POLONIA SOCIEDADE BENEFICENTE DO RIO DE JANEIRO
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POLONIA SOCIEDADE BENEFICENTE DO RIO DE JANEIRO
POLONIA SOCIEDADE BENEFICENTE DO RIO DE JANEIRO Ano 2015. Número 4 – janeiro a abril. SUMÁRIO Palavra do Presidente Editorial Polonia Sociedade em Destaque Polonia Patriota Artigo Ecos da Polônia Mówimy po Polsku Projeto Memória Visão & Gestão Entrevista Aconteceu em 2014 Aconteceu em 2015 Radar Polônico Polônia em Drops Polonia em Foco Espaço do Leitor História & Estórias Crônicas & Poesias 3 4 5 6 7 10 12 13 16 17 19 20 32 33 34 35 36 37 Caros sócios, amigos e demais leitores, Tenho certeza que vocês já estão aguardando nossa nova edição, trazendo notícias de nossas atividades na Polonia Sociedade Beneficente de Rio de Janeiro e tantas outras informações interessantes com relação à vida dos Poloneses no Brasil! Nestes últimos meses realizamos vários encontros e eventos culturais. Além de nossa atividade beneficente, nosso objetivo é a divulgação mais ampla possível da cultura polonesa e da contribuição dos poloneses que aqui vivem para a nossa nova pátria Brasil. Com este objetivo em mente, convidamos a jornalista e escritora Sra. Aleksandra Pluta para falar com nossos sócios e amigos brasileiros convidados a respeito da vida e obra de Zbigniew Ziembinski, conhecido como o pai do moderno teatro brasileiro, vocês vão saber como foi essa palestra lendo a nossa seção sobre eventos. Em fevereiro, iniciamos um novo ano letivo de ensino do idioma polonês, que começou com uma participação significativa de alunos nos dois níveis, iniciantes e avançados. Muitos deles pretendem aprender nosso idioma para viajar à Polônia para estudar, fazer turismo e, também participar do próximo evento da Jornada da Juventude com Papa, que será realizado em Cracóvia. Aproveito para lembrar aos interessados que as inscrições para este ano ainda estão abertas e o curso é gratuito, basta entrar em contato com a nossa secretaria para obter maiores informações. Recebemos também uma numerosa delegação de poloneses amigos do Brasil, visitando o Rio de Janeiro. Foi uma oportunidade para nós de receber as últimas notícias da Polônia e de passar para eles nossas experiências no Brasil. Foi um encontro muito simpático e alegre. Estamos construindo um pequeno monumento em homenagem ao Marechal Józef Pilsudski, o qual será composto de um busto do Marechal colocado sobre uma base de granito, uma justa e importante homenagem ao pai da independência da Polônia.. Para finalizar, desejo a todos uma agradável leitura de nossa revista e até o próximo encontro. Abraço, Stefan Janczukowicz 3 Prezados Leitores, Este ano de 2015 é muito simbólico tanto para o mundo, quanto para os poloneses e seus descendentes. Um ano no qual se celebram os setenta anos do final da Segunda Grande Guerra Mundial. Que marca os dez anos de falecimento do Papa João Paulo II. Um ano que também começou festivo para a indústria cinematográfica polonesa, reconhecida com o Oscar de melhor filme estrangeiro pela emocionante produção Ida. também está em festa, pois completa seu primeiro ano de existência, trazendo esta mistura de acontecimentos, homenagens e celebrações em sua edição. O ano de 2015 é considerado como o Ano de João Paulo II e esta edição dá um especial destaque àquele que foi considerado o Pastor das Multidões e que declarou ao Rio de Janeiro um grande amor em 1998 quando disse: “Se Deus é brasileiro, então o Papa é carioca!” Outros ícones importantes para os poloneses e seus descendentes também estão presentes nesta edição. Frederic Chopin é recordado através do Projeto Memória que traz a história da concepção e inauguração de um monumento em sua homenagem, situado na Praia Vermelha. Na coluna História & Estórias os leitores poderão conhecer o significado, bem como algumas das muitas lendas que cercam o quadro de Nossa Senhora de Czestochowa, padroeira da Polônia. A coluna Mówimy Po Polsku traz uma abordagem um pouco diferenciada ao apresentar questões que compõem a essência da alma polonesa, necessárias para todos aqueles que ao decidirem aprender o idioma, buscam compreender as nuances do complexo DNA da terra cortada pelo Vístula e sobrevoada pela águia branca sempre coroada. Mais uma vez, cabe registrar que um projeto como a só se torna possível com o engajamento e contribuição de colaboradores. À Alessandra Kepinski, Juliana Zwolinski Pawelec, Jadwiga Sliwowska, Stefan Janczukowicz, Pe. Zdzislaw Malczewski, Andrzej Sladowski, Ignacy Felczak, Rodrigo Lychowski, Arthur Trojan, Rafael Perszel e Marek Rójczyk um profundo agradecimento pelo apoio inestimável que tem sido objeto de reconhecimento e muitos ecos junto aos poloneses e descendentes no Brasil. Que venham mais e mais contribuições! Aleksandra Sliwowska Bartsch Editora-chefe 4 A Polonia Sociedade construiu em sua sede um espaço para acomodação de hóspedes. Composto de quarto e banheiro, conforme as fotos abaixo, a localização, num local seguro, reservado, muito próximo ao Corcovado e de outros pontos turísticos como Copacabana e Centro da cidade e ainda com integração para o Metrô, permitem uma estadia na Cidade Maravilhosa confortável e acessível. Os interessados podem entrar em contato para obterem maiores informações com a secretaria da Polonia Sociedade, com a Sra. Regina, pelos telefones: (21) 2557-1318 e 2558-1391. Foi iniciado o período letivo do Curso de Polonês e os dois professores Alicja Biedrzycka, Mestre em Letras e Marek Polak, doutorando em Políticas Públicas, já estão aplicando algumas das novas metodologias aprendidas no curso de formação de professores que foi realizado no final de 2014 pelo Consulado Geral da República da Polônia em Curitiba em parceria com a Universidade Federal do Paraná - Curso de Letras Polonês e a Universidade da Silésia de Katowice – Polônia. A Polonia Sociedade tem oferecido seu espaço para que o Consulado Geral de Curitiba realize atendimentos no Rio de Janeiro. Estes atendimentos devem ser agendados diretamente com a equipe consular em Curitiba. Dando continuidade às obras de melhoria das instalações da Sociedade, iniciadas pelo Presidente Stefan Janczukowicz em 2014 com uma completa reforma do salão, do final do ano passado até agora, várias novas melhorias foram introduzidas na Sede, conforme foram surgindo as necessidades. Inicialmente, para maior conforto dos empregados e prestadores de serviço e, de acordo com as exigências do Ministério do Trabalho, foi construído um vestiário com banheiro anexo, para uso dos funcionários. Em seguida, foi realizada a reforma do acesso de veículos, com a colocação de jardineiras para delimitar a passagem de pedestres, a recomposição do piso de concreto e a demarcação das vagas do estacionamento, o reforço das muretas dos canteiros do jardim ao longo de todo o muro que separa a Sociedade da Academia Veloso, o plantio de grama e de mudas para complementar a cerca verde e, finalmente, a recuperação da área do jardim e a instalação do pedestal para o futuro busto do Marechal Pilsudski. No prédio da Casa da Juventude foi feita a instalação de aparelhos de ar condicionado do tipo "split" na sala de aula e na sala de reunião da diretoria, que também é usada para atendimento ao público pelos representantes do Consulado de Curitiba. 