Grupo Visabeira SGPS
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Grupo Visabeira SGPS
Relatório de Rating Empresas – Revisão 2 de Setembro de 2015 Grupo Visabeira SGPS Emitente Grupo Visabeira, S.G.P.S., S.A Rating de Emitente BB+ Médio e Longo Prazo Tendência Positiva B Curto Prazo Rating de Emissão Tendência B Curto Prazo FUNDAMENTOS DA NOTAÇÃO NOTAÇ ÃO A ARC Ratings, S.A. (ARC Ratings) confirmou o rating “BB+” atribuído aos compromissos financeiros de médio e longo prazo e o rating “B” atribuído aos compromissos financeiros DATA DO RATING 02 de Setembro de 2015 VALIDADE DO RATING 02 de Março de 2016 (Curto Prazo) 02 de Setembro de 2016 (Médio e Longo Prazo) RATING INICIAL 29 de Agosto de 2014 DATA DA PRÓXIMA PRÓXIM A REVISÃO 02 de Março de 2016 de curto prazo da Grupo Visabeira, SGPS, S.A. (GRUPO VISABEIRA SGPS). A ARC Ratings também melhorou a tendência do rating “BB+” de estável para positiva. Estas acções de rating baseiam-se no fortalecimento da capacidade de geração de fundos operacional, nas melhorias do perfil de endividamento do Grupo e na expansão sustentada da actividade, especialmente em mercados fora de Portugal. Estas evoluções contribuem para uma significativa redução da dívida líquida e para uma melhoria nos rácios de cobertura da dívida. PERFIL DO EMITENTE PERÍODO ANALISADO Histórico: 2010 a Junho de 2015 Previsional: 2015 a 2020 METODOLOGIA APLICADA Metodologia de Empresas não Financeiras da ARC Ratings disponível em www.arcratings.com A GRUPO VISABEIRA SGPS, com sede em Viseu, Portugal, é a holding de um grupo que iniciou as suas operações em 1980, prestando serviços a operadores de infra-estruturas de telecomunicações e de energia, actividade que continua a ser o seu core business (representando aproximadamente 75% do volume de negócios e 66% do EBITDA no primeiro semestre de 2015). O Grupo marca também presença no sector industrial, principalmente com a marca de louça Vista Alegre, e também no turismo, no imobiliário e CONTACTOS em outros serviços. Portugal é o principal mercado do Grupo, representando cerca de Isabel Fernandes Analista Principal [email protected] 55% do volume de negócios e 52% do EBITDA, seguido de Angola, Moçambique e França. A Dinamarca e a Alemanha assumirão uma importância crescente para o Grupo. Além das suas subsidiárias operacionais, a GRUPO VISABEIRA SGPS mantém participações financeiras nos seus principais clientes em Portugal, as quais têm um valor estratégico. No final de Junho de 2015 estas participações financeiras tinham um valor de mercado de 115,0 milhões de euros e representavam 6,9% dos activos consolidados da Grupo Visabeira SGPS. O principal accionista da GRUPO VISABEIRA SGPS é o Sr. Eng. Fernando Campos Nunes, seu fundador e Presidente, que aumentou a sua participação indirecta de 78,5% para 81,6%, em resultado do exercício de opções de venda de acções detidas pelos investidores institucionais. O Grupo possui, desde 2005, os seguintes investidores EmmaEmma-Jane Fulcher Chief Ratings Officer [email protected] Joan Vidra Presidente do Painel [email protected] 180 Piccadilly London, W1J 9HF UNITED KINGDOM Tel: +44 (0) 203 282 7594 Website: www.arcratings.com institucionais: Caixa Capital - Sociedade de Capital de Risco, S.A. (Caixa Capital) (4,3%), que participa também directamente na principal sub holding, e Portugal Capital Venture, S.A. (3,5%), duas sociedades de capital de risco pertencentes indirectamente ao Estado Português. ARC Ratings, S.A. 1 Grupo Visabeira SGPS Relatório de Rating Empresas – Revisão OS FACTORES CHAVE DA NOTAÇÃO SÃO OS SEGUINTES: SEGUINTES: • Forte capacidade de geração de fundos operacional – mesmo em anos de retracção da economia em Portugal o volume e negócios do Grupo aumentou, beneficiando da sua crescente internacionalização; no primeiro semestre de 2015 o volume de negócios do Grupo alcançou 342,2 M€ e o EBITDA registou um aumento homólogo de 28,2% no primeiro semestre de 2015 (equivalente a 11,9 milhões de euros (M€)) para 54,3 M€; a capacidade de geração de fundos do Grupo beneficia de um efeito sazonalidade no segundo semestre, particularmente na indústria, e também na área das telecomunicações e energia; tirando partido da sua notoridade, nomeadamente pela qualidade de serviço prestado, o Grupo está a consolidar a sua posição nesta principal área de negócio e fonte estável de geração de fundos (principalmente através de acordos pluri-anuais); a prestação de serviços a operadores de infra-estruturas de telecomunicações e de energia representou 66,1% do EBITDA do Grupo no primeiro semestre de 2015; a forte geração de fundos permitiu uma melhoria da rendibilidade operacional do Grupo (para 10,8%). • Plano de expansão de actividade - o Grupo estima um crescimento sustentado do seu volume de negócios nos próximos anos, particularmente em 2015 e em 2016 (de cerca de 20% anual) e espera alcançar 1 407,7 M€ em 2020; o Grupo está focado numa maior internacionalização para países europeus na área das telecomunicações e energia e no reforço da presença nos mercados onde opera; estima-se um maior desenvolvimento da actividade da indústria e do turismo a partir de 2016, quer pela expansão da actividade (no sector da loiça) quer pelos investimentos a realizar (em particular em Moçambique); prevê-se que o EBITDA registe crescimentos mais significativos do que o crescimento esperado do volume de negócios, alcançando 128,2 M€ em 2015 e 269,7 M€ em 2020, que proporcionam melhorias de margem para respectivamente 16,5% e 19,2% (face a 15,9% no primeiro semestre de 2015). • Diversificação geográfica – a ARC Ratings em geral considera a diversificação geográfica do