banco de ações sociais das empresas
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banco de ações sociais das empresas
BASE BANCO DE AÇÕES SOCIAIS DAS EMPRESAS 2007-08 Palavra do Presidente “Salutar é, quando no espelho da alma humana se forma a comunidade inteira, e na comunidade vive a força da alma individual. Eis o princípio da ética social.” Rudolf Steiner Muito se tem falado de sustentabilidade. Conceito introduzido na década de 80, demorou a ser compreendido pela sociedade e principalmente pelos meios políticos, e que só veio a ser consolidado no Brasil pelas organizações governamentais que participaram da Conferência Rio-92. Naquela oportunidade, estabeleceu-se uma relação de interdependência entre desenvolvimento, meio ambiente, direitos e obrigações individuais e coletivas, com o objetivo de mudar a grave situação de degradação dos recursos naturais, herdada desde o advento da Revolução Industrial (metade do século XVIII e início do século XIX). Fruto desse amadurecimento e de fortes pressões sociais, gerados também pela globalização, as empresas foram impulsionadas a buscar cada vez mais novos atributos de gestão, fundamentados em princípios de boa governança corporativa e nas práticas de responsabilidade social. O movimento de cidadania empresarial tem crescido no País. A maior parte do setor privado brasileiro, na Pesquisa Ação Social das Empresas, promovida pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), declarou que desenvolve algum tipo de ação social. Nas cerca de 870 mil empresas com um ou mais empregados que foram pesquisadas, observou-se que a participação empresarial, em práticas sociais, passou de 59%, em 2000, para 69% em 2004. No Nordeste, os dados levantados pelo Ipea revelaram um acréscimo significativo de empresas privadas que declararam fazer de alguma forma, voluntariamente, ações sociais para as comunidades do seu entorno. Entre os anos de 2000 e 2004, o percentual, que era de 55%, passou para 74%. Em Pernambuco, houve também um aumento considerável de empresas que adotam práticas sociais: em 2000 eram 47% e, em 2004, esse percentual alcançou 73%. De modo geral, as ações sociais das empresas, em sua grande maioria, ainda não são estruturadas de modo a possibilitar transformações sociais. Muitas das atividades praticadas são impulsionadas por ações filantrópicas, pontuais, que têm a sua importância, embora não levem ao empoderamento das comunidades de modo que elas se viabilizem como protagonistas da melhoria de suas condições de vida. Mas não se pode negar que um movimento mais consistente já começa a tomar conta do setor empresarial pernambucano. Várias iniciativas estão sendo desenvolvidas visando erradicar ou minimizar as problemáticas existentes no Estado. Na ampliação dessa nova consciência empresarial, que hoje surge mais forte, vale destacar o pioneirismo do Instituto Ação Empresarial pela Cidadania (AEC), entidade sem fins lucrativos, fundada em 2001, cuja missão é “mobilizar e apoiar o empresariado para investir em práticas socialmente responsáveis que contribuam para a eqüidade social e o desenvolvimento sustentável de Pernambuco”. O Instituto tem contribuído para a formação de uma rede articulada de empresas a fim de viabilizar ações para o desenvolvimento sustentável de Pernambuco, colaborando inclusive para a formação de empreendedores sociais. Em 2008, o AEC completou sete anos estimulando e fomentando, sistematicamente, a responsabilidade social empresarial e o desenvolvimento sustentável, tornando-se um fórum no qual mais de 75 empresas associadas refletem, discutem, debatem, trocam experiências, desenvolvem alianças e incrementam, de forma cada vez mais estruturada, as suas ações sociais em benefício da comunidade. Coerente com a sua missão, o AEC, em suas ações de conscientização e mobilização, leva, para reflexão das organizações, um novo pensar, segundo o qual a arte dos negócios da empresa cidadã compreende um jogo em que todos lucram: a empresa, os colaboradores, os clientes e a sociedade. Um jogo em que não há perdedores. Participar desse time é dizer sim ao movimento pela cidadania empresarial. É fazer a diferença. Recife, 5 de abril de 2009 Pedro Pereira Cavalcante Filho Diretor-Presidente do Instituto Ação Empresarial Pernambuco Apresentação O levantamento que você tem em mãos mapeia 85 ações e projetos de investimento social, realizados, no último período (2007-08), pelas empresas associadas ao Instituto Ação Empresarial pela Cidadania. Participaram deste mapeamento 55 empresas, quase 80% do universo cadastrado para a pesquisa. Cada empresa teve a oportunidade de relatar até três projetos que achasse mais relevante. Esta segunda edição ganha o nome BASE – Banco de Ações Sociais das Empresas e destaca também 16 ações compartilhadas entre as empresas. Isso porque o AEC entende que a articulação de recursos, saberes e esforços de todos os agentes sociais envolvidos em uma determinada prática é fundamental para ampliar o seu impacto e evitar sobreposição de ações. Um avanço significativo no BASE 2007-08, em relação ao anterior (2005-06), foi o levantamento dos dados, a partir de entrevistas pessoais realizadas por uma empresa especializada. Com base em um roteiro de perguntas que visou apontar objetivos, beneficiários, causas, recursos utilizados, participação de colaboradores, entre outras questões pertinentes às ações sociais desenvolvidas. Essa publicação traz os dados organizados, apresentando uma síntese descritiva de cada projeto, o agrupamento desses por temáticas e a análise do perfil de atuação que esse conjunto de projetos revela. As últimas páginas, trazem um breve histórico sobre a Cidadania Empresarial no Brasil, os contatos das empresas que compõem a rede de associados do Instituto, sugestões de leitura sobre gestão de projetos sociais e um glossário com alguns termos relacionados à Cidadania Empresarial, que poderão estimular o aprofundamento nessa temática. A realização do BASE 2007-08 também se propõe a contribuir para a auto-avaliação e o planejamento das empresas associadas ao AEC, inclusive daquelas que afirmaram não realizar ações sociais. Para o setor privado, organizações sociais e a imprensa, servirá como ponto de partida para a troca de experiências e a divulgação de boas práticas de cidadania em Pernambuco. É hora de conferir! Sumário Empresas, Projetos e Ações Compartilhadas................11 Educação...................................................11 Juventude ..................................................17 Inclusão Digital ...........................................20 Cidadania .................................................21 Saúde .......................................................33 Esporte .....................................................36 Meio Ambiente ............................................37 Cultura .....................................................41 Uma radiografia dos projetos da Rede AEC .............44 Cidadania Empresarial no Brasil...........................48 Serviço .........................................................53 Contatos ...................................................53 Leituras recomendadas ..................................57 Glossário .......................................................59 BASE - Banco de Ações Sociais das Empresas 11 Empresas, Projetos e Ações Compartilhadas Os projetos descritos nesse capítulo foram agrupados por temáticas, para dar visibilidade e criar sinergia entre as empresas que se interessam pela mesma área de atuação. Durante o processo de agrupamento, identificamos que algumas empresas já compartilham um mesmo projeto e achamos importante destacar essas iniciativas. Portanto, ao final de cada temática reunimos esses projetos numa secção específica, a qual chamamos de Ações Compartilhadas. Educação ÂNCORA SEGUROS 1 Programa de Integração e Qualidade na Educação (Pique) Atua na área de ensino fundamental e médio, financiando os estudos em escolas da rede privada para crianças, jovens e adolescentes em situação de vulnerabilidade social, sendo 25 beneficiados no Recife e 1 no Maranhão. O Pique possibilita a inclusão social, a melhoria de conhecimentos e uma base de formação mais sólida, compatível com as exigências de um mercado globalizado. • Início do projeto: 2006 12 FACULDADE DE ESCADA 2 Projeto Empresa Cidadã Capacita professores de escola pública municipal para que consigam lidar com as necessidades de alunos especiais. Além disso, alguns professores e alunos da pós-graduação realizam o acompanhamento voluntário da interação entre a escola, o aluno e a família. Ao todo, 64 pessoas são beneficiadas por esta iniciativa. • Início do projeto: 2005 GERDAU AÇONORTE 3 Instituto Qualidade de Ensino (IQE) Apóia o projeto IQE, voltado para a capacitação de professores de 33 escolas públicas no Estado de Pernambuco na utilização de recursos didáticos que levem o aluno a um melhor rendimento escolar. A empresa doa recursos, promove ações voluntárias entre os seus funcionários, além de auxiliar na gestão e operacionalização das escolas. • Início do projeto: 1999 HEBRON 4 Projeto Bolsa-Estudo Patrocina bolsas de estudo de cursos de línguas, nível superior e pós-graduação para estudantes que não têm condições de financiar sua vida acadêmica. Em 2006, 17 pessoas das cidades de Caruaru e Recife foram beneficiadas com financiamento de cursos. • Início do projeto: 1997 JBR ENGENHARIA 5 Projeto Leitura: Instrumento de Transformação Social Realiza oficinas de leitura utilizando livros que tratem de diversos aspectos da realidade socioeconômica, cultural e ambiental. A motivação para este projeto foi a constatação da carência do conhecimento da língua portuguesa, da falta BASE - Banco de Ações Sociais das Empresas 13 de estímulo para a pesquisa e da falta do hábito de leitura dos jovens atendidos pelos outros projetos da JBR. Com a participação voluntária de funcionários da empresa, os alunos são levados a identificar e discutir as idéias principais de cada autor escolhido para, em seguida, construir um livro coletivamente. • Início do projeto: 2005 SHOPPING CENTER RECIFE 6 Projeto Creche Comunitária Entra a Pulso Doou o terreno para a construção da Creche Comunitária Entra a Pulso, localizada em uma comunidade