Março - Gazeta Valeparaibana

Transcrição

Março - Gazeta Valeparaibana
Edição 40 Ano IV Março 2011
Distribuição Gratuita
Vale do Paraíba Paulista - Litoral Norte Paulista - Região Serrana da Mantiqueira - Região Bragantina - Região Alto do Tietê
Cidadania
Ecossocialismo nas
latitudes ao sul do
Trópico de Câncer
Leia mais
Página
e
Meio
Ambiente
Formiguinhas do Vale
6
Distrito Federal
Brasília
Página 7
RECICLE INFORMAÇÃO: Passe este jornal para outro leitor ou indique o site
6 de Março
Dia Internacional da Criança
no Rádio e na TV
Leia mais: Pag. 5
Relatório do MP aponta drogas, "sumiço"
de professores e evasão nas escolas
em Alagoas
Página 15
Não consigo entender a razão que me impede de ser
um grande admirador dos
Estados Unidos da América
do Norte. ..
Lei mais >> Ultima página
www.fomiguinhasdovale.org
A Associação
tem como principal objetivo interferir nas mudanças comportamentais da sociedade que o momento exige, no que tange a preservação ambiental,
sustentabilidade e paz social, reflorestamento, incentivo á agricultura orgânica, hortas
comunitárias e familiares, preservação dos
ecossistemas, reciclagem e compostagem
do lixo doméstico além, de incentivar a preservação e o conhecimento de nossas culturas e tradições populares. Formalizado através do Projeto Social ‘EDUCAR - Uma Janela
para o Mundo’ e multiplicado e divulgado
através deste veículo de interação.
Projetos integrados:
•
Projeto
“Inicialização Musical”
Este projeto tem por finalidade levar o
conhecimento musical, a crianças e adultos
com o fim de formar grupos multiplicadores,
sempre incentivando a musica de raiz de
cada região, ao mesmo tempo em que se
evidenciam as culturas e tradições populares de cada região. Inicialmente iremos formar turmas que terão a finalidade de multiplicação do conhecimento adquirido, no projeto, em cada Escola e em suas respectivas
comunidades.
Projeto
“Viveiro Escola Planta Brasil”
•
Interpretação da Letra
“O Bêbado e a equilibrista”
Elis Regina
Página 10
Dia Internacional
da
Criança no rádio
A rádio cultura online, do projeto social
“Formiguinhas do Vale”, atendendo á convocação da
UNICEF, irá apresentar no próximo domingo uma
programação diferenciada totalmente voltada para o
tema. Não perca.
Acesso pelo site: www.gazetavaleparaibana.com
UNICEF
lança relatório Situação Mundial da Infância 2011
Investir na proteção e no desenvolvimento da população
mundial de 1,2 bilhão de adolescentes pode romper
ciclos de pobreza e iniquidade...
Página 14
Este veículo. transcende a sala de aula como proposta para reflexão, discussão, interação e aprendizagem
sobre temas dos projetos desenvolvidos pela OSCIP“Formiguinhas do Vale”, organização sem fins
lucrativos , com ênfase em assuntos inerentes à sustentabilidade social e ambiental.
Filipe de Sousa
Este projeto visa a implantação de um
Viveiro Escola, especializado em árvores
nativas das Matas Atlântica e Ciliares. Nele
nossas crianças irão aprender sobre os
ecossistemas estudados, árvores nativas,
técnicas de plantio e cuidados; técnicas de
compostagem e reciclagem de lixo doméstico, etc. Tudo isto, integrando-se o teórico á
prática, através de demonstrações de como
plantar e cuidar, incentivando e destacando
também, a importância da agricultura orgânica, hortas comunitárias e familiares. Serão
formadas turmas que terão a finalidade de
se tornarem multiplicadoras do conhecimento adquirido em cada comunidade.
•
Projeto “Arte&Sobra”
•
Projeto “SaciArte”
Neste Projeto Social iremos evidenciar
a necessidade da reciclagem, com a finalidade de preservação dos espaços urbanos
e, como fator de geração de renda. Também
serão formadas turmas multiplicadoras de
conhecimento, que terão como função a formação de cooperativas ou grupos preservacionistas em suas comunidades.
Este projeto é um formador de grupos
musicais onde as culturas regionais e a música de raiz sejam o seu tema. Primeiramente será formado um grupo composto por crianças, adolescentes e adultos com responsabilidade de participação voluntária, no
grupo da comunidade da Região Cajuru na
Zona Leste de São José dos Campos.
# SEJA UM VOLUNTÁRIO.
Fale conosco
0xx12 - 9114.3431
Acesse: http://www.formiguinhasdovale.org
Março 2011
Gazeta Valeparaibana
Página 02
De onde vem a miséria humana?
senso comum (e o censo governamental...) considera que a miséria é apenas
uma questão de falta de dinheiro. Existem inúmeros estudos econômicos pretendendo estabelecer uma linha da miséria que
se desprenda do clássico "1/4 do salário mínimo", para que a miséria de renda possa
ser medida, calculada, avaliada, esquematizada, racionalizada. Mas existe uma dimensão fundamental da miséria que escapa à
maioria dos estudos. De onde vem a miséria
humana?
Quando pensamos em um ser humano pleno, temos em mente alguém educado, saudável,seguro, livre, com oportunidades iguais, morando adequadamente, bem remunerado,se divertindo e, sobretudo, amado e
feliz. Para quase todas essas características
acima, nós temos indicadores para medir.
Mas como se mede a felicidade de ser amado ou a infelicidade de não ser amado? E
aqui não estou falando somente do amor romântico, mas do amor social.
O amor social é uma qualidade coletiva. É a
capacidade de uma comunidade de pessoas
ser capaz de expressar e materializar o seu
amor por seus membros, construindo um
ambiente de colaboração e solidariedade.
Quando digo uma comunidade de pessoas
estou me referindo desde uma família à uma
cidade. Existe um ditado africano que diz
que para educar uma criança é preciso toda
uma
comunidade. Isso é amor social. Porém, com
a globalização neoliberal, os laços de fraternidade que envolvem as pessoas são cada
vez mais rasgados. E ao invés da simpatia
dos vizinhos, temos que encarar a triste realidade de que as pessoas estão cada vez
mais individualistas, mais egoístas, mais frias. Como Marx escreveu há mais de 150
anos (e não envelhece): "O capitalismo
transformou todas as relações humanas em
relações de troca".
A miséria humana vem da indiferença, vem
do desprezo, vem da falta de
solidariedade, da falta de amor. Se nós, enquanto sociedade, considerássemos um absurdo a indignidade de alguém viver em condições subhumanas, a miséria já teria acabado. Mas como naturalizamos a desigualdade,
toleramos a miséria humana. A persistência
da miséria no Brasil vai além da questão monetária, tem a ver com a falta de amor social,
com a falta de solidariedade coletiva. É isso
que devemos estimular cada vez mais.
tramitação no Congresso Nacional o novo
Plano Nacional de Educação. Em nenhum
dos seus artigos está relacionado o impacto
da educação na redução da miséria, mesmo
considerando que diversos estudos apontam
para uma relação direta entre aumento da
escolaridade e diminuição da extrema pobreza. Mas a educação é capaz de fazer mais
do que elevar a renda.
A educação pode aumentar a cidadania, ou
seja, a capacidade de ter consciência dos
seus direitos, de exercê-los e lutar para que
eles sejam garantidos, mantidos e ampliados. A educação é fundamental para o fim
da miséria. Mas isso precisa ser feito com
mais recursos (de 7% à 10% do PIB), que os
Governos FHC e Lula vetaram (o primeiro
por ter tido a cara-de-pau de vetar e o segundo por ter
tido a cara-de-pau de manter o veto e, no
final do governo, vetar os 50% do Pré-Sal
para a educação). A educação de qualidade,
que é aquela que reduz a miséria, não se faz
só com mais dinheiro. Mas se a gente imaginar um banco sem dinheiro, a gente pode
imaginar o que acontece com uma escola
sem recursos adequados.
A solução está ao alcance da mão: pode vir
com o Custo Aluno-Qualidade, calculado pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação. Vamos ver o que vingará no PNE.
Mas para finalizar a questão da miséria humana: para além das estatísticas, para além
dos projetos técnicos, para além dos estudos, das palestras, dos artigos (como esse...), o que realmente importa é o ser humano e seus direitos.
O Marcelo Freixo (deputado estadual pelo
Rio de Janeiro) insiste muito que a questão é
da dignidade humana. E considero que ele
está certo: num mundo onde 2/3 são pobres,
1 bilhão passam fome, onde morrem 8 jovens por dia no estado do Rio de Janeiro por
arma de fogo, onde o déficit por moradia é
brutal, onde ser jovem-preto-pobre-favelado
é ter uma sentença de morte estampada no
peito, onde milhares de mulheres precisam
de prostituir para ter como viver, onde o trabalho infantil ainda vigora, onde ainda existe
trabalho escravo, onde o salário de um grande jogador de futebol equivale à renda anual
de dezenas de famílias... precisamos de
mais amor social. Precisamos nos sentir parte de um todo, de um coletivo, de uma comunidade, de um mundo. Um só mundo. Um
mundo que seja nosso. Um mundo que seja
de todos.
* Maurício França Fabião é mestre em ciências
sociais pela Uerj, coordenador estadual da CamNos últimos anos, o país foi mobilizado em panha Nacional pelo Direito à Educação no Rio
Conferências Nacionais para debater diver- de Janeiro e diretor do Instituto Mais Cidadania
sos temas, entre eles a educação. Está em
Rádio web CULTURAonline
Prestigie, divulgue, acesse, junte-se a nós. A Rádio web CULTURAonline,
prioriza a Educação, a boa Musica Nacional e programas de interesse geral sobre sustentabilidade social, cidadania e a temática Escola.
Uma rádio onde o professor é valorizado e tem voz.
Acessível nos links:
www.gazetavaleparibana.com e www.formiguinhasdovale.org
www.formiguinhasdovale.org
Gazeta Valeparaibana é um jornal gratuito distribuído mensalmente em mais de 80 cidades, do
Cone Leste Paulista, que é composto pelas seguintes regiões:
Vale do Paraíba Paulista, Serrana da Mantiqueira, Litoral Norte Paulista,
Bragantina e Alto do Tietê.
Editor: Filipe de Sousa - FENAI 1142/09-J
Diretora Administrativa: Rita de Cássia A. S. Lousada
Diretora Pedagógica dos Projetos: Elizabete Rúbio
Tiragem mensal:
Distribuído por: “Formiguinhas do Vale”
Filiados à FENAI - Federação Nacional de Imprensa
Gazeta Valeparaibana
é um MULTIPLICADOR do Projeto Social
“Formiguinhas do Vale” e está presente
mensalmente em mais de 80 cidades do Cone
Leste Paulista, com distribuição gratuita em
cerca de 2.780 Escolas Públicas e Privadas de
Ensino Fundamental e Médio.
“Formiguinhas do Vale”
Uma OSCIP - Sem fins lucrativos
Gazeta Valeparaibana
Março 2011
O Homem e a Cidade
Utilidade pública
Informações úteis
AUXÍLIO À LISTA:
Telefone 102... não!
Agora é: 08002800102
Vejam só como não somos avisados das coisas que realmente são importantes...
NA CONSULTA AO 102, PAGAMOS R$ 1,20 PELO SERVIÇO. SÓ QUE A TELEFÔNICA NÃO AVISA QUE EXISTE
UM SERVIÇO VERDADEIRAMENTE GRATUITO.
DOCUMENTOS ROUBADOS: BO (boletim de ocorrência)
dá gratuidade - Lei 3.051/98 - VOCÊ SABIA???
Acho que grande parte da população não sabe, é que a Lei
3.051/98 que nos dá o direito de em caso de roubo ou furto
(mediante a apresentação do Boletim de Ocorrência), gratuidade na emissão da 2ª via de tais documentos como:
Habilitação (R$ 42,97);
Identidade (R$ 32,65);
Licenciamento Anual de Veículo (R$ 34,11).
Para conseguir a gratuidade, basta levar uma cópia (não
precisa ser autenticada) do Boletim de Ocorrência e o original ao Detran p/ Habilitação e Licenciamento e outra cópia à
um posto do IFP..
MULTA DE TRANSITO:
No caso de multa por infração leve ou média, se você não
foi multado pelo mesmo motivo nos últimos 12 meses, não
precisa pagar multa. É só ir ao DETRAN e pedir o formulário para converter a infração em advertência com base no
Art. 267 do CTB. Levar Xerox da carteira de motorista e a
notificação da multa.. Em 30 dias você recebe pelo correio a
advertência por escrito. Perde os pontos, mas não paga nada.
Código de Trânsito Brasileiro
Art. 267 - Poderá ser imposta a penalidade de advertência
por escrito à infração de natureza leve ou média, passível
de ser punida com multa, não sendo reincidente o infrator,
na mesma infração, nos últimos doze meses, quando a autoridade, considerando o prontuário do infrator, entender esta providência como mais educativa.
Imponderáveis
Por: Patrícia Cardinot
der na mão de poucos, realimentando
assim os conflitos de classe. (ABREU,
Ao analisarmos de maneira sucinta 1987, p.15)
a evolução do homem, veremos que
numa primeira fase este se fixou no
Para garantir sua evolução a humacampo para gerar sua subsistência e, nidade alterou o meio ambiente e agologo em seguida, os excedentes da ra a natureza se rebela, dando sinais
produção agrícola garantiram outras de que algo está errado. Afinal qual o
atividades, que geraram a divisão terri- preço pago para criar as grandes cidatorial do trabalho. Inicia-se com o es- des? Como podem tantos coabitar
cambo (origem do comércio), e com o num espaço tão pequeno da metróposurgimento da moeda. Deu-se uma le, poluindo indiscriminadamente e
nova visão de riqueza – acumular ca- causando tal desequilíbrio ecológico?
pital - o que impulsionou a revolução
agrícola e industrial. Assim, a produA necessidade de vencer no munção em larga escala levou o homem do globalizado revoluciona a informaao consumo exagerado de bens: mola ção. Na mídia, se vende o mundo em
mestra do capitalismo. A verdade é tempo real. Notícias ao alcance de
que o céu passou a ser o limite; o ho- todos através da telecomunicação,
mem resolveu ir à lua, e foi... Assim das redes imateriais. Tempos modersendo, uma nova era se iniciou: a das nos com novo uso dos espaços, um
conquistas tecnológicas.
novo mundo - o virtual - agora o homem se lança para o futuro. O telefoA compreensão da cidade nasce ne celular, a TV digital e a informática
na visão de uma perspectiva histórica – destacando-se a internet – demonsque irá determinar sua natureza e vai tram a incrível evolução humana. Desse constituindo ao longo do espaço/ de a roda o homem não parou mais, e
tempo e, em cada umas das diferentes agora suas aspirações são universais.
etapas do processo histórico, assume Existirá vida em outros planetas?
formas, características e funções distintas. Sendo assim, um produto da
As grandes cidades passam a addivisão do tipo e dos objetos de traba- quirir problemas decorrentes da sua
lho, bem como do poder nela centrali- expansão ao longo dos anos. Umas
zado, estando sempre articulada com não conseguem evitar que sua grande
a sociedade global, levando-se em população se estabeleça em áreas de
conta a organização política, e a estru- risco, onde os problemas de instalatura do poder, a natureza e a reparti- ções básicas e infra-estrutura não conção das atividades econômicas e das seguem atender a grande demanda. O
classes sociais.
problema do tráfego nestas cidades é
outro fator preocupante, assim a neA estrutura espacial de uma cidade cessidade de equipamentos urbanos
capitalista não pode ser dissociada de saúde e educação, aliado a falta de
das práticas sociais e dos conflitos policiamento, a criminalidade crescenexistentes entre as classes urbanas. te estimulada pela impunidade, a falta
Com efeito, a luta de classes também de presídios e reformatórios, a crise
se reflete na luta pelo domínio do es- da habitação popular, a falta de crédipaço, marcando a forma de ocupação to na área rural, são fatores que audo solo urbano. Por outro lado, a recí- mentam o êxodo e geram o fluxo miproca é verdadeira: nas cidades capi- gratório que causa a densidade poputalistas, a forma de organização do lacional nos grandes centros urbanos
espaço tende a condicionar e assegu- causando inúmeros problemas que
rar a concentração de renda e de po- encontramos pelas cidades.
