Caçadores de oportunidades
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Caçadores de oportunidades
33 LIÇÕES DE EMPREENDEDORISMO | 31 DE JANEIRO DE 2015 – EDIÇÃO 2 EDIÇÃO 2 33 LIÇÕES DE EMPREENDEDORISMO | 31 DE JANEIRO DE 2015 Caçadores de oportunidades O que as empresas de Joinville e região estão fazendo para se destacar em um cenário desafiador 4 UMA PUBLICAÇÃO DO NOTÍCIAS DO DIA JOINVILLE FUNDADOR E PRESIDENTE EMÉRITO MÁRIO J. GONZAGA PETRELLI GRUPO RIC SC PRESIDENTE EXECUTIVO MARCELLO CORRÊA PETRELLI DIRETOR COMERCIAL REYNALDO RAMOS DIRETOR ADMINISTRATIVO E FINANCEIRO ALBERTINO ZAMARCO JR. DIRETOR REDAÇÃO NOTÍCIAS DO DIA LUÍS MENEGHIM REVISTA NOSSAS EMPRESAS, GRANDES HISTÓRIAS DIRETOR REGIONAL GRUPO RIC SILVANO SILVA GERENTE COMERCIAL NOTÍCIAS DO DIA JOINVILLE E COORDENADORA GERAL DO PROJETO JACKELINE MOECKE (47) 3419-8038 E (47) 8402-6633 [email protected] SUPERVISOR COMERCIAL MATHEUS HENRIQUE CONTATOS COMERCIAIS NOTÍCIAS DO DIA JOINVILLE DENISE SUZUKI, GONILDA ESSER E OSVALDO JR CONTEÚDO EDITORIAL EDITOR EXECUTIVO VANDRÉ KRAMER EDITOR DE DIAGRAMAÇÃO MARCELO DUARTE IMAGEM DA CAPA ROBSON BRÜNING FOTOS FABRIZIO MOTTA, MAURO SCHLIECK E DIVULGAÇÃO REVISÃO SOLANGE SILVA DISTRIBUIÇÃO SANDRA REGINA MACHADO IMPRESSÃO COAN JANEIRO DE 2015 SITE WWW.RICMAIS.COM.BR/SC/NOSSASEMPRESAS ENDEREÇO RUA XAVANTES, 120 BAIRRO ATIRADORES – CEP: 89203-210 (47) 3419-8000 – JOINVILLE/SC Nossas Empresas, Grandes Histórias MARCELLO CORRÊA PETRELLI As pessoas e as empresas que lidam com comunicação e mídia tem uma grande oportunidade, mas junto a isso também tem uma grande responsabilidade, que é levar informação de qualidade e que faça a diferença para as pessoas e sua comunidade. Santa Catarina é um Estado ímpar, com seus indicadores de produção, produtividade e qualidade nos produtos e serviços realizados, isso sem contar os índices de qualidade de vida, educação e geração de empregos que encontram-se entre os melhores do Brasil e reforçam o orgulho de ser catarinense. Este projeto “Nossas Empresas, Grande Histórias”, tem como objetivo mostrar para a sociedade que para alcançarmos e mantermos estes índices de padrão Internacional devemos ter empresas e empresários excelentes, colaboradores comprometidos e, principalmente, comunidades que conheçam e valorizem suas empresas e seus produtos. Por isto é de fundamental importância o trabalho realizado pela revista e ainda mais admirável as empresas aqui representadas, pois só com uma sociedade forte, digo, empresas, empresários e trabalhadores, o nosso estado continuará apresentando um crescimento contínuo e robusto. O Grupo RIC fica muito satisfeito em fazer parte deste projeto, levando nosso conteúdo junto à revista. Aproveito para agradecer a confiança na revista “Nossa empresas, Grandes Histórias” e das empresas que aqui estão e desta forma esperamos cooperar para o desenvolvimento socioeconômico do nosso estado. Presidente Executivo do Grupo RIC Santa Catarina 5 SUMÁRIO O que as empresas de Joinville e região estão fazendo para se destacar em um cenário desafiador Apresentação 6 a 13 Unisociesc Educação e Tecnologia 72 e 73 Seguridade 14 e 15 Adrimar Terraplanagem, Construção e Pavimentação 74 e 75 Digsom 16 e 17 ACE Associação Catarinense de Ensino 78 e 79 Wilson Transportes 18 e 19 Transligue 80 e 81 Plasforro 22 e 23 Rogga Empreendimentos 82 e 83 Sensus Tecnologia 24 e 25 Madville Marcenaria e Decoração 84 e 85 Toyoville 26 e 27 GTP Gravações em Metal 88 e 89 Krona Tubos e Conexões 30 e 31 Telharte 90 e 91 Koncreta Imobiliária 32 e 33 ATR Sistemas de Refrigeração 92 e 93 TAF Indústria de Plásticos 34 e 35 Mastergel Compósitos 96 e 97 L.Fernando Imobiliária 38 e 39 Pró Rim 98 e 99 Softran 40 e 41 Norsul Companhia de Navegação 42 e 43 Eco Automação 44 e 45 Lifan Marin 48 e 49 Aeon Incorporação Imobiliária 50 e 51 Assessoritec Faculdade de Tecnologia 52 e 53 Döhler Cama, Mesa e Banho 56 e 57 Le Canard Hotéis 58 e 59 Agemed Planos de Saúde 62 e 63 Gecel Soluções Industriais 64 e 65 Ciser Parafusos e Porcas 66 e 67 Vanessa Modas 70 e 71 6 BMW é o ícone dos novos investimentos que estão chegando ao Norte do Estado: fábrica será concluída em 2015 DIVULGAÇÃO BMW Caçadores de oportunidades Mesmo em um cenário econômico bem complicado, as empresas do Norte do Estado enxergam oportunidades de crescimento VANDRÉ KRAMER Troca de equipe econômica. Perspectiva de mais um ano de crescimento baixo. Inflação batendo na meta. Juros mais elevados. Dólar se valorizando diante do real. Contas externas e públicas desarranjadas. Cenário externo mais complicado diante de um crescimento menor da China, dos problemas econômicos da Rússia e da possibilidade dos Estados Unidos aumentarem os juros pela primeira vez desde a crise financeira de 2008-9. É um cenário complicado. Nem mesmo na crise financeira mundial de 2008-9, as expectativas para a economia brasileira eram tão negativas. No final de 2008, instituições financeiras ouvidas pelo BC projetavam que em 2009, a economia brasileira iria crescer 2,4%. A mesma pesquisa, realizada no final do ano passado, indicava que o PIB deve se expandir míseros 0,55% neste ano. Os impactos deste cenário mais conturbado estão sendo sentidos pelas empresas da região. No terceiro trimestre de 2014, o faturamento de cinco empresas joinvilenses de capital aberto – Autopista Litoral Sul, Döhler, Tupy, Schulz e Wetzel – caiu 0,8% em relação a igual período de 2013, apontam da- dos encaminhados pelas empresas à CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Os resultados encolheram 43,1% e a lucratividade passou de 5,5%, em 2013, para 3,1%, em 2014. “Há uma sensibilidade geral entre as empresas de que o ano será difícil e todas elas estão rumando na direção da contenção severa dos custos, já que a perspectiva do crescimento da receita não é das melhores”, destaca João Joaquim Martinelli, presidente da Acij (Associação Empresarial de Joinville). O panorama, segundo ele, ainda não é claro. Ele lembra que o governo iniciou o ano mudando algumas práticas, indicando que a política economica será mais austera, com a adoção de regras mais rígidas para o seguro desemprego e repassando às empresas um ônus a mais, ou seja, novos 15 dias 7 de afastamento serão agora suportados pela empresa e não mais pela previdência social. Futuro Mas, mesmo com essa conjuntura econômica mais complicada, há muitas oportunidades que estão sendo vislumbradas pelas empresas do Norte de Santa Catarina. Segundo o Notícias do Dia apurou, há mais de R$ 1,5 bilhão de investimentos programados para a região nos próximos anos. E mais de R$ 1 bilhão no papel. A presidente da Ajorpeme (Associação de Joinville e Região da Pequena, Micro e Média Empresa), Silvana Fioravante ressalta que qualquer momento difícil é também de oportunidade. “Principalmente para aqueles que estiverem de olho em suas empresas e próximos aos seus clientes”, destaca. Ela lembra que o Brasil já passou por várias crises e sobreviveu muitíssimo bem. “Podemos escolher ficar reclamando da economia ou enfrenta-la com positivismo e muito trabalho.” Uma pesquisa feita pela Sustentare Escola de Negócios aponta que 87% das empresas da região pretendem realizar algum tipo de investimento em 2015. Os principais motivadores são a necessidade de modernização da linha fabril e a necessidade de focar em segmentos mais rentáveis e lucrativos. Um dos símbolos da nova onda de investimentos na região é a BMW. A montadora alemã, que inaugurou em outubro sua primeira fábrica de carros na América Latina, em Araquari, está dando continuidade a seu plano de investimentos. Para este ano, estão previstas a expansão da linha de produção, com a implantação de novas áreas, o que possibilitará a conclusão do projeto para a implantação de uma unidade com capacidade para produzir 32 mil veículos por ano. Quem também vai reforçar os investimentos na região é a General Motors. No início de janeiro, o presidente da GM Latin America, Jaime Ardila, anunciou, durante o Salão do Automóvel de Detroit (EUA), a produção de uma nova linha de motores em Joinville. Os valores que serão aplicados e a data dos investimentos não foram divulgados. Em São Francisco do Sul, a CMO planeja investir R$ 650 milhões na construção de um estaleiro voltado para a produção de plataformas de óleo e gás. Outro projeto na a região é o terminal portuário da Norsul, previsto para ser instalado na cidade portuária. A unidade vai movimentar bobinas de aço utilizadas pela Arcelor Mittal Vega, que produz laminados para as indústrias automotiva e de eletrodomésticos. Dois terminais para atender, principalmente ao agronegócio, devem ser implantados nos próximos anos. Um dos projetos é liderado pela trading japonesa Marubeni e outro pela Logz e pela Litoral Agência Marítima. Quem está muito atenta a esses planos de investimentos privados na região é a Gecel. A empresa, que presta serviços na área de instalação e manutenção industrial, foi a responsável pela implantação de mais de 20 quilômetros de tubos no terreno onde se instalou a BMW A preocupação com a competitividade é um dos principais motivadores dos planos das empresas do Norte do Estado, que participaram desta segunda edição do NOSSAS EMPRESAS GRANDES HISTÓRIAS. “Não podemos ficar reféns dos números da economia. É preciso enxergar as oportunidades que existem no mercado”, diz Amandos Ziebell, dono da Koncreta. É o que também pensa Carlos Alexandre Döhler, diretor comercial da Döhler, uma das mais tradicionais empresas do segmento LEIA MAIS JACKELINE MOECKE Gerente Comercial Jornal Notícias do Dia Joinville Lições de empreendedorismo Elbert Hubbard, escritor e filósofo norte-americano que viveu no início do século 20, deixou uma breve, porém certeira definição sobre o que é ser empreendedor: “um gênio é um homem que pega os limões que a sorte lhe dá e, com eles, abre uma barraquinha de limonada.” O empreendedorismo é a tônica das 33 reportagens que estão nesta segunda edição do NOSSAS EMPRESAS, GRANDES HISTÓRIAS. Pequenas, médias e grandes empresas mostram os segredos do seu sucesso e como contribuem para fazer o Norte do Estado ser o terceiro maior polo econômico do Sul do Brasil. E, em um cenário econômico extremamente desafiador, as empresas mostram como se tornaram caçadoras de oportunidades: o que elas fazem para serem mais rentáveis e lucrativas, como fazem para encontrar novos nichos para poderem crescer e encontrar novos mercados. São estratégias que se mostram fundamentais para quem planeja ou está desenvolvendo seu próprio empreendimento. São lições que mostram que – parafraseando a música “Sonho Impossível”, de Chico Buarque – é possível sonhar um sonho impossível, que é necessário lutar quando é fácil ceder, para poder vencer o que aparenta ser invencível. O NOSSAS EMPRESAS chega à sua segunda edição ressaltando o compromisso do NOTÍCIAS DO DIA com a comunidade. E um desses compromissos, é contribuir para que ela seja mais próspera, Boa Leitura! 8 têxtil, e representante da quinta geração da família. “Temos de olhar para a frente.” Mesmo em um cenário em que as empresas do segmento em que atua estão enfraquecidas – a produção teve uma queda de 3,4% nos dez primeiros meses de 2014, comparativamente a 2013, segundo o IBGE –, a empresa reforçou investimentos no ano passado. Investimentos Krona tem planos ousados de crescimento: planeja implantar fábricas no Centro-oeste e no Sudeste A fabricante de artigos de cama, mesa e banho pretendia, no início do ano passado, aplicar R$ 20 milhões na expansão e modernização do parque fabril. Até o final de setembro, tinham sido aplicados R$ 32 milhões, segundo dados encaminhados à CVM. E, em um cenário em que as têxteis lutam para sobreviver com a concorrência externa, a Döhler está mirando no mercado norte-americano. Expandir os negócios no exterior também faz parte da estratégia da TAF, fabricante de caixas e medidores de energia. Fornecedora de multinacionais que atuam no segmento de distribuição na América do Sul, a empresa prospecta oportunidades na América Central. Ela também enxerga oportunidades de crescimento é o segmento de saneamento. A Krona tem planos ousados. A fabricante de tubos e conexões planeja duplicar o faturamento nos próximos cinco anos e pretende implantar duas unidades: uma no Centro-oeste e uma no Sudeste. A instalação de novas unidades também está nos planos da GTP Gravações em Metal. A empresa quer conseguir a homologação para ser fornecedora direta da indústria automotiva. Para isso, pre- cisa de mais espaço. As exigências das montadoras incluem laboratórios de desenvolvimento de produtos e capacidade para trabalhar com moldes com 20 toneladas. Um terreno de 25 mil metros quadrados foi comprado no Eixo de Acesso Sul, em Joinville, com essa finalidade. Ela também planeja a implantação de uma unidade no Nordeste, para atender à crescente demanda na região, onde já tem clientes. O Grupo Seguridade também vê oportunidades em outras áreas. Nos planos da empresa está a expansão em direção ao Paraná. Especializada em prestação de serviços às indústrias, a empresa, que tem mais de 2.000 funcionários, atua em SC, SP e RS. A Transligue, que atua com cargas movimentadas por via aérea e/ou destinadas à exportação e importação, pretende, nos próLEIA MAIS FOTOS FABRIZIO MOTTA 9 SILVANO SILVA Diretor Regional Grupo RIC A marca do empreendedorismo Em meio aos problemas do segmento têxtil, Döhler mostra que é um ponto fora da curva: investiu acima do esperado em 2014 Uma das marcas do Norte de Santa Catarina é o empreendedorismo. A história da região está intimamente ligada ao do esforço de sua gente em criar seus próprios negócios, encontrar oportunidades para crescer e inovar. Estas experiências vividas por 33 empresas de pequeno, médio e grande porte estão retratadas na segunda edição do NOSSAS EMPRESAS, GRANDES HISTÓRIAS, um projeto que reforça, ainda mais, os vínculos do NOTÍCIAS DO DIA com a comunidade de Joinville e do Norte do Estado. Encontrar um diferencial para crescer, ser rentável e lucrativo é fundamental nestes momentos de cenário econômico complicado. E, por meio destas 33 reportagens, mostra-se porque o Norte Catarinense está fazendo a diferença. São lições de muito trabalho, muito esforço e muito sucesso que podem servir de lição para os milhares de empreendedores da nossa região. Esse vigor mostra porque o Norte Catarinense, o terceiro maior polo econômico do Sul do Brasil, continua atraindo investimentos. Depois de instalada a BMW, um novo ciclo está chegando. São, investimentos que, no conjunto, superam a casa do R$ 1 bilhão, como o da CMO, que vai implantar um estaleiro dedicado à produção de plataformas para a prospecção de óleo e gás. Novas oportunidades de negócios vão ser criadas e haverá a geração de mais postos de trabalho, o que irá realimentar o ciclo do empreendedorismo e gerar mais prosperidade à região. Boa Leitura! 10 tamentos. A intenção é construir mais 55 quartos. A área da saúde está em alta. Os planos de crescimento também preveem, no médio prazo, a instalação de uma nova unidade no Estado. Locais estão sendo prospectados. O planejamento da Agemed, operadora de planos de saúde corporativos, prevê a construção de um hospital na zona Leste de Joinville, onde serão aplicados entre R$ 70 e R$ 80 milhões. A expectativa é de que o empreendimento fique pronto até 2017. A Fundação Pró-Rim discute parcerias com construtoras para viabilizar a implantação de um hospital, que também está previsto para ser instalado na zona Leste de Joinville. Oportunidades Para as empresas da região, o momento é de aumentar a rentabilidade dos negócios. Na Aeon Incorporadora, o principal objetivo é o de identificar estratégias de crescimento no longo prazo. Uma das alternativas encontradas foi a de investir em nichos específicos, como a construção de condomínios residenciais horizontais. Outra é o de intensificar os investimentos em hotelaria. Mesmo com o cenário econômico desafiador, A LFernando, que trabalha com assessoria imobiliária, em Blumenau, Florianópolis e Joinville, avalia que, com a realização de investimentos privados, a região poderá viver um boom demográfico, que terá impactos nos segmentos de construção civil e imobiliário. A Toyoville busca novos mercados para a montadora japonesa, uma das poucas a crescer em um mercado que vem se mostrando FABRIZIO MOTTA/ND Ciser projeta ganhos de produtividade com a transferência da fábrica do Centro de Joinville para Araquari ximos anos, expandir sua atuação no Paraná, por meio da implantação de uma filial em Curitiba. A empresa também planeja a construção de um centro de distribuição na Rodovia do Arroz, perto da BR-101, em Joinville. Quem também está investindo para ampliar a competitividade é a Ciser, a maior fabricante sul-americana de fixadores. Uma das estratégias é o constante investimento em inovação, por meio de parcerias com centros de pesquisa e desenvolvimento de universidades. Outra é a construção da nova fábrica em Araquari, onde estão sendo aplicados mais de R$ 150 milhões. A empresa projeta que, com a nova unidade, haja redução de custos e ganhos de produtividade. A Le CanarD, uma rede catarinense com três hotéis, prepara a ampliação da unidade de Joinville, que atualmente conta com 75 apar- 11 MAURO SCHLIECK/ND desaquecido. A Lifan Marin, quer difundir a marca da montadora chinesa no Norte do Estado. Na Adrimar, responsável por implantar o sistema de saneamento básico de Joinville, as atenções estão voltadas para a pavimentação. De um lado, a empresa mira na redução de custos, do outro, foca em um segmento em que há muitas oportunidades para crescer e é mais rentável. O grande desafio para 2015 da Mastergel Compósitos é o de se preparar para uma nova fase de expansão. Além da busca por novos parceiros, a ênfase será em ampliar a rentabilidade da empresa. O objetivo, no médio e longo prazos, é conquistar a liderança de mercado no Brasil. A Wilson Transportes, especializada em transporte rodoviário de cargas, está, constantemente, analisando os custos para dar mais rentabilidade ao empreendimento, que está há 40 anos no mercado. Encontrar oportunidades para as empresas de transporte de cargas se tornarem mais rentáveis é, justamente, um dos objetivos da fabricante de sistemas de gestão empresarial Softran. Há 20 anos no mercado, a empresa aposta no desenvolvimento de novas versões de seus produtos, para acesso por celulares e tablets. Neste cenário de busca por maior rentabilidade e custos menores, a Sensus está focando a atenção em ferramentas de gestão de armazenagem, manufatura e controle de desperdícios para ampliar a competitividade das empresas. Buscar alternativas para se expandir em um mercado que está cada vez mais concorrido é o principal desafio para a Vanessa Modas, uma rede de lojas de roupas com cinco unidades em Joinville. A receita para encontrar novos negócios, segundo Tereza Teixeira Teza, dona do empreendimento, é muito trabalho: “É preciso colocar a mão na massa. Não dá para ter medo do trabalho, nem de enfrentar as dificuldades.” LEIA MAIS UniSociesc está investindo R$ 50 milhões na expansão de seus campi 12 Norsul, que planeja construir um terminal para movimentação de bobinas de aço. Já a Eco Automação, depois de implantar unidades em Criciúma e Goiânia (GO), aposta muito no mercado de SC. A empresa, que fornece soluções em automação industrial, vê o mercado catarinense como extremamente promissor. O principal motivo é que o Estado é um dos mais industrializados do Brasil. A Digsom, especializada em equipamentos voltados para a recuperação auditiva, procura novas oportunidades de negócio em Santa Catarina. Uma das estratégias é a incorporação de novas tecnologias, por meio de uma parceria com uma empresa suíça, ao leque de produtos vendidos. Para não depender tanto da venda de produtos tradicionais, como tijolos e telhas, a Telharte optou por diversificar a sua atuação. A empresa entrou nos segmento de iluminação. Para mostrar a nova vocação, foram investidos R$ 2 milhões na reforma da loja, que passou a incorporar um show-room. O empreendimento foi reinaugurado em novembro. A diversificação de produtos é uma das estratégias da Rôgga Empreendimentos, uma das construtoras que mais cresce no Brasil, segundo a Exame PME. A empresa, fundada em 2006, aposta na incorporação de práticas adotadas em outros segmentos para assegurar a rentabilidade: a análise criteriosa do desempenho dos negócios, por meio de um sistema de gestão empresarial e a adoção de praticas desenvolvidas por uma das mais prestigiadas consultorias corporativas do Brasil. A Plasforro, que fabrica forros em PVC, está diversificando a produção para atender à demanda das classes A e B. A empresa investiu na incorporação de tecnologias chinesa e russa que possibilitam o surgimento de novas linhas de estampas. “O forro bran- co em PVC já virou commodity”, diz José Roberto Machado, dono da empresa. Um olhar mais atento ao que o consumidor quer é a estratégia da Madville, fornecedora de insumos e matérias-primas para a fabricação de móveis sob medida. Segundo Victor Beduschi, um dos donos da empresa, só assim é possível identificar os nichos de mercado que estão em expansão. As transformações na demografia brasileira estão servindo de impulso para a ATR Sistemas de Refrigeração. O crescimento no número de famílias sem filhos e de mulheres no mercado de trabalho fez com que a empresa desenvolvesse sistemas de refrigeração focados na praticidade. Ela também está desenvolvendo linhas de produtos específicos para pequenos produtores rurais, que ganham condições para preparar, estocar e comercializar seus produtos. 13 FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND Mão de obra Um dos maiores desafios das empresas do Norte do Estado é encontrar mão de obra especializada. Com os investimentos que o Norte do Estado está recebendo, a disputa fica mais acirrada. Atenta a esse cenário, a Assessoritec está diversificando sua atuação, implantando novas unidades e novos cursos. A Unisociesc está investindo R$ 50 milhões nos próximos cinco anos. Uma das prioridades é a remodelação do câmpus Boa Vista, o maior e o mais antigo da instituição. Até 2020, o campus deve estar totalmente remodelado, com a construção de mais quatro prédios. A prioridade da ACE, uma das mais antigas instituições particulares de ensino superior de Joinville, é qualificar ainda mais os cursos existentes. “Estamos em uma era de grande transformação”, diz Nélson Nemes, diretor acadêmico da instituição. Fundação PróRim tem planos para construir um hospital na zona Leste de Joinville 14 FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND “É preciso olhar sempre para a frente. A única alternativa que temos é crescer.” 2.100 Funcionários. Pedro Ambrosio, presidente do Grupo Seguridade Área de atuação Serviços de segurança, conservação, manutenção e limpeza industrial; recrutamento e seleção de mão de obra e corretora de seguros e planos médicoodontológicos. Endereço Rua Orestes Guimarães, 1.400 – Joinville. Site www.seguridade. com.br 1991 Criação da Seguridade, focada em segurança. 1992 Criação da Seguridade Serviços, para atuação nas áreas limpeza e manutenção. Os próximos passos da Seguridade Grupo enxerga grandes oportunidades de crescimento no Paraná, São Paulo e na prestação de serviços a bancos Quem fica parado é poste. Uma adaptação deste ditado popular funciona como mantra para o empresário Pedro Ambrósio, do Grupo Seguridade. “É preciso olhar sempre para a frente. A única alternativa que temos é crescer.” Atuando com 11 filiais, distribuídas em Santa Catarina (oito), Paraná (uma), Rio Grande do Sul (uma) e São Paulo, o Grupo Segu- 1995 Criação da Etese, para a formação de mão de obra para segurança. ridade planeja reforçar a atuação no Paraná. Atualmente, as operações estão restritas à apanha de frangos para uma agroindústria. O objetivo é o de atuar na terceirização de serviços como vigilância, limpeza, conservação e manutenção. A estratégia de expansão, que ainda não tem data determinada, já está definida: por meio de fechamento de um grande contrato. O grupo joinvilense está participando de algumas licitações. O procedimento é o mesmo adotado para entrar em São Paulo. Em 2010, foi fechada uma parceria com a multinacional americana Kimberley Clark, do segmento de utilidades domésticas. Atualmente, são mais de 150 funcionários naquele estado. O grupo também está investindo em tecnologia. O processo de apanha de aves está sendo automatiza- 1998 O Grupo Seguridade conquista a certificação ISO 9001, por meio da Fundação Vanzolini, ligada à Universidade de São Paulo (USP). 