maio 2012 revista da associação académica da universidade da

Transcrição

maio 2012 revista da associação académica da universidade da
REVISTA DA
ASSOCIAÇÃO
ACADÉMICA DA
UNIVERSIDADE
DA MADEIRA
MAIO 2012
03
MAI. 2012
NESTA
EDIÇÃO
AS EMISSÕES DE
GASES DE EFEITO ESTUFA
ASSOCIADAS À PRODUÇÃO
DA REVISTA JA SÃO
NEUTRALIZADAS
PELA GRÁFICA PELO
QUE ESTA REVISTA É
CARBONFREE®.
A ABRIR COM RUI SANTOS
04
À CONVERSA COM... RITA VASCONCELOS
06
QUANDO OS GRANDES ERAM PEQUENOS, ISABEL SANTA CLARA
08
DE MÃE A CHEFE
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EMPREGO E O FACEBOOK
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SCP-UMa, EU E O MEU CORPO
14
EM PORTUGUÊS ESCORREITO
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DE MOCHILA ÀS COSTAS EM MAYRHOFEN
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ESTÓRIAS DO ARCO DA VELHA
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GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA
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NA UMa ERA BOM...
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A. I., A CAMINHO DE UM SÉCULO DE VIDA
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CORTEI AS FITAS. E AGORA?
28
TURISMO RELIGIOSO
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Rs4e O FUTURO É DE QUEM O FAZ
32
ARTE DE PORTAS ABERTAS
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GERAÇÃO DO IMACULADO DE COMPANHIA
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DRF, NO JARDIM BOTÂNICO DA MADEIRA
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REDESCOBRIR A MADEIRA, O ANTIGO QUARTEL DO COLÉGIO
40
COMO FAZER UMA REVISÃO DA LITERATURA
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ALIMENTAÇÃO E DOENÇAS CARDIOVASCULARES
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IPSIS VERBIS
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SPAD, CARCINOMA ESPINOCELULAR
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FOI DITO
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PALAVRAS E NÚMEROS
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BOAS NOTÍCIAS
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GALERIA DE IMAGENS
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PAUTA FINAL
58
FICHA TÉCNICA
PROPRIEDADE: Associação Académica da UMa · DIRECTORA: Andreia Nascimento · EDITOR: Rúben Castro · REVISÃO: Carlos Diogo
Pereira · DESIGN GRÁFICO: Eduarda Rodrigues · Ângela Ferreira · Sílvia Fernandes · FOTOGRAFIA E EDIÇÃO: Eduarda Rodrigues · Paulo
Macedo EDIÇÃO E PUBLICIDADE: Departamento de Comunicação da AAUMa [email protected] · DISTRIBUIÇÃO: Gratuita · VERSÃO ON-LINE:
www.aauma.pt · TIRAGEM: 1500 exemplares · EXECUÇÃO GRÁFICA: Nova Gráfica, Lda. · DEPÓSITO LEGAL: 321302/10 · ISSN: 1647-8975
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MAI. 2012
A ABRIR
_
GERAÇÃO RASCA
Foi em 1994, por Vicente Jorge Silva, que a expressão “geração rasca” foi usada pela primeira vez através de uma edição do jornal Público.
A expressão teve origem em manifestações estudantis contra a antiga Ministra da Educação,
Manuela Ferreira Leite. Provocando um impacto tão grande, fazendo com que essa geração se
tornasse um símbolo de contestação e de mudança de valores.
Hoje, a expressão geração rasca deu lugar à
geração à rasca. Partilho da opinião, muito polémica, de que grande parte da responsabilidade
é dos pais que durante quase duas décadas não
souberam formar, preparar e educar os seus filhos. Os jovens que hoje que se dizem “à rasca”,
são aqueles que sempre tiveram tudo. A geração
dos nossos pais, quis vingar-se das dificuldades
e privações por que passou quando foi criada,
proporcionando aos seus filhos uma vida desafogada, dando-lhes os melhores estudos, satisfazendo os seus caprichos, ou seja, dando-lhes
uma vida isenta de dificuldades.
Com a crise que vivemos, agravou-se o desemprego e, mais recentemente, o aumento do
custo de vida, tais como, o aumento do IVA, os
cortes salariais, a retirada do 13.º mês, entre
outros aspectos. Com esta situação, os pais tiveram de aprender a dizer ‘não’, algo a que os filhos não estavam habituados. Há que dar uma
boa educação e dar bons hábitos desde cedo.
Queremos um Portugal diferente.
_
RUI SANTOS
07
À CONVERSA
COM...
_
RITA
VASCONCELOS
MAI. 2012
Quase todos os dias olho para o percurso da
minha vida e agradeço as opções que fiz, aquelas
que nunca me fizeram hesitar... Foram oportunidades de ter uma vida alegre, com uma grande colecção de momentos felizes. Não sei como
agradecer a quem pôs estas oportunidades à
minha frente e penso que as agarrei pelos bons
exemplos que a minha família me deu.
A partir do que vivi, também iluminei um caminho que os meus filhos vão seguindo e, estou
convicta, que estes também iluminarão um caminho para os meus netos seguirem com a mesma alegria com que eu tenho vivido.
É uma alegria ver o Lar do Centro da Mãe com
muitas jovens com os seus bebés, instaladas
com óptimas condições, a serem seguidas clinicamente e psicologicamente, a terem formação
para se tornarem autónomas e a darem alegria
a quem partilha do seu dia-a-dia.
É uma grande alegria estar com alunos daqui da UMa que frequentaram uma “escolinha”
de apoio de Matemática que voluntariamente alguns colegas de Matemática formámos numa
vila da Madeira.
São apenas dois exemplos, mas que servem
para alertar todos os que lerem este artigo que,
com as dificuldades por que tantas famílias estão a passar, temos um mar de oportunidades de
trazer mais alegria à nossa vida levando mais
alegria à vida dos que precisam! Mesmo que
nos sintamos incapazes de sozinhos tomarmos
grandes iniciativas, procuremos quem as queira tomar connosco ou tratemos de nos inserir
em iniciativas que outros já iniciaram. É impressionante o que conseguimos fazer, apoiando-nos
uns aos outros. Nem a crise nos conseguirá deprimir, nem a depressão arranja espaço para se
instalar, porque estamos “cheios” de boas sensações. Os nossos projectos de vida começam a
desenhar-se à nossa frente. As prioridades até,
talvez, se alterem ou se diversifiquem. Haverá
mais gente a partilhar as suas alegrias connosco e, consequentemente, a termos mais alegria
na nossa vida.
Continuando nas opções que fiz, aquelas que
nunca me fizeram hesitar incluem a escolha do
curso que tirei: a alegria que surgiu de aprender aplicações da Matemática, de sentir vontade de aprender mais e de constatar que tinha adquirido os conhecimentos que mo permitiam. E,
continuando no tema deste texto, a alegria que
sinto quando consigo tornar claro para os meus
alunos conceitos que me custaram a perceber,
quando aplico o que aprendi para realizar trabalhos tão interessantes quanto necessários, ou
quando chego a algum resultado novo, contribuindo para a evolução da ciência (alheia à crise,
porque a investigação em Matemática não acarreta custos elevados) .
Não tenho dúvida que esta é a vida que Ele nos
veio ensinar a viver.
_
RITA VASCONCELOS
Presidente do Colégio Universitário da
Sociedade do Conhecimento da UMa
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MAI. 2012
MAI. 2012
QUANDO OS
GRANDES
ERAM
PEQUENOS
_
ISABEL SANTA CLARA
A infância é um lugar enorme e labiríntico,
onde as histórias se misturam com o vivido, ou
melhor dizendo, são coisas vivas. Havia uma senhora, conhecida pela Veloso, ao que parece
afilhada da minha avó, que vinha a casa contar
histórias. Vestia de preto, como convinha à sua
situação de viúva, e trazia sempre dois acessórios há muito caídos em dessuetude: o chapéu e
a caixinha de rapé.
Nessas tardes com cheiro a férias juntavam-se as primas, havia lanche com sumo de maracujás acabados de apanhar, ficava tudo à volta
dela sentado, sem perder pitada das suas versões de contos populares. Contava pausadamente, criando suspense, intercalando a narrativa com apartes e pitadas de rapé. Aquelas
histórias tinham os ingredientes todos: príncipes e princesas, moiras encantadas, pombas
brancas, fadas boas e más, monstros de sete cabeças, coisas que aconteciam três vezes, castigos e recompensas e, claro, a garantia de que as
personagens merecedoras viveriam felizes para
sempre, enquanto as maldosas seriam desterradas ou se finariam com um grande estoiro. Tinham também, de quando em vez, a cadência
encantatória de algum estribilhos: “E quem isto
ouvir e contar, em pedra mármore se há-de tornar”, “Pata aqui, pata ali, filha do rei a guardar
patos, foi coisa que eu nunca vi” e rematavam
com “vitória,vitória, acabou-se a história”.
Quando lhe perguntavam onde tinha aprendido aquelas histórias todas, a Veloso dizia que tinha lido tudo em livros e, efectivamente, encontrei mais tarde muitas delas em recolhas como
as de Teófilo Braga ou de Ana de Castro Osório —
O príncipe com orelhas de burro, Os sete vimes,
O sabor dos sabores, O príncipe e o filho do sapateiro, O homem da moca, etc. Não resistia, no
entanto, a introduzir as suas variações, pois não
encontrei em lugar nenhum outras como a da
menina do tamanho de um polegar, que conseguiu descer de uma cómoda alta graças aos seus
cabelos compridos. Parece-me ser esta uma fusão da Polegarzinha de Hans Christian Andersen com a Rapunzel dos Irmãos Grimm, enriquecida com descrições pormenorizadas, quase
de recorte ergonómico, de como lidar com objectos desadequados ao seu tamanho. A história de maior sucesso era a da Maria Sabedina,
rapariga muito esperta, como o nome indica,
que o rei veio de noite esfaquear, só que ela tinha posto uma botija de mel no peito, sobre o coração, por isso não morreu. Saltou foi uma gota
de mel para a boca do rei, que exclamou: “Ai Maria Sabedina que na vida foste fel e na morte foste mel”. (O sucesso deste conto não vinha desta parte, mas de outra mais picaresca que não
digo aqui...)
