Diapositivo 1 - Agrupamento de Escolas da Zona Urbana da

Transcrição

Diapositivo 1 - Agrupamento de Escolas da Zona Urbana da
Nº 5
dezembro 14
CON
TEXTOS DO AGRUPAMENTO
ESCOLA BÁSICA DE VISO
A Escola do Viso está localizada numa zona residencial na Rua Joaquim Sotto Mayor.
O edifício é uma construção do tipo Centenário e segundo o Dr. Albarino Maia terá sido
inaugurado a 11 de maio de 1945. Ao longo dos anos recebeu obras de beneficiação,
de ampliação e conservação. O seu interior é acolhedor, com salas espaçosas e cheias
de luminosidade.
Mas o que a define é o seu ambiente familiar que convida à descoberta de novas
aprendizagens e possibilita a partilha de saberes. São as pessoas o seu melhor trunfo
pois só assim se facilita o desenvolvimento da confiança e da amizade.
É graças ao envolvimento de toda a comunidade escolar que se conseguiu ao longo
destes longos anos deixar uma marca positiva em todos os que por aqui passam.
“Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em
voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem
fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser
encorajado.”
Rubem Alves
CON
TEXTOS DO AGRUPAMENTO
EDITORIAL
Decorreu já o primeiro período … e as sementes
estão lançadas para mais um ano letivo.
Neste número do boletim Con Textos queremos
mostrar os nossos Projetos e Atividades: os que
já realizamos, os que apenas iniciamos e os que
nos propomos fazer.
Mas como a Escola não pode ficar confinada a
quatro paredes, nem se limita apenas a alunos
e professores, aqui referimos igualmente algum
do património local que nos envolve e que de
certa forma nos influencia: Coliseu Figueirense,
Palácio Sotto Mayor, Casino da Figueira e
Grande Hotel, todos eles marcando uma época
figueirense cheia de “glamour”. Foi difícil
escolher tanto que havia para dizer sobre
algumas figuras marcantes da nossa cidade,
deixamos por isso breves apontamentos sobre
o escritor Miguel Babo, o estadista Melo Biscaia
e a Filarmónica Figueirense.
Certos de os transportarmos num tranquilo voo
pelo passado e pelo presente para assim
prepararmos os exigentes voos futuros.
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TEXTOS DO AGRUPAMENTO
Desenvolvendo projetos…
… incentivamos voos!
O desenvolvimento de projetos tem impulsionado a escola do Viso numa atitude dinâmica,
conseguindo assim o envolvimento de toda a comunidade escolar.
Alguns destes são já um símbolo da nossa escola, é o caso da promoção de uma alimentação
saudável recorrendo a saberes ancestrais baseados na “Dieta Mediterrânea”.
Incentivar o consumo de hortícolas frescos temperados com azeite e ervas, salada de feijão frade
e atum ou mousse de morango são três exemplos das nossas propostas, simples e
tentadoras. Envolver os alunos na preparação e confeção dos pratos é uma mais valia para alcançar
êxito esperado.
A busca de alternativas
saudáveis para as merendas
dos alunos leva à confeção
de compotas com relevo
especial para o nosso
famoso “Doce de Abóbora”.
A participação efetiva
dos alunos na sua confeção
faz com que aguce o desejo
do seu consumo tornandose mais fácil levar alguns a
provar o doce pela primeira
vez .
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TEXTOS DO AGRUPAMENTO
Outro projeto aguardado com ansiedade é a
“Patarrona”, uma boneca de cinco “patas” que dá
ordens bizarras para serem cumpridas na semana
anterior ao Carnaval.
Esta iniciativa surgiu na sequência de uma
parceria entre várias escolas em que os alunos
transmitiam vivências das suas localidades através
da Internet .
E… foi assim que esta tradição de origem
espanhola passou a fazer parte da nossa vivência.
São os alunos do 4ºAno que
constroem a “Patarrona”.
Primeiro era feita em duas
dimensões mas nestes
últimos seis
anos esta
nossa personagem evoluiu
e passou a ter volume.
Ligou-se este projeto com
os objetivos da Eco-Escola e
assim começou a ser
construída com materiais
reutilizados.
Os
alunos
finalistas
também
escolhem
as
ordens
para
serem
cumpridas por todos.
No ano passado tivemos
uma “Patarrobótica” .
E este ano, como é que vai
ser?
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TEXTOS DO AGRUPAMENTO
Mergulhando em voos…
… de arte e fantasia!
