Expo - Catálogo Recife

Transcrição

Expo - Catálogo Recife
Mestres
da Gravura
Coleção
FUNDAÇÃO
BIBLIOTECA NACIONAL
Mestres
da Gravura
Coleção
FUNDAÇÃO
BIBLIOTECA NACIONAL
instituto ricardo brennand
Recife, 21 de novembro de 2014 a 1º de março de 2015
PRODUÇÃO
APOIO
PATROCÍNIO
REALIZAÇÃO
Rio de Janeiro, 2014
N
Mestres da Gravura
no Instituto
Ricardo Brennand
L E O N A R D O DA N TA S S I LVA
conselheiro do Instituto Ricardo Brennand
o inal do século xx, o industrial
pernambucano Ricardo Brennand
encontrava-se empenhado em reunir
obras do pintor holandês Frans Post (1612–1680),
quando soube, através de amigos, que a Sociedade
de Cultura Inglesa do Rio de Janeiro possuía dois
exemplares em excelente estado daquele artista na
coleção reunida pelo festejado colecionador Sir
Henry Joseph Lynch (1878–1958), fundador daquela
entidade.
Por conta disso, vieram para Pernambuco não
somente os dois preciosos quadros de Frans Post,
mas toda a pinacoteca da Sociedade de Cultura
Inglesa do Rio de Janeiro, reunindo 98 obras,
produzidas por 18 artistas brasileiros e estrangeiros,
e descritas no livro Iconografia e paisagem: coleção Cultura
Inglesa (Rio de Janeiro: Edições Pinakoptheke,
1994), que assim passaram a integrar o acervo do
Instituto Ricardo Brennand, no Recife.
Nessa coleção, vieram algumas litografias
de paisagens brasileiras, desenhadas por Johann
Moritz Rugendas (1802–1858), Ambroise Louis
Garneray (1783–1857), Johann Jacob Steinmann
(1800–1844), Friedrich Hagedorn (1814–1889)
e Emil Bauch (1823–c.1890), além de outros
responsáveis pela produção dessas vistas do
oitocentos entre nós.
Anteriormente, o industrial Ricardo Brennand
já vinha reunindo gravuras ligadas ao Brasil Holandês
(1630–1654), produzidas por Willem Jacobsz Delff
(1580–1638), responsável pelo retrato do conde
João Maurício de Nassau-Siegen no ano de sua
chegada ao Recife (1637), e por Theodoro Matham
(c.1600–c.1677), autor das folhas de abertura dos
livros de Gaspar Barlaeus (1647) e da obra Historia
Naturalis Brasiliae (1648), de Willem (Guilherme)
Piso e Georg Marcgrav.
Dentre as gravuras do período, foram
adquiridas as paisagens desenhadas pelo pintor
Frans Post para o livro de Gaspar Barlaeus (1647),
gravadas por Jan Broosterhuisen (c.1596–1650) e
possivelmente pelo próprio Frans Post. Também
vieram a ser reunidos ao conjunto livros e mapas
de outros autores sobre o Brasil Holandês, cuja
influência artística chega até o século xviii, com
as publicações de Pieter van der Aa (1659–1733),
famoso geógrafo, editor e livreiro neerlandês.
Neste ano de 2014, o Instituto Ricardo Brennand
completou 12 anos de atividades, período em que foi
visitado mais de dois milhões de pessoas, tendo sido
eleito pela TripAdvisor como o 17º entre os 25 mais
importantes museus do mundo e classificando-se
como o primeiro da América do Sul.
Esta exposição Mestres da Gravura: Coleção
Fundação Biblioteca Nacional nos chega neste momento
em que estamos a festejar vários fatos importantes
em nossa caminhada de 12 anos.
A nossa festa tem continuidade com a
exposição dessa coleção de gravuras da Bilioteca
Nacional do Rio de Janeiro, algumas delas
originárias do acervo da primitiva Real Biblioteca
(1760), chegadas ao Brasil quando da transferência
da Família Real portuguesa em 1808.
Gravuras produzidas na Itália, Alemanha,
Países Baixos (Holanda), Bélgica, França, Inglaterra,
Espanha e no próprio Portugal, datadas do século
xv ao século xix, encontram-se à disposição de um
público sedento de conhecimentos e de refrigério
para os olhos e espíritos.
Assim, saudamos mais esta exposição itinerante
de arte que chega para a alegria de todos nós do
Instituto Ricardo Brennand, hoje o centro cultural
mais visitado do Norte do Brasil, com uma
frequência média anual de 150 mil visitantes.
P
reservar e permitir o acesso aos registros
da cultura brasileira é missão da Fundação
Biblioteca Nacional, detentora de uma das
mais ricas coleções da América Latina, atualmente
composta por mais de nove milhões de peças,
entre as quais livros, manuscritos, mapas, gravuras
e partituras.
Hoje, a instituição bicentenária enfrenta
os desaios que o futuro lhe impõe, sem dar as
costas para o seu passado. É importante recordar
que, graças à estratégia da Coroa Portuguesa
em enfrentar os mares para driblar a invasão
napoleônica, trazendo na bagagem sua Real
Biblioteca, a Biblioteca Nacional se tornou
responsável pela preservação da memória cultural
brasileira, bem como por parcela da memória
portuguesa.
A cuidadosa seleção de gravuras do acervo da
Biblioteca Nacional, ora apresentada ao público,
compõe um conjunto precioso, grande parte
oriunda da Real Biblioteca portuguesa. A partir
desses documentos, será possível apreciar a arte
da gravura e conhecer diversos artistas, bem
como as técnicas por eles empregadas. Em suma,
a apresentação da exposição Mestres da Gravura
no Instituto Ricardo Brennand, no Recife, se
constitui numa oportunidade ímpar de dar ao
público acesso a esse valioso acervo.
F U N DA Ç Ã O B I B L I O T E C A N A C I O N A L
ALBRECHT DÜRER
Adão e Eva, 1504
buril | line engraving, 25 x 10,2 cm
REAL BIBLIOTECA
…
CAPA | COVER
REMBRANDT HERMENSZOON VAN RIJN
[A leitora], 1634
água-forte | etching
13,1 x 10,9 cm
COL. OLIVEIRA BARBOZA
Sumário
Mestres da gravura:
Coleção Fundação Biblioteca Nacional
10
A arte de gravar | A arte da gravura
11
As técnicas de gravura
Fernanda Terra
as g ravuras
13
Coleção Italiana
29
Coleção Alemã
42
Coleção Holandesa
54
Coleção Flamenga
61
Coleção Francesa
71
Coleção Inglesa
78
Coleção Espanhola
88
Coleção Portuguesa
G
ravar é dar vida às linhas do tempo.
Das tramas delicadas do desenho
sobre uma superfície bordaram-se
com linhas incisivas, ao longo da
história, algumas das mais sutis e notáveis obras de
arte. Albrecht Dürer, Lucas van Leyden, Rembrandt
van Rijn, Jacques Callot, Giovanni Battista Piranesi,
Goya y Lucientes e William Hogarth, entre muitos
outros artistas representativos da história da gravura
ocidental, são alguns destaques da coleção de
gravuras avulsas da Fundação Biblioteca Nacional,
constituída por mais de 30 mil itens. Cento e
quarenta e quatro obras do Renascimento ao
Iluminismo foram pesquisadas e selecionadas para
representar os tesouros guardados nessa instituição
nacional. Feitas por 66 gravadores, traduzem a
construção do pensamento ilosóico e religioso, as
ideias, os costumes e as descobertas promovidas pela
cultura europeia ao longo dos séculos.
As gravuras estão dispostas em núcleos
regionais de produção, formados pelas coleções
italiana, alemã, holandesa, flamenga, francesa,
inglesa, espanhola e portuguesa, e por ordem
cronológica de nascimento dos gravadores.
Estão presentes tanto xilogravuras, exemplos
da mais antiga técnica de gravar sobre papel,
quanto variadas técnicas de gravação em metal
desenvolvidas até o século xviii.
Esse conjunto inclui gravuras originais, obras
criadas por renomados artistas da história da arte
que exploram os recursos das técnicas de gravura,
e também gravuras de reprodução ou de interpretação,
realizadas por gravadores com amplo domínio
técnico, que reproduzem obras-primas, como
pinturas, esculturas, desenhos e afrescos, tendo
sido essas gravuras uma forma de disseminação e
divulgação da arte e dos artistas ao longo do tempo.
As gravuras presentes remontam à Real
Biblioteca portuguesa, trazida por ocasião da
transferência da Corte para o Rio de Janeiro
em 1808, e a outras coleções posteriormente
incorporadas ao acervo da Fundação Biblioteca
Nacional, entre as quais as coleções J. A. Oliveira
Barboza e D. Thereza Christina Maria, e integram o
mais importante acervo de gravuras do país.
Origens: a Real Biblioteca
O gabinete de estampas real incluído no conjunto
que compõe a Real Biblioteca foi formado por
coleções doadas e adquiridas pelo rei d. José i, logo
após o terremoto de 1755, ocasião em que um grande
incêndio decorrente do sismo destruiu o acervo da
antiga Real Biblioteca em Lisboa. Em 1760, reiniciase a formação da coleção, com destaque, no final
desse mesmo século, para duas grandes doações:
a coleção do erudito Diego Barbosa Machado,
bibliófilo, acadêmico real e abade da Igreja de
Santo Adrião de Server, que incluía livros, álbuns
de estampas de assuntos religiosos e coleções de
retratos e de mapas, em sua maioria gravados a
buril ou à água-forte, e a coleção do artista inglês
Guglielmo Dugood, composta de uma série de
álbuns de estampas, mapas gravados e manuscritos
iluminados.1
Com a transferência da Corte para o Rio de
Janeiro em 1808 e a acomodação da família real no
Paço dos Vice-Reis, a Real Biblioteca e a Livraria
do Infantado foram instaladas, em 1810, em parte
do hospital da Ordem Terceira do Carmo, situado
à rua do Carmo, que se comunicava com o Paço
e a Capela Real por meio de um passadiço.
Em 1811, a consulta aos livros e estampas seria
liberada apenas aos estudiosos, que tinham de
obter prévio consentimento régio.
A partir de então, a Real Biblioteca recebe
novas doações. Dois anos depois, são enviados
de Lisboa álbuns de estampas e chapas de cobre,
gravadas por artistas integrantes da Oficina do
Arco do Cego, e que serviram para ilustrar as obras
lá publicadas, sob a direção do ilustre botânico
brasileiro frei José Mariano da Conceição Velloso,
cujo espólio já havia sido oferecido ao príncipe
regente, d. João vi. Por ordem deste, a Real
Biblioteca se torna pública em 1814.
Entre as coleções de estampas que passariam a
integrá-la em solo brasileiro, encontram-se a livraria
do dr. Manuel Ignácio da Silva Alvarenga, adquirida
em 1815, e aquela pertencente ao arquiteto real José
da Costa e Silva, incorporada em 1818 e composta,
entre outros itens, de estampas de artistas europeus
e de desenhos italianos dos séculos xvii e xviii.
Em 1822, ano da Independência do Brasil,
arrematou-se a coleção do conde da Barca, da
qual fazia parte um conjunto de 7.318 estampas
documentárias, distribuídas em 120 volumes.2
Em decorrência da Convenção Adicional ao
Tratado de Amizade e Aliança, de 29 de agosto de
1825, assinada por Portugal e pelo Brasil, após a sua
Independência, a Real Biblioteca foi comprada e
tornou-se propriedade do governo imperial brasileiro,
denominando-se Biblioteca Pública da Corte
e, por vezes, Biblioteca Imperial e Pública da
Corte. Em 4 de agosto de 1858, a Biblioteca passou
a funcionar em edifício comprado pelo governo
imperial à rua do Passeio, n. 48, no largo da Lapa.
Somente em 1876 foi nominada Biblioteca
Nacional. Neste mesmo ano, criou-se a Seção
de Estampas, no intuito de conservar, catalogar
e divulgar o núcleo de obras gráficas de artistas
— 10 . 11
europeus vindas de Portugal com a Real
Biblioteca.3 A organização da 3a Seção, como
era conhecida, foi confiada a José Zephyrino de
Menezes Brum,4 o primeiro chefe do setor, e as
estampas dos principais fundos, catalogadas de
acordo com o sistema de classificação adotado
na Biblioteca de Paris, com algumas poucas
modificações, constituindo-se assim três catálogos:
por escolas, por materiais e alfabético.5
Algumas coleções iconográficas particulares,
incluindo estampas originais e de interpretação de
nomes significativos da história da gravura, seriam
incorporadas à Biblioteca Pública da Corte, entre
as quais a de J. A. Oliveira Barboza, em 1874.
Em 1877, adquiriu-se a coleção de J. A. Alves
de Carvalho, com 774 estampas, seguindo-se a
ela aquisições feitas em 1878 relacionadas com a
ocupação holandesa no Brasil, incluindo a doação
de Salvador de Mendonça, assim como a aquisição
de águas-fortes, adquiridas de Miguel Navarro y
Cañizares.6
Já no final do século xix, em 1890, após a
proclamação da República, o ex-imperador d.
Pedro ii doou à Biblioteca Nacional a sua biblioteca
particular, coleção denominada D. Thereza
Christina Maria, com mais de 100 mil itens, entre
livros, mapas, partituras, fotografias, manuscritos,
documentos impressos e 18.847 estampas artísticas
de gravadores europeus do século xix.7
A inauguração da Biblioteca Nacional no
prédio da avenida Rio Branco, n. 219, antiga
avenida Central, deu-se em 1910, beneficiando a
Seção de Estampas, hoje Divisão de Iconografia.
No século xx, raras gravuras europeias avulsas
foram incorporadas à coleção.8 A atenção voltou-se
para os artistas brasileiros, constituindo-se assim
um precioso núcleo de gravadores modernos.
GIOVANNI BATTISTA PIRANESI
Le Antichità romane, 1750–3, [tomo | tome III, prancha | plate XL]
água-forte | etching, 40,4 x 60 cm
REAL BIBLIOTECA
Notas
1 cunha, Lygia da Fonseca Fernandes da. “Escola
italiana de gravura: catálogo de estampas”. In: Anais
da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (1984), vol. 104.
Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, 1987, p. 173.
5 villa-lobos, R. “Iconografia (Estudos)”.
In: Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (1896),
vol. xviii. Rio de Janeiro: Tipografia Leuzinger,
1897, p. 420.
2 Ibid., p. 174.
6 brum, José Zephyrino de Menezes. “Esboço
Histórico”. Op. cit., p. 584.
3 cunha, Lygia da Fonseca Fernandes da. “Escola
Brasileira de Gravura. Catálogo de Estampas”.
In: Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, vol. 96.
Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, 1976, p. 10.
4 brum, José Zephyrino de Menezes. “Esboço
Histórico”. In: Anais da Biblioteca Nacional do Rio de
Janeiro (1883–1884), vol. xi. Op. cit., p. 547.
7 mello, José Alexandre Teixeira de. “Relatório
anual”. In: Anais da Biblioteca Nacional do Rio de
Janeiro (1896), vol. xviii. Op. cit., p. 474.
8 cunha, Lygia da Fonseca Fernandes da. “Escola
italiana de gravura: catálogo de estampas”. Op.
cit., p. 174.
A arte de gravar
A arte de gravar em papel se iniciou, no Ocidente,
somente no final do século xiv, com xilogravuras
usadas para reproduzir imagens de santos e cartas
de baralho. Seu desenvolvimento é consequência
do conhecimento da técnica de fabricação do
papel, descoberta pelos chineses em 105 a.c., e que
chegou à Península Ibérica, trazida pelos árabes,
em meados do século xii.
No século xv, no entanto, o ofício de gravar
em papel se desenvolve na Itália e, logo em seguida,
nos demais países europeus, como expressão
artística e meio de divulgação e democratização
do conhecimento, em substituição ao manuscrito
e às iluminuras. Surgem então os incunábulos, os
primeiros livros impressos.
As primeiras impressões a partir da matriz de
madeira são chamadas de xilogravuras (gravuras
em relevo). Já o emprego de matrizes em metal,
inicialmente restrito à ourivesaria, possibilitou o
surgimento da gravura em talho-doce (taille-douce ou intaglio), nome primeiro empregado em
referência à gravura a buril e que, hoje, denomina,
em oposição à gravura em relevo, todo processo
de construção de matrizes metálicas planas e
polidas. São preferencialmente feitas em chapas de
cobre, em que o entalho produzido é entintado,
permitindo maior aprimoramento e refinamento
das impressões. Também podem ser usadas chapas
de zinco ou latão.
A arte de gravura em metal é conhecida como
calcografia. Até o século xviii, eram cinco os
procedimentos da gravura em talho-doce: a buril,
à ponta-seca e à água-forte, herdados dos ourives
e armeiros medievais, e à água-tinta e à maneira-negra, procedimentos inventados para a
— 12 . 13
construção de matrizes reticuladas por processos
manuais e mecânicos. Somam-se a esses, de meados
para o fim do século xviii, as técnicas à maneira do
crayon, do verniz mole e do pontilhado.
A arte da gravura
Nas mais antigas xilogravuras e gravuras a buril,
o tema religioso é a marca da construção do fazer
artístico. Para o homem da Idade Média, era Deus
quem semeava a vis creativa. D’Ele provinha a beleza
da criação, testemunho de sua grandeza e de sua
sabedoria infinita, pela qual o Belo se aproxima da
Verdade.
Ao longo do Quattrocento, o Belo e a natureza
se fundem num só ideal. Temas documentais e
mitológicos surgem no universo das gravuras,
inspirados pelo humanismo crescente que afirma
a dignidade do homem e o torna um investigador
por excelência da natureza, numa revalorização dos
ideais clássicos. O homem como centro do universo,
autônomo, livre e criativo, faz-se representar em
proporções perfeitas, inserindo-se no espaço ilusório
tridimensional da perspectiva linear.
No século xvi, o pensamento renascentista
se difunde por toda a Europa, ao mesmo tempo
que a Reforma abala o equilíbrio político e a
unidade cultural e artística recém-conquistados no
continente. As gravuras, sob inspiração protestante,
voltam-se para a natureza e os personagens
profanos, e a iconoclastia toma o cenário da arte.
Com o declínio da influência católica, surgem
os sentimentos de pessimismo, insegurança e
alheamento, que caracterizariam a atmosfera do
Maneirismo. A noção de espaço é alterada e a
perspectiva se fragmenta em múltiplos pontos
de vista. As proporções da figura humana são
distorcidas numa linguagem visual mais dinâmica,
que se mostra dramática e sofisticada, refletindo os
dilemas do final desse século.
Ao longo do século xvii, a Contrarreforma
abre caminho para o adensamento expressivo do
Barroco, com a sensualidade das formas curvas
espiraladas, a monumentalidade cenográfica e a
exaltação do movimento. Ao excesso do Barroco,
o Neoclassicismo, em meados do século xviii,
responde com uma arte mais serena, equilibrada,
simples e sombria, que retoma o interesse pela
Antiguidade clássica a partir de escavações
arqueológicas e das bases científicas, sistemáticas e
racionais em que se inspira.
As técnicas de gravura
Xilogravura
Na xilogravura, realizam-se entalhes diretos na
matriz de madeira com ferramentas como a goiva
e o formão, deixando-se em relevo a imagem a ser
impressa. Destacada do fundo, essa imagem recebe
a tinta de impressão, que será transferida para
uma folha de papel, por meio de pressão feita pela
mão diretamente sobre o papel posado na placa
entintada de madeira ou com o auxílio de uma
espátula ou colher de madeira.
cortante de aço em formato quadrado, losângico
ou redondo. O gravador pousa o buril sobre o
metal, realizando encavos muito finos e profundos,
que deixam marcas a serem preenchidas pela tinta
de impressão. A qualidade da linha depende da
profundidade e da largura das incisões, e da força
empregada na gravação. A tinta é transferida para
o papel com uma prensa. Foi, por excelência, a
ferramenta dos primeiros gravadores.
Gravura à ponta-seca
Conhecida desde o século xv e também de corte
direto, mas diferente do buril, que retira metal
ao produzir a linha incisa, a ponta-seca somente
desloca material, quando pressionada contra a
superfície. Essa diferença aparentemente sutil
cria dois tipos de linhas peculiares e claramente
discerníveis. A ponta-seca é empunhada como
um lápis e não exige conhecimentos de ofício tão
elaborados quanto os necessários ao uso do buril,
sendo o tom da linha dado pela pressão produzida
ao desenhar e pela quantidade de rebarbas
produzidas nesses deslocamentos. As rebarbas
seguram a tinta, que, somada àquela contida nos
sulcos, dá a característica aveludada e o contorno
difuso à linha construída por essa ferramenta.
Utilizam-se pontas de formatos e materiais
diferentes, que geram resultados distintos no corte
e na impressão. Depois de algumas dezenas de
provas, as rebarbas são destruídas ou modificadas,
o que cria flutuações na qualidade das imagens e
não permite grande número de impressões.
Gravura a buril
Também conhecida como talho-doce, a gravura a
buril surgiu no século xv e é a mais antiga técnica
de gravura em metal que se conhece. O buril é
um instrumento com cabo de madeira e ponta
Gravura à água-forte
A água-forte, ao contrário do buril e da ponta-seca, é um procedimento indireto. Técnica utilizada
desde o século xvi, aqua-fortis era como a alquimia
chamava os mordentes, produtos químicos que
atacavam as áreas da matriz de cobre desenhadas
e não isoladas pelos vernizes resistentes a eles,
criando-se assim concavidades. O desenho é feito
com pontas de metal, utilizadas como lápis, de
modo que o cobre seja exposto onde a ponta
penetra o verniz. A chapa de cobre é imersa em
ácido (nitrito ou percloreto de ferro) e as partes a
ele expostas que não estão protegidas pelo verniz,
corroídas. A corrosão é determinada pelo tipo
de agente químico escolhido em que a placa será
imersa e pelo tempo de exposição do metal a essa
situação. Em seguida, o verniz é removido da chapa,
que, uma vez limpa, é coberta de tinta; novamente
limpa, deixam-se apenas os sulcos cobertos de tinta.
Cobre-se a chapa com um papel umedecido e os
dois passam por uma prensa; o papel absorve a tinta
depositada nos sulcos, produzindo uma impressão
invertida do desenho sobre a chapa. São muitos os
mordentes e sistemas de aplicação empregados pelos
artistas. Dessa forma, obtêm-se gradações de tons,
que vão do mais claro a uma infinidade de texturas
visuais e ao escuro mais profundo. Quase todos os
água-fortistas importantes inventaram processos
próprios.
que a superfície, após ser impressa, ofereça um
negro profundo e aveludado. A chapa é trabalhada
por meio de raspagens e bruniduras, obtendo-se,
assim que se rebaixam as rebarbas, os tons em
meias-luzes, entre o negro da malha construída e o
branco de um polimento total.
Gravura à água-tinta
Gravura à maneira-negra
À diferença dos processos lineares, a água-tinta,
inventada no século xviii, permite obter superfícies
regulares em meios-tons. Trata-se de um processo
indireto que se vale de mordentes, como a água-forte. A matriz é pulverizada com resinas, breu e
betume, que aderem à superfície da placa pelo uso
de calor. O mordente (ácido) ataca os pontos nus
da matriz que não estão protegidos pela resina.
