Iveco Ecodaily Electric
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Iveco Ecodaily Electric
www.cargoedicoes.pt FROTA ANO XIV NÚMEROS 87 BIMESTRAL DEZEMBRO 2009 Veículos Utilitários Iveco Ecodaily Electric Experiência única Este suplemento faz parte integrante da revista CARGO - Transportes & Logística e não pode ser vendido separadamente FROTA Editorial O desequilíbrio dos lobbies Sumário Breves ........................................................... 4 Entrevista Jorge Carrilho, presidente da INOSAT ........... 12 Teste de Estrada Scania P 230: Ágil e dinâmico ........................ 16 Autocarros híbridos MAN ................................... 18 Reportagem Um retrato da crise ......................................... 20 Contacto Hyundai Starex ............................................... 24 Actualidade TRW Portugal alarga programa Proequip .......... 26 Diversificação de fontes de energia para veículos analisadas em Lisboa .............. 28 Ecodriverchallenge: o prazer de conduzir a baixo custo .................................................. 31 Lançamento Nova Ford Transit Connect ............................ 32 Competição 33 Elizabete Jacinto fez segundo no Rali Shamrock 2009 ................................. Notícias UE ................................................... 34 Os nossos parceiros de península assumirão, a 1 de Janeiro, a presidência da União Europeia, e começaram já a revelar as suas intenções no que à agenda diz respeito. O titular da nossa pasta, José Blanco, tem vindo a reunir-se com representantes de outros países – a Portugal veio tratar de assuntos relacionados com as ligações ferroviárias – e de todos os grupos políticos do Parlamento Europeu. Do seu discurso ressalta que a expressão mais em voga será a da sustentabilidade e da segurança, naturalmente transversal a todos os modos de transporte. Depois, sectorialmente, Blanco avança, no sector marítimo, com a aprovação da directiva que permitirá aos navios fazer a respectiva entrada em porto por via electrónica, enquanto ainda estão ao largo; no aéreo, tentará preparar as bases para que entre em vigor em 2012 o Céu Único europeu; no ferrroviário, vai bater-se pela inclusão do Corredor Mediterrânico também apelidado “Ferrmed”, como projecto prioritário dentro das redes transeuropeias de transporte, depois de estabelecida a metodologia e os critérios de revisão da planificação actual. Dirá o leitor que falta saber as linhas de actuação que a presidência espanhola dedicará ao transporte rodoviário. Certamente que sim, havê-las-á, mas não chegaram ainda ao nosso conhecimento. A não ser que, uma vez mais, se diabolize o transporte por estrada, o culpado do costume de todos os males ambientais… O director DIRECTOR Luís Filipe Duarte * CHEFE DE REDACÇÃO Raquel Sales * REDACÇÃO António Gumerzindo, João Cerqueira, Joaquim Fonseca, Romeu Barroca * EDITOR FOTOGRÁFICO Vasco Pereira * MARKETING Susana Rebocho * PUBLICIDADE Andreia Almeida * ADMINISTRAÇÃO E REDACÇÃO Ed. Rocha do C. d'Óbidos, 1º, sala A Cais de Alcântara - 1350-352 Lisboa Tel. 213 973 968 - Fax 213 973 984 * web: www.cargoedicoes.pt * e.mail:[email protected] * PROPRIEDADE Luís Filipe Duarte * D.G.C.S. nº 118538 * EDITORA CARGO Edições, Lda * Morada: Ed. Rocha do C. d'Óbidos, 1º, sala A Cais de Alcântara - 1350-352 Lisboa * Tel. 213 973 968 - Fax 213 973 984 * IMPRESSÃO E ACABAMENTO LouresGráfica R. J. 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Além destas duas estreias, a Iveco esteve presente na Fenatran 2009 com novos produtos desenvolvidos e produzidos no Brasil, especificamente para o mercado latino-americano com o objectivo de reforçar a presença da marca com produtos desenvolvidos para responderem de forma célere e eficaz às necessidades do transporte regional. … e assinalou 40 anos de presença na Argentina A Iveco celebrou o 40º aniversário de presença na Argentina. Para assinalar a ocasião, Cristina Fernandez de Kirchner, presidente da República Argentina, visitou recentemente a unidade produtiva de Córdoba. Para receber a presidente Kirchner esteve presente o CEO da Iveco Spa, Paolo Monferino, que assistiu à cerimónia ao lado do director geral da Iveco Argentina, Natale Rigano, juntamente com mais de mil convidados, incluindo governadores nacionais e provinciais, altas individualidades da cidade de Córdoba, jornalistas, clientes, fornecedores e 700 colaboradores. “Com uma produção superior a 70 mil camiões pesados, esta fábrica” começou por referir Paolo Monferino, “representa o centro industrial da Iveco na Argentina e uma parte importante da nossa plataforma industrial na América Latina, que inclui unidades no Brasil e Venezuela, contribuindo de forma construtiva para o crescimento económico desta importante região do globo.” O CEO da Iveco referiu também que apesar da difícil situação económica, a Iveco continuou a investir na sua gama de produtos na Argentina, aproveitando tecnologia europeia para construir produtos ajustados a este mercado e capazes de cumprir com os últimos requisitos em termos de protecção do ambiente e segurança. “Porém, é necessário”, concluiu Monferino, “que o Governo faça a sua parte, com políticas de impostos que encorajem a renovação de frotas para estimular o mercado e simultaneamente optimizarem a logística dos transportes no país.” A celebração dos 40 anos da Iveco na Argentina serviu também para o lançamento do Iveco Cursor 330, o novo produto da gama pesada para a América Latina e que se vem juntar ao consagrado “Cavallino”. O novo camião está disponível nas versões tractor 4x2 e 6x2 e 4x2 chassis cabina. n 4 A entrada em funcionamento do Serviço Electrónico Europeu de Portagem (SEEP) deverá ocorrer dentro de três anos para os veículos com mais de 3,5 toneladas ou autorizados a transportar mais de nove passageiros, incluindo o condutor. Para os restantes veículos, estará disponível dentro de cinco anos. A Comissão Europeia adoptou no passado mês de Outubro uma decisão que estabelece as especificações para o lançamento do SEEP. Este serviço permitirá uma circulação mais simples na Europa, uma vez que os condutores podem pagar portagens facilmente em todo o espaço da União Europeia (UE), graças a um contrato de adesão com um prestador de serviços e uma única unidade de bordo. Estará disponível em todas as infra-estruturas com portagem electrónica, tais como auto-estradas, túneis, pontes, ferries, etc e garantirá a interoperabilidade dos sistemas de portagem rodoviária em toda a rede rodoviária comunitária. Além disso, o sistema limitará as transacções em dinheiro em portagens e eliminar procedimentos complexos para os utilizadores ocasionais. Tudo isto melhorará o tráfego e reduzirá o congestionamento. n Dezembro 2009 Miguel Reis & Guedes escolhe Renault Trucks A empresa Miguel Reis & Guedes, Lda, de Penafiel, adquiriu em Novembro um veículo Renault Magnum 500.19 T. A empresa optou pela Renault Trucks Portugal como parceiro devido ao relacionamento comercial célere e eficaz, fruto das necessidades dos tempos modernos. Miguel Reis, sócio-gerente da Miguel Reis & Guedes, destacou a sua satisfação com o serviço após-venda, peça fundamental para a gestão do seu negócio. Aliado a estes dois factores a produtividade e o consumo dos veículos Renault Trucks, foram requisitos essenciais na sua escolha. A Miguel Reis & Guedes labora desde 2002 no transporte exclusivo Carga Aérea (Gama Internacional / TAP Portugal). n MAN promoveu encontro Internacional de Formação MAN ProfiDrive em Munique A MAN realizou recentemente o Encontro Internacional do novo MAN Fórum, em Munique, o qual juntou mais de 40 formadores de condução de 16 países da MAN ProfiDrive. Além do conceito e conteúdo da oferta de formação da MAN ProfiDrive, os formadores discutiram também em particular o principal tema do sector: a designada Lei de Certificado de Aptidão profissional de Motorista (CAM). Em comunicado, pode ler-se que “a mais moderna tecnologia de veículos utilitários de pouco serve se os condutores dos camiões e autocarros não a controlarem correctamente”, por isso, a formação e o aperfeiçoamento “são o Alfa e o Ómega para uma melhor segurança e eficiência em estrada”. n Dezembro 2009 Volvo FE com transmissão manual de comando automático A Volvo acaba de anunciar que agora todos os modelos da Volvo Trucks para a distribuição regional e urbana podem ser especificados com transmissão manual de comando automático, uma vez que a marca introduziu a transmissão Volvo I-Sync no Volvo FE. A I-Sync é uma caixa de velocidades manual complementada com software que permite o engrenamento automático. Combina a fiabilidade de funcionamento de uma caixa manual com o conforto da transmissão automática. "Até agora, mais de um terço de todos os camiões Volvo FL foram entregues com a ISync. Operações de distribuição que envolvem um ritmo rápido de pára-arranca constante levam muitos clientes a querer uma transmissão automática, que oferece um conforto superior e menor consumo de combustível. Agora, estamos a reforçar a nossa oferta também com a introdução da I-Sync no modelo FE", diz Anders Bellini, Business Area Manager para os modelos FL e FE da Volvo Trucks. n 5 Breves Extra FROTA FROTA Nissan apresenta esboço de comercial eléctrico Iveco participou no 4º Congresso ATA Paolo Monferino, CEO da Iveco, marcou presença no 4º Congresso da ATA (Associazione Tecnica dell’Automobile), discursando na conferência “Cavalgando o futuro” e analisando os novos aspectos da globalização, com particular atenção ao impacto da actual crise, o ressurgimento do proteccionismo e a competitividade do mercado Europeu num cenário global. Paolo Monferino, depois de ter explicado como o peso das actividades na América-Latina, e particularmente na China, aumentou nos últimos anos, anotou o facto de ainda hoje existirem barreiras à globalização dos produtos, com diferenciação nos custos, especificações técnicas e qualidade. Para Monferino, é provável que as barreiras técnicas acabem por ser progressivamente anuladas, com um alinhamento de processos nas unidades de produção em diferentes áreas do Globo, apesar deste processo necessitar ainda de muito anos para se completar. Ainda mais lento é o processo de relaxamento das barreiras à actividade comercial e a protecção da indústria local. “A verdadeira razão para não acreditarmos na desglobalização no nosso sector”, referiu Monferino, “é que ela beneficia as economias de escala ao aproveitar plataformas comuns para os mesmos produtos em diferentes regiões do Mundo, sendo um factor chave para a competitividade no futuro.” Este congresso é tido como um observatório qualificado que fornece ajuda para a compreensão do que se está a passar no universo automóvel. n A Nissan revelou um esboço para um novo veículo comercial eléctrico, baseado no recém lançado NV200. Trata-se de uma viatura versátil e de custos reduzidos que, segundo a Nissan, permitiria ao seu condutor, se por exemplo se tratasse de uma ambulância, conduzir directamente até dentro de um hospital, ou se fosse um táxi ou veículo de distribuição, aceder a zonas dos centros de cidades com restrições às emissões de CO2. Este é um dos quatro veículos eléctricos que a Nissan anunciou para o futuro. No recente Salão Automóvel de Tóquio, Carlos Ghosn, presidente e CEO da Nissan, disse que o Leaf - o primeiro EV acessível do mundo - será lançado no Japão, nos EUA e na Europa no final de 2010, com uma distribuição global em larga escala a partir de 2012. n PACCAR anuncia receitas e ganhos no terceiro trimestre A PACCAR melhorou as receitas no terceiro trimestre, em relação ao segundo trimestre de 2009. A notícia foi avançada por Mark Pigott, presidente e director executivo da companhia. "A empresa gerou um lucro líquido de 13 milhões de dólares no terceiro trimestre. Os resultados financeiros continuam a reflectir o impacto de uma economia em recessão, relativo a transferências de mercadorias e compras de camiões. Estou muito orgulhoso dos nossos 15.000 empregados que nas difíceis condições de negócio de hoje em dia entregaram bons resultados aos nossos accionistas”, afirmou. A empresa alcançou um lucro líquido de 13 milhões de dólares (0,04 dólares por acção diluída) no terceiro trimestre de 2009, comparado com 299,0 milhões de dólares (0,82 dólares por acção) obtidos no terceiro trimestre do ano passado. Os resultados deste período incluem um benefício líquido de 9,0 milhões de dólares (14,1 milhões de dólares antes de impostos) relacionado com o encerramento definitivo das suas instalações da Peterbilt em Madison, no Tennessee. "A solidez financeira da PACCAR, a diversificação global, produtos de alta qualidade e uma forte rede de distribuição são importantes para os resultados rentáveis como líder da indústria", disse Tom Plimpton, vice-presidente da PACCAR. n 6 Dezembro Julho2007 2008 2009 Junho Empresa Transportes Bizarro Duarte distinguida em Bruxelas Aveiro vai acolher fábrica de baterias da Renault-Nissan A Transportes Bizarro Duarte foi distinguida em Bruxelas com o “Prémio de Excelência de Segurança Rodoviária”, na categoria das pequenas e médias empresas (PME). A distinção foi atribuída pelo comissário europeu dos Transportes, António Tajani. Os prémios de excelência distinguem anualmente as iniciativas mais originais e bem sucedidas levadas a cabo pelos signatários da Carta Europeia da Segurança Rodoviária, uma plataforma composta por cerca de 1450 empresas, associações, instituições de investigação e entidades públicas, cujo objectivo é ajudar a reduzir as mortes nas estradas. A Transportes Bizarro Duarte, LDA, que tem como