Frecuencia Latinoamérica
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Frecuencia Latinoamérica
Ano 9 - Nº 66 - Maio 2005 Edição em PORTUGUÊS Latinoamérica www.frecuenciaonline.com EXCLUSIVO Tudo pela LIDERANÇA Movistar antecipa os PLANOS DE ATUAÇÃO ROAMING Concorrência obriga operadoras CDMA a discutirem a questão do roaming na América Latina. Tema é polêmico e sem solução à vista ISSN 1555-855X Frecuencia COMUNICAÇÃO SEM FIO NA AMÉRICA LATINA EDITORIAL Latinoamérica Nº 66 Maio 2005 MATRIZ ITP Editorial 475 Biltmore Way, Suite 203 Coral Gables, FL 33134-5756 Tel: 1 305 567 2492 / Fax: 1 305 448 5067 DIRETORA & EDITORA-CHEFE Ana María Yumiseva [email protected] EDITORA EXECUTIVA Ana Paula Lobo [email protected] EDITORA EUA Clara Persand [email protected] EDITORA MÉXICO Fabiola González O nome do jogo [email protected] CORRESPONDENTES Argentina - Elías Tarradellas Chile - Antonio Alvarado Colombia - Marcelo Ivan Ruiz Equador - Jaime Yumiseva Peru - Marco Villacorta PROJETOS ESPECIAIS Graça Sermoud [email protected] CIRCULAÇÃO Carmen Burgos [email protected] DISTRIBUIÇÃO / BRASIL Sarlete Strobel [email protected] WEBMASTER Danilo Bilbao [email protected] TRADUTORAS Ana Cristina Gonçalves Barbara Sipe ADMINISTRAÇÃO & FINANÇAS Carmen Luz Yumiseva ESCRITÓRIOS REGIONAIS REDAÇÃO FRECUENCIA - MÉXICO Calle Once # 102-202 Col. Espartaco Del. Coyoacán - C.P. 04870 - México D.F. Tel: 52 55 53 515302 ITP EDITORIAL - REGIÃO ANDINA Av. Eloy Alfaro 3822 y Gaspar de Villaroel Quito – Equador Tel: 593-22-422-568 / Fax: 593-22-424-871 REDAÇÃO FRECUENCIA - BRASIL Av. Dr. Cardoso de Melo, 146 / 44 Vila Olímpia - São Paulo - CEP: 04578-000 Telefone/Fax: 55-11-3045-3481 IMPRESSÃO SuperGráfica EDIÇÃO DE ARTE E DIAGRAMAÇÃO PUBLICIDADE Pedro R Costa [email protected] AMÉRICA LATINA, EUA E EUROPA GERENTE de MARKETING & PUBLICIDADE [email protected] Sara Astoul 475 Biltmore Way, Suite 203 - Coral Gables, FL - USA Tel: 305-567-2492 EUA OESTE [email protected] Jordan Sylvester 1715 Mtn. Ridge CT NE - Albuquerque, NM 87112 Tel: 505-480-5109 ÁSIA [email protected] Ben Sanosi interAct Group 10 Anson Road - No. 11-17 International Plaza - Singapore Tel/Fax: +65 68770418 FRECUENCIA LATINOAMÉRICA circula dez vezes no ano e é distribuída às empresas e executivos do mercado de telecomunicações sem fio. Assinatura anual: Latinoamérica, EUA e Canadá: US$ 35. Europa e Ásia: 60 Euros. Brasil R$ 50. Direitos Reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta publicação sem prévia autorização da direção. As opiniões contidas na revista Frecuencia Latinoamérica refletem a posição dos autores e não necessariamente a da ITP Editorial. www.frecuenciaonline.com O tão esperado duelo entre a gigante espanhola Telefônica Móviles e a titã mexicana América Móvil começou. Num movimento estratégico surpreendente, a Telefônica decidiu integrar todas as operações na América Latina, com exceção da brasileira Vivo, sob a marca Movistar. A ação é um recado claro aos oponentes: a segunda maior operadora de telefonia celular no mundo quer ter uma única “cara” nos países onde atua com controle 100% espanhol. Frecuencia Latinoamérica não poderia perder a oportunidade e, nessa edição de maio, preparou uma surpresa para os leitores. Numa entrevista exclusiva, Juan José Berganza, diretor Geral de Comunicação da Movistar, marca lançada oficialmente no último dia 06 de abril pela Telefônica Móviles, antecipa os planos da carrier. Eles prometem agitar, e muito, os bastidores do mundo da telefonia móvel celular. Na Argentina e no Chile, por exemplo, os novos assinantes serão levados para a infra-estrutura GSM. Os usuários CDMA nesses países serão alvo de promoções para a migração gradativa para o GSM. Até lá, no entanto, a operadora assegura que todos os investimentos necessários serão feitos na infra-estrutura CDMA. A postura da Movistar terá um peso significativo para os fornecedores CDMA. Na Venezuela, por exemplo, o projeto de evolução da rede CDMA 1xRTT para EV-DO foi temporariamente suspenso. Será que a porta para a Terceira Geração começa a ser aberta na região? A resposta é incerta. Até porque os investimentos em CDMA e GSM ainda não estão pagos. FRECUENCIA LATINOAMÉRICA retrata também uma questão crucial para a rentabilidade das operadoras móveis: o roaming. Por que as operadoras CDMA têm menor agilidade do que as de GSM na área? O tema é polêmico, divergente e, mais uma vez, termina no calcanhar de Aquiles das operadoras: interconexão de rede e repartição de receita na entrada e saída das chamadas. Para completar, uma novidade. A partir dessa edição o nosso leitor terá sempre uma matéria voltada para uma área, considerada uma “mina de ouro”: o entretenimento. Em maio, mostramos o mercado de games. Os jogos na telinha do celular começam a virar febre, para alegria dos gestores econômicos das teles. Boa leitura e até a próxima! Maio 2005 é ÍNDICE NOTÍCIAS NOTÍCIAS CAPA 6 ARGENTINA Telmex escolhe o País para implementar o Centro de Atendimento ao Cliente na América Latina. A unidade ficará em Buenos Aires 8 URUGUAI URSEC prevê que as linhas móveis irão superar a marca de um milhão de assinantes, até 2006 10 EQUADOR Superintendência de Telecomunicações proibiu os cibercafés de oferecer serviços de telefonia IP PERFIL 32 Há dois anos, o argentino Raul Salvado comanda as operações da Centennial Dominicana. Economista, o executivo sempre atuou no mercado latinoamericano de telecomunicação móvel. Em entrevista exclusiva à Frecuencia Latinoamérica, Salvado reforça a necessidade do roaming no Caribe e torce por uma redução dos preços nos terminais dual mode A jóia da COROA Em entrevista exclusiva à FRECUENCIA LATINOAMÉRICA, o diretor Geral de Comunicação da Movistar, Juan José Berganza, antecipa os principais planos da operadora para a América Latina. O executivo confirma: na Argentina e no Chile, os novos assinantes serão incorporados à rede GSM. Ainda assim, Berganza garante que a Movistar não vai abandonar o CDMA PÁGINA 12 ROAMING 16 Dispostas a ampliar a rentabilidade por assinante, as operadoras CDMA tentam encontrar uma solução para agilizar o roaming na região. Questão está além da tecnologia. Esbarra em problemas políticos e financeiros dos países GAMES 22 PRÓXIMA EDIÇÃO GSM MERCOSUL A tecnologia GSM ganhou a liderança na América Latina. As operadoras, agora, investem na oferta de novos serviços e apostam no futuro para acirrar ainda mais a disputa com o mundo CDMA. FRECUENCIA LATINOAMÉRICA revela os investimentos na tecnologia, os planos de migração para Terceira Geração e as campanhas para conquistar novos assinantes na região Apontados nas cartilhas de marketing como os maiores consumidores dos jogos na telinha do celular, os adolescentes geram uma receita que não é brincadeira para as operadoras. Até o final do ano, o mercado de jogos vai gerar um faturamento mundial de US$ 1 bilhão CASE 24 No Chile, o Grupo Santander implementou o Quality Assurance para validar as operações bancárias realizadas via Internet CONVERGÊNCIA ESPECIAL ENTRETENIMENTO MÓVEL Segmento ganha cada vez mais atenção das operadoras móveis, interessadas em ampliar a receita com os serviços de dados. FRECUENCIA LATINOAMÉRICA apresentará as estratégias das principais operadoras da região para essa movimentada e, rentável, unidade de negócios. Também apresentará quem são os principais desenvolvedores na AL, os projetos em desenvolvimento e a integração dos latino-americanos aos negócios globais 4 FRECUENCIA Latinoamérica Maio 2005 28 É inegável que a convergência de serviços de telecom ajuda as corporações a ampliarem a produtividade, reduzir custos e a explorar melhor a infra-estrutura REGIONAL / VENEZUELA 31 Órgãos responsáveis pelo mercado de telecomunicações descartam a hipótese de a Telecom Itália vender as operações da Digitel para a CANTV www.frecuenciaonline.com NOTÍCIAS NOTÍCIAS Infovia digital no e os meios de comuniA construção de uma cação. Queremos uma porede nacional de inforlítica unificada de inclumação em prol da inclusão digital e social”, revesão digital movimenta os lou o presidente da Cobastidores políticos da missão, José Vargas. República Dominicana. Em abril, o Presidente A Comissão Nacional LEONEL FERNÁNDEZ, Presidente da República Dominicana, para a Sociedade da Inde la República Dominicana Leonel Fernández, noformação e Conhecimenmeou a Comissão Nacional para a Soto do País está promovendo enconciedade da Informação e Conhecimentros setoriais com o intuito de amto como a entidade responsável pela pliar a participação das áreas mais formulação das políticas e estratégias representativas da economia do País. governamentais ligadas ao fomento de “Os encontros vão ajudar na deserviços de Informação, entre eles o finição de um plano de Ação Nacioacesso à Internet e telefonia, para a nal. Por isso estamos reunindo as população mais carente do País. empresas, a sociedade civil, o gover- Governo exige redução de tarifa Como principal acionista e cliente da Cable & Wireless Panamá, o governo federal reinvindica uma queda nos preços dos serviços de telecomunicações. O Poder Executivo detém 49% das ações da operadora e quer fazer valer o poder de pressão – é um dos maiores geradores de tráfego para a Cable & Wireless – para obter uma redução de custos. Os serviços de telecomunicações pesam no orçamento anual do governo. Segundo dados oficiais, o gasto na área fica em torno de US$ 6 milhões e a intenção é obter uma redução de 50% nos preços. Tanto que oficialmente sugeriu que as chamadas de telefones fixos para móveis tenham o custo por minuto reduzido de US$ 0,29 pra US$ 0,09. Nas chamadas de longa distância, o governo sugere uma tarifa de US$ 0,06. A Cable & Wireless Panamá admite negociar uma redução de preços, mas não confirma a adoção das tarifas sugeridas pelo Poder Executivo panamenho. 