EDUCAR - Uma janela para o mundo
Decifráveis?
A vida é um roteiro traçado pelo mistério;
A felicidade, o orgasmo sutil da existência.
A amizade é o combustível da humanidade;
O amor, a face de Deus ofertada desde cedo.
A informação é o tijolo bruto da consciência;
O saber, a construção portadora de atitude.
A mudança é a dança estonteante da rotina;
O sonho, o fruto antecipado como semente.
A dor é o atalho que ressuscita a nossa essência;
A preocupação, a miragem impotente do medo.
A arte é a senha que destranca a alma pequenina;
A poesia, a música cujo refrão depende da gente.
Pablo Robles
Pagina 03
****************************
"De um certo ponto em diante não há mais retorno. Esse é
o ponto que deve ser alcançado" (Kafka)
“Devemos lutar pela igualdade sempre que a diferença nos
inferioriza, mas devemos lutar pela diferença sempre que a
igualdade nos descaracteriza” (Boaventura)
busca imagem e IBOPE, pois somente assim conseguirá patrocinadores e valorizará seus espaços publicitários.
EDUCAR
Uma janela para o mundo
Todos sabemos que programas sobre educação onde se abordem verdades e se discuta o assunto de forma imparcial, suprapartidariamente
e com ética são raros na mídia convencional.
São raros porque infelizmente não
dá IBOPE e a mídia convencional
Rádio CULTURAonline - www.gazetavaleparaibana.com
Nosso programa no ar todos os Sábados, das 18;00
ás 20;00 horas e, o ouvinte
poderá interagir com suas
sugestões,
criticas ou
questionamentos.
RADIOCULTURAonline
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PROGRAMAÇÃO
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www.gazetavaleparaibana.com
Março 2011
Gazeta Valeparaibana
Pagina 04
Nossas crianças sob risco
Fonte:Google
Filipe de Sousa
Para entendermos
bem os efeitos ou a
influência da alimentação sobre a
saúde dos estudantes e os reflexos
desses fatores sobre o aprendizado,
devemos dividir a
faixa etária infantojuvenil segundo a sua classe social
ou econômica.
É bem sabido que as classes mais
pobres apresentam um tipo de alimentação quantitativamente mais deficiente, com tendência a problemas
de ordem carêncial, como anemias,
deficiências imunológicas, raquitismo,
verminoses, parasitoses em geral e
maior tendência também às viroses
comuns da infância (caxumba, varicela, sarampo, rubéola) e infecções. As
classes mais ricas, incluindo a classe
média, possuem uma alimentação
quantitativamente mais completa e
apresentam menor incidência desses
problemas, mas mostram incidência
de outros, como alergias respiratórias
e obesidade. No entanto, devido à
alimentação industrializada - empobrecida nutricionalmente e rica em
aditivos e componentes nocivos - há
uma diminuição qualitativa da saúde
em todas as classes sociais, determinando alguns problemas comuns de
saúde como cárie dentária (menor
nas classes mais abastadas devido à
possibilidade de assistência odontológica particular, mas com tendência
praticamente igual pela falta de escovação após as merendas e lanches),
desmotivação, dificuldade de aprendizagem, ansiedade e doenças crônicas.
Estes dados importantes são motivo
de discussão entre autoridades sanitárias e educacionais. A maior possibilidade de acesso por parte das crianças e adolescentes das classes
média e alta a alimentos industrializados e proteínas animais condicionadas (ou mesmo as comuns) os expõe
a perigos bem maiores, ou seja, doenças degenerativas produzidas pelo
excesso alimentar, como o câncer em
geral (a leucemia, em particular) as
doenças reumáticas, o diabetes e as
síndromes de incidência mais recente, como mieloma múltiplo, miastenia
gravis, artrite reumatóide e doenças
autoimunes em geral. Isso pode ser
facilmente comprovado se observarmos estatísticas oficiais que mostram
maior incidência de doenças degenerativas e crônicas nos países mais
desenvolvidos que adotam a dieta
industrializada. Por isso, mesmo que
as classes mais pobres possuam uma dieta mais carente, são menos
expostas às doenças degenerativas.
Em outras palavras, as classes mais
favorecidas apresentam qualidade
biológica menor. Certamente, por
conta da alimentação industrializada,
este quadro se inverteu e surpreendeu a muitos nutricionistas e autoridades sanitárias, pois até há pouco
tempo acreditava-se que uma alimentação pobre em nutrientes era a causa de numerosas doenças. Hoje, as
estatísticas apontam que há mais riscos de doenças com uma alimentação excessiva do que com uma carente. Some-se a isso o fato de que
as classes mais pobres geralmente
têm acesso a certos alimentos hoje
considerados como funcionais ou como fonte de elementos protetores da
saúde, como folhas verdes, hortaliças, frutas regionais, rapadura, farinhas, cereais naturais etc. Em contraste, as classes mais ricas acostumaram-se a consumir produtos altamente elaborados: enlatados, empa-
ra outra: temos condições de avaliar
completa e amplamente todos os efeitos negativos da alimentação industrializada, principalmente aquela
consumida nas escolas e nos lares,
sobre os organismos das crianças e
jovens? Isso nos leva a mais uma
pergunta preocupante: até que ponto
a má qualidade alimentar, em todas
as faixas sociais de alunos, está preInfelizmente há, no entanto, alguns judicando a qualidade de ensino no
produtos industrializados de baixo Brasil?
custo - repletos de corantes, aromati- Enquanto não pudermos responder a
zantes e conservantes, gorduras estas perguntas, devemos procurar
trans, calorias vazias e colesterol, meios para melhorar a qualidade e a
principalmente em guloseimas, chips, quantidade do que os nossos filhos,
doces, sorvetes e refrigerantes - e de alunos e estudantes estão comendo.
fácil acesso também às crianças per- Antes, apenas as deficiências de fertencentes a classes mais pobres, o ro, de cálcio, vitaminas A e proteínas
que expõe uma classe intermediária eram motivo de atenção e estavam
a maiores problemas que as classes diretamente envolvidas com numerosituadas nos extremos de uma escala sas situações anômalas capazes de
social e econômica, pois além de u- produzir tais efeitos. Atualmente, a
ma dieta carente, absorvem também alimentação industrializada é mais
produtos químicos artificiais prejudici- um elemento desse conjunto.
ais. De qualquer modo, todas as cri- Todos os problemas relacionados a
anças e adolescentes estão sujeitos este tema, dada a sua gravidade e
a problemas de saúde que põem em urgência, envolvem atenção e particirisco a saúde e, consequentemente, pação de pais, educadores, autoridades sanitárias, empresários da produa capacidade de aprender.
Neste ponto, somos forçados a acei- ção e fornecimento de alimentos, métar que muitos desses problemas de- dicos, nutricionistas e da mídia.
cotados, fritos, ricos em colesterol e
açúcar como os chips, a salsicharia,
o presunto, os laticínios gordurosos,
o pão branco, os cereais matinais
empobrecidos em nutrientes mas repletos de sacarose e aditivos, a proteína animal além das necessidades
do organismo e outros de difícil aquisição pelas classes mais pobres devido ao custo elevado.
penderão de aspectos individuais, de
fatores familiares, genéticos, raciais,
culturais, regionais e de idiossincrasias de cada organismo.
A pergunta é: até que ponto as carências nutricionais, bem como os efeitos da má alimentação e da alimentação industrializada são responsáveis
ou contribuem para a desmotivação,
o baixo rendimento escolar, a reprovação e o abandono dos estudos? E
até que ponto são esses fatores resultantes de uma saúde geral deficiente, também motivados pela dieta
precária ou rica em aditivos debilitantes? Esta pergunta abre caminho pa-
Desafios brasileiros - Campanha
TROQUE UM (1)
PARLAMENTAR
POR
344
PROFESSORES
Sou professor de Física, de ensino médio de uma escola pública
em uma cidade do interior da Bahia e gostaria de expor a você o
meu salário bruto mensal:
R$650,00.
Eu fico com vergonha até de dizer, mas meu salário é R$650,00.
Isso mesmo! E olha que eu ganho
mais que outros colegas de profissão que não possuem um curso
superior como eu e recebem minguados R$440,00. Será que alguém acha que, com um salário
assim, a rede de ensino poderá
contar com professores compe-
tentes e dispostos a ensinar? Não
querendo generalizar, pois ainda
existem bons professores lecionando, atualmente a regra é essa:
O professor faz de conta que dá
aula, o aluno faz de conta que aprende, o Governo faz de conta
que paga e a escola aprova o aluno mal preparado. Incrível, mas é
a pura verdade! Sinceramente, eu
leciono porque sou um idealista e
atualmente vejo a profissão como
um trabalho social. Mas nessa semana, o soco que tomei na boca
do estomago do meu idealismo foi
duro!
ça, pouco mais de R$2,8 milhões,
na Espanha, cada parlamentar
custa por ano R$850 mil e na vizinha Argentina R$1,3 milhões.
Trocando em miúdos, um parlamentar custa ao país, por baixo,
688 professores com curso superior !
Diante dos fatos, gostaria muito,
amigo, que você divulgasse minha
campanha, na qual o lema será:
“TROQUE UM PARLAMENTAR
POR 344 PROFESSORES'.
Repassar esta informação é uma
obrigação, é sinal de patriotismo,
pois a vergonha que atualmente
impera em nossa política está
desmotivando o nosso povo e arruinando o nosso querido Brasil.
Descobri que um parlamentar brasileiro custa para o país R$10,2
milhões por ano... São os parlamentares mais caros do mundo. O
minuto trabalhado aqui custa ao É o mínimo que nós, patriotas, pocontribuinte R$11.545.
demos fazer.
Na Itália, são gastos com parlamentares R$3,9 milhões, na Fran- PASSE ADIANTE - Divulgue
São urgentes a firme tomada de
posição e estudos mais sérios
quanto ao tipo de substâncias e
compostos ingeridos pelos nossos
alunos.
Sabemos dos riscos da diminuição
da capacidade de aprendizagem e
da capacidade intelectual que muitos alimentos podem produzir e
também dos riscos que tudo isso
representa quanto ao futuro da
nossa nação. Precisamos nos
conscientizar e atuar, em conjunto,
na defesa da saúde e da qualidade
de vida e aprendizagem da faixa
etária do povo que formará o nosso futuro.
Comunicação
Comunicar-se é
sempre um
desafio!
Às vezes, precisamos usar métodos diferentes para alcançar certos
resultados.
Por quê?
• Porque a bondade que
nunca repreende não é bondade: é passividade;
• Porque a paciência que
nunca se esgota não é paciência: é subserviência;
• Porque a serenidade que
nunca se desmancha não é
serenidade: é indiferença;
• Porque a tolerância que
nunca replica não é tolerância: é imbecilidade."
DENGUE:Cuidar de nosso lixo, de nosso quintal e, alertar vizinhos, é uma obrigação de cada um.
Março 2011
Gazeta Valeparaibana
Página 05
Dia Internacional da criança no rádio e na TV.
6 de Março >> Dia Internacional da Criança no
Rádio e na TV
O Dia Internacional da Criança
no Rádio e na TV 2011 será
realizado no domingo
6 de março.
O tema será
As meninas são…
Os meninos são…
O Dia Internacional da Criança
no Rádio e na TV (ICDB), que é
celebrado anualmente no primeiro domingo do mês de março, é
o dia em que emissoras de todo
o mundo sintonizam nas crianças. Nesse dia, as emissoras de
rádio e televisão transmitem
programas sobre e para as crianças. E, mais importante ainda,
permitem que meninas e meninos participem da programação
e de sua produção, falem sobre
seus sonhos e esperanças e
compartilhem informações com
outras crianças e adolescentes.
Após a 2ª Grande Guerra Mundial, as
crianças de todo o Mundo enfrentavam grandes dificuldades, a alimentação era deficiente, os cuidados médicos eram escassos.
Os pais não tinham dinheiro, viviam
com muitas dificuldades, retiravam os
filhos da Escola e punham-nos a trabalhar de sol a sol. Mais de metade das
crianças Européias não sabia ler nem
escrever.
Em 1950, a Federação Democrática
Internacional das Mulheres, propôs às
Nações Unidas que se comemorasse
um dia dedicado a todas as crianças
do Mundo.
Os Estados Membros das Nações Unidas, - ONU - reconhecendo que as crianças, independentemente da raça,
cor, sexo, religião e origem nacional
ou social, necessitam de cuidados e
atenções especiais, precisam de ser
compreendidas, preparadas e educadas
de modo a terem possibilidades de usufruir de um futuro condigno e risonho, propuseram o Dia 1 de Junho,
como Dia Mundial da Criança.
Nunca é demais lembrar, até porque
poucas vezes isso tem sido feito, quais
os direitos que assistem especificamente às crianças, e que estão consagrados na Convenção sobre os Direitos da Criança que foi elaborada em
1989 pelas Nações Unidas, que tiveram em consideração, entre outras coisas, o indicado na Declaração dos Direitos da Criança, adotada em 20 de
Novembro de 1959 pela Assembleia
Geral desta Organização, que dizia que
“a criança, por motivo da sua falta de
maturidade física e intelectual, tem
necessidade de uma proteção e cuidados especiais...”.
A ONU reconheceu também que “em
todos os países do mundo há crianças
que vivem em condições particularmente difíceis e a quem importa assegurar uma atenção especial, tendo devidamente em conta a importância das
tradições e valores culturais de cada
povo para a proteção e o desenvolvimento harmonioso da criança e a importância da cooperação internacional
para a melhoria das condições de vida
das crianças em todos os países, em
particular nos países em desenvolvimento.”
Os 10 mandamentos da
criança aos pais
5. As tarefas domésticas estão sempre
a precisar de ser feitas. Só sou pequeno por pouco tempo. Por favor percam
tempo a explicar-me as coisas deste
fantástico mundo em que vivemos e
façam-no de boa vontade.
6. Por favor não vão "fazer por cima"
tudo o que eu faço. Isso dá-me a ideia
de que os meus esforços nunca alcançam as vossas expectativas.
Sei que é difícil, mas não me comparem a outras crianças.
7. A minha existência é uma dádiva.
Cuidem de mim como é esperado, responsabilizando-me pelas minhas
ações, dando-me linhas de orientação e
disciplinem-me de um modo afetuoso.
8. Por favor não tenham medo de ir
passar fora um fim-de-semana. Os filhos precisam de férias dos pais como
os pais precisam de férias dos filhos. É
uma bela maneira de mostrarem como
a vossa relação é especial.
9. Por favor dêem-me a liberdade para
tomar decisões que me dizem respeito.
Deixem-me falhar, para que eu possa
aprender com os meus erros. Assim,
um dia estarei preparado para tomar as
decisões que a vida me exigirá.
10. Por favor dêem-me todas as oportunidades para eu aprender e bons exemplos para eu seguir. Assim poderei
tornar-me numa pessoa verdadeira,
reta e humana.
Mensagem
1. As minhas mãos são pequenas: por
favor não esperem a perfeição ao fazer
a cama, desenhar, atirar e agarrar uma
bola.
As minhas pernas são pequenas: por
favor abrandem para eu vos poder acompanhar.
2. Preciso de encorajamento para crescer. Por favor sejam brandos nas vossas críticas. Lembrem-se: podem criticar o que faço sem me criticarem a
mim.
3. Os meus olhos não vêem o mundo
do mesmo modo que os vossos. Por
favor deixem-me explorá-lo em segurança. Não me impeçam de o fazer
sem necessidade.
4. Os meus sentimentos ainda estão
tenros. Não impliquem comigo o tempo todo. Tratem-me como desejariam
ser tratados.