Ao longo do tempo, mais desbotado o casaco,
mais deformado o chapéu, mais baralhada a memória, ia saltando episódios e misturando enredos. A gente reclamava que da outra vez ela tinha contado de outra maneira, mas acabava por
se render à sua forte argumentação: também
pode ser assim, dizia. Quando desapareceu, as
histórias dos livros guardaram muito tempo a
sua voz — a Veloso a contar histórias, garanto-lhes eu, não há Canal Panda que lhe chegue aos
calcanhares!
Veio depois a era dos livros dos Cinco, vindos
na Casa Figueira nos dias de anos, veio a descoberta da claridade dos textos da Sophia de Mello
Breyner, veio, em 1964, o deslumbramento e a
voracidade com que explorei as estantes da biblioteca Gulbenkian, vieram, ainda mais tarde,
os livros que fui comprando e que estão aqui a
olhar para mim enquanto escrevo. Entretanto,
a minha memória misturou já muito o que ouvi,
o que li e o que inventei, mas a memória é isso
mesmo, uma indestrinçável amálgama de verdades e efabulações.
_
ISABEL SANTA CLARA
Docente da UMa
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© ARIWASABI / PhotoXpress Inc
DE MÃE
A CHEFE
O papel da mulher tem mudado ao longo dos
tempos. Desde a luta por direitos básicos ou pelo
acesso ao mercado de trabalho (na I e II Guerras
Mundiais), o sexo feminino tem vindo a conquistar
benefícios que contribuem para a igualdade entre
géneros.
Desde a antiguidade, a figura feminina está ligada à reprodução, à lida da casa e ao cuidar; a
sua função submeteu-se e limitou-se ao mundo
doméstico. Contudo, as vicissitudes históricas alteraram, gradualmente, o panorama. A Revolução Industrial, por exemplo, lançou as mulheres
no mercado fabril, fazendo a distinção entre aquele que era o trabalho em casa, do trabalho renumerado nas fábricas. Desde sempre, a questão do
género suscitou polémicas, destacando-se, entre
outros aspectos, o facto de a mão-de-obra feminina ser sempre mais barata e entendida como menos capaz do que a masculina.
Com a inserção no mercado laboral, as mulheres foram obrigadas a equilibrar estes dois mundos. As suas lutas abrangeram diversas causas,
indo ao encontro da igualdade. O século XIX marcou a luta feminina, iniciando-se, assim, conquistas fulcrais na evolução e na demarcação do papel da mulher no meio laboral. Em Portugal, por
exemplo, no ano de 1867, com a criação do primeiro Código Civil, alcançaram-se progressos no que
concerne à situação das esposas e mães.
A partir desta época muitas outras vitórias foram alcançadas. No século XX, foi concedido o direito de voto a mulheres com um grau universitário ou com o secundário concluído (condições
abolidas algumas décadas depois); concede-se
acesso à magistratura, ao serviço diplomático e
à administração local e nomes como o de Maria
Teresa Lobo, Maria de Lourdes Pintassilgo e Mariana Calhau Perdigão são pioneiros no acesso ao
Governo.
1980 fica marcado pela ratificação por Portugal
da Convenção das Nações Unidas sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra
as Mulheres. Ainda assim, o crescimento profissional das mulheres tem sido marcado por algumas diferenças (não só em Portugal), ao nível dos
salários, regalias, entre outros aspectos. Contudo, as mulheres assumem cada vez mais lugares de destaque, conseguindo conciliar a vertente
pessoal com a profissional. Têm vindo a conquistar o mercado de trabalho, ocupando, desde 2000,
três quartos dos novos empregos criados na Europa (Comissão Europeia, 2009); Nas universidades estão em maioria; Assumem cargos políticos,
representando quase 30% do total de deputados
no Parlamento Nacional; em 2009, eram já 8% as
mulheres empresárias na União Europeia; têm livros com dicas de sucesso inspirados em si; provou-se que a sua inteligência emocional as torna mais aptas para lidar com relações humanas,
(regidas pela empatia e protecção) o que as torna
melhores líderes.
É um facto que ainda há muito para fazer a fim
de dissolver disparidades, mudar mentalidades e
alcançar equilíbrios, mas é importante ressalvar
que a mulher deixou de estar confinada à cozinha
e à lida da casa. É possível percorrer o caminho…
de mãe a chefe!
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VERA DUARTE
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De acordo com dados da
Webroot (empresa britânica
especializada em segurança)
quatro em cada das empresas
dos Estados Unidos e da GrãBretanha bloqueiam o acesso ao
Facebook, três ao Twitter e duas
não deixam que os funcionários
acedam ao Youtube.
© MARC DIETRICH / PhotoXpress Inc
O EMPREGO E
O FACEBOOK
Desde a criação da empresa de Mark Zuckerberg que a privacidade viu alterada a sua essência. Os próprios utilizadores do Facebook têm
perfeita noção disso. Entre diversas funcionalidades, como partilhar conteúdos diversos está
o facto de o podermos fazer apenas com quem
queremos, dando uma privacidade extra ao seu
perfil. Até aqui nada de novo foi dito. Agora imaginemos que ao chegar a uma entrevista de emprego o entrevistador solcicitava ver o seu Facebook.
Num mundo em que a privacidade passou
para um nível on-line, Justin Bassett, um estatístico residente em Nova Iorque que estava
a ser entrevistado para uma vaga numa empresa de lobbying foi confrontado com esta situação
recusou-se a dar a sua passe e acabou desistindo da candidatura de emprego.
Este não é um caso único nos Estados Unidos
e a moda pode perfeitamente pegar na Europa.
O senador Chuck Schumer, escreveu numa declaração enviada à Associated Press que “numa
época em que cada vez mais informação pessoal – e as nossas interacções sociais privadas –
está online, é essencial que todos os indivíduos sejam autorizados a decidir por eles próprios
que informação pessoal querem tornar pública e a proteger a informação pessoal dos seus
potenciais empregadores. Isto é especialmente importante durante um processo de contratação, quando todo o poder está concentrado num
dos lados”.
A reacção de vários estados americanos é
avançar com leis que proíbam este tipo de acções por parte dos empregadores. Mark Zu-
ckerberg e a sua empresa ameaçam processar
quem cometer este delito contra a privacidade
do entrevistado e afirma que “enquanto utilizador do Facebook, não deve ser forçado a partilhar a sua informação privada apenas para garantir um emprego”.
Será que com as dificuldades de hoje, tanto
em manter como encontrar um novo emprego,
as pessoas não cederiam à pressão? Será que
para ter emprego não abdicariam da sua vida
privada?
É importante lembrar que, se por alguma razão, um utilizador da rede decide tornar públicos
comportamentos geralmente protegidos pela
reserva de intimidade da vida privada, não está a
renunciar a esse direito mas sim a exercê-lo de
forma autónoma.
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RÚBEN CASTRO
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MAI. 2012
EU E
O MEU
CORPO
O corpo é o meio que o ser humano dispõe
para se relacionar com o mundo e que possibilita a sua apresentação aos outros. Com a evolução da sociedade, o corpo passou a constituir
uma das maiores preocupações do Homem, tornando-se inclusive objeto de publicidade e mote
para obras de arte.
Numa sociedade como a nossa, tão centrada na imagem, é comum observar-se uma preocupação com a aparência, podendo esta afetar
profundamente o modo como as pessoas se relacionam.
Ter cuidados básicos de higiene e pensar na
sua imagem de uma forma desprendida e tranquila é um comportamento normal e saudável.
No entanto, tal preocupação poderá tornar-se
prejudicial quando a inquietação com o seu aspeto se torna persistente, ao ponto de sentir-se
mal consigo próprio e de se afastar de outras
pessoas. De facto, e ao contrário de Narciso, que
se apaixonou pelo próprio reflexo, são muitos os
jovens que têm uma visão distorcida do seu corpo e que não se sentem satisfeitos com o que
veem refletido no espelho. Num estudo sociológico, 58% das jovens participantes afirmaram estar acima do peso, quando na verdade,
apenas 17% destas tinham um peso acima
da média.
© DASH / PhotoXpress Inc
COMO OBTER UM CONCEITO MAIS POSITIVO
SOBRE A SUA IMAGEM?
Conhece aquele tipo de espelhos que distorcem
a imagem? Quando se vê refletido neste espelho, pode parecer maior ou menor do que realmente é, o que não corresponde totalmente à realidade...
É, POR ISSO, IMPORTANTE FAZER UMA AVALIAÇÃO HONESTA DA SUA IMAGEM.
Lembre-se: o peso é apenas um número e não
traduz nem o tipo de corpo que tem, a massa
muscular, a estrutura óssea, nem a sua beleza.
DESENVOLVA UMA ATITUDE EQUILIBRADA.
Um jovem pode começar uma dieta rigorosa,
aparentemente inofensiva, para perder alguns
quilos. No entanto, ao atingir o seu objetivo não
se sente satisfeito e decide perder mais uns quilos, depois outros e mais outros. É desta forma
que perturbações como a anorexia podem surgir. A anorexia pode desenvolver-se de uma forma muito subtil, sustentada por um padrão de
comportamento alimentar muito desadequado,
um controle patológico do peso e uma distorção da imagem corporal. Embora seja maior o
número de raparigas a sofrer de anorexia, também os rapazes têm vindo a apresentar comportamentos e pensamentos desadequados em relação ao corpo.
TENHA EM ATENÇÃO QUE O PADRÃO DE BELEZA MAIS COMUM NA NOSSA SOCIEDADE É IRREALISTA.
