Apostila Curso Basico de Vela

Transcrição

Apostila Curso Basico de Vela
CURSO BÁSICO DE
VELA
FONE (32) 8873-0596 Gustavo
(32) 8842-2257 Luis Felipe
Esporte, saúde e lazer para jovens de
8 a 80 anos!
Introdução
Num mundo cada vez mais tecnologicamente evoluído,
onde computadores, televisão e celular tomam conta de nosso
dia a dia. Nos condicionamos a viver em cidades e locais
fechados. Alguns de nós voltamos a nossas origens em
atividades ao ar livre e poucas atividades oferecem um
contato tão íntimo com a natureza como aprender a sentir
água e o vento na pele como navegar a vela.
Velejar é fácil e pode ser aprendido de forma sadia, com
prazer e segurança.
O contato com a natureza, a exploração de novos
horizontes exige compreensão de princípios básicos, e estar
atento às novas experiências é uma aprendizagem lenta e
gradativa.
Seja bem vindo a um mundo novo e envolvente, repleto
amizades, belezas e mistérios, tudo aquilo que torna o velejar
um fascínio.
2
Apresentação
O Curso será ministrado em 12 horas aula tem como objetivo
o aprendizado teórico, a montagem, desmontagem e manejo
de um pequeno veleiro. Aprender como remar, dar 3 nós
básicos e velejar em todas direções possíveis em relação ao
vento. Manobras como cambar, jibar, marear corretamente a
vela, desvirar a embarcação, além de desenvolver o espírito de
responsabilidade, segurança e solidariedade.
PROGRAMA DE CURSOS PARA VELEIRO
CURSO
BÁSICO
INTERMEDIÁRIO
NÍVEL
1
2
Montagem completa, nós
Partes do barco,
Lais de Guia e Direito, parar
montagem básica, nó
e sair do pontão, amarração,
oito, carreta, virar e
resgate, velejar com duas
desvirar, posição
velas. Cinco fundamentos:
fundamental, sair,
CONTEÚDO
chegar, través, contra
PRÁTICO
1. posicionamento,
vento e popa, bordo e
2. contrapeso,
jibe, parar o barco.
3. bolina,
Fazer um triangulo
4. posição da vela,
Olímpico mareando as
5. rumo.
velas corretamente.
Teoria aerodinâmica,
barlavento e
sotavento, orçar e
CONTEÚDO
arribar, partes da
TEÓRICO vela, rosa dos ventos,
segurança, roupas
para velejar e colete
salva-vidas.
Classes, clubes, regras
básicas, regata: percurso,
largada e bandeiras.
BARCO
LASER
LIGHTNING
DURAÇÃO
12 HORAS
6 HORAS
HORÁRIO
A partir das 13h00
A partir das 13h00
LOCAL
Represa João
Penido/JF
Represa João Penido/JF
3
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O Veleiro
Os veleiros são compostos de casco, mastreação, velame, leme,
bolina ou quilha, cabos e ferragens.
MASTRO
RETRANCA
CABOS E
FERRAGENS
CASCO
LEME
BOLINA
ALÇA DE ESCORA
Basicamente para manejar o barco na velejada, usamos uma
das mãos no comando do leme (direção do barco), com a
outra mão controlamos a escota (cabo que determina a
regulagem de abertura da vela) e prendemos os pés à alça de
escora para otimizar o contrapeso.
Mas... vamos com calma, primeiro conheceremos melhor os
veleiros e seus componentes.
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CASCO
O veleiro pode ser monocasco, ou seja, tem apenas um casco
como o Optimist, Laser, Daysailer, Lightning, etc.
Optimist
Origem: Estados Unidos
Projetista: Clark Mills
Comprimento: 2,3m
Boca: 1,1m
Área Vélica: 3,5 m²
Tripulação: 1 pessoa
Concebido em 1947, é o barco ideal para
crianças, podendo ser encontrado em mais de 50
países. Estima-se que mais de 250.000 já foram
construídos no mundo, muitos pelo próprio dono.
É utilizado para os cursos de introdução ao
iatismo, para crianças de sete a quinze anos.