Com esta matéria, estamos dando início a esta campanha que deverá ser
levada a efeito nas escolas, nas comunidades religiosas e na sociedade como um todo.
O objetivo de nosso envolvimento,
como líderes espirituais, é, por meio
de ações, despertar a sociedade para a
necessidade de uma tomada de consciência e, consequentemente,para tornarse mais proativa no sentido de uma
mudança de paradigma com relação à
discriminação em todos os sentidos na
vida da criança brasileira.
Com este ato, estamos propondo que
cada tradição, no contato com suas
respectivas comunidades, leve adiante
este compromisso com o despertar de
uma nova forma de olhar e respeitar as
diversidades.
As tradições religiosas buscam a construção do bem e se veem diante da importância de somar forças na valorização da diversidade por meio das crianças e dos adolescentes, buscando uma
sociedade mais justa.
A história mostra que o racismo se faz
presente em nossas escolas, nas comunidades e em casa, tolhendo a possibilidade do desabrochar, ferindo a dignidade humana. Mesmo após tantos anos
de lutas pela igualdade, nossa humanidade insiste ainda nesta falha de compreensão e não aceitação da realidade
das diferenças. Somos todos diferentes
uns dos outros e é precisamente nessa
diversidade que encontramos um povo
bonito e rico em raça, cultura e religiosidade.
É importante compreender que as diferenças unidas fazem a força, formam o
todo. A natureza não discrimina; o sol
oferece seus raios a todos; a água dá
de beber a quem quiser; o adubo alimenta com seus nutrientes todas as
plantas. Exaltando a aceitação, apreciando as diferenças, não nos calando,
nem nos deixando cegar diante do preconceito, do racismo e da segregação,
mostramos nossa confiança no respeito
à diversidade.
O desenvolvimento da vida compreende o cuidado com as crianças e os adolescentes, e, em nossas preces, meditações e oferendas, rogamos por um
mundo melhor para elas. O seu crescimento em ambientes social e psicologicamente favoráveis é fundamental
para uma sociedade saudável e pacífica.
Para promover os direitos das crianças,
em nossos ensinamentos, procuramos
estimular os valores de respeito a si
próprio, ao próximo e à natureza. Fazer o bem, cultivar a paz, ser cordial,
amoroso no seu dia a dia com todas as
pessoas que porventura atravessem seu
caminho ou com as quais se relacionem são atitudes básicas para o nosso
crescimento e a construção da convivência baseada no respeito.
As tradições religiosas se unem em
prol dos direitos e do bem-estar das
crianças. Abençoamos a campanha
proposta pelo UNICEF “Por uma infância sem racismo” e nos comprometemos perante nossas comunidades a
promover ações visando aos direitos
das crianças, equidades raciais e educação para a paz.
A vida nos traz a oportunidade de aprendermos juntos e convidamos todos
a abraçar essa oportunidade, a fazer
um mundo melhor. Abençoadas sejam
todas as nossas crianças. Valorizar as
diferenças na infância é cultivar igualdades.
A rádio web CULTURAonline,
estará dedicando toda a programação do próximo domingo dia
6 de março á criança, abordando
os temas sugeridos pela UNICEF
e divulgando campanhas e matérias inerentes ao tema.
PARTICIPE !!!
www.gazetavaleparaibana.com
Acertar por vezes é um dever mas, saber reconhecer um erro, é sem dúvida o maior dos acertos...
Gazeta Valeparaibana
Março 2011
Página 06
DEBATE ABERTO *
Ecossocialismo nas
latitudes ao sul do Trópico
de Câncer
No Fórum Social Mundial 2011, reali-
zado em Dakar, no Senegal, a questão do ecossocialismo ocupou novamente espaço dentre os ativistas e
participantes desse importante encontro internacional. Mas afinal, o que
vem a ser mesmo esse tal de ecossocialismo?
Paulo Kliass
A virada do milênio tem trazido algumas questões novas à extensa pauta
das preocupações com o futuro da
Humanidade. Na seqüência de eventos históricos carregados de significado, talvez o mais importante tenha
sido o fim da experiência do chamado
“socialismo real” na maior parte dos
países do leste europeu, bem como
das conseqüências provocadas sobre
os países que dependiam econômica
e diplomaticamente daquele bloco em
todos os continentes do globo.
O crescimento, em escala global, dos
movimentos preocupados com a
questão ambiental fortaleceu o surgimento dos próprios partidos chamados “verdes” ou “ecologistas”, que
passaram a contar com representantes nos espaços legislativos em grande parte dos países, especialmente
aqueles do mundo desenvolvido. Apesar de apresentarem uma visão
muitas vezes restritiva em sua pauta
política, a entrada em cena desses
novos atores representava o início do
debate a respeito da questão ambiental de forma institucional e definitiva.
Não haveria mais como ignorar esse
tema, até então pouco presente de
forma explícita nas agendas políticas
dos Estados.
Por outro lado, cada vez mais as forças políticas que partilhavam uma
visão crítica do modelo de sociedade,
tal como praticado pelos países defensores de uma economia de mercado - o nosso antigo e velho conhecido
modo capitalista de produção, passaram a incorporar em suas reflexões a
preocupação com a questão ambiental. Ou seja, a questão da superação
do capitalismo passou a estar acompanhada da preocupação com um
modelo social e econômico que estivesse também referenciado na própria sustentabilidade do planeta.
O crescimento da importância e da
influência políticas exercidas pelo mo-
vimento altermundista reforçou igualmente tal tendência, à medida que as
sucessivas edições do Fórum Social
Mundial (FSM) aprofundavam os debates a respeito das estratégias para
se aproximar do lema “um outro mundo é possível”. Em 2011, no evento
realizado há poucos dias em Dakar,
no Senegal, a questão do ecossocialismo ocupou novamente espaço dentre os ativistas e participantes desse
importante encontro internacional.
Mas afinal, o que é vem a ser mesmo esse tal de ecossocialismo?
A conjugação de forças para a consolidação desse movimento foi bastante
dispersa, como tende a ocorrer com
as tentativas que buscam refletir uma
tendência histórica e/ou conjuntural
que perpassa fronteiras nacionais e
barreiras de natureza até mesmo político-ideológica. Mas, ao que tudo
indica, a idéia para uma iniciativa comum concretizou-se em 2001, quando os professores Joe Kovel e Michael Löwy, dentre outros, propuseram o
lançamento de um Manifesto Ecossocialista em escala internacional.
Pode-se começar a ter uma idéia
mais objetiva do que seja o movimento a partir das considerações presentes no próprio texto introdutório do
documento, escrito há quase uma
década:
“O ecossocialismo não é ainda um
espectro, tampouco está baseado em
partido político ou movimento concreto. É somente uma alínea racional
que parte de uma determinada interpretação da crise atual e das condições necessárias para superá-la. Não
temos nenhuma pretensão de onisciência. Pelo contrário, nossa meta é
convidar ao diálogo, a discussão, as
emendas e, sobretudo, pensarmos
como podemos efetivar está idéia.
Por todos os lugares do universo caótico do capital mundial surgem espontaneamente pontos inumeráveis de
resistência. Muitos são intrinsecamente ecossocialistas em seu conteúdo.”
de imperialismo conhecida como globalização, com seus efeitos desintegradores sobre as sociedades que se
colocam em seu caminho. Ainda, essas forças subjacentes são essencialmente diferentes aspectos do mesmo
movimento, devendo ser identificadas
como a dinâmica central que move o
todo: a expansão do sistema capitalista mundial.”
No entanto, uma das grandes dificuldades de natureza teórica e política
de tal proposição reside na maneira
de como encarar a questão da inclusão de bilhões de indivíduos em condições de vida minimamente civilizatórias e a questão da redução do abismo de desigualdade sócioeconômica em escala planetária. Afinal, uma coisa é ter preocupação
com o modelo de sustentabilidade em
sociedades que já atingiram, há muitas décadas, padrões de bem estar
social para a maioria das respectivas
populações, com infra-estrutura econômica e social implantada no conjunto da sociedade e capacitação produtiva para buscar modelos de produção assim chamados de “verdes” e
menos agressivos ao meio-ambiente.
Já o desafio apresenta-se muito mais
complexo quando se trata de sociedades – a grande maioria do mundo,
diga-se de passagem – do mundo
subdesenvolvido ou em desenvolvimento.
A maior parte da população do mundo vive em países onde o nível de
carência básica e as exigências de
caráter emergencial exigem soluções
muitas vezes contraditórias com o
modelo um tanto idealizado do movimento ecossocialista.
A construção de uma estratégia para
sustentar um modelo ecossocialista
deve passar, necessariamente, pelo
enfrentamento da questão do crescimento e do desenvolvimento econômicos. Afinal, não existe alternativa à
inclusão social e econômica que não
seja por essa via. E nesse momento,
na encruzilhada do debate, surge a
questão do “limite ao crescimento”,
Com isso, percebe-se claramente um como o próprio manifesto tenta aboravanço em relação às críticas mais dar, como veremos no parágrafo acaracterísticas do movimento ecolo- baixo.
gista. Em geral, este último sempre
abriu suas baterias genericamente “O ecossocialismo insiste em redefinir
contra os chamados modelos preda- a trajetória e objetivo da produção
tórios e de destruição do meio- socialista em um contexto ecológico.
ambiente. Já os que se consideram Ele o faz especificamente em relação
integrantes da corrente ecossocialista aos “limites ao crescimento”, essenciprocuram identificar no modelo capi- al para a sustentabilidade da sociedade. Isso sem, no entanto, impor estalista as causas de tal degradação.
cassez, sofrimento ou repressão à
O texto do manifesto é claro quan- sociedade. O objetivo é a transformato a essa qualificação:
ção das necessidades, uma profunda
mudança de dimensão qualitativa,
“Na nossa visão, as crises ecológicas não quantitativa. Do ponto de vista da
e o colapso social estão profunda- produção de mercadorias, isso se
mente relacionados e deveriam ser traduz em uma valorização dos valovistos como manifestações diferentes res de uso em detrimento dos valores
das mesmas forças estruturais. As de troca um projeto de relevância de
primeiras derivam, de uma maneira longo prazo baseado na atividade
geral, da industrialização massiva, econômica imediata.”
que ultrapassou a capacidade da Ter- E por mais que se tente argumentar,
ra absorver e conter a instabilidade infelizmente a questão é inescapável.
ecológica. O segundo deriva da forma
Na situação atual, para a maioria da
população do globo, impor limites ao
crescimento significa estabelecer algum grau de escassez e de inacessibilidade ao padrão de vida já alcançado justamente pelas sociedades onde
surgiram tais teorias. O grande desafio é encontrar um caminho que combine os requisitos de sustentabilidade
em escala planetária com a necessária satisfação das necessidades de
bilhões de pessoas que se encontram
excluídas do acesso a bens básicos.
E isso significa, sim, de alguma forma, ampliar o padrão atual de consumo em escala mundial. A busca de
respostas, caminhos e soluções para
esse dilema é exatamente o foco desse momento que parecemos viver no
mundo, desse início de milênio.
Nesse sentido, parece um tanto idealista a proposição de operar exclusivamente na escala local, no plano do
microempreendimento. Essa solução
pode funcionar em alguns casos, em
alguns países, mas dificilmente dará
conta, no curto e no médio prazos, do
atendimento em escala ampla. Da
forma como o manifesto trata esse
ponto, a livre associação de produtores pareceria capaz de oferecer a solução de generalizar a produção em
bases ecológicas. Senão vejamos,
“A generalização da produção ecológica sob condições socialistas pode
fornecer a base para superação das
crises atuais. Uma sociedade de produtores livremente associados não
cessa sua própria democratização.
Ela deve insistir em libertar todos os
seres humanos como seu objetivo e
fundamento. Ela supera assim o impulso imperialista subjetiva e objetivamente.”
Como se pode perceber, a questão é
bastante complexa e não poderia ser
esgotada aqui nesse espaço. Resolver essa dificuldade implica, entre
outros aspectos, em reconhecer que
o tratamento da sustentabilidade e
dos diversos modelos a serem adotados deve obedecer, entre outros, ao
critério da diversidade. E, desse ponto de vista, o ecossocialismo para as
latitudes ao sul do Trópico de Câncer
deveria merecer critérios diferenciados em relação àqueles da Europa e
América do Norte. As maiorias dos
países da África, da Ásia, da América
e da Oceânia apresentam carências
urgentes e imediatas. O contraargumento, igualmente relevante e
essencial, é de que qualquer caminho
deve levar em consideração os limites físicos do potencial de recursos
físicos do planeta.
O momento atual e os anos a seguir
serão fundamentais para que se encontrem soluções capazes de combinar o caminho da sustentabilidade da
Terra, da redução das desigualdades
entre as populações e do atendimento de padrões de vida condignos para
todos.
Filipe de Sousa via 3º.Setor
"Existem três Tipos de pessoas no mundo: As que fazem as coisas acontecerem; as que assistem as coisas
acontecerem e as que não se dão conta das coisas que acontecem..."
Gazeta Valeparaibana
Março 2011
Página 07
Distrito Federal
O Distrito Federal é uma das 27
unidades federativas do Brasil, onde se localiza a capital federal Brasília, cujos limites coincidem com
os do próprio Distrito Federal. A
capital foi fundada em 21 de abril
de 1960. Foi construída em três anos e dez meses, através de um
projeto do presidente Juscelino
Kubitschek de mudança da capital
nacional do município do Rio de
Janeiro para o centro do país. Até a
criação de Brasília, a capital federal
localizava-se na cidade do Rio de
Janeiro, antecedida por Salvador.
Durante o Império, o equivalente ao
Distrito Federal era o município
neutro, onde se situava a corte, no
Rio de Janeiro. Depois da Proclamação da República o Rio de Janeiro tornou-se a capital federal,
que somente no início da década
de 1960 foi transferida para o centro do Brasil, no leste do estado de
Goiás. Quando de sua transferência, o território onde se localizava a
capital foi provisoriamente o estado da Guanabara (de 1960 a 1975).
O Distrito Federal manteve inicialmente sua estrutura políticoadministrativa, permanecendo até
hoje com o prestígio de instituições centenárias e uma capital
com menos de meio século.
Com a reordenação republicana do
território brasileiro, as províncias
passaram a estados e cada um deles passou a ser uma unidade da
Federação. Quase todos os estados surgiram das províncias de
mesmos nomes, exceto o Distrito
Federal e outros estados criados
pela divisão territorial, como por
exemplo a divisão de Goiás, em
que o território norte passou a ser
o estado do Tocantins e o sul permaneceu Goiás.
afirmou que iria transferir a capital. Eleito Clima
presidente, Juscelino estabeleceu a construção de Brasília como meta-síntese de
O clima é tropical de altitude, com um
seu Plano de Metas.
verão úmido e chuvoso e um inverno seNo dia do centenário da Independência, o co. A temperatura média anual é de cerca
presidente Epitácio Pessoa mandou erigir de 19,8°C, podendo chegar aos 30,0°C
no Morro do Centenário, em Planaltina, de média das máximas em setembro, e
um obelisco com os seguintes dizeres:
aos 10,5°C de média das mínimas nas
madrugadas de inverno em julho. A míni“Sendo Presidente da República
ma absoluta histórica foi de 1,6°C em
o Exmo. Sr. Dr. Epitácio da Silva Pessoa, em cumprimento ao disposto no 1975 (fonte: Instituto Nacional de Pesquidecreto 4494 de 18 de janeiro de 1922, sas Espaciais) sendo acompanhada de
foi aqui colocada em 07 de setembro uma geada. A máxima absoluta histórica
de 1922, ao meio-dia, a Pedra Funda- foi de 34,5°C em 12 de outubro de 1963.
mental da Futura Capital Federal dos
Estados Unidos do Brasil”
A temperatura, porém, varia de forma
significativa nas áreas menos urbanizaO traçado de ruas de Brasília obedece ao
das, onde a média das mínimas de inverplano piloto implantado pela empresa Nono cai para cerca de 10°C a 5°C. A umivacap a partir de um anteprojeto do arquidade relativa do ar é de aproximadamenteto Lucio Costa, escolhido através de
te 80%, podendo chegar aos 15% ou meconcurso público. O arquiteto Oscar Nienos no inverno.
meyer projetou os principais prédios públicos da cidade. Apesar de a cidade ter
Vegetação
sido construída em tempo recorde, a
transferência efetiva da infraestrutura go- A vegetação típica do Distrito Federal é o
vernamental só ocorreu durante os gover- cerrado. Essa vegetação tem como canos militares, já na década de 1970.
racterísticas os troncos retorcidos, folhas
e cascas grossas. É o domínio que está
sofrendo maior devastação nos últimos
GEOGRAFIA
anos. O índice de desmatamento dessa
Abriga uma população estimada em cerca região é da ordem de 70%, ou seja, hoje,
da área original do cerrado, restam apede 2.606.885 habitantes (segundo o IBGE nas 30%.
