Faust - 6 Outubro 2010

Transcrição

Faust - 6 Outubro 2010
Faust - 6 Outubro 2010
Revista de Imprensa
08-10-2010
1. (PT) - Diário de Notícias, 08-10-2010, Lisboa revisitou o rock marginal dos Faust
1
2. (PT) - Diário Digital Online, 07-10-2010, Faust no Teatro Maria Matos: Corrosão caótica
2
3. (PT) - Expresso Online - Escape Online, 07-10-2010, Teatro: Dueto Para Um, A Portugueza, A Vida de
4
Verónica Lake e mais!
4. (PT) - Destak, 06-10-2010, Maria Matos recebe Faust
7
5. (PT) - i, 06-10-2010, Música
8
6. (PT) - i, 06-10-2010, Faust. Fazer música com drogas e martelos pneumáticos
9
7. (PT) - Diário Digital Online, 06-10-2010, O experimentalismo dos Faust hoje no Maria Matos
10
8. (PT) - Expresso Online - Escape Online, 06-10-2010, Concertos: Guns N? Roses, Faust, Andrew Bird,
11
Camané e mais!
9. (PT) - Time Out - Time Out Lisboa, 06-10-2010, Concertos
13
10. (PT) - Diário de Notícias, 05-10-2010, Um concerto e um ?workshop? com os Faust
16
11. (PT) - Diário de Notícias Online, 05-10-2010, Um concerto e um ?workshop? com os Faust
17
12. (PT) - Sapo Online - Cultura Sapo Online, 05-10-2010, Faust ao vivo
19
13. (PT) - Diário Digital Online, 03-10-2010, Agenda de concertos de 4 a 10 de Outubro
20
14. (PT) - Expresso - Atual, 02-10-2010, Faust ao vivo no Maria Matos
22
15. (PT) - Expresso - Atual, 02-10-2010, Músicas
23
16. (PT) - Correio da Manhã - Vidas, 02-10-2010, Agenda de Música
24
17. (PT) - Público - Ípsilon, 01-10-2010, Agenda
25
18. (PT) - Público - Ípsilon, 01-10-2010, Os Faust queriam mais, e tiveram mais
27
19. (PT) - Sol - Essencial, 01-10-2010, Espectáculos
29
20. (PT) - Sábado - Guia Para a Semana Sul, 30-09-2010, Agenda de Música
31
21. (PT) - Rua de Baixo.com, 28-09-2010, Faust em Lisboa
35
22. (PT) - Público Online - Guia do Lazer Online, 24-09-2010, Faust
37
23. (PT) - Música Online.pt, 08-09-2010, Quatro meses recheados de concertos
38
24. (PT) - Time Out - Time Out Lisboa, 08-09-2010, O que vem aí
47
25. (PT) - Público Online - Ípsilon Online, 26-08-2010, A nova temporada começa aqui
48
26. (PT) - Público - Ípsilon, 20-08-2010, A nova temporada começa aqui
61
27. (PT) - Jornal de Notícias, 05-08-2010, Blixa Bargeld e Faust ao vivo em Lisboa
71
28. (PT) - Cotonete Online, 02-08-2010, 02-08-2010 Maria Matos com programação de luxo
73
29. (PT) - Diário de Notícias Online, 30-07-2010, Faust e Blixa Bargeld tocam no Teatro Maria Matos
74
30. (PT) - Metro Portugal, 30-07-2010, Maria Matos apostanum Outono experimental
76
31. (PT) - Primeiro de Janeiro, 30-07-2010, Projeto anbb em Setembro
77
32. (PT) - Body Space.net, 29-07-2010, Novidades para a rentrée: Faust, anbb, Jóhann Jóhannsson e
78
Hauschka são as apostas do Maria Matos
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ID: 32202964
08-10-2010
Tiragem: 45428
Pág: 53
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 10,51 x 16,00 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
Página 1
A2
Faust no Teatro Maria Matos: Corrosão caótica
Tipo Meio:
Internet
Meio:
Diário Digital Online
URL:
http://diariodigital.sapo.pt/disco_digital/print.asp?id_news=39890
Data Publicação:
07-10-2010
quinta-feira, 7 de Outubro de 2010 | 11:35
Os Faust actuais estão reduzidos a dois membros fundadores embora o seu nome continue a
despertar atenções como se viu pela enchente no teatro lisboeta. Quem arriscou não mais irá
esquecer a fantástica e caótica noite que os Faust proporcionaram.
O Teatro Maria Matos vestiu-se de Galeria Zé dos Bois para receber muitos dos clientes habituais do
espaço do Bairro Alto. O nome era de peso e a expectativa enorme.
Expliquemos que estes Faust (há outra formação com outros membros fundadores) de visita a Lisboa
são liderados pelo carismático Jean-Hervé Péron e pelo baterista Werner Zappi Diermaier. Em palco
juntam-se o casal James Johnston (Gallon Drunk, ex-Bad Seeds de Nick Cave) e a multifacetada
Geraldine Swayne (pintora, realizadora de filmes independentes) que se encaixam na perfeição com os
dois elementos originais.
Antes de vermos este alinhamento em palco, fomos surpreendidos com um arranque insólito. Em
frente das cortinas ainda fechadas, dois rudimentares kits de bateria esperavam os músicos enquanto
uma voz introduzia a banda mas em vez de ouvirmos os habituais pedidos para desligar os telemóveis
e proibir gravações há um apelo à liberdade de gravar e tirar fotos à vontade do público convidando
ainda os fãs a conhecerem a banda no fim sugerindo que levassem comida e perfumes!
Depois Jean-Hervé Péron e Werner Zappi Diermaier sobem da plateia para o palco e tomam conta das
baterias em pé, um de cada lado quase sincronizados a que se junta uma voz a declamar um texto em
bom português. Sem perder o ritmo o narrador é revelado quando se abrem as cortinas e a banda
toma os lugares à volta do nosso Tiago Gomes! Estava dado o mote para uma noite diferente em que
os inesperados recursos industriais fundiam-se na perfeição com o ruído de feedback e as batidas
certeiras de Werner Zappi Diermaier.
Os Faust em 2010 ao vivo são uma máquina feroz alimentada pela loucura de Jean-Hervé Péron que
tanto pode estar em versão calma de baixo na mão como pode andar possuído pelo palco a espalhar
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gravilha de um balde das obras ou a gritar a agarrado a uma betoneira (sim, houve uma betoneira em
palco) que tanto pode girar espalhando mais gravilha em cima do microfone como pode ser perfurada
a berbequim! Tudo serve para fazer barulho, até faíscas de ferro derretido que Péron espalhava pelo
chão.
Um espectáculo completamente imprevísivel que nunca perdeu de vista a sonoridade rock que serviu
também de banda sonora para Geraldine Swayne improvisar uma pintura numa grande tela que ficou
a decorar o canto direito do palco.
Um verdadeiro caos instalado e espalhado pelo palco do Maria Matos que nunca terá vivido nada
assim. Também houve momentos de tensão entre o palco e a mesa de mistura com James Johnston
irritadíssimo com o nível muito baixo de som que saía dos instrumentos. Tinha razão mas foi bom que
a irritação não tenha chega a Jean-Hervé Péron de berbequim na mão.
Como se percebe pelo que já foi contado não é fácil explicar por palavras a experiência vivida e julgo
que também não será fácil ao leitor imaginar uma dedicatória a Bob Dylan no meio daquele vulcão
sónico e industrial. Mas aconteceu.
Antes dos dois encores verdadeiramente arrancados pela plateia houve um final apoteótico com cerca
de vinte minutos de construção sonora hipnótica , cavalgante e irresistível. Pura magia musical
desordenada mas com sentido.
O krautrock é isto.
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Teatro: Dueto Para Um, A Portugueza, A Vida de Verónica Lake e mais!
Tipo Meio:
Internet
Meio:
Expresso Online - Escape Online
URL:
http://aeiou.escape.expresso.pt/muito-bom-artes/teatro-dueto-para-um-a-portuguezaa-vida-de-veronica-lake-e-mais:32-1139765
Data Publicação:
07-10-2010
Quinta, 07 de Outubro de 2010
O drama relatado em Dueto Para Um, com histórias sobre artistas e o papel da arte nas suas vidas,
contrasta esta semana com a comédia de Elliot - O Gladiador do Humor. Entre os dois extremos está o
hino à portugalidade de A Portugueza, o monólogo que revisita a vida de Veronika Lake em Hollywood
e ainda Churchill - The Musical, entre outros espectáculos que enchem esta semana os palcos
nacionais.
Dueto Para Um
A vida de artistas intimamente ligados a diversas artes e o espaço que esta ocupa nas suas vidas é
relatado em Dueto Para Um, numa reflexão sobre a identidade. Para ver de 8 a 24 de Outubro no
Teatro Carlos Alberto, no Porto, de quarta a sábado às 21h30 e ao domingo às 16h00.
A Portugueza
A Portugueza parte do hino nacional para reflectir sobre sobre a simbologia da nacionalidade. No
contexto das celebrações do centenário da República, a Cão Solteiro repõe no Teatro Maria Matos, em
Lisboa, a última peça de uma trilogia, no próximo dia 9 de Outubro. A partir das 21h30, com bilhetes
de 6 a 12 euros.
Sex Zombie - A Vida de Verónica Lake
Cabe a André Murraças não só a autoria, mas também a encenação e interpretação de Sex Zombie A Vida de Verónica Lake, uma peça inspirada na vida da actriz americana Veronika Lake, uma ícone de
Hollywood que acabou por se envolver em álcool e drogas, acabando mesmo por se prostituir. Este
monólogo está em cena de 7 a 10 de Outubro no Clube Estefânia, em Lisboa, no âmbito do Festival
Cabeças Falantes. De quinta a sábado às 21h30 e ao domingo às 16h00, com bilhetes a 7,5 ou 10
euros.
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Churchill - The Musical
O ícone britânico é retratado neste musical que se apresenta no Algarve. Foi, aliás, nesta região do
país que o espectáculo nasceu, concebido por dois ingleses que ali residem. Churchill - The Musical
conta a história do famosos primeiro-ministro britânico em forma de musical que integra um elenco de
meia centena de artistas. Para ver até dia 8 de Outubro, às 15h30 e 19h30, no Auditório Municipal de
Lagoa, com bilhetes a partir de 12,5 euros.
On the Road ou a Hora do Arco-Íris
À procura do arco-íris, que neste caso são apenas umas férias diferentes, longe do buliçoso Varão
algarvio, uma mulher faz-se à estarada a bordo de uma caravana. Alcançará o que procura? On the
Road ou a Hora do Arco-Íris está em cena no Teatro Helena Sá e Costa, no Porto, dias 8 e 9, às
21h30.
Elliot - O Gladiador do Humor
O Cine-Teatro Municipal de Estarreja acolhe um espectáculo que junta teatro cómico, cinema e
televisão em uma hora e meia que promete muitas gargalhadas. Elliot - O Gladiador do Humor
também se faz de diálogo com o público. Para ver dia 9 de Outubro no Cine-Teatro Municipal de
Estarreja, pelas 22h00, com bilhetes a 4 euros.
E Mais Teatro!
Dança da Morte
Um Eléctrico Chamado Desejo
O Mistério da Camioneta Fantasma
O Homem Elefante
Confissões de um Fumador de Tabaco Francês
Encalhadas
The Man and the Show
Muito Bom!
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Miúdos: Espreitar morcegos, mergulhar com tubarões e mais!
MUS: Prepare-se para a corrida de aventura mais divertida do mundo!
Miúdos: Noddy ao Vivo - O Concerto Mágico
Concertos: Guns N' Roses, Faust, Andrew Bird, Camané e mais!
À mesa com José Quitério: Restaurante Vinhas d'Alho
Acompanhe o escape.pt no Facebook e no Twitter!
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A7
ID: 32172271
06-10-2010
Tiragem: 135000
Pág: 28
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 4,81 x 13,01 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
MÚSICA
Maria Matos
recebe Faust
Hoje, apartir das 22h,
o Teatro Maria Matos acolhe os Faust. Nascidos em Hamburgo e criados numa comuna/estúdio
em Wümme, os Faust corporizaram desde o primeiro momento um estado primitivo de consciência. A
par de outros grupos como
os Can e os Neu!, os Faust
foram ao longo da 1.ª metade da década de 1970 a
linha da frente do rock experimental alemão. São
desse período os seus principais álbuns, essenciais para a evolução das diferentes músicas experimentais
contemporâneas. Dois músicos omnipresentes foram
os multi-instrumentistas
Jean-Hervé Péron e Werner “Zappi” Diermaier.
Preço 15 euros
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i
A8
ID: 32169930
06-10-2010
Tiragem: 33000
Pág: 39
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 3,98 x 17,57 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
Página 8
i
A9
ID: 32169963
06-10-2010
Tiragem: 33000
Pág: 32
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 24,15 x 30,65 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
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A10
O experimentalismo dos Faust hoje no Maria Matos
Tipo Meio:
Internet
Meio:
Diário Digital Online
URL:
http://diariodigital.sapo.pt/disco_digital/print.asp?id_news=39867
Data Publicação:
06-10-2010
quarta-feira, 6 de Outubro de 2010 | 11:47
Nome mítico do rock experimental alemão, os Faust vão estar hoje no Teatro Maria Matos.
A par com bandas como os Can ou os Neu!, os Faust foram essenciais para o desenvolvimento da
música experimental. Da formação que atravessou a primeira metade da década de 70, mantêm-se os
multi-instrumentistas Jean-Hervé Péron e Werner Zappi Diermaier.
O concerto está marcado para as 22h00. O preço dos bilhetes é de 15 euros (7,5 para menores de 30
anos).
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Concertos: Guns N? Roses, Faust, Andrew Bird, Camané e mais!
Tipo Meio:
Internet
Meio:
Expresso Online - Escape Online
URL:
http://aeiou.escape.expresso.pt/muito-bom-musica/concertos-guns-n-roses-faustandrew-bird-camane-e-mais:31-1139763/comentario/
Data Publicação:
06-10-2010
Quarta, 06 de Outubro de 2010
Revivalismo é a palavra de ordem nos concertos desta semana. Os Guns N' Roses regressaram aos
palcos, após um interregno de mais de uma década, e Portugal é comtemplado com um concerto, esta
noite, no Pavilhão Atlântico. Também os alemães Faust vêm mostrar o seu mais recente registo, bem
como Andrew Bird e o português Camané.
Guns N' Roses
'Chinese Democracy' foi um dos albúns que mais tempo demorou a conceber. Hoje à noite é tempo
de ver, ao vivo, se valeu a pena esperar por estes novos 'novos' Guns N' Roses. Além dos temas do
mais recente registo, a mítica banda deverá tocar, no Pavilhão Atlântico, algumas das músicas que já
se tornaram 'clássicos' do rock. A abrir estará o canadiano Sebastian Bach. Para ver a 6 de Outubro,
no Pavilhão Atlântico, em Lisboa, a partir das 20h00, com bilhetes entre 32 e 42 euros.
Faust
Oriunda dos longínquos anos 70, a banda alemã continua vanguardista e engorda a expectativa por
este concerto que deverá focar o mais recente registo, editado em 2010. Os Faust sobem ao palco do
Teatro Municipal Maria Matos, em Lisboa, dia 6, pelas 22h00, com bilhetes a 15 euros.
Andrew Bird
O músico americano regressa a Portugal para apresentar o seu novo álbum, aplaudido pela crítica,
"Noble Beast". Andrew Bird mostra parte do seu percurso transversal a diversas sonoridades. A Aula
Magna, em Lisboa, acolhe-o esta quinta-feira, 7, às 21h00, com bilhetes entre 25 e 30 euros.
Camané
Camané é um dos fadistas mais importantes da sua geração e não deixa de surpreender. "Do Amor e
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dos Dias", o novíssimo registo do fadista luso, apresenta-se dia 7, quinta, no Centro Cultural de
Belém, em Lisboa, e é uma boa oportunidade para descobrir o que se segue a "Sempre de Mim", de
2008. Para ver quinta, às 21h00, no Grande Auditório do CCB, com bilhetes entre 12,5 e 28 euros.
E Mais Música!
Os Golpes
Muito Bom!
Miúdos: Noddy ao Vivo - O Concerto Mágico
Corpo e Mente: Algarve Spa Week e tratamentos a 1 euro!
À mesa com José Quitério: Restaurante Vinhas d'Alho
Borlas: Castelos, República, Supertubos e muito mais!
A escolha de... Gonçalo Rebelo de Almeida
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A13
ID: 32172166
06-10-2010 | Time Out Lisboa
Tiragem: 11520
Pág: 77
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 14,61 x 26,12 cm²
Âmbito: Lazer
Corte: 1 de 3
Página 13
ID: 32172166
06-10-2010 | Time Out Lisboa
Tiragem: 11520
Pág: 78
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 19,93 x 26,55 cm²
Âmbito: Lazer
Corte: 2 de 3
Página 14
ID: 32172166
06-10-2010 | Time Out Lisboa
Tiragem: 11520
Pág: 79
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 5,22 x 25,92 cm²
Âmbito: Lazer
Corte: 3 de 3
Página 15
A16
ID: 32160659
05-10-2010
Tiragem: 45428
Pág: 50
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 15,61 x 33,21 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
Página 16
A17
Um concerto e um ?workshop? com os Faust
Tipo Meio:
Internet
Meio:
Diário de Notícias Online
URL:
http://dn.sapo.pt/inicio/artes/interior.aspx?content_id=1678246&seccao=M%FAsica
Data Publicação:
05-10-2010
Lisboa
por ALEXANDRE ELIAS
O mítico grupo alemão toca amanhã no Teatro Maria Matos, e dará, no dia seguinte, uma lição de
música na Galeria Zé dos Bois
"Aprendemos, em décadas recentes, a respeitar o público", declara Jean Hervé Peron, membro
fundador dos Faust, grupo de raízes alemãs que actua amanhã, às 22.00, no Teatro Maria Matos, e
dará no dia seguinte (dia 7), às 19.00, um workshop na Galeria Zé dos Bois (ambos em Lisboa).
"Na nossa juventude selvagem éramos totalmente implacáveis, não tínhamos qualquer respeito por
nada nem ninguém", continua Jean Hervé. "E na altura não fazia mal, porque quando alguém se
considera um pioneiro acha que o que lhe compete é correr à frente e quebrar barreiras", completa.
A formação original dos Faust foi criada em Wümme (região rural da Alemanha) em 1971. Após dois
álbuns (Faust, desse ano, e So Far , de 1972), o grupo era despedido da Polydor (editora responsável
pelos primeiros discos da banda) e tornava-se parte do leque de grupos da então recém-fundada
Virgin Records.
Em palco, são conhecidos por utilizar ferramentas e aparelhos industriais (uma betoneira, inclusive) e
já provocaram verdadeiros motins (como no seu primeiro concerto, em 1971). Em Londres, as dívidas
que acumulavam como resultado do abuso de álcool fizeram com que Richard Branson os despedisse.