nas proximidades do centro de compras. A creche acolhe cerca de 110 crianças de até 5 anos, com a ajuda da Paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem e do Supermercado Bompreço. • Início do projeto: 1990 SUPERMERCADO ARCO-ÍRIS 7 Projeto Creche Nossa Senhora da Piedade Adotou a Creche Nossa Senhora da Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, que atende 140 crianças carentes do bairro de Piedade. A creche tem um programa que vai do maternal até a alfabetização, e as crianças são atendidas em horário integral, com direito às três refeições do dia. Voluntários da Paróquia Nossa Senhora da Piedade fornecem assistência social, odontológica e médica. • Início do projeto: 1995 TV GLOBO 8 Projeto Amigos da Escola Desenvolve este projeto com o objetivo de contribuir para o fortalecimento da escola pública de educação básica por meio do trabalho voluntário e da ação solidária. O projeto incentiva a participação de voluntários (inclusive alunos, professores, diretores e funcionários) no desenvolvimento 14 de ações de cidadania e educacionais – complementares - e nunca em substituição às atividades curriculares, em benefício dos alunos, da própria escola e seus profissionais e da comunidade. • Início do projeto: 1999 USINA SÃO JOSÉ 9 Projeto Escola Atende 420 alunos da educação infantil ao ensino médio que estudam na escola localizada dentro da Usina São José, mantida integralmente pela empresa, com professores capacitados, material didático, alimentação. Na instituição, os alunos têm aulas regulares de educação ambiental, além de aulas de música, práticas agrícolas e informática. • Início do projeto: 1995 USINA TRAPICHE 10 Projeto Combate ao Analfabetismo / Erradicação do Trabalho Infantil A Usina Trapiche mantém, com recursos próprios, seis escolas de Sirinhaém, incluindo as despesas com transporte, fardamento, material didático, merenda e professores para 1.300 alunos. As crianças são orientadas a respeitar o meio ambiente, mantêm uma horta orgânica e aprendem o manuseio da terra. • Início do projeto: 1997 BASE - Banco de Ações Sociais das Empresas 15 Ações compartilhadas AMPLA, TGI, ASSINC, SINDICATO DOS LOJISTAS DO COMÉRCIO E CDL- RECIFE 11 Sou Amigo Tendo a CDL-Recife como sua principal mantenedora, a Fundação CDL-Recife sedia e apóia a escola municipal, em horário integral, além de desenvolver projetos na área de profissionalização. São 750 alunos, de 4 a 24 anos, da Região Metropolitana do Recife beneficiados com aulas, alimentação, transporte e atendimento médico. A fundação promove ainda ações voltadas às famílias e comunidades de seus alunos, com a realização de dias especiais de prestação de serviços e bazares. Cerca de 900 empresas participam do desenvolvimento dos projetos, por meio do programa Sou Amigo da Fundação CDL Recife. • Início do projeto: 1961 AMPLA, GRÁFICA SANTA MARTA 12 Pequeno Escritor Estimula a leitura e a escrita entre crianças de 1ª a 4ª série da Escola Rochael de Menezes, no Parque 13 de Maio, Centro do Recife. Os meninos e meninas escrevem uma história que resulta em um livro, intitulado O Pequeno Escritor, diagramado e impresso pela agência, em parceria com a Gráfica Santa Marta. Esse projeto também conta com o apoio da associada Ampla. • Início do projeto: 2002 ASSINC E GERDAU 13 Alfabetização de mulheres Apoia o projeto de alfabetização de adulto da Federação das Mulheres Pernambucanas, para contribuir com a melhoria do nível social da população em torno do distrito industrial do Curado e da Várzea. A Federação das Mulheres Pernambucanas é uma entidade sem fins lucrativos, cujo objetivo principal é defender os direitos da mulher, criança, 16 adolescente, da juventude e da família, e possui um trabalho de alfabetização de mulheres jovens e adultas. O projeto alfabetizou mais de 2500 pessoas. • Início do projeto: 2006 FIEPE, PROJETEC, FIAÇÃO E TECELAGEM SÃO JOSÉ, EMPRESA METROPOLITANA, SHOPPING RECIFE, ÂNCORA SEGUROS 14 Nossa Escola O projeto motiva as empresas a se envolverem na gestão de escolas públicas estaduais, oferecendo orientação aos gestores na elaboração e implantação de um plano de ação orientado para o alcance dos indicadores estabelecidos pelo MEC. Além disso algumas empresas envolvem seus funcionários para trabalhar, como voluntários, com reforço escolar. • Início do projeto: 2005 BASE - Banco de Ações Sociais das Empresas 17 Juventude CDL-RECIFE 15 Empreendedor do Futuro Proporciona cursos profissionalizantes para 150 jovens de 16 a 24 anos, nas áreas de panificação e pastelaria, serigrafia e marcenaria. O fomento ao empreendedorismo é o foco tanto dos cursos técnicos quanto das empresas juniores, outro projeto da fundação. Os alunos formados nas oficinas têm a oportunidade de ingressar em empresas-laboratórios, geridas por eles mesmos, que antecipam o dia-a-dia do mercado. O Empreendedor do Futuro também oferece capacitações para jovens inseridos no modelo regulamentado pela Lei do Aprendiz. • Início do projeto: 2000 SINDUGESSO 16 Ensino a Distância Atua em 17 municípios de Pernambuco oferecendo treinamento a jovens para o trabalho com gesso. Os tutores são engenheiros ou estudantes de engenharia. Mil e quatrocentos jovens já foram beneficiados, com a ajuda dos funcionários da entidade. • Início do projeto: 2006 18 USINA TRAPICHE 17 Escola de Fábrica Em parceria com o Governo Federal e com a ONG História Viva, a Usina Trapiche oferece capacitação profissional para jovens de 16 a 24 anos. Os professores são pagos pelo governo e os alunos recebem bolsa-auxílio no valor de R$ 150. A Usina Trapiche fornece fardamento, transporte, alimentação e as aulas práticas acontecem dentro da usina. Dos 20 alunos que participam do curso, a cada ano, dois são contratados pela empresa e os outros passam a constar no banco de dados da empresa para futuras contratações. • Início do projeto: 2006 Ação compartilhada CELPE, GERDAU, TECOMMERCE , TIM E HEBRON 18 Junior Achievement Engaja, por meio do voluntariado, profissionais e executivos de empresas na formação de jovens para o empreendedorismo. É realizado nas escolas municipais e estaduais, com o apoio dos funcionários de diversas empresas. Entre as associadas que apóiam o Júnior Achievement estão Celpe, Gerdau, Tecommerce Tim e Hebron, beneficiando ao todo 8.000 adolescentes. • Início do projeto: 2003 ITAMARACÁ TRANSPORTES, ATP ENGENHARIA E TGI 19 Ponto Cidadão Centro de capacitação profissional e cultural situado no Sítio Histórico de Igarassu, com foco na formação de profissionais para atuarem no apoio administrativo de organizações e empresas. O projeto conta com a participação dos colaboradores e das empresas TGI, ATP Engenharia e Itamaracá Transportes. • Início do projeto: 2004 BASE - Banco de Ações Sociais das Empresas 19 JBR ENGENHARIA, GEOSISTEMAS ENGENHARIA, ADC ADVOGADOS 20 Futuro Digital Desenvolvido pela JBR Engenharia, o projeto tem como objetivo desenvolver competências necessárias para um bom leitor melhorar sua visão de mundo, capacitá-lo para produzir diversos tipos de texto e levá-lo a compreender a funcionalidade das propriedades matemáticas no cotidiano do curso de informática. A principal motivação para o início do projeto foi possibilitar a inclusão social de jovens que vivem no entorno da sede da empresa, visando a sua inserção no mercado de trabalho. Vinte jovens dos bairros de Sítio Novo, Peixinhos, Campo Grande e Ilha de Joaneiro são beneficiados a cada ano - 40% dos jovens atendidos pelo projeto foram inseridos no mercado de trabalho. Entre os parceiros desse projeto estão as empresas associadas Geosistemas Engenharia e Planejamento e ADC Advogados e Consultores. • Início do projeto: 2003 20 Inclusão digital FACULDADE DOS GUARARAPES 21 Inclusão Digital Proporciona a inclusão digital de 1.200 pessoas das comunidades de Jaboatão, Cajueiro Seco, Jardim Prazeres e Aritana. O curso dura aproximadamente dois meses e os alunos têm quatro horas de aula por semana. Nas aulas aprendem-se digitação e história da informática, além de ferramentas básicas e internet. No final do curso todos os alunos recebem certificado de participação. • Início do projeto: 2002 Ação compartilhada GERDAU AÇONORTE E PHILIPS 22 Informática e Cidadania – CDI Apóiam a instalação de Escolas de Informática e Cidadania (EICs) dentro da empresa ou nas comunidades. Os funcionários se tornam voluntários ou alunos, dependendo do conhecimento em informática de cada um. Nos últimos quatro anos, mais de 100 pessoas já foram beneficiadas. • Início do projeto: 2004 BASE - Banco de Ações Sociais das Empresas 21 Cidadania ALCOA 23 Abrigo Cristo Redentor Apoiou a reforma de sua lavanderia e a construção de banheiros para visitantes, por meio do Bravo! – o programa mundial de voluntariado da Fundação Alcoa. Com a realização dessa ação, 150 idosos foram beneficiados. Por meio do Bravo!, a cada 50 horas de trabalho voluntário desenvolvido pelos funcionários da Alcoa, a fundação doa um cheque equivalente a US$ 250 para ser encaminhado a uma instituição social. Qualquer entidade da Região Metropolitana do Recife pode apresentar os projetos à Alcoa, dentro de requisitos exigidos pela empresa. • Início do projeto: 2007 ASSINC 24 Combate à violência Apóia órgãos públicos, principalmente na área de segurança, doando carros para a polícia, iluminando e urbanizando a área em torno do distrito industrial. A Assinc conta com a participação dos funcionários e com a parceria da Cetep e da AdDiper e beneficia 10.000 pessoas da comunidade circunvizinha. • Início do projeto: 2002 22 CDL 25 CDL Brasil Social - Nordeste Visa fomentar iniciativas de responsabilidade social no segmento do comércio nos estados de Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Rio Grande do Norte. Por meio da Fundação CDL Recife trabalha o empresário lojista concomitantemente à educação já regularmente oferecida à criança e ao jovem. • Início do projeto: 2005 CELPE 26 Clarear Consiste no repasse de R$90.000,00 por mês a quatro instituições sociais, valor obtido por meio de doação de R$ 0,98 descontados nas contas de luz, com a autorização dos clientes da companhia que desejarem contribuir com o projeto. • Início do projeto: 1990 CHESF 27 Programa Lagos do São Francisco Eleva o nível de qualidade de vida das comunidades beneficiadas com a