actividade principal o transporte rodoviário de mercadorias por toda a Europa, assumiu, enquanto signatária da carta, o compromisso de, entre 2009 e 2011, promover iniciativas para assegurar a segurança da sua frota, tais como acções de formação na área de condução defensiva e racional para os seus motoristas, cujo desempenho é avaliado mensalmente. n A Aliança Renault Nissan anunciou a localização para a sua fábrica de produção de baterias em Portugal. Será em Aveiro, mais precisamente no complexo industrial Renault CACIA (Companhia Aveirense de Componentes para a Indústria Automóvel), que irão ser produzidas as baterias avançadas de iões de lítio. O anúncio foi feito em Lisboa, pelo Primeiro-Ministro José Sócrates e Carlos Ghosn, Presidente e CEO da Aliança Renault-Nissan. A construção da fábrica iniciar-se-á em 2010, estando o início de produção agendado para 2012. A capacidade anual projectada situa-se nas 50.000 unidades. n Convenção ANECRA conclui que futuro do automóvel passa pela sustentabilidade do sector e pela preocupação com o consumidor A 20ª Convenção da Anecra teve lugar em Lisboa, nos dias 20 e 21 de Novembro e debruçou-se sobre “o Novo Paradigma Automóvel”. Concluiu-se que o futuro do sector automóvel passa pela sua sustentabilidade e pela cada vez maior preocupação com as necessidades do consumidor. Durante a Convenção, a direcção da ANECRA reiterou a sua convicção de que todos os instrumentos e todos os objectivos macroeconómicos e sociais terão de ser redefinidos, por forma a contrariar os efeitos nefastos da crise, que se fizeram e fazem sentir ao nível da produção, da distribuição, do comércio e do após venda, assistindo-se ao encerramento maciço de empresas, ao despedimento de milhares de empregados. A Associação lamentou que as prementes necessidades sentidas pelo retalho automóvel tenham sido relegadas para 2º plano, considerando ser absolutamente indispensável e urgente, alargar esses apoios às micro e PME´s, retalhistas da área do Comércio e da Reparação e da Manutenção Automóvel, considerando-se de forma idêntica, a necessária e desejada inclusão dessas empresas no âmbito dos apoios do QREN. Nesse sentido a ANECRA defendeu que o Orçamento de Estado para 2010 assegure, tanto quanto possível, os vectores económicos absolutamente necessários para a recuperação do sector automóvel. Além disso, concluiu-se que a escolha de veículos ecológicos e a renovação do parque automóvel para veículos amigos do Ambiente dependerá de um equilíbrio ao nível dos preços praticados, incluindo os impostos, da criação de infra-estruturas de acessibilidade, da comodidade e da segurança no carregamento do “novo automóvel” e, simultaneamente, as condições de Reparação e Manutenção qualificada por parte dos profissionais do Sector. O evento serviu também para assinalar o início das Comemorações do Centenário ANECRA que terá como lema "ANECRA - 100 anos a fazer rolar Portugal". n Dezembro 2009 7 Goodyear Dunlop Iberia com novo director no sector de pesados Juan Luís González foi nomeado director da Unidade de Negócio de Pesados, Máquinas Agrícolas e Escavadoras da Goodyear Dunlop Ibéria, em substituição de Paulo Sérgio que passa a ocupar um cargo europeu na central da Goodyear Dunlop em Bruxelas. Em 2006, Juan Luis González foi responsável pelo lançamento e estruturação do departamento de Novos canais e Frotas e, em 2007 tornou-se director desse mesmo departamento e dos Concessionários a nível ibérico. Deixa estes três canais para aceitar este novo desafio no qual vai aplicar toda a experiência adquirida para o desenvolvimento correcto da Unidade de Negócio de Pesados, Máquinas Agrícolas e Escavadoras. n Breves Extra FROTA FROTA TomTom GO LIVE e TomTom XL LIVE já disponíveis em Portugal Hyundai inaugurou novo centro de pesquisa e desenvolvimento na Índia A Hyundai Motor Company inaugurou um centro de pesquisa e desenvolvimento (R&D) na cidade de Hyderabad, na Índia. Esta unidade de 25 milhões de dólares tem como objectivo ser o centro de excelência global para a investigação e desenvolvimento de automóveis compactos. O novo complexo, denominado Hyundai Motor Índia Engeneering Pvt. Ltd (HMIE), irá acelerar o desenvolvimento local e permitir à Hyundai responder de forma ainda mais rápida às necessidades dos consumidores em todo o mundo. Este é o quarto centro construído pela marca fora da Coreia do Sul e emprega 300 engenheiros. n A TomTom anunciou que os TomTom GO 950 LIVE, GO 750 LIVE e XL LIVE já se encontram à venda em Portugal. Os novos sistemas de navegação da TomTom incluem os Serviços TomTom LIVE que se destacam pela tecnologia revolucionária de informação de trânsito em tempo real, HD Traffic, que inclui informação actualizada a cada 3 minutos, sugestão automática de percursos alternativos e ainda as causas dos atrasos para que o condutor planeie o seu percurso da melhor forma. n ALD Automotive Portugal tem novo Director Geral Civiparts com campanha para aumento da segurança rodoviária A Civiparts está a desenvolver uma campanha para a diminuição da sinistralidade e aumento da segurança rodoviária. Sendo o bom estado dos amortecedores uma causa importante para a melhoria da condução e aumento da segurança, a Civiparts decidiu premiar os mais preocupados, habilitando os clientes que adquiram Amortecedores Monroe a ganharem um fim-de-semana, com tudo incluído, para duas pessoas na Madeira. Os quinze clientes que realizarem o maior volume de compras de Amortecedores Monroe, entre 2 de Novembro de 2009 e 1 de Março de 2010 recebem automaticamente o prémio. n A ALD Automotive Portugal, empresa do Grupo Société Générale especializada em Aluguer Operacional e Gestão de Frotas, nomeou Guillaume de Leobardy como o novo director-geral da empresa. Leobardy, de nacionalidade francesa, é licenciado em Engenharia de Gestão Industrial pela ENSIA (École Nationale Supérieure des Industries Alimentaires) e mestre em Sistemas de Logística e Transportes Industriais pela École Centrale Paris. Conta já com uma forte experiência em gestão e direcção. Criou e liderou durante cinco anos a subsidiária da ALD Automotive na Rússia, posição que ocupou até aceitar o desafio de dirigir a sucursal em Portugal. Para o mercado nacional afirma “trazer a ambição de tornar a ALD Automotive ainda mais eficiente e inovadora de forma a beneficiar os clientes com melhores soluções”. Para tal, aproveitará a “experiência muito importante e enriquecedora da direcção na Rússia, que juntamente com os «alicerces» construídos ao longo da minha carreira, me ajudará a assumir a Direcção da ALD Automotive em Portugal”, acrescenta o responsável. Antes de ingressar num dos maiores grupos financeiros europeus em 2004, o profissional de 37 anos desempenhou funções de gestão na área de activos tecnológicos na francesa Parsys, primeiro como Consultor IT de Gestão de Activos, depois como Responsável pela Equipa de Consultores e mais tarde como Director de Projecto. n Versão eléctrica do Kangoo será produzida em França A fábrica de Maubeuge, situada no norte de França, irá produzir o Kangoo Express eléctrico, a partir do primeiro semestre de 2011. Esta unidade fabril é especializada na fabricação de utilitários e de comerciais ligeiros e produz o Kangoo, o Kangoo Express e o Kangoo be bop. A Renault decidiu produzir esta nova versão do Kangoo na mesma linha de produção da versão térmica, beneficiando do know-how, da estrutura dos fornecedores e da rede logística do actual Kangoo. n 8 Dezembro Junho2007 2009 Junho Carlos Ghosn quer apoio norte-americano para os veículos eléctricos Carlos Ghosn, CEO da Renault-Nissan, quer que o governo americano adopte políticas que ajudariam a colocar milhões de veículos total ou parcialmente eléctricos nas ruas. Até 2040, 75% do uso de carros nos EUA deveria ser feito usando energia eléctrica em vez de combustão de petróleo, afirmou o grupo. Ghosn defendeu este apoio em Washington, ao juntar-se com vários parceiros na iniciativa “Electrification Coaliton”, revelou o Wall Street Journal. Na Europa Ocidental, no Japão e nos EUA, líderes políticos preocupados com os efeitos das emissões de automóveis no clima mundial, e inquietos com a volatilidade do preço do petróleo, estão a ajudar financeiramente a procura de eléctricos, tanto por parte dos consumidores, como dos fabricantes. A Nissan e a Renault estão determinadas a aproveitar isso, já que a política governamental é crucial para os investimentos nestes veículos. "Não vamos colocar carros eléctricos em mercados onde não há incentivo para os consumidores" os comprarem, afirmou Ghosn. n Dezembro 2009 Luanda promove operação contra automobilistas faltosos A administração municipal do Rangel, em Luanda, está a levar a cabo uma operação sem tréguas aos camionistas que têm estacionado em locais proibidos. A notícia foi avançada pela agência de notícias Angop e baseia-se em declarações do administrador Manuel Maciel Neto. O gestor referiu que da iniciativa de combate ao estacionamento anárquico resultou já a apreensão de sete camiões que vão ser devolvidos aos seus proprietários após o pagamento da multa correspondente à transgressão. A operação está a ser levada a cabo em todo o município, entre as 20h e as 2h. Para além da apreensão de viaturas em locais proibidos, estão também a ser recolhidas as sucatas e outros obstáculos existentes na via pública. n MAN revela TGX de 5 eixos A MAN revelou que, em colaboração com um parceiro qualificado de conversão da MAN Nutzfahrzeuge surgiu o MAN TGX 41.540 10x4-6 BLS. Trata-se de um veículo de cinco eixos aplicado nos transportes especiais que permite uma carga do semi-reboque de 30,3 toneladas. Em comunicado, a marca revela que “o ponto de partida para a conversão foi o tractor de semi-reboque de quatro eixos com chassis para transportes especiais que recebeu um 5º eixo MAN direccional e elevável com suspensão pneumática, da empresa ESTEPE na Holanda. A distribuição de carga sobre os cinco eixos aumenta a carga admissível do semi-reboque para 30.305 quilos. Isto significa que o tractor com semi-reboque pode ser registado na Alemanha com 44 toneladas de peso bruto admissível: 9 toneladas no eixo dianteiro, 7,5 toneladas no 2º eixo direccional, no máximo 13 toneladas em cada um dos eixos traseiros motrizes (tecnicamente admissível) e 9 toneladas no 5º eixo de pneus simples”. O primeiro veículo foi mandado construir pela empresa belga Faymonville, um fabricante de semi-reboques e veículos de plataforma rebaixada para transportes especiais. n 9 Breves Extra FROTA FROTA Mercado automóvel do Algarve já dá sinais de retoma Grupo Roques distribui marca Fliegl em Portugal No Algarve, a venda de automóveis novos já regista algumas melhorias, parecendo querer sair da crise. Pelo menos é esta a opinião de Francisco Veríssimo, CEO do Grupo Entreposto no Algarve, em declarações ao site Observatório do Algarve. Em Outubro, já notámos mais tráfego no stand. Houve também um aumento das vendas dos carros usados”, afirma ao Observatório do Algarve Francisco Veríssimo, director-geral do Entreposto Algarve e da Almotor, à margem da inauguração das novas instalações da Mitsubishi, no Sítio dos Salgados, em Faro. Francisco Veríssimo considera que a crise levou a um forte decréscimo das vendas do grupo, em especial nas marcas nipónicas (o Entreposto representa a Nissan, Mit- O Grupo Roques acaba de assinar um acordo de distribuição da marca alemã Fliegl para o território nacional. Com esta representação, o Grupo garante não só a comercialização de reboques e semi-reboques da Fliegl como também toda a assistência técnica da marca no nosso país, nos centros de manutenção de Santarém, Vila Franca de Xira e Maia. “Estamos muito satisfeitos com esta excelente oportunidade para reforçar a nossa gama de produtos com uma marca alemã, com os elevadíssimos padrões de qualidade que são normalmente associados aos produtos germânicos ”, afirma José Manuel Roque, director-geral do Grupo Roques. A Fliegl detém duas fábricas em Triptis, Alemanha, e produz reboques e semi-reboques construídos em aço. n Carristur promoveu workshop sobre formação de motoristas A Carristur realizou, em Lisboa, um workshop sobre a temática das novas Exigências legais para a obtenção “Certificado de Aptidão para Motorista”. Da iniciativa fizeram parte questões como a prevenção de acidentes ou condução defensiva e económica. Na formação estiveram presentes mais de quatro dezenas de participantes ligados a empresas de transporte de passageiros e mercadorias, associações e autarquias. A Carristur tem vários produtos formativos que incidem em três áreas de intervenção principais: técnica, oficinal e comportamental. n subishi e a Hyundai, sul-coreana), que assentam grande parte do negócio nas vendas de comerciais. “Os comerciais têm sempre procura porque há empresas que têm necessidade de veículos deste tipo por causa da capacidade de carga, em especial dos modelos de caixa aberta”, diz Manuel Serra Campos, director comercial. “As pickups, como a Mitsubishi Strakar, já são hoje em dia quase carros de luxo e têm inúmeros opcionais, como os bancos em pele, pelo que às vezes parecem longe de ser um carro de trabalho”, garante. Nesse mercado, a baixa das vendas fez-se sentir não tanto pela crise financeira, mas mais pelo corte aos benefícios em sede de imposto automóvel de que estes veículos beneficiavam. n Ford e ACAP procuram eco-condutor nacional… No âmbito do “Projecto Eco-condução Portugal”, a Ford e a Associação Automóvel de Portugal (ACAP) continuam à procura daquele que será o eco-condutor nacional por excelência. A iniciativa surgiu durante o ”Salão