Rico Lins : uma gráfica de fronteira

Transcrição

Rico Lins : uma gráfica de fronteira
Rico Lins
: projetos gráficos comentados
Solisluna Editora
apresenta
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Rico Lins
: projetos gráficos comentados
Solisluna Editora
São Paulo, 2010
2
publicação
Rico Lins – designer onívoro
Rico Lins +Studio
Rico Lins e Amanda Dafoe
layout e diagramação Alejandra Adeikalam
assistente de arte Leila Schöntag
textos Rico Lins
texto de introdução Agnaldo Farias e Adélia Borges
preparação Carla Mello Moreira
fotografia Julieta Sobral
projeto gráfico
design e direção de arte
Agnaldo Farias*
www.ricolins.com/graficadefronteira
[email protected]
exposição
Rico Lins +Studio e Zucca Produções
Rico Lins e Agnaldo Farias
concepção e criação Rico Lins
direção de produção Julio Augusto Zucca
produção executiva Julieta Sobral
coordenação de produção Anna Ladeira
assistentes de produção Luiza Carino e Bina Zanette
design e produção Rico Lins +Studio
fotos Julieta Sobral
realização
curadoria
Esta publicação integra a exposição itinerante
Rico Lins: uma gráfica de fronteira,
ganhadora do prêmio APCA 2009 pela obra gráfica.
CAIXA Cultural Curitiba
Rua Conselheiro Laurindo, 280, Centro
Curitiba – PR
Tel.: (41) 2118-5114
www.caixa.gov.br/caixacultural
E-mail: [email protected]
Central de Ouvidoria: 0800 725 7474
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SAC CAIXA: 0800 726 0101
Todos os eventos com entrada franca.
Acesso para portadores de necessidades especiais.
Atendimento a escolas com agendamento prévio.
REALIZAÇÃO
PATROCÍNIO
A obra gráfica de Rico Lins demonstra como são imprecisos os limites entre
a arte e o design. Mais ainda: arte e vida. Mas comecemos pela arte, aqui
compreendida no sentido amplo, sem se restringir às artes plásticas, mas
desbordando para a música, dança, arquitetura, fotografia, moda, poesia... e,
além disso, ignorando uma outra fronteira interna, aquela que até bem pouco
separava as formas de expressão cultas, forjadas nas academias, das formas
populares, nascidas de inteligências tão potentes que, como é frequente em
nosso país, vingam em territórios inóspitos, áridos e violentos.
Para realizar essa fusão, esse amálgama de feixes visuais diversos, porque
o mundo de Rico Lins sempre foi o da imagem, foi fundamental seu singular
percurso, a começar pela vasta biblioteca do avô, repleta de livros ilustrados,
e pelos passeios, levado pelas mãos de seu tio, para os ateliês de artistas tão
discrepantes como Volpi, Djanira e João Câmara. A cálida e sensual geometria
do mestre italiano, com as marcas rítmicas e sutis de suas pinceladas tumultuando suavemente os impulsos geométricos, a ingenuidade inteligente de
Djanira, situada no gume que separa a expressão popular da erudita, o gosto
pela narrativa sobre a vida política de Câmara, que especialmente na passagem
dos anos 1960 para os 70 ele soube renovar por meio de um engenhoso processo de esquartejamento e remontagem das figuras.
Como aferir o impacto dessas experiências precoces e difusas como a revista
que se folheia quando criança ao longo das tardes chuvosas, por parte de alguém
que desde cedo acostumou-se a desenhar de tudo, a exercitar-se livremente em
paráfrases visuais, interessado que era por ilustrações? A seguir, um tantinho mais
velho, mais sistemático, disciplinado, porque se sabe que as aulas de Maciej Babinski
e, principalmente, de mestre Evandro Carlos Jardim, puxassem por isso, veio o envolvimento no processo de produção de imagens, a vivência nas oficinas de aquarela
e gravura. A entrada no gráfico dava-se então pelo convite ao desafogo do universo
íntimo e não, como é comum nas escolas de design, pelo respeito ao repertório do
outro, a esse desejo de comunicabilidade que, levado com respeito excessivo, conduz
à redundância e, com ela, ao sono e à cegueira. Afinal, não foi essa a verdadeira lição
da mítica Sherazade em As mil e uma noites: aquele que narra garante o interesse, e
com ele a própria vida, daquele que escuta através da carga de surpresa e mistério
que ele logra embutir na forma e no conteúdo daquilo que é narrado? Pois o nome
dessa mulher não merecia estar fixado nos umbrais das escolas de design?
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Rico Lins ingressou aos 17 anos na Escola Superior de Desenho Industrial –
ESDI, onde estavam Aloisio Magalhães, Décio Pignatari, Karl-Heinz Bergmüller
e Zuenir Ventura, o que por si só dá conta das posições diversas sobre uma
profissão, termo que aqui deve ser entendido como um modo de estar no mundo e que naquela altura nem sequer existia no Brasil. Um ofício em construção
e que por isso gozava do singular e extraordinário estatuto de não possuir
uma compreensão unitária. Vale lembrar que a ESDI ficou conhecida como a
ponta de lança da Escola de Ulm, a autodenominada sucessora da Bauhaus.
E também a devoção de Ulm a um racionalismo que ultrapassava largamente
o preconizado pela escola-mãe, esta sim propositora de um ensino holístico e
fundado no intercâmbio de linguagens, como posteriormente, já nos Estados
Unidos, à frente da Black Mountain College, na Carolina do Norte, e da New
Bauhaus, em Chicago, haviam demonstrado dois de seus principais artistas/pedagogos, propagadores de seus princípios, Josef Albers e Lázló Moholy-Nagy,
respectivamente.
Pensar a Escola de Ulm no Rio de Janeiro era o mesmo que submeter Apolo
a uma batucada das mais brabas, calciná-lo sob uma canícula outra, muito
diversa da que ele, deus do sol, estava acostumado. Pois junte o racionalismo
postulado pela ESDI com a contracultura, com o “desbunde” – é, as palavras
envelhecem... – que florescia sob as frestas da ditadura, numa curiosa associação com o rock e com a resistência política, os grupos de esquerda submersos
na clandestinidade, e o leitor terá uma ideia do que podia acontecer com um
jovem como Rico formando-se sob um fogo cruzado dessa magnitude.
Em termos de design, 1976, quando Rico Lins ingressou na ESDI, o Brasil já
havia sentido fazia muito tempo a força seminal da gráfica de Rogério Duarte,
o homem que desenhou o cartaz de Deus e o diabo na terra do sol, de Glauber
Rocha, as capas dos primeiros discos de Caetano Veloso e Gilberto Gil, pedras
basilares do tropicalismo, e foi até o Flor do Mal, jornal editado por Luiz Carlos
Maciel. No turbilhão de um período que ainda deu de Hélio Oiticica a Zé Celso
Martinez, que a editora Civilização Brasileira exumou o sacrossanto defunto
Oswald de Andrade em edições apresentadas por Haroldo de Campos, Duarte
havia puxado a fila na defesa de uma estética antropofágica quando, em 1965,
manifestou sua reserva aos caminhos da ESDI, escola que ele ajudou a fundar,
mas onde não ensinou formalmente “porque nunca me foi permitido isso”.1
Em 1976 muita água já havia rolado debaixo da ponte. Isso no nosso país. E
o que dizer do resto do mundo? Por exemplo, de seus estudos aprofundados e
1 Chico Homem de Melo (org.). O design gráfico brasileiro. Anos 60. São Paulo: Cosac Naify,
2006, p. 195.