15 do. A Seguridade está trazendo, da Dinamarca, a primeira máquina para ser utilizada neste processo. Para recolher 22 mil frangos por dia, precisam-se de 16 trabalhadores. Com o novo equipamento serão necessárias quatro pessoas para apanhar 8.000 aves por hora. A Seguridade pretende expandir sua atuação em São Paulo. O objetivo é reforçar os canais de venda para poder ampliar a abrangência dos serviços oferecidos pelo grupo joinvilense. “Quem trabalha lá só tem uma alternativa: continuar a crescer. Não é à toa que é locomotiva do Brasil”, destaca. A empresa também projeta crescimento em outras áreas. Uma delas é a expansão de serviços na área de segurança bancária. Um dos principais clientes é o Bradesco. Ambrósio está negociando com outras instituições financeiras. A mira está voltada para o mercado nordestino. É uma área extremamente promissora e com grandes necessidades. As oportunidades também estão no quintal de casa. A expectativa de a região Norte do Estado receber mais de R$ 2,6 bilhões nos próximos quatro anos, segundo levantamento feito pela área de pesquisa econômica do Bradesco, anima o empresário: “vão chegar novas empresas e surgirão novos mercados.” Crescimento de novos mercados profissionais; aperfeiçoamento pessoal, tático e operacional, coordenação e supervisão em segurança privada, manutenção de armas, defesa pessoal, prevenção e combate a incêndio; extensão em transporte de valores, armamentos não letais, segurança pessoal privada, escolta armada, grandes eventos e reciclagens em transporte de valores. As raízes As raízes da Seguridade estão no grande processo de transformação do ambiente corporativo brasileiro no início dos anos 90. A economia brasileira enfrentava a hiperinflação e baixas taxas de crescimento. Entre 1990 e 1994, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), os preços aumentaram, em média, 1.227% ao ano e o produto interno bruto se expandiu 1,3% ao ano. O presidente Fernando Collor de Mello abriu a economia brasileira ao exterior. Para se manterem competitivas, as empresas começaram a cortar custos. Uma das alternativas Concorrência Mão de obra foi terceirizar as atividades que não eram fim, como a segurança, a limpeza e a manutenção. A pioneira foi a fabricante de celulose gaúcha Riocell. “Isto exigiu uma profunda transformação na legislação trabalhista brasileira”, lembra Pedro Ambrósio. Em 1991, quando era assessor da diretoria da Tigre, foi convidado pelo então presidente da empresa, Cau Hansen, a assumir a área de segurança. Ele começou com 96 funcionários e um contrato de exclusividade de três meses com a empresa. Quase que imediatamente, a Seguridade começou a entrar em novos mercados. Hoje, são mais de 2.100 funcionários e 400 clientes. Capacitação Uma das principais preocupações do Grupo Seguridade é em relação à mão de obra. Desde 1995, é mantida a Etese, uma unidade voltada para a capacitação. Mensalmente, entre 250 e 300 alunos passam por treinamento e reciclagem. A escola oferece cursos de formação para vigilantes e bombeiros 1999 A Etese conquista a certificação ISO 9001. Mensalmente, entre 250 e 300 pessoas realizam treinamentos na Etese 2000 O grupo abre a Seguridade RH, focada em recrutamento e seleção de pessoal, serviços temporários e avaliação psicológica. 2009 Entra no mercado do RS. 2010 Entra no mercado de SP. 2012 O Grupo Seguridade abre a Volare, que atua como corretora de seguros, planos de saúde médica e dental e gestão de benefícios. FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND 16 75 Funcionários (diretos e indiretos). Área de atuação Reabilitação auditiva. Endereço Rua Anita Garibaldi, 164 – Joinville. Pesquisas médicas e novas tecnologias impõem, com frequência, desafios para Nildo Duarte, do Grupo Digsom Site www.digsom.com.br Sons amplificados Especializada em aparelhos auditivos, a Digsom busca oportunidades para expandir sua atuação em Santa Catarina Os desafios começaram bem cedo para o florianopolitano Nildo Duarte. A família era bem grande: seus pais tiveram 13 filhos. Ele era o do meio. O sonho, na infância, era seguir a carreira religiosa ou na área de saúde. “O grande objetivo era o de ajudar o próximo.” O primeiro, não conseguiu realizar: casou-se muito cedo, aos 20 anos. O segundo se concretizou quando começou a trabalhar como auxiliar de enfermagem em hospitais de Florianópolis e ganhou mais força a partir da formatura em fonoaudiologia na Univali (Universidade do Vale do Itajaí). Duarte foi o primeiro membro da família a ter um diploma de curso superior. Ele explica o que o levou a 1991 Nildo Duarte começa a trabalhar com adaptação de aparelhos auditivos para pessoas com problemas de audição. 1992 Fundação da Digsom. fazer fonoaudiologia: “A comunicação tem um papel importante na vida das pessoas. A falta de visão te afasta dos objetos. A de audição te isola.” Em 1991, começou a trabalhar com adaptação de aparelhos auditivos. Dois anos depois, trocou a capital catarinense por Joinville. Naquela época, a cidade já era um mercado bem promissor. “As pessoas iam fazer tratamento de reabilitação auditiva em Florianópolis, Curitiba ou São Paulo.” O começo da Digsom foi em um pequeno escritório de 20 metros quadrados, na avenida Getúlio Vargas. Para conseguir os primeiros clientes, bateu de porta em porta e visitou médicos. “Foi um trabalho de garimpagem”, recorda. Passou a frequentar cursos e congressos no Brasil e no exterior. 1993 Vê, em Joinville, um mercado extremamente promissor. Muda-se para a mais populosa cidade catarinense e se instala em um escritório de 20 metros quadrados na avenida Getúlio Vargas. 17 “Para ter sucesso em um empreendimento é preciso encará-lo com paixão e determinação.” Nildo Duarte, presidente do Grupo Digsom Além dos novos conhecimentos e das tecnologias, as experiências contribuíram para entender melhor as necessidades dos pacientes. “Isto é um dos nossos grandes desafios. Ao mesmo tempo, os aparelhos precisam atender às necessidades dos pacientes, oferecer conforto e qualidade.” Para crescer, Duarte optou pela diversificação. Inicialmente, ele tinha a visão de vendedor, depois, gradualmente, a foi complementando. Em 1997, criou o primeiro laboratório e passou a atuar na área de assistência técnica. Sete anos depois, entrou no segmento de acompanhamento clínico, realizando exames específicos. Novo salto foi dado em 2005, quando estabeleceu um acordo com um dos maiores fabricantes mundiais de equipamentos auditivos, a suíça Phonak. A medida possibilitou ampliar a atuação para todo o Estado. Atualmente, são oito clínicas próprias e 20 parceiros em Santa Catarina. Mais produtos foram incorporados ao leque da Digsom. “Hoje, a pessoa acaba esquecendo que tem problemas auditivos”, diz o empresário. Segundo ele, a evolução dos aparelhos, nos últimos 20 anos foi muito grande. “Atualmente, são menores, invisíveis e automáticos.” Também incorporam mais tecnologia. Um chip interno permite que médicos e fonoaudiólogos possam ter acesso às informações clínicas do usuário. Soluções de conectividade permitem que os equipamentos se liguem, por meio do bluetooth, a celulares, computadores, TVs... 1997 A Digsom implanta o primeiro laboratório e começa a atuar na área de assistência técnica. Oceano Azul Aperfeiçoamento Um dos livros de cabeceira do empresário é “A Estratégia do Oceano Azul”, dos professores W. Chan Kim e Renée Mauborgne. É a partir desta leitura, que está delineando o futuro da Digsom. O foco da expansão, segundo ele, não pode ser limitado pela conjuntura política e econômica. Duarte ressalta que os desafios do empreendedor são muito grandes. E, para ter sucesso, é preciso encará-los com paixão e determinação. Os maiores são a necessidade de constante aperfeiçoamento e o desenvolvimento gerencial. “As mudanças no mercado em que a Digsom atua são muito grandes: há frequentes lançamentos de produtos, a todo momento surgem novas pesquisas.” Na área gerencial, dois aspectos importantes são a carência de mão de obra especializada e as frequentes Desenvolvimento gerencial Manter a empresa na mesma direção mudanças nas questões tributárias. Segundo Duarte, o mercado também está mais competitivo. “O paciente tem mais conhecimento e já vem com uma ideia do que quer.” Diante das mudanças crescentes, ele afirma que o pior que um empresário pode fazer é se acomodar. “O que ele fazia de bom ontem, não pode ser o ideal para hoje.” O empreendedor destaca que é preciso estar se modernizando diariamente, ou seja, sair do vício do dia a dia. Aparelhos auditivos passaram por grande evolução nos últimos 20 anos 2004 A Digsom passa a realizar acompanhamentos clínicos. 2005 Faz parceria com a empresa suíça Phonak, uma das maiores fabricantes mundiais de equipamentos auditivos, passando a representá-la em Santa Catarina. 2013 Inaugura a nova sede da empresa, na rua Anita Garibaldi. 18 FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND “Temos de estar, continuamente, revendo custos. Não se deve priorizar só o volume, mas também a rentabilidade.” 150 Funcionários diretos e indiretos. Wilson Steingräber Jr., diretor da Wilson Steingräber Transportes. Área de atuação Transporte de cargas. Endereço Rua Dona Francisca, 5.962 – Joinville. Site www. wilsontransportes. com.br Final dos anos 50 A família Steingräber começa a se dedicar ao transporte de cargas, puxando geladeiras para a Consul. Um dos primeiros caminhões de Adolfo Steingräber e seu filho Wilson foi um FNM. Outro filho de Adolfo e irmão de Wilson, Tito, também participou do início da empreitada. Histórias de família Completando 40 anos, a Wilson Steingräber Transportes segue uma tradição que já dura três gerações Transportes, caminhões, carga e logística correm nas veias dos Steingräber. A empresa da família, a Wilson Steingräber Transportes, fundada há 40 anos, está na segunda geração. E com muita história a contar pelo diretor, Wilson Steingräber Jr., que estudou computação na UFSC e na Udesc. Na faculdade, viu que seu caminho não era formado por bits e bytes, mas pelos quilômetros percorridos pelos caminhões. “Tinha nada a ver com a computação. Formei-me, mas apro- veitei a oportunidade para cursar disciplinas ligadas à administração.” A Wilson Steingräber Transportes foi fundada em 1974, mas tinha uma longa tradição. No início dos anos 60, o pai de Wilson Jr., Wilson Steingräber, e o avô, Adolfo Steingräber, trabalhavam com cargas prestando serviços para a Consul (hoje Whirlpool). Wilson viajava e Adolfo cuidava da parte financeira. “Ele pagava os papagaios (rolava os empréstimos) referentes à compra da frota.” Wilson Jr. lembra que mui- 1974 Wilson Steingräber constitui a Wilson Transportes. Inicialmente, a empresa funcionava no antigo prédio do RH da Consul. tas vezes o pai dizia que tinha um caminhão e devia outros três. Dona Lica, a avó, tinha um que de desconfiança em relação à vida de caminhoneiro. Nos anos 60, o Itaum não era um bairro populoso. Wilson estava negociando um empréstimo no Itaú para ampliar a frota. Quando o banco deu o aval, dona Lica foi informada e disparou: “O negócio é tão bom, tão bom, que vocês pegam dinheiro emprestado com o pessoal do Itaum.” A primeira sede da empresa foi a casa de Adolfo Steingräber, na rua Esperanto, perto da Maternidade Darcy Vargas. Até meados dos anos 80, era comum receber encomendas de pneus e lonas da antiga HM, na rua Rio Grande do Sul, onde morava 1985 A Wilson Transportes muda-se para a atual sede, na rua Dona Francisca. 1990 Formado em computação, Wilson Steingräber Jr. começa a trabalhar com o pai na Wilson Transportes. 19 a família de Wilson Steingräber. Naquela época, a empresa estava instalada em uma acanhada meia-água na rua Dona Francisca, onde funcionou a área de recursos humanos da Consul. Em 1985, a Wilson Transportes inaugurou a sede atual no Distrito Industrial, na rua Dona Francisca. A mãe de Wilson Jr., Arlene Steingräber, teve participação ativa na vida da empresa. Volta e meia acompanhava o marido nas longas viagens. Era responsável por datilografar os conhecimentos das cargas e acompanhava, bem de perto, a situação financeira da família. Como chefe do lar, ela fazia as compras do mês. O mesmo talão de cheques era usado para pagar as despesas da empresa e da família. Ao preencher uma folha no mercado, percebeu que o anterior tinha sido para pagar “bolo”. “Era um valor bem grande, deve dar uns R$ 3.000 de hoje”, ri Wilson Steingräber Jr. O pai dele teve de se explicar para a esposa. O gasto não fora feito em uma padaria ou confeitaria, mas sim para pagar um motorista da empresa, que tinha o apelido de Bolo. Ele se chamava Claudionor. Quarenta anos após a fundação, Arlene tem papel ativo na vida da transportadora. Pelo menos uma vez por semana está na sede, no Distrito Industrial, onde confere minuciosamente os resultados da empresa. A filha Cristina, irmã de Wilson Jr., participa do conselho da Wilson Transportes. Além da família, a Whirlpool é uma importante parceira. A Wilson Transportes é um dos mais antigos fornecedores de serviços da multinacional americana. O foco é levar os equipamentos produzidos em Joinville para o Sul e o Sudeste. Na volta, traz todo tipo de material para a região. 1994 Com o prematuro falecimento do pai, Wilson Steingräber Jr. assume o comando da Wilson Transportes. Relação com os clientes Sucessão empresarial Integração setorial Nova geração Wilson Steingräber Jr. acompanhava o dia a dia da empresa desde que se formou, em 1990. Quatro anos depois, com a prematura e súbita perda do fundador Wilson Steingräber, aos 51 anos, assumiu o comando da empresa. A partir de 1997, cavalos mecânicos pesados com baús de alumínio substituíram as carretas graneleiras e os cavalos mecânicos de menor porte. A transição foi agitada. O Brasil não vivia um bom momento. A pressão contra o real era muito grande, principalmente após crises na Rússia, Tailândia e Coreia do Sul. Naquela época, muita gente pegava empréstimos corrigidos pelo dólar. Para segurar o câmbio, a equipe econômica aumentava os juros. Segundo o BC (Banco Central), o custo do dinheiro para a compra de bens pelas pessoas jurídicas saltou de 45,67% ao ano, em setembro de 1997, para 73,91% ao ano, em fevereiro de 1999, logo após a desvalorização do real. “Não fomos pegos no contrapé. Os empréstimos baseados em dólar foram quitados antes”, diz Wilson Jr. A tecnologia começou a ser usada com mais vigor a partir do início do século 21. Se antes era complicado saber onde estava a carga, hoje foi facilitado com o uso de recursos como radiocomunicadores e GPS. O que surgiu como instrumento de segurança tornou-se um mecanismo 1997 Para atender às necessidades da Multibrás (hoje Whirlpool), a Wilson Transportes reestrutura a frota, priorizando veículos de maior porte com baús de alumínio. para agilizar os negócios. “Conhecemos melhor a necessidade dos clientes”, explica. A receita para seguir adiante a história da Wilson Transportes está na ponta da língua. “Temos de estar, continuamente, revendo custos.” Segundo ele, não se deve priorizar apenas o volume, mas também a rentabilidade. “É nosso grande desafio.” O futuro também passa pela valorização da mão de obra. Não é difícil, na Wilson Transportes, encontrar funcionários que ajudaram a fazer a história. “A empresa se orgulha de ter colaboradores que estão há décadas, como o Sigmar, a Fabiane, o Ives, o Volnei e os irmãos André, Pedro e Valdir Cardoso.” ARQUIVO PESSOAL Arlene e Wilson Steingräber (em pé), durante viagem ao Nordeste, em 1969 Anos 2000 Investe fortemente em tecnologia, para assegurar segurança e confiabilidade a seus clientes. 2013-4 Participa ativamente do projeto de desenvolvimento Cidade dos Transportes, um complexo logístico previsto para ser instalado em Garuva. 22 A hora da transformação 170 Área de atuação Fabricação de forros em PVC. FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND Funcionários. Dez anos após a criação, a Plasforro está em remodelação. Investindo em máquinas e equipamentos, quer conquistar novos mercados Endereço Rua Bento José Flores, 169 – Espinheiros. Site www.plasforro.com José Roberto Machado, da Plasforro, mira nas novas tendências de mercado A ousadia de José Roberto Machado, também conhecido como Betão, está sendo premiada. Dez anos após criar a Plasforro, do seu escritório vê uma profunda transformação na empresa que criou. Obras tomam conta da fábrica de forros de PVC no Espinheiros. Novas máquinas, de alta tecnologia, estão chegando para possibilitar a duplicação da capacidade de produção. São tecnologias que ele trouxe de viagens à Rússia e à China e que as combinou com as práticas do dia a dia. A intenção com o investimento é a expansão dos mercados. Atualmente, atende Santa Catarina e Paraná. Quer conquistar o resto do país. A demanda é crescente. “Cresci 100% em 2013 e quero seguir nesse ritmo”, diz ele. O objetivo também é o de atender a um público que, cada vez mais, aumenta seu grau de exigência. “As pessoas querem produtos mais sofisticados”, diz ele, mirando nos públicos das classes A e B, que devem gastar, só em Joinville, mais de R$ 2 bilhões em manutenção neste ano, segundo levantamento da consultoria de mercado IPC Maps. O primeiro passo da jornada de José Roberto Machado foi dado em 2004, quando, sem nenhuma experiência na área, resolveu abrir a Plasforro, com R$ 20 mil emprestados da sogra. Antes, fizera um pouco de tudo: foi soldador, torneiro, chapeiro, dono de carro de som e 2004 José Roberto Machado cria a Plasforro. Os primeiros forros de PVC foram vendidos na vizinhança, no Espinheiros. Seis meses após a fundação abre a primeira loja. 23 de estúdio de gravação, fabricante de sorvetes... “Foi extremamente desafiador”, lembra ele. A Plasforro começou em uma pequena garagem. O quarto do filho era o escritório. A falta de capital não foi entrave para o empreendimento. Uma máquina de fazer picolés foi a primeira geladeira industrial; um bufê de frios foi adaptado para ser uma máquina de calibragem. A concorrência nesse mercado era muito grande. Como ninguém se arriscava a comprar de uma empresa recém-estabelecida, o jeito foi pegar o carro de som que tinha e vender na vizinhança. José Roberto se alternava entre a produção e a venda. O resultado foi muito além das expectativas: foi obrigado a abrir uma pequena loja no Boa Vista. E seis meses após a fundação resolveu investir em anúncios na televisão. Foi a partir dos primeiros clientes que encontrou o primeiro diferencial: a venda direta ao consumidor final. Sem atravessadores, conseguia manter margens que sustentavam o negócio. Aos poucos, foi avançando em direção a novos mercados. Cinco anos após a fundação, com o negócio bem consolidado, já eram nove lojas: seis em Joinville, uma em Jaraguá do Sul, uma em São Francisco do Sul e outra em Barra Velha. Mudar a cultura Mão de obra Mercado O foco na fábrica possibilitou que a Plasforro ampliasse a sua área de abrangência. O primeiro salto fora do Norte Catarinense foi em direção a cidades catarinenses de pequeno porte, que não eram atendidas por outras empresas. “As cidades pequenas dão retorno maior do que as maiores.” A tática de venda direta continuou a ser aplicada em todo o Estado. “Ia nos clientes, como lojas de material de construção, e ajudava na divulgação, inclusive fazendo a locução dos anúncios em rádio.” Em 2013, entrou no Oeste e, há um ano, no Paraná. A aposta no Estado vizinho se mostrou bem acertada. Segundo ele, 45% da produção é vendida por lá. Os planos para o futuro estão “Cresci 100% em 2013 e quero seguir nesse ritmo.” José Roberto Machado, presidente da Plasforro bem traçados. Além da expansão da capacidade de produção, o empresário pretende continuar trabalhando na diversificação da linha de produtos. Segundo ele, o tradicional forro branco de PVC já virou commodity. O momento é de investir em diferenciação. Aqui entram as tecnologias chinesa e russa, que possibilitam o desenvolvimento de estampas dos mais variados tipos. Umas imitam madeira; outras, pedra. Já são mais de 30. E outras devem ser lançadas nos próximos meses. A Plasforro pretende atuar cada vez mais no segmento de forros de PVC estampados. Os principais trunfos em relação a produtos similares, como o gesso e o papel de parede, são a menor necessidade de manutenção e os custos até 70% menores. Linha de produção da Plasforro está sendo renovada para ampliar a capacidade Foco na produção Uma nova fase começou em 2011. “Não estava conseguindo dar conta da fábrica e das lojas”, diz o empresário. O jeito foi priorizar a linha de produção. O comércio foi terceirizado para os antigos gerentes. Segundo ele, era como se fosse uma espécie de franqueamento. 2009 Cinco anos após a fundação, a empresa é formada pela fábrica e mais nove lojas, no Nordeste de Santa Catarina. 2011-2 A Plasforro passa a dar atenção exclusiva à produção. As lojas são terceirizadas. Esta estratégia possibilita que a empresa amplie sua área de atuação no resto do Estado. 2013 Nova expansão de mercado, em direção ao Oeste. 2014 A Plasforro entra no mercado paranaense e investe na expansão da fábrica em Joinville. 70 Funcionários. Área de atuação Sistemas de gestão empresarial. Endereço Uma ajuda para cortar custos Site Sensus foca atenção em ferramentas de gestão de armazenagem, manufatura e controle de desperdícios para ampliar a competitividade das empresas 2010 A partir da fábrica de desenvolvimento de softwares de uma fornecedora de ERP, surge a Sensus. O objetivo era o de continuar o fortalecimento dos serviços e de desenvolvimento de produto para a fornecedora de forma independente. Controle de custos é a palavra de ordem no ambiente corporativo. Pesquisa feita pela Sustentare Escola de Negócios, de Joinville, mostra que eles são a principal preocupação dos empresários do Norte do Estado. Cada vez mais, são determinantes para o sucesso ou o fracasso de um negócio. “Antes, as empresas formavam o preço a partir dos custos que tinham, agregando a margem ideal. Hoje, a situação é diferente: o mercado determina o preço e o lucro Rua São Paulo, 31 – Joinville. www.sensustec. com.br FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND 24 se define a partir dos custos”, diz Jean Carlo Wiese, diretor-executivo da Sensus, uma empresa de TI especializada em sistemas de gestão empresarial. Um dos carros-chefe da Sensus é o Octopus, um sistema que possibilita a gestão de armazenagem, de manufatura e de plano de corte. O objetivo, segundo o executivo, é o de reduzir custos operacionais, por meio de ferramentas que auxiliam a tomada de decisão, utilizando funcionalida- 2011 Começa a captar clientes de forma independente. Número de funcionários mais do que triplica, passando de sete para 23. des como MES (Manufaturing Execution System), OEE (Overall Equipment Effectiveness), estatística de logística e movimentação. Atualmente, na carteira do produto estão empresas como a Guararapes, a C-Pack, a Cecrisa, a Nutriplan, a Raco Cosméticos e a Berneck, que atuam nos mercados paranaense e catarinense. O Octopus faz parte de uma estratégia de reposicionamento da empresa no mercado de ERP (sistemas de gestão empresarial). 2012 Investe em novos negócios. Criação de grandes alianças no mercado com objetivo de fornecer mão de obra nos segmentos de desenvolvimento de produto e consultoria. 25 “É necessário se preocupar com a visibilidade da empresa, independentemente de como está o cenário. Nós temos de construir o nosso próprio mercado.” Jean Carlo Wiese, diretor-executivo da Sensus do mercado nacional de ERP. Para captar novos clientes no segmento de automação, a Sensus adotou uma postura comercial e de marketing mais arrojada. “Estamos prospectando mais ativamente e procurando nomes de peso.” Nos próximos meses, a empresa pretende fechar parcerias para comercialização e desenvolvimento na área logística. A Sensus pretende conquistar, pelo menos, uma empresa a cada 45 dias para sua carteira de clientes do Octopus. Segundo o executivo, grandes nomes servem de cartão de visita para novos negócios. Competitividade porou 18 profissionais. “Agregamos, também, conhecimento em consultoria e desenvolvimento de uma grande marca de ERP e novos clientes agora fazem também parte de nossa carteira”, destaca. A empresa está captando novos clientes. Os esforços, neste momento estão concentrados em Santa Catarina, regiões metropolitanas de Curitiba e de Porto Alegre e Serra Gaúcha. Mas outros mercados são muito bem-vindos. “A Sensus não tem limites geográficos. Tanto é que a empresa atende aos clientes fora do Sul do Brasil, como a Bauducco e a Sococo.” O objetivo é chegar a um faturamento mensal de R$ 800 mil a R$ 900 mil até o final de 2015. Para isso, a Sensus também conta com o reforço de investimentos em pesquisa e desenvolvimento, que chegam a 15% da receita. O foco é inovar para gerar soluções tecnológicas que ampliem a competitividade das empresas. E para isso, é preciso cortar custos. Atualmente, o segmento de automação industrial responde por 15% do faturamento. A intenção é de que, até 2015, represente 40% dos negócios. “Isto trará ganhos na rentabilidade, devido às receitas recorrentes.” Atualmente, grande parte dos negócios da empresa se concentra na venda de ferramentas que auxiliam na gestão da cadeia de suprimentos e na oferta de serviços voltados a um grande player Outro foco da empresa é o segmento de serviços na área de ERP. O executivo projeta uma expansão de 20% nos negócios nesta área, por meio de atuação nos mercados catarinense e paranaense, oferecendo consultoria qualificada e dando ganhos operacionais aos clientes. “Estas ações possibilitam que eles otimizem as operações, por meio do conhecimento da ferramenta de automação industrial Octopus.” Um importante reforço para a área de serviços veio em julho, com a aquisição da C2 Consultoria. Com a operação, a empresa incor- Começa a revenda de softwares para uma multinacional. É o primeiro canal homologado para o Brasil. Número de profissionais aumenta para 45. 