A promoção da leitura é feita em muitas
ocasiões mas torna-se especial quando se
tem oportunidade de conviver com os
escritores, são momentos inesquecíveis e de
uma magia que nos transportam para o
“mundo do faz de conta”! Ficam registados
alguns dos mais emblemáticos a nível
nacional.
José Fanha
António Mota
Maria João Lopo de Carvalho
A nossa Biblioteca Escolar também
teve a colaboração da pintora Tesha
que participou num projeto sobre o
mar, do qual resultaram duas telas que
foram rifadas e cujo dinheiro serviu para
a compra de alguns livros infantis.
Noutra ocasião, Tesha promoveu a
semana das Bibliotecas Escolares
pintando um belo quadro que se
encontra exposto na nossa escola. Por
esta razão podemos dizer que esta
famosa pintora que viveu mais de 20
anos na Rua Sotto Mayor deixou a sua
marca na Escola do Viso.
Tesha
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TEXTOS DO AGRUPAMENTO
Voando com rumo …
… na proteção do Ambiente!
A participação da escola do Viso no programa Eco-Escolas já remonta ao ano de
2008-2009 quando nos inscrevemos pela primeira vez em parceria com a Escola Dr. João de
Barros. A partir desse ano abrimos asas e seguimos rumo à consciência ecológica. São as simples
práticas diárias que melhor demonstram as mudanças de atitude, no entanto temos promovido e
participado em ações de âmbito local e nacional que envolvem dinâmicas complexas e que
pretendem alertar a comunidade para esta problemática. Deixamos aqui alguns apontamentos
daquelas cujo sementes deram frutos.
Autocolante da “Equipa
da Energia” que
conquistou o 2º Lugar.
Participação no concurso:
“Árvore que dá Frutos” que
conseguiu uma Menção
Honrosa.
Participação no concurso:
“Sim, o Natal é no Amarelo”
que obteve o 1º Lugar.
Feira do Manjerico, atividade do
final do ano com o envolvimento
de toda a comunidade.
A “Abelha Amiga” obteve
o 2º Lugar e uma Menção
de Criatividade no
concurso “Eco-Espanta”.
No âmbito do Eco-roteiro do AEZUFF os alunos da EB1
do Viso entregaram à autarquia a declaração de ECOcompromisso assinada por uma comitiva de alunos de
todos os estabelecimentos do Agrupamento.
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TEXTOS DO AGRUPAMENTO
Um voo pela história!
BILHETE POSTAL
Implantado na área de expansão da Figueira
da Foz, o Coliseu Figueirense é hoje um importante testemunho da vivência
tauromáquica, mas também cultural desta cidade, na medida em que este equipamento
permitiu reunir em seu redor muitos dos veraneantes que no final do século XIX
começavam
a
escolher
a
Figueira
como
destino
de
verão.
Várias praças haviam antecedido o coliseu, embora com armações de madeira e
condições menos favoráveis. O desejo de dispor de um espaço próprio para as touradas
motivou a elaboração de uma escritura pública de constituição provisória da Sociedade
Anónima Companhia Figueirense, com data de 25 de Março de 1895. As obras tiveram
início, orientadas por João Martins Hespanhol, sob planta de João Maria da Assunção
Costa, demorando apenas cinco meses a construção da praça - de Março a Agosto de
1895 sendo inaugurado a 25 de Agosto de 1895, com um grandioso programa.
De planta circular, com bancadas, galerias e camarotes de arcaria em ogiva no último
anel, o Coliseu tem lugar para 6000 espetadores.
BILHETE POSTAL
Edifício de caráter civil, mandado construir por
Joaquim Sotto Mayor, natural do concelho de Valpaços. Demorando cerca de 20 anos a
ser construído, este belo palácio foi considerado o “mais belo e sumptuoso edifício da
Figueira”. Projeto inicial do arquiteto gaulês Gaston Landeck, construído em finais do séc.
XIX, ao estilo dos palacetes franceses, em que predominam, na fachada principal, motivos
renascentistas. Da visita ao seu interior, não se pode ficar indiferente aos painéis
ornamentais, paredes e tetos, da autoria do pintor António Ramalho, às magníficas telas
assinadas por Joaquim Lopes, Dórdio Gomes, António Carneiro, sobre o vitral de Bernard
Champigneulle iluminando a escadaria nobre, ou às peças de mobiliário e de escultura
que decoram as elegantes salas, vestíbulos, corredores e outros aposentos. Na fachada
posterior, uma galeria e escadaria estilo Luís XVI dá acesso a um jardim romântico e a uma
torre mirante.
