Grupo de Amigos do Museu do Oriente
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Grupo de Amigos do Museu do Oriente
Grupo de Amigos do Museu do Oriente Boletim Informativo nº 15 – DEZ. 2014 EDITORIAL A Fundação Oriente abriu ao público o seu original Museu de Arte Oriental em 2008, tendo o GAMO sido constituído alguns meses antes.Logo após a inauguração do Museu promoveu com o Serviço Educativo um chá que premiou os melhores trabalhos de alunos de escolas carenciadas que beneficiaram das actividades do Museu. Ao longo destes seis anos, o GAMO tem vindo a cumprir uma programação intensa e variada, com especial relevância para a que foi implementada desde o último verão até agora, não esquecendo de divulgar as variadas e interessantes actividades realizadas pelo Museu. Neste boletim, poderão seguir as iniciativas desenroladas ao longo destes últimos meses e que são aqui relatadas pelos nossos associados, a quem agradecemos a colaboração. Aproveitamos para desejar em nome do GAMO um Natal Feliz e um Bom 2015. Maria Otília Medina Grupo de Amigos do Museu do Oriente Museu do Museu do Oriente Av. Brasília, Doca de Alcântara (norte) 1350-352 Lisboa e-mail: [email protected] 2 – RESUMO DAS ÚLTIMAS ACTIVIDADES DO GAMO Viagem Cultural a Itália Para os que não nos acompanharam na viagem à Toscana –Rota de Pintores e Portugueses ilustres na época dos Descobrimentos –com uma extensão a Roma, umas notas breves para poderem um dia descobrir o que existe de pintura portuguesa na Toscana no Quattrocento. Começamos pelo fim—a nossa estadia em Roma: tem logo a nota oriental com a visita guiada ao interessante Museu Nacional d’Arte Oriental Guiseppe Tucci com peças de relevo do Paquistão e Afeganistão, hoje só visitáveis em museus especializados. A visita seguinte foi à exposição de Hans Memling na Scuderia del Quirinal (com o lindíssimo Memling do Museu Nacional de Arte Antiga). Tivemos uma audiência Papal onde fomos acompanhados pela nossa querida Embaixatriz Isabel Almeida Ribeiro e pelo Monsenhor Bettencourt tendo tido o privilégio de receber uma bênção especial de Sua Santidade o Papa Francisco para o grupo de amigos do Museu do Oriente. A Embaixada ofereceu a todo o grupo um magnífico jantar com alguns dos velhos amigos dos nossos tempos de Roma e finalizámos a viagem com a visita tradicional à Igreja de Sto. António dos Portugueses, muito bem restaurada e cheia de recordações onde fomos recebidos pelo Monsenhor Agostinho Borges e pela nossa Embaixatriz. Um enorme obrigado pelo carinho a atenção com que nos receberam e esperamos uma visita vossa ao Museu do Oriente. Vamos agora regressar ao início da viagem e o porquê desta escolha da Toscana e Florença? Itália e Portugal sempre tiveram relações estreitas. Os italianos tinham o conhecimento dos mapas e nós a curiosidade das descobertas. Foi o Abade do Convento da Badia Fiorentina, Gomes Ferreira, personagem muito influente, amigos dos Médicis e ligado à corte portuguesa, que em 1415 veio a Lisboa como delegado do Papa Eugénio IV, tendo desenvolvido um intercâmbio cultural que levou à vinda a Portugal de António Fiorentino (ao qual se atribui com reservas um fresco na Igreja de S. Francisco no Porto) e à ida de Giovanni de Gonçalves para Florença. O Abade Gomes Ferreira mandou construir no Convento da Badia o “ Claustro degli Aranci” e, no seguimento deste intercâmbio cultural, delegou ao pintor português Giovanni de Gonçalves,a pintura dos frescos da parte superior das arcadas do Convento (1435-1440). O Prof. Longhi cita atribuindo ao português estes frescos dizendo “ il piú importante che resti à Firenze, del decennio seguinte alla morte de Masaccio”.Os frescos são magníficos e diferentes dos pintores florentinos dessa época, pela coloratura e realismo das personagens. Florença com os frescos extraordinários de Masaccio na Capela Brancacci. Outro lugar visitado e importante da presença portuguesa é a Basílica de S. Miniato que tem a magnífica Capela do Cardeal D. Jaime de Portugal com as cerâmicas de Della Robbia. Além do interessante percurso do “corridoio vasariano”, e a revisita da