As fotografias de modelos, atrizes... que encontra nas revistas são manipuladas, por questões
de estética e em busca do que é considerado
perfeição. Note-se que, em algumas sociedades, o padrão de beleza diverge do mundo ocidental, pois são as mulheres com mais peso as
mais valorizadas.
LEMBRE-SE QUE A MAIOR RIQUEZA ESTÁ NA
DIFERENÇA.
Caraterísticas distintas diferenciam as pessoas
entre si, tornando-as únicas. É pois importante
valorizar as suas singularidades, encontrar os
aspetos positivos que tem e rodear-se de pessoas que o aceitem. Ter uma imagem positiva do
próprio corpo é fundamental para o seu bem-estar psicológico.
SERVIÇO DE CONSULTA PSICOLÓGICA
Tlm.: 918 159 467
http://scp.uma.pt
[email protected]
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SCP-UMa
Serviço de Consulta Psicológica da Universidade da Madeira
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Egrejos
EM
PORTUGUÊS
ESCORREITO
Nas escolas, em geral, dominam os dicionários
básicos, elementares, com um número limitado de entradas. O nosso progressivo enriquecimento lexical obriga-nos a consultar dicionários cada vez mais completos, como o Houaiss.
Descobrimos, então, que o nosso domínio linguístico é elevado, quando as nossas exigências
ultrapassam os limites daqueles dicionários escolares, normalmente pequenas ou médias edições de bolso.
_
HELENA REBELO
Docente da UMa
© DASH / PhotoXpress Inc
10%
Igreijos
esasserbou-se
33%
10%
Igreijios
24%
Exacerbou-se
90%
Egrégios
33%
Os nossos “.………………….. avós” são pouco lembrados.
Nos últimos dias, a doença ………………….. ; já não
há nada a fazer.
egrégios / igrejios / igreijos / egrejos
ezacerbousse / exacerbou-se / esasserbou-se
/ esasserbousse
SOLUÇÃO
Os nossos “egrégios avós” são pouco lembrados.
SOLUÇÃO
Nos últimos dias, a doença exacerbou-se; já não
há nada a fazer.
EXPLICAÇÃO
Quando cantamos o hino nacional, damo-nos
conta da existência do adjectivo “egrégios” a
qualificar “avós”. Quem já foi procurar o sentido deste vocábulo num dicionário sabe que é sinónimo de “notável” (notáveis). Como é pouco
usado, além do sentido, também o seu significante poderá causar algumas dúvidas. Pela sua
sonoridade, haverá uma tendência para o associar a “igreja”, grafando “egrégios” com “j”, mas
não têm nenhuma relação. Aquele vem do Latim,
“egregius” (distinto, notável, superior, eminente), conservando a sua forma original, enquanto “igreja” tem origem no termo grego “ekklesia”
(assembleia por convocação).
EXPLICAÇÃO
A forma verbal “exacerbar-se” é de uso pouco
frequente. Contudo, pode ocorrer no discurso
mais cuidado. O dicionário é, então, um instrumento indispensável para compreender, plenamente, o alcance de “exacerbar-se”. Significa “tornar-se mais violento” ou “tornar-se mais
intenso”. Formou-se a partir de “acerbar” (Latim: “acerbare” – fazer amargoso, azedar, inflamar (a ferida), agravar, exagerar), com o prefixo
“ex” (de “es” a indicar, certamente, intensidade).
DE MOCHILA
ÀS COSTAS
EM MAYRHOFEN
Mayrhofen. Local que fica bem além da Pérola do Atlântico. Fica na Áustria, a cerca de 4 horas de avião desde o Funchal até Munique. Depois, pode ir de comboio ou de táxi-carrinha até
ao destino final.
Esta cidade, situada no belíssimo vale de Zillertal, distrito de Tirol, deslumbra-nos com uma
paisagem invulgar, rodeada pelos Alpes. Virada
para o turismo, é o sítio ideal para quem gosta
da natureza.
Aqui encontra várias actividades todo o ano.
No Inverno, faça ski ou snowboard, aproveite
para visitar o White Lounge, e termine o dia num
dos bares da cidade de Aprés Ski. No Verão, traga a bicicleta para a montanha, faça caminhadas
por entre os trilhos das montanhas ou aproveite
para ter outra panorâmica sobre a cidade fazendo parapente. Também podem praticar escalada,
rafting, canyoning e não só.
O repertório cultural na Áustria é muito vasto. Juntamente com as últimas tendências e festivais musicais, os turistas que visitam Zillertal
podem esperar divertidas performances de teatro, eventos tradicionais e delícias culinárias, em
qualquer época do ano.
Aqui não há conflito entre fortes tradições e a
vida moderna. Há espaço igualmente para a actuação de grupos de música tradicional como
para festivais como o Snowbombing. Para os
amantes da música, neve e sol, este é um evento a não perder. Nomes como Fatboy Slim, Madness, 2ManyDJs e Mylo já por lá passaram, naquele que é considerado o maior espectáculo
musical na neve.
Mais informações visitem: www.mayrhofen.at
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RÚBEN SOUSA
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MAI. 2012
ESTÓRIAS
DO ARCO
DA VELHA
_
DIÁLOGOS
Um centro comercial. Dois homens num elevador.
- Podiam colocar outra música.
O outro encarou-o de alto a baixo. Era irónico
que um louco vestido a super-homem pudesse
dizer mal daquela música.
- Que tem contra ela?
- Simplesmente não gosto.
- Mas porquê?
O homem da capa vermelha olhou para o outro
e uma manifestação de compreensão deslizou
pelo seu rosto abaixo.
- Espere lá. Você é o autor desta música, não é?
Jorge…
- Palma. Sim, sou eu.
- Muito prazer. Sou o Super-Homem.
- Ainda não me disse porquê não gosta da minha música.
- Não gosto porque a sua voz não é bonita. Não
me diga que se considera um Elton John! E depois esta letra, não sei, parece-me estranha.
Para quê é que o senhor pede tanto que se encostem a si?
Jorge encontrava-se muito corado e avançou em
direcção à porta quando esta deu sinais de que
iria abrir.
- Para onde vai? - perguntou o outro. - Quer fugir dos seus problemas? Sente-se aqui e vamos
ter uma conversinha - pegou no cantor e sentou-o a um canto do elevador. - Diga-me o que lhe
vai no coração. Sente-se pouco amado pela sua
mulher?
- Bem…
- É isso, não é?
- Eu…
- Os seus filhos, com certeza, não lhe ligam nenhuma.
- Eu…
- Pois, eu sabia. Os filhos são uns ingratos. Por
quê não arranja uma amante?
- Mas…
- Ah, já tem. Seu safado. Quantas vezes tem relações sexuais por semana?
- Hum…
- Já lhe perdeu a conta, não é? E que outros vícios tem? Cheira-me a álcool…
- Não…
- É alcoólico, portanto. E gosta de um pokerzinho, não?
Jorge suspirou. O dia iria ser muito longo.
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VALENTINA SILVA FERREIRA
Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra
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MAI. 2012
GRAVIDEZ
NA ADOLESCÊNCIA
“numa gravidez
precoce tanto
a mãe como a
criança podem
sofrer graves
riscos de saúde”
Apesar do forte reforço colocado nos estabelecimentos de ensino sobre os perigos do sexo
sem preservativo, muitos adolescentes continuam a praticá-lo como se de nada soubessem.
Um dos maiores problemas provenientes de tais
atitudes é precisamente a gravidez nesta idade,
que continua a ser uma realidade para muitas
jovens, mesmo com a despenalização e legislação do aborto, no nosso país desde 2007.
Pelas mais variadas razões, muitas jovens
optam por manter a gravidez, mesmo sem estarem cientes dos riscos de saúde que correm,
nem dos problemas que poderão enfrentar, seja
a nível monetário, social ou mesmo profissional. Por exemplo, numa gravidez precoce tanto a mãe como a criança podem sofrer graves
riscos de saúde. Em relação aos problemas que
poderão ocorrer à progenitora, temos casos
como a morte no parto ou no puerpério (pós-parto), parto prematuro, anemia e baixo ganho
de peso. Para o recém-nascido incidem maiores índices da morte do feto no útero ou durante o parto, recém-nascidos de baixo peso, hospitalizações por infecções ou acidentes durante
toda a sua infância.
No próprio meio social, a adolescente é privada de certos aspectos que são necessário ao
desenvolvimento na Adolescência, como actividades próprias para a sua idade ou inclusão de
grupos de amigos. A nível familiar nota-se também, devido a pressões sociais, uma dificuldade na aceitação da ideia da gravidez, dificultando um apoio familiar adequado. Existe ainda o
facto de muitos jovens não terem independência financeira, o que obriga muitos pais assumir
os cargos da criança. No entanto o jovem casal,
muitas vezes apenas a jovem mãe, é obrigado a
abandonar os estudos para ajudar os próprios
pais financeiramente, ou até para manter o seu
papel de mãe, sendo extremamente difícil educar uma criança e seguir para o Ensino Superior.
Existem porém muitas jovens que conseguiram superar tais dificuldades. Com muito esforço e força de vontade, foram capazes de acompanhar o crescimento dos seus filhos enquanto
continuaram os seus estudos, talvez nem sempre com os melhores resultados, algumas, com
certeza, até capazes de manter um emprego enquanto estudavam.
É necessário não esquecer também o papel
dos jovens pais que muitas vezes mantêm-se ao
lado das suas companheiras, apoiando-as e ajudando-as nesta tarefa tão difícil que é criar uma
criança numa fase tão tenra das suas vidas. Por
muito difícil que seja, por mais impossível que
nos pareça, não devemos ignorar o facto de que
o ser humano é sempre capaz de superar qualquer dificuldade, desde que tenha a força de vontade necessária, e o apoio daqueles que lhe são
mais próximos é sempre uma mais-valia.
