Grupo Visabeira SGPS

Transcrição

Grupo Visabeira SGPS
Relatório de Rating Empresas – Revisão
30 de Abril de 2015
Grupo Visabeira SGPS
Emitente
Grupo Visabeira, S.G.P.S., S.A
Rating de Emitente
BB+
Médio e Longo Prazo
B
Curto Prazo
Rating de Emissão
B
Curto Prazo
Tendência
Estável
Positiva
Tendência
Positiva
FUNDAMENTOS DA NOTAÇÃO
NOTAÇ ÃO
A ARC Ratings confirmou as notações da Grupo Visabeira SGPS: "B", com tendência
positiva, atribuída aos compromissos financeiros de curto prazo e "BB+", com tendência
estável, atribuída aos compromissos financeiros de médio e longo prazo. Esta confirmação
DATA DO RATING
05 de Março de 2015
VALIDADE DO RATING
07 de Setembro de 2015
(Curto Prazo)
07 de Março de 2016 (Médio
e Longo Prazo)
RATING INICIAL
29 de Agosto de 2014
DATA DA PRÓXIMA
REVISÃO
07 de Setembro de 2015
teve como base o desempenho recente do Grupo Visabeira, em linha com as expectativas, a
evolução positiva no perfil de endividamento do Grupo e a melhoria significativa das
previsões para 2015.
OS FACTORES CHAVE DA NOTAÇÃO SÃO OS SEGUINTES:
SEGUINTES:
•
Manutenção da forte capacidade de geração de fundos operacional - o EBITDA do
Grupo em 2014 ficou em linha com o que foi assumido em Agosto de 2014 (acima de
96 M€), o que confirma a capacidade da actividade principal do Grupo (prestação de
serviços a operadores de infra-estruturas de telecomunicações e de energia
PERÍODO ANALISADO
Histórico: 2010 a 2014
Previsional: 2015
METODOLOGIA APLICADA
Metodologia de Empresas
não Financeiras da ARC
Ratings disponível em
www.arcratings.com
principalmente através de acordos pluri-anuais) como um forte e estável gerador de
fundos; este forte desempenho operacional foi o principal factor para a melhoria da
rentabilidade do Grupo em 2014 (o EBITDA aumentou 20,1%, ou 16,6 M€, e o resultado
líquido aumentou 7,8 M€).
•
Significativa melhoria das expectativas para 2015 - o Grupo espera um crescimento
robusto no seu volume de negócios (mais de 20%) e no EBITDA (mais de 35%), tirando
partido da sua posição de liderança em Portugal na sua principal actividade, das
oportunidades de crescimento a nível internacional e da evolução positiva na actividade
industrial do sector da loiça e nas actividades imobiliária e do turismo.
•
Crescente diversificação geográfica, sobretudo para outros países da União Europeia.
•
Melhoria dos indicadores da dívida - o perfil de maturidades da dívida do Grupo
continuou a melhorar, com a importância da dívida de curto prazo a diminuir para 14,9%
do total da dívida. No entanto a dívida do Grupo aumentou em 64 M€ em 2014
decorrente sobretudo de investimento. No fim de 2014 a dívida financeira (779,6 M€)
tinha a seguinte maturidade: 115,9 M€ em 2015 (14,9% do total), 117,4 M€ em 2016
(15,1%), 125,2 M€ em 2017 (16,1%), 150,8 M€ em 2018 (19,3%), 161,3 M€ em 2019
(20,7%) em 108,9 M€ em 2020 e anos seguintes (14,0%).
•
Apoio - a dívida financeira do Grupo continua a ter uma concentração significativa na e a
ser suportada pela Caixa Geral de Depósitos, S.A. (CGD), o maior banco em Portugal e
CONTACTOS
Carlos Leitão
Analista Principal
[email protected]
EmmaEmma-Jane Fulcher
Acting Chief Ratings Officer &
Presidente do Painel
[email protected]
180 Piccadilly
London, W1J 9HF
UNITED KINGDOM
Tel: +44 (0) 203 282 7594
Website: www.arcratings.com
detido na totalidade pelo Estado Português, e que, através da Caixa Capital, é também
accionista da Grupo Visabeira SGPS.
