos levando à perda dos mesmos, pois estes picos não podem ser encarados como pontos modais devido ao seu baixo deslocamento, podendo ser considerados como falha na captura dos dados. Para exemplificar os efeitos deste truncamento elevado, consideram-se duas janelas exponenciais, uma de 1% e outra de 10%, ou seja, “B”, assume os dois valores citados anteriormente. Para a janela de 1%, o comportamento da FRF torna-se estável e sem a presença de lóbulos que dificultam a análise dos pontos modais da estrutura, típicos de janelas retangulares mal ajustadas, porém trunca demasiadamente o sinal do deslocamento, tornando imprecisa a extração de modos próximos. Já a janela exponencial com B = 10% apresenta uma definição maior dos pontos onde existe ressonância, aumentando a definição da FRF e facilitando a extração dos parâmetros nodais como freqüência natural e ângulo de fase. Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 52 c) Correção do Fator de Amortecimento Obtido a partir da Análise Modal Experimental A expressão para a resposta de um sistema com um grau de liberdade, excitado por impacto é dada a seguir: X c (t) = X.e− ζ cωn t sen(ωd .t + ϕ) (65) onde ζc é o fator de amortecimento e ζcωn a taxa de decaimento. Se a equação (65) é multiplicada por uma janela exponencial, com taxa de decaimento (a), o resultado desta operação será escrito como: X m (t) = X.e(a + ζ cωn t )sen(ωd .t + ϕ) (66) Assim, o amortecimento aparente para a resposta representada pela equação (66) pode ser escrito como: ζm = a + ζ cωn ωn (67) da equação (67) o amortecimento verdadeiro pode ser escrito por: ζc = ζm − a ωn (68) 5.3. MÚLTIPLOS GRAUS DE LIBERDADE a) Modelo Histerético Até aqui, foi apresentado o modelo matemático, que descreve o comportamento dinâmico, de sistemas com um grau de liberdade. Contudo, muitas estruturas e sistemas mecânicos reais não podem ser modelados como um sistema com um grau de liberdade, em virtude de que seu comportamento dinâmico, geralmente, necessita de mais do que uma coordenada para ser completamente descrito. As estruturas reais são contínuas e constituem sistemas elásticos não homogêneos que têm um número infinito de graus de liberdade. Portanto, a análise de tais sistemas sempre leva a Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 53 uma aproximação que consiste em definir o seu comportamento através de um número finito de graus de liberdade, escolhidos de modo a descrever com precisão suficiente o seu movimento vibratório. De um modo geral, as estruturas contínuas são descritas por modelos de massas concentradas com múltiplos graus de liberdade. Um modelo com múltiplos graus é apresentado na figura (5.12) para exemplificar esta configuração, que representa um sistema com mecanismo de dissipação histerético descrito por suas propriedades de massa, rigidez e amortecimento. Um total de N coordenadas xi (t), com i = 1, 2, ...,N, são requeridas para descrever as posições das N massas, relativas a sua posição de equilíbrio estático e, neste caso, o sistema é dito ter N graus de liberdade. Figura 5.12. Modelo com N graus de liberdade. Assumindo que sobre cada massa atua uma força harmônica fi (t), com i = 1,2,...,N, todas de mesma freqüência, pode-se escrever, na forma matricial, o sistema de equações simultâneas que rege o movimento do modelo apresentado na figura (5.12). [M]{q”} + 1/ω [D]{q’} + [K]{q} = {f(t)} (69) A equação (69) é válida apenas quando o segundo membro for um vetor de forças harmônicas, todas de mesma freqüência ω. Para se utilizar a equação (69) com outros harmônicos deve-se escrever a mesma no domínio da freqüência, isto é: [− ω [M] + i[D] + [K]]{q(ω)} = {F(ω)} 2 (70) Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 54 b) Representação Gráfica de FRF MDOF O modelo de resposta de um Sistema com Múltiplos Graus de Liberdade (MDOF) consiste num conjunto de FRF’s diferentes e que num sistema com N Graus de Liberdade, é descrito por um modelo modal com N freqüências naturais e N formas modais. Cada FRF pode ser escrita sob a forma de uma série de termos, cada um destes diz respeito à contribuição de um modo de vibração à resposta total, como estabelecido pela Eq. (70). Tendo em mente as características de uma FRF, a título de exemplo, é apresentado o Diagrama de Bode da Receptância pontual, para um sistema de quatro graus de liberdade sem amortecimento, usando uma escala linear, conforme mostrado na figura (5.13). Nesta figura, fica evidente que, em relação à magnitude da receptância, existem quatro picos de amplitude, correspondendo cada uma a uma das freqüências naturais do sistema. O significado disto é que se defronta com quatro possibilidades de ressonâncias. Assim, em analogia com o que ocorre para sistemas de um grau de liberdade, é esperado que, para cada ressonância, exista uma mudança de fase de 180 graus. Figura 5.13. Receptância pontual para um sistema com 4 graus de liberdade. Olhando a figura (5.13) com relação ao ângulo de fase observa-se que existem mais do que quatro mudanças de fase. Estas não ocorrem somente nas ressonâncias, mas também em valores intermediários de freqüência, que não têm nenhum comportamento especial aparente quando se observa o desempenho da magnitude nesta mesma figura. Isto ocorre devido ao fato de se usar uma escala linear para plotar a magnitude da receptância, a qual esconde o comportamento de níveis mais baixos. Assim, se ao invés de usar a escala linear fosse usada a Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 55 escala logarítmica, o resultado seria o gráfico da figura (5.14). Esta operação permite que sejam observados os detalhes nos níveis de resposta mais baixos, uma vez que a FRF mostra que, naquelas regiões das freqüências intermediárias, existem alguns picos invertidos, sendo que cada um deles ocorre entre os picos de ressonâncias. Estes picos invertidos são denominados de antiressonâncias e apresentam um comportamento importante que é uma mudança de fase justamente como aquelas associadas às ressonâncias. Figura 5.14. Magnitude da Receptância em escala logarítmica. Para um sistema sem amortecimento, a anti-ressonância corresponde à ausência de movimento em todas as coordenadas onde a resposta está sendo considerada. Esta situação pode ser explicada se for lembrado que a FRF Receptância pode ser representada por uma soma de termos, sendo que cada um corresponde a um dos modos de vibração do sistema. A receptância do sistema para N graus de liberdade é dada por: N α ks (ω) = ∑ j=1 j A ks ω − ω2 + iη j ω2j 2 j (71) onde ηj é o fator perda modal e jAks é denominado de constante modal. Tomando, por exemplo, a Eq. (71) para amortecimento nulo, tem-se: N α ks (ω) = ∑ j=1 j A ks ω − ω2 2 j onde a constante modal j A ks é agora uma quantidade real. (72) Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 56 O que a equação (72) estabelece é que a Receptância total é a soma das contribuições de termos de um único grau de liberdade que correspondem a cada um dos modos de vibração. Para a Receptância Pontual, tem-se: α kk (ω) = N 2 A kk A kk A kk + + + L 2 2 2 2 2 ω1 − ω ω2 − ω ωN − ω2 1 (73) Assim, na região de freqüência mais baixa, todos os termos na somatória são positivos e, em conseqüência, o valor da Receptância é positivo e dominado pelo primeiro modo (j = 1), para o qual o denominador ω2j − ω2 é menor do que para os outros termos no somatório. Após a primeira ressonância, ω12 − ω2 torna-se negativo e, portanto, o primeiro termo no somatório torna-se negativo, enquanto ainda domina a resposta e, como conseqüência, α kk torna-se negativo. Esta mudança de sinal corresponde a uma mudança de fase de 0° para -180°. A medida que aproxima-se de ω2, existirá um valor de freqüência para o qual o primeiro termo no somatório é cancelado pela soma dos demais e, conseqüentemente, uma nova mudança de sinal de α kk que torna-se positiva. Assim, o ângulo de fase sofre uma nova mudança e torna-se zero. A freqüência na qual o cancelamento ocorre é a anti-ressonância. A mesma explicação pode ser usada para os valores maiores de freqüência, levando a concluir que existe uma anti-ressonância entre cada par de ressonâncias. Este comportamento particular de uma FRF pontual seja ela uma Receptância, Mobilidade ou Acelerância, é muito útil como elemento de avaliação da validade de uma FRF medida. Por outro lado, quando a FRF é de transferência, não se pode mais afirmar que os sinais das constantes modais sejam sempre positivos e, neste caso, a ocorrência de uma antiressonância entre duas ressonâncias não é certa, como mostrado na figura (5.15). Contudo, podese concluir que se o sinal da constante modal, para dois modos consecutivos é o mesmo, então, existirá uma anti-ressonância em alguma freqüência entre as freqüências naturais daqueles dois modos de vibração. Quando não existe uma anti-ressonância, a FRF apenas apresenta um valor mínimo não nulo. Uma outra característica importante associada com a anti-ressonância é seu significado físico quando o foco recai sobre uma FRF pontual. De fato, cada anti-ressonância é uma freqüência natural do mesmo sistema se a coordenada de movimento sob consideração é fixada. Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 57 Figura 5.15. Exemplo de uma Receptância de Transferência. É interessante fazer uma comparação entre as diferentes formas de FRF quando mostradas em um diagrama de Bode em escala log-log, conforme mostrado na figura (5.16). Nesta, apresenta-se uma FRF pontual, que corresponde à extremidade livre de uma viga em balanço, o que permite verificar que a Receptância e a Acelerância fazem um uso pobre do espaço vertical disponível no quadro gráfico porque elas são, geralmente, mostradas como curvas que decaem (Receptância) ou crescem (Acelerância). Isto é verdade para estruturas com placas ou vigas para as quais a mobilidade, sobre uma larga faixa de freqüência, produz um gráfico aproximadamente nivelado. Como uma conseqüência deste comportamento das FRF’s, o Diagrama de Bode geralmente é produzido para FRF do tipo mobilidade. Na realidade, cada uma das três alternativas de FRF (Receptância, Mobilidade ou Acelerância) descreve as mesmas propriedades e cada uma tem a sua própria vantagem. Em geral, a Receptância é adequada para trabalhos analíticos enquanto que a Acelerância é usada para plotagem direta de dados medidos, devido ao fato de ser comum a medição da aceleração e da força. Figura 5.16. FRF’s pontuais para a extremidade de uma viga em balanço. Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 58 Agora, tendo como base os sistemas amortecidos, as curvas das FRF’s num digrama de Bode são muito similares àquelas dos sistemas não amortecidos. A diferença reside no fato de que na ressonância e na anti-ressonância os picos são menos afilados e os ângulos de fase não são mais exatamente 0° ou -180°. Isto é mostrado na figura (5.17), onde a Receptância para um sistema amortecido de quatro graus de liberdade é apresentada. Na figura (5.17) é possível observar que altos valores de amortecimento podem esconder a existência de uma antiressonância, fazendo com que uma FRF pontual se pareça com uma FRF de transferência. Figura 5.17. Diagrama de Bode da Receptância com amortecimento histerético. Exatamente da mesma forma que para os sistemas com um grau de liberdade, é possível o traçado das curvas correspondentes às partes real e imaginária de uma FRF para sistema com múltiplos graus de liberdade. A figura (5.18) ilustra este tipo de apresentação, usando o mesmo exemplo da figura (5.17). O que fica evidente na figura (5.18) é que devido ao uso da escala linear e ao fato de que, em geral, a amplitude da Receptância decai com o aumento da freqüência, os modos de freqüências mais altas tendem a não ser mostrados na curva. Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 59 Figura 5.18. Partes real e imaginária da Receptância da figura 5.17. De modo a evitar este problema, pode-se traçar várias curvas onde cada uma cobrirá uma faixa de freqüência, tal que a escala de amplitude em cada curva seja diferente. Uma outra alternativa é trocar o gráfico da Receptância pelo gráfico da Acelerância, como mostrado na Figura 5.19. Agora, todos os modos são visíveis.. A razão para este comportamento é que, para o exemplo de sistema com quatro graus de liberdades usado, os dois últimos modos de vibração têm amortecimentos altamente não-proporcionais. Figura 5.19. Partes real e imaginária da Acelerância do sistema da figura 5.17. Agora, dirige-se às atenções ao Diagrama de Nyquist. O problema de escala que se encontra quando se traçam as partes real e imaginária da Receptância em função da freqüência também estará presente, o que dificultará a leitura do Diagrama de Nyquist em toda a faixa de freqüência de interesse. A solução é usar diagramas de Nyquist separados, ou seja, um para cada região de freqüência natural. Assim, com o propósito de se identificar as propriedades modais do sistema, este procedimento deverá ser feito para tirar proveito das características particulares do Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 60 Diagrama de Nyquist Entretanto, será interessante ter uma representação completa da FRF em um único diagrama. Para tal, faz-se uso de um exemplo em que as constantes modais têm valores tais que todos os modos serão visíveis, como mostrado na figura (5.20) onde é apresentada a Receptância para um sistema de três graus de liberdade com amortecimento proporcional. Figura 5.20. Diagrama de Nyquist para Receptância (3 GL). As regiões correspondentes às freqüências naturais dão origem a um círculo. Contudo, pode ser visto que os círculos não são exatamente centrados com respeito ao eixo imaginário como no caso de um sistema de um grau de liberdade. Esse fato pode ser explicado se for reescrita a equação. (71) para um Receptância pontual de um sistema