ação florescer - Dragon Dreaming

Transcrição

ação florescer - Dragon Dreaming
AÇÃO
FLORESCER
RELATÓRIO DE ATIVIDADES
Serra Grande – Uruçuca – Bahia
2013
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SUMÁRIO
1. Introdução e Contexto
2. Histórico
a. Metodologia de projeto: “Dragon Dreaming”
b. Alinhamento da equipe técnica
c. Mobilização
3. I Intervenção: Área do Sr. Durval
a. Mobilização da comunidade e entorno da Escola
b. Mutirão
c. Reformas e harmonização
d. Atividade com as crianças
e. Celebração
4. II Intervenção: Casa do Bilonga
5. Prestação de contas
6. Impactos no PESC
7. Considerações Finais
8. Anexo I: Equipe Técnica, Rede de Parceiros, Apoiadores
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1. Introdução e Contexto
A Ação Florescer traz em sua essência o princípio do cuidado, da ordem e da harmonização dos ambientes
físicos, utilizando como ferramenta arte, permacultura, mobilização e engajamento da comunidade para a
transformação dos espaços, estimulando a consciência ambiental.
Tem como objetivo principal utilizar práticas de disciplina, harmonização, embelezamento e organização
nos espaços físicos, estimulando a elevação da consciência e alinhamento interno, para potencializar a
integração do ser.
Esta ação iniciou suas atividades em março de 2013 visando um processo de sensibilização com a
comunidade no entorno do Parque Estadual da Serra do Conduru, através de intervenções de revitalização
de determinados espaços.
A ação foi inspirada em uma comunidade autossustentável chamada “Figueira”, localizada no Estado de
Minas Gerais. O foco principal dessa comunidade é trabalhar a Ordem e a Disciplina no nosso dia a dia,
trazendo para a consciência a importância de realizarmos nossos trabalhos, por mais simples que eles
sejam, de forma consciente e presente, fazendo do trabalho cotidiano um veículo para o processo de
evolução Humana.
A primeira intervenção da “Ação Florescer” aconteceu de 25 de outubro a 03 de novembro de 2013, na
Escola Rural Nossa Senhora da Conceição e arredores, que está localizada próxima à sede do Parque
Estadual do Conduru, que nesse relatório será referido como PESC. Essa primeira intervenção, foi uma
experiência piloto, para ser testada, avaliada e aprimorada, para ser aplicada, no futuro, em outras
comunidades rurais do entorno do PESC, bem como aprofundar a relação com essa comunidade.
2. Histórico
2.1.
Metodologia de Projeto: “Dragon Dreaming”
Para a realização desse sonho utilizamos a metodologia conhecida como “Dragon Dreaming”, uma
abordagem para o planejamento estratégico participativo e consensual de projetos e organizações na área
de Comunidades para o desenvolvimento econômico ecologicamente sustentável. Esta técnica permite um
feedback rápido, construindo a sabedoria coletiva e promovendo a capacidade de adaptação, permitindo
que indivíduos, grupos, empresas, comunidades e órgãos do governo se ajuste de forma criativa e positiva a
situações de mudança rápida e potencialmente caótica.
A Equipe passou pela primeira etapa da metodologia, o Círculo dos Sonhos, seguida da etapa de
planejamento, realização e celebração. O grupo vivenciou com disciplina cada passo proposto pela
metodologia e obteve resultados muito positivos.
Compartilhamos abaixo o “Sonho”, que foi escrito no dia 07 de maio de 2013, pelas sonhadoras: Aranda,
Fabiana, Mayne, Raquel e Val.
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Círculo de Sonhos - Florescer
Que seja feito com firmeza e verdade e tenha um calendário bem programado
Que compreenda o outro
Seja com cuidado na intervenção
Seja com eles
Tenha clareza das pessoas que estão inseridas
Haja entrega e abertura do coração para sintonizar com o sonho
Haja harmonia entre o grupo e que todos estejam 100% inteiros
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8. Que todos colaborem no preparo da terra
9. Que as pessoas confiem que é um processo transformador
10. Que o grupo todo se sinta parte do lugar
11. Que tenha uma horta medicinal
12. Ter as ferramentas essenciais (transporte, alimentação)
13. Que haja uma continuidade, um acompanhamento
14. Brinquedos para as crianças
15. Seja sustentável financeiramente, com tudo bem feito, com materiais de qualidade, comendo
bem, com abundância!