ARC Ratings, S.A.
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Grupo Visabeira SGPS
Relatório de Rating Empresas – Revisão
PERFIL DO EMITENTE
A Grupo Visabeira SGPS, com sede em Viseu, Portugal, é a holding de um grupo que iniciou as suas operações
em 1980, prestando serviços a operadores de infra-estruturas de telecomunicações e de energia, actividade que
continua a ser o seu core business (representando aproximadamente 70% do volume de negócios e 60% do
EBITDA). O Grupo marca também presença no sector industrial, principalmente com a marca de louça Vista
Alegre, e também no turismo, no imobiliário e em outros serviços. Portugal é o principal mercado do Grupo,
representando cerca de 55% do volume de negócios e 55% do EBITDA, seguido de Angola, Moçambique e
França.
Além das suas subsidiárias operacionais, a Grupo Visabeira SGPS detém as seguintes participações financeiras:
•
uma participação de 2,64% na Portugal Telecom, S.G.P.S., S.A. (Portugal Telecom SGPS), holding que detém
uma participação minoritária na OI, S.A., operadora de telecomunicações brasileira que ainda possui a
PT Portugal, S.G.P.S., S.A. (PT Portugal), a maior operadora de telecomunicações em Portugal;
•
uma participação de 1,36% na NOS S.G.P.S., S.A. (NOS), a segunda maior operadora de telecomunicações
em Portugal; e
•
uma participação de 0,45% na EDP - Energias de Portugal, S.A. (EDP), líder no mercado Português da
produção, distribuição e comercialização de electricidade.
Estas participações têm um significativo valor estratégico para o Grupo Visabeira já que estes são também os
seus principais clientes. No fim de 2014 estas participações financeiras tinham um valor de mercado de
109,4 milhões de euros (M€) e representavam 6,6% dos activos consolidados da Grupo Visabeira SGPS. A este
nível, estas participações não representam riscos substanciais para o balanço do Grupo Visabeira.
O principal accionista da Grupo Visabeira SGPS é o Sr. Eng. Fernando Campos Nunes, seu fundador e
Presidente, com uma participação indirecta de 78,5%. O Grupo também possui, desde 2005, os seguintes
investidores institucionais: Caixa Capital - Sociedade de Capital de Risco, S.A. (Caixa Capital) e AICEP CAPITAL
GLOBAL - Sociedade de Capital de Risco, S.A. (em representação de fundos de capital de risco), duas
sociedades de capital de risco pertencentes indirectamente ao Estado Português.
OS PRINCIPAIS CONSTRANGIMENTOS
CONSTR ANGIMENTOS DAS NOTAÇÕES
NOTAÇ ÕES DA GRUPO VISABEIRA
VISABEIRA SGPS SÃO:
•
A geração de fundos está sujeita a riscos cambiais e políticos, nomeadamente em Angola e Moçambique,
mas as operações do Grupo nesses países auferem margens mais elevadas do que no mercado interno, a fim
de compensarem esses riscos; para além disso, a economia Angolana está a enfrentar os impactos negativos
da diminuição dos preços do petróleo, uma mercadoria que é responsável por uma grande parte do Produto
Interno Bruto (PIB).
•
A mudança de propriedade da maior operadora de telecomunicações portuguesa, com a venda
recentemente aprovada da PT Portugal ao Grupo Altice (processo ainda a decorrer); o Grupo Altice é
conhecido por ter uma grande preocupação com os custos e o sector de telecomunicações em Portugal está
numa fase de consolidação, que provavelmente irá aumentar a pressão sobre as margens geradas nesta
actividade em Portugal.
•
A evolução do valor das participações financeiras do Grupo, que sofreu uma desvalorização de 46,5 M€ em
2014 (valor muito similar ao que se registava quando as notações foram atribuídas em 29 de Agosto de 2014
e sem qualquer impacto de fluxo de caixa).