com três graus de liberdade: 3 α kk (ω) = ∑ r =1 r 1 2 3 A kk A kk A kk A kk = + + 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 ωr − ω + iηr ωr ω1 − ω + iη1ω1 ω2 − ω + iη2 ω2 ω3 − ω2 + iη3 ω32 (74) onde as constantes modais r A kk são quantidades reais devido ao fato de que o amortecimento foi assumido ser proporcional. Agora, considere o primeiro círculo no diagrama da figura (5.20). Lembrando que cada círculo corresponde a uma região de freqüências próximas à freqüência natural, então, pode-se representar, aproximadamente, a região próxima à primeira freqüência natural através da seguinte equação: α kk (ω) = 1 A kk + B kk ω − ω2 + iη1ω12 2 1 (75) Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 61 onde Bkk é uma constante complexa que representa a contribuição dos outros modos presentes na Receptância, que é dominada pelo primeiro modo. O primeiro termo do somatório, no Diagrama de Nyquist, é representado por um círculo com centro sobre o eixo imaginário, justamente como a Receptância para um sistema de um grau de liberdade. A única diferença em relação ao sistema de um grau de liberdade é o fato de que existe um fator de escala real, que altera o diâmetro do círculo, devido a existência da constante modal 1 A kk no numerador. Assim, a soma da quantidade complexa B kk produzirá uma translação do círculo, deslocando-o da posição original. Na figura (5.20), pode ser visto, ainda, que todos os laços de círculo estão situados na metade inferior do plano complexo. Como explicado acima, a única diferença de um Diagrama de Nyquist de um sistema de um grau de liberdade é o produto por um fator de escala em cada termo no somatório. Como a Receptância sob análise é do tipo pontual, as constantes modais são todas positivas e, portanto, os círculos permanecem na metade inferior do plano complexo. Uma situação diferente da anterior ocorre se for traçado o diagrama para uma FRF de transferência. Nesse caso, a constante modal pode ser positiva ou negativa e os sinais opostos destas quantidades podem fazer com que apareçam um ou mais laços de círculo na metade superior do plano complexo, como mostrado na Fig. (5.21), onde a Receptância de transferência do exemplo anterior é mostrada. Figura 5.21. Diagrama de Nyquist para Receptância de Transferência. Para o caso em que o amortecimento é não proporcional não é difícil predizer o que acontecerá. A diferença agora é o fato de que as constantes modais são quantidades complexas, isto é, elas têm uma magnitude e uma fase. Assim, o deslocamento do círculo e o efeito do fator de escala permanecem e são devidos, respectivamente, à contribuição dos modos fora da Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 62 ressonância considerada e da magnitude da constante modal. Por outro lado, em adição aos efeitos anteriores, os círculos sofrem uma rotação devido às fases das constantes modais, como ilustrado na figura (5.22). Figura 5.22. Receptância Pontual com Amortecimento não Proporcional. 5.4 MÉTODOS DE IDENTIFICAÇÃO MODAL Durante os últimos trinta anos muitos pesquisadores dedicaram-se ao desenvolvimento de técnicas que ajudam a produzir uma identificação razoável das propriedades dinâmicas das estruturas. Esta dedicação tem dado fruto devido à introdução da Transformada Rápida de Fourier (FFT – Fast Fourier Transform) e ao desenvolvimento recente de Analisadores de Espectro potentes de vários canais, computadores e instrumentação em geral que permitem a aquisição e o tratamento de grandes quantidades de dados. Hoje em dia, o número de publicações técnicas em Análise Modal Experimental é tal que a tarefa de classificar os métodos disponíveis de análise representa um grande esforço. Entretanto, uma boa forma de classificar estes métodos é agrupá-los de acordo com o domínio no qual os dados são tratados, ou seja: métodos no domínio do tempo e métodos no domínio da freqüência. Os métodos no domínio da freqüência têm sido largamente usados, mas problemas associados com resolução em freqüência, vazamento e alta densidade modal estão levando as pessoas a começarem a olhar os métodos no domínio do tempo como uma alternativa promissora. O cálculo da Função Resposta Impulsiva (IRF – Impulse Response Function), correspondente a uma Função Resposta em Freqüência (FRF), envolve o cálculo da inversa de FFT, que é uma das características padrão de um Analisador Espectral. Contudo, nesse caso, o Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 63 vazamento pode ser ainda um problema e, para evitar isso, alguns métodos usam a história da força e da resposta diretamente. Por outro lado, de um modo geral, os modelos no domínio do tempo tendem a fornecer melhores resultados quando existe uma larga faixa de freqüência ou um número grande de modos nos dados, considerando que os modelos no domínio da freqüência tendem a fornecer os melhores resultados quando a faixa de freqüência de interesse é limitada e o número de modos é relativamente pequeno. Os métodos no domínio do tempo e da freqüência podem ser divididos em diretos e indiretos. O termo indireto significa que a identificação das FRF’s é baseada no modelo modal, isto é, sobre os seguintes parâmetros: freqüências naturais, razões de amortecimento e constantes modais. Por outro lado, no método direto a identificação está baseada no modelo espacial, isto é, sobre a equação matricial do equilíbrio dinâmico, que é a equação primitiva da qual todos os métodos são deduzidos. Uma segunda classificação diz respeito ao número de modos que podem ser analisados. A este respeito podem-se ter as análises de grau de liberdade único (SDOF) e graus de liberdade múltiplos (MDOF). No domínio do tempo tem-se somente a análise MDOF, enquanto que, no domínio da freqüência, pode-se ter análises SDOF e MDOF com o método indireto e com o método direto apenas a análise MDOF. Geralmente, quando uma estrutura é testada um conjunto de FRF’s é obtido, tendo por base a coleta de uma série de dados medidos. Estas FRF’s são o resultado de excitar a estrutura em cada ponto selecionado e de medir a resposta em várias posições ao longo dessa estrutura. Alguns métodos de análise modal somente podem ser aplicados a uma única FRF de cada vez. Esses são denominados de métodos de única entrada/única saída (SISO). Outros métodos permitem que várias FRF’s sejam analisadas simultaneamente, com respostas tomadas em vários pontos sobre a estrutura, mas usando uma excitação pontual. Esses são denominados de métodos globais ou métodos de única entrada/múltiplas saídas (SIMO). A filosofia por trás dessa categoria de métodos é que as freqüências naturais e razões de amortecimento não variam (teoricamente) de uma FRF para outra (elas são propriedades globais da estrutura) e, assim, deveria ser possível obter um conjunto único e consistente daquelas propriedades processando várias FRF’s ao mesmo tempo. Finalmente, existem métodos que podem processar simultaneamente todas as FRF’s disponíveis obtidas de posições de resposta e excitações várias. Esses métodos são denominados de polireferência ou múltiplas entradas/múltiplas saídas (MIMO). Situações de múltiplas entradas/única saída (MISO) são também possíveis, mas são muito pouco usadas. A figura (5.23) mostra um diagrama com as várias categorias possíveis de métodos. Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 64 Figura 5.23. Classificação dos métodos de análise modal. (Maia) Os métodos utilizados para a extração dos modos de vibração foram o Circle-FIT, o LineFIT, o IDENT e o Global-S para analisar as FRF’s individualmente e o método Global-M para analisar todas as FRF’s adquiridas durante o ensaio experimental. Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 65 6. ANÁLISE MODAL NUMÉRICA 6.1 MÉTODO DE ELEMENTOS FINITOS APLICADO NA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS NUMÉRICOS a) Resumo Teórico O Método de Elementos Finitos (MEF) é um procedimento numérico para resolver problemas de mecânica do contínuo com precisão aceitável para engenheiros. É seguramente o processo que mais tem sido usado para a discretização de meios contínuos. Além disso, pode-se afirmar também que o MEF é muito utilizado face à analogia física direta que se estabelece, com o seu emprego, entre o sistema físico real e o modelo simulado computacionalmente. A análise dinâmica pode ser usada para determinar a resposta no tempo de uma viga sujeita a uma força transitória, a resposta em regime permanente de uma viga ou eixo submetido a uma força periódica, ou às freqüências naturais e os modos de vibrações livres. Estas últimas vibrações são as de principal interesse. Geralmente, um modelo para análise dinâmica requer algo mais que aquele usado para análise estática. Para análise de freqüências naturais, um modelo grosseiro dará melhores resultados para o cálculo das freqüências naturais do que para os modos de vibração. A precisão destas predições diminui com o aumento na ordem do modo a ser analisado. A razão é que as formas dos modos tornam-se mais complexas quando suas freqüências naturais aumentam. Então, embora o mesmo modelo geométrico possa ser utilizado para ambas análises (estática e dinâmica), um modelo para análise dinâmica deve ter uma discretização em nós e elementos, de tal maneira que o modelo possa representar precisamente os modos de vibrar, que freqüentemente são mais complexos que as linhas elásticas estáticas padrões. Uma regra prática para análise de vigas ou eixos é que o número de elementos na direção modal deve ser no mínimo duas vezes o número de modos de vibrações de interesse na análise. Em operação, as propriedades dos volumes gerados são introduzidos no programa. O computador ordena os pontos nodais no centróide de cada volume e calcula a rigidez e propriedades de massa para cada um dos elementos. Um método alternativo é dividir o volume e especificar a massa pontual de cada nó. Essas massas concentradas são então introduzidas na rotina computacional que calcula a rigidez da viga. Quando o efeito da rotação da inércia é ignorado, este método pode reduzir o número graus de liberdade efetivo no modelo sem perda efetiva de na precisão do mesmo. Por exemplo, Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 66 um modelo com seis massas ou pontos nodais terá erros no cálculo de freqüências em modos, tais como 0,1% para o primeiro modo de vibração, 0,5% para o segundo e 1,7% para o terceiro modo. Na análise estática com elementos finitos, uma matriz de rigidez é gerada e combinada com um vetor de forças nodais para calcular os deslocamentos nodais. Em notação matricial isto é dado como: K11 K12 O O O O O K nn d1 f1 M M M M M = M M M M M f d n n (76) ou K.d = f (77) sendo K é a rigidez entre nós, d e f as forças modais. Na análise dinâmica com elementos finitos, uma matriz massa é também é gerada. Na formulação da matriz massa, a massa distribuída de cada elemento é ordenada para os nós dos elementos da mesma maneira como as rigidezes dos elementos entre os nós são ordenadas. As massas relacionam-se com as forças pelas suas acelerações (segundas derivadas dos deslocamentos). M . &d& = f (78) sendo que M e a matriz das massas concentradas nos nós. A equação clássica do movimento, m&x& + cx& + kx = f pode ser escrita na forma matricial, desprezando-se o amortecimento, como: (79) Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica 67 M &d& + K d = f (80) As acelerações nos nós, &d& , não são diretamente resolvidas, porém elas podem ser relacionadas com os deslocamentos para movimento senoidal, onde: d = d máx .senwt (81) Então: d= ∂ 2d = −ω 2 . d máx .senwt ∂t 2 (82) A equação matricial do movimento pode ser descrita como: − Mω2 d + K d = f ou { − Mω 2 } +K d =f (83) sendo f = 0 para vibrações livres. Esta nova equação do movimento livre deve ser resolvida em duas etapas. Primeiro, as freqüências naturais, ω, devem ser encontradas. Haverá tantas freqüências naturais quanto forem os deslocamentos (linhas ou colunas da matriz). Matematicamente estas freqüências naturais são conhecidas como autovalores. Segundo, para cada freqüência natural, ou autovalor, existirá um conjunto de deslocamentos, os quais são conhecidos como modos de vibração ou autovetores. Os deslocamentos calculados para cada modo são normalizados, de tal maneira que se tenham valores relativos de amplitudes. Através do Método dos Elementos Finitos, com auxílio de um sistema CAD (Computer Aided Design), utilizando-se de um modelo com muitos graus de liberdade, pode-se prever em fase de projeto as suas freqüências naturais, bem como os modos de vibrar que são mostrados em vídeo (display) e posteriormente impressos. A análise de vibrações de sistemas estruturais simples, através de métodos analíticos é uma excelente maneira de compreender e se familiarizar com o fenômeno real, mas apenas do ponto de vista acadêmico. Na prática, entretanto, torna-se impossível qualquer tratamento analítico de estruturas mais complexas, como no caso de um hélice. Neste contexto, o método de elementos finitos constitui uma excelente alternativa para a solução de problemas dinâmicos que envolvem um grande número de graus de liberdade (Soeiro et al [5]). Capítulo 3 – Metodologia 68 7. METODOLOGIA Em linhas gerais, a análise modal experimental consistiu no ensaio de impacto com o martelo nas pás dos hélices navais B9 e NS18, sendo que as funções resposta em freqüência (FRF’s) foram obtidas a partir deste choque, colhidas em um analisador dinâmico de sinais e processadas em um software próprio de análise de autovalores (freqüências naturais adquiridas no teste) e autovetores (formas modais dos hélices). A análise modal também foi realizada numericamente, através da utilização do método de elementos finitos, no software ANSYS, versão 6.0, disponível no Laboratório de Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Pará. Este procedimento baseia-se na geração tridimensional dos hélices, através das coordenadas reais colhidas dos rotores, posterior malhagem e aplicação de uma faixa de freqüência nas estruturas dos propulsores gerados de tal forma que os mesmos respondam com suas freqüências naturais e formas modais no momento de ressonância destas freqüências com a excitação simulada pelo software ANSYS. Os itens a seguir descrevem os equipamentos, softwares e procedimentos utilizados na concretização das análises modais numérica e experimental. 