Laser
Origem: Canada - 1969
Projetistas: Bruce Kirby & Ian Bruce
Comprimento: 4,2m
Boca: 1,37m
Área Vélica: 7m²; 5,6m² ou 4,7m²
Tripulação: 1 pessoa em regata ou até 2 em
passeio
Classe Olímpica e Panamericana. O Laser foi
desenhado como um barco para ser carregado no
teto do carro e de simples manejo, o Laser se
espalhou pelo mundo. Hoje são mais de 180.000
exemplares. É um excelente barco para regata e
passeio. É nesta categoria que competiu Robert
Scheidt, oito vezes campeão mundial e medalha
de ouro duas vezes em Olimpíadas. Recomendado
para jovens a partir de quinze anos e adultos, é
um dos melhores barcos-escolas.
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Day-Sailer
Origem: Estados Unidos - 1946
Projetista: Uffa Fox
Comprimento: 5,1m
Boca: 1,9m
Área Vélica: 13,5 m² (balão com 13m2)
Tripulação: 2 pessoas em regata ou até 4 em
passeio
Com um grande cockpit e uma pequena cabine, o
barco é excelente para passeios com a família e
também para regata. Existem aproximadamente
13.000 Day-Sailers no mundo hoje, é também um
ótimo barco-escola.
Lightning
Origem: Estados Unidos - 1938
Projetista: Olin Stephens
Comprimento: 5,80m
Boca: 2,0m
Área Vélica: 16,5 m² (balão com 27m2)
Tripulação: 3 pessoas em regata ou até 5 em
passeio
Classe Pan Americana com mais de 15.000 barcos
construidos. Desenhado por um gênio de sua
geração Olin Stephens, tinha como principal
objetivo o conforto para família, a velocidade para
regatas e um tamanho grande o suficiente para
dar a sensação de um veleiro de porte, mas fácil
de ser rebocado por um carro comum. Possui um
cockpit grande e confortável com muito espaço
para guardar bagagem. É um barco bem
balanceado em que você não tem sua mão
grudada no leme, nele se veleja como um barco
de oceano e é famoso por ser ótimo para treinar
tripulações. Veleja muito bem em ventos fracos,
tem como condição ideal ventos entre 8 e 15 nós
e bem controlável em ventos até 25 nós com
todos panos encima. Muito estável, velejadores
passam anos sem uma capotagem. Tem uma
saída de popa limpa e mesmo quando carregado
para um passeio mais longo, com um ou dois
passageiros a mais, não arrasta o espelho de
popa. Pode ser velejado tranquilamente em
passeios ou com elevado nível técnico em
regatas. Isto é possível em função do velame
simples, mas que permite controles sofisticados.
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Ooerece o melhor dos dois mundos, passeios com
a família e competição em nível mundial.
Ou multicasco, com dois ou mais cascos como o Hobie Cat 16,
Hobie Cat 14, Tornado, etc.
Hobie-Cat 14
Origem: Estados Unidos
Projetista: Hobie Alter
Comprimento: 4,3m
Boca: 2,3m
Área Vélica: 11,0 m²
Tripulação: 1 pessoa em regata ou duas em
passeio
Os Hobies são os catamarans mais populares
no mundo. O HC14 foi introduzido em 1968 e
suas bananas são assimétricas, fazendo com
que o barco veleje contra o vento sem bolina.
Indicado para velejadores a partir de quinze
anos que apreciem velocidade.
Hobie-Cat 16
Origem: Estados Unidos
Projetista: Hobie Alter
Comprimento: 4,9m
Boca: 2,4m
Área Vélica: 20,3 m²
Tripulação: 2 pessoas ou 4 em passeio
Introduzido em 1970, é uma versão maior do
HC14. É o catamaram mais vendido no mundo,
aproximadamente 100.000. Excelente para
regata, diversão e para se ter na casa de praia.
Barco de nível avançado, por atingir altas
velocidades e utilizar duas velas e trapézio.
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O casco recebe algumas nomenclaturas para designar os seus
principais pontos, são esses, o cockpit, a proa, a popa, as alhetas e
as amuras.
AMURA
PROA
ALHETA OU ALETA
AMURA
COCKPIT
ALHETA OU ALETA
POPA
É importante saber que pequenos veleiros são projetados para
não afundar, ainda que venham a virar ou fiquem cheios d’agua.
Para garantir a flutuação em caso de alagamento os cascos são
estanques com um ou mais compartimentos. Já no Optimist ou
Lightning de madeira são usados salsichões ou compartimentos
infláveis. Estes equipamentos garantem que mesmo que o barco vire
a água não preencherá todo o volume do casco, impedindo a
submersão.
