Expo - Catálogo Recife
Transcrição
Expo - Catálogo Recife
Mestres da Gravura Coleção FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL Mestres da Gravura Coleção FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL instituto ricardo brennand Recife, 21 de novembro de 2014 a 1º de março de 2015 PRODUÇÃO APOIO PATROCÍNIO REALIZAÇÃO Rio de Janeiro, 2014 N Mestres da Gravura no Instituto Ricardo Brennand L E O N A R D O DA N TA S S I LVA conselheiro do Instituto Ricardo Brennand o inal do século xx, o industrial pernambucano Ricardo Brennand encontrava-se empenhado em reunir obras do pintor holandês Frans Post (1612–1680), quando soube, através de amigos, que a Sociedade de Cultura Inglesa do Rio de Janeiro possuía dois exemplares em excelente estado daquele artista na coleção reunida pelo festejado colecionador Sir Henry Joseph Lynch (1878–1958), fundador daquela entidade. Por conta disso, vieram para Pernambuco não somente os dois preciosos quadros de Frans Post, mas toda a pinacoteca da Sociedade de Cultura Inglesa do Rio de Janeiro, reunindo 98 obras, produzidas por 18 artistas brasileiros e estrangeiros, e descritas no livro Iconografia e paisagem: coleção Cultura Inglesa (Rio de Janeiro: Edições Pinakoptheke, 1994), que assim passaram a integrar o acervo do Instituto Ricardo Brennand, no Recife. Nessa coleção, vieram algumas litografias de paisagens brasileiras, desenhadas por Johann Moritz Rugendas (1802–1858), Ambroise Louis Garneray (1783–1857), Johann Jacob Steinmann (1800–1844), Friedrich Hagedorn (1814–1889) e Emil Bauch (1823–c.1890), além de outros responsáveis pela produção dessas vistas do oitocentos entre nós. Anteriormente, o industrial Ricardo Brennand já vinha reunindo gravuras ligadas ao Brasil Holandês (1630–1654), produzidas por Willem Jacobsz Delff (1580–1638), responsável pelo retrato do conde João Maurício de Nassau-Siegen no ano de sua chegada ao Recife (1637), e por Theodoro Matham (c.1600–c.1677), autor das folhas de abertura dos livros de Gaspar Barlaeus (1647) e da obra Historia Naturalis Brasiliae (1648), de Willem (Guilherme) Piso e Georg Marcgrav. Dentre as gravuras do período, foram adquiridas as paisagens desenhadas pelo pintor Frans Post para o livro de Gaspar Barlaeus (1647), gravadas por Jan Broosterhuisen (c.1596–1650) e possivelmente pelo próprio Frans Post. Também vieram a ser reunidos ao conjunto livros e mapas de outros autores sobre o Brasil Holandês, cuja influência artística chega até o século xviii, com as publicações de Pieter van der Aa (1659–1733), famoso geógrafo, editor e livreiro neerlandês. Neste ano de 2014, o Instituto Ricardo Brennand completou 12 anos de atividades, período em que foi visitado mais de dois milhões de pessoas, tendo sido eleito pela TripAdvisor como o 17º entre os 25 mais importantes museus do mundo e classificando-se como o primeiro da América do Sul. Esta exposição Mestres da Gravura: Coleção Fundação Biblioteca Nacional nos chega neste momento em que estamos a festejar vários fatos importantes em nossa caminhada de 12 anos. A nossa festa tem continuidade com a exposição dessa coleção de gravuras da Bilioteca Nacional do Rio de Janeiro, algumas delas originárias do acervo da primitiva Real Biblioteca (1760), chegadas ao Brasil quando da transferência da Família Real portuguesa em 1808. Gravuras produzidas na Itália, Alemanha, Países Baixos (Holanda), Bélgica, França, Inglaterra, Espanha e no próprio Portugal, datadas do século xv ao século xix, encontram-se à disposição de um público sedento de conhecimentos e de refrigério para os olhos e espíritos. Assim, saudamos mais esta exposição itinerante de arte que chega para a alegria de todos nós do Instituto Ricardo Brennand, hoje o centro cultural mais visitado do Norte do Brasil, com uma frequência média anual de 150 mil visitantes. P reservar e permitir o acesso aos registros da cultura brasileira é missão da Fundação Biblioteca Nacional, detentora de uma das mais ricas coleções da América Latina, atualmente composta por mais de nove milhões de peças, entre as quais livros, manuscritos, mapas, gravuras e partituras. Hoje, a instituição bicentenária enfrenta os desaios que o futuro lhe impõe, sem dar as costas para o seu passado. É importante recordar que, graças à estratégia da Coroa Portuguesa em enfrentar os mares para driblar a invasão napoleônica, trazendo na bagagem sua Real Biblioteca, a Biblioteca Nacional se tornou responsável pela preservação da memória cultural brasileira, bem como por parcela da memória portuguesa. A cuidadosa seleção de gravuras do acervo da Biblioteca Nacional, ora apresentada ao público, compõe um conjunto precioso, grande parte oriunda da Real Biblioteca portuguesa. A partir desses documentos, será possível apreciar a arte da gravura e conhecer diversos artistas, bem como as técnicas por eles empregadas. Em suma, a apresentação da exposição Mestres da Gravura no Instituto Ricardo Brennand, no Recife, se constitui numa oportunidade ímpar de dar ao público acesso a esse valioso acervo. F U N DA Ç Ã O B I B L I O T E C A N A C I O N A L ALBRECHT DÜRER Adão e Eva, 1504 buril | line engraving, 25 x 10,2 cm REAL BIBLIOTECA … CAPA | COVER REMBRANDT HERMENSZOON VAN RIJN [A leitora], 1634 água-forte | etching 13,1 x 10,9 cm COL. OLIVEIRA BARBOZA Sumário Mestres da gravura: Coleção Fundação Biblioteca Nacional 10 A arte de gravar | A arte da gravura 11 As técnicas de gravura Fernanda Terra as g ravuras 13 Coleção Italiana 29 Coleção Alemã 42 Coleção Holandesa 54 Coleção Flamenga 61 Coleção Francesa 71 Coleção Inglesa 78 Coleção Espanhola 88 Coleção Portuguesa G ravar é dar vida às linhas do tempo. Das tramas delicadas do desenho sobre uma superfície bordaram-se com linhas incisivas, ao longo da história, algumas das mais sutis e notáveis obras de arte. Albrecht Dürer, Lucas van Leyden, Rembrandt van Rijn, Jacques Callot, Giovanni Battista Piranesi, Goya y Lucientes e William Hogarth, entre muitos outros artistas representativos da história da gravura ocidental, são alguns destaques da coleção de gravuras avulsas da Fundação Biblioteca Nacional, constituída por mais de 30 mil itens. Cento e quarenta e quatro obras do Renascimento ao Iluminismo foram pesquisadas e selecionadas para representar os tesouros guardados nessa instituição nacional. Feitas por 66 gravadores, traduzem a construção do pensamento ilosóico e religioso, as ideias, os costumes e as descobertas promovidas pela cultura europeia ao longo dos séculos. As gravuras estão dispostas em núcleos regionais de produção, formados pelas coleções italiana, alemã, holandesa, flamenga, francesa, inglesa, espanhola e portuguesa, e por ordem cronológica de nascimento dos gravadores. Estão presentes tanto xilogravuras, exemplos da mais antiga técnica de gravar sobre papel, quanto variadas técnicas de gravação em metal desenvolvidas até o século xviii. Esse conjunto inclui gravuras originais, obras criadas por renomados artistas da história da arte que exploram os recursos das técnicas de gravura, e também gravuras de reprodução ou de interpretação, realizadas por gravadores com amplo domínio técnico, que reproduzem obras-primas, como pinturas, esculturas, desenhos e afrescos, tendo sido essas gravuras uma forma de disseminação e divulgação da arte e dos artistas ao longo do tempo. As gravuras presentes remontam à Real Biblioteca portuguesa, trazida por ocasião da transferência da Corte para o Rio de Janeiro em 1808, e a outras coleções posteriormente incorporadas ao acervo da Fundação Biblioteca Nacional, entre as quais as coleções J. A. Oliveira Barboza e D. Thereza Christina Maria, e integram o mais importante acervo de gravuras do país. Origens: a Real Biblioteca O gabinete de estampas real incluído no conjunto que compõe a Real Biblioteca foi formado por coleções doadas e adquiridas pelo rei d. José i, logo após o terremoto de 1755, ocasião em que um grande incêndio decorrente do sismo destruiu o acervo da antiga Real Biblioteca em Lisboa. Em 1760, reiniciase a formação da coleção, com destaque, no final desse mesmo século, para duas grandes doações: a coleção do erudito Diego Barbosa Machado, bibliófilo, acadêmico real e abade da Igreja de Santo Adrião de Server, que incluía livros, álbuns de estampas de assuntos religiosos e coleções de retratos e de mapas, em sua maioria gravados a buril ou à água-forte, e a coleção do artista inglês Guglielmo Dugood, composta de uma série de álbuns de estampas, mapas gravados e manuscritos iluminados.1 Com a transferência da Corte para o Rio de Janeiro em 1808 e a acomodação da família real no Paço dos Vice-Reis, a Real Biblioteca e a Livraria do Infantado foram instaladas, em 1810, em parte do hospital da Ordem Terceira do Carmo, situado à rua do Carmo, que se comunicava com o Paço e a Capela Real por meio de um passadiço. Em 1811, a consulta aos livros e estampas seria liberada apenas aos estudiosos, que tinham de obter prévio consentimento régio. A partir de então, a Real Biblioteca recebe novas doações. Dois anos depois, são enviados de Lisboa álbuns de estampas e chapas de cobre, gravadas por artistas integrantes da Oficina do Arco do Cego, e que serviram para ilustrar as obras lá publicadas, sob a direção do ilustre botânico brasileiro frei José Mariano da Conceição Velloso, cujo espólio já havia sido oferecido ao príncipe regente, d. João vi. Por ordem deste, a Real Biblioteca se torna pública em 1814. Entre as coleções de estampas que passariam a integrá-la em solo brasileiro, encontram-se a livraria do dr. Manuel Ignácio da Silva Alvarenga, adquirida em 1815, e aquela pertencente ao arquiteto real José da Costa e Silva, incorporada em 1818 e composta, entre outros itens, de estampas de artistas europeus e de desenhos italianos dos séculos xvii e xviii. Em 1822, ano da Independência do Brasil, arrematou-se a coleção do conde da Barca, da qual fazia parte um conjunto de 7.318 estampas documentárias, distribuídas em 120 volumes.2 Em decorrência da Convenção Adicional ao Tratado de Amizade e Aliança, de 29 de agosto de 1825, assinada por Portugal e pelo Brasil, após a sua Independência, a Real Biblioteca foi comprada e tornou-se propriedade do governo imperial brasileiro, denominando-se Biblioteca Pública da Corte e, por vezes, Biblioteca Imperial e Pública da Corte. Em 4 de agosto de 1858, a Biblioteca passou a funcionar em edifício comprado pelo governo imperial à rua do Passeio, n. 48, no largo da Lapa. Somente em 1876 foi nominada Biblioteca Nacional. Neste mesmo ano, criou-se a Seção de Estampas, no intuito de conservar, catalogar e divulgar o núcleo de obras gráficas de artistas — 10 . 11 europeus vindas de Portugal com a Real Biblioteca.3 A organização da 3a Seção, como era conhecida, foi confiada a José Zephyrino de Menezes Brum,4 o primeiro chefe do setor, e as estampas dos principais fundos, catalogadas de acordo com o sistema de classificação adotado na Biblioteca de Paris, com algumas poucas modificações, constituindo-se assim três catálogos: por escolas, por materiais e alfabético.5 Algumas coleções iconográficas particulares, incluindo estampas originais e de interpretação de nomes significativos da história da gravura, seriam incorporadas à Biblioteca Pública da Corte, entre as quais a de J. A. Oliveira Barboza, em 1874. Em 1877, adquiriu-se a coleção de J. A. Alves de Carvalho, com 774 estampas, seguindo-se a ela aquisições feitas em 1878 relacionadas com a ocupação holandesa no Brasil, incluindo a doação de Salvador de Mendonça, assim como a aquisição de águas-fortes, adquiridas de Miguel Navarro y Cañizares.6 Já no final do século xix, em 1890, após a proclamação da República, o ex-imperador d. Pedro ii doou à Biblioteca Nacional a sua biblioteca particular, coleção denominada D. Thereza Christina Maria, com mais de 100 mil itens, entre livros, mapas, partituras, fotografias, manuscritos, documentos impressos e 18.847 estampas artísticas de gravadores europeus do século xix.7 A inauguração da Biblioteca Nacional no prédio da avenida Rio Branco, n. 219, antiga avenida Central, deu-se em 1910, beneficiando a Seção de Estampas, hoje Divisão de Iconografia. No século xx, raras gravuras europeias avulsas foram incorporadas à coleção.8 A atenção voltou-se para os artistas brasileiros, constituindo-se assim um precioso núcleo de gravadores modernos. GIOVANNI BATTISTA PIRANESI Le Antichità romane, 1750–3, [tomo | tome III, prancha | plate XL] água-forte | etching, 40,4 x 60 cm REAL BIBLIOTECA Notas 1 cunha, Lygia da Fonseca Fernandes da. “Escola italiana de gravura: catálogo de estampas”. In: Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (1984), vol. 104. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, 1987, p. 173. 5 villa-lobos, R. “Iconografia (Estudos)”. In: Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (1896), vol. xviii. Rio de Janeiro: Tipografia Leuzinger, 1897, p. 420. 2 Ibid., p. 174. 6 brum, José Zephyrino de Menezes. “Esboço Histórico”. Op. cit., p. 584. 3 cunha, Lygia da Fonseca Fernandes da. “Escola Brasileira de Gravura. Catálogo de Estampas”. In: Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, vol. 96. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, 1976, p. 10. 4 brum, José Zephyrino de Menezes. “Esboço Histórico”. In: Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (1883–1884), vol. xi. Op. cit., p. 547. 7 mello, José Alexandre Teixeira de. “Relatório anual”. In: Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (1896), vol. xviii. Op. cit., p. 474. 8 cunha, Lygia da Fonseca Fernandes da. “Escola italiana de gravura: catálogo de estampas”. Op. cit., p. 174. A arte de gravar A arte de gravar em papel se iniciou, no Ocidente, somente no final do século xiv, com xilogravuras usadas para reproduzir imagens de santos e cartas de baralho. Seu desenvolvimento é consequência do conhecimento da técnica de fabricação do papel, descoberta pelos chineses em 105 a.c., e que chegou à Península Ibérica, trazida pelos árabes, em meados do século xii. No século xv, no entanto, o ofício de gravar em papel se desenvolve na Itália e, logo em seguida, nos demais países europeus, como expressão artística e meio de divulgação e democratização do conhecimento, em substituição ao manuscrito e às iluminuras. Surgem então os incunábulos, os primeiros livros impressos. As primeiras impressões a partir da matriz de madeira são chamadas de xilogravuras (gravuras em relevo). Já o emprego de matrizes em metal, inicialmente restrito à ourivesaria, possibilitou o surgimento da gravura em talho-doce (taille-douce ou intaglio), nome primeiro empregado em referência à gravura a buril e que, hoje, denomina, em oposição à gravura em relevo, todo processo de construção de matrizes metálicas planas e polidas. São preferencialmente feitas em chapas de cobre, em que o entalho produzido é entintado, permitindo maior aprimoramento e refinamento das impressões. Também podem ser usadas chapas de zinco ou latão. A arte de gravura em metal é conhecida como calcografia. Até o século xviii, eram cinco os procedimentos da gravura em talho-doce: a buril, à ponta-seca e à água-forte, herdados dos ourives e armeiros medievais, e à água-tinta e à maneira-negra, procedimentos inventados para a — 12 . 13 construção de matrizes reticuladas por processos manuais e mecânicos. Somam-se a esses, de meados para o fim do século xviii, as técnicas à maneira do crayon, do verniz mole e do pontilhado. A arte da gravura Nas mais antigas xilogravuras e gravuras a buril, o tema religioso é a marca da construção do fazer artístico. Para o homem da Idade Média, era Deus quem semeava a vis creativa. D’Ele provinha a beleza da criação, testemunho de sua grandeza e de sua sabedoria infinita, pela qual o Belo se aproxima da Verdade. Ao longo do Quattrocento, o Belo e a natureza se fundem num só ideal. Temas documentais e mitológicos surgem no universo das gravuras, inspirados pelo humanismo crescente que afirma a dignidade do homem e o torna um investigador por excelência da natureza, numa revalorização dos ideais clássicos. O homem como centro do universo, autônomo, livre e criativo, faz-se representar em proporções perfeitas, inserindo-se no espaço ilusório tridimensional da perspectiva linear. No século xvi, o pensamento renascentista se difunde por toda a Europa, ao mesmo tempo que a Reforma abala o equilíbrio político e a unidade cultural e artística recém-conquistados no continente. As gravuras, sob inspiração protestante, voltam-se para a natureza e os personagens profanos, e a iconoclastia toma o cenário da arte. Com o declínio da influência católica, surgem os sentimentos de pessimismo, insegurança e alheamento, que caracterizariam a atmosfera do Maneirismo. A noção de espaço é alterada e a perspectiva se fragmenta em múltiplos pontos de vista. As proporções da figura humana são distorcidas numa linguagem visual mais dinâmica, que se mostra dramática e sofisticada, refletindo os dilemas do final desse século. Ao longo do século xvii, a Contrarreforma abre caminho para o adensamento expressivo do Barroco, com a sensualidade das formas curvas espiraladas, a monumentalidade cenográfica e a exaltação do movimento. Ao excesso do Barroco, o Neoclassicismo, em meados do século xviii, responde com uma arte mais serena, equilibrada, simples e sombria, que retoma o interesse pela Antiguidade clássica a partir de escavações arqueológicas e das bases científicas, sistemáticas e racionais em que se inspira. As técnicas de gravura Xilogravura Na xilogravura, realizam-se entalhes diretos na matriz de madeira com ferramentas como a goiva e o formão, deixando-se em relevo a imagem a ser impressa. Destacada do fundo, essa imagem recebe a tinta de impressão, que será transferida para uma folha de papel, por meio de pressão feita pela mão diretamente sobre o papel posado na placa entintada de madeira ou com o auxílio de uma espátula ou colher de madeira. cortante de aço em formato quadrado, losângico ou redondo. O gravador pousa o buril sobre o metal, realizando encavos muito finos e profundos, que deixam marcas a serem preenchidas pela tinta de impressão. A qualidade da linha depende da profundidade e da largura das incisões, e da força empregada na gravação. A tinta é transferida para o papel com uma prensa. Foi, por excelência, a ferramenta dos primeiros gravadores. Gravura à ponta-seca Conhecida desde o século xv e também de corte direto, mas diferente do buril, que retira metal ao produzir a linha incisa, a ponta-seca somente desloca material, quando pressionada contra a superfície. Essa diferença aparentemente sutil cria dois tipos de linhas peculiares e claramente discerníveis. A ponta-seca é empunhada como um lápis e não exige conhecimentos de ofício tão elaborados quanto os necessários ao uso do buril, sendo o tom da linha dado pela pressão produzida ao desenhar e pela quantidade de rebarbas produzidas nesses deslocamentos. As rebarbas seguram a tinta, que, somada àquela contida nos sulcos, dá a característica aveludada e o contorno difuso à linha construída por essa ferramenta. Utilizam-se pontas de formatos e materiais diferentes, que geram resultados distintos no corte e na impressão. Depois de algumas dezenas de provas, as rebarbas são destruídas ou modificadas, o que cria flutuações na qualidade das imagens e não permite grande número de impressões. Gravura a buril Também conhecida como talho-doce, a gravura a buril surgiu no século xv e é a mais antiga técnica de gravura em metal que se conhece. O buril é um instrumento com cabo de madeira e ponta Gravura à água-forte A água-forte, ao contrário do buril e da ponta-seca, é um procedimento indireto. Técnica utilizada desde o século xvi, aqua-fortis era como a alquimia chamava os mordentes, produtos químicos que atacavam as áreas da matriz de cobre desenhadas e não isoladas pelos vernizes resistentes a eles, criando-se assim concavidades. O desenho é feito com pontas de metal, utilizadas como lápis, de modo que o cobre seja exposto onde a ponta penetra o verniz. A chapa de cobre é imersa em ácido (nitrito ou percloreto de ferro) e as partes a ele expostas que não estão protegidas pelo verniz, corroídas. A corrosão é determinada pelo tipo de agente químico escolhido em que a placa será imersa e pelo tempo de exposição do metal a essa situação. Em seguida, o verniz é removido da chapa, que, uma vez limpa, é coberta de tinta; novamente limpa, deixam-se apenas os sulcos cobertos de tinta. Cobre-se a chapa com um papel umedecido e os dois passam por uma prensa; o papel absorve a tinta depositada nos sulcos, produzindo uma impressão invertida do desenho sobre a chapa. São muitos os mordentes e sistemas de aplicação empregados pelos artistas. Dessa forma, obtêm-se gradações de tons, que vão do mais claro a uma infinidade de texturas visuais e ao escuro mais profundo. Quase todos os água-fortistas importantes inventaram processos próprios. que a superfície, após ser impressa, ofereça um negro profundo e aveludado. A chapa é trabalhada por meio de raspagens e bruniduras, obtendo-se, assim que se rebaixam as rebarbas, os tons em meias-luzes, entre o negro da malha construída e o branco de um polimento total. Gravura à água-tinta Gravura à maneira-negra À diferença dos processos lineares, a água-tinta, inventada no século xviii, permite obter superfícies regulares em meios-tons. Trata-se de um processo indireto que se vale de mordentes, como a água-forte. A matriz é pulverizada com resinas, breu e betume, que aderem à superfície da placa pelo uso de calor. O mordente (ácido) ataca os pontos nus da matriz que não estão protegidos pela resina. Com diversos métodos de morsuras e diferentes tipos de verniz, conseguem-se valores à maneira de chapados, que podem traduzir aguadas. Traduz-se uma escala de tempo em escala de cinzas virtuais: quão mais raros os pontos corroídos, menor a reserva de tinta, e quão mais profundos, maior a reserva para a tinta na impressão. Em outras palavras, quanto menos tinta impressa, mais pontos brancos no papel, e vice-versa, fazendo com que a relação de quantidade entre pretos e brancos gere os cinzas óticos e a consequente escala tonal. Também chamada de mezzotinta ou meia-tinta, essa técnica, criada no século xvii, consiste na construção de um tramado regular e rigoroso de pontos, por intermédio de um instrumento próprio, chamado berceau, cujo formato é parecido com o de um pente em meia-lua, com dentes sem espaçamento entre si e pontas muito afiadas. O berceau fere o metal, levantando rebarbas em decorrência da pressão exercida diretamente sobre ele, sem a necessidade de mordentes. Isso garante De meados para o fim do século xviii, surgem as técnicas à maneira de crayon, do verniz mole e do pontilhado. Este é um método que utiliza a água-forte, o buril curvo e a ponta-seca. Primeiro, faz-se uma leve gravação do contorno do desenho em água-forte; em seguida, são obtidos os tons do trabalho, pontilhando-se a chapa com a ponta do buril curvo ou com a ponta-seca sobre um segundo verniz, posteriormente banhado em ácido. — 14 . 