7.1. ANALISADOR DE FREQÜÊNCIA UTILIZADO NOS EXPERIMENTOS DE ANÁLISE MODAL O Analisador Dinâmico de Sinais HP 35665A é um equipamento capaz realizar análises utilizando a Transformada Rápida de Fourier (FFT) de espectro com um e dois canais dentro de uma faixa de freqüência que vai de 0,19531 Hz até 102,4 kHz para o modo de um canal e 0,097656 até 51,2 KHz no modo de dois canais. Figura 7.1. analisador HP 35665A utilizado nos ensaios. Capítulo 3 – Metodologia 69 O analisador é usado para análise de vibrações e ruídos e faz análises e medições com maior facilidade que outros medidores (portáteis, por exemplo), pois não necessita de um micro (PC) para o tratamento destes dados, além de ter uma fonte de corrente ICP em seu interior para aqueles acelerômetros que a requerem, não necessitando de uma fonte amplificadora auxiliar. A transformada rápida de Fourier (FFT) é uma implementação da transformada discreta de Fourier, onde um algoritmo matemático transforma dados do domínio do tempo para o domínio da freqüência. Antes de o analisador executar o algoritmo FFT, ele trata o sinal de entrada com um conversor analógico-digital, transformando o sinal contínuo (analógico) para um sinal discreto (digital). O analisador FFT tem uma resolução finita que é fixada a partir do numero de pontos ou linhas. A maioria desses analisadores utiliza o mesmo numero de pontos mostrados independente da faixa de freqüência. O analisador HP 35665 A tem uma resolução padrão de 400 linhas (401 pontos), podendo ser especificadas outras resoluções como 800, 200 e 100 linhas de resolução. Porém, para faixas mais limitadas de freqüência, tem-se uma resolução de freqüência mais refinada. Estas faixas de análise podem ser ajustadas de acordo com a necessidade do experimento. Quando as medições iniciam em 0 Hz são freqüentemente chamadas de medições baseband e aquelas que iniciam em freqüências diferentes de 0 Hz são chamadas de zoomed. Dentre as diversas utilidades do analisador podem ser citadas: • Determinação experimental dos parâmetros modais de máquinas e estruturas civis, tais como grupos geradores, transformadores, equipamentos diversos, Vigas e Pilares de Edificações, Pontes, etc. • Determinação de parâmetros acústicos tais como perda de transmissão em dutos e coeficiente de absorção de materiais em tubos de impedância. 7.2 ENSAIO EXPERIMENTAL PARA DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS MODAIS DA VIGA BI-APOIADA (TESTE DE IMPACTO) 7.2.1 Procedimento Adotado Este ensaio tem como objetivo medir diversas Funções Resposta em Freqüência (de transferência e pontual) da viga (0,0254 x 0,0125 x 0,82 m), que se encontra bi-apoiada. A bancada utilizada é do tipo Universal da TECQUIPAMENT, modelo TM-16. Capítulo 3 – Metodologia 70 Capturadas as FRF’s, devem ser extraídos os parâmetros modais da viga em um software específico, no caso o ICAT. As medições foram realizadas no analisador de freqüência da marca Hewlett–Packard, de dois canais modelo 35665A, sendo que, no segundo canal, colocou-se o acelerômetro posicionado em um ponto da viga tal que nenhuma forma modal da mesma seja atenuada pelo fato do acelerômetro encontrar-se próximo ou em algum ponto nodal. Para isto, fez-se um desenho da viga com as suas primeiras 32 formas modais superpostas marcando-se os nós desses modos e definindo os intervalos onde não são encontrados os nós dos modos adotados. Obtém-se, assim, uma faixa onde será fixado o acelerômetro na viga, que é o sexto da extremidade para o centro da mesma. Foram escolhidos 17 pontos de impacto do martelo (conectado ao canal 1) com a barra, ou seja, no cálculo experimental das formas modais e freqüências naturais da viga, serão consideradas 16 funções de resposta em freqüência de transferência e uma pontual. A figura a seguir demonstra a viga dividida em 17 partes onde cada linha transversal representa um ponto de impacto do martelo com a viga. Figura 7.2. Definição dos pontos de coleta de dados experimentais da viga que está bi-apoiada. Capítulo 3 – Metodologia 71 Figura 7.3. Bancada Universal utilizada na análise modal experimental da viga bi-apoiada. O acelerômetro fixado à viga e aos hélices e o martelo utilizado no impacto estão representados nas figuras (7.4) e (7.5) respectivamente. Figura 7.4. Acelerômetro aplicado para aquisição da resposta do sistema. Figura 7.5. Martelo utilizado no ensaio. Capítulo 3 – Metodologia 72 7.2.2 Determinação dos parâmetros utilizados no ensaio O ensaio experimental utiliza a janela exponencial, amortecendo artificialmente o sinal de resposta, no canal 2. Tal decaimento é calculado pela equação (62) com dos dados colhidos de 4 em 4 Hz para 800 linhas de resolução e uma faixa de aquisição dos dados de 1600 Hz. Esta faixa é definida pelo decaimento energético do sinal de excitação até o valor de 3 decibéis. Dependendo da ponta utilizada no martelo, que foi a de neoprene. O valor do decaimento calculado foi: a = 2. ln (10B) T com T= N f anal = 1 ∆f onde B indica o percentual de amortecimento a ser aplicado no sinal de resposta. Quanto maior este percentual, menor é a aplicação do decaimento na FRF e melhor torna-se o aspecto da mesma, tornando mais visível os picos de ressonância e a presença de modos próximos, não os atenuando. Com N = 800 linhas e fanal = 1600 Hz, logo T = 0,5 s Para um valor de B igual a 10%, o valor do amortecimento é: a = 216 ms, que foi o valor adotado no analisador de freqüência para a análise modal experimental da viga. Os demais parâmetros foram determinados através do comportamento da coerência no ensaio, são eles: • janela de força do canal 1 = 1,41 ms • trigger do canal 1 = 10 % • delay do canal 2 = 20 ms Capítulo 3 – Metodologia 73 7.3 ENSAIO EXPERIMENTAL PARA DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS MODAIS DOS HÉLICES NS18 E B9 (TESTE DE IMPACTO) 7.3.1 Procedimento Adotado Este ensaio tem como objetivo medir diversas Funções Resposta em Freqüência (de transferência e pontual) dos hélices navais B9 e NS18, cujas condições de contorno foram as mesmas utilizadas no funcionamento dos rotores nas embarcações, ou seja, com restrição de rotação do eixo dos rotores em relação ao eixo do motor, o que decorre da utilização das chavetas nos hélices. Capturadas as FRF’s, devem ser extraídos os parâmetros modais dos hélices em um software específico, no caso o ICAT, versão 3.8. As medições foram realizadas no mesmo analisador de utilizado no ensaio experimental da viga, sendo que, no primeiro canal, colocou-se o sinal da célula de carga posicionada em um ponto do hélice tal que nenhuma freqüência natural dos rotores seja atenuada pelo fato do acelerômetro encontrar-se em próximo ou em algum ponto nodal. Para isto, adotou-se um ponto situado no centro geométrico da nona estação linear (corda) da pá dos hélices. Este ponto fora adotado, pois quanto mais distante do bojo da pá (raiz ou eixo), maior será o sinal que o acelerômetro receberá através do impacto do martelo com as pás dos rotores. No segundo canal, instalou-se o sinal do acelerômetro para o recebimento dos dados provenientes do impacto do martelo com os rotores. Foram escolhidos 46 pontos de variação do impacto do martelo com os hélices, ou seja, para o cálculo experimental das formas modais e freqüências naturais da viga serão consideradas 45 funções de resposta em freqüência de transferência e uma pontual. É importante salientar, que foi tomado um cuidado especial da posição de impacto do martelo com a viga, de tal forma que ele mantivesse durante o ensaio uma angulação constante em relação ao acelerômetro, mesmo com a complexa forma helicoidal das pás, evitando-se assim a aplicação de diversos fatores de correção na análise em virtude de posições e angulações diferentes do impacto. A figura a seguir demonstra a divisão dos hélices com uma malha de 46 pontos onde cada ponto local de impacto do martelo com cada um dos hélices. Capítulo 3 – Metodologia 74 FRF Pontual Figura 7.6. Definição dos pontos de coleta de dados experimentais dos hélices navais. 7.3.2 Determinação dos parâmetros utilizados no ensaio Foram aplicados os mesmos procedimentos do ensaio experimental da viga, utilizando-se a janela exponencial, amortecendo artificialmente o sinal de resposta, no canal 2, com dos dados colhidos de 4 em 4 Hz para 800 linhas de resolução e uma faixa de aquisição dos dados de 3200 Hz. Esta faixa é definida pelo decaimento energético do sinal de excitação até o valor de 3 decibéis. A ponta do martelo utilizada foi novamente a de neoprene. O valor do decaimento calculado foi: Com N = 800 linhas e fanal = 3200 Hz, logo T = 0,25 s Para um valor de B igual a 10%, o valor do amortecimento é: a = 108 ms, que foi o valor adotado no analisador de freqüência para a análise modal experimental dos hélices. Os demais parâmetros foram determinados através do comportamento da coerência no ensaio, são eles: • janela de força do canal 1 = 732,5 µs • trigger do canal 1 = 10 % • delay do canal 2 = 40 ms Obs.: Cuidados adotados durante o ensaio experimental Capítulo 3 – Metodologia 75 Com o Martelo - Range É a faixa de aquisição do impulso do martelo, definida em Volts RMS (Root Median Square, ou Raiz da Média Quadrática). Se definida com um valor menor do que à excitação do martelo, o canal 1 (ao qual o martelo está conectado ao analisador de freqüência) o mesmo acusará overload, ou sobrecarga e os dados da função resposta em freqüência não serão colhidos. - SPAN É a faixa de validação dos dados colhidos, obtidos no ensaio de calibração do martelo utilizado no ensaio experimental. Ela é definida a partir do decaimento energético no canal 1 o qual conecta o martelo ao analisador de freqüência. Se este decremento no eixo das ordenadas ultrapassar o valor de 3 decibéis, os valores subseqüentes a este decaimento serão desprezados e a faixa de análise adotada será do valor zero Hertz, no eixo das abscissas até onde decremento alcançar o referido valor. - Pontas São instaladas nas extremidades dos martelos, podendo ser variadas para alteração da qualidade do sinal de excitação do martelo na estrutura. Quanto mais rígida é a ponta mais instantânea será a variação energética do sinal de excitação, aproximando-se do delta de Dirac, que é o sinal ideal para este tipo de ensaio. Alguns aspectos devem ser considerados além da alta taxa de variação do sinal, tal como a presença repiques e impurezas que levam a coerência do sinal da inertância a valores muito baixos. A utilização de pontas de aço permite que o SPAN do sinal seja elevado possibilitando a captura de freqüências naturais mais altas,. porém, a utilização deste tipo de ponta gera as impurezas e repiques citados anteriormente devido à natureza plástica do aço ao impacto, fazendo a ponta do martelo ressaltar diversas vezes durante apenas um impacto do martelo com a estrutura. Por isso recorre-se à utilização de pontas mais macias que possuem uma natureza elástica ao impacto, tais como de plásticos e de Capítulo 3 – Metodologia 76 neoprene, tendo uma proporção de repiques menor durante o impacto do martelo quando do mesmo choca-se com a estrutura, tornando o sinal da excitação mais limpo, porém sendo válida uma faixa menor de SPAN, visto que o pulso de energia fornecido pelas pontas mais macias é mais suave, distanciando-se do delta de Dirac, ideal para este tipo de ensaio. Uma comparação das excitações provocadas pelas pontas utilizadas no ensaio com o delta de Dirac é demonstrado abaixo. - Posição É importante para manter a coerência dos dados colhidos, visto que se deve manter a posição do martelo e o ponto de impacto durante a aquisição dos dados para se evitar desvios. - Com o Acelerômetro - Range É a faixa de aquisição da resposta do impulso do martelo, capturada pelo acelerômetro fixado na estrutura, definida em Volts RMS (Root Median Square, ou Raiz da Média Quadrática). Se definida com um valor menor do que à excitação provocada na estrutura, o canal 2 (ao qual o acelerômetro está conectado ao analisador de freqüência) o mesmo acusará overload, ou sobrecarga e os dados da função resposta em freqüência não serão colhidos. - Delay Ao se impactar o martelo com a estrutura, a mesma reage de maneira que o sinal de vibração fica difuso, visto que se trata de um ruído branco, ou seja, em diversas faixas de freqüência, então para que a aquisição do sinal de excitação do martelo pelo acelerômetro não sofra influencias da faixa difusa pós-impacto, deve-se definir um delay, ou atraso para que o acelerômetro adquira um sinal estável e por conseqüência de maior qualidade. Geralmente é definido em milisegundos. Capítulo 3 – Metodologia - 77 Trigger É o dispositivo utilizado pelo analisador para não capturar qualquer sinal aleatório durante a excitação, sendo definido em percentual no canal 2 do analisador de freqüência, adquirindo assim, o sinal da excitação que realmente foi provocado pelo impacto do martelo com a estrutura. - Janela de Força É uma janela retangular especial que é unitária para os primeiros 10 ou 25% dos pontos dados no domínio do tempo e zero para os remanescentes, sendo utilizada para truncar a excitação do martelo até um valor pós pico de excitação, garantindo um único pulso de energia fornecido ao sistema e truncando os sinais aleatórios depois deles, tais como repiques. É definida em termos percentuais no canal 1 do analisador de freqüência. - Coerência É uma correlação entre o sinal de entrada, no canal 1 (do martelo) e o de saída no canal 2 (do acelerômetro). Esta relação, assumindo o valor unitário, significa não há perda de sinal, garantindo a fidedignidade dos valores colhidos. Quando a coerência tende a zero em curtos intervalos de tempo, pode estar havendo perda de sinal e, para que o teste seja válido, alguns parâmetros devem ser redefinidos, tais como o delay do canal 2, decaimento exponencial, ou a janela de força do canal 1, evitando-se assim a presença de repiques e sinais de excitação sujos. 