2009), tendo como área territorial total
5.822,1 km², o que representa densidade O cerrado divide-se em:
populacional de aproximadamente 443
hab./km².
* Cerradão: presença arbórea acima de
60% da área, com um pequeno espaçaO Distrito Federal é um semi-enclave de mento entre as árvores, o que torna a
Goiás, sendo circundado por praticamen- mata fechada.
* Cerrado típico: vegetação localizada
te todo o território do estado; apenas na
ponta sudeste o Distrito Federal faz divisa nos latossolos profundos e bem drenados
no Brasil Central. Ocorre em áreas extencom a cidade mineira de Cabeceira Gransas, formadas por uma camada de gramíde (até 1995, distrito de Unaí).
neas e uma cobertura florestal que varia
de 10% a 60% da área.
Geomorfologia e relevo
* Campo limpo: localizado em solos
mais rasos. Região campestre com inexpressiva presença de árvores.
* Campo sujo: ocorre em solos pouco
ou mais profundos que o campo limpo.
Existe uma pequena presença arbórea
(cerca de 10%). A grande variedade topográfica, edáfica e de umidade proporciona
a variedade de espécies da região.
(Caetano, 2004).
Áreas planas e elevadas, colinas arredondadas e chapadas intercaladas por escarHISTÓRIA
pas. Assim é caracterizado o relevo domiDesde a primeira constituição republicana nante do Distrito Federal. Ao norte e ao
já constava um dispositivo que previa a sul pequenas diferenças podem ser permudança da Capital Federal do Rio de cebidas na paisagem.
Janeiro para o interior do país.
* Norte: relevo acidentado, com vales
profundos
chamados "vãos".
Em 1891, foi nomeada a Comissão Explo*
Sul:
são
comuns os vales abertos e
radora do Planalto Central do Brasil, lideas
encostas
pouco
íngremes.
rada pelo astrônomo Luís Cruls e integra*
Altitudes.
1.100
metros é a média,
da por médicos, geólogos e botânicos,
tendo
como
ponto
mais
elevado a Chapaque fizeram um levantamento sobre topoda
da
Vendinha,
localizada
a noroeste
grafia, clima, geologia, flora, fauna e os
recursos materiais da região do Planalto com 1.349 metros.
Bacia do São Francisco.
* Bacia do São Bartolomeu (sul/
sudeste): deságua na Bacia do Paraná.
* Bacia do Maranhão (norte): deságua
na Bacia do Tocantins/Araguaia.
Atualmente essas bacias passam por um
forte processo de degradação devido a
dois aspectos diretos: a utilização excessiva da agropecuária e a ocupação irregular do solo para fins urbanos. (Caetano,
2004).
ADMINISTRAÇÃO
No Brasil, a ideia de cidade está intimamente ligada à de município, porém o
Distrito Federal é exceção a esta regra:
há diversos núcleos urbanos, sendo o
principal deles a região administrativa de
Brasília, que por sua vez também se confunde com a ideia de Plano Piloto. Quanto
aos outros núcleos, há muita discussão
sobre se estes seriam cidades distintas,
ou se seriam na verdade bairros distantes
da capital do país. De qualquer forma, o
Distrito Federal não é município e nem
estado, constituindo um tipo independente de entidade federativa. Possui governador, assim como os estados, mas não
é subdividido em municípios (conforme
exige a constituição federal) e, portanto,
não possuindo prefeito.
É dividido em regiões administrativas, que
historicamente foram chamadas de cidades-satélite (atualmente, alguns consideram este termo pejorativo). Convém lembrar também que alguns destes núcleos
são mais antigos do que a própria Brasília, como Planaltina, que era município de
Goiás antes de ser incorporado ao Distrito
Federal, e Brazlândia, fundada na década
de 1930.
O Distrito Federal possui autonomia para
instituir e arrecadar tributos próprios aos
estados, como o imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços (ICMS),
imposto sobre a propriedade de veículos
automotores (IPVA); e aos municípios,
como o imposto predial e territorial urbano
(IPTU).
Além disso, não se subordina administrativamente ao vizinho estado de Goiás,
com o qual divide quase toda a sua divisa.
CONTINUA NA PÁGINA SEGUINTE
ATENÇÂO
A Gazeta Valeparaibana, um veículo da
OSCIP “Formiguinhas do Vale”, organização sem fins lucrativos, somente publica
matérias, relevantes, com a finalidade de
abrir discussões e reflexões dentro das
salas de aulas, tais como: educação, cultura, tradições, história, meio ambiente e
sustentabilidade, responsabilidade social
e ambiental, além da transmissão de conhecimento.
Assim, publica algumas matérias selecionadas de sites e blogs da web, por acreditar que todo o cidadão deve ser um multiplicador do conhecimento adquirido e, que
Hidrografia
nessa multiplicação, no que tange a Cultura e Sustentabilidade, todos devemos nos
Central. A área ficou conhecida como
O Distrito Federal é caracterizado como unir, na busca de uma sociedade mais jusQuadrilátero Cruls e foi apresentada em Situada em uma vertente está a cidade um divisor de águas.
ta, solidária e conhecedora de suas resde Brasília; quanto mais próxima do rio
1894 ao Governo Republicano.
ponsabilidades sociais.
Paranoá menor será sua altitude, cheganAs principais bacias hidrográficas da regiEm 1922 uma comissão do Governo Fe- do a 1.152 metros no centro de Brasília.
ão:
deral estabeleceu a localização no cerra* Bacia do Rio Descoberto (oeste): dedo goiano, mas o projeto ficou engaveta- O presidente Epitácio Pessoa erigiu, ságua na Bacia do Paraná. Fornece cerca
do. Apenas em 1955, durante um comício ainda no ano de 1922, a pedra funda- de 60% da água tratada consumida no
mental do "futuro Distrito Federal".
na cidade goiana de Jataí, o então candiDistrito Federal.
dato à presidência Juscelino Kubitschek
* Bacia do Preto (leste): deságua na
No entanto, todas as matérias e imagens
serão creditadas a seus editores, desde
que adjudiquem seus nomes nas matérias
publicadas. Caso não queira fazer parte da
corrente, favor entrar em contato.
[email protected]
PRÓXIMO mês estaremos abordando o Estado do Espírito Santo (ES)
Março 2011
Gazeta Valeparaibana
Página 8
Distrito Federal - continuação
Particularidades
rios que se dirigem para o norte, sul e
nordeste". José Bonifácio, o Patriarca da
Independência, foi a primeira pessoa a
O Distrito Federal é uma unidade atípica se referir à futura capital do Brasil, em
da Federação, com as seguintes particu- 1823, como "Brasília".
laridades:
* O Distrito Federal não é nem estado Desde a primeira constituição republicanem município, nem se divide como tal, na, de 1891, havia um dispositivo que
mas possui administração autônoma.
previa a mudança da Capital Federal do
* As aglomerações urbanas fora do Rio de Janeiro para o interior do país,
Plano Piloto são denominadas regiões determinando como "pertencente à Uniadministrativas (ou cidades-satélites), e ão, no Planalto Central da República,
sua administração é exercida através de uma zona de 14.400 quilômetros quadranomeação do governador distrital.
dos, que será oportunamente demarca* É o menor território autônomo do da, para nela estabelecer-se a futura
Brasil – com apenas 5.783 km², que e- Capital Federal".Fato interessante dessa
quivale a 26% da área de Sergipe, o me- época foi o sonho "premonitório" tido
nor estado brasileiro.
pelo padre italiano São João Bosco, no
* O Distrito Federal não tem capital, qual disse ter visto uma terra de riquezas
tendo como local da sede de governo a e prosperidade situada próxima a um
região administrativa de Brasília.
lago e entre os paralelos 15 e 20 do He* O Palácio do Buriti é a sede do go- misfério Sul.
verno.
Acredita-se que o sonho do padre seria a
* As áreas de educação, saúde e se- futura capital brasileira, pelo qual o pagurança Pública (polícias civil e militar e dre, posteriormente canonizado, se toro corpo de bombeiros militar) e o poder nou o padroeiro de Brasília.
judiciário são mantidos pela União, por
meio de fundo constitucional.
No ano de 1891 foi nomeada a Comissão Exploradora do Planalto Central do
Brasil, liderada pelo astrônomo Luís
BRASILIA
Cruls e integrada por médicos, geólogos
e botânicos, que fizeram um levantamento sobre topografia, o clima, a geologia, a
flora, a fauna e os recursos materiais da
região do Planalto Central. A área ficou
conhecida como Quadrilátero Cruls e foi
apresentada em 1894 ao Governo Republicano. A comissão designava Brasília
com o nome de "Vera Cruz".
Brasília é a capital da República Federativa do Brasil e sua quarta cidade mais
populosa.[nota 1] No censo demográfico
realizado pelo IBGE em 2010, sua população é de 2 562 963 de habitantes. Brasília também possui o segundo maior
PIB per capita do Brasil (40 696,00 reais)
entre as capitais, superada apenas por
Vitória (60 592,00 reais). Junto com Anápolis (139 km) e Goiânia (209 km), faz do
eixo Goiânia-Anápolis-Brasília a região
mais desenvolvida do Centro-Oeste brasileiro.
Inaugurada em 21 de abril de 1960, pelo
então presidente Juscelino Kubitschek
de Oliveira, Brasília é a terceira capital
do Brasil, após Salvador e Rio de Janeiro. A transferência dos principais órgãos
da administração federal para a nova
capital foi progressiva, com a mudança
das sedes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário federais.
O plano urbanístico da capital, conhecido
como "Plano Piloto", foi elaborado pelo
urbanista Lúcio Costa, que, aproveitando
o relevo da região, o adequou ao projeto
do lago Paranoá, concebido em 1893
pela Missão Cruls. O lago armazena 600
milhões de metros cúbicos de água. Muitas das construções da Capital Federal
foram projetadas pelo renomado arquiteto Oscar Niemeyer.
Em 1761 o Marquês de Pombal, então
primeiro-ministro de Portugal, propunha
mudar a capital do império português
para o interior do Brasil Colônia. O jornalista Hipólito José da Costa, fundador do
Correio Braziliense, primeiro jornal brasileiro, editado em Londres, redigiu em
1813 artigos em defesa da interiorização
da capital do país, para uma área
"próxima às vertentes dos caudalosos
Vera Cruz, caracterizando o sentimento
de um povo que nasceu sob o signo da
Cruz de Cristo e estabelecendo ligação
com o primeiro nome dado pelos descobridores portugueses. O plano elaborado
respeitava uma determinada interpretação da História e não descaracterizava
as tradições brasileiras. Grandes avenidas chamar-se-iam "Independência",
"Bandeirantes" etc., diferentes, portanto,
das atuais siglas alfa-numéricas de Brasília, como W-3, SQS, SCS, SMU e outros.
Por discordâncias com o Presidente Juscelino Kubitschek, o Marechal José Pessoa abandonou a presidência da Comissão, tendo sido sucedido pelo Coronel
do Exército Ernesto Silva, que era o Secretário da Comissão. Ernesto Silva, que
também era médico, foi nomeado na sequência presidente da Comissão de Planejamento da Construção e da Mudança
da Capital Federal (1956) e Diretor da
Companhia Urbanizadora da Nova Capital - NOVACAP (1956/1961), tendo assinado o Edital do Concurso do Plano Piloto, em 1956, publicado no Diário Oficial
da União no dia 30 de setembro de
1956.
Apenas no ano de 1955, durante um comício na cidade goiana de Jataí, o então
candidato à presidência, Juscelino Kubitschek, foi questionado por um eleitor
se respeitaria a Constituição, interiorizando a Capital Federal, ao que JK afirmou
que iria transferir a capital... Eleito presidente, Juscelino estabeleceu a construção de Brasília como "meta síntese" de
Em 1922, no ano do Centenário da Inde- seu "Plano de Metas".
pendência do Brasil, o Deputado Americano do Brasil apresentou um projeto à
Câmara incluindo entre as comemorações a serem celebradas o lançamento
da Pedra Fundamental da futura Capital,
no Planalto Central. O então Presidente
da República, Epitácio Pessoa, baixou o
decreto nº 4.494 de 18 de janeiro de
1922, determinando o assentamento da
Pedra Fundamental e designou para a
realização desta missão, o engenheiro
Balduino Ernesto de Almeida, Diretor da
estrada de ferro de Goiás, com sede em
Araguari, Minas Gerais. No dia 7 de se- O traçado de ruas de Brasília obedece
tembro de 1922, com uma caravana ao plano piloto implantado pela empresa
composta de 40 pessoas, foi assentada Novacap a partir de um anteprojeto do
a Pedra Fundamental no Morro do Cen- arquiteto Lucio Costa, escolhido através
tenário, na Serra da Independência, situ- de concurso público nacional. O arquiteada a nove quilômetros da cidade de to Oscar Niemeyer projetou os principais
prédios públicos da cidade. Para fazer a
Planaltina.
transferência simbólica da capital do Rio
Em 1954 o Marechal José Pessoa Caval- para Brasília, Juscelino fechou solenecanti de Albuquerque foi convidado pelo mente os portões do Palácio do Catete,
presidente Café Filho para ocupar a pre- então transformado em Museu da Repúsidência da Comissão de Localização da blica, às 9 da manhã do dia 21 de abril
Nova Capital Federal, encarregada de de 1960, ao que a multidão reagiu com
examinar as condições gerais de instala- aplausos. A cidade de Brasília foi fundação da cidade a ser construída. Em se- da no mesmo dia e mês em que se lemguida, Café Filho homologou a escolha bra a execução de Joaquim José da Sildo sítio da nova capital e delimitou a á- va Xavier, líder da Inconfidência Mineira,
rea do futuro Distrito Federal, determi- e a fundação de Roma.
nando que a comissão encaminhasse o
estudo de todos. A Comissão de Planejamento e Localização da nova Capital,
sob a Presidência de José Pessôa, foi a
responsável pela exata escolha do local
onde hoje se ergue Brasília.
base nessa máxima, Kubitschek viabilizou a construção de Brasília, oferecendo
várias benesses à oposição, criando fatos consumados e queimando etapas.
Apesar de a cidade ter sido construída
em tempo recorde, a transferência efetiva da infraestrutura governamental só
ocorreu durante os governos militares, já
na década de 1970. Todavia, ainda no
início do Século XXI, muitos órgãos do
governo federal brasileiro continuam sediados na cidade do Rio de Janeiro.
Um fato que mostra o impacto provocado
pelo modernismo da cidade recémconstruída foi a frase dita pelo cosmonauta Yuri Gagarin, primeiro homem a
viajar para o espaço, que, ao visitar Brasília em 1961, disse: "Tenho a impressão
de que estou desembarcando num planeta diferente, não na Terra".