Ainda assim, os álbums editados pela Polydor e pela Virgin nos anos 70 são hoje considerados marcos
na união de uma lógica vanguardista ao rock (The Faust Tapes, de 1973, é composto por uma só faixa
de 64 minutos), bem como modelos da utilização da tecnologia de estúdio como ferramenta de
composição (através da colagem sonora, por exemplo), apesar da expressão comercial do grupo
nunca ter correspondido à influência que viera a ter posteriormente.
Página 17
Se a formação original se separou no início da década de 80, o novo alinhamento dos Faust inclui,
então, para além de Jean Hervé e "Zappi" Diermaier, a teclista Geraldine Swayne e o guitarrista James
Johnston, que toca com Lydia Lunch nos Big Sexy Noise.
Em Lisboa, segundo Jean Hervé Peron, o grupo interpretará, para além de temas do seu último álbum
(C'est Compliqué, de 2009), também alguns excertos de 10 (álbum gravado há dois anos mas que,
por divergências com a editora, ficou "na prateleira"), e de Something Dirty, fruto de uma sessão de
gravação datada de Junho passado, que, espera Hervé, será editado em 2011.
Quanto ao workshop, Peron diz que consiste principalmente em partilhar uma forma de fazer música:
"É algo que nos dá imenso gosto, até porque, ao contrário do que se passa num concerto, não há a
pressão de produzir em 90 minutos algo que as pessoas possam consumir."
No entanto, o workshop não será, segundo Jean Hervé, uma "aula" convencional: "Não vai haver uma
hierarquia, mas será errado dizer que será uma anarquia, até porque é suposto os participantes
levarem algo da sessão."
Com um limite de participantes a apontar para as 25 pessoas, as inscrições para o workshop são
realizadas através do e-mail [email protected] ou do número 213 430 205.
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A19
Faust ao vivo
Tipo Meio:
Internet
Meio:
Sapo Online - Cultura Sapo
Data Publicação:
05-10-2010
Online
URL:
http://cultura.sapo.pt/detalhe_evento.aspx?id=86710
Teatro Municipal Maria Matos
06-10-2010
22h00
Entrada: EUR 15,00 / EUR 7,50 (- 30 anos)
Reservas: 218438800
Formados em Hamburgo em 1969, os Faust são formados por Jean-Hervé Péron (baixo, trompete,
guitarra acústica, máquinas industriais, voz), Werner "Zappi" Diermaier (percussão, máquinas
industriais), James Johnston (guitarra eléctrica, percussão) e Geraldine Swayne (sintetizador, guitarra
eléctrica, piano acústico, voz). A par de outros grupos como os Can e os Neu!, os Faust foram ao
longo da primeira metade da década de 1970 a linha da frente do rock experimental alemão. São
desse período os seus principais álbuns, todos documentos essenciais para a evolução das diferentes
músicas experimentais contemporâneas.
http://www.myspace.com/faustpages
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A20
Agenda de concertos de 4 a 10 de Outubro
Tipo Meio:
Internet
Meio:
Diário Digital Online
URL:
http://diariodigital.sapo.pt/disco_digital/print.asp?id_news=39846
Data Publicação:
03-10-2010
domingo, 3 de Outubro de 2010 | 15:48
Smix Smox Smux e Os Capitães da Areia
Lisboa, MusicBox, 00h00
Yolanda Soares
Lisboa, Coliseu dos Recreios, 21h30
Faust
Lisboa, Teatro Maria Matos, 22h00
Guns N`Roses e Sebastian Bach
Lisboa, Pavilhão Atlântico, 20h00
Andrew Bird e Depedro
Lisboa, Aula Magna, 21h00
Camané
Lisboa, Centro Cultural de Belém, 21h00
Mad Caddies, Fitacola e Humble
Coimbra, Massas, 21h00
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Booka Shade, Edward Maya, Frankie Chavez, Marrokan e The Quest
Lisboa, Cais da Matinha, 20h00
Mad Caddies, Fitacola e Humble
Almada, Incrível Almadense, 21h00
Panda Bear e Oneohtrix Point Never
Barreiro, Casa da Cultura, 22h00
Pendulum, Nuno Forte, Drop Top, Refill, Da Chick, Sebastião Delerue e Zeder
Lisboa, LX Factory (Sala das Colunas), 22h00
Yolanda Be Cool, Marcelinho da Lua, Richie Campbell, Triplet e The Doups
Lisboa, Cais da Matinha, 20h00
Fonzie e Kumpania Algazarra
Lisboa, FNAC Vasco da Gama, 16h00
Página 21
A22
ID: 32131903
02-10-2010 | Atual
Tiragem: 136500
Pág: 6
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 7,23 x 29,18 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
Página 22
A23
ID: 32132384
02-10-2010 | Atual
Tiragem: 136500
Pág: 51
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 16,85 x 29,56 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
Página 23
A24
ID: 32132899
02-10-2010 | Vidas
Tiragem: 172355
Pág: 54
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 18,57 x 17,01 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
Página 24
A25
ID: 32113946
01-10-2010 | Ípsilon
Tiragem: 55364
Pág: 38
País: Portugal
Cores: Preto e Branco
Period.: Semanal
Área: 22,76 x 8,10 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 2
Agenda
Camané
Aveiro. Teatro Aveirense. Pç. República. 6ª às
21h45. Tel.: 234400922. 12€ a 16€.
Na Sala Principal. Dia Mundial da
Música. Apresentação de “Do Amor
e dos Dias”.
Nina Nastasia
Lisboa. Galeria Zé dos Bois. Rua da Barroca, 59 Bairro Alto. 6ª às 23h00. Tel.: 213430205. 10€.
Sábado 2
Lula Pena + B Fachada + JP
Simões
António Chainho
Lisboa. Soc. de Geografia. R. Portas de Santo Antão,
100. Sáb. às 21h00. Tel.: 213425401. 15€.
Figueira da Foz. Centro de Artes e Espectáculos. R.
Abade Pedro. Sáb. às 21h30. Tel.: 233407200. 5€ a
18€.
Orquestra Sinfónica Portuguesa
Direcção Musical: Etienne Abelin.
Com Etienne Abelin (violino).
Lisboa. Teatro Nacional de São Carlos. Lg. S. Carlos,
17. Sáb. às 18h00. Tel.: 213253045. 10€.
Domingo 3
Segunda 4
Amália Hoje
Lisboa. Palácio de Belém. Calçada da Ajuda, 11. 2ª às
21h30. Tel.: 213614600.
Entrada livre.
Terça 5
António Zambujo
Kurt Rosenwinkel e Orquestra de
Jazz de Matosinhos
Direcção Musical: Carlos Azevedo,
Pedro Guedes. Com Kurt Rosenwinkel
(guitarra).
Lisboa. Palácio de Belém. Calçada da Ajuda, 11. Sáb.
às 21h30. Tel.: 213614600.
Porto. Casa da Música. Pç. Mouzinho de
Albuquerque. Dom. às 22h00. Tel.: 220120220. 15€.
Entrada livre.
Entrada livre.
Na Sala Suggia. Ciclo Jazz Galp.
No Salão Nobre. A Família Bach I.
M/3.
Mariza
Lisboa. Palácio de Belém.
m.
ª às
Calçada da Ajuda, 11. 3ª
21h30. Tel.: 213614600.
Lula Pena
grafia
na S. Geografi
RITA CARMO
Sexta 1
Página 25
ID: 32113946
01-10-2010 | Ípsilon
Tiragem: 55364
Pág: 39
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 11,72 x 6,58 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 2 de 2
Quarta 6
5ª às 21h00 (portas abrem às 20h). Tel.: 213240580.
30€ a 35€.
Guns N’ Roses + Sebastian Bach
Camané
Lisboa. Pav. Atlântico. Parque Nações. 4ª às 20h00
(portas abrem às 18h30). Tel.: 218918409. 32€ a 42€.
Lisboa. CCB. Praça do Império. 5ª às 21h00. Tel.:
213612400. 12,5€ a 28€ (sujeito a desconto).
Faust
No Grande Auditório. Apresentação
de “Do Amor e dos Dias”. M/12.
Lisboa. Teatro Municipal Maria Matos. Av. Frei
Miguel Contreiras, 52. 4ª às 22h00. Tel.: 218438801.
15€ (sujeito a desconto).
Ver texto págs. 30 e segs.
Quinta 7
Placebo
Lisboa. Coliseu dos Recreios. R. Portas St. Antão, 96.
Andrew Bird + DePedro
Lisboa. Aula Magna. Alam. Univer.. 5ª às 21h00
(portas abrem às 20h). Tel.: 217967624. 25€ a 30€.
Os Golpes
Porto. Hard Club. Praça do Infante, 95 - Mercado
Ferreira Borges. 5ª às 22h30. 10€.
Apresentação de “G”.
Página 26
A27
Música
ID: 32114063
Em 1973, Uwe Nettelbeck, o ideólogo
dos Faust, dizia ao extinto semanário
“Melody Maker” que o que queria fazer com aquela banda seminal do rock experimental alemão era “música
popular”: “Não quero vê-los no mesmo saco que Stockhauusen ou [John]
Cage, aquilo a que chamam músculo
experimental. Somos ‘avant-garde’
não por estilo, mas por acidente”.
É um óptimo ponto de partida para
abordar o impacto deste grupo que
actuará no Teatro Maria Matos, em
Lisboa, na próxima quarta-feira, dia
6 de Outubro. A começar pelo ponto
onde isto começou, na Hamburgo de
1969. Foi lá que Uwe Nettelbeck, crítico de cinema, jornalista, produtor
musical e activista de esquerda com
ligação intermitente às Baader-Meinhoff, reuniu os músicos Werner “Zappi” Diermaier, Hans-Joachim Irmler,
Jean-Hervé Peron, Rudolf Sosna e
Gunther Wüsthoff. Alguns deles estavam ligados à cena experimental alemã, os outros compunham uma banda chamada Campylognatus Citelli.
Nettelbeck tinha um objectivo: levar o espírito convulsivo dos tempos
às massas. Confrontar o espírito consumista, conformista e ainda conservador do pós-guerra com gestos radicais. E tinha os meios para o fazer.
Acordara com a gigante Polydor um
contrato milionário, convencendo os
seus executivos de que tinham em
mãos uns novos Beatles, a banda certa para canalizar a energia de uma
geração. Nasciam então os Faust, que
é o termo alemão para “punho”, e que
é também a lenda alemã do homem
que vende a alma ao diabo para garantir sabedoria e delícias terrenas.
01-10-2010 | Ípsilon
Aproveitando a lenda, digamos que
os Faust nasceram com a alma vendida ao diabo. E acrescentemos que
sobreviveram incólumes – nesta história, foi o diabo o enganado.
Eis porque que falamos hoje com
Jean-Hervé Peron, baixista, trompetista, cantor e homem das electrónicas dos Faust – não são demasiadas
funções, todos os elementos tinham
diversas no grupo. A obra que deixaram na sua primeira vida, cinco álbuns entre 1971 e 1975, deixou marcas
visíveis. O punk deve-lhes algum do
seu confronto, o experimentalismo
multidisciplinar e dadaísta do póspunk deve-lhes mais ainda, a electrónica aventureira terá de passar por
eles. Sex Pistols, Einstürzende Neubauten, This Heat, Stereolab, To Rococo Rot, em todos se nota o toque
dos Faust, que estavam à frente do
seu tempo na atitude estética, mas
que eram, verdadeiramente, a sua
época. Porque não aceitavam as suas
regras, porque queriam transformar,
arriscar, mudar. “Não existe grupo
mais mítico do que os Faust”, escreveu Julian Cope em “Krautrock Sample”, o livro que documentou e divulgou à escala mundial o rock experimental alemão da década de 70.
Curiosamente, tudo começou com
“rock’n’roll e coca-cola”, escreveu
Gunther Wüsthoff num texto incluído
na reedição de “So Far”, o segundo
álbum da banda. Começa aí a conversa com Jean-Hervé Peron: “Quando
estávamos na idade de questionar, aos
16 anos, o rock’n’roll
ock’n’roll e a coca-cola invadiram a Europa. A coca-cola era o
símbolo da invasão americana e da
tendência para consumir, consumir
Tiragem: 55364
Pág: 28
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 29,10 x 37,72 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 2
e consumir: ‘A guerra acabou, consumam’ era a ideologia dominante. O
rock’n’roll, por outro lado, era a música que nos atraía, nos chamava até
si. Rock’n’roll e coca-cola, foi isso que
criou a nossa geração”.
Tudo estava bem no melhor dos
mundos: música eléctrica excitante e
novas maravilhas prontas a consumir.
Mas isso é a geração que faria o Maio
de 68 vista à superfície. O impulso que
guiou os Faust era mais profundo e
bem menos pacífico, a milhas do “flower power”. “O conflito pode e dever
gerar energia, e foi o conflito que
guiou as pessoas da minha geração”,
sublinha Peron. “Lidámos com conflitos interiores, conflitos com os nossos pais, conflitos com a sociedade
em que vivíamos. O resultado dessa
fricção, porém, nada teve de negativo.
Derrubámos barreiras e, musicalmente, criámos um movimento”. A Inglaterra chamou-lhe krautrock, um saco
onde às tantas já cabiam bandas tão
distintas quanto Can, Neu!, Amon
Düul, Electric Sandwich, Kraftwerk
ou Tangerine Dream. “Nós chamávamos-lhe música experimental, mas
acabou por vencer aquele nome estranho que os ingleses criaram,
am
m, co
com
om
um sentido de humor discutídisc
di
s ut
utível”, diz Peron.
Os Faust, sublinha, queueriam “mais energia do que
ue
a que havia no rock’n’roll,
ll,
outro tipo de energia”: “Queeríamos uma nova música. Queeríamos mais!”. E tiveram
m
mais.
“Éramos uns
sonhadores a lidar
com a dor
e a confusão da
sociedade do nosso
tempo”
Jean-Hervé Peron
Os Faust
foram a ponta
de um
icebergue a
que os
ingleses
viriam a
chamar
krautrock e
que incluiria
s
as bandas
ais diversas
mais
Música de intervenção
Reunião de músicos diferentes eses
Os Faust
queriam
mais,
e tiveram mais
Numa Europa a rock’n’roll, cocacola e pacifismo hippie, os Faust
eram outra coisa. Os alemães que
prenunciaram o punk, o pós-punk
e a electrónica experimental
(tudo o que está entre Sex Pistols
e Stereolab, portanto) vêm agora
a Lisboa. Mário Lopes
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ID: 32114063
01-10-2010 | Ípsilon
timulados pela “mente revolucionária” de Uwe Nettelbeck, os Faust criaram um som único e desafiador. A
música deles, onde instrumentos convencionais conviviam com decisivas
manipulações de fita, técnicas de música concreta ou aparelhos electrónicos inventados pelo engenheiro de
som Kurt Graupner, era um poderoso
reflector da psique dos seus membros
e do mundo que os rodeava.
Dos Velvet Underground retiraram
a repetição, o minimalismo. De Frank
Zappa, “as harmonias exteriores ao
rock’n’roll e os textos socialmente
críticos”. Dos dadaístas e do movimento Fluxus, a ideia de performance e a utilização do absurdo como
arma. E ainda foram buscar as planagens cósmicas aos Pink Floyd, versão
buraco negro, o minimalismo a compositores como LaMonte Young ou
Tony Conrad (com quem gravaram,
em 1973, “Outside The Dream Syndicate”), e saxofones e trompetes soprados a Miles Davis, como se “Bitches Brew” tivesse nascido numa
lotada auto-estrada alemã. Mas, além
de música, os Faust foram intervenção que extravasava a música. A capa
transparente do homónimo primeiro
álbum, ilustrada de forma perturbadora com os ossos da radiografia de
d
um punho, era reveladora. E as actuu
ações ao vivo, experiências violentas
aç
e surpreendentes
su
com tanto de “happening” quanto de concerto, são
pp
míticas: no palco escurecido, desmít
tacava-se a luz de ecrãs de televisão
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Pág: 30
País: Portugal
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Period.: Semanal
Área: 17,76 x 36,43 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 2 de 2
músicos jogavam quando bem entendessem e os sofás em que os Faust se
sentavam para olhar os espectadores,
que não sabiam como reagir a tudo
aquilo. “Se queríamos exprimir que
o poder da televisão era perigoso para todos, haveria melhor forma do
que pegar num marrão e destruir 20
aparelhos de televisão em palco?”,
pergunta Peron. “Aqueles que nos
compreendiam ficavam esmagados.
Não percebiam o que se estava a passar, mas percebiam que também nós
não sabíamos exactamente o que estava a acontecer.” Guiava-os uma urgência irreprimível, uma necessidade
de “agitar águas aparentemente serenas para que todos vissem a lama
que se escondia nas profundezas” - o
mundo da abundância, do rock’n’roll
e da coca-cola não lhes servia, a euforia hippie era uma mentira, o hedonismo alienado um engodo. “Éramos uns sonhadores a lidar com a
dor e a confusão da sociedade do nosso tempo. Extremistas nos nossos
corações, não na política. A política
organizada não nos interessava”.
Catástrofe e ressurreição
Há uma razão para, a meio da entrevista, Jean-Hervé Peron explicar assim
o desmembramento da banda, em
1975: “A Polydor tentou e foi uma catástrofe. A Virgin [os Faust foram das
primeiras bandas assinadas pela editora do então jovem Richard Branson]
tentou também e foi outra catástrofe.
Claro que os discos não o são, mas o
que
qu
e acontecia depois de os editarmos
era-o
eraer
a o certamente”.
Os dois primeiros álbuns dos Faust,
o homónimo de estreia (1971) e “So
Far” (1971), foram gravados numa antiga escola transformada em estúdio,
na zona rural do rio Wümme. Isolados, sem contacto com ninguém exterior à banda, trabalharam como que
“em meditação num mosteiro”.
O casulo foi quebrado quando, numa manhã, acordaram rodeados de
ccães-polícia
cã
es-polícia e metralhadoras, confundidos com terroristas das
Baader-Meinhoff - “Andava
tudo histérico com o terrorismo e nós, com as nossas
as
barbas, o nosso cabe
cabelo
belo
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comprido e as nossas
as rourrou
oupas, tínhamos ob
obviamenbvi
viam
amente de parece
parecer
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tas”. Mas o pi
veio depois.
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venendass de discos, com
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Faust
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Faust
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dist
distantes
stan
ante
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estes tempos
os d
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e ‘d
‘do
o it
yourself’, em qu
que
e qu
qual
qualquer
a quer
um pode ter um estúdio no computador”, aponta Peron. Desalojados,
roubaram o seu próprio equipamento, reclamado pela editora, e vaguearam. “Wümme foi um final difícil. Sem
dinheiro, sem trabalho. Acabámos a
comer comida de cão”.
Pouco depois, nova oportunidade
com a Virgin. Nettlebeck, antecipando a estratégia Radiohead, deu a Richard Branson a colagem, extraída
dos extensos arquivos da banda, que
resultaria no álbum “Faust Tapes”.
Com uma condição: o álbum teria de
ser vendido ao preço de um single.