Internacional do Automóvel 2008”, local da apresentação formal da primeira fase do projecto, com as primeiras actividades de sensibilização e acções de comunicação. Neste momento, são 20 os condutores cuja condução e boas práticas nas estradas estão a ser alvo de atenta observação e análise por parte da OCCAM, conceituada empresa de consultoria e formação nas áreas dos transportes, da energia e do ambiente. Ao mesmo tempo, tenta promover-se a melhoria dos seus desempenhos na estrada, em termos energéticos e ambientais. O processo terminará em Maio de 2010, com a realização da "1ª Conferência Nacional em Eco-condução", onde serão apresentados os principais resultados da campanha e será lançado um manual de eco-condução. "Através do 'Projecto Eco-condução Portugal' promovem-se hábitos de condução mais saudáveis e eficientes, com vista a reduções nos consumos de combustível e na emissão de poluentes e gases com efeito de estufa e, em simultâneo, contribuir para maximizar a segurança rodoviária, objectivos que reiteramos na íntegra, refere Anabela Correia, directora de Comunicação e Relações Públicas, da Ford Lusitana. n … e dão dicas para ser um bom eco-condutor Em comunicado, a Ford aponta algumas dicas da OCCAM que possibilitam a adopção de hábitos de condução que permitem tirar o maior partido dos veículos, tendo em atenção as características dos sistemas de propulsão e transmissão, optimizando os consumos, numa óptica de eficiência energética. São elas: conduzir por antecipação, conduzir a baixas rotações, fazer acelerações e desacelerações suaves, evitar situações ao ralenti, manter uma mudança engrenada nas descidas e travagens e saber analisar os consumos. O projecto “Eco-Condução Portugal” conta ainda com o apoio da BP Ultimate, do IMTT-Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres, do Instituto Superior Técnico e da CarChip. A sua implementação em termos práticos e de gestão de resultados está a cargo da OCCAM. n 10 Dezembro 2009 Empresas de transporte encomendam 100 camiões MAN para o Brasil Já foram vendidos os primeiros 100 camiões MAN das séries TGS e TGX montados pela MAN Latin America na fábrica de Resende. Júlio Simões, Arcom e Binotto, três das maiores empresas de transporte do Brasil são as empresas que passarão a contar com camiões da MAN na sua frota. O anúncio foi feito por Roberto Cortes, CEO da MAN Latin America, e Håkan Samuelsson, CEO da MAN SE, durante a apresentação da marca alemã na feira internacional de transportes Fenatran, em São Paulo. n Daimler apresenta resultados positivos em testes com combustível sustentável A Daimler AG, a Deutsche Post DHL, o Grupo energético OMV, a Transportadora Pública Straßenbahnen AG e a empresa petrolífera dinamarquesa Neste Oil reuniram-se recentemente em Berlim, para discutir a temática “Combustível a partir de energias renováveis — Um passo a caminho das emissões zero?”. Durante o evento, as empresas apresentaram os resultados iniciais do seu projecto de teste piloto com foco no combustível de uma produção sustentável. Desde meados de 2008, 14 séries de autocarros e camiões MercedesBenz operam nas condições adversas do dia a dia na Alemanha apenas com o combustível sustentável NExBTL, percorrendo até à data um milhão de quilómetros. Segundo a marca, “os testes de campo revelam que a combustão desta energia alternativa criada a partir de óleo vegetal hidrogenado (HVO) reduz a emissão de gases poluentes, por exemplo, diminui a emissão de óxidos de nitrogénio até 15%. O balanço geral da emissão de CO2 é positivo: com o cultivo da palmeira e a sua transformação em combustível, as emissões de CO2 do combustível utilizado em teste piloto foram reduzidas até 60% em comparação com as emissões do combustível fóssil”. O projecto decorre durante três anos e tem como objectivo verificar o grau de eficiência do novo combustível, determinando a redução de CO2 que poderá ocorrer através da utilização dos veículos criados para o efeito. Recorde-se que os países da UE terão que aumentar o uso de energias renováveis em 10% no sector dos transportes até 2020. n Dezembro 2009 11 Suzuki celebra o centenário No mês de Outubro, a Suzuki assinalou 100 anos de de existência. Em 1909, recorda a marca, “Michio Suzuki fundou a Companhia de Teares Suzuki em Hamamatsu, no Sul do Japão e foi enquanto construía teares para fabricar tecido branco liso que se apercebeu que os tecelões suspiravam por um tear que lhes permitisse produzir tecidos com listas verticais e horizontais. Então, dedicou-se a desenvolver um tear exclusivo capaz de fabricar tecidos estampados a partir de fios tingidos. Esta inovação da Suzuki representou o começo de um foco permanente na criação de produtos que satisfaçam as necessidades das pessoas e compreendam as possibilidades de novos estilos de vida”. Depois, expandiu a sua produção para os motociclos em 1952 com a “Power Free” e apenas um ano depois fabricava já 6 mil motociclos por mês. A produção automóvel na Suzuki iniciou-se em 1955 com o Suzulight, um modelo compacto com um motor a dois tempos de 360 c.c.. Para celebrar os 100 anos de inovação, a Suzuki está a mostrar a sua história no Suzuki Plaza, um edifício localizado mesmo em frente à sede da marca no Japão. n FROTA Entrevista Jorge Carrilho, presidente da INOSAT Inosat ajuda gestores a optimizarem a frota Por: Luís Filipe Duarte A Inosat emprega hoje mais de 100 pessoas, é líder do mercado de gestão de frotas no espaço ibérico e está em fase de expansão para outros países, como Marrocos, Angola, Moçambique, Brasil, Grécia e França. A empresa nasceu no ano 2000, mas a história inicia-se cinco anos antes, quando dois “miúdos” recém-licenciados do Instituto Superior Técnico resolveram, a exemplo de tantos outros nesses primeiros anos do novo mundo que se abria com a internet, “fazer alguma coisa na área de localização remota, seja de veículos ou do que for”. Jorge Carrilho, um dos fundadores, preside hoje a uma empresa que ocupa mais de uma centena de pessoas. O início foi, novamente, igual a tantas outras: “Na altura pensámos em localização de veículos e assim começámos. Fizemos uma empresa numa cave, mas cedo chegámos à conclusão que o mercado não queria isto. Depois fomos contratados para fazer outros softwares (coisas na área de telecomunicações), nada que tivesse a ver com a localização do que quer que fosse. Andámos pela telemetria, por softwares de despacho para rádio. Ao fim de dois anos, ainda sem nenhum cliente, lá conseguimos, às nossas custas, fazer o primeiro sistema de localização em Portugal. Não havia mapas nessa altura, e socorremonos de um mapa do Instituto Hidrográfico do Exército, um mapa dos rios, que por acaso tinha lá estradas. Mas quem fez os mapas estava preocupado com os rios, pelo que as estradas tinham um erro que variava entre 2 a 10 quilómetros”. Isso foi o princípio. Daí para cá a empresa, em 1999 vendida à Reditus, encontra os meios que necessita para desenvolver produtos que o mercado absorvesse. É assim que em 2000 arranca a Inosat, que tinha como objectivos fazer os sistemas de gestão de frotas: “Tivemos um grande apoio por parte do grupo HLC, que na altura tinha 60% da empresa. Demorámos um ano, praticamente, a fazer e desenvolver o produto. Não vendemos um tostão durante os primeiros dez meses. No primeiro ano facturámos 80.000 contos, o que não era nada para a estrutura que tínhamos. Era ridículo”. 12 Salvou o projecto o facto de se ter focado na qualidade do produto, refere Jorge Carrilho: “Sempre foi uma premissa que quisemos manter. Ainda a mantemos hoje, que é vender uma coisa boa. Foi assim que arrancou a empresa”. A história da Inosat continua com a evolução do produto, que “hoje em dia está no top 10 mundial, quer a nível de características técnicas, quer de características funcionais, ou seja, a nível de qualidade. Usamos os melhores GPS e os melhores modems, que depois dão poucos problemas”. FROTA: Estando a Inosat num mercado fortemente concorrencial, que características a fazem ter a supremacia que permite tão grande quota de mercado? Jorge Carrilho: A nível do sistema em si, é o mais completo do mercado. Tem, desde logo, um conjunto de interfaces que o tornam único: com o cartão Galp Frota, com a Brisa, com os novos tacógrafos digitais, com sensores de frio, sensores de porta, sensores de motorista, com contacto, sem contacto. O nosso produto faz tudo o que os outros fazem a nível de tecnologia, mas com uma característica exclusiva, que é a de nenhum dos concorrentes ser tão completo – o A faz um segmento, o concorrente B faz outro segmento. O nosso sistema é o que tem a maior abrangência a nível de soluções. Podemos não fazer uma ou outra coisa como um sistema em particular, mas o nosso cliente tem ali tudo o que há de tecnologias no sector. Qual é a implantação da Inosat? A nível físico a Inosat tem escritórios em Lisboa, Porto e Covilhã, ocupando cerca de 100 pessoas, e a nível de representações temos parceiros em todo o mundo. Já estivemos em Espanha com estrutura própria, e ainda ali mantemos um parceiro, pois temos uma carteira numerosa Dezembro 2009 A história da Inosat continua com a evolução do produto, que “hoje em dia está no top 10 mundial, quer a nível de características técnicas, quer de características funcionais, ou seja, a nível de qualidade. Usamos os melhores GPS e os melhores modems, que depois dão poucos problemas”. de clientes naquele país. À parte os dois países ibéricos, temos parceiros em Marrocos, Angola, Moçambique e Brasil. Esses serão os maiores neste momento, mas temos muitos novos parceiros, com imenso potencial: no Dubai, estamos a arrancar agora, estamos na Argélia, temos imensos pedidos da América Latina, o que se nos afigura impressionante. Na Venezuela só não arrancámos porque na altura não havia divisa, não havia dólares para se poder comprar produtos cá fora. Agora já é possível, pelo que arrancaremos em breve. Já temos o primeiro cliente no Peru e pedidos de outros países sul-americanos. A Inosat é mais que a simples gestão de frotas. Que características distinguem as vossas diferentes ofertas? Neste momento temos quatro produtos destinados a gestão de frotas - O Inofrota Start, como o nome indica é para quem quer começar sem ter um grande investimento e com uma mensalidade baixa de 17,99 euros por mês por veículo. Tem um sistema de localização. É básico, consegue localizar, visualizar a rota efectuada, consegue tirar um ou dois relatórios simples. O investimento varia consoante o prazo de fidelização do contrato de serviço, quantidade, etc, mas andará à volta dos 300 euros por unidade, mais 99 euros da instalação. Depois consoante o período de fidelização pode ter uma subsidiação da nossa parte, bem como desconto de quantidade. Pode cair para valores na ordem dos 100 ou 200 euros por veículo, o que é, manifestamente, um investimento baixo tendo em conta as características e a mensalidade mais baixa que é esta. O nosso produto seguinte é o InoFrota Trace, o qual, também como o nome indica, inclui relatórios com um nível mais elevado (viagens, km, horas, velocidades etc) e que permitem uma gestão simples mas eficaz da frota. Vem depois o InoFrota Pro, que é o produto profissional, de elevadas prestações, que debita mais de 30 relatórios, dotado de um módulo de Gestão Técnica de Frotas que permite, por exemplo, fazer interligação com o cartão Galp Frota, BP ou Repsol (faz um interface com esses ficheiros e pode importá-los para calcular as médias de custo por quilómetro ou anomalias nos abastecimen- Dezembro 2009 tos; se tem um renting, alerta para o ritmo de consumo de quilómetros percorridos e estimados no fim do contrato de forma a evitar penalizações). O InoFrota Pro permite também ter um número quase ilimitado de periféricos: identificador de condutor, sensores de temperatura, sensores de abertura de portas, módulo InoFrota Expert, que é um periférico que permite saber o estilo de condução, as vezes que travou, se travou a fundo ou não, regime de rotações do motor ao longo de todo o percurso, etc. - essencialmente para pesados, para a área dos transportes -, consumos, quantos litros estão no depósito, detecção de roubos, etc.. É um produto que interage com a centralina da viatura, indo lá buscar mais de trezentas informações, das quais depois só tratamos 20 ou 30. O quarto produto é o InoFrota Navigator, que como o nome indica inclui um navegador. É o topo de gama, integra todos os relatórios que falámos, mais o navegador e tem um modo de Gestão de Serviços. Aqui é que as empresas podem ganhar muito dinheiro, não só pelo que poupam mas pelo que ganham extra, e curiosamente o que se consegue ganhar extra é dez vezes maior do que se poupa (temos vários estudos de caso que o atestam). Este produto é muito usado para poupar, reduzir custos, o que é importante, embora na minha opinião a sua principal utilização deva ser para aumentar os proveitos. Para segmentos de mercado com necessidades especiais temos produtos específicos como são o InoEmergência para a área de prestação de serviços de urgência e o InoMáquinas para máquinas e equipamentos. Como é que um cliente se pode aperceber disso, de forma a dar o dinheiro do investimento por bem empregue? 