Grupo como um factor de crédito positivo, reduzindo a sua vulnerabilidade aos riscos macro-económicos em Portugal, apesar da sua exposição aos mercados de Angola e Moçambique apresentar riscos potenciais; a diversificação geográfica aumentou no primeiro semestre de 2015, sobretudo na principal área de negócio para outros países da União Europeia (com melhor rating), o que a ARC Ratings também considera positivo do ponto de vista de crédito. • Melhoria dos rácios da divida - O rácio de dívida financeira líquida / EBITDA (incluindo os dividendos de investimentos), em termos anualizados, melhorou, tendo baixado de 7,0 vezes no fim de 2014 para 6,7 vezes no fim de Junho de 2015. O Grupo prevê uma descida sucessiva e significativa deste rácio, para 1,9 vezes no fim de 2020. Adicionalmente, o rácio de cobertura dos gastos financeiros de financiamento pelo EBITDA adicionado dos dividendos de investimentos registou uma ligeira melhoria no primeiro semestre de 2015, para 2,0 vezes, e o Grupo espera uma melhoria progressiva para 9,7 vezes em 2020. • Manutenção do apoio - A CGD, o maior banco em Portugal e detido na totalidade pelo Estado Português, e que, através da Caixa Capital, é accionista da GRUPO VISABEIRA SGPS e da sua principal sub holding, é também o seu maior financiador. OS PRINCIPAIS CONSTRANGIMENTOS CONSTR ANGIMENTOS DAS D AS NOTAÇÕES DA GRUPO VISABEIRA SGPS SÃO: • Endividamento - o grau de endividamento do Grupo é o principal constrangimento dos ratings atribuídos; de facto a autonomia financeira (incluindo interesses minoritários) era de 22,5% no final de Junho de 2015, nível próximo do registado nos últimos anos; em 2015 está previsto um aumento da dívida líquida de 32,4 M€ (decorrente sobretudo de investimentos de cerca de 80 milhões de euros), contudo, o Grupo deu inicio à sua estratégia de desalavancagem, designadamente por alienação de activos extra exploração (no primeiro ARC Ratings, S.A. 2/12 Grupo Visabeira SGPS Relatório de Rating Empresas – Revisão semestre de 2015 o aumento foi de 13,8 M€, tendo no mesmo período ocorrido uma redução de 6,9 M€ de créditos de natureza comercial, num contexto de investimento de cerca de 40 M€, para 752,6 M€); nos anos seguintes o Grupo estima uma redução da dívida líquida a partir de 2016, especialmente para 518,3 M€ no final de 2020; é de salientar que, simultaneamente, num contexto de geração de resultados crescentes e de alienação de acções, o Grupo prevê aumentar de forma continuada a autonomia financeira (incluindo interesses minoritários) para 33,6% em 2019 e para 38,2% em 2020. • A geração de fundos está sujeita a riscos cambiais e políticos - nomeadamente em Angola e Moçambique, mas as operações do Grupo nesses países auferem margens mais elevadas do que no mercado interno, a fim de compensarem esses riscos; para além disso, a economia Angolana está a enfrentar os impactos negativos da diminuição dos preços do petróleo, situação que poderá influenciar negativamente a actividade neste país (que representa 15,7% do seu volume de negócios); contudo a importância de Angola e de Moçambique para o consolidado irá diminuir com uma maior internacionalização para outros países europeus. Regista-se contudo que o Grupo Visabeira procedeu à contratação de diferentes apólices de seguro de cobertura do risco politico e cambial sobre recebíveis de Angola (sobre as exportações de subsidiárias portuguesas) no montante individual de 1 M€, para fornecimentos continuados. Para além disso, uma subsidiária angolana, contratou um empréstimo em dólares (equivalente até 24 milhões de euros), que lhe permite mitigar o risco de transferência. • A mudança de propriedade da maior operadora de telecomunicações portuguesa - o sector de telecomunicações em Portugal está numa fase de consolidação e em 2 de Junho de 2015 a PT Portugal, S.G.P.S., S.A. (PT Portugal) (que representou cerca de 6% do volume de negócios do Grupo, deduzido da facturação de materiais que não incorpora qualquer margem) foi comprada pelo Grupo Altice, que é conhecido por ter uma grande preocupação com os custos e vontade de rever os contratos com todos os prestadores de serviços. • Estrutura da dívida - é de referir que a maior parte da dívida do Grupo é contratada a médio prazo; o perfil de maturidade da dívida do Grupo é influenciado pelo plano de reembolso da dívida contratada para a aquisição de participações financeiras, particularmente de 2017 a 2019; espera-se que a importância da dívida de curto prazo baixe para 9,6% (do total da dívida) no final de 2020; em Junho esta parcela era de 17,9% (141,5 M€, relativa principalmente à parcela exigível a curto prazo dos empréstimos contratados a médio prazo) e baixou com a emissão de um empréstimo obrigacionista de 100 M€ em Julho de 2015 com um prazo de 6 anos; é de destacar que no fim de Junho de 2015, à semelhança de anos anteriores, a dívida financeira do Grupo encontrava-se maioritariamente denominada em euros (92,1%). A dívida é contratada quase na totalidade a taxa de juro variável, encontrando-se assim exposta a flutuações das taxas de juro (que se situam a um nível historicamente baixo). • A evolução do valor das participações financeiras do Grupo – este valor registou uma apreciação de 5,5 M€ no primeiro semestre de 2015 (após ter registado desvalorizações significativas nos anos anteriores), sem qualquer impacto de fluxo de caixa dado que o Grupo ainda as mantêm em carteira. CAPACIDADE DE GERAÇÃO GERAÇÃO DE FUNDOS E EVOLUÇÕES EVOLUÇÕ ES RECENTES No primeiro semestre de 2015 o Grupo acelerou o ritmo de crescimento do volume de negócios consolidado alcançando os 342,2 M€, mais 19,8% face ao