AAP_3EM_LP_EDIÇÃO 9.

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AAP_3EM_LP_EDIÇÃO 9.
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM PROCESSO
Língua Portuguesa
3ª série do Ensino Médio
Turma 2º bimestre de 2015 Data / /
Escola Aluno Leia o texto e responda às questões 1 e 2.
[...] Felizmente D. Camila tinha dado a suas filhas a mesma vigorosa educação
que recebera; a antiga educação brasileira, já bem rara em nossos dias, que, se não
fazia donzelas românticas, preparava a mulher para as sublimes abnegações que
protegem a família, e fazem da humilde casa um santuário.
Mariquinhas, mais velha que Fernando, vira escoarem-se os anos da
mocidade, com serena resignação. Se alguém se lembrava de que o outono, que
é a estação nupcial, ia passando sem esperança de casamento, não era ela, mas a
mãe, D. Camila, que sentia apertar-se-lhe o coração, quando lhe notava o desbote
da mocidade.
Também Fernando algumas vezes a acompanhava nessa mágoa; mas nele
breve a apagava o bulício do mundo.
Nicota, a mais moça e também mais linda, ainda estava na flor da idade;
mas já tocava aos vinte anos, e com a vida concentrada que tinha a família, não
era fácil que aparecessem pretendentes à mão de uma menina pobre e sem
proteções. Por isso cresciam as inquietações e tristezas da boa mãe, ao pensar
que também esta filha estaria condenada à mesquinha sorte do aleijão social, que
se chama celibato.
Quando Fernando chegou à maioridade, D. Camila nele resignou a
autoridade que exercia na casa, e a administração do módico patrimônio que
ficara por morte do marido, e que embora partilhado nos autos, ainda estava
intacto e em comunhão. [...]
ALENCAR, José de. Senhora: perfil de mulher. 6 ed. São Paulo: FTD, 1999. (Coleção Grandes leituras). p. 42 – 43.
(adaptado)
Questão 1
No texto, Alencar apresenta:
(A) A atitude enérgica e firme de Fernando diante dos problemas cotidianos de sua
família.
(B) A dificuldade de sobrevivência das mulheres na sociedade brasileira do século XIX.
(C) A serenidade com que D. Camila encara a falta de pretendentes à mão de suas filhas.
(D) A preocupação das autoridades com o patrimônio dos herdeiros, em casos de
morte.
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Questão 2
O texto é uma narrativa porque
(A) ilustra um apelo para que o leitor leia romances.
(B) defende a ideia de que as mulheres precisam casar.
(C) apresenta personagens que participam do enredo.
(D) descreve situações e locais frequentados pela família.
Leia o texto e responda à questão 3.
Quando eu falo com vocês, procuro usar o código de vocês. A figura do índio no
Brasil de hoje não pode ser aquela de 500 anos atrás, do passado, que representa
aquele primeiro contato. Da mesma forma que o Brasil de hoje não é o Brasil de
ontem, tem 160 milhões de pessoas com diferentes sobrenomes. Vieram para
cá asiáticos, europeus, africanos, e todo mundo quer ser brasileiro. A importante
pergunta que nós fazemos é: qual é o pedaço de índio que vocês têm? O seu
cabelo? São seus olhos? Ou é o nome da sua rua? O nome da sua praça? Enfim,
vocês devem ter um pedaço de índio dentro de vocês. Para nós, o importante é que
vocês olhem para a gente como seres humanos, como pessoas que nem precisam
de paternalismos, nem precisam ser tratadas com privilégios. Nós não queremos
tomar o Brasil de vocês, nós queremos compartilhar esse Brasil com vocês.
TERENA, M. Debate. MORIN, E. Saberes globais e saberes locais. Rio de Janeiro: Garamond, 2000 (adaptado).
Questão 3
(Adaptada do ENEM 2009)
Na situação de comunicação em que o texto foi produzido, a norma padrão da
língua portuguesa é empregada com a finalidade de
(A) demonstrar a clareza e a complexidade da nossa língua materna.
(B) mostrar como as línguas indígenas foram incorporadas à língua portuguesa.
(C) situar os dois lados da interlocução em posições equivalentes.
(D) comprovar a importância da correção gramatical nos diálogos entre os indígenas.
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Leia os textos e responda à questão 4.
Texto I
Ideologia
Cazuza e Frejat
O meu partido
É um coração partido
E as ilusões estão todas perdidas
Os meus sonhos foram todos
vendidos
Tão barato que eu nem acredito
Ah, eu nem acredito
Que aquele garoto que ia mudar
o mundo
(Mudar o mundo)
Frequenta agora as festas do
“Grand Monde”
Meus heróis morreram de
overdose
Meus inimigos estão no poder
Ideologia
Eu quero uma pra viver
Ideologia
Eu quero uma pra viver
O meu prazer
Agora é risco de vida
Meu sex and drugs não tem nenhum
rock’n roll
Eu vou pagar a conta do analista
Pra nunca mais ter que saber quem eu sou
Pois aquele garoto que ia mudar o mundo
(Mudar o mundo)
Agora assiste a tudo em cima do muro
Meus heróis morreram de overdose
Meus inimigos estão no poder
Ideologia
Eu quero uma pra viver
Ideologia
Eu quero uma pra viver
Disponível em: <http://www.cazuza.com.br/sec_discogra_letra.php?language=pt_BR&id=17>. Acesso em: 15 de
junho de 2015.
Texto II
Disponível em: <http://sizenandocartunsecartuns.blogspot.com.br/2008/03/enquanto-isso-na-florestadas-ilusoes.html>. Acesso em: 15 de junho de 2015.