_
JOÃO ANDRADE
© MONART DESIGN / PhotoXpress Inc
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MAI. 2012
NA UMa ERA BOM …
“... não pagar propinas.”
João Nunes, Economia
“... que os estudantes menos favorecidos tivessem o transporte facilitado para a universidade.”
João Roque, EIRE
“... que houvesse mais estacionamentos para os
carros.”
Manuel Fernandes Eng. Civil
“... que houvesse mais segurança nas zonas de
estacionamento.”
Nuno Tito, Eng. Civil
“... que as diferenças se completassem e que o
conhecimento todos divulgassem.”
Beatriz Gonçalves, Psicologia
“... ter mais variedades de snacks nas máquinas.”
Janete Gonçalves, Enfermagem
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MAI. 2012
MAI. 2012
AMNISTIA
INTERNACIONAL:
A CAMINHO DE
UM SÉCULO
DE VIDA
A 28 de maio a Amnistia Internacional encerra
as celebrações do seu 50.º aniversário, que começaram há precisamente um ano. Ao mesmo
tempo começa o caminho para mais meio século de luta pelos Direitos Humanos. Um momento crucial para lembrar os grandes feitos e planear o futuro.
Alguns leitores (se não todos) devem lembrar-se do filme Regresso ao Futuro. Neste artigo
pretendemos fazer-vos mais ou menos o mesmo que às personagens, ou seja, transportar-vos até ao passado, para vos trazermos de volta ao futuro. Tal como no filme, para alguns dos
leitores a viagem começa quando nem sequer
tinham nascido: em 1961. Num dia como tantos
outros, a 28 de maio, Peter Benenson, advogado
britânico, viraria o rumo da História ao publicar
no jornal The Observer um “Apelo para uma Amnistia”. Nele pedia aos leitores para, durante um
ano, enviarem apelos em nome de seis pessoas
detidas unicamente pelas suas opções políticas.
Um movimento que no ano seguinte deu origem
a uma organização não governamental. Nascia
1.
2.
3.
assim a Amnistia Internacional e, 50 anos depois, muitas mudanças há a assinalar no mundo
em termos de Direitos Humanos.
Pensando ainda em prisioneiros políticos, cinco anos após a publicação do artigo de Peter Benenson a Amnistia Internacional e os seus ativistas tinham já conseguido libertar 1.000 pessoas
e três anos depois os números iam nos 2.000
presos libertados. Desde então, estes dados não
pararam de aumentar. Em 1972, a Amnistia Internacional lançava-se naquela que seria a sua
primeira campanha, com vista à abolição da tortura e alguns anos depois, em 1984, as Nações
Unidas adotavam a Convenção contra a Tortura e Outras Penas ou Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes. A esta seguiram-se
outras campanhas, enquanto outros tratados internacionais de Direitos Humanos foram sendo
adotados. A Amnistia Internacional orgulha-se
de ter contribuído para todos eles, pois acredita
que mudar o mundo exige alterar as normas (erradas) que o regem.
Tudo isto prende-se com os chamados Direitos Civis e Políticos, que nos últimos 50 anos foram cada vez mais (globalmente) reconhecidos.
Menos relevo tem sido dado aos Direitos Económicos, Sociais e Culturais, cujas violações se
agravam em períodos de crise como o que vivemos. A Amnistia Internacional começou a trabalhar estes direitos em 2001 e é neles que aposta
(mais fortemente) neste caminho em direção a
um século de vida. Para os promover e defender
conta com novas “armas”, como um ativismo facilitado pelas novas tecnologias e redes sociais.
Mas sabe também que este pode ser “um pau de
dois bicos” e que novos desafios têm de ser en-
frentados, como as violações dos Direitos Humanos perpetuadas pelo mundo empresarial e a
crescente importância dos países do hemisfério
Sul do mundo. É uma nova era para a Amnistia
Internacional, que começa a 28 de maio! Acompanhem-na em www.amnistia-internacional.pt.
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AMNISTIA INTERNACIONAL PORTUGAL
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LEGENDAS
1. © Jungha Lee
Membros da Amnistia Internacional da Coreia
do Sul celebram o 50.º aniversário recriando os
post-it que caracterizam a organização
2. © Amnistia Internacional
Uma das muitas ações desenvolvidas em todo
o mundo pela Amnistia Internacional em nome
da abolição da tortura. Aqui na Índia, em 1982.
2. © Amnistia Internacional
Uma manifestação de apoio aos povos do Médio Oriente e Norte de África, este ano, em Londres. Os telemóveis invocam o papel das novas tecnologias na chamada ‘Primavera Árabe’.
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CORTEI AS
FITAS.
E AGORA?
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CARLOS DIOGO PEREIRA
Arranjar um emprego, exercer uma actividade laboral melhor ou aumentar as suas habilitações literárias, são algumas das hipóteses que
se julgam serem as opções do graduado. Como
fazê-lo?
As ofertas de emprego podem apresentar-se
de maneiras distintas e cabe ao futuro candidato
adequar-se a cada oferta, mediante os requisitos que esta apresente. A forma como são divulgadas essas ofertas, podem servir de limitação
do perfil dos candidatos, logicamente. Dessa
forma o melhor é ficar atento aos classificados
de jornais locais, nacionais e internacionais, a
programas de emprego e a bases de dados.
Normalmente são os empregadores quem
publicitam as suas necessidades, contudo existe uma via em que o candidato se auto propõe
à futura entidade empregadora. A isto chama-se candidatura espontânea a qual deve ser feita preferencialmente pela entrega do currículo
pessoalmente ao responsável da instituição ou
dos seus recursos humanos e deixando sempre
a disponibilidade para entrevista ou para realização de um estágio, por exemplo. O importante
é ser honesto, estar informado sobre a natureza da entidade e da função à qual se candidata e
mostrar um currículo que dê relevância às actividades que desenvolveu ou à formação que tem
na área que afecta essa actividade laboral.
Na UMa, o apoio dado aos recém-licenciados
na procura de emprego é da responsabilidade do
GPC/Clube de Emprego da UMa. Em www.gpc.
uma.pt estão disponíveis informações e modelos práticos para construção de currículos, cartas de apresentação e outras preparações, su-
gestões úteis para responder a anúncios e de
preparação para entrevistas de trabalho. Também surgem algumas ofertas e programas de
emprego, de formação profissional e de estágios
profissionais locais, nacionais e internacionais.
Muitas universidades têm bases de ofertas de
empregos para os seus licenciados, mas sendo
que estas são abertas a todos os cibernautas,
pode sempre fazer uma procura nas páginas das
várias instituições, além de recorrer aos locais
mais tradicionais como o do Instituto do Emprego e Formação Profissional ou o Instituto de Emprego da Madeira.
Pode e deve inscrever-se em várias bases
de emprego nacionais e internacionais, que lhe
permitem receber com regularidade as propostas que vão surgindo para as condições que especificou quando nelas se inscreveu. A www.expressoemprego.pt (versão digital do suplemento
de emprego do Expresso) e o EURES – Portal Europeu de Mobilidade de Emprego, são algumas
das mais usadas pelos portugueses.
Se está a pensar em ir trabalhar para fora do
país, a maior parte das embaixadas em Portugal têm páginas digitais com informação específica para procura de emprego nos países que
representam. Leia com atenção o que nelas é
dito, porque as regras laborais não são comuns
a toda a União Europeia.
Às vezes só precisamos de pequeno empurrãozinho! Mas como dizia Ricardo Fabrício, docente da UMa, o segredo do sucesso na procura
de emprego é a sua gestão. Assim, organize-se.
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© ATLANTISMEDIA / PhotoXpress Inc
TURISMO
RELIGIOSO
O turismo religioso, cada vez mais solicitado
por aqueles cujas economias ainda o permitem,
difere dos outros segmentos do mercado do turismo por ser exclusivamente direccionado para
as questões de fé. Por esse e por outros motivos,
este tipo de turismo está maioritariamente associado ao calendário religioso da localidade onde
se pretende exercer este tipo de actividade, muitas vezes apelidada de peregrinação.
Ao contrário do que parece ser a realidade actual no seio das crenças religiosas, o turismo religioso tem aumentado cada vez mais um pouco por todo o Mundo, tendo como foco dos seus
acontecimentos locais como o Vaticano, Meca,
Fátima, Jerusalém, Lourdes (França) e Varanasi (Índia).
Todos os anos, grandes massas religiosas movem-se para estes locais para simplesmente conhecer locais sagrados ou por obrigação assumida. Exemplo disso é a religião islâmica que
obriga a que cada praticante peregrine pelo menos uma vez na vida até Meca, tendo que depois
efectuar no local um ritual descrito no seu livro
religioso, o Alcorão. Quanto ao nosso país, muitas das peregrinações a Fátima têm como propósito pagar promessas que foram feitas pelos
fiéis.
Em Portugal, já assistimos às peregrinações
desde há muito tempo, muito por força dos três
pastorinhos que viveram e testemunharam as
aparições ocorridas entre 1916 e 1917 na Cova da
Iria. Lúcia, Francisco e Jacinta foram os três pequenos pastores que, a 13 de Maio de 1917, se depararam com a Virgem Maria iniciando assim um
ciclo de grande história religiosa no nosso país.
Desde essa data que se vem constatando que,
a cada ano que passa, são cada vez mais os adeptos deste tipo de actividade. Actualmente, segundo a Secretaria de Estado do Turismo, esta
prática religiosa representa cerca de 10% do movimento turístico total de Portugal, movimentando cerca de sete milhões de pessoas por ano e
gerando receitas anuais na ordem dos setecentos milhões de euros. Estas quantias não são, no
entanto, significativas em relação aos mesmos
dados a nível mundial sendo que por ano, em
todo o Mundo, entre 300 a 330 milhões de pessoas geram cerca de 18 mil milhões de euros neste sector.
Outros dos locais nacionais ligados à exploração do turismo religioso são o Santuário da Senhora da Penha em Guimarães, o Convento de
Mafra e o Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.