2013 O aumento na demanda e no número de funcionários faz com que a empresa se mude do Iririú para o Centro de Joinville. Compra a PWD e entra no segmento de sistemas de automação, focada nas áreas de gestão de armazenagem e de manufatura. Mercado Expansão Reconhecimento 2014 Adquire a C2, uma consultoria que atua na área de sistemas de gestão empresarial, e que tem unidades em Joinville e Criciúma. 26 70 Na trilha do Bandeirante Área de atuação As raízes da Toyoville estão no jipe que desbravou o interior do Brasil. Reforçada por investimentos, a concessionária planeja expandir o mercado para a Toyota no Norte Catarinense Revenda de carros. Endereço Apostando em um atendimento extremamente qualificado, Júlio Schroeder, da Toyoville, pretende conquistar novos mercados para a Toyota 1986 A Curt Schroeder expande os negócios para Joinville e instala a Toyoville, no América. Inicialmente, a empresa se dedicava à manutenção dos jipes Bandeirante. 1992 Com a abertura da economia, a Toyoville torna-se a primeira concessionária de carros importados da Toyota em Santa Catarina. FABRIZIO MOTTA/ND Funcionários. O jipe Toyota Bandeirante é um dos ícones da indústria automobilística brasileira. A produção começou em 1958 e se estendeu até 2000. Foram mais de 100 mil veículos fabricados em mais de 40 anos. Muitos ajudaram a desbravar o interior brasileiro. A partir do robusto jipe que a Toyoville se instalou em Joinville. Em 1986, o empresário rio-sulense Carlos Schroeder implantou, no América, em um prédio em estilo enxaimel ao lado do atual supermercado Angeloni, um serviço de manutenção dos jipes Bandeirante. A Toyoville acompanha a história da indústria automobilística brasileira. Até o início dos anos 90, o consumidor brasileiro tinha poucas opções de veículos. O negócio dos Schroeder ganhou força a partir da decisão do então presidente Fernando Collor de Mello em abrir o segmento à concorrência externa. Com isso, tornou-se a primeira concessionária de importados da Toyota em Santa Catarina. A marca japonesa é a mais valiosa no mundo no segmento automotivo, segundo a consultoria americana Millward Brown. A dinâmica nos negócios da Toyoville ganhou nova dimensão a partir de 1998, com a inauguração da fábrica da montadora japonesa em Indaiatuba (SP). Três anos depois, com a decisão da Toyota de interromper a produção do Bandeirante, a concessionária se foca exclusivamente nos carros da montadora japonesa. O lançamento da nova versão do sedã médio Corolla em 2002 – que tinha o ator norte-americano Brad Pitt como personagem central da campanha publicitária - foi um importante trunfo para a expansão da concessionária joinvilense. “A Toyota Rua 15 de Novembro, 4.262 – Joinville. Site www.toyoville.com.br 1958 A Toyota funda no Brasil a primeira filial fora do Japão. A Curt Schroeder, de Rio do Sul, inicia a venda dos jipes e das picapes da montadora japonesa. Um dos veículos mais vendidos é o jipe Bandeirante. 27 Júlio Schroeder, diretor da Toyoville tornou-se uma referência, com carros modernos e focados no público urbano”, diz Julio Schroeder, diretor da Toyoville. Segundo a Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), o Corolla é líder de mercado no segmento de sedãs médios. A participação em 2014 foi de 27,25%. Ha 20 anos, o Corolla é o carro mais vendido no mundo. Em 2013, foram comercializadas 1,1 milhão de unidades, de acordo com a consultoria Focus2Move. Conjuntura O segmento de distribuição de carros está em fase de consolidação. Empresas menores são adquiridas por grupos maiores. Para manter-se nesse mercado, que vive de lançamentos, o executivo diz que é necessário ter um desempenho acima da média do mercado. “Joinville é uma boa praça.” Segundo o Detran, em 2014, a frota de carros na cidade teve uma expansão de 4,5%. Outras apostas das empresa para se sobressair no mercado do Norte Catarinense são a profissionalização da equipe, que conta com 70 pessoas, e a participação ativa em entidades de classe, como por exemplo o Núcleo de Concessionárias da Acij (Associação Empresarial de Joinville), o Sincodiv (Sindicato de Concessionários e Distribuidores de Veículos de Santa Catarina) e a Fenabrave. “O relacionamento com par- 1993 Muda-se para as atuais instalações, na rua 15 de Novembro. A oferta de sedãs, picapes e utilitários é ampliada. Corolla é o carro mais vendido no mundo, segundo a consultoria Focus2Move DIVULGAÇÃO TOYOTA “A única alternativa que temos é ter um desempenho acima do mercado.” ceiros de negócios possibilita a troca de informações, o que contribui para entender melhor o mercado”, afirma Schroeder. A Toyota está se repaginando para conquistar uma nova faixa de clientes. Tradicionalmente, o comprador dos carros da montadora é um público mais maduro, acima dos 30 anos e casado, que enxergam o Corolla como uma boa opção de compra. Mas, desde o lançamento do Etios, em 2012, os revendedores vêm percebendo que a idade média dos clientes vem diminuindo. “Até os netos deles vêm à concessionária para conhecer e comprar o carro”, exemplifica Júlio Schroeder, da Toyoville. Joinville tornou-se o maior mercado em SC para a versão sedã. O reposicionamento da Toyota fez com que a concessionária se adequasse aos novos padrões adotados pela montadora japonesa. Há dois anos, obteve a ISO 14001. O rejuvenescimento da marca – inclusive na imagem do Corolla – têm rendido bons frutos à Toyota. Segundo dados da Fenabrave, a participação de mercado da montadora cresceu de 3%, em 2010, para 5,35% no ano passado. Em um cenário retraído – os licenciamentos de carros novos encolheram 9,4% no comparativo entre os sete primeiros meses de 2013 e 2014, segundo a Anfavea –, a montadora conseguiu crescer 11,3%. 1998 A Toyota inicia a fabricação de carros no Brasil. Planos Para não ter de depender de um mercado muito cíclico, movido pelos lançamentos, a Toyoville está expandindo a atuação no segmento de seminovos, apoiada no padrão de serviços desenvolvidos pela Toyota. “É um mercado que vem se mostrando extremamente rentável”, afirma o empresário. Reforçar, com excelência, a atuação no segmento de serviços também está entre as armas que Schroeder vai utilizar. Semanalmente entre 25 e 30 carros passam por dia pela oficina da concessionária, instalada perto da Expoville. Uma das apostas está na agilidade, como a pintura rápida, feita à base de água. A outra, é a ampliação na atuação na área financeira, por meio do oferecimento de seguros, garantia estendida. A empresa também já tem o sinal verde da Toyota para expandir a área de atuação para Jaraguá do Sul. No ano passado, segundo o Detran-SC, a frota de veículos cresceu 4,17&%. 2002 Lançamento da nova versão do Corolla, com campanha estrelada por Brad Pitt, impulsiona os negócios da Toyoville no Norte Catarinense. Acompanhar o crescimento da marca Entender a mobilidade Crescimento na região 2012 A Toyota adota uma estratégia de rejuvenescimento da marca e lança o Etios. A Toyoville conquista a certificação da ISO 14001. 2014 A Toyoville planeja expandir a área de atuação para Jaraguá do Sul. A mais querida da região leva a você os metros quadrados mais desejados de Joinville e Araquari A Irineu Imóveis é a imobiliária mais reconhecida pelo consumidor da região Norte catarinense, vencedora do Prêmio IMPAR por sete anos consecutivos. Esta deferência é fruto do trabalho de 29 anos aliando atendimento eficiente às melhores oportunidades do mercado. 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Site www.krona.com.br Kortmann (E), Borba, Perin e Gonçalves (D) realizaram, há 20 anos, o sonho de ter o próprio negócio com a abertura da Krona O novo ciclo está chegando Ao completar 20 anos, a Krona planeja os próximos passos: em cinco anos quer dobrar o faturamento e ter mais duas fábricas: uma no Sudeste e outra no Centro-Oeste Cinquenta anos em cinco foi o lema escolhido pelo presidente Juscelino Kubitschek (1956-61) para marcar sua gestão, referindo-se ao desafio de transformar uma economia predominantemente agrícola em industrial. Uma frase, inspirada no líder, é utilizada pelo diretor administrativo e financeiro da Krona, Vilson Perin, para sintetizar a história da fabricante de tubos e conexões: “Fizemos R$ 500 milhões em 20 anos.” Os desafios não param para uma das maiores fabricantes brasileiras de tubos, conexões em PVC e acessórios para a construção civil. Com 1.000 funcionários, três fábricas – duas em Joinville e uma em Marechal Deodoro (AL) – e uma carteira de mais de 550 itens produzidos, a empresa quer mais. Os planos preveem a expansão na linha de produtos, para atender aos novos mercados, e a implantação de mais duas fábricas no prazo de cinco anos. Os locais estão sendo mapeados. As prováveis regiões são o Sudeste e o Centro-Oeste. Segundo Valdicir Kortmann, diretor de vendas e marketing, o principal atrativo da primeira região é o grande mercado consumidor. Na segunda, o impulso para o crescimento da construção civil vem da expansão da economia da região. Em 2001, segundo o IBGE ela respondia por 8,5% do PIB nacional. Atualmente, por 9,6%. Atualmente, o Centro-Oeste é atendido pelas unidades de Alagoas e Joinville. “Devido à característica do produto, acabamos tendo um custo de distribuição muito alto. Isto explica a necessidade de estarmos próximos dos clientes”, afirma Kortmann. Um dos mercados prioritários para a expansão da empresa é o das construtoras, que representam 30% da indústria da construção civil. Para isto, a empresa está desenvolvendo 1994 A Krona entra em operação produzindo tubos de PVC para atender à demanda de mercados no Sul do Brasil. 1996 Começa a diversificar a atuação. Entra no segmento de conexões, por meio de uma terceirizada. 31 “Em tudo, temos de ser iguais ou melhores do que os líderes de mercado.” Valdicir Kortmann, diretor de vendas e marketing da Krona linhas de produtos voltadas especificamente para este segmento. “Esta estratégia complementa o portfólio de produtos e reforça a imagem da empresa”, diz José Armecides Gonçalves, diretor industrial da Krona. Cultura empresarial Outro grande desafio da empresa é preservar a filosofia que orientou o surgimento e o desenvolvimento da Krona em seus 20 anos. Para isso, há quatro anos, conta com a parceria da FDC (Fundação Dom Cabral). Segundo o sócio-diretor e membro do conselho de administração, Mário Borba, o objetivo é o de estabelecer estratégias de longo prazo que permitam a perpetuação do negócio. O empreendimento surgiu em setembro de 1994, quando o Brasil começava a se acostumar ao fim da hiperinflação. Borba, Gonçalves, Kortmann e Perin trabalhavam em uma empresa do segmento plástico e tinham o desejo de ter o próprio negócio. “O que nos ajudou é que nós quatro éramos do ramo”, lembra Kortmann. A empresa começou fabricando tubos em PVC. Desde o início, a intenção foi se espelhar nas melhores práticas dos grandes players do setor e aperfeiçoá-las. Mas foram tempos complicados, destaca Perin. O país estava se acostumando a uma nova dinâmica. Os preços e as margens caíram. “O espaço para ajustes era muito pequeno”, diz o diretor. A alternativa encontrada foi repensar o planejamento e postergar etapas. Os primeiros mercados foram no Sul do Brasil. A preocupação com a tecnologia é uma constante desde o início das atividades da Krona. Segundo os quatro sócios, isto assegura, até hoje, a credibilidade da empresa no mercado. As primeiras extrusoras instaladas na empresa processavam 150 quilos de matéria-prima por hora. Hoje, a menor tem capacidade para 450 quilos por hora. As maiores, para 1.000 quilos por hora. Paixão pelo esporte Uma das facetas mais conhecidas da Krona é a equipe de futebol de salão que leva o nome da empresa. A parceria começou em 2005, com o objetivo de fortalecer a marca da fabricante de tubos e conexões no mercado brasileiro. “É uma mídia espontânea”, enfatiza Kortmann. Quatro anos depois, o projeto se consolidou, com a Krona assumindo a gestão do time. O clube tem sete títulos prin- Reconhecimento da marca Ampliar mercados Manter a filosofia Linha de produção de conexões da Krona em Joinville atende à demanda nacional 1998 Com o objetivo de garantir mais qualidade no produto, começa a fabricar o próprio composto para injeção. 2000 Entra no mercado nordestino. cipais: cinco na Divisão Especial do Campeonato Catarinense, um na Taça Brasil de Futsal e outro na Superliga de Futsal. As ações esportivas da empresa não se restringem ao futsal. A Krona é, há seis anos, patrocinadora do JEC, que vai disputar a Série A do Brasileirão. A empresa também apoia a natação paralímpica, por meio de uma equipe coordenada por Vanderlei Quintino. “Isto demonstra a preocupação da empresa com o lado social e esportivo das modalidades patrocinadas”, ressalta o executivo. 2005 Começa a patrocinar o time de futebol de salão de Joinville. 2009 Assume a gestão da equipe de futebol de salão. 2012 Expande sua atuação no mercado do Nordeste, com a implantação de uma unidade em Alagoas. A opção pelo Estado foi por causa da proximidade do principal fornecedor de matéria-prima e o fácil acesso aos principais mercados da região. 32 Uma grande área de oportunidades 43 Área de atuação Venda, locação e construção de imóveis e administração de obras. FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND Funcionários. Endereço Rua Tijucas, 170 – Joinville. Site www.koncreta. com.br Mudanças no perfil da cidade criam oportunidades para a Koncreta, de Amandus Zibell Junior 1986 Depois de passar alguns anos em Florianópolis, Amandus Zibell Junior implanta a Koncreta, que inicialmente se dedica à locação, compra e venda de de imóveis. Com investimentos chegando a Joinville, a Koncreta vê amplas expectativas de crescimento Novos investimentos chegando à região de Joinville. Oportunidades de trabalho sendo criadas. A população crescendo 25% desde 2000, segundo estimativas do IBGE. São oportunidades que Amandus Zibell Junior, da Koncreta, pretende aproveitar para expandir a atuação nos segmentos imobiliário e da construção civil. Uma das apostas dele está na mudança do perfil da cidade, que em 20 anos passou de tipicamente industrial para um importante polo comercial e de serviços. Atualmente, 55% do PIB vêm dessas atividades. “Vejo grandes possibilidades de bons negócios na avenida Marquês de Olinda. É o melhor eixo viário da cidade, único corredor rápido que liga as zonas Norte e Sul da cidade, tendo ainda boas alternativas de deslocamento no sentido Leste/Oeste”, diz o empresário. Segundo ele, é uma futura Berrini, referindo-se à avenida localizada na zona Sul de São Paulo, que emergiu como sede de instituições financeiras e de multinacionais a partir dos anos 90. A Marquês de Olinda foi o local escolhido para o primeiro empreendimento comercial: o Marquês Trade Center, localizado nas proximidades da Sociedade Glória, e que foi entregue em 2013. A empresa tem três empreendimentos comerciais aprovados para a região: o Marquês Offices, o Marquês Prime e o Marquês 102. Início dos anos 90 Com a expansão da população joinvilense, entra no segmento da construção civil, dedicando-se inicialmente a construir casas. Com o passar do tempo, passa a construir edifícios. 33 “Não podemos ficar reféns dos números da economia. É preciso enxergar as oportunidades que existem no mercado.” Amandos Zibell, empresário da Koncreta Trajetória A trajetória de Amandus Zibell Junior à frente da Koncreta iniciou em 1986, quando retornou a Joinville depois de morar por alguns anos em Florianópolis. Inicialmente, dedicou-se à locação e venda de imóveis. Mas, com a expansão da população de Joinville nos anos 80, enxergou um grande nicho para o empreendimento: a construção de imóveis. “Havia pouco produto disponível. O mercado estava comprador.” No começo dos anos 90, começou com a construção de casas. “Iniciei do dia para a noite nesta nova atividade. Observei uma significativa carência nesta área. Acabou se revelando um ótimo negócio.” O passo seguinte foi entrar no segmento de prédios residenciais. Para isso, conta com a parceria da Construtora Gabarito. O primeiro edifício construído foi o Residencial Cidade das Flores, localizado na Marquês de Olinda, que ainda carregava a marca Koncreta como incorporadora. Até 2008, os empreendimentos que construiu foram batizados com nomes de flores. “Um nome acabou puxando o outro.” A mudança na estratégia de batizar os prédios veio por sugestão do filho. Hoje, uma das paixões de Amandus, os vinhos, serve de inspiração. Os tipos de uvas são usados para batizar os empreendimentos – Chardonnay, Merlot, Sauvignon Blanc, Moscatto, Niágara –, localizados nos principais bairros da cidade e que atendem aos mais diversos perfis de clientes. 2008 Com a consolidação na construção de edifícios residenciais, adota uma nova estratégia para batizá-los: as uvas utilizadas na produção de vinhos substituem os nomes de flores. Expandir a área de locação A Koncreta está lançando dois empreendimentos: o Blanc de Blanc’s, na rua Aracaju, e o Max Loft, na Max Colin. Segundo Amandus, este edifício trará um novo conceito de imóvel para o Centro da cidade. Manter a excelência Avançar no segmento de construção Novos nichos As novidades não se restringem só a Marquês de Olinda. Ele vê um grande potencial na zona Sul da cidade. Os investimentos realizados na região, como a instalação da fábrica da GM; as empresas se instalando em Araquari e a construção do campus da UFSC são fatores que lhe dão grandes expectativas. “Há muita gente chegando à cidade, vindo estudar ou trabalhar.” Amandus tem planos para esta região. A intenção é aproveitar uma área de 70 mil metros quadrados para construir um complexo residencial focado no público estudantil. Outra prioridade para a Koncreta é expandir a atuação no segmento de locação de imóveis. “Queremos ampliar a nossa relevância nesta área.” As expectativas de expansão dos negócios fizeram com que a Koncreta concentrasse, no ano passado, toda sua estrutura na rua Tijucas, no Centro de Joinville, onde os clientes contam com assessoria nas áreas de corretagem, avaliação e engenharia. No local, também estão as áreas jurídica e administrativa da empresa. A Koncreta Imóveis concentrou sua estrutura na rua Tijucas, no Centro de Joinville 2013 Inaugura o Marquês Trade Center, um empreendimento focado no segmento corporativo, na avenida Marquês de Olinda. 2014 A Koncreta concentra toda sua estrutura na rua Tijucas, no Centro de Joinville. 34 FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND “Não dá para parar de crescer. Crescer é necessário.” 360 Amandio Ferreira de Carvalho (C), diretor da TAF Funcionários. Área de atuação Fabricação de medidores de energia e água. Endereço Rua Clodoaldo Gomes da Silva, 300 – Joinville. Site www.taf.ind.br Tradição que se constrói em casa TAF, a maior fabricante de caixas de medição de energia do Brasil, preparase para novos desafios: conquistar o mercado de saneamento e se expandir em direção à América Central 1969 Amandio Ferreira de Carvalho começa a trabalhar na área elétrica da Tupy. O nome TAF lembra a origem da maior fabricante brasileira de caixas e medidores de energia. Cada letra homenageia dois integrantes da família que a criou: Terezinha e Tatiana, Amandio e Alexandre, Fábio e Fernando. Dezessete anos após a fundação, cada um dos integrantes tem papel ativo na companhia: Terezinha cuida da área administrativa; Tatiana, dos produtos voltados ao segmento de saneamento; Amandio, da direção; Alexandre, do comercial; Fábio, da distribuição; e Fernando, da produção. A ideia de atuar na produção de caixas e medidores de energia é mais antiga: começou antes da fundação. As primeiras análises para abrir o empreendimento começaram em 1990, quando comandava uma equipe de mais de cem eletricistas que prestavam serviços para empresas como a Tupy e a Termotécnica. “Eram tempos bicudos, com uma forte inflação. Mas, por outro lado tinha um bom conhecimento de mercado”, diz o executivo. 1986 Monta uma equipe de instalação elétrica para atender às necessidades de empresas como a Tupy e a Termotécnica. 1990 Amandio começa a planejar a criação de uma empresa de fabricação de caixas e medidores de energia. 35 Este conhecimento foi fundamental para dar início ao projeto, na segunda metade dos anos 90. A situação econômica era muito mais favorável. Com o fim da inflação alta, planejar ficou muito mais fácil. A TAF também foi beneficiada pela privatização das distribuidoras de energia. “Foi um grande nicho que surgiu.” Hoje, os produtos são homologados por todas as distribuidoras brasileiras. Consolidada a empresa, o passo seguinte foi exportar. Os primeiros negócios foram feitos em 2006, embalados por clientes que tinha no Brasil. “Muitos são grandes grupos que atuam em outros países.” Atualmente, 20% da produção – que é de 230 mil medidores de energia por mês – são enviadas para países da América do Sul. Os maiores clientes estão no Peru e no Litoral Norte da Colômbia. No Brasil, é a líder de mercado, com 60% de participação. Mercados Novos mercados despertam o interesse da TAF. O principal é o de saneamento. Amandio enxerga um potencial muito grande. O primeiro motivo é o grande número de companhias de saneamento. Somente em São Paulo, o maior mercado brasileiro, segundo ele, são mais de 160. Muitas delas atendem a cidades de pequeno porte. Outro importante trunfo para a TAF é o baixo índice de ligações à rede de saneamento básico. Segundo o Instituto Trata Brasil – que reúne empresas ligadas à área –, mais da metade da população brasileira não tem acesso a esgoto. Só 38% são tratados e 36 milhões de brasileiros não têm acesso à rede. A ANA (Agência Nacional de Águas) calcula que são necessários investimentos de R$ 70 bilhões para evitar a escassez de água e proteger 1995 Início da privatização das concessionárias de energia cria um grande nicho de mercado. os recursos hídricos. A empresa está desenvolvendo representantes exclusivos para atuar neste segmento. “A demanda é grande e isto dá mais estabilidade à produção”, enfatiza. Novos mercados para a área elétrica estão no radar da TAF. Mas Amandio quer mais. Ele está prospectando novas oportunidades na América Central. A projeção de crescimento do FMI para a região no próximo quinquênio é de 5,9% ao ano. A situação cambial não o preocupa. A empresa tem uma estratégia para se defender das constantes variações na cotação do dólar. “Trabalhamos com um mix de fornecedores. Quando o dólar sobe, priorizamos a compra de matéria-prima nacional; quando desce, fazemos o contrário.” Novos investimentos Os planos exigirão investimentos. “Estamos operando com 100% da capacidade.” Um projeto de expansão da fábrica está pronto e em homologação na Prefeitura de Joinville, aguardando liberação da licença de terraplanagem. A partir da autorização, serão necessários três meses para trabalhar no terreno e oito para construir a fábrica. 1997 É criada a TAF. As operações iniciam em novembro de 1998, após a conclusão das construções da sede própria e a aquisição de máquinas e ferramentais. Expandir área de atuação Desenvolver novos mercados Desenvolver novos produtos A TAF também tem projetos para Araquari. Um terreno de 69 mil metros quadrados foi comprado recentemente. A intenção é construir a segunda fábrica na cidade e implantar o novo centro de distribuição, aproveitando facilidades logísticas. O projeto é de longo prazo, pois depende da mudança do plano diretor da cidade. Os planos preveem investimentos no desenvolvimento de produtos que incorporem novas tecnologias. As exigências da Aneel são cada vez maiores. Dois dispositivos que a TAF tem interesse são os de memória de massa, que possibilitam obter o histórico de consumo a distância, e de medição compartilhada, para clientes que geram parte da energia que utilizam e que disponibilizam a produção própria na rede compartilhada. Linha de produção da TAF tem capacidade para produzir 230 mil caixas de medidores por mês 2006 Inicia as exportações para a América do Sul. 2014 Exportando 20% da produção, planeja a entrada em novos mercados. Entra no mercado de saneamento. NOSSA vocação é servir sua EMPRESA O Grupo Orion é especializado na prestação de serviços de limpeza e conservação, terceirização de equipes de trabalho para os diversos setores do mercado e em todos os processos de recrutamento e seleção, incluindo administração de trabalho temporário, avaliações psicológicas e administração de estagiários. Todos os serviços podem ser personalizados de acordo com o porte e necessidade da sua empresa. 