13 Entrevista FROTA Estamos a preparar um conceito novo, a Universidade Inosat, que vai ser lançada em Dezembro ou em Janeiro. Está a ser acabada, o objectivo é formar os nossos clientes no uso do sistema. Este produto tem duas grandes vertentes. Uma delas é o aumento da qualidade do serviço prestado. Por exemplo, se eu conseguir enviar um SMS ao cliente a cinco minutos de lá chegar, isto vai aumentar a sua satisfação, vai fazer uma coisa muito importante em gestão e em marketing que é exceder as expectativas do cliente. Assim que ele começa a receber do transportador “A” um alerta, pensa: “este fulano está muito evoluído”, o que lhe causa satisfação. Isto vai ter dois impactos: o cliente vai comprar mais, desde logo porque na hora de decidir em situações iguais ou semelhantes vai optar por aquele que o satisfaz mais, e simultaneamente vai referenciá-lo aos amigos. O cliente satisfeito automaticamente, sem eu pedir nada, está a arranjar-me mais clientes. O outro impacto é que num itinerário (como o canal HORECA com 80 mil pontos de distribuição), a criação das rotas só por si é uma ciência e aí está muito dinheiro, (por exemplo, há um canal de distribuição de revistas com 12 mil pontos de distribuição). Fazer uma rota ligeiramente mais optimizada que outra vai permitir, naquele tempo útil de circulação diária de um carro, fazer mais ou menos clientes. Se eu tenho uma rota diária Lisboa-Porto e o software me diz que é possível optimizar e ganhar ali uma hora, então isso permite-me lutar por um cliente naquela rota, a quem posso fazer uma oferta mais baixa em termos de preço. Esse é um ponto interessante, tendo em conta que o difícil nos transportes não é detectar potenciais clientes, mas conseguir preços competitivos. Qual o auxílio de um sistema destes na composição de preços? O cliente quer pagar o mínimo possível, é uma regra aqui como em todas as actividades. Como transportador, só consigo ter o preço que o cliente quer se tiver muitos mais, daí haver a grupagem de carga. Ao ter estas ferramentas de optimização, eu passo a ter mais um trunfo para poder levar mais uma carga ali e levar mais aquela carga, se calhar, são mais 200 ou 300 euros que eu cobro, e são mais 3 ou 4 mil euros por mês que eu facturo com aquele camião. É aqui que está o grande impacto desses sistemas passo a medir coisas que hoje não meço. Um gestor de frota sem um sistema GPS é como um condutor que está a conduzir com os olhos tapados: ele sabe o que lhe contam 14 – tipicamente mentira -, e não está lá para ver. Recorda-se de um caso concreto em que a tecnologia Inosat tenha alertado o gestor para padrões desviantes de comportamento dos seus distribuidores? De tantas situações de clientes que tivemos, uma delas parece-nos exemplificativa - criámos um alerta para situações de muitos carros no mesmo sítio ao mesmo tempo num determinado período horário. É uma situação muito mais frequente do que o que se imagina – decorre de haver amizades em muitas empresas, criando-se um grupo de amigos que depois vão almoçar juntos. A determinada altura, um deles diz: “o meu compadre tem ali um restaurante em Santarém, vamos lá almoçar”, e há um ou mais motoristas que fazem 80km para ir almoçar a Santarém com os amigos. Isto destrói o serviço todo da empresa, porque eles lá arranjam maneira, mesmo que não façam uma entrega, de ir almoçar com os amigos, e o gestor de frota não faz ideia que isto aconteceu e o director de vendas ou marketing também não faz ideia, e se calhar vão descobrir quando houver duas reclamações de clientes, porque duas vezes na mesma semana falharam a entrega da manhã e entregaram à tarde. Tivemos tantas queixas deste teor que criámos um relatório para tentar detectar estas situações, que é haver mais de “x” carros no mesmo sítio ao mesmo tempo. Generalizando, há “n” situações que fazem com que eu pense que a minha capacidade de produção está no máximo, mas se calhar não está, e a optimização da frota permite transportar mais 20%, ou aumentar 20% as vendas com os mesmo custos, ou gastando um bocadinho mais de combustível. Que mais novidades tem a Inosat para apresentar ao mercado? Estamos a preparar um conceito novo, a Universidade Inosat, que vai ser lançada em Dezembro ou em Janeiro. Está a ser acabada, o objectivo é formar os nossos clientes no uso do sistema. O nosso sistema não é mais caro nem mais barato que o usado pelos nossos clientes, depende do uso que o cliente lhe dá. Se o cliente não o usar, é muito caro, porque é dinheiro que está a queimar, mas se o usar bem, o sistema é dado. Nós temos casos de Dezembro 2009 clientes que pagaram o sistema no primeiro mês. Fazem um crédito de, por exemplo, quatro anos, mas o dinheiro que ganharam, deixaram de gastar ou recuperaram no primeiro mês, é superior aos quatro anos. Em que moldes vai funcionar a Universidade Inosat? A Universidade Inosat é um site, é 100% digital, é composta por documentos e por filmes que vão explicar como se usa o sistema para estes fins. A nossa ideia foi, em vez de fazermos um manual do sistema, dar ideias de gestão e sugestões de como poupar. Se os clientes as seguirem, vão poupar. Temos estudos que o demonstram. Aqui dentro da empresa adoptámos essas medidas e poupámos 26%, isto é, gastamos menos 26% por mês do que gastávamos há seis meses atrás. Que contas rápidas tem que fazer o gestor de frotas para optar por um sistema de gestão de frotas? Se pensarmos que um pesado em serviço internacional custa, no mínimo, 10 mil euros por mês (salário do motorista, custo do camião, manutenção e combustível), o que é que são 20 euros ou 34 euros, que é o custo do nosso melhor produto (o Navigator)? Não é nada. Há pessoas que não vêem o sistema como investimento, e outras que o instalam e que não tiram o devido benefício porque não tem ninguém para gerir a frota. É sobretudo a pensar nisso que estamos a lançar a Universidade Inosat, para formarmos os nossos clientes, para os ajudar a usar o sistema e dessa forma ganharem mais dinheiro. As vossas viaturas dotadas de sistemas de gestão de frotas também estavam a ser “mal aproveitadas”? Temos o sistema instalado em todos os nossos carros, mas reconhecemos que até há cerca de um ano não estávamos a utilizar todas as suas capacidades. No princípio do ano implementamos mais coisas. Por exemplo, temos um alarme de atraso se as pessoas não saem de casa de manhã. O carro de uma pessoa que às 9 horas da manhã ainda não arrancou, faz disparar um e-mail para o Director Comercial e outro para o chefe de vendas. A pessoa chega à empresa e já tem o chefe a questionar. Isto, parecendo que não, é relevante, porque se eu conseguir que as pes- Dezembro 2009 soas trabalhem mais 20 minutos por dia, ganho mais um negócio, faço mais uma entrega. E é por aí, é por usar uma série de características do produto que uma empresa, no máximo em 6 meses, pode passar de uma situação de prejuízo para uma situação de lucro, usando menos viaturas num mesmo serviço. São estes aspectos que fazem prosperar quem adquire estes produtos. Fizemos um estudo em 2003 em que vendemos 30% em aumento de quota, ou seja, foram clientes que já tinham o sistema e compraram mais. E, numa altura de crise em particular, para quem está a crescer é gratificante ver que os nossos clientes também cresceram um pouco. Se 30% das nossas vendas foram para clientes que cresceram, isso permite-nos concluir que um cliente INOSAT tem mais probabilidades de crescer do que um cliente que não tem INOSAT. Outro estudo que fizemos demonstra que nos clientes INOSAT a taxa de falência é muito inferior à do sector. Como será a Inosat daqui a uma década? Daqui a 10 anos vamos ter 80% das vendas lá fora, contra os cerca de 20% actuais. Será uma empresa que estará na vanguarda da tecnologia. Estamos neste momento a trabalhar em sistemas que ainda ninguém sequer acordou para eles e nós já temos o produto no mercado e, ao nível dos transportes não seremos o first mover mas estamos já a trabalhar com vários players. Por exemplo, com o cliente PT para incorporar o tacógrafo digital junto do nosso sistema; com várias entidades para a certificação dos termógrafos; estamos a trabalhar sistemas inteligentes para trabalhar itinerários, e com algumas empresas que têm bolsas de cargas na internet para se ligarem ao nosso sistema. Imaginemos que determinada empresa tem 30 camiões ligados ao nosso sistema, tem um camião que está praticamente a acabar o serviço em Pombal, e há um cliente em Coimbra que coloca uma mensagem na internet a dizer que tem uma carga para entregar em Lisboa no mesmo dia: cruza essa informação com a sua frota e em 10 minutos consegue ganhar um serviço que de outra maneira não conseguia. O cliente fica hipersatisfeito, pois em 10 minutos resolveu o problema dele e a um bom preço. Isto é uma integração que vai ajudar imenso os nossos clientes. E o futuro passa por essa integração, para facilitar os negócios. n 15 Teste Estrada FROTA Scania P 230 Por: João Cerqueira Ágil e dinâmico Nesta versão de cabina destaca-se o tablier redesenhado, que cria um acesso largo e confortável, permitindo a fácil entrada e movimentação do motorista cruise, pretendendo a marca sueca incorporar de futuro na Série P o Opticruise de última geração recentemente lançado no novo Série R, cuja versão totalmente automatizada utiliza um comando electro-hidráulico de máxima precisão, sistema hill-hold, possibilidade de manutenção de velocidade nas subidas sem penalizar o consumo combustível, adaptação electrónica da caixa ao estilo de condução de cada motorista, mantendo, no entanto, o mesmo interface com o condutor. Assinala-se que também nas aplicações relacionadas com a distribuição e a construção, os operadores rodoviários optam cada vez mais pela aquisição de veículos com transmissão automatizada, beneficiando de economias ao nível do equipamento e do consumo, isto para além do aumento dos níveis de conforto do motorista, que vê assim facilitada as suas tarefas diárias de condução. n A FROTA testou o novo Scania P 230 Euro5, um camião especialmente desenhado para as tarefas de distribuição urbana e suburbana, sector da construção, serviços camarários, tendo ainda um conjunto muito amplo de aplicações complementares, graças à sua enorme versatilidade de carroçamento. Em Portugal, disponível para ensaios com a imprensa especializada, esteve a versão de chassis P 230 DB4x2MLB, de 19,5 toneladas de PMA, equipada com a cabina curta CP16, concebida para o condutor que não tem necessidades de equipamentos de descanso nem de compartimentos de arrumações. Nesta versão de cabina destaca-se o tablier redesenhado, que cria um acesso largo e confortável, permitindo a fácil entrada e movimentação do motorista na cabina, um factor de conforto acrescido num veículo onde a enorme multiplicidade de paragens operacionais é uma constante no dia a dia de trabalho. As versões de cabina curta, diurna, e compridas de tecto baixo da série P, estão todas equipadas com prateleiras de tecto, preparadas para a 16 instalação de tacógrafo, equipamento áudio e sensor de movimentos para sistema de alarme. Destaque ainda para o volante totalmente ajustável. A alma do Série P O motor DC9 35 230 integra o bloco de 9,29 litros de cilindrada, com cinco cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, sistema de injecção Scania XPI, Turbo de Geometria Variável (VGT), recorre ao sistema EGR de recirculação exaustiva dos gases de escape (não precisa de AdBlue), filtro de partículas PMFC, intercooler, e uma unidade electrónica de comando do motor EMS, que controla os sistemas EGR e XPI. Debita 230 cv de potência máxima, enquanto os intervalos de manutenção são de 90.000 km para a substituição do óleo do motor. O DC9 disponibiliza também na Série P versões de 280 e 320cv, com níveis de emissões conformes às normas Euro 5 e EEV. Ainda ao nível da cadeia cinemática, a versão testada integrava uma caixa de velocidades automatizada Opti- Dezembro 2009 O motor DC9 35 230 integra o bloco de 9,29 litros de cilindrada, recorre ao sistema EGR de recirculação exaustiva dos gases de escape (não precisa de AdBlue), filtro de partículas PMFC, intercooler, e uma unidade electrónica de comando do motor EMS, que controla os sistemas EGR e XPI. Comportamento digno Sobretudo devido a este modelo vir equipado com o motor menos potente da família DC9, optámos por um circuito 100% urbano, onde as dificuldades acrescidas relacionadas com as complicações de tráfego, a necessidade dum número acrescido de manobras e uma grande multiplicidade de operações de descarga, permitiram perceber qual o seu real potencial. Testado em situação de carga completa (19 t), o bloco teve um comportamento muito digno, sem nunca comprometer mesmo nas situações mais complicadas, que não são tão poucas quanto isso na cidade das sete colinas. Este Série P passou também com distinção o teste da manobrabilidade, mostrou-se ágil como poucos na sua classe, e mostrou também bons níveis de conforto. Dezembro 2009 17 Teste Estrada FROTA Autocarros híbridos MAN Por: João Cerqueira Lançamento em Portugal previsto para 2010 Este autocarro urbano, apesar do seu “pequeno” motor diesel, tem tanta eficiência como um bloco diesel convencional de 10 litros de cilindrada da série MAN D20 Common Rail. sempre que o veículo se imobiliza. O Lion´s City recorre ao chamado sistema híbrido de série SHS, e não obstante ser cerca de 700 kg mais pesado do que o seu “irmão” convencional, consegue reduções de consumo combustível até 30% em circuitos urbanos e até 15% nos suburbanos. O MAN Lion´s City híbrido também pode ser adaptado para utilizar biocombustíveis de segunda geração, melhorando ainda mais as suas prestações em termos de protecção do meio ambiente. Se fizer uma quilometragem média anual de 60.000 km, emitirá para a atmosfera menos 10 toneladas de gases com efeitos de estufa. A MAN Portugal apresentou à imprensa especializada, no Centro de Formação de Fátima, o novo autocarro urbano MAN Lion’s City Hibrid, cuja produção de série está prevista ter início já no próximo ano, devendo chegar a Portugal no segundo semestre. Os responsáveis da marca garantem que numa primeira fase fornecerão apenas veículos completos, mas a posteriori prevêem o fornecimento de chassis para carroçamento, referindo ainda que irá ser colocado um autocarro híbrido à disposição dos operadores nacionais, para ser testado ainda no decurso de 2010. Quanto a preços, Luís Paradinha, administrador da MANPorto, arrisca apenas um valor estimativo, que “não deverá nunca ser superior a um acréscimo de 20% em relação ao custo de um Lion´s City convencional”. Ao nível do pós-venda, a MAN Portugal sublinha que vai dar todo o acompanhamento técnico na oficina, sobretudo ao nível da formação de electrotécnicos e de electricistas, para que estes possam intervir duma forma adequada num autocarro cujo sistema misto de propulsão tem muito mais componentes eléctricos e electrónicos do que o modelo convencional, “e naturalmente muitas especificidades próprias”. 