5 AUSCHWITZ: FERIDA ABERTA No dia 27 de janeiro, o mundo se comoveu com as homenagens prestadas na Polônia às vítimas dos campos alemães de extermínio por ocasião dos 70 da libertação dos campos de extermínio Aushwitz e Aushwitz Birkenau. homenageia todos aqueles que lutaram para que as futuras gerações pudessem se desenvolver em paz. No portal G1 de 27/01/2015 foi publicado o emocionante relato de uma sobrevivente de 91 anos, Zofia Posmysz, a qual disse „Ninguém pode imaginar o grito de uma pessoa eletrocutada quando, desesperada, se joga contra o alambrado para pôr fim à sua vida”. E acrescentou: “Aprendi a sobreviver nesse lugar. A não ser a primeira da fila, a não estar nos cantos quando tinha que andar em grupo. A estar no meio para ficar longe do cão do guarda, que podia pegar a gente. Fazia de tudo para não me expor aos castigos”. Desejamos que esta luta não tenha sido em vão e que a tolerância seja a grande bandeira de todas as nações! DEZ ANOS SEM JOÃO PAULO II Em 02 de abril foram completados 10 anos de falecimento do Papa João Paulo II. Dentre as suas muitas lições, o Pastor das Multidões, aclamado pelo mundo ainda durante seu velório, como Santo Súbito e canonizado em tempo recorde, nos deixou o Decálogo do Imigrante, uma bela orientação para todos os imigrantes. Em um dos pontos escreveu São João Paulo II: “W najgorszych nawet okolicznosciach, zmieniajac srodowisko, obywatelstwo, nie wypieraj sie nigdy wiary i tradycji twych przodków, jesli chcesz, by twoi nowibracia i twoje dzieci nie wyparly sie ciebie. Rodzino stan sie tak, jak wielki Kosciól, nauczycielem i matka.” Ou seja: “Nos piores momentos, ao mudar de país, não renegue nunca a fé e as tradições de seus antepassados, para que seus novos irmãos e seus filhos não lhe reneguem. Família, torne-se, assim como a Igreja, professora e mãe.” 6 A CANONIZAÇÃO DE JOÃO PAULO II E A COMUNIDADE POLÔNICA BRASILEIRA Zdzislaw Malczewski(*) Em relação com a canonização do papa João Paulo II, surge a necessidade − pessoal e interior minha − de recordar o grande acontecimento que foi a eleição do cardeal Karol Wojtyła, metropolita de Cracóvia, para a Sé de Pedro, o qual escolheu o nome João Paulo II. Eu gostaria de partilhar esses meus pensamentos pessoais justamente no contexto da minha então espera pelo visto de permanência no Brasil. Após receber a ordenação sacerdotal no dia 11 de maio de 1976 na catedral de Poznań, solicitei ao Pe. Dr. Czesław Kamiński SChr − superior geral da Sociedade de Cristo para os Poloneses Emigrados − que me fosse dada a possibilidade de realizar o carisma da Congregação justamente no seio da comunidade polônica brasileira. Após dois anos de prática pastoral em Stargard Szczeciński, eu tinha sido dispensado das funções pastorais. No dia 16 de outubro de 1978 eu me encontrava na casa da Congregação em Poznań, onde residia, esperando que me fosse concedido o visto para entrar no Brasil. Nas últimas horas daquele dia, pelo nosso convento, como um relâmpago, espalhou-se a notícia de que durante o conclave havia sido nomeado novo sucessor de Pedro o cardeal Karol Wojtyła. Surpresa, alegria, desconfiança − são os sentimentos de que me recordo daquele dia histórico. Dia histórico não somente para a Igreja, mas também para a Polônia e para os católicos que viviam num país escravizado por um sistema desumano que nos tinha sido trazido nos tanques do Exército Vermelho no final da Segunda Guerra Mundial. A notícia, confirmada pela Rádio Vaticano, provocou entre os religiosos a espontânea vontade de dirigirem os seus passos à capela, a fim de, numa oração de ação de graças, expressar a alegria pela escolha do Papa como sucessor de São Pedro e de confiá-lo à Providência Divina e à proteção d’Aquela que nos foi dada como ajuda e defesa − a nossa Mãe Maria, que ocupa um lugar especial na vivência da fé da nossa nação polonesa. À noite reunimo-nos diante do único televisor que tínhamos no refeitório. 7 Estávamos curiosos de ver como a televisão polonesa transmitiria essa extraordinária notícia: a escolha de um cardeal polonês para papa! A televisão estatal daquele tempo, da mesma forma que a rádio polonesa, praticamente não transmitia quaisquer informações sobre a Igreja. Se algumas informações eram transmitidas, era unicamente nas categorias da difamação, de falar mal da Igreja católica e dos seus pastores. Podia sentir-se o embaraço, o nervosismo, a perplexidade do jornalista do regime transmitindo a notícia de que o conclave havia escolhido o cardeal Karol Wojtyła, de Cracóvia, como o novo papa da Igreja! Pelas janelas do convento ouvia-se o som dos sinos das igrejas que confirmavam em Poznań a alegria nacional dos poloneses. Pela primeira vez na História, um compatriota nosso se tornara papa! Após alguns séculos de ininterrupta história de que era um italiano que se tornava papa, de repente essa tradição havia sido interrompida. Pela primeira vez, era escolhido papa um cardeal proveniente da Cortina de Ferro. Naquela tarde tornamo-nos testemunhas do sinal de que estava começando a acontecer algo novo não somente para a Igreja, mas também para a nossa nação e para os nossos vizinhos − os povos eslavos! No domingo, 22 de outubro de 1978, aconteceu a solene inauguração do pontificado de João Paulo II. Pela primeira vez na história da Polônia do pós-guerra a televisão pública, dirigida e controlada pelos comunistas, transmitiu diretamente do Vaticano a santa missa que inaugurava o pontificado do papa João Paulo II. Permanecíamos sentados diante do aparelho de televisão em recolhimento e silêncio, como fiéis presentes num santuário, participando do Mistério da Eucaristia que estava sendo celebrado. Cada gesto, cada palavra, cada imagem − transmitidos por intermédio do sinal televisivo da Praça de São Pedro − era por nós espontaneamente absorvido como uma realidade de que nós poloneses nos sentíamos participantes diretos. Muitas reflexões, muitas emoções. Recordando após tantos anos aqueles momentos, tenho diante do olhar da imaginação a homenagem prestada pelo cardeal Stefan Wyszyński ao novo papa. Esse gesto especial de João Paulo II gravou-se profundamente no meu coração e na minha memória. O papa faz levantar-se o cardeal que estava de joelhos e ambos, por alguns instantes, permanecem num fraternal abraço. Diria depois João Paulo II, durante uma das suas primeiras peregrinações à Polônia, que não teria havido um papa polonês se não fosse a firme, profunda fé do cardeal Stefan Wyszyński! 8 No dia 30 de junho de 1980 o papa João Paulo II inicia a sua primeira visita apostólica no Brasil. A primeira cidade a receber o sucessor de São Pedro é a capital − Brasília. Naquele tempo, havia alguns meses eu me encontrava na paróquia da montanhosa vila de Carlos Gomes, na região norte do estado do Rio Grande do Sul. Quando o avião do papa estava pousando em terra brasileira, o modesto e pequeno sino da torre paroquial batia alegremente para saudar o peregrino polonês. A localidade, habitada na maior parte por descendentes dos colonos poloneses, parecia morta. Todos os seus habitantes se haviam sentado diante dos aparelhos de televisão, querendo dessa forma participar desse singular acontecimento: pela primeira vez na História do país, vinha visitá-lo um papa, e ainda polonês! Na vila, como em toda a paróquia, mais de noventa por cento da população é constituída de descendentes de colonos poloneses. Quando escrevo estas palavras, surge diante de mim neste momento a imagem de uma das mais idosas brasileiras de origem polonesa, chorando de felicidade e profunda emoção − da senhora Wietrzykowska. Após termos assistido à transmissão da saudação do papa no Brasil, encontramo-nos por acaso numa estrada de terra batida. Naquela ocasião pudemos partilhar as nossas vivências! No decorrer da visita oficial de João Paulo II ao Brasil, o clima de felicidade em meio aos meus paroquianos − descendentes dos nossos colonos − crescia cada vez mais! Eu percebia como em meio àquelas pessoas, que não conheciam a Polônia, mas que confessavam ser poloneses, só que nascidos no Brasil, intensificava-se a cada dia o orgulho de que em suas veias, como nas veias do papa, corria o sangue