Caçadores de oportunidades

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Caçadores de oportunidades
33 LIÇÕES DE EMPREENDEDORISMO | 31 DE JANEIRO DE 2015 – EDIÇÃO 2
EDIÇÃO
2
33 LIÇÕES DE EMPREENDEDORISMO | 31 DE JANEIRO DE 2015
Caçadores de oportunidades
O que as empresas de Joinville e região estão fazendo
para se destacar em um cenário desafiador
4
UMA PUBLICAÇÃO DO NOTÍCIAS DO DIA JOINVILLE
FUNDADOR E PRESIDENTE EMÉRITO
MÁRIO J. GONZAGA PETRELLI
GRUPO RIC SC
PRESIDENTE EXECUTIVO
MARCELLO CORRÊA PETRELLI
DIRETOR COMERCIAL
REYNALDO RAMOS
DIRETOR ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO
ALBERTINO ZAMARCO JR.
DIRETOR REDAÇÃO NOTÍCIAS DO DIA
LUÍS MENEGHIM
REVISTA NOSSAS EMPRESAS,
GRANDES HISTÓRIAS
DIRETOR REGIONAL GRUPO RIC
SILVANO SILVA
GERENTE COMERCIAL NOTÍCIAS DO DIA JOINVILLE
E COORDENADORA GERAL DO PROJETO
JACKELINE MOECKE
(47) 3419-8038 E (47) 8402-6633
[email protected]
SUPERVISOR COMERCIAL
MATHEUS HENRIQUE
CONTATOS COMERCIAIS
NOTÍCIAS DO DIA JOINVILLE
DENISE SUZUKI, GONILDA ESSER E OSVALDO JR
CONTEÚDO EDITORIAL
EDITOR EXECUTIVO
VANDRÉ KRAMER
EDITOR DE DIAGRAMAÇÃO
MARCELO DUARTE
IMAGEM DA CAPA
ROBSON BRÜNING
FOTOS
FABRIZIO MOTTA, MAURO SCHLIECK E DIVULGAÇÃO
REVISÃO
SOLANGE SILVA
DISTRIBUIÇÃO
SANDRA REGINA MACHADO
IMPRESSÃO
COAN
JANEIRO DE 2015
SITE
WWW.RICMAIS.COM.BR/SC/NOSSASEMPRESAS
ENDEREÇO
RUA XAVANTES, 120
BAIRRO ATIRADORES – CEP: 89203-210
(47) 3419-8000 – JOINVILLE/SC
Nossas Empresas,
Grandes Histórias
MARCELLO CORRÊA PETRELLI
As pessoas e as empresas que lidam com comunicação e mídia tem uma grande oportunidade, mas junto
a isso também tem uma grande responsabilidade, que
é levar informação de qualidade e que faça a diferença
para as pessoas e sua comunidade.
Santa Catarina é um Estado ímpar, com seus indicadores de produção, produtividade e qualidade nos produtos e serviços realizados, isso sem contar os índices
de qualidade de vida, educação e geração de empregos
que encontram-se entre os melhores do Brasil e reforçam o orgulho de ser catarinense.
Este projeto “Nossas Empresas, Grande Histórias”,
tem como objetivo mostrar para a sociedade que para
alcançarmos e mantermos estes índices de padrão Internacional devemos ter empresas e empresários excelentes, colaboradores comprometidos e, principalmente,
comunidades que conheçam e valorizem suas empresas
e seus produtos.
Por isto é de fundamental importância o trabalho realizado pela revista e ainda mais admirável as empresas
aqui representadas, pois só com uma sociedade forte,
digo, empresas, empresários e trabalhadores, o nosso
estado continuará apresentando um crescimento contínuo e robusto.
O Grupo RIC fica muito satisfeito em fazer parte deste
projeto, levando nosso conteúdo junto à revista. Aproveito para agradecer a confiança na revista “Nossa
empresas, Grandes Histórias” e das empresas
que aqui estão e desta forma esperamos cooperar para o desenvolvimento socioeconômico
do nosso estado.
Presidente Executivo do
Grupo RIC Santa Catarina
5
SUMÁRIO
O que as empresas de Joinville e região estão fazendo para se destacar em um cenário desafiador
Apresentação
6 a 13
Unisociesc Educação e Tecnologia
72 e 73
Seguridade
14 e 15
Adrimar Terraplanagem, Construção e Pavimentação
74 e 75
Digsom
16 e 17
ACE Associação Catarinense de Ensino
78 e 79
Wilson Transportes
18 e 19
Transligue
80 e 81
Plasforro
22 e 23
Rogga Empreendimentos
82 e 83
Sensus Tecnologia
24 e 25
Madville Marcenaria e Decoração
84 e 85
Toyoville
26 e 27
GTP Gravações em Metal
88 e 89
Krona Tubos e Conexões
30 e 31
Telharte
90 e 91
Koncreta Imobiliária
32 e 33
ATR Sistemas de Refrigeração
92 e 93
TAF Indústria de Plásticos
34 e 35
Mastergel Compósitos
96 e 97
L.Fernando Imobiliária
38 e 39
Pró Rim
98 e 99
Softran
40 e 41
Norsul Companhia de Navegação
42 e 43
Eco Automação
44 e 45
Lifan Marin
48 e 49
Aeon Incorporação Imobiliária
50 e 51
Assessoritec Faculdade de Tecnologia
52 e 53
Döhler Cama, Mesa e Banho
56 e 57
Le Canard Hotéis
58 e 59
Agemed Planos de Saúde
62 e 63
Gecel Soluções Industriais
64 e 65
Ciser Parafusos e Porcas
66 e 67
Vanessa Modas
70 e 71
6
BMW é o ícone dos novos investimentos que estão chegando ao Norte do Estado: fábrica será concluída em 2015
DIVULGAÇÃO BMW
Caçadores de oportunidades
Mesmo em um cenário econômico
bem complicado, as empresas
do Norte do Estado enxergam
oportunidades de crescimento
VANDRÉ KRAMER
Troca de equipe econômica.
Perspectiva de mais um ano de
crescimento baixo. Inflação batendo na meta. Juros mais elevados.
Dólar se valorizando diante do
real. Contas externas e públicas
desarranjadas. Cenário externo
mais complicado diante de um
crescimento menor da China, dos
problemas econômicos da Rússia
e da possibilidade dos Estados
Unidos aumentarem os juros pela
primeira vez desde a crise financeira de 2008-9.
É um cenário complicado. Nem
mesmo na crise financeira mundial
de 2008-9, as expectativas para a
economia brasileira eram tão negativas. No final de 2008, instituições financeiras ouvidas pelo BC
projetavam que em 2009, a economia brasileira iria crescer 2,4%.
A mesma pesquisa, realizada no
final do ano passado, indicava que
o PIB deve se expandir míseros
0,55% neste ano.
Os impactos deste cenário mais
conturbado estão sendo sentidos
pelas empresas da região. No terceiro trimestre de 2014, o faturamento de cinco empresas joinvilenses de capital aberto – Autopista
Litoral Sul, Döhler, Tupy, Schulz
e Wetzel – caiu 0,8% em relação a
igual período de 2013, apontam da-
dos encaminhados pelas empresas
à CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Os resultados encolheram
43,1% e a lucratividade passou de
5,5%, em 2013, para 3,1%, em 2014.
“Há uma sensibilidade geral entre as empresas de que o ano será
difícil e todas elas estão rumando
na direção da contenção severa
dos custos, já que a perspectiva do
crescimento da receita não é das
melhores”, destaca João Joaquim
Martinelli, presidente da Acij (Associação Empresarial de Joinville).
O panorama, segundo ele, ainda não é claro. Ele lembra que o
governo iniciou o ano mudando
algumas práticas, indicando que a
política economica será mais austera, com a adoção de regras mais
rígidas para o seguro desemprego e repassando às empresas um
ônus a mais, ou seja, novos 15 dias
7
de afastamento serão agora suportados pela empresa e não mais
pela previdência social.
Futuro
Mas, mesmo com essa conjuntura econômica mais complicada,
há muitas oportunidades que estão sendo vislumbradas pelas empresas do Norte de Santa Catarina.
Segundo o Notícias do Dia apurou,
há mais de R$ 1,5 bilhão de investimentos programados para a região nos próximos anos. E mais de
R$ 1 bilhão no papel.
A presidente da Ajorpeme (Associação de Joinville e Região da
Pequena, Micro e Média Empresa), Silvana Fioravante ressalta que
qualquer momento difícil é também
de oportunidade. “Principalmente
para aqueles que estiverem de olho
em suas empresas e próximos aos
seus clientes”, destaca.
Ela lembra que o Brasil já passou por várias crises e sobreviveu
muitíssimo bem. “Podemos escolher ficar reclamando da economia
ou enfrenta-la com positivismo e
muito trabalho.”
Uma pesquisa feita pela Sustentare Escola de Negócios aponta que
87% das empresas da região pretendem realizar algum tipo de investimento em 2015. Os principais
motivadores são a necessidade de
modernização da linha fabril e a necessidade de focar em segmentos
mais rentáveis e lucrativos.
Um dos símbolos da nova onda
de investimentos na região é a BMW.
A montadora alemã, que inaugurou
em outubro sua primeira fábrica de
carros na América Latina, em Araquari, está dando continuidade a seu
plano de investimentos.
Para este ano, estão previstas
a expansão da linha de produção,
com a implantação de novas áreas,
o que possibilitará a conclusão do
projeto para a implantação de uma
unidade com capacidade para produzir 32 mil veículos por ano.
Quem também vai reforçar os
investimentos na região é a General Motors. No início de janeiro, o
presidente da GM Latin America,
Jaime Ardila, anunciou, durante
o Salão do Automóvel de Detroit
(EUA), a produção de uma nova
linha de motores em Joinville. Os
valores que serão aplicados e a
data dos investimentos não foram
divulgados.
Em São Francisco do Sul, a
CMO planeja investir R$ 650 milhões na construção de um estaleiro voltado para a produção de
plataformas de óleo e gás.
Outro projeto na a região é o
terminal portuário da Norsul, previsto para ser instalado na cidade
portuária. A unidade vai movimentar bobinas de aço utilizadas pela
Arcelor Mittal Vega, que produz
laminados para as indústrias automotiva e de eletrodomésticos.
Dois terminais para atender,
principalmente ao agronegócio,
devem ser implantados nos próximos anos. Um dos projetos é
liderado pela trading japonesa
Marubeni e outro pela Logz e pela
Litoral Agência Marítima.
Quem está muito atenta a
esses planos de investimentos
privados na região é a Gecel. A
empresa, que presta serviços na
área de instalação e manutenção
industrial, foi a responsável pela
implantação de mais de 20 quilômetros de tubos no terreno onde
se instalou a BMW
A preocupação com a competitividade é um dos principais motivadores dos planos das empresas
do Norte do Estado, que participaram desta segunda edição do
NOSSAS EMPRESAS GRANDES
HISTÓRIAS.
“Não podemos ficar reféns dos
números da economia. É preciso
enxergar as oportunidades que
existem no mercado”, diz Amandos Ziebell, dono da Koncreta.
É o que também pensa Carlos
Alexandre Döhler, diretor comercial da Döhler, uma das mais tradicionais empresas do segmento
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JACKELINE MOECKE
Gerente Comercial Jornal
Notícias do Dia Joinville
Lições de
empreendedorismo
Elbert Hubbard, escritor e filósofo norte-americano que viveu no início do século 20, deixou uma
breve, porém certeira definição sobre o que é ser
empreendedor: “um gênio é um homem que pega os
limões que a sorte lhe dá e, com eles, abre uma barraquinha de limonada.”
O empreendedorismo é a tônica das 33 reportagens que estão nesta segunda edição do NOSSAS
EMPRESAS, GRANDES HISTÓRIAS. Pequenas, médias e grandes empresas mostram os segredos do
seu sucesso e como contribuem para fazer o Norte
do Estado ser o terceiro maior polo econômico do Sul
do Brasil.
E, em um cenário econômico extremamente desafiador, as empresas mostram como se tornaram
caçadoras de oportunidades: o que elas fazem para
serem mais rentáveis e lucrativas, como fazem para
encontrar novos nichos para poderem crescer e encontrar novos mercados.
São estratégias que se mostram fundamentais
para quem planeja ou está desenvolvendo seu próprio empreendimento. São lições que mostram que –
parafraseando a música “Sonho Impossível”, de Chico
Buarque – é possível sonhar um sonho impossível,
que é necessário lutar quando é fácil ceder, para poder vencer o que aparenta ser invencível.
O NOSSAS EMPRESAS chega à sua segunda edição ressaltando o compromisso do NOTÍCIAS DO
DIA com a comunidade. E um desses compromissos,
é contribuir para que ela seja mais próspera,
Boa Leitura!
8
têxtil, e representante da quinta
geração da família. “Temos de
olhar para a frente.”
Mesmo em um cenário em que
as empresas do segmento em que
atua estão enfraquecidas – a produção teve uma queda de 3,4%
nos dez primeiros meses de 2014,
comparativamente a 2013, segundo o IBGE –, a empresa reforçou
investimentos no ano passado.
Investimentos
Krona tem
planos ousados
de crescimento:
planeja
implantar
fábricas no
Centro-oeste
e no Sudeste
A fabricante de artigos de
cama, mesa e banho pretendia,
no início do ano passado, aplicar
R$ 20 milhões na expansão e modernização do parque fabril. Até
o final de setembro, tinham sido
aplicados R$ 32 milhões, segundo
dados encaminhados à CVM. E,
em um cenário em que as têxteis
lutam para sobreviver com a concorrência externa, a Döhler está
mirando no mercado norte-americano.
Expandir os negócios no exterior também faz parte da estratégia da TAF, fabricante de caixas e
medidores de energia. Fornecedora de multinacionais que atuam
no segmento de distribuição na
América do Sul, a empresa prospecta oportunidades na América
Central. Ela também enxerga oportunidades de crescimento é o segmento de saneamento. A Krona tem planos ousados.
A fabricante de tubos e conexões
planeja duplicar o faturamento nos
próximos cinco anos e pretende implantar duas unidades: uma no Centro-oeste e uma no Sudeste.
A instalação de novas unidades
também está nos planos da GTP
Gravações em Metal. A empresa quer conseguir a homologação
para ser fornecedora direta da indústria automotiva. Para isso, pre-
cisa de mais espaço. As exigências
das montadoras incluem laboratórios de desenvolvimento de produtos e capacidade para trabalhar
com moldes com 20 toneladas.
Um terreno de 25 mil metros
quadrados foi comprado no Eixo
de Acesso Sul, em Joinville, com
essa finalidade. Ela também planeja a implantação de uma unidade
no Nordeste, para atender à crescente demanda na região, onde já
tem clientes.
O Grupo Seguridade também
vê oportunidades em outras áreas. Nos planos da empresa está a
expansão em direção ao Paraná.
Especializada em prestação de
serviços às indústrias, a empresa,
que tem mais de 2.000 funcionários, atua em SC, SP e RS.
A Transligue, que atua com
cargas movimentadas por via aérea e/ou destinadas à exportação
e importação, pretende, nos próLEIA MAIS
FOTOS FABRIZIO MOTTA
9
SILVANO SILVA
Diretor Regional
Grupo RIC
A marca do
empreendedorismo
Em meio aos
problemas do
segmento têxtil,
Döhler mostra que
é um ponto fora da
curva: investiu acima
do esperado em 2014
Uma das marcas do Norte de Santa Catarina é
o empreendedorismo. A história da região está intimamente ligada ao do esforço de sua gente em
criar seus próprios negócios, encontrar oportunidades para crescer e inovar. Estas experiências vividas
por 33 empresas de pequeno, médio e grande porte
estão retratadas na segunda edição do NOSSAS EMPRESAS, GRANDES HISTÓRIAS, um projeto que reforça, ainda mais, os vínculos do NOTÍCIAS DO DIA
com a comunidade de Joinville e do Norte do Estado.
Encontrar um diferencial para crescer, ser rentável e lucrativo é fundamental nestes momentos de
cenário econômico complicado. E, por meio destas
33 reportagens, mostra-se porque o Norte Catarinense está fazendo a diferença. São lições de muito
trabalho, muito esforço e muito sucesso que podem
servir de lição para os milhares de empreendedores
da nossa região.
Esse vigor mostra porque o Norte Catarinense, o
terceiro maior polo econômico do Sul do Brasil, continua atraindo investimentos. Depois de instalada a
BMW, um novo ciclo está chegando. São, investimentos que, no conjunto, superam a casa do R$ 1 bilhão,
como o da CMO, que vai implantar um estaleiro dedicado à produção de plataformas para a prospecção
de óleo e gás. Novas oportunidades de negócios vão
ser criadas e haverá a geração de mais postos de trabalho, o que irá realimentar o ciclo do empreendedorismo e gerar mais prosperidade à região.
Boa Leitura!
10
tamentos. A intenção é construir
mais 55 quartos.
A área da saúde está em alta. Os
planos de crescimento também preveem, no médio prazo, a instalação
de uma nova unidade no Estado. Locais estão sendo prospectados.
O planejamento da Agemed,
operadora de planos de saúde corporativos, prevê a construção de
um hospital na zona Leste de Joinville, onde serão aplicados entre R$
70 e R$ 80 milhões. A expectativa
é de que o empreendimento fique
pronto até 2017.
A Fundação Pró-Rim discute
parcerias com construtoras para
viabilizar a implantação de um hospital, que também está previsto
para ser instalado na zona Leste de
Joinville.
Oportunidades
Para as empresas da região,
o momento é de aumentar a rentabilidade dos negócios. Na Aeon
Incorporadora, o principal objetivo é o de identificar estratégias de
crescimento no longo prazo.
Uma das alternativas encontradas foi a de investir em nichos
específicos, como a construção de
condomínios residenciais horizontais. Outra é o de intensificar os
investimentos em hotelaria.
Mesmo com o cenário econômico desafiador, A LFernando,
que trabalha com assessoria imobiliária, em Blumenau, Florianópolis e Joinville, avalia que, com a realização de investimentos privados,
a região poderá viver um boom
demográfico, que terá impactos
nos segmentos de construção civil
e imobiliário.
A Toyoville busca novos mercados para a montadora japonesa,
uma das poucas a crescer em um
mercado que vem se mostrando
FABRIZIO MOTTA/ND
Ciser projeta
ganhos de
produtividade
com a
transferência
da fábrica
do Centro de
Joinville para
Araquari
ximos anos, expandir sua atuação
no Paraná, por meio da implantação de uma filial em Curitiba.
A empresa também planeja a
construção de um centro de distribuição na Rodovia do Arroz, perto
da BR-101, em Joinville.
Quem também está investindo
para ampliar a competitividade é
a Ciser, a maior fabricante sul-americana de fixadores. Uma das estratégias é o constante investimento
em inovação, por meio de parcerias
com centros de pesquisa e desenvolvimento de universidades.
Outra é a construção da nova
fábrica em Araquari, onde estão
sendo aplicados mais de R$ 150 milhões. A empresa projeta que, com
a nova unidade, haja redução de
custos e ganhos de produtividade.
A Le CanarD, uma rede catarinense com três hotéis, prepara a
ampliação da unidade de Joinville,
que atualmente conta com 75 apar-
11
MAURO SCHLIECK/ND
desaquecido.
A Lifan Marin, quer difundir a
marca da montadora chinesa no
Norte do Estado.
Na Adrimar, responsável por
implantar o sistema de saneamento básico de Joinville, as atenções
estão voltadas para a pavimentação. De um lado, a empresa mira
na redução de custos, do outro,
foca em um segmento em que há
muitas oportunidades para crescer e é mais rentável.
O grande desafio para 2015
da Mastergel Compósitos é o de
se preparar para uma nova fase
de expansão. Além da busca por
novos parceiros, a ênfase será em
ampliar a rentabilidade da empresa. O objetivo, no médio e longo
prazos, é conquistar a liderança de
mercado no Brasil.
A Wilson Transportes, especializada em transporte rodoviário de cargas, está, constantemente, analisando os custos para dar
mais rentabilidade ao empreendimento, que está há 40 anos no
mercado.
Encontrar oportunidades para
as empresas de transporte de cargas se tornarem mais rentáveis é,
justamente, um dos objetivos da
fabricante de sistemas de gestão
empresarial Softran. Há 20 anos
no mercado, a empresa aposta no
desenvolvimento de novas versões de seus produtos, para acesso por celulares e tablets.
Neste cenário de busca por
maior rentabilidade e custos menores, a Sensus está focando
a atenção em ferramentas de gestão de armazenagem, manufatura
e controle de desperdícios para
ampliar a competitividade das empresas.
Buscar alternativas para se expandir em um mercado que está
cada vez mais concorrido é o principal desafio para a Vanessa Modas, uma rede de lojas de roupas
com cinco unidades em Joinville. A
receita para encontrar novos negócios, segundo Tereza Teixeira
Teza, dona do empreendimento, é
muito trabalho: “É preciso colocar
a mão na massa. Não dá para ter
medo do trabalho, nem de enfrentar as dificuldades.”
LEIA MAIS
UniSociesc está
investindo R$
50 milhões na
expansão de
seus campi
12
Norsul, que
planeja
construir um
terminal para
movimentação
de bobinas
de aço.
Já a Eco Automação, depois
de implantar unidades em Criciúma e Goiânia (GO), aposta muito
no mercado de SC. A empresa,
que fornece soluções em automação industrial, vê o mercado
catarinense como extremamente
promissor. O principal motivo é
que o Estado é um dos mais industrializados do Brasil.
A Digsom, especializada em
equipamentos voltados para a
recuperação auditiva, procura novas oportunidades de negócio em
Santa Catarina. Uma das estratégias é a incorporação de novas
tecnologias, por meio de uma parceria com uma empresa suíça, ao
leque de produtos vendidos.
Para não depender tanto da
venda de produtos tradicionais,
como tijolos e telhas, a Telharte optou por diversificar a sua
atuação. A empresa entrou nos
segmento de iluminação. Para
mostrar a nova vocação, foram investidos R$ 2 milhões na reforma
da loja, que passou a incorporar
um show-room. O empreendimento foi reinaugurado em novembro.
A diversificação de produtos
é uma das estratégias da Rôgga Empreendimentos, uma das
construtoras que mais cresce no
Brasil, segundo a Exame PME.
A empresa, fundada em 2006,
aposta na incorporação de práticas adotadas em outros segmentos para assegurar a rentabilidade: a análise criteriosa do desempenho dos negócios, por meio de
um sistema de gestão empresarial
e a adoção de praticas desenvolvidas por uma das mais prestigiadas consultorias corporativas do
Brasil.
A Plasforro, que fabrica forros em PVC, está diversificando a
produção para atender à demanda das classes A e B. A empresa
investiu na incorporação de tecnologias chinesa e russa que possibilitam o surgimento de novas
linhas de estampas. “O forro bran-
co em PVC já virou commodity”,
diz José Roberto Machado, dono
da empresa.
Um olhar mais atento ao que
o consumidor quer é a estratégia
da Madville, fornecedora de insumos e matérias-primas para a
fabricação de móveis sob medida. Segundo Victor Beduschi, um
dos donos da empresa, só assim
é possível identificar os nichos de
mercado que estão em expansão.
As transformações na demografia brasileira estão servindo de
impulso para a ATR Sistemas de
Refrigeração. O crescimento no
número de famílias sem filhos e
de mulheres no mercado de trabalho fez com que a empresa desenvolvesse sistemas de refrigeração focados na praticidade. Ela também está desenvolvendo linhas de produtos específicos
para pequenos produtores rurais, que ganham condições para
preparar, estocar e comercializar
seus produtos.
13
FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND
Mão de obra
Um dos maiores desafios das
empresas do Norte do Estado é
encontrar mão de obra especializada. Com os investimentos que o
Norte do Estado está recebendo, a
disputa fica mais acirrada.
Atenta a esse cenário, a Assessoritec está diversificando sua
atuação, implantando novas unidades e novos cursos.
A Unisociesc está investindo
R$ 50 milhões nos próximos cinco
anos. Uma das prioridades é a remodelação do câmpus Boa Vista, o
maior e o mais antigo da instituição. Até 2020, o campus deve estar
totalmente remodelado, com a construção de mais quatro prédios.
A prioridade da ACE, uma das
mais antigas instituições particulares
de ensino superior de Joinville, é qualificar ainda mais os cursos existentes. “Estamos em uma era de grande
transformação”, diz Nélson Nemes,
diretor acadêmico da instituição.
Fundação PróRim tem planos
para construir
um hospital
na zona Leste
de Joinville
14
FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND
“É preciso
olhar
sempre para
a frente.
A única
alternativa
que temos
é crescer.”
2.100
Funcionários.
Pedro Ambrosio,
presidente do
Grupo Seguridade
Área de
atuação
Serviços de
segurança,
conservação,
manutenção e
limpeza industrial;
recrutamento e
seleção de mão de
obra e corretora
de seguros e
planos médicoodontológicos.
Endereço
Rua Orestes
Guimarães,
1.400 – Joinville.
Site
www.seguridade.
com.br
1991
Criação da
Seguridade, focada
em segurança.
1992
Criação da
Seguridade
Serviços, para
atuação nas
áreas limpeza e
manutenção.
Os próximos
passos da
Seguridade
Grupo enxerga
grandes
oportunidades de
crescimento no
Paraná, São Paulo
e na prestação de
serviços a bancos
Quem fica parado é poste. Uma
adaptação deste ditado popular
funciona como mantra para o empresário Pedro Ambrósio, do Grupo
Seguridade. “É preciso olhar sempre
para a frente. A única alternativa que
temos é crescer.” Atuando com 11 filiais, distribuídas em Santa Catarina
(oito), Paraná (uma), Rio Grande do
Sul (uma) e São Paulo, o Grupo Segu-
1995
Criação da Etese,
para a formação
de mão de obra
para segurança.
ridade planeja reforçar a atuação no
Paraná. Atualmente, as operações
estão restritas à apanha de frangos
para uma agroindústria. O objetivo é
o de atuar na terceirização de serviços como vigilância, limpeza, conservação e manutenção.
A estratégia de expansão, que
ainda não tem data determinada,
já está definida: por meio de fechamento de um grande contrato. O
grupo joinvilense está participando
de algumas licitações.
O procedimento é o mesmo adotado para entrar em São Paulo. Em
2010, foi fechada uma parceria com
a multinacional americana Kimberley Clark, do segmento de utilidades
domésticas. Atualmente, são mais
de 150 funcionários naquele estado.
O grupo também está investindo
em tecnologia. O processo de apanha de aves está sendo automatiza-
1998
O Grupo Seguridade conquista a
certificação ISO 9001, por meio
da Fundação Vanzolini, ligada à
Universidade de São Paulo (USP).