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o consequente “deslumbramento” pelo dadaísmo e algumas ramificações do
surrealismo? Compreender a obra de Rico Lins, esse designer onívoro, sacar
sua voracidade por assuntos, territórios do conhecimentos, tempos e espaços diversos, passa por essas incontáveis referências diretamente aludidas e
outras tantas intuídas e, aliadas a todas elas, uma noção importada da física
que ele sempre defendeu como subjacente a toda sua prática, a de que o “atrito
gera energia”. Contudo, uma coisa é receber a informação em sua própria casa,
a energia produzida pelo contato com um corpo escorado em ambientes e aromas familiares. Outra, muito diferente, foi a opção de Rico Lins pelo nomadismo, largando-se pelo mundo afora, dezesseis anos de peregrinação por França,
Inglaterra, Holanda, Alemanha, Estados Unidos, mantendo permanentemente
aberta a cesura mental provocada por aquilo que eu não compreendo ao certo,
que não é meu.
Apesar da sua pouca idade, quando Rico Lins entendeu que o seu negócio
era o design, ele já era muitas outras coisas e ainda queria muito mais: lidava e
transitava por territórios diversos um cidadão do mundo para o qual a nacionalidade, mais que um limite, era uma falsa questão, e o intercâmbio de ideias, o
contrabando de tempos e espaços, uma condição para se sobreviver num mundo, para o bem e para o mal, definitivamente contaminado. Afinal, quais são
mesmo as fronteiras da língua? E da visualidade? Quem gosta da imagem, que
tem a voluptuosidade da imagem, parafraseando Pedro Nava em sua defesa da
palavra, interessa-se por tudo que há, seja aquilo que provém do outro ou aquilo que, sob a forma de erro, provém de mim mesmo, um mim oculto, incerto.
Um objet trouvé encontrado à tona da escuridão mais íntima.
Ciente de que cada vez mais o design é uma colagem, zona de articulação
da tecnologia, mercado e cultura, e que cada um desses termos é um conceito
pletórico, Rico Lins sempre se pautou pela sobreposição de técnicas e linguagens díspares, da xilogravura e da tipografia mais ortodoxa ao recurso gráfico
de última geração; do lambe-lambe à informação processada digitalmente;
daquilo que é aplicado com apuro ao que se obtém arrancando. A colagem garante ao trabalho gráfico um resultado mais próximo dos processos operacionais e da imagética própria à cultura contemporânea que da experiência visual
controlada e que era oferecida pelos modernos. Um jogo de justaposições entre
vozes e ruídos; uma área de tensão em que formas e figuras mantêm-se num
equilíbrio precário, crispado, ambíguo, que é, afinal das contas, o responsável
por demandar inteligência àquele que se põe a lê-la.
Em Rico Lins o design converte-se em trespassamento de estruturas de
pensamento e de técnicas produtivas: a comprovação de que o atrito produz
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energia, o mesmo tipo de energia que se desprende da vida das nossas cidades,
dos seus muros e espaços crespos.
Por tudo isso é que “Rico Lins – Uma gráfica de fronteira” não é uma mostra
no sentido convencional, não se reduz a uma apresentação de seu magnífico
portfólio. Mais do que isso, tem-se aqui um artista que traz a público a seiva de
sua poética, a explicitação em estado mais puro dos processos e elementos dos
quais se vale. Daí o caráter ambiental dessa mostra, uma sorte de “instalação”
que esclarece a visão de mundo de Rico Lins, própria a um designer gráfico
capaz de fundir, combinar e reciclar palavras, imagens e ritmos, encarnandoos em tecidos, papéis e edifícios, sons e projeções e até mesmo em suportes
que rondam a imaterialidade.
* Agnaldo Farias é professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP desde 2003 e consultor de curadoria do Instituto Tomie
Ohtake (desde 2000). Foi curador da Representação Brasileira para
a 25a Bienal Internacional de São Paulo (2002) e curador geral do
Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (1998 a 2000).
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Territórios reinventados
Adélia Borges*
Todos nós – pessoas, instituições, empresas – estamos vivendo hoje, de
alguma forma, a necessidade de combinar uma compreensão ampla do mundo
com uma atuação que parte de um olhar e de um sentimento nascidos do local
em que vivemos, da nossa história particular. Isso que hoje é um atributo da
contemporaneidade, Rico Lins já vem trazendo ao campo do design gráfico há
algumas décadas.
Trafegar entre culturas diferentes sem abrir mão da sua própria, trazer ao
design gráfico forte dose de criação pessoal, beber no caos das ruas e do popular para escrever o erudito, prever e incentivar a interação com o usuário do
seu projeto, recorrer à manualidade da tradição brasileira para compor o digital
são práticas incensadas em nossa época que Rico aporta desde o começo de
sua caminhada.
Sua formação e início da atuação profissional ocorrem no Rio de Janeiro nos
anos 1970, período de forte dominância da ideia de que o design deveria ser
neutro, asséptico e asceta; uma visão importada, sem questionamentos, das
tendências alemã e suíça das artes gráficas. Já em seus primeiros trabalhos,
Rico se insurge contra essa visão, incorporando a casualidade e a riqueza da
cultura das ruas para chegar a um resultado marcado pela experimentação e,
sobretudo, pela invenção.
As temporadas estudando e trabalhando em Londres, Paris e Nova York, o
chamado circuito Helena Rubinstein, que durante tantos anos ditou tendências
para o resto do mundo, foram decisivas no alargamento de seus horizontes, na
ampliação de seu conhecimento humanista e na diversificação de seu repertório. Nessas cidades, Rico esteve no olho do furacão, trabalhando em ou para
instituições e empresas importantes: da gravadora CBS ao Beaubourg, o Centre
Georges Pompidou; do The New York Times à Random House. Nelas, contudo,
o designer não se deixou cair na armadilha daqueles que aderem a um estilo
de vida e a uma linguagem internacionalista buscando um passaporte para o
reconhecimento internacional. Antes, usou essa vivência para ampliar, de um
lado, a sua compreensão da multiculturalidade como um dos fatores decisivos
do mundo hoje e, de outro, para alimentar e treinar a sua liberdade criativa.
De volta ao Brasil, e desta vez para São Paulo, permaneceu aberto às influências externas de um mundo em movimento e com fronteiras cada vez mais
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diluídas, a partir de um olhar pessoal e local – algo como a correspondência, no
design, da parabólica fincada na lama com que o pernambucano Chico Science
inventou uma sonoridade musical.
De seu estúdio paulistano, Rico atende a demandas diversificadas nas várias
especialidades do design, incluindo livros, folhetos, cartazes, embalagens,
sites, exposições, aberturas de programas de tevê e de filmes, ilustrações
etc. etc. etc. A prática de um design múltiplo e consistente, capaz de conversar com outras formas de expressão, somar opostos e, assim, efetivamente
falar às audiências às quais seus trabalhos são dirigidos, tem atraído muitos
empreendedores da área cultural sintonizados com as demandas da contemporaneidade. Sua trajetória o credencia a um amplo espectro de clientes, tanto
daqueles brasileiros que querem falar a uma audiência internacional como dos
estrangeiros que querem chegar mais fundo aos mercados emergentes da nova
cartografia mundial.
