MATERIAL-O4-Testes Especiais modulo I

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MATERIAL-O4-Testes Especiais modulo I
Programa de Educação
Continuada a Distância
Curso de Testes Especiais em
Fisioterapia
Aluno:
EAD - Educação a Distância
Parceria entre Portal Educação e Sites Associados
Curso de Testes Especiais em
Fisioterapia
MÓDULO I
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos na Bibliografia Consultada.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
TESTE DE COMPRESSÃO DE APLEY
TESTE DE DISTRAÇÃO DE APLEY
TESTE DE SPURLING
TESTE DE LHERMITTE
TESTE DE VALSALVA
TESTE DA ARTÉRIA VÉRTEBRO-BASILAR OU TESTE DE DEKLEYN
TESTE DE SOTO-HALL
LOMBAR
TESTE DE ELEVAÇÃO DA PERNA RETA
TESTE DE LASÈGUE
ELEVAÇÃO DA PERNA OPOSTA
SINAL DA CORDA DE ARCO OU BOWSTRING-SIGN
TESTE DE BRUDZINSKI
TESTE DE KERNIG
TESTE DA POSTURA ENCURVADA OU SLUMP-TEST
TESTE DE MILGRAM
TESTE DE HIPEREXTENSÃO DO TRONCO COM A PERNA A FRENTE
REGIÃO SACROILÍACA
TESTE DE PATRICK OU FABERE
TESTE DE GAENSLEN
TESTE DE COMPRESSÃO E DISTRAÇÃO SACROILÍACA
MÓDULO II – TESTES ESPECIAIS PARA O MEMBRO SUPERIOR
OMBRO
TESTE DE IMPACTO DE NEER
TESTE DE HAWKINS-KENNEDY
TESTE DO IMPACTO DE YOKUM
TESTE DE JOBE
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TESTE DO BÍCEPS OU TESTE DE SPEED OU PALM-UP TEST
TESTE DO INFRA-ESPINHAL DE PATTE OU TESTE DE PATTE
TESTE DE GERBER OU LIFT OFF TEST
TESTE DE FLEXÃO-ADUÇÃO OU CROSS ARM TEST
TESTE DO SUBESCAPULAR OU ABDOMINAL PRESS TEST
TESTE DE YERGASON
TESTES PARA INSTABILIDADE DO OMBRO
TESTE DE APREENSÃO
TESTE DE FUKUDA OU INSTABILIDADE POSTERIOR
TESTE DA GAVETA ANTERIOR E POSTERIOR
TESTE DO SULCO
TESTE DA RECOLOCAÇÃO
TESTES PARA IDENTIFICAR SÍNDROME DO DESFILADEIRO TORÁCICO
TESTE DE ADSON
TESTE DE ROOS
TESTE DE HIPERABDUÇÃO
TESTE DE HALSTED
TESTES DO COTOVELO
TESTE DO PIVÔ (PIVOT SHIFT DO COTOVELO)
TESTE DE COZEN
TESTE DE MILL
TESTE PARA EPICONDILITE MEDIAL – COTOVELO DE GOLFISTA
TESTE DE VALGO DO COTOVELO
TESTE DE VARO DO COTOVELO
TESTES DO PUNHO E MÃO
TESTE DE PHALEN E PHALEN INVERTIDO
TESTE DE FINKELSTEIN
TESTE DE TINEL
TESTE DE ALLEN
TESTE DE WATSON
TESTE DE CISALHAMENTO OU TESTE DE REAGAN OU KLEINMAN
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TESTE DE FROMENT
TESTE DE BUNNELL-LITTLER
MÓDULO III – TESTES ESPECIAIS DA REGIÃO DOS MEMBROS
INFERIORES
QUADRIL 60
TESTE DO QUADRANTE OU RESIDUAL DO QUADRIL
TESTE DE ELY
TESTE DE OBER
TESTE DE THOMAS
TESTE DE TRENDELENBURG
TESTE DO MÚSCULO PIRIFORME
TESTE DE PHELPS
TESTE DO FULCRO
TESTE DE CÂMBIO OU GEARSTICK SIGN
TESTE PARA BURSITE TROCANTÉRICA
JOELHO
TESTES ESPECIAIS PARA OS LIGAMENTOS
TESTE DE LACHMANN OU RICHEY TEST
TESTE DA GAVETA ANTERIOR E POSTERIOR