16. Consigamos mostrar mais sobre qualidade de vida e saúde
17. Que tenha um jardim com muita flor e fruta, bem lindo e especial
18. Um espaço para ter atividades ao ar livre e prazer
19. Levar alguém para ensinar a fazer brinquedos
20. E no bar transforme-se um lugar educativo para tocar as pessoas, que seja muito lindo
21. Que a gente leve um filme a noite e seja um lugar cultural
22. Que as atividades comecem na abertura com cirandas e no final do dia
23. Que todos se sintam parte desse lugar, visitando e planejando reuniões lá
24. Que participemos da melhor maneira possível, conciliando a maternidade
25. Que haja o painel artístico e que a pintura seja num lugar de passagem e traga muita
inspiração
26. Que a gente conheça o lugar para ver as plantas nativas e ervas medicinais no entorno para não
agredir muito
27. Que o espaço se torne um lugar cultural com frases bonitas que eduque
28. Que venda no bar as ervas medicinais
29. Haja registro de tudo isso e a entrega de um material gráfico com antes e depois
30. Que haja limpeza e harmonização do lugar
31. Que a continuidade seja leve para todos, com doação amorosa e cocriada com a comunidade
32. Que o bar se transforme num espaço de oficinas, lanches e doces para eles venderem
33. Que se possa ensinar a produzir com o que tem
34. Seja um ponto fortalecedor de diálogo entre Sr. Durval e o parque
35. Que seja só o primeiro e que tenha continuidade
36. Tenha uma verba para entrega a esse sonho de forma sustentável financeira
37. Que as crianças tenham muito orgulho da escola delas
38. Que tenha um trabalho com alimentação vegetariana consciente
39. Revitalização da escola proporcionando ambiente adequado para educação
40. Cuidar dos ambientes que vivemos estimulando a ordem e harmonização dos espaços
41. Cuidamos do lixo e ensinar práticas de reciclagem e coleta seletiva
42. Mostrar sutilmente a importância com os reinos mineral, vegetal e animal pelo exemplo e
prática
43. Alinhar arte com a natureza com os palhaços que vão brincar e se comunicar de forma alegre
44. Tenha som e a música que inspire e eleve o ambiente durante o trabalho
45. Prática de silêncio
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Etapas da vivência com a metodologia “Dragon Dreaming”:
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b.
Alinhamento da Equipe Técnica
Para que o trabalho de dez dias acontecesse (período de imersão de 25 de outubro a 3 de novembro), o
Time dos Sonhos sabia que precisaria de mais gente na equipe e nesse momento foram convidados a compor
a Equipe Técnica: Raul, Luygi, Cyntia e Renato.
Para alinhamento dessa Equipe, convivência com a comunidade e pré-teste metodológico para a semana de
Imersão, realizou-se um final de semana em agosto de 2013, no qual a hospedagem foi no PESC, vivenciando
algumas práticas que aconteceria nos dez dias de imersão. Nesse processo, foi possível conviver com a
comunidade do entorno da escola rural que seria beneficiada com a ação e do próprio Parque.
Ainda, pode-se ajustar programação e práticas que seriam aplicadas na atividade de outubro, além das
atividades de pré-produção como identificação de plantas locais adequadas para compor o jardim da escola,
listagem de orçamentos a serem realizados e identificação de materiais locais que pudessem auxiliar na
melhoria da infraestrutura da escola e nas atividades pedagógicas.
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c.
Mobilização
A mobilização oportunizou o envolvimento dos diferentes setores da sociedade local: sociedade civil,
empresários e poder público. Para tanto, com cada público foram necessárias reuniões e agendas
voltadas para apresentar a proposta e sensibilizar o envolvimento dos parceiros.
Para o envolvimento e mobilização da comunidade da Escola e do entorno da mesma e do PESC foram
realizadas algumas visitas de convivência com a escola piloto. Esse processo permitiu também a
realização do diagnóstico sobre demandas para harmonização e para melhoria da escola e entorno. O
grupo que já vem atuando com essa comunidade desde março de 2013, intensificou seu trabalho no
último mês no intuito de fortalecer a mobilização local e articular parcerias.
Ainda referente a sociedade civil, a partir de algumas agendas ocorreu o envolvimento de parceiros
para: realização da cobertura da ação, colaboradores para a construção da horta e pessoas que vieram
auxiliar nas diversas atividades. Além disso, tivemos parceiros que colaboraram com valores
financeiros para apoiar o projeto, mas também pessoas que doaram itens como fogão, material,
descontos nas compras realizadas para a ação etc.
