plano municipal de saneamento básico
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plano municipal de saneamento básico
MUNICÍPIO DE MAQUINÉ ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO BÁSICO MUNICÍPIO DE MAQUINÉ/RS 2013 “A natureza nunca nos engana. Somos sempre nós que nos enganamos.” Jean Jacques Rousseau Elaboração: 2 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico EQUIPE EXECUTORA EDUARDO WEGNER VARGAS Engenheiro Civil Coordenador de Equipe CREA/RS 159.984 TARCÍSIO LEÃO JAIME Advogado OAB/RS 58.274 NARA ALICE SANTOS VARGAS Administradora CRA RS-033628/O JOSÉ ANTÔNIO FERNANDES Economista CORECON 1345-5 GABRIELE RECH DOS SANTOS Arquiteta Urbanista CAU-RS A74808-0 GIOVANA DOS REIS GHIDINI Bióloga CRBio 045962-03D ELIANA PEDROSO LA ROCCA Pedagoga MEC "L" 9.852 HELOISA MARIA LUCIANO Bióloga CRBio 17.137-03D RAQUEL L. S. DOS SANTOS Engenheira Química CREA-RS 133.994 ALEXANDRO DE OLIVEIRA Gestor Ambiental Consultor 3 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico PREFEITURA MUNICIPAL DE MAQUINÉ PREFEITO – ALCIDES SCUSSEL VICE-PREFEITO – RONALDO ÉDER RECH Secretário de Planejamento – Luiz Carlos Moras Secretário de Obras, Saneamento e Transportes – Edison Malgarezi Secretário da Fazenda – Antônio Dirceu Marques Secretário de Agricultura, Turismo e Meio Ambiente – Antonio Mariante Gomes de Almeida Secretária de Educação, Cultura e Desporto – Claudete Bassani Munari Secretária de Administração – Renata Daniana Cherutti Sant’Ana Secretária de Assistência Social – Fernanda Martins Negruni Pelisser Secretário de Saúde – Ronaldo Éder Rech EQUIPE TÉCNICA MUNICIPAL ENGª AMBIENTAL SHEILA LUIS DA SILVA ENGº CIVIL ALAIN GUILLOUX RYFF 4 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico ÍNDICE Introdução 17 Plano De Trabalho 18 1. O Que É Um Pmsb 18 2. Plano Não É Projeto 21 3. Metodologia Para O Desenvolvimento Dos Trabalhos 21 4. Produtos Esperados 22 5. R e l a t ó r i o Diagnóstico Técnico- Participativo 23 A – Caracterização Geral Do Município 24 1 - Histórico 24 2 -Localização E Distâncias 24 3 - Características Físicas 26 3.1 Geologia 26 3.1.1 Geomorfologia 28 3.1.1.1 Domínio Morfoestrutural Dos Depósitos Sedimentares 29 3.1.1.2 Região Geomorfológica Planície Costeira Interna 29 3.1.1.3 Domínio Morfoestrutural Bacias E Coberturas Sedimentares 29 3.1.1.4 Região Geomorfológica Planalto Das Araucárias 30 3.1.2 Relevo 30 3.1.3 Hidrologia 30 3.1.3.1 O Rio Maquiné 31 3.1.3.2 Sub Bacia Hidrográfica Do Rio Maquiné (Sbhrm) 32 5 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 3.1.4 Solos 33 4. Climatologia 34 4.4.1 Pluviometria 35 4.4.2. Temperatura 35 4.4.3 Umidade Relativa 35 5 – Características Bióticas 36 5.1 Vegetação 36 5.1.1. Enquadramento Fitoecológico 36 5.1.2. Levantamento Florístico 37 5.1.2.2. Floresta Ombrófila Mista 38 5.1.2.3. Área De Formação Pioneira De Influência Marinha 39 5.2 Fauna 40 6. Características Socioeconômicas 40 7. Demografia 41 8. Educação 42 9 . Transporte 43 10. Energia Elétrica 44 11 Saúde 45 12 Economia 46 B. Levantamento E Diagnóstico Da Situação Atual 47 1. Legislação E Normas Técnicas 47 Legislação Local Sobre Saneamento Básico, Saúde E Meio Ambiente 47 Normas Técnicas - Abnt 48 6 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 2.1 Estrutura Tarifária 55 2.2 Avaliação E Identificação Dos Principais Problemas Encontrados No Abastecimento De Água 56 2.3 Redes Instaladas Nas Áreas Rurais 56 3 – Situação Dos Serviços De Esgotamento Sanitário 58 3.1 Estudos Projetos E Planos 58 3.2 Descrição Do Sistema De Esgotamento Sanitário 58 3.3 Avaliação E Identificação Dos Principais Problemas Encontrados 58 4. Situação Do Serviço De Limpeza Urbana E Manejo De Resíduos Sólidos 59 4.1 Da Execução Dos Serviços 59 4.2 Tipos De Resíduos E Sistema De Coleta 59 4.3 Da Regulação E Fiscalização 63 4.3 Diagnóstico Econômico E Financeiro 64 5. Situação Dos Serviços De Manejo Das Águas Pluvias E Drenagem Urbana 64 5.1 O Município E Os Recursos Hídricos 64 5.2 Estudos, Dados, Planos E Projetos Existentes 66 5.3 Descrição Do Modelo E A Organização Jurídico-Institucional Da Gestão Da Prestação Do Serviço De Manejo Das Águas Pluviais E Drenagem Urbana 66 5.3.1 Aspectos Legais 66 5.3.2 Aspectos Administrativos Operacionais 67 5.4 Descrição Do Manejo Das Águas Pluviais E Drenagem Urbana 67 5.4.1 Diagnóstico Do Serviço De Manejo Das Águas Pluviais E Drenagem Urbana 69 C. Prognóstico E Diretrizes, Objetivos E Metas Alternativas Para Universalização, Condicionantes, 70 7 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 1 Objetivos 70 1.1 Objetivos Específicos Para Os Serviços De Abastecimento De Água 72 1.2 Objetivos Específicos Para Os Serviços De Esgotamento Sanitário 72 1.3 Objetivos Específicos Para Os Serviços De Limpeza Urbana E Manejo Dos 73 Resíduos Sólidos 1.4 Objetivos Específicos Para Os Serviços De Drenagem Urbana E Manejo De Águas 73 Pluviais 2 Projeção Das Demandas De Água 73 2.1 Dados Do Censo Do Ibge 74 2.2 Índices De Atendimento 76 2.3 Índices De Perdas 76 2.4 Consumo Per Capita 76 2.5 Coeficientes De Dia E Hora De Maior Consumo 76 2.6 Projeção Das Demandas De Reservação 77 2.7 Projeção Das Demandas De Distribuição 78 2.8 Programas, Projetos E Ações 78 2.9 Ações Frente À Emergência Ou Contigência 85 2.10 Indicadore Gerenciais 87 2.11 Possíveis Fontes De Financiamento 90 3 Prognóstico Do Sistema De Esgotamento Sanitário 91 3.1 Diretrizes 91 3.2 Objetivos E Metas 91 3.2 Índices E Parâmetros Adotados Para Projeção Das Demandas De Serviço De 92 Esgotamento Sanitário 8 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 3.2.1 Consumo “Per Capita” 92 3.2.2 Coeficientes De Dia E Hora De Maior Consumo E De Retorno De Esgoto 92 3.2.3 Índices Financeiros 93 3.2.4 Taxa De Infiltração 93 3.2.5 Extensão De Rede De Esgoto Por Ligação 93 3.3 Projeção De Demandas Do Sistema De Esgotamento Sanitário – Zona Urbana 94 3.3 Projeção Da Demanda De Vazões De Esgoto Sanitário 94 3.4 Projeção Das Demandas De Elevação, Tratamento E Destinação De Esgoto 96 Sanitário. 3.5 Projeção De Demandas Do Sistema De Esgotamento Sanitário – Zona Rural 97 3.7 Ações Frente A Emergências Ou Contingências 101 3.8 Indicadores Gerenciais 103 3.9 Possíveis Fontes De Financiamento 105 4 Prognóstico De Resíduos Sólidos De Maquiné 106 4.1 Introdução 106 4.2 Seleção De Variáveis 106 4.3 Crescimento Populacional E Taxas De Geração De Resíduos Sólidos Domiciliares 107 4.4 Resíduos Sólidos Urbanos 107 4.5 Resíduos De Serviços De Saúde 108 4.6 Resíduos Da Construção Civil 110 4.7 Resíduos Industriais 111 4.8 Resíduos Agrícolas 111 4.9 Resíduos Especiais 111 9 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 4.10 Matriz De Alternativas E Construção De Cenários Para Gestão De Resíduos 112 Sólidos 4.10.1 Objetivos 112 4.10.2 Condicionantes E Limitações 113 4.10.3 Conceitos E Etapas Do Gerenciamento De Resíduos Sólidos 113 4.10.4 Métodos De Destinação / Disposição Final De Resíduos Sólidos 114 4.10.5 Soluções Para O Gerenciamento De Resíduos Sólidos 117 4.10.6 Sistema De Cobrança Pelos Serviços Públicos De Limpeza Urbana E Manejo 127 De Resíduos Sólidos 4.10.7 Regras Para O Transporte E Gerenciamento De Resíduos Sólidos 127 4.10.8 Operacionalização Da Limpeza De Vias E Logradouros 128 4.11 Diretrizes E Estratégias Para Otimização Na Geração E Destinação De Resíduos 129 Sólidos 4.11.1 Diretrizes E Estratégias – Rsu. 129 4.11.2 Diretrizes E Estratégias – Rse. 130 4.11.3 Diretrizes E Estratégias – Rss 131 4.11.4 Diretrizes E Estratégias – Rcc/Rdc 131 4.11.5 Diretrizes E Estratégias – Rsi 132 4.11.6 Diretrizes E Estratégias Gerais 132 4.11.7 Resumo Dos Objetivos, Ações E Prazos Gerais. 133 4.12 Ações Frente A Emergências Ou Contingências 135 4.13 Indicadores Gerenciais 136 5 Prognóstico De Drenagem E Manejo De Águas Pluviais Urbanas 138 5.1 Programas, Projetos E Ações Para Drenagem Urbana 138 10 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 5.2 Indicadores Gerenciais 143 7 Considerações Finais 146 Bibliografia 147 Anexos 149 11 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico LISTA DE FIGURAS Figura 01: Fluxograma de Elaboração do PMSB Figura 02: Principais Acessos Rodoviários ao Município de Maquiné Figura 03: Geologia do Município de Maquiné-RS. Figura 04: Sub-bacia do Rio Maquiné e seus principais tributários (tracejado azul): Lajeado (1),Garapiá (2), Forqueta (3), Carvão (4), Ligeiro (5), Encantado (6), Solidão (7), Rio do Ouro (8),Pinheiro (9) e Água Parada (10) Figura 05: Consumo de energia elétrica por município Figura 06: Esquema do Poço do Morro Alto - planta baixa Figura 07: Corte do esquema do Poço Morro Alto Figura 08: Mostra detalhes do Reservatório do Morro Alto Figura 09 e 10: Mostra ao tipo de válvula e registro encontrado nos poços coletivos de Maquiné Figura 11: Mostra o ponto de coleta do poço profundo da sede Figura 12: Mostra a caixa elétrica para captação de água subterrânea Figura 13: Mostra o clorador manual existente ainda em alguns poços de abastecimento da sede Figura 14: Mostra o clorador automático já instalado Figura 15 e 16: Mostra o reservatório apoiado da sede Figura 17 mostra a localização dos poços subterrâneos cadastrados no SIAGAS-CPRM Figura 18: Gráfico dos tipos de destinação do esgotamento sanitário Figura 19 - Composição gravimétrica dos resíduos sólidos domiciliares do município de Maquiné -RS. Figura 20 - Caracterização gravimétrica dos resíduos sólidos domiciliares do município de Maquiné-RS, classificando-os em orgânicos, recicláveis e rejeito. Figura 21 - Folder de divulgação do Projeto Caminhos do Óleo da Prefeitura 12 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Municipal de Maquiné- RS. Figura 22 – Localização do Município na Bacia Hidrográfica do Tramandaí Figura 23: Mostra via não pavimentada sem estrutura de drenagem urbana Figura 24: Mostra Boca de lobo na esquina das ruas Machado de Assis e Napoleão Espínola Figura 25: Caixa de Coleta pluvial fora dos padrões ABNT Figura 26: Caixa de Coleta pluvial fora dos padrões ABNT Figura 27: Mostra o problema pela falta de sarjetas no longo das vias Figura 28: Mostra área do município de Maquiné 13 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico LISTA DE QUADROS E TABELAS Quadro 01 – Municípios limítrofes à Maquiné e localização geográfica Quadro 02 – Litologia ocorrente no município de Maquiné/RS Quadro 03 – Domínios Morfoestruturais de Maquiné Quadro 04 - População por Situação de Domicílio, Município de Maquiné (1991-2010) Quadro 05 - Variação da População por Situação de Domicílio, Município de Maquiné Quadro 06 - Instituições de Ensino no Ano de 2012 Quadro 07 - Matrículas no Ano de 2012 Quadro 08 - Docentes no Ano de 2012 Quadro 09 - Tipos de Veículos Quadro 10: Percentuais de arrecadação Quadro 11 - Categorias de Consumo Quadro 12– Tarifas Quadro 13 - Demonstração do Resultado do Exercício 2012 Quadro 14: Mostra os 14 poços cadastrados no CRPM Quadro 15 – Resumo da situação dos resíduos sólidos em Maquiné Quadro 16: Dados Censitários Quadro 17: Consumos Progressivos - Fonte Urbana L. Ambiental Quadro 18: Projeções de População e Domicílios Quadro 19: Projeções de Reservação de água Quadro 20: Projeções de extensão de rede de água Quadro 21: Objetivos, ações, meta e prazos - ÁGUA 14 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Quadro 22: Ações e custos estimados Quadro 23: Objetivos e metas para esgotamento sanitário Quadro 24: Projeções de volumes produzidos e tratamento de esgotos Quadro 25: Projeções de Rede separadora e vazões de esgotos Quadro 26: Objetivos, ações, meta e prazos – ESGOTAMENTO SANITÁRIO Quadro 27: Estimativas de custos e investimentos em serviço de esgotamento sanitário até 2033 Quadro 28: Cenários de geração futura de RSU nos horizontes temporais. Quadro 29: Cenários de geração futura de RSS nos horizontes temporais. Quadro 30: Cenários de geração futura de RCC nos horizontes temporais. Quadro 31: Diretrizes e estratégias – RSU. Quadro 32: Diretrizes e estratégias – RSE. Quadro 33: Diretrizes e estratégias – RSS. Quadro 34: Diretrizes e estratégias – RCC/RDC. Quadro 35: Diretrizes e estratégias – RSI. Quadro 36: Diretrizes e estratégias Gerais. Quadro 37: Objetivos, acçõe e prazos para gerenciamento dos resíduos sólidos Quadro 38: Ações Para o Atingimento dos Objetivos Para o Serviço de Drenagem e Manejo das Águas Pluviais Quadro 39: Estimativas de custos e investimentos em manejo da drenagem urbana Tabela 01 – Distâncias terrestres Maquiné e outros municípios Tabela 2 - Médias climáticas da estação meteorológica do município de Maquiné 15 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico DEFINIÇÕES Para os efeitos deste Plano de Saneamento, considera-se: saneamento básico: conjunto de serviços, infraestruturas e instalações operacionais de: abastecimento de água potável: constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a captação até as ligações prediais e respectivos instrumentos de medição; esgotamento sanitário: constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio ambiente; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas; drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas; universalização: ampliação progressiva do acesso de todos os domicílios ocupados ao saneamento básico; controle social: conjunto de mecanismos e procedimentos que garantem à sociedade informações, representações técnicas e participações nos processos de formulação de políticas, de planejamento e de avaliação relacionados aos serviços públicos de saneamento básico; subsídios: instrumento econômico de política social para garantir a universalização do acesso ao saneamento básico, especialmente para populações e localidades de baixa renda; 16 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico INTRODUÇÃO A motivação do presente trabalho decorre da Licitação modalidade de Tomada de Preços nº 23/2013, processada e julgada em conformidade com a Lei Federal nº 8.666/93. O processo licitatório originou o Contrato Público Administrativo entre o Município de Maquiné e a Urbana Logística Ambiental do Brasil Ltda. O contrato conferiu à empresa de consultoria a responsabilidade pela elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB, atendendo aos termos previstos pela Lei Federal nº 11.445/2007, no Decreto nº 7.217/2010 e nas especificações do Termo de Referência, adotado no Edital. O Plano Municipal de Saneamento Básico de Maquiné contemplará um horizonte de 20 anos de planejamento, sendo que a área de abrangência será todo o território do município, considerando as localidades rurais e urbanas envolvendo os sistemas de: - Abastecimento de água potável; - Esgotamento sanitário; - Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos; - Drenagem e manejo das águas pluviais urbanas. Para que os objetivos sejam atingidos de forma satisfatória é importante destacar a participação e o envolvimento da sociedade durante a construção do plano, ao longo de todo o período de elaboração do PMSB, por meio do Plano de Mobilização Social - PMS, que prevê, entre outras atividades, a realização de reuniões técnico-participativas e audiências públicas. O sucesso dependerá principalmente da capacidade executiva, da mobilização social, da existência de uma estrutura regulatória capaz de efetuar a verificação do cumprimento do PMSB e das revisões periódicas em prazos não superiores a 4 anos. Certamente, o PMSB será um valioso documento com forte compromisso social, endereçado ao saneamento básico e ao futuro do Município. 