POLONIA SOCIEDADE BENEFICENTE DO RIO DE JANEIRO

Transcrição

POLONIA SOCIEDADE BENEFICENTE DO RIO DE JANEIRO
POLONIA SOCIEDADE BENEFICENTE DO RIO DE JANEIRO
Ano 2015. Número 4 – janeiro a abril.
SUMÁRIO
Palavra do Presidente
Editorial
Polonia Sociedade em Destaque
Polonia Patriota
Artigo
Ecos da Polônia
Mówimy po Polsku
Projeto Memória
Visão & Gestão
Entrevista
Aconteceu em 2014
Aconteceu em 2015
Radar Polônico
Polônia em Drops
Polonia em Foco
Espaço do Leitor
História & Estórias
Crônicas & Poesias
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Caros sócios, amigos e demais leitores,
Tenho certeza que vocês já estão aguardando nossa nova edição, trazendo
notícias de nossas atividades na Polonia Sociedade Beneficente de Rio de
Janeiro e tantas outras informações interessantes com relação à vida dos
Poloneses no Brasil!
Nestes últimos meses realizamos vários encontros e eventos culturais. Além
de nossa atividade beneficente, nosso objetivo é a divulgação mais ampla
possível da cultura polonesa e da contribuição dos poloneses que aqui vivem para a nossa nova
pátria Brasil. Com este objetivo em mente, convidamos a jornalista e escritora Sra. Aleksandra
Pluta para falar com nossos sócios e amigos brasileiros convidados a respeito da vida e obra de
Zbigniew Ziembinski, conhecido como o pai do moderno teatro brasileiro, vocês vão saber
como foi essa palestra lendo a nossa seção sobre eventos.
Em fevereiro, iniciamos um novo ano letivo de ensino do idioma polonês, que começou com
uma participação significativa de alunos nos dois níveis, iniciantes e avançados. Muitos deles
pretendem aprender nosso idioma para viajar à Polônia para estudar, fazer turismo e, também
participar do próximo evento da Jornada da Juventude com Papa, que será realizado em
Cracóvia. Aproveito para lembrar aos interessados que as inscrições para este ano ainda estão
abertas e o curso é gratuito, basta entrar em contato com a nossa secretaria para obter maiores
informações.
Recebemos também uma numerosa delegação de poloneses amigos do Brasil, visitando o Rio de
Janeiro. Foi uma oportunidade para nós de receber as últimas notícias da Polônia e de passar
para eles nossas experiências no Brasil. Foi um encontro muito simpático e alegre.
Estamos construindo um pequeno monumento em homenagem ao Marechal Józef Pilsudski, o
qual será composto de um busto do Marechal colocado sobre uma base de granito, uma justa e
importante homenagem ao pai da independência da Polônia..
Para finalizar, desejo a todos uma agradável leitura de nossa revista e até o próximo encontro.
Abraço,
Stefan Janczukowicz
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Prezados Leitores,
Este ano de 2015 é muito simbólico tanto para o mundo, quanto para os
poloneses e seus descendentes. Um ano no qual se celebram os setenta anos do
final da Segunda Grande Guerra Mundial. Que marca os dez anos de falecimento
do Papa João Paulo II.
Um ano que também começou festivo para a indústria cinematográfica polonesa,
reconhecida com o Oscar de melhor filme estrangeiro pela emocionante produção Ida.
também está em festa, pois completa seu primeiro ano de existência, trazendo esta
mistura de acontecimentos, homenagens e celebrações em sua edição. O ano de 2015 é considerado
como o Ano de João Paulo II e esta edição dá um especial destaque àquele que foi considerado o
Pastor das Multidões e que declarou ao Rio de Janeiro um grande amor em 1998 quando disse: “Se
Deus é brasileiro, então o Papa é carioca!”
Outros ícones importantes para os poloneses e seus descendentes também estão presentes nesta
edição. Frederic Chopin é recordado através do Projeto Memória que traz a história da concepção e
inauguração de um monumento em sua homenagem, situado na Praia Vermelha. Na coluna História
& Estórias os leitores poderão conhecer o significado, bem como algumas das muitas lendas que
cercam o quadro de Nossa Senhora de Czestochowa, padroeira da Polônia.
A coluna Mówimy Po Polsku traz uma abordagem um pouco diferenciada ao apresentar questões
que compõem a essência da alma polonesa, necessárias para todos aqueles que ao decidirem aprender
o idioma, buscam compreender as nuances do complexo DNA da terra cortada pelo Vístula e
sobrevoada pela águia branca sempre coroada.
Mais uma vez, cabe registrar que um projeto como a
só se torna possível com o
engajamento e contribuição de colaboradores. À Alessandra Kepinski, Juliana Zwolinski Pawelec,
Jadwiga Sliwowska, Stefan Janczukowicz, Pe. Zdzislaw Malczewski, Andrzej Sladowski, Ignacy
Felczak, Rodrigo Lychowski, Arthur Trojan, Rafael Perszel e Marek Rójczyk um profundo
agradecimento pelo apoio inestimável que tem sido objeto de reconhecimento e muitos ecos junto
aos poloneses e descendentes no Brasil. Que venham mais e mais contribuições!
Aleksandra Sliwowska Bartsch
Editora-chefe
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A Polonia Sociedade construiu em sua sede um espaço para acomodação de hóspedes. Composto
de quarto e banheiro, conforme as fotos abaixo, a localização, num local seguro, reservado, muito
próximo ao Corcovado e de outros pontos turísticos como Copacabana e Centro da cidade e ainda
com integração para o Metrô, permitem uma estadia na Cidade Maravilhosa confortável e acessível.
Os interessados podem entrar em contato para obterem maiores informações com a secretaria da
Polonia Sociedade, com a Sra. Regina, pelos telefones: (21) 2557-1318 e 2558-1391.
Foi iniciado o período letivo do Curso de Polonês e os dois professores Alicja Biedrzycka, Mestre
em Letras e Marek Polak, doutorando em Políticas Públicas, já estão aplicando algumas das novas
metodologias aprendidas no curso de formação de professores que foi realizado no final de 2014
pelo Consulado Geral da República da Polônia em Curitiba em parceria com a Universidade
Federal do Paraná - Curso de Letras Polonês e a Universidade da Silésia de Katowice – Polônia.
A Polonia Sociedade tem oferecido seu espaço para que o Consulado Geral de Curitiba realize
atendimentos no Rio de Janeiro. Estes atendimentos devem ser agendados diretamente com a
equipe consular em Curitiba.
Dando continuidade às obras de melhoria das instalações da Sociedade, iniciadas pelo Presidente
Stefan Janczukowicz em 2014 com uma completa reforma do salão, do final do ano passado até
agora, várias novas melhorias foram introduzidas na Sede, conforme foram surgindo as
necessidades. Inicialmente, para maior conforto dos empregados e prestadores de serviço e, de
acordo com as exigências do Ministério do Trabalho, foi construído um vestiário com banheiro
anexo, para uso dos funcionários. Em seguida, foi realizada a reforma do acesso de veículos, com a
colocação de jardineiras para delimitar a passagem de pedestres, a recomposição do piso de
concreto e a demarcação das vagas do estacionamento, o reforço das muretas dos canteiros do
jardim ao longo de todo o muro que separa a Sociedade da Academia Veloso, o plantio de grama e
de mudas para complementar a cerca verde e, finalmente, a recuperação da área do jardim e a
instalação do pedestal para o futuro busto do Marechal Pilsudski. No prédio da Casa da Juventude
foi feita a instalação de aparelhos de ar condicionado do tipo "split" na sala de aula e na sala de
reunião da diretoria, que também é usada para atendimento ao público pelos representantes do
Consulado de Curitiba.
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AUSCHWITZ: FERIDA ABERTA
No dia 27 de janeiro, o mundo se comoveu com as homenagens prestadas na Polônia às vítimas
dos campos alemães de extermínio por ocasião dos 70 da libertação dos campos de extermínio
Aushwitz e Aushwitz Birkenau.
homenageia todos aqueles que lutaram para que as
futuras gerações pudessem se desenvolver em paz. No portal G1 de 27/01/2015 foi publicado o
emocionante relato de uma sobrevivente de 91 anos,
Zofia Posmysz, a qual disse „Ninguém pode imaginar
o grito de uma pessoa eletrocutada quando,
desesperada, se joga contra o alambrado para pôr fim
à sua vida”. E acrescentou: “Aprendi a sobreviver
nesse lugar. A não ser a primeira da fila, a não estar
nos cantos quando tinha que andar em grupo. A estar
no meio para ficar longe do cão do guarda, que podia
pegar a gente. Fazia de tudo para não me expor aos
castigos”. Desejamos que esta luta não tenha sido em
vão e que a tolerância seja a grande bandeira de todas
as nações!
