Pós-Produção de Áudio
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Pós-Produção de Áudio
Ficha de Unidade Curricular – 2009/2010 Unidade Curricular Designação Pós Produção de Áudio Área Científica Som – Som e Imagem Ciclo de Estudos 1º Ciclo - Licenciatura Obrigatória Carácter: Semestre 5º ECTS 6 Tempo de Trabalho: Horas de Contacto: Ensino Teórico (T) – 30 Ensino Teórico-Prático (TP) – 10 Ensino Prático e Laboratorial (PL) – 30 Orientação Tutorial (OT) - 5 Horas de Trabalho Autónomo: 40 Total:135 1 PRÉ-REQUISITOS: Não tem 2 2.1 OBJECTIVOS DE APRENDIZAGEM: Gerais: Dar conhecimentos a nível teórico e prático sobre os conceitos, processos e tecnologias que permitem a criação, estruturação e mistura de bandas sonoras, em ligação com a imagem. Partindo dos conceitos e métodos clássicos de trabalho na pós-produção de som para cinema e vídeo, serão também cobertos os aspectos específicos da pós-produção áudio para multimédia e difusão na web, bem como a masterização para diferentes formatos. Com base nos trabalhos realizados desde o inicio do curso, os alunos serão introduzidos à sincronização, montagem e manipulação de diálogos, efeitos e músicas, à gravação de ambientes, efeitos e ADRs e ás misturas finais de som, de forma a chegarem a produtos compatíveis com os formatos e normas de difusão. 2.2 ESPECÍFICOS: O aluno deverá: 1.Descrever e compreender as técnicas e exigências de captação de som directo tendo em vista a cadeia de trabalho na pós produção, nomeadamente nas áreas de: objectivos gerais, equipamentos utilizados, correcta identificação do material gravado, tipos de trabalho e organização do material a entregar à pós-produção. 2. Ter noções da evolução histórica dos métodos de pós-produção áudio para cinema, 1 vídeo e televisão, sendo capaz de analisar os filmes marcantes de cada etapa, e compreender a evolução nas áreas do som óptico, magnético, sistemas multicanal, montagem e mistura lineares até aos actuais sistemas de montagem e difusão não lineares. 3.Compreender as regras de operação dos sistemas de montagem de imagem não lineares e conhecer os conceitos fundamentais para o seu correcto funcionamento, sendo capaz de configurar os sistemas em função do trabalho a realizar, com ênfase nas soluções profissionais mais usadas. 4. Conhecer os diferentes formatos áudio e vídeo, e dominar as técnicas de captura de material linear e não linear, com ênfase nas soluções profissionais mais utilizadas. 5.Descrever, analisar, e identificar os diferentes sistemas e normas de transferência de ficheiros e sessões entre sistemas de montagem de imagem e NLEs, incluindo as os formatos actualmente utilizados, as soluções de software disponíveis e a normalização actualmente em vias de aprovação. 6. Conhecer e dominar as técnicas tradicionais e por código de tempo de sincronização áudio e vídeo, e a sua utilização com os sistemas profissionais mais utilizados. 7. Conhecer as técnicas básicas de montagem áudio em sistemas de montagem de imagem não lineares, bem como os métodos de exportação de material para diferentes utilizações (masters, cópias de trabalho e de visionamento). 8. Compreender as regras de análise da banda sonora nas sessões de trabalho que antecedem o trabalho de pós-produção de som em NLE, e identificar todos os elementos e materiais a entregar pela equipa de montagem de imagem à equipa de montagem de som. 9. Ter noções teóricas e práticas dos métodos de montagem de som nas áreas de: configuração dos sistemas, organização do ambiente de trabalho, conformação do material por OMF e EDL, verificação de sincronismo, técnicas de montagem de diálogos, preparação e técnicas de gravação e montagem de dobragens, organização das pistas de dialogo para a mistura, gravação e montagem de efeitos sonoros, montagem de música. 10. Ter noções básicas das opções de monitorização e dos equipamentos e métodos utilizados nas misturas finais, tendo em conta a compatibilidade com os diferentes 2 tipos de difusão do material. 6.Dominar o vocabulário próprio às questões da pós-produção áudio e dos equipamentos envolvidos, assim como a capacidade de interagir com profissionais reconhecendo o seu vocabulário e demonstrando capacidade de colaboração num trabalho em equipa. 7. Compreender a leitura de manuais e especificações técnicas de equipamentos 8. Desenvolver a acuidade auditiva necessária ao trabalho nesta área e a sensibilidade para assuntos relacionados com o áudio. 9. Dominar parte das técnicas de pós-produção áudio e aprender condutas de comportamento em rodagem e nos estúdios. 10. Saber contornar dificuldades de meios e procurar alternativas para a concretização de um trabalho planeado. 