262 3º Encontro Brasileiro de Silvicultura
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262 3º Encontro Brasileiro de Silvicultura
3º Encontro Brasileiro de Silvicultura INCREMENTO DE DIÂMETRO EM FUNÇÃO DA ADUBAÇÃO DE PLANTIO EM TECTONA GRANDIS L.F. Lilian Guimarães de Favare¹; Henrique Guimarães de Favare²; Bruna Cristina Almeida²; Julio Cesar Ferreira Elias3; Iraê Amaral Guerrini4. 1 Doutora em Ciência Florestal UNESP/FCA ([email protected]); Mestrandos em Ciências Florestais e Ambientais – UFMT (guimaraesfavare@gmail. com; [email protected]); 3Doutorando em Agronomia - UEM/PGA (juliocesar_ [email protected]), 4Prof. Dr. Departamento de Recursos Naturais e Ciência do Solo, FCA/UNESP, Campus de Botucatu, SP ([email protected]) 2 Introdução e Objetivo A teca está entre as espécies florestais mais plantadas nos países tropicais por apresentar uma das madeiras mais valiosas e apreciadas no mundo. Entretanto, pouco se sabe sobre as necessidades nutricionais da teca é limitante a seu cultivo. Objetivouse com este avaliar o desenvolvimento da Tectona grandis L.f. em relação à interação dos fatores nutricionais de P e K em condições de campo. Material e métodos O experimento foi instalado a campo, na Fazenda São Tomaz, de propriedade da empresa Companhia Vale do Araguaia, localizada na cidade de Água Boa/MT, coordenadas 14º03’00’’ S e 52º09’31’’ W de Greenwich e altitude de 430 m. As medidas foram realizadas a cada 6 meses até os 30 map (meses após o plantio). O delineamento foi em blocos ao acaso, com 11 tratamentos e 4 repetições, em esquema fatorial 3x3 (P = 90, 180 e 360 g de P2O5 planta-1; K = 35, 70 e 140 g de K2O planta-1), mais um tratamento adicional (P = 0 de P2O5 planta-1 + K = 70 g de K2O planta-1) e testemunha com calcário (Elevação de V% = 70%). Os resultados foram submetidos à Anova e as médias comparadas pelo teste de 262 Dunnett a 5%. Para a análise de variância o esquema fatorial diferenciado foi analis ado com adição de um tratamento adicional e uma testemunha com auxilio do pacote computacional ASSISTAT, versão 7.7. Resultados e discussão Na Tabela 1 observam -se os resultados da análise do incremento corrente semestral em DAP, onde a interação P x K foi significativa somente aos 18 map para as fontes de variação Fator 1 (P), Fat x Adc + Test e Adc x Test. O Fator 1 (P) apresentou-se de forma significativa, onde a dose 180 g de P2O5 planta-1 apresentou melhor resposta de incremento corrente semestral de DAP (1,23 cm semestre-1), quando comparada as demais doses avaliadas (Tabela 2). A Cáceres Florestal (2006) recomenda que para a obtenção de toras com dimensões para serraria, num ciclo de corte que gira em torno de 30 anos é interessante que o incremento médio do DAP das árvores seja de 0,85 cm semestre-1, o que demostra a influência da adubação dos solos florestais cultivados com teca. Para a fonte de variação Fat x Adc + Test, todos os tratamentos foram cons iderados semelhantes estatisticamente, com exceção do tratamento adicional, o qual apresentou média abaixo dos demais tratamentos Resumos Expandidos avaliados no período dos 18 map (Tabela 3). Nas demais épocas de avaliação não foram observadas diferenças significativas, o que pode ser justificado pela baixa precipitação ocorrido neste período de avalição das árvores. Tabela 1. incremento das árvores 30 map em e potássio. Análise de variância do corrente semestral em DAP de Tectona grandis L.f. até os função das doses de fósforo 18 24 Fator 1 (P) 6,604 3,472 Fator 2 (K) 0,224ns Int. (P x K) Tabela 3. Incremento corrente semestral em DAP das árvores de Tectona grandis L.f. até os 30 map em função da fonte de variação Fat x Adc + Test. Fonte de variação Incremento Corrente Semestral (DAP) Fat x Adc + Test 18 (g planta -1) Épocas de avaliação (map) Fonte de variação Médias na horizontal seguida de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Dunnett, a 5% de significância. 