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TEXTOS DO AGRUPAMENTO
BILHETE POSTAL
No espaço do atual Casino ergueu-se, em 1884, o “Theatro-Circo Saraiva de
Carvalho” que, no virar do século, seria transformado em espaço de jogo e lazer, com o
nome de “Casino Peninsular” – um dos mais importantes pólos de desenvolvimento e
atração do Bairro Novo. Aqui, e durante algumas décadas, todas as ruas pareceram
convergir para o seu conhecido “Pátio das Galinhas”, o curioso átrio do Casino, repleto de
mesinhas redondas de café e cadeiras de verga, que acolheram a sociedade mais elegante
que aí se deliciava, cavaqueando, nas quentes tardes de Verão ao som da orquestra. À
longa história deste edifício estão ligados grandes espetáculos de circo, de ópera, de
cinema, de teatro, e memoráveis garraiadas infantis levadas a cabo no seu “Salão de
Inverno”. Os seus salões, concebidos pelo arquiteto conimbricense Silva Pinto, apesar de
remodelados, conservam a estrutura e a exuberante decoração das belas pinturas dos
tetos. Com sucessivos melhoramentos e adaptações das suas salas de jogo, salão de
espetáculos, restaurante e piano-bar, o Casino atual, de fachada totalmente inovada,
continua a ser um dos pólos de animação e atração turística por excelência.
BILHETE POSTAL
Autênticos ex-libris da Figueira, o Grande Hotel e Piscina são duas
emblemáticas edificações, inauguradas em 1953, que marcam a determinação e o esforço
de investimento turístico figueirense da década de 50. O conjunto Grande Hotel da
Figueira (atual Hotel Mercure) e Piscina-Praia (atual Piscina Mar) foi, pelo seu interesse
arquitetónico, considerado património de interesse público desde 2002. O Grande Hotel é
um edifício de grande qualidade arquitetónica, pós-modernista, dos anos 50. Apesar de
remodelado, em 1995, não foi afetado na autenticidade dos elementos que lhe conferem
individualidade muito própria. Aos olhos de muitos, o exterior deste edifício assemelha-se
a um navio, com a sua destacada ponte e vigias. A original Piscina-Praia, para além de
proporcionar agradáveis banhos de sol e de água salgada, saltos acrobáticos da sua
elegantíssima prancha de 10 metros de altura, foi também palco para acontecimentos
sociais e manifestações desportivas de relevo. A degradação progressiva das suas
infraestruturas acabou por ditar o seu encerramento. Em 2001, a Câmara assumiu as
obras de reconstrução e beneficiação e reabriu-a ao público para júbilo da cidade.
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TEXTOS DO AGRUPAMENTO
Lenda …
…do padroeiro da nossa cidade!
No século III nasceu Julião, filho de um casal cristão muito devoto e rico que lhe deu uma educação
esmerada e requintada desde a tenra idade. Depois, desejosos de ver o filho bem casado para constituir uma
sólida e cristã família, decidiram consolidar o seu matrimónio, aos dezoito anos, com a jovem Basilissa.
Extremamente obediente, o rapaz, que nunca havia mencionado seu voto de castidade à família, realizou o
sonho dos pais e casou-se com a bela e suave jovem que, como ele, procedia de uma próspera e bem situada
família seguidora dos mesmos preceitos cristãos que a de seu noivo.
Uma vez casados, Julião, com gentileza, conversou com a esposa Basilissa e juntos fizeram um pacto de
consagração a Deus para se dedicarem ao Seu serviço, apesar do sacramento matrimonial. Usando seus bens,
cada um fundou um mosteiro: Julião, o masculino e Basilissa, o feminino. Com o saldo do património
mantinham várias obras de caridade e sustentavam os mosteiros, que funcionavam também como hospitais
para atendimento dos mais necessitados. O de Basilissa atendia especialmente aos leprosos.
Nesse período o Cristianismo vivia os seus tempos mais trágicos, o das perseguições sanguinárias impostas
em todo o Império pelos tiranos Diocleciano e Maximiano. Em auxílio aos cristãos surgiu Julião, que em certa
altura chegou a abrigar em seu mosteiro mais de um milhar que procurava refúgio das implacáveis investidas.