17 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico PLANO DE TRABALHO 1. O QUE É UM PMSB O setor de saneamento no Brasil esteve estagnado por décadas pela ausência de normas reguladoras, falta de diretrizes claras para a prestação dos serviços e de indicações objetivas de fontes de financiamento. O Projeto de Lei Federal que estabeleceu as diretrizes para Política Nacional de Saneamento Básico foi objeto de vários anos de debates e tramitações no Congresso Nacional, até a aprovação da Lei nº 11.445, de 05 de janeiro de 2007. Com a promulgação da Lei nº 11.445/07, essa página foi virada e se iniciou uma nova era para este setor no país. Definiu-se a nova Política Nacional de Saneamento e terminou com o vazio institucional no setor que perdurava por mais de duas décadas. O novo marco regulatório dispõe dos seguintes princípios fundamentais: Universalização do acesso ao saneamento - O serviço deverá ser efetivamente acessado e usufruído por toda sociedade, oferecendo salubridade ambiental e condições de saúde para os cidadãos. Integralidade - Visa a proporcionar à população o acesso a todos os serviços de acordo com suas necessidades. Se o serviço for necessário, ainda que o usuário assim não entenda e não possa remunerá-lo, este princípio garante que ele será colocado à disposição da população de forma efetiva ou potencial. Prestação dos serviços de forma adequada à saúde pública e à proteção do meio ambiente, à segurança da vida e do patrimônio público e privado, habilitando a cobrança de tributos - São os serviços de saneamento. Adoção de métodos, técnicas e processos que considerem as peculiaridades locais e regionais - De regra, os serviços de saneamento são executados sob a ótica do interesse local, tomando-se por referência o Município, operando-se excepcionalmente de forma regional, embora a Bacia Hidrográfica deva ser considerada como unidade de planejamento, racionalizando as relações e ações dos diversos usuários e dos atores das áreas de saneamento, recursos hídricos e preservação ambiental. Articulação com as políticas de desenvolvimento urbano e regional, de habitação, de combate à pobreza e de sua erradicação, de proteção ambiental, de promoção da saúde e outras de relevante interesse social voltadas para a melhoria da qualidade de vida, as quais o saneamento básico seja fator determinante - Reflete a necessidade de articulação entre as ações de saneamento com as diversas outras políticas públicas. Eficiência e sustentabilidade econômica - A eficiência não significa apenas prestar serviços, mas sim buscar formas de gestão dos serviços de maneira a 18 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico possibilitar a melhor aplicação dos recursos, expansão de rede e de pessoal. Utilização de tecnologias apropriadas, considerando a capacidade de pagamento dos usuários e a adoção de soluções graduais e progressivas. - A falta de condições econômicas do usuário não é fator inibidor para a adoção de melhores tecnologias, e o princípio deixa explícita a necessidade de implantação dos serviços, ainda que de forma gradual e progressiva. Transparência das ações, baseada em sistemas de informações e processos decisórios institucionalizados - O que se pretende é dar transparência às ações fundamentais e aos processos de decisão na gestão dos serviços, exigindo-se a criação de Conselhos Municipal e Estadual de Saneamento. Controle social - Por meio de tal princípio, há a possibilidade de discussões pelos representantes da sociedade, preferencialmente pelos Conselhos instituídos para esse fim, em torno das opções técnicas que poderão ser adotadas pelos gestores dos serviços de saneamento, sem a violação do princípio da discricionariedade administrativa. Segurança, qualidade e regularidade - Por segurança e qualidade, entenda- se a eficiência da prestação do serviço e o respeito à incolumidade dos consumidores; e, por regularidade, a prestação ininterrupta. Integração das infraestruturas e serviços com a gestão eficiente dos recursos hídricos A titularidade da água-bruta, matéria-prima, não se confunde com a titularidade da prestação de serviço saneamento-água, podendo ser exigida a outorga, contudo ambos deverão ter suas gestões e infraestruturas manejadas de forma integrada. Existe uma questão muito polêmica, a qual ente pertence à titularidade dos serviços de saneamento básico? Esse foi o assunto responsável pelas idas e vindas do Projeto de Lei, tendo em vista divergências quanto ao assunto. A Lei nº 11.445 de 2007 não determinou a que nível de governo pertence a titularidade dos serviços. No entanto a Constituição Federal em seu artigo 30, inciso V, dispõe de forma clara que a titularidade dos serviços pertence aos municípios, mesmo em regiões metropolitanas. “Art. 30. Compete aos Municípios”: (...) V – organizar e prestar, diretamente ou sob o regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de interesse local, incluindo o de transporte coletivo, que tem caráter essencial. Se dentro do seu território, a prestação dos serviços de saneamento básico é de competência do município, cabe ao município na qualidade de poder 19 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico concedente, estabelecer as condições em que o serviço deve ser prestado. Cabe também aos municípios a indelegável responsabilidade da elaboração dos Planos de Saneamento Básico, o instrumento legal de planejamento sob pena de tornarem inválidos os contratos que tenham por objeto a prestação dos referidos serviços. O artigo 19 da Lei nº 11.445/2007, define que os Planos de Saneamento podem ser elaborados especificamente para cada serviço prestado, desde que atendam as condições mínimas de abrangência quanto ao seu planejamento individual. Este planejamento deverá abranger no mínimo: Diagnóstico da situação atual e seus impactos; Diretrizes Objetivos e Metas (curto, médio e longo prazo); Programas, Projetos e Ações para atingir Objetivos e Metas; Ações para Emergência e Contingências; Previsão de Índices Mínimos de Desempenho; Mecanismos e Procedimentos para Avaliação Sistemática da Eficiência e ,Eficácia das Ações Programadas. O planejamento dos serviços de saneamento aparece como importante instrumento no qual deverão ser definidas todas as questões técnicas dos serviços, a forma de sua prestação, os objetivos a serem alcançados e os meios para verificar se as ações propostas estão sendo cumpridas. Essas exigências são altamente salutares e denotam a seriedade com que o legislador tratou o assunto. Dessa maneira, percebe-se que o planejamento dos serviços de saneamento assume papel relevante, com intuito de direcionar o modo como são prestados os serviços, bem como garantir a boa execução dos mesmos. 20 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 2. PLANO NÃO É PROJETO Cabe esclarecer que plano não é projeto. Plano é a idealização de soluções. Projeto é a materialização daquelas ideias com vistas a levantamento de custos, necessidades e dificuldades a serem superadas. Execução é a colocação em prática daquilo que foi idealizado e projetado. Vejamos o conceito: Plano é o que envolve a formulação sistematizada de um conjunto de decisões integrantes, expressas em objetivos e metas e que explica os meios disponíveis e/ou necessários para alcançá-los, num dado prazo. 3. METODOLOGIA TRABALHOS PARA O DESENVOLVIMENTO DOS A Proposta de Trabalho a ser adotada pela Urbana Logística Ambiental compreende a seguinte sequência de etapas/atividades de trabalhos técnicos para o desenvolvimento do PMSB: Conhecer a situação atual e os estudos e projetos porventura existentes; Avaliar a confiabilidade dos dados e informações coletadas; Conhecer sob o ponto de vista da sociedade os pontos fortes e fracos da prestação dos serviços de saneamento geral do município e específico para os bairros; Diagnosticar a situação atual dos sistemas levantados; Elaborar e obter a aprovação das diretrizes, objetivos e metas a serem observadas no plano de saneamento; Elaborar os estudos técnicos de projeção demográfica; Elaborar os estudos dos per capita dos sistemas; Elaborar o estudo de alternativas técnicas para os sistemas ao longo do tempo (imediatos, curto, médio e longo prazo); Selecionar a alternativa mais promissora para cada sistema; Elaborar os estudos técnicos de dimensionamento das principais unidades para atender as metas fixadas, em nível de detalhe que permita estimar seus custos; Efetuar as estimativas de custo das obras e programas propostos; Elaborar programação de implantação dos programas, projetos e ações em horizontes temporais (imediatos, curto, médio e longo prazo); Elaborar o Plano de Ações de Emergência e Contingência; Elaborar o sistema de informações para auxílio à tomada de decisão; Elaborar os produtos legislativos; Elaborar o sistema de informações municipais sobre saneamento. 21 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Figura 1: Fluxograma de Elaboração do PMSB 4. PRODUTOS ESPERADOS Os produtos esperados, de acordo com o especificado no Termo de Referência do Edital, durante a realização do PMSB são os apresentados a seguir: ETAPAS A SEREM ENTREGUES PELA CONTRATADA ETAPA 1 - a- Plano de Trabalho ETAPA 1 –b - Plano de Mobilização Social. ETAPA 2 - Diagnóstico da situação da prestação dos serviços de saneamento básico e seus impactos nas condições de vida e no ambiente natural, 22 caracterização institucional da prestação dos serviços e capacidade MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico econômico-financeira e de endividamento do município. ETAPA 3 - Prognósticos e alternativas para universalização dos serviços de saneamento básico. Objetivos e Metas. ETAPA 4 - Concepção dos programas, projetos e ações necessárias para atingir os objetivos e as metas do PMSB. Definição das ações para emergência e contingência para o município. ETAPA 5 - Mecanismos e procedimentos para o controle social ETAPA 6 - Relatório do Plano Municipal de Saneamento Básico 5. RELATÓRIO DIAGNÓSTICO TÉCNICO- PARTICIPATIVO O presente Relatório de Diagnóstico Técnico-Participativo está constituído pelos itens abaixo: Caracterização Geral do Município de Maquiné; O Resultado do Diagnóstico Técnico-Participativo para cada um dos 4 sistemas – Sistema de abastecimento de água, Sistema de Esgotamento Sanitário, Sistema de Manejo de Resíduos Sólidos e Sistema de Drenagem Urbana No desenvolvimento do Diagnóstico serão utilizadas as estratégias estabelecidas no Plano de Trabalho e no Plano de Mobilização Social e no que diz respeito à participação social nessa etapa dos trabalhos, pode-se destacar a execução de 2 grupos de ação: Avaliação da percepção da sociedade em relação à prestação dos serviços de saneamento, através do preenchimento de questionários específicos; Realização de reunião participativa local, nas quais a Consultoria e o Comitê irão expor os resultados obtidos e buscar as contribuições dos participantes. 23 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico A – CARACTERIZAÇÃO GERAL DO MUNICÍPIO 1 - HISTÓRICO Em meados de 1891, foi efetivada a colonização do municí pio com a chegada dos imigrantes italianos que criaram a Colônia de Marquês do Herval, hoje distrito da Barra do Ouro (o primeiro de Maquiné). Esses eram, na sua maioria, provenientes das colônias existentes em Caxias do Sul e foram atraídos por um clima mais ameno e um solo de fertilidade exuberante. Em 1895, já se bebia vinho produzido na própria região. Apesar das dificuldades, o solo fértil aliado ao trabalho árduo dos imigrantes, gerou uma produção agrícola de porte. O transporte d a p r o d u ç ã o e r a feito em balsas, descendo o Rio Maquiné até Osório e Torres. Com mulas fazia-se o intercâmbio comercial com as cidades serranas de Taquara, Caxias do Sul e com a capital, Porto Alegre. No ano de 1900 foi erguida a primeira igreja, quando a localidade integrava o Distrito de Marquês do Herval (atual Barra do Ouro). Em 1940 surge o Distrito de Maquiné, denominação mantida até hoje. Esta palavra, de origem indígena, não tem um significado consensual, visto que uns atribuem este nome as gotas d’água (referência as cascatas), outros a grande ave (em referência as águias que habitavam a região) e outros ainda ao passo do inferno (referência as travessias perigosas para as embarcações devido ao vento nordeste). Atualmente, a população de aproximadamente 6.905 habitantes (IBGE, 2013), distribuídos em uma área de 621.694 km 2, tem na atividade agrícola sua fonte primária de renda. Bienalmente é realizado no distrito de Barra do Ouro, a Festa da Polenta e do Vinho, característica festa gastronômica italiana, onde podem ser vistos e apreciados os costumes, hábitos e culinária nos três dias de evento. A primeira festa foi realizada em 1996, estando hoje prestigiada tanto pela comunidade, como pela administração municipal e pelos visitantes, em número cada vez maior (Fonte: Secretaria de Agricultura, Turismo e Meio Ambiente, Prefeitura Municipal de Maquiné, 2009). O município de Maquiné caracteriza-se por possuir uma diversidade de ambientes, com serras, coberta por mata nativa, vales e planícies e, limita-se ao Sul com Osório, a Leste com Terra de Areia e Capão da Canoa, a Oeste com Riozinho e a Norte com São Francisco de Paula. O município de Maquiné integra a Bacia Hidrográfica do Rio Tramandaí, estando 100% dentro do seu limite. 