Alguns dos trabalhos de mobilização das parcerias:
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Parceria com PESC e o Conselho Gestor do PESC;
Parceria com Instituto Estadual de Meio Ambiente (INEMA) da Bahia;
Parceria com os Amigos do PESC;
Reuniões com financiadores para sensibilização e sociedade civil, setor público e setor privado;
Visitas in loco na Escola Rural Nossa Senhora da Conceição e família residente na localidade;
Reuniões de sensibilização, para firmar parceria e encaminhar demandas com a prefeitura;
Reunião Brigada de Audiovisual da TEIA para estabelecer parceria para cobertura dos 10 dias de
Imersão Florescer;
8. Reunião para estabelecer parceria para construção de horta orgânica, capinagem e construção de
cerca. A qual proporcionou a participação de Mario Costa e Célio Damasceno colaboradores do
Instituto Floresta Viva;
9. Reunião de envolvimento da TEIA Agroecológica dos Povos da Cabruca e da Mata Atlântica para
colaborar nas atividades de jardim, ervas medicinais, plantio e cerca. Assim participaram Joelson
Ferreira, Deyse Ferreira;
Parcerias Firmadas e Apoiadores:
- Amigos do PESC;
- Bambu Grama;
- Banda de Forró Estação 39;
- Bridada de Audiovisual da Teia Agroecológica;
- Casa das Flores;
- Conduru Materiais de Construção;
- Circo da Lua;
- Conselho Gestor do Parque Estadual da Serra do Conduru;
- Flow Funding;
- INEMA;
- Instituto Arapyau;
- Instituto Floresta Viva;
- Mecenas da Vida;
- Prefeitura Municipal de Uruçuca;
- Serra Grande Madeiras Tratadas;
- Serra Movelar;
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3. I Intervenção: Escola Nossa Senhora da Conceição (área Sr. Durval)
Período: de 25 de outubro a 02 de novembro de 2013
a. O Fluxo
Os 10 dias de Imersão na Escola Rural Nossa Senhora da Conceição e comunidade ao redor foi pensada
objetivando promover um processo que auxilie inicialmente na construção de um espaço digno escolar e que
estimule as pessoas que vivenciem aquele espaço, a possibilidade de vislumbrar uma nova perspectiva para
uma comunidade que após a chegada do PESC teve seu cotidiano impactado por essa nova realidade.
Durante o processo chegou-se ao entendimento que além da Escola, as demais áreas, como a casa da família
do Sr. Durval, o galinheiro e o Bar são extensões do espaço pedagógico utilizado pela escola para educação
das crianças. Assim, acordou-se por também melhorar a harmonização desse ambiente considerado pela
equipe como também de convívio e aprendizado escolar.
A Ação aconteceu do dia 25-10 a 03-11-13, no qual, o primeiro final de semana foi voltado para o mutirão
que ocorreu com a Equipe Florescer, comunidade local e voluntários de outras comunidades de coleta do
lixo, limpeza e preparação da escola e da área no entorno.
Durante a semana, os períodos da manhã tinham sido reservados especialmente para as vivências
pedagógicas entre a Família Florescer, equipe técnica, comunidade local, estudantes, professora da escola
e naquela semana realizamos as atividades nos 03 dias que tiveram aulas.
Durante todo o dia aconteceram as ações para harmonização do espaço e melhoria da infraestrutura da
escola. No final de semana seguinte aconteceu o Evento de Celebração, que contou com a presença amorosa
dos estudantes, professora, a comunidade local, artistas locais e os diferentes parceiros da Ação. Tudo isso
regado com comidas locais e muita arte. O último dia foi voltado para avaliação da ação com a equipe.
b. Mobilização Comunidade Entorno da Escola
Durante alguns meses a mobilização da comunidade e parceiros para colaborar na imersão da Ação
Florescer, assim conseguiu se promover a participação de diferentes elos. Contudo, com o foco na
comunidade que reside e usufrui da escola como atividade inicial da Imersão realizou-se no dia 25 de
outubro a tarde visitas a alguns moradores que residiam próximo a escola, bem como na escola iniciou-se o
processo de envolvimento dos moradores vizinhos.
Antes disso, a professora Iracênia enviou aos pais um bilhete convidando-os a participar do mutirão nos dias
26 e 27 de outubro.
c. Mutirão
O mutirão foi pensado como ferramenta de mobilização e envolvimento da comunidade, bem como para
levantar a força de trabalho necessário para fazer o trabalho inicial de limpeza e preparo para receber as
melhorias de infraestrutura.