Porém foi denunciado e viu aos poucos todos serem julgados e condenados ao suplício e à morte pelo
testemunho da fé. Até que chegou a sua vez. Como se recusou a adorar os ídolos pagãos e renegar a fé em
Cristo foi martirizado por um longo período que foi descrito como de muitas torturas e sofrimento, mas
também de muitos prodígios e graças ocorridos através das mãos de Julião.
Julião terá nascido em 250 e foi assassinado em 09 de Janeiro do ano de 302. Basilissa conseguiu ser
poupada, vivendo junto aos mais miseráveis e pobres leprosos os quais tratava como filhos. Ela morreu algum
tempo depois, dizem que em 18 de Novembro de 304, tendo promovido muitos prodígios de cura e graças.
Cerca de 3 séculos depois, junto à foz de um rio denominado Mondego, na altura um lugar isolado e
remoto, foi edificada uma abadia para acudir aos pescadores de lugares das redondezas - esses sim habitados
- tais como Vila Verde, Caceira e Lavos, e que regressavam da faina necessitando de ajuda.
Foi esta intenção de ajuda aos homens que vinham do mar que levou à atribuição da designação de São Julião
à então abadia, devido a ele também ter vivido numa cidade junto a uma foz (Antinoe, Vale do Nilo) e ajudado
espiritualmente e na doença as suas gentes. Esta Abadia foi destruída em 717 pelos sarracenos e assim ficou
até 1080, ano em que o Conde D. Sisnando ordenou a edificação de várias igrejas na região e a reconstrução
da igreja junto à foz do Mondego com uma boa torre, bem como a construção de casas em seu redor.
Atribuídas as terras, foi o Abade Pedro o encarregado de tal missão, executada em 16 anos. Em 1096 o Abade
Pedro faz a doação da Igreja de São Julião à Igreja de Santa Mãe de Deus e sempre Virgem Maria da Sé
Episcopal de Coimbra.
As casas deram origem a uma povoação, que logicamente baseou na igreja o seu nome: São Julião da Foz
do Mondego. Terá sido nesta data que surgiu esta primeira designação do casario que deu origem ao atual
nome de Figueira da Foz. Na segunda designação já só entra a palavra “figueira” e “São Julião” fica
unicamente confinado à igreja. Com o avolumar do povoado, eram muitos os barcos de vários casarios junto
ao Mondego que desciam o rio até à foz para comerciar produtos, simples passeios ou veraneio, aqui
amarrando os barcos a uma copada de árvores, onde existia uma frondosa figueira e em cuja sombra os
barqueiros serranos faziam as suas transações, permutando com os moradores lenha e carqueja da respetiva
produção, por sal e peixe fresco. Era a Figueira da Foz do Mondego e estava-se em 1237. Em 1771 foi elevada
à categoria de Vila por D. José I. Foi a partir desta data que o nome se foi simplificando e que tomou,
definitivamente, a designação de Figueira da Foz. Os últimos 30 anos do século XIX são fecundos em
realizações. Foi neste período que a Figueira da Foz foi elevada a cidade, no ano de 1882.
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TEXTOS DO AGRUPAMENTO
Uma lenda viva …
… conhecendo o nosso património!
O desenvolvimento do projeto das Janeiras permitiu o contacto com a
Filarmónica Figueirense através da visita dos seus “Reis Magos”.
Sociedade Filarmónica Figueirense em grande marcha
Fundada em 5 de Julho de 1842, a Sociedade Filarmónica Figueirense possui a banda em atividade
ininterrupta ao longo destes anos.
Musicalmente esteve presente em inaugurações importantes da cidade, como por exemplo no
ramal do caminho-de-ferro, Coliseu Figueirense, Casino Figueira, Grande Hotel da Figueira, Ponte sobre
o Mondego, Estátua do Centenário, entre outros. A sua ligação à arte dos sons faz com que a
coletividade guarde um dos mais importantes espólios musicais locais – o arquivo do Maestro
Herculano Rocha, patente na sua sala-museu.
A abrilhantar corridas de toiros desde 1895, aqui bem perto da nossa escola, mais precisamente no
Coliseu Figueirense, esta filarmónica interpretou pasodobles toureros para os maiores nomes da
tauromaquia, e até Ricardo Chibanga e Joaquim Bastinhas lhe dedicaram faenas.
A Sociedade Filarmónica Figueirense, para além de várias atuações em concertos, cortejos
religiosos, atos oficiais e touradas possui ainda uma escola de música, sob a direção do actual regente
Carlos Cardanho, que assim sucedeu a José Maria Ferreira há cerca de 30 anos.