período homólogo anterior. Neste período, à semelhança que se verificou em 2014, verificou-se um aumento do volume de negócios em Portugal (+13,1%) e no exterior (+28,9%). A actividade internacional, que foi especialmente robusta em França (+36,7%) e em Angola (+28,7%), representou 45,2% (+3,2 pontos percentuais (pp) face ao período homólogo) do volume de negócios do Grupo. A principal área de negócios, Telecomunicações, Energia, Tecnologias e Construção foi o motor de crescimento ARC Ratings, S.A. 3/12 Grupo Visabeira SGPS Relatório de Rating Empresas – Revisão da actividade (+24,9%, ou +50,8 milhões de euros), para além da área da Indústria (+4,8 milhões de euros). As restantes áreas registaram crescimento, mas menos expressivo. Os mercados com contribuição mais significativa para o volume de negócios no primeiro semestre de 2015 foram: • Portugal – 54,8% (-3,2 pp em termos homólogos), ou 187,4 M€, sobretudo nas telecomunicações e energia, mas também na indústria (56,2 M€, dos quais 33,6 M€ em resultado do bom desempenho das marcas Vista Alegre e Atlantis e com as vendas para o IKEA em fase cruzeiro), e turismo (10,2 M€); • Angola -15,7% (+1,1 pp em termos homólogos), ou 53,7 M€, principalmente nas telecomunicações (televisão e internet); • França -14,8% (+1,9 pp em termos homólogos), ou 50,5 M€, particularmente nas telecomunicações, para além do desenvolvimento na energia (8,7 M€); • Moçambique -12,5% (em linha com o período homólogo), ou 42,7 M€, sobretudo nas telecomunicações e energia (incluindo 11,5 M€ de televisão e internet), mas também no turismo (5,3 M€); e • Alemanha e Bélgica – 1,1% cada, no conjunto de 7,6 M€ nas telecomunicações (+2,4 M€ em termos homólogos principalmente a Alemanha). GRUPO VISABEIRA SGPS - CONTRIBUIÇÃO DAS ÁREAS DE NEGÓCIO E PAÍSES PARA O VOLUME DE NEGÓCIOS CONSOLIDADO (%) 2014 Jan a Jun 2015 Jan a Jun 2010 2011 2012 2013 2014 509,7 522,7 534,0 562,9 631,6 285,8 342,3 72,4 71,5 63,9 58,3 55,6 58,0 54,8 Angola 8,3 8,3 9,2 12,5 14,8 14,6 15,7 Moçambique 9,5 9,8 13,5 14,4 13,0 12,6 12,5 França 9,1 9,6 10,6 11,7 13,0 12,9 14,8 Outros Países 0,7 0,8 2,8 3,1 3,6 1,9 2,3 71,6 72,3 72,3 69,9 72,0 71,5 74,6 VOLUME DE NEGÓCIOS CONSOLIDADO EM M€ Portugal TELECOMUNICAÇÕES, ENERGIA, TECNOLOGIAS E CONSTRUÇÃO Portugal 49,0 49,1 43,8 36,9 35,5 36,4 34,7 Angola 6,3 6,3 7,6 9,9 12,2 11,6 13,3 Moçambique 6,6 6,5 9,1 10,0 9,4 8,9 9,6 França 9,1 9,6 10,6 11,7 12,8 12,8 14,6 Outros Países 0,7 0,8 1,2 1,4 2,1 1,8 2,3 INDÚSTRIA 17,9 17,9 18,5 19,2 19,1 18,9 17,2 Portugal 16,7 17,1 15,6 16,4 16,5 17,8 16,4 Angola 1,1 0,8 0,9 0,8 0,8 0,9 0,4 Moçambique 0,2 0,1 0,6 0,4 0,2 0,1 0,2 França n.a. n.a. n.a. 0,0 0,1 0,1 0,1 Outros Países 0,0 0,0 1,4 1,6 1,5 0,0 0,0 1,1 0,7 0,6 1,9 0,7 0,8 0,7 Portugal 0,7 0,2 0,2 1,3 0,2 0,2 0,2 Moçambique 0,5 0,5 0,5 0,6 0,5 0,6 0,5 TURISMO 6,4 6,4 6,3 5,8 5,0 5,3 4,5 Portugal 4,8 4,6 4,1 3,7 3,4 3,5 3,0 Moçambique 1,6 1,8 2,2 2,1 1,6 1,7 1,5 2,9 2,7 2,3 3,2 3,2 3,5 3,0 Portugal 1,2 0,6 0,3 0,1 0,1 0,1 0,4 Angola 1,0 1,2 0,7 1,8 1,9 2,1 1,9 Moçambique 0,8 0,9 1,1 1,3 1,2 1,2 0,6 Outros Países 0,0 0,0 0,1 0,1 0,0 0,1 0,0 IMOBILIÁRIA COMÉRCIO, SERVIÇOS, SAÚDE E INVESTIMENTOS Notas: Valores arredondados. Fonte: Relatórios e Contas, e informação adicional, da GRUPO VISABEIRA SGPS. Assim, o Grupo manteve a sua estratégia de aumento da diversificação geográfica. ARC Ratings, S.A. 4/12 Grupo Visabeira SGPS Relatório de Rating Empresas – Revisão A principal área de negócios, Telecomunicações, Energia, Tecnologias e Construção, representou 74,6% do volume de negócios do Grupo. É de referir que mais de 50% do volume de negócios consolidado foi atingido na área das Telecomunicações (com idêntica contribuição para o EBITDA). A área de negócios da Indústria manteve o segundo lugar com 17,2% do volume de negócios (e 8,4% do EBITDA). A área do Turismo representou 4,5% do volume de negócios do Grupo e 11,2% do seu EBITDA. O EBITDA do Grupo registou um crescimento homólogo mais robusto (mais 8,4 pp) do que o volume de negócios, situando-se em 54,3 M€ no primeiro semestre de 2015. Assim, a margem EBITDA aumentou em 1,1 pp, para 15,9% do volume de negócios, mantendo a tendência de melhoria registada nos últimos anos. O resultado operacional do Grupo atingiu 37,0 M€ no primeiro semestre de 2015 (mais 37,8% em termos homólogos), permitindo um aumento de 1,4 pp na rendibilidade operacional do volume de negócios (para 10,8%). Com efeito, e apesar do ligeiro aumento do peso das amortizações no volume de negócios, em resultado do investimento realizado que não atingiu ainda a fase cruzeiro da actividade, verificou-se uma melhoria fruto da inversão das perdas da equivalência patrimonial e do menor valor de provisões e imparidades. Os gastos financeiros líquidos registaram um aumento homólogo de 21,4%, para 36,7 M€ no primeiro semestre de 2015. Esta subida ocorreu num contexto de menor perda em investimentos financeiros (em 0,4 M€) e de ligeira subida dos gastos de financiamento (em apenas 1,4%, para 21,7 M€), beneficiando da ligeira redução da taxa de juro all-in (para 5,6%) num quadro de aumento da dívida líquida média. Assim, o aumento desses gastos reflectiu principalmente a verificação de diferenças de câmbio negativas de 4,1 M€ (face a 0,6 M€ em termos homólogos), para além da descida de juros recebidos, em 1,5 M€, e de dividendos recebidos, em 1,1 M€. A perda registada em investimentos financeiros no primeiro semestre de 2015 resultou da desvalorização do justo valor da participação accionista na PHAROL, SGPS, S.A. (PHAROL) (em 11,1 M€, para 9,3 M€). É de salientar que o justo valor das outras duas participações accionistas, NOS