Contudo, durante toda a semana seguinte em muitas atividades como reforma de telhado e pintura o
mutirão foi crucial para os bons resultados da Ação.
Como questão bastante significativa observou-se como o trabalho coletivo motivou também a comunidade
local a se envolver com o processo de melhoria da escola, bem como, promoveu um processo de
aprendizado do trabalho coletivo e solidário amplo e profundo que demonstrou a força que o trabalho
coletivo tem.
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Desse modo, o mutirão foi essencial para realizamos a reforma do telhado da escola. Pois, inicialmente seria
uma ação s ser realizada pela prefeitura, que diante das dificuldades do município não realizou. Assim,
coletivamente decidiu-se unir esforços para realizar tanto a reforma do telhado, quanto do banheiro, como
para outras melhorias no espaço.
Contudo, durante os dias iniciais de mutirão a questão mais delicada foi com a coleta de lixo. O Mutirão
conseguiu reunir aproximadamente o correspondente a uma caçamba de lixo entre a escola e a área do bar.
d. Reformas e Harmonização
Para a
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melhoria do ambiente escolar realizou se as seguintes ações:
Reforma do telhado da sala de aula;
Reforma do banheiro da escola;
Reforma da cozinha da escola;
Troca da caixa d’água;
Pintura e harmonização da escola com a participação da comunidade local;
Construção de um Parquinho para as crianças;
Restauração do galinheiro;
Paisagismo na área da escola com a participação (Equipe Ação Florescer e comunidade do entorno da
escola);
Implantação de recipientes para separar o lixo;
Pintura da Casa de D.Lourdes;
Reforma da bica e coleta de água da chuva da casa D.Lourdes;
Pintura do Bar;
Pintura da Casa de Mayane;
Implantação das placas educativas;
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e.
Atividade com as Crianças
A vivência com as crianças foi um processo muito especial para todos os construtores da Ação Florescer.
Desde as primeiras ações as crianças se mostraram sempre muito abertas a experimentar, construir e
colaborar com a vivência.
Durante a Imersão a presença das crianças e adolescentes locais cotidianamente nas atividades voltadas
para o processo pedagógico e também para a melhoria da escola foram um termômetro para a equipe
compreender se estavam atingindo os objetivos do projeto.
Para o aprofundamento nesse processo de florescimento comunitário realizou se as seguintes atividades com
crianças e adolescentes locais:
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Implantação de uma horta demonstrativa: esta atividade já está tendo continuidade nas atividades
que seguem na escola;
●
Construção de uma composteira com a participação dos estudantes, professora e comunidade local:
de modo a colaborar com o processo de aprendizado sobre o lixo esse processo foi criado para
auxiliar na construção de uma nova percepção sobre responsabilidade da comunidade com o lixo;
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Implantação de uma cerca-viva do lado da escola: a cerca viva estabeleceu a vivência do grupo em
atividade com o cuidado com as plantas e o que foi melhorado pensando em ofertar uma escola mais
digna. Assim, os mesmo colaboraram com plantio e com os cuidados nos demais dias;
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Trilha no PESC com as crianças da Escola, para conhecerem a Unidade de Conservação: essa vivência
foi uma que promoveu mais encantos em alguns dos presentes. Aliou-se a vivência a explicação do
colaborador Mario com a arte e música do palhaço Bolota com instrumentos como;
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Cineclube: uma das atividades de maior integração e que despertou muito interesse das crianças e
da comunidade local, foi o cineclube. Nesse momento, acompanhado da pipoca, todos com os olhos
ligados na telinha projetada na parede da escola, trazendo magia e encantamento para a noite.
Abordamos vídeos com o tema da Água e Afro descendência, com a promessa de uma próxima vez;
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Coroação das crianças e nomeação da Cachoeira Ribeira das Pedras: essa atividade contou com a
parceria com a Patricia da Casa das Flores, que a partir da vivência de recolher o Lixo na cachoeira
que por elas é frequentada, foram conscientizadas a serem as Guardiãs da Natureza e daquele
espaço natural que por elas é usufruído. A Cachoeira foi batizada e as crianças coroadas num
momento de reconhecimento do poder que essas crianças têm na transformação de velhos hábitos e
na mudança desse planeta;
●
Integração cultural: as crianças entrevistaram diversas pessoas que vieram de outras regiões e
países, perguntando curiosidades sobre cultura, clima e forma de viver.
f.