24 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 2 -LOCALIZAÇÃO E DISTÂNCIAS O município de Maquiné está localizado sob as coordenadas geográficas: Latitude Sul: -29°42'16'' e Longitude Oeste: -50°11'46'' e uma altitude de 5m. Maquiné limita-se ao norte com São Francisco de Paula, Osório (ao sul), Capão da Canoa, Itati e Terra de Areia (a leste), Riozinho e Caraá (a oeste) (Fig. 01). Quadro 01 – Municípios limítrofes à Maquiné e localização geográfica São Francisco de Paula Riozinho Maquiné Caraá Osório Itati Terra de Areia Xangri-lá Capão da Canoa As distâncias por vias terrestres entre Maquiné e outros municípios estão indicadas na tabela 01. Tabela 01 – Distâncias terrestres Maquiné e outros municípios CIDADE São Francisco de Paula Osório Capão da Canoa Terra de Areia Riozinho Rolante Sto. Antônio da Patrulha Caraá Porto Alegre Tramandaí Florianópolis Curitiba São Paulo Rio de Janeiro Brasília DISTÂNCIAS 46.9 km 23.1 km 15.6 km 16.9 km 26.4 km 37 km 34.3 km 24.8 km 106 km 34.3 km 335 km 485 km 771 km 1029 km 1567 km 25 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Figura 2: Principais Acessos Rodoviários ao Município de Maquiné – Fonte: maps.google 3 - CARACTERÍSTICAS FÍSICAS 3.1 Geologia A geologia é o estudo que busca a caracterização do globo terrestre desde o momento da formação das rochas até o presente. Um conjunto de fenômenos físicos, químicos, físicoquímicos e biológicos compõe o seu complexo histórico. (Leinz & Amaral, 2003). Do ponto de vista prático a geologia está voltada tanto a indicar os locais favoráveis que encerram depósitos minerais úteis ao homem, como também do ponto de vista social, fornecendo informações que permitam prevenir catástrofes, tanto às de causas naturais como àquelas atribuídas à ação do homem sobre o ambiente. É também empregada direta ou indiretamente nas obras de engenharia, construção de túneis, e barragens, estabilização de encostas etc. Os estudos geológicos são importantes, pois podem indicar a potencialidade mineral do município, onde ocorrem áreas impróprias para a expansão urbana, para a implantação de distritos industriais, para a disposição final de resíduos sólidos, e servem de base para estudos hidrológicos e de solos. O conhecimento dos terrenos geológicos existentes na área territorial de aproximadamente 622 km2 do município de Maquiné se fez necessário, sejam eles 26 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico aflorante ou no subsolo, para um melhor ordenamento territorial e ocupação antrópica. A caracterização geológica do município de Maquiné foi elaborada a partir da compilação de dados de mapeamentos existentes, como o Projeto RADAMBRASIL/IBGE (1986) e Plano Ambiental Municipal (2011) entre outras publicações. Como recursos auxiliares foram utilizados Cartas Topográficas da Diretoria do Serviço Geográfico do Exército – DSG de Barra do Ouro e Maquiné (Escala 1:50.000), imagens do Google Earth e aparelho GPS de mão (marca Garmin Etrex, modelo Legend C). O estado do Rio Grande do Sul é dividido em quatro grandes províncias geomorfológicas: Escudo Sul Rio-Grandense, Depressão Central, Planalto e Planície Costeira. O município de Maquiné esta inserido geograficamente no Litoral Norte do estado, fazendo parte das Províncias do Planalto e Planície Costeira do Rio Grande do Sul. Geologicamente, a área territorial do município é constituída por rochas vulcânicas e areníticas de idade Mesozóica e sedimentos recentes de idade Cenozóica, inserido em uma região de transição entre a Planície Costeira e a Serra Geral (Tabela 02) e (Figura 03). Convenções Unidades Crono – Geológicas Quaternário Juro – Cretáceo Mesozóico Cenozóico Depósitos Aluvionares (canais e planícies aluviais) Depósitos Lacustres (elovionares, coluvionares e lagunares) Litologia Areias,cascaGeológi lheiras e cas Qa sedimentos argilosos de planície de inundação, terraços e depósitos de calha atual e subatual QI Areias e argilas de caráter oriundo de assoreamento de lagoas costeiras Qpc Planícies arenosas pouco silticoargilosas e dunas de retrabalhamen to eólico Formação Serra Geral Ksg Rochas Vulcânicas (Sequências: ácida e básica) Formação Botucatu JKb Grupo Formação Patos Chuí Grupo São Bento Arenitos Quadro 02 – Litologia ocorrente no município de Maquiné/RS. (Fonte: Plano Ambiental de 27 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Maquiné, 2011 ) Figura 03: Geologia do Município de Maquiné-RS. (Fonte: Plano Ambiental de Maquiné-RS, 2011) 3.1.1 Geomorfologia Geomorfologia é estudo do relevo da superfície terrestre, sua classificação, descrição, natureza, origem e evolução, incluindo a análise dos processos formadores da paisagem. Estudos geomorfológicos são utilizados na avaliação da potencialidade mineral de recursos hídricos, dos indicadores geotécnicos e na integração dos dados ambientais. O município de Maquiné está inserido no limite entre os Domínios Morfoestruturais: dos Depósitos Sedimentares e das Bacias e Coberturas Sedimentares (Tabela 03) (RADAM/BRASIL, 1986). Quadro 03 – Domínios Morfoestruturais de Maquiné. (Fonte: Plano Ambiental de Maquiné, 2011 ) 28 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Domínios Morfoestr uturais Depósitos Bacias e Coberturas Sedime ntares Regiões Planície Geomorfol Costeira Interna ógicas Unidades Planície Lagunar Geomorfol ógicas Planície AlúvioColuvionar Planalto das Araucárias Patamares da Serra Geral Sedime ntares 3.1.1.1 Domínio Morfoestrutural dos Depósitos Sedimentares O Domínio Morfoestrutural dos Depósitos Sedimentares desenvolve-se de forma continua ao longo de toda a costa, numa vasta superfície plana, alongada, na direção geral Nordeste-Sudoeste, com variação Norte-Sul. As altimetrias variam, de modo geral, entre 1 a 25 metros, oscilando com a maior ou menor aproximação da linha de água (RADAMBRASIL/IBGE, 1986). Este Domínio compreende especialmente litologias do Quaternário, recebendo contribuição de áreas fonte mista: continental e marinha, registrada pela presença de depósitos aluvionares, material detrítico coluvial e depósitos eólicos subatuais, dentre outros. Está representada no município de Maquiné pela Região Geomorfológica Planície Costeira Interna e as Unidades: Planície Lagunar e Planície AlúvioColuvionar. 3.1.1.2 Região Geomorfológica Planície Costeira Interna Constitui uma área baixa, localizada entre a Unidade Planície Marinha a Leste e os relevos planálticos a Oeste, onde estão inseridas as lagoas costeiras. Dominam nesta região os modelos esculpidos em depósitos de gênese continental, aparecendo em pequenos espaços. A região engloba duas Unidades. 3.1.1.3 Domínio Morfoestrutural Bacias e Coberturas Sedimentares Abrange as rochas da Bacia do Paraná, tanto da fase de sedimentação Paleozóica e Mesozóica, quanto da fase efusiva Juracretácica e cobertura Terciária. Nos sedimentos Paleozóicos e Mesozóicos, os processos erosivos geraram duas depressões de caráter interplanáltico localizadas a Leste e a Sul do domínio, nas quais encontram-se, genericamente, amplas formas alongadas conhecidas como coxilhas, ao lado de superfícies planas, rampeadas, configurando relevo planar. É representado no município de Maquiné pela Região Geomorfológica Planalto das Araucárias e a Unidade Patamares da Serra Geral. 29 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 3.1.1.4 Região Geomorfológica Planalto das Araucárias A Região Geomorfológica Planalto das Araucárias corresponde à porção mais oriental do Domínio Morfoestrutural das Bacias e Coberturas Sedimentares, sendoque as formas de relevo foram esculpidas especialmente em rochas efusivas ácidas da Formação Serra Geral, que ocorrem normalmente capeando as rochas efusivas básicas que correspondem, geralmente, aos relevos mais conservados desta região geomorfológica. Em áreas mais restritas, os modelados de dissecação do relevo se desenvolvem em rochas efusivas básicas, geralmente resultando em formas de relevo mais dissecado. Outras vezes, posicionadas nas partes basais das vertentes escarpadas que ocorrem nas bordas da Região Geomorfológica Planalto das Araucárias, as formas de relevo desenvolvem-se em arenitos da Formação Botucatu (RADAMBRASIL/IBGE, 1986). 3.1.2 Relevo A variação de altitudes é expressiva. Alternando de 900 metros para 20 metros, em apenas 8 km, determinando uma paisagem com planícies e montanhas bem definidas ao longo de todo o vale do Maquiné. Cerca de 30% da região é composta por áreas consideradas de planície ou com baixa declividade. Os solos da região compreendem áreas cobertas por derrames basálticos da Bacia do Paraná, o que possibilita a formação de diferentes tipos de rochas: Formação Serra Geral (rochas vulcânicas), Formação Botucatu (arenito) e Depósitos recentes (depósito de sedimentos). 3.1.3 Hidrologia Hidrologia é o estudo da água, nos estados líquido, sólido e gasoso, da sua ocorrência, distribuição e circulação na natureza. Conhecimentos sobre hidrologia são necessários para o uso racional dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos, visando a captação de água para abastecimento urbano, industrial e agrícola, para a preservação de mananciais hídricos frente à descarga de esgotos urbanos e industriais, para o monitoramento dos processos de assoreamento e outros fins. O município de Maquiné apresenta hidrografia composta predominantemente por córregos e arroios categorizados, de acordo com a classificação de Strahler, com cursos de água de primeira, segunda e terceira ordem, - de 0,5 a 50 metros de largura, além de possuir três lagoas na planície costeira. Análise de imagens de satélite comprovam a ocorrência de mais de 220 açudes, microaçudes, pequenos lagos e lagoas de jazidas de mineração. O município conta 11 arroios que deságuam no Rio Maquiné. O Rio Maquiné é um dos principais tributários do sistema lacustre-lagunar da Bacia Hidrográfica do Rio Tramandaí, tendo sua cabeceira na Serra Geral, a uma altitude 30 de aproximadamente 900 metros, e precipitando-se até a planície litorânea, MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico desembocando na Lagoa dos Quadros, com uma extensão de cerca de 50 km, e área de drenagem de aproximadamente 550 km2. Até o distrito da Barra do Ouro - O corpo hídrico formador do principal eixo de drenagem, o Rio Maquiné recebe a denominação de arroio Lajeado, tendo como principais contribuintes da margem direita, os arroios Pavão e Escangalhado. O principal contribuinte na margem esquerda é o arroio Forqueta, formado pelos arroios Garapiá dos Severinos e Garapiá dos Leões, Carvão, Ligeiro e Encantado. Após a confluência dos arroios Lajeado e Forqueta, assume a denominação de Rio Maquiné, que recebe contribuição na margem direita dos arroios do Ouro, Pinheiro e , (Figura 04) e na margem esquerda, do arroio Solidão. (Lemos, 2003). Figura 04: Sub-bacia do Rio Maquiné e seus principais tributários (tracejado azul): Lajeado (1),Garapiá (2), Forqueta (3), Carvão (4), Ligeiro (5), Encantado (6), Solidão (7), Rio do Ouro (8),Pinheiro (9) e Água Parada (10). (Fonte: Plano Ambiental de Maquiné-RS, 2011) 3.1.3.1 O Rio Maquiné O Rio Maquiné tem características torrenciais com grande energia e grande capacidade de arraste de sedimentos. Este poder diminui a medida que o rio percorre seu curso da serra para a planície, onde ocorrem os trechos em que os sedimentos são 31 transportados das partes altas e depositados nas porções baixas, onde ocorre a MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico mudança de energia. De acordo com Rech (1987) a Bacia do Maquiné constitui um sistema de rios e arroios encaixados em vales em "V", com forte gradiente e paredes laterais íngremes. Os vales:recebem volume considerável dê chuvas e por serem encaixados, apresentam ampliação lateral do vale só após uma certa extensão do rio para jusante, onde ocorre um espraiamento das águas excedente. A oscilação do leito do Rio Maquiné, que forma a planície de inundação, passa a ser significativa só após receber seus principais afluentes da margem esquerda (Arroios Forqueta e Encantado) e margem direita (Arroio do Ouro), próximo ao distrito de Barra do Ouro. Da cota de 40 metros até a desembocadura na Lagoa, o Rio percorre aproximadamente 16 Km, em linha reta, ampliando progressivamente a superfície de inundação, deixando de ser um rio de borda de planalto, passando a adquirir um padrão meandrante (cursos d'água com curvas sinuosas), (Tavares, 1999). A interferência antrópica através da remoção da cobertura vegetal das encostas no passado fez com que o fenômeno natural de transporte de sedimentos fosse alterado, o que veio a agravar os problemas de assoreamento. O Rio Maquiné possui uma vazão média de 5.250 l/s, sendo que o maior usuário deste recurso é a atividade de irrigação com um volume de 5.181.948 m3/ano. A vazão específica observada no Rio Maquiné varia de 20 a 50 l/s/km2 (TAVARES, 1999). Observa-se ainda que no baixo Rio Maquiné é consumido um grande volume de água para a irrigação (5.168.388 m3/ ano), o que representa uma demanda de 98%. Este é um volume significativo, posto que no alto Rio Maquiné as demandas correspondam a menos de 20% da disponibilidade, já no baixo Rio Maquiné, nos meses de Janeiro/Fevereiro, Maio/Junho e Novembro/Dezembro, estão entre 20% e 50% da disponibilidade, sendo que em março ultrapassam em muito os 50%, já que neste mês as demandas aumentam e a disponibilidade diminui por razões climáticas, (PROFILL, 2005). A porção mais elevada do Rio Maquiné recebe carga orgânica elevada em comparação aos demais corpos d’água superficiais do município. Quanto a qualidade das águas do Rio Maquiné, esta se apresenta boa, enquadrado na Classe 1 da Resolução CONAMA 357, de 17 de maio de 2005. As contribuições que mais influenciam na qualidade, são provenientes de dejetos de animais e efluentes domésticos. Neste sentido, ocorre uma variação no alto rio, onde o principal efluente é proveniente de dejetos de animais e no baixo é mais significativo o originário de esgotos domésticos, com alguma contribuição ainda de resíduos industriais (LEMOS, 2006). 