Rogers video.ca

Transcrição

Rogers video.ca
A Pessoa como Centro
Revista de Estudos Rogerianos
Nº 5
Primavera – Maio 2000
INDÍCE
Nº 5
Maio 2000
Editorial Odete Nunes
Apresentação dos Autores
Conhecer João Hipólito Odete Nunes
Aprendizagem Centrada na Pessoa Fernanda de Mendonça Capelo
Treino de Eficácia Parental de Thomas Gordon Francisco Moniz Pereira
Espaço Terapêutico e Transições Linguísticas Ana Monção
O Counselling Françoise Doucroux-Biass
Compreenção Empática e Sentimentos na Terapia Centrada no Cliente Barbara
T.Brodlley
A Terapia centrada na pessoa e a Abordagem do Corpo pelo Psicodrama João
Hipólito
EDITORIAL
Odete
Nunes
“ Com que então caiu na asneira
de fazer na quinta-feira
vinte e seis anos ! Que tolo!
Ainda se os desfizesse...
mas fazê-los não parece
de quem tem muito miolo.”
João de Deus
“Dia de Anos”, in Campo de Flores
Muitas das pessoas que privam com João Hipólito reconhecem, certamente, esta
forma de cumprimentar os aniversariantes, a qual ele diz com o sentido de humor que
lhe é próprio.
A referência à poética portuguesa, em situações do quotidiano é bem a prova de que
trinta anos de vida na Suíça não foram suficientes para o desenraízamento da sua cultura
de origem.
Para os que não conhecem ou não se lembram, este poema há 50 anos fazia parte
do livro de leitura da 4ª classe. Esta lembrança remonta, pois, à infância do João e
parece ter ficado bem interiorizada na sua memória.
Neste ano de 2000, também João Hipólito “caiu na asneira” de fazer 60 anos. A
equipa da revista decidiu felicitá-lo apresentando neste número uma panorâmica do seu
trabalho desenvolvido no âmbito da Abordagem Centrada na Pessoa e da Terapia
Centrada no Cliente.
É reconhecido a nível nacional e internacional que João Hipólito, em Portugal, é
a pessoa que mais tem investido na divulgação das ideias de Carl Rogers e mais tem
contribuído para a formação de psicoterapeutas, de counsellors e de outros profissionais
interessados na área da relação de ajuda. Imbuído de um espírito criativo e motivado
pelo desejo de investigar, desenvolveu uma metodologia original em duas das
especificidades de intervenção terapêutica: o psicodrama e o relaxamento, enquadrandoos numa perspectiva de Abordagem Centrada na Pessoa.
Também a nível relacional é considerado por amigos, alunos e familiares como
sendo uma pessoa de trato afável e simples, embora cuidadoso e perspicaz na
interacção que estabelece com o outro.
Neste número começamos por dar a conhecer João Hipólito (Odete Nunes).
Seguidamente são abordadas diferentes temáticas. No âmbito da pedagogia, é feita uma
referência ao contexto da escola (Fernanda Capelo) e à educação dos filhos (Francisco
Moniz Pereira). No âmbito da investigação, é apresentado um trabalho desenvolvido a
partir de um tratamento em psicoterapia efectuado por João Hipólito (Ana Monção).
Mais especificamente no âmbito de Relação de Ajuda, é incluído um artigo sobre a
particularidade do counselling (Françoise Doucroux-Biass) e um outro que focaliza uma
das atitudes que Carl Rogers considera fundamental em qualquer processo de relação de
ajuda (Barbara Brodley) e, finalmente, um artigo original que consiste na apresentação
da conceptualização e metodologia do psicodrama segundo a perspectiva da Abordagem
Centrada na Pessoa (João Hipólito).
Precisamente porque temos como objectivo, neste número, sublinhar o trabalho
de João Hipólito, apresentamos alguns testemunhos de pessoas que com ele trabalharam
ao longo dos anos. Incluímos também fotografias e uma poesia da sua autoria,
expressão de outras áreas em que tem investido e actualizado as suas potencialidades
criativas.
Em nome da equipa da revista A Pessoa como Centro: Revista de Estudos
Rogerianos, agradeço a todos os autores que contribuíram com os seus artigos e
testemunhos para a realização deste número, que pretende assinalar os 60 anos de João
Hipólito.
Por último, agradeço a toda a equipa a sua colaboração, nomeadamente a Nuno
Andrade, director-adjunto deste número.
APRESENTAÇÃO DOS AUTORES
Odete Nunes
É Mestre em Psicopatologia e psicologia Clínica pelo Instituto Superior de Psicologia
Aplicada e doutoranda em Psicologia Social na Universidade de Tourlouse.
Psicoterapeuta Centrada no Cliente. Vice Presidente da Associação Portuguesa de
Psicoterapia Centrada na Pessoa e de Counselling. Assistente Convidada no Instituto
Superior de Psicologia Aplicada leccionando no Curso de Pós- Graduação em relação