Celebração
A Celebração foi um momento pensado especialmente para encontro entre comunidade, Família Florescer,
colaboradores e parceiros e para ser um momento de encontro da comunidade que se constitui Serra Grande
atualmente.
Para tanto, a alimentação ofertada foi pensada no valor desse veículo para saúde, educação e
compartilhamento de princípios de um alimento mais equilibrado, mais adequado a produções agrícolas
locais e que também causem menos impacto no meio ambiente. Deste modo, não se utilizou produtos
descartáveis e sim a palha de bananeira foi utilizada para servir a alimentação e se ofertou alimentos
saudáveis e com ingredientes locais e sem o uso da carne e refrigerantes na composição dos lanches.
Assim, pode-se construir um espaço com muita arte que contou com a presença dos seguintes artistas:
● Silvia Matos & Circo da Lua batizaram a sala de aula com música e astral;
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A Professora Neide, moradora local, presentou a todos com uma pintura coletiva de uma árvore
composta com as mãos de todos os presentes;
Cia. Cumbaiá e Cia. Circulando preencheram toda festa com brincadeiras, alegrias e palhaçadas;
Helena Peirão animou a criançada e adultos com música e contação de história;
E o Forró do Estação 39 celebrou o novo espaço do Bar do Sr. Durval com música, dança e muita
alegria amorosa;
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4. II Intervenção: Casa do Bilonga
Período: 15 de novembro de 2013
A família do Bilonga reside próxima à Escola Nossa Senhora da Conceição no qual ocorreu a primeira
intervenção da Ação Florescer, a mesma participou ativamente do processo de reforma e vivência da Escola
e durante o período da ação fomos aprofundando nas relações de convivência e identificamos uma questão
emergencial para essa família com a chegada de mais um filho.
Em visita a casa do Bilonga observou-se que a família residia num casebre de madeira e estavam tentando
construir uma casa que precisaria de telhado, piso e porta para receber o bebê, o quarto filho da família,
para acolhê-lo de maneira mais adequada e digna.
Assim, a equipe e voluntários do Florescer decidiram realizar os ajustes da casa do Bilonga. A partir de
mobilização de parceiros que doaram valores em dinheiro, material para a reforma, elementos para
estrutura da casa, bem como enxoval para o bebê, no dia 15 de novembro de 2013 realizou-se o mutirão.
O mutirão conseguiu deixar pronto o telhado e o piso com a ajuda de voluntários e com a participação da
família e estamos ainda acompanhando a finalização das instalações das janelas e portas que foram doadas
e tal tarefa, por exigir maior conhecimento técnico e será realizada por um profissional já contratado, sob
nossa supervisão.
Com as doações conseguiu-se:
- Comprar folhas eternites para o telhado;
- Comprar 3 Caixão de porta;
- Comprar ferrolhos, parafusos e pregos para assentar portas;
- Comprar Cimento e xadrez para preparar piso;
- Preparar alimento para os voluntários;
- Areia;
- Portas e Janelas;
- Roupas de bebê;
- Colchão - doação;
- Roupa de cama.
A família se sentiu bastante amparada, criou uma relação de apoio e confiança entre o grupo, que ainda
está se construindo pouco a pouco. O nascimento do bebê ocorreu tudo bem no final do ano, mas por a casa
ainda não estar totalmente finalizada, eles ainda mantiveram a utilização dos dois espaços, ou seja, da casa
de madeira e da casa nova.
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5. Prestação de contas
Entrada
Parceiro I
Parceiro II
Parceiro III
Parceiro III
Parceiro III
TOTAL RECEBIDO
3,000.00
11,100.00
4,000.00
2,000.00
2,000.00
22,100.00
Saída
Alimentação
Aluguel carro 10 dias
Audiovisual
Brinquedo
celular
Decoração
Evento Final
Facilitadores
Furto
Gasolina
Horta
Imposto
Impressão
Kit 1o. Socorro
Reforma
Transporte
Projeto Bilonga
1,650.69
900.00
1,000.00
496.12
177.00
195.00
200.00
11,500.00
615.67
681.06
79.50
554.00
60.00
46.65
2,196.27
100.00
1,000.00
TOTAL GASTO
SALDO DO PROJETO
21,451.96
648.04
A captação empoderada de recursos fez parte da metodologia de projetos utilizada (Dragon Dreaming) que
apresentamos anteriormente e que consideramos importante ressaltar.