DEZ ANOS SEM JOÃO PAULO II
Em 02 de abril foram completados 10 anos de falecimento do Papa João Paulo II. Dentre as suas
muitas lições, o Pastor das Multidões, aclamado pelo mundo ainda durante seu velório, como Santo
Súbito e canonizado em tempo recorde, nos deixou o Decálogo do Imigrante, uma bela orientação
para todos os imigrantes. Em um dos pontos escreveu São João Paulo II:
“W najgorszych nawet okolicznosciach,
zmieniajac srodowisko, obywatelstwo, nie
wypieraj sie nigdy wiary i tradycji twych
przodków, jesli chcesz, by twoi nowibracia
i twoje dzieci nie wyparly sie ciebie.
Rodzino stan sie tak, jak wielki Kosciól,
nauczycielem i matka.”
Ou seja:
“Nos piores momentos, ao mudar de país,
não renegue nunca a fé e as tradições de
seus antepassados, para que seus novos
irmãos e seus filhos não lhe reneguem.
Família, torne-se, assim como a Igreja,
professora e mãe.”
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A CANONIZAÇÃO DE JOÃO PAULO II E A
COMUNIDADE POLÔNICA BRASILEIRA
Zdzislaw Malczewski(*)
Em relação com a canonização do papa João Paulo II, surge a necessidade − pessoal e interior minha −
de recordar o grande acontecimento que foi a eleição do cardeal Karol Wojtyła, metropolita de Cracóvia,
para a Sé de Pedro, o qual escolheu o nome João Paulo II. Eu gostaria de partilhar esses meus
pensamentos pessoais justamente no contexto da minha então espera pelo visto de permanência no
Brasil. Após receber a ordenação sacerdotal no dia 11 de maio de 1976 na catedral de Poznań, solicitei ao
Pe. Dr. Czesław Kamiński SChr − superior geral da Sociedade de Cristo para os Poloneses Emigrados −
que me fosse dada a possibilidade de realizar o carisma da Congregação justamente no seio da
comunidade polônica brasileira. Após dois anos de prática pastoral em Stargard Szczeciński, eu tinha sido
dispensado das funções pastorais.
No dia 16 de outubro de 1978 eu me encontrava na casa da Congregação em Poznań, onde residia,
esperando que me fosse concedido o visto para entrar no Brasil. Nas últimas horas daquele dia, pelo
nosso convento, como um relâmpago, espalhou-se a notícia de que durante o conclave havia sido
nomeado novo sucessor de Pedro o cardeal Karol Wojtyła. Surpresa, alegria, desconfiança − são
os sentimentos de que me recordo daquele dia histórico. Dia histórico não somente para a Igreja,
mas também para a Polônia e para os católicos que viviam num país escravizado por um sistema
desumano que nos tinha sido trazido nos tanques do Exército Vermelho no final da Segunda Guerra
Mundial. A notícia, confirmada pela Rádio Vaticano, provocou entre os religiosos a espontânea vontade
de dirigirem os seus passos à capela, a fim de, numa oração de ação de graças, expressar a alegria pela
escolha do Papa como sucessor de São Pedro e de confiá-lo à Providência Divina e à proteção d’Aquela
que nos foi dada como ajuda e defesa − a nossa Mãe Maria, que ocupa um lugar especial na vivência
da fé da nossa nação polonesa. À noite reunimo-nos diante do único televisor que tínhamos no refeitório.
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Estávamos curiosos de ver como a televisão polonesa transmitiria essa extraordinária notícia: a escolha de
um cardeal polonês para papa! A televisão estatal daquele tempo, da mesma forma que a rádio polonesa,
praticamente não transmitia quaisquer informações sobre a Igreja. Se algumas informações eram
transmitidas, era unicamente nas categorias da difamação, de falar mal da Igreja católica e dos seus
pastores. Podia sentir-se o embaraço, o nervosismo, a perplexidade do jornalista do regime transmitindo a
notícia de que o conclave havia escolhido o cardeal Karol Wojtyła, de Cracóvia, como o novo papa da
Igreja! Pelas janelas do convento ouvia-se o som dos sinos das igrejas que confirmavam em Poznań a
alegria nacional dos poloneses. Pela primeira vez na História, um compatriota nosso se tornara papa!
Após alguns séculos de ininterrupta história de que era um italiano que se tornava papa, de repente essa
tradição havia sido interrompida. Pela primeira vez, era escolhido papa um cardeal proveniente da
Cortina de Ferro. Naquela tarde tornamo-nos testemunhas do sinal de que estava começando a acontecer
algo novo não somente para a Igreja, mas também para a nossa nação e para os nossos vizinhos − os
povos eslavos!
No domingo, 22 de outubro de 1978, aconteceu a solene inauguração do pontificado de João Paulo II.
Pela primeira vez na história da Polônia do pós-guerra a televisão pública, dirigida e controlada pelos
comunistas, transmitiu diretamente do Vaticano a santa missa que inaugurava o pontificado do papa João
Paulo II. Permanecíamos sentados diante do aparelho de televisão em recolhimento e silêncio, como fiéis
presentes num santuário, participando do Mistério da Eucaristia que estava sendo celebrado. Cada gesto,
cada palavra, cada imagem − transmitidos por intermédio do sinal televisivo da Praça de São Pedro − era
por nós espontaneamente absorvido como uma realidade de que nós poloneses nos sentíamos
participantes diretos. Muitas reflexões, muitas emoções. Recordando após tantos anos aqueles momentos,
tenho diante do olhar da imaginação a homenagem prestada pelo cardeal Stefan Wyszyński ao novo papa.
Esse gesto especial de João Paulo II gravou-se profundamente no meu coração e na minha memória. O
papa faz levantar-se o cardeal que estava de joelhos e ambos, por alguns instantes, permanecem num
fraternal abraço. Diria depois João Paulo II, durante uma das suas primeiras peregrinações à Polônia, que
não teria havido um papa polonês se não fosse a firme, profunda fé do cardeal Stefan Wyszyński!
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No dia 30 de junho de 1980 o papa João Paulo II inicia a sua primeira visita apostólica no Brasil. A
primeira cidade a receber o sucessor de São Pedro é a capital − Brasília. Naquele tempo, havia alguns
meses eu me encontrava na paróquia da montanhosa vila de Carlos Gomes, na região norte do estado do
Rio Grande do Sul. Quando o avião do papa estava pousando em terra brasileira, o modesto e pequeno
sino da torre paroquial batia alegremente para saudar o peregrino polonês. A localidade, habitada na
maior parte por descendentes dos colonos poloneses, parecia morta. Todos os seus habitantes se haviam
sentado diante dos aparelhos de televisão, querendo dessa forma participar desse singular acontecimento:
pela primeira vez na História do país, vinha visitá-lo um papa, e ainda polonês! Na vila, como em toda a
paróquia, mais de noventa por cento da população é constituída de descendentes de colonos poloneses.
Quando escrevo estas palavras, surge diante de mim neste momento a imagem de uma das mais idosas
brasileiras de origem polonesa, chorando de felicidade e profunda emoção − da senhora Wietrzykowska.
Após termos assistido à transmissão da saudação do papa no Brasil, encontramo-nos por acaso numa
estrada de terra batida. Naquela ocasião pudemos partilhar as nossas vivências! No decorrer da visita
oficial de João Paulo II ao Brasil, o clima de felicidade em meio aos meus paroquianos − descendentes
dos nossos colonos − crescia cada vez mais! Eu percebia como em meio àquelas pessoas, que não
conheciam a Polônia, mas que confessavam ser poloneses, só que nascidos no Brasil, intensificava-se a
cada dia o orgulho de que em suas veias, como nas veias do papa, corria o sangue polonês!
Da mesma forma que a escolha do cardeal Karol Wojtyła para papa influenciou a nação polonesa, esse
histórico acontecimento também não
permaneceu indiferente no ambiente
polônico brasileiro! A eleição do papa João
Paulo II despertou a consciência do
polonismo em brasileiros de raízes poloneses
muitas vezes já para isso adormecidos. O
encontro do papa com a colônia polonesa
em Curitiba, no dia 5 de julho de 1980, no
Estádio Couto Pereira, e o seu discurso
influenciaram a comunidade polônica de
então e até o dia de hoje sentimos entre os
brasileiros de origem polonesa o orgulho do
seu polonismo, ainda que muitas vezes eles já
desconheçam a língua dos antepassados.
