A Fantástica Volta ao Mundo - Globo.com

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A Fantástica Volta ao Mundo - Globo.com
A Fantástica Volta ao Mundo - Globo.com
Fui comemorar o nosso novo destino (Cingapura! aqui vamos nos!) terminando de ver a Bienal de Sydney - aquela exposicao que eu falei no final do texto anterior. A mostra eh enorme, espalhada por toda a cidade e nao consegui ver tudo ontem. Cheguei a ver uma boa
parte e ter duas agradaveis supresas: trabalhos de dois artistas brasileiros que de alguma maneira eu conheco. Primeiro, Monica Nador, que eh (ou era?) amiga de uns amigos meus nos anos 80... Conheci a Monica (que tinha - nao sei se ainda tem - o apelido de Conca)
quando ela ainda fazia seus primeiros trabalhos e depois sempre acompanhei de longe. Os seus trabalhos tem a ver hoje com pinturas de padroes em casas de gente simples, em Cuba, no Mexico e no Brasil. Fiquei feliz de ver o Brasil representado aqui por ela. O outro
artista eh o Rubens Mano, fotografo com quem cruzei no tempo que eu ainda trabalhava em jornal (final dos anos 80) - e que tambem estah com um trabalho interessante por aqui. Mas o que o zen tem a ver com isso? Bem, como eu disse, a exposicao eh espalhada pela
cidade - e hoje decidi ver o que nao estava no Museu de Arte Contemporanea. Um dos pavilhoes de exposicao era a Galeria de Arte de New South Wales, que, conclui olhando o mapa, ficava perto do Jardim Botanico Real. As coisas aqui fecham cedo - e com a Bienal nao
era diferente: 17h era o limite. Soh que... bem, eram 16h15 e eu estava perdido andando pelo Jardim Botanico... 16h30 comecou a dar um certo desespero, ateh que a paisagem por onde eu andava comecou a "fazer efeito". Os jardins em que eu caminhava comecaram a
chamar minha atencao e eu percebi que estava nadando em um lugar exuberante, lindissimo, alias... Uma mistura esquisita de vegetacao, uma certa desordem botanica, quase uma sinfonia de folhas e tons de verde que, em apenas alguns minutos, me fez esquecer por
completo minha ansiedade de terminar de ver a Bienal. Perambulei sem destino pelo Jardim Botanico ateh que... adivinha o que eu encontrei na minha frente? A Galeria de Arte de New South Wales!! A essa altura eu tinha soh 15 minutos pra visitar tudo. Mas era uma
parte menor da Bienal - e foi o tempo exato! Onde estah o zen da historia? Precisa explicar? Quem sabe ateh o proximo "boletim", de Cingapura, a ficha jah caiu...
Mundo, Domingo, Junho 13, 2004
Nem tudo é canguru fofinho...
Pausa para os bastidores: depois de três dias corridíssimos na Tasmânia, já estamos de volta a Sydney (queríamos até ficar mais, mas por causa de um feriado nesta segunda-feira - aniversário da rainha! - não encontramos
passagem) e enviando os arquivos de imagem pra reportagem deste domingo. Mas, esses detalhes você já conhece. Dessa vez quero mostrar um dos momentos mais "trágicos" da viagem até agora que foi... subir trës andares de
escadas bastante estreitas com todo nosso equipamento no hotel em que estamos hospedados em Sydney... Ave!! Levem-me de volta para os cangurus!! Já comentei que todo nosso equipamente pesa aproximadamente 120 quilos??