3.1.3.2 Sub Bacia Hidrográfica do Rio Maquiné (SBHRM) A Sub Bacia Hidrográfica do Rio Maquiné localiza-se na Planície Costeira do Rio Grande do Sul, entre as coordenadas 29°45"S a 29°23'S e 50°22'W a 50°07'W, nas encostas da Serra Geral, na região de transição entre a Floresta Ombrófila Densa (Mata Atlântica strictu sensu), a Floresta Ombrófila Mista (Mata com Araucária) e os Campos de Cima da Serra. (LEMOS, 2006). 32 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Conforme a subdivisão do Sistema Estadual de Recursos Hídricos, esta Sub Bacia é tributária da Bacia Hidrográfica do Rio Tramandaí, que por sua vez, faz parte da Região Hidrográfica das Bacias Litorâneas. 3.1.4 Solos Solo é a parcela dinâmica e tridimensional da superfície terrestre, que suporta e mantém as plantas. Seu limite superior é a superfície terrestre, e o inferior é definido pelos limites da ação dos agentes biológicos e climáticos, enquanto seus extremos laterais limitamse com outros solos, onde se verifica a mudança de uma ou mais das características diferenciais (IBGE, 2004). O Rio Grande do Sul caracteriza-se por uma heterogeneidade muito grande de tipos de solos, tendo em vista a grande diversidade dos fatores responsáveis pela sua formação. Na região onde se encontra o município de Maquiné o solo tem suas características fortemente influenciadas pelo material de origem, derivado do derrame de basalto. Como resultado, com base em tipologia desenvolvida por Streck et al (2004), no território de Maquiné encontra-se predominantemente solos dos tipos Neossolos, Chernossolos, Cambissolos e Latossolos, cada qual com características e aptidões particulares. Levantamentos semi-detalhados de solos são necessários para os projetos e estudos prévios de expansão urbana, escolha de locais para a distribuição de resíduos (sólidos e líquidos) urbanos e industriais, proteção de mananciais hídricos, recuperação de áreas degradadas, estabelecimento da aptidão agrícola do território, manejos dos solos para fins agrícolas e outros. No que se refere à aptidão da utilização agrícola das terras, está baseada na avaliação e na interpretação de características dos solos e da fisiografia das terras que indicam as qualidades e limitações para o uso agrícola. De acordo com a sociedade Brasileira de Ciência do Solo (2004), as limitações estão relacionadas com: a) dificuldades ou impedimentos para a adoção de práticas agrícolas; b) restrições ao desenvolvimento das culturas; e, c) riscos de degradação dos solos e do meio ambiente. Segundo o Plano Integrado para o Desenvolvimento do Litoral Norte do RS (LINOR), distinguem-se basicamente dois tipos de solos no vale do Rio Maquiné: •۠۠ Solos com horizonte B textural e argila de atividade alta, os quais se subdividem em duas unidades de mapeamento: Vila, pela Classificação dos solos do RS (brunizém avermelhado, textura argilosa, relevo plano, substrato sedimento basalto), ocorrendo mais nas áreas planas da várzea dos rios e Ciríaco (associação de solos, Ciríaco/Charrua, brunizém avermelhado, textura argilosa, relevo fortemente ondulado, substrato basalto), o qual é mais característico na meia encosta. Solos arenosos quartzosos profundos, sendo mais freqüente a unidade de mapeamento Osório (areias quartzosas distróficas, relevo suavemente ondulado, substrato de sedimentos costeiros). Encontra-se também na região das lagoas as unidades Curumim, Itapeva e Meleiro. 33 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Os Chernossolos (Brunizém avermelhado), como são classificados os solos, segundo SBCIS (Embrapa, 1999) são solos medianamente profundos, bem drenados, de coloração bruno-avermelhado escuros desenvolvidos a partir de basaltos. Apresentam fertilidade natural elevada e são levemente ácidos, ricos em bases e com teor de matéria orgânica na camada mais superficial. No Rio Grande do Sul, o Chernossolo não constitui unidade de mapeamento simples, mas associados quase sempre ao Neossolo, que são solos desenvolvidos a partir de rochas eruptivas básicas (basalto e meláfiros). Em algumas áreas estas rochas são comuns, normalmente ocupam relevo forte ondulado a montanhoso, formando um conjunto de grandes elevações que formam vales em V. Os Chernossolos, em geral, encontram-se nas escarpas dos vales, ocupam a posição mais íngreme do relevo geral e estão situados em altitudes que variam de 200 a 700 metros, situando-se Neossolos nas áreas menos acidentadas e nas partes inferiores do declive. Os Neossolos são medianamente profundos (80 a 120 cm), moderadamente drenados, de coloração bruno avermelhada escura, textura argilosa e desenvolvidos a partir de basaltos. São ligeiramente ácidos, com saturação de bases alta e com alumínio trocável praticamente nulo. Os Chernissolos são pouco desenvolvidos, rasos, moderadamente drenados e desenvolvidos a partir de rocha básica, ligeiramente ácidos, com elevados teores de cálcio, magnésio e potássio, alta saturação de bases e sem problemas de alumínio trocável. A mecanização nestes solos é extremamente difícil e somente algumas ferramentas de tração animal podem ser utilizadas. As áreas onde predominam os Chernossolos podem ser melhor trabalhadas. O cultivo necessita de práticas conservacionistas intensivas. De maneira geral, sua melhor utilização é com fruticultura ou reflorestamento. Na Sub Bacia do Maquiné, os Chernossolos ocorrem como unidade simples (MTf1), Chernossolo Argilúvico Férrico Típico, ou associados com Cambissolos Háplicos (MTf2) ou com Neossolos Litólicos (MTf3). Como unidade simples (MTf1) é encontrada na parte inferior da encosta basáltica em áreas menos declivosas do que as da unidade (MTf3). A unidade (MTf2) ocorre no fundo dos vales do Rio Maquiné (Profill, 2005). Localizado ao longo da calha do Rio Maquiné, ocorre uma associação de solo Chernossolo Argilúvico Férrico Típico e Cambissolo Háplico Ta Eutrófico Típico, (MTf2) com textura argilosa, relevo plano a suave ondulado, argila de atividade alta. São solos profundos com cores brunas ligeiramente ácidos a neutros, com saturação de soma de bases alta e livre de acidez nociva indicando boas características químicas, tendo como material de origem sedimentos aluvionares e coluvionares provenientes de basalto das áreas adjacentes, possui bom conteúdo de nutrientes e médio conteúdo de matéria orgânica. 4. CLIMATOLOGIA O Clima é um conjunto de estados de tempo meteorológico que caracteriza uma determinada região durante um grande período de tempo, incluindo o comportamento habitual e as flutuações, resultante das complexas relações entre a atmosfera, geosfera, hidrosfera, criosfera e biosfera (IBGE, 2004). 34 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Os fatores climáticos tem influência fundamental na composição do ambiente, para a caracterização dos ecossistemas e serve de apoio aos estudos da flora e fauna. As condições climáticas, em associação com os dados hidrológicos, auxiliam na previsão das enchentes e como indicadores no controle da poluição do ar. A região de Maquiné possui um dos climas mais amenos do estado do Rio Grande do Sul, clima este, que favorece o cultivo de várias espécies não adaptadas às condições climáticas das demais regiões fisiográficas do estado. Localmente, este aspecto é muito importante no que se refere ao potencial de produção de frutíferas tropicais e na produção de hortaliças (principalmente no período de entressafra do estado), determinando uma diminuição das importações destes produtos de outros estados e a obtenção por parte dos agricultores de melhores preços para seus produtos (PGDR/ANAMA/PMM, 2000). 4.4.1 Pluviometria As precipitações somam ao longo do ano 1.652,2 mm. O mês com maior carga pluviométrica é Fevereiro (181,7 mm) e o mês de Maio é o de menor pluviosidade (87,5 mm), conforme (PROFIL/SEMA/DRH, 2005). 4.4.2. Temperatura As temperaturas médias anuais no município situam em torno de 20ºC, sendo que as máximas e as mínimas absolutas anuais alcançaram 38,8ºC (1968 e 1971) e -3,4ºC (1975), respectivamente. Como média das máximas dos meses mais quentes as temperaturas situamse em 24,6ºC e como média das mínimas dos meses mais frios em 14,1ºC. Os meses mais quentes do ano são Novembro, Dezembro, Fevereiro e Março (temperaturas médias máximas de 38 a 38,8ºC) e os meses mais frios são Junho (média das mínimas de 1,2ºC negativos) e Julho (média das mínimas de 3,4ºC negativos). A temperatura média diária do mês mais quente é de 28,8ºC e do mês mais frio de 9,7ºC, sendo a amplitude térmica média diária de 9,1ºC (PGDR/ANAMA/PMM, 2000). 4.4.3 Umidade relativa Umidade Relativa é a razão entre o conteúdo real de umidade de uma amostra de ar e a quantidade de umidade que o mesmo volume de ar pode conservar na mesma temperatura e pressão quando saturado. Geralmente é expressa na forma de porcentagem. O vale do Maquiné encontra-se sob o domínio climático Mesotérmico Brando, subdomínio climático Superúmido, variedade sem seca e tipo temperado. Esta classificação, no entanto, refere-se apenas as características mesoclimáticas, não abrangendo a existência de microclimas específicos, os quais na região são bastante característicos. Pelo fato da Bacia do Rio Maquiné possuir vales com desníveis altimétricos elevados e abruptos, a ascensão de massas de ar úmido do oceano e o seu brusco resfriamento na parte alta da serra geral, aliado a outras condicionantes climáticas, provoca precipitações intensas. Por outro lado, estas características de relevo e proximidade com o mar, combinado com as condições climáticas, determinam situações muito específicas em áreas bastante 35 próximas e que vão variar conforme a orientação solar, presença e tipo de MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico vegetação, queimadas, proximidade de rios e córregos d’água, altitude, entre vários outros fatores (Nimer, 1990). A média da umidade relativa do ar (anual) em Maquiné é de 78,3%, Tabela 2 - Médias climáticas da estação meteorológica do município de Maquiné. Mês Temperatura Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro (ºC) 24,5 24,5 23,2 20,3 17,6 15,4 15,9 15,9 17,3 19, 21,5 23,3 Precipitação ( mm) 174,5 181,7 174,5 108,2 87,5 110,9 109,3 132,7 162,9 147,3 113,5 149,1 Umidade relati va (%) 77,6 79,5 80,7 80,2 79,4 78,9 78,7 78,7 79,0 76,5 75,6 75,2 Velocidade Evaporação vento m(m/s) édia 1,68 1,65 1,66 1,65 1,76 1,87 1,87 1,91 1,87 1,85 1,85 1,89 ( mm) 97,2 77,6 81,2 72,4 70,9 69,03 73,5 77,7 74,4 88,0 97 107,0 Fonte: (PROFIL/SEMA/DRH, 2005 apud PLANO AMBIENTAL, 2011, p.29) 5 – CARACTERÍSTICAS BIÓTICAS 5.1 Vegetação A Flora é conjunto das espécies vegetais de uma determinada localidade. Sua formação está relacionada a outros fatores como precipitação pluviométrica, temperatura, tipo de solo, etc. É importante o estudo da vegetação para o estabelecimento do potencial florestal, nos programas de recuperação de área degradada, educação ambiental, unidades de conservação, arborização urbana e outros. 5.1.1. Enquadramento Fitoecológico O município de Maquiné está inserido em 3 (três) Regiões Fitoecológicas: Área de Formação Pioneira de Influência Marinha, Região da Floresta Ombrófila Densa e Região da Floresta Ombrófila Mista (RADAMBRASIL/IBGE, 1986). As Áreas de Formação Pioneira de Influência Marinha situam-se predominantemente sobre a Planície Costeira do Rio Grande do Sul, estendendo-se ao longo do litoral, onde ocupam um faixa de até 25Km, desde a linha da praia para o interior da Planície. Segundo o Projeto RADAMBRASIL/IBGE (1986) estas áreas são caracterizadas pela 36 ocorrência de uma vegetação típica das primeiras fases de ocupação de novos solos, MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico durante o período quaternário. Nesta formação ocorre uma diversidade de ambientes - faixa de praia, campo de dunas, área de campo, lagoas, áreas alagadas e banhados - com a fisionomia da vegetação modificando-se de acordo com o ambiente. A Floresta Ombrófila Densa ou Mata Atlântica estende-se ao longo da costa atlântica, ocupando as planícies cenozóicas e áreas de relevo bem dissecado das encostas e escarpas do Leste Catarinense e Serra Geral, desde os fundos dos vales até as altas encostas (RADAMBRASIL/IBGE; 1986). A Floresta Ombrófila Densa é dividida em três formações com características bastante distintas: Floresta de Terras Baixas, de 5 a 30 metros, Floresta Submontana, de 30 a 400 metros e Floresta Montana, com altitudes superiores a 400 metros. A Floresta Ombrófila Mista ou Mata com Araucária corre no Planalto e na borda superior das encostas, em transição com a Floresta Ombrófila Densa. O estrato superior atinge até 35 metros, com predominância de Araucaria angustifolia. Com o objetivo da proteção das áreas preservadas da Mata Atlântica encontradas na Floresta Ombrófila Densa e Floresta Ombrófila Mista e fauna e flora associada a essas áreas foi criada a Reserva Biológica Serra Geral, sendo que 82% da área desta Unidade de Conservação abrange o município de Maquiné (Plano de Manejo da REBIO Serra Geral/ 2008). 