Rico vem se situando desde os anos 1970 na ponta de lança da tradução
na comunicação visual das noções de identidade, pertencimento, inclusão do
espectador e construção de repertórios comuns, que hoje são a bola da vez dos
departamentos de marketing das empresas. Esta exposição e este catálogo
certamente permitirão um olhar abrangente sobre uma trajetória rica e nos
capacitar a trilhar, juntos, novos caminhos.
* Adélia Borges é jornalista e curadora especializada em design.
Foi diretora do Museu da Casa Brasileira (2003-2007) e editora de
design do jornal Gazeta Mercantil (1998-2002).
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Reciclando
Rico Lins
Do ponto de vista criativo, sempre
me intrigou a ideia do design gráfico
como “obra única reproduzida em
série”. Tal proposta revela a ambiguidade central do trabalho de
criação gráfica, sua efemeridade, sua
existência limitada por sua condição
essencialmente utilitária, reprodutível
e descartável. Por outro lado, ela funciona também como um termômetro
permanente de seu tempo.
De algum modo, sempre esteve
presente em parte de meu trabalho
a apropriação de clichês visuais,
seja reutilizando ícones da cultura
de massa, seja extraindo referências
de obras de artes plásticas ou pelo
mero reaproveitamento de materiais
impressos industrialmente. Das
fotomontagens construtivistas de
Rodchenko à banana pop de Andy
Warhol, de Kurt Schwitters a Walt
Disney, o universo visual contemporâneo é o da cultura de massa e seus
produtos: recortes de revistas, tickets,
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dinheiro, embalagens, santinhos, rótulos, folhetos de cordel, bulas, formulários, propaganda, e a imensa produção
de lixo decorrente. Em outras palavras, gerando a matériaprima com que são produzidos os papéis reciclados.
Quando a indústria de papéis Suzano me convidou em 2000 a participar do evento de lançamento do
papel Reciclato, minha proposta teve como eixo o tema
“reciclagem”, abrangendo nesse conceito o processo de
criação até os de impressão e utilização finais do papel.
O ponto de partida foram trabalhos de minha autoria, nos
quais me servira de imagens criadas por outros artistas,
ou por mim mesmo, reutilizando-as posteriormente em
diferente contexto. Na ocasião criei quatro trabalhos a
partir da combinação de outros, alterando suas proporções e cores, recompondo seus detalhes, superpondo
transparências e finalmente reutilizando os fotolitos para
reimpressões com variadas cores especiais, vernizes e
relevos, visando sua utilização na fabricação de embalagens falsas e outros volumes tridimensionais apresentados no evento.
Além das peças elaboradas para o lançamento do Reciclato, busquei também que essa proposta servisse como
uma oportunidade para, ao estender a ideia de reciclagem
ao processo criativo, aprofundar a reflexão sobre direitos
autorais, reprodução digital, originalidade e outros temas
cartazes da dupla de páginas anterior:
Projeto Reciclato
Cliente: Suzano papel e celulose
São Paulo, 2000
envelopes e cartões de visita nesta dupla
de páginas:
Identidade visual
Rico Lins +Studio
Cliente: Rico Lins +Studio
São Paulo, 2000
centrais da comunicação contemporânea, que estavam —
e permanecem — na ordem do dia. Tanto essas imagens
como o papel onde estão impressas coexistem no mesmo
refugo industrial. A reciclagem soma, divide, multiplica e
subtrai, quer do ponto de vista de sua função social, econômica e ambiental, quer das estratégias de marketing.
Através dos sinais dessa aritmética básica, vê-se o papel
em seu estado bruto nas superfícies não impressas.
Algum tempo depois, a convite da revista Nervo Optico,
registrei dois outros passos do mesmo processo. O primeiro, para dentro, cavando na genealogia autoral um tanto ou
quanto acidental dessas imagens para recompô-las e revelar suas referências e origem. O segundo, para fora, mas
não menos acidental, na medida em que esse inventário de
referências — fossem elas casuais ou explícitas — fizessem eco a um modo de pensar e fazer design.
É natural, portanto, que essas reflexões se encontrem
num recorte entre o autoral e o comercial, em que a
pessoa física e a jurídica se deparam no espelho. É nesse
espaço delimitado pela diversidade que a singularidade
se revela: na identidade visual do Rico Lins +Studio e sua
busca em integrar o aleatório e o sistemático, num gesto
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elástico que contém da previsibilidade
de um cartão de visitas à imprevisibilidade randômica de um site em
permanente construção.
A grande variedade de opções
de peças gráficas resultantes do
processo permitiu criar um sistema
altamente renovável e durável, gerando impacto, curiosidade e empatia no
público-alvo. Na época de sua produção, a reutilização de material gráfico
foi inovadora como processo e atitude
criativa, ao instigar reflexão sobre
identidade visual e reaproveitamento
de recursos. Todos os componentes
foram produzidos de fragmentos dos
cartazes originalmente criados para o
lançamento dos papéis.
E, assim, propomos como alternativa aos que creem que nada mais
se cria, a certeza de que tudo se
transforma.
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Promo +Studio
Cliente: Rico Lins +Studio
São Paulo, 2000
Este projeto de divulgação dos
trabalhos do +Studio foi concebido
e realizado totalmente a partir do
aproveitamento de sobras de folhas
impressas com materiais gráficos
comerciais — mais especificamente,
folhas usadas para acerto de cor e
limpeza de rolos de impressão.
Os processos gráficos de produção desses materiais se reduziram
a corte, dobra e cola, sem qualquer
consumo extra de papel e impressão.
Ao aproveitar 100% das aparas,
coleturas, processos de impressão
e acabamento, os dejetos gráficos
decorrentes de sua produção foram
extremamente reduzidos.
A alta qualidade de impressão e a
opção pela edição das peças escolhidas para o folder, a grande e inusitada
variedade de opções de envelopes
resultantes do processo permitiram
criar um sistema altamente durável, gerando impacto, curiosidade e
empatia no público-alvo. Além disso,
o baixo custo e alto aproveitamento de
materiais e produção foram diferenciais positivos para os clientes.
Esse trabalho integrou a 4a Bienal
de Design, em 1998.
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Kit Acácia
Cliente: Ripasa
São Paulo, 2002
Em 2002 a Ripasa S. A. Celulose
e Papel ampliou sua linha de papéis
Acácia, com novas cores e gramaturas,
além de outras opções de superfícies
texturadas. Rico Lins foi contratado
para desenvolver um novo mostruário
e propor ações de relacionamento
para o produto. Logo constatou que
inúmeras possibilidades de aplicação
do papel não estavam claras para os
usuários, e seu uso acabava restrito
a impressos comemorativos e alguns
produtos especiais.
Rico propôs uma ação de reposicionamento com os profissionais de
criação, potencializada pela extensa
rede de parceiros institucionais da
empresa. Estabeleceu assim uma
parceria entre a indústria gráfica
e o Museu de Arte Moderna (MAM)
de São Paulo e criou uma série de
peças voltadas à educação artística.
Elas foram desenvolvidas a partir de
obras do acervo e trabalhos produzidos nos ateliês e cursos do Museu,
e seu resultado foi lançado em uma
instalação no MAM Ibirapuera.
Ao construir uma nítida ponte
entre a criatividade e a inovação das
atividades educacionais do Museu e
as qualidades do papel, essa ação não
apenas agregou valor ao Acácia, como
gerou exemplos de excelência técnica
para as gráficas envolvidas no processo e beneficiou o
MAM, que passou a contar com uma série de materiais
paradidáticos para seu uso.
