Resíduo Zero Wal-Mart

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CASE » Wal-Mart Resíduo Zero
Resíduo Zero
Wal-Mart
Programa envolve
funcionários e clientes,
favorecendo a reciclagem
nas lojas e nos escritórios da
rede e contribuindo com
cooperativas de catadores,
que têm na venda dos
materiais sua fonte de renda.
C
riado em 1962, nos Estados Unidos, por Sam Walton, o Wal-Mart
tornou-se conta hoje com 5.086
lojas/clubes entre suas diversas bandeiras,
atendendo mais de 138 milhões de consumidores/sócios nos 11 países em que atua
(Alemanha, Argentina, Brasil, Canadá,
China, Coréia, Estados Unidos, Japão,
México, Porto Rico e Reino Unido) e
emprega cerca de 1,5 milhão de funcionários pelo mundo.
A rede chegou ao Brasil em 1995, com
a abertura do SAM’S CLUB em São Caetano do Sul, região metropolitana de
São Paulo. Nos anos seguintes, foram
inaugurados os hipermercados Wal-Mart
Supercenter, os atacados SAM’S CLUB
e as lojas Wal-Mart Todo Dia, chegando,
até 2004, a 23 lojas em todo o Brasil.
Em março de 2004, a companhia adquiriu
o grupo Bompreço, maior rede varejista da
região Nordeste do país, com mais de 100
lojas e, comprovando o interesse em investir
no país, em 2005 a empresa adquiriu os ati-
vos da rede Sonae Distribuição, agregando
mais 140 lojas na operação.
Atualmente, o Wal-Mart Brasil conta
com mais de 300 lojas em todo o País
e 57 mil funcionários. Em 2007, a rede
inaugurou 28 novas lojas em diferentes cidades, com investimento de R$
850 milhões. Além de novos pontos
de venda, o Wal-Mart também reformou cerca de 70 lojas e aumentou o
número de farmácias instaladas dentro
de seus centros comerciais. Com a expansão, 6 mil novos empregos diretos
foram gerados.
Globalmente, a rede assumiu metas de
utilizar 100% de energia de fontes renováveis, reduzir a emissão de gases de efeito
estufa e oferecer produtos sustentáveis aos
nossos clientes. Desde 2005, a empresa se
comprometeu com metas concretas para
melhorar a sustentabilidade do planeta
com ações focadas em três áreas: clima,
resíduos e produtos. Internamente, desencadeou um esforço para reduzir as
emissões de CO2, a geração de resíduos
e o consumo de água e de energia na operação de toda a rede, além de abrir espaço
para os produtos sustentáveis.
WAL-MART EM NÚMEROS*
Fundação
1962
Chegada ao Brasil
1995
Número de lojas
328
Funcionários
67.800 (em dezembro de 2007)
Faturamento anual
R$ 15 bilhões (rede brasileira)
Lojas no Brasil
328
* Fonte: Sala de Imprensar Wal-Mart
2
www.agendasustentavel.com.br
Posicionamento
Wal-Mart Brasil
O Wal-Mart criou dez plataformas, geridas
por suas lideranças, com a participação
voluntária dos funcionários. Além de
transformar os escritórios em ambientes
que adotam medidas sustentáveis, como
reciclagem do lixo e redução do uso de
papel e energia, as plataformas também
contemplam a conscientização dos
funcionários e dos consumidores.
O
Wal-Mart Brasil afirma ter a
Sustentabilidade como um
de seus Valores, buscando
trabalhar em sintonia com o meio
ambiente. A empresa criou dez plataformas, geridas por suas lideranças, com a participação voluntária
dos funcionários. Além de transformar os escritórios em ambientes
que adotam medidas sustentáveis,
como reciclagem do lixo e redução
do uso de papel e energia, as plataformas também contemplam a
conscientização dos funcionários e
dos consumidores.
Uma das plataformas é a construção de lojas que adotem os conceitos
de sustentabilidade, como redução
do consumo de energia e da geração de resíduos. Foram criadas 58
iniciativas sustentáveis, implantadas
conforme a viabilidade técnica nas
novas construções e reformas das
lojas existentes.