TESTE DE SLOCUM
TESTE DE ESTRESSE EM VARO OU BOCEJO
TESTE DE ESTRESSE EM VALGO OU BOCEJO
TESTE DO PIVO-SHIFT OU McINTOSH
TESTE DE JERK-TEST OU TESTE DO RESSALTO
TESTE DO PIVO-SHIF REVERSO OU TESTE DE JAKOB
TESTE DE GODFREY OU 90º SAG TEST
TESTE DA GAVETA ATIVA DO QUADRÍCEPS
TESTES MENISCAIS
TESTE DE McMURRAY
TESTE DE CHILDRESS OU MARCHA DE PATO
TESTE DE APLEY
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TESTE DE STEINMANN
TESTE DO RETORNO OU TESTE DO SALTO OU TESTE DE EXTENSÃO
PASSIVA
TESTE DE PAYR
TESTES PARA LESÕES CONDRAIS DO JOELHO
TESTE DA COMPRESSÃO PATELAR OU TESTE DE RABOT
TESTE DO RANGIDO PATELAR ATIVO
TESTE DE ZHOLEN OU TESTE DE CLARK OU TESTE DO RANGIDO
PATELAR
TESTES PARA DETECTAR OUTRAS PATOLOGIAS NO JOELHO
TESTE DA PLICA DE HUGHSTON
TESTE DA APREENSÃO OU TESTE DE FAIRBANKS
TESTE DO RECHAÇO PATELAR OU GOLPE PATELAR
TESTE DE WILSON
TESTES PARA A REGIÃO DO TORNOZELO
TESTE DE HOMAN
TESTE DE THOMPSON
TESTE DA GAVETA ANTERIOR E POSTERIOR
TESTE DO VARO E VALGO DO TORNOZELO
TESTE DA GAVETA POSTERIOR DA FÍBULA
TESTE DA ROTAÇÃO DO TALO
TESTE DE PILLINGS OU TESTE DA COMPRESSÃO LATERAL DA PERNA
TESTE DA MOBILIDADE SUBTALAR
TESTE DA HIPEREXTENSÃO DO TORNOZELO E ARTELHOS
TESTE DE HIPEREXTENSÃO PASSIVA DO HÁLUX OU TESTE DE JACK
TESTE DA REDUTIBILIDADE DO VALGISMO DO HÁLUX OU TESTE DE
McBRIDE
TESTE DE MULDER OU TESTE DA COMPRESSÃO LÁTERO-LATERAL
DO ANTEPÉ
TESTE DA PONTA DOS PÉS
TESTE DA HIPERMOBILIDADE DO PRIMEIRO RAIO
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TESTE DA REDUTIBILIDADE DAS GARRAS DOS ARTELHOS OU TESTE
DE KELIKIAN-DUCROQUET
MÓDULO IV – AVALIAÇÃO POSTURAL
VISTA ANTERIOR
VISTA LATERAL
VISTA POSTERIOR
FICHA DE AVALIAÇÃO POSTURAL
FICHA DE AVALIAÇÃO FISIOTERÁPICA EM ORTOTRAUMATOLOGIA
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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MÓDULO I
INTRODUÇÃO
O fisioterapeuta é um profissional autônomo, que avalia e trata seus
pacientes de maneira a prevenir e recuperar traumas ou lesões que acometam os
diferentes órgãos e sistemas do corpo humano. Uma correta avaliação fisioterápica
é de extrema importância para a recuperação de um indivíduo e melhora de sua
qualidade de vida.
Os testes especiais em ortopedia são usados na clínica para auxiliar a
identificar os possíveis locais causadores de algias e as alterações nas estruturas
músculo-esqueléticas do corpo humano, sendo estes complementares para uma
eficiente avaliação, com precisão para um correto diagnóstico cinético-funcional.
Devem ser realizados para especificar o exame físico, visando à aceitação ou
refutação de um diagnóstico hipotético, advindo de observações subjetivas no
processo de avaliação.