•
A evolução da política de dividendos das participações financeiras do Grupo - a política de dividendos da
Portugal Telecom SGPS será provavelmente reduzida após a anunciada redução de dividendos pela OI (em
2014 a Portugal Telecom SGPS pagou 2,4 M€ de dividendos ao Grupo Visabeira, pelo que o impacto dessa
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mudança na capacidade de geração de fluxo de caixa do Grupo Visabeira é muito limitado).
CAPACIDADE DE GERAÇÃO
GERAÇÃO DE FUNDOS E EVOLUÇÕES
EVOLUÇ ÕES RECENTES
Em 2014 o volume de negócios consolidado da Grupo Visabeira SGPS aumentou 12,2% face a 2013, alcançando
os 632 M€. Este crescimento foi impulsionado pela continuação do aumento significativo da actividade
internacional (+20,0%, depois de aumentos de 21,6% em 2013 e de 24,5% em 2012) e por um aumento de 7,0%
na actividade no mercado nacional (depois de dois anos de decréscimos, de 3,6% em 2013 e de 6,7% em 2012).
Assim, em termos homólogos, a contribuição da área internacional para o volume de negócios consolidado
aumentou em 2,7 pontos percentuais (pp), para 44,4% (um novo máximo).
GRUPO VISABEIRA SGPS - CONTRIBUIÇÃO DAS ÁREAS DE NEGÓCIO E PAÍSES PARA O VOLUME DE NEGÓCIOS CONSOLIDADO (%)
2010
2011
2012
2013
2014
509,7
522,7
534,0
562,9
631,6
72,4
71,5
63,9
58,3
55,6
Angola
8,3
8,3
9,2
12,5
14,8
Moçambique
9,5
9,8
13,5
14,4
13,0
França
9,1
9,6
10,6
11,7
13,0
Outros Países
0,7
0,8
2,8
3,1
3,6
71,6
72,3
72,3
69,9
72,0
VOLUME DE NEGÓCIOS CONSOLIDADO EM M€
Portugal
TELECOMUNICAÇÕES, ENERGIA, TECNOLOGIAS E CONSTRUÇÃO
Portugal
49,0
49,1
43,8
36,9
35,5
Angola
6,3
6,3
7,6
9,9
12,2
Moçambique
6,6
6,5
9,1
10,0
9,4
França
9,1
9,6
10,6
11,7
12,8
Outros Países
0,7
0,8
1,2
1,4
2,1
INDÚSTRIA
17,9
17,9
18,5
19,2
19,1
Portugal
16,7
17,1
15,6
16,4
16,5
Angola
1,1
0,8
0,9
0,8
0,8
Moçambique
0,2
0,1
0,6
0,4
0,2
França
n.a.
n.a.
n.a.
0,0
0,1
Outros Países
0,0
0,0
1,4
1,6
1,5
1,1
0,7
0,6
1,9
0,7
Portugal
0,7
0,2
0,2
1,3
0,2
Moçambique
0,5
0,5
0,5
0,6
0,5
TURISMO
6,4
6,4
6,3
5,8
5,0
Portugal
4,8
4,6
4,1
3,7
3,4
Moçambique
1,6
1,8
2,2
2,1
1,6
2,9
2,7
2,3
3,2
3,2
Portugal
1,2
0,6
0,3
0,1
0,1
Angola
1,0
1,2
0,7
1,8
1,9
Moçambique
0,8
0,9
1,1
1,3
1,2
Outros Países
0,0
0,0
0,1
0,1
0,0
IMOBILIÁRIA
COMÉRCIO, SERVIÇOS, SAÚDE E INVESTIMENTOS
Notas:
Valores arredondados.
Fonte:
Relatórios e Contas, e informação adicional, da GRUPO VISABEIRA SGPS.