15
do. A Seguridade está trazendo, da
Dinamarca, a primeira máquina para
ser utilizada neste processo. Para
recolher 22 mil frangos por dia, precisam-se de 16 trabalhadores. Com
o novo equipamento serão necessárias quatro pessoas para apanhar
8.000 aves por hora.
A Seguridade pretende expandir
sua atuação em São Paulo. O objetivo é reforçar os canais de venda
para poder ampliar a abrangência
dos serviços oferecidos pelo grupo
joinvilense. “Quem trabalha lá só
tem uma alternativa: continuar a
crescer. Não é à toa que é locomotiva do Brasil”, destaca.
A empresa também projeta crescimento em outras áreas. Uma delas
é a expansão de serviços na área de
segurança bancária. Um dos principais clientes é o Bradesco. Ambrósio
está negociando com outras instituições financeiras. A mira está voltada
para o mercado nordestino. É uma
área extremamente promissora e
com grandes necessidades.
As oportunidades também estão
no quintal de casa. A expectativa de
a região Norte do Estado receber
mais de R$ 2,6 bilhões nos próximos
quatro anos, segundo levantamento
feito pela área de pesquisa econômica do Bradesco, anima o empresário: “vão chegar novas empresas e
surgirão novos mercados.”
Crescimento de
novos mercados
profissionais; aperfeiçoamento pessoal, tático e operacional, coordenação e supervisão em segurança
privada, manutenção de armas, defesa pessoal, prevenção e combate a
incêndio; extensão em transporte de
valores, armamentos não letais, segurança pessoal privada, escolta armada, grandes eventos e reciclagens
em transporte de valores.
As raízes
As raízes da Seguridade estão
no grande processo de transformação do ambiente corporativo
brasileiro no início dos anos 90.
A economia brasileira enfrentava
a hiperinflação e baixas taxas de
crescimento. Entre 1990 e 1994,
segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os
preços aumentaram, em média,
1.227% ao ano e o produto interno
bruto se expandiu 1,3% ao ano.
O presidente Fernando Collor de
Mello abriu a economia brasileira ao
exterior. Para se manterem competitivas, as empresas começaram a
cortar custos. Uma das alternativas
Concorrência
Mão de obra
foi terceirizar as atividades que não
eram fim, como a segurança, a limpeza e a manutenção.
A pioneira foi a fabricante de
celulose gaúcha Riocell. “Isto exigiu
uma profunda transformação na legislação trabalhista brasileira”, lembra Pedro Ambrósio.
Em 1991, quando era assessor
da diretoria da Tigre, foi convidado
pelo então presidente da empresa,
Cau Hansen, a assumir a área de
segurança. Ele começou com 96 funcionários e um contrato de exclusividade de três meses com a empresa.
Quase que imediatamente, a
Seguridade começou a entrar em
novos mercados. Hoje, são mais de
2.100 funcionários e 400 clientes.
Capacitação
Uma das principais preocupações do Grupo Seguridade é em relação à mão de obra. Desde 1995, é
mantida a Etese, uma unidade voltada para a capacitação. Mensalmente, entre 250 e 300 alunos passam
por treinamento e reciclagem.
A escola oferece cursos de formação para vigilantes e bombeiros
1999
A Etese
conquista a
certificação
ISO 9001.
Mensalmente, entre 250 e 300 pessoas realizam treinamentos na Etese
2000
O grupo abre a Seguridade RH,
focada em recrutamento e seleção
de pessoal, serviços temporários
e avaliação psicológica.
2009
Entra no mercado do RS.
2010
Entra no mercado de SP.
2012
O Grupo Seguridade abre a Volare,
que atua como corretora de
seguros, planos de saúde médica
e dental e gestão de benefícios.
FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND
16
75
Funcionários
(diretos e
indiretos).
Área de
atuação
Reabilitação
auditiva.
Endereço
Rua Anita Garibaldi,
164 – Joinville.
Pesquisas médicas e novas tecnologias impõem, com frequência, desafios para Nildo Duarte, do Grupo Digsom
Site
www.digsom.com.br
Sons amplificados
Especializada em aparelhos auditivos, a
Digsom busca oportunidades para expandir
sua atuação em Santa Catarina
Os desafios começaram bem
cedo para o florianopolitano Nildo
Duarte. A família era bem grande:
seus pais tiveram 13 filhos. Ele era
o do meio. O sonho, na infância, era
seguir a carreira religiosa ou na área
de saúde. “O grande objetivo era o
de ajudar o próximo.” O primeiro,
não conseguiu realizar: casou-se
muito cedo, aos 20 anos.
O segundo se concretizou quando começou a trabalhar como auxiliar de enfermagem em hospitais de
Florianópolis e ganhou mais força a
partir da formatura em fonoaudiologia na Univali (Universidade do Vale
do Itajaí).
Duarte foi o primeiro membro
da família a ter um diploma de curso
superior. Ele explica o que o levou a
1991
Nildo Duarte começa a trabalhar
com adaptação de aparelhos
auditivos para pessoas com
problemas de audição.
1992
Fundação
da Digsom.
fazer fonoaudiologia: “A comunicação
tem um papel importante na vida das
pessoas. A falta de visão te afasta dos
objetos. A de audição te isola.”
Em 1991, começou a trabalhar
com adaptação de aparelhos auditivos. Dois anos depois, trocou a capital
catarinense por Joinville. Naquela época, a cidade já era um mercado bem
promissor. “As pessoas iam fazer tratamento de reabilitação auditiva em
Florianópolis, Curitiba ou São Paulo.”
O começo da Digsom foi em
um pequeno escritório de 20 metros quadrados, na avenida Getúlio
Vargas. Para conseguir os primeiros
clientes, bateu de porta em porta e
visitou médicos. “Foi um trabalho de
garimpagem”, recorda.
Passou a frequentar cursos e
congressos no Brasil e no exterior.
1993
Vê, em Joinville, um mercado extremamente
promissor. Muda-se para a mais populosa cidade
catarinense e se instala em um escritório de 20
metros quadrados na avenida Getúlio Vargas.
17
“Para ter sucesso em um empreendimento é preciso
encará-lo com paixão e determinação.”
Nildo Duarte, presidente do Grupo Digsom
Além dos novos conhecimentos e
das tecnologias, as experiências
contribuíram para entender melhor
as necessidades dos pacientes. “Isto
é um dos nossos grandes desafios.
Ao mesmo tempo, os aparelhos
precisam atender às necessidades
dos pacientes, oferecer conforto e
qualidade.”
Para crescer, Duarte optou pela
diversificação. Inicialmente, ele tinha
a visão de vendedor, depois, gradualmente, a foi complementando. Em
1997, criou o primeiro laboratório e
passou a atuar na área de assistência
técnica. Sete anos depois, entrou no
segmento de acompanhamento clínico, realizando exames específicos.
Novo salto foi dado em 2005,
quando estabeleceu um acordo com
um dos maiores fabricantes mundiais de equipamentos auditivos, a
suíça Phonak. A medida possibilitou
ampliar a atuação para todo o Estado. Atualmente, são oito clínicas
próprias e 20 parceiros em Santa
Catarina. Mais produtos foram incorporados ao leque da Digsom.
“Hoje, a pessoa acaba esquecendo que tem problemas auditivos”,
diz o empresário. Segundo ele, a
evolução dos aparelhos, nos últimos 20 anos foi muito grande. “Atualmente, são menores, invisíveis e
automáticos.” Também incorporam
mais tecnologia. Um chip interno
permite que médicos e fonoaudiólogos possam ter acesso às informações clínicas do usuário. Soluções
de conectividade permitem que os
equipamentos se liguem, por meio
do bluetooth, a celulares, computadores, TVs...
1997
A Digsom implanta o
primeiro laboratório e
começa a atuar na área
de assistência técnica.
Oceano Azul
Aperfeiçoamento
Um dos livros de cabeceira do
empresário é “A Estratégia do Oceano
Azul”, dos professores W. Chan Kim e
Renée Mauborgne. É a partir desta leitura, que está delineando o futuro da
Digsom. O foco da expansão, segundo
ele, não pode ser limitado pela conjuntura política e econômica.
Duarte ressalta que os desafios do
empreendedor são muito grandes. E,
para ter sucesso, é preciso encará-los
com paixão e determinação. Os maiores são a necessidade de constante
aperfeiçoamento e o desenvolvimento gerencial. “As mudanças no mercado em que a Digsom atua são muito
grandes: há frequentes lançamentos
de produtos, a todo momento surgem
novas pesquisas.”
Na área gerencial, dois aspectos
importantes são a carência de mão
de obra especializada e as frequentes
Desenvolvimento gerencial
Manter a empresa
na mesma direção
mudanças nas questões tributárias.
Segundo Duarte, o mercado também
está mais competitivo. “O paciente
tem mais conhecimento e já vem com
uma ideia do que quer.”
Diante das mudanças crescentes,
ele afirma que o pior que um empresário pode fazer é se acomodar. “O
que ele fazia de bom ontem, não pode
ser o ideal para hoje.” O empreendedor destaca que é preciso estar se modernizando diariamente, ou seja, sair
do vício do dia a dia.
Aparelhos auditivos passaram por grande evolução nos últimos 20 anos
2004
A Digsom
passa a realizar
acompanhamentos
clínicos.
2005
Faz parceria com a empresa suíça Phonak,
uma das maiores fabricantes mundiais
de equipamentos auditivos, passando
a representá-la em Santa Catarina.
2013
Inaugura a nova sede
da empresa, na rua
Anita Garibaldi.
18
FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND
“Temos de estar,
continuamente,
revendo custos.
Não se deve
priorizar só o
volume, mas
também a
rentabilidade.”
150
Funcionários
diretos e
indiretos.
Wilson Steingräber Jr.,
diretor da Wilson
Steingräber Transportes.
Área de
atuação
Transporte
de cargas.
Endereço
Rua Dona Francisca,
5.962 – Joinville.
Site
www.
wilsontransportes.
com.br
Final dos anos 50
A família Steingräber
começa a se dedicar
ao transporte de
cargas, puxando
geladeiras para
a Consul. Um
dos primeiros
caminhões de
Adolfo Steingräber
e seu filho Wilson
foi um FNM. Outro
filho de Adolfo e
irmão de Wilson,
Tito, também
participou do início
da empreitada.
Histórias de família
Completando 40 anos, a Wilson
Steingräber Transportes segue uma
tradição que já dura três gerações
Transportes, caminhões, carga e logística correm nas veias dos
Steingräber. A empresa da família,
a Wilson Steingräber Transportes,
fundada há 40 anos, está na segunda geração. E com muita história a
contar pelo diretor, Wilson Steingräber Jr., que estudou computação
na UFSC e na Udesc. Na faculdade,
viu que seu caminho não era formado por bits e bytes, mas pelos
quilômetros percorridos pelos caminhões. “Tinha nada a ver com a
computação. Formei-me, mas apro-
veitei a oportunidade para cursar
disciplinas ligadas à administração.”
A Wilson Steingräber Transportes foi fundada em 1974, mas tinha
uma longa tradição. No início dos
anos 60, o pai de Wilson Jr., Wilson
Steingräber, e o avô, Adolfo Steingräber, trabalhavam com cargas
prestando serviços para a Consul
(hoje Whirlpool). Wilson viajava e
Adolfo cuidava da parte financeira.
“Ele pagava os papagaios (rolava os
empréstimos) referentes à compra
da frota.” Wilson Jr. lembra que mui-
1974
Wilson Steingräber constitui a
Wilson Transportes. Inicialmente,
a empresa funcionava no antigo
prédio do RH da Consul.
tas vezes o pai dizia que tinha um
caminhão e devia outros três.
Dona Lica, a avó, tinha um que
de desconfiança em relação à vida
de caminhoneiro. Nos anos 60, o
Itaum não era um bairro populoso. Wilson estava negociando um
empréstimo no Itaú para ampliar a
frota. Quando o banco deu o aval,
dona Lica foi informada e disparou:
“O negócio é tão bom, tão bom, que
vocês pegam dinheiro emprestado
com o pessoal do Itaum.”
A primeira sede da empresa foi
a casa de Adolfo Steingräber, na rua
Esperanto, perto da Maternidade
Darcy Vargas. Até meados dos anos
80, era comum receber encomendas
de pneus e lonas da antiga HM, na
rua Rio Grande do Sul, onde morava
1985
A Wilson Transportes
muda-se para a
atual sede, na rua
Dona Francisca.
1990
Formado em computação,
Wilson Steingräber Jr.
começa a trabalhar com o
pai na Wilson Transportes.
19
a família de Wilson Steingräber.
Naquela época, a empresa estava
instalada em uma acanhada meia-água na rua Dona Francisca, onde funcionou a área de recursos humanos
da Consul. Em 1985, a Wilson Transportes inaugurou a sede atual no Distrito Industrial, na rua Dona Francisca.
A mãe de Wilson Jr., Arlene
Steingräber, teve participação ativa
na vida da empresa. Volta e meia
acompanhava o marido nas longas
viagens. Era responsável por datilografar os conhecimentos das cargas
e acompanhava, bem de perto, a situação financeira da família.
Como chefe do lar, ela fazia as
compras do mês. O mesmo talão
de cheques era usado para pagar as
despesas da empresa e da família.
Ao preencher uma folha no mercado, percebeu que o anterior tinha
sido para pagar “bolo”. “Era um valor
bem grande, deve dar uns R$ 3.000
de hoje”, ri Wilson Steingräber Jr.
O pai dele teve de se explicar
para a esposa. O gasto não fora feito em uma padaria ou confeitaria,
mas sim para pagar um motorista
da empresa, que tinha o apelido de
Bolo. Ele se chamava Claudionor.
Quarenta anos após a fundação, Arlene tem papel ativo na vida
da transportadora. Pelo menos
uma vez por semana está na sede,
no Distrito Industrial, onde confere
minuciosamente os resultados da
empresa. A filha Cristina, irmã de
Wilson Jr., participa do conselho da
Wilson Transportes.
Além da família, a Whirlpool é
uma importante parceira. A Wilson
Transportes é um dos mais antigos
fornecedores de serviços da multinacional americana. O foco é levar os
equipamentos produzidos em Joinville
para o Sul e o Sudeste. Na volta, traz
todo tipo de material para a região.
1994
Com o prematuro falecimento
do pai, Wilson Steingräber
Jr. assume o comando da
Wilson Transportes.
Relação com os clientes
Sucessão empresarial
Integração setorial
Nova geração
Wilson Steingräber Jr. acompanhava o dia a dia da empresa desde que se formou, em 1990. Quatro
anos depois, com a prematura e
súbita perda do fundador Wilson
Steingräber, aos 51 anos, assumiu o
comando da empresa.
A partir de 1997, cavalos mecânicos pesados com baús de alumínio
substituíram as carretas graneleiras
e os cavalos mecânicos de menor
porte. A transição foi agitada. O
Brasil não vivia um bom momento.
A pressão contra o real era muito
grande, principalmente após crises
na Rússia, Tailândia e Coreia do Sul.
Naquela época, muita gente pegava
empréstimos corrigidos pelo dólar.
Para segurar o câmbio, a equipe econômica aumentava os juros.
Segundo o BC (Banco Central), o
custo do dinheiro para a compra de
bens pelas pessoas jurídicas saltou
de 45,67% ao ano, em setembro de
1997, para 73,91% ao ano, em fevereiro de 1999, logo após a desvalorização do real. “Não fomos pegos no
contrapé. Os empréstimos baseados em dólar foram quitados antes”,
diz Wilson Jr.
A tecnologia começou a ser usada com mais vigor a partir do início
do século 21. Se antes era complicado saber onde estava a carga, hoje
foi facilitado com o uso de recursos
como radiocomunicadores e GPS. O
que surgiu como instrumento de segurança tornou-se um mecanismo
1997
Para atender às necessidades da Multibrás
(hoje Whirlpool), a Wilson Transportes
reestrutura a frota, priorizando veículos
de maior porte com baús de alumínio.
para agilizar os negócios. “Conhecemos melhor a necessidade dos
clientes”, explica.
A receita para seguir adiante
a história da Wilson Transportes
está na ponta da língua. “Temos
de estar, continuamente, revendo
custos.” Segundo ele, não se deve
priorizar apenas o volume, mas
também a rentabilidade. “É nosso
grande desafio.”
O futuro também passa pela
valorização da mão de obra. Não é
difícil, na Wilson Transportes, encontrar funcionários que ajudaram
a fazer a história. “A empresa se
orgulha de ter colaboradores que
estão há décadas, como o Sigmar, a
Fabiane, o Ives, o Volnei e os irmãos
André, Pedro e Valdir Cardoso.”
ARQUIVO PESSOAL
Arlene e Wilson Steingräber
(em pé), durante viagem
ao Nordeste, em 1969
Anos 2000
Investe fortemente em
tecnologia, para assegurar
segurança e confiabilidade
a seus clientes.
2013-4
Participa ativamente do projeto
de desenvolvimento Cidade dos
Transportes, um complexo logístico
previsto para ser instalado em Garuva.
22
A hora da
transformação
170
Área de
atuação
Fabricação de
forros em PVC.
FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND
Funcionários.
Dez anos após a criação, a
Plasforro está em remodelação.
Investindo em máquinas
e equipamentos, quer
conquistar novos mercados
Endereço
Rua Bento José
Flores, 169 –
Espinheiros.
Site
www.plasforro.com
José Roberto Machado, da Plasforro, mira nas novas tendências de mercado
A ousadia de José Roberto Machado, também conhecido como Betão, está sendo premiada. Dez anos
após criar a Plasforro, do seu escritório vê uma profunda transformação
na empresa que criou. Obras tomam
conta da fábrica de forros de PVC
no Espinheiros. Novas máquinas, de
alta tecnologia, estão chegando para
possibilitar a duplicação da capacidade de produção. São tecnologias
que ele trouxe de viagens à Rússia e
à China e que as combinou com as
práticas do dia a dia.
A intenção com o investimento
é a expansão dos mercados. Atualmente, atende Santa Catarina e
Paraná. Quer conquistar o resto do
país. A demanda é crescente. “Cresci 100% em 2013 e quero seguir nesse ritmo”, diz ele.
O objetivo também é o de atender a um público que, cada vez mais,
aumenta seu grau de exigência. “As
pessoas querem produtos mais sofisticados”, diz ele, mirando nos públicos das classes A e B, que devem
gastar, só em Joinville, mais de R$ 2
bilhões em manutenção neste ano,
segundo levantamento da consultoria de mercado IPC Maps.
O primeiro passo da jornada de
José Roberto Machado foi dado em
2004, quando, sem nenhuma experiência na área, resolveu abrir a
Plasforro, com R$ 20 mil emprestados da sogra. Antes, fizera um pouco de tudo: foi soldador, torneiro,
chapeiro, dono de carro de som e
2004
José Roberto Machado cria a Plasforro. Os
primeiros forros de PVC foram vendidos
na vizinhança, no Espinheiros. Seis meses
após a fundação abre a primeira loja.
23
de estúdio de gravação, fabricante
de sorvetes...
“Foi extremamente desafiador”,
lembra ele. A Plasforro começou
em uma pequena garagem. O quarto do filho era o escritório. A falta
de capital não foi entrave para o
empreendimento. Uma máquina
de fazer picolés foi a primeira geladeira industrial; um bufê de frios foi
adaptado para ser uma máquina de
calibragem.
A concorrência nesse mercado
era muito grande. Como ninguém
se arriscava a comprar de uma empresa recém-estabelecida, o jeito
foi pegar o carro de som que tinha
e vender na vizinhança. José Roberto se alternava entre a produção e
a venda. O resultado foi muito além
das expectativas: foi obrigado a abrir
uma pequena loja no Boa Vista. E
seis meses após a fundação resolveu
investir em anúncios na televisão.
Foi a partir dos primeiros clientes que encontrou o primeiro diferencial: a venda direta ao consumidor final. Sem atravessadores,
conseguia manter margens que
sustentavam o negócio. Aos poucos, foi avançando em direção a
novos mercados. Cinco anos após a
fundação, com o negócio bem consolidado, já eram nove lojas: seis
em Joinville, uma em Jaraguá do Sul,
uma em São Francisco do Sul e outra em Barra Velha.
Mudar a cultura
Mão de obra
Mercado
O foco na fábrica possibilitou
que a Plasforro ampliasse a sua
área de abrangência. O primeiro salto fora do Norte Catarinense foi em
direção a cidades catarinenses de
pequeno porte, que não eram atendidas por outras empresas. “As cidades pequenas dão retorno maior do
que as maiores.”
A tática de venda direta continuou a ser aplicada em todo o Estado. “Ia nos clientes, como lojas de
material de construção, e ajudava
na divulgação, inclusive fazendo a
locução dos anúncios em rádio.”
Em 2013, entrou no Oeste e, há um
ano, no Paraná. A aposta no Estado
vizinho se mostrou bem acertada.
Segundo ele, 45% da produção é
vendida por lá.
Os planos para o futuro estão
“Cresci 100% em 2013 e quero
seguir nesse ritmo.”
José Roberto Machado, presidente da Plasforro
bem traçados. Além da expansão da
capacidade de produção, o empresário pretende continuar trabalhando
na diversificação da linha de produtos. Segundo ele, o tradicional forro
branco de PVC já virou commodity.
O momento é de investir em
diferenciação. Aqui entram as tecnologias chinesa e russa, que possibilitam o desenvolvimento de estampas
dos mais variados tipos. Umas imitam madeira; outras, pedra. Já são
mais de 30. E outras devem ser lançadas nos próximos meses.
A Plasforro pretende atuar cada
vez mais no segmento de forros de
PVC estampados. Os principais trunfos em relação a produtos similares,
como o gesso e o papel de parede,
são a menor necessidade de manutenção e os custos até 70% menores.
Linha de
produção
da Plasforro
está sendo
renovada
para ampliar
a capacidade
Foco na produção
Uma nova fase começou em
2011. “Não estava conseguindo dar
conta da fábrica e das lojas”, diz o
empresário. O jeito foi priorizar a
linha de produção. O comércio foi
terceirizado para os antigos gerentes. Segundo ele, era como se fosse
uma espécie de franqueamento.
2009
Cinco anos após a fundação,
a empresa é formada pela
fábrica e mais nove lojas, no
Nordeste de Santa Catarina.
2011-2
A Plasforro passa a dar atenção exclusiva
à produção. As lojas são terceirizadas. Esta
estratégia possibilita que a empresa amplie
sua área de atuação no resto do Estado.
2013
Nova expansão
de mercado, em
direção ao Oeste.
2014
A Plasforro entra no
mercado paranaense
e investe na expansão
da fábrica em Joinville.
70
Funcionários.
Área de
atuação
Sistemas
de gestão
empresarial.
Endereço
Uma
ajuda
para
cortar
custos
Site
Sensus foca atenção em
ferramentas de gestão
de armazenagem,
manufatura e controle
de desperdícios
para ampliar a
competitividade
das empresas
2010
A partir da fábrica
de desenvolvimento
de softwares de
uma fornecedora
de ERP, surge a
Sensus. O objetivo
era o de continuar
o fortalecimento
dos serviços e de
desenvolvimento
de produto para
a fornecedora de
forma independente.
Controle de custos é a palavra
de ordem no ambiente corporativo. Pesquisa feita pela Sustentare
Escola de Negócios, de Joinville,
mostra que eles são a principal
preocupação dos empresários do
Norte do Estado. Cada vez mais,
são determinantes para o sucesso
ou o fracasso de um negócio.
“Antes, as empresas formavam
o preço a partir dos custos que tinham, agregando a margem ideal.
Hoje, a situação é diferente: o mercado determina o preço e o lucro
Rua São Paulo,
31 – Joinville.
www.sensustec.
com.br
FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND
24
se define a partir dos custos”, diz
Jean Carlo Wiese, diretor-executivo da Sensus, uma empresa de TI
especializada em sistemas de gestão empresarial.
Um dos carros-chefe da Sensus é o Octopus, um sistema que
possibilita a gestão de armazenagem, de manufatura e de plano
de corte. O objetivo, segundo o
executivo, é o de reduzir custos
operacionais, por meio de ferramentas que auxiliam a tomada de
decisão, utilizando funcionalida-
2011
Começa a captar clientes de
forma independente. Número de
funcionários mais do que triplica,
passando de sete para 23.
des como MES (Manufaturing Execution System), OEE (Overall Equipment Effectiveness), estatística de
logística e movimentação.
Atualmente, na carteira do
produto estão empresas como a
Guararapes, a C-Pack, a Cecrisa, a
Nutriplan, a Raco Cosméticos e a
Berneck, que atuam nos mercados
paranaense e catarinense.
O Octopus faz parte de uma
estratégia de reposicionamento
da empresa no mercado de ERP
(sistemas de gestão empresarial).
2012
Investe em novos negócios. Criação de
grandes alianças no mercado com objetivo
de fornecer mão de obra nos segmentos de
desenvolvimento de produto e consultoria.
25
“É necessário se preocupar com a visibilidade
da empresa, independentemente de
como está o cenário. Nós temos de
construir o nosso próprio mercado.”
Jean Carlo Wiese, diretor-executivo da Sensus
do mercado nacional de ERP.
Para captar novos clientes no
segmento de automação, a Sensus
adotou uma postura comercial e
de marketing mais arrojada. “Estamos prospectando mais ativamente e procurando nomes de peso.”
Nos próximos meses, a empresa
pretende fechar parcerias para comercialização e desenvolvimento
na área logística.
A Sensus pretende conquistar, pelo menos, uma empresa a
cada 45 dias para sua carteira de
clientes do Octopus. Segundo o
executivo, grandes nomes servem
de cartão de visita para novos negócios.
Competitividade
porou 18 profissionais. “Agregamos, também, conhecimento em
consultoria e desenvolvimento de
uma grande marca de ERP e novos
clientes agora fazem também parte de nossa carteira”, destaca.
A empresa está captando novos clientes. Os esforços, neste
momento estão concentrados em
Santa Catarina, regiões metropolitanas de Curitiba e de Porto Alegre
e Serra Gaúcha. Mas outros mercados são muito bem-vindos. “A
Sensus não tem limites geográficos. Tanto é que a empresa atende
aos clientes fora do Sul do Brasil,
como a Bauducco e a Sococo.”
O objetivo é chegar a um faturamento mensal de R$ 800 mil
a R$ 900 mil até o final de 2015.
Para isso, a Sensus também conta
com o reforço de investimentos
em pesquisa e desenvolvimento,
que chegam a 15% da receita. O
foco é inovar para gerar soluções
tecnológicas que ampliem a competitividade das empresas. E para
isso, é preciso cortar custos.