7.4 MODELAGEM COMPUTACIONAL ATRAVÉS DO PROGRAMA ANSYS 6.0 O programa ANSYS realiza diversos tipos de simulações em modelos gerados computacionalmente. Para que o modelo bi ou tridimensional do objeto em estudo seja introduzido no programa, para que o mesmo possa realizar a análise solicitada, o usuário deve seguir uma hierarquia de comandos que em geral governam a criação de modelos numéricos. Primeiramente, deve ser informado ao programa o número e as coordenadas dos pontos a serem utilizados na construção do modelo. Em seguida as linhas devem ser criadas unindo os Capítulo 3 – Metodologia 78 pontos inseridos anteriormente. Após a inserção das linhas, que podem ser retas ou interpoladas, é necessária a inserção de áreas que a partir das linhas limitarão o modelo geometricamente para a recepção dos volumes. Sendo o próximo passo a inserção destes volumes para posterior malhagem da geometria, com elementos tridimensionais, tipo tetraedro ou cubo, por exemplo, sendo que cada elemento demanda uma quantidade de nós que influenciará na qualidade e precisão dos cálculos realizados. Caso o modelo seja bidimensional, a malhagem dar-se-á a partir da linha gerada, sendo que as propriedades geométricas do modelo, tais como área da seção transversal e momento de inércia devem ser inseridos para a efetuação dos cálculos. 7.4.1 Análise Modal Numérica de uma Viga Bi-Apoiada O modelo computacional da viga é simples de ser gerado no software ANSYS 6.0. A viga é modelada com elemento do tipo BEAM 3, do tipo elástico e bidimensional, contendo 50 elementos. Inicialmente são inseridos no ANSYS, em fase de pré-processamento, as coordenadas de cada extremidade da viga, através de dois “keypoints”. Em seguida, unem-se estes pontos através de uma linha reta. Em seguida é necessário inserir os valores do momento de inércia, área da seção transversal e altura do perfil da viga. A próxima fase é a de listar as propriedades do material da viga (aço carbono), as quais são: módulo de elasticidade transversal (E) e coeficiente de Poisson secundário (γ-NUXY). Também é dado de entrada para os cálculos o tipo de elemento a ser utilizado (BEAM 3). Os dados de entrada da viga são apresentados na tabela a seguir. Tabela 7.1. Dados utilizados na análise modal numérica da viga. Dados utilizados no cálculo das freqüências naturais da viga Comprimento (m) 0,813 Altura (m) 0,125 Largura (m) 0,254 2 Área da seção transversal (m ) 3,175 x 10-4 Momento de inércia (m4) 4,134 x 10-9 Massa (Kg) 2,01 3 Densidade (Kg/m ) 7800 Módulo de elasticidade transversal (MPa) 2,1 x 105 Coeficiente de Poisson secundário 0,3 Capítulo 3 – Metodologia 79 Depois, é realizada a malhagem do modelo, adaptando o número de divisões da malha de acordo com o ensaio utilizado. Geralmente o número de elementos deve ser superior a menor variação geométrica da viga, o que proporciona uma resposta mais precisa e melhor representativa da realidade do fenômeno estudado. O ideal é ir se refinando a malhagem até que os resultados dos cálculos convirjam para um valor e a resposta gráfica seja algo que ainda requeira maior densidade de malhas, para uma visualização mais realística do problema físico. Após esta etapa, são inseridas as condições de contorno de deslocamento nos nós das extremidades da viga, restringindo dois graus de liberdade (X e Y) para o nó da esquerda e um grau de liberdade para o nó da direita (Y) sendo a coordenada axial da viga (X) livre. Ainda em etapa de solução, seleciona-se o método de resolução do problema, que é o de Block Lanczos, inserindo-se a faixa de freqüência de análise e o número de modos de vibração a serem extraídos pelo programa. Depois desta etapa, inicia-se o cálculo das freqüências naturais e formas modais da viga em balanço. A seguir é demonstrado o procedimento de construção da viga no software ANSYS. Figura 7.7. Geração do modelo computacional da viga Após análise realizada no programa ANSYS, as formas modais e as freqüências naturais da viga são apresentadas no capítulo 4. 7.4.2 Análise Modal Numérica dos hélices navais NS18 e B9 a) Procedimento Numérico Capítulo 3 – Metodologia 80 a.1) Construção do Modelo Para criar o modelo, utilizaram-se 10 estações lineares das pás, onde as coordenadas X e Y dos perfis foram medidas através do software Markgraf, escrito em linguagem Borland C, o qual obtém as cotas das estações através de suas imagens digitalizadas, na extensão Bitmap (BMP) e as coordenadas Z foram obtidas com um calibrador traçador de altura de resolução de 0,02 mm apoiado em um desempeno de medição de granito com superfície lapidada. Figura 7.8. Definição do plano XY de uma pá do hélice no programa Markgraf A modelagem do hélice foi feita através da inserção das cotas em uma matriz de coordenadas que é mostrada abaixo [Swanson Analysis Systems, Inc [10]). - número de perfis nmax=10 - declaração da matriz das coordenadas *dim,cox,array,(2*nmax*10) *dim,coy,array,(2*nmax*10) *dim,coz,array,(2*nmax*10) Onde “nmax” é o número de perfis das estações lineares que compõem a pá do propulsor. Os comandos “dim”, “cox”, “coy” e “coz” são a base das coordenadas nas quais é montada uma matriz de 200 pontos, agrupados em 20 pontos, sendo que destes, 10 pontos por estação são destinados ao intradorso ou face de sucção e os outros 10 ao extradorso da pá do hélice ou face de pressão. Capítulo 3 – Metodologia 81 Os arquivos escritos contendo as informações utilizadas em linguagem de programação APDL (Ansys Parametric Design Language) para a construção dos dois modelos de hélices e da viga bi-apoiada estão disponibilizados nos anexos deste trabalho. Após a inserção das coordenadas mostradas na figura (7.9), segue-se a seguinte seqüência de construção de modelos sólidos em computador: construção de splines, que interligam os pontos criados (figura 7.10), áreas e volumes (figura 7.11). Os volumes gerados (uma pá e um terço do eixo) são copiados e colados para fechar o modelo. Este processo ocorre num sistema cilíndrico de coordenadas, sendo que a colagem da parte do hélice é feita duas vezes variando-se o eixo y de 120 em 120º, fechando o sólido com os três terços gerados. Figura 7.9. Inserção das coordenadas (à esquerda modelo NS18 e à direita modelo B9). Figura 7.10. Construção dos splines (à esquerda modelo NS18 e à direita modelo B9). Capítulo 3 – Metodologia 82 Figura 7.11. Definição de áreas e volumes (à esquerda modelo NS18 e à direita modelo B9). a.2) Malhagem do Modelo A adaptação da malha ao modelo deve ser tal que não o deforme e não eleve demais a rigidez do material do hélice e não seja muito refinada a ponto de comprometer a realização dos cálculos devido à grande memória alocada para este número elevado de elementos. Outro fator importante é a convergência dos dados calculados, com este objetivo, refina-se a malha até a um valor necessário tal que este grau de tendência seja muito elevado a fim de se evitar possíveis erros em função de uma malhagem pobre. Os rotores nos quais a malha fora aplicada para análise via método dos elementos finitos, são mostrados na figura (7.12), onde foram utilizados os elementos tetraédrico (SOLID 92) e o hexaédrico (SOLID 95), compostos de 10 e 20 nós por elemento, respectivamente (Swanson Analysis Systems, Inc [10]). A quantidade de elementos para estes dois modelos foi definida com base nos critérios citados no parágrafo anterior, visto que foram priorizados a convergência dos resultados e o tempo computacional requerido para a efetuação dos cálculos a partir da teoria de elementos finitos. Capítulo 3 – Metodologia 83 Figura 7.12. Malhagem dos modelos contendo 641 elementos e 6013 nós (à esquerda) para o modelo NS18 e 1089 elementos e 2891 nós para o modelo B9 (à direita). A técnica de geração dos modelos completos dos hélices navais utilizou-se da simetria cíclica existente nos rotores, e a partir de um setor básico, composto por um terço do bojo dos hélices e uma pá, foi o suficiente para a criação dos modelos como um todo. A figura (7.13) ilustra o setor básico utilizado na criação dos rotores completos mostrados nas figuras (7.12), acima. O setor básico utiliza o conceito de diâmetros nodais. Estes definem locais onde os deslocamentos são nulos em função das formas modais calculadas. Figura 7.13. Setores básicos utilizados na construção dos modelos apresentados na figura (7.12). NS18 (esquerda) e B9 (direta). Com a utilização destes terços de volume se consegue um ganho em tempo de processamento e ainda pode-se aproveitar, se necessário, a menor requisição de memória para tornar o modelo mais refinado, tornando-o mais preciso. Capítulo 4 – Análise dos Resultados 84 8. ANÁLISE DOS RESULTADOS 8.1 PARA A VIGA BI-APOIADA 8.1.1 Dados Experimentais Foram utilizados alguns métodos de extração de propriedades modais para que houvesse um bom nível de comparação dos dados com os valores obtidos no ensaio numérico, observando-se assim a convergência de cada método aplicado, estes métodos foram: Circle-FIT, Line-FIT, IDENT, Global-S (ambos os quatro métodos utilizados para analisar a FRF pontual) e o método Global-M, que analisa todas as 17 FRF”s obtidas no ensaio, ou seja uma para cada ponto de aquisição (impacto do martelo com a viga). Todos os métodos citados acima estão presentes no programa de análise de FRF”s MODENT do software ICATS, versão 3.8. Os resultados de cada método são apresentados a seguir, juntamente com a FRF pontual deste ensaio. Figura 8.1. Fase e Módulo da FRF pontual da viga-bi-apoiada. Capítulo 4 – Análise dos Resultados - Método Circle-FIT Figura 8.2. Primeira freqüência natural pelo método Circle-FIT. Figura 8.3. Segunda freqüência natural pelo método Circle-FIT. 85 Capítulo 4 – Análise dos Resultados Figura 8.8. Terceira freqüência natural pelo método Circle-FIT. Figura 8.5. Quarta freqüência natural pelo método Circle-FIT. Figura 8.6. Quinta freqüência natural pelo método Circle-FIT. 86 Capítulo 4 – Análise dos Resultados - Método Line-FIT Figura 8.7. Primeira freqüência natural pelo método Line-FIT. Figura 8.8. Segunda freqüência natural pelo método Line-FIT. Figura 8.9. Terceira freqüência natural pelo método Line-FIT. 87 Capítulo 4 – Análise dos Resultados Figura 8.10. Quarta freqüência natural pelo método Line-FIT. Figura 8.11. Quinta freqüência natural pelo método Line-FIT. - Método IDENT Figura 8.12. Ajuste da FRF pontual pelo método IDENT. 88 Capítulo 4 – Análise dos Resultados Figura 8.13. Lista modal declarada pelo método IDENT. - Método Global-S Figura 8.18. Lista modal da FRF pontual declarada pelo método Global-S. 89 Capítulo 4 – Análise dos Resultados 90 - Método Global-M Figura 8.15. Primeiro (esquerda) e Segundo (direita) modos de vibração pelo método Global-M. Figura 8.16. Terceiro (esquerda) e Quarto (direita) modos de vibração pelo método Global-M. Capítulo 4 – Análise dos Resultados 91 Figura 8.17. Quinto (esquerda) e Sexto (direita) modos de vibração pelo método Global-M. Como será verificado a seguir, com a demonstração dos resultados obtidos numericamente, via software ANSYS, este sexto modo corresponde a uma forma modal de deslocamento apenas na direção longitudinal da viga, ou seja, no seu eixo X, sendo que a sétima forma calculada possui com a mesma freqüência da sexta, porém com a configuração típica para este modo que são os cinco pontos nodais entre ao apoios da viga. 8.1.2 Dados Numéricos Abaixo são mostrados os dados obtidos na análise modal numérica da viga bi-apoiada Figura 8.18. Primeiro (esquerda) e segundo (direita) modos de vibração da viga bi-apoiada. Capítulo 4 – Análise dos Resultados Figura 8.19. Terceiro (esquerda) e quarto (direita) modos de vibração da viga bi-apoiada. Figura 8.20. Quinto (esquerda) e sexto(*) (direita) modos de vibração da viga bi-apoiada (*) modo de vibração longitudinal, possuindo a mesma freqüência natural do sétimo modo. Figura 8.21. Sétimo e oitavo modos de vibração da viga Bi-Apoiada 92 Capítulo 4 – Análise dos Resultados 93 8.1.3 Correção Baseada no Ensaio Experimental Na análise numérica foram feitas hipóteses e adotadas condições de contorno. Porém, no desenvolver do presente trabalho, fica evidente que foram desconsideradas algumas dessas hipóteses. Por exemplo, os apoios foram considerados rígidos, o que não ocorreu na análise experimental, onde os mesmos tiveram comportamento de apoios elásticos. No ensaio experimental notou-se também que a bancada utilizada não teve um comportamento tão rígido quanto teoricamente previsto e também houve influência de algumas vibrações do meio ao seu redor, tais como do ar-condicionado, que excitava claramente as paredes e o piso da sala. Abaixo, na tabela (8.1) são apresentados os valores das freqüências naturais, em Hz, obtidas a partir dos procedimentos numérico, teórico e experimental. Tabela 8.1. Resultados do cálculo das freqüências naturais, em Hz, da viga bi-apoiada Resultados Modo Teórico Experimental Numérico Circle-FIT* Line-FIT* IDENT* Global-S* Global-M o 1 o 2 o 3 o 4 o 5 o (longitudinal) 6 7o o 8 44,50 44,49 44,60 43,69 44,00 44,82 44,23 177,98 177,91 177,10 177,00 178,00 177,48 177,01 400,46 400,11 393,90 393,88 394,00 394,54 394,38 711,92 710,83 690,60 690,42 690,00 690,48 690,58 1112,38 1109,70 1046,90 1047,08 1046,00 1046,25 1047,53 - 