100 mil cópias foram vendidas em
1973 – 90 por cento dos compradores,
diz-se, detestaram a pechincha, os
restantes empregariam aquela explosão criativa anos depois, quando o
punk se fez ouvir. No ano seguinte,
“Faust IV” foi um fracasso comercial
e “Faust V”, o álbum seguinte, não
chegou a sair. Tal como tinham aparecido, os Faust desapareciam na paisagem alemã: “Transformámo-nos
num mistério”.
Até que, em 1992, Hans-Joachim
Irmler, Werner Diermaier e Jean-Hervé Péron se reuniram para alguns
concertos, reactivando uma história
bruscamente interrompida - Rudolf
Sosna morreu em 1996, Gunther Wüsthoff recusou-se a participar na reunião. Daí para cá, gravaram novo material, colaboraram com Chris Cutler,
com os americanos Dälek, experimentalistas do hip hop, ou com Jim
O’Rourke e To Rococo Rot, experimentalistas “tout cour
court”.
urt”
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Em 2010, três anos
os depois
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or-te de Uwe Nettelbeck
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nunca revelar
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p
no próximo
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imo concerto”.
O objectivo
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abanar,
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ar, obrigarr a questionar”.
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O baibai
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Irmler. A ci
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vitó
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tória: “Finalmente é verdade. Os
Faust são mais. Não são menos. São
mais”.
Ver agenda de concertos págs. 38 e segs.
Os novos
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reagruparamse a partir de
1992, mas são
apenas uma
parte da
banda
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País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 14,37 x 21,48 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 2
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ID: 32115105
01-10-2010 | Essencial
Tiragem: 65967
Pág: 23
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 14,12 x 20,03 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 2 de 2
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A31
ID: 32098226
30-09-2010 | Guia Para a Semana Sul
Tiragem: 108500
Pág: 38
País: Portugal
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Period.: Semanal
Área: 8,47 x 17,07 cm²
Âmbito: Interesse Geral
Corte: 1 de 4
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ID: 32098226
30-09-2010 | Guia Para a Semana Sul
Tiragem: 108500
Pág: 39
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 10,39 x 17,26 cm²
Âmbito: Interesse Geral
Corte: 2 de 4
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ID: 32098226
30-09-2010 | Guia Para a Semana Sul
Tiragem: 108500
Pág: 40
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 10,53 x 17,19 cm²
Âmbito: Interesse Geral
Corte: 3 de 4
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ID: 32098226
30-09-2010 | Guia Para a Semana Sul
Tiragem: 108500
Pág: 41-42
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 7,93 x 16,97 cm²
Âmbito: Interesse Geral
Corte: 4 de 4
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A35
Faust em Lisboa
Tipo Meio:
Internet
Meio:
Rua de Baixo.com
URL:
http://www.ruadebaixo.com/faust-em-lisboa.html
Data Publicação:
28-09-2010
Fast Food
Nascidos em Hamburgo e criados numa comuna/estúdio em Wümme, os Faust corporizaram desde o
primeiro momento um estado primitivo de consciência, nunca definitivo, nunca absoluto.
Suficientemente livres dos paradigmas do rock americano para colocar a ênfase nas novas electrónicas
e em estilos vanguardistas como o minimalismo e a música concreta, o sexteto alemão
metamorfoseou-se num OVNI pós-psicadélico, polirrítmico, atento a todas as possibilidades.
Diferentes de tudo o que veio antes ou virá depois, os Faust tornaram-se inquestionavelmente uma
das grandes experiências criativas do nosso tempo.
A par de outros grupos como os Can e os Neu!, os Faust foram ao longo da primeira metade da
década de 1970 a linha da frente do rock experimental alemão. São desse período os seus principais
álbuns, todos documentos essenciais para a evolução das diferentes músicas experimentais
contemporâneas. Dois músicos omnipresentes em todos estes momentos foram os multiinstrumentistas Jean-Hervé Péron e Werner "Zappi" Diermaier, elementos basilares do cânone Faust e
que constituirão o núcleo da formação que se estreará finalmente, e com esperado estrondo - em
Lisboa.
O concerto está agendado para dia. Entrada: EUR15; 7,5EUR para menores de 30 anos.
Um dia após o concerto no Teatro Maria Matos, os quatro elementos de Faust visitam a Zé dos Bois
para um workshop. Esta sessão é aberta ao público em geral - músicos e não-músicos - que poderá
participar enquanto observador ou, mesmo, interagir com a banda. A audiência poderá trazer
instrumentos (preferencialmente pequenos, portáteis). O workshop terá inico com uma conversa,
avançando depois para uma improvisação colectiva.
Inscrição: 15EUR
Inscrições limitadas à lotação da sala
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A37
Faust
Tipo Meio:
Internet
Meio:
Público Online - Guia do Lazer
Data Publicação:
24-09-2010
Online
URL:
http://lazer.publico.pt/artigo.asp?id=265561
TELEFONE
218438801
LOCAL
Lisboa, Teatro Municipal Maria Matos - Av. Frei Miguel Contreiras, 52
HORARIOS
Dia 06-10-2010
Quarta às 22h00
PREÇO
15EUR (sujeito a desconto).
OBSERVAÇÕES
Na Sala Principal. M/6.
SÍTIO OFICIAL
http://www.myspace.com/faustpages
Se algum destes dados não estiver correcto, diga-nos.
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A38
Quatro meses recheados de concertos
Tipo Meio:
Internet
Meio:
Música Online.pt
URL:
http://musicaonline.sapo.pt/noticias/concertos/quatro_meses_recheados_de_concertos
Data Publicação:
08-09-2010
Se os festivais de Verão trouxeram muitos nomes internacionais a palcos portugueses, o último
trimestre de 2010 não parece ser menos pródigo na oferta.
Numa altura em que as vendas de discos nem sempre são garantia para um artista, os concertos
destacam-se muitas vezes como uma opção mais rentável... e os fãs agradecem, sobretudo os de
nomes que, há uns anos, dificilmente passariam por salas nacionais.
Do rock mais alternativo, dançável ou agressivo, passando por grandes estrelas da pop, entre
Setembro e Dezembro há propostas capazes de satisfazer vários gostos e públicos. O SAPO Música
apresenta algumas mas o espaço de comentários está, como sempre, aberto a sugestões:
SETEMBRO
10
Leonard Cohen no Pavilhão Atlântico, Lisboa
Festival Lisbon Unplugged na Tapada da Ajuda, Lisboa (Jay Jay Johanson, Rita Redshoes, Torino,
Lula, Pena, Berlam e Banda Larga)
11
Festival Lisbon Unplugged na Tapa da Ajuda, Lisboa (The Veils, David Fonseca, Au Revoir Simone,
Nikolaj Grandjean, Betty, Sinamantes)
Mayra Andrade no Theatro Circo, Braga
12
Supertramp no Pavilhão Atlântico, Lisboa
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14
Supertramp no Pavilhão Rosa Mota, Porto
14
Limp Bizkit no Pavilhão Atlântico, Lisboa
17
Atari Teenage Riot no Hard Club, Porto
18
Danko Jones no Hard Club, Porto
19
Eels no Coliseu de Lisboa
21
anbb: Alva Noto & Blixa Bargeld no Teatro Maria Matos, Lisboa
22
Goldfrapp no Coliseu de Lisboa
23
Wave Pictures no Santiago Alquimista, Lisboa
24
Thieves Like Us no MusicBox, Lisboa
Wave Pictures na Casa da Música, Porto
28
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Jóhann Jóhannsson & Ishra String Quartet no Teatro Maria Matos, Lisboa
30
Amy Macdonald no Coliseu de Lisboa
OUTUBRO
2
Mão Morta e Pop dell'Arte na Casa da Música, Porto
U2 (com Interpol na primeira parte) no Estádio de Coimbra
3
U2 (com Interpol na primeira parte) no Estádio de Coimbra
6
Faust no Teatro Maria Matos, Lisboa
Guns N' Roses no Pavilhão Atlântico, Lisboa
7
Placebo no Coliseu de Lisboa
7
Andrew Bird na Aula Magna, Lisboa
Mad Caddies no Massas Café Concerto, Coimbra
8
Mad Caddies, Fitacola e Humble no Incrível Almadense, Almada
10
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Katie Melua no Campo Pequeno, Lisboa
11
Katie Melua no Coliseu do Porto
12
Apocalyptica na Casa da Música, Porto
13
Apocalyptica na Aula Magna, Lisboa
14
Lloyd Cole na Casa da Música, Porto
15
Festival Sintra Misty no Centro Cultural Olga Cadaval (Dez Mona, Rodrigo Leão & Cinema Ensemble,
Tó Trips/Tiago Gomes, Mazgani, Nicole Eitner, Sandy Kilpatrick, Rui Miguel Abreu DJ Set
16
Festival Sintra Misty no Centro Cultural Olga Cadaval (Tiago Bettencourt & Mantha, Joan As Police
Woman, Foge Foge Bandido, Mark Kozelek, Mendes, João Só e Abandonados, Walter Benjamin,
Márcia, The Soaked Lamb, Gomo, Rui Miguel Abreu DJ Set)
17
Festival Sintra Misty no Centro Cultural Olga Cadaval (Hindi Zahra, Mayra Andrade, Piers Faccini,
Lloyd Cole Small Ensemble, Emmy Curl, Frankie Chavez, Minta, Noiserv
Mystery Jets no Santiago Alquimista, Lisboa
19
The Psychedelic Furs no Coliseu dos Recreios, Lisboa
Página 41
20
The Psychedelic Furs no Teatro Sá da Bandeira, Porto
The Swell Season no Santiago Alquimista, Lisboa
22
Hauschka no Teatro Maria Matos, Lisboa
25
A Flock of Seagulls na Aula Magna, Lisboa
25
Mika na Latada de Coimbra
27
Tindersticks no Coliseu do Porto
28
Tindersticks no Coliseu de Lisboa
28
Seu Jorge no Coliseu do Porto
29
Seu Jorge no Coliseu de Lisboa
NOVEMBRO
2
Anathema no Teatro Tivoli, Lisboa
Página 42
Michael Bublé no Pavilhão Atlântico, Lisboa
Greg Dulli no Santiago Alquimista, Lisboa
3
Anathema no Hard Club, Porto
Greg Dulli no Hard Club, Porto
Michael Bublé no Pavilhão Atlântico, Lisboa
4
Crystal Castles no Teatro Sá da Bandeira, Porto
6
Throbbing Gristle na Casa da Música, Porto
7
Broken Social Scene na Aula Magna, Lisboa
8
We Have Band no MusicBox, Lisboa
Broken Social Scene na Casa da Música, Porto
9
!!! no Lux, Lisboa
10
Vampire Weekend no Campo Pequeno, Lisboa
!!! no Teatro Sá da Bandeira, Porto
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11
The Drums no Lux, Lisboa
Vampire Weekend no Coliseu do Porto
12
Interpol no Campo Pequeno, Lisboa
13
Xavier Rudd no Hard Club, Porto
14
Xavier Rudd na Aula Magna, Lisboa
The Walkmen no Coliseu de Lisboa
18
Arcade Fire no Pavilhão Atlântico, Lisboa
19
Efterklang no MusicBox, Lisboa
21
Shakira no Pavilhão Atlântico, Lisboa
22
Joe Satriani no Campo Pequeno, Lisboa
24
Gogol Bordello no Campo Pequeno, Lisboa
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26
Anne Clark no Theatro Circo, Braga
Katatonia no Incrível Almadense, Almada
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Anne Clark no Centro Cultural de Ílhavo
Katatonia no Hard Club, Porto
29
Divine Comedy no Teatro Maria Matos, Lisboa
29
Alice Cooper no Campo Pequeno, Lisboa
30
Divine Comedy no Teatro Maria Matos, Lisboa
DEZEMBRO
3
James no Campo Pequeno, Lisboa
3
James no Campo Pequeno, Lisboa
Masayoshi Fujita & Jan Jelinek e Radian no Teatro Maria Matos, Lisboa
4
Fennesz, Brandlmayr & Dafeldecker e Ben Frost no Teatro Maria Matos, Lisboa
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7
Herbie Hancock no Campo Pequeno, Lisboa
8
Herbie Hancock na Casa da Música, Porto
10
Lady Gaga no Pavilhão Atlântico, Lisboa
16
30 Seconds To Mars no Pavilhão Atlântico, Lisboa
18
MGMT no Campo Pequeno, Lisboa
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A47
ID: 31776005
08-09-2010 | Time Out Lisboa
Tiragem: 11520
Pág: 65
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 14,27 x 25,70 cm²
Âmbito: Lazer
Corte: 1 de 1
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A nova temporada começa aqui
Tipo Meio:
Internet
Meio:
Público Online - Ípsilon Online
URL:
http://ipsilon.publico.pt/musica/texto.aspx?id=263706
Data Publicação:
26-08-2010
20.08.2010 - Ilustração de Vítor Ferreira
Nabokov e Michael Jackson, Apichatpong Weerasethakul e Lady Gaga, Alain Platel e Clint Eastwood,
Kanye West e Camões: de Setembro a Dezembro, eles vão estar numa sala (ou numa livraria) perto
de si. Faltam duas semanas para a abertura oficial da "rentrée"
Setembro
CINEMA
- Dia 2, estreia portuguesa de Predadores, relançamento do "franchise" sobre o guerreiro
extraterrestre lançado por John McTiernan com Arnold Schwarzenegger em 1986. Robert Rodriguez
("Sin City", "Planeta Terror") produz, Nimrod Antal dirige. No dia seguinte, estreia americana de outro
filme de Robert Rodriguez, "Machete" - o que começou por um trailer para um filme inexistente metido
na "sessão dupla" de "Grindhouse" torna-se agora numa longa-metragem a tempo inteiro (ainda sem
data portuguesa).
- Dia 3, arranca, na Cinemateca Portuguesa, o ciclo "O Povo": a escolha vai de "O Couraçado
Potemkine", de Eisenstein, a "Aquele Querido Mês de Agosto" de Miguel Gomes, passando por John
Ford, Jean Rouch, António Reis, Jean Renoir, Frank Capra, David W. Griffith, Vittorio de Sica ou
Chaplin.
- De 7 a 11, o Festival Douro Film Harvest traz a Portugal Sofia Loren e Gustavo Santaolalla e faz a
antestreia de "O Último Vôo do Flamingo", de João Ribeiro, e do documentário de Oliver Stone "South
of the Border"
- "Never Let Me Go", adaptação do romance de Kazuo Ishiguro "Nunca Me Deixes" pelo realizador
Mark Romanek, faz a sua estreia nos EUA.
- De 17 a 25, decorre mais uma edição do festival Queer Lisboa 2010, com destaque para o novo
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Bruce LaBruce; a 29, abertura de outro festival de culto na capital, o MoteLX.
- 25 anos depois, Oliver Stone regressa a um dos seus clássicos e faz uma sequela, "Wall Street: O
Dinheiro Nunca Dorme", novamente com Michael Douglas no papel de Gordon Gekko. Estreia
portuguesa dia 23.
- O novo filme de Stephen Frears, "Tamara Drewe", é uma comédia muito "british". Esteve em
Cannes, agora chega a Portugal.
- A 30, António Ferreira estreia "Embargo", adaptação do conto homónimo de José Saramago com
Filipe Costa (de Sean Riley & The Slowriders) no papel principal; e Julia Roberts regressa aos papéis
principais noutra adaptação, "Comer, Amar, Orar". Quem dirige é Ryan Murphy, o criador das
aclamadas séries "Nip/Tuck" e "Glee".
LIVROS
- A Teorema edita "Quartos Imperiais", de Bret Easton Ellis, novo e esperado romance do autor de
"American Psycho", "Desespero", inédito de Vladimir Nabokov, e "Em Anexo", de Isabel Fonseca,
primeiro romance da mulher de Martin Amis; o romance de estreia de Amis, por sua vez, está na
Quetzal: "Os Papéis de Rachel".
- Martin Amis diz que este é o grande romance da literatura americana e não vale a pena procurar
por melhor: "As Aventuras de Augie March", de Saul Bellow (Quetzal). Na mesma editora, "Livro",
quarto romance de José Luís Peixoto.
- Na Dom Quixote, saem "Milagrário Pessoal", de José Eduardo Agualusa, "O Novíssimo Testamento",
do cabo-verdiano Mário Lúcio Sousa, uma das apostas da editora Maria do Rosário Pedreira na Leya, e
"Memórias Secretas da Rainha Dona Amélia", de Miguel Real.
- Laurentino Gomes, autor do "best-seller" "1808", sobre a fuga da família real portuguesa para o Rio
de Janeiro, mostra agora como o Brasil consegue sobreviver com êxito em "1822". Mais da Porto
Editora: "Dez Mil Guitarras", de Catherine Clément, truculenta galeria de retratos de uma Europa em
mutação vista desde Alcácer-Quibir.
- A Sextante abre a "rentrée" com "O seminarista", de Rubem Fonseca, e "A Cidade do Homem", de
Amadeu Lopes Sabino.
- Na contagem decrescente para a estreia da adaptação cinematográfica de Raoul Ruiz, a Relógio
d'Água reedita "Mistérios de Lisboa", de Camilo Castelo Branco.
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- "Nobre Povo - Os Anos da República", de Jaime Nogueira Pinto é a aposta da Esfera dos Livros em
vésperas das comemorações do centenário da implantação da República. Outros livros para a
efeméride: "A República das Mulheres", de Maria João Seixas (Presença) e "1910", de Fernando Rosas
e Mendo de Castro Henriques (Presença).
- "Marina", de Carlos Ruiz Zafón, a obra que precedeu o bestseller "A Sombra do Vento", sai na
Planeta.
- Dois novos Gonçalo M. Tavares na Caminho: "Uma Viagem à Índia" e um novo habitante para "O
Bairro".
- As relações entre Israel e os EUA são vistas à lupa em "O lóbi de Israel", de John Mearsheimer e
Stephen Walt (Tinta da China). Também na Tinta da China, "A Viagem dos Inocentes", de Mark Twain,
mais um livro da Colecção de Literatura de Viagens, dirigida por Carlos Vaz Marques.
JAZZ
- Setembro é ainda tempo de concertos ao ar livre, casos do Quarteto de Nelson Cascais (dia 5) e do
projecto "Super Trouper" do guitarrista André Fernandes (dia 19), ambos no Jardim da Necessidades,
em Lisboa, ou ainda da Big Band do Hot Clube de Portugal (dia 2, Largo de São Carlos). Também a 4,
destaque para o espectáculo da Orquestra Jazz de Matosinhos com Kurt Rosenwinkel na Festa do
Avante.
- De 4 a 12, continuam os concertos Allgarve, com Jean Luc Ponty & His Band (dia 4, Castelo de
Silves), Aziza Mustafa Zadeh (dia 10, Auditório Municipal de Olhão) e Archie Shepp Quartet (dia 12,
Auditório Municipal de Albufeira).
CLÁSSICA
- A apresentação da programação da nova temporada da Orquestra Metropolitana de Lisboa será
acompanhada por um concerto com música sobre Lisboa no dia 7 de Setembro, no Salão Nobre da
Câmara Municipal.