Atualmente, o segmento de automação industrial responde por
15% do faturamento. A intenção é
de que, até 2015, represente 40%
dos negócios.
“Isto trará ganhos na rentabilidade, devido às receitas recorrentes.” Atualmente, grande parte
dos negócios da empresa se concentra na venda de ferramentas
que auxiliam na gestão da cadeia
de suprimentos e na oferta de serviços voltados a um grande player
Outro foco da empresa é o segmento de serviços na área de ERP.
O executivo projeta uma expansão
de 20% nos negócios nesta área,
por meio de atuação nos mercados catarinense e paranaense,
oferecendo consultoria qualificada
e dando ganhos operacionais aos
clientes. “Estas ações possibilitam
que eles otimizem as operações,
por meio do conhecimento da ferramenta de automação industrial
Octopus.”
Um importante reforço para
a área de serviços veio em julho,
com a aquisição da C2 Consultoria.
Com a operação, a empresa incor-
Começa a revenda de softwares
para uma multinacional. É o
primeiro canal homologado
para o Brasil. Número de
profissionais aumenta para 45.
2013
O aumento na demanda e no número de funcionários faz com
que a empresa se mude do Iririú para o Centro de Joinville.
Compra a PWD e entra no segmento de sistemas de automação,
focada nas áreas de gestão de armazenagem e de manufatura.
Mercado
Expansão
Reconhecimento
2014
Adquire a C2, uma consultoria
que atua na área de sistemas de
gestão empresarial, e que tem
unidades em Joinville e Criciúma.
26
70
Na trilha do
Bandeirante
Área de
atuação
As raízes da Toyoville estão no jipe que desbravou
o interior do Brasil. Reforçada por investimentos,
a concessionária planeja expandir o mercado
para a Toyota no Norte Catarinense
Revenda de
carros.
Endereço
Apostando em um atendimento extremamente qualificado, Júlio Schroeder,
da Toyoville, pretende conquistar novos mercados para a Toyota
1986
A Curt Schroeder expande os negócios para
Joinville e instala a Toyoville, no América.
Inicialmente, a empresa se dedicava à
manutenção dos jipes Bandeirante.
1992
Com a abertura da economia,
a Toyoville torna-se a primeira
concessionária de carros importados
da Toyota em Santa Catarina.
FABRIZIO MOTTA/ND
Funcionários.
O jipe Toyota Bandeirante é um
dos ícones da indústria automobilística brasileira. A produção começou
em 1958 e se estendeu até 2000.
Foram mais de 100 mil veículos fabricados em mais de 40 anos. Muitos ajudaram a desbravar o interior
brasileiro.
A partir do robusto jipe que a
Toyoville se instalou em Joinville. Em
1986, o empresário rio-sulense Carlos Schroeder implantou, no América, em um prédio em estilo enxaimel
ao lado do atual supermercado Angeloni, um serviço de manutenção
dos jipes Bandeirante.
A Toyoville acompanha a história da indústria automobilística brasileira. Até o início dos anos 90, o
consumidor brasileiro tinha poucas
opções de veículos. O negócio dos
Schroeder ganhou força a partir da
decisão do então presidente Fernando Collor de Mello em abrir o segmento à concorrência externa. Com
isso, tornou-se a primeira concessionária de importados da Toyota em
Santa Catarina. A marca japonesa é a
mais valiosa no mundo no segmento
automotivo, segundo a consultoria
americana Millward Brown.
A dinâmica nos negócios da
Toyoville ganhou nova dimensão a
partir de 1998, com a inauguração
da fábrica da montadora japonesa
em Indaiatuba (SP). Três anos depois, com a decisão da Toyota de
interromper a produção do Bandeirante, a concessionária se foca exclusivamente nos carros da montadora
japonesa.
O lançamento da nova versão do
sedã médio Corolla em 2002 – que
tinha o ator norte-americano Brad
Pitt como personagem central da
campanha publicitária - foi um importante trunfo para a expansão da
concessionária joinvilense. “A Toyota
Rua 15 de
Novembro, 4.262
– Joinville.
Site
www.toyoville.com.br
1958
A Toyota funda no
Brasil a primeira
filial fora do Japão.
A Curt Schroeder,
de Rio do Sul, inicia
a venda dos jipes
e das picapes da
montadora japonesa.
Um dos veículos
mais vendidos é o
jipe Bandeirante.
27
Júlio Schroeder, diretor
da Toyoville
tornou-se uma referência, com carros modernos e focados no público
urbano”, diz Julio Schroeder, diretor
da Toyoville.
Segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), o Corolla é líder
de mercado no segmento de sedãs
médios. A participação em 2014 foi
de 27,25%. Ha 20 anos, o Corolla é
o carro mais vendido no mundo. Em
2013, foram comercializadas 1,1 milhão de unidades, de acordo com a
consultoria Focus2Move.
Conjuntura
O segmento de distribuição de
carros está em fase de consolidação.
Empresas menores são adquiridas
por grupos maiores. Para manter-se
nesse mercado, que vive de lançamentos, o executivo diz que é necessário ter um desempenho acima
da média do mercado. “Joinville é
uma boa praça.” Segundo o Detran,
em 2014, a frota de carros na cidade
teve uma expansão de 4,5%.
Outras apostas das empresa
para se sobressair no mercado do
Norte Catarinense são a profissionalização da equipe, que conta com
70 pessoas, e a participação ativa
em entidades de classe, como por
exemplo o Núcleo de Concessionárias da Acij (Associação Empresarial
de Joinville), o Sincodiv (Sindicato de
Concessionários e Distribuidores de
Veículos de Santa Catarina) e a Fenabrave. “O relacionamento com par-
1993
Muda-se para as atuais
instalações, na rua 15 de
Novembro. A oferta de sedãs,
picapes e utilitários é ampliada.
Corolla é o
carro mais
vendido
no mundo,
segundo a
consultoria
Focus2Move
DIVULGAÇÃO TOYOTA
“A única alternativa
que temos é ter um
desempenho acima
do mercado.”
ceiros de negócios possibilita a troca
de informações, o que contribui para
entender melhor o mercado”, afirma
Schroeder.
A Toyota está se repaginando
para conquistar uma nova faixa de
clientes. Tradicionalmente, o comprador dos carros da montadora é
um público mais maduro, acima dos
30 anos e casado, que enxergam
o Corolla como uma boa opção de
compra.
Mas, desde o lançamento do
Etios, em 2012, os revendedores
vêm percebendo que a idade média dos clientes vem diminuindo.
“Até os netos deles vêm à concessionária para conhecer e comprar o
carro”, exemplifica Júlio Schroeder,
da Toyoville. Joinville tornou-se o
maior mercado em SC para a versão sedã.
O reposicionamento da Toyota
fez com que a concessionária se
adequasse aos novos padrões adotados pela montadora japonesa.
Há dois anos, obteve a ISO 14001.
O rejuvenescimento da marca
– inclusive na imagem do Corolla
– têm rendido bons frutos à Toyota. Segundo dados da Fenabrave, a
participação de mercado da montadora cresceu de 3%, em 2010, para
5,35% no ano passado.
Em um cenário retraído – os licenciamentos de carros novos encolheram 9,4% no comparativo entre os sete primeiros meses de 2013
e 2014, segundo a Anfavea –, a montadora conseguiu crescer 11,3%.
1998
A Toyota inicia
a fabricação
de carros
no Brasil.
Planos
Para não ter de depender de
um mercado muito cíclico, movido
pelos lançamentos, a Toyoville está
expandindo a atuação no segmento
de seminovos, apoiada no padrão de
serviços desenvolvidos pela Toyota.
“É um mercado que vem se mostrando extremamente rentável”, afirma o
empresário.
Reforçar, com excelência, a atuação no segmento de serviços também está entre as armas que Schroeder vai utilizar. Semanalmente entre
25 e 30 carros passam por dia pela
oficina da concessionária, instalada
perto da Expoville. Uma das apostas
está na agilidade, como a pintura rápida, feita à base de água. A outra,
é a ampliação na atuação na área financeira, por meio do oferecimento
de seguros, garantia estendida.
A empresa também já tem o sinal
verde da Toyota para expandir a área
de atuação para Jaraguá do Sul. No
ano passado, segundo o Detran-SC, a
frota de veículos cresceu 4,17&%.
2002
Lançamento da nova versão do
Corolla, com campanha estrelada
por Brad Pitt, impulsiona os negócios
da Toyoville no Norte Catarinense.
Acompanhar o
crescimento da marca
Entender a mobilidade
Crescimento na região
2012
A Toyota adota uma estratégia
de rejuvenescimento da
marca e lança o Etios.
A Toyoville conquista a
certificação da ISO 14001.
2014
A Toyoville planeja
expandir a área
de atuação para
Jaraguá do Sul.
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a você os metros quadrados mais
desejados de Joinville e Araquari
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atuação
Tubos e conexões
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construção civil.
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Kortmann (E), Borba, Perin e Gonçalves (D) realizaram, há 20 anos,
o sonho de ter o próprio negócio com a abertura da Krona
O novo ciclo
está chegando
Ao completar 20 anos, a Krona planeja os
próximos passos: em cinco anos quer dobrar
o faturamento e ter mais duas fábricas: uma
no Sudeste e outra no Centro-Oeste
Cinquenta anos em cinco foi o
lema escolhido pelo presidente Juscelino Kubitschek (1956-61) para marcar
sua gestão, referindo-se ao desafio
de transformar uma economia predominantemente agrícola em industrial. Uma frase, inspirada no líder, é
utilizada pelo diretor administrativo e
financeiro da Krona, Vilson Perin, para
sintetizar a história da fabricante de
tubos e conexões: “Fizemos R$ 500
milhões em 20 anos.”
Os desafios não param para uma
das maiores fabricantes brasileiras de
tubos, conexões em PVC e acessórios
para a construção civil. Com 1.000 funcionários, três fábricas – duas em Joinville e uma em Marechal Deodoro (AL)
– e uma carteira de mais de 550 itens
produzidos, a empresa quer mais. Os
planos preveem a expansão na linha
de produtos, para atender aos novos
mercados, e a implantação de mais
duas fábricas no prazo de cinco anos.
Os locais estão sendo mapeados.
As prováveis regiões são o Sudeste e
o Centro-Oeste. Segundo Valdicir Kortmann, diretor de vendas e marketing,
o principal atrativo da primeira região
é o grande mercado consumidor.
Na segunda, o impulso para o
crescimento da construção civil vem
da expansão da economia da região. Em 2001, segundo o IBGE ela
respondia por 8,5% do PIB nacional.
Atualmente, por 9,6%.
Atualmente, o Centro-Oeste é
atendido pelas unidades de Alagoas
e Joinville. “Devido à característica do
produto, acabamos tendo um custo
de distribuição muito alto. Isto explica
a necessidade de estarmos próximos
dos clientes”, afirma Kortmann.
Um dos mercados prioritários
para a expansão da empresa é o das
construtoras, que representam 30%
da indústria da construção civil. Para
isto, a empresa está desenvolvendo
1994
A Krona entra em
operação produzindo
tubos de PVC para
atender à demanda de
mercados no Sul do Brasil.
1996
Começa a diversificar
a atuação. Entra
no segmento de
conexões, por meio
de uma terceirizada.
31
“Em tudo, temos de ser iguais ou melhores
do que os líderes de mercado.”
Valdicir Kortmann, diretor de vendas e marketing da Krona
linhas de produtos voltadas especificamente para este segmento. “Esta
estratégia complementa o portfólio de
produtos e reforça a imagem da empresa”, diz José Armecides Gonçalves,
diretor industrial da Krona.
Cultura empresarial
Outro grande desafio da empresa é preservar a filosofia que orientou
o surgimento e o desenvolvimento da
Krona em seus 20 anos. Para isso, há
quatro anos, conta com a parceria da
FDC (Fundação Dom Cabral). Segundo o sócio-diretor e membro do conselho de administração, Mário Borba,
o objetivo é o de estabelecer estratégias de longo prazo que permitam a
perpetuação do negócio.
O empreendimento surgiu em setembro de 1994, quando o Brasil começava a se acostumar ao fim da hiperinflação. Borba, Gonçalves, Kortmann
e Perin trabalhavam em uma empresa
do segmento plástico e tinham o desejo de ter o próprio negócio. “O que
nos ajudou é que nós quatro éramos
do ramo”, lembra Kortmann.
A empresa começou fabricando
tubos em PVC. Desde o início, a intenção foi se espelhar nas melhores
práticas dos grandes players do setor
e aperfeiçoá-las. Mas foram tempos
complicados, destaca Perin. O país
estava se acostumando a uma nova
dinâmica. Os preços e as margens caíram. “O espaço para ajustes era muito
pequeno”, diz o diretor. A alternativa
encontrada foi repensar o planejamento e postergar etapas. Os primeiros mercados foram no Sul do Brasil.
A preocupação com a tecnologia
é uma constante desde o início das
atividades da Krona. Segundo os
quatro sócios, isto assegura, até hoje,
a credibilidade da empresa no mercado. As primeiras extrusoras instaladas na empresa processavam 150
quilos de matéria-prima por hora.
Hoje, a menor tem capacidade para
450 quilos por hora. As maiores, para
1.000 quilos por hora.
Paixão pelo esporte
Uma das facetas mais conhecidas
da Krona é a equipe de futebol de
salão que leva o nome da empresa.
A parceria começou em 2005, com o
objetivo de fortalecer a marca da fabricante de tubos e conexões no mercado brasileiro. “É uma mídia espontânea”, enfatiza Kortmann. Quatro
anos depois, o projeto se consolidou,
com a Krona assumindo a gestão do
time. O clube tem sete títulos prin-
Reconhecimento da marca
Ampliar mercados
Manter a filosofia
Linha de produção de conexões da Krona em
Joinville atende à demanda nacional
1998
Com o objetivo de garantir mais qualidade no produto,
começa a fabricar o próprio composto para injeção.
2000
Entra no mercado nordestino.
cipais: cinco na Divisão Especial do
Campeonato Catarinense, um na
Taça Brasil de Futsal e outro na Superliga de Futsal.
As ações esportivas da empresa
não se restringem ao futsal. A Krona
é, há seis anos, patrocinadora do JEC,
que vai disputar a Série A do Brasileirão. A empresa também apoia a natação paralímpica, por meio de uma
equipe coordenada por Vanderlei
Quintino. “Isto demonstra a preocupação da empresa com o lado social
e esportivo das modalidades patrocinadas”, ressalta o executivo.
2005
Começa a
patrocinar o
time de futebol
de salão de
Joinville.
2009
Assume
a gestão
da equipe
de futebol
de salão.
2012
Expande sua atuação no mercado do Nordeste,
com a implantação de uma unidade em Alagoas.
A opção pelo Estado foi por causa da proximidade
do principal fornecedor de matéria-prima e o
fácil acesso aos principais mercados da região.
32
Uma grande área
de oportunidades
43
Área de
atuação
Venda, locação
e construção
de imóveis e
administração
de obras.
FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND
Funcionários.
Endereço
Rua Tijucas,
170 – Joinville.
Site
www.koncreta.
com.br
Mudanças no perfil da cidade criam oportunidades
para a Koncreta, de Amandus Zibell Junior
1986
Depois de passar alguns anos
em Florianópolis, Amandus Zibell
Junior implanta a Koncreta, que
inicialmente se dedica à locação,
compra e venda de de imóveis.
Com investimentos
chegando a Joinville,
a Koncreta vê
amplas expectativas
de crescimento
Novos investimentos chegando à
região de Joinville. Oportunidades de
trabalho sendo criadas. A população
crescendo 25% desde 2000, segundo
estimativas do IBGE. São oportunidades que Amandus Zibell Junior, da
Koncreta, pretende aproveitar para
expandir a atuação nos segmentos
imobiliário e da construção civil.
Uma das apostas dele está na
mudança do perfil da cidade, que em
20 anos passou de tipicamente industrial para um importante polo comercial e de serviços. Atualmente, 55% do
PIB vêm dessas atividades.
“Vejo grandes possibilidades de
bons negócios na avenida Marquês
de Olinda. É o melhor eixo viário da
cidade, único corredor rápido que liga
as zonas Norte e Sul da cidade, tendo
ainda boas alternativas de deslocamento no sentido Leste/Oeste”, diz
o empresário. Segundo ele, é uma
futura Berrini, referindo-se à avenida
localizada na zona Sul de São Paulo,
que emergiu como sede de instituições financeiras e de multinacionais a
partir dos anos 90.
A Marquês de Olinda foi o local
escolhido para o primeiro empreendimento comercial: o Marquês Trade Center, localizado nas proximidades da Sociedade Glória, e que foi
entregue em 2013. A empresa tem
três empreendimentos comerciais
aprovados para a região: o Marquês
Offices, o Marquês Prime e o Marquês 102.
Início dos anos 90
Com a expansão da população joinvilense,
entra no segmento da construção
civil, dedicando-se inicialmente a
construir casas. Com o passar do
tempo, passa a construir edifícios.
33
“Não podemos ficar reféns dos números da economia. É preciso
enxergar as oportunidades que existem no mercado.”
Amandos Zibell, empresário da Koncreta
Trajetória
A trajetória de Amandus Zibell
Junior à frente da Koncreta iniciou
em 1986, quando retornou a Joinville
depois de morar por alguns anos em
Florianópolis. Inicialmente, dedicou-se
à locação e venda de imóveis. Mas,
com a expansão da população de Joinville nos anos 80, enxergou um grande nicho para o empreendimento: a
construção de imóveis. “Havia pouco
produto disponível. O mercado estava
comprador.”
No começo dos anos 90, começou
com a construção de casas. “Iniciei do
dia para a noite nesta nova atividade.
Observei uma significativa carência
nesta área. Acabou se revelando um
ótimo negócio.”
O passo seguinte foi entrar no segmento de prédios residenciais. Para
isso, conta com a parceria da Construtora Gabarito. O primeiro edifício
construído foi o Residencial Cidade
das Flores, localizado na Marquês de
Olinda, que ainda carregava a marca
Koncreta como incorporadora.
Até 2008, os empreendimentos
que construiu foram batizados com
nomes de flores. “Um nome acabou
puxando o outro.”
A mudança na estratégia de batizar os prédios veio por sugestão do
filho. Hoje, uma das paixões de Amandus, os vinhos, serve de inspiração. Os
tipos de uvas são usados para batizar
os empreendimentos ­– Chardonnay,
Merlot, Sauvignon Blanc, Moscatto,
Niágara –, localizados nos principais
bairros da cidade e que atendem aos
mais diversos perfis de clientes.
2008
Com a consolidação na construção
de edifícios residenciais, adota uma
nova estratégia para batizá-los: as
uvas utilizadas na produção de vinhos
substituem os nomes de flores.
Expandir a área de locação
A Koncreta está lançando dois
empreendimentos: o Blanc de Blanc’s,
na rua Aracaju, e o Max Loft, na Max
Colin. Segundo Amandus, este edifício
trará um novo conceito de imóvel para
o Centro da cidade.
Manter a excelência
Avançar no segmento
de construção
Novos nichos
As novidades não se restringem só
a Marquês de Olinda. Ele vê um grande potencial na zona Sul da cidade. Os
investimentos realizados na região,
como a instalação da fábrica da GM; as
empresas se instalando em Araquari e
a construção do campus da UFSC são
fatores que lhe dão grandes expectativas. “Há muita gente chegando à cidade, vindo estudar ou trabalhar.”
Amandus tem planos para esta
região. A intenção é aproveitar uma
área de 70 mil metros quadrados para
construir um complexo residencial focado no público estudantil.
Outra prioridade para a Koncreta
é expandir a atuação no segmento de
locação de imóveis. “Queremos ampliar a nossa relevância nesta área.”
As expectativas de expansão dos
negócios fizeram com que a Koncreta
concentrasse, no ano passado, toda
sua estrutura na rua Tijucas, no Centro
de Joinville, onde os clientes contam
com assessoria nas áreas de corretagem, avaliação e engenharia. No local,
também estão as áreas jurídica e administrativa da empresa.
A Koncreta Imóveis concentrou sua estrutura
na rua Tijucas, no Centro de Joinville
2013
Inaugura o Marquês Trade
Center, um empreendimento
focado no segmento
corporativo, na avenida
Marquês de Olinda.
2014
A Koncreta concentra
toda sua estrutura
na rua Tijucas, no
Centro de Joinville.
34
FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND
“Não dá
para parar
de crescer.
Crescer é
necessário.”
360
Amandio Ferreira
de Carvalho (C),
diretor da TAF
Funcionários.
Área de
atuação
Fabricação de
medidores de
energia e água.
Endereço
Rua Clodoaldo
Gomes da Silva,
300 – Joinville.
Site
www.taf.ind.br
Tradição que
se constrói
em casa
TAF, a maior fabricante de caixas de
medição de energia do Brasil, preparase para novos desafios: conquistar o
mercado de saneamento e se expandir
em direção à América Central
1969
Amandio Ferreira
de Carvalho começa
a trabalhar na área
elétrica da Tupy.
O nome TAF lembra a origem da maior
fabricante brasileira de caixas e medidores de
energia. Cada letra homenageia dois integrantes da família que a criou: Terezinha e Tatiana,
Amandio e Alexandre, Fábio e Fernando. Dezessete anos após a fundação, cada um dos
integrantes tem papel ativo na companhia:
Terezinha cuida da área administrativa; Tatiana, dos produtos voltados ao segmento de saneamento; Amandio, da direção; Alexandre, do
comercial; Fábio, da distribuição; e Fernando,
da produção.
A ideia de atuar na produção de caixas e
medidores de energia é mais antiga: começou
antes da fundação. As primeiras análises para
abrir o empreendimento começaram em 1990,
quando comandava uma equipe de mais de
cem eletricistas que prestavam serviços para
empresas como a Tupy e a Termotécnica.
“Eram tempos bicudos, com uma forte inflação.
Mas, por outro lado tinha um bom conhecimento de mercado”, diz o executivo.
1986
Monta uma equipe de instalação
elétrica para atender às
necessidades de empresas
como a Tupy e a Termotécnica.
1990
Amandio começa a planejar
a criação de uma empresa
de fabricação de caixas e
medidores de energia.
35
Este conhecimento foi fundamental para dar início ao projeto, na segunda metade dos anos 90. A situação
econômica era muito mais favorável.
Com o fim da inflação alta, planejar ficou muito mais fácil. A TAF também foi
beneficiada pela privatização das distribuidoras de energia. “Foi um grande
nicho que surgiu.” Hoje, os produtos
são homologados por todas as distribuidoras brasileiras.
Consolidada a empresa, o passo
seguinte foi exportar. Os primeiros
negócios foram feitos em 2006, embalados por clientes que tinha no Brasil. “Muitos são grandes grupos que
atuam em outros países.” Atualmente, 20% da produção – que é de 230
mil medidores de energia por mês –
são enviadas para países da América
do Sul. Os maiores clientes estão no
Peru e no Litoral Norte da Colômbia.
No Brasil, é a líder de mercado, com
60% de participação.
Mercados
Novos mercados despertam o
interesse da TAF. O principal é o de
saneamento. Amandio enxerga um
potencial muito grande. O primeiro
motivo é o grande número de companhias de saneamento. Somente
em São Paulo, o maior mercado brasileiro, segundo ele, são mais de 160.
Muitas delas atendem a cidades de
pequeno porte.
Outro importante trunfo para a
TAF é o baixo índice de ligações à rede
de saneamento básico. Segundo o Instituto Trata Brasil – que reúne empresas ligadas à área –, mais da metade
da população brasileira não tem acesso a esgoto. Só 38% são tratados e 36
milhões de brasileiros não têm acesso
à rede. A ANA (Agência Nacional de
Águas) calcula que são necessários
investimentos de R$ 70 bilhões para
evitar a escassez de água e proteger
1995
Início da privatização
das concessionárias de
energia cria um grande
nicho de mercado.
os recursos hídricos.
A empresa está desenvolvendo
representantes exclusivos para atuar
neste segmento. “A demanda é grande e isto dá mais estabilidade à produção”, enfatiza.
Novos mercados para a área
elétrica estão no radar da TAF. Mas
Amandio quer mais. Ele está prospectando novas oportunidades na América Central. A projeção de crescimento
do FMI para a região no próximo quinquênio é de 5,9% ao ano.
A situação cambial não o preocupa. A empresa tem uma estratégia
para se defender das constantes variações na cotação do dólar. “Trabalhamos com um mix de fornecedores.
Quando o dólar sobe, priorizamos a
compra de matéria-prima nacional;
quando desce, fazemos o contrário.”
Novos investimentos
Os planos exigirão investimentos.
“Estamos operando com 100% da
capacidade.” Um projeto de expansão da fábrica está pronto e em homologação na Prefeitura de Joinville,
aguardando liberação da licença de
terraplanagem. A partir da autorização, serão necessários três meses
para trabalhar no terreno e oito para
construir a fábrica.
1997
É criada a TAF. As operações iniciam em
novembro de 1998, após a conclusão
das construções da sede própria e a
aquisição de máquinas e ferramentais.
Expandir área de atuação
Desenvolver novos
mercados
Desenvolver novos
produtos
A TAF também tem projetos para
Araquari. Um terreno de 69 mil metros
quadrados foi comprado recentemente. A intenção é construir a segunda
fábrica na cidade e implantar o novo
centro de distribuição, aproveitando
facilidades logísticas. O projeto é de
longo prazo, pois depende da mudança do plano diretor da cidade.
Os planos preveem investimentos no desenvolvimento de produtos
que incorporem novas tecnologias.
As exigências da Aneel são cada vez
maiores. Dois dispositivos que a TAF
tem interesse são os de memória de
massa, que possibilitam obter o histórico de consumo a distância, e de
medição compartilhada, para clientes
que geram parte da energia que utilizam e que disponibilizam a produção
própria na rede compartilhada.
Linha de
produção da TAF
tem capacidade
para produzir
230 mil caixas
de medidores
por mês
2006
Inicia as
exportações
para a América
do Sul.
2014
Exportando 20% da produção,
planeja a entrada em
novos mercados. Entra no
mercado de saneamento.
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38
As oportunidades
estão em todo lugar
60
Área de
atuação
Imobiliária LFernando
foge à regra do setor
e diversifica sua
atuação nos maiores
mercados catarinenses
FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND
Funcionários.
Imobiliária,
incorporação
e assessoria
imobiliária.
Endereços
Rua Petrópolis,
56 – Blumenau.
Rua Desembargador
Pedro Silva, 2344
– Florianópolis.
Rua Conselheiro
Mafra, 93 – Joinville.
Site
www.lfernando.
com.br
Luiz Fernando Souza enxerga um grande potencial para o mercado
imobiliário joinvilense: “Tem tudo para se tornar uma nova Curitiba”
1986
A L.Fernando
Incorporação e
Assessoria Imobiliária é
fundada em Blumenau.