Abriu-se o leque de potencialidades do papel para
impressão de imagem em quadricromia, cores especiais, vinco, dobra e corte entre os profissionais de
criação, evidenciando suas reais qualidades e, com isso,
ampliando sua percepção e consumo no mercado.
Além do novo mostruário, o kit Acácia é composto de
materiais interativos que exploram a capacidade gráfica
da nova linha de papéis: baralho de letras, jogo da memória e embalagens com conteúdo artístico.
Na página ao lado, o frasco originalmente acondicionado em embalagem produzida com o papel traz frases e
mensagens direcionadas ao público-alvo.
Prêmio: 7a Bienal Brasileira de Design Gráfico, da ADG, 2004. Direção de criação e concepção: Rico Lins. Curadoria e evento: Arte 3.
Produção gráfica: Jairo da Rocha
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Projeto Guri
multiplicação
resu
sultado
qualidade
adole
lescente
cooperação
mudança
história
integra
ação
co
ores
comunica
ação
expres
essão
diferenciação
valor
crianças
inclusão
participa
ipação
parceiros
image
ens
patroc
ocinadores
versatilidades
proccesso
cresciimento
espectadores
Cliente: Projeto Guri
São Paulo, 2006-07
Em 2006, Rico Lins foi convidado a redesenhar a marca do Projeto Guri, organização que promove a inclusão
social de crianças e adolescentes carentes através da
educação musical.
Os valores da marca foram reposicionados e um
projeto de comunicação institucional foi desenvolvido
pelo +Studio, que definiu o sistema de identidade visual,
design de peças promocionais, site, uniformes, famílias
tipográficas etc. O novo sistema, apresentado ao público
interno em uma oficina de alinhamento, é autossustentável, flexível e includente, e permite ser ajustado e
aplicado de acordo com as necessidades e possibilidades de cada um de seus mais de 400 polos no Estado de
São Paulo.
Essa flexibilidade resultou também da associação do
logotipo às ilustrações que remetem às atividades e às
ações do Projeto Guri para seus
diversos públicos.
Esse sistema e suas diretrizes
de utilização foram colocados à
disposição de seus colaboradores na
extranet do Projeto Guri, permitindo
ser atualizado virtualmente.
O manual de identidade visual
contém, além do conceito da marca,
exemplos de todos os materiais de
divulgação, promoção e sinalização,
incluindo instruções claras para
utilização de cores e duas famílias
de vinhetas tipográficas organizadas
como dingbats, alusivas à música e
à comunidade.
relacionamento
pais
criatividade
educação
essência
a
sinergia
iden
ntidade
comunidade
música
pertencimento
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Comunicação Institucional Goethe
Cliente: Goethe-Institut São Paulo
São Paulo, 2009-10
O Goethe-Institut São Paulo havia tempos sentia
necessidade de reformular sua comunicação visual para
tentar dar mais objetividade, coerência e unidade a toda
sua interlocução com o público.
O +Studio partiu do entendimento de que o Goethe é
um instituto de peso na divulgação e promoção da cultura
alemã no Brasil e propôs que se desenvolvesse uma
linguagem gráfica que trouxesse à tona personalidades
alemãs representativas do cinema, esportes, música, arquitetura, entre outras áreas do saber, abrangendo desde
os primórdios da história do país até os dias de hoje.
A partir da vetorização de retratos emblemáticos dessas personalidades, do uso de cores chapadas, somado a
transparências e sobreposições, criou-se uma identidade marcante, de fácil reconhecimento, suportando ao
mesmo tempo grande variedade de usos em diferentes
suportes, sem que a ideia se torne repetitiva. Assim, essa
mesma linguagem pôde ser adotada tanto para a comunicação visual do espaço do instituto como, por exemplo, no
layout do folder/cartaz da programação cultural.
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Linguagem Natura
Cliente: Natura
São Paulo, 2003-04
O Rico Lins +Studio pensa o design como instrumento
de construção de identidade.
O projeto Linguagem Natura, conjunto de diretrizes
que definem um novo caminho criativo para a linguagem
visual da marca, desenvolvido em 2003 e 2004 com a
Thymus Branding, é um bom exemplo dessa proposta.
Essência, crenças e valores passaram a ser mais bem
expressos, aproximando dos diferentes públicos os atributos éticos e a percepção da marca, integrando todas
as ferramentas e ações de comunicação.
Nesse processo foram realizadas oficinas de capacitação e alinhamento com fornecedores, parceiros, colaboradores e gestores de comunicação interna e externa
e workshops com fotógrafos, designers, jornalistas,
arquitetos, agências de propaganda e comitês estratégicos de linguagem da marca.
As bases lançadas com a publicação do Linguagem
Natura vêm sendo aplicadas desde 2004 na comuni-
cação da marca, em campanhas
publicitárias, peças institucionais,
eventos, ações de relacionamento e
novos produtos nos mercados onde
a Natura atua.
Um exemplo dessas propostas
são os materiais de comunicação
para o ponto de venda da linha
Natura Ekos França: série de quatro
cartazes apresenta para o consumidor francês o produto, seus
principais ativos e ingredientes,
bem como seu processo de produção, incluindo referências sociais e
culturais locais. Impresso em papel
reciclável, esses cartazes seriam
reutilizados nas embalagens e apresentação dos produtos.
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Panamericana ‘96 Graphic Design
Cliente: Escola Panamericana de Artes
São Paulo, 1996
H.Stern
Cliente: H.Stern
São Paulo, 2003-04
O Rico Lins +Studio foi contratado pela H.Stern para
criar um material de relacionamento a ser enviado no dia
do aniversário de cada cliente. Essa peça comemorativa
deveria não apenas celebrar a data, mas conter uma
mensagem que reforçasse a percepção da marca como
exclusiva, valiosa e durável. O símbolo da estrela, já agregado à marca H.Stern, associou-se a uma carta celeste
zodiacal onde o aniversariante localizava seu signo com
uma lupa, embalada em um estojo de cor prata. No fundo
do berço que acondicionava a lupa lia-se, através dela, a
palavra VOCÊ, impressa em letras microscópicas.
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Em 1996 foi desenvolvido material de divulgação para o Congresso Internacional de
Design Gráfico promovido pela escola, com o
tema “Local x Global”. Rico Lins foi responsável pela direção de criação do evento e
de toda sua campanha de comunicação,
que reuniu dezoito designers, brasileiros e
membros da AGI-USA.
O conceito de criação enfatizou a pluralidade de expressões no design gráfico e
incluiu cartaz, catálogo, programas, folders,
campanha publicitária para rádio, comercial em animação para TV e anúncios para
revistas e jornais. Cada designer convidado
elaborou um cartaz para o evento.
No catálogo-convite (ao lado), as dimensões do sistema modular permitiram o
aproveitamento total do papel, o que serviu
de base para a formatação de todo o projeto.
O catálogo é composto por lâminas avulsas
com portfólio e notas biográficas de cada
participante.
Esse trabalho integrou a 4a Bienal de Design, em 1998.
