Versão de Impressão - Portal de Eventos - UEM
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ISSN 2237-8219 AVALIAÇÃO DE PLACAS CIMENTÍCIAS E DA QUALIDADE DO ACABAMENTO EM PAINÉIS DE VEDAÇÃO EXTERNA NO SISTEMA LIGHT STEEL FRAMING Rafael da Silva Farias1 Julio César Pigozzo 2 RESUMO A construção civil vem se modernizando a cada dia e com isso os sistemas construtivos tradicionais que desperdiçam grandes quantidades de matéria prima, por falta de planejamento ou mão de obra qualificada estão perdendo cada vez mais espaço. Consequentemente os construtores tem buscado novas tecnologias e novas formas de construir. A utilização do aço na construção civil já é uma realidade em países de primeiro mundo e no Brasil vem lentamente ganhando espaço. Sendo assim o Light Steel Framing (LSF) que utiliza perfis de aço formados a frio como estrutura é um dos sistemas alternativos em crescimento no país, que proporciona uma construção leve, industrializada, com menos desperdícios e que principalmente, tem o tempo de execução das obras muito abaixo da alvenaria convencional. No Brasil, culturalmente o consumidor espera das construções um acabamento e aparência final semelhante aos apresentados nas construções de alvenaria, isto exigiu uma adaptação do sistema LSF, que passou a utilizar placas cimentícias no revestimento externo, para permitir acabamento com argamassa e pintura final. Esta adaptação apresenta ainda algumas dificuldades no tratamento das juntas entre as placas. Este trabalho busca reunir informações e conhecimentos através de estudos de caso, observando as diferentes tecnologias, produtos utilizados e resultados obtidos nas construções existentes na região de Maringá, e a realização de ensaios em laboratório para melhor compreensão e visualização dos comportamentos das placas cimentícias para que se consiga um acabamento superficial das vedações externas cada vez melhor, tornado o sistema ainda mais atrativo no mercado nacional. Palavras-chave: Light Steel Framing. Placas cimentícias. Tratamento das juntas. 1 2 Acadêmico do Curso de Engenharia Civil, Universidade Estadual de Maringá-UEM, Departamento de Engenharia Civil-DEC, [email protected] Professor Titular, Universidade Estadual de Maringá-UEM, Departamento de Engenharia Civil-DEC, [email protected] 1. INTRODUÇÃO O material mais utilizado para alvenarias de vedação, são os blocos cerâmicos. Porém as técnicas construtivas empregadas são artesanais e a geração de resíduos sólidos, de projetos e planejamento, acabam fazendo com que construtores do país procurem cada vez mais as construções alternativas (VIVAN; PALIARI; NOVAES, 2010). Dentre as novas modalidades, existem vários sistemas que levam a industrialização da construção. Possibilitando minimizar a quantidade de resíduos, aumentar a qualidade e diminuir o consumo de mão de obra. Seguindo a linha de estruturas metálicas uma boa opção é o sistema Light Steel Framing (LSF) que, segundo Vivan e Paliari (2012), vem se consolidando no mercado imobiliário brasileiro e, portanto tem chamado a atenção dos profissionais da construção civil. Entretanto o LSF necessita de adaptações e desenvolvimento de produtos nacionais para atender as exigências culturais brasileiras, principalmente em relação as vedações verticais. Em relação aos materiais largamente utilizados nacionalmente nas vedações verticais externas, e que tem um bom desempenho técnico e comercial, estão as placas cimentícias. (LOTURCO, 2003). Embora existam inúmeras vantagens em relação à construção tradicional. De acordo com Neto (2010), a fissuração e ondulações nas juntas entre as placas cimentícias são os problemas que ocorrem com maior frequência e tendo em vista que existem basicamente dois tipos de juntas: a junta aparente e a invisível, este trabalho pretende fazer uma avaliação das placas cimentícias e das técnicas de execução dos acabamentos nos painéis de vedação para o sistema LSF, visando especificamente o tratamento das juntas entre as placas cimentícias e o tratamento superficial das paredes. 