S.G.P.S., S.A. (NOS) e EDP - Energias de Portugal, S.A. (EDP), manteve a tendência de apreciação, em 16,6 M€ no primeiro semestre de 2015, mas continuou a ser registada directamente em capitais próprios. O rácio de cobertura dos gastos financeiros de financiamento pelo EBITDA adicionado dos dividendos de investimentos registou uma ligeira melhoria, aumentando para 2,0 vezes no primeiro semestre de 2015 (face a 1,9 vezes no período homólogo). O justo valor de propriedades de investimento registou um aumento de 0,9 M€ no primeiro semestre de 2015 relacionado com o acervo do museu da Vista Alegre. Neste contexto, o Grupo conseguiu registar um resultado antes de imposto positivo, em 1,0 M€ (face a -3,5 M€ no período homólogo), contudo a carga fiscal (em parte relacionada com a apreciação de participações financeiras) levou a um resultado líquido consolidado da Grupo Visabeira SGPS de -4,0 M€ no primeiro semestre de 2015 (que saliente-se representa uma melhoria em relação a -9,1 M€ no período homólogo). Assim, a rendibilidade líquida do volume de negócios foi negativa (-1,2%), mas associada à actividade não operacional. POLÍTICA FINANCEIRA No primeiro semestre de 2015 o Grupo investiu cerca de 40,0 M€ em activos fixos tangíveis. Cerca de metade do investimento foi realizado em Portugal no hotel em Ílhavo, na área das telecomunicações e na Indústria. No exterior o Grupo continua a realizar principalmente investimentos de expansão da actividade de telecomunicações (televisão e internet) em Moçambique e em Angola e na área do Imobiliário e turismo em Moçambique. É de referir que o investimento realizado no primeiro semestre de 2015 continuou a ser superior às amortizações, reflectindo a expansão da actividade. ARC Ratings, S.A. 5/12 Grupo Visabeira SGPS Relatório de Rating Empresas – Revisão As necessidades em fundo de maneio aumentaram no primeiro semestre de 2015 (em 24,8 M€, para 163,5 M€), em resultado da descida mais significativa dos recursos cíclicos em relação à redução das necessidades cíclicas. No entanto, em termos líquidos de adiantamentos, a redução do saldo de clientes foi superior à redução de fornecedores, que baixaram respectivamente para 119,3 M€ e 124,0 M€ no final de Junho de 2015. O valor de inventários baixou também para 174,9 M€. Os empréstimos a accionistas e empresas associadas (líquidos de empréstimos de accionistas e empresas associadas correntes) aumentaram em 6,4 M€, para 69,0 M€. Num contexto de realização de investimentos em activos fixos e de aumento dos empréstimos, e apesar da geração de fundos, a dívida financeira líquida consolidada da GRUPO VISABEIRA SGPS aumentou em 13,8 M€ (ou 1,9%), para 752,6 M€ no final de Junho de 2015. Em igual período destaca-se também uma redução 6,9 M€ de dívida relativa a outros créditos de natureza comercial, factoring, confirming e desconto de remessas documentárias. GRUPO VISABEIRA SGPS - DADOS FINANCEIROS E RÁCIOS (MILHARES DE EUROS) VOLUME DE NEGÓCIOS 2010 2011 (*) 2012 2013 2014 2014 Jan a Jun 2015 Jan a Jun 509.593 522.604 533.873 562.779 631.438 285.763 342.220 EBITDA 60.788 65.460 68.462 82.512 98.788 42.402 54.350 RESULTADO OPERACIONAL (EBIT) 41.736 47.190 47.382 58.256 63.404 26.838 36.976 (24.363) (78.091) (48.289) (42.994) (91.558) (30.261) (36.729) 3.866 46.316 12.318 5.856 62.544 (36) 788 13.173 14.198 2.153 232 8.083 (9.120) (3.972) RESULTADO FINANCEIRO RESULTADOS NÃO CORRENTES RES. CONSOL. LÍQUIDO DO PERÍODO Taxa de Distribuição de Resultados 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 11,9% 12,5% 12,8% 14,7% 15,6% 14,8% 15,9% 1.449.926 1.451.950 1.449.413 1.520.381 1.665.411 1.574.873 1.660.375 81.737 (33.766) 72.159 (14.666) 31.638 (70.008) 12.409 186.311 196.177 160.281 145.915 138.755 167.597 163.506 (104.574) (229.943) (88.122) (160.581) (107.117) (237.605) (151.097) 689.025 697.078 695.184 682.833 738.777 690.185 752.583 REND. OPERAC. DO VOLUME DE NEGÓCIOS (%) 8,2% 9,0% 8,9% 10,4% 10,0% 9,4% 10,8% REND. OPERAC. DO ACTIVO (%) 2,9% 3,3% 3,3% 3,8% 3,8% 3,4% 4,5% Custo Bruto do Capital Alheio (%) 3,3% 3,7% 4,8% 3,8% 3,5% 3,8% 4,2% REND. LÍQUIDA DO VOLUME DE NEGÓCIOS (%) 2,6% 2,7% 0,4% 0,0% 1,3% (3,2%) (1,2%) Cobertura dos Gastos Fin. de Financia/ pelo EBITDA + Dividendos (x) 2,6 2,4 1,7 1,9 2,3 1,9 2,0 Dívida Financeira Líquida / (EBITDA + Dividendos) (x) 6,6 6,7 7,6 7,3 7,0 7,6 6,7 Autonomia Financeira incluindo Interesses Minoritários 22,7% 22,5% 23,6% 23,3% 22,1% 23,0% 22,5% Endividamento 77,3% 77,5% 76,4% 76,7% 77,9% 77,0% 77,5% Estrutura da Dívida Financeira (% exigível a curto prazo) 12,1% 26,4% 20,3% 19,9% 14,9% 23,9% 18,4% Risco de Liquidez 53,9% 96,4% 85,3% 75,8% 64,7% n.d. 87,7% EBITDA em % do Vol. Negócios TOTAL DO ACTIVO FUNDO MANEIO LIQUIDO (FML) NECESSIDADES EM FUNDO MANEIO (NFM) TESOURARIA LIQUIDA (TRL) DÍVIDA FINANCEIRA LÍQUIDA Risco de Taxa de Juro Liquidez Geral (Activo Corrente / Passivo Corrente) (%) Liquidez Reduzida ((Act. Corrente - Inventários)/Passivo Corrente) (%) 96,8% 91,8% 90,2% 88,9% 92,3% 98,9% 92,4% 119,9% 93,5% 115,8% 97,1% 106,1% 88,0% 102,4% 82,5% 61,7% 78,7% 60,7% 71,9% 54,7% 69,0% Notas: Valores arredondados. (*) = Reapresentadas; Contas preparadas de acordo com as IFRS. Com reclassificações / ajustamentos efectuados pela ARC Ratings para efeitos de análise. Contas de 2010 a 2014 certificadas pela Ernst & Young Audit & Associados. Fontes: Relatórios e Contas e informação adicional da GRUPO VISABEIRA SGPS. Além das suas subsidiárias operacionais, a GRUPO VISABEIRA SGPS mantém as seguintes participações financeiras: • uma participação de 2,64% na PHAROL, anteriormente designada Portugal Telecom, S.G.P.S., S.A., holding que mantém uma