30 24 30 cm 1. P=90 + K=35 1,14 a 1,52 a 1,86 a 2. P=90 + K=70 1,01 a 1,54 a 1,93 a 2,513 3. P=90 + K=140 0,96 a 1,54 a 1,82 a 0,389ns 0,605ns 4. P=180 + K=35 1,16 a 1,69 a 1,85 a 0,862ns 0,666ns 0,476ns 5. P=180 + K=70 1,22 a 1,40 a 1,70 a Fat x Adc + Test 8,475 14,228 0,014 6. P=180 + K=140 1,32 a 1,37 a 1,75 a Adc x Test 18,362* 4,867ns 2,334ns 7. P=360 + K=35 1,00 a 1,73 a 1,74 a CV (%) 18,37 16,05 15,03 8. P=360 + K=70 0,93 a 1,77 a 1,48 a 9. P=360 + K=140 0,95 a 1,76 a 1,66 a Adic. P= 0 + K= 70 0,57 b 1,05 a 1,88 a Test Calagem 1,15 a 1,43 a 1,60 a Média Geral 1,04 1,53 1,75 Valor de F * * ns ns ns ns Fat = Fatorial. Adc = Tratamento adicional. Test = Tratamento testemunha. CV% = Coeficiente de variação em %. * Significativo ao nível de 5% de probabilidade e ns Não significativo pelo teste F (p > = 0,05). Tabela 2. Incremento corrente semestral em DAP das árvores de Tectona grandis L.f. até os 30 map em função fonte de variação adubação de fósforo (P) (Fator 1). Fonte de Variação Incremento Corrente Semestral (DAP) Fator 1 (P) (g/planta-1) --------- cm --------- 90 1,04 b 180 1,23 a 360 0,96 b Fat = Fatorial. Adc = Tratamento adicional. Test = Tratamento testemunha. DAP = Diâmetro à altura do peito. map = meses após plantio. Letras após as médias comparam os tratamentos em relação à testemunha pelo teste de Dunett, a 5% de significância. Na figura 1 demonstra-se o incremento corrente semestral para a variável DAP até os 30 map. A 1ª avaliação de DAP realizou-se somente aos 12 map, pois na avaliação anterior, as árvores ainda não apresentavam altura suficiente de medida convencional do DAP (1,3 m). Na 2ª 263 3º Encontro Brasileiro de Silvicultura avaliação a resposta dos tratamentos em incremento do DAP foi crescente até a 4ª avaliação 30 map (meses após plantio). Aos 24 map, o DAP apresentou 5,12 cm e 4,56 m de altura com incremento corrente de 1,6 cm/semestre-1 em DAP e 1,15 m/ semestre-1 em altura. Figura 1. Avalição de DAP das árvores de Tectona grandis L.f. até os 30 map em resposta aos tratamentos de interações P x K. Resultados superiores foram encontrados por Passos et al. (2006), em estudo de silvicultura com teca em oito diferentes densidades e arranjos espaciais, onde observaram, aos 22 map, DAP de 6,96 cm e 6 m de altura com incremento corrente de 1,9 cm semestre-1 em DAP e 1,64 m semestre-1 em altura. Esses resultados podem ser considerados tomando por base a possível influência dos espaçamentos em interação com a adubação adequada. Aos 24 map, a média dos experimentos fatoriais, respondeu no incremento corrente anual com 2,70 cm de DAP. Tonini et al. (2009) em estudo do crescimento da T. grandis observou DAP de 1,38 cm, respondendo de forma inferior à média encontrada neste experimento. Observa-se que na 4ª avaliação (aos 30 map) as médias dos tratamentos não responderam expressivamente ao incremento semestral corrente do DAP (9,5% de incremento corrente semestral), quanto ao período anterior (45,5% de 264 incremento corrente semestral aos 24 map). Este fato pode estar diretamente ligado à resposta da espécie ao baixo índice pluviométrico ocorrido no ano de 2012, o qual apresentou precipitação média de 1797 mm. Os processos de transferência de nutrientes do solo para a planta dependem da disponibilidade de hídrica e a concentração destes nutrientes na adição de fertilizantes, que só será efetiva se a disponibilidade de água no solo estiver adequada às necessidades da espécie. Conclusões A adubação de fósforo e potássio, em interação, influenciou positivamente o incremento de DAP das árvores de teca; A ausência de fósforo na adubação de plantio da teca influenciou negativamente o DAP; A irregularidade de chuvas da região causou variação da dinâmica nutricional da teca e consequentemente afetou seu incremento em DAP; Referências bibliográficas CÁCERES FLORESTAL. Manual do cultivo da teca. Versão eletrônica atualizada em janeiro de 2006. 32 p. PASSOS, C. A. M.; BUFULIN JÚNIOR, L.; GONÇALVES, M. R. Avaliação silvicultural de Tectona grandis L.f., em Cáceres – MT, Brasil: Resultados Preliminares. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 16, n. 2, p. 225-232, 2006. TONINI, H.; COSTA, M. C. G.; SCHWENGBER, L. A. M. Crescimento da Teca (Tectona grandis L.f.) em reflorestamento na Amazônia Setentrional. Pesquisa Florestal Brasileira. Colombo, n. 59, p. 05-14, jul./dez. 2009.