Com diversos métodos de morsuras e diferentes
tipos de verniz, conseguem-se valores à maneira de
chapados, que podem traduzir aguadas. Traduz-se
uma escala de tempo em escala de cinzas virtuais:
quão mais raros os pontos corroídos, menor a
reserva de tinta, e quão mais profundos, maior
a reserva para a tinta na impressão. Em outras
palavras, quanto menos tinta impressa, mais pontos
brancos no papel, e vice-versa, fazendo com que a
relação de quantidade entre pretos e brancos gere
os cinzas óticos e a consequente escala tonal.
Também chamada de mezzotinta ou meia-tinta,
essa técnica, criada no século xvii, consiste na
construção de um tramado regular e rigoroso
de pontos, por intermédio de um instrumento
próprio, chamado berceau, cujo formato é parecido
com o de um pente em meia-lua, com dentes
sem espaçamento entre si e pontas muito afiadas.
O berceau fere o metal, levantando rebarbas em
decorrência da pressão exercida diretamente sobre
ele, sem a necessidade de mordentes. Isso garante
De meados para o fim do século xviii, surgem
as técnicas à maneira de crayon, do verniz mole e
do pontilhado. Este é um método que utiliza a
água-forte, o buril curvo e a ponta-seca. Primeiro,
faz-se uma leve gravação do contorno do desenho
em água-forte; em seguida, são obtidos os tons do
trabalho, pontilhando-se a chapa com a ponta do
buril curvo ou com a ponta-seca sobre um segundo
verniz, posteriormente banhado em ácido.
— 14 . 15
Coleção Italiana
e
André Mantegna [1431–1506]
e
Marco Antonio Raimondi [c.1480–c.1534]
Benedetto Montagna [c.1480– c.1541]
Marco Dente [c.1493–1527]
e
e
Agostino de Musi [c.1490–1536]
Enea Vico [1523–1567]
Lodovico Carracci [1555–1619]
e
Francesco Brizzi [1574–1623]
e
Adamo Ghisi [1530–1587]
Annibale Carracci [1560–1609]
e
Guido Reni [1575–1642]
Giovanni Benedetto Castiglione [1609–1664]
Stefano della Bella [1610–1664]
e
Giovanni Battista Piranesi [1720–1778]
Salvatore Rosa [1615–1673]
e
Francesco Bartolozzi [1725–1815]
Marco Antonio Raimondi
[c.1480–c.1534]
ANDREA MANTEGNA
MARCO ANTONIO RAIMONDI
Jesus Cristo descendo ao limbo, s/d
buril | line engraving, 43 x 33,2 cm
[Orfeu e Eurídice], c. 1510
buril | line engraving, 18,3 x 14 cm
REAL BIBLIOTECA
COL. OLIVEIRA BARBOZA
Também conhecido como
Marcantonio, foi ourives, desenhista
e gravador a buril. Nasceu em 1480
em Bolonha, onde faleceu em 1539.
Aprendeu a desenhar com Franscisco
Raibolini (o Francia), ourives e
pintor, para quem trabalhou obras
de nigelo, em cujo exercício se
familiarizou com o manejo do buril
e os princípios e práticas de gravar
a talho-doce. Iniciou a prática da
chamada gravura de interpretação ou
reprodução. Foi grande intérprete
de Raphael e admirador da obra
de Dürer, tendo copiado em aço
a Pequena Paixão, à maneira das
xilogravuras do mestre alemão. Sua
reputação foi tão grande que atraiu
diversos gravadores à sua escola.
Teve como discípulos, ente outros,
Agostinho de Musi, Marco Dente,
Mestre do Dado, Enea Vico, os
Ghisi, Bartholomeu Beham e Georg
Pencz.
BENEDETTO MONTAGNA
Benedetto Montagna
[c.1480–C.1541]
André Mantegna
[1431–1506]
Pintor e gravador a buril, nasceu na
ilha de Cartura, perto de Vicenza,
em 1431. Aos 11 anos, iniciou seu
aprendizado na escola clássica de
Francisco Squarcione, em Pádua.
Estudou escultura romana e
perspectiva. Sua carreira foi marcada
pelos trabalhos da escola florentina.
— 16 . 17
Quando jovem, foi influenciado por
Jacopo Belline. Em 1459, passou a
viver em Mantua, onde permaneceu
até sua morte, em 1506. Foi protegido
por Luiz de Gonzaga, duque de
Mantua, que o nomeou cavaleiro,
e pelo papa Inocêncio viii. Apesar
de ser um pintor magnífico, não foi
menor como gravador. Suas obras são
admiradas pelo gosto e a correção dos
desenhos. “A noção plástica é trazida
para a gráfica e por consequência
o gosto pela abstração ligada aos
grafismos, ritmos e adensamentos
luminosos” (Luis Cláudio Mubarac).
Sua maneira de gravar característica se
dava por formas fortemente marcadas,
com sombras executadas por traços
paralelos abertos e linhas oblíquas
mais claras entre esses traços, e suas
gravuras eram abertas em folhas de
cobre.
Pintor e gravador a buril, nasceu
em Vicenza por volta de 1480, filho
do pintor Bartolomeu Montagna.
Trabalhou quase toda a sua vida em
Veneza, tomando por modelos, na
pintura, Bellini e, na gravura, Dürer.
Suas gravuras, cujas primeiras datam
de cerca de 1500, são fortes, simples e
muito raras.
[São Paulo, o Eremita, contemplando a morte de Santo Antão], s/d
buril | line engraving, 19,3 x 17,1 cm
REAL BIBLIOTECA
Agostino de Musi, dito
O Veneziano [c.1490–1536]
Desenhista e gravador a buril. Nasceu
em Veneza em cerca de 1490 e faleceu
em Roma em 1536. Não se sabe ao
certo quais foram seus primeiros
mestres. Sabe-se, no entanto, que,
vivendo em Roma, trabalhou sob a
direção de Marco Antonio Raimondi.
Em seus primeiros trabalhos, copiava
o Mestre do Caduceu e Giulio
Campagnola, que foi sua maior
influência. Foi na escola de Raimondi
que Musi se associou a Marco Dente
da Ravenna, com quem executou em
conjunto diversas gravuras.
Marco Dente
[c.1493–1527]
Mais conhecido como Marco Dente
da Ravenna, nasceu nessa cidade por
volta de 1493 e morreu, provavelmente
durante o saque de Roma, em 1527.
Foi discípulo de Marco Antonio
Raimondi e manteve parceria com
Agostino Veneziano até 1520. Após
essa data, começou a marcar seus
trabalhos com seu nome ou suas
iniciais. Em certa riqueza de texturas
e tons, chegou muito próximo da
técnica de gravar de seu mestre. Seu
sombreado, com largas superfícies
planas de tons, é simples e prazeroso.
ENEA VICO
Os amores de Marte e Vênus, s/d
[segundo | according to Francesco Mazzuoli
dito | called O Parmegiano]
buril | line engraving, 30 x 20,3 cm
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
REAL BIBLIOTECA
Enea Vico
[1523–1567]
MARCO DENTE
Vênus ferida por um espinho de roseira, s/d
[segundo | according to Raphael Sanzio]
buril | line engraving, 26,2 x 16,8 cm
REAL BIBLIOTECA
— 18 . 19
AGOSTINO DE MUSI
[Jovem Herói ao pé do altar], s/d
[segundo | according to Raphael]
buril | line engraving, 24 x 18,4 cm
Desenhista e gravador em metal,
nasceu em Parma em 1523 e faleceu
em Ferrara em 1567. Seu florescimento
como gravador se deu entre 1541 e
1567. Mudou-se para Roma ainda
jovem, tendo como mestre o gravador
e comerciante de estampas não muito
importante Thommaso Barlacchi.
As gravuras de Enea Vico anteriores a
1550 são gravadas à maneira de diferentes
mestres: Julio Bonasone, Agostino de
Musi, Jacob Caraglio e Marco Antonio
Raimondi. Posteriormente, Vico
adquiriu uma maneira de gravar própria
e característica. Foi também cultor
das ciências, que estudou de maneira
particular, e escreveu sobre numismática.
Reina grandes incertezas sobre os fatos
de sua vida.
ANNIBALE CARRACCI
Pietà ou Cristo de Caprarola, 1597
água-forte retocada a buril
etching retouched with burin
12,3 cm x 16,1 cm
REAL BIBLIOTECA
ANNIBALE CARRACCI
Pietà ou Cristo de Caprarola, 1597
água-forte retocada a buril | etching
retouched with burin, 12,3 cm x 16,1 cm
REAL BIBLIOTECA
ADAMO GHISI
LODOVICO CARRACCI
A escravidão , s/d
[segundo | according to Andrea Mantegna]
buril | line engraving, 27 x 14,3 cm
A virgem e o menino Jesus cercados por anjos, s/d
água-forte | etching, 16,5 x 12 cm
REAL BIBLIOTECA
Adamo Ghisi
[1530–1587]
Desenhista e gravador a buril, filho de
Giovanni Battista, nasceu em Mantua
em 1530. Faleceu em 1587. Gravou
segundo vários mestres italianos. Sua
maneira de gravar se assemelha à de
seu pai e à de seu irmão mais velho,
Jorge Ghisi.
— 20 . 21
REAL BIBLIOTECA
Lodovico Carracci
[1555–1619]
Annibale Carracci
[1560–1609]
Francesco Brizzi
[1574–1623]
Pintor e gravador à água-forte e a
buril, nasceu em Bolonha em 1555.
Teve como primeiro mestre Prospero
Fontana. Nessa mesma cidade,
fundou com seus primos e discípulos
Agostino e Annibale Carracci a
célebre escola de pintura Accademia
degli Incamminati, em que incentivava-se
a revitalização da gravura de linha e
desencorajava-se a produção de gravar
à água-forte. Ainda que inferiores
às de seus primos, as gravuras de
Lodovico são bastante estimadas.
Faleceu em Bolonha em 1619.
Irmão mais novo de Agostino, foi
pintor e gravador à água-forte e a buril.
Nasceu em Bolonha em 1560 e morreu
em Roma em 1609. Aprendeu pintura
com Lodovico Carracci, seu primo,
tendo sido considerado o mais hábil
pintor italiano depois de Raphael,
Ticiano e Correggio. Realizou a
pintura da galeria do palácio Farnese
com seu irmão Agostino. Diz-se que
esse trabalho, que consumiu oito anos
de sua vida, foi a causa de sua morte:
ele teria morrido de desgosto pela
ingratidão do príncipe Farnese, que o
recompensou mesquinhamente pela
empreitada. Como gravador, sua obra,
embora não numerosa, é muito bem
desenhada e acabada.
Pintor e gravador à água-forte e
a buril, nasceu em Bolonha em
1574, onde morreu em 1623. Foi,
inicialmente, sapateiro, tendo
largado esse ofício para aprender
desenho e pintura com Bartolomeu
Passarotti e aperfeiçoar-se com
Luiz Carracci e Agostino Carracci.
Colaborou em algumas gravuras do
último e se dedicou à perspectiva e
à arquitetura, que ensinava em curso
público.
GUIDO RENI
FRANCESCO BRIZZI
[A Sagrada Família], s/d
água-forte | etching, 25 x 19,6 cm
A Virgem Santíssima voltando do Egito para Judeia, s/d
[segundo | according to Lodovico Carracci]
buril | line engraving, 21,4 x 13,4 cm
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
REAL BIBLIOTECA
Guido Reni
[1575–1642]
Pintor e gravador à água-forte, nasceu
em Bolonha em 1575 e morreu na mesma
cidade em 1642. Após ter estudado arte
com Dionisio Calvaert, passou para a
escola dos Carracci, tornando-se o seu
aluno mais famoso. Na combinação
de linhas luminosas e pontos, produziu
— 22 . 23
muitas delicadas gravuras à água-forte.
Foi imitado não apenas na Itália, mas
também pelos franceses. Seu desenho é
puro e correto, as cabeças de suas figuras,
nobres e graciosas, e as roupagens,
tratadas com muito gosto e mestria.
Foi um apaixonado pelo jogo, que lhe
acarretou a perda de posses e amigos,
tendo passado os últimos anos de sua
vida no esquecimento e na miséria.
Stefano della Bella
[1610–1664]
Desenhista e gravador à água-forte
e a buril, nasceu em Florença em
1610. A princípio, dedicou-se à
pintura, tendo como mestre Cesar
Dandini. Em gravura, seu mestre foi
Remigio Cantagallina, cuja oficina
também teve como discípulo Jacob
Callot. Com o tempo, adquiriu
uma maneira própria de gravar,
que se distingue pelo bom gosto,
a delicadeza e a ligeireza de sua
ponta. Trabalhou em Roma, em
Paris e em Florença, onde morreu
em 1664. Gravou mais de 1.400
imagens com assuntos históricos,
caçadas, paisagens, marinhas,
animais e ornatos.
STEFANO DELLA BELLA
Princípios de desenho, 1640–1650
água-forte | etching, 12 x 15,5 cm
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
GIOVANNI BENEDETTO CASTIGLIONI
GIOVANNI BENEDETTO CASTIGLIONI
[Grandes cabeças com toucadas a oriental], s/d
água-forte | etching, 17,8 x 14,8 cm
[Grandes cabeças com toucadas a oriental], s/d
água-forte | etching, 17,8 x 14,8 cm
COL. OLIVEIRA BARBOZA
COL. OLIVEIRA BARBOZA
SALVATORE ROSA
SALVATORE ROSA
Figurine. Varia et Concinna Delineamenta, s/d
água-forte | etching, 14,5 x 9,3 cm
Figurine. Varia et Concinna Delineamenta, s/d
água-forte | etching, 14,5 x 9,3 cm
COL. OLIVEIRA BARBOZA
Giovanni Benedetto Castiglione
[1609–1664]
Artista do barroco italiano, Castiglione
nasceu em Gênova em 1609. Era
conhecido como Il Grechetto na Itália
e como Le Benédette na França. Sua
formação inicial não é clara. Pode ter
estudado com Sinibaldo Scorza, Antoon
van Dyck e Peter Paul Rubens. Pintor e
desenhista, pertenceu à escola genovesa,
— 24 . 25
tendo vivido em Roma de 1634 a 1645.
Morreu em Mântua, como artista
da Corte, em 1664. Suas gravuras são
notáveis pelo jogo de luz e sombra, que
o levou a ganhar o apelido de segundo
Rembrandt. Seus estudos de cabeças
orientais revelam grande conhecimento
da obra desse mestre holandês. Em 1648,
inventou a monotipia, técnica com a
qual se consegue reproduzir um desenho
ou mancha de cor numa prova única.
Salvatore Rosa
[1615–1673]
Pintor e gravador à água-forte.
Nasceu em Renella, vila perto de
Nápoles, em 1615 e faleceu em Roma
em 1673. Estudou em Nápoles,
cultivou a poesia e a música, e foi
influenciado pelo realismo de Ribera.
Incentivado por Giovanni Lanfranco,
viajou para Roma em 1635, mas teve
de retornar a Nápoles em 1639, após
COL. OLIVEIRA BARBOZA
ter contraído malária. Mudou-se para
Florença, onde foi contratado pela
família Médici, e fundou a Accademia
dei Percossi para escritores e artistas.
Rosa retornaria a Roma em 1649 para
trabalhar como pintor histórico.
Giovanni Battista Piranesi
[1720–1778]
Nascido em Veneza em 1720,
filho de um construtor, Piranesi
recebeu formação em cenografia e
perspectiva com o gravador Carlo
Zucchi. Arquiteto e amante da
arqueologia, dedicou-se à gravação dos
monumentos da Antiguidade romana,
realizando um trabalho de grande
magnitude e força expressiva num
estilo livre, cenográfico e impetuoso.
Suas gravuras são modeladas pela
luz, em perspectiva manipulada, que
trasborda por vezes a quadratura
das mesmas. As figuras humanas são
atemporais, apenas esboços, ao estilo
de Callot e de Della Bella.
Piranesi produziu suas primeiras
vedute de Roma em pequeno formato
para guias de turistas. Em 1743,
publicou as suas primeiras 12 águas-fortes, Prima parte di architettura e prospettive,
iniciando uma carreira de cerca de 40
anos, durante a qual produziu mais de
mil pranchas publicadas em 19 obras
pela sua própria casa impressora.
Seu estilo é inconfundível e sua arte
aponta para a estética do sublime,
deixando transparecer a tensão entre
razão e sensibilidade. Faleceu em Roma
em 1778.
A magnífica série Le carcere
d’invenzione é um exemplo fascinante
da inquietação e da genialidade
do artista. Nela, propõe estruturas
— 26 . 27
espaciais fantásticas num espaço
experimental labiríntico, no qual
não existe um ponto de vista fixo
e central, nem uma perspectiva
linear a ser seguida. Nosso olhar, ao
contemplar essa série à água-forte,
flutua sem descanso, observando os
arranjos espaciais na proliferação de
perspectivas, nos desdobramentos
espaciais, no vaivém de escadas,
pontes e passagens. Observamos a luz
provocar e produzir escuridão, e as
paredes absorverem-na sem refleti-la,
assim como notamos os raios de luz
que deixam seu percurso natural para
se curvarem sobre os objetos.
As noções de proximidade e de
distância são abolidas, e o tempo e o
espaço se fundem. Passado, presente
e futuro parecem não existir. Piranesi
fala de um outro lugar e de um outro
tempo, levando-nos a uma interioridade
pouco confortável, em que nos
deparamos com nossos mais sutis
temores, que não sabemos nominar.
O termo veduta se aplica a pintura,
desenho ou gravura que represente
uma cidade, um monumento
ou um lugar com concepção
acentuadamente topográfica.
As vedute têm sua origem nas
peregrinações a Roma no século
xviii, no tempo de redescoberta da
Antiguidade: Herculano, em 1719,
e Pompeia, em 1748. Seus maiores
inovadores foram Canaletto, Guardi
e Piranesi, que transformou a vista
gravada para souvenir de turistas
intelectuais e aristocratas num
sofisticado meio de comunicação
erudita de grande carga expressiva.
Assim, pratica a veduta direta, ou de
reconstituição fidedigna, segundo
fontes documentais, e a veduta ideata,
em que a ruína serve de matéria para
sua vertente apaixonada
e trágica.
GIOVANNI BATTISTA PIRANESI
Le carcere d’invenzione, 1750–3
[fronstispício | frontispiece]
água-forte | etching, 72,8 X 53 cm
REAL BIBLIOTECA
GIOVANNI BATTISTA
PIRANESI
Le carcere d’invenzione, 1750–3
[prancha | plate X]
água-forte | etching
53 x 72,8 cm
REAL BIBLIOTECA
GIOVANNI BATTISTA PIRANESI
GIOVANNI BATTISTA PIRANESI
Le carcere d’invenzione, 1750–3
[prancha | plate VII], água-forte | etching, 72,8 X 53 cm
Le carcere d’invenzione, 1750–3
[prancha | plate VIII], água-forte | etching, 72,8 X 53 cm
REAL BIBLIOTECA
REAL BIBLIOTECA
GIOVANNI BATTISTA
PIRANESI
Le carcere d’invenzione, 1750–3
[prancha | plate XIV]
água-forte | etching
53 x 72,8 cm
REAL BIBLIOTECA
— 28 . 29
GIOVANNI BATTISTA PIRANESI
GIOVANNI BATTISTA PIRANESI
Le Antichità romane, 1750–3,
tomo | tome III [segundo frontispício | 2nd frontispiece]
água-forte | etching, 39,9 x 59,2 cm
Le Antichità romane, 1750–3
[tomo | tome III, prancha | plate XVIII]
água-forte | etching, 39,9 x 59,9 cm
REAL BIBLIOTECA
REAL BIBLIOTECA
GIOVANNI BATTISTA PIRANESI
Le Antichità romane, 1750–3,
[tomo | tome III, prancha | plate VIII]
água-forte | etching, 36,2 x 59,2 cm
REAL BIBLIOTECA
— 30 . 31
GIOVANNI BATTISTA PIRANESI
Le Antichità romane, 1750–3,
[tomo | tome III, prancha | plate XL]
água-forte | etching, 40,4 x 60 cm
REAL BIBLIOTECA
Coleção Alemã
e
Israel van Meckenem [c.1440/1445–1503]
Albrecht Dürer [1471–1528]
Hans Sebald Beham [1500–1550]
e
e
e
Lucas Cranach, Sênior [1472–1553]
Martin Treu [ativo em 1540–1543]
Heinrich Aldegrever [c.1501–c.1561]
FRANCESCO BARTOLOZZI
FRANCESCO BARTOLOZZI
Harmony, 1795 [segundo | according to John Francis Rigaud]
pontilhado e água-forte | stipple and etching, 16,6 x 13,5 cm
Youth, 1795 [segundo | according to John Francis Rigaud]
pontilhado e água-forte | stipple and etching, 16,4 x 13,2 cm
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
Francesco Bartolozzi
[1725–1815]
Gravador italiano cujo período
mais produtivo foi passado em
Londres. Nascido em Florença,
estudou com os artistas florentinos
Ignazio Hugford e Domenico
Giovanni Ferretti, que o instruiu
em pintura. Após dedicar três
anos à pintura, passou a estudar
— 32 . 33
gravura com Joseph Wagner, em
Veneza. Suas primeiras produções
foram no estilo de Marco Ricci e
Zuccarelli, entre outros. Seguiu para
Londres em 1764, onde viveu quase
40 anos, tendo produzido enorme
número de gravuras e contribuído
com várias delas para The Shakespeare
Gallery, de John Boydell. Também
desenhou esboços de sua autoria
em crayon vermelho. Pouco depois
de chegar em Londres, foi nomeado
“Gravador do Rei” e eleito, em 1768,
um dos membros fundadores da
Royal Academy. Em 1802, tornou-se
fundador e presidente da Sociedade
de Gravadores. No mesmo ano,
aceitou o cargo de diretor da
Academia Nacional de Lisboa,
cidade onde morreu. Seu filho
Stefano Gaetano Bartolozzi, nascido
em 1757, também foi gravador
Martin Schongauer [c.1450–1491]
e
e
Georg Pencz [c.1500–1550]
Virgil Solis [1514–1562]
Albrecht Dürer
[1471–1528]
Gravador, desenhista e pintor, nasceu
em Nuremberg, maior centro de
produção gráfica da Alemanha, em 21
de maio de 1471. Terceiro dos 18 filhos
de um ourives, demonstrou desde
cedo habilidade para o desenho e o
manuseio do buril. Fez experiências com
a água-forte e a ponta-seca, tornando-se
aprendiz do pintor Michael Wolgemut
com apenas 13 anos de idade. Estudou
gravura no ateliê do importante
impressor alemão Anton Koberger. Já
na adolescência, demonstrou grande
interesse pelas gravuras de Martin
Schongauer. Foi um artista erudito,
apaixonado pelo Renascimento.
Possuía profundo conhecimento da
matemática e da literatura clássica
greco-romana, tendo se interessado
também pela filosofia e a arqueologia.