11. Identificar equipamento de pós-produção áudio e saber a sua função. 2.3 TRANSVERSAIS: 1. Desenvolver capacidades cognitivas e metodológicas necessárias à profissionalização. 2. Desenvolver competências necessárias a um trabalho autónomo. 3. Procedimentos salutares de trabalho em equipa e interdisciplinares inerentes á área do audiovisual, artes plásticas e cénicas – no entendimento que o produto final é resultado desse input colectivo. 4. Promover o rigor e sistematização de saberes e procedimento na promoção de uma metodologia de trabalho, como sistema preferencial de abordagem. 5. Estimular a pesquisa, consulta e audição das diferentes linguagens sonoras e desenvolver a cultura musical. 6. 3 Compreensão de textos em língua inglesa em linguagem técnica CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1. A pós-produção áudio Introdução à cadeia de trabalho – sincronização, montagem de som directo, dobragens e sons sós (ADR), gravação e montagem de efeitos e ambientes, bruitages (gravação sincronizada com a imagem), gravação e montagem de música, pré-misturas e mistura final. A cadeia de trabalho clássica na produção analógica em filme, na qual se baseiam todos os sistemas actuais de pós-produção digital não linear. Funções específicas na pós produção áudio. Introdução aos equipamentos e estúdios de pós-produção. 3 2. Suportes e formatos de material sonoro. Áudio analógico em fita (1/4” com pista de sincronismo), DATs, ficheiros não lineares (BWF, etc... monofónicos e polifónicos), CDs, formatos comprimidos. Gravadores portáteis não lineares: aspectos específicos da manipulação dos ficheiros gerados. iXML e metadata. Arquivos de som. Importação e conversão de formatos. 3. Montagem de som Sincronização som – imagem: sincronização manual, SMPTE, sincronização automática. O som e os diferentes formatos de imagem: filme, vídeo, AVI, Quicktime, etc... Conceitos básicos de montagem e organização das pistas de som durante a montagem de imagem, com exemplificação dos aspectos específicos em diversos sistemas de montagem não linear (FCP, Avid, Premiere). Métodos de exportação e re-sincronização do som directo montado para sistemas de montagem de som não lineares (Pro-Tools, Pyramix, InDaw). A lógica de organização das pistas de som - diálogos, voz off e comentários, ambientes raccord, ambientes estéreo (diferentes formatos), efeitos, músicas. Características das diferentes fontes sonoras: vozes, tipologias e gravação de efeitos e ambientes, critérios básicos de utilização e montagem de músicas. Introdução às DAW (Digital Áudio Workstations) – princípios comuns e lógica de organização e processamento dos sinais. A visualização do som – domínio temporal e espectral. Chaves visuais para interpretar os sons. Edição destrutiva e não destrutiva. Cortes, fundidos e encadeados. Eliminação de ruídos indesejáveis. Introdução à montagem de som em Pro-Tools: criar uma sessão, estrutura de ficheiros, conhecimento da interface, eliminação de conflitos, pistas, importação de sons e separação em regiões, as ferramentas, as técnicas de montagem, níveis e automatização, a sincronização com vídeo. A gravação de bruitages e dobragens (ADR), a exportação de som e vídeo. 4. Transformação e processamento de sons e sua relação com a imagem. Reverberação e processamento espacial. A noção de plano sonoro. Transformações tímbricas: filtros. Filtragem de voz e correcção de problemas de captação. Problemas específicos à utilização de sistemas HF (emissores / receptores) e correcção de planos sonoros. Processamento de dinâmica: normalização, limitadores, compressores, expansores. Transformação baseadas em atrasos: delay, flanger, chorus... Introdução à transformação de sons em Pro-Tools: Igualização, Time Compression / Expansion, Plug-Ins, Compressores, Reverbs, Delays, Gates, Pitch Shift. 5. Mistura de som As condicionantes acústicas e as escutas. Diferentes formatos – cinema, vídeo, multimédia, e as suas exigências. Introdução histórica e formatos actuais – mono, estéreo, 5.1, etc... Mistura física e mistura virtual – automatização. Métodos de organização de trabalho nas misturas. Introdução à mistura de som em Pro-Tools: Master fader, grupos de faders, faders auxiliares, panorâmicas, “templates” de mistura, superfícies de controlo, limitações de cada versão de Pro-Tools. 6. Masterização e difusão. Os diferentes formatos de difusão e as suas exigências – filme (filtros academia, Dolby A, SR, 4 Dolby Digital, DTS), televisão e vídeo (níveis de trabalho, compressão, remisturas), masterização para DVD. Formatos de difusão áudio e masterização: CD, SACD, DVD áudio. 