15 Coleção Italiana e André Mantegna [1431–1506] e Marco Antonio Raimondi [c.1480–c.1534] Benedetto Montagna [c.1480– c.1541] Marco Dente [c.1493–1527] e e Agostino de Musi [c.1490–1536] Enea Vico [1523–1567] Lodovico Carracci [1555–1619] e Francesco Brizzi [1574–1623] e Adamo Ghisi [1530–1587] Annibale Carracci [1560–1609] e Guido Reni [1575–1642] Giovanni Benedetto Castiglione [1609–1664] Stefano della Bella [1610–1664] e Giovanni Battista Piranesi [1720–1778] Salvatore Rosa [1615–1673] e Francesco Bartolozzi [1725–1815] Marco Antonio Raimondi [c.1480–c.1534] ANDREA MANTEGNA MARCO ANTONIO RAIMONDI Jesus Cristo descendo ao limbo, s/d buril | line engraving, 43 x 33,2 cm [Orfeu e Eurídice], c. 1510 buril | line engraving, 18,3 x 14 cm REAL BIBLIOTECA COL. OLIVEIRA BARBOZA Também conhecido como Marcantonio, foi ourives, desenhista e gravador a buril. Nasceu em 1480 em Bolonha, onde faleceu em 1539. Aprendeu a desenhar com Franscisco Raibolini (o Francia), ourives e pintor, para quem trabalhou obras de nigelo, em cujo exercício se familiarizou com o manejo do buril e os princípios e práticas de gravar a talho-doce. Iniciou a prática da chamada gravura de interpretação ou reprodução. Foi grande intérprete de Raphael e admirador da obra de Dürer, tendo copiado em aço a Pequena Paixão, à maneira das xilogravuras do mestre alemão. Sua reputação foi tão grande que atraiu diversos gravadores à sua escola. Teve como discípulos, ente outros, Agostinho de Musi, Marco Dente, Mestre do Dado, Enea Vico, os Ghisi, Bartholomeu Beham e Georg Pencz. BENEDETTO MONTAGNA Benedetto Montagna [c.1480–C.1541] André Mantegna [1431–1506] Pintor e gravador a buril, nasceu na ilha de Cartura, perto de Vicenza, em 1431. Aos 11 anos, iniciou seu aprendizado na escola clássica de Francisco Squarcione, em Pádua. Estudou escultura romana e perspectiva. Sua carreira foi marcada pelos trabalhos da escola florentina. — 16 . 17 Quando jovem, foi influenciado por Jacopo Belline. Em 1459, passou a viver em Mantua, onde permaneceu até sua morte, em 1506. Foi protegido por Luiz de Gonzaga, duque de Mantua, que o nomeou cavaleiro, e pelo papa Inocêncio viii. Apesar de ser um pintor magnífico, não foi menor como gravador. Suas obras são admiradas pelo gosto e a correção dos desenhos. “A noção plástica é trazida para a gráfica e por consequência o gosto pela abstração ligada aos grafismos, ritmos e adensamentos luminosos” (Luis Cláudio Mubarac). Sua maneira de gravar característica se dava por formas fortemente marcadas, com sombras executadas por traços paralelos abertos e linhas oblíquas mais claras entre esses traços, e suas gravuras eram abertas em folhas de cobre. Pintor e gravador a buril, nasceu em Vicenza por volta de 1480, filho do pintor Bartolomeu Montagna. Trabalhou quase toda a sua vida em Veneza, tomando por modelos, na pintura, Bellini e, na gravura, Dürer. Suas gravuras, cujas primeiras datam de cerca de 1500, são fortes, simples e muito raras. [São Paulo, o Eremita, contemplando a morte de Santo Antão], s/d buril | line engraving, 19,3 x 17,1 cm REAL BIBLIOTECA Agostino de Musi, dito O Veneziano [c.1490–1536] Desenhista e gravador a buril. Nasceu em Veneza em cerca de 1490 e faleceu em Roma em 1536. Não se sabe ao certo quais foram seus primeiros mestres. Sabe-se, no entanto, que, vivendo em Roma, trabalhou sob a direção de Marco Antonio Raimondi. Em seus primeiros trabalhos, copiava o Mestre do Caduceu e Giulio Campagnola, que foi sua maior influência. Foi na escola de Raimondi que Musi se associou a Marco Dente da Ravenna, com quem executou em conjunto diversas gravuras. Marco Dente [c.1493–1527] Mais conhecido como Marco Dente da Ravenna, nasceu nessa cidade por volta de 1493 e morreu, provavelmente durante o saque de Roma, em 1527. Foi discípulo de Marco Antonio Raimondi e manteve parceria com Agostino Veneziano até 1520. Após essa data, começou a marcar seus trabalhos com seu nome ou suas iniciais. Em certa riqueza de texturas e tons, chegou muito próximo da técnica de gravar de seu mestre. Seu sombreado, com largas superfícies planas de tons, é simples e prazeroso. ENEA VICO Os amores de Marte e Vênus, s/d [segundo | according to Francesco Mazzuoli dito | called O Parmegiano] buril | line engraving, 30 x 20,3 cm PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA REAL BIBLIOTECA Enea Vico [1523–1567] MARCO DENTE Vênus ferida por um espinho de roseira, s/d [segundo | according to Raphael Sanzio] buril | line engraving, 26,2 x 16,8 cm REAL BIBLIOTECA — 18 . 19 AGOSTINO DE MUSI [Jovem Herói ao pé do altar], s/d [segundo | according to Raphael] buril | line engraving, 24 x 18,4 cm Desenhista e gravador em metal, nasceu em Parma em 1523 e faleceu em Ferrara em 1567. Seu florescimento como gravador se deu entre 1541 e 1567. Mudou-se para Roma ainda jovem, tendo como mestre o gravador e comerciante de estampas não muito importante Thommaso Barlacchi. As gravuras de Enea Vico anteriores a 1550 são gravadas à maneira de diferentes mestres: Julio Bonasone, Agostino de Musi, Jacob Caraglio e Marco Antonio Raimondi. Posteriormente, Vico adquiriu uma maneira de gravar própria e característica. Foi também cultor das ciências, que estudou de maneira particular, e escreveu sobre numismática. Reina grandes incertezas sobre os fatos de sua vida. ANNIBALE CARRACCI Pietà ou Cristo de Caprarola, 1597 água-forte retocada a buril etching retouched with burin 12,3 cm x 16,1 cm REAL BIBLIOTECA ANNIBALE CARRACCI Pietà ou Cristo de Caprarola, 1597 água-forte retocada a buril | etching retouched with burin, 12,3 cm x 16,1 cm REAL BIBLIOTECA ADAMO GHISI LODOVICO CARRACCI A escravidão , s/d [segundo | according to Andrea Mantegna] buril | line engraving, 27 x 14,3 cm A virgem e o menino Jesus cercados por anjos, s/d água-forte | etching, 16,5 x 12 cm REAL BIBLIOTECA Adamo Ghisi [1530–1587] Desenhista e gravador a buril, filho de Giovanni Battista, nasceu em Mantua em 1530. Faleceu em 1587. Gravou segundo vários mestres italianos. Sua maneira de gravar se assemelha à de seu pai e à de seu irmão mais velho, Jorge Ghisi. — 20 . 21 REAL BIBLIOTECA Lodovico Carracci [1555–1619] Annibale Carracci [1560–1609] Francesco Brizzi [1574–1623] Pintor e gravador à água-forte e a buril, nasceu em Bolonha em 1555. Teve como primeiro mestre Prospero Fontana. Nessa mesma cidade, fundou com seus primos e discípulos Agostino e Annibale Carracci a célebre escola de pintura Accademia degli Incamminati, em que incentivava-se a revitalização da gravura de linha e desencorajava-se a produção de gravar à água-forte. Ainda que inferiores às de seus primos, as gravuras de Lodovico são bastante estimadas. Faleceu em Bolonha em 1619. Irmão mais novo de Agostino, foi pintor e gravador à água-forte e a buril. Nasceu em Bolonha em 1560 e morreu em Roma em 1609. Aprendeu pintura com Lodovico Carracci, seu primo, tendo sido considerado o mais hábil pintor italiano depois de Raphael, Ticiano e Correggio. Realizou a pintura da galeria do palácio Farnese com seu irmão Agostino. Diz-se que esse trabalho, que consumiu oito anos de sua vida, foi a causa de sua morte: ele teria morrido de desgosto pela ingratidão do príncipe Farnese, que o recompensou mesquinhamente pela empreitada. Como gravador, sua obra, embora não numerosa, é muito bem desenhada e acabada. Pintor e gravador à água-forte e a buril, nasceu em Bolonha em 1574, onde morreu em 1623. Foi, inicialmente, sapateiro, tendo largado esse ofício para aprender desenho e pintura com Bartolomeu Passarotti e aperfeiçoar-se com Luiz Carracci e Agostino Carracci. Colaborou em algumas gravuras do último e se dedicou à perspectiva e à arquitetura, que ensinava em curso público. GUIDO RENI FRANCESCO BRIZZI [A Sagrada Família], s/d água-forte | etching, 25 x 19,6 cm A Virgem Santíssima voltando do Egito para Judeia, s/d [segundo | according to Lodovico Carracci] buril | line engraving, 21,4 x 13,4 cm PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA REAL BIBLIOTECA Guido Reni [1575–1642] Pintor e gravador à água-forte, nasceu em Bolonha em 1575 e morreu na mesma cidade em 1642. Após ter estudado arte com Dionisio Calvaert, passou para a escola dos Carracci, tornando-se o seu aluno mais famoso. Na combinação de linhas luminosas e pontos, produziu — 22 . 23 muitas delicadas gravuras à água-forte. Foi imitado não apenas na Itália, mas também pelos franceses. Seu desenho é puro e correto, as cabeças de suas figuras, nobres e graciosas, e as roupagens, tratadas com muito gosto e mestria. Foi um apaixonado pelo jogo, que lhe acarretou a perda de posses e amigos, tendo passado os últimos anos de sua vida no esquecimento e na miséria. Stefano della Bella [1610–1664] Desenhista e gravador à água-forte e a buril, nasceu em Florença em 1610. A princípio, dedicou-se à pintura, tendo como mestre Cesar Dandini. Em gravura, seu mestre foi Remigio Cantagallina, cuja oficina também teve como discípulo Jacob Callot. Com o tempo, adquiriu uma maneira própria de gravar, que se distingue pelo bom gosto, a delicadeza e a ligeireza de sua ponta. Trabalhou em Roma, em Paris e em Florença, onde morreu em 1664. Gravou mais de 1.400 imagens com assuntos históricos, caçadas, paisagens, marinhas, animais e ornatos. STEFANO DELLA BELLA Princípios de desenho, 1640–1650 água-forte | etching, 12 x 15,5 cm PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA GIOVANNI BENEDETTO CASTIGLIONI GIOVANNI BENEDETTO CASTIGLIONI [Grandes cabeças com toucadas a oriental], s/d água-forte | etching, 17,8 x 14,8 cm [Grandes cabeças com toucadas a oriental], s/d água-forte | etching, 17,8 x 14,8 cm COL. OLIVEIRA BARBOZA COL. OLIVEIRA BARBOZA SALVATORE ROSA SALVATORE ROSA Figurine. Varia et Concinna Delineamenta, s/d água-forte | etching, 14,5 x 9,3 cm Figurine. Varia et Concinna Delineamenta, s/d água-forte | etching, 14,5 x 9,3 cm COL. OLIVEIRA BARBOZA Giovanni Benedetto Castiglione [1609–1664] Artista do barroco italiano, Castiglione nasceu em Gênova em 1609. Era conhecido como Il Grechetto na Itália e como Le Benédette na França. Sua formação inicial não é clara. Pode ter estudado com Sinibaldo Scorza, Antoon van Dyck e Peter Paul Rubens. Pintor e desenhista, pertenceu à escola genovesa, — 24 . 25 tendo vivido em Roma de 1634 a 1645. Morreu em Mântua, como artista da Corte, em 1664. Suas gravuras são notáveis pelo jogo de luz e sombra, que o levou a ganhar o apelido de segundo Rembrandt. Seus estudos de cabeças orientais revelam grande conhecimento da obra desse mestre holandês. Em 1648, inventou a monotipia, técnica com a qual se consegue reproduzir um desenho ou mancha de cor numa prova única. Salvatore Rosa [1615–1673] Pintor e gravador à água-forte. Nasceu em Renella, vila perto de Nápoles, em 1615 e faleceu em Roma em 1673. Estudou em Nápoles, cultivou a poesia e a música, e foi influenciado pelo realismo de Ribera. Incentivado por Giovanni Lanfranco, viajou para Roma em 1635, mas teve de retornar a Nápoles em 1639, após COL. OLIVEIRA BARBOZA ter contraído malária. Mudou-se para Florença, onde foi contratado pela família Médici, e fundou a Accademia dei Percossi para escritores e artistas. Rosa retornaria a Roma em 1649 para trabalhar como pintor histórico. Giovanni Battista Piranesi [1720–1778] Nascido em Veneza em 1720, filho de um construtor, Piranesi recebeu formação em cenografia e perspectiva com o gravador Carlo Zucchi. Arquiteto e amante da arqueologia, dedicou-se à gravação dos monumentos da Antiguidade romana, realizando um trabalho de grande magnitude e força expressiva num estilo livre, cenográfico e impetuoso. Suas gravuras são modeladas pela luz, em perspectiva manipulada, que trasborda por vezes a quadratura das mesmas. As figuras humanas são atemporais, apenas esboços, ao estilo de Callot e de Della Bella. Piranesi produziu suas primeiras vedute de Roma em pequeno formato para guias de turistas. Em 1743, publicou as suas primeiras 12 águas-fortes, Prima parte di architettura e prospettive, iniciando uma carreira de cerca de 40 anos, durante a qual produziu mais de mil pranchas publicadas em 19 obras pela sua própria casa impressora. Seu estilo é inconfundível e sua arte aponta para a estética do sublime, deixando transparecer a tensão entre razão e sensibilidade. Faleceu em Roma em 1778. A magnífica série Le carcere d’invenzione é um exemplo fascinante da inquietação e da genialidade do artista. Nela, propõe estruturas — 26 . 27 espaciais fantásticas num espaço experimental labiríntico, no qual não existe um ponto de vista fixo e central, nem uma perspectiva linear a ser seguida. Nosso olhar, ao contemplar essa série à água-forte, flutua sem descanso, observando os arranjos espaciais na proliferação de perspectivas, nos desdobramentos espaciais, no vaivém de escadas, pontes e passagens. Observamos a luz provocar e produzir escuridão, e as paredes absorverem-na sem refleti-la, assim como notamos os raios de luz que deixam seu percurso natural para se curvarem sobre os objetos. As noções de proximidade e de distância são abolidas, e o tempo e o espaço se fundem. Passado, presente e futuro parecem não existir. Piranesi fala de um outro lugar e de um outro tempo, levando-nos a uma interioridade pouco confortável, em que nos deparamos com nossos mais sutis temores, que não sabemos nominar. O termo veduta se aplica a pintura, desenho ou gravura que represente uma cidade, um monumento ou um lugar com concepção acentuadamente topográfica. As vedute têm sua origem nas peregrinações a Roma no século xviii, no tempo de redescoberta da Antiguidade: Herculano, em 1719, e Pompeia, em 1748. Seus maiores inovadores foram Canaletto, Guardi e Piranesi, que transformou a vista gravada para souvenir de turistas intelectuais e aristocratas num sofisticado meio de comunicação erudita de grande carga expressiva. Assim, pratica a veduta direta, ou de reconstituição fidedigna, segundo fontes documentais, e a veduta ideata, em que a ruína serve de matéria para sua vertente apaixonada e trágica. GIOVANNI BATTISTA PIRANESI Le carcere d’invenzione, 1750–3 [fronstispício | frontispiece] água-forte | etching, 72,8 X 53 cm REAL BIBLIOTECA GIOVANNI BATTISTA PIRANESI Le carcere d’invenzione, 1750–3 [prancha | plate X] água-forte | etching 53 x 72,8 cm REAL BIBLIOTECA GIOVANNI BATTISTA PIRANESI GIOVANNI BATTISTA PIRANESI Le carcere d’invenzione, 1750–3 [prancha | plate VII], água-forte | etching, 72,8 X 53 cm Le carcere d’invenzione, 1750–3 [prancha | plate VIII], água-forte | etching, 72,8 X 53 cm REAL BIBLIOTECA REAL BIBLIOTECA GIOVANNI BATTISTA PIRANESI Le carcere d’invenzione, 1750–3 [prancha | plate XIV] água-forte | etching 53 x 72,8 cm REAL BIBLIOTECA — 28 . 29 GIOVANNI BATTISTA PIRANESI GIOVANNI BATTISTA PIRANESI Le Antichità romane, 1750–3, tomo | tome III [segundo frontispício | 2nd frontispiece] água-forte | etching, 39,9 x 59,2 cm Le Antichità romane, 1750–3 [tomo | tome III, prancha | plate XVIII] água-forte | etching, 39,9 x 59,9 cm REAL BIBLIOTECA REAL BIBLIOTECA GIOVANNI BATTISTA PIRANESI Le Antichità romane, 1750–3, [tomo | tome III, prancha | plate VIII] água-forte | etching, 36,2 x 59,2 cm REAL BIBLIOTECA — 30 . 31 GIOVANNI BATTISTA PIRANESI Le Antichità romane, 1750–3, [tomo | tome III, prancha | plate XL] água-forte | etching, 40,4 x 60 cm REAL BIBLIOTECA Coleção Alemã e Israel van Meckenem [c.1440/1445–1503] Albrecht Dürer [1471–1528] Hans Sebald Beham [1500–1550] e e e Lucas Cranach, Sênior [1472–1553] Martin Treu [ativo em 1540–1543] Heinrich Aldegrever [c.1501–c.1561] FRANCESCO BARTOLOZZI FRANCESCO BARTOLOZZI Harmony, 1795 [segundo | according to John Francis Rigaud] pontilhado e água-forte | stipple and etching, 16,6 x 13,5 cm Youth, 1795 [segundo | according to John Francis Rigaud] pontilhado e água-forte | stipple and etching, 16,4 x 13,2 cm PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA Francesco Bartolozzi [1725–1815] Gravador italiano cujo período mais produtivo foi passado em Londres. Nascido em Florença, estudou com os artistas florentinos Ignazio Hugford e Domenico Giovanni Ferretti, que o instruiu em pintura. Após dedicar três anos à pintura, passou a estudar — 32 . 33 gravura com Joseph Wagner, em Veneza. Suas primeiras produções foram no estilo de Marco Ricci e Zuccarelli, entre outros. Seguiu para Londres em 1764, onde viveu quase 40 anos, tendo produzido enorme número de gravuras e contribuído com várias delas para The Shakespeare Gallery, de John Boydell. Também desenhou esboços de sua autoria em crayon vermelho. Pouco depois de chegar em Londres, foi nomeado “Gravador do Rei” e eleito, em 1768, um dos membros fundadores da Royal Academy. Em 1802, tornou-se fundador e presidente da Sociedade de Gravadores. No mesmo ano, aceitou o cargo de diretor da Academia Nacional de Lisboa, cidade onde morreu. Seu filho Stefano Gaetano Bartolozzi, nascido em 1757, também foi gravador Martin Schongauer [c.1450–1491] e e Georg Pencz [c.1500–1550] Virgil Solis [1514–1562] Albrecht Dürer [1471–1528] Gravador, desenhista e pintor, nasceu em Nuremberg, maior centro de produção gráfica da Alemanha, em 21 de maio de 1471. Terceiro dos 18 filhos de um ourives, demonstrou desde cedo habilidade para o desenho e o manuseio do buril. Fez experiências com a água-forte e a ponta-seca, tornando-se aprendiz do pintor Michael Wolgemut com apenas 13 anos de idade. Estudou gravura no ateliê do importante impressor alemão Anton Koberger. Já na adolescência, demonstrou grande interesse pelas gravuras de Martin Schongauer. Foi um artista erudito, apaixonado pelo Renascimento. Possuía profundo conhecimento da matemática e da literatura clássica greco-romana, tendo se interessado também pela filosofia e a arqueologia. Após completar sua formação, iniciou um período de viagens. Visitou Florença, Bolonha e Veneza (1494), onde viveu durante um ano e meio (1505), tendo tido contato com a rica produção de gravuras italianas. Viajou também para os Países Baixos (1520–1), quando estudou profundamente teorias sobre a proporção humana, a geometria e as fortificações, e escreveu poesia e sobre a teoria da arte. Grande humanista, foi empregado pelo imperador Maximiliano — 34 . 35 i. Tinha profunda curiosidade pela natureza e pelos animais, retratando-os em diversas gravuras. Numa de suas viagens, contraiu malária, falecendo em sua cidade natal no dia 6 de abril de 1528, aos 57 anos. Sua obra inclui sessenta telas, mais de cem gravuras em metal, cerca de 250 xilogravuras e mil desenhos, além de três livros impressos. Dois deles foram publicados em vida: Instrução para medições à régua e ao compasso, de 1525, e Tratado sobre fortificações, de 1527. O livro Sobre a proporção do corpo humano saiu logo após sua morte, em 1528. Entre as mais célebres obras produzidas por Dürer, destaca-se O apocalipse, série de 15 xilogravuras dramáticas, consideradas uma das maiores criações da arte alemã. Tal obra trouxe ao artista de 27 anos de idade riqueza e fama em toda a Europa, tendo sido publicada em latim e alemão em Nuremberg em 1498. A publicação se mostrou inovadora, já que até então as gravuras em livros ilustrados eram pequenas e apareciam no meio dos textos. Dürer subverteu a ordem de importância das informações, tendo o trabalho do artista passado a preponderar sobre o texto, impresso no verso das gravuras. As imagens gravadas por ele para essa obra, identificadas por seu monograma, baseiam-se em antigas representações do Apocalipse presentes nas versões correntes das bíblias impressas nessa época. Entre as mais completas gravuras realizadas por Dürer a buril, encontra-se Adão e Eva (1504), obra em que ele, fazendo uso da medida áurea e utilizando a régua e o compasso na constituição das figuras segundo o estilo utilizado na Antiguidade clássica, traduz seu profundo interesse pelo estudo das proporções humanas. Adão e Eva foram inspirados nas esculturas de Apolo de Belvedere e Vênus, tendo sido entalhados em seus contornos com linhas delicadas, para depois serem detalhadamente preenchidos. A gravura exibe variedade de tons e texturas, além de sutis gradações de sombra e de luz. Embora seu foco esteja nas figuras, a autêntica arte para Dürer está contida na natureza representada com maestria em seus mínimos detalhes. A inclusão de símbolos adicionais cria interesse visual por toda a gravura, a exemplo da serpente, personificação da desobediência e da provocação a Deus; do galho na mão de Adão, que representa a árvore da vida; e de vários animais, como o papagaio, a cabra no topo do penhasco, o rato, o gato, o coelho etc., sugerindo forte carga simbólica. ALBRECHT DÜRER ALBRECHT DÜRER ALBRECHT DÜRER Adoração do cordeiro divino, c. 1496 [da série O Apocalipse | from O Apocalipse series] xilogravura | woodcut, 39 x 27 cm Babilônia, a grande meretriz, c. 1496–7 [da série O Apocalipse | from O Apocalipse series] xilogravura | woodcut, 39 x 27 cm O anjo que tem a chave do abismo, c. 1496–7 [da série O Apocalipse | from O Apocalipse series] xilogravura | woodcut, 39 x 27 cm PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA ALBRECHT DÜRER ALBRECHT DÜRER ALBRECHT DÜRER Os quatro cavaleiros, c. 1497–8 [da série O Apocalipse | from O Apocalipse series] xilogravura | woodcut, 39 x 27 cm A mulher revestida de sol, c. 1497 [da série O Apocalipse | from O Apocalipse series] xilogravura | woodcut, 39 x 27 cm Os quatro anjos vingadores, 1496 [da série O Apocalipse | from O Apocalipse series] xilogravura | woodcut, 39 x 27 cm PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA ALBRECHT DÜRER ALBRECHT DÜRER ALBRECHT DÜRER ALBRECHT DÜRER A abertura do quinto e sexto selos, c. 1497–8 [da série O Apocalipse | from O Apocalipse series] xilogravura | woodcut, 39 x 27 cm Quatro anjos retendo os ventos, c. 1497–8 [da série O Apocalipse | from O Apocalipse series] xilogravura | woodcut, 39 x 27 cm Combate de São Miguel contra o dragão, 1497 [da série O Apocalipse | from O Apocalipse series] xilogravura | woodcut, 39 x 27 cm São João engolindo o livro que o anjo lhe apresenta, c. 1498 [da série O Apocalipse | from O Apocalipse series] xilogravura | woodcut, 39 x 27 cm PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA — 36 . 