conquistando novos mercados - Secretaria da Ciência, Tecnologia

Transcrição

conquistando novos mercados - Secretaria da Ciência, Tecnologia
Porém, a maior satisfação
do produtor paranaense é
com a tecnologia e a
qualidade do milho branco
repassada pelo IAPAR. Se
antes da parceria com o
Instituto as indústrias
conseguiam uma média de
32 quilos de canjica para
cada 60 quilos de grãos,
atualmente, com o IPR 127,
são obtidos cerca de 44
quilos de canjica de ótima
qualidade com a mesma
quantidade, conforme o
produtor.
Aliás, a opção pelas
variedades IPR 119 e 127 foi
o que fez a diferença nos
seus rendimentos. No
Brasil, ao contrário da
maioria dos países, o
consumo de milho branco é
muito baixo, afirma. Por
outro lado, enquanto a saca
de milho amarelo de 60
quilos está em torno de R$
16,00 a saca de milho já
chegou a ultrapassar os R$
50,00. Quanto à
exportação, Belon
considera que esta é só uma
questão de tempo.
Vai depender da
adaptação das cultivares.
Histórias de garra e
dedicação como a de Belon
podem se multiplicar entre
os agricultores paranaenses
desde que eles atendam
foto: IAPAR
preços cobrados pelas
multinacionais. Esses
índices permanecem até
hoje”, relata ainda.
Plantar com isolamento, utilizando distância ou semeadura em épocas diferentes,
para que não ocorra coincidência durante o florescimento com outra lavoura de milho,
evita a contaminação na coloração dos grãos.
José Carlos Belon, produtor paranaense
de sementes: “Antes de o IAPAR entrar no
mercado de milho branco, nós tínhamos
materiais antigos, o grão era de qualidade
inferior, havia baixa tecnologia, baixa
oferta de sementes e as empresas que
produziam esses materiais cobravam
muito caro. O produtor sofria demais”.
alguns pré-requisitos
básicos.
O produtor precisa
agregar valor, ele não pode
plantar só commoditye
porque o preço é o mesmo
para todo mundo. Quando
ele planta um produto
diferenciado, caso do milho
branco, por exemplo, ele
pode e deve mandar no seu
preço. Já no commoditye
isso não acontece, ensina.
Campo de produção
de sementes de
milho branco,
no município de
Nova Fátima,
norte do Estado.
QUALIDADE DAS SEMENTES DO IAPAR
CHAMA ATENÇÃO DA INDÚSTRIA BRASILEIRA
Projeto tem R$ 1,6 milhão da SETI/Fundo Paraná
O apoio do governo
estadual à produção de
sementes genéticas e
básicas está permitindo
que produtores rurais
tenham acesso a um
material melhor e mais
barato, além da garantia
de comercialização junto
aos mercados mais
exigentes. Um exemplo é
a semente de milho
branco - cultivares IPR
119 e IPR 127: produzida
p e l o I n s t i t u t o
Agronômico do Paraná
(IAPAR), em Londrina,
essa semente pode
alcançar preços até 30%
superiores no mercado
nacional em relação à
variedade amarela.
“Hoje, muitas indústrias
brasileiras de renome só
compram milho branco derivados. “Além do
se este for produzido milho, sementes de
com as cultivares do
IAPAR”, informa o
produtor paranaense
José Carlos Belon, da
empresa Sementes
Nascente, um dos 71
parceiros da instituição
no Estado. Ao todo, no
país, eles somam 112.
Lançada em 2003, no
município de Irati, região
central do Estado, para
atender principalmente
pequenos produtores, o
milho branco IPR 119
vem sendo utilizado com
Sérgio do Rego Barros, do IAPAR:
b o n s r e s u l t a d o s n a Alberto
“Até alguns anos atrás a produção
agricultura paranaense e sementes de milho ficava quase que
exclusivamente por conta das
brasileira e também multinacionais. Hoje, os produtores rurais
trabalham com materiais desenvolvidos
junto à indústria de já
por instituições oficiais de pesquisa, caso
canjica, fubá, farinha, do IAPAR”.
amidos e outros
foto: IAPAR
TECNOLOGIA
na produção de
sementes, encontrou
junto ao IAPAR o que
procurava para crescer.
“Antes de o IAPAR entrar
no mercado de milho
branco, nós tínhamos
materiais antigos, o grão
era de qualidade inferior,
havia baixa tecnologia,
baixa oferta de sementes
e as empresas que
produziam esses
materiais cobravam
muito caro. O produtor
sofria demais”, conta. Ele
considera que a parceria
com o Instituto
Agronômico do Paraná
foi “um divisor de águas”
na sua vida. “Quando
entramos no mercado
conseguimos de
imediato reduzir o custo
da semente em torno de
10 a 20% em relação aos
foto: IAPAR
O paranaense José
carlos Belon sempre
ouvira falar do trabalho
realizado pelo Instituto
Agronômico do Paraná, o
IAPAR. Mas foi na safra de
2002 que ele começou a
plantar, numa área de 10
hectares, a variedade de
milho branco IPR 119, um
híbrido duplo de alto
potencial produtivo,
voltado mais para o
mercado de canjica,
fubá, amido, farinha e
silagem. “Hoje, o IPR 119
e o IPR 127, este um
híbrido simples que
emprega alta tecnologia,
estão plantados pelo
Brasil inteiro”, orgulha-se
esse entusiasmado
produtor de sementes do
Paraná.