6 FRECUENCIA Latinoamérica Maio 2005 Gol de placa Responsável nos últimos três anos por investimentos de US$ 200 milhões na área de telecomunicações no País, a Telmex vai implantar ali seu Centro de Atendimento ao Cliente na América Latina. A unidade, que será instalada em Buenos Aires, será responsável pela administração de todos os serviços de voz, dados e vídeos dos clientes da gigante mexicana na Argentina, Brasil, Colômbia, Chile, Estados Unidos, México, Peru e Uruguai. Os investimentos no novo Centro de Atendimento estão orçados em US$ 25 milhões. Nele os clientes vão contar com suporte em três idiomas – inglês, espanhol e português. No total, a unidade contará com 50 posições. “A decisão de montar o centro na Argentina não foi baseada tão somente em custo”, destacou o diretor comercial da Telmex, Isidoro Ambe Attar. “Escolhemos o País por causa da excelente formação profissional existente. Foi uma decisão baseada na qualidade da mão-de-obra, a melhor da região. Foi a vitória da preparação”, complementou o executivo da Telmex. O grupo mexicano atua em duas áreas na Argentina: celular, com CTI Móvil, e no segmento corporativo, onde tem grande presença em função das recentes aquisições das operações da AT&T e da Metrored. Em 2004, a gigante mexicana faturou US$ 76 milhões no País. Acima da média A brasileira TIM, que no final de março, alcançou a marca de 14,7 milhões de assinantes, foi apontada como uma das razões para o bom desempenho financeiro da Telecom Itália no primeiro trimestre de 2005. A gigante italiana obteve um crescimento de 10% na receita, somando um faturamento de US$ 841 milhões. www.frecuenciaonline.com NOTÍCIAS Ursec prevê um milhão de assinantes O órgão regulador do País estima que as linhas móveis irão superar a marca de um milhão de usuários até o final de 2006. Atualmente, o País conta com 600 mil assinantes do serviço celular, mas com o desembarque das gigantes América Móvil e Movistar, o setor ganhou uma movimentação surpreendente. Em função do interesse, a Ursec prevê que até o final do ano que vem as linhas móveis vão superar as fixas em número de clientes. Para Juan Piaggio, presidente do órgão regulador uruguaio, o País adere a uma tendência mundial. “Não tínhamos concorrência. Agora temos. A mobilidade é um desejo de todos”, destacou o executivo. De acordo com dados oficiais da Ursec, as operadoras móveis quadruplicaram os investimentos no País nos últimos seis meses. O resultado já é sentido pelo cidadão uruguaio, já que há uma maior oferta de produtos e uma melhor cobertura nacional para o serviço celular. Satisfeito com o incremento das ofertas móveis, o órgão regulador destina atenção especial às fixas. Em fevereiro, a Ursec determinou um novo plano de numeração com oito dígitos, que deverá estar em vigor a partir de julho. A medida desagradou as empresas de telecomunicações, que alegam a necessidade de investimentos extras. Com relação aos serviços IP, a Agência admite que a regulamentação da oferta de telefonia não faz parte da agenda imediata. A idéia é estudar um pouco mais a repercussão do produto junto aos assinantes, antes de se definir um marco regulatório. 8 FRECUENCIA Latinoamérica Maio 2005 Primeiro lugar A cidade colombiana de Telebucaramanga, terceira maior do País, será a primeira na América Latina a possuir uma cobertura total baseada na tecnologia WiMAX. A empresa de Telecomunicações Telebucaramanga, operadora do serviço de telefonia fixa com 800 mil assinantes, anunciou oficialmente a disposição de ativar, no próximo dia 17 de junho, a oferta comercial dos serviços de banda larga sem fio baseado em WiMAX. Os serviços serão integrados à rede ADSL 2, com maior poder de velocidade, para conjugar a oferta de produtos de voz, dados e televisão através da linha telefônica tradicional. SALVE O IP Estudo recém-divulgado pelo Yankee Group prevê que, em 2008, o mundo TERÁ 1,78 BILHÕES DE USUÁRIOS DOS SERVIÇOS MÓVEIS CELULARES. ISSO SIGNIFICA QUE 27% DA POPULAÇÃO DO PLANETA IRÁ POSSUIR UM TERMINAL CELULAR. O instituto prevê ainda que 325 milhões de assinantes terão acesso à Internet banda larga. A tecnologia IP dominará a oferta de serviços de voz. DE ACORDO COM O YANKEE, 75% DAS CHAMADAS TELEFÔNICAS SERÃO REALIZADAS A PARTIR DO IP. www.frecuenciaonline.com NOTÍCIAS América Móvil promete US$ 200 milhões O diretor geral da gigante mexicana, Daniel Hajj, deixou claro que os planos da operadora para o País são ousados. Para acelerar a operação comercial, a operadora anunciou aporte de US$ 200 milhões. A maior parte dos recursos será destinada para a construção de uma infra-estrutura nacional baseada na tecnologia GSM. No final de março, através da subsidiária Sercotel, a América Móvil comprou uma licença para atuar na oferta de serviços móveis celulares no país. O investimento na aquisição da licença foi de US$ 21,1 milhões. A entrada da gigante mexicana foi facilitada pelo governo peruano, preocupado com o domínio absoluto da Telefônica na oferta de serviços de telecomunicações. PRODUTO Mão forte Interconexão de rede também é problema sério no País. Sem consenso, as operadoras Telemar, Vivo, Embratel, Claro, TIM e Intelig pleiteiam a rápida intervenção da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). As regras do órgão regulador brasileiro previam uma livre negociação entre as teles para o estabelecimento dos novos valores de interconexão a serem pagos, a partir de fevereiro deste ano, pelas fixas pelo uso da rede das móveis. Só que a iniciativa não trouxe resultados. Diante do impasse e para forçar um acordo, a Anatel decidiu que as teles só poderão aplicar o índice de 7,99% de reajuste de tarifas entre as ligações de fixo para celular para o consumidor quando chegarem a um consenso com relação ao preço da interconexão. Nem essa medida extrema funcionou. As operadoras não se entendem. Agora, preocupadas com a defasagem das tarifas, exigem a intervenção do órgão regulador. 10 FRECUENCIA Latinoamérica PERFORMANCE Especializada em soluções de mediação e testes, a Acterna incorpora um novo produto ao portfólio. Tratase do HST-3000, criado para ampliar a eficiência de aplicações como VOIP e IP-TV nas redes em tradicionais ou de última geração. Um dos segmentos interessados em testar o produto é o das operadoras que apostam no triple play, ou seja, na oferta convergente de voz, dados e imagens. O HST-3000 amplia a performance das redes e acelera o fluxo das informações. Cibercafés: Suptel proíbe IP Polêmica à vista. A Superintendência de Telecomunicações do Equador (Suptel) proibiu os cibercafés de oferecer serviços de telefonia através da rede IP. Os infratores estão passíveis de punição judicial. Os responsáveis pelos cibercafés foram informados da decisão através de um comunicado oficial distribuído pelo órgão regulador. De acordo com a Suptel, como o Equador ainda não possui uma legislaMaio 2005 ção específica para a oferta dos serviços IP, as operadoras tradicionais reclamaram da perda de tráfego em função da oferta irregular dos produtos de telefonia IP. Com a decisão, os cibercafés terão ainda de entregar um relatório semestral ao órgão regulador, detalhando o tráfego IP das redes. A medida é uma forma objetiva de controlar o possível tráfego de voz nas infra-estruturas gratuitas. www.frecuenciaonline.com PATROCÍNIO CAPA www.evistel.com www.sabrecom.com A jóia da COROA Ana Paula Lobo São Paulo, Brasil No último dia 6 de abril, a Telefônica Móviles anunciou a maior estratégia da empresa na disputa pela hegemonia continental: a unificação das operações, sob a marca Movistar, em 12 países da América Latina – México, Argentina, Venezuela, Colômbia, Chile, Peru, Equador, Panamá, Guatemala, El Salvador, Uruguai, Nicarágua – e na Espanha. Num ambiente de competitividade acirrada, uma forçatarefa foi recrutada para assegurar o êxito da operação. A gigante espanhola investiu US$ 100 milhões no lançamento da Movistar. Em entrevista exclusiva à FRECUENCIA LATINOAMÉRICA, o diretor Geral de Comunicação da Telefônica Móviles, Juan José Berganza, antecipa os principais pontos de atuação da operadora, a líder de mercado na América Latina, após a aquisição das operações da BellSouth. A Movistar nasce com 80 milhões de assinantes e sendo a segunda operadora no ranking mundial da telefonia móvel celular. Pela primeira vez, oficialmente, a operadora admite: na Argentina e no Chile, os novos assinantes serão encaminhados para a rede GSM, opção preferencial da Movistar. Juan José Berganza confirmou ainda que os planos de evolução da rede CDMA na AL estão em processo de avaliação pelo comando da operadora. Até que haja uma definição, com exceção da Vivo no Brasil – que mantém os planos – não haverá qualquer movimento em direção à tecnologia EV-DO na AL. O diretor Geral de Comunicação da Telefônica Móviles, no 12 FRECUENCIA Latinoamérica Maio 2005 entanto, assegurou a manutenção dos investimentos na rede CDMA e CDMA 1xRTT para garantir a qualidade do serviço prestado aos assinantes da tecnologia. Com relação à concorrência, Juan José Berganza admite que a retirada da Telecom Itália de alguns países da América Latina, favorece a Movistar e a sua maior rival, a mexicana América Móvil. Questionado sobre o impacto de um possível duopólio no continente latinoamericano, o diretor de Comunicação da gigante espanhola descartou a hipótese de prejuízos ao assinante. Segundo ele, a disputa pela liderança obrigará as gigantes rivais a estarem preparadas para lançar novas promoções e campanhas voltadas para a manutenção da base de clientes. Evitar o churn (troca de operadoras) é prioridade absoluta. Berganza contesta também a teoria dos analistas de que a Movistar terá dificuldades para conduzir a integração das operações da Telefônica com a BellSouth. “Não há problemas culturais ou de resistência dos funcionários. O processo de fusão acontece nos padrões de mercado”, rebate. www.frecuenciaonline.com PATROCÍNIO www.evistel.com www.sabrecom.com FRECUENCIA LATINOAMÉRICA - Por que Movistar? JUAN JOSÉ BERGANZA – A Telefónica Móviles possuía marcas diferentes em diversos países, como Movistar, na Espanha e no México e a Movicom, na Argentina. Com a aprovação da compra das 10 operações da BellSouth na América Latina, passamos a incorporar novos nomes, entre eles, o da Unifon, na Argentina. Lidar