Após completar sua formação, iniciou
um período de viagens. Visitou Florença,
Bolonha e Veneza (1494), onde viveu
durante um ano e meio (1505), tendo
tido contato com a rica produção
de gravuras italianas. Viajou também
para os Países Baixos (1520–1), quando
estudou profundamente teorias sobre
a proporção humana, a geometria e as
fortificações, e escreveu poesia e sobre
a teoria da arte. Grande humanista, foi
empregado pelo imperador Maximiliano
— 34 . 35
i. Tinha profunda curiosidade pela
natureza e pelos animais, retratando-os
em diversas gravuras. Numa de suas
viagens, contraiu malária, falecendo em
sua cidade natal no dia 6 de abril de
1528, aos 57 anos.
Sua obra inclui sessenta telas, mais
de cem gravuras em metal, cerca de
250 xilogravuras e mil desenhos, além
de três livros impressos. Dois deles
foram publicados em vida: Instrução
para medições à régua e ao compasso, de 1525,
e Tratado sobre fortificações, de 1527. O
livro Sobre a proporção do corpo humano saiu
logo após sua morte, em 1528. Entre
as mais célebres obras produzidas
por Dürer, destaca-se O apocalipse,
série de 15 xilogravuras dramáticas,
consideradas uma das maiores criações
da arte alemã. Tal obra trouxe ao
artista de 27 anos de idade riqueza e
fama em toda a Europa, tendo sido
publicada em latim e alemão em
Nuremberg em 1498.
A publicação se mostrou
inovadora, já que até então as
gravuras em livros ilustrados eram
pequenas e apareciam no meio dos
textos. Dürer subverteu a ordem de
importância das informações, tendo
o trabalho do artista passado a
preponderar sobre o texto, impresso
no verso das gravuras. As imagens
gravadas por ele para essa obra,
identificadas por seu monograma,
baseiam-se em antigas representações
do Apocalipse presentes nas versões
correntes das bíblias impressas nessa
época.
Entre as mais completas gravuras
realizadas por Dürer a buril, encontra-se Adão e Eva (1504), obra em que
ele, fazendo uso da medida áurea
e utilizando a régua e o compasso
na constituição das figuras segundo
o estilo utilizado na Antiguidade
clássica, traduz seu profundo interesse
pelo estudo das proporções humanas.
Adão e Eva foram inspirados nas
esculturas de Apolo de Belvedere e
Vênus, tendo sido entalhados em
seus contornos com linhas delicadas,
para depois serem detalhadamente
preenchidos. A gravura exibe variedade
de tons e texturas, além de sutis
gradações de sombra e de luz.
Embora seu foco esteja nas figuras,
a autêntica arte para Dürer está
contida na natureza representada com
maestria em seus mínimos detalhes. A
inclusão de símbolos adicionais cria
interesse visual por toda a gravura, a
exemplo da serpente, personificação
da desobediência e da provocação a
Deus; do galho na mão de Adão, que
representa a árvore da vida; e de vários
animais, como o papagaio, a cabra
no topo do penhasco, o rato, o gato,
o coelho etc., sugerindo forte carga
simbólica.
ALBRECHT DÜRER
ALBRECHT DÜRER
ALBRECHT DÜRER
Adoração do cordeiro divino, c. 1496
[da série O Apocalipse |
from O Apocalipse series]
xilogravura | woodcut, 39 x 27 cm
Babilônia, a grande meretriz, c. 1496–7
[da série O Apocalipse |
from O Apocalipse series]
xilogravura | woodcut, 39 x 27 cm
O anjo que tem a chave do abismo, c. 1496–7
[da série O Apocalipse |
from O Apocalipse series]
xilogravura | woodcut, 39 x 27 cm
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
ALBRECHT DÜRER
ALBRECHT DÜRER
ALBRECHT DÜRER
Os quatro cavaleiros, c. 1497–8
[da série O Apocalipse |
from O Apocalipse series]
xilogravura | woodcut, 39 x 27 cm
A mulher revestida de sol, c. 1497
[da série O Apocalipse |
from O Apocalipse series]
xilogravura | woodcut, 39 x 27 cm
Os quatro anjos vingadores, 1496
[da série O Apocalipse |
from O Apocalipse series]
xilogravura | woodcut, 39 x 27 cm
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
ALBRECHT DÜRER
ALBRECHT DÜRER
ALBRECHT DÜRER
ALBRECHT DÜRER
A abertura do quinto e sexto selos, c. 1497–8
[da série O Apocalipse | from O Apocalipse series]
xilogravura | woodcut, 39 x 27 cm
Quatro anjos retendo os ventos, c. 1497–8
[da série O Apocalipse | from O Apocalipse series]
xilogravura | woodcut, 39 x 27 cm
Combate de São Miguel contra o dragão, 1497
[da série O Apocalipse | from O Apocalipse series]
xilogravura | woodcut, 39 x 27 cm
São João engolindo o livro que o anjo lhe apresenta, c. 1498
[da série O Apocalipse | from O Apocalipse series]
xilogravura | woodcut, 39 x 27 cm
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
— 36 . 37
ALBRECHT DÜRER
ALBRECHT DÜRER
A virgem com o macaco, c. 1498
buril | line engraving, 17,6 x 11,6 cm
As quatro feiticeiras, 1497
buril | line engraving, 19,2 x 12,7 cm
COL. OLIVEIRA BARBOZA
— 38 . 39
COL. OLIVEIRA BARBOZA
ALBRECHT DÜRER
ALBRECHT DÜRER
O monstro marinho, ou O rapto de Amimone, c. 1498
buril | line engraving, 25,4 x 19,3 cm
Santo Eustáquio, c. 1501
buril | line engraving, 35,7 x 26,5 cm
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
MARTIN SCHONGAUER
A morte da virgem, s/d
buril | line engraving
25,7 x 17 cm
ISRAEL VAN MECKENEM
Santa Bárbara, s/d
buril | line engraving, 16,3 x 10,9 cm
DOAÇÃO DE LUIZA DE
QUEIROZ COUTINHO
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
ALBRECHT DÜRER
As ofertas do amor, c. 1495
buril | line engraving, 14,4 x 13,2 cm
COL. OLIVEIRA BARBOZA
— 40 . 41
MATTOSO PERDIGÃO
Israel van Meckenem
[c.1440/1445–1503]
Martin Schongauer
[c.1450–1491]
Gravador e ourives, era filho de Israel
van Meckenem, o Velho, também
ourives, que se estabeleceu em
Bocholt. Nasceu aproximadamente
em 1440 e faleceu em 1503 em
Bochott. Estudou com o Mestre E.
S. no sul da Alemanha e produziu
mais de 600 chapas, cuja maioria
é constituída de cópias de outros
artistas, como Dürer e Martin
Schongauer. Seus primeiros trabalhos
foram bastante crus, mas na década
de 1480 desenvolveu um estilo pessoal
eficaz e fez obras cada vez maiores e
mais bem acabadas.
Ourives, pintor e gravador a buril,
descendente de uma família de origem
nobre de Augsburgo. Nasceu em
Colmar por volta de 1450 e faleceu em
1491, tendo sido o mais importante
gravador alemão antes de Albrecht
Dürer. Estabeleceu na sua cidade
natal uma escola muito importante
de gravura, na qual floresceram uma
nova geração de “Pequenos Mestres”
e um grande grupo de artistas de
Nuremberg. Produziu grande número
de gravuras, que foram amplamente
vendidas não só na Alemanha, mas
também na Itália e mesmo na Inglaterra
e na Espanha. Vasari afirmou que
Michelangelo copiou uma de suas
gravuras: Julgamento de Santo Antônio.
Seu estilo demonstra, em vez de uma
influência italiana, um estilo gótico
muito claro e organizado. Estabeleceu
um sistema de criar volume, por meio
de linhas cruzadas em duas direções,
que lhe foi ensinado pelo Mestre das
iniciais E. S. e que seria desenvolvida
ao máximo por Dürer. Foi o primeiro
gravador a usar linhas curvas paralelas,
provavelmente girando a placa contra
um buril estável. Desenvolveu ainda
uma técnica a buril que produzia
linhas mais profundas sobre a placa,
permitindo que fossem feitas mais
impressões antes de esta desgastar-se.
Lucas Cranach, Sênior
[1472–1553]
Pintor renascentista de retratos de
príncipes alemães e dos líderes da
Reforma protestante, cuja causa abraçou
com entusiasmo, tornando-se amigo
próximo de Lutero. Pintou também
temas religiosos, em primeiro lugar na
tradição católica e, depois, em busca
de novas maneiras de transmissão
das preocupações religiosas luteranas.
Nascido em 1472, serviu por mais de
60 anos como pintor da Corte dos
duques de Saxônia, tendo sido também
gravador. Suas pinturas e xilogravuras são
numerosas e contrastam com o número
reduzido de gravuras em cobre. A cor, a
luz e a sombra não eram especialidades
suas. Em vez de utilizar o chiaroscuro,
sempre contornava as formas em negro.
Suas xilogravuras, baseadas em desenhos
seus, eram abertas por outros artistas.
Dedicou-se ainda ao comércio, tendo
possuído uma loja de livros e papéis, e
uma farmácia. Faleceu em Weimar em
1553, aos 81 anos de idade.
LUCAS CRANACH , SÊNIOR
LUCAS CRANACH , SÊNIOR
Cristo na cruz (A crucificação), s/d
[da série A paixão de Jesus Cristo |
from A paixão de Jesus Cristo series]
xilogravura | woodcut, 25,9 x 18 cm
Jesus Cristo perante Caifas, s/d
[da série A paixão de Jesus Cristo |
from A paixão de Jesus Cristo series]
xilogravura | woodcut, 24,9 x 16,9 cm
COL. OLIVEIRA BARBOZA
Hans Sebald Beham
[1500–1550]
REAL BIBLIOTECA
Pintor e gravador a buril e em madeira,
nasceu em Nuremberg em 1500 e
morreu em 1550. Aprendeu gravura e
pintura com Dürer, tendo integrado
a plêiade dos famosos “Pequenos
Mestres” da Alemanha. Suas gravuras
são espirituosas e abertas com um buril
cheio de expressão e nitidez. No fim
da vida, abandonou a profissão para
estabelecer-se como comerciante de
bebidas.
— 42 . 43
HANS SEBALD BEHAM
[Mulher acompanhada da morte], s/d
buril | line engraving, 7,6 x 5,1 cm
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
Martin Treu
[ativo em 1540–1543]
Gravador a buril, de cuja vida nada
se sabe, exceto ter trabalhado entre
1540 e 1543. Pertence ao grupo dos
“Pequenos Mestres” da escola Alemã,
tendo vivido provavelmente em
Nuremberg. Ao que parece, estudou
o estilo de Lucas van Leyden.
MARTIN TREU
A história do filho pródigo, 1541
buril | line engraving, 7,2 x 8,4 cm
REAL BIBLIOTECA
Georg Pencz [c.1500–1550]
Pintor e gravador nascido em
Nuremberg por volta de 1500 e falecido
em Breslau em 1550. Depois de aprender
pintura e gravura com Albrecht Dürer,
seguiu para a Itália, a fim de estudar
a obra de Raphael. Gravou muitas
estampas sob a direção de Raimondi,
cuja maneira de trabalhar soube imitar
com suma fidelidade.
GEORG PENCZ
O bom samaritano, s/d
buril | line engraving, 7,7 x 11,4 cm
REAL BIBLIOTECA
— 44 . 45
GEORG PENCZ
GEORG PENCZ
Marcus Curius, s/d
buril | line engraving, 12,1 x 8,3 cm
Virgínea, s/d
buril | line engraving, 11, 9 x 7,5 cm
REAL BIBLIOTECA
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
Heinrich Aldegrever
[c.1501–c.1561]
Ourives, pintor e gravador nascido em
Paderborn por volta de 1501. Não se
sabe ao certo a data de seu falecimento,
ocorrido em torno de 1561. Estudou
pintura e gravura da escola de Albrecht
Dürer. Foi outro dos “Pequenos Mestres”
do grupo de artistas alemães e se tornou
luterano. Como pintor, imitou a maneira
do mestre. Nos últimos anos de vida,
dedicou-se inteiramente à gravura.
Produziu cerca de 290 imagens, em sua
maioria criações próprias. As diminutas,
de desenho um tanto gótico, foram
gravadas com um buril preciso e delicado.
Realizou diversas gravuras ornamentais,
tendo seu estilo se aproximado tanto do
de Albrecht Dürer, que foi chamado
algumas vezes de Albert de Westphalia.
Virgil Solis
[1514–1562]
Nascido em Nuremberg em 1514, foi
desenhista, iluminador, pintor e gravador
a buril e à água-forte. Fez parte do grupo
dos “Pequenos Mestres” da Alemanha.
Sua maneira correta e delicada se aproxima
da maneira de Hans Sebald Beham, e tanto
suas estampas segundo Raphael, Lucas
van Leyden e Aldegrever quanto suas
criações próprias são hoje muito raras.
Faleceu em sua cidade natal em 1562.
GEORG PENCZ
A soberba, s/d
[da série Os sete pecados mortais
from Os sete pecados mortais series]
buril | line engraving, 8,2 x 5,2 cm
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
— 46 . 47
Página à direita | Right page
VIRGIL SOLIS
O triunfo da música, s/d
buril | line engraving, 5,8 x 23,2 cm
REAL BIBLIOTECA
HEINRICH ALDEGREVER
HEINRICH ALDEGREVER
Um casal de dançarinos, 1538
[prancha | plate 7, da série Os grandes festejadores em bodas
from Os grandes festejadores em bodas series]
buril | line engraving, 11,9 x 8,1 cm
O mestre de cerimônias, 1538
[prancha | plate 1, da série Os grandes festejadores em bodas
from Os grandes festejadores em bodas series]
buril | line engraving, 11,9 x 8,1 cm
COL. OLIVEIRA BARBOZA
REAL BIBLIOTECA
Coleção Holandesa
Lucas van Leyden
[c.1494–1533]
e
Lucas van Leyden [c.1494–1533]
e
Nascido em Leiden em torno de 1494,
foi pintor sobre vidro, a têmpera e a
óleo, bem como gravador a buril e à
água-forte. Já gravava aos nove anos
de idade, tendo aprendido a manejar
o buril com um ourives e a gravura à
água-forte com um armeiro. Abria suas
chapas com um talho fino e delicado, que,
assim, não resistiam a muitas tiragens.
Esmerado e perfeccionista, Lucas van
Leyden inutilizava todas as chapas que
apresentassem o mínimo defeito ou
mancha, razão pela qual suas estampas são
raríssimas. Gozava de grande reputação
e Giorgio Vasari o considerava acima de
Albrecht Dürer. Hoje, é considerado,
universalmente, uma das maiores figuras
da história das artes gráficas. Suas gravuras
nos fornecem importantes registros dos
hábitos e costumes dos Países Baixos,
como se pode atestar em O dentista e
Os músicos. Ainda em vida, suas obras
alcançaram preços elevados, tornando-se,
com o passar do tempo, cada vez mais
caras. Nas xilogravuras, as chapas de
madeira eram desenhadas pelo artista, mas
abertas por um hábil gravador. Morreu
em 1533 em sua cidade natal.
Cornelis Cort [c.1533/1536–1578]
Jan Saenredam [c.1565–1607] e Jacob Matham [1571–1631]
Nicolas Ennes Visscher [ativo em 1580]
e
Hendrik Goltzius [1558–1617]
Rembrandt Harmenszoon van Rijn [1606–1669]
LUCAS VAN LEYDEN
[Retrato de um moço], 1519
buril | line engraving, 18,4 x 12,2 cm
REAL BIBLIOTECA
— 48 . 49
LUCAS VAN LEYDEN
LUCAS VAN LEYDEN
LUCAS VAN LEYDEN
LUCAS VAN LEYDEN
[O dentista], 1523
buril | line engraving, 12,9 x 8,6 cm
[Os músicos], 1524
buril | line engraving, 10,6 x 7,5 cm
[Jesus Cristo ultrajado no pretório], 1521
buril | line engraving, 12 x 8,4 cm
[A flagelação], 1521
buril | line engraving, 12,2 x 8,4 cm
REAL BIBLIOTECA
REAL BIBLIOTECA
COL. OLIVEIRA BARBOZA
— 50 . 51
COL. OLIVEIRA BARBOZA
LUCAS VAN LEYDEN
CORNELIS CORT
JAN SAENREDAM
[São Jerônimo], 1521
buril | line engraving, 10,1 x 14,5 cm
[A fuga para o Egito], 1566
buril | line engraving, 28 x 19,9 cm
[Plutão e Proserpina], 1594
buril | line engraving, 32,4 x 21,5 cm
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
REAL BIBLIOTECA
COL. OLIVEIRA BARBOZA
Cornelis Cort
[c.1533/1536–1578]
Desenhista e gravador a buril, nasceu em
Horn por volta de 1533. Já era tido como
um grande gravador quando, em Veneza,
conheceu Ticiano, de quem gravou as
mais belas obras. Viveu em Roma, onde
abriu uma escola de gravuras, à qual
pertenceu o célebre Agostino Carracci.
Suas gravuras desenvolvidas em Roma
— 52 . 53
são muito apreciadas pela correção do
desenho, a maneira espirituosa e o bom
gosto com que foram abertas. Faleceu
em Roma em 1578.
Jan Saenredam
[c.1565–1607]
Natural de Leiden, tornou-se
desenhista, pintor e gravador a buril.
Aprendeu pintura com Jacob de
Gheyn e a arte de gravar com Hendrik
Goltzius, a quem tomou como modelo
e imitou com tal perfeição, que
algumas de suas gravuras chegam a
ser confundidas com as de seu mestre.
Gravou com buril firme, fácil e largo.
Em suas composições, o desenho é
mais correto e menos amaneirado
do que naquelas que abriu segundo
Goltzius e outros mestres.
Jacob Matham
[1571–1631]
Desenhista e gravador a buril, nasceu
em Haarlem em 1571. Hendrik
Goltzius, seu padrasto, ensinou-lhe
o desenho e a gravura, tornando-o
um hábil artista. Passou alguns anos
na Itália, abrindo muitas estampas de
grandes pintores italianos. Manejava
o buril com grande desembaraço.
Faleceu em sua cidade natal em 1631.
NICOLAS ENNES VISSCHER
HENDRIK GOLTZIUS
[Um rapaz tirando passarinhos de um ninho], s/d
buril | line engraving, 20,1 x 14,4 cm
[A Sagrada Família], 1580
[segundo | according to Bartolomeu Spranger]
buril | line engraving, 28,2 x 21 cm
REAL BIBLIOTECA
REAL BIBLIOTECA
Nicolas Ennes Visscher
[ativo em 1580]
Hendrik Goltzius
[1558–1617]
Desenhista, gravador à água-forte,
editor e mercador de estampas, viveu em
Amsterdã por volta de 1580. Produziu
e executou, de forma magistral, várias
águas-fortes de figuras, animais e vistas,
bem como diversos retratos.
Pintor, desenhista e gravador a buril,
nasceu em Mulbrecht, no ducado
de Juliers, em 1558, falecendo em
Haarlem em 1617. Suas gravuras são
corretamente desenhadas e gravadas
a buril ora largo (em que os traços
— 54 . 55
se recortam, formando ângulos), ora
fino (em que o artista trabalha com
traços delgados e paralelos), à maneira
de Dürer e de Lucas van Leyden.
Levou a técnica do buril à perfeição,
tendo formado discípulos notáveis,
como Jacob Matham, Jan Muller,
Jan Saenredam e Swanevelt, que se
inspiraram em sua maneira de gravar.
JACOB MATHAM
[As estações do ano, Primavera], 1589
buril | line engraving
25,5 cm (diâmetro)
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
JACOB MATHAM
[As estações do ano Verão], s/d
buril | line engraving
25,9 cm (diâmetro)
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
Rembrandt Harmenszoon van Rijn
[1606–1669]
Nasceu em 15 de julho de 1606 em
Leiden. Filho de um moleiro, é
considerado o maior artista holandês,
distinguindo-se não apenas na
pintura, como também no desenho
e nas gravuras em água-forte. Foi
como retratista que consolidou sua
fama e enriqueceu. Quando menino,
frequentou a Escola Latina, tendo
sido matriculado na Universidade
de Leiden aos 14 anos de idade.
Tornou-se aprendiz do pintor Jacob
van Swanenburgh, com quem passou
três anos. Depois de breve, mas
importante aprendizado de seis meses
em Amsterdã com Pieter Lastman,
famoso pintor com quem aprendeu
a técnica do claro-escuro, abriu, com
o colega Jan Lievens, estúdio em
Leiden em 1624 ou 1625. Em 1627,
passou a aceitar alunos. Mudou-se
para Amsterdã em 1631, casando-se
três anos depois com Saskia van
Uylenburgh, prima de um próspero
negociante de arte.
Em contraste com sua bem-sucedida carreira pública, a vida
familiar de Rembrandt foi marcada
pelo infortúnio. Entre 1635 e
1641, Saskia deu à luz a quatro
filhos, mas apenas o último, Titus,
sobreviveu. Saskia faleceu em 1642
aos trinta anos. Hendrickje Stoffels,
contratada como empregada
da casa, se tornaria esposa do
artista e modelo para muitos dos
seus quadros. Apesar do sucesso
financeiro como artista, professor e
comerciante de arte, a propensão de
Rembrandt para a vida ostentatória
forçou-o a declarar falência em 1656.
— 56 . 57
REMBRANDTHERMENSZOON VAN RIJN
[O triunfo de Mardoqueu], c. 1641
água-forte e ponta-seca | etching and drypoint, 17,5 x 21,5 cm
COL. OLIVEIRA BARBOZA
Sua vida pessoal continuou a ser
marcada pela tristeza. Hendrickje
morreu em 1663 e seu filho Titus
em 1668, com apenas 27 anos de
idade. Onze meses depois, no dia
4 de outubro de 1669, Rembrandt
faleceu em Amsterdã, deixando uma
tela inacabada e o modesto quarto
onde vivia, composto de uma cama
simples, uma cadeira, um espelho e
uma mesa.
Rembrandt é considerado um
dos grandes gênios da pintura do
Barroco e um dos mais importantes
gravadores de todos os tempos.
Realizou aproximadamente 290
gravuras, em que se destacam o
domínio técnico da água-forte, a
originalidade, o experimentalismo
e a expressividade. Nelas, evidencia-se
um estilo espontâneo e livre, no
qual se observa a utilização de
traços fluidos em seus motivos,
assemelhados a esboços. É o grande
mestre do chiaroscuro, tendo criado
em muitas de suas gravuras efeitos
dramáticos de luz e sombra. Em
seu experimentalismo, vê-se que
modificou e retrabalhou as matrizes
para obter a riqueza de efeitos que
desejava.