Cinco anos foram suficientes para
a LFernando Incorporação e Assessoria Imobiliária dar um grande salto. A
empresa, fundada em Blumenau, em
1986, entrou em novos mercados: primeiro, Florianópolis, e depois, Joinville.
E, constantemente, está de olho em
outras cidades para onde pode levar
a sua expertise. Duas fortes candidatas
são Balneário Camboriú e Curitiba.
A realidade vivenciada pela empresa blumenauense é uma exceção
entre as empresas que atuam no
segmento. Normalmente, as imobiliárias focam sua atenção em um único
mercado. “Foi a alternativa que encontramos para crescer”, diz o diretor Luís
Fernando de Souza, responsável pela
unidade de Joinville.
Outra estratégia da empresa é
trabalhar com exclusividade com as
construtoras. A primeira parceria foi
feita em 1989 com a Torresani, uma
das mais tradicionais do Vale do Itajaí.
Os trunfos, de acordo com o diretor, são grandes: dá segurança aos
parceiros e possibilita a manutenção
de uma única linguagem para a comercialização dos imóveis e de só uma
equipe para as vendas.
Atualmente, além da Torresani, a
1989
Firma parceria com a
Construtora Torresani para a
comercialização exclusiva de
empreendimentos imobiliários.
2001
Constrói a própria
sede, no Centro
de Blumenau.
39
“As barreiras sempre existirão. Para vencer,
basta o desejo de superá-las.”
Luiz Fernando de Souza, diretor da LFernando
LFernando tem parcerias com a Globo Construtora, a Sanford e a Femai,
em Florianópolis; a Thora Torresani e
a C&P, em Joinville, e a Prediatto, em
Blumenau e Joinville.
Potencial
A LFernando chegou em Joinville
há quatro anos, apostando no potencial da quarta maior economia do Sul
do Brasil. “É uma cidade pouco verticalizada”, destaca. As expectativas para
a mais populosa cidade catarinense
são muito grandes: “Joinville tem áreas fantásticas para a construção civil.
Tem muito espaço para expansão.”
A expansão populacional da cidade - que cresceu a um ritmo de 1,25%
ao ano na última década, segundo o
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística) – pode transformá-la em
uma nova Curitiba, diz Luís Fernando,
referindo-se à forte expansão registra-
da pelo mercado da capital paranense
nos últimos anos. Segundo o Sinduscon-PR, nos 12 meses encerrados em
junho, foram lançadas 5.952 unidades
residenciais, 22% a mais do que no período anterior.
Um dos fatores que estimulam
essa possibilidade de forte expansão
são os investimentos que a região de
Joinville está recebendo.
Estratégias culturais
Apesar de estar presente nas
três cidades mais populosas de Santa Catarina – Joinville, Florianópolis e
Blumenau –, Luiz Fernando diz que é
preciso desenvolver estratégias diferentes para atender a cada um desses
mercados.
As cidades que mais se aproximam são as duas do interior. “São
clientes mais reservados. É preciso
conquistar a confiança deles.” Eles
demandam, principalmente, apartamentos com cerca de 120 metros quadrados.
O executivo também vê uma particularidade em Joinville: o crescimento
na procura por quitinetes e apartamentos de um quarto. É um reflexo
da expansão dos campi de instituições
como a Católica de SC e a UFSC.
A Grande Florianópolis é um mercado à parte. Formado principalmente por servidores públicos, está experimentando um forte crescimento na
área continental. “O processo de venda é mais descomplicado. As pessoas
têm mais facilidade para comprovar a
renda”, destaca.
Qualificação de mão de obra
Exclusividade
Entender melhor o mercado
Sede da
LFernando
Imobiliária
em Joinville,
na rua
Conselheiro
Mafra, no
Centro
2009
A L.Fernando dá seu
primeiro passo fora de
Blumenau, implantando uma
unidade em Florianópolis.
2010
A L.Fernando continua o
processo de expansão,
chegando em Joinville.
2014
Prospecta entrada
em novos mercados.
FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND
40
80
Funcionários.
Área de
atuação
Sistemas
de gestão
empresarial.
Endereço
Av. Antônio Ramos
Alvim, 892 – Joinville.
Site
www.softran.com.br
Paulo e Karin Schmidlin, da Softran, estão focados em soluções para
ampliar a competitividade das transportadoras de cargas
Softran: versão mobile
Completando 20 anos, fornecedora de sistemas
de gestão empresarial para transportadoras de
cargas desenvolve uma nova linha de produtos
Uma nova era se abre para a Softran, que atua no segmento de ERPs
(sistemas de gestão empresarial) para
a área de transporte de cargas. A empresa prepara sua entrada com força
na plataforma mobile. Os primeiros
testes, com produtos focados em entregas de mercadorias, foram realizados pela Transville, de Joinville.
A primeira versão a chegar ao
mercado é a Android. A empresa está
desenvolvendo a versão iOS (Apple),
que deve estar disponível nos próximos meses. “O mobile é uma plataforma que vai longe”, diz Paulo Schmidlin,
diretor técnico da empresa de software. Segundo a Sage North America,
72% das empresas canadenses e nor-
1994
É fundada a Softran. Inicia
o desenvolvimento da
primeira geração de ERP.
te-americanas percebem que o mobile impacta positivamente no consumidor do produto ou serviço.
O foco da nova linha de produtos
é facilitar e agilizar a tomada de decisão por parte das empresas de transporte. “No segmento, as informações
estão se tornando mais importantes
do que a própria mercadoria”, destaca
o executivo.
O namoro com o mobile é antigo.
Os primeiros produtos foram desenvolvidos há 10 anos para facilitar o
controle do registro de entregas. A
tecnologia usada era a WAP e a lin-
2001
Inicia o desenvolvimento da
segunda geração de ERP
Recebe a certificação ISO 9001 da BVQI.
41
“As informações estão se tornando mais importantes do que a própria mercadoria.”
Paulo Schmidlin, diretor técnico da Softran
guagem do aplicativo era Java. “Muitas
empresas ainda usam estas ferramentas”, destaca a diretora administrativa,
Karin Schmidlin.
Negócios
A empresa surgiu há 20 anos, em
um momento favorável. A adoção do
real, em 1° de julho de 1994, tornou
mais fácil o planejamento dos negócios. Ampliou-se a preocupação com
os custos. “A Softran surgiu focada em
atender às necessidades do transportador”, destaca Paulo Schmidlin, diretor técnico e fundador.
A estabilização da economia contribuiu para a movimentação maior
de mercadorias. A frota de caminhões
cresceu. Segundo a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), entre 1996 e 2008, o ritmo de expansão
foi de quase 4% ao ano.
Ao mesmo tempo em que surgia
uma grande demanda para a Softran,
a empresa intensificou a preocupação
com a qualidade dos serviços oferecidos ao mercado. Sete anos após a sua
fundação, em 2001, com 11 funcionários, recebeu a ISO 9001 da certificadora BVQI.
Hoje, a empresa – que atende
principalmente a transportadoras do
RS, SC, PR e SP, com atuação em quase
todo o território nacional e na Argentina, no Uruguai, no Paraguai, e no Chile – enxerga boas oportunidades de
expansão a partir de duas tendências
no segmento do transporte de cargas:
a profissionalização e a compreensão,
cada vez maior, de que a área de TI é
um aliado na redução de custos.
Atualmente, 5 mil usuários trabalham diariamente e online com os sis-
2004
Começa a desenvolver os primeiros
produtos em versão mobile,
usando a tecnologia WAP.
temas da empresa joinvilense; são 15
mil veículos gerenciados e 1,3 milhão
de conhecimentos de fretes por mês.
Oito das trinta melhores empresas do
segmento de transporte de cargas, segundo ranking da revista especializada
“Logweb”, são clientes da Softran.
Atuação social
A Softran também investe em
projetos sociais. A intenção, segundo
o diretor técnico, Paulo Schmidlin, é
retribuir à sociedade o que ela oferece à empresa. “Assim, reforça-se a
integração com a comunidade.”
Uma das iniciativas é desenvolvida com o Lar Abdon Batista, o Casep
e o projeto Ecos da Esperança. Uma
biblioteca móvel, com 1.000 livros,
possibilita que crianças e adolescentes criem gosto pela leitura.
Em 2013, a empresa foi considerada pela Great Place to Work como a
nona melhor empresa para se trabalhar em Santa Catarina. Atualmente,
são 80 funcionários.
Uma das preocupações com o
quadro funcional é em relação ao
estresse decorrente da atividade.
Para minimizar o problema, a Softran
tem um preparador físico para fazer
a avaliação física, orientar e acompanhar os funcionários em práticas
esportivas como o vôlei, o futsal e o
atletismo.
Implantar novos canais de venda
Manutenção de capital humano
Levar o produto para a era mobile
Softran está
focada em
soluções para
ampliar a
competitividade
das
transportadoras
de carga
2010
Inicia o desenvolvimento
da terceira geração
de ERP.
2014
Coloca, no mercado, uma nova geração
de produtos em versão mobile, usando
as plataformas Android e iOS.
42
Os caminhos do aço
Norsul amplia operação em São Francisco do Sul
para o transporte de bobinas entre ES e SC
680
Funcionários.
Para chegar às montadoras de
automóveis do Sul do Brasil, o aço
percorre um longo caminho. A Companhia de Navegação Norsul transporta as bobinas de aço produzidas
em Serra (ES) pela ArcelorMittal Brasil. O aço é levado da ArcelorMittal
Tubarão para São Francisco do Sul,
onde é processado pela ArcelorMittal Vega e enviado ao cliente final.
Na ligação entre as duas pontas
da cadeia produtiva, a Norsul realiza
entre 12 e 15 escalas mensais em
São Francisco do Sul. Os comboios
oceânicos levam, normalmente, três
Área de
atuação
Navegação de
cabotagem e de
longo curso.
Endereço
Site
www.norsul.com
www.terminalmarazul.
com.br
1963
Fundada pelo
norueguês Erling
Lorentzen, a
Norsul surgiu no
momento em que
a infraestrutura
rodoviária se
expandia cada
vez mais.
FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND
Rua Babitonga, 71 –
São Francisco do Sul.
dias para transportar 10 mil toneladas de bobinas de aço.
O transporte de cabotagem foi a
melhor opção para a ArcelorMittal.
Para fazer o trajeto em rodovias, por
exemplo, seria necessário limitar o
peso total das bobinas para 16 toneladas por viagem, seriam necessários 190 caminhões comuns para
transportar a produção de um único
dia. Uma barcaça oceânica é capaz
de transportar até 10 mil toneladas
de aço em uma única viagem.
O transporte ferroviário poderia
transportar bobinas maiores e mais
pesadas do que o rodoviário, porém
o trajeto a ser feito e o longo tempo
para chegar até o cliente inviabilizaram economicamente essa alternativa. Para chegar a Santa Catarina,
as composições ferroviárias com as
bobinas parariam em Minas Gerais,
Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná,
trocando de concessionária por três
vezes. Seriam até 30 dias para a chegada da última composição.
As expectativas de crescimento
na movimentação de carga por cabotagem são favoráveis para a Norsul.
Há planos para que, nos próximos
anos, o volume de aço transportado
cresça para 2 milhões de toneladas.
A ArcelorMittal Vega anunciou em
agosto deste ano um investimento
de US$ 17 milhões em melhorias,
Comboios oceânicos da Norsul levam três dias para transportar 10 mil toneladas de aço entre ES e SC
2003
Fecha acordo com a ArcelorMittal para transportar as bobinas de aço
entre Serra (ES) e São Francisco do Sul. A Norsul propôs a navegação de
cabotagem como forma mais sustentável para o transporte das bobinas.
Entra em operação a primeira barcaça para fazer o transporte de madeira entre
o Sul da Bahia e o Norte do Espírito Santo para a Aracruz Celulose (hoje Fibria).
43
objetivando expandir a capacidade
produtiva de 1,4 milhão de toneladas/ano para 1,6 milhão até o final
do primeiro semestre de 2015. A
intenção é reforçar a presença também no segmento de linha branca.
O crescimento das operações
e a possibilidade de a laminadora
de aço realizar um grande investimento na cidade – há um projeto
de ampliação orçado em US$ 280
milhões – aumentam as necessidades de a companhia de navegação
operar com berços dedicados, diz o
diretor-presidente da Norsul, Angelo
Baroncini.
Mar Azul
Os primeiros passos para a implantação de um terminal próprio –
o Mar Azul – iniciaram em 2006, com
a compra de um terreno de 300 mil
metros quadrados na localidade de
Laranjeiras, às margens da baía Babitonga. O processo de licenciamento começou em 2007, inicialmente
com a Fatma, e a partir de 2008, com
o Ibama. Dois anos depois, foi conseguida a licença para a instalação do
centro de distribuição.
Em 2012, foi obtida a licença
prévia para o terminal. Atualmente,
tramita no Ibama a licença de instalação, que possibilitará a construção
do empreendimento, que terá dois
berços de atracação. A previsão é de
que as obras durem dois anos e empreguem 350 pessoas. Quando estiver pronto deverão trabalhar entre
120 e 150 pessoas no local. A ideia é
que todos sejam colaboradores próprios da empresa Mar Azul e passem
por uma capacitação específica para
atuar neste mercado.
Um apoio fundamental para a
implantação do Terminal Mar Azul
veio no ano passado, com a assina-
“Como a Norsul faz
parte da comunidade
francisquense,
precisa participar
ativamente dela”
Angelo Baroncini,
presidente da Norsul
tura da Lei dos Portos. “Isto agilizou
e melhorou muito a nossa situação
da cabotagem no país”, destaca Baroncini.
O projeto, entretanto, desperta
críticas de ambientalistas que sugerem que a implantação do terminal
causará impactos à vegetação e à
fauna da baía Babitonga. Segundo
o executivo, metade da área será
preservada, com a manutenção das
características originais. Ele também
sinaliza que não será necessária a realização de dragagens, por causa das
correntes marítimas. O transporte
de cargas pesadas em caminhões da
área de desembarque até a ArcelorMittal Vega vai ser reduzida dos atuais 10 km para 3 km.
Expansão
A instalação da ArcelorMittal
Vega e as operações da Norsul foram um dos principais fatores que
contribuíram para um forte crescimento da economia da cidade a
partir de 2000. Nos dez anos seguintes, segundo o IBGE, o PIB da cidade
cresceu, em média, 12,04% ao ano.
No mesmo período, a economia de
SC se expandiu 4,61% ao ano.
A tripulação das embarcações foi
recrutada, principalmente, em São
Francisco do Sul. Uma parceria entre
a Marinha e a Norsul assegurou a capacitação da mão de obra.
Mas os olhos da companhia de
2006
As seis embarcações previstas entraram em operação, sendo
quatro barcaças – Norsul 9, Norsul 10, Norsul 11 e Norsul
12 – e dois empurradores – Norsul Vega e Norsul Vitória.
Adquire as terras onde será implantado o terminal marítimo Mar Azul.
Colocar o terminal Mar
Azul para funcionar
Preocupação
com segurança e
sustentabilidade
Deixar um legado social
navegação não estão voltados só
para o mar.
A empresa tem investido no
apoio a práticas esportivas por parte da comunidade, incentivando
atletas do judô, da ginástica rítmica
e natação, seja por meio de patrocínios ou por programas de ensino.
Outras ações comunitárias que
a empresa tem se envolvido são o
apoio ao Corpo de Bombeiros Voluntários, por meio da doação de
um caminhão, e a construção de um
ginásio e do Hospital e Maternidade Nossa Senhora da Graça. “Como
a Norsul faz parte da comunidade
francisquense, participamos ativamente dela”, diz Baroncini.
2012
Obtém a licença prévia para a construção
do terminal marítimo Mar Azul. Solicita
ao Ibama a licença de instalação, que
asseguraria o início das obras.
2014
Projeta expansão nas atividades de
cabotagem entre o Espírito Santo e
Santa Catarina, devido aos planos
de expansão da Arcelor Mittal Vega.
44
17
Uma oportunidade
chamada custo
Área de
atuação
Com as empresas cada vez mais preocupadas
com os custos, a Eco Automação enxerga
boas perspectivas para crescimento
na área de automação industrial
Equipamentos
e soluções para
automação
industrial.
Endereço
FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND
Funcionários.
Rua Otto
Pfuetzenreuter,
912 – Joinville.
Site
www.ecoautomacao.
com.br
Na mesa dos executivos e dos
empresários, uma das maiores preocupações são os custos. Cada vez
mais, eles são determinantes do
sucesso ou do fracasso de um negócio. Uma boa gestão significa, quase
certamente, que a última linha do
balanço estará bem no azul, ou seja,
garantir o lucro.
A dor de cabeça dos gestores é
encontrar a melhor forma de reduzir
os custos de produção, que estão em
alta. Segundo a CNI (Confederação
Nacional da Indústria), no final do segundo semestre de 2014, eles eram
8,4% maiores do que no mesmo período do ano anterior. No Norte do
Estado, segundo a Sustentare Escola de Negócios, as expectativas dos
empreendedores em relação aos
custos pioraram 5% entre o segundo
trimestre de 2013 e 2014.
O cenário pode ser complicado
para as empresas, mas é encarado
como uma grande oportunidade de
negócios para Sandro Stringari e Rodrigo Dalmônico, que, no segundo
semestre de 2010, decidiram abrir o
próprio negócio: a Eco Automação,
uma empresa focada em oferecer
soluções de automação industrial.
Planejamento
Preocupação corporativa com redução de custos alimenta
planos de Rodrigo Dalmônico (E) e Sandro Stingari (D)
2010
Sandro Stringari e Rodrigo Dalmônico
criam a Eco Automação, com o objetivo
de fornecer produtos de qualidade ao
mercado de automação industrial.
O sonho de Stringari e Dalmônico terem o próprio negócio era
antigo. Antes de abrirem as portas
da Eco Automação, eles procuraram se preparar muito para não serem mais um número nas estatísticas de mortalidade empresarial.
De acordo com o Sebrae (Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pe-
2014
Empresa se expande
em direção a novos
mercados: se estabelece
em Criciúma e em Goiânia.
45
Expansão para novas áreas
Oferecer as melhores soluções
Perpetuar o negócio
quenas Empresas), 24% delas não
chegam ao segundo ano de vida.
O planejamento foi cuidadoso.
Experiência, eles tinham de sobra.
Stringari e Dalmônico trabalharam
por mais de dez anos no segmento,
respectivamente como gerente comercial e vendedor externo.
Mas era preciso mais. Uma das
primeiras preocupações foi aprender a gerir uma empresa. O conhecimento que eles tinham na prática
foi aperfeiçoado com a realização
de cursos de gestão. “Nem sempre
o melhor padeiro tem a melhor padaria”, diz Sandro Stringari, um dos
sócios da Eco Automação.
Até que, em maio de 2010,
Stringari se sentiu seguro e deu o
primeiro passo criando a empresa.
A ideia estava bem definida: vender soluções de automação para
fábricas, acompanhando desde o
desenvolvimento do projeto até a
sua conclusão.
Ele lembra bem dos primeiros tempos: era um Powerpoint no
computador, o currículo e muita
confiança no trabalho. Dalmônico
se uniu ao projeto no final de 2010.
Os primeiros clientes e fornecedores
vieram do conhecimento prévio que
eles tinham do mercado.
Estratégia
Uma concepção que os empreendedores tiveram desde o início
foi preocupar-se tanto com os fornecedores quanto com os clientes.
O objetivo: construir parcerias duradouras. “O primeiro é tão importante
quanto o segundo”, destaca Rodrigo
Dalmônico, sócio da Eco Automação.
Esta receita tem sido fundamental na trajetória da empresa. Os resultados já estão sendo colhidos:
“estamos crescendo acima do mercado”, enfatiza Dalmônico. E, diante
de um cenário em que a preocupação com os custos é crescente, ele
enxerga boas oportunidades para
expandir a Eco Automação.
Os primeiros passos já foram dados. 2014 está sendo o ano de conquistar novos mercados: Criciúma,
no Sul do Estado, e Goiânia (GO). A
entrada na capital goiana foi resultante da parceria com um fornecedor, que estava à procura de um
representante.
Mas o radar de Stringari e Dalmônico está à procura de mais oportunidades, uma vez que a participação no mercado catarinense está
bem consolidada. “Tem uma forte
tradição industrial e é bem diversificada”, destaca Stringari.
“Há muito a fazer. A todo
momento estão surgindo
oportunidades de negócio.”
Rodrigo Dalmônico e Sandro Stringari,
sócios-proprietários da Eco Automação
Segundo eles, há bastante coisa
a fazer e que é preciso enxergar as
oportunidades que aparecem a todo
o momento. É o caso do crescente
aumento no preço da energia. Nos
últimos 12 meses, eles aumentaram
11%, de acordo com a CNI. E, no Estado, desde agosto, aumentaram, em
média, 22%.
Dalmônico acredita que vai aumentar a procura por equipamentos
e soluções ecoeficientes de consumo
de energia. “Há um impacto sobre o
bolso e sobre o meio ambiente, o
que ajuda os negócios.”
Experiência
anterior
facilitou o
trabalho
de Rodrigo
Dalmônico
e Sandro
Stringari no
segmento de
automação
industrial
Eco Automação
está vendendo
soluções em
Santa Catarina
e em Goiás
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
FOTOS FABRIZIO MOTTA
48
15
Funcionários.
Área de
atuação
Concessionária
de carros.
Endereço
Av. Santos Dumont,
520 – Joinville.
Site
www.lifanmarin.
com.br
André Marin, diretor da concessionária Lifan Marin, pretende
difundir a marca da montadora chinesa no Norte Catarinense
1992
Yin Mingshan
cria a Chongqing
Hongda Auto Fittings
Research Centre,
que funcionava
originalmente como
uma oficina de
reparo de motos.
Com o pé no
acelerador
Lifan Marin tem a missão de difundir
a marca de uma das montadoras
chinesas que mais cresce no Brasil
1997
A empresa muda de
nome e torna-se a
Lifan Industry Group.
A montadora chinesa Lifan Motors está com o pé no acelerador. O
objetivo é conquistar uma presença maior no Brasil, o quarto maior
mercado do mundo. Para isso, a
empresa está ampliando a rede de
concessionárias – de 20, no primeiro semestre de 2013, passou para
55, no final de 2014 – e reforçando
os investimentos em marketing.
Seguindo essa estratégia, uma
concessionária da montadora foi
implantada no final do ano passado
em Joinville. “É um mercado bem interessante para os planos da montadora”, diz André Marin, diretor da
revenda.
O carro-chefe da concessionária e da Lifan no Brasil é o X60, uma
SUV que vem apresentando bons
resultados. No ano, foram emplacados 4.586 carros, um crescimento
de 134,8% em relação a 2013, apontam dados da Fenabrave (Federação
Nacional da Distribuição de Veículos
Automotores)
O X60 é o carro de origem chinesa mais vendido no Brasil. A participação de mercado da SUV mais
do que quadruplicou desde o ano
passado. Segundo a entidade empresarial, em 2013, era de 0,38%.
Em 2014, passou para 1,54%.
Em Joinville, os resultados também vêm se mostrando bons, destaca o administrador da revenda.
Em média, são 12 carros vendidos
por mês. “Os clientes estão muito
satisfeitos”, afirma André Marin.
Um dos desafios da Lifan é repetir o bom desempenho obtido com
o X60. “A montadora está entrando
aos poucos no Brasil, com o objetivo de conhecer o mercado.” Até julho, a concessionária comercializou
principalmente a SUV. “Praticamente atuamos como uma revenda de
um veículo só”, diz Marin.
2003
Começa a fabricar ônibus. Compra a Chongqing
Special Purpose Use Vehicle Manufacturing.
No ano seguinte, é a vez de adquirir a
Anhui Huayang Auto Manufacturing.
49
FOTOS DIVULGAÇÃO LIFAN MOTORS
Em julho, foi a vez do mini truck Foison começar a ser vendido na
rede de concessionárias. Ela inaugura a participação da montadora
chinesa no segmento de veículos
urbanos de carga. É comercializada
na versão de cabine simples e caçamba de aço. Montada na unidade
da Lifan Motors no Uruguai, ela é
vendida a partir de R$ 37.990.
O próximo passo é o lançamento do sedã compacto 530. Equipado
com motor 1.5 a gasolina com 16
válvulas VVT (comando de válvulas
variável), que desenvolve 103 cv de
potência máxima a 6.000 rpm e torque máximo de 13,5 kgfm a 3.500
rpm, o sedã Lifan 530 terá câmbio
manual de 5 marchas e um completo pacote de equipamentos que segue o mesmo caminho do SUV X60.
A expectativa é de que a onda
de lançamentos continue nos próximos meses. O SUV X50, montado
na mesma plataforma do 530, está
em testes e aguarda homologação,
A previsão de André Marin é de trabalhar com sete modelos diferentes
na concessionária joinvilense.
automóveis da China.
Fundada em 1992 por Yin Mingshan, foi a primeira indústria automotiva da China a entrar no mercado
da União Europeia e a primeira empresa automotiva chinesa a oferecer
ações na Bolsa de Valores de Xangai.
A empresa atua nos segmentos mais
competitivos da indústria automotiva mundial, como caminhões, ôni-
bus, motos, minivans, automóveis,
produtos de força e motores.
No segmento de motores, a Lifan é a maior produtora de motores
de motos do mundo e detém 11,2%
da produção mundial. A empresa
tem mais de 10 mil pontos de vendas espalhados por 42 países da
Europa, Ásia, Oriente Médio, África
e América do Sul.
O carro chefe
da Lifan
Motors, o
X60 (E); o
mais recente
lançamento, a
picape Foison;
e a próxima
novidade: o
sedã 530 (D)
Conquistar o mercado
“Joinville é um mercado
bem interessante
para os planos da
montadora.”
Satisfação do cliente
André Marin, diretor da Lifan Marin
Difundir a marca
Lifan Marin
planeja
trabalhar com
sete modelos
diferentes
no mercado
joinvilense
As origens
A Lifan é um dos maiores grupos privados da China. Com pouco
mais de 20 anos de existência, atua
em 165 mercados no mundo e é a
segunda marca em exportação de
2005
Começa a produzir carros. Os primeiros modelos foram
uma minivan e uma picape baseadas no Daihatsu Atrai.
No final do ano, desenvolve o primeiro carro, o Lifan 520,
sedã equipado com o motor Tritec, produzido no Brasil.
2010
Realiza o IPO na Bolsa de Xangai
Entra no mercado
brasileiro, por meio da
importadora Effa Motors.
2012
A Lifan assume
a operação da
marca no Brasil.
2013
Entra no Norte
Catarinense, por
meio da Lifan Marin.