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Questão 4
(PROVA BRASIL/SAEB)
A relação entre o Texto I – Ideologia – e o cartum (Texto II) está presente nos versos:
(A) “Os meus sonhos foram todos vendidos” / “Tão barato que eu nem acredito”
(v. 4 e 5).
(B) “Ideologia” / “Eu quero uma pra viver” (v. 12 e 13).
(C) “Pra nunca mais ter que saber quem eu sou” / “Meus inimigos estão no poder”
(v. 20 e 25).
(D) “ O meu prazer “ / “ Agora é risco de vida” (v. 16 e 17).
Leia o texto e responda à questão 5.
O movimento dos metaleiros
A análise de uma espécie de dança praticada pela plateia em concertos de heavy
metal pode ajudar a entender o comportamento de uma multidão em fúria ou
pânico e orientar o planejamento de ambientes mais adequados a essas situações.
Por Cássio Leite Vieira
Publicado em 18/07/2013 | Atualizado em 18/07/2013
Sem saber, metaleiros estão dando uma contribuição importante à cultura ao
praticarem uma dança caótica e violenta em concertos de heavy metal, um tipo de
rock rápido, distorcido e barulhento. A análise desse comportamento pode ajudar
cientistas, engenheiros e arquitetos a salvar vidas.
A ciência tem estudado o movimento coletivo de pássaros e peixes. E isso tem
ajudado a entender movimentos organizados de humanos, como pessoas
atravessando faixas de pedestres, entrando e saindo de estações de metrô,
caminhando em largas avenidas e mesmo a famosa ‘ola’ nos estádios.
Mas como entender a multidão em fúria ou pânico? A não ser em computadores,
essas situações são difíceis de simular. E, mesmo nas simulações com humanos,
os voluntários não se comportam como em uma situação real – e, por motivos
claramente éticos, não se pode causar pânico ou medo em lugar cheio de gente
para analisar o que acontece.
O grupo de Jesse Silverberg, da Universidade Cornell (EUA), encontrou algo
bem parecido com isso no som e na fúria dos concertos de heavy metal. Nessas
apresentações, é comum que parte da plateia pratique o chamado mosh, um
movimento coletivo que se assemelha a choques corporais aleatórios (e, por vezes,
violentos) contra a pessoa na vizinhança mais próxima. O mosh assemelha-se ao
movimento de um gás, concluiu estudo. [...]
Disponível em: <http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2013/305/o-movimento-dos-metaleiros/view>. Acesso em:
15 de junho de 2015. (adaptado).
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Questão 5
Uma opinião do autor sobre o fato relatado está presente em
(A) “A ciência tem estudado o movimento coletivo de pássaros e peixes”.
(B) “Nessas apresentações, é comum que parte da plateia pratique o chamado
mosh [...]”.
(C) “O mosh assemelha-se ao movimento de um gás, concluiu o estudo”.
(D) “Sem saber, metaleiros estão dando uma contribuição importante à cultura [...]”.
Leia o texto e responda às questões 6 e 7.
Francisco se foi, vamos falar de juventude?
Para a mídia, em geral as crianças e jovens são vistos sob duas óticas: como
consumidores ou como infratores
Por Dal Marcondes — publicado 30/07/2013
Até poucos dias antes da chegada do papa Francisco ao Brasil a pauta de juventude
não era bucólica e carregada de mensagens de paz e esperança. Pelo contrário,
era alto o brado pela redução da maioridade penal e fortes os ataques ao ECA
(Estatuto da Criança e do Adolescente), que garante direitos a uma das pontas
frágeis da sociedade. Para a mídia, em geral as crianças e jovens são vistos sob duas
óticas: como consumidores ou como infratores. Não há uma reflexão nos meios
de imprensa sobre o papel dos jovens na sociedade enquanto atores capazes de
oferecer a energia que alimenta as utopias ou pessoas com grande capacidade
para inovar e propor caminhos, alternativas e novas tecnologias.
A abordagem da imprensa dos fatos de uma sociedade não é feita pela ótica da
normalidade, daquilo que é a rotina do cotidiano, mas da exceção. Ou seja, quando
um adolescente comete um crime bárbaro aquilo é martelado à exaustão nos
canais de TV e jornais, principalmente porque a anomalia é notícia e, portanto,
vende mais, atrai mais público. A repetição da anomalia cria na sociedade uma
falsa sensação de que aquilo é corriqueiro, que os crimes cometidos por jovens são
a maioria e que eles precisam ser punidos.
Por outro lado, o tratamento desqualificado e muitas vezes brutal recebido
por jovens encarcerados em instituições que deveriam garantir seus direitos à
educação, saúde, moradia e outros é fato corriqueiro, portanto, deixa de ser notícia.
Não é abordado pela mídia, a não ser em casos de rebelião, quando novamente a
exceção rompe a barreira da rotina e exige seu espaço nas manchetes. O debate
sobre a maioridade penal deveria ser mais abrangente, envolvendo uma discussão
ampla sobre as políticas voltadas para a juventude em todo o Brasil, nas questões
de educação, saúde e moradia, mas principalmente em relação ao acesso dos
jovens a oportunidades, principalmente de trabalho.
[...]
Disponível em: <http://www.cartacapital.com.br/sociedade/francisco-se-foi-vamos-falar-de-juventude-6486.html >.
Acesso em: 15 de junho de 2015. (adaptado)
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Questão 6
Em “Para a mídia, em geral as crianças e jovens são vistos sob duas óticas: como
consumidores ou como infratores”, há uma ideia sustentada pelo argumento de que
(A) a imprensa aborda os fatos do cotidiano destacando o que é exceção e não
normalidade sobre os jovens.
