Lições do Costa Concórdia

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Lições do Costa Concórdia
seguro | sinistro
Lições do Costa Concórdia
Navio naufragou em
janeiro de 2012 e,
somente em setembro
de 2013, foi colocado
novamente na posição
vertical. Os valores
envolvidos nesta
remoção já somam
US$ 1,7 bilhão
Kelly Lubiato
N
a noite de 13 de janeiro de
2013, o navio de cruzeiro Costa
Concórdia viajava com mais de
4,2 mil pessoas a bordo quando
bateu em uma rocha, junto à ilha italiana
de Giglio. O comandante, apontado como
o responsável pelo acidente por fazer
uma manobra imprudente, é acusado de
abandonar a embarcação logo após o impacto, deixando tripulação e passageiros
para trás. Mergulhadores encontraram 30
corpos submersos e duas pessoas desaparecidas foram consideradas mortas.
No dia 17 de setembro de 2013, o navio foi finalmente endireitado, numa megaoperação que envolveu 500 engenheiros
de diversos países e muito dinheiro. Os
valores envolvidos na remoção do Costa
Concórdia, conforme os levantamentos
atuais, chegam a US$ 1,17 bi. “Se so56
mados aos US$ 500 milhões da perda
total da embarcação, é possível dizer que
o mercado segurador, como um todo, já
suporta cerca de US$ 1,7 bi neste sinistro,
que ainda não se encerrou”, contabiliza
Maria Helena Carbone, diretora de Marine
da corretora Aon.
Os números também são grandes: 500
pessoas trabalharam no projeto elaborado, envolvendo 29 países diferentes; 100
mergulhadores estavam na água todos os
dias; 55 soldadores, 24 horas por dia; 28
embarcações diversas estavam no local
apoiando a operação. “No entanto, uma
infinidade de outras pessoas envolvidas
indiretamente não pode ser mensurada
com facilidade. A verdade é que este
sinistro será, para sempre, um marco na
navegação”, enfatiza a especialista.
Já transcorreram 20 meses desde o
acidente. Na próxima primavera (Itália) o
navio será rebocado para um porto para
ser desmanchado. Assim, vários meses
ainda decorrerão, com custos que, embora
previstos, podem superar as expectativas.
Com o parbuckling concluído, os
salvors irão agora instalar flutuadores semelhantes no bordo que estava submerso,
ou seja, por boreste do navio. Estima-se
de 1 a 2 meses para esta operação. No entanto, os danos que o navio suportou pelo
período submerso podem gerar maiores
dificuldades na fixação dos flutuadores e
o prazo pode se estender além do previsto.
A imagem lateral do navio após o
parbuckling mostra que ele estava apoiado
sobre duas rochas que deixaram deformações relevantes.
De acordo com Maria Helena, não é
economicamente viável recuperar o casco