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FONTES DE NITROGÊNIO E ÉPOCAS DE APLICAÇÃO EM TRÊS
CULTIVARES DE ARROZ DE TERRAS ALTAS.
HERNANDES1 , A., BUZETTI2 , S., ANDREOTTI3 , M., ARF2, O., SÁ2, M.E.
INTRODUÇÃO: O arroz faz parte da alimentação de mais de dois terços da
população mundial. No Brasil são produzidas, anualmente, cerca de 12 milhões de
toneladas de arroz (Oryza sativa L.). Com uma área cultivada de 3,57 milhões de ha
em 2003/04, o país ficou em décimo lugar em produção mundial (FAO, 2004). O
sistema de cultivo de arroz predominante no Brasil é o de sequeiro, com
aproximadamente 39% da produção e 64% da área cultivada, seguido pelo sistema
irrigado, com aproximadamente 60 % da produção e 34% da área cultivada. A baixa
produtividade média do arroz é devida, em grande parte, à má distribuição pluvial nas
principais regiões produtoras e baixo consumo de adubos e corretivos, afetando
principalmente a produtividade do arroz de sequeiro. O nitrogênio e o potássio são os
dois nutrientes mais exigidos pela cultura. O nitrogênio aumenta o número de perfilhos
e com isso o número de panículas, aumenta também o número e o tamanho dos grãos e
o teor de proteína desses, mas nem sempre aumenta a produtividade de grãos. A
utilização de doses, épocas de aplicação, cultivares adequados e fontes de N podem
aumentar significativamente a eficiência do uso dos fertilizantes nitrogenados e
conseqüentemente a produtividade de culturas anuais, como o arroz (FAGERIA et al.,
2003). Em geral, o sulfato de amônio e a uréia são considerados os mais vantajosos
para o arroz irrigado. Com relação à época de aplicação, a planta de arroz absorve N
durante todo o seu ciclo, mas possui duas fases críticas: perfilhamento e início da
diferenciação do primórdio floral. Segundo ROSOLEM (1987), o aproveitamento do
adubo é maior quando a cobertura é feita no máximo até 36 dias após a emergência.
Tratando-se dos diferentes cultivares de arroz, a seleção de genótipos com maior
eficiência na utilização de N é considerada uma das maneiras mais adequadas para
diminuir o custo de produção da cultura (FAGERIA & BARBOSA FILHO, 1982), e
aumentar a produtividade de grãos através da maior resposta a esse nutriente
(ANDRADE et al., 1992). Isto porque os genótipos apresentam exigências nutricionais
1
Acadêmica em Agronomia, FE/UNESP, Campus de Ilha Solteira, Av. Brasil, 31, C.P. 56, CEP
15385-000, Ilha Solteira, SP.
2
Prof. Titular, FE/UNESP, Campus de Ilha Solteira, Av. Brasil, 31, C.P. 56, CEP 15385 -000,
Ilha Solteira, SP. Fone: (18) 3743-1143. [email protected]
3
Prof. Assistente Doutor, FE/UNESP, Campus de Ilha Solteira, Av. Brasil, 31, C.P. 56, CEP
15385-000, Ilha Solteira, SP. [email protected]
e tolerância diferenciadas para os estresses de nutrientes (BROWN & JONES, 1997).
Pelo exposto, se verifica a importância de se minimizar as perdas de N, assim como
maximizar o uso do elemento pelas plantas. O trabalho teve como objetivo avaliar o
efeito de fertilizantes nitrogenados (Entec – liberação controlada de N, sulfato de
amônio e uréia), em 2 épocas de aplicação (na semeadura ou na fase de perfilhamento),
em 3 cultivares de arroz de terras altas (IAC 202, Primavera e Talento).
MATERIAL E MÉTODOS: O experimento foi conduzido na Fazenda de Ensino e
Pesquisa da UNESP, Campus de Ilha Solteira, localizada no município de Selvíria MS, num LATOSSOLO VERMELHO Distroférrico típico. O delineamento
experimental utilizado foi o de blocos ao acaso em um esquema fatorial (3x3x2), ou
seja, 3 cultivares, 3 fontes de N e 2 parcelamentos. Os tratamentos foram constituídos
pelos cultivares: IAC 202, Primavera e Talento, utilizando 3 fontes de N (Entec - 26%
de N, apresentando grânulos revestidos por cera e liberação gradativa do N, Sulfato de
amônio e Uréia), aplicados totalmente na semeadura (100 kg ha-1 ), ou em cobertura
(100 kg ha -1) no perfilhamento. Cada parcela foi constituída por 5 linhas de 5 m de
comprimento, espaçadas de 0,34 m e tendo como área útil as 3 linhas centrais,
desprezando-se 0,5 m em cada extremidade. O preparo do solo foi realizado com uma
aração e duas gradagens com posterior semeadura dos cultivares de arroz. Utilizou-se a
densidade de semeadura de 70 sementes viáveis por metro, com semeadura realizada
em 12 de novembro de 2004. As adubações com P, K e micronutrientes foram
baseadas na análise do solo do experimento e na tabela de recomendação de adubação
para a cultura do arroz irrigado, para o Estado de São Paulo, conforme descrito em
CANTARELLA & FURLANI (1997). Para análise estatística foi utilizado o programa
SANEST (ZONTA et al., 1987), com comparação das médias pelo teste de Tukey a
5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO: Os teores de N nas folhas foram superiores nos
cultivares IAC 202 e Primavera, quando comparados ao Talento. As fontes tiveram o
mesmo comportamento, e quando aplicadas em cobertura, a concentração de N nas
folhas foram superiores aos tratamentos que receberam todo o N na semeadura. A
massa de espiguetas granadas foi influenciada apenas pelos cultivares, com o cultivar
Primavera apresentando maiores valores que o IAC 202 e este maior que o Talento.