melhoria do ensino, a difusão de tecnologias agropecuárias e de convivência com o clima semi-árido, bem como o estímulo a atividades geradoras de trabalho e renda. • Início do projeto: 1996 28 Programa Boa Esperança Visa criar oportunidades de desenvolvimento nas cidades em torno do lago da Usina da Boa Esperança, de propriedade da companhia, no Xingó, Região de Itaparica. As comunidades são representadas em um fórum realizado com a Chesf e outros parceiros governamentais, que debatem, definem ações e acompanham suas implementações. Os três eixos de atuação são educação; difusão do conhecimento e transferência de tecnologia; geração de trabalho e renda. • Início do projeto: 2005 BASE - Banco de Ações Sociais das Empresas 29 23 Programa Sobradinho Mobiliza e sensibiliza as comunidades, representadas por um fórum, que, em conjunto com a Chesf e parceiros governamentais, debate, define ações e acompanha suas implementações. Os eixos de atuação são educação; difusão do conhecimento e transferência de tecnologia e geração de trabalho e renda. • Início do projeto: 2005 DELOITTE 30 Impact Day Acontece simultaneamente em todo o mundo, a partir da ação voluntária de milhares de profissionais instalados nos 150 países em que a empresa se faz presente. Nesse dia, todas as filiais da empresa no mundo interrompem o seu funcionamento normal para participar da ação, que também inclui doação de alimentos, roupas e objetos de necessidades básicas. O Impact Day é realizado em Recife desde 2006, com a participação de mais de 70 profissionais. Instituições como o Grupo de Apoio à Criança com Câncer e o Lar de Jesus já foram beneficiadas pelo Impact Day. • Início do projeto: 2006 31 Inteligência Social Coordena esforços dos profissionais da Deloitte que participam, como voluntários, de ações voltadas para as comunidades em que seus escritórios estão situados. Em Pernambuco, a Deloitte realiza essas ações nas escolas públicas da vizinhança nos seus festejos e ensina aos pais noções de reciclagem. O programa beneficia 400 crianças, 20 adultos e 32 idosos no Centro do Recife e no bairro do Pina. • Início do projeto: 2003 EMPRESA METROPOLITANA 32 Natal Voluntário Promove arrecadação de alimentos no período das festas de fim de ano para serem distribuídos a instituições dedicadas a crianças e idosos. Além disso, a quantidade de alimentos equivalente ao total arrecado é disponibilizada 24 pela empresa, o que dobra a doação para as entidades beneficiadas. Em 2007, a Metropolitana distribuiu 1.883 quilos de alimentos para 58 instituições. • Início do projeto: 2002 FACULDADE DOS GUARARAPES 33 Projeto Guati Favorece a socialização e promove a qualidade de vida de idosos moradores em Jaboatão dos Guararapes. Cento e trinta e sete idosos são beneficiados com aulas de inglês, espanhol, informática básica, ioga, teatro, dança e outras atividades de interesse desse público. • Início do projeto: 2002 34 Projeto Cidadão Semanalmente, alunos do curso de direito vão às comunidades de Jaboatão dos Guararapes orientar os moradores sobre seus direitos e dar assistência jurídica. Cerca de 600 pessoas foram beneficiadas por esse projeto. • Início do projeto: 2005 FECOMÉRCIO 35 Banco de Alimentos Arrecada alimentos que não foram comercializados e que ainda possuem valor nutricional, distribuindo-os entre instituições beneficiadas. Além disso, oferece, periodicamente, treinamento aos manipuladores de alimentos das instituições envolvidas, para garantir o máximo aproveitamento, evitando o desperdício. Um total de 30 mil pessoas no Grande Recife são beneficiadas com essa ação e conta com a parceria do Sesc, o Grupo Wal-Mart e o Centro de Abastecimento Alimentar de Pernambuco (Ceasa). • Início do projeto: 2002 BASE - Banco de Ações Sociais das Empresas 25 GEOSISTEMAS 36 Pastoral do Idoso Mensalmente, doa cestas básicas para 100 idosos da comunidade de Roda de Fogo, cadastrados pela pastoral da Paróquia de Nossa Senhora das Graças. • Início do projeto: 2002 HOSPITAL MEMORIAL SÃO JOSÉ 37 Memorial Solidário Beneficia 700 crianças e adolescentes de baixa renda, por meio da participação voluntária dos funcionários em mais de 100 entidades que não recebem recursos da administração pública. Durante esse dia, os voluntários encenam peças teatrais e distribuem lanche e brinquedos para as crianças. Além disso, os voluntários realizam cursos regulares para gestantes, campanhas de doação de leite e roupas e ações pontuais em comunidades de baixa renda da RMR, nas quais são oferecidos os serviços de cabeleireiro e atendimento médico. • Início do projeto: 2000 ITAMARACÁ TRANSPORTES 38 Viagens Solidárias É realizado mensalmente pela Itamaracá Transportes, beneficiando 360 crianças, adolescentes e idosos. Oferece transporte gratuito para escolas públicas e projetos sociais com a finalidade de viabilizar atividades educativas, culturais e esportivas. O Viagens Solidárias conta com a participação voluntária dos funcionários da empresa. • Início do projeto: 2002 JBR ENGENHARIA 39 Educação Ambiental, Cultura e Lazer Desperta nos jovens a consciência de cidadania por meio de sua participação efetiva na comunidade, executando 26 pesquisas para analisar as questões ambientais e propor soluções. O trabalho surgiu quando a empresa percebeu a necessidade do estímulo ao senso crítico, ao exercício da cidadania e à redução das tensões geradas no cotidiano entre os jovens do Projeto Futuro Digital (também desenvolvido pela empresa). O projeto conta com a participação voluntária de funcionários da empresa. • Início do projeto: 2003 LAPON 40 Ação pela Qualidade de Vida Realiza atividades educacionais complementares para 75 crianças e adolescentes de baixa renda da cidade de Limoeiro. Funcionários da empresa oferecem, voluntariamente, aulas de português, matemática, leitura, teatro e culinária. • Início do projeto: 2007 MART PET 41 Kit Final de Ano Destina 500 kits de fim de ano a crianças de baixa renda. O kit, cuja temática é diferente a cada ano, destina-se a incentivar o desenvolvimento cultural, bem como o engajamento social dos pequenos cidadãos. Seguindo essa linha, a Mart Pet já distribuiu brinquedos educativos, instrumentos musicais, sementes para a plantação de uma horta, além de produtos de higiene pessoal e livros. Todos os funcionários colaboram com a iniciativa. • Início do projeto: 1996 42 Atendimento a ONGs Presta serviço de comunicação a seis ONGs do Estado de PE: Coletivo Mulher Vida, Instituto Ação Empresarial pela Cidadania, Gestos, Aquatro, Save the Children/Reino Unido e Instituto 31. BASE - Banco de Ações Sociais das Empresas 27 SUPERMERCADO ARCO-ÍRIS 43 Abrigo São Francisco Realiza doações, participa de campanhas e ajuda na organização da Festa de São Francisco, promovida pelo Abrigo de São Francisco, que fica no município do Cabo de Santo Agostinho. A entidade atende 30 idosos, que vivem no abrigo, onde recebem alimentação e atendimento médico. • Início do projeto: 1981 USINA SÃO JOSÉ 44 União Meninos e Meninas de Igarassu Mantém uma parceria com a União Meninos e Meninas de Igarassu (UMMI), destinando recursos para o atendimento de crianças que vivem em situação de risco no entorno da empresa. A UMMI atua no município desde 1988, desenvolvendo projetos sociopedagógicos com crianças e adolescentes, com aulas de capoeira e dança e atividades para gerar emprego e renda. • Início do projeto: 2004 VISHAY PHONIX DO BRASIL 45 Projeto Fênix Apoia os funcionários da empresa a desenvolverem ações na comunidade como visitas a hospitais (com o intuito de elevar a auto-estima dos doentes), reforma de asilos, doação de cestas básicas e móveis, etc. O projeto Fênix já beneficiou mais de 500 crianças e 50 adultos. • Início do projeto: 2004 PERTEC 46 União Auxiliadora dos Cegos do Recife Doa recursos financeiros para a ONG, que atende deficientes visuais de baixa renda com cursos de informática, treina- 28 mento em braile, assistência psicológica e alimentação. Trinta deficientes visuais são beneficiados. • Início do projeto: 2002 QUEIROZ GALVÃO 47 Ação Concreta Estimula a participação dos colaboradores como voluntários em projetos de inclusão social, tendo como base os Oito Objetivos do Milênio, estabelecidos pela ONU em 2000. A primeira ação visou ao combate à fome e à miséria: duas toneladas de alimentos foram arrecadadas e distribuídas na Comunidade do Bode. Paralelamente, os voluntários da Queiroz Galvão montaram barracas e distribuíram folhetos, incentivando os moradores a desenvolverem pequenas ações no dia-a-dia para cooperar com a causa. Em 2006, foram estruturados três núcleos de atuação na comunidade: o Estrela da Manhã, que incentiva a leitura entre as crianças de 7 a 10 anos; o Plano de Vôo, que auxilia os jovens de 14 e 15 anos na escolha de sua profissão; e o Prática Esportiva, que transmite valores como o espírito de equipe e a disciplina, a partir do esporte. Ao todo, 150 adolescentes, jovens e adultos participaram das atividades. • Início do projeto: 2005 RAPIDÃO COMETA 48 Criança Cidadã Apóia o projeto executado pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), por meio da Associação Beneficente Criança Cidadã, oferecendo educação musical, reforço escolar e atendimento psicológico a 50 crianças e adolescentes residentes na comunidade do Coque. A Rapidão Cometa também realiza doações de cestas básicas às famílias das crianças do Coque atendidas pelo projeto. • Início do projeto: 2006 REDE GLOBO 49 Ação Global Em parceria com o Sesi, realiza um dia de atendimento a comunidades de baixa renda, oferecendo serviços nas áreas de educação, saúde, lazer e cidadania, como consultas BASE - Banco de Ações Sociais das Empresas 29 médicas e odontológicas, apoio psicológico, emissão de documentos e serviços de cabeleireiro. Essa ação tem âmbito nacional e em 2007 realizou mais de 50 mil atendimentos em Pernambuco. • Início do projeto: 1992 50 Criança Esperança Abrange Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro e Olinda. A unidade de Olinda, no Centro de Atendimento Integral à Criança (CAIC) de Peixinhos, beneficia 4.000 crianças por meio da prática esportiva, de aulas de informática e de uma oficina de fabricação e conserto de instrumentos musicais. O Criança Esperança conta com o apoio da Unesco, da Prefeitura de Olinda, do