As iniciativas vão desde sistemas
de energia renováveis à eficiência
energética, sistema de refrigeração, materiais reciclados e sistemas
de gestão dos recursos hídricos. O
Wal-Mart Supercenter Granja Viana, por exemplo, é hoje a unidade
que concentra o maior número de
iniciativas adotadas em uma só loja
(total de 23 iniciativas).
A plataforma de gestão de resíduos sólidos visa atingir “lixo zero”
nas unidades. Já são três as lojas que
trabalham com reaproveitamento
total dos resíduos sólidos. Este ano,
a empresa inaugurou também as
estações de reciclagem, projeto em
parceria com a Coca-Cola Brasil que
até 2009 estará presente em todas as
lojas da rede.
3
Resíduos Zero
O Resíduo zero é amplo programa, envolvendo funcionários e
clientes, que favorece a reciclagem nas lojas e nos escritórios
e contribui com cooperativas de catadores, que têm na venda
dos materiais sua fonte de renda. As organizações recolhem o
plástico e o papelão em lojas na Bahia, em Pernambuco, no
Paraná e nos cinco escritórios da empresa.
Além de facilitar o reaproveitamento do material reciclável,
a empresa reutiliza os materiais aplicados no transporte e no
armazenamento das mercadorias. Também promove iniciativas
para diminuir o descarte de material orgânico. Em algumas
unidades da rede, o óleo de cozinha utilizado no processamento de alimentos serve de matéria-prima para indústrias
de produtos de limpeza.
O Wal-Mart começou a implantar as estações de reciclagem
em 2005 e até o final de 2006 coletava um total de 86 toneladas de material em 24 lojas e 4 escritórios. O grande salto veio
em 2007: a empresa ampliou para 40 o número de estações
de coleta para clientes e passou a separar também os resíduos
da operação de 38 lojas na Bahia, além de envolver todos os
escritórios. O total destinado à reciclagem subiu 27 vezes.
Além de facilitar o reaproveitamento do material
reciclável, a empresa reutiliza os materiais
aplicados no transporte e no armazenamento
das mercadorias. Também promove iniciativas
para diminuir o descarte de material orgânico.
Papel e plástico
A partir de um estudo realizado em parceria com o PANGEA
(Centro de Estudos Socioambientais), o Wal-Mart elaborou
novos projetos para reduzir ainda mais a quantidade de resíduos enviados aos aterros sanitários. De acordo com uma estimativa da entidade, cada loja da rede descarta anualmente
de 67 a 297 toneladas de material potencialmente reciclável,
como papel e plástico.
Nas lojas menores predomina o papel e o papelão, e nas
maiores até 75% do lixo é composto por matéria orgânica. O
estudo foi realizado em 2006 e os dados foram compilados em
2007. Teve por base uma loja de cada formato da rede.
A iniciativa envolve todos os setores da empresa. Em 2007,
por exemplo, os funcionários dos escritórios de São Paulo e
Curitiba receberam canecas reutilizáveis, o que gerou uma
redução de cerca de 65% no consumo de copos plásticos, nos
últimos meses do ano. O ajuste nas impressoras para utilizar
os dois lados das folhas possibilitou uma redução de 20% no
consumo de papel no escritório central, em São Paulo.
NÚMEROS RESÍDUO ZERO
Início do Programa
Estações de Reciclagem para resíduos de clientes
4
2005
* 24 - Bahia
* 9 - Pernambuco
* 7 - Paraná (em parceria com a Coca-Cola)
Lojas participantes
Escritórios participantes
38
5
Toneladas recebidas/ano
2322
Toneladas de material potencialmente reciclável (papel e plástico)
67 a 297
Lixo composto por matéria orgânica
75%
Redução no consumo de copos plásticos
65%
Redução no consumo de papel no escritório central, em São Paulo
(pelo ajuste nas impressoras para utilizar os dois lados das folhas)
20%
Loja “resíduo zero” – BIG Cristal, Porto Alegre (RS)
Desde outubro de 2007, um acordo com
a Juntapel – empresa que recolhe 100%
dos resíduos secos e orgânicos gerados
pelo hipermercado BIG Cristal, em Porto
Alegre (RS) – já poupou à cidade mais
de 600 toneladas de lixo, entre orgânicos,
papel e plástico. O material é destinado
à reciclagem, gerando renda e inclusão
social para famílias.