1595,70 - - - - - 1501,83 1595,70 - - - 1556,12 1563,67 2180,27 2170,10 - - - - - (*) Dados colhidos para a FRF pontual. As diferenças dos resultados já eram previstas, pois os apoios da bancada na qual foram realizados os ensaios experimentais não são rígidos, o que ocasionou um modelo amortecido, proporcionando freqüências naturais experimentais menores que as teóricas. A diferença entre os valores obtidos pelos métodos teórico e numérico é pequena, apesar do modelo numérico ser discreto o que ocasionaria um aumento de sua rigidez e maiores freqüências naturais, porém, neste caso, foram utilizados 50 elementos, o que aproximou as freqüências naturais às obtidas de uma estrutura contínua. Capítulo 4 – Análise dos Resultados 94 Quanto às formas modais, em geral, não se notou grande diferença, a não ser nos apoios, que nas formas modais obtidas experimentalmente possuíram um pequeno deslocamento. No ensaio experimental, não foram obtidos mais do que seis modos de vibração, devido tanto à faixa de freqüência analisada (região com resultados válidos dentro da faixa), quanto ao fato de terem sido medidas as FRF´s em 17 pontos da viga, o que acaba dificultando uma boa visualização das formas deformadas. O amortecimento obtido pela análise modal experimental, não é o amortecimento da estrutura, pois devido à utilização de uma janela exponencial é criado um amortecimento artificial. Para evitar o truncamento do sinal, estes amortecimentos devem ser corrigidos. A partir das análises dos resultados ficou clara a grande importância, além da eficiência da análise experimental para obtenção das características modais da viga analisada. A seguir é apresentado um gráfico onde no eixo das abscissas consta o valor das freqüências naturais, em Hz, obtidas numericamente e no eixo das ordenadas os valores das freqüências naturais experimentais, em Hz, advindas do método Global-M. Figura 8.22. Correlação entre os dados numéricos e experimentais. As expressões de correção dos dados numéricos a partir dos experimentais são apresentadas a seguir, onde R2 significa o erro de estimação, sendo que a unidade representa a curva ajustada passando por todos os pontos: Capítulo 4 – Análise dos Resultados 95 - Método Circle-FIT f Num = 0,942 . f Exp + 10,362 R2 = 0,9996 - Método Line-FIT f Num = 0,9427 . f Exp + 9,8188 R2 = 0,9995 - Método IDENT f Num = 0,941 . f Exp + 10,616 R2 = 0,9995 - Método Global-S f Num = 0,9639 . f Exp + 2,7873 R2 = 0,9996 - Método Global-M f Num = 0,9686 . f Exp + 0,9423 R2 = 0,9993 8.2 PARA O HÉLICE MODELO B9 8.2.1 Dados Experimentais Foram utilizados os mesmos métodos de extração de propriedades modais dos testes realizados na viga bi-apoiada, sendo que foram analisadas 46 FRF”s no método Global-M. A seguir são mostrados os dados obtidos na análise modal experimental do hélice naval B9. Capítulo 4 – Análise dos Resultados a) 1a Pá Figura 8.23. Fase e Módulo da FRF pontual da 1a Pá do Hélice modelo B9. - Método Circle-FIT Figura 8.28. Primeira freqüência natural pelo método Circle-FIT. 96 Capítulo 4 – Análise dos Resultados Figura 8.25. Segunda freqüência natural pelo método Circle-FIT. Figura 8.26. Terceira freqüência natural pelo método Circle-FIT. Figura 8.27. Quarta freqüência natural pelo método Circle-FIT. 97 Capítulo 4 – Análise dos Resultados Figura 8.28. Quinta freqüência natural pelo método Circle-FIT. Figura 8.29. Sexta freqüência natural pelo método Circle-FIT. Figura 8.30. Sétima freqüência natural pelo método Circle-FIT. 98 Capítulo 4 – Análise dos Resultados - Método Line-FIT Figura 8.31. Primeira freqüência natural pelo método Line-FIT. Figura 8.32. Segunda freqüência natural pelo método Line-FIT. Figura 8.33. Terceira freqüência natural pelo método Line-FIT. 99 Capítulo 4 – Análise dos Resultados Figura 8.38. Quarta freqüência natural pelo método Line-FIT. Figura 8.35. Quinta freqüência natural pelo método Line-FIT. Figura 8.36. Sexta freqüência natural pelo método Line-FIT. 100 Capítulo 4 – Análise dos Resultados Figura 8.37. Sétima freqüência natural pelo método Line-FIT. - Método IDENT Figura 8.38. Ajuste da FRF pontual pelo método IDENT. 101 Capítulo 4 – Análise dos Resultados Figura 8.39. Lista modal declarada pelo método IDENT. - Método Global-S Figura 8.40. Lista modal declarada pelo método Global-S 102 Capítulo 4 – Análise dos Resultados 103 - Método Global-M Figura 8.41. Primeira (esquerda) e Segunda (direita) formas modais obtidas no método Global-M Figura 8.42. Terceira (esquerda) e Quarta (direita) formas modais obtidas no método Global-M Capítulo 4 – Análise dos Resultados Figura 8.43. Quinta forma modal obtida no método Global-M b) 2a Pá Figura 8.48. Fase e Módulo da FRF pontual da 2a Pá do Hélice modelo B9. 104 Capítulo 4 – Análise dos Resultados - Método Circle-FIT Figura 8.45. Primeira freqüência natural pelo método Circle-FIT. Figura 8.46. Segunda freqüência natural pelo método Circle-FIT. Figura 8.47. Terceira freqüência natural pelo método Circle-FIT. 105 Capítulo 4 – Análise dos Resultados Figura 8.48. Quarta freqüência natural pelo método Circle-FIT. Figura 8.49. Quinta freqüência natural pelo método Circle-FIT. Figura 8.50. Sexta freqüência natural pelo método Circle-FIT. 106 Capítulo 4 – Análise dos Resultados Figura 8.51. Sétima freqüência natural pelo método Circle-FIT. - Método Line-FIT Figura 8.52. Primeira freqüência natural pelo método Line-FIT. Figura 8.53. Segunda freqüência natural pelo método Line-FIT. 107 Capítulo 4 – Análise dos Resultados Figura 8.58. Terceira freqüência natural pelo método Line-FIT. Figura 8.55. Quarta freqüência natural pelo método Line-FIT. Figura 8.56. Quinta freqüência natural pelo método Line-FIT. 108 Capítulo 4 – Análise dos Resultados Figura 8.57. Sexta freqüência natural pelo método Line-FIT. Figura 8.58. Sétima freqüência natural pelo método Line-FIT. - Método IDENT Figura 8.59. Ajuste da FRF pontual pelo método IDENT. 109 Capítulo 4 – Análise dos Resultados Figura 8.60. Lista modal declarada pelo método IDENT. - Método Global-S Figura 8.61. Lista modal declarada pelo método Global-S. 110 Capítulo 4 – Análise dos Resultados 111 - Método Global-M Figura 8.62. Primeira (esquerda) e segunda (direita) formas modais obtidas no método Global-M. Figura 8.63. Terceira (esquerda) e quarta (direita) formas modais obtidas no método Global-M. Capítulo 4 – Análise dos Resultados 112 Figura 8.68. Quinta (esquerda) e sexta (direita) formas modais obtidas no método Global-M. Figura 8.65. Sétima forma modal obtida no método Global-M. Capítulo 4 – Análise dos Resultados 113 8.2.2 Dados Numéricos Figura 8.66. À esquerda, forma deformada (em azul) e, à direita, deslocamento no eixo Z (maior valor em vermelho) da 1a forma modal. Figura 8.67. À esquerda, forma deformada (em azul) e, à direita, deslocamento no eixo Z (maior valor em vermelho) da 2a forma modal. Figura 8.68. À esquerda, forma deformada (em azul) e, à direita, deslocamento no eixo Z (maior valor em vermelho) da 3a forma modal. Capítulo 4 – Análise dos Resultados 114 Figura 8.69. À esquerda, forma deformada (em azul) e, à direita, deslocamento no eixo Z (maior valor em vermelho) da 4a forma modal. Figura 8.70. À esquerda, forma deformada (em azul) e, à direita, deslocamento no eixo Z (maior valor em vermelho) da 5a forma modal. Figura 8.71. À esquerda, forma deformada (em azul) e, à direita, deslocamento no eixo Z (maior valor em vermelho) da 6a forma modal. Capítulo 4 – Análise dos Resultados 115 Figura 8.72. À esquerda, forma deformada (em azul) e, à direita, deslocamento no eixo Z (maior valor em vermelho) da 7a forma modal. 8.2.3 Correção Baseada no Ensaio Experimental a) 1ª pá Abaixo, na tabela (8.2) são apresentados os valores das freqüências naturais, em Hz, obtidas a partir dos procedimentos numérico e experimental para a 1a pá do hélice B9. Tabela 8.2. Resultados do cálculo das freqüências naturais, em Hz da 1a pá do hélice B9. Resultados Modo Experimental Numérico Circle-FIT* Line-FIT* IDENT* Global-S* Global-M* 376,00 388,00 387,47 387,20 387,52 382,66 1.077,00 462,08 462,42 460,80 456,86 461,76 1.147,00 916,16 914,31 915,20 914,79 - 2.057,00 993,44 992,62 992,00 992,74 992,43 5 2.801,00 1807,04 1806,22 1808,00 1806,44 1806,70 6 3.422,00 2500,48 2500,69 2499,20 2499,96 2504,77 8.754,00 2540,00 2539,78 2540,80 2524,40 - o 1 o 2 o 3 o 4 o o 7 (*) Dados colhidos para a FRF pontual. As cores das fontes dos modos em vermelho, azul, verde e cinza representam os mesmos modos numérica e experimentalmente, após análise dos valores da magnitude e da fase da Capítulo 4 – Análise dos Resultados 116 inertância. Sendo que ou modos em preto representam provavelmente modos assimétricos ou algum tipo de vazamento de sinal na FRF que provocou a captura destes. A seguir é apresentado um gráfico onde no eixo das abscissas consta o valor das freqüências naturais, em Hz, obtidas numericamente e no eixo das ordenadas os valores das freqüências naturais experimentais, em Hz. Figura 8.73. Correlação entre os dados numéricos e experimentais para a 1a pá do hélice B9. A expressão de correção dos dados numéricos a partir dos experimentais são apresentadas a seguir: - Método Circle-FIT f Num = 0,8565 . f Exp + 56,634 R2 = 0,9995 - Método Line-FIT f Num = 0,8658 . f Exp + 55,723 R2 = 0,9995 Capítulo 4 – Análise dos Resultados 117 - Método IDENT f Num = 0,8657 . f Exp + 55,728 R2 = 0,9995 - Método Global-S f Num = 0,8655 . f Exp + 56057 R2 = 0,9995 - Método Global-M f Num = 0,8691 . f Exp + 50,496 R2 = 0,9994 b) 2ª pá Abaixo, na tabela (8.3) são apresentados os valores das freqüências naturais, em Hz, obtidas a partir dos procedimentos numérico e experimental para a 2a pá do hélice B9. Tabela 8.3. Resultados do cálculo das freqüências naturais, em Hz, da 2a pá do hélice modelo B9. Resultados Modo Experimental Numérico Circle-FIT* Line-FIT* IDENT* Global-S* Global-M* 376,00 391,68 392,99 393,60 394,51 392,83 1.077,00 916,96 917,24 918,40 917,33 916,28 1.147,00 996,48 995,82 995,20 995,72 995,86 2.057,00 1178,88 1175,60 1177,60 1175,66 1174,84 5 2.801,00 1266,40 1265,89 1267,20 1266,16 1265,25 6 3.422,00 1803,20 1802,31 1801,60 1801,98 1798,95 8.754,00 2494,08 2492,85 2492,80 2492,66 2490,32 o 1 o 2 o 3 o 4 o o 7 (*) Dados colhidos para a FRF pontual. As cores das fontes dos modos em vermelho, azul, verde e cinza representam os mesmos modos numérica e experimentalmente, após análise dos valores da magnitude e da fase da Capítulo 4 – Análise dos Resultados 118 inertância. Sendo que ou modos em preto representam provavelmente modos assimétricos ou algum tipo de vazamento de sinal na FRF que provocou a captura destes. A seguir é apresentado um gráfico onde no eixo das abscissas consta o valor das freqüências naturais, em Hz, obtidas numericamente e no eixo das ordenadas os valores das freqüências naturais experimentais. Figura 8.78. Correlação entre os dados numéricos e experimentais para a 2a pá do hélice B9. As expressões de correção dos dados numéricos a partir dos experimentais são apresentadas a seguir: - Método Circle-FIT f Num = 0,861 . f Exp + 62,955 R2 = 0,9995 - Método Line-FIT f Num = 0,86 . f Exp + 64,051 R2 = 0,9994 Capítulo 4 – Análise dos Resultados 119 - Método IDENT f Num = 0,8598 . f Exp + 64,239 R2 = 0,9994 - Método Global-S f Num = 0,8594 . f Exp + 65,276 R2 = 0,9994 - Método Global-M f Num = 0,8587 . f Exp + 64639 R2 = 0,9994 8.3 PARA O HÉLICE MODELO NS18 8.3.1 Dados Experimentais a) 1a Pá Figura 8.75. FRF pontual da 1a Pá do Hélice modelo NS18. Capítulo 4 – Análise dos Resultados - Método Circle-FIT Figura 8.76. Primeira freqüência natural pelo método Circle-FIT. Figura 8.77. Segunda freqüência natural pelo método Circle-FIT. 120 Capítulo 4 – Análise dos Resultados Figura 8.78. Terceira freqüência natural pelo método Circle-FIT. Figura 8.79. Quarta freqüência natural pelo método Circle-FIT. Figura 8.80. Quinta freqüência natural pelo método Circle-FIT. 121 Capítulo 4 – Análise dos Resultados Figura 8.81. Sexta freqüência natural pelo método Circle-FIT. Figura 8.82. Sétima freqüência natural pelo método Circle-FIT. - Método Line-FIT 122 Capítulo 4 – Análise dos Resultados Figura 8.83. Primeira freqüência natural pelo método Line-FIT. Figura 8.88. Segunda freqüência natural pelo método Line-FIT. Figura 8.85. Terceira freqüência natural pelo método Line-FIT. 123 Capítulo 4 – Análise dos Resultados Figura 8.86. Quarta freqüência natural pelo método Line-FIT. Figura 8.87. Quinta freqüência natural pelo método Line-FIT. 124 Capítulo 4 – Análise dos Resultados Figura 8.88. Sexta freqüência natural pelo método Line-FIT. Figura 8.89. Sétima freqüência natural pelo método Line-FIT. - Método IDENT Figura 8.90. Ajuste da FRF pontual pelo método IDENT. 125 Capítulo 4 – Análise dos Resultados Figura 8.91. Lista modal declarada pelo método IDENT. - Método Global-S Figura 8.92. Lista modal declarada pelo método Global-S. 126 Capítulo 4 – Análise dos Resultados 127 - Método Global-M Figura 8.93. Primeira (esquerda) e segunda (direita) formas modais obtidas no método Global-M. Figura 8.98. Terceira (esquerda) e quarta (direita) formas modais obtidas no método Global-M. Capítulo 4 – Análise dos Resultados 128 Figura 8.95. Quinta (esquerda) e sexta (direita) formas modais obtidas no método Global-M. Figura 8.96. Sétima forma modal obtida no método Global-M. Capítulo 4 – Análise dos Resultados b) 2a Pá Figura 8.97. FRF pontual da 2a Pá do Hélice modelo NS18. - Método Circle-FIT Figura 8.98. Primeira freqüência natural pelo método Circle-FIT. 129 Capítulo 4 – Análise dos Resultados Figura 8.99. Segunda freqüência natural pelo método Circle-FIT. Figura 8.100. Terceira freqüência natural pelo método Circle-FIT. Figura 8.101. Quarta freqüência natural pelo método Circle-FIT. 130 Capítulo 4 – Análise dos Resultados Figura 8.102. Quinta freqüência natural pelo método Circle-FIT. Figura 8.103. Sexta freqüência natural pelo método Circle-FIT. 131 Capítulo 4 – Análise dos Resultados - Método Line-FIT Figura 8.108. Primeira freqüência natural pelo método Line-FIT. Figura 8.105. Segunda freqüência natural pelo método Line-FIT. 132 Capítulo 4 – Análise dos Resultados Figura 8.106. Terceira freqüência natural pelo método Line-FIT. Figura 8.107. Quarta freqüência natural pelo método Line-FIT. Figura 8.108. Quinta freqüência natural pelo método Line-FIT. 133 Capítulo 4 – Análise dos Resultados Figura 8.109. Sexta freqüência natural pelo método Line-FIT. - Método IDENT Figura 8.110. Ajuste da FRF pontual pelo método IDENT. 