de Ajuda. Psicoterapeuta Formadora.
Fernanda de Mendonça Capelo
Licenciada em Ciências da Educação – ramo Administração Escolar e Direcção
Pedagógica, Pós Graduação em Relação de Ajuda. Assistente da Escola Superior de
Educação Almeida Garrett – Universidade Lusófona. Lecciona a cadeira de
Metodologias Integradas na Licenciatura em Educação de Infância e as cadeiras de
Actividades na Educação Pré-Escolar e Desenvolvimento Profissional do Educador de
Infância, aos Complementos Científicos de Formação Pedagógica em Educação de
Infância.
Francisco Moniz Pereira
Licenciado em Medicina. Psiquiatra no Centro de Atendimento de Toxicodependentes
das Taipas – equipa de Mira Sintra. Membro da Associação Portuguesa de Psicoterapia
Centrada na Pessoa e de Counselling, estando a concluir a sua formação como
psicoterapeuta. Coordenador do Curso de Formação em Counselling da respectiva
Associação. Formador em Treino de Eficácia Parental.
Ana Monção
Licenciada em Línguas e Literaturas Modernas. Assistente do Departamento de
Linguística da Universidade Nova de Lisboa. Tem a parte curricular do Mestrado em
Linguística Descritiva. Apresenta nas Provas de Aptidão e Capacidade Científica o
trabalho “Do processo interpretativo no discurso esquizofrénico”. Fez parte do Grupo de
Estudos de Teorias do Texto (GETT/ UNL). Faz parte do 3ºGrupo de Formação em
Psicoterapia Centrada no Cliente. Prepara provas de Doutoramento na área da
Psicolinguística.
Françoise Doucroux-Biass
De formação científica, teológica e linguística, Françoise Doucroux-Biass obteve o
“Certificado de Formação em Psicoterapia e Counseling Centrados no Cliente e
Aplicação da Abordagem Centrada na Pessoa” do PCAII, instituto internacional
fundado por Carl Rogers, assim como o “Certificado de Conclusão do Curso em
Terapia Centrada no Cliente” da Universidade da Califórnia, Santa Cruz. Membro
fundador e presidente do AFTCP (Association Francophone de Thérapie Centreé sur la
Personne), é também membro do PTSC do EAC (Professional and Training Standards
Committee of the European Association for Counselling). Em França é membro do
PSY’G (Goupemente Syndical des Praticiens de la Psychologie) e do seu Comité
National d’Agrément. Psicoterapeuta-counsellor e formadora na Abordagem Centrada
na Pessoa, reside em Geneva.
Barbara T. Brodley
Doutorou-se na Universidade de Chicago e fez a sua formação no Counseling Center,
fundado por Rogers. É terapeuta centrada no cliente desde 1955. Está particularmente
interessada numa maior clarificação da teoria básica de Rogers, e na investigação da
aplicação da teoria à prática terapêutica. É ainda docente na Illinois School of
Professional Psychology, em Chicago.
João Hipólito
É Doutorado em Medicina. Psiquiatra e psicoterapeuta Centrado no Cliente.
Presidente da Associação Portuguesa de Psicoterapia Centrada na Pessoa e de
Counselling. Foi Professor Catedrático da Universidade Lusófona (Lisboa) e
actualmente é professor Convidado do Instituto Superior de psicologia Aplicada
(Lisboa) onde é Director do Curso de Pós-Graduação em Relação de Ajuda. Director da
Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade Independente.
Psicoterapeuta formador.
Aprendizagem Centrada na Pessoa
- Contributo para a compreensão do modelo educativo proposto por Carl Rogers
Fernanda de Mendonça Capelo
Resumo: O presente trabalho é fruto de uma pesquisa bibliográfica que teve
como pano de fundo a obra de Carl Rogers no âmbito da Abordagem Centrada na
Pessoa aplicada à educação e que designou por Aprendizagem Centrada no Aluno.
Pretende-se evidenciar a determinante importância do contributo deste autor, da
corrente humanista da Psicologia, para uma maior eficácia no processo de
aprendizagem, bem como para as Teorias Contemporâneas da Educação.
Como propostas são apresentados os pressupostos fundamentais do modelo da
Abordagem Centrada na Pessoa, assim como os seus princípios e atitudes aplicados à
Educação.
Abstract: This project was accomplished after a bibliographical research on the
works of Carl Rogers on the Person-Centred Aproach.
The aim of this communication is to highlight the decisive importance of Rogers'
humanistic Psychology and is contribution towards an improvement in the
teaching/learning process as well as the Contemporary Theories of Education.
The basic attitudes of Person-Centred Approach model are present as