A loja implantou um amplo projeto
para garantir a destinação correta a todos os tipos de materiais, e foi a primeira
da rede a alcançar a meta de “Resíduo
Zero”. O material reciclável é separado,
prensado e utilizado como matéria-prima
em indústrias. São 60 toneladas todos os
meses, sendo 40 toneladas de papel e
papelão. Os resíduos orgânicos – 40 toneladas – são encaminhados a uma usina
de compostagem, para transformação em
fertilizante agrícola, eliminando 42 toneladas de CO2 por mês.
Parceria com a Coca-Cola
Uma ação conjunta entre Wal-Mart, Instituto Wal-Mart, Coca-Cola Brasil
e Instituto Coca-Cola Brasil amplia a rede de postos de entrega voluntária
de material reciclável nas lojas do grupo. A parceria já é responsável pelas
estruturas de coleta de resíduos em sete lojas em Curitiba (PR). O objetivo
da iniciativa é buscar soluções sustentáveis para os resíduos sólidos e conscientizar os consumidores sobre a importância da reciclagem.
O presidente da Coca-Cola do Brasil, Brian John Smith, ressalta a importância do apoio às cooperativas de catadores, “pois os investimentos nessa
área resultam na imediata geração de renda para populações normalmente distantes do mercado de trabalho”. Ele lembra que o compromisso com
o desenvolvimento social e ambiental faz parte da cultura da Coca-Cola, e
acredita que a iniciativa “irá reforçar ainda mais os projetos de sustentabilidade da empresa com foco na reciclagem”.
Sobre a parceria com o Wal-Mart, Smith afirma que “é com muita paixão
que nos associamos a um de nossos maiores clientes e parceiros em uma
iniciativa que ajuda a fazer a diferença para os brasileiros”. A ação contribui
para reduzir o descarte de materiais e serve de impulso ao desenvolvimento
econômico e social de cooperativas de catadores, que coletam o material
entregue por clientes. O projeto prevê, ainda, investimentos em equipamentos e capacitação técnica dos cooperados.
Fases do processo de separação, manipulação e
destinação dos resíduos orgânicos e secos.
O material transformado é, em parte,
comercializado pela empresa e, em
parte, doado a uma associação de triagem de resíduos sólidos, localizada no
bairro Lomba do Pinheiro, em Porto
Alegre. A associação é mantida pelo
Departamento Municipal de Limpeza
Urbana (DMLU), da prefeitura de Porto Alegre, e dá tratamento, beneficia
os resíduos e destina-os, em forma de
adubo, a produtores e entidades beneficentes da região.
5
Conheça o processo:
Fase 1
As principais origens dos resíduos gerados pela loja:
» produtos avariados
» produtos vencidos
»produtos indevidamente degustados na área de venda
»papelão ou plástico das embalagens de
transporte ou armazenamento de produtos
*parte desses produtos são devolvidos aos seus
fornecedores, conforme contrato de fornecimento.
Fase 2
Os pedaços de papelão e plástico das embalagens
de transporte dos produtos são postos diretamente
em recipientes específicos, onde são enfardados
na loja por funcionários especializados.
Fase 3
Os demais resíduos secos (isopor, madeira) também
são armazenadas em recipiente específico.
Fase 4
Produtos avariados das áreas de mercearia, higiene e
beleza e bebidas são destinados a uma área de triagem
da loja que separa a matéria orgânica da embalagem.
Exemplo disso são as pizzas pré-prontas, que têm
massa e recheio separados da embalagem de isopor.
Fase 5
Os resíduos orgânicos são enviados para o compactador.
A empresa Juntapel, que administra o processo de
coleta e destinação de todos os resíduos, faz a troca do
compactador semanalmente, período em que mais de
10 mil quilos de resíduos orgânicos são acumulados.
O período máximo de sete dias de permanência
do compactador na loja impede que se complete
o ciclo de formação da larva da mosca, o que
prejudicaria o processo de reaproveitamento do
resíduo, além de aumentar o mau cheiro.