Após a canonização de João Paulo II, o seu culto no seio da comunidade polônica local transformou-se
em mais um estímulo não apenas para expressar a fé católica, mas também para enfatizar o polonismo de
todos que fazem parte da nossa comunidade polônica − irmanada com outros grupos étnicos, que juntos
formam o belo mosaico étnico no Brasil!
(*) Zdzislaw Malczewski é sacerdote polonês. Trabalha no Brasil desde 1979. Pesquisador independente de
historia da coletividade polono-brasileira, autor de vários livros e centenas artigos. Redator e editor da revista
de reflexão Brasil-Polônia "Polônicus" (revista científica publicada em português) e "Echo Polonii Brazylijskiej"
(único periódico editado em polonês no Brasil. Reitor da Missão Católica Polonesa no Brasil (desde 2009).
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LIÇÕES ETERNAS
Por Andrzej Sladowski (*)
Prezados Amigos... estamos, pois, no ano 2015.... A cidade maravilhosa
comemora os 450 de fundação. O Cristo Redentor abraça a cidade e a cada
um de vocês... Desejo a todos um ano feliz e tranquilo... Neste mundo
conturbado, com guerras, terrorismo, bombas, atentados e mortes, precisamos
nos unir, todos nós, para podermos viver em paz, com amor e compreensão, uns ajudando aos
outros pois quem acredita, não esta só... Nunca...
As datas... No dia 27 de janeiro, os altos representantes de mais de 50 países reuniram-se, sob a
liderança do presidente da Polônia, Sr. Bronislaw Komorowski, no antigo campo de concentração
nazista Auschwitz Birkenau para lembrar os 70 anos da libertação, por tropas de exercito
vermelho, na sua vitoriosa caminhada para a capital nazista Berlim... Muito emocionado, disse o
presidente: “A vida humana perdeu o valor, em 1939 a nossa civilização desmoronou... estamos no
lugar onde de modo cruel, foram exterminadas mais de 1 milhão de vidas humanas. Judeus,
poloneses,
prisioneiros
de
guerra
soviéticos,
e
muitos
outros
de
toda a Europa, ocupada por nazistas...esta ideologia criminosa dos carrascos nazistas, dinamitou os
alicerces do mundo...” Depois discursavam vários dos ex-prisoneiros, e muitas vezes chorando,
pediram: “Não esqueçam jamais, todos vocês, todos povos do mundo, todos governos destas
milhões de vitimas inocentes... o mundo não pode esquecer!” Neste campo nazista foram
aprisionadas, entre anos de 1940-1945, mais de 1.300.000 de pessoas, dos quais 1 milhão foram
exterminadas sumariamente, fuziladas, queimadas nos fornos crematórios....
Em 1946, foram localizados, por grupos especiais de busca, vários carrascos nazistas, que atuaram
em campos de concentração.. Muitos foram julgados, condenados e enforcados nos lugares onde
atuaram... Outros ainda estão sendo procurados... Muitos esconderam-se na Argentina...
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Nos dias de 4 a 11 de fevereiro, passaram-se 70 anos da conferencia de Yalta, onde os três
poderosos: Józef Stalin, Winston Churchill e Franklin Delano Roosevelt, sem a presença de
representantes do governo polonês, decidiram, num ato vergonhoso, entregar a Polônia, sob o
domínio político e de fato, à União Soviética... Durante longos 25 anos dominados e controlados
por URSS, iniciamos a luta sob o comando do Solidariedade e de seu líder Lech Walesa. Vitoriosos,
sem o derramamento de sangue, constituímos um governo livre, independente, e começamos a
nossa caminhada para a Europa Unida...
Para finalizar.....A Polônia fechou o ano de 2014 com crescimento do PIB de 3%. Único país com
dados positivos da UE. A economia da Polônia vai de vento em popa, sempre trabalhando com
otimismo, apesar da guerra ucraniano-russa, e das dificuldades econômicas do mercado europeu,
crescemos ano a ano.
Foi marcada a data das próximas eleições para presidente na Polônia. No dia 10 de maio próximo
elegeremos o novo presidente. Um fortíssimo candidato é o atual presidente Sr. Bronislaw
Komorowski, para um segundo mandato de 5 anos. A primavera esta chegando... O sol brilha mais
forte, os campos e florestas estão mais verdes, o ar mais fresco... Para vocês, uns versinhos.....em
polonês... Um abraço para todos, e até a próxima...
Wokol slychac okrzyki i smiechy dzieciece,
To idzie do nas wiosna, w zielonej sukience...
Biegnie przez pola, lasy, gory, a w dolinie,
spotyka RZEKE MATKE, WISLE, ktora plynie,
do naszego BALTYKU...i w BALTYKU ginie.....
Odwiedzajcie OJCZYZNE, na WAS tu czekamy....
By WAM dac nasze abraco...serdecznie witamy...
(*) Andrzej Sladowski é jornalista e correspondente da
quarenta anos no Brasil.
na Polônia. Residiu por mais de
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COISAS QUE APENAS OS DESCENDENTES DE
POLONESES SÃO CAPAZES DE ENTENDER
Colaboração de Rafael Perszel (*)
Certos sentimentos e costumes precisam do DNA polonês para serem compreendidos. Em
“21 Things Only Polish-Americans Understand” está decodificado parte do DNA polonês
Alguns destes pontos
destaca agora:
Você sempre cantará STO LAT nas festas de seus parentes.
Ninguém é capaz de pronunciar seu nome corretamente.
Nenhuma refeição está completa sem pão preto, e “pierogi” é a forma mais perfeita de se degustar
batatas.
Você partilhará o “oplatek” com seus parentes no Natal,
desejando-lhes felicidade e paz para o ano seguinte.
Você sabe que a obstinação não é uma escolha, faz parte do seu DNA.
Sua família sempre terá um retrato de São João Paulo II
em algum lugar de destaque em casa, pois ele foi
considerado Santo muito antes de sua canonização.
Você provavelmente nunca esteve na Polônia, mas sempre fala para todos das belezas do país.
Porque você é inacreditavelmente orgulhoso de ser Polonês.
(*) Rafael Perszel é advogado, especialista em Direito Internacional, com foco na área de
imigração/emigração, atuando no Brasil e na União Europeia.
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CHOPIN NA PRAIA VERMELHA
O grande compositor e pianista Frederic Chopin sempre foi
profundamente admirado pela sociedade brasileira. Em 1927, Aloysio
de Castro, médico neurologista, poeta e que presidiu a Academia
Brasileira de Letras, lançou um livro intitulado “A Expressão
Sentimental na Música de Chopin”. Nesta obra, um trecho simboliza
muito bem esta admiração dos brasileiros pelo gênio polonês:
“Vivendo em Paris, não se apagou em Chopin a flama do
nacionalismo, e ainda no fim, na correspondência epistolar se
confessava puro mazoviano. Daí a nostalgia em que viveu, dai ter
vazado em suas composições o “zal” da alma polonesa, sentimento
tão indefinível como a nossa saudade. Recordo-me que certa vez,
quando era médico e uma enfermaria de mulheres, indaguei uma
polonesa que sentimento era esse “zal”. A mulher quis responder,
mas nada disse e olhou ao longe. Eu senti então que a saudade é um
olhar ao longe, sem palavras”.
Foi o próprio Prof. Aloysio de Castro que em 1927 lançou a ideia de “erigir-se-lhe um bronze em terra
brasileira”. Os poloneses acolhidos no Brasil decidiram alguns anos mais tarde tornar esta ideia realidade,
como forma de gratidão e amizade para com um país que tão bem lhes acolhera. Mas, embora os
preparativos para a homenagem tenham sido iniciados em 1939, a permissão só veio em 1944, em função
da indecisão do governo brasileiro sobre que lado apoiar na Segunda Guerra.
O monumento foi encomendado, pelo Ministro Tadeusz Skowronski ao escultor Augusto Zamoyski que
concebeu Chopin sobre um pedestal, ouvindo as vozes da Polônia. Ele capta essas vozes para repeti-las
ao mundo inteiro, através dos acordes imortais de suas “polonesas”, de suas “mazurcas”, de seus
noturnos e de seus prelúdios.