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LEME
O leme controla a direção do barco. A extensão e a cana do
leme facilitam seu manuseio; através dela o timoneiro pode mudar o
leme de posição sem precisar sair do lugar. Curiosamente o leme se
comporta de maneira contrária ao que se imagina.
Comandando o barco com o leme
Mais à frente cuidaremos da nomenclatura (bombordo, boreste, etc.).
Partes que compõe o leme
CAIXA DO
LEME
EXTENSÃO
DO LEME
CANA DO
LEME
LEME
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BOLINA OU QUILHA
A bolina é essencial na condução do barco. Ela serve como
anteparo, ajudando o barco a navegar para frente, evitando a deriva
lateral.
Alguns veleiros usa o próprio formato do casco para evitar a deriva
lateral não necessitando assim da bolina.
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MASTREAÇÃO
O mastro e retranca são as partes que dão sustentação à vela,
ou seja, a vela fica presa a essas duas partes do barco. No mastro
verticalmente e na retranca horizontalmente. A peça que une o
mastro à retranca chama-se garlindel.
MASTRO
GARLINDEL
RETRANCA
A vela pode ser vestida como uma luva no mastro ou içada por
meio de adriças (cabos para içar a vela), o mastro pode ser móvel
simplesmente encaixado na caixa de pé de mastro como o Laser e
Optimist ou preso por cabos de aço chamados de estais e brandais,
como Day Sailer, Lightning, Hobie Cat 16 e veleiros de Oceano.
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ESTAI DE
PROA
BRANDAL
BRANDAL
ESTAI DE
POPA
VELA
A vela é o motor do barco, através dela é que iremos
determinar a velocidade da navegação (claro que dependo de vento),
para isso é importante conhece-la e saber usá-la.
A parte mais alta da vela é o TOPE.
A parte que fica junto ao mastro é a TESTA, ela é regulada
através do CABO DA TESTA.
A parte oposta à testa é a VALUMA regulada pelo BURRO e pela
ESCOTA.
A parte da vela que fica junto à retranca é denominada
ESTEIRA, e se regula através do CABO DA ESTEIRA.
Dependendo do tipo de vela ela pode ou não usar TALAS.
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FERRAGENS E CABOS
Estais e brandais utilizados para fixação do mastro na
embarcação. Cabos sintéticos são utilizados para marear e regular as
velas. Os moitões servem para redução do esforço no manuseio, eles
pode ser equipados com catraca que tem um sistema de travamento
que dificulta o retorno do cabo no sentido contrário ao que caçamos
(puxamos). Utilizamos os mordedores para prender os cabos na
posição desejada. Temos ainda, pequenas peças que fazem as
conexões, manilhas, pinos e engates.
Nos veleiros “cordas” são chamadas cabos.
O traveller ou escoteira auxilia na regulagem da vela (abertura
da retranca).
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Direções do vento
A figura abaixo mostra a rosa dos ventos para um veleiro.
Através dela podem ser observados os diferentes aproamentos com o
vento. Pela figura, quando o veleiro gira a favor do vento, ele arriba e
quando o veleiro gira contra o vento ele orça. Os aproamentos
básicos para um veleiro são:
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Vento de Popa: Direção de 180º com o vento. A embarcação é
empurrada pelo vento com uma resultante na direção da proa do
veleiro. Nessa situação, o veleiro não se distingue de qualquer outra
embarcação com respeito à atitude do casco na água e às forças
hidrodinâmicas causadas pelo fluxo da água ao longo do casco. A
força para empurrá-lo está na direção de seu movimento e depende
basicamente da área vélica exposta que está resistindo ao vento. Por
isso, sua vela deve estar aberta ao máximo (90º em relação à linha
de centro do veleiro). A força lateral nesse aproamento é pequena,
portanto deve-se subir a bolina para evitar resistência desnecessária.
Vento de Través: Direção de 90º com o vento. A partir dessa
posição, as velas se comportam como asas, gerando sustentação com
o fluxo do vento e da água. Nesse aproamento o veleiro atinge o
auge do seu desempenho com maior velocidade.
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Contravento: Direção de 45º com o vento. O veleiro está perto
de seu ponto máximo de aproamento contra o vento. Esse ponto
máximo varia de acordo com cada veleiro e pode ser desde 60º até
30º.
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Devemos lembrar também que o vento nunca sopra de duas
direções contrárias ao mesmo tempo, mas ele pode RONDAR, isto é
mudar a sua direção. Temos ainda que observar na velejada as
RAJADAS, que são sopros mais intensos em determinados momentos.
