Newsletter: Volume 04 – Número 12 – CHEK2 1100delC
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Newsletter: Volume 04 – Número 12 – CHEK2 1100delC
Volume 4 Número 12 14 de maio de 2006 GBETH Newsletter de Tumores Hereditários de Estudos o r i e l i s Uma o Bra publicação semanal do Grup www.gbeth.org.br GBETH Newsletter é uma publicação semanal distribuída aos sócios do Grupo Brasileiro de Estudos de Tumores Hereditários. Sede R José Getúlio, 579 cjs 42/43 Aclimação São Paulo - SP CEP 01503-001 E-mail [email protected] [email protected] Editor Erika Maria M Santos Diretoria Presidente Benedito Mauro Rossi Vice-Presidente Gilles Landman Diretor Científico André Vettore Secretário Geral Fábio de Oliveira Ferreira Primeira Secretária Erika Maria M Santos Tesoureiro Wilson T Nakagawa Conselho Científico Beatriz de Camargo José Claúdio C Rocha Maria Aparecida Nagai Maria Isabel W Achatz Samuel Aguiar Jr Conselho Fiscal Titulares André Lopes Carvalho Gustavo Cardoso Guimarães Stênio de Cássio Zequi Suplentes Fábio José Hadad Mariana Morais C Tiossi Milena J S F L Santos CHEK2 1100delC: Freqüência com Câncer de Mama e Cólon em Pacientes Erika Maria Monteiro Santos Hospital do Câncer O gene CHEK2 está localizado no braço longo no cromossomo 22 na posição 12.1. Cell-cycle-chekpoint kinase 2 (CHEK2 (MIM 604373), anteriormente denominado CHK2, é um homólogo humano do Cd1e Rad53 da levedura, e é um dos mediadores da resposta ao dano do DNA. CHEK2 é parte da via do p53, e modula a função do p53 através da fosforilação em resposta do dano do DNA, levando a parada do ciclo em G1. CHEK2 também regula a função da proteína BRCA1 após o dano no DNA. A proteína CHEK2 é ativada através da fosforilação via ATM em resposta a quebras na dupla-fita do DNA, Assim, CHEK2 é um componente de uma rede que controla o ciclo celular e o reparo do DNA. Mutações germinativas no CHEK2 estão associadas à síndromes hereditárias de predisposição ao câncer, e também foram observadas mutações somáticas em diversos tumores, mais como pulmão, ovário, sarcomas, linfomas e, também na síndrome mielodisplásica.1 Estudos demonstraram que uma variante protéica truncada, 1100delC, está associada a um maior risco de câncer. Meijers-Heijboer2 identificou a variante CHEK2 1100delC em 5,1% dos indivíduos com câncer de mama de 718 famílias sem mutações nos genes BRCA1 e BRCA2. Estes autores estimaram que a mutação CHEK2 1100delC levava a um aumento de duas vezes no risco de câncer de mama.2 Para verificar a associação entre a mutação CHEK2 1100delC e câncer de mama, o CHEK2 Breast Cancer Case-Control Consortium,3 avaliou 10 estudos caso-controle, que incluíram aproximadamente 11.000 casos e 9.000 controles. A prevalência geral da mutação entre os controles foi 0,71%, mas foram observadas variações substanciais. A freqüência mais elevada foi observada em estudos finlandeses (1,3%) e a freqüência mais baixa foi encontrada em estudos australianos (0,14%).3 A prevalência da mutação entre os casos variou entre 0,68% (estudo australiano) e 3,8% (estudo holandês). A odds ratio (OR) geral foi 2,34 (IC 95% 1,72-3,20). Em todos os 10 estudos, a OR estimada foi superior a 1, ainda que o excesso de CHEK2 1100delC: Freqüência em Pacientes com Câncer de Mama e Cólon risco foi significativo apenas no estudo ABC e no risco de câncer em vários órgãos.4 PROSPECT.3 Estudos na Finlândia e Holanda relataram A prevalência da mutação CHEK2 1100delC foi freqüências de 1,6% a 2,6% entre indivíduos com maior em mulheres com um familiar de primeiro grau câncer colorretal, o que não foi mais elevado do que com câncer de mama (OR 1,44). Foi observada alguma na população. Entretanto, estes estudos identificaram evidência na prevalência da mutação de acordo com um risco de 1,5 a 2 vezes maior no desenvolvimento a idade ao diagnóstico. A OR associada com a CHEK2 de câncer colorretal.5 1100delC foi 7,91 para casos diagnosticados antes Em estudo com famílias com câncer de mama dos 30 anos; 2,65 no grupo com câncer diagnosticado e cólon, Meijers-Heijboer et al.6, identificaram a entre 30 e 39 anos; 2,80 no grupo com diagnóstico mutação CHEK2 1100delC em 18% de famílias entre 40 e 49 anos; 2,13 no grupo com diagnóstico com mama-cólon, comparada com 4% de mutação entre 50 e 59 anos; 1,95 no grupo entre 60 e 69 anos; e identificada em famílias sem história de câncer de 1,82 no grupo com diagnóstico aos 70 anos ou mais.3 mama e cólon. Os autores sugerem, no