A entrega do monumento à cidade do Rio de Janeiro foi realizada em uma solenidade no Teatro
Municipal pelo Ministro Tadeusz Skowronski ao prefeito Henrique Dodsworth, que enalteceu o
patriotismo e a arte poloneses. Já a inauguração do monumento realizou-se a 1 de setembro de 1944, na
Praça General Tibúrcio, na Praia Vermelha, data que coincidiu com o quinto aniversário da guerra,
iniciada com o ataque alemão à Polônia. O dia recordava, ainda, o triste episódio da derrubada, há dois
anos, pelos soldados nazistas, do monumento erguido em Varsóvia a Frederico Chopin.
Pouco antes das 10 horas, numerosos membros da colônia polonesa se encontravam reunidos no trecho
fronteiro ao monumento. Alunas do Instituto La-Fayette e do Instituto de Educação, com os respectivos
estandartes, formavam na ala esquerda, vendo-se também, formados na ala direita, uniformizados,
voluntários poloneses que iam partir para o “front”, precedidos do pavilhão de sua pátria. Ao ato
estiveram presentes o representante do ministro da Guerra, coronel Décio Escobar; o prefeito do
Distrito Federal, Sr. Henrique Dodsworth; o ministro da Polônia, Sr. Tadeu Skowronski; e outras
autoridades, além de pessoas de destaque em nossos meios sociais.
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Dando início à solenidade, o ministro Tadeu Skowronski pronunciou um discurso em que, depois de
rememorar os dias trágicos da vida nacional polonesa e de exaltar a glória de Chopin, assim concluiu:
“Chopin, sem dúvida, é dos filhos da Polônia o mais conhecido, o mais amado e o mais popular no
Brasil. A admiração por Chopin sempre foi tão forte, entre os brasileiros, que, já em 1927, o professor
Aloísio de Castro lançou a ideia, logo apoiada, de “exigir-lhe um bronze, para cultuar-lhe a memória na
terra brasileira”. Esse antigo anelo acha-se agora realizado. Ei-lo, este bronze, erguido na Cidade
Maravilhosa, nesse recanto encantador da Guanabara, em meio da música da natureza: o silvo dos ventos
e o ritmo das ondas. Senhor prefeito, em nome dos poloneses do Brasil tenho a subida honra de doar à
Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro o monumento de Frederico Chopin, na bela concepção do
artista Augusto Zamoyski. Possa este monumento atestar às gerações vindouras a gratidão dos filhos da
Polônia, que foram hospitaleiramente acolhidos nesta abençoada Terra de Santa Cruz! Possa essa estátua
ser o penhor, no futuro, dos laços espirituais que irmanam o Brasil e a Polônia num mesmo ideal de
Civilização! Foi este ideal que impeliu os soldados brasileiros aos campos de batalha! Nesta hora,
brasileiros e poloneses, ombro a ombro, estão lutando na frente italiana, para preservar o seu comum
patrimônio moral, a fim de que a Liberdade não morra no mundo!”
Agradecendo, em nome do prefeito do Distrito Federal, o oferecimento da estátua à cidade, falou o
coronel
Jonas
Correia,
secretário
de
Educação
e
Cultura
da
Prefeitura.
Falaram, ainda, o professor Aloísio de Castro, presidente da comissão que erigiu o monumento, e o Sr.
Teodor Gabrys, presidente da Associação dos Poloneses do Rio de Janeiro. Durante a solenidade, foram
executados os Hinos do Brasil e da Polônia, tendo o conjunto vocal do Instituto de Educação entoado a
canção “Salve Polônia”. Duas bandas de música, da Polícia Municipal e do Corpo de Bombeiros, no
decorrer do ato inaugural, executaram composições de Chopin.
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Foi entregue pelo Ministro da Polônia ao prefeito da
cidade o seguinte documento:
“Ao primeiro dia do mês de setembro do ano de
graça de 1944 – quinto aniversário da deflagração da
Segunda Guerra Mundial, com a Invasão da Polônia
pela Alemanha – os POLONESES DO BRASIL
oferecem à mui nobre Cidade de São Sebastião do
Rio de Janeiro o Monumento do Grande Filho da
Polônia – o Gênio da Música – FREDERICO
CHOPIN – obra do escultor Augusto Zamoyski. –
O ministro da Polônia no Brasil, Dr. Tadeu
Skowronski, junto com o presidente do Comitê,
professor Aloísio de Castro, pelo presente ato fazem
a entrega solene ao prefeito da cidade – Doutor
Henrique de Toledo Dodsworth – do dito
monumento, erigido na Praia Vermelha. – A
imagem de Frederico Chopin é destinada a
perpetuar na capital da República dos Estados
Unidos do Brasil as afinidades espirituais da
Polônia e do Brasil, e expressar a gratidão de
todos os poloneses que têm sido nesta terra
hospitaleiramente acolhidos. Frederico Chopin,
filho da Polônia, hoje é um cidadão do mundo
civilizado, que considera unicamente digna de Homem a vida estabelecida sobre as bases da Liberdade,
Justiça e Fraternidade, princípios que a Polônia sempre sustentou através dos séculos. Esse monumento,
ereto na terra brasileira, concretiza no bronze esses conceitos que Chopin encarna na sua Arte – nesta
arte tão apreciada no Brasil – e que irmana, num mesmo Ideal a Polônia e o Brasil”. (Publicado na
edição de 3 de setembro de 1944 do jornal Diário de Notícias).
O bronze mede 2 metros e 50 centímetros de altura, assenta sobre um pedestal de granito de 1 metro de
altura. No Rio de Janeiro, o monumento ficou em frente ao Teatro Municipal até 1959, quando foi
transferido para a Praia Vermelha, na Urca, onde permanece até hoje contemplando o mar, um pouco
adiante do monumento aos heróis de Laguna e Dourados.
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COCA-COLA E NUTELLA INVESTEM
EM PERSONALIZAÇÃO NA POLÔNIA
Aleksandra Sliwowska Bartsch (*)
Cada vez mais as empresas polonesas têm apostado
numa tendencia mundial conhecida como no
Marketing 1 a 1 e que consiste em estratégias de
personalização que deslocam o foco do produto para
o cliente. Esta abordagem desenvolve uma
proximidade maior, através da adptação das ofertas
de acordo com características identificadas,
permitindo às marcas reforçarem seus laços com
os consumidores, os quais passam a se sentirem como parcela importante do processo comercial.
Multinacionais como Nutella e Coca-Cola afirmam que a estratégia de personalizar suas embalagens têm
dado grandes resultados. Dados divulgados pela Nutella afirmam que somente nas cinco primeiras
semanas de implantação da estratégia, suas vendas aumentaram em 13%.
No caso da Coca-Cola, a ideia surgiu na Austrália com o nome de
“Share a Coke” e o sucesso nas vendas foi tão grande que a companhuia
decidiu continuar com a estratégia em 32 países, entre eles, Espanha,
Irlanda, França, Reino Unido e Polônia.
A estratégia de personalização tem funcionado principalmente graças ao
apoio das redes sociais. Não são poucos os usuários que inserem fotos
de suas latas personalizadas. Já a Nutella polonesa com a campanha
„Twoja Nutella” (Sua Nutella) permitiu criar etiquetas com nomes para
adesivar as embalagens, as quais foram posteriormente enviadas pelo
correio para as casas dos clientes. Até 31 de outubro de 2014, foram
personalizadas mais de 428.000 etiquetas. O resultado foi o
aprofundamento dos laços dos consumidores com a marca, não apenas
do ponto de vista individual, mas também social, pois o produto passou
a ser reconhecido como interesante e original a ser presenteado.
Não há como contestar. Os resultados são positivos para os dois lados.
O consumidor cada vez mais deseja produtos adequados às suas
necesidades e não quer mais se deparar com milhares de formas de
comunicação irrelevantes. A tecnologia moderna permite o que a
industrialização deixou de lado: o estreitamento das relações entre
vendedores e compradores.
(*)Aleksandra Sliwowska Bartsch é doutora em Gestão da Inovação Tecnológica, professora universitária,
pesquisadora na área de Inovação e Sustentabilidade e coordenadora de cursos de graduação.
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entrevistou Gustav Kotlarz, 55 anos, morador de Varsóvia,
que dirige uma empresa familiar que importa da Grécia produtos
alimentícios semimanufaturados e que é o presidente da Sociedade de
Amigos Brasil-Polônia, a qual finalizou no Rio de Janeiro uma longa
expedição intitulada “Pelas Pegadas dos Pioneiros Poloneses”
PC: O que motivou o senhor a realizar este trabalho junto à comunidade polônica no Brasil?
Gustav Kotlarz: Digamos que isto não é um trabalho propriamente dito. É minha paixão. Meu hobby.