Centro Social Luiz Freire e dos funcionários da empresa. • Início do projeto: 2003 WHITE MARTINS 51 Dia do Voluntariado Acontece uma vez por ano, por ocasião do aniversário da empresa, no mês de maio. A White Martins opta por destinar os recursos que seriam gastos com a festa de aniversário para essa ação de responsabilidade social, oferecendo a verba a cada unidade da fábrica, que escolhe a instituição a ser beneficiada com essa ajuda, que posteriormente é entregue por colaboradores da unidade cedente. • Início do projeto: 2001 52 Campanha Natal Mobiliza fornecedores e funcionários e realiza gincanas para arrecadar principalmente alimentos, roupas e brinquedos a serem doados a algumas instituições do Cabo de Santo Agostinho e de Jaboatão dos Guararapes. Este projeto já beneficiou mais de 3.000 pessoas. As instituições são escolhidas pelos colaboradores e a empresa dobra a quantidade de alimentos ao final da arrecadação. • Início do projeto: 2002 30 TIM NORDESTE 53 Coração Amigo Estimula os colaboradores ao voluntariado com ações voltadas para as comunidades e, mais especificamente, para as escolas. A empresa capacita os voluntários, motivando-os a compreender com a realidade, planejar e executar projetos visando à transformação social. • Início do projeto: 2003 Ações compartilhadas ASPA E HERMANO NASCIMENTO 54 Casa da Criança Fornecem mão-de-obra, material de construção e realizam doações financeiras para auxiliar na construção de novas instalações ou na reforma das creches e abrigos já existentes, que atendem 120 crianças em situação de risco. • Início do projeto: 2005 (Construtora Hermano Nascimento) e 2007 (Aspa) HERMANO NASCIMENTO, TGI, MART PET E ELLO-PUMA 55 MAR - Movimento Afetivo de Resgate Apoiaram a construção de um novo abrigo para cerca de 60 crianças e adolescentes, oferecem suporte de logística funcional e, eventualmente, doam recursos financeiros à instituição. - Início do projeto: 2007 BASE - Banco de Ações Sociais das Empresas 31 SINDUSCON E REDE GLOBO 56 Casamento Coletivo Promove, uma vez por ano, desde 2003, a união civil, culto ecumênico, festa de casamento e lua-de-mel de casais que têm pelo menos um dos cônjuges trabalhando na indústria da construção civil. As noivas ganham um dia especial com café da manhã e almoço, além do vestido e da maquiagem. O casal ganha lua-de-mel no Sesi da Praia de Tamandaré. • Início do projeto: 2003 57 Dia Nacional da Construção Social Oferecem a aproximadamente 5.000 famílias recebem assistência médica e odontológica, tiram documentos, cortam cabelo e recebem aulas de panificação. Todos os serviços oferecidos são gratuitos e o evento conta com o apoio do Sesi, Senai, EMTU, Bombeiros e Sindicato dos Trabalhadores. • Início do projeto: 2001 BASE - Banco de Ações Sociais das Empresas 33 Saúde ASPA 58 Rede Feminina de Combate ao Câncer Apóia a rede que existe há mais de 30 anos e beneficia homens, mulheres e crianças portadores de câncer, moradores do Agreste e Sertão do Estado, custeando remédios, cestas básicas e o transporte dos doentes para tratamento nos hospitais do Recife. São realizados, em média, 80 atendimentos mensais. • Início do projeto: 1983 BANCO MATRIZ 59 Grupo de Ajuda à Criança com Câncer Atende crianças com câncer, mantendo, dentro do Hospital Oswaldo Cruz, uma ala de atendimento com internação em UTI, quimioterapia e radioterapia. O projeto também instalou ali salas com jogos, brinquedos e vídeos para as crianças, além de oferecer aulas de dança, música e informática para os pais ou acompanhantes. Essas atividades são realizadas duas vezes por mês, beneficiando 80 crianças e 40 adultos. O Grupo de Ajuda à Criança com Câncer conta com a participação dos funcionários do banco e com a parceria do Unibanco e da Sosiva. • Início do projeto: 2001 34 GEOSISTEMAS 60 Projeto Moendy Apóia a recuperação de crianças e adolescentes dependentes das drogas por meio da terapia com florais de Bach, doados pela empresa. A iniciativa beneficia 700 adolescentes que são atendidos pelo Centro Educacional Vida Nova, no Sítio Capim de Cheiro, situado em Caaporã, município no Estado da Paraíba, na divisa com Pernambuco. • Início do projeto: 1999 HEBRON 61 Doação de Medicamentos Por ser uma empresa fabricante de medicamentos faz doações de medicamentos para instituições que possuem ambulatório e pessoas físicas que apresentam prescrição médica. Essas doações são feitas por meio de representantes e propagandistas. No ano de 2006, 16.323 pessoas foram beneficiadas com doação de medicamentos. • Início do projeto: 1992 62 Doutores da Alegria Coopera financeiramente com os Doutores da Alegria, um grupo de artistas especialmente treinados para levar alegria a crianças e adolescentes nos hospitais. Uma espécie de “terapia do riso”, que melhora o estado emocional e até físico dos pacientes. • Início do projeto: 2004 PHILIPS 63 Doe Vida Percorre escolas da rede pública de todo o Brasil há mais de cinco anos, promovendo, entre jovens de 13 a 18 anos, a conscientização sobre os riscos de contrair doenças sexualmente transmissíveis, como a aids, e os riscos da gravidez na adolescência. A iniciativa conta com a participação vo- BASE - Banco de Ações Sociais das Empresas 35 luntária de seus colaboradores que, em Pernambuco, atuam em escolas do Curado e arredores. O Doe Vida conta com o apoio do Ministério da Saúde, do Conselho Empresarial Nacional para Prevenção ao HIV/Aids (Cenaids) e da assessoria técnica e pedagógica do Instituto Kaplan – Centro de Estudos da Sexualidade Humana. • Início do projeto: 2007 SETRANS 64 Natal de Todos Disponibiliza quatro ônibus decorados e iluminados que percorrem os bairros da Região Metropolitana do Recife arrecadando alimentos para serem, em seguida, doados a alguma instituição previamente escolhida pela empresa. O Instituto Materno-Infantil de Pernambuco (Imip), o Núcleo de Apoio a Crianças com Câncer (Naac) e o Hospital do Câncer de Pernambuco já foram beneficiados pela iniciativa. • Início do projeto: 2006 Ações compartilhadas ELLO-PUMA E AMPLA 65 IMIP Empresa Soldária Apoiam um projeto que atende também as mães das crianças acompanhadas pelo Instituto Materno-Infantil de Pernambuco. Além desse Centro de Atendimento às Mães, o Imip mantém um banco de leite e um hospital com emergência pediátrica. • Início do projeto: 2007 36 Esporte ALCOA ALUMÍNIO 66 Quadra Poliesportiva Apoia a construção de uma quadra poliesportiva em uma praça da cidade, que vai beneficiar em torno de 4.000 pessoas da comunidade em parceria com a Prefeitura de Itamaracá. • Início do projeto: 2007 USINA SÃO JOSÉ 67 Inclusão Social pelo Esporte Visa estimular a prática esportiva por meio de três projetos: o Usina de Talentos que identifica a aptidão dos possíveis atletas e incentiva a prática de diversas modalidades de atletismo entre os alunos da escola mantida pela empresa; o projeto Medalha de Ouro que desenvolve a prática desportiva entre crianças da comunidade de Cueiras, distrito de Igarassu, custeando o trabalho de um instrutor e um monitor, o material esportivo e a alimentação dos participantes; o Atleta de Elite que patrocina o atleta em competições municipais, estaduais e nacionais (fornece passagem, estadia, material para treinamento, alimentação e uma bolsa de incentivo para o competidor). • Início do projeto: 2004 BASE - Banco de Ações Sociais das Empresas 37 Meio ambiente ALCOA ALUMÍNIO 68 Passarela no Mangue Destinou recursos para facilitar o acesso dos visitantes ao Centro Peixe-Boi, em Itamaracá, aumentando a percepção dos visitantes a respeito da importância da proteção do meio ambiente em uma área de manguezal. • Início do projeto: 2007 COLMÉIA ARQUITETURA E ENGENHARIA 69 Projeto Reciclagem Separa papel e plástico descartados no dia a dia, que são doados à Associação de Recicladores do Arruda a cada duas semanas. • Início do projeto: 2007 ELLO-PUMA 70 Projeto Hippocampus Apóia a preservação do cavalo-marinho e o peixe-anjo, além de conscientizar a população local de Ipojuca-PE, sobre a preservação do meio ambiente. • Início do projeto: 2007 38 71 Em Frente com o Meio Ambiente Publica uma revista em quadrinhos, incentivando a reciclagem por meio da conscientização das crianças sobre o seu papel na preservação da natureza. Quinze mil exemplares da revista foram distribuídos nos postos da rede que aderiram à campanha nos Estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Minas Gerais, Goiás e Rio de Janeiro. • Início do projeto: 2007 FROMPET 72 Centro de Educação Ambiental O Centro de Educação Ambiental para coleta seletiva é resultado do Projeto Aprender a Reciclar, uma parceria entre a Frompet e a Refrescos Guararapes, e surgiu da necessidade de capacitar fornecedores da matéria-prima PET após consumo, além de divulgar a importância da coleta seletiva. O espaço também é utilizado para a capacitação de cooperativas e associações de catadores que passam a valorizar o seu trabalho, a partir do entendimento do processo de reciclagem. Além disso, a Frompet fez a concessão de 11 prensas para otimizar a reciclagem e favorecer a venda do material reciclado. Dessas prensas, nove estão com associações de catadores e duas com cooperativas. Desde o início dessas ações, 180 pessoas já foram beneficiadas. • Início do projeto: 2004 LETÍCIA ANTUNES RECEPÇÕES 73 Ecobufê Ofrece cardápio com alimentos orgânicos adquiridos de pequenos produtores e a opção de decoração com produtos regionais e materiais reciclados. A empresa desenvolve outras ações, como a coleta seletiva de lixo, o plantio de árvores originárias da mata atlântica no seu espaço e na vizinhança, cursos de culinária orgânica para a comunidade , visitas à reserva de mata e à horta orgânica existentes dentro do seu terreno para a educação ambiental dos alunos de escolas públicas e particulares da região. • Início do projeto: 2007 BASE - Banco de Ações Sociais das Empresas 39 PHILIPS 74 Aprendendo com a Natureza Desperta e desenvolve a consciência ambiental das crianças das escolas do Curado e arredores. Os funcionários da empresa são voluntários nessa ação, que também capacita e aperfeiçoa professores da rede pública de ensino na área de educação ambiental. Além do Recife, este projeto atua nas cidades de São Paulo, Mauá (Grande São Paulo), Varginha (MG) e Manaus (AM). • Início