Estes e muitos outros locais ditos religiosos
fazem parte de um todo avaliado em 75% do património nacional. É dito, por normal, que sejam
alvo de muitas visitas visto que não são apenas
monumentos religiosos. Em todo o Mundo, muitas são obras de arte tocadas por vários artistas
que deixaram o seu nome imortalizado na Terra. É o caso da Capela Sistina no Vaticano, cujo
tecto foi tocado por Michelangelo e Rafael Sanzio, entre outros. Locais deste tipo não são apenas visitados por crentes mas também por grandes apreciadores de arte, arte intemporal.
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TIAGO ORNELAS
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Rs4e
O FUTURO
É DE QUEM
O FAZ
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CAROLINA MARTINS
© Imagens cedidas por Carolina Martins
Teve início no passado dia 2 de Abril o curso
intensivo de Empreendedorismo e Inovação Empresarial levado a cabo pelo Centro de Empresas e Inovação da Madeira e pela Vice-Presidência do Governo Regional com o projecto rs4e
– road show for entrepreneurship.
Participaram neste projecto 70 alunos vindos
de 9 instituições de Ensino Superior distintas,
entre elas o ISAL e a Universidade da Madeira,
escolhidos de um total de 120 inscritos, sendo
que o apuramento teve como critérios de selecção o n.º de ECTS realizados.
Intensivo - é a melhor palavra para descrever
este curso, no qual eu também participei e ao
qual me refiro com a maior satisfação. Durante três dias, os alunos hospedados em S. Vicente, tiveram a oportunidade de adquirir conhecimentos teóricos nos módulos de “Criação de
valor em Projectos Empresariais”, “Liderança e
Team Building”, “Tecnologias e aplicações Web-based”, “Marketing e Inovação”, “Ferramentas
de Análise Financeira”, “Como estruturar uma
ideia de negócio?”e “Técnicas de apresentação”.
À medida que os conhecimentos teóricos iam
sendo interiorizados, o objectivo era criar uma
ideia de negócio criativa, única e que trouxesse
lucro. Para isso, o grupo inicial foi dividido em 2
turmas e em 14 grupos de trabalho, escolhidos
aleatoriamente pela equipa do rs4e, mas tendo
sempre em atenção a junção de alunos vindos de
diferentes áreas de conhecimento: desde as ciências sociais, desporto, psicologia, engenharias e gestão.
O resultado foi surpreendente: 70 escolhidos em S. Vicente, assustados inicialmente com
a grandeza do projecto, mas que nunca desistiram. Durante 3 dias, trabalhámos arduamente, passamos pela chamada “noite negra”, mas
conseguimos, todos, sem excepção! E no 3.º dia,
meta final deste desafio, todos os grupos apresentaram com sucesso projectos inovadores e
apaixonantes, que são a voz do futuro porque o
futuro é de quem o faz!
Foi com paixão que todos apresentaram os
projectos e foi com a confiança em nós depositada que um júri composto por 7 elementos escolheu 3 vencedores: o 1.º prémio (viagem a
Londres num programa de intercâmbio de empreendedorismo) para o projecto “Live Well in
Madeira”, 3.º prémio (Prémio SDEM de 400€)
para o projecto “Funxtrato”. É também com orgulho que posso dizer que o 2.º Prémio (Prémio
Banif de 500€) foi entregue ao grupo 5, do qual
faço parte, com o projecto “BeMadeira”.
Numa última nota resta-me felicitar todos os
grupos pelos projectos aliciantes, agradecer em
nome de todos ao CEIM e à equipa do rs4e que
esteve sempre à nossa disposição, bem como
à equipa do ISCTE e AUDAX e aos coachers Rui
Ferreira, Rodrigo Castro, Miguel Duarte, António Gaspar, Luís Martins e Cláudia Barbosa.
A todos vocês, um grande obrigado, por terem
sido mais do que uma equipa, uns amigos para
todos nós!
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A Rua de Santa Maria, situada na Zona Velha, foi a primeira rua da Madeira tendo já este
nome desde 1430. Integrada no núcleo histórico de Santa Maria, uma Zona Classificada desde
1986, tem sido submetida a projectos de recuperação da área urbana. No entanto, e apesar da
existência destes projectos, a zona de Santa Maria não sofreu alterações a grande escala, como
algumas regiões do Funchal que também foram
alvo de recuperação, mantendo algumas das características originais e o “bom velho charme”.
Actualmente, a Rua de Santa Maria é conhecida em sequência de um projecto denominado
Arte das Portas Abertas. A ideia de pintar portas
surgiu originalmente em Valloire, Itália, em 1994
e aplicada no Funchal pela primeira vez no dia
20 de Agosto de 2010, por Martinho Mendes, no
número 207 da Rua Carreira no Funchal, seguida da primeira porta da rua de Santa Maria, pelo
artista Mark Milewsky, em 6 de Abril de 2011.
O arranque deste projecto mostrou-se um
processo complicado, pois os moradores mostraram alguma relutância e pouca receptividade, tendo sido difícil o contacto com os proprietários e a obtenção da autorização para a
aplicação do projecto.
Os alvos de pintura, escultura, fotografia e escrita, entre outros, são portas antigas e esquecidas, pertencentes a lojas abandonadas e que
recuperam a “vida” com o trabalho e apoio de vários artistas, sendo o principal objectivo a sensibilização da população de modo a tornar novamente esta zona do Funchal atractiva e fonte
de encanto tanto para os portugueses como
para turistas, pois passa a ser uma das “passa-
ARTE DE
PORTAS
ABERTAS
gens obrigatórias” na Zona Velha, quanto mais
não seja pela novidade e diversidade de obras de
arte em que as portas foram transformadas.
Quem pode participar neste projecto? Até tu
podes! O projecto é aberto a qualquer pessoa
que esteja disposta a oferecer a imaginação e a
ajudar à recuperação e revitalização desta zona
do Funchal.
Se estás interessado, podes consultar mais
informações em:
http://www.arteportasabertas.com/
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JOANA FRANÇA
© Imagens cedidas por Joana França
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GERAÇÃO DO
IMACULADO DE
COMPANHIA
Numa altura de crise, em que as sociedades ocidentais vivem uma espécie de depressão coletiva, um grupo de jovens da freguesia
do Imaculado Coração de Maria decidiu “arregaçar as mangas” e montou um grupo informal
de jovens. Este grupo informal pretende organizar, de forma gratuita, inúmeras iniciativas
em prol desta freguesia da cidade do Funchal.
Assim sendo, o Grupo de Jovens do Imaculado
elaborou um projeto, que visa aprimorar as relações de vizinhança e de proximidade através
do voluntariado. O projeto denominado Geração
do Imaculado de Companhia (GICO) foi inspirado nas comemorações do Ano Europeu do Diálogo Intergeracional e tem como essência efetuar o voluntariado de companhia. Recrutou-se
um grupo de vinte jovens voluntários que auxiliará os mais idosos da freguesia a efetuar tarefas diárias tais como, ida às compras, à farmácia, ao médico, ao hospital e a um passeio no
Jardim. Esta ideia surgiu quando estes jovens
constataram que existem 1285 idosos com mais
de 65 anos num universo populacional de 6020
habitantes. Tornou-se pertinente que estas
pessoas se sintam seguras, protegidas e felizes em residir na freguesia. Esta iniciativa pretende dar mais segurança aos idosos (porque
quando estes estão acompanhados tornam-se
menos vulneráveis) e prevenir riscos de acidente e quedas que afetam muito esta faixa etária.
Trata-se também de uma forma de auxiliar as
forças de segurança.
Após o recrutamento de voluntários foi ministrada formação, com a duração de duas semanas, dada pela Casa do Voluntário, um dos
parceiros do projeto, e posteriormente foi efetuada a identificação de caso através da Junta
de Freguesia e da Segurança Social, também
parceiros do GICO.
Com os voluntários no terreno já estão agendadas algumas iniciativas de confraternização
entre voluntários e idosos tais como; no dia 21
de junho de 2012 um passeio de autocarro ao
Concelho do Porto Moniz e no dia 26 de julho,
dia dos avós convívio do Jardim de Santa Luzia
entre voluntários e idosos.
Crê-se ser fundamental referir que a divulgação do projeto contou com a indispensável
ajuda da Associação Académica da Universidade da Madeira (AAUMa), do Club Sport Marítimo
e da Farmácia Funchal.
Importa referir que todos os voluntários que
abraçam esta causa dispõem, após seis meses
de voluntariado, de um diploma outorgado pela
Casa do Voluntário, muito útil na procura de um
novo emprego.
Por fim, disponibilizamos os nossos contacos para angariação de novos voluntários para
o projeto.
E-MAIL: [email protected]
FACEBOOK: www.facebook.com/projetogico
© Imagens cedidas por GICO
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No dia 30 de Abril de 2012 comemora-se o 52.º
aniversário do Jardim Botânico da Madeira
(criação oficial a 30 de Abril de 1960). É uma instituição científica que se dedica a estudos botânicos, projectos de conservação e divulgação da
flora e vegetação do Arquipélago da Madeira e
Selvagens, assim como da flora exótica, introduzida ao longo dos anos na Região; simultaneamente convida todos os visitantes a um passeio
e a um percurso pedagógico, apresentando uma
colecção de plantas vivas originárias de diversas partes do planeta (a biodiversidade do mundo); diferentes colecções de âmbito científico e
de história natural.
NO JARDIM
BOTÂNICO DA
MADEIRA
_
DIRECÇÃO REGIONAL DE FLORESTAS
© YVANN K / PhotoXpress Inc
Neste apontamento, propõe-se uma breve visita às diferentes colecções do Museu de História
Natural, arquivo da história do passado e presente, do património natural da Região, os testemunhos são as colecções que na actualidade
lá se encontram.