134 Capítulo 4 – Análise dos Resultados Figura 8.111. Lista modal declarada pelo método IDENT. - Método Global-S Figura 8.112. Lista modal declarada pelo método Global-S. 135 Capítulo 4 – Análise dos Resultados 136 - Método Global-M Figura 8.113. Primeira (esquerda) e segunda (direita) formas modais obtidas no método Global-M. Figura 8.118. Terceira (esquerda) e quarta (direita) formas modais obtidas no método Global-M. Capítulo 4 – Análise dos Resultados 137 Figura 8.115. Quinta (esquerda) e sexta (direita) formas modais obtidas no método Global-M. 8.3.2 Dados Numéricos Figura 8.116. À esquerda, forma deformada (em azul) e, à direita, deslocamento no eixo Z (maior valor em vermelho) da 1a forma modal. Capítulo 4 – Análise dos Resultados 138 Figura 8.117. À esquerda, forma deformada (em azul) e, à direita, deslocamento no eixo Z (maior valor em vermelho) da 2a forma modal. Figura 8.118. À esquerda, forma deformada (em azul) e, à direita, deslocamento no eixo Z (maior valor em vermelho) da 3a forma modal. Figura 8.119. À esquerda, forma deformada (em azul) e, à direita, deslocamento no eixo Z (maior valor em vermelho) da 4a forma modal. Capítulo 4 – Análise dos Resultados 139 Figura 8.120. À esquerda, forma deformada (em azul) e, à direita, deslocamento no eixo Z (maior valor em vermelho) da 5a forma modal. Figura 8.121. À esquerda, forma deformada (em azul) e, à direita, deslocamento no eixo Z (maior valor em vermelho) da 6a forma modal. Figura 8.122. À esquerda, forma deformada (em azul) e, à direita, deslocamento no eixo Z (maior valor em vermelho) da 7a forma modal. Capítulo 4 – Análise dos Resultados 140 8.3.3 Correção Baseada no Ensaio Experimental a) 1ª pá Abaixo, na tabela (8.4) são apresentados os valores das freqüências naturais, em Hz,obtidas a partir dos procedimentos numérico e experimental para a 1a pá do hélice NS18. Tabela 8.8. Resultados do cálculo das freqüências naturais, em Hz, da 1a pá do hélice NS18. Resultados Modo o 1 o 2 o 3 o 4 o 5 6 o o 7 Experimental Numérico Circle-FIT* Line-FIT* IDENT* Global-S* Global-M* 261,45 359,04 358,54 358,40 358,60 358,60 843,31 428,96 428,85 428,80 428,66 429,02 1.046,00 788,32 787,92 787,20 787,98 787,85 1.405,00 898,08 898,41 899,20 899,60 897,43 2.381,00 1086,56 1086,47 1088,00 1086,56 1090,26 2.515,00 1556,96 1556,08 1561,60 1560,13 1551,68 3.929,00 2232,64 2232,82 2230,40 2233,39 2220,06 (*) Dados colhidos para a FRF pontual. As cores das fontes dos modos em vermelho, azul, verde, cinza e laranja representam os mesmos modos numérica e experimentalmente, após análise dos valores da magnitude e da fase da inertância. Sendo que ou modos em preto representam provavelmente modos assimétricos ou algum tipo de vazamento de sinal na FRF que provocou a captura destes modos. A seguir é apresentado um gráfico onde no eixo das abscissas consta o valor das freqüências naturais, em Hz, obtidas numericamente e no eixo das ordenadas os valores das freqüências naturais experimentais, em Hz. Capítulo 4 – Análise dos Resultados 141 Figura 8.123. Correlação entre os dados numéricos e experimentais para a 1ª pá do hélice NS18. As expressões de correção dos dados numéricos a partir dos experimentais são apresentadas a seguir: - Método Circle-FIT f Num = 0,8951 . f Exp + 163,89 R2 = 0,9878 - Método Line-FIT f Num = 0,8952 . f Exp + 163,52 R2 = 0,9879 - Método IDENT f Num = 0,8944 . f Exp + 165,56 R2 = 0,987 Capítulo 4 – Análise dos Resultados 142 - Método Global-S f Num = 0,8957 . f Exp + 164,19 R2 = 0,9875 - Método Global-M f Num = 0,8886 . f Exp + 168,57 R2 = 0,9876 b) 2ª pá Abaixo, na tabela (8.5) são apresentados os valores das freqüências naturais, em Hz,obtidas a partir dos procedimentos numérico e experimental para a 2a pá do hélice NS18. Tabela (8.5). Resultados do cálculo das freqüências naturais, em Hz, da 2a pá do hélice NS18. Resultados Modo Experimental Numérico Circle-FIT* Line-FIT* IDENT* Global-S* Global-M* 261,45 360,32 360,54 361,60 360,51 360,51 843,31 430,56 430,70 432,00 431,72 430,47 1.046,00 885,28 885,25 886,40 885,52 883,15 1.405,00 1083,20 1084,13 1084,80 1084,17 1085,62 5 2.381,00 - - - - - 6 2.515,00 1550,24 1549,77 1548,80 1550,32 1549,81 3.929,00 2232,64 2233,34 2233,60 2233,56 2233,96 o 1 o 2 o 3 o 4 o o 7 (*) Dados colhidos para a FRF pontual. As cores das fontes dos modos em vermelho, azul, verde, cinza e laranja representam os mesmos modos numérica e experimentalmente, após análise dos valores da magnitude e da fase da inertância. Sendo que ou modos em preto representam provavelmente modos assimétricos ou algum tipo de vazamento de sinal na FRF que provocou a captura destes modos. Capítulo 4 – Análise dos Resultados 143 A seguir é apresentado um gráfico onde no eixo das abscissas consta o valor das freqüências naturais, em Hz, obtidas numericamente e no eixo das ordenadas os valores das freqüências naturais experimentais, em Hz. Figura 8.128. Correlação entre os dados numéricos e experimentais para a 2ª pá do hélice NS18. As expressões de correção dos dados numéricos a partir dos experimentais são apresentadas a seguir: - Método Circle-FIT f Num = 0,896 . f Exp + 158,5 R2 = 0,9884 - Método Line-FIT f Num = 0,8961 . f Exp + 158,57 R2 = 0,9885 - Método IDENT f Num = 0,8956 . f Exp + 159,67 R2 = 0,9887 Capítulo 4 – Análise dos Resultados 144 - Método Global-S f Num = 0,8963 . f Exp + 158,64 R2 = 0,9885 - Método Global-M f Num = 0,8967 . f Exp + 157,96 R2 = 0,9885 Capítulo 5 – Conclusão 145 9. CONCLUSÃO Como pôde ser visto nos resultados das tabelas (8.2) a (8.5), o valor das primeiras freqüências naturais (por volta de 300 Hz) são muito superiores às freqüências de trabalho do propulsor (15,53 Hz), (esta freqüência é calculada através da divisão da rotação do motor pelo fator de redução do eixo do motor para o eixo do hélice), tanto na análise experimental quanto na numérica, o que indica que, a possibilidade de ocorrer ressonâncias no conjunto motor-propulsor é nula. Outra análise realizada a partir dos resultados foi que, se os propulsores estão com uma vida útil reduzida, isto se deve ao fato dos mesmos não serem submetidos a um rígido controle de qualidade no decorrer de sua produção, que vai desde a seleção de matéria-prima, terminando no transporte e entrega do produto. A especificação inadequada do material constituinte do propulsor contribui para a anisotropia do mesmo, devido à presença de inclusões e vazios no hélice. Foi verificado também, que a padronização na produção dos rotores não é levada em consideração, visto que se adquiriu para os estudos dois hélices modelo NS18, que possuíam muitas diferenças no que concerne aos perfis de origem e a larguras das pás, sendo que por este motivo, apenas um rotor fora utilizado nos estudos. As diferenças verificadas entre os dois tipos de análises realizadas, no que diz respeito aos valores das freqüências naturais, podem ser justificadas pela impossibilidade do modelo de elementos finitos considerar a anisotropia e as descontinuidades existentes no objeto de estudo, que acarretam divergências tanto na rigidez quanto na massa do material, e, portanto, nos valores de suas freqüências naturais que dependem basicamente destes dois parâmetros. Outras influências negativas para que houvesse uma proximidade dos valores das freqüências naturais numéricas e experimentais para os dois hélices se deve ao fato das geometrias criadas em computador não representarem perfeitamente os modelos reais, devido a fatores como erros sistemáticos na aquisição das coordenadas, utilizadas na construção dos modelos. A adaptação das malhas às geometrias também constitui fator importante para justificar as diferenças encontradas, visto que, as geometrias dos dois hélices navais, pós-malhagem, apresentaram desvios de forma. Estes desvios, mesmo mínimos, contribuem para atenuar as diferenças encontradas. Desvios nas propriedades mecânicas do material constituinte dos hélices (ligas de cobrezinco) também são fator determinante para a geração das diferenças encontradas, visto que, se houverem diferenças entre o módulo de elasticidade transversal real e o coeficiente de Poisson Capítulo 5 – Conclusão 146 real dos rotores e os valores utilizados no trabalho, proveniente de publicações anteriores, acarretam também na contribuição do afastamento dos resultados numéricos dos experimentais. Nas tabelas (8.2) a (8.5), fica evidente que as freqüências naturais ordenadas pelo método numérico não coincidem com os valores obtidos pelos métodos aplicados ao procedimento experimental, isto se deveu ao fato do sinal da inertância estar com algum tipo de interferência, acarretando no aparecimento de picos de ressonância falsos que posteriormente são capturados pelo programa ICATS e analisados como freqüências naturais. O motivo da instabilidade do sinal provavelmente está envolvido com um apoio inadequado dos hélices na bancada de testes ou com uma janela exponencial inadequada, tornando o sinal menos amortecido do que o necessário para uma boa captura dos dados. Os modos citados no parágrafo anterior, caracterizados por serem impurezas no sinal da inertância, também foram observados no que diz respeito aos seus ângulos de fase, como pode ser visto nas figuras (8.23), (8.44), (8.75) e (8.97), com base neste parâmetro, foi comprovado que estes valores não constituem formas modais, pois se percebe a ausência de mudanças bruscas, nestes ângulos, o que atesta que estes pontos não passam de impurezas detectadas como freqüências naturais das FRF”s analisadas. Um dos objetivos deste trabalho foi plenamente cumprido, que é a familiarização com os conceitos de análise modal numérica e experimental, dificilmente estudados em nível de graduação, despertando interesse em se buscar novos conhecimentos nesta área e ampliar a capacidade técnica do engenheiro em se analisar os sistemas mecânicos sob uma ótica mais dinâmica. O estudo da análise modal de sistemas dinâmicos está em constante evolução devido ao fato das ferramentas experimentais e computacionais também evoluírem continuamente. Neste aspecto, este trabalho não possui um término, pois as constantes evoluções, tais como a utilização de scanners 3D para uma aquisição mais precisa das coordenadas que dão forma aos modelos e softwares com placa de aquisição de dados, o que contribui para um salto na qualidade do sinal adquirido nos procedimentos experimentais, em detrimento do teste realizado com martelo, contribuem para que a exatidão e convergência dos resultados seja cada vez maior, possibilitando que se conheça de fato como é o comportamento dinâmico dos hélices navais amazônicos. Para futuros trabalhos, baseados neste, sugere-se uma análise modal numérica e experimental do hélice em condições reais de operação, ou seja, dentro da água. Para tal, será necessário realizar-se o teste com os hélices dentro da água e, na análise numérica, simular o hélice dentro de um volume com condições de contorno simulando o mar aberto. Bibliografia 147 BIBLIOGRAFIA [1] Moreira, A. L. S., 2000, “Otimização do Projeto de Propulsores Navais do Tipo Hélices Utilizados por Embarcações nas Condições Amazônicas”, Relatório parcial de atividades do projeto, UFPA, Pará, Brasil. [2] Coelho, C.A., Ferreira, E.L.S. e Lima, L.M.B., 1999, “Uma Alternativa para a Produção de Propulsores Navais Tipo Hélice na Amazônia”, Anais em CD-ROM do XV Congresso Brasileiro de Engenharia Mecânica, Águas de Lindóia, Brasil. [3] Ferreira, E. L. S. e Lima, L. M. B., 1999, “Projeto e Produção de Propulsores Navais nas Microempresas de Fundição do Município de Belém”, (TCC), UFPA, Pará, Brasil, pp 1-33. [4] Mostruário dos motores Yanmar, 2000. [5] Soeiro, N.S., Samir N. Y. G. & Bento Coelho J. L., 2000, “Determinação Numérica e Experimental de uma Caixa de Engrenagem de Uso Veicular, Congresso TecniAcustica, Madrid, Espanha. [6] Bran, R. & Souza, Z., 1967, “Máquinas de fluxo (turbinas, bombas e ventiladores)”, Editora Ao livro técnico S.A., Rio de Janeiro, Brasil, pp l84-198 e pp 249-255. [7] Comstock, J. P., 1967, “Principles of Naval Architeture”, The Society of Naval Architects and Marine Engineers, New York USA, pp 373-462. [8] Macintyre, A. J., 1983, “Máquinas Motrizes Hidráulicas”, Editora Guanabara Dois, Rio de Janeiro, Brasil, pp 223-246. [9] Sena, M. J. S., Reynaud, G. & Kueny, J. L., 1999, “Calcul de deformations - contraintes de roues de machines avec le code ANSYS”, Relatório Interno: Intitut National Polytechnique de Grenoble, França. [10] Swanson Analysis Systems Ansys, User’s Manual Theory, Revision 6.0, Inc. 2001. Bibliografia 148 [11] Swanson Analysis Systems Ansys, User’s Manual Vol. 1 – Procedures, Revision 6.0, Inc. 2001. [12] Padovezi, C. A., 1997, “Aplicação de Resultados de Escala Real no Projeto de Hélices de Embarcações Fluviais”, (TCC), Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil, pp 29-55. www.teses.usp.br/teses/disponiveis/3/3135/tde-18122002-164613/ publico/DissertPadovezi.PDF [13] do Vale, A.R. M., Lopes, F. A. C. & Soeiro, N. S., 2002, Análise Modal Numérica e Experimental de Propulsores Navais do Tipo Hélice Produzidos na Amazônia”, Publicado no Congresso da SAE, São Paulo, Brasil. [14] Notas de Aula do Curso de Vibrações do Departamento de