Todo o processo de captação iniciou em abril de 2013 e só concluiu em dezembro do mesmo ano,
praticamente dois meses depois do encerramento da primeira intervenção, isso significa que assumimos
alguns riscos até que todo o recurso entrasse.
Acreditamos que o sucesso de qualquer projeto está principalmente na confiança que o grupo tem tanto no
seu sonho e na sua realização, como nos parceiros e elos que vão se construindo. A certeza de que não
realizamos nada sozinho, a coragem de expor ao mundo a necessidade de ajuda e apoio e a responsabilidade
e disciplina para que todos esses parceiros se sintam envolvidos e com a certeza de que daremos um uso
ético a esse recurso, fazem parte dessa etapa.
E nesse momento em especial, celebramos e agradecemos os “nãos” que apareceram e que só nos
fortaleceram e mais ainda cada “sim” que tornou possível esse sonho se tornar realidade.
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6. Impacto da Ação Florescer no Parque Estadual da Serra do Conduru:
Para nós o impacto desse projeto social teria que ser mensurado pelo grau de bem estar econômico,
social e político da comunidade, pelos relacionamentos restaurados e igualitários dos membros entre si
e com o meio ambiente, pelo início de uma cultura que transforme estruturas e sistemas préestabelecidos por meio da reflexão e do diálogo, porém são valores muito subjetivos e não utilizamos
metodologias especificas para isso.
Abaixo elencamos alguns fatores que demonstram os impactos que o projeto atingiu, visando um
crescimento sustentável da comunidade, com práticas sociais voltadas para a melhoria da qualidade
de vida e a construção de relacionamentos duradouros entre todos os elos.

Promover a divulgação do PESC para os moradores locais e externos.
A primeira intervenção que ocorreu de 25 de outubro a 02 de novembro de 2013 mobilizou em torno
de 60 pessoas, entre equipe técnica, voluntários, apoiadores e comunidade que estiveram direta ou
indiretamente apoiando a ação.
Muitos desses parceiros tiveram contato com o PESC pela primeira vez durante o Florescer,
conhecendo não somente a estrutura física da Sede, fazendo a trilha, como também compreendendo
o significado e importância que esse Parque tem para essa região e para o planeta, a biodiversidade
encontrada, entre outros aspectos ambientais, além disso, tiveram também a oportunidade de
conviver e perceber o dia-a-dia daqueles que lá trabalham, dos guarda-parques e da comunidade que
vive em seu entorno.
Essa aproximação entre o PESC, moradores de Serra Grande e visitantes, fortalece o trabalho que já
vinha sendo realizado pelo Conselho Gestor do PESC e intensificado com o projeto “Amigos do PESC”,
de divulgar o Parque.
Outro ponto importante ocorre com a trilha que algumas crianças da escola NS da Conceição fizeram,
visitando o PESC pela primeira vez e da professora Iracência que vive em frente ao parque e naquele
dia retornava a trilha depois de quinze anos, sem ir lá.

Aproximação do PESC com a Comunidade:
O Florescer promoveu a primeira ação que contou com a colaboração entre PESC, Amigos do PESC e
comunidade do entorno. Oportunizou e promoveu o encontro entre os diferentes elos que fazem
parte da realidade de transformação, importância e conflito que a chegada do Parque provocou.
Apesar das dificuldades de conciliar a presença dos cuidadores (gestores, guardas etc) do PESC e
antigos moradores da região, o Florescer em sua Celebração contou com a presença de todos esses
atores sociais em estado de alegria e comunhão celebrando a melhoria da escola vizinha ao PESC.
Assim, essa ação proporcionou o começo de um novo tempo de vivência entre os atores que fazem
parte da história e atualidade dessa região de biodiversidade tão valiosa para humanidade.

Propiciar o envolvimento dos moradores do entorno nas questões socioambientais, relativas ao
PESC.
Nessa intervenção diversas famílias que vivem no entorno do PESC, participaram das atividades que
propiciaram o início de uma reflexão sobre o cuidado com o meio ambiente, a questão do lixo, o
cuidado com os reinos e a importância de se colaborar para proteção do patrimônio natural do
Parque Estadual da Serra do Conduru.