6
(continua...)
Fase 6
Ao final do processo, o resíduo acumulado é destinado ao
reaproveitamento pela empresa Juntapel. Atualmente, todo o
resíduo orgânico e do lixo seco sujo, como lata de extrato de
tomate vazia, embalagem de salgadinho, embalagem de patê,
latas de refrigerante, por exemplo, é doada a uma associação
de triagem de resíduos sólidos, localizada no bairro Lomba do
Pinheiro, em Porto Alegre, e mantida pelo Departamento Municipal
de Limpeza Urbana (DMLU), da prefeitura de Porto Alegre.
O material transformado pela associação é comercializado ou doado
a produtores e entidades beneficentes, gerando oportunidade de
emprego e renda e contribuindo para a sustentabilidade ambiental do
município. Todos os resíduos secos, como papelão, plástico, madeira
e isopor são vendidos pela Juntapel a empresas privadas da região
onde são beneficiadas, após receberem tratamento adequado.
Associação de Triagem de Resíduos Sólidos
Domiciliares da Lomba do Pinheiro:
Revolvimento e irrigação das leiras no pátio de compostagem
7
Resíduo orgânico
O material orgânico é enviado para a compostagem para a
produção de adubo orgânico. Atualmente, o BIG Cristal envia
cerca de 40 toneladas de resíduos orgânicos por mês.
Originária das antigas civilizações, a compostagem é uma
forma de se reaproveitar os resíduos orgânicos. O processo é
um modo natural de decomposição da matéria orgânica (de
resíduos orgânicos de origem animal e vegetal: restos de alimentos e vegetais, folhas secas, gramas, esterco animal), que
gera o Composto, também conhecido como humos.
A base do composto é a parcela dos resíduos domiciliares,
composta por sobras alimentares, restos de jardim e outros.
Também podem ser utilizados resíduos orgânicos provenientes
de estabelecimentos comerciais e industriais.
O método mais simples requer a disposição desses resíduos
orgânicos com inertes (como terra argilosa, serragens) num
monte, dentro de uma área compostora. É necessário controle de temperatura e umidade. Ocasionalmente, o material é
revolvido para a promoção de umidade e oxigênio aos microrganismos (bactérias e fungos) que irão decompor o material
disposto.
Quando este material composto se encontrar estabilizado
biologicamente, poderá ser usado para correção de solos ou
como fertilizante.
Produção do composto
Triagem
Diariamente, cerca de 60 toneladas de resíduos domiciliares chegam à UTC. Os trabalhadores da Associação de
Triagem de Resíduos Sólidos Domiciliares separam rejeito, recicláveis e orgânicos. Essa ação é realizada em duas
esteiras, com 30 metros cada.
Os resíduos orgânicos são depositados no pátio da unidade sob a forma de montes (leiras). Periodicamente, as leiras
são revolvidas para acelerar o processo. A temperatura das
mesmas pode atingir até 70º C, e cem dias após, reduz-se
à temperatura ambiente.
Nessas condições, o composto é peneirado e, então, poderá ser utilizado na jardinagem e agricultura para melhorar
as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo. O
composto produzido na Unidade de Triagem e Compostagem é comercializado. O dinheiro gera renda para os
integrantes da associação.
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VANTAGENS DA COMPOSTAGEM
»Diminui a quantidade de resíduos que são
depositados em locais como os aterros sanitários.
»Produz um composto que, por ser muito rico
em nutrientes, pode ser utilizado na agricultura,
melhorando o desenvolvimento de plantas e jardins.
»O composto orgânico atua no solo como uma
esponja, ajudando-o a reter a umidade e os
nutrientes, melhorando assim as suas características
e reduzindo o uso de fertilizantes químicos.
»Os solos ricos em composto são
menos afetados pela erosão.
UNIDADE DE TRIAGEM E
COMPOSTAGEM FRANCISCO
ENGEL RODRIGUES
A Unidade de Triagem e Compostagem (UTC)
Francisco Engel Rodrigues, situada no Bairro
Lomba do Pinheiro (PR), área aproximada de dez
hectares, entrou em funcionamento em julho
de 2000. Foi construída para ser o local onde
o Departamento Municipal de Limpeza Urbana
(DMLU) faz o reaproveitamento de resíduos
orgânicos pelo método da Compostagem.