com diferenciadas marcas não fazia parte da nossa estratégia. Optou-se, então, por fazer um estudo rigoroso para a escolha de um único nome. Mais de 1000 possibilidades foram apresentadas a um grupo de 3000 mil entrevistados na América Latina e na Espanha. A intenção foi a de selecionar um nome que estivesse adequado ao espírito da Telefônica. Não se queria simplesmente uma mudança de marca. A idéia era revolucionar. Movistar foi a mais bem recebida pelos assinantes. Ela se tornou o símbolo de uma nova era na Telefônica. Apenas no Brasil, onde a Telefônica possui 50% das operações da Vivo, maior operadora móvel celular do País, e no Marracos (Meditel), onde também há gestão compartilhada, a marca Movistar não foi adotada. Assim, a Telefônica Móviles fica com três operações agora – Movistar, Vivo e Meditel. Como a Movistar vai trabalhar para alcançar a sinergia desejada nas operações latino-americanas? Houve a decisão de dividir o continente em quatro regiões: Norte, que inclui México, El Salvador, Guatemala e Panamá; Andina, que reúne as operações no Equador, Colômbia, Peru e Venezuela; Brasil, onde está a Vivo, e por fim, Cone Sul, reswww.frecuenciaonline.com ponsável pela gerência das atividades na Argentina, Chile e Uruguai. Cada uma dessas regiões terá um comando: no Cone Sul, está Eduardo Caride, no Brasil, Francisco Padinha (nota da redação – em fim de mandato); no Norte, José Moles, e na região Andina não havia, até o fechamento dessa edição, um executivo selecionado. Essas gestões serão cruciais para o sucesso da estratégia Movistar. Elas estarão atuando em total sinergia. Por isso haverá direções mais descentralizadas. São países de grandes diferenças e necessidades diversas. Os analistas afirmam que o processo de integração de operações não será tarefa fácil para a Movistar. A operadora enfrenta dificuldades operacionais e de adaptação neste sentido? Todo processo de aquisição e fusão tem componentes de dificuldades. Unir diferentes modelos de gestão é uma missão nada simples. Os exemplos mundiais existem para comprovar essa tese. No caso da Movistar, houve um grande trabalho para que no dia seis de abril, data do lançamento da marca, boa parte da operação já estivesse integrada. Na região Norte, por exemplo, os sistemas internos e externos de controle de rede já estão sendo gerenciados através do México. Isso traz melhor qualidade de serviço e, é claro, redução de custos. Até o final desse ano, a maior parte dos sistemas na América Latina estará com a unificação concluída. Seremos uma operadora única no continente latino-americano. As possíveis resistências serão superadas com trabalho e transparência nas ações. Qual será o caminho tecnológico da Movistar? Ela manterá as operações CDMA na AL? Na Telefônica Móviles não há uma “guerra” entre CDMA e GSM. Somos usuários das duas tecnologias. Na Europa, por exemplo, o GSM foi o nosso caminho. No México, temos uma Maio 2005 FRECUENCIA Latinoamérica 13 PATROCÍNIO CAPA rede CDMA e estamos montando uma cobertura nacional em GSM. No Brasil, temos a maior cobertura CDMA e não há investimentos em GSM. Sempre avaliamos o melhor modelo de negócios para a Movistar. No caso dos paises onde compramos as operações da BellSouth – todas CDMA – se decidiu que onde havia rede BellSouth sem a presença da Telefônica – Venezuela, Colômbia, Equador e Panamá – a infra-estrutura será mantida e os investimentos serão centralizados na evolução das redes existentes, até que se chegue a um consenso em relação ao uso da Terceira Geração. Já nos países onde houve superposição de redes – Argentina e Chile – a postura determinada foi a de associar os novos assinantes à infra-estrutura GSM. O novo cliente só irá para a rede CDMA se o quiser e pedir. Os assinantes incorporados na operação da BellSouth serão incentivados a migrar para o GSM. Saliento, no entanto, que a Movistar não está abandonando o CDMA. Os clientes que quiserem permanecer na tecnologia não sofrerão qualquer prejuízo na qualidade do serviço. Mas a opção na Argentina e no Chile é a de prosseguir com os investimentos em GSM. Vamos brigar para colocar novos assinantes no GSM. Os projetos de evolução do CDMA 1xRTT para EV-DO, como havia na Telcel, Venezuela, estão suspensos? O nosso objetivo nesse momento é o de ampliar a cobertura CDMA no CDMA 1xRTT. Onde há CDMA essa é a estratégia. Melhorar a cobertura no 1xRTT. Os projetos de EV-DO estão mantidos no Brasil. Na Vivo, não haverá qualquer modificação de uso da tecnologia. Nos demais países da região, ainda está sendo www.evistel.com www.sabrecom.com efetuado um estudo para identificar a viabilidade dos investimentos. Se for constatada demanda por parte dos assinantes, vamos investir. Mas precisamos estruturar planos de ações. O mercado diz que para a Movistar a melhor solução seria evoluir mais rapidamente para a Terceira Geração. O senhor concorda com essa tese? As operadoras investiram muitos recursos financeiros nas infra-estruturas GSM/CDMA. Ainda não houve tempo para encontrar o melhor equilíbrio financeiro. Terceira Geração é um tema que, para mim, parece distante ainda da América Latina. Na Europa, já somos a maior rede UMTS. Só que foi preciso construir uma nova infra-estrutura. Na América Latina, temos que seguir os passos naturais. GSM, GPRS, EDGE. Incorporar novos assinantes e aumentar a rentabilidade média por usuário (ARPU) são metas mais imediatas. Na região, o pré-pago é o sistema dominante. E nessa competição acirrada, os subsídios de terminais são ainda determinantes e cruciais. 3G não me parece uma necessidade imediata do assinante latino-americano. A Movistar se tornou a líder do mercado na América Latina, mas tem a mexicana América Móvil bem próxima e disposta a recuperar a liderança perdida. Quais são as estratégias imediatas da Movistar para assegurar os clientes atuais e conquistar novos assinantes? A América Móvil, sem dúvida, será a nossa grande con- NA MIRA DA CONCORRÊNCIA A gigante espanhola não terá dias fáceis na AL. Os "adversários" prometem lutar, e muito, para manter a base de assinantes. Mais do que isso: já estão desenhando promoções para atrair os usuários da BellSouth, incorporados à carteira da Movistar. Os usuários têm tudo para serem os maiores beneficiados dessa "guerra de poder" 14 "Os clientes Bellsouth que estão na Movistar não optaram por essa operadora. Eles foram obrigados a aceitá-la. Acreditamos que nessa estratégia, há oportunidades de conquistarmos novos assinantes. A Entel PCS brigará pelos usuários com maior poder aquisitivo. Esse é o nosso diferencial em relação à Telefônica Móviles" "Nossa operadora busca os clientes mais exigentes, dispostos a pagarem pela qualidade de serviço. É uma estratégia diferente da Movistar e dos demais concorrentes. Eles direcionam seus esforços para os clientes de massa, com a oferta de promoções inadequadas para a rentabilidade de uma operadora" José Luis Poch, gerente de Marketing e Desenvolvimentos de Negócios da chilena Entel PCS Carlos Calderón, vice-Presidente de Vendas da Alegro PCS (Equador) FRECUENCIA Latinoamérica Maio 2005 www.frecuenciaonline.com PATROCÍNIO www.evistel.com www.sabrecom.com corrente na América Latina. A disputa promete lances arrojados. Os preços dos terminais e dos serviços vão cair. O assinante será o maior beneficiado, pois terá o direito da escolha. A provável permanência da Telecom Itália apenas no Brasil e na Argentina acirra ainda mais essa disputa. É um jogador importante fora do jogo. A situação dos pequenos operadores nos países onde há atuação da Movistar e das teles ligadas à América Móvil é delicada, porque são dois gigantes com força para conseguir preços melhores dos fornecedores de terminais e de infra-estrutura. Ainda assim acredito que há espaços para crescimento para qualquer operadora que souber conduzir um bom modelo de negócio na AL. O índice de penetração da telefonia móvel é muito baixo no continente latino-americano. Temos muito que crescer. Na Movistar, por exemplo, queremos passar dos 15% atuais na região Andina, para 25%, em 2008. No Cone Sul, a proposta é crescer de 11% para 15%. Já na região Norte, o objetivo é atingir a casa dos 17%, em 2008. Hoje, a Movistar está com 13% do market share. A Movistar vai utilizar a força da marca para renegociar pacotes com forne-cedores de terminais GSM e CDMA? Com certeza. Estamos trabalhando para isso. Os terminais CDMA precisam cair de preço. Já houve uma redução, mas eles ainda estão acima do desejado. É claro que vamos usar o poder da operação unificada para negociar melhores preços. Esse é o valor agregado que temos para dar ao nosso assinante. Para esse ano, por exemplo, queremos uma redu- "O assinante não tem noção do subsídio pago pelas operadoras num terminal. Essa batalha de preço não agrega nenhum valor e põe em risco o negócio. A nossa prioridade é ampliar o market share. Não vamos adotar políticas suicidas e que destruam o valor econômico da operadora" ção de 10 a 15% nos custos dos aparelhos CDMA. E vamos conseguir. A Telefônica poderia ser uma das compradoras do terminal de US$ 40, negociado pela associação GSM na Europa e fornecido, até o momento, pela Motorola? Todas as possibilidades de redução de preço são avaliadas pela Movistar. O terminal de US$ 40 é um aparelho desenvolvido sob medida pela Motorola para um consórcio de sete operadoras do Leste Europeu. Eles compraram um volume alto de terminais (nota da redação – mais de cinco milhões). É claro que são terminais sem alguns recursos e direcionados para o serviço de voz e SMS simples. Como na América Latina, há ainda um grande mercado para esse tipo de assinante, é claro, que estamos incorporando a compra centralizada de aparelhos celulares. Reduzir subsídio é garantia de maior rentabilidade em qualquer operação de telefonia. Está suspenso o período de compras na Movistar? Nunca podemos responder sim ou não para essa questão. Ela é o pilar de toda a estratégia de crescimento de uma operadora. Se houver a necessidade de investir para manter a liderança, com certeza a opção será