relatório nacional do estado geral da biodiversidade de s.tomé e

Transcrição

relatório nacional do estado geral da biodiversidade de s.tomé e
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE S. TOMÉ E PRÍNCIPE
MINISTÉRIO DE RECURSOS NATURAIS E MEIO AMBIENTE
DIRECÇÃO GERAL DE AMBIENTE
RELATÓRIO NACIONAL DO ESTADO GERAL DA
BIODIVERSIDADE DE S.TOMÉ E PRÍNCIPE
OS CONSULTORES:
VAZ, Hamilton
OLIVEIRA, Faustino
Setembro de 2007
1
Índice
ABREVIATURAS........................................................................................................................................................... 5
RESUMO EXECUTIVO.................................................................................................................................................. 6
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................... 8
1. Introdução geral ...................................................................................................................................................... 8
2. Materiais e métodos................................................................................................................................................. 9
3.
Sinopse das Informações sobre São Tomé e Príncipe ............................................................................. 10
3.1 Situação geográfica ............................................................................................................................................. 11
3.2 Origem................................................................................................................................................................... 11
3.3 Relevo ................................................................................................................................................................... 11
3.4 Clima ..................................................................................................................................................................... 11
3.5 Solos vulneráveis................................................................................................................................................. 11
CAPÍTULO II – DESCRIÇÃO GERAL......................................................................................................................... 13
2. DESCRIÇÃO DA BIODIVERSIDADE DO PAÍS...................................................................................................... 13
2.1. Grupos de Organismos em São Tomé e Príncipe – Riqueza em espécies e Níveis dos endémicos.......... 14
2.2 Flora ...................................................................................................................................................................... 15
2.3 Breve historial ...................................................................................................................................................... 16
2.4 BIODIVERSIDADE TERRESTRE ......................................................................................................................... 17
2.5 Principais Ecossistemas e habitats do País ..................................................................................................... 17
2.6 Ecossistema Florestal ......................................................................................................................................... 18
2.7 Regiões Florestais existentes em S.Tomé e Principe ...................................................................................... 18
2.7.1 Floresta de baixa altitude (0 – 800m) ............................................................................................................. 19
2.7.2 Floresta de montanha (800 – 1 400m) ............................................................................................................. 19
2.7.3 Floresta de nevoeiro (1 400 – 2 024 m) ........................................................................................................... 20
2.7.4 Floresta de altitude média > 1000 e < 1800m ................................................................................................. 20
2.7.5 Floresta de altitude entre 1800 e 2000m. ....................................................................................................... 21
2.7.6 Savanas do norte-nordeste.............................................................................................................................. 21
2.7.7 Floresta de Sombra........................................................................................................................................... 22
2.7.8 Floresta secundária (capoeira) ........................................................................................................................ 22
2.7.9 Floresta seca ..................................................................................................................................................... 23
2.7.10 Mangal.............................................................................................................................................................. 23
2.7.11 Biodiversidade florística terrestre - vegetação indígena e espécies introduzidas................................... 24
2.7.12 Unidades agro-ecológicas e comunidades vegetais................................................................................... 25
2.8 Biodiversidade da Fauna terrestre .................................................................................................................... 26
2.9 Biodiversidade costeira, marinha e oceânica ................................................................................................. 29
2
2.9.1 Biodiversidade litoral costeira - situação da flora ......................................................................................... 33
2.9.2 Biodiversidade Costeira - situação da fauna ................................................................................................ 33
2.9.3 Bi Litorais costeiros.......................................................................................................................................... 34
2.10 Biodiversidade marinha e oceanica – situação da flora ................................................................................ 35
2.11 Bioversidade marinha e oceânica – situação da fauna.................................................................................. 36
2.11.1 Ictiofauna marinha .......................................................................................................................................... 36
2.11.2 Répteis marinhos ............................................................................................................................................ 37
2.11.3. Mamíferos marinhos ..................................................................................................................................... 38
2.11.4 Invertebrados marinhos ................................................................................................................................. 38
2.12 Ecossistemas oceânicos................................................................................................................................... 40
2.13 Ecossistemas bênticos ..................................................................................................................................... 40
2.14 Biodiversidade das Águas Interiores............................................................................................................... 40
2.15 Biodiversidade Agro-pastoral........................................................................................................................... 42
2.15.1. As principais espécies e raças animais do sector agro-pecuário ............................................................ 43
2.15.2. Espécies e variedades vegetais existentes no sector agro-florestal........................................................ 43
3. Utilização da Biodiversidade ................................................................................................................................ 45
3.1. Os produtos florestais lenhosos (a madeira).................................................................................................. 46
3.2. Medicina tradicional............................................................................................................................................ 46
3.3. Artesanato ........................................................................................................................................................... 47
3.4. Os sectores de apicultura, extrativo e tinturaria.............................................................................................. 47
3.5. Os Alimentação e a gastronomia ...................................................................................................................... 48
3.6. Os No sector eco-turístico ................................................................................................................................. 48
3.7.Utilidade Etno-cultural e mágica ........................................................................................................................ 49
3.8.Utilidade ornamental........................................................................................................................................... 50
CAPÍTULO III – ESTADO ACTUAL DA BIODIVERSIDADE...................................................................................... 50
4.1 Prenúncio dos Perigos mais evidentes na Biodiversidade Faunística em São Tomé e Príncipe ................ 52
4.2 As principais causas que estão na origem das principais ameaças nos diferentes ecossistemas:........... 54
4.3 ECOSSISTEMAS FLORESTAIS MAIS VULNERÁVEIS ................................................................................... 59
4.4 Programas e actividades nacionais ................................................................................................................... 60
4.4.1 Conservação in situ .......................................................................................................................................... 60
4.4.2 Conservação ex situ ......................................................................................................................................... 61
4.4.3 As acções de Informação, Eduçação, Sensibilização e Vulgarização ........................................................ 62
4.4.4 A elaboração da Estratégia Nacional e um Plano de Acção......................................................................... 62
4.4.5 Implementação do Plano de Gestão do Parque Natural ............................................................................... 62
4.4.5 Políticas e Legislações relacionadas com Ambiente ................................................................................... 62
3
CAPÍTULO IV - Conclusões e recomendações relativamente a avaliação do estado actual da Biodiversidade
em STP........................................................................................................................................................................ 73
5.1 EM RELAÇÃO À FLORA ...................................................................................................................................... 73
5.2 EM RELAÇÃO À FAUNA...................................................................................................................................... 76
5.3 CONCLUSÃO FINAL ............................................................................................................................................ 79
VI. Registo bibliográfico ............................................................................................................................................ 81
VI I - ANEXOS – figuras e tabelas ........................................................................................................................... 84
4
ABREVIATURAS
Banco Africano de Desenvolvimento
BAD
Banco Árabe de Desenvolvimento em África
BADEA
Banco Mundial
BM
Centro de Investigação Agronómica e Tecnológica
CIAT
Comissão dos Ministros das Florestas de Africa Central
COMIFAC
Programa de Conservação e Utilização dos Ecossistemas
ECOFAC
Empresa de Óleos Vegetais
EMOLVE
União Europeia
EU
Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura
FAO
Fundo para Ambiente Mundial
FEM
Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola
FIDA
Governo da República Democrática de São Tomé e Príncipe
GRDSTP
Agência de Cooperação Alemã
GTZ
Ministério da Agricultura Desenvolvimento Rural e Pesca
MADRP
Ministério do Comércio, Indústria e Turismo
MCIT
Ministério da Defesa e Ordem Interna
MDOI
Ministério do Equipamento Social e Ambiente
MESA
Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação
MNEC
Ministério das Obras Públicas, Infraestruturas e Ordenamento do Território
MOPIOT
Ministério de Plano e Finanças
MPF
Ministério dos Recursos Naturais e Ambiente
MRNMA
Novas Parcerias para o Desenvolvimento em África
NEPAD
Parceria para as Florestas da Bacia do Congo
PFBC
Produto Interno Bruto
PIB
Plano Nacional do Ambiente para o Desenvolvimento Durável
PNADD
Programa das Nações Unidas para o Ambiente
PNUA
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PNUD
República Democrática de São Tomé e Príncipe
RDSTP
Rede das Áreas Protegidas de África Central
RAPAC
União Internacional para Conservação da Natureza
UICN
Organização das Nações Unidas para Educação Ciência e Cultura
UNESCO
Vida Selvagem Mundial
WWF
5
RESUMO EXECUTIVO
A República Democrática de S. Tomé e Príncipe, consciente de que a problemática da
protecção e conservação da diversidade biológica acentua-se de grande importância,
pelo que constitui a preocupação comum de toda a Humanidade; assumiu
decididamente a responsabilidades na busca de soluções exequíveis e eficazes, rumo ao
desenvolvimento sustentável que se pretende.
A elaboração do presente relatório que procura inventariar a situação real da
Biodiversidadesobre dando conta do actual seu estado no Arquipélago, responde aos
compromissos internacionais assumidos pelo País.
Para que tornasse possível a compilação deste documento, os consultores tiveram
alguns contactos com diversas personalidades implicadas na questão ambiental,
efectuaram algumas visitas no terreno, promoveram dois seminários sendo um em S.
Tomé e outro no Príncipe para busca de mais sibsídios para enriquecimento da obra;
pesquisaram algumas Website que deram acesso aos estudos similares feitos em outras
paragens para análise e estudos equiparados e consultaram diversas bibliografias de
referência, nomeadamente o estudo e análise do 1.º Relatório produzido pelo País dando
conta do estado da Biodiversidade, e o Plano de Acção da Biodiversidade, que já conta
com o engajamento das autoridades do país;
O diagnóstico das causas e ameaças que pesam sobre as diversas formas de vida que
caracterizam os 4 ecossistemas escolhidos para este trabalho, permitiu que no fim se
apresentasse algumas medidas em forma de recomendações, para promover a
sustentabilidade dos referidos ecossistemas, a sua protecção, e a conservação da sua
biodiversidade específica e genética.
A biodiversidade um neologismo hoje em dia muito utilizado, representa um grau de
variedade de animais, plantas e micro-organismos. Actualmente, são conhecidas cerca
de 1.722.000 espécies de seres vivos e em cada ano que passa, vão sendo descritas
novas espécies. São descritos 40.000 vertebrados e 750.000 insectos1.
As mudanças climáticas têm um impacto negativo sobre a diversidade genética e estão
no centro das causas do desaparecimento de cerca de um milhão de espécies de animais
e plantas. Este problema da degradação da diversidade biológica tem vindo a assumir
nos últimos tempos proporções alarmantes a nível mundial. Tal fenómeno tem também
atingido S.Tomé e Príncipe, embora não se sabe ao certo quantificar esta perda. se Temse verificado uma grande redução da diversidade biológica, sobretudo para as espécies
cultivadas, domesticadas e demais outras.
Através de consultas, enttevistas e visitas feitas no âmbito dessa consultoria,
constatamos que o país vem consentido esforços no sentido de obter os meios
necessários para a materialização das recomendações contidas no art.º 6º da Convenção,
nomeadamente em termos de elaboração e implementação de estratégias, planos e
programas nacionais, visando a protecção, conservação e utilização sustentável da
diversidade biológica, assim como a integração desses mesmos objectivos no quadro
específico dos diversos planos e programas sectoriais e intersectoriais. Constatamos
também que os meios até agora disponibilizados não têm sido suficientes, para
responder as reais necessidades em matéria de protecção e conservação dos
ecossistemas alvo desse estudo. Todos os 4 ecossitemas estudados, estão sobre forte
1
Cf. PlanetaVivo-Manual de Ciências.
6
pressão antrópica, e dispidos de quaisquer mecanismos fiáveis e duradouros para
assegurar o seu equilíbrio e prevenir eventuais catástrofes.1
A comunidade internacional, consciente da grande importância da diversidade biológica
e dos seus valores intrínsecos nomeadamente ecológicos, genéticos, sociais,
económicos, científicos, educativos, recreativos, culturais e estéticos, e pressionada pela
imperiosa necessidade de uma acção concertada e urgente visando travar e fazer
regredir esse vertiginoso avanço para a catástrofe da vida no planeta, decidiu através da
Convenção sobre a Diversidade Biológica, um instrumento legal de âmbito
internacional, a prossecução de três objectivos fundamentais, a saber2:



Conservação da diversidade biológica;
Utilização sustentável das suas componentes;
Partilha justa e equitativa dos benefícios decorrentes dessa utilização.
Para a materialização de tais objectivos, a Convenção orienta no sentido da elaboração
de estratégias, tanto nacionais como internacionais, que pressupõem a adopção de
medidas que visam a protecção, conservação da natureza e a utilização sustentável da
diversidade biológica.
O presente relatório sobre o Estado da Biodiversidade, que será apresentado à
Conferência das Partes Signatárias da Convenção sobre a Diversidade Biológica, em
S.Tomé e Príncipe, procura atender a imperiosa necessidade de uma acção internacional
concertada e urgente para travar a vertiginosa regressão e catástrofe da vida no planeta.
Assim pela leitura e análise, dele se espera-se:
 Um aumento de dinâmicas no sentido da implementação de Estratégia Nacional que
permita a gestão adequada da Biodiversidade, assim como um Plano de Acção para
a protecção e conservação da Diversidade Biológica;
 Que se prossiga na criação bases mais sustentáveis de utilização dos recursos
biológicos no país;
 Que se venha adoptar medidas mais apropriadas que permitam uma distribuição
justa e equitativa dos benefícios dos recursos biológicos e genéticos;
 Reforçar uma ampla cooperação internacional, regional e subregional que fomente a
realização de determinados estudos e intercâmbio científico e económico de
importância no domínio da Biodiversidade e da sua função nos ecossistemas.
E para cumprir os objectivos referenciados nos termos de referências e facilitar
consultas ao documento estruturou-se-lhe em 4 diferentes capítulos a seguir:
Capítulo I – Faz a introdução, acentua o engajamento de São Tomé e Príncipe à
Convenção e os compromissos internacionais assumidos para atingir os seus objectivos.
1
Cf. Mediante visitas in locu
2
Cf. Estratégia Nacional e o Plano de Acção da Biodiversiade (ENPAB)
7
Capítulo II – É dedicado à apresentação da Biodiversidade do País, através de uma
abordagem descritiva dos aspectos florísticos e faunísticos dos diferentes ecossistemas
do País.
Capítulo III – Faz o ralato do estado actual da Biodiversidade, apontando as pressões a
que está sujeita e principais ameaças.
Capítulo IV – É dedicado a conclusões e recomendações finais.
Estes quatro capítulos não são por si só isolados, mas sim articulados sistematicamente
e compreendidos numa lógica interligada, olística e global, de modo a tornar mais
visível a realidade da problemática da conservação da biodiversidade do País, das
vitórias já alcançadas, e perspectivas que tragam melhorias na forma de gestão durável
dos recursos.
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO
1. Introdução geral
O presente relatório constitui uma versão actualizada dos resultados obtidos no domínio
de conhecimento da realidade da biodiversidade do arquipélago, tendo como ponto de
referência diversas bibliografias, nomeadamente o estudo e análise do 1.º Relatório
produzido pelo País dando a conta do estatado da Biodiversidade, e o Plano de Acção
da Biodiversidade, que já conta com o engajamento das autoridades do país.
Recorda-se que STP assinou em Junho de 1992, aquando da realização da Cimeira da
Terra, em Rio de Janeiro a Convenção sobre a Biodiversidade. Logo depois o Pais
beneficiou no âmbito do artigo 7 da mesma Convenção de vários financiamentos
destinados à elaboração do Primeiro Relatório sobre a Biodiversidade e a Estratégia
Nacional e o Plano de Acção sobre a Biodiversidade (ENPAB).1
O presente relatório, que tem por objectivo geral, estudar e analisar bem a
Biodiversidade São Tomé e Príncipe e permitir imergir o seu estado real.
Por consequinte, estes documentos,(1.º, 2.º e 3.º relatório) dotarão o País de
importantíssimos dados ciêntíficos sobre o estado da Biodiversidade, o que deverá
permitir a minimização das ameaças que pesam sobre a mesma, para que políticas de
governação responsável possam ser implementadas a favor da protecção, conservação e
utilização dos recursos em prol do desenvolvimento integrado e na luta contra a
pobreza. Tratando-se de um recurso limitado, mas renovável, acredita-se que só através
melhores formas de gestão, cumpriremos o verdadeiro objectivo de assegura a
alimentação à população e garantiremos a segurança económica e ecológica para as
gerações futuras. Por isso a biodiversidade deverá ser tema central do programa do
Desenvolvimento que previlegia o Homem sendo este o principal agente modificador
dos ecossistemas.
Numa perspectiva também de proporcionar subisídios para uma necessária educação
ambiental que muito carece o país, os estudos em torno da Flora e Fauna e dos
componentes abióticos naturais que os suportam este documento, foram feitos em
moldes que permitiram extrair recomendações nesse âmbito, ao nível dos quatro
1
Cf. Rubricas orçamentais dos custos com a elaboração do primeiro relatório sobre o estado da Biodiversidade
e a Estratégia Nacional e o Plano de Acção sobre a Biodiversidade (ENPAB)
8
Ecossistemas definidos para este trabalho nomeadamente: os Ecossistemas Costeiro e
Marinho, o das Águas Interiores, o Florestal e o Agrário.
Neles existe uma parte notável da biodiversidade mundial, da qual também depende o
futuro da Humanidade.1 Os Ecossistemas Costeiros e os de Águas Interiores, são
particularmente importantes no âmbito da Convenção de Ramsar sobre as zonas
húmidas de importância internacional especialmente como lugares onde as aves
aquáticas podem ser encontradas e onde desempenham todas as suas relações tróficas.
Por isso devem ser estudados contínuamente e protegidos os seus componentes. Isto só
será possível com o apoio das comunidades locais que vivem em proximidade ou no
interior destes ecossistemas. Estas comunidades devem ser incentivadas a continuar a
viver e a colaborar na sua manutenção. Por isso políticas coerentes fundadas na visão
cada vez mais universal de que é necessário aprender a produzir sem empobrecer os
recursos naturais, evitar de colher sem reconstituir, eliminar a erosão e poluição,
protegendo o resta do meio ambiente que existia anteriormente e as formas de vida
selváticas e domésticas que o caracterizam e desenvolver meios de informação que
possa coordenar toda informação ambiental de forma mais consistente e compatível que
apoiem as tomadas de decisão mais sensatas sobre o ambiente.
2. Materiais e métodos
As opções metodológicas adoptadas neste trabalho, de forma a permitir uma
compreensão da natureza e actualidade ciêntífica das informações nele apresentadas,
procurou estabelecer um paralelo entre vários relatórios já realizados deste e doutros
géneros.
Tendo em conta a importância da nomenclatura, neste relatório os nomes científicos das
diversas espécies da flora e fauna foram apresentados segundo a classificação linneana,
para facilitar a compreensão no contexto científico.
Trata-se de um relatório cheio de informações ciêntíficas, pois várias consultas de
documentações foram feitas por técnicos experientes sobre a flora e fauna de STP,
provenientes dos principais sectores implicados na problemática da Biodiversidade de
STP. Estes dados provieram designadamente de relatórios de investigação levados a
cabo no quadro do programa de Conservação e de Uso Racional dos Ecossistemas
densos de África Central (ECOFAC) e dos relatórios elaborados no âmbito da
conservação nos diferentes sectores e Instituições do Estado. Estas informações foram
complementadas com resultados de pesquisas no terreno para se inteirar da
problemática de conservação do ambiente e dos seus recursos e do impacte das medidas
já tomadas em São Tomé e Príncipe.
Tendo em conta a importância das publicações como fontes de informações, as
dificuldades de várias ordens não faltaram na busca de dados para a elaboração deste
relatório. Para o mostrar os ecossistemas e habitats ameaçados apresentamos a
cartografia das zonas degradadas no arquipélago ( Figura 7).
1
Cf. Os dados do inventário florestal, o Estudo de Conservação e Utilização dos recursos Florestais em S. Tomé e
Príncipe da UICN, Estudo das Plantas e animais endémicos de S. Tomé e Príncipe.
9
3. Sinopse das Informações sobre São Tomé e Príncipe
O esquema abaixo, constitui uma forma de apresentar de uma forma resumida as informações,
de mo do a dar uma visão descritiva de S. Tomé e Príncipe em conformidade com os dados do
ENPAB.1
Esquema 1
Área: 1001
Taxa de
Crescimento da
Popul: Em
2002: 19% ao
ano
Problemas Amb.
ligados a fauna
Degrad. Flor. Sec. E
Reduç Flor. Prim.
Erosão da Encosta,
Reduç. Pescado,
Avifauna e
Tartarugas
Densidade
populacional:
155 habitantes
por Km2
Kilómetros
quadrado
População em
2002: 140.000
População
Rural em 2002:
52%
Endemismo: 63
espécies aves c/ 23
endémicos 16 espécies
Répteis c/ 7 endémicos
9 espécies Anfíbios e
todas endémicas
Sinópse das
informações
sobre S. Tomé e
Príncipe
Diversidade de
Ecossistema: E.
Renda Per
capita: USD
300,00
cost. e marinho / E. de
águas Interiores/E.
Florestal / E. Agrário
A temperatura média
PIB em 2002:
USD
50.000.000,00
Taxa de
creacim.
Económ. - PIB
em 2002: 3% ao
ano
1
O clima é tropical
anual é de 26ºC. A
pluviosidade média anual
oscila entre os 2.000 e os
3.000 mm.
húmido, com duas
estações, a quente e
chuvosa. Esta última que
dura cerca de 9 meses
Cf. ENPAB-Agricultura 2002; World Bank 1993, 2003); UICN Red Book on Threatened Plants and Animals.
10
3.1 Situação geográfica
São Tomé e Príncipe são as duas principais ilhas do País-arquipélago situado no golfo
da Guiné. Distantes 380 km da costa ocidental da África e apresenta as seguintes
coordenadas geográficas: (0o 25’N de latitude e a 6o 20’E de longitude); as ilhas
apresentam uma superficie de cerca de 1.001 km² (sendo 859 km² para a ilha de São
Tomé e 142 km² para a ilha do Príncipe).
Fig 1: Mapas da situação geográfica de São Tomé e Príncipe
3.2 Origem
As ilhas fazem parte de uma linha vulcânica que inclui Pagalu ao sudoeste, Bioko a
nordeste e que se estende ao continente africano através do Monte Camarões e alcança o
maciço camaronês e o Lago Chad e nunca estiveram ligadas entre si ou ao continente.
3.3 Relevo
O arquipélago surgiu de actividade vulcânica relativamente antiga (3 milhões de anos).
Possui relevo acidentado, com picos que alcançam 1.500 metros, sendo o ponto mais
elevado o Pico de São Tomé, situado a 2.024 m acima do nível do mar (ver cartas nos
anexos I e II). A maior parte do País situa-se contudo abaixo dos 800 m.
3.4 Clima
A pluviometria média anual é de 2.000 a 3.000 mm por ano, que pode atingir 7.000 mm
por ano nas florestas de neblina.
O clima é Tropical húmido, com duas estações: a quente e chuvosa, que dura cerca de 9
meses), e a gravana, relativamente mais seca, que vai de Junho a Setembro. A
pluviosidade média anual oscila entre os 2.000 e os 3.000 mm anuais, mas pode
alcançar 7.000 mm nas florestas de neblina. A temperatura média anual é de 26ºC.(Ver
Mapas 7 e 8 em anexo)
3.5 Solos vulneráveis
Para se avaliar a vulnerabilidade dos solos face às Mudanças Climáticas, deve-se
considerar os seguintes conceitos de base:
11
-
a fertilidade dos solos tropicais, principalmente os solos florestais, são muito
frágeis; isto quer dizer depende muito da cobertura da vegetação que garante o
cίrculo da matéria orgânica para mineralização;
-
para além do teor em nutrientes, os solos são férteis quando possuem óptima
estrutura físico-química para troca de catiões, para circulação da água e do
oxigénio;
-
o potencial bio-produtivo dos solos depende também, da sua situação orográfica
e eco-climática: no cume duma montanha, numa pendente, num vale, numa
planície e numa zona árida, húmida ou super-húmida;
-
o historial de uso dos solos também define a sua capacidade produtiva: se vêm
sendo cultivado a longos anos e de forma intensiva ou não ou se nunca foram
submetidas à actividades agrícolas.
Recordando a situação orográfica e ecoclimática, e o historial de uso dos solos
Fersialíticos tropicais e Barros pretos, são estes que se revelam portanto como os mais
vulneráveis às mudanças climáticas (ver o Tabela 2 a seguir).
Fig 2 : Esboço dos solos mais vulneráveis às Mudanças Climáticas
12
S. Tomé
Príncipe
Fonte: Estudo de vulnerabilidade às mudanças climáticas- sector de florestas e solos
CAPÍTULO II – DESCRIÇÃO GERAL
2. DESCRIÇÃO DA BIODIVERSIDADE DO PAÍS
Como se observa no Tabela abaixo assinalado a Biodiversidade de São Tomé e Príncipe
revela uma a grande variedade de espécies e endemismos, fundamentalmente aves,
anfíbios, plantas superiores, morcegos, répteis, borboletas e moluscos distribuida em
diferentes ecossistemas e habitats.
13
2.1. Grupos de Organismos em São Tomé e Príncipe – Riqueza
em espécies e Níveis dos endémicos
(Fonte: ENPAB-Agricultura 2002; Ogonovszky 2003, World Bank 2003).
Esquema 2:
ESPÉCIES – S. Tomé
Mamíferos: 10 espécies com 30% de Endémicos
Morcegos: 9 espécies com 20% de Endémicos
Aves: 49 espécies com 57% de Endémicos
Répteis: 16 espécies com 44% de Endémicos (em todo o País)
Anfíbios: 6 espécies com 100% de Endémicos
Insectos: 47 espécies de borboletas com 38% de
Endémicos
Moluscos: 39 espécies com 77% de Endémicos
ESPÉCIES – PRÍNCIPE
Mamíferos: 5 espécies com 20% de Endémicos
Morcego: 4 espécies com 50% de Endémicos
Aves: 35 espécies com 54% de Endémicos
Anfíbios: 3 espécies com 100% de Endémicos
Insectos: 42 espécies de borboletas, sendo 21% de Endémicos
Moluscos: 32 espécies com 78% de Endémicos
Fonte: ENPAB-Agricultura 2002; Ogonovszky 2003, World Bank 20031.
1
Cf. ENPAB-Agricultura 2002; Ogonovszky 2003, World Bank 2003
14
2.2 Flora
Como já foi atraás referido, as ilhas do Golfo da Guiné integram-se na sub-região
ocidental africana banhada pelo Rio Congo, são muito conhecidas por apresentarem
taxas de endemismo muito elevadas.
São Tomé e Príncipe apresentam uma taxa de endemismo, cerca de 14%, sendo a mais
elevada no Golfo da Guiné.
Isto deve-se aos seguintes factores: dimensões reduzidas das ilhas, seu isolamento e a
diversidade de habitats que apresenta.
As famílias mais representativas pertecentes ao grupo das angiospérmias terrestres são:
Rubiaceae (27 espécies), Orchidaceae (35 espécies endémicas), Euphorbiaceae (11
espécies endémicas), Melastomataceae ( 8 espécies endémicas num total de 17 espécies
endémicas, ou seja 47% de endemismo), Begoniaceae (6 espécies endémicas num total
11, ou seja, 55% de endemismo).1
Quanto a diversidade taxonómica, os pteridófitos, inclui os fetos, licopódios, psilófitos
e cavalinhas. Este último grupo não se encontra representado na flora de S. Tomé e
Príncipe. São no total 157 Pteridófitas2. Em relação aos fetos, existem espécies 13
endémicas para as duas ilhas (ver Tab. 2 em anexo).
A biodiversidade vegetal espermatófitas – total nas duas ilhas é de 113 famílias
representadas por 791 taxa ao nível espécífico ou intra-específico (10). Sendo para São
Tomé 683 taxa e para Principe 330 taxa.
As orquídeas constituem uma família previlegiada na flora das ilhas devido à sua taxa
de endemismo que ronda os 23%, sendo 135 é o número total de espécies, e 35 é o
número de espécies endémicas. Os géneros Polystachia e o Bulbophyllum apresentam
maior número de espécies.
Certos grupos de organismos são talvez mais conhecidos do que outros por isso várias
investigações devem ser feitas. Os grupos mais bem estudados são as plantas
vasculares.
A lista das plantas endémicas das duas ilhas que fazem parte do arquipélago santomense
consta de148 taxa endémicas, das quais 123 existentes em S.Tomé e 50 no Príncipe3.
As 148 taxa endémicas existentes em S.Tomé e Príncipe foram avaliadas com as
categorias IUCN adaptadas ao arquipélago. Estima-se que 14,9% espécies endémicas de
São Tomé e Príncipe estão extintas (EX), 12,8% estão em perigo crítico de extinção
(CR), 10,8% em perigo (EN), 41,9% são vulneráveis (VUD2), 12,2% estão quase
ameaçadas (NT) e 7,4% apresentam uma ampla área de distribuição (LC).
Para além disto, 46% das espécies presentes na zona não protegida de São Tomé são
consideradas extintas, 41% das espécies presentes na zona tampão estão ameaçadas e
desaparecerão se medidas não forem tomadas no sentido de protegê-las e 39% das
espécies ameaçadas estão localizadas no interior dos limites do parque do Parque Obô.
1
Cf. Lejoly (1995), Suivi des programmes détudes de la biodiversité dans la zone ecológica de S.Tomé
Cf. Pteridófitas de São Tomé e Príncipe de Estrela de Figueiredo.
3
Cf. Resultados obtidos de diversos inventários realizados.
2
15
Estas últimas serão eficazmente protegidas se os limites do parque forem oficializadas e
protegidas.
O número de espécies animais ameaçadas é: Dezasseis espécies de aves, dez espécies de
insectos, quatro espécies de moluscos, de répteis e três de mamíferos (Ver a Tab. 12 em
anexo).
2.3 Breve historial
Desde o início da exploração das Ilhas pelos colonizadores portugueses no século XVI,
com a cultura de Cana-de-açucar (Saccharum officinarum), o uso dos recursos
biológicos tem estado intimamente ligado à história de ocupação de São Tomé e
Príncipe. A exploração sustentável da diversidade biológica do País, de modo que possa
também gerar provento para as comunidades locais e assim reduzir a pobreza, está
directamente ligada à sua conservação.
As culturas do cacau, Theobroma cacao (principal produto de exportação do País) e do
café (Coffea spp.) ao longo dos seculos XVIII e XIX, requerem a manutenção do manto
florestal para sombreamento. As “florestas de sombra”, que se instalaram na região
baixa e plana e de melhor aptidão agrícola em S.Tomé e Príncipe, há mais de dois
séculos, gozam de reputação internacional, por se apropriarem à conservação de solos
tropicais em condições insulares e pela manutenção de algumas essências florestais.
O interesse mostrado pela flora e vegetação das Ilhas de São Tomé e Príncipe, foi
também do ponto de vista investigativo, visto que envolveu várias personalidades que
realizaram colheitas e se ocuparam do estudo da vegetação, destacando-se, entre outros,
pela importância dos trabalhos publicados, Júlio Henriques e Arthur Exell,
respectivamente o professor da Universidade de Coimbra e naturalista do Museu
Britânico.
Para além destes estudioso os nomes de F. Welwitshi que em 1853 e C. Barter, em 1858
e G. Mann em 1861 fizeram também colheitas botânicas que levaram à descoberta de
inúmeras espécies então desconhecidas.
Auguste Chevaklier visitou S. Tomé em 1905 e Théodore Monod em 1956 fez ascenção
ao Pico de S. Tomé e ao do Príncipe, tendo colhido espécies endémicas raras.
As contribuições de Joaquim Espírito Santo, nas décadas de 60 e 70, incluem espécies
novas, e Herder Lains e Silva, em 1958 fez novas análises e classificação da vegetação.
Destas investigações chegou -se a conclusão que comparando a biodiversidade existente
nas quatro ilhas do Golfo da Guiné, Bioco, Príncipe, São Tomé e Pagalú, que é nao
arquipélago santomente é que encontra a flora mais rica, com taxas de endemismo
elevadas.
Os objectivos económicos da outrora sobrepuseram à lógica de conservação.
E desta forma, a biodiversidade do País foi sempre perturbada pela acção do Homem
desde os fins do século XV (Hodges et Newitt, 1988), em particular naquelas de baixa
altitude que têm sido ocupadas pelas plantações de cana-de-açucar, de café de de cacau.
Numerosas espécies exóticas formam igualmente introduzidas (Monod, 1960),
perturbando o equilíbrio existente.
De facto a pressão humana sobre os recursos naturais do arquipélago de São Tomé e em
particular a floresta tem consequências irremediáveis sobre a biodiversidade.
A cobertura vegetal sofre particularmente esta pressão, através da extracção não
descriminada da madeira e de plantas nos arredores e no interior do Parque Natural
Obô, a prática agrícola, a introdução de espécies exóticas ou de outras práticas não
sustentáveis com impacto negativo considerável. Constata-se nestes últimos anos um
16
empobrecimento da diversidade biológica dos ecossistemas do arquipélago, que se
traduz numa deterioração de qualidade de vida das populações que depende delas,
estando por isso numa pobreza extrema.
Estas práticas não são uma fatalidade. De facto, elas são derivadas de um mau
conhecimento da flora e das relações de interdependência intrínsecas que as regem. O
País carece de uma mecanismo de pesquisas eficiente e capaz que permitiria enriquecer
de conhecimentos ciêntíficos existentes sobre a biodiversidade florística do arquipélago,
que assegura a divulgação e a vulgarização destas informações às populações. O
desenvolvimento e a valorização do Jardim Botânico de Bom Sucesso, no quadro de
Projecto ECOFAC, são um meio para cobrir estas lacunas no País.
A conservação da cobertura florestal desempenha papel relevante no sistema agrário do
País (regulação do regime das chuvas, da insolação e da evapotranspiração), protecção
das bacias hidrográficas, proteção do solo contra a erosão, reciclagem de nutrientes e
constituição da fertilidade natural do solo. Além disso, como outras florestas tropicais
do mundo, podem funcionar como sumidouros do dióxido de carbono atmosférico,
contribuindo na problemática das mudanças climáticas a nível mundial.
2.4 BIODIVERSIDADE TERRESTRE
Pelo facto do seu isolamento relativamente ao continente africano, a diversidade
biológica é única ao nível do continente africano e do mundo. Os refúgios que
resultaram destes fenómenos originaram um alto grau de espécies endémicas da fauna e
flora (Ver as Tabs. 1, 2, 6 e 9 em anexo).
A riqueza da biodiversidade das Ilhas é reconhecida pelo mundo científico, que
considera a floresta tropical de São Tomé e Príncipe como a segunda em termos de
prioridade de conservação da avifauna, entre 75 florestas africanas (World Bank 1993).
A flora de São Tomé e Príncipe é também notável pelo seu alto grau de endemismo. A
ilha de S. Tomé tem um género endémico e 87 espécies endêmicas. Príncipe por sua vez
tem um género endémico e 32 espécies endémicas (ENPAB Florestas 2002).
2.5 Principais Ecossistemas e habitats do País
A Biodiversidade de São Tomé e Príncipe, graças a uma série de factores geomorfológicos acima apontados, assenta-se nos grandes domínios-florísticos
vegetacionais e rivela também uma grande variedade de ecossistemas existentes no
arquipélego nomeadamente: Ecossistemas Naturais (Florestas, Mangais, Águas
Interiores, Costeiros e marinhos) e Ecossistemas modificados (florestas secundárias e
antigas plantações, florestas de sombra e savanas e florestas secas).
A abordagem da riqueza biológica de São Tomé e Príncipe por ecossistemas constitui
ainda a forma mais pragmática para estabelecer o diagnóstico da situação real da
Diversidade Biológica do País e propor medidas adequadas para a sua conservação e
utilização sustentável. Neste sentido, foram definidos para este relatório, quatro
ecossistemas principais a nível nacional:
Esquema 3: Tipos de Ecossistemas de S. Tomé e Príncipe
17
ECOSSISTEMA
S EXISTENTES
EM S. TOMÉ E
PRÍNCIPE
ECOSSISTEMA
COSTEIRO E
MARINHO
ECOSSISTEMA
DAS ÁGUAS
INTERIORES
ECOSSISTEMA
s FLORESTAIS
ECOSSISTEMA
AGRÁRIO
Os ecossistemas naturais são constituídos essencialmente por florestas, rios, cursos de
água, ambientes marinhos. Eles caracterizam-se pela sua diversidade em espécies e pela
complexidade de vários factores ecológicos designadamente o ar, a humidade e a
luminosidade. Desta forma, o meio abiótico é multi-estratificado com espécies que
competem-se e estão adaptadas às diferentes condições. Estes ecossistemas contêm
importantes áreas protegidas do Pais que são: Parque Natural Obô, Reserva Integral das
Ilhas Tinhosas e Reserva do Ilhéu das Rolas.(Fonte. Rapac - rede das Áreas Protegidas
de África Central).
Estas Áreas Protegidas hospedam um património natural de importância nacional e
internacional.
Em relação aos ecossistemas naturais, pode-se encontrar as seguintes florestas de
altitude: Floresta de baixa altitude (0 – 800 m), Floresta de montanha (800 – 1 400 m), a
Floresta de nevoeiro (1 400 – 2 024 m)
2.6 Ecossistema Florestal
As primeiras e mais completas investigações realizadas sobre a vegetação de São Tomé
e Príncipe foram levadas a cabo nos anos de 1932 e 1933, pelo investigador Exell e
publicadas nos anos de 1944 e 1956, respectivamente.
Segundo Exell, excluindo algumas zonas de mangue muito pequenas e de dunas de
areia na costa, a vegetação original de São Tomé era constituída por florestas húmidas
que cobriam uniformemente a ilha desde o litoral até ao cume do Pico de São Tomé. No
seu trabalho, o mesmo distinguiu três regiões florestais bem definidas em São Tomé,
descritas no parágrafo seguinte.
2.7 Regiões Florestais existentes em S.Tomé e Principe
Esquema 4: Regiões florestais de S. Tomé e Príncipe
18
Região de Floresta
de Nevoeiro
Região de Floresta
de Montanha
Região de Floresta
Húmida de Baixa
Altitude
Deduz-se segundo as pesquisas do Exell, que as regiões florestais referenciadas acima,
para estarem sujeitas a um estudo mais pormenorizado é possível distinguir
ecossistemas florestais diferenciados como a seguir se indicam:
 Floresta de baixa altitude, 0 – 800 m;
 Floresta secundária;
 Floresta seca;
 Floresta de sombra para o cacau e o café;
 Savanas arbustivo-arbórea e herbácea;
 Mangais;
 Floresta primária de altitude (de montanha), que compreende a Floresta de nevoeiro,
a Floresta de altitude média > 1000 e <1800m e a Floresta de altitude> 1800 e>
2000m.
2.7.1 Floresta de baixa altitude (0 – 800m)
Esta formação vegetal, é equivalente à grande floresta equatorial existente na região
continental africana.
Na ilha de S.Tomé, as espécies características desta formação são: Rinorea chevalieri,
Zanthoxylum thomensi, Drypetes glabra, Anisophyllea cabole e Sorindeia grandifolea; no
Príncipe destacam-se pela frequência as segunites espécies: Rinorea insularis, Ouratea
nutans, Casearia mannii Croton stelluliferus e Erythrococca columnaris. (Fonte: J.LeJoly
Segundo Chevalier, as florestas de baixa altitude está Praticamente desaparecida na sua
forma primária, devido à prática das culturas de cana-de-açúcar, do cacau e do café,
subsistem apenas algumas espécies, que devido às suas características foram protegidas e
favorecidas pela acção do homem, nomeadamente: Milícia excelsa, Ficus sp., Pycnanthus
angolensis, Ceiba pentandra, (Chevalier, 1938).
2.7.2 Floresta de montanha (800 – 1 400m)
Este domínio florestal apresenta uma transição lenta de espécies, com maior variedade
que nas formações de menor altitude, mas com um aspecto geral semelhante. As árvores
são altas (30 a 40 m) com copas densas e a elevada humidade existente favorece o
desenvolvimento de espécies epífitas, lianas e fetos, que cobrem o tronco das grandes
árvores. Abundam em quantidade e variedade os fetos arbóreos. As famílias Rubiaceae
e Euphorbiaceae são as mais representadas. As espécies arbóreas características destas
formações são: Trichilia grandifolia, Pauridiantha insularis, Pavetta montícola,
19
Erytrococca molleri, e Tabernaemontana stenosiphon. Estas formações foram, de uma
forma geral, pouco alteradas pela acção do homem, dedvido situarem em zonas de
altitude.
2.7.3 Floresta de nevoeiro (1 400 – 2 024 m)
A floresta sobe até ao cimo do Pico e nas áreas de maior altitude as árvores são mais
pequenas e a cobertura é mais aberta. As elevadas precipitações, a luminosidade é muito
reduzida devido aos constantes nevoeiros e as temperaturas são relativamente baixas. As
epífitas são muito mais abundantes e os samambaias constituem um elemento
importante da flora até ao cimo. Não se observam as ervas da montanha. Devido à
dificuldade de acesso e o declive do relevo predominante, este habitat não apresenta
qualquer modificação causada pela acção humana e mantém-se intacto.
Estes elementos climáticos, fizeram com que as árvores nesta floresta fossem de menor
porte; aparecem plantas araliáceas tais como Schefflera manii, e que raramente
ultrapassam os 10 m de altura. As epífitas, em particular as orquídeas e os fetos do
género Asplenium têm um lugar importante nestas formações.
As árvores características são: Podocarpus manii, (Pinheiro de S.Tomé), a única
gimnospérmia endémica, Baltasaria mannii, Ilex mitis, Olea capensis (Pau Impé),
Craterispermum montanum (Macambrará), Trichilia grandifolia (Cola macaco).
Os arbustos mais característicos são Erica thomensis, a Psychotria guerkeana e P.
nubicola, Lobelia barnsii (lobélia gigante), endémica de S. Tomé. No subosque
aparecem poáceas do género Panicum e uma espécie de Urticácea endémica,
denominada, Elatostema thomense.
As lianas ou trepadeiras tais como Sabicea spp., Thunbergianthus quintasii, Tetracera
alnifolia e Jasmin spp. são frequentes.
Devido ao clima e aos declives extremamente acentuados, estas formações foram
alteradas pelo homem apenas pontualmente, não tendo sido utilizadas para qualquer
cultura ou exploração intensiva, mantendo-se de uma forma geral em muito bom estado
de conservação. Torna-se necessário referir a presença de algumas espécies invasoras
designadamente Chinchona spp. que alargaram o seu areal de distribuição até estas
altitudes.
2.7.4 Floresta de altitude média > 1000 e < 1800m
Esta formação vegetal circunda por exemplo, as regiões do Pico Cabumbé e a Lagoa
Segundo levantamento botânico feito nos anos’ 90, pela equipa técnica de ECOFAC,
cujos herbários encontram-se no centro de Bom Sucesso, na Lagoa Amélia, cratera de
vulcão extinto, pode-se encontrar uma formação muito particular.
Nela encontra-se uma vegetação perene constituída por poáceas Panicum hochstetteri e
Panicum brevifolium. Para além desta Poáceas, encontram-se também as seguintes
espécies Cyperus articulatus, Poligomum salicifoluium e Tristemma mauritianum,
assim como uma grande quantidade de fetos das familias Polypodiáceas e
Hymenofoliáceas. É de se destacar também a predominância de orquídeas de espécies
raras, tais como, Bulbophyllum cocleatum var. ternuicaule, Solenangis clavata e
Diklangella liberica, das quais despontam pequenos arbustos, tais como Heteradelphia
paulowilhelmia, Rapanea melonophoeos e Schefflera manni.
20
No subosque desta floresta de altitude encontram-se as seguintes espécies endémicas:
Palisota pedicellata, Cyperus sylvicola, Mapania ferruginea, Begonia baccata,
Impatiens buccinalis, Impatiens thomensis, Calvoa crassinoda, Sabicea ingrata,
Sabicea exellii.
E é também constituida por seguintes espécies arboreas endémicas: Trichilia
grandifolia, Pavetta monticola, Craterispermum montanum, Tabernaemontana
stenosiphon, Erythrococca molleri e Discoclaoxyllum occidentale.
2.7.5 Floresta de altitude entre 1800 e 2000m.
Esta floresta, que circunda por exemplo, as regiões de Mesa do Pico (1850m), e circunda
o Pico de São Tomé e Pico Pequeno, caracteriza-se por apresentar pluviosidade muito
elevada, com nevoeiro quase constante, a temperatura sempre baixa, embora não atinja
os 0 °C. As árvores são muito baixas, as epifitas são muito numerosas. A esta altitude,
as endémicas que lá aparecem são representadas por Pinheiro-de-São Tomé
(Podocarpus mannii), Psychotria guerkeana, Psychotria nubicola, o tchapo-tchapo
d’obô (Peddiea thomensis), Calvoa crassinoda, Pilea manniana, Erica thomensis e
Lobelia barnsii. As orquídeas, os fetos, os musgos e líquenes são também frequentes.
Segundo Toelen (1995), as árvores mais abundantes na floresta de nevoeiro em S.Tomé
são a Tabernaemontana stenosiphon (Cata d’Ôbô), (Pseudogrostistachys africana
Cacau d’Ôbô), Homalium henriquensii (Quebra machado), Rothmannia urcelliformis
(Teia-teia), Trichilia grandifolia (Cola macaco), Pauridiantha floribunda (Pau formiga)
e o Allophyllus africanus (Pau três).
As espécies vegetais endémicas típicas deste eocossistema de montanha são: Peddiea
thomensis (Tchapo tchapo d’ôbô), Balthasaria mannii, Psychotria guerkeana e P.
nubicola.
Em relação à ilha do Príncipe, segundo dados da publicação "Conservação dos
Ecossistemas Florestais na República Democrática de São Tomé e Príncipe" elaborado
por P.J. Jones, J.P. Burlison e A. Tye, toda a floresta primária da parte norte e centro da
ilha foi substituída por plantações de cacau, café, coco e banana. Segundo a mesma
publicação, reporta-se que quase toda a floresta húmida primária que existia nessa ilha
foi destruída durante uma campanha de erradicação da doença do sono em 1906, mas
investigações recentes demonstraram que os esforços necessários para chegar a esse fim
ultrapassavam a capacidade das equipas de controlo e a maior parte da zona sul da ilha
permanece intacta.
2.7.6 Savanas do norte-nordeste
Esta formação vegetal que ocupa uma faixa que orla a costa marítima de aeroporto S.
Tomé, até Praia das Conchas, onde as precipitações são inferiores aos 700 mm por ano
(às vezes 500 mm por ano).
Os solos, de terras escuras ou negras, por vezes com afloramentos pedregosos e de
subsolo compacto, suportam uma vegetação herbácea-arbórea.
Estas regiões são revestidas por um mosaico herbáceo dominado por três espécies de
Poáceas (Panicum maximum, Rottoboelia esaltata e ……………….). Este mosaico
herbaceo é interrompido por pequenas formações arbóreas (florestas tropicais secas e
abertas) e arbustivas de pequenas dimensões que, pela ausência de um coberto arbóreo
contínuo, contrastam fortemente com o resto do País.
21
Sobressaem pela sua silhueta os Micondoeiros (Adansonia digitata) alternada por
Tamarindeiros (Tamarindus indica), Zimbroeiros (Ziziphus abissinica), Limoeiro da praia
(Ximenia americana), Goiabeiras (Psidium guajava), “Libô mucambú” (Vernonia
amygdalina) e Erythroxyllum emarginatum.
Contempla também espécies que fazem parte de agrupamentos halófilos (Rhizophora
racemosa e Avicennia germinans) nos lodos salgados da foz dos ribeiros e linhas de água.
Nas zonas em que o grau de salinidade é menor, encontram-se Hibiscus tiliaceus, Dalbergia
ecastaphyllum e Erythroxyllum emarginatum.
Pensa-se pois que estas formações tenham sido o resultado da antropização massiva que
consistiu na desarborização intensa e da realização de queimadas frequentes, praticadas para
a cultura da cana-de-açúcar desde o início da colonização.
Na ilha do Príncipe, não existem savanas, embora algumas espécies herbáceas estejam
presentes nos arredores do Aeroporto.
2.7.7 Floresta de Sombra
Esta formação vegetal ocupa cerca de 32 289 ha, isto é, cerca de 32,9% do território
nacional. Ela ocupa normalmente áreas de relevo suave (0-10 %) e alguns morros, tais
como o Muquinquim e Saccli situados no distrito de Lobata, e outros que não
ultrapassam os 300 metros de altura.
Esta floresta de sombra criada pela necessidade de regularização de sombreamento para
fazer sombras para as plantações de Theobroma cacao (cacaueiros) e Coffea sp.
(cafezeiros), espécies introduzidas cons fins de exportação; e a fixação de nitrogénio no
solo permitiu a introdução de Erythrina sp. (Eritrinas) nestas florestas.
A cultura cacaueira exige a manutenção do dossel florestal para sombrear as plantas de
cacaueiros e de cafezeiros e foi demonstrado que esta prática ajuda a manter altos níveis
de biodiversidade florestal nos Países produtores (Rice & Greenberg 2000).
2.7.8 Floresta secundária (capoeira)
Este tipo de formação vegetal ocupa perto de 30% da superfície do País. Na ilha de
S.Tomé, a mesma cobre uma área de cerca de 26. 000 ha e, no Príncipe, cerca de 4 000
ha.
Formações secundárias de idade variável, onde é ainda possível identificarem vestígios
de utilização anterior, nomeadamente através da existência de uma proporção
importante de espécies introduzidas. De composição idêntica à da floresta de sombra em
que o factor de distinção principal é a presença ou a ausência de plantas de cafeeiros ou
de cacaueiros. São zonas que foram no passado utilizadas para estas culturas e que se
encontram actualmente abandonadas, por se situarem em solos com aptidão marginal,
com fortes declives e de difícil acessibilidade.
Ela apresenta uma composição florística caracterizada principalmente por espécies
exóticas e cultivadas e espécies pioneiras, com crescimento rápido, que se
naturalizaram, formando algumas comunidades de vegetação, tais como de Bambusa
22
vulgaris (Bambú), Cecropia peltata (Gofe), Maesa lanceolata (Mutopa), Dracaena
arborea (Pau Sabão), Ficus spp. (Figueiros), Harungana madagascariensis (Pau
sangue), Cestrum laevigatum (Coedano), etc.
Nesta formação vegetal, pode-se ainda incluir outras espécies arbóreas, tais como
Pycnanthus angolensis (Pau-caixão), Pentaclethra macrophylla (Muandim), Artocarpus
altilis (Fruta pão), Artocarpus heterophylla (Jaqueira), Treculia africana
(Izanquenteiro), Antiaris welwitschii (Amoreira), Chytranthus mannii (Pessegueiro-deS. Tomé), entre outras.
As lianas mais frequentes são: lutchiga (Urera trinervis), Dioscorea spp. expontâneas e
Adenia lobata.
2.7.9 Floresta seca
Esta formação vegetal ocupa as regiões limítrofes de Guadalupe, englobando as
margens de Água Castelo, Água de Guadalupe e Rio de Ouro, sendo instalada nas zonas
com pluviosidade compreendida entre 1.000 e 1.500 mm por ano, com um período seco
bem marcado. Na ilha do Príncipe, não existem florestas secas.
Na camada mais alta desta formação, aparecem árvores de folha caduca, tais como a
Milícia excelsa (Amoreira), Spondias microcarpa (guêgue) e Ficus mucuso (Figo
plocô), enquanto que no sub-bosque, podem-se encontrar arbustos que, muitas vezes,
são ameaçados pelo fogo, tais como Ophiobotrys zenkeri (Stala-stala), a Oncoba
spinosa (malimboque) e Ochna membranacea (pau dumo), Harungana
madagascariensis (Pau sangue), Cestrum laevigatum (Coedano), etc.
2.7.10 Mangal
Em S.Tomé, na foz de vários rios e cursos de água (sendo o mais importante o de
Malanza), e no Príncipe (entre a Praia Grande e a Praia Seca), existem formações
florestais holófilas que ocupam as costas baixas e planas ou em lagunas com águas
turvas e pouco profundas, separadas da terra firme, na foz dos rios. Ela situa-se numa
zona de transição entre o meio terrestre e meio marinho. Esta vegetação muito especial,
e pobre em espécies é dominada por: Rhizophora mangle, Rhizophora racemosa
(Rhizophoraceae) ambas árvores com raízes aéreas e Avicennia germinans
(Avicenniaceae) provistas de pneumatóforos. Neste ecossistema podem aparecer fetos
do généro Microsorium e Acrostichum aureum, sendo este último frequente em todos os
mangais do mundo.
Nas zonas intertidais, a vida animal desenvolve-se entre as raízes das árvores. Estas
superfícies hospedam invertebrados como ostras do género (cf. Isognom) e o caranguejo
dos mangais (cf. Aratus) dos mangais, e cucumbas do género Perioptalmos que são
peixes capazes de respirar dentro e fora da água.
A fauna ornitológica consta de espécies como a galinha-de-água (Gallinula chloropus),
a garça (Bubulcus ibis), a garça-de-cabeça-negra ou tchonzo (Butorides striatus), e as
conóbias (Alcedo spp.).
23
2.7.11 Biodiversidade florística terrestre - vegetação indígena e
espécies introduzidas
Em S.Tomé e Príncipe a vegetação climax predominante é do tipo tropical húmida,
sempre verde e muito heterogénea. Segundo algumas dados da História das ilhas de S.
Tomé e Príncipe, a chegada dos portugueses transformou os meios naturais deste
arquipélago; as florestas foram devastadas para as grandes plantações e espécies
exóticas foram introduzidas. Trataram-se sobretudo de espécies alimentares, animais de
companhia e de estimação, etc. Pode-se dizer que quase todas as espécies de animais e
de vegetais existentes nas ilhas de São Tomé e Príncipe foram de um certo modo
introduzidas.
Como mostra a tabela 7 em anexo, 297 espécies actualmente cultivadas foram
introduzidas voluntáriamente ou não pelo homem. Estas espécies estão distribuidas em
cerca de 87 famílias, sendo as Fabáceas, as Solánaceas, as Poáceas, as Malváceas, as
Myrtáceas, as mais ricas.
As Moráceas, nomeadamente Artocarpus heterophyllus (jaqueiras), Artocarpus comunis
(fruteiras), Treculia africana (izaquenteiros) e as Musáceas, Musa sppl. (bananeiras) são
de destacar pelos frutos, que constituem a base da alimentação santomense. De facto,
são espécies que se naturalizaram facilmente pela grande capacidade de disseminação,
encontrando-se por isso desde o nível do mar até altitudes mais elevadas.
Angiospérmicas
No estado actual dos avanços alcançados no conhecimento da flora e da vegetação do
País, 1260 é o número total de plantas existentes no arquipélago, das quais 933 são
plantas indígenas e 297 são cultivadas e 148 endémicas (Ver Tab. 1 em anexo) e 14 são
espécies novas para a ciência incluidas no grupo das orquidáceas (Ver a Tab. 6 em anexo).
Destas 1260 espécies, 105 pertencem as angiospérmias, sendo 103 Dicotilédoneas e 2
Monocotilédoneas.
Entre as Angiospérmias, destacam-se espécies de interesse para as pastagens e foragens,
maioritariamente as Poáceas e Leguminosas.
Briófitas
A flora do arquipélago santomense é também caracterizada por um grupo de plantas
avasculares, denominadas Briófitas que no Mundo conta aproximadamente cerca de
22.000 espécies. Porém, nas regiões húmidas abundam os seguintes géneros
Marchantia, Anthoceros e Polytrichium.
Marchantia cresce prostrado enquanto que Campylopus e Polytrichium e parecem ser
os géneros mais comuns que cobrem como um tapete verde, pedras, troncos , barrancos,
de aspecto aveludado e macio.
Pteridófitos
Dos trabalhos realizados em São Tomé e Príncipe por botânicos nacionais e estrangeiros
em diversas missões no terreno, cujos dados foram publicados mostram que petridófitos
constituem um grupo de plantas muito antigas sob o ponto de vista evolutivo. De facto,
os fetos surgiram após as briófitas.
No arquipélago de São Tomé e Príncipe, os pteridófitos contribuem com 13 espécies
endémicas como indica o Tabela 2, em anexo. (Fonte: Pteridófitos de São Tomé e Príncipe) e estão
24
distribuidos em 28 famílias diferentes, das quais Aspleniaceae, com 24 espécies, Aspidiaceae, 15
espécies, Hymenophyllaceae, com 12 espécies, Polypodiaceae e Pteridaceae com 10 espécies,
Thelypteridaceae com 9 espécies, Selaginellaceae com 8 espécies e Nephrolepidaceae com 6
espécies. Outras famílias apresentam um número relativo baixo de diversidade específica. A
família Cyatheaceae merece uma menção especial por apresentar espécies arbóreas, isto é,
espécies que podem atingir mais de 3 metros de altura. Por isso são conhecidos por fetos
gigantes, uma raridade no mundo vegetal.1
Fungos e cogumelos
O primeiro relatório sobre a Biodiversidade não estima o número de fungos e
cogumelos existentes nas nossas ilhas, talvez por se tratar de uma matéria muito pouco
estudada.
Dos dados prelevados da revista “Actividade rural “editada pela ONG, ADRA, no
sector agrícola, os agricultores deparam com dificuldades no controlo de doenças e
pragas causadas pelos seguintes fungos:

Collectrichum coffeanum que causa Rhizoctoniose doença que afecta os
cafezeiros
 Colletotrichum lindemuthianum que causa Antracnose que afecta os fejoeiros
 Carbunculo do Milho (fungo) que afecta Milho (Zea maïs)
 Uromyces apendicolatus que provoca ferrugem no fejoeiro.
Estes dados são bastante fragmentarios o que torna necessário aprofundar-se mais para o
conhecimento da verdadeira realidade fungina no País.
Em relação aos Cogumelos, a Micologia santomense, tem muito para se conhecer.
Contudo parecem existir sobretudo nas zonas húmidas e sombrosas das ilhas espécies
pertecentes ao género Lentinus; o género Termitomyces que abarca cogumelos brancos,
muito numerosos. E por fim o género Cantharellus, com espécies coloradas. Estes
géneros pertencem provavelmente ao grupo Basidiomicetes.
Líquenes (associação simbiótica algas e fungos)
Em todo o caso, para o liquenes, trata-se de uma associação entre algas e fungos
simbiontes. O género Usnea, forma longos filamentos sobre as árvores; apresenta uma
larga distribuição geográfica desde o nível das águas do mar até o cimo das montanhas
onde as árvores parecem barbadas. São bons indicadores das condições ambientais. Por
isso programas de estudos aprofundados para a inventariação e o conhecimento destas
associações são urgentes. Só assim pode-se contribuir para a sua conservação.
2.7.12 Unidades agro-ecológicas e comunidades vegetais
No trabalho de Lains e Silva sobre o Esboço da Carta de Aptidão Agrícola de São Tomé
e Príncipe, o País dispõe de seis zonas agrícolas. A zona do cacau, a Zona do café, Zona
da borracha, Zona do Chá, Zona do dendém, Zona do Coqueiro.
1
Cf. Pteridófitos de São Tomé e Príncipe de Estrela de Figueiredo
25
Em relação à comunidades vegetais destacam-se as seguintes:
 Associações herbáceas aquáticas e semi-aquáticas dominadas por Struchium
sparganophora (Libô d’água), Rorippa nastrutium (Folha agrião), Pisticcia
stratiotes (Alface d’água) e Costus afer (Uncoetê).

associações herbáceas ruderais representadas por Panicum maximum, Boerhavia
difusa Cynodon dactylon e Eragrostis superba, Euphorbia hirta, Achyrantes aspera
e Celosia gonfrenoides; crescem nos terrenos cultivados perto das habitações.

Associações pos-culturais herbáceas colonizadoras e infestantes de cultura
constituidas por Panicum maximum, Cleome ciliata, Pteriduim aquilinum, Ageratum
conyzoides e Panicum hochstetteri. Encontram-se nas plantações da Manihot
esculenta (Mandioqueira), Xanthosoma sagittifollium (Matabaleira), Ananas
comosus (Planta do ananás), Zea mays(Milheiro) e Licopersicum esculentum
(Tomateiro).

Associações vasculares epifíticas constituídas por Nephrolepis biserrata e plantas
estranguladoras e plantas hemiparassitas tais como: Cuscuta campestris, Ficus
clamydocarpa e Schefelera manii.