Direção de criação: Rico Lins. Design e direção de
arte: Rico Lins. Fotografia: Fábio Ribeiro. Produção
gráfica: Ricardo Aiello. Agência: W/Brasil, São
Paulo, 1996
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Catálogo Iguatemi
Cliente: Shopping Iguatemi
São Paulo, 1988
A concepção do catálogo promocional do Shopping Iguatemi para o
mercado internacional tinha como
objetivo transmitir a imagem de
solidez do shopping, aliada a sua
conexão com a moda. A tiragem limitada, confeccionada com uma tela
de fios de aço, possui formato de
fichário que permite a customização
para públicos exclusivos. Bilíngues,
as lâminas internas apresentam o
Iguatemi, sua história e localização,
mercados consumidores, marcas,
campanhas publicitárias etc.
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Alice Zoomp
Cliente: Zoomp
São Paulo, 1997
O projeto do catálogo para a
Zoomp reuniu vários artistas em
torno do tema Alice no País das
Maravilhas, entre eles Arnaldo
Antunes, Augusto de Campos e Waly
Salomão. Foi o primeiro catálogo de
moda de Rico Lins, que, por expor
menos moda e mais atitude, revelou
a possibilidade de estreitar a ligação
entre moda e cultura.
Com o objetivo de produzir um
livro/catálogo que tivesse duração
maior que a dos sazonais catálogos de moda, introduziram-se conteúdos que geraram mídia espontânea em
cadernos de cultura, contribuindo para o reposicionamento da marca. Um dos primeiros trabalhos da modelo
Gisele Bündchen, antes de estourar nas passarelas.
Esse trabalho integrou a 4a Bienal de Design, em 1998.
Direção de criação: Rico Lins, Carlos Nader, Paulo Borges, Graça
Cabral e Denise Basso. Design: Rico Lins +Studio. Direção de
arte: Rico Lins. Projeto gráfico: Rico Lins, Mariana Bernd. Fotografia: Willy Biondani. Produção gráfica: Jairo da Rocha
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Almanaque dos Sentidos Zoomp
Cliente: Zoomp
São Paulo, 1997-98
Dando continuidade ao espírito do catálogo anterior,
o Almanaque dos Sentidos, elaborado para a coleção
primavera-verão 1997/98, combina as peças da coleção
com jogos, testes, curiosidades, receitas, trabalhos de
artistas, fotógrafos e poetas, associados livremente aos
cinco sentidos. Tal exploração de recursos e as soluções
de design propostas acabaram virando referência no
mercado editorial.
O projeto recebeu vários prêmios, como o da Society of
Publication Designers, do Art Directors Club de New York,
e o Brasil Faz Design, e foi publicado em várias revistas
especializadas, como Graphis Magazine e First Choice.
Esse trabalho integrou a 4a Bienal de Design, em 1998.
Direção de criação: Rico Lins, Carlos Nader, Paulo Borges, Graça
Cabral e Denise Basso. Direção de texto: Carlos Nader. Design:
Rico Lins +Studio. Direção de arte: Rico Lins. Projeto gráfico: Rico
Lins, Monique Schenkels. Fotografia: Willy Biondani, Fernando
Laszlo. Produção gráfica: Jairo da Rocha
33
Coleção Ponta de Lança
Cliente: Editora Língua Geral
Rio de Janeiro, 2006-07
O Rico Lins +Studio criou a identidade visual da editora
Língua Geral, especializada na literatura lusófona do
Brasil, Portugal e África. O projeto da nova identidade
inclui o logo da editora, selos e projetos gráficos para
as coleções, direção de arte e design para as capas dos
livros e materiais de divulgação.
O design da coleção, cuja proposta é revelar vozes
novas ou ainda pouco conhecidas de autores de língua
portuguesa, baseia-se nos cadernos de viagem com tira
de elástico, no estilo Moleskine.
O projeto gráfico de lançamento buscou aproximar os
jovens autores contemporâneos desconhecidos do público
34
brasileiro valendo-se de cores vivas
e puras e fotos de capa inusitadas
aplicadas ao formato “caderno de viagem”. Além das qualidades literárias,
um dos objetivos do projeto era a valorização do livro como objeto gráfico;
posteriormente, aboliu-se o elástico
para adequar a coleção às condições do mercado. Em contrapartida,
passou-se a utilizar fotos coloridas e a
trabalhar com portfólio de fotógrafos
brasileiros, portugueses e africanos.
35
Identidade e Conflito
Cliente: Arte Educação/
Centro Cultural Banco do Brasil Brasília
São Paulo, 2004
O trabalho desenvolvido pelo +Studio é voltado não só
para projetos editoriais, mas também para curadorias,
expografias e concepção de exposições para o Brasil e
exterior, visando sempre promover as ações de forma
a potencializar o alcance, a visibilidade e a clareza dos
conteúdos.
Um exemplo desse tipo de trabalho foi a criação da
identidade visual e do projeto gráfico para a exposição
Identidade e Conflito, do artista plástico brasileiro Alex
Flemming, realizada no Centro Cultural Banco do Brasil
em Brasília. O material incluiu projeto gráfico das peças
impressas (catálogo, folder, convite, cartaz) e do espaço
expositivo (banners, textos e legendas). Especificamente
em relação à concepção do convite, o partido adotado foi
o de fac-similar em tamanho real.
37
Revista Bravo!
Cliente: Editora D’Ávila
São Paulo, 1997-2000
A revista Bravo! surgiu em 1997 com a proposta de
trabalhar com uma combinação de ensaios, artigos e
serviços na área cultural. Rico Lins colaborou desde a
primeira edição, alternando capas com páginas internas.
A exemplo de seu trabalho para outras publicações,
optou por não se apoiar em um estilo, mas buscar a
solução gráfica que melhor se adequasse a cada tema.
Isso permitia não apenas garantir a variedade das
capas, utilizando da colagem à fotografia, à ilustração,
mas experimentar graficamente, apoiado pelo projeto
gráfico inovador da publicação. Entre as capas mais
conhecidas estão as publicadas nestas páginas.
Em 1996, uma das capas de Rico para a Bravo! foi
premiada na exposição Brasil Fa Design em Milão e na 3ª
Bienal Brasileira de Design Gráfico, da ADG.
Esse trabalho integrou a 4a Bienal de Design, em 1998.
Design e arte: Rico Lins. Direção de arte: Noris Lima
38
Big Brasil
Cliente: Big Magazine
São Paulo, 1999
Rico Lins foi convidado a cuidar da
curadoria, direção criativa e design
da primeira edição brasileira da Big,
revista internacional de estilo, arte e
comportamento. A opção por retratar
a produção cultural urbana brasileira
contemporânea, com a colaboração
de artistas convidados e designers,
confirmou o compromisso criativo
de Rico Lins +Studio com a pluralidade de expressões e a diversidade
que compõem a identidade cultural
brasileira. Na capa, o figo cortado ao meio sintetizava, de modo
inusitado e provocador, alguns dos
mais reconhecidos e identificáveis
atributos brasileiros: a exuberância
da natureza, a sensualidade explícita
e a liberdade no uso das cores.
O convite para a festa de lançamento da revista (ao
lado) foi acondicionado e enviado em saquinhos de
nylon, popularmente utilizados para embalar frutas.
Um exemplo das páginas internas é a matéria “Serial
Kisser”, sobre o Beijoqueiro, personagem do folclore
carioca que ganhou notoriedade por beijar celebridades.
O projeto recebeu a Gold Medal do The Art Directors
Club e o Merit Award da Society of Publication Designers
(SPD), em New York, e o prêmio Brasil Fa Design, São
Paulo/Milão.