REMBRANDT HERMENSZOON VAN RIJN
[A anunciação aos pastores], 1634
água-forte, ponta-seca e buril | etching, drypoint and line engraving, 26,1 x 22 cm
COL. OLIVEIRA BARBOZA
REMBRANDT HERMENSZOON VAN RIJN
REMBRANDT HERMENSZOON VAN RIJN
[O ministro Jan Cornelis Sylvius], 1633
água-forte | etching, 15,5 x 14,2 cm
[Autorretrato desenhando junto à janela], 1648
água-forte, ponta-seca e buril
etching, drypoint and line engraving, 16,5 x 13,1 cm
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
Página à esquerda | Left page
REMBRANDT HERMENSZOON VAN RIJN
REMBRANDT HERMENSZOON VAN RIJN
[Homem velho com barba longa e manga da camisa branca], 1628–33
água-forte | etching, 7,5 x 6,4 cm
[Mãe de Rembrandt: busto, de três quartos para a direita], 1628
água-forte e ponta-seca | etching and drypoint, 6,5 x 6,3 cm
COL. OLIVEIRA BARBOZA
REMBRANDT HERMENSZOON VAN RIJN
REMBRANDT HERMENSZOON VAN RIJN
[O camponês e sua família], c.1652
água-forte | etching, 10,8 x 9,2 cm
[Três cabeças de mulheres, uma dormindo], 1637
água-forte | etching, 16 x 11 cm
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
— 58 . 59
COL. OLIVEIRA BARBOZA
COL. OLIVEIRA BARBOZA
REMBRANDT HERMENSZOON VAN RIJN
REMBRANDT HERMENSZOON VAN RIJN
[Autorretrato com Saskia], 1636
água-forte | etching, 10,5 x 9 cm
[Autorretrato com boné puxado para a frente], 1629–33
água-forte | etching, 5 x 5 cm
REAL BIBLIOTECA
COL. OLIVEIRA BARBOZA
Página à direita | Right page
REMBRANDT HERMENSZOON VAN RIJN
[Autorretrato com boina e cachecol], 1633
água-forte | etching, 13,7 x 10,7 cm
COL. OLIVEIRA BARBOZA
— 60 . 61
Coleção Flamenga
e
Jacob Bos [1549–1580]
e
Ioan Sadeler [1550–1600]
Raphael Sadeler, o Velho [1560/1561–1628/1632]
e
Cornelius Galle, Sênior [1576–1650]
Antoon Van Dyck [1599–1641] e Paulus Pontius [1603–1658]
Jacob Bos
[1549–1580]
JACOB BOS
La vecchia rimbambita mvove
riso alla fancivletta], s/d
[segundo | according to
Sofonisba Anguissola]
buril | line engraving
33,7 x 42,2 cm
REAL BIBLIOTECA
— 62 . 63
Desenhista e gravador a buril, pouco
se conhece sobre a sua vida. Sabe-se
que trabalhou basicamente para Lafréri
e outros editores em Roma, tendo
aprendido a gravar provavelmente com
algum aluno de Raimondi.
Raphael Sadeler, o Velho ou Sênior
[1560/1561–1628/1632]
Desenhista e gravador a buril, nasceu
por volta de 1560 em Bruxelas e
morreu entre 1628 e 1632. Teve como
mestre e colaborador seu irmão Ioan
Sadeler. Representava muito bem o
corpo humano, cujas extremidades
figurava com muito cuidado e
precisão. Suas boas gravuras são
buriladas com nitidez e sem dureza.
Gravou muito segundo pinturas dos
mestres alemães.
RAPHAEL SADELER ,
O VELHO OU SÊNIOR
IOAN SADELER
[O opulento guloso à mesa e
o mendigo Lázaro], c. 1598,
[da série As cenas de cozinha |
from As cenas de cozinha series],
[segundo | according to Jacob da
Ponte, dito |called Bassano, O Velho],
buril | line engraving, 23,3 x 30 cm
REAL BIBLIOTECA
— 64 . 65
Ioan Sadeler (ou Johann,
ou Jean, Jans ou Hans)
[1550–1600]
Nascido em Bruxelas numa célebre
família de gravadores, morreu,
provavelmente em Veneza, em 1600.
Desenhista e gravador a buril desde
os 20 anos de idade, percorreu
muitas cidades da Europa para
aprimorar a sua arte. Sua maneira
de gravar não foi sempre a mesma,
tendo passado a usar um buril mais
largo depois de viagem à Itália.
Interessava-se por temas históricos,
retratos e paisagens.
[Jesus Cristo na casa das
irmãs Martha e Maria], 1584
[segundo | according to Martin de Vos]
buril | line engraving, 23,1 x 31 cm
REAL BIBLIOTECA
RAPHAEL SADELER ,
O VELHO OU SÊNIOR
Labor, 1591
[da série As quatro idades do homem,
from As quatro idades do homem series]
buril | line engraving, 22,4 x 25,5 cm
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
RAPHAEL SADELER ,
O VELHO OU SÊNIOR
Honor, 1591
[da série As quatro idades do homem,
from As quatro idades do homem series]
buril | line engraving, 22,2 x 25,5 cm
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
RAPHAEL SADELER ,
O VELHO OU SÊNIOR
Amor, 1591
[da série As quatro idades do homem,
from As quatro idades do homem series]
buril | line engraving, 26,4 x 32,6 cm
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
Cornelius Galle, Sênior ou Elder
[c.1576–1650]
Desenhista, gravador a buril e
mercador de estampas, nasceu
na Antuérpia por volta de 1576,
morrendo na mesma cidade em
1650. Após aprender a gravar com
seu pai, Philippe Galle, aprimorou
seus conhecimentos em Roma,
acarretando mudanças em seu estilo.
Até então, havia certa dureza em seu
modo de gravar; depois, o desenho se
tornou correto e o buril passou a ser
manejado com liberdade e bom gosto.
Antoon Van Dyck
[1599–1641]
Pintor e gravador a buril e à água-forte, nascido na Antuérpia em 1599.
Aos 11 anos de idade, foi enviado
para a escola do pintor Henrique van
Balen. Em 1615, entrou para a oficina
de Rubens, na qual trabalhou por três
anos, ajudando-o a terminar suas obras
e realizando cópias de seus quadros.
Foi reconhecido mestre da confraria
— 66 . 67
ANTOON VAN DYCK
[Ticiano e sua amante], s/d
água-forte e buril | etching and line engraving, 30 x 22,6 cm
REAL BIBLIOTECA
Coleção Francesa
e
Nöel Garnier
[c.1470/1475–post.1544] e
François Perrier [1594–1649]
e
Claude Mellan [1598–1688]
Etienne Picart [1631–1721]
CORNELIUS GALLE , SÊNIOR OU ELDER
PAULUS PONTIUS
S. Philippi Nerii vera effigies, 1591-1650
[segundo | according to Peter Paul Rubens]
buril | line engraving, 48,1 x 36,6 cm
Aubertus Miraeus Bruxellensis...
[Retrato de | Portrait of Alberto Miraeus], 1630–1640
[segundo | according to Antoon Van Dyck]
buril | line engraving, 24,1 X 16,7 cm
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
REAL BIBLIOTECA
de S. Lucas. Em 1626, seguiu para a
Itália, onde visitou Veneza, Gênova,
Roma, Florença e Palermo. Estudou as
obras de Giorgione, Paulo Veronense
e Ticiano. Em todas as cidades onde
esteve, pintou quadros e retratos. Viveu
e trabalhou predominantemente na
Antuérpia, onde concebeu o projeto de
pintar retratos de personagens ilustres
de seu tempo. Doze chapas dessa
coleção, dita Cem retratos, foram abertas
pelo artista e as demais pelos mais
— 68 . 69
célebres gravadores flamengos de então.
Em 1632, mudou-se para a Inglaterra,
onde pintou diversos retratos do rei, da
Família Real e de membros da Corte.
Faleceu em Blackfrias em 1641. Nenhum
artista o excedeu no gênero do retrato.
Paulus Pontius
[1603–1658]
Desenhista e gravador a buril, nasceu na
Antuérpia em 1603. Rubens dedicava-lhe
particular amizade e comprazia-se em
dirigir-lhe o buril, fazendo-o gravar
sob sua inspeção. O desenho e a
expressão de suas figuras e caracteres
são corretos, sua execução do claroescuro, bela, e seu buril, perfeito. Seus
retratos são admirados pela expressão
que soube empregar nas cabeças.
Faleceu em 1658.
Jacques Callot [1592–1635]
Gérard Edelinck [1640–1707]
e
e
e
Egidio Rousselet [1614–1686]
Gérard Audran [1640–1703]
Henri Simon Thomassin [1687–1741]
NÖEL GARNIER
NÖEL GARNIER
NÖEL GARNIER
FRANÇOIS PERRIER
Diana, s/d
[As divindades dos 7 planetas]
buril | line engraving, 8,4 x 5 cm
Júpiter, s/d
[As divindades dos 7 planetas]
buril | line engraving, 8,4 x 5 cm
Vênus, s/d
[As divindades dos 7 planetas]
buril | line engraving, 8,4 x 5 cm
REAL BIBLIOTECA
REAL BIBLIOTECA
REAL BIBLIOTECA
[Minerva: cena de batalha], 1645
[In: Icones et segmenta illustrium e marmore tabularum quae Romae...],
[segundo | according to Sofonisba Anguissola]
água-forte | etching, 25,3 x 38 cm
REAL BIBLIOTECA
NÖEL GARNIER
Apolo dançando com as musas, s/d
buril | line engraving, 5,4 x 16 cm
REAL BIBLIOTECA
— 70 . 71
Nöel Garnier
[c.1470/1475–post.1544]
François Perrier
[1594–1649]
Ourives e gravador viveu do fim do
século xv (c. 1470–5) até meados do
século xvi (1544). É considerado um
dos mais antigos gravadores franceses.
Suas gravuras, executadas em estilo
arcaico, são raríssimas.
Pintor e gravador à água-forte, filho
de ourives, nasceu em Macon em
1594. Sua obra gravada compreende
95 estampas executadas com ponta
espirituosa e ligeira, ao gosto
de Michel Dorigny. Foi um dos
fundadores e professor da Academia
de Pintura e Escultura de Paris, bem
como mestre do célebre Charles Le
Brun. Faleceu em Paris em 1649.
Jacques Callot
[1592–1635]
Desenhista e gravador a buril e águaforte, nasceu em 1592 e morreu em
1635 em Nancy, região da Lorena,
hoje França. Filho de um mestre
de cerimônias da Corte do duque,
fugiu duas vezes para a Itália, aos 12
anos de idade, para estudar desenho.
Seus pais, vendo que não teriam
como segurá-lo, permitiram que
fosse estudar gravura em Roma com
Philippe Thomassin, com quem
aprendeu a gravar com o buril.
Também estudou com Antonio
Tempesta, que lhe ensinou a técnica
da água-forte em Florença, onde
viveu de 1612 a 1621. Tornou-se
mestre independente e trabalhou
para a Corte dos Médici. Voltou
para Nancy, onde viveu o resto de
sua vida, visitando apenas Paris e a
Holanda. São conhecidos mais de 2
mil desenhos e estudos preparatórios
para suas impressões. Suas gravuras,
sempre em pequenos formatos e
grandes composições, chegam a
1.405 peças atribuídas por Le Blanc e
— 72 . 73
foram amplamente distribuídas pela
Europa. Rembrandt era um de seus
colecionadores.
As 18 águas-fortes numeradas
da série Les misères et les mal-heures
de la guerre, realizadas em 1633,
são um exemplo das inovações
técnicas que realizou no universo
das impressões. Callot desenvolveu
um instrumento conhecido como
échopper, ferramenta com uma ponta
de agulha em seção oval inclinada,
que o permitia criar linhas mais
variadas e espessas, conforme os
vários ângulos em que a utilizava.
Além disso, descobriu um verniz
mais duro que a fórmula à base de
cera, ampliando o uso da água-forte.
Com esse verniz, as linhas puderam
ser mordidas mais profundamente
pelos ácidos, prolongando a vida
da chapa na impressão. O verniz
mais duro evitava também o risco
de os ácidos escorrerem pela chapa,
marcando-a indevidamente para além
do desenho a ser impresso. Depois
disso, os água-fortistas começaram
a realizar trabalhos mais minuciosos
e delicados, cuja execução era mais
demorada, sem medo de perdê-los.
Callot usou também, extensiva
e sofisticadamente, múltiplos
“stoppings-out”, técnica em que
se deixa o ácido morder levemente
toda a chapa, interrompendo-se sua
ação nas partes em que se deseja
manter luz e sombra, cobertas com
terra antes de a placa ser novamente
banhada. Por meio de um cuidadoso
controle desse processo, Callot
alcançou um inédito grau de sutileza
na variedade de tons da linha,
criando efeitos atmosféricos de
distância, luz e sombra. Para acentuar
a profundidade de suas gravuras, os
elementos que estão em primeiro
plano são executados com linhas
mais espessas e, consequentemente, a
impressão das mesmas se torna mais
escura; à medida que os elementos se
distanciam, diminuem de escala e a
linha se torna mais leve e luminosa.
JACQUES CALLOT
Les misères et les mal-heures de la guerre, 1633
[frontispício | frontispiece], água-forte | etching, 10 x 20 cm
REAL BIBLIOTECA
JACQUES CALLOT
Les misères et les mal-heures de la guerre, 1633
O alistamento da tropa [prancha | plate 2], água-forte | etching, 10 x 20 cm
REAL BIBLIOTECA
— 74 . 75
JACQUES CALLOT
JACQUES CALLOT
Les misères et les mal-heures de la guerre, 1633
A batalha [prancha | plate 3], água-forte | etching, 10 x 20 cm
Les misères et les mal-heures de la guerre, 1633
Saque e incêndio de uma aldeia [prancha | plate 7], água-forte | etching, 10 x 20 cm
REAL BIBLIOTECA
REAL BIBLIOTECA
JACQUES CALLOT
JACQUES CALLOT
Les misères et les mal-heures de la guerre, 1633
O saque [prancha | plate 5], água-forte | etching, 10 x 20 cm
Les misères et les mal-heures de la guerre, 1633
O suplício da polé [prancha | plate 10], água-forte | etching, 10 x 20 cm
REAL BIBLIOTECA
REAL BIBLIOTECA
— 76 . 77
JACQUES CALLOT
JACQUES CALLOT
Les misères et les mal-heures de la guerre, 1633
O suplício da forca [prancha | plate 11], água-forte | etching, 10 x 20 cm
Les misères et les mal-heures de la guerre, 1633
O suplício da roda [prancha | plate 14], água-forte | etching, 10 x 20 cm
REAL BIBLIOTECA
REAL BIBLIOTECA
JACQUES CALLOT
JACQUES CALLOT
Les misères et les mal-heures de la guerre, 1633
A fogueira [prancha | plate 13], água-forte | etching, 10 x 20 cm
Les misères et les mal-heures de la guerre, 1633
A distribuição da roda [prancha | plate 18], água-forte | etching, 10 x 20 cm
REAL BIBLIOTECA
REAL BIBLIOTECA
Claude Mellan
[1598–1688]
Desenhista, pintor e gravador a buril e
à água-forte, nascido em Abbeville em
1598. Os contornos de suas gravuras
são puros e seu traço, fluente. Em
suas primeiras gravuras, como todo
gravador, usava o talho cruzado; depois,
veio a empregar talhos ora largos, ora
finos, dependendo do tom que desejava
dar aos motivos que gravava. Luís xiv
lhe concedeu pensão e alojamento no
Louvre. Suas gravuras chegam a 336.
Faleceu em Paris em 1688.
Gérard Audran
[1640–1703]
CLAUDE MELLAN
A Santa Verônica de Jesus Cristo, 1649
buril | line engraving, 43 x 31,4 cm
REAL BIBLIOTECA
— 78 . 79
A célebre família Audran contou
em seu seio com numerosos artistas,
principalmente gravadores que
floresceram nos séculos xvii e xviii.
Gérard, o mais importante deles, foi
desenhista, gravador a buril e à águaforte, bem como editor de estampas.
Nasceu em Lyon em 1640. Seu talento
e sua assiduidade no estudo da
gravura, principalmente com Charles
Le Brun, fizeram com que se tornasse
um desenhista corretíssimo e o mais
notável gravador da história da escola
francesa. Os processos que empregou
diferem dos usados até então; suas
imagens, à exceção de poucas gravadas
apenas com buril, são trabalhadas à
água-forte e a buril, servindo-lhe esta
ferramenta apenas para aperfeiçoar o
que a ponta não conseguia exprimir
com nitidez.
GÉRARD AUDRAN
Aenée sauvant son pére de
lémbrazement de Troye, s/d
[segundo | according to
Domingos Zampieri,
dito O Domenichino]
buril | line engraving
53 x 39 cm
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
Etienne Picart,
dito O Romano [1631–1721]
Desenhista e gravador à água-forte e
a buril, nascido em Paris em 1631, foi
gravador do Rei. Em 1664, ingressou
como professor na Real Academia de
Pintura, Escultura e Gravura de Paris.
Gravou para a coleção Le Cabinet du
Roi, bem como pinturas de muitos
mestres italianos e franceses, e retratos
segundo desenhos próprios.
ÉTIENNE PICARD
Ste. Cecile chantant les
Loüanges de Dieu, s/d
[segundo | according to
Domingos Zampieri,
dito O Domenichino]
água-forte e buril
etching and line engraving
46,5 x 29 cm
REAL BIBLIOTECA
Egidio Rousselet
[1614–1686]
Desenhista e gravador a buril, nasceu
em Paris em 1614 e morreu, cego,
na mesma cidade em 1686. Sua obra
como gravador é composta de 334
gravuras, e sua maneira de gravar se
assemelha à de Cornélio Bloemaert,
porém seus traços são mais largos e
variados, e sua execução possui maior
calor.
Gérard Edelinck
[1640–1707]
Desenhista e gravador a buril, foi
o mais importante artista de uma
família de gravadores de origem
flamenga. Nasceu na Antuérpia em
1640 e faleceu em Paris em 1707.
Discípulo de Cornelius Galle, em 1665
se mudou, a convite de Colbert, para
Paris, onde viveu o restante de sua
vida. Membro da Academia Real de
Pintura, Escultura e Gravura de Paris,
realizou 339 gravuras. Seu trabalho é
desembaraçado e precioso, com um
buril apurado. Há calor em todas as
suas obras
EGIDIO ROUSSELET
Sainct Michel Victorieux du Demon,
[segundo | according to Raphael Sanzio]
buril | line engraving, 46,6 x 25,5 cm
REAL BIBLIOTECA
— 80 . 81
GÉRARD EDELINCK
GÉRARD EDELINCK
Albert Dürer Gur, s/d
buril | line engraving, 31,2 x 20 cm
Titien, s/d
buril | line engraving, 31,3 x 20,5 cm
REAL BIBLIOTECA
REAL BIBLIOTECA
Coleção Inglesa
e
William Hogarth [1697–1764]
Benjamin Smith [1754–1833]
e
Nasceu em Paris em 1688 e
faleceu na mesma cidade em 1741.
Desenhista e gravador à água-forte
— 82 . 83
e a buril, foi gravador do Rei
e teve alojamento no Louvre.
Pertenceu à Academia Real de
Pintura, Escultura e Gravura de
Paris. Sua maneira de gravar era
livre e pitoresca.
HENRI SIMON THOMASSIN
[Coquettes...], s/d
[segundo | according to
Antonio Watteau]
buril e água-forte
line engraving and etching, 23 x 24 cm
REAL BIBLIOTECA
Samuel Middiman [1750–1831]
John Ogborne [1755–1837]
Peter Simon [c.1764–1810]
Henri Simon Thomassin
[1687–1741]
e
e
e
Robert Thew [1758–1802]
Charles Gauthier Playter [c.1786–1809]
William Hogarth
[1697–1764]
Desenhista, pintor e gravador a buril
e à água-forte, nasceu em Londres em
1697. Aprendeu o ofício de ourives
e logo entrou para a Academia de
St. Martin’s Lane, a fim de estudar
desenho ao natural. No início de
sua carreira, ganhava o estritamente
necessário para viver, abrindo em metal
brasões e endereços para as chapas das
portas dos negociantes, bem como
desenhando e gravando cartuchos e
rótulos. Depois, passou a gravar para
livreiros, segundo desenhos próprios.
Frequentou a oficina de pintura de
Jacob Thornill, pintor do Rei, a
quem criticava pela maneira de pintar.
Acabou por casar-se clandestinamente
com a filha de seu mestre em 1730.
A esse tempo, dedicava-se à pintura
de retratos. Reproduzia na tela os
seus modelos com absoluto rigor, sem
omitir, nem corrigir nenhum detalhe
do aspecto de seus retratados, o que o
fez perder clientela. Em suas próprias
palavras: “Estou resolvido a compor
comédias na tela, a pintar não assuntos
clássicos, mas retratos burgueses;
não pintarei mais heróis imaginários.
Serei útil”. Em nenhum outro país,
a caricatura teve tanta liberdade, e
Hogarth é tipicamente inglês na
natureza didática de suas sátiras.
Dedicou-se a retratar os defeitos e
vícios do seu tempo. Tudo o que lhe
parecia ridículo ou repreensível foi
assunto de suas composições. Realizou
260 gravuras, algumas inteiramente
gravadas por ele e outras trabalhadas
com outros artistas sob sua direção.
Faleceu aos 67 anos na vila de
Chiswick, perto de Londres.
— 84 . 85
Mesmo sem ter sido um exímio
técnico na arte de gravar, Hogarth
permanece único e especial no que
concerne ao grande espírito crítico
de suas sátiras de cunho político-social e de censura de costumes,
como se pode observar na gravura
à água-forte e a buril The Bench:
quatro figuras caricaturadas e
burlescas, a meio-corpo, sentadas,
com as clássicas cabeleiras dos
juízes ingleses, vestidas de toga de
magistrado e presidindo a sessão
do tribunal, à qual, como se vê, não
prestam a menor atenção. São eles:
sir John Willes, lord Chief Justice;
Hon. Wn. Noel; Hon. Mr. Bathurst;
e sir Edward Clive. Já na gravura a
buril Southwark Fair, Hogarth mostra
os tipos de entretenimento que eram
oferecidos para “pessoas de todas as
distinções e ambos os sexos”.
WILLIAM HOGARTH
[Southwark Fair], 1733
buril | line engraving
44 x 54,5 cm
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
Página à direita | Right page
WILLIAM HOGARTH
The Bench, 1758
água-forte e buril
etching and line engraving
30,3 x 20,9 cm
REAL BIBLIOTECA
Samuel Middiman
[1750–1831]
Nasceu em Londres em 1750 e
faleceu na mesma cidade em 1831.
Gravador altamente considerado,
estudou técnica de gravura com
William Byrne, finalizando seus
estudos com Bartolozzi e William
Wollett. Gravou segundo Joseph
— 86 . 87
Wright, Gainsborough, Hearne,
Berchem e Smirke, entre outros. Foi
muito admirado também por suas
gravuras com temas topográficos,
publicadas em Select Views in Great Britain
(1784–1792) e em Picturesque Views and
Antiquities of Great Britain (1807–1811).
Suas obras foram expostas com
frequência nos Spring Gardens e na Free
Society and the Royal Academy.
SAMUEL MIDDIMAN
First Part of King Henry the Fourth,
act II, scene II, 1797
[segundo | according to Joseph Farington],
The Shakespeare Gallery [J. Boydell]
água-forte e buril | etching and
line engraving, 44,1 x 60 cm
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
Benjamin Smith
[1754–1833]
Nascido em 1754, foi um grande
gravador do século xviii e do início
do século xix. Estudou a técnica do
pontilhado, que permite a gradação
de tons pelo adensamento de pontos,
com Francesco Bartolozzi em Londres.