Alguns dos fatores que mais influenciaram a transferência da capital foram a
segurança nacional, pois acreditava-se
que com a capital no litoral ela estava
vulnerável a ataques estrangeiros
(argumento militar-estratégico que teve
como precursor Hipólito José da Costa),
e uma interiorização do povoamento e
do desenvolvimento e integração nacional, já que devido a fatores econômicos
e históricos a população brasileira concentrou-se na faixa litorânea, ficando o
interior do país pouco povoado. Assim, a
transferência da capital para o interior
forçaria o deslocamento de um contingente populacional e a abertura de rodovias, ligando a capital às diversas regiões do país, o que levaria a uma maior
integração econômica.
Planejada para ter uma população de
600 mil habitantes no ano 2000, a população do Distrito Federal já atingia os 2,6
milhões de habitantes em 2009.
Brasília, considerando-se todo o Distrito
Federal, atualmente é a quarta capital
mais populosa do Brasil.
Fontes: Portal do Governo
Wikipédia
Edição: Filipe de Sousa
A idealização do plano-piloto também foi
obra da mesma comissão que, em robusto relatório, redigido pelo Marechal
José Pessôa, de título "Nova Metrópole
do Brasil" e entregue ao Presidente Café
Filho, detalhou os pormenores do arroja- O princípio básico das estratégias polítido planejamento que se realizou.
cas de Juscelino Kubitschek, segundo o
próprio, era apropriado do moralista franO Marechal José Pessôa não imaginou o cês Joubert, para quem "não devemos
nome da capital como Brasília, mas sim cortar o nó que podemos desatar". Com
Queimadas. Destruição. Flora, Fauna e Ar... E o que falar do intencional? O que falar da falta de EDUCAÇÃO?
Gazeta Valeparaibana
Março 2011
Página 9
Falando de educação
Mais valia relativa
1)
Recentemente a sociedade vem denunciando a má qualidade de ensino
público e cobrando do estado uma
2)
postura em relação ao problema. O
interessante é que o Estado, a sociedade e os meios de comunicação colocam como único e principal responsável pelo problema os professores.
3)
Mas, ninguém chegou paras meios de
comunicação pra mostrar como o ensino público chegou onde está.
Vamos pegar apenas dois aspectos
4)
(de vários) de como a estrutura de
ensino vinha e vem sendo modificado
para atender aos nossos alunos. Estou me referindo: 1) carga horária das
5)
disciplinas e dos professores 2) a
quantidade de alunos por sala de aula...
Primeiramente, vamos analisar a carga horária das disciplinas. Para tanto,
vamos pegar a disciplina de Geografia (já que sou professor de Geografia).
Quando comecei a ensinar, a disciplina possuía três aulas por semana para cada turma. Como eu tinha e tenho
que cumprir uma Carga Horária de 25
horas semanais, eu tinha 8 turmas e
cada turma aproximadamente com 40
alunos. Isso quer dizer que eu tinha
320 alunos para passar e corrigir avaliações no decorre do ano letivo.
O que ocorreu no decorre dos anos: a
carga horária da disciplina encolheu
em uma aula ficando, portanto com
uma Carga Horária de 2 aulas por semanas.
Isso quer dizer que o professor agora
tem que ter 12 turmas para cumprir
sua Carga Horária de 25 horas semanais e agora passou a ter 480 alunos
(40 x 12) para avaliar. Sendo que
houve uma aumento de 50% nas atividades de correção de avaliações e
encerramentos de cadernetas. Imaginem os senhores que em alguns colégios estão planejando se colocar as
disciplinas História e Geografia com
apenas uma aula por semana. Isso
quer dizer que o professor terá que
ter 25 turmas para completar sua carga horária e 1.000 alunos (40 x 25)
para corrigir testes e exercícios.
Para piorar a situação, durante os últimos anos, se pegou as turmas de 40
alunos e se juntou para formarem turmas de 50 alunos Agora, os professores ficarão com doze turmas de 50
alunos (cada turma) que dá um total
de 600 alunos e se implantarem a tal
idéia de algumas disciplinas ficarem
com uma aula por semana, o professor de 25 horas terá um total de 1250
alunos para avaliar e fazer as devidas
correções do testes e exercícios...
Pra quem sabe o que é Mais Valia
tem-se uma idéia de como fazer um
operário produzir muito mais e pagando o mesmo salário. O problema é
que educação não é produção industrial e as conseqüências são as piores
possíveis:
os professores têm que lecionarem em vários colégios para
cumprir sua Carga Horária
(principalmente os professores
de 25 horas);
são obrigados a trabalharem
mais de um turno (isso tira a
possibilidade dele possuir dois
empregos para complementar a
renda familiar);
os professores passam a corrigir os teste e exercícios em sala
de aula para ganhar tempo
(didaticamente isso é considerado errado);
para ganhar mais tempo ainda
eles passam a fazer trabalho (e
haja trabalho extra classe) e
avaliações em grupo;
atualmente o professor tira do
salário para pagar o transporte
(ele recebe ajuda transporte para apenas cinco viagens de ida
e volta por semana).
res em outras, etc.
apertão:
Com o passar do tempo, as sala de
aulas ficaram super lotas e em algumas disciplinas onde a leitura é fator
determinante ( História e Geografia
são exemplos) e foi-se criando uma
demanda de alunos com defasagens
em relação a outros da mesma idade.
Mesmo na disciplina de Matemática
criou-se uma defasagem dos alunos
que chegavam até as 5ª e 6ª séries
sem saber as quatro operações. Foi
que algum iluminado lançou esses
pacotes que dizem para corrigir tais
distorções.
- Ah! não quer estudar?
Bem...perfeito. Vadio dentro de casa eu não mantenho, então vai trabalhar...
O velho, que tem muitos amigos,
fala com um deles, que fala com
outro até que ele consegue uma
audiência com um político que foi
seu colega lá na época de muito
tempo atrás:
Se era esse o objetivo, de uma certa
maneira, o Estado afirmou que o ensino estava passando por problemas ao
implantar tais pacotes e para piorar se
implantaram tais pacotes e não se
corrigiram as causas dos problemas
que estavam fazendo com que tantos
alunos ficassem em idade consideradas defasadas e como resultado esses alunos começaram a inchar os
colégios em séries defasadas, ou seja, não se corrigiu as causas dessas
conseqüências...
Aos 3 dias, Rodriguez liga:
- Zé, já tenho. Assessor na Comissão de Saúde no Congresso, R$
9.000,00 por mês, pra começar.
- Tu tá louco!!!!! O guri recém terminou o colégio, não vai querer
estudar mais, consegue algo mais
Hoje, as secretárias de Educação es- abaixo...
Agora, vocês imaginem que os professores não têm poderes de decisão
sobre esses problemas e são tidos
como os grandes e principais responsáveis pelos grandes problemas da
educação. E é bom lembrar que existem muitos outros problemas que estão afetando a educação.
tão se utilizando desses pacotes para
apressar os alunos (e não para educá
-los) com o objetivo de que esses aluOs Pacotes na Educação
nos, quando aprovados, irão abrir vaUltimamente, o que se tem visto na gas pra novos alunos. E um caso de
educação pública é a implantação dos pura economia para não se gastar
chamados pacotes e entre eles pode- com mais professores e apressar os
mos citar: Acelera, Se Liga e EJA alunos que eles irão abrir novas va(Ensino de Jovens e Adultos). Esses gas para novas turmas. Para piorar a
pacotes surgiram com o objetivo de situação , esses pacotes estão sendo
corrigir os chamados atrasos existen- ofertados de maneira igual em númetes entre centenas de alunos que es- ro de turmas com o chamado ensino
tavam em uma série considerada fora regular e chega-se a conclusão que o
da faixa de idade. A ideia era tentar objetivo de se corrigir os alunos defacorrigir os alunos para que eles acom- sados foi substituído pelo motivo de
panhassem os demais que se encon- se fazer os alunos passarem mais
rápidos pelos bancos escolares sem
travam em séries adiantadas.
precisar contratar mais professores.
Quando um professor tem uma sala
de aula com poucos alunos é comum Além do motivo de se economizar,
ele conseguir corrigir certos defasa- citado acima, esses pacotes são ofegens em alguns alunos, É comum en- recidos com uma ajuda de custo e
contramos alunos na quintas e sextas isso vale para os pacotes vindo do
séries soletrando as palavras. Quan- MEC (Ministério da Educação), como
do o professor tem um número maior também para os pacotes vindos de
de aulas por turma e uma quantidade ONGs (tipo Fundação Airton Senna).
de adequada alunos ele consegue
Tem-se falado em uma tal de
fazer (ou corrigir) com que, durante o
decorre do ano letivo, crie-se meca- Gestão Democrática, você acredita
nismos para que o aluno consiga ler que alguma Secretaria irá querer
naturalmente (sem soletrar as paladebater democraticamente a
vras). E mesmo assim, quando não
implantação desses pacotes
se conseguia se corrigir o problema
juntamente com os professores,
em sala de aula, o correto é se ter
país e alunos?
uma equipe técnica (alguns país colocavam os filhos em bancas) para que
se acompanhasse o aluno e o problema fosse solucionado.
Com o passar do tempo, as condições de trabalho do professor foram
mudando e foram aparecendo várias
causas que estão dificultando uma
melhor qualidade de ensino (clique
aqui), entre elas: a) salas de aulas
lotadas, grade curriclar para atender
interesses administrativos (clique aqui), excesso de professores em algumas disciplinas e faltas de professo-
- Rodriguez!!!! Meu velho amigo!!!
Tu te lembra do meu filho? Pois é,
terminou o segundo grau e anda
meio à toa, não quer estudar. Será
que tu não consegue nada pro rapaz não ficar em casa vagabundeando?
Dois dias depois:
- Zé, secretário de um deputado,
salário modesto, R$ 5.000,00, tá
bom assim?
- Nãooooo, Rodriguez, algo com
um salário menor, eu quero que o
guri tenha vontade de estudar depois... Consegue outra coisa.
- Olha Zé, a única coisa que eu
posso conseguir é um carguinho
de ajudante de arquivo, alguma
coisa de informática, mas aí o salário é uma merreca, R$ 2.800,00
por mês e nada mais...
- Rodriguez, isso não, por favor,
alguma coisa de 500,00 ou 600,00,
pra começar - Isso é impossível
Zé!!!
- Mas, por quê???
- PORQUE ESSES SÃO
POR CONCURSO PARA
PROFESSOR,
PRECISA TÍTULO
SUPERIOR, MESTRADO
ETC.... É DIFÍCIL...
**************************
*********
SERIA CÔMICO SE NÃO
FOSSE TRÁGICO...
E VERDADEIRO...
O cara termina o segundo grau e
não tem vontade de fazer uma faculdade.
www.gazetavaleparaibana.com
O pai, meio mão de ferro, dá um
Para anunciar > [email protected] > Ajude-nos nesta tarefa por um Mundo melhor.
Gazeta Valeparaibana
Março 2011
Página 10
Educando “O Bêbado e a Equilibrista”
Interpretação da Letra
ter ganhos pessoais. Eles
“O Bêbado e a equilibrista” "acreditavam" tanto na propaElis Regina
ganda oficial que se dizia que
se um general declarasse
que a lua era preta eles passariam a defender tal tese como verdade absoluta. Em determinada época foram até
chamados de luas-pretas.)
O Bêbado
(1- O bêbado representa os
artistas, poetas, músicos e
"loucos" em geral, que embriagados de liberdade ousavam levantar suas vozes contra a ditadura.)
e a Equilibrista
(2- A equilibrista era a esperança de democracia, um
projeto de abertura política
gradual,
que
a
cada
"eleição", a cada evento que
incomodava
os
militares
(passeatas, etc), tinha sua
existência ameaçada.)
Caía a tarde feito um viaduto
(3- Um viaduto, obra do governo, caiu, desabou sobre
carros e ônibus cheios de
pessoas, matando muita gente. Na época, nada pôde ser
noticiado nem as pessoas foram devidamente ressarcidas
ou indenizadas. Cidade de
Belo Horizonte, viaduto da
Gameleira, década de 70. )
tal qual a dona do bordel
(6- A Câmara de Deputados e
o Senado foram algumas vezes comparados a bordéis
devido aos negócios imorais
que lá se faziam. É claro que
os cidadãos indignados não
podiam dizer claramente que
pensavam isto, ou seriam no
mínimo processados por calúnia, injúria, difamação e
etc.)
Pedia a cada estrela fria
(7-As estrelas são os generais, donos do poder. Alguns
deles nunca apareceram como governantes, preferindo
manipular nos bastidores. Se
contentavam com uns poucos privilégios astronômicos
e umas ninharias de cargos
de direção em estatais ou o
poder de nomear umas poucas dezenas de parentes e
correligionários em empregos
públicos.)
do destinado a eliminar er- (18-Maria é a esposa do operário Manuel Fiel Filho morto
ros).
sob tortura nos porões do
DOI-CODI (SP) em janeiro de
do céu
(11- As prisões eram inalcan- 1976 e Clarice é a esposa do
çáveis ao cidadão comum, jornalista Wladimir Herzog,
inacessíveis, por isso a com- também morto sob tortura, no
paração com o céu. )
DOI-CODI (SP) em outubro
de 1975.)
Chupavam manchas
no solo do Brasil.
(12- Os rebeldes são compa- Mas sei que uma dor assim
rados a manchas, ou seja um
pungente não há de ser
erro na escrita, uma coisa foinutilmente
ra da ordem, uma indiscipli- A esperança dança na corda
na.)
bamba de sombrinha
E em cada passo dessa linha
torturadas
pode se machucar
Azar, a esperança
(13- Referência à tortura aplicada aos militantes de esequilibrista
querda, que ocorria às es- Sabe que o show de todo
artista
condidas. O regime jamais
admitiu que torturava pessoTem que continuar
as, porém nunca houve punições aos casos que conse- Da redação
guiam alguma divulgação, apesar da censura à imprensa.), que sufoco louco
O bêbado com chapéu coco fazia irreverências mil
(14- Os artistas nunca se calaram. Esta música, ele própria é uma das irreverências.)
Pra noite do Brasil
(15- Um tema recorrente nas
músicas da época. A volta
das liberdades políticas é
um brilho de aluguel
comparada ao amanhecer,
(8- O brilho de aluguel era, bem como a ditadura é comcomo mencionado acima, os parada à noite.)
ganhos pessoais e até eleitorais obtidos pelos civis que meu Brasil
aceitavam ser marionetes. Al- Que sonha com a volta do
guns destes civis cresceram irmão do Henfil
tanto que ultrapassaram em (16- O Henfil (Henrique Filho)
poder os seus "criadores" far- era um afiadíssimo cartunista
dados.)
político muito visado pelo regime, bem como seu irmão o
E nuvens
Betinho, que no governo Fer(9- Os torturadores são aqui nando Henrique organizou o
comparados a nuvens, pois programa de combate à foeram intocáveis e inalcançá- me. Os dois eram hemofílicos
veis.)
e morreram de Aids.)
E um bêbado trajando luto
(4- Referência aos militantes
de esquerda que foram
"sumidos" ou declaradamen- lá no mata-borrão
te assassinados sob tortura.) (10- O mata-borrão é um insme lembrou Carlitos
trumento antiquado destinado
a eliminar erros, borrões na
A lua
escrita. O DOI-CODI, nossa
(5- A lua representa os políti- temível polícia política da écos civis que se colocaram a poca era o mata-borrão do
favor do regime, a fim de ob- regime (instrumento antiqua-
O Programa
Cidade
Educadora
foi criado com o
objetivo de despertar nas
pessoas a e nas
autoridades
a consciência de uma
cidadania
Ampla e ativa.
Conheça mais:
www.formiguinhasdovale.org
cidadeseducadoras.pdf
Com tanta gente que partiu
(17- Referência aos exilados
políticos.)
num rabo-de-foguete
Chora a nossa pátria mãe
gentil
Choram Marias e Clarisses
CONHEÇA
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O mundo está precisando de mais ações concretas e de menos discursos !!! - Façamos mais e falemos menos...
Gazeta Valeparaibana
Março 2011
Página 11
Ser criança
O que significa ser criança?
