NOSSA EXPERIENCIA EM ABLAÇÃO DE FIBRILAÇÃO

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NOSSA EXPERIENCIA EM ABLAÇÃO DE FIBRILAÇÃO
TEMAS LIVRES DO 51º CONGRESSO BRASILEIRO DE ANESTESIOLOGIA
9º CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO – 1º CONGRESSO DE DOR DA BRASILEIRA DE ANESTESIOLOGIA
A
NOSSA EXPERIENCIA EM ABLAÇÃO DE FIBRILAÇÃO ATRIAL COM ECOCARDIOGRAMA INTRACARDIACO. RELATO
DE DOIS CASOS
Simone S Leite*, Elizabeth P Firme, Márcia Bevilaqua
CET/SBA da Univ. Fed. do Rio de Janeiro e Clinica São Vicente da Gávea - Rio de Janeiro - RJ
Rua dos Jasmins, 09/102 - Jacarepaguá - 21330-450 - Rio de Janeiro-RJ
Introdução - A ablação por radiofreqüência de fibrilação atrial crônica com auxílio do ecocardiograma intracardíaco é uma técnica nova de introdução recente no nosso país, sendo descrita uma taxa de sucesso de 70-85%, com raras, porém graves complicações. Relato dos Casos - Paciente do sexo masculino, 52 anos, com fibrilação atrial crônica, ASA II, hipertenso compensado e paciente do sexo masculino, 56 anos, estado físico ASA II, sem outras co-morbidades. Em ambos os casos, optou-se por
anestesia geral com Isoflurano 1-1.5% em oxigênio/óxido nitroso a 50%, máscara laríngea e ventilação assistida devido a necessidade de imobilização relativa, dor ao procedimento (ablação de veias pulmonares) e demora do procedimento (curva de
aprendizado). A indução anestésica foi feita com propofol (1,5 mg.kg-1 ) e alfentanil (30 µg.kg-1 ), sem bloqueador neuromuscular, tendo sido feito lidocaína (2 mg.kg-1 ) antes da passagem da máscara laríngea. Em ambos os casos foi necessário a punção
transeptal (imobilidade total nesse momento devido ao risco de perfuração cardíaca e tamponamento, sendo então aprofundado o plano anestésico e a ventilação mantida controlada). As ablações foram realizadas em átrio esquerdo com risco de formação de trombos e embolia, sendo então os pacientes mantidos heparinizados (heparinização plena com 100 UI.kg -1 de heparina
sódica e controle com TCA). Ambos os procedimentos transcorreram sem intercorrências e ao fim do mesmo aguardou-se para
a retirada das bainhas de veias e artéria femoral, sendo que as mesmas só foram retiradas após normalização do PTT. Obteve-se sucesso em ambos os procedimentos, com duração total de cerca de 3.5-4 horas e o follow up de 2 e 2.5 meses dos pacientes não mostrou recorrência da arritmia. Discussão - A ablação de fibrilação atrial crônica com ecocardiograma intracardíaco é
uma técnica eficaz e segura, sendo a anestesia geral com anestésicos inalatórios satisfatória para a realização do procedimento pois garante analgesia e imobilidade do paciente sendo que comprovadamente os inalatórios não alteram condução e refratariedade cardíaca. Referências - 01. Sharpe MD - Sevoflurane has no effect on sinoatrial node function and accessory
pathways conduction in Wolff-Parkinson-White syndrome during alfentanil/midazolam anaesthesia. Anesthesiology,
1999;90:455- 466.
B
EFICÁCIA CLÍNICA DA MISTURA ENANTIOMÉRICA DE BUPIVACAÍNA 90S: 10R E DO RACEMADO EM CIRURGIA DE
TERCEIRO MOLAR INFERIOR
Simonetti MPB*, Borsatti MA, Honda EM, Oliveira LE
Depto Farmaologia ICB-USP, Depto Estomatologia-Clinica Integrada FO-USP
Quando há a necessidade de um anestésico local (AL) de longa duração, os cirurgiões dentistas podem optar pela bupivacaína.
Esta apresenta-se como uma mistura racêmica, ou seja, 50% do isômero S(-) e 50% de R(+). Os isômeros apresentam propriedades diferentes, sendo que estudos mostraram que a R(+) possui grau de toxicidade mais elevado do que a S(-), porém, a R(+)
também proporciona maior potência anestésica. Este estudo duplamente encoberto teve como objetivo, comparar a mistura
enantiomérica de bupivacaína (MEB) 90S:10R com a bupivacaína racêmica, ambas à 0,5% e associadas à epinefrina, avaliando-se o tempo de latência e duração do efeito anestésico em cirurgias de 3º molares inferiores semi-impactados, em 20 pacientes. Administrou-se 1,8 ml de solução para bloqueio do nervo alveolar inferior, e 1 ml para o nervo bucal. Para avaliação da latência e duração em tecido pulpar aplicou-se estímulo elétrico no pré-molar (a cada 2 ou 10 min, respectivamente). No tecido gengival, os parâmetros foram avaliados através de estímulo nociceptivo (picada), nos mesmos intervalos. Não houve diferença significativa (a>0,05) nos tempos de latência (em tecido gengival e pulpar) entre as soluções. Já, a duração em tecido gengival com
a S90:R10 bup (322 min) foi significativamente (a=0,05) maior do que a RS(±) (242 min), e em tecido pulpar a S90:R10 bup (241
min) foi levemente (não significante, a>0,05) maior do que a RS(±) (180min). O novo AL mistura enantiomérica de bupivacaína
90S:10R apresenta melhor eficácia clínica que a bupivacaína racêmica, sendo uma alternativa de AL de longa duração.
CBA 304
Revista Brasileira de Anestesiologia
Vol. 54, Supl. Nº 33, Novembro, 2004

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