Ao entrar na portaria principal do Jardim Botânico da Madeira e depois de apreciar a imagem
de Carlos Azevedo Menezes (botânico madeirense) que se encontra entre a colecção de plantas da família Ericaceae, é fácil deparar-se com
o edifício principal (uma construção dos fins do
século XIX, inicio do século XX com uma arquitectura própria da época), sempre rodeado de
plantas de diferentes famílias botânicas, ao caminhar sobre a calçada de pedras basálticas
(calhaus rolados típicos madeirenses), o visitante tem acesso à casa onde se encontra o Museu
de História Natural por uma pequena escada de
cantaria basáltica.
Na actualidade encontra três salas:
* Uma sala à direita em que pode observar alguns exemplares do herbário (colecção de âmbito científico que consta de plantas secas organizadas cientificamente) - de realçar que este
herbário foi iniciado em 1957, antes da criação
oficial do JBM e foi-lhe incorporado o herbário
histórico do Seminário do Funchal, o qual foi entregue à guarda e cuidado técnico do Jardim Botânico em 1979. Possui exemplares de plantas
vasculares, avasculares e líquenes, espécies da
Madeira e Macaronésia.
* Na sala ao centro observa uma importante colecção de fósseis encontrados em S.Vicente,
Porto da Cruz, Porto Santo e Santana, destacando-se os fósseis de moluscos, de equinodermes
e dois exemplares de fósseis de espécies vegetais – o Zimbro (Juniperus turbinata subsp. canariensis) e a Tintureira (Frangula azorica- espécie dada como extinta na natureza na ilha da
Madeira e já referido na Flora de Lowe).
* Na 3ª e última sala o visitante observa uma importante colecção de aves migratórias, outras
introduzidas, muitas residentes e endémicas
como o Pombo Trocaz (Columba trocaz), o Bis-Bis (Regulus ignicapillus madeirensis), a Freira
da Madeira (Pterodroma madeira); colecções de
borboletas, de peixes, de mamíferos destacando-se um exemplar do Lobo-Marinho (Monachus
monachus), de corais e de esponjas. É de realçar
que o Museu reúne o espólio do antigo Seminário Diocesano do Funchal, o qual foi entregue à
guarda do Jardim Botânico em 1982.
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REDESCOBRIR
A MADEIRA
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O ANTIGO QUARTEL
DO COLÉGIO, REITORIA
DA UNIVERSIDADE
DA MADEIRA
© Imagens cedidas por Rui Carita
Os Jesuítas chegaram para montarem um Colégio em 1570 e ocuparam este espaço em 1578. A
construção do edifício tinha de ser aprovada em
Roma, sendo a primeira planta enviada em 1575
e ainda outra em fevereiro de 1592, estando a ala
sobre a Rua do Castanheiro levantada no final de
1599. Os edifícios do Colégio foram passando por
alterações sucessivas, de acordo com as necessidades e os gostos das várias épocas.
A situação da Companhia de Jesus foi muito difícil ao longo do século XVIII e a sua expulsão de
Portugal foi entendida como objetivo prioritário
pelo Marquês de Pombal, sendo extinta por toda
a Europa, inclusivamente, em Roma. Só não foi
extinta na Rússia, por oposição da rainha Catarina II, a Grande. O colégio do Funchal foi cercado
em Maio de 1759, ficando ali presos e incomunicáveis os 18 jesuítas mais de um ano, até seguirem para Lisboa. Em 1768 começou a funcionar
aí uma Aula de Geometria e Desenho, essencialmente dedicada ao ensino militar, em 1774,
as aulas de Filosofia Racional e, nos inícios do
século seguinte, o Liceu do Funchal. Entretanto,
também ali foram aquarteladas as forças da fortaleza de São Lourenço, depois as inglesas das
ocupações de 1801/1802 e de 1807/1814, só deixando de ser quartel em 1970.
O Quartel do Colégio passou ao longo do século XIX por várias adaptações e diversos nomes,
conforme as forças que o foram ocupando. O
conjunto e os envolvimentos foram também sofrendo alterações, em 1847, com a ampliação da
Rua do Castanheiro e, em 1865, com a construção do portão, data do encerramento da entrada da Rua dos Ferreiros, que em 2001 foi reabi-
litada e passou a entrada nobre da Reitoria. Nas
obras de reabilitação de 2001 também foram
restaurados os empedrados com os emblemas
das forças militares. Em 24 de junho de 1901 o
Quartel do Colégio engalanava-se para receber
o rei D. Carlos e pensamos que data dessa altura a execução daquela calçada.
As forças militares saíram do Quartel do Colégio para o aquartelamento de São Martinho em
1970, altura em que o edifício foi cedido para instalação da Escola Preparatória, embora se tivessem mantido ainda nas instalações a Cooperativa Militar e a Banda Militar. Entre 1974 e 1980
fizeram-se os autos de cedência e de venda, ainda aqui tendo funcionado a Escola Superior de
Educação da Madeira. Em 1988 o edifício era cedido para instalação da Universidade, que incorporaria aquela Escola Superior e, entre 1992 e
1993, com a passagem das aulas e dos departamentos da Universidade para o edifício da Penteada, só aqui ficaria instalada a Reitoria.
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RUI CARITA
Professor Catedrático da UMa e Historiador
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COMO FAZER
UMA REVISÃO
DA LITERATURA:
CONSIDERAÇÕES
TEÓRICAS E
PRÁTICAS.
Há, sobretudo, duas inquietações que atormentam os mestrandos e outros alunos que
embarcam na revisão da literatura para os seus
trabalhos académicos. Uma é saber exactamente em que consiste e que utilidade tem a revisão da literatura e outra é saber quando se deve
concluir, ou seja, quando se sabe que já se tem
o suficiente. Vamos responder a estas perguntas e, também, sugerir passos sequenciais (e algumas pistas a seguir) numa revisão da literatura bem-sucedida.
Quando um investigador se inicia no processo
de revisão da literatura é pouco provável que o
assunto tratado nunca tenha sido abordado por
outra pessoa, pelo menos em parte ou de forma indirecta. Como afirma Quivy e Campenhoudt (2005), “tem-se frequentemente a impressão de que não há «nada sobre o assunto», mas
esta opinião resulta, em regra, de uma má informação” (p. 50). Por outro lado, devem-se evitar
dois erros apresentados por Carmo e Ferreira
(1998), quando nos advertem para a “gula livresca ou estatística, que nos pode fazer afogar em
sobre informação” e para o “desprezo
pela disciplina que nos recomenda a prévia concepção de hipóteses e/ou de questões-bússula que funcionem como
orientadoras da pesquisa,
fazendo-a demorar mais e
aumentando a imprevisibilidade dos resultados”
(p. 45).
Importância da Revisão da literatura
A revisão da literatura é uma parte vital do processo de investigação. Aquela envolve localizar,
analisar, sintetizar e interpretar a investigação
prévia (revistas científicas, livros, actas de congressos, resumos, etc.) relacionada com a sua
área de estudo; é, então, uma análise bibliográfica pormenorizada, referente aos trabalhos já
publicados sobre o tema. A revisão da literatura é indispensável não somente para definir
bem o problema, mas também para obter uma
ideia precisa sobre o estado actual dos conhecimentos sobre um dado tema, as suas lacunas e
a contribuição da investigação para o desenvolvimento do conhecimento. Como nos informam
Cardoso et al (2010) “cada investigador analisa
minuciosamente os trabalhos dos investigadores que o precederam e, só então, compreendido o testemunho que lhe foi confiado, parte equipado para a sua própria aventura” (p. 7). Devido
à constante evolução dos conhecimentos, deve-se começar por rever os trabalhos mais recentes primeiro e recuar no tempo.
Propósitos de revisão de literatura num estudo
de investigação
a) Delimitar o problema de investigação: muitos
estudos falham porque o investigador não delimitou bem o problema. A revisão da literatura
mostra-nos como outros investigadores formularam as suas perguntas de investigação num
campo de interesse tão alargado; b) Procurar
novas linhas de investigação: Fazendo a revisão da literatura, você deve determinar que investigação já foi feita na sua área de interesse.
Também deve ficar atento(a) para áreas que foram pouco investigadas. A sua experiência única pode também mostrar-lhe uma nova faceta
que não foi contemplada por outros investigadores. Acontece mais em áreas pouco investigadas mas pode acontecer em áreas bastante investigadas aparecendo uma abordagem criativa
e única. Por exemplo, uma aluna de mestrado
queria estudar a liderança escolar; começando a
rever a literatura verificou que a liderança escolar nos directores do 1.º ciclo ainda não fora estudada o que despertou o seu interesse uma vez
que era professora do 1.º ciclo. c) Evitar abordagens infrutíferas: Na sua revisão da literatura,
esteja atento(a) para linhas de investigação que
provaram ser infrutíferas. Por exemplo, revendo a literatura, por vezes, encontramos vários
estudos feitos ao longo dos anos usando metodologias semelhantes que provaram resultados
pouco significativos. Mais estudos nessa área
específica não servem propósitos importantes.
d) Ganhar perspectivas metodológicas: Um erro
que por vezes se faz é rever apenas os resultados do estudo ou relatório. A leitura geral pode
dar-nos ideias para o nosso desenho metodológico. e) Identificar recomendações para investigações futuras: Estudos de investigação, muito
frequentemente, terminam com mais questões
de investigação e sugestões para outras investigações. Muitos alunos de mestrado e doutoramento encontraram as suas ideias de investigação em outros estudos.
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Qual a extensão da revisão da literatura?
Uma das grandes frustrações com que se confrontam os mestrandos e outros alunos é determinar a extensão da revisão da literatura. Não
caia no erro de pensar que deve mencionar todos os livros e artigos que encontrou ou leu. A
revisão da literatura não é uma compilação de
cada livro e artigo relacionado com o seu tópico.