Durante sua carreira, gravou muitas
estampas segundo Hogarth, Beechey e
Rommey. John Boydell convidou-o
para realizar diversas gravuras para a
The Shakespeare Gallery e para The Milton Set.
Faleceu em Londres em 1833.
BENJAMIN SMITH
The Infant Shakespeare Attended by
Nature and the Passions, 1799
[segundo | according to George Romney],
The Shakespeare Gallery [J. Boydell]
pontilhado | stipple, 50,7 x 64,6 cm
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
John Ogborne
[1755–1837]
Nasceu em Chelmsford 1755 e faleceu
em Londres 1837, sendo considerado
um dos maiores gravadores a
pontilhado do século xviii na
Inglaterra. Aluno de Bartolozzi,
gravou principalmente segundo
desenhos de Richard Westall,
— 88 . 89
Kauffmann Angelica, Smirke Robert
e Stothard Thomas. Participou da The
Shakespeare Gallery e do The Milton Set.
No início do século xix, voltou-se
com sucesso para a gravura à águaforte de pontos de vista topográficos.
Em algumas gravuras, era ajudado por
sua esposa Mary Ogborne.
JOHN OGBORNE
Third Part of King Henry the Sixth,
act II, scene V, 1794
[segundo | according to Josiah Boydell]
The Shakespeare Gallery [J. Boydell]
pontilhado | stipple, 49,5 x 63,1 cm
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
Peter Simon
[c.1764–1810]
Nasceu em Londres por volta de
1764 e faleceu na mesma cidade em
1810. Estudou a técnica de pontilhado
com Francesco Bartolozzi. Em 1790,
foi considerado um dos maiores
gravadores da Inglaterra. Gravou
segundo Gainsborough, Reynolds,
Fuseli e Wheatley, tendo tido grande
capacidade de capturar fortes valores
tonais e contrastes. John Boydell,
uma das mais notáveis personalidades
do século xviii na Inglaterra,
encarregou-o de produzir gravuras
para The Shakespeare Gallery e para a série
de poemas de John Milton conhecida
como The Milton Set.
PETER SIMON
Tempest, act I, scene II, 1797
[segundo | according to Henry Fuseli]
The Shakespeare Gallery [J. Boydell]
pontilhado | stipple, 50,7 x 63 cm
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
Robert Thew
[1758–1802]
Nascido em Partington em 1758
e falecido em Stevenage, 1802, foi
um dos melhores gravadores a
pontilhado do final do século xviii.
Soldado, serviu ao exército até 1783.
Quase completamente autodidata,
gravou retratos de muitos estadistas
importantes, como o rei George iii e
a rainha Charlotte. Também ocupou
o importante cargo de gravador do
príncipe de Gales, tendo gravado 17
imagens para The Shakespeare Gallery, de
Boydell, entre as quais a famosa cena
das bruxas de Macbeth e a cena do
fantasma de Hamlet.
Charles Gauthier Playter
[c.1786–1809]
ROBERT THEW
King Henry the Eighth, act IV, scene II, 1798
[segundo | according to Richard Westall]
The Shakespeare Gallery [J. Boydell]
pontilhado | stipple, 44,2 x 59,5 cm
Gravador a buril e pontilhado,
nasceu por volta de 1786 na
Inglaterra e faleceu em Lewisham
em 1809. Foi contratado para realizar
vários projetos segundo artistas
contemporâneos, como Rigaud e
Hamilton, tendo trabalhado também
em diversas pranchas para The
Shakespeare Gallery, de John Boydell.
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
CHARLES GAUTHIER PLAYTER
Third Part of King Henry the Sixth, act I, scene III, 1796
[segundo | according to James Northcote]
The Shakespeare Gallery [J. Boydell]
pontilhado e água-forte, stipple and etching, 57,4 x 40,8 cm
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
— 90 . 91
Coleção Espanhola
e
José de Ribera [1591–1652]
e
Francisco Muntaner [1743–1805]
e
José de Ribera,
dito El Españoleto
[1591–1652]
Famoso pintor e gravador à água-forte,
nasceu em Xativa, Valencia, em 1591
e morreu em Nápoles em 1652. Foi
discípulo de Francisco Ribalta. Viajou
para a Itália, onde passou a maior
parte de sua vida. Estudou na escola
de Miguel Angelo Amerighi, dito
Caravaggio, e depois com Correggio.
Em Nápoles, foi nomeado pintor da
Corte e agraciado pelo papa com o
hábito de Cristo em 1644. Membro da
Academia de S. Lucas de Roma, gravou
apenas 18 imagens. Suas águas-fortes
manifestam ponta fácil e cheia de bom
gosto, trabalho variado, adaptado com
inteligência aos diferentes objetos e tão
pouco burilado, que se chega a duvidar
da presença nelas de talhos de buril.
Manoel Salvador Carmona [1734–1820]
Francisco José Goya y Lucientes [1746–1828]
Joaquim Fabregat [1748–1807]
e
Fernando Selma [1752–1810]
JOSÉ DE RIBERA
[São Jerônimo], s/d
água-forte | etching, 31 x 23,2 cm
REAL BIBLIOTECA
— 92 . 93
Manoel Salvador Carmona
[1734–1820]
Desenhista e gravador nascido em Nava
del Rey, Valladolid, em 1734 e falecido
em Madri em 1820. Discípulo de
Dupuis, gravou segundo vários artistas,
como Velázquez, Van Dyck e Anton
Raphael Mengs. Estudou desenho e
escultura na Academia de São Fernando,
pela qual seguiu para Paris, a fim de
aprimorar seus estudos de gravura com
Nicolas Gabriel Dupuis. Membro da
Real Academia de Pintura e Escultura
de Paris, viveu nessa cidade até 1762,
triunfando como gravador intérprete ou
de reprodução. Em 1783, recebeu o título
de gravador do Rei. Nos últimos anos
de sua vida, foi nomeado acadêmico
de mérito pela Real Academia das
Nobres e Belas-Artes de São Luis de
Zaragoza. Carmona é um dos exemplos
mais representativos do gravador
ilustrado, tendo alcançado grande
maestria no manejo do buril. Excelente
desenhista, formou um nutrido grupo
de gravadores, como Juan Antonio
Carmona, Fernando Selma, José Gómez
Navia, Manuel Alegre, Luis Fernández
Noseret e Blas Ametller. Ilustrou 30
livros. Em sua obra, destacam-se os
retratos, em especial o famoso retrato
de seus pais, de 1780, e o de seu sogro,
Anton Raphael Mengs.
Página à direita | Right page
MANOEL SALVADOR CARMONA
Sancta Virgo, 1757
água-forte | etching, 47,1 x 31,3 cm
Retrato de Miguel de Cervantes Saavedra
em El Ingenioso hidalgo Don Quixote de la
Mancha, 1757 [fronstispício | frontispiece]
[segundo | according to Joseph del Castillo]
água-forte e buril | etching and line engraving
21,1 x 14,5 cm
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
MANOEL SALVADOR CARMONA
— 94 . 95
Joaquim Fabregat
(ou José Joaquín Fabregat)
[1748–1807]
Francisco Muntaner
[1743–1805]
Nasceu em Torreblanca em 1748 e
faleceu em Madri em 1807. Foi aluno
da Real Academia de Belas Artes de
São Carlos em Valencia, tendo gravado
diversas gravuras segundo Luca
Giordano.
Nasceu na Espanha em 1743 e faleceu
em 1805. Foi gravador a buril e à
água-forte, bem como pintor de temas
religiosos.
— 96 . 97
FRANCISCO MUNTANER
JOAQUIM FABREGAT
Retrato de Miguel de Cervantes Saavedra em El Ingenioso hidalgo
Don Quixote de la Mancha [lâmina | plate 22], 1777
[segundo | according to Antonio Carnicero]
água-forte e buril | etching and line engraving, 20,5 x 14,2 cm
Miguel de Cervantes Saavedra em El Ingenioso hidalgo
Don Quixote de la Mancha [lâmina | plate 30], s/d
[segundo | according to Antonio Carnicero]
água-forte e buril | etching and line engraving, 20,9 x 14,3 cm
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
Fernando Selma
[1752–1810]
Gravador a buril, nasceu em 1752
em Valencia, morrendo na mesma
cidade em 1810. Discípulo de Manoel
Salvador Carmona, foi um dos mais
habilidosos gravadores espanhóis.
Professor da Academia de S.
Fernando de Madri, cultivou, além
das artes, a matemática e a poesia.
Sua maneira de gravar se assemelha
à de seu mestre Carmona e, logo, à
de Edelinck. Abriu retratos e temas
históricos, e em geral as suas gravuras
fazem parte de séries e coleções,
das quais a mais notável é Collección
de las estampas grabadas a buril de los
cuadros pertenecientes al Rey de España,
realizada em colaboração com outros
gravadores.
Página à direita | Right page
FERNANDO SELMA
Herodias, 1774
[segundo | according to Guido Reni]
buril | line engraving
30 x 21,6 cm
REAL BIBLIOTECA
FERNANDO SELMA
Miguel de Cervantes Saavedra em El Ingenioso hidalgo
Don Quixote de la Mancha [lâmina | plate 32], 1779
[segundo | according to Antonio Carnicero]
água-forte e buril | etching and line engraving, 21 x 14,2 cm
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
FERNANDO SELMA
Herodias, 1774
— 98 . 99
Francisco José Goya y Lucientes
[1746–1828]
Considerado o maior pintor espanhol
do século xviii, Goya nasceu em
Fuendetodos, Aragão, Espanha, em
1746. Filho de um artesão, mudou-se
aos 14 anos para Saragoça, capital
do Reino de Aragão, onde se tornou
aprendiz do pintor José Luzán.
De 1763 a 1766, fez várias tentativas
frustradas para entrar na Academia
de Belas Artes de Madri. Em 1770,
seguiu para a Itália, obtendo menção
honrosa num concurso de pintura em
Parma. De volta à Espanha no ano
seguinte, foi chamado, em 1774, para
trabalhar na Manufatura Real de Santa
Barbara, sob ordens de Anton Raphael
Mengs e, depois, Francisco Bayeu.
Goya realizou cartões pintados a óleo
(canvas) para confecção de tapeçarias
e, ao longo de cinco anos, desenhou
cerca de 42 padrões, muitos dos quais
usados para decorar as paredes de
pedra do El Escorial e do Palácio Real
del Pardo, residência dos monarcas
espanhóis, então recém-construída
perto de Madri. Com isso, seu talento
chegou ao conhecimento dos monarcas
espanhóis, que lhe deram acesso à
Corte real, quando estava aos 30 anos
de idade. Pintou uma tela para o altar
da Igreja de San Francisco El Grande,
em Madri, o que levou a ser nomeado
membro da Real Academia de Belas
Artes. Cinco anos depois, pintou o
retrato da duquesa de Osunã. Em 1789,
tornou-se um dos pintores da câmara
do Rei. A partir de então, desenvolveu
retratos dos reis e da aristocracia
em composições marcadas por certa
crueza e liberdade da imaginação. Goya
considerava Velázquez, Rembrandt e
FRANCISCO JOSÉ GOYA Y LUCIENTES
Disparate feminino [prancha 2 da série Os provérbios | plate 2 from Os provérbios series], 1815 e 1823
água-tinta e água-forte com retoques de ponta-seca e brunidor |
aquatint and etching retouched with drypoint and burnisher, 32,2 x 49,9 cm
COL. THEREZA CHRISTINA MARIA
a natureza seus três únicos mestres.
Em 1789, foi nomeado pintor da
corte de Carlos iv. Três anos depois,
contraiu uma enfermidade decorrente
do envenenamento por chumbo em
razão do uso excessivo da tinta branca.
Essa doença o levou a uma paralisia
temporária, à cegueira parcial e à surdez
permanente, que acentuaram-lhe a
sensibilidade à dor e ao sofrimento
humanos, e o fizeram voltar-se para
temas sombrios, sinistros e pessimistas.
Goya retirou-se da vida pública em
1815, passando a trabalhar quase
exclusivamente para si e para um
restrito círculo de amizades. Morreu
em Bordeaux em 1828, aos 82 anos de
idade. As investidas de Goya no lado
sombrio da natureza humana aparecem
em suas gravuras. Desenhou e gravou
cerca de 300 durante a sua vida. Tinha
mais de 50 anos, quando, em 1799,
realizou Os caprichos, sua primeira série
de critica social que mistura a sátira
aos costumes da época, às instituições
e às supertisções e bruxarias; Desastres
da guerra, em que deixa seu testemunho
sobre a brutalidade e as atrocidades
cometidas na Guerra Civil durante
a ocupação francesa na Espanha;
Tauromaquia, série sobre touradas; e
Os provérbios, em que utiliza de forma
magistral a água-tinta e a água-forte para mostrar vários aspectos
da sociedade e da loucura humana.
Essa série é conhecida também como
Disparates, que significa algo absurdo e
irracional. Em qualquer tentativa de
encontrar significados para as gravuras
dessa série, deve-se ter em mente a
terrível depressão em que Goya se
encontrava e sua inquietação com o
absurdo da vida, as forças do mal e o
triunfo da velhice, da dor e da morte.
RANCISCO JOSÉ GOYA Y LUCIENTES
Disparate de miedo [prancha 3 da série Os provérbios | plate 3 from Os provérbios series], 1815 e 1823
água-tinta e água-forte com retoques de ponta-seca e brunidor |
aquatint and etching retouched with drypoint and burnisher, 32,2 x 49,9 cm
COL. THEREZA CHRISTINA MARIA
FRANCISCO JOSÉ GOYA Y LUCIENTES
Babalicón [prancha 5 da série Os provérbios | plate 5 from Os provérbios series], 1815 e 1823
água-tinta e água-forte com retoques de ponta-seca |
aquatint and etching retouched with drypoint, 32,2 x 49,9 cm
COL. THEREZA CHRISTINA MARIA
— 100 . 101
FRANCISCO JOSÉ GOYA Y LUCIENTES
FRANCISCO JOSÉ GOYA Y LUCIENTES
Disparate volante [prancha 6 da série Os provérbios | plate 6 from Os provérbios series], 1815 e 1823
água-tinta e água-forte com retoques de ponta-seca
aquatint and etching retouched with drypoint, 32,2 x 49,9 cm
Disparate general [prancha 10 da série Os provérbios | plate 10 from Os provérbios series], 1815 e 1823
água-tinta e água-forte com retoques de brunidor
aquatint and etching retouched with burnisher, 32,2 x 49,9 cm
COL. THEREZA CHRISTINA MARIA
COL. THEREZA CHRISTINA MARIA
FRANCISCO JOSÉ GOYA Y LUCIENTES
FRANCISCO JOSÉ GOYA Y LUCIENTES
Disparate matrimonial [prancha 8 da série Os provérbios | plate 8 from Os provérbios series], 1815 e 1823
água-tinta e água-forte com retoques de ponta-seca
aquatint and etching retouched with drypoint, 32,2 x 49,9 cm
Modo de volar [prancha 12 da série Os provérbios | plate 12 from Os provérbios series], 1815 e 1823
água-tinta e água-forte com retoques de ponta-seca
aquatint and etching retouched with drypoint, 32,2 x 49,9 cm
COL. THEREZA CHRISTINA MARIA
COL. THEREZA CHRISTINA MARIA
Coleção Portuguesa
e
Francisco Vieira de Matos [1699–1783]
Antonio Joaquim Padrão [1731–1771]
e
e
Joaquim Manuel da Rocha [1727–1786]
Francisco Vieira de Matos,
dito Vieira Lusitano [1699–1783]
Manuel da Silva Godinho [1751–c.1809]
Gregório Francisco de Queiroz [1768–1845]
e
João Caetano Rivara [c.1770–1824]
Nasceu em Lisboa em 1699. Pintor
e gravador, foi discípulo de Lutti
e Trevisani em Roma, bem como
membro da Academia de S. Lucas em
Roma, cavaleiro professor da Ordem
de Santiago da Espada, pintor histórico
da Casa Real Portuguesa e ilustrador
de múltiplas obras. Depois de ter
estudado em Roma e de complexa
história amorosa, acabou por falecer
no Convento do Beato Antônio, em
Lisboa, em 1783. Joaquim Manuel da
Rocha e Antonio Joaquim Padrão, entre
outros, foram discípulos seus.
FRANCISCO VIEIRA DE MATOS
[Alegoria ao escudo português], 1728
água-forte e buril | etching and line engraving
28,2 x 19,6 cm
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
— 104 . 105
FRANCISCO VIEIRA DE MATOS
Hyppolitum Dianae impulsu ad vitam
revocat Aesculapius et Virbius vocatur, s/d
[segundo | according to
Antonio Tempesta]
buril | line engraving, 10,5 x 11,6 cm
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
MANUEL DA SILVA GODINHO
FRANCISCO VIEIRA DE MATOS
Hecuba a Graecis
(Troia exusta) rapitur, s/d
[segundo | according to
Antonio Tempesta]
buril | line engraving, 10,4 x 11,6 cm
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
— 106 . 107
Joaquim Manuel da Rocha
[1727–1786]
Manuel da Silva Godinho
[1751–c.1809]
Pintor e gravador à água-forte, nasceu
em Lisboa em 1727, falecendo na
mesma cidade em 1786. Foi aluno de
Vieira Lusitano, de quem copiou vários
desenhos. Entrou para irmandade de
São Lucas em 1752. Seu ponto forte na
arte de gravar era o claro-escuro.
Gravador à água-forte, nasceu em
Lisboa em 1751. Foi um prolífero
gravador do final do século xviii
estimado por seus temas religiosos.
A maioria de suas gravuras
possui bom desenho. Faleceu em
aproximadamente 1809.
Verdadeiro retrato do servo
de Deos Bento Joze Labre, s/d
água-forte | etching, 31,1 x 21,5 cm
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
À direita | Right
JOAQUIM MANUEL DA ROCHA
[Estampa representando Santo
Antonio ajoelhado, tendo uma
visão do menino Jesus cercado
de cabeças de anjos], s/d
buril | line engraving, 35,4 x 20,5 cm
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
João Caetano Rivara
[c.1770–1824]
Gravador a buril e a pontilhado.
Nasceu por volta de 1770 em Portugal.
Mudou-se para Roma em 1788,
pensionado pela Intendência, onde
foi aluno de Labruzzi e, depois, de
Volpato na escola de Pedro Vitali.
Em Londres, estudou com Bartolozzi.
Regressou a Lisboa em 1803,
tornando-se professor de gravura do
Jardim Botânico. Diz-se que trabalhou
na Imprensa Régia no Rio de Janeiro.
Morreu em 1824.
Gregório Francisco de Queiroz
[1768–1845]
Nascido em Lisboa em 1768, foi
enviado pelo governo português para
Londres, onde estudou com Francesco
Bartolozzi, de quem se tornaria
ajudante após a reativação da Aula de
Gravura em Lisboa. Sua obra gravada é
vasta e diversificada, destacando-se nela
as notáveis gravuras que abriu a partir
dos quadros de Domingos Sequeira.
Faleceu em Lisboa em 1845.
Antonio Joaquim Padrão
[1731–1771]
Pintor e gravador à agua-forte,
nascido em Lisboa em 1731, fez
os esboços que, após seguirem
para França, serviram de base para
o grande retrato do marquês de
Pombal expulsando os jesuítas.
Abria muito bem à água-forte.
Faleceu em Lisboa em 1771.
— 108 . 109
ANTONIO JOAQUIM PADRÃO
[Diploma da Ordem Terceira
da Penitência], 1754
buril | line engraving
19,5 x 26,4 cm
COL. OLIVEIRA BARBOZA
JOÃO CAETANO RIVARA
[Nossa Senhora:] À Sereníssima Senhora D. Carlota Ioaquina Princesa do Brasil, s/d
[segundo | according to Andre Del Sarto]
buril | line engraving, 46,2 x 34,5 cm
COL. OLIVEIRA BARBOZA
JOÃO CAETANO RIVARA
JOÃO CAETANO RIVARA
[Maria I Port. & Alg. Regina Fidelissima...], 1800
buril e pontilhado | line engraving and stipple, 23,5 x 15,5 cm
[Iohannes Brasiliae Princeps Port. Regens], 1800
buril e pontilhado | line engraving and stipple, 23,5 x 16 cm
DOAÇÃO DO BARÃO HOMEM DE MELLO
PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA
Página à direita | Right page
GREGÓRIO FRANCISCO DE QUEIROZ
[Estampa representando N. Senhora, tendo ao colo
o menino Jesus com três anjos à volta e, ao lado, S. José], 1800
buril | line engraving, 27,9 x 22,6 cm
COL. OLIVEIRA BARBOZA
— 110 . 111
Masters of Engraving at
Ricardo Brennand Institute
A
t the end of the 20th century, the Pernambuco-born industrialist Ricardo
Brennand found himself dedicated to bringing together works by Dutch
painter Frans Post (1612–1680), when he
knew, through friends, that the Rio de Janeiro’s British Cultural Society possessed
two works by that artist an excellent state
of preservation, in the collection put together by celebrated collector Sir Henry
Joseph Lynch (1878–1958), founder of that
entity.
On account of this, there came to
Pernambuco not only these two precious
paintings by Frans Post, but also the entire Rio de Janeiro’s British Cultural Society painting collection, consisting of 98
works by 18 Brazilian and foreign artists,
described in the book Iconography and
Landscape – British Cultural Society Collection
(Rio de Janeiro: Edições Pinakotheke, 1994),
which then became part of the Ricardo
Brennand Institute collection, in Recife.
This collection brought some engravers
of Brazilian landscapes drawn by Johann
Moritz Rugendas (1802–1858), Ambroise
Louis Garneray (1783–1857), Johann Jacob
Steinmann (1800–1844), Friedrich Hagedorn
(1814–1889), Emil Bauch (1823–c.1890), in
addition to other representatives of landscape depiction from the 1800’s among us.
Previously, industrialist Ricardo Brennand had already been putting together
engravings connected to Ducht Brazil
(1630–1654), produced by Willem Jacobsz
Delff (1580–1638), who painted Count
João Maurício de Nassau-Siegen’s portrait
in the year of his arrival to Recife (1637),
and by Theodoro Matham (c.1600–c.1677),
author of the face pages of Gaspar Barlaeus’ books (1647), and of Historia Naturalis
Brasiliae (1648), by Willem (Guilherme)
Piso and Georg Marcgrav.
Among the engravings of the period,
were acquired the landscapes drawn by
painter Frans Post for Gaspar Barleus’
— 112 . 113
Masters of Engraving –
The National Library
Foundation Collection
book (1647), engraved by Jan Broosterhuisen (c. 1596–1650) and possibly by
Frans Post himself. Also included in the
set were texts and maps by other authors
on Ducht Brazil, which artistic influence
reaches up to the 18th century with the
publications by Pieter van der Aa (1659–
1733), a famous Dutch geographer, publisher and bookseller.
In this year of 2014, the Ricardo Brennand Institute achieved twelve years of
activities, a period in which it was visited
by more than two million people, having
been elected by TripAdvisor as the 17th
among the 25 most important museums
in the world, being classified as the best
in South America.
