Pintores alemães no Brasil durante o século XIX

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Pintores alemães no Brasil durante o século XIX
Maria Elizabete Santos Peixoto
Pintores alemães no Brasil
durante o século XIX
ArteData
Maria Elizabete Santos Peixoto
Pintores alemães no Brasil
durante o século XIX
ArteData
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Maria Elizabete Santos Peixoto
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Copyright © Maria Elizabete Santos Peixoto, 1989-2004
Primeira edição digital em junho de 2004, revisada a partir da
original impressa de 1989
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Pintores Alemães no Brasil durante o Século XIX
Conteúdo
Prefácio
11
Introdução 15
Karl Wilhelm von Theremin
Johann Moritz Rugendas
Ferdinand Krumholz
37
Friedrich Hagedorn
45
August Müller
51
Eduard Hildebrandt
63
Joseph Brüggemann
73
Emil Bauch 79
Karl Linde 87
Karl Ernst Papf
93
August Off 103
Johann Georg Grimm 111
Thomas Georg Driendl 123
Bernhard Wiegandt
131
Benno Treidler
137
Bibliografia 145
Índice iconográfico
Agradecimentos 169
Créditos
171
153
21
27
9
"O século XIX apresenta à História da Arte no Brasil o sério desafio
de ter sido a época decisiva para a transformação de nossa cultura
nacional. Tudo o que, até o advento republicano, pôde condicionar
a inteligência brasileira para receber e reassimilar as influências
internacionais, aconteceu nesses primeiros anos de nossa história
independente."
QUIRINO CAMPOFIORITO
História da Pintura Brasileira no Século XIX, 1983
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Maria Elizabete Santos Peixoto
Pintores Alemães no Brasil durante o Século XIX
Prefácio
A aventura da investigação e da pesquisa histórica não traz
satisfações só ao pesquisador; aos poucos, à medida em que os
resultados da pesquisa vão sendo revelados, vamos todos nós,
interessados na matéria em estudo, nos emocionando também.
Para o heurista, a simples notícia confirmando uma data pode
concorrer para superar uma hipótese ou, simplesmente, para
ratificar uma certeza.
A autora nos revela que para recolher a bibliografia referente a
cada um dos artistas estudados e as informações que possibilitam
as biografias que constituem este livro, foram gastos alguns anos
de trabalho e de expectativa. Expectativa à espera da resposta de
cartas que enviou a autoridades e a museus alemães. Sem estas
respostas, todo o trabalho de fichamento, já pronto, estaria
comprometido. Continuaríamos sem notícias sobre a formação
artística de muitos dos pintores estudados e pouco se saberia sobre
suas obras. Este compromisso com a fidelidade da informação traz
dificuldades para o pesquisador. Mas o árido e paciente esforço da
investigação resulta gratificante, quando de repente se descobre
que um pintor tido como retratista, pintou paisagens; ou ao
contrário, que um reconhecido paisagista deixou também alguns
retratos.
Maria Elizabete Santos Peixoto aponta para a influência alemã na
arte brasileira, que parece ser muito maior do que se admitia. Ela
só estuda nesta obra quinze pintores alemães, mas lembra,
oportunamente, que pouco sabemos de muitos outros. Faltam-nos
notícias ainda suficientes daqueles artistas e artesãos que, nos
séculos XVII e XVIII, pintaram os interiores das igrejas, sacristias e
conventos; de outros que esculpiram a madeira e a pedra; dos que
fizeram riscos e erigiram templos, colégios e casas de morar; e
ainda daqueles que compuseram músicas, fundaram orquestras e
organizaram corais. Quem foram e de onde vieram os muitos
padres e frades de ordens conventuais, que aqui estiveram com
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BERNHARD WIEGANDT
111. Rua São Clemente (Rio de Janeiro
RJ), 1884
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Maria Elizabete Santos Peixoto
Pintores Alemães no Brasil durante o Século XIX
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missões catequéticas e que nos trouxeram o estilo barroco? Muitos
eram alemães por certo. A autora refere-se ao beneditino Frei
Ricardo do Pilar, que deixou no Rio de Janeiro o seu magnífico
trabalho no Mosteiro de São Bento. Mas esta influência alemã
chegou-nos de outros modos também; não foi uma Bíblia impressa
e ilustrada na Alemanha por Cristoph Weigel (1654-1725), que veio
às mãos de Antônio Francisco Lisboa, o nosso escultor Aleijadinho?
Os pintores alemães de que trata este livro chegaram por aqui
algum tempo depois de já proclamada a nossa independência da
dominação colonialista portuguesa. Desembarcaram no litoral
brasileiro em pleno século XIX, numa época em que poucos
compravam arte. Ao lado de outros pintores, que também como
eles ficaram à margem das preferências do público amante das
artes, apesar das dificuldades, conseguiram se impor com as suas
obras, à medida em que estas significavam uma opção de
renovação numa sociedade fechada para o novo e para tudo o que
estivesse fora dos cânones da arte que se fazia na Academia
Imperial das Belas Artes.
O trabalho substantivo de Maria Elizabete Santos Peixoto se
transforma agora em fonte obrigatória de consulta para os
estudiosos e colecionadores, servindo a todos aqueles que se
interessam pela arte brasileira. Só com o aprofundamento de
trabalhos de pesquisa como este, é que teremos a possibilidade de
conhecer melhor a formação da nossa história, da nossa arte, da
nossa cultura.
ELMER CORRÊA BARBOSA
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BERNHARD WIEGANDT
103. Palmeira Meriti (Amazonas), 1877
KARL WILHELM VON THEREMIN
002. O aqueduto da rua de
Matacavalos, 1832
Maria Elizabete Santos Peixoto
Nasceu no Rio de Janeiro, em 1955. Jornalista
graduada pela Pontifícia Universidade Católica do
Rio de Janeiro (1978), crítica e historiadora de
arte, tem se dedicado à pesquisa no campo das
artes visuais e à organização de exposições. Como
curadora participou, dentre outras, do
planejamento das mostras História da Pintura
Brasileira no Século XIX e Seis Décadas de Arte
Moderna na Coleção Roberto Marinho (Rio de
Janeiro/Buenos Aires). Atualmente chefia a seção
de pintura brasileira do Museu Nacional de Belas
Artes, no Rio de Janeiro. É membro da seção
brasileira da Association Internationale des
Critiques d'Art e do Comitê Brasileiro do
International Council of Museums, órgãos da
UNESCO.
E
ste livro reúne e sistematiza
informações a propósito dos
principais pintores alemães que
estiveram no Brasil durante o século XIX,
concentrando-se especialmente naqueles
que aqui se radicaram ou tiveram, através
de sua atuação, marcante influência sobre
o processo de formação e evolução
histórica da arte brasileira.
Dentre suas características mais valiosas
está o fato de elaborar biografias
sintéticas de cada artista selecionado, de
modo suficientemente completo mas não
exaustivo, a fim de superar a tradicional
barreira representada pela
heterogeneidade do tratamento aplicado
a esse assunto nos raros e incompletos
títulos bibliográficos brasileiros referentes
à história da arte do período em questão.
Ademais, a reprodução de obras
representativas da produção do conjunto
de autores incluídos neste livro,
proporciona uma inédita oportunidade
para verificação do contexto de sua
importância e significado.