(B) a população carcerária no Brasil é constituída por jovens de 18 a 24 anos, em
sua maioria.
(C) a sociedade brasileira aceita a importância do ECA para garantir os direitos da
juventude.
(D) a imprensa reconhece o papel dos jovens e sua capacidade de inovar e traçar
novos rumos para a sociedade.
Questão 7
O texto apresenta elementos constitutivos próprios da organização do gênero
textual denominado
(A) propaganda.
(B) artigo de opinião.
(C) dissertação escolar.
(D) reportagem.
Leia o texto e responda à questão 8.
O doce
Carlos Drummond de Andrade
A boca aberta para o doce
Já prelibando a gostosura,
E o doce cai no chão de areia, droga!
Olha em redor. Os outros viram.
Logo aquele doce cobiçado
A semana inteira, e pago do seu bolso!
Irá deixá-lo ali, só porque os outros
Estão presentes, vigilantes?
A mão se inclina, pega o doce, limpa-o
De toda areia e mácula do chão.
“Se fosse em casa eu não pegava não,
Mas aqui no colégio, que mal faz?”
ANDRADE, Carlos Drummond de. Biblioteca Verde. In: Carlos Drummond de Andrade – Poesia Completa. Rio de
janeiro: Editora Nova Aguilar, 2002. P. 1099-1100.
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Questão 8
O ponto de interrogação utilizado pelo poeta no último verso indica
(A) uma explicação para si mesmo.
(B) uma explicação para os outros que estão olhando.
(C) uma pergunta para si mesmo.
(D) uma pergunta para os frequentadores do colégio.
Leia o texto e responda à questão 9.
Tatuagem
Chico Buarque de Hollanda
Quero ficar no teu corpo feito
tatuagem
Que é pra te dar coragem
Pra seguir viagem
Quando a noite vem
E também pra me perpetuar em
tua escrava
Que você pega, esfrega, nega
Mas não lava
Quero brincar no teu corpo feito
bailarina
Que logo se alucina
Salta e te ilumina
Quando a noite vem
E nos músculos exaustos do teu braço
Repousar frouxa, murcha, farta
Morta de cansaço
Quero pesar feito cruz nas tuas costas
Que te retalha em postas
Mas no fundo gostas
Quando a noite vem
Quero ser a cicatriz risonha e corrosiva
Marcada a frio, a ferro e fogo
Em carne viva
Corações de mãe
Arpões, sereias e serpentes
Que te rabiscam o corpo todo
Mas não sentes
Disponível em: <http://www.chicobuarque.com.br/frame_pesquisa.asp?tipo=1&busca=tatuagem>.
Acesso em: 15 de junho de 2015.
Questão 9
Conforme Aytel M. T. Fonseca1, em Tatuagem, os recursos linguísticoexpressivos contribuem para o ritmo da música, dentre eles
I. as rimas entre palavras de mesma classe gramatical, chamadas de rimas
pobres, por serem mais previsíveis: tatuagem, viagem, coragem (substantivos)
/braço, cansaço (substantivos) / corrosiva, viva (adjetivos).
II. as rimas entre palavras de classe gramatical diferente, conhecidas como
ricas, mais inusitadas: bailarina, alucina, ilumina (substantivo, verbo, verbo) /
escrava, lava (substantivo, verbo) / serpentes, sentes (substantivo, verbo).
III.as rimas entre palavras de classe gramatical semelhante, conhecidas como
rimas sequenciadas, que se diferenciam apenas por um fonema: postas,
gostas (substantivo, verbo).
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Estão corretas:
(A) as afirmativas I, II e III.
(B) as afirmativas I e II.
(C) as afirmativas I e III.
(D) as afirmativas II e III.
Leia o texto e responda à questão 10.
A outra noite
Rubem Braga
Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e
chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo
e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das nuvens feias
que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas,
uma paisagem irreal.
Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou um sinal
fechado para voltar-se para mim:
— O senhor vai me desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas,
tem mesmo luar lá em cima?
Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia
uma outra — pura, perfeita e linda.
— Mas, que coisa...
Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva.
Depois continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador
ou pensava em outra coisa.
— Ora, sim senhor...
E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um “boa-noite e um “muito
obrigado ao senhor” tão sinceros, tão veementes, como se eu tivesse feito um
presente de rei.
BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora do Autor, 1960. p. 183-4.
Questão 10
Os fatos do texto estão organizados na sequência temporal da narrativa em:
(A) A surpresa do chofer, a gratidão do chofer, a conversa com o amigo.
(B) A surpresa do chofer, a conversa com o amigo, a gratidão do chofer.
(C) A conversa com o amigo a gratidão do chofer, a surpresa do chofer.
(D) A conversa com o amigo, a surpresa do chofer, a gratidão do chofer.
1 Fonseca Teixeira. Aytel M.: Leitura na Escola: Gramática e expressividade. Disponível em: http://www.filologia.org.br/
xiv_cnlf/tomo_3/2775-2780.pdf Acesso em 16 de junho de 2015.
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Leia o texto e responda às questões 11 e 12.
Mais produtividade para crescer
Na abertura do Fórum Mundial de Ciência, no Rio de Janeiro, economista aponta necessidade
de se investir na capacitação da mão de obra para manter o crescimento econômico e a
redução da desigualdade alcançados pelo Brasil na última década.