Portanto, se faz necessário que, durante a anamnese de um paciente, o
fisioterapeuta demonstre seu interesse em especificar o problema de origem,
isolando estruturas específicas durante o cauteloso processo de avaliação.
Através dessa apostila, você estará apto a desenvolver e aplicar os testes
mais importantes em ortopedia, bem como algumas considerações e observações
da prática cotidiana na aplicação dos mesmos. Você também receberá dicas
essenciais para uma correta avaliação postural do seu paciente. Justifica-se a
necessidade desta apostila, pois em algumas literaturas da área, encontramos, por
vezes, a figura de um teste, mas não compreendemos a sua posição ou a sua real
informação. Em outras literaturas, a descrição está um tanto equivocada em relação
à própria imagem. Portanto, na apostila estão disponíveis os principais testes
especiais na área da ortopedia com alguns comentários referentes a sinais e
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sintomas relatados pelos pacientes durante a aplicação dos mesmos, bem como
algumas dicas do posicionamento do paciente para uma melhor interpretação do
resultado.
A apostila está didaticamente dividida por módulos sendo o módulo I
referente aos testes especiais da região da coluna cervical, lombar e sacroilíaca; o
módulo II aos testes especiais da região dos membros superiores; e o módulo III aos
testes especiais da região dos membros inferiores, ainda no módulo IV encontramse dicas de avaliação postural, bem como uma sugestão de ficha de orientação para
anamnese e uma ficha de avaliação corporal.
Tenha em mãos essa apostila no momento da realização da anamnese de
um paciente, lembrando sempre, que um teste sendo positivo não significa,
necessariamente, que este paciente apresenta determinada patologia, mas este é
um sinal de que algo na estrutura poderá estar comprometido ou, ainda, o paciente
poderá estar ludibriando o profissional a fim de conseguir alguma vantagem
econômica ou social. A mesma atitude cautelosa deverá ser interpretada quando os
testes indicarem o chamado falso-negativo, pois o paciente poderá estar sob efeito
de medicação analgésica e/ou antiinflamatória, o que certamente poderá limitar uma
correta interpretação.
Somente você poderá determinar o momento e a hora de executar os testes
especiais, mas saiba que essa ferramenta acentuará as suas habilidades clínicas e
implementará a qualidade e o profissionalismo do fisioterapeuta.
Bom estudo!
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TESTES ESPECIAIS DA REGIÃO CERVICAL, LOMBAR E SACROILÍACA
CERVICAL
A região cervical é um dos locais mais acometidos por dores de origem
muscular, devido às tensões do dia-a-dia, mas a dor também poderá ter origem em
algumas estruturas ósseas. A artrose dos processos uncinados, muito comum nessa
região, acomete preferencialmente indivíduos na faixa etária acima dos 40 anos e
merece uma correta avaliação para descartar outras patologias nessa região, tais
como: hérnias discais, torcicolos, espasmos, presença de “trigger points” (pontos
dolorosos que irradiam a dor para outras regiões) e contraturas musculares,
principalmente do trapézio e músculos profundos do pescoço.
Abaixo apresentamos os principais testes especiais dessa região:
TESTE DE COMPRESSÃO DE APLEY
Fonte: (Konin, Wilsten, Isear 2001)
Posição do paciente: Sentado em uma cadeira com o tronco reto e olhar fixo
no horizonte.
Descrição do teste: O Teste de Compressão de Apley ou simplesmente teste
de Apley serve para evidenciar a presença de uma possível compressão radicular
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por hérnia discal, geralmente afetando as raízes de C5-C6-C7. O profissional deverá
estar atrás do paciente com os dedos da mão entrelaçados e exercer uma força
contínua para baixo e perguntar ao paciente se ele está sentindo algum desconforto.
Sinais e sintomas: O paciente poderá relatar, no momento do teste, uma dor
que irradia para algum membro ou a dor poderá estar situada na região central da
nuca. No primeiro caso, há um indício de positividade para o quadro de compressão
radicular, com irradiação para o dermátomo correspondente. No segundo caso a dor
poderá ser uma manifestação de compressão dos processos uncinados (artrose),
sendo relatado pelo paciente como uma dor do tipo “fincada”. Sempre deveremos
levar em consideração a idade do paciente nesse caso e a anamnese completa.