estudada pela direção da Telefônica Móviles. Compras e fusões são temas que estão sempre na pauta das grandes companhias mundiais, sejam elas de telefonia ou não. "A Movistar não terá nenhum impacto na participação de mercado da CANTV em 2005. Somos líderes e permaneceremos no primeiro lugar" Armando Yañes, vice-Presidente de Finanças da Venezuelana Cantv (Movilnet) Guglielmo Noya, Diretor Geral da Personal Argentina www.frecuenciaonline.com Maio 2005 "A CTI chegou para ser protagonista. Vamos brigar para ampliar o market share. Se para realizarmos nossos objetivos, os subsídios são necessários, continuaremos a aplicá-los. É questão de sobrevivência" Carlos Zenteno, Diretor Geral da Argentina CTI Móvil (América Móvil) FRECUENCIA Latinoamérica 15 ROAMING Dispostas a ampliar a rentabilidade por assinante, AS OPERADORAS CDMA TENTAM, SEM GRANDE SUCESSO, ENCONTRAR UMA SOLUÇÃO PARA AGILIZAR O ROAMING NA REGIÃO. A QUESTÃO ESTÁ ALÉM DA TECNOLOGIA. A FALTA DE INTEGRAÇÃO ESBARRA EM PROBLEMAS POLÍTICOS E FINANCEIROS DOS PAÍSES QUERO FALAR 16 FRECUENCIA Latinoamérica Maio 2005 www.frecuenciaonline.com mostrou disposta a financiar um projeto internacional para agilizar os acordos internacionais no CDMA. Na teoria, as teles usuárias da tecnologia garantem a promoção de todos os esforços possíveis para consumarem os acordos de roaming. Na prática, reconhece o diretor Regional do CDG para a América Latina, Celedônio Von Wuthenau, o processo precisa ser aperfeiçoado. O executivo admite que a presença maior das operadoras GSM se tornou um fator “saudável” para a agilização dos processos de roaming. Ana Paula Lobo * São Paulo, Brasil Atire a primeira pedra quem nunca passou por essa situação: a mudez absoluta do terminal celular de última geração nas viagens internacionais. Quando se consegue falar, o preço salgado demais e dói no bolso do assinante. No mundo CDMA, o problema é crítico. Os acordos de roaming são costurados de forma lenta e, muitas vezes, não atendem às expectativas dos consumidores. Como nunca tantos aparelhos celulares foram vendidos como agora, o tema desperta ainda mais atenção. Os principais atores do serviço – fornecedores, operadoras e Governo – não disfarçam os pontos de conflitos. Não à toa, no último CDMA Latin América, evento realizado no Rio de Janeiro, de 18 a 20 de abril, roaming foi o centro das atenções. Principal fomentadora da tecnologia, a Qualcomm se www.frecuenciaonline.com VALOR AGREGADO “Com a concorrência batendo à porta, as teles se mostram mais interessadas em fechar os acordos de roaming. É questão de garantir receita”, observa Von Wuthenau. Segundo ele, o problema é mundial, mas atinge especialmente as operadoras latino-americanas. O executivo lembra que as teles móveis dos Estados Unidos e da Ásia detectaram a necessidade de promover o roaming e, hoje, estão muito à frente dos demais mercados. Diante da lentidão do processo, o CDG estabeleceu uma meta para ser alcançada até o final deste ano: fechar cinco acordos de roaming para voz e outros cinco para a área de dados. A entidade, no entanto, está ciente que na América Latina, os acordos esbarram na resistência das próprias operadoras, pouco dispostas a abrirem mão de uma receita certa com interconexão de entrada e saída de chamadas. O temor é justificável. NO CDG Latin América, o diretor de Longa Distância e de roaming da mexicana Unefón, Omar Flores, foi categórico. Segundo ele, o custo da implementação da facilidade é muito alto e o resultado financeiro dele não é atrativo para nenhuma operadora latino-americana. Até porque, na região, os sistemas prépagos são dominantes – 85% – e apenas 20% desses assinantes estão dispostos a pagar pelo roaming. O executivo mexicano admite que o roaming é uma exigência objetiva nos serviços de voz e deverá ser consumado o quanto antes. Já para dados, Flores é mais reticente. O diretor da Unefón estipula um prazo mínimo de cinco anos para a operação comercial de roaming nos aplicativos móveis. Raul Salvado, presidente da Centennial Dominicana, operadora da América Central com 2,7 milhões de assinantes (leia reportagem na seção Perfil) admitiu que para a operadora, roaming é questão de ordem. Segundo ele, os países do Caribe recebem tradicionalmente uma enorme leva de turistas europeus durante o verão (julho/agosto). Esse ano, em função do Tsunami asiático, o incremento deverá ser Maio 2005 FRECUENCIA Latinoamérica 17 ROAMING ainda maior. O problema é que os europeus são usuários GSM. E não há roaming com CDMA. “Os terminais Worldphone são muito caros. Os prejuízos são grandes para nós. Como não há interfaces técnicas entre GSM e CDMA, nós operadoras acumulamos prejuízos”, disparou o executivo. A maior operadora CDMA da América Latina, a Vivo, joint venture entre a Telefônica Móviles e a Portugal Telecom, diz que os acordos de roaming são costurados sob medida, e conforme a demanda reclamada pelos usuários. Ainda assim, a carrier já possui interconexão com as principais operadoras dos Estados Unidos, Ásia e China. Na América Latina, a operadora admite que o processo anda de forma mais lenta – em muitos países o roaming é tratado como questão de Estado – mas os contratos começam a ser assinados. O grande problema é na Europa. Para esses países, admite a carrier, o Worldphone tem sido a única saída. “Do ponto de vista técnico é impossível um acordo de roaming entre GSM e CDMA”, reconheceu Hilton Mendes, diretor de Inovação em terminais e plataformas da Vivo. “Temos que encontrar a melhor saída para os usuários que exigem preços mais baixos e uma remuneração saudável para as operadoras envolvidas”, completa o executivo. Nos Estados Unidos, as operadoras estão mais adiantadas nas negociações de roaming por uma pressão dos consumidores, esclareceu o gerente de Programa Internacional da Sprint, Witte Kind. “O usuário quis. Tivemos que encontrar saídas favoráveis”, revelou. A própria operadora possui roaming de saída (chamadas originadas nos Estados Unidos e transferidas para outros lugares) com 42 países. Esse número cai um pouco nos acordos de roaming de entrada (operadoras de fora dos Estados Unidos recebendo chamadas originadas no País) – 40 países. Até o final deste ano, a Sprint quer cumprir um desafio: estabelecer contratos de roaming em CDMA 1xRTT com o maior número possível de países. * Com colaboração de Clara Persand, Miami, Estados Unidos À ESPERA DOS FORNECEDORES Operadoras admitem depender da boa vontade dos fabricantes de celulares PARA REDUZIR PREÇO DE TERMINAL DUAL MODE (GSM E CDMA) E DOS APARELHOS CAPAZES DE ATUAR EM 800 MHZ, 850 MHZ, 1.8 MHZ E 1.9 MHZ Segunda maior operadora da China, com mais de 100 milhões de assinantes distribuídos nas infraestruturas GSM e CDMA, a China Unicom adotou o worldphone (telefone global) para permitir que os usuários da empresa possam fazer roaming quando deixam o País. O gerente geral de Vendas e Marketing da China Unicom, William Li, reconhece possuir uma situação bastante favorável diante dos fornecedores. “Temos um grande poder de pressão sob os fabricantes por causa dos nossos volumes de compra. Tanto que o preço do terminal dual mode ficou acessível para o usuário de maior poder aquisitivo”, informou o gerente de Vendas e Marketing da gigante chinesa. William Li disse ainda que um aparelho dual mode tem um custo médio atual de US$ 400. Nos Estados Unidos, a Sprint lançou, em março, o aparelho Worldphone. O custo do terminal foi fixado em US$ 549,99. O handset – que funciona em quatro bandas de freqüência – permite fazer e receber chamadas CDMA e GSM, em mais de 130 países. Para os países com infra-estrutura GSM, o custo do minuto sai a US$ 1,50 por minuto. Já para os países CDMA e ainda com redes AMPS (analógica), a tarifa é de US$ 0,50 a US$ 0,99 por minuto, além do custo da ligação de longa distância, variável de operadora para operadora por causa dos contratos de interconexão de redes. Na América Latina, em função do alto custo do terminal, nenhuma operadora CDMA investiu na venda comercial do Worldphone. Os executivos das teles usuárias da tecnologia admitem que o custo final do serviço ainda é muito elevado, mesmo para os clientes com maior poder aquisitivo. Elas aguardam uma redução de preço – impulsionada pela demanda nos Estados Unidos, China e Índia – para criarem novos serviços comerciais. 18 FRECUENCIA Latinoamérica Maio 2005 www.frecuenciaonline.com ROAMING VONTADE POLÍTICA TRIBUTAÇÃO EXCESSIVA POR PARTE DOS GOVERNOS É APONTADA COMO FATOR-CHAVE PARA A QUASE INEXISTÊNCIA DE ROAMING NA AL. Brasil lidera iniciativa para agilizar os acordos de interconexão no continente Luiz Queiroz Brasília, Brasil Os Governos têm grande parcela de responsabilidade pela pouca oferta de roaming no continente latino-americano. Há uma cobrança excessiva de impostos e, até o momento, poucos se mostraram dispostos a sentar e conversar sobre o tema. Para tentar modificar esse cenário, o Ministério das Comunicações do Brasil trabalha para liderar um movimento regional em prol das ações de roaming. “Na verdade, o roaming na América Latina é muito ruim. Basicamente tenho concentrado meus esforços na América do Sul”, afirmou a diretora da Secretaria de Telecomunicações e do Departamento de Universalização das Telecomunicações do Ministério das Comunicações, Regina Maria de Felice Souza. Ela é a executiva responsável pela condução da iniciativa brasileira de liderar ações mais práticas e imediatas junto aos Poderes Executivos da região. No Brasil, informa Regina Maria Felice Souza, o Ministério das Comunicações receberá ainda neste semestre, um estudo detalhado sobre o mercado de telefonia móvel, elaborado pela Associação Nacional dos Prestadores de Serviço Móvel Celular (Acel). O levantamento servirá para definir a melhor estratégia a ser conduzida pelo Governo brasileiro na área de roaming. Nas discussões preliminares entre o Governo brasileiro e a entidade representativa das operadoras se consta- 20 FRECUENCIA Latinoamérica Maio 2005 tou que o maior entrave para a expansão do roaming na região latino-americana é a