polonês! Da mesma forma que a escolha do cardeal Karol Wojtyła para papa influenciou a nação polonesa, esse histórico acontecimento também não permaneceu indiferente no ambiente polônico brasileiro! A eleição do papa João Paulo II despertou a consciência do polonismo em brasileiros de raízes poloneses muitas vezes já para isso adormecidos. O encontro do papa com a colônia polonesa em Curitiba, no dia 5 de julho de 1980, no Estádio Couto Pereira, e o seu discurso influenciaram a comunidade polônica de então e até o dia de hoje sentimos entre os brasileiros de origem polonesa o orgulho do seu polonismo, ainda que muitas vezes eles já desconheçam a língua dos antepassados. Após a canonização de João Paulo II, o seu culto no seio da comunidade polônica local transformou-se em mais um estímulo não apenas para expressar a fé católica, mas também para enfatizar o polonismo de todos que fazem parte da nossa comunidade polônica − irmanada com outros grupos étnicos, que juntos formam o belo mosaico étnico no Brasil! (*) Zdzislaw Malczewski é sacerdote polonês. Trabalha no Brasil desde 1979. Pesquisador independente de historia da coletividade polono-brasileira, autor de vários livros e centenas artigos. Redator e editor da revista de reflexão Brasil-Polônia "Polônicus" (revista científica publicada em português) e "Echo Polonii Brazylijskiej" (único periódico editado em polonês no Brasil. Reitor da Missão Católica Polonesa no Brasil (desde 2009). 9 LIÇÕES ETERNAS Por Andrzej Sladowski (*) Prezados Amigos... estamos, pois, no ano 2015.... A cidade maravilhosa comemora os 450 de fundação. O Cristo Redentor abraça a cidade e a cada um de vocês... Desejo a todos um ano feliz e tranquilo... Neste mundo conturbado, com guerras, terrorismo, bombas, atentados e mortes, precisamos nos unir, todos nós, para podermos viver em paz, com amor e compreensão, uns ajudando aos outros pois quem acredita, não esta só... Nunca... As datas... No dia 27 de janeiro, os altos representantes de mais de 50 países reuniram-se, sob a liderança do presidente da Polônia, Sr. Bronislaw Komorowski, no antigo campo de concentração nazista Auschwitz Birkenau para lembrar os 70 anos da libertação, por tropas de exercito vermelho, na sua vitoriosa caminhada para a capital nazista Berlim... Muito emocionado, disse o presidente: “A vida humana perdeu o valor, em 1939 a nossa civilização desmoronou... estamos no lugar onde de modo cruel, foram exterminadas mais de 1 milhão de vidas humanas. Judeus, poloneses, prisioneiros de guerra soviéticos, e muitos outros de toda a Europa, ocupada por nazistas...esta ideologia criminosa dos carrascos nazistas, dinamitou os alicerces do mundo...” Depois discursavam vários dos ex-prisoneiros, e muitas vezes chorando, pediram: “Não esqueçam jamais, todos vocês, todos povos do mundo, todos governos destas milhões de vitimas inocentes... o mundo não pode esquecer!” Neste campo nazista foram aprisionadas, entre anos de 1940-1945, mais de 1.300.000 de pessoas, dos quais 1 milhão foram exterminadas sumariamente, fuziladas, queimadas nos fornos crematórios.... Em 1946, foram localizados, por grupos especiais de busca, vários carrascos nazistas, que atuaram em campos de concentração.. Muitos foram julgados, condenados e enforcados nos lugares onde atuaram... Outros ainda estão sendo procurados... Muitos esconderam-se na Argentina... 10 Nos dias de 4 a 11 de fevereiro, passaram-se 70 anos da conferencia de Yalta, onde os três poderosos: Józef Stalin, Winston Churchill e Franklin Delano Roosevelt, sem a presença de representantes do governo polonês, decidiram, num ato vergonhoso, entregar a Polônia, sob o domínio político e de fato, à União Soviética... Durante longos 25 anos dominados e controlados por URSS, iniciamos a luta sob o comando do Solidariedade e de seu líder Lech Walesa. Vitoriosos, sem o derramamento de sangue, constituímos um governo livre, independente, e começamos a nossa caminhada para a Europa Unida... Para finalizar.....A Polônia fechou o ano de 2014 com crescimento do PIB de 3%. Único país com dados positivos da UE. A economia da Polônia vai de vento em popa, sempre trabalhando com otimismo, apesar da guerra ucraniano-russa, e das dificuldades econômicas do mercado europeu, crescemos ano a ano. Foi marcada a data das próximas eleições para presidente na Polônia. No dia 10 de maio próximo elegeremos o novo presidente. Um fortíssimo candidato é o atual presidente Sr. Bronislaw Komorowski, para um segundo mandato de 5 anos. A primavera esta chegando... O sol brilha mais forte, os campos e florestas estão mais verdes, o ar mais fresco... Para vocês, uns versinhos.....em polonês... Um abraço para todos, e até a próxima... Wokol slychac okrzyki i smiechy dzieciece, To idzie do nas wiosna, w zielonej sukience... Biegnie przez pola, lasy, gory, a w dolinie, spotyka RZEKE MATKE, WISLE, ktora plynie, do naszego BALTYKU...i w BALTYKU ginie..... Odwiedzajcie OJCZYZNE, na WAS tu czekamy.... By WAM dac nasze abraco...serdecznie witamy... (*) Andrzej Sladowski é jornalista e correspondente da quarenta anos no Brasil. na Polônia. Residiu por mais de 11 COISAS QUE APENAS OS DESCENDENTES DE POLONESES SÃO CAPAZES DE ENTENDER Colaboração de Rafael Perszel (*) Certos sentimentos e costumes precisam do DNA polonês para serem compreendidos. Em “21 Things Only Polish-Americans Understand” está decodificado parte do DNA polonês Alguns destes pontos destaca agora: Você sempre cantará STO LAT nas festas de seus parentes. Ninguém é capaz de pronunciar seu nome corretamente. Nenhuma refeição está completa sem pão preto, e “pierogi” é a forma mais perfeita de se degustar batatas. Você partilhará o “oplatek” com seus parentes no Natal, desejando-lhes felicidade e paz para o ano seguinte. Você sabe que a obstinação não é uma escolha, faz parte do seu DNA. Sua família sempre terá um retrato de São João Paulo II em algum lugar de destaque em casa, pois ele foi considerado Santo muito antes de sua canonização. Você provavelmente nunca esteve na Polônia, mas sempre fala para todos das belezas do país. Porque você é inacreditavelmente orgulhoso de ser Polonês. (*) Rafael Perszel é advogado, especialista em Direito Internacional, com foco na área de imigração/emigração, atuando no Brasil e na União Europeia. 12 CHOPIN NA PRAIA VERMELHA O grande compositor e pianista Frederic Chopin sempre foi profundamente admirado pela sociedade brasileira. Em 1927, Aloysio de Castro, médico neurologista, poeta e que presidiu a Academia Brasileira de Letras, lançou um livro intitulado “A Expressão Sentimental na Música de Chopin”. Nesta obra, um trecho simboliza muito bem esta admiração dos brasileiros pelo gênio polonês: “Vivendo em Paris, não se apagou em Chopin a flama do nacionalismo, e ainda no fim, na correspondência epistolar se confessava puro mazoviano. Daí a nostalgia em que viveu, dai ter vazado em suas composições o “zal” da alma polonesa, sentimento tão indefinível como a nossa saudade. Recordo-me que certa vez, quando era médico e uma enfermaria de mulheres, indaguei uma polonesa que sentimento era esse “zal”. A mulher quis responder, mas nada disse e olhou ao longe. Eu senti então que a saudade é um olhar ao longe, sem palavras”. Foi o próprio Prof. Aloysio de Castro que em 1927 lançou a ideia de “erigir-se-lhe um bronze em terra brasileira”. Os poloneses acolhidos no Brasil decidiram alguns anos mais tarde tornar esta ideia realidade, como forma de gratidão e amizade para com um país que tão bem lhes acolhera. Mas, embora os preparativos para a homenagem tenham sido iniciados em 1939, a permissão só veio em 1944, em função da indecisão do governo brasileiro sobre que lado apoiar na Segunda Guerra. O monumento foi encomendado, pelo