4 4.1 METODOLOGIA DE APRENDIZAGEM PRESENCIAL 1) Aula teórica : metodologia expositiva, estudos de casos, resolução de exercícios etc.: 3 hora/semana (semanas 1 a 10) 2) Teórico /prática : trabalhos em grupo numa abordagem introdutória aos equipamentos com acompanhamento no sentido da autonomia. Duração dos exercícios : 2 horas/semana - (semana 1 a 5) 3) Práticas Laboratoriais : trabalhos em grupo de exercícios práticos de laboratório para avaliação com acompanhamento, duração dos exercícios : 3 horas/semana (semanas 6 a 15). Serão propostos exercícios para as várias equipas da turma. 4) Orientação Tutorial : Apoio teórico no desenvolvimento dos relatórios dos exercícios laboratoriais e aulas de dúvidas :1 hora/semana (semanas 11 a 15) . 4.2 AUTÓNOMA : Preparação dos exercícios e prática laboratorial autónoma com objectivos de completar/aperfeiçoar exercícios propostos. Estudo autónomo e consulta de manuais. 5 AVALIAÇÃO DE COMPETÊNCIAS A avaliação será contínua nos exercícios de pós-produção áudio, no qual se inclui a metodologia e organização dos elementos de trabalho. Os trabalhos de laboratório serão avaliados não só pelo produto obtido mas também pelo relatório que o acompanhará. No final do semestre haverá uma frequência. Elementos de avaliação: Ponderação dos itens: Frequência … 40% Laboratórios… 60% Tipologia de Exame Escrito - 50% Análise escrita – 50% 5 Critérios de Avaliação : Práticas Laboratoriais: Avaliação quantitativa na qualidade das gravações (níveis de gravação, escolha e colocação de microfones, processo utilizado, meticulosidade de edição, etc.) e no relatório. Avaliação qualitativa na originalidade do objecto, na cooperação no trabalho em equipa, na operacionalidade e no espírito de iniciativa. Frequência: Questões de escolha múltipla e de desenvolvimento, incluindo perguntas específicas sobre os trabalhos desenvolvidos ao longo do semestre. Exame escrito : Questões de escolha múltipla e de desenvolvimento - duração de 1h30m. Análise escrita : Visionamento de uma sequência de filme e sua análise em termos da pós-produção áudio – duração de 30m. 6 6.1 BIBLIOGRAFIA BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA The Fundamentals of Sonic Arts and Sound Design, Tony Gibbs Dialogue Editing for Motion Pictures: A Guide to the Invisible Art, John Purcell The Coming of Sound, Douglas Gomery Sound Design and Science Fiction, William Whittington Audio Post-production in Video and Film, Tim Amyes Alkin, G. (1989). Sound techniques for video and TV, Alkin, G Audio in media. * Alten Multieffects for musicians. Anderton, C. The art of film music. Burt, G. L’Audiovision. Michel Chion La voix au cinéma. Michel Chion Le son au cinéma. Michel Chion Sound for picture. Forlenza, J. & Stone, T. Nisbett, A. The sound studio. Nisbett, A. The audio workstation handbook. Rumsey, F. Practical art of motion picture sound, Yewdall, D.L. Audio design, Zaza, T. 6.2 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR Catálogos de equipamento Revistas de actualidade no ramo profissional Manuais de equipamento existente 6 Associações a consultar: AES (Audio Engineering Society) AMPS (Association of Motion Picture Sound) BKSTS (British Kinematograph Sound & Television Society) EBU (European Broadcasting Union) IBS (Institute of Broadcast Sound) MPSE (Motion Picture Sound Editors) SMPTE (Society of Motion Picture and Television Engineers) VDT (Verband Deutscher Tonmeister) VPLT (Professional Lighting and Sound Association of Germany) Perchman.com (Annuaire des perchmans du cinéma et de la télé) Association des Anciens Elèves de Vaugirard Louis Lumière 7 RECURSOS FÍSICOS 7.1 ESPAÇOS As salas de montagem de imagem e som deverão ser acusticamente tratadas de forma a garantir condições de escuta correctas. Cada estação de montagem deverá incluir: computador com software de montagem de imagem e som adequados, interfaces áudio e vídeo, equipamentos periféricos de apoio e monição adequada. Todos os sistemas que produzem ruído (p. Ex. Discos rígidos externos, etc...) deverão estar em espaço separado com isolamento. Deverá existir um estúdio próprio para a mistura de som com equipamentos e condições de escuta adequadas, incluindo um interface de faders lineares e projecção de imagem síncrona. O software a utilizar no estúdio de misturas deverá ser compatível com o software presente nas salas de montagem. O mesmo deverá ser preparado para a eventual gravação de dobragens e bruitages. 7.2 EQUIPAMENTOS : Computadores com sistemas de montagem não linear (áudio e vídeo) Equipamento de captação de som directo. 7