Algumas pessoas viajam para o Himalaia, outras participam de ralis e eu decidi que minha paixão seria
viajar para o Brasil, encontrar com pessoas que cultivam, lembram que suas raízes vem da Polônia. O
que mais me comove é o sentimento de descendentes de poloneses que apesar de integrarem a segunda,
terceira ou quarta geração nascida no Brasil, ainda se emocionam com a Polônia. Por exemplo, uma
senhora de 92 anos me disse em Nova Prata que sua avó, sua mãe sonhavam em viajar para a Polônia e
que através do nosso encontro ela poderia agora morrer em paz pois a Polônia tinha vindo visitá-la.
Isto foi no nosso primeiro encontro há alguns anos atrás e realmente ela faleceu no início deste ano.
PC: O senhor foi o grande responsável pela reforma de um cemitério onde estão enterrados pioneiros
poloneses. Poderia dividir conosco esta experiência?
Gustav Kotlarz: Olhando do ponto de vista polonês, as marcas dos pioneiros poloneses que ficaram
são o idioma (que está se perdendo); nomes de ruas; nomes de cidades. No Rio Grande do Sul existem
montanhas que se chamam Carpatos, ou seja Karpaty. Existem monumentos como os dedicados a
Frederik Chopin e Józef Pilsudski no Rio de Janeiro. Para os poloneses isso é muito interessante saber
que em algum lugar, do outro lado do mundo, existem marcas assim. Mas, o mais emocionante, é visitar
um cemitério e ler que aqui está enterrado Górski, ali Kaminski e mais adiante o Stolarczyk. Em alguns
cemitérios os sobrenomes poloneses compõe a imensa maioria e a leitura destes nomes é uma grande
descoberta para mim. A questão é que em algumas localidades as pessoas não fazem ideia de que isso é
tão polonês. No Rio Grande do Sul me chamavam de tropeiro dos cemitérios, pois em cada lugar que
eu visitava, logo procurava conhecer o cemitério da cidade, fotografar e rezar pelos pioneiros. Preciso
destacar que na Polônia se dá muito valor àquelas pessoas que um dia não apenas viveram e morreram
no Brasil mas, que fizeram alguma coisa para a Polônia e principalmente trabalharam para que outras
pessoas pudessem viver e se desenvolver. A Polônia passou por várias guerras. Hoje é o mais longo
período de paz em 1000 anos! Foram estes pioneiros que preparam o Brasil para todos aqueles que
fugiram e não puderam mais voltar para a Polônia. Eu também quis mostrar que na Polônia existe este
costume, esta tradição de lembrar dos túmulos dos nossos ascendentes. No dia 1º de novembro, os
cemitérios poloneses formam um único e imenso jardim e irradiam uma luz muito intensa das inúmeras
velas. As pessoas ao visitarem os túmulos agradecem e rezam por aqueles que lhes deram a vida. Eu
estive numa localidade perto de Nova Prata e ao encontrar apenas descendentes de poloneses perguntei
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onde seus pais estavam enterrados. Eles me mostraram um cemitério e lá eu encontrei apenas túmulos
com, no máximo pessoas enterradas há 10-15 anos. Questionei onde estariam enterrados seus avós, e
eles me responderam que não sabiam ao certo, que em alguma montanha, mas que a mata fechada não
permitia encontrá-los. Duas semanas depois me telefonaram dizendo que encontraram o tal cemitério.
Chegando lá vi que não era possível avançar um passo sequer. Prometi que voltaria daqui a um ano e
que limparia o cemitério. Quando voltei, encontrei um cemitério limpo. Hoje, passados seis anos, o
cemitério continua limpo e nós trouxemos uma placa que foi colocada na entrada deste cemitério, como
uma missão cumprida.
PC: O senhor é o presidente da Sociedade de Amigos Brasil-Polônia. Quais atividades são
desenvolvidas pela organização?
Gustav Kotlarz: Digamos que isto não seja uma Sociedade formalmente organizada. Somos um grupo
de pessoa, unidas por uma amizade de 35 anos. Posso dizer que ao dividir minhas experiências com
meus amigos eu os contaminei e eles decidiram participar do projeto da expedição Pelas Pegadas dos
Pioneiros Poloneses.
PC: Como o senhor avalia os grupos de descendentes poloneses nos dias atuais?
Gustav Kotlarz: Muitos reclamam que o idioma está se perdendo. Considero isso como um processo
natural e característicos dos processos imigratórios. Porém, mais importante que o idioma é cultivar a
memória. A existência de festas como a PolFest, ou Festa do Pierogi são pontos muito positivos, que
reforçam a unidade.
PC: O senhor poderia direcionar uma mensagem aos descendentes de poloneses no Rio de Janeiro?
Gustav Kotlarz: Na realidade não seria uma mensagem, mas um pedido para que não esqueçam de suas
raízes, pois penso que o grande valor do Brasil é que foi um país construído por várias culturas e cada
um acrescentou seus valores. Por exemplo, um dos grandes responsáveis pelo desenvolvimento do
cultivo de soja no Brasil foi o polonês Czeslaw Biezanko. Este apelo não é apenas para os poloneses,
mas para os brasileiros como um todo, que não se esqueçam de suas raízes. Agora na Europa
empreendemos esforços sem fim para a construção da União Europeia, a qual já existe há muito tempo
aqui no Brasil, onde se tem a União Mundial. Aqui convivem harmonicamente italianos, ucranianos,
japoneses, poloneses, alemães. Existe uma única moeda, um único hino, um único governo, mas com
diferentes cores e memórias coletivas. Uma senhora de Caxias do Sul me disse que cada um de seus avós
veio de um país diferente: Portugal, Alemanha, Polônia e Rússsia e qual cultura esta senhora deverá
cultivar? É impossível responder. Nada deve ser imposto.
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CONFRATERNIZAÇÃO DE FINAL DE ANO
28/12
Os sócios e amigos da Polonia Sociedade Beneficente do Rio de Janeiro se reuniram para
celebrar o Natal em sua sede, tendo a culinária polonesa como ponto alto da
confraternização, preparada pelo gastrônomo polonês Mateusz Papkala.
A abertura do almoço foi feita pelo Presidente da Polonia Sociedade Sr. Stefan
Janczukowicz que cumprimentou os presentes e em seguida convidou o Pároco da Igreja
Polonesa Pe. Jan Sobieraj para que abençoasse os alimentos. Os presentes se
confraternizaram, dividindo o tradicional oplatek.
Ao longo do almoço, foram entoadas
tradicionais músicas natalinas polonesas pelo
Reitor do Santuário da Divina Misericórdia,
Pe. Jan Sopicki que com seu acordeon fez
com que todos se unissem em torno da alegria
e da esperança de um ano novo repleto de
realizações positivas.
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VÍTIMAS DO HOLOCAUSTO HOMENAGEADAS
27/01
O Palácio do Itamaraty foi palco das homenagens no Dia Internacional em Memoria das
Vitimas de Holocausto. Representando o Embaixador da Polônia, o Sr. Stefan Janczukowicz,
presidente da Polonia Sociedade participou da solenidade que contou com presença bastante
numerosa dos representantes da sociedade civil e de diferentes lideranças religiosas.
Um dos pontos altos da solenidade, que ocorreu em clima de muita emoção e tristeza, o Sr.
Janczukowicz ao lado do Consul Geral da Republica Federal da Alemanha Sr. Harald Klein
acenderam uma das 6 velas que simbolizava 1 milhão de judeus mortos no II Grande
Conflito.
Na mesma solenidade, o Sr. Aleksander Henryk Laks, sócio da Polonia Sociedade proferiu
algumas palavras, lembrando os trágicos acontecimentos daquela época. Ao final todos
puderam visitar a exposição sobre Jan Karski, considerado como a primeira testemunha
confiável que informou aos Aliados e existência do holocausto.
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SOCIEDADE DE AMIGOS BRASIL-POLÔNIA
31/01
Num clima de descontração, os sócios da Polonia Sociedade receberam a visita dos
integrantes da Sociedade de Amigos Brasil-Polônia.
Composta por poloneses de diferentes cidades, com finalidade recretativo-cultural, a
Sociedade de Amigos Brasil-Polônia finalizou sua visita ao Brasil no Rio de Janeiro e
concluiu a Expedição “Pelas Pegadas dos Pioneiros Poloneses” que percorreu cidades das
regiões Sul e Sudeste.