Em 1982, ano do centenário da Figueira da Foz como cidade, interpretou – em direto para a RTP – o
Hino Nacional, aquando da chegada do Presidente da República de então, Ramalho Eanes. Participou
também no espetáculo televisivo dos 100 anos do Casino Figueira, tocando em conjunto com o Rancho
das Cantarinhas de Buarcos a centenária Marcha do Vapor. Recentemente voltou, de forma igual, à
porta do edifício para sublinhar os 130 anos do imóvel, outrora Theatro-Circo Saraiva de Carvalho.
A coletividade já teve sede em vários locais da Figueira, até chegar à Rua Dr. Santos Rocha, n.º 33.
Ao longo de décadas e décadas representou no seu palco os Autos Pastoris (Presépio) e o Auto dos
Reis Magos, tradições locais de grande significado popular, auto que ainda faz subir a cena.
A serração-da-velha, é outro dos costumes da Figueira que a coletividade acarinha. Para a história
ficam também as Festas à Portuguesa e as Festas dos Corações no salão da velha “Figueirense”.
Outras atividades no âmbito da música, dança e da representação fazem a programação da vetusta
coletividade que agora, tendo como presidente da Direção Carlos Nunes, pretende alcançar ainda mais
visibilidade e ação.
A Sociedade Filarmónica Figueirense está no site das Bandas Filarmónicas, Youtube, blogosfera,
Twitter e no Facebook.
Texto e f otograf ia: António Jorge Lé (Sociedade Filarmónica Figueirense)
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TEXTOS DO AGRUPAMENTO
Abrimos portas…
…recebemos um figueirense de “alma e coração”!
Miguel Babo nasceu na Figueira da Foz em 1965 . Fr equentou a Escola
Básica de Viso no 3.º e 4.ºano de Escolaridade; a Escola Dr. João de
Barros até ao 7.ºano e a Escola Dr. Joaquim de Carvalho até ao 12.ºano.
Licenciou-se na Universidade de Coimbra, em Engenharia Química, no
ano de 1993. Mais tarde realizou várias pós-graduações, em diversas
áreas.
Depois de 14 anos de docência, resolveu fazer uma pausa, para se
dedicar por inteiro ao trabalho de produção e criação artística, cinéfila,
literária e de moda.
Editou vários livros entre os quais: “Pivete o
Pequeno Corsário” (2008) e a “História do Rei
Elias” (2012). Tivemos o prazer de assistir à
apresentação destes livros, na nossa escola.
Produziu e encenou vários espetáculos, onde
destacamos “Um Tango por um Fado”, exibido
para assinalar o 5º aniversário do Centro de
Artes e Espetáculos da Figueira da Foz. Em 2010
teve uma participação especial como ator no
filme “Fugiu Peter Pan”. Também participou em
curtas-metragens e
realizou ainda vários
documentários. Recentemente, enc enou e
participou como ator, na mais recente
produção da Talentilicius, “As Muralhas de
Elsinor”, da autoria de Hugo Barreiros e banda
sonora de Nuno Simões.
Destacou-se nas 7
edições do Festival
Internacional
de
Xadrez da Figueira da
Foz, o maior e mais
importante evento de
xadrez de todos os
tempos em Portugal.
Foram muitas as suas participações como orador e
apresentador dos mais diversos eventos, como por
exemplo: as apresentações do concurso Nacional
de Leitura no Distrito de Coimbra, em 2011 e
2012, e o concurso de promoção de jovens
talentos promovido pela secção da juventude da
Câmara Municipal da Figueira da Foz. Foi ainda
orador oficial do 110º aniversário do Ginásio Clube
Figueirense.
Nos comerciais televisivos, participou em anúncios para
todas as operadoras de telefones: Vodafone, TMN,
Optimus ou a Portugal Telecom. Fez, nesta área, dezenas
de trabalhos para produtos privados e institucionais e
contracenou com dezenas de atores portugueses e
estrangeiros, entre outros, Ricardo Pereira, Helena Costa e
Cláudia Schiffer.
Na área da moda, as suas produções incluíram desfiles de
alguns dos melhores criadores portugueses, como Dino
Alves, Alexandra Moura ou António Augustus. Estes
desfiles marcaram a Cidade da Figueira da Foz, com mais
de 8 mil espetadores a aclamarem a alta-costura
portuguesa e o sucesso da produção.