Associações herbáceas halófilas do cordão litoral com espécies típicamente litorais
constituids por Ipomoea pes capre, Altenanthera litoralis, Hydrocotylle bonariensis
e Blutaporum vermicular.
2.8 Biodiversidade da Fauna terrestre
Em traços gerais, os animais vertebrados terrestres existentes no arquipélago é bastante
conhecido e está caracterizado tanto por espécies terrestes os marinhos e os de
ambientes de transição. São contudo notórias carências de estudos biológicos muito
aprofundados sobre os invertebrados e microorganismos terrestres e aquáticos
notamente os hidrozoários, espongiários, poliquetas, nematoides, etc.
2.8.1 Mamíferos terrestres
Dos dados publicados no Plano Nacional do Ambiente para o Desenvolvimento Durável
PNAAD, no que respeita aos mamíferos terrestres, podem-se encontrar alguns animais,
tais como: macacos (Cercophitecus mona), Porcos Selvagens (Sus domesticus), seis
espécies de morcegos Myonycteris branchycephala, Hippodsiderus commersoni,
Miniopterus minor e Rousettus aegyptiacus, e as formas continentais nomeadamente
Eidolon helvun e Hipposideros ruber. Para além dos morcegos, existem duas espécies
de musaranhos, nomeadamente Crocidura thomensis e Crocidura poensis, assim como
os ratos Rattus rattus e Rattus norvegicus. 1
Este quadro sintetiza as espécies de mamíferos terrestres protegidos em S. Tomé e
Príncipe.
1
Cf. Plano Nacional do Ambiente para o Desenvolvimento Durável PNAAD
26
2.8.2 Aves
A fauna avícula silvestre (Ver Tab. 9 em anexo) é constituida por 63 espécies das quais 25
são endémicas, incluindo algumas espécies típicas das florestas de chuva ou pluvial
nomeadamente, Lanius newtoni, Bostrychia bocagei, Amaurocichla bocagii e Neospiza
concolor. Para lem destas espécies destacam-se a Columba malherbii, Columba
thomensis, Treron australis virescens, Streptopelia senegalensis, Aplopelia larvata
simplex ou principalis.
Nas regiões costeiras a fauna é constituída fundamentalmente pelas aves que povoam
principalmente os pequenos ilhéus e zonas costeiras desabitadas. As principais espécies
que nidificam em colónias são constituídas pelo Phaeton lepturus (Coconzucu), Sula
leucogaster, Sula dactylatra, Anous stólidus, Anous minutus, Sterna fuscata, Sterna
anaethetus e Oceanodroma castro (patos marinhos). Nas regiões savânicas do norte de
S.Tomé, existe um grupo de pássaros típicos, constituído designadamente, por codorniz
(Coturnix delegorguei), codornizão-africano e a Crecopsis egregia.
O Tabela 9 em anexo, mostra as espécies de pássaros protegidos no arquipélado. Estão
distribuidos em treze famílias diferentes sendo a ordem Passeriformes engloba maior
número de espécies.
2.8.3 Batráquios ou Anfíbios
A batriofauna santomense está constituida por três famílias, 5 géneros, 7 espécies sendo
6 assinaladas em São Tomé, 2 espécies no Príncipe e 2 para o Ilhéu das Rolas, com a
seguinte distribuição. Uma espécie comum das três ilhas, Rhynobatrachus dispar, um
espécie em São Tome e Ilhéu das Rolas, Schistometopum thomense, quatro endémicas
de São Tomé, Schistometopum ephele, Nesionixalus molleri, Nesionixalus thomensis e
Rhynobatrachus dispar e uma para a ilha do Príncipe, Leptopelis palmatus.
Para S.Tomé podem-se encontrar as seguintes espécies endémicas: as rainetas:
Nesionixalus molleri e Nesionixalus thomensis; a rã da espécie Ptychadena newtoni e as
cecílias das espécies Schistometopum thomense e Schistometopum ephele.
Para a ilha do Príncipe temos a raineta pertencente a espécie Leptopelis palmatus e a rã,
Rhrynobatrachus dispar.
Pode-se igualmente citar a presença da Ápodes tais como a Cobra bôbô, que embora
não seja específica de ambientes aquáticos, frequenta meios húmidos, construindo
galerias como as minhocas (cormichas).
2.8.4 Répteis terrestres
Os répteis, filogeneticamente falando, são discendentes dos anfíbios, foram os primeiros
a conquistar o meio subaéreo, depois de resolverem os problemas relativos à
reprodução, desde a era paleózoica. A sua presença na fauna do País é um facto de
valência ecológica muito importante. Nesta classe de vertebrados podem-se encontrar
16 espécies nas ilhas de São Tomé e Príncipe.1
1
Cf. ENPAB e Primeiro Relatório Nacional de Biodiversidade.
27
Para a ilha de São Tomé existem as seguintes espécies: o geco (Hemidactylus greeffii),
o lagarto (Panaspsis africana), cobras escavadoras (Rynotyphlops newtoni), cobra-preta
(Naja melanoleuca).
Para a ilha do Príncipe existem as seguintes espécies: o Lagarto sem patas (Feyinia
polylepis) e a cobra escavadora (Typlops elegans).
O geco (Lygodactylus thomensis) é uma espécie endémica para as ilhas de São Tomé e
Príncipe.
A ordem dos Quelônios, é tambem representada por: “bencú” de pântanos (Pelusio
castaneus) e “bencú” da floresta (Pelusio gabonensis). Os “bencús” são espécies cada
vez mais raras nos nossos ecossistemas; é real a tendência para diminuição dos
efectivos. Há falta de informação sobre o número da população, o estatuto e a
distribuição de ambas as espécies, pelo que se torna necessária a realização de estudos
para o conhecimento da taxonomia, biologia reprodutiva e ecologia das duas espécies
(ENPAB-Ecossistemas de Águas Interiores, 2002).
2.8.5 Peixes de água doce
Nas águas doces e pouco salobras predominam pequenos peixes, podendo encontrar-se,
dentre outros, o Eleotris vittata (charoco) e Pomadasys jubelini, Plynemidae.
2.8.6 Moluscos terrestres e de água doce
É de se destacar também a presença de moluscos, tais como Neritina afra (Caramuso),
Neritina manoeli, Bulinus forskalii, assim como Schistosoma intercalum, responsável pela
bilharziose, detectada recentemente em São Tomé e Príncipe (Brown, 1991, 1994).
2.8.7 Insectos
Em relação à fauna entomológica, no arquipélago existem cerca de 89 espécies de
Borboletas; São Tomé com 47 espécies e Príncipe, 42 espécies, fazendo uma taxa de
endemismo de 38% e 21% erespectivamente.
Também alguns insectos endémicos, tais como a Lepidoptera, Graphium leonidas
thomasius e oelides bocagii, borboletas endémicas que se encontram ameaçadas
(ENPAB-Ecossistemas Florestais, 2002). Outras espécies de borboleta (não ameaçadas)
existentes são Charaches, Dixeia piscicollis, Neptis eltringhami. Como atrás ficou
referido, estas espécies estão permanentemente sob risco, devido a incêndios
provocados tanto pela prática de queimadas para a preparação de terras para cultivo
como por fogos espontâneos na época seca.
Para além destas espécies, as “centopeias”são representadas por Globanus integer
(Milipeias de S. Tomé) e Blobunus marginescaber (Milipeias de S. Tomé) que são
protegidas.
Os dados do último relatório sobre a biodiversidade não fazem menção aos Lepidópteros e
Coleópteros. As abelhas do género Apis são melíferas e jogam um papel muito importante na
impolinação, fecundação das plantas com flôr, desta forma contribuem para a conservação das
áreas florestais. A relação coevolutiva insecto-planta pode ser aproveitada na apicultura. As
intervenções neste domínio passam pela conservação da entomofauna. Esta pressupõe controlo,
inventário e a densidade das espécies.O resultado final deste processo é o de conservar o
ambiente.
No sector agrícolo, os insectos constitem diversas pragas para diversas culturas, tais como:
28
 Moscas , Pulgões, Ácaros de ferrugem, Percevejo que provocam danos aos tomateiros
(Licopersicum sppl.);
 Colchonilha (Coccus viridis) e a Minadora das folhas (Phyllocristis citrela) que afectam os
Citrinos (Citrus sppl.);
 Crotcha, o Gorgulho e a Rosca (Lagartas de Noctuidae) ameaçam a produção rentável
do milho;
 Afídios que provocam o Mosaico da Bananeira (Musa sppl.);
 Selenotrips rubrocinthus que provocou a baixa de produção dos Cacueiros
(Theobroma cacao);
 Moscas dos frutos denominadas por Ceratitis coffeae e o Pulgão do Cafezeiro chamado
Antestiopis lenea ticollis;
 Traça, Lagarta -de – Pescoço – Vermelho que afecta o Amendoim, gingumba
(Arachis hypoggea);
 Ácaros, Cochonilha e Mosca Branca que provocam problemas aos produtores da
Mandioca (Janipha esculenta). Esta cultura é também influenciada pela Moléstia-dafolha, Mosaico-africano-da-mandioca transmitida pela Bemisia tabaci (Mosca branca).
2.9 Biodiversidade costeira, marinha e oceânica
O País dispõe de uma zona costeira de cerca de 260 Kms de extensão e uma ampla zona
económica exclusiva. A zona costeira e o meio marinho constituem um recurso
integrado e uma componente essencial do ambiente que oferece valiosas possibilidades
para a obtenção de um desenvolvimento sustentável em S. Tomé e Príncipe. Apesar da
inter-relação entre as duas componentes do ecossistema, a análise separada das mesmas
permitiu uma melhor compreensão da situação e dos seus estados actuais.
Os impactos nefastos sobre a biodiversidade costeira e marinha devem-se à: presença de
resíduos sólidos e líquidos de origem química; o aumento da temperatura das águas; a
erosão costeira e da foz dos rios causado pelo aumento da concentração da população.
Vários exemplos destes impactos podem ser dados: nas águas da zona económica
exclusiva (águas territoriais) de S. Tomé e Príncipe estão sendo utilizados redes com
malhas de dimensões reduzidas (ilegais), provocando autênticos desastres ecológicos.
Estas redes capturam espécies na fase de crescimento como por exemplo as bicas
cientificamente chamado de Pomadasys rogeri, da família Haemulidae, baptizadas pela
população santomense como “desastre”. Este alevinos mede apenas de 2 a 5 cm de
comprimento, enquanto que o peixe adulto atinge 20 a 25 cm e pesa entre 400 a 800 g
enquanto que os alevins não pesam sequer 30 gramas.
Relativamente à pesca costeira existem 5 zonas, como ilustra o Tabela abaixo assinaldo.
Nas referidas zonas a concentração de peixe é particularmente importante:
 Ao norte de Neves - uma zona de grande e pequeno pelágico;
29
 Na região de Micoló e em Ribeira Afonso - uma zona de pequeno pelágico
costeiro;
 Ao sul de S.Tomé entre Porto Alegre e Ribeira Afonso - uma zona de pesca
demersal e pelágico costeiro;
 À volta da Ilha de Príncipe - uma zona de pesca demersal, de pesca de grande
pelágico, bem como uma região com grande potencial de pequenos pelágicos
(sardinhas) não explorado;
 Para além das 25 milhas náuticas – a zona onde passa os grandes pelágicos.
30
Fig 3: O Mapa das principais zonas costeiras de S. Tomé onde se pratica a
pesca1
1
Cf. Étude réalisée par l’ORSTOM/SGTE, actuellement dénommé IRD (Avril à Octobre 1982), et les campagnes effectuées par
les bateaux océanographiques soviétiques (Mars 1983 et Février à Mars 1986)
31
Fig 4: O Mapa das principais zonas costeiras de Príncipe onde se pratica a
pesca1
1
Cf. Étude réalisée par l’ORSTOM/SGTE, actuellement dénommé IRD (Avril à Octobre 1982), et les campagnes effectuées
par les bateaux océanographiques soviétiques (Mars 1983 et Février à Mars 1986)
32
2.9.1 Biodiversidade litoral costeira - situação da flora
A flora costeira é pouco diversificada quanto à frequência das espécies podendo pois
estar constituida principalmente por aquelas típicas dos ambientes que constituem os
seus habiats de preferência: umas que vivem estreitamente nos cordões litorais arenosos
tais como Ipomoea pes capre, Canavalia rosea; outras nas zonas de transição, entre os
cordões arenosos e a terra firme, tais carroceiros, coqueiros, outras espécois típicas dos
mangais. Nas zonas da savana, a flora costeira muda consideravelmente podendo
mesmo ser caracterizada de pouco heterogénea se a compararmos com a flora das
regiões de altitude pouco alteradas pela actividade antrogénica como as regiões de S.
Miguel no Sul de S. Tomé e Barriga Branca no sul do Príncipe.1
No litoral costeiro transformado em praias, a vegetação dinâmica é caracterizada pelo
predomínio de plantas pioneiras designadamente, Ipomoea pes capre e a Canavalia
rosea. Estas plantas formam um verdadeiro tapete denso que favorece a instalação de
alguns arbustos tais como, Dalbergia ecastaphyllum, Conocarpus erectus, Baphia
nitida e Hibiscus tiliaceus. Estas espécies pioneiras fixando-se sobre a areia activam a
formação de cordões litorais que serão mais tarde colonizadas pelas formações arbóreas
e arborescentes. Nestas formações a família Arecaceae, o Cocus nucifera (coqueiro),
espécie introduzida e a Combretaceae, a Terminalia catappa (caroceiro doce) dominam.
Neste contexto, nas regiões costeiras o impacto humano se fez sentir desde a
colonização das ilhas até hoje. As principais plantas introduzidas nas ilhas tiveram a
posssibilidade de ocupar uma vasta gama de habitats favaráveis provavelmente
competindo com as nativas e sucessivamente a com as plantações de cana-se açucar e de
outros ciclos de produção agrícola empobreceram o endemismo florístico das ilhas. Isto
provavelmente justifica o escasso número de espécies endémicas nas regiões costeiras (
cordões litorais arenosos e a savana).
Hoje em dia, a pressão humana sobre os recursos florísticos desse Ecossistema traduz-se
por um lado, no abate de coqueiros e outras árvores para extracção de materiais de
construção e lenha combustível e o carvão e por outro, na urbanização acelerada para a
exploração da indústria hoteleira e de outros projectos de desenvolvimento económico
do País.
Relativamente as Ilhas Tinhosas, Ilhéu Boné de Jóquei, e outros adjacentes ao
Arquipélago,
2.9.2 Biodiversidade Costeira - situação da fauna
Em S. Tomé e Príncipe, o ecossistema costeiro, se compõe fundamentalmente por
praias, costas rochosas, estuários e litorais alagados, onde predominam diversas formas
de vida que constituem a riqueza dessa biodiversidade. Para este ecossistema, não
existem pesquisas com particular destaque para a fauna. Assim os dados aprofundados e
actualizados relativamente a determinadas espécies são práticamente insuficientes.
1
Cf. Mediante visitas in locu
33
A fauna costeira é constituída fundamentalmente pelas aves marinhas que povoam
principalmente os pequenos ilhéus e zonas costeiras desabitadas. As principais espécies
estão apresentadas no diagrama a seguir onde é notória também a presença de algumas
espécies ameaçadas de extinção, como as tartaruga marinhas e répteis que utilizam a
região costeira para desova, o morcego endémico que habita o local (Tartarides
tomensis) presentes na região das savana da Praia das Conchas e da Lagoa Azul, no
litoral ao Norte de S. Tomé e Príncipe. Ainda neste ecossistema importa realçar que
algumas espécies de insectos endémicos, tais como a Lepidoptera, Graphium leonidas
thomasius e oelides bocagii, borboletas endémicas, encontram-se ameaçadas (ENPABEcossistemas Florestais, 2002). Outras espécies de borboletas existentes consideradas
de não ameaçadas são Charaches, Dixeia piscicollis, Neptis eltringhami.
2.9.3 Bi Litorais costeiros
Nas zonas de transição entre o mar e a terra, isto é, nas regiões costeiras das Ilhas é
frequente a presença de 5 espécies de tartarugas marinhas, que utilizam a zona costeira
para a desova. São elas: a Lepidochelys olivacea (Tatô), Chelonias mydas (Ambó ou
mão branca), Eretmochelys imbricata (Sada ou tartaruga de cuaco) e Dermochelys
coriacea (Ambulância), carreta-carreta (Cabeça Grande ou Tartaruga Vermelha)
(ECOFAC). Este processo reprodutivo ocorre entre os meses de Outubro e Fevereiro,
com maior frequência durante os meses de Novembro, Dezembro e Janeiro.
Em S.Tomé e Príncipe, a carne e os ovos das tartarugas marinhas são muito apreciados
na culinária tradicional santomense, como importante fonte de proteína de origem
animal, factor que explica a captura desses animais por parte da população.
Quanto ao estatuto da ameaça que pesa sobre essas espécies, pode considerar-se que as
cinco se encontram em perigo (E), (ENPAB-Ecossistemas Marinhos e Costeiros, 2002)
Para além das tartarugas que aproveitam o litoral para a desova, as aves migradoras
marcam a sua presença; o Pheton lepturus (Coconzuco) e a Sula leucogaster (Patomarinho) são observados nos Ilhéus Tinhosas e Sete Pedras.
Em relação aos répteis, a costa norte da ilha de S. Tomé acolhe algumas espécies
endémicas que encontram ali o seu habitat.
Para além disso, podemos encontrar na área de savana da Praia das Conchas e da Lagoa
Azul, uma espécie de morcego endémico que habita o local denominado Tartarides
tomensis (Morcego de S.Tomé). Este mamífero alado pertencente à ordem dos
Quirópteros.
Esquema 5: Principais espécies que compõem a Fauna costeira de S. Tomé e Príncipe
34
Biodiversidade Costeira – Principais espécies
que compõem a fauna
Phaeton lepturus (Coconzucu), Sula leucogaster, Sula dactylatra, Anous
stólidus, Anous minutos, Sterna fuscata, Sterna anaethetus, Oceanodroma
castro (patos marinhos), Lepidochelys olivacea (Tatô), Chelonias mydas
(Ambó ou mão branca) Eretmochelys imbricata (Sada ou tartaruga de
cuaco), Dermochelys coriacea (Ambulância), carreta-carreta (cabeça
grande ou tartaruga vermelha), Insectos endémicos como Lepidoptera,
Graphium leonidas thomasius, oelides bocagii,
A pressão humana sobre os recursos desse Ecossistema traduz-se no consumo
frequente de carne e os ovos das tartarugas marinhas que são bastante apreciados na
culinária tradicional santomense, e importante fonte de proteína de origem animal, por
outro lado, traduz-se também na extração de areia e queima de carvão e por fim os
incêndios provocados tanto pela prática de queimadas para a preparação de terras para
cultivo como por fogos espontâneos na época seca.
O Projecto STP ACP 019, da ECOFAC, realizou importantes acções de protecção,
conservação e sensibilização sobre as tartarugas marinhas e teve, no entanto, o seu
término em 1999. Os pescadores artesanais que pareciam ter ganhado a consciência
quanto à necessidade de protecção das mesmas, actualmente continuam a capturar essas
espécies, que beneficiam do estatuto de ameaça segundo os dados provenientes do
ENPAB-Ecossistemas Marinhos e Costeiros, 2002 que considera estar em perigo as
cinco espécies de tartarugas.
2.10 Biodiversidade marinha e oceanica – situação da flora
A flora marinha caracteriza-se pela presença de espécies micro-algas que entram a
formar o fitoplancton cuja biologia não é muito conhecida. Esta flora constitui a reserva
alimentar para a diversidade de vertebrados e invertebrados marinhos.
Dentre as macro-algas, destacam-se as cianoficeas ou algas azuis, filamentosas que
encontram-se nos habitats rochosos do litoral . A sua presença é importante contra a
erosão. Destaca-se também a Dunaliella salin que é a alga verde mais frequente no País.
Para lem dela, destacam-se os seguintes géneros: Chloroherpeton, Thalassium e
Chlorobium.
As algas pardas ou castanhas estão representadas nas águas do País. A espécie Fucus
platycarpus, é indicadora de boa qualidade da água, aparece encalhada nas praias
durante a maré baixa.
35
As algas têm um valor económico muito elevado. Basta pensar nas substâncias de
reserva acumuladas nestes seres marinhos nomeadamente polissacarídeos, gorduras,
óleos e alcoóis) que têm larga aplicação industrial.
2.11 Bioversidade marinha e oceânica – situação da fauna
Com uma área marítima relativamente pequena, de aproximadamente 128.000 km2 e
uma plataforma de 1500 km2, o mar santomense é rico em espécies e os recursos
piscatórios constituídos por peixes, crustáceos, moluscos, répteis, cetáceos e corais.
sendo também notória a presença de equinodermes, celenterados, anelídeos, esponjas.
2.11.1 Ictiofauna marinha
Dos estudos de identificação dos peixes marinhos comerciais realizados pelo Projecto
de Avaliação dos Recursos Haliêuticos entre os anos 1993 à 1996, permitiu registar
aproximadamente 105 espécies (ENPAB-Ecossistemas Marinhos e Costeiros, 2002).
Fazem parte da ictiofauna santomense, os Grandes Vertebrados Pelágicos, os Pequenos
vertebrados Pelágicos e os Demersais ou peixes de Fundo.
Em S.Tomé e Príncipe, no âmbito do projecto de avaliação dos recursos haliêuticos
realizados entre os anos 1993 á 1996 foram identificadas as 88 espécies comerciais,
distribuidas em 49 famílias, habitualmente pescadas artesanalmente. Como ilustra a
tabela abaixo assinalada, as famílias Carangidae, Serranidae, Sparidae, Scmobridae com
11, 9, 8, e 7 espécies respectivamente são as mais pescadas.
Os estudos mais recentes realizados entre 31 de Janeiro á 18 de Fevereiro de 2006 pelos
cientistas brasileiros com objectivo de avaliar a biomassa dos recursos marinhos através
de senso visual, permitiu identificar 183 espécies de peixes distribuidos em 67 famílias
(Afonso e outros 1999), dos quais 156 são do tipo comercial. Apesar dos resultados
relativos a este estudo ainda não terem sidos divulgados, a sua importância deriva do
facto de permitir comparar a populações de peixes recifais e as do fundo do mar de São
Tomé. Dentre as espécies identificadas para além de peixes, existem Corais e
Crustáceos, cujas amostras encontram-se na Direcção de Pescas.
Pelágicos oceânicos
36
Os grandes vertebrados pelágicos são constituídos, entre outros, por Istioforidae (Peixe
Andala), Xipiidae (Peixe Fumo), Scombridae (Olêdê, Judeu e Olho Grosso) assim como
os grandes tunídeos, que são espécies migratórias.
Pelágicos costeiros
Quanto aos pequenos vertebrados pelágicos, destacam-se as Clupeidae (Sardinhas),
Scombridae (pequenos tunídeos. Fulufulu, Cavala, Peixe-serra), Carangidae (Bonito,
Olho-grosso, Sêlê, Corcovado, Carapau, Osso-mole), Mugilidae (Tainhas), Gobiidae
(peixinho), Exocetidae (Voador) e Moreidae (Maxipombo).
Demersais de fundos rochosos
Os demersais ou peixes de fundo são formados por Serranidade (Cherne, Badejo,
Bacalhau e Peixe-sabão), Holocentridae (Caqui), Scianidae (corvina), Litjanidae
(Vermelho-fundo, Vermelho-terra e Pargo), Sparidae (Vermelho-sangue, Vermelho-sol,
Malagueta) e Moreidae (Moreia) e alguns Tubarões.
Demersais de grande profundidade
Englobam neste grupo, tubarões e raias.
Existem três tipos peixes cartilagíneos (Tubarões) nas águas territoriais de S. Tomé e
Príncipe, a saber: os demersais, os pelágicos e os semi-pelágicos. Os mais vulgarmente
capturados em S.Tomé e Príncipe são das famílias Charcharinidae, Hemigaleidae e
Sphyrnidae.
No quadro dos acordos de pesca existentes entre o País e os seus parceiros de
desenvolvimento, os tubarões fazem parte das espécies capturadas pela frota pesqueira
dos referidos Países. Devido a limitações financeiras, o País não tem feito controle
sobre o nível das capturas, o que impede a avaliação do grau de ameaça que pesa sobre
essas espécies.
Demersais bênticos
Os linguados e as raias são os representantes deste grupo. De facto, são espécies cujo
modo de vida baseia-se na permanência em sedimentos ricos em alimentos.
2.11.2 Répteis marinhos
Os répteis marinhos constituem uma classe de vertebrados representados por cinco
espécies que são:
Lepidochelys olivacea (Tatô): entre todas as 5 espécies de tartarugas, esta é a espécie
mais pequena. O tamanho do animal adulto varia entre 60 cm e 80 cm.
Em Sao Tomé é designada pelos pescadores como « tartaruga preguiçosa » porque se
deixa apanhar facilmente quando vem desovar a praia. Por este motivo, a protecção da
Tatô constitue uma perioridade no ambito da conservaçao dos recursos naturais do
arquipélago.
Chelonias mydas (Ambó ou mão branca)
37
Esta espécie é ainda designada como « Tartaruga verde » , porque se alimenta
esencialmente de algas (ervas marinhas) que dão esta cor a sua gordura.
Os pescadores chamam-na de « Mão Branca » por apresentar a cor branca no ventre e
na parte inferior das barbatanas.
Em São Tome foram vistos animais desta espécie no norte desta ilha e também a volta
do Ilhéu das Cabras e mediam entre 40 e 115 cm de comprimento.Porque são animais
muito rápidos têm mais facilidade de escapar aos caçadores. Na Ilha do Príncipe e mais
concretamente na Praia Grande é práticamente a única espécie de tartaruga que se pode
observar.
Eretmochelys imbricata (Sada ou tartaruga de cuaco)
Entre as 5 espécies, esta é a mais frequente no sul do País (Ilhéu das Rolas) e existe também
na ilha do Príncipe.Quando a artesanato feito de carapaça de tartaruga era procurado pelos
turistas, esta era a espécie que era caçada pelos pescadores para este efeito.
Vivem nos fundos rochosos, mas os animais jovens encontram-se perto da costa e são
facilmente capturados.
Ao contrário das outras espécies que têm dificuldades em passar pelas rochas, as fêmeas
Sada atravessam verdadeiros « cordões rochosos » para desovar e preferem locais.
Dermochelys coriacea (Ambulância), Carreta-carreta (Cabeça Grande ou
Tartaruga Vermelha).
Esta última espécie, quer em Sao Tomé como na ilha do Príncipe é muito rara . Em
Novembro de 1996 foi observada pela primeira vez no mercado da cidade e desde 1998
apenas mais outros 9 animais (6 fêmeas e 3 machos) foram marcados (ECOFAC).
2.11.3. Mamíferos marinhos
Os Cetáceos, particularmente assinalados no extremo sul de S. Tomé, são dos grupos
das famílias Mysticetes e Odontocetes.
Os Mysticetes são filtradores (Micrófagos), alimentando-se de plâncton, particularmente
de krill compreende as seguintes espécies: a Baleia azul (Balaenoptera musculus),
Balaenoptera. borealis, Balaenoptera acurostrata, Balaenoptera plysalus, (Baleia de
bossa ou corcunda) (Balaenoptera nodosa), Balaenoptera edeni (só tropical), (ENPABEcossistemas Marinhos e Costeiros, 2002).
Os Odontocetes são cetáceos com dentes, macrófagos, alimentando-se de peixes na sua
grande maioria. Um dos exemplares mais comuns nas águas do País é o Delfim
(Delphinus delphis).
2.11.4 Invertebrados marinhos
Para além de peixes já citados, a fauna marinha santomense caracteriza-se pela
diversidade de invertebrados que constituem os diversos níveis tróficos à diversas
profundidades.
38
Corais
Falar de Invertebrados marinhos no arquipélago significa falar por exemplo dos corais.
Na realidade entre a zona da Praia das Conchas até a Lagoa Azul representa a área de
corais mais importante para a Ilha de S.Tomé. Uma classificação sistemática feita, danos a saber que se tratam de duas espécies endémicas, únicas no Atlântico Ocidental.
São elas, Siderastrea siderea, Porites bernardi; ambas espécies pertencem à classe
Anthozoa (Fonte: Plano Nacional Desenvolvimento Durável - PNAAD)
Na ilha do Príncipe, existem populações de corais pertencentes à espécie Montastrea
cavernosa guineensis, talvez a mesma encontrada em S.Tomé.
Também existem colónias ramificadas e laminares de Echinogorgia sp. que habitam os
substratos rochosos.
Crustáceos
Segundo os dados tirados o relatório (ENPAB-Ecossistemas Marinhos e Costeiros,
2002) os crustáceos predominam tanto nos ecossistemas marinhos como costeiros de
S.Tomé e Príncipe. Distinguem os camarões, as lagostas, os lagostins, os caranguejos e
as cigarras.
Em relação aos Camarões (decópodes nadadores) destacam-se: o Penaeus sp, o
Metapenaeus sp e o Parapenaeus sp; as Lagostas (Decápodes marchadores) apresentam
várias espécies: Panulirus spp, Callinectes spp, Calappa spp.
A Paramola cuvieri-aranha) e Geryon maritae”santola” são os caranguejos mais
frequentes. Os Lagostins e as Cigarras são raros, sendo representados pela espécie
Nephrops spp e Scyllarides herklotail respectivamente.
E de notar que nos ecossistemas de águas interiores, explora-se os camarões de água
doce, em particular a espécie indígena de São Tomé e Príncipe, o camarão branco
(Macrobrachium zariquiery).
Além dessas espécies identificadas em 2006 no âmbito das pesquisas dos brasileiros foi
possível identificar algumas espécies das nossas águas faltando realizar parte genética.
Essas espécies identificadas cuja amostras encontram-se na Direcção Geral das Pescas
são: Alpheus blanchei, Alpheus alfeles, Alpheus aff crockery, Alpheus aff crstulifrons,
Alpheus dentipes, Alpheus rugimanus, Alpheus fagei, Alpheus couvieri, Alpheus
Synalpheus pescadas nas águas da parte norte e sul da ilha.
Moluscos marinhos
Em relação aos moluscos S. Tomé conta com 39 espécies de moluscos e a ilha de
Príncipe, com 32 espécies representando respectivamente uma taxa de endemismo de
77% e 78%.
Como mostra a tabela 19 em anexo sobre os moluscos existentes no País, a diversidade
específica e taxonómica aparece ser significativa na classe dos Pelecípodes e
Cefalópodes e Gasteropoda. Nesta última classe, apresenta 28 espécies que entram na
lista vermelha de animais protegidos de São Tomé e Príncipe.
Os moluscos representam no plano económico uma riqueza importante no domínio da
produção alimentar. Assim, 4 classes de moluscos são explorados no País, a saber:
Gasterópodes, Cefalópodes, Bivalves e Pelecípodes (Lamelibrânquios).
39
Gasterópodes
De entre os Gastrópodes salienta-se o Búzio da ordem Buccinides e género Buccinum.
Dos Pelecípodes (Lamelibrânquios) ou Bivalves, os exemplares presentes em S.Tomé e
Príncipe são as ameijoas da ordem Veneridés e género Vénus a Ostra da ordem
Ostreides e géneros Ostrea e Crassostrea e o Canivete, da ordem Mytilidés e género
Lithodomus.
Os géneros acima mencionados compreendem moluscos macrófagos de algas ou
predadores de diversos organismos; e possuem belíssimas conchas muito procuradas
pelos coleccionadores.
Cefalópodes
Fazem entretanto parte dos Cefalópodes o Octupus sp (polvo), o Sepia sp (choco), e a
ordem dos Decápodes o Ommastrephes (lula e calamares)
Outros géneros endémicos de moluscos marinhos, tais como, Paradoxa, Scaevatula e
Tropidorissola, podem também ser encontrados nas águas marinhas de S.Tomé e
Príncipe; e pssuem vida pelágica.
Equinodermes
2.12 Ecossistemas oceânicos
Os ecossistemas oceânicos podem ser assim distribuidos, de acordo com a profundidade
das águas e pela riqueza em espécies em: demersais, recifais e bênticos.
2.13 Ecossistemas bênticos
Relativamente aos ecossistemas bênticos, ressaltam as redes alimentares que começam
com as microalgas que constituem a flora marinha microplanctónica, acompanhada por
uma série de invertebrados tais como, Hidrozoários, Espongiários, Poliquetas e
Nematodes. Nesta panoquia de diversidade aparecem os crustáceos (caranguejos),
moluscos (polvos, lulas), peixes, répteis e mamíferos.
2.14 Biodiversidade das Águas Interiores
Em São Tomé e Príncipe, os ecossistemas das Águas Interiores e os ecossistemas
florestais estão intimamente interligados e interagem de maneira muito intensa não só
do ponto de vista da flora e da fauna mas também do ponto vista das actividades
humanas e económica.Nesta ordem de ideias, ao longo dos 50 cursos de água que
constituem a rede hidragrafica das ilhas, que nascem no interior do País e correm em
direcção ao mar atravessam as florestas densas mais ou menos conservadas. Sãos os
seguintes cursos de água: Io grande, Caué, Mussacavu, Quijá, Xuf-Xuf e Lembá,
Abade, Manuel Jorge, Rio do Ouro e Contador. No Principe destaca-se o Rio Papagaio.
São classificados em três grandes grupos, segundo as suas condições de vida que aquí se
encontram:
40
Grupo dos Lóticos, formados pelas águas correntes, tais como os rios, ribeiras,
nascentes e outros; o Grupo das Águas Salobras, que se formam na foz dos rios, isto é,
na intersecção entre a água doce e a água do mar; o Grupo dos Lênticos, que se
formam no interior das águas paradas, tais como os pântanos, charcos e lodos.
A flora existente em diversas profundidades é pouco conhecida. No entanto, sendo rios
de regime periódico, quando o nível das águas diminui, o leito abandonado pelos rios,
constitui zonas para a germinação de muitas sementes de espécies arbóreas e arbustivas
provenientes dos formações arbóreas e arbustivas das regiões circundantes. A água
desta forma constitui um dos veículos para a disperção das diásporas.
Nas análises efectuadas relativamente à fauna dos Ecossistemas das Águas Interiores,
compreendeu cinco grandes grupos de animais, nomeadamente peixes, moluscos,
Insectos, Crustáceos e Planárias .
Em relação à fauna ictiológica salienta-se: cinco espécies distribuidas em diversos
gradientes de salinidade que vão da água doce à salobra dos estuários e pântanos. Nos
cursos superior e médio dos vários rios e cursos de água existem peixes de pequenos
tamanhos, tais como Eleotris vittata (Charoco), Sicydium bustamantei, Pomadasys
jubellini e Aplocheilichtlys spilauchena. Destaca-se igualmente a presença de peixes
que pertencem à ordem dos Protóperos, tais como os Dipnóicos (Cucumbas), que
possuem simultâneamente guerlas e pulmões que lhes permitem respirar dentro e fora
da água. Este carácter morfológico fazem dos mesmos, peixes fósseis, riqueza biológica
deste ecossistema.
Os moluscos pertencentes à espécie Clypeolum afra, Neritina manoeli, Bulinus
forskalii, Sinilia senelis, Pugilina morio, constituem os invertebrados que caracterizam
este ecossistema.
Nos Ecossistemas das Águas Interiores, a populam as seguintes classes de animais
invertebrados: os Crustáceos, podendo-se encontrar espécies tais como: Cardisoma amatum
(caranguejo), da família dos Gecarcinidae, que constroem os seus habitats escavando
buracos à volta dos pântanos.Foram identificados dois géneros que são Macrobrachium e
Atya e compreendem quatro espécies: Macrobrachium zariquieyi, Macrobrachium
raridens, Atya intermedia e Atya scabra. As duas espécies de Macrobrachium representam
os camarões brancos, muito apreciados e procurados no País. Nestes eccossistemas a
riqueza biológica é provada pela presença de Sicydium bustamantei (camarão de água doce)
e de outras espécies como camarão de fundo, mangolô, etc..
No curso inferior dos cursos de água, quando o caudal é baixo, a fauna é constituída
pelas planarias, Platelmintas turbelários, invertebrados aquáticos de pequenas
dimensões (1 a 2 cm) que se deslocam por meio de cílios. Foram observadas em São
Tomé, no rio Iô Grande, e no Príncipe, no rio Papagaio. Podem ser ainda encontradas
com facilidade nos pequenos riachos. Para além destes microorganismos, existem
representantes das diversas famílias nomeadamente, Gyrinidae, Scirtidae, Chronomidae,
Simuliidae, Dixidae e Psychodidae.
Em relação à fauna ornitológica (Ver Tab. 9 em anexo), as espécies e sub-espécies mais
representativas são: Alcedo cristata thomensis (Conóbia), Phalacrocorax africanus
(Pata de água), Butorides striatus (Chuchu ou Garça-de-cabeça-negra), Gallinula
chloropus (Galinha-de-água), Bostrychia olivacea rothschildi e Bostrychia bocagei
(Galinhola ou Íbis-de-São Tomé) (Threskiornithidae), Gallinula angulata (Galinha-
41
d’água-pequena, Rabilha-pequena), Gallinula chloropus (Galinha-d’água-africana,
Rabilha africana), Ardea cinerea (Garça-purpúrea, Garça-vermelha ), Ardeola ralloides
(Garça-caranguejeira, Papa-ratos), Ceryle rudis (Pica-peixe-malhado), Alcedo cristata
thomensis (Conóbia, Pica-peixe), Alcedo leucogaster nais (Conóbia, Pica-peixe).
São espécies que habitam nas orlas periféricas dos rios que atravessam diversas
formações florestais. Apresentam uma ampla valência ecológica o que lhes permite
ocupar tambem outros ecossistemas. Por isso o regime alimentar destes pássaros
dipende de pequenos peixes, insectos, moluscos que constituem a cadeia alimentar deste
ecossistema.
Como mosta a tabela 11, o inventário feito, a fauna ornitológica das Aguas Interiores é
muito diversificada; é caracterizada por 23 famílias de pássaros.
2.15 Biodiversidade Agro-pastoral
A Biodiversidade agro-pastoral consiste numa multipicidade de plantas introduzidas de
espécies, raças de animais e, utilizados na agricultura e pecuária.
Neste contexto, a riqueza florística das pastagens é dada pela presença de seguintes
famílias de plantas, as fabáceas, mimosáceas e as caesalpináceas. As primeiras são as
melhores espécies forageiras tropicais e revestem de importância capital para a
agricultura pela produção de sementes alimentares (Phaseolus vulgaris, Vicia fava) já
mencionadas como plantas alimentares e também para a produção animal.
A Agricultura como já foi referida, baseia-se na plantação de cacueiros e de cafeeiros
cujos produtos constituem a base de exportação do País. Esta agricultura criou as
conhecidas florestas de sombra dominadas pela omnipresença das Eritrinas e se
respeitavam os factores que intervêm na ocupação do solo dessas antigas “Roças”. Essa
agricultura denominada agricultura de monoculturas. Paralelamente, existe uma
agricultura de produtos de subsistência cuja produção hortícola, esta virada para o
consumo interno.
Os agricultores lutam como podem contra as ervas daninhas (Axonopus spp. Paspalum
spp. Solanum spp., Ageratum spp. Cynodon dactylon) através de meios que passam pela
preparação cuidada dos solos (canteiros) para as sementes, selecção de espécies e
utlização de insumos. Quando ne sentem ultrapassados com as operações manuais,
fazem a luta de química usando pesticidas, herbicidas e outros produtos de uma forma
descontrolada.
O uso de terras agrícolos nem sempre respeitam modalidades que contribuem à sua
conservação embora muitos utilizem a rotação dos solos.
A criação de animais é uma actividade rural, feita de uma forma tradicional de galinhas,
galos, de caprinos, bovinos e suínos geralmente pertencentes à raça local. Geralmente
não é puramente uma criação visto que muitas vezes por motivos de falta de meios para
alimentar os animais, os mesmos são deixados à solta o que provoca danos à cultura de
subsistência das populações vizinhas. Os cães e gatos constituem animais de companhia
que muitas vezes não ameaçam as culturas de subsistência mas encontram-se nos bordos
dos caminhos, dos bairros e dos centros habitacionais. Isto poderá dar uma imagem
muito má aos centros habitacionais, porque estes podem ser vectores de doenças e
pragas. Mas em algumas roças ainda prevale a criação do gado bovino, caprino e ovino.
A criação desses animais contribuiu para a introdução muitas espécies forageiras para
assegurarem pastagem contínua dos animais. Assim, nas zonas de pastagem, são
42
comuns as seguintes espécies: Aeschynomene indica, Desmodium uncinatum, D.
intortum, Centrosema pubescens, Pueraria phaseoloides. Leucaena leucocephala,
Mimosa farnesiana são leguminosas da vegetação expontânea com maiores índices de
palatibilidade em consociações com outras espécies.
Nas regiões de maior pluviosidade, abundam Commelina spp. (Bódó-bódó), Setaria
megaphylla (Uagá –uagá) como espécies forageiras. Os pequenos criadores usam até as
chamadas forageiras secundárias constituídas pelas folhas de bananeiras, fruteira,
jaqueira e eritrinas na alimentação animal.
Em termos gerais, como mostram os parágrafos sucessivos, várias são espécies e raças
de animais fazem a história do sector agro-pecuário no País.
2.15.1. As principais espécies e raças animais do sector agropecuário
As raças da espécie bovina importadas são: Alentejana e Mirandeza provenientes de
Portugal continental durante o período colonial ou de Angola, Cabo-Verde e
Moçambique (Alfeirão, 1973) Salamsalanquina, Charolesa, Jersey, Shorthorn, Schwiitz,
Hereford e Africander (Videira 1954), Frísien, proveniente da Holanda no âmbito do
“projecto Bovino de Nova Olinda” em 1979 e N’Dama proveniente do Gabão.
A raça equina é rara provavelmente introduzida em 1877 (Ribeiros 1877) e em
contrapartida as raças da espécie caprina importadas são: raça local de tipo da Guiné e a
raças Anglo-nubian, Saanen, Toggenbourgh (Colson et al.1994), foram importadas na
década de 80 da Inglaterra e introduzidas no centro de Fernão Dias.
Quanto ao gado bovino, foram importadas as raças Sulfolk e Djalonké provenientes da
Inglaterra e da Guiné respectivamente. As principais raças da espécie suina resultam de
sucessivos cruzamentos naturais com as raças importadas com o fim de aumentar a
produção pecúaria e o número de efectivos.
A principal raça da espécie avícola é a Galinha de fôrro, endémica e rústica.
Para além desta espécie, o sector da avicultura, esta virado para a produção de carne de
frango e de ovos com espécies importadas.
2.15.2. Espécies e variedades vegetais existentes no sector agroflorestal
As diferentes espécies vegetais existentes em S.Tomé e Príncipe, sejam espécies
cultivadas ou espontâneas, mostram o papel do sector Agro-florestal e em particular o
da Agricultura tradicional de subsistência e comercial na economia nacional. Estas
espécies podem ser agrupadas, de acordo com o uso, do seguinte modo: espécies
industriais, espécies alimentares, espécies aromáticas, espécies medicinais e espécies
ornamentais (Ver Tabs. 3, 4, 5 e 8 em anexo) .
No grupo das plantas cultivadas ou sub-expontâneas com potencialidade extrativa
encontram-se:
43

Cerca de uma dezena de espécies industriais mais importantes, nomeadamente o
Theobroma cacau (Cacaueiro), o Cocus nucífera (coqueiro), a Elaeis guineensis
(palmeira de azeite), o Coffea spp. (Cafezeiro), Cinnamomum zeylanicum (Caneladoce), Cinnamomum burmanii (Canela), Vanilla spp.(Baunilha), a Cananga odorata
(Ilang-ilang) e a Pipper negrum (Pimenteira).