TESTE DE DISTRAÇÃO DE APLEY
Fonte: (Konin, Wilsten, Isear 2001)
Posição do paciente: idem ao teste anterior
Descrição do teste: No teste de distração de Apley, o terapeuta se posiciona
por trás do paciente e com uma das mãos na região do queixo e outra na região do
occipto. O terapeuta realiza uma tração sustentada por no mínimo 5 segundos e
questiona o paciente se ele sente alívio dos sintomas manifestados durante o teste
da compressão. Esse teste serve como uma contraprova de positividade, ou seja,
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em caso de manifestação positiva de dor no teste de compressão, o paciente refere
alívio dos sintomas durante a tração. Isso causa um aumento nos diâmetros dos
forames intervertebrais a nível cervical.
Sinais e sintomas: Durante a tração, o terapeuta deverá ficar atento a
alguma manifestação de dor do paciente. Em caso afirmativo, relacionar com algum
distúrbio ligamentar (rotura) por causa de algum trauma direto ou efeito “chicote”,
muito comum em acidentes de trânsito. Caso o paciente manifeste alívio dos
sintomas, correlacionar com compressão radicular, já relatado.
TESTE DE SPURLING
Fonte: (Barros Filho & Lech, 2001)
Posição do paciente: sentado com a cabeça inclinada.
Descrição do teste: O terapeuta, por trás do paciente, exerce uma pressão
contínua no topo da cabeça do paciente no sentido axial em torno de 15 segundos.
O paciente permanece com a coluna cervical na posição de extensão e rotação para
um dos lados a serem testados. O teste é considerado positivo quando os sintomas
são reproduzidos ou exacerbados por meio da compressão. Dores inespecíficas
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podem ser conseqüentes ao aumento de pressão das superfícies articulares das
vértebras (uncoartroses) ou devido a espasmos musculares.
Sinais e sintomas: nesse teste o paciente poderá manifestar dor irradiada
para o membro superior do lado da inclinação da cabeça, o que será um indício de
compressão radicular e sofrimento neural. Realizar esse teste com inclinação tanto
para o lado direito como para o lado esquerdo e observar a reação do paciente.
TESTE DE LHERMITTE
Fonte: (Barros Filho & Lech, 2001)
Posição do paciente: o paciente deverá estar sentado sobre uma maca com
os membros inferiores estendidos.
Descrição do teste: O terapeuta deverá ficar atrás do paciente, com uma das
mãos ele auxilia o paciente a realizar uma flexão da cervical e com a outra mão
flexiona o tronco do paciente. Neste momento observar a reação do paciente
durante a ação.
Sinais e sintomas: Em pacientes portadores de Esclerose Múltipla esse teste
poderá provocar uma reação semelhante a um “arrepio” e desconforto do tipo
parestesia. Em pacientes com suspeita de meningite a manobra de Lhermitte poderá
provocar uma forte dor do tipo “ardência ou agulhada”. Também nesse teste fique
atento a reação de proteção neural que todos os pacientes manifestam que é o de
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flexão dos joelhos, a fim de minimizar o estiramento neural provocado pela flexão da
coluna.
TESTE DE VALSALVA
Fonte: (Picado, 2008)
Posição do paciente: Peça ao paciente para reproduzir uma ação de forçar
uma evacuação ou tossir. Essa ação poderá desencadear uma reação dolorosa.
Descrição do teste: O terapeuta simplesmente no momento da anamnse
poderá questionar o paciente se a dor é exacerbada no momento da defecação ou
em episódios de tosse.
Sinais e sintomas: o paciente refere dor irradiada ou não para os membros
inferiores, o que será indicativo de uma possível compressão radicular e um
aumento na pressão intratecal comprometendo as raízes nervosas.
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TESTE DA ARTÉRIA VÉRTEBRO-BASILAR OU TESTE DE DEKLEYN
Fonte: (Konin, Wilsten, Isear 2001)
Posição do paciente: Em supino, com a cabeça pendendo para fora da
maca, membros inferiores estendidos, e olhos abertos.