Teve ainda uma carreira desportiva semiprofissional,
ligada ao basquetebol, terminada precocemente em 1997.
Apesar da diversidade de caminhos que tem percorrido,
hoje assume-se como um escritor e um cineasta.
Miguel Babo é de facto um multifacetado figueirense e
muito mais haveria a acrescentar aos pequenos excertos
da sua biografia apresentados nesta página. É para a nossa
escola um orgulho, saber que foi aqui que “abriu asas” e
foi de certo encorajado a “voar”! Bem haja Miguel.
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CON
TEXTOS DO AGRUPAMENTO
Simples perguntas, Sábias respostas
“Vale a pena acreditar nos sonhos…” Miguel Babo
Contextos: Considera-se um figueirense de “Alma e
Coração”. Pode explicar-nos porquê?
MB: Nesta expressão, a Alma simboliza aquilo que
temos de mais profundo, na nossa interioridade,
naquilo que nos é imanente, no que nos define. E é
tão difícil dizermos quem somos! Nesta procura do
“eu” encontro uma raiz: os amigos com quem
cresci, as aventuras vividas pelas ruas da cidade, os
amores, os desafios, os perigos, os sonhos. E essa
parte de mim, aqui está, sempre viva. Por isso sou
um figueirense de Alma. Mas também de coração.
Porque gosto da tal Figueira que existe em mim e
faz parte de mim.
É uma boa parte da minha Alma, é uma boa parte
da minha vida, e é ela que eu procuro nos dias de
inquietude, nos dias de solidão, para me encontrar.
Contextos: Poderemos chamá-lo de “multifacetado
figueirense” Miguel?
MB: Os sonhadores são assim. Andam sempre à
procura de algo em que não têm, mas acreditam.
Não gostaria de ter muitas faces, mas muitas
façanhas. Talvez demasiadas! Talvez não! Num
mundo “ameaçado" pelos especialistas, não me
importo de ser visto como…multiusos.
Contextos: “Não obstante a diversidade de caminhos
que tem percorrido, assume-se como um escritor e
um cineasta”. É verdade?
MB: Dada as minhas atividades diversificadas há dias
que me sinto mais um engenheiro sem empr ego, um
professor fora do ativo, um jogador de xadrez
frustrado, um operário mal pago, um ator com pouco
trabalho, um produtor sem recursos, mas sempre um
escritor, sempre um cineasta. Não é o sucesso ou o
reconhecimento que nos torna aquilo que somos. É o
acreditamos e queremos ser.
Contextos: Pode falar-nos sobre as motivações que o
levam a escrever e do modo como desenvolve as suas
narrativas, bem como das circunstâncias e dos fatores
que condicionam esse processo?
MB: Escrever foi uma das maiores descobertas da
minha vida. Aí descobri que era possível viajar no
tempo. Voltar a ser menino, super-herói, bandido e
bonzinho ao mesmo tempo, Índio e Cowboy. Descobri
que podia ser tudo, o que fui e o que não fui. O que
gostava e o que não gostava de ter sido. Descobri que
na escrita não há nada proibido, que somos
inteiramente livres. A escrita para mim não é um
exercício de retórica ou de exibição de capacidade que
não tenho. Só consigo escrever quando quero e tenho
alguma coisa para dizer.
…Abrir asas e voar! Contextos
Contextos: Escreveu em 2012 o livro “A História do Rei
Elias”. Tivemos o privilégio de assistir à sua apresentação
divertida, entusiasmante e repleta de magia, na nossa
escola. Ficámos a conhecer a história de Elias que um dia se
torna rei dos Hilíadros, sucedendo ao seu pai Antor,
conhecido por ser um grande guerreiro. Ao contrário do seu
pai, Elias não quis travar lutas preferindo semear a paz pelo
reino.
É uma história sobre a amizade, o amor e a importância dos
sonhos na nossa vida, mostrando que vale a pena acreditar
nos sonhos e que eles devem comandar a nossa vida.
Como interpreta, enquanto ex aluno da nossa escola, pai e
professor, o lema do nosso agrupamento “Abrimos asas.
Encorajamos voos”?
MB: E que bonito que é este lema! Haverá melhor maneira
de expressar o ensino e a cultura?! Quando era criança via o
Robin dos Bosques com os meus pais e irmãs na televisão.