Por: Sofia Moutinho | Publicado em 25/11/2013 | Atualizado em 25/11/2013
Nos últimos dez anos, a renda média do brasileiro cresceu 30% e a desigualdade
econômica caiu cerca de 6%, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(Ipea). O cenário pode parecer animador, mas, para o economista Ricardo Paes de
Barros, secretário de ações estratégicas da Secretaria de Assuntos Estratégicos da
Presidência da República (SAE), os bons ventos podem não se sustentar em longo
prazo, caso não haja investimento na produtividade da mão de obra do país.
Segundo Barros, o admirável crescimento econômico se deu em decorrência do
crescimento do emprego durante esse período, aliado ao aumento da escolaridade da
população adulta. Mais educação levou a mais pessoas empregadas, principalmente
das camadas mais pobres, e, por consequência, maior distribuição de renda.
O economista alerta, no entanto, que o crescimento econômico não foi
acompanhado de produtividade. Enquanto a renda aumentou 30% em 10 anos, a
produtividade cresceu menos que 10% no mesmo período.
Barros apontou que, sem a elevação da produtividade, o crescimento econômico
e a redução da desigualdade não vão se manter. “As pessoas muitas vezes pensam
que basta aumentar a renda das camadas mais pobres da população para reduzir
a desigualdade, mas não é tão simples assim”, comentou. “Assistimos a um grande
crescimento e nos tornamos um país famoso por nossa capacidade de reduzir a
desigualdade, mas nosso sucesso social não é pleno.”
O economista ressaltou que, em última instância, a educação foi uma das grandes
responsáveis pela redução das desigualdades e que ela novamente deve ser uma
ferramenta para aumentar nossa produtividade. De acordo com Barros, para
manter o crescimento, é preciso investir na educação tecnológica e na inovação.
“Nosso maior desafio é reganhar um crescimento estável e rápido e isso será muito
difícil sem a incorporação de novas tecnologias e a melhoria da educação”, disse.
Barros destacou ainda a necessidade de se investir na capacidade de trabalho
dos 10% mais pobres da população, que, segundo ele, não foram totalmente
contemplados com o crescimento econômico recente.
Ele enfatizou a importância de que essa capacitação acompanhe o progresso
tecnológico. “Para alcançarmos um desenvolvimento econômico pleno e estável,
o avanço tecnológico precisa ser recriado década após década e para isso a ciência
também é fundamental.” (Adaptado)
Disponível em: < http://cienciahoje.uol.com.br/noticias/2013/11/mais-produtividade-para-crescer>
Acesso em 15 de junho de 2015.
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Questão 11
No texto, a tese defendida pelo autor é a de que:
(A) O país aumentará sua produtividade investindo na educação e no progresso
tecnológico.
(B) O trabalho dos 10% mais pobre da população teve um crescimento estável
e rápido.
(C) O crescimento econômico se deu em decorrência da diminuição do
emprego nesse período.
(D) O desenvolvimento econômico tem pouca relação com a escolaridade
adulta.
Questão 12
A educação deve ser uma ferramenta para aumentar a produtividade do Brasil.
Um argumento que reforça essa ideia é:
(A)“Enquanto a renda aumentou 30% em 10 anos, a produtividade cresceu
menos que 10% no mesmo período.”
(B)“Sem a elevação da produtividade, o crescimento econômico e a redução
da desigualdade não vão se manter.”
(C)“Nosso maior desafio é reganhar um crescimento estável e rápido e isso
será muito difícil sem a incorporação de novas tecnologias e a melhoria da
educação.”
(D)“Assistimos a um grande crescimento e nos tornamos um país famoso por
nossa capacidade de reduzir a desigualdade, mas nosso sucesso social não
é pleno.”
Leia o texto e responda à questão 13.
Domingão
Márcia Paganini Cavéquia
Domingo, eu passei o dia todo de bode. Mas, no começo da noite, melhorei e
resolvi bater um fio para o Zeca.
- E aí, cara? Vamos no cinema?
- Sei lá, Marcos. Estou meio pra baixo...
- Eu também tava, cara. Mas já estou melhor.
E lá fomos nós. O ônibus atrasou, e nós pagamos o maior mico, porque, quando
chegamos, o filme já tinha começado. Teve até um mané que perguntou se a
gente tinha chegado para a próxima seção.
Saímos de lá, comentando:
- Que filme massa!
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- Maneiro mesmo!
Mas já era tarde, e nem deu para contar os últimos babados pro Zeca. Afinal,
segunda-feira é dia de trampo e eu detesto queimar o filme com o patrão. Não
vejo a hora de chegar o final de semana de novo para eu agitar um pouco mais.
Disponível em http://nelmundoca9.blogspot.com.br/2010/07/textos-para-interpretar-4-ou-5-ano.html
Acesso em 15 de junho de 2015.
Questão 13
As gírias presentes no trecho “- Eu também tava, cara.” e “Afinal, segunda-feira é
dia de trampo [...]” indicam que a conversa acontece entre
(A) amigos em situação coloquial.
(B) pessoas em diálogo formal.
(C) o chefe e o subordinado.
(D) o professor e seu aluno.
Leia o texto e responda à questão 14.
A arte da dublagem
No post de sexta-feira, reclamei de terem escolhido Luciano Huck para
dublar Flynn Rider em Enrolados. Queria deixar claro que não tenho nada contra
o apresentador da Rede Globo. Acho até seu programa interessante. “Bem
feitinho”, como ele brincou com o CQC. O problema é que existem tantos bons
dubladores no Brasil que não dá para entender o porquê de escolherem famosos
como se isso fosse atrair público. O mais importante é funcionar na história.