Ministro Tadeusz Skowronski ao escultor Augusto Zamoyski que concebeu Chopin sobre um pedestal, ouvindo as vozes da Polônia. Ele capta essas vozes para repeti-las ao mundo inteiro, através dos acordes imortais de suas “polonesas”, de suas “mazurcas”, de seus noturnos e de seus prelúdios. A entrega do monumento à cidade do Rio de Janeiro foi realizada em uma solenidade no Teatro Municipal pelo Ministro Tadeusz Skowronski ao prefeito Henrique Dodsworth, que enalteceu o patriotismo e a arte poloneses. Já a inauguração do monumento realizou-se a 1 de setembro de 1944, na Praça General Tibúrcio, na Praia Vermelha, data que coincidiu com o quinto aniversário da guerra, iniciada com o ataque alemão à Polônia. O dia recordava, ainda, o triste episódio da derrubada, há dois anos, pelos soldados nazistas, do monumento erguido em Varsóvia a Frederico Chopin. Pouco antes das 10 horas, numerosos membros da colônia polonesa se encontravam reunidos no trecho fronteiro ao monumento. Alunas do Instituto La-Fayette e do Instituto de Educação, com os respectivos estandartes, formavam na ala esquerda, vendo-se também, formados na ala direita, uniformizados, voluntários poloneses que iam partir para o “front”, precedidos do pavilhão de sua pátria. Ao ato estiveram presentes o representante do ministro da Guerra, coronel Décio Escobar; o prefeito do Distrito Federal, Sr. Henrique Dodsworth; o ministro da Polônia, Sr. Tadeu Skowronski; e outras autoridades, além de pessoas de destaque em nossos meios sociais. 13 Dando início à solenidade, o ministro Tadeu Skowronski pronunciou um discurso em que, depois de rememorar os dias trágicos da vida nacional polonesa e de exaltar a glória de Chopin, assim concluiu: “Chopin, sem dúvida, é dos filhos da Polônia o mais conhecido, o mais amado e o mais popular no Brasil. A admiração por Chopin sempre foi tão forte, entre os brasileiros, que, já em 1927, o professor Aloísio de Castro lançou a ideia, logo apoiada, de “exigir-lhe um bronze, para cultuar-lhe a memória na terra brasileira”. Esse antigo anelo acha-se agora realizado. Ei-lo, este bronze, erguido na Cidade Maravilhosa, nesse recanto encantador da Guanabara, em meio da música da natureza: o silvo dos ventos e o ritmo das ondas. Senhor prefeito, em nome dos poloneses do Brasil tenho a subida honra de doar à Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro o monumento de Frederico Chopin, na bela concepção do artista Augusto Zamoyski. Possa este monumento atestar às gerações vindouras a gratidão dos filhos da Polônia, que foram hospitaleiramente acolhidos nesta abençoada Terra de Santa Cruz! Possa essa estátua ser o penhor, no futuro, dos laços espirituais que irmanam o Brasil e a Polônia num mesmo ideal de Civilização! Foi este ideal que impeliu os soldados brasileiros aos campos de batalha! Nesta hora, brasileiros e poloneses, ombro a ombro, estão lutando na frente italiana, para preservar o seu comum patrimônio moral, a fim de que a Liberdade não morra no mundo!” Agradecendo, em nome do prefeito do Distrito Federal, o oferecimento da estátua à cidade, falou o coronel Jonas Correia, secretário de Educação e Cultura da Prefeitura. Falaram, ainda, o professor Aloísio de Castro, presidente da comissão que erigiu o monumento, e o Sr. Teodor Gabrys, presidente da Associação dos Poloneses do Rio de Janeiro. Durante a solenidade, foram executados os Hinos do Brasil e da Polônia, tendo o conjunto vocal do Instituto de Educação entoado a canção “Salve Polônia”. Duas bandas de música, da Polícia Municipal e do Corpo de Bombeiros, no decorrer do ato inaugural, executaram composições de Chopin. 14 Foi entregue pelo Ministro da Polônia ao prefeito da cidade o seguinte documento: “Ao primeiro dia do mês de setembro do ano de graça de 1944 – quinto aniversário da deflagração da Segunda Guerra Mundial, com a Invasão da Polônia pela Alemanha – os POLONESES DO BRASIL oferecem à mui nobre Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro o Monumento do Grande Filho da Polônia – o Gênio da Música – FREDERICO CHOPIN – obra do escultor Augusto Zamoyski. – O ministro da Polônia no Brasil, Dr. Tadeu Skowronski, junto com o presidente do Comitê, professor Aloísio de Castro, pelo presente ato fazem a entrega solene ao prefeito da cidade – Doutor Henrique de Toledo Dodsworth – do dito monumento, erigido na Praia Vermelha. – A imagem de Frederico Chopin é destinada a perpetuar na capital da República dos Estados Unidos do Brasil as afinidades espirituais da Polônia e do Brasil, e expressar a gratidão de todos os poloneses que têm sido nesta terra hospitaleiramente acolhidos. Frederico Chopin, filho da Polônia, hoje é um cidadão do mundo civilizado, que considera unicamente digna de Homem a vida estabelecida sobre as bases da Liberdade, Justiça e Fraternidade, princípios que a Polônia sempre sustentou através dos séculos. Esse monumento, ereto na terra brasileira, concretiza no bronze esses conceitos que Chopin encarna na sua Arte – nesta arte tão apreciada no Brasil – e que irmana, num mesmo Ideal a Polônia e o Brasil”. (Publicado na edição de 3 de setembro de 1944 do jornal Diário de Notícias). O bronze mede 2 metros e 50 centímetros de altura, assenta sobre um pedestal de granito de 1 metro de altura. No Rio de Janeiro, o monumento ficou em frente ao Teatro Municipal até 1959, quando foi transferido para a Praia Vermelha, na Urca, onde permanece até hoje contemplando o mar, um pouco adiante do monumento aos heróis de Laguna e Dourados. 15 COCA-COLA E NUTELLA INVESTEM EM PERSONALIZAÇÃO NA POLÔNIA Aleksandra Sliwowska Bartsch (*) Cada vez mais as empresas polonesas têm apostado numa tendencia mundial conhecida como no Marketing 1 a 1 e que consiste em estratégias de personalização que deslocam o foco do produto para o cliente. Esta abordagem desenvolve uma proximidade maior, através da adptação das ofertas de acordo com características identificadas, permitindo às marcas reforçarem seus laços com os consumidores, os quais passam a se sentirem como parcela importante do processo comercial. Multinacionais como Nutella e Coca-Cola afirmam que a estratégia de personalizar suas embalagens têm dado grandes resultados. Dados divulgados pela Nutella afirmam que somente nas cinco primeiras semanas de implantação da estratégia, suas vendas aumentaram em 13%. No caso da Coca-Cola, a ideia surgiu na Austrália com o nome de “Share a Coke” e o sucesso nas vendas foi tão grande que a companhuia decidiu continuar com a estratégia em 32 países, entre eles, Espanha, Irlanda, França, Reino Unido e Polônia. A estratégia de personalização tem funcionado principalmente graças ao apoio das redes sociais. Não são poucos os usuários que inserem fotos de suas latas personalizadas. Já a Nutella polonesa com a campanha „Twoja Nutella” (Sua Nutella) permitiu criar etiquetas com nomes para adesivar as embalagens, as quais foram posteriormente enviadas pelo correio para as casas dos clientes. Até 31 de outubro de 2014, foram personalizadas mais de 428.000 etiquetas. O resultado foi o aprofundamento dos laços dos consumidores com a marca, não apenas do ponto de vista individual, mas também social, pois o produto passou a ser reconhecido como interesante e original a ser presenteado. Não há como contestar. Os resultados são positivos para os dois lados. O consumidor cada vez mais deseja produtos adequados às suas necesidades e não quer mais se deparar com milhares de formas de comunicação irrelevantes. A tecnologia moderna permite o que a industrialização deixou de lado: o estreitamento das relações entre vendedores e compradores. (*)Aleksandra Sliwowska Bartsch é doutora em Gestão da Inovação Tecnológica, professora universitária, pesquisadora na área de Inovação e Sustentabilidade e coordenadora de cursos de graduação. 