Trinta são as espécies alimentares (Ver a Tab. 4 em anexo) em função da parte da
planta que é consumida como alimento podem ser divididas em:
Hortícolas : Licopersicum esculentum (tomateiro), Lactuca sativa (Alface), Vigna
sesquipedalis (Feijoeiro ), Brassica sp. (Repolho), Allium cepa (cebola), Allium sativum
(alho), Brassica rapa (Nabo), Brassica sativus (Rabanete), Brassica oleracea (Couve),
Capsicum frutescens (Malagueteira), Hibiscus acetocella, (Folha mússua), Abelmoschus
esculenta (Quibo), Solnum melongena (Maquêquê).
Nas ilhas de São Tomé e Príncipe, estas culturas hortícolas dependem ainda das
importações das sementes, insumos e de outros produtos indespensáveis à
sua
cultivação
Frutícolas - Carica papaia (mamoeiro), Ananas comosus (ananás), Mangifera indica
(Mangueira), Persea americana (Abacateiro), Psidium guajava (Goiabeira), Artocarpus
heterophyllus (Jaqueira), Dacryoide edulis (Safuzeiro), Spondias cytherea
(Cajamangueira).
Estas são na sua grande maioria espécies introduzidas que se naturalizaram
perfeitamente nas ilhas, hoje constituem as espécies expontaneas mais frequentes
sobretudo nas regiões de baixa altitude
Recorda-se no entanto, os projectos levados a cabo por técnicos taiwanenes
introduziram outras espécies ou variedades de plantas frutíferas a salientar goiabeiras,
caramboleiras, limoeiros provalvemente mais produtivas.
Tubérculos: Xantosoma sagitifolium (Matabala), Ipomea batata (Batata doce), Solanum
tuberosum (Batata inglesa), Manihot esculentum (mandioca).
A matabala é a planta alimentar predominante que prolifera, como invansora tanto sob a
forma espontânea como cultivada, em todas regiões do País, formando consociações
com plantações do cacau e do café.
Relativamente a batata inglesa, cultiva-se nos arredores de Bom Sucesso local. A batata
doce e a mandioca abundam essencialmente nas regiões savânicas.
Cereais: Zea mays (Milho) e Oryza sativa (arroz).
Em S.Tomé e Príncipe, o milho e o arroz são cereais cultivados. O milho desenvolvese essencialmente nas Zonas Savanicas – região Norte – incluindo os campos de
Canavial, Fernão Dias, Praia das Conchas, Diogo Nunes, e de Micoló e as do sudeste
que estende-se desde Pinheira à Agua Izé.
Relativamente ao arroz de sequeiro, este cereal base almentação da população, foi
introduzido no quadro do Projecto de Desenvolvimento de Culturas Alimentares em
Cooperação com a China Taiwan, encontra-se na sua fase experimental nas regiões de
Pinheira, Água Izé, Milagrosa, Porto Alegre, Agostinho Neto e no Príncipe.
44


Foram inventariadas as seguintes plantas aromáticas e de perfumaria cultivadas
ou sub-expontâneas: a Vanila planifolia (baunilha), a Cinnamomum zeylanicum
(Caneleira), Cananga odorata (Ylang-ylang) e Vetiveria zizanoides (vetiver),
Erygium foetida (Selo-sun-zon-maia), Cymbopogon citrantus (Capim do Gabão, Fiá
chalela), Ocimum viride (Folha micocó), Curcuma domestica (Açafrão da India),
Gegimber oficinalis (Gegimpre).
São plantas com efeito curativo e utilizadas por conseguinte no tratamento de
doenças de diferentes índoles, tais como: asma, paludismo, feridas, tosse, diabetes,
etc (Ver a Tab. 5 em anexo). A Chinchona (pau quina), Monodora myristica (iobò),
Voacanga africana (Cata d’ ôbô), Morinda lucida (Gligô), Macambará
(Crateirspermum montanum), Pau Sangue (Harungana madagascariensis), Pau
Três (Allophyllus africanus) são exemplos evidentes da utilização das plantas.
Recorda-se no entanto, que na década dos anos 80, a Estação Experimental de Pótó hoje
denominado Centro de Investigação Agronómica tropical (CIAT) enviou amostras
foliares a um Laboratório de análises da Itália que reportou a presença de princípios
activos de elevado valor farmacêutico. Muito mais tarde uma equipa portuguesa
apresentou alguns dados preliminares e encorajadores sobre as capacidades
fitoterapeuticas das plantas santomenses.
A paisagem agro-silvo-pastoral encontra-se em vias de degradação, sob o efeito
combinado da erosão dos solos, da exploração florestal anárquica, da redução dos
períodos de pousio, do cultivo em terras frágeis e particularmente sensíveis à erosão e
da consequente redução da fertilidade. Esta situação ameaça o futuro das terras
destinadas às actividades humanas. Nalgumas comunidades rurais foram implementados
projectos pilotos da Agricultura Biológica, na fase experimental que poderá trazer novos
resultados no que concerne a protecção de solos, qualidade de produtos já foi lançada à
anos, e constitui um passo na conservação da Biodiversidade. Para lém disso, várias
espécies foram introduzidas para inverter esta situação. A reflorestação foi
implementada nestes últimos anos com as seguintes espécies: Guemelina (Gmelina
arborea), Teca (Tectona grandis), Eucalipto (Eucaliptus spp, Inga (Inga edulis),
Casuarina (Casuarina equisetifolia), Grevilha (Grevilea robusta), Terminalia mantalis e
Acacia magium. Os resultados ainda não são conhecidos mas sabe-se que são plantas de
crescimento rápido e vários hectares foram plantados exprimentalmente em Pateau,
Mongo e Diana. A introdução de Flemingia (Flemingia macrophylla) e outras plantas
fixadoras de azoto, constituem medidas positivas quando são confinadas nos meios
agrícolos. Isto representa um passo ‘versus’ a implementação das florestas comunitárias
e agro-florestais.
3. Utilização da Biodiversidade
Pelo facto a Biodiversidade ser um Recurso, sob o ponto de vista biológico e
económico, ela é a base do Desenvolvimento durável. Por isso ao longo da história de
ocupação de São Tomé e Príncipe, a sua população tem estado intimamente ligada à
utilização desse recurso. Esta utilização está enraizada em várias actividades tais como:
na agricultura, a pesca, o extrativismo, a medicina, a recreação, manifestações culturais
e o turismo.
Hoje em dia, várias assocíações e organizaçoes não governamentais (ONGs) em São
Tomé e Príncipe almejam que o uso dos recursos da Biodiversidade pela população se
45
faça de forma que contribua para a redução da pobreza e permita o desenvolvimento
econômico e social sustentáveis, mas que ao mesmo tempo promova as condições para
sua protecção e conservação .
Em relação aos produtos de origem vegetal ressaltam-se:
3.1. Os produtos florestais lenhosos (a madeira)
Segundo os dados da Proposta de Plano de Desenvolvimento Florestal período 20042008 (PDF), estima-se que o volume total de madeira comercial existente em São Tomé
e Príncipe no ano 1999 foi na ordem de 11 – 12 milhões de metros cúbicos, incluindo
as florestas primárias . Este capital em madeiras, repartido por toda superfície
arborizada do País, resultaria num valor médio de 125 m³/ha. A exploração sustentada
poderia render anualmente cerca de 70 a 100.000 m³ de madeira redonda com casca
para as serrações e 40 a 65.000 m³ de madeira com casca para lenha. Contudo, até ao
presente, os produtos lenhosos são explorados na ausência de um plano de manejo, sem
o suporte de um plano anual de corte, tornando-se a exploração informal cada vez mais
dominante. Estima-se que a exploração actual seja de 9.000 m³ de madeira comercial
(Banco Mundial 2003). Uma parte bastante considerável é ultilizada como lenha para o
aquecimento.
A madeira produzida apresenta várias utilizações: construções, mobiliário, indústria e
combustível. As espécies produtoras de madeira estão submetidas à uma exploração
abusiva sem um plano de regeneração. São elas: Amoreira (Milicia excelsa), Cedrela
(Cedrela odorata), Jaqueira (Artocarpus integrifolia), Viro Branco (Scytopetalum
klaineanum), Viro preto (Cleistanthus libericus), Tabaque (Cordia platythyrsa),
Marapião (Zanthoxylum gilletii). Provêm das florestas secundárias e as de sombra.
3.2. Medicina tradicional
A flora de São Tomé e Príncipe é tão rica em plantas medicinais, fontes de
medicamentos que podem ser potenciamente utilizados na medicina convencional, na
cura das doenças mais frequentes, o paludismo, diarreias e disenterias, as doenças da
pele, feridas, icterícia, hepatite, asma, gripes e diabetes. Dos estudos etno-botânicos
realizados mostraram a existência de cerca de trezentas plantas medicinais. Entre as
quais a canafístula (Cassia fistula), o libô mucambú (Vernonia amygdalina), a folha
damina (Bryophllum pinnatum), o Milondó–homenm (Acridocarpus longifoliun), o Iobò
(Monodora myristica), a folha maioba (Cassia ocidentalis) , o micócó (Ocimum
viridis), stlofí (Momordica charantea), Mussinica (Prunus africana) e outras mais.
A exploração racional de ervas, cascas, raízes, folhas, flores e sementes das plantas
curativas, exige antes de tudo de um trabalho de pesquisa ciêntífica, acompanhado de
investimentos e sobretudo de uma organização intelectual e material. Desta forma a sua
aplicação na indústria e medicina natural poderá constituir uma valiosa alternativa
relativa às formulações da química moderna, geralmente patenteadas pelos laboratórios
multinacionais em todo o mundo.
A forma como é feita colhida etnobotânica (extracção das cascas, colheita por inteiro,
incluindo raízes) é um índice de vulnerabilidade no sentido que são vários os casos em
que os curandeiros e vendedores abatem a própria àrvore e tiram toda a casca acabando
46
por matar directamente a planta. São exemplos as formas de extracção da Quina
(Cinchona pubescens), do Macambrará (Craterispermun montanum) e do Pau três
(Allophylus africanus).
3.3. Artesanato
Dos ecossistemas florestais existentes em São Tomé e Príncipe, extraem-se diversos
produtos não lenhosos, matérias primas para artesanato. Destacam-se, dentre estas, a
madeira para fabricação de talheres, esculturas e pirogas, principalmente a de cedrela
(Cedrela odorata) e de ocá (Ceiba pentandra), o bambú (Bambusa vulgaris) para
fabrico de móveis e diversos outros utensílios, as folhas de palmeira (Elaeis guineesis) e
de coqueiro (Cocus nucifera) para fabrico de cestos, sacas, vassouras, entre outros
produtos, fibras e casco do coco (Cocus nucifera) para fabrico de diversos objectos
(pulseiras, anéis, copos, brincos, cinzeiros, tapetes, etc.), a folha de úlua (Borassus
aeaethiopum) que fornece material para fabrico de sacas de diversas formas, a "corda"
de bananeira (Musa sp.) é usada para confecção de quadros e a folha seca de pau esteira
(Pandanus thomensis) usada para tecer esteira – uma das mais importantes fontes de
rendimento dos habitantes da zona sul do País. Regista-se actualmente um número cada
vez mais crescente de homens e mulheres que se dedicam à actividade artesanal.
3.4. Os sectores de apicultura, extrativo e tinturaria
Estes sectores estão assentes na exploração dos produtos florestais não lenhosos tais
como o mel de abelha, a carne selvagem, o vinho da palma, resinas, tintas.
Estes sectores carecem de bases financeiras e estruturais sólidas para a sua
implementação sustentável.
Relativamente ao mel de abelha , algumas informações colhidas junto aos populares,
relatam que existem pessoas que chegam mesmo a queimar as colmeias para
conseguirem o material para o mel. No passado algumas tentativas de exploração
apícola levadas à cabo no País deram resultados bastantes encorajadores, actualamente
“o mel d’obô”, produto de produção local pode ser comprado nalgums postos de venda
geridos pelas ONG’s.
O vinho da palma é extraído únicamente da Palmeira-do-andim (Elaeis guinenses), em
diversas regiões do País. Segundo dados colhidos no terreno, as regiões de Bombaim
Nova Ceilão, Claudino Faro albergam mais de quinhentos vianteiros.
Este produto gera grande fluxo monetário entre os vianteiros, isto é, colectores do
vinho de palma e as vendedeiras. Por isso vários palmares são explorados, na extracção
do vinho da palma, mas os métodos utilizados levantam preocupações.
O óleo de palma, é outro produto florestal não lenhoso deveras importante para a
economia local é extraído das Palmeiras-do-andim. Para além da extração caseira deste
óleo, a Empresa EMOLVE, continua a produzir industrialmente o óleo palma embora
47
a sua produção continua a baixar nestes últimos anos. Vários sãos os factores que
explicam esta situação: a idade dos palmares e o estado dos equipamentos da empresa
entre outros.
Em relação às tintas e resinas, no País, esta prática é pouco usada embora, nalgumas
franjas da população é frequente a extracção de tintas do mangue (Rizophora mangue)
para pintar canoas e habitações.
3.5. Os Alimentação e a gastronomia
A biodiversidade do nosso planeta, como se sabe é a base da agricultura e da produção
alimentar.
Como ficou frizado no parágrafo anterior, trinta são as espécies alimentares (Ver a Tab. 4
em anexo) utilizadas como fonte energia, de vitaminas e de minerais pelas populações.
No entanto, reconhece-se uma forte tendência de preferir os produtos importados o que
reduz a disponibilidade e o consumo dos produtos locais.
Em relação aos produtos de origem animal, a caça e a pesca fornecem uma parte de
alimentação e sobretudo a indespensável de ração de proteínas às populações. Neste
contexto a carne bravia é bastante consumida. Provém da caça na selva de Macacos,
Lagaias, Cessas, Pombos, Rolas e de outros animais. Esta actividade é realizada pelos
homens possuidores de armas de fogo (espirgadas e caçadeiras). Usam zagaias e
armadilhas, sendo estas últimas técnicas de caça um pouco ultrapassadas. O lançamento
de granadas, uso de venenos para a apanha de peixes e camarões constitui uma prática
feita por alguns elementos da popluação das regiões costeiras.
Actualmente muitos estudos revelam que o potencialidade dos recursos haleuticos nas
águas de STP, é considerável e estima-se que dos 12.000 toneladas de peixe existentes
segundo dados de 1982, 8.500 toneladas são pelágicos e 3.500 são demersais; a Região
Autónoma do Príncipe possui maiores potencialidades.
As maiores frotas de barco que pescam nas nossas águas, provêm da União Europeia,
segundo um acordo de pesca. Pesca-se sobretudo a atum, chocos, lulas, polvos.
Entretanto devido à falta de meios de fiscalização consistente da actividade pescatória
nessas águas, pensa-se que a captura máxima admissível explorável esteja abaixo de
6.000 toneladas/ano.
3.6. Os No sector eco-turístico
Esta actividade socio-económica está actualmente sub-utilizada, não dispondo ainda o
País de oferta organizada de facilidades, como infra-estruturas adequadas ou serviços.
Os principais actores chamados neste processo de dinamização ecoturística são a
Direcção do Turismo e Hotelaria, Agências de viagens, empresariado Nacional,
parceiros e investidores estrangeiros, Associações Não Governamentais e as populaçoes
locais apara responderem à evolução positiva que se tem registado no país nestes
últimos anos.
48
Uma das acções prioritárias viradas para a valorização da biodiversidade de São Tomé e
Príncipe, é justamente a estruturação e operacionalização do ecoturismo sustentável no
País em prol do desenvolvimento económico, socio-cultural e ecológico .
Neste sector, a riqueza faunística terreste e marinha contam com as tartarugas, os
delfins, as baleias etc. A pesca esportiva de Peixe-andala (Marlin sp.) por exemplo pode
ser explorado pelo secto privado.
Para além dos recursos florísticos e faunísticos, importantes para o turismo de
observação, os componentes abióticos dos ecossistemas santomenses escondem um
grande potencial ecoturístico.
Foram criados diversos circuitos turísticos no interior do Parque Natural Obô para o
desenvolvimento de actividades de lazer em espaços verdes.
Basta falarmos das cascatas (Cascata de São Nicolau, e de Bombaim) e suas cochoeiras,
Rios e cursos de água (Ió Grande, Cantador, Abade), das antigas roças com as suas
plantações secundarizadas de cacau e café (Monte Café, Santa Margarida, Agostinho
Neto), paisagens vulcânicas (Pico Cão Grande, Cratera da Lagoa Amélia...). Basta
mencionarmos também as inúmeras praias arenosas tais como a Jalé, Piscina,
Governador, Praia Banana, entre outras.
A hospitalidade dos santomenses e dos descendentes das populações do continente, os
aspectos culturais fundados nas crenças e mitos, na gastronomia sobretudo à base de
peixes, são também factores de atracção com efeito multiplicador neste sector que
deverá pautar pela preservação ambiental e ecológica e identidade cultural.
3.7.Utilidade Etno-cultural e mágica
Relacionada com o aspecto anteriormente tratado, a biodiversidade santomense também
encontra a sua expressão nas actividades que evocam dos nossos ancestrais. De facto,
com muita imaginação associada à fantasia, as frases mágicas cantadas em certos locais
( cascatas, morros, trilhos encruzilhados) e a dança em durante noites de rituais serviam
para curar e prevenir as doenças ou enviar diversas mensagens . As exalações de certos
frutos maduros de úlua (Borassus aethiopum) e a casca queimada de Cubango (Croton
stelellifer) afugentam os maus olhares, e maus espíritos; a cruz feita de popian, ou
marapião (Zantoxyllum gilletii) e colocada cuidadosamente em certos pontos da
habitação evitam o feitceiro.
Relativamente aos animais, a fantasia mágica dos bruxos e curandeiros atinge níveis
muito altos quando associam certos animais para evocar actos sobrenaturais. São eles: a
coruja (Tito alba thomensis), o kitolí (Otus hartlaubi), pássaros nocturnos que o canto
faz arrepiar as pessoas mais superticiosas; o gato preto e as serpentes sua presença em
certas horas é o sinómino de perseguição feita por um inimigo.
Em contrapartida, citações e referências de certas plantas e animais, constituem motivos
de orgulho porque elogiam as pessoas referênciadas que simultaneamente transformamse em ídoles. Basta falar-se de lagaia para adjectivar uma pessoa de astuta e discreta;
tartaruga para pessoa mal intencionadas quando entra nas fábulas e contos
populares;“Flóli canido” para pessoa que não aparece sempre; “rosa bilança”para
raparigas bonitas; “safú” também para adjectivar mulheres bonitas e explosivas.
49
3.8.Utilidade ornamental
A utilização ornamental da biodiversidade das ilhas de S. Tomé e Príncipe é muito
variada e inclui a a cor, a forma, o tamanho e as dimensões dos exemplares de plantas e
animais. Neste contexto, as begónias (Begonia sp.), os gingers (Renealmia grandiflora) e
fetos gigantes (Cyathea sp.) por um lado, as árvores com contrafortes, diâmetro do
tronco resultante da idade, raízes que se entrelaçam à volta do hóspede, copa exuberante
e por outro as orquídeas pequeninas e discretas dos ambientes húmidos e montanhosos
das ilhas, são comuns nos nossos ecossistemas florestais.
Como ilustra a tabela 7, em anexo, muitas plantas ornamentais foram introduzidas
muitas delas de outras regiões. Dadas ás condições climáticas e à fertilidade dos solos,
muitas se naturalizaram tornando por isso muito frequentes. São elas: os antùrios
(Anthurium sp.), os Bicos-de-papagaios (Heliconia sp.), Rosas-de-porcelana (Nicolaia
elatior), etc.
No que concerne as espécies da fauna embora protegidos pela convenção CITES, o
valor ornamental destas é tão alto que ultrapassa os níveis aceitáveis para entrar no
campo da biopirataria comercial. Destacem-se: os papagaios (Psittacus erithacus), os
periquitos (Agapornis pullarius), os macacos Mona (Cercopithecus mona), borboletas
raras, etc.
Torna imperioso falar que no campo de comercialização de flores e plantas ornamentais,
o país já começa a dar algum passo, exportando-as para o mercado europeu. Isto deve
ao espírito emprendedor de alguns privados que levam e vendem a imagem do País
através flora ornamental.
CAPÍTULO III– ESTADOACTUALDABIODIVERSIDADE
Apesar das grandes as dificuldades para se poder quantificar, a crescente degradação
dos recursos da Biodiversidade, sabe-se que o problema da manutenção da
biodiversidade em São e Príncipe é particularmente prioritário. As rápidas e decisivas
mudanças sofridas pelo País neste últimos anos fizeram que mera a política de proveito
rápido e com justificação da pobreza para tudo quanto é ilegalidade, levaram
rápidamente à uma repentina difusão de várias espécies particularmente produtivas em
detrimento daquelas tradicionalmente domesticadas e cultivadas. O escasso interesse
pelos conhecimentos, actividades e tradições, geralmente definido de “cultura
camponesa”, e com uma política no sector agro-pecuário, baseado na distribuição de
terras, associada às consequências da peste suína africana, e outras zoonoses e o ataque
do rubrocinto, resultantes directa ou indirectamente dos efeitos adversos relacionados
com as mudanças climáticas determinaram no País um cenário bastante crítico.
A falta de pesquisas e tecnologias no campo da biologia para efectuar análises das
transformações em curso e de intervir com eficiência de modo a minimizar os efeitos
também contribuiram para esta situação: o aumento demográfico fez aumentar a
pressão, em moldes insustentáveis sobre os recursos naturais com consequências
irreparáveis para a estabilidade dos ecossistemas.
Em relação ao Gestão sustentátavel dos recursos lenhosos (madeira), o sector florestal
debate-se com diversos constrangimentos institucionais, legais e logísticos. Segundo
informações obtidas pelos técnicos, desde a sua criação em 1993, a Direcção das
50
Florestas não teve acessos aos financiamentos para investimento da parte do Estado.
Este problema agrava-se mais com o facto que a Lei florestal em vigor desde 2001,
ainda está regulamentada. Isto faz com que a maior parte da exploração e transformação
da madeira, seja feita ilegalmente; e os distritos de Mé Zochi, Cantagalo e Lobata, são
os apresentam maior índice de abate das árvores e comércio ilegal dos derivados. A
situação agrava-se ainda mais devido a falta de uma carta de Vegetação e de Ocupação
de solos.
Para superir a falta de madeira, a reflorestação com as espécies de rápido crescimento é
prioritário.
A própria paisagem agro-silvo-pastoral encontra-se em vias de degradação, sob o efeito
combinado da erosão dos solos, da exploração florestal anárquica, da redução dos
períodos de pousio, do cultivo em terras frágeis e particularmente sensíveis à erosão e
da consequente redução da fertilidade.
51
4.1 Prenúncio dos Perigos mais evidentes na Biodiversidade Faunística em São Tomé e
Príncipe
Esquema 6: Diagrama das principais ameaças à biodiversidade animal de S. Tomé e
Príncipe
Registo de Prenúncio de Perigos mais evidentes na Biodiversidade Faunística
em São Tomé e Príncipe
Erosão costeira e destruição de infra-estrutura no litoral
Destruição das praias de grande potencialidade turística
Destruição das áreas de reprodução das tartarugas marinhas
Destruiç. de import. bancos de corais, e de algum. Espéc. endém. do Golfo da Guiné
Utilização de redes com dimensão inadequada nas actividades de pesca
Utilização de granadas para a captura de pescado
Lavagem de petroleiros e detonação de resíduos no alto mar
Descarga dos resíduos petrolíferos junto à foz do Rio Água Grande
Poluição dos lençóis freáticos com produtos tóxicos
Invasão das áreas do parque natural pelos agricultores
Corte indiscriminado de árvores de espécies ameaçadas
Queimadas descontroladas
Destruição de espécies comercialmente valiosas
Destruição da cobertura vegetal
Aumento da erosão dos solos no interior do País
Perda de fertilidade dos solos em algumas regiões
Caça descontrolada e durante todo o ano
Comercialização clandestina de espécies ameaçadas de extinção ( Papagaio,
Tartarugas Marinhas e outras)
Desenvolvimento de culturas hortícolas em áreas de pendentes acentuadas
52
As principais ameaças à biodiversidade do País irradiam os seus efeitos nos diversos
ecossistemas e habitats e são todas de origem antrópica e podem ser agrupados em
quatro categorias nomedamente:
 Poluição química com produtos tóxicos e residuais;

Destruição de habitats;

Sobre-exploração dos recursos naturais;