18 Sistema de propulsão inovador O modelo híbrido do Lion´s City incorpora o motor convencional diesel MAN D08 Common Rail EEV de 254 cv, com filtro de partículas CRTec de regulação electrónica, a par de dois motores eléctricos assíncronos de 75 Kw, que utilizam uma caixa somatória para transferir a energia ao eixo motriz. Esta eficaz combinação faz com que este autocarro urbano, apesar do seu “pequeno” motor diesel, tenha tanta eficiência como um bloco diesel convencional de 10 litros de cilindrada da série MAN D20 Common Rail. Toda a energia produzida nas operações de travagem e de desaceleração é recuperada e transferida para os Ultracap (acumuladores localizados no tejadilho), transformando a energia cinética em eléctrica, sendo a mesma reutilizada no arranque e no desenvolvimento até uma velocidade de 30 Km/h, altura em que o motor diesel reentra em funcionamento, controlado por um mecanismo de gestão electrónica denominado i-MEM (intelligent MAN Energy Management). Os motores eléctricos alimentam também o sistema de ar condicionado e a bomba servodireccional. Este autocarro vem igualmente equipado com o sistema automático Start & Stop, que desliga o motor Dezembro 2009 Desenvolvido ao abrigo do projecto IDEAS Desde 2005 que a MAN está a testar a tecnologia híbrida (diesel-eléctrica) em autocarros urbanos, financiada pelo ministério alemão da Economia e Tecnologia, no âmbito do programa Innovative Diesel-Electric Drive for City Buses (IDEAS), o qual conta também com a parceria Dezembro 2009 da Siemens. Desde o lançamento deste programa a MAN obteve já uma enorme evolução no desenvolvimento da tecnologia híbrida da cadeia cinemática, tendo o actual modelo do Lion´s City Hybrid sido lançado em 2008. Testado em cidades como Nuremberga e Paris nos serviços regulares de passageiros, este autocarro já efectuou mais de 70.000 km, com registos significativos em matéria de poupança combustível, com reduções até 25% em condições normais de operação. Refira-se ainda que o anterior modelo, em fase experimental entre 2005 e 2007, ultrapassou 30.000 km de testes. A cidade de Barcelona efectuou uma encomenda de 60 unidades que começarão a ser entregues no próximo ano, altura em que terão início testes com o Lion City Hybrid, tanto nesta cidade catalã como na de Valência. A MAN prevê que a médio prazo, cerca de 50% dos autocarros urbanos serão encomendados com propulsões híbridas. n 19 Reportagem FROTA Um retrato da crise Por: João Cerqueira Com um enorme volume de falências em grandes países como a Espanha, Itália e Alemanha, o sector do transporte rodoviário de mercadorias vive uma das suas mais dramáticas crises de sempre na velha Europa. Portugal não é excepção, e embora haja alguns segmentos de actividade que estão a resistir melhor, o cenário geral continua no “vermelho”, e as perspectivas para 2010 estão muito longe de ser optimistas. E m Portugal, foram profundamente afectados pela crise segmentos de actividade como o transporte ligado ao sector automóvel, com quebras muito substantivas nos primeiros meses do ano e também as actividades de grupagem - que continuam em queda. Tem sobrevivido melhor a carga geral, o transporte ligado à distribuição alimentar, sobretudo o de frio, e as mercadorias perigosas. Continuam a apresentar níveis interessantes de crescimento os transportes excepcionais, sobretudo devido à instalação de novos parques eólicos, e o rent-a-cargo, este último em boa parte porque muitas empresas já estavam a fazer um esforço financeiro muito grande para pagar os tractores, optando por alugar os semi-reboques, sobretudo frigoríficos, visto tratar-se dum equipamento muito caro que tem uma manutenção igualmente dispendiosa, para além duma sazonalidade com picos de utilização na Primavera e no Verão que prejudica a sua rentabilização. Dum modo geral, as empresas de maior dimensão ligadas sobretudo a grandes clientes têm conseguido resistir melhor do que aquelas que trabalhavam com um número muito grande de pequenas empresas. Depois dum pico muito grande de quebra de actividade nos primeiros meses do ano, o mercado melhorou mas continua a apresentar uma grande instabilidade, com curtos períodos de grande produtividade a alternarem com outros de quebra acentuada. Este tem sido o cenário dos últimos meses, o que faz com a que crise de confiança nos empresários transportadores pareça estar para durar. Para além disso, agravaram-se problemas como a pressão sobre os preços dos fretes e os atrasos nos pagamentos, não obstante a legislação em vigor já obrigar as empresas clientes a pagar a 30 dias. 20 Uma das consequências mais visíveis dessa crise de confiança e da instabilidade na produção de serviços de transporte, associada às dificuldades crescentes na obtenção de crédito, reflecte-se na aquisição de novos equipamentos de transporte. Segundo dados estatísticos da ACAP, nos primeiros 11 meses do ano a venda de pesados de mercadorias caiu 42,7%, a de comerciais ligeiros 30,9%, e a de reboques e semi-reboques quase 60%. Até Outubro, a produção industrial de pesados de mercadorias diminuiu em Portugal 63% e a de comerciais ligeiros 41,6%. A estrutura das marcas ligada ao após-venda tem resistido melhor, depois de um primeiro trimestre bastante negativo, onde alguns transportadores chegaram a retirar peças de uns camiões para pôr outros a funcionar e adiaram manutenções de rotina e reparações, as oficinas têm vindo a recuperar serviço e clientes. Com base em dados recentemente divulgados pelo INE, no segundo trimestre de 2009 o total de mercadorias transportadas pelo modo rodoviário totalizou 9.906 milhões de toneladas-quilómetro, menos 6,4% em relação ao período homólogo de 2008, com o do tráfego nacional a Dezembro 2009 Depois dum pico muito grande de quebra de actividade nos primeiros meses do ano, o mercado melhorou mas continua a apresentar uma grande instabilidade apresentar uma quebra de 3,4% e o internacional de 7,1%. Registe-se, no entanto, que o transporte profissional teve uma evolução positiva homóloga de 8,6% no nacional, o que faz aguardar com alguma expectativa os resultados do terceiro trimestre, e um registo negativo de -5,9% no internacional. Os transportes e a armazenagem, tiveram uma variação homóloga negativa em Outubro de -11,6% (-9,9% em Setembro). Dados mais gerais do mesmo instituto, apontam para uma quebra do PIB de 2,5% no terceiro trimestre de 2009 em relação ao período homólogo de 2008, com as exportações a caírem 9,7% e as importações mais de 8%, a procura interna 2,5% e o consumo 1,1% (-11,4% no caso da aquisição de bens duradouros), números que apesar de serem melhores do que os dois trimestres precedentes são todos negativos, não deixando ainda antever uma retoma sólida na actividade transportadora. Um dado positivo que conseguimos apurar é que não tem havido um número “anormal” de empresas transportadoras a abrir processos de falência no nosso país, mas também aqui não há razões para grandes aplausos, uma vez que existe um número muito significativo de empresas que neste momento se encontram numa situação de extrema fragilidade, a operar autenticamente na “corda bamba” como se costuma dizer na gíria, que em face da mais pequena contrariedade de mercado, do foro fiscal ou legislativo, a qualquer momento podem começar a cair como um castelo de cartas. Espanha esteve às portas do abismo A Espanha tem sido de longe o país mais afectado pela crise económica, traduzindo-se no desaparecimento de cerca de 20.000 empresas transportadoras, e isto apenas desde o mês de Novembro do ano passado, num universo composto por perto de 130.000 empresas. O país vizinho tem também a particularidade de possuir um tecido empresarial no sector extremamente atomizado, com um número muito elevado de empresas com apenas um, dois ou três veículos, precisamente aquelas que revelaram maior fragilidade para fazer face a uma crise tão vertiginosa e avassaladora. Dezembro 2009 Outra particularidade negativa do mercado espanhol foi o facto de nenhum segmento da actividade de transporte ter conseguido escapar às garras da crise. Para além do sector automóvel, o mais afectado na esmagadora maioria dos países, foram também penalizadas fortemente as actividades de transporte ligadas à construção, e não nos podemos esquecer que em parte o modelo de desenvolvimento económico espanhol assentava no imobiliário e no crédito a este. O sector da distribuição alimentar também foi penalizado com o disparo do desemprego e a perda de confiança dos trabalhadores que começaram a sentir os postos de trabalho ameaçados. Nem o segmento do transporte de frio saiu ileso, curiosamente um daqueles que melhor resistiu na maioria dos países da Europa. Isto para não falar das enormes quebras de actividades nos portos, com reflexos no transporte de contentores, e da forte diminuição verificada nas operações logísticas. A consequência mais visível no mercado espanhol foi uma rápida degradação dos preços dos fretes, de tal forma que muitos operadores do sul de França que alimentavam as trocas comerciais, sobretudo para a Catalunha e o País Basco, abandonaram as rotas transpirinéus. Os prazos de pagamento descambaram para uma média superior a 90 dias. Houve também quebras reais nos salários de muitos motoristas. As associações sectoriais chegaram mesmo a projectar o desaparecimento de cerca de metade das empresas transportadoras, cenário que neste momento, felizmente, já está fora de questão. O governo de Zapatero tentou, tardiamente, estancar tão grande hemorragia empresarial. Em Maio aprovou medidas como a diminuição de 5% do imposto sobre os lucros das empresas com menos de 25 trabalhadores por um período de 3 anos, suprimiu as deduções fiscais para as instalações empresariais cujos montantes das prestações de pagamento aos bancos ultrapassem os 24.000 euros anuais e reforçou as ajudas directas na aquisição de carros novos até um máximo de 2.000 euros. Apesar disso, neste final de ano ninguém acredita ainda numa retoma visível do sector transportador em Espanha no decurso de 2010. 21 Reportagem FROTA Em França, as principais associações patronais (FNTR, UNOSTRA e TLF) estão em guerra aberta com o governo e com os trabalhadores As associações italianas apontam como principal reflexo da crise a política do transporte “low-cost”, com recuos nos preços que já variam entre os 20% e os 50% em relação a 2007 Em França sector vive momento de convulsão social Em França vive-se um dos períodos mais negros de conflitualidade no sector do transporte rodoviário de mercadorias. As principais associações patronais (FNTR, UNOSTRA e TLF) estão em guerra aberta com o governo e com os trabalhadores. Com o governo, por aquilo a que chamam “pandemia fiscal orquestrada pelos poderes públicos”, face à aprovação este ano duma eco-taxa que irá gerar encargos fiscais totais suplementares nas empresas transportadoras estimados em 1,2 biliões de euros já a partir de 2012, da aprovação da taxa sobre o carbono, com repercussões de cerca de 400 milhões de euros já em 2010, e da aprovação dos chamados “certificados de economia de energia”, que irão gerar um sobrecusto de 150 milhões de euros a partir de 2010. Com os trabalhadores, que abandonaram a mesa de negociações salariais para 2010, o que levou já cinco sindicatos de transportes (CFDT, CGT, CGC, CFTC e FO) a agendar uma greve estratégica que visa paralisar as plataformas logísticas e os entrepostos comerciais, numa acção concertada entre organizações sindicais que já não se via em França desde 1997. As associações patronais consideram irrealistas as propostas dos sindicatos: as reivindicações de aumentos salariais podem chegar quase aos 10% num ano de inflação negativa em França (-0,4%), gerando um agravamento da massa salarial de 1,1 biliões de euros, isto depois dos aumentos de 3,5% acordados em 2007, e de 4,1% em 2008. Face a este cenário, as falências nem sequer são o principal problema do sector em França. Segundo a FNTR, o número de falências ascendeu às 1.263 empresas transportadoras nos 3 primeiros trimestres do ano, um número muito idêntico ao do período homólogo do ano transacto (1.253), mas superior em 55,93% em relação àqueles que se verificaram em 2007. Esta federação prevê que sejam abertos cerca de 2.000 processos de falência em 2009. Ainda segundo a mesma organização patronal, as empresas mais frágeis foram eliminadas durante o “choque petrolífero” de 2008, vindo estes números confirmar o agudizar da crise para as empresas que resistiram melhor 22 a essa fase, mas que foram especialmente afectadas pela crise dos mercados financeiros, encontrando-se no primeiro caso as empresas