37 ALBRECHT DÜRER ALBRECHT DÜRER A virgem com o macaco, c. 1498 buril | line engraving, 17,6 x 11,6 cm As quatro feiticeiras, 1497 buril | line engraving, 19,2 x 12,7 cm COL. OLIVEIRA BARBOZA — 38 . 39 COL. OLIVEIRA BARBOZA ALBRECHT DÜRER ALBRECHT DÜRER O monstro marinho, ou O rapto de Amimone, c. 1498 buril | line engraving, 25,4 x 19,3 cm Santo Eustáquio, c. 1501 buril | line engraving, 35,7 x 26,5 cm PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA MARTIN SCHONGAUER A morte da virgem, s/d buril | line engraving 25,7 x 17 cm ISRAEL VAN MECKENEM Santa Bárbara, s/d buril | line engraving, 16,3 x 10,9 cm DOAÇÃO DE LUIZA DE QUEIROZ COUTINHO PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA ALBRECHT DÜRER As ofertas do amor, c. 1495 buril | line engraving, 14,4 x 13,2 cm COL. OLIVEIRA BARBOZA — 40 . 41 MATTOSO PERDIGÃO Israel van Meckenem [c.1440/1445–1503] Martin Schongauer [c.1450–1491] Gravador e ourives, era filho de Israel van Meckenem, o Velho, também ourives, que se estabeleceu em Bocholt. Nasceu aproximadamente em 1440 e faleceu em 1503 em Bochott. Estudou com o Mestre E. S. no sul da Alemanha e produziu mais de 600 chapas, cuja maioria é constituída de cópias de outros artistas, como Dürer e Martin Schongauer. Seus primeiros trabalhos foram bastante crus, mas na década de 1480 desenvolveu um estilo pessoal eficaz e fez obras cada vez maiores e mais bem acabadas. Ourives, pintor e gravador a buril, descendente de uma família de origem nobre de Augsburgo. Nasceu em Colmar por volta de 1450 e faleceu em 1491, tendo sido o mais importante gravador alemão antes de Albrecht Dürer. Estabeleceu na sua cidade natal uma escola muito importante de gravura, na qual floresceram uma nova geração de “Pequenos Mestres” e um grande grupo de artistas de Nuremberg. Produziu grande número de gravuras, que foram amplamente vendidas não só na Alemanha, mas também na Itália e mesmo na Inglaterra e na Espanha. Vasari afirmou que Michelangelo copiou uma de suas gravuras: Julgamento de Santo Antônio. Seu estilo demonstra, em vez de uma influência italiana, um estilo gótico muito claro e organizado. Estabeleceu um sistema de criar volume, por meio de linhas cruzadas em duas direções, que lhe foi ensinado pelo Mestre das iniciais E. S. e que seria desenvolvida ao máximo por Dürer. Foi o primeiro gravador a usar linhas curvas paralelas, provavelmente girando a placa contra um buril estável. Desenvolveu ainda uma técnica a buril que produzia linhas mais profundas sobre a placa, permitindo que fossem feitas mais impressões antes de esta desgastar-se. Lucas Cranach, Sênior [1472–1553] Pintor renascentista de retratos de príncipes alemães e dos líderes da Reforma protestante, cuja causa abraçou com entusiasmo, tornando-se amigo próximo de Lutero. Pintou também temas religiosos, em primeiro lugar na tradição católica e, depois, em busca de novas maneiras de transmissão das preocupações religiosas luteranas. Nascido em 1472, serviu por mais de 60 anos como pintor da Corte dos duques de Saxônia, tendo sido também gravador. Suas pinturas e xilogravuras são numerosas e contrastam com o número reduzido de gravuras em cobre. A cor, a luz e a sombra não eram especialidades suas. Em vez de utilizar o chiaroscuro, sempre contornava as formas em negro. Suas xilogravuras, baseadas em desenhos seus, eram abertas por outros artistas. Dedicou-se ainda ao comércio, tendo possuído uma loja de livros e papéis, e uma farmácia. Faleceu em Weimar em 1553, aos 81 anos de idade. LUCAS CRANACH , SÊNIOR LUCAS CRANACH , SÊNIOR Cristo na cruz (A crucificação), s/d [da série A paixão de Jesus Cristo | from A paixão de Jesus Cristo series] xilogravura | woodcut, 25,9 x 18 cm Jesus Cristo perante Caifas, s/d [da série A paixão de Jesus Cristo | from A paixão de Jesus Cristo series] xilogravura | woodcut, 24,9 x 16,9 cm COL. OLIVEIRA BARBOZA Hans Sebald Beham [1500–1550] REAL BIBLIOTECA Pintor e gravador a buril e em madeira, nasceu em Nuremberg em 1500 e morreu em 1550. Aprendeu gravura e pintura com Dürer, tendo integrado a plêiade dos famosos “Pequenos Mestres” da Alemanha. Suas gravuras são espirituosas e abertas com um buril cheio de expressão e nitidez. No fim da vida, abandonou a profissão para estabelecer-se como comerciante de bebidas. — 42 . 43 HANS SEBALD BEHAM [Mulher acompanhada da morte], s/d buril | line engraving, 7,6 x 5,1 cm PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA Martin Treu [ativo em 1540–1543] Gravador a buril, de cuja vida nada se sabe, exceto ter trabalhado entre 1540 e 1543. Pertence ao grupo dos “Pequenos Mestres” da escola Alemã, tendo vivido provavelmente em Nuremberg. Ao que parece, estudou o estilo de Lucas van Leyden. MARTIN TREU A história do filho pródigo, 1541 buril | line engraving, 7,2 x 8,4 cm REAL BIBLIOTECA Georg Pencz [c.1500–1550] Pintor e gravador nascido em Nuremberg por volta de 1500 e falecido em Breslau em 1550. Depois de aprender pintura e gravura com Albrecht Dürer, seguiu para a Itália, a fim de estudar a obra de Raphael. Gravou muitas estampas sob a direção de Raimondi, cuja maneira de trabalhar soube imitar com suma fidelidade. GEORG PENCZ O bom samaritano, s/d buril | line engraving, 7,7 x 11,4 cm REAL BIBLIOTECA — 44 . 45 GEORG PENCZ GEORG PENCZ Marcus Curius, s/d buril | line engraving, 12,1 x 8,3 cm Virgínea, s/d buril | line engraving, 11, 9 x 7,5 cm REAL BIBLIOTECA PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA Heinrich Aldegrever [c.1501–c.1561] Ourives, pintor e gravador nascido em Paderborn por volta de 1501. Não se sabe ao certo a data de seu falecimento, ocorrido em torno de 1561. Estudou pintura e gravura da escola de Albrecht Dürer. Foi outro dos “Pequenos Mestres” do grupo de artistas alemães e se tornou luterano. Como pintor, imitou a maneira do mestre. Nos últimos anos de vida, dedicou-se inteiramente à gravura. Produziu cerca de 290 imagens, em sua maioria criações próprias. As diminutas, de desenho um tanto gótico, foram gravadas com um buril preciso e delicado. Realizou diversas gravuras ornamentais, tendo seu estilo se aproximado tanto do de Albrecht Dürer, que foi chamado algumas vezes de Albert de Westphalia. Virgil Solis [1514–1562] Nascido em Nuremberg em 1514, foi desenhista, iluminador, pintor e gravador a buril e à água-forte. Fez parte do grupo dos “Pequenos Mestres” da Alemanha. Sua maneira correta e delicada se aproxima da maneira de Hans Sebald Beham, e tanto suas estampas segundo Raphael, Lucas van Leyden e Aldegrever quanto suas criações próprias são hoje muito raras. Faleceu em sua cidade natal em 1562. GEORG PENCZ A soberba, s/d [da série Os sete pecados mortais from Os sete pecados mortais series] buril | line engraving, 8,2 x 5,2 cm PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA — 46 . 47 Página à direita | Right page VIRGIL SOLIS O triunfo da música, s/d buril | line engraving, 5,8 x 23,2 cm REAL BIBLIOTECA HEINRICH ALDEGREVER HEINRICH ALDEGREVER Um casal de dançarinos, 1538 [prancha | plate 7, da série Os grandes festejadores em bodas from Os grandes festejadores em bodas series] buril | line engraving, 11,9 x 8,1 cm O mestre de cerimônias, 1538 [prancha | plate 1, da série Os grandes festejadores em bodas from Os grandes festejadores em bodas series] buril | line engraving, 11,9 x 8,1 cm COL. OLIVEIRA BARBOZA REAL BIBLIOTECA Coleção Holandesa Lucas van Leyden [c.1494–1533] e Lucas van Leyden [c.1494–1533] e Nascido em Leiden em torno de 1494, foi pintor sobre vidro, a têmpera e a óleo, bem como gravador a buril e à água-forte. Já gravava aos nove anos de idade, tendo aprendido a manejar o buril com um ourives e a gravura à água-forte com um armeiro. Abria suas chapas com um talho fino e delicado, que, assim, não resistiam a muitas tiragens. Esmerado e perfeccionista, Lucas van Leyden inutilizava todas as chapas que apresentassem o mínimo defeito ou mancha, razão pela qual suas estampas são raríssimas. Gozava de grande reputação e Giorgio Vasari o considerava acima de Albrecht Dürer. Hoje, é considerado, universalmente, uma das maiores figuras da história das artes gráficas. Suas gravuras nos fornecem importantes registros dos hábitos e costumes dos Países Baixos, como se pode atestar em O dentista e Os músicos. Ainda em vida, suas obras alcançaram preços elevados, tornando-se, com o passar do tempo, cada vez mais caras. Nas xilogravuras, as chapas de madeira eram desenhadas pelo artista, mas abertas por um hábil gravador. Morreu em 1533 em sua cidade natal. Cornelis Cort [c.1533/1536–1578] Jan Saenredam [c.1565–1607] e Jacob Matham [1571–1631] Nicolas Ennes Visscher [ativo em 1580] e Hendrik Goltzius [1558–1617] Rembrandt Harmenszoon van Rijn [1606–1669] LUCAS VAN LEYDEN [Retrato de um moço], 1519 buril | line engraving, 18,4 x 12,2 cm REAL BIBLIOTECA — 48 . 49 LUCAS VAN LEYDEN LUCAS VAN LEYDEN LUCAS VAN LEYDEN LUCAS VAN LEYDEN [O dentista], 1523 buril | line engraving, 12,9 x 8,6 cm [Os músicos], 1524 buril | line engraving, 10,6 x 7,5 cm [Jesus Cristo ultrajado no pretório], 1521 buril | line engraving, 12 x 8,4 cm [A flagelação], 1521 buril | line engraving, 12,2 x 8,4 cm REAL BIBLIOTECA REAL BIBLIOTECA COL. OLIVEIRA BARBOZA — 50 . 51 COL. OLIVEIRA BARBOZA LUCAS VAN LEYDEN CORNELIS CORT JAN SAENREDAM [São Jerônimo], 1521 buril | line engraving, 10,1 x 14,5 cm [A fuga para o Egito], 1566 buril | line engraving, 28 x 19,9 cm [Plutão e Proserpina], 1594 buril | line engraving, 32,4 x 21,5 cm PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA REAL BIBLIOTECA COL. OLIVEIRA BARBOZA Cornelis Cort [c.1533/1536–1578] Desenhista e gravador a buril, nasceu em Horn por volta de 1533. Já era tido como um grande gravador quando, em Veneza, conheceu Ticiano, de quem gravou as mais belas obras. Viveu em Roma, onde abriu uma escola de gravuras, à qual pertenceu o célebre Agostino Carracci. Suas gravuras desenvolvidas em Roma — 52 . 53 são muito apreciadas pela correção do desenho, a maneira espirituosa e o bom gosto com que foram abertas. Faleceu em Roma em 1578. Jan Saenredam [c.1565–1607] Natural de Leiden, tornou-se desenhista, pintor e gravador a buril. Aprendeu pintura com Jacob de Gheyn e a arte de gravar com Hendrik Goltzius, a quem tomou como modelo e imitou com tal perfeição, que algumas de suas gravuras chegam a ser confundidas com as de seu mestre. Gravou com buril firme, fácil e largo. Em suas composições, o desenho é mais correto e menos amaneirado do que naquelas que abriu segundo Goltzius e outros mestres. Jacob Matham [1571–1631] Desenhista e gravador a buril, nasceu em Haarlem em 1571. Hendrik Goltzius, seu padrasto, ensinou-lhe o desenho e a gravura, tornando-o um hábil artista. Passou alguns anos na Itália, abrindo muitas estampas de grandes pintores italianos. Manejava o buril com grande desembaraço. Faleceu em sua cidade natal em 1631. NICOLAS ENNES VISSCHER HENDRIK GOLTZIUS [Um rapaz tirando passarinhos de um ninho], s/d buril | line engraving, 20,1 x 14,4 cm [A Sagrada Família], 1580 [segundo | according to Bartolomeu Spranger] buril | line engraving, 28,2 x 21 cm REAL BIBLIOTECA REAL BIBLIOTECA Nicolas Ennes Visscher [ativo em 1580] Hendrik Goltzius [1558–1617] Desenhista, gravador à água-forte, editor e mercador de estampas, viveu em Amsterdã por volta de 1580. Produziu e executou, de forma magistral, várias águas-fortes de figuras, animais e vistas, bem como diversos retratos. Pintor, desenhista e gravador a buril, nasceu em Mulbrecht, no ducado de Juliers, em 1558, falecendo em Haarlem em 1617. Suas gravuras são corretamente desenhadas e gravadas a buril ora largo (em que os traços — 54 . 55 se recortam, formando ângulos), ora fino (em que o artista trabalha com traços delgados e paralelos), à maneira de Dürer e de Lucas van Leyden. Levou a técnica do buril à perfeição, tendo formado discípulos notáveis, como Jacob Matham, Jan Muller, Jan Saenredam e Swanevelt, que se inspiraram em sua maneira de gravar. JACOB MATHAM [As estações do ano, Primavera], 1589 buril | line engraving 25,5 cm (diâmetro) PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA JACOB MATHAM [As estações do ano Verão], s/d buril | line engraving 25,9 cm (diâmetro) PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA Rembrandt Harmenszoon van Rijn [1606–1669] Nasceu em 15 de julho de 1606 em Leiden. Filho de um moleiro, é considerado o maior artista holandês, distinguindo-se não apenas na pintura, como também no desenho e nas gravuras em água-forte. Foi como retratista que consolidou sua fama e enriqueceu. Quando menino, frequentou a Escola Latina, tendo sido matriculado na Universidade de Leiden aos 14 anos de idade. Tornou-se aprendiz do pintor Jacob van Swanenburgh, com quem passou três anos. Depois de breve, mas importante aprendizado de seis meses em Amsterdã com Pieter Lastman, famoso pintor com quem aprendeu a técnica do claro-escuro, abriu, com o colega Jan Lievens, estúdio em Leiden em 1624 ou 1625. Em 1627, passou a aceitar alunos. Mudou-se para Amsterdã em 1631, casando-se três anos depois com Saskia van Uylenburgh, prima de um próspero negociante de arte. Em contraste com sua bem-sucedida carreira pública, a vida familiar de Rembrandt foi marcada pelo infortúnio. Entre 1635 e 1641, Saskia deu à luz a quatro filhos, mas apenas o último, Titus, sobreviveu. Saskia faleceu em 1642 aos trinta anos. Hendrickje Stoffels, contratada como empregada da casa, se tornaria esposa do artista e modelo para muitos dos seus quadros. Apesar do sucesso financeiro como artista, professor e comerciante de arte, a propensão de Rembrandt para a vida ostentatória forçou-o a declarar falência em 1656. — 56 . 57 REMBRANDTHERMENSZOON VAN RIJN [O triunfo de Mardoqueu], c. 1641 água-forte e ponta-seca | etching and drypoint, 17,5 x 21,5 cm COL. OLIVEIRA BARBOZA Sua vida pessoal continuou a ser marcada pela tristeza. Hendrickje morreu em 1663 e seu filho Titus em 1668, com apenas 27 anos de idade. Onze meses depois, no dia 4 de outubro de 1669, Rembrandt faleceu em Amsterdã, deixando uma tela inacabada e o modesto quarto onde vivia, composto de uma cama simples, uma cadeira, um espelho e uma mesa. Rembrandt é considerado um dos grandes gênios da pintura do Barroco e um dos mais importantes gravadores de todos os tempos. Realizou aproximadamente 290 gravuras, em que se destacam o domínio técnico da água-forte, a originalidade, o experimentalismo e a expressividade. Nelas, evidencia-se um estilo espontâneo e livre, no qual se observa a utilização de traços fluidos em seus motivos, assemelhados a esboços. É o grande mestre do chiaroscuro, tendo criado em muitas de suas gravuras efeitos dramáticos de luz e sombra. Em seu experimentalismo, vê-se que modificou e retrabalhou as matrizes para obter a riqueza de efeitos que desejava. REMBRANDT HERMENSZOON VAN RIJN [A anunciação aos pastores], 1634 água-forte, ponta-seca e buril | etching, drypoint and line engraving, 26,1 x 22 cm COL. OLIVEIRA BARBOZA REMBRANDT HERMENSZOON VAN RIJN REMBRANDT HERMENSZOON VAN RIJN [O ministro Jan Cornelis Sylvius], 1633 água-forte | etching, 15,5 x 14,2 cm [Autorretrato desenhando junto à janela], 1648 água-forte, ponta-seca e buril etching, drypoint and line engraving, 16,5 x 13,1 cm PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA Página à esquerda | Left page REMBRANDT HERMENSZOON VAN RIJN REMBRANDT HERMENSZOON VAN RIJN [Homem velho com barba longa e manga da camisa branca], 1628–33 água-forte | etching, 7,5 x 6,4 cm [Mãe de Rembrandt: busto, de três quartos para a direita], 1628 água-forte e ponta-seca | etching and drypoint, 6,5 x 6,3 cm COL. OLIVEIRA BARBOZA REMBRANDT HERMENSZOON VAN RIJN REMBRANDT HERMENSZOON VAN RIJN [O camponês e sua família], c.1652 água-forte | etching, 10,8 x 9,2 cm [Três cabeças de mulheres, uma dormindo], 1637 água-forte | etching, 16 x 11 cm PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA — 58 . 59 COL. OLIVEIRA BARBOZA COL. OLIVEIRA BARBOZA REMBRANDT HERMENSZOON VAN RIJN REMBRANDT HERMENSZOON VAN RIJN [Autorretrato com Saskia], 1636 água-forte | etching, 10,5 x 9 cm [Autorretrato com boné puxado para a frente], 1629–33 água-forte | etching, 5 x 5 cm REAL BIBLIOTECA COL. OLIVEIRA BARBOZA Página à direita | Right page REMBRANDT HERMENSZOON VAN RIJN [Autorretrato com boina e cachecol], 1633 água-forte | etching, 13,7 x 10,7 cm COL. OLIVEIRA BARBOZA — 60 . 61 Coleção Flamenga e Jacob Bos [1549–1580] e Ioan Sadeler [1550–1600] Raphael Sadeler, o Velho [1560/1561–1628/1632] e Cornelius Galle, Sênior [1576–1650] Antoon Van Dyck [1599–1641] e Paulus Pontius [1603–1658] Jacob Bos [1549–1580] JACOB BOS La vecchia rimbambita mvove riso alla fancivletta], s/d [segundo | according to Sofonisba Anguissola] buril | line engraving 33,7 x 42,2 cm REAL BIBLIOTECA — 62 . 63 Desenhista e gravador a buril, pouco se conhece sobre a sua vida. Sabe-se que trabalhou basicamente para Lafréri e outros editores em Roma, tendo aprendido a gravar provavelmente com algum aluno de Raimondi. Raphael Sadeler, o Velho ou Sênior [1560/1561–1628/1632] Desenhista e gravador a buril, nasceu por volta de 1560 em Bruxelas e morreu entre 1628 e 1632. Teve como mestre e colaborador seu irmão Ioan Sadeler. Representava muito bem o corpo humano, cujas extremidades figurava com muito cuidado e precisão. Suas boas gravuras são buriladas com nitidez e sem dureza. Gravou muito segundo pinturas dos mestres alemães. RAPHAEL SADELER , O VELHO OU SÊNIOR IOAN SADELER [O opulento guloso à mesa e o mendigo Lázaro], c. 1598, [da série As cenas de cozinha | from As cenas de cozinha series], [segundo | according to Jacob da Ponte, dito |called Bassano, O Velho], buril | line engraving, 23,3 x 30 cm REAL BIBLIOTECA — 64 . 65 Ioan Sadeler (ou Johann, ou Jean, Jans ou Hans) [1550–1600] Nascido em Bruxelas numa célebre família de gravadores, morreu, provavelmente em Veneza, em 1600. Desenhista e gravador a buril desde os 20 anos de idade, percorreu muitas cidades da Europa para aprimorar a sua arte. Sua maneira de gravar não foi sempre a mesma, tendo passado a usar um buril mais largo depois de viagem à Itália. Interessava-se por temas históricos, retratos e paisagens. [Jesus Cristo na casa das irmãs Martha e Maria], 1584 [segundo | according to Martin de Vos] buril | line engraving, 23,1 x 31 cm REAL BIBLIOTECA RAPHAEL SADELER , O VELHO OU SÊNIOR Labor, 1591 [da série As quatro idades do homem, from As quatro idades do homem series] buril | line engraving, 22,4 x 25,5 cm PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA RAPHAEL SADELER , O VELHO OU SÊNIOR Honor, 1591 [da série As quatro idades do homem, from As quatro idades do homem series] buril | line engraving, 22,2 x 25,5 cm PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA RAPHAEL SADELER , O VELHO OU SÊNIOR Amor, 1591 [da série As quatro idades do homem, from As quatro idades do homem series] buril | line engraving, 26,4 x 32,6 cm PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA Cornelius Galle, Sênior ou Elder [c.1576–1650] Desenhista, gravador a buril e mercador de estampas, nasceu na Antuérpia por volta de 1576, morrendo na mesma cidade em 1650. Após aprender a gravar com seu pai, Philippe Galle, aprimorou seus conhecimentos em Roma, acarretando mudanças em seu estilo. Até então, havia certa dureza em seu modo de gravar; depois, o desenho se tornou correto e o buril passou a ser manejado com liberdade e bom gosto. Antoon Van Dyck [1599–1641] Pintor e gravador a buril e à água-forte, nascido na Antuérpia em 1599. Aos 11 anos de idade, foi enviado para a escola do pintor Henrique van Balen. Em 1615, entrou para a oficina de Rubens, na qual trabalhou por três anos, ajudando-o a terminar suas obras e realizando cópias de seus quadros. Foi reconhecido mestre da confraria — 66 . 