magnifica capela com os frescos do Masaccio, assinalo a visita a um palácio do Quatroccento propriedade dos Marqueses de Frescobaldi, onde fomos recebidos pela cara Lisa Frescobaldi que nos deliciou com alguns dos seus vinhos quando da visita às colecções da sua casa. Partimos no dia seguinte para Lucca e Pisa cidades marco na cultura Toscana. A Dra Piera, Vice-Presidente dos amigos dos Museus de Pisa, acompanhou-nos na visita ao Museu de San Matteo para admirarmos as duas pinturas do português Alvaro Pires de Évora. Este pintou ainda a pala de altar da Igreja Franciscana de Sta Croce de Fossabanda onde nos esperava o frade capelão. Seguiu-se um excelente almoço olhando a Catedral e o Campo Santo. No dia seguinte, por uma estrada difícil alcançámos Volterra, uma terra etrusca de grande beleza, ainda com uma dupla muralha e tem no seu museu um retábulo dos mais conhecidos de Álvaro Pires de Évora. Está muito bem exposto e tem por perto a espectacular deposição de Rosso Fiorentino talvez o melhor quadro deste pintor maneirista. É infelizmente pouco visitado e quase desconhecido em Portugal o que lamentamos, pois os frescos com a história de S. Bento são citados por Vasari como essenciais para a compreensão do Renascimento que vai surgir em 2 “O exótico nunca está em casa” –A China na faiança e no azulejo portugueses dos Séc.XVII e XVIII A 17 de Maio um grupo de sócios do GAMO foi visitar no Museu do Azulejo esta exposição temporária. À entrada fomos recebidos pela Directora do Museu a Dra. Maria Antónia Matos que nos deu as boas-vindas e nos apresentou a Dra. Alexandra Curvelos que nos serviu de guia. A partir de 1513 desenvolveram-se contactos directos e regulares entre a China e a Europa, tendo os portugueses assegurado o papel de abastecedores e intermediários. Exótico é um tema de raiz latina que significa “de fora”. O objecto exótico tem sempre que ser transferido neste contexto, no qual é reinterpretado, assumindo outro valor.Mas estará o exótico sempre fora de casa ou haverá momentos que ele estará “ à porta”, se não mesmo “portas a dentro”. São estas questões que aexposição pretende responder ao aprofundar a influência da China na faiança e azulejos portugueses dos séc. XVII e XVIII. Nestes séculos, a expansão sem precedentes da produção cultural da China correspondeu, na Europa, a um fenómeno semelhante, considerando-se, lá como cá, uma classe de produtos de luxo. Alguns foram encomendados a título particular e de forma directa, tendo no caso português, a fundação de Macau em 1557,tido uma influência fundamental. Assistiu-se então, à circulação de uma quantidade surpreendente de peças carismáticas na Europa, especialmente chinesas. Em Portugal, o consumo destes objectos, caros e raros, faz da riqueza exterior um sinal de estatuto, contribuindo para a produção local de peças que revelam novas características e padrões de gosto. Nos objectos que resultaram deste contexto,tanto os fabricados na China, porcelanas e têxteis, como em Portugal, faianças, azulejos e têxteis aliam-se formas e elementos decorativos de diferentes culturas. Disso são exemplo no nosso país os frontais de altar, os padrões de azulejos ditos Passando pela cidade das torres, a medieval S.Gemigniano, chegamos a Siena. Aí admiramos entre tantas belezas da cidade, o importante fresco com o retrato do casamento de D. Leonor de Portugal por Pinturiccio na Biblioteca Piccolomino, adjunta à Catedral. Numa das salas do Palácio do Sindaco podemos apreciar o fresco com a família Saboia onde está representado também D.Carlos , muito jovem. Acabada a Toscana passámos por Viterbo em homenagem ao túmulo do Papa português João XXI e rumo a Roma onde começámos este já longo relato de viagem. Penso que gostaram e haverá mais surpresas para o ano….Aguardo sugestões. Maria Otília Medina 3 “camélia” e a faiança que se inspira nos modelos deporcelana chinesa. Esta exposição temporária no Museu Nacional de Arte Antiga, mereceu a atenção de todos os participantes. Começámos por ser informados de como estas joias chegaram a Lisboa. Foi graças a um funcionário do então BNU em Pangim, que