Agora imagine subindo essas escadas... E isso eram umas 8h da manhã... Atenção, hein!! Isso não é uma reclamação, é só um fato - mais um! - da nossa viagem que (VIVA!) já tá completando um mês. Estamos quase acabando as
operações por hoje, e o sol está rachando nas ruas de Sydney, ainda que a temperatura não ultrapasse os 10 graus centígrados... Depois de uma semana prá lá de puxada (sério, a etapa da Tasmânia foi a mais puxada até
agora) acho que nós merecemos um passeio pelas marinas da cidade - aquele "cartão postal" de Sydney com a ópera ao fundo... Acho até que vou aproveitar para visitar a Bienal de Sydney, que abriu ontem - quem sabe não é
um bom aquecimento para a de São Paulo que vai abrir em outubro? Posso ir dar uma volta? Não acredita que a gente tá "ralando" mesmo? Então aqui vai mais uma fotinho (assim que a gente chegar em Cingapura eu mando!) pra
te convencer: esse é o "estúdio" improvisado que nós montamos no banco de trás do carro do Marcos (o brasileiro que encontramos em Hobart): pra ganhar tempo, enquanto voltávamos da prosão de Port Arthur, eu ia no banco
da frente fazendo o texto e o Guilherme no de trás na operação!! E tem gente que a gente ainda acha que estamos de férias... Conto da Bienal no próximo boletim, depois que eu souber pra onde você vai mandar a gente esta
semana...
Mundo, Sexta-feira, Junho 11, 2004
Zeca na casa do Marcos e Kim
Para os amantes da cozinha étnica...
...não existe nada disso aqui na Tasmânia - e olha que eu procurei... Como toda a ex-colônia inglesa, as influências nesses traços que seriam típicos, foi total. Assim, é mais fácil encontrar tasmanianos que falam que o
prato típico do lugar é uma boa carne assada com batata - ou então qualquer coisa preparada com frutos do mar, do que uma receita aborígena... E como eu sei disso? Porque eu acabo de chegar de um jantar na casa de uma
tasmaniana - e perguntei pra ela! KIim é casada com o Marcos, um brasileiro que encontramos por aqui, que trabalha na Universidade da Tasmânia, coordenando os estudos de brasileiros que queiram vir pra cá pra estudar.
Enfim, ele que foi meu guia (ou melhor, que vai ser o seu guia no domingo) na nossa visita à prisão de Port Arthur - um lugar de dar calafrios (e isso não é só uma "muleta" de linguagem... é impressionante mesmo, e olha
que eu visitei as ruínas de dia e com muito sol - apesar do frio... só de pensar o que seria esse lugar há mais de cem anos...). E foi ele que organizou um encontro nosso com a numerosa comunidade brasileira em Hobart mais ou menos umas 15 pessoas. Mas quem disse que menos é "menos"? Foi um jantar maravilhoso e Kim e Marcos, já que não puderam oferecer a típica cozinha tasmaniana (simplesmente porque ela não existe!), fizeram bonito
e abriram uma garrafa de vinho espumante local. Estamos nos despedindo de Hobart (porque segunda-feira é um feriado, não consegui passagem para voltar pra Sydney no domingo nem na segunda nem no domingo - e a gente tem
de estar em Sydney no começo da semana pra sair... sei lá pra onde!! Mas, foi por isso que nossa estadia nesse paraíso acabou sendo curtinha...) - e nada como sair de um lugar com um belo brinde!! Só tenho o que
agradecer a essa tão carinhosa comunidade que recebeu a gente aqui (também tenho de agradecer a essa cara do cybercafe que nos abriu uma conexão poderosa pra mandar os arquivos de imagem com uma velocidade absurda pro
Brasil; o nome dele é Johnathan - mas não vamos misturar negócios com prazer; já falamos demais de bastidores, quando estiver em Sydney, volto a falar dessa festa de hoje, que teve até - acredite! - pão de queijo - o melhor da Tasmânia!!!).
Mundo, Quinta-feira, Junho 10, 2004
Eu falei 48 horas??
Bem, 48 horas (o tempo que eu falei que ia demorar pro próximo boletim) foi o que a gente levou pra chegar aqui em Hobart - Tasmânia. Daí, ainda precisamos de quase mais dois dias para ter tempo e sentar aqui pra escrever
esse boletim. Claro que eu gastei um pouco desse tempo fazendo novos amigos (veja a foto!!). Mas o resto foi a correria pra chegar aqui. Vou passar rapidinho pelas etapas: de Queenstown pra Auckland, tudo bem. Mas ao sair da
Nova Zelândia, nosso vôo foi cancelado - problemas técnicos! Perdemos então quatro horas no Aeroporto de Auckland esperando um novo avião. Chegamos em Sydney meio "acabados"... Dormimos diretos, até porque nosso vôo para a
Tasmânia era cedo. Mas não é assim, um vôo pra Tasmânia e pronto... Tem que passar antes por uma escala em Melbourne, mais ao sul de Sydney. Daí, a conexão para Hobart, a capital da Tasmânia demorou "só" mais quatro horas...