No encontro, o Presidente da Polonia Sociedade Stefan Janczukowicz deu as boas-vindas e
passou a palavra ao Prof. Tomasz Lychowski que fez uma apresentação da História das
Polonia Sociedade, bem como falou de sua atuação no Rio de Janeiro ao longo de seus 124
anos de existência. Em seguida, o idealizador da expedição, Sr. Gustav Kotlas apresentou
os ideais e o trabalho realizado pela organização visitante.
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DESPEDIDA NO RIO DE JANEIRO
01/03
No dia 01 de março de 2015, os fiéis da Paróquia Pessoal dos Poloneses de Nossa Senhora
de Montes Claros no Rio de Janeiro reuniram-se para a emocionante despedida de seu
pároco, Padre Jan Sobieraj, o qual trabalhou por 16 anos sempre com imensa alegria e
engajamento.
Ao final da Santa Missa, a Professora Doutora Aleksandra Sliwowska Bartsch dirigiu uma
mensagem de agradecimento ao Padre Sobieraj, na qual destacou suas qualidades como a
capacidade de ser amigo verdadeiro de todos aqueles que dele precisam, nunca se furtando de
orientar seus fiéis pelos caminhos da religiosidade e do verdadeiro amor ao próximo. Na
sequência, o Professor Tomasz Lychowski também homenageou o Padre Sobieraj ao realizar
um retrospecto das diferentes ações que fizeram da Paróquia Pessoal dos Poloneses
referência no Rio de Janeiro, como a capacidade de agregação, as reformas, a bela decoração
natalina, o domingo do quilo, entre outras, tendo por fim, agradecido pela dedicação e
desejado sucesso em sua nova jornada. Um momento de grande emoção aconteceu quando,
ao agradecer as palavras, o Pe. Sobieraj disse que o Rio de Janeiro sempre terá lugar especial
em seu coração, bem como que todos sempre serão muito bem recebidos em sua nova casa.
À estas palavras se seguiu uma longa salva de palmas que tocou a todos.
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Após a Missa, os presentes se reuniram no salão paroquial para uma confraternização onde tiveram lugar
mais homenagens. O Presidente da Polonia Sociedade Beneficente do Rio de Janeiro, Sr. Stefan
Janczukowicz lamentou a mudança e destacou as contribuições do Padre Sobieraj para a colônia
polonesa no Rio de Janeiro, tendo convidado o tesoureiro da Polonia Sociedade Sr. Vicente Pawelec para
entregar ao Padre Sobieraj um presente da Polonia Sociedade e de uma medalha comemorativa alusiva
aos 450 anos do Rio de Janeiro. Também fizeram uso da palavra, homenageando o Pároco Pe. Sobieraj o
Presidente da Associação dos Ex-Combatentes do Rio de Janeiro Sr. Ignacy Felczak e o Coronel Claudio
Skóra Rosty, Diretor-Conselheiro da Polonia Sociedade.
A confraternização, foi recheada de saudade e gratidão, como destacou o Prof. Lychowski, mas com a
certeza mencionada pela Profa. Aleksandra Sliwowska, de que a colônia polonesa do Rio de Janeiro, a
exemplo do Cristo Redentor, estará sempre de braços abertos para reencontrar seu eterno pároco Pe. Jan
Sobieraj para o qual a Igreja de Nossa Senhora de Montes Claros será sempre a sua casa.
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POLONESES TÊM NOVO PÁROCO
08/03
Sob clima de grande emoção, a colônia polonesa no Rio
de Janeiro recebeu em Missa Solene, seu novo Pároco
Padre Jan Flig, que trabalha no Brasil desde 1990.
A Santa Missa, presidida pelo Padre Provincial da Ordem Sociedade de Cristo Pe.
Kazimierz Dlugosz, contou também com a presença do Pe. Jan Sobieraj, que deixa a
Paróquia do Rio de Janeiro para trabalhar junto a Reitoria da Missão Polonesa no Brasil,
após 16 anos de dedicação aos poloneses na Cidade Maravilhosa. Na ocasião, os fiéis
puderam mais uma vez agradecer ao Pe. Jan Sobieraj por tantos anos de amizade,
dedicação. Ao final da Celebração o novo Pároco Pe. Jan Flig dividiu sua alegria de estar
novamente no Rio de Janeiro, onde trabalhou também como Pároco dos Poloneses de
1996 a 1998, e convidou a todos para o trabalho comunitário em prol da perpetuação dos
valores poloneses e de uma maior integração com a sociedade brasileira.
Após a Santa Missa, todos puderam se confraternizar com uma mesa farta, preparada
pela Sra. Genowewa Szczepura, e foram entoadas canções de despedida em homenagem
ao Pe. Jan Sobieraj, desejando que os momentos compartilhados até aqui sejam a
alavanca para que continuemos avançando sempre, com saudade, mas com a certeza de
que existirão muitos reencontros sob as bênçãos da Mãe das Mães e com os pedido de
proteção especial para que o Pe. Sobieraj continue levando amor aos corações daqueles
que o cercam.
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13/03
PALESTRA:
“ZIMBA, PAI DO TEATRO BRASILEIRO”
por Alessandra Kepinski
A Sra. Aleksandra Pluta, jornalista, escritora e tradutora polonesa atualmente residente em
São Paulo apresentou, a convite da Polonia Sociedade, uma palestra sobre a vida e a obra
de Zbigniew Ziembiński, chamado carinhosamente de “Zimba” por seus colegas
brasileiros. O contato com a Sra. Pluta foi promovido por intermédio de nosso
colaborador Arthur Trojan e, no ensejo, a palestrante teve a oportunidade de conhecer
uma parte da comunidade polonesa residente no Rio de Janeiro.
A palestrante, nascida na Polônia em 1984, graduada em Comunicação pela Universidade
de Ferrara, Itália, mestre em Jornalismo pela Universidade La Sapienza de Roma e pósgraduada em Protocolo Diplomático pela PUC do Chile, é autora dos livros “Na onda da
história: imigração polonesa no Chile” (2009), “Raul Nałęcz-Małachowski: memórias de dois
continentes” (2012) e “Andrés: uma vida em mais de 3 mil filmes” (2014).
Atualmente, no âmbito de um projeto patrocinado
pelo Ministério do Exterior da Polônia, a Sra. Pluta
pesquisa e escreve a biografia de Zbigniew
Ziembiński, ator e diretor de teatro polonês, que
emigrou para o Brasil no início dos anos 1940 e se
tornou conhecido como o “pai do moderno teatro
brasileiro” por sua encenação inovadora, em 1943, da
peça Vestido de Noiva, do dramaturgo Nelson
Rodrigues.
Na chuvosa noite de 6ª-feira, 13 de março, a
palestrante e os organizadores chegaram com alguma
antecedência à Sociedade e, face ao trânsito do Rio de
Janeiro, mais caótico que de costume, começamos a
conjecturar se haveria platéia, pois muitos sócios
ligaram avisando que não compareceriam devido
ao horário. Entretanto, aos poucos, foram chegando
alguns sócios, amigos e convidados – e, assim, cerca de 30 pessoas assistiram à interessante
palestra, que deu ênfase à etapa menos conhecida da vida de Ziembinski, sua infância e
adolescência, seus estudos e seus primeiros 10 anos de trabalho como ator e diretor de
teatro na Polônia, até à sua saída do País natal no início da 2ª Guerra Mundial, o caminho
percorrido até chegar ao Brasil e os seus primeiros anos de trabalho na nova terra.
25
Muito aplaudida ao final da sua apresentação, a Sra.
Pluta foi elogiada e cumprimentada por todos os
presentes, que se confraternizaram ao redor de um
saboroso lanche preparado pela Sra. Genia. Na
ocasião, a palestrante ofereceu à Sociedade um
exemplar de seu último livro, a biografia do polonês
Andrés
Bukowiński,
internacionalmente
premiadíssimo diretor de filmes publicitários, que
iniciou a sua carreira profissional na Argentina e está
radicado em São Paulo desde o início dos anos 1970.
Fotos: Arthur Trojan
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27 e
28/03
BAZAR BENEFIENTE NA
POLONIA SOCIEDADE
Os sócios e amigos da Polonia Sociedade Beneficente do Rio de Janeiro prestigiaram o
tradicional bazar beneficente organizado pela Dra. Alina Felczak.. Cristais, peças em
âmbar, itens de decoração, livros e muitos outros itens puderam ser adquiridos a preços
acessíveis.
