pauta – bruno e marrone - Jornalista Euclides Oliveira
Transcrição
pauta – bruno e marrone - Jornalista Euclides Oliveira
ENTREVISTA - BRUNO & MARRONE Dupla fala ao Diário do Norte Euclides Oliveira Porangatu Há pelo menos dois meses, não se falava em outra coisa. Apesar das inúmeras reclamações sobre o elevado preço dos ingressos, a dupla sertaneja Bruno & Marrone - trazida à cidade pelo Sindicato Rural de Porangatu, ao custo de R$ 200 mil, dentro da 35ª Exponorte marcando as comemorações pelo 58º aniversário do município, conseguiu reunir um bom público, na noite de sexta (25). Em uma hora e meia de apresentação, a dupla - que subiu ao palco por volta de meia-noite - apresentou um belo espetáculo, com inúmeros efeitos visuais, para marcar seus 20 anos de carreira, interpretando sucessos como “Dormi na Praça” (que lançou a dupla no cenário nacional, em 2000, apresentada em nova roupagem) e “Choram as Rosas” (a última a ser cantada pelos artistas, com a distribuição de pétalas de rosa ao público). Minutos antes do show – encerrado sem o tradicional ‘bis’ - os famosos concederam uma entrevista exclusiva para o Diário do Norte, no camarim. Simpáticos e descontraídos, Bruno & Marrone lembraram das dificuldades que enfrentaram no início da carreira e invocaram, por diversas vezes, o nome de Deus para agradecer o carinho do público pelo sucesso conquistado. Sobre as eleições para o governo do Estado, os cantores preferiram não declinar o seu voto, mas Marrone arriscou traçar o perfil do candidato ideal. “O povo goiano precisa de gente competente. Tem muita gente passando dificuldade. Então, todos nós temos que juntar nossas forças, começando pelos políticos, para dar uma Educação mais adequada para o nosso povo”, comentou o sertanejo. Depois do show em Porangatu, a dupla faria shows em Piracicaba (SP), no sábado (26); em Nova Serrana (MG), no domingo (27); e em Presidente Venceslau (SP), na quinta (31). Diário do Norte – Bruno, nos seus tempos de criança, em Goiânia, você animava a vizinhança tocando cavaquinho. Depois, houve a tentativa de formar a dupla Vinicius e Ricardo, seu primo. Como foi esse período, antes do estrondoso sucesso agora com o Marrone? Bruno – Foi um começo com outro qualquer, bem simples e bem natural. O Ricardo cantava comigo nas festinhas da família, mas depois virou farmacêutico e não quis mais cantar. Eu resolvi cantar, porque não gostava de estudar (risos), resolvi pegar essa viola e enfrentar a noitada, pedindo sempre para Deus que desse tudo certo, com muito trabalho, muito suor e muita dedicação, para que a gente conseguisse o nosso espaço. E a gente conquistou. Hoje, completando 20 anos de carreira, estamos no ápice, fazendo muito sucesso, vendendo muitos CDs e DVDs, numa época em que a pirataria atrapalha muito. DN – Depois deste show em comemoração aos 20 anos da dupla, quais as inovações e surpresas que vocês estão preparando para o público, objetivando a temporada 2007? Bruno – A gente fez uma super inovação nesse DVD, que foi uma super produção, jamais feita no país. Agora, a partir desse nosso lançamento, outros artistas do nosso nível também vão querer fazer também um daquele jeito (risos). Então, agora vamos tentar fazer os nossos shows ‘de estrada’ o mais semelhante possível ao do DVD, o que é muito difícil, pois é um palco muito grande, uma estrutura muito grande, que não dá para carregar de um dia para o outro. DN – Antes de vocês se tornarem conhecidos nacionalmente, quais eram as principais referências musicais que vocês tinham ? Vocês se espelhavam em alguma dupla, em especial? Bruno – Sem dúvida nenhuma, nossa referência era Chitãozinho e Xororó. Depois, veio Leandro e Leonardo, Zezé di Camargo e Luciano e a gente, graças a Deus, conseguiu entrar nesse rol de artistas que fazem sucesso nacional. E também fazer, hoje, com que as pessoas que estão começando trilhem e também se espelhem no nosso trabalho. DN - Marrone, aos 12 anos, você ia para a lavoura com seu pai, mas aproveitava para ficar tocando acordeom, debaixo de uma árvore e depois ia tocar nos bailes da fazenda. Foi aí que tudo começou? Marrone - Deus dá o dom para a gente. Quando eu comecei a tocar sanfona, com cinco, seis anos de idade, eu me inspirei no Celinho, que tocava junto com o Pedro Bento e Zé da Estrada. Daí em diante, eu ia para a roça trabalhar com meu pai. Trabalhei bastante na lavoura também. Já capinei ‘pra’ (sic) caramba, já peguei no pesado ‘pra’ caramba, entendeu? (risos). Mas acho que, graças a Deus, percebi que tinha esse dom e eu não gostava de fazer outra coisa, a não ser tocar sanfona e cantar também, embora eu não pensasse que fosse conseguir fazer a segunda voz, que é muito difícil. Mas eu descobri que eu daria mais certo cantando do que tocando. DN – Em 2002, vocês ganharam o primeiro DVD de ouro entregue no Brasil e o Grammy Latino de “Melhor Artista Sertanejo”. O que representou essas conquistas para a carreira de vocês? Marrone – Na verdade, a gente até tinha ouvido falar no Grammy, mas jamais imaginávamos ganhar esse prêmio. Foi mais uma vitória que a gente conseguiu. Nós sempre agradecemos a Deus por tantas coisas boas que nos reservou. Mas, pelas dificuldades que nós passamos, agora tudo está sendo muito gratificante também. DN – A população de Porangatu estava numa grande expectativa pelo show de vocês. Para vocês, que são goianos, o que representa encontrar um público tão carinhoso como esse, dentro do próprio Estado? Marrone – É uma satisfação, é um prazer muito grande. Eu me lembro do começo da nossa carreira, que a gente passava por aqui, para ir cantar em Gurupi, com um carro ‘véio’ (risos), ou de ônibus. Jamais imaginei que fôssemos fazer tanto sucesso, como estamos fazendo, para conseguir reunir tanta gente neste show de Porangatu, com o pessoal da cidade recebendo a gente de braços abertos. Não tem dinheiro no mundo que pague isso. E por isso que não podemos abaixar a cabeça, mas seguir em frente. É importante acreditar naquilo que a gente gosta, naquilo que a gente ama, estar sempre na luta, porque, um dia, a gente vai ter um lugarzinho ao sol. O ‘cara lá de cima’ (Deus) vai reservar isso tudo para a gente. DN –Vocês apóiam algum candidato na disputa ao governo de Goiás, nas próximas eleições? Marrone – No momento, não. Estou sabendo que existem vários concorrentes fortes (risos), mas ainda não sabemos em quem vamos votar. Espero que, quem ganhar aqui em Goiás, que faça um bom governo, porque o povo goiano precisa de gente competente. Tem muita gente passando dificuldade. Então, todos nós temos que juntar nossas forças, começando pelos políticos, para dar uma Educação mais adequada para o nosso povo. Bruno, nascido Vinícius Félix de Miranda, é natural de Goiânia (GO). Marrone, nascido José Roberto Ferreira, é natural de Buriti Alegre (GO)