do projeto: 2003 SETRANS 75 Praça de Casa Forte Cuida e mantém a Praça de Casa Forte por meio da parceria com a Prefeitura do Recife em um projeto no qual as empresas se responsabilizam pela manutenção e cuidados de modo geral com a praça adotada. • Início do projeto: 2003 TIM 76 Projeto Reciclagem Realiza este projeto em parceria com a Cooperativa de Agentes de Gestão de Resíduos Sólidos (Coopagres), que faz a coleta seletiva recolhendo papel, plástico, cartuchos de impressora e bobinas de fax descartados pela empresa, o que contribui para geração de renda dos familiares dos catadores. • Início do projeto: 2002 TINTAS CORAL 77 Clube da Terra Atua em escolas públicas do Recife-PE e Mauá-SP, realizando ações de educação ambiental para despertar os alunos para 40 o respeito à natureza. A cada encontro, os voluntários da empresa abordam um tema e promovem atividades relacionadas ao meio ambiente. • Início do projeto: 2005 WHITE MARTINS 78 Terra Viva Desenvolve este projeto em uma Usina de propriedade da empresa, no município de Cabo de Santo Agostinho. Em uma área onde antes havia trabalhadores terceirizados cuidando apenas da grama, atualmente existe uma grande horta, cuja colheita é doada ao Abrigo São Francisco de Assis, no Cabo de Santo Agostinho, e à Associação de Moradores de Ponte dos Carvalhos, em Jaboatão dos Guararapes. O projeto também capacita profissionalmente os trabalhadores para a produção de verduras e legumes. • Início do projeto: 2001 BASE - Banco de Ações Sociais das Empresas 41 Cultura ATP ENGENHARIA 79 Núcleo de Formação, Dança e Aperfeiçoamento Financia aulas de dança para cerca de 30 jovens de comunidades de baixa renda da cidade, em parceria a Prefeitura da Cidade do Recife. • Início do projeto: 2007 CELPE 80 Educação pela Arte • Início do projeto: 2006 Doa recursos financeiros e envolve os funcionários em atividades que preparam gestores e educares para oferecer, a 700 crianças e adolescentes, oportunidades para transformar o potencial delas em competências profissionais por meio da arte. Em parceria com o Instituto Ayrton Senna, o projeto beneficia três entidades de Pernambuco (Movimento Pró Criança, Instituto Arte e Vida e a ONG Ária Social). 42 EMPRESA METROPOLITANA 81 Vem Ver Cultura Disponibiliza um ônibus com condutor para levar crianças para um passeio cultural em museus, áreas de preservação ecológica e outros espaços comunitários. É realizado mensalmente, com 40 crianças de qualquer escola pública que esteja próxima à empresa, no Recife e em Jaboatão dos Guararapes. • Início do projeto: 2004 SHOPPING GUARARAPES 82 Instituto Peró Arte e Cidadania Oferece um conjunto de atividades educativas – oficina de dança e música, palestras, acompanhamento escolar, ações de integração com a família, entre outras – com o objetivo de promover a cidadania e melhorar a qualidade de vida das crianças atendidas e também de suas famílias. Beneficia 44 crianças de 7 a 12 anos, moradoras de comunidades localizadas no entorno do shopping. • Início do projeto: 2004 TIM 83 TIM Música nas Escolas Esta é uma ação nacional da TIM, com atuação em várias capitais, destinada a estudantes de escolas públicas localizadas em comunidades em situação de exclusão social. Em Pernambuco, o TIM Música nas Escolas beneficiou cerca de 1.700 alunos desde a sua implantação, em 2003. O projeto leva a esse público experiências musicais variadas e contemporâneas e incentiva uma atuação social comprometida com a cultura de paz, por meio de oficinas de musicalização, de formação dos Pequenos Embaixadores da Paz e de Núcleos de Agitação Cultural. • Início do projeto: 2003 BASE - Banco de Ações Sociais das Empresas 43 Ações compartilhadas ASPA e CELPE 84 Orquestra Cidadã Apóiam a profissionalização de crianças e adolescentes, com idade entre 8 e 15 anos, moradores do bairro do Coque, no ofício da música. Durante cinco anos, os alunos têm contato diário com violas, violinos, violoncelos e contrabaixos, sob a coordenação musical do maestro Cussy de Almeida. • Início do projeto: 2007 TGI E NORDESTE SEGURANÇA 85 Associação Arte e Vida Como apoio dos colaboradores das duas empresas, o projeto beneficia aproximadamente 100 crianças e adolescentes que estudam em escolas públicas no Recife. Através dele, os meninos e meninas têm aulas de pintura, dança clássica, violão, percussão e poesia e seus familiares participam de cursos de capacitação. • Início do projeto: 2002 44 Uma radiografia dos projetos da Rede AEC Por Saritta Brito Superintendente do Instituto Ação Empresarial pela Cidadania Diferente da pesquisa de 2005-06, que identificou as práticas de responsabilidade social empresarial das empresas associadas ao Instituto Ação Empresarial pela Cidadania (AEC), em 2007-08, o Banco de Ações Sociais das Empresas (BASE) mapeou as práticas de relacionamento com a comunidade. Essas práticas estão organizadas em ações, projetos e políticas que temos acompanhado e para as quais temos direcionado serviços e atividades institucionais, com a perspectiva de melhor apoiá-las no seu desenvolvimento. Este ano, o BASE teve como objetivo conhecer o perfil das ações de investimento social protagonizadas por esse grupo de empresas, compartilhar experiências e ampliar a visão sobre o potencial de impacto dessas ações frente às demandas locais apontadas na área social. Para realizar a pesquisa, convidamos a Exatta - Empresa de Pesquisa Técnicas Ltda., que realizou 44 das 55 entrevistas com as empresas que participaram do BASE, do universo de 70 associadas no momento da pesquisa. Antes de mergulharmos em algumas das características e possíveis tendências que revelam o conjunto de projetos sociais desse banco, é preciso caracterizar melhor o perfil das 55 empresas que o compõem. Da mostra pesquisada, 59% estão no setor de serviços e 41% na indústria. Outras variáveis que tornam essa mostra ainda mais heterogênea, pois influenciam diretamente a forma e capacidade de atuação dessas empresas em ações de responsabilidade social empresarial na comunidade, são o tempo de vida e o porte de cada uma delas. Representatividade da Amostra por Setor BASE - Banco de Ações Sociais das Empresas 45 No que se refere ao aspecto temporal, chama-nos a atenção a jovialidade dos 85 projetos identificados na pesquisa do BASE. Cerca de 81% deles surgiram entre os anos de 2000 a 2007, um período fortemente marcado pela consolidação do movimento de cidadania empresarial em todo o território nacional com o surgimento de diversas organizações, como o próprio AEC, e iniciativas de fomento como o Prêmio Apimec, para Balanço Social, o Prêmio Ethos de Jornalismo, o Prêmio Valor Econômico, o Prêmio Cidadania S.A., além de movimentos internacionais como o Global Repórter International (GRI) e o Objetivos do Milênio (ONU). Ano de início dos projetos Outro aspecto revelado pelo BASE apontou a doação de recursos financeiros como a principal forma de participação das empresas em projetos sociais. Esse tipo de doação representa 58% dos recursos investidos e, ao contrário do que imaginávamos, somente 8% teve sua origem na renúncia fiscal. Entre as principais razões atribuídas a esse fato estão o desconhecimento de como se operacionalizam as leis de incentivo disponíveis nas estâncias federais, estaduais e municipais, e a restrição desse incentivo às empresas que declaram Imposto de Renda com base no lucro real. Como a empresa participa 46 Entre as 23 empresas que doam recursos não financeiros aos projetos, 75% disseram contribuir com capital humano, 69% com serviços e produtos e 50% com instalações físicas, inclusive muitas empresas informaram ter programas de voluntariado estruturados.Esses números apontam para o fato de que, em muitos casos, uma mesma empresa participa doando mais de um tipo de recurso não financeiro para um mesmo projeto. Ainda sobre a forma de participação, percebemos que a parceria com organizações da sociedade civil e governo teve um destaque maior que a criação e gestão direta de projetos sociais. Esses dados revelam à preferência das empresas pesquisadas em compartilhar projetos com outros atores sociais. Essa tendência é não somente desejada, como vem sendo estimulada pelo Instituto Ação Empresarial pela Cidadania junto ao setor privado por meio de fóruns e oficinas no âmbito dos programas Parcerias, com a Aliança Interage, e Integração. A compreensão de que a área social não é o negócio da empresa e que a identificação de bons projetos e parceiros é a melhor maneira de agregar resultados de qualidade na relação empresa-comunidade, tem sido um diferencial inclusive para aquelas empresas que escolhem atuar operacionalizando projetos próprios. Recursos não financeiros % % % Estabelecer uma ação estratégica frente às demandas sociais ainda continua sendo um grande desafio para as empresas. Seja porque não possuem expertise para atuar diretamente, seja porque o volume e a complexidade da demanda são tamanhos que fazem os resultados sempre parecerem insuficientes. Ao analisarmos o grau de coerência desses projetos com os eixos emergentes do cenário social do nosso Estado, percebemos que há muito por avançar. De acordo com os dados fornecidos pelo Ministério da Educação, Pernambuco amarga a pior posição de todos os Estados da Federação no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), com BASE - Banco de Ações Sociais das Empresas 47 2,4 pontos, enquanto o Estado de Santa Catarina apresenta o melhor índice, de 4,1 pontos. No entanto, somente 17% dos projetos identificados no BASE estão voltados para essa temática. Mais de 40% dos projetos foram agrupados na temática “Cidadania” e se referem, com poucas exceções, a ações de voluntariado e doações de caráter pontual. Esse fato revela uma visão de atuação social menos voltada para o conceito de Investimento Social Privado (ISP), que temos procurado difundir nas atividades institucionais voltadas ao desenvolvimento de empresas nesse campo. No ISP, a destinação de recursos para ações sociais é realizada de forma planejada e monitorada, menos filantrópica e assistencialista. Os recursos quando doados pontualmente não permitem à transformação do público beneficiado da condição de assistido para a condição de cidadão, detentor de direitos e cumpridor de deveres. Além disso, dificilmente essas ações consideram as causas do problema social e acabam por atuar, muitas vezes, na conseqüência da questão, indo na contramão do fortalecimento de políticas públicas mais duradouras. Embora os números sejam tímidos e os resultados possam parecer incipientes, há boas razões para acreditarmos que a participação do empresariado nas questões sociais é não só desejada, mas precisa ser estimulada. A empresa é um agente social que influencia e é influenciado pelo contexto social onde realiza seus negócios. É um espaço de cidadania onde se estabelecem deveres e direitos entre todas as partes que a constituem. E todas essas partes acabam reproduzindo, nas suas relações, a cultura da sociedade onde vivem e pela qual devem zelar, disseminando valores e articulando interesses que a tornem saudável e possível para todos. 