Cada gene só se pode exprimir em função do modo como cada fase ambiental
da evolução humana modela a força potencial da natureza. A expressão genómica com todas as suas influências é, de
fato, condicionada pelas sucessivas interações entre o que é potencial e o que
são os sucessivos ambientes que constituem o envelope do biológico, desde o
núcleo ao citoplasma, desde a célula ao
tecido, desde o órgão ao corpo total, desde o corpo à relação com o outro mais
significativo nos primeiros tempos de vida
e que é a mãe, até às outras todas relações sociais com os outros mais ou menos preferenciais que a família e a sociedade vão proporcionando, nas sucessivas etapas do ciclo da vida.
O mito determinista que tanto nos legou
em termos de significado nas primeiras
relações, cruza-se com as outras realidades influenciais através das quais sabemos que nunca nada está perdido em
função da extraordinária capacidade de
adaptação humana em todos as fases
potenciais da vida.
O modelo etológico ter-nos-á influenciado
a pensar em termos de sobrevivência
quando caracteriza a evolução em termos de competência de espécies na mira
de garantir aquela mesma sobrevivência.
Porém, a caracterização da espécie humana vai no sentido de uma evolução
complexa destinada a garantir competências susceptíveis de condicionar capacidades decisivas como são as de constituir família e de cooperar em grupos soci-
ais com objetivos comuns, cada vez mais postura da maturidade há uma deliciosa
complexos.
criatura chamada menino.
Embora se apresentem em tamanhos,
Ser Criança significa o destino de vida pesos e cores sortidos, todos os meninos
feita relação e afeto.
tem o mesmo credo: aproveitar cada segundo de cada minuto de todas as horas
Sciello
de todos os dias e protestar ruidosamente - o barulho é sua única arma - quando
seu último minuto é decretado e os adulO que significa ser menina?
tos o empacotam e metem na cama. Meninos são encontrados em todas as parSer menina...
Ser menina é sonhar, mesmo que seja tes: em cima de, embaixo de, subindo
com coisas bobas, mas temos o dom em, balançando-se no, correndo em volta
de, pulando para.
para sonhar.
é imaginar como seria o seu grande a- As mães os adoram, as meninas os odeiam, irmãos e irmãs mais velhos os supormor...
tam, adultos os ignoram, o céu os proteÉ criar o seu próprio conto de fadas.
Pensar em como seria o dia do casamen- ge.
Um menino é a Verdade com o rosto suto.
Questionar-se qual profissão quer seguir, jo, a Beleza com um corte no dedo, a
se quer ser médica, veterinária, policial... Sabedoria com um chiclete no cabelo, a
Escolher o nome que daria a filha ou ao Esperança do futuro com uma rã no bolso.
filho...
É passar a maquilagem da mãe e ficar-se
Quando você está ocupado, um menino
imaginando ser "gente grande".
É ficar se olhando no espelho e imaginar é um conversa-fiada, intrometido e amoo que diria se o menino que ela gosta lante. Quando você deseja que ele cause
fosse falar com ela em um momento que boa impressão, seu cérebro vira geléia,
ou ele se transforma em uma criatura
ela imaginou.
É se arrumar toda nem que seja para ir sádica e selvagem empenhada em desmontar o mundo ao seu redor.
em uma festinha...
Ser menina é ser aquela garota que mesmo que não seja notada ela é quem ela Um menino é um híbrido: o apetite de um
cavalo, a disposição de um engoleé...
espadas, a energia de uma bomba atômiSeu próprio jeito de ser, ser menina.
ca de bolso, a curiosidade de um gato, os
pulmões de um ditador, a imaginação de
Anne Caroline
um Júlio Verne, o retraimento de uma
violeta, o entusiasmo de um bombeiro e
O que significa ser menino?
quando se mete a fazer alguma coisa é
como se tivesse cinco polegares em caEntre a inocência da infância e a com- da mão.
Gosta de sorvete, canivetes, serrotes,
pedaços de pau, água (no seu habitat
natural), bichos grandes, Papai, sábados,
domingos e feriados, mangueiras de água.
Não é partidário de catecismo, escolas,
livros sem figuras, lições de música, colarinhos, barbeiros, meninas, agasalhos,
adultos e " hora de dormir".
Ninguém se levanta tão cedo, nem chega
tão tarde para o jantar.
Ninguém se diverte tanto com árvores,
cachorros e mosquitos.
Ninguém é capaz de meter num único
bolso um canivete enferrujado, uma maçã comida pela metade, um metro e meio
de barbante, um saco de matéria plástica, duas pastilhas de chiclete, três notas
de um cruzeiro, um estilingue e um fragmento de "substância ignorada".
Um menino é uma criatura mágica: você
pode mantê-lo fora de seu escritório, mas
não pode expulsá-lo de seu coração.
Pode pô-lo para fora da sala de visitas
mas não pode tirá-lo de sua mente.
Queira ou não, ele é o seu captor, seu
carcereiro, seu dono, seu patrão, uma
cara sarapintado, um nanico, um matagatos, um pacote de encrencas.
Mas quando à noite você chega em casa,
com suas esperanças e seus sonhos reduzidos a pedaços, ele possui a magia
de soldá-los em um segundo, pronunciando duas palavras somente:
"Alô, papai"...
Alan Beck
Abrindo o coração
Janela aberta
em direção de um lugar calmo, ao ar
livre e olhe para o céu, o ser humano
Nessa madrugada antes mesmo de só se sente o divino quando olha pavocê acordar passei pelo teu quar- ra o céu, porque somos seres sideto e fiquei ao seu lado, invisível, rais, feitos da poeira das estrelas e é
mas te vendo dormir. Queria ter para elas que vamos retornar um dia.
entrado nos teus sonhos e nem sei
Nessa madrugada enquanto voava
se consegui.
Você parecia tão calma, cheia de de volta ao meu quarto, para a minha
paz de olhos fechados, eu pude janela, senti que o tempo está pasver seu coração batendo dentro do sando cada vez mais rápido e talvez
já nem dê mais tempo, talvez já não
seu peito, ele tem algumas
cicatrizes que de vez em quando dê mais tempo...por isso enquanto as
minhas asas estiverem boas pra voar
sangram, não?
eu irei te visitar, deixa a janela aberta,
Eu poderia ter descoberto teus segre- meu espírito nasceu pra voar, endos nessa madrugada, mas os deixei quanto meu corpo dorme, repousa
no lugar onde eles pertencem. Quem em minha calma, eu expando minha
sabe um dia você me conta com sua alma e isso acontece desde tempos
imemoráveis....
própria voz.
No vaso da sala coloquei algumas
flores, elas são do meu jardim, mas
só você conseguirá vê-las, mais ninguém. Nessa madrugada eu ouvi teu
chamado, então peguei minhas asas
que estavam guardadas no armário e
voei em tua direção, e pra minha sorte você deixou a janela aberta pra eu
entrar.
Acredito em você, eu confio em você, eu não diria isso se não sentisse,
nessa manhã quando você acordar
vai se sentir estranha, como se tivesse algo diferente... saiba que eu deixei um presente, quando a luz estiver
se afastando de ti, não esmoreça, vá
Os porta-retratos estão vazios até
hoje. Talvez tenha sido minha maneira inconsciente de marcar a sua ausência aqui fora como ela significava
aqui dentro. O painel de fotos também está sem fotos – suas, minhas,
ou de quem quer que seja. Eu tirei
porque estava cansada delas. Porque
ficaram buracos quando tirei as nossas fotos. E também porque a minha
vida não seria mais a mesma sem
você.
O estranho é que até hoje eu não sei
o que é a minha vida sem você. Ela
continuou, e eu não estou triste já faz
um bom tempo, mas ainda não en-
A minha casa continua de pernas pro
ar, como a minha vida. Como se eu
tivesse começado alguma coisa e
parado no meio de caminho, e eu realmente parei. Sem saber por onde
seguir, eu fui andando a esmo e evitando todos os espelhos que enconEu não vi mais o seu painel de fotos trei. E agora eu tenho muito medo de
ou os seus porta-retratos. Eles se fo- olhar. E de seguir em frente.
ram com você. Mas posso arriscar
dizer que não estão vazios como os Mas você me diz que as coisas vão
meus. Você os arrumou de novo, as- ficar bem, e eu acredito. Agora só
sim como arrumou a sua vida. Você falta acreditar em mim.
cresceu. Foi o que eu senti da última
vez que ouvi sua voz e você me con- Olhando pela janela do meu quarto
tou como estava tudo. Você estava vejo a Lua e nada mais, volto a olhar
tranqüilo, como fica quando está para dentro do meu quarto e só enbem. Cansado, mas feliz. O mesmo, xergo o escuro e nada, além disso.
mas outra pessoa.
Por que esse vazio tão grande?
contrei as fotos para os porta-retratos
e os painéis. E olha que tenho muitas
fotos novas, além das antigas, você
sabe que eu adoro fotos. Eu não sou
mais a mesma, é verdade, mas ainda
não sei o que me tornei.
Às vezes eu fico pensando sobre o
que de mim ficou em você. Eu imagino que não sejam buracos em painéis de fotos nem porta-retratos. E
também sei que não provoquei raiva
a ponto de você jogar fora as cartas e
as outras lembranças.
No meu olhar não se tem mas o Brilho de Viver, minhas atitudes são em
vão, pois ninguém as reconhecem.
Viver apenas por viver, apenas por
que o coração pulsa, mas pulsa vazio, com raiva, com tristeza, bate sozinho, sem ânimo.
Então o que eu me tornei pra você?
O tempo parece não passar, o arcoUm equívoco?
Uma lembrança simpática com a qual íris não tem cor, a vida é preta e cinvocê não se identifica mais?
za, a vida é quase por essa tristeza
sem ''vida''.
Ou será que consegui me inscrever
de maneira definitiva na sua história, Por que o amor nos faz experimentar
de forma que você não quer nem o saboroso gosto da plenitude no céu
conseguiria apagar, como você na e depois nos leva ao poço no inferminha?
no?
Administrar bem a nossa vida já, por vezes, se torna difícil. Administrar a de outros então... Requer conhecimento.
Gazeta Valeparaibana
Março 2011
Página 12
Falta mão de obra... Pode?
Com a falta de mão de obra qualificada no Brasil e o excesso de profissionais sem emprego nos países ricos
em razão da crise, governos e entidades de classe do exterior têm contatado empresários e associações de
engenheiros e arquitetos nacionais
para oferecer trabalhadores.
O MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior)
faz a intermediação de alguns desses
encontros, como aconteceu em novembro, com representantes dos Estados Unidos. Outros estão sendo
feitos diretamente.
Reunidos na Embaixada dos Estados
Unidos em Brasília, a convite do
MDIC, empresários assistiram a uma
exposição por videoconferência sobre
o perfil e a qualificação das empresas
americanas na área de arquitetura e
engenharia.
"Eles mostraram que têm ociosidade
e capacidade para trazer profissionais
e empresas para trabalhar aqui", disse José Carlos Martins, vicepresidente da CBIC (Câmara Brasilei-
ra da Indústria da Construção), que CONTRAPARTIDAS
participou do encontro.
Para o Brasil, encurtar esse processo
CRISE MUNDIAL
depende de contrapartidas. Representantes dos trabalhadores querem
"Em razão da crise lá fora, há interes- aproveitar o interesse e abrir oportuse brutal desses profissionais em vir nidades para brasileiros nesses paípara cá", afirmou Marcos Túlio de ses ricos.
Me l o, pr es i de nt e do C onf ea
(Conselho Federal de Engenharia, "Eles tiveram seu momento de expanArquitetura e Agronomia), também são e não flexibilizaram [regras] para
a gente. Pode ser feito um acordo
presente ao encontro.
bilateral de longo prazo. Hoje, a gente
Dos brasileiros os estrangeiros ouvi- não consegue entrar no mercado euram detalhamento dos investimentos ropeu", disse Melo, que já se reuniu
previstos nas áreas de energia, trans- com representantes dos EUA, da Esporte, habitação e saneamento, além panha, do Chile e de Portugal e ado passo a passo de um longo e caro guarda um encontro formal com o
processo para validar diplomas e ob- Reino Unido.
ter autorização para trabalhar no pa"Queremos contrapartidas e aguardaís.
mos manifestação deles", disse. SeO tempo pode chegar a oitos meses, gundo ele, o número de pedidos de
e o custo, passar de R$ 15 mil. registro de estrangeiros triplicou em
A fila de espera para entrada no país 2010.
inclui engenheiros e arquitetos americanos, espanhóis, italianos, portugue- Procurado por representantes da Itáses e ingleses, além de chilenos e lia, da Espanha e da Argentina, o presidente do Crea (Conselho Regional
argentinos.
de Engenharia, Arquitetura e Agrono-
mia) do Paraná, Álvaro Cabrini, disse
que todos ficaram de formalizar os
pedidos, "mas até agora não chegou
nada".
"Tenho recebido pedidos para validar
diplomas de engenheiros, mas do
Mercosul, principalmente, da Argentina."
Em novembro do ano passado, ele se
reuniu com o cônsul argentino para
negociar um acordo bilateral que simplifique o processo de entrada no
Brasil.
"O Confea exige tradução do diploma, o que tem um custo de R$ 8.000
a R$ 15 mil. Podemos abrir mão disso, já que, no processo, uma universidade já validou o diploma. Isso facilita
o trânsito."
Mas diz que "há resistências da Argentina em receber profissionais brasileiros".
Da redação
Falta investir
relação a investimentos em educação o
Brasil fica na 73ª posição entre as nações.
Isso é um absurdo”, afirma o vereador.
“O país que quer se desenvolver tem que
priorizar a educação. Todos os países desenvolvidos deram importância ao desenvolvimento educacional de seu povo, reservando 10% do seu Produto Interno
Bruto (PIB), enquanto nós só investimos
de 3 a 4%”, enfatizou Geraldo Amorim.
Em entrevista ao Jornal da Câmara (JC)
na manhã de terça-feira (22/02) foi o vereador Geraldo Amorim (PDT), que afirmou
que a proliferação da dengue no país passava pela questão da educação da população.
O vereador (foto) defende a necessidade
de haver a priorização de investimentos
na área da educação do país para se obter
a conscientização da população em relação ao seu papel como agente ativo de
transformação.
Ele ainda continuou lembrando que o país
possui diversos postos de trabalhos que
não estão ocupados por falta de mão-deobra qualificada devido a falta de investimento nessa área. Assim como a falta de
incentivos para tornar a educação formal
mais atraente para a juventude.
JUNTOS
Gazeta Valeparaibana
EDUCARonline
Amorim informou que está elaborando um
projeto para a criação de uma campanha
de valorização do professor, procurando
motivá-lo e capacitá-lo para desempenhar
seu trabalho junto à população.
A Gazeta Valeparaibana, um veículo da OSCIP “Formiguinhas do Vale”, organização
sem fins lucrativos, somente publica matérias, relevantes, com a finalidade de abrir
discussões e reflexões dentro das salas de
A educação das pessoas passa pela lim- “Enquanto não surgir um gestor preocu- aulas, tais como: educação, cultura, tradipeza de seus espaços urbanos, comba- pado com a educação do país, tudo vai ções, história, meio ambiente e sustentabilitendo assim a proliferação dos mosquitos ficar como está. Assim nada mudará”, dade, responsabilidade social e ambiental,
que estão adoecendo os cidadãos.
além da transmissão de conhecimento.
completou.
“Nós no Brasil estamos entre os dez paíAssim, publica algumas matérias selecionases mais ricos do mundo, no entanto, em Da redação
das de sites e blogs da web, por acreditar
que todo o cidadão deve ser um multiplicador do conhecimento adquirido e, que nessa
Nascemos príncipes por sermos filhos multiplicação, no que tange a Cultura e Susdo Rei dos reis, e rei pelo amor do casal que tentabilidade, todos devemos nos unir, na
busca de uma sociedade mais justa, solidános gerou, mas podemos nos transformar
ria e conhecedora de suas responsabilidaem sapos, quando nos forem cerceada a
des sociais.
educação.
Uma nação que não investe em educação, dificilmente terá ordem e tardará para
chegar ao progresso.