Assistente: Dag Rizzolo. Colaboradores: Fernando Laszlo,
Monique Schenkels, Rafic Farah, Guto Lacaz, Luiz Stein, Gringo
Cardia, Marcelo Tas, Fausto Fawcett, Waly Salomão, Carlos Nader,
Fernanda Abreu, Braulio Tavares, Carla Caffé, Daniela Thomas,
Guto Lins, Adriana Lins, Bebel Franco, Cássio Vasconcellos, Ana
Marianni, Mario Cravo Neto, Seu Jorge, Geléia da Rocinha, Edson
Meirelles, Antonio Sagesse, Klaus Mitteldorf, Tomas Lorente,
Marcelo Serpa, Ale Gama e outros
41
Newsweek
Cliente: Newsweek Magazine
New York, 1993
A Newsweek é a segunda maior
revista semanal de informação dos
Estados Unidos e circula mundialmente em quatro edições: América do
Norte, América Latina, Europa e Ásia.
As características de produção de
uma publicação desse porte exigem
não apenas logística sofisticada, mas
a produção simultânea de material
editorial exclusivo para os quatro
mercados, obedecendo aos prazos
definidos pelas pautas jornalísticas.
Esse contexto obriga à criação semanal de várias opções de capa para
as diferentes edições, cujos prazos de
fechamento devem ser rigorosamente
obedecidos: os temas das capas são
definidos na tarde de terça-feira, para
serem criadas, aprovadas, editadas e impressas até a madrugada de sábado, possibilitando que circulem mundialmente no fim de semana. Para responder a essa agenda,
podem vir a ser solicitadas mais de vinte diferentes capas
por semana.
Nos anos em que viveu em Nova York, Rico Lins manteve
estreita relação com as revistas Newsweek e Time, atuando
como ilustrador, designer ou diretor de arte para matérias
ou capas, algumas delas circulando exclusivamente em
um dos quatro mercados. Na capa ao lado, publicada
mundialmente, celebra-se a interatividade como o ovo
de Colombo da tecnologia. Rico Lins assinou o design e
direção de arte.
Esse ovo digital, que reflete apenas a mão e o logo da
publicação, foi a solução visual encontrada no estúdio de
finalização para enfatizar a natureza editorial da imagem,
ao situá-la explicitamente no contexto da capa da revista.
Abaixo, duas capas de edições asiáticas.
43
BusinessWeek
Cliente: BusinessWeek Magazine
New York, 1993-97
Um dos mais importantes semanários sobre negócios
do mundo, a revista BusinessWeek é publicada pelo
grupo McGraw-Hill e mantém uma equipe composta
por duplas editor-diretor de arte para cada uma de
suas seções editoriais, como as grandes publicações
americanas.
Rico Lins foi colaborador frequente de diversas editorias e criou inúmeras capas, algumas resolvidas sob a
pressão das atualidades semanais. No exemplo ao lado,
a solução gráfica foi encontrada durante o telefonema
que recebeu da diretora de arte, na hora do fechamento
da edição.
45
Revista KulturRevolution
Cliente: Klartext Verlag Bochum-Hattingen
Paris, São Paulo, Londres, Nova York, 1982-2008
Rico Lins colabora com a revista acadêmica KulturRevolution desde sua fundação, em 1982. Dedicada à teoria
do discurso, criada e editada por professores da Universidade de Bochum, na Alemanha, ela se caracteriza não só
pela versatilidade temática como também pela liberdade
(de expressão) gráfica e o consequente experimentalismo
de suas capas — desenvolvidas analogicamente e impressas em offset três cores por uma gráfica na Alemanha.
A escolha pelo processo analógico requeria grande
dose de experimentação gráfica, valendo-se da superposição e encaixe de três layers, e as especificações
correspondentes à impressão de cada cor. O sucesso
do resultado final dependia não só de uma tentativa de
previsão da somatória das cores por parte do designer,
como da compreensão de todas as indicações técnicas
por parte da gráfica. E essa orquestração conta sempre
com a possibilidade do inesperado.
Para celebrar o permanente diálogo desta revista com
temas da atualidade, a capa comemorativa de seus 20
anos integra a imagem de um tradicional pente preto
sobre os revoltos cabelos coloridos da juventude alemã,
que se enroscam no nome da publicação.
No destaque no alto, a matéria de capa questiona a
existência de um coletivo simbólico no século 21, representada na capa pela foto de Edson Meirelles, de um
carrinho de refrigerante.
No centro, “O Discurso Faz a Hegemonia”, baseada numa imagem do construtivista russo Alexander
Rodchenko, a figura híbrida mistura a careca de Michel
Foucault, a barba de Marx, a estrela de Mao Tsé-Tung e
o bottom com Trótski para questionar se o discurso faz,
realmente, a hegemonia da esquerda.
Ao lado, “Esquerda/Direita” discute a alternância de
poder e a ascensão da social-democracia na Alemanha
pré-queda do Muro de Berlim pela superposição do passo
de tango “volta à esquerda” nas cores da bandeira alemã.
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Convite EXPO KR
Cliente: Centre Georges Pompidou/
Centre de Création Industrielle (CCI)
Paris, 1999
No início dos anos 1990, o Centre Georges Pompidou
dispunha do Point-de-Mire, espaço expositivo dedicado
a apresentar mensalmente um projeto de atualidade em
design. A revista francesa BàT divulgara o trabalho que
Rico Lins vinha desenvolvendo para a revista KulturRevolution e ele foi convidado a expor esse projeto.
Para a mostra, Rico Lins criou um convite que refletia
o processo de criação utilizado na KulturRevolution,
partindo das mesmas características técnicas descritas
no texto anterior. Como elemento surpresa, foi incorporada aos convites da exposição enviados pelo correio
uma separação da palavra E-X-P-O em quatro partes
desconexas, que só fariam sentido quando associadas
entre si pelos visitantes.
A exposição foi posteriormente apresentada no Museu
de Arte Contemporânea (MAC) de São Paulo e no Museu
de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro, com cartazes
que, seguindo a peça concebida para o Centre Georges
Pompidou, eram cortados em seis partes, que serviam
como convites.
48
Les Droits de l’Homme et du Citoyen
Cliente: Artis 89
Paris, 1989
Durante as comemorações do bicentenário da Revolução Francesa, um grupo internacional de 66 designers
foi convidado a criar cartazes alusivos à Declaração dos
Direitos do Homem e a participar de um fórum internacional sobre o papel social do design gráfico. Os cartazes
produzidos resultaram em uma exposição em Paris, inaugurada no Couvent des Cordeliers, local onde foi lavrada
a primeira versão da Declaração, 200 anos antes.
O conjunto de cartazes impressos em offset permitiu
o lançamento simultâneo da exposição em diversas
cidades do mundo.
51
Brecht
Cliente: Berliner Ensemble e VGD
Alemanha, 1998
A companhia de teatro Berliner Ensemble celebrou
o centenário de seu fundador, o dramaturgo Bertolt Brecht, com a exposição internacional Brecht 100 Plakate.
Organizada pelo designer Alex Jourdain, líder do coletivo
Nous Travaillons Ensemble, e pela associação Verband
der Grafik-Designer (VGD), contou com a participação de
cem designers convidados.
Partindo de uma foto de jornal e das cores da bandeira alemã, o cartaz de Rico Lins põe o holofote sobre o
olhar do dramaturgo, para o qual convergem sua obra e
sua visão de mundo.