bitributação inerente no modelo de negócio. Para acessar o serviço, o usuário tem que estar disposto a pagar caro. Isso porque as operadoras móveis dos países envolvidos na ligação cobram impostos na origem e no recebimento da chamada. Os valores, claro, são repassados para o preço final da chamada. Regina Maria de Felice Souza demonstra grande preocupação com os preços atuais praticados na região. “Há exemplos de ligações do exterior para o Brasil com custo médio por minuto de R$ 15,00 para o usuário. É uma verdadeira fortuna. Os preços precisam ficar compatíveis”, destaca a executiva do Minicom. “Se houver boa vontade, todos ganham, já que haverá mais ligações e mais tráfego nas redes”, complementa. PÉ NO CHÃO A ACEL assumiu o compromisso de encaminhar ao Ministério das Comunicações um estudo relativo à carga tributária incidente no Brasil. Também fará um comparativo com os demais países da América do Sul e do Grupo Andino. O Brasil é um exemplo negativo de alta tributação na área de telecomunicações. O imposto, repassado para as esferas Municipal, Estadual e Federal, representa quase 50% do valor pago pelo assinante. Ciente do problema, Regina Maria Felice Souza planeja liderar uma proposta a ser encaminhada ao Conselho de Política Fazendária (Confaz) para se tentar uma redução de impostos, nos futuros acordos internacionais de roaming. “Será um grande incentivo. Telefonia não é mais um luxo de poucos. O roaming é essencial principalemnte para o mercado corporativo, grande gerador de tráfego”, preconiza a executiva do Ministério das Comunicações. Internamente, o Brasil possui um elevado índice de roaming na planta nacional de telefonia móvel, mas com os países vizinhos, os acordos ainda são incipientes. No Mercosul, por exemplo, até o momento, houve acerto apenas com a Argentina e o Uruguai, e tão somente na plataforma CDMA. Fora do circuito Mercosul, o País assinou acordos com o Peru e a Bolívia. A questão tecnológica, apesar de demandar conversações técnicas, não pode ser considerada um fator impeditivo para a integração das redes no Cone Sul ou na América Latina. www.frecuenciaonline.com GAMES Quer JOGAR comigo? Apontados nas cartilhas de marketing como os maiores consumidores dos jogos na telinha do celular, os adolescentes geram uma receita que não é mais brincadeira na contabilidade das operadoras. ATÉ O FINAL DO ANO, O MERCADO DE JOGOS VAI GERAR UM FATURAMENTO MUNDIAL DE US$ 1 BILHÃO. NA AMÉRICA LATINA, O NEGÓCIO AINDA ENGATINHA, MAS JÁ APRESENTA BONS RESULTADOS Fonte: Screen Digest dos mais de dois bilhões de handsets nas mãos dos usuáDefinitivamente o mercado de mobile gaming não é rios em todo o mundo, cerca de 450 milhões estão habimais uma mera atração das operadoras para se aproxilitados para games. Coréia do Sul e o Japão, como não mar do público jovem. A brincadeira virou um negócio poderia deixar de ser, representam 64% do total das muito sério. Os jogos na telinha do celular asseguram receitas geradas por jogos em celular. Somente o mercauma rentabilidade invejável. Relatório do Wireless World do japonês, sinaliza o estudo do W2F, contabiliza mais da Fórum (W2F), divulgado em janeiro, adianta que o segmetade da receita internacional do segmento. mento deverá arrecadar US$ 2,1 bilhões mundialmente em 2006. O dobro do previsto para esse ano, que é uma ATRASO receita de US$ 1 bilhão. A agressividade das operadoras japonesas NTT A evolução financeira é significativa, especialmente, se DoCoMo, KDDI e Vodafone em conquistar um novo púcomparada aos números da trajetória da indústria de jogos blico é apontada como uma das causas do sucesso do eletrônicos, que levou 20 anos para alcançar um faturamobile gaming. Reunidas, as teles faturaram mais de mento de US$ 26 bilhões. Com números tão expressivos, US$ 500 milhões com o download de games em 2004. as operadoras móveis focam cada vez mais os Serviços de Na América Latina, os números ainda são modestos. Pela Valor Agregado (SVA). Nos últimos dois anos, aponta um conta do W2F, se o Japão e a Coréia do Sul ficarem com estudo do Strategy Analytics, eles têm sido uma precioquase US$ 650 milhões do sa fonte de rentabilidade. mercado mundial, sobram Em 2004, o segmento reFaturamento mundial com cerca de US$ 350 milhões do gistrou um boom com a oferta download de jogos móveis total de um bilhão de dólares comercial do download de jo1.200 Faturamento (milhões de dólares) de receita prevista para 2005. gos. Para 2008, a estimativa é 1.000 Isso significa que os países ainda melhor. Apenas essa 800 latino-americanos brigarão por área deverá ser responsável uma fatia deste bolo de US$ por um faturamento mundial 600 350 milhões com todos os dede US$ 7 bilhões. Além disso, 400 22 FRECUENCIA Latinoamérica 200 0 Maio 2005 2002 2003 2004 www.frecuenciaonline.com mais mercados mundiais, tão emergentes quanto os da região na área de desenvolvimento de jogos para celulares. O momento é de correr atrás para não perder mercaA estratégia das operadoras é oferecer na tela do do, alerta o diretor da ABRAGAMES, enticelular os jogos com títulos fortes, apelo gráfico e de dade brasileira representativa do setor de fácil manuseio no pequeno teclado do aparelho, diz André jogos eletrônicos, Marcelo Nunes de Carde Andrade, gerente de VAS Varejo e Internet da Claro, valho, também diretor da Devworks, deterceira maior operadora do Brasil e controlada pela senvolvedora brasileira de jogos móveis. gigante América Móvil. No Brasil, as quatro principais Durante o seminário Tela Viva Móvel, operadoras móveis conduzem a unidade games como realizado em abril na capital paulista, e que estratégica no mundo de dados. Todas possuem jogos contou com a presença dos principais depara download às dezenas, e para diversos aparelhos, senvolvedores da área de mobile gaming gostos, bolsos e modalidades. no Brasil e na América Latina, o executivo A Vivo, empresa líder do mercado brasileiro com deixou claro que a maioria dos associados quase 27 milhões de assinantes, reúne quase 150 jogos da entidade ainda não vislumbrou o potencial de desenno portfólio. É um leque de opções tão abrangente que o usuário se volvimento de jogos para a área móvel. A prioridade persente numa verdadeira loja de games. As demais operadoras, no manece na produção dos jogos para os PCs. entanto, não ficam atrás. Apesar de TIM, Claro e Oi não terem um “É um erro agir assim. É inevitável que os desenvolcardápio tão variado quanto o da concorrente, é crescente a opção vedores migrem para a plataforma celular. Quem não de download de jogos de cada uma delas. Os preços dos jogos comeevoluir, morrerá”, sentenciou Nunes Carvalho. O exeçam na casa do R$ 1,90 e podem chegar a R$ 13,99, dependendo cutivo acredita que os jogos móveis acabarão por influda complexidade e da fama do game. enciar na fabricação de aparelhos celulares, assim como Nessa disputa pelo assinante, os desenvolvedores têm tudo aconteceu com os PCs. No Brasil, o desenvolvimento de para alcançar a fama. Empresas especializadas na produção de plataformas móveis foi alinhada à Política Industrial jogos como a Takenet, a IN2, a Meantime, o Cesar, a nTime, a traçada pelo governo Lula. Compera e a Wiz Technologies já emplacam seus games no Brasil, Tanto é assim que um grupo de universidades e emna América Latina e na Ásia. Os estrangeiros também reconhecem presas, entre elas a Universidade Estadual de Campinas o mercado brasileiro e latino-americano. Esse é o caso, por exeme a Intel, recebeu um financiamento da plo, da holandesa Móbile Fun, FINEP (Financiadora de Estudos de Profornecedora de games para a Base instalada mundial de dispositivos jetos), entidade ligada ao Ministério da Claro. A prova maior da movimóveis habilitados para jogos Ciência e Tecnologia, para a condução de mentação na área é da mi500 um projeto na área. Batizado de neira Takenet. Em abril, a Base instalada (milhões) Quickframe, ele tem como objetivo faciliempresa teve 100% do seu 400 tar a produção de aplicativos de software capital vendido para a japo300 para telefones móveis. Uma das atividanesa Faith Inc., uma das fordes previstas é a criação de jogos baseanecedoras de conteúdo da 200 dos em Linux e capazes de rodar em qualgigante NTT DoCoMo. A 100 quer plataforma tecnológica. O grupo tem Takenet tem escritórios nos 24 meses para apresentar resultados conEUA, no México e no Chile. 0 2002 2003 2004 cretos ao governo brasileiro. Fonte: Screen Digest DIVERSIDADE www.frecuenciaonline.com Maio 2005 FRECUENCIA Latinoamérica 23 CASE STUDY Referência de QUALIDADE A satisfação do correntista é hoje o foco das grandes instituições financeiras, que apostam nas tecnologias de Quality Assurance para medir a performance dos serviços antes que sejam oferecidos ao cliente. NO CHILE, O GRUPO SANTANDER IMPLEMENTOU O PROCESSO PARA VALIDAR AS OPERAÇÕES BANCÁRIAS VIA INTERNET médio dessa operação ficava em US$ 1, muito alto para um ambiente disputado. Para a boa gestão do negócio-fim da instituição, baixar o valor do custo da transação era imperativo”, acrescenta o executivo. Para criar novas oportunidades, o Santander apostou nas soluções de Quality Assurance, capazes de através de testes, assegurar que os aplicativos desenvolvidos vão atender às demandas definidas para os sistemas de Informação. A unidade de negócios chefiada por Palma Aguirre assumiu a responsabilidade de aprovar cada tecnologia a ser utilizada pelo Santander. “O mais importante não é o que Antonio Alvarado Santiago, Chile oferecemos, mas o que cumprimos sem nos deixar vencer pela demanda”, estabelece o chefe do Departamento de Num ambiente de competição acirrada e globalizaGestão e mudanças de produção. As aplicações Internet, da, as instituições financeiras são as maiores consumilembra Aguirre, foram determinantes para o uso do prodoras das inovações proporcionadas pela Tecnologia da cesso de Quality Assurance na instituição financeira. Informação. No Chile, considerado um mercado pequeCom o crescente uso da Web, surgiu um novo modelo no, mas exigente e referência para a América Latina, o de negócios onde