A iniciativa de realizar os bazares beneficentes teve início há mais de vinte anos e desde
então vem atraindo cada vez mais interessados, não apenas pelas peças comercializadas,
mas também pelas tortas típicas polonesas que são vendidas e cujo lucro é revertido para
as obras sociais promovidas pela Polonia Sociedade. Muito elogiadas, as tortas de maçã, de
papoula, pão de mel são disputadas. Nota interessante é a interação com a culinárias
brasileira, seja através de almoços onde pode ser encontrar como prato principal uma
feijoada, seja para o lanche com empadinhas preparadas com toques de carinho e amizade,
reconhecidos pelos assíduos frequentadores.
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EXPO DESIGN POLONES
30/03
Por Alessandra Kepinski
THE SPIRIT OF POLAND
Assim foi intitulada a exibição de design polonês, inaugurada no dia 30 de março como
parte das comemorações do aniversário de cinco anos do Centro Carioca de Design
(CCD), instituição da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, localizado na Praça
Tiradentes, 48, no centro da cidade, e que permanecerá aberta à visitação pública até o dia
16/05/2015.
Esta exposição é resultado de uma parceria do CCD com a Culture.pl, principal marca do
Instituto Adam Mickiewicz, cujo objetivo é promover internacionalmente a Polônia e a
cultura polonesa contemporânea, através da apresentação de iniciativas e eventos no
campo das artes, música e design.
O objetivo da exibição “The Spirit of Poland” é
apresentar alguns produtos, nos quais os jovens designers
poloneses desempenham um importante papel. Ela
representa a atual cultura polonesa na busca de novos
materiais, parte da sua história e o desenvolvimento
contemporâneo através de uma apresentação da
diversidade dos seus fabricantes.
Neste ano, o contexto para os produtos escolhidos é a
história das marcas individuais, apresentadas de modo a
estimular o espectador a entender mais sobre os próprios
objetos, assim como sobre o processo de sua criação.
Dentre as diversas marcas expostas pode-se observar o
renascimento de projetos – ícones do design polonês,
proposto pela empresa Wzór, além da criação de um modelo de negócio associado à
atividade em benefício de pessoas ameaçadas de exclusão social, apresentado pela marca
“Welldone”.
Após a abertura da exposição, prestigiada pelo Cônsul-Geral da República da Polônia em
Curitiba, Sr. Marek Makowski, a Sra. Weronika Rochacka-Gagliardi, gerente de design e
promotora da exposição, apresentou uma palestra sobre o design polonês contemporâneo.
Representando a POLONIA Sociedade Beneficente do Rio de Janeiro, estiveram presentes
à abertura o seu presidente, Sr. Stefan Janczukowicz, a diretora Sra. Alessandra Kepinski e
o Sr. Israel Blajberg.
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PÁSCOA NA POLONIA SOCIEDADE
05/04
Por Alessandra Kepinski
Quase 90 pessoas, entre sócios, beneficiados e convidados, participaram do festivo e já
tradicional almoço de Páscoa da Sociedade Polonia.
Iniciando a festa, o presidente Sr. Stefan Janczukowicz deu as boas vindas a todos e, em
seguida, convidou o Pe. Jan para que, de acordo com a tradição polonesa, abençoasse o
pão e os ovos que simbolizam a Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo e o
renascimento da vida.
Após a benção, os ovinhos cozidos foram servidos como entrada, acompanhados de uma
sopa polonesa tradicional, o "jurek", que foi muito apreciada por todos!
Em seguida, as diversas saladas típicas e os muitos pratos quentes foram dispostos na mesa
arrumada no centro do salão, e todos puderam se servir a seu gosto - carne assada, lombo
de porco, patê de fígado, presunto tender, salmão e frango - a comida foi farta, muito
saborosa e muito elogiada!
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A refeição foi encerrada por uma sobremesa com variedade de doces - "makowiec" (bolo típico
recheado com sementes de papoula), torta de maçã e "sernik" (torta de ricota), seguidas do
brasileiríssimo cafezinho. Ao final, o Sr. Vicente Pawelec distribuiu rosas em homenagem às senhoras
e o comentário geral dos presentes foi de grande satisfação e muitos elogios ao evento.
Este almoço foi preparado pelo cozinheiro polonês Sr. Mateusz Papkala e sua equipe e contou com o
inestimável apoio do Sr. Vicente para realizar as compras dos mantimentos necessários. Destacamos
também a gentileza do Sr. Paulo, do Escritório de Arte Onze Dinheiros que, além de participar do
almoço em companhia de sua família, ofereceu à Sociedade o serviço de dois garçons que auxiliaram
o trabalho do Sr. Mateusz, o que contribuiu em muito para a harmonia do evento. Finalmente, não se
pode deixar de mencionar também a dedicação e o apoio da Sra. Genia, da Regina, do Geraldo e de
sua esposa Diva.
Fotos: Alessandra Kepinski, Juliana Zwolinski Pawelec e Vicente Pawelec
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12/04
ARCEBISPO DE CZESTOCHOWA WACLAW DEPO
VISITA O RIO DE JANEIRO
Os fieís da Paróquia Pessoal de Nossa Senhora de Montes Claros estiveram em festa por
ocasião da visita de Sua Excelência, Arcebispo de Czestochowa Waclaw Depo que veio ao
Brasil para conduzir o retiro anual dos padres da ordem Sociedade de Cristo.
A Santa Missa teve início com as boasvindas dadas pela Professora Doutora
Aleksandra Sliwowska Bartsch, que além de
destacar o patriotismo da colônia polonesa no Rio de Janeiro, também falou da imensa
emoção que sentia em função de recordar de quando ela, juntamente com o Professor
Rodrigo Lychowski, foram enviados pelo então Pároco da Igreja Polonesa e atual Reitor da
Missão Polonesa no Brasil Pe. Zdzislaw Malczewski, para a Jornada Mundial da Juventude
em Czestochowa presidida pelo Papa João Paulo II.
O trabalho de São João Paulo II em prol da liberdade na Polônia foi recordado pelo
Arcebispo Depo em sua homilia, assim como as ações de São Maksimiliano Kolbe. Outro
momento de grande emoção foi a benção final, concedida com as relíquias de São João
Paulo II, presenteadas pelo Cardeal Stanislaw Dziwisz à Paróquia Pessoal dos Poloneses,
uma das únicas a contar com este instrumento de devoção.
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BRASÍLIA
RIO DE JANEIRO
PONTA GROSSA
CURITIBA
32
EO
OSCAR FOI PARA... “IDA”
A produção polonesa “Ida” foi premiada com o
Oscar de melhor filme estrangeiro. “Ida” conta
a estória de uma jovem noviça Anna que às
vésperas de se se tornar freira, vai visitar a única
familiar restante, por insistência da Madre
Superiora. Ao encontrar sua tia Wanda, uma
mulher cínica e mundana, defensora do Partido
Comunista, toma conhecimento de seu passado.
O nome real de Anna é Ida, sua família era
judia e fora capturada e morta pelos nazistas.
Após essa revelação, as duas resolvem partir em
uma jornada de autoconhecimento, para
descobrir o real desfecho da história da família
e onde cada uma delas pertence na sociedade.
DESIGN BRASILEIRO
FAZ SUCESSO NA
POLÔNIA
No Natal de 2014, a Primeiraministra da Polônia, Ewa Kopacz
posou para uma foto na noite
natalina usando um colar da
Caleidoscópio, empresa alagoana
criada em 1998. Desde que fechou
parceria com a joalheria austríaca
Swarovski, em 2006, as jóias
artesanais da marca alagoana vêm
conquistando clientes em outros
países da Europa, incluindo a
Polônia. Na fotografia, a primeiraministra aparece usando o colar
Enigma,
feito
com
cristais
Swarovski, da coleção Blade Runner,
para o inverno de 2014.
33
EXPOSIÇÃO “LEVANTE DE VARSÓVIA 1944”
O Presidente dos Ex-Combatentes Poloneses, Sr.
Ignacy Felczak, que combateu no Levante de
Varsóvia, integrou à convite do Presidente da
Polônia Bronislaw Komorowski, a comitiva que
viajou para Berlim por ocasião da inauguração da
exposição “Levante de Varsóvia 1944”. A solenidade
ocorreu em 29 de julho de 2014 e contou com a
presença, além do Presidente da Polônia, do
Presidente da Alemanha Joachim Gauck.