é a falta de envolvimento e participação das comunidades rurais e urbanas do entorno na gestão do
parque. Um dos motivos para o distanciamento das comunidades da gestão do PESC se deve ao fato
dos moradores e lideranças do entorno não se sentirem preparadas e com conhecimento suficiente
para participarem das reuniões do Conselho Gestor e das discussões relacionadas ao PESC. A não
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participação destes atores nos processos relacionados ao PESC tem fragilizado a gestão do mesmo,
uma vez que não é integrada a visão, os problemas e as expectativas das comunidades no
planejamento das ações e da gestão do parque.

Estrutura Física do entorno:
A área do Sr. Durval está estrategicamente localizada, próxima ao PESC e num local de
passagem para aqueles que utilizam a estrada para Uruçuca.
Antigamente, Sr. Durval e outros membros do projeto Florescer, se recordam que ali era uma
área de muito movimento e passagem, que o atual bar, era uma antiga mercearia. Com a
interrupção do ônibus e a chegada do Parque essa realidade mudou muito, trazendo não só
impactos econômicos, mas também sociais.
Está dentro do sonho do Florescer esse local se torne um ponto cultural, que essa região volte a
ter esse movimento social e econômico, de forma consciente e que receba visitantes do PESC,
e até se preparando para um turismo de base comunitária.
Acreditamos que a intervenção trouxe uma melhoria considerável a estrutura da Escola, da
casa e do bar do Sr. Durval, sendo o inicio desse trabalho, que o projeto pretende aprofundar.
Notamos que dois meses após a intervenção, os moradores já realizaram diversas melhorias,
tanto no bar que agora está com prateleiras, feita por eles e organizada pelas crianças e que
sempre nos contam com orgulho como fazem para manter organizada, como também no piso da
casa, ao redor das casas e que acreditamos que tudo isso faz com que essa comunidade seja
acolhedora e um ponto de referência.
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7. Considerações Finais
O projeto Florescer realizou a ação que se propôs que era vivenciar a harmonização dos espaços e o cuidado
com a natureza na área do Sr. Durval, indo muito além de melhorar a infraestrutura da escola e entorno,
mas colaborando para a construção de um ambiente digno para a educação de um cidadão capaz de
construir de modo colaborativo e solidário a melhoria do local que ele vive e do mundo.
A experiência de um pequeno grupo comprometido e engajado, sustentando e acreditando no seu Sonho é
capaz de reunir as forças necessárias para realizar e transformar coisas que num primeiro momento
pareciam impossíveis. Experimentou o poder da força coletiva, da reunião dos diversos saberes e trocas de
experiências, da fé e confiança no trabalho bem feito e realizado, celebrando a todo momento o “SIM” e o
“NÃO”, sabendo que tudo faz parte para o crescimento e amadurecimento de cada um e para a realização
do sonho.
O convívio especialmente com crianças, adolescentes e moradores locais permitiu compreender melhor a
história e a realidade atual daquela comunidade do entorno do PESC. Também despertou a comunidade e
equipe para algumas ações necessárias a serem realizadas posteriormente.
O processo de diálogo com a sociedade civil, poder público e empresários gerou diversos aprendizados e
ampliação da percepção da realidade e conflitos locais. Na sociedade civil e empresarial construiu-se
parceria com diversos elos e pode se perceber o interesse e disponibilidade dos parceiros locais em
colaborar com ações que consideram consistentes para o desenvolvimento sustentável local.
De modo geral, a construção coletiva e vivência dos dez dias possibilitaram o crescimento e melhoramento
pessoal e técnico de todos os envolvidos. A partir da visão de residentes locais que dialogam e vivenciam
com o entorno do PESC a experiência foi de grande sucesso por facilitar e promover uma integração entre os
diferentes setores sociais do município de Uruçuca e por fortalecer o entendimento de que a união, a
colaboração e o sonho coletivo podem promover vivências que superam os objetivos práticos do projeto e
promovam uma ampliação da percepção da capacidade de transformação que a coletividade pode
proporcionar.
A equipe considerou de grande êxito essa primeira experiência construída a partir do Dragon Dreaming e dos
ensinamentos da Comunidade de Figueira. Pois, aliar sonho, planejamento, realização e celebração às
vivências e elementos voltados para a melhoria da saúde integral da comunidade proporcionou um grande
aprendizado e uma vivência amorosa de Cura do Planeta.