Para massa de 100 grãos ocorreu a mesma seqüência verificada para a massa de
espiguetas granadas, em relação aos cultivares. A aplicação de N na semeadura
proporcionou grãos mais densos quando comparado à aplicação em cobertura. A
produtividade de grãos foi influenciada pelas épocas de aplicação, mas não pelos
cultivares ou fontes nitrogenadas. Os cultivares IAC 202 e Primavera foram mais
produtivos que o Talento. A aplicação de N em cobertura proporcionou maiores
produtividades que quando da aplicação de N todo na semeadura. Recomendam-se os
cultivares IAC 202 ou o Primavera e a aplicação de N em cobertura, no perfilhamento
das plantas de arroz.
TABELA 1. Quadrados médios, coeficientes de variação, médias e teste de Tukey
referentes ao teor foliar de N, massa de espiguetas granadas (MEG), massa de 100
grãos (M100G) e produtividade de grãos (PG) em três cultivares de arroz de terras
altas submetidos a três fontes de N e duas épocas de aplicação. Selvíria - MS, 2004/05.
Quadrados médios
Tratamentos
N foliar
MEG
M100G
PG
(g kg- 1)
(g)
(g)
(kg ha- 1)
Cultivar (C)
57,53 **
9,49 **
1,90 **
8986533 **
Fontes (F)
0,19
0,21
0,05
276166
Épocas (E)
28,44 **
0,84
0,31 *
3918600 *
CxF
2,44
0,16
0,07
1172876
CxE
0,19
0,24
0,10
521604
FxE
0,03
0,07
0,05
1725448
1,78
1391352
CxFxE
0,08
0,09
Resíduo
1,83
0,25
0,07
597418
C.V. (%)
4,55
18,44
10,95
23
Cultivares
Médias
31,00
a
2,62
b
2,35 b
3554 a
IAC 202
31,08 a
3,40 a
2,69 a
3905 a
Primavera
Talento
27,25 b
2,15 c
2,13 c
2714 b
DMS
1,41
0,35
0,18
539
Fontes
Médias
Entec
29,92 a
2,79 a
2,35 a
3515 a
Sulfato de
29,75 a
2,62 a
2,38 a
3334 a
Amônio
Uréia
29,67 a
2,76 a
2,44 a
3325 a
DMS
1,41
0,35
0,18
539
Épocas
Médias
Semeadura
28,89 b
2,61 a
2,45 a
3158 b
Cobertura
30,67 a
2,83 a
2,32 b
3624 a
DMS
0,95
0,24
0,12
366
ns – não significativo - p > 0,05, * significativo 0,01< p < 0,05, **significativo p < 0,01.
Médias seguidas de letras iguais, na mesma coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey (p
> 0,05).
CONCLUSÕES: A produtividade de grãos foi influenciada pelos cultivares e épocas
de aplicação de N, mas não pelas fontes nitrogenadas. A aplicação de N em cobertura
proporcionou maiores teores foliares e produtividade que a aplicação do N todo na
semeadura.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ANDRADE, W. E. B.; AMORIM NETO, S.; FERNANDES, G. M. B.; OLIVEIRA, H.
de F. Épocas de aplicação de nitrogênio em cultivares de arroz irrigado na Região
Norte Fluminense. Lavoura Arrozeira, v.45, p.14-17, 1992.
BROWN, J. C.; JONES, W. E. Fitting plant nutritionally to soil: I. Soybeans.
Agronomy Journal, v.69, p.399-404, 1997.
CANTARELLA, H. ; FURLANI, P.R. Arroz irrigado. In: Recomendações de
Adubação e Calagem para o Estado de São Paulo. Campinas: IAC, p. 50-51, 1997
(Boletim Técnico, 100).
FAGERIA, N. K.; BARBOSA FILHO, M. P. Avaliação preliminar de cultivares de
arroz irrigado para maior eficiência de utilização de nitrogênio. Pesquisa
Agropecuária Brasileira, v.17, p.1709-1712, 1982.
FAGERIA, N. K.; SLATON, N. A.; BALIGAR, V.C. Nutrient management for
improving lowland rice productivity and sustainability. Advances in Agronomy, v.80,
p.63-152, 2003.
FAO. Food and agriculture organization. Statistical database. Disponível em:
http://www.safrasecifras.com.br/agropecuaria/artigos.html#g. Acesso em 03/12/2004.
ROSOLEM, C. A. Nutrição e adubação do feijoeiro. Piracicaba, POTAFOS, 1987.
93p.
ZONTA, E. P.; MACHADO, A. A.; SILVEIRA JUNIOR, P. Sistema de análise
estatística para microcomputadores: manual de utilização. 2.ed. Pelotas: UFPel,
1987. 177p.
Bolsa: CNPq/PIBIC (primeiro autor)

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