Os mercados que mais contribuíram para o aumento do volume de negócios em 2014 foram:
•
Angola - +23,5 M€, ou +33,4%, para 93,7 M€, sobretudo nas telecomunicações (televisão e internet);
•
Portugal - +22,8 M€, ou +7,0%, para 351,3 M€, sobretudo nas telecomunicações, mas também na indústria
(com um bom desempenho das marcas Vista Alegre e Atlantis e o início das vendas para o IKEA); a actividade
imobiliária decresceu;
•
França - +16,0 M€, ou +24,3%, para 81,9 M€, reflectindo o aumento nas telecomunicações e a aquisição de
uma empresa que presta serviços no sector energético;
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•
Alemanha - +3,6 M€, ou +172,1%, para 5,6 M€, nas telecomunicações; e
•
Bélgica - +1,4 M€, ou +24,2%, para 7,1 M€, nas telecomunicações.
Em 2014 o Grupo manteve o aumento da diversificação geográfica. Apesar da recuperação do volume de
negócios em Portugal, a sua importância no total baixou 2,7 pp, para 55,6%. Angola manteve a tendência de
aumento de importância (+2,3 pp em 2014, para 14,8%), enquanto Moçambique diminuiu (-1,4 pp, para 13,0%),
e outros mercados da União Europeia aumentaram, sobretudo a França (+1,3 pp, para 13,0%), mas também a
Bélgica, a Alemanha e a Dinamarca.
A principal área de negócios, Telecomunicações, Energia, Tecnologias e Construção, aumentou a sua
importância no volume de negócios consolidado, passando de 69,9% em 2013 para 72,0% em 2014. A área das
Telecomunicações, por si só, representou 56,6% do volume de negócios consolidado, mais 1,5 pp do que em
2013.
Em 2014 o EBITDA do Grupo atingiu 99,1 M€, o que representa um aumento de 20,1% face a 2013, mais 7,9 pp
do que o aumento do volume de negócios. A margem EBITDA aumentou 1,0 pp em 2014, para 15,7% do
volume de negócios (face a 11,9% em 2010). O resultado operacional do Grupo atingiu 63,7 M€ em 2014 (mais
9,4% do que em 2013), mas com um decréscimo de 0,3 pp na rendibilidade operacional do volume de negócios
(para 10,1%), reflectindo o aumento do peso das amortizações no volume de negócios (+1,0 pp) fruto do
investimento realizado que não atingiu ainda a fase cruzeiro da actividade e também do aumento das provisões
e imparidades.
Os gastos financeiros líquidos aumentaram de 43,0 M€ em 2013 para 91,6 M€ em 2014, reflectindo uma perda
de 54,3 M€ em investimentos financeiros registada em 2014 (comparada com uma perda de 13,9 M€ registada
em 2013), enquanto os gastos líquidos de financiamentos aumentaram em apenas 3,2 M€, ou 8,4%, para
40,9 M€ (a dívida financeira líquida média aumentou 3,2% e a média da taxa de juro all-in líquida aumentou em
0,3 pp, para 5,8%). A perda registada em investimentos financeiros em 2014 (54,3 M€) decorre da desvalorização
do justo valor da participação accionista na Portugal Telecom SGPS. Note-se que o justo valor das outras duas
participações accionistas (NOS e EDP) aumentou em 7,9 M€ em 2014, mas foi registado directamente em
capitais próprios. O rácio de cobertura dos gastos financeiros de financiamento pelo EBITDA adicionado dos
dividendos de investimentos aumentou para 2,3 vezes em 2014, face a 1,9 vezes em 2013.
A perda muito significativa em investimentos financeiros registada em 2014 foi compensada pelo registo de um
ganho de 63,1 M€ no justo valor de propriedades de investimento. O registo deste ganho decorreu da
reclassificação de alguns investimentos imobiliários, que passaram de inventários (registados ao custo) para
propriedades de investimentos (registadas ao justo valor).
Neste contexto, o resultado líquido consolidado da Grupo Visabeira SGPS aumentou de 0,2 M€ em 2013 para
8,1 M€ em 2014.