a inexperiência dos chefes de projetos, Grupo Santander adquiriu, em 2003, os ativos do Banco aliada a imaturidade de muitas tecnologias, trouxe perSantiago. A fusão proporcionou ao banco um significatidas em função da má qualidade das vo aumento na carteira de clientes. aplicações apresentadas aos consumiUma das maiores preocupações “A solução de Quality dores. Como os aplicativos não cumdos gestores do Santander foi a de Assurance foi crucial priam o prometido – havia muitas faassegurar a qualidade e a satisfação para ampliarmos o uso da lhas – os usuários perderam a confidesses usuários sem, no entanto, deiInternet. Hoje, com os ança e deixaram de utilizar o canal xar de lado a necessidade de reduzir virtual para transações. custos. Uma das prioridades estabeaplicativos testados antes Foi neste momento que o Banco lecidas foi a de incentivar os clientes de serem oferecidos Santander instaurou as provas de a trocarem a ida às agências bancáriaos consumidores, Quality Assurance, fornecidas pela as físicas pelos canais eletrônicos, conseguimos que mais Mainsoft, e responsáveis pela avaliação entre eles caixas automáticos, call de qualquer nova aplicação antes de ela centers e a própria Internet. de 60% das transações ser oferecida ao mercado. “Desta maO chefe do Departamento de Gesdo Banco Santander neira, já este ano atendemos – especifitão e ambientes e mudanças de proaconteçam via Web” camente pela Internet – mais de 60% dução do Banco Santander no Chile, Hugo Palma Aguirre Jefe del das transações do banco no Chile, com Hugo Palma Aguirre, lembra que mais Departamento de Gestión de Entornos a segurança de que nunca falharemos de 60% das transações bancárias y Cambios de Producción com o cliente”, conclui Palma. eram feitas nas agências. “O custo 24 FRECUENCIA Latinoamérica Maio 2005 www.frecuenciaonline.com REGULAMENTAÇÃO Alta PRESSÃO Evento realizado em São Paulo discute a implementação da PORTABILIDADE NUMÉRICA, UMA PROMESSA AINDA NÃO CUMPRIDA PELAS AUTORIDADES DO SETOR. Caso superem as pressões políticas e de mercado, EQUADOR, PERU E BRASIL PODEM SER OS PRIMEIROS DA AL A ADOTAREM A FACILIDADE Jackeline Carvalho São Paulo, Brasil A maioria dos países latino-americanos reconhece a necessidade de entregar ao consumidor a facilidade de trocar de operadora sem a perda do número telefônico – recurso conhecido como portabilidade numérica – mas a modalidade não consegue sair do papel e se tornar um serviço de valor agregado para o assinante, constata levantamento realizado pelo Yankee Group em seis países da América Latina. O estudo foi apresentado no evento "Portabilidade de Números Telefônicos: Impactos para o Mercado", promovido pela Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas (TelComp), em abril, em São Paulo. A dificuldade de implementação,constata o levantamento do Yankee Group, reside no fato de que boa parte dos países viveu uma situação de monopólio ou teve no máximo duas operadoras competindo entre si. “A pressão política muitas vezes impede que algumas regras caminhem com mais facilidade”, avalia Patrícia Volpi, gerente do instituto de pesquisa para a AL. A maior competitividade no setor obriga a prestadora de serviço dominante a investir num sistema que permita a portabilidade numérica, custo considerado elevado demais pelas operadoras, uma vez que a facilidade amplia a possibilidade de o assinante trocar de operadora. Ao longo da adoção da medida – Cingapura foi o primeiro País a adotar a portabilidade numérica, em 1997 – o chamado churn (troca de operadoras) foi um fato. Na Finlândia, por exemplo, a modali- 26 FRECUENCIA Latinoamérica Maio 2005 dade desencadeou um forte movimento de migração na telefonia móvel. “As operadoras finlandesas não cobram taxa para migração, além de existir uma proliferação de prestadores de serviços. Por isso houve tantas mudanças”, explica Patrícia Volpi, do Yankee Group. Em outros países, no entanto, o impacto da portabilidade praticamente não foi sentido. Na Austrália, usuária da modalidade desde 2001, o churn ficou bem abaixo do esperado. Isso porque, explica a gerente do Yankee Group, as teles criaram produtos para desmotivar os assinantes a trocar de provedor. Uma das práticas de sucesso foi a consolidação da oferta de contratos de longa duração – com vantagens claras, do ponto de vista financeiro e de serviços, para os usuários. www.frecuenciaonline.com STATUS ARGENTINA Fonte: Yankee Group Possui pré-seleção obrigatória por operadora, mas é preciso que os consumidores se cadastrem em pacotes das operadoras de longa distância e permaneçam neles por 60 dias. A legislação estabelece três casos de portabilidade numérica para telefonia móvel BRASIL Portabilidade numérica está na agenda da Anatel. Poderá será decidida ainda esse ano para vigorar a partir de 2006. O grande x da questão é que o órgão regulador planeja iniciar a medida apenas nas operadoras móveis. Decisão é bastante criticada pelas teles CHILE Tem um sistema multioperadora lançado em 1994, para permitir que o usuário escolha a prestadora nacional e internacional COLÔMBIA Em junho de 2004 a CRT – Comissão de Regulamentação de Telecom (agência local) – lançou uma consulta pública para avaliar a portabilidade tanto no serviço fixo quanto no móvel. Até agora não houve uma decisão final EQUADOR Com 1,612 milhão de telefones fixos e 3,544 milhões de celulares, sendo 87,1% no sistema pré-pago, o País deverá ser o primeiro da região a estabelecer a portabilidade numérica, caso cumpra a promessa de ativar o recurso ainda este ano. A grave crise política nacional poderá atrapalhar os planos MÉXICO Examina desde 2004 os custos da implementação da facilidade e acompanha o resultado operacional nos países onde a portabilidade foi implementada. As autoridades querem evitar que os custos de comunicação aumentem caso a portabilidade se torne obrigatória. Sem solução à vista PERU Em dezembro de 2004 publicou proposta com regras para implementação de portabilidade numérica. Permite a seleção de operadora de longa distância desde novembro de 1999 e tem um sistema de multioperadora aprovado em novembro de 2001 VENEZUELA Em junho 2003 definiu que a portabilidade deve valer para telefones fixos e móveis, mas ainda desenvolve o modelo de migração. O mecanismo e o cronograma para implementação serão definidos para os dois serviços (fixo e móvel), porém não foi iniciado www.frecuenciaonline.com Maio 2005 FRECUENCIA Latinoamérica 27 CONVERGÊNCIA Saber COMO e POR QUÊ É inegável que a convergência de serviços de telecom ajuda as corporações a ampliarem a produtividade, reduzir custos e a explorar melhor a infra-estrutura, MAS OS GESTORES SABEM QUE É PRECISO DEFINIR UMA ESTRATÉGIA DE EXECUÇÃO PARA TIRAR O MELHOR PROVEITO DOS RECURSOS DA TECNOLOGIA Ciudad de México, México maior performance das operações. Juan Fernández, analista de telecomunicações do Gartner para a América Latina, no entanto, alerta: a adoção de tecnologias convergentes dentro das empresas requer uma análise objetiva. Os gestores precisam identificar os objetivos da empresa com a convergência e adequarem os processos, para que as mudanças tecnológicas não venham a interferir no negócio-fim da corporação. Há mais de três anos, os mercados de Telecomunicações e de Tecnologia da Informação direcionam suas soluções para a convergência de serviços. A disseminação do conceito é uma realidade. As corporações já entendem qual é o fim destas tecnologias e ferramentas: permitir acesso a serviços de voz, dados e imagens através de uma única rede ou infra-estrutura. Levantamento do Gartner aponta o México como o líder latino-americano na adoção de tecnologias convergentes dentro das corporações, mesmo que muito atrás dos Estados Unidos e dos países da Europa. No México, diz o estudo, o setor empresarial utiliza sistemas que consolidam os serviços tradicionais de voz com mensagens, assim como, algumas aplicações de dados. As iniciativas, no entanto, são ainda muito aquém do possível a ser alcançado a partir da convergência. Na prática, a convergência ambiciona unificar todos os ambientes, sejam eles de voz, dados ou multimídia. Exatamente por isso sua adoção determina uma transformação significativa no âmbito corporativo. A convergência, se bem aplicada, agrega produtividade e eficiência, que podem ser traduzidas em redução de custos e MODISMO OU BENEFÍCIO? “As companhias devem entender qual é a maior vantagem da convergência e levarem em conta que novas tecnologias também alteram as políticas corporativas”, diz Fernández. “Ao integrar duas tecnologias diferentes, pode haver um choque entre as gerências de voz e dados. Assim, o importante é realizar os ajustes nos sistemas e políticas, garantindo que a integração de sistemas ocorra de forma prudente para os negócios”, orienta o analista do Gartner. Para Fernández, as tecnologias convergentes ajudam a alinhar os processos e esquemas de negócio com a própria tecnologia. Só que essa integração exige um conhecimento profundo do negócio. O analista acrescenta ainda que os custos de implementação dos sistemas convergentes variam de empresa para empresa, mas a unificação de tecnologias pode trazer ganhos de 20% a 30%, especialmente na área de mão-de-obra qualificada. Os fornecedores de sistemas já detectaram o movimento corporativo em direção à convergência e apresentam suas diretrizes de negócios. O diretor Geral da Fabiola V. González 28 FRECUENCIA Latinoamérica Maio 2005 www.frecuenciaonline.com HORA DE MUDAR A convergência não é exclusiva das tecnologias e serviços, alerta o diretor geral da Bea Systems do México, Mauro Giannini. Para ele, esse é o momento ideal para as organizações transformarem os negócios, a partir das demandas do mercado. Um exemplo dessa nova realidade parte das próprias operadoras de telefonia, em pleno processo de alteração dos modelos de gestão. Na busca pela sobrevivência, as teles deixam de ser apenas fornecedoras de infra-estrutura para se converterem em provedores de serviços de dados, como correio eletrônico, calendário, jogos e conteúdos digitais. A