Descrição do teste: O terapeuta deverá se posicionar junto à maca,
segurando a cabeça do paciente em extensão e inclinando-a e rodando-a para um
dos lados por no mínimo 30 segundos. Nesse momento, o terapeuta deverá
questionar ao paciente quanto ao aparecimento de vertigem, visão “embaralhada”,
nistagmo ou sensação de vômito ou enjôo, o que será indicativo de diminuição da
patência das artérias vertebrais que atravessam os forames vertebrais na região da
cervical e ascendem até a cabeça.
Sinais e sintomas: o paciente poderá no momento do teste, manifestar
tontura, mal-estar, sensação de cabeça vazia, enjôo, nistagmo (por isso é importante
manter os olhos abertos do paciente). Quando o terapeuta roda e inclina a cervical
para o lado direito, a artéria vertebral do lado esquerdo estará sendo testada e
quando rodar para a esquerda, a artéria vertebral do lado direito estará sendo
testada.
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TESTE DE SOTO-HALL
Fonte: (Do Autor, 2008)
Posição do paciente: deitado em decúbito dorsal em uma maca.
Descrição do teste: O terapeuta deverá instruir o paciente para realizar, em
um primeiro momento, a flexão da cervical de forma ativa. Logo em seguida, o
terapeuta com a palma da mão espalmada sobre o osso esterno empurra-o para
baixo, enquanto que a outra mão exerce uma força contrária e de forma passiva sob
a região occiptal.
Sinais e sintomas: Esse teste poderá revelar uma doença óssea ou
ligamentar na região cervical enquanto o terapeuta estiver exercendo a força de
cisalhamento. Se caso o paciente referir dor somente no primeiro momento do teste,
quando realizou a flexão ativa da cervical, o quadro poderá ser de contratura ou
espasmo do músculo trapézio.
LOMBAR
Na região lombar a etiologia dolorosa é multifatorial. O exame físico será de
grande valia, associado a imagens e exames mais sofisticados para estabelecer um
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diagnóstico mais preciso, da possível presença de hérnia discal com ou sem
ciatalgia, muito comum nesta região. Recomenda-se uma minunciosa investigação
sobre as diferentes patologias que acometem a coluna lombar e isso foge ao escopo
dessa apostila. No entanto, um bom exame clínico, associado a exames de imagens
(ressonância magnética, tomografia computadorizada...) e uma boa afinidade entre
médicos e fisioterapeutas, além de outros profissionais da saúde, poderão minimizar
a angustiante condição dolorosa que acomete mais de 80% da população mundial
que é a dor lombar.
Segue abaixo, os principais testes clínicos a serem efetuados:
TESTE DE ELEVAÇÃO DA PERNA RETA
Fonte: (Barros Filho & Lech, 2001)
Posição do paciente: o paciente está deitado em decúbito dorsal e relaxado.
Descrição do teste: o terapeuta eleva passivamente o membro inferior com o
joelho em extensão e verifica a reação do paciente. Nesse teste é importante você
perceber em quantos graus de elevação da perna o paciente começará a manifestar
a dor ciática, pois a tensão sobre o nervo se dá entre 35º e 70º graus e a partir de
70º o estresse será maior na coluna lombar. É necessário prestar muita atenção no
momento do teste, para que o terapeuta saiba diferenciar uma dor ciática ou
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simplesmente um encurtamento dos isquiotibiais. Questione sempre o paciente
sobre a sensação percebida por ele. Se a dor for do tipo queimação, choque,
ardência, fisgada, ela poderá ser de origem neural. Caso apresente apenas algum
leve desconforto sugere-se haver encurtamento muscular. Esse teste quando
positivo não significa propriamente que o paciente sofra de uma hérnia discal, pois
outros fatores podem ser causadores de dor durante a manobra. Somente através
de outros exames e outros testes manifestando positividade é que poderemos
admitir a possibilidade da presença de hérnia discal na região lombar.