Introdução de espécies de flora e fauna.
No quadro a seguir, podem encontrar-se as grandes ameaças que pairam sobre os
diversos ecossistemas estudados, as causas directas e indirectas das mesmas, assim
como os seus efeitos sobre a biodiversidade:
53
4.2 As principais causas que estão na origem das principais
ameaças nos diferentes ecossistemas:
4.2.1 Ecossistema Costeiro e Marinho
O aumento da Erosão Costeira, a Redução de Recursos Haliêuticos e a exploração do
Ouro negro na Zona de Desenvolvimento conjunto Nigéria - S. Tomé. (ver o
Esquema 7 a seguir)
Causas que estão na
origem de ameaça ao
ecossistema costeiro e
marinho
Ameaça n.º 1 Aumento
da Erosão Costeira
1.ª causa directa
Actividade Intença de
Extracção desordenada de
2.ª causa directa
Agravamento da situação
de pobreza da população
areia
3.ª causa directa
Inexistência de materiais
alternativos p/
construção
Ameaça n.º 2 Redução
de Recursos Haliêuticos
1.ª causa directa Prática
de pesca com redes de
dimensão imprópria
2.ª causa directa
Captura do pescado
mediante granada (arma
de guerra)
3.ª causa directa
Descarga de poluentes nas
ZEE e extracção de areia no
fundo do mar
4.ª causa directa Má
política de gestão de
recursos haliêuticos
Previsão do impacto provocado pela exploração petrolífera.
Sob o ponto de vista meramente biológico, a exploração do Ouro negro na Zona de
Desenvolvimento conjunto Nigéria - S. Tomé, bem como na zona económica exlusiva
de S. Tomé, sem levar devidamente em conta importantes estudos de impacto
ambiental, com especificidades para a biodiversidade do ecossistema costeiro e
marinha, colocará indubitavelmente em risco de desaparição as espécies que compõem
dos mais raros ecossistemas do mundo – Ecossistema Costeiro e Marinho santomense,
que muito ainda tem por descobrir e mostrar ao mundo científico.
A seguir é-nos apresentado o mapa da zona de desenvolvimento conjunto (Nigéria-STP)
e Zona económica exlusiva de STP.
54
Fig 5: Mapa da Zona de Desenvolvimento conjunto Nigéria - S. Tomé Zona
económica exlusiva de STP.
Os impactos nefastos sobre a biodiversidade costeira e marinha devem-se também à:
Redução dos recursos halêuticos
Nas águas da Zona Económica Exclusiva (ZEE) de S. Tomé e Príncipe estão sendo
utilizados redes com malhas de dimensões reduzidas (ilegais), provocando autênticos
desastres ecológicos. Estas redes capturam espécies na fase de crescimento como por
exemplo as bicas cientificamente chamado de Pomadasys rogeri, da família
Haemulidae, baptizadas pela população santomense como “desastre”. Estes alevinos
medem apenas de 2 a 5 cm de comprimento, enquanto que o peixe adulto atinge 20 a 25
cm e pesa entre 400 a 800 g enquanto que os alevinos não pesam sequer 30 gramas.
Este problema derivado provavelmente pelo empobrecimento dos pescadores que não
têm capacidade de pescarem no alto mar.
Captura e Consumo de espécies em vias de extinção tais como Tartarugas
Marinhas
A pressão humana sobre os recursos desse Ecossistema traduz-se na captura das
tartarugas marinhas e colheita dos seus ovos, para além da destruição das suas áreas de
reprodução, provocada pela exploração desregrada de areia nas praias.
Estes animais que são bastante apreciados na culinária tradicional santomense, e
importante fonte de proteína.
Ocupação desordenada das áreas costeiras
A ocupação desordenada das áreas costeiras e a utilização de modo não sustentável dos
recursos ali existentes aceleram o processo erosivo nessas áreas, assim como a
degradação da componente biológica dos seus ecossistema.
Os Projectos construção do Aeroporto e a criação de centros turistícos na zona norte de
S. Tomé (Praia das Conchas e Lagoa Azul) põem em questão avaliação do impacto
ambiental visto a importância dos corais da Lagoa Azul sendo estes os únicos do
Atlântico oriental;
55
A concepção de Projectos de contrução de um Porto Petrolífero e a Zona Franca na Ilha
do Príncipe (Baía das Agulhas) é um dos exemplos de factores de poluição ambiental e
representa uma séria ameaça à perda da Bioviversidade.
Estas obras nas regiões costeiras provocam a betonificação massiva, o que põe em
causa o turismo não só pela destruição das praias mas também pela beleza e
comodidade das obras feitas em madeira.
Exploração de areia nas praias e no alto-mar
Este areia para além de ser pouco apropriada para as construções civis, a sua extracção
pode destruir os habitats de muitas espécies e comunidades bióticas costeiras e
oceânicas.
A recolha de materiais de origem mineral, sobreuto do basalto uma prática que
recentemente ganhou proporções perturbadoras sem a utilização de técnicas de
conservação do solo pode contribuir à erosão, desertificação e o declínio da sua
produtividade . Projectos de investigações e pesquisas deverão ser realizadas para se
avaliar o impacto desta exploração sobre o meio natural e estudar alternativas à esta
prática.
Queimadas e extracção de carvão
As grandes queimadas, na costa norte da ilha de S. Tomé, fundamentalmente no Distrito
de Lobata e parte de Lembá, durante a gravana que não só destróem parte importante
das espécies acima citadas, mas também os habitats naturais das aves e outras espécies
animais.
A prática de corte de tamarineiras para carvão, nas as áreas de Praia das Conchas e
Morro Peixe, ao NE da ilha de S.Tomé, processo que já está pondo em perigo o
equilíbrio ecológico da zona, devido ao papel dessas plantas na protecção contra a
erosão e na formação de dunas. Também em S. Nicolau, a queima de Pau Impé (Olea
capensis) constitui uma actividade renumerativa que ameaça as poucas espécies afromontanhosas existentes nas ilhas.
Esta prática também enraizada na zona norte da Região Autónoma do Príncipe
(Aeroporto, Sundy e Picão), onde os carvoeiros fazem carvão de muandim
(Pentaclethra macrophylla) e vendidos em S. Tomé.
Esta actividade de queima é feita por dois tipos de produtores principais: os ocasionais e
os permanentes sendo estes vivendo exclusivamente de carvão podem acentuar ainda
mais a desflorestação e a pluviometria deficitária nesta parte do País.
4.2.2 Ecossistemas de Águas Interiores
Como mostra esquema a lavagem de poluentes nos rios (produtos fitosanitários, o DDT
e derivados das campanhas de pulverização,contra o paludismo, e produtos químicos na
agricultura como fertilizantes e herbicidas e insecticidas, os resíduos de petróleo e
outros) por um lado a inexistência de políticas e medidas de fiscalização e as más
práticas de gestão dos recursos nestes ecossistemas, estão na base do aumento da sua
vulnerabilidade.(Ver o Esquema 8 que se segue)
56
Causas que estão na origem de ameaça
ao ecossistema de Águas Interiores
Ameaça n.º 1
Crescente tendência de desaparição das
espécies
1.ª causa directa Lavagem de poluentes
nos rios
2.ª causa directa - Inexistência de políticas e
e boas práticas de gestão dos recursos neste
ecossist.
rEcossistema
Costeiro – Principais
espécies que
compoêm a sua fauna
iminado de árvores de espécies
ameaçadas
57
4.2.3 Ecossistema florestal
Actualmente os problemas identificados nos ecossistemas florestais do País são:
A tendência desenfreada de penetração do Homem nas áreas de Parque Natural
em busca de novas áreas de cultivo e produtos florestais lenhosos e não lenhosos está
provocando crescente destruição de habitats de espécies avículas sobretudo as
endémicas. (ver o Esquema 9 que se segue)
Causas que estão na origem
de ameaça ao ecossistema
Florestal
Ameaça n.º 1 Crescente
desaparição de habitats das
espécies sobretudo as endémicas
1.ª causa directa - Acção de Caça
desordenada ao longo de todo o
ano sem intervalo
2.ª causa directa -Aumento de
captura e comercialização
clandestina de espécies (papagaio,
tartarugas, piriquito etc)
3.ª causa directa - Insufici~encia
de normas e boas políticas de gestão
desses recursos da Biodiversidade
Ameaça n.º 2 - Tendência de
degradação das áreas de parque
natural e das floretsas em geral
1.ª causa directa - Ocupação
ilegal das áreas e abates
crescente de espécies,
2.ª causa directa - Estado de
pobreza e luta pela
subsistência.
3.ª causa directa Insuficiência de planos e meios
para a sustentável gestão desse
recurso.
58
4.2.4 Ecossistema Agro-pastoral
O abandono e a falta valorização das principais regiões agro-ecológicas (roças) que no
passado constituiram pólos de desenvolvimento agro-pecuário do País e a falta de
acompanhamento técnico adequado do sector da reforma agrária em curso, tem levado à
degradação e a crescente redução da fertilidade dos solos o que constitui uma alavanca
na redução das potencialidades do País em matéria de segurança alimentar. (Ver
esquema 10 que se segue)
Causas que estão na
origem de ameaça ao
ecossistema Agrário
Ameaça n.º 1 - O abandono e a
degradação das regiões agro-ecológica
e crescent reduçãoe de fertilidade das
terras.
1.ª causa directa Crescimento
populacional e forte pressão sobre
os recursos florestais
2.ª causa directa - Prática agrícola
em áreas impróprias (de forte
declive)
3.ª causa directa - Destruição da
cobertura vegetal e áreas
caucasal para implantação de
cultura hortícula Biodiversidade
4.3 ECOSSISTEMAS FLORESTAIS MAIS VULNERÁVEIS
Os ecossistemas mais vulneráveis em S. Tomé e Príncipe como indica o mapa a seguir,
sob ponto de vista antropogénico, abrangem essencialmente as Savanas do Nortenordeste e as Florestas de Sombra. Nestes ecossistemas as componentes chaves
afectadas são as espécies arbóreas de valor comercial, sobretudo aquelas de 1ª
qualidade, a Amoreira (Milícia excelsa), a Cedrela, (Cedrela odorata), o Gôgô (Carapa
procera) e aquelas abatidas para produção de carvão. (ver o Mapa da figura 6 que se
segue)
Fig 6: Mapa das regiões mais afectadas pelo abate das árvores em S.Tomé
59
4
4
Cacau
8
Palmeira do andim
9
Plantações costeiras
11
Savana
12
Vegetação mista
Fig 7: Mapa das regiões mais afectadas pelo abate das árvores na Região
Autónoma do Príncipe
4.4 Programas e actividades nacionais
Para fazer fronte à estas ameaças já existem no País acções viradas para a conservação,
salvaguarda e utilização sustentável da biodiversidade. Como parte signatária da
Convenção sobre a Diversidade Biológica, o País comprometeu-se a adoptar de um
quadro programas e actividades político-institucionais e legais nacionais e de
cooperação internacional na busca de soluções para a conservação da Biodiversidade.
Esta última passa por mecanismos de financiamentos.
A Conservação da biodiversidade pode ser feita in situ e ex situ seguidas de
campanhas de Educação, Formação, Sensibilização e Vulgarização ambiental junto às
populações locais.
4.4.1 Conservação in situ
Uma acção de particular relevância, no sentido da conservação in situ e gestão
sustentável das florestas, consiste na criação do Arboreto, que irá constituir um passo
importante no domínio da investigação e do conhecimento científico sobre as espécies
60
arbóreas, nomeadamente em matéria de características ecológicas dos biótopos, da
biologia sistemática dos grupos taxonómicos, da biotecnologia apropriada e do valor
sócio-económico de cada uma das espécies.
Para além do Arboreto, criou-se em 1993 as seguintes Áreas Protegidas: o Parque
Natural Obô de São Tomé e o do Príncipe que cobrem uma área de cerca de 29 500 ha,
com o fim de proteger os grandes ecossistemas montanhosos e de baixa altitude que
caracterizam o arquipélago santomense. Elas constituem as remanescentes florestas
densas das ilhas que o relevo acidentado do centro as tornou desabitados e relativamente
virgens.
Mais tarde foram criadas a Reserva Integral das Ilhas Tinhosas, com uma superfície
de 15 ha e a Reserva do Ilhéu das Rolas, com uma superficie de 6 ha.
São no total 4 Áreas Protegidas com uma superficie de 29.537 ha, que corespondem
cerca de 30% da superficie do País.
Estas áreas protegidas sob o ponto de vista biológico-naturalístico, visam entre outros
objectivos a preservação, conservação dos ecossistemas florestais costeiros e marinhos
do País e a promoção do uso ordenado do território e dos seus recursos naturais de
forma a garantir a continuidade dos processos evolutivos que têm ocorridos à vários
milhões de anos.
4.4.2 Conservação ex situ
Vários são os meios para a conservação ex situ levados a cabo no País designadamente
através de: Jardins botânicos, pequenas criações de animais em cativeiro, Herbários,
Viveiros comunitários, Serras e Barracas para sombreamento.
Estas infraestruturas funcionam como reservas de genes vegetais e animais ameaçados
de extinção.
O País já conta com um Jardim Botânico com mais de 400 espécies da flora endémica e
o Herbário com mais de 1000 amostras de plantas colhidas em diversas expedições
botânicas no interior dos Parques de nas zonas tampão.
O Jardim Botânico, porta de entrada do Parque Natural Obô, situa-se em Bom
Sucesso, uma antiga dependência agrícola da Roça Monte Café.
Os objectivos da criação desde Jardim Botãnico associado ao Herbário passam pela
educação para a conservação da população das zonas tampão do Parque Natural Obô em
particular e da nova nova geração em geral na matéria biológica, ensino de Botânica
Sistemática; estes objectivos residem ainda na conservação ex situ das espécies
ameaçadas, a recolha de um conjunto de amostras vivas e dados para pesquisas
ciêntíficas e por fim o Turismo e a recreação.
O Herbário de Referência funciona como instrumento eficaz de investigações
científicas de diagnóstico dos recursos pastorais, caracterização e classificação das
pastagens naturais, sobre cartografia e o estudo do dinamismo da vegetação a formação
e accões para melhorar a gestão do território.
Para além disto, os viveiros comunitários podem jogar uma função na conservação
ex-situ pelo facto de ajudar a conhecer as capacidades das plantas às novas condições
fora do sítio de origem, e realização de testes no meio rural.
As Serras e Barracas de sombreamento para certas espécies foram criadas em Bom
Sucesso, em particular, para as orquídeas colhidas nas florestas de S. Tomé e as do
61
Príncipe com objectivo incial de estudos fenológicos e hoje constituem polos de
atracção turística para a observação da diversidade específica desta família de plantas.
Em relação à fauna ameaçada (Ver Tab. 10 em anexo), pode-se fazer criação em cativeiro como
forma de evitar a extinção da espécie.
4.4.3 As acções de Informação, Eduçação, Sensibilização e
Vulgarização
Uma das matérias que nas quais estas acções se incidiram foram particularmente sobre
as Tartarugas Marinhas. Mas, porém tiveram o seu término em 1999. Os pescadores
artesanais ganharam consciência quanto à necessidade de protecção destas epsécies.
Actualmente a falta de continuidade das acções anteriormente levadas ao cabo, tem
influenciado de forma negativa os avanços que já tinham sido obtidos, estando a
verificar-se de novo a captura desses animais embora com menor frequência por parte
de alguns elementos da população.
4.4.4 A elaboração da Estratégia Nacional e um Plano de Acção
A elaboração da Estratégia Nacional e um Plano de Acção que facilitará a protecção e
conservação da Diversidade Biológica constitui uma das acções nacionais de grande
vulto, que joga com a imagem do País no senda internacional. De facto esta Estratégia
está em vias de adopção pelo governo.
Esta Estratégia será o eixo balizador das medidas que permitirão uma distribuição justa
e equitativa dos benefícios dos recursos biológicos e genéticos, incluindo a
biotecnologia, e possibilitará uma ampla cooperação internacional, regional e
subregional que fomente o intercâmbio científico e económico no domínio da
importância biodiversidade e da sua função nos ecossistemas.
A elaboração da Estratégia Nacional contou com a participação de vários sectores da
sociedade civil e promoveu estudos para se conhecer o estado da biodiversidade de São
Tomé e Príncipe. Os estudos elaborados abrangeram os ecossistemas de guas interiores,
florestais, marinhos e costeiro, os sectores agrícolas, pecuários e silvicultural, e um
estudo do acervo jurídico do País.
4.4.5 Implementação do Plano de Gestão do Parque Natural
A elaboração e a implementação do próximo Plano de Gestão do Parque Natural Obô,
poderá reforçar a função do Jardim Botânico e do Herbário de Referência na
conservação da biodiversidade nacional e aplicados como ferramentas nas actividades
ecoturísticas.
4.4.5 Políticas e Legislações relacionadas com Ambiente
Em matéria de legislação ambiental para a Conservação da Biodiversidade podemos
citar:
a) Legislação nacional em detalhes aprovada e publicada após a independência
 Lei Base do Ambiente ( Lei nº 10/99 ), publicada no Diário da República nº 15,
5º Suplemento, de 31 de Dezembro, com destaque para os seus artigos 5º, sobre
o Princípio do respeito pela capacidade de carga dos ecossistemas, 16º, sobre os
62
Objectivos e Medidas, 20º, sobre a Conservação da Natureza, 23º, sobre a
Diversidade Biológica e 29º, sobre a Água.
 Lei da Conservação da Fauna, Flora e Áreas Protegidas ( Lei nº 11/99 ),
publicada no Diário da República nº 15, 5º Suplemento, de 31 de Dezembro, que
visa a conservação dos Ecossistemas ao nível da Fauna e da Flora, assim como
das Áreas Protegidas, enquanto património nacional e da humanidade,
preconizando a sua utilização social e económica durável, através do
estabelecimento de listas de espécies a serem conservadas e da classificação de
áreas do território nacional, vocacionadas para a conservação de habitats e da
biodiversidade.
 Lei nº3/91 , de 31 de Julho, publicada no Diário da República n.º 21 de 31 de
Julho, que estabelece o regime da Propriedade Fundiária, identificando os
terrenos do domínio público e privado do Estado e estabelecendo o regime de
distribuição e utilização de terras. À luz desta Lei, os terrenos do domínio
público do Estado são os correspondentes ao leito dos rios e das águas
marítimas, os das ilhotas e mouchões formados junto à costa, os das áreas
reservadas a objectivos militares e para-militares e os ocupados por estradas,
caminhos públicos, portos e aeroportos. Entretanto, do domínio privado do
Estado são aqueles em que se encontram implantados edifícios públicos; os das
explorações agrícolas do Estado, os que tenham sido objecto de nacionalização,
os vagos ou desocupados e todos os demais cujos proprietários não sejam
entidades privadas.
 Decreto-Lei nº 63/81, de 31 de Dezembro, publicado no Diário da República,
que estabelece as normas jurídicas necessárias à protecção, exploração e gestão
dos recursos marinhos da ZEE, a que se refere o
 Decreto-Lei nº15/78, de 16 de Junho. Entretanto, algumas alterações ao mesmo
Decreto-Lei de Dezembro de 1981 são introduzidas pelo Dectreto-Lei nº2/84, de
6 de Dezembro, que, por sua vez, também procede à actualização das taxas, a
aplicar por concessão de licença e das multas, em caso de infracção.
 Decreto-Lei nº 51/91, de 7 de Novembro, publicado no Diário da República
n.º25 de 7 de Novembro, que define as regras de utilização e fixa os princípios
gerais e critérios de distribuição das terras que integram o domínio privado do
Estado e destinadas a fins agrícolas.
 Decreto-Lei nº 59/93, publicado no Diário da República, que aprova o
Regulamento Provisório para a Utilização das Florestas.
 Decreto nº 35/99, de Novembro de 1999, publicado no Diário da República, que
aprova o Regulamento sobre a Extracção de Inertes, definindo a areia, o calhau,
o calcário e o recife como recursos naturais do Estado e fixando por conseguinte
as condições para a permissão de sua extracção em todas as zonas costeiras e
rios da RDSTP.
 Decreto n.º 36/99, publicado no Diário da República n.º 12 de 30 de Novembro,
que lança as bases de um sistema de registo obrigatório de resíduos e define
competências e responsabilidades no atinente a gestão dos mesmos.
 Decreto n.º 37/99, publicado no Diário da República n.º12, de 30 de Novembro,
que aprova o Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto
Ambiental.
 Despacho nº 1/GMAP/996, de 19/01/99, que interdita o corte de árvores em todo
o território nacional.
63
 Aviso da Direcção de Pecuária, de 02/01/87, que fixa limites para a saída de
pombos e papagaios do País.
 Lei 06/2006, que cria o Parque Natural Obô de São Tomé.
 Lei 07/2006, que cria o Parque Natural Obô do Príncipe.
b) Legislação do período colonial, mas ainda em vigôr
 Decreto-Lei 39.931, de 24 de Novembro de 1954, que estabelece o regime das
matas e terrenos submetidos ao regime florestal.
 Decreto 682, de 23 de Julho de 1914, que aprova o Regulamento de protecção
de árvores.
 Decreto 18.604, de 12 de Julho de 1930, que proíbe o abate de amoreiras.
 Decreto 40.040, de 20 de Janeiro de 1955, sobre os recursos florestais, contendo
normas que visam a protecção da Fauna e da Flora.
 Portaria nº 1457, de 7 de Agosto de 1950, que aprova o Regulamento da
Capitania dos Portos de S. Tomé e Príncipe, â qual é atribuída competência para
fiscalizar as actividades de pesca, com estatuto de Polícia Marítima, com base na
acção dos Chefes de Praia, cujas atribuições ficam ali igualmente estabelecidas.
Tendo em conta o contexto actual, esta Portaria encontra-se um tanto ou quanto
desactualizada, carecendo portanto de determinadas adaptações e acertos,
designadamente no tocante à repartição de competências entre a Direcção das
Pescas e a Capitania dos Portos, face aos novos mecanismos de organização e
gestão do processo de desenvolvimento social e económico ao nível nacional e
de integração, tanto regional, como mundial.
 Artigos 464º e 476 do Código Penal, que punem, respectivamente, o crime de
fogo posto em florestas e a destruição de árvores frutíferas e não só.
c) Legislação nacional aprovada e ainda não publicada
 Lei das Pescas e Ambiente Aquático, que se propõe instituir mecanismos
susceptíveis de assegurar a gestão racional dos recursos halieúticos marinhos,
favorecendo o processo de renovação das reservas, tendo em vista as
necessidades das gerações vindouras.
 Lei Florestal, que no futuro virá colmatar muitas das lacunas actualmente
existentes, prevendo diversos mecanismos destinados a assegurar o ordenamento
florestal, assim como a fiscalização e o funcionamento das actividades
relacionadas com a gestão florestal.
d) Aprovada e falta a publicação
 Decreto-Lei sobre o Fundo de Fomento Florestal.
 Regulamento da Caça.
 Decreto-Lei sobre a Conservação das Tartarugas Marinhas.
Em matéria de Recursos Biológicos e sua Divisão Equitativa:
No plano nacional, a Constituição da República Democrática de S.Tomé e Príncipe
prevê que todos têm direito à habitação e a um ambiente de vida humana e o dever de o
64
defender ( art. 48º p.1º), do mesmo modo que o direito à protecção da saúde e o dever
de a defender (art. 49º p. 1º), cabendo ao Estado a responsabilidade de programar e
executar uma política de habitação inserida em planos de ordenamento do território (art.
48º p.2º). No espírito da Constituição, todas as demais Leis Ambientais contêm normas
que prevêem o acesso das populações aos recursos naturais, permitindo as mesmas
utilizar esses recursos para o devenvolvimento económico e social sustentável,
contrubuindo para aquisição de meios financeiros direccionados à luta contra a pobreza,
à conservação da Biodiversidade, assim como à protecção dos recursos biológicos.
No plano internacional e à luz da Convenção das Nações Unidas Sobre o Comércio
Internacional de Especies de Fauna e Flora Selvagens, Ameaçadas de Extinção - CITES,
S.Tomé e Príncipe, poderá beneficiar de assistência, em termos de recursos financeiros
suplementares, proporcionados pelos Países mais desenvolvidos, para implementação
dos objectivos consagrados naquele instrumento legal de interesse comum, através da
cooperação bilateral e/ou multilateral. Ainda no quadro das disposições previstas na
CITES, S.Tomé e Príncipe poderá igualmente beneficiar de outras vantagens, incluindo
o recurso ao crédito, uma vez cumpridos os requisitos e formalidades correspondentes.
e) Legislação internacional em detalhes
Convenções já ratificadas e publicadas
 CONVENÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O DIREITO DO MAR ( Montego Bay, 1982
), publicada no Diário da República.
Objectivos principais: Criar uma ordem jurídica completa e nova para os mares e
oceanos e, do ponto de vista do meio, estabelecer as regras concretas concernentes as
normas ambientais assim como das disposições de aplicação relativas a poluição do
meio marinho.
 Convenção sobre Diversidade Biológica (Rio de Janeiro, 1992), publicada no
Diário da República nº 17/1998 de 30 de Maio.
Objectivos principais: Conservar a diversidade biológica, promover a utilização durável
dos seus elementos e promover uma distribuição equitativa das vantagens decorrentes
da utilização dos recursos.
 CONVENÇÃO QUADRO SOBRE AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS (Rio de Janeiro, 1992),
publicada no Diário da República nº 17/1998 de 30 de Maio.
Objectivos principais: Controlar os níveis de emissão para a atomosfera de gazes com
efeito de estufa àfim de previnir toda alteração climática, que poderá ser grave para o
entrave de todo o desenvolvimento económico sustentável ou comprometer o futuro da
humanidade.
 CONVENÇÃO SOBRE O COMBATE À DESERTIFICAÇÃO nos Países afectados por seca
grave e/ou desertificação, particularmente em África, (Paris, 1994), publicada no
Diário da República nº 17/1998 de 30 de Maio.
 CONVENÇÃO DE ESTOCOLMO SOBRE POLUENTES ORGÂNICOS PERSISTENTES
assinado por São Tomé e Príncipe em Abril de 2002.
Com adesão, mas ainda sem ratificação
 CONVENÇÃO
19/11/2001.
PARA A
PROTECÇÃO
DA
CAMADA
DE
OZONO (Viena, 1985), em
65
 PROTOCOLO DE MONTREAL SOBRE AS SUBSTÂNCIAS QUE EMPOBRECEM A CAMADA DE
OZONO (Montreal, 1987), em 19/11/2001.
Cuja adesão e ratificação se recomenda
 EMENDAS DE LONDRES AO PROTOCOLO DE MONTREAL SOBRE AS SUBSTÂNCIAS QUE
EMPOBRECEM A CAMADA DE OZONO (Londres, 1990), em 19/11/2001.
 EMENDAS DE LONDRES AO PROTOCOLO DE MONTREAL SOBRE AS SUBSTÂNCIAS QUE
EMPOBRECEM A CAMADA DE OZONO (Copenhaga, 1992), em 19/11/2001.
 CONVENÇÃO SOBRE O COMÉRCIO INTERNACIONAL DE ESPÉCIES DA FAUNA E FLORA
SELVAGENS, AMEAÇADAS DE EXTINÇÃO - CITES, (Washington 1973),
recentemente.
 CONVENÇÃO SOBRE A CONSERVAÇÃO DAS ESPÉCIES MIGRATÓRIAS PERTENCENTES À
FAUNA SELVAGEM ( Bona, 1979 ), em Outubro de 2001.
 CONVENÇÃO AFRICANA PARA A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA E DOS RECURSOS
NATURAIS (Argel 1968), recentemente.
 CONVENÇÃO INTERNACIONAL PARA A PROTECÇÃO DAS AVES, de Paris, 1950.
 CONVENÇÃO INTERNACIONAL PARA A PROTECÇÃO DOS VEGETAIS, de Paris, 1951.
 CONVENÇÃO SOBRE A PESCA E A CONSERVAÇÃO DOS RECURSOS BIOLÓGICOS DO
ALTO MAR, de Genebra, 1958.
 CONVENÇÃO INTERNACIONAL PARA A PREVENÇÃO DA CONTAMINAÇÃO DAS ÁGUAS DO
MAR POR HIDROCARBONETOS, de Londres, 1954 e suas emendas de 1962, 1969 e
1971.
 CONVENÇÃO INTERNACIONAL PARA A CONSERVAÇÃO DO ATUM DO ATLÂNTICO, de
Rio do Janeiro, 1966.
 CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE A RESPONSABILIDADE POR DANOS CAUSADOS
POR CONTAMINAÇÃO DAS ÁGUAS DO MAR POR HIDROCARBONETOS, de Bruxelas,
1969.
 CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE A CONSTITUIÇÃO DO FUNDO INTERNACIONAL
PARA INDEMNIZAÇÃO DE DANOS CAUSADOS PELA CONTAMINAÇÃO DE
HIDROCARBONETOS, de Bruxelas, 1971.
 CONVENÇÃO SOBRE ZONAS HÚMIDAS DE IMPORTÂNCIA INTERNACIONAL,
ESPECIALMENTE COMO HABITAT DE AVES AQUÁTICAS - RAMSAR, de 1971.
 PROTOCOLO À CONVENÇÃO RAMSAR, de Paris, 1982.
 CONVENÇÃO QUE CRIA A UNIÃO INTERNACIONAL PARA A CONSERVAÇÃO DA
NATUREZA E DOS RECURSOS NATURAIS - UICN, de Fontainebleau, 1948.
 MEMORANDO DO ACORDO DE ABIDJAN, SOBRE AS MEDIDAS DE CONSERVAÇÃO PARA
AS TARTARUGAS MARINHAS DA COSTA ATLÂNTICA DE ÁFRICA, de Paris, 1994.
 ACORDO ÁFRICA-EUROPA-ÁSIA, SOBRE AVES AQUÁTICAS MIGRATÓRIAS.
 CONVENÇÃO DE BASILEIA SOBRE O MOVIMENTO TRANSFRONTEIRIÇO DE
RESÍDUOS PERIGOSOS E SUA ELIMINAÇÃO, de Basileia 1997.
 CONVENÇÃO SOBRE A PREPARAÇÃO, A LUTA E A COOPERAÇÃO EM MATÉRIA DE
POLUIÇÃO POR HIDROCARBONETOS - OPRC, de Abidjan, 1991.
f) Problemas de que enferma o actual Quadro Legal
Vários são ainda os problemas de que enferma o actual quadro legal da RDSTP, em
matéria ambiental e de protecção e conservação da biodiversidade, dos quais se podem
salientar os seguintes:
 Não reconhecimento das normas tradicionais.
66
 Ineficácia e inadaptabilidade dalgumas normas adoptadas.
 Insuficiência de mecanismos de aplicação.
 Significativo grau de desconhecimento das leis postas em vigôr e de sua
respectiva importância, com particular destaque para o caso das normas de
âmbito sectorial ou especial.
 Insuficiência quantitativa e sobretudo qualitativa dos recursos humanos
implicados na aplicação e correcta observância das normas vigentes.
 Alguma indefinição, derivada provavelmente da falta de determinação e
suficiente coragem política da parte dos competentes Órgãos de decisão.
 Morosidade no processo de aprovação e publicação de novos diplomas, cuja
urgência se afigura inquestionável e falta de regulamentação de outros, que
assim o exigem.
 Conhecimento insuficiente dos recursos naturais a se proteger mediante normas
jurídicas.
 Insuficiência e incapacidade de gestão dos conhecimentos jurídicos adiquiridos
e/ou disponíveis.
g) Estado do Quadro Institucional na generalidade
A responsabilidade pela coordenação e orientação de toda a política nacional de gestão
da Biodiversidade recai essencialmente sob a alçada de dois ministérios, a saber: O
Ministério dos Recursos Naturais e Meio Ambiente e o Ministério da Economia
encarregue pela Floresta, Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, Comércio,
Turismo e Hotelaria.
h) Ministério dos recursos naturais e meio ambiente
Este é o organismo da Administração Central do Estado, que tem por objectivo
coordenar e executar a política do Governo, no âmbito dos recursos naturais, energia e
ambiente. Para o efeito, integram-no os seguintes Órgãos e Serviços, cuja acção tem a
ver directamente com a problemática da protecção e preservação do ambiente, do
equilíbrio ecológico e da biodiversidade:
 A Direcção geral do Ambiente, que está encarregue da programação, elaboração
e implementação das acções operacionais de conservação e preservação do
ambiente, recursos naturais e da natureza.
 Direcção dos Recursos Naturais e Energia, que é o sector incumbido de
promover estudos e a inventariação dos recursos naturais e energéticos
disponíveis, bem como preparar e apresntar propostas e sugestões, tanto para o
melhor aproveitamento desses recursos, como para a sua gestão mais racional e
durável.
 O Instituto de Meteorologia, que é a entidade dotada de autonomia
administrativa e financeira, sob tutela do Ministro e a quem incumbe dirigir,
coordenar e executar os trabalhos, estudos, recolha e processamento das
informações meteorológicas indispensáveis à navegação aérea e marítima, bem
como à agricultura e pesca, ao aproveitamento dos recursos hídricos e às mais
diversas actividades económicas e científicas.
 A Empresa de Água e Energia – EMAE, que é o sector responsável pela gestão
nacional da água.
67
i) Ministério de economia encarregue pela floresta, agricultura,
desenvolvimento rural e pescas, comercio, turismo e hotelaria
Este é o organismo da Administração Central do Estado, que tem por função dirigir e
executar a política do Estado, em matéria de agricultura, pecuária, floresta, pesca, caça e
desenvolvimento rural, integrando para o efeito os seguintes Órgãos e Serviços:
 A Direcção de Planeamento Agrícola, como sector central, incumbido de
promover a elaboração de estudos e pareceres necessários à definição da política
geral do Ministério, com base nos respectivos objectivos, planos de actividade e
avaliação dos resultados.
 A Direcção de Pecuária, que é o serviço encarregue de promover acções nos
domínios da defesa sanitária dos animais, da higiene pública e veterinária, bem
como de elaborar normas orientadoras e fornecer aos serviços regionais o apoio
técnico necessário ao fomento da produção animal e melhoramento zootécnico
das espécies.
 Direcção das Florestas, que é o Órgão encarregue de dirigir e executar a política
do Estado, nos domínios do ordenamento, protecção e conservação das florestas,
fomento do património florestal e silvícola nacional, cinergético e agrícola, bem
como garantir o correspondente apoio técnico e a coordenação das acções, ao
nível local e regional.
 A Direcção das Pescas, que é o Órgão responsável pela execução da política do
Estado, no domínio das pescas, formação e verificação do pessoal marítimo,
formulação, homologação e implementação de normas respeitantes à pesca,
visando uma maior produção para o abastecimento interno e a promoção do
excedente para a exportação, compentindo-lhe ainda prestar colaboração a
outros organismos de
fiscalização das frotas pesqueiras nas águas da Zona Económica Exclusiva (
ZEE ) de S.Tomé e Príncipe.
 A Direcção de Turismo e Hotelaria é o organismo da Administração Central do
Estado, encarregado de dirigir e executar a política do Governo em matéria do,
turismo e hotelaria, visando a criação de insectivos com vista a atracção dos
turistas, preservando e conservando a beleza ambiental de S.Tomé e Príncipe.
 A Direcção do Comércio é o organismo da Administração Central do Estado,
encarregado de dirigir e executar a política do Governo em matéria do comércio.
j) Outros Organismos Implicados
Para além dos dois organismos acima referenciados, de conteúdo reitor em matéria de
ambiente e biodiversidade, outros há que, ao nível da Administração Central do Estado,
também de forma mais ou menos directa exercem alguma acção em tais áreas, como a
seguir se indica:
MINISTÉRIO DA SAÚDE é o organismo da Administração Central do Estado
encarregado de dirigir, executar e controlar a política do Governo, no que concerne à
68
saúde da População, da Mulher e da Família, garantindo assim, o cumprimento das
normas constitucionais fixas sobre o ambiente. Neste Ministério, integra:
 Direcção da Saúde Pública é o sector ministerial incumbido de assegurar a saúde
e higiene da população e do ambiente.
MINISTÉRIO DO PLANEAMENTO E FINANÇAS é o organismo da Administração do
Estado, encarregado da execução e gestão da política do Governo, em matéria do
Orçamento Geral do Estado. Neste Ministério integram:
 As Direcções do Orçamento e do Tesouro e Património são os órgãos
incumbidos da arrecadação de receitas, execução orçamental, aquisição e
alienação do património estatal e outros.
 A Direcção das Alfândegas é o sector responsável pelo controlo de entradas e
saídas de produtos e espécies animais ou vegetais proibidos. ( ? )
MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS E COOPERAÇÃO é o organismo da
Administração Central do Estado, encarregado de dirigir e executar a política do Estado
e do Governo, em matéria de relações exteriores e de cooperação, sendo também
responsável pelo seguimento das Convenções e demais instrumentos jurídicos
internacionais.
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, REFORMA DO ESTADO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
é o organismo da Administração Central do Estado, encarregado dirigir e executar a
política do Governo em matéria de criação de condições à realizações da justiça,
reforma do Estado, administração pública, formação do corpo delito e de reinserção
social dos presidiários após o cumprimento das penas.
MINISTÉRIO DA DEFESA E ORDEM INTERNA é o organismo da Administração
Central do Estado, encarregado através do seu componente militar e policial, dirigir a
política do Estado e do Governo em matéria da manutenção da paz e da ordem pública.
É ainda responsável pela fiscalização da Zona Económica Exclusiva e do mar territorial
de S.Tomé e Príncipe, através da Guarda Costeira.
PODER LOCAL é composto pelas Região Autónoma do Príncipe e as Autarquia Locais,
regendo-se pelos Estatutos próprios.
Para materialização de acções de gestão e da conservação da Biodiversidade, tuteladas
pelo Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rual e Pescas, são responsabilizados
as Direcção de Planeamento Agrícola, Direcção de Pecuária, Direcção das Florestas,
Direcção das Pescas, e ECOFAC.
k) Problemas ligados às instituições
A diversidade das institucionais ligadas a gestão e conservação da Biodiversidade,
originam a existência dos seguintes problemas: falta de harmonização e de coordenação
entre as diversas Instituições e Direcções encarregues pela gestão da Biodiversidade,
falta de recursos humanos capacitados, falta de meios materiais e financeiros e falta de
equipamentos diversos.
l) Outros problemas
 Descoordenação entre as estruturas institucionais ambientais, resultante da
diversidade dos Ecossistemas, face a orgânica do Governo.
 Falta duma estrutura financeira própria institucionalizada para o Sector
Biodiversidade.
69
 Inexistência duma política financeira governamental sobre a Biodiversidade,
reflectida no Orçamento Geral do Estado.
 Incapacidade de fazer aplicar as leis pelos Serviços, ou exigir a sua aplicação.
 Fraca capacidade de fazer cumprir os preceituados legais para a conservação e
utilização dos recursos provenientes dos ecossistemas.
 Incapacidade do Aparelho judiciário, na aplicação das leis e na punição dos
infractores.
 Dificuldade das ONGs e Sociedade Civil, de proceder denúncia das infracções
decorridas.
m) Colaboração nacional, regional e internacional
Tem-se registado na última década uma valorização progressiva dos recursos da
biodiversidade em S.Tomé e Príncipe. Mas não é ainda satisfatório o seu efeito
multiplicador nos outros ramos da economia nacional e em gerar emprego a nível
nacional, devido à predominância do sector informal e à escassez de inversão e
financiamento.
Os ecossistemas agrícolas desempenham um papel muito importante na economia do País e
fornecem recursos essenciais sob a forma de madeira, lenha, culturas alimentares,
medicamentos, plantas ornamentais, materiais para artesanato, culturas de exportação,
plantas têxteis e outras.
As florestas naturais das ilhas possuem riquíssimas flora e fauna endémicas, com valor
científico e de conservação excepcionais, pelo que a problemática do acesso aos recursos
biológicos e partilha equitativa assumem uma importância fundamental em São Tomé e
Príncipe.
No Plano Nacional
A capacidade das instituições em fiscalizar e controlar a exploração e /ou protecção dos
recursos silvo-biológicos, viabilizando portanto a entrada de maiores recursos no
Tesouro Público, está inibida pela escassez de quadros competentes, pela insuficiência
de equipamentos técnicos e pela ineficácia de instrumentos jurídicos.
O impacto dos textos legislativos na regulamentação socio-económico da exploração
dos recursos biológicos é muito baixo, por um lado devido a não publicação de alguns e,
por outro, por causa da não criação de órgãos de execução e de mecanismos de controlo
e seguimento propostos nos textos já em vigor.
Não existem mecanismos nacionais de acesso e distribuição equitativa dos benefícios
resultantes da utilização durável dos recursos. Recomenda-se as Instituições Tutelares
de Gestão dos Recursos de contactarem o GEF e as ONG’S Internacionais de modo a
fornecerem a assistência técnica e financeira para a elaboração de normas legais que
permitam a aplicação deste objectivo.
Os dados recolhidos no Inventário Florestal deveriam servir de base para:
- Elaboração de um plano de utilização e conservação florestal;
- Execução de ensaios sobre a introdução de espécies de árvores de rápido
crescimento para combustível e outros fins quotidianos;
70
-
-
-
-
Elaboração de estudos sobre a factibilidade de grandes empresas agrícolas para
criarem suas próprias plantações, destinadas a satisfazer a própria procura de
combustível, tanto para uso doméstico como para os secadores industriais;
Constituição do serviço nacional de florestas;
Avaliação da legislação proposta pela FAO (Leite-Fisher, 1985) para o controle
e a administração florestal e apresentá-la ao Governo para estudo, aprovação e
promulgação;
Elaboração da legislação para a protecção das zonas de floresta húmida primaria
(ôbô), a fim de serem protegidas por lei como reserva ecológica;
Conservações das árvores de sombra sejam mantidas e se implemente a
replantação de essências florestais abatidas ou outras, nas plantações de cacau;
Produção de legislação específica para prevenir potenciais problemas de
contaminação ambiental (p. ex.: aplicação dos pesticidas e outros fitofármacos
nas plantações, entre outros casos a determinar).
Produção de estudos para análise dos efeitos dos pesticidas sobre a dinâmica
populacional de espécies de aves endémicas (Ver Tab. 9 em anexo).
No plano Regional
No plano regional, STP aasinou vários acordo e tratados regionais nomeadamente :
- Conferência sobre oe Ecossistemas florestais densos e Húmidos de África Central
(CEFDHAC);
- Organização África da Madeira (OAB);
- Rede das Áreas Protegidas de África Central (RAPAC);
- Rede dos Jardins Botânicos de África Central (CABGAN)
- Programa Regional de África Central para a Natureza (CARPE);
- Novas parcerias para o Desenvolvimento em África (NEPAD);
- Parcerias para as Florestas da Bacia do Congo (PFBC)
- Comissão das Florestas de África Central (COMIFAC).
No plano Internacional
Dentre as acções empreendidas com o apoio dos parceiros internacionais, destacam-se:
 O “Projecto de Elaboração da Política Agrária e Florestal (APOFA-GTZ) ”,
financiado pelo Estado Alemão,
 O projecto conjunto PNUD/PENUMA, relativo às “Instituições e Legislação
Ambiental em África”, financiado pelas referidas agências, o PNADD – Plano
Nacional do Ambiente para o Desenvolvimento Durável, financiado pelo PNUD –
Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento,
 O projecto “ECOFAC” – Conservação e Utilização Racional dos Ecossistemas
Florestais d’África Central, financiado pela União Europeia,
 O programa “PNAPAF” – Programa Nacional de Apoio e Promoção da Agricultura
Familiar, financiado pelo FIDA e o projecto de Luta Contra Pobreza, financiado
pelo PNUD.
71
Sobretudo para o conhecimento da Biodiversidade Nacional, a cooperação foi
preponderante
Nos últimos anos, mas concretamente, desde 1994, várias missões científicas tiveram
lugar no País nomeadamente:
 Missão sobre o Estudo dos pássaros de São Tomé e Príncipe - que culminou com a
publicação de um guia. Aos turistas e não só, este guia serve para descobrir os
pássaros das ilhas e para sensibilizar o governo central da riqueza ornitológica do
arquipélago em geral e em particular o governo autónomo par assegurar uma eficaz
protecção dos papagaios cinzentos, extremamente ameaçados nesta ilha.

Missão sobre os búzios de terra pertencentes à espécie Archachatina bicarinata

Missão ciêntífica sobre a biologia e os modos de vida do macaco Cercopithecus
mona

Missão ciêntífica que estudou as possibilidades de implementar a criação de
borboletas económicamente rentáveis na ilha de São Tomé e um manual sobre a
criação dos Lepidópteros.

Missão ciêntífica da Universidade Livre de Bruxelas (ULB) - que privilegiou a
Botânica florística. Os eixos destas pesquisas foram o estudo da flora e vegetação do
arquipélago, o estudo das orquidáceas e das plantas endémicas.
Os principais resultados destas pesquisas são:
- Uma contribuição importante ao conhecimento da flora do arquipélago;
- Várias teses e relatórios;

- Várias publicações editadas e em vias de publicação;
- Um guia de orquidáceas;
- Um Jardim Botânico instalado em Bom Sucesso, que acolhe uma colecção de
mais 1500 amostras de orquídeas e um grande número de plantas da flora local.
Missão Drosófila – A última missão levada ao cabo pelo Museu de Califórnia pôde
identificar nas duas ilhas duas novas espécies de Drosófila novas para a ciência
genética sobretudo no domínio de pesquisas no tratamento da doença de Alzheimer.