16 entrevistou Gustav Kotlarz, 55 anos, morador de Varsóvia, que dirige uma empresa familiar que importa da Grécia produtos alimentícios semimanufaturados e que é o presidente da Sociedade de Amigos Brasil-Polônia, a qual finalizou no Rio de Janeiro uma longa expedição intitulada “Pelas Pegadas dos Pioneiros Poloneses” PC: O que motivou o senhor a realizar este trabalho junto à comunidade polônica no Brasil? Gustav Kotlarz: Digamos que isto não é um trabalho propriamente dito. É minha paixão. Meu hobby. Algumas pessoas viajam para o Himalaia, outras participam de ralis e eu decidi que minha paixão seria viajar para o Brasil, encontrar com pessoas que cultivam, lembram que suas raízes vem da Polônia. O que mais me comove é o sentimento de descendentes de poloneses que apesar de integrarem a segunda, terceira ou quarta geração nascida no Brasil, ainda se emocionam com a Polônia. Por exemplo, uma senhora de 92 anos me disse em Nova Prata que sua avó, sua mãe sonhavam em viajar para a Polônia e que através do nosso encontro ela poderia agora morrer em paz pois a Polônia tinha vindo visitá-la. Isto foi no nosso primeiro encontro há alguns anos atrás e realmente ela faleceu no início deste ano. PC: O senhor foi o grande responsável pela reforma de um cemitério onde estão enterrados pioneiros poloneses. Poderia dividir conosco esta experiência? Gustav Kotlarz: Olhando do ponto de vista polonês, as marcas dos pioneiros poloneses que ficaram são o idioma (que está se perdendo); nomes de ruas; nomes de cidades. No Rio Grande do Sul existem montanhas que se chamam Carpatos, ou seja Karpaty. Existem monumentos como os dedicados a Frederik Chopin e Józef Pilsudski no Rio de Janeiro. Para os poloneses isso é muito interessante saber que em algum lugar, do outro lado do mundo, existem marcas assim. Mas, o mais emocionante, é visitar um cemitério e ler que aqui está enterrado Górski, ali Kaminski e mais adiante o Stolarczyk. Em alguns cemitérios os sobrenomes poloneses compõe a imensa maioria e a leitura destes nomes é uma grande descoberta para mim. A questão é que em algumas localidades as pessoas não fazem ideia de que isso é tão polonês. No Rio Grande do Sul me chamavam de tropeiro dos cemitérios, pois em cada lugar que eu visitava, logo procurava conhecer o cemitério da cidade, fotografar e rezar pelos pioneiros. Preciso destacar que na Polônia se dá muito valor àquelas pessoas que um dia não apenas viveram e morreram no Brasil mas, que fizeram alguma coisa para a Polônia e principalmente trabalharam para que outras pessoas pudessem viver e se desenvolver. A Polônia passou por várias guerras. Hoje é o mais longo período de paz em 1000 anos! Foram estes pioneiros que preparam o Brasil para todos aqueles que fugiram e não puderam mais voltar para a Polônia. Eu também quis mostrar que na Polônia existe este costume, esta tradição de lembrar dos túmulos dos nossos ascendentes. No dia 1º de novembro, os cemitérios poloneses formam um único e imenso jardim e irradiam uma luz muito intensa das inúmeras velas. As pessoas ao visitarem os túmulos agradecem e rezam por aqueles que lhes deram a vida. Eu estive numa localidade perto de Nova Prata e ao encontrar apenas descendentes de poloneses perguntei 17 onde seus pais estavam enterrados. Eles me mostraram um cemitério e lá eu encontrei apenas túmulos com, no máximo pessoas enterradas há 10-15 anos. Questionei onde estariam enterrados seus avós, e eles me responderam que não sabiam ao certo, que em alguma montanha, mas que a mata fechada não permitia encontrá-los. Duas semanas depois me telefonaram dizendo que encontraram o tal cemitério. Chegando lá vi que não era possível avançar um passo sequer. Prometi que voltaria daqui a um ano e que limparia o cemitério. Quando voltei, encontrei um cemitério limpo. Hoje, passados seis anos, o cemitério continua limpo e nós trouxemos uma placa que foi colocada na entrada deste cemitério, como uma missão cumprida. PC: O senhor é o presidente da Sociedade de Amigos Brasil-Polônia. Quais atividades são desenvolvidas pela organização? Gustav Kotlarz: Digamos que isto não seja uma Sociedade formalmente organizada. Somos um grupo de pessoa, unidas por uma amizade de 35 anos. Posso dizer que ao dividir minhas experiências com meus amigos eu os contaminei e eles decidiram participar do projeto da expedição Pelas Pegadas dos Pioneiros Poloneses. PC: Como o senhor avalia os grupos de descendentes poloneses nos dias atuais? Gustav Kotlarz: Muitos reclamam que o idioma está se perdendo. Considero isso como um processo natural e característicos dos processos imigratórios. Porém, mais importante que o idioma é cultivar a memória. A existência de festas como a PolFest, ou Festa do Pierogi são pontos muito positivos, que reforçam a unidade. PC: O senhor poderia direcionar uma mensagem aos descendentes de poloneses no Rio de Janeiro? Gustav Kotlarz: Na realidade não seria uma mensagem, mas um pedido para que não esqueçam de suas raízes, pois penso que o grande valor do Brasil é que foi um país construído por várias culturas e cada um acrescentou seus valores. Por exemplo, um dos grandes responsáveis pelo desenvolvimento do cultivo de soja no Brasil foi o polonês Czeslaw Biezanko. Este apelo não é apenas para os poloneses, mas para os brasileiros como um todo, que não se esqueçam de suas raízes. Agora na Europa empreendemos esforços sem fim para a construção da União Europeia, a qual já existe há muito tempo aqui no Brasil, onde se tem a União Mundial. Aqui convivem harmonicamente italianos, ucranianos, japoneses, poloneses, alemães. Existe uma única moeda, um único hino, um único governo, mas com diferentes cores e memórias coletivas. Uma senhora de Caxias do Sul me disse que cada um de seus avós veio de um país diferente: Portugal, Alemanha, Polônia e Rússsia e qual cultura esta senhora deverá cultivar? É impossível responder. Nada deve ser imposto. 18 CONFRATERNIZAÇÃO DE FINAL DE ANO 28/12 Os sócios e amigos da Polonia Sociedade Beneficente do Rio de Janeiro se reuniram para celebrar o Natal em sua sede, tendo a culinária polonesa como ponto alto da confraternização, preparada pelo gastrônomo polonês Mateusz Papkala. A abertura do almoço foi feita pelo Presidente da Polonia Sociedade Sr. Stefan Janczukowicz que cumprimentou os presentes e em seguida convidou o Pároco da Igreja Polonesa Pe. Jan Sobieraj para que abençoasse os alimentos. Os presentes se confraternizaram, dividindo o tradicional oplatek. Ao longo do almoço, foram entoadas tradicionais músicas natalinas polonesas pelo Reitor do Santuário da Divina Misericórdia, Pe. Jan Sopicki que com seu acordeon fez com que todos se unissem em torno da alegria e da esperança de um ano novo repleto de realizações positivas. 19 VÍTIMAS DO HOLOCAUSTO HOMENAGEADAS 27/01 O Palácio do Itamaraty foi palco das homenagens no Dia Internacional em Memoria das Vitimas de Holocausto. Representando o Embaixador da Polônia, o Sr. Stefan Janczukowicz, presidente da Polonia Sociedade participou da solenidade que contou com presença bastante numerosa dos representantes da sociedade civil e de diferentes lideranças religiosas. Um dos pontos altos da solenidade, que ocorreu em clima de muita emoção e tristeza, o Sr. Janczukowicz ao lado do Consul Geral da Republica Federal da Alemanha Sr. Harald Klein acenderam uma das 6 velas que simbolizava 1 milhão de judeus mortos no II Grande Conflito. Na mesma solenidade, o Sr. Aleksander Henryk Laks, sócio da Polonia Sociedade proferiu algumas palavras, lembrando os trágicos acontecimentos daquela época. Ao final todos puderam visitar a exposição sobre Jan Karski, considerado como a primeira testemunha confiável que informou aos Aliados e existência do holocausto. 