Unidade de Triagem garante geração de renda para 115
famílias da Lomba do Pinheiro Geração de renda para 115
famílias que fazem parte da Associação de Triagem de Resíduos Sólidos Domiciliares e um melhor aproveitamento
dos resíduos sólidos e orgânicos produzidos pela cidade são
os principais reflexos da Unidade de Triagem e Compostagem (UTC) da Lomba do Pinheiro.
Separação
Por meio de uma parceria entre o Departamento Municipal de Limpeza
Urbana (DMLU), a Associação e empresas privadas, cerca de 60 toneladas
de resíduos são encaminhadas diariamente à UTC. O material chega em
caminhões e é colocado em duas esteiras, onde ocorre a triagem.
Lá, são separados os rejeitos (que não
podem ser aproveitados e vão para o aterro
sanitário), os materiais recicláveis (que são
vendidos) e os materiais orgânicos (que
vão para a compostagem).
O material orgânico passa por um
processo natural de decomposição e
depois é peneirado. O resultado, o
composto orgânico, é vendido para
utilização na jardinagem e agricultura
para melhorar as propriedades físicas,
químicas e biológicas do solo.
A coordenadora-geral da Associação,
Clarice da Silva Vieira, explica que os
lucros da comercialização do produto
são divididos entre os associados. “É
um trabalho importante não apenas
porque gera renda, mas porque é um
ganho para o meio ambiente. A UTC
da Lomba é a única da cidade que
trabalha o lixo bruto doméstico, com
seco e orgânico misturados”, reforça a
coordenadora de eventos da entidade,
Luciana Alves de Oliveira.
A concepção tecnológica da Unidade
de Triagem e Compostagem (UTC) de
Resíduos Sólidos Domiciliares baseia-se
em avaliações de unidades já implantadas, que contemplam a utilização
de tecnologia que tem como objetivo
proporcionar condições de trabalho
adequada aos trabalhadores da triagem,
valorizando e fortalecendo o trabalho
desses indivíduos, assim como desenvolver uma unidade de triagem com
um mínimo de mecanização e com
alta eficiência operacional.
A triagem é realizada em duas esteiras de 30 metros cada, onde todos
os materiais recicláveis e rejeitos são
retirados, para que seja encaminhada
a matéria orgânica com o maior grau
de pureza ao pátio de compostagem,
evitando assim teores tóxicos de metais pesados e outros contaminantes
no produto final.
A separação de rejeitos na esteira,
tais como, madeiras, trapos e outros,
além dos plásticos não recicláveis, que
possuem elevado volume, diminui os
custos operacionais em revolvimento
e peneiramento do composto. Para se
(continua...)
Esquema da Unidade de Triagem e Compostagem de
Resíduos Sólidos Domiciliares de Porto Alegre
BALANÇA
ELETRÔNICA
ESTEIRA DE CATAÇÃO
DESCARREGAMENTO
DO LIXO
MATÉRIA
ORGÂNICA
DOSAGEM
RECICLÁVEIS
ORGÂNICO
REJEITO
ATERRO SANITÁRIO
PRENSAGEM
COMPOSTAGEM
ARMAZENAMENTO
PENEIRAMENTO
COMERCIALIZAÇÃO
COMPOSTO ORGÂNICO
9
(continua...)
Separação
alcançar esta qualidade de triagem na
esteira são necessários treinamentos
constantes junto às pessoas que trabalham neste setor.
A operação iniciou gradativamente
em julho de 2000, tendo como objetivo
treinar o pessoal e avaliar as caracte-
rísticas dos resíduos processados e dos
produtos obtidos na unidade, em termos de recicláveis, rejeitos e composto
peneirado. Atualmente trabalham 120
pessoas na unidade de triagem (esteira,
transporte e prensas) e 13 servidores do
DMLU, na operação de equipamen-
tos de transporte e compostagem. A
Unidade de Triagem e Compostagem
constitui-se basicamente por: Unidade
de Triagem e Armazenamento; Unidade de Compostagem e Unidade de
Peneiramento. A produção atual da
UTC é de 60t/dia.