Deve sempre ser selectivo(a) e incluir só a informação mais relevante. Quando sabe que já tem
o suficiente? Não há uma resposta precisa mas
podemos dizer que você sabe que é tempo de parar quando começar a encontrar repetidamente as mesmas referências e não encontra novos
recursos. É costume dizer-se que se pode parar
quando se atingiu o “ponto de saturação”, isto é,
quando já não se encontram ideias nem resultados novos, pois isso significará que já se domina
bem o assunto em estudo.
Dum modo geral, muitos orientadores esperam que se faça entre 30 e 50 páginas de revisão
em estudos de um ano. Contudo, muito depende
da complexidade do seu tópico e da preferência
do seu orientador por isso deve perguntar-lhe.
Pela nossa experiência, uma boa revisão da literatura pode levar cerca de três a cinco meses
em estudos de um ano.
Passos a seguir numa revisão da literatura
Uma revisão abrangente envolve essencialmente quatro passos: 1.º Identificar palavras-chave
ou descritores. A primeira coisa a fazer é constituir uma série de descritores ou lista de palavras-chave relacionadas com o seu tópico para
fazer a pesquisa nas bases de dados e nos mo-
tores de busca. 2.º Rever fontes secundárias.
Fontes secundárias são aquelas que são escritas por autores que interpretam os trabalhos
de outros. Incluem resumos, enciclopédias, dicionários temáticos e manuais. São importantes
porque combinam conhecimento a partir de várias fontes primárias e dão uma visão geral rápida sobre o assunto. 3.º Recolher fontes primárias. Nesta fase determine quais livros e artigos
são mais relevantes para o seu estudo e recolha cada uma das fontes primárias. As fontes
primárias contêm os trabalhos originais de autores e investigadores. Recolher literatura primária consiste em localizar, ler na diagonal e fotocopiar livros e documentos relacionados com
o seu estudo. Dois tipos de literatura que deve
rever: literatura teórica e literatura empírica. A
maioria das dissertações contem a base teórica, por isso deve conhecer as áreas conceptuais relacionadas com ao seu estudo. Adicionalmente, deve familiarizar-se com a investigação
prévia na sua área científica. Nesta fase deve ser
selectivo(a). Lembre-se sempre do seu propósito de estudo. Ao recolher e organizar a sua literatura pergunte-se a si próprio: Como é que isto
se relaciona com o meu estudo? Uma estratégia é classificar cada recurso como “Muito importante”, “Moderadamente importante” e “Algo
importante”. 4.º Ler criticamente e resumir a literatura. Uma vez recolhida a literatura é necessário lê-la criticamente. Isto envolve questionar,
especular, avaliar, repensar e sintetizar o que
lê. Que perspectivas originais pode você reunir
acerca do seu tópico e não abordadas em nenhuma das referências? Que aspectos importantes,
factos e opiniões se relacionam com o seu estudo? Há questões importantes que não foram
bem abordadas? À medida que for lendo, procure temas, questões e pontos comuns entre os
vários autores. Antes de escrever uma síntese
coerente da literatura, você deve ter uma perspectiva tão boa da floresta como das árvores.
Anotando e resumindo as referências
1. Leia aprofundadamente as publicações que
classificou como “Muito importante” primeiro, de
forma a compreendê-las bem. Sublinhe as partes mais importantes e escreva ideias, visões ou
questões que surjam enquanto lê. Pode tomar
notas nas margens. 2. Para cada livro ou artigo
que leia, escreva um breve resumo nas suas próprias palavras que ilustre os pontos essenciais.
Inclua também inferências que pode fazer acerca
do seu estudo e conclusões que pode retirar do livro ou artigo. 3. Registe exactamente a referência
bibliográfica. 4. Desenvolva um sistema de codificação de forma a poder identificar cada tipo de
material contido em cada uma das folhas de resumos. Normalmente, isto é feito pelas suas variáveis, tópicos-chave, ou pelos descritores usados
na localização das referências. Escreva o nome
no topo da folha. 5. À medida que vai lendo, preste atenção a citações que podem ser importantes na apresentação da sua revisão. Se encontrar
uma citação importante, coloque-a entre aspas e
inclua a página donde foi retirada. Isto evita a que,
inadvertidamente, plagie as ideias de outros. Tente limitar as suas citações. 6. Coloque os seus resumos numa pasta de computador e depois faça
uma cópia deixando margens largas. Agora você
tem um registo completo do que a literatura afirmou acerca das variáveis ou palavras-chave do
seu estudo. 7. Leia todos os resumos e procure
temas importantes, grandes questões, convergências e divergências. Tome notas nas margens
das suas folhas de resumo. Isto dá-lhe uma base
para desenvolver um esboço lógico e coerente da
sua revisão de literatura.
Para finalizar, a consulta a bases de dados e
bibliotecas virtuais tornou-se indispensável: a
nível nacional temos a B-on (biblioteca do conhecimento on-line – http://www.b-on.pt) e o
RCAAP (agregação de repositórios universitários nacionais – http://www.rcaap.pt); a nível
internacional e na área da educação há a ERIC
(Educational Resources Informational Center –
http://www.eric.ed.gov). O Google Académico
(http://scholar.google.pt) é também um instrumento de muito interesse que permite o acesso a teses, dissertações, artigos científicos e
outros materiais especializados. Na organização e partilha de informações bibliográficas há
dois programas importantes e de acesso livre:
Mendeley (http://www.mendeley.com/) e Zotero
(http://www.zotero.org/).
REFERÊNCIAS
Cardoso, T., Alarcão, I. & Celorico, J. (2010). Revisão da literatura e sistematização do conhecimento. Porto: Porto Editora.
Carmo, H. & Ferreira, M. (1998). Metodologia para a investigação: Guia para Auto-aprendizagem. Lisboa: Universidade Aberta
Quivy, R. & Campenhoudt (2005). Manual de investigação em Ciências Sociais (4ª edição). Lisboa: Gradiva.
_
ANTÓNIO BENTO
Docente da UMa e Investigador do CIE
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MAI. 2012
ALIMENTAÇÃO
E DOENÇAS
CARDIOVASCULARES
_
BRUNO SOUSA
Nutricionista
Neste mês, conhecido como o “Mês do Coração”, torna-se primordial reforçar a importância da prevenção das doenças cardiovasculares,
pois constituem a principal causa de incapacidade e morte no nosso país.
Aliás, estas doenças estão relacionadas com
múltiplos factores de risco que são modificáveis:
os maus hábitos alimentares, o sedentarismo, a
diabetes mellitus, a obesidade, a hipercolesterolémia, a hipertensão arterial, o tabagismo e o
stress excessivo. Está assim, ao alcance de todos nós, evitar que surjam!
Por isso, será essencial ter alguns cuidados
alimentares:
- Moderar o consumo de gorduras;
- Privilegiar as gorduras monoinsaturadas e polinsaturadas, presentes no azeite, nos peixes e
nos frutos oleaginosos (nozes, amêndoas, entre
outros);
- Evitar as gorduras saturadas, trans e o colesterol, que podemos encontrar nas carnes vermelhas, margarinas, manteiga, produtos de
pastelaria, biscoitos, fritos, entre outros;
- Evitar o sal e os produtos salgados (enchidos,
fumados, entre outros). Nos rótulos dos produtos alimentares, ter em atenção o conteúdo em
sódio;
- Consumir em abundância os vegetais, pois são
muito ricos em fibras e antioxidantes;
- Evitar o açúcar e os produtos açucarados (refrigerantes, bolos, guloseimas, entre outros).
© VERINIZE / PhotoXpress Inc
Alimentação saudável, coração saudável!
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MAI. 2012
MAI. 2012
IPSIS
VERBIS
“Não sei se em Portugal, neste
momento, há um défice de engenheiros, com as dificuldades
que há de desemprego. Mas
há um défice europeu de formações nestas áreas. Portugal não é dos países piores em
termos de número de diplomados nas áreas das ciências,
tecnologias e engenharias. Há
outros países em que a procura dos estudantes por essas
áreas é muito menor.”.
Pedro Lourtie, professor do Instituto Superior Técnico e um dos
pais da Declaração de Bolonha,
em entrevista ao programa Capital Humano do Económico TV.
“Nunca se restringiram os
acessos. Sempre divulgámos
os números de telefone e o seu
horário, e o que acontece hoje
em dia é que a maior parte das
pessoas que nos liga não são
estudantes, nem são da faixa
etária habitual dos estudantes,
são mais velhas, em média
entre os 18 e os 35 anos, e
maioritariamente do sexo
masculino.”.
Declarações de Joana Paiva,
presidente da Linha SOSEstudante criada há 15 anos para
oferecer apoio emocional e fazer
prevenção primária do suicídio
entre alunos da Universidade
de Coimbra, em declarações ao
Jornal Público.
É um tumor maligno do epitélio escamoso da
pele. Ocasionalmente envolve o canal auricular,
a maioria são invasivos, mas muito poucos têm
tendência para metastizar. É mais comum em
gatos de pelagem branca ou com pouca pigmentação nas orelhas, sendo o maior factor de risco
a exposição solar.
As lesões desenvolvem-se lentamente durante meses ou mesmo anos. O Estado pré-canceroso é caracterizado por lesões eczematosas
nas orelhas e sua ulceração um sinal da fase
cancerosa. A orelha fica completamente desfigurada caso o animal não seja tratado.
O tratamento desta doença, consiste numa
excisão cirúrgica agressiva, sendo a criocirurgia possível caso as lesões não sejam extensas.
A prevenção consiste na limitação da exposição solar especialmente nos casos de animais
com as pelagens anteriormente referidas, e utilização de protecção solar (factor 50). Em alguns
países aos gatos com pouca pigmentação nas
orelhas são realizadas tatuagens nas orelhas.
O prognóstico desta doença é bom quando a
remoção cirúrgica é feita atempadamente.