Missão de identificação de répteis, batráquios e peixes de água doce.
Durante três meses, os estudos exaustivos foram feitos por uma equipa de espertos
do Museu de Califórnia.

Missão Inventário florestal – em conclusão dos inventários já efectuados no País,
uma missão trabalhou com a Direcção de Florestas, consistindo em uma série de
recomendações pertinentes que iriam permitir a elaboração de um Plano de
Desenvolvimento Florestal nacional.
o
Formação no domínio Cybertracker para monitoragem dos ecossistemas florestais.
o
Formação no domínio de avaliação de indicadores de biodiversidade na gestão
das áreas protegidas.
72
o
Formação no domínio de procedimentos de estudos sobre os recursos fitogenéticos florestais.
CAPÍTULO IV - Conclusões e recomendações relativamente a
avaliação do estado actual da Biodiversidade em STP
5.1 EM RELAÇÃO À FLORA
Resultante dos dados obtidos dos diversos trabalhos de investigação realizadas, chegouse as seguintes conclusões:

a biodiversidade específica, genética e ecossistémica de S.Tomé e Príncipe
continuam a ser mal conhecidas e substimadas por diversos sectores (políticos,
económicos e sociais) do País, embora esforços tenham sido feitos no sentido de
inverter a situação através das leis que já foram aprovadas. Mesmo assim existem
diversas.
Ecossitemas florestais
Conclui-se que as áreas de vocação florestal permanente continuam a ser devastadas,
sendo bastante notória no País a diminuição de espécies de madeira de alto valor
comercial; por outro lado conclui-se que está em curso, um processo de erosão dos
solos.
Com a implementação da política de privatização das terras agrícolas e a entrega de
consideráveis extensões de terra aos pequenos e médios agricultores, estes utilizam as
árvores existentes nas suas parcelas como recurso financeiro imediato para a solução
dos problemas económicos, como ocorre, por exemplo, com o corte intensivo das
árvores. Este fenómeno, para além de diminuir de forma drástica as espécies florestais
de alto valor comercial, acelera a erosão dos solos aráveis por exposição aos fenómenos
atmosféricos, a destruição dos habitats de fauna e flora, a degradação das bacias
hidrográficas, a redução do regime de chuvas e a deterioração da qualidade de vida da
população rural, comprometendo desta forma as perspectivas de desenvolvimento.
Recomenda-se no entanto:
 a reforma das políticas florestais que promovam e criem oportunidades económicas
que eliminem a pressão existente nas áreas florestais, por um lado;

e por outro, programas de manejo sustentável das florestas e a subsistência baseada
em Produtos Florestais Não Lenhosos poderão permitir no futuro a sua utilização
sustentável.
73

Reforço das actividades de conservação “ex situ”, para que se reforcem acções
que possam integrar a Criação de um Arboretum e o repovoamento florestal de
áreas degradadas;

A Criação de um banco de sementes de espécies endémicas e indígenas,;

A vulgarização de técnicas apropriadas para o cultivo e utilização de plantas com
fins medicinais,

Ainvestigação acompanhada de Inventários periódicos dos danos causados à
floresta,
A informação, educação, sensibilização/ formação e na valorização dos Produtos
Florestais Não Lenhosos (PFNL),
e a reflorestação com espécies de crescimento rápido tais como Ocá (Ceiba
pentandra), Pau impé (Olea capensis), Mussinica (Prunus africana), Cata grande
(Rauvolfia macrophylla), para as construções, para energia (Carvão). Esta prática
poderá minimizar a médio e longo prazo, a pressão sobre a Amoreira (Milicia
excelsa), Cedrela (Cedrela odorata) e Gogô (Carapa procera). A reflorestação com
essas essências florestais poderá ser realizada pelos agricultores e outros membros
das comunidades envolvendo os jovens e com apoios do sector privado e do Estado.


No domínio dos Ecossistemas Costeiros e Marinhos, a vulnerabilidade e a fragilidade
das áreas costeiras impõem no primeiro lugar, patrulhamentos para a fiscalização
adequada na Zona Económica e Exclusiva (ZEE), e em segundo lugar, a fiscalização
das actividades de exploração dos recursos naturais existentes.
Ecossistemas Agro-Pastorais
Estes ecossistemas constituem um substrato, reservado para a agricultura e a pecuária,
donde uma parte importante da população obtém o seu rendimento, que se converte
assim na base fundamental de luta contra a pobreza.
As principais preocupações inerentes ao supracitado ecossistema são:
1. A tendência de introduzir espécies melhoradas (maçã da china, goiabeiras,
limoeiros, os tomateiros, os mamoeiros, a batata inglesa, as caramboleiras, as
malagueteiras-de -gabão, a banana-de-gabão, o quiabo-de-gabão,etc), em detrimento
de culturas tradicionais, o que origina uma certa erosão genética e o
desaparecimento do saber tradicional ligado a essas culturas.
2. tendência de invasão de espécies alienígenas introduzidas indirectamente com as
sementes: Leucaena leucocephala (Leucena), Mimosa polydacthyla, Mimosa pudica
(Folha malícia), Desmanthus virgatus, Adenanthera pavonina, têm impacto nos
terrenos agrícolos e nas áreas florestais. Estas plantas apesar de aumentarem o teor
em azoto no solo, crescem em detrimento das espécies nativas.
Uma nota de relevo refere-se à presença de populações de Cinchona spp (quina),
espécie introduzida nos meados do século XV para o combate do paludismo, esta
proliferando nas zonas agrícolas e florestais em diversas altitudes.
As espécies tais como, Pistia stratiotes (Alface-d’ água), Acanthus montanus (Cundumuala-vé), Tithonia diversifolia (Falso-girassol), quando crescem podem constituir
bloqueios para as sucessões vegetais e são também uma grande ameaça da perda da
biodiversidade.
74
3. o abate e a serragem de algumas espécies frutíferas nomeadamente Fruteira
(Artocarpus heterophylla), Mangueira (Mangifera indica), Coleira (Cola acuminata),
Safuzeiro (Dacryodes edulis), Izaquenteiro (Treculia africana), Iobó (Monodora
myristica), para a obtenção de madeira de segunda e terceira qualidades para a
construção pode constituir um risco na perda dos recursos genéticos, da biodiversidade
e na valorização e exploração sustentatável.
4. a implementação da agricultura convencional que usa sementes tratadas
químicamente com “Thirame” e “Malathion”, tolerantes a certos tipos de pragas e
doenças; isto constitui um handicap para a implementação da agricultura biológica
nacional.
5. a implementação de vários projectos de criação agro-pecuário são baseados na
importação de raças e espécies em detrimento da protecção e valorização das espécies
rústicas do País.
Exemplo elucidativo deste grande problema é: a introdução clandestina de espécies
avícolas vivas, pode permitir a entrada da gripe aviária pode por em risco o papel do
sector da avicultura na segurança alimentar do País (Plano de Contigência da Influenza
Aviária ).
6. o comércio ilegal de produtos da biodiversidade; esta actividae informal constitui
constitui crime ambiental. De facto espécies da fauna tais como os macacos
(Cercopithecus mona), os papagaios (Psittacus erithacus) e, por vezes, os periquitos
(Agapornis pullarius), e espécies e produtos da flora tais como as cascas, as raízes de
plantas medicinais e exemplares de orquídeas e rizomas de plantas ornamentais são
comercializados ilegalmente com fins de exportação para Portugal e outras paragens
europeias.
7. Falta de capacidade escoamento e /ou de transformação dos excedentes
agrícolas , basta falar-se da perda de frutos das carâmboleira (Averrhoa carambola) ,
mangueira (Mangifera indica), jaqueiras (Artocarpus heterophyllus), maracujá
(Passiflora quadrangularis), framboesas (Rubus rosifolius), tangerineiras (Citrus sppl),
laranjeira (Citrus auratium), goiabeiras (Psidium gujava), comochamas (Eugenia
brasiliensis), cajamangueira (Spondias cytherea) e pitangueiras (Eugenia uniflora)
durante os períodos de abundância.
Recomenda-se no entanto:
 A inventariação das espécies e raças locais,
 e capacitar o País na transformação e conservação industrial de alimentos e frutos,
 incentivos à agricultura biológica numa perspectiva ligada às novas formas de
segurança alimentar e ao associativismo entre os agricultores;
 a conservação dos recursos genéticos de sementes agro-florestais em benefício das
gerações presentes e futuras
75
5.2 EM RELAÇÃO À FAUNA
O estudos concluiu que no campo de conservação da biodiversidade faunística , é
crucial o reforço da conservação in situ e ex-situ; no campo de conservação da
utilização sustentável dos recursos biológicos é necessário valorizar mais a
biodiversidade. Que no campo da partilha justa e equitativa dos recursos biológicos, as
vantagens geradas pela utilização dos recursos. Assim na esteira dessas conclusões e
em conformidade com os quatro ecossistemas alvos desse estudo, importam que as
intervenções no âmbito das recomendações se traduzam no seguinte:
Relativamente à Conservação dos Ecossistemas Costeiro e Marinho
Concluí-se que os visíveis efeitos negativos da pressão humana têm aumentado a
vulnerabilidade e fragilidade das áreas costeiras.
E a problemática de gestão dos recursos costeiros e marinhos é uma questão que
preocupa o governo e os técnicos de uma maneira geral.
revelam-se de crucial importância , para o alcance da almejada gestão de recursos
haliêuticos do país. A boa gestão desses recursos permitirá estimar a captura óptima
para cada espécie de maneira a determinar
As acções de protecção, conservação e sensibilização sobre as tartarugas marinhas e
teve, no entanto, o seu término em 1999 pareciam ter contribuindo para a mudança de
consciência das populações quanto à necessidade de protecção das mesmas.
Por tudo isso recomenda-se:






O reforço das actividades de conservação “in situ”, que compreendam o
Ordenamento Espacial da Zona Costeira, a Gestão Sustentável dos seus
Recursos,
a Educação e a Sensibilização das populações (crianças e jovens) que residem
nas zonas costeiras no domínio de boas práticas ambientais;
O reforço das actividades de conservação “ex situ”, que compreenda
igualmente a Criação de um Parque Marinho Nacional, ao Estudos
diferenciados ao nível dos Recursos Haliêuticos costeiro e marinhos, Gestão
Sustentável da Zona Económica Exclusiva Santomense e Protecção das
Tartarugas Marinhas.
Realização de estudos de impacto ambiental (condições sin qua non) para a sua
realização dos projectos económicos tais como o de exploração de petróleo e o
de Zonas Francas
Criação de um Comité para a Protecção do Litoral;
As investigações, permitiriam determinar as relações de equilibro entre o
crescimento da população de peixes (stock) e a forte pressão do homem e a
acção dos predadores naturais de modo a optimizar bons rendimentos sem
perturbar o equilíbrio natural da população
76
Relativamente ao Ecossistema de Águas Interiores
Conclui-se que algumas actividades de carácter económico têm posto em perigo os
ecossistemas aquáticos, ameaçando de forma preocupante os recursos biológicos que se
traduzem numa rica diversidade biológica com presença considerável de endémicos.
Conclui-se também da grande carência de informações e estudos relativo as
características das espécies dos recursos biológicos Águas Interiores, o que
impossibilita que se adoptem políticas de gestão sustentável dos recursos nele
existentes.
Recomenda-se no entanto:
 O fortalecimento de acções conducentes à conservação “in situ”, que compreenda a
conservação da diversidade biológica e dos recursos biológicos das Águas
Interiores (estas acções passam pela a realização de estudos sobre a fauna ,
elaboração do plano de gestão das áreas pantanosas e;
 O fortalecimento do quadro institucional intersectorial no domínio de conservação e
gestão sustentável das Águas Interiores.
Relativamente ao Ecossistema Florestal
Conclui-se que fortes intervenções humanas têm aumentado o grau de vulnerabilidade e
fragilidade desse ecossistema, e a destruição dos habitats da fauna, a prática de caça às
espécies é feita ao longo de todo o ano sem que se respeite o período venatório das
espécies
A inexistência de estudos de investigação das espécies que pudessem reportar dados e
informações fiáveis sobre a distribuição e o efectivo de espécies de animais dos diversos
ecossistemas do país e a forte pressão exercida sobre os mesmos vem impedindo que se
possa estabelecer políticas para um gestão sustentável dos mesmos.
Recomenda-se:

O reforço das acções de conservação “in situ”;

A sensibilização das populações que residem nos arredores das Áreas Protegidas;
monitorização das acções de protecção e conservação de áreas protegidas;

A perenização de políticas coerentes e certeiras e de financiamentos para as Áreas
Protegidas;

A protecção de áreas de reprodução e de nidificação de espécies endémicas;
Relativamente ao Ecossistema Agro-pastoral.
Recomenda-se:

O fortalecimento de acções conducentes à conservação “in situ” de espécies
vegetais e animais, que integre a constituição de uma colecção nacional de espécies,
com vista à sua conservação e utilização sustentável, a preservação de forma
controlada de espécies no seu habitat natural;

o Inventário das variedades em vias de extinção;
77

a Informação, Educação e Comunicação (IEC), dirigida a quadros técnicos e
agricultores;

a criação de um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Pecuário, no domínio da
conservação da biodiversidade e da gestão sustentável dos recursos biológicos;

O reforço das acções conducentes a conservação “ex situ” de espécies vegetais e
animais pertencentes a este ecossistema, que compreenda o enriquecimento de
campos de germoplasma, pela contribuição de genes provenientes do estrangeiro e
de outras variedades locais.
Concernente à valorização da biodiversidade vegetal, recomenda-se:

Implementação de acções de luta anti-erosiva e implantação de culturas
alimentares em zonas apropriadas,

o fomento da produção biológica do cacau e de outros produtos agrícolas de
exportação, a promoção das culturas alimentares e frutícolas, com vista a garantir a
segurança alimentar,

o desenvolvimento das potencialidades existentes das plantas e animais
ornamentais, incluindo um estudo de mercado e

a criação de Centros de Pesquisa, destinados a aprofundar as investigações sobre
métodos de luta biológica contra pragas e doenças;
No que toca a valorização da biodiversidade animal, recomenda-se:

Implementação de criação de espécies animais mais comuns (suínos, bovinos,
ovinos, caprinos, aves e coelhos), o aumento do efectivo ovino, o melhor controlo
de animais para abate e a criação de unidades de transformação.
78
5.3 CONCLUSÃO FINAL
A fim de estabelecer uma perspectiva futura que defira do actual panorama dos
Ecossistemas nacionais e, estabelecer novos horizontes nos desafios em prol do
desenvolvimento durável do País, os programas de Conservação da Biodiversidade
devem assentar-se nos seguintes pilares prioritários:
 Adopção pelo governo do Plano Estratégico de Acção relativo a Biodiversidade
e dos seus componentes;
 Elaboração do Plano de Gestão dos Parques Naturais Obôs de São Tomé e do
Príncipe;
 Reforço as capacidades institucionais e humanas em particular a valorização do
género na Conservação e Uso racional dos recursos naturais e;

Reforço das Instituições na Fiscalização das actividades que ameaçam
deliberadamente o ambiente;

Envolvimento das comunidades locais em particular do Poder Local nas
políticas de gestão e conservação .

Valorização do saber popular e práticas tradicionais no uso dos recursos
naturais ( água, o solo, a fauna, a flora, etc);

Criação de um Centro de Estudo da Biodiversidade (CEB) que conte com a
contribuição de agrónomos, biólogos, ecologistas, economistas, zoólogos,
entomólogos, genetistas, silvicultores, sociólogos, veterenários, nacionais e
estrangeiros;
 e promoção do desenvolvimento económico, baseado na execução de
actividades duradouras face aos grandes desafios modernos (globalização,
mudanças climáticas, tráfico ilícito e comércio clandestino, etc), na
transparência, na justiça de modo que todos os recursos do País possam
contribuir assim na luta contra a pobreza;
 Criação de mecanismos dinâmicos de financiamento duradoiro para a
implementação dos programas de conservação dos recursos naturais e da
Biodiversidade das espécies ameaçadas .

Crição de um Centro de Informação em matéria de diversidade biológica (CIB)
Este centro funcionará para veicular as informações inerentes ao estado da
Biodiversidade, as áreas devastadas ou degradas, o número de árvores abatidas,
as alterações na composição florística e faunística das ilhas, seguimento da
qualidade da água, do solo, do ar e das emissões, etc.
Este centro deverá informar sobre os eventuais impactos ambientais.
79

Investigar as possibilidades de conservação e no reexame da utilização da variedade
genética seja das espécies já cultivadas, seja de espécies e variedades autóctones
abandonadas, e /ou novas possíveis espécies para serem introduzidas na produção
alimentar e no uso industrial.

Criar um sítio na INTERNET.
Neste sítio, existirá um banco de dados sobre a Biodiversidade, de modo que as
informações sejas de conhecimento e domínio público.