convergência de linhas tradicionais, sem fio, cabo, satélite e das tecnologias Internet, salienta o diretor Geral da Bea Systems, acelera a concorrência, eleva a expectativa dos clientes e cria novas oportunidades. Nesse ambiente, os preços dos serviços tradicionais de voz apresentam forte redução de preços. “Os provedores de serviços, num modelo de acirrada competição, são obrigados a melhorar a integração e a racionalização dos sistemas de suporte operacional e de negócios para serem mais eficientes”, complementa Giannini. Mônica Navarro, diretora de Novos Negócios da Alcatel América Latina, confirma que o desenvolvimento de aplicações é uma das maiores oportunidades de negócios oriundas da convergência de serviços. Entre os novos produtos se destacam o de mensagens unificadas, centros de chamadas multimídia e assistência pessoal. “O processo de criação de aplicativos ficou mais simples. Os equipamentos de infra-estrutura permitem a migração da telefonia tradicional para a telefonia IP”, conforme as necessidades da corporação “, finaliza a executiva da Alcatel. BEA Systems no México, Mauro Giannini, lembra que o ambiente corporativo de consolidação de sistemas e a necessidade de contar com disponibilidade em tempo integral obrigam as companhias a montarem uma infraestrutura capaz de aproveitar a melhor performance das aplicações e dos ativos existentes. Essa rede terá ainda a missão de fomentar a criação, a entrega e a administração de serviços emergentes de nova geração, com a necessária interoperabilidade de padrões. “No fundo, ela será o sistema nervoso do ambiente de negócios”, informa o executivo da Bea Systems do México. Na visão de Mônica Navarro, diretora de mercado da Alcatel para a América Latina, as comunicações convergentes exploraram a infra-estrutura de forma mais adequada e eficiente para as corporações. Isto porque os recursos são compartilhados e se tem acesso à informação corporativa, independente da localização da pessoa www.frecuenciaonline.com ou do dispositivo que ela utilize. O acesso é, precisamente, um dos facilitadores deste novo esquema, uma vez que a globalização força as empresas a habilitarem soluções – que vão de aplicações customizadas para o cliente e softwares corporativos vitais até processos de serviços de administração – em plataformas escaláveis, consolidadas e que outorguem um alto grau de acessibilidade, capazes de modificar a infra-estrutura de missão crítica das organizações em prol da melhoria dos processos. As convergências de redes e de serviços não só favorecem a redução de custos globais e gastos operacionais derivados da integração das infra-estruturas corporativas numa única rede, como também refletem no desenvolvimento de aplicações sob medida. Elas são capazes de tornar os serviços mais eficientes, assim como, aprimoram o processo de atendimento aos clientes. Esse ciclo produtivo termina por gerar novas oportunidades de negócios. Maio 2005 FRECUENCIA Latinoamérica 29 SEGURANÇA DIA SEGUINTE Fabiola V. González Cidade do México, México No ambiente móvel celular, a segurança pode ser dividida em dois grandes grupos: os serviços tradicionais de voz e a oferta de serviços de dados, que passam pelo envio mensagens curtas de texto (SMS) até a conexão com redes corporativas por meio de dispositivos mais sofisticados como, por exemplo, o Blackberry, produto que permite a visualização de arquivos no formato Word, Excell, PowerPoint e PDF. Nessa era, na qual a mobilidade é cada vez mais uma necessidade, tomar as medidas necessárias para conseguir o máximo possível de segurança é uma obrigação imposta às empresas, fornecedores de soluções e fabricantes de dispositivos interessados em disseminar o uso da comunicação móvel. Embutir ferramentas de proteção nas soluções tem sido a opção dos fornecedores. Neste caso, está a RSA, especializada na área. A empresa oferece soluções móveis de comércio eletrônico, em produtos com certificação digital, uma identificação virtual equivalente a uma carteira de identidade no mundo convencional. Os usuários do smartphone Nokia 9210 Communicator também contam com ferramentas de segurança. Através de uma chave de acesso, disponibilizada pelas corporações e embutida no pró- RISCO CALCULADO As crescentes ameaças sobre os produtos de dados ofertados pelas redes sem fio obrigam as empresas e os desenvolvedores de soluções a traçar UMA OPERAÇÃO DE GUERRA PARA GARANTIR A MÁXIMA SEGURANÇA DAS APLICAÇÕES prio terminal, o assinante poderá consultar correio eletrônico, Intranet e Extranet corporativas. Conforme os fabricantes produzem telefones celulares, PDAs e PCs portáteis com funções sem fio cada vez mais complexas, esses equipamentos se tornam objeto de cobiça dos hackers, reforça o diretor de Administração de produtos sem fio da Symantec Corp., Jayson Conyard. Até porque, explica o executivo, significativas partes das comunicações pessoais e de negócios começam a ser transferidas para as LANs sem fio. Cuidados básicos devem ser repassados para os usuários. Numa rede convencional, a invasão só acontece se o hacker se conectar fisicamente à infra-estrutura. Já numa rede sem fio, o invasor não precisa se expor. Ele pode, exemplificam os fornecedores, estar sentado num aeroporto junto a um executivo falando ao celular. Nesse momento, o hacker tem duas opções: interceptar a chamada ou prestar atenção no que está sendo falado. de 2004, do SymbOS.Cabir, um vírus que se replicou inicialmente nos telefones da série 60 da Nokia e, por meio de Quando se trata de chamadas de voz, a fraude também não é novidade e está presente desde o primeiro dia de sua Bluetooth, passou a atingir qualquer dispositivo ao seu alcance, incluindo impressoras. utilização. Ainda assim, os atuais fraudadores se tornam cada Tratar a segurança como um processo de negócio, e não vez mais complexos. Segundo a Associação de Controle de mais como um produto a ser oferecido ao assinante da rede, é Fraudes, as perdas globais causadas por fraude ficam entre inevitável nos dias atuais quando a convergência das redes fi- US$ 35 bilhões e US$ 45 bilhões ao ano, com um crescimen- xas e móveis fica muito próxima. A Internet e as comunicações to que vai de 11% a 25% ao ano. sem fio (celular, Pager, Wi-Fi etc.) são tecnologias criadas a À medida que surgem novas tecnologias sem fio, os partir da necessidade do mundo moderno de estar conectado hackers dedicam mais e mais tempo a descobrir e explorar em tempo real à informação, mas apresentam vulnerabilidades novas vulnerabilidades, assim como aconteceu no mundo das características da inovação tecnológica. Qualquer deslize, po- redes tradicionais. Um claro exemplo foi a criação, em junho derá significar prejuízos incalculáveis para as empresas. 30 FRECUENCIA Latinoamérica Maio 2005 www.frecuenciaonline.com REGIONAL VENEZUELA NÃO ao DUOPÓLIO Evitar que os consumidores fiquem restritos às ofertas de apenas duas gigantes no setor de telefonia móvel celular. Essa foi a principal razão para a negativa dada pela Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel) e pela Superintendência para a Promoção e Proteção da Livre Competição (Procompetência) para barrar o pedido de compra da Digitel pela CANTV. O negócio, estimado em US$ 450 milhões, daria à CANTV, controladora da Movilnet, mais da metade do mercado móvel venezuelano, explicou ato oficial das entidades regulatórias. A fusão, completou o comunicado, reforçaria a posição dominante da CANTV na terminação de chamadas fixas e móveis em todo o País. “Há uma discussão muito forte sobre o valor da interconexão de rede. Esse custo pesa no preço final ao assinante. Com uma única empresa controlando o negócio, as chances de o usuário ser beneficiado ficariam muito reduzidas”, disse Alvin Lenzama, Superintendente da Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel). Na telefonia móvel, o impacto na concorrência também seria bastante prejudicial ao consumidor, explicou Milton Ladera, Superintendente da Procompetência. A Cantv é controladora da Movilnet, responsável por 34% do mercado celular no País. A Digitel possui 20%. Juntas, as empresas ficariam com mais da metade dos negócios no segmento. Em segundo lugar viria a Movistar, que recém-adquiriu as ações da Telcel. A gigante espanhola conta com 45% do mercado. “Qual empresa investiria no País para brigar por um mercado estimado em 1%?”, indagou Ladera aos jornalistas venezuelanos durante o anúncio da decisão oficial, ocorrido no último dia 05 de maio. “O País ficaria extremamente dependente da vontade de dois grandes grupos”, completou o responsável pela Procompetência. www.frecuenciaonline.com Órgãos responsáveis pelo mercado de Telecomunicações no País DESCARTAM A HIPÓTESE DE A TELECOM ITÁLIA VENDER AS OPERAÇÕES DA DIGITEL PARA A CANTV. Decisão surpreende e altera planos da gigante italiana HISTÓRICO 01/12/04 CANTV e Telecom Itália comunicam a oferta de compra das ações da gigante italiana na Digitel pela maior operadora de telefonia fixa da Venezuela 13/01/05 Digitel oficializa a proposta de aquisição das ações pela CANTV à Conatel – Comissão Nacional de Telecomunicações 20/01/05 Procompetência e Conatel começam a estudar o negócio 05/05/05 Órgãos regulatórios negam o pedido de compra sob alegação da formação de duopólio na telefonia móvel celular na Venezuela E AGORA? A decisão dos órgãos reguladores poderá obrigar uma revisão dos planos da gigante Telecom Itália na América Latina. Oficialmente, a operadora reportou que mantém interesse de atuar apenas nos mercados brasileiro e argentino. A TIM já vendeu as ações que tinha na chilena Entel PCS para o Grupo local Almendral e negocia a venda das operações na Bolívia. Fontes do mercado acreditam que a rejeição da venda das ações da Digitel para a CANTV foi a forma encontrada pelo governo para viabilizar a vinda da mexicana América Móvil para o País. Caso a TIM mantenha a disposição de vender as ações da Digitel, a operadora de Carlos Slim poderá vir a ser a maior interessada, uma vez que trava uma batalha particular com a arqui-rival Movistar