20 SOCIEDADE DE AMIGOS BRASIL-POLÔNIA 31/01 Num clima de descontração, os sócios da Polonia Sociedade receberam a visita dos integrantes da Sociedade de Amigos Brasil-Polônia. Composta por poloneses de diferentes cidades, com finalidade recretativo-cultural, a Sociedade de Amigos Brasil-Polônia finalizou sua visita ao Brasil no Rio de Janeiro e concluiu a Expedição “Pelas Pegadas dos Pioneiros Poloneses” que percorreu cidades das regiões Sul e Sudeste. No encontro, o Presidente da Polonia Sociedade Stefan Janczukowicz deu as boas-vindas e passou a palavra ao Prof. Tomasz Lychowski que fez uma apresentação da História das Polonia Sociedade, bem como falou de sua atuação no Rio de Janeiro ao longo de seus 124 anos de existência. Em seguida, o idealizador da expedição, Sr. Gustav Kotlas apresentou os ideais e o trabalho realizado pela organização visitante. 21 DESPEDIDA NO RIO DE JANEIRO 01/03 No dia 01 de março de 2015, os fiéis da Paróquia Pessoal dos Poloneses de Nossa Senhora de Montes Claros no Rio de Janeiro reuniram-se para a emocionante despedida de seu pároco, Padre Jan Sobieraj, o qual trabalhou por 16 anos sempre com imensa alegria e engajamento. Ao final da Santa Missa, a Professora Doutora Aleksandra Sliwowska Bartsch dirigiu uma mensagem de agradecimento ao Padre Sobieraj, na qual destacou suas qualidades como a capacidade de ser amigo verdadeiro de todos aqueles que dele precisam, nunca se furtando de orientar seus fiéis pelos caminhos da religiosidade e do verdadeiro amor ao próximo. Na sequência, o Professor Tomasz Lychowski também homenageou o Padre Sobieraj ao realizar um retrospecto das diferentes ações que fizeram da Paróquia Pessoal dos Poloneses referência no Rio de Janeiro, como a capacidade de agregação, as reformas, a bela decoração natalina, o domingo do quilo, entre outras, tendo por fim, agradecido pela dedicação e desejado sucesso em sua nova jornada. Um momento de grande emoção aconteceu quando, ao agradecer as palavras, o Pe. Sobieraj disse que o Rio de Janeiro sempre terá lugar especial em seu coração, bem como que todos sempre serão muito bem recebidos em sua nova casa. À estas palavras se seguiu uma longa salva de palmas que tocou a todos. 22 Após a Missa, os presentes se reuniram no salão paroquial para uma confraternização onde tiveram lugar mais homenagens. O Presidente da Polonia Sociedade Beneficente do Rio de Janeiro, Sr. Stefan Janczukowicz lamentou a mudança e destacou as contribuições do Padre Sobieraj para a colônia polonesa no Rio de Janeiro, tendo convidado o tesoureiro da Polonia Sociedade Sr. Vicente Pawelec para entregar ao Padre Sobieraj um presente da Polonia Sociedade e de uma medalha comemorativa alusiva aos 450 anos do Rio de Janeiro. Também fizeram uso da palavra, homenageando o Pároco Pe. Sobieraj o Presidente da Associação dos Ex-Combatentes do Rio de Janeiro Sr. Ignacy Felczak e o Coronel Claudio Skóra Rosty, Diretor-Conselheiro da Polonia Sociedade. A confraternização, foi recheada de saudade e gratidão, como destacou o Prof. Lychowski, mas com a certeza mencionada pela Profa. Aleksandra Sliwowska, de que a colônia polonesa do Rio de Janeiro, a exemplo do Cristo Redentor, estará sempre de braços abertos para reencontrar seu eterno pároco Pe. Jan Sobieraj para o qual a Igreja de Nossa Senhora de Montes Claros será sempre a sua casa. 23 POLONESES TÊM NOVO PÁROCO 08/03 Sob clima de grande emoção, a colônia polonesa no Rio de Janeiro recebeu em Missa Solene, seu novo Pároco Padre Jan Flig, que trabalha no Brasil desde 1990. A Santa Missa, presidida pelo Padre Provincial da Ordem Sociedade de Cristo Pe. Kazimierz Dlugosz, contou também com a presença do Pe. Jan Sobieraj, que deixa a Paróquia do Rio de Janeiro para trabalhar junto a Reitoria da Missão Polonesa no Brasil, após 16 anos de dedicação aos poloneses na Cidade Maravilhosa. Na ocasião, os fiéis puderam mais uma vez agradecer ao Pe. Jan Sobieraj por tantos anos de amizade, dedicação. Ao final da Celebração o novo Pároco Pe. Jan Flig dividiu sua alegria de estar novamente no Rio de Janeiro, onde trabalhou também como Pároco dos Poloneses de 1996 a 1998, e convidou a todos para o trabalho comunitário em prol da perpetuação dos valores poloneses e de uma maior integração com a sociedade brasileira. Após a Santa Missa, todos puderam se confraternizar com uma mesa farta, preparada pela Sra. Genowewa Szczepura, e foram entoadas canções de despedida em homenagem ao Pe. Jan Sobieraj, desejando que os momentos compartilhados até aqui sejam a alavanca para que continuemos avançando sempre, com saudade, mas com a certeza de que existirão muitos reencontros sob as bênçãos da Mãe das Mães e com os pedido de proteção especial para que o Pe. Sobieraj continue levando amor aos corações daqueles que o cercam. 24 13/03 PALESTRA: “ZIMBA, PAI DO TEATRO BRASILEIRO” por Alessandra Kepinski A Sra. Aleksandra Pluta, jornalista, escritora e tradutora polonesa atualmente residente em São Paulo apresentou, a convite da Polonia Sociedade, uma palestra sobre a vida e a obra de Zbigniew Ziembiński, chamado carinhosamente de “Zimba” por seus colegas brasileiros. O contato com a Sra. Pluta foi promovido por intermédio de nosso colaborador Arthur Trojan e, no ensejo, a palestrante teve a oportunidade de conhecer uma parte da comunidade polonesa residente no Rio de Janeiro. A palestrante, nascida na Polônia em 1984, graduada em Comunicação pela Universidade de Ferrara, Itália, mestre em Jornalismo pela Universidade La Sapienza de Roma e pósgraduada em Protocolo Diplomático pela PUC do Chile, é autora dos livros “Na onda da história: imigração polonesa no Chile” (2009), “Raul Nałęcz-Małachowski: memórias de dois continentes” (2012) e “Andrés: uma vida em mais de 3 mil filmes” (2014). Atualmente, no âmbito de um projeto patrocinado pelo Ministério do Exterior da Polônia, a Sra. Pluta pesquisa e escreve a biografia de Zbigniew Ziembiński, ator e diretor de teatro polonês, que emigrou para o Brasil no início dos anos 1940 e se tornou conhecido como o “pai do moderno teatro brasileiro” por sua encenação inovadora, em 1943, da peça Vestido de Noiva, do dramaturgo Nelson Rodrigues. Na chuvosa noite de 6ª-feira, 13 de março, a palestrante e os organizadores chegaram com alguma antecedência à Sociedade e, face ao trânsito do Rio de Janeiro, mais caótico que de costume, começamos a conjecturar se haveria platéia, pois muitos sócios ligaram avisando que não compareceriam devido ao horário. Entretanto, aos poucos, foram chegando alguns sócios, amigos e convidados – e, assim, cerca de 30 pessoas assistiram à interessante palestra, que deu ênfase à etapa menos conhecida da vida de Ziembinski, sua infância e adolescência, seus estudos e seus primeiros 10 anos de trabalho como ator e diretor de teatro na Polônia, até à sua saída do País natal no início da 2ª Guerra Mundial, o caminho percorrido até chegar ao Brasil e os seus primeiros anos de trabalho na nova terra. 