52
Oleanna – A Power Play
Cliente: Serino Coyne
Nova York, 1992
David Mamet foi um dos primeiros autores a abordar
no teatro a polêmica questão do assédio sexual, em
montagem lançada no Orpheum Theatre, em Nova York.
A ambiguidade do tema e a tênue linha que separa o
papel de vítima e algoz sugeriam a imagem de um alvo
formado pela alternância de um rosto masculino e um
feminino, como vemos nas colagens iniciais nesta página. A extrema simplicidade gráfica do resultado final
garantiu, no entanto, seu destaque dentre os coloridos
cartazes de teatro nova-iorquinos.
54
The real thing
Cliente: Saque Sagaz Promoções
Nova York, 1991
O cartaz para a exposição Coca-Cola – 50 Anos com Arte
parte da garrafa celebrizada por Andy Warhol, para imprimi-la em preto sobre preto. O único elemento em cor é o
título “The real thing”, transferindo o real valor da marca
para sua comunicação: a cor vermelha e seu slogan.
57
XXI Bienal de São Paulo
Cliente: Fundação Bienal de São Paulo
São Paulo, 1991
Rico Lins, Neville Brody, Ikko Tanaka e Roberto
Sambonet foram os jurados do concurso internacional
de cartazes para a XX Bienal de São Paulo (BISP). O cartaz escolhido — que retratava uma banana cortada ao
meio, remendada com grampos de metal — gerou grande polêmica, levando, na edição seguinte, à realização
de um concurso fechado, para designers convidados.
Dessa vez, o eixo curatorial da XXI BISP foi “O Homem” e o projeto vencedor, criado por Rico Lins, era
composto por uma série de três peças que propunham
a releitura de três esculturas masculinas clássicas. O
58
Pensador, de Rodin, foi impresso
no formato cartaz e as estátuas
do Discóbolo e de Mercúrio, em
cartões-postais. A pré-produção e
a seção de fotos feitas em formato
analógico pelo espanhol Alejandro
Cabrera envolveram grande dose de
experimentação técnica e resultados
inesperados, como a da foto utilizada no cartaz vencedor e no catálogo
da mostra.
Connexions >< Conexões
Cliente: SESC-SP e CulturesFrance
São Paulo, 2009
Como parte das comemorações
do Ano França-Brasil, a exposição
Connexions><Conexões foi concebida
ao redor da ideia do design gráfico autoral, reunindo duas dezenas de novos
talentos brasileiros e franceses em
torno dos conceitos de territorialidade,
diversidade e identidade. O evento
ocorreu no SESC Pompeia e incluiu
workshops, palestras e encontros
criativos, que exploraram o diálogo
entre a produção gráfica contemporânea dos dois países.
Com curadoria de Rico Lins e Christelle Kirchstetter – ex-diretora
do Pôle Graphisme de Chaumont,
França –, a exposição ofereceu um
panorama do novo design francês e
brasileiro e foi além dos impressos em
geral, dialogando com mídias digitais,
espaços públicos, arte contemporânea
e manifestações vernaculares.
O Rico Lins +Studio foi responsável pelo design gráfico
e pelo projeto da exposição, concebido para gerar baixo
impacto ambiental com a reutilização de materiais de
exposições anteriores. A letra “X”, sinal universal para
intercâmbio e multiplicação, serviu como elemento central
do projeto, sendo aplicada a múltiplos significados, da letra
comum que une as duas línguas ao algarismo romano X,
número de participantes de cada um dos países.
Para reforçar a ideia de um intercâmbio equilibrado,
o designer estabeleceu no cartaz (na página ao lado)
uma simetria que permitiu que ele fosse fixado em
qualquer posição.
O cartaz-folder (nesta página) foi entregue ao público
como uma folha de papel inteira (66 x 96 cm), que continha, de forma aparentemente aleatória, informações
sobre os designers participantes da exposição, linhas de
picote e vinco. Seguindo instruções de dobra e corte fornecidas, o visitante era convidado a montar, ele mesmo,
o catálogo. Ao final, o conteúdo aparentemente aleatório
se mostrava perfeitamente organizado e inteligível. Esse
partido também gerou economia de recursos em sua
produção.
61
Projeto “Brasil em Cartaz”
Clientes: Les Silos/
Pôle Graphisme de Chaumont
Chaumont, França, 2005
Em 2005, o Pôle Graphisme de Chaumont convidou
Rico Lins para montar uma exposição de cartazes
brasileiros. A mostra foi parte de sua programação
anual de exposições internacionais, pela primeira vez
dedicada ao Brasil. O projeto “Brasil em Cartaz” figurou
como o principal evento de design gráfico no calendário
da programação do Ano do Brasil na França, em 2005,
e resgatou a produção artística de cartazes brasileiros
criados a partir da segunda metade do século 20: da I
Bienal de São Paulo, em 1951, às recentes experimentações da street-art e da produção digital.
Com curadoria de Rico Lins e produção coordenada
pelo +Studio, o evento teve como compromisso e objetivo
sistematizar a produção do cartaz no Brasil e refletir
sobre ela, apresentando e integrando parte substancial
da memória gráfica brasileira ao cenário internacional
contemporâneo. Para a mostra, que incluía conferência,
workshop e atividades paralelas, foi criado um conjunto
de peças de comunicação e relacionamento.
62
Além de um catálogo com duas
centenas de obras, textos críticos
e ensaios inéditos, foi impressa
uma tiragem experimental exclusiva de cartazes que sobrepunham
impressões digitais, serigráficas
e tipografia tradicional em estilo
lambe-lambe, resultando no projeto
final do cartaz de divulgação do
evento, impresso em policromia
offset e serigrafia grande formato
(página ao lado).
O pregador de roupas, referência
a uma das mais difundidas manifestações gráficas brasileiras – o cordel
– e ao caráter efêmero do cartaz, foi
adotado como elemento central da
identidade visual do projeto e reproduzido de diferentes formas.
My City Is Where I Am
Cliente: “Better home city, better life”
poster project Xangai
São Paulo, 2010
There are places I remember
All my life though some have changed
(Lennon-McCartney)
Rico Lins foi convidado a participar do projeto “Better
home city, better life”, na Exposição Mundial em Xangai,
na China. Os cartazes criados foram expostos na galeria da
Escola de Belas-Artes da Universidade de Xangai. O projeto incluiu workshops, exposições e fóruns, entre o verão e
o outono de 2010.
O paralelo entre a Cidade e o Homem se evidenciou no
percurso dos meridianos de um mapa anatômico do corpo humano usado na acupuntura chinesa. De Londres a
Londrina, de Creta ao Crato, de New York a Nova Iguaçu,
foi criado um percurso imaginário pelo corpo, passageiro,
veículo e roteiro de memórias urbanas.
Cidades e corpos são organismos vivos que expressam
e partilham alguns princípios básicos: fluxo, crescimento, ritmo, mobilidade, equilíbrio, capilaridade, expansão,
circulação, sistemas periféricos etc. “Minha memória é
a minha casa, minha herança, minha paisagem. Minha
cidade é onde estou.”