fez diligências para as enviar para a longínqua Lisboa, (onde não tinham certezas que o território de Goa iria ser invadido), e onde se começava a viver um clima de crescente insegurança e ansiedade. Este recolheu todos os valores entretanto embalados e encaixotados, que seguiram no navio “India” para Lisboa. Estes caixotes continham essencialmente joias de particulares dadas em penhor ao Banco como caução de empréstimos. Desta forma, anos mais tarde, após o reatamento das relações diplomáticas entre Portugal e a India, foram entregues ao State Bank of India, envelopes contendo os bens inventariados e valores entregues ao BNU como fiel depositário, mediante um certificado de entrega e de recebimento. Contudo, estas joias que não foram reclamadas, apesar de constarem do inventário, ficaram nos cofres da Caixa Geral de Depósitos durante 50 anos! Quando finalmente se abriram os pacotes, estas joias foram considerados pelos técnicos do MNAA de importante valor histórico e artístico! Assim, após o estudo e enquadramento à produção de joalharia indiana, de todas as peças com nomes como “afogador, mago, fugilada” que designavam tipos específicos de joias e desconhecidas aos nossos olhos - verificou-se que a produção local goesa era diferente do resto da India. Em algumas delas encontrou-se fusão com as culturas cristã e hindu. E os símbolos de uma religião convivem com as da outra. Exemplo disso, constam os “afogadores” (gargantilha) com pendentes com o Menino Jesus Salvador do Mundo, e os escapulários, que apreciámos, entre outras peças como tiaras-pentes, anéis, pulseiras simplesmente maravilhosas, durante a exposição. E esta exposição é assim, um exemplo da fusão incontornável que faz parte da história dos Portugueses no Oriente. Fenella Bhawnani O fenómeno “chinoiserie”, com origem no séc. XVI, representa, na história do ornamento e artes decorativas, uma das mais extraordinárias manifestações da capacidade inventiva europeia, atingindo um momento verdadeiramente notável no séc.XVIII. Até então o vocabulário ornamental raramente dera tão grande destaque à fantasia e tão pouca atenção à imitação de modelos existentes. Na cerâmica, nos têxteis, na pintura, no mobiliário e arquitectura a “chinoiserie” na ambiência nas cenografias que permitem ao espectador, uma evasão do quotidiano, factor essencial para a formação do exótico. Progressivamente, os ecos da China tornam-se mais distantes e ilusórios, criando-se uma realidade nova muito personalizada, mas que acaba por dizer mais sobre a própria Europa do que sobre a China. Trata-se de efeito de espelho, a que o exótico está por natureza associado. Pedro do Amaral Esplendores do Oriente – Joias de Ouro da Antiga Goa 4 Visita ao museu de História Natural e ao Jardim Botânico contar factos e particularidades de diferentes espécies de árvores. Por último visitámos o “Borboletário”, onde vivem e se reproduzem exemplares de borboletas nacionais. Depois do que vimos e ouvimos ficámos com o compromisso de divulgar e dar a conhecer o Museu e o Jardim, para além da vontade de os voltarmos a visitar com familiares eamigos ! A visita começou no átrio da Faculdade de Ciências.Actualmente Museu Nacional de História Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa, onde fomos recebidos pela Dra. Marta Lourenço que, com simpatia, entusiasmo e conhecimento nos acompanhou. Foi com surpresa que nos deparámos com o extraordinário e enorme túmulo de Fernão Telles de Menezes excelente obra feita em mármore preto, sendo de realçar o trabalho dos 4 elefantes que suportam o túmulo. Ficámos então a saber que Fernão Telles de Menezes tinha sido vice-rei da India, que morava na então quinta da Cotovia e que em 1580 a ofereceu aos Jesuítas para edificarem o colégio de Sto. Antão – mais tarde Colégio dos Nobres e depois Escola Politécnica. Seguimos depois para o laboratório de química, que tem sido poupado aos incêndios que, por qualquer razão, “teimam” em ocorrer a cada 150 anos…Aí, além de apreciarmos a parte de estantes e peças antigas, também nos foi dada a oportunidade de observar obras académicas com