50
FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND
“O nosso
pensamento
está voltado
para o longo
prazo.”
Área de
atuação
Luiz Carlos
Santana, diretor
da Aeon
Incorporação
imobiliária e
hotelaria.
Endereço
Av. Dr. Albano Schulz,
815 – Joinville.
Site
www.
aeonincorporadora.
com.br
Aeon: tempo
contínuo
Boas expectativas para a economia
joinvilense animam a empresa, que aposta
na construção de condomínios fechados e
em novos investimentos em hotelaria
Aeon, nas mitologias fenícia e
romana, representa o tempo contínuo. Este conceito serviu de inspiração para o advogado e contador Luiz
Carlos Santana batizar a empresa da
família, que surgiu há 20 anos e atua
em dois segmentos: a hotelaria e a
construção civil. “São duas atividades
que se complementam. Uma serve de
suporte à outra”, diz o empresário.
A construção civil entrou por um
acaso na vida de Santana. Dono de
uma empresa de contabilidade, em
1994 foi convidado por um cliente a
participar de um pool de investidores na construção de um prédio residencial de 12 andares. A responsável
pelas obras passou por dificuldades
1994
Luiz Carlos Santana é convidado por
um cliente a participar de um pool de
investidores na construção de um prédio
residencial. As obras são suspensas. O
empresário assume o empreendimento.
financeiras e suspendeu as obras na
segunda laje.
A construtora entregou o esqueleto do edifício ao grupo de investidores. Alguns se sentiram desconfortáveis e chegaram a pensar em desistir
do empreendimento. Uma solução
foi sugerida: como Santana tinha experiência com números e em gestão
foi indicado para assumir a administração da obra. “Pensei muito e resolvi aceitar o desafio.”
Era um duplo desafio para o empresário. Primeiro, porque entrava
em um segmento completamente
diferente do que atuava. E, segundo,
porque a economia brasileira estava
em um momento de transição, passado da era da hiperinflação para a dos
preços mais comportados.
Quando o prédio ficou pronto,
resolveu não parar mais. Nos 20
anos de atuação, foram mais de 600
unidades entegues.
Os altos e baixos do mercado
1996
Conclui o segundo empreendimento:
uma torre no Centro da cidade. A
pouca receptividade faz com que
ele a transforme em um flat, que,
ao longo dos anos, é ampliado.
51
imobiliário fizeram com que, muitas
vezes, redirecionasse os planos. Foi
assim que entrou no segmento hoteleiro, em conjunto com outros investidores. Em 1996, estava com um segundo prédio pronto. Era uma torre,
com 22 apartamentos de um quarto,
no centro da cidade. “O mercado não
estava receptivo para um empreendimento deste tipo”, lembra.
A alternativa foi transformá-lo em
um flat, que acabou sendo ampliado.
A administração foi repassada, inicialmente, a um grupo hoteleiro catarinense e, depois, a um paranaense.
Mas, acabou não se revelando um
bom negócio. Em 2010, Santana decidiu sair desse segmento.
A taxa de ocupação não era das
melhores. Em março daquele ano,
segundo o SHRBS (Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares),
ficara pouco acima dos 50%. Segundo
Santana, havia meses em que não se
conseguia sequer pagar os custos fixos. Dois hotéis tradicionais na cidade
tinham fechado as portas.
Santana já tinha decidido o que
fazer com o conjunto de 93 apartamentos distribuídos em três prédios: um deles se tornaria comercial
e os outros dois, residenciais. A área
onde estava o auditório, com 300 lugares, e seis quartos foram transferidos para o Sescon/SC.
A data para o fechamento do flat
estava definida: janeiro de 2011. Mas,
a combinação de fatores fez com que
a decisão fosse cancelada: sob a responsabilidade de uma funcionária da
área comercial, os negócios começaram a melhorar. O cenário também
tornou-se mais favorável. “Chegamos
a ter falta de apartamentos”, afirma o
empresário.
Os investimentos privados anunciados para a região de Joinville funcionaram como combustível para os
2010
Baixa ocupação do flat faz
com que Santana decida , a
partir de 2011, tirar a Aeon
do segmento hoteleiro.
planos da Aeon neste segmento. A
empresa optou por reforçar o conceito de flat para atender a um público
executivo que quer encontrar as facilidades de casa em um empreendimento hoteleiro. Um projeto para
construir mais uma torre, com 65 unidades, está em tramitação nos órgãos
ambientais. A expectativa é iniciar as
obras em 2015.
Construção
Os desafios também são grandes na outra área em que a Aeon
atua: a construção civil. Desde meados da década passada, a concorrência tornou-se mais acirrada na
cidade devido à entrada de grandes
construtoras nacionais.
A alternativa encontrada foi investir em nichos bem específicos,
nos quais há pouca atuação de outras concorrentes. No final de julho,
entregou um prédio residencial de
oito andares e que tem salas comerciais, o Villa Dona Francisca, no centro de Pirabeiraba. Os condomínios
horizontais são o principal foco de
atuação da empresa.
A Aeon está concluindo um, no
Continuar aproveitando
as oportunidades
Inovação
Manter a visibilidade
Saguaçu, com 12 casas, baseadas em
projetos personalizados. As últimas
três casas do Quintas de Queluz – que
remete à antiga dona do terreno e
ao palácio da antiga família real portuguesa, onde nasceu e morreu dom
Pedro 1° – devem ser entregues em
2015.
Um projeto similar está previsto
para a região central da cidade: 20 casas devem ser implantadas em uma
área, em meio à mata nativa, de 12,5
mil metros quadrados, na rua 15 de
Novembro. Os papéis estão tramitando na Prefeitura.
O empresário vê boas oportunidades surgindo para Joinville. “A indústria
automobilística só está chegando à cidade. Ela ainda vai agregar muito valor
para Joinville.”
Aeon Incorporadora está concluindo condomínio no Saguaçu
2011
Diante dos bons resultados obtidos no último
semestre de 2010, a Aeon mantém o flat.
Boas expectativas para economia de Joinville
alimentam planos de expansão do segmento.
2014
Com 600 unidades
entregues em 20 anos, foca
atenção na construção de
condomínios horizontais.
FABRIZIO MOTTA/ND
52
Área de
atuação
Cursos técnicos,
superiores e de
pós-graduação.
Endereço
Rua Marquês
de Pombal,
287 – Joinville.
Site
www.assessoritec.
com.br
Planos de crescimento da Assessoritec, segundo o diretor Anelísio Machado, passam
pelo desenvolvimento de produtos de acordo com as necessidades de mercado
“Todo artista
tem de ir aonde
o povo está”
Frase de música de Milton
Nascimento norteia os planos da
Assessoritec, que planeja reforçar
presença no entorno de Joinville
1998
Após trabalhar por oito anos em uma
instituição de ensino, Anelísio Machado
decide abrir o próprio empreendimento.
Instala-se, inicialmente, no Aventureiro.
O Norte do Estado vem crescendo a um ritmo bem mais acelerado
do que o Brasil. Em dez anos, o PIB
da região cresceu a um ritmo médio
anual de 4%. Mais investimentos estão
chegando. Desde o início do segundo
semestre, foram anunciados mais R$
615 milhões em investimentos na região, segundo levantamento feito pelo
departamento de pesquisa econômica do Bradesco.
É olhando para esse cenário de
transformação que a Assessoritec traçou seus planos para 2015. A intenção
da instituição de ensino, que oferece
cursos na área de tecnologia, é reforçar sua presença no entorno da região
de Joinville, em cidades como Balneário Barra do Sul, Araquari, Barra Velha,
São Francisco e São João do Itaperiú.
E enxerga possibilidades em outros
1999
Abre a segunda unidade, no Iririú.
2000
Instala-se na zona Sul de Joinville.
53
“As pessoas estão acreditando mais em si.”
Anelísio Machado, diretor da Assessoritec
profissionais de sucesso.
A estratégia foi investir, inicialmente, em unidades nos maiores
bairros de Joinville. Primeiro, em
1998, instalou-se no Aventureiro.
Depois, em 1999, no Iririú. “Todo artista tem de ir aonde o povo está”,
diz ele, lembrando-se da música
“Nos Bailes da Vida”, de Milton Nascimento. Os primeiros alunos vieram em um trabalho formiguinha:
visitando empresas.
Segundo ele, foi, também, uma
forma de prestar uma ajuda às comunidades onde atua. O primeiro
passo foi com o supletivo. Depois
vieram os cursos profissionalizantes
nas áreas de usinagem, ferramentaria e caldeiraria. “É uma espécie de
assessoria para fazer com que os
profissionais alcancem o sucesso nas
empresas.”
Consolidada a presença em dois
dos maiores bairros da cidade, foi a
vez de, em 2000, instalar-se na Zona
mercados, como Jaraguá do Sul, Blumenau e Lages.
Para concretizar os planos, Anelísio Machado, diretor administrativo da
Assessoritec, aposta em parcerias com
as prefeituras. E quanto mais próximo
dos bairros estiver, melhor. “Assim, o
acesso para quem quer buscar um
curso técnico, profissionalizante ou
superior fica bem mais fácil”, diz.
Ele está de olho nos crescentes
gastos em educação. Segundo ele, a
população, em geral, está compreendendo que, para melhorar de vida,
precisa investir mais no aprendizado.
“É uma realidade perceptível. As pessoas estão acreditando mais em si
mesmas.”
A história da Assessoritec começou em 1998, quando Anelísio Machado decidiu seguir carreira solo.
Trabalhara por oito anos em uma
instituição de ensino e percebera
que uma grande demanda não estava sendo atendida. A taxa de escolarização de jovens entre 15 e 17
anos dera, segundo o IBGE, um salto naquela década. No Sul do Brasil,
passou de 52,35%, em 1992, para
74,27%.
“Era preciso desenvolver produtos de acordo com a necessidade do
mercado.” Foi, a partir dessa concepção, que surgiu o nome Assessoritec.
“A ideia sempre foi de oferecer uma
assessoria técnica na capacitação
de mão de obra”, afirma. Ele defende. na Assessoritec, uma educação
transformadora que vai além do diploma e preocupada na formação de
2004
Começa a
expansão fora de
Joinville: instalase em Itajaí.
Estabelecer mais canais
com a comunidade
Continuar próximo
dos consumidores
Sul da cidade. Quatro anos depois, a
Assessoritec instalou-se em Itajaí, e,
em 2008, entrou no Planalto Norte,
com a instalação de uma unidade em
Rio Negrinho.
Novo passo foi dado em 2013,
com a implantação de cursos de pós-graduação nas áreas de gestão de
pessoas, engenharia de usinagem
avançada, lean manufacturing e ergonomia. Eles se somaram aos cinco
cursos superiores e aos 12 técnicos.
DIVULGAÇÃO ASSESSORITEC
História
Parceria com setor público
2008
Implanta
unidade
em Rio
Negrinho.
Unidades da Assessoritec no Norte do Estado
2013
Começa a oferecer cursos de pósgraduação nas áreas de gestão de pessoas,
engenharia de usinagem avançada,
lean manufacturing e ergonomia.
2014
Chega a
Araquari
e Garuva.
forb.ag
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FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND
56
3.100
Funcionários.
Área de
atuação
Fabricação de
artigos de cama,
mesa, banho e
decoração.
Endereço
Rua Arno Waldemar
Döhler, 145 – Joinville
Carlos Alexandre Döhler, diretor comercial da Döhler, faz parte da quinta geração da família na empresa
Site
www.dohler.com.br
1881
O imigrante
alemão Carl
Göttlieb Döhler
constrói, com as
próprias mãos, um
tear de madeira
para produzir,
artesanalmente
peças de brim
e xadrez.
Döhler: um
ponto fora
da curva
A Döhler pode ser considerada
um ponto fora da curva. Enquanto
um quarto das empresas não consegue chegar ao segundo ano de vida,
segundo o Sebrae, a fabricante de
artigos de cama, mesa, banho e decoração pode ser considerada uma das
empresas mais antigas do Brasil em
atividade: são 133 anos de atuação.
Em um segmento onde a vida não
tem sido fácil – desde 2011, as vendas
das têxteis vêm encolhendo ano a
ano, segundo a CNI – a realidade da
Döhler é diferente. A empresa mantém resultados consistentes. Entre janeiro e setembro de 2014, as vendas
foram de R$ 296 milhões, 10,49% a
mais do que no mesmo período de
2013. O lucro atingiu R$ 31,8 milhões,
uma alta de 13,8%.
Tradicional empresa têxtil chega aos
132 anos mostrando que é possível
ser lucrativa, rentável e buscar
oportunidades em mercados no
exterior, como os Estados Unidos
1900
Instalados
os primeiros
teares
mecânicos.
1956
Ganha nova razão
social: Döhler
S/A Comércio
e Indústria.
1961
Modernização dos processos
industriais: instalação da
primeira máquina automática:
uma espuladeira.
57
“O brasileiro está mudando e, com isso, aumentam
as oportunidades a serem exploradas.”
Carlos Alexandre Döhler, diretor comercial da Döhler
A atualização do parque fabril é
uma das prioridades mais importantes para a têxtil. O ritmo nos investimentos foi acelerado. Até outubro, a
empresa aplicou R$ 32 milhões, 50% a
mais do que o previsto inicialmente. A
expansão decorreu da necessidade de
ampliar os processos de acabamento
para atender ao mercado de forma
mais adequada.
Não há segredo para a Döhler
ser o ponto fora da curva, diz Carlos
Alexandre Döhler, diretor comercial e
integrante da quinta geração da família. Segundo ele, ao longo do tempo, a
empresa se focou na produtividade e
na qualidade. “É uma gestão prudente,
conservadora, técnica e eficiente focada nos resultados.”
Outro motivo que faz a Döhler
ser diferente no cenário setorial é o
fato de que, ao contrário de outras
grandes empresas do setor, preferiu
não investir em outros Estados. A
decisão, segundo o executivo, foi essencialmente técnica. “Ficamos onde
podíamos atender melhor à nossa
demanda, com um custo logístico
menor”, diz.
E, em um ambiente em que há
uma forte concorrência externa que
resultou em um aumento de 7,6%
nas importações de têxteis e confecções em 2014, segundo a Secretaria
de Comércio Exterior, a Döhler está
caminhando no sentido contrário. A
empresa implantou há dois anos um
centro de distribuição nos Estados
Unidos. Hoje, 9% do faturamento vêm
do exterior.
O objetivo é intensificar as vendas para a maior economia mundial.
Para isso, quer compreender melhor
1968
A Döhler compra o terreno onde
constrói o novo parque fabril, no
Distrito Industrial de Joinville. A
fábrica entra em operação em 1970.
o american way of life. Isto exige, segundo o executivo, uma imersão
nos hábitos dos varejistas e dos
consumidores. Um dos melhores caminhos para a compreensão deste
mercado, segundo ele, é a participação em feiras no interior do país. As
expectativas são bem favoráveis. O
FMI projeta que o PIB norte-americano cresça 3% em 2015.
Hábitos dos consumidores
Entender os hábitos do consumidor é ponto-chave na trajetória da
Döhler. Uma das oportunidades é o
Momento Döhler, realizado mensalmente em um local diferente, que reúne milhares de consumidores e que
oferece oficinas gratuitas de artesanato. Desde sua criação, já passaram
mais de 30 mil pessoas pelo evento.
A partir desse forte relacionamento, que também inclui a interação pe-
las redes sociais, a empresa percebeu
a tendência de que o consumidor fica
mais em casa e, com isso, quer revitalizar, com mais frequência, o ambiente
em que mora.
Somente em Joinville, segundo a
consultoria de mercado IPC Maps, o
potencial de gastos das famílias com a
manutenção do lar representa 23,8%
do total das despesas. Em 1997, o
peso era bem menor: 10,3%. “Elas
estão recebendo mais gente em casa
e, com isso, investem mais na decoração: toalhas novas, mudanças nas
cortinas...”, destaca.
O executivo também observa que
o brasileiro está incorporando um
costume tipicamente americano aos
seus hábitos do dia a dia: “o faça você
mesmo.” Isto se refletiu no crescimento na produção de tecidos para a decoração. “O brasileiro está mudando
e, com isso, aumentam as oportunidades a serem exploradas.”
Caminhar
com o
consumidor
Gestão
industrial
Praticidade
Laboratório da Döhler: um dos focos da
empresa é a preocupação com a qualidade
1969
Investe na
confecção
e começa a
exportar.
1975
Primeiras vendas para os Estados
Unidos. O escritório próprio é
inaugurado em 2004. Instala
um CD na Flórida, em 2012.
1997-9
Obtém as certificações ISO 9002 e ISO 14001.
2001-14
Expande a atuação e amplia os canais de
comunicação com os consumidores.
FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND
58
79
Funcionários.
Área de
atuação
Hotelaria.
Endereço
Rua 15 de
Novembro, 2.075
– Joinville.
Site
www.lecanard.com.br
Ricardo Gayoso Ziemath. diretor-executivo do Le CanarD Hotéis,
representa a segunda geração da família à frente da rede
Inspiração que
vem do outro
lado do Atlântico
Padrões europeus de excelência estão
no DNA da rede de hotéis Le CanarD,
que planeja expandir a unidade de
Joinville e a rede a partir de 2015
1995
A primeira unidade da rede Le
CanarD é instalada em Lages.
1997
Instala-se em Joinville.
A inspiração vem do outro lado do
Atlântico. Mais precisamente da França. E não é só no nome. Le Canard, em
francês, é o pato. Por trás da rede hoteleira que tem empreendimentos em
Joinville, Caçador e Lages, há muito do
modelo gaulês de hotelaria.
Se a inspiração é europeia, a tradição da hotelaria é de família, que
começou a atuar no segmento em
1981. “Isto está nas nossas raízes”,
enfatiza Ricardo Gayoso Ziemath, diretor-executivo e integrante da segunda
geração da família à frente do empreendimento.
Os planos para ter a própria rede
ganharam força na primeira metade
dos anos 90, quando Ricardo Luiz Ziemath passou uma temporada no exterior para conhecer melhor os padrões
europeus de hotelaria.
A intenção era estabelecer uma
2007
A unidade de Lages é ampliada.
59
“Joinville tem uma vocação empresarial muito grande.”
Ricardo Gayoso Ziemath, diretor-executivo da rede de hotéis Le CanarD
operação em Santa Catarina que, ao
mesmo tempo, seguisse essas tendências e fosse enxuta. A primeira unidade foi instalada em 1995, em Lages,
aproveitando parte da produção da
fábrica de pré-moldados da família.
Outros dois hotéis foram agregados à rede. Em 1997, foi implantado o
Le CanarD Joinville e, dois anos depois,
a partir de uma parceria com empresários de Caçador, no Meio-oeste,
passou a operar um empreendimento nesta cidade. Fatores logísticos e a
demanda existente impulsionaram os
investimentos.
Em 2007, a rede deu novo passo, ampliando a unidade de Lages. A
unidade é a maior do grupo, com 128
apartamentos.
Segunda geração
A segunda geração da família está
à frente da gestão do Le CanarD desde
2012. O maior desafio é o de se adequar a um cenário que está em permanente transformação. Um primeiro passo foi mudar o perfil do hotel,
orientando-o para o público executivo.
“É o forte de Joinville.”
A unidade de Joinville passou por
um processo de transformação: 75
apartamentos foram modernizados,
foi instalada uma academia e remodelaram-se as áreas de convivência,
como as que são usadas para o café
da manhã.
Outra preocupação foi com a
gestão financeira. “Estamos sendo
austeros nos custos”, enfatiza Ricardo Gayoso Ziemath. Os resultados,
segundo ele, já começam a aparecer.
As parcerias firmadas com grandes
empresas contribuíram para ampliar
a taxa de ocupação entre 65% e 80%,
dependendo do mês. “Já percebemos
um crescimento no faturamento que,
em algumas situações, chegou a dobrar. A rentabilidade aumentou 70%.”
Manter os níveis
de ocupação
Expansão
Mão de obra
O foco para 2015 está bem definido. As atenções da rede estão voltadas
para Joinville.
Um dos motivadores é a implantação da primeira fábrica da BMW na
América Latina, que pode intensificar
o movimento de executivos na cidade. “Temos uma vocação empresarial
muito grande”, enfatiza o executivo.
O Le CanarD quer direcionar mais
a atenção para os mercados catarinense, paranaense e paulista, com a
intenção de captar mais clientes.
Uma das apostas, de acordo com
Rebeca Ziemath, responsável pela
área de marketing da rede de hotéis,
é intensificar a presença em canais
Ser competitivo
virtuais de venda, como os sites especializados.
Outro objetivo é dar início à expansão da unidade de Joinville. O projeto feito pelo escritório de arquitetura
Marchetti Bonetti, de Florianópolis,
está em tramitação na Prefeitura. Ele
prevê a instalação de mais 55 apartamentos.
No médio prazo, a empresa mira
em novos mercados. A empresa planeja a instalação em mais cidades. O
foco são mercados que estão em um
raio de 250 quilômetros de Joinville.
Ampliação em Joinville prevê mais 55 apartamentos
2012
Segunda geração da família Ziemath fica à frente da gestão
da rede hoteleira: Ricardo Gayoso Ziemath cuida da gestão e
Rebeca Gayoso Ziemath, da área de marketing. O foco em Joinville
passa a ser o público executivo. A unidade é remodelada.
2015
Previsão para iniciar a expansão
da unidade de Joinville, que
terá mais 55 apartamentos.
62
170
Funcionários.
Área de
atuação
Planos de saúde.
Endereço
Rua Doutor Plácido
Olimpio De Oliveira,
693 – Joinville.
Site
www.agemed.com.br
1995
Pedro Assis
Jr começa os
primeiros estudos
de viabilidade
econômica para
a criação de uma
operadora de
planos de saúde.
Rumo aos
próximos
desafios
Depois de ter atingido
a marca dos 100
mil beneficiários, o
próximo passo da
Agemed é construir um
hospital em Joinville
No sétimo andar do Edificio Vanquisher, que sedia a Agemed, no
bairro Bucarein (Centro de Joinville),
Pedro Assis Jr. avista o próximo desafio da empresa: um morro com
30 mil metros quadrados, no vizinho bairro Boa Vista, onde planeja
construir o Hospital Monte Hermon.
O projeto do empreendimento, que
está em fase de licenciamento, prevê um hospital com capacidade final
de 200 leitos distribuídos numa área
construída de 20 mil metros quadrados, com um investimento de R$ 70
a R$ 80 milhoes. A expectativa é de
colocá-lo em funcionamento até o
final de 2017.
Mas o hospital é só parte de um
desafio ainda maior: em cinco anos,
a empresa pretende chegar a 1 milhão de beneficiários e a um faturamento de R$ 2 bilhões. Atualmente,
são 120 mil beneficiários. A Agemed
projeta uma receita superior a R$
200 milhões neste ano.
O desafio é ousado, mas o em-
DIVULGAÇÃO AGEMED
Em
família:
Pedro
Assis Jr.
(sentado)
convidou
filhos,
genro e
nora para
expandir
a Agemed
presário dá dois argumentos para
explicar a viabilidade da meta: “Para
atingir esse objetivo é só repetir o
que estamos fazendo ao longo da
nossa história e neste setor, o Brasil
é a bola da vez.”
Um dos fatores que pode facilitar a conquista da meta, segundo o
empresário, é que há muito espaço
para crescer. Atualmente, segundo
o IESS (Instituto de Estudos em Saúde Suplementar), são 48 milhões de
usuários para uma população estimada pelo IBGE em 202 milhões de
pessoas.
O foco da empresa é reforçar a
presença entre as micro e as pequenas empresas. Hoje, 90% da carteira
de clientes está neste segmento.
1998
A Agemed é fundada em meio a
um cenário de transformação no
segmento de saúde suplementar:
novas regras são criadas.
Para isso, a Agemed está focando
em planos customizados, ou seja,
adequados ao orçamento de cada
empresa. “Tem muita empresa de
pequeno porte que não têm plano
de saúde. E, em um cenário de alta
rotatividade de mão de obra, este
benefício ajuda na retenção de pessoal”, explica o executivo.
A empresa também está desenvolvendo parcerias para ampliar a
abrangência no país. E não é só a
Agemed que está procurando. Hospitais e clínicas têm procurado a
operadora de planos de saúde para
fazerem parte da rede de atendimento. “Foi-se a fase em que éramos
considerados como pequenos.” Para
os padrões da ANS (Agência Nacional
2000
A Agemed entra
em operação com
uma carteira de
2.000 usuários.
63
de Saúde Suplementar), a empresa
joinvilense, em função do número
de beneficiários, é considerada de
grande porte.
Outro foco de atenção é o desenvolvimento de produtos para tornar
o atendimento mais confortável, ágil
e prático, focando principalmente na
atuação de forma preventiva. Para a
Linha Premium de planos, a empresa desenvolveu o sistema Medical
Home, com destaque para o serviço Medicos on-Line que possibilita
que os usuários tenham orientação
médica a distância, 24 horas por dia,
que pode ser acessado de qualquer
lugar do mundo, onde o beneficiário
estiver, além do serviço de urgência
e emergência em casa.
A empresa também está reforçando sua presença no segmento
mobile. O guia médico, disponível
para os celulares que rodam nos
sistemas iOs e Android, está sendo
aperfeiçoado. A intenção é possibilitar que o cliente cheque como está a
agenda do médico de sua preferência. Segundo Assis, a previsão é de
que esta facilidade esteja em funcionamento até o final do ano.
As origens
A história da Agemed é similar à
de outras empresas joinvilenses. O
berço foi uma grande companhia: a
Tigre. Em meados dos anos 90, o então presidente do grupo, João Hansen Neto, decidiu concentrar o foco
do grupo na fabricação de tubos e
conexões.
Assis era executivo da Hansen
Sociedade Civil de Serviços e estava
desenvolvendo o projeto da criação
de uma operadora de planos de saúde para ser mais um braço do grupo.
A ideia chegou a ser apresentada
para a diretoria em São Paulo. A re-
2007
Inicia a
expansao para
o Estado de
Santa Catarina.
“Já atendemos os nossos clientes
do Oiapoque ao Chuí.”
Pedro Assis Jr., presidente da Agemed
ceptividade foi boa, mas os tempos
eram outros. “Sugeriram que eu tocasse o projeto de forma independente”, lembra.
A decisão de criar a empresa
coincidiu com momento de mudanças na legislação de saúde suplementar. A lei que estabeleceu novas
regras para o segmento foi assinada
em 1998. Dois anos depois, em 2000,
foi criado o órgão regulador. “Quando entramos no mercado, éramos
a única operadora que estava 100%
adequada às novas regras.”