propositions along with its principles and assumptions applied to Education.
Palavras-Chave: Abordagem Centrada na Pessoa - Educação -Aprendizagem
Centrada no Aluno - Processo de Aprendizagem - Relação Pedagógica -Atitudes
Facilitadoras - Qualidade
Key Words: Person-Centred Approach - Education - Teaching/Learning
Process - Pedagogic Relation – Quality- Basic Attitudes
Treino de Eficácia Parental de Thomas Gordon
Francisco Moniz Pereira
Resumo: Neste artigo são apresentados os princípios do PET (Parent Effectiveness
Training / Treino de eficácia Parental), e algumas questões que têm sido colocadas a
este tipo de programas, quer quanto à sua oportunidade como quanto à sua eficácia. São
apresentados resultados de investigações que procuram responder a estas questões, e
que comparam o PET com outros programas de educação parental. É abordada a
possível utilização destes programas na prevenção de comportamentos problema,
nomeadamente a utilização de substâncias.
Abstract :This article presents the PET (Parent Effectiveness Training ) principles, and
some questions that have been made to this kind of programs, to its opportunity and to
its effectiveness. It presents some results of investigations that try to answer to this
questions, and that compare PET with another parental education programs. We
approach the possible use of these programs in the prevention of problem behaviours,
particularly the substances use.
Palavras chave : Educação parental; Treino de Eficácia Parental; PET; Prevenção
Key-Words: Parental education; Parent Effectiveness Training; PET; Prevention
Parent Effectiveness Training (P. E. T.)
ESPAÇO TERAPÊUTICO E TRANSIÇÕES LINGUÍSTICAS
Ana Monção
Resumo: Apresentação de sequências de imagens de uma psicoterapia breve levada a
cabo por J. Hipólito: a gestão articulada do código verbal e não verbal. Dados
extralinguísticos que transformam uma conversação numa interacção terapêutica.
Alterações do código verbal por restrições proxémicas ou outras. Três razões pelas
quais os linguistas (e/ou os terapeutas) tendem ou a excluir ou a reduzir o estudo da
comunicação não verbal. Apresentação sumária de algumas hipóteses sobre transições
linguísticas no processo terapêutico. A passagem da forma impessoal “on” à de 1ª
pessoa como eventual consequência da reformulação, intervenção verbal mais
frequentemente empregue pelo terapeuta centrado no cliente
Abstract: This article discusses the articulation between the verbal and non-verbal codes
by presenting an image sequency from a brief psychotherapy conducted by J. Hipólito
and excerts of its verbal transcription. Several points are mentioned: extralinguistic data
wich transform an usual conversation into a therapeutic interaction; verbal code
alterations by proxemic restrictions or others; the reasons why linguists and/or therapists
tend to exclude or reduce the study of non-verbal communication. Some hypothesis
about linguistic transitions during the psychotherapeutic process, to be confirmed or
infirmed by further investigation, are presented. The linguistic transition from the
impersonal french form “on” to the first person pronoun “je” in the patient’s discourse
is analysed as an eventual consequence of the reformulation, the most frequently verbal
intervention used by the client-centered therapist.
Palavras-chave: mudança - transição - interacção terapeuta-cliente - interacção verbal conversação - processo terapêutico - estádios - códigos verbal e não verbal comportamento não verbal - proxémica - discurso - enunciado - sintáctico - semântico texto - - pronomes - verbos psicológicos - sentimentos - auto-avaliação - reformulação linguística - escala - experienciar - supervisão - video-gravação - psicoterapia - centrado
no cliente- Rogers
Key-words: change - transition – interaction therapist/client - verbal interaction conversation - therapeutic process - stages - verbal and non-verbal codes – non verbal
behavior - proxemics - discourse - utterance - syntactic - semantics - text - pronouns psychological verbs - feelings - auto-evaluation - reformulation - linguistics - scale experiencing - supervision - video-recording - psychotherapy - clent centered - Rogers
O COUNSELLING
Françoise Doucroux-Biass
Tradução de
Rute Brites
“Os homens podem aconselhar uma mulher a que fique só”
“Mas aconselhar não é mandar”
Resumo: Numa época em que o counselling não atravessa mais os oceanos, mas