participação minoritária (de 27,5%) na OI, S.A., operadora de telecomunicações brasileira; esta operadora manteve até 2 de Junho de 2015 a totalidade da PT Portugal, a maior operadora de telecomunicações em Portugal, a qual vendeu nessa data ao Grupo Altice; • uma participação de 1,36% na NOS, a segunda maior operadora de telecomunicações em Portugal; e ARC Ratings, S.A. 6/12 Grupo Visabeira SGPS Relatório de Rating Empresas – Revisão • uma participação de 0,45% na EDP, líder no mercado Português da produção, distribuição e comercialização de electricidade. No fim de Junho de 2015 estas participações financeiras tinham um valor de mercado de 115,0 M€ e representavam 6,9% dos activos consolidados da GRUPO VISABEIRA SGPS. A este nível, estas participações continuam a não representar riscos substanciais para o balanço do Grupo Visabeira. A autonomia financeira (incluindo interesses minoritários) aumentou 0,4 pp, para 22,5% no fim de Junho de 2015, em consequência principalmente da valorização de investimentos financeiros. Esta melhoria ocorreu apesar do agravamento da evolução das taxas de câmbio devido à depreciação das moedas de Moçambique e de Angola, que levou à redução da reserva de conversão cambial, em -6,8 M€, para -23,5 M€. O rácio de dívida financeira líquida / EBITDA (incluindo os dividendos de investimentos), em termos anualizados, melhorou, tendo baixado de 7,0 vezes no fim de 2014 para 6,7 vezes no fim de Junho de 2015. Em termos de maturidade da dívida financeira do Grupo, o montante da dívida financeira com maturidade a curto prazo era 146,1 M€ no fim de Junho de 2015 (18,4% do total), face a 115,9 M€ (14,9% do total) no fim de 2014. No entanto, esta estrutura da dívida melhorou com a emissão de um empréstimo obrigacionista de 100 M€ realizado em Julho de 2015 com um prazo de 6 anos (com 3 anos de carência) para refinanciamento de dívida e financiamento da actividade corrente. Assim, temporariamente, o risco de liquidez do Grupo aumentou 23,0 pp no primeiro semestre de 2015, para 87,7%, tendo decrescido em Julho de 2015. A CGD, o maior banco em Portugal e detido na totalidade pelo Estado Português, e que, através da Caixa Capital, é accionista da GRUPO VISABEIRA SGPS S e da sua principal sub holding, é também o seu maior financiador. No fim de Junho de 2015 os contratos de financiamento com a CGD representavam 51,9% do total (menos 0,5 pp do que no fim de 2014), seguida pela Caixa Económica Montepio Geral (15,2%) e pelo Banco Comercial Português, S.A. (BCP) (9,4%). No fim de Junho de 2015 92,1% da dívida financeira do Grupo esta denominada em euros. O remanescente estava denominado em meticais moçambicanos (5,9%), kuanzas angolanos (1,7%) e dólares dos Estados Unidos da América (0,3%) e foi contratado para financiar as actividades em Moçambique e em Angola, não tendo sido contratadas coberturas cambiais. O Grupo tem por política contratar maioritariamente a sua dívida financeira a taxas de juro indexadas (essencialmente à EURIBOR e à LIBOR) e reduz o risco de taxa de juro através de contratos de swap de taxa de juro (com um valor nocional total de cerca de 28,0 M€ no fim de Junho de 2015 representando apenas 3,5% do total da dívida financeira). Nestes contratos de swap o Grupo recebe juros à taxa EURIBOR a 3 meses e paga juros a taxas anuais fixas que variam entre 0,68% e 3,09%. O Grupo mantém apólices de seguro com as seguintes coberturas: danos materiais do activo fixo tangível, com um capital seguro de 677,2 M€ (no fim de Junho de 2015 o valor líquido contabilístico do activo fixo tangível, excluindo o valor dos terrenos e recursos naturais, e das propriedades de investimento era de 801,5 M€); responsabilidade civil, incluindo decenal, com capital seguro de 94,3 M€; e decorrentes de obras e montagens para entidades que não foram objecto de consolidação integral pela Grupo Visabeira SGPS, com capital seguro de 255,4 M€. É de referir que não se encontram cobertos através de apólices de seguros os riscos de perda de lucros, com excepção de algumas subsidiárias em Angola e Moçambique, nomeadamente na actividade de televisão e internet. PREVISÕES No plano a médio e longo prazo, para o período de 2015 a 2020, o Grupo prevê uma expansão sólida das suas actividades. Estão previstos aumentos sucessivos e significativos do seu volume de negócios, que serão mais ARC Ratings, S.A. 7/12 Grupo Visabeira SGPS Relatório de Rating Empresas – Revisão expressivos em 2015 (+23,1%, para 777,5 M€) e em 2016 (+19,5%, para 929,4 M€) e na ordem dos 10,5% nos anos seguintes, para 1 407,7 M€ em 2020. A principal área de actividade continuará a ser o motor de crescimento do Grupo. Assim, a contribuição da área das Telecomunicações, Energia, Tecnologias e Construção para o volume de negócios consolidado deverá aumentar para 74,5% em 2016, 75,4% em 2018 e 77,6% em 2020. O Grupo irá tirar partido da sua posição de liderança em Portugal, do fortalecimento da presença em Angola e em Moçambique e do aumento da diversificação para a Europa. Em consequência, a importância para o volume de negócios consolidado dos países europeus deverá aumentar, destacando-se: • a França - para 17,2% em 2015 (e manter-se neste nível) beneficiando: da renegociação este ano dos contratos com a France Telecom (até 2020), com um alargamento da área contratada (com um valor superior a um terço face ao anterior), através do qual o Grupo reforçou a sua posição de terceiro prestador de serviços da ORANGE; e da expansão para a área da energia, da qual estima sinergias entre as duas áreas; • da Dinamarca - para 6,3% em 2016 e crescente nos anos seguintes atingindo 10,9% em 2020, ao abrigo de um