Apesar de estar adequada ao
novo marco legal, a empresa, que
começou com uma carteira de 2.000
beneficiários, tinha um grande desafio: firmar a marca em um cenário
que era dominado por dois grandes
players. A partir desta situação, resolveu concentrar sua atenção nas micro e pequenas empresas.
Para conquistar o próprio espaço, convidou a família – Soraia;
Francini e Fabio; Pedro Neto e Neiva; filhos, genro e nora – a ajudá-lo,
dando a cada um deles um terço do
território catarinense para que pudessem explorar melhor o mercado,
com o objetivo de criar a capilaridade exigida pelos clientes.
O resultado da empresa é reinvestido em comunicação, tecnologia
e na formação de uma estrutura terceirizada e exclusiva. No Estado, são
18 agências, que atendem de Joinville a Criciúma e de Florianópolis a São
Miguel do Oeste.
A experiência adquirida em Santa Catarina, levou a Agemed a outros
Estados, realizando parcerias, como,
por exemplo, com o Hospital São
Mateus, em Cuiabá (MT). A empresa
está iniciando outras em Porto Alegre (RS) e Macapá (AP). “Independentemente da conclusão destas parcerias, como associados da Abramge
(Associação Brasileira de Medicina
de Grupo) já atendemos nossos
clientes do Oiapoque ao Chuí.”
Edifício
Vanquisher,
sede da
Agemed, em
Joinville
Expansão
Praticidade
Lucratividade
2013
Chega aos 100 mil usuários,
com um faturamento de R$ 144
milhões e inaugura a primeira
unidade fora do Estado (Cuiabá).
2014
Inaugura a sede nacional da operadora em Joinville, na rua Plácido
Olímpio de Oliveira. A Agemed prepara os planos de expansão
para os próximos cinco anos que preveem a construção de um
hospital e a conquista de 1 milhão de beneficiarios no Brasil.
64
Redes para o crescimento
Chegada de novas empresas ao Norte de Santa
Catarina alimenta os planos de expansão da
Gecel, especializada em soluções industriais
80
Funcionários.
O cenário é promissor para a
região. Até 2019, mais de R$ 2,6 bilhões em investimentos privados
devem ser realizados na região, segundo projeções do departamento
de pesquisa econômica do Bradesco. Mas, por trás destes investimentos há uma cadeia muito grande
de fornecedores e prestadores de
Área de
atuação
Endereço
Rua Dona Francisca,
8.300 – Bloco
3 – Módulo A.
FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND
Prestação de
serviços na área
de instalação
e manutenção
industrial.
serviços. É o caso da Gecel Soluções
Industriais, que, nos últimos quatro
anos, vem se especializando no desenvolvimento de redes hidráulicas
e sanitárias, de ar comprimido, óleo,
vapor, gás e de sistemas de combate
e prevenção a incêndio.
“São grandes oportunidades que
estão aparecendo. Há muitas empre-
sas vindo de fora”, destaca Geraldo
Cardoso, um dos sócios da Gecel. Ele
aponta que a inauguração da BMW
é só a ponta de um grande iceberg.
A empresa foi responsável pela
implantação de mais de 20 quilômetros de tubulações no terreno
onde se instalou a montadora alemã
BMW, em Araquari. É, também, responsável pelos planos de manutenção do porto de Imbituba e do Perini
Business Park.
É com esses cartões de visita que
a Gecel quer se credenciar para voos
mais altos. “Na área em que atua-
Site
www.gecel.com.br
Oportunidades de crescimento fizeram com que Geraldo Cardoso (E) e
Fernando Araújo (D) instalassem a Gecel no Perini Business Park
2011
Com 30 anos de experiência nos segmentos de instalação e manutenção industrial,
Geraldo Cardoso se junta ao sócio Fernando Araújo e criam a Gecel, para aproveitar
o potencial oferecido pelo terceiro maior polo industrial do Sul do Brasil.
DIVULGAÇAÇÃO GECEL
65
“A inauguração da
BMW é só a ponta
de um grande
iceberg. São grandes
oportunidades que
estão aparecendo.”
Geraldo Cardoso, sócio da Gecel
mos, muitos clientes são conseguidos por indicação”, afirma Cardoso.
Por isso, segundo ele, a empresa
tem uma forte preocupação com o
pós-venda, mantendo uma proximidade bem grande com os clientes.
Esta forma de atuar, aponta o
empresário, possibilita que sejam
identificadas novas oportunidades
de negócios que resultam, principalmente, na redução de custos. Uma
das possibilidades é na compra direta de materiais para soluções industriais. Fernando Araújo, sócio da
empresa, destaca que a economia
pode chegar a 20%.
Outra forma é o estudo aprofundado do projeto dos clientes. Com
isso, é possível identificar possibilidades de redução de custos. Uma
grande empresa da região planejava instalar tubulações de concreto
para atender às necessidades de
uma nova fábrica. Após uma análise
de custo e benefício, optou-se por
instalar tubulações de polietileno.
“Ganhou-se velocidade na instalação
e se reduziram os riscos durante as
obras”, explica Cardoso.
Seguindo a premissa de estar
mais próximo do cliente, a Gecel mudou-se neste ano para o Perini Business Park, onde, além da parceria na
manutenção, atua em obras de instalação. O empresário aponta que
a mudança de sede também ajuda
Excelência
Novos clientes
Inovação
a ampliar a visibilidade da Gecel no
mercado, uma vez que, a partir do
condomínio empresarial, é gerado
2,6% do PIB catarinense.
A empresa também enxerga
grandes oportunidades de crescimento no segmento de saneamento.
Um estudo realizado pelo Instituto
Trata Brasil, que reúne empresas que
atuam no segmento de saneamento
2013
Trabalha nas obras de instalação da primeira fábrica
da BMW na América Latina, em Araquari, instalando
tubulações subterrâneas e colocando redes hidráulicas.
Gecel instalou
quase a totalidade
das tubulações
subterrâneas da
fábrica da BMW em
Araquari. Também
foram colocados 70%
das redes hidráulicas.
e de proteção dos recursos hídricos,
mais da metade da população brasileira não tem acesso a esgoto, só
38% é tratado e cerca de 36 milhões
de brasileiros não têm acesso à rede
tratada. A ANA (Agência Nacional de
Águas) calcula que são necessários
investimentos de R$ 70 bilhões para
evitar a escassez de água e proteger
os recursos hídricos.
2014
Para facilitar o acesso e o atendimento
aos clientes, a Gecel se muda
para o Perini Business Park.
66
FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND
“Quem não
aderir à
globalização
vai acabar
ficando refém
do mercado
interno.”
1.500
Funcionários.
Emerson Branco,
executivo de
gestão e pessoas
Área de
atuação
Produção de
fixadores.
Endereço
Rua Cachoeira,
70 – Joinville.
Site
www.ciser.com.br
Competitividade: a
palavra que move a Ciser
Investir em pesquisa e desenvolvimento
e buscar novos mercados estão entre as
estratégias para continuar competindo
1959
Com quatro
funcionários, a Ciser
entra em operação,
produzindo 2.500
peças, entre
parafusos e porcas,
por dia. O objetivo
era substituir os
produtos que
eram importados
da Europa.
Competitividade. A palavra é
encarada com obsessão pela Ciser,
a maior fabricante de fixadores (parafusos, porcas, peças...) da América
Latina. Inovação, busca de novos
mercados e investimento em um
novo parque fabril são algumas das
estratégias da empresa joinvilense,
que está completando 55 anos, para
se manter à frente do mercado.
A pressão externa é muito gran-
de. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior, nos nove primeiros
meses de 2014, as importações de
fixadores atingiram US$ 704,8 milhões, a segunda maior marca em
11 anos.
O principal objetivo da empresa
é assegurar o crescimento dos negócios nos próximos anos. A Ciser
projeta investimentos crescentes
em pesquisa e desenvolvimento,
1983
Aquisição da primeira área, de
290 hectares, que posteriormente
viria a formar a Reserva do Quiriri.
Atualmente, são 9.158,57 hectares
de mata atlântica preservados.
expansão no Brasil e no exterior e
estabelecimento de parcerias para
explorar segmentos promissores,
como o óleo e gás.
Uma das prioridades centrais
da Ciser é a inovação. A preocupação ganhou força a partir de 2007,
quando foi implantado um núcleo
de pesquisa e inovação na empresa. Internamente, foram criados
grupos para fomentar ideias. Externamente, a Ciser estabeleceu
parcerias com instituições científicas, tecnológicas e de ensino.
A menina dos olhos da Ciser é a
nanotecnologia. As primeiras aplicações começaram em 2013, mas
1994
Adquire a unidade de produção de fixadores
da Gerdau, localizada em Nova Lima, na
Grande Belo Horizonte. Em 2008, a Ciser
a transfere para Sarzedo. Ela produz
exclusivamente para a indústria automotiva.
67
o namoro com a nova tecnologia
começou em 2009, quando surgiram os primeiros estudos sobre a
aplicação em fixadores nos EUA.
Aparentemente, não há diferença entre um fixador convencional e um que incorpora a
nanotecnologia. O detalhe é imperceptível. As peças recebem um
revestimento de um milionésimo
de milímetro, feito à base de dióxido de titânio e outras cerâmicas,
o que possibilita maior resistência
à corrosão, especialmente em locais altamente expostos ao meio
ambiente. O produto pode ser direcionado para segmentos como
construção civil, agronegócio, automotivo, naval e aeroespacial.
A empresa está investindo
em produtos com acabamentos
diferenciados. Outros desenvolvimentos, segundo Emerson Wilson
Branco, executivo da área de gestão e pessoas, estão sendo feitos
com universidades. Em conjunto
com a Udesc, a Ciser desenvolve
parafusos que alteram a cor. O objetivo é mostrar se ele está corretamente fixado.
Outra aplicação é o parafuso
com eletrônica embarcada. O foco
é atender à demanda, principalmente, de segurança. “Isto vai acabar facilitando muito a rastreabilidade do produto e acaba gerando
valor agregado para a empresa”,
diz Branco. Atualmente, os fixadores são identificados pelo lote. “O
cliente terá condições de saber a
trajetória do parafuso desde a sua
origem.”
ou pela implantação de unidades
em outros países. “Quem não se
globalizar vai acabar ficando refém do mercado interno”, enfatiza
o executivo.
O primeiro passo para ampliar
a visibilidade da Ciser no cenário
internacional foi dado em 2011,
quando a empresa implantou uma
unidade de negócios em Hefei, 480
quilômetros a Oeste de Xangai.
Novo passo para estar presente no cenário internacional foi
dado em 2013, com a instalação
de uma unidade de negócios em
Lima, capital do Peru. Ele diz que
as regiões banhadas pelo Pacífico
têm facilidades logísticas imensas
e grandes perspectivas de crescimento. O FMI (Fundo Monetário
Internacional) projeta que o país
crescerá a um ritmo de 5,5% ao
ano entre 2015 e 2019.
Nova fábrica
A Ciser está implantando um
novo parque fabril em Araquari,
na Estrada Rio do Morro. O investimento, estimado em R$ 160 milhões, tem por objetivo unificar as
Internacionalização
Mão de obra
Competir no Brasil
operações em um único local. A
empresa tem capacidade para produzir 5.000 toneladas de fixadores
por mês.
Branco afirma que a nova unidade vai trazer ganhos em produtividade para a empresa, devido à
adoção de um layout mais prático.
Atualmente, itens manufaturados
chegam a cruzar 17 vezes a rua
que separa os prédios da empresa.
As obras começaram no segundo semestre de 2014. A expectativa é de que o processo de transferência do parque fabril esteja
concluído até 2016. Em Joinville,
ficarão apenas as áreas administrativa, comercial e financeira,
com cerca de 200 funcionários. Os
1.200 restantes, envolvidos diretamente com a produção, ficarão
baseados em Araquari.
No exterior
Linha de
produção da
Ciser: portfólio
de produtos da
empresa chega
a 35 mil itens
Um dos principais desafios da
empresa é ampliar a atuação internacional, seja pela exportação
2011
A Ciser instala uma unidade de negócios na China.
É criado o Instituto Th. Isolde Odebrecht, que organiza
e valoriza as ações sociais desenvolvidas pelo Grupo
H. Carlos Schneider, do qual a Ciser faz parte.
2013
Anuncia o plano de transferir a linha
de produção para Araquari.
Instala unidade em Lima, capital do Peru.
2014
Começam as obras de construção
da fábrica de Araquari. A previsão
é de que toda a produção
seja transferida até 2016.
Área de
atuação
FOTOS MAURO ARTHUR SCHLIECK/ND
70
Loja de roupas.
Endereço
Rua Albano
Schmidt, 1.093 –
Joinville (sede).
Site
www.vanessamodas.
com.br
Tereza Teixeira Teza, da Vanessa Modas, planeja continuar expandindo o negócio criado por ela em 1987
As lições de
dona Tereza
Empreendedorismo está no sangue da
professora de ciências, que começou como
sacoleira e hoje tem uma rede de cinco lojas
Os imigrantes ajudaram a construir os mais de 163 anos de história de Joinville. Ondas sucessivas,
que começaram em 9 de março de
1851, com a chegada de noruegue-
ses, suíços e alemães, e que foram
se complementando com gente de
outros países e regiões, e acabaram
formando a terceira maior economia do Sul do país.
1987
A professora Tereza Teixeira Teza abre uma
pequena loja de roupa no bairro Boa Vista. Antes,
trazia roupas de Criciúma e de São Paulo para
revendê-las, principalmente, para colegas de escola.
Este foi o caminho seguido pela
professora Tereza Teixeira Teza, natural de Criciúma. Filha de mineiro
foi uma das primeiras integrantes
da família a se formar em uma faculdade. Como muitos de seus conterrâneos, mudou-se para Joinville
para tentar uma vida melhor.
Ela e seu marido, um alfaiate,
se estabeleceram no Boa Vista. Começou dando aula de ciências, na
escola Presidente Médici. Primeiro,
para o antigo primeiro grau (hoje,
ensino fundamental), e, depois para
o segundo grau (atualmente, ensino
médio).
Para complementar a renda
da família, começou a vender roupa. Os primeiros clientes foram os
colegas de escola. As mercadorias
1997
Abre a segunda loja.
O local escolhido foi o
Fátima. “Foi um grande
desafio”, diz a empresária.
71
“Não adianta só falar ou criticar, é preciso, também, colocar a mão na massa.
Não dá para ter medo do trabalho, nem de enfrentar as dificuldades.”
Tereza Teixeira Teza, proprietária da Vanessa Modas
vinham de Criciúma, onde Tereza
tinha contatos. Era, principalmente,
jeans. Depois, começou a encarar
oito ou mais horas de ônibus para
São Paulo. O objetivo era trazer as
novidades.
O que era só um negócio para
ganhar um dinheiro ao longo do
mês foi crescendo. Em 1987, abriu
uma loja no Boa Vista. “Era só uma
barraquinha”, diz ela. “Mas, clientes
vinham de outros bairros para fazer
compra.
O local para instalar o empreendimento foi estratégico: perto
da escola onde dava aula. O motivo: o grande fluxo de pessoas que
passam pelo local. “Sempre tem alguém querendo comprar algo”, destaca a empreendedora.
O critério que a norteou no início, para definir a localização da loja,
foi o mesmo adotado ao longo dos
anos, quando expandiu o negócio:
ficar em lugares de grande fluxo de
pessoas. A segunda loja foi aberta
no final dos anos 90, no Fátima. Depois vieram a do Paranaguamirim,
do Floresta e a do Costa e Silva. “Os
clientes querem que a gente fique
perto deles”, destaca.
comuns a muitos empreendedores:
a dificuldade em encontrar mão de
obra qualificada, os pesados impostos, a burocracia que dificulta o
crescimento e a conjuntura econômica. Mas elas não a inibem.
Uma das formas que ela encontrou para buscar soluções foi a participação em entidades de classe,
como a CDL (Câmara de Dirigentes
Lojistas). A outra foi focar no trabalho para buscar soluções próprias.
“Não adianta só falar ou criticar,
é preciso, também, colocar a mão
na massa. Não dá para ter medo
do trabalho, nem de enfrentar as
dificuldades.” E para encontrar as
oportunidades, segundo ela, nada
melhor do que uma boa conversa.
Isto, segundo ela, ajuda a prestar
mais atenção ao mercado e ver para
que lado está caminhando.”
As lojas da
Vanessa
Modas foram
instaladas
em locais
movimentados
para facilitar
o acesso de
clientes
Mão de obra
Conjuntura econômica
Falta de incentivos ao setor
Rede
especializada
em moda
feminina e
masculina tem
cinco lojas em
grandes bairros
de Joinville
Planejamento
O principal plano de Tereza Teza
é continuar a expansão do negócio.
“Enquanto tiver saúde estarei seguindo adiante.” Ela reconhece que
os desafios são grandes, mas não se
intimida diante deles. “Gosto muito
de desafios”, reconhece.
As principais preocupações são
2000
Inaugura a terceira loja,
ampliando a presença na
zona Sul de Joinville. O local
escolhido foi o Paranaguamirim.
2006
Inaugura a quarta loja,
também na zona Sul
de Joinville. O local
escolhido foi o Floresta.
2009
Amplia sua presença nos
bairros mais populosos
de Joinville, abrindo uma
loja no Costa e Silva.
72
FOTOS :MAURO SCHLIECK
“Nossa
liderança é
focada na
qualidade.”
Sandro Murilo
Santos, reitor
da UniSociesc
1.400
Funcionários.
Área de
atuação
Ensinos fundamental,
médio, técnico,
superior e pósgraduação.
Endereço
Rua Gothard
Kaesemodel,
833 – Joinville.
Site
www.sociesc.org.br
1959
Hans Dieter Schmidt,
na época presidente
da Fundição Tupy,
funda a Escola
Técnica Tupy. A
inspiração veio de
um modelo suíço.
Posteriormente,
foi criada a sua
mantenedora,
a Sociedade
Educacional Tupy.
UniSociesc em
transformação
Instituição está investindo R$ 50
milhões em educação e tecnologia para
manter a imagem de excelência
Quem passa pelo campus da UniSociesc no bairro Boa Vista, o maior
e mais antigo da instituição, consegue perceber claramente o processo
de transformação da instituição de
ensino, que surgiu em 1959 com a
missão principal de qualificar mão de
obra para a indústria joinvilense. Novos prédios estão sendo construídos
como parte de um amplo pacote de
investimentos de R$ 50 milhões previstos para os próximos cinco anos.
Um dos principais marcos desse
processo de transformação é o novo
prédio do curso de Arquitetura. Estão
sendo aplicados R$ 10 milhões na
instalação, que deve ser entregue até
abril, coincidindo com o início do ano
letivo. “É uma nova fase para o campus Boa Vista”, destaca o reitor da
UniSociesc, Sandro Murilo Santos. Até
2020, o campus deve estar totalmente remodelado, com a construção de
mais quatro prédios.
O crescimento em estrutura física, o aprimoramento da gestão de
recursos humanos e os novos sistemas, administrativo e acadêmico,
Anos 70
A ETT ganha um forte impulso com a assinatura do acordo básico de cooperação
técnica firmado entre o Brasil e a República Federal da Alemanha. Instituição
recebe tecnologia de ponta da Alemanha. Professores e engenheiros da Alemanha
vieram para a ETT, e os professores e engenheiros da instituição foram para
Alemanha, visando compartilhar educação para a formação profissional e cidadã.
contribuíram no sucesso recente da
transformação em Centro Universitário UniSociesc e na sua consolidação
como base forte do ensino superior.
“O reconhecimento, além de valorizar o comprometimento com a educação de qualidade, ampliou significativamente a procura das pessoas
para estudar na instituição”, destaca
o reitor Sandro Murilo Santos.
A instituição é vencedora do
Prêmio Finep de Inovação, está no
ranking das melhores instituições do
país e, em primeiro lugar na região
Sul, na categoria Instituição de Ciência e Tecnologia. O prêmio é um dos
indicadores nacionais que apresenta
a força e o trabalho constantes da
UniSociesc no ensino, na pesquisa e
na extensão, cujos resultados contribuem de forma relevante para a comunidade.
A instituição de ensino tem, atualmente, 39 cursos superiores. São cerca de 26 mil alunos. Carros-chefe são
a engenharia civil, a engenharia mecânica, a arquitetura e o direito. “As
ações de planejamento dos cursos
de graduação vão além das deman-
1985
A Fundição Tupy passa por um processo
de reestruturação e a ETT caminha por
si só. É criada a Sociesc, apoiada por um
conselho empresarial com representantes
das principais empresas de Joinville.
73
das das empresas. Quem estuda na
UniSociesc abre as portas em qualquer lugar no mundo. É visto com
diferencial, temos vários exemplos”,
diz o pró-reitor de graduação”, Carlos
Emílio Borsa.
Novos cursos – como engenharias nas áreas de petróleo e energia – estão no radar, mas não são
a prioridade imediata. A partir de
uma parceria com a FGV, o curso de
economia está sendo fortalecido. O
objetivo da instituição de ensino, de
acordo com o reitor, Sandro Murilo
Santos, é construir uma grife na área
educacional.
“Nossa liderança é focada na
qualidade”, diz Santos. Para isso,
uma das metas é chegar com notas
entre 4 e 5 no CPC (conceito preliminar de curso) até 2020. A avaliação é
feita pelo Inep (Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacionais
Anísio Teixeira), ligado ao Ministério
da Educação.
Mesmo não investindo fortemente na criação de novos cursos,
a preocupação com a sala de aula é
grande. A instituição está implantando, desde o final do ano passado,
uma nova metodologia de ensino: a
aprendizagem baseada em problemas. É, segundo Borsa, uma nova
metodologia que está sendo aplicada
no Brasil: “O aluno mergulha em um
projeto para buscar a solução. Ele se
torna mais autodidata e as aulas são
mais ativas.”
Outro reforço é a ampliação do
projeto da Escola Internacional, com
currículo sólido e bilíngue (português
e inglês) e padrões internacionais
equivalentes ao high school (ensino
médio) americano. A instituição conta
com a certificação suíça IB, que facilita acesso a universidades europeias e
americanas.
“O aluno sai daqui com a capacidade de lidar com diferentes culturas e abordagens”, diz a diretora Elza
Cristina Giostri. A instituição é a única
no Estado que oferece tripla diplomação: nacional, americana e IB.
A UniSociesc investirá R$ 10 milhões na construção de um novo prédio, no campus Marquês de Olinda. A
unidade de Florianópolis, que entrou
em 2014, está em processo de expansão e de certificação pelo IB. A instituição prevê uma terceira unidade da
Escola Internacional, em local a ser
definido.
A UniSociesc também atua na
educação a distância em todo o Brasil. Atualmente, são198 polos.
Mudanças
A transformação também está
ocorrendo internamente. Um dos
principais objetivos é implantar totalmente, em um prazo de dois anos,
um ERP (sistema de gestão empresarial). O contrato foi fechado em outubro com a Totvs. “Vamos rever o sis-
Evolução permanente do
conceito de excelência
Enfoque diferenciado
dos recursos humanos
Novos investimentos
tema de informações. Isto vai facilitar
o processo de tomada de decisões”,
diz o diretor de gestão e marketing,
Bruno Watte.
Outro foco é a estruturação da
área de recursos humanos. Em 2012,
eram 1.083 funcionários. Atualmente,
são 1.400. O objetivo é que ela atue de
forma mais estratégica. A instituição
pretende implantar um modelo de
gestão de pessoas baseado na meritocracia e dar especial atenção para a
captação e retenção de talentos.
A UniSociesc também planeja
reforçar sua imagem. Um dos caminhos, segundo Watte, é por meio da
contratação de uma grande agência.
“A marca vai ser mostrada com mais
força, para retratar o momento pelo
qual a instituição de ensino está passando.” Atualmente, a instituição tem
unidades em Joinville, Florianópolis,
Blumenau, São Bento do Sul, Balneário Camboriú e Curitiba.
Expansão
Parcerias no exterior estão na
mira. A instituição está implantando um escritório internacional para,
principalmente, prospectar convênios e realizar intercâmbios. Atualmente, dez alunos da UniSociesc estão em instituições europeias.
1997
Faz parceria com o Cefet/PR (Centro Federal
de Educação Tecnológica do Paraná), hoje
UTFPR, para a implantação do primeiro curso
superior. No ano seguinte, é aberto o curso
de tecnólogo em automação industrial.
Prédio da
UniSociesc
na avenida
Marquês de
Olinda, em
Joinville
2000
Planejamento estratégico desenha
o futuro da Sociesc. A instituição
planeja crescer no segmento
de ensino superior, focada na
qualidade e excelência.
2013
Torna-se um centro universitário e
passa a adotar o nome Unisociesc.,
que lhe dá autonomia e agilidade
para oferecer novos cursos. Tem
26 mil alunos nas sete unidades.
74
100
Funcionários.
A prioridade
é o asfalto
Área de
atuação
Construção civil e
obras públicas.
Endereço
Rua Princesa Isabel,
225 – Joinville.
Empreiteira Adrimar investe na compra de uma pedreira e em unidades
de britagem para ser mais competitiva no segmento de pavimentação
O leque de atuação da Adrimar
é grande: construção civil, manutenção de escolas, implantação
de redes de saneamento básico,
drenagem pluvial e pavimentação
asfáltica. A região atendida abrange cidades do Norte do Estado
e do Vale do Itajaí: Indaial, Itajaí,
Schroeder, Navegantes, Joinville,
Araquari, São Francisco do Sul,
Brusque, São Bento do Sul e Rio
dos Cedros.
A história da empresa começou
em 1999, quando foi fundada por
Marcelo Benvenutti. “Sempre tive o
sonho de ser empreendedor.”
A inspiração veio dos pais, que
ensinaram que, na vida, nada é fácil e que para alcançar os objetivos
é preciso trabalhar muito. O pai,
motorista de caminhão, e a mãe,
professora, sempre batalharam,
criando os cinco filhos, os ensinando a crescer na vida.
A empresa completou 15 anos
de atuação no ano passado e se
consolidou nos segmentos de terraplanagem, pavimentação asfáltica e construção civil.
Desafios
Os principais desafios para os
próximos anos são ampliar a presença no mercado de pavimentação,
intensificar a presença em obras públicas e encontrar mais mão de obra
qualificada. Esta é uma das maiores
preocupações de Benvenutti, uma
vez a disputa por bons profissionais
é muito grande. “Estamos investindo
em treinamento para qualificarmos
a mão de obra disponível”, destaca.
Atualmente, a principal obra da
Adrimar estão relacionadas à implantação da rede coletora de esgoto em Joinville para a Companhia
Águas de Joinville.
Desde janeiro de 2013, a cobertura na cidade quase dobrou, passando de 17,45% para 32,03%, em
meados do ano passado. O número
de famílias com acesso à rede passou de 32 mil para 64 mil.