67 ANTOON VAN DYCK [Ticiano e sua amante], s/d água-forte e buril | etching and line engraving, 30 x 22,6 cm REAL BIBLIOTECA Coleção Francesa e Nöel Garnier [c.1470/1475–post.1544] e François Perrier [1594–1649] e Claude Mellan [1598–1688] Etienne Picart [1631–1721] CORNELIUS GALLE , SÊNIOR OU ELDER PAULUS PONTIUS S. Philippi Nerii vera effigies, 1591-1650 [segundo | according to Peter Paul Rubens] buril | line engraving, 48,1 x 36,6 cm Aubertus Miraeus Bruxellensis... [Retrato de | Portrait of Alberto Miraeus], 1630–1640 [segundo | according to Antoon Van Dyck] buril | line engraving, 24,1 X 16,7 cm PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA REAL BIBLIOTECA de S. Lucas. Em 1626, seguiu para a Itália, onde visitou Veneza, Gênova, Roma, Florença e Palermo. Estudou as obras de Giorgione, Paulo Veronense e Ticiano. Em todas as cidades onde esteve, pintou quadros e retratos. Viveu e trabalhou predominantemente na Antuérpia, onde concebeu o projeto de pintar retratos de personagens ilustres de seu tempo. Doze chapas dessa coleção, dita Cem retratos, foram abertas pelo artista e as demais pelos mais — 68 . 69 célebres gravadores flamengos de então. Em 1632, mudou-se para a Inglaterra, onde pintou diversos retratos do rei, da Família Real e de membros da Corte. Faleceu em Blackfrias em 1641. Nenhum artista o excedeu no gênero do retrato. Paulus Pontius [1603–1658] Desenhista e gravador a buril, nasceu na Antuérpia em 1603. Rubens dedicava-lhe particular amizade e comprazia-se em dirigir-lhe o buril, fazendo-o gravar sob sua inspeção. O desenho e a expressão de suas figuras e caracteres são corretos, sua execução do claroescuro, bela, e seu buril, perfeito. Seus retratos são admirados pela expressão que soube empregar nas cabeças. Faleceu em 1658. Jacques Callot [1592–1635] Gérard Edelinck [1640–1707] e e e Egidio Rousselet [1614–1686] Gérard Audran [1640–1703] Henri Simon Thomassin [1687–1741] NÖEL GARNIER NÖEL GARNIER NÖEL GARNIER FRANÇOIS PERRIER Diana, s/d [As divindades dos 7 planetas] buril | line engraving, 8,4 x 5 cm Júpiter, s/d [As divindades dos 7 planetas] buril | line engraving, 8,4 x 5 cm Vênus, s/d [As divindades dos 7 planetas] buril | line engraving, 8,4 x 5 cm REAL BIBLIOTECA REAL BIBLIOTECA REAL BIBLIOTECA [Minerva: cena de batalha], 1645 [In: Icones et segmenta illustrium e marmore tabularum quae Romae...], [segundo | according to Sofonisba Anguissola] água-forte | etching, 25,3 x 38 cm REAL BIBLIOTECA NÖEL GARNIER Apolo dançando com as musas, s/d buril | line engraving, 5,4 x 16 cm REAL BIBLIOTECA — 70 . 71 Nöel Garnier [c.1470/1475–post.1544] François Perrier [1594–1649] Ourives e gravador viveu do fim do século xv (c. 1470–5) até meados do século xvi (1544). É considerado um dos mais antigos gravadores franceses. Suas gravuras, executadas em estilo arcaico, são raríssimas. Pintor e gravador à água-forte, filho de ourives, nasceu em Macon em 1594. Sua obra gravada compreende 95 estampas executadas com ponta espirituosa e ligeira, ao gosto de Michel Dorigny. Foi um dos fundadores e professor da Academia de Pintura e Escultura de Paris, bem como mestre do célebre Charles Le Brun. Faleceu em Paris em 1649. Jacques Callot [1592–1635] Desenhista e gravador a buril e águaforte, nasceu em 1592 e morreu em 1635 em Nancy, região da Lorena, hoje França. Filho de um mestre de cerimônias da Corte do duque, fugiu duas vezes para a Itália, aos 12 anos de idade, para estudar desenho. Seus pais, vendo que não teriam como segurá-lo, permitiram que fosse estudar gravura em Roma com Philippe Thomassin, com quem aprendeu a gravar com o buril. Também estudou com Antonio Tempesta, que lhe ensinou a técnica da água-forte em Florença, onde viveu de 1612 a 1621. Tornou-se mestre independente e trabalhou para a Corte dos Médici. Voltou para Nancy, onde viveu o resto de sua vida, visitando apenas Paris e a Holanda. São conhecidos mais de 2 mil desenhos e estudos preparatórios para suas impressões. Suas gravuras, sempre em pequenos formatos e grandes composições, chegam a 1.405 peças atribuídas por Le Blanc e — 72 . 73 foram amplamente distribuídas pela Europa. Rembrandt era um de seus colecionadores. As 18 águas-fortes numeradas da série Les misères et les mal-heures de la guerre, realizadas em 1633, são um exemplo das inovações técnicas que realizou no universo das impressões. Callot desenvolveu um instrumento conhecido como échopper, ferramenta com uma ponta de agulha em seção oval inclinada, que o permitia criar linhas mais variadas e espessas, conforme os vários ângulos em que a utilizava. Além disso, descobriu um verniz mais duro que a fórmula à base de cera, ampliando o uso da água-forte. Com esse verniz, as linhas puderam ser mordidas mais profundamente pelos ácidos, prolongando a vida da chapa na impressão. O verniz mais duro evitava também o risco de os ácidos escorrerem pela chapa, marcando-a indevidamente para além do desenho a ser impresso. Depois disso, os água-fortistas começaram a realizar trabalhos mais minuciosos e delicados, cuja execução era mais demorada, sem medo de perdê-los. Callot usou também, extensiva e sofisticadamente, múltiplos “stoppings-out”, técnica em que se deixa o ácido morder levemente toda a chapa, interrompendo-se sua ação nas partes em que se deseja manter luz e sombra, cobertas com terra antes de a placa ser novamente banhada. Por meio de um cuidadoso controle desse processo, Callot alcançou um inédito grau de sutileza na variedade de tons da linha, criando efeitos atmosféricos de distância, luz e sombra. Para acentuar a profundidade de suas gravuras, os elementos que estão em primeiro plano são executados com linhas mais espessas e, consequentemente, a impressão das mesmas se torna mais escura; à medida que os elementos se distanciam, diminuem de escala e a linha se torna mais leve e luminosa. JACQUES CALLOT Les misères et les mal-heures de la guerre, 1633 [frontispício | frontispiece], água-forte | etching, 10 x 20 cm REAL BIBLIOTECA JACQUES CALLOT Les misères et les mal-heures de la guerre, 1633 O alistamento da tropa [prancha | plate 2], água-forte | etching, 10 x 20 cm REAL BIBLIOTECA — 74 . 75 JACQUES CALLOT JACQUES CALLOT Les misères et les mal-heures de la guerre, 1633 A batalha [prancha | plate 3], água-forte | etching, 10 x 20 cm Les misères et les mal-heures de la guerre, 1633 Saque e incêndio de uma aldeia [prancha | plate 7], água-forte | etching, 10 x 20 cm REAL BIBLIOTECA REAL BIBLIOTECA JACQUES CALLOT JACQUES CALLOT Les misères et les mal-heures de la guerre, 1633 O saque [prancha | plate 5], água-forte | etching, 10 x 20 cm Les misères et les mal-heures de la guerre, 1633 O suplício da polé [prancha | plate 10], água-forte | etching, 10 x 20 cm REAL BIBLIOTECA REAL BIBLIOTECA — 76 . 77 JACQUES CALLOT JACQUES CALLOT Les misères et les mal-heures de la guerre, 1633 O suplício da forca [prancha | plate 11], água-forte | etching, 10 x 20 cm Les misères et les mal-heures de la guerre, 1633 O suplício da roda [prancha | plate 14], água-forte | etching, 10 x 20 cm REAL BIBLIOTECA REAL BIBLIOTECA JACQUES CALLOT JACQUES CALLOT Les misères et les mal-heures de la guerre, 1633 A fogueira [prancha | plate 13], água-forte | etching, 10 x 20 cm Les misères et les mal-heures de la guerre, 1633 A distribuição da roda [prancha | plate 18], água-forte | etching, 10 x 20 cm REAL BIBLIOTECA REAL BIBLIOTECA Claude Mellan [1598–1688] Desenhista, pintor e gravador a buril e à água-forte, nascido em Abbeville em 1598. Os contornos de suas gravuras são puros e seu traço, fluente. Em suas primeiras gravuras, como todo gravador, usava o talho cruzado; depois, veio a empregar talhos ora largos, ora finos, dependendo do tom que desejava dar aos motivos que gravava. Luís xiv lhe concedeu pensão e alojamento no Louvre. Suas gravuras chegam a 336. Faleceu em Paris em 1688. Gérard Audran [1640–1703] CLAUDE MELLAN A Santa Verônica de Jesus Cristo, 1649 buril | line engraving, 43 x 31,4 cm REAL BIBLIOTECA — 78 . 79 A célebre família Audran contou em seu seio com numerosos artistas, principalmente gravadores que floresceram nos séculos xvii e xviii. Gérard, o mais importante deles, foi desenhista, gravador a buril e à águaforte, bem como editor de estampas. Nasceu em Lyon em 1640. Seu talento e sua assiduidade no estudo da gravura, principalmente com Charles Le Brun, fizeram com que se tornasse um desenhista corretíssimo e o mais notável gravador da história da escola francesa. Os processos que empregou diferem dos usados até então; suas imagens, à exceção de poucas gravadas apenas com buril, são trabalhadas à água-forte e a buril, servindo-lhe esta ferramenta apenas para aperfeiçoar o que a ponta não conseguia exprimir com nitidez. GÉRARD AUDRAN Aenée sauvant son pére de lémbrazement de Troye, s/d [segundo | according to Domingos Zampieri, dito O Domenichino] buril | line engraving 53 x 39 cm PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA Etienne Picart, dito O Romano [1631–1721] Desenhista e gravador à água-forte e a buril, nascido em Paris em 1631, foi gravador do Rei. Em 1664, ingressou como professor na Real Academia de Pintura, Escultura e Gravura de Paris. Gravou para a coleção Le Cabinet du Roi, bem como pinturas de muitos mestres italianos e franceses, e retratos segundo desenhos próprios. ÉTIENNE PICARD Ste. Cecile chantant les Loüanges de Dieu, s/d [segundo | according to Domingos Zampieri, dito O Domenichino] água-forte e buril etching and line engraving 46,5 x 29 cm REAL BIBLIOTECA Egidio Rousselet [1614–1686] Desenhista e gravador a buril, nasceu em Paris em 1614 e morreu, cego, na mesma cidade em 1686. Sua obra como gravador é composta de 334 gravuras, e sua maneira de gravar se assemelha à de Cornélio Bloemaert, porém seus traços são mais largos e variados, e sua execução possui maior calor. Gérard Edelinck [1640–1707] Desenhista e gravador a buril, foi o mais importante artista de uma família de gravadores de origem flamenga. Nasceu na Antuérpia em 1640 e faleceu em Paris em 1707. Discípulo de Cornelius Galle, em 1665 se mudou, a convite de Colbert, para Paris, onde viveu o restante de sua vida. Membro da Academia Real de Pintura, Escultura e Gravura de Paris, realizou 339 gravuras. Seu trabalho é desembaraçado e precioso, com um buril apurado. Há calor em todas as suas obras EGIDIO ROUSSELET Sainct Michel Victorieux du Demon, [segundo | according to Raphael Sanzio] buril | line engraving, 46,6 x 25,5 cm REAL BIBLIOTECA — 80 . 81 GÉRARD EDELINCK GÉRARD EDELINCK Albert Dürer Gur, s/d buril | line engraving, 31,2 x 20 cm Titien, s/d buril | line engraving, 31,3 x 20,5 cm REAL BIBLIOTECA REAL BIBLIOTECA Coleção Inglesa e William Hogarth [1697–1764] Benjamin Smith [1754–1833] e Nasceu em Paris em 1688 e faleceu na mesma cidade em 1741. Desenhista e gravador à água-forte — 82 . 83 e a buril, foi gravador do Rei e teve alojamento no Louvre. Pertenceu à Academia Real de Pintura, Escultura e Gravura de Paris. Sua maneira de gravar era livre e pitoresca. HENRI SIMON THOMASSIN [Coquettes...], s/d [segundo | according to Antonio Watteau] buril e água-forte line engraving and etching, 23 x 24 cm REAL BIBLIOTECA Samuel Middiman [1750–1831] John Ogborne [1755–1837] Peter Simon [c.1764–1810] Henri Simon Thomassin [1687–1741] e e e Robert Thew [1758–1802] Charles Gauthier Playter [c.1786–1809] William Hogarth [1697–1764] Desenhista, pintor e gravador a buril e à água-forte, nasceu em Londres em 1697. Aprendeu o ofício de ourives e logo entrou para a Academia de St. Martin’s Lane, a fim de estudar desenho ao natural. No início de sua carreira, ganhava o estritamente necessário para viver, abrindo em metal brasões e endereços para as chapas das portas dos negociantes, bem como desenhando e gravando cartuchos e rótulos. Depois, passou a gravar para livreiros, segundo desenhos próprios. Frequentou a oficina de pintura de Jacob Thornill, pintor do Rei, a quem criticava pela maneira de pintar. Acabou por casar-se clandestinamente com a filha de seu mestre em 1730. A esse tempo, dedicava-se à pintura de retratos. Reproduzia na tela os seus modelos com absoluto rigor, sem omitir, nem corrigir nenhum detalhe do aspecto de seus retratados, o que o fez perder clientela. Em suas próprias palavras: “Estou resolvido a compor comédias na tela, a pintar não assuntos clássicos, mas retratos burgueses; não pintarei mais heróis imaginários. Serei útil”. Em nenhum outro país, a caricatura teve tanta liberdade, e Hogarth é tipicamente inglês na natureza didática de suas sátiras. Dedicou-se a retratar os defeitos e vícios do seu tempo. Tudo o que lhe parecia ridículo ou repreensível foi assunto de suas composições. Realizou 260 gravuras, algumas inteiramente gravadas por ele e outras trabalhadas com outros artistas sob sua direção. Faleceu aos 67 anos na vila de Chiswick, perto de Londres. — 84 . 85 Mesmo sem ter sido um exímio técnico na arte de gravar, Hogarth permanece único e especial no que concerne ao grande espírito crítico de suas sátiras de cunho político-social e de censura de costumes, como se pode observar na gravura à água-forte e a buril The Bench: quatro figuras caricaturadas e burlescas, a meio-corpo, sentadas, com as clássicas cabeleiras dos juízes ingleses, vestidas de toga de magistrado e presidindo a sessão do tribunal, à qual, como se vê, não prestam a menor atenção. São eles: sir John Willes, lord Chief Justice; Hon. Wn. Noel; Hon. Mr. Bathurst; e sir Edward Clive. Já na gravura a buril Southwark Fair, Hogarth mostra os tipos de entretenimento que eram oferecidos para “pessoas de todas as distinções e ambos os sexos”. WILLIAM HOGARTH [Southwark Fair], 1733 buril | line engraving 44 x 54,5 cm PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA Página à direita | Right page WILLIAM HOGARTH The Bench, 1758 água-forte e buril etching and line engraving 30,3 x 20,9 cm REAL BIBLIOTECA Samuel Middiman [1750–1831] Nasceu em Londres em 1750 e faleceu na mesma cidade em 1831. Gravador altamente considerado, estudou técnica de gravura com William Byrne, finalizando seus estudos com Bartolozzi e William Wollett. Gravou segundo Joseph — 86 . 87 Wright, Gainsborough, Hearne, Berchem e Smirke, entre outros. Foi muito admirado também por suas gravuras com temas topográficos, publicadas em Select Views in Great Britain (1784–1792) e em Picturesque Views and Antiquities of Great Britain (1807–1811). Suas obras foram expostas com frequência nos Spring Gardens e na Free Society and the Royal Academy. SAMUEL MIDDIMAN First Part of King Henry the Fourth, act II, scene II, 1797 [segundo | according to Joseph Farington], The Shakespeare Gallery [J. Boydell] água-forte e buril | etching and line engraving, 44,1 x 60 cm PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA Benjamin Smith [1754–1833] Nascido em 1754, foi um grande gravador do século xviii e do início do século xix. Estudou a técnica do pontilhado, que permite a gradação de tons pelo adensamento de pontos, com Francesco Bartolozzi em Londres. Durante sua carreira, gravou muitas estampas segundo Hogarth, Beechey e Rommey. John Boydell convidou-o para realizar diversas gravuras para a The Shakespeare Gallery e para The Milton Set. Faleceu em Londres em 1833. BENJAMIN SMITH The Infant Shakespeare Attended by Nature and the Passions, 1799 [segundo | according to George Romney], The Shakespeare Gallery [J. Boydell] pontilhado | stipple, 50,7 x 64,6 cm PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA John Ogborne [1755–1837] Nasceu em Chelmsford 1755 e faleceu em Londres 1837, sendo considerado um dos maiores gravadores a pontilhado do século xviii na Inglaterra. Aluno de Bartolozzi, gravou principalmente segundo desenhos de Richard Westall, — 88 . 89 Kauffmann Angelica, Smirke Robert e Stothard Thomas. Participou da The Shakespeare Gallery e do The Milton Set. No início do século xix, voltou-se com sucesso para a gravura à águaforte de pontos de vista topográficos. Em algumas gravuras, era ajudado por sua esposa Mary Ogborne. JOHN OGBORNE Third Part of King Henry the Sixth, act II, scene V, 1794 [segundo | according to Josiah Boydell] The Shakespeare Gallery [J. Boydell] pontilhado | stipple, 49,5 x 63,1 cm PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA Peter Simon [c.1764–1810] Nasceu em Londres por volta de 1764 e faleceu na mesma cidade em 1810. Estudou a técnica de pontilhado com Francesco Bartolozzi. Em 1790, foi considerado um dos maiores gravadores da Inglaterra. Gravou segundo Gainsborough, Reynolds, Fuseli e Wheatley, tendo tido grande capacidade de capturar fortes valores tonais e contrastes. John Boydell, uma das mais notáveis personalidades do século xviii na Inglaterra, encarregou-o de produzir gravuras para The Shakespeare Gallery e para a série de poemas de John Milton conhecida como The Milton Set. PETER SIMON Tempest, act I, scene II, 1797 [segundo | according to Henry Fuseli] The Shakespeare Gallery [J. Boydell] pontilhado | stipple, 50,7 x 63 cm PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA Robert Thew [1758–1802] Nascido em Partington em 1758 e falecido em Stevenage, 1802, foi um dos melhores gravadores a pontilhado do final do século xviii. Soldado, serviu ao exército até 1783. Quase completamente autodidata, gravou retratos de muitos estadistas importantes, como o rei George iii e a rainha Charlotte. Também ocupou o importante cargo de gravador do príncipe de Gales, tendo gravado 17 imagens para The Shakespeare Gallery, de Boydell, entre as quais a famosa cena das bruxas de Macbeth e a cena do fantasma de Hamlet. Charles Gauthier Playter [c.1786–1809] ROBERT THEW King Henry the Eighth, act IV, scene II, 1798 [segundo | according to Richard Westall] The Shakespeare Gallery [J. Boydell] pontilhado | stipple, 44,2 x 59,5 cm Gravador a buril e pontilhado, nasceu por volta de 1786 na Inglaterra e faleceu em Lewisham em 1809. Foi contratado para realizar vários projetos segundo artistas contemporâneos, como Rigaud e Hamilton, tendo trabalhado também em diversas pranchas para The Shakespeare Gallery, de John Boydell. PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA CHARLES GAUTHIER PLAYTER Third Part of King Henry the Sixth, act I, scene III, 1796 [segundo | according to James Northcote] The Shakespeare Gallery [J. Boydell] pontilhado e água-forte, stipple and etching, 57,4 x 40,8 cm PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA — 90 . 91 Coleção Espanhola e José de Ribera [1591–1652] e Francisco Muntaner [1743–1805] e José de Ribera, dito El Españoleto [1591–1652] Famoso pintor e gravador à água-forte, nasceu em Xativa, Valencia, em 1591 e morreu em Nápoles em 1652. Foi discípulo de Francisco Ribalta. Viajou para a Itália, onde passou a maior parte de sua vida. Estudou na escola de Miguel Angelo Amerighi, dito Caravaggio, e depois com Correggio. Em Nápoles, foi nomeado pintor da Corte e agraciado pelo papa com o hábito de Cristo em 1644. Membro da Academia de S. Lucas de Roma, gravou apenas 18 imagens. Suas águas-fortes manifestam ponta fácil e cheia de bom gosto, trabalho variado, adaptado com inteligência aos diferentes objetos e tão pouco burilado, que se chega a duvidar da presença nelas de talhos de buril. Manoel Salvador Carmona [1734–1820] Francisco José Goya y Lucientes [1746–1828] Joaquim Fabregat [1748–1807] e Fernando Selma [1752–1810] JOSÉ DE RIBERA [São Jerônimo], s/d água-forte | etching, 31 x 23,2 cm REAL BIBLIOTECA — 92 . 93 Manoel Salvador Carmona [1734–1820] Desenhista e gravador nascido em Nava del Rey, Valladolid, em 1734 e falecido em Madri em 1820. Discípulo de Dupuis, gravou segundo vários artistas, como Velázquez, Van Dyck e Anton Raphael Mengs. Estudou desenho e escultura na Academia de São Fernando, pela qual seguiu para Paris, a fim de aprimorar seus estudos de gravura com Nicolas Gabriel Dupuis. Membro da Real Academia de Pintura e Escultura de Paris, viveu nessa cidade até 1762, triunfando como gravador intérprete ou de reprodução. Em 1783, recebeu o título de gravador do Rei. Nos últimos anos de sua vida, foi nomeado acadêmico de mérito pela Real Academia das Nobres e Belas-Artes de São Luis de Zaragoza. Carmona é um dos exemplos mais representativos do gravador ilustrado, tendo alcançado grande maestria no manejo do buril. Excelente desenhista, formou um nutrido grupo de gravadores, como Juan Antonio Carmona, Fernando Selma, José Gómez Navia, Manuel Alegre, Luis Fernández Noseret e Blas Ametller. Ilustrou 30 livros. Em sua obra, destacam-se os retratos, em especial o famoso retrato de seus pais, de 1780, e o de seu sogro, Anton Raphael Mengs. Página à direita | Right page MANOEL SALVADOR CARMONA Sancta Virgo, 1757 água-forte | etching, 47,1 x 31,3 cm Retrato de Miguel de Cervantes Saavedra em El Ingenioso hidalgo Don Quixote de la Mancha, 1757 [fronstispício | frontispiece] [segundo | according to Joseph del Castillo] água-forte e buril | etching and line engraving 21,1 x 14,5 cm PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA MANOEL SALVADOR CARMONA — 94 . 95 Joaquim Fabregat (ou José Joaquín Fabregat) [1748–1807] Francisco Muntaner [1743–1805] Nasceu em Torreblanca em 1748 e faleceu em Madri em 1807. Foi aluno da Real Academia de Belas Artes de São Carlos em Valencia, tendo gravado diversas gravuras segundo Luca Giordano. Nasceu na Espanha em 1743 e faleceu em 1805. Foi gravador a buril e à água-forte, bem como pintor de temas religiosos. — 96 . 