Propulsão
É intuitivo que velejar diretamente contra o vento é impossível.
Também não é difícil entender que um barco impulsionado com vento
pela popa, navegue a favor da direção deste, mas no través ou
orçando precisamos de uma explicação melhor.
Quando o vento ataca a superfície da vela pela testa o perfil da
vela aproxima-se do formato da asa de um avião e o vento provoca o
efeito de Bernoulli, ou seja, a energia criada é resultante da diferença
de pressão dos dois lados da vela. É a sucção (lift) do lado contrário
por onde entra o vento que provoca a força propulsora. Para uma
máxima eficiência e aproveitamento deste efeito tem grande
importância a afinação (regulagem) da vela, o seu desenho e
material. Uma vela mal afinada criará campos de turbulência no seu
perfil desperdiçando energia.
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O ar corre mais velozmente na parte de trás da vela gerando uma
diminuição de pressão (lift). Na parte ao vento, o ar desacelera,
aumentando aí a pressão e empurrando a vela (drive). (efeitos
segundo a lei de Bernoulli)
Bolina
Como já dissemos, a bolina é essencial na condução do barco.
Ela serve como anteparo, ajudando o barco a navegar para frente,
evitando a deriva lateral, mesmo quando se veleja de través (com o
vento de lado) ou na orça (com o vento quase de frente). Quando se
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veleja de popa essa função da bolina é desprezível, logo podemos
levantá-la.
Outra função importante da bolina é a ajuda que ela dá para
desvirar o barco (não se assuste, dependendo da situação o veleiro
pode virar, mas isso não é nenhum drama).
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NOMENCLATURA
Bombordo é o lado esquerdo do veleiro.
Boreste é o lado direito do veleiro.
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Barlavento é o lado que o vento está entrando na vela.
Sotavento é o lado por onde o vento sai da vela.
Arribar é o ato de afastar a proa do veleiro em relação ao
vento.
Orçar é o ato de aproximar a proa do veleiro em relação ao
vento.
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Bordo ou Cambada
O bordo ou cambada é uma manobra que o barco faz contra o
vento. Durante o bordo a vela paneja, logo a velocidade do barco
diminui gradualmente, até que a vela encha-se novamente do outro
lado. É uma manobra lenta, o timoneiro deve mover o leme
rapidamente para não perder o embalo. O timoneiro está sentado do
lado contrário da vela. Durante o bordo a vela muda de lado, logo o
velejador deve mudar de lado também, ao mesmo tempo que a vela.
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Jibe
O jibe é uma manobra feita a favor do vento. Durante o jibe a
vela não paneja, permanecendo cheia o tempo todo e acelerando o
barco. A vela muda rapidamente de lado, portanto o velejador
também deve mudar de lado rapidamente. CUIDADO COM A CABEÇA,
pois a retranca pode machucá-lo.
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Direitos de passagem
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Homem ao Mar ou Pessoa na água (PnA)
O que fazer quando acidentalmente um tripulante cai na água? O
primeiro passo é não perdê-lo de vista, caso ele não esteja com o
colete de salva-vidas vestido, jogar um colete ou bóia de salvamento
a ele. Em seguida orçar para dar um bordo, arribar abaixo da pessoa
na água (PnA) orçar novamente e se aproximar com cuidado soltando
as velas para perder velocidade estando o veleiro a sotavento da PnA.
Desta forma estaremos fazendo um oito visualize melhor na figura
abaixo:
Antes de sair
Antes de sair certifique-se de que o bujão está bem fechado e que o
colete é adequado ao seu peso. Verifique também as condições
meteorológicas e previsão do tempo. Quanto mais você se prevenir
maior será o seu conforto. Depois do período de aulas você vai
velejar sozinho. Se for verão é bom levar água a bordo e passar
protetor solar, principalmente se o vento está fraco e há risco de
calmaria. Se for inverno pense que o barco pode virar, logo é bom
vestir algo que continue confortável após você se molhar, como por
exemplo neoprene ou nylon.
Chegar e sair
Ao entrar na água certifique-se de que o mastro, leme e a bolina
estão bem presos e tão cedo quanto possível abaixe a bolina. Na
chegada atenção para a sua velocidade, que deve ser mínima. Nunca
se esqueça de que ao soltar a vela (até panejar) o barco não para
completamente, ele continua com inércia, diminuindo gradativamente
sua velocidade. A sua aproximação à rampa deverá ser feita em baixa
velocidade. Para tanto deverá vir desde longe com a vela panejando.