contrato com a Huawei e de outro contrato em negociação; • da Alemanha - para 1,5% em 2015, 3,0% em 2017, 6,2% em 2019 e 9,0% em 2020, ao abrigo de contratos assinados com a Huawei e com a Deustche Telekom. O Grupo estima um maior desenvolvimento da actividade da indústria e do turismo a partir de 2016, quer pela expansão da actividade (no sector da loiça) quer pelos investimentos a realizar (em particular em Moçambique). Assim, a importância da área do turismo para o volume de negócios deverá manter-se, em 5,1%, enquanto a importância da indústria deverá baixar de 19% em 2015 para 14,4% em 2020. A contribuição das restantes áreas de actividade manter-se-á reduzida. A maior diversificação geográfica levará à diminuição da contribuição para o volume de negócios de Angola e de Moçambique, apesar da prevista expansão de actividade nestes países, para 10,2% e 11,2% respectivamente em 2020. De igual forma a contribuição de Portugal baixará progressivamente para 53,8% em 2015, 49,0% em 2016 e 40,3% em 2020, apesar do aumento nominal de actividade (a taxas mais moderadas a partir de 2017). A expansão da actividade levará a uma crescente capacidade de geração de fundos, pelo que o Grupo estima valores consideráveis de EBITDA: de 128,2 M€ em 2015 (+30,5%); de 158,1 M€ em 2016 (+23,3%); e de 269,7 M€ em 2020. Assim, a margem EBITDA deverá registar progressivas melhorias, para 16,5% em 2015 e para 19,2% em 2020 (+3,6 pp do que em 2014). Note-se que, com o previsto desenvolvimento da actividade na Europa, o Grupo conseguirá uma maior repartição geográfica da geração de fundos: baixando a contribuição de Moçambique e Angola, para 29,1% em conjunto em 2020, e de Portugal, para 39,2%, em contrapartida do aumento da contribuição da França, da Dinamarca e da Alemanha, em conjunto para 30,7% nesse ano. O resultado operacional deverá beneficiar também da redução do peso das amortizações e da melhoria de ganhos da equivalência patrimonial e atingir 215,1 M€ em 2020 (mais do triplo do atingido em 2014). Os gastos financeiros líquidos deverão registar decréscimos, particularmente em 2017 e em 2018 (para 32,0 M€), para 27,7 M€ em 2020, fruto da descida da dívida financeira líquida e do custo da dívida. Assim, o rácio de cobertura dos gastos financeiros de financiamento pelo EBITDA adicionado dos dividendos de investimentos melhora de forma significativa, subindo para 3,0 vezes em 2015 e para 9,7 vezes em 2020. A melhoria dos resultados operacionais e da função financeira conduzirão a resultado líquido crescentes, de 37,4 M€ em 2015, de 95,2 M€ em 2018 e de 138,8 M€ em 2020. Para o período de 2015 a 2020 o Grupo prevê a realização de investimentos no valor de 428,5 M€, com o valor mais significativo previsto para 2016 (82,0 M€). Cerca de 63% do valor do investimento é dirigido ao desenvolvimento da principal área de actividade (prestação de serviços a operadores de infra-estruturas de ARC Ratings, S.A. 8/12 Grupo Visabeira SGPS Relatório de Rating Empresas – Revisão telecomunicações e de energia), principalmente fora de Portugal (Dinamarca, Angola e Moçambique). As renovações de edifícios da Vista Alegre, destinadas ao turismo em Portugal, e a construção de novos hotéis em Moçambique representam cerca de 21% do investimento total previsto. Na área da indústria estão previstos a realização de 15,3% do total, incluindo uma nova fábrica de pellets em Espanha (22,1 M€) e um novo forno na fábrica da Vista Alegre. O Grupo considerou a seguinte estrutura de financiamento do investimento: 30% fundos próprios e 70% capitais alheios. O investimento previsto no plano não incluiu o investimento a realizar na construção de um novo hospital em Viseu, na medida em que o Grupo estima aliená-lo ainda em 2015. Note-se que o ganho esperado com esta transacção foi já maioritariamente reflectido em 2014, aquando do seu reconhecimento como propriedade de investimento. O Grupo já realizou um contrato de promessa de arrendamento deste edifício com um operador português (CUF / Grupo Melo). Decorrente das condições de amortização da dívida contratada para a aquisição das acções (no valor total de 237 M€ no final de Junho de 2015) o Grupo estima a alienação destas acções (à cotação de final de 2014) entre 2017 e 2019 (dos quais 48,3 M€ em cada um dos dois primeiros anos). Assim, o Grupo considerou o recebimento de dividendos apenas até 2018 e de valor decrescente (sem considerar qualquer valor da PHAROL desde 2016). Um eventual decréscimo significativo da cotação das acções da PHAROL, como ocorreu no primeiro semestre de 2015, teria um menor impacto negativo dado que no fim de Junho de 2015 o justo valor do investimento do Grupo nestas acções era de apenas 9,3 M€. Adicionalmente, o Grupo, com a geração de cash flow, continuará a amortizar anualmente 14,4 M€ até 2023. Os activos do Palácio do Gelo, um centro comercial em Viseu (Portugal), estão associados a este financiamento como garantia. GRUPO VISABEIRA SGPS - DADOS FINANCEIROS E RÁCIOS (MILHARES DE EUROS) 2015 (P) 2016 (P) 2017 (P) 2018 (P) 2019 (P) 2020 (P) VOLUME DE NEGÓCIOS 777.548 929.384 1.042.900 1.152.108 1.272.900 1.407.676 EBITDA 128.231 158.135 180.976 206.674 235.454 269.745 92.753 118.716 136.322 159.127 181.498 215.073 (39.314) (39.154) (35.406) (31.995) (30.168) (27.690) 0 0 0 0 0 0 37.432 58.408 74.652 95.228 111.357 138.812 RESULTADO OPERACIONAL (EBIT) RESULTADO FINANCEIRO RESULTADOS NÃO CORRENTES RES. CONSOL. LÍQUIDO DO PERÍODO Taxa de Distribuição de Resultados EBITDA em % do Vol. Negócios TOTAL DO ACTIVO FUNDO MANEIO LIQUIDO (FML) NECESSIDADES EM FUNDO MANEIO (NFM) TESOURARIA LIQUIDA (TRL) DÍVIDA FINANCEIRA LÍQUIDA REND. OPERAC. DO