25 Muito aplaudida ao final da sua apresentação, a Sra. Pluta foi elogiada e cumprimentada por todos os presentes, que se confraternizaram ao redor de um saboroso lanche preparado pela Sra. Genia. Na ocasião, a palestrante ofereceu à Sociedade um exemplar de seu último livro, a biografia do polonês Andrés Bukowiński, internacionalmente premiadíssimo diretor de filmes publicitários, que iniciou a sua carreira profissional na Argentina e está radicado em São Paulo desde o início dos anos 1970. Fotos: Arthur Trojan 26 27 e 28/03 BAZAR BENEFIENTE NA POLONIA SOCIEDADE Os sócios e amigos da Polonia Sociedade Beneficente do Rio de Janeiro prestigiaram o tradicional bazar beneficente organizado pela Dra. Alina Felczak.. Cristais, peças em âmbar, itens de decoração, livros e muitos outros itens puderam ser adquiridos a preços acessíveis. A iniciativa de realizar os bazares beneficentes teve início há mais de vinte anos e desde então vem atraindo cada vez mais interessados, não apenas pelas peças comercializadas, mas também pelas tortas típicas polonesas que são vendidas e cujo lucro é revertido para as obras sociais promovidas pela Polonia Sociedade. Muito elogiadas, as tortas de maçã, de papoula, pão de mel são disputadas. Nota interessante é a interação com a culinárias brasileira, seja através de almoços onde pode ser encontrar como prato principal uma feijoada, seja para o lanche com empadinhas preparadas com toques de carinho e amizade, reconhecidos pelos assíduos frequentadores. 27 EXPO DESIGN POLONES 30/03 Por Alessandra Kepinski THE SPIRIT OF POLAND Assim foi intitulada a exibição de design polonês, inaugurada no dia 30 de março como parte das comemorações do aniversário de cinco anos do Centro Carioca de Design (CCD), instituição da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, localizado na Praça Tiradentes, 48, no centro da cidade, e que permanecerá aberta à visitação pública até o dia 16/05/2015. Esta exposição é resultado de uma parceria do CCD com a Culture.pl, principal marca do Instituto Adam Mickiewicz, cujo objetivo é promover internacionalmente a Polônia e a cultura polonesa contemporânea, através da apresentação de iniciativas e eventos no campo das artes, música e design. O objetivo da exibição “The Spirit of Poland” é apresentar alguns produtos, nos quais os jovens designers poloneses desempenham um importante papel. Ela representa a atual cultura polonesa na busca de novos materiais, parte da sua história e o desenvolvimento contemporâneo através de uma apresentação da diversidade dos seus fabricantes. Neste ano, o contexto para os produtos escolhidos é a história das marcas individuais, apresentadas de modo a estimular o espectador a entender mais sobre os próprios objetos, assim como sobre o processo de sua criação. Dentre as diversas marcas expostas pode-se observar o renascimento de projetos – ícones do design polonês, proposto pela empresa Wzór, além da criação de um modelo de negócio associado à atividade em benefício de pessoas ameaçadas de exclusão social, apresentado pela marca “Welldone”. Após a abertura da exposição, prestigiada pelo Cônsul-Geral da República da Polônia em Curitiba, Sr. Marek Makowski, a Sra. Weronika Rochacka-Gagliardi, gerente de design e promotora da exposição, apresentou uma palestra sobre o design polonês contemporâneo. Representando a POLONIA Sociedade Beneficente do Rio de Janeiro, estiveram presentes à abertura o seu presidente, Sr. Stefan Janczukowicz, a diretora Sra. Alessandra Kepinski e o Sr. Israel Blajberg. 28 PÁSCOA NA POLONIA SOCIEDADE 05/04 Por Alessandra Kepinski Quase 90 pessoas, entre sócios, beneficiados e convidados, participaram do festivo e já tradicional almoço de Páscoa da Sociedade Polonia. Iniciando a festa, o presidente Sr. Stefan Janczukowicz deu as boas vindas a todos e, em seguida, convidou o Pe. Jan para que, de acordo com a tradição polonesa, abençoasse o pão e os ovos que simbolizam a Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo e o renascimento da vida. Após a benção, os ovinhos cozidos foram servidos como entrada, acompanhados de uma sopa polonesa tradicional, o "jurek", que foi muito apreciada por todos! Em seguida, as diversas saladas típicas e os muitos pratos quentes foram dispostos na mesa arrumada no centro do salão, e todos puderam se servir a seu gosto - carne assada, lombo de porco, patê de fígado, presunto tender, salmão e frango - a comida foi farta, muito saborosa e muito elogiada! 29 A refeição foi encerrada por uma sobremesa com variedade de doces - "makowiec" (bolo típico recheado com sementes de papoula), torta de maçã e "sernik" (torta de ricota), seguidas do brasileiríssimo cafezinho. Ao final, o Sr. Vicente Pawelec distribuiu rosas em homenagem às senhoras e o comentário geral dos presentes foi de grande satisfação e muitos elogios ao evento. Este almoço foi preparado pelo cozinheiro polonês Sr. Mateusz Papkala e sua equipe e contou com o inestimável apoio do Sr. Vicente para realizar as compras dos mantimentos necessários. Destacamos também a gentileza do Sr. Paulo, do Escritório de Arte Onze Dinheiros que, além de participar do almoço em companhia de sua família, ofereceu à Sociedade o serviço de dois garçons que auxiliaram o trabalho do Sr. Mateusz, o que contribuiu em muito para a harmonia do evento. Finalmente, não se pode deixar de mencionar também a dedicação e o apoio da Sra. Genia, da Regina, do Geraldo e de sua esposa Diva. Fotos: Alessandra Kepinski, Juliana Zwolinski Pawelec e Vicente Pawelec 30 12/04 ARCEBISPO DE CZESTOCHOWA WACLAW DEPO VISITA O RIO DE JANEIRO Os fieís da Paróquia Pessoal de Nossa Senhora de Montes Claros estiveram em festa por ocasião da visita de Sua Excelência, Arcebispo de Czestochowa Waclaw Depo que veio ao Brasil para conduzir o retiro anual dos padres da ordem Sociedade de Cristo. A Santa Missa teve início com as boasvindas dadas pela Professora Doutora Aleksandra Sliwowska Bartsch, que além de destacar o patriotismo da colônia polonesa no Rio de Janeiro, também falou da imensa emoção que sentia em função de recordar de quando ela, juntamente com o Professor Rodrigo Lychowski, foram enviados pelo então Pároco da Igreja Polonesa e atual Reitor da Missão Polonesa no Brasil Pe. Zdzislaw Malczewski, para a Jornada Mundial da Juventude em Czestochowa presidida pelo Papa João Paulo II. O trabalho de São João Paulo II em prol da liberdade na Polônia foi recordado pelo Arcebispo Depo em sua homilia, assim como as ações de São Maksimiliano Kolbe. Outro momento de grande emoção foi a benção final, concedida com as relíquias de São João Paulo II, presenteadas pelo Cardeal Stanislaw Dziwisz à Paróquia Pessoal dos Poloneses, uma das únicas a contar com este instrumento de devoção. 31 BRASÍLIA RIO DE JANEIRO PONTA GROSSA CURITIBA 32 EO OSCAR FOI PARA... “IDA” A produção polonesa “Ida” foi premiada com o Oscar de melhor filme estrangeiro. “Ida” conta a estória de uma jovem noviça Anna que às vésperas de se se tornar freira, vai visitar a única familiar restante, por insistência da Madre Superiora. Ao encontrar sua tia Wanda, uma mulher cínica e mundana, defensora do Partido Comunista, toma conhecimento de seu passado. O nome real de Anna é Ida, sua família era judia e fora capturada e morta pelos nazistas. Após essa revelação, as duas resolvem partir em uma jornada de autoconhecimento, para descobrir o real desfecho da história da família e onde cada uma delas pertence na sociedade. DESIGN BRASILEIRO FAZ SUCESSO NA POLÔNIA No Natal de 2014, a Primeiraministra da Polônia, Ewa Kopacz posou para uma foto na noite natalina usando um colar da Caleidoscópio, empresa alagoana criada em 1998. Desde que fechou parceria com a joalheria austríaca Swarovski, em 2006, as jóias artesanais da marca alagoana vêm conquistando clientes em outros países da Europa, incluindo a Polônia. Na fotografia, a primeiraministra aparece usando o colar Enigma, feito com cristais Swarovski, da coleção Blade Runner, para o inverno de 2014. 