transportadoras até 10 trabalhadores e, no segundo, as empresas com mais de 50 trabalhadores, concluindo a FNTR que as falências de 2009 têm por isso mesmo um impacto maior no desemprego. Alemanha perde 5.000 empresas num só ano Os transportadores alemães foram dos mais afectados pela crise, estimando-se até ao final de 2009 o fecho de cerca de 5.000 empresas e a perda de 40.000 postos de trabalho no sector, face às previsões avançadas pela BGL, a principal federação alemã de transportadores rodoviários de mercadorias e da logística. Dados da DG TREN revelam que o transporte rodoviário de mercadorias alemão é composto por cerca de 34.000 empresas profissionais e emprega 309.500 pessoas. Aproximadamente 86% destas empresas operam com menos de 10 veículos. Perante estes números, conclui-se que perto de 10% das transportadoras alemãs vão desaparecer como consequência directa da crise, agravada também por medidas governamentais que tornam os custos operacionais mais onerosos. E este nem sequer é o sector mais afectado, pelo menos para a União Federal de Logística (BVL) e o instituto alemão de pesquisa económica (DIW), que estimam uma percentagem de falências no ano em curso na casa dos 30%. Uma das medidas mais contestadas pelos transportadores foi o aumento brutal da LKW-Maut no início do ano, que teve um agravamento médio de quase 50%, sendo actualmente das taxas quilométricas mais caras de todo o continente europeu. O plano de relançamento económico aprovado pelo governo no início do ano, com uma injecção de cerca de 80 biliões de euros na economia, só agora começa a dar os primeiros resultados num sector que recebeu este ano cerca de 650 milhões de ajudas financeiras para a montagem de filtros de partículas e modernização dos sistemas de segurança, mas que mesmo assim viu regredir os volumes de actividade em quase 20%. O governo prometeu mais 24 milhões de euros de ajudas suplementares até ao final do ano, e mais 12 milhões em 2010, mas os transportadores continuam muito pessimistas, Dezembro 2009 garantindo a BGL que vão continuar a reivindicar, agora junto do novo governo, uma diminuição dos valores da LKW-Maut para 2010, em linha com aqueles que eram praticados em 2008. Em Itália esmagamento dos preços pode chegar aos 50% A crise petrolífera e a actual acabaram com a actividade de cerca de 8.000 transportadores italianos, num sector onde existem 97.800 empresas e 339.400 trabalhadores. Segundo a Conftasporto, uma das principais associações sectoriais italianas, o tráfego de pesados nas auto-estradas daquele país baixou perto de 22% em 2009. Já no início do ano, a Confederação Italiana dos Transportes e da Logística (Confetra) dava conta que o tráfego nacional de pesados tinha recuado 5% no segundo semestre de 2008, e 11% nos tráfegos internacionais nas passagens transfronteiriças da Suíça e da Áustria. As associações italianas apontam como principal reflexo da crise a política do transporte “low-cost”, com recuos nos preços que já variam entre os 20% e os 50% em relação a 2007. Outro problema prende-se com os atrasos nos pagamentos que já oscilam entre os 90 e os 180 dias e têm um prazo médio de 100 dias. Propuseram ao governo de Belusconi a criação de um observatório de custos, a suspensão por um período de seis meses das contribuições para a segurança social, a imposição do pagamento dos serviços de frete a 30 dias e a revisão do calendário de interdições à circulação (em Itália existem 88 dias por ano onde é interdito circular). Incapacitados de pagar as prestações da aquisição recente de novos veículos e de se endividarem ainda mais, muitos transportadores têm vindo a devolver os veículos aos construtores. Transportadores suíços ganham acção contra o Estado Num pequeno país onde cerca de 90% do transporte Dezembro 2009 interno de mercadorias é assegurado pelo modo rodoviário, os transportadores suíços têm concentrado a sua luta contra a crise sobretudo no combate às pesadas políticas fiscais do governo federal. Desde finais de 2007 que se encontram em litígio com o governo devido aos aumentos da taxa RPLP (utilização das infra-estruturas rodoviárias), tendo a associação suíça dos transportes rodoviários (ASTAG) interposto uma acção no Tribunal Administrativo Federal, cuja decisão final foi tomada agora em Novembro a favor dos transportadores, que conseguiram provar em tribunal que o transporte rodoviário interno já cobre todos os custos de infra-estruturas e os custos externos, e que o governo Helvético alterou as regras do jogo ao integrar novos custos totalmente inventados nos métodos de cálculo da RPLP. O tribunal federal condenou o Estado a devolver os montantes de aumento cobrados ilegalmente desde 1 de Janeiro de 2008. O governo federal já anunciou que vai recorrer da decisão do tribunal, o que a ASTAG considera uma verdadeira afronta, aconselhando os transportadores a partir de agora a devolverem as facturas da RPLP até o governo acatar a decisão judicial. Belgas com acentuada quebra de actividade Dados do Instituto belga Transporte Rodoviário e da Logística (ITLB) revelam que a actividade de transporte nacional caiu 44,4% no primeiro semestre de 2009, em relação ao segundo de 2008, e 49,4% no internacional. Em média 73,1% dos percursos totais foram feitos em carga total contra 75,1% no segundo semestre de 2008. O número de motoristas profissionais no activo recuou 14,1% e cerca de 24% das empresas reconheceram sentir dificuldades de tesouraria. Também os prazos médios de pagamento ascenderam aos 53 dias contra 41 dias no anterior semestre. Apenas cerca de 15,2% das empresas do sector efectuaram investimentos (27,8% no segundo semestre de 2008 e 33,3% no primeiro). n 23 FROTA Contacto Hyundai Starex Por: Daniela Rodrigues Comercial versátil para carga e passageiros Espaço e flexibilidade no interior A Starex foi concebida para facilitar a vida do condutor e dos passageiros ao propor mais espaço, ergonomia, melhor equipamento e conforto, condições essenciais num veículo de trabalho. O design interior respeita os gostos europeus, com destaque para a consola central onde está a alavanca da caixa de velocidades colocada numa posição ideal em termos ergonómicos, libertando ao mesmo tempo mais espaço. Um duplo portaluvas e múltiplos espaços de arrumação destacam-se num interior pensado para quem trabalha, mas não descurando a função de transporte de passageiros, nomeadamente, na versão de 6 lugares. A entrada para os lugares posteriores é feita através da porta lateral de correr, o que facilita a entrada e saída em qualquer lugar. No compartimento de carga, as versões de 3 lugares possuem capacidade para transportar objectos com 2,37 metros, enquanto na versão de 6 lugares fica-se por 1,58 metros. A largura e altura do compartimento de carga são iguais nas duas variantes: 1620 e 1350 mm, respectivamente. Em termos de capacidade de carga, a versão de 3 lugares vai até aos 4308 litros, enquanto na versão de 6 lugares é de 2500 litros. A FROTA testou a mais recente aposta da marca sul coreana no mercado dos comerciais, a nova Hyundai Starex, um comercial que surpreende pelo desempenho, potência e maneabilidade. Este modelo oferece características inovadoras, grande versatilidade e propõe versões de três e seis lugares com grande conforto para os passageiros, mas sempre com grande capacidade de carga. Com um comprimento de 5,125 metros, uma largura de 1,920 metros e uma distância entre eixos de 3,2 metros, a Starex iguala ou supera a concorrência no segmento em termos de espaço no habitáculo. A Starex foi desenhada a pensar naqueles que exigem mais de um furgão do que simplesmente transportar carga. Querem mais espaço, flexibilidade, qualidade e valor, além de um nível de equipamento superior. Desempenho e comportamento A nova Hyundai Starex está equipada com o novo motor 2.5 litros turbo-intercooler com permutador de calor e injecção directa “common rail” de segunda geração. Estas características permitem-lhe debitar 136 CV às 3800 rpm 24 e um binário de 343 Nm entre as 1750 e as 2500 rpm, cifras que revelam uma grande capacidade de mobilidade, mesmo em situações de carga plena. A nova Starex permite alcançar os 167 km/h de velocidade máxima dando o motor mostras de grande suavidade e refinamento. A tracção é feita nas rodas traseiras para optimizar a distribuição do peso e o equilíbrio dinâmico. Apesar do poder demonstrado pelo novo motor 2.5 litros turbo-diesel, a verdade é que o seu desempenho não prejudica a sua capacidade de economizar combustível. Com um consumo médio (em ciclo combinado) de apenas 8,3 litros por cada 100 quilómetros, a Starex permite uma autonomia superior a 900 quilómetros. O comercial oferece um excelente comportamento em estrada, mesmo com carga máxima, devido ao chassis totalmente novo que incorpora à frente uma suspensão do tipo McPherson de rodas independentes e um eixo rígido com molas de lâminas progressivas. Esta configuração permite à Starex exibir um excelente comportamento com ou sem carga, mantendo níveis de conforto elevados e óptima maneabilidade em qualquer situação. Dezembro 2009 Dimensões generosas, mas compactas A Starex reforça o aspecto robusto característico dos últimos modelos da Hyundai, mas foi desenhada tendo em vista uma grande eficácia aerodinâmica. Pormenor central da personalidade deste furgão é a grelha dianteira e os grandes faróis que fluem de forma a integrarem-se no desenho global e no desenho poderoso dos guarda-lamas dianteiros. Este aspecto musculado estende-se às cavas das rodas e ao desenho das janelas laterais (que podem ser em chapa ou vidro em opção, mas sempre com barras de protecção interior no compartimento de carga). A colocação dos farolins traseiros numa posição elevada, não só reforça o aspecto robusto, como fornece maior protecção nos pequenos embates. As dimensões generosas, mas compactas do veículo podem ser intimidatórias numa primeira abordagem, mas é surpreendente perceber como é fácil de conduzir e manobrar graças ao raio mínimo de viragem de 5,6 metros e uma grande visibilidade desde o banco do condutor. O furgão tem ainda a possibilidade de contar com duas portas traseiras de abertura lateral, a 90º e a 180º, ao invés da única porta traseira basculante para cima. Dezembro 2009 Equipamento No segmento dos comerciais e, particularmente, entre os furgões, a mais-valia acrescentada pela Starex no momento de compra é o equipamento muito completo e a um preço competitivo. Num ambiente semelhante ao de um veículo de passageiros encontramos a regulação do volante em altura, vidros eléctricos com função automática para a janela do condutor, espelhos exteriores com regulação eléctrica, painel de instrumentos com conta-rotações, separação da zona de carga e de passageiros em metal (sólida) com janela para o interior, piso de carga protegido com vinil, ar condicionado, fecho central de portas com imobilizador e faróis de nevoeiro. O sistema de som comporta um rádio CD e MP3, com sistema “bluetooth” mãos livres para o telemóvel. Segurança No que respeita à segurança, a nova Starex está equipada com cintos de segurança de três apoios e prétensores. Em caso de acidente, a carroçaria está protegida por quatro anéis colocados na estrutura do veículo além de zonas de deformação programada, barras laterais antiintrusão e pára-choques com absorvedores de impacto. Para assegurar total segurança, a Starex está equipada com um sistema de travagem que contempla discos de travão em todas as rodas (ventilados à frente), ajudados por um ABS com distribuidor automático da força de travagem (EBD). Garantia e assistência em viagem Aliando tecnologia de ponta e soluções à medida das necessidades dos clientes, a Hyundai Starex vai disponibilizar no mercado nacional cinco anos de garantia e um programa de assistência em viagem, que constituem uma verdadeira mais valia deste modelo comercial para os seus clientes profissionais. Desta forma, a Hyundai estabelece novos padrões de imagem e qualidade, colocando o maior construtor coreano de automóveis na linha da frente no que toca aos dois pressupostos acima mencionados. n 25 Actualidade FROTA TRW Portugal alarga programa Proequip Por: João Cerqueira A TRW Automotive Portugal lançou este ano o programa Proequip para o aftermarket de veículos pesados, o qual inclui gamas de pastilhas de travão, peças de suspensão e direcção, caixas de direcção reconstruídas e amortecedores. N o TRW Proequip, a gama de caixas de direcção reconstruídas integra 33 referências originais TRW, dirige-se a um mercado cujo valor estimativo se situa entre os 18 e os 20 milhões de euros, fornecendo soluções a um parque potencial de 5,4 milhões de veículos pesados, abrangendo oferta para as marcas DAF, Scania, Iveco, Renault, Volvo e Dennis. Fabrica também os principais componentes dos sistemas de direcção e suspensão, incluindo colunas de direcção, caixas e bombas de direcção, terminais de direcção, barras longitudinais, barras radiais, tensores, kits de reparação, articulações em V e barras estabilizadoras, num total de cerca de 800 referências. A TRW Automotive está no negócio da direcção e suspensão para veículos comerciais desde 1906 e é líder mundial na concepção, desenvolvimento e fabrico de sistemas integrados. A gama de amortecedores é constituída por 575 referências, cobrindo aproximadamente 94% do parque europeu e abrangendo os principais tipos de veículos pesados, incluindo camiões rígidos, camiões articulados, reboques e semi-reboques e ainda autocarros, das marcas BPW, DAF, Evobus, Fruehauf, Hendrickson, Iveco, Kassbohrer, MAN, Mercedes, Neoplan, ROR, RVI, SAF, Scania, Schmitz, Van Hool e Volvo. A gama de pastilhas de travão é constituída por cerca de 60 referências de pastilhas e 25 cabos avisadores, oferecendo uma cobertura de 93% do parque europeu de veículos pesados. Estes equipamentos são produzidos em cinco fábricas europeias desta prestigiada marca americana, que produz peças e equipamentos originais à escala global. 