POLÍTICA FINANCEIRA
Em 2014 o Grupo investiu 86,5 M€ em activos fixos tangíveis, menos 13,1% do que em 2013, com uma
importante redução no investimento realizado em Portugal, de 65,5 M€ em 2013 para 41,0 M€ em 2014 (relativo
sobretudo à nova fábrica de louça para fornecimento ao IKEA, à actividade das telecomunicações e a
imobiliário), enquanto o investimento fora de Portugal aumentou de 32,8 M€ em 2013 para 44,5 M€ em 2014
(sobretudo na actividade das telecomunicações em Angola e em Moçambique). Note-se que, apesar de ter
decrescido, o investimento em 2014 foi ainda muito superior às amortizações, reflectindo a expansão da
actividade, sobretudo fora de Portugal.
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GRUPO VISABEIRA SGPS - DADOS FINANCEIROS E RÁCIOS (MILHARES DE EUROS)
VOLUME DE NEGÓCIOS
EBITDA
RESULTADO OPERACIONAL (EBIT)
RESULTADO FINANCEIRO
RESULTADOS NÃO CORRENTES
RES. CONSOL. LÍQUIDO DO PERÍODO
Taxa de Distribuição de Resultados
EBITDA em % do Vol. Negócios
Cobertura dos Gastos Fin. de Financia/ pelo EBITDA + Dividendos (x)
2010
2011 (*)
2012
2013
2014
2015 (P)
509 593
522 604
533 873
562 779
631 438
777 548
60 788
65 460
68 462
82 512
99 121
136 131
41 736
47 190
47 382
58 256
63 737
100 653
(24 363)
(78 091)
(48 289)
(42 994)
(91 558)
(39 314)
3 866
46 316
12 318
5 856
62 211
0
13 173
14 198
2 153
232
8 083
37 518
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
11,9%
12,5%
12,8%
14,7%
15,7%
17,5%
2,6
2,4
1,7
1,9
2,3
3,0
1 449 926
1 451 950
1 449 413
1 520 381
1 665 411
1 650 815
689 025
697 078
695 184
682 833
738 777
769 614
6,6
6,7
7,6
7,3
7,0
5,4
Autonomia Financeira incluindo Interesses Minoritários
22,7%
22,5%
23,6%
23,3%
22,1%
22,8%
Endividamento
77,3%
77,5%
76,4%
76,7%
77,9%
77,2%
Estrut. do Endividamento (C.P. em % do Total)
36,6%
46,0%
41,2%
43,7%
40,1%
39,7%
Risco de Liquidez
67,9%
96,7%
87,1%
75,8%
64,7%
n.d.
Risco de Taxa de Juro
96,9%
92,0%
90,3%
88,9%
92,3%
n.d.
TOTAL DO ACTIVO
DÍVIDA FINANCEIRA LÍQUIDA
Dívida Financeira Líquida / (EBITDA + Dividendos) (x)
Notas:
Valores arredondados.
(*) = Reapresentadas; (P) = Previsões; n.d. = Não disponível.
Contas preparadas de acordo com as IFRS. Com reclassificações / ajustamentos efectuados pela ARC Ratings para efeitos de análise.
Contas de 2010 a 2014 certificadas pela Ernst & Young Audit & Associados.
Fontes:
Relatórios e Contas e informação adicional da GRUPO VISABEIRA SGPS.
As necessidades em fundo de maneio decresceram ligeiramente em 2014 (-7,2 M€, para 138,8 M€), mas os
empréstimos a accionistas e empresas associadas (líquidos de empréstimos de accionistas e empresas
associadas) aumentaram em 25,4 M€, para 65,6 M€.
Reflectindo os investimentos em activos fixos e o aumento dos empréstimos, e apesar do aumento da geração
de fundos, a dívida financeira líquida consolidada da Grupo Visabeira SGPS aumentou em 55,9 M€, ou 8,2%,
para 738,8 M€. Correspondentemente, a autonomia financeira (incluindo interesses minoritários) baixou 1,2 pp,
para 22,1% no fim de 2014, enquanto o rácio de dívida financeira líquida / EBITDA (incluindo os dividendos de
investimentos) melhorou, tendo baixado de 7,3 vezes no fim de 2013 para 7,0 vezes no fim de 2014.