Mas se o embalo acabar e eu parar antes de chegar? Para evitar este
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tipo de problema indicamos que a aproximação à rampa sempre se
faça de través. Pois de popa não se pode escolher panejar a vela e de
frente para o vento não se pode enchê-la. NÃO SE ESQUEÇA DE
LEVANTAR A BOLINA! Lembre-se de que com a bolina levantada o
barco escorregará um pouco de lado.
INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
Alem do que já vimos, é importante que você veja no CD do
Curso, os nós náuticos, eles serão muito úteis na montagem do
veleiro. O CD tem ainda muito material que pode ajudá-lo a
aprimorar-se.
É necessário que não nos esqueçamos de alguns cuidados
básicos.
- Obrigatório o uso de Salva-Vidas para todos os passageiros e
tripulantes
- Colocar o Bujão no barco
- Conferir e amarrar tudo na embarcação
- Procedimento de Resgate (Deixar alguém avisado)
- Esteja sempre com o barco
- Cuidado com a retranca na cabeça
- Cuidado não segure a escota com os dentes.
- Cuidado com as calmarias e os temporais.
- Água (lanche), protetor solar, chapéu e capa de chuva.
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BONS VENTOS !!!
Termos Náuticos Básicos
Adriças: Cabos usados para levantar ou içar as velas
Alheta: Parte da embarcação entre o Través e a Popa
Amantilho: Cabo preso ao topo do mastro, que suporta a retranca
prevenindo a sua queda no convés quando se abaixa a vela grande
Amurras ou Bochecha: Parte da embarcação entre a proa e o
través
Boca: A parte lateral mais larga de uma embarcação
Bolina: Uma lamina de metal, madeira ou fibra que é usada para
evitar que o barco ande para os lados
Bombordo: O lado esquerdo da embarcação quando se está olhando
para a proa
Boreste: O lado direito da embarcação quando se está olhando para
a proa
Brandais: Cabos de aço estendidos lateralmente até o topo do
mastro, que impedem o seu movimento para os lados
"Burro": Sistema usado para puxar a retranca para baixo
Buja: Vela de estai na proa que não ultrapassa do mastro à ré.
Cana de Leme: A alavanca que controla o leme
Catracas: Um dispositivo mecânico ou elétrico usado para aumentar
a capacidade de puxar um cabo
Cockpit: Espaço aberto na parte de trás da embarcação onde se
localizam os seus comandos
Cruzeta: Reforço lateral em forma de cruz fixada ao mastro onde se
apóiam os brandais
Cunho: Peça fixada ao convés usada para amarração de cabos
Estai de Popa: Cabo de aço estendido entre a popa e o topo do
mastro que impede o seu movimento para frente
Estai de Proa: Cabo de aço estendido entre a proa e o topo do
mastro que impede o seu movimento para trás
Esticador: Dispositivo usado para tensionar os estais e brandais
Fuzil: Dispositivo que conecta os estais e brandais ao convés ou
casco
Escotas: Cabos usados para controlar as velas. "Caçar" é puxar
esses cabos trazendo a vela para a linha de centro do veleiro e
"Folgar" é soltá-los, deixando a vela se afastar dessa linha de centro
Genoa: Vela de estai na proa que ultrapassa do mastro à ré.
Garlindéu: A junção que une a retranca ao mastro. Funciona como
um elo giratório que permite a retranca mover-se para cima, para
baixo e de um lado para o outro
Guarda-Mancebo: Proteção de cabos de aço ao longo da borda da
embarcação
Leme: Um dispositivo com a forma de uma chapa, localizado na popa
do barco e que serve para governá-la
Mastreação: Conjunto de mastros, retrancas, estais, brandais e
demais peças que suportam as velas
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Mastro: Perfil vertical que suporta as velas e a retranca
Mestra ou Vela Grande: Vela principal montada no mastro maior
Moitões: Conjunto de roldanas que servem para guiar cabos numa
direção desejada ou para compor conjuntos para a redução de
esforço
Nó: Medida de velocidade da embarcação equivalente a uma milha
náutica por hora ou 1,852 quilômetros por hora
Pé: Medida equivalente a 12 polegadas ou 30,48 cm
Popa: Parte de trás da embarcação
Poste de Guarda-Mancebo: Poste vertical que suporta cabos de aço
ao longo da borda da embarcação
Proa: Parte da frente de uma embarcação
Púlpito: Armação de tubos usada para proteger o velejador durante
as operações na proa da embarcação
Quilha: Um peso sob a forma de uma barbatana, fixado na parte de
baixo do casco do veleiro, que serve para impedir o abatimento
lateral da embarcação e contribui para a sua estabilidade
Retranca: Perfil horizontal usado para prender e estender a esteira
da vela grande
Spinnaker ou Balão: Vela de Proa muito leve e grande usada com
ventos de popa até o través
Storm-Jib ou vela tempestade: Pequena vela de proa, muito
resistente, usada com ventos muito fortes
Outhaul ou Cabo do punho da esteira: Cabo usado para tensionar
a parte de baixo da testa da vela.