This exhibition of Masters of Engraving –
National Library Foundation Collection comes
to us at the festive moment in which we
are celebrating several important facts in
this twelve year journey.
Our celebration is carried further
through the presentation of these engravings from the National Library Foundation, in Rio de Janeiro, some of which
from the original Royal Library (1760), that
came in Brazil upon the moving of the
Portuguese Royal Family in 1808.
Collections of engravings from Italy,
German, The Netherlands, Belgium,
France, England, Spain and Portugal itself,
dated between the 15th and 19th centuries,
are now at the disposal of an eager public for knowledge and for delight to their
eyes and spirits.
Thus, we salute this new itinerant art
exhibition which arrives for the great joy
of all of us from the Ricardo Brennand Institute, currently the most visited cultural
center in the North and Northeast of Brazil, with a yearly average attendance of
150 thousand visitors.
Leonardo Dantas Silva
Counsellor, Ricardo Brennand Institute
P
reserving and allowing access to
the Brazilian cultural records comprise the mission of the National
Library Foundation, holder of one of
the richest collections in Latin America,
currently consisting of more than nine
millions items, among which books,
manuscripts, maps, engravings, and
musical scores.
At present, the bicentennial institution is facing of the challenges imposed
upon it by the future, without, however,
turning its back to its past. It is important
to recall that, thanks to the strategy of
the Portuguese Crown to brave the seas
in order to dodge Napoleon’s invasion,
and bringing in its baggage its Royal
Library, the National Library became
charged with the preservation of Brazil’s
cultural memory, as well as for a part of
the Portuguese memory.
The careful selection of engravings
from the National Library collection, now
displayed to the public, entails a precious
ensemble, mostly from the Portuguese
Royal Library. As from these documents,
it shall be possible to appreciate the art
of engraving and come to know several
artists, in addition to the techniques they
employed. In short, presenting the exhibition Masters of Engraving at The Ricardo
Brennand Institute, in Recife, gives rise to
a unique opportunity to provide public
access to this valuable collection.
National Library Foundation
Fernanda Terra
E
ngraving is breathing life to the
lines of time. Incisive lines were woven, from the delicate web of drawing on a surface, throughout history, into
some of the subtlest and most notable
works of art. Albrecht Dürer, Lucas van
Leyden, Rembrandt van Rijn, Jacques Callot, Giovanni Battista Piranesi, Goya y
Lucientes and William Hogarth, among
several other representative artists of
Western engraving, comprise a number
of highlights of the individual engraving
collection of the National Library Foundation, totaling more than 30 thousand
items. One hundred and forty-four works,
from the Renaissance to the Enlightment,
were researched and selected to represent the treasures lodged in this national
institution. Made by 66 engravers, they
translate the construction of philosophical and religious thought, the ideas, customs and discoveries promoted by European culture throughout the centuries.
The engravings are exhibited in regional production sets, comprised by the
Italian, German, Dutch, Flemish, French,
British, Spanish, and Portuguese collections, and by the engravers’ chronological birth order. Both woodcuts, examples
of the oldest paper printing technique,
and of the various metal engraving techniques developed until the 18th century,
are presented.
The set of engravings reproduced
herein includes original engravings,
works created by renowned practitioners
in the history of art, who exploit the resources of engraving as well as reproduction and interpretation engravings, made
by artists with full command of the technique, and which reproduce masterpiec-
es, such as paintings, sculptures, drawings, and frescoes, these engravings being a form of spreading and publicizing
of art and artists throughout time.
The present engravings, the origin of
which dates back to the Royal Portuguese
Library, brought to this country upon the
transfer of the Portuguese Court to Rio de
Janeiro in 1808, and to other collections
later incorporated to the National Library
Foundation collection, among which the
J. A. Oliveira Barbosa and D. Thereza Cristina Maria, comprise the most important
ensemble of engravings in the country.
Origins: the Royal Library
The Royal print cabinet included in the set
comprising the Royal Library was made
up of collections donated or acquired by
king D. José I, right after the 1755 earthquake, when a great fire brought about
by the quake destroyed the collection the
former Royal Library in Lisbon. In 1760,
the collection was restarted, with emphasis, at the end of the same century,
to two major donations: the collection of
the scholarly, bibliophile, royal academic
and abbot of the Saint Adrian de Server
church, Diego Barbosa Machado, which
included books, albums of prints on religious themes and collections of portraits
and maps, most of which line engravings
or etchings, and the collection of British
artist Guglielmo Dugood, comprised of
a series of print albums, engraved maps,
and illuminated manuscripts.1
With the transfer of the Court to Rio
de Janeiro, in 1808, and the settling of the
Royal family at the Viceroy’s Palace, the
Royal Library and the Infantado Library
were installed, in 1810, in a wing of the Ordem Terceira do Carmo hospital, located at
the Rua do Carmo, which connected to the
Palace and the Royal Chapel by means of
a bridge. In 1811, consultation to books and
prints would be authorized only to scholars, who had to secure prior royal consent.
Forthwith, the Royal Library received
new donations. Two years later, albums of
prints and metal plates, engraved by mem-
bers of the Oficina do Arco do Cego, were
sent from Lisbon, and which served to illustrate works already published, under the
direction of the noted Brazilian botanist,
Friar José Mariano da Conceição Velloso,
whose estate had already been offered to
the Prince Regent, Dom João VI. By his order, the Royal Library became public in 1814.
Among the print collections which
became part of it, on Brazilian soil, are
found Dr. Manuel Ignácio da Silva Alvarenga’s library, acquired in 1815, and
that belonging to Royal Architect José da
Costa e Silva, incorporated in 1818, comprising, among other items, prints by European artists, and Italian drawings from
the 17th and 18th centuries. The Conde da
Barca’s collection, entailing a set of 7,318
documentary prints distributed throughout 120 volumes was acquired in 1822, the
year of Brazil’s independence.2
On account of the Additional Covenant
to the Friendship and Alliance Treaty, dated August 25th, 1825, signed by Portugal
and Brazil, following the latter’s independence, the Royal Library was purchased
and became property of the Brazilian Imperial government, being named Public
Library of the Court, and, at times, Imperial
and Public Library of the Court. On August,
4th, 1858, the Library began to operate in a
building acquired by the Imperial government at 48, Rua do Passeio, Largo da Lapa.
The National Library was only named
so in 1876. The Print Section was only
created with the purpose of preserving,
cataloguing, and publicizing the nucleus
of graphic works by European artists,
coming from Portugal with the Royal Library.3 Setting up the 3rd section, as it was
known, was entrusted to José Zephyrino
de Menezes Brum,4 the first head of the
sector, and the prints from the main
funds, catalogued according to the classification system adopted by the Paris
Library, with few changes, thereby comprising three catalogues by schools, by
materials, and alphabetical.5
A number of private iconographic collections, including original prints, and
of interpretation of significant names in
print history, would be incorporated to the
Public Library of the Court, among which
that of J. A. Oliveira Barboza, from 1874.
The J. A. Alves de Carvalho collection,
containing 774 prints, was acquired in
1877, being followed by additions made in
1878, including The whims, a series of 80
aquatints by Francisco José Goya y Lucientes (1746–1828), and in 1880 and 1884,
related to the Dutch occupation of Brazil,
including Salvador de Mendonça’s donation, as well as the acquisition of 80 etchings by Salvador Rosa, bought from Miguel
Navarro y Cañizares.6
At the end of the 19th century, in 1890,
after the proclamation of the Republic,
former Emperor D. Pedro II donated his
private library to the National Library, a
collection named D. Thereza Christina
Maria, with more than 100 thousand
items, among books, maps, musical
scores, photographs, manuscripts, printed documents and 18,847 artistic prints
by 19th European engravers.7
The opening of the National Library,
at Avenida Rio Branco, n. 219, formerly
Avenida Central, occurred in 1910; this
benefitted the Print Section, currently
the Iconographic Division. Rare European
prints were added to the collection in the
20th century.8 Attention was also turned
to Brazilian artists, with a precious core
of modern printers being thus comprised.
Notes
1
2
3
4
CUNHA, Lygia da Fonseca Fernandes da.
“Escola italiana de gravura: catálogo
de estampas”. In: Anais da Biblioteca
Nacional do Rio de Janeiro (1984), vol.
104. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, 1987, p. 173.
Ibid., p. 174.
CUNHA, Lygia da Fonseca Fernandes da.
“Escola Brasileira de Gravura. Catálogo
de Estampas”. In: Anais da Biblioteca
Nacional do Rio de Janeiro, vol. 96. Rio de
Janeiro: Biblioteca Nacional, 1976, p. 10.
BRUM, José Zephyrino de Menezes. “Esboço Histórico”. In: Anais da Biblioteca
Nacional do Rio de Janeiro (1883–1884),
vol. XI. Op. cit., p. 547.
— 114 . 115
5
VILLA-LOBOS,
R. “Iconografia (Estudos)”.
In: Anais da Biblioteca Nacional do Rio
de Janeiro (1896), vol. XVIII. Rio de Janeiro: Tipografia Leuzinger, 1897, p. 420.
6 BRUM, José Zephyrino de Menezes. “Esboço Histórico”. Op. cit., p. 584.
7 MELLO, José Alexandre Teixeira de.
“Relatório anual”. In: Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (1896),
vol. XVIII. Op. cit., p. 474.
8 CUNHA, Lygia da Fonseca Fernandes da.
“Escola italiana de gravura: catálogo de
estampas”. Op. cit., p. 174.
The art of engraving
The art of printing on paper started, in the
West, only at the end of the 14th century,
with woodcuts being used to reproduce
images of saints and playing cards. Its
development stems from the knowledge
of paper manufacture, started by the Chinese in 105 B.C., which reached the Iberic
Peninsula in mid-12th century, brought by
the Arabs.
In the 15th century, however, the skill of
printing on paper was developed in Italy,
and, soon afterwards, in the other European countries, as an artistic expression and
means of spreading and rendering knowledge democratic, in place of manuscripts
and illuminures. There then appear the incunabula, the first printed books.
The first prints from a wooden master
are called woodcuts (print in relief). Conversely, the use of metal masters, initially
restricted to goldsmithing, allowed for
the emerging of engraved prints (in tailledouce or intaglio), the name first used in
reference to prints and which currently
denominates, in opposition to relief printing, all processes for constructing flat and
polished metal masters. These are preferably made of copper plates, onto which
the engraving produced is tinted, allowing for greater enhancement and refining of the prints. Zinc and/or brass plates
may also be used.
The art of metal engraving is known
as chalcography. Five procedures for engraving were used until the 18th century:
line engraving, drypoint, etching, inherited from the goldsmiths and medieval
armorers, and aquatint and mezzotint,
procedures invented for the construction of reticulate masters by manual and
mechanical processes. To these methods
were added, from mid- to the end of the
18th century, the techniques in crayon
manner, soft varnish and stipple.
The art of the print
In the oldest woodcuts and line engraving
prints, the religious theme is the hallmark
of artistic labor construction. For the Middle Ages man, God was the one who seeded the vis creativa. From Him stemmed the
beauty of creation, witness of His grandeur and infinite wisdom, through which
Beauty approaches Truth.
Throughout the 1,400’s, Beauty and
nature meld into one single ideal. Documentary and mythological theme arise
in the universe of print, inspired by the
growing humanism which affirms man’s
dignity and makes him an investigator of
nature by excellence, in reappraisal of the
classic ideals. Man as center of universe,
independent, free, and creative, depicts
himself in perfect proportions, inserting
in the illusory tridimensional space of linear perspective.
Renaissance thought spreads throughout Europe in the 16th century, at the same
time that the Reform shook the political
balance and the cultural and artistic unity
recently conquered in the continent. The
prints, under a Protestant inspiration,
turned to nature and to profane characters, and an iconoclastic trend takes over
the art scenario. Feelings of pessimism, insecurity and anomy arise with the decline
of the Catholic influence, which characterize the atmosphere of Mannerism. The notion of space is altered and the perspective
is fragmented into multiple viewpoints.
The proportions of the human figure are
distorted into a more dynamic visual language, which proves to be dramatic and
sophisticated, reflecting the dilemmas of
the end of this century.
The Counterreform opens up the
path, throughout the 17th century, to the
expressive density of the Baroque, with
the sensuousness of curved and spiral
forms, the cenographic monumentality and the exaltation of movement.
As counterpoint to the excesses of the
Baroque, there arises Neoclassicism, in
mid-18th century, with a more serene, balanced, simple and somber art, and which
takes up again the interest for classical
Antiquity from archeological excavations
and from the scientific, systematic and
rational bases on which it inspires itself.
The engraving techniques
Also called half-ink, this technique, created
in the 17th century, consists of building up a
regular and strict framework of points, by
means of a specific instrument, called berceau, the shape of which being similar to a
half-moon comb, with teeth devoid of any
spacing among themselves, and very sharp
tips. The berceau strikes the metal, raising
burr on account of the pressure exerted
directly on it, with no need for mordants.
This ensures that the surface, after being
printed, provides a deep and velvety shade
of black. The plate is worked by means of
scraping and polishing, reaching, as soon
as the burr is removed, the half-lights between the black hue of the framework built
and the white hue of total polishing.
Etching engraving
Aquatint engraving
Etching, unlike the line engraving and
drypoint, is an indirect procedure. A
technique used since the 16th century,
etching was what alchemists called the
mordants, chemical products which attacked the copper master plate areas
drawn, and not insulated by resistant
varnish, thereby creating concavities. A
drawing is made with metal points, used
as a pencil, so that the copper is exposed
where the point penetrates the varnish.
The copper plate is immersed in acid
(iron nitrite or perclorate) and the parts
exposed to it, not covered by the varnish,
are corroded. Corrosion is determined by
the type of chemical agent in which the
plate will be immersed and by the time
exposure of the metal to this condition.
Afterwards, the varnish is removed from
the plate which, once cleaned, is covered
with ink; cleaned again, only the ink-covered grooves are left. The plate is covered
with a moist piece of paper, and both go
through a press; the paper absorbs the
ink deposited in the grooves, thereby producing a reverse print of the drawing on
the plate. Several mordants and application systems may be used by the artists.
Thus, different shades, which range from
the lightest, through an infinity of visual
textures, to the darkest. Almost all important etchers created their own methods.
Invented in the 18th century, unlike the linear processes, allows for achieving regular
surfaces in half-shades. This comprises an
indirect process using mordants, such as
etching. The master is sprayed with resins,
pitch-black and bitumen, which cling to the
plate surface through heat. The mordant
(acid) corrodes the uncoated points on the
plate, which are not protected by resin. Using various mordant methods, and different
types of varnish, one reaches values in the
manner of flat hues which may bear tints.
A time scale is translated into a scale of virtual grays: the rarer the corroded points, the
lower the reserve of ink, and the deeper the
points are, the greater the ink reserve for
printing. In other words, the less printed ink,
the more white spots on the paper, and viceversa, thereby causing the number ratio of
black to white points to generate optical
grays and the consequent shade scale.
Woodcuts
In woodcutting, cuts are made directly onto
the wooden master with tools as gouges
and chisels, leaving in relief the image to
be printed. Detached from the background,
this image receives the printing ink, to be
transferred to a sheet of paper, by means
of hand pressure directly on the paper laid
on the tinted wooden plate or with the help
with a spatula or a wooden spoon.
Line engraving
Also known as intaglio, line engraving was
created in the 15th century, being the oldest technique known for metal engraving.
A burin is a wooden-handled instrument
with a steel square, lozenge-shaped or
round tip. The engraver places the burin
on the metal, performing very fine and
deep gouges, which leave marks to be
filled by the printing ink. The quality of the
line depends on the depth and width of
the incisions, and on the force to be employed in engraving. The ink is transferred
to the paper with a press. The burin was,
by excellence, the first engravers’ tool.
Drypoint engraving
Known since the 15th century, and also
using direct cuts, albeit different from
line engraving, which removes metal by
producing an incisive line, drypoint only
displaces material, when pressed against
the surface. This apparently subtle differ-
Mezzotint engraving
ence creates two types of peculiar and
clearly-discernible lines. A drypoint is held
like a pencil and does not require skills so
elaborate as those needed for using a burin, the tone of the line being given by the
pressure produced upon the act of drawing and by the amount of burr produced
in these displacements. The burr holds
the ink which, added to that contained
in the grooves, provides a velvety feature
and diffuse contour to the lines built by
using this tool. Paints of different formats and materials are used, generating
distinct results in cutting and in printing.
Following a few dozen prints, the burr is
destroyed or changed, which creates fluctuations in image quality and does not allow for a large number of copies.
Crayon manner, soft varnish and stipple
techniques emerge from mid-to-end of
the 18th century. This is a method which
uses etching, curved burin and drypoint.
Firstly, a slight engraving is made of the
contour of the drawing in etching; then,
the shades of the work are achieved, by
stippling the plate with the tip of the
curved burin or with the drypoint on a
second varnish, later bathed in acid.
The Italian Collection
André Mantegna [1431–1506]
Painter and line engraver, born on the
Island of Cartura, near Vicenza, in 1431.
Started his apprenticeship at Francisco
Squarcione’s classical school in Padova.
Studied Roman sculpture and perspective
drawing. His career was market by Florentine school works. When a young man,
he was influenced by Jacopo Belline. In
1459, he moved to Mantova, where he remained until his death, in 1506. Protected
by Luiz de Gonzaga, Duke of Mantova, who
knighted him, and by Pope Innocence VIII. In
addition to being a magnificent painter, he
also excelled as an engraver. His works are
admired for their good taste and correctness of the drawings. “The plastic notion
is brought to the graphic and, as a consequence, the taste for abstraction linked to
luminous graphisms, rhythms and denseness” (Luis Cláudio Mubarac). His manner
of engraving featured strongly-marked
forms, with shadows made by open parallel strokes and lighter oblique lines among
these strokes; his prints were cut on copper sheets.
Marco Antonio Raimondi
[c.1480–c.1534]
Also known as Marcantonio, he was a
goldsmith, draftsman and line engraver.
Born in 1480 in Bologna, where he died
in 1539. Learned to draw with Franscisco
Raibolini (the Francia), a goldsmith and
painter, for whom he made works in niello, with which he became acquainted
with the handling of the burin and with
the principles and practices of engraving in intaglio. Started the practice of
the so-called interpretation or reproduction engraving. Was a great interpreter
of Raphael and admirer of Durer’s work,
having copied the Small Passion in steel,
in the manner of the German master’s
woodcut. His reputation was so great
that it attracted several engravers to his
school. Had as disciples, among others,
Agostinoo de Musi, Marco Dente, the
Master of the Die, Enea Vico, the Ghisi,
Bartholomeu Beham and Georg Pencz.
— 116 . 117
Benedetto Montagna [c.1480–c.1541]
Painter and line engraver, born in Vicenza
around 1480, son of painter Bartolomeu
Montagna. He worked most of life in Venice, taking as models, in painting, Bellini
and, in printing, Durer. His prints, the
first of which dating from circa 1500, are
strong, simple, and very rare.
Agostino de Musi, called The
Venetian [c.1490–1536]
Vico, and wrote about numismatics. Great
doubts prevail over his life.
Adamo Ghisi [c.1530–1587]
Draftsman and line engraver, son of
Giovanni Battista, born in Mantova
around 1530. Passed away in 1587. Engraved according to several Italian masters. His way of engraving is akin to his father’s and his elder brother’s Jorge Ghisi.
Draftsman and line engraver. Born in
Venice circa 1490, and died in Rome in
1536. It is not known for sure what his first
masters were. However, it is known that,
while he was living in Rome, he worked
under the direction of Marco Antonio
Raimondi. In his first works, he copied the
Master of the Caduceus and Giulio Campagnola, his greatest influence. It was at
Raimondi’s that Musi associated himself
to Marco Dente of Ravenna, with whom
he jointly made several prints.
Lodovico Carracci [1555–1619]
Marco Dente [c.1493–1527]
Annibale Carracci [1560–1609]
Better known as Marco Dente da Ravenna, he was born in this city around 1493
and died, during the ransacking of Rome,
in 1527. Disciple of Marco Antonio Raimondi, having partnered with Agostino
Venetian until 1520. After this date, he
started to mark his works with his name
or his initials. With his richness of textures and sounds, he approached his
master’s engraving technique. His shading, with broad flat surfaces of hues, is
simple and pleasant.
Agostino’s younger brother was a painter
and etcher and line engraver. Born in Bologna in 1560, he died in Rome in 1609.
Learned painting with Lodovico Carracci,
his cousin, being considered the most
skilled Italian painter after Raphael, Ticiano and Correggio. He painted the Farnese
Palace gallery together with his brother
Agostino. It is said that this work, which
consumed eight years of his life, was the
cause of his death: he died of grief for
the ingratitude of Prince Farnese, who
rewarded him miserably for the undertaking. As engraver, his work, albeit not
numerous, is well drawn and finished.
Enea Vico [1523–1567]
Draftsman and metal engraver, born in
Parma in 1523, having passed away in Ferrara in 1567. His rise as an engraver occurred
between 1541 and 1567. Moved to Rome still
at an early age, having as master the minor
engraver and print merchant Thommaso
Barlacchi. Enea Vico’s prints prior to 1550 are
engraved in the manner of various masters:
Julio Bonasone, Agostino de Musi, Jacob
Caraglio, and Marco Antonio Raimondi. Later, Vico acquired his own and characteristic
manner to engrave. He was also interested
in the sciences, which he studied privately
Painter and etcher and line engraver, born
in Bologna in 1555. Had Prospero Fontana
as his first master. In the same city, he
founded, with his cousins and disciples
Agostino and Annibale Carracci, the famous school painting Accademia degli Incamminati, which he encouraged the revitalizing of line engraving, and discouraged
the etching method. Even though inferior
to his cousins’, Lodovico’s prints are held in
high esteem. Died in Bologna in 1619.
Francesco Brizzi [1574–1623]
Painter, etcher and line engraver, born in
Bologna in 1574, where he died in 1623.
Initially a shoemaker, he left this trade
to learn drafting and painting with Bartolomeu Passarotti and improve his skills
with Luiz Carracci and Agostino Carracci.
He collaborated in some of the latter’s
prints and dedicated himself to perspective drawing and architecture, which he
taught at a public course.
Guido Reni [1575–1642]
Salvatore Rosa [1615–1673]
Painter and etcher, born in Bologna in 1575,
having passed away in the same city in
1642. After studying art with Dionisio Calvaert, went to the Carracci school, becoming their most famous pupil. By combining luminous lines and dots, he produced
several delicate etching prints. Imitated
not only in Italy, but also by the French.
His drafting is pure and correct, the heads
of his figures noble and gracious, and the
garments depicted with taste and mastery. An inveterate gambler, this passion
made him lose personal property and
friends, which led to his spending his final
years in oblivion and misery.
Painter and etcher. Born in Renella, a village near Naples, in 1615, having passed
away in Rome in 1673. Studied in Naples,
cultivated poetry and music, being influenced by Ribera’s realism. Encouraged by
Giovanni Lanfranco, he travelled to Rome
in 1635, but had to return to Naples in
1639, after contracting malaria. Moved to
Firenze, where he was hired by the Médici family, having founded the Accademia
dei Percossi for writers and artists. Rosa
would return to Rome in 1649 to work as
a historical theme painter.