26 Armazém ibérico da TRW Portugal Para 2010, a TRW está a estudar a possibilidade de adicionar mais duas novas gamas à família Proequip, nomeadamente as pinças de travão reconstruídas e os discos de travão. A TRW Automotive Aftermarket é a divisão da TRW Automotive responsável pelo fornecimento de peças de substituição, diagnóstico, serviço e apoio técnico, tanto para o mercado independente de pós-venda como para os concessionários das marcas. À margem do programa Proequip, a TRW comercializa também para veículos comerciais ligeiros uma gama completa de travagem e direcção e suspensão, amortecedores, embraiagens equipamento de diagnóstico TRW easycheck Dezembro 2009 Os equipamentos da TRW são produzidos em cinco fábricas europeias desta prestigiada marca americana que produz peças e equipamentos originais à escala global Gama de produtos para veículos comerciais ligeiros TRW tem armazém central Ibérico em Lisboa À margem do programa Proequip, a TRW comercializa também para veículos comerciais ligeiros uma gama completa de travagem e direcção e suspensão, amortecedores, embraiagens equipamento de diagnóstico TRW easycheck. Através da marca Lucas, detida pela TRW, comercializa baterias, motores de arranque e alternadores, compressores de ar condicionado, ignição, iluminação, sinalização de emergência, e gestão de motor. Isto para além de toda a gama diesel em exclusivo para Portugal da Delphi, bombas de água da Dolz, kits de rolamento de roda, rolamentos de tensor e kits de distribuição da SKF, e motores de arranque e alternadores da Prestolite. A TRW dispõe de um armazém central Ibérico em Lisboa com cerca de 5.000 m2, que tem a seu cargo a distribuição para toda a península ibérica. Em termos de funcionamento da empresa, subsistem duas estruturas independentes, uma para o mercado português e outra para o mercado espanhol, sendo, na realidade, duas companhias distintas, uma vez que se tratam de mercados que requerem soluções diferenciadas. Como fabricante detém as marcas TRW e Lucas. Como importador representa as marcas Delphi Diesel, Prestolite, Holset, Dolz, SKF e, futuramente, a Goodyear e a Mecafilter. n Quinta extensão da gama de direcção e suspensão A TRW Automotive Aftermarket acaba de lançar a quinta extensão deste ano na gama de direcção e suspensão para veículos pesados, com a marca TRW Proequip. A extensão abrange um total de 78 peças e inclui: 20 barras longitudinais, seis tensores, três terminais de direcção, uma articulação em V, uma rótula, uma porca de alinhamento, 38 barras longitudinais XCAP e oito terminais de direcção XCAP. Desenvolvido no centro de investigação e desenvolvimento da TRW, em Dusseldorf, e patenteado por 20 anos, o XCAP é uma das inovações mais recentes no design de componentes de direcção e suspensão. O modelo XCAP tem entre outras qualidades o facto de ser de menores dimensões do que os seus antecessores. Pode ser aplicado na maioria veículos comerciais fabricados este ano, tendo, inclusivamente, 27 peças Dezembro 2009 novas que foram lançadas para veículos pesados da Mercedes. A marca tem por ambição tornar-se um fornecedor exclusivo de “módulos de eixo”. O conceito de “módulo de eixo” da TRW Proequip abrange a travagem, a direcção e suspensão e os amortecedores, sendo proposta como uma solução global de componentes de chassis para todas as marcas de veículos pesados. 27 Actualidade FROTA Diversificação de fontes de energia para veículos analisadas em Lisboa Por: Raquel Sales No dia 26 de Novembro teve lugar em Lisboa o workshop “Diversificação de fontes de energia para veículos”, uma iniciativa conjunta da Iveco e da Lisboa e-nova - Agência Municipal de Energia e Ambiente. No evento percebeu-se que sobre o futuro energético há ainda muitas incógnitas, mas dúvidas a parte, é preciso promover fontes alternativas ao petróleo. Iveco Daily Natural Power e EcoDaily Electric: soluções reais “N o futuro próximo não me parece que tenhamos uma única energia como hoje temos o petróleo”. É esta a opinião de Carlos Marques, especialista em transportes e energia, que interveio por ocasião do workshop “Diversificação de fontes de energia para veículos”, uma iniciativa promovida pela Lisboa e-nova - Agência Municipal de Energia e Ambiente e pela Iveco, que decorreu no passado mês de Novembro, em Lisboa. “Pressente-se a urgência de uma mudança profunda e radical, quer do lado da oferta de energia e tecnologia, quer do lado da procura”, sintetizou Carlos Marques. Eléctricos e GNC de costas voltadas? Aliados aos híbridos, os veículos eléctricos e os veículos movidos a gás natural surgem como grande aposta energética de mobilidade. Jorge Figueiredo, da Associação Portuguesa do Veículo a Gás Natural, defendeu que “o século XXI será o século do gás natural (metano de origem fóssil ou não)”, acrescentando que “deveríamos estar já a preparar esta mudança para que a era pós petróleo seja suave”. Para Figueiredo, deve-se avançar já para a solução do gás natural graças a questões como a ecologia, a redução de custos de exploração das frotas, os custos de investimento tanto nas frotas como nos postos serem comportáveis. Além disso, quando se trata de veículos ligeiros, pode-se aproveitar as renovações normais da frota, substituindo as viaturas convencionais. Já os pesados, podem ver os seus motores transformados. Actualmente, os veículos a gás natural têm ainda pouco peso no nosso país. Apenas 400 viaturas portuguesas usam gás natural. Segundo José Figueiredo, são sobretudo autocarros e apenas 40 camiões (muitos dos quais de recolha de resídu- 28 os sólidos urbanos). O problema principal prende-se com a falta de postos de abastecimento: só há 5 em operação (Porto, Lisboa, Braga, Aveiro e Loures). Ainda assim, caso haja interesse, a Associação Portuguesa do Veículo a Gás Natural pode avaliar projectos com entidades que tenham frotas de dimensão suficiente para justificar o desenvolvimento de postos de abastecimento ou com entidades que tenham espaço para instalação desses mesmos postos. A solução GNC é adequada para empresas cuja frota opere num raio até 180km da sede da empresa. Já Robert Stussi, da Associação Portuguesa do Veículos Eléctrico, apontou os veículos eléctricos como “resposta ecológica para a poluição”, constatando ainda assim que é importante que as autarquias invistam na formação de quadros nesta área. “As cidades precisam de conhecer os veículos eléctricos”, concluiu. O papel da educação também é importante, sendo extremamente útil “ir às escolas ensinar as crianças a diferença entre um automóvel amigo do ambiente e outro”. No entanto, Carlos Marques lembrou que mesmo com ganhos de eficiência energética, o carro eléctrico “não tem emissão zero. Há que considerar de onde vem a energia usada”. Dezembro 2009 Se hoje existe uma clara dependência do petróleo, que continuará a subir, e se as metas ambientais são casa vez mais rígidas, torna-se então imperioso encontrar soluções. Nesse âmbito, as próprias construtoras de automóveis têm vindo a criar veículos alimentados a fontes de energia alternativas. O Daily Natural Power EEV e o EcoDaily Electric são a nova oferta da Iveco. João Almeida e Rui Alexandre, ambos da Iveco Portugal, e Fábio Nicora, responsável pelo projecto Daily, participaram no workshop e falaram sobre os dois veículos. “A Iveco apresenta já uma solução que é real”, afirmou João Almeida, director-geral da Iveco Portugal. O veículo a gás natural destaca-se, segundo Rui Alexandre, responsável pela área de vendas e marketing da Iveco, pela “performance semelhante” a um diesel, pelo “baixo nível de ruído e consumo, reduzido desgaste do motor e pela homologação EEV”. Além disso, existe facilidade de carroçamento e os depósitos de gás estão exclusivamente aplicados sob o chassis. ”Sem dúvida é uma garantia de futuro”. Já o eléctrico tem como grandes vantagens, nas palavras de Fábio Nicora, a robustez, a fiabilidade e o conforte de condução. A grande incógnita surge quando se fala de custos com a electricidade. Nicora deu o exemplo italiano, onde o custo do abastecimento é de 3 euros por 100 km caso se faça o carregamento de noite ou o dobro se for durante o dia. Mas não se podem fazer paralelismos. Resta portanto esperar pela definição de preços no nosso país. Apoio do Governo precisa-se! Os vários oradores reiteraram a importância do apoio governamental, não só ao nível da procura, como também da oferta. “É muito importante uma política de Estado”, defendeu José Figueiredo. Atendendo a que, como lembrou João Almeida, os Dezembro 2009 custos operacionais dos combustíveis representam actualmente 30% dos custos operacionais dos veículos comerciais, todas estas questões são bastantes pertinentes. No workshop ficou claro que marcas, empresas e sector público estão preocupadas com toda esta problemática. Iveco Ecodaily Electric: ecologia na cidade O Iveco Ecodaily Electric é um veículo totalmente eléctrico que utiliza baterias Zebra 25, as quais usam a comprovada tecnologia NaNiCl2, baseada em sal e níquel, são seladas e não produzem emissões gasosas. A potência do motor é de 30 kW contínuos (60kW de pico) para os modelos 35S e 40kW contínuos (80kW de pico) para as versões 50C. A motorização é controlada por um inversor DC/AC, que oferece uma condução sem esforço e aumenta o raio de acção graças à recuperação da energia da travagem. Quanto ao carregamento, este é feito através de uma ficha normalizada trifásica 380V/32A que necessita de 8 horas para carregar na totalidade as baterias. A autonomia oscila entre os 90 e os 130 km, dependendo do número de baterias e da missão do veículo. A caixa de velocidades é automática. O controlo do veículo é assegurado pelo inversor de tracção cuja acção está baseada na informação dada por sensores colocados nos pedais de acelerador e travão, indicando quais as necessidades do condutor. O Daily Electric está preparado para ultrapassar inclinações de 18 graus e possui uma velocidade máxima de 70 km/h, podendo a mesma ser calibrada para um valor mais baixo de forma a aumentar a autonomia. A capacidade de carga não é prejudicada pelas baterias que estão alojadas no compartimento do motor ou entre as longarinas do chassis. As preocupações ambientais não se resumem ao uso de electricidade como forma de combustível, já que mesmo no final de vida útil do veículo, a reciclagem 29 FROTA Prova da ACMAN O Iveco Ecodaily Electric é um veículo totalmente eléctrico que utiliza baterias Zebra 25, as quais usam a comprovada tecnologia NaNiCl2, baseada em sal e níquel, são seladas e não produzem emissões gasosas não fica comprometida, já que as baterias Zebra são totalmente reaproveitáveis. Trata-se de um veículo desenhado, construído e vendido pela Iveco, o que traz vantagens no que concerne à assistência. Está especialmente indicado para missões urbanas, nomeadamente a distribuição porta-a-porta e o transporte de passageiros, sendo a solução ideal sempre que se exija emissões zero. Iveco 3.0 Natural Power: solução profissional para profissionais O Ecodaily 3.0 Natural Power é alimentado a gás natural comprimido e o seu motor é tão silencioso como um a gasolina. Com o motor GNC, o 3.0 Natural Power EEV que debita 136 cavalos de potência, a emissão de NOx, particularmente danoso para a vida humana, foi reduzido para 0,5 gr/KWh, um quarto daquilo que é requerido pela Directiva 2005/55 EC que estipula o máximo de 2,0 gr/ KWh. O sistema de combustível é duplo (o veículo incorpora um depósito de emergência de15 litros de gasolina), tem injecção multiponto, a qual muda automaticamente para a gasolina quando o metano acaba, evitando assim o corte no motor. É o veículo ideal para as cidades e para a distribuição nocturna. Em Portugal, a Iveco vendeu já 52 unidades a gás natural. n Ecodaily: O desejo eléctrico Conduzir um Iveco Ecodaily Electric é uma sensação única. É como se, de um momento para o outro, entrássemos noutra dimensão sensorial, pelo silêncio da marcha do veículo, apesar da ausência de ruído não ser total, porque é sempre notório o som das engrenagens de transmissão do motor eléctrico ao eixo tractor. Mas tudo se resume a um leve zumbido, quase como o de um zangão em busca da sua rainha. Quanto às sensações de condução propriamente ditas, o resultado volta a ser surpreendente. A velocidade desta primeira versão do Daily eléctrico está limitada a 70 km/hora, por uma questão de optimização das distâncias percorridas entre ciclos de cargas das baterias. Mas o que nós denominamos “binário”, esse está lá todo (faltou conhecê-lo com a carga completa, é certo), para o habitual prazer de condução, apenas perdendo uns “pozinhos” em relação ao que nos habituou o “common rail” da versão “normal” do furgão mais vendido do mundo. Deve dizer-se que esta estranha sensação (que depois se entranha, como dizia o Pessoa publicitário) ainda permanece pouco mais que… uma bandeira da marca. Não que ela não seja apetecível, pelo contrário, é até ma- 30 ravilhosamente desejável, pelo que ela nos transmite de futurologia, se não mesmo de ficção científica antecipada. Já está à venda, mas o seu preço… “atira” para valores impensáveis, de difícil, se não impossível amortização. É que nem o melhor espírito romântico de Copenhaga consegue convencer a razão dos números do balancete: o custo de aquisição é o triplo da unidade equipada com motor Diesel; cada bateria (estas são as norte-americanas Zebra, mas isso é irrelevante, porque todas elas sofrem do mesmo "mal"), que custa cerca de 12 mil euros, tem uma duração de pouco mais de mil ciclos, isto é, a cada três a quatro anos o Daily eléctrico necessitaráde três novas baterias; acrescente-se à factura final a quase ausência de incentivos fiscais, ao arrepio do que os governantes não se cansam de anunciar. Infelizmente para todos nós, que alegremente engolimos todos os dias vários quilos de partículas venenosas provenientes dos motores de combustão interna, o Daily eléctrico ainda vai ter que esperar, até ser vendido ao nível do seu irmão Diesel. E isso é o que mais dói, depois de ser ter conduzido um eléctrico. Luís Filipe Duarte Dezembro 2009 Ecodriverchallenge: o prazer de conduzir a baixo custo Por: Raquel Sales N o passado mês de Novembro a ACMAN realizou a primeira edição do “Ecodriverchallenge”, uma prova que incide sobre o prazer de conduzir a baixo custo. Dividida em duas fases, a iniciativa começou por apurar os três melhores condutores de cada região. Segue-se uma fase que conta apenas com os três melhores das provas anteriores. A acção decorreu nas instalações da ACMAN em Viseu, Aveiro e Leiria. Participaram 72 condutores, representantes de 40 Empresas de transportes, que colocaram em prática todos os seus conhecimentos profissionais na condução de 2 veículos MAN, modelos TGX 18.400 4x2 BLS, equipados com caixas de velocidades automáticas e restante equipamento de TIR, os quais tinham atrelados 2 semi-reboques da marca Montenegro com uma carga de 36 toneladas de peso bruto. As condições das provas foram iguais para todos os concorrentes e houve um acompanhamento constante por parte de um elemento da MAN Portugal, que validou os resultados. Em comunicado, a ACMAN refere que se verificou uma diferença de consumo entre os primeiros classificados e os últimos, de cada local, em cerca de 10 litros, o que mostra “a importância que o condutor apresenta numa empresa de transportes, nomeadamente na redução de combustível, para não falar nos restantes benefícios, como por exemplo, o desgaste da viatura, uma condução mais segura e melhoria do meio ambiente”. Paralelamente, decorreram outras provas, onde os participantes puderam testar algumas das suas habilidades, nomeadamente em jogos de matraquilhos, jogos tradicionais, braço de ferro, entre outros que proporcionaram Dezembro 2009 momentos de lazer e diversão a todos os intervenientes. Pode saber mais sobre esta prova em www.acmandriver.com. A segunda fase, onde se irão encontrar os melhores classificados de cada local decorre nas instalações de Aveiro da ACMAN no próximo dia 23 de Janeiro de 2010. A A.C.MANutenção e Comércio de Veículos foi fundada em Maio de 2003 e é distribuidora oficial de veículos da marca MAN. n Nome 31 Empresa Carlos Jorge Lopes dos Santos Tp. Vila da Igreja João Manuel Rodrigues Freitas Cespa Rui Figueiredo TGF Luis Paulo Martins Teixeira MOM Hugo José Tavares Coelho TJA Luis Ventura TJA António Manuel Lopes Lucas Coop. Da Benedita Fernando Pereira Tp. Eleutério José Comendinha Tp. Coelho Mariano Lançamento Contacto Por: Raquel Sales A Ford Transit Connect está mais atractiva! Por: Raquel Sales Rali Shamrock 2009 Por: Raquel Sales MAN TGS de Elisabete Jacinto termina em segundo lugar A Ford acaba de lançar no mercado português a nova Transit Connect, um veículo desenvolvido de raiz para o segmento dos comerciais de pequena dimensão. Pedro Paula Pinto, director de Veículos Comerciais da Ford Lusitana, destaca o interior da nova Connect. "É no interior que, efectivamente, se registam as evoluções mais significativas da nova Transit Connect, completando um quadro virado para o utilizador e que se aproxima, em muito, do dos nossos automóveis de passageiros", afirma. "Destacam-se na nova geração o conjunto composto pelo tablier, consola central e painel de instrumentos que, combinado com inúmeros pequenos detalhes, tornam o dia-a-dia de trabalho bastante mais fácil aos condutores profissionais, garantindo-lhes ainda elevados níveis de conforto, referenciais no segmento”. Mas, no exterior também há novidades. A marca aliou o design identificativo, através das alterações implementadas ao nível da grelha dianteira, capot, pára-choques e faróis, aos padrões de durabilidade, funcionalidade e força incomparáveis presentes no modelo. A Rede de Concessionários Ford irá continuar a propor o modelo em dois chassis – curto de tecto normal ou longo de tecto alto. No capítulo das motorizações a aposta da marca assenta no conceituado bloco Duratorq 1.8TDCi com três níveis de potência: 75 cv com turbo de geometria fixa e binário de 175 Nm às 1800 rpm; 90 cv com turbo de geometria variável e binário de 220 Nm às 1750 rpm (240 Nm em 'overboost'); e 110 cv com turbo de geometria variável e binário de 250 Nm entre as 1500 e as 3200 rpm (280 Nm em 'overboost'). O tamanho do compartimento de carga é outra das mais valias desta viatura. Em comunicado, a marca esclarece que “o versátil compartimento de carga de ambas as propostas – de 2,8 e 3,7 m3 respectivamente (método VDA) – permite-lhes, em cada caso, o transporte de 625 ou 900 quilos de carga bruta. Importante é também o comprimento de carga máximo, de 1.670 mm na variante curta e 1.830 mm na longa, e a largura de 1226 mm entre as cavas das rodas, permitindo o transporte de Europaletes”. n Ford evolui Tourneo Connect Também a Tourneo foi alvo de melhorias. A Ford disponibiliza esta viatura em duas soluções distintas em termos de lotação, ambas assentes apenas no nível de equipamento mais elevado, o Trend. A nova Tourneo Connect apresenta-se, assim, numa proposta de chassis curto, com capacidade para 5 ocupantes, equipada com a versão de 90 cv do motor Duratorq 1.8TDCi. Já a variante de chassis longo permite uma maior lotação (8 passageiros, condutor incluído) e está equipada com o mesmo bloco mas de potência superior, o de 110 cv. 32 Ao nível de conteúdos, a Tourneo Connect conta com as soluções empregues no correspondente furgão. Este derivativo destina-se essencialmente ao transporte de passageiros, nomeadamente pequenos operadores turísticos e clientes particulares que com ela se identifiquem. Apenas a área reservada aos passageiros da Tourneo Connect é, naturalmente, diferente, apresentando também uma evolução nas soluções de conforto face à anterior geração, permitindo ainda o transporte de pequenos volumes na área reservada para a carga. Dezembro 2009 E lisabete Jacinto, aos comandos de um MAN TGS, terminou o rali Shamrock 2009 em 2º lugar da classificação geral dos camiões. A piloto do Team Oleoban/MAN Portugal manteve ao longo da prova uma animada luta com o checo Tomas Tomecek, que conduzia um Tatra. Em terceiro lugar, ficou 3º Kovacs/Czegledi/Toth (Scania). “Esta era uma prova de enorme importância para o nosso projecto desportivo. Depois do acidente no Dakar, que nos obrigou a refazer todos os planos que estavam programados, tivemos a enorme felicidade de, em tão pouco tempo, ter conseguido partir para um novo desfio e este nosso MAN TGS teve aqui a sua estreia competitiva. Não se podia por isso esperar que tudo estivesse perfeito, mas saímos daqui com indicações muito precisas do que há a fazer e com a certeza absoluta que a equipa está substancialmente mais forte, que eu fiz bastantes progressos na condução e que o nosso camião tem um fabuloso potencial”, afirmou a piloto. Esta foi a primeira vez que a piloto esteve com o novo camião nas dunas. Por ocasião da etapa inicial do rali de Marrocos, Elisabete Jacinto não se mostrava ainda confiante, mas o resultado final acabou por mostrar a boa preparação da equipa e o excelente desempenho do camião. “Foi a nossa estreia nas dunas com este novo MAN TGS e de facto sinto que ainda tenho muito que aprender. Requer Dezembro 2009 uma abordagem bastante diferente da exigida pelo M2000, mas aprendi muito nestes quilómetros e alguns erros já não voltarei a cometer”, declarou nessa altura. O rali Shamrock, competição africana de todo o terreno, realizou-se em Marrocos entre os dias 25 e 30 de Outubro. Aberto a motos, quads, SSV, 4x4 e camiões, disputou-se em torno da cidade marroquina de Zagora, tendo sido as seis etapas realizadas em forma de “boucle”, um formato já utilizado, com sucesso, em anos anteriores. Para além do plano desportivo, Elisabete Jacinto considera que a participação nesta prova se assumiu como a preparação mais indicada para o Africa Race, prova na qual vai participar e que começa em território nacional. “É excelente ter a prova a sair Portimão. Por um lado, em termos logísticos, é muito mais fácil e podemos passar o Natal tranquilamente em casa com as nossas famílias. Por outro lado, sei que os portugueses são grandes entusiastas dos desportos motorizados em geral e do todo-o-terreno em particular. Será assim um grande prazer poder rodar com meu camião no percurso que vai ser desenhado junto à Marina de Portimão. Faço votos que esteja muita gente a assistir pois, ter uma grande maratona a sair de Portugal é sempre uma oportunidade muito exclusiva”, afirmou por ocasião da cerimónia de apresentação. O Africa Eco Race 2010 terá início a 27 de Dezembro terminando no dia 10 de Janeiro no Lac Rose, em Dakar. n 33 33 Competição FROTA Notícias FROTA IRU distingue motoristas exemplares Comissão move acção contra Portugal por infracções na tarifação rodoviária A IRU concedeu o seu prestigiado Diploma de Honra a 1373 motoristas de 27 países (entre os quais 36 portugueses) graças à sua condução excelente e registos de segurança. A distinção é atribuída a condutores internacionais que exerçam a condução de veículos comerciais profissionalmente e de forma segura durante pelo menos 20 anos e com um mínimo de 1 milhão de quilómetros sem ter causado algum acidente sério envolvendo danos corporais nos últimos 15 anos. Também não podem ter cometido nenhuma infracção grave de trânsito, dos regulamentos aduaneiros ou administrativos durante os últimos cinco anos em qualquer dos países em que conduziu. n A Comissão Europeia vai levar Portugal ao Tribunal de Justiça por não-transposição para a legislação nacional de regras comuns em matéria de imposição dos veículos pesados de mercadorias. Trata-se da Directiva “Eurovinheta”, que estabelece regras comuns em matéria de portagens baseadas na distância e de direitos baseados no tempo de utilização, aplicáveis aos veículos de transporte de mercadorias (mais de 3,5 toneladas) pela utilização de certas infra-estruturas. A directiva deveria ter sido transporta para a legislação nacional até 10 de Junho de 2008. n CE apoia transportes públicos mais “verdes” em Inglaterra e Alemanha IRU e WCO promovem pacote conjunto de e-Learning A Comissão Europeia está a apoiar transportes públicos mais verdes em Inglaterra e Alemanha. O objectivo principal do sistema é reduzir as emissões de CO2 produzidas por autocarros públicos, através da introdução do fundo "Green Bus”. Autocarros capazes de atingir, pelo menos, uma redução de 30% nas emissões de CO2 em relação ao padrão, podem candidatar-se para o regime de ajudas. O regime não prevê qualquer tecnologia específica. Já no caso da Alemanha, a Comissão aprovou auxílio para promover o uso de autocarros híbridos, tendo em vista reduzir o impacto ambiental do tráfego rodoviário. As ajudas directas serão concedidas às empresas de transportes locais fornecendo serviços de transporte público para a compra de autocarros híbridos. n A IRU - International Road Transport Union - e a WCO - World Customs Organization - liberaram um pacote global de aprendizagem à distância destinado a todos os usuários TIR para harmonizar o conhecimento e a aplicação do regime TIR e melhorar o comércio internacional. Este pacote de eLearning interactivo irá ajudar as autoridades aduaneiras e as associações TIR para se familiarizarem com os aspectos fundamentais do regime TIR. Deverá contribuir para o bom funcionamento do regime melhorar os procedimentos de gestão de risco, bem como facilitar a passagem das fronteiras e do comércio internacional. A língua escolhida foi o inglês e o francês, estando previsto para um futuro próximo a opção da língua russa. n Segurança rodoviária é prioridade europeia para os próximos dez anos A Comissão Europeia realizou uma conferência sobre os resultados da consulta pública preparatória do programa de acção europeu no domínio da segurança rodoviária para o período 2011 2020, onde mais de 400 participantes de origens diversas debateram os problemas e o panorama actual da segurança rodoviária na União Europeia. Paralelamente, foi inaugurada uma nova página do portal Europa consagrada à segurança rodoviária, onde são apresentadas informações exaustivas destinadas às várias categorias de utentes da estrada, e.g. automobilistas, motociclistas, peões e ciclistas, recorrendo a pictogramas e outros meios de leitura fácil da informação. “A Europa não pode desleixar a segurança rodoviária: são dezenas de milhar de vidas que estão em jogo todos os anos. O programa de acção ajudar-nos-á a ser exigentes e determinados no combate aos acidentes de viação. Entre as suas prioridades, figuram em lugar de destaque os acidentes nas estradas rurais (60% do total de vítimas mortais) e os utentes vulneráveis, como os peões, os ciclistas, os motociclistas e os idosos”, declarou Antonio Tajani, responsável pela pasta dos transportes, ao abrir a conferência. n 34 Dezembro 2009 Para não danificar a revista, pode fotocopiar este cupão Dezembro 2009 35 FROTA 36 Dezembro 2009