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Imobiliária, incorporação e assessoria imobiliária. Endereços Rua Petrópolis, 56 – Blumenau. Rua Desembargador Pedro Silva, 2344 – Florianópolis. Rua Conselheiro Mafra, 93 – Joinville. Site www.lfernando. com.br Luiz Fernando Souza enxerga um grande potencial para o mercado imobiliário joinvilense: “Tem tudo para se tornar uma nova Curitiba” 1986 A L.Fernando Incorporação e Assessoria Imobiliária é fundada em Blumenau. Cinco anos foram suficientes para a LFernando Incorporação e Assessoria Imobiliária dar um grande salto. A empresa, fundada em Blumenau, em 1986, entrou em novos mercados: primeiro, Florianópolis, e depois, Joinville. E, constantemente, está de olho em outras cidades para onde pode levar a sua expertise. Duas fortes candidatas são Balneário Camboriú e Curitiba. A realidade vivenciada pela empresa blumenauense é uma exceção entre as empresas que atuam no segmento. Normalmente, as imobiliárias focam sua atenção em um único mercado. “Foi a alternativa que encontramos para crescer”, diz o diretor Luís Fernando de Souza, responsável pela unidade de Joinville. Outra estratégia da empresa é trabalhar com exclusividade com as construtoras. A primeira parceria foi feita em 1989 com a Torresani, uma das mais tradicionais do Vale do Itajaí. Os trunfos, de acordo com o diretor, são grandes: dá segurança aos parceiros e possibilita a manutenção de uma única linguagem para a comercialização dos imóveis e de só uma equipe para as vendas. Atualmente, além da Torresani, a 1989 Firma parceria com a Construtora Torresani para a comercialização exclusiva de empreendimentos imobiliários. 2001 Constrói a própria sede, no Centro de Blumenau. 39 “As barreiras sempre existirão. Para vencer, basta o desejo de superá-las.” Luiz Fernando de Souza, diretor da LFernando LFernando tem parcerias com a Globo Construtora, a Sanford e a Femai, em Florianópolis; a Thora Torresani e a C&P, em Joinville, e a Prediatto, em Blumenau e Joinville. Potencial A LFernando chegou em Joinville há quatro anos, apostando no potencial da quarta maior economia do Sul do Brasil. “É uma cidade pouco verticalizada”, destaca. As expectativas para a mais populosa cidade catarinense são muito grandes: “Joinville tem áreas fantásticas para a construção civil. Tem muito espaço para expansão.” A expansão populacional da cidade - que cresceu a um ritmo de 1,25% ao ano na última década, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) – pode transformá-la em uma nova Curitiba, diz Luís Fernando, referindo-se à forte expansão registra- da pelo mercado da capital paranense nos últimos anos. Segundo o Sinduscon-PR, nos 12 meses encerrados em junho, foram lançadas 5.952 unidades residenciais, 22% a mais do que no período anterior. Um dos fatores que estimulam essa possibilidade de forte expansão são os investimentos que a região de Joinville está recebendo. Estratégias culturais Apesar de estar presente nas três cidades mais populosas de Santa Catarina – Joinville, Florianópolis e Blumenau –, Luiz Fernando diz que é preciso desenvolver estratégias diferentes para atender a cada um desses mercados. As cidades que mais se aproximam são as duas do interior. “São clientes mais reservados. É preciso conquistar a confiança deles.” Eles demandam, principalmente, apartamentos com cerca de 120 metros quadrados. O executivo também vê uma particularidade em Joinville: o crescimento na procura por quitinetes e apartamentos de um quarto. É um reflexo da expansão dos campi de instituições como a Católica de SC e a UFSC. A Grande Florianópolis é um mercado à parte. Formado principalmente por servidores públicos, está experimentando um forte crescimento na área continental. “O processo de venda é mais descomplicado. As pessoas têm mais facilidade para comprovar a renda”, destaca. Qualificação de mão de obra Exclusividade Entender melhor o mercado Sede da LFernando Imobiliária em Joinville, na rua Conselheiro Mafra, no Centro 2009 A L.Fernando dá seu primeiro passo fora de Blumenau, implantando uma unidade em Florianópolis. 2010 A L.Fernando continua o processo de expansão, chegando em Joinville. 2014 Prospecta entrada em novos mercados. FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND 40 80 Funcionários. Área de atuação Sistemas de gestão empresarial. Endereço Av. Antônio Ramos Alvim, 892 – Joinville. Site www.softran.com.br Paulo e Karin Schmidlin, da Softran, estão focados em soluções para ampliar a competitividade das transportadoras de cargas Softran: versão mobile Completando 20 anos, fornecedora de sistemas de gestão empresarial para transportadoras de cargas desenvolve uma nova linha de produtos Uma nova era se abre para a Softran, que atua no segmento de ERPs (sistemas de gestão empresarial) para a área de transporte de cargas. A empresa prepara sua entrada com força na plataforma mobile. Os primeiros testes, com produtos focados em entregas de mercadorias, foram realizados pela Transville, de Joinville. A primeira versão a chegar ao mercado é a Android. A empresa está desenvolvendo a versão iOS (Apple), que deve estar disponível nos próximos meses. “O mobile é uma plataforma que vai longe”, diz Paulo Schmidlin, diretor técnico da empresa de software. Segundo a Sage North America, 72% das empresas canadenses e nor- 1994 É fundada a Softran. Inicia o desenvolvimento da primeira geração de ERP. te-americanas percebem que o mobile impacta positivamente no consumidor do produto ou serviço. O foco da nova linha de produtos é facilitar e agilizar a tomada de decisão por parte das empresas de transporte. “No segmento, as informações estão se tornando mais importantes do que a própria mercadoria”, destaca o executivo. O namoro com o mobile é antigo. Os primeiros produtos foram desenvolvidos há 10 anos para facilitar o controle do registro de entregas. A tecnologia usada era a WAP e a lin- 2001 Inicia o desenvolvimento da segunda geração de ERP Recebe a certificação ISO 9001 da BVQI. 41 “As informações estão se tornando mais importantes do que a própria mercadoria.” Paulo Schmidlin, diretor técnico da Softran guagem do aplicativo era Java. “Muitas empresas ainda usam estas ferramentas”, destaca a diretora administrativa, Karin Schmidlin. Negócios A empresa surgiu há 20 anos, em um momento favorável. A adoção do real, em 1° de julho de 1994, tornou mais fácil o planejamento dos negócios. Ampliou-se a preocupação com os custos. “A Softran surgiu focada em atender às necessidades do transportador”, destaca Paulo Schmidlin, diretor técnico e fundador. A estabilização da economia contribuiu para a movimentação maior de mercadorias. A frota de caminhões cresceu. Segundo a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), entre 1996 e 2008, o ritmo de expansão foi de quase 4% ao ano. Ao mesmo tempo em que surgia uma grande demanda para a Softran, a empresa intensificou a preocupação com a qualidade dos serviços oferecidos ao mercado. Sete anos após a sua fundação, em 2001, com 11 funcionários, recebeu a ISO 9001 da certificadora BVQI. Hoje, a empresa – que atende principalmente a transportadoras do RS, SC, PR e SP, com atuação em quase todo o território nacional e na Argentina, no Uruguai, no Paraguai, e no Chile – enxerga boas oportunidades de expansão a partir de duas tendências no segmento do transporte de cargas: a profissionalização e a compreensão, cada vez maior, de que a área de TI é um aliado na redução de custos. Atualmente, 5 mil usuários trabalham diariamente e online com os sis- 2004 Começa a desenvolver os primeiros produtos em versão mobile, usando a tecnologia WAP. temas da empresa joinvilense; são 15 mil veículos gerenciados e 1,3 milhão de conhecimentos de fretes por mês. Oito das trinta melhores empresas do segmento de transporte de cargas, segundo ranking da revista especializada “Logweb”, são clientes da Softran. Atuação social A Softran também investe em projetos sociais. A intenção, segundo o diretor técnico, Paulo Schmidlin, é retribuir à sociedade o que ela oferece à empresa. “Assim, reforça-se a integração com a comunidade.” Uma das iniciativas é desenvolvida com o Lar Abdon Batista, o Casep e o projeto Ecos da Esperança. Uma biblioteca móvel, com 1.000 livros, possibilita que crianças e adolescentes criem gosto pela leitura. Em 2013, a empresa foi considerada pela Great Place to Work como a nona melhor empresa para se trabalhar em Santa Catarina. Atualmente, são 80 funcionários. Uma das preocupações com o quadro funcional é em relação ao estresse decorrente da atividade. Para minimizar o problema, a Softran tem um preparador físico para fazer a avaliação física, orientar e acompanhar os funcionários em práticas esportivas como o vôlei, o futsal e o atletismo. Implantar novos canais de venda Manutenção de capital humano Levar o produto para a era mobile Softran está focada em soluções para ampliar a competitividade das transportadoras de carga 2010 Inicia o desenvolvimento da terceira geração de ERP. 2014 Coloca, no mercado, uma nova geração de produtos em versão mobile, usando as plataformas Android e iOS. 42 Os caminhos do aço Norsul amplia operação em São Francisco do Sul para o transporte de bobinas entre ES e SC 680 Funcionários. Para chegar às montadoras de automóveis do Sul do Brasil, o aço percorre um longo caminho. A Companhia de Navegação Norsul transporta as bobinas de aço produzidas em Serra (ES) pela ArcelorMittal Brasil. O aço é levado da ArcelorMittal Tubarão para São Francisco do Sul, onde é processado pela ArcelorMittal Vega e enviado ao cliente final. Na ligação entre as duas pontas da cadeia produtiva, a Norsul realiza entre 12 e 15 escalas mensais em São Francisco do Sul. Os comboios oceânicos levam, normalmente, três Área de atuação Navegação de cabotagem e de longo curso. Endereço Site www.norsul.com www.terminalmarazul. com.br 1963 Fundada pelo norueguês Erling Lorentzen, a Norsul surgiu no momento em que a infraestrutura rodoviária se expandia cada vez mais. FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND Rua Babitonga, 71 – São Francisco do Sul. dias para transportar 10 mil toneladas de bobinas de aço. O transporte de cabotagem foi a melhor opção para a ArcelorMittal. Para fazer o trajeto em rodovias, por exemplo, seria necessário limitar o peso total das bobinas para 16 toneladas por viagem, seriam necessários 190 caminhões comuns para transportar a produção de um único dia. Uma barcaça oceânica é capaz de transportar até 10 mil toneladas de aço em uma única viagem. O transporte ferroviário poderia transportar bobinas maiores e mais pesadas do que o rodoviário, porém o trajeto a ser feito e o longo tempo para chegar até o cliente inviabilizaram economicamente essa alternativa. Para chegar a Santa Catarina, as composições ferroviárias com as bobinas parariam em Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, trocando de concessionária por três vezes. Seriam até 30 dias para a chegada da última composição. As expectativas de crescimento na movimentação de carga por cabotagem são favoráveis para a Norsul. Há planos para que, nos próximos anos, o volume de aço transportado cresça para 2 milhões de toneladas. A ArcelorMittal Vega anunciou em agosto deste ano um investimento de US$ 17 milhões em melhorias, Comboios oceânicos da Norsul levam três dias para transportar 10 mil toneladas de aço entre ES e SC 2003 Fecha acordo com a ArcelorMittal para transportar as bobinas de aço entre Serra (ES) e São Francisco do Sul. A Norsul propôs a navegação de cabotagem como forma mais sustentável para o transporte das bobinas. Entra em operação a primeira barcaça para fazer o transporte de madeira entre o Sul da Bahia e o Norte do Espírito Santo para a Aracruz Celulose (hoje Fibria). 43 objetivando expandir a capacidade produtiva de 1,4 milhão de toneladas/ano para 1,6 milhão até o final do primeiro semestre de 2015. A intenção é reforçar a presença também no segmento de linha branca. O crescimento das operações e a possibilidade de a laminadora de aço realizar um grande investimento na cidade – há um projeto de ampliação orçado em US$ 280 milhões – aumentam as necessidades de a companhia de navegação operar com berços dedicados, diz o diretor-presidente da Norsul, Angelo Baroncini. Mar Azul Os primeiros passos para a implantação de um terminal próprio – o Mar Azul – iniciaram em 2006, com a compra de um terreno de 300 mil metros quadrados na localidade de Laranjeiras, às margens da baía Babitonga. O processo de licenciamento começou em 2007, inicialmente com a Fatma, e a partir de 2008, com o Ibama. Dois anos depois, foi conseguida a licença para a instalação do centro de distribuição. Em 2012, foi obtida a licença prévia para o terminal. Atualmente, tramita no Ibama a licença de instalação, que possibilitará a construção do empreendimento, que terá dois berços de atracação. A previsão é de que as obras durem dois anos e empreguem 350 pessoas. Quando estiver pronto deverão trabalhar entre 120 e 150 pessoas no local. A ideia é que todos sejam colaboradores próprios da empresa Mar Azul e passem por uma capacitação específica para atuar neste mercado. Um apoio fundamental para a implantação do Terminal Mar Azul veio no ano passado, com a assina- “Como a Norsul faz parte da comunidade francisquense, precisa participar ativamente dela” Angelo Baroncini, presidente da Norsul tura da Lei dos Portos. “Isto agilizou e melhorou muito a nossa situação da cabotagem no país”, destaca Baroncini. O projeto, entretanto, desperta críticas de ambientalistas que sugerem que a implantação do terminal causará impactos à vegetação e à fauna da baía Babitonga. Segundo o executivo, metade da área será preservada, com a manutenção das características originais. Ele também sinaliza que não será necessária a realização de dragagens, por causa das correntes marítimas. O transporte de cargas pesadas em caminhões da área de desembarque até a ArcelorMittal Vega vai ser reduzida dos atuais 10 km para 3 km. Expansão A instalação da ArcelorMittal Vega e as operações da Norsul foram um dos principais fatores que contribuíram para um forte crescimento da economia da cidade a partir de 2000. Nos dez anos seguintes, segundo o IBGE, o PIB da cidade cresceu, em média, 12,04% ao ano. No mesmo período, a economia de SC se expandiu 4,61% ao ano. A tripulação das embarcações foi recrutada, principalmente, em São Francisco do Sul. Uma parceria entre a Marinha e a Norsul assegurou a capacitação da mão de obra. Mas os olhos da companhia de 2006 As seis embarcações previstas entraram em operação, sendo quatro barcaças – Norsul 9, Norsul 10, Norsul 11 e Norsul 12 – e dois empurradores – Norsul Vega e Norsul Vitória. Adquire as terras onde será implantado o terminal marítimo Mar Azul. Colocar o terminal Mar Azul para funcionar Preocupação com segurança e sustentabilidade Deixar um legado social navegação não estão voltados só para o mar. A empresa tem investido no apoio a práticas esportivas por parte da comunidade, incentivando atletas do judô, da ginástica rítmica e natação, seja por meio de patrocínios ou por programas de ensino. Outras ações comunitárias que a empresa tem se envolvido são o apoio ao Corpo de Bombeiros Voluntários, por meio da doação de um caminhão, e a construção de um ginásio e do Hospital e Maternidade Nossa Senhora da Graça. “Como a Norsul faz parte da comunidade francisquense, participamos ativamente dela”, diz Baroncini. 2012 Obtém a licença prévia para a construção do terminal marítimo Mar Azul. Solicita ao Ibama a licença de instalação, que asseguraria o início das obras. 2014 Projeta expansão nas atividades de cabotagem entre o Espírito Santo e Santa Catarina, devido aos planos de expansão da Arcelor Mittal Vega. 44 17 Uma oportunidade chamada custo Área de atuação Com as empresas cada vez mais preocupadas com os custos, a Eco Automação enxerga boas perspectivas para crescimento na área de automação industrial Equipamentos e soluções para automação industrial. Endereço FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND Funcionários. Rua Otto Pfuetzenreuter, 912 – Joinville. Site www.ecoautomacao. com.br Na mesa dos executivos e dos empresários, uma das maiores preocupações são os custos. Cada vez mais, eles são determinantes do sucesso ou do fracasso de um negócio. Uma boa gestão significa, quase certamente, que a última linha do balanço estará bem no azul, ou seja, garantir o lucro. A dor de cabeça dos gestores é encontrar a melhor forma de reduzir os custos de produção, que estão em alta. Segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria), no final do segundo semestre de 2014, eles eram 8,4% maiores do que no mesmo período do ano anterior. No Norte do Estado, segundo a Sustentare Escola de Negócios, as expectativas dos empreendedores em relação aos custos pioraram 5% entre o segundo trimestre de 2013 e 2014. O cenário pode ser complicado para as empresas, mas é encarado como uma grande oportunidade de negócios para Sandro Stringari e Rodrigo Dalmônico, que, no segundo semestre de 2010, decidiram abrir o próprio negócio: a Eco Automação, uma empresa focada em oferecer soluções de automação industrial. Planejamento Preocupação corporativa com redução de custos alimenta planos de Rodrigo Dalmônico (E) e Sandro Stingari (D) 2010 Sandro Stringari e Rodrigo Dalmônico criam a Eco Automação, com o objetivo de fornecer produtos de qualidade ao mercado de automação industrial. O sonho de Stringari e Dalmônico terem o próprio negócio era antigo. Antes de abrirem as portas da Eco Automação, eles procuraram se preparar muito para não serem mais um número nas estatísticas de mortalidade empresarial. De acordo com o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pe- 2014 Empresa se expande em direção a novos mercados: se estabelece em Criciúma e em Goiânia. 45 Expansão para novas áreas Oferecer as melhores soluções Perpetuar o negócio quenas Empresas), 24% delas não chegam ao segundo ano de vida. O planejamento foi cuidadoso. Experiência, eles tinham de sobra. Stringari e Dalmônico trabalharam por mais de dez anos no segmento, respectivamente como gerente comercial e vendedor externo. Mas era preciso mais. Uma das primeiras preocupações foi aprender a gerir uma empresa. O conhecimento que eles tinham na prática foi aperfeiçoado com a realização de cursos de gestão. “Nem sempre o melhor padeiro tem a melhor padaria”, diz Sandro Stringari, um dos sócios da Eco Automação. Até que, em maio de 2010, Stringari se sentiu seguro e deu o primeiro passo criando a empresa. A ideia estava bem definida: vender soluções de automação para fábricas, acompanhando desde o desenvolvimento do projeto até a sua conclusão. Ele lembra bem dos primeiros tempos: era um Powerpoint no computador, o currículo e muita confiança no trabalho. Dalmônico se uniu ao projeto no final de 2010. Os primeiros clientes e fornecedores vieram do conhecimento prévio que eles tinham do mercado. Estratégia Uma concepção que os empreendedores tiveram desde o início foi preocupar-se tanto com os fornecedores quanto com os clientes. O objetivo: construir parcerias duradouras. “O primeiro é tão importante quanto o segundo”, destaca Rodrigo Dalmônico, sócio da Eco Automação. Esta receita tem sido fundamental na trajetória da empresa. Os resultados já estão sendo colhidos: “estamos crescendo acima do mercado”, enfatiza Dalmônico. E, diante de um cenário em que a preocupação com os custos é crescente, ele enxerga boas oportunidades para expandir a Eco Automação. Os primeiros passos já foram dados. 2014 está sendo o ano de conquistar novos mercados: Criciúma, no Sul do Estado, e Goiânia (GO). A entrada na capital goiana foi resultante da parceria com um fornecedor, que estava à procura de um representante. Mas o radar de Stringari e Dalmônico está à procura de mais oportunidades, uma vez que a participação no mercado catarinense está bem consolidada. “Tem uma forte tradição industrial e é bem diversificada”, destaca Stringari. “Há muito a fazer. A todo momento estão surgindo oportunidades de negócio.” Rodrigo Dalmônico e Sandro Stringari, sócios-proprietários da Eco Automação Segundo eles, há bastante coisa a fazer e que é preciso enxergar as oportunidades que aparecem a todo o momento. É o caso do crescente aumento no preço da energia. Nos últimos 12 meses, eles aumentaram 11%, de acordo com a CNI. E, no Estado, desde agosto, aumentaram, em média, 22%. Dalmônico acredita que vai aumentar a procura por equipamentos e soluções ecoeficientes de consumo de energia. “Há um impacto sobre o bolso e sobre o meio ambiente, o que ajuda os negócios.” Experiência anterior facilitou o trabalho de Rodrigo Dalmônico e Sandro Stringari no segmento de automação industrial Eco Automação está vendendo soluções em Santa Catarina e em Goiás C M Y CM MY CY CMY K FOTOS FABRIZIO MOTTA 48 15 Funcionários. Área de atuação Concessionária de carros. Endereço Av. Santos Dumont, 520 – Joinville. Site www.lifanmarin. com.br André Marin, diretor da concessionária Lifan Marin, pretende difundir a marca da montadora chinesa no Norte Catarinense 1992 Yin Mingshan cria a Chongqing Hongda Auto Fittings Research Centre, que funcionava originalmente como uma oficina de reparo de motos. Com o pé no acelerador Lifan Marin tem a missão de difundir a marca de uma das montadoras chinesas que mais cresce no Brasil 1997 A empresa muda de nome e torna-se a Lifan Industry Group. A montadora chinesa Lifan Motors está com o pé no acelerador. O objetivo é conquistar uma presença maior no Brasil, o quarto maior mercado do mundo. Para isso, a empresa está ampliando a rede de concessionárias – de 20, no primeiro semestre de 2013, passou para 55, no final de 2014 – e reforçando os investimentos em marketing. Seguindo essa estratégia, uma concessionária da montadora foi implantada no final do ano passado em Joinville. “É um mercado bem interessante para os planos da montadora”, diz André Marin, diretor da revenda. O carro-chefe da concessionária e da Lifan no Brasil é o X60, uma SUV que vem apresentando bons resultados. No ano, foram emplacados 4.586 carros, um crescimento de 134,8% em relação a 2013, apontam dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) O X60 é o carro de origem chinesa mais vendido no Brasil. A participação de mercado da SUV mais do que quadruplicou desde o ano passado. Segundo a entidade empresarial, em 2013, era de 0,38%. Em 2014, passou para 1,54%. Em Joinville, os resultados também vêm se mostrando bons, destaca o administrador da revenda. Em média, são 12 carros vendidos por mês. “Os clientes estão muito satisfeitos”, afirma André Marin. Um dos desafios da Lifan é repetir o bom desempenho obtido com o X60. “A montadora está entrando aos poucos no Brasil, com o objetivo de conhecer o mercado.” Até julho, a concessionária comercializou principalmente a SUV. “Praticamente atuamos como uma revenda de um veículo só”, diz Marin. 2003 Começa a fabricar ônibus. Compra a Chongqing Special Purpose Use Vehicle Manufacturing. No ano seguinte, é a vez de adquirir a Anhui Huayang Auto Manufacturing. 49 FOTOS DIVULGAÇÃO LIFAN MOTORS Em julho, foi a vez do mini truck Foison começar a ser vendido na rede de concessionárias. Ela inaugura a participação da montadora chinesa no segmento de veículos urbanos de carga. É comercializada na versão de cabine simples e caçamba de aço. Montada na unidade da Lifan Motors no Uruguai, ela é vendida a partir de R$ 37.990. O próximo passo é o lançamento do sedã compacto 530. Equipado com motor 1.5 a gasolina com 16 válvulas VVT (comando de válvulas variável), que desenvolve 103 cv de potência máxima a 6.000 rpm e torque máximo de 13,5 kgfm a 3.500 rpm, o sedã Lifan 530 terá câmbio manual de 5 marchas e um completo pacote de equipamentos que segue o mesmo caminho do SUV X60. A expectativa é de que a onda de lançamentos continue nos próximos meses. O SUV X50, montado na mesma plataforma do 530, está em testes e aguarda homologação, A previsão de André Marin é de trabalhar com sete modelos diferentes na concessionária joinvilense. automóveis da China. Fundada em 1992 por Yin Mingshan, foi a primeira indústria automotiva da China a entrar no mercado da União Europeia e a primeira empresa automotiva chinesa a oferecer ações na Bolsa de Valores de Xangai. A empresa atua nos segmentos mais competitivos da indústria automotiva mundial, como caminhões, ôni- bus, motos, minivans, automóveis, produtos de força e motores. No segmento de motores, a Lifan é a maior produtora de motores de motos do mundo e detém 11,2% da produção mundial. A empresa tem mais de 10 mil pontos de vendas espalhados por 42 países da Europa, Ásia, Oriente Médio, África e América do Sul. O carro chefe da Lifan Motors, o X60 (E); o mais recente lançamento, a picape Foison; e a próxima novidade: o sedã 530 (D) Conquistar o mercado “Joinville é um mercado bem interessante para os planos da montadora.” Satisfação do cliente André Marin, diretor da Lifan Marin Difundir a marca Lifan Marin planeja trabalhar com sete modelos diferentes no mercado joinvilense As origens A Lifan é um dos maiores grupos privados da China. Com pouco mais de 20 anos de existência, atua em 165 mercados no mundo e é a segunda marca em exportação de 2005 Começa a produzir carros. Os primeiros modelos foram uma minivan e uma picape baseadas no Daihatsu Atrai. No final do ano, desenvolve o primeiro carro, o Lifan 520, sedã equipado com o motor Tritec, produzido no Brasil. 2010 Realiza o IPO na Bolsa de Xangai Entra no mercado brasileiro, por meio da importadora Effa Motors. 2012 A Lifan assume a operação da marca no Brasil. 2013 Entra no Norte Catarinense, por meio da Lifan Marin. 