Giovanni Benedetto Castiglione
[1609–1664]
Born in Venice in 1720, son of a builder, Piranesi received training in scenic arts and
perspective drawing from Carlo Zucchi.
An architect and lover of archeology, he
dedicated himself to engraving the monuments of Roman Antiquity, carrying out
a job of great magnitude and expressive
force in a free, theatrical and impetuous
style. His prints are modeled by light, in
a manipulated perspective, which overflows their frames, at times. Human figures are timeless, only sketches, in the
manner of Callot and Della Bella.
Piranesi produced his first vedute in
small format for tourist guides. He published his first 12 etchings in 1743, the Prima parte di architettura e prospettive, this
starting a 40-year career, during which he
produced more than one thousand plates
divided into 19 works by his own publishing house. His style is unmistakable and
his art points to the esthetics of the sublime, letting flow the tension between rationality and sensitivity. Piranesi passed
away in Rome in 1778.
The magnificent Le carcere d’invenzione
series is a fascinating example of the artist’s inquietude and genius. In it, Piranesi
proposes fantastic spatial structures
in an experimental labirinthic space, in
which there is neither a fixed and central
viewpoint, nor a linear perspective to be
followed. Our gaze, when contemplating
this etching series drifts restlessly, observing the spatial arrangements in per-
An Italian Baroque artist, Castiglione
was born in Genoa in 1609. Known as Il
Grechetto in Italy and as Le Benédette in
France. His initial training is not clear. He
may have studied with Sinibaldo Scorza,
Antoon van Dyck, and Peter Paul Rubens. A
painter and draftsman, he belonged to the
Genoa school, having lived in Rome from
1634 to 1645. Died in Mantova, as Court
artist, in 1664. His prints are remarkable
for their play of light and shade, which led
to his acquiring the alias of “second Rembrandt”. His oriental head studies reveal
great knowledge of the work of the Dutch
master. Castiglione invented the monotype in 1648, a technique through which
it is possible to reproduce a drawing or a
color blotch in a single proof.
Stefano della Bella [1610–1664]
Draftsman, etcher and line engraver, born
in Firenze in 1610. Dedicated himself initially to painting, having Cesar Dandini as
his master. In engraving, his master was
Remigio Cantagallina, at whose studio Jacob Callot was also a disciple. With time,
he acquired his own manner of engraving,
distinguished by good taste and lightness
of his burin. Worked in Rome, Paris, and
Firenze, where he died in 1664. Engraved
more than 1,400 images with historical
themes, hunt scenes, landscapes, seascapes, animals, and ornaments.
Giovanni Battista Piranesi
[1720–1778]
spective proliferation, spatial unfolding,
the crisscrossing of stairs, bridges, and
walk ways. We observe light provoke and
produce darkness, and the walls absorb
it without reflecting it, as well as notice
the beams of light which deflect from
their natural path to curve over objects.
The notions of proximity and distance
are abolished, and time and space meld.
Past, present, and future seem not to exist. Piranesi speaks of another place and
another time, leading us into an uncomfortable insight, in which we face our
subtlest fears, which we do not know
how to name.
The term veduta applies to painting,
drawing or print which represents a city,
a monument, or a site with a markedly
topographic concept. The vedute bear
their origin in the pilgrimages to Rome
in the 18th century, at the time Antiquity
was discovered: Herculanum, in 1719, and
Pompey, in 1748. Their greatest innovators were Canaletto, Guardi, and Piranesi,
who transformed the view engraved as
a souvenir for intellectual tourists and
aristocrats into a sophisticated means
of erudite communication with a great
expressive charge. Thus, he practices the
veduta direta, or authentic reconstitution, according to documentary sources,
and the veduta ideata, in which the ruin
serves as subject matter for his passionate and tragic vein.
Francesco Bartolozzi [1725–1815]
An Italian engraver whose most productive period was spent in London. Born
in Firenze, studied with the Florentine
artists Ignazio Hugford and Domenico
Giovanni Ferretti, who instructed him
in painting. After dedicating three years
to painting, he started studying engraving with Joseph Wagner, in Venice. His
first productions were in the style of
Marco Ricci and Zuccarelli, among others. Moved to London in 1764, where he
lived almost 40 years, having produced a
huge number of prints, contributing several of them to The Shakespeare Gallery,
from John Boydell. He also sketched in red
crayon. A short while after arriving in Lon-
don, he was named “The King’s Engraver”
and elected, in 1768, founding member of
the Royal Academy. In 1802, he became
founding president of the National Academy of Lisbon, the city where he died. His
son, Stefano Gaetano Bartolozzi, born in
1757, was also an engraver.
The German Collection
Albrecht Dürer [1471–1528]
Engraver, draftsman and painter, born in
Nuremberg, Germany’s largest graphic
production center, on May 21st, 1471. The
third of the 18 children of a goldsmith, he
demonstrated, since an early age, skill for
drawing and burin handling, becoming an
apprentice of painter Michael Wolgemut
at the early age of 13. Studied engraving
at the studio of the important German
printer Anton Koberger. Still in his teens,
he demonstrated great interest in Martin
Schongauer’s prints. He was an erudite
artist, passionate about the Renaissance.
He also displayed great knowledge of
Mathematics and of the classical literature from Greece and Rome; he was also
interested in philosophy and archeology.
After completing his training, he started
a period of travels. He visited Firenze,
Bologna and Venice (1494), where he sojourned for one year and a half (1505),
having been exposed to the rich Italian
print production. He also travelled to The
Netherlands (1520–1), where he studied
in depth the theories on human proportion, geometry and fortress building, and
wrote about poetry and the theory of art.
A great humanist, Dürer was retained by
Emperor Maximilian I. He was deeply curious about nature and animals, depicting them in several prints. Dürer caught
malaria in one of his trips, having passed
away in his native city on April 6th, 1528, at
the age of 57.
His work includes sixty paintings,
more than one hundred engravings,
around 250 woodcuts and one thousand
drawings, in addition to three printed
books. Two of them were published dur-
— 118 . 119
ing his lifetime: Instructions for measurements with a ruler and compasses, from
1525, and Treatise on fortifications, 1527.
The book On the human proportion came
soon after him death, in 1528. Among the
best known works produced by Dürer,
there stands out The apocalypse, a series
of 15 dramatic woodcuts, deemed one
of the greatest creations of German art.
Such work brought to the 27-year old German artist the wealth and fame throughout Europe, having been published in
Latin and German in Nuremberg, in 1498.
This publication proved to be innovative as, until then, prints in illustrated
books were small and appeared amid
the texts. Dürer subverted the order of
importance of the information, with the
artist’s prevailing over the text, printed
on the back of the prints. The images he
engraved for this work, identified with
his monogram, are based on ancient representations of the Apocalypse, found in
the current versions of the Bible at that
time.
The print Adam and Eve (1504) stands
out among the most complete line engraving prints by Dürer, a work in which
he, using the golden measure and employing a ruler and compasses in constituting the figures according to the style
used in Classic Antiquity, translates his
deep interest in the study of human proportions. Adam and Eve were inspired in
the sculptures of Apollo of Belvedere and
Venus, having been engraved with their
contours in delicate lines, and later were
filled in detail. The print displays variety
of hues and textures, in addition to subtle
gradients of shade and light.
Although his focus lies in the figures,
the authentic art, for Dürer, is contained
in nature, masterfully depicted in its tiniest details. The inclusion of additional
symbols creates visual interest throughout the print; the serpent, the embodiment of disobedience and provocation
to God; the branch in Adam’s hand, representing the tree of life; various animals,
such as a parrot, a goat atop a cliff, a rat,
a cat, a rabbit, etc, suggesting a strong
symbolic load.
Israel van Meckenem
[c.1440/1445–1503]
Engraver and goldsmith, son of Israel van
Meckenem, the Elder, also a goldsmith,
who established himself in Bocholt. Born
circa 1440 and died in 1503, in Bochott.
Studied with the Master E.S. in the south
of Germany, having produced more than
600 plates, most of which copies of other
artists such as Dürer and Martin Schongauer. His first works were quite crude
but, in the 1480’s, he developed an effective personal style, making increasingly
larger and better-finished works.
Martin Schongauer [c.1450–1491]
Goldsmith, painter and line engraver,
descending from a noble family from
Augsburgo. Born in Colmar around 1450,
having passed away in 1491, being the
most important German engraver before
Albrecht Dürer. Set up in his native town
a very important school for engravers, at
which a new generation of “Small Masters” and a large group of artists from
Nuremberg flourished. Produced a large
number of prints, widely sold not only
in Germany, but also in Italy and even in
England and Spain. Vasari said that Michelangelo had copied one of Martin’s
prints: Trial of Saint Anthony. His style
demonstrates, instead of an Italian influence, a very clear and organized Gothic
style. He introduced a system to create
volume by means of crossed lines in two
directions, which he had been taught by
the Master of the E.S. initials, and which
would be developed to the fullest by Dürer. He was the first engraver to use parallel curved lines, probably by turning the
plate against a stable burin. He also developed a line engraving technique which
produced deeper lines on the plate, allowing for more prints to be made before the
former were out.
tradition and, later, in search for new ways
to convey the Lutheran religious concerns.
Born in 1472, he served for more than 60
years as court painter for the Dukes of
Saxonia, having also been an engraver. His
paintings and woodcuts are numerous
and contrast with the small number of
copper engravings. Color, light and shade
were not his specialties. Instead of using
the chiaroscuro, he always contoured his
shapes in black. His woodcuts based on
his drawings were cut by other artists. He
also dedicated himself to commerce, with
a book and stationery store, and an apothecary store. He passed away in Weimar, in
1553, at age 81.
Hans Sebald Beham [1500–1550]
Painter and line engraver and on wood,
born in Nuremberg in 1500, having passed
away in 1550. Learned engraving and
painting with Dürer, becoming a member
of the famous “Little Masters” of Germany. His prints are lively and cut with expressive and clear burin strokes. At the end
of his life, he abandoned the profession to
set up shop as a spirits merchant.
Martin Treu [active in 1540–1543]
Line engraver, about whom we know
nothing, except that he worked between
1540 and 1543. He belongs to the “Little
Masters” group; apparently he lived in
Nuremberg. It seems that he studied Lucas van Leyden’s style.
Georg Pencz [c.1500–1550]
Painter and engraver born in Nuremberg
around 1500, having passed away in Breslau in 1550. After learning painting and
engraving with Albrecht Dürer, he moved
to Italy, to study Raphael’s work. Engraved
several prints under Raimondi’s direction,
whose manner of working he learned to
imitate with great fidelity.
Lucas Cranach, Senior [1472–1553]
Heinrich Aldegrever [c.1501–c.1561]
Renaissance painter of portraits of German princes and of protestant Reform
leaders, which cause he embraced, becoming close to Martin Luther. He also painted
religious themes, firstly in the Catholic
Goldsmith, painter and engraver born in
Paderborn around 1501. We do not know
for certain the date of his death, which
occurred around 1561. He studied painting and engraving with Albrecht Dürer’s
school. He was another one of the “Little
Masters”, a group of German artists. He
became a Lutheran. As a painter, he initiated the way of his master. In the last
days of his life, he dedicated himself fully
to engraving. He produced around 290
images, mostly own creations. The smaller ones, of a somewhat Gothic style, were
engraved with a precise and delicate burin. He made several ornamental prints,
with his style approaching so much that
of Albrecht Dürer, that he was several
times called Albert de Westphalia.
Virgil Solis [1514–1562]
Born in Nuremberg in 1514, was a draftsman, illuminure artist, painter, etcher and
line engraver. Was part of the “Little Masters” group in Germany. His correct and
delicate manner resembles that of Hans
Sebald Beham, and both his prints, as per
Raphael, Lucas van Leyden, and Aldegrever, and his own creations are currently
very rare. He passed away in his native
city in 1562.
The Dutch Collection
Lucas van Leyden [c.1494–1533]
Born in Leiden around 1494, was a painter
on glass, tempera, and oil, as well as a
etcher and line engraver. He already did
engraving at age nine, having learned
how to handle a burin with a goldsmith
and etching with an armorer. He cut his
plates with a fine and delicate stroke,
which, thus, did not resist many press
runs. Painstaking and perfectionist, Lucas van Leyden destroyed all plates which
displayed the slightest defect or spot,
which is why his prints are extremely
rare. He had great reputation, and Giorgio Vasari considered him above Albrecht
Dürer. He is currently universally deemed
as one of the greatest figures in the history of graphic arts. His prints provide us
with important records of the habits and
customs in the Netherlands, as can be
gleaned from The dentist and from The
Musicians. While he was still alive, his
works reached very high prices, becoming ever more expensive with the passing
of time. In woodcuts, the wooden boards
were drawn by the artists but cut by a
skilled engraver. He died in 1533, at age 39,
in his mother town.
Cornelis Cort [c.1533/1536–1578]
Draftsman and line engraver, born in
Horn around 1533. He was already considered a great engraver when, in Venice, he
met Tiziano, from whom he engraved the
most beautiful works. He lived in Rome,
where he opened a school for engravers,
to which belonged the famous Agostino
Carracci. The prints he developed in Rome
are very sought after for the preciseness
of drawing, their witty manner and the
good taste with which they were cut. He
passed away in Rome in 1578.
Jan Saenredam [c.1565–1607]
Born in Leyden, became a draftsman,
painter and line engraver. Learned painting with Jacob de Gheyn, and engraving
with Hendrik Goltzius, whom he took as
model, imitating him so well that some
of his prints are mistaken for his master’s.
He engraved with a firm, easy and broad
burin. In his compositions, his drawing
is more correct and less mannerist than
those which a cut according to Goltzius
and other masters.
Jacob Matham [1571–1631]
Draftsman and line engraver, born in
Haarlem in 1571. Hendrik Goltzius, his
stepfather, taught him drafting and engraving, with Matham eventually becoming a skilled artist. He spent some years in
Italy, cutting many prints of great Italian
painters. Very deft at handling the burin.
Passed away in his native city in 1631.
Nicolas Ennes Visscher
[active in 1580]
Draftsman, etcher, publisher and print
merchant, lived in Amsterdam circa 1580.
Produced and executed, in a masterly
fashion, several etchings of figures, animals, and vistas, as well as several portraits.
Hendrik Goltzius [1558–1617]
Painter, draftsman and line engraver,
born in Mulbrecht, in the Duchy of Juliers, in 1558, and passed away in Haarlem
in 1617. His prints are correctly drawn and
engraved with a burin either broad (in
which strokes intersect, forming angles)
or narrow (in which the artist works with
thin and parallel strokes), in the manner
of Dürer and Lucas van Leyden. He took
the line engraving technique to perfection,
having trained notable disciples, such as
Jacob Matham, Jan Muller, Jan Saenredam
and Swanevelt, who inspired themselves
in Goltzius’ style of engraving.
Rembrandt Harmenszoon van Rijn
[1606–1669]
Born on July 15th, 1606 in Leyden. Son of
a miller, he is considered the greatest
Dutch artist ever, having distinguished
himself not only with his painting, but
also in drafting and etching engravings.
It was as a portraitist that he consolidated his fame and enriched himself.
When he was a boy, he attended the
Latin School, having enrolled at the University of Leyden at age 14. Apprenticed
to painter Jacob van Swanenburgh, with
whom he spent three years. Following
a brief, but important 6-month apprenticeship in Amsterdam, with Pieter
Lastman, a famous painter with whom
he learned the chiaroscuro technique,
he opened, together with his peer Jan
Lievens, a studio in Leyden in 1624 or
1625. He started taking disciples in 1627.
Rembrandt moved to Amsterdam in
1631; three years later he married Saskia
van Uylenburgh, cousin of a prosperous
art merchant.
In contrast with his successful public career, Rembrandt’s family life was
marked by misfortune. Between 1635 and
1641, Saskia gave birth to four children;
however, only the last, Titus, survived.
Saskia passed away at age thirty, in 1642.
Hendrickje Stoffels, hired as housemaid,
would eventually become the artist’s wife
and model for several of his paintings.
Despite his financial success as an artist,
teacher, and art merchant, Rembrandt’s
— 120 . 121
life for an ostentations life forced him to
file for bankruptcy in 1656. His personal
life continued to be marked by sorrow.
Hendrickje died in 1663 and his son, Titus, passed away in 1668, at the early age
of 27. Rembrandt passed away eleven
months later, on October 4th, 1669, in
Amsterdam. He left an unfinished canvas and the modest room where he lived,
comprising a simple bed, a chair, a mirror and a table.
Rembrandt is considered one of the
greatest geniuses of the Baroque, as
well as one of the most important engravers of all time. He made approximately 290 prints, in which his mastery
of etching, his originality, experimentalism and expressive power stand out.
In them, a spontaneous and free style
is evinced, in which one sees the use
of fluid strokes in their motives, similar
to sketches. He is the grand master of
chiaroscuro, having created dramatic
effects of light and shade in many of his
prints. In his experimentalism, one can
see that he changed and reworked the
masters to achieve the richness of effects he so much coveted.
The Flemish Collection
Jacob Bos [1549–1580]
Draftsman and line engraver, little is
known about his life. It is known that
he basically worked for Lafréri and other
publishers in Rome, having probably
learned to engrave with some student of
Raimondi’s.
Ioan Sadeler (or Johann, or Jean,
Jans or Hans) [1550–1600]
Born in Brussels into a famous family
of engravers; probably died in Venice,
in 1600. A draftsman and line engraver
since age 20, travelled throughout several cities in Europe to improve his art. His
manner of engraving was not always the
same, having started to use a broader
burin after his trip to Italy. He was interested in historical themes.
Raphael Sadeler, the Elder or Senior
[1560/1561–1628/1632]
Draftsman and line engraver, born around
1560 in Brussels and died between 1628
and 1632. He had as master and collaborator his brother Ioan Sadeler. He represented very well the human body, whose
extremities he depicted with great care
and precision. His good engravings are
clearly and softly cut. He engraved very
much according to the German masters’
paintings.
Cornelius Galle, Senior or Elder
[1576–1650]
Draftsman, line engraver, and art merchant,
born in Antwerp in 1576, and passed away
in 1650. After learning how to engrave with
his father, Philippe Galle, he enhanced his
knowledge in Rome, a move which brought
about changes to his style. Until then, there
had been a certain hardness in his manner
of engraving; later the drawing became
correct and the burin started to handle with
liberty and good taste.
Antoon Van Dyck [1599–1641]
Painter, etcher and line engraver, born
in Antwerp in 1599. Sent, at age 11, to
the school of painter Hendrik von Balen.
In 1615, joined the Rubens workshop,
where he worked for three years, helping him finish his works and copying his
paintings. Recognized as master in Saint
Lucas’ brotherhood. In 1626, he went to
Italy, and visited Venice, Genoa, Rome,
Firenze, and Palermo. Studied the works
of Giorgione, Paolo Veronese, and Tiziano. Painted pictures and portraits in all
cities he had been to. Lived and worked
predominantly in Antwerp, where he
conceived the project of painting portraits of illustrious persons of his time.
Twelve plates of this collection, named
One Hundred Portraits, were cut by the
artist and the others by famous Flemish
engravers of the time. In 1632, he moved
to England, where he painted several
portraits of the king, the Royal Family,
and of Court members. Died in Blackfrias in 1641. No artist exceeded him in
the portrait genre.
Paulus Pontius [1603–1658]
Draftsman and line engraver, born in Antwerp in 1603. Rubens dedicated special
friendship to him and was glad to guide
his burin, making him engrave under his
inspections. The design and expression
of his figures and characters are correct,
his handling of the chiaroscuro beautiful, and his line engraving perfect. His
portraits are admired by the expression
he was able to impart to his figures. Died
in 1658.
The French Collection
Nöel Garnier [c.1470/1475–post.1544]
Goldsmith and engraver, lived at the end
of the 15th century (c. 1470–5) until mid16th century (1544). Considered one of the
earliest French engravers. His engravings,
made in an archaic style, are extremely
rare.
François Perrier [1594–1649]
Painter and etcher, son of a goldsmith,
born in Macon in 1594. His engraving
work comprises 95 prints made with a
witty and light burin, to the likes of Michel Dorigny. Was one of the founders,
and professor of the Paris Academy of
Painting and Sculpture, as well as master
of the famous Charles Le Brun. Died in
Paris in 1649.
Jacques Callot [1592–1635]
Draftsman, etcher and line engraver,
born in 1592, and died in 1635, in Nancy, a
region of Lorraine, currently France. Son
of a master of ceremonies at the Duke’s
Court, he fled twice to Italy, at age 12,
to study drafting. His parents, seeing
that they could not hold him back, allowed him to study engraving in Rome
with Philippe Thomassin, with whom
he learned how to engrave with a burin.
He also studied with Antonio Tempesta,
who taught him the etching technique
in Firenze, where he lived from 1612 to
1621. He became an independent master, having worked for the Médici court.
He returned to Nancy, where he lived
the rest of his life, visiting only Paris and
the Netherlands. More than two thousand drawings and preliminary studies
for his prints are known. His prints, always in small formats and great compositions reach 1.405 pieces attributed
by Le Blanc, and were widely distributed
throughout Europe. Rembrandt was one
of his collectors.
The 18 numbered etchings from the
Les misères et les mal-heures de la guerre
series, made in 1633, are an example of
the technical innovations Callot introduced in the print universe. He developed an instrument known as échopper,
a tool with a needle point in inclined oval
section, which allowed him to create
more varied and thicker lines according
to the various angles he used it. Moreover, he discovered a harder varnish than
the wax-based one then used, thereby
increasing the use of etchings. With
this varnish, the lines could be etched
more deeply by the acids, thus extending plate life in printing. A harder varnish
also presented the risk of the acids from
running on the plate, improperly marking it beyond the drawing to be printed.
After that, the etching technique started
to perform more detailed and delicate
works, which took longer to make with
no fear of losing them.
Callot also used, in an extensive and
sophisticated manner, multiple stoppingouts, a technique in which the acid is allowed to slightly etch the entire plate,
thus interrupting its action in the portions in which keeping light and shade
is desired, and covered with earth before the plate is bathed again. Through
painstaking control of this process, Callot
reached an unheard-of degree of subtleness in the variety of line hues, creating
atmospheric effects of distance, light and
shade. To accentuate the depth of his
prints, he executed the elements in the
foreground with thicker lines and, consequently, their printing becomes darker;
as the elements become more distant,
they reduce in scale and the line becomes
lighter and more luminous.
Claude Mellan [1598–1688]
Draftsman, painter, etcher and line engraver, born in Abbeville in 1598. The contours of his prints are pure, and his stroke
fluent. In his first engravings he used, like
every engraver, the cross-intaglio; later,
he came to use wider or narrower intaglios depending on the hue he wished to
impart to the motives he engraved. Louis
XIV granted him a pension and lodging
at the Louvre. His prints total 336. Mellan
passed away in 1688.
Egidio Rousselet [1614–1686]
Draftsman and line engraver, born in
Paris, in 1614; he died, blind, in the same
city, in 1686. His work as engraver comprises 334 prints, and his manner of engraving is akin to that of Cornelius Bloemaert; however, his strokes are broader
and varied, and his performance bears
more warmth.