Mas, a empresa quer mais. Um
dos principais desafios é intensificar a presença do mercado de pavimentação asfáltica, que é considerado um dos mais rentáveis entre
1999
Marcelo Benvenutti abre a
Empreiteira Adrimar com o foco
de atender aos segmentos de
construção civil e obras públicas.
as obras públicas.
Os motivos são a grande demanda existente – segundo a CNT
(Confederação Nacional do Transporte), só 12% das rodovias brasileiras são pavimentadas – e o retorno mais rápido dos investimentos.
A empresa comprou, neste ano,
uma pedreira em São Francisco do
Sul e um conjunto para britagem. O
investimento está sendo complementado por uma usina asfáltica. A
expectativa é de que, até março, a
mina esteja em operação. Entre 10
e 15 pessoas devem ser contratadas para a atividade.
“É nossa menina dos olhos. Os
investimentos realizados vão nos
dar mais competitividade na realização das obras”, destaca Marcelo Benvenutti, sócio-gerente da empresa.
O empresário diz que a principal vantagem será a não dependência de terceiros. Com isso, ele
projeta uma redução de 30% nos
custos das obras e um ganho de
agilidade similar. “Se não reduzirmos custos não conseguimos pegar mais obras”, enfatiza.
2013
Contrato com a Águas de Joinville faz
com que a Adrimar seja uma das
responsáveis pela implantação da
rede coletora de esgoto em Joinville.
75
Consolidação no mercado de pavimentação
Intensificar obras de qualidade
FABRIZIO MOTTA/ND
Mão de obra qualificada
Marcelo Benvenutti
pretende ampliar a
presença da Adrimar
no segmento de
pavimentação, um dos
mais rentáveis entre
as obras públicas
2014
Investe no segmento de pavimentação.
Compra uma pedreira em São Francisco
do Sul e um conjunto de britagem para
reduzir custos e ganhar rentabilidade.
“Se não reduzirmos
custos, não conseguimos
crescer mais.”
Marcelo Benvenutti, sóciogerente da Adrimar
2015
Previsão para entrada em
funcionamento da unidade de
pavimentação asfáltica. A Adrimar prevê
a contratação de 10 a 15 pessoas.
78
Instituição de
ensino superior.
FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND
Área de
atuação
Caminhos de
uma tradição
Endereço
Rua São José,
490 – Joinville.
Site
www.ace.br
Petrônio Guimbala, que está à frente da ACE, é
filho do fundador, Guilherme Guimbala
1969
O professor Guilherme Guimbala cria a ACE
(Associação Catarinense de Ensino) no prédio
onde funcionou o tradicional Colégio Marista.
Fundada pelo professor
Guilherme Guimbala,
em 1969, a ACE
foca na excelência,
preocupando-se
com a qualidade
dos profissionais
O prédio da rua São José, bem no
Centro de Joinville, guarda muito da
história do ensino superior na mais
populosa cidade catarinense. Lá onde
funcionou o Colégio Marista, um dos
mais tradicionais nos anos 60, está
instalada a ACE (Associação Catarinense de Ensino), fundada em 1969 pelo
professor Guilherme Guimbala, e que
hoje conta com alunos distribuídos
em seis cursos.
A trajetória que trouxe Guilherme Guimbala, gaúcho de Rio Grande,
a Santa Catarina, começou do outro
lado do Atlântico, na Europa. Nos anos
50, em Roma, Guimbala era estudante
de teologia da Universidade Gregoriana – pertencente aos jesuítas – e
estava prestes a se ordenar padre. Dominava sete línguas – português, francês, espanhol, italiano, grego, latim e
hebraico – e era contemporâneo de
alguns que viriam a ser os grandes nomes do episcopado brasileiro entre os
anos 60 e 80, como os futuros cardeais
Paulo Evaristo Arns (São Paulo), Aloísio
Lorscheider (Fortaleza e Aparecida)
e Serafim Fernandes de Araújo (Belo
Horizonte) e José Ivo Lorscheider, que
seria bispo de Santa Maria (RS) e presidente da CNBB (Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil).
Mas, o destino preparou outros
caminhos. Guimbala desistiu de ser
padre e retornou para o Brasil. Estabeleceu-se inicialmente no Rio de Janei-
1973
Implanta o primeiro curso
superior: o de pedagogia.
79
“Há uma necessidade muito grande de investimentos em educação.”
Petrônio Guimbala, diretor da ACE
ro, onde trabalhava para a Construtora Pensilvânia. Os superiores logo
perceberam sua erudição e o incentivaram a tomar novos rumos. O jovem
mudou-se para o Paraná.
Em Curitiba, ao mesmo tempo em
que estudava línguas latinas, na então
Universidade Católica do Paraná (hoje
PUC-PR), e direito, na Faculdade de Direito de Curitiba, dava aulas no antigo
ginásio. No dia da formatura em direito, o que se mostrava uma vocação foi
consolidada: Guilherme Guimbala foi
convidado por Milton Viana, diretor
da faculdade, a se tornar assistente de
Plácido e Silva, um dos grandes nomes
do direito no Paraná.
Tornou-se, também, inspetor do
Ministério da Educação e Cultura.
Nesse papel, ajudou a implantar instituições como a Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras de Paranaguá e a que
daria origem à Univali. Com outros
dois colegas, começou a dar aulas na
única instituição de ensino superior de
Joinville: a faculdade de economia, que
viria a ser o embrião da futura Univille.
gerado pela indústria – mais do que
triplicou em dez anos. Com isso, novas
oportunidades foram surgindo. Em
1973, implantou o primeiro curso superior, o de pedagogia.
Sete anos depois, veio o de direito,
focado na necessidade das empresas,
com ênfase na área tributária e em legislação fiscal. “O professor Guilherme
era um visionário”, diz o filho Petrônio
Guimbala, que hoje está à frente da
instituição de ensino.
Ao longo dos anos 80, novos
cursos foram incorporados à ACE.
Em 1985, foi implantado o de psicologia. E no ano seguinte, criou-se a
Faculdade de Ciências da Saúde de
Joinville, com os cursos de fisioterapia e terapia ocupacional. Estes
foram os primeiros do gênero no
Estado. “Focamos na prevenção e
na recuperação funcional”, destaca
Petrônio Guimbala.
Paralelamente, foi implantado
também o Centro Pedagógico de Reabilitação de Joinville, com as Clínicas
Integradas de Psicologia, Fisioterapia
e Terapia Ocupacional, que passou a
atender convênios especiais, como o
do Núcleo de Reabilitação e a comunidade local e regional.
O principal desafio da instituição
de ensino é adaptar-se constantemente aos novos cenários. “Estamos
vivendo uma era de grande transformação”, diz o professor Nélson
Nemes, diretor acadêmico da instituição. Antes de pensar em novos
cursos, a prioridade é qualificar ainda
mais os existentes e o corpo docente.
O objetivo primordial é formar
mão de obra qualificada para que esteja adequada à realidade. Petrônio
Guimbala exemplifica dizendo que
qualidade do ensino faz uma grande
diferença na capacidade no mercado.
“Há uma necessidade muito grande
de investimentos na educação.”
A expansão
A oportunidade de se instalar definitivamente em Joinville veio no final
dos anos 60. O professor Guilherme
Guimbala adquiriu e criou a ACE (Associação Catarinense de Ensino) começando sua jornada na educação de
Joinville com as instalações que abrigavam o colégio. Inicialmente, no ensino
fundamental, técnico e supletivo.
As expectativas eram bem promissoras. A cidade crescia rapidamente.
Nos anos 70, a população quase dobrou. O PIB da cidade – mais de 70%
1980
Implanta o curso de direito, focado na
área tributária e em legislação fiscal.
Alunos do curso de fisioterapia durante aula na ACE
1985
A ACE instala o curso
de psicologia.
1986
É criada a Faculdade de Ciências da
Saúde de Joinville, com os cursos de
fisioterapia e terapia ocupacional, os
primeiros do gênero no Estado.
Adaptar-se
aos novos
cenários
Qualificar
mais os
cursos
Qualificar
mais o corpo
docente
80
FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND
“Os quase
15 anos de
trajetória
da empresa
se resumem
em trabalho,
trabalho e
trabalho.”
220
Funcionários
diretos e
indiretos.
Ulisses Truchinski e
Asta Bublitz, sócios
da Transligue
Área de
atuação
Transporte
de cargas.
Endereço
Rua Dona
Francisca, 8.300
– Perini Business
Park – Joinville.
Site
www.transligue.
com.br
Asas para o
crescimento
Com quase 15 anos de atividade, a Transligue faz
planos para a expansão das atividades: uma filial
em Curitiba e um centro de distribuição em Joinville
Uma frase serve para Ulisses Truchinski, um dos sócios da Transligue,
resume os quase 15 anos da trajetória
da empresa: “É trabalho, trabalho e
trabalho.” A transportadora de cargas,
que surgiu em fevereiro de 2000 em
uma sala de 40 metros quadrados, na
rua Major Júlio Ferreira, na Vila Lalau,
em Jaraguá do Sul. Era uma mesa, um
sofá e um computador, lembra a outra
sócia, Asta Bublitz.
O primeiro conhecimento de carga foi lançado em 22 de abril daquele
ano: equipamentos produzidos por
uma indústria de máquinas e equipamentos de Jaraguá do Sul que foram
enviados para uma usina de açúcar
em Santa Rita do Passa Quatro, no interior de São Paulo.
Originalmente, a empresa se chamava Translog. A mudança de nome
ocorreu seis meses após a fundação,
para evitar problema e confusão com
uma empresa gaúcha que tinha o
mesmo nome.
Atualmente, são mais de 10 mil
metros quadrados de área, distribuídos em seis unidades – Jaraguá do
Sul, Joinville, São José, Itajaí, São Paulo
e Campinas –, que são atendidas por
uma frota de cem caminhões, dos
quais 50 são próprios.
Inicialmente, o foco da empresa
era o transporte de cargas entre o
Norte Catarinense e a região metropolitana de São Paulo. Com o passar do
tempo, novos segmentos foram sendo agregados ao expertise da Transligue, como o transporte de cargas importadas ou a serem exportadas.
Desde 2009, a empresa tem a DTA
(Declaração de Trânsito Aduaneiro),
uma autorização da Receita Federal
que possibilita a realização de transporte de cargas entre recintos alfandegados.
Outro importante foco de atuação
da empresa é na distribuição de car-
2000
Em 22 de abril, em uma sala de 40 metros quadrados, na Vila Lalau, em Jaraguá do
Sul, é fundada a Translog, que, seis meses depois, passou a se chamar Transligue.
81
gas que são movimentadas por via aérea. Mais de um terço do faturamento
da empresa vem deste segmento.
“São, geralmente, cargas de maior valor agregado ou que precisam ser entregues com muita urgência”, ressalta
Ulisses Truchinski.
Para isso, a empresa conta com
pontos de apoio nos dois principais
terminais aéreos que movimentam
cargas no Brasil: os aeroportos internacionais de São Paulo/Guarulhos e o
de Campinas (Viracopos).
As expectativas para estes segmentos são bem favoráveis, aponta o
executivo. O segmento de carga aérea
está em expansão. Segundo a Secex
(Secretaria de Comércio Exterior), nos
últimos cinco anos, o crescimento médio anual, em valores, foi de 7,87%.
Outro fator que anima Truchinski
e Asta e que pode beneficiar a empresa no médio e longo prazos são
os investimentos em revitalização e
modernização dos dois terminais aeroportuários, que estão sendo administrados pela iniciativa privada.
Longo prazo
A empresa também planeja a
construção de um centro de distribuição na Rodovia do Arroz (SC-108)
em um terreno de 240 mil metros
quadrados.
A empresa está preparando a
documentação para construir uma
marginal para dar acesso ao futuro empreendimento, que está em
fase de elaboração de projeto. Truchinski diz que os galpões serão
complementados por uma estrutura voltada para facilitar a logística.
“Estamos em uma região e em um
momento propício para isto.”
Nos próximos dois anos, a região
já tem, pelo menos, R$ 1 bilhão em
investimentos industriais confirmados
e outro R$ 1 bilhão que pode sair do
papel. Dois motores desse cenário
promissor, de acordo com ele, são a
implantação da primeira fábrica de
carros da BMW, em Araquari, e a decisão da CMO Offshore em construir
um estaleiro, voltado à fabricação de
plataformas de óleo e gás, em São
Francisco do Sul.
O sócio da Transligue destaca
que não há data definida para a realização do empreendimento. “Vamos
com muita cautela, dando um passo
de cada vez.” O momento da empresa, segundo ele, é o de consolidar as
operações na filial de São José, que
foi aberta em abril de 2013. “Primeiro, criamos raízes, para depois partir
para novas iniciativas.”
A Transligue também tem interesse em expandir a atuação em outros Estados. A porta de entrada deve
ser Curitiba. Segundo Truchinski, o
Paraná oferece muitas oportunidades para o comércio exterior.
Outra iniciativa que a Transligue
está participando é no desenvolvimento do complexo logístico da Cidade do Transporte, previsto para
ser implantado em Garuva, e que é
uma iniciativa que envolve empresas
ligadas ao Setracajo (Sindicato das
Empresas de Transporte de Cargas
de Joinville).
Equilibrar
receitas e
despesas
em meio ao
custo Brasil
Expansão das
atividades
Cargas para a indústria metalmecânica são as
mais movimentadas pela Transligue
2002
Implanta a filial
de São Paulo.
2009
A Receita Federal autoriza a
Transligue a realizar transporte
entre recintos alfandegados.
Construção
de um
centro de
distribuição
2013
Conquista as certificações
ISO 9000 e ISO 14000.
2014
Transfere a unidade
de Joinville para o
Perini Business Park.
82
FABRIZIO MOTTA/ND
“Nossa equipe
trabalha
arduamente
focada nas
melhores
práticas,
em busca da
confiabilidade,
qualidade e
competitividade
de mercado.”
Área de
atuação
Construção civil.
Endereço
Rua Dona
Francisca, 8.300
– Perini Business
Park – Joinville.
Site
www.roggasa.com.br
Vilson Buss, diretor
da Rôgga
Inovação e
competitividade
Nos últimos anos, a Rôgga foi uma das construtoras
que mais cresceram no Brasil. O segredo:
investir em inovação e reduzir os custos
2006
Fundação
e entrega
do primeiro
empreendimento,
o residencial
Harpia, em
Joinville.
Uma pequena águia de metal
enfeita o escritório de Vilson Buss,
diretor da Rôgga. A peça ajuda a contar um pouco da trajetória da empresa, fundada em 2006, e que é uma
das empresas que mais crescem no
Brasil. Nos últimos três anos, segundo a “Exame PME” e a consultoria
Deloitte, a expansão média foi de
54,8%, o que a coloca como quarta
no segmento no Brasil e a primeira
da região Sul. Até outubro as vendas
atingiram R$ 168 milhões, um crescimento de 50% em relação a 2013.
O nome de uma águia batizou
o primeiro empreendimento da
Rogga: Harpia, entregue no ano da
fundação. As aves servem de inspiração para uma das linhas de prédios residenciais da construtora, a
Comfort, que prioriza a localização
e o conforto.
A inspiração não vem só dos
céus. Outras linhas de produto rece-
2008
Segmentação de linhas de produtos:
Soft, Confort, Easy Club e Home Club,
Lançamento do Natilus Home Club,
em Penha.
bem o nome de orquídeas, um dos
ícones da região, ou de conchas, que
remetem ao mar. “São nomes fortes,
que trazem grande energia”, diz o
empresário. Desde que foi criada, a
Rôgga já entregou mais de 30 torres
em Joinville e no Litoral Norte.
Águias, orquídeas e conchas
simbolizam uma das estratégias da
empresa, que é a segmentação de
mercados. A empresa trabalha com
quatro linhas de produtos – Home
Club, Confort, Easy Club e Soft –
que abrange um perfil de clientes
que compram o apartamento como
primeira moradia até empreendimentos residenciais com uma ampla estrutura de lazer, a exemplo
o Nautilus. “Assim não ficamos dependentes de uma única oportunidade na região.”
Manter a empresa crescendo
constantemente não é uma tarefa
fácil, diz Buss. “O sucesso é formado por uma ampla série de fatores”, destaca. Uma das maiores
preocupações é manter a compe-
2011
Certificação pela Caixa com o selo
Casa Azul – nível Ouro. A Rôgga
foi a primeira empresa do Brasil a
receber o prêmio que é referência
em construção sustentável.
83
titividade da empresa. Para isso, a
Rôgga empresta conceitos vindos
da indústria, como a segmentação
de mercados e ferramentas de gestão de vanguarda.
A partir da segmentação, a construtora ttabalha com o conceito de
gerações de produtos. “Os projetos
são gradualmente adaptados e melhorados, de forma a se adequar às
necessidades dos consumidores.”
Segundo ele, é algo similar ao que
ocorre com o Gol, carro lançado pela
VW no início dos anos 80 e que hoje
está em sua sexta versão.
Esta estratégia ajuda a reduzir
custos e aumentar a competitividade. Por exemplo, As mudanças em
uma geração de produtos agregam
soluções de engenharia que possibilitaram a ampliação de 15% na área
útil, entre duas gerações de empreendimentos, sem alteração de custo
para o cliente.
Trabalhar com gerações de produtos também possibilita manter
a competitividade da empresa. Os
principais impactos são a redução
nos custos dos projetos em até 80%
e no aumento de qualidade, o que
acaba se refletindo em preços mais
competitivos para os consumidores.
o método de planejamento Estratégico de gestão por diretrizes. “Temos
de ter uma base muito sólida para
continuarmos a crescer.”
Mas a ampliação da competitividade não está vinculada só aos
custos. Equipes de engenheiros da
Rôgga procuram trabalhar no desenvolvimento de processos que impliquem em mais agilidade, mais segurança, maior eficiência ambiental
e menos desperdício. “A construção
evoluiu pouco nas últimas décadas.
Constroem-se imóveis como há 30,
50 anos”, enfatiza.
Uma das estratégias de inovação é
adaptar conceitos vindos da indústria
e a incorporação de tecnologias que já
são adotadas em outros países. O reflexo, de acordo com a empresa, será
mais qualidade, um custo-benefício
melhor para o comprador do imóvel e
maior eficiência ambiental.
A quarta geração linha Easy Club
e Soft vai utilizar 90% a menos de
madeira e gerar 80% a menos de resíduos. A Rôgga foi a primeira construtora brasileira a obter o Selo Casa
Azul – Ouro, da Caixa Econômica,
que é concedido às empresas que
são referência na construção civil.
Esporte
Outra preocupação é no âmbito
social em apoiar novos talentos no
esporte. A empresa apoia a equipe de
atletismo da Felej/Univille. “É um projeto de longo prazo”, destaca.
O apoio à modalidade começou
em 2010. São cerca de cem atletas
de escolas municipais, estaduais e
de universidades que fazem parte da
equipe da Felej, entidade mantida pela
Prefeitura de Joinville. Para eles, foram
oferecidas condições adequadas para
treino, com a reforma da academia na
pista da Univille, uniformes completos
para competição e materiais de treino.
Um fruto deste trabalho é a velocista Tamiris de Liz, patrocinada pela
Rôgga desde o inicio de sua carreira.
Atualmente, com 18 anos, é a principal revelação do atletismo brasileiro e
promessa para a Olimpíada de 2016.
Em 2012, conquistou duas medalhas
no Mundial Juvenil, em Barcelona, na
Espanha, e integrou a Seleção Brasileira de Atletismo, durante a Olimpíada
de Londres. No momento, a atleta treina em Miami e se prepara para competir na Olimpíada de 2016, no Rio de
Janeiro.
DIVULGAÇÃO/ND
Competitividade
Controlar custos é a palavra de
ordem para garantir que as empresas consigam se manter competitivas. E a Rôgga não foge a essa regra.
Um dos cérebros desse processo é o
sistema de gestão empresarial SAP,
de origem alemã, líder no mercado
mundial, e que permite a gestão integrada de áreas e processos.
Outra ferramenta vem da consultoria de Vicente Falconi, uma das
mais prestigiadas no Brasil. Foi a partir dela que a construtora implantou
Apoio da Rôgga ao atletismo, que começou em 2010, já está produzindo frutos
2013
Classificada pela “Exame PME”, entre as que mais
crescem no país, ocupando, no segmento, a quarta
posição no ranking brasileiro e a primeira da região Sul.
Mudança da sede para o Perini Business Park.
2014
Lançamento do Bali Beach Home
Club, em Balneário Piçarras.
Rôgga expande negócios em Jaraguá, com o Átria Easy
Club, e em Barra Velha com o Bora Bora Easy Club.
Transformação
de processos
construtivos
Desenvolvimento
de novas
tecnologias
Maior eficiência
ambiental
84
FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND
“Em meio
às crises, há
sempre muitas
oportunidades
surgindo.”
75
Victor e Lizete
Beduschi, sócios
Sda Madville
Funcionários.
Área de
atuação
Fornecimento
de suprimentos
para móveis.
Endereço
Rua Anita Garibaldi,
2417 – Joinville.
Site
www.madville.com.br
Oportunidades
para mobiliar a casa
Um mercado promissor levou Lizete e Victor
Beduschi, há quase dez anos, a Joinville,
onde criaram a Madville, especializada
em suprimentos para móveis
2004 foi um ano de transição na
carreira do consultor de tecnologia
da informação Victor Beduschi. Ele
prestava serviços para uma das
maiores multinacionais norte-americanas do segmento. A mulher,
Lizete, era sócia da Madplex, de
Curitiba, fornecedora de insumos
e matérias-primas para a fabricação de móveis sob medida. Clientes
joinvilenses eram responsáveis por
boa parte da demanda da loja da capital paranaense. “Havia um vendedor externo dedicado a atender às
necessidades do mercado da cidade
catarinense”, lembra Beduschi. “Dia-
riamente, um caminhão de entregas
era enviado para Joinville.”
O grupo GMAD, do qual a Madplex faz parte, tinha planos de
expansão para Santa Catarina. A
avaliação era de que a cidade e o Estado tinham um grande potencial.
Os Beduschi foram convidados a
implantar uma unidade em Joinville.
Nascia, assim, a Madville.
“A mudança de profissão e de
cidade foi um grande desafio. Estava acostumado a orientar pessoas
a ter mais produtividade com os
equipamentos da empresa que representava na area de TI. De uma
2004
Os Beduschi são convidados a
abrir uma loja de suprimentos
para móveis em Joinville.
85
hora para outra, passei a me envolver bem de perto com as pessoas
de outras áreas, a entender suas
necessidades.”
Para Lizete, que já atuava na
área, o desafio foi iniciar a Madville a partir do zero. Um dos grandes
trunfos, segundo eles, era a experiência que traziam na atuação em
mercados mais competitivos.
A primeira sede foi na rua Tupi,
em um galpão alugado, sem empilhadeira. Quando o estoque aumentava, os materiais eram colocados
no pátio, protegidos por lonas ou
por tendas.
A expansão dos negócios levou a
empresa a investir na construção da
sede própria, em um terreno no Anita Garibaldi, praticamente ao lado
da BR-101. O empreendimento foi
inaugurado em 11 de junho de 2009.
O crescimento nas vendas continuou nos anos seguintes, obrigando a empresa a investir na compra
de terrenos ao lado da sede para
expandir os depósitos. Nos quase
dez anos de atuação, a Madville
cresceu seis vezes.
Manter o ciclo de crescimento
Enfrentar a rotatividade de mão de obra
Estar permanentemente atualizado
às novas tendências de design
mente, nas grandes feiras internacionais, como as que acontecem
anualmente em Milão (Itália), Barcelona (Espanha) e Colônia (Alemanha). “O que o arquiteto vê lá, quer
aplicar por aqui.” A empresa participa ativamente do Núcleo de Decoração da Acij (Associação Empresarial
de Joinville) e do Núcleo Catarinense
de Decoração.
Ter um estoque amplo e diversificado é uma das apostas da Madville para atender a essa demanda
por novidades. São mais de 10 mil
itens em uma área de 6.000 metros
quadrados, destaca Lizete Maia Beduschi.
A expectativa, para os próximos anos, é de centralizar o espaço
para armazenamento de mercadorias. Um terreno de 37 mil metros
quadrados foi comprado com essa
finalidade em uma região próxima
da Rodovia do Arroz (SC-108), que
liga o Distrito Industrial de Joinville
a Guaramirim.
Uma das âncoras desse futuro
empreendimento são as expectativas de que a classe média continue
se expandindo e a construção permaneça em alta.
A região, segundo os empresários, está em um bom momento.
“Mais investimentos estão chegando e isto vai atrair mais gente”, ressalta. A empresa atende ao Norte
do Estado, o Vale do Itajaí, ao Litoral
e ao Planalto Norte.
Cliente
Observar bem o comportamento do cliente é uma das estratégias
para continuar expandindo a empresa joinvilense. Só assim, segundo Beduschi, é possível identificar
nichos que estão crescendo com
maior vigor.
“Em meio às crises, há sempre
muitas oportunidades surgindo”,
diz, lembrando-se das estratégias
defendidas pelos professores W.
Chan Kim e Renée Mauborgne, no
livro “A Estratégia do Oceano azul”.
Para isso, a empresa busca
acompanhar as novas tendências
de design, que surgem, principal-
2005
Os Beduschi implantam a Madville, que
originalmente se localizava na rua Tupi.
Madville atende
à demanda de
suprimento
para móveis no
Nordeste de SC,
Planalto Norte
e Vale do Itajaí
2009
Inaugura a sede própria
no Anita Garibaldi, nas
proximidades da BR-101.
2014
Com o crescimento dos negócios, planeja uma nova
expansão. O projeto prevê a construção de novos
depósitos nas proximidades da Rodovia do Arroz.
88
Do Nordeste
de SC para
o Nordeste
do Brasil
23
Funcionários.
Área de
atuação
Endereço
Sérgio Skiba Jr. e Álvaro
André Pires planejam a
expansão dos negócios
FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND
Gravações,
texturizações
e polimento
de metais.
Aos 15 anos de atividade, a
GTP faz planos para expandir
suas atividades: planeja
construir uma nova fábrica
em Joinville e quer se instalar
em uma das regiões que
mais crescem no país
Rua Anita Garibaldi,
35 – Joinville.
Site
www.gtp.ind.br
2000
Numa garagem de 60
metros quadrados, é criada
a GTP. Inicialmente eram três
pessoas e três máquinas.
Chegando aos 15 anos de atividade, a GTP Gravações em Metal
está cheia de planos para crescer.
