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CONSIDERAÇÕES SOBRE MOTIVAÇÃO Tim Houlihan, Vice-Presidente | Grupo de Sistemas de Recompensas A motivação vem de muitos lugares. De forma simples, a motivação se resume a pessoas agindo ou porque querem ou porque precisam. A maioria das ações no ambiente de trabalho acontece porque as pessoas querem. A pergunta passa a ser o que podemos fazer para levar pessoas a sentirem motivação para agir? Preferências versus ações Um importante pesquisador no campo de pesquisa comportamental declarou que “Preferência e a decisão de agir são operações psicológicas diferentes”. i Em diversos estudos, os pesquisadores descobriram que as pessoas acreditam que o dinheiro é o prêmio mais motivador porque é a escolha mais racional e mais fungível de todas as recompensasii. No entanto, os mesmos pesquisadores descobriram que as principais melhorias de desempenho resultam de prêmios não monetários e não de dinheiro e equivalentes. O poder do comportamento irracional Se sempre agíssemos de forma racional, nunca teríamos dívida no cartão de crédito, nunca comeríamos sorvete de chocolate e nunca correríamos maratonas. Fazemos essas coisas por razões irracionais. Costumamos nos entregar a desejos que são maiores que nosso bem-estar financeiro, ao prazer do sorvete na boca, e para ganhar a camisa no final da corrida. Nenhuma dessas ações é realizada com objetivo financeiro e elas representam a definição factual do comportamento irracional. Mas tudo bem – seres humanos são assimiii. “Preferência e a decisão de agir são operações psicológicas diferentes.” –Scott Jeffrey, PhD. O comportamento irracional, ou o que alguns consideram comportamento levado pela emoção, é a chave para influenciar a mudança no comportamentoiv. Em diversos estudos corporativos que incluem desde vendedores de pneus a caixas do varejo e até funcionários de centrais de atendimento, a BI WORLDWIDE observou que os desejos irracionais provocam mais mudanças positivas no comportamento (e, portanto, no desempenho) do que o desejo racional de ganhar mais dinheiro (ou equivalentes). Comparação com o vizinho Tendemos a comparar nós mesmos com os outros e foi constatado por pesquisadores que essa comparação é um motivador social poderosov. Como sabemos se estamos no mesmo nível ou não? Tudo o que temos é a percepção. Julgamos os outros – e acreditamos que somos julgados – pelas coisas que possuímos. Ganhar R$50 a mais não melhora o status de ninguém e não será motivo de conversa no bebedouro. No entanto, um par de óculos escuros novo pode ser motivo para se gabar no escritório por ser “presente da minha empresa”. O poder do acúmulo Programas baseados em pontos existem desde o início do século XX e se tornaram prevalentes com o advento dos programas de passageiros frequentes de companhias aéreas. Passageiros frequentes tendem a se concentrar no esforço necessário para alcançar o próximo objetivo (o bilhete grátis, o upgrade etc.) e não no valor monetário das milhas. A maioria das pessoas nem mesmo sabe o valor monetário explícito das milhas que acumula. Se parassem para pensar no valor monetário real de gastar mais 15 minutos no carro indo até o hotel parceiro para ganhar 500 milhas, a maioria reconsideraria o esforço e faria outros planos. BI WORLDWIDE.com © BI WORLDWIDE™ 2015 | Propriedade exclusiva CONSIDERAÇÕES SOBRE MOTIVAÇÃO “Da mesma forma que um jogo de beisebol não é definido apenas pela bola, umprograma de incentivos bem-sucedido não é definido apenas pelo incentivo.” Os pesquisadores apontam que as pessoas respondem com menos esforço quando “a quantia do pagamento não é substancial”vi e indicam que nessas situações de pouca recompensa, pontos são mais eficazes – como as milhas de passageiros frequentes. Escolhas irracionais são influenciadas pela mídia da recompensa. Uma mentalidade calculista Ran Kivetz, PhD, da Columbia University, sugeriu recentemente que, quando os prêmios são na forma de dinheiro ou equivalentes, a mente daquele que recebe se torna calculista em sua natureza. Em outras palavras, recompensas em valores monetários específicos tendem a ser vistas como transações por quem recebe: “Se eu fizer isso, receberei R$X”. A maioria dos recipientes não considera a recompensa uma “transação” quando o valor monetário não é explícito. Com recompensas palpáveis e não monetárias, a maioria das pessoas se pergunta “Eu quero isso? O que preciso fazer para ganhar?”. HIERARQUIA DAS RECOMPENSAS Melhor Recompensa Produtos de alto valor, viagens e outros itens de luxo Serviços aprimorados, tratamento especial e informações únicas Vale-presentes tipicamente usados para coisas não essenciais (ex.: Submarino, Livraria Cultura, Saraiva etc.) Motivadores fortes Sobre Diversas Recompensas A imagem na Figura 1 foi desenvolvida pelo Dr. Kivetz para demonstrar que, embora muitas coisas possam ser entendidas como motivacionais, as recompensas verdadeiramente motivacionais são muito específicas. As melhores recompensas são de natureza não monetária. Motivadores fracos Resumo Vale-presentes tipicamente usados para necessidades (ex.: Wal-Mart, Ponto Frio, Shoptime, etc.) Necessidades básicas Descontos em produtos e serviços Motivadores fracos com possível impacto negativo Dinheiro Vivo Pior Recompensa Figura 1: Kivetz Rewards Hierarchy, 2010 Para maximizar o efeito que um programa tem no mercado, ele precisa ser diferente. Um programa “mais do mesmo” será visto como medíocre – especialmente quando dinheiro ou equivalentes dominam as recompensas. A mentalidade calculista prevalecerá se as recompensas forem em dinheiro ou equivalentes. Além disso, é importante planejar para além das recompensas. Da mesma forma que um jogo de beisebol não é definido apenas pela bola, um programa de incentivos bem-sucedido não é definido apenas pelo incentivo. Uma estratégia sólida, boa elaboração, comunicação robusta e execução diligente são essenciais para tornar o programa um sucesso. Para saber mais sobre como motivar seus colaboradores e força de vendas, visite www.BIWORLDWIDE.com.br ou envie um e-mail para [email protected]. Notas finais i Jeffrey, S., “Preliminary R esults on Tangible vs. Cash Awards,” rascunho manuscrito de agosto de 2006. ii Shaffer, V., Arkes, H. “Preference reversals in evaluations of cash versus non-cash incentives,” Journal of Economic Psychology, 27 de agosto de 2009. iii Ariely, D ., Predictably Irrational, Harper Collins, 2009 – edição revisada. iv Houlihan, T., “Comparative Studies,” publicado privadamente por BI Worldwide, 2010. v D iener, E ., Ng, W., Harter, J., and Arora, R .,“ Wealth and Happiness Across the World: Material Prosperity Predicts Life Evaluation, Whereas Psychosocial Prosperity Predicts Positive Feeling“ Journal of Personality and Social Psychology, Vol. 99, No. 1, 52–61, 2010. vi Ariely, D ., Gneezy, U., L owenstein, G., Mazar, N. “ L arge Stakes and Big Mistakes,” The Review of Economic Studies, 76, 451-469, 2009.