somente a Mancha, para se tornar inteiramente europeu, é aparentemente necessário
retraçar o itinerário. Rogers foi a pedra de toque, que, através de uma práctica
particuçar, influenciou, desde há cerca de sessenta anos, as diferentes abordagens. É
ainda útil relembrar que desde o início do século XX, a relação com o outro e o cuidado
do outro tinham já criado, com maior ou menor felicidade, a noção de entrevista,
etiquetada em seguida de psicológica. É o que se tenta fazer na primeira parte deste
artigo.
Na segunda parte, através das diversas definições do termo counselling que foi
colorido de diferentes formas nos países em que teve origem, tenta-se colocar em
evidência aquilo que recupera e não recupera, todas as orientações psicológicas
confundidas. Na hora da migração, muitas vezes na dor das populações através da
Europa quando se fala de counselling, é importante falar não unívocamente, mas
unânimemente.
Abstract: In a time where the counselling is no longer crossing the oceans, but only the
????, to become intirely european, is aparently necessary to redraw the itinerary. Rogers
was the creator of a certain way of practice who influenced, in the last sixty years, the
different approaches. It´s usefull to remember that since the beginning of the XX
Century, the relation with the other, the care for the other, had create, with more or less
fortune, the notion of entreview, then labelled of psychological.
This is what is attempted to do in the first part of this article.
The second part, through the several definitions of the term counselling, which
was coloured of different ways in the countries where it had his origin, will try to put in
evidence what it recovers and what it doesn’t, all the confused psychological
orientations. In the migration hour, often in the pain of the populations through the
Europe, it’s important to talk not of an ??? voice, but of an unanimous voice when we
talk about counselling.
Palavras-Chave: Counselling – Relação de Ajuda – Counselling Skills
Key-Words: Counselling – Helping Relation – Counselling Skills
Chaucer, 1340-1400 in “The Tale of the Wyf of Bathe”, The Modern Library, 1929, New York.
COMPREENSÃO EMPÁTICA E SENTIMENTOS NA TERAPIA CENTRADA NO
CLIENTE
Barbara T. Brodley
Tradução de Rute Brites
Resumo: A empatia centrada no cliente não pretende descriminar os sentimentos do
cliente fora da matriz comunicacional e auto-expressiva do cliente. A experiência do
terapeuta de compreensão empática inclui a compreensão dos sentimentos, disposições,
avaliações, vontades, significados pessoais, perspectivas, explicações e informação do
cliente. O terapeuta dá às narrativas do cliente atenção cuidada e segue todos os
elementos nelas contidos. Contudo, não adquire verdadeira compreensão empática até
compreender os elementos expressivos do cliente como um self e particularmente como
uma acção do self. A percepção do cliente de que o terapeuta compreende estes
elementos é crucial para se sentir empaticamente compreendido.
Um efeito de foco é um efeito natural e ubíquo nos clientes quando percebem que são
verdadeira e empaticamente compreendidos. A interacção empática estimula a pessoa
que se sente compreendida, de forma a atingir a sua própria experiência e a representarse a si mesmo/a mais correctamente a partir da sua fonte experiencial. O
reconhecimento pelo terapeuta do cliente como agente - actor e reactor - na resposta
empática, e a percepção do cliente deste reconhecimento pelo terapeuta, são as chaves
para o efeito de foco.
Para além do efeito de foco do reconhecimento empático da auto-acção dos
clientes, as formas como Rogers usa as palavras “sentir” (feel), “sente” (feels),
“sentimento” (feeling), “sentimentos” (feelings) nas suas respostas empáticas pretendem
referir-se à experiência do cliente, e também a sensibilizá-lo para ela. Estas duas
características da empatia de Rogers - reconhecimento empático da auto-acção e o uso
de “sentir”, “sentimento”, etc. - ajudam a clarificar a terapia centrada no cliente e o seu
conceito de compreensão empática.
É crucial para uma compreensão correcta da terapia centrada no cliente, contudo,
perceber que os efeitos de foco estimulados pelo comportamento empático são e devem
manter-se acidentais. O terapeuta não deve deliberadamente tentar focar os clientes nos
seus processos experienciais. Se o terapeuta implementa tal objectivo para o cliente, ele
ou ela estará a sair da terapia centrada no cliente.