50 FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND “O nosso pensamento está voltado para o longo prazo.” Área de atuação Luiz Carlos Santana, diretor da Aeon Incorporação imobiliária e hotelaria. Endereço Av. Dr. Albano Schulz, 815 – Joinville. Site www. aeonincorporadora. com.br Aeon: tempo contínuo Boas expectativas para a economia joinvilense animam a empresa, que aposta na construção de condomínios fechados e em novos investimentos em hotelaria Aeon, nas mitologias fenícia e romana, representa o tempo contínuo. Este conceito serviu de inspiração para o advogado e contador Luiz Carlos Santana batizar a empresa da família, que surgiu há 20 anos e atua em dois segmentos: a hotelaria e a construção civil. “São duas atividades que se complementam. Uma serve de suporte à outra”, diz o empresário. A construção civil entrou por um acaso na vida de Santana. Dono de uma empresa de contabilidade, em 1994 foi convidado por um cliente a participar de um pool de investidores na construção de um prédio residencial de 12 andares. A responsável pelas obras passou por dificuldades 1994 Luiz Carlos Santana é convidado por um cliente a participar de um pool de investidores na construção de um prédio residencial. As obras são suspensas. O empresário assume o empreendimento. financeiras e suspendeu as obras na segunda laje. A construtora entregou o esqueleto do edifício ao grupo de investidores. Alguns se sentiram desconfortáveis e chegaram a pensar em desistir do empreendimento. Uma solução foi sugerida: como Santana tinha experiência com números e em gestão foi indicado para assumir a administração da obra. “Pensei muito e resolvi aceitar o desafio.” Era um duplo desafio para o empresário. Primeiro, porque entrava em um segmento completamente diferente do que atuava. E, segundo, porque a economia brasileira estava em um momento de transição, passado da era da hiperinflação para a dos preços mais comportados. Quando o prédio ficou pronto, resolveu não parar mais. Nos 20 anos de atuação, foram mais de 600 unidades entegues. Os altos e baixos do mercado 1996 Conclui o segundo empreendimento: uma torre no Centro da cidade. A pouca receptividade faz com que ele a transforme em um flat, que, ao longo dos anos, é ampliado. 51 imobiliário fizeram com que, muitas vezes, redirecionasse os planos. Foi assim que entrou no segmento hoteleiro, em conjunto com outros investidores. Em 1996, estava com um segundo prédio pronto. Era uma torre, com 22 apartamentos de um quarto, no centro da cidade. “O mercado não estava receptivo para um empreendimento deste tipo”, lembra. A alternativa foi transformá-lo em um flat, que acabou sendo ampliado. A administração foi repassada, inicialmente, a um grupo hoteleiro catarinense e, depois, a um paranaense. Mas, acabou não se revelando um bom negócio. Em 2010, Santana decidiu sair desse segmento. A taxa de ocupação não era das melhores. Em março daquele ano, segundo o SHRBS (Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares), ficara pouco acima dos 50%. Segundo Santana, havia meses em que não se conseguia sequer pagar os custos fixos. Dois hotéis tradicionais na cidade tinham fechado as portas. Santana já tinha decidido o que fazer com o conjunto de 93 apartamentos distribuídos em três prédios: um deles se tornaria comercial e os outros dois, residenciais. A área onde estava o auditório, com 300 lugares, e seis quartos foram transferidos para o Sescon/SC. A data para o fechamento do flat estava definida: janeiro de 2011. Mas, a combinação de fatores fez com que a decisão fosse cancelada: sob a responsabilidade de uma funcionária da área comercial, os negócios começaram a melhorar. O cenário também tornou-se mais favorável. “Chegamos a ter falta de apartamentos”, afirma o empresário. Os investimentos privados anunciados para a região de Joinville funcionaram como combustível para os 2010 Baixa ocupação do flat faz com que Santana decida , a partir de 2011, tirar a Aeon do segmento hoteleiro. planos da Aeon neste segmento. A empresa optou por reforçar o conceito de flat para atender a um público executivo que quer encontrar as facilidades de casa em um empreendimento hoteleiro. Um projeto para construir mais uma torre, com 65 unidades, está em tramitação nos órgãos ambientais. A expectativa é iniciar as obras em 2015. Construção Os desafios também são grandes na outra área em que a Aeon atua: a construção civil. Desde meados da década passada, a concorrência tornou-se mais acirrada na cidade devido à entrada de grandes construtoras nacionais. A alternativa encontrada foi investir em nichos bem específicos, nos quais há pouca atuação de outras concorrentes. No final de julho, entregou um prédio residencial de oito andares e que tem salas comerciais, o Villa Dona Francisca, no centro de Pirabeiraba. Os condomínios horizontais são o principal foco de atuação da empresa. A Aeon está concluindo um, no Continuar aproveitando as oportunidades Inovação Manter a visibilidade Saguaçu, com 12 casas, baseadas em projetos personalizados. As últimas três casas do Quintas de Queluz – que remete à antiga dona do terreno e ao palácio da antiga família real portuguesa, onde nasceu e morreu dom Pedro 1° – devem ser entregues em 2015. Um projeto similar está previsto para a região central da cidade: 20 casas devem ser implantadas em uma área, em meio à mata nativa, de 12,5 mil metros quadrados, na rua 15 de Novembro. Os papéis estão tramitando na Prefeitura. O empresário vê boas oportunidades surgindo para Joinville. “A indústria automobilística só está chegando à cidade. Ela ainda vai agregar muito valor para Joinville.” Aeon Incorporadora está concluindo condomínio no Saguaçu 2011 Diante dos bons resultados obtidos no último semestre de 2010, a Aeon mantém o flat. Boas expectativas para economia de Joinville alimentam planos de expansão do segmento. 2014 Com 600 unidades entregues em 20 anos, foca atenção na construção de condomínios horizontais. FABRIZIO MOTTA/ND 52 Área de atuação Cursos técnicos, superiores e de pós-graduação. Endereço Rua Marquês de Pombal, 287 – Joinville. Site www.assessoritec. com.br Planos de crescimento da Assessoritec, segundo o diretor Anelísio Machado, passam pelo desenvolvimento de produtos de acordo com as necessidades de mercado “Todo artista tem de ir aonde o povo está” Frase de música de Milton Nascimento norteia os planos da Assessoritec, que planeja reforçar presença no entorno de Joinville 1998 Após trabalhar por oito anos em uma instituição de ensino, Anelísio Machado decide abrir o próprio empreendimento. Instala-se, inicialmente, no Aventureiro. O Norte do Estado vem crescendo a um ritmo bem mais acelerado do que o Brasil. Em dez anos, o PIB da região cresceu a um ritmo médio anual de 4%. Mais investimentos estão chegando. Desde o início do segundo semestre, foram anunciados mais R$ 615 milhões em investimentos na região, segundo levantamento feito pelo departamento de pesquisa econômica do Bradesco. É olhando para esse cenário de transformação que a Assessoritec traçou seus planos para 2015. A intenção da instituição de ensino, que oferece cursos na área de tecnologia, é reforçar sua presença no entorno da região de Joinville, em cidades como Balneário Barra do Sul, Araquari, Barra Velha, São Francisco e São João do Itaperiú. E enxerga possibilidades em outros 1999 Abre a segunda unidade, no Iririú. 2000 Instala-se na zona Sul de Joinville. 53 “As pessoas estão acreditando mais em si.” Anelísio Machado, diretor da Assessoritec profissionais de sucesso. A estratégia foi investir, inicialmente, em unidades nos maiores bairros de Joinville. Primeiro, em 1998, instalou-se no Aventureiro. Depois, em 1999, no Iririú. “Todo artista tem de ir aonde o povo está”, diz ele, lembrando-se da música “Nos Bailes da Vida”, de Milton Nascimento. Os primeiros alunos vieram em um trabalho formiguinha: visitando empresas. Segundo ele, foi, também, uma forma de prestar uma ajuda às comunidades onde atua. O primeiro passo foi com o supletivo. Depois vieram os cursos profissionalizantes nas áreas de usinagem, ferramentaria e caldeiraria. “É uma espécie de assessoria para fazer com que os profissionais alcancem o sucesso nas empresas.” Consolidada a presença em dois dos maiores bairros da cidade, foi a vez de, em 2000, instalar-se na Zona mercados, como Jaraguá do Sul, Blumenau e Lages. Para concretizar os planos, Anelísio Machado, diretor administrativo da Assessoritec, aposta em parcerias com as prefeituras. E quanto mais próximo dos bairros estiver, melhor. “Assim, o acesso para quem quer buscar um curso técnico, profissionalizante ou superior fica bem mais fácil”, diz. Ele está de olho nos crescentes gastos em educação. Segundo ele, a população, em geral, está compreendendo que, para melhorar de vida, precisa investir mais no aprendizado. “É uma realidade perceptível. As pessoas estão acreditando mais em si mesmas.” A história da Assessoritec começou em 1998, quando Anelísio Machado decidiu seguir carreira solo. Trabalhara por oito anos em uma instituição de ensino e percebera que uma grande demanda não estava sendo atendida. A taxa de escolarização de jovens entre 15 e 17 anos dera, segundo o IBGE, um salto naquela década. No Sul do Brasil, passou de 52,35%, em 1992, para 74,27%. “Era preciso desenvolver produtos de acordo com a necessidade do mercado.” Foi, a partir dessa concepção, que surgiu o nome Assessoritec. “A ideia sempre foi de oferecer uma assessoria técnica na capacitação de mão de obra”, afirma. Ele defende. na Assessoritec, uma educação transformadora que vai além do diploma e preocupada na formação de 2004 Começa a expansão fora de Joinville: instalase em Itajaí. Estabelecer mais canais com a comunidade Continuar próximo dos consumidores Sul da cidade. Quatro anos depois, a Assessoritec instalou-se em Itajaí, e, em 2008, entrou no Planalto Norte, com a instalação de uma unidade em Rio Negrinho. Novo passo foi dado em 2013, com a implantação de cursos de pós-graduação nas áreas de gestão de pessoas, engenharia de usinagem avançada, lean manufacturing e ergonomia. Eles se somaram aos cinco cursos superiores e aos 12 técnicos. DIVULGAÇÃO ASSESSORITEC História Parceria com setor público 2008 Implanta unidade em Rio Negrinho. Unidades da Assessoritec no Norte do Estado 2013 Começa a oferecer cursos de pósgraduação nas áreas de gestão de pessoas, engenharia de usinagem avançada, lean manufacturing e ergonomia. 2014 Chega a Araquari e Garuva. forb.ag Centro Empresarial CRH A combinação ideal para quem procura expandir os negócios. O Centro Empresarial CRH dispõe de diversos ESPAÇOS PARA LOCAÇÃO. Galpões logísticos ou industriais Lojas 340 a 2.500 m De 400 a 14.000 m De 2 2 Infraestrutura completa Flexibilidade para adaptação Iluminação natural Ótima localização Pisos de alta resistência Segurança 24 horas Com estrutura renovada e atualizada, o Centro Empresarial CRH disponibiliza pátios, galpões, lojas e escritórios, que oferecem um ambiente amplo e bem localizado, a 900 metros da BR-101, para empresas que buscam expandir os negócios ou se instalar na região. Conheça os diferenciais e comprove as vantagens do Centro Empresarial CRH. MAIS INFORMAÇÕES Rua Xavantes, 54 - Atiradores - Joinville - SC [email protected] Fone 47 3441-5190 www.crhempreedimentos.com FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND 56 3.100 Funcionários. Área de atuação Fabricação de artigos de cama, mesa, banho e decoração. Endereço Rua Arno Waldemar Döhler, 145 – Joinville Carlos Alexandre Döhler, diretor comercial da Döhler, faz parte da quinta geração da família na empresa Site www.dohler.com.br 1881 O imigrante alemão Carl Göttlieb Döhler constrói, com as próprias mãos, um tear de madeira para produzir, artesanalmente peças de brim e xadrez. Döhler: um ponto fora da curva A Döhler pode ser considerada um ponto fora da curva. Enquanto um quarto das empresas não consegue chegar ao segundo ano de vida, segundo o Sebrae, a fabricante de artigos de cama, mesa, banho e decoração pode ser considerada uma das empresas mais antigas do Brasil em atividade: são 133 anos de atuação. Em um segmento onde a vida não tem sido fácil – desde 2011, as vendas das têxteis vêm encolhendo ano a ano, segundo a CNI – a realidade da Döhler é diferente. A empresa mantém resultados consistentes. Entre janeiro e setembro de 2014, as vendas foram de R$ 296 milhões, 10,49% a mais do que no mesmo período de 2013. O lucro atingiu R$ 31,8 milhões, uma alta de 13,8%. Tradicional empresa têxtil chega aos 132 anos mostrando que é possível ser lucrativa, rentável e buscar oportunidades em mercados no exterior, como os Estados Unidos 1900 Instalados os primeiros teares mecânicos. 1956 Ganha nova razão social: Döhler S/A Comércio e Indústria. 1961 Modernização dos processos industriais: instalação da primeira máquina automática: uma espuladeira. 57 “O brasileiro está mudando e, com isso, aumentam as oportunidades a serem exploradas.” Carlos Alexandre Döhler, diretor comercial da Döhler A atualização do parque fabril é uma das prioridades mais importantes para a têxtil. O ritmo nos investimentos foi acelerado. Até outubro, a empresa aplicou R$ 32 milhões, 50% a mais do que o previsto inicialmente. A expansão decorreu da necessidade de ampliar os processos de acabamento para atender ao mercado de forma mais adequada. Não há segredo para a Döhler ser o ponto fora da curva, diz Carlos Alexandre Döhler, diretor comercial e integrante da quinta geração da família. Segundo ele, ao longo do tempo, a empresa se focou na produtividade e na qualidade. “É uma gestão prudente, conservadora, técnica e eficiente focada nos resultados.” Outro motivo que faz a Döhler ser diferente no cenário setorial é o fato de que, ao contrário de outras grandes empresas do setor, preferiu não investir em outros Estados. A decisão, segundo o executivo, foi essencialmente técnica. “Ficamos onde podíamos atender melhor à nossa demanda, com um custo logístico menor”, diz. E, em um ambiente em que há uma forte concorrência externa que resultou em um aumento de 7,6% nas importações de têxteis e confecções em 2014, segundo a Secretaria de Comércio Exterior, a Döhler está caminhando no sentido contrário. A empresa implantou há dois anos um centro de distribuição nos Estados Unidos. Hoje, 9% do faturamento vêm do exterior. O objetivo é intensificar as vendas para a maior economia mundial. Para isso, quer compreender melhor 1968 A Döhler compra o terreno onde constrói o novo parque fabril, no Distrito Industrial de Joinville. A fábrica entra em operação em 1970. o american way of life. Isto exige, segundo o executivo, uma imersão nos hábitos dos varejistas e dos consumidores. Um dos melhores caminhos para a compreensão deste mercado, segundo ele, é a participação em feiras no interior do país. As expectativas são bem favoráveis. O FMI projeta que o PIB norte-americano cresça 3% em 2015. Hábitos dos consumidores Entender os hábitos do consumidor é ponto-chave na trajetória da Döhler. Uma das oportunidades é o Momento Döhler, realizado mensalmente em um local diferente, que reúne milhares de consumidores e que oferece oficinas gratuitas de artesanato. Desde sua criação, já passaram mais de 30 mil pessoas pelo evento. A partir desse forte relacionamento, que também inclui a interação pe- las redes sociais, a empresa percebeu a tendência de que o consumidor fica mais em casa e, com isso, quer revitalizar, com mais frequência, o ambiente em que mora. Somente em Joinville, segundo a consultoria de mercado IPC Maps, o potencial de gastos das famílias com a manutenção do lar representa 23,8% do total das despesas. Em 1997, o peso era bem menor: 10,3%. “Elas estão recebendo mais gente em casa e, com isso, investem mais na decoração: toalhas novas, mudanças nas cortinas...”, destaca. O executivo também observa que o brasileiro está incorporando um costume tipicamente americano aos seus hábitos do dia a dia: “o faça você mesmo.” Isto se refletiu no crescimento na produção de tecidos para a decoração. “O brasileiro está mudando e, com isso, aumentam as oportunidades a serem exploradas.” Caminhar com o consumidor Gestão industrial Praticidade Laboratório da Döhler: um dos focos da empresa é a preocupação com a qualidade 1969 Investe na confecção e começa a exportar. 1975 Primeiras vendas para os Estados Unidos. O escritório próprio é inaugurado em 2004. Instala um CD na Flórida, em 2012. 1997-9 Obtém as certificações ISO 9002 e ISO 14001. 2001-14 Expande a atuação e amplia os canais de comunicação com os consumidores. FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND 58 79 Funcionários. Área de atuação Hotelaria. Endereço Rua 15 de Novembro, 2.075 – Joinville. Site www.lecanard.com.br Ricardo Gayoso Ziemath. diretor-executivo do Le CanarD Hotéis, representa a segunda geração da família à frente da rede Inspiração que vem do outro lado do Atlântico Padrões europeus de excelência estão no DNA da rede de hotéis Le CanarD, que planeja expandir a unidade de Joinville e a rede a partir de 2015 1995 A primeira unidade da rede Le CanarD é instalada em Lages. 1997 Instala-se em Joinville. A inspiração vem do outro lado do Atlântico. Mais precisamente da França. E não é só no nome. Le Canard, em francês, é o pato. Por trás da rede hoteleira que tem empreendimentos em Joinville, Caçador e Lages, há muito do modelo gaulês de hotelaria. Se a inspiração é europeia, a tradição da hotelaria é de família, que começou a atuar no segmento em 1981. “Isto está nas nossas raízes”, enfatiza Ricardo Gayoso Ziemath, diretor-executivo e integrante da segunda geração da família à frente do empreendimento. Os planos para ter a própria rede ganharam força na primeira metade dos anos 90, quando Ricardo Luiz Ziemath passou uma temporada no exterior para conhecer melhor os padrões europeus de hotelaria. A intenção era estabelecer uma 2007 A unidade de Lages é ampliada. 59 “Joinville tem uma vocação empresarial muito grande.” Ricardo Gayoso Ziemath, diretor-executivo da rede de hotéis Le CanarD operação em Santa Catarina que, ao mesmo tempo, seguisse essas tendências e fosse enxuta. A primeira unidade foi instalada em 1995, em Lages, aproveitando parte da produção da fábrica de pré-moldados da família. Outros dois hotéis foram agregados à rede. Em 1997, foi implantado o Le CanarD Joinville e, dois anos depois, a partir de uma parceria com empresários de Caçador, no Meio-oeste, passou a operar um empreendimento nesta cidade. Fatores logísticos e a demanda existente impulsionaram os investimentos. Em 2007, a rede deu novo passo, ampliando a unidade de Lages. A unidade é a maior do grupo, com 128 apartamentos. Segunda geração A segunda geração da família está à frente da gestão do Le CanarD desde 2012. O maior desafio é o de se adequar a um cenário que está em permanente transformação. Um primeiro passo foi mudar o perfil do hotel, orientando-o para o público executivo. “É o forte de Joinville.” A unidade de Joinville passou por um processo de transformação: 75 apartamentos foram modernizados, foi instalada uma academia e remodelaram-se as áreas de convivência, como as que são usadas para o café da manhã. Outra preocupação foi com a gestão financeira. “Estamos sendo austeros nos custos”, enfatiza Ricardo Gayoso Ziemath. Os resultados, segundo ele, já começam a aparecer. As parcerias firmadas com grandes empresas contribuíram para ampliar a taxa de ocupação entre 65% e 80%, dependendo do mês. “Já percebemos um crescimento no faturamento que, em algumas situações, chegou a dobrar. A rentabilidade aumentou 70%.” Manter os níveis de ocupação Expansão Mão de obra O foco para 2015 está bem definido. As atenções da rede estão voltadas para Joinville. Um dos motivadores é a implantação da primeira fábrica da BMW na América Latina, que pode intensificar o movimento de executivos na cidade. “Temos uma vocação empresarial muito grande”, enfatiza o executivo. O Le CanarD quer direcionar mais a atenção para os mercados catarinense, paranaense e paulista, com a intenção de captar mais clientes. Uma das apostas, de acordo com Rebeca Ziemath, responsável pela área de marketing da rede de hotéis, é intensificar a presença em canais Ser competitivo virtuais de venda, como os sites especializados. Outro objetivo é dar início à expansão da unidade de Joinville. O projeto feito pelo escritório de arquitetura Marchetti Bonetti, de Florianópolis, está em tramitação na Prefeitura. Ele prevê a instalação de mais 55 apartamentos. No médio prazo, a empresa mira em novos mercados. A empresa planeja a instalação em mais cidades. O foco são mercados que estão em um raio de 250 quilômetros de Joinville. Ampliação em Joinville prevê mais 55 apartamentos 2012 Segunda geração da família Ziemath fica à frente da gestão da rede hoteleira: Ricardo Gayoso Ziemath cuida da gestão e Rebeca Gayoso Ziemath, da área de marketing. O foco em Joinville passa a ser o público executivo. A unidade é remodelada. 2015 Previsão para iniciar a expansão da unidade de Joinville, que terá mais 55 apartamentos. 62 170 Funcionários. Área de atuação Planos de saúde. Endereço Rua Doutor Plácido Olimpio De Oliveira, 693 – Joinville. Site www.agemed.com.br 1995 Pedro Assis Jr começa os primeiros estudos de viabilidade econômica para a criação de uma operadora de planos de saúde. Rumo aos próximos desafios Depois de ter atingido a marca dos 100 mil beneficiários, o próximo passo da Agemed é construir um hospital em Joinville No sétimo andar do Edificio Vanquisher, que sedia a Agemed, no bairro Bucarein (Centro de Joinville), Pedro Assis Jr. avista o próximo desafio da empresa: um morro com 30 mil metros quadrados, no vizinho bairro Boa Vista, onde planeja construir o Hospital Monte Hermon. O projeto do empreendimento, que está em fase de licenciamento, prevê um hospital com capacidade final de 200 leitos distribuídos numa área construída de 20 mil metros quadrados, com um investimento de R$ 70 a R$ 80 milhoes. A expectativa é de colocá-lo em funcionamento até o final de 2017. Mas o hospital é só parte de um desafio ainda maior: em cinco anos, a empresa pretende chegar a 1 milhão de beneficiários e a um faturamento de R$ 2 bilhões. Atualmente, são 120 mil beneficiários. A Agemed projeta uma receita superior a R$ 200 milhões neste ano. O desafio é ousado, mas o em- DIVULGAÇÃO AGEMED Em família: Pedro Assis Jr. (sentado) convidou filhos, genro e nora para expandir a Agemed presário dá dois argumentos para explicar a viabilidade da meta: “Para atingir esse objetivo é só repetir o que estamos fazendo ao longo da nossa história e neste setor, o Brasil é a bola da vez.” Um dos fatores que pode facilitar a conquista da meta, segundo o empresário, é que há muito espaço para crescer. Atualmente, segundo o IESS (Instituto de Estudos em Saúde Suplementar), são 48 milhões de usuários para uma população estimada pelo IBGE em 202 milhões de pessoas. O foco da empresa é reforçar a presença entre as micro e as pequenas empresas. Hoje, 90% da carteira de clientes está neste segmento. 1998 A Agemed é fundada em meio a um cenário de transformação no segmento de saúde suplementar: novas regras são criadas. Para isso, a Agemed está focando em planos customizados, ou seja, adequados ao orçamento de cada empresa. “Tem muita empresa de pequeno porte que não têm plano de saúde. E, em um cenário de alta rotatividade de mão de obra, este benefício ajuda na retenção de pessoal”, explica o executivo. A empresa também está desenvolvendo parcerias para ampliar a abrangência no país. E não é só a Agemed que está procurando. Hospitais e clínicas têm procurado a operadora de planos de saúde para fazerem parte da rede de atendimento. “Foi-se a fase em que éramos considerados como pequenos.” Para os padrões da ANS (Agência Nacional 2000 A Agemed entra em operação com uma carteira de 2.000 usuários. 