Para homenagear os profissionais da dublagem brasileira, coloco aqui o
documentário “Eu conheço essa voz”, produzido por alunos da PUC visando
divulgar essa profissão tão desvalorizada. Crescemos ouvindo essas vozes, seus
trejeitos, sotaques. Assistir a filmes com atores em sua voz original, é melhor,
admito, mas no caso das animações, a dublagem brasileira tem seu charme,
afinal, mesmo o original é uma dublagem. A diferença é que, com a evolução
da tecnologia, cada vez mais as dublagens originais são trabalhadas para casar
perfeitamente com o movimento de boca e expressões do personagem. Além
disso, alguns efeitos sonoros se perdem, por mais que os estúdios enviem as
cópias com vários canais de áudio separados.
Ainda assim, esses talentosos profissionais brasileiros fazem de tudo
para entregar o melhor trabalho, como tive o prazer de ver ano passado aqui
em Salvador na sessão de dublagem ao vivo. Por mais que muitos, incluindo
eu, prefiram ver o filme no original a função dessa profissão para a conquista
de público é importantíssima, principalmente em um filme infantil, onde a
criançada ainda não consegue acompanhar legendas. Por isso, faço quase um
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apelo aos produtores locais. Vamos valorizar a dublagem brasileira. Não chamem
pessoas famosas achando que isso vai valorizar seu filme, pois pode acabar se
revertendo em algo muito ruim. Já vi diversas manifestações contra Luciano
Huck em Enrolados na internet.
Amanda Aouad é Mestre em Comunicação e Cultura Contemporânea pela UFBA. Disponível em: http://www.
cinepipocacult.com.br/2011/01/arte-da-dublagem.html Acesso em 15 de junho de 2015.
Questão 14
No trecho: “Assistir filmes com atores em sua voz original, é melhor, admito, mas
no caso das animações, a dublagem brasileira tem seu charme, afinal, mesmo o
original é uma dublagem.”
A alternativa em que a conjunção mas é substituída sem perda do sentido
original é
(A) Assistir a filmes com atores em sua voz original, é melhor, admito, isto é, no
caso das animações, a dublagem brasileira tem seu charme...”
(B) Assistir a filmes com atores em sua voz original, é melhor, admito, portanto,
no caso das animações, a dublagem brasileira tem seu charme...”
(C) Assistir a filmes com atores em sua voz original, é melhor, admito, porém, no
caso das animações, a dublagem brasileira tem seu charme...”
(D) Assistir a filmes com atores em sua voz original, é melhor, admito, assim, no
caso das animações, a dublagem brasileira tem seu charme...”
Leia o texto e responda à questão 15.
Finá de ato
Adispôs de tanto amor
De tanto cheiro cheiroso
De tanto beijo gostoso, nós briguemos
Foi uma briga fatá; eu disse: cabou-se!
Ele disse; cabou-se!
E nós dois fiquemos mudo, sem vontade de falá.
Xinguemos, sim, nós se xinguemos
Como se pode axingá:
-Ô, mandinga de sapo seco!
_Ô, baba de cururu!
_Tu fica no Norte
Que eu vô pru sul
Não quero te ver nem pintado de carvão
Lá no fundo do quintá
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E se eu contigo sonhar
Acordo e rezo o Creio em Deus Pai
Pru modi não me assombrá.
É... o Brasil é muito grande
Bem pode nos separar!
Eu engoli um salucio
Ele, engoliu bem uns quatro.
Larguemo o pé pelo mato
Passou-se tantos tempo
Que nem é bom recordar...
Onti, nós se encontremus
Nenhum tentou disfarçá
Eu parti pra riba dele
Cum fogo aceso nu oiá
Que se num fosse um cabra de osso
Tava aqui dois pedaço.
Foi tanto cheiro cheiroso...
Foi tanto beijo gostoso...
Antonce nós si alembremos
O Brasil... é tão pequeno
Nem pode nos separa!
Texto original de autor desconhecido. Adaptação de Gertrudes da Silva Jimenez Vargas
Disponível em: http://pensador.uol.com.br/frase/NTU4MDI0/ Acesso em 15 de junho de 2015.
Questão 15
(SARESP – Adaptada)
No texto, o uso de uma variedade não padrão da língua portuguesa deve-se ao
fato de que
(I) o autor desconhece a norma padrão da língua e escreve todas as palavras erradas.
(II) o autor incorpora aspectos de oralidade no poema com a intenção de situar
o leitor.
(III) as marcas da oralidade permitem reconhecer uma possível falta de escolarização.
(IV)a 3ª estrofe é construída para que o leitor perceba o espaço geográfico do
“eu lírico”.
Estão corretas as afirmativas:
(A) II, III e IV.
(B) I, III e IV.
(C) II e IV.
(D) I, II e III.
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Leia o poema e responda às questões 16 e 17.
O Anel de vidro
Manuel Bandeira
Aquele pequenino anel que tu me deste,
- Ai de mim – era vidro e logo se quebrou...
Assim também o eterno amor que prometeste,
- Eterno! Era bem pouco e cedo se acabou.
Frágil penhor que foi do amor que me tiveste,
Símbolo da afeição que o tempo aniquilou Aquele pequenino anel que tu me deste,
- Ai de mim – era vidro e logo se quebrou.
Não me turbou, porém, o despeito que investe
Gritando maldições contra aquilo que amou.
De ti conservo na alma a saudade celeste...
Como também guardei o pó que me ficou
Daquele pequenino anel que tu me deste...
Bandeira, Manuel. Estrela da vida inteira - poesia completa. 5. Ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009. P. 74.