Sinais e sintomas: o paciente durante a realização do teste, geralmente
esboça uma reação dolorosa característica e isso será visível na observação de sua
face. É imprescindível que durante a anamnese o terapeuta busque na história
desse paciente, episódios que desencadearam a dor. Lembre-se que existem várias
causas para a dor na região lombar.
TESTE DE LASÈGUE
Fonte: (Barros Filho & Lech, 2001)
Posição do paciente: idem ao teste anterior.
Descrição do teste: o teste de Lasègue segue o mesmo raciocínio do teste
da elevação do membro inferior, pois provoca um alongamento neural provocativo
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sobre os ramos nervosos que formam o nervo ciático (L5, S1, S2) os quais se
encontram totalmente estiradas em uma flexão aproximada de 70º. Durante a
elevação passiva do membro inferior o terapeuta deverá parar a elevação no
momento que o paciente começar a manifestar dor e, logo após o terapeuta deverá
realizar uma dorsiflexão do pé do paciente para confirmar a suspeita de ciatalgia
através da expressão dolorosa por parte do paciente.
Sinais e sintomas: o terapeuta não deverá confundir a dor ciática verdadeira
do falso sinal decorrente do estiramento dos músculos isquiotibiais. Na manobra de
lasègue, o paciente refere uma forte dor inconfundível quando na presença de uma
hérnia discal em nível de L4-L5 ou L5-S1 ou ainda no quadro da pseudociática, na
qual o músculo piriforme está contraturado e “prende” o nervo ciático quando este
atravessa o seu ventre.
ELEVAÇÃO DA PERNA OPOSTA
Fonte: (Barros Filho & Lech, 2001)
Posição do paciente: idem ao teste anterior
Descrição do teste: nesse teste o terapeuta eleva o membro inferior
assintomático, ou seja, caso o paciente apresente uma marcha antálgica e referir dor
e queimação que desce para a perna direita, o terapeuta após a realização dos
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outros dois testes supracitados, eleva o membro não afetado e, caso o paciente
manifeste dor no membro que está sobre a maca é um indicativo de que
provavelmente o paciente seja portador de uma hérnia de disco.
Sinais e sintomas: o paciente no momento do teste confirmará ou não a dor
que poderá estar situada ou na coluna lombar ou no trajeto do nervo ciático.
SINAL DA CORDA DE ARCO OU BOWSTRING-SIGN
Fonte: (Barros Filho & Lech, 2001)
Posição do paciente: decúbito dorsal.
Descrição do teste: o sinal da corda de arco é um teste para verificar uma
irritação ciática. O teste começa, com o terapeuta elevando o membro inferior com o
joelho em extensão a mais ou menos 70º e logo após realiza uma flexão passiva do
joelho em torno de 20º para palpar o nervo ciático na fossa poplítea. Caso haja uma
manifestação dolorosa do paciente ao simples toque do nervo distendido, o teste
será positivo.
Sinais e sintomas: o paciente, no momento do teste, deverá estar relaxado e
permitir a flexão passiva do membro inferior. Após a elevação do membro, o nervo
ciático ficará tenso e caso haja a presença de hérnia discal na região lombar ou se o
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nervo estiver “preso” na sua passagem pelo músculo piriforme, o paciente
manifestará a dor.
TESTE DE BRUDZINSKI
Fonte: (Barros Filho & Lech, 2001)
Posição do paciente: decúbito dorsal com as mãos atrás da nuca.
Descrição do teste: o terapeuta deverá se posicionar ao lado da maca e
instruir ao paciente para realizar uma flexão da cervical. O terapeuta apóia com a
sua mão a nuca do paciente, auxiliando o mesmo.
Sinais e sintomas: o paciente, no momento do teste, deverá realizar uma
flexão dos joelhos e do quadril a fim de aliviar a dor ou desconforto da tensão neural,
que fora proporcionada pela flexão da cervical. O terapeuta deverá anotar essa
reação como sinal positivo para o teste.
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TESTE DE KERNIG
Fonte: (Barros Filho & Lech, 2001)
Posição do teste: paciente em decúbito dorsal, com os membros inferiores
em flexão (mãos abraçam os joelhos).