2. DESENVOLVIMENTO Nessa seção serão descritos os métodos utilizados para desenvolvimento do trabalho, assim como os resultados e as discussões. 2.1. Metodologia Foram realizados estudos de caso em três obras diferentes onde foram avaliados os modelos de tratamento das juntas entre as placas cimentícias. Os locais foram: Obra 1: Construção de uma edificação comercial com 650 m² na cidade de Maringá-PR, em fase de acabamento, onde será instalado um salão para a realização de eventos. De acordo com o cronograma de execução, a obra tem duração prevista de sete meses, com término previsto para maio de 2014. Obra 2: Construção de uma residência de alto padrão no condomínio Village Bourbon, na avenida Cerro Azul, também em Maringá, sendo que de acordo com o cronograma a duração da obra era de 4 meses e o término para o mês de novembro de 2014. A residência possui dois andares e um total de 420,00 m². Obra 3: Casas populares do programa “Minha casa, Minha vida” do Governo Federal, com 65,00 m² construídos a um ano na cidade de Paiçandu, Pr. Foram realizadas visitas técnicas e ensaios em laboratório com placas cimentícias de três marcas diferentes, sendo duas importadas e uma nacional, avaliando suas características físicas e comparando-as com as avaliações disponíveis na bibliografia tendo em vista que uma das possíveis causas de problemas são as variações dimensionais devido a mudança de umidade e absorção de água. IV Seminário de Engenharia Civil da UEM 2 Os ensaios foram feitos seguindo os requisitos da ABNT NBR 15498:2007, onde optou-se pela realização de testes geométricos, densidade aparente, absorção de água, testes de resistência à tração na flexão e variação dimensional. 2.1.1. Controle Geométrico Foram verificados o esquadro da placa através do teorema de Pitágoras. Para a confirmação da linearidade das bordas foi decidido que seria esticada uma linha de nylon exatamente na extremidade da placa. Essas verificações citadas acima foram realizadas apenas na placa cimentícia da Panel Rey. Medidas de espessura também foram feitas, agora em todas as amostras, utilizando um multímetro, e que, de acordo com a norma deveriam ser realizadas em três pontos diferentes ao longo da largura da placa. 2.1.2. Densidade aparente e Absorção de água Os ensaios de densidade aparente e absorção de água foram realizados com o mesmo corpode-prova e a ABNT NBR 15498:2007 especifica que os para ambos os casos eles sejam do mesmo tamanho e devem ter no mínimo 20 cm², com isso esses dois ensaios foram realizados em conjunto. Inicialmente foram retirados das amostras da PanelRey e Profort quatro corpos-de-prova quadrados. Essas peças foram as mesmas para ambos os ensaios e determinou-se que a área superficial seria de 49 cm². No caso da placa nacional foram retirados corpos de tamanho 200 x 200 mm para que os mesmos pudessem ser utilizados também nos ensaios de variação dimensional. Na sequência com as peças cortadas, foram realizadas as medições de largura e altura das plaquinhas e o volume foi calculado multiplicando-se os valores encontrados pela espessura que foi novamente verificada em cada um dos corpos-de-prova. Na sequência os corpos-de-prova foram pesados e seus valores anotados e determinados como peso aparente e em seguida levados à estufa por 24 horas para que fossem aferidos os pesos secos, e por fim as peças ficaram imersas por 24 horas para que fossem pesadas saturadas. 