VOLUME DE NEGÓCIOS (%) 27% 17% 13% 11% 9% 7% 16,5% 17,0% 17,4% 17,9% 18,5% 19,2% 1.716.923 1.796.014 1.809.187 1.817.205 1.869.719 1.946.408 16.783 50.485 29.155 4.305 156.623 231.405 197.566 207.773 196.560 210.622 220.483 230.622 (180.782) (157.289) (167.405) (206.317) (63.859) 784 771.132 767.862 714.064 653.310 602.445 518.299 11,9% 12,8% 13,1% 13,8% 14,3% 15,3% REND. OPERAC. DO ACTIVO (%) 5,4% 6,6% 7,5% 8,8% 9,7% 11,0% Custo Bruto do Capital Alheio (%) 3,3% 3,1% 2,9% 2,5% 2,4% 2,2% REND. LÍQUIDA DO VOLUME DE NEGÓCIOS (%) 4,8% 6,3% 7,2% 8,3% 8,7% 9,9% Cobertura dos Gastos Fin. de Financia/ pelo EBITDA + Dividendos (x) 3,0 3,8 4,7 6,3 7,7 9,7 Dívida Financeira Líquida / (EBITDA + Dividendos) (x) 5,7 4,7 3,9 3,1 2,6 1,9 22,2% 23,8% 26,2% 29,6% 33,6% 38,2% Autonomia Financeira incluindo Interesses Minoritários Endividamento 77,8% 76,2% 73,9% 70,7% 66,7% 62,2% Estrutura da Dívida Financeira (% exigível a curto prazo) 14,7% 18,8% 24,9% 30,3% 11,3% 9,6% Risco de Liquidez n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. Risco de Taxa de Juro n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. n.d. 103,1% 108,2% 103,9% 99,9% 125,9% 138,4% 70,4% 79,6% 76,5% 72,7% 92,0% 104,2% Liquidez Geral (Activo Corrente / Passivo Corrente) (%) Liquidez Reduzida ((Act. Corrente - Inventários)/Passivo Corrente) (%) Notas: Valores arredondados. (*) = Reapresentadas; (P) = Previsões; n.d. = Não disponível. Contas preparadas de acordo com as IFRS. Com reclassificações / ajustamentos efectuados pela ARC Ratings para efeitos de análise. Contas de 2010 a 2014 certificadas pela Ernst & Young Audit & Associados. Fontes: Relatórios e Contas e informação adicional da GRUPO VISABEIRA SGPS. Plano para 2015 a 2020, preparado pelo Grupo em Maio de 2015, tendo por base as contas consolidadas de 2014. ARC Ratings, S.A. 9/12 Grupo Visabeira SGPS Relatório de Rating Empresas – Revisão Num contexto de aumento previsto de geração de fundos, os investimentos de expansão em activos fixos e em fundo de maneio (particularmente em 2015) necessitarão de ser em parte financiados por dívida. Note-se que o Banco Europeu de Investimento já aprovou um financiamento de 20 M€ para a expansão da actividade das telecomunicações (televisão e internet) em Angola. Assim, o Grupo prevê um aumento de 32,4 M€ na sua dívida financeira líquida em 2015, para 771,1 M€. Nos anos seguintes a dívida líquida do Grupo diminuirá, particularmente a partir de 2017 (com a alienação das acções) e em 2020 (-84,1 M€), para 518,3 M€ no final deste ano. Nesta data, a proporção da dívida líquida exigível a curto prazo baixará para 9,6% (ou 57,1 M€). No plano a médio prazo o Grupo prevê a distribuição anual de dividendos no valor de 10,0 M€, que representará uma taxa decrescente de distribuição de resultados, de 27% em 2015 para 7% em 2020. Contudo, num contexto de geração de resultados crescentes e de alienação de acções o Grupo prevê aumentar a sua autonomia financeira (incluindo os interesses minoritários), a partir de 2016 (em 1,6 pp, para 23,8%) e de forma mais significativa nos anos seguintes, para 33,6% em 2019 e 38,2% em 2020. A redução prevista da dívida financeira líquida a par da melhoria do EBITDA permitirá uma descida sucessiva e considerável do rácio de dívida financeira líquida / EBITDA (incluindo os dividendos de investimentos) para 5,7 vezes no fim de 2015 (face a 7,0 vezes no fim de 2014) e para 1,9 vezes no fim de 2020. Note-se que para além do considerado no plano a médio prazo o Grupo pondera tomar medidas para a descida mais rápida do saldo da dívida, por via de desinvestimentos, ou de alienação de imobiliário ou da abertura de capital da sua principal sub holding. Adicionalmente, o Grupo não considerou no plano a possibilidade de diversificação para outras geografias, nomeadamente para a India (na área das telecomunicações) onde já constituiu uma joint-venture com um grande grupo local. ANÁLISE DE SENSIBILIDADE SENSIBILIDADE Como referido, apenas uma pequena parte da dívida financeira do Grupo Visabeira não está sujeita ao risco de taxa de juro. Um aumento de 1,0 pp na taxa de juro no período 2015 a 2020 no cenário base teria um impacto no aumento dos gastos financeiros anuais entre 8,2 M€, em 2016, e 6,2 M€, em 2020. A ARC Ratings preparou um cenário alternativo de previsões para o período 2015 a 2020 considerando: um EBITDA inferior em 15% às previsões do Grupo (reflectindo nomeadamente um menor crescimento da expansão internacional e / ou uma margem EBITDA mais baixa em Portugal); um eventual agravamento da taxa de juro de 1,0 pp; a manutenção das previsões de investimento do Grupo e da taxa de distribuição de resultados. Neste cenário a dívida financeira líquida do Grupo Visabeira aumenta para 785,3 M€ no fim de 2015 e baixa para 551,6 M€ no fim de 2020 (respectivamente mais 14,2 M€ e 33,3 M€ do que no cenário base). A autonomia financeira (incluindo interesses minoritários) diminui ligeiramente no fim de 2015, para 21,4% (-1,1 pp do que no fim de Junho de 2015), e aumenta nos anos seguintes para 24,9% no fim de 2017 e para 36,5% no fim de 2020 (respectivamente -1,3 pp e -1,7 pp do que no cenário base). O rácio de dívida financeira líquida / EBITDA (incluindo os dividendos de investimentos) ainda melhora para 6,8 vezes no fim de 2015 e de forma progressiva nos anos seguintes, para 2,4 vezes no fim de 2020 (face a 1,9 vezes no cenário base). O rácio de cobertura dos gastos financeiros de financiamento pelo EBITDA adicionado dos dividendos de investimentos registará ainda melhorias significativas, para 2,7 vezes em 2015 e para 6,4 vezes em 2020. Deste modo, mesmo em condições adversas