Engenharia Mecânica da UFPA, Pará, Brasil, 2001. [15] Yedo, G., Mourão, R. G. & Vieira., R. J. A, Relatório de Análise Modal Experimental Utilizando o Analisador Dinâmico de Sinais HP 35665A, UFPA, Pará, Brasil, 2001. [16] de Almeida, M. T., 1987, “Vibrações Mecânicas para Engenheiros”, Editora Edgard Blücher, São Paulo, Brasil. [17] Broch, J. T., 1980, “Mechanical Vibration and Shock Measurements”, Editora Bruel & Kjaer, Denmark. [18] Geer, D. “Propeller Handbook”, 1989, Editora Marine Company International, Cambridge. [19] Apostila do Curso de Análise Modal Experimental, 2001, UFPA, Pará, Brasil. [20] Manual do Software ICATS, versão 3.8. [21] Manual do Analisador Dinâmico de Sinais HP 35665A. [22]Encarte dos Motores Estacionários YANMAR, 2000 Anexos 149 ANEXOS ANEXO 1 Autovalores e Autovetores Admita um conjunto de n equações linearmente independentes a n incógnitas.por questões de conveniência e para facilidade de compreensão, as ilustrações seguintes são geralmente limitadas a duas equações e duas incógnitas. Considere o sistema de equações: a 11x1 + a 12 x 2 = y1 a 21x1 + a 22 x 2 = y 2 Estas equações podem ser expressas em notação matricial pela equação a11 a 12 x1 y1 a = 21 a 22 x 2 y 2 A notação pode ser mais simplificada ainda, ocasionando na expressão AX=Y Para a explicação a seguir, a matriz A será do tipo quadrada de ordem n, X e Y são vetores de ngésima ordem. O problema é encontrar um vetor X (chamado de autovetor, vetor característico, vetor próprio ou coluna modal) que será transformado pela matriz A em um vetor Y cujas coordenadas são proporcionais às coordenadas de X, o vetor original, e portanto tem a mesma direção de X no espaço vetorial. Ou seja, deve ser encontrado um valor X que satisfaça a equação a seguir onde λ (chamado autovalor, valor característico, número característico ou valor próprio) é um escalar real, ou complexo que deve também ser determinado. AX = λX Anexos 150 Como λ é um escalar, λ X pode ser substituído por meio da identidade (equação abaixo), onde I é a matriz identidade e X é um vetor. λX ≡ λIX A substituição da equação acima pela mostrada anteriormente dá a equação seguinte. AX ≡ λIX Reunindo os termos e aplicando a lei distributiva da multiplicação das matrizes, originam a equação a seguir. [A -λ I] [X] = 0 A matriz [A -λ I] é chamada de matriz característica da matriz A. ela representa um sistema de equações lineares homogêneas simultâneas que somente terá solução não trivial (ou seja, X ≡ 0), somente se o determinante da matriz [A -λ I] for igual a zero. O cálculo do det [A -λ I] resulta em um polinômio de grau n em λ que é chamado função característica. Igualando este polinômio a zero, obtém-se a equação característica, cujas raízes são os autovalores da matriz A. Anexos ANEXO 2 Rotinas Escritas Para Geração de modelos 3D dos Hélices Navais Modelos NS18 e B9 Rotina NS18 !UFPA-CT-DEM !ROTINA DE CONSTRUÇÃO DE PÁS DE HÉLICES NAVAIS ATRAVÉS DE 10 PERFIS /prep7 !número de perfis nmax=10 !DECLARAÇÃO DA MATRIZ DE COORDENADAS(200 COORDENADAS) *dim,cox,array,(2*nmax*10) *dim,coy,array,(2*nmax*10) *dim,coz,array,(2*nmax*10) !LADO SUPERIOR cox(1)=16.56,17.24,17.90,18.32,18.68,19.00,18.63,17.12,14.31,6.59 cox(11)=30.71,30.71,30.71,30.71,30.71,31.10,31.48,31.87,31.87,31.87 cox(21)=41.85,41.85,42.61,43.00,43.00,43.38,43.77,44.15,44.15,44.53 cox(31)=55.67,56.05,56.44,57.20,57.97,57.97,57.97,58.36,57.97,57.97 cox(41)=71.41,72.18,72.56,72.56,72.94,73.33,73.71,74.48,74.10,74.86 cox(51)=89.07,89.07,89.45,89.45,89.84,90.22,90.22,89.84,89.84,89.84 cox(61)=101.35,101.35,101.74,102.12,102.12,102.51,102.89,102.89,103.27,102.89 cox(71)=115.94,116.71,117.09,117.48,117.48,117.86,118.25,118.25,118.25,118.25 cox(81)=131.11,131.11,131.49,131.49,131.49,131.49,131.49,131.88,132.26,132.26 cox(91)=136.10,141.09,143.78,146.46,147.23,146.46,144.93,141.86,138.79,135.71 coy(1)=-9.31,-7.98,-6.38,-5.05,-3.46,-0.27,3.72,8.24,12.50,17.82 coy(11)=-9.57,-7.45,-5.32,-2.93,0.80,4.79,9.57,14.10,18.35,23.40 coy(21)=-10.90,-7.45,-4.52,-1.33,2.66,7.45,11.70,16.49,22.07,27.13 coy(31)=-13.03,-10.64,-6.91,-1.86,3.72,9.31,13.56,19.41,25.00,30.85 coy(41)=-15.43,-10.11,-5.59,-0.53,4.26,9.57,15.69,21.81,27.66,35.11 coy(51)=-18.35,-12.23,-7.18,-1.60,3.99,10.11,16.49,23.40,30.32,36.97 coy(61)=-19.41,-14.36,-9.04,-3.72,2.39,8.24,14.89,22.34,29.79,36.44 coy(71)=-19.68,-13.03,-6.91,-1.60,3.19,8.78,14.36,19.95,26.33,31.91 coy(81)=-16.76,-13.03,-8.24,-3.99,0.53,4.52,9.04,14.36,19.68,25.00 coy(91)=-14.63,-11.17,-8.24,-2.93,2.39,7.71,12.23,16.80,19.55,22.61 coz(1)=-4.26,-3.68,-4.98,-7.48,-10.68,-15.64,-20.18,-23.74,-27.40,-29.68 coz(11)=-6.00,-9.52,-11.40,-13.58,-15.84,-18.34,-20.88,-23.24,-23.24,-26.66 coz(21)=-4.30,-6.68,-8.66,-10.62,-12.70,-14.96,-17.38,-19.86,-22.34,-24.98 coz(31)=-2.68,-5.24,-6.76,-8.58,-10.52,-12.82,-14.82,-17.18,-19.64,-22.38 coz(41)=0.00,-2.30,-4.22,-6.04,-8.32,-10.04,-12.18,-14.24,-16.68,-19.72 coz(51)=2.26,-0.18,-2.32,-4.26,-6.42,-8.32,-10.24,-12.42,-14.64,-16.84 coz(61)=2.70,1.38,-0.12,-2.38,-4.50,-6.30,-8.26,-10.08,-12.14,-14.18 coz(71)=3.82,3.02,1.52,-0.16,-1.68,-3.56,-5.06,-6.88,-8.72,-10.76 coz(81)=4.00,3.04,2.00,0.62,-0.76,-2.04,-3.20,-4.58,-5.76,-7.12 coz(91)=3.66,2.76,1.64,0.50,-0.48,-2.08,-2.94,-3.88,-5.30,-6.42 151 Anexos !LADO INFERIOR cox(101)=16.56,17.24,17.90,18.32,18.68,19.00,18.63,17.12,14.31,6.59 cox(111)=30.71,30.71,30.71,30.71,30.71,31.10,31.48,31.87,31.87,31.87 cox(121)=41.85,41.85,42.61,43.00,43.00,43.38,43.77,44.15,44.15,44.53 cox(131)=55.67,56.05,56.44,57.20,57.97,57.97,57.97,58.36,57.97,57.97 cox(141)=71.41,72.18,72.56,72.56,72.94,73.33,73.71,74.48,74.10,74.86 cox(151)=89.07,89.07,89.45,89.45,89.84,90.22,90.22,89.84,89.84,89.84 cox(161)=101.35,101.35,101.74,102.12,102.12,102.51,102.89,102.89,103.27,102.89 cox(171)=115.94,116.71,117.09,117.48,117.48,117.86,118.25,118.25,118.25,118.25 cox(181)=131.11,131.11,131.49,131.49,131.49,131.49,131.49,131.88,132.26,132.26 cox(191)=136.10,141.09,143.78,146.46,147.23,146.46,144.93,141.86,138.79,135.71 coy(101)=-9.31,-7.98,-6.38,-5.05,-3.46,-0.27,3.72,8.24,12.50,17.82 coy(111)=-9.57,-7.45,-5.32,-2.93,0.80,4.79,9.57,14.10,18.35,23.40 coy(121)=-10.90,-7.45,-4.52,-1.33,2.66,7.45,11.70,16.49,22.07,27.13 coy(131)=-13.03,-10.64,-6.91,-1.86,3.72,9.31,13.56,19.41,25.00,30.85 coy(141)=-15.43,-10.11,-5.59,-0.53,4.26,9.57,15.69,21.81,27.66,35.11 coy(151)=-18.35,-12.23,-7.18,-1.60,3.99,10.11,16.49,23.40,30.32,36.97 coy(161)=-19.41,-14.36,-9.04,-3.72,2.39,8.24,14.89,22.34,29.79,36.44 coy(171)=-19.68,-13.03,-6.91,-1.60,3.19,8.78,14.36,19.95,26.33,31.91 coy(181)=-16.76,-13.03,-8.24,-3.99,0.53,4.52,9.04,14.36,19.68,25.00 coy(191)=-14.63,-11.17,-8.24,-2.93,2.39,7.71,12.23,16.80,19.55,22.61 coz(101)=-6.96,-11.54,-16.50,-19.76,-24.14,-26.98,-29.18,-31.14,-31.94,-31.70 coz(111)=-7.50,-12.00,-15.44,-18.70,-22.24,-24.72,-26.52,-27.82,-28.62,-28.54 coz(121)=-5.74,-10.94,-14.50,-17.82,-20.26,-22.54,-23.98,-25.04,-25.86,-26.00 coz(131)=-4.04,-7.66,-11.48,-14.58,-17.48,-19.42,-20.76,-22.22,-23.22,-23.12 coz(141)=-1.38,-6.98,-9.92,-12.54,-14.62,-16.56,-18.26,-19.60,-20.54,-20.74 coz(151)=0.56,-4.04,-7.18,-9.64,-10.88,-13.94,-15.82,-17.46,-18.36,-18.32 coz(161)=1.72,-2.04,-5.22,-7.52,-9.74,-11.64,-13.44,-15.22,-15.80,-15.82 coz(171)=2.36,-1.92,-4.68,-6.64,-8.16,-9.68,-10.94,-12.04,-12.78,-12.46 coz(181)=1.94,-0.64,-2.48,-4.14,-5.54,-6.60,-7.50,-8.32,-9.02,-9.10 coz(191)=1.12,0.20,-0.76,-2.22,-3.10,-4.14,-5.16,-6.04,-7.00,-8.00 !********************************************* !mudança de escala (mm para m) *do,i,1,nmax*10*2 cox(i)=cox(i)*1e-3 coy(i)=coy(i)*1e-3 coz(i)=coz(i)*1e-3 *enddo !********************************************* !DEFINIÇÃO DOS PONTOS DE BASE *do,i,1,nmax*20 k,i,cox(i),coy(i),coz(i) *enddo !********************************************* !CONSTRUÇÃO DOS SPLINES QUE DEFINEM OS PERFIS DAS ESTAÇÕES LINEARES !face de entrada - frontal *do,i,1,nmax*10,10 bsplin,i,i+1,i+2,i+3,i+4,i+5 bsplin,i+5,i+6,i+7,i+8,i+9 *enddo 152 Anexos *do,i,1,nmax*2,2 lcomb,i,i+1 *enddo !face de saída - costado *do,i,1,nmax*10,10 bsplin,i+100,i+101,i+102,i+103,i+104,i+105 bsplin,i+105,i+106,i+107,i+108,i+109 *enddo *do,i,2,18,4 lcomb,i,i+2 *enddo *do,i,21,29,2 lcomb,i,i+1 *enddo !********************************************* !união das extremidades das faces de entrada e saída *do,i,1,nmax*10,10 l,i,i+100 l,i+9,i+109 *enddo !********************************************* !união das extremidades de estação para estação *do,i,1,nmax*9,10 l,i,i+10 l,i+9,i+19 l,i+100,i+110 l,i+109,i+119 *enddo !********************************************* !CONSTRUÇÃO DAS ÁREAS PARA A FORMAÇÃO DOS VOLUMES *do,i,1,17,2 askin,i,i+2 *enddo *do,i,1,13,4 askin,i+1,i+5 *enddo askin,18,21 *do,i,1,7,2 askin,i+20,i+22 *enddo askin,4,12 askin,12,20 askin,20,24 askin,24,28 153 Anexos 154 askin,28,31 askin,31,33 askin,33,35 askin,35,37 askin,37,39 askin,8,16 askin,16,22 askin,22,26 askin,26,30 askin,30,32 askin,32,34 askin,34,36 askin,36,38 askin,38,40 askin,1,2 askin,3,6 askin,5,10 askin,7,14 askin,9,18 askin,11,21 askin,13,23 askin,15,25 askin,17,27 askin,19,29 !********************************************* !GERAÇÃO DOS VOLUMES *do,i,nmax,nmax+8 va,i,i-9,i+27,i+28,i+9,i+18 *enddo !********************************************* !MALHAGEM DO MODELO ET,1,SOLID95 !definição das propriedades físicas e mecânicas do material MP,EX,1,2.1E11 MP,DENS,1,9000 MP,NUXY,1,0.3 !módulo de elasticidade !massa específica !coeficiente de Poisson !definição da densidade de malhas (divisão das linhas utilizadas na malhagem) !HORIZONTAL dh=5 *do,i,1,29,2 lesize,i,,,dh *enddo *do,i,2,18,4 lesize,i,,,dh *enddo dh1=3 Anexos *do,i,41,76 lesize,i,,,dh1 *enddo !VERTICAL dv=2 *do,i,4,28,4 lesize,i,,,dv *enddo *do,i,30,40 lesize,i,,,dv *enddo lesize,20,,,dv lesize,22,,,dv lesize,26,,,dv !********************************************* !construção do eixo csys,1 vgen,2,1,,,,120 vgen,2,2,,,,120 vgen,2,3,,,,120 vgen,2,4,,,,120 vgen,2,5,,,,120 vgen,2,6,,,,120 vgen,2,7,,,,120 vgen,2,8,,,,120 vgen,2,9,,,,120 vgen,2,10,,,,120 vgen,2,11,,,,120 vgen,2,12,,,,120 vgen,2,13,,,,120 vgen,2,14,,,,120 vgen,2,15,,,,120 vgen,2,16,,,,120 vgen,2,17,,,,120 vgen,2,18,,,,120 vmesh,all cylind,.0191,.011,0,-.038,0,360 !vadd,all 155 Anexos Rotina B9 !UFPA-CT-DEM !ROTINA DE CONSTRUÇÃO DE PÁS DE HÉLICES NAVAIS ATRAVÉS DE 10 PERFIS /prep7 !número de perfis nmax=10 !DECLARAÇÃO DA MATRIZ DE COORDENADAS(200 COORDENADAS) *dim,cox,array,(2*nmax*10) *dim,coy,array,(2*nmax*10) *dim,coz,array,(2*nmax*10) !LADO SUPERIOR cox(1)=15.63,18.62,19.06,18.32,17.38,16.26,14.41,11.75,7.47,0 cox(11)=29.71,29.71,29.71,29.71,29.71,29.71,29.71,29.71,29.71,29.71 cox(21)=43.29,42.87,42.87,42.87,42.87,42.87,42.87,42.87,42.87,42.44 cox(31)=58.15,58.15,57.72,57.3,57.3,56.87,56.87,56.03,55.6,55.18 cox(41)=70.46,70.03,70.03,69.61,69.61,69.18,69.18,68.76,68.33,67.91 cox(51)=83.61,83.19,82.77,82.34,81.92,81.49,81.07,80.22,79.37,78.95 cox(61)=95.92,95.92,95.5,95.07,94.65,94.23,93.8,93.38,92.95,92.1 cox(71)=108.66,108.66,108.23,108.23,107.81,107.38,106.96,106.96,106.53,105.68 cox(81)=120.54,120.54,120.54,120.54,120.54,120.12,119.69,119.69,119.27,119.27 cox(91)=124.36,127.33,129.88,131.15,131.58,131.15,129.88,128.6,125.63,122.24 coy(1)=-10.98,-4.26,1.2,5.4,7.92,10.02,12.54,15.06,17.58,19.1 coy(11)=-4.62,0.42,4.62,9.24,12.6,15.54,19.74,23.52,26.88,31.08 coy(21)=-7.56,-1.68,3.78,8.4,13.02,17.22,22.68,27.72,33.18,38.64 coy(31)=-10.92,-3.36,3.36,10.08,15.96,22.68,28.56,34.86,40.74,44.94 coy(41)=-13.86,-5.88,1.26,8.4,14.7,21.84,28.56,35.7,42.42,48.3 coy(51)=-17.64,-8.82,-0.84,7.14,15.12,22.26,29.82,36.96,43.26,49.98 coy(61)=-19.74,-10.92,-2.94,5.04,12.18,19.74,26.46,33.6,40.74,49.56 coy(71)=-20.16,-12.18,-4.62,2.52,10.08,17.22,23.94,30.24,37.38,45.36 coy(81)=-15.12,-9.24,-4.2,1.68,7.14,13.02,18.48,23.94,29.4,36.54 coy(91)=-11.76,-7.14,-2.1,3.36,8.82,14.28,19.32,23.94,29.4,33.6 coz(1)=-2.54,-2.56,-4.22,-8.56,-13.82,-18.78,-23.5,-28.96,-32.28,-38.56 coz(11)=-6.54,-8.34,-11.28,-14.9,-18.52,-21.42,-25.12,-28.7,-30.7,-33.38 coz(21)=-4.72,-7.24,-9.86,-12.92,-15.52,-17.9,-20.42,-23.1,-25.62,-28.84 coz(31)=-2.46,-4.88,-8.22,-10.88,-13.68,-16.24,-18.7,-20.84,-22.86,-24.94 coz(41)=-0.32,-2.82,-5.26,-8.34,-10.4,-12.78,-14.82,-16.7,-18.36,-21.02 coz(51)=1.18,-0.4,-3.3,-5.64,-8.06,-10.1,-11.86,-13.38,-14.94,-17.04 coz(61)=3,1.24,-0.92,-3,-5.02,-6.64,-8.02,-9.6,-11.1,-12.9 coz(71)=3.78,2.48,0.92,-0.6,-2.22,-3.68,-4.94,-6.1,-7.6,-9.22 coz(81)=3.8,2.82,1.94,0.8,-0.26,-1.1,-2.06,-3.1,-4.42,-5.2 coz(91)=3.5,3,2.12,1.38,0.74,-0.22,-1,-2.1,-3.22,-4.38 !LADO INFERIOR cox(101)=15.63,18.62,19.06,18.32,17.38,16.26,14.41,11.75,7.47,0 cox(111)=29.71,29.71,29.71,29.71,29.71,29.71,29.71,29.71,29.71,29.71 cox(121)=43.29,42.87,42.87,42.87,42.87,42.87,42.87,42.87,42.87,42.44 cox(131)=58.15,58.15,57.72,57.3,57.3,56.87,56.87,56.03,55.6,55.18 cox(141)=70.46,70.03,70.03,69.61,69.61,69.18,69.18,68.76,68.33,67.91 cox(151)=83.61,83.19,82.77,82.34,81.92,81.49,81.07,80.22,79.37,78.95 cox(161)=95.92,95.92,95.5,95.07,94.65,94.23,93.8,93.38,92.95,92.1 cox(171)=108.66,108.66,108.23,108.23,107.81,107.38,106.96,106.96,106.53,105.68 156 Anexos cox(181)=120.54,120.54,120.54,120.54,120.54,120.12,119.69,119.69,119.27,119.27 cox(191)=124.36,127.33,129.88,131.15,131.58,131.15,129.88,128.6,125.63,122.24 coy(101)=-10.98,-4.26,1.2,5.4,7.92,10.02,12.54,15.06,17.58,19.1 coy(111)=-4.62,0.42,4.62,9.24,12.6,15.54,19.74,23.52,26.88,31.08 coy(121)=-7.56,-1.68,3.78,8.4,13.02,17.22,22.68,27.72,33.18,38.64 coy(131)=-10.92,-3.36,3.36,10.08,15.96,22.68,28.56,34.86,40.74,44.94 coy(141)=-13.86,-5.88,1.26,8.4,14.7,21.84,28.56,35.7,42.42,48.3 coy(151)=-17.64,-8.82,-0.84,7.14,15.12,22.26,29.82,36.96,43.26,49.98 coy(161)=-19.74,-10.92,-2.94,5.04,12.18,19.74,26.46,33.6,40.74,49.56 coy(171)=-20.16,-12.18,-4.62,2.52,10.08,17.22,23.94,30.24,37.38,45.36 coy(181)=-15.12,-9.24,-4.2,1.68,7.14,13.02,18.48,23.94,29.4,36.54 coy(191)=-11.76,-7.14,-2.1,3.36,8.82,14.28,19.32,23.94,29.4,33.6 coz(101)=-7.34,-12.88,-18.44,-24.8,-29.28,-33.56,-37.58,-40.36,-41.22,-42.14 coz(111)=-9.06,-14.7,-18.56,-22.7,-26.08,-28.8,-32.12,-34.00,-34.86,-35.84 coz(121)=-7.36,-12.54,-16.7,-20.38,-23.7,-26.92,-29.36,-30.7,-31.72,-31.6 coz(131)=-4.24,-9.88,-13.8,-17.58,-20.76,-23.4,-25.22,-26.76,-27.6,-27.4 coz(141)=-2.7,-7.34,-11.18,-14.82,-18.00,-20.18,-21.92,-23.08,-23.68,-23.6 coz(151)=-0.34,-5.2,-9.3,-12.08,-14.9,-17.1,-18.78,-19.84,-20.42,-20.08 coz(161)=1.12,-3.04,-6.36,-9.08,-11.58,-13.18,-14.42,-15.46,-15.86,-15.88 coz(171)=2.04,-1.62,-4.06,-6.18,-7.74,-9.56,-10.78,-11.58,-12.1,-12.04 coz(181)=1.82,-0.22,-1.84,-3.48,-4.72,-5.96,-6.76,-7.36,-7.96,-8.14 coz(191)=1.2,0.38,-0.32,-0.98,-1.94,-2.92,-3.86,-4.58,-5.94,-6.94 !