Bem, mas aqui estamos - e... Bem, sabe o que parece? Uma cidade do interior da Inglaterra! Eu também (digo também porque imagino que essa seja a idéia que você tem também da Tasmânia) pensava que a cidade seria mais...
rústica. Mais... selvagem... Bem, é uma antiga cidade colonial inglesa - até meio sem personalidade. Bonita, mas ao mesmo tempo muito urbana, com um centrinho com praça de alimentação (sim, com cadeias de "fast-food") e
lojas de roupas... Mas onde está aquela natureza selvagem? Ah... pra isso você yem que dar uma viajada - llteralmente! Você vai ver isso na matéria, mas para chegar até os cangurus, foi uma horinha de viagem. Valeu a pena e não só por causa desses meus "amigos". O mais estranho mesmo foi ter conhecido o demônio da Tasmânia!!! Pensou que ele estivesse extinto? Será que você não está confundindo com o Tigre da Tasmânia (que aliás, nem era um
tigre...)? E o Wombat? Não conhece? Hi... então você tem mais de um motivo pra ver a matéria de domingo...
Mundo, Segunda-feira, Junho 07, 2004
Onde isso vai parar??
Bem, estou me perguntando isso desde o dia 16 de maio passado... E dessa vez a gente vai longe demais!! Tasmania nao te soa como um daqueles lugares perto do fim do mundo? Bem... Na verdade a gente vai estar bem proximo disso mesmo. Mas, depois daqueles 175 metros,
encaro qualquer coisa - ateh o tal demonio que diz que vive por lah!! Esse trajeto eh complicado, entao... esse blog entra em recesso por 48 horas!! (mas passa rapido, nao se preocupe!!)
Mundo, Sábado, Junho 05, 2004
175
Bem, a última vez que coloquei um número no título acima, eu estava referindo ao meu peso. Mas, calma. Não engordei 76 quilos em menos de dois dias!! Desta vez, os 175 lá de cima definem a altura da qual eu saltei ontem. Eu sei, eu sei, eu deveria ter escrito
ontem, logo em seguida da emoção, pra registrar tudo fresquinho... Mas não deu. É muita coisa - e eu estava literalmente me recuperando. Tá achando que é frescura? Bem, vou contar um pouco, quem sabe você me entenda. Vamos começar esclarecendo que é o salto mais
alto de Bungy Jump que existe no mundo, segundo os neozeolandeses. O próprio salto sobre o rio Nevis, famoso por aqui, tem ":só" 134 metros... Mas pra aumentar esse desafio, eles tiveram de se superar com uma nova abordagem do bungy: eles acrescentaram um páraquedas à equação. Assim: primeiro você sai num barco, rumo ao meio do lago Wakatipu (que já é uma maravilha!); quando eles acham um canto onde o vento está presente, mas não muito forte, você é convidado a sentar numa cadeirinha que está presa no pára-quedas - a
essa atura, já aberto; então, você começa a subir... e subir... e o lago vai ficando lá em baixo... Descrito assim, parece frio, mas frio mesmo estava todo o meu corpo - congelado!! O que quebrava o gelo era a vista espetacular (ontem nevou bastante aqui em
Queenstown e depois saiu o sol... dá pra imaginar a beleza do cenário?). Só que quando eu olhava pra baixo, era aquela aflição... pra mim já estava alto o suficiente, mas quando eu resolvi perguntar, estávamos "apenas" a 50 metros da superfície - mais 100 metros
http://www.afantasticavolta.blogger.com.br/2004_06_01_archive.html (4 of 5) [23/07/2004 3:50:52 PM]