Compostagem
O percentual de recicláveis na Unidade de Triagem e Compostagem do município de Porto Alegre corresponde à 8,9%
(média de 2006). A renda da Associação é complementada
com o pagamento do Departamento Municipal de Limpeza
Urbana correspondente a triagem dos resíduos e produção de
matéria orgânica para a compostagem. A renda média de cada
associado é de R$ 400,00.
A matéria orgânica proveniente da triagem dos resíduos
sólidos domiciliares em esteira de catação é codisposta no
pátio de compostagem com os outros resíduos orgânicos
(lodo do DMAE, lodo industrial, palhas, resíduos de hortifrutigranjeiros e resíduos de podas). O revolvimento das
leiras é realizado com uma retroescavadeira, com freqüência determinada pela temperatura.
A umidade é controlada pela irrigação do lixiviado gerado
no pátio de compostagem. É realizada a medição sistemática
da temperatura das leiras e análise do composto orgânico
produzido. O composto orgânico é destinado à produtores
e entidades beneficentes. Para particulares o composto é
comercializado, gerando renda à associação.
VANTAGENS DA COMPOSTAGEM
»Transformar os materiais biodegradáveis orgânicos
em material estável biologicamente;
»Reduzir a quantidade dos resíduos a depositar em aterro;
»Reter o máximo de nutrientes (nitrogênio, fósforo, potássio);
»Originar um material rico em nutrientes, a usar como
promotor do crescimento das plantas e corretor do
solo, reduzindo o recurso ao uso de fertilizantes
químicos, que ao contrário do composto, disponibilizam
os nutrientes de forma quase instantânea e não
adaptada às necessidades nutricionais das plantas.
Outras ações Wal-Mart contra resíduos
Fornecedores
Além de promover a mudança dentro da própria empresa e das operações sobre as quais tem maior controle
– como fabricantes dos produtos de marca própria –, o
Wal-Mart busca modificar o cenário no restante da cadeia
produtiva. Até 2013, a meta do grupo no Brasil é garantir
que 5% dos itens comercializados – tanto produtos como
embalagens – estejam de acordo com os critérios de sustentabilidade estabelecidos pela empresa.
Em 2007 o Wal-Mart Brasil começou a discutir com
seus fornecedores alternativas para tornar os produtos
mais sustentáveis. As oportunidades de inovação nas
embalagens foram o tema de um encontro com duas
empresas parceiras – a Dupont e a Johnson & Johnson
– no final do ano. Em 2008, o assunto será debatido
num Fórum de Embalagens, promovido pela companhia. Até 2009, a empresa lançará um “scorecard”, com
o objetivo de monitorar a redução de embalagens e alternativas propostas pelos fornecedores.
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Embalagens
Em 2007, a garrafa PET da água mineral da marca BIG
ficou oito gramas mais leve. A mudança é imperceptível
para o consumidor e não altera o produto, mas significa
um ganho ao meio ambiente, com a economia de 27 mil
garrafas de plástico por ano.
Em 2008, pelo menos 80% das embalagens de papel ou
papelão dos novos artigos de marca própria lançados deverão apresentar a mesma garantia. As mudanças não se
limitam aos produtos. Nas sacolas plásticas distribuídas aos
clientes para acondicionar as compras, a empresa utiliza
30% de matéria-prima reaproveitada, com economia de 1,2
mil toneladas de material, por ano. Com ações como essas
o Wal-Mart contribui para diminuir na prática seu impacto
sobre o meio ambiente.
Para as plataformas de produtos e embalagens sustentáveis,
a empresa convocou a equipe de marcas próprias para “liderar
pelo exemplo”. Hoje, as embalagens de hastes flexíveis Equate
e cereais matinais Great Value são certificadas pelo Conselho
Brasileiro de Manejo Florestal (FSC), que garante que o papelão provém de florestas de reflorestamento.
No quesito produtos, a empresa lançou recentemente um
cobertor feito 100% de garrafas PET reciclado. Há também
camisetas desenvolvidas com 50% de PET reciclado, 50%
algodão. E, em parceria com outros fornecedores, a empresa lançou produtos como o Ariel Ecomax, sabão em pó da
Procter & Gamble que produz menos espuma e, por isso,
gasta menos água nas lavagens – vendido exclusivamente
na rede Wal-Mart.