********************************************* !mudança de escala (mm para m) *do,i,1,nmax*10*2 cox(i)=cox(i)*1e-3 coy(i)=coy(i)*1e-3 coz(i)=coz(i)*1e-3 *enddo !********************************************* !DEFINIÇÃO DOS PONTOS DE BASE *do,i,1,nmax*20 k,i,cox(i),coy(i),coz(i) *enddo !********************************************* !CONSTRUÇÃO DOS SPLINES QUE DEFINEM OS PERFIS DAS ESTAÇÕES LINEARES !face de entrada - frontal *do,i,1,nmax*10,10 bsplin,i,i+1,i+2,i+3,i+4,i+5 bsplin,i+5,i+6,i+7,i+8,i+9 *enddo *do,i,1,nmax*2,2 lcomb,i,i+1 *enddo !face de saída - costado *do,i,1,nmax*10,10 bsplin,i+100,i+101,i+102,i+103,i+104,i+105 bsplin,i+105,i+106,i+107,i+108,i+109 157 Anexos *enddo *do,i,2,18,4 lcomb,i,i+2 *enddo *do,i,21,29,2 lcomb,i,i+1 *enddo !********************************************* !união das extremidades das faces de entrada e saída *do,i,1,nmax*10,10 l,i,i+100 l,i+9,i+109 *enddo !********************************************* !união das extremidades de estação para estação *do,i,1,nmax*9,10 l,i,i+10 l,i+9,i+19 l,i+100,i+110 l,i+109,i+119 *enddo !********************************************* !CONSTRUÇÃO DAS ÁREAS PARA A FORMAÇÃO DOS VOLUMES *do,i,1,17,2 askin,i,i+2 *enddo *do,i,1,13,4 askin,i+1,i+5 *enddo askin,18,21 *do,i,1,7,2 askin,i+20,i+22 *enddo askin,4,12 askin,12,20 askin,20,24 askin,24,28 askin,28,31 askin,31,33 askin,33,35 askin,35,37 askin,37,39 askin,8,16 askin,16,22 askin,22,26 askin,26,30 askin,30,32 158 Anexos 159 askin,32,34 askin,34,36 askin,36,38 askin,38,40 askin,1,2 askin,3,6 askin,5,10 askin,7,14 askin,9,18 askin,11,21 askin,13,23 askin,15,25 askin,17,27 askin,19,29 !********************************************* !GERAÇÃO DOS VOLUMES *do,i,nmax,nmax+8 va,i,i-9,i+27,i+28,i+9,i+18 *enddo !********************************************* !MALHAGEM DO MODELO ET,1,SOLID95 !definição das propriedades físicas e mecânicas do material MP,EX,1,2.1E11 MP,DENS,1,9000 MP,NUXY,1,0.3 !módulo de elasticidade !massa específica !coeficiente de Poisson !definição da densidade de malhas (divisão das linhas utilizadas na malhagem) !HORIZONTAL dh=8 *do,i,1,29,2 lesize,i,,,dh *enddo *do,i,2,18,4 lesize,i,,,dh *enddo dh1=3 *do,i,41,76 lesize,i,,,dh1 *enddo !VERTICAL dv=2 *do,i,4,28,4 lesize,i,,,dv *enddo Anexos *do,i,30,40 lesize,i,,,dv *enddo lesize,20,,,dv lesize,22,,,dv lesize,26,,,dv !********************************************* !construção do eixo csys,1 vgen,2,1,,,,120 vgen,2,2,,,,120 vgen,2,3,,,,120 vgen,2,4,,,,120 vgen,2,5,,,,120 vgen,2,6,,,,120 vgen,2,7,,,,120 vgen,2,8,,,,120 vgen,2,9,,,,120 vgen,2,10,,,,120 vgen,2,11,,,,120 vgen,2,12,,,,120 vgen,2,13,,,,120 vgen,2,14,,,,120 vgen,2,15,,,,120 vgen,2,16,,,,120 vgen,2,17,,,,120 vgen,2,18,,,,120 vmesh,all cylind,.0192,.0105,0,-.046,0,360 160 Anexos 161 ANEXO 3 Métodos de Extração Modais no Software ANSYS, Versão 6.0 As equações básicas em uma análise modal constituem um problema de solução de autovalores, dados pela expressão abaixo: [K]{φi } = ωi [M]{φi } 2 onde: [K] é a matriz de rigidez do sistema; {φi } é o vetor da forma modal do modo “i” ou autovetor; ωi é a freqüência natural circular do modo “i”, onde ωi é o autovalor e [M] é a matriz de massa do sistema. 2 Muitos métodos numéricos são aceitos para resolver a equação acima. O programa ANSYS, oferece seis métodos. • Método do Subespaço • Bloco Lanczos • Energia Dinâmica • Método Reduzido • Método Assimétrico • Método Amortecido Os primeiro quatro métodos, o Subespaço, o Bloco Lanczos, a Energia Dinâmica e Método Reduzido são os mais utilizados. A tabela abaixo compara estes quatro métodos de extração modais. Anexos 162 Memória Método Requerida de (A-Alta, Aplicação Solução M-Média, B-Baixa) Espaço em Disco Requerido (A-Alto, M-Médio, B-Baixo) Serve para encontrar alguns modos (cerca de quarenta) de modelos grandes. Subespaço É recomendado quando o modelo consiste de um B A M B A B B B sólido bem moldado e elementos do tipo casca. Trabalha bem quando se possui memória limitada. Serve para encontrar muitos modos (quarenta ou mais) de modelos grandes. Bloco Lanczos É recomendado quando o modelo consiste de um sólido mal moldado e elementos do tipo casca ou a combinação de elementos do tipo casca e sólidos. Trabalha mais rápido, porém requer cerca de 50% a mais de memória do que o método do subespaço. Serve para encontrar poucos modos (cerca de vinte) de modelos grandes. É recomendado quando se quer processamento rápido de autovalores de modelos com mais de Energia 100 mil GL. Dinâmica Em modelos onde a malhagem é grosseira, as freqüências são aproximadas. É possível a perda de modos quando freqüências repetidas existem no modelo. Encontra todos os modos (modelos com menos de 10 mil GL). Pode ser utilizado para encontrar Reduzido alguns modos (cerca de quarenta) de modelos maiores com a seleção de um GL mestre, mas a precisão da freqüência depende da seleção deste. Anexos 163 O Método do Bloco Lanczos O método de Bloco Lanczos de extração de autovalores é aceitável para problemas de grandes quantias de nós e simétricos. Tipicamente, este mecanismo de solução é aplicável para o tipo de problemas solucionáveis pelo método do subespaço, porém, com uma taxa de convergência mais rápida. Um bloco denominado algoritmo de Lanczos, é a base teórica do mecanismo de autosolução. Este método emprega uma estratégia automatizada de troca, combinada com a checagem da seqüência de Sturm, para extrair o número de autovalores requisitados. A checagem da seqüência de Sturm também assegura que as freqüências naturais além da faixa de freqüência de análise, fornecida pelo usuário, sejam encontradas sem perda de modos de vibração. O algoritmo do Bloco de Lanczos é uma variação do algoritmo clássico, onde as recursões do modelo são desenvolvidas usando-se um bloco de vetores ao invés de um simples vetor. Detalhes teóricos adicionais do método clássico de Lanczos podem ser encontrados em Rajakumar e Rogers (196). O uso do método do bloco de lanczos para a resolução de problemas maiores (com cerca de 100000 graus de liberdade, por exemplo) pode requerer uma quantia de memória computacional significativa. Um grande número de equações de restrição são geradas conduzindo a arquivos grandes. O Método Reduzido Para o procedimento reduzido, o sistema de equações é primeiramente condensado para os graus de liberdade livres associados com o grau mestre de liberdade. O conjunto de “n” graus mestres caracterizam as freqüências naturais de interesse do sistema. Esta técnica preserva a energia potencial dos modos de baixa freqüência, porém modifica, até certo ponto, a energia cinética. Esta energia para os modos de baixa freqüência é menos sensível à condensação do que a energia cinética de modos cujas freqüências possuem valores mais elevados. O numero de graus mestres de liberdade deve ao menos ser igual ou duas vezes o número de freqüências de interesse. Esta forma reduzida deve ser expressa por: Anexos 164 ^ ^ ^ ^ = K φ λ i M φi i sendo ^ K matriz reduzida de rigidez (conhecida) ^ φi autovetor (desconhecido) λi autovalor (desconhecido) ^ M matriz reduzida de massa (conhecido) Depois, é executada a extração real dos autovalores. A técnica de extração empregada é o HBI (Householder – Bisection – Inverse Interaction) que consiste em cinco passos (Ansys Help): a) Transformação de um autoproblema Generalizado para um autoproblema padrão. b) Reduzir a matriz de autovalores para a forma tridiagonal. c) Cálculo dos autovalores d) Cálculo dos autovetores e) Transformação dos autovetores O Método do Subespaço O método do Subespaço usa as técnicas de iterações do subespaço, as quais usam internamente os algoritmos generalizados de iteração de Jacobi. É um método de alta precisão porquê usa as matrizes totais de massa e rigidez. Por esta mesma razão, porém, o método do Subespaço é mais lento do que o método reduzido. Este procedimento é usado tipicamente onde é requerido um alto grau de precisão dos resultados ou onde não se faz necessária a seleção de um grau mestre de liberdade. Quando se faz uma análise modal com um número elevado de condições de contorno, usa-se o método de iteração do Subespaço ou o método do Bloco Lanczos para a extração das constantes modais. Anexos 165 O Método Assimétrico O método Assimétrico, o qual também utiliza as matrizes totais de massa e rigidez é utilizado para problemas onde as matrizes de rigidez e massa são assimétricas (por exemplo em problemas de interação fluido-estrutura). Este método utiliza o algoritmo de Lanczos, que calcula os autovalores e autovetores complexos se o sistema é não-conservativo. A parte real do autovalor representa as freqüências naturais e a parte imaginária é a medida da estabilidade do sistema, um valor negativo significa que o sistema é estável e um valor positivo indica que o mesmo possui instabilidade. A seqüência de checagem de Sturm não é aceitável para este método. Então, há a possibilidade de se perder alguns modos se a freqüência de extração superior assumir valores mais elevados. O Método Amortecido É utilizado em problemas onde o amortecimento não pode ser desprezado, tal como aplicações em rotores dinâmicos. Este método utiliza as matrizes totais de massa e rigidez e a matriz de amortecimento. O algoritmo aplicado é o Lanczos que calcula autovalores e autovetores complexos. A seqüência de checagem de Sturm não é aplicável a este método. Portanto existe a possibilidade de se perderem alguns modos se a freqüência de extração superior assumir valores mais elevados. O Método da Energia Dinâmica Este método internamente utiliza as iterações do subespaço, mas utiliza o solucionador iterativo PCG. Este procedimento pode ser significativamente mais rápido do que os métodos do bloco Lanczos e do subespaço, mas não apresenta boa convergência se os elementos não forem bem modelados, ou se a matriz estiver mal condicionada. Este método é especialmente utilizado em modelos muito grandes, com cerca de 100 mil graus de liberdade para obter a solução dos primeiros modos. Obs.: A seqüência de checagem e Sturm considera um número de pivôs negativos encontrados durante a triangularização da matriz de rigidez. Este número encontrará uma quantidade de autovalores que convergem a menos que o modo seja perdido. Neste caso mais vetores de Anexos 166 iteração são utilizados. Para a seqüência de checagem de Sturm final a troca utilizada é definida como: s = λ p + 0,1(λ p +1 − λ p ) onde λp = autovalor do último modo requerido λ p +1 = autovalor do próximo modo computado Anexos 167 ANEXO 4 Elementos Utilizados nas Análises Modas Numéricas, utilizando o Software ANSYS 6.0 BEAM (Viga) 3 –Elemento do Tipo Viga Elástica O elemento BEAM (Viga) 3 é do tipo uniaxial, capacidade de adquirir cargas de tração, compressão e flexão. O elemento tem três graus de liberdade em cada nó, que são as direções nodais X e Y e a rotação sobre o eixo nodal Z Figura a.1 Elemento do tipo BEAM 3. É necessária a inserção de constantes reais, tais como área da seção transversal, altura e momento de inércia da viga. As propriedades físicas e mecânicas utilizadas na análise modal são o módulo de elasticidade longitudinal, densidade e coeficiente de Poisson secundário do material constituinte do modelo. SOLID 95 - Sólido Hexaédrico Estrutural com 20 Nós em 3 Dimensões É uma versão de ordem mais alta do que o Sólido 45 (que possui 8 nós). Pode tolerar formas irregulares sem muita perda de precisão. Este elemento tem compatibilidade de deslocamento em chapas e são bem aceitáveis para modelos com limites curvilíneos. Anexos 168 O Sólido 95 é definido através de 20 nós tendo três graus de liberdade por nó, as quais são as translações nas direções nodais X, Y e Z. O elemento deve ter alguma orientação espacial para ser inserido em uma geometria, geralmente esta referência é dada pelo próprio volume gerado. Não é necessária a inserção de nenhuma constante real, pois este valor é inerente ao modelo criado no ANSYS. As propriedades físicas e mecânicas utilizadas na análise modal são as mesmas utilizadas no teste da viga com o elemento BEAM 3, ou seja, módulo de elasticidade longitudinal, densidade e coeficiente de Poisson secundário do material constituinte do modelo. Figura a.2 Elemento hexaédrico do tipo SOLID 95. SOLID 92 - Sólido Tetraédrico Estrutural com 10 Nós em 3 Dimensões O Sólido 92 de forma tetraédrica pode tolerar bem formas irregulares sem muita perda de precisão O Sólido 92 é definido através de 10 nós tendo três graus de liberdade por nó, as quais são as translações nas direções nodais X, Y e Z. O elemento deve ter alguma orientação espacial Anexos 169 para ser inserido em uma geometria, geralmente esta referência é dada pelo próprio volume gerado. Não é necessária a inserção de nenhuma constante real, pois este valor é inerente ao modelo criado no ANSYS. As propriedades físicas e mecânicas utilizadas na análise modal são as mesmas utilizadas no teste da viga com o elemento BEAM 3, ou seja, módulo de elasticidade longitudinal, densidade e coeficiente de Poisson secundário do material constituinte do modelo. Figura a.3 Elemento tetraédrico do tipo SOLID 92.