97 FRANCISCO MUNTANER JOAQUIM FABREGAT Retrato de Miguel de Cervantes Saavedra em El Ingenioso hidalgo Don Quixote de la Mancha [lâmina | plate 22], 1777 [segundo | according to Antonio Carnicero] água-forte e buril | etching and line engraving, 20,5 x 14,2 cm Miguel de Cervantes Saavedra em El Ingenioso hidalgo Don Quixote de la Mancha [lâmina | plate 30], s/d [segundo | according to Antonio Carnicero] água-forte e buril | etching and line engraving, 20,9 x 14,3 cm PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA Fernando Selma [1752–1810] Gravador a buril, nasceu em 1752 em Valencia, morrendo na mesma cidade em 1810. Discípulo de Manoel Salvador Carmona, foi um dos mais habilidosos gravadores espanhóis. Professor da Academia de S. Fernando de Madri, cultivou, além das artes, a matemática e a poesia. Sua maneira de gravar se assemelha à de seu mestre Carmona e, logo, à de Edelinck. Abriu retratos e temas históricos, e em geral as suas gravuras fazem parte de séries e coleções, das quais a mais notável é Collección de las estampas grabadas a buril de los cuadros pertenecientes al Rey de España, realizada em colaboração com outros gravadores. Página à direita | Right page FERNANDO SELMA Herodias, 1774 [segundo | according to Guido Reni] buril | line engraving 30 x 21,6 cm REAL BIBLIOTECA FERNANDO SELMA Miguel de Cervantes Saavedra em El Ingenioso hidalgo Don Quixote de la Mancha [lâmina | plate 32], 1779 [segundo | according to Antonio Carnicero] água-forte e buril | etching and line engraving, 21 x 14,2 cm PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA FERNANDO SELMA Herodias, 1774 — 98 . 99 Francisco José Goya y Lucientes [1746–1828] Considerado o maior pintor espanhol do século xviii, Goya nasceu em Fuendetodos, Aragão, Espanha, em 1746. Filho de um artesão, mudou-se aos 14 anos para Saragoça, capital do Reino de Aragão, onde se tornou aprendiz do pintor José Luzán. De 1763 a 1766, fez várias tentativas frustradas para entrar na Academia de Belas Artes de Madri. Em 1770, seguiu para a Itália, obtendo menção honrosa num concurso de pintura em Parma. De volta à Espanha no ano seguinte, foi chamado, em 1774, para trabalhar na Manufatura Real de Santa Barbara, sob ordens de Anton Raphael Mengs e, depois, Francisco Bayeu. Goya realizou cartões pintados a óleo (canvas) para confecção de tapeçarias e, ao longo de cinco anos, desenhou cerca de 42 padrões, muitos dos quais usados para decorar as paredes de pedra do El Escorial e do Palácio Real del Pardo, residência dos monarcas espanhóis, então recém-construída perto de Madri. Com isso, seu talento chegou ao conhecimento dos monarcas espanhóis, que lhe deram acesso à Corte real, quando estava aos 30 anos de idade. Pintou uma tela para o altar da Igreja de San Francisco El Grande, em Madri, o que levou a ser nomeado membro da Real Academia de Belas Artes. Cinco anos depois, pintou o retrato da duquesa de Osunã. Em 1789, tornou-se um dos pintores da câmara do Rei. A partir de então, desenvolveu retratos dos reis e da aristocracia em composições marcadas por certa crueza e liberdade da imaginação. Goya considerava Velázquez, Rembrandt e FRANCISCO JOSÉ GOYA Y LUCIENTES Disparate feminino [prancha 2 da série Os provérbios | plate 2 from Os provérbios series], 1815 e 1823 água-tinta e água-forte com retoques de ponta-seca e brunidor | aquatint and etching retouched with drypoint and burnisher, 32,2 x 49,9 cm COL. THEREZA CHRISTINA MARIA a natureza seus três únicos mestres. Em 1789, foi nomeado pintor da corte de Carlos iv. Três anos depois, contraiu uma enfermidade decorrente do envenenamento por chumbo em razão do uso excessivo da tinta branca. Essa doença o levou a uma paralisia temporária, à cegueira parcial e à surdez permanente, que acentuaram-lhe a sensibilidade à dor e ao sofrimento humanos, e o fizeram voltar-se para temas sombrios, sinistros e pessimistas. Goya retirou-se da vida pública em 1815, passando a trabalhar quase exclusivamente para si e para um restrito círculo de amizades. Morreu em Bordeaux em 1828, aos 82 anos de idade. As investidas de Goya no lado sombrio da natureza humana aparecem em suas gravuras. Desenhou e gravou cerca de 300 durante a sua vida. Tinha mais de 50 anos, quando, em 1799, realizou Os caprichos, sua primeira série de critica social que mistura a sátira aos costumes da época, às instituições e às supertisções e bruxarias; Desastres da guerra, em que deixa seu testemunho sobre a brutalidade e as atrocidades cometidas na Guerra Civil durante a ocupação francesa na Espanha; Tauromaquia, série sobre touradas; e Os provérbios, em que utiliza de forma magistral a água-tinta e a água-forte para mostrar vários aspectos da sociedade e da loucura humana. Essa série é conhecida também como Disparates, que significa algo absurdo e irracional. Em qualquer tentativa de encontrar significados para as gravuras dessa série, deve-se ter em mente a terrível depressão em que Goya se encontrava e sua inquietação com o absurdo da vida, as forças do mal e o triunfo da velhice, da dor e da morte. RANCISCO JOSÉ GOYA Y LUCIENTES Disparate de miedo [prancha 3 da série Os provérbios | plate 3 from Os provérbios series], 1815 e 1823 água-tinta e água-forte com retoques de ponta-seca e brunidor | aquatint and etching retouched with drypoint and burnisher, 32,2 x 49,9 cm COL. THEREZA CHRISTINA MARIA FRANCISCO JOSÉ GOYA Y LUCIENTES Babalicón [prancha 5 da série Os provérbios | plate 5 from Os provérbios series], 1815 e 1823 água-tinta e água-forte com retoques de ponta-seca | aquatint and etching retouched with drypoint, 32,2 x 49,9 cm COL. THEREZA CHRISTINA MARIA — 100 . 101 FRANCISCO JOSÉ GOYA Y LUCIENTES FRANCISCO JOSÉ GOYA Y LUCIENTES Disparate volante [prancha 6 da série Os provérbios | plate 6 from Os provérbios series], 1815 e 1823 água-tinta e água-forte com retoques de ponta-seca aquatint and etching retouched with drypoint, 32,2 x 49,9 cm Disparate general [prancha 10 da série Os provérbios | plate 10 from Os provérbios series], 1815 e 1823 água-tinta e água-forte com retoques de brunidor aquatint and etching retouched with burnisher, 32,2 x 49,9 cm COL. THEREZA CHRISTINA MARIA COL. THEREZA CHRISTINA MARIA FRANCISCO JOSÉ GOYA Y LUCIENTES FRANCISCO JOSÉ GOYA Y LUCIENTES Disparate matrimonial [prancha 8 da série Os provérbios | plate 8 from Os provérbios series], 1815 e 1823 água-tinta e água-forte com retoques de ponta-seca aquatint and etching retouched with drypoint, 32,2 x 49,9 cm Modo de volar [prancha 12 da série Os provérbios | plate 12 from Os provérbios series], 1815 e 1823 água-tinta e água-forte com retoques de ponta-seca aquatint and etching retouched with drypoint, 32,2 x 49,9 cm COL. THEREZA CHRISTINA MARIA COL. THEREZA CHRISTINA MARIA Coleção Portuguesa e Francisco Vieira de Matos [1699–1783] Antonio Joaquim Padrão [1731–1771] e e Joaquim Manuel da Rocha [1727–1786] Francisco Vieira de Matos, dito Vieira Lusitano [1699–1783] Manuel da Silva Godinho [1751–c.1809] Gregório Francisco de Queiroz [1768–1845] e João Caetano Rivara [c.1770–1824] Nasceu em Lisboa em 1699. Pintor e gravador, foi discípulo de Lutti e Trevisani em Roma, bem como membro da Academia de S. Lucas em Roma, cavaleiro professor da Ordem de Santiago da Espada, pintor histórico da Casa Real Portuguesa e ilustrador de múltiplas obras. Depois de ter estudado em Roma e de complexa história amorosa, acabou por falecer no Convento do Beato Antônio, em Lisboa, em 1783. Joaquim Manuel da Rocha e Antonio Joaquim Padrão, entre outros, foram discípulos seus. FRANCISCO VIEIRA DE MATOS [Alegoria ao escudo português], 1728 água-forte e buril | etching and line engraving 28,2 x 19,6 cm PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA — 104 . 105 FRANCISCO VIEIRA DE MATOS Hyppolitum Dianae impulsu ad vitam revocat Aesculapius et Virbius vocatur, s/d [segundo | according to Antonio Tempesta] buril | line engraving, 10,5 x 11,6 cm PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA MANUEL DA SILVA GODINHO FRANCISCO VIEIRA DE MATOS Hecuba a Graecis (Troia exusta) rapitur, s/d [segundo | according to Antonio Tempesta] buril | line engraving, 10,4 x 11,6 cm PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA — 106 . 107 Joaquim Manuel da Rocha [1727–1786] Manuel da Silva Godinho [1751–c.1809] Pintor e gravador à água-forte, nasceu em Lisboa em 1727, falecendo na mesma cidade em 1786. Foi aluno de Vieira Lusitano, de quem copiou vários desenhos. Entrou para irmandade de São Lucas em 1752. Seu ponto forte na arte de gravar era o claro-escuro. Gravador à água-forte, nasceu em Lisboa em 1751. Foi um prolífero gravador do final do século xviii estimado por seus temas religiosos. A maioria de suas gravuras possui bom desenho. Faleceu em aproximadamente 1809. Verdadeiro retrato do servo de Deos Bento Joze Labre, s/d água-forte | etching, 31,1 x 21,5 cm PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA À direita | Right JOAQUIM MANUEL DA ROCHA [Estampa representando Santo Antonio ajoelhado, tendo uma visão do menino Jesus cercado de cabeças de anjos], s/d buril | line engraving, 35,4 x 20,5 cm PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA João Caetano Rivara [c.1770–1824] Gravador a buril e a pontilhado. Nasceu por volta de 1770 em Portugal. Mudou-se para Roma em 1788, pensionado pela Intendência, onde foi aluno de Labruzzi e, depois, de Volpato na escola de Pedro Vitali. Em Londres, estudou com Bartolozzi. Regressou a Lisboa em 1803, tornando-se professor de gravura do Jardim Botânico. Diz-se que trabalhou na Imprensa Régia no Rio de Janeiro. Morreu em 1824. Gregório Francisco de Queiroz [1768–1845] Nascido em Lisboa em 1768, foi enviado pelo governo português para Londres, onde estudou com Francesco Bartolozzi, de quem se tornaria ajudante após a reativação da Aula de Gravura em Lisboa. Sua obra gravada é vasta e diversificada, destacando-se nela as notáveis gravuras que abriu a partir dos quadros de Domingos Sequeira. Faleceu em Lisboa em 1845. Antonio Joaquim Padrão [1731–1771] Pintor e gravador à agua-forte, nascido em Lisboa em 1731, fez os esboços que, após seguirem para França, serviram de base para o grande retrato do marquês de Pombal expulsando os jesuítas. Abria muito bem à água-forte. Faleceu em Lisboa em 1771. — 108 . 109 ANTONIO JOAQUIM PADRÃO [Diploma da Ordem Terceira da Penitência], 1754 buril | line engraving 19,5 x 26,4 cm COL. OLIVEIRA BARBOZA JOÃO CAETANO RIVARA [Nossa Senhora:] À Sereníssima Senhora D. Carlota Ioaquina Princesa do Brasil, s/d [segundo | according to Andre Del Sarto] buril | line engraving, 46,2 x 34,5 cm COL. OLIVEIRA BARBOZA JOÃO CAETANO RIVARA JOÃO CAETANO RIVARA [Maria I Port. & Alg. Regina Fidelissima...], 1800 buril e pontilhado | line engraving and stipple, 23,5 x 15,5 cm [Iohannes Brasiliae Princeps Port. Regens], 1800 buril e pontilhado | line engraving and stipple, 23,5 x 16 cm DOAÇÃO DO BARÃO HOMEM DE MELLO PROCEDÊNCIA NÃO IDENTIFICADA Página à direita | Right page GREGÓRIO FRANCISCO DE QUEIROZ [Estampa representando N. Senhora, tendo ao colo o menino Jesus com três anjos à volta e, ao lado, S. José], 1800 buril | line engraving, 27,9 x 22,6 cm COL. OLIVEIRA BARBOZA — 110 . 111 Masters of Engraving at Ricardo Brennand Institute A t the end of the 20th century, the Pernambuco-born industrialist Ricardo Brennand found himself dedicated to bringing together works by Dutch painter Frans Post (1612–1680), when he knew, through friends, that the Rio de Janeiro’s British Cultural Society possessed two works by that artist an excellent state of preservation, in the collection put together by celebrated collector Sir Henry Joseph Lynch (1878–1958), founder of that entity. On account of this, there came to Pernambuco not only these two precious paintings by Frans Post, but also the entire Rio de Janeiro’s British Cultural Society painting collection, consisting of 98 works by 18 Brazilian and foreign artists, described in the book Iconography and Landscape – British Cultural Society Collection (Rio de Janeiro: Edições Pinakotheke, 1994), which then became part of the Ricardo Brennand Institute collection, in Recife. This collection brought some engravers of Brazilian landscapes drawn by Johann Moritz Rugendas (1802–1858), Ambroise Louis Garneray (1783–1857), Johann Jacob Steinmann (1800–1844), Friedrich Hagedorn (1814–1889), Emil Bauch (1823–c.1890), in addition to other representatives of landscape depiction from the 1800’s among us. Previously, industrialist Ricardo Brennand had already been putting together engravings connected to Ducht Brazil (1630–1654), produced by Willem Jacobsz Delff (1580–1638), who painted Count João Maurício de Nassau-Siegen’s portrait in the year of his arrival to Recife (1637), and by Theodoro Matham (c.1600–c.1677), author of the face pages of Gaspar Barlaeus’ books (1647), and of Historia Naturalis Brasiliae (1648), by Willem (Guilherme) Piso and Georg Marcgrav. Among the engravings of the period, were acquired the landscapes drawn by painter Frans Post for Gaspar Barleus’ — 112 . 113 Masters of Engraving – The National Library Foundation Collection book (1647), engraved by Jan Broosterhuisen (c. 1596–1650) and possibly by Frans Post himself. Also included in the set were texts and maps by other authors on Ducht Brazil, which artistic influence reaches up to the 18th century with the publications by Pieter van der Aa (1659– 1733), a famous Dutch geographer, publisher and bookseller. In this year of 2014, the Ricardo Brennand Institute achieved twelve years of activities, a period in which it was visited by more than two million people, having been elected by TripAdvisor as the 17th among the 25 most important museums in the world, being classified as the best in South America. This exhibition of Masters of Engraving – National Library Foundation Collection comes to us at the festive moment in which we are celebrating several important facts in this twelve year journey. Our celebration is carried further through the presentation of these engravings from the National Library Foundation, in Rio de Janeiro, some of which from the original Royal Library (1760), that came in Brazil upon the moving of the Portuguese Royal Family in 1808. Collections of engravings from Italy, German, The Netherlands, Belgium, France, England, Spain and Portugal itself, dated between the 15th and 19th centuries, are now at the disposal of an eager public for knowledge and for delight to their eyes and spirits. Thus, we salute this new itinerant art exhibition which arrives for the great joy of all of us from the Ricardo Brennand Institute, currently the most visited cultural center in the North and Northeast of Brazil, with a yearly average attendance of 150 thousand visitors. Leonardo Dantas Silva Counsellor, Ricardo Brennand Institute P reserving and allowing access to the Brazilian cultural records comprise the mission of the National Library Foundation, holder of one of the richest collections in Latin America, currently consisting of more than nine millions items, among which books, manuscripts, maps, engravings, and musical scores. At present, the bicentennial institution is facing of the challenges imposed upon it by the future, without, however, turning its back to its past. It is important to recall that, thanks to the strategy of the Portuguese Crown to brave the seas in order to dodge Napoleon’s invasion, and bringing in its baggage its Royal Library, the National Library became charged with the preservation of Brazil’s cultural memory, as well as for a part of the Portuguese memory. The careful selection of engravings from the National Library collection, now displayed to the public, entails a precious ensemble, mostly from the Portuguese Royal Library. As from these documents, it shall be possible to appreciate the art of engraving and come to know several artists, in addition to the techniques they employed. In short, presenting the exhibition Masters of Engraving at The Ricardo Brennand Institute, in Recife, gives rise to a unique opportunity to provide public access to this valuable collection. National Library Foundation Fernanda Terra E ngraving is breathing life to the lines of time. Incisive lines were woven, from the delicate web of drawing on a surface, throughout history, into some of the subtlest and most notable works of art. Albrecht Dürer, Lucas van Leyden, Rembrandt van Rijn, Jacques Callot, Giovanni Battista Piranesi, Goya y Lucientes and William Hogarth, among several other representative artists of Western engraving, comprise a number of highlights of the individual engraving collection of the National Library Foundation, totaling more than 30 thousand items. One hundred and forty-four works, from the Renaissance to the Enlightment, were researched and selected to represent the treasures lodged in this national institution. Made by 66 engravers, they translate the construction of philosophical and religious thought, the ideas, customs and discoveries promoted by European culture throughout the centuries. The engravings are exhibited in regional production sets, comprised by the Italian, German, Dutch, Flemish, French, British, Spanish, and Portuguese collections, and by the engravers’ chronological birth order. Both woodcuts, examples of the oldest paper printing technique, and of the various metal engraving techniques developed until the 18th century, are presented. The set of engravings reproduced herein includes original engravings, works created by renowned practitioners in the history of art, who exploit the resources of engraving as well as reproduction and interpretation engravings, made by artists with full command of the technique, and which reproduce masterpiec- es, such as paintings, sculptures, drawings, and frescoes, these engravings being a form of spreading and publicizing of art and artists throughout time. The present engravings, the origin of which dates back to the Royal Portuguese Library, brought to this country upon the transfer of the Portuguese Court to Rio de Janeiro in 1808, and to other collections later incorporated to the National Library Foundation collection, among which the J. A. Oliveira Barbosa and D. Thereza Cristina Maria, comprise the most important ensemble of engravings in the country. Origins: the Royal Library The Royal print cabinet included in the set comprising the Royal Library was made up of collections donated or acquired by king D. José I, right after the 1755 earthquake, when a great fire brought about by the quake destroyed the collection the former Royal Library in Lisbon. In 1760, the collection was restarted, with emphasis, at the end of the same century, to two major donations: the collection of the scholarly, bibliophile, royal academic and abbot of the Saint Adrian de Server church, Diego Barbosa Machado, which included books, albums of prints on religious themes and collections of portraits and maps, most of which line engravings or etchings, and the collection of British artist Guglielmo Dugood, comprised of a series of print albums, engraved maps, and illuminated manuscripts.1 With the transfer of the Court to Rio de Janeiro, in 1808, and the settling of the Royal family at the Viceroy’s Palace, the Royal Library and the Infantado Library were installed, in 1810, in a wing of the Ordem Terceira do Carmo hospital, located at the Rua do Carmo, which connected to the Palace and the Royal Chapel by means of a bridge. In 1811, consultation to books and prints would be authorized only to scholars, who had to secure prior royal consent. Forthwith, the Royal Library received new donations. Two years later, albums of prints and metal plates, engraved by mem- bers of the Oficina do Arco do Cego, were sent from Lisbon, and which served to illustrate works already published, under the direction of the noted Brazilian botanist, Friar José Mariano da Conceição Velloso, whose estate had already been offered to the Prince Regent, Dom João VI. By his order, the Royal Library became public in 1814. Among the print collections which became part of it, on Brazilian soil, are found Dr. Manuel Ignácio da Silva Alvarenga’s library, acquired in 1815, and that belonging to Royal Architect José da Costa e Silva, incorporated in 1818, comprising, among other items, prints by European artists, and Italian drawings from the 17th and 18th centuries. The Conde da Barca’s collection, entailing a set of 7,318 documentary prints distributed throughout 120 volumes was acquired in 1822, the year of Brazil’s independence.2 On account of the Additional Covenant to the Friendship and Alliance Treaty, dated August 25th, 1825, signed by Portugal and Brazil, following the latter’s independence, the Royal Library was purchased and became property of the Brazilian Imperial government, being named Public Library of the Court, and, at times, Imperial and Public Library of the Court. On August, 4th, 1858, the Library began to operate in a building acquired by the Imperial government at 48, Rua do Passeio, Largo da Lapa. The National Library was only named so in 1876. The Print Section was only created with the purpose of preserving, cataloguing, and publicizing the nucleus of graphic works by European artists, coming from Portugal with the Royal Library.3 Setting up the 3rd section, as it was known, was entrusted to José Zephyrino de Menezes Brum,4 the first head of the sector, and the prints from the main funds, catalogued according to the classification system adopted by the Paris Library, with few changes, thereby comprising three catalogues by schools, by materials, and alphabetical.5 A number of private iconographic collections, including original prints, and of interpretation of significant names in print history, would be incorporated to the Public Library of the Court, among which that of J. A. Oliveira Barboza, from 1874. The J. A. Alves de Carvalho collection, containing 774 prints, was acquired in 1877, being followed by additions made in 1878, including The whims, a series of 80 aquatints by Francisco José Goya y Lucientes (1746–1828), and in 1880 and 1884, related to the Dutch occupation of Brazil, including Salvador de Mendonça’s donation, as well as the acquisition of 80 etchings by Salvador Rosa, bought from Miguel Navarro y Cañizares.6 At the end of the 19th century, in 1890, after the proclamation of the Republic, former Emperor D. Pedro II donated his private library to the National Library, a collection named D. Thereza Christina Maria, with more than 100 thousand items, among books, maps, musical scores, photographs, manuscripts, printed documents and 18,847 artistic prints by 19th European engravers.7 The opening of the National Library, at Avenida Rio Branco, n. 219, formerly Avenida Central, occurred in 1910; this benefitted the Print Section, currently the Iconographic Division. Rare European prints were added to the collection in the 20th century.8 Attention was also turned to Brazilian artists, with a precious core of modern printers being thus comprised. Notes 1 2 3 4 CUNHA, Lygia da Fonseca Fernandes da. “Escola italiana de gravura: catálogo de estampas”. In: Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (1984), vol. 104. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, 1987, p. 173. Ibid., p. 174. CUNHA, Lygia da Fonseca Fernandes da. “Escola Brasileira de Gravura. Catálogo de Estampas”. In: Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, vol. 96. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, 1976, p. 10. BRUM, José Zephyrino de Menezes. “Esboço Histórico”. In: Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (1883–1884), vol. XI. Op. cit., p. 547. — 114 . 115 5 VILLA-LOBOS, R. “Iconografia (Estudos)”. In: Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (1896), vol. XVIII. Rio de Janeiro: Tipografia Leuzinger, 1897, p. 420. 6 BRUM, José Zephyrino de Menezes. “Esboço Histórico”. Op. cit., p. 584. 7 MELLO, José Alexandre Teixeira de. “Relatório anual”. In: Anais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro (1896), vol. XVIII. Op. cit., p. 474. 8 CUNHA, Lygia da Fonseca Fernandes da. “Escola italiana de gravura: catálogo de estampas”. Op. cit., p. 174. The art of engraving The art of printing on paper started, in the West, only at the end of the 14th century, with woodcuts being used to reproduce images of saints and playing cards. Its development stems from the knowledge of paper manufacture, started by the Chinese in 105 B.C., which reached the Iberic Peninsula in mid-12th century, brought by the Arabs. In the 15th century, however, the skill of printing on paper was developed in Italy, and, soon afterwards, in the other European countries, as an artistic expression and means of spreading and rendering knowledge democratic, in place of manuscripts and illuminures. There then appear the incunabula, the first printed books. The first prints from a wooden master are called woodcuts (print in relief). Conversely, the use of metal masters, initially restricted to goldsmithing, allowed for the emerging of engraved prints (in tailledouce or intaglio), the name first used in reference to prints and which currently denominates, in opposition to relief printing, all processes for constructing flat and polished metal masters. These are preferably made of copper plates, onto which the engraving produced is tinted, allowing for greater enhancement and refining of the prints. Zinc and/or brass plates may also be used. The art of metal engraving is known as chalcography. Five procedures for engraving were used until the 18th century: line engraving, drypoint, etching, inherited from the goldsmiths and medieval armorers, and aquatint and mezzotint, procedures invented for the construction of reticulate masters by manual and mechanical processes. To these methods were added, from mid- to the end of the 18th century, the techniques in crayon manner, soft varnish and stipple. The art of the print In the oldest woodcuts and line engraving prints, the religious theme is the hallmark of artistic labor construction. For the Middle Ages man, God was the one who seeded the vis creativa. From Him stemmed the beauty of creation, witness of His grandeur and infinite wisdom, through which Beauty approaches Truth. Throughout the 1,400’s, Beauty and nature meld into one single ideal. Documentary and mythological theme arise in the universe of print, inspired by the growing humanism which affirms man’s dignity and makes him an investigator of nature by excellence, in reappraisal of the classic ideals. Man as center of universe, independent, free, and creative, depicts himself in perfect proportions, inserting in the illusory tridimensional space of linear perspective. Renaissance thought spreads throughout Europe in the 16th century, at the same time that the Reform shook the political balance and the cultural and artistic unity recently conquered in the continent. The prints, under a Protestant inspiration, turned to nature and to profane characters, and an iconoclastic trend takes over the art scenario. Feelings of pessimism, insecurity and anomy arise with the decline of the Catholic influence, which characterize the atmosphere of Mannerism. The notion of space is altered and the perspective is fragmented into multiple viewpoints. The proportions of the human figure are distorted into a more dynamic visual language, which proves to be dramatic and sophisticated, reflecting the dilemmas of the end of this century. The Counterreform opens up the path, throughout the 17th century, to the expressive density of the Baroque, with the sensuousness of curved and spiral forms, the cenographic monumentality and the exaltation of movement. As counterpoint to the excesses of the Baroque, there arises Neoclassicism, in mid-18th century, with a more serene, balanced, simple and somber art, and which takes up again the interest for classical Antiquity from archeological excavations and from the scientific, systematic and rational bases on which it inspires itself. The engraving techniques Also called half-ink, this technique, created in the 17th century, consists of building up a regular and strict framework of points, by means of a specific instrument, called berceau, the shape of which being similar to a half-moon comb, with teeth devoid of any spacing among themselves, and very sharp tips. The berceau strikes the metal, raising burr on account of the pressure exerted directly on it, with no need for mordants. This ensures that the surface, after being printed, provides a deep and velvety shade of black. The plate is worked by means of scraping and polishing, reaching, as soon as the burr is removed, the half-lights between the black hue of the framework built and the white hue of total polishing. Etching engraving Aquatint engraving Etching, unlike the line engraving and drypoint, is an indirect procedure. A technique used since the 16th century, etching was what alchemists called the mordants, chemical products which attacked the copper master plate areas drawn, and not insulated by resistant varnish, thereby creating concavities. A drawing is made with metal points, used as a pencil, so that the copper is exposed where the point penetrates the varnish. The copper plate is immersed in acid (iron nitrite or perclorate) and the parts exposed to it, not covered by the varnish, are corroded. Corrosion is determined by the type of chemical agent in which the plate will be immersed and by the time exposure of the metal to this condition. Afterwards, the varnish is removed from the plate which, once cleaned, is covered with ink; cleaned again, only the ink-covered grooves are left. The plate is covered with a moist piece of paper, and both go through a press; the paper absorbs the ink deposited in the grooves, thereby producing a reverse print of the drawing on the plate. Several mordants and application systems may be used by the artists. Thus, different shades, which range from the lightest, through an infinity of visual textures, to the darkest. Almost all important etchers created their own methods. Invented in the 18th century, unlike the linear processes, allows for achieving regular surfaces in half-shades. This comprises an indirect process using mordants, such as etching. The master is sprayed with resins, pitch-black and bitumen, which cling to the plate surface through heat. The mordant (acid) corrodes the uncoated points on the plate, which are not protected by resin. Using various mordant methods, and different types of varnish, one reaches values in the manner of flat hues which may bear tints. A time scale is translated into a scale of virtual grays: the rarer the corroded points, the lower the reserve of ink, and the deeper the points are, the greater the ink reserve for printing. In other words, the less printed ink, the more white spots on the paper, and viceversa, thereby causing the number ratio of black to white points to generate optical grays and the consequent shade scale. Woodcuts In woodcutting, cuts are made directly onto the wooden master with tools as gouges and chisels, leaving in relief the image to be printed. Detached from the background, this image receives the printing ink, to be transferred to a sheet of paper, by means of hand pressure directly on the paper laid on the tinted wooden plate or with the help with a spatula or a wooden spoon. Line engraving Also known as intaglio, line engraving was created in the 15th century, being the oldest technique known for metal engraving. A burin is a wooden-handled instrument with a steel square, lozenge-shaped or round tip. The engraver places the burin on the metal, performing very fine and deep gouges, which leave marks to be filled by the printing ink. The quality of the line depends on the depth and width of the incisions, and on the force to be employed in engraving. The ink is transferred to the paper with a press. The burin was, by excellence, the first engravers’ tool. Drypoint engraving Known since the 15th century, and also using direct cuts, albeit different from line engraving, which removes metal by producing an incisive line, drypoint only displaces material, when pressed against the surface. This apparently subtle differ- Mezzotint engraving ence creates two types of peculiar and clearly-discernible lines. A drypoint is held like a pencil and does not require skills so elaborate as those needed for using a burin, the tone of the line being given by the pressure produced upon the act of drawing and by the amount of burr produced in these displacements. The burr holds the ink which, added to that contained in the grooves, provides a velvety feature and diffuse contour to the lines built by using this tool. Paints of different formats and materials are used, generating distinct results in cutting and in printing. Following a few dozen prints, the burr is destroyed or changed, which creates fluctuations in image quality and does not allow for a large number of copies. Crayon manner, soft varnish and stipple techniques emerge from mid-to-end of the 18th century. This is a method which uses etching, curved burin and drypoint. Firstly, a slight engraving is made of the contour of the drawing in etching; then, the shades of the work are achieved, by stippling the plate with the tip of the curved burin or with the drypoint on a second varnish, later bathed in acid. The Italian Collection André Mantegna [1431–1506] Painter and line engraver, born on the Island of Cartura, near Vicenza, in 1431. Started his apprenticeship at Francisco Squarcione’s classical school in Padova. Studied Roman sculpture and perspective drawing. His career was market by Florentine school works. When a young man, he was influenced by Jacopo Belline. In 1459, he moved to Mantova, where he remained until his death, in 1506. Protected by Luiz de Gonzaga, Duke of Mantova, who knighted him, and by Pope Innocence VIII. In addition to being a magnificent painter, he also excelled as an engraver. His works are admired for their good taste and correctness of the drawings. “The plastic notion is brought to the graphic and, as a consequence, the taste for abstraction linked to luminous graphisms, rhythms and denseness” (Luis Cláudio Mubarac). His manner of engraving featured strongly-marked forms, with shadows made by open parallel strokes and lighter oblique lines among these strokes; his prints were cut on copper sheets. Marco Antonio Raimondi [c.1480–c.1534] Also known as Marcantonio, he was a goldsmith, draftsman and line engraver. Born in 1480 in Bologna, where he died in 1539. Learned to draw with Franscisco Raibolini (the Francia), a goldsmith and painter, for whom he made works in niello, with which he became acquainted with the handling of the burin and with the principles and practices of engraving in intaglio. Started the practice of the so-called interpretation or reproduction engraving. Was a great interpreter of Raphael and admirer of Durer’s work, having copied the Small Passion in steel, in the manner of the German master’s woodcut. His reputation was so great that it attracted several engravers to his school. Had as disciples, among others, Agostinoo de Musi, Marco Dente, the Master of the Die, Enea Vico, the Ghisi, Bartholomeu Beham and Georg Pencz. — 116 . 117 Benedetto Montagna [c.1480–c.1541] Painter and line engraver, born in Vicenza around 1480, son of painter Bartolomeu Montagna. He worked most of life in Venice, taking as models, in painting, Bellini and, in printing, Durer. His prints, the first of which dating from circa 1500, are strong, simple, and very rare. Agostino de Musi, called The Venetian [c.1490–1536] Vico, and wrote about numismatics. Great doubts prevail over his life. Adamo Ghisi [c.1530–1587] Draftsman and line engraver, son of Giovanni Battista, born in Mantova around 1530. Passed away in 1587. Engraved according to several Italian masters. His way of engraving is akin to his father’s and his elder brother’s Jorge Ghisi. Draftsman and line engraver. Born in Venice circa 1490, and died in Rome in 1536. It is not known for sure what his first masters were. However, it is known that, while he was living in Rome, he worked under the direction of Marco Antonio Raimondi. In his first works, he copied the Master of the Caduceus and Giulio Campagnola, his greatest influence. It was at Raimondi’s that Musi associated himself to Marco Dente of Ravenna, with whom he jointly made several prints. Lodovico Carracci [1555–1619] Marco Dente [c.1493–1527] Annibale Carracci [1560–1609] Better known as Marco Dente da Ravenna, he was born in this city around 1493 and died, during the ransacking of Rome, in 1527. Disciple of Marco Antonio Raimondi, having partnered with Agostino Venetian until 1520. After this date, he started to mark his works with his name or his initials. With his richness of textures and sounds, he approached his master’s engraving technique. His shading, with broad flat surfaces of hues, is simple and pleasant. Agostino’s younger brother was a painter and etcher and line engraver. Born in Bologna in 1560, he died in Rome in 1609. Learned painting with Lodovico Carracci, his cousin, being considered the most skilled Italian painter after Raphael, Ticiano and Correggio. He painted the Farnese Palace gallery together with his brother Agostino. It is said that this work, which consumed eight years of his life, was the cause of his death: he died of grief for the ingratitude of Prince Farnese, who rewarded him miserably for the undertaking. As engraver, his work, albeit not numerous, is well drawn and finished. Enea Vico [1523–1567] Draftsman and metal engraver, born in Parma in 1523, having passed away in Ferrara in 1567. His rise as an engraver occurred between 1541 and 1567. Moved to Rome still at an early age, having as master the minor engraver and print merchant Thommaso Barlacchi. Enea Vico’s prints prior to 1550 are engraved in the manner of various masters: Julio Bonasone, Agostino de Musi, Jacob Caraglio, and Marco Antonio Raimondi. Later, Vico acquired his own and characteristic manner to engrave. He was also interested in the sciences, which he studied privately Painter and etcher and line engraver, born in Bologna in 1555. Had Prospero Fontana as his first master. In the same city, he founded, with his cousins and disciples Agostino and Annibale Carracci, the famous school painting Accademia degli Incamminati, which he encouraged the revitalizing of line engraving, and discouraged the etching method. Even though inferior to his cousins’, Lodovico’s prints are held in high esteem. Died in Bologna in 1619. Francesco Brizzi [1574–1623] Painter, etcher and line engraver, born in Bologna in 1574, where he died in 1623. Initially a shoemaker, he left this trade to learn drafting and painting with Bartolomeu Passarotti and improve his skills with Luiz Carracci and Agostino Carracci. He collaborated in some of the latter’s prints and dedicated himself to perspective drawing and architecture, which he taught at a public course. Guido Reni [1575–1642] Salvatore Rosa [1615–1673] Painter and etcher, born in Bologna in 1575, having passed away in the same city in 1642. After studying art with Dionisio Calvaert, went to the Carracci school, becoming their most famous pupil. By combining luminous lines and dots, he produced several delicate etching prints. Imitated not only in Italy, but also by the French. His drafting is pure and correct, the heads of his figures noble and gracious, and the garments depicted with taste and mastery. An inveterate gambler, this passion made him lose personal property and friends, which led to his spending his final years in oblivion and misery. Painter and etcher. Born in Renella, a village near Naples, in 1615, having passed away in Rome in 1673. Studied in Naples, cultivated poetry and music, being influenced by Ribera’s realism. Encouraged by Giovanni Lanfranco, he travelled to Rome in 1635, but had to return to Naples in 1639, after contracting malaria. Moved to Firenze, where he was hired by the Médici family, having founded the Accademia dei Percossi for writers and artists. Rosa would return to Rome in 1649 to work as a historical theme painter. Giovanni Benedetto Castiglione [1609–1664] Born in Venice in 1720, son of a builder, Piranesi received training in scenic arts and perspective drawing from Carlo Zucchi. An architect and lover of archeology, he dedicated himself to engraving the monuments of Roman Antiquity, carrying out a job of great magnitude and expressive force in a free, theatrical and impetuous style. His prints are modeled by light, in a manipulated perspective, which overflows their frames, at times. Human figures are timeless, only sketches, in the manner of Callot and Della Bella. Piranesi produced his first vedute in small format for tourist guides. He published his first 12 etchings in 1743, the Prima parte di architettura e prospettive, this starting a 40-year career, during which he produced more than one thousand plates divided into 19 works by his own publishing house. His style is unmistakable and his art points to the esthetics of the sublime, letting flow the tension between rationality and sensitivity. Piranesi passed away in Rome in 1778. The magnificent Le carcere d’invenzione series is a fascinating example of the artist’s inquietude and genius. In it, Piranesi proposes fantastic spatial structures in an experimental labirinthic space, in which there is neither a fixed and central viewpoint, nor a linear perspective to be followed. Our gaze, when contemplating this etching series drifts restlessly, observing the spatial arrangements in per- An Italian Baroque artist, Castiglione was born in Genoa in 1609. Known as Il Grechetto in Italy and as Le Benédette in France. His initial training is not clear. He may have studied with Sinibaldo Scorza, Antoon van Dyck, and Peter Paul Rubens. A painter and draftsman, he belonged to the Genoa school, having lived in Rome from 1634 to 1645. Died in Mantova, as Court artist, in 1664. His prints are remarkable for their play of light and shade, which led to his acquiring the alias of “second Rembrandt”. His oriental head studies reveal great knowledge of the work of the Dutch master. Castiglione invented the monotype in 1648, a technique through which it is possible to reproduce a drawing or a color blotch in a single proof. Stefano della Bella [1610–1664] Draftsman, etcher and line engraver, born in Firenze in 1610. Dedicated himself initially to painting, having Cesar Dandini as his master. In engraving, his master was Remigio Cantagallina, at whose studio Jacob Callot was also a disciple. With time, he acquired his own manner of engraving, distinguished by good taste and lightness of his burin. Worked in Rome, Paris, and Firenze, where he died in 1664. Engraved more than 1,400 images with historical themes, hunt scenes, landscapes, seascapes, animals, and ornaments. Giovanni Battista Piranesi [1720–1778] spective proliferation, spatial unfolding, the crisscrossing of stairs, bridges, and walk ways. We observe light provoke and produce darkness, and the walls absorb it without reflecting it, as well as notice the beams of light which deflect from their natural path to curve over objects. The notions of proximity and distance are abolished, and time and space meld. Past, present, and future seem not to exist. Piranesi speaks of another place and another time, leading us into an uncomfortable insight, in which we face our subtlest fears, which we do not know how to name. The term veduta applies to painting, drawing or print which represents a city, a monument, or a site with a markedly topographic concept. The vedute bear their origin in the pilgrimages to Rome in the 18th century, at the time Antiquity was discovered: Herculanum, in 1719, and Pompey, in 1748. Their greatest innovators were Canaletto, Guardi, and Piranesi, who transformed the view engraved as a souvenir for intellectual tourists and aristocrats into a sophisticated means of erudite communication with a great expressive charge. Thus, he practices the veduta direta, or authentic reconstitution, according to documentary sources, and the veduta ideata, in which the ruin serves as subject matter for his passionate and tragic vein. Francesco Bartolozzi [1725–1815] An Italian engraver whose most productive period was spent in London. Born in Firenze, studied with the Florentine artists Ignazio Hugford and Domenico Giovanni Ferretti, who instructed him in painting. After dedicating three years to painting, he started studying engraving with Joseph Wagner, in Venice. His first productions were in the style of Marco Ricci and Zuccarelli, among others. Moved to London in 1764, where he lived almost 40 years, having produced a huge number of prints, contributing several of them to The Shakespeare Gallery, from John Boydell. He also sketched in red crayon. A short while after arriving in Lon- don, he was named “The King’s Engraver” and elected, in 1768, founding member of the Royal Academy. In 1802, he became founding president of the National Academy of Lisbon, the city where he died. His son, Stefano Gaetano Bartolozzi, born in 1757, was also an engraver. The German Collection Albrecht Dürer [1471–1528] Engraver, draftsman and painter, born in Nuremberg, Germany’s largest graphic production center, on May 21st, 1471. The third of the 18 children of a goldsmith, he demonstrated, since an early age, skill for drawing and burin handling, becoming an apprentice of painter Michael Wolgemut at the early age of 13. Studied engraving at the studio of the important German printer Anton Koberger. Still in his teens, he demonstrated great interest in Martin Schongauer’s prints. He was an erudite artist, passionate about the Renaissance. He also displayed great knowledge of Mathematics and of the classical literature from Greece and Rome; he was also interested in philosophy and archeology. After completing his training, he started a period of travels. He visited Firenze, Bologna and Venice (1494), where he sojourned for one year and a half (1505), having been exposed to the rich Italian print production. He also travelled to The Netherlands (1520–1), where he studied in depth the theories on human proportion, geometry and fortress building, and wrote about poetry and the theory of art. A great humanist, Dürer was retained by Emperor Maximilian I. He was deeply curious about nature and animals, depicting them in several prints. Dürer caught malaria in one of his trips, having passed away in his native city on April 6th, 1528, at the age of 57. His work includes sixty paintings, more than one hundred engravings, around 250 woodcuts and one thousand drawings, in addition to three printed books. Two of them were published dur- — 118 . 