Como não era capaz de ler as legendas perguntava sempre
ao meu pai: — Oh pai este é dos bons ou dos maus? — e era
tão fácil responder. Há que estar alerta, porque os maus
andam por aí! Para nos cortarem as asas, para não nos
deixarem sonhar. No Robin dos Bosques os bons ganhavam
sempre! Continuemos a acreditar.
Contextos: Esta é a história do Rei Elias, cujo bom coração o
levou a ser o Rei da paz e da amizade, onde saem realçados
estes valores morais, que é no fundo, a grande mensagem
que se pretende transmitir aos mais novos. Gostaríamos que
deixasse aqui uma mensagem dirigida aos nossos alunos e
jovens figueirenses, neste âmbito.
MB: Vou terminar em jeito de história. !
Quando tinha 6 anos conheci pela primeira vez a escola do
Viso. Vinha fazer um período de “treino” para um exame,
chamado exame de transição. Lembro-me muito bem mas
não vos vou maçar com essas recordações. Foi no ano
seguinte, quando tinha 7, e ia para a então 3ª classe, hoje 3º
ano, que pela primeira vez fui aluno da Escola do Viso. Na
escola e no Viso encontrei amigos que nunca mais perdi. Até
hoje somos inseparáveis. Já me aconteceram muitas coisas
boas na vida, mas estes amigos e amigas que ainda hoje
conservo, são uma das minhas maiores riquezas. Como o Rei
Elias, descobri que esta riqueza está ao alcance de todos. Só
temos que estar atentos, olharmos bem para o nosso lado,
que eles lá estão: aquele amigo inseparável, aquele que nos
faz sempre rir, o desastrado que é preciso proteger, o
engenhocas. Cada um, uma característica, cada um, um
companheiro. Vocês sabem, tão bem como eu, que não é por
serem muito novos que não podem ser amigos verdadeiros. E
lembrem-se, juntos serão sempre mais felizes, mais fortes.
Juntos podem voar mais longe. E o céu… o céu só é bonito se
tivermos os nossos amigos connosco.!!!
Contextos: Agradecemos a sua disponibilidade e colaboração.
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CON
TEXTOS DO AGRUPAMENTO
Voos…
…de uma lenda viva
No dia 8 março de 1928 nasce, na Figueira da Foz, Luís Melo Biscaia. Figura pública, com grande
relevo, desenvolveu uma carreira pautada pela tolerância e democracia tendo participado na
vida política a nível local e nacional.
Na Figueira, já no exercício da
advocacia
juntou-se
a
movimentos oposicionistas à
ditadura e em 1958 abandonou o
cargo de Vereador da Câmara
Municipal
para
apoiar
a
candidatura
democrática
do
General
Humberto Delgado.
Dedicou a sua vida à causa
pública tendo exercido vários
cargos, alguns ligados à política
como deputado à Assembleia
Constituinte, Secretário de Estado
do
Emprego
e
Formação
Profissional e Vereador. Outros
com uma função mais social
fazendo parte da direção do
Ginásio Figueirense, do Rotary
Club da Figueira, dos Bombeiros
Voluntários e da MisericórdiaObra da Figueira.
O Dr. Luís Melo Biscaia viveu na zona do Viso e numa
época em que a Figueira da Foz se afirmava como a
"rainha das praias" e era uma "estância turística de
primeira natureza, procurada por muitos portugueses e
estrangeiros". Em declarações suas faz referência que o
"glamour" se devia a alguns refugiados do tempo da II
Guerra Mundial, "que fizeram com que a Figueira desse
um pulo na modernidade, tendo feito muita coisa válida
na região". Como vereador da Cultura e Turismo da
Câmara Municipal da Figueira da Foz, na década de
1990, lembra que "Havia um programa muito valioso ao
nível de eventos culturais, como festivais de música e a
Gala dos Pequenos Cantores, que atraía muita gente, a
nível nacional e internacional".
Não podemos esquecer o homem de família, pai de
quatro filhos e cinco netos e… é precisamente através
de um dos netos, o nosso aluno António Biscaia que o
seu nome foi recordado na nossa escola. A ligação à
família e principalmente a sua preocupação em que esta
é cada vez mais o pilar da nossa sociedade está bem
patente no seu blog “Lugar para todos” a respeito do
“Dia dos Avós” em que refere que estes “mais do que
nunca são a bengala firme da família. Se neles sempre
se foram buscar os bons conselhos baseados na sua
experiência de vida, se neles sempre foi encontrado o
amor e dedicação precisos, se eles estão normalmente
disponíveis para com satisfação ajudar os netos, hoje
muitos deles são o porto de abrigo de muitos filhos e
família que, de repente, se vêem desempregados, sem
recursos para manter os seus próprios agregados
familiares.”