Questão 16
No poema, o emprego de travessões e reticências reforça a ideia de
(A) que o amor, apesar de grande e eterno, só aconteceu na infância do eu lírico.
(B) pausa no fluxo da imaginação para exprimir, de forma espontânea, certas
lembranças do passado.
(C) que a saudade ficou na memória do passado e vive na alegria do presente.
(D) interrupção do sentimento nostálgico do eu lírico, para expressar um amor
reprimido no passado.
Questão 17
Nos versos do poema: “Aquele pequenino anel que tu me deste, (l. 1 e l.7)” e “Daquele
pequenino anel que tu me deste...(l. 13)”, o emprego do adjetivo “pequenino”:
(A) exprime a ternura do eu lírico pelo anel de vidro.
(B) acentua o caráter carinhoso que perpassa o poema.
(C) intensifica a afeição do eu lírico pela amada ausente.
(D) expressa o aspecto irônico que caracteriza o poema.
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Leia o texto e responda à questão 18.
D. Antônio tinha ajuntado fortuna durante os primeiros anos de sua vida
aventureira; e não só por capricho de fidalguia, mas em atenção à sua família,
procurava dar a essa habitação construída no meio de um sertão, todo o luxo e
comodidade possíveis. Além das expedições que fazia periodicamente à cidade
do Rio de Janeiro, para comprar fazendas e gêneros de Portugal, que trocava pelos
produtos da terra, mandara vir do reino alguns oficiais mecânicos e hortelãos,
que aproveitavam os recursos dessa natureza tão rica, para proverem os seus
habitantes de todo o necessário. Assim, a casa era um verdadeiro solar de fidalgo
português, menos as ameias e a barbacã, as quais haviam sido substituídas por
essa muralha de rochedos inacessíveis, que ofereciam uma defesa natural e uma
resistência inexpugnável. Na posição em que se achava, isto era necessário por
causa das tribos selvagens, que, embora se retirassem sempre das vizinhanças dos
lugares habitados pelos colonos, e se entranhassem pelas florestas, costumavam
contudo fazer correrias e atacar os brancos à traição.
ALENCAR, José de. O Guarani. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000135.pdf
pág. 7. Acesso em 10.06.2015.
Questão 18
O excerto do romance de José de Alencar
(A) reproduz cenas do cotidiano da vida dos habitantes do Brasil contemporâneo.
(B) narra os costumes dos oficiais mecânicos e hortelãos que vieram ao Brasil.
(C) descreve os costumes e o cenário em que vive um fidalgo no período colonial.
(D) discorre sobre os ataques à traição que as tribos de índios selvagens faziam.
Leia os textos e responda à questão 19.
Texto 1
IDH municipal do Brasil cresce 47,5% em 20 anos, aponta Pnud
País estava no nível ‘muito baixo’ de desenvolvimento humano em 1991.
Com resultado de 2010, divulgado nesta segunda (29), saltou para ‘alto’.
Por Cíntia Acayaba e Mariana Oliveira
O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) do Brasil cresceu 47,5%
entre 1991 e 2010, segundo o “Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil
2013”, divulgado nesta segunda-feira (29) pelo Programa das Nações Unidas para
o Desenvolvimento (Pnud). De acordo com a publicação, a cidade com o IDHM
mais elevado é São Caetano (SP), e os municípios que tiveram maior evolução no
quesito “renda” são das regiões Norte e Nordeste.
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A classificação do IDHM geral do Brasil mudou de “muito baixo” (0,493), em 1991
para “alto desenvolvimento humano” (0,727), em 2010. Em 2000, o IDHM geral do
Brasil era 0,612, considerado “médio”.
O IDHM é um índice composto por três indicadores de desenvolvimento humano:
vida longa e saudável (longevidade), acesso ao conhecimento (educação) e
padrão de vida (renda). [...]
Em 20 anos, 85% dos municípios do Brasil saíram da faixa de “muito baixo
desenvolvimento humano”, segundo classificação criada pelo Pnud. Atualmente,
0,57% dos municípios, ou 32 cidades das 5.565 do país, são consideradas de
“muito baixo desenvolvimento humano”.
De acordo com os dados do “Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil
2013”, 85,8% dos municípios brasileiros faziam parte do grupo de “muito baixo
desenvolvimento humano” em 1991. Em 2000, esse número caiu para 70% e, em
2010, despencou para 0,57%.
As faixas classificatórias do Índice de Desenvolvimento Municipal (IDHM) são
“muito baixo” (0 a 0,499); “baixo” (0,500 a 0,599); “médio” (0,600 a 0,699); “alto”
(0,700 a 0,799) e “muito alto” (0,800 a 1).
Atualmente, 74% das cidades se encontram nas faixas de “médio” e “alto
desenvolvimento”, e cerca de 25% deles estão na faixa de “baixo desenvolvimento”.
[...]
As regiões Sul e Sudeste têm a maioria dos municípios concentrada na faixa
de “alto desenvolvimento humano”, 64,7% e 52,2%, respectivamente. No
Centro-Oeste e no Norte, a maioria dos municípios é considerada como “médio
desenvolvimento”: 56,9% e 50,3%, respectivamente.
Disponível em: <http://g1.globo.com/brasil/noticia/2013/07/idh-municipal-do-brasil-cresce-475-em-20-anosaponta-pnud.html>.
Acesso em: 15 de junho de 2015. (adaptado)
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Texto 2
Disponível em: <http://noticias.uol.com.br/infograficos/2013/07/29/idh-dos-municipios.htm>. Acesso em: 15 de junho de 2015.