-- Mais para o dia 11: depois de ter sido apresentada em Março de 2010 na Cité de La Musique, em
Paris, sob a direcção de Joana Carneiro, a ópera "A Flowering Tree", do compositor americano John
Adams poderá agora ser ouvida na Gulbenkian no âmbito do Festival Música Viva/Miso Music Portugal.
- O Festival Mozart traz à Gulbenkian os mais ilustres intérpretes da música do compositor austríaco.
Dia 23 de Setembro, René Jacobs dirige a Freiburger Barockorchester e um conjunto de reputados
jovens solistas numa versão de concerto da ópera "Così fan tutte".
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- Assinalando o bicentenário do nascimento de Chopin, Artur Pizarro apresenta ao longo de toda a
temporada de 2010-2011 uma série de nove recitais no Centro Cultural de Belém em que irá
interpretar a obra completa para piano do compositor polaco. O primeiro recital realiza-se a 30 de
Setembro, seguindo-se apresentações a 14 de Outubro, 30 de Novembro e 16 de Dezembro.
POP
- Anos e anos parado em meditação e depois isto. Os fãs lançam vivas ao desfalque financeiro que
obrigou Leonard Cohen a voltar à estrada: o concerto de dia 10 no Pavilhão Atlântico é o terceiro em
Portugal em três anos.
- 13 de Setembro é data grande: os Black Angels, bem-vinda e demoníaca confluência de ruído
shoegaze, acidez 13th Floor Elevators e negrume Velvet Underground, lançam "Phosphene Dream"; os
canadianos Black Mountain chegam com "Wilderness Heart" (enquanto eles existirem, a velha história
da morte do rock'n'roll será um tremendo exagero: El Guincho, músico das Canárias que transformou
o legado dos Animal Collective em alegria tropical, mostra "Pop Negro"; os Interpol regressam à
sonoridade da estreia com um álbum homónimo. E ainda: "Grinderman 2", da outra banda de Nick
Cave, "Fields", dos Junip, a banda preciosa que o sueco Jose Gonzalez passou os últimos tempos a
esconder-nos, e "Lisbon", dos Walkmen.
- Dia 19, no Coliseu dos Recreios, Mark Everett, dos Eels, apresenta a trilogia terminada com
"Tomorrow Morning", que chega às lojas a 30 de Agosto.
- Dia 20, Edwyn Collin lança "Losing Sleep", o primeiro álbum gravado pelo ex-líder dos Orange Juice
após o AVC que sofreu em 2005, os Peixe:Avião lançam "Madrugada", segundo álbum da promissora
banda de Braga, que se firmou no cenário português com o contemplativo "40.02", e a Ninja Tune,
entidade fulcral da música electrónica, festeja os 20 anos com "Ninja Tunes XX", épica caixa de design
impecável, como sempre, e 12 álbuns (em CD ou vinil), entre compilação do passado e material
inédito.
- Agenda de lançamentos para dia 27: Camané tenta superar o magnífico "Sempre de Mim" com "Do
Amor e dos Dias", novamente produzido por José Mário Branco (será apresentado ao vivo no CCB, a 7
de Outubro); Mark Ronson, o afamado produtor de Amy Winehouse e Lily Allen, aponta à década de
80 com "Record Collection"; e os No Age, banda charneira da vaga punk lo-fi, edita o muito aguardado
segundo álbum, "Everything in Between".
EXPOSIÇÕES
- Dia 11, no Centro Cultural Vila Flor, Gabriel Abrantes, acabado de sair de Locarno com um Leopardo
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de Ouro, mostra toda a sua obra cinematográfica, na exposição "Histories of Mutual Respect".
Destaque para "Liberdade" (2010), entre outros filmes realizados de 2006 a 2010.
- A partir de dia 13, o Museu Berardo mostra pela primeira vez em Lisboa a Colecção Cachola em
depósito no MACE - Museu de Arte Contemporânea de Elvas. Das cerca de 400 obras do acervo, 100
foram seleccionadas por Eric Corne para "A Culpa não é minha - Um percurso pela Colecção Cachola
no Museu Colecção Berardo".
- Dia 15, no Convento de Tomar, um dos acontecimentos anunciados da "rentrée": "Constructing
history: the future life of the past", projecto da Kunsthalle Lissabon sobre a prática artística
contemporânea diante da representação de episódios históricos. Participam The Otolith Group,
nomeado para o Prémio Turner de 2010, Matthew Buckingham, Mona Vatamanu & Florin Tudor, Micael
Nussbaumer, Eduardo Guerra, Pedro Neves Marques e Manuel Santos Maia.
- Dia 17, Pedro Barateiro mostra, em simultâneo na Kunsthalle Lissabon e na Kunsthalle Basel (onde
inaugura pela mesma altura uma individual), "Hoje Estamos de Olhos Fechados", filme feito de
imagens recolhidas na Faculdade de Arquitectura e Urbanismo da Universidade de São Paulo e no
jardim do Museu Nacional do Teatro, em Lisboa.
- As mulheres continuam a dominar as individuais no Centro de Arte Moderna da Gulbenkian: agora é
a vez de Lida Abdul, artista afegã radicada nos EUA (fugiu de Cabul em 1979) que explora nos seus
vídeos temas como a memória e a migração. Lisboa vai receber ficções filmadas no país natal, que
mostram as cicatrizes da guerra através de insólitas situações performativas, a partir de dia 24.
- A 25, a Galeria Quadrum, de Lisboa, regressa com um ciclo de exposições desenvolvido por seis
curadores convidados. A primeira é comissariada por André Romão e Pedro Neves e propõe pensar as
intenções, o impacto e o desdobramento do político na arte.
- A 30, o Pavilhão Preto do Museu da Cidade inaugura "Africa: See You, See Me!", exposição que
reconstitui a influência da auto-representação de África e da diáspora africana nas formas
contemporâneas de fotografar aquele continente.
TEATRO/DANÇA
- O D. Maria II reabre com Alexandra Lencastre e Albano Jerónimo em "Um Eléctrico chamado
Desejo" (9 Setembro a 31 Outubro), de Tennessee Williams, com encenação de Diogo Infante.
- Figura maior da dança canadiana, a bailarina Louise Lecavalier entregou-se nas mãos de Benôit
Lachambre para uma peça que especula sobre o corpo da bailarina-fétiche do colectivo La La La
Human Steps. "Is You Me" integra, a 11, a programação do Festival Materiais Diversos (10 a 25
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Setembro, Minde, Torres Novas e Alcanena). Depois vai à Culturgest (14 e 15) e ao Centro Cultural
Vila Flor, Guimarães (17).
- Dia 15, no Teatro Nacional S. João, Porto, Nuno Cardoso atira-se finalmente a "A Gaivota", de
Tchékhov.
- Com nova direcção, agora pelas mãos de Igor Gandra, do Teatro do Ferro, o Festival Internacional
de Marionetas do Porto chega a 16. Além da nova criação das Marionetas do Porto ("Make Love, Not
War"), e da peça que Regina Guimarães escreveu sobre os nómadas europeus ("Trans Gueto"),
destaque para a alemã Uta Gebert, com "Cocon" e "Jackush".
- Dia 16, mas em Lisboa, no S. Luiz, estreia "Hedda", releitura da "Hedda Gabler" de Ibsen por José
Maria Vieira Mendes, numa produção dos Artistas Unidos, e Jacinto Lucas Pires abre a programação de
teatro da Culturgest com "Sagrada Família".
- Xavier Le Roy ("Product of other circumstances", 24) e Gary Stevens ("Not Tony", 30) são os
destaques da edição deste ano do Mugatxoan, projecto internacional de pesquisa contemporânea que
em Portugal tem sede em Serralves.
Outubro
CINEMA
- Dia 7 arranca a Festa do Cinema Francês em Lisboa, Almada, Porto, Guimarães, Faro e Coimbra.
Destaque para duas grandes retrospectivas em coprodução com a Cinemateca Portuguesa, dedicadas
a André Téchiné e Pierre Étaix.
- "The American", "thriller" em que George Clooney é um assassino contratado e entregue aos bons
ofícios do fotógrafo holandês (e realizador de "Control") Anton Corbijn, tem estreia em Portugal, a 14.
- O DocLisboa 2010 (14 a 24 de Outubro) mostra, além da antestreia de "José e Pilar" de Miguel
Gonçalves Mendes, retrospectivas dedicadas a Joris Ivens e Marcel Ophüls.
- Duas estreias nas salas, também para 21: "Deixa-me Entrar", remake americana por Matt Reeves
do aclamado filme sueco de Tomas Alfredson e "Mistérios de Lisboa", adaptação da obra de Camilo
Castelo Branco por Raul Ruiz, veterano com uma ligação muito especial a Portugal.
- Dia 22, mas nos EUA, chega "Hereafter" - Clint Eastwood saindo da sua "zona de conforto" para
assinar uma história sobrenatural sobre a qual ainda pouco se sabe, escrita por Peter Morgan,
argumentista de "A Rainha" e "O Último Rei da Escócia".
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- Ainda sem data marcada, a Cinemateca Portuguesa organiza um ciclo Nagisa Oshima, com a
apresentação dos primeiros filmes do realizador de "O Império dos Sentidos".
LIVROS
- A Objectiva edita "Conversations with myself", de Nelson Mandela (Objectiva), ainda sem título
definitivo em português. Relato pessoal, e gigantesca base de dados, acerca de um dos grandes
líderes do nosso tempo.
- Paul Auster está de regresso à Asa, com "Sunset Park", que sai quase em simultâneo em Portugal e
nos EUA.
- A monumental "História do Século XX", de Martin Gilbert, chega a Portugal pela Dom Quixote.
- No mês em que Barack Obama visita Portugal, a Dom Quixote edita "A Ponte", a sua exaustiva
biografia escrita pelo editor da "New Yorker" David Remnick.
- Outra biografia: "Clarice Lispector - Uma Vida", de Benjamin Moser (Civilização), que levou sete
anos para fazer investigação, com o "aval" da família da escritora.
- Portugueses na Porto Editora: "Matteo perdeu o emprego", de Gonçalo M. Tavares (Porto Editora),
conjunto de pequenas histórias com um humor peculiar, e "Uma Longa Viagem com Manuel Alegre",
de João Céu e Silva.
- "Novas Cartas Portuguesas", o livro histórico de Maria Teresa Horta, Maria Velho da Costa, Maria
Isabel Barreno, sai pela Dom Quixote numa reedição anotada, comentada e prefaciada por Ana Luísa
Amaral.
- O último Lobo Antunes? "Sôbolos Rios que Vão" sai também pela Dom Quixote.
- Salman Rushdie apresentou-o recentemente no Festival Literário de Paraty e o livro chega já em
Outubro a Portugal: "Luka e o Fogo da Vida" é uma obra infanto-juvenil para o seu filho Milan.
JAZZ
- De 1 a 5, decorre o Angrajazz, com concertos da Orquestra Angrajazz, da Mingus Dinasty e do
Stefano Bollani Trio, entre outros.
- De 27 a 30, o Seixal Jazz traz a Portugal espectáculos de Charlie Haden Quartet West, Dave Holland
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Quintet, Steve Wilson Quartet e Odean Pope Octet. No Seixal Jazz Clube, as datas estendem-se de dia
20 até 6 de Novembro, com concertos de Ken Vandermark, Júlio Resende "3", No Project, Tony
Malaby's Tamarindo e os Lokomotiv de Carlos Barretto.
- Evan Parker Trio, Charles Gayle Trio, John Blum solo, Wadada Leo Smith com Louis Moholo Moholo
e Robert Glasper Trio são os convidados do Festival Jazzores, que começa a 29 de Outubro.
Associando-se ao Jazzores, o novíssimo Festival de Música e Cinema de Abrantes (16 até 6 de
Novembro) traz ao continente os projectos de Gayle, Blum e Leo Smith, ao qual acresce o duo de
Ernesto Rodrigues com Heddy Boubaker.
- A 30, Jane Monheit actua no Casino de Vilamoura.
CLÁSSICA
- A 10, e ainda no âmbito do Festival Mozart da Gulbenkian, Phlippe Herreweghe apresenta o lendário
"Requiem" com a Orchestre des Champs Élysées e o Collegium Vocale Gent. Na véspera, a orquestra e
o maestro associam-se a Andreas Staier, que tocará ao pianoforte o Concerto nº25, de Mozart.
POP
- Duas datas, 2 e 3 de Outubro, para os U2, a maior banda do mundo, no Estádio Cidade de Coimbra.
- Dois concertos para dia 6: os Faust, nome fulcral do rock experimental germânico da década de 70,
actuam pela primeira vez em Portugal no Maria Matos: no Pavilhão Atlântico, é 1992 outra vez, com
os Guns'n'Roses.
- Antony & The Johnsons, com "Swanlights" (álbum, onde encontramos um dueto com Björk, "Flétta",
que é também um livro) e os Belle & Sebastian com "Write About Love" (tanto o título como as
canções já conhecidas, "I didn't see it coming", "I'm not living in the real world" e "I want the world to
stop", mostram discos novos no dia 11.
- O quinto album dos Kings of Leon, "Come Around Sundown", tem lançamento dia 18.
- Não há novo álbum dos Roxy Music, mas há "Olympia", que é o mais próximo dele que teremos.
Colaboram Brian Eno, Phil Manzanera e Andy Mackay, velhos amigos, e uma parada de estrelas que
inclui David Gilmour, Jonny Greenwood ou os Scissor Sisters. Sai dia 25.
EXPOSIÇÕES
- Realizada em parceria com a Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República
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em Portugal, "Res Pública" é uma leitura das heranças sociais da República no mundo globalizado a
partir de obras do início do século XX e do início do século XXI. A partir de dia 7, no Centro de Arte
Moderna da Gulbenkian.
- No dia em que a Trienal de Arquitectura de Lisboa inaugura a exposição "Falemos de casas: entre o
norte e o sul", panorâmica sobre a habitação a partir de dois momentos emblemáticos - o projecto
SAAL e A Casa do Futuro, de Alison e Peter Smithson - no Museu Berardo, a Gulbenkian abre as portas
de "Os Professores", resultado de um inquérito a 50 artistas, sobre os professores que mais os
marcaram. É a 14.
- Na Culturgest, em Lisboa, a primeira antológica do trabalho do artista português João Queiroz
(Lisboa, 1957), reunindo desenhos e pinturas realizados ao longo dos últimos 20 anos, inaugura a 16
de Outubro.
- A 21 de Outubro, a Galeria Zé dos Bois revela alguns dos principais processos e elementos da obra
pictórica de Gonçalo Pena naquela que será, eventualmente, a maior individual do artista realizada até
hoje.
TEATRO/DANÇA
- A 14, arranca no Porto o Festival Trama: o dramaturgo das sensações, Vincent Dupont, é um
destaques de um festival que inclui ainda Paulo Castro, Albuquerque Mendes e o videasta e fotografo
alemão Thomas Koner.
- A 31, a Companhia Maior, constituída por intérpretes seniores, estreia o seu espectáculo de
apresentação, "Bela Adormecida", no CCB.
Novembro
CINEMA
- "A Rede Social", o filme de David Fincher sobre o Facebook, adaptado da biografia não-autorizada
que pinta Mark Zuckerberg, o fundador do site, de cores muito negras, tem estreia portuguesa a 4.
- A 4, e até 14, mais uma edição do Estoril Film Festival.
- Dia 10, o novo filme de François Ozon, "Potiche", tem estreia em França. Comédia de boulevard
clássica, com Gérard Depardieu e Catherine Deneuve nos papéis principais.
- Sylvain Chomet, o autor de "Belleville Rendez-Vous", filmou em animação um argumento que
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Jacques Tati completou mas nunca chegou a filmar, com a bênção dos herdeiros do realizador. "O
Mágico" é um dos filmes do ano, e chega a 25.
- "Filme Socialismo", a nova provocação do eterno farol da Nouvelle Vague, Jean-Luc Godard, foi
estreada simultaneamente em Cannes 2010, "online" em video-on-demand, e na Internet, num
"trailer" que "acelera" todo a acção do filme e a compacta em apenas dois minutos. A Portugal chega
em Novembro, em data a marcar.
LIVROS
-"Pátria Apátrida", inédito de W. G. Sebald, sai na Teorema.
- Antonio Skármeta vem a Lisboa apresentar o seu último romance, "Um Pai de Filme" (Teorema).
- A Sextante publica "A filha do coveiro", de Joyce Carol Oates: em 1936, os Schwarts escapam da
Alemanha nazi e instalam-se numa pequena cidade do estado de Nova Iorque.
- Lídia Jorge não publicava romance desde 2007; regressa agora, na Dom Quixote, com "A Noite das
Mulheres Cantoras".
- Duas edições fundamentais da Relógio D'Água: "Debaixo da Rede", primeiro romance de Iris
Murdoch, e "Crítica da Razão Cínica" um dos livros cruciais de Peter Sloterdijk.
-- Mais Mandela: "Um Longo Caminho para a Liberdade", autobiografia de uma das figuras mais
emblemáticas do século XX.
JAZZ
-De 11 a 20, todas as atenções se viram para o Guimarães Jazz, que tem uma programação de luxo:
The All Star Celebration of Lionel Hampton, Kenny Garrett Quartet, Saxophone Summit com os
saxofonistas Joe Lovano, David Liebman e Ravi Coltrane (repete a 14 na Culturgest), TOAP 2010, o
grupo The Story, Charles Lloyd New Quartet, Gonzalo Rubalcaba Sextet, Big Band da ESMAE e os
muito aguardados New York Composers Orchestra.
CLÁSSICA
- Jordi Savall e o seu agrupamento Hespérion XXI (com a colaboração de músicos convidados da
Turquia, Arménia, Grécia e Marrocos) apresentam na Casa da Musica (6) e na Gulbenkian (7) o
programa do CD "Istanbul".
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POP
- Rei morto, rei editado em abundância. O primeiro álbum de originais póstumo de Michael Jackson
chega em Novembro e será montado a partir dos mais de cem inéditos que, desde os tempos de
"Thriller", Jackson guardou no baú.
- Os Broken Social Scene, super banda canadiana representante de uma sensibilidade rock que tem
nos Arcade Fire os seus representantes máximos, apresenta "Forgiveness Rock Record", o último
álbum, ao vivo na Aula Magna (7) e na Casa da Música (8).
- The Drums, os verdadeiros "indie darlings", regressam a Portugal depois da passagem pelo Optimus
Alive, para um concerto dia 11, no Lux.
- Dia 18, no Pavilhão Atlântico, a banda de uma geração num palco para grandes massas: Arcade
Fire.
EXPOSIÇÕES
- No Pavilhão Branco do Museu da Cidade, e à boleia da Trienal de Arquitectura, a mais ampla
exposição de António Bolota, "À Última Luz do Dia", promete ser outro momento alto de 2010.
Inaugura dia 13.
- A 18, a Kunsthalle Lissabon apresenta, pela primeira vez em Portugal, o trabalho da libanesa
Mounira Al Solh que se funda numa abordagem ficcional e irónica da história contemporânea do
Líbano.