63 de Saúde Suplementar), a empresa joinvilense, em função do número de beneficiários, é considerada de grande porte. Outro foco de atenção é o desenvolvimento de produtos para tornar o atendimento mais confortável, ágil e prático, focando principalmente na atuação de forma preventiva. Para a Linha Premium de planos, a empresa desenvolveu o sistema Medical Home, com destaque para o serviço Medicos on-Line que possibilita que os usuários tenham orientação médica a distância, 24 horas por dia, que pode ser acessado de qualquer lugar do mundo, onde o beneficiário estiver, além do serviço de urgência e emergência em casa. A empresa também está reforçando sua presença no segmento mobile. O guia médico, disponível para os celulares que rodam nos sistemas iOs e Android, está sendo aperfeiçoado. A intenção é possibilitar que o cliente cheque como está a agenda do médico de sua preferência. Segundo Assis, a previsão é de que esta facilidade esteja em funcionamento até o final do ano. As origens A história da Agemed é similar à de outras empresas joinvilenses. O berço foi uma grande companhia: a Tigre. Em meados dos anos 90, o então presidente do grupo, João Hansen Neto, decidiu concentrar o foco do grupo na fabricação de tubos e conexões. Assis era executivo da Hansen Sociedade Civil de Serviços e estava desenvolvendo o projeto da criação de uma operadora de planos de saúde para ser mais um braço do grupo. A ideia chegou a ser apresentada para a diretoria em São Paulo. A re- 2007 Inicia a expansao para o Estado de Santa Catarina. “Já atendemos os nossos clientes do Oiapoque ao Chuí.” Pedro Assis Jr., presidente da Agemed ceptividade foi boa, mas os tempos eram outros. “Sugeriram que eu tocasse o projeto de forma independente”, lembra. A decisão de criar a empresa coincidiu com momento de mudanças na legislação de saúde suplementar. A lei que estabeleceu novas regras para o segmento foi assinada em 1998. Dois anos depois, em 2000, foi criado o órgão regulador. “Quando entramos no mercado, éramos a única operadora que estava 100% adequada às novas regras.” Apesar de estar adequada ao novo marco legal, a empresa, que começou com uma carteira de 2.000 beneficiários, tinha um grande desafio: firmar a marca em um cenário que era dominado por dois grandes players. A partir desta situação, resolveu concentrar sua atenção nas micro e pequenas empresas. Para conquistar o próprio espaço, convidou a família – Soraia; Francini e Fabio; Pedro Neto e Neiva; filhos, genro e nora – a ajudá-lo, dando a cada um deles um terço do território catarinense para que pudessem explorar melhor o mercado, com o objetivo de criar a capilaridade exigida pelos clientes. O resultado da empresa é reinvestido em comunicação, tecnologia e na formação de uma estrutura terceirizada e exclusiva. No Estado, são 18 agências, que atendem de Joinville a Criciúma e de Florianópolis a São Miguel do Oeste. A experiência adquirida em Santa Catarina, levou a Agemed a outros Estados, realizando parcerias, como, por exemplo, com o Hospital São Mateus, em Cuiabá (MT). A empresa está iniciando outras em Porto Alegre (RS) e Macapá (AP). “Independentemente da conclusão destas parcerias, como associados da Abramge (Associação Brasileira de Medicina de Grupo) já atendemos nossos clientes do Oiapoque ao Chuí.” Edifício Vanquisher, sede da Agemed, em Joinville Expansão Praticidade Lucratividade 2013 Chega aos 100 mil usuários, com um faturamento de R$ 144 milhões e inaugura a primeira unidade fora do Estado (Cuiabá). 2014 Inaugura a sede nacional da operadora em Joinville, na rua Plácido Olímpio de Oliveira. A Agemed prepara os planos de expansão para os próximos cinco anos que preveem a construção de um hospital e a conquista de 1 milhão de beneficiarios no Brasil. 64 Redes para o crescimento Chegada de novas empresas ao Norte de Santa Catarina alimenta os planos de expansão da Gecel, especializada em soluções industriais 80 Funcionários. O cenário é promissor para a região. Até 2019, mais de R$ 2,6 bilhões em investimentos privados devem ser realizados na região, segundo projeções do departamento de pesquisa econômica do Bradesco. Mas, por trás destes investimentos há uma cadeia muito grande de fornecedores e prestadores de Área de atuação Endereço Rua Dona Francisca, 8.300 – Bloco 3 – Módulo A. FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND Prestação de serviços na área de instalação e manutenção industrial. serviços. É o caso da Gecel Soluções Industriais, que, nos últimos quatro anos, vem se especializando no desenvolvimento de redes hidráulicas e sanitárias, de ar comprimido, óleo, vapor, gás e de sistemas de combate e prevenção a incêndio. “São grandes oportunidades que estão aparecendo. Há muitas empre- sas vindo de fora”, destaca Geraldo Cardoso, um dos sócios da Gecel. Ele aponta que a inauguração da BMW é só a ponta de um grande iceberg. A empresa foi responsável pela implantação de mais de 20 quilômetros de tubulações no terreno onde se instalou a montadora alemã BMW, em Araquari. É, também, responsável pelos planos de manutenção do porto de Imbituba e do Perini Business Park. É com esses cartões de visita que a Gecel quer se credenciar para voos mais altos. “Na área em que atua- Site www.gecel.com.br Oportunidades de crescimento fizeram com que Geraldo Cardoso (E) e Fernando Araújo (D) instalassem a Gecel no Perini Business Park 2011 Com 30 anos de experiência nos segmentos de instalação e manutenção industrial, Geraldo Cardoso se junta ao sócio Fernando Araújo e criam a Gecel, para aproveitar o potencial oferecido pelo terceiro maior polo industrial do Sul do Brasil. DIVULGAÇAÇÃO GECEL 65 “A inauguração da BMW é só a ponta de um grande iceberg. São grandes oportunidades que estão aparecendo.” Geraldo Cardoso, sócio da Gecel mos, muitos clientes são conseguidos por indicação”, afirma Cardoso. Por isso, segundo ele, a empresa tem uma forte preocupação com o pós-venda, mantendo uma proximidade bem grande com os clientes. Esta forma de atuar, aponta o empresário, possibilita que sejam identificadas novas oportunidades de negócios que resultam, principalmente, na redução de custos. Uma das possibilidades é na compra direta de materiais para soluções industriais. Fernando Araújo, sócio da empresa, destaca que a economia pode chegar a 20%. Outra forma é o estudo aprofundado do projeto dos clientes. Com isso, é possível identificar possibilidades de redução de custos. Uma grande empresa da região planejava instalar tubulações de concreto para atender às necessidades de uma nova fábrica. Após uma análise de custo e benefício, optou-se por instalar tubulações de polietileno. “Ganhou-se velocidade na instalação e se reduziram os riscos durante as obras”, explica Cardoso. Seguindo a premissa de estar mais próximo do cliente, a Gecel mudou-se neste ano para o Perini Business Park, onde, além da parceria na manutenção, atua em obras de instalação. O empresário aponta que a mudança de sede também ajuda Excelência Novos clientes Inovação a ampliar a visibilidade da Gecel no mercado, uma vez que, a partir do condomínio empresarial, é gerado 2,6% do PIB catarinense. A empresa também enxerga grandes oportunidades de crescimento no segmento de saneamento. Um estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil, que reúne empresas que atuam no segmento de saneamento 2013 Trabalha nas obras de instalação da primeira fábrica da BMW na América Latina, em Araquari, instalando tubulações subterrâneas e colocando redes hidráulicas. Gecel instalou quase a totalidade das tubulações subterrâneas da fábrica da BMW em Araquari. Também foram colocados 70% das redes hidráulicas. e de proteção dos recursos hídricos, mais da metade da população brasileira não tem acesso a esgoto, só 38% é tratado e cerca de 36 milhões de brasileiros não têm acesso à rede tratada. A ANA (Agência Nacional de Águas) calcula que são necessários investimentos de R$ 70 bilhões para evitar a escassez de água e proteger os recursos hídricos. 2014 Para facilitar o acesso e o atendimento aos clientes, a Gecel se muda para o Perini Business Park. 66 FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND “Quem não aderir à globalização vai acabar ficando refém do mercado interno.” 1.500 Funcionários. Emerson Branco, executivo de gestão e pessoas Área de atuação Produção de fixadores. Endereço Rua Cachoeira, 70 – Joinville. Site www.ciser.com.br Competitividade: a palavra que move a Ciser Investir em pesquisa e desenvolvimento e buscar novos mercados estão entre as estratégias para continuar competindo 1959 Com quatro funcionários, a Ciser entra em operação, produzindo 2.500 peças, entre parafusos e porcas, por dia. O objetivo era substituir os produtos que eram importados da Europa. Competitividade. A palavra é encarada com obsessão pela Ciser, a maior fabricante de fixadores (parafusos, porcas, peças...) da América Latina. Inovação, busca de novos mercados e investimento em um novo parque fabril são algumas das estratégias da empresa joinvilense, que está completando 55 anos, para se manter à frente do mercado. A pressão externa é muito gran- de. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior, nos nove primeiros meses de 2014, as importações de fixadores atingiram US$ 704,8 milhões, a segunda maior marca em 11 anos. O principal objetivo da empresa é assegurar o crescimento dos negócios nos próximos anos. A Ciser projeta investimentos crescentes em pesquisa e desenvolvimento, 1983 Aquisição da primeira área, de 290 hectares, que posteriormente viria a formar a Reserva do Quiriri. Atualmente, são 9.158,57 hectares de mata atlântica preservados. expansão no Brasil e no exterior e estabelecimento de parcerias para explorar segmentos promissores, como o óleo e gás. Uma das prioridades centrais da Ciser é a inovação. A preocupação ganhou força a partir de 2007, quando foi implantado um núcleo de pesquisa e inovação na empresa. Internamente, foram criados grupos para fomentar ideias. Externamente, a Ciser estabeleceu parcerias com instituições científicas, tecnológicas e de ensino. A menina dos olhos da Ciser é a nanotecnologia. As primeiras aplicações começaram em 2013, mas 1994 Adquire a unidade de produção de fixadores da Gerdau, localizada em Nova Lima, na Grande Belo Horizonte. Em 2008, a Ciser a transfere para Sarzedo. Ela produz exclusivamente para a indústria automotiva. 67 o namoro com a nova tecnologia começou em 2009, quando surgiram os primeiros estudos sobre a aplicação em fixadores nos EUA. Aparentemente, não há diferença entre um fixador convencional e um que incorpora a nanotecnologia. O detalhe é imperceptível. As peças recebem um revestimento de um milionésimo de milímetro, feito à base de dióxido de titânio e outras cerâmicas, o que possibilita maior resistência à corrosão, especialmente em locais altamente expostos ao meio ambiente. O produto pode ser direcionado para segmentos como construção civil, agronegócio, automotivo, naval e aeroespacial. A empresa está investindo em produtos com acabamentos diferenciados. Outros desenvolvimentos, segundo Emerson Wilson Branco, executivo da área de gestão e pessoas, estão sendo feitos com universidades. Em conjunto com a Udesc, a Ciser desenvolve parafusos que alteram a cor. O objetivo é mostrar se ele está corretamente fixado. Outra aplicação é o parafuso com eletrônica embarcada. O foco é atender à demanda, principalmente, de segurança. “Isto vai acabar facilitando muito a rastreabilidade do produto e acaba gerando valor agregado para a empresa”, diz Branco. Atualmente, os fixadores são identificados pelo lote. “O cliente terá condições de saber a trajetória do parafuso desde a sua origem.” ou pela implantação de unidades em outros países. “Quem não se globalizar vai acabar ficando refém do mercado interno”, enfatiza o executivo. O primeiro passo para ampliar a visibilidade da Ciser no cenário internacional foi dado em 2011, quando a empresa implantou uma unidade de negócios em Hefei, 480 quilômetros a Oeste de Xangai. Novo passo para estar presente no cenário internacional foi dado em 2013, com a instalação de uma unidade de negócios em Lima, capital do Peru. Ele diz que as regiões banhadas pelo Pacífico têm facilidades logísticas imensas e grandes perspectivas de crescimento. O FMI (Fundo Monetário Internacional) projeta que o país crescerá a um ritmo de 5,5% ao ano entre 2015 e 2019. Nova fábrica A Ciser está implantando um novo parque fabril em Araquari, na Estrada Rio do Morro. O investimento, estimado em R$ 160 milhões, tem por objetivo unificar as Internacionalização Mão de obra Competir no Brasil operações em um único local. A empresa tem capacidade para produzir 5.000 toneladas de fixadores por mês. Branco afirma que a nova unidade vai trazer ganhos em produtividade para a empresa, devido à adoção de um layout mais prático. Atualmente, itens manufaturados chegam a cruzar 17 vezes a rua que separa os prédios da empresa. As obras começaram no segundo semestre de 2014. A expectativa é de que o processo de transferência do parque fabril esteja concluído até 2016. Em Joinville, ficarão apenas as áreas administrativa, comercial e financeira, com cerca de 200 funcionários. Os 1.200 restantes, envolvidos diretamente com a produção, ficarão baseados em Araquari. No exterior Linha de produção da Ciser: portfólio de produtos da empresa chega a 35 mil itens Um dos principais desafios da empresa é ampliar a atuação internacional, seja pela exportação 2011 A Ciser instala uma unidade de negócios na China. É criado o Instituto Th. Isolde Odebrecht, que organiza e valoriza as ações sociais desenvolvidas pelo Grupo H. Carlos Schneider, do qual a Ciser faz parte. 2013 Anuncia o plano de transferir a linha de produção para Araquari. Instala unidade em Lima, capital do Peru. 2014 Começam as obras de construção da fábrica de Araquari. A previsão é de que toda a produção seja transferida até 2016. Área de atuação FOTOS MAURO ARTHUR SCHLIECK/ND 70 Loja de roupas. Endereço Rua Albano Schmidt, 1.093 – Joinville (sede). Site www.vanessamodas. com.br Tereza Teixeira Teza, da Vanessa Modas, planeja continuar expandindo o negócio criado por ela em 1987 As lições de dona Tereza Empreendedorismo está no sangue da professora de ciências, que começou como sacoleira e hoje tem uma rede de cinco lojas Os imigrantes ajudaram a construir os mais de 163 anos de história de Joinville. Ondas sucessivas, que começaram em 9 de março de 1851, com a chegada de noruegue- ses, suíços e alemães, e que foram se complementando com gente de outros países e regiões, e acabaram formando a terceira maior economia do Sul do país. 1987 A professora Tereza Teixeira Teza abre uma pequena loja de roupa no bairro Boa Vista. Antes, trazia roupas de Criciúma e de São Paulo para revendê-las, principalmente, para colegas de escola. Este foi o caminho seguido pela professora Tereza Teixeira Teza, natural de Criciúma. Filha de mineiro foi uma das primeiras integrantes da família a se formar em uma faculdade. Como muitos de seus conterrâneos, mudou-se para Joinville para tentar uma vida melhor. Ela e seu marido, um alfaiate, se estabeleceram no Boa Vista. Começou dando aula de ciências, na escola Presidente Médici. Primeiro, para o antigo primeiro grau (hoje, ensino fundamental), e, depois para o segundo grau (atualmente, ensino médio). Para complementar a renda da família, começou a vender roupa. Os primeiros clientes foram os colegas de escola. As mercadorias 1997 Abre a segunda loja. O local escolhido foi o Fátima. “Foi um grande desafio”, diz a empresária. 71 “Não adianta só falar ou criticar, é preciso, também, colocar a mão na massa. Não dá para ter medo do trabalho, nem de enfrentar as dificuldades.” Tereza Teixeira Teza, proprietária da Vanessa Modas vinham de Criciúma, onde Tereza tinha contatos. Era, principalmente, jeans. Depois, começou a encarar oito ou mais horas de ônibus para São Paulo. O objetivo era trazer as novidades. O que era só um negócio para ganhar um dinheiro ao longo do mês foi crescendo. Em 1987, abriu uma loja no Boa Vista. “Era só uma barraquinha”, diz ela. “Mas, clientes vinham de outros bairros para fazer compra. O local para instalar o empreendimento foi estratégico: perto da escola onde dava aula. O motivo: o grande fluxo de pessoas que passam pelo local. “Sempre tem alguém querendo comprar algo”, destaca a empreendedora. O critério que a norteou no início, para definir a localização da loja, foi o mesmo adotado ao longo dos anos, quando expandiu o negócio: ficar em lugares de grande fluxo de pessoas. A segunda loja foi aberta no final dos anos 90, no Fátima. Depois vieram a do Paranaguamirim, do Floresta e a do Costa e Silva. “Os clientes querem que a gente fique perto deles”, destaca. comuns a muitos empreendedores: a dificuldade em encontrar mão de obra qualificada, os pesados impostos, a burocracia que dificulta o crescimento e a conjuntura econômica. Mas elas não a inibem. Uma das formas que ela encontrou para buscar soluções foi a participação em entidades de classe, como a CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas). A outra foi focar no trabalho para buscar soluções próprias. “Não adianta só falar ou criticar, é preciso, também, colocar a mão na massa. Não dá para ter medo do trabalho, nem de enfrentar as dificuldades.” E para encontrar as oportunidades, segundo ela, nada melhor do que uma boa conversa. Isto, segundo ela, ajuda a prestar mais atenção ao mercado e ver para que lado está caminhando.” As lojas da Vanessa Modas foram instaladas em locais movimentados para facilitar o acesso de clientes Mão de obra Conjuntura econômica Falta de incentivos ao setor Rede especializada em moda feminina e masculina tem cinco lojas em grandes bairros de Joinville Planejamento O principal plano de Tereza Teza é continuar a expansão do negócio. “Enquanto tiver saúde estarei seguindo adiante.” Ela reconhece que os desafios são grandes, mas não se intimida diante deles. “Gosto muito de desafios”, reconhece. As principais preocupações são 2000 Inaugura a terceira loja, ampliando a presença na zona Sul de Joinville. O local escolhido foi o Paranaguamirim. 2006 Inaugura a quarta loja, também na zona Sul de Joinville. O local escolhido foi o Floresta. 2009 Amplia sua presença nos bairros mais populosos de Joinville, abrindo uma loja no Costa e Silva. 72 FOTOS :MAURO SCHLIECK “Nossa liderança é focada na qualidade.” Sandro Murilo Santos, reitor da UniSociesc 1.400 Funcionários. Área de atuação Ensinos fundamental, médio, técnico, superior e pósgraduação. Endereço Rua Gothard Kaesemodel, 833 – Joinville. Site www.sociesc.org.br 1959 Hans Dieter Schmidt, na época presidente da Fundição Tupy, funda a Escola Técnica Tupy. A inspiração veio de um modelo suíço. Posteriormente, foi criada a sua mantenedora, a Sociedade Educacional Tupy. UniSociesc em transformação Instituição está investindo R$ 50 milhões em educação e tecnologia para manter a imagem de excelência Quem passa pelo campus da UniSociesc no bairro Boa Vista, o maior e mais antigo da instituição, consegue perceber claramente o processo de transformação da instituição de ensino, que surgiu em 1959 com a missão principal de qualificar mão de obra para a indústria joinvilense. Novos prédios estão sendo construídos como parte de um amplo pacote de investimentos de R$ 50 milhões previstos para os próximos cinco anos. Um dos principais marcos desse processo de transformação é o novo prédio do curso de Arquitetura. Estão sendo aplicados R$ 10 milhões na instalação, que deve ser entregue até abril, coincidindo com o início do ano letivo. “É uma nova fase para o campus Boa Vista”, destaca o reitor da UniSociesc, Sandro Murilo Santos. Até 2020, o campus deve estar totalmente remodelado, com a construção de mais quatro prédios. O crescimento em estrutura física, o aprimoramento da gestão de recursos humanos e os novos sistemas, administrativo e acadêmico, Anos 70 A ETT ganha um forte impulso com a assinatura do acordo básico de cooperação técnica firmado entre o Brasil e a República Federal da Alemanha. Instituição recebe tecnologia de ponta da Alemanha. Professores e engenheiros da Alemanha vieram para a ETT, e os professores e engenheiros da instituição foram para Alemanha, visando compartilhar educação para a formação profissional e cidadã. contribuíram no sucesso recente da transformação em Centro Universitário UniSociesc e na sua consolidação como base forte do ensino superior. “O reconhecimento, além de valorizar o comprometimento com a educação de qualidade, ampliou significativamente a procura das pessoas para estudar na instituição”, destaca o reitor Sandro Murilo Santos. A instituição é vencedora do Prêmio Finep de Inovação, está no ranking das melhores instituições do país e, em primeiro lugar na região Sul, na categoria Instituição de Ciência e Tecnologia. O prêmio é um dos indicadores nacionais que apresenta a força e o trabalho constantes da UniSociesc no ensino, na pesquisa e na extensão, cujos resultados contribuem de forma relevante para a comunidade. A instituição de ensino tem, atualmente, 39 cursos superiores. São cerca de 26 mil alunos. Carros-chefe são a engenharia civil, a engenharia mecânica, a arquitetura e o direito. “As ações de planejamento dos cursos de graduação vão além das deman- 1985 A Fundição Tupy passa por um processo de reestruturação e a ETT caminha por si só. É criada a Sociesc, apoiada por um conselho empresarial com representantes das principais empresas de Joinville. 73 das das empresas. Quem estuda na UniSociesc abre as portas em qualquer lugar no mundo. É visto com diferencial, temos vários exemplos”, diz o pró-reitor de graduação”, Carlos Emílio Borsa. Novos cursos – como engenharias nas áreas de petróleo e energia – estão no radar, mas não são a prioridade imediata. A partir de uma parceria com a FGV, o curso de economia está sendo fortalecido. O objetivo da instituição de ensino, de acordo com o reitor, Sandro Murilo Santos, é construir uma grife na área educacional. “Nossa liderança é focada na qualidade”, diz Santos. Para isso, uma das metas é chegar com notas entre 4 e 5 no CPC (conceito preliminar de curso) até 2020. A avaliação é feita pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), ligado ao Ministério da Educação. Mesmo não investindo fortemente na criação de novos cursos, a preocupação com a sala de aula é grande. A instituição está implantando, desde o final do ano passado, uma nova metodologia de ensino: a aprendizagem baseada em problemas. É, segundo Borsa, uma nova metodologia que está sendo aplicada no Brasil: “O aluno mergulha em um projeto para buscar a solução. Ele se torna mais autodidata e as aulas são mais ativas.” Outro reforço é a ampliação do projeto da Escola Internacional, com currículo sólido e bilíngue (português e inglês) e padrões internacionais equivalentes ao high school (ensino médio) americano. A instituição conta com a certificação suíça IB, que facilita acesso a universidades europeias e americanas. “O aluno sai daqui com a capacidade de lidar com diferentes culturas e abordagens”, diz a diretora Elza Cristina Giostri. A instituição é a única no Estado que oferece tripla diplomação: nacional, americana e IB. A UniSociesc investirá R$ 10 milhões na construção de um novo prédio, no campus Marquês de Olinda. A unidade de Florianópolis, que entrou em 2014, está em processo de expansão e de certificação pelo IB. A instituição prevê uma terceira unidade da Escola Internacional, em local a ser definido. A UniSociesc também atua na educação a distância em todo o Brasil. Atualmente, são198 polos. Mudanças A transformação também está ocorrendo internamente. Um dos principais objetivos é implantar totalmente, em um prazo de dois anos, um ERP (sistema de gestão empresarial). O contrato foi fechado em outubro com a Totvs. “Vamos rever o sis- Evolução permanente do conceito de excelência Enfoque diferenciado dos recursos humanos Novos investimentos tema de informações. Isto vai facilitar o processo de tomada de decisões”, diz o diretor de gestão e marketing, Bruno Watte. Outro foco é a estruturação da área de recursos humanos. Em 2012, eram 1.083 funcionários. Atualmente, são 1.400. O objetivo é que ela atue de forma mais estratégica. A instituição pretende implantar um modelo de gestão de pessoas baseado na meritocracia e dar especial atenção para a captação e retenção de talentos. A UniSociesc também planeja reforçar sua imagem. Um dos caminhos, segundo Watte, é por meio da contratação de uma grande agência. “A marca vai ser mostrada com mais força, para retratar o momento pelo qual a instituição de ensino está passando.” Atualmente, a instituição tem unidades em Joinville, Florianópolis, Blumenau, São Bento do Sul, Balneário Camboriú e Curitiba. Expansão Parcerias no exterior estão na mira. A instituição está implantando um escritório internacional para, principalmente, prospectar convênios e realizar intercâmbios. Atualmente, dez alunos da UniSociesc estão em instituições europeias. 1997 Faz parceria com o Cefet/PR (Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná), hoje UTFPR, para a implantação do primeiro curso superior. No ano seguinte, é aberto o curso de tecnólogo em automação industrial. Prédio da UniSociesc na avenida Marquês de Olinda, em Joinville 2000 Planejamento estratégico desenha o futuro da Sociesc. A instituição planeja crescer no segmento de ensino superior, focada na qualidade e excelência. 2013 Torna-se um centro universitário e passa a adotar o nome Unisociesc., que lhe dá autonomia e agilidade para oferecer novos cursos. Tem 26 mil alunos nas sete unidades. 