Descrição do teste: o teste de Kernig é realizado também para verificar
aderências das raízes nervosas na sua passagem pelo forâmen de conjugação,
tanto no nível da região cervical, como na região lombar. Também evidenciará a
presença de hérnias ou outras patologias que comprometam o saco dural.
Sinais e sintomas: quando o paciente realiza ativamente a extensão de um
dos membros inferiores a dor aparecerá e o paciente obterá alívio dos sintomas
quando realizar a flexão do joelho.
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TESTE DA POSTURA ENCURVADA OU SLUMP-TEST
Fonte: (Fredericson et al, 2005)
Posição do paciente: inicialmente o paciente deverá estar sentado com as
mãos apoiadas sobre a maca e com leve flexão de tronco em torno de 20º.
Descrição do teste: o teste da postura encurvada ou slump-test é uma
variante dos testes de elevação da perna reta e do teste de lasègue. Esse teste
consiste em uma série progressiva de manobras destinadas a submeter às raízes
nervosas em tensão crescente. É muito útil na detecção de aderências de raízes ou
hérnias discais. No primeiro momento do teste, o terapeuta instrui ao paciente que
realize uma flexão de tronco e mantenha o olhar fixo no horizonte. O paciente
mantém essa posição em torno de 30 segundos, sendo questionado sobre o
aparecimento ou exacerbação do quadro álgico nessa postura. Em seguida, o
paciente auxiliado pelo terapeuta, efetua uma flexão total da cervical. Mantém essa
postura por 30 segundos. O terapeuta deverá questionar o paciente sobre o
aparecimento de dor ou irritação. Logo em seguida, o paciente realiza uma extensão
de joelho e por último uma dorsiflexão do tornozelo, colocando em tensão todas as
raízes nervosas da região cervical e lombar. O processo deverá ser repetido no
membro oposto.
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Sinais e sintomas: em cada etapa do teste o terapeuta deverá questionar o
paciente sobre a sua sintomatologia. É normal que os pacientes, na última etapa do
teste, sintam desconforto causado pela tensão muscular estabelecida. No entanto,
em caso de exacerbação da dor, tanto na região da coluna lombar, quanto irradiada
na perna do teste, durante as etapas, são indicativos de positividade para o quadro
de hérnia discal ou aderências de raízes nervosas.
• OBS: para maiores informações sobre mobilização de sistema
nervoso e aderências de raízes nervosas sugiro a obra de David S. Butler e
Mark A. Jones no livro: Mobilização do sistema nervoso, Barueri: Manole,
2003.
TESTE DE MILGRAM
Fonte: (Konin, Wiksten, Isear, 2001)
Posição do paciente: decúbito dorsal com as pernas em extensão de 5º a
10º.
Descrição do teste: o terapeuta solicita ao paciente que realize uma
extensão dos membros inferiores e pede que os mantenham elevados em um
intervalo de 30 segundos. Essa manobra estira o músculo iliopsoas e os músculos
abdominais, aumentando consideravelmente a pressão intratecal. O teste será
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positivo somente se o paciente se queixar de uma dor muito intensa no momento de
elevar as pernas, pois pode haver patologias intra ou extratecais como a presença
de hérnias discais ou até mesmo tumores.
Sinais e sintomas: durante a realização do teste o paciente que apresentar
fraqueza abdominal (o que pode ser muito natural) e não apresentar aumento da dor
na região lombar ou irradiação para os membros identificará sinal negativo. Caso o
paciente apresente alterações faciais característica e aumento do quadro doloroso,
estaremos diante de um teste positivo para possível presença de alteração no disco
vertebral ou outra patologia que envolva a teca.
TESTE DE HIPEREXTENSÃO DO TRONCO COM A PERNA A FRENTE
Fonte: (Gross, Fetto e Rosen, 2000)
Posição do paciente: em pé, com uma perna flexionada à frente e com as
mãos na cintura. O terapeuta se posiciona atrás do paciente para evitar eventual
queda.
Descrição do teste: o terapeuta instrui ao paciente que execute uma
extensão do tronco com uma das pernas à frente e questiona o paciente sobre o
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aparecimento de dor na região lombar durante o teste. Esta postura mantida irá
impor estresse nas articulações facetárias e se caso houver fratura na parte
interarticular das vértebras será indicativo de espondilólise ou até mesmo
espondilolistese.