- Dia 20, Serralves mostra os projectos vencedores da sexta edição do BES Revelação. A fotografia de
Carlos Mesquita, uma situação escultórica de Eduardo Guerra, três peças de Miguel Serrão e um filme
animado de Mónica Baptista. Quatro jovens artistas a seguir.
TEATRO/DANÇA
- A dança de Clara Andermatt junta-se ao teatro visual do realizador Marco Martins em "1,
26/Contaminação", de 5 a 28 Novembro no São Luiz. A partir da deslocação do eixo da Terra depois
do terramoto do Chile, uma parábola sobre o tempo e o espaço.
- Integrada no Festival Temps d'Images, a nova peça da espanhola La Ribot, "Llamamme Mariachi"
(12 e 13 na Culturgest, em Lisboa).
Dezembro
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CINEMA
- A estreia portuguesa de "Biutiful", o novo filme do mexicano Alejandro González Iñarritu, é no dia 2.
- Dia 2, na Culturgest, o ciclo "Chris Marker, Memórias dos Tempos" percorre a carreira do cineasta,
considerado por Alain Resnais o inventor do "filme-ensaio"
- Dia 9, uma das Palmas de Ouro de Cannes mais discutidas nos últimos anos, "Uncle Boonmee Who
Can Recall His Past Lives", do cineasta tailandês Apichatpong Weerasethakul, chega a Portugal.
- "Somewhere", o novo filme de Sofia "Lost in Translation" Coppola, traz Stephen Dorff no papel de
um actor de Los Angeles que se vê confrontado com uma visita da sua filha adolescente (estreia
americana a 22, portuguesa em Fevereiro).
- Dia 30, estreia americana de "True Grit", o novo filme dos irmãos Coen.
TEATRO/DANÇA
- O colectivo flamengo TgStan estreia dia 8, no Maria Matos, "The Tangible", trabalho sobre o MédioOriente a partir de recolhas de vozes de exilados.
- Em Guimarães, A Oficina, um dos mais conhecidos projectos teatrais portugueses, encena
"Sacríficio", de José Tolentino Mendonça, a partir de 15.
- Alain Platel surpreende com "Out of context - for Pina", no Centro Cultural Vila Flor, Guimarães, dia
17; a 19 e 20, desce ao Maria Matos, Lisboa. Um dos grandes espectáculos do ano.
POP
- Lady Gaga, a provocadora que o mainstream adora, está de passagem pelo Pavilhão Atlântico, no
dia 10.
- Os MGMT, banda que escolheu sabotar o sucesso indie com um segundo álbum, o memorável
"Congratulations", dá o seu segundo concerto português, dia 18, no Campo Pequeno.
CLÁSSICA
- O pianista húngaro András Schiff, regressa dia 1 à Gulbenkian para interpretar as "Variações
Goldberg"; no dia seguinte, faz a sua estreia no Ciclo de Piano da Casa da Música com o mesmo
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programa.
- Dia 17 Estreia na Culturgest "Paint Me" (Pinta-me), uma nova ópera de Luís Tinoco, com direcção
musical de Joana Carneiro e encenação de Rui Horta.
JAZZ
- Dia 14 A cubana Omara Portuondo encontra-se com David Murray na Casa da Música.
Informações recolhidas por Cristina Fernandes, Jorge Mourinha, José Marmeleira, Luís Miguel Queirós,
Mário Lopes, Raquel Ribeiro, Rodrigo Amado e Tiago Bartolomeu Costa
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Capa
ID: 31530345
20-08-2010 | Ípsilon
Tiragem: 50121
Pág: 6
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 26,79 x 34,63 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 10
A nova te
começ
Nabokov e Michael Jackson, Apichatpong
Eastwood, Kanye West e Camões: de Setembro a
perto de si. Faltam duas semanas para a abertura
Página 61
ID: 31530345
20-08-2010 | Ípsilon
Tiragem: 50121
Pág: 7
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 26,84 x 34,29 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 2 de 10
mporada
a aqui
Weerasethakul e Lady Gaga, Alain Platel e Clint
Dezembro, eles vão estar numa sala (ou numa livraria)
oficial da “rentrée”. Ilustração de Vítor Ferreira
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20-08-2010 | Ípsilon
Pág: 8
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 26,85 x 34,42 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 3 de 10
Setembro
A maratona dos festivais
Com cinco festivais em três meses, Lisboa (arredores incluídos)
torna-se a capital nacional do cinema. Jorge Mourinha
PIERRE-PHILIPPE MARCOU/ AFP
Bem-vindos à capital dos festivais de
cinema.
Cannes? Veneza? Berlim? Não, Lisboa.
“Boutade”? Não se atendermos à
sucessão alucinante de festivais que vão
preencher as salas da capital ao longo dos
próximos três meses.
Não nos estamos a esquecer do Douro
Film Harvest, que traz Sofia Loren e
Gustavo Santaolalla ao Norte do país,
entre 7 e 11 de Setembro, mas faz figura
de “excepção” face à regra que concentra
a maior parte dos acontecimentos em
Lisboa. Este ano tudo parece estar um
pouco mais “concentrado”.
A maratona começa com a 14º edição
do festival de cinema gay e lésbico Queer
Lisboa, que ocupa o São Jorge entre 17 e 25
de Setembro. Quatro dias depois, a partir
de 29, a mesma veneranda sala acolhe o
quarto MOTELx, dedicado ao cinema de
terror.
A 7 de Outubro, arranca a 11ª Festa do
Cinema Francês, único dos eventos a sair
da capital, estendendo-se a Almada (13 a
17 de Outubro), Porto (19 a 24), Guimarães
(21 a 24), Faro (24 a 31) e Coimbra (3 a 9 de
Novembro). Em Lisboa, a Festa encerra
a 16 de Outubro, sobrepondo-se ao início
do oitavo DocLisboa, que tem lugar de
14 a 24 de Outubro. A “saison” termina a
poucos quilómetros da capital, de 4 a 14
de Novembro, com o quarto Estoril Film
Festival.
Parece muito? Parece. Mas já se
provou que há público para todos: a
adesão dos espectadores tem vindo a
crescer ou a estabilizar, as programações
Queer Lisboa, MOTELx,
Festa do Cinema Francês,
DocLisboa, Estoril Film
Festival: maratona à vista
Pilar e José Saramago
no filme de Miguel Gonçalves Mendes
raramente se sobrepõem e chegam até a
complementar-se. Que haja público para
os filmes para lá dos eventos em que
são estreados é outra questão.
Do lote, o mais abrangente
é claramente o Estoril Film
Festival, que combina a
vocação de festival de
“massas” (convidados
e antestreias de peso)
com uma competição
de cinema de autor mais
clássica. Contactado
pelo Ípsilon, Paulo Branco
avançou apenas tratar-se
da “edição mais importante
de sempre”.
Por seu lado, o DocLisboa já fixou
uma audiência que, no entanto, não
se desloca com igual fidelidade para
ver documentários em sala. Além das
retrospectivas dedicadas a Joris Ivens
e Marcel Ophüls, a edição 2010 fica já
marcada pela estreia mundial de “José
e Pilar”, o documentário que Miguel
Gonçalves Mendes (“Autografia”) dedicou
a José Saramago e Pilar del Rio, na
sequência de três anos de rodagem, 230
horas de material filmado e ano e meio
de montagem. O filme deverá chegar às
salas em Novembro, o que permitirá tirar
conclusões sobre o impacto do Doc numa
estreia comercial, depois de anteriores
experiências inconclusivas.
Problema semelhante ao da Festa do
Cinema Francês, que se tornou num
encontro anual com uma cinematografia
que ainda não recuperou a importância
que já teve entre nós. Misto de
retrospectivas, descobertas e antestreias,
a programação da Festa tem vindo a
crescer, com a edição 2010 a prometer
nada menos de 20 filmes em antestreia
portuguesa e duas retrospectivas de
eleição em parceria com a Cinemateca
Portuguesa: uma dedicada a um dos
raros cineastas franceses regularmente
distribuídos entre nós, André Téchiné,
outra a um “tesouro” de culto, Pierre Étaix,
cúmplice de Jacques Tati nos primeiros
tempos.
Sobram os dois festivais que assumem
abertamente a sua vocação de nicho,
preenchendo lacunas ignoradas ou menos
acompanhadas pela distribuição
nacional. O Queer Lisboa, o mais
antigo de todos, que nos últimos
anos tem feito um marcante
esforço de divulgação e
“rebranding”, trará o polémico
“porno zombie” de Bruce
LaBruce “L.A. Zombie”,
recentemente apresentado
a concurso em Locarno (e
interditado na Austrália).
Já o MOTELx, apostado
em dar “cartas de honra”
ao cinema de terror, traz
dois potenciais filmes
de culto assinados por
jovens realizadores,
“Red White & Blue”,
do britânico Simon
Rumley, e “The Loved
Ones”, do australiano
Sean Byrne.
É ainda cedo
para conclusões
definitivas, visto que as
programações estão ainda
em fecho, mas uma coisa é
certa: durante os próximos
três meses, a verdadeira
capital dos festivais de
cinema será Lisboa.
CINEMA
- Dia 2, estreia portuguesa de Predadores,
relançamento do “franchise” sobre o
guerreiro extraterrestre lançado por John
McTiernan com Arnold Schwarzenegger
em 1986. Robert Rodriguez (“Sin City”,
“Planeta Terror”) produz, Nimrod Antal
dirige. No dia seguinte, estreia americana
de outro filme de Robert Rodriguez,
“Machete” — o que começou por um
trailer para um filme inexistente metido
na “sessão dupla” de “Grindhouse” tornase agora numa longa-metragem a tempo
inteiro (ainda sem data portuguesa).
- Dia 3, arranca, na Cinemateca
Portuguesa, o ciclo “O Povo”: a escolha
vai de “O Couraçado Potemkine”, de
Eisenstein, a “Aquele Querido Mês de
Agosto” de Miguel Gomes, passando por
John Ford, Jean Rouch, António Reis, Jean
Renoir, Frank Capra, David W. Griffith,
Vittorio de Sica ou Chaplin.
- De 7 a 11, o Festival Douro Film Harvest
traz a Portugal Sofia Loren e Gustavo
Santaolalla e faz a antestreia de “O Último
Vôo do Flamingo”, de João Ribeiro, e do
documentário de Oliver Stone “South of
the Border”
- “Never Let Me Go”, adaptação do romance
de Kazuo Ishiguro “Nunca Me Deixes” pelo
realizador Mark Romanek, faz a sua
estreia nos EUA.
- De 17 a 25, decorre mais uma edição do
festival Queer Lisboa 2010, com destaque
para o novo Bruce LaBruce; a 29,
abertura de outro festival de culto na
capital, o MoteLX.
- 25 anos depois, Oliver Stone regressa a
um dos seus clássicos e faz uma sequela,
“Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme”,
novamente com Michael Douglas no
papel de Gordon Gekko. Estreia
portuguesa dia 23.
- O novo filme de Stephen Frears,
“Tamara Drewe”, é uma comédia muito
“british”. Esteve em Cannes, agora
chega a Portugal.
- A 30, António Ferreira estreia
“Embargo”, adaptação do conto
Bret Easton Ellis homónimo de José Saramago com Filipe
CINEMA
Rosário Pedreira na Leya, e “Memórias
Secretas da Rainha Dona Amélia”, de
Miguel Real.
- Laurentino Gomes, autor do “best-seller”
“1808”, sobre a fuga da família real
portuguesa para o Rio de Janeiro, mostra
agora como o Brasil consegue sobreviver
com êxito em “1822”. Mais da Porto Editora:
“Dez Mil Guitarras”, de Catherine Clément,
truculenta galeria de retratos de uma
Europa em mutação vista desde AlcácerQuibir.
- A Sextante abre a “rentrée” com “O
seminarista”, de Rubem Fonseca, e “A
Cidade do Homem”, de Amadeu Lopes
Sabino.
- Na contagem decrescente para a estreia
da adaptação cinematográfica de Raoul
Ruiz, a Relógio d’Água reedita “Mistérios
de Lisboa”, de Camilo Castelo Branco.
- “Nobre Povo – Os Anos da República”, de
Jaime Nogueira Pinto é a aposta da Esfera
dos Livros em vésperas das
comemorações do centenário da
implantação da República. Outros livros
para a efeméride: “A República das
Vladimir Nabokov
Colecção Cachola no Museu Berardo
Sofia Loren no Douro
“O Couraçado Potemkine”
na Cinemateca
Mulheres”, de Maria João Seixas
Costa (de Sean Riley & The
(Presença) e “1910”, de Fernando Rosas e
Slowriders) no papel principal;
Mendo de Castro Henriques (Presença).
e Julia Roberts regressa aos papéis
principais noutra adaptação, “Comer,
- “Marina”, de Carlos Ruiz Zafón, a obra
Amar, Orar”. Quem dirige é Ryan Murphy,
que precedeu o bestseller “A Sombra do
o criador das aclamadas séries “Nip/Tuck”
Vento”, sai na Planeta.
e “Glee”.
- Dois novos Gonçalo M.
LIVROS
Tavares na Caminho:
“Uma Viagem à Índia” e
- A Teorema edita “Quartos Imperiais”, de
um novo habitante para
Bret Easton Ellis, novo e esperado
“O Bairro”.
romance do autor de “American Psycho”,
“Desespero”, inédito de Vladimir
- As relações entre Israel
Nabokov, e “Em Anexo”, de Isabel
e os EUA são vistas à
Fonseca, primeiro romance da mulher de
lupa em “O lóbi de
Martin Amis; o romance de estreia de
Israel”, de John
Amis, por sua vez, está na Quetzal: “Os
Mearsheimer e
Papéis de Rachel”.
- Martin Amis diz que este é o grande
romance da literatura americana e não
vale a pena procurar por melhor: “As
Gabriel Abrantes
Aventuras de Augie March”, de Saul
em Gumarães
Bellow (Quetzal). Na mesma editora,
“Livro”, quarto romance de José Luís
Peixoto.
- Na Dom Quixote, saem “Milagrário
Pessoal”, de José Eduardo Agualusa,
“O Novíssimo Testamento”, do caboCarlos
verdiano Mário Lúcio Sousa, uma
Saul Bellow
Ruiz Zafón
das apostas da editora Maria do
RUI GAUDÊNCIO
ID: 31530345
Tiragem: 50121
8 • Sexta-feira 20 Agosto 2010 • Ípsilon
Página 63
POP
- Anos e anos parado em meditação e
depois isto. Os fãs lançam vivas ao
desfalque financeiro que obrigou
Leonard Cohen a voltar à estrada: o
concerto de dia 10 no Pavilhão Atlântico é
o terceiro em Portugal em três anos.
- 13 de Setembro é data grande: os Black
Angels, bem-vinda e demoníaca
confluência de ruído shoegaze, acidez 13th
Floor Elevators e negrume Velvet
Underground, lançam “Phosphene
Dream”; os canadianos Black Mountain
chegam com “Wilderness Heart”
(enquanto eles existirem, a velha história
da morte do rock’n’roll será um tremendo
exagero: El Guincho, músico das Canárias
que transformou o legado dos Animal
Collective em alegria tropical, mostra “Pop
Negro”; os Interpol regressam à
sonoridade da estreia com um álbum
homónimo. E ainda: “Grinderman 2”, da
outra banda de Nick Cave, “Fields”, dos
Junip, a banda preciosa que o sueco Jose
Gonzalez passou os últimos tempos a
esconder-nos, e “Lisbon”, dos Walkmen.
- Dia 19, no Coliseu dos Recreios, Mark
Everett, dos Eels, apresenta a trilogia
terminada com “Tomorrow Morning”, que
chega às lojas a 30 de Agosto.
- Dia 20, Edwyn Collin lança “Losing
Sleep”, o primeiro álbum gravado pelo exlíder dos Orange Juice após o AVC que
sofreu em 2005, os Peixe:Avião lançam
“Madrugada”, segundo álbum da
promissora banda de Braga, que se firmou
no cenário português com o
contemplativo “40.02”, e a Ninja Tune,
entidade fulcral da música electrónica,
festeja os 20 anos com “Ninja Tunes XX”,
épica caixa de design impecável, como
sempre, e 12 álbuns (em CD ou vinil), entre
compilação do passado e material inédito.
- Agenda de lançamentos para dia 27:
Camané tenta superar o magnífico
“Sempre de Mim” com “Do Amor e dos
Dias”, novamente produzido por José
Mário Branco (será apresentado ao vivo no
CCB, a 7 de Outubro); Mark Ronson, o
afamado produtor de Amy Winehouse e
Lily Allen, aponta à década de 80 com
“Record Collection”; e os No Age, banda
charneira da vaga punk lo-fi, edita o muito
aguardado segundo álbum, “Everything
Lisboa será acompanhada por um
concerto com música sobre Lisboa no dia
7 de Setembro, no Salão Nobre da
Câmara Municipal.
-- Mais para o dia 11: depois de ter sido
apresentada em Março de 2010 na Cité de
La Musique, em Paris, sob a direcção de
Joana Carneiro, a ópera “A Flowering
Tree”, do compositor americano John
Adams poderá agora ser ouvida na
Gulbenkian no âmbito do Festival Música
Viva/Miso Music Portugal.
- O Festival Mozart traz à Gulbenkian os
mais ilustres intérpretes da música do
compositor austríaco. Dia 23 de Setembro,
René Jacobs dirige a Freiburger
Barockorchester e um conjunto de
reputados jovens solistas numa versão de
concerto da ópera “Così fan tutte”.
- Assinalando o bicentenário do
nascimento de Chopin, Artur Pizarro
apresenta ao longo de toda a temporada
de 2010-2011 uma série de nove recitais no
Centro Cultural de Belém em que irá
interpretar a obra completa para piano do
compositor polaco. O primeiro recital
realiza-se a 30 de Setembro, seguindo-se
apresentações a 14 de Outubro, 30 de
Novembro e 16 de Dezembro.
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 25,82 x 34,22 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 4 de 10
A floresta Camões
desbravada
Na Caminho, a obra de referência que faltava aos estudos
camonianos: o “Dicionário de Luís de Camões” vem preencher
uma lacuna histórica. Luís Miguel Queirós
LIVROS
“Constructing history:
the future life of the past”
in Between”.
EXPOSIÇÕES
- Dia 11, no Centro Cultural Vila Flor,
Gabriel Abrantes, acabado de sair de
Locarno com um Leopardo de Ouro,
mostra toda a sua obra cinematográfica,,
na exposição “Histories of Mutual
Respect”. Destaque para “Liberdade”
(2010), entre outros filmes realizados de
2006 a 2010.
- A partir de dia 13, o Museu Berardo
mostra pela primeira vez em Lisboa a
EColecção Cachola em depósito no MACE
s.
Museu de Arte Contemporânea de Elvas.
Das cerca de 400 obras do acervo, 100
a
foram seleccionadas por Eric Corne para
a
“A Culpa não é minha - Um percurso pela
Colecção Cachola no Museu Colecção
Berardo”.