No entanto, todas as matérias e imagens serão creditadas a seus editores, desde que
adjudiquem seus nomes nas matérias publicadas. Caso não queira fazer parte da corrente, favor entrar em contato.
[email protected]
Gazeta Valeparaibana - O JORNAL+ EDUCAÇÃO + CIDADANIA + MEIO AMBIENTE e muito +
BRASIL
Gazeta Valeparaibana
Março 2011
Página 13
Saúde da Família
Atividade física para a
terceira idade no
contexto da Estratégia da
Saúde da Família
O envelhecimento pode ser
compreendido como um processo
natural, de diminuição progressiva da
reserva funcional dos indivíduos
(senescência) o que, em condições
normais, não costuma provocar qualquer problema. No entanto, em condições de sobrecarga como, por exemplo, doenças, acidentes e estresse emocional, pode ocasionar uma
condição patológica que requeira assistência - senilidade. Cabe ressaltar
que certas alterações decorrentes do
processo de senescência podem ter
seus efeitos minimizados pela assimilação de um estilo de vida mais
ativo.
O Brasil está envelhecendo
de forma rápida e intensa, o que tem
provocado uma mudança em seu
perfil demográfico. O país possui cerca de 19 milhões de pessoas com 60
anos ou mais, o que representa mais
de 10% do total da população brasileira de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) e estimativas indicam que
esse número pode chegar a aproximadamente 32 milhões até 2025. Em
Goiás o número de idosos chega a
525.170, o que corresponde a 8,8%
da população.
Essa mudança no perfil demográfico está relacionada à expectativa de vida dos brasileiros, que
vem aumentando, o que aponta para
o envelhecimento populacional e exige novas prioridades na área das
políticas públicas, como a formação
de recursos humanos para atendimento a população idosa. São necessárias providências urgentes para
garantir uma infra-estrutura de atendimento a esses idosos.
A saúde do idoso está entre as
prioridades estabelecidas entre os
gestores do SUS no Pacto pela vida.
Diante desse contexto, a atenção
primária deve concentrar esforços no
desenvolvimento de políticas de saúde de modo a contribuir para que
mais pessoas alcancem as idades
avançadas com o melhor estado de
saúde possível, tendo como eixo o
envelhecimento ativo e saudável,
que está entre as diretrizes da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa.
A prática de cuidados às pessoas idosas exige abordagem global,
interdisciplinar e
multidimensional, que leve em conta
a grande interação entre os fatores
físicos, psicológicos e sociais que
influenciam a saúde dos idosos e a
importância do ambiente no qual está
inserido. A abordagem também precisa ser flexível e adaptável às necessidades desta clientela específica.
Sabe-se que a prática de atividades físicas devido aos seus inúmeros benefícios é uma das principais estratégias para a prevenção de
doenças crônicas e está intimamente
ligada ao processo de envelhecimento ativo. Estudos mostram que pelo
menos 70% dos idosos têm um problema de saúde e a atividade física
pode ser uma grande aliada do tratamento. A prática da atividade física
pode controlar a manifestação e os
sintomas de várias doenças e reduzir
o consumo de remédios.
Segundo a Portaria nº
2.528/06, que aprova a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa, os
gestores do SUS deverão estabelecer parcerias para a implementação
de programas de atividades físicas e
recreativas destinados às pessoas
idosas.
Diante disso é essencial que
as equipes de saúde da família trabalhem no sentido de desenvolver
ações coletivas para este grupo específico com base na promoção de
atividades físicas buscando um olhar
para um bem estar integral voltado à
saúde como um todo.
ATIVIDADE FÍSICA
A inatividade física é um dos
fatores de risco mais relevantes para
o desenvolvimento de doenças crônicas. É bastante prevalente a inatividade física entre os idosos, pois o
estilo de vida moderno propicia o
gasto da maior parte do tempo livre
em atividades sedentárias.
Os benefícios da atividade
física para a saúde têm sido amplamente documentados. Entre os principais benefícios biológicos, psicológicos e sociais proporcionados pelo
desempenho da atividade física estão: melhor funcionamento corporal,
diminuindo as perdas funcionais, favorecendo a preservação da independência; redução no risco de morte por doenças cardiovasculares; melhora do controle da pressão arterial;
manutenção da densidade mineral
óssea, com ossos e articulações
mais saudáveis; melhora a postura e
o equilíbrio; melhor controle do peso
corporal; melhora o perfil lipídico;
melhor utilização da glicose; melhora
a enfermidade venosa periférica; melhora a função intestinal; melhora de
quadros álgicos; melhora a resposta
imunológica; melhora a qualidade do
sono; ampliação do contato social;
correlações favoráveis com redução
do tabagismo e abuso de álcool e
drogas; diminuição da ansiedade, do
estresse, melhora do estado de humor e da auto-estima1.
Segundo uma pesquisa do
SESC que descreve as demandas
setoriais com relação às atividades
físicas, a metade dos idosos brasileiros costuma fazer caminhada (51%),
atividade mais praticada entre os homens (57%, contra 46% entre as mulheres). Entre os 51% de idosos que
costumam fazer caminhadas, a maior
parte (22%) o faz todos os dias, 6%
de 3 a 5 vezes por semana e 13% 1
ou 2 vezes por semana. Os homens
praticam caminhada diariamente duas vezes mais que as mulheres
(30%, contra 15%). E entre ambos, a
prática da caminhada diminui conforme aumenta a idade. O alongamento
faz parte das atividades físicas de
12% dos idosos, 9% andam de bicicleta e 8% fazem ginástica. As mulheres praticam o alongamento um
pouco mais do que os homens (14%,
contra 9%) e entre os homens idosos
18% têm o hábito de andar de bicicleta, enquanto só 2% das mulheres
idosas têm essa prática.
Uma política de saúde importante lançada pelo Ministério da Saúde é o “envelhecimento ativo: uma
política de saúde”, cujo projeto busca
dar informações para a discussão e
formulação de planos de ação que
promovam um envelhecimento saudável e ativo. Esta política faz uma
abordagem à adoção de estilos de
vida saudáveis e a participação ativa
no cuidado da própria saúde tendo
como fator relevante a prática de atividades físicas adequadas, as quais
podem retardar declínios funcionais,
além de diminuir o aparecimento de
doenças crônicas em idosos saudáveis ou doentes crônicos.
A atividade pode ajudar pessoas idosas a ficarem independentes
o máximo possível, por um período
de tempo maior, podendo também
reduzir o risco de quedas. Portanto,
há importantes benefícios econômicos quando os idosos são fisicamente ativos.
A Política Nacional de Saúde
da Pessoa Idosa coloca como principais desafios na atenção básica
quanto à assistência ao idoso: a escassez de estruturas de suporte qualificado para idosos e seus familiares
destinadas a promover intermediação segura entre a alta hospitalar e a
ida para o domicílio; número insuficiente de serviços de cuidado domiciliar ao idoso frágil; a escassez de equipes multiprofissionais e interdisciplinares com conhecimento em envelhecimento e saúde da pessoa idosa;
e a implementação insuficiente ou
mesmo a falta de implementação das
redes de assistência à saúde do idoso.
Considerando que a unidade
básica de saúde é a porta de entrada
do sistema de saúde e possui espaço para um enfoque interdisciplinar
seria interessante que as políticas e
programas estivessem voltados no
sentido de beneficiar a população
idosa e promover mudanças significativas em direção a um estilo de
vida saudável mesmo sabendo que
é um grande desafio promover
mudanças de comportamento neste
grupo populacional.
Dessa forma, o aconselhamento educativo por meio da indicação da atividade física bem como a
adoção de programas de atividades
físicas para idosos pode ser um adjuvante em diversas terapêuticas, o
qual pode reduzir consideravelmente
as conseqüências para a saúde resultantes do processo de envelhecimento.
Neste contexto a atuação das
equipes de saúde da família deve ser
pautada na elaboração de programas
e atividades que visem a promoção
do envelhecimento ativo como sendo
também importante que todos os
membros da equipe estejam envolvidos neste processo.
Dra. Flávia Rodrigues
É Cirurgiã Dentista em Cezarina (GO)
Paradoxo Brasil
CURIOSIDADES DE UM
PAÍS DE LOUCOS
-Um motorista do Senado ganha
mais para dirigir um automóvel do
que um oficial da Marinha para pilotar uma fragata !
-Um ascensorista da Câmara Federal
ganha mais para servir os elevadores
da casa do que um oficial da Força
Aérea que pilota um Mirage.
-Um diretor que é responsável pela
garagem do Senado ganha mais que
um oficial-general do Exército que
comanda uma Região Militar ou uma
grande fração do Exército.
-Um diretor sem diretoria do Senado , cujo título é só para justificar o
salário, ganha o dobro do que ganha
um professor universitário federal
concursado, com mestrado, doutorado e prestígio internacional.
-Um assessor de 3º nível de um deputado, que também tem esse título
para justificar seus ganhos, mas que
não passa de um "aspone" ou um
mero estafeta de correspondências,
ganha mais que um cientistapesquisador da Fundação Instituto
Oswaldo Cruz, com muitos anos de
formado, que dedica o seu tempo
buscando curas e vacinas para salvar vidas.
-O SUS paga a um médico, por uma
cirurgia cardíaca com abertura de
peito, a importância de R$ 70,00 ,
equivalente ao que uma diarista cobra para fazer a faxina num apartamento de dois quartos.
O ATUAL NÚMERO DE SENADORES,
DEPUTADOS FEDERAIS,ESTADUAIS
E VEREADORES.
TEMOS QUE DAR FIM A ESSES
"CURRAIS"
ELEITORAIS,
QUE
TRANSFORMARAM O BRASIL NUMA
OLIGARQUIA SEM ESCRÚPULOS,
ONDE OS NEGÓCIOS PÚBLICOS SÃO
GERIDOS PELA “BRASILIENSE COSA
NOSTRA”
JÁ PERDEMOS A CAPACIDADE DE
NOS INDIGNAR. PORÉM, O PIOR É
ACEITARMOS ESSAS COISAS, COMO
SE TIVESSEM QUE SER ASSIM MESMO, OU QUE NADA TEM MAIS JEITO.
PRECISAMOS URGENTEMENTE DE
UM CHOQUE DE MORALIDADE NOS
TRÊS PODERES DA UNIÃO, ESTADOS E MUNICÍPIOS, ACABANDO COM
OS OPORTUNISMOS E CABIDES DE
EMPREGO.
OS RESULTADOS NÃO JUSTIFICAM VALE A PENA TENTAR.
Uma das maiores riquezas mundiais, em importância para a sustentabilidade do planeta está na Amazônia
Gazeta Valeparaibana
Março 2011
Página 14
Juntos e na mesma direção
EDUCAR * Uma Janela para o mundo - SaciArte - Arte&Sobra - Reciclagem - Teatro - Viveiro Escola Planta Brasil
Sustentabilidade Social e Ambiental - Educação - Culturas e Tradições Populares
UNICEF
lança relatório
Situação Mundial da
Infância 2011
UNICEF - Investir na proteção e
no desenvolvimento da população mundial de 1,2 bilhão de adolescentes pode romper ciclos de
pobreza e iniquidade, segundo o
relatório global do UNICEF
“Situação Mundial da Infância
2011 – Adolescência: Uma fase
de oportunidades”. O relatório
inova nesta edição ao abordar a
adolescência como um período
de oportunidades, invertendo a
lógica que costuma reduzi-la a
uma fase de riscos e vulnerabilidades.
Segundo a publicação, investimentos realizados nas duas últimas décadas permitiram grandes
avanços para os períodos inicial e
intermediário da infância. Entre
os avanços alcançados desde
1990, estão a redução de 33% na
taxa global de mortalidade de menores de 5 anos e a eliminação
quase total das diferenças de gênero nas matrículas na escola primária em diversas regiões em
desenvolvimento.
mesmo período, 81 mil adolescentes brasileiros, entre 15 e 19
anos de idade, foram assassinados.
Segundo o relatório, poderemos
tornar sustentáveis as conquistas
obtidas na primeira década de
vida com políticas nacionais e
programas específicos que ofereçam aos adolescentes acesso à
educação de qualidade, saúde e
proteção.
“A adolescência é um momento
crucial. Essa fase oferece uma
oportunidade para consolidar os
ganhos que obtivemos na primeira infância ou pode significar a
possibilidade de se perder essas
conquistas”, afirmou Anthony Lake, Diretor Executivo do UNICEF.
“Precisamos concentrar mais intensamente os nossos esforços
nos adolescentes – principalmente nas meninas adolescentes –,
investindo na sua educação e saúde e em outras medidas para
envolvê-los nos processos de
melhoria de sua própria vida”.
Segundo o relatório, é na segunda década da vida que as iniquidades aparecem de forma mais
evidente. Os dados disponíveis
comprovam que a iniquidade é
um dos principais fatores que impedem que os adolescentes mais
pobres e vulneráveis continuem
No entanto, menos avanços fo- sua escolarização e os expõem a
ram observados em áreas que situações de abuso, exploração e
afetam os adolescentes. Mais de violência.
70 milhões de adolescentes em
idade de frequentar os anos finais Situação da adolescência
do ensino fundamental estão fora
no Brasil
da escola. No Brasil, as reduções
na taxa de mortalidade infantil en- Além dos dados sobre o Brasil
tre 1998 e 2008 significam que foi incluídos no relatório, o UNICEF
possível preservar a vida de mais também divulgou hoje o Caderno
de 26 mil crianças; no entanto, no Brasil, publicação que contextua-
liza para a realidade brasileira as cassas quando são levadas em
reflexões e dados do relatório glo- consideração outras dimensões
bal.
da iniquidade além da idade, como renda, condição pessoal, local
O Brasil é um país jovem: 30% de moradia, gênero, raça ou etnidos seus 191 milhões de habitan- a.
tes têm menos de 18 anos e 11% Desafios – Os adolescentes enda população possui entre 12 e frentam hoje um conjunto sem
17 anos, uma população de mais precedentes de desafios globais,
de 21 milhões de adolescentes. incluindo o incerto cenário econôPor isso, é essencial atender às mico internacional, as taxas de
necessidades específicas da ado- desemprego entre os jovens, o
lescência nas suas políticas. Ca- aumento do número e da intensiso contrário, corre-se o risco de dade das crises humanitárias e
que um grupo tão significativo e dos conflitos, mudança climática
estratégico para o desenvolvi- e degradação ambiental, além da
mento do País fique invisível em rápida urbanização.
meio às políticas públicas que focam prioritariamente na primeira Levando em consideração que
esses desafios provavelmente se
agravarão na próxima década,
será preciso oferecer aos adolescentes as habilidades e o conhecimento necessários para que eles possam enfrentá-los. Para isso, são necessários investimentos focados nas seguintes áreaschave: coleta e análise de dados;
educação e capacitação; participação; criação de um ambiente
que ofereça proteção e apoio aos
adolescentes; e resolução dos
desafios relacionados à pobreza
fase da infância e na fase seguin- e às iniquidades.
te da juventude.
“Milhões de jovens em todo o
Em consonância com o relatório mundo estão esperando que tomundial, a situação dos adoles- dos nós atuemos mais intensacentes no Brasil demonstra que mente em seu favor. Proporcionar
atualmente as oportunidades pa- a todos os jovens as ferramentas
ra sua inserção social e produtiva de que precisam para melhorar
ainda são insuficientes, tornando- sua vida promoverá uma geração
os o grupo etário mais vulnerável de cidadãos economicamente inem relação a determinados ris- dependentes, atuantes na sociecos, como o desemprego e sub- dade e capazes de contribuir atiemprego, a violência, a degrada- vamente para a promoção de meção ambiental e redução dos ní- lhorias em suas comunidades”,
veis de qualidade de vida. As o- afirmou Lake.
Fonte: UNICEF
portunidades são ainda mais es-
“Quando se sonha só, é apenas um sonho, mas quando se sonha com muitos, isso é realidade.”