Nomeiar um ponto focal Clearing House Mecanism (CHM) para a Biosegurança
O ponto focal será o pivot entre as Convenções de Biodiversidade e o Protocolo de
Cartagena e as Instituições nacionais, regionais em matéria da Conservação da
diversidade biológica e medidas de segurança no âmbito dos OGMs.
No plano internacional
 Prosseguir os processos de adesão e ratificação às Convenções e aos acordos
multi-laterais sobre o ambiente e traduzir os compromissos em acções concretas
mediante um processo dinâmico de mobilização de recursos para efeito;
 Implementação do plano de convergência da COMIFAC;
 Implementação do Plano de acção sub-regional contra a degradação das terras e
a desertificação.
80
VI. Registo bibliográfico
1. NOVA, A. V.; (2002). ENPAB-Agricultura; Monografia sobre os Ecossistemas
Agrícolas, produzida por, no quadro do Projecto de Elaboração da Estratégia Nacional e
Plano de Acção da Biodiversidade em S.Tomé e Príncipe.
2. BONFIM, V. M. S.; (2002). ENPAB- Águas Interiores; Monografia sobre a os
Ecossistemas das Águas Interiores, produzida por, no quadro do Projecto de Elaboração
da Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade em S.Tomé e Príncipe.
3. OLIVEIRA, F. C N; (2002). ENPAB-Florestas; Monografia sobre os Ecossistemas
Florestais produzida por, no quadro do Projecto de Elaboração da Estratégia Nacional e
Plano de Acção da Biodiversidade Relatório em S.Tomé e Príncipe.
4. BANDEIRA, J. A. V. C.; (2002). ENPAB-Jurídico Institucional; Monografia sobre a
Legislação e Instituições, produzida por, no quadro do Projecto de Elaboração da
Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade em S.Tomé e Príncipe
5. TEIXEIRA, M. C. N. D’ALVA; (2002). ENPAB- Marinho e Costeiro; Monografia
sobre a os Ecossistemas Marinhos e Costeiros, produzida por, no quadro do Projecto de
Elaboração da Estratégia Nacional e Plano de Acção da Biodiversidade em S.Tomé e
Príncipe.
6. BONFIM, F. L. B.; (2002). ENPAB-Pecuária. Monografia sobre a Pecuária, produzida
por no quadro do Projecto de Elaboração da Estratégia Nacional e Plano de Acção da
Biodiversidade em S.Tomé e Príncipe.
7. SABINO, P. C.; (2002). ENPAB-Silvicultura. Monografia sobre a Silvicultura,
produzida por, no quadro do quadro do Projecto de Elaboração da Estratégia Nacional e
Plano de Acção da Biodiversidade em S.Tomé e Príncipe.
8. Ogonovszky, M. (2003). Endémisme et phytogéographie des plantes de São Tomé et
Príncipe. Travail de fin d'études présenté en vue de l'obtention du grade de Bio-Ingénier
en Agronomie Tropicale, Ecole Interfacultaire de Bio ingénieurs, Université Libre
(ULB) de Bruxelles
9. World Bank 1993. Democratic Republic of São Tomé and Principe.Country Economic
Memorandum and Key Elements
10. Environmental Strategy. Volume II. Report No. 10383-STP. Western Africa
Department. The World Bank, Washington, DC.
11. ECOFAC, Novembro 1995. Os recursos de coral em S. Tomé, um plano de acção
12. EXCELL, A.W. (1944). Catalogue of vascular plants of S. Tomé (with Principe and
Annobon). British Museum (Natural History), London. Xi + 426 pp.
13. EXCELL, A.W. (1956). Supplement to the catalogue of vascular plants of S. Tomé
(with Principe and Annobon). British Museum (Natural History), London. 58 pp.
14. FAO, 1988. National Parks planning: a manual with annotated exemples. FAO
Conservation Guide 17. Rome, 105 pp.
81
15. INTERFOREST AB, draft 1990. Study of supply and demand for primary forest
products
16. INTERFOREST AB, (1990 a). Republica Democrática de São Tomé e Príncipe- Estudo
do suprimento e demanda de produtos florestais primários. São Tomé. 42 pp. e 9 ap.
17. INTERFOREST, (1990 a). Republica Democrática de São Tomé e Príncipe –
Resultados do Inventario Florestal Nacional São Tomé. 19 p + 4 Ap.
18. JOFFROY G. (1999/2000). Etude des Plantes endémiques de Sao Tomé et Príncipe.
(Travail de fin étude)
19. JONES, P. J. BURLISON, J. P. Et TYE A., 1991. Conservação dos ecossistemas
florestais na Republica Democrática de São Tomé e Príncipe. UICN – CEE, Gland. 78
pp.
20. JONES, P. J. BURLISON, J. P. Et TYE A., (1991). Conservação dos ecossistemas
florestais na Republica Democrática de São Tomé e Príncipe. UICN – CEE, Gland. 78
pp.
21. JUSTE, B. J. (mars 1994). Etude de support à l’aménagement et la gestion de la zone
écologique, Projet ECOFAC. AGRECO-CTFT Unpubl. Gland. 67 pp.
22. JUSTE, B. J., (octobre 1994). Etudes d’appui à l’aménagement et à la gestion des zones
écologiques de Sao Tomé et Principe, 2 éme Délimitation de la zone écologique de
Principe et correction des limites de Sao Tomé, Project AGRECO-CTFT
23. LAINS e SILVA, H. (1958 b). Esboço da carta de aptidão agrícola de São Tomé e
Príncipe. Garcia de Orta 6: 61-86.
24. LAINS e SILVA, H. 1959. Nomes vulgares de algumas plantas de São Tomé e Príncipe
(com notas sobre a origem dos nomes e a utilidade das plantas).
25. LEBLANC, P. (1994). Etude touristique écologique: programme de développement du
tourisme écologique.
26. LEJOLY J. (1995). Suivi des programmes d’etude de la biodiversité vegetale dans la
zona ecológica de São Tomé, Groupement AGRECO-CTFT
27. LEJOLY J. e OLIVEIRA F. (1998). Inventário de colheitas botânicas efectuadas em
Sao Tomé e Príncipe no quadro do Programa ECOFAC
28. LEJOLY J. JOFFROY G. STEVART T. (2000). Synthése des inventaires de Botanique
Floristique effectués dans le cadre du Programme Ecofac à Sao Tome et Principe,
Groupement AGRECO. G.E.I.E.- SCETAGRI - SECA - CIRAD Foret en association
avec Faune et Flora International.
29. CARVALHO, S. e VAZ, H. Estudo de Vulnerabilidade e Adaptação às mudanças
Climáticas – Sector de Florestas e Solos, Projecto de Comunicação Nacional STP 01
/G31, Junho de 2003.
30. CARVALHO, S. VAZ, H. e OLIVEIRA, F. (Junho de 2003), Etude sur la Situation des
Ressources Génétiques Forestières de la République Démocratique de São Tomé et
Príncipe. Document de travail FGR/63F FAO, Rome, Italie
82
31. LIBERATO, M. C. And ESPIRITO SANTO, J. (1972-1982). Flora de São Tomé e
Príncipe. Jardim e Museu Agrícola do Ultramar, Lisboa
32. LOPES ROSEIRA, L. (1984). Plantas úteis da flora de São Tomé e Príncipe medicinais e industriais. 100 pp.
33. MATOS, G. C. (mai 1994). Mission d’expertise “ Biodiversité floristique et écologie” ,
rapport préliminaire, Groupement AGRECO-CTFT-STP ECOFAC
34. MENDES FERRAO, J.E. 1979). Flora de São Tomé e Príncipe “Ácidos gordos e
proteínas de algumas sementes”. Archives historiques de STP
35. MESA PNUD Capacidade 21. Plano distrital do ambiente para o desenvolvimento
durável. PDADD, versão preliminar (11/1998).
36. PNUD, 1994. Global conference on the sustainable development of small island
developing states. Final declaration. Unpl. Report, 48 pp.
37. PNUD et al., 51994). Elementos de reflexão para o desenvolvimento sustentado de São
Tomé e Príncipe
38. STEVART T. (1998). Etude sur les orchidées de São Tome et Principe: (Travail de fin
d’étude, ULB)
39. STEVART T e OLIVEIRA F. (2000). Guia das Orquídeas de São Tomé e Príncipe
40. TOELEN, P. (1995) Inventaire, biodiversité, strutcture des peuplements et biomasse
ligneuse dans Iles forets d’altitude de São Tomé ( travail de fin d’étude, ULB).
41. VAN ESSCHE, K. (1995) Mise en place de transects en vue des inventaires de
biodiversité dans la zone écologique de Sao Tomé (missions 29/03 – 04/05 et 12/07
17/08 1994).
83
VI I- ANEXOS – figuras e tabelas
Figura 8 - Isoietas da Ilha de S. Tomé
84
Figura 9 - Isoietas da Região Autónoma do Príncipe
85
Figura 10: Carta dos solos de S.Tomé e Príncipe
S. Tomé
Príncipe
Fonte: Proposta do plano de manejo do P.N. Obôs de S.Tomé e Príncipe (1999).
86
Figura 11: Mapa de ocupação de solos em S.Tomé –
localização dos principais ecossistemas florestais
Tabela 1 - Inventário das plantas endémicas de São Tomé e
Príncipe (sem as orquidáceas)
Classificação por ordem alfabética das famílias
87
OR: Ex= Exell (1973), ES=Espírito Santo, Fi= Figueiredo, IF= Inst. Floret, Li=
Liberato (1973),
SI= Silva, Wh=White, D: distribuição geográfica. E= endémica das ilhas do golfo da
Guiné, S= São Tomé, P= Príncipe, A= Anobom, B= Bioco
Família
Acanthaceae
Acanthaceae
Acanthaceae
Anisophylleaceae
Apocynaceae
Apocynaceae
Araliaceae
Asclepiadaceae
Balsaminaceae
Balsaminaceae
Balsaminaceae
Begoniaceae
Begoniaceae
Begoniaceae
Begoniaceae
Begoniaceae
Boraginaceae
Celastraceae
Commelinaceae
Cyatheaceae
Cyperaceae
Cyperaceae
Cyperaceae
Cyperaceae
Dichapetalaceae
Ericaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Nome latim
Brachystephanus occidentalis
Heteradelphia paulowilhelmia
Justicia thomensis
Anisophyllea cabole
Tabernaemontana sp. aff.
Stenosiphon
Tabernaemontana
stenosiphon
Polycias quintasii
Marsdenia exellii
Impatiens buccinalis
Impatiens manteroana
Impatiens thomensis
Begonia baccata
Begonia crateris
Begonia fusialata var.
principensis
Begonia
loranthoides subsp.
Loranthoides
Begonia molleri
Ehretia scrobiculata
Maytenus monodii Exell
Palisota pedicellata
Cyathea welwitschii
Carex leptocladus
Cyperus sylvicola
Hypolytrum grande
Mapania ferruginea
Dichapetalum bocageanum
Erica thomensis
Croton stellulifer
Discoclaoxylon occidentale
Drypetes glabra
Drypetes henriquensii
Erythrococca columnares
Erythrococca molleri
Grossera elongata
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Flacourtiaceae
Flacourtiaceae
Hernandiaceae
Leeaceae
Maesobotrya glabrata
Phyllathus physocarpus
Thecacoris mannniana
Thecacoris membranacea
Casearia mannii
Homalium henriquesii
Hernandia beninensis
Leea tinctoria
Nome vernacular
Pau caboré, cabolé
OR
Ex
Observações
Flores brancas
Arbusto, fl violetas
Ex
Ex
Ex
Ex
D
ES
ES
ES
ES
EP
ES
ESP
ES
ES
EP
ES
ES
ES
EP
ESP
ES
EP
ES
ESPA
Ex
Ex
Ex
EX,
LS
Ex
Ex
EX,
Fi
Ex, Fi
Ex, Fi
Ex, Fi
Ex
Ex, Fi
Ex
ES
ES
EP
ESP
ES
ES
ESP
ESP
ES
ES
EP
ES
EP
Espécie herbácea
Espécie herbácea
Espécie herbácea
Ex
Es,
Ex
Ex
Cata d'obô
Ex
Guêguê fasso, Vela Ex
Ex
Camarões
Ex
Ex
Ex
Fia boba vermelha Ex
Fia boba d'obo
Ex
Melambo
Urze
Cubango, Cobango
Quina nº 2
Mamon d'obô
No-no, Mamon
d'obô
Coedano nº 2
Ex
Ex
Ex
Ex
EP
EP
Pau fígado
ES
ES
ESP
Quebra machado
Ex, Fi ES
Bungá, pau candeia Ex, Fi ESB
Celé-alé, Celé-celé Ex, Fi ES
Arbusto, 3 m.
Árvore alta 15 m; latex branco
Árvore
Planta alta 1,5 m; caule
lenhoso; fl. brancas
Erva vivaz, alta 2 m; fl.
brancas
Feto arbóreo
Erva vivaz, alt 50 cm
Subarbusto; alt. 1 m
Árvore, cerca de 30 m; pouco
ramificado;
fl: elípticas
Árvore
Árvore
Árvore
Árvore
Arbusto alto 20m; fr. Vermelhoalaranjados na maturidade
Arbusto ou pequena árvore, fr.
Avermelhados na maturidade
Árvore
Pequena árvore
Árvore, S1-24
Árvore alt 10 m; fl: cremeverdes
Árvore
Arbusto 2-3 m, fr. Alaranjados
88
Lobeliaceae
Melastomataceae
Melastomataceae
Melastomataceae
Melastomataceae
Melastomataceae
Melastomataceae
Melastomataceae
Melastomataceae
Meliaceae
Moraceae
Miristicaceae
Ochnaceae
Ochnaceae
Ochnaceae
Oleaceae
Pandanaceae
Piperaceae
Podocarpaceae
Rhamnaceae
Rhizophoraceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Lobelia barnsii
Calvoa confertifolia
Calvoa crassinoda
Calvoa grandifolia
Calvoa integrifolia
Calvoa sinuata
Tristemma litorale Benth.
Subsp
biafranum
var. var.
Tristemma
mauritianum
insulare
rozeiranum
Tristemma mauritianum var.
thomense
Trichilia grandifolia
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Pavetta monticola
Psychotria guerkeana
Psychotria molleri
Pau duno
Psychotria nubicola
Psychotria principensis
Café silvestre
Psychotria thomensis
Sabicea exellii
Sabicea ingrata
Sabicea ingrata var. insularis
sp. nov.
Sabicea thomensis sp. nov.
Tarenna nitiduloides
Ficus chlamydocarpa subsp.
fernandesiana
Staudtia pterocarpa
Campylospermum vogelii
Cola de macaco
Figo obato
Pau vermelho
Pau dumo
Ouratea nutans
molleri
Rhabdophylllum arnoldianum
var.
quintasii
Jasminum
thomense
Pandanus thomensis
Peperomia thomeana
Podocarpus mannii
Lasiodiscus rozeirae
Cassipourea glomerata
Aidia quintasii
Aidia wattii
Aulacocalyx pallens subsp
pallens
Belonophora coffeoides
Bertiera pedicellata
Craterispermum montanum
Ecpoma cauliflorum
Lasianthus africanus
Mussaenda tenuiflora var.
principensis
Mussaenda tenuiflora var.
thomensis
Pauridiantha composii
Pauridiantha insularis
ES
ES
ES
Ex
ESP
ES
EP
ES
ES
ES
Ex
ES
Ex, Fi ES
ES,
ES
Fi
Ex
ESP
Ex
EP
Ex
ES
Ex
ES
Ex
ES
Ex
ES
Ex
ES
Ex
ES
Ex
ES
Ex
ES
Ex
ES
Ex
ES
Ex
ES
Ex
ESP
Ex, Fi ESPA
Ex
ES
Ex
ESP
Ex
EP
Ex
ES
Ex
ES
Ex
ES
Erva alta 2 m; fl. Violetas
reunidas em cachos
Si, Ex
Ex
Ex
Ex
Ex
Ex
EX
Ex
Ex
Arbusto de 3 m, flores brancas
Pequena árvore
Arbusto
Arbusto
Pequena árvore
Arbusto
Liana de 5 m; fl. brancas;
caulifloria, ou na axila dos
Liana
ramos
Liana
Liana
Arbusto
Ex
Pau esteira
Pinheiro de S.
Tomé
Muindo
Inhé muela
Teia-teia pequena
Macambrará
ESA
ES
ES
ES
EP
ES
ES
ES
ESA
ES
Ex, Fi ES
Erva alta 1 m; fl.
rosáceas
Liana, fl compostas, fr
castanhos
de 5 cm de diâmetro
Figueiro estrangulador,
fr 4 cm
de
diâmetro
Árvore de 10-15 m de altura, fl
inteiras
Arbusto fl. amarelas
Árvore
Liana
Árvore, fl. Longas e
seguetadas
Erva
Árvore de 30 m; fl.
masculinas verdes
Árvore
Árvore
Árvore, flores brancas
Arbusto 30 m; fl. terminais,
brancasde 6 m, fl: brancoÁrvore
esverdeadas
Subarbusto, fl: brancas.
Colhida
Príncipe a flores
550 m
Árvore,no
fl coriáceas,
de
altitude
lilazes,
Liana de flores amareladas
Liana de flores brancas
Árvore
Árvore
89
Sapindaceae
Sapotaceae
Sapotaceae
Sapotaceae
Scrophulariaceae
Theaceae
Thymelaeceae
Thymelaeceae
Ulmaceae
Urticaceae
Violaceae
Violaceae
Violaceae
Violaceae
Vitaceae
Zingiberaceae
Chytranthus mannii
Chrysophylllum calophylllum
Chrysophylllum henriquensii
Vincentella densiflora
Thunbergianthus quintasii
Balthasaria mannii
Dicranolepis thomensis
Peddiea thomensis
Celtis pratlii
Elastostema thomense
Pilea manniana
Rinorea chevalieri
Rinorea insularis
Rinorea thomensis
Cissus curvipoda
Renealmia grandifolia
Pessegueiro
Musa fria
Tchapo d'obô
Quaco branco
Tesse
Ex
Ex
Ex
Ex
Ex, Fi
Ex
Ex
Ex
Ex
Ex, Fi
Ex
Ex, Fi
Ex
Ex, Fi
Ex
Ex
ESP
EP
EP
ES
ES
ES
ES
ES
ESPA
ES
ES
ES
EP
ES
ES
ES
Arbusto de 6 m. Fl e fr na base
do
tronco; fl branco-cremes
Árvore
Árvore
Árvore
Liana, flores rosáceas
Arbusto ou pequena árvore; fl
brancas
e depois
Arbusto de
5 m. Framareladas
vermelho
acastanhadas
Árvore
Erva prostadas, flores brancas
em
capítulospequenas flores
Subarbusto,
brancas
Arbusto de 1,5 m. Frequente.
Erva rizomatosa
Fonte: Dados de Inventários ECOFAC adaptados.
90
Tabela 2:Inventário dos pteridófitos endémicos de S. Tomé e
Príncipe - Classificação por ordem alfabética das famílias
Família
Nome científico
S
P D
Aspidiaceae
Aspidiaceae
Aspleniaceae
Aspleniaceae
Aspleniaceae
Cyatheaceae
Cyatheaceae
Grammitaceae
Grammitaceae
Selaginellaceae
Selaginellaceae
Thelypteridaceae
Thelypteridaceae
Trioplophyllum principis
Trioplophyllum fraternum var. elongatum
Asplenium eurysorum
Asplenium exhaustum
Asplenium megalura var. molleri
Cyathea camerooniana var. currori
Cyathea welwitschii
Grammitis molleri
Grammitis thomensis
Selaginella mannii
Selaginella monodii
Pseudophegopteris henriquensii
Sphaerostephanos elatus
0
0
1
1
1
0
1
1
1
1
0
1
1
1
1
1
0
0
1
0
0
0
1
1
0
0
E
E
E
E
E
E
E
E
E
E
E
E
E
Fonte: Figueiredo Estrela 2002 – Pteridófitos de São Tomé e Príncipe.
91
Tabela 3: Inventário das principais Espécies Industriais de São
Tomé e Príncipe: classificação sob a ordem alfabética das
famílias
Família
Anacardiaceae
Anisophylleaceae
Arecaceae
Boraginaceae
Caesalpinacee
Caesalpinacee
Clusiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Euphorbiaceae
Fabaceae
Flacourtiaceae
Hypericaceae
Lauraceae
Meliaceae
Meliaceae
Meliaceae
Mimosaceae
Mimosaceae
Moraceae
Moraceae
Moraceae
Moraceae
Moraceae
Moraceae
Myristicaceae
Myristicaceae
Myrsinaceae
Myrtaceae
Myrtaceae
Podocarpaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rubiaceae
Rutaceae
Sapotaceae
Sapotaceae
Sapotaceae
Sapotaceae
Sterculiaceae
Ulmaceae
Ulmaceae
Ulmaceae
Nome ciêntífico
Pseudopondias microcarpa
Anisophyllea cabole
Elaeis guineensis
Cordia platythyrsa
Albizia lebbeck
Albizzia molucana
Symphonia globulifera
Bridelia stenocarpa
Cleistanthus sp.
Hevea brasiliensis
Margaritaria discoidea
Phyllanthus discoideus
Sapium ellipticum
Scytopeatalum kamerunianum
Tetrorchidium didymostemon
Uapaca guineensis
Erythrina sp.
Homalium henriquensii
Harungana madagascariensis
Cynnamomum burmanni
Carapa procera
Cedrela odorata
Trichilia grandifolia
Pentaclethra macrophylla
Pentaclethra macrophylla
Artocarpus altilis
Artocarpus heterophyllus
Artocarpus heterophyllus
Clorophora excelsa
Ficus mucuso
Milicia excelsa
Pycnanthus angolensis
Staudtia pterocarpa
Pycnanthus angolensis
Psydium guyava
Syzygium guineense
Podocarpus mannii
Canthium glabiflorum
Hymenodicton biafranum
Pauridianha floribunda
Fagara macrophylla
Gambeya africana
Gambeya albida
Mammea africana
Manikara multinervis
Theobroma cacao
Celtis mildbreadii
Celtis prantlii
Tremna orientalis
Nome vernacular
Zenzém
Pau cabore, cabolé
Palmeira
Tabaque
Acacia
Acácia
Óleo barão, pau amarelo
Muindo
Viro
Borracha
Pau-ferro
Pau-ferro
Pau-maria
Vilo branco, Viro-branco
Pau mole, Branco, Pó
Nespla
mole d'obô, mangue
Eritrina
Quebra machado
Pau sangue
Canela brava
Gôgô
Cedrela
Cacau do mato, Cola-deMuandim,
macaco Sicupira, Uba
Muandi
Fruteira
Jaqueira
Jaqueira
Amoreira
Figo ploco, Figo porco
Amoreira, molela
Pau caixão
Pau vermelho
Pau Caixão
Goiabeira
Matchanzochi
Pinheiro da terra,
Nono
Pinheiro de São Tomé,
Pau
Ofó claudina
Nicolau
Marapião
Zamumo
Untueiro
Magloso, Oba, Pau
Azeitona
mamão
Cacaueiro
Pó capiton
Quaco branco
Pau cabra
Distribuição
Floresta secundária
Floresta densa
Floresta secundária
Floresta secundária
Floresta secundária
Floresta secundária
Floresta de altitude
Floresta secundária
Floresta secundária
Floresta secundária
Floresta secundária
Floresta secundária
Floresta de altitude
Floresta de altitude
Floresta secundária
Floresta de altitude
Floresta de sombra
Floresta de altitude
Floresta secundária
Floresta secundária
Floresta de sombra
Floresta sombra
Floresta de altitude
Floresta associada aos cultivos
Floresta
agrícolasde sombra
Floresta associada aos cultivos
Floresta
agrícolosassociada aos cultivos
Floresta
agrícolosassociada aos cultivos
Floresta
agrícolossombra
Floresta secundária
Floresta associada aos cultivos
Floresta
agrícolassecundária
Floresta de altitude
Floresta secundária
Floresta secundaria
Floresta de altitude
Floresta de altitude
Floresta de altitude
Floresta de altitude
Floresta de altitude
Floresta de sombra
Floresta de altitude
Floresta secundária
Floresta secundária
Floresta secundária
Floresta de sombra
Floresta secundária
Floresta secundária
Floresta de altitude
Fonte: Dados dos Inventários ECOFAC adaptados.
92
Tabela 4:Inventário das pincipais espécies alimentares da
flora de São Tomé e Principe: classificação por ordem
alfabética dos nomes vernaculares.
NOME VULGAR
Abacate
Ananás
Bananeira
Cajamanqueira
Cajueiro
Caneleira
Caramboleira
Cebola
Coqueiro
Couve
Feijoeiro
Fruteira
Goiabeira
Grumichama
Inahme
Jaqueira
Limoeiro
Lossua
Mandioqueira
Mangueira
Maquequé
Matabala
Milho
Morango
Palmeira-de-andim
Mamoeiro
Pitangueira
Pessegueiro
Pimentão
Safuzeiro
Tomateiro
NOME CIENTÍFICO
Persea amaricana
Ananas comosus
Musa sp.
Spondias cytherea
Anacardium ocidentale
Cinnamomum zeilanicum
Averrhoa carambola
Allium cepa
Cocos nucifera
Brassica oleracea
Vicia sp.
Artocarpus altilis
Psidium guyava
Eugenia brasiliensis
Dioscorea sp.
Artocartus heterophylla
Citrus aurantium
Solanum americanum
Manihot esculentun
Mangifera indica
Solanum macrocarpum
Xanthosoma sp.
Zea maїs
Rubus rosifolius
Elaeis guineensis
Carica papaia
Eugenia uniflora
Chytranthus mannii
Capsicum frutescans
Dacryodes edulis
Licopersicum esculentun
Fonte: Dados de Inventários ECOFAC adaptados.
93
Tabela 5 – Principais Espécies Medicinais da Flora de S.Tomé e
Príncipe: classificação segundo a ordem alfabética dos nomes
vernaculares
NOMES VULGARES
Abobora
Alho
Alho d’ obô
Ananás
Arruda
Bananeira
Bengue
Cacueiro
Cajueiro
Cana Macaco
Capim- d’água
Caroceiro
Cata-grande
Cedrela
Chimon-coiá
Coedano
Coleira
Eritrineira
Fiá-alfabaca
Fiá-budo
Fiá-pleto
Fiá-salaconta
Fiá-sanzom
Figo-obata
Fissanjá
Folha ponto
Folha-da-mina
Goiabeira
Ipé
Libô muncambú
Limão
Macambrará
Maioba
Mamoeiro
Mamonó
Mangueira
Maquequé
Marapião
NOME CIENTIFICO
UTILIZAÇÃO
Dores de ouvido
Allium cepa
Diarreia
Psychotria peduncularis
Infecções
Ananas comosus
Abortos
Ruta chapelensis
Contra lombrigas
Musa paradisiaca
Diarreia
Alchornea cordifolia
Diarreia
Theobroma cacao
Paludismo
Anacadium occidentale
Diarreia
Costus giganteus
Infecções renais
Commelina difusa
Problemas nos olhos
Terminalia catappa
Diarreia
Rauvolfia dichotoma
Paludismo
Cedrela odorata
Paludismo
Lagenaria siceraria
Reumatismo
Cestrum laevigatum
Contra a sarna
Cola acuminata
Problema de olhos e ouvidos
Erytrina sp.
Contra hemorragia
Pepromia pellucida
Doenças venéreas
Elephantopus mollis
Diarreia
Datura metel
Reumatismo
Canna indica
Sarna
Momordica charantia
Afrodisíaco, Aborto
Ficus chlamydocarpa
Diarreia
Adenia cissampeloides
Massagem
Achyranthes aspera
Contra hemorragia
Bryophyllum pinnatum
Pancadas (golpes)
Psidium guajava
Diarreia
Olea capensis
Afrodisíaco
Vernonia amygdalina
Paludismo
Citrus aurantium
Paludismo
Craterispermum montanum Afrodisíaco
Cassia ocidentalis
Paludismo
Carica papaya
Afrodisíaco
Ricinus communis
Dores de ouvido
Mangifera indica
Diarreia
Solanum macrocarpum
Reumatismo
Fagara macrophylla
Dores de dente
Parte utilizada
Folhas
Infusão de folhas
Folhas
Casca e raízes
Caules
Caules, folhas
Casca
Casca
casca
Fruto
Folhas
Casca
Casca
Caules, Folhas e Flores
Casca e raízes
Folhas e flores
Folhas
Casca
Folhas
Folhas
Folhas
Raízes, cascas e folhas tenras
Casca e raízes
Folhas tenras
Frutos verdes
Casca e raízes
Casca e raízes
Frutos
Folhas
Raízes e casca
Casca
94
Matabala
Matchanzoche
Matruço
Micocó
Muandí
Mucumblí
Muindo
Mussandá
Mutopa
Nicolau
Olhadató
Palmeira-de-andim
Pau cabra
Pau-caixão
Pau-óleo
Pau-purga
Pau-quina
Pau-salá
Pau-sangue
Pau-três
Pau-três
Pimpenela
Pinincano
Selo-sum-zom-maia
Tichile-blanco
Ucuêtê
Zagrimá
Xanthosoma sagittifolium.
Syzygium guineense
Chenopodium
ambrosioides
Ocimum gratissimum
Pentaclethra macrophylla
Lannea welwitschii
Bridelia micrantha
Ficus kamerunensis
Maesa lanceolata
Pauridiantha floribunda
Centella asiatica
Elaeis guineensis
Tremna orientalis
Pycnanthus angolensis
Santiria trimera
Croton dracnopsis
Cinchona sp.
Harungana
madagascarensis
Allophyllus
africanus
Allophyllus grandifolius
Sechium edule
Leonitis nepetifolia
Erygium foetidum
Drymaria cordata
Costus giganteus
Dores de olho
Afrodísiaco
Diarreia,Massagem,
Pancada
(Golpe), Lombriga
Febres, Afrodisiaco
Reumatismo
Rins, Pancada
Massagem
Dores de olho (conjuntivite ?)
Pancada
(Golpe)
Via urinária
Anemia
Dores de ouvido
Contra Sarna
Dores de dente, Contra
hemorragia
Purgante
Purgante
Paludismo, Pancada, Aborto
Afrodísiaco
Reconstituinte
Anemia
Afrodisíaco,
Paludismo
Dores da barriga
Afrodisíaco
Diarreia
Dores de barriga
Dores de barriga
Diarreia
Reumatismo
Afrodisíaco
Folhas
Casca e raízes
Folhas, caules
Folhas
Casca
Casca, raízes, folhas tenras
Casca, raízes, folhas tenras
Folhas e cascas
Folhas e cascas
Óleo extraído das sementes
Folhas
Casca
Casca
Casca
Casca
Folhas
Casca
Casca e raízes
Casca e raízes
Frutos
Folhas e flores
Folhas, caules tenros
Folhas e caules tenros
Caule
Fonte: Dados de Inventários ECOFAC adaptados.
95
Tabela 6 – Inventário das principais espécies da Flora
orquidófila endémica de São Tomé e Príncipe: classificação
por ordem alfabética das espécies
D: Distribuição E: Endémica S: São Tomé P: Príncipe
Família
Orchidaceae
Orchidaceae
Orchidaceae
Orchidaceae
Orchidaceae
Orchidaceae
Orchidaceae
Orchidaceae
Orchidaceae
Orchidaceae
Orchidaceae
Orchidaceae
Orchidaceae
Orchidaceae
Orchidaceae
Orchidaceae
Orchidaceae
Orchidaceae
Orchidaceae
Orchidaceae
Orchidaceae
Orchidaceae
Orchidaceae
Orchidaceae
Orchidaceae
Orchidaceae
Orchidaceae
Orchidaceae
Orchidaceae
Espécie
Aerangis flexuosa
Angraecopsis dolabriformis
Angraecum astroarche
Angraecum doratophyllum
Brachycorythis basifoliatta
Bulbophyllum lizae
Bulbophyllum luciphilum
Bulbophyllum mediocre
Calanthe sylvatica var geerinckiana
Chamaeangis thomensis
Chamaeangis vagans
Cribbia pendula
Cribbia thomensis
Diaphanthe acuta
Dioaphanthe brevifolia
Diaphanthe papagayi
Liparis rosseelii
Orestias stelidostachia
Polystachya albescens s. principensis
Polystachya biteuai
Polystachya distichia
Polystachya expensa
Polystachya parviflora
Polystachya ridleyi
Polystachya setifera
Polystachya thomensis
Trydactyle sp. A
Trydactyle sp. B
Trydactyle sp. C
D
ES
ES
ES
ESP
ESP
ES
ES
ESP
ES
ES
EP
ES
ES
ES
ES
EP
ES
ESP
EP
ES
ES
ES
ES
ESA
EP
ES
ES
EP
ES
Fonte: Lejoly J. 1995- Suivi des programes d’etudu de la Biodiversite vegetale dans la zona ecologica de
Sao Tomé adaptados.
96
97
Tabela 7 – Inventário das Espécies introduzidas : classficação
por ordem alfabética das famílias
Or: Ex=Exell (1973), ES= Espirito Santo, Fi= Figuereido, IF= Instit. Forest., Li=
Liberato (1973),
Si= Silva, Wh= White (1983-84), Ecofac= espécie que ainda não tinha sido
conhecida
ST: planta presente (1) ou ausente (0) na ilha de São Tomé
P: planta presente (1) ou ausente (0) na ilha do Príncipe
D:Distribuição geografica C: cultivada
Familha
1 Acanthaceae
2 Acanthaceae
3 Agavaceae
4 Agavaceae
5 Apiaceae
6 Apiaceae
7 Amaranthaceae
8 Amaranthaceae
9 Amaryllidaceae
10 Amaryllidaceae
11 Anacardiaceae
12 Anacardiaceae
13 Anacardiaceae
14 Anacardiaceae
15 Annonaceae
16 Annonaceae
17 Annonaceae
18 Annonaceae
19 Annonaceae
20 Annonaceae
21 Annonaceae
22 Apiaceae
23 Apiaceae
24 Apocynaceae
25 Apocynaceae
26 Apocynaceae
27 Apocynaceae
28 Apocynaceae
29 Araceae
Nome latino
Grathophyllum pictum
Thunbergianthus alata
Agave sisalana
Furcraea foetida
Alium cepa
Alium sativum
Gomphrema globosa
Iresine herbstii
Crinun asiaticum
Crinun jagus
Anacardium occidentale
Mangifera indica
Spondias cytherea
Spondias mombin
Annona cherimola
Annona muricata
Annona reticulata
Annona squamosa
Annona odorata
Asimina triloba
Cananga odorata
Eryngiun foetidum
Petroselinum crispum
Catharanthus roseus
Ervatamia divaricata
Landolphia dawei
Neriun oleander
Plumeria rubra
Caladium bicolor
30 Araceae
31 Araceae
32 Araliaceae
Colocasia exculenta
Xanthosoma saittifolium
Hedera helix
Nome vernacular
Sisal
Cebola
Alho
Lírio
Lírio
Cajueiro
Mangueira
Cajamangueira
Guêgue
Crimola
Sapo sapo
Fruta conde
Fruta Pinha
Selo-sun-zon-maia
Matabala
Hera
OR
ST P D
Ex
1 1 C ornamental
Ex
1 0 C ornamental
Ex
1 0 C Industrial
Ex
1 0 C ornamental
Ex
1 0 C hortaliça
EX
1 0 C hortaliça
Ex
1 0 C ornamental
Ex
1 0 C ornamental
Ex
1 0 C ornamental
Si
1 0 C ornamental
ES
1 1 C fruto
Ex
1 1 C fruto
ES
1 1 C fruto
Ex
1 1 C fruto
ES
1 0 C fruto
ES
1 1 C fruto
ES
1 1 C fruto
Ex
1 0 C fruto
Ex
1 0 C fruto
Ex
0 1 C fruto
Ex
1 0 C industrial
Ex, ES 1 1 C aromática
Ex
1 0 C aromática
Ex
1 0 C ornamental
Ex
0 1 C ornamental
Ex
1 0 C ornamental
Ex
1 0 C ornamental
Ex
1 0 C ornamental
Ex
1 1 C ornamental
Si, Ex
SI, Ex
Si
1 1 C tubérculos
1 1 C tubérculos
1 0 C ornamental
98
33 Arecaceae
34 Arecaceae
35 Arecaceae
36 Arecaceae
37 Arecaceae
38 Arecaceae
39 Asclepiadaceae
40 Asparagaceae
41 Asteraceae
42 Asteraceae
43 Asteraceae
44 Asteraceae
45 Asteraceae
46 Asteraceae
47 Balsaminaceae
48 Basellaceae
49 Begoniaceae
50 Bignoniaceae
51 Bignoniaceae
52 Bixaceae
53 Boraginaceae
54 Brassicaceae
55 Brassicaceae
56 Brassicaceae
57 Brassicaceae
58 Brassicaceae
59 Brassicaceae
60 Brassicaceae
61 Brassicaceae
62 Bromeliaceae
63 Buxaceae
64 Caesalpinaceae
65 Caesalpinaceae
66 Caesalpinaceae
67 Caesalpinaceae
68 Caesalpinaceae
69 Caesalpinaceae
Araucaria sp.
Oreodoxa regia
Butia ereospatha
Caryota urens
Cocos nucifera
Phoenix dactylifera
Asclepia curassavica
Asparagus officinalis
Acanthospermum hispidum
Chrysanthemum indicum
Cichorium intybus
Epaltes brasiliensis
Galisonga parviflora
Zinnia peruviana
Impatiens balsamina
Basella alba
Begonia sp.
Jaracanda mimosifolia
Spathodea nilotica
Bixa orellana
Cordia gerascanthus
Brassica juncea
Capsella bursa-pastoris
Coronopus didymus
Diplotaxis tenuisiliqua
Lobularia maritma
Raphanus sativus
Rorippa indica
Rorippa nasturtium-aquaticum
Ananas comosus
Buxus sempervirens
Bauhinia purpurea
Bauhinia tomentosa
Caesalpinia pulcherrima
Cassia alata
Cassia javanica v. javanica
Cassia occidentalis
70 Caesalpinaceae
71 Caesalpinaceae
72 Caesalpinaceae
73 Caesalpinaceae
74 Caesalpinaceae
75 Caesalpinaceae
Cassia septemtrionalis
Cassia siamea
Cassia sophera
Cassia spectabilis
Ceratonia siliqua
Delonix regia
Araucaria
Palmeria-régia
Nabo-macaco
Ex
Ex
Ex
Ex
Ex
Ex, Si
1
1
1
1
1
1
1
Agriao, Fia guion
Ananas
ES, Ex
Ex
1
1
Maioba
Ex
Ex
Ex
Ex
Li
Ex
1
1
1
1
1
1
C
C
0C
0C
1C
0C
0C
0C
1C
0C
0C
0C
0C
0C
1C
0C
0C
0C
0C
C
0C
0C
0C
0C
0C
0C
0C
C
0C
1C
C
0C
0C
1C
0C
0C
1C
Ex
Ex
ES
Ex
Si
Ex
1
1
1
1
1
1
0C
0C
1C
0C
0C
0C
Coqueiro
Mosquito dia
Balsamina
Fia tataluga
Giclo, Ginclo, Urucu
Maioba beni
Alfarrobeira
Si
Si
Ex
Ex
Ex
Ex
Ex
Ex
Ex, ES
Ex
Ex
Ex
Ex
Ex
EX, Si
Ex
Ex
Ex
Ex
Si,
ES,Ex
Ex
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
ornamental
ornamental
ornamental
ornamental
industrial
ornamental
ornamental
aromática
ornamental
ornamental
ornamental
ornamental
ornamental
ornamental
ornamental
verdura
ornamental
ornamental
ornamental
ornamental
ornamental
verdura
verdura
verdura
verdura
verdura
verdura
verdura
verdura
fruto
ornamental
forageira
forageira
ornamental
ornamental
ornamental
ornamental
ornamental
ornamental
ornamental
ornamental
ornamental
ornamental
99
76 Caesalpinaceae
77 Caesalpinaceae
78 Caesalpinaceae
79 Cannabaceae
80 Cannaceae
81 Caprifoliaceae
82 Caricaceae
83 Caryophyllaceae
84 Chenopodiaceae
85 Clusiaceae
86 Clusiaceae
87 Combretaceae
88 Combretaceae
89 Commelinaceae
90 Commelinaceae
91 Convolulaceae
92 Convolulaceae
93 Convolulaceae
94 Crassulaceae
95 Cucurbitaceae
96 Cucurbitaceae
97 Cucurbitaceae
98 Cyperaceae
99 Dilleniaceae
100 Dioscoreaceae
101 Dioscoreaceae
102 Ericaceae
103 Erythroxylaceae
104 Euphorbiaceae
105 Euphorbiaceae
106 Euphorbiaceae
107 Euphorbiaceae
108 Euphorbiaceae
109 Euphorbiaceae
Haematoxylum campechianum
Peltophorum pterocarpum
Tamarindus indica
Cannabis sativa
Canna indica
Sambucus mexicana
Carica papaya
Stellaria media
Chenopodium ambrosioides
Garcinia mangostana
Platonia insignis
Quasqualis indica
Terminalia catappa
Rhoeo spathacea
Zebrina pendula
Ipomoea alba
Ipomoea hederifolia
Ipomoea setifera
Bryophyllum pinnatum
?
Curcumis sativus
Sechium edule
Cyperus luzulae
Dillenia indica
Dioscorea alata
Dioscorea cayanensis
Rhododendron mucronatum
Erythroxylllum coca
Breynia disticha v. disticha f. nivosa
Codiaeum variegatum
Croton dracnopsis
Hevea brasiliensis
Hevea guianensis
Jatropha curcas
110 Euphorbiaceae
111 Euphorbiaceae
112 Euphorbiaceae
113 Euphorbiaceae
114 Fabaceae
115 Fabaceae
116 Fabaceae
117 Fabaceae
118 Fabaceae
Jatropha multifida
Manihot esculenta
Manohot glaziovii
Ricinus communis
Arachis hypogaea
Cajanus cajan
Calapogonium mucunoides
Canavalia ensiformis
Centrosema plumieri
Tamanha
Liamba
Fia salaconta
Mamoeiro
Matluço
Mangostao
Bacuri, Bacurizeiro
Amendoeiro da India
Fia damina
latanga
Pimpinela
Inhame gudu
Inhame branco
Filanto
Pau purga
Borracha
Glon, Pau pixe,
Glom-congo
Mandioca
Ricino, Mamona
Gumba
Fezom congo
Ex
Li
ES
Ex
Ex
Ecofac
ES
Ex
ES
Ex
Si
Ex
Ex
Ex
Ex
Ex
Ex
Ex
Ex
Si
Ex
Ex
Ex
Ex
Ex
Ex
Ex
Ex
Ex, Si
Ex
Ex
Si
Ex
Ex, Si
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