Cabe-nos a nós acabar com uma frase sua: “É, pois, de
toda a justiça promover uma maior e melhor lembrança
dos avós, mostrando-lhes, como merecem, muito amor
e gratidão”.
14
CON
TEXTOS DO AGRUPAMENTO
Homem de causas…
…públicas e familiares!
Contextos: Pela sua vasta experiência profissional,
como é que se define?
MB: Defino-me como um profissional que procurou
sempre servir, o melhor possível, a causa da justiça.
Tendo a consciência tranquila quanto à dedicação e
constante propósito de exercer as minhas funções em
defesa dos direitos daqueles a quem prestei o
patrocínio, nunca distinguindo entre quem podia pagar
e não.
Contexto: Dos cargos que desempenhou, qual foi
aquele que o fez sentir mais realizado?
MB: Tenho dificuldade em eleger aquele em que mais
me realizei, dado que exerci várias funções e foram
muitas e de diferente natureza. Porém, foi talvez no
governo, presidido pela Engenheira Maria de Lurdes
Pintasilgo, o que mais me agradou por ter em mãos
um poder de decisão de alguns graves problemas
sociais existentes.
Contextos - Porquê a sua entrega de alma e coração à
Causa Pública?
MB: A vida política bem cedo me seduziu, e logo no
tempo da universidade me integrei em vários
movimentos que combatiam a ditadura que então
subjugava o povo, retirando-lhe os seus direitos
fundamentais.
Contextos - Que relação tem com a zona do Viso?
MB: Tendo residido na zona do Viso durante mais de
cinquenta e seis anos, o que mais aprecio nos
residentes desta zona é o seu bom relacionamento e a
solidariedade que sei existirem entre eles. Realizam
iniciativas em comum que servem para uma sua maior
aproximação e reforço de uma boa amizade.
Aqui deixo as felicitações a todos os que vivem
naquela parte da cidade e que podem servir de
exemplo.
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Contextos - Fale-nos da sua experiência
como Pai.
MB: Creio que posso ter a consciência
tranquila quanto ao meu comportamento
relativamente aos meus quatro filhos que
muito amo.
Penso que nunca fui um Pai severo, mas
antes compreensivo e dando sempre
exemplos de honestidade, de modéstia e
simplicidade, de aceitação dos outros sem
abdicação da sua própria personalidade, de
ser útil a quem precisa de ajuda.
Felizmente, fui bem sucedido, pois todos
têm sabido estar na sociedade da melhor
maneira.
Contextos - E como avô?
MB: Tal como em relação aos meus filhos,
e pelos mesmos motivos também posso
afirmar ter a consciência tranquila quanto
ao meu comportamento relativamente aos
meus cinco netos e bisneta que muito amo.
CON
TEXTOS DO AGRUPAMENTO
Voando mais alto…
… promovemos mudanças!
A Educação Ambiental é uma preocupação diária da nossa escola, no entanto há dias em que
desenvolvemos atividades especiais que servem de alerta a toda a comunidade. É o caso do “Dia
Internacional Eco-Escolas”, do “Dia da Terra” e do “Dia do Ambiente”. Para o “Sarau Eco-Escolas”
fizemos um hino. Podem ler aqui a sua letra e só é pena não o conseguirem ouvir pois ficou
espetacular!
Hino Eco-Escolas
O Planeta não sujar
E o lixo reciclar
Poluição é de evitar
Água é para poupar
Pois se é lá que queres morar,
vais ter que o salvaguardar.
Se no mar quiseres nadar
Água limpa a brilhar
Vais ter que te empenhar
Oceanos preservar
“Folhas de Alerta”
Os Seres vivos ajudar,
que a terra é p’ra salvar.
Energias renováveis
Grande ajuda p’ra poupar,
O mais importante é
Não desperdiçar.
Saber desligar o que,
não se está a usar.
Refrão: Nesta Eco Escola,
aprender e ensinar
a cuidar do Planeta,
porque aqui a vida vai continuar.
Letra: Alunos e professores (2013)
Música: Professor Pedro Falacho
Patrocinador:
CONTATOS:
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Agrupamento de Escolas da Zona Urbana
da Figueira da Foz
[email protected]