O mais imediato é a construção
da nova sede. O início das obras,
em um terreno de 25 mil metros
quadrados, no Eixo de Acesso Sul,
depende da liberação do licenciamento ambiental pela Secretaria do
Meio Ambiente. Especializada em
gravações, texturizações e polimento de metais, a empresa, que atende a indústrias metalmecânicas, de
borracha e papel e à construção
civil está, praticamente, sem espaço para expandir suas atividades.
Mesmo com a demanda tendo aumentado nos últimos meses, não há
expectativas de novas contratações.
“Temos bastante serviço pela frente”, destaca Álvaro André Pires, um
dos sócios da empresa.
Outro grande plano da GTP é
implantar uma unidade no Nordeste. O principal motivador é o grande
crescimento que a região vem experimentando nos últimos anos.
Em 2004, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o PIB (produto interno bruto
local) correspondia a 12,7% do nacional. Em 2012, – último dado disponível –, passou para 13,6%.
“Temos uma demanda mui-
2002
Com dois anos, já tem 15% do
mercado joinville. Com o passar do
tempo, passa a atender a clientes
em outros Estados e países.
89
to grande por lá”, destaca Sérgio
Skiba Jr., sócio da empresa. A GTP
atende, naquela região, a mercados entre Salvador e Fortaleza. “Ao
mesmo tempo que é uma grande
oportunidade de crescimento, é
muito custoso atender a partir de
Joinville.” A expectativa é de que a
empresa se instale naquela região
a partir de 2016.
A GTP também vê grandes oportunidades de crescimento na área
automotiva, mesmo que este segmento não esteja atualmente em
um bom momento. As instalações
da GM, em 2013, e da BMW, em
2014, podem estimular mais negócios no médio e longo prazo.
O investimento na construção
da unidade em um novo local vai
possibilitar que a GTP se torne
uma fornecedora homologada das
montadoras.
Atualmente, a prestação de serviços para estas empresas é feita de
forma indireta, por meio de parceiros que já são homologados.
Para conseguir a homologação
junto às empresas do setor automotivo, a GTP precisa de mais espaço. As exigências das montadoras
incluem laboratórios e desenvolvimento e capacidade para trabalhar
com moldes com 20 toneladas.
“Hoje, pelas nossas circunstâncias, estamos limitados a cinco toneladas”, destaca Skiba Jr.
Construção da nova sede
Homologação junto às montadoras
Montar unidade no Nordeste
A alternativa encontrada pela
GTP para driblar o problema foi
capacitar a própria mão de obra.
Atualmente, são 23 funcionários.
“Investimos no desenvolvimento
pessoal deles por meio de treinamentos internos”, enfatiza Álvaro
André Pires.
Com isso, enquanto a empresa
não concretiza o plano de construir
unidade na zona Sul, ela planeja
crescer por meio da obtenção de
ganhos de produtividade, contando
com o reforço de equipamentos de
última geração como tornos e centros de usinagem CNC, gravadores
a laser, máquinas de jateamento e
corrosoras.
Origens
Os planos para o futuro são
mais um passo na trajetória de 14
anos, que começou quando Skiba
Jr. veio de Curitiba. A empresa surgiu em uma garagem de 60 metros
quadrados. Eram três pessoas tra-
“Temos
uma grande
oportunidade
de crescimento
no Nordeste.”
Sérgio Skiba Jr.,
sócio da GTP
balhando com uma pantográfica,
uma corrosora e um equipamento
para jateamento.
“As oportunidades que o mercado joinvilense oferece sempre
foram muito boas e continuam
sendo boas”, diz Skiba Jr, referindo-se, com entusiasmo, à quarta
maior economia do Sul do Brasil,
segundo o IBGE.
Mas há novos mercados a serem desbravados, enfatiza. Depois
de conquistar o Nordeste de Santa
Catarina, o próximo passo é se expandir no Nordeste do Brasil.
Recursos humanos
Um dos grandes desafios corporativos é encontrar mão de obra
de qualidade. A demanda no Norte
do Estado está crescendo, em função da vinda de grandes empresas
e da possibilidade de, nos próximos
anos, a região receber mais de R$ 2
bilhões em investimentos.
2014
Prepara um novo ciclo de expansão:
pretende construir uma nova fábrica
em Joinville e quer expandir as
atividades no Nordeste do Brasil.
GTP quer
trabalhar
diretamente
com as
montadoras
FOTOS FABRIZIO MOTTA
90
21
Funcionários.
Área de
atuação
Loja de materiais
de construção
e iluminação.
Endereço
Av. Santos Dumont,
800 – Joinville.
Patrique Martins, dono da Telharte, faz planos para expandir negócios e aproveitar melhor o potencial de Joinville
Site
www.telharte.com.br
Das telhas e tijolos
até a iluminação
Telharte concretiza investimento de R$ 2
milhões e reinaugura loja na avenida Santos
Dumont. Planos de médio prazo preveem
abertura de mais um empreendimento
A Telharte está dando um novo
salto. Com a inauguração da reforma da loja da avenida Santos Dumont, na zona Norte de Joinville,
quer reforçar sua presença do segmento de iluminação.
O empreendimento comercial
ganhou, no final de novembro, um
show-room, com mais de 1.000 metros quadrados.
É mais um passo em uma trajetória que iniciou em 1997, quando
Amilton e Rosália Martins vieram
de Sombrio, no Sul do Estado. O
casal, que tinha uma fábrica de telhas com cerca de 140 funcionários,
queria mudar de vida e abrir uma
loja de material de construção.
O empreendimento foi aberto na avenida Beira-rio, perto de
1997
É criada a Telharte, na avenida
Beira-rio. Inicialmente, a
empresa se dedicava à
venda de telhas e tijolos.
91
“Só se conquistam clientes se for
possível oferecer produtos de
qualidade, com bons preços.”
Patrique Martins, sócio da Telharte
onde é a sede da Acij (Associação
Empresarial de Joinville). O objetivo
inicial era a venda de telhas, tijolos
e churrasqueiras pré-moldadas.
Com o passar do tempo, o negócio foi crescendo. Em 2004, a
empresa se mudou para instalações próprias, na avenida Santos
Dumont. A mudança possibilitou
que a Telharte tivesse mais espaço para estocar produtos e uma
área de vendas maior. Ao todo, são
6.000 metros quadrados.
Desafios
Um novo desafio chegou em
março de 2014, com a decisão de
atuar também nos segmentos de
iluminação e decoração, que são
mais rentáveis do que os de tijolos
e telhas. “É uma grande oportunidade”, destaca Patrique Martins, filho de Amilton e Rosália, e que hoje
está à frente da Telharte.
Os joinvilenses estão gastando
mais com a manutenção do lar,
aponta a consultoria de mercado
IPC Maps. Em 2010, o potencial de
consumo estava estimado em R$
1,82 bilhão. Neste ano, a expectativa é de que os moradores da cidade gastem R$ 2,93 bilhões.
A entrada no novo segmento
exigiu que a Telharte investisse na
expansão da unidade. Foram aplicados cerca de R$ 2 milhões na
remodelação da loja e na implantação do show-room moderno, que
coloca à disposição mais de 5.000
itens para o consumidor.
Além do Brasil, os produtos
vêm de outros oito países. Um dos
destaques é um grande lustre chinês, que custa R$ 30 mil. “Nossa
prioridade são produtos focados
no design e na exclusividade”, diz
o empresário. Novidades que esão
chegando à loja são os papéis de
parede com efeitos 3D e luminárias
infantis, também em 3D, que parecem sair da parede.
Planos de expansão
Os planos de expansão não
param. Com o crescimento da
empresa, devem ser contratados
mais funcionários. Atualmente,
são 21. Nos próximos cinco anos,
a Telharte quer instalar uma segunda loja na cidade. O objetivo é
o de conquistar novos mercados.
Mas antes, é necessário consolidar
os investimentos que estão sendo
concluídos.
Outra preocupação é a de enfrentar as incertezas da economia.
Entre as barreiras que Patrique vê
pela frente estão as expectativas
de crescimento baixo para os próximos anos – 0,2% em 2015 e 0,8%
em 2016, de acordo com pesquisa
feita pelo Banco Central junto a
cem instituições financeiras.
Contornar essa situação, segundo ele, exige muito trabalho.
“Só se conquista clientes se for possível oferecer produtos de qualidade, com bons preços.”
2004
A empresa se mudou para instalações próprias, na
avenida Santos Dumont, e aumentou seu leque de
produtos, incluindo no portfólio: churrasqueiras,
fornos, fogões, isolantes térmicos e madeiras.
Show-room da Telharte tem 1.000 metros quadrados
2014
Telharte investe R$ 2 milhões
no remodelamento da loja
e entra no segmento de
iluminação e decoração.
Consolidar a presença no
segmento de iluminação
Instalar mais uma loja
Enfrentar as incertezas
econômicas
92
Baixas temperaturas,
negócios aquecidos
20
Número de
funcionários
(diretos e
indiretos).
Isolamentos
térmicos e
refrigeração
comercial e
industrial.
DIVULGAÇÃO ATR
Área de
atuação
ATR Câmaras está diversificando atuação: para não
depender de pedidos sob encomenda, empresa
investe em inovação e lança novos produtos
Endereço
Rua Lauro Schroeder,
50 – Joinville.
Site
www.atrcamaras.
com.br
2006
Andrei Breis e um
sócio criam a ATR
Câmaras, com o
objetivo de atuar no
desenvolvimento
de projetos e
atuar em obras.
2007
Breis assume
integralmente
o negócio.
A busca do consumidor pela praticidade alimenta planos de Andrei Breis
Quarenta graus abaixo de zero. A
simples menção a essa temperatura,
típica de invernos siberianos, já causa
calafrios na espinha. Mas é uma oportunidade de negócios para a ATR Câmaras, uma empresa criada em 2005,
que atua no segmento de sistemas de
congelamento, resfriamento e conservação e se especializou no desenvolvimento e na montagem destes.
A principal demanda da empresa são pedidos sob encomenda. Na
carteira de clientes estão empresas
como a mineradora Vale – por meio
de parceria com a Andrade Gutierrez –, a rede de fast-food Habib’s e a
Ambev – por meio de parceria com
a Construtora Marco Projetos –, na
qual implantou câmaras frias e sistemas de enclausuramento de máquinas nas unidades de Aquiraz (CE)
e Itapissuma (PE).
Para ter grandes clientes, não
é necessário ser uma empresa de
grande porte. A ATR Câmaras é formada por 20 trabalhadores diretos
e indiretos. “A equipe de trabalho
é compacta, qualificada, flexível e,
principalmente, comprometida. Essas são virtudes necessárias para
fazer parte de nosso quadro de colaboradores”, diz Andrei Breis, sócio
da ATR Câmaras Frigoríficas
A empresa está apostando em
novas frentes de negócios e, para
isso, trabalha com inovação. “Temos
uma grande preocupação com a inovação, por meio do desenvolvimento
de novos produtos”, destaca Breis. A
ATR está desenvolvendo ultraconge-
2009
A ATR busca soluções para driblar a crise internacional, com o objetivo de atender
a outros clientes. Realiza uma reestruturação, ingressa no segmento de fabricação
e passa a produzir as partes que compõem as câmaras frigorífica. A empresa
desenvolve representantes, parcerias e inicia o atendimento em nível nacional.
“O objetivo
da empresa é
proporcionar
soluções para suprir
a necessidade
dos clientes.”
FABRIZIO MOTTA/ND
93
Andrei Breis, sócio-gerente
da ATR Câmaras
ladores e minicâmaras frigoríficas padronizadas. A intenção é colocá-las no
mercado a partir deste ano.
Os ultracongeladores são equipamentos que operam entre 25° e 40°
abaixo de zero voltados para empresas que têm um ciclo contínuo de produção, como por exemplo, fabricantes
de massas (pães e salgados), refeições
prontas e de polpa de fruta.
As minicâmaras frigoríficas operam entre 0 e 18° abaixo de zero.
Destinam-se a estabelecimentos
que têm giro rápido em seu estoque, como os bares, restaurantes e
lojas de conveniência.
“O objetivo da empresa é proporcionar soluções para suprir a
necessidade dos clientes.”, destaca
o empresário.
Novas frentes
O foco das novas frentes de negócio, segundo Andrei Breis, é atender à
demanda gerada pela praticidade por
produtos alimentícios de rápido consumo. Pesquisa feita pelo Departamento de Agronegócio da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São
Paulo) e pelo Ibope aponta que 34%
dos consumidores dão preferência a
alimentos mais práticos.
Esta preocupação é reflexo da
transformação nas famílias brasileiras:
o número de casais sem filhos passou
de 13,3%, em 1998, para 18,5% em
Equipe especializou-se em soluções flexíveis para refrigeração
2012, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística); mais
mulheres estão no mercado de trabalho (52,7% do total de trabalhadores,
segundo o governo federal).
“São consumidores que levam
uma vida mais agitada, com horários
mais apertados, trabalham em tempo
integral e dispõem de pouco tempo
para cuidar da casa, filhos e da alimentação da família”, destaca o estudo da
Fiesp/Ibope.
Outra frente que a empresa está
desenvolvendo é o credenciamento
para ser fornecedor para micro e
pequenos produtores rurais – que
tem faturamento de até R$ 300 mil,
dentro do projeto Mais Alimentos,
que faz parte do Pronaf (Programa
Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar).
Com isso, os produtores terão
acesso a linhas de crédito do Finame, por meio de recursos originários do BNDES (Banco Nacional
de Desenvolvimento Econômico e
Social). Os empreendedores rurais
são assistidos nesse processo pela
Epagri (Empresa de Pesquisa Agro-
Mão de obra
Inovação
Fortalecimento da marca
pecuária e Extensão Rural de Santa
Catarina), que auxilia no desenvolvimento e implantação do projeto e
na aquisição do crédito.
O principal trunfo, segundo Breis,
é a condição facilitada para os empreendedores rurais. Os juros variam de
3% a 4,5% ao ano, com carência de
até três anos. Linhas tradicionais para
aquisição de bens custam, em média,
17,8% ao ano, de acordo com o BC
(Banco Central).
Um dos objetivos dessa estratégia
é criar novos mercados junto aos produtores rurais, que ganham condições
para preparar, estocar e comercializar
seus produtos. Atualmente, a empresa fornece câmaras e estufas para os
bananicultores. Por meio da linha de
crédito do Finame, quer expandir a
sua abrangência para a área pesqueira e para as fazendas de camarão.
2010-2
A empresa inicia o processo de fortalecimento de sua marca com a participação em feiras como a Exposuper,
principal feira do segmento supermercadista no Estado. Implanta processos de melhorias nos produtos já
fabricados com desenvolvimento de moldes e ferramental exclusivo, inova e amplia seus modelos de portas
frigoríficas e comerciais e passa a fornecer em larga escala para outros fabricantes e lojistas do segmento.
2014
Investindo em
inovação, prepara
a entrada em
novos segmentos.
FOTOS FABRIZIO MOTTA
96
“O cliente
não quer só
comprar. Busca
parcerias
duradouras que
contribuam
para que tenha
menos custos,
seja mais
rentável, mais
lucrativo.”
20
Funcionários.
Área de
atuação
Produção e
revenda de
insumos para
o segmento de
fibra de vidro.
Endereço
Estrada Anaburgo
4.000 – Joinville.
Site
www.
mastergelcompositos.
com.br
Rosi Ana Peterhans,
dona da Mastergel
Compósitos
Uma tradição
bem familiar
Com a fibra de vidro no DNA, Rosi Ana Peterhans
criou a Mastergel Compósitos, que objetiva
a liderança no segmento de gel coat
O nome não é dos mais comuns:
compósitos. Eles são um conjunto
de matérias-primas que contribuem
para a formação de produtos em
fibra de vidro. Abrangem resinas,
desmoldantes, gel coat, e a própria
fibra de vidro. A presença deles no
dia a dia das pessoas é muito grande: “são aplicados em piscinas, caixas de água, portas, postes, bolas
de bocha, ônibus, embarcações”, re-
laciona Rosi Ana Peterhans, dona da
Mastergel Compósitos, que se dedica à produção do gel coat, tinta para
revestimento em fibra de vidro.
A fibra de vidro faz parte do
DNA da família Peterhans. Por mais
de 30 anos, Horst Peterhans, pai de
Rosi Ana, trabalhou em uma grande empresa joinvilense que atua
no segmento. Ela atuou, durante
13 anos, em uma multinacional da
área. “Sentíamos o cheiro do produto em casa”, diz ela.
Ficar nessa área foi o caminho
natural para Rosi Ana, quando decidiu se tornar empreendedora.
O longo tempo trabalhando na
empresa possibilitou que ela conseguisse ter um grande network
com clientes e fornecedores. Foi a
partir destes contatos que surgiu a
possibilidade de criar a Mastergel
Compósitos.
Ao mesmo tempo, surgia a possibilidade de atuar como distribuidora de produtos para o segmento
de fibra de vidro. A sugestão veio,
em 2009, de um ex-chefe, que lhe
propôs ser uma distribuidora de
catalisadores no Sul do Brasil. As
expectativas iniciais para o negócio
surpreenderam. “Esperávamos encerrar o primeiro ano com sete funcionários. Fechamos com 12.”
Novas parcerias foram estabelecidas ao longo do tempo. Atualmente, são cinco, na distribuição
2009
Com a experiência de 13 anos em uma multinacional francesa, Rosi Ana
Peterhans decide abrir a Mastergel Compósitos, focada na produção
de gel coat. Paralelamente, surge a oportunidade de representar
comercialmente multinacionais que atuam no segmento de fibra de vidro,
o que abre caminho para a empresa fornecer soluções aos clientes.
97
de insumos importados, como géis,
resinas, fibras e catalisadores. O estabelecimento destes acordos foi e
é fundamental para o crescimento
da empresa.
“As parcerias abrem portas para
o nosso produto e possibilitam que
a Mastergel ofereça soluções completas a um baixo custo financeiro
e logístico”, destaca a empresária.
Atualmente, 80% da receita da empresa são originários da venda do
gel coat fabricado na unidade da
Estrada Anaburgo. O restante vem
dos acordos de comercialização.
Outro caminho que a Mastergel
encontrou para diversificar a sua
atuação foi abrir mais frentes de negócios. Em 2012, implantou a Mastermoldes, que produz moldes para
RTM. “A intenção foi a de aproveitar
uma expertise que tínhamos para
oferecer um trabalho diferenciado
para o cliente.”
O resultado, segundo ela, é que
a Mastergel passou a ser vista pelo
mercado como uma fábrica de gel
coat, que oferece soluções para o
mercado e que tem um centro de
desenvolvimento. A empresa oferece cursos de treinamento na área
de moldes em RTM, atendendo à
demanda sul-americana.
Liderança de mercado
Expansão
Estabelecer mais parcerias
Laboratório da Mastergel
Compósitos, onde são
testados os produtos antes
de serem comercializados
giões. O principal trunfo é o de que
ela é reconhecida no mercado. No
mês passado, a Mastergel Compósitos foi um dos três indicados ao Top
of Mind no segmento de compósitos. A pesquisa, uma iniciativa da
Almaco (Associação Latino-americana de Materiais Compósitos), ouviu
mais de 8.800 pessoas ligadas direta
ou indiretamente ao segmento.
A empresa joinvilense foi a segunda marca mais lembrada no
país, mesmo tendo sua atuação
concentrada no Paraná, Santa Ca-
tarina e Rio Grande do Sul. “Pelo
nosso porte, é como se tivéssemos
ficado em primeiro lugar”, afirma
Rosi Ana Peterhans, proprietária da
empresa.
A receita para ser referência no
segmento, segundo ela, passa por
um olhar bem atento para o mercado. “O cliente não quer só comprar.
Busca parcerias duradouras que
contribuam para que tenha menos
custos, seja mais rentável, mais lucrativo.”
Outro fator decisivo para o crescimento é a confiabilidade. Os produtos e as soluções oferecidas pela
empresa só vão para o mercado se
tiverem sido testados e aprovados.
“A qualidade é fundamental para o
negócio”, diz a engenheira química
Fernanda Buss da Cruz, responsável
pelo laboratório da empresa. Desde
2010, a empresa tem a certificação
ISO 9001. O próximo passo é obter
a ISO 14001.
Crescimento
O grande desafio para 2015 é o
de se preparar para uma nova fase
de expansão. Além da busca por novos parceiros, a ênfase será em ampliar a rentabilidade da empresa. O
objetivo, no médio e longo prazos,
é conquistar a liderança de mercado. “Há muito espaço para crescer”,
destaca.
Um dos caminhos para ser a líder do setor é ampliar a abrangência da marca em direção a outras re-
2010
Recebe a
certificação
ISO 9001.
2012
Começa a atuar no segmento de moldes
para RTM, implantando a Mastermoldes
2014
Recebe o Top of Mind.
Mastermoldes
foi criada para
aproveitar um
expertise que a
Mastergel tinha
98
DIVULGAÇÃO PRÓ-RIM
“Nosso
propósito
é dar um
tratamento
de dignidade
e oferecer
o que há de
melhor para
o paciente.”
550
Número de
funcionários.
Hercílio Alexandre
da Luz Filho,
presidente da
Fundação Pró-Rim
Área de
atuação
Tratamento
nefrológico.
Endereço
Rua Xavier Arp,
15 – Joinville.
Doações
0800 47 4546.
Site
www.prorim.org.br
1978
Equipe liderada por
José Aluisio Vieira
realiza o primeiro
transplante renal
de Santa Catarina.
A gestão da
solidariedade
Fundação Pró-Rim é reconhecida como um dos
ícones brasileiros na área social em saúde
Há muito tempo, o reconhecimento da Fundação Pró-Rim ultrapassou as divisas de Santa Catarina.
Presente no Estado e no Tocantins,
centenas de pessoas de todo Brasil
procuram atendimento em um dos
centros que se tornou uma referência nacional em nefrologia. Nos 27
anos de história, foram realizados
mais de 1.300 transplantes de rim.
1987
O reconhecimento não vem só
dos pacientes – são 56 mil atendimentos ambulatoriais, e 150 mil
hemodiálises realizadas anualmente, realizados em grande parte pelo
SUS (Sistema Único de Saúde) –,
mas, também da comunidade, que
faz doações solidárias por meio da
conta de luz, telefone e internet.
No início de dezembro de 2014,
Em parceria com o nefrologista
Hercílio Alexandre da Luz Filho,
cria a Fundação Pró-Rim.
1999
a Fundação Pró-Rim recebeu o prêmio Empreendedor Social, organizado pela “Folha de S. Paulo”, na
categoria escolha do leitor. Dos 64
mil leitores que participaram da seleção, 47% deram seu voto para a
entidade.
Solidariedade é a palavra que
rege os princípios da Pró-Rim, explica o presidente da fundação, Hercílio Alexandre da Luz Filho. O princípio se espalha pelos funcionários.
Tanto é que a empresa, em 2014,
ficou pelo sexto ano seguido entre
as 150 melhores empresas para se
trabalhar no Brasil, de acordo com
ranking da revista “Você S/A.”
O executivo destaca que a Fundação acaba realizando uma gestão
da solidariedade, contando com o
apoio da comunidade. Um dos trunfos é que Santa Catarina é um dos
Estados com a maior captação de
órgãos no Brasil.
Inaugura o Vida Center, sede própria
localizada no bairro Boa Vista, para
atendimento ambulatorial e hemodiálise.
99
“A fila de espera por um transplante é de seis a oito meses”, diz.
Isto acaba fazendo com que a equipe técnica da Pró-Rim seja uma das
mais ativas do Brasil, ao lado de instituições como a Unicamp, EPM (Escola Paulista de Medicina, da Universidade Federal de São Paulo) e a UFCE.
O envolvimento com a comunidade não se restringe só ao tratamento de problemas renais ou ao
apoio aos familiares.
A instituição interage com a comunidade por meio de campanhas
de prevenção. “É um dos melhores
remédios que há”, enfatiza Hercílio
Alexandre da Luz Filho. Segundo
ele, 80% das pessoas que chegam
à Pró-Rim para fazer diálise foram
encaminhadas pelo pronto-socorro.
Diabetes e hipertensão são chamarizes para futuros problemas renais,
destaca o médico.
A prevenção passa também por
tomar bastante água e a realização
de exames físicos.
Expansão
Um dos principais desafios é expandir a abrangência da instituição.
Uma das estratégias é a construção
de um hospital com 140 leitos e
9.000 metros quadrados no Boa Vista, ao lado das atuais instalações. A
entidade está em negociações com
construtoras para viabilizar o empreendimento, que também contará com uma torre de 17 andares,
que servirá de apoio ao hospital.
Outra estratégia é atender em
mais Estados. Atualmente, metade
dos atendimentos é feito em Tocantins. A parceria com o governo local
iniciou em 2005, com a montagem
de uma clínica especializada no
Hospital Geral de Palmas. No ano
seguinte, foi adquirida uma clínica
2005
em Araguaína, no Norte do Estado.
E, no ano seguinte, passou a administrar uma clínica em Gurupi, no
Sul de Tocantins.
Ciência & Educação
Outra frente de atuação da
Pró-Rim é na área científica e educacional. Em parceria com grandes
laboratórios, atua na pesquisa clínica e no desenvolvimento de medicamentos. “Isto tem um papel fundamental na geração de recursos para
a fundação”, destaca Luz Filho.
O serviço médico de residência
em nefrologia foi implantado em
1995. Foi o primeiro do gênero em
Santa Catarina e, desde então, formou 27 profissionais.
Em 2005, foi criado o Ipreps (Instituto de Educação e Pesquisa em
Saúde), que oferece cursos técnicos na área de saúde. A instituição,
que já formou 1.200 pessoas, está
investindo na expansão. Em 2014,
foram aplicados R$ 700 mil para
implantar uma unidade no Centro
de Joinville. E, em 2017, quer ter o
primeiro curso superior.
A instituição também incentiva
os seus funcionários por intermédio da concessão de bolsas de estudo. “É um estímulo à constante
capacitação, que é cada vez mais
necessária”, diz o presidente da instituição. As bolsas chegam a ser de
80% do total do custo e abrangem
desde cursos técnicos ao doutorado. Os resultados já estão sendo
colhidos. Nos últimos seis anos, o
número de funcionários com curso
superior e pós-graduação passou
de 22% para 33%.
Expansão em direção a novos Estados
Melhorar a cada dia a fundação
Construir o hospital
É inaugurado o Ipreps (Instituto Pró-Rim de Educação e Pesquisa em Saúde),
com o objetivo de capacitar mão de obra para a área da saúde.
Expande suas atividades para o Tocantins.
Anualmente,
a Fundação
Pró-Rim
realiza 150 mil
hemodiálises
e 56 mil
atendimentos
ambulatoriais
2014
Pelo sexto ano seguido, fica
entre as 150 melhores empresas
para se trabalhar no Brasil.

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