Gérard Audran [1640–1703]
The notable Audran family bore innumerable artists, mainly engravers who
flourished in the 17th and 18th centuries.
Gérard, the most important of them, was
a draftsman, etcher and line engraver, as
well as print publisher. Born in Lyon in
1640. His talent and dedication to the
study of engraving, mainly with Charles
Le Brun, turned him into a correct draftsman, and the most notable engraver
in the history of the French school. The
processes he used differ from those then
employed, his images, to the exception
of the few engraved only with a burin,
are worked in etching and burin, this tool
serving only to improve what the tip cannot express clearly.
Etienne Picart, called the Roman
[1631–1721]
Draftsman, etcher and line engraver, born
in Paris in 1631, was the King’s engraver.
Became a teacher at the Paris Royal Academy of Painting, Sculpture and Engraving
in 1664. Engraved for the Le Cabinet du Roi
collection, as well as paintings by many
Italian and French masters, and portraits
according to own drawings.
Gérard Edelinck [1640–1707]
Draftsman and line engraver, was the
most important artist in a family of engravers of Flemish origin. Born in Antwerp in 1640 and died in Paris in 1707.
A disciple of Cornelius Galle, he moved, in
1665, at Colbert’s behest, to Paris, where
he lived the rest of his life. A member
of the Paris Royal Academy of Painting,
Sculpture and Engraving, he made 339
prints. His work is uncluttered and precious, with a painstaking burin. There is
warmth in all his works.
Henri Simon Thomassin [1687–1741]
Born in Paris in 1687, and passed away in
the same city in 1741. Draftsman and etcher and line engraver, was King’s engraver,
with lodgings in the Louvre. His manner
of engraving was free and picturesque.
The English Collection
William Hogarth [1697–1764]
Draftsman, painter, etcher and line engraver, born in London in 1697. Learned
goldsmithing and soon joined the Academy of St. Martin’s Lane, to study natural drawing. At the beginning of his career, he earned strictly the necessary to
live, cutting coat of arms and addresses
for the merchants’ doorplates, as well
as drawing and engraving cartridges
and labels. Later, he started to engrave
for book printers, according to his own
drawings. Attended the Workshop of Jacob Thornill’s, the King’s painter, whose
manner of painting he criticized. Hogarth ended up marrying, in secrecy, his
master’s daughter, in 1730. At this time,
he dedicated himself to portrait painting.
He reproduced on the canvas his models
with absolute exactness, without omitting, nor correcting, any detail of the aspect of those he portrayed, which led to
his losing made his clientele. In his own
words, “I resolved to compose comedies
on the canvas, paint not classical subjects but rather bourgeois portraits; I
shall not paint legendary heroes. I shall
— 122 . 123
be useful”. In no other country did caricature have such liberty, with Hogarth
being typically English in the didactic
nature of his satires. He dedicated himself to portraying the defects and vices
of his time. All which seemed to him ridiculous or reprehensible was subject of
his compositions. He made 260 prints,
some entirely engraved by him and others made with other artists under his
direction. Hogarth died at age 67, at the
village of Chiswick, near London.
Despite not having been an expert
in engraving, Hogarth remains unique
and special regarding the great critical
spirit of his political and social satires
and criticism of customs, as can be seen
in the etching and line engraving The
Bench: four caricatural and burlesque,
half-body figures, seated, presiding over
a court hearing, to which, as can be noticed, they do not pay the slightest attention. They are Sir John Willes, Lord Chief
Justice; Hon. Wn. Noel; Hon. Mr. Bathurst;
and Sir Edward Clive. In his line engraving
Southwark Fair, Hogarth shows the types
of entertainment offered “to persons of
all distinction and both sexes”.
Samuel Middiman [1750–1831]
Born in London in 1750, and passed away
in the same city, in 1831. A highly-regarded engraver, he studied engraving techniques with William Byrne, finishing his
studies with Bartolozzi and William Wollett. He engraved according to Joseph
Wright, Gainsborough, Hearne, Berchem,
and Smirke, among others. He was also
admired for his prints with topographic
themes, published in Select Views in Great
Britain (1784–1792) and Picturesque Views
and Antiquities of Great Britain (1807–
1811). His works were frequently exhibited
at the Spring Gardens and at the Free Society, and the Royal Academy.
Benjamin Smith [1754–1833]
Born in 1754, was a great engraver of the
18th century and beginning of the 19th. He
studied the stippling technique, which
allows for a gradient of hues through
the clustering of dots, with Francesco
Bartolozzi, in London. During his career,
he engraved many prints according to
Hogarth, Beechey, and Rommey. John
Boydell invited him to make several prints
for The Shakespeare Gallery and for The
Milton Set. Died in London in 1833.
John Ogborne [1755–1837]
Born in Chelmsford in 1755 and died in
London in 1837, being deemed one of the
greatest stippling engravers of the 18th
century in England. Studied with Bartolozzi, engraving mainly according to
Richard Westall, Kauffmann Angelica,
Smirke Robert, and Stothard Thomas.
Participated in The Shakespeare Gallery
and The Milton Set. At the beginning
of the 19th century, he turned, with success, to etching engraving of geographic
viewpoints. Was helped, in some engravings, by his wife Mary Ogborne.
Peter Simon [c.1764–1810]
Born in London, circa 1764, passed away
in the same city in 1810. Studied the stippling technique with Francesco Bartolozzi.
In 1790, was considered one of England’s
greatest engravers. He engraved according to Gainsborough, Reynolds, Fuseli, and
Wheatley, having displayed great capacity
to capture strong hues and contrasts. John
Boydell, one of the most notable personalities of the 18th century in England, asked
him to produce pictures for The Shakespeare Gallery and for the series of John
Milton’s poems known as The Milton Set.
Robert Thew [1758–1802]
Born in Partington in 1758, and passed
away in Stevenage, in 1802; he was one
of the stippling engravers at the end
of the 18th century. A soldier, he stayed
with the military until 1783. Almost entirely self-taught, he engraved portraits
of several important statesmen, such as
King George III and Queen Charlotte. Also
held the important office of engraver
to the Prince of Wales, having engraved
17 images for Boydell’s The Shakespeare
Gallery, among which the famous scene
of the witches in Macbeth and Hamlet’s
ghost scene.
Charles Gauthier Playter
[c.1786–c.1809]
Line and stippling engraver, born circa
1786 in England and passed away in Lewisham, around 1809. Hired to perform
various projects according to contemporary artists, such as Rigaud and Hamilton,
having also worked on several plates for
John Boydell’s The Shakespeare Gallery.
The Spanish Collection
José de Ribera, called El Españoleto
[1591–1652]
A famous painter and etcher, born in Xativa, Valencia, in 1591, and passed away
in Naples, in 1652. A disciple of Francisco
Ribalta. Travelled to Italy, where he spent
most of his life. Studied at the school of
Michelangelo Amerighi, called Caravaggio,
and later with Correggio. In Naples, he
was named Court Painter and awarded
the Order of Christ by the Pope in 1644.
Member of the St. Lucas Academy in
Rome, he engraved only 18 images. His
etchings demonstrate a light and tasteful stylus, varied work, adapted with intelligence to the different objects and so
lightly engraved that one doubts the use
of a burin on them.
Manoel Salvador Carmona
[1734–1820]
Draftsman and engraver born in Nava
del Rey, Valladolid, in 1734, having passed
away in Madrid in 1820. A disciple of
Dupuis, he engraved according to several artists like Velázquez, Van Dyck, and
Anton Raphael Mengs. He studied drafting and sculpture at the San Hernando
Academy, through which he went on to
Paris, to enhance his studies of engraving with Nicolas Gabriel Dupuis. Member
of the Paris Royal Academy of Painting
and Sculpture, he lived in this city until
1762, having triumphed as interpreter or
reproduction engraver. In 1783, he was
granted the title of King’s engraver. In
the last years of his life, Carmona was
named Academic of Merit by the Royal
Academy of the Noble and Fine Arts of
San Luis de Zaragoza. Carmona is one
of the most representative examples of
the illustrated engraver, having reached
great mastery in handling the burin.
An excellent draftsman, he fostered an
important group of engravers, such as
Juan Antonio Carmona, Fernando Selma,
José Gómez Navia, Manuel Alegre, Luis
Fernández Noseret, and Blas Ametller.
Illustrated 30 books. Several portraits
stand out in his work, especially the famous picture of his parents, dated 1780,
and of his father-in-law, Anton Raphael
Mengs.
Francisco José Goya y Lucientes
[1746–1828]
Considered the greatest Spanish painter
of the 18th century, Goya was born in
Fuendetodos, Aragon, Spain, in 1746. Son
of an artisan, he moved at age 14, to Saragoza, capital of the Kingdom of Aragon,
where he was apprenticed to painter
José Luzán. From 1763 to 1766, he made
several frustrated attempts to join the
Madrid Fine Arts Academy. In 1770, he
went to Italy, having obtained honorable
mention in a painting contest in Parma.
Back to Spain in the following year, Goya
was called, in 1774, to work at the Royal
Manufacture of Santa Barbara, under
the orders of Anton Raphael Mengs and,
later, of Francisco Bayeu. Goya made
canvases for carpentry and, throughout
five years, he drew 42 of these works,
many of which used to decorate the
stone walls of the El Escorial and of the
El Pardo Royal Palace, the recently-built
residence of the Spanish monarchs near
Madrid. Thus, his talent came to the
knowledge of the Spanish monarchs,
who gave him access to the Royal Court,
at age 30. He made a painting for the
altar of the Church of San Francisco El
Grande, in Madrid, which led to his being appointed member of the Royal
Academy of Fine Arts. Five years later,
he painted the portrait of the Duchess
of Osunã. In 1789, he became one of the
King’s Chamber. From that time on, he
made portraits of kings and of aristoc-
racy in compositions marked by a certain
crudeness and freedom of imagination.
Goya considered Velázquez, Rembrandt,
and nature his three only masters. In
1789, he was appointed painter to the
court of Carlos IV. Three years later, he
acquired a disease from lead poisoning,
on account his excessive use of white
paint. This illness led to temporary paralysis, partial blindness, and permanent
deafness, which increased his sensitivity
to human pain and suffering, and which,
in turn, made him turn to somber, sinister and pessimistic themes. Goya withdrew from public life in 1815, starting to
work almost exclusively for himself and
for a restricted circle of friends. He died
in Bordeaux in 1828, at age 82.
Goya’s incursions into the somber side of human nature appear in his
prints. He drew and engraved more than
300 of these during his life. He was more
than 50 years old when he made Los caprichos, in 1799, his first series of social
criticism which blends satire to the customs of the time, to the institutions and
to superstitions and sorceries; Disasters
of War, in which he presents his testimony on the brutalities and atrocities
perpetrated in the Civil War, during the
French occupation of Spain; Tauromaquia, a series on bullfights; and The Proverbs, partially reproduced in this book, in
which he masterfully uses aquatint and
etching to depict various aspects of society and of human madness. This series is
also known as Disparates, which means
something absurd and irrational. One
should have in mind the terrible depression in which Goya found himself and
his disquietude with the absurdity of life,
the forces of evil, and of the triumph of
old age, pain, and death in any attempt
to find meanings for the prints in this
series.
Francisco Muntaner [1743–1805]
Born in Spain in 1743, and passed away in
Madrid in 1805. He was a etcher and line
engraver, as well as a painter of religious
themes.
Joaquim Frabregat (or José Joaquín
Fabregat) [1748–1807]
Antonio Joaquim Padrão
[1731–1771]
Born in Torreblanca in 1748, and passed
away in Madrid in 1807. A pupil of the
Royal Academy of Fine Arts of San Carlos, in Valencia, having engraved several
prints, according to Luca Giordano.
Painter and etcher, born in Lisbon in 1731,
made the sketches which served as basis
for the great portrait of the Marquis of
Pombal expelling the Jesuits. He cut very
well in etching. Passed away in Lisbon, in
1771.
Fernando Selma [1752–1810]
Line engraver, born in 1752 in Valencia,
and passed away in the same city in 1810.
A disciple of Manoel Salvador Carmona,
was one of the most skillful Spanish engravers. A professor of the Academy of S.
Hernando de Madrid, he cultivated, besides the arts, mathematics and poetry. His
manner of engraving is similar to that of
his master Carmona and, later, of Edelinck.
He cut portraits and historical themes; in
general his prints are part of series and
collections, of which the Collección de las
estampas grabadas a buril de los cuadros
pertenecientes al Rey de España, made in
collaboration with other engravers.
Manuel da Silva Godinho
[1751–c.1799]
Etcher, born in Lisbon in 1751. Was a prolific engraver of the end of the 18th century,
esteemed for his religious themes. Most
of his prints display skilled drafting. Died
circa 1799.
João Caetano Rivara [c.1770–1824]
The Portuguese Collection
Line and stippling engraver. Born circa
1770 in Portugal. Moved to Rome in 1788,
with a pension by the Intendancy, and became a pupil of Labruzzi and, later, of Volpato at the school of Pedro Vitali. In London, he studied with Bartolozzi. Returned
to Lisbon in 1803, becoming a professor of
engraving at the Botanical Garden. It is
said that he worked at the Royal Press in
Rio de Janeiro. Passed away in 1824.
Francisco Vieira de Matos, called
Vieira Lusitano [1699–1783]
Gregório Francisco de Queiroz
[1768–1845]
Born in Lisbon in 1699. Painter and engraver, was a disciple of Lutti and Trevisani in
Rome, as well as member of the Academy
of S. Lucas, in Rome, a knight of the Order
of Santiago da Espada, a historical painter
to the Portuguese Royal House and illustrator of several works. He studied in
Rome and had an intense love life. Matos
passed away at the Convento do Beato
Antônio, in Lisbon, in 1783. Among his disciples, Joaquim Manuel da Rocha and Antonio Joaquim Padrão.
Born in Lisbon in 1768, sent by the Portuguese government to London, where
he studied with Francesco Bartolozzi, of
whom he would become helper following the reactivation of the Aula de Gravura (Engraving School) in Lisbon. His engraved work is vast and diversified, with a
highlight on the notable prints he cut as
from the pictures by Domingos Sequeira.
Passed away in Lisbon in 1845.
Joaquim Manuel da Rocha
[1727–1786]
Painter and etcher, born in Lisbon in 1727,
having passed away in the same city in
1786. Pupil of Vieira Lusitano, from whom
he copied many drawings. Joined the São
Lucas Brotherhood in 1752. His strong point
in the engraving art was chiaroscuro.
— 124 . 125
IN S TITU TO RIC A RDO B RE NN A N D
PRESIDÊNCIA
PESQUISA E DOCUMENTAÇÃO
Ricardo Coimbra de Almeida Brennand
Leonardo Dantas Silva
Hugo Coelho Vieira
Eduardo Germínio de Paula.
VICE - PRESIDÊNCIA
Graça Maria Monteiro Brennand
PROJETOS
CONSELHO
Edson Menezes
Leonardo Dantas Silva
Milton Garrett de Melo
Nara Neves Pires Galvão
André Aquino
BIBLIOTECA
Henrique Gomes de Castro
Aruza de Holanda Cavalcanti, Juliana Maria
de Oliveira Santiago, Thiago Leite Amaro
da Silva, Norma Ciríaco de Arruda Silva,
Wheldson Rodrigues Marques e Diva
Gonsalves de Melo.
COORDENAÇÃO GERAL
MARKETING E EVENTOS
Nara Neves Pires Galvão
Rafaela Simão
ADMINISTRAÇÃO
ESTAGIÁRIA DESIGN
José Demóstenes Cavalcanti de Oliveira Júnior
Luana Lopes
DIRETORIA
MUSEOLOGIA
ASSESSORIA DE IMPRENSA
Paula Andrade Coutinho
Verônica Gomes da Silva.
Sônia Lopes, Iara Medeiros e
Jéssica Pinheiro – SL.MCI.
CONSERVAÇÃO E RESTAURO
SEGURANÇA
Pérside Omena e Suzana Omena
[Grifo Restauro]
Cecília Sátiro Nobrega
Rosana Maria Sales
Kênia Rose Mendonça de Andrade
Major Sizenando Filemon Arruda e equipe
AÇÃO EDUCATIVA
Coordenação
Patricia Pereira da Silva
Ruth de Fátima Gouveia Gabino.
Educadores
André Hélio de Barros, Filipe Aca de Melo
Costa, Gabriela Borba de Lima, Josefa Juany
Leda Nunes da Silva, Marília Bivar Leobaldo
de Moraes e Priscila de Holanda Souza. Estagiários
Edvaldo Xavier de Mendonça, Luiz Esteves
Galindo Neto, Marcelo de Paula Silveira,
Evie Diane de Oliveira Nascimento e
Samara de Rezende Mariano.
EQUIPE DE APOIO
Cristiane Maria dos Santos, Shirley
Margarete da Silva, Jane de Souza
Nascimento, Clauce dos Santos Ramos,
Joacy Gomes Ferreira, José Paulo da Silva,
Jacó Luiz de Santana, Adilson Lopes da
Silva, Marconi Antonio do Santos, Givanildo
Silveira do Carmo, Welmanci Cloves da
Silva, Geovânia Maria dos Santos, José
Silva Tavares, José Carlos Gomes da Rocha,
Vicente Antonio de Souza, Wendeu Carlos,
Thiago Ramos de Araújo, Luiz Carlos da
Silva, Gilberto Ferreira do Carmo, Josuel
Silveira do Carmo, Ernando Gomes Cunha,
José Ferreira da Silva, Wirajá Pessoa Vieira,
Ubiratan Simão, Edson Henrique, José
Carlos Lúcio, Geraldo Bezerra da Rocha e
Joselito Zacarias da Silva.
PRESIDENTA DA REPÚBLICA
E XP O S IÇ Ã O
CA T Á L O G O
Dilma Rousseff
MINISTRA DE ESTADO DA CULTURA
CURADORIA
TRANSPORTE
TEXTO
Ana Cristina Wanzeler
Fernanda Terra
Atlantis Art
Fernanda Terra
COORDENAÇÃO GERAL
SEGURO
COORDENAÇÃO GERAL
E PRODUÇÃO EXECUTIVA
Corretora Pro-Affinité/ACE Seguradora
Roberto Padilla
AGRADECIMENTO
PROJETO GRÁFICO
Cristiane João
Contra Capa
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
TRADUÇÃO
Equipe da Fundação Biblioteca Nacional
Equipe do Instituto Ricardo Brennand
Carlos Luís Brown Scavarda
FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL
Presidente – Renato Lessa
Diretora Executiva – Myriam Lewin
Roberto Padilla
PROJETO EXPOSITIVO
Art.Monta – Eduardo Souza
CENTRO DE COLEÇÕES E SERVIÇOS
AOS LEITORES
PROGRAMAÇÃO VISUAL
Coordenadora-geral em exercício
Maria José da Silva Fernandes
Equipe – Bruna Sarieddine Barcelos
e Thayanne Barreto Moraes
Contra Capa
COORDENADORIA DE ACERVO ESPECIAL
ASSISTENTES DE PRODUÇÃO
Coordenadora – Maria José da Silva Fernandes
Equipe – Érica Ferreira Barreto
Adah Lisboa
Antonio Roberto Vilete de Oliveira
Mariana Cardoso Oscar
Mariana Melo
Monique Veloso
Wanessa Wasserman
DIVISÃO DE ICONOGRAFIA
Chefe – Léia Pereira da Cruz
Equipe – Deivid Grassini, Diana dos Santos
Ramos, Eliana Bispo de Santana, Francisca
Helena Martins Araujo, Joaquim Marçal
Ferreira de Andrade, Juliana Uenojo, Késiah
Pinheiro Viana, Luciana Muniz,Marcos Paulo
Cardozo Campos, Mônica Carneiro Alves, Sônia
Alice Monteiro Caldas e Tatiane Paiva Cova
…
ACIMA | ABOVE
Imagem impressa no convite para
a solenidade de colocação da pedra
fundamental do edifício da Biblioteca
Nacional na avenida Central, atual
avenida Rio Branco | Image printed
on the invitation for the ceremony of
placement of the cornerstone of the
National Library building, on Avenida
Central, currently Avenida Rio Branco
FOTOGRAFIAS DAS OBRAS
Patrick de Oliveira Correa
ASSISTENTE DE PESQUISA
Priscila Martins Serejo
FOTOGRAFIA
Photo Síntese
CENTRO DE PROCESSAMENTO E PRESERVAÇÃO / CPP
MOLDURAS
Coordenadora Geral – Liana Gomes Amadeo
Metara
COORDENAÇÃO DE PRESERVAÇÃO / COP
CENOTECNIA , ILUMINAÇÃO E MONTAGEM
Coordenador – Jayme Spinelli Jr.
Art.Monta [Airton Cardim, Alessandro
Fábio, Artur Souza, Jerri Feitosa, Valmir José]
C&O [Otoniel Pereira e equipe]
Instituto Ricardo Brennand
SEÇÃO DO CENTRO DE CONSERVAÇÃO
Chefe – Gilvânia Faria de Lima
Equipe – Jandira Flaeschen, Juliana Bride
e Rebeca Rodrigues
SEÇÃO DO LABORATÓRIO DE RESTAURAÇÃO
Chefe – Fernando Amaro
Tatiana Ribeiro Christo (courier)
Adriana Ferreira da Silva Amaro (courier)
Equipe – Thaís Helena de Almeida Slaibi
Photo Síntese
ASSISTENTE EXECUTIVO
SINALIZAÇÃO
Épura
Ponto X
Uzisign
ASSESSORIA DE IMPRENSA
SL.MCI.
A exposição teve apresentações anteriores
no Centro Cultural Correios Rio de Janeiro,
de 28 de julho a 18 de setembro de 2011,
e no Museu Nacional dos Correios, em
Brasília, de 26 de janeiro a 22 de abril
de 2012, com o patrocínio dos Correios,
e no Palácio das Artes/Fundação Clóvis
Salgado, em Belo Horizonte, de 30 de abril
a 22 de junho de 2014, e no Museu de Arte
da Bahia, em Salvador, de 9 de julho a 31
de agosto de 2014, com o patrocínio da
Petrobras.
IMPRESSÃO
CEPE – Companhia Editora
de Pernambuco
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Angélica Ilacqua CRB-8/7057
Mestres da Gravura: Coleção Fundação Biblioteca Nacional :
catálogo da exposição / [Curadoria Fernanda Terra]. Tradução
Carlos Luís Brown Scavarda – Rio de Janeiro: Artepadilla, 2014.
128 p. : il., color.
Texto em português e inglês
Instituto Ricardo Brennand
21 de novembro de 2014 a 1º de março de 2015
1. Gravura – Exposições I. Terra, Fernanda II. Biblioteca Nacional
(Brasil)
14-0225
Índices para catálogo sistemático:
1. Gravura - Exposições
CDD 769

Documentos relacionados

Expo - Catálogo BH e Salvador

Expo - Catálogo BH e Salvador que exploram os recursos das técnicas de gravura, e também gravuras de reprodução ou de interpretação, realizadas por gravadores com amplo domínio técnico, que reproduzem obras-primas, como pintura...

Leia mais