O Projeto Social “Formiguinhas do Vale” mantém na rádio web através de seu veículo de comunicação EDUCARonline, dois programas de divulgação de seus projetos, a saber:
EDUCAR - Uma janela para o mundo. Neste programa abordados as questões sociais mais importantes,
tais como Educação, Sustentabilidade Social, Meio Ambiente e Culturas.
No ar todos os Sábados das 18;00 ás 20;00 horas > acesse: www.gazetavaleparaibana.com
RAÍZES & MATRIZES. Este programa é dedicado á Comunidade Lusófona Internacional e nele aborda-
mos a Cultura, Turismo e História de cada país e cidade, além de servir como um prestador de serviços e
de apoio a todo o cidadão das Comunidades Lusófonas em dificuldades, quer seja de Documentação ou
outra dificuldade pontual.
Vai ao ar todas as Sextas-Feiras das 18;00 ás 20;00 horas. Acesse: www.gazetavaleparaibana.com
Março 2011
Gazeta Valeparaibana
Página 15
Comunidades - drogas
Relatório do MP aponta
drogas, "sumiço" de
professores e evasão nas
escolas em Alagoas
Falta de professores nas salas de
aula, evasão escolar, queda no número de matrículas e consumo e venda de drogas nas escolas. Esses são
problemas enfrentados pela rede estadual de Educação em Alagoas, segundo relatório do Ministério Público
do Estado (MPE). O documento já foi
entregue ao governador Teotonio Vilela Filho (PSDB).
Para o MP, um dos maiores problemas está na evasão escolar. Como
exemplo, o relatório aponta a escola
Margarez Lacet, que registrou em
2007 um índice de evasão de 46%.
Em outras unidades, a média chegou
a 30%.
Para a promotora Cecília Carnaúba,
além do prejuízo para os alunos, o
Estado também perdeu recursos. "Já
vivemos em um Estado pobre e tenho informações de que Alagoas perdeu 17% dos recursos do Fundeb por
causa da queda no número de matrículas", afirmou a responsável pela
Vara da Fazenda Pública.
O Ministério Público de Alagoas flagrou alunos de uma escola estadual
assistindo às aulas no chão por falta
de carteiras.
Após a vistoria, a promotora do caso
visitou o depósito da Secretaria de
Educação e encontrou uma pilha de
carteiras sem uso.
No ano de 2008, a promotora lembra
que foram tomadas diversas providências pelo MPE, em relação às
carências escolares, como o ingresso
na Justiça de ações civil pública e de
improbidade. "Fazemos relatórios
todos os anos, mas no deste ano encontramos situações muito mais graves. O governo está perdendo alunos
a cada ano e isso é preocupante", ficando sem diploma, porque nunca
pagam essa dívida. Este ano, várias
revelou.
escolas ainda estão com o ano letivo
Segundo relatório do MPE, o número de 2008", explica.
de alunos matriculados vem caindo
de forma acentuada. Os dados de Em outras escolas, o Ministério Públi2004 revelam que 313 mil estudantes co denunciou o uso e venda de drofaziam parte da rede estadual de en- gas. "Todos os diretores que me ensino. Em 2008, esse número caiu pa- contrei reclamaram que têm problemas de drogas as escolas. É preciso
ra 259 mil.
Além da queda, muitas disciplinas ações mais enérgicas por parte do
deixam de ser ministradas por falta governo nesse sentido", cobrou a
de professores. A carência atinge promotora.
quase todas as disciplinas, entre elas: português e matemática. A falta A vice-presidente do Sinteal
de professores está presente em (Sindicato dos Trabalhadores em E29,8% das escolas do Estado, segun- ducação), Célia Capistrano, discorda
da afirmação do MPE de que não a
do o MPE.
quantidade de professores no quadro
"O mais preocupante disso é que a- funcional do Estado é suficiente e
valiei e temos um número de profes- que eles não estariam trabalhando
sores médio similar ao Paraná, pri- em suas funções. "Existe uma enormeiro colocado no Ideb (Índice de me falta, isso é claro. Fizemos um
Desenvolvimento da Educação Bási- levantamento nas escolas de todo o
ca, em que Alagoas ficou em último). Estado e não há como negar que é
Mas, mesmo assim, faltam professo- preciso chamar mais professores pares em disciplinas do currículo bási- ra o quadro. Podem existir alguns
co. Quero saber onde estão esses lotados em outros locais, mas isso
professores, porque na sala de aula não é de nosso conhecimento", aleeles não estão", criticou, que suspei- ga.
ta que haja profissionais em quantidade suficiente, mas que muitos es- Sobre o uso de drogas, Capistrano
tariam alocados a outras funções no afirma que esse é um problema que
governo. Ela também não descarta a chega até dentro das salas de aula.
possibilidade da existência de funcio- "O uso acontece na sala, nos pátios,
nários "fantasmas" na lista de educa- fora das escolas. Não se faz um trabalho de prevenção e temos localidadores do Estado.
des onde existem ameaças a profesO governo estadual não nega nem sores e até casos de violência relataconfirma: apenas informa que está dos. Esse é um problema muito graaveriguando a situação. O Estado ve que enfrentamos e que vem cresestá realizando um censo em todo o cendo em Alagoas", afirmou.
quadro de servidores para verificar se
há irregularidades.
Outro lado
Segundo a Secretaria da Educação
Por conta da falta de professores em do Estado, os dados apresentados
algumas disciplinas, boa parte das no relatório são oriundos da própria
escolas está com o calendário atra- secretaria, que tem conhecimento
sado. No relatório, o MPE explica que dos problemas enfrentados pela rede
21 escolas só finalizaram o ano letivo estadual e trabalha para melhorar os
em junho. "Em alguns casos, alunos índices educacionais.
passam de ano sem estudar uma
matéria, ficam 'devendo' e acabam Ainda de acordo com a secretaria,
"vários avanços já foram conquistados nos últimos anos, entre eles, em
2008, a assinatura de um pacto pela
educação, onde foram firmados compromissos e metas para reduzir os
índices negativos e sanar as deficiências estruturais das escolas".
Outro ponto citado como importante
para a recuperação da educação no
estado está nas parcerias, principalmente com o Ministério da Educação
e o Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento (Pnud). No
último dia 11, técnicos do MEC visitaram o governador Teotonio Vilela para informar sobre os primeiros resultados do projeto entre Estado e União na tentativa de reverter os índices.
"Essa parceria é determinante para
revertermos os indicadores negativos
na educação. Ela tem sido fundamental para avançarmos no nosso
projeto de transformar a realidade
cruel e perversa do setor em Alagoas", afirmou o governador.
Já o coordenador dessa cooperação
técnica, Laudo Bernardes, disse que
as ações entre a secretaria e o MEC/
Pnud já estão dando resultados e
ajudando na construção de uma
"nova educação" em Alagoas. "A educação do Estado está construindo
uma forma diferente de gestão educacional. O mais importante é que
todo este trabalho está sendo feito
pelos servidores da própria secretaria, que apenas recebe nossos estímulos", informou.
A secretária-adjunta de Educação,
Cícera Pinheiro, afirma que existe um
plano consistente para reverter os
índices de Alagoas. Ela ainda acredita que as melhorias da educação em
Alagoas já são sentidas pela população. "Quem não acreditar, verá como
a educação está mudando. Com o
compromisso desse governo com a
educação não tem como não dar certo", destacou.
Da redação
Ações contra as drogas - Juventude
Brasília,
17/02/11
(MJ) – Ao
abrir o seminário de
implantação
dos Centros
Regionais de
Referência
em Crack e Outras Drogas, a presidenta da
República, Dilma Rousseff, anunciou que o
governo federal fará um combate sistemático
contra o crack, numa luta "sem quartel" contra a droga. "Eu tenho um compromisso com
o povo do meu país, de levar uma luta sem
quartel contra o crack, principalmente porque, devido a características da nossa juventude, nós sabemos que essa é uma droga que
tem uma capacidade de propagação muito
elevada", disse a presidenta.
O evento aconteceu na manhã do dia 17 de
Fevereiro, no Palácio do Planalto, e contou
também com a presença dos ministros da
Justiça, José Eduardo Cardozo, Saúde, Alexandre Padilha, e Educação, Fernando Haddad, além de reitores e professores das 46
universidades federais e estaduais que serão
responsáveis
pelos Centros Regionais de Referência em
Crack e Outras Drogas.
Organização Mundial de Saúde. Os profissionais serão encaminhados diretamente pelos
gestores municipais de saúde e passarão por
cursos de aperfeiçoamento com capacitação
específica sobre o manejo da situação do usuário e dependente de drogas. O início dos
cursos está previsto para março.
Para a presidenta, a formação de profissionais
é essencial no enfrentamento ao crack, já que
não existe hoje um acervo de conhecimentos
e um acúmulo de metodologias para seu tratamento. "A iniciativa dos centros é pioneira e
a participação das universidades é estratégica
Os Centros Regionais de Referência farão a
capacitação de 14.700 profissionais até o fim para o país e para a juventude", reforçou Dildo ano. Os cursos serão baseados em protoco- ma Rousseff.
lo de manejo e atendimento definido pela
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo,
disse que o enfrentamento ao crack e outras
drogas só é possível a partir de um trabalho
integrado em todo o país, que envolva órgãos
públicos e a sociedade civil. A secretária Nacional de Políticas sobre Drogas, Paulina Duarte, e o presidente da Associação Nacional
dos Dirigentes das Instituições Federais de
Ensino Superior (Andifes), Edward Madureira Brasil, também estiveram presentes.
O encontro inaugural dessa parceria, ocorrido
nesta quinta-feira, serviu para definir os critérios e indicadores de avaliação institucional
para monitorar o desempenho das universidades na execução dos cursos. Esse índice possibilitará a avaliação que levará à renovação,
em 2012, dos convênios para a capacitação
continuada desses profissionais.
Da redação
Educar: propiciando oportunidades e orientando novos cidadãos
Responsabilidade Social - Educar também pode ser via jornal.
Sustentabilidade Social e Ambiental - Educação - Reflorestamento - Desenvolvimento Sustentável
Março de 2011
EDIÇÃO Nº. 40 Ano IV
Mundo
Poder desestabilizado
A encruzilhada norte-americana
por Izaías Almada
Não consigo entender a razão que
me impede de ser um grande admirador dos Estados Unidos da América do Norte. E olhe que já tentei:
comprei um chapeuzinho do Mickey na Disneylândia, fantasiei-me
de Homem Aranha no Carnaval,
compadeci-me com os assassinatos de John Kennedy e Martin Luther King, tenho uma nota de um
dólar guardada como talismã, mas
não tem jeito, não consigo engolir
o tal 'american way of life'.
Devo confessar, inclusive, que tenho grande admiração pela produção cultural norte americana, sua
literatura, seu teatro dramático e
musical, o blues e o soul na música, muitos de seus filmes, poetas
como Whitman e Auden, dramaturgos como Albee, Miller e Tennessee Williams, escritores do talento de
Faulkner e Baldwin. E a lista aqui
seria extensa.
inclusive expondo as vísceras de
um colonialismo perverso e ultrajante de países como a Alemanha,
a Holanda, a Inglaterra, a Itália, Espanha, França, esse lugar foi ocupado pelos Estados Unidos da América do Norte, que soube, mais
do que ninguém se aproveitar da
oportunidade oferecida pelas circunstâncias da luta contra o nazi/
fascismo, entre outros fatores, e
assumir o papel de gendarme da
humanidade.
Ao ajudar combater o eixo Roma/
Berlim/Tóquio e eliminar o fantasma de um mundo governado por
um psicopata como Adolpho Hitler,
os EUA envolveram-se num manto
de simpatia mundial que muito
bem souberam canalizar para a defesa de seus interesses econômicos e estratégicos, aos poucos disseminado e sustentado por uma
poderosa máquina de manipular
ideias e consciências através do
rádio, da imprensa, do cinema e da
televisão.
Pode-se mesmo dizer que os últimos sessenta anos vividos pela
humanidade, se caracterizaram por
uma monumental propaganda em
favor de um sistema econômico
que transforma a água em vinho,
multiplica os pães, mas deixa na
miséria, ou quase, 90% da população mundial. E, o que é mais grave,
crucifica a todos aqueles que não
rezam pela sua cartilha. E não são
poucos os Pilatos que lavam as
Mas quanto à sua decantada democracia e o seu papel de polícia do
mundo, não. Aí, não. Aí o assunto
se reveste de inquestionável transcendência. O mundo já está cansado da intromissão direta de siglas
como CIA, DEA, FBI, MARINES ou
indireta como FMI, ONU, OEA, OTAN (onde prevalece a 'visão norte
americana' e corporativa do mundo
capitalista) e outras menos conhecidas pelo grande público, mas não
menos importantes ou perniciosas. mãos diante de tal situação.
Coréia, Vietnam, Indonésia, ditaduDesde que a Segunda Grande ras pela América Central e do Sul
Guerra desmontou o poder hege- nos anos que se seguiram à Semônico da Europa sobre o mundo, gunda Grande Guerra, apoio a ge-
nocidas africanos, apoio a golpes
de estado em países como Chile,
Brasil, Argentina, Bolívia, Uruguai,
nos anos 60/70, Kosovo (Bálcãs),
Haiti, Honduras em anos mais recentes dão, apesar do volume de
ações, uma pálida idéia da intromissão de um país autoritário e arrogante na vida política de outros
povos.
A livre concorrência e a defesa de
interesses econômicos dão aos
EUA, no limite dos direitos adquiridos e na prática de uma diplomacia
minimamente civilizada, consoante
as próprias leis que regem o sistema capitalista, a possibilidade de
se fazerem ouvir em qualquer ponto do globo terrestre. Contudo, direito igual têm todos os outros países da comunidade internacional.
No entanto, não é esse o filme a
que se assiste. Apoiado por uma
poderosa máquina de guerra, onde
se destacam as armas nucleares
(negadas ou permitidas a outros
países conforme as alianças que
se fazem), a hipocrisia (para dizer o
menos) da política
norte americana é
de transformar o Iago da tragédia shakespeariana
numa
verdadeira
Madre
Tereza de Calcutá.
Mistificando suas ações de combate ao terrorismo e ao narcotráfico,
o Departamento de Estado e sua
diplomacia feita de chantagens e
espionagem, conforme revelações
mais recentes do site Wikileaks,
parecem ter chegado a um impasse
nessa primeira década do século
XXI. Sua economia vai mal, seu poder de barganha diminui, sua influência na América Latina e agora no
Oriente Médio declina.
Conseguirá o presidente Barack
Obama mostrar que foi merecedor
de um prêmio Nobel de Paz ou esse galardão se desmoraliza em definitivo?
Izaías Almada
é escritor e dramaturgo.
Sombra do Dia
Eu fecho ambas as
fechaduras
abaixo da
janela.
Eu fecho
ambas as
cortinas e as
afasto
Às vezes soluções
não são tão simples
Às vezes o Adeus
é o único jeito.
E o sol irá se ajustar a você
O sol irá se ajustar a você
E a sombra do dia
Irá envolver o mundo em cinza
E o sol se ajustará a você.
Nos cartões e flores
em sua janela
Todos os seus amigos irão implorar
pra que você fique
Às vezes começos
não são tão simples
Às vezes o Adeus
é o único jeito.
E o sol irá se ajustar a você
O sol irá se ajustar a você
E a sombra do dia
Irá envolver o mundo em cinza
E o sol se ajustará a você.
E a sombra do dia
Irá envolver o mundo em cinza
E o sol se ajustará a você.
E a sombra do dia
Irá envolver o mundo em cinza
E o sol se ajustará a você.
Veio Alguém á minha porta bater,
vacilei não quis abrir
Pensando que era a saudade que
me viera perseguir,
Bateu com mais força, porem não
mais insistiu,
Desceu as escadas em silêncio, e
para sempre partiu:
partiu deixando na porta estas palavras fatais:
EU SOU A FELICIDADE E NÂO VOLTAREI JA MAIS!!!!!!!
Sandra Matos

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