Em 2014 o Grupo melhorou a maturidade da sua dívida financeira, tendo reduzido o montante da dívida
financeira com maturidade a curto prazo de 142,3 M€ (19,9% do total) no fim de 2013 para 115,9 M€ (14,9% do
total) no fim de 2014. No fim de 2014 o risco de liquidez do Grupo era de 64,7%, tendo decrescido 11,1 pp face
ao fim de 2013 que resultou também de um aumento no montante dos financiamentos contratados e não
utilizados (+5,8 M€, para 40,7 M€).
O Grupo Visabeira mantém uma significativa concentração dos seus contratos de financiamento com a CGD, o
maior banco em Portugal e detido na totalidade pelo Estado Português, e que, através da Caixa Capital, é
também accionista da Grupo Visabeira SGPS. No fim de 2014 os contratos de financiamento com a CGD
representavam 52,4% do total (menos 4,5 pp do que no fim de 2013), seguida pela Caixa Económica Montepio
Geral (12,7%) e pelo Banco Comercial Português, S.A. (BCP) (9,8%).
No fim de 2014 91,2% da dívida financeira do Grupo esta denominada em euros. O remanescente estava
denominado em meticais moçambicanos (5,8%), kuanzas angolanos (2,4%) e dólares dos Estados Unidos da
América (0,6%) e foi contratado para financiar as actividades em Moçambique e em Angola, não tendo sido
contratadas coberturas cambiais.
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O Grupo tem por política contratar a sua dívida financeira a taxas de juro indexadas (essencialmente à EURIBOR
e à LIBOR) e reduz o risco de taxa de juro através de contratos de swap de taxa de juro que no fim de 2014
tinham um valor nocional total de 29,6 M€ (representando apenas 3,8% do total da dívida financeira). Nestes
contratos de swap o Grupo recebe juros à taxa EURIBOR a 3 meses e paga juros a taxas anuais fixas que variam
entre 0,68% e 3,09%.
O Grupo mantém apólices de seguro com as seguintes coberturas: danos materiais do activo fixo tangível, com
um capital seguro de 667,2 M€ (no fim de 2014 o valor líquido contabilístico do activo fixo tangível, excluindo o
valor dos terrenos e recursos naturais, e das propriedades de investimento era de 797,4 M€); responsabilidade
civil, incluindo decenal, com capital seguro de 94,5 M€; e decorrentes de obras e montagens para entidades que
não foram objecto de consolidação integral pela Grupo Visabeira SGPS, com capital seguro de 97,4 M€. É de
referir que não se encontram cobertos através de apólices de seguros os riscos de perda de lucros, com
excepção de algumas subsidiárias em Angola e Moçambique, nomeadamente na actividade de televisão e
internet.
PREVISÕES
No seu orçamento para 2015 o Grupo prevê um crescimento significativo do seu volume de negócios (+23,1%,
para 777,5 M€), do EBITDA (+37,3%, para 136,1 M€, com a margem EBITDA a atingir 17,5%, mais 1,8 pp do que
em 2014), do resultado operacional (+57,9%, para 100,7 M€) e do resultado líquido (de 8,1 M€ para 37,5 M€),
tirando partido da sua posição de liderança em Portugal na sua principal actividade, das oportunidades de
crescimento internacional e das evoluções positivas na actividade industrial do sector da loiça e nas actividades
imobiliária e do turismo.
Grande parte do crescimento previsto para o volume de negócios baseia-se em evoluções ocorridas nos últimos
meses de 2014 e no início de 2015, nomeadamente:
•
nas telecomunicações o alargamento da área contratada em França (com a France Telecom / Grupo Orange)
e as evoluções na Alemanha (contratos com os grupos Huawei e Deutsche Telekom) e na Dinamarca (contrato
com o Grupo Huawei);
•
na energia a aquisição de uma empresa em França nos últimos meses de 2014 (esta empresa teve um volume
de negócios de 14,8 M€ em 2014, dos quais apenas 3,7 M€ foram consolidados pelo Grupo);
•
na indústria de loiça a produção para o IKEA iniciada em meados de 2014.