Belon, que já vinha de
uma família com tradição
foto: IAPAR
SETI/ASSESSORIA DE IMPRENSA. TEXTO: REGINA ROCHA. FOTOS: ARQUIVO IAPAR
CONQUISTANDO NOVOS MERCADOS
foto: IAPAR
outras espécies,
provenientes dos
trabalhos de pesquisa do
IAPAR, também vêm
conquistando o mercado
nacional, caso, por
exemplo do café, do
feijão e trigo”, informa o
engenheiro agrônomo da
Área Técnica de
Propagação Vegetal do
IAPAR, Alberto Sergio do
R e g o B a r r o s ,
coordenador do projeto
Produção de Sementes
Genéticas e Básicas para
o Desenvolvimento da
Agricultura Paranaense.
Implantado pelo
governo estadual em
2004, o projeto é um dos
329 apoiados pelo Fundo
Paraná, gerido pela
Secretaria de Ciência,
Tecnologia e Ensino
Superior (SETI), com
recursos que somam R$
1,6 milhão.
OBJETIVO DO
PROJETO
Sede do Instituto Agronômico do Paraná, em Londrina,
norte do Estado, que há 35
anos vem se dedicando à pesquisa científica.
O o b j e t i v o é
disponibilizar sementes
de espécies de interesse
econômico e social para
o Estado do Paraná,
explica o engenheiro
agrônomo. As sementes
produzidas dentro desse
projeto são as de feijão,
milho, trigo, triticale,
aveia, centeio, café e
arroz, além de espécies
próprias para adubação
verde, nabo forrageiro e
ervilha forrageira. esse
material é repassado aos
produtores de sementes
com base em contratos
de licenciamento de
cultivares, que por sua
vez produzem as
sementes que serão
disponibilizados aos
agricultores.
SAFRA
2006/2007
Grande do Sul, São Paulo,
Minas Gerais, Goiás e
Mato Grosso do Sul,
beneficiando todos os
segmentos de produtores
rurais pequenos, médios
e grandes, de diferentes
regiões e trabalhando
com diferentes sistemas
de produção, inclusive
agricultura familiar e a
orgânica.
das multinacionais. Hoje,
os agricultores também
utilizam materiais
produzidos por
instituições oficiais de
pesquisa, caso do IAPAR,
informa ainda o
engenheiro agrônomo.
Até alguns
anos atrás
a produção de
sementes de
milho ficava
quase que
exclusivamente
por conta
das
multinacionais
Além de facilitar o
acesso a materiais de
qualidade, como as
sementes genéticas e
básicas, o projeto
desenvolvido pelo IAPAR
também possibilita
utilização de mão-de-obra
nas lavouras. Um exemplo
é a Fazenda Canadá, no
município de Nova
Fátima, norte do Estado,
onde, numa área de
quatro alqueires,
destinados à produção de
milho branco IPR 127, são
empregadas em média
500 pessoas/safra por R$
30,00/dia. “Aqui, todos
os trabalhadores são
registrados e têm
e q u i p a m e n t o s
apropriados, relata ainda
o produtor José Belon.
Tudo para garantir a
qualidade do produto”.
N o
t o t a l ,
aproximadamente 400
toneladas de sementes
genéticas e básicas de
várias espécies, dentro
do projeto apoiado pela
Secretaria de Ciência,
Tecnologia e Ensino
Superior, foram
produzidas na safra
2005/2006. Para a safra
2006/2007 a previsão é
produzir a mesma
quantidade nas Estações
Experimentais do IAPAR
Mas a entrada no
de Londrina, Cambará,
Palotina, Pato Branco, mercado brasileiro de um
número maior de
Irati e Ponta Grossa.
produtores de sementes,
no Paraná e em algumas
regiões brasileiras,
também
se deu graças à
SISTEMAS DE
lei de Proteção de
PRODUÇÃO
Cultivares, que
possibilitou que os
As sementes lançadas materiais das instituições
pelo IAPAR - às vezes o d e p e s q u i s a f o s s e m
trabalho de pesquisa disponibilizados a um
realizado pelo instituto m a i o r n ú m e r o d e
exige de oito a dez anos produtores. Até alguns
até o resultado final - vêm anos atrás a produção de
sendo utilizadas com sementes de milho ficava
sucesso nos estados de q u a s e
q u e
S a n t a C a t a r i n a , R i o exclusivamente por conta
MÃO-DE-OBRA
Depoimento do
produtor
José Belon