Como produto final do Florescer além do resultado obtido na escola, temos também o vídeo da ação
que permite conhecer mais um pouco do trabalho realizado:
http://www.youtube.com/watch?v=AoZFeop0CLU
Depoimentos
Compartilhamos abaixo retornos que consideramos importantes para a compreensão dos resultados
subjetivos obtidos por alguns dos elos que vivenciaram o processo:

Após um mês da primeira intervenção as crianças nos presentearam com um vídeo que elas
produziram, a partir de um celular. Elas que apenas observaram as técnicas da cobertura de
audiovisual, reproduziram sozinhas, com entrevistas, registros e filmagens, como forma de
agradecimento. E nossos corações se encheram de alegria:
http://www.youtube.com/watch?v=3mx6xTxvOWE&feature=youtu.be

Outro retorno importante foi o recebido do Gestor do PESC, Marcelo Barreto:
25
“Agradeço como gestor e cidadão os excelentes serviços prestado na área de cidadania por vocês,
principalmente os membros do Ação Florescer. O PESC nunca antes, sofreu uma intervenção tão
profunda e tão benéfica, tratando-se de um grupo que apresenta sentimentos verdadeiros e
solidários ao próximo:”
Aranda Souza
Fabiana Arruda
Mayne Santos
Raquel Davi
“Sonhar grande.
Fazer pequeno.
Começar agora.”
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Anexo I - Família Florescer
Idealizadoras:
Aranda Rocha Santana Souza
Assistente Social graduada pela Universidade Veiga de Almeida-Rio de Janeiro. Vivência internacional
na cidade de Londres-Inglaterra, onde residiu por dois anos, tendo a oportunidade de estudar a língua
inglesa e atuar em Parceria junto ao selo Vibes and Pressure produzindo eventos
comunitários/culturais, tendo a oportunidade de trabalhar com equipe profissional de diversas áreas
junto a refugiados de guerra de outros países residentes em Londres. Experiência em Produção
Cultural Independente, foco/contexto socioeducacional: a arte como instrumento, Intervenções
utilizando como linguagem a Arte e a Cultura.
Mayne Santos
Natural de Ilhéus, Bahia, Mestre em Cultura e Turismo, pela Universidade de Santa Cruz, Ilhéus,
residente do município de Uruçuca desde os 5 anos de idade. Atua com planejamento e
desenvolvimento comunitário. Faz parte da Teia Agroecológica dos Povos da Cabruca e da Mata
Atlântica, rede colaborativa composta por quilombolas, indígenas, assentados e pequenos produtores
que a partir da identidade, cultura e riquezas naturais buscam criar coletivamente mecanismos para
potencializar a qualidade de vida desses povos e para a sustentabilidade da natureza.
Fabiana Arruda
Natural de Rinopólis Mato Grosso Sul, Artista Plástica formada pela Faculdade de Artes Plásticas de São
Paulo e residente do Entorno do Parque há 7 anos. Passou anos viajando experimentando lugares,
conhecendo pessoas, em busca de enriquecer seu trabalho através da troca de experiências de vida e
convivência. Há 10 anos se interessou em pesquisar os princípios da permacultura, bioconstrução,
alimentação viva e outras formas de melhor; utilização dos recursos naturais.
Raquel Brunelli Davi
Consultora em Comunicação, facilitação de grupos e processos participativos e inovação social.
Formada em Comunicação Genuína, Biopsicologia pelo Instituto Visão Futuro e Sistema de Florais Joel
Aleixo. Bacharel em Direito (PUC-Campinas), com MBA em Gestão Empresarial (FGV). Natural de
Campinas/SP se considera uma pessoa apaixonada pela Vida, por Gente. Tem como práticas pessoais
para uma vida em harmonia, a Meditação e Alimentação Consciente
Equipe Técnica:
Raul Andrade Santos
Renato Antonio
Valdeci Rocha - Val
Luygi Barceló
Cintia
Mário Costa
Célio Damasceno
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Comunidade do Sr. Durval:
Dona Lourdes
Sr. Durval
Luciano
Wilian
Wellington
Maria
Mayane
Wiliane
Professora Iracênia
Daiane
Daiara
Breno
Laiane
Naiane
e todos os alunos da Escola NS da Conceição
Voluntários participantes nos dez dias de imersão:
Sandro Moraes
Everaldo Souza Santos
Javi Monio
Patricia Paiva
Tiago Lima dos Santos
Marcelo de Castro Cavalcanti
Olívia Martin
Giordani Bruno Costa Nascimento
Veronica Lima
Equipe de audiovisual:
Ronaldo Carvalho
Quênia Barreto
Cauê Rocha
Cris Di Spirito
Realização:
Apoio:
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Pétalas do Florescer
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