Desenvolver o Mercado
Estimular os produtos sustentáveis é uma das plataformas de
responsabilidade social e ambiental do Wal-Mart. Atualmente as lojas oferecem cerca de 1,5 mil desses itens. Os alimentos orgânicos dominam a categoria – com 1,3 mil produtos –,
mas há vários exemplos em outros setores das lojas, de têxteis
a químicos.
A lista inclui roupas elaboradas com algodão orgânico, fibras
alternativas ou garrafas PET, produtos feitos com material reciclado ou reprocessado, artigos em papel ou madeira com certificação
FSC, produtos químicos e de limpeza biodegradáveis, lâmpadas
de baixo consumo e produtos eletrônicos mais eficientes.
Sustentabilidade no Nacional
O supermercado Nacional Florianópolis, que inaugura na segunda quinzena de fevereiro no Floripa Shopping, vai executar uma importante iniciativa que combina proteção ao meio
ambiente e ação social. A loja assinou acordou inédito com
a UFSC, que coletará 100% dos resíduos orgânicos gerados
pela loja e os reutilizará, transformando-os em adubo, que
em grande parte será doado a pequenas famílias de agricultores da região.
Também o lixo seco já tem fim definido. A totalidade dos resíduos será prensada e recolhida na própria loja, por empresa
terceira, e destinada à reciclagem.
O Nacional Florianópolis será o primeiro empreendimento da marca em Santa Catarina e a nona loja do Wal-Mart
Brasil no Estado. Antes dele, vieram seis Hipermercados
BIG e dois Maxxi Atacado.
Um dos grandes desafios
nesse trabalho – de estimular
os produtos sustentáveis – é
dosar o ritmo correto para
implantar as mudanças, que
devem estar associadas a
uma evolução no gosto do
cliente e em seus hábitos.
11
(continua...)
Desenvolver o
Mercado
Um dos grandes desafios nesse trabalho
é dosar o ritmo correto para implantar as
mudanças, que devem estar associadas a
uma evolução no gosto do cliente e em
seus hábitos. A meta é ter ao menos um
item sustentável em cada categoria de
produtos, que somam mais de 200. Dessa
forma será possível atender o segmento
da clientela que já valoriza esse tipo de
produto e, ao mesmo tempo, estimular
mudanças no padrão de consumo. A tendência já é percebida na região Sudeste,
por exemplo, onde venda de produtos
orgânicos na rede subiu 119% em comparação com 2006.
Em uma experiência piloto realizada em uma loja em Curitiba (PR), os
itens que apresentavam diferenciais de
sustentabilidade receberam uma sinalização destacada nas gôndolas. Além de
chamar a atenção do consumidor para
o produto e explicar a sua contribuição
socioambiental, o material trazia dicas de
atuação responsável. A partir de 2008 a
ação será aperfeiçoada e implantada em
outras unidades.
Eletrônicos de Baixo consumo
Em uma iniciativa pioneira, as lojas BIG, Bompreço e Wal-Mart Supercenter ofereceram bônus e descontos para incentivar os clientes a trocar
seus eletrodomésticos antigos por novos, de menor impacto ambiental.
A campanha destacava a sustentabilidade como fator fundamental para
a escolha do consumidor e incluía refrigeradores e aparelhos de arcondicionado 40% mais eficientes e lavadoras de roupas que utilizam
a metade da água das convencionais.
As vendas quadruplicaram no período. Nos Estados Unidos, até 2010,
todos os aparelhos de ar-condicionado vendidos nas lojas do Wal-Mart
terão classificação de uso de energia e as TVs de tela plana terão consumo reduzido em 30%. Só a economia em televisores seria suficiente
para abastecer mais de 53 mil casas por um ano.