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Questão 19
A informação sobre a diminuição da desigualdade do IDHM nos municípios
brasileiros verificada no gráfico, na comparação entre 1991 e 2010, está constatada
no texto da notícia em:
(A)“Em 20 anos, 85% dos municípios do Brasil saíram da faixa de ‘muito baixo
desenvolvimento humano’, segundo classificação criada pelo Pnud”.
(B) “As faixas classificatórias do Índice de Desenvolvimento Municipal (IDHM) são
‘muito baixo’ (0 a 0,499); ‘baixo’ (0,500 a 0,599); ‘médio’ (0,600 a 0,699); ‘alto’
(0,700 a 0,799) e ‘muito alto’ (0,800 a 1)”.
(C)“As regiões Sul e Sudeste têm a maioria dos municípios concentrada na faixa
de ‘alto desenvolvimento humano’, 64,7% e 52,2%, respectivamente”.
(D)“Atualmente, 74% das cidades se encontram nas faixas de ‘médio’ e
‘alto desenvolvimento’, e cerca de 25% deles estão na faixa de ‘baixo
desenvolvimento.’
Leia o texto e responda à questão 20.
Balõezinhos
Manuel Bandeira
Na feira livre do arrabaldezinho
Um homem loquaz apregoa balõezinhos de cor:
-“O melhor divertimento para as crianças!”
Em redor dele há um ajuntamento de meninos pobres,
Fitando com olhos muito redondos os grandes balõezinhos muito redondos.
No entanto a feira burburinha.
Vão chegando as burguesinhas pobres,
E as criadas das burguesinhas ricas,
E as mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza.
Nas bancas de peixe,
Nas barraquinhas de cereais,
Junto às cestas de hortaliças
O tostão é regateado2 com acrimônia.3
[...]
BANDEIRA, Manuel. A cinza das horas; Carnaval; O ritmo dissoluto. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1994.
2 Regatear - discutir para obter pela menor quantia possível; pechinchar – conf. Grande Dicionário Houaiss. Disponível
em: <http://houaiss.uol.com.br/busca?palavra=acrim%25C3%25B4nia> – Acesso em 18/03/2013.
3 Acrimônia - estado ou qualidade do que é acre, azedo; acridão, acridez, acritude, acridade – conf. Grande Dicionário
Houaiss. Disponível em: <http://houaiss.uol.com.br/busca?palavra=acrim%25C3%25B4nia? – Acesso em 18/03/2013.
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Questão 20
No poema, os diminutivos “arrabaldezinho”; “balõezinhos”; “burguesinhas;
“barraquinhas” representam a
(A) alegria do eu lírico ao retornar à sua cidade de origem.
(B) agitação das festividades do interior.
(C) admiração ao ver tantas crianças pobres.
(D) afetividade do eu lírico com coisas simples do dia a dia.
Leia o texto e responda à questão 21.
A droga que é uma droga
Vera Meira Bestene
Não podemos dizer que toda droga é prejudicial ou que modifica o
comportamento, intoxicando o organismo, posto que temos as drogas que são
medicamentos, remédios e, se usadas corretamente sob prescrição médica, são
valiosas colaboradoras à manutenção da saúde.
A droga que é, realmente, uma droga é toda substância que, ingerida, inalada
ou injetada, modifica, altera transitoriamente a personalidade, o funcionamento
do organismo, intoxica, estimulando o cérebro, deprimindo-o, perturbando-o de
tal ordem que leva o indivíduo a fazer qualquer coisa para conseguir novamente
aquela substância, isto porque as drogas causam dependência.
[...]
A família , célula mater da sociedade, precisa estar sempre atenta, fazendo
da informação e educação a aliada para que as crianças e adolescentes vejam que
o dizer não às drogas, à primeira experiência não significa “criancice”, “frouxura”,
“pequenez” ou mesmo infantilidade. [...]
O uso de substâncias químicas nocivas à saúde e que causam dependência
vem se alastrando em nossa sociedade de forma agressiva. Faz-se necessário
ajudar as instituições que cuidam de nossos viciados. É coerente e prudente que
todos sejamos voluntários na ajuda desses seres que, infelizmente, foram levados
pela ilusão das drogas.
Parece, sempre, que nada temos a fazer, mas, muitas vezes, a palavra certa,
na hora certa evita, faz cair na real, desmistifica os problemas e faz com que
verifiquemos que a força e a coragem nos levam ao topo da montanha e sempre
que queremos, verdadeiramente, uma coisa, ela se faz possível.
BESTENE, Vera Meira. A Gazeta. Rio Branco, Acre, 20 de janeiro de 2002. Opinião.
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Questão 21
No texto, a tese defendida pela autora é a de que:
(A)A participação ativa da família no combate ao uso das drogas nocivas à saúde
apresenta resultados negativos.
(B)A sociedade deve colaborar ativamente no combate às drogas nocivas à
saúde e que causam dependência.
(C)A alteração transitória da personalidade e do funcionamento do organismo
são próprias dos viciados em jogos.
(D)As drogas devem ser maléficas à saúde e transformar seus usuários em
pessoas depressivas e viciadas.
Leia o texto e responda à questão 22.
Canção
Alphonsus de Guimaraens
Quando chegaste, os violoncelos
Que andam no ar cantaram hinos.
Estrelaram-se todos os castelos,
E até nas nuvens repicaram sinos.
Foram-se as brancas horas sem rumo,
Tanto sonhadas! Ainda, ainda
Hoje os meus pobres versos perfumo
Com os beijos santos da tua vinda.
Quando te foste, estalaram cordas
Nos violoncelos e nas harpas...