33 EXPOSIÇÃO “LEVANTE DE VARSÓVIA 1944” O Presidente dos Ex-Combatentes Poloneses, Sr. Ignacy Felczak, que combateu no Levante de Varsóvia, integrou à convite do Presidente da Polônia Bronislaw Komorowski, a comitiva que viajou para Berlim por ocasião da inauguração da exposição “Levante de Varsóvia 1944”. A solenidade ocorreu em 29 de julho de 2014 e contou com a presença, além do Presidente da Polônia, do Presidente da Alemanha Joachim Gauck. O Presidente Ignacy Felczak, juntamente com vinte ex-combatentes que participaram do Levante de Varsóvia foram condecorados pelo Embaixador da Alemanha Rolf Nikel em Varsóvia com a Cruz Federal de Honra ao Mérito como reconhecimento pelo trabalho em prol das relações entre Polônia e Alemanha. O Embaixador Nikel ressaltou na ocasião que: “o fato de estarmos juntos hoje é o sinal de que os senhores estenderam a mão para nós descendentes daqueles criminosos do passado. É difícil calcular o valor de um gesto como este depois de todas as atrocidades vividas. Os senhores gozam de toda a autoridade para serem exemplos para as próximas gerações. Demonstram que a reconciliação é possível.”. O Embaixador Nikel ainda destacou que os agraciados há muito tempo vem trabalhando em prol desta reconciliação entre a Polônia e a Alemanha em várias oportunidade, como em encontros com jovens poloneses e alemães onde dividem suas memórias e vivências da II Guerra Mundial e do Levante de Varsóvia. RIO 450 ANOS As professoras doutoras Aleksandra Sliwowska Bartsch e Silvia Oliveira, coordenadoras da pesquisa “Inovação e Sustentabilidade”, desenvolvida no Centro Universitário UNILASALLE, tiveram aprovado um projeto de realização de um evento por ocasião dos 450 anos do Rio Janeiro. Intitulado “A Niterói que o Rio Precisa Ver”, o evento foi um dos 24 contemplados no edital lançado pela FAPERJ de apoio à realização de eventos comemorativos visando à celebração dos 450 anos da cidade do Rio de Janeiro. A celebração visa mostrar Niterói como um presente para o Rio de Janeiro. Além de palestras em áreas como História, Administração e Engenharia/Arquitetura, contará com concursos de poesia e fotografias que ilustrarão um livreto que apresentará diferentes curiosidades que unem as duas cidades. 34 Este é um espaço dedicado à você Caríssimo Leitor. Aproveite para enviar suas críticas, sugestões, elogios. Que seja este um espaço de troca de ideias, democrático e inspirador de novas iniciativas. Através do e-mail: [email protected] nós da abrimos mais um canal de comunicação e interatividade. Caro Presidente Stefan. Parabenizo a você e toda equipe do Polônia Carioca pelo brilhante informativo e agradeço a inclusão da reportagem do evento realizado aqui no nosso Clube com as presenças ilustres de membros da nossa Polônia Sociedade e de nosso simpático embaixador Andrzej Braiter. ALTAMIRO ZIMERFOGEL Clube Israelita Brasileiro - CIB Querida Aleksandra, Recebi, pena que com atraso os três números da "Polônia Carioca" e fiquei maravilhada: a quantidade e a qualidade de informações são dignos de uma profissional de jornalismo! Parabéns! Será um prazer divulgar esta Revista entre amigos que falam português mas que tem fortes laços sentimentais com Polônia, não raro nós visitando na sede em Laranjeiras. É um orgulho para Sociedade Polonia do Rio de Janeiro ter uma revista deste quilate! Um grande abraço, Anna B. Zalcman 35 O QUADRO DE NOSSA SENHORA DE CZESTOCHOWA Fundado em 1382, o Convento de Monte Claro, pertencente à Ordem dos Paulinos, abriga um dos maiores símbolos da fé católica polonesa, o quadro de Nossa Senhora de Montes Claros ou Nossa Senhora de Czestochowa. O quadro é cercado de lendas. Sua autoria é atribuída à São Lucas Evangelista, o qual teria pintado a imagem de Nossa Senhora num tampo de madeira de uma mesa feita por Jesus Cristo. Outra lenda afirma que em 326 d.C. Santa Helena teria localizado a pintura em uma peregrinação a Jerusalém e decidido presentear seu filho, o imperador Constantino. Em 1430,o mosteiro foi invadido e o quadro foi atingido duas vezes por um dos invasores que antes do terceiro golpe agonizou, morrendo subitamente. Posteriormente, em 1655, a Polônia foi quase que totalmente tomada pelas forças do rei da Suécia, Carlos X. Apenas a área em torno do mosteiro permaneceu livre. Aproximadamente 200 monges resistiram por quarenta dias, até que os invasores, cerca de 3000 soldados, foram expulsos da Polônia. Após mais este milagre atribuído ao quadro, Nossa Senhora de Czestochowa foi coroada Rainha da Polônia. Foi aos pés da Virgem Negra que João Paulo II entregou seu pontificado, rogando pela unidade da Igreja, pelas vocações, pedindo bênçãos às famílias, proteção às crianças e aos jovens, bem como que à Virgem Negra que permitisse a todos testemunharem a ressurreição de Seu Filho . 36 MEMÓRIA por Rodrigo Lychowski (*) Depois de dois anos de intensos preparativos, reuniões e debates, chegou finalmente o grande dia da Jornada Mundial da Juventude no Rio, com a presença do Papa Francisco e com milhões de jovens peregrinos do mundo inteiro. A igreja polonesa no Rio de Janeiro foi transformada num centro de acolhimento, de hospedagem e de presença numerosa de jovens poloneses. Elza Menezes, como Coordenadora de Hospedagem, Rodrigo Lychowski, como Coordenador dos Voluntários, Tomasz Lychowski, como Coordenador Geral, mas, sobretudo, o Pe. Jan Sobieraj e as Irmãs procuravam solucionar os problemas que surgiam a toda hora. Houve até uma torneira aberta que ameaçava inundar todo um apartamento (cedido pelas irmãs Lechowski) enquanto os seus hóspedes estavam numa peregrinação à Aparecida. Todos os dias, às 07.30 era rezada uma Missa em polonês para jovens e não tão jovens participantes da Jornada. Após a Missa, o Pe. João oferecia um farto café da manhã durante o qual a alegre e cordial confraternização e o estabelecimento de duradouros laços de amizade criavam um clima todo especial. Na Missa dominical presidida pelos Cardeais Stanislaw Dziwisz e Kazimierz Nycz e o Bispo Henryk Tomasik e pelos padres Grzegorz Suchodolski (Coordenador Geral dos Peregrinos Poloneses) e Jan Sobieraj o Cardeal Dziwisz presenteou a nossa paróquia com as relíquias do agora já Santo João Paulo II. Naquele dia, tinha jovens poloneses assistindo a Missa até no pátio da nossa igrejinha, pois eram tantos que não cabiam no seu interior. Durante a Missa, o Cardeal Dziwisz anunciou um “segredo” já de conhecimento público: a próxima JMJ será em Cracóvia, em 2016. A Sociedade Beneficente Polonia sediou o quartel-general da Delegação Polonesa e do Consulado da Polônia, franqueando o uso das instalações da sua sede em Laranjeiras. Por seu desvelo e dedicação Jozefa Greziak e suas filhas Luciane, Cristiane e Marilene receberam um agradecimento especial da Delegação Polonesa na festa de despedida. Posteriormente, a Sociedade Polônia recebeu na pessoa do seu Presidente Stefan Janczukowicz, uma carta de agradecimento da CNB da Polônia. Foram dias de intensa vivência espiritual que deixaram uma saudade imensa. Temos, no entanto, a grande esperança de um reencontro não menos luminoso em Cracóvia em 2016. (*) Rodrigo Lychowski é professor universitário de Direito da UERJ 37 EXPEDIENTE Presidente: Stefan Janczukowicz Vice-presidentes: Elvira Helena Gimbitzki e Marianna Brocki Tesoureiros: Vicente Pawelec e Lucyna Brocki Cozzolino Secretárias: Alessandra Kepinski e Laura Miranda Conselheiros: Alina Felczak, Helena Warzynski, Aleksandra Sliwowska Bartsch, Claudio Skóra Rosty Conselho Consultivo: Danuta Haczynska Nóbrega, Jadwiga Matic, Jerzy Lepecki, Tomasz Lychowski e Wladyslaw Dzieciolowski Conselho Fiscal: Maria Malgorzata Wojnowski, Carlos Alexandre Warzysnki Bana, Expedito Máximo Bezerra, Helio Valdemar Kovaleski , Roberto Piesiecki Suplentes: Fatima Patrícia Pontes Veloso, Francisco Klujsza, Krystyna Hillekes, Liliana Syrkis e Jorge Pastusiak. Editora: Aleksandra Sliwowska Bartsch Distribuição eletrônica Contato: (21) 2558-1391 / 2557-1318 – e-mail: [email protected] A Revista Eletrônica Polonia Carioca é uma publicação quadrimestral da Polonia Sociedade Beneficente do Rio de Janeiro
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