2.1.3. Resistencia à flexão Das mesmas placas cimentícias dos experimentos anteriores foram retirados 8 corpos-deprova da marca PanelRey e Profort, onde em 4 delas seriam testadas as resistências no estado de equilíbrio com o ar e nas outras 4 em estado saturado. No caso da placa da Brasilit retirou-se somente duas peças das quais foram testadas apenas no estado de equilíbrio com o ar. O aparelho em que foi plicado o carregamento deveria ter, segundo a ABNT NBR 15498:2007, velocidade de deslocamento constante, portanto o dispositivo escolhido está mostrado do lado esquerdo da Figura 2.1, e do lado direito estão representados os apoios dos corpos-de-prova que foram adaptados em laboratório, sendo que barra de carregamento tinha um diâmetro de 18 mm e deveria ter a mesma dimensão dos suportes. IV Seminário de Engenharia Civil da UEM 3 Figura 2.1 – Aparelhagem para a realização do ensaio de resistência a tração na flexão Fonte: Autor (2014) Com o auxílio das tabelas abaixo decidiu-se que as peças teriam um tamanho de 280 x 120 mm e o espaço entre os apoios 200 mm. Tabela 3.1 – Dimensões dos Corpos-de-Prova Forma do corpo-de-prova Comprimento (mm) Quadrado 250 Retangular Distância entre apoios + 40 Fonte: ABNT NBR 15498 (2007) Largura (mm) 250 ≥ 100 Tabela 3.2 – Distância entre os eixos de suporte Forma do corpo-de-prova Distância entre os eixos dos suportes Quadrada 215 Retangular ≥18∙e Fonte: ABNT NBR 15498 (2007) Os ensaios foram realizados primeiro com as peças saturadas, sendo que os corpos-de-prova foram ensaiados com o lado de menor resistência contra o suporte e a carga apoiada exatamente na linha mediana das peças experimentadas, como mostra a Figura 2.2. Figura 2.2 - Corpo-de-prova ponto para ser ensaiado Fonte: Autor (2014) IV Seminário de Engenharia Civil da UEM 4 2.1.4. Variação dimensional por imersão e secagem Para a realização dos ensaios, foram modelados os corpos-de-prova nas dimensões de 200x200mm, em formato quadrado. De acordo com a Norma ABN NBR 15498:2007 as medidas devem ser realizadas na região central da peça. Porem para melhor aferição optou-se pela realização também das medidas por lado, conforme Figura 2.3. Figura 2.3 – Demonstração dos lugares onde foram feitas as medidas com paquímetro Fonte: Autor (2014) Inicialmente os corpos-de-prova foram imersos em água por 48 horas para a realização das medidas na peça saturada, em seguida foram secos em estufa por mais 48 horas e medidos os comprimentos nos mesmo pontos usados anteriormente. Com isso foi possível fazer a verificação da variação dimensional com a imersão e secagem das amostras. 2.2. Resultados Em cada uma das obras visitadas foram realizados um modelo diferente de acabamento superficial e de juntas, na qual serão apresentados juntamente com os ensaios realizados no laboratório. 2.2.1. Obra 1 - Salão de Eventos Após a fixação das placas de gesso acartonado específicas para ambientes externos foram realizados os tratamentos das juntas com a fixação de uma fita telada juntamente com uma massa colante, conforme figura 2.4. IV Seminário de Engenharia Civil da UEM 5 Figura 2.4 – Detalhe das fitas para ambientes internos e externos Fonte: Autor (2014) Depois do tratamento específico para as juntas foi realizado um tratamento superficial para toda a extensão da parede, usando a mesma massa utilizadas nas juntas, ou seja, foi passada uma fina camada por toda a parede como se fosse um emboço. E posteriormente a finalização da fachada se deu com tinta e textura por toda a parede. 