5.1.2. Levantamento florístico Conforme RADAMBRASIL/IBGE, 1986, foi observado na Floresta Ombrófila Densa, três formações distintas: Floresta das Terras Baixas: Ocupa os baixos vales do Rio Mampituba, Três Forquilhas e Maquiné. Nesta formação os solos são preponderantemente formados sobre acumulações marinhas, fluviais ou lacustres, fato que se reflete na sua diversificação fisionômica e florística. Acentua-se nesta formação o predomínio de Ficus cestrifolia (figueira de folha miúda). Atualmente nas áreas mais planas há intensa utilização para agricultura, juntamente com áreas para pastagens Em áreas planas que foram desmatadas para serem utilizadas para culturas e posteriormente abandonadas devido ao difícil manejo formaram Vegetação Secundária de origem antrópica. Floresta Submontana: Ocorre em altitudes de 30 a 400 metros (Figura 15). Caracteriza-se por apresentar vegetação bem desenvolvida, com árvores variando de 25 a 30 metros de altura, com copas largas e densas formando cobertura arbórea fechada. Ocorre elevado epifitismo, com bromeliáceas do gênero Vriesea e Tillandsia. Entre as espécies arbóreas ocorrem Ocotea catharinensis (canela-preta); Magnolia ovata (baguaçu); Sloanea guianensis (laranjeira do mato). Entre as arvoretas, ocorrem Esenbeckia grandiflora (cutia), Euterpe edulis (palmito), Actinostemon concolor (laranjeira do mato) (RADAMBRASIL/IBGE, 1986). Floresta Montana: Ocorrem em altitudes superiores a 400 metros, recobrindo solos basálticos e areníticos da Serra Geral . Esta formação é bastante diversificada, destacando-se Ocotea catharinensis (canela-preta), Ocotea pretiosa (canela-sassafrás), Alchornea triplinervea (tanheiro), Copaifera trapezifolia (pau-óleo) e também exemplares da família Myrtaceae: Eugenia sp, Myrceugenia sp, Calyptranthes sp. 37 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Conforme levantamento realizado nesta região (Plano de Manejo da REBIO Serra Geral, 2008), as espécies arbóreas alcançam até cerca de 30 metros de altura, sendo este estrato descontínuo e variável quanto à densidade e altura. São representantes deste estrato as espécies: baguaçu (Talauma ovata), corticeira da serra (Erythrina falcata), figueiras (Ficus spp.), caroba (Jacaranda puberula), canelafrade (Endlicheria paniculata), leiteiro (Brozimum glaziovi), carrapicheira (Slonea monosperma) e cedro (Cedrela fissilis). O sub-bosque é caracterizado por apresentar árvores de até 10m de altura, pelas espécies palmito (Euterpe edulis), guamirins (Calyptranthes grandifolia, Eugenia schuechiana, Myrcia anacardiifolia e Myrcia glabra) pimenteira (Mollinedia chottiana), pau d’arco (Guarea macrophylla), entre outros. No sub-bosque intermediário ocorrem espécies de até 3 metros de altura que caracteriza-se por apresentar representantes das famílias das Palmae, Dicksoniaceae, Cyatheaceae, Piperaceae. No estrato herbáceo ocorrem representantes das famílias Poaceae, Cyperaceae, Piperaceae, Cactaceae, Begoniaceae. Entre as plantas epífitas, ocorrem principalmente as famílias Orchidaceae, Bromeliaceae, Araceae. Estas espécies desenvolvem-se entre indivíduos de espécies remanescentes do sub-bosque da floresta original, como Podocarpus lambertii, Dycksonia sellowiana, Drymis brasiliensis, D. angustifolia e Ilex spp., entre outras. A Floresta Ombrófila Densa em estágio inicial e médio de regeneração ocorrente no topo da RSBG interposta com a araucária (Araucaria angustifolia), é composta pelas vassouras (Baccharis spp.) e a leguminosa Mimosa pilulifera. No estágio médio de regeneração destacam-se Daphnopsis fasciculata, quaresmeira (Tibouchina sellowiana), vassourão-branco (Vernonia discolor) e Piptocarpha spp. No estágio avançado de regeneração, a vegetação presente sobre encostas da Reserva é formada pelas espécies maria-mole (Guapira opposita), licurana (Hieronyma alchorneoides), canela (Nectandra spp.), canela-guaicá (Ocotea puberula), mata pau (Coussapoa microcarpa), tanheiro (Alchornea triplinervea), chalchal (Allophylus edulis) e camboatá-vermelho (Cupania vernalis). 5.1.2.2. Floresta Ombrófila Mista A Floresta Ombrófila Mista, também conhecida como mata com Araucária ocorre no Planalto e na borda superior das encostas, em transição com a floresta ombrófila densa. O estrato superior atinge até 35 metros, com predominância de Araucaria angustifólia. O estrato arbóreo é representado pelas espécies das famílias Lauraceae, Asteraceae, Aquifoliaceae, Araliaceae, Myrtaceae, Mimosaceae, Piptocarphaceae Euphorbiaceae e Melastomataceae. No estrato intermediário desenvolvem-se o xaxim, (Dicksonia sellowiana), as pimenteiras (Mollinedia elegans e Rudgea parquioides), os joás-velame (Solanum paranens, S. subsylvestris) e os bambus (Chusquea mimosa e Merostachys multiramea). O estrato herbáceo é representado pelas espécies das famílias Rubiaceae, Dennstaedtiaceae, Marattiaceae, Dryopteridaceae, Aspleniaceae, Rubiaceae e Urticaceae. As epifitas 38 têm representantes das famílias Bromeliaceae, Polypodiaceae, Dryopteridaceae, MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Lycopodiaceae, Hymenophyllaceae, Cactaceae e Cornaceae. 5.1.2.3. Área de Formação Pioneira de Influência Marinha As Áreas de Formação Pioneira de Influência Marinha situam-se predominantemente sobre a Planície Costeira do Rio Grande do Sul, estendendo-se ao longo do litoral, onde ocupam um faixa de até 25 km, desde a linha da praia para o interior da Planície. Segundo o Projeto RADAMBRASIL/IBGE (1986) estas áreas são caracterizadas pela ocorrência de uma vegetação típica das primeiras fases de ocupação de novos solos durante o período quaternário. Nesta formação ocorre uma diversidade de paisagens, onde a fisionomia da vegetação modifica-se de acordo com os ambientes, conforme descrito: * Campos Secos Arenosos: extensas faixas de relevo plano cobertas predominantemente por gramíneas e ciperáceas baixas, destacando-se os gêneros Paspalum sp., Andropogon sp. e Panicum sp. Também são característicos destas formações campestres as espécies: capim cola de burro (Schizachyrium spp.), grama-forquilha (Paspalum notatum.), capimrabo-de-raposa (Kyllinga spp., Chloris spp., Setaria spp.), pastinho tenro (Panicum hians), cabelinho de porco (Axonopus compressus, Homolepis isocalycia e Piptochaetium montividensis. Estas áreas são utilizadas para agricultura e pecuária. Nestes campos ocorrem capões com predomínio da figueira da folha miúda (Fícus cestrifolia) e gerivá (Syagrus romanzoffiana). *Banhados e áreas úmidas: os banhados são partes de terras alagada (permanente ou temporariamente), que se localizam em regiões mais baixas associados às lagoas costeiras e possuem fauna e flora característicos e adaptados a esse ambiente, (Burger & Ramos, 2006). A vegetação característica são as macrófitas aquáticas, espécies adaptadas a ambientes alagados, cujas partes fotossintetizantes ativas encontram-se, permanentemente ou temporariamente, submersas ou flutuantes, muitas vezes recobrindo totalmente os corpos d’águas. As macrófitas exercem um papel fundamental para a manutenção do equilíbrio ecológico, proteção contra erosão e conservação da fauna ocorrente nos recursos hídricos associados. Ocorrem nestes ambientes espécies flutuantes livres, como aguapé (Eichhornia spp.), murere (Salvinia herzogii), murere rendado (Azolla caroliniana), erva capitão do brejo (Hydrocotyle ranunculoides), carrapicho do brejo (Alternanthera phyloxeroides), Gymnocoronis spilanthoides, erva de bicho (Polygonum acuminatum), pinheirinho d’água (Myriophyllum aquaticum). São também adaptados a terrenos arenosos úmidos do litoral e ocorrente no entorno de banhados as Poaceas cespitosas: grama baixa (Paspalum pumilum), capim caninha (Andropogon lateralis) e o capim açu (Eragrostis sp), as poaceas rizomatosas: grama do banhado (Panium aquaticum), grama branca (Panicum gouinii), a poacea estoloníferas grama inglesa (Stenotaphrum secundatum) e a gramínea hidrófila alta canival (Panicum grumosum), (Araújo, 1971). * Rio Maquiné e Lagoa dos Quadros: ao longo do Rio Maquiné e afluentes, em alguns trechos, a mata ciliar encontra-se preservada, composta por espécies nativas características: capororoca (Myrsine sp.), chá de bugre (Casearia sylvestris), branquilho (Sebastiania sp.), tanheiro (Alchornea triplinervia), chal-chal (Allophylus edulis), maria-mole (Guapira opposita), grandiúva (Trema micrantha), cocão (Erythroxylun argentinum), embaúba (Cecropia sp.), gerivá (Syagrus romanzoffiana), figueira (Ficus 39 cestrifolia) corticeira do banhado (Erythrina crista-galli), aroeira-vermelha MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico (Schinus terebenthifolius), aroeira mansa (Schinus molle), aroeira-brava (Lithrea brasiliensis), maricá (Mimosa bimucronata), timbaúva (Enterolobium contortisiliquum). Nas margens da Lagoa dos Quadros, foz do Rio Maquiné, em ambientes temporariamente inundados, destaca-se o junco. Nas margens em terreno seco, ocorrem capões com predominância de gerivá (Syagrus romanzoffiana), ocorrendo também figueira (Ficus cestrifolia), palmito (Euterpe edulis), embira (Daphnopsis racemosa), Maria-mole (Guapira oposita), chal-chal (Allophilus edullis), chá de bugre (Casearia silvestris) e aroeira vermelha (Schinus terebinthifolius). 5.2. Fauna A fauna ocorrente no município e região se encontra descrita integralmente no Plano de Manejo da Reserva Biológica da Serra Geral, elaborado em 2008, por diversos setores da SEMA-RS. O levantamento referente a Fauna será apresentado em forma de tabelas, indicando as principais espécies que ocorrem na região dentro das Classes: Peixes, Mamíferos, Anfíbio, Répteis e Aves. As tabelas farão parte do anexo deste plano. 6. CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÔMICAS A qualidade de vida de uma população é influenciada pela qualidade ambiental, abastecimento de água, esgotamento sanitário, resíduos sólidos, drenagem urbana, etc., sendo que as condições sociais estão estritamente ligadas à disponibilidade de tais recursos. Da mesma forma os indicadores de concentração de renda, de saúde e de alfabetização são qualitativos para avaliação do Desenvolvimento Humano, o que mostra, em primeira instância, que sociedades que apresentam baixo nível de renda e condições precárias de saneamento, registram maiores problemas de saúde o que reflete também no desempenho da aprendizagem. A caracterização socioeconômica contempla a utilização de indicadores que demonstrem o perfil socioeconômico da população. Os dados foram sistematizados, agrupados e colocados de forma a possibilitar melhor visualização. As fontes de consulta dos dados foram: Atlas de Desenvolvimento Humano disponível na página do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD, as pesquisas desenvolvidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, os quais foram complementados por dados específicos, disponibilizados pela Prefeitura Municipal de Maquiné /RS. O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) divulga todos os anos o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). A elaboração do IDH tem como objetivo oferecer um contraponto a outro indicador, o Produto Interno Bruto (PIB), e parte do pressuposto que para dimensionar o avanço não se deve considerar apenas a dimensão econômica, mas também outras características sociais, culturais e políticas que influenciam a qualidade da vida humana. O município em estudo apresenta como índice de desenvolvimento humano municipal (IDH – M) o valor de 0,682 conforme dados do IBGE (2010). Os 40 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico índices estão em uma escala de 0 até 1, onde 0 é pior e 1 é melhor. 7. DEMOGRAFIA O censo IBGE (2010) indicou uma população de 6.905 habitantes, com densidade demográfica de 11,11. Em torno de 70,12% da população vive na zona rural e do trabalho rural. Os dados mostram a redução da população e estes dados conjugados com a taxa de fecundidade e mortalidade por faixa etária, onde houve pouca variação, indicam que há um esvaziamento da população, com a população mais jovem migrando para os centros urbanos em busca de estudo e trabalho. No ano de 2010 a taxa de mortalidade infantil do município atingiu 14,71 por mil nascidos vivos conforme dados da Fundação e Economia e Estatística. (FEE, 2010). Esses dados estão sistematizados nos quadros 04 e 05. Quadro 04 - População por Situação de Domicílio, Município de Maquiné (19912010) Ano Pop. Total Pop. Urbana Pop. Rural 2000 7.304 1.925 5.379 2010 6.905 2.063 4.842 Fonte: IBGE 41 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Quadro 05 - Variação da População por Situação de Domicílio, Município de Maquiné (2000-2010- Fonte: IBGE/FEE/RS) Situação de Domicílio 2000 2010 Variação Absoluta Variação (1991/2010) Percentual Urbana 1.925 2.063 138 7,1 Rural 5.379 4.842 - 537 -9,98 Total 7.304 6.905 399 -5,46 2.732 8. EDUCAÇÃO No município de Maquiné, no ano de 2012, o número total de escolas do ensino fundamental era de 13 e do ensino médio, 1, contando também com 4 pré-escolas, segundo dados do IBGE/2012. Quadro 06 - Instituições de Ensino no Ano de 2012 Descrição Quant. Tipo Ensino fundamental 13 Escolas Ensino médio 1 Escolas Ensino pré-escolar 4 Escolas Total 18 Escolas Fonte: IBGE 42 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Quadro 07 - Matrículas no Ano de 2012 Descrição Quant. Tipo Ensino fundamental 1.027 Matrículas Ensino médio 245 Matrículas Ensino pré-escolar 80 Matrículas Total 1.352 Fonte: IBGE Quadro 08 - Docentes no Ano de 2012 Descrição Quant. Tipo Ensino fundamental 83 Docentes Ensino médio 22 Docentes Ensino pré-escolar Total 7 Total Docentes 112 Fonte: IBGE 9 . TRANSPORTE Conforme dados do IBGE/DENATRAN (2012), o município conta com 3.007 veículos, conforme quadro 09. 