interessantíssimos desenhos, sobretudo de plantas, feitos por estudiosos que se deslocaram aos mais exóticos recantos do mundo. Deixámos o edifício principal e iniciámos a visita ao Jardim Botânico, desta vez acompanhados pela Dra Raquel Barata. Como facilmente se entende, o estudo e conhecimento das plantas tem sido da maior importância ao longo dos tempos, pelo que era de grande interesse o seu cultivo para estudo junto dos estabelecimentos de ensino; daí ter sido criado o chamado “horto” no tempo do Colégio dos Nobres, onde, em vários canteiros, se cultivavam plantas de diferentes continentes. Durante todo o séc. XIX, o jardim foi crescendo com o “arboredo” até aos actuais 4 hectaresque se espalham pela colina até ao Parque Mayer. Com a Dra. Raquel Barata, fomos alertados para imensos pormenores interessantes de árvores, folhas, troncos, cores,etc., para além de nos responder a todas as nossas questões e nos Ana Duarte Visita ao Museu do Mar Rei D. Carlos e Marégrafo de Cascais Numa altura em que tanto se fala da importância do mar para o desenvolvimento económico do nosso país e para os enormes recursos que potencialmente encerra a zona marítima sob jurisdição portuguesa, a visita em causa contribui certamente para incutir nos participantes a curiosidade de melhor conhecerem e valorizarem estatemática. Iniciou-se a visita no Museu do Mar, em boa hora denominado de “Rei D. Carlos”, em homenagem ao grande monarca, tão intimamente ligado a Cascais, a quem a ciência oceanográfica portuguesa tanto deve. Instalado no edifício e terrenos do antigo Sporting Clube de Cascais, “Parada” (que alguns dos presentes ainda recordavam), o Museu do Mar, inaugurado em 1992, veio dar um último destino às suas instalações, para o efeito devidamente restauradas, adaptadas e alargadas, dotando-o duma dimensão insuspeita a quem o observa do exterior. Serviu excelentemente de cicerone o Dr.Carlos de Sousa Reis e com ele percorremos as salas interessantes do Museu, destacando-se pelo seu número e qualidade,as peças de etnografia marítima relacionados com a actividade piscatória portuguesa e em particular a de Cascais. Integrado a partir de 2011, na rede Portuguesa de Museus, deverá também recordar-se, em particular, as actividades de investigação que vem desenvolvendo nas áreas da história natural e da arqueologia subaquática, bem como os trabalhos de taxidermia, produzindo exemplares que 5 integram o respectivo acervo museológico. Seguiu-se um agradável almoço na messe Militar de Cascais, que ocupa o antigo palacete Seixas, debruçado sobre o mar junto à praia dita dos pescadores, com uma esplendida perspectiva, valorizada pelo bom tempo que se fez sentir. A última etapa levou-nos ao Marégrafo, situado junto ao Clube Naval e ao passeio de D. Maria Pia, num pequeno e discreto edifício redondo com uma cúpula em forma de minarete. Construído na sua presente versão em 1895, terá sido um dos primeiros observatórios europeus dedicados ao estudo das correntes e marés oceânicas. Destacase especialmente o seu papel para a definição dos valores do nível do mar (cujos registos são intencionalmente difundidos, dada a sua inserção numa rede mundial de marégrafos). Esse papel é especialmente relevante à escala global tendo em conta a longa série temporal de registos que a sua antiguidade permite e a situação geográfica de Cascais. Foi-nos dado observar no interior, o funcionamento dos equipamentos ali instalados e os registos permanentemente por eles efectuados, numa interessante explicação certamente inédita para a grande maioria dos participantes. Rui Quartim dos Santos visitar a Casa de Santar, inicialmente chamada Quinta do Casal Bom, a quando da doação a um dos cavaleiros que combateu ao lado de D. Sancho II.Destacamos no magnífico solar do Séc.XVIII, a vetusta cozinha que ainda funciona, a bela fachada de tardoz dando para os tão bem cuidados jardins de bucho que percorremos com deleite. Neste jardim encontram-se canteiros com rosas das mais variadas cores basicamente inspiradas na heráldica de família da Condessa de Santar. Ainda no jardim é de realçar a chamada