ES
Ex
Ex
Si, Ex
ES
ES
Ex
Ex
Ex
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
0C
0C
1C
0C
1C
0C
1C
0C
1C
0C
0C
0C
1C
1C
1C
1C
1C
0C
1C
C
0C
0C
0C
0C
0C
1C
0C
0C
0C
0C
0C
0C
0C
0C
1C
0C
1C
1C
0C
1C
C
1 0C
1 0C
ornamental
ornamental
frutos
industrial
ornamental
ornamental
alimentar
ornamental
aromática
fruto
ornamental
ornamental
ornamental
ornamental
ornamental
ornamental
ornamental
ornamental
verdura
verdura
verdura
verdura
ornamental
frutos
tubérculos
tubérculos
ornamental
industrial
ornamental
ornamental
ornamental
industrial
industrial
industrial
folha
tubérculos
tubérculos
industrial
Industrial,
forageira
legume
legume
legume
legume
100
119 Fabaceae
120 Fabaceae
121 Fabaceae
122 Fabaceae
123 Fabaceae
124 Fabaceae
125 Fabaceae
126 Fabaceae
127 Fabaceae
128 Fabaceae
129 Fabaceae
130 Fabaceae
131 Fabaceae
132 Fabaceae
133 Fabaceae
134 Fabaceae
135 Fumariaceae
136 Hydrangeaceae
137 Iridaceae
138 Lamiaceae
139 Lamiaceae
140 Lamiaceae
141 Lamiaceae
142 Lamiaceae
143 Lamiaceae
144 Lauraceae
145 Lauraceae
146 Lauraceae
147 Lythraceae
148 Malvaceae
149 Malvaceae
Centrosema pubescens
Clitorea ternatea
Desmodium tortuosum
Erytrina droogmansiana
Erytrina poeppigiana
Erytrina umbrosa
Erytrina variegata
Erytrina velutina
Glicine wightii
Ormosia dasycarpa
Phaseolus vulgaris
Pterocarpus indicus
Pueraria phaseoloides v. javanica
Tephrosia candida
Vicia faba
Vigna unguiculata s. dekindtiana
Fumaria muralis
Hydrangea sp.
Neomarica caerulea
Mentha piperita
Mentha rotundifolia
Ocimum basilicum
Ocimum gratissimum
Salvia coccinea
Stachys arvensis
Cinnamomum burmanni
Cinnamomum canphora
Cinnamomum zeylanicum
Lawsonia inermis
Abelmoschus esculentus
Abutilon grandifolium
150 Malvaceae
151 Malvaceae
152 Malvaceae
153 Malvaceae
154 Malvaceae
155 Malvaceae
156 Malvaceae
157 Marantaceae
158 Meliaceae
159 Meliaceae
160 Meliaceae
161 Mimosaceae
Abutilon venosum
Gossypium hirsutum
Hibiscus acetosella
Hibiscus mutabilis
Hibicuscus rosa-sinensis
Hibiscus sabdariffa
Malvastrum coromandelianum
Maranta arundinacea
Cedrela odorata
Melia azedarach
Toona ciliata
Acacia farnesiana
Eritrina
Feijao
Faveira
Feijao-do-mato
Hortela, Letrao
Canela brava
Canforeira
Canela
Quiabo, Iquiabo
Algodao
Fia mussua
Cedrela
Lilas do Cabo
Pau alho
Bana muala
Ex
Ex
Ex
Ex
Li
Ex
Si, Li
Ex
Ex
Ex
Ex
Ex
Ex, LS
ES
Si
SI, Li
Ex
Ex
Ex
Si
Ex
Ex
Ex
Ex
Ex
Ex
Ex
Ex
Ex
Ex, ES
Ex
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
0C
0C
0C
0C
0C
0C
1C
0C
0C
0C
0C
0C
0C
0C
0C
0C
0C
0C
1C
C
0C
0C
0C
0C
0C
0C
0C
1C
1C
1C
0C
legume
legume
legume
ornamental
ornamental
ornamental
ornamental
ornamental
legume
legume
legume
legume
legume
ornamental
legume
legume
ornamental
ornamental
ornamental
aromática
aromática
aromática
aromática
aromática
aromática
aromática
aromática
aromática
ornamental
verdura
verdura
Ex
Ex, Si
1 0C
1 0C
C
1 1C
1 1C
1 0C
1 1C
1 1C
1 0C
1 1C
1 0C
1 0C
verdura
verdura
verdura
ornamental
ornamental
ornamental
ornamental
ornamental
industrial
industrial
industrial
industrial
Ex
Ex
Ex
Ex
Ex
Si
Ex
ES
Ex, ES
1
1
1
1
1
1
1
1
0
1
1
101
162 Mimosaceae
163 Mimosaceae
164 Mimosaceae
165 Mimosaceae
166 Mimosaceae
167 Mimosaceae
168 Mimosaceae
169 Mimosaceae
170 Mimosaceae
171 Mimosaceae
172 Mimosaceae
173 Mimosaceae
174 Moraceae
175 Moraceae
176 Moraceae
177 Moraceae
178 Moraceae
179 Moraceae
180 Moraceae
181 Musaceae
182 Musaceae
183 Musaceae
184 Musaceae
185 Musaceae
186 Myristicacae
187 Myrtaceae
188 Myrtaceae
189 Myrtaceae
Acacia nilotica s. indica
Adenanthera pavonina
Albizia falcataria
Albizia lebbeck
Albizia procera
Desmanthus virgatus
Faidherbia albida
Inga edulis
Inga sp.
Leucaena leucocephala
Mimosa polydacthyla
Mimosa pudica v. hispida
Artocarpus altilis
Artocarpus heterophylla
Castiloa elastica
Cecropia peltata
Ficus carica
Ficus elastica
Ficus pumila
Musa paradisiaca
Musa paradisiaca v. sapietum
Musa paradisiaca v. vittata
Musa rosacea
Musa ventricosa
Myristica fragans
Eucalyptus sp.
Eugenia brasiliensis
Eugenia dombeyi
190 Myrtaceae
191 Myrtaceae
192 Myrtaceae
193 Myrtaceae
194 Myrtaceae
195 Myrtaceae
196 Nyctaginaceae
197 Nyctaginaceae
198 Nyctaginaceae
199 Oleaceae
200 Orchidaceae
202 Orchidaceae
203 Oxalidaceae
204 Oxalidaceae
205 Papaveraceae
Eugenia uniflora
Melaleuca leucadendron
Myrciaria cauliflora
Psidium guajava
Syzygium aromaticum
Sizygium jambos
Boerhavia paniculata
Bougainvellaea spectabilis
Mirabilis jalapa
Olea europaea
Vanilla crenulata
Vanilla planifolia
Averrhoa carambola
Oxalis corymbosa
Argemone mexicana
Acacia-coral
Molucana
Po fuguete
Cajaseiro, Ingaseiro
Ingazeiro
Leucena
Fissopé
Fia malicha
Fruta pao
Jaqueira
Figueira
Bana pom
Quitxiba
Eucalipto
Comoxama,
Pitangueira
Jabuticabeira
Goiabeira
Pau-jambre
Bungavila
Rosa bilança
Caramboleira
Lamera
Cundu de muala vé
Li
Ex, Si
Si
Ex
Ex
Ex, ES
Li
ES, Ex
Ex
Si
Si
ES, Li
Ex
ES
Ex
Ex
Si
Ex
Ex
ES
ES, Ex
Ex
Ex
Ex
Ex
Si
Si, Ex
Ex
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
0C
0C
0C
0C
0C
0C
0C
0C
0C
1C
1C
0C
1C
1C
1C
1C
0C
0C
0C
1C
1C
0C
0C
0C
0C
0C
0C
0C
industrial
ornamental
ornamental
ornamental
forageira
forageira
forageira
forageira
forageira
forageira
forageira
forageira
ES
Ecofac
Si
Ex
Ex
Si
Ex
Si
Ex
Ex
Ex
ES
ES,Ex
Si, Ex
ES
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
0
1
1
1
1
1C
0C
0C
1C
0C
1C
0C
1C
0C
0C
1C
1C
0C
1C
0C
fruto
fruto
fruto
fruto
fruto
fruto
ornamental
ornamental
ornamental
industrial
industrial
industrial
fruto
ornamental
ornamental
alimentar
alimentar
ornamental
ornamental
fruto
industrial
ornamental
fruto
fruto
fruto
ornamental
ornamental
fruto
ornamental
fruto
fruto
102
206 Passifloraceae
207 Passifloraceae
208 Passifloraceae
209 Plantaginaceae
210 Plumbaginac.
211 Plumbaginac.
212 Poaceae
213 Poaceae
214 Poaceae
215 Poaceae
216 Poaceae
217 Poaceae
218 Poaceae
219 Poaceae
220 Poaceae
221 Poaceae
222 Poaceae
223 Portulacaceae
224 Proteaceae
225 Punicaceae
226 Rosaceae
227 Rosaceae
228 Rosaceae
229 Rosaceae
230 Rosaceae
Passiflora edulis
Passiflora foetida
Passiflora quadrangularis
Plantago major
Plumbago auriculata
Plumbago zeilkanica
Axonopus compressus
Bambusa vulgaris
Coix lacryma-jobi
Cymbopogon citratus
Hordeum vulgare
Oryza sativa
Saccharum officinarum
Secale cereale
Sorghum drummondii
Triticum aestivum
Zea mays
Talinum triangulare
Grevillea robusta
Punica granatum
Cydonia oblonga
Eriobotrya japonica
Malus sylvestris
Prunua africana
Prunus cerasus
231 Rosaceae
232 Rosaceae
233 Rosaceae
234 Rosaceae
235 Rosaceae
236 Rosaceae
237 Rubiaceae
238 Rubiaceae
239 Rubiaceae
240 Rubiaceae
241 Rubiaceae
242 Rubiaceae
243 Rubiaceae
244 Rubiaceae
245 Rubiaceae
246 Rubiaceae
247 Rutaceae
248 Rutaceae
Prunus domestica
Prunus dulcis
Prunus persica
Rosa chinensis
Rosa laevigata
Rubus rosifolius
Cinchona ledgeriana
Cinchona pubescens
Cinchona sp.
Coffea arabica
Coffea canephora
Coffea dewevrei
Coffea liberica
Coffea racemosa
Coffea stenophylla
Ixora coccinea
Citrus aurantifolia
Citrus auratium
Maracuja-pequeno
Maracuja de mato
Maracuja-grande
Capim do Gabao
Cana-de-açucar
Milho
Bodlega glandje
Grevilia
Romanzeiro
Pommier
Mussinika
Murango
Quina
Cafezeiro arabico
Café robusta, cafeeiro
Café excelsior
Cafeeiro liberico
Cagé Inhambane
Cafeeiro
Lanza mato
Si, Ex
ES
Si
Ex
Ex
Ex
Ex
Ex
Ex
Ex, ES
Ex
Ex
Si, Ex
Ex
Ex
Ex
Ex, Si
ES
Si
Si
Ex
Ex
Ex
Ex
Ex
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
0
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
0C
1C
1C
1C
0C
0C
0C
1C
0C
1C
0C
0C
1C
0C
1C
0C
1C
0C
1C
0C
0C
0C
0C
0C
0C
fruto
fruto
fruto
Ex
Ex
Ex
Ex
Ex
Si, Ex
Si, Ex
Ex
Ex
ES, Ex
Si, Ex
Si
ES, Ex
Si
ES
Ex
Ex
Ex
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
0C
0C
0C
0C
0C
1C
0C
0C
0C
1C
C
C
1C
C
0C
1C
1C
0C
fruto
fruto
fruto
ornamental
ornamental
fruto
industrial
industrial
industrial
industrial
industrial
industrial
industrial
industrial
industrial
ornamental
fruto
fruto
1
1
1
0
1
aromática
cereal
cereal
industrial
cereal
cereal
cereal
cereal
verdura
ornamental
fruto
fruto
fruto
fruto
industrial
fruto
103
249 Rutaceae
250 Rutaceae
251 Rutaceae
252 Rutaceae
253 Rutaceae
254 Scrophulariac.
255 Simaroubaceae
256 Solanaceae
257 Solanaceae
258 Solanaceae
259 Solanaceae
260 Solanaceae
261 Solanaceae
262 Solanaceae
263 Solanaceae
264 Solanaceae
265 Solanaceae
266 Solanaceae
267 Solanaceae
268 Solanaceae
269 Solanaceae
270 Sterculiaceae
Citrus maxima
Citrus reticulata
Citrus sp.
Citrus sp.
Ruta chapelensis
Russelia equisetiformis
Quassia amara
Browalia americana
Brunfelsia uniflora
Capsicum frutescens
Cestrum laevigatum v. puberulum
Cyphomandra betacea
Datura candida
Datura metel
Lycopersicum esculentum v.cerasiforme
Nicandra physaloides
Nicotina tabacum
Physalis angulata
Solanum melongena
Solanum tuberosum
Solanum wrightii
Theobroma cacao
271 Theaceae
272 Theaceae
273 Urticaceae
274 Verbenaceae
275 Verbenaceae
276 Verbenaceae
277 Verbenaceae
278 Verbenaceae
279 Vitaceae
280 Zingiberaceae
281 Zingiberaceae
282 Zingiberaceae
283 Zingiberaceae
284 Zingiberaceae
Camelia japonica
Camelia sinensis
Boehmeria nivea
Clerodendrum japonicum
Clerodendrum speciossimum
Duranta repens
Lantana camara
Priva lappulacea
Vitis vinifera
Curcuma dopmestica
Elettaria repens
Hedychium coronarium
Zerumbet speciosum
Zingiber officinale
pamplemousse
mandarine
Lanza mucambu
Limoeiro bravo
Lurda
Manaca
Malagueta-tuatua
Pau fede, Coedano
Tomate-do-mato
Fia pleto
Pupupléla
Tabaco
Cacueiro
Pau cha
Rami
Micoco-campo
Videira
Açafrao da India
Gigimple
Ex
Ex
Ex
Ex, Si
Ex
Ex
Ex
Ex
Si, ES
Si, ES
Si
Ex
ES
Ex
ES
Si, Ex
Ex
Ex
Ex
Ecofac
ES
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
0C
0C
C
C
0C
1C
0C
0C
0C
1C
1C
0C
0C
0C
1C
1C
0C
1C
0C
0C
0C
1C
fruto
fruto
fruto
fruto
folha
folha
folha
folha
folha
folha
folha
verdura
ornamental
industrial
fruto
fruto
industrial
fruto
verdura
raíz
ornamental
industrial
Ex
Si
Si
Ex
Ex
Ex
ES
Ecofac
Si, Ex
Ex
Ex
Ex
Ex
ES
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
0
1
1
0C
0C
0C
0C
0C
0C
0C
0C
0C
1C
0C
1C
0C
1C
industrial
industrial
industrial
ornamental
ornamental
ornamental
ornamental
industrial
aromática
aromática
aromática
aromática
aromática
Fonte: Lejoly J. 1995- Suivi des programes d’etudu de la Biodiversite vegetale dans la zona ecologica de
Sao Tomé adaptados.
104
Tabela 8 - Inventário das principais Espécies Ornamentais
existentes em S. Tomé e Principe: classificação por ordem
alfabética das famílias.
Família
Nome científico
Nome vernacular
Acanthaceae
Araceae
Balsaminaceae
Begoniaceae
Begoniaceae
Cyatheaceae
Cyatheaceae
Dracaenaceae
Dracaenaceae
Dracaenaceae
Ericaceae
Malvaceae
Maranthaceae
Melastomataceae
Melastomataceae
Musaceae
Nyctaginaceae
Orchidaceae
Orquidaceae
Orquidaceae
Orquidaceae
Orquidaceae
Orquidaceae
Orquidaceae
Pandanaceae
Rosaceae
Scrophulariaceae
Zingiberaceae
Zingiberaceae
Zingiberaceae
Heteradelphia paulowihelmia
Anthurium andreanum
Impatiens buccinalis
Begonia baccata
Begónia subalpestris
Cyathea mannii
Cyathea welwistchii
Dracaena arborea
Dracaena laurentii
Dracaena trisfasciata
Phillipia thomensis
Hibiscus rosa-sinensis
Iresini herbstii
Calvoa grandifolia
Tristemma mauritianum
Heliconia rostrata
Mirabilis jalapa
Cyrtorchis henriquensiana
Calanthe sylvatica
Phaius mannii
Maniella gustavii
Nervilia bicarinata
Solenangis clavata
Bulbophyllum
Pandanus thomensis
Rosa sp.
Thunbergianthus quintasii
Renealmia grandiflora
Nicolaia elatior
Hedychium coronarium
Heteradelfia
Antúrio
Camarões
Begónia, Folha-boba
Begónia-gigante
Feto gigante
Feto gigante
Pau-sabão
Língua-de-sogra
Língua-de-sogra
Erica
Hibisco
Coração-magoado
Calvoa
Tristema
Bico-de-papagaio
Losa-bilança
Fia-língua-de-vaca
Calante
Pau-esteira
Roseira
Musa-fria
Renealmia
Rosa-porcelana
105
Tabela 9 - Inventário das principais Aves Endémicas do
Arquipélago Santomense
NOME VULGAR
SÃO TOMÉ
Kitoli
Enjoló
Olho-grosso
Camussela
Selele-mangotchi
Papafigo
Sêlele
Tchin-tchin-xolo
Truquí
Tomé-gága
Cessa
Pombo-do-mato
PRÍNCIPE
Tordo
Estorninho
Merlo
Chibi
Tchiliquito
Tchili-tchili
Chibi-fixa
Rabo-de-peixe
Rola
Chota café
NOME CIENTIFICO
Otus hartlaubi
Neospiza concolor
Speirops lugubris
Ploceus grandis
Dreptes thomensis
Oriolus crassirostris
Nesctarinia newtonii
Thomasophantes sanctithomae
Prinia molleri
Terpsiphone atrochalybeia
Treron sanctithomae
Columba thomensis
Turdus olivaceofuscus
Lamprotornis ornatus
Ploceus princeps
Nectarinia hartaubii
Speirops leucophaeus
Zosterops ficedulinus
Horizorhinus dohrni
Dicrurus modestus
Columba malherbii
Serinus rufrobrunneus
106
Tabela 10 - Inventário das espécies da fauna ameaçada em
S.Tomé e Príncipe
Fonte: Lista vermelha dos Animais ameaçados de STP
Nome ciêntífico
Classe
Ordem
Gastropoda
Répteis
Répteis
Répteis
Aves
Dermochelys
Répteis
coriacea sp.
Globanus
Insecta
Neospiza concolor
Aves
Poliospiza
Aves
rufobrunnea
fradei
Coeliades
bocagii
Insecta
Lanius newtoni
Aves
Trithemis nigra
Insecta
Epamera bellina
Insecta
maris
Leptotes terrenus
Insecta
Chilades
Insecta
sanctithomae
Tadarides
tomensis Mamífero
Amaurocichla
Aves
bocagii
Nectarinia thomensis Aves
Neritina manoeli
Gastropoda
Charaxes defulvata Insecta
Pseudacrea gamae Insecta
Oriolus crassirostris Aves
Graphium leonidas
Insecta
thomasius
Graphium leonidas
Insecta
santamarthaemadeira Aves
Pterodroma
(endêmica
das ilhas Aves
Psittacus erithacus
Tinhosas)
Myonycteris
brachycephala
Teinostoma
Gastropoda
fernandesi
Teinostoma
Gastropoda
funiculatum
Crocidura thomensis Mamífero
Crocidura poensis
Mamífero
Otus hartlaubi
Aves
Sula leucogaster
Aves
(Tinhosas) bocagei
Bostrychia
Aves
Bostrychia olivacea Aves
Speirops
Aves
leucophoeus
Zosterops
ficedulinus Aves
ficedulinus
Zosterops ficedulinus Aves
feae
Paradxa thomensis
Chelonia mydas
Eretmochelys
imbricata
Lepydochelys
olivacea
Columba thomensis
Neogastropoda
Testudines
Testudines
Testudines
Columbiformes
Testudines
Lepidoptera
Passeriformes
Odonata
Chiroptera
Archaeogastropoda
Procellariformes
Psittaciformes
Archaeogastropoda
Archaeogastropoda
Insectivora
Insectivora
Strigiformes
Pelecaniformes
Ciconiformes
Ciconiformes
Familia
Buccinidae
Cheloniidae
Cheloniidae
Cheloniidae
Columbiidae
Dermochelyidae
Diplopoda
Fringilidae
Fringilidae
Hesperiidae
Laniidae
Libellulidae
Lycaenidae
Lycaenidae
Lycaenidae
Molossidae
Muscicapidae
Nectariniidae
Neretidae
Nymphalidae
Nymphalidae
Oriolidae
Papilionidae
Papilionidae
Procellaridae
Psittacidae
Pteropodidae
Skeneidae
Skeneidae
Soricidae
Soricidae
Strigidae
Sulidae
Threskiornithidae
Threskiornithidae
Zosteropidae
Zosteropidae
Zosteropidae
Nome vulgar
Grau de
ameaça
Molusco
Tartaruga Ambo
Tartaruga Sarda
Tartaruga Bastarda
Pombo de Mato
Tartaruga Ambulancia
Milipeias
Pardal de S.Tomé
Chota-café (Ilhéu de Boné
de Joquei) de S.Tomé
Borboletas
Picanço
Libelinha do Príncipe
V
E
E
E
V
E
K
E
E
V
E
I
EX
I
I
I
V
R
E
EX
I
R
E
E
E
V
V
V
V
K
K
R
E
E
E
R
E
R
Morcego
Selele – mangotchi de
S.Tomé de água doce do
Molusco
Príncipe
Papafigo
Papagaio
Guémbu
Molusco marinho de
Príncipe
Molusco marinho de
Príncipe
Musaranho
Musaranho
Kitoli
Pato Marinho
Galinhola de S.Tomé
Galinhola de Príncipe
Tchiliquito de Príncipe
Tchili-tchili do Príncipe
Tchili-tchili de S.Tomé
(Ex=extinto; E= em perigo; V=vulnerável; R=Raro; I=Indeterminado K=insuficientemente
conhecido; CT=Comercialmente ameaçado)
107
Tabela 11 - Inventário das espécies da Fauna Ecossistemas
das Águas Interiores de S.Tomé e Príncipe
Classificação segundo o estatuto de espécies residentes, indígenas ou endémicas
Família
Nome Português
Nome STP
Nome Científico
**Columbidae
*Laridae
“
“
“Threskiornithidae
Accipitridae
Alcedinidae
Alcedinidae
Alcedinidae
Alcedinidae
Anatidae
Apodidae
Apodidae
Apodidae
Ardeidae
Ardeidae
Ardeidae
Ardeidae
Ardeidae
Ardeidae
Ardeidae
Ardeidae
Ardeidae
Charadriidae
Charadriidae
Ciconiidae
Columbidae
Columbidae
Cuculidae
Glareolidae
Hirudinae
Nectariniidae
Phalacrocoracidae
Phoenicopteridae
Psittacidae
Rallidae
Rallidae
Rallidae
Rallidae
Scolopacidae
Scolopacidae
Scolopacidae
Scolopacidae
Scolopacidae
Scolopacidae
Strigidae
Sylviidae
Threskiornithidae
Timaliidae
Turdidae
Codornizão-aficano
Pombo marreta
Gaivina-preta
Andorinha
Íbis-de-São Tomé
Milhafre-preto,
rabo-deGuarda-rios,
bacalhau Pica-peixinhoGuarda-rios,
de-poupa Pica-peixinhoPica-peixe-de-peito-azul
de-barriga-branca
Pica-peixe-malhado
Pato-de-carúncula, Pato-deFerreiro-espinhoso,
rabocrista
Guincho-da-Europa
espinhoso-de-São Tomé
Guincho-pequeno
Garcenho-pequeno-africano
Garça-caranguejeira, PapaGarça;
ratos Garça-boieira,
Garça-de-cabeça-negra
Carraceira
Garça-preta, Garça-ardósia
Egreta-pequena, GarçaGarça-marinha
ribeirinha
Garça-purpúrea, GarçaGarça-real,
vermelha Garça-cinzenta
Borrelho-de-coleira
Tarambola-cinzenta
Flamengo, Falso-flamingo
Pombo-de-nuca-bronzeada
Pomba-preta
Cuco-jacobino
Perdiz-do-mar, Pratincola-de-asa-preta
Beija-flor-do-Príncipe
Corvo marinho-africano
Flamingo-menor
Periquito-de-bico-vermelho
Frango-d’água
Sultana-preta,
galinhaGalinha-d’água-africana,
sultana-pequena
Galinha-d’água-pequena,
Rabilha africana
Fuselo,
Parda
Rabilha-pequena
Meio-maçarico, Coco-piloto,
Pássaro-bique-bique
Maçarico-galego
Maçarico-silvestre
Maçarico-das-rochas
Pilrito-de-rabadilha-branca
Mocho-de-São-Tomé
Íbis-do-Príncipe
Rouxinol-do-Príncipe
-
Pombo, Pombo-do-mato
Galinhola
Falcão
Conóbia, Pica-peixe
Conóbia, Pica-peixe
Chau-chau, Chó-chó
Andorinha
Andorinha
Garça
Chuchu, Tchongo,
-Tchonze
Garça
Rola, Lola
Munquê,
Muquê,
-Monquem
(Príncipe),
-Muncanha (São Tomé)
Chibi,
Chibi-barbeiro,
Pato-marinho,
Chibi-boca-longa Corvo
-marinho, Pata-de-água
Periquito
Galinha d’água
Kitoli
Truqui, Trqué, Bate-asas
Diógo, Corvão
Tchibi-fixa
Tordo
Crecopsis egregia
Columba thomensis
Chilidonias niger
Hirundo rustica
Amaurocichla bocagei
Bostrychia bocagei
Milus migrans
Alcedo cristata thomensis
Alcedo leucogaster nais
Halcyon malimbica dryas
Ceryle rudis
Sarkidiornis melanotos
Zoonavena thomensis
Apus apus
Apus affinis hannermani
Ixobrychus minutus
Ardeola ralloides
Bubulcus ibis
Butorides striatus
Egretta ardesiaca
Egretta garzetta
Egretta gularis
Ardea purpurea
Ardea cinerea
Charadrius hiaticula
Pluvialis squatarola
Mycteria ibis
Columba malherbii
Aplopelia larvata simplex,
Aplopelia jacobinus
Clamator
larvata principalis
Glareola nordmanni
Riparia cincta
Nectarinia hartlaubii
Phalacrocorax africanus
Phoeniconaias minor
Agapornis pullarius
Rallus caerulescens
Porphyrula alleni
Gallinula chloropus
Gallinula angulata
Limosa lapponica
Numenius phaeopus
Tringa ochropus
Tringa glareola
Actitis hypoleucos
Calidris ferruginea
Otus hartlaubi
Prinia molleri
Bostrychia
olivacea
Horizorhinus
rothschildi dohrni
Turdus olivaceofuscus
108
Tab 12: Inventário dos Mamíferos Terrestres em existentes S. Tomé e Príncipe
Classe
Ordem
Família
Nome ciêntífico
Nome vernacular
Mamíferos
Insectivora
Soricidae
Crocidura thomensis
Musaranho de S. Tomé
Mamíferos
Insectivora
Soricidae
Crocidura poensis
Musaranho do Príncipe
Mamíferos
Chiroptera
Molossidae
Tadarides thomensis
Morcego de S. Tomé
Mamíferos
Chiroptera
Pteropodidae
Myonycteris brachycephala
Guembú de S. Tomé
Mamíferos
Chiroptera
Vespertilionidae
Pipistrellus sp. nov.
Morcego do Príncipe
Mamíferos
Chiroptera
Eidolon helvun
Mamíferos
Chiroptera
Hipposideros ruber
Mamíferos
Hippodsiderus commersoni
Miniopterus minor
Rousettus aegyptiacus
Mamíferos
Roedores
Rattus rattus
Mamíferos
Roedores
Rattus norvegicus
Tab 13: Inventário dos Pássaros protegidos no Arquipélago santomense
Ordem
Família
Nome ciêntífico
Nome vernacular
Ciconiformes
Threskiornithidae
Ciconiformes
Threskiornithidae
Bostrychia
olivacea Galinhola ou Ibis do Príncipe
rothschildii
Bostrychia bocagei
Galinhola de S. Tomé
Columbiformes
Columbidae
Columba thomensis
Pombo do Mato (S. Tomé
Procellariformis
Procellaridae
Pterodroma madeira
Océanito de castro
Pelecaniformes
Sulidae
Sula leucogaster
Pato marinho
Psittaciformes
Psittacidae
Psittacus erithacus
Papaagio cinzento do Príncipe
Strigiformes
Strigidae
Otus hartlaubi
Kitoli de S. Tomé
Passeriformes
Laniidae
Lanius newtoni
Fiscal de s. Tomé
Passeriformes
Muscicapidae
Amaurocichla bocagei
Nasica de bocage
Passeriformes
Turdidae Turdidae
Turdus olivaceofuscus
Tordo
Passeriformes
Nectariniidae
Nectarina thomensis
Selelé-mangotchi
Passeriformes
Zosteropidae
Speirops leucophaeus
Tchliquito
Passeriformes
Zosteropidae
Passeriformes
Zosteropidae
Zosteros
ficedulinus Tchili-tchili do Príncipe
ficedulinus
Zosteros ficedulinus feae Tchili-tchili de S. Tomé
Passeriformes
Fringillidae
Neospzia concolor
Passeriformes
Fringillidae
Passeriformes
Oriolidae
Polisospzia rufobrunnea Chotacafé
fradei
(Boné
de de
Joquei)
Oriolus crassirostris
Papafigo
S. Tomé
Pardal de S. Tomé
Tab. 14 : As 3 famílias de Batráquios ou Anfíbios existentes em S. Tomé e Príncipe
Família
Géneros
Espécies
Caeciliaidae
Schistometopum
Hyperoliidae
Leptopelis
Nesionixalus
Nesionixalus
Schistometopum ephele
Schistometopum thomense
Leptopelis palmatus
Nesionixalus molleri
Nesionixalus thomensis
Nome
vernacular
cecília
cecília
raineta
raineta
raineta
ST
P
R
1
1
0
1
1
0
0
1
0
0
0
1
0
0
0
109
Ranidae
Ptychadena
Rhynobatrachus
Ptychadena newtoni
Rhynobatrachus dispar
rã
rã
1
1
0
1
0
1
Fonte: dados do ENPAB-Florestas 2002 adaptados
Tab 15: Inventário das espécies da Itiofauna do ecossistema marinho santomense
Rol dos grandes vertebrados pelágicos
N.º
1
2
3
4
1
2
3
4
5
6
7
1
2
3
4
5
6
Designação
Istioforidae (Peixe Andala)
Xipiidae (Peixe Fumo)
Scombridae (Olêdê, Judeu e Olho Grosso)
grandes tunídeos
Rol dos pequenos vertebrados pelágicos
Clupeidae (sardinhas)
Scombridae (pequenos tunídeos, fulufulu, cavala, peixe serra)
Carangidae (bonito, olho grosso, sêlêlê, corcovado, carapau, osso mole)
Mugilidae (tainhas)
Gobiidae (peixinho)
Exocetidae (voador)
Moreidae (Maxiponbo)
Rol dos Demersais ou peixe de fundo
Serranidade (cherne, badejo, bacalhau e peixe sabão)
Holocentridae (caqui)
Scianidae (corvina)
Litjanidae (vermelho fundo, vermelho terra e pargo)
Sparidae (vermelho sangue, vermelho sol, malagueta)
Moreidae (Moreia)
Obs
espécies migratórias.
Fonte: Dados adaptados do relatório ENPAB-Marinho e Costeiro .
Tab. 16 - Rol das espécies actualmente identificadas em 2006, no quadro das pesquisas efectuadas pelos cientistas
brasileiros em STP
Habitat
Demersal
Récifais
Pélagicos
Batipélagico
Total
Espécies não
comerciais
14
9
3
1
27
Espécies comerciais
Procurados
Muito procurados
41
10
34
25
18
11
12
5
105
51
Total espécies
65
68
32
18
183
Fonte: Dados adaptados do relatório ENPAB-Marinho e Costeiro 2002.
110
Tab. 17 : Inventário das espécies
artesanal em S. Tomé e Príncipe
comerciais
mais capturadas no âmbito da pesca
Nº Família
Nome científico
Nome vernacular
1
2
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
Tylsurus acus rafale
Sardinella maderensis
Prionuris biafraensis
Albula vulpes
Balistes punctatus
Ablennes hians
Bothus guibei
Branchiostegus
semifasciatus
Elagatis
bpinnulata
Trachinotus ovatus
Caranx crysos
Decapterus punctatus
Selar crumenophtalmus
Agulha quio/Zanve
Apsilus fuscus
Lutjanus fulgens
Cantherines sp.
Aluterus sp.
Mugil curema
Pseudupaeneus prayensis
Lycodontis afer
Pseudomyrophyis
ou
Echelus ( ?)decadactylus
Galeoides
Abudefduf marginatus
Peixe novo
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
ACANTHURIDAE
ALBULIDAE
BALISTIDAE
BELONIDAE
BOTHIDAE
BRANCHIOSTEGIODAE
CARANGIDAE
CARANGIDAE
CARANGIDAE
CARANGIDAE
CARANGIDAE
CARANGIDAE
CARANGIDAE
CARANGIDAE
CARANGIDAE
CARANGIDAE
CARANGIDAE
CLUPEIDAE
CLUPEIDAE
CORYPHAENIDAE
CYNOGLOSSIDAE
DACTYLOPTERIDAE
DREPANIDAE
EPHIPPIDIDAE
ECHENEIDAE
ELOPIDAE
EMMELICHTHYIDAE
EXOCETIDAE
FISTULARIDAE
GERRIDAE
GRAMMISTIDAE
HEMIRAMPHIDAE
HOLOCENTRIDAE
HOLOCENTRIDAE
HOLOCENTRIDAE
ISTIOPHORIDAE
KUHLIIDAE
HAEMULIDAE
KYPHOSIDAE
LABRIDAE
LABRIDAE
SYNODONTIDAE
LOBOTIDAE
HAEMULIDAE
LUTJANIDAE
LUTJANIDAE
MONACANTHIDAE
MONACANTHIDAE
MUGILIDAE
MULLIDAE
MURAENIDAE
OPHICHTHIDAE
POLYNEMIDAE
POMACANTHIDAE
Asno cota
Colepinha malabo
Asno
Agulha espada
Linguado
Peixe-cabra
Alada
Bebeca
Bonito
Carapau
Carapau
Cavala
Caranx hippos
Corcovado
Urapsis secunda ( ou heidi Osso mole
(?))
Blepharis
crinitus
Pata Pata
Selene dorsalis
Pata Pata
Caranx hippos
Peixe olho grosso
Sardinela aurita
Longo
Sardinella cameronensis
Coriphaena e quiselis
Colombeta
Cynoglossus senegalensis Linguado
Dactylopterus volitans
Concon
Drepane Africana
Cozinheiro
Chaetodipterus
goreensis
Cozinheiro
Remora
brachyptera
Peixe
pilota
Elops senegalensis
Colepinhâ balabo
Erythrocles monodi
Cypselurus melanurus
Fistularia petimpa
Agulha buzina
Eucinostomus
Parente
melanopterus
Rypticus
saponaceus
Peixe sabão
Hemiramphus balao
Maxipombo
Holocentrus ascencionis
Caqui
Sargocentron hastatus
Caqui (mãe)
Myripristis jacobeus
Mãe de caqui
Peixe Andala
Parakuhlia macrophtalmus Bujigo
Pomadasys peroteti
Bujigo
Kyphosus incisor
Bodianus speciosus
Bulhão
Xirichthys novacula
Trachinocephalus
myops
Lobotes
surinamensis
Pomadasys rogeri
Asno buçeta
Asno de fundo
Moreia
Moreia
Barbudo
111
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
72
73
74
75
76
77
78
79
80
81
82
83
84
85
86
87
88
89
POMACANTHIDAE
PRIACANTHIDAE
SCARIDAE
SCIAENIDAE
SCOMBRIDAE
SCOMBRIDAE
SCOMBRIDAE
SCOMBRIDAE
SCOMBRIDAE
SCOMBRIDAE
SCOMBRIDAE
SCORPAENIDAE
SCORPAENIDAE
SERRANIDAE
SERRANIDAE
SERRANIDAE
SERRANIDAE
SERRANIDAE
SERRANIDAE
SERRANIDAE
SERRANIDAE
SERRANIDAE
SPARIDAE
SPARIDAE
SPARIDAE
SPARIDAE
SPARIDAE
SPARIDAE
SPARIDAE
SPARIDAE
SPHYRAENIDAE
SPHYRAENIDAE
TETRAODONTIDAE
URANOSCOPIDAE
Holocanthus africanus
Heteropriacanthus
cruentatus
Sparisoma rubripinne
Pseudotolithus
senegalensis
Thunnus
obesus
Katsuwonus pelamis
Thunnus albacares
Auxis thazard
Euthynnus alletteratus
Acanthocybium solandri
Scomberomorus tritor
Pontinus kuhlii
Scorpaena laevis
Epinephelus aeneus
Epinephelus Sp.
Epinephelus goreensis
Cephalopholis taeniops
Anthias anthias
Cephalopholis nigri ( ?)
Epinephelus adscensionis
Paranthias furcifer
Lethrinus atlanticus
Bops boops
Pagellus belottii
Dentex congoensis
Pagrus caeruleostictus
Dentex congoensis
Dentex macrophtlmus
Sphyraena barracuda
Sphyraena sphyarena
Lagocephalus laevigatus
Uranoscopus polli
Peixe sol
Bulhão congo
Atum flogo
Atum judeo
Atum oledê
Fulu Fulu
Fulu Fulu
Peixe fumo
Peixe-serra
Canga
Come molê
Bacalhau
Badejo
Badejo branco
Bôbô quema
Capitão
Cherne
Cota uê /Cota oyo
Garoupa
Mulato/ Bala Bala
Bica
Bonga
Cachucho (vermelho)
Malagueta
Mamaminha
Pargo
Barracuda
Pescada
Coelho
Lenha (rainha)
Fonte: Dados adaptados do relatório ENPAB-Marinho e Costeiro.
Tab. 18: Inventário dos principais Crustáceos existentes em S. Tomé e Príncipe
Classes
Decápodes
Decápodes
Decápodes
Decápodes
Decápodes
Decápodes
Decápodes
Decápodes
Decápodes
?
?
?
?
?
?
?
Ordem
?
?
?
?
?
?
?
?
?
?
?
?
?
?
?
?
Nome ciêntífico
Penaeus sp.
Metapenaeus sp.
Parapenaeus sp.
Palinurus sp.
Callinectes sp.
Geryon maritae-santola?
Paramola cuvieri-aranha
Scyllarides herklatail
Nephrops sp.
Macrobrachium zariquieyi
Macrobrachium raridens
Atya intermédia
Atya scabra
Sicydium bustamantei
Cardisoma amatum
Cambarus?
Nome vernacular
camarões
camarões
camarões
Lagostas
Lagostas
Santola
Caranqueijos
Cigarras
Lagostins
Camarão-branco
ES
Camarão-branco
?
?
Camarão-de-água-doce
Caranguejo
?
EP
112
Fonte: Dados adptados do relatório ENPAB-Marinho e Costeiro 2002.
Tab. 19: Inventário dos principais Moluscos de S. Tomé e Príncipe
Classes
Gasterópodes
Pelecípodes
Pelecípodes
Pelecípodes
Pelecípodes
Cefalópodes
Cefalópodes
Cefalópodes
Cefalópodes
Gasterópodes
Gasterópodes
Gasterópodes
Gasterópodes
Gasterópodes
Gasterópodes
?
Gasterópodes
Gasterópodes
Gasterópodes
Gasterópodes
Gasterópodes
Gasterópodes
Gasterópodes
Gasterópodes
Gasterópodes
Gasterópodes
Gasterópodes
Gasterópodes
Gasterópodes
Gasterópodes
Gasterópodes
Gasterópodes
Gasterópodes
Gasterópodes
Gasterópodes
Gasterópodes
Gasterópodes
Gasterópodes
?
?
Ordem
Família
Nome ciêntífico
Nome vernacular
Buccinidae
Veneridae
Búzio-do-mar
Ameijoa
Ostra
Ostra
Canivete
Polvo
Choco
Lula
Calamares
Caramuso
Molusco de Água doce
Molusco marinho (P)
Neogasteropoda
Neogasteropoda
Octopodes ?
Decapodes?
Decapodes?
Decapodes?
Neretidae
Neretidae
Skenediae
Skenediae
Buccinidade
Buccinidade
?
Marginellidae
Marginellidae
Buccinum sp.
Vénus spp.
Ostrea spp.
Crassostrea
Lithodomus
Octupus sp.
Sepia sp.
Ommastrephes sp.
Ommastrephes sp.
Neretina afra
Neretina manoeli
Teinostoma fernandense
Teinostoma funiculatum
Paradoxa thomensis
Paradoxa confirmata
Tropidorissola
Marginella melvilli
Marginella liparozona
Neogasteropoda
Neogasteropoda
Neogasteropoda
Neogasteropoda
Neogasteropoda
Neogasteropoda
Neogasteropoda
Neogasteropoda
Neogasteropoda
Neogasteropoda
Neogasteropoda
Neogasteropoda
Neogasteropoda
Neogasteropoda
Neogasteropoda
Neogasteropoda
Neogasteropoda
Stylommatophora
Stylommatophora
Stylommatophora
Stylommatophora
?
?
Marginellidae
Marginellidae
Marginellidae
Marginellidae
Marginellidae
Marginellidae
Marginellidae
Marginellidae
Marginellidae
Muricidae
Muricidae
Muricidae
Muricidae
Turridae
Turridae
Turridae
Turridae
Thrrophorellidae
Coeliaxidae
Coeliaxidae
Achatinidae
?
?
Marginella charlmersi
Marginella gemma
Volvarina insulana
Granulina parilis
Cysticus gutta
Cysticus josephyinae
Gibberula modica
Gibberula cucullata
Gibberula puntilun
Muricopsis mariangelae
Muricopsis mariangelae
Muricopsis matilae
Muricopsis principensis
Scaevatula pellisserpentis
Scaevatula amancioi
Cassispira sacerdotalis
Agathothoma finalis
Thyrophorella thomensis
Pyrgina umbilicata
Thomea newtoni
Archachatina bicarinata
Bulinus forskalli
Schistosoma intercalatum
Molusco marinho (ST)
Molusco marinho (P)
Molusco marinho (STP)
Molusco marinho (STP)
Molusco marinho (STP)
Molusco marinho (P)
Molusco marinho (STP)
Molusco marinho (STP)
Molusco marinho (STP)
Molusco marinho (ST)
Molusco marinho (ST)
Molusco marinho (ST)
Molusco marinho (P)
Molusco marinho (STP)
Molusco marinho (P)
Molusco marinho (ST)
Molusco marinho (STP)
Molusco terrestre (ST)
Molusco terrestre (ST)
Molusco terrestre (ST)
Molusco
terrestre
?(Búzio d’Obô)
?
Ostreides
Ostreides
Mytilides
?
?
?
?
Archaeogastropoda
Archaeogastropoda
Archaeogastropoda
Archaeogastropoda
Neogasteropoda
Neogasteropoda
Molusco marinho
Molusco marinho
Molusco marinho (ST)
Molusco marinho (ST)
113
Tab. 20: Inventário das principais espécies de Tartarugas
marinhas existentes em S. Tomé e Príncipe
Principais espécies tartarugas marinhas entram na lista dos animais protegidos de São Tomé e Príncipe
Classe
Reptilis
Reptilis
Ordem
Testudines
Testudines
Família
Cheloniidae
Cheloniidae
Nome ciêntífico
Chelonias mydas
Carreta carreta
Reptilis
Reptilis
Testudines
Testudines
Cheloniidae
Cheloniidae
Lepidochelys olivacea
Dermochelys coriacea
Nome vernacular
Ambó ou mão branca
Cabeça
Grande
ou
Tartaruga Vermelha
Tartaruga bastarda, Tatô
Tartaruga Ambulância
Fonte: Dados adptados do relatório ENPAB-Marinho e Costeiro 2002.
Tab. 21: Inventário das principais espécies de Cetáceos
existentes em S. Tomé e Príncipe
Esquema 21: Lista dos Cetáceos em S.Tomé e Príncipe
Ordem
Cetáceos
Cetáceos
Cetáceos
Cetáceos
Cetáceos
Cetáceos
Cetáceos
Lista dos principais cetáceos de São Tomé e Príncipe
Família
Nome ciêntífico
Nome vernacular
Mysticetes
Balaenoptera musculus
Baleia-azul
Mysticetes
Balaenoptera borealis
Baleia azul
Mysticetes
Balaenoptera acurostrata
Baleia azul
Mysticetes
Baleia azul
Balaenoptera edeni
Mysticetes
Balaenoptera plvsalus
Baleia azul
Mysticetes
Balaenoptera nodosa
Baleia-de bossa ou corcunda
Odontocetes
Delphinus delphis
Delfim
Fonte: Dados adaptados do relatório ENPAB-Marinho e Costeiro 2002 .
114
115

Documentos relacionados