2.2.2. Obra 2 - Residência de Alto Padrão Em relação ao acabamento das paredes, primeiro foi realizado o tratamento das juntas entre as placas cimentícias utilizando a fita telada juntamente com uma massa de cimento colante denominada permabase (itens 1 e 6, Figura 2.5). Depois da secagem da primeira etapa uma tela de maior dimensão foi utilizada por toda extensão da parede (item 7, Figura 2.5), e por cima dessa tela por fim foi passada uma camada fina de massa para deixa-la sem as possíveis ondulações causadas pelo tratamento nos encontros das placas (item 10, Figura 2.5), nota-se que as placas cimentícias utilizadas nesse caso não tem rebaixe nas bordas (item 1, figura 2.5), o que poderia amenizar as ondulações nas juntas. Figura 2.5 – Esquema de tratamento superficial Fonte: Panel Rey (2014) IV Seminário de Engenharia Civil da UEM 6 Esse tratamento adotado é denominado de Base Coat System e apresentou uma boa qualidade em relação as fissuras nas paredes, tendo em vista que nas visitas realizadas, estando a um metro da parede não foi verificado nenhum defeito, e aparentemente a parede estava lisa o suficiente para apenas ser finalizada com uma simples pintura. 2.2.3. Obra 3 – Residência “Popular” Diferente das demais obras realizadas, nesta foram feitos apenas tratamento nas juntas entre as placas para receber a textura, conforme era especificação da própria distribuidora da Profort, que dizia para apenas passar uma massa elastomerica também fornecida pela empresa (Figura 2.6). Figura 2.6 – Esquema de tratamento superficial Fonte: Autor (2014) Porém foi possível perceber que apenas o tratamento nas juntas não foi suficiente pois ocorreram fissuras e outros problemas com infiltrações em muitas casas. Atualmente a própria indústria mudou as instruções de instalação, adotando então o sistema Base Coat. Na figura 2.7, é possível verificar detalhes da reforma que está sendo realizada nas paredes externas devido aos diversos problemas ocorridos, primeiramente está sendo retirado o tratamento antigo feito nas juntas e depois será retirada toda a textura para que posteriormente seja possível refazer um tratamento adequado com tela de fibra nas juntas e duas demãos de massa de cimento na parede, e depois então aplicar textura novamente. Figura 2.7 – Textura sendo retirada da parede Fonte: Autor (2014) IV Seminário de Engenharia Civil da UEM 7 Outro problema detectado, foi a falta de isolamento adequado nas juntas entre as janelas e as placas cimentícias, o que causou infiltrações nas paredes onde haviam aberturas, fazendo com que o gesso da parte interior das vedações tivesse de ser removido para combater os problemas causados pela água, conforme figura 2.8. Figura 2.8 – Bolor na chapa de OSB devido as infiltrações no canto da janela Fonte: Autor (2014) Como tentativa de minimizar as infiltrações devido à má qualidade do acabamento entre as janelas e as placas cimentícias foi instalado uma calha na parede para que a água que escorresse não infiltrasse na janela, como visto na figura 2.9, porém pode-se perceber que o problema não foi resolvido, pois as infiltrações continuaram ocorrendo devido às precipitações que ocorriam diretamente nas janelas. Figura 2.9 – Calha instalada para amenizar as infiltrações Fonte: Autor (2014) 2.2.4. Ensaio de laboratório - Controle Geométrico A Tabela 2.1 apresenta os resultados das dimensões da placa cimentícia Panel Rey, nas bordas laterais e no centro considerando os alinhamentos longitudinal, transversal e diagonal. Tabela 2.1 – Resultado das medidas para placa cimentícia Panel Rey Altura Largura Diagonal IV Seminário de Engenharia Civil da UEM