Abstract: Client-centered empathy is not intended to discriminate the client’s feelings
out of the matrix of the client’s communication and self-expression. The therapist’s
experience of empathic understanding includes understanding of the client’s feelings,
dispositions, evacuations, volitions, personal meanings, perspectives, explanations and
information. The therapist gives the client’s narratives respectful attention and follows
all elements in them. The therapist, however, does not achieve true empathic
understanding until understanding the elements expressive of the client as a self and
particularly as a self-agency. The client’s perception that the therapist understands
these elements is crucial to the client feeling empathically understood.
A focusing effect is a natural and ubiquitous effect upon clients when they
perceive they are truly empathically understood. The empathic interaction stimulates
the person who feels understood in this way to attend to their own experiencing and to
represent himself or herself more acutely from their experiential source. The therapist’s
recognition of the client as agency - actor and reactor - in empathic responding, and the
client’s perception of this recognition by the therapist, are keys to the focusing effect.
In addition to the focusing effect of empathic recognition of the self-agency of
clients, the ways in which Rogers uses the words “feel”, “feels”, “feeling”, “feelings” in
his empathic responses tend to allude to, and also attune the client to, his or her
experiencing. Both of these features of Rogers’ empathy - empathic recognition of selfagency and the usages of “feels”, “feeling”, etc. - help to clarify client-centered therapy
and its concept of empathic understanding.
It is crucial for correct understanding of client-centered therapy, however, to
realize that the focusing effects stimulated by empathic behavior are and should remain
serendipitous. The therapist does not deliberately attempt to focus clients on their
experiencing processes. If the therapist implements such a goal for the client, he or she
is stepping outside of client-centered therapy.
Palavras-Chave: Compreensão empática - Resposta Empática - Sentimentos - Foco
Key-Words: Empathic Understanding - Empathic Response - Feelings - Focusing
A terapia centrada na pessoa e a abordagem do corpo pelo psicodrama
João Hipólito
Resumo: Partindo de um “convite” implícito de Carl Rogers para o investimento na
investigação das relações entre a Terapia Centrada no Cliente e a ferramenta terapêutica
que o psicodrama representa, o autor desenvolveu uma prática terapêutica de
psicodrama enquadrada no âmbito da filosofia e do modelo rogerianos. As suas
aplicações à formação são sublinhadas e um exemplo clínico é apresentado
Abstract: Following an implicit invitation of Carl Rogers for the development of the
research on the application of the psychodrama as a therapeutic tool, the author
developed a therapeutic practice of the psychodrama within the setting of the Roger’s
philosophy and therapeutic model. The application for the therapeutic training is
underlined and a vignette is presented
Palavras-Chave: Terapia Centrada no Cliente, Psicodrama, Sistema Sócioantropológico, Grupo, Carl Rogers
Key Words: Client Centered Therapy, Psychodrama, Socio-anthropological System,
Group, Carl Rogers

Documentos relacionados

mareen Ohara

mareen Ohara úteis na formação dos terapeutas, constituindo uma forte motivação para as respostas, uma interrogação mais do que um desejo de “reformular”. No entanto, ao compreender a experienciação do cliente,...

Leia mais

centro counsiling

centro counsiling Centrada na Pessoa e Counselling, faz parte do Comité Executivo da Rede. Por último, agradeço aos autores e a todos os que através do trabalho e da sua experiência colaboraram na concretização dest...

Leia mais

A Pessoa como Centro

A Pessoa como Centro Não há muitos anos , veio a Portugal integrado num curso de formação para psicoterapeutas do modelo da Terapia Centrada no Cliente. Tive o prazer de o conhecer pessoalmente e um dos aspectos que ma...

Leia mais

Psicoterapia Centrada na Pessoa

Psicoterapia Centrada na Pessoa Abstract The study consists on a theoretical revision of the formulations postulated by Carl Rogers along the development of the Client Centered Therapy, with emphasis in the experiencing concept a...

Leia mais