Sinais e sintomas: quando o paciente referir algum desconforto ou dor
durante a manobra o teste será positivo. Nesse teste o paciente também manifestará
dor caso possua alguma protusão ou hérnia discal lombar.
REGIÃO SACROILÍACA
A região da articulação sacroilíaca pode ser o local de dores não específicas
desta região e também ser a sede de dor, principalmente, dos ligamentos
sacroilíacos e íliolombares. É importante que o terapeuta, no momento da
anamnese, interrogue o paciente sobre quedas ou traumas nessa região. Abaixo,
demonstramos os principais testes da articulação sacroilíaca.
TESTE DE PATRICK OU FABERE
Fonte: (Picado, 2008)
Posição do paciente: decúbito dorsal com um membro inferior em posição de
Flexão Abdução E Rotação Externa – FABERE-, ou seja, formando um 4.
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Descrição do teste: Esse teste permite ao terapeuta estressar a articulação
sacroilíaca do lado em que o membro inferior está em posição de FABERE. Com
uma das mãos, o terapeuta exerce uma pressão para baixo sobre o joelho ipsilateral
e com a outra mão exerce uma força contra a espinha ilíaca ântero-superior da
pelve, no lado contralateral.
Sinais e sintomas: durante essa manobra, o terapeuta deverá questionar o
paciente sobre o aumento da dor na região posterior sacroilíaca, ipsilateral ao teste.
Caso o paciente confirme a presença de dor, o teste será positivo para alguma algia
na região sacroilíaca. No entanto, o teste poderá desencadear dores em outros
locais como o quadril (bursites, artroses) ou na região inguinal (ex: distensões
musculares, contraturas) ou ainda no joelho (condropatias, dores meniscais, etc.).
TESTE DE GAENSLEN
Fonte: (Barros Filho & Lech, 2001)
Posição do paciente: deitado em decúbito dorsal na beira da maca (meia
nádega para fora da maca) abraçando ambos os joelhos em flexão.
Descrição do teste: o terapeuta deverá se posicionar ao lado da maca e
solicitar ao paciente que deixe o membro inferior pendendo para fora da maca.
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Nessa posição final do teste, a articulação sacroilíaca tenderá a rodar e uma
hemipelve estará sendo testada. Caso o paciente apresente dor na região posterior
da articulação sacroilíaca durante o movimento, o teste é considerado positivo.
Sinais e sintomas: a dor provocada por essa tração (distensão) será muito
forte e o paciente indicará o local da dor. Outros locais poderão manifestar dor
durante o teste, como a região do joelho ou quadril. O terapeuta também deverá
notar que esse teste faz com que o músculo quadríceps seja alongado o que, para
alguns pacientes, seja a verdadeira fonte causadora de desconforto o que será
indicativo de alongamento.
TESTE DE COMPRESSÃO E DISTRAÇÃO SACROILÍACA
Fonte: (Konin, Wiksten, Isear, 2001)
Posição do paciente: decúbito dorsal
Descrição do teste: o teste de compressão da articulação sacroilíaca
começa com o terapeuta cruzando seus braços e apoiando a região tenar de ambas
as mãos sobre as cristas ilíacas do paciente. Após, o terapeuta realiza uma forte
compressão contínua sobre as asas ilíacas tentando afastá-las e empurrando-as
para baixo. Essa ação fará com que a articulação sacroilíaca seja comprimida e uma
patologia articular desencadeará um quadro álgico. No segundo momento do teste,
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o terapeuta aplicará uma força no sentido contrário, ou seja, deverá aproximar as
cristas ilíacas no sentido da linha mediana. Essa distração sobre a articulação
sacroilíaca poderá confirmar alguma alteração ligamentar. O teste também poderá
ser efetuado com o paciente deitado de lado e o terapeuta empurrará a pelve no
sentido da maca.
Sinais e sintomas: o paciente manifestará dor na região sacroilíaca no
momento que ela for estressada durante o teste.
---------------------- FIM DO MÓDULO I --------------------
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