Centro (m) 2,438 1,219 Bordas (m) 2,437 2,437 1,218 1,219 2,725 Fonte: Autor (2014) Média (m) 2,4373 1,2187 8 A espessura foi medida em três posições nas placas estudadas para cada um dos fabricantes. A Tabela 2.2 apresenta os resultados nas posições 1,2 e 3, o resultado médio e a variação em porcentagem considerando as espessuras nominais indicadas pelos fabricantes. Tabela 2.2 – Medidas de espessura das placas Proforte Panel Rey Brasilit 1 8,2 13,2 9,8 Medidas (mm) 2 3 Média 8,16 8,14 8,17 12,84 12,8 12,95 9,9 10,0 9.9 Fonte: Autor (2014) Variação (%) 1,72 1,93 1,00 Sobre as características geométricas, as placas apresentaram um bom desempenho, pois não foi verificado grandes diferenças em relação ao que é determinado nos manuais técnicos dos fabricantes. A maior variação na espessura foi da Panel Rey com 1, 93 %, e mesmo assim, bem menor do que o citado na ABNT NBR 15498:2007, onde a tolerância pode ser de até 10 %. Em relação a linearidade e esquadro, apenas a marca Panel Rey foi verificada e constatou-se que está dentro da norma onde a variação linear máxima é de 3 mm/m e a variação do esquadro é 4 mm/m na diagonal. As dimensões da Panel Rey indicadas na tabela 2.1 apresentaram variações inferiores a 0,1 %, em relação as dimensões nominais indicadas pelo fabricante, neste caso as variações de dimensões foram inferiores ao limite de 0,2% determinado pela ABNT NBR 15498:2007. 2.2.5. Ensaios de Laboratório - Densidade aparente e Absorção de Água Com a determinação de massas e volumes nas condições secas e saturadas e utilizando as fórmulas da densidade e umidade foi possível calcular a densidade aparente e a absorção de água dos corpos-de-prova. Conforme tabelas 2.6 e 2.7. 39,95 39,23 41,82 38,81 Média 63,788 64,35 63,460 65,49 62,996 64,22 61,985 65,53 Média 394,122 619,22 404,442 629,80 381,439 609,38 403,114 618,76 Média Fonte: Autor (2014) Densidade (g/cm³) 1,075 1,065 1,052 1,069 1,065 1,009 1,032 1,019 1,057 1,029 1,571 1,557 1,598 1,535 1,565 IV Seminário de Engenharia Civil da UEM PROFORT CP 1 CP 2 CP 3 CP 4 m (g) Tabela 2.7 – Valores de Abdsorção de água CP 1 CP 2 CP 3 CP 4 PANEL REY PANEL REY CP 1 CP 2 CP 3 CP 4 Volume (cm³) 37,151 36,848 39,766 36,320 CP 1 CP 2 CP 3 CP 4 BRASILIT PROFORT CP 1 CP 2 CP 3 CP 4 BRASILIT Tabela 2.6 – Resultados de densidade CP 1 CP 2 CP 3 CP 4 Massa seca(g) Massa saturada (g) Absorção (%) 36,94 42,94 16,24 36,24 42,23 16,53 38,74 44,72 15,44 36,19 42,88 18,49 Média 16,67 62,45 72,86 16,67 63,69 74,61 17,15 62,44 73,29 17,38 61,91 71,96 16,23 Média 16,86 606,37 732,78 20,85 618,78 742,65 20,02 601,49 720,4 19,77 606,66 729,26 20,21 Média 20,21 Fonte: Autor (2014) 9 As marcas Panel Rey e Profort tiveram como resultado uma densidade em torno de 1,0 g/ cm³, e a Brasilit em torno de 1,5 g/cm³ A porcentagem de absorção de água da Panel Rey, segundo a fabricante deve ser menor que 10 % e para a Profort, menor que 17 %. Os corpos-de-prova de ambas as marcas absorveram em média 16 % de água, portanto para a primeira marca o valor está fora do especificado nos laudos da empresa e para a segunda marca está dentro do esperado. As peças da Brasilit foram as que apresentaram uma maior porcentagem de absorção, em torno de 20 %. 2.2.6. Ensaios de Laboratório - Resistência a Tração na Flexão As Tabelas 2.8 e 2.9 a seguir apresentam os resultados da força máxima aplicada e a resistência à tração na flexão. A equação 1 transforma a carga de ruptura em resistência. 