43 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Quadro 09 - Tipos de Veículos Descrição Automóvel Caminhão Caminhão trator Caminhonete Caminhoneta Micro-ônibus Motocicleta Motoneta Ônibus Trator de rodas Chassi Plataforma Ciclomotor Quadriciclo Reboque Semi-reboque Triciclo Utilitário Outros Total Quant. 1.614 244 10 202 70 14 655 79 13 3 3 100 3.007 Fonte: IBGE e Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN - 2012 10. ENERGIA ELÉTRICA O município de Maquiné é atendido em energia elétrica pela CEEE – COMPANHIA ESTADUAL DE ENERGIA ELÉTRICA, a qual faz parte do Sistema Elétrico Litoral Norte contemplando todas as LTs e SEs dos municípios de: Osório, Arroio do Sal, Capão da Canoa, Capivari do Sul, Caraá, Cidreira, D. Pedro de Alcântara, Imbé, Itati, Mampituba, Maquiné, Mostardas, Morrinhos do Sul, Palmares do Sul, Pinhal, Santo Antônio da Patrulha, Tavares, Terra de Areia, Três Cachoeiras, Três Forquilhas, Tramandaí, Torres e Xangri-lá; A figura que segue mostra o município de Maquiné, em relação ao Estado do Rio Grande do Sul, no consumo de energia. 44 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Figura 5: Consumo de energia elétrica por município 11 SAÚDE A saúde pública é um elemento muito relevante para a sociedade. Por isso, é necessário que se identifiquem as relações de causa e efeito das doenças e acidentes vinculados com a habitação e atividades consideradas de baixa qualidade ambiental (impróprias e insalubres), visando estabelecerem-se as bases para os programas de saneamento e controle da poluição. No município de Maquiné não há hospital, sendo os munícipes atendidos por um Posto Municipal de Saúde 24 horas localizado na sede e 3 (três) Postos de Saúde localizados nas linhas da Barra do Ouro, Prainha e Morro Alto, com horário de atendimento das 8h às 11h30min e 13h30min às 17h, de segunda a sexta. O Posto de Saúde 24 horas realiza os atendimentos na área de ginecologia, 45 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico pediatria, psiquiatria, odontologia, clínica geral e enfermagem, já os Postos de Saúde das Linhas realizam os serviços de atendimento clínico geral, odontologia e enfermagem. São realizados por mês aproximadamente 3.000 atendimentos e procedimentos nos 4 Postos de saúde do município. 12 ECONOMIA O município de Maquiné que já teve economia baseada na agricultura, hoje o que se destaca é o ramo de serviços e comércio, sendo estes responsáveis por 49,73% do PIB do município. Conforme quadro que segue, podemos observar o que cada setor é responsável: Quadro 10: Percentuais de arrecadação Setor comércio/serviços Indústria Agricultura Percentual de Arrecadação 49,73% 29,25% 21,02 % 46 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico B. LEVANTAMENTO E DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ATUAL 1. LEGISLAÇÃO E NORMAS TÉCNICAS A seguir listam-se algumas legislações e normas técnicas pertinentes ao sistema de abastecimento de água. Portaria Federal N° 1.469 de 29/12/2000, estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade, e da outras providências; Portaria N° 2.914 do Ministério da Saúde de 12 de Dezembro de 2011, dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Lei Federal N° 9.984 de 17/07/2000, dispõe sobre a criação da Agência Nacional de Água – ANA; Lei Federal N° 9.433 de 08/01/1997, institui a política de recursos hídricos, cria o Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos; Lei Federal N° 6.050 de 24/05/1974, dispõe sobre a fluoretação da água em sistema de abastecimento quando existir \estação de \tratamento; Lei Federal N° 6.938 de 31/08/1981, cria o CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente); Resolução Conama N° 357 de 17/03/2005, dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências; Resolução Conama Nº 274 de 29/11/2000, Define a classificação das águas doces, salobras e salinas essencial à defesa dos níveis de qualidade, avaliados por parâmetros e indicadores específicos; LEGISLAÇÃO LOCAL SOBRE SANEAMENTO BÁSICO, SAÚDE E MEIO AMBIENTE 1. Lei Municipal n° 130/94, Cria o Departamento de Água e Esgoto do Município de Maquiné; 2. Lei Municipal n° 253/97, Institui a taxa de água 3. Lei Municipal n° 289/97, Altera Lei Municipal 130/94 4. Lei Municipal n° 498/2001, Cria o Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente; 5. Lei Municipal n° 552/2003, Altera Lei Municipal 130/94 – Das taxas de água; 6. Lei Municipal n° 905/2010, Plano Diretor Municipal 7. Lei Municipal n° 1025/2012, Autoriza contrato de comodato para instalações de reservatórios de água 47 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico NORMAS TÉCNICAS - ABNT ABNT/NBR 10560/1988, determinação de nitrogênio amoniacal na água; ABNT/NBR 10561/1988, determinação de resíduo sedimentáveis na água; ABNT/NBR 10559/1988, determinação de oxigênio dissolvido na água; ABNT/NBR 10739/1989, determinação de oxigênio consumido na água; ABNT/NBR 12614/1992, determinação da demanda bioquímica de oxigênio (DBO) na água; ABNT/NBR 12619/1992, determinação de nitrito na água; ABNT/NBR 12620/1992, determinação de nitrato na água; ABNT/NBR 12642/1992, determinação de cianeto total na água; ABNT/NBR 12621/1992, determinação de dureza total na água; ABNT/NBR 13404/1995, organoclorados na água; determinação de resíduos de pesticidas ABNT/NBR 13405/1995, organofosforados na água; determinação de resíduos de pesticidas ABNT/NBR 13406/1995, determinação de resíduos de fenoxiácidos clorados na água; ABNT/NBR 13407/1995, determinação de tri halometanos na água; ABNT/NBR 12213, projeto de adutora de água para abastecimento público; ABNT/NBR 12216, abastecimento público; projeto de estação de tratamento de água para ABNT/NBR 12212, projeto para captação de água subterrânea; ABNT/NBR 12214, projeto de sistema de bombeamento de água para abastecimento público; ABNT/NBR 12217, projeto de reservatório de distribuição de água para abastecimento público; 48 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 2 . SITUAÇÃO DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA - SAA O abastecimento público no município é de responsabilidade da Prefeitura de Maquiné, através da Secretaria Municipal de Obras. . O Sistema de Abastecimento de Água existente em Maquiné apresenta os seguintes componentes principais do sistema. a) Captação O sistema de captação de água é realizado através de 09 (nove) poços tubulares, sendo que 2 (dois) poços localizam-se na sede do município e em cada uma das linhas temos a seguinte distribuição: 01 no Morro Alto, 02 na Costa do Céu, 02 na Prainha, 01 no Ribeirão e 01 linha São Paulo. Na sede, além dos 2 (dois) poços existentes, é realizada a captação de água do Rio Maquiné na Linha Mundo Novo. No distrito da Barra do Ouro, o abastecimento humano é realizado através da captação do Arroio Escangalhado. Em cada um destes poços a água é captada e armazenada em reservatórios, onde recebe o tratamento (cloração) e posterior distribuição para população, através de rede de canalização. a.1 Dados dos poços O poço da sede em funcionamento, tem a profundidade de 106 metros, com a vazão de 33,00m³/h, e outro temporariamente desativado com profundidade de 115 metros e vazão de 20,00m³/h, contando esta localidade com reservatório de 170m³. Há um poço no Morro Alto, com profundidade de 70 metros e vazão de 7,00m³/h, há a previsão de mais dois poços aumentado a capacidade de reservação que hoje é de 30m³, para 65m³ Na localidade de ribeirão há um poço com profundidade de 156 metros e vazão de 8m³/h, com reservatório de 25m³. Na localidade de Prainha há um poço com profundidade de 204 metros e vazão de 2m³/h, outro com 184 metros de profundidade e vazão de 5,5m³/h, com reservatório de 45m³. Na localidade de Costa do Céu, há um poço com 160 metros de profundidade e vazão de 8m³/h, e outro com 160 metros e vazão de 80m³/h, com reservatório de 35m³. Na Linha São Paulo, há um poço com 150 metros de profundidade e vazão de 5m³/h, com reservatório de 15m³. O Volume produzido anualmente por este sistema é de 269.200 m³, para o atendimento de 1.195 ligações. 49 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Figura 06 Esquema do Poço do Morro Alto - planta baixa Figura 07 Corte do esquema do Poço Morro Alto 50 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 51 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Figura 08 Mostra detalhes do Reservatório do Morro Alto 52 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Figura 09 e 10: Mostra ao tipo de válvula e registro encontrado nos poços coletivos de Maquiné Figura 11: Mostra o ponto de coleta do poço profundo da sede Figura 12: Mostra a caixa elétrica para captação de água subterrânea b) Tratamento O tratamento da água é realizado pela empresa terceirizada Hidromax. Cada poço é realizado análise da água uma vez a cada mês. Este serviço atende 60 % da população do município, os outros 40 % utilizam fontes alternativas de abastecimento para consumo humano (água de nascentes e poços artesianos individuais). As análises da água estão no anexo deste plano e mostram que todas estão atendendo a Portaria 2914/2011. 53 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Figura 13: Mostra o clorador manual existente ainda em alguns poços de abastecimento da sede Figura 14: Mostra o clorador automático já instalado c) Rede de Distribuição Segundo o Relatório SNIS-2012 – existem 1.195 ligações, com 951 ligações ativas. Não há hidrometração nestas ligações. Por este motivo não há como analisar os índeces de perdas na rede. Atualmente a rede de distribuição conta com 32.000 metros. Na localidade da Barra do Ouro, a rede tem 4.000 metros e atende 200 famílias. A captação é feita pela vertente no Morro do Arroio Escangalho. Há no localidade um reservatório de 100.000 litros que atende toda a região da sede desta localidade. O tratamento é feito pela empresa Hidramax, e o controle é através da Associação Água Bruta Barra do Ouro. Em outras localidades no interior da Barra do Ouro a água é de poços e vertentes das propriedades. Figura 15 e 16: Mostra o reservatório apoiado da sede 54 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 2.1 ESTRUTURA TARIFÁRIA O município obedece à estrutura tarifária da cobrança pelos serviços de água é transcrita no quadro a seguir. Quadro 11 - Categorias de Consumo CATEGORIA CRITÉRIO UTILIZADO I – ZN URBANA I ATÉ 40m² Construído II. ZN URBANA II Maior que 40m² construído III. ZN RURAL Lei 552/2003 IV. DISTRITO MORRO ALTO Lei 523/97 Fonte: Prefeitura Maquiné – setembro / 13 Quadro 12– Tarifas (R$) ÁGUA TARIFA CATEGORIA ZONA URBANA ATÉ 40 M² CONSTRUÍDO > 40 M² CONSTRUÍDO PREÇO BASE - ESGOTO TARIFA SERVIÇO MÍNIMA BÁSICO SEM HIDR. COLETADO TRATADO PREÇO/m³ PREÇO/m³ - 13,52 - - - - 20,30 - - ZN RURAL LEI 552/2003 - - 16,94 - - DISTRITO DO MORRO ALTO LEI 253/97 - - 16,94 - - 40,56 - - - 60,90 - - - 121,80 - - - - 33,88 - - - - 67,76 - - - - 50,82 - - - - 101,64 - - - - ZONA URBANA ATÉ 40M² LIGAÇÕES ZONA URBANA DE 40 A 50M² ZONA URBANA ACIMA DE 50 M² ZONA RURAL ATÉ 50M² ZONA RURAL ACIMA DE 50M² MORRO ALTO ATÉ 50 M² MORRO ALTO < ou = 50 M² - Fonte: Prefeitura Maquiné – setembro/2013 55 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Quadro 13 - Demonstração do Resultado do Exercício 2012 Descrição da Conta Valor R$ RECEITA OPERACIONAL BRUTA 214.260,52 Despesa com Pessoal Próprio 43.134,00 Despesa com Energia Elétrica 144.128,61 Despesas com serviços de terceiros 15.000,00 Despesas com Produtos químicos 7.500,00 DESPESAS OPERACIONAIS TOTAIS 209.762,61 LUCRO LÍQUIDO DO PERÍODO 4.497,91 Fonte: SNIS -2012 2.2 Avaliação e identificação dos principais problemas encontrados no abastecimento de água Pela falta da micromedição, onde todas as ligações não possuem hidrômetros, fica inviável a análise de perdas pela rede de distribuição. Não há mapeamento das redes existentes como também análises de águas das outras fontes que abastecem a população que chegam a 40 % da necessidade de água do município. Durante a realização das Audiências públicas, será necessária a busca de informações mais detalhadas em cada região para complementar dados técnicos do diagnóstico para poder ser realizado o prognósticos dos sistemas. 2.3 Redes instaladas nas áreas rurais A zona rural de Maquiné é abastecida por um sistema de poços subterrâneos que é operado pela própria comunidade atendida. Estas mesmas comunidades são responsáveis por desinfetar esta água e apresentar para a Vigilância Sanitária da Prefeitura de Maquiné análises mensais de qualidade da água. Entretanto, segundo a própria Vigilância Sanitária da municipalidade, estas análises não são entregues regularmente e a fiscalização destes poços pela prefeitura não abrange todos os poços. Alguns dos poços responsáveis por abastecer a população da zona rural possui outorga de uso da água junto ao Departamento de Recursos Hídricos da Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Rio Grande do Sul. Infelizmente a prefeitura não possui um cadastro destes poços subterrâneos e, portanto, não soube informar a localização exata dos poços e a numeração destes no Sistema de Informações de Águas Subterrâneas (SIAGAS) da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) do Brasil. Sendo assim, foi realizado o levantamento de todos os poços registrados no SIAGAS para o município de Maquiné. A seguir apresenta-se um mapa identificando a localização de todos os poços dentro da área do município. Esta pesquisa no SIAGAS resultou na identificação de somente 14 poços tubulares subterrâneos localizados dentro de Maquiné. 56 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico A Figura 17 mostra a localização dos poços subterrâneos cadastrados no SIAGASCPRM Quadro 14: Mostra os 14 poços cadastrados no CRPM 57 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 3 – SITUAÇÃO DOS SERVIÇOS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO 3.1 Estudos Projetos e Planos Atualmente o município de Maquiné não conta com tratamento coletivo de efluentes sanitários. Não há também qualquer estudo de concepção para tratamento coletivo dos esgotos domésticos de parte da sede urbana de Maquiné. Levantamentos mostram que parte dos domicílios encaminham seus esgotos sanitários para fossas sépticas e sumidouros. Algumas são ligadas diretamente à rede pluvial existente, e as demais lançam diretamente os efluentes aos cursos d’água existentes. 