entanto, Do total de casos de câncer de mama genotipados que a mutação CHEK2 1100delC não é o maior fator para CHEK2 1100delC, 67 eram portadoras de predisponente para o desenvolvimento da síndrome mutações no BRCA1, e 63 eram portadores de mama-cólon, mas que a mutação age em sinergia mutação em BRCA2. Nenhuma das portadoras de com outros genes, ainda desconhecidos. mutação nestes genes eram portadoras de mutação no CHEK2 1100delC. 3 Frente a estas evidências, Isinger et al.5 avaliaram pacientes com câncer metacrônico de mama e cólon, Segundo o CHEK2 Breast Cancer Case-Control com o objetivo de verificar a associação entre estes Consortium,3 o risco de câncer de mama associado tumores e a mutação CHEK2 1100delC. Isinger et a mutação no CHEK2 1100delC é modesto, ao ser al.5 utilizaram o registro populacional de câncer na comparado com o risco de câncer nas portadores de Suécia para identificar mulheres com tumores de mutação no BRCA. mama e cólon. Entre 1958 e 2000 foram identificadas A mutação no CHEK2 também foi associada com 96 pacientes. Em 64 delas, o câncer de mama foi o o aumento no risco de desenvolvimento de outros primeiro tumor diagnosticado; em 25, o tumor tumores. Em estudo caso-controle na Polônia, com de cólon foi o primeiro diagnosticado, e nas sete 4.008 casos e 4.000 controles, Cybulski et al.4 detectou pacientes restantes os tumores foram sincrônicos. Os mutação truncada no CHEK2 em 0,7% dos controles. autores realizaram a pesquisa da mutação em tecido Para seis (mama, cólon, melanoma, próstata, tireóide linfonodal através de dHPLC (denaturing highe estômago) dos 13 tipos de tumores estudados, performance liquid chromatography). a prevalência de mutação foi superior a 1%. Para Das 84 pacientes, 75 (89%) foram analisadas. A três tumores (mama, próstata e tireóide), o excesso mutação CHEK2 1100delC foi detectada em duas foi estatisticamente significativo. A prevalência de pacientes (2,5%). Para determinar a freqüência mutação no CHEK2 foi elevada em pacientes com esperada da mutação na população saudável, o câncer de tiróide (3,5%). A mutação missense CHEK2 I157T foi encontrada em 4,8% dos controles. Esta sequenciamento foi realizado em 300 indivíduos, variante foi mais comum em casos de câncer, em nove com a identificação de três mutações, portanto com tipos de tumor, e em três tipos (cólon, rim e próstata) uma freqüência de 1%. 5 a associação foi estatisticamente significativa. Neste As duas pacientes com mutação CHEK2 1100delC estudo, ainda que o aumento do risco possa ser apresentavam três tumores primários. A paciente atribuído ao acaso, mutações no CHEK2 aumento o GBETH Newsletter 2006; volume 04 número 12 CHEK2 1100delC: Freqüência em Pacientes B17 apresentou um tumor de reto aos 69 anos, um tumor renal aos 73 anos e um tumor de mama aos 74 anos. A paciente B79 apresentou tumor sincrônico de mama aos 47 anos, tumor de cólon aos 48 anos e tumor renal aos 49 anos.5 Segundo Isinger et al.5, a mutação CHEK2 1100delC ocorre em baixa freqüência em mulheres suecas com tumores primários de mama e cólon, o que sugere que o desenvolvimento destes tumores não é suficiente para recomendar análise de mutação no CHEK2. Referências 1 Vahteristo P, Bartkova J, Eerola H, Syrjakoski K, Ojala S, com Câncer de Mama e Cólon Kilpivaara O et al. A CHEK2 genetic variant contributing to a substantial fraction of familial breast cancer. Am J Hum Genet 2002;71:432-8. 2 Meijers-Heijboer H, van den Ouweland A, Klijn J, Wasielewski M, de Snoo A, Oldenburg R et al. Low-penetrance susceptibility to breast cancer due to CHEK2(*)1100delC in noncarriers of BRCA1 or BRCA2 mutations. Nat Genet 2002;31:55-9. 3 CHEK2 Breast Cancer Case-Control Consortium. CHEK2*1100delC and susceptibility to breast cancer: a collaborative analysis involving 10,860 breast cancer cases and 9,065 controls from 10 studies.Am J Hum Genet 2004;74:1175-82. 4 Cybulski C, Gorski B, Huzarski T, Masojc B, Mierzejewski M, Debniak T et al. CHEK2 is a multiorgan cancer susceptibility gene. Am J Hum Genet 2004;75:1131-5. 5 Isinger A, Bhat M, Borg A, Nilbert M. CHEK2 1100delC in patients with metachronous cancers of the breast and the colorectum. BMC Cancer 2006;6:64. 6 Meijers-Heijboer H, Wijnen J, Vasen H, Wasielewski M, Wagner A, Hollestelle A t al. The CHEK2 1100delC mutation identifies families with a hereditary breast and colorectal cancer phenotype. Am J Hum Genet 2003;72:1308-14. GBETH Newsletter 2006; volume 04 número 12