O Presidente Ignacy Felczak, juntamente com
vinte ex-combatentes que participaram do
Levante de Varsóvia foram condecorados pelo
Embaixador da Alemanha Rolf Nikel em Varsóvia
com a Cruz Federal de Honra ao Mérito como reconhecimento pelo trabalho em prol das relações entre
Polônia e Alemanha. O Embaixador Nikel ressaltou na ocasião que: “o fato de estarmos juntos hoje é o
sinal de que os senhores estenderam a mão para nós descendentes daqueles criminosos do passado. É difícil
calcular o valor de um gesto como este depois de todas as atrocidades vividas. Os senhores gozam de toda a
autoridade para serem exemplos para as próximas gerações. Demonstram que a reconciliação é possível.”.
O Embaixador Nikel ainda destacou que os agraciados há muito tempo vem trabalhando em prol desta
reconciliação entre a Polônia e a Alemanha em várias oportunidade, como em encontros com jovens
poloneses e alemães onde dividem suas memórias e vivências da II Guerra Mundial e do Levante de
Varsóvia.
RIO 450 ANOS
As professoras doutoras Aleksandra Sliwowska Bartsch e Silvia
Oliveira, coordenadoras da pesquisa “Inovação e Sustentabilidade”,
desenvolvida no Centro Universitário UNILASALLE, tiveram
aprovado um projeto de realização de um evento por ocasião dos 450
anos do Rio Janeiro. Intitulado “A Niterói que o Rio Precisa Ver”, o
evento foi um dos 24 contemplados no edital lançado pela FAPERJ
de apoio à realização de eventos comemorativos visando à celebração
dos 450 anos da cidade do Rio de Janeiro.
A celebração visa mostrar Niterói como um presente para o Rio de
Janeiro. Além de palestras em áreas como História, Administração e
Engenharia/Arquitetura, contará com concursos de poesia e
fotografias que ilustrarão um livreto que apresentará diferentes
curiosidades que unem as duas cidades.
34
Este é um espaço dedicado à você Caríssimo Leitor. Aproveite para enviar suas críticas,
sugestões, elogios. Que seja este um espaço de troca de ideias, democrático e inspirador de
novas iniciativas. Através do e-mail: [email protected] nós da
abrimos
mais um canal de comunicação e interatividade.
Caro Presidente Stefan.
Parabenizo a você e toda equipe do Polônia Carioca pelo brilhante informativo e agradeço a inclusão da reportagem do
evento realizado aqui no nosso Clube com as presenças ilustres de membros da nossa Polônia Sociedade e de nosso
simpático embaixador Andrzej Braiter.
ALTAMIRO ZIMERFOGEL
Clube Israelita Brasileiro - CIB
Querida Aleksandra,
Recebi, pena que com atraso os três números da "Polônia Carioca" e fiquei maravilhada: a quantidade e a qualidade
de informações são dignos de uma profissional de jornalismo! Parabéns!
Será um prazer divulgar esta Revista entre amigos que falam português mas que tem fortes laços sentimentais com
Polônia, não raro nós visitando na sede em Laranjeiras.
É um orgulho para Sociedade Polonia do Rio de Janeiro ter uma revista deste quilate!
Um grande abraço,
Anna B. Zalcman
35
O QUADRO DE NOSSA SENHORA DE CZESTOCHOWA
Fundado em 1382, o Convento de Monte Claro, pertencente à Ordem dos Paulinos, abriga um dos
maiores símbolos da fé católica polonesa, o quadro de Nossa Senhora de Montes Claros ou Nossa
Senhora de Czestochowa.
O quadro é cercado de lendas. Sua autoria é atribuída à São Lucas Evangelista, o qual teria pintado a
imagem de Nossa Senhora num tampo de madeira de uma mesa feita por Jesus Cristo. Outra lenda afirma
que em 326 d.C. Santa Helena teria localizado a pintura em uma peregrinação a Jerusalém e decidido
presentear seu filho, o imperador Constantino.
Em 1430,o mosteiro foi invadido e o quadro foi atingido duas vezes por um dos invasores que antes do
terceiro golpe agonizou, morrendo subitamente. Posteriormente, em 1655, a Polônia foi quase que
totalmente tomada pelas forças do rei da Suécia, Carlos X. Apenas a área em torno do mosteiro
permaneceu livre. Aproximadamente 200 monges resistiram por quarenta dias, até que os invasores, cerca
de 3000 soldados, foram expulsos da Polônia. Após mais este milagre atribuído ao quadro, Nossa Senhora
de Czestochowa foi coroada Rainha da Polônia.
Foi aos pés da Virgem Negra que João Paulo II entregou seu pontificado, rogando pela unidade da Igreja,
pelas vocações, pedindo bênçãos às famílias, proteção às crianças e aos jovens, bem como que à Virgem
Negra que permitisse a todos testemunharem a ressurreição de Seu Filho .
36
MEMÓRIA
por Rodrigo Lychowski (*)
Depois de dois anos de intensos preparativos, reuniões e debates, chegou
finalmente o grande dia da Jornada Mundial da Juventude no Rio, com a presença
do Papa Francisco e com milhões de jovens peregrinos do mundo inteiro.
A igreja polonesa no Rio de Janeiro foi transformada num centro de
acolhimento, de hospedagem e de presença numerosa de jovens poloneses.
Elza Menezes, como Coordenadora de Hospedagem, Rodrigo Lychowski, como Coordenador dos
Voluntários, Tomasz Lychowski, como Coordenador Geral, mas, sobretudo, o Pe. Jan Sobieraj e as
Irmãs procuravam solucionar os problemas que surgiam a toda hora. Houve até uma torneira aberta
que ameaçava inundar todo um apartamento (cedido pelas irmãs Lechowski) enquanto os seus
hóspedes estavam numa peregrinação à Aparecida.
Todos os dias, às 07.30 era rezada uma Missa em polonês para jovens e não tão jovens participantes da
Jornada. Após a Missa, o Pe. João oferecia um farto café da manhã durante o qual a alegre e cordial
confraternização e o estabelecimento de duradouros laços de amizade criavam um clima todo especial.
Na Missa dominical presidida pelos Cardeais Stanislaw Dziwisz e Kazimierz Nycz e o Bispo Henryk
Tomasik e pelos padres Grzegorz Suchodolski (Coordenador Geral dos Peregrinos Poloneses) e Jan
Sobieraj o Cardeal Dziwisz presenteou a nossa paróquia com as relíquias do agora já Santo João Paulo
II. Naquele dia, tinha jovens poloneses assistindo a Missa até no pátio da nossa igrejinha, pois eram
tantos que não cabiam no seu interior. Durante a Missa, o Cardeal Dziwisz anunciou um “segredo” já
de conhecimento público: a próxima JMJ será em Cracóvia, em 2016.
A Sociedade Beneficente Polonia sediou o quartel-general da Delegação Polonesa e do Consulado da
Polônia, franqueando o uso das instalações da sua sede em Laranjeiras. Por seu desvelo e dedicação
Jozefa Greziak e suas filhas Luciane, Cristiane e Marilene receberam um agradecimento especial da
Delegação Polonesa na festa de despedida.
Posteriormente, a Sociedade Polônia recebeu na pessoa do seu Presidente Stefan Janczukowicz, uma
carta de agradecimento da CNB da Polônia.
Foram dias de intensa vivência espiritual que deixaram uma saudade imensa. Temos, no entanto, a
grande esperança de um reencontro não menos luminoso em Cracóvia em 2016.
(*) Rodrigo Lychowski é professor universitário de Direito da UERJ
37
EXPEDIENTE
Presidente: Stefan Janczukowicz
Vice-presidentes: Elvira Helena Gimbitzki e Marianna Brocki
Tesoureiros: Vicente Pawelec e Lucyna Brocki Cozzolino
Secretárias: Alessandra Kepinski e Laura Miranda
Conselheiros: Alina Felczak, Helena Warzynski, Aleksandra Sliwowska Bartsch, Claudio
Skóra Rosty
Conselho Consultivo: Danuta Haczynska Nóbrega, Jadwiga Matic, Jerzy Lepecki, Tomasz
Lychowski e Wladyslaw Dzieciolowski
Conselho Fiscal: Maria Malgorzata Wojnowski, Carlos Alexandre Warzysnki Bana,
Expedito Máximo Bezerra, Helio Valdemar Kovaleski , Roberto Piesiecki
Suplentes: Fatima Patrícia Pontes Veloso, Francisco Klujsza, Krystyna Hillekes, Liliana
Syrkis e Jorge Pastusiak.
Editora: Aleksandra Sliwowska Bartsch
Distribuição eletrônica
Contato: (21) 2558-1391 / 2557-1318 – e-mail: [email protected]
A Revista Eletrônica Polonia Carioca é uma publicação quadrimestral da Polonia Sociedade
Beneficente do Rio de Janeiro

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