E anjos disseram: Não mais acordas,
Lírio nascido nas escarpas!
Sinos dobraram no céu e escuto
Dobres eternos na minha ermida.
E os pobres versos ainda enluto
Com os beijos santos da despedida.
Guimaraens, Alphonsus de. “Canção”. In: Barbosa, Frederico (org.). Cinco séculos de poesia: (antologia
da poesia clássica brasileira). 4. ed. São Paulo: Aquariana, 2011.
Questão 22
Nos versos “Ainda, ainda/Hoje os meus pobres versos perfumo/Com os beijos
santos da tua vinda.”, a repetição do advérbio “ainda”
(A) expressa a duração prolongada do tempo em que o poeta perfuma seus versos.
(B) revela a indiferença do poeta diante da chegada e da partida de sua amada.
(C) transmite a emoção dos violoncelos que cantam hinos que permanecem no ar.
(D) insiste na atualidade dos beijos provocados pela tão sonhada vinda da amada.
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Leia o texto e responda à questão 23.
Sisu tem disputa maior entre não cotistas
Na ampla concorrência, cada vaga recebeu 18 inscrições; na rede pública, são 16
candidatos 08 de janeiro de 2014 | 2h 01
Paulo Saldaña - O Estado de S.Paulo
O Sistema de Seleção Unificada (Sisu) tem concorrência 12,5% maior entre os
estudantes provenientes de escolas particulares do que entre os alunos cotistas
que disputam vagas reservadas para a rede pública. Ontem, eram 18 candidatos
por vaga na chamada “ampla concorrência”, ante 16 entre os cotistas.
[...] O sistema do Ministério da Educação (MEC) centraliza as vagas de instituições
de ensino público, sobretudo federais, que escolhem seus alunos com base na
nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As inscrições vão até sexta-feira.
Das 171 mil vagas disponíveis no Sisu, 44% são reservadas para estudantes
de escola pública (com respeito a critérios raciais e de renda) e para ações
afirmativas, como vagas para deficientes. A modalidade de ampla concorrência
havia recebido 1,7 milhão de inscrições, enquanto para as vagas reservadas pela
Lei de Cotas e para ações afirmativas eram 1,1 milhão - cada candidato pode se
inscrever em até dois cursos.
A diferença na busca por vaga em cada modalidade mostra que os egressos de
escolas públicas tiveram menor interesse em tentar uma instituição superior
gratuita. No entanto, 80% dos concluintes de ensino médio inscritos no Enem
2013 eram da rede pública.
De acordo com o educador Mateus Prado, especialista em Enem, os dados revelam
que, apesar das cotas, a maioria dos alunos estaduais e municipais não acredita que
pode chegar à universidade pública. “Esses alunos não têm referência, um amigo
ou vizinho, que tenha passado em uma universidade federal”, afirma ele. “Mas tem
um monte de vizinho que passou no ProUni (Programa Universidade Para Todos).”
[...]
Procura. Mais de 1,6 milhão dos 5 milhões de participantes do Enem já haviam
entrado no Sisu até as 18 horas de ontem. Minas Gerais teve o maior número de
inscritos - são 199.961. Em seguida, surgem São Paulo (196.116) e Rio (158.614).
Os cursos de Administração, Direito e Medicina eram os mais procurados até
ontem. [...] ( Adaptado)
Disponível em: <http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,sisu-tem-disputa-maior-entre-naocotistas-,1115986,0.htm> Acesso em: 15 de junho de 2015.
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Questão 23
Há uma opinião sobre os fatos relatados na notícia em:
(A)O Sistema de Seleção Unificada (Sisu) tem concorrência 12,5% maior entre
os estudantes provenientes de escolas particulares do que entre os alunos
cotistas que disputam vagas reservadas para a rede pública.
(B)De acordo com o educador Mateus Prado, especialista em Enem, os dados
revelam que, apesar das cotas, a maioria dos alunos estaduais e municipais
não acredita que pode chegar à universidade pública.
(C) O sistema do Ministério da Educação (MEC) centraliza as vagas de instituições
de ensino público, sobretudo federais, que escolhem seus alunos com base
na nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
(D)Das 171 mil vagas disponíveis no Sisu, 44% são reservadas para estudantes
de escola pública (com respeito a critérios raciais e de renda) e para ações
afirmativas, como vagas para deficientes.
Leia o texto e responda à questão 24.
Se achante
Manoel de Barros
Era um caranguejo muito se achante.
Ele se achava idôneo para flor.
Passava por nossa casa
Sem nem olhar de lado.
Parece que estava montado num coche4
De princesa. Ia bem devagar
Conforme o protocolo
A fim de receber aplausos.
Muito achante demais.
Nem parou para comer goiaba.
(Acho que quem anda de coche não come goiaba.)
Ia como se fosse tomar posse de deputado.
Mas o coche quebrou
E o caranguejo voltou a ser idôneo para mangue.
BARROS, Manoel de. Poemas rupestres. Rio de Janeiro: Record, 2004. p. 31.
Questão 24
O termo achante em “Muito achante demais” (v.9) é um neologismo empregado
em lugar de
(A) tímido.
(B) humilhado.
(C) receoso.
(D) arrogante.
4 Coche – o mesmo que carruagem de estilo antigo, conforme Grande Dicionário Houaiss de Língua Portuguesa Disponível em:
<http://houaiss.uol.com.br/busca?palavra=coche>. Acesso em: 15 de junho de 2015.
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Folha de Respostas do Aluno
QUESTÃO
A
B
C
D
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
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Anotações
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