48 Cidadania Empresarial no Brasil Por Susana Leal Diretora de Relações Institucionais do Instituto Ação Empresarial pela Cidadania Nesses últimos dois anos, estivemos envolvidos numa pesquisa de campo junto à Rede de Articulação Nacional Pela Cidadania Empresarial, da qual o Instituto Ação Empresarial Pela Cidadania é membro. O objetivo era sistematizar as experiências dos 13 núcleos que compunham essa rede, suas histórias e seus avanços. Viajamos por todo País, de Março de 2007 até Março de 2008. Percorremos aproximadamente 14.233 km do Rio Grande do Sul ao Amazonas, conversamos com cerca de 55 líderes, entre empresários e executivos, que estão à frente desses movimentos localmente. Gravamos e transcrevemos cerca de oitenta horas de entrevistas, recolhemos, organizamos e revisamos informações de todos os estados, e redigimos artigos junto com cada núcleo, por fim, pudemos ter um panorama geral da Cidadania Empresarial no Brasil, e um olhar sobre como se desenvolveu nos últimos 10 anos. É interessante notar como se deu o desenvolvimento das práticas sociais do empresariado em cada Estado e a forte influência que as raízes culturais e políticas de cada região tem nesse processo. Por isso, para que possamos refletir sobre a evolução da consciência da responsabilidade social e da cidadania empresarial no Brasil é preciso considerar que esse, como qualquer outro processo social, não está isolado do contexto político-cultural de onde se encontra. Portanto, há que se levar em conta todos os fatores que influenciaram historicamente a cultura empresarial brasileira. É preciso, por exemplo, considerar a tardia inserção do Brasil na economia capitalista, que só aconteceu a partir de 1930 com a grave crise desencadeada pelo racha da bolsa de Nova York. Onde até então, ainda predominava uma cultura regida por valores e princípios de uma economia agrícola e latifundiária. É importante compreender que a política de industrialização foi iniciada no País pela mão de Getúlio Vargas que, junto, também iniciava a modernização das relações de BASE - Banco de Ações Sociais das Empresas 49 trabalho. Portanto, é nesse caminho que foi se construindo o pensamento empresarial brasileiro, em meio a uma história político-cultural dominadora, com forte presença de um Estado centralizador e patrimonialista e em meio a uma sociedade civil historicamente débil e fragmentada. Isso tudo nos trouxe até a Ditadura Militar que vigorou de 64 a 85. Enfim, em 1988, a nação brasileira retoma definitivamente o caminho da democracia com a Constituição Cidadã. Foi um período importante para apropriação do estado democrático que, aos poucos, foi revelando o imenso desafio que a sociedade brasileira teria pela frente. Um novo tempo se estabelecia, com uma nova consciência, na qual a participação social passava a ser imperativa. No final dos anos 80, por meio de campanha pela cidadania contra a fome e a miséria, o sociólogo Herbert José de Souza, o Betinho, dizia que “Para nascer um novo Brasil, humano, solidário, democrático, é fundamental que uma nova cultura se estabeleça, que uma nova economia se implante e que um novo poder expresse a sociedade democrática e a democracia no Estado”. Essas palavras ressoavam nos ouvidos dos brasileiros à caminho da conquista democrática e o empresariado não esteve surdo a elas. Em 1986, surgia a FIDES, Fundação Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social que buscava a humanização das empresas, a sua integração com a sociedade e a ética nas relações empresariais. Em seguida, 1989, surgia o movimento do Pensamento Nacional das Bases Empresariais (PNBE), formado por empresários de todos os setores para lutar pelo aprofundamento da democracia nas instâncias governamentais e da sociedade civil organizada com intuito do exercício amplo dos direitos da cidadania. Depois, em 1990, surge a Fundação ABRINQ, com o objetivo de mobilizar a sociedade para questões relacionadas aos direitos da infância e da adolescência. Em 1992, acontecia, no Rio de Janeiro, um evento internacional que viria impulsionar ainda mais todo esse movimento no campo empresarial, a II Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano, a ECO 92. Com ela, vieram mais de 50 lideres de grandes corporações multinacionais articulados em torno do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD), e debateram junto com líderes sociais de todo o mundo sobre o compromisso das empresas em relação à sustentabilidade do planeta. Esse movimento empresarial se espalhou por 35 países, e no Brasil deixou o CEBDS- Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável com objetivo de integrar 50 princípios e práticas do desenvolvimento sustentável no contexto de negócio, conciliando as dimensões econômica, social e ambiental. Continuava o despertar da consciência cidadã do empresariado brasileiro, e em 1995, outro grupo de empresários fundou o Grupo de Institutos, Fundações e Empresas – GIFE para contribuir com a promoção do desenvolvimento sustentável do país por meio do fortalecimento políticoinstitucional e apoio à atuação estratégica de institutos e fundações de origem empresarial, e outras entidades privadas que realizassem investimento social voluntário e sistemático voltado para o interesse público. A filantropia havia sido substituída por investimento social planejado e monitorado. O País borbulhava de iniciativas da parte do empresariado e essas iniciativas começavam a se desdobrar em diferentes vias de ação. E surgiu o entendimento de que as empresas precisavam ir além da assistência social às comunidades e que uma gestão responsável de seus negócios deveria ser o primeiro passo para vir a ser uma empresa socialmente responsável. Essa visão ganhou impulso em 1998 com o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social Empresarial. O movimento ampliava sua força, mas até então apenas nas regiões Sul e Sudeste do país. Já estávamos em 1999 e os conceitos de Investimento Social Privado, Responsabilidade Social e Cidadania Empresarial ainda não eram conhecidos pela a grande maioria do empresariado brasileiro, nem sequer se cogitava ver nessas regiões, empresários discutirem ou se envolverem com temas que não estivessem relacionados diretamente com seus negócios e interesses setoriais. Por essa razão, com o incentivo do Programa LIP - Liderança em Filantropia nas Américas, da Fundação Kellogg, em 1999 iniciou-se no Brasil o projeto Ação Empresarial Pela Cidadania. A intenção era disseminar em todas as regiões do País ações fomentadoras da cidadania e da responsabilidade social no meio empresarial. Para tal, foram fundados quatro núcleos de ação nos estados de Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul. Essas ações prosperaram localmente e se articularam junto a outros estados. Ao término desse projeto, em 2003, com o apoio da Fundação AVINA deu-se continuidade ao desenvolvimento dessa rede e em 2006, já eram treze núcleos formando a Rede de Articulação Nacional Pela Cidadania Empresarial com presença no Amazonas, na Bahia, no Ceará, no Distrito Federal, no Espírito Santo, em Goiás, no Maranhão, em Minas Gerais, no Paraná, em Pernambuco, no Rio de BASE - Banco de Ações Sociais das Empresas 51 Janeiro, no Rio Grande do Sul e em São Paulo. Pernambuco foi o primeiro núcleo a ser implantado no projeto inicial, e herdou o seu nome original. Todos os núcleos dessa rede são instituídos e operam de forma independente embora busquem uma articulação nacional. Hoje, quase 10 anos depois, da Cidadania e a responsabilidade social empresarial estão espalhadas por todas as regiões desse grande país e vem se desenvolvendo de diversas formas, a partir dos valores culturais de cada Estado. Por isso, há uma grande diversidade de experiências, pensamentos e práticas, avanços, e muitos desafios a serem enfrentados. Conversar com esses empresários pelo Brasil a fora foi a nossa missão nestes últimos dois anos, e o resultado disso foi a publicação, “A Cidadania Empresarial no Brasil”. Nessa caminhada, mais do que empresários e empresárias, tivemos a oportunidade de encontrar homens e mulheres com histórias, sonhos, vidas, crenças e valores que os fazem se mover na direção da construção de um outro Brasil possível. No contato com essas pessoas, confirmamos a perspectiva de que a ética, na prática, se transforma em responsabilidades e está constantemente presente na vida de todos em decisões, escolhas e atitudes. Reafirmamos a visão de que os pilares que sustentam esse movimento são as pessoas e não as empresas, como ente descolado delas. Seja um movimento global, continental, nacional ou local, a responsabilidade social empresarial passa necessariamente pelo que cada líder empresarial tem como princípio, considera como valor, e os transmite na forma como lida com seus negócios e na relação com todos os seus pares dentro e fora dos espaços da organização. Conhecemos líderes empresariais em todos os níveis, à frente de grandes, médias e também de pequenas e micro empresas. Compreendemos que a Rede ACE não era composta apenas pelas equipes executivas dos seus núcleos, mas por uma rede de fios entrelaçados composta de milhares de empresários e suas empresas, nesses estados. Percebemos a grande capacidade de articulação e influência local desse movimento, por trazer consigo uma grande diversidade de setores empresariais, de norte a sul desse País, a exemplo de redes de televisão, jornais, indústrias, comércio