3.2 Descrição do Sistema de Esgotamento Sanitário Atualmente, não existe sistema de coleta e tratamento dos esgotos sanitários no município de Maquiné . Na área urbana , é utilizada a rede pluvial para a condução dos esgotos para os rios e arroios que cortam a cidade. Parte da população urbana ainda utiliza a fossa séptica e fossas rudimentares. A grande maioria da população utiliza as valas de infiltração (sumidouro) como destino final dos seus efluentes. 3.3 Avaliação e identificação dos principais problemas encontrados A falta de saneamento em uma comunidade traz uma série de problemas e conseqüências graves. A falta de canalização e de tratamento de esgotos leva a população a conviver fora dos padrões de higiene e em condições precárias de saúde, o que acarreta diversas doenças, algumas que podem inclusive levar a morte, especialmente crianças e idosos. Outro problema sério com a falta de ligações de esgoto é o lançamento direto no rio, esse esgoto polui as águas que servem para consumo da população e prejudica o processo de tratamento da água. Em Maquiné foram identificados problemas em áreas pontuais. Deve-se exigir nos novos loteamentos o tratamento individual através de fossa séptica, filtro anaeróbio com posterior ligação à rede ou em vala de infiltração (sumidouro) onde as condições do solo permite esta prática. Foi distribuído um questionário onde ficou demonstrado que 75% dos moradores têm fossa séptica e sumidouro, 20% tem fossa séptica e realiza ligação para a rede pluvial, 3% destina a céu aberto ou diretamente à algum recurso hídrico e 2% tem fossa séptica e filtro anaeróbio. 58 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Figura 18: Gráfico dos tipos de destinação do esgotamento sanitário Tipos de Tratamento de Esgotos fossa 20% filtro sumidouro 0% 75% 2% 3% 0% outro fossa/filtro fossa/sumidouro 4. SITUAÇÃO DO SERVIÇO DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DE RESÍDUOS SÓLIDOS A coleta de resíduos sólidos domiciliares é terceirizada e realizada pela empresa Megalix Transportes Ltda, por caminhões compactadores com destino ao Aterro Sanitário em Tramandaí, ficando a fiscalização dos serviços a cargo da Secretaria Municipal de Obras e Saneamento. Através da Secretaria de Agricultura, Turismo e Meio Ambiente ocorre a orientação quanto ao descarte e encaminhamento correto de pilhas, baterias, lâmpadas fluorescentes, óleo de fritura e pneus inservíveis. Também são abordadas questões relativas à destinação do lixo doméstico, separação de resíduos, compostagem, poluição hídrica, nascentes, mata ciliar e aspectos gerais da legislação ambiental. 4.1 Da execução dos serviços O município de Maquiné tem seus serviços de coleta regular, não tem coleta seletiva, e o aterro sanitário para o destino é em outro município, através de um contrato de prestação de serviços, com a empresa coletora. 4.2 Tipos de Resíduos e Sistema de Coleta Segundo os dados diagnosticados, no município de Maquiné são gerados 3,8 toneladas/dia de resíduos domésticos, com a geração média de 0,57 Kg/dia de RSU, sendo que na área urbana são atendidas todas as residências do município, enquanto que na área rural, há coleta mas em algumas localidades sem dias definidos. A coleta abrange 93% da população. A coleta inicia-se às 7 horas e 30 minutos (SMO/PMM, 2013) obedecendo ao cronograma a seguir: Terças-Feiras e sextas feiras: Sede, Distrito de Barra do Ouro e Morro 59 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Alto; Nas localidades de Cerrito, Costa do Maquiné, Estrada da Ilha, Estrada Balsa, Estrada do Bernardo, Fazenda Pontal, Linha Cachoeira, Linha Gonçalves, Linha Mundo Novo, Linha Pelúcio, Linha Pinheiro, Linha Solidão, Linha Vacaria, Pedra de Amolar, Prainha a coleta não tem dias certos e a coleta ou é semanal ou é mensal, sempre nas quartas-feiras ou sábados As lixeiras nas localidades do interior são normalmente improvisadas e coletivas, muitas vezes são utilizados canos de concreto ou são feitas de madeira. Normalmente não conseguem atender a demanda, pois a coleta não é constante então o lixo acaba se acumulando. Os resíduos coletados pela empresa terceirizada são destinados ao Aterro da Brisa em Tramandaí Figura 19 - Composição gravimétrica dos resíduos sólidos domiciliares do município de Maquiné -RS. Fonte: Sheila L. da Silva 1 1 Silva, Sheila Luis da, CAMINHOS, LIMITES E POSSIBILIDADES DO GERENCIAMENTO INEGRADO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS. DO DIAGNÓSTICO AO PROGNÓSTICO PARA MUNICÍPIO DE PEQUENO PORTE. ESTUDO DE CASO APLICADO EM MAQUINÉ – RS – UNESC, 2012 60 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Figura 20 - Caracterização gravimétrica dos resíduos sólidos domiciliares município de Maquiné-RS, classificando-os em orgânicos, recicláveis e rejeito. do Fonte: Sheila L. da Silva 2 A partir destes dados verificamos que os resíduos enviados ao aterro sanitário Brisa, no município de Tramandaí, 54% são resíduos recicláveis, 19% são resíduos orgânicos e 27% são representados por rejeito. Os resíduos sólidos industriais não-similares aos domésticos são transportados pelo próprio gerador e destinados em centrais de resíduos sólidos industriais, situados fora do município. E, os resíduos sólidos de saúde, não similares aos domésticos também são transportados pelo próprio gerador e destinados à autoclavagem ou incineradores situados fora do município. Maquiné não conta com EcoPonto, para recebimento de pneus velhos e inutilizados do município Quanto aos resíduos da construção civil – RCC, estes são de baixo volume pela característica do município e pela baixa freqüência de obras e reformas. São verificados apenas dois pontos de descarte deste resíduos sendo ao lado da garagem da Prefeitura Municipal de MAQUINE e em frente à Rodoviária. 2 Silva, Sheila Luis da, CAMINHOS, LIMITES E POSSIBILIDADES DO GERENCIAMENTO INEGRADO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS. DO DIAGNÓSTICO AO PROGNÓSTICO PARA MUNICÍPIO DE PEQUENO PORTE. ESTUDO DE CASO APLICADO EM MAQUINÉ – RS – UNESC, 2012 61 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Já na questão do lixo eletrônico, no município não há campanhas, tampouco locais para coleta deste resíduos. No entanto quando trata-se de pilhas e baterias, alguns comércios estão disponibilizando locais para descarte destes resíduos. Os Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde gerados nos serviços de saúde municipais são recolhidos pela empresa RTM- Resíduos Especiais que atua na área de gerenciamento, coleta, transporte, tratamento por autoclavagem e disposição final de resíduos perigosos e da saúde. A coleta é realizada por empresa terceirizada e são coletados aproximadamente 300 litros mensais. Quanto aos resíduos de agrotóxicos O sistema de logística reversa ainda não foi adotado pelos empreendedores, desta forma, parte das embalagens após esvaziadas, não recebem tratamento adequado e vem sendo descartados junto ao lixo comum, diretamente no solo e rios contribuindo para a contaminação de solos e recursos hídricos (SMATMA/PMM, 2011). De acordo com pesquisa realizada em 20123, Do total de geradores de resíduos agrícolas no município (23% conforme a pesquisa), somente 78% adotam a destinação correta a esses resíduos. Quanto ao óleo de cozinha, no município há uma campanha para separação e destino correto do óleo de cozinha produzidos na residência. 3 Silva, Sheila L. da (2012) 62 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Figura 21 - Folder de divulgação do Projeto Caminhos do Óleo da Prefeitura Municipal de Maquiné- RS. Fonte: SMATMA, 2011, apud TCC Sheila Luis da Silva. 4.3 Da Regulação e Fiscalização A regulação e fiscalização dos serviços se dão, no âmbito municipal, por algumas Leis Municipais, mas nenhuma específica além de ser citada a gestão de resíduos na Lei do Plano Diretor Municipal. Na esfera estadual a regulação se dá pelo Decreto Estadual nº 38.356, de 01/04/98, que dispõe sobre a gestão dos resíduos sólidos no Estado do Rio Grande do Sul. Cabe somente a FEPAM o controle e fiscalização sobre as atividades e empreendimentos que o município licenciou junto a este órgão, no que se refere a gestão e manejo de resíduos sólidos. 63 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Quadro 15 – Resumo da situação dos resíduos sólidos em Maquiné TIPO DE RESÍDUO DESTINO PLANEJAMENTO SMO Resíduos sólidos domésticos Adequado Resíduos de Construções Bota-fora Licenciar ponto para triagem de RCC Resíduos Serviços de saúde, incluindo hospitais, clínicas, laboratórios, farmácias, núcleos de Adequado saúde, ambulatórios Resíduos industriais Industriais, originados nos processos industriais dentro da área urbana, Adequado sejam perigosos ou não Resíduos agrícolas - originados nas atividades agropastoris pertencem a um grupo de resíduos Denominados de agrícolas, inclusive das agroindústrias, incluem-se, neste caso, alguns resíduos perigosos, tais como embalagens de defensivos agrícolas e de adubos, e respectivos produtos, quando vencidos SMO Obrigação das empresas darem destino Adequado Central Regional Arasul REGULAÇÃO Legislação Municipal, Decreto Estadual nº 38.356, de 01/04/98 e FEPAM Legislação Municipal, Decreto Estadual nº 38.356, de 01/04/98 e FEPAM FISCALIZAÇÃO SMATMA e FEPAM SMATMA e FEPAM Legislação Municipal, Decreto Estadual nº 38.356, de 01/04/98 e FEPAM SMATMA e FEPAM Legislação Municipal, Decreto Estadual nº 38.356, de 01/04/98 e FEPAM SMATMA e FEPAM Legislação Municipal, SMATMA e FEPAM Decreto Estadual nº 38.356, de 01/04/98 e FEPAM 4.3 Diagnóstico Econômico e Financeiro Os dados de 2012, mostra que foram arrecadados próximo de R$ 31.000,00, de receita denominada de taxa de limpeza pública, que tem seu valor em função da localização e metragem construída do imóvel. Quanto aos gastos e custos anuais foram levantados os seguintes valores: Para a coleta de resíduos urbanos, transportes e destino no Aterro da Brisa, tem-se o valor de R$ 24.529,18 mensais, totalizando R$ 294.350,16 anuais. 5. SITUAÇÃO DOS SERVIÇOS DE MANEJO DAS ÁGUAS PLUVIAS E DRENAGEM URBANA 5.1 O Município e os Recursos Hídricos A localização relativa de um município em relação a sua bacia hidrográfica, e conseqüentemente suas características geo-ambientais, determinam maior ou menor vulnerabilidade à ocorrência de inundações. A interação da comunidade com os recursos hídricos gera ações de uso e ocupação do solo, que ao longo do tempo se transformam em práticas de convívio e 64 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico desenvolvimento urbano. Os principais recursos que cortam o município de Maquiné são: - Rio Maquiné, Arroios Água Parada, Pinheiro, Rio do Ouro, Solidão, Encantado Ligeiro, Carvão, Forqueta, Garapiá e lajeado. O município de Maquiné está localizado na bacia hidrográfica do Tramandaí, conforme demonstra a Figura 22. Figura 22 – Localização do Município na Bacia Hidrográfica do Tramandaí (Fonte: Adaptado de SEMA) 65 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico A caracterização fisiográfica do município, e sua interligação com os municípios vizinhos, determinam uma relação de interfaces relevantes em termos de planejamento em recursos hídricos, tendo a bacia hidrográfica como unidade de planejamento. 5.2 Estudos, Dados, Planos e Projetos Existentes Não existem projetos da drenagem pluvial existente. Os dados são esparsos e imprecisos. Devido a grande malha hídrica no município, há diversos pontos de alagamento que precisam ser bem definidos, para poder ser realizado o prognóstico dos sistemas. 5.3 Descrição do modelo e a organização jurídico-institucional da gestão da Prestação do Serviço de Manejo das Águas Pluviais e Drenagem Urbana A gestão da drenagem urbana está inserida na Secretaria de Obras Saneamento e Transportes. As outras Secretarias que compõem a administração municipal e que influenciam indiretamente na prestação de serviços de drenagem são: Secretaria Municipal de Administração Secretaria Municipal da Fazenda Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Desporto Secretaria Municipal da Saúde Secretaria Municipal da Agricultura, Turismo e Meio Ambiente Secretaria Municipal Assistência Social Secretaria Municipal de Planejamento 5.3.1 Aspectos Legais A prefeitura municipal é a responsável pela drenagem urbana do município de Maquiné. Não existe um organismo municipal ou delegação à agência Estadual pra regulação e fiscalização dos serviços. Entre os instrumentos legais que normatizam o planejamento do município estão: Lei Municipal n° 130/94: Cria o Departamento de água e esgoto de Maquiné; Lei Municipal n° 905/2010: Plano Diretor Municipal; Sabe-se da fundamental importância destes instrumentos normativos para determinar uma trajetória de desenvolvimento para o município, sobretudo em função das 66 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico decisões que influem o crescimento urbano e expansão municipal. 5.3.2 Aspectos Administrativos Operacionais A administração do sistema de drenagem fica a critério da Prefeitura Municipal, não existindo um departamento específico. A operação do sistema de drenagem urbana ocorre naturalmente através da ação gravitacional sobre o escoamento superficial das águas precipitadas meteoricamente. Em termos de operação as ações se resumem a limpeza e desobstrução de dispositivos de captação e galerias, dragagem e limpeza de canais e varrição e limpeza de vias, a cargo da Secretaria de Obras, Saneamento e Transportes. A estrutura existente carece de ampliação tanto em termos de equipamento, quanto em capital humano capacitado para pleno atendimento da demanda dos serviços, bem como para o planejamento adequado. Entre os serviços realizados regularmente pela municipalidade estão os serviços de manutenção e limpeza das margens dos canais e redes de drenagem; Destaca-se a necessidade de criar um cadastro de forma integrada, onde a padronização, o planejamento, a operação, regulação e fiscalização devam ser consideradas conjuntamente com os temas água, esgoto e resíduos sólidos. Não existe cobrança de taxa ou tarifa. 