- Dia 15, no Convento de Tomar, um dos
acontecimentos anunciados da
“rentrée”: “Constructing history: the
future life of the past”, projecto da
Kunsthalle Lissabon sobre a prática
artística contemporânea diante da
representação de episódios
históricos. Participam The
Otolith Group, nomeado para o
Prémio Turner de 2010,
Matthew Buckingham, Mona
Vatamanu & Florin Tudor,
Micael Nussbaumer, Eduardo
Guerra, Pedro Neves Marques
e Manuel Santos Maia.
- Dia 17, Pedro Barateiro
mostra, em simultâneo na
Kunsthalle Lissabon e
na Kunsthalle Basel
(onde inaugura pela
mesma altura uma
individual), “Hoje
Estamos de Olhos
Fechados”, filme
feito de
Pág: 9
ENRIC VIVES-RUBIO
Stephen Walt (Tinta da China). Também
na Tinta da China, “A Viagem dos
Inocentes”, de Mark Twain, mais um livro
da Colecção de Literatura de Viagens,
dirigida por Carlos Vaz Marques.
JAZZ
- Setembro é ainda tempo de concertos ao
ar livre, casos do Quarteto de Nelson
Cascais (dia 5) e do projecto “Super
Trouper” do guitarrista André Fernandes
(dia 19), ambos no Jardim da
Necessidades, em Lisboa, ou ainda da Big
Band do Hot Clube de Portugal (dia 2,
Largo de São Carlos). Também a 4,
destaque para o espectáculo da Orquestra
Jazz de Matosinhos com Kurt Rosenwinkel
na Festa do Avante.
- De 4 a 12, continuam os concertos
Allgarve, com Jean Luc Ponty & His Band
(dia 4, Castelo de Silves), Aziza Mustafa
Zadeh (dia 10, Auditório Municipal de
Olhão) e Archie Shepp Quartet (dia 12,
Auditório Municipal de Albufeira).
CLÁSSICA
- A apresentação da programação da nova
temporada da Orquestra Metropolitana de
20-08-2010 | Ípsilon
Rentrée
ID: 31530345
Tiragem: 50121
“Is You Me”
no Festival
Materiais
Diversos
s
Mark Twain
Há muito que se fazia
sen
sentir a falta de uma obra
de ref
referência que fornecesse
uma súmula
súm
actualizada do
vasto e diversifi
diversi cado território dos
estudos camonianos. Mais de quatro
séculos decorridos sobre a morte do autor
de “Os Lusíadas”, o “Dicionário de Luís
de Camões”, que a Caminho pretende
publicar ainda este ano, vem colmatar
esta notória lacuna. Coordenado por um
camonista de incontroversa autoridade,
Vítor Aguiar e Silva, o volume terá mais
de um milhar de páginas e incluirá
colaboração de cerca de 60 especialistas
portugueses e estrangeiros.
Autor de várias obras fundamentais
sobre o poeta e respectiva obra –
incluindo “Camões, Labirintos e
Fascínios” (1994), “A Lira Dourada
e a Tuba Canora: Novos Ensaios
Camonianos” (2008) ou o recente “Jorge
de Sena e Camões”, além dos muitos
estudos que, há décadas, vem dedicando
aos problemas relacionados com a
fixação do cânone da lírica camoniana
–, Aguiar e Silva está convencido de que
este dicionário “irá permanecer durante
muitos anos como um marco nos estudos
camonianos”.
Se o núcleo do volume é, naturalmente,
a própria obra de Camões, incluindo a
lírica, a épica, o teatro e a epistolografia,
a planificação concebida por Aguiar e
Silva dá também grande importância ao
campo literário português da época em
que Camões viveu – autores como Sá de
Miranda ou António Ferreira, entre outros,
tiveram direito a verbetes individuais
–, bem como aos grandes movimentos
culturais do tempo: o maneirismo, o
renascimento, o humanismo.
Outro tópico que o coordenador
privilegiou foi a recepção de Camões nas
principais literaturas, como a espanhola,
a galega (que mereceu tratamento
autónomo), a francesa, a inglesa, a alemã
ou a russa. Já a presença de Camões na
literatura portuguesa foi extensivamente
considerada, desde o século XVI aos
vários modernismos, com entradas
próprias para o modo como cada uma das
sucessivas épocas lidou com a herança
camoniana.
Entre muitos outros temas, é ainda dado
particular relevo à relação de Camões
e da sua obra com outras artes, como a
música, a pintura ou a escultura. E os
camonistas actuais que colaboraram no
“[Camões] é o problema
mais complexo da
literatura portuguesa (...).
É uma floresta muito mais
intrincada do que Pessoa”
Vítor Aguiar e Silva
volume não esqueceram os seus mais
ilustres predecessores, dedicando artigos
a figuras como Wilhelm Storck, Carolina
Michaëlis, Teófilo Braga, Costa Pimpão,
José Maria Rodrigues ou Hernâni Cidade.
Algumas entradas são inesperadas,
mas nem por isso menos justificadas,
como a que trata especificamente das
comemorações do tricentenário de
Camões em 1880, que desempenharam
um papel fulcral na mobilização
republicana durante a monarquia e
contribuíram para consolidar o então
ainda incipiente Partido Republicano
Português.
Aguiar a e Silva sente-se
particularmente satisfeito por ter
conseguido a colaboração de todos os
autores que contactou, quer portugueses,
quer estrangeiros. E realça especialmente
a vitalidade e a qualidade dos estudos
camonianos no Brasil, onde novos valores,
como Márcia Arruda Franco ou Sheila
Hue, vieram juntar-se a Leodegário de
Azevedo Filho, Gilberto Mendonça Teles e
outros consagrados especialistas na obra
de Camões.
A pertinência de um dicionário como
este é tão evidente que o que causa mais
estranheza é que só agora venha a ser
publicado, tanto mais que a Caminho já
editara obras congéneres dedicadas a
autores como Camilo, Eça ou Fernando
Pessoa. Aguiar e Silva avança uma
possível explicação para este atraso,
que atribui à própria complexidade
das questões que o poeta e a sua obra
colocam. “Penso que é o problema mais
complexo da literatura portuguesa,
aquele que requer maior especialização”,
diz o ensaísta, lembrando que os estudos
camonianos “existem desde o final do
século XVI”, que se foram “acumulando
muitas interpretações” e que “Camões é
uma floresta muito mais intrincada do
que Pessoa”.
Página 64
20-08-2010 | Ípsilon
Um festival que é obra!
O Jazz.pt lança-se na terceira edição com o mesmo desafio
das anteriores: mudar mentalidades Rodrigo Amado
Grünen
JAZZ
ENRIC VIVES-RUBIO
Charlie Haden
Gonçalo Pena na ZDB
Antony & The Johnsons
Clarice Lispector
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 25,88 x 33,81 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 5 de 10
O swing de David Fray
NELSON GARRIDO
Landfermann e Christian
Lillinger, numa apresentação
do álbum homónimo a lançar
pela Clean Feed. No dia
seguinte, concerto duplo com
o trio de Afonso Pais (dia 9,
22h30, Delidelux) – lançamento
do disco “Fluxorama” (JAAC
Records), com Albert Sanz e
Luís Candeias – e o quarteto
formado por Rui Faustino,
Jan Roder, Silke Eberhard e
Nikolaus Neuser (dia 9, meianoite, Odessa), na apresentação
de “50” (JACC Records). Muito
aguardada é a apresentação
do projecto The Core (dia 10,
22h30, Lux Frágil), supergrupo
norueguês formado pelos
saxofonistas Jorgen Mathisen
e Jonas Kullhammar, pelo
pianista Erlend Slettevoll, o
contrabaixista Steinar Raknes
e o baterista Espen Aalberg.
Vêm apresentar “Party”, novo
disco a editar na conceituada
Moserobie, com um som que
cruza coordenadas do freejazz com o funk e o rock. No
mesmo dia, tempo ainda para os
Sound of Choice (dia 10, 24h00,
Odessa), projecto em trio do
guitarrista Hasse Poulsen.
Confirmando a vocação deste
ano, ao contrário das edições
anteriores, para o jazz europeu,
segue-se a apresentação de
Shtik (dia 11, 22h30, Lux Frágil),
quinteto italiano que gravou
para a editora El Gallo Rojo um
jazz contemporâneo fortemente
inspirado pela tradição. Integra
os notáveis Zeno de Rossi e
Achile Succi. Segue-se o trio de
Desidério Lázaro (dia 11, 24h00,
Odessa), jovem saxofonista
que é apontado com uma
das grandes vozes da nova
geração. Apresenta o seu disco
“Impermanência”, a editar
também pela JACC Records.
Finalmente, a encerrar o
festival (dia 12, 19h00, Odessa), o
contrabaixista Hugo Carvalhais
apresenta “Nebulosa”, registo
gravado para a editora Clean
Feed com um quarteto em que
participa o saxofonista norteamericano Tim Berne, nesta
ocasião substituido por Émile
Parisien.
Pág: 10
O swing é a chave para interpretar Bach, mostra David Fray.
Em Novembro, vem pela primeira vez a Portugal.
Cristina Fernandes
António
Lobo
Antunes
Para muitos músicos
do jazz nacional,
existe um antes e um
depois do Festival
Jazz.pt
TIZIANA FABI
Para muitos músicos do jazz
nacionais, independentemente
do quadrante a que pertencem,
existe um antes e um depois do
Festival Jazz.pt, quer tenham
ou não consciência disso. A
primeira edição, realizada
em 2008 nas instalações do
Hot Clube, marcou desde
logo a diferença ao ocupar
o subaproveitado espaço
do jardim das traseiras do
clube. O Festival Jazz.pt
vinha determinado a mudar
mentalidades, apostando em
força nos projectos nacionais,
muito por culpa do seu principal
impulsionador, Pedro Rocha
Santos.
Até então, seria quase
impossível assistir num mesmo
evento a espectáculos de gente
tão distinta quanto Sei Miguel,
Júlio Resende, Nuno Costa,
David Binney, Joe Giardullo,
João Lobo, Alberto Pinton, Paulo
Gaspar, Nobuyasu Furuya, João
Lencastre, Jorge Moniz, Carlos
Bica, Gabriel Ferrandini, Steve
Swallow, Jason Stein, Afonso
Pais, Carlos Zíngaro ou Pedro
Moreira, uns praticantes de
um jazz mainstream, mais
conservador, outros nas franjas
mais radicais do free-jazz ou da
livre improvisação. E o que é
facto é que o festival funcionou
em pleno, atraindo uma multidão
de público interessado, bem
como de músicos curiosos pelos
desenvolvimentos noutras
áreas que não a sua. Tudo
num ambiente invulgarmente
descontraído. É obra!
Associado à revista bimestral
“Jazz.pt”, a única publicação
portuguesa inteiramente
dedicada ao género, o festival
arranca agora para a sua
terceira edição, a ter lugar em
Santa Apolónia, distribuída
por vários espaços: Lux/
Frágil, Loja da Atalaia, Bica do
Sapato, Flur, Nord, Casanova,
Delidelux e Odessa/Factolab.
Uma localização estratégica,
que acabou por surgir na
sequência do incêndio do ano
passado nas instalações do Hot
Clube de Portugal, na Praça da
Alegria. Com oito concertos,
correspondentes a outros tantos
lançamentos de discos, critério
obrigatório para a apresentação
no festival, o evento integra
ainda acções didácticas, mesas
redondas, exposições, sessões
DJ e feira de discos.
Expectativas altas para o
início do festival com o projecto
Grünen (dia 8, 24h00, Odessa),
trio alemão que integra
Achim Kaufmann, Robert
Rentrée
ID: 31530345
Tiragem: 50121
A cada ano que passa, o
mundo musical é inundado por
revelações, umas verdadeiras,
outras entusiasmos passageiros
inflacionados pelo “marketing”
das editoras discográficas.
Sim, esses fenómenos também
acontecem no mundo da
música clássica. O meio é muito
competitivo e normalmente os
intérpretetes têm um alto nível
técnico quando chegam a esse
circuito, mas se lhes faltar a
consistência artística que faz a
diferença acabarão por cair no
esquecimento.
À primeira vista, até
poderíamos pensar que o
pianista francês David Fray
é mais um desses fenómenos
de moda. Ainda por cima é um
jovem atraente de 29 anos (cuja
imagem de “dandy” tem sido
bem aproveitada pela editora
Virgin Classics) e comunicativo,
casado desde 2008 com
Chiara Muti, filha do famoso
maestro Riccardo Muti. Mas, à
primeira audição, verificamos
também que David Fray não
é um pianista qualquer. A sua
maneira de tocar (elegante,
precisa, poética e percorrida
por uma espécie de corrente
eléctrica) faz justiça aos prémios
recentes, incluindo o título
de “Revelação do Ano 2008”
pela “BBC Music Magazine” e
o primeiro lugar na categoria
de solista nas Victoires de la
Musique de 2010.
Além de o ouvir tocar, há
também que ouvir David
Fray falar sobre música com
um entusiasmo fulgurante
Além de o ouvir
tocar, há também
que ouvir David Fray
falar sobre música
com um
entusiasmo
fulgurante
CLÁSSICA
George Clooney
David Fray
nas sessões de gravação dos
Concertos de Bach com a
Deutsche Kammerphilharmonie
Bremen. Estas foram
filmadas em 2008 por Bruno
Monsaingeon (o realizador que
nos legou filmes memoráveis
sobre Glenn Gould ou Sviatoslav
Richter), num documentário
realizado para o canal ARTE
e depois editado em DVD. Há
muito que não se ouvia um Bach,
em instrumentos modernos, com
uma tal compreensão estilística
e com uma tal energia rítmica. O
título (“Swing, Sing & Think”) é
parte da chave da interpretação.
David Fray não é apenas um
músico intuitivo, reflecte sobre
as obras e sobre o que faz e sabe
explicar ao milímetro o que
pretende aos instrumentistas da
Deutsche Kammerphilharmonie:
“Swinguem, não hesitem em
relançar os acentos, em saltar,
não percam jamais o ritmo:
cantem também! E respirem...
(...) Cuidem da articulação,
das acentuações, é necessária
vitalidade e sensualidade!”.
Alguns poderão achar a sua
expressão corporal excessiva,
talvez demasiado irrequieta,
mas parece uma expressão
genuína e dança ao sabor da
música. A postura extrovertida
contrasta com o gosto pelo
silêncio: “Não sei se as pessoas
se dão contam até que ponto o
seu silêncio e a sua qualidade
de escuta contribuem para um
grande concerto”, disse numa
entrevista à televisão francesa
(disponível em <http://culture.
france2.fr/>).
Nascido em Tarbes, David
Fray começou a estudar piano
aos quatro anos e formou-se
no Conservatório de Paris na
classe de Jacques Rouvier. O pai
é professor de filosofia e a mãe
professora de alemão, o que terá
contribuído para a sua paixão
pela cultura germânica, bem
patente num repertório centrado
em Bach, Mozart, Schubert,
Haydn, Brahms e Schumann.
“Na nossa época tem-se
por vezes a impressão
de que, para
tornar a cultura
acessível, é
preciso colocála ao nível das
pessoas. Não é
verdade! Creio
que é possível
colocar as
pessoas
ao nível da
cultura sem
as tomar por
idiotas, nem
desvalorizar a
própria cultura.”
No dia 8 de Novembro,
David Fray faz a sua estreia
em Portugal com um recital na
Gulbenkian preenchido com
a Fantasia K. 475 e Sonata K.
311, de Mozart, e as Sonatas
op. 28 (“Pastoral”) e op. 53
(“Waldstein”),
de Beethoven.
Página 65
LUCAS JACKSON/ REUTERS
ID: 31530345
imagens recolhidas na Faculdade de
Arquitectura e Urbanismo da
Universidade de São Paulo e no jardim do
Museu Nacional do Teatro, em Lisboa.
- As mulheres continuam a dominar as
individuais no Centro de Arte Moderna da
Gulbenkian: agora é a vez de Lida Abdul,
artista afegã radicada nos EUA (fugiu de
Cabul em 1979) que explora nos seus
vídeos temas como a memória e a
migração. Lisboa vai receber ficções
filmadas no país natal, que mostram as
cicatrizes da guerra através de insólitas
situações performativas, a partir de dia
24.
- A 25, a Galeria Quadrum, de Lisboa,
regressa com um ciclo de exposições
desenvolvido por seis curadores
convidados. A primeira é comissariada
por André Romão e Pedro Neves e propõe
pensar as intenções, o impacto e o
desdobramento do político na arte.
- A 30, o Pavilhão Preto do Museu da
Cidade inaugura “Africa: See You, See
Me!”, exposição que reconstitui a
influência da auto-representação de
África e da diáspora africana nas formas
contemporâneas de fotografar aquele
continente.
TEATRO / DANÇA
- O D. Maria II reabre com Alexandra
Lencastre e Albano Jerónimo em “Um
Eléctrico chamado Desejo” (9 Setembro
a 31 Outubro), de Tennessee Williams,
com encenação de Diogo Infante.
- Figura maior da dança canadiana, a
bailarina Louise Lecavalier entregou-se
nas mãos de Benôit Lachambre para uma
peça que especula sobre o corpo da
bailarina-fétiche do colectivo La La La
Human Steps. “Is You Me” integra, a 11, a
programação do Festival Materiais
Diversos (10 a 25 Setembro, Minde,
Torres Novas e Alcanena). Depois vai à
Culturgest (14 e 15) e ao Centro Cultural
Vila Flor, Guimarães (17).
- Dia 15, no Teatro Nacional S. João, Porto,
Nuno Cardoso atira-se finalmente a “A
Gaivota”, de Tchékhov.
- Com nova direcção, agora pelas mãos de
Igor Gandra, do Teatro do Ferro, o Festival
Internacional de Marionetas do Porto
chega a 16. Além da nova criação das
Marionetas do Porto (“Make Love, Not
War”), e da peça que Regina Guimarães
escreveu sobre os nómadas europeus
(“Trans Gueto”), destaque para a alemã
Uta Gebert, com “Cocon” e “Jackush”.
- Dia 16, mas em Lisboa, no S. Luiz, estreia
“Hedda”, releitura da “Hedda Gabler” de
Ibsen por José Maria Vieira Mendes, numa
produção dos Artistas Unidos, e Jacinto
Lucas Pires abre a programação de teatro
da Culturgest com “Sagrada Família”.
- Xavier Le Roy (“Product of other
circumstances”, 24) e Gary Stevens (“Not
Tony”, 30) são os destaques da edição
deste ano do Mugatxoan,
projecto
internacional
de pesquisa contemporânea que em
Portugal tem sede em Serralves.
Nelson Mandela
Pág: 11
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 26,92 x 34,63 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 6 de 10
A força do hip-hop
Outubro
CINEMA
- Dia 7 arranca a Festa do Cinema
Francês em Lisboa, Almada, Porto,
Guimarães, Faro e Coimbra. Destaque para
duas grandes retrospectivas em
coprodução com a Cinemateca
Portuguesa, dedicadas a André Téchiné e
Pierre Étaix.