119 ing his lifetime: Instructions for measurements with a ruler and compasses, from 1525, and Treatise on fortifications, 1527. The book On the human proportion came soon after him death, in 1528. Among the best known works produced by Dürer, there stands out The apocalypse, a series of 15 dramatic woodcuts, deemed one of the greatest creations of German art. Such work brought to the 27-year old German artist the wealth and fame throughout Europe, having been published in Latin and German in Nuremberg, in 1498. This publication proved to be innovative as, until then, prints in illustrated books were small and appeared amid the texts. Dürer subverted the order of importance of the information, with the artist’s prevailing over the text, printed on the back of the prints. The images he engraved for this work, identified with his monogram, are based on ancient representations of the Apocalypse, found in the current versions of the Bible at that time. The print Adam and Eve (1504) stands out among the most complete line engraving prints by Dürer, a work in which he, using the golden measure and employing a ruler and compasses in constituting the figures according to the style used in Classic Antiquity, translates his deep interest in the study of human proportions. Adam and Eve were inspired in the sculptures of Apollo of Belvedere and Venus, having been engraved with their contours in delicate lines, and later were filled in detail. The print displays variety of hues and textures, in addition to subtle gradients of shade and light. Although his focus lies in the figures, the authentic art, for Dürer, is contained in nature, masterfully depicted in its tiniest details. The inclusion of additional symbols creates visual interest throughout the print; the serpent, the embodiment of disobedience and provocation to God; the branch in Adam’s hand, representing the tree of life; various animals, such as a parrot, a goat atop a cliff, a rat, a cat, a rabbit, etc, suggesting a strong symbolic load. Israel van Meckenem [c.1440/1445–1503] Engraver and goldsmith, son of Israel van Meckenem, the Elder, also a goldsmith, who established himself in Bocholt. Born circa 1440 and died in 1503, in Bochott. Studied with the Master E.S. in the south of Germany, having produced more than 600 plates, most of which copies of other artists such as Dürer and Martin Schongauer. His first works were quite crude but, in the 1480’s, he developed an effective personal style, making increasingly larger and better-finished works. Martin Schongauer [c.1450–1491] Goldsmith, painter and line engraver, descending from a noble family from Augsburgo. Born in Colmar around 1450, having passed away in 1491, being the most important German engraver before Albrecht Dürer. Set up in his native town a very important school for engravers, at which a new generation of “Small Masters” and a large group of artists from Nuremberg flourished. Produced a large number of prints, widely sold not only in Germany, but also in Italy and even in England and Spain. Vasari said that Michelangelo had copied one of Martin’s prints: Trial of Saint Anthony. His style demonstrates, instead of an Italian influence, a very clear and organized Gothic style. He introduced a system to create volume by means of crossed lines in two directions, which he had been taught by the Master of the E.S. initials, and which would be developed to the fullest by Dürer. He was the first engraver to use parallel curved lines, probably by turning the plate against a stable burin. He also developed a line engraving technique which produced deeper lines on the plate, allowing for more prints to be made before the former were out. tradition and, later, in search for new ways to convey the Lutheran religious concerns. Born in 1472, he served for more than 60 years as court painter for the Dukes of Saxonia, having also been an engraver. His paintings and woodcuts are numerous and contrast with the small number of copper engravings. Color, light and shade were not his specialties. Instead of using the chiaroscuro, he always contoured his shapes in black. His woodcuts based on his drawings were cut by other artists. He also dedicated himself to commerce, with a book and stationery store, and an apothecary store. He passed away in Weimar, in 1553, at age 81. Hans Sebald Beham [1500–1550] Painter and line engraver and on wood, born in Nuremberg in 1500, having passed away in 1550. Learned engraving and painting with Dürer, becoming a member of the famous “Little Masters” of Germany. His prints are lively and cut with expressive and clear burin strokes. At the end of his life, he abandoned the profession to set up shop as a spirits merchant. Martin Treu [active in 1540–1543] Line engraver, about whom we know nothing, except that he worked between 1540 and 1543. He belongs to the “Little Masters” group; apparently he lived in Nuremberg. It seems that he studied Lucas van Leyden’s style. Georg Pencz [c.1500–1550] Painter and engraver born in Nuremberg around 1500, having passed away in Breslau in 1550. After learning painting and engraving with Albrecht Dürer, he moved to Italy, to study Raphael’s work. Engraved several prints under Raimondi’s direction, whose manner of working he learned to imitate with great fidelity. Lucas Cranach, Senior [1472–1553] Heinrich Aldegrever [c.1501–c.1561] Renaissance painter of portraits of German princes and of protestant Reform leaders, which cause he embraced, becoming close to Martin Luther. He also painted religious themes, firstly in the Catholic Goldsmith, painter and engraver born in Paderborn around 1501. We do not know for certain the date of his death, which occurred around 1561. He studied painting and engraving with Albrecht Dürer’s school. He was another one of the “Little Masters”, a group of German artists. He became a Lutheran. As a painter, he initiated the way of his master. In the last days of his life, he dedicated himself fully to engraving. He produced around 290 images, mostly own creations. The smaller ones, of a somewhat Gothic style, were engraved with a precise and delicate burin. He made several ornamental prints, with his style approaching so much that of Albrecht Dürer, that he was several times called Albert de Westphalia. Virgil Solis [1514–1562] Born in Nuremberg in 1514, was a draftsman, illuminure artist, painter, etcher and line engraver. Was part of the “Little Masters” group in Germany. His correct and delicate manner resembles that of Hans Sebald Beham, and both his prints, as per Raphael, Lucas van Leyden, and Aldegrever, and his own creations are currently very rare. He passed away in his native city in 1562. The Dutch Collection Lucas van Leyden [c.1494–1533] Born in Leiden around 1494, was a painter on glass, tempera, and oil, as well as a etcher and line engraver. He already did engraving at age nine, having learned how to handle a burin with a goldsmith and etching with an armorer. He cut his plates with a fine and delicate stroke, which, thus, did not resist many press runs. Painstaking and perfectionist, Lucas van Leyden destroyed all plates which displayed the slightest defect or spot, which is why his prints are extremely rare. He had great reputation, and Giorgio Vasari considered him above Albrecht Dürer. He is currently universally deemed as one of the greatest figures in the history of graphic arts. His prints provide us with important records of the habits and customs in the Netherlands, as can be gleaned from The dentist and from The Musicians. While he was still alive, his works reached very high prices, becoming ever more expensive with the passing of time. In woodcuts, the wooden boards were drawn by the artists but cut by a skilled engraver. He died in 1533, at age 39, in his mother town. Cornelis Cort [c.1533/1536–1578] Draftsman and line engraver, born in Horn around 1533. He was already considered a great engraver when, in Venice, he met Tiziano, from whom he engraved the most beautiful works. He lived in Rome, where he opened a school for engravers, to which belonged the famous Agostino Carracci. The prints he developed in Rome are very sought after for the preciseness of drawing, their witty manner and the good taste with which they were cut. He passed away in Rome in 1578. Jan Saenredam [c.1565–1607] Born in Leyden, became a draftsman, painter and line engraver. Learned painting with Jacob de Gheyn, and engraving with Hendrik Goltzius, whom he took as model, imitating him so well that some of his prints are mistaken for his master’s. He engraved with a firm, easy and broad burin. In his compositions, his drawing is more correct and less mannerist than those which a cut according to Goltzius and other masters. Jacob Matham [1571–1631] Draftsman and line engraver, born in Haarlem in 1571. Hendrik Goltzius, his stepfather, taught him drafting and engraving, with Matham eventually becoming a skilled artist. He spent some years in Italy, cutting many prints of great Italian painters. Very deft at handling the burin. Passed away in his native city in 1631. Nicolas Ennes Visscher [active in 1580] Draftsman, etcher, publisher and print merchant, lived in Amsterdam circa 1580. Produced and executed, in a masterly fashion, several etchings of figures, animals, and vistas, as well as several portraits. Hendrik Goltzius [1558–1617] Painter, draftsman and line engraver, born in Mulbrecht, in the Duchy of Juliers, in 1558, and passed away in Haarlem in 1617. His prints are correctly drawn and engraved with a burin either broad (in which strokes intersect, forming angles) or narrow (in which the artist works with thin and parallel strokes), in the manner of Dürer and Lucas van Leyden. He took the line engraving technique to perfection, having trained notable disciples, such as Jacob Matham, Jan Muller, Jan Saenredam and Swanevelt, who inspired themselves in Goltzius’ style of engraving. Rembrandt Harmenszoon van Rijn [1606–1669] Born on July 15th, 1606 in Leyden. Son of a miller, he is considered the greatest Dutch artist ever, having distinguished himself not only with his painting, but also in drafting and etching engravings. It was as a portraitist that he consolidated his fame and enriched himself. When he was a boy, he attended the Latin School, having enrolled at the University of Leyden at age 14. Apprenticed to painter Jacob van Swanenburgh, with whom he spent three years. Following a brief, but important 6-month apprenticeship in Amsterdam, with Pieter Lastman, a famous painter with whom he learned the chiaroscuro technique, he opened, together with his peer Jan Lievens, a studio in Leyden in 1624 or 1625. He started taking disciples in 1627. Rembrandt moved to Amsterdam in 1631; three years later he married Saskia van Uylenburgh, cousin of a prosperous art merchant. In contrast with his successful public career, Rembrandt’s family life was marked by misfortune. Between 1635 and 1641, Saskia gave birth to four children; however, only the last, Titus, survived. Saskia passed away at age thirty, in 1642. Hendrickje Stoffels, hired as housemaid, would eventually become the artist’s wife and model for several of his paintings. Despite his financial success as an artist, teacher, and art merchant, Rembrandt’s — 120 . 121 life for an ostentations life forced him to file for bankruptcy in 1656. His personal life continued to be marked by sorrow. Hendrickje died in 1663 and his son, Titus, passed away in 1668, at the early age of 27. Rembrandt passed away eleven months later, on October 4th, 1669, in Amsterdam. He left an unfinished canvas and the modest room where he lived, comprising a simple bed, a chair, a mirror and a table. Rembrandt is considered one of the greatest geniuses of the Baroque, as well as one of the most important engravers of all time. He made approximately 290 prints, in which his mastery of etching, his originality, experimentalism and expressive power stand out. In them, a spontaneous and free style is evinced, in which one sees the use of fluid strokes in their motives, similar to sketches. He is the grand master of chiaroscuro, having created dramatic effects of light and shade in many of his prints. In his experimentalism, one can see that he changed and reworked the masters to achieve the richness of effects he so much coveted. The Flemish Collection Jacob Bos [1549–1580] Draftsman and line engraver, little is known about his life. It is known that he basically worked for Lafréri and other publishers in Rome, having probably learned to engrave with some student of Raimondi’s. Ioan Sadeler (or Johann, or Jean, Jans or Hans) [1550–1600] Born in Brussels into a famous family of engravers; probably died in Venice, in 1600. A draftsman and line engraver since age 20, travelled throughout several cities in Europe to improve his art. His manner of engraving was not always the same, having started to use a broader burin after his trip to Italy. He was interested in historical themes. Raphael Sadeler, the Elder or Senior [1560/1561–1628/1632] Draftsman and line engraver, born around 1560 in Brussels and died between 1628 and 1632. He had as master and collaborator his brother Ioan Sadeler. He represented very well the human body, whose extremities he depicted with great care and precision. His good engravings are clearly and softly cut. He engraved very much according to the German masters’ paintings. Cornelius Galle, Senior or Elder [1576–1650] Draftsman, line engraver, and art merchant, born in Antwerp in 1576, and passed away in 1650. After learning how to engrave with his father, Philippe Galle, he enhanced his knowledge in Rome, a move which brought about changes to his style. Until then, there had been a certain hardness in his manner of engraving; later the drawing became correct and the burin started to handle with liberty and good taste. Antoon Van Dyck [1599–1641] Painter, etcher and line engraver, born in Antwerp in 1599. Sent, at age 11, to the school of painter Hendrik von Balen. In 1615, joined the Rubens workshop, where he worked for three years, helping him finish his works and copying his paintings. Recognized as master in Saint Lucas’ brotherhood. In 1626, he went to Italy, and visited Venice, Genoa, Rome, Firenze, and Palermo. Studied the works of Giorgione, Paolo Veronese, and Tiziano. Painted pictures and portraits in all cities he had been to. Lived and worked predominantly in Antwerp, where he conceived the project of painting portraits of illustrious persons of his time. Twelve plates of this collection, named One Hundred Portraits, were cut by the artist and the others by famous Flemish engravers of the time. In 1632, he moved to England, where he painted several portraits of the king, the Royal Family, and of Court members. Died in Blackfrias in 1641. No artist exceeded him in the portrait genre. Paulus Pontius [1603–1658] Draftsman and line engraver, born in Antwerp in 1603. Rubens dedicated special friendship to him and was glad to guide his burin, making him engrave under his inspections. The design and expression of his figures and characters are correct, his handling of the chiaroscuro beautiful, and his line engraving perfect. His portraits are admired by the expression he was able to impart to his figures. Died in 1658. The French Collection Nöel Garnier [c.1470/1475–post.1544] Goldsmith and engraver, lived at the end of the 15th century (c. 1470–5) until mid16th century (1544). Considered one of the earliest French engravers. His engravings, made in an archaic style, are extremely rare. François Perrier [1594–1649] Painter and etcher, son of a goldsmith, born in Macon in 1594. His engraving work comprises 95 prints made with a witty and light burin, to the likes of Michel Dorigny. Was one of the founders, and professor of the Paris Academy of Painting and Sculpture, as well as master of the famous Charles Le Brun. Died in Paris in 1649. Jacques Callot [1592–1635] Draftsman, etcher and line engraver, born in 1592, and died in 1635, in Nancy, a region of Lorraine, currently France. Son of a master of ceremonies at the Duke’s Court, he fled twice to Italy, at age 12, to study drafting. His parents, seeing that they could not hold him back, allowed him to study engraving in Rome with Philippe Thomassin, with whom he learned how to engrave with a burin. He also studied with Antonio Tempesta, who taught him the etching technique in Firenze, where he lived from 1612 to 1621. He became an independent master, having worked for the Médici court. He returned to Nancy, where he lived the rest of his life, visiting only Paris and the Netherlands. More than two thousand drawings and preliminary studies for his prints are known. His prints, always in small formats and great compositions reach 1.405 pieces attributed by Le Blanc, and were widely distributed throughout Europe. Rembrandt was one of his collectors. The 18 numbered etchings from the Les misères et les mal-heures de la guerre series, made in 1633, are an example of the technical innovations Callot introduced in the print universe. He developed an instrument known as échopper, a tool with a needle point in inclined oval section, which allowed him to create more varied and thicker lines according to the various angles he used it. Moreover, he discovered a harder varnish than the wax-based one then used, thereby increasing the use of etchings. With this varnish, the lines could be etched more deeply by the acids, thus extending plate life in printing. A harder varnish also presented the risk of the acids from running on the plate, improperly marking it beyond the drawing to be printed. After that, the etching technique started to perform more detailed and delicate works, which took longer to make with no fear of losing them. Callot also used, in an extensive and sophisticated manner, multiple stoppingouts, a technique in which the acid is allowed to slightly etch the entire plate, thus interrupting its action in the portions in which keeping light and shade is desired, and covered with earth before the plate is bathed again. Through painstaking control of this process, Callot reached an unheard-of degree of subtleness in the variety of line hues, creating atmospheric effects of distance, light and shade. To accentuate the depth of his prints, he executed the elements in the foreground with thicker lines and, consequently, their printing becomes darker; as the elements become more distant, they reduce in scale and the line becomes lighter and more luminous. Claude Mellan [1598–1688] Draftsman, painter, etcher and line engraver, born in Abbeville in 1598. The contours of his prints are pure, and his stroke fluent. In his first engravings he used, like every engraver, the cross-intaglio; later, he came to use wider or narrower intaglios depending on the hue he wished to impart to the motives he engraved. Louis XIV granted him a pension and lodging at the Louvre. His prints total 336. Mellan passed away in 1688. Egidio Rousselet [1614–1686] Draftsman and line engraver, born in Paris, in 1614; he died, blind, in the same city, in 1686. His work as engraver comprises 334 prints, and his manner of engraving is akin to that of Cornelius Bloemaert; however, his strokes are broader and varied, and his performance bears more warmth. Gérard Audran [1640–1703] The notable Audran family bore innumerable artists, mainly engravers who flourished in the 17th and 18th centuries. Gérard, the most important of them, was a draftsman, etcher and line engraver, as well as print publisher. Born in Lyon in 1640. His talent and dedication to the study of engraving, mainly with Charles Le Brun, turned him into a correct draftsman, and the most notable engraver in the history of the French school. The processes he used differ from those then employed, his images, to the exception of the few engraved only with a burin, are worked in etching and burin, this tool serving only to improve what the tip cannot express clearly. Etienne Picart, called the Roman [1631–1721] Draftsman, etcher and line engraver, born in Paris in 1631, was the King’s engraver. Became a teacher at the Paris Royal Academy of Painting, Sculpture and Engraving in 1664. Engraved for the Le Cabinet du Roi collection, as well as paintings by many Italian and French masters, and portraits according to own drawings. Gérard Edelinck [1640–1707] Draftsman and line engraver, was the most important artist in a family of engravers of Flemish origin. Born in Antwerp in 1640 and died in Paris in 1707. A disciple of Cornelius Galle, he moved, in 1665, at Colbert’s behest, to Paris, where he lived the rest of his life. A member of the Paris Royal Academy of Painting, Sculpture and Engraving, he made 339 prints. His work is uncluttered and precious, with a painstaking burin. There is warmth in all his works. Henri Simon Thomassin [1687–1741] Born in Paris in 1687, and passed away in the same city in 1741. Draftsman and etcher and line engraver, was King’s engraver, with lodgings in the Louvre. His manner of engraving was free and picturesque. The English Collection William Hogarth [1697–1764] Draftsman, painter, etcher and line engraver, born in London in 1697. Learned goldsmithing and soon joined the Academy of St. Martin’s Lane, to study natural drawing. At the beginning of his career, he earned strictly the necessary to live, cutting coat of arms and addresses for the merchants’ doorplates, as well as drawing and engraving cartridges and labels. Later, he started to engrave for book printers, according to his own drawings. Attended the Workshop of Jacob Thornill’s, the King’s painter, whose manner of painting he criticized. Hogarth ended up marrying, in secrecy, his master’s daughter, in 1730. At this time, he dedicated himself to portrait painting. He reproduced on the canvas his models with absolute exactness, without omitting, nor correcting, any detail of the aspect of those he portrayed, which led to his losing made his clientele. In his own words, “I resolved to compose comedies on the canvas, paint not classical subjects but rather bourgeois portraits; I shall not paint legendary heroes. I shall — 122 . 