e de serviços. Juntos, são uma potente força de influência e mudança desse País. Também notamos que existem dilemas e contradições nessas pessoas, inerentes ao próprio ser humano, por vezes, influenciados pelo ambiente onde se encontram. Compreendemos que existem sistemas locais, com “leis 52 próprias”, nos ambientes empresariais, políticos, legais e sociais de cada região, e que há uma inter-influência entre esses sistemas. Há uma citação de Martin Luther King que nos ajuda a compreender os dilemas e contradições que enfrentam esses líderes empresariais que buscam uma atitude ética em meio a sistemas que não favorecem essas práticas:“Todos os homens estão presos em uma rede inevitável de mutualidade, atados em um único tecido de destino. Qualquer coisa que afete um indivíduo diretamente, afetará todos os demais indiretamente. Eu nunca poderia ser o que eu deveria ser, até que você seja o que você deveria ser. E você nunca poderá ser o que você deveria ser, até que eu seja o que eu deveria ser.” Aliás, esse pensamento se aplica tanto no âmbito local quanto no global. Toda humanidade parece estar atada a um único destino que é tecido por linhas de interdependência de forma que cada um é afetado direta ou indiretamente por todos e afeta a todos respectivamente. Isso vale para o bem e para o mal que praticamos, e ter consciência disso faz toda diferença. A partir dessa reflexão, ampliamos o foco na direção do concreto representado pela crise que, mais uma vez, afeta o sistema econômico mundial e impacta sobre os demais sistemas do planeta. De novo, o mundo está diante de grandes mudanças. E com ele também o Brasil sofre reflexos, assim como no passado. Novamente, percebemos oportunidades que podem ampliar a força de uma rede de lideranças empresariais capazes de mudar esse país. Líderes, como os que se reúnem em torno do Instituto Ação Empresarial Pela Cidadania e cujo compromisso com Pernambuco, implícito nas práticas sócio-ambientais aqui retratadas, impacta no país como todo. Líderes cuja evolução da consciência, certamente tem se transformado numa revolução gradual, mas irreversível, que parte do local na direção de uma mudança global. BASE - Banco de Ações Sociais das Empresas 53 Serviços Contatos ACIC - Ass. Comercial e industrial de Caruaru (81) 3721 2725 Alcoa Alumínio (81) 3543 6600 Amanco Brasil Ltda (47) 3461 7000 Ampla (81) 3227 8700 Âncora Seguros (81) 3366 9559 AREVA KOBLITZ (81) 2122 2300 ASPA – Ass. Pernambucana de Atacadistas e Distribuidores (81) 3465 3400 ASSINC - Ass. das Indústrias do Curado e Várzea (81) 2122 7002 ATP Engenharia (81) 3081 4595 Bandeirantes Mídia Exterior (81) 3243 7000 BENZOQUÍMICA - Indústria e Comércio de Produtos Químicos LTDA (81) 3429 0529 Bom Clima (81) 3268 3336 CAFRIO – Caruaru (81) 3722 3844 CDL –Recife (81) 3418 1122 Celpe (81) 3217 5136 CESAR (81) 3425 4778 54 CICLO - Clínicas e Diagnósticos (81) 3432 3399 Colméia Arquitetura e Engenharia (81) 3423 1174 Coremal (81) 3267 4700 Deloitte Touche Tohmtsu (81) 3464 8100 Ello Combustíveis (81) 2125 7000 Empresa Metropolitana (81) 2138 6400 Engedata Engenharia Estrutural (81) 3092 8200 Estaf Equipamentos S/A (81) 3444 6300 Faculdade de Escada (FAESC/ SOESE) (81) 3534 2034 Faculdade dos Guararapes (81) 3461 5501 Fecomércio (81) 3231 5393 Ferreira Auditores S/S (81) 3453 5553 FIEPE (81) 3412 8300 Forte Engenharia (81) 3441 7049 Frompet (81) 3479 8150 Geosistemas (81) 3878 5555 Gerdau (81) 3452 7384 Gráfica Santa Marta (83) 2106 2200 / (81) 2122 9700 Guimarães Ferreira Consultores (81) 3426 4850 BASE - Banco de Ações Sociais das Empresas Hebron (81) 3366 9294 Hermano Nascimento (81) 3465 7037 Hospital Memorial São José (81) 3216 2227 Hospital Santa Joana (81) 3216 6666 Itamaracá Produções (81) 3543 1333 Itamaracá Transportes (81) 2137 9600 JBR Engenharia (81) 3241 8508 Lapon (81) 3628 0862 Mart Pet Comunicação (81) 3423 7037 Musashi (81) 3543 6078 Nextel Telecomunicações (81) 3467 9828 Nordeste Segurança (81) 4009 5500 Perfabril (81) 3267 4700 Pertec Perfurações (81) 2137 0600 Philips (81) 2122 7144 Projetec (81) 3467 9011 Queiroz Galvão (81) 3463 2777 Rapidão Cometa (81) 3464 5288 Rodoviária Metropolitana (81) 3525 7500 55 56 Serviço de Diagnóstico Neurológico PE (81) 3231 2485 SETRANS-PE (81) 3320 2001 Shopping Recife (81) 3464 6017 Shopping Guararapes (81) 2122 2211 SINAPRO (81) 32273061 SINCOMFERPE - Sind. De comércio de ferragens, tintas, maquinismos (81) 3338 1720 Sindaçúcar (81) 2137 7622 SINDILOJAS (81) 3321 0366 SINDITEXTIL - Sind. Fiação e Tecelagem (81) 3231 7784 SINDUSCON (81) 2127 0600 Supermercado Arco-íris (81) 3343 8909 Teccommerce (81) 3423 0000 Tecelagem São José (81) 3092 1201 Termopernambuco (81) 3527 6500 TGI Consultoria (81) 3134 1740 Tim Nordeste (81) 3302 2998 Tintas Coral (81) 3452 8217 TV Globo (81) 3464 5500 BASE - Banco de Ações Sociais das Empresas 57 Unibratec (81) 3339 0998 Usina São José (81) 2125 0505 Usina Trapiche Fábrica — (81) 3577 1194 Escritório — (81) 2138 3333 Leituras Recomendadas A seguir, alguns títulos que se encontram disponíveis na biblioteca física ou virtual do Instituto Ação Empresarial pela Cidadania: Livros ÁVILA, Cecília M. de (coord.). Gestão de projetos sociais. São Paulo: AAPCS, 2000. KISIL, Rosana. Elaboração de projetos e propostas para organizações da s ociedade civil. São Paulo: Global, 2001. MARINO, Eduardo. Manual de avaliação de projetos sociais. São Paulo: Saraiva, 2003. PERROTO, Joel Paulo. Elaboração de projetos sociais: Manual prático e cadastro de 160 agências financiadoras. São Luís: Central dos Livros, 2006. SÃO PAULO (Governo do Estado). Manual para elaboração, administração e avaliação de projetos socioambientais. São Paulo SMA : CPLEA, 2005. Documentos da Central do Conhecimento (www.centraldoconhecimento.org.br) ALLEDI, C. Diretrizes sobre responsabilidade social. Disponível em: http://www.centraldoconhecimento.org. br/biblioteca/download.php?arquivoId=390 CAMPOS, A. E. M.; ABEGÃO, L. H.; DELAMARO, M.C. O planejamento de projetos sociais: dicas, técni- 58 cas e metodologias. Disponível em: http://www. centraldoconhecimento.org.br/biblioteca/download. php?arquivoId=374 GOLDSCHMIDT, A. Por que é importante avaliar os projetos sociais. Disponível em: http://www.centraldoconhecimento.org.br/biblioteca/download. php?arquivoId=237 GRUNINGER, B.; Oliveira, F. I. Normas e Certificações: padrões para responsabilidade social nas empresas. Disponível em http://www.centraldoconhecimento.org. br/biblioteca/download.php?arquivoId=391 SÃO PAULO. Manual para elaboração, administração e avaliação de projetos socioambientais. Disponível em: http://www.centraldoconhecimento.org.br/biblioteca/ download.php?arquivoId=175 Schuckar, M. Captação de recursos para projetos sociais. Disponível em: http://www.centraldoconhecimento.org.br/biblioteca/download.php?arquivoId=372 SOARES, G.de O. Projetos sociais e o mundo legislativo. Disponível em: http://www.centraldoconhecimento.org. br/biblioteca/download.php?arquivoId=178 ZAVALA, R. Projetos comunitários podem ser foco de pequeno investidor. Disponível em: http://www. centraldoconhecimento.org.br/biblioteca/download. php?arquivoId=370 BASE - Banco de Ações Sociais das Empresas 59 Glossário O conceito de cidadania empresarial está ligado a uma série de outros relacionados à atuação social do setor privado. Para entender melhor cada um deles, pesquisamos o significado e organizamos um glossário dos termos mais utilizados nesse campo. A AÇÃO SOCIAL EMPRESARIAL - Qualquer atividade que as empresas realizam para atender às comunidades, nas áreas de assistência social, alimentação, saúde, educação, meio ambiente e desenvolvimento comunitário, dentre outras. Essas atividades abrangem desde pequenas doações eventuais a pessoas e instituições até grandes projetos mais estruturados, podendo, inclusive, estender-se aos empregados da empresa e a seus familiares. Exclui, no entanto, as atividades executadas por obrigação legal, como por exemplo, o cumprimento de normas ambientais em razão do licenciamento ambiental, as contribuições compulsórias ao SEBRAE, SESI, SESC, SENAI, SENAC, SENAR e o atendimento obrigatório aos empregados, como o valetransporte e o salário-família. ASSOCIAÇÃO - É qualquer iniciativa formal ou informal que reúne pessoas físicas ou outras sociedades jurídicas com objetivos comuns, visando superar dificuldades e gerar benefícios para os seus associados. Formalmente, qualquer que seja o tipo de associação ou seu objetivo podemos dizer que a associação é uma forma jurídica de legalizar a união de pessoas em torno de seus interesses e que sua constituição permite a construção de condições maiores e melhores do que as que os indivíduos teriam isoladamente para a realização dos seus objetivos. B BALANÇO SOCIAL - Demonstrativo publicado anualmente pela empresa reunindo um conjunto de informações quantitativas e qualitativas sobre as ações e investimentos 60 em gestão, educação, meio ambiente, colaboradores, ações sociais, etc. É também um instrumento estratégico para avaliar e multiplicar o exercício da responsabilidade social corporativa. C CIDADANIA - É o resultado do encontro entre projeto social do indivíduo, na conquista dos seus direitos perante a sociedade, com o projeto social da coletividade, no cumprimento dos deveres individuais de cada um em prol da sociedade como um todo. CIDADANIA EMPRESARIAL – É quando uma organização do setor privado pensa, educa, participa e reivindica e atua utilizando todos os recursos de que dispõe no exercício de um conjunto de valores comuns nos quais a sociedade se reconhece. Além disso, usa sua capacidade de articulação e de influência para propor ações que possam gerar políticas públicas em prol do bem comum. COMÉRCIO JUSTO - Comércio justo (Fair Trade em inglês) é um dos pilares da sustentabilidade econômica e ecológica. Trata-se de uma modalidade de comércio internacional que busca o estabelecimento de preços justos, bem como de padrões sociais e ambientais equilibrados, nas cadeias produtivas. A idéia surgiu nos anos 1960, espalhou-se por toda a Europa até eu, em 1968, surgiu a Internacional Fair Trade Association, que reúne atualmente 300 organizações em 60 países. Em 2001, organizações de produtores, entidades de assessoria e representantes