Bicha ou Downhaul: Cabo usado para tensionar a valuma da vela
Termos Aplicados as Velas
Bolsa de Tala: Reforços costurados a vela usados para tencionar a
testa e abrir a valuma
Cunningham: Olhal (ilhós) instalado na testa da vela grande usado
para tenciona-la
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Esteira: Borda de baixo da vela
Forras de Rizo: Dispositivo (olhais e cabos) usado para reduzir a
vela quando o vento está muito forte
Olhal ou ilhós: Argola de metal usada para reforço
Punho da Adriça: Topo da vela (Local onde é presa a adriça) onde a
testa encontra a valuma
Punho da Amura: Triângulo de baixo da vela onde a esteira
encontra a testa
Punho da Escota: Triângulo Onde a esteira encontra a valuma
Talas: Tiras de plástico ou madeira que atuam enrijecendo a vela e
mantendo uma forma desejada. Contribuem também para evitar o
panejamento da valuma
Testa: Borda da frente de uma vela.
Valuma: Borda de fora da vela
Termos Aplicados quando a Embarcação está Navegando
Adernar: Inclinar a embarcação para um dos bordos
Arribar: Girar a Proa no sentido de afastá-la da linha do vento
(contrário de orçar)
Árvore Seca: Navegação "sem velas" quando o vento está muito
forte
Asa-de-Pombo: Disposição das velas em lados opostos quando se
navega com o vento pela popa
Amuras a Bombordo: Quando o lado de Bombordo é o que recebe o
vento (Barlavento)
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Amuras a Boreste: Quando o lado de Boreste é o que recebe o
vento (Barlavento)
Barlavento: A direção de onde vem o vento (contrário de sotavento)
Bordejar ou Virar por D´Avante: Manobra contra o vento ou
mudar de bordo cruzando a linha do vento pela proa mudando as
velas de lado, também conhecido como cambar ou bordo
Caçar: Puxar as escotas
Dar um Jibe ou virar em roda: Manobra a favor do vento ou mudar
de bordo cruzando a linha do vento com a popa, mudando as velas
de lado.
Filado ao Vento: Condição em que a embarcação aponta a proa
diretamente para o vento sem seguimento ou governo
Folgar: Soltar as escotas
Orça Fechada ou Bolina cochada: Velejar o mais próximo possível
da linha do vento em direção contrária a este
Orça Folgada ou Bolina folgada: Velejar num ponto entre a orça e
o través
Orçar: Girar a Proa na direção do vento (contrário de arribar)
Panejar: Movimento da vela de balançar irregularmente a mesma.
Pode acontecer quando se solta demais a escota ou quando as velas
estão folgadas demais em relação ao vento
Popa Rasa: Velejar com o vento soprando na mesma direção da
embarcação vindo diretamente da popa
Rizar: Reduzir a área vélica. Geralmente usado quando o vento está
muito forte, dobrando-a sobre a retranca (vela grande) ou enrolandoa no estai de proa (genoa)
Sotavento: A direção para onde vai o vento (contrário de
barlavento)
Través ou Ao Largo: Velejar com o vento perpendicular em relação
ao rumo da embarcação
Través Folgado ou Alheta: Velejar num ponto entre o Través e a
Popa Rasa
Vento Verdadeiro: A velocidade e direção do vento anotadas por
um observador estático
Vento Aparente: A velocidade e direção do vento anotadas por um
observador que se move em uma embarcação
Fontes:
Curso Básico de Vela – UFRJ
Curso Básico de Vela – CIA do Vento
Internet
Sites Interessantes:
www.lightningclass.org
www.boia1.com.br
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