74 100 Funcionários. A prioridade é o asfalto Área de atuação Construção civil e obras públicas. Endereço Rua Princesa Isabel, 225 – Joinville. Empreiteira Adrimar investe na compra de uma pedreira e em unidades de britagem para ser mais competitiva no segmento de pavimentação O leque de atuação da Adrimar é grande: construção civil, manutenção de escolas, implantação de redes de saneamento básico, drenagem pluvial e pavimentação asfáltica. A região atendida abrange cidades do Norte do Estado e do Vale do Itajaí: Indaial, Itajaí, Schroeder, Navegantes, Joinville, Araquari, São Francisco do Sul, Brusque, São Bento do Sul e Rio dos Cedros. A história da empresa começou em 1999, quando foi fundada por Marcelo Benvenutti. “Sempre tive o sonho de ser empreendedor.” A inspiração veio dos pais, que ensinaram que, na vida, nada é fácil e que para alcançar os objetivos é preciso trabalhar muito. O pai, motorista de caminhão, e a mãe, professora, sempre batalharam, criando os cinco filhos, os ensinando a crescer na vida. A empresa completou 15 anos de atuação no ano passado e se consolidou nos segmentos de terraplanagem, pavimentação asfáltica e construção civil. Desafios Os principais desafios para os próximos anos são ampliar a presença no mercado de pavimentação, intensificar a presença em obras públicas e encontrar mais mão de obra qualificada. Esta é uma das maiores preocupações de Benvenutti, uma vez a disputa por bons profissionais é muito grande. “Estamos investindo em treinamento para qualificarmos a mão de obra disponível”, destaca. Atualmente, a principal obra da Adrimar estão relacionadas à implantação da rede coletora de esgoto em Joinville para a Companhia Águas de Joinville. Desde janeiro de 2013, a cobertura na cidade quase dobrou, passando de 17,45% para 32,03%, em meados do ano passado. O número de famílias com acesso à rede passou de 32 mil para 64 mil. Mas, a empresa quer mais. Um dos principais desafios é intensificar a presença do mercado de pavimentação asfáltica, que é considerado um dos mais rentáveis entre 1999 Marcelo Benvenutti abre a Empreiteira Adrimar com o foco de atender aos segmentos de construção civil e obras públicas. as obras públicas. Os motivos são a grande demanda existente – segundo a CNT (Confederação Nacional do Transporte), só 12% das rodovias brasileiras são pavimentadas – e o retorno mais rápido dos investimentos. A empresa comprou, neste ano, uma pedreira em São Francisco do Sul e um conjunto para britagem. O investimento está sendo complementado por uma usina asfáltica. A expectativa é de que, até março, a mina esteja em operação. Entre 10 e 15 pessoas devem ser contratadas para a atividade. “É nossa menina dos olhos. Os investimentos realizados vão nos dar mais competitividade na realização das obras”, destaca Marcelo Benvenutti, sócio-gerente da empresa. O empresário diz que a principal vantagem será a não dependência de terceiros. Com isso, ele projeta uma redução de 30% nos custos das obras e um ganho de agilidade similar. “Se não reduzirmos custos não conseguimos pegar mais obras”, enfatiza. 2013 Contrato com a Águas de Joinville faz com que a Adrimar seja uma das responsáveis pela implantação da rede coletora de esgoto em Joinville. 75 Consolidação no mercado de pavimentação Intensificar obras de qualidade FABRIZIO MOTTA/ND Mão de obra qualificada Marcelo Benvenutti pretende ampliar a presença da Adrimar no segmento de pavimentação, um dos mais rentáveis entre as obras públicas 2014 Investe no segmento de pavimentação. Compra uma pedreira em São Francisco do Sul e um conjunto de britagem para reduzir custos e ganhar rentabilidade. “Se não reduzirmos custos, não conseguimos crescer mais.” Marcelo Benvenutti, sóciogerente da Adrimar 2015 Previsão para entrada em funcionamento da unidade de pavimentação asfáltica. A Adrimar prevê a contratação de 10 a 15 pessoas. 78 Instituição de ensino superior. FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND Área de atuação Caminhos de uma tradição Endereço Rua São José, 490 – Joinville. Site www.ace.br Petrônio Guimbala, que está à frente da ACE, é filho do fundador, Guilherme Guimbala 1969 O professor Guilherme Guimbala cria a ACE (Associação Catarinense de Ensino) no prédio onde funcionou o tradicional Colégio Marista. Fundada pelo professor Guilherme Guimbala, em 1969, a ACE foca na excelência, preocupando-se com a qualidade dos profissionais O prédio da rua São José, bem no Centro de Joinville, guarda muito da história do ensino superior na mais populosa cidade catarinense. Lá onde funcionou o Colégio Marista, um dos mais tradicionais nos anos 60, está instalada a ACE (Associação Catarinense de Ensino), fundada em 1969 pelo professor Guilherme Guimbala, e que hoje conta com alunos distribuídos em seis cursos. A trajetória que trouxe Guilherme Guimbala, gaúcho de Rio Grande, a Santa Catarina, começou do outro lado do Atlântico, na Europa. Nos anos 50, em Roma, Guimbala era estudante de teologia da Universidade Gregoriana – pertencente aos jesuítas – e estava prestes a se ordenar padre. Dominava sete línguas – português, francês, espanhol, italiano, grego, latim e hebraico – e era contemporâneo de alguns que viriam a ser os grandes nomes do episcopado brasileiro entre os anos 60 e 80, como os futuros cardeais Paulo Evaristo Arns (São Paulo), Aloísio Lorscheider (Fortaleza e Aparecida) e Serafim Fernandes de Araújo (Belo Horizonte) e José Ivo Lorscheider, que seria bispo de Santa Maria (RS) e presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Mas, o destino preparou outros caminhos. Guimbala desistiu de ser padre e retornou para o Brasil. Estabeleceu-se inicialmente no Rio de Janei- 1973 Implanta o primeiro curso superior: o de pedagogia. 79 “Há uma necessidade muito grande de investimentos em educação.” Petrônio Guimbala, diretor da ACE ro, onde trabalhava para a Construtora Pensilvânia. Os superiores logo perceberam sua erudição e o incentivaram a tomar novos rumos. O jovem mudou-se para o Paraná. Em Curitiba, ao mesmo tempo em que estudava línguas latinas, na então Universidade Católica do Paraná (hoje PUC-PR), e direito, na Faculdade de Direito de Curitiba, dava aulas no antigo ginásio. No dia da formatura em direito, o que se mostrava uma vocação foi consolidada: Guilherme Guimbala foi convidado por Milton Viana, diretor da faculdade, a se tornar assistente de Plácido e Silva, um dos grandes nomes do direito no Paraná. Tornou-se, também, inspetor do Ministério da Educação e Cultura. Nesse papel, ajudou a implantar instituições como a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Paranaguá e a que daria origem à Univali. Com outros dois colegas, começou a dar aulas na única instituição de ensino superior de Joinville: a faculdade de economia, que viria a ser o embrião da futura Univille. gerado pela indústria – mais do que triplicou em dez anos. Com isso, novas oportunidades foram surgindo. Em 1973, implantou o primeiro curso superior, o de pedagogia. Sete anos depois, veio o de direito, focado na necessidade das empresas, com ênfase na área tributária e em legislação fiscal. “O professor Guilherme era um visionário”, diz o filho Petrônio Guimbala, que hoje está à frente da instituição de ensino. Ao longo dos anos 80, novos cursos foram incorporados à ACE. Em 1985, foi implantado o de psicologia. E no ano seguinte, criou-se a Faculdade de Ciências da Saúde de Joinville, com os cursos de fisioterapia e terapia ocupacional. Estes foram os primeiros do gênero no Estado. “Focamos na prevenção e na recuperação funcional”, destaca Petrônio Guimbala. Paralelamente, foi implantado também o Centro Pedagógico de Reabilitação de Joinville, com as Clínicas Integradas de Psicologia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, que passou a atender convênios especiais, como o do Núcleo de Reabilitação e a comunidade local e regional. O principal desafio da instituição de ensino é adaptar-se constantemente aos novos cenários. “Estamos vivendo uma era de grande transformação”, diz o professor Nélson Nemes, diretor acadêmico da instituição. Antes de pensar em novos cursos, a prioridade é qualificar ainda mais os existentes e o corpo docente. O objetivo primordial é formar mão de obra qualificada para que esteja adequada à realidade. Petrônio Guimbala exemplifica dizendo que qualidade do ensino faz uma grande diferença na capacidade no mercado. “Há uma necessidade muito grande de investimentos na educação.” A expansão A oportunidade de se instalar definitivamente em Joinville veio no final dos anos 60. O professor Guilherme Guimbala adquiriu e criou a ACE (Associação Catarinense de Ensino) começando sua jornada na educação de Joinville com as instalações que abrigavam o colégio. Inicialmente, no ensino fundamental, técnico e supletivo. As expectativas eram bem promissoras. A cidade crescia rapidamente. Nos anos 70, a população quase dobrou. O PIB da cidade – mais de 70% 1980 Implanta o curso de direito, focado na área tributária e em legislação fiscal. Alunos do curso de fisioterapia durante aula na ACE 1985 A ACE instala o curso de psicologia. 1986 É criada a Faculdade de Ciências da Saúde de Joinville, com os cursos de fisioterapia e terapia ocupacional, os primeiros do gênero no Estado. Adaptar-se aos novos cenários Qualificar mais os cursos Qualificar mais o corpo docente 80 FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND “Os quase 15 anos de trajetória da empresa se resumem em trabalho, trabalho e trabalho.” 220 Funcionários diretos e indiretos. Ulisses Truchinski e Asta Bublitz, sócios da Transligue Área de atuação Transporte de cargas. Endereço Rua Dona Francisca, 8.300 – Perini Business Park – Joinville. Site www.transligue. com.br Asas para o crescimento Com quase 15 anos de atividade, a Transligue faz planos para a expansão das atividades: uma filial em Curitiba e um centro de distribuição em Joinville Uma frase serve para Ulisses Truchinski, um dos sócios da Transligue, resume os quase 15 anos da trajetória da empresa: “É trabalho, trabalho e trabalho.” A transportadora de cargas, que surgiu em fevereiro de 2000 em uma sala de 40 metros quadrados, na rua Major Júlio Ferreira, na Vila Lalau, em Jaraguá do Sul. Era uma mesa, um sofá e um computador, lembra a outra sócia, Asta Bublitz. O primeiro conhecimento de carga foi lançado em 22 de abril daquele ano: equipamentos produzidos por uma indústria de máquinas e equipamentos de Jaraguá do Sul que foram enviados para uma usina de açúcar em Santa Rita do Passa Quatro, no interior de São Paulo. Originalmente, a empresa se chamava Translog. A mudança de nome ocorreu seis meses após a fundação, para evitar problema e confusão com uma empresa gaúcha que tinha o mesmo nome. Atualmente, são mais de 10 mil metros quadrados de área, distribuídos em seis unidades – Jaraguá do Sul, Joinville, São José, Itajaí, São Paulo e Campinas –, que são atendidas por uma frota de cem caminhões, dos quais 50 são próprios. Inicialmente, o foco da empresa era o transporte de cargas entre o Norte Catarinense e a região metropolitana de São Paulo. Com o passar do tempo, novos segmentos foram sendo agregados ao expertise da Transligue, como o transporte de cargas importadas ou a serem exportadas. Desde 2009, a empresa tem a DTA (Declaração de Trânsito Aduaneiro), uma autorização da Receita Federal que possibilita a realização de transporte de cargas entre recintos alfandegados. Outro importante foco de atuação da empresa é na distribuição de car- 2000 Em 22 de abril, em uma sala de 40 metros quadrados, na Vila Lalau, em Jaraguá do Sul, é fundada a Translog, que, seis meses depois, passou a se chamar Transligue. 81 gas que são movimentadas por via aérea. Mais de um terço do faturamento da empresa vem deste segmento. “São, geralmente, cargas de maior valor agregado ou que precisam ser entregues com muita urgência”, ressalta Ulisses Truchinski. Para isso, a empresa conta com pontos de apoio nos dois principais terminais aéreos que movimentam cargas no Brasil: os aeroportos internacionais de São Paulo/Guarulhos e o de Campinas (Viracopos). As expectativas para estes segmentos são bem favoráveis, aponta o executivo. O segmento de carga aérea está em expansão. Segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior), nos últimos cinco anos, o crescimento médio anual, em valores, foi de 7,87%. Outro fator que anima Truchinski e Asta e que pode beneficiar a empresa no médio e longo prazos são os investimentos em revitalização e modernização dos dois terminais aeroportuários, que estão sendo administrados pela iniciativa privada. Longo prazo A empresa também planeja a construção de um centro de distribuição na Rodovia do Arroz (SC-108) em um terreno de 240 mil metros quadrados. A empresa está preparando a documentação para construir uma marginal para dar acesso ao futuro empreendimento, que está em fase de elaboração de projeto. Truchinski diz que os galpões serão complementados por uma estrutura voltada para facilitar a logística. “Estamos em uma região e em um momento propício para isto.” Nos próximos dois anos, a região já tem, pelo menos, R$ 1 bilhão em investimentos industriais confirmados e outro R$ 1 bilhão que pode sair do papel. Dois motores desse cenário promissor, de acordo com ele, são a implantação da primeira fábrica de carros da BMW, em Araquari, e a decisão da CMO Offshore em construir um estaleiro, voltado à fabricação de plataformas de óleo e gás, em São Francisco do Sul. O sócio da Transligue destaca que não há data definida para a realização do empreendimento. “Vamos com muita cautela, dando um passo de cada vez.” O momento da empresa, segundo ele, é o de consolidar as operações na filial de São José, que foi aberta em abril de 2013. “Primeiro, criamos raízes, para depois partir para novas iniciativas.” A Transligue também tem interesse em expandir a atuação em outros Estados. A porta de entrada deve ser Curitiba. Segundo Truchinski, o Paraná oferece muitas oportunidades para o comércio exterior. Outra iniciativa que a Transligue está participando é no desenvolvimento do complexo logístico da Cidade do Transporte, previsto para ser implantado em Garuva, e que é uma iniciativa que envolve empresas ligadas ao Setracajo (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de Joinville). Equilibrar receitas e despesas em meio ao custo Brasil Expansão das atividades Cargas para a indústria metalmecânica são as mais movimentadas pela Transligue 2002 Implanta a filial de São Paulo. 2009 A Receita Federal autoriza a Transligue a realizar transporte entre recintos alfandegados. Construção de um centro de distribuição 2013 Conquista as certificações ISO 9000 e ISO 14000. 2014 Transfere a unidade de Joinville para o Perini Business Park. 82 FABRIZIO MOTTA/ND “Nossa equipe trabalha arduamente focada nas melhores práticas, em busca da confiabilidade, qualidade e competitividade de mercado.” Área de atuação Construção civil. Endereço Rua Dona Francisca, 8.300 – Perini Business Park – Joinville. Site www.roggasa.com.br Vilson Buss, diretor da Rôgga Inovação e competitividade Nos últimos anos, a Rôgga foi uma das construtoras que mais cresceram no Brasil. O segredo: investir em inovação e reduzir os custos 2006 Fundação e entrega do primeiro empreendimento, o residencial Harpia, em Joinville. Uma pequena águia de metal enfeita o escritório de Vilson Buss, diretor da Rôgga. A peça ajuda a contar um pouco da trajetória da empresa, fundada em 2006, e que é uma das empresas que mais crescem no Brasil. Nos últimos três anos, segundo a “Exame PME” e a consultoria Deloitte, a expansão média foi de 54,8%, o que a coloca como quarta no segmento no Brasil e a primeira da região Sul. Até outubro as vendas atingiram R$ 168 milhões, um crescimento de 50% em relação a 2013. O nome de uma águia batizou o primeiro empreendimento da Rogga: Harpia, entregue no ano da fundação. As aves servem de inspiração para uma das linhas de prédios residenciais da construtora, a Comfort, que prioriza a localização e o conforto. A inspiração não vem só dos céus. Outras linhas de produto rece- 2008 Segmentação de linhas de produtos: Soft, Confort, Easy Club e Home Club, Lançamento do Natilus Home Club, em Penha. bem o nome de orquídeas, um dos ícones da região, ou de conchas, que remetem ao mar. “São nomes fortes, que trazem grande energia”, diz o empresário. Desde que foi criada, a Rôgga já entregou mais de 30 torres em Joinville e no Litoral Norte. Águias, orquídeas e conchas simbolizam uma das estratégias da empresa, que é a segmentação de mercados. A empresa trabalha com quatro linhas de produtos – Home Club, Confort, Easy Club e Soft – que abrange um perfil de clientes que compram o apartamento como primeira moradia até empreendimentos residenciais com uma ampla estrutura de lazer, a exemplo o Nautilus. “Assim não ficamos dependentes de uma única oportunidade na região.” Manter a empresa crescendo constantemente não é uma tarefa fácil, diz Buss. “O sucesso é formado por uma ampla série de fatores”, destaca. Uma das maiores preocupações é manter a compe- 2011 Certificação pela Caixa com o selo Casa Azul – nível Ouro. A Rôgga foi a primeira empresa do Brasil a receber o prêmio que é referência em construção sustentável. 83 titividade da empresa. Para isso, a Rôgga empresta conceitos vindos da indústria, como a segmentação de mercados e ferramentas de gestão de vanguarda. A partir da segmentação, a construtora ttabalha com o conceito de gerações de produtos. “Os projetos são gradualmente adaptados e melhorados, de forma a se adequar às necessidades dos consumidores.” Segundo ele, é algo similar ao que ocorre com o Gol, carro lançado pela VW no início dos anos 80 e que hoje está em sua sexta versão. Esta estratégia ajuda a reduzir custos e aumentar a competitividade. Por exemplo, As mudanças em uma geração de produtos agregam soluções de engenharia que possibilitaram a ampliação de 15% na área útil, entre duas gerações de empreendimentos, sem alteração de custo para o cliente. Trabalhar com gerações de produtos também possibilita manter a competitividade da empresa. Os principais impactos são a redução nos custos dos projetos em até 80% e no aumento de qualidade, o que acaba se refletindo em preços mais competitivos para os consumidores. o método de planejamento Estratégico de gestão por diretrizes. “Temos de ter uma base muito sólida para continuarmos a crescer.” Mas a ampliação da competitividade não está vinculada só aos custos. Equipes de engenheiros da Rôgga procuram trabalhar no desenvolvimento de processos que impliquem em mais agilidade, mais segurança, maior eficiência ambiental e menos desperdício. “A construção evoluiu pouco nas últimas décadas. Constroem-se imóveis como há 30, 50 anos”, enfatiza. Uma das estratégias de inovação é adaptar conceitos vindos da indústria e a incorporação de tecnologias que já são adotadas em outros países. O reflexo, de acordo com a empresa, será mais qualidade, um custo-benefício melhor para o comprador do imóvel e maior eficiência ambiental. A quarta geração linha Easy Club e Soft vai utilizar 90% a menos de madeira e gerar 80% a menos de resíduos. A Rôgga foi a primeira construtora brasileira a obter o Selo Casa Azul – Ouro, da Caixa Econômica, que é concedido às empresas que são referência na construção civil. Esporte Outra preocupação é no âmbito social em apoiar novos talentos no esporte. A empresa apoia a equipe de atletismo da Felej/Univille. “É um projeto de longo prazo”, destaca. O apoio à modalidade começou em 2010. São cerca de cem atletas de escolas municipais, estaduais e de universidades que fazem parte da equipe da Felej, entidade mantida pela Prefeitura de Joinville. Para eles, foram oferecidas condições adequadas para treino, com a reforma da academia na pista da Univille, uniformes completos para competição e materiais de treino. Um fruto deste trabalho é a velocista Tamiris de Liz, patrocinada pela Rôgga desde o inicio de sua carreira. Atualmente, com 18 anos, é a principal revelação do atletismo brasileiro e promessa para a Olimpíada de 2016. Em 2012, conquistou duas medalhas no Mundial Juvenil, em Barcelona, na Espanha, e integrou a Seleção Brasileira de Atletismo, durante a Olimpíada de Londres. No momento, a atleta treina em Miami e se prepara para competir na Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro. DIVULGAÇÃO/ND Competitividade Controlar custos é a palavra de ordem para garantir que as empresas consigam se manter competitivas. E a Rôgga não foge a essa regra. Um dos cérebros desse processo é o sistema de gestão empresarial SAP, de origem alemã, líder no mercado mundial, e que permite a gestão integrada de áreas e processos. Outra ferramenta vem da consultoria de Vicente Falconi, uma das mais prestigiadas no Brasil. Foi a partir dela que a construtora implantou Apoio da Rôgga ao atletismo, que começou em 2010, já está produzindo frutos 2013 Classificada pela “Exame PME”, entre as que mais crescem no país, ocupando, no segmento, a quarta posição no ranking brasileiro e a primeira da região Sul. Mudança da sede para o Perini Business Park. 2014 Lançamento do Bali Beach Home Club, em Balneário Piçarras. Rôgga expande negócios em Jaraguá, com o Átria Easy Club, e em Barra Velha com o Bora Bora Easy Club. Transformação de processos construtivos Desenvolvimento de novas tecnologias Maior eficiência ambiental 84 FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND “Em meio às crises, há sempre muitas oportunidades surgindo.” 75 Victor e Lizete Beduschi, sócios Sda Madville Funcionários. Área de atuação Fornecimento de suprimentos para móveis. Endereço Rua Anita Garibaldi, 2417 – Joinville. Site www.madville.com.br Oportunidades para mobiliar a casa Um mercado promissor levou Lizete e Victor Beduschi, há quase dez anos, a Joinville, onde criaram a Madville, especializada em suprimentos para móveis 2004 foi um ano de transição na carreira do consultor de tecnologia da informação Victor Beduschi. Ele prestava serviços para uma das maiores multinacionais norte-americanas do segmento. A mulher, Lizete, era sócia da Madplex, de Curitiba, fornecedora de insumos e matérias-primas para a fabricação de móveis sob medida. Clientes joinvilenses eram responsáveis por boa parte da demanda da loja da capital paranaense. “Havia um vendedor externo dedicado a atender às necessidades do mercado da cidade catarinense”, lembra Beduschi. “Dia- riamente, um caminhão de entregas era enviado para Joinville.” O grupo GMAD, do qual a Madplex faz parte, tinha planos de expansão para Santa Catarina. A avaliação era de que a cidade e o Estado tinham um grande potencial. Os Beduschi foram convidados a implantar uma unidade em Joinville. Nascia, assim, a Madville. “A mudança de profissão e de cidade foi um grande desafio. Estava acostumado a orientar pessoas a ter mais produtividade com os equipamentos da empresa que representava na area de TI. De uma 2004 Os Beduschi são convidados a abrir uma loja de suprimentos para móveis em Joinville. 85 hora para outra, passei a me envolver bem de perto com as pessoas de outras áreas, a entender suas necessidades.” Para Lizete, que já atuava na área, o desafio foi iniciar a Madville a partir do zero. Um dos grandes trunfos, segundo eles, era a experiência que traziam na atuação em mercados mais competitivos. A primeira sede foi na rua Tupi, em um galpão alugado, sem empilhadeira. Quando o estoque aumentava, os materiais eram colocados no pátio, protegidos por lonas ou por tendas. A expansão dos negócios levou a empresa a investir na construção da sede própria, em um terreno no Anita Garibaldi, praticamente ao lado da BR-101. O empreendimento foi inaugurado em 11 de junho de 2009. O crescimento nas vendas continuou nos anos seguintes, obrigando a empresa a investir na compra de terrenos ao lado da sede para expandir os depósitos. Nos quase dez anos de atuação, a Madville cresceu seis vezes. Manter o ciclo de crescimento Enfrentar a rotatividade de mão de obra Estar permanentemente atualizado às novas tendências de design mente, nas grandes feiras internacionais, como as que acontecem anualmente em Milão (Itália), Barcelona (Espanha) e Colônia (Alemanha). “O que o arquiteto vê lá, quer aplicar por aqui.” A empresa participa ativamente do Núcleo de Decoração da Acij (Associação Empresarial de Joinville) e do Núcleo Catarinense de Decoração. Ter um estoque amplo e diversificado é uma das apostas da Madville para atender a essa demanda por novidades. São mais de 10 mil itens em uma área de 6.000 metros quadrados, destaca Lizete Maia Beduschi. A expectativa, para os próximos anos, é de centralizar o espaço para armazenamento de mercadorias. Um terreno de 37 mil metros quadrados foi comprado com essa finalidade em uma região próxima da Rodovia do Arroz (SC-108), que liga o Distrito Industrial de Joinville a Guaramirim. Uma das âncoras desse futuro empreendimento são as expectativas de que a classe média continue se expandindo e a construção permaneça em alta. A região, segundo os empresários, está em um bom momento. “Mais investimentos estão chegando e isto vai atrair mais gente”, ressalta. A empresa atende ao Norte do Estado, o Vale do Itajaí, ao Litoral e ao Planalto Norte. Cliente Observar bem o comportamento do cliente é uma das estratégias para continuar expandindo a empresa joinvilense. Só assim, segundo Beduschi, é possível identificar nichos que estão crescendo com maior vigor. “Em meio às crises, há sempre muitas oportunidades surgindo”, diz, lembrando-se das estratégias defendidas pelos professores W. Chan Kim e Renée Mauborgne, no livro “A Estratégia do Oceano azul”. Para isso, a empresa busca acompanhar as novas tendências de design, que surgem, principal- 2005 Os Beduschi implantam a Madville, que originalmente se localizava na rua Tupi. Madville atende à demanda de suprimento para móveis no Nordeste de SC, Planalto Norte e Vale do Itajaí 2009 Inaugura a sede própria no Anita Garibaldi, nas proximidades da BR-101. 2014 Com o crescimento dos negócios, planeja uma nova expansão. O projeto prevê a construção de novos depósitos nas proximidades da Rodovia do Arroz. 