_
SPAD
Sociedade Protectora de Animais Domésticos
© TONY CAMPBELL / PhotoXpress Inc
“Las becas universitarias cumplen una doble función. Contribuyen a una sociedad menos desigual, más cohesionada
y con mayores valores morales
y permiten aprovechar el talento de todos los jóvenes, aumentando el nivel de desarrollo y de
riqueza. Con ellas se pretende conseguir la equidad, de manera que, con independencia de
su lugar de nacimiento y de su
renta familiar, todos los jóvenes
tengan las mismas oportunidades de recibir una buena educación universitaria. En España
este objetivo se ha llevado a
cabo con dos instrumentos. En
primer lugar, subvencionando
las tasas universitarias de las
universidades públicas, y hoy el
estudiante abona con su matrícula solo el 15% del coste real
de la enseñanza que recibe. De
esta forma, la admisión en una
universidad pública supone una
beca implícita de alrededor de
5.500 euros al año.”.
Declarações de Daniel Peña,
reitor da Universidade Carlos III
de Madrid, ao jornal El País.
CARCINOMA
ESPINOCELULAR
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MAI. 2012
MAI. 2012
ARLINDO SILVA
Funcionário Público, porque são
os primeiros a pagar a crise.
ALEXANDRE RODRIGUES
Professor Primário, porque
não tenho jeito nem paciência para as crianças.
ENCARNAÇÃO SOUSA
Advogada, porque nao era capaz de
defender alguém que soubesse que
era culpado.
FABIAN CORREIA
Limpa-chaminés, por causa das
alergias e por caber na chaminé.
BIANCA VELOSA
Árbitro, porque são sujeitos a
muitas injustiças.
QUAL A PROFISSÃO
QUE NÃO GOSTARIAS
DE TER?
JOANA CALDEIRA
Empregada de limpeza, porque gostaria
de fazer algo mais produtivo.
JOÃO GOMES
Médico,por ser uma profissão
com demasiada pressão.
RITA RODRIGUES
Cozinheira, senão a comida
não chegava à mesa.
TIAGO RODRIGUES
Limpador de esgotos
pelas razões óbvias
JOÃO FREITAS
Coveiro, por ser uma
profissão árdua e muito
emocional.
LUIS CABRAL
Cantoneiro, porque não gosto de
cheiros fortes.
LORINA CORREIA
Médica legista, porque não
lido bem com a morte.
_
RAFAEL BRANDÃO
SOFIA JESUS
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51.624
PALAVRAS
E NÚMEROS
30
As turmas do 5.º ao 12.º ano de
escolaridade vão ser maiores,
passando do máximo de 28
para 30 alunos. O despacho
do secretário de Estado do
Ensino e da Administração
Escolar, Casanova de
Almeida, divulgado no Portal
das Escolas, estipula que o
número mínimo de alunos por
turma passa de 24 para 26.
_
In Correio da Manhã em 10 de
Abril de 2012.
30%
Entre os países da OCDE,
Portugal é o país onde a
população activa, entre os
25 e os 64 anos, é a que tem
menor formação académica,
apenas 30% que concluiram
o ensino secundário, dizem
dados de 2009. Apesar disso,
os estudantes têm revelado
melhorias, conforme dados,
também de há três anos, dos
resultados no PISA, os alunos
têm um desempenho dentro
da média da OCDE em leitura
mas estão abaixo dessa média
em matemática e ciências.
_
In Público de 10 de Abril de
2012.
O Ministério da Educação
e Ciência deferiu 51.624
candidaturas a bolsas de
estudo, no ensino superior,
informou hoje o Ministério
que acrescenta que o valor
da bolsa média é de 1.827,53
euros, enquanto o total de
complementos pagos se cifra
em cerca de 6,096 milhões de
euros (6.094.303,10 euros).
_
In Diário Económico de 10 de
Abril de 2012.
1.500.000
A Biblioteca do Vaticano
(Itália) e a Bodleian da
Universidade de Oxford
(Reino Unido) anunciaram um
ambicioso projeto conjunto de
digitalização de manuscritos
antigos que disponibilizará
aos investigadores de todo o
mundo mais de 1,5 milhões de
páginas. Manuscritos gregos
e hebraicos e incunábulos do
século XV irão ser digitalizados
graças ao financiamento da
fundação Polonksy que apoia
o projeto com 3,2 milhões de
dólares (2,5 milhões de euros).
_
In Diário de Notícias de 13 de
Abril de 2012.
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MAI. 2012
BOAS
NOTÍCIAS
_
CARLOS DIOGO PEREIRA
O DOMÍNIO DE VÁRIAS LÍNGUAS FAZ BEM À
SAÚDE.
EM 5 ANOS A AAUMa AUMENTOU EM MAIS DE
1500% A OFERTA FORMATIVA
Em 2007 eram organizadas formações em formato de palestras ou conferências. Hoje, há também
cursos práticos, livres e intensivos, explicações
para os ensinos superior e secundário e formações para professores validadas pela Direcção
Regional de Educação. Parcerias com instituições, oradores, formadores convidados ou até
valorizando os seus próprios recursos humanos,
a AAUMa abre as suas portas à Comunidade Académica e ao público exterior e ajuda no enriquecimento pessoal e profissional a preços apelativos.
A base de informação médica sciencetolife.com
divulgou que o domínio de várias línguas poderá
ser retardador de certas doenças do fórum neurológico, especialmente a de Alzheimer. Há muito
que se sabe que o desenvolvimento cognitivo das
crianças está intimamente ligado à aquisição de
vocabulário e ao domínio da língua. Actualmente vários estudos sobre o desenvolvimento cognitivo, que associam os últimos conhecimentos
da neurologia, permitiram verificar que o domínio de mais do que uma língua permite uma maior
capacidade de adaptação do aparelho neurológico. Desta forma o sistema nervoso consegue processar de forma mais eficiente a informação recebida e melhorar a capacidade de resposta do
indivíduo. Segundo Ellen Bialystok, docente da
Universidade de York e investigadora do Rotman
Research Institute, esse desenvolvimento cognitivo na infância dá ao indivíduo uma maior resistência a doenças degenerativas na velhice, de que
é exemplo a Doença de Alzheimer.
O QUE É NACIONAL É BOM!
MISS CARECA PELO CANCRO.
Assim terminavam os tradicionais anúncios da
marca de farináceos Nacional. No passado dia 27
de Fevereiro foi também título de uma notícia divulgada pela RTP1 respeitante a uma sondagem
realizada pela Universidade Católica Portuguesa, na qual se concluía ter havido um aumento do
consumo dos produtos nacionais. Segundo a reportagem e a sondagem que lhe deu origem, os
portugueses confiam plenamente no que é produzido aquém-fronteiras. Questionados pela Católica sobre a razão da preferência na compra de
produtos nacionais, 20% dos inquiridos respondeu pela maior disponibilidade no mercado, 35%
pelo melhor preço e 45% pela maior qualidade
destes quando comparados com os importados.
A mesma sondagem mostrou que 70% dos inquiridos atribui aos produtos nacionais maior qualidade, mesmo que 51% os ache mais caros do que
os importados.
Segundo noticiado pelo jornal digital huffingtonpost.com, Debbe Ebben, uma rainha de beleza detentora do título de Miss Chugiak–Eagle
River of Alaska e candidata ao de Miss Alaska,
rapou completamente o cabelo como campanha de sensibilização na luta contra o cancro infantil. Talvez inspirada no grupo de pessoas que
pretende a produção de uma Barbie careca para
meninas que lutam contra o cancro, Debbe, deu
o corpo (neste caso cabelo) ao manifesto em troca de 2500 euros. O dinheiro foi entregue na íntegra à St. Baldrick’s Foundation, uma organização de voluntários que se dedica à recolha de
fundos para apoiar a procura de cura para cancros infantis e ao melhoramento da qualidade de
vida dos sobreviventes deste tipo de doenças.
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VI ANIVERSÁRIO DA REVISTA JA
A 24 de Março, Dia Nacional do Estudante, os colaboradores da AAUMa comemoraram o 6.º Aniversário da criação da Revista JA e todo o trabalho desenvolvido na Académica no último ano.
A Sala dos Arcos, antiga capela dos Jesuítas, na
Reitoria da UMa, acolheu a celebração com um
jantar de gala seguido de um serão de fado de
Coimbra.
V MONUMENTAL SERENATA ACADÉMICA DA
MADEIRA
Inserida nas comemorações do Dia Nacional do Estudante, a Monumental Serenata já é um dos pontos altos do rol de actividades anuais da AAUMa.
Centenas de apreciadores de fado de Coimbra e
tantos outros curiosos acorreram, na noite de 23 de
Março, ao Pátio dos Estudantes na Reitoria da UMa
para ouvirem o Fatum – Grupo de Fados da AAUMa – e o Grupo Madeirense de Fados de Coimbra.
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PAUTA FINAL
HORÁRIO DO BAR
O horário de funcionamento do Bar dos Alunos
foi alargado, numa reivindicação antiga dos seus
utilizadores, acompanhando o aumento das aulas
nocturnas. Em esforço, de todos os funcionários da
unidade, que merece o nosso reconhecimento.
EXCELENTE
AVALIAÇÕES
Os inquéritos aos docentes continuam sem os
seus resultados publicados aos alunos. É exigida a
participação dos estudantes sem que estes possam
conhecer os resultados globais das suas Unidades
Curriculares.
PÉSSIMO
SINALÉTICA
A Universidade da Madeira possui a sinalética
das instalações do Campus Universitário
desactualizada há largos anos e somente em língua
portuguesa. Mau para todos os utentes e para os
visitantes das instalações.
PÉSSIMO
ATRASOS
Há poucos anos atrás alguns docentes do
Departamento de Biologia não leccionaram
aulas durante mais de um mês. Alguns docentes
continuam a tratar as notas como propriedade
privada e atrasam, durante meses, a sua
divulgação. Pouco ou nada acontece. Tolerância
zero aos estudantes e anarquia entre os docentes
que desrespeitam os estudantes e os outros
docentes que com muita dedicação e empenho são
cumpridores dos seus deveres.
VERGONHA
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