- “The American”, “thriller” em que George
Clooney é um assassino
contratado e entregue aos
bons ofícios do
fotógrafo holandês
(e realizador de
“Control”) Anton
Corbijn, tem
estreia em
Portugal, a 14.
- O DocLisboa
2010 (14 a 24 de
Outubro)
mostra, além da
antestreia de
“José e Pilar” de
Miguel Gonçalves
Mendes, retrospectivas
dedicadas a Joris Ivens e
Marcel Ophüls.
- Duas estreias nas salas, também para 21:
“Deixa-me Entrar”, remake americana por
Matt Reeves do aclamado filme sueco de
Tomas Alfredson e “Mistérios de Lisboa”,
adaptação da obra de Camilo Castelo
Branco por Raul Ruiz, veterano com uma
ligação muito especial a Portugal.
- Dia 22, mas nos EUA, chega “Hereafter” –
Clint Eastwood saindo da sua “zona de
conforto” para assinar uma história
sobrenatural sobre a qual ainda pouco se
sabe, escrita por Peter Morgan,
argumentista de “A Rainha” e “O Último
Rei da Escócia”.
- Ainda sem data marcada, a Cinemateca
Portuguesa organiza um ciclo Nagisa
Oshima, com a apresentação dos
primeiros filmes do realizador de “O
Império dos Sentidos”.
LIVROS
- A Objectiva edita “Conversations with
myself”, de Nelson Mandela (Objectiva),
ainda sem título definitivo em português.
Relato pessoal, e gigantesca base de
dados, acerca de um dos grandes líderes
do nosso tempo.
- Paul Auster está de regresso à Asa, com
“Sunset Park”, que sai quase em
simultâneo em Portugal e nos EUA.
- A monumental “História do Século XX”,
de Martin Gilbert, chega a Portugal pela
Dom Quixote.
- No mês em que Barack Obama visita
Portugal, a Dom Quixote edita “A Ponte”, a
sua exaustiva biografia escrita pelo editor
da “New Yorker” David Remnick.
- Outra biografia: “Clarice Lispector –
Uma Vida”, de Benjamin Moser
(Civilização), que levou sete anos
para fazer investigação, com o
“aval” da família da escritora.
- Portugueses na Porto Editora:
“Matteo perdeu o emprego”, de Gonçalo
M. Tavares (Porto Editora), conjunto
de pequenas histórias com um
humor peculiar, e “Uma Longa
Viagem com Manuel Alegre”, de
João Céu e Silva.
- “Novas Cartas Portuguesas”, o
livro histórico de Maria Teresa
Horta, Maria Velho da Costa,
Maria Isabel Barreno, sai pela
Dom Quixote numa reedição
anotada, comentada e
prefaciada por Ana Luísa
Amaral.
- O último Lobo Antunes?
“Sôbolos Rios que Vão” sai
também pela Dom Quixote.
- Salman Rushdie apresentou-o
recentemente no Festival
Literário de Paraty e o livro
chega já em Outubro a
Portugal: “Luka e o Fogo da
Vida” é uma obra infantojuvenil para o seu filho
Milan.
JAZZ
- De 1 a 5, decorre o Angrajazz, com
concertos da Orquestra Angrajazz,
da Mingus Dinasty e do Stefano
Bollani Trio, entre outros.
- De 27 a 30, o Seixal Jazz traz a
Portugal espectáculos de Charlie
Haden Quartet West, Dave Holland
Quintet, Steve Wilson
Quartet e Odean Pope
Octet. No Seixal Jazz
Clube, as datas estendemse de dia 20 até 6 de
Novembro, com
concertos de
POP
AXEL SCHMIDT/ AFP
Clint Eastwood
20-08-2010 | Ípsilon
Tiragem: 50121
Kanye West e Aloe Blacc: um egocêntrico
o genial
e uma irresistível revelação. Mário Lopes
opes
Rye Rye
Há um novo álbum de Kanye
West no horizonte e, se há um
novo álbum de Kanye West,
obr
somos obrigados
a prestarlhe ate
atenção. Não só
porq
porque Kanye é desde
há vários anos uma
da
das estrelas mais
c
cintilantes
do hip
h (e da música
hop
p
popular
urbana em
g
geral),
mas também
p
porque,
mesmo que
nã reconhecêssemos
não
o brilhantismo
br
do
home
homem que se deixou
fotograf
fotografar enquanto Cristo
crucificado em capa recente
da “Rolling Stone”,
S
a verdade
é que ele não nos deixa olhar
noutra direcção. Megalómano
e egocêntrico, passa o tempo
a dar novidades no twitter, a
revelar excertos de sessões em
estúdio e até invadiu a redacção
da “Rolling Stone” para mostrar
algumas canções do novo disco,
que sairá a 16 de Novembro
e a que deu primeiro o título
“Good Ass Job”, posteriormente
alterado para “Dark Twisted
Fantasy”.
Portanto, com Kanye West
de regresso, com este criador
surpreendente que anda a
gravar material com Justin
Vernon (ele mesmo, voz folk
enquanto Bon Iver) e a ameaçar
uma colaboração com Justin
Bieber (esse mesmo, o irritante
fenómeno adolescente), teremos
de prestar atenção ao hip-hop e
à chamada música negra que aí
vem nos próximos meses.
Quanto a Kanye, para
antecipar “Dark Twisted
Fantasy”, conhecemos um dueto
com Beyoncé que soa a dueto
com Beyoncé, “See me now”,
e a óptima “Power”, matéria
poderosa de coros entontecidos,
“beat” colado à linha de órgão,
um sample dos King Crimson
(“21st century schizoid man”)
e um verso que julgaremos
em Novembro se é ou não
premonitório: “no man should
have all that power”.
Mas nem só de Kanye West
se farão os próximos meses. E
a verdade é que a colheita que
se anuncia parece promissora.
Atente-se no regresso auspicioso
às linguagens clássicas pela
Com Kanye West
de regresso e Aloe
Blacc a editar um
segundo álbum
que será o primeiro
do resto da sua vida,
teremos de prestar
atenção ao hip-hop
e à chamada música
negra que aí vem
ne
nos
n próximos meses
mão de Aloe Blacc,
c, nome da
a
ones Throw.
Throw
w.
indispensável Stones
m
A 28 de Setembro,, edita um
segundo álbum que
ue será
Aloe Blacc
o primeiro do resto
o da sua
vida. Há quatro anos,
nos, lançou
u
“Shine Through” mas não se
e
registaram movimentações
mentações
s
de placas tectónicas.
cas. Agora
a
será diferente. Já ouvimos
“Good Things” e podemos
odemos
garantir que é uma
a
maravilha de opulência
lência
orquestral, agilidade
ade
funk e espírito “What’s
What’s
Going On” (o álbum
m
histórico de Marvin
in
Gaye). Qualquer
dúvida pode ser
dissipada com “I
need a dollar”, o
primeiro single, que
ue
pode fazer por nós,
s,
com o “upgrade”
da consciência
cívica, o mesmo que
ue
fizeram há uns anos
os
Kanye West
“Crazy”, dos Gnarls
ls
Barkley, e “Hey Ya”,
a”,
dos Outkast.
Paralelamente,
John Legend
junta-se aos Roots
s
nas “The Wake Up
p
Sessions” (21 de
Setembro), álbum
de versões que
recupera canções
menos conhecidas
s
(mas bastante
sampladas) de
Marvin Gaye,
Nina Simone ou
Roberta Flack para
ra
lançar um alerta: é
necessário recuperar
erar
a espiritualidade e o
sentido de realidade
ade
da música negra,
escavando até às suas
raízes.
Para T.I., a descoberta
oberta
será de outro tipo. O homem
a que em tempos Pharrell
Williams chamou “o Jay-Z do
Sul” foi libertado da prisão onde
cumpriu um ano de pena por
posse ilegal de armas
mas e, a julgar
pela barragem de sintetizadores
de “I’m back” e “Yeah
eah ya know
(takers)”, os singles
es de regresso,
estar-lhe
vamos ter que prestar-lhe
ncaged”, o novo
atenção. “King Uncaged”,
álbum, sai a 28 de Setembro.
deiros sinais de
Quanto a verdadeiros
ção alienígena
futuro, com produção
e ritmo frenético, convirá
eia de Rye
esperar pela estreia
Rye, pseudónimo de Ryeisha
sgatou-a para a
Berrain. M.I.A. resgatou-a
ra-se que “Go!
sua editora e espera-se
um que vem
Pop! Bang!”, o álbum
de Março de
sendo adiado desde
ente editado
2009, seja finalmente
anções que
em Outubro. As canções
o, intrincadas
fomos conhecendo,
itmos retiradas
construcções de ritmos
enunciam
de sons de rua, prenunciam
nte
algo definitivamente
zon já aceita
excitante. A Amazon
pré-encomendas e regista
o data de
5 de Outubro como
emos os dedos:
lançamento. Cruzemos
os o enésimo
não aguentaríamos
adiamento.
U2
Ípsilon • Sexta-feira 20 Agosto 2010 • 11
Página 66
ID: 31530345
20-08-2010 | Ípsilon
NUNO FERREIRA SANTOS
A partir de 20 de Novembro, “Às Artes, Cidadãos!”
ocupará toda a ala esquerda do museu com uma excelente
e arrojada selecção de artistas - e agitadores. José Marmeleira
meleira
12 • Sexta-feira 20 Agosto 2010 • Ípsilon
Pág: 12
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 26,24 x 34,56 cm²
Âmbito: Informação Geral
A arte e o político, uma
relação revista em Serralves
O título (uma citação da famosa frase
do refrão da “Marselhesa”) pode não ser
dos mais elegantes, mas a exposição
“Às Artes, Cidadãos!”, que inaugura a
20 de Novembro no Museu de Serralves,
não está interessada no “glamour” da
arte. Comissariada por João Fernandes,
director do Museu de Serralves, Óscar
Faria, crítico de arte do Ípsilon, e Guy
Schraenen, coleccionador e curador
especializado em publicações de
artistas, propõe antes examinar o
estado actual da relação entre a arte
e o político. O objectivo é ambicioso,
sobretudo tendo em conta as questões
que atravessam as duas actividades na
actualidade. Do activismo e da cidadania
até ao ambiente, à crise e à comunidade,
passando pelo arquivo, a utopia, o exílio
e a emigração, é todo um vocabulário
comum que atravessa ambos os
discursos. É pouco provável que “Às
Artes, Cidadãos” venha a diagnosticar
a relação, mas, a julgar pela amplitude
e pela natureza do projecto, vai com
certeza renovar o nosso olhar sobre ela,
devolvendo, entretanto, perguntas e
dúvidas.
Toda a ala esquerda do museu
(incluindo a capela, a sala multiusos e
o anfiteatro) será ocupada com obras
produzidas por artistas nascidos a partir
de 1961, data da construção do muro de
Berlim, momento que assinalou uma
divisão ideológica que ainda hoje se
manifesta concretamente ou enquanto
fantasma cultural. A maior parte dos
trabalhos foi (e está a ser) produzida
especificamente para a exposição e
a montagem privilegia confrontos e
diálogos nos momentos colectivos –
imaginam-se estimulantes “conversas”
entre, por exemplo, João Sousa Cardoso e
Asier Mendizabal, Sam Durant e Rigo 23,
Mariana Silva e Gert Jan Kocken. Haverá
também situações menos habituais,
como o acampamento de dois dias do
colectivo russo Chto Delat no auditório,
com “Living Politically: A 48-Hour
Communal Life Seminar”, um programa
que inclui debates e projecções de
filmes e termina com uma
performance de 30 pessoas.
A selecção de artistas
internacionais é excelente e
arrojada (a maioria já expôs
nas mais importantes bienais
e exposições internacionais
de arte), pois permitirá um
contacto inédito com um
conjunto de nomes cada vez
mais afirmados no contexto
global, como Sam Durant (de
novo), Danh Vo, o colectivo
Claire Fontaine, ou Gardar Eide
Einarsson, e conhecer alguma
produção artística assinadas
por artistas com raízes no Médio
Oriente e na Ásia (Ahlam Shibli,
Ahmet Ögüt e Shilpa Gupta).
Embora reconhecendo a
relevância do político na produção
artística das duas últimas décadas,
“Às Artes os Cidadãos” não deixa
de olhar para a história e contará
com uma secção constituída por
cartazes, revistas e publicações
de artistas que permitirá rever as
referências do político desde as
primeiras vanguardas do século XX.
André Romão, Andrea Geyer,
Tiragem: 50121
Carlos Motta, Matias Faldbakken,
dbakken,
Nicoline van Harskamp, Pedro G.
Romero, Rosella Biscotti, Sharon
h, Stefan
Hayes, Simon Wachsmuth,
ste ano
Brüggmann (que ainda este
vidual
teve uma exposição individual
na Kunsthalle Lissabon), Tom
hos
Nicholson, Vangelis Vlahos
e Zachary Formwalt são os
tes,
outros artistas de “Às Artes,
Cidadãos!”.
Está prevista a edição
de dois catálogos, o
primeiro publicado na
inauguração, o segundo
no fim, documentando a
vida da exposição. Com
s
textos inéditos de autores
fundamentais nos
estudos das relações
entre a arte e o político,
como Brian Holmes, Hito
Steyerl, Sven Lütticken,
entre outros. Finalmente,
é muito provável que “Às
Artes, Cidadãos!”, que
integra as comemorações
ca
do centenário da República
ém aos
Portuguesa, chegue também
dade do
jardins de Serralves e à cidade
Porto. E está encontrada a exposição da
“rentrée”.
Asier Mendizabal
EXPOSIÇÕES
Do activismo e da
cidadania até ao
ambiente, à crise
e à comunidade, passando
pelo arquivo, a utopia,
o exílio e a emigração,
é todo um vocabulário
comum que atravessa
os discursos da arte
e da política
Ken Vandermark, Júlio Resende “3”, No
Project, Tony Malaby’s Tamarindo e os
Lokomotiv de Carlos Barretto.
- Evan Parker Trio, Charles Gayle Trio,
John Blum solo, Wadada Leo Smith com
Louis Moholo Moholo e Robert Glasper
Trio são os convidados do Festival
Jazzores, que começa a 29 de Outubro.
Associando-se ao Jazzores, o novíssimo
Festival de Música e Cinema de Abrantes
(16 até 6 de Novembro) traz ao continente
os projectos de Gayle, Blum e Leo Smith,
ao qual acresce o duo de Ernesto
Rodrigues com Heddy Boubaker.
- A 30, Jane Monheit actua no Casino de
Vilamoura.
CLÁSSICA
- A 10, e ainda no âmbito do Festival
Mozart da Gulbenkian, Phlippe
Herreweghe apresenta o lendário
“Requiem” com a Orchestre des Champs
Élysées e o Collegium Vocale Gent. Na
véspera, a orquestra e o maestro
associam-se a Andreas Staier, que tocará
ao pianoforte o Concerto nº25, de Mozart.
POP
- Duas datas, 2 e 3 de Outubro, para os U2,
a maior banda do mundo, no Estádio
Cidade de Coimbra.
- Dois concertos para dia 6: os Faust,
nome fulcral do rock experimental
germânico da década de 70, actuam pela
primeira vez em Portugal no Maria Matos:
no Pavilhão Atlântico, é 1992 outra vez,
com os Guns’n’Roses.
- Antony & The Johnsons, com
“Swanlights” (álbum, onde encontramos
um dueto com Björk, “Flétta”, que é
também um livro) e os Belle & Sebastian
com “Write About Love” (tanto o título
como as canções já conhecidas, “I didn’t
see it coming”, “I’m not living in the real
world” e “I want the world to stop”,
mostram discos novos no dia 11.
- O quinto album dos Kings of Leon, “Come
Around Sundown”, tem lançamento dia
18.
- Não há novo álbum dos Roxy Music,
mas há “Olympia”, que é o mais próximo
dele que teremos. Colaboram Brian Eno,
Phil Manzanera e Andy Mackay, velhos
amigos, e uma parada de estrelas que
inclui David Gilmour, Jonny Greenwood ou
os Scissor Sisters. Sai dia 25.
EXPOSIÇÕES
- Realizada em parceria com a Comissão
Nacional para as Comemorações do
Centenário da República em Portugal,
“Res Pública” é uma leitura das heranças
sociais da República no mundo
globalizado a partir de obras do início do
século XX e do início do século XXI. A
partir de dia 7, no Centro de Arte
Moderna da Gulbenkian.
- No dia em que a Trienal de
Arquitectura de Lisboa inaugura a
Corte: 7 de 10
arranca no Porto o Festival Trama: o
dramaturgo das sensações, Vincent
Dupont, é um destaques de um festival
que inclui ainda Paulo Castro,
Albuquerque Mendes e o videasta e
fotografo alemão Thomas Koner.
- A 31, a Companhia Maior, constituída
por intérpretes seniores, estreia o seu
espectáculo de apresentação, “Bela
Adormecida”, no CCB.
Novembro
CINEMA
- “A Rede Social”, o filme de David
Fincher sobre o Facebook, adaptado da
biografia não-autorizada que pinta Mark
Zuckerberg, o fundador do site, de cores
muito negras, tem estreia portuguesa a 4.
- A 4, e até 14, mais uma edição do Estoril
Film Festival.
- Dia 10, o novo filme de François Ozon,
“Potiche”, tem estreia em França. Comédia
de boulevard clássica, com Gérard
Depardieu e Catherine Deneuve nos
papéis principais.
- Sylvain Chomet, o autor de “Belleville
Rendez-Vous”, filmou em animação um
argumento que Jacques Tati completou
mas nunca chegou a filmar, com a bênção
dos herdeiros do realizador. “O Mágico” é
um dos filmes do ano, e chega a 25.
- “Filme Socialismo”, a nova provocação do
eterno farol da Nouvelle Vague, Jean-Luc
Godard, foi estreada simultaneamente em
Cannes 2010, “online” em video-ondemand, e na Internet, num “trailer” que
“acelera” todo a acção do filme e a
compacta em apenas dois minutos. A
Portugal chega em Novembro, em data a
Michael Jackson
Sam Durant
Lady Gaga
exposição “Falemos de casas: entre o norte
e o sul”, panorâmica sobre a habitação a
partir de dois momentos emblemáticos – o
projecto SAAL e A Casa do Futuro, de
Alison e Peter Smithson – no Museu
Berardo, a Gulbenkian abre as portas de
“Os Professores”, resultado de um
inquérito a 50 artistas, sobre os
professores que mais os marcaram. É a 14.
- Na Culturgest, em Lisboa, a primeira
antológica do trabalho do artista
português João Queiroz (Lisboa, 1957),
reunindo desenhos e pinturas realizados
ao longo dos últimos 20 anos, inaugura a
16 de Outubro.
- A 21 de Outubro, a Galeria Z
Zé dos Bois
revela alguns do
dos principais
processos e elem
elementos da
obra pictórica de Gonçalo
Pena naquela que será,
eventualment
eventualmente, a maior
individual do artista
realizada a
até hoje.