Também em Angola o Grupo prevê a continuação do crescimento da sua actividade de televisão e internet,
apesar das condições macro negativas decorrentes da reduzida cotação do petróleo.
Novos desenvolvimentos previstos para 2015 nas actividades imobiliária e de turismo terão um impacto positivo
no volume de negócios da actividade de construção neste ano e nas actividades imobiliária e de turismo nos
anos seguintes, nomeadamente a construção de um novo hospital em Viseu (Portugal), com um contrato de
promessa de arrendamento já celebrado com um operador português (CUF / Grupo Mello), renovações de
edifícios em Vista Alegre (Portugal) para a actividade turística, a construção de um novo hotel em Moçambique e
a renovação de um hotel em operação em Moçambique.
Note-se que o principal cliente do Grupo Visabeira, a PT Portugal, maior operadora de telecomunicações em
Portugal, está em processo de ser adquirida pelo Grupo Altice, que é conhecido por ter uma grande
preocupação com os custos, e que o sector de telecomunicações em Portugal está numa fase de consolidação,
evoluções que em conjunto irão provavelmente aumentar a pressão sobre as margens geradas nesta actividade
em Portugal e reduzir a rendibilidade da Grupo Visabeira SGPS.
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Grupo Visabeira SGPS
Relatório de Rating Empresas – Revisão
Um eventual decréscimo significativo da cotação das acções da Portugal Telecom SGPS, como ocorreu em 2014,
teria um menor impacto negativo em 2015 dado que no fim de 2014 o justo valor do investimento do Grupo
nestas acções era de apenas 20,4 M€ (o que compara com 74,7 M€ no fim de 2013).
Para 2015 o Grupo prevê realizar um investimento total de 105,4 M€ (mais 19,9 M€ ou 23,3% do que em 2014),
sobretudo na expansão das actividades nas telecomunicações em Angola, Moçambique, Dinamarca e França, em
imobiliário em Portugal e Moçambique e nas fábricas da indústria de loiça em Portugal. Estas expansões de
actividade terão também impacto no aumento das necessidades em fundo de maneio.
Assim, apesar do aumento previsto para a geração de fundos, os investimentos de expansão (em activos fixos e
em fundo de maneio) necessitarão de ser em parte financiados por dívida. O Grupo prevê um aumento de
30,8 M€ na sua dívida financeira líquida em 2015, para 769,6 M€ no fim do ano. Apesar disso, o Grupo prevê
aumentar a sua autonomia financeira (incluindo os interesses minoritários) em 0,7 pp em 2015, para 22,8%, e
reduzir o seu rácio de dívida financeira líquida / EBITDA (incluindo os dividendos de investimentos) de 7,0 vezes
no fim de 2014 para 5,4 vezes no fim de 2015.
O Grupo não actualizou o seu plano a médio e longo prazo apresentado no anterior relatório. No entanto, o
orçamento para 2015 representa uma significativa revisão em alta baseada numa expansão sólida das suas
actividades, o que permite antecipar boas perspectivas a médio e longo prazo.
ANÁLISE DE SENSIBILIDADE
SENSIBILIDADE
Como referido, apenas uma pequena parte da dívida financeira do Grupo Visabeira não está sujeita ao risco de
taxa de juro. Um aumento de 1,0 pp na taxa de juro para 2015 no cenário base teria um impacto no aumento
dos gastos financeiros em 7,5 M€.