pelo domínio do mercado na AL. Maio 2005 FRECUENCIA Latinoamérica 31 PERFIL Grande contraste Ana Paula Lobo São Paulo, Brasil O senhor está à frente da Centennial Dominicana, uma operadora com poder significativo no Caribe. Como o senhor analisa o duelo entre Movistar e América Móvil pelo domínio na AL? Definitivamente veremos muitos rounds no mercado de operação móvel. Tanto a Movistar como a América Móvil vão travar combates importantes pela liderança regional, inclusive nos países onde temos atuação. Mas elas terão que identificar as necessidades dos clientes. No caso do Caribe, por exemplo, há contrastes importantes. O mercado é dominado pelo prépago, mas há usuários de maior poder aquisitivo, interessados em comprar serviços de última geração. Lidar com esses extremos requer cuidado e conhecimento do mercado local. As gigantes terão que aprender essa lição. E claro, nós vamos ter que nos preparar ainda mais para não perder a base. O senhor observa os contrastes do Caribe. Como a Centennial Dominicana estabelece a estratégia de atuação? Houve a decisão de buscar o usuário com maior poder aquisitivo. Estamos investindo na evolução da rede CDMA. Nesse semestre, teremos uma cobertura nacional – República Dominicana, Porto Rico e Jamaica, além é claro, dos Estados Unidos, com que temos uma relação muito estreita – em CDMA 1xRTT. Para o segundo semestre, começaremos a operação comercial do EV-DO, em áreas préselecionadas. Vamos reforçar a oferta de serviços sofisticados. Eles são a melhor fonte para ampliar a rentabilidade. Mas é claro que não podemos dispensar o usuário pré-pago. Ele responde por 90% do mer- 32 FRECUENCIA Latinoamérica Há dois anos, O ARGENTINO RAUL SALVADO COMANDA AS OPERAÇÕES DA CENTENNIAL DOMINICANA, OPERADORA COM 2,7 MILHÕES DE ASSINANTES NA JAMAICA, PORTO RICO E REPÚBLICA DOMINICANA. Economista, Salvado sempre atuou no mercado latino-americano de telecomunicação móvel. Antes de dirigir a Centennial Dominicana, ele conduziu os negócios da Millicom na região. EM ENTREVISTA EXCLUSIVA À FRECUENCIA LATINOAMÉRICA, RAUL SALVADO REFORÇA A NECESSIDADE DO ROAMING NO CARIBE E TORCE POR UMA REDUÇÃO DOS PREÇOS DOS TERMINAIS DUAL MODE AINDA EM 2005 ser reduzidos e, na verdade, torcemos muito para que isso aconteça. Nesta hora, o poder da Telefônica Móviles é importante. Ela tem força para baixar os preços. Seria ótimo não subsidiar mais terminais e os fabricantes CDMA sabem disso. O GSM decola com incrível rapidez na região, mesmo não sendo a tecnologia mais preparada para a Terceira Geração, exatamente por causa do preço. Ele é atrativo. Aqui na Centennial Dominicana, a opção pelo CDMA é irreversível. Ela é a tecnologia do futuro, que nos permitirá a oferta convergente de voz, dados e imagens. cado. O nosso grande objetivo é facilitar a adesão desse assinante aos serviços póspagos. Estamos com uma série de produtos desenhados para atrair esse usuário. A Centennial Dominicana é usuária CDMA, tecnologia reconhecida como mais cara do que a concorrente GSM. Até que ponto os custos dos terminais impactam na conquista de novos assinantes? Realmente os terminais CDMA são mais caros. Acredito que os custos podem Maio 2005 O Caribe é um mercado que mantém características próprias, até em função da proximidade com os Estados Unidos. Como o senhor analisa os próximos passos na região? Os assinantes nos cobram serviços equivalentes aos ofertados nos Estados Unidos. Isso nos obriga a ampliar os investimentos em infra-estrutura. Também recebemos uma grande leva de turistas. Por isso, o tema roaming (veja matéria nas páginas 16 a 20) é tão crucial. Torço para que se tenha uma redução do custo dos terminais dual mode ainda esse ano. Eles são a forma de tecnologias divergentes se comunicarem. www.frecuenciaonline.com EVENTOS ANUNCIANTES COMPANHIA WEBSITE PÁGINA Qualcomm www.qualcomm.com Siemens Mobile www.siemensmobile.com Página 5 GSM México www.frecuenciaonline.com Página 7 Pyramid www.pyramidresearch.com Página 8 Frecuencia Online www.frecuenciaonline.com Página 9 Evistel www.evistel.com Página 11 ITU Americas 2005 www.itu.int/americas2005/ Página 19 WCA www.wcai.com Página 21 Expocomm Argentina www.expocomm.com.ar Página 25 Convergys www.convergys.com Capa 3 Sabre Communications www.sabrecom.com Capa 4 Capa 2 MAIO V Foro de Regulación Cartagena de Indias, Colombia 10 th Annual ICT Americas Conference Miami, EUA Telecoms Access Brazil Maio 18-19 Rio de Janeiro, Brasil JUNHO GSM Argentina Junho 3-4 Buenos Aires, Argentina Supercomm 2005 Junho 6-9 Chicago, EUA Networkers Solutions Forum Junho 6-9 Buenos Aires, Argentina Assine e gerencie sua assinatura em tempo real Para servir melhor aos leitores, Frecuencia Latinoamérica simplifica o modelo de assinatura. O cupom impresso foi extinto. A partir de agora, o processo é on-line se baseia em três itens: Rapidez Simplicidade Objetividade As assinaturas para a revista impressa podem ser feitas através do site: www.frecuenciaonline.com Se voce já é leitor registrado no FrecuenciaOnline, basta clicar em "minha conta" e, em tempo real, gerencie e administre todo o processo de inscrição para receber a revista impressa. Se ainda não está registrado, aproveite o novo modelo! Ingresse em www.frecuenciaonline.com/subscribe Forneça os dados solicitados e faça uma assinatura de forma simples, ágil e objetiva. www.frecuenciaonline.com V Encontro Cidades Digitais Junho 9-11 Florianópolis, Brasil Fórum Internet Ahciet 2005 Junho 13-15 San José, Costa Rica Capacity USA 2005 Junho 14-15 New York, EUA GSM Brasil Junho 23-24 Rio de Janeiro, Brasil Convención Global Anual de WCA Junho, 28 - Julho, 1 Washington, EUA JULHO VIII Cumbre de Reguladores y Operadores Julho 11-12 Assunção, Paraguai www.ahciet.net SETEMBRO CDMA Americas Congress Setembro 12-14 Miami, EUA www.cdg.org Expo Comm Argentina Setembro 27-30 Buenos Aires, Argentina Maio 2005 FRECUENCIA Latinoamérica 33 OPINIÃO As antenas celulares e o desenvolvimento tecnológico É provável que toda evolução apresente conseqüências negativas para o ser humano. A GRANDE LIÇÃO IMPOSTA AO HOMEM É SABER LIDAR COM AS ADVERSIDADES, CORRIGINDO AS POSSÍVEIS FALHAS ANTES QUE HAJA QUALQUER PREJUÍZO À SAÚDE Por Sapjha Hamad Nicaragua Uma discussão bastante interessante surgiu nos últimos dias em relação às antenas celulares e aos possíveis males causados por elas. O foco é a oposição de determinados setores à instalação destes equipamentos, sob a argumentação de que as antenas móveis seriam prejudiciais à saúde de usuários e habitantes podendo causar graves enfermidades, inclusive câncer. Apesar da oposição, todas as evidências científicas comprovadas até aqui não indicam qualquer efeito danoso à saúde. A OMS (Organização Mundial da Saúde), por exemplo, reconhece que as investigações científicas feitas pelos mais diversos órgãos não comprovam os argumentos divulgados pelos opositores das antenas, que não são poucos. As principais alegações são que a exposição à radiofreqüência encurta a vida das pessoas, produz câncer e que os níveis de exposição radioelétrica nas áreas públicas ao redor 34 FRECUENCIA Latinoamérica das estações celulares estariam subindo, isto em razão dos equipamentos estarem instalados abaixo dos limites estabelecidos por normas sanitárias internacionais. Estas normas recomendam que as antenas devem ser instaladas a uma distância mínima de dez metros do nível do solo. De acordo com especialistas em comunicação sem fio, a regra é cumprida à risca pelos provedores de serviços, que realizam estudos técnicos antes de decidir aonde instalar suas antenas. Ao mesmo tempo, a área de epidemiologia do Ministério da Saúde da entidade assegura que estudos recentes realizados em laboratórios dos Estados Unidos também não demonstraram que as radiações produzidas por estas antenas possam originar algum tipo de enfermidade. É verdade, porém, que outros estudos apontam que a radiofreqüência pode superaquecer os tecidos humanos, pelo tipo de radiação que emite, mas isso não tem se comprovado com as antenas celulares. Estes mesmos estudos afirmam que toda tecnologia tem seus efeitos e que os danos que podem causar às pessoas depende do nível de consciência existente em sua utilização. É provável que toda evolução tecnológica traga consigo algumas conseqüências negativas para o ser humano. De todo modo, não se trata de eliminá-las ou atacá-las, mas de saber compreendê-las e aprender a viver com o desenvolvimento tecnológico, corrigindo-o e administrandoo, caso demonstre efeitos nocivos. Vale ressaltar que estudos científicos afirmam que os raios X, as radiações dos tubos de TV e monitores de computadores, os próprios telefones celulares ou as radiações das antenas de radiodifusão podem danificar a saúde, caso não sejam tomadas as precauções necessárias. Do mesmo modo, como as emissões veiculares, os alimentos enlatados, as frituras, o álcool, o cigarro e as bebidas gasosas também são prejudiciais à saúde. A Comissão de Saúde da Assembléia Nacional, que recentemente aprovou uma Os raios-X, as radiações dos tubos de TV e monitores de computadores, os próprios telefones celulares ou as radiações das antenas de radiodifusão podem danificar a saúde, caso não sejam tomadas as precauções necessárias Maio 2005 lei que regula a instalação e a operação das antenas de telefonia celular, deveria buscar um consenso, reunindo operadoras de telecomunicações, organizações de defesa dos consumidores, especialistas e médicos. O objetivo seria aprovar uma lei que proteja os direitos dos usuários e habitantes, sem impor obstáculos ao desenvolvimento das telecomunicações, que hoje representa um dos setores mais dinâmicos e importantes para o crescimento do País. Sapjha Hamad, diretora de Imprensa e Relações Públicas da Telcor, operadora da Nicarágua [email protected] www.frecuenciaonline.com
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FRECUENCIA Nº 62 Novembro 2004 www.frecuenciaonline.com MATRIZ ITP Editorial 475 Biltmore Way, Suite 308 Coral Gables, FL 33134-5756
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