88 Do Nordeste de SC para o Nordeste do Brasil 23 Funcionários. Área de atuação Endereço Sérgio Skiba Jr. e Álvaro André Pires planejam a expansão dos negócios FOTOS FABRIZIO MOTTA/ND Gravações, texturizações e polimento de metais. Aos 15 anos de atividade, a GTP faz planos para expandir suas atividades: planeja construir uma nova fábrica em Joinville e quer se instalar em uma das regiões que mais crescem no país Rua Anita Garibaldi, 35 – Joinville. Site www.gtp.ind.br 2000 Numa garagem de 60 metros quadrados, é criada a GTP. Inicialmente eram três pessoas e três máquinas. Chegando aos 15 anos de atividade, a GTP Gravações em Metal está cheia de planos para crescer. O mais imediato é a construção da nova sede. O início das obras, em um terreno de 25 mil metros quadrados, no Eixo de Acesso Sul, depende da liberação do licenciamento ambiental pela Secretaria do Meio Ambiente. Especializada em gravações, texturizações e polimento de metais, a empresa, que atende a indústrias metalmecânicas, de borracha e papel e à construção civil está, praticamente, sem espaço para expandir suas atividades. Mesmo com a demanda tendo aumentado nos últimos meses, não há expectativas de novas contratações. “Temos bastante serviço pela frente”, destaca Álvaro André Pires, um dos sócios da empresa. Outro grande plano da GTP é implantar uma unidade no Nordeste. O principal motivador é o grande crescimento que a região vem experimentando nos últimos anos. Em 2004, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o PIB (produto interno bruto local) correspondia a 12,7% do nacional. Em 2012, – último dado disponível –, passou para 13,6%. “Temos uma demanda mui- 2002 Com dois anos, já tem 15% do mercado joinville. Com o passar do tempo, passa a atender a clientes em outros Estados e países. 89 to grande por lá”, destaca Sérgio Skiba Jr., sócio da empresa. A GTP atende, naquela região, a mercados entre Salvador e Fortaleza. “Ao mesmo tempo que é uma grande oportunidade de crescimento, é muito custoso atender a partir de Joinville.” A expectativa é de que a empresa se instale naquela região a partir de 2016. A GTP também vê grandes oportunidades de crescimento na área automotiva, mesmo que este segmento não esteja atualmente em um bom momento. As instalações da GM, em 2013, e da BMW, em 2014, podem estimular mais negócios no médio e longo prazo. O investimento na construção da unidade em um novo local vai possibilitar que a GTP se torne uma fornecedora homologada das montadoras. Atualmente, a prestação de serviços para estas empresas é feita de forma indireta, por meio de parceiros que já são homologados. Para conseguir a homologação junto às empresas do setor automotivo, a GTP precisa de mais espaço. As exigências das montadoras incluem laboratórios e desenvolvimento e capacidade para trabalhar com moldes com 20 toneladas. “Hoje, pelas nossas circunstâncias, estamos limitados a cinco toneladas”, destaca Skiba Jr. Construção da nova sede Homologação junto às montadoras Montar unidade no Nordeste A alternativa encontrada pela GTP para driblar o problema foi capacitar a própria mão de obra. Atualmente, são 23 funcionários. “Investimos no desenvolvimento pessoal deles por meio de treinamentos internos”, enfatiza Álvaro André Pires. Com isso, enquanto a empresa não concretiza o plano de construir unidade na zona Sul, ela planeja crescer por meio da obtenção de ganhos de produtividade, contando com o reforço de equipamentos de última geração como tornos e centros de usinagem CNC, gravadores a laser, máquinas de jateamento e corrosoras. Origens Os planos para o futuro são mais um passo na trajetória de 14 anos, que começou quando Skiba Jr. veio de Curitiba. A empresa surgiu em uma garagem de 60 metros quadrados. Eram três pessoas tra- “Temos uma grande oportunidade de crescimento no Nordeste.” Sérgio Skiba Jr., sócio da GTP balhando com uma pantográfica, uma corrosora e um equipamento para jateamento. “As oportunidades que o mercado joinvilense oferece sempre foram muito boas e continuam sendo boas”, diz Skiba Jr, referindo-se, com entusiasmo, à quarta maior economia do Sul do Brasil, segundo o IBGE. Mas há novos mercados a serem desbravados, enfatiza. Depois de conquistar o Nordeste de Santa Catarina, o próximo passo é se expandir no Nordeste do Brasil. Recursos humanos Um dos grandes desafios corporativos é encontrar mão de obra de qualidade. A demanda no Norte do Estado está crescendo, em função da vinda de grandes empresas e da possibilidade de, nos próximos anos, a região receber mais de R$ 2 bilhões em investimentos. 2014 Prepara um novo ciclo de expansão: pretende construir uma nova fábrica em Joinville e quer expandir as atividades no Nordeste do Brasil. GTP quer trabalhar diretamente com as montadoras FOTOS FABRIZIO MOTTA 90 21 Funcionários. Área de atuação Loja de materiais de construção e iluminação. Endereço Av. Santos Dumont, 800 – Joinville. Patrique Martins, dono da Telharte, faz planos para expandir negócios e aproveitar melhor o potencial de Joinville Site www.telharte.com.br Das telhas e tijolos até a iluminação Telharte concretiza investimento de R$ 2 milhões e reinaugura loja na avenida Santos Dumont. Planos de médio prazo preveem abertura de mais um empreendimento A Telharte está dando um novo salto. Com a inauguração da reforma da loja da avenida Santos Dumont, na zona Norte de Joinville, quer reforçar sua presença do segmento de iluminação. O empreendimento comercial ganhou, no final de novembro, um show-room, com mais de 1.000 metros quadrados. É mais um passo em uma trajetória que iniciou em 1997, quando Amilton e Rosália Martins vieram de Sombrio, no Sul do Estado. O casal, que tinha uma fábrica de telhas com cerca de 140 funcionários, queria mudar de vida e abrir uma loja de material de construção. O empreendimento foi aberto na avenida Beira-rio, perto de 1997 É criada a Telharte, na avenida Beira-rio. Inicialmente, a empresa se dedicava à venda de telhas e tijolos. 91 “Só se conquistam clientes se for possível oferecer produtos de qualidade, com bons preços.” Patrique Martins, sócio da Telharte onde é a sede da Acij (Associação Empresarial de Joinville). O objetivo inicial era a venda de telhas, tijolos e churrasqueiras pré-moldadas. Com o passar do tempo, o negócio foi crescendo. Em 2004, a empresa se mudou para instalações próprias, na avenida Santos Dumont. A mudança possibilitou que a Telharte tivesse mais espaço para estocar produtos e uma área de vendas maior. Ao todo, são 6.000 metros quadrados. Desafios Um novo desafio chegou em março de 2014, com a decisão de atuar também nos segmentos de iluminação e decoração, que são mais rentáveis do que os de tijolos e telhas. “É uma grande oportunidade”, destaca Patrique Martins, filho de Amilton e Rosália, e que hoje está à frente da Telharte. Os joinvilenses estão gastando mais com a manutenção do lar, aponta a consultoria de mercado IPC Maps. Em 2010, o potencial de consumo estava estimado em R$ 1,82 bilhão. Neste ano, a expectativa é de que os moradores da cidade gastem R$ 2,93 bilhões. A entrada no novo segmento exigiu que a Telharte investisse na expansão da unidade. Foram aplicados cerca de R$ 2 milhões na remodelação da loja e na implantação do show-room moderno, que coloca à disposição mais de 5.000 itens para o consumidor. Além do Brasil, os produtos vêm de outros oito países. Um dos destaques é um grande lustre chinês, que custa R$ 30 mil. “Nossa prioridade são produtos focados no design e na exclusividade”, diz o empresário. Novidades que esão chegando à loja são os papéis de parede com efeitos 3D e luminárias infantis, também em 3D, que parecem sair da parede. Planos de expansão Os planos de expansão não param. Com o crescimento da empresa, devem ser contratados mais funcionários. Atualmente, são 21. Nos próximos cinco anos, a Telharte quer instalar uma segunda loja na cidade. O objetivo é o de conquistar novos mercados. Mas antes, é necessário consolidar os investimentos que estão sendo concluídos. Outra preocupação é a de enfrentar as incertezas da economia. Entre as barreiras que Patrique vê pela frente estão as expectativas de crescimento baixo para os próximos anos – 0,2% em 2015 e 0,8% em 2016, de acordo com pesquisa feita pelo Banco Central junto a cem instituições financeiras. Contornar essa situação, segundo ele, exige muito trabalho. “Só se conquista clientes se for possível oferecer produtos de qualidade, com bons preços.” 2004 A empresa se mudou para instalações próprias, na avenida Santos Dumont, e aumentou seu leque de produtos, incluindo no portfólio: churrasqueiras, fornos, fogões, isolantes térmicos e madeiras. Show-room da Telharte tem 1.000 metros quadrados 2014 Telharte investe R$ 2 milhões no remodelamento da loja e entra no segmento de iluminação e decoração. Consolidar a presença no segmento de iluminação Instalar mais uma loja Enfrentar as incertezas econômicas 92 Baixas temperaturas, negócios aquecidos 20 Número de funcionários (diretos e indiretos). Isolamentos térmicos e refrigeração comercial e industrial. DIVULGAÇÃO ATR Área de atuação ATR Câmaras está diversificando atuação: para não depender de pedidos sob encomenda, empresa investe em inovação e lança novos produtos Endereço Rua Lauro Schroeder, 50 – Joinville. Site www.atrcamaras. com.br 2006 Andrei Breis e um sócio criam a ATR Câmaras, com o objetivo de atuar no desenvolvimento de projetos e atuar em obras. 2007 Breis assume integralmente o negócio. A busca do consumidor pela praticidade alimenta planos de Andrei Breis Quarenta graus abaixo de zero. A simples menção a essa temperatura, típica de invernos siberianos, já causa calafrios na espinha. Mas é uma oportunidade de negócios para a ATR Câmaras, uma empresa criada em 2005, que atua no segmento de sistemas de congelamento, resfriamento e conservação e se especializou no desenvolvimento e na montagem destes. A principal demanda da empresa são pedidos sob encomenda. Na carteira de clientes estão empresas como a mineradora Vale – por meio de parceria com a Andrade Gutierrez –, a rede de fast-food Habib’s e a Ambev – por meio de parceria com a Construtora Marco Projetos –, na qual implantou câmaras frias e sistemas de enclausuramento de máquinas nas unidades de Aquiraz (CE) e Itapissuma (PE). Para ter grandes clientes, não é necessário ser uma empresa de grande porte. A ATR Câmaras é formada por 20 trabalhadores diretos e indiretos. “A equipe de trabalho é compacta, qualificada, flexível e, principalmente, comprometida. Essas são virtudes necessárias para fazer parte de nosso quadro de colaboradores”, diz Andrei Breis, sócio da ATR Câmaras Frigoríficas A empresa está apostando em novas frentes de negócios e, para isso, trabalha com inovação. “Temos uma grande preocupação com a inovação, por meio do desenvolvimento de novos produtos”, destaca Breis. A ATR está desenvolvendo ultraconge- 2009 A ATR busca soluções para driblar a crise internacional, com o objetivo de atender a outros clientes. Realiza uma reestruturação, ingressa no segmento de fabricação e passa a produzir as partes que compõem as câmaras frigorífica. A empresa desenvolve representantes, parcerias e inicia o atendimento em nível nacional. “O objetivo da empresa é proporcionar soluções para suprir a necessidade dos clientes.” FABRIZIO MOTTA/ND 93 Andrei Breis, sócio-gerente da ATR Câmaras ladores e minicâmaras frigoríficas padronizadas. A intenção é colocá-las no mercado a partir deste ano. Os ultracongeladores são equipamentos que operam entre 25° e 40° abaixo de zero voltados para empresas que têm um ciclo contínuo de produção, como por exemplo, fabricantes de massas (pães e salgados), refeições prontas e de polpa de fruta. As minicâmaras frigoríficas operam entre 0 e 18° abaixo de zero. Destinam-se a estabelecimentos que têm giro rápido em seu estoque, como os bares, restaurantes e lojas de conveniência. “O objetivo da empresa é proporcionar soluções para suprir a necessidade dos clientes.”, destaca o empresário. Novas frentes O foco das novas frentes de negócio, segundo Andrei Breis, é atender à demanda gerada pela praticidade por produtos alimentícios de rápido consumo. Pesquisa feita pelo Departamento de Agronegócio da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e pelo Ibope aponta que 34% dos consumidores dão preferência a alimentos mais práticos. Esta preocupação é reflexo da transformação nas famílias brasileiras: o número de casais sem filhos passou de 13,3%, em 1998, para 18,5% em Equipe especializou-se em soluções flexíveis para refrigeração 2012, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística); mais mulheres estão no mercado de trabalho (52,7% do total de trabalhadores, segundo o governo federal). “São consumidores que levam uma vida mais agitada, com horários mais apertados, trabalham em tempo integral e dispõem de pouco tempo para cuidar da casa, filhos e da alimentação da família”, destaca o estudo da Fiesp/Ibope. Outra frente que a empresa está desenvolvendo é o credenciamento para ser fornecedor para micro e pequenos produtores rurais – que tem faturamento de até R$ 300 mil, dentro do projeto Mais Alimentos, que faz parte do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). Com isso, os produtores terão acesso a linhas de crédito do Finame, por meio de recursos originários do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Os empreendedores rurais são assistidos nesse processo pela Epagri (Empresa de Pesquisa Agro- Mão de obra Inovação Fortalecimento da marca pecuária e Extensão Rural de Santa Catarina), que auxilia no desenvolvimento e implantação do projeto e na aquisição do crédito. O principal trunfo, segundo Breis, é a condição facilitada para os empreendedores rurais. Os juros variam de 3% a 4,5% ao ano, com carência de até três anos. Linhas tradicionais para aquisição de bens custam, em média, 17,8% ao ano, de acordo com o BC (Banco Central). Um dos objetivos dessa estratégia é criar novos mercados junto aos produtores rurais, que ganham condições para preparar, estocar e comercializar seus produtos. Atualmente, a empresa fornece câmaras e estufas para os bananicultores. Por meio da linha de crédito do Finame, quer expandir a sua abrangência para a área pesqueira e para as fazendas de camarão. 2010-2 A empresa inicia o processo de fortalecimento de sua marca com a participação em feiras como a Exposuper, principal feira do segmento supermercadista no Estado. Implanta processos de melhorias nos produtos já fabricados com desenvolvimento de moldes e ferramental exclusivo, inova e amplia seus modelos de portas frigoríficas e comerciais e passa a fornecer em larga escala para outros fabricantes e lojistas do segmento. 2014 Investindo em inovação, prepara a entrada em novos segmentos. FOTOS FABRIZIO MOTTA 96 “O cliente não quer só comprar. Busca parcerias duradouras que contribuam para que tenha menos custos, seja mais rentável, mais lucrativo.” 20 Funcionários. Área de atuação Produção e revenda de insumos para o segmento de fibra de vidro. Endereço Estrada Anaburgo 4.000 – Joinville. Site www. mastergelcompositos. com.br Rosi Ana Peterhans, dona da Mastergel Compósitos Uma tradição bem familiar Com a fibra de vidro no DNA, Rosi Ana Peterhans criou a Mastergel Compósitos, que objetiva a liderança no segmento de gel coat O nome não é dos mais comuns: compósitos. Eles são um conjunto de matérias-primas que contribuem para a formação de produtos em fibra de vidro. Abrangem resinas, desmoldantes, gel coat, e a própria fibra de vidro. A presença deles no dia a dia das pessoas é muito grande: “são aplicados em piscinas, caixas de água, portas, postes, bolas de bocha, ônibus, embarcações”, re- laciona Rosi Ana Peterhans, dona da Mastergel Compósitos, que se dedica à produção do gel coat, tinta para revestimento em fibra de vidro. A fibra de vidro faz parte do DNA da família Peterhans. Por mais de 30 anos, Horst Peterhans, pai de Rosi Ana, trabalhou em uma grande empresa joinvilense que atua no segmento. Ela atuou, durante 13 anos, em uma multinacional da área. “Sentíamos o cheiro do produto em casa”, diz ela. Ficar nessa área foi o caminho natural para Rosi Ana, quando decidiu se tornar empreendedora. O longo tempo trabalhando na empresa possibilitou que ela conseguisse ter um grande network com clientes e fornecedores. Foi a partir destes contatos que surgiu a possibilidade de criar a Mastergel Compósitos. Ao mesmo tempo, surgia a possibilidade de atuar como distribuidora de produtos para o segmento de fibra de vidro. A sugestão veio, em 2009, de um ex-chefe, que lhe propôs ser uma distribuidora de catalisadores no Sul do Brasil. As expectativas iniciais para o negócio surpreenderam. “Esperávamos encerrar o primeiro ano com sete funcionários. Fechamos com 12.” Novas parcerias foram estabelecidas ao longo do tempo. Atualmente, são cinco, na distribuição 2009 Com a experiência de 13 anos em uma multinacional francesa, Rosi Ana Peterhans decide abrir a Mastergel Compósitos, focada na produção de gel coat. Paralelamente, surge a oportunidade de representar comercialmente multinacionais que atuam no segmento de fibra de vidro, o que abre caminho para a empresa fornecer soluções aos clientes. 97 de insumos importados, como géis, resinas, fibras e catalisadores. O estabelecimento destes acordos foi e é fundamental para o crescimento da empresa. “As parcerias abrem portas para o nosso produto e possibilitam que a Mastergel ofereça soluções completas a um baixo custo financeiro e logístico”, destaca a empresária. Atualmente, 80% da receita da empresa são originários da venda do gel coat fabricado na unidade da Estrada Anaburgo. O restante vem dos acordos de comercialização. Outro caminho que a Mastergel encontrou para diversificar a sua atuação foi abrir mais frentes de negócios. Em 2012, implantou a Mastermoldes, que produz moldes para RTM. “A intenção foi a de aproveitar uma expertise que tínhamos para oferecer um trabalho diferenciado para o cliente.” O resultado, segundo ela, é que a Mastergel passou a ser vista pelo mercado como uma fábrica de gel coat, que oferece soluções para o mercado e que tem um centro de desenvolvimento. A empresa oferece cursos de treinamento na área de moldes em RTM, atendendo à demanda sul-americana. Liderança de mercado Expansão Estabelecer mais parcerias Laboratório da Mastergel Compósitos, onde são testados os produtos antes de serem comercializados giões. O principal trunfo é o de que ela é reconhecida no mercado. No mês passado, a Mastergel Compósitos foi um dos três indicados ao Top of Mind no segmento de compósitos. A pesquisa, uma iniciativa da Almaco (Associação Latino-americana de Materiais Compósitos), ouviu mais de 8.800 pessoas ligadas direta ou indiretamente ao segmento. A empresa joinvilense foi a segunda marca mais lembrada no país, mesmo tendo sua atuação concentrada no Paraná, Santa Ca- tarina e Rio Grande do Sul. “Pelo nosso porte, é como se tivéssemos ficado em primeiro lugar”, afirma Rosi Ana Peterhans, proprietária da empresa. A receita para ser referência no segmento, segundo ela, passa por um olhar bem atento para o mercado. “O cliente não quer só comprar. Busca parcerias duradouras que contribuam para que tenha menos custos, seja mais rentável, mais lucrativo.” Outro fator decisivo para o crescimento é a confiabilidade. Os produtos e as soluções oferecidas pela empresa só vão para o mercado se tiverem sido testados e aprovados. “A qualidade é fundamental para o negócio”, diz a engenheira química Fernanda Buss da Cruz, responsável pelo laboratório da empresa. Desde 2010, a empresa tem a certificação ISO 9001. O próximo passo é obter a ISO 14001. Crescimento O grande desafio para 2015 é o de se preparar para uma nova fase de expansão. Além da busca por novos parceiros, a ênfase será em ampliar a rentabilidade da empresa. O objetivo, no médio e longo prazos, é conquistar a liderança de mercado. “Há muito espaço para crescer”, destaca. Um dos caminhos para ser a líder do setor é ampliar a abrangência da marca em direção a outras re- 2010 Recebe a certificação ISO 9001. 2012 Começa a atuar no segmento de moldes para RTM, implantando a Mastermoldes 2014 Recebe o Top of Mind. Mastermoldes foi criada para aproveitar um expertise que a Mastergel tinha 98 DIVULGAÇÃO PRÓ-RIM “Nosso propósito é dar um tratamento de dignidade e oferecer o que há de melhor para o paciente.” 550 Número de funcionários. Hercílio Alexandre da Luz Filho, presidente da Fundação Pró-Rim Área de atuação Tratamento nefrológico. Endereço Rua Xavier Arp, 15 – Joinville. Doações 0800 47 4546. Site www.prorim.org.br 1978 Equipe liderada por José Aluisio Vieira realiza o primeiro transplante renal de Santa Catarina. A gestão da solidariedade Fundação Pró-Rim é reconhecida como um dos ícones brasileiros na área social em saúde Há muito tempo, o reconhecimento da Fundação Pró-Rim ultrapassou as divisas de Santa Catarina. Presente no Estado e no Tocantins, centenas de pessoas de todo Brasil procuram atendimento em um dos centros que se tornou uma referência nacional em nefrologia. Nos 27 anos de história, foram realizados mais de 1.300 transplantes de rim. 1987 O reconhecimento não vem só dos pacientes – são 56 mil atendimentos ambulatoriais, e 150 mil hemodiálises realizadas anualmente, realizados em grande parte pelo SUS (Sistema Único de Saúde) –, mas, também da comunidade, que faz doações solidárias por meio da conta de luz, telefone e internet. No início de dezembro de 2014, Em parceria com o nefrologista Hercílio Alexandre da Luz Filho, cria a Fundação Pró-Rim. 1999 a Fundação Pró-Rim recebeu o prêmio Empreendedor Social, organizado pela “Folha de S. Paulo”, na categoria escolha do leitor. Dos 64 mil leitores que participaram da seleção, 47% deram seu voto para a entidade. Solidariedade é a palavra que rege os princípios da Pró-Rim, explica o presidente da fundação, Hercílio Alexandre da Luz Filho. O princípio se espalha pelos funcionários. Tanto é que a empresa, em 2014, ficou pelo sexto ano seguido entre as 150 melhores empresas para se trabalhar no Brasil, de acordo com ranking da revista “Você S/A.” O executivo destaca que a Fundação acaba realizando uma gestão da solidariedade, contando com o apoio da comunidade. Um dos trunfos é que Santa Catarina é um dos Estados com a maior captação de órgãos no Brasil. Inaugura o Vida Center, sede própria localizada no bairro Boa Vista, para atendimento ambulatorial e hemodiálise. 99 “A fila de espera por um transplante é de seis a oito meses”, diz. Isto acaba fazendo com que a equipe técnica da Pró-Rim seja uma das mais ativas do Brasil, ao lado de instituições como a Unicamp, EPM (Escola Paulista de Medicina, da Universidade Federal de São Paulo) e a UFCE. O envolvimento com a comunidade não se restringe só ao tratamento de problemas renais ou ao apoio aos familiares. A instituição interage com a comunidade por meio de campanhas de prevenção. “É um dos melhores remédios que há”, enfatiza Hercílio Alexandre da Luz Filho. Segundo ele, 80% das pessoas que chegam à Pró-Rim para fazer diálise foram encaminhadas pelo pronto-socorro. Diabetes e hipertensão são chamarizes para futuros problemas renais, destaca o médico. A prevenção passa também por tomar bastante água e a realização de exames físicos. Expansão Um dos principais desafios é expandir a abrangência da instituição. Uma das estratégias é a construção de um hospital com 140 leitos e 9.000 metros quadrados no Boa Vista, ao lado das atuais instalações. A entidade está em negociações com construtoras para viabilizar o empreendimento, que também contará com uma torre de 17 andares, que servirá de apoio ao hospital. Outra estratégia é atender em mais Estados. Atualmente, metade dos atendimentos é feito em Tocantins. A parceria com o governo local iniciou em 2005, com a montagem de uma clínica especializada no Hospital Geral de Palmas. No ano seguinte, foi adquirida uma clínica 2005 em Araguaína, no Norte do Estado. E, no ano seguinte, passou a administrar uma clínica em Gurupi, no Sul de Tocantins. Ciência & Educação Outra frente de atuação da Pró-Rim é na área científica e educacional. Em parceria com grandes laboratórios, atua na pesquisa clínica e no desenvolvimento de medicamentos. “Isto tem um papel fundamental na geração de recursos para a fundação”, destaca Luz Filho. O serviço médico de residência em nefrologia foi implantado em 1995. Foi o primeiro do gênero em Santa Catarina e, desde então, formou 27 profissionais. Em 2005, foi criado o Ipreps (Instituto de Educação e Pesquisa em Saúde), que oferece cursos técnicos na área de saúde. A instituição, que já formou 1.200 pessoas, está investindo na expansão. Em 2014, foram aplicados R$ 700 mil para implantar uma unidade no Centro de Joinville. E, em 2017, quer ter o primeiro curso superior. A instituição também incentiva os seus funcionários por intermédio da concessão de bolsas de estudo. “É um estímulo à constante capacitação, que é cada vez mais necessária”, diz o presidente da instituição. As bolsas chegam a ser de 80% do total do custo e abrangem desde cursos técnicos ao doutorado. Os resultados já estão sendo colhidos. Nos últimos seis anos, o número de funcionários com curso superior e pós-graduação passou de 22% para 33%. Expansão em direção a novos Estados Melhorar a cada dia a fundação Construir o hospital É inaugurado o Ipreps (Instituto Pró-Rim de Educação e Pesquisa em Saúde), com o objetivo de capacitar mão de obra para a área da saúde. Expande suas atividades para o Tocantins. Anualmente, a Fundação Pró-Rim realiza 150 mil hemodiálises e 56 mil atendimentos ambulatoriais 2014 Pelo sexto ano seguido, fica entre as 150 melhores empresas para se trabalhar no Brasil.
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