123 be useful”. In no other country did caricature have such liberty, with Hogarth being typically English in the didactic nature of his satires. He dedicated himself to portraying the defects and vices of his time. All which seemed to him ridiculous or reprehensible was subject of his compositions. He made 260 prints, some entirely engraved by him and others made with other artists under his direction. Hogarth died at age 67, at the village of Chiswick, near London. Despite not having been an expert in engraving, Hogarth remains unique and special regarding the great critical spirit of his political and social satires and criticism of customs, as can be seen in the etching and line engraving The Bench: four caricatural and burlesque, half-body figures, seated, presiding over a court hearing, to which, as can be noticed, they do not pay the slightest attention. They are Sir John Willes, Lord Chief Justice; Hon. Wn. Noel; Hon. Mr. Bathurst; and Sir Edward Clive. In his line engraving Southwark Fair, Hogarth shows the types of entertainment offered “to persons of all distinction and both sexes”. Samuel Middiman [1750–1831] Born in London in 1750, and passed away in the same city, in 1831. A highly-regarded engraver, he studied engraving techniques with William Byrne, finishing his studies with Bartolozzi and William Wollett. He engraved according to Joseph Wright, Gainsborough, Hearne, Berchem, and Smirke, among others. He was also admired for his prints with topographic themes, published in Select Views in Great Britain (1784–1792) and Picturesque Views and Antiquities of Great Britain (1807– 1811). His works were frequently exhibited at the Spring Gardens and at the Free Society, and the Royal Academy. Benjamin Smith [1754–1833] Born in 1754, was a great engraver of the 18th century and beginning of the 19th. He studied the stippling technique, which allows for a gradient of hues through the clustering of dots, with Francesco Bartolozzi, in London. During his career, he engraved many prints according to Hogarth, Beechey, and Rommey. John Boydell invited him to make several prints for The Shakespeare Gallery and for The Milton Set. Died in London in 1833. John Ogborne [1755–1837] Born in Chelmsford in 1755 and died in London in 1837, being deemed one of the greatest stippling engravers of the 18th century in England. Studied with Bartolozzi, engraving mainly according to Richard Westall, Kauffmann Angelica, Smirke Robert, and Stothard Thomas. Participated in The Shakespeare Gallery and The Milton Set. At the beginning of the 19th century, he turned, with success, to etching engraving of geographic viewpoints. Was helped, in some engravings, by his wife Mary Ogborne. Peter Simon [c.1764–1810] Born in London, circa 1764, passed away in the same city in 1810. Studied the stippling technique with Francesco Bartolozzi. In 1790, was considered one of England’s greatest engravers. He engraved according to Gainsborough, Reynolds, Fuseli, and Wheatley, having displayed great capacity to capture strong hues and contrasts. John Boydell, one of the most notable personalities of the 18th century in England, asked him to produce pictures for The Shakespeare Gallery and for the series of John Milton’s poems known as The Milton Set. Robert Thew [1758–1802] Born in Partington in 1758, and passed away in Stevenage, in 1802; he was one of the stippling engravers at the end of the 18th century. A soldier, he stayed with the military until 1783. Almost entirely self-taught, he engraved portraits of several important statesmen, such as King George III and Queen Charlotte. Also held the important office of engraver to the Prince of Wales, having engraved 17 images for Boydell’s The Shakespeare Gallery, among which the famous scene of the witches in Macbeth and Hamlet’s ghost scene. Charles Gauthier Playter [c.1786–c.1809] Line and stippling engraver, born circa 1786 in England and passed away in Lewisham, around 1809. Hired to perform various projects according to contemporary artists, such as Rigaud and Hamilton, having also worked on several plates for John Boydell’s The Shakespeare Gallery. The Spanish Collection José de Ribera, called El Españoleto [1591–1652] A famous painter and etcher, born in Xativa, Valencia, in 1591, and passed away in Naples, in 1652. A disciple of Francisco Ribalta. Travelled to Italy, where he spent most of his life. Studied at the school of Michelangelo Amerighi, called Caravaggio, and later with Correggio. In Naples, he was named Court Painter and awarded the Order of Christ by the Pope in 1644. Member of the St. Lucas Academy in Rome, he engraved only 18 images. His etchings demonstrate a light and tasteful stylus, varied work, adapted with intelligence to the different objects and so lightly engraved that one doubts the use of a burin on them. Manoel Salvador Carmona [1734–1820] Draftsman and engraver born in Nava del Rey, Valladolid, in 1734, having passed away in Madrid in 1820. A disciple of Dupuis, he engraved according to several artists like Velázquez, Van Dyck, and Anton Raphael Mengs. He studied drafting and sculpture at the San Hernando Academy, through which he went on to Paris, to enhance his studies of engraving with Nicolas Gabriel Dupuis. Member of the Paris Royal Academy of Painting and Sculpture, he lived in this city until 1762, having triumphed as interpreter or reproduction engraver. In 1783, he was granted the title of King’s engraver. In the last years of his life, Carmona was named Academic of Merit by the Royal Academy of the Noble and Fine Arts of San Luis de Zaragoza. Carmona is one of the most representative examples of the illustrated engraver, having reached great mastery in handling the burin. An excellent draftsman, he fostered an important group of engravers, such as Juan Antonio Carmona, Fernando Selma, José Gómez Navia, Manuel Alegre, Luis Fernández Noseret, and Blas Ametller. Illustrated 30 books. Several portraits stand out in his work, especially the famous picture of his parents, dated 1780, and of his father-in-law, Anton Raphael Mengs. Francisco José Goya y Lucientes [1746–1828] Considered the greatest Spanish painter of the 18th century, Goya was born in Fuendetodos, Aragon, Spain, in 1746. Son of an artisan, he moved at age 14, to Saragoza, capital of the Kingdom of Aragon, where he was apprenticed to painter José Luzán. From 1763 to 1766, he made several frustrated attempts to join the Madrid Fine Arts Academy. In 1770, he went to Italy, having obtained honorable mention in a painting contest in Parma. Back to Spain in the following year, Goya was called, in 1774, to work at the Royal Manufacture of Santa Barbara, under the orders of Anton Raphael Mengs and, later, of Francisco Bayeu. Goya made canvases for carpentry and, throughout five years, he drew 42 of these works, many of which used to decorate the stone walls of the El Escorial and of the El Pardo Royal Palace, the recently-built residence of the Spanish monarchs near Madrid. Thus, his talent came to the knowledge of the Spanish monarchs, who gave him access to the Royal Court, at age 30. He made a painting for the altar of the Church of San Francisco El Grande, in Madrid, which led to his being appointed member of the Royal Academy of Fine Arts. Five years later, he painted the portrait of the Duchess of Osunã. In 1789, he became one of the King’s Chamber. From that time on, he made portraits of kings and of aristoc- racy in compositions marked by a certain crudeness and freedom of imagination. Goya considered Velázquez, Rembrandt, and nature his three only masters. In 1789, he was appointed painter to the court of Carlos IV. Three years later, he acquired a disease from lead poisoning, on account his excessive use of white paint. This illness led to temporary paralysis, partial blindness, and permanent deafness, which increased his sensitivity to human pain and suffering, and which, in turn, made him turn to somber, sinister and pessimistic themes. Goya withdrew from public life in 1815, starting to work almost exclusively for himself and for a restricted circle of friends. He died in Bordeaux in 1828, at age 82. Goya’s incursions into the somber side of human nature appear in his prints. He drew and engraved more than 300 of these during his life. He was more than 50 years old when he made Los caprichos, in 1799, his first series of social criticism which blends satire to the customs of the time, to the institutions and to superstitions and sorceries; Disasters of War, in which he presents his testimony on the brutalities and atrocities perpetrated in the Civil War, during the French occupation of Spain; Tauromaquia, a series on bullfights; and The Proverbs, partially reproduced in this book, in which he masterfully uses aquatint and etching to depict various aspects of society and of human madness. This series is also known as Disparates, which means something absurd and irrational. One should have in mind the terrible depression in which Goya found himself and his disquietude with the absurdity of life, the forces of evil, and of the triumph of old age, pain, and death in any attempt to find meanings for the prints in this series. Francisco Muntaner [1743–1805] Born in Spain in 1743, and passed away in Madrid in 1805. He was a etcher and line engraver, as well as a painter of religious themes. Joaquim Frabregat (or José Joaquín Fabregat) [1748–1807] Antonio Joaquim Padrão [1731–1771] Born in Torreblanca in 1748, and passed away in Madrid in 1807. A pupil of the Royal Academy of Fine Arts of San Carlos, in Valencia, having engraved several prints, according to Luca Giordano. Painter and etcher, born in Lisbon in 1731, made the sketches which served as basis for the great portrait of the Marquis of Pombal expelling the Jesuits. He cut very well in etching. Passed away in Lisbon, in 1771. Fernando Selma [1752–1810] Line engraver, born in 1752 in Valencia, and passed away in the same city in 1810. A disciple of Manoel Salvador Carmona, was one of the most skillful Spanish engravers. A professor of the Academy of S. Hernando de Madrid, he cultivated, besides the arts, mathematics and poetry. His manner of engraving is similar to that of his master Carmona and, later, of Edelinck. He cut portraits and historical themes; in general his prints are part of series and collections, of which the Collección de las estampas grabadas a buril de los cuadros pertenecientes al Rey de España, made in collaboration with other engravers. Manuel da Silva Godinho [1751–c.1799] Etcher, born in Lisbon in 1751. Was a prolific engraver of the end of the 18th century, esteemed for his religious themes. Most of his prints display skilled drafting. Died circa 1799. João Caetano Rivara [c.1770–1824] The Portuguese Collection Line and stippling engraver. Born circa 1770 in Portugal. Moved to Rome in 1788, with a pension by the Intendancy, and became a pupil of Labruzzi and, later, of Volpato at the school of Pedro Vitali. In London, he studied with Bartolozzi. Returned to Lisbon in 1803, becoming a professor of engraving at the Botanical Garden. It is said that he worked at the Royal Press in Rio de Janeiro. Passed away in 1824. Francisco Vieira de Matos, called Vieira Lusitano [1699–1783] Gregório Francisco de Queiroz [1768–1845] Born in Lisbon in 1699. Painter and engraver, was a disciple of Lutti and Trevisani in Rome, as well as member of the Academy of S. Lucas, in Rome, a knight of the Order of Santiago da Espada, a historical painter to the Portuguese Royal House and illustrator of several works. He studied in Rome and had an intense love life. Matos passed away at the Convento do Beato Antônio, in Lisbon, in 1783. Among his disciples, Joaquim Manuel da Rocha and Antonio Joaquim Padrão. Born in Lisbon in 1768, sent by the Portuguese government to London, where he studied with Francesco Bartolozzi, of whom he would become helper following the reactivation of the Aula de Gravura (Engraving School) in Lisbon. His engraved work is vast and diversified, with a highlight on the notable prints he cut as from the pictures by Domingos Sequeira. Passed away in Lisbon in 1845. Joaquim Manuel da Rocha [1727–1786] Painter and etcher, born in Lisbon in 1727, having passed away in the same city in 1786. Pupil of Vieira Lusitano, from whom he copied many drawings. Joined the São Lucas Brotherhood in 1752. His strong point in the engraving art was chiaroscuro. — 124 . 125 IN S TITU TO RIC A RDO B RE NN A N D PRESIDÊNCIA PESQUISA E DOCUMENTAÇÃO Ricardo Coimbra de Almeida Brennand Leonardo Dantas Silva Hugo Coelho Vieira Eduardo Germínio de Paula. VICE - PRESIDÊNCIA Graça Maria Monteiro Brennand PROJETOS CONSELHO Edson Menezes Leonardo Dantas Silva Milton Garrett de Melo Nara Neves Pires Galvão André Aquino BIBLIOTECA Henrique Gomes de Castro Aruza de Holanda Cavalcanti, Juliana Maria de Oliveira Santiago, Thiago Leite Amaro da Silva, Norma Ciríaco de Arruda Silva, Wheldson Rodrigues Marques e Diva Gonsalves de Melo. COORDENAÇÃO GERAL MARKETING E EVENTOS Nara Neves Pires Galvão Rafaela Simão ADMINISTRAÇÃO ESTAGIÁRIA DESIGN José Demóstenes Cavalcanti de Oliveira Júnior Luana Lopes DIRETORIA MUSEOLOGIA ASSESSORIA DE IMPRENSA Paula Andrade Coutinho Verônica Gomes da Silva. Sônia Lopes, Iara Medeiros e Jéssica Pinheiro – SL.MCI. CONSERVAÇÃO E RESTAURO SEGURANÇA Pérside Omena e Suzana Omena [Grifo Restauro] Cecília Sátiro Nobrega Rosana Maria Sales Kênia Rose Mendonça de Andrade Major Sizenando Filemon Arruda e equipe AÇÃO EDUCATIVA Coordenação Patricia Pereira da Silva Ruth de Fátima Gouveia Gabino. Educadores André Hélio de Barros, Filipe Aca de Melo Costa, Gabriela Borba de Lima, Josefa Juany Leda Nunes da Silva, Marília Bivar Leobaldo de Moraes e Priscila de Holanda Souza. Estagiários Edvaldo Xavier de Mendonça, Luiz Esteves Galindo Neto, Marcelo de Paula Silveira, Evie Diane de Oliveira Nascimento e Samara de Rezende Mariano. EQUIPE DE APOIO Cristiane Maria dos Santos, Shirley Margarete da Silva, Jane de Souza Nascimento, Clauce dos Santos Ramos, Joacy Gomes Ferreira, José Paulo da Silva, Jacó Luiz de Santana, Adilson Lopes da Silva, Marconi Antonio do Santos, Givanildo Silveira do Carmo, Welmanci Cloves da Silva, Geovânia Maria dos Santos, José Silva Tavares, José Carlos Gomes da Rocha, Vicente Antonio de Souza, Wendeu Carlos, Thiago Ramos de Araújo, Luiz Carlos da Silva, Gilberto Ferreira do Carmo, Josuel Silveira do Carmo, Ernando Gomes Cunha, José Ferreira da Silva, Wirajá Pessoa Vieira, Ubiratan Simão, Edson Henrique, José Carlos Lúcio, Geraldo Bezerra da Rocha e Joselito Zacarias da Silva. PRESIDENTA DA REPÚBLICA E XP O S IÇ Ã O CA T Á L O G O Dilma Rousseff MINISTRA DE ESTADO DA CULTURA CURADORIA TRANSPORTE TEXTO Ana Cristina Wanzeler Fernanda Terra Atlantis Art Fernanda Terra COORDENAÇÃO GERAL SEGURO COORDENAÇÃO GERAL E PRODUÇÃO EXECUTIVA Corretora Pro-Affinité/ACE Seguradora Roberto Padilla AGRADECIMENTO PROJETO GRÁFICO Cristiane João Contra Capa AGRADECIMENTOS ESPECIAIS TRADUÇÃO Equipe da Fundação Biblioteca Nacional Equipe do Instituto Ricardo Brennand Carlos Luís Brown Scavarda FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL Presidente – Renato Lessa Diretora Executiva – Myriam Lewin Roberto Padilla PROJETO EXPOSITIVO Art.Monta – Eduardo Souza CENTRO DE COLEÇÕES E SERVIÇOS AOS LEITORES PROGRAMAÇÃO VISUAL Coordenadora-geral em exercício Maria José da Silva Fernandes Equipe – Bruna Sarieddine Barcelos e Thayanne Barreto Moraes Contra Capa COORDENADORIA DE ACERVO ESPECIAL ASSISTENTES DE PRODUÇÃO Coordenadora – Maria José da Silva Fernandes Equipe – Érica Ferreira Barreto Adah Lisboa Antonio Roberto Vilete de Oliveira Mariana Cardoso Oscar Mariana Melo Monique Veloso Wanessa Wasserman DIVISÃO DE ICONOGRAFIA Chefe – Léia Pereira da Cruz Equipe – Deivid Grassini, Diana dos Santos Ramos, Eliana Bispo de Santana, Francisca Helena Martins Araujo, Joaquim Marçal Ferreira de Andrade, Juliana Uenojo, Késiah Pinheiro Viana, Luciana Muniz,Marcos Paulo Cardozo Campos, Mônica Carneiro Alves, Sônia Alice Monteiro Caldas e Tatiane Paiva Cova … ACIMA | ABOVE Imagem impressa no convite para a solenidade de colocação da pedra fundamental do edifício da Biblioteca Nacional na avenida Central, atual avenida Rio Branco | Image printed on the invitation for the ceremony of placement of the cornerstone of the National Library building, on Avenida Central, currently Avenida Rio Branco FOTOGRAFIAS DAS OBRAS Patrick de Oliveira Correa ASSISTENTE DE PESQUISA Priscila Martins Serejo FOTOGRAFIA Photo Síntese CENTRO DE PROCESSAMENTO E PRESERVAÇÃO / CPP MOLDURAS Coordenadora Geral – Liana Gomes Amadeo Metara COORDENAÇÃO DE PRESERVAÇÃO / COP CENOTECNIA , ILUMINAÇÃO E MONTAGEM Coordenador – Jayme Spinelli Jr. Art.Monta [Airton Cardim, Alessandro Fábio, Artur Souza, Jerri Feitosa, Valmir José] C&O [Otoniel Pereira e equipe] Instituto Ricardo Brennand SEÇÃO DO CENTRO DE CONSERVAÇÃO Chefe – Gilvânia Faria de Lima Equipe – Jandira Flaeschen, Juliana Bride e Rebeca Rodrigues SEÇÃO DO LABORATÓRIO DE RESTAURAÇÃO Chefe – Fernando Amaro Tatiana Ribeiro Christo (courier) Adriana Ferreira da Silva Amaro (courier) Equipe – Thaís Helena de Almeida Slaibi Photo Síntese ASSISTENTE EXECUTIVO SINALIZAÇÃO Épura Ponto X Uzisign ASSESSORIA DE IMPRENSA SL.MCI. A exposição teve apresentações anteriores no Centro Cultural Correios Rio de Janeiro, de 28 de julho a 18 de setembro de 2011, e no Museu Nacional dos Correios, em Brasília, de 26 de janeiro a 22 de abril de 2012, com o patrocínio dos Correios, e no Palácio das Artes/Fundação Clóvis Salgado, em Belo Horizonte, de 30 de abril a 22 de junho de 2014, e no Museu de Arte da Bahia, em Salvador, de 9 de julho a 31 de agosto de 2014, com o patrocínio da Petrobras. IMPRESSÃO CEPE – Companhia Editora de Pernambuco Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Angélica Ilacqua CRB-8/7057 Mestres da Gravura: Coleção Fundação Biblioteca Nacional : catálogo da exposição / [Curadoria Fernanda Terra]. Tradução Carlos Luís Brown Scavarda – Rio de Janeiro: Artepadilla, 2014. 128 p. : il., color. Texto em português e inglês Instituto Ricardo Brennand 21 de novembro de 2014 a 1º de março de 2015 1. Gravura – Exposições I. Terra, Fernanda II. Biblioteca Nacional (Brasil) 14-0225 Índices para catálogo sistemático: 1. Gravura - Exposições CDD 769
Documentos relacionados
Expo - Catálogo BH e Salvador
que exploram os recursos das técnicas de gravura, e também gravuras de reprodução ou de interpretação, realizadas por gravadores com amplo domínio técnico, que reproduzem obras-primas, como pintura...
Leia mais