65
Jazz Sinfônica
Cliente: Jazz Sinfônica
São Paulo, 2006-07
Reconhecida por sua versatilidade e grande empatia por parte do
público, a Orquestra Jazz Sinfônica
se caracteriza por oferecer concertos que combinam a formação de
orquestras sinfônicas e de jazz com
convidados especiais da música popular. Quando Rico Lins foi convidado para redesenhar sua identidade
visual, partiu-se do consenso de
que nada a traduziria melhor que a
qualidade de sua programação e repertório. Essa percepção evidenciou
a necessidade de uma ação de reposicionamento de comunicação que
reforçasse essas qualidades para
seus públicos, abrangendo ouvintes,
66
patrocinadores e a própria Orquestra.
O Rico Lins +Studio foi responsável por todo o projeto
de comunicação da Orquestra, incluindo naming, identidade visual, desenvolvimento de uniformes, anúncios e
outros materiais de divulgação dos concertos, assinaturas etc. Para a série “Jazz Sinfônica+convidados”,
além de um novo logotipo, foi criado um programa do
concerto, em cujo verso há impresso um cartaz.
A série de cartazes, desenvolvida entre 2006 e 2007,
foi impressa digitalmente em grande formato e resultou em exposições, que, no final de cada temporada,
celebravam e consolidavam o trabalho da Orquestra
naquele ano.
O projeto, que teve início no Museu da Imagem e do
Som (MIS) de São Paulo, viajou pelo Brasil, agregando
os novos espetáculos da série, e terminou em Havana,
Cuba, com a exposição do total de 27 cartazes criados.
João Penca
Cliente: RCA Discos
Rio de Janeiro, 1985
Para a capa do primeiro disco da banda de surf music
João Penca e seus Miquinhos Amestrados, Rico Lins
apropriou-se da irreverência debochada do grupo em
uma colagem inusitada, partindo dos elementos típicos
das capas do gênero.
Direção de arte: Tadeu Valério e Ronaldo Bastos
69
Me, Myself and Eyes
Cliente: Royal College of Art
Londres, 1987
Fotomontagem tridimensional
criada para a série de cartões-postais do projeto Around Dada,
desenvolvido no Royal College of Art
em Londres. Este autorretrato foi
novamente publicado em 2009 na
revista Inventa, que publicou matéria
de capa com Rico Lins (ao lado).
71
Sentinela
Cliente: The Royal College of Art
Londres, 1987
No período em que estudou no
Royal College of Art, Rico Lins
desenvolveu inúmeras experiências
com colagem, fotografia e cinema de
animação. Da imagem da ratoeira
com olhos desta fotomontagem
tridimensional (à esquerda) foi
desenvolvida uma holografia, que
integrou o projeto “Around Dada”, de
conclusão de curso (nesta página).
73
Marilyn Mouse
Cliente: The New York Times
Nova York, 1992
Entre 1987 e 1997 Rico Lins foi colaborador assíduo de
diversas editorias do The New York Times, criando inúmeras ilustrações editoriais, vinhetas e capas.
Considerado o principal jornal diário norte-americano, sua estrutura de produção requer a presença de um
diretor de arte e um editor específico para cada seção. A
maioria dos trabalhos realizados era semanalmente encomendada pela Op-Ed Page, pelo suplemento literário
Book Review e pelos cadernos regulares do jornal.
A colagem ao lado, publicada em destaque na capa
dominical do caderno de Arte&Entretenimento, combina
ícones da cultura pop americana no formato de uma
máscara. Mickey Mouse, Coca-Cola, os filmes blockbusters de Hollywood, a Marylin Monroe de Andy Warhol e o
dólar compõem esta figura híbrida, síntese da poderosa
indústria do entretenimento.
Criadas analogicamente, a produção destas imagens
era fruto da combinação de diversos materiais, suportes
e processos. Fotografia, recortes de imprensa, fotocópias, fax, objetos do cotidiano, impressos comerciais e
materiais tradicionais de desenho e escritório convivem
nestes trabalhos.
Direção de arte: Linda Brewer
75
Rebento
Cliente: Projeto Imagem do Som Gilberto Gil
São Paulo, 2000
Integrante da exposição Imagem do Som, dedicada à
música de Gilberto Gil, a canção “Rebento” foi concebida
como uma colagem tridimensional em grande formato.
Inédita, esta imagem faz parte de uma série formada pela
superposição de dois rostos anônimos, criados originalmente por Rico Lins para a Op-Ed Page do jornal The New
York Times. Como esta, as ilustrações originais publicadas em preto e branco se valem de rostos recolhidos na
imprensa diária em matérias sobre a questão racial.
77
Burocracia
Nova York, 1992
No período em que morou em
Nova York, Rico Lins colaborou
como ilustrador de diversas publicações, tendo sido agenciado pela
PushPin Studio por vários anos.
Para ilustrar uma matéria sobre
relações interpessoais nas empresas – sugerindo ao leitor precaução
contra a burocracia, foram utilizados apenas materiais presentes em
escritórios: papéis para planilhas,
envelopes, carimbos, grampos etc.
O uso de materiais do cotidiano
sempre foi uma constante em seu
trabalho e é um dos temas mais
frequentes nas oficinas de criação
que ministra no Brasil e no exterior.
79
Sobre Rico Lins
Designer, diretor de arte, ilustrador e educador, Rico Lins acumula extensa
carreira de atividades profissionais e didáticas para instituições e empresas
de destaque, tanto no cenário brasileiro como internacional.
Graduou-se em desenho industrial pela ESDI-Rio em 1976 e recebeu o
Diplome d’Études Approfondies em artes plásticas pela Université de Paris
viii, em 1981. Em 1987, obteve o título de Master of Art pelo Royal College of
Art, Londres. Atuou nos últimos 30 anos entre Paris, Londres, Nova York,
Rio de Janeiro e São Paulo, em projetos para empresas como CBS Records,
Time Warner, The New York Times, Newsweek, MTV, Le Monde, Centre Georges Pompidou, TV Globo, Editora Abril, Zoomp, Natura, SESC, entre muitas
outras.
Ex-professor da School of Visual Arts de Nova York, coordenou e atualmente é professor do Master em Graphic Design no Istituto Europeo de
Design, em São Paulo. Promove palestras e workshops no Brasil e no exterior, como no Festival de Chaumont, Festival della Creatività Firenze, IED
Barcelona, Senac e Senai, Escola Panamericana de Artes, Universidade do
Livro, RevelaDesignRecife, além de um programa itinerante das chamadas oficinas de design analógico no seu estúdio e em diversas instituições.
Com exposições individuais em Paris, São Paulo, Rio de Janeiro, Caracas e
Chaumont, tem participado também ativamente dos principais congressos,
bienais e mostras coletivas de design em vários países, como expositor,
curador e membro de júris.
Tem artigos e portfólio publicados nas principais revistas e livros especializados internacionais e há obras suas nas coleções permanentes de instituições como o Musée d’Histoire Contemporaine, Musée de l’Affiche et de La
Publicité e Bibliothèque Nationale Française, em Paris, o Pôle Graphisme de
Chaumont, o Staatliches Museum für Angewandte Kunst, em Munique, e o
Museu de Arte Contemporânea de São Paulo.
Recebeu, entre outros prêmios, as medalhas de ouro do NY Art Directors Club e da Society of Publication Designers, o Prêmio Abril, o Design by
Designers 2001 e o Merit Award do Type Directors Club em 2007. É membro
do Comitê de Notáveis da Escola Panamericana de Artes, São Paulo, e desde
1997 integra a AGI – Alliance Graphique Internationale.
81
FONTES Din
PAPEL offset
IMPRESSÃO offset 4 cores
GRÁFICA Ricargraf