fonte dos cavalos com painéis de azulejos de grandes dimensões. A Casa de Santar é um dos principais produtores vinícolas do Dão, conjugando os actuais proprietários as tradições e memórias de mais de trezentos anos com a modernidade da inovação e da qualidade dos produtos da Casa. Curso de Cozinha Ayurvédica Seguimos depois para Nelas onde almoçámos num restaurante de boa comida beirã, continuando para Mangualde a fim de visitar o Palácio dos Condes de Anadia. Inicialmente denominado Solar dos Pais do Amaral, este edifício foi construído em fins do séc.XVII e é uma das casas senhoriais mais elegantes e solarengas de toda a Beira e como tal, classificada como Monumento Nacional. Além da soberba fachada são de salientar a entrada e escadaria e também as pinturas do Séc.XVII a XIX. Nos dias 10, 17 e 24 de Setembro realizou-se este workshop no Museu do Oriente e os participantes aprenderam a identificar os seus biótipos, os condimentos e alimentos que os equilibram e protegem da doença. Aprendeu-se a confeccionar os alimentos e a conhecer a composição da sua própria “massala” (mistura de especiarias). Visita a Viseu e a Solares e Palácios do Dão O programa de tão agradável fim de semana teve inicio com a partida no dia 20 de Setembro às 8:00h do Museu do Oriente directamente para Santar. Em Santar, vila que remonta à idade média e às lutas pela definição do território português, fomos 6 recebidos pelo Director Dr. Machado de Matos que nos deu explicações sobre a Casa e a saga de Luís de Albuquerque (1739-1777), fidalgo da Casa Real e mais tarde Governador e Capitão Geral do Estado do Mato Grosso no Brasil. Foi muito curiosa a descrição da sua nomeação pelo Marquês de Pombal. A Casa foi mandada construir na segunda metade do Se, XVIII (cerca de 1780) é de salientar a sua frontaria de fachada corrida aberta para os belos jardins de inspiração francesa, à Le Nôtre, jardim que se divide em dois grandes terraços. Também importante é a grande plantação de camélias e roseiras e sobretudo o lago central onde todos os anos entre Junho e Julho florescem as Flores de Lótus, cuja beleza se pode admirar apenas durante um dia. Existe ainda um outro jardim, este à inglesa, onde se encontram algumas espécies arbóreas de grandes proporções trazidas do Brasil por Luís de Albuquerque. O almoço na Casa de Ínsua foi excelente, servido com vinhos de produção da Casa. Foi um fim de semana para recordar e dele o desejo de prosseguirmos com visitas noutras zonas do nosso país, tão rico de museus, monumentos, paisagens, gastronomia e calor humano. Depois desta visita continuámos para Viseu onde uma parte do grupo se hospedou no Hotel Grão Vasco e outra parte na Pousada de São Teotónio.O edifício desta Pousada era o antigo Hospital de São Teotónio cuja construção teve início em 1793 e sua recuperação para Pousada foi feita pelo Arq. Gonçalo Byrne. Ainda na tarde desse sábado, foi-nos oferecido um cocktail em casa da Dra. Teresa Brotas amiga da nossa associada Engª Telma Reis Sousa. Foi um convívio muito agradável numa casa antiga no centro histórico bem junto à Sé de Viseu, com uma vista magnífica sobre a cidade e planície envolvente. No domingo visitámos Viseu com guia local, percorremos as ruas da zona antiga da cidade, visitámos a Sé, o Museu Grão Vasco, com o seu excelente acervo pictórico nomeadamente os trabalhos de Vasco Fernandes e Gaspar Vaz, mas também de pintura mais recente nomeadamente a naturalista. Também importa fazer referência à estátua de D. Duarte, de Álvaro Debrée, dado que este rei nasceu em Viseu a 31 de Outubro de 1391.De muito interesse a estátua de Aquilino Ribeiro junto ao antigo mercado na Rua Formosa, onde tinha o seu alfaiate e o café onde se encontrava com os amigos. Está representado sentado à mesa de trabalho, quase dialogando, como um bom beirão, a quem lhe passa à beira. A peça é do escultor Yuraldi Rodriguez Puentes de nacionalidade cubana. Depois de Viseu rumámos para Penalva do Castelo para almoço e visita à casa de Ínsua, onde fomos Luís Alvellos Fim de semana no Convento da Arrábida Iniciou-se o primeiro dia deste fim de semana