TEATR
TEATRO /
DAN
DANÇA
- A 14,
W. G. Sebald
Jordi Savall
marcar.
LIVROS
-“Pátria Apátrida”, inédito de W. G.
Sebald, sai na Teorema.
- Antonio Skármeta vem a Lisboa
ai
apresentar o seu último romance, “Um Pai
de Filme” (Teorema).
- A Sextante publica “A filha do coveiro”,
de Joyce Carol Oates: em 1936, os
Schwarts escapam da Alemanha nazi e
instalam-se numa pequena cidade do
estado de Nova Iorque.
- Lídia Jorge não publicava romance
essa agora, na
desde 2007; regressa
m “A Noite
Dom Quixote, com
ntoras”.
das Mulheres Cantoras”.
- Duas edições
a Relógio
g
fundamentais da
o da Rede”,
D’Água: “Debaixo
e de Iris
primeiro romance
ca da
Murdoch, e “Crítica
m dos
Razão Cínica” um
e Peter
livros cruciais de
Sloterdijk.
-- Mais
Joe Lovano
Página 67
20-08-2010 | Ípsilon
concerto dia 11, no Lux.
- Dia 18, no Pavilhão Atlântico, a banda de
uma geração num palco para grandes
massas: Arcade Fire.
EXPOSIÇÕES
- No Pavilhão Branco do Museu da Cidade,
e à boleia da Trienal de Arquitectura, a
mais ampla exposição de António Bolota,
“À Última Luz do Dia”, promete ser outro
momento alto de 2010. Inaugura dia 13.
- A 18, a Kunsthalle Lissabon apresenta,
pela primeira vez em Portugal, o trabalho
da libanesa Mounira Al Solh que se
funda numa abordagem ficcional e irónica
da história contemporânea do Líbano.
- Dia 20, Serralves mostra os projectos
vencedores da sexta edição do BES
Revelação. A fotografia de Carlos
Mesquita, uma situação escultórica de
Eduardo Guerra, três peças de Miguel
Serrão e um filme animado de Mónica
Baptista. Quatro jovens artistas a seguir.
TEATRO / DANÇA
- A dança de Clara Andermatt junta-se ao
teatro visual do realizador Marco Martins
em “1, 26/Contaminação”, de 5 a 28
Novembro no São Luiz. A partir da
deslocação do eixo da Terra depois do
terramoto do Chile, uma parábola sobre o
tempo e o espaço.
- Integrada no Festival Temps d’Images, a
nova peça da espanhola La Ribot,
“Llamamme Mariachi” (12 e 13 na
Culturgest, em Lisboa).
Dezembro
JEAN-PAUL PELISSIER/ REUTERS
STEPHEN HIRD/ REUTERS
CINEMA
- A estreia portuguesa de “Biutiful”, o novo
filme do mexicano Alejandro González
Iñarritu, é no dia 2.
- Dia 2, na Culturgest, o ciclo “Chris
Marker, Memórias dos Tempos”
percorre a carreira do cineasta,
considerado por Alain Resnais o inventor
do “filme-ensaio”
- Dia 9, uma das Palmas de Ouro de
Cannes mais discutidas nos últimos anos,
“Uncle Boonmee Who Can Recall His Past
Lives”, do cineasta tailandês Apichatpong
Weerasethakul, chega a Portugal.
- “Somewhere”, o novo filme de Sofia “Lost
in Translation” Coppola, traz Stephen
Dorff no papel de um actor de Los Angeles
que se vê confrontado com uma visita da
sua filha adolescente (estreia americana a
22, portuguesa em Fevereiro).
- Dia 30, estreia americana de “True Grit”,
o novo filme dos irmãos Coen.
TEATRO/DANÇA
- O colectivo flamengo TgStan estreia dia
8, no Maria Matos, “The Tangible”,
trabalho sobre o Médio-Oriente a partir de
recolhas de vozes de exilados.
- Em Guimarães, A Oficina, um dos mais
conhecidos projectos teatrais
portugueses, encena “Sacríficio”, de José
Tolentino Mendonça, a partir de 15.
- Alain Platel surpreende com “Out of
context – for Pina”, no Centro Cultural Vila
Flor, Guimarães, dia 17; a 19 e 20, desce ao
Maria Matos, Lisboa. Um dos grandes
espectáculos do ano.
POP
- Lady Gaga, a provocadora que o
mainstream adora, está de passagem pelo
Pavilhão Atlântico, no dia 10.
- Os MGMT, banda que escolheu sabotar o
sucesso indie com um segundo álbum, o
memorável “Congratulations”, dá o seu
segundo concerto português, dia 18, no
Campo Pequeno.
CLÁSSICA
- O pianista húngaro András Schiff,
regressa dia 1 à Gulbenkian para
interpretar as “Variações Goldberg”; no
dia seguinte, faz a sua estreia no Ciclo
de Piano da Casa da Música com o
mesmo programa.
- Dia 17 Estreia na Culturgest
“Paint Me” (Pinta-me), uma
nova ópera de Luís Tinoco,
com direcção musical de
Joana Carneiro e
encenação de Rui Horta.
JAZZ
- Dia 14 A cubana Omara
Portuondo encontra-se
com David Murray na
“Out of Context- Casa da Música.
Apichatpong
Weerasethakul
For Pina,
de Alain Platel
Pág: 13
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 26,77 x 33,95 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 8 de 10
O teatro, finalmente
Os textos clássicos, de Tennessee Williams a Brecht,
de Ibsen a Tchékhov, ocupam em força as salas nacionais a partir
de Setembro. Tiago Bartolomeu Costa
Não foi assim há tanto tempo que
os teatros portugueses começaram
a antecipar as programações da
temporada, seguindo a prática regular
das instituições europeias e permitindo
leituras transversais sobre temáticas
comuns ou percursos no singular.
Desde logo, e olhando para os
“blockbusters”, uma tendência: os
clássicos. São vários os espectáculos
que adaptam (ou dialogam com) textos
incontornáveis da dramaturgia mundial.
O Teatro Nacional D. Maria II abre com
“Um Eléctrico chamado Desejo” (9 de
Setembro a 31 Outubro), de Tennessee
Williams, encenado pelo seu director
artístico, Diogo Infante. Será a terceira
vez que a peça se apresenta em Portugal.
Em 1963 foi Mariana Rey Monteiro
quem fez de Blanche DuBois; em 1990
Manuela de Freitas. Agora é a vez de
Alexandra Lencastre, que regressa aos
palcos 16 anos depois de “Fernando
Krapp escreveu-me uma carta”, no Teatro
Aberto.
É lá, no Teatro Aberto, que João
Lourenço encena, para estrear em
cria
ado
do”,,
Outubro, “O Sr. Puntila e o seu criado”,
de Brecht, retomando assim
o
uma genealogia de peças do
o
dramaturgo alemão que são
a espinha dorsal do teatro
contemporâneo. Ainda em
Lisboa, no Teatro S. Luiz
(16 de Setembro a 18 de Outubro),
José Maria Vieira Mendes toma de
assalto “Hedda Gabler”, de Ibsen,
para,, com encenação de
p
Jorge Silva Melo e
inte
erpretação de
interpretação
M
Maria
João Luiz
- assombrosa actriz -,
reler uma das peças
mais importantes da
viragem do século
XIX para o século
XX, prosseguindo um
t
de arquitectura
trabalho
d
que já o
dramatúrgica
lev
vou a Melville, Kafka,
levou
Moliière e Dostóievski.
Molière
No Teatro
T
Nacional S. João,
doso abre a temporada
Nuno Card
Cardoso
G i
” de
d Tchékhov (15 de
com “A Gaivota”,
Setembro a 3 de Outubro), levando-a
depois a vários outros teatros. E em
Almada o Teatro da Cornucópia repõe
“Ifigénia na Táurida”, de Goethe, com
encenação de Luís Miguel Cintra (22 a 26
Setembro), criação de 2009.
São cinco exemplos de escolhas que
acompanham uma reflexão sobre a
validade dos clássicos. À medida que os
orçamentos vão diminuindo e a pressão
da novidade aumenta, o espaço ocupado
pelos clássicos vai sendo reduzido e
substituído por variações, colagens ou
releituras. Ao mesmo tempo, é o próprio
texto – o seu valor, o seu lugar e a sua
perenidade – que é posto em causa. É por
isso que, ao encontrarmos na “rentrée”
novos textos de Jacinto Lucas Pires (que
abre a 16 de Setembro a programação
da Culturgest) e Tiago Rodrigues (22
de Outubro no Maria Matos), criações
originais do Teatro da Garagem, do
Teatro Meridional (ambas no D. Maria II)
ou da Mala Voadora (Maria Matos), bem
como os regressos de Ricardo Pais ao
S. João (“Sombras”, 12 Novembro) ou de
Mónica Calle à Culturgest (“Inferno”, 1
a 8 Novembro), devemos perguntar-nos
de que modo a criação nacional procura
dialogar com uma herança dramatúrgica
pouco pacífica.
L
LUÍS
RAMOS
Mandela: “Um Longo Caminho para a
Liberdade”, autobiografia de uma das
figuras mais emblemáticas do século XX.
JAZZ
-De 11 a 20, todas as atenções se viram
para o Guimarães Jazz, que tem uma
programação de luxo: The All Star
Celebration of Lionel Hampton, Kenny
Garrett Quartet, Saxophone Summit com
os saxofonistas Joe Lovano, David
Liebman e Ravi Coltrane (repete a 14 na
Culturgest), TOAP 2010, o grupo The Story,
Charles Lloyd New Quartet, Gonzalo
Rubalcaba Sextet, Big Band da ESMAE e
os muito aguardados New York
Composers Orchestra.
CLÁSSICA
- Jordi Savall e o seu agrupamento
Hespérion XXI (com a colaboração de
músicos convidados da Turquia, Arménia,
Grécia e Marrocos) apresentam na Casa da
Musica (6) e na Gulbenkian (7) o programa
do CD “Istanbul”.
POP
- Rei morto, rei editado em abundância. O
primeiro álbum de originais póstumo de
Michael Jackson chega em Novembro e
será montado a partir dos mais de cem
inéditos que, desde os tempos de
“Thriller”, Jackson guardou no baú.
- Os Broken Social Scene, super banda
canadiana representante de uma
sensibilidade rock que tem nos Arcade
Fire os seus representantes máximos,
apresenta “Forgiveness Rock Record”, o
último álbum, ao vivo na Aula Magna (7) e
na Casa da Música (8).
- The Drums, os verdadeiros “indie
darlings”, regressam a Portugal depois da
passagem pelo Optimus Alive, para um
Rentrée
ID: 31530345
Tiragem: 50121
TEATRO/
DANÇA
Alexandra
Lencastre
São vários os espectáculos
que adaptam
(ou dialogam com)
textos incontornáveis
da dramaturgia
mundial
Informações recolhidas
por Cristina Fernandes,
Jorge Mourinha, José
Marmeleira, Luís Miguel
Queirós, Mário Lopes,
Raquel Ribeiro, Rodrigo
Amado e Tiago Bartolomeu Costa
Ípsilon • Sexta-feira 20 Agosto 2010 • 13
Página 68
ID: 31530345
20-08-2010 | Ípsilon
Tiragem: 50121
Pág: 1
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 26,92 x 34,85 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 9 de 10
Desenrolamos a “rentrée”
Tudo o que vamos poder ver, ouvir e ler
até Dezembro, de Camões a Kanye West
Página 69
20-08-2010 | Ípsilon
Pág: Principal - 1
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Semanal
Área: 25,75 x 14,12 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 10 de 10
VÍTOR FERREIRA
ID: 31530345
Tiragem: 50121
Rentrée Todos os nomes da nova temporada, de Camões a Kanye West
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A71
ID: 31336585
05-08-2010
Tiragem: 116762
Pág: 52
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 21,12 x 18,78 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 2
Página 71
ID: 31336585
05-08-2010
Tiragem: 116762
Pág: 50
País: Portugal
Cores: Preto e Branco
Period.: Diária
Área: 11,90 x 1,21 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 2 de 2
Página 72
A73
02-08-2010 Maria Matos com programação de luxo
Tipo Meio:
Internet
Meio:
Cotonete Online
URL:
http://cotonete.clix.pt/noticias/body.aspx?id=45889
Data Publicação:
02-08-2010
É certo e sabido que nesta altura de férias, a torrente de bons concertos que tem invadido Portugal
acalma por uns tempos. Mas quem já suspira de saudades, pode começar a suspirar de ansiedade pela
reentré musical de 2010.
Entre concertos já anunciados em grandes espaços, como o dos Interpol, Broken Social Scene ou
Arcade Fire, chega agora a notícia de que o acolhedor Teatro Maria Matos vai receber bandas que
prometem pôr muita gente a salivar.
A 21 de Setembro, os anbb pisam o palco daquela sala. O projecto electrónico junta Alva Noto e Blixa
Bargeld (dos Einstürzende Neubaten) e abrem caminho para Jóhan Jóhannsson. O compositor islandês
actua a 28 de Setembro e vem acompanhado pelos Iskra String Quartet.
Já em Outubro, um pedaço de história pisa o palco do Maria Matos. Os Faust (na foto), ícone maior do
krautrock, que desde os anos 70 trilham um caminho desafiante no mundo da música, são o nome
maior no dia 6 de Outubro. Hauschka, pianista pouco convencional, actua a 22 de Outubro.
Está portanto assegurada a qualidade musical do último trimestre de 2010. O difícil mesmo vai ser
escolher entre tanta oferta.
AMS c/ GP
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A74
Faust e Blixa Bargeld tocam no Teatro Maria Matos
Tipo Meio:
Internet
Meio:
Diário de Notícias Online
URL:
http://dn.sapo.pt/cartaz/musica/interior.aspx?content_id=1629918
Data Publicação:
30-07-2010
Música
por Lusa
A estreia do projecto anbb, de Blixa Bargeld e Carsten Nicolai e a actuação dos Faust marcam a
programação de Setembro e Outubro do Teatro Maria Matos em Lisboa.
O primeiro dos quatro concertos ontem anunciados acontece a 21 de Setembro com a estreia em
Portugal do projecto experimental anbb, fundado em 2007 pelo músico e artista visual Carsten Nicolai
(que assina Alva Noto) e pelo músico Blixa Bargeld (dos Einstursende Neubauten).
Com um EP editado e um álbum prestes a sair, os dois músicos desenvolvem 'música conceptual
baseada na combinação de improvisação e abstracção', escrevem no site oficial.
Esta será a primeira apresentação da dupla em Portugal, já que a data anunciada para Junho na Casa
da Música, no Porto, foi remetida para Setembro, ainda sem dia confirmado.
No dia 28 de Setembro, o Teatro Maria Matos acolhe, também em estreia, o músico islandês Jóhann
Jóhannsson, que estende a sua formação clássica para o domínio da música de vanguarda, com
recurso à electrónica, compondo para teatro e cinema e produzindo outros artistas islandeses.
Em Abril editou o álbum 'And in the endless pause there came the sound of bees' e em Setembro
apresenta-se em Lisboa com o Iskra String Quartet.
Os alemães Faust, uma das bandas precursoras do movimento krautrock, estarão na capital a 06 de
outubro, mas a formação que se apresentará no Maria Matos é composta por Jean Hervé Peron e por
Werner 'Zappi' Diermaier.
Os Faust surgiram em 1971, mas duraram apenas alguns anos até se dividirem em dois projectos,
ambos com o mesmo nome.
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Em 2006, em Portugal estiveram os Faust liderados por Hans Joachim Irmler, agora apresentam-se
Peron e 'Zappi' com toda a parafernália de instrumentos eléctricos e máquinas industriais para
revisitar a música experimental alemã de há quatro décadas.
O concerto dos Faust é organizado em parceria com a Galeria Zé dos Bois, que acolherá um workshop
com Jean Hervé Perón e Werner 'Zappi' Diermaier.
Associando-se ao 41º aniversário do teatro municipal, no dia 22 de outubro actua o pianista alemão
Volker Bertelmann, também conhecido como Hauschka.
Em vez de um recital a solo, o músico estará acompanhado por 11 músico portugueses no
denominado Ensemble Maria Matos.
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A76
ID: 31262276
30-07-2010
Tiragem: 130000
Pág: 7
País: Portugal
Cores: Cor
Period.: Diária
Área: 9,34 x 6,09 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
Maria Matos aposta num
Outono experimental
A estreia do projecto
anbb, dos germânicos Blixa Bargeld e Carsten Nicolai, e a actuação dos Faust
marcam a programação
dos meses de Setembro e
Outubro do Teatro Maria
Matos em Lisboa.
O primeiro dos quatro
concertos ontem anuncia-
dos acontece a 21 de Setembro com a estreia em
Portugal do projecto experimental anbb, fundado
no ano de 2007 pelo músico e artista visual Carsten
Nicolai (que assina Alva
Noto) e pelo músico Blixa
Bargeld (dos históricos
Einstursende Neubauten).
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ID: 31264075
30-07-2010
TEATRO MARIA MATOS
Tiragem: 20000
Pág: 18
País: Portugal
Cores: Preto e Branco
Period.: Diária
Área: 8,95 x 4,46 cm²
Âmbito: Informação Geral
Corte: 1 de 1
Projeto anbb em Setembro
A estreia do projeto anbb, de Blixa Bargeld e Carsten
Nicolai e a atuação dos Faust marcam a programação de
setembro e outubro do Teatro Maria Matos em Lisboa.
O primeiro dos quatro concertos anunciados acontece a
21 de setembro com a estreia em Portugal do projeto experimental anbb, fundado em 2007 pelo músico e artista
visual Carsten Nicolai e pelo músico Blixa Bargeld.
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Novidades para a rentrée: Faust, anbb, Jóhann Jóhannsson e Hauschka são as
apostas do Maria Matos
Tipo Meio:
Internet
Meio:
Body Space.net
URL:
http://bodyspace.net/noticia.php?id=001114
Data Publicação:
29-07-2010
publicado em 29 Jul 2010 - 19:03
Antes de irmos de férias deixamos as novidades para a reentré. O Teatro Maria Matos já apresentou a
programação para o Outono e, entre os meses de Setembro e Outubro, vão passar por aquela sala os
icónicos Faust, o duo anbb, Jóhann Jóhannsson e Hauschka. Os anbb, duo de Alva Noto e Blixa
Bargeld, estreiam-se em Portugal no dia 21 de Setembro. Também em estreia nacional, Jóhann
Jóhannsson apresenta-se acompanhado pelo Iskra String Quartet, no dia 28 de Setembro. No dia 6 de
Outubro é a vez dos velhinhos Faust, lendas do krautrock que continuam a sua impecável caminhada
na procura da subversão sonora. Mais para o final do mês, no dia 22 de Outubro, actua o alemão
Hauschka (senhor que gosta de pianos pouco convencionais), acompanhado por um ensemble de
músicos nacionais. Este espectáculo está enquadrado nas celebrações do 41º aniversário do Teatro
Maria Matos e promete muito. Agora já podemos ir de férias descansados.
Nuno Catarino
[email protected]
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