governamentais se articularam, formando o FACES – Fórum de Articulação do Comércio Ético e Solidário - entidade com a missão de fomentar, no Brasil, o comércio justo e solidário, como instrumento de uma economia inclusiva, solidária e sustentável. CONSUMO CONSCIENTE - A idéia básica do consumo consciente é transformar o ato de consumo em uma prática permanente de cidadania. O objetivo do consumo, quando consciente, extrapola o atendimento de necessidades individuais e leva em conta também seus reflexos na sociedade, economia e meio ambiente. Ao comprar produtos de uma empresa que utiliza trabalho escravo, por exemplo, o consumidor financia essa prática. Por outro lado, se comprar alimentos orgânicos ou de comércio justo, contribuirá com setor da economia que não utiliza substâncias tóxicas em sua produção e que não agride o meio ambiente. BASE - Banco de Ações Sociais das Empresas 61 COLETA SELETIVA - Coleta seletiva é o termo utilizado para o recolhimento dos materiais que são passíveis de serem reciclados, previamente separados na fonte geradora. Dentre estes materiais recicláveis, estão os diversos tipos de papéis, plásticos, metais e vidros. A separação na fonte evita a contaminação dos materiais reaproveitáveis, aumentando o valor agregado destes e diminuindo os custos de reciclagem. Para iniciar um processo de coleta seletiva é preciso avaliar, quantitativa e qualitativamente, o perfil dos resíduos sólidos gerados em determinada localidade, a fim de estruturar melhor o processo de coleta. D DESENVOLVIMENTO SOCIAL – De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), desenvolvimento social é o processo pelo qual se desenvolve o fator humano na sociedade. Inclui a promoção dos direitos humanos fundamentais, a participação no processo de decisão política e em todos os esforços que objetivem um desenvolvimento global, visando alcançar justiça e bemestar para todos, sem que nenhum segmento social seja marginalizado desse processo. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL - Modelo econômico capaz de gerar riqueza e bem-estar e, ao mesmo tempo, promover a coesão social e impedir a degradação da natureza. O desenvolvimento sustentável abrange os aspectos econômico, social e ambiental (preservação dos bens mundiais de todos e regeneração dos recursos naturais). E ECONOMIA SOLIDÁRIA - Modo de organizar atividades econômicas de produção, consumo e poupança/crédito que almeja completar as igualdades de direitos entre os que se engajam nestas atividades. Empreendimentos solidários são autogestionários, o que significa que neles todas as decisões são tomadas pelos membros ou por pessoas eleitas que os representam. A economia solidária é essencialmente associativa, ou seja, todos são sócios, sendo incompatível com relações assimétricas, como as que se desenvolvem entre patrões e empregados. EQÜIDADE - O conceito de eqüidade é concebido como o reconhecimento e a efetivação, com igualdade, dos 62 direitos da população, sem restringir o acesso a eles nem estigmatizar as diferenças que conformam os diversos segmentos que a compõem. Assim, eqüidade é entendida como possibilidade das diferenças serem manifestadas e respeitadas, sem discriminação; condição que favoreça o combate das práticas de subordinação ou de preconceito em relação às diferenças de gênero, políticas, étnicas, religiosas, culturais, de minorias, etc. ÉTICA - A origem da palavra vem do grego “ethos”, que quer dizer o modo de ser, o caráter; relacionamento de forma ética, responsável e participativa com os poderes públicos, no cumprimento das leis, influenciando e mantendo interações dinâmicas com seus representantes, visando à constante melhoria das condições sociais e políticas do país. O comportamento ético e cidadão pressupõe que as relações entre empresas e governos sejam transparentes para a sociedade, acionistas, empregados, clientes, fornecedores e distribuidores. F FUNDAÇÃO COMUNITÁRIA - São instituições filantrópicas autônomas, sem fins lucrativos, sustentadas por doações, cujo objetivo a longo prazo é constituir fundos financeiros permanentes que serão aplicados em favor de projetos sociais voltados para as comunidades onde as fundações se inserem. I INVESTIMENTO SOCIAL PRIVADO - É o repasse voluntário de recursos privados de forma planejada, monitorada e sistemática para projetos sociais, ambientais e culturais de interesse público. Incluem-se neste universo as ações sociais protagonizadas por empresas, fundações e institutos de origem empresarial ou instituídos por famílias ou indivíduos. A preocupação com o planejamento, o monitoramento e a avaliação dos projetos é intrínseca ao conceito de investimento social privado e um dos elementos fundamentais na diferenciação entre essa prática e as ações assistencialistas. BASE - Banco de Ações Sociais das Empresas 63 M MARKETING SOCIAL - Gestão estratégica do processo de inovações sociais a partir da adoção de comportamentos, atitudes e práticas individuais e coletivas, orientadas por preceitos éticos, fundamentados nos direitos humanos e na equidade social. O termo é empregado para descrever o uso sistemático de princípios e técnicas orientadas para promover aceitação de uma causa ou idéia e é também, atualmente, uma das ferramentas mais aplicadas na gestão de projetos e programas sociais. Tem como objetivo principal transformar a maneira pela qual um determinado público adotante percebe uma questão social e promover mudanças comportamentais, visando melhorar a qualidade de vida de um segmento populacional. N NEGÓCIOS INCLUSIVOS - São iniciativas economicamente rentáveis, e ambiental/socialmente responsáveis, que utilizam os mecanismos do mercado pra melhorar a qualidade de vida de pessoa de baixos ingressos, ao permitir sua participação na cadeia de valor como fornecedores de matéria prima, agentes que agregam valor a bens ou serviços, ou vendedores/distribuidores de bens ou serviços, e/ou seu acesso a serviços básicos essenciais de melhor qualidade ou a menor preço, e/ou seu acesso a produtos ou serviços que lhes permitam entrar em um “círculo virtuoso” de oportunidades de fazer negócios ou melhorar sua situação socioeconômica. O ONG - São associações do terceiro sector, da sociedade civil, que se declaram com finalidades públicas e sem fins lucrativos, que desenvolvem ações em diferentes áreas e que, geralmente, mobilizam a opinião pública e o apoio da população para modificar determinados aspectos da sociedade. Estas organizações podem ainda complementar o trabalho do Estado, realizando ações onde ele não consegue chegar, podendo receber financiamentos e doações do mesmo, e também de entidades privadas, para tal fim. É importante ressaltar que ONG não tem valor jurídico. No Brasil, três figuras jurídicas correspondentes no novo Código Civil compõem o Terceiro Setor: associações, fundações e organizações 64 religiosas (que foram recentemente consideradas como uma terceira categoria). R RECICLAGEM - É termo genericamente utilizado para designar o reaproveitamento de materiais beneficiados como matéria-prima para um novo produto. Muitos materiais podem ser reciclados e os exemplos mais comuns são o papel, o vidro, o metal e o plástico. As maiores vantagens da reciclagem são a minimização da utilização de fontes naturais, muitas vezes não renováveis, e a minimização da quantidade de resíduos, que necessitam de tratamento final, como aterramento, ou incineração. O conceito de reciclagem serve apenas para materiais que podem voltar ao estado original e ser transformado novamente em um produto igual em todas as suas características. A palavra reciclagem difundiu-se na mídia a partir do final da década de 1980, quando foi constatado que as fontes de petróleo e de outras matérias-primas não renováveis e de outros dejetos na natureza. RESPONSABILIDADE SOCIAL – É a forma de conduzir os negócios da empresa de tal maneira que a torna parceira e co-responsável pelo desenvolvimento social. A empresa socialmente responsável é aquela que possui a capacidade de ouvir os interesses das diferentes partes (acionistas, funcionários, prestadores de serviço, fornecedores, consumidores, comunidade, governo e meio ambiente) e conseguir incorporá-los no planejamento de suas atividades, buscando atender às demandas de todos e não apenas dos acionistas ou proprietários. S SUSTENTABILIDADE - Sustentabilidade é um conceito sistêmico, relacionado com a continuidade da sociedade humana. A preservação dos recursos ambientais e culturais para as gerações futuras – base no conceito de desenvolvimento sustentável – ganhou espaço nas empresas na forma do triple bottom line, que enfatiza a necessidade de gerar resultados nos âmbitos econômico, social e ambiental. Para um empreendimento humano ser sustentável, tem de ter me vista quatro requisitos básicos: ecologicamente correto; economicamente viável; socialmente justo; e culturalmente aceito. BASE - Banco de Ações Sociais das Empresas 65 T TERCEIRO SETOR - Parcela da sociedade constituída por organizações privadas sem fi ns lucrativos que geram bens, serviços públicos e privados e atuam com foco no desenvolvimento social, econômico, político e cultural, no meio em que atuam. Exemplos de organizações do Terceiro Setor são as organizações não-governamentais, as cooperativas, as associações e fundações. Vale ainda lembrar que o Estado é o Primeiro Setor, o mercado (empresas) é o Segundo Setor e as entidades da sociedade civil formam o Terceiro Setor. V VOLUNTARIADO/VOLUNTARIADO EMPRESARIAL – É um princípio, uma obrigação individual livremente assumida, que se traduz numa espécie de afirmação de cidadania plena e responsável. Pode ser um trabalho assistencial de apoio aos grupos mais vulneráveis da população, mas também inclui as múltiplas iniciativas dos cidadãos em diversas áreas, como educação e saúde. No caso das empresas, consiste num conjunto de ações realizadas por elas para incentivar e apoiar o envolvimento dos funcionários em atividades voluntárias na comunidade. A expressão é também utilizada para designar a prática do voluntariado em si, desde que se trate de um grupo de voluntários ligado diretamente a uma empresa (funcionários efetivos e terceirizados), ou indiretamente (familiares dos funcionários, ex-funcionários e aposentados).