Num cenário alternativo de previsões para 2015 realizado pela ARC Ratings, considerando um EBITDA inferior
em 15% às previsões do Grupo reflectindo nomeadamente um menor crescimento da expansão internacional
e / ou uma margem EBITDA mais baixa em Portugal, e mantendo as previsões de investimento do Grupo, a
dívida financeira líquida do Grupo Visabeira aumenta para 786,3 M€ no fim de 2015 (mais 16,7 M€ do que no
cenário base e mais 47,5 M€ do que no fim de 2014). A autonomia financeira (incluindo interesses minoritários)
diminui para 21,7% (menos 1,1 pp do que no cenário base e menos 0,4 pp do que no fim de 2014), mas o rácio
de dívida financeira líquida / EBITDA (incluindo os dividendos de investimentos) ainda melhora para 6,4 vezes
(face a 7,0 vezes no fim de 2014). A ARC Ratings está confortável com as notações atribuídas dado este provável
teste de stress.
CONDIÇÕES DAS EMISSÕES
EMISSÕES
As emissões sujeitas a notação pela ARC Ratings correspondem a emissões de papel comercial realizadas ou a
realizar pela Grupo Visabeira SGPS ao abrigo de um programa com garantia de subscrição para o seu montante
total de 27,5 M€ concedida por um sindicato bancário constituído por: CGD (40,9%), BCP (40,9%) e Novo
Banco, S.A. (18.2%). As principais condições são: vencimento em 20 de Dezembro de 2016; possibilidade de
denúncia, quer pelo emitente, quer por cada um dos membros do sindicato bancário, até ao limite da respectiva
participação, em 19 de Junho de 2015, 18 de Dezembro de 2015 ou 20 de Junho de 2016; cláusula de
ownership relativamente à detenção, directa ou indirecta, pela Grupo Visabeira SGPS de pelo menos 84,36% do
capital
social
da
Viatel,
Tecnologia
de
Comunicações,
S.A.
e
de
99,8%
do
capital
social
da
Movida - Empreendimentos Turísticos, S.A.; e cláusulas de pari-passu e de negative pledge.
ARC Ratings, S.A.
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Grupo Visabeira SGPS
Relatório de Rating Empresas – Revisão
AVISO LEGAL
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notados. Por exemplo, a notação não cobre uma potencial mudança nas leis, nem pode ser considerada como uma auditoria.
Além disso, a ARC Ratings não é parte nos contratos das emissões. Os utilizadores dos nossos ratings devem ter
conhecimento dos contratos das emissões e do respectivo funcionamento, devem formar os seus próprios pontos de vista a
esse respeito, não devem depender na ARC Ratings para aconselhamento legal, fiscal ou financeiro, e são incentivados a
entrar em contacto com os consultores relevantes.
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16 de Setembro de 2009, e reconhecida como External Credit Assessment Institution (ECAI) para Empresas pelo Banco de
Portugal.
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atempadamente e na íntegra, os compromissos financeiros sujeitos a rating.
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As taxas de incumprimento históricas da ARC Ratings são publicadas na European Securities and Markets Authority Central
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incumprimento como a probabilidade de o devedor não realizar o pagamento integral e atempado do capital ou dos juros dos
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atempado destes compromissos não irá acontecer no futuro (por exemplo, no caso de insolvência).
Os ratings não constituem recomendações de compra ou venda, sendo apenas um dos elementos a ponderar pelos
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acompanhamento constante da evolução do emitente, podendo, inclusivamente, antecipar a data de realização da revisão.
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utilizada e trabalhada, com todo o cuidado, pela ARC Ratings. Não obstante os cuidados na obtenção, cruzamento e
tratamento da informação para efeitos da análise de rating, a ARC Ratings não se pode responsabilizar pela sua veracidade,
sendo exigível a percepção por parte da ARC Ratings de um nível mínimo de qualidade da informação para que se proceda à
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No processo de rating a ARC Ratings adopta procedimentos e metodologias no sentido de assegurar a transparência, a
credibilidade, a independência, e que a atribuição de notações de rating não seja influenciada por situações de conflito de
interesse. Excepções quanto a estes princípios são divulgadas pela ARC Ratings em conjunto com a notação de rating do
compromisso financeiro.
ARC Ratings, S.A.
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