o Grupo apresenta uma adequada capacidade para cumprir com os seus compromissos financeiros. CONDIÇÕES DAS EMISSÕES EMISSÕES As emissões sujeitas a notação pela ARC Ratings correspondem a emissões de papel comercial realizadas ou a realizar pela GRUPO VISABEIRA SGPS ao abrigo de um programa com garantia de subscrição para o seu ARC Ratings, S.A. 10/12 Grupo Visabeira SGPS Relatório de Rating Empresas – Revisão montante total de 27,5 M€ concedida por um sindicato bancário constituído por: CGD (40,9%), BCP (40,9%) e Novo Banco, S.A. (18.2%). As principais condições são: vencimento em 20 de Dezembro de 2016; possibilidade de denúncia, quer pelo emitente, quer por cada um dos membros do sindicato bancário, até ao limite da respectiva participação em 18 de Dezembro de 2015 ou 20 de Junho de 2016 (não tendo sido exercida em 19 de Junho de 2015); cláusula de ownership relativamente à detenção, directa ou indirecta, pela GRUPO VISABEIRA SGPS de pelo menos 84,36% do capital social da Viatel, Tecnologia de Comunicações, S.A. e de 99,8% do capital social da Movida - Empreendimentos Turísticos, S.A.; e cláusulas de pari-passu e de negative pledge. ARC Ratings, S.A. 11/12 Grupo Visabeira SGPS Relatório de Rating Empresas – Revisão AVISO LEGAL Note-se que a ARC Ratings não é um consultor legal, fiscal ou financeiro, apenas atribui uma opinião de crédito dos títulos notados. Por exemplo, a notação não cobre uma potencial mudança nas leis, nem pode ser considerada como uma auditoria. Além disso, a ARC Ratings não é parte nos contratos das emissões. Os utilizadores dos nossos ratings devem ter conhecimento dos contratos das emissões e do respectivo funcionamento, devem formar os seus próprios pontos de vista a esse respeito, não devem depender na ARC Ratings para aconselhamento legal, fiscal ou financeiro, e são incentivados a entrar em contacto com os consultores relevantes. ARC Ratings, S.A. Rua Luciano Cordeiro, 123 – R/C Esq. 1050-139 Lisboa PORTUGAL Tel: +351 213 041 110 Fax: +351 213 041 111 E-mail: [email protected] Site: www.arcratings.com A ARC Ratings, S.A. está registada como Agência de Notação de Risco (CRA) junto da European Securities and Markets Authority (ESMA), de acordo com o REGULAMENTO (CE) Nº 1060/2009 DO PARLAMENTO EUROPEU E DO CONSELHO, de 16 de Setembro de 2009, e reconhecida como External Credit Assessment Institution (ECAI) para Empresas pelo Banco de Portugal. Este Relatório de Revisão deve ser preferencialmente lido em conjunto com o Relatório de Rating inicial e com os respectivos relatórios de Revisão. As notações de rating atribuídas pela ARC Ratings são opiniões sobre a capacidade e vontade de uma entidade honrar, atempadamente e na íntegra, os compromissos financeiros sujeitos a rating. O(s) rating(s) atribuído(s) pela ARC Ratings neste relatório foi(ram) solicitado(s) pela entidade cujos compromissos são sujeitos a rating. Previamente à atribuição ou revisão de uma notação de rating, a ARC Ratings faculta à entidade cujos compromissos financeiros são sujeitos a rating documentação que suporta a notação a atribuir (relatório preliminar de rating), dando-lhe, assim, oportunidade para clarificação ou correcção factual da mesma, para que a notação atribuída seja o mais correcta possível. Os comentários da entidade cujos compromissos financeiros são sujeitos a rating são tidos em conta pela ARC Ratings na atribuição da notação. As taxas de incumprimento históricas da ARC Ratings são publicadas na European Securities and Markets Authority Central Repository (CEREP) e podem ser consultadas no website cerep.esma.europa.eu/cerep-web/. A ARC Ratings define taxa de incumprimento como a probabilidade de o devedor não realizar o pagamento integral e atempado do capital ou dos juros dos compromissos sujeitos a rating, ou da ocorrência de qualquer facto que indique explicitamente que o pagamento integral e atempado destes compromissos não irá acontecer no futuro (por exemplo, no caso de insolvência). Os ratings não constituem recomendações de compra ou venda, sendo apenas um dos elementos a ponderar pelos investidores. A ARC Ratings procede, ao longo de todo o período em que as notações de rating se encontram válidas, a um acompanhamento constante da evolução do emitente, podendo, inclusivamente, antecipar a data de realização da revisão, excepto se trate de um rating pontual. Assim, previamente à utilização da notação do rating pelo investidor a ARC Ratings recomenda a sua confirmação, nomeadamente através da consulta da lista de ratings públicos no web site www.arcratings.com. Os ratings baseiam-se em informação recolhida junto de um conjunto alargado de fontes de informação, com destaque para a prestada pela entidade cujos compromissos financeiros são sujeitos a rating, incluindo informação confidencial, a qual é utilizada e trabalhada, com todo o cuidado, pela ARC Ratings. Não obstante os cuidados na obtenção, verificação e tratamento da informação para efeitos da análise de rating, a ARC Ratings não se pode responsabilizar pela sua exactidão, sendo exigível a percepção por parte da ARC Ratings de um nível mínimo de qualidade da informação para que se proceda à atribuição das notações de rating. No processo de rating a ARC Ratings adopta procedimentos e metodologias no sentido de assegurar a transparência, a credibilidade, a independência, e que a atribuição de notações de rating não seja influenciada por situações de conflito de interesse. Excepções quanto a estes princípios são divulgadas pela ARC Ratings em conjunto com a notação de rating do compromisso financeiro. ARC Ratings, S.A. 12
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