O QUE DEFINE UM PRODUTO SUSTENTÁVEL
»Cultivo ou produção orgânica
»Uso de material reciclado em sua composição
»Certificado de origem que atesta o baixo impacto ao meio ambiente
»Fabricação a partir de fibras renováveis ou alternativas
»Redução no consumo de água ou energia durante o uso
PERFIL DO CONSUMIDOR BRASILEIRO
»Demonstra preocupação em comprar produtos que não agridem o meio ambiente (41%) e está disposto a pagar mais por isso (37%)
»43% incentivam outros consumidores a prestigiar empresas que adotam princípios socioambientais responsáveis
»Mais da metade (55%) costuma planejar a compra de alimentos
»Adere aos comportamentos de eficiência que geram benefícios diretos e de curto
prazo para si mesmo
»Absorve mais facilmente as idéias sobre consumo consciente do que as práticas
»Em sua maioria (54%), não considera um papel dos consumidores enfrentarem
os desafios de toda a sociedade, mas reconhece (49%) a interdependência entre
a ação de cada indivíduo e o ambiente social e natural
(Fonte: Instituto Akatu / Como e por que os brasileiros praticam o consumo consciente)
12
Aquecimento Global
O inventário das emissões de gases de
efeito estufa em 2007 apontou um total
de 468 mil toneladas de CO2 equivalente, com predominância de emissões
indiretas. Foram analisadas apenas as
atividades da rede, sem incluir clientes
ou fornecedores. O estudo vai conferir
maior foco às ações da empresa para
diminuir os efeitos climáticos. A meta
global Wal-Mart é reduzir em 20% o
total de emissões até 2012.
O Wal-Mart Brasil é pioneiro entre
as indústrias de varejo a fazer um inventário de emissões de gases do efeito estufa. E mais: a empresa faz um
acompanhamento das suas emissões,
avaliando formas de controlar as emissões a fim de, um dia, equilibrar a sua
operação. As metas são agressivas: reduzir a emissão de gases que causam
o efeito estufa em lojas e centros de
distribuição em 20% até 2012. Desde o
ano passado, todos os eventos da empresa são “carbono neutro”, por meio
do plantio de árvores.
A compra de energia elétrica concentra a maior parte das emissões, com
64,3% do total, seguida do transporte
de mercadorias (15,1%) e da geração de
lixo orgânico úmido (11,4%). As emissões
diretas – representadas por geradores
de emergência, fornos de padarias e a
pequena frota para transporte interno da
empresa – representaram cerca de 9,2%
do total. O estudo considerou ainda o
impacto do transporte logístico terceirizado, do transporte de funcionários e
das viagens aéreas a trabalho.
A distribuição por tipo de operação
apontou as lojas como responsáveis por
78,2% do total de emissões. Os Centros
de Distribuição representaram 18,2%
e os escritórios, pouco mais de 2%. O
menor impacto foi representado por um
frigorífico do grupo, com pouco mais de
1%. Para reduzir as emissões, o Wal-Mart
vem implantando ações para diminuir o
consumo de materiais e aumentar a eficiência logística da rede, além de estudar
o uso de energias alternativas.
(continua...)
13
(continua...)
Aquecimento Global
O plano de mitigação do impacto começou a ser em implantado em 2007.
Depois de realizar um grande encontro
nacional de funcionários em Salvador
(BA), por exemplo, o Wal-Mart plantou
mil árvores na região Nordeste para compensar o CO2 gerado com o deslocamento
das equipes. A ação foi realizada através
de um convênio com a Fundação SOS
Mata Atlântica. Desde então, a estratégia
já está sendo adotada em todos os eventos
corporativos da companhia.
Na área de combustíveis, o Wal-Mart
se antecipou à legislação, e 70% de todo
o transporte feito através da logística da
rede contou com a mistura B2 (óleo diesel
com 2% de biodiesel). Além de ser um
combustível renovável, o biodiesel apresenta uma combustão mais limpa, com
menor geração de gases de efeito estufa.
Além disso, 60% da frota que transporta
as mercadorias da empresa conta com
defletores, o que torna os veículos mais
eficientes e menos poluentes.
14
Ou
tro
Gera
s3
%
dore
s 2,7
Fornos 3,5%
%
Emissões
por Fonte
Resíduo
Orgânico
11,4%
Transporte de
Mercadorias
15,1%
Energia Elétrica
64,3%

Resíduo Zero Wal-Mart

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