𝑅𝑓 : 3 ∙ 𝑃𝑚á𝑥 ∙ 𝐿 2 ∙ 𝑏 ∙ 𝑒2 Eq. 1 Onde: Pmáx: carga de ruptura por flexão (N) L: distância entre os eixos de apoio (mm) b: Largura do corpo-de-prova (mm) e: Espessura média do corpo-de-prova (mm) Rf: Resistência à tração na flexão (MPa) Tabela 2.9 - Corpos-de-prova saturados Pmáx (N) PROFORT PANEL REY PROFORT Resist. tração na Pmáx (N) flexão (MPa) CP 1 195,76 2,92 CP 2 244,55 3,65 CP 3 210,88 3,15 CP 4 246,00 3,67 Média 3,35 CP 1 458,9 6,84 CP 2 1206,58 18,00 CP 3 1092,07 16,29 CP 4 838,22 12,50 Média 13,41 CP 1 534,25 7,97 BRASILIT CP 2 580,75 8,66 Média 8,31 Fonte: Autor (2014) CP 1 CP 2 CP 3 CP 4 PANEL REY Tabela 2.8 – Corpos-de-prova em equilíbrio com o ar CP 1 CP 2 CP 3 CP 4 333,15 368,74 345,1 336,53 Média Resist. tração na flexão (MPa) 4,97 5,50 5,15 5,02 5,16 186,87 172,58 189,21 178,04 Média Fonte: Autor (2014) 2,79 2,57 2,82 2,66 2,71 Os corpos-de-prova da Brasilit e da Panel Rey, tanto saturados ou em equilíbrio com o ar apresentaram ruptura dúctil ao serem submetidas à flexão. Já os corpos-de-prova da Profort apresentaram uma ruptura frágil. 2.2.7. Ensaios de Laboratório - Variação Dimensional por imersão e secagem A tabela 2.10 apresenta os resultados em porcentagem da variação dimensional e umidade contida da condição saturada em relação a condição seca. IV Seminário de Engenharia Civil da UEM 10 BRASILIT PANEL REY PROFORT Tabela 2.10 – Variação dimensional e umidade CP 1 CP 2 CP 3 CP 4 Média CP 1 CP 2 CP 3 CP 4 Média CP 1 CP 2 CP 3 CP 4 Média Variação da altura (%) Variação da largura (%) Umidade (%) 0,20 0,22 16,01 0,14 0,15 27,80 0,11 0,17 26,10 0,13 0,19 10,04 0,14 0,18 19,99 0,13 0,20 14,42 0,20 0,11 14,28 0,20 0,17 14,95 0,15 0,12 14,44 0,17 0,15 14,52 0,19 0,22 20,85 0,21 0,22 20,02 0,14 0,23 19,77 0,19 0,18 20,21 0,18 0,21 20,21 Fonte: Autor (2014) A Panel Rey cita que a variação dimensional deveria ser menor que 0,05%. As outras marcas não citam qualquer limite. A variação dimensional de 0,1 % corresponde a uma variação de 1 mm por metro de placa. Os valores médios encontrados são muito grandes quando se trata de fissuras. 3. CONCLUSÃO A análise das placas cimetícias mostrou que a Panel Rey apresentou melhor desempenho em relação à resistência, variações geométricas e variações dimensionais. Os valores médios das variações dimensionais da ordem de 0,16 % para as placas Panel Rey e Profort e 0,20 % para a placa Brasilit são grandes quando se trata de fissuras de retração. Esse detalhe sempre poderá ser um problema para o sistema, ainda levando em consideração as possíveis variações dimensionais devido a temperatura que não foi explorada no trabalho. Em relação ao tratamento das juntas entre as placas e o tratamento superficial das paredes, na obra 1, o acabamento foi convincente, mesmo ocorrendo algumas patologias, ao todo pode-se concluir que foi eficiente. Para a obra 2, percebeu-se que o tratamento não foi suficiente, tendo então que refaze-lo em muitas casas. Por fim concluiu-se que o sistema que menos apresentou defeitos ou problemas dentre os três estudados foi o utilizado na obra 3, que é um método denominado de Base Coat System. No entanto esse sistema é considerado um desperdício de tempo para o Steel Framing, tendo em vista que, a massa superficial passada em toda a extensão da parede tem um procedimento muito parecido com o reboco da alvenaria convencional. Apenas quando a aparência de alvenaria convencional não for prioridade, outros sistemas industrializados de fechamentos verticais, ganharão mercado. Entretanto, mesmo com o fechamento com placas cimentícias o LSF ainda é vantajoso tendo em vista o tempo de construção e a qualidade das obras. IV Seminário de Engenharia Civil da UEM 11 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 15498: Placa cimentícia sem amianto: Requisitos e métodos de ensaio. 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