com a visita à zona histórica de Setúbal orientada pelo Dr. José Catalão, Director dos museus locais. A Igreja do Convento de Jesus foi alvo de visita cuidada por se tratar de uma peça de rara beleza da arquitectura manuelina e de autoria do Mestre Diogo Boitaca. Passámos pelo Mercado Municipal, na Av. Luisa Tody, em sábado de grande azáfama com excepcionais produtos expostos. Grandes painéis de azulejos alusivos aos costumes da terra e às 7 suas actividades piscatórias e agrícolas forram as paredes daquele espaço imenso. Ao nosso almoço em localaprazível e perto do mercado, seguiu-se a partida em autocarro para o Convento em plena Serra da Arrábida, onde fomos recebidos pelos dois simpáticos residentes, a Dra.Célia e o Sr. Quirino. por D. Pedro II em 1701, terminando em 1707.O próprio D. Pedro II e também D. João V ali se deslocavam como peregrinos. O almoço decorreu em Sesimbra tendo o grupo regressado nessa tarde a Lisboa. Foram dois dias de agradável convívio nesta zona de rara beleza paisagística e rico património cultural Maria do Rosário Alvellos Jantar anual do G.A.M.O Com o patrocínio da Embaixada da Turquia, realizou-se no dia 20 de Novembro o nosso Jantar anual de angariação de fundos, que começou com um elegante desfile de coloridos fatos Otomanos do Instituto Adana Olunglasma da Turquia, apresentados por Sua Excelência a Senhora Ebru Baratçu Gokdenizler, Embaixadora da Turquia. A beleza dos fatos, ricamente bordados, foi realçada pela graciosidade das filhas e netas dos nossos associados que se disponibilizaram para desfilar. O Convento da Arrábida foi fundado em 1542 por Frei Martinho de Santa Maria, frade castelhano e outros fradesda Ordem de São Francisco a quem D. João de Lencastre (1501-1571), primeiro Duque de Aveiro, ofereceu a serra para ali continuarem. Os monges arrábidos eram eremitas e viviam de uma forma muito austera. Em 1834 com a extinção das ordens religiosas em Portugal os frades abandonaram o Convento. A posse do Convento e zonas envolventes, passou da Casa de Aveiro para a Casa de Palmela e só recentemente em 1990 para a posse da Fundação Oriente. A recuperação das celas, da Igreja, refeitório e cozinha deve-se a esta Fundação.No domingo de manhã o grupo de amigos teve a oportunidade de visitar o Convento e quem o desejou, assistiu à missa celebrada pelo Capelão, Sr. Padre Milícias, ele próprio também Franciscano. Dali o autocarro levou-nos para o Cabo Espichel para visitar o Santuário dedicado a Nossa Sra. do Cabo.A devoção àquele local, começou há quase seiscentos anos pela crença na sua aparição no rochedo a que chamavam Pedra de Mua.Tornouse num local de culto, com afluência crescente de romeiros, tendo a Igreja sido mandada construir A ementa luso-turca foi muito apreciada graças às iguarias confeccionadas na Embaixada da Turquia que culminou com os excelentes “Lokums” servidos com o café. O sorteio teve um grande êxito, esgotando-se as rifas devido à qualidade dos prémios e à originalidade do apresentador João Alvellos que veio expressamente de Zurich. 8 Agradecemos a todos o entusiasmo com que aderiram ao evento. 4---PRÓXIMAS ACTIVIDADES DO MUSEU DO ORIENTE 3—CONTACTOS COM INSTITUIÇÕES CONGÉNERES - Curso Preparatório de Chinês – Sábados - de 3 de Janeiro a 21 de Março. Realizou-se de 15 a 18 de Maio, em Berlim, cidade mundial da cultura, o XVI Congresso Mundial da Federação de Amigos dos Museus. A FAMP organizou por ocasião do congresso uma viagem cultural aberta a todos os associados dos grupos de amigos. O GAMO esteve representado pela Presidente Maria Otília Medina e Vice-Presidente, Maria do Rosário Alvellos - Concerto a assinalar o Dia de Reis “O Magnum Misterium – Um Natal Ibérico do Sec. XVI - 04 de Janeiro, às 17 horas. - Lisbon Impact – Exposição sobre Lisboa, de Deviprasade, até 25 de Janeiro 5—PRÓXIMAS ACTIVIDADES DO GAMO - Exposição na Fundação Calouste Gulbenkian a 22 de Janeiro (A Historia partilhada – tesouros do Palácio Real de Espanha) -Visita a Casa-Museu Anastácio Gonçalves, detentora de um precioso acervo de porcelana chinesa. -Workshop ayurvédico numa Quinta em Colares 9