5.4 Descrição do Manejo das Águas Pluviais e Drenagem Urbana A área urbana de Maquiné se caracteriza por apresentar fisionomia típica litorânea de transição, com vales profundos e grande malha hídrica. As águas de escoamento superficial são conduzidas pelo sistema de microdrenagem através das vias pavimentadas, bocas de lobo e rede subterrânea até a tubulação e pequenos canais de macrodrenagem sem revestimento. Há grande demanda de construção de sarjetas pois há somente bocas-de-lobo nas esquinas, isto quando elas existem. 67 Figura 23: Mostra via não pavimentada (ao lado da prefeitura) sem estrutura de drenagem urbana Figura 24: Mostra Boca de lobo na esquina das ruas Machado de Assis e Napoleão Espínola MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Figura 25: Caixa de Coleta pluvial fora dos padrões ABNT, na rua Osvaldo Bastos Figura 26: Caixa de Coleta pluvial fora dos padrões ABNT, na Rua Padre Athanasio Orth Figura 27: Mostra o problema pela falta de sarjetas no longo das vias – Foto Av. General Osório As enxurradas provenientes das áreas mais altas adquirem velocidades consideráveis até atingir a área mais plana e mais urbanizada, que apresenta declividade mais baixa e propensão ao acúmulo e retenção de lâmina d’água e sedimentos. Como há grande urbanização próximo ao Rio Maquiné e arroios que cortam o município, a incidência de enchentes é considerável. O sistema existente deve considerar o incremento da área impermeável ao longo do tempo, atualmente com baixa densidade. Para longo prazo deverá ser previsto o aumento da densidade populacional e conseqüente incremento na vazão de pico, bem como a possibilidade de assoreamento e acúmulo de resíduos e entulhos, reduzindo a capacidade de condução hidráulica da rede. A rede coletora de Maquiné, onde a mesma é existente, é do tipo mista e o lançamento do efluente ocorre em cursos d’água permanentes. Deverá ser previsto uma manutenção e complementação da rede de 68 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico drenagem, sobretudo nas vias a serem pavimentadas. Este sistema combinado de drenagem (pluvial/cloacal) causa grande impacto aos mananciais existentes e totalmente afetados por esta rede mista. Além dos problemas de saúde e de vetores, verifica-se que deverá prever o plano, ações de recuperação destes recursos hídricos com a retirada gradual dos efluentes sanitários ligados a este drenagem. 5.4.1 Diagnóstico do Serviço de Manejo das Águas Pluviais e Drenagem Urbana Conforme apresentado anteriormente o município encontra grandes dificuldades em relação à ocorrência de enchentes e inundações, bem como em termos de erosão e deslizamentos de solo. Este fato se deve às características fisiográficas da região onde se localiza a sede municipal, com grande diferença de declividades na área do município, excesso de cursos d’água com vazões expressivas e falta da cobertura vegetal, na área urbana. Com isto se identificam problemas pontuais de inundações ou enchentes significativas. Os problemas generalizados e freqüentes dizem respeito à carência de estrutura de drenagem seja pela ausência de pavimentação, ou mesmo dos dispositivos de condução das águas de escoamento superficial (sarjetas, meios-fios, bocas-de-lobo) ou subterrâneas (Poços de Visita, Caixas de passagem, tubulação, bueiros e canais). Existe a carência de vias a serem pavimentadas e implantados os sistemas de drenagem. Entre os problemas institucionais identificados estão: Carência de Plano Diretor de Drenagem Urbana em consonância a um Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano; Interface entre o tema drenagem urbana e resíduos sólidos, que envolvem o desassoreamento/limpeza e coleta de resíduos, sendo que a sistematização dos dados que caracterizam o serviço deve nortear o programa de educação ambiental, bem como de combate à erosão; Interface entre o tema drenagem urbana e esgotos sanitários com presença de ligações irregulares de efluentes domésticos diretamente na rede de drenagem; A ausência de um departamento específico para administração da drenagem urbana do município dificulta as ações de planejamento, gestão e fiscalização que atualmente está carente de estrutura, equipamentos, recursos humanos e financeiros; Ausência de regulação do sistema de drenagem; 69 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico C. PROGNÓSTICO UNIVERSALIZAÇÃO, OBJETIVOS E METAS E ALTERNATIVAS PARA CONDICIONANTES, DIRETRIZES, 1 OBJETIVOS A fase de Prognóstico envolve a definição de alternativas de intervenção visando à prestação dos serviços de saneamento básico com o estabelecimento de metas ao longo do período do Plano e de acordo com as tendências de desenvolvimento socioeconômico e das características do município. Conforme disposto na Política Nacional de Saneamento Básico (Lei n◦ 11.445/07) o principal objetivo do Plano Municipal de Saneamento Básico de Maquiné é promover a prestação dos serviços públicos de saneamento básico visando à universalização, de acordo com os princípios estabelecidos no art. 2º da referida lei. Para tanto, devem ser definidos programas, projetos e ações compatíveis com os respectivos planos plurianuais e com outros planos governamentais correlatos. (BRASIL, 2009). Para a construção de cenários adequados ao planejamento nos setores de saneamento básico é necessário que se faça a definição de metas para adequação e ampliação do acesso aos serviços existentes no município, que deve ser o resultado de negociação entre a administração municipal, os prestadores de serviços e a população, através das carências atuais constatadas na fase de Diagnóstico. Cabe ressaltar que as etapas de elaboração do Prognóstico envolvem a definição de metas e objetivos para a criação ou adequação da estrutura municipal para o planejamento, além das questões relacionadas à prestação de serviço, regulação, fiscalização, o controle social, a assistência técnica e, quando for o caso, a promoção da gestão associada, via convênio de cooperação ou consórcio intermunicipal, para o desempenho de uma ou mais destas funções (BRASIL, 2009). Segundo o Ministério das Cidades, em seu Guia Para Elaboração de Planos Municipais de Saneamento Básico (BRASIL, 2009), os principais objetivos de um correto planejamento são os seguintes: Promover e melhorar a salubridade ambiental eda saúde coletiva; Garantir o abastecimento de água para consumo humano em condiçõessociais, ambientais e economicamente aceitáveis e para outros fins econômicos; Proteger, recuperar e melhorar as condições e usos sustentáveis domeio ambiente, em particular dos recursos hídricos e do solo, com especial atenção para as áreas de conservação e/ou ecologicamente mais vulneráveis; A proteção contra situações hidrológicas extremas, visando minimizar osriscos e as incidências associadas à ocorrência de situações de seca, de cheia ou de deslizamentos e proteção contra erosão e outros problemas. 70 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Para a área de Resíduos Sólidos, com o advento da Lei Federal n° 12.305/2010 definiu objetivos mais específicos, apresentados do Art 7°, logo abaixo: I - proteção da saúde pública e da qualidade ambiental; II - não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos; III - estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e consumo de bens e serviços; IV - adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como forma de minimizar impactos ambientais; V - redução do volume e da periculosidade dos resíduos perigosos; VI - incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de matériasprimas e insumos derivados de materiais recicláveis e reciclados; VII - gestão integrada de resíduos sólidos; VIII - articulação entre as diferentes esferas do poder público, e destas com o setor empresarial, com vistas à cooperação técnica e financeira para a gestão integrada de resíduos sólidos; IX - capacitação técnica continuada na área de resíduos sólidos; X - regularidade, continuidade, funcionalidade e universalização da prestação dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos, com adoção de mecanismos gerenciais e econômicos que assegurem a recuperação dos custos dos serviços prestados, como forma de garantir sua sustentabilidade operacional e financeira, observada a Lei nº 11.445, de 2007; XI - prioridade, nas aquisições e contratações governamentais, para: a) produtos reciclados e recicláveis; b) bens, serviços e obras que considerem critérios compatíveis com padrões de consumo social e ambientalmente sustentáveis; XII - integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações que envolvam a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; XIII - estímulo à implementação da avaliação do ciclo de vida do produto; XIV - incentivo ao desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental e empresarial voltados para a melhoria dos processos produtivos e ao reaproveitamento dos 71 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico resíduos sólidos, incluídos a recuperação e o aproveitamento energético; XV - estímulo à rotulagem ambiental e ao consumo sustentável. O mesmo documento define os objetivos específicos para cada setor do saneamento básico, que serão apresentados nos itens a seguir. 1.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ABASTECIMENTO DE ÁGUA PARA OS SERVIÇOS DE Os objetivos setoriais específicos ao gerenciamento dos serviços de abastecimento de água são os seguintes: Resolver carências de abastecimento, garantindo o fornecimento deágua a toda a população e outros usos essenciais; Promover a qualidade dos serviços de abastecimento de água, visandoa máxima eficiência, eficácia e efetividade; Reforçar os mecanismos de fiscalização da qualidade da águadistribuída; Estabelecer medidas de apoio à reabilitação dos sistemas existentes e àimplantação de novos sistemas; Instituir ou melhorar a regulação dos serviços para que afixação das tarifas seja eficiente e obedeça a critérios técnicos e econômicos adequados e a objetivos sociais justos; Reforçar a comunicação com a sociedade e promover a educaçãoambiental. 1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ESGOTAMENTO SANITÁRIO PARA OS SERVIÇOS DE Os objetivos setoriais específicos ao gerenciamento dos serviços de esgotamento sanitário são os seguintes: Resolver carências de atendimento, garantido o esgotamento a toda apopulação e a outras atividades urbanas; Implantar, ampliar e/ou melhorar a infraestrutura para tratamento de esgoto e despoluição dos corpos hídricos; Proteger e valorizar os mananciais de especial interesse, com destaque para os destinados ao consumo humano; Caracterizar, controlar e prevenir os riscos de poluição dos corpos hídricos; Reforçar a comunicação com a sociedade e promover a educação 72 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico ambiental. 1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS PARA OS SERVIÇOS DE LIMPEZA URBANA E MANEJO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Os objetivos setoriais específicos ao gerenciamento dos serviços de limpeza urbana e manejo dos resíduos sólidos são os seguintes: Resolver carências de atendimento, garantido o acesso à limpezapública para toda a população e atividade produtiva; Implantar, melhorar ou adaptar a infraestrutura para tratamento, reciclagem e disposição final dos resíduos sólidos; Proteger e valorizar os mananciais de especial interesse, com destaque para os destinados ao consumo humano; Aprofundar o conhecimento relativo a situações de interferência entre osresíduos sólidos e demais sistemas de saneamento; Reforçar a comunicação com a sociedade e promover a educaçãoambiental. 1.4 OBJETIVOS ESPECÍFICOS PARA OS SERVIÇOS DE DRENAGEM URBANA E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS Os objetivos setoriais específicos ao gerenciamento dos serviços de drenagem urbana e manejo de águas pluviais são os seguintes: Estudar e implementar de medidas para evitar o aparecimento de novaszonas críticas de inundação, eliminar e/ou reduzir as existentes; Estabelecer medidas visando controlar as cheias nos cursos principais das bacias elementares do município; Estabelecer medidas visando proteger as pessoas e bens situados emzonas críticas de inundação; Reforçar a comunicação com a sociedade e promover a educaçãoambiental. 2 PROJEÇÃO DAS DEMANDAS DE ÁGUA Para a determinação das contribuições sanitárias foram utilizados os estudos demográficos do município de Maquiné dos dados obtidos dos censos do IBGE. A área de planejamento corresponde a área da sede e distritos municipais de Maquiné como indicado na ilustração a seguir: 73 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Figura 28: Mostra área do município de Maquiné 2.1 DADOS DO CENSO DO IBGE Foram utilizados os dados do Censo de 2010, onde verificou-se que a sede do município de Maquiné apresenta uma população de 2.063 e aproximadamente 60% da população urbana possui rede de água. Ano 2000 Pop. Total Pop. Urbana Pop. Rural 7.304 1.925 5.379 2010 6.905 2.063 4.842 Quadro 16: Dados Censitários 74 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Quadro 17: Consumos Progressivos - Fonte Urbana L. Ambiental Ano Pop.Total 2.013 7.053 2.014 7.128 2.015 7.204 2.016 7.281 2.017 7.358 2.018 7.437 2.019 7.516 2.020 7.596 2.021 7.677 2.022 7.759 2.023 7.841 2.024 7.925 2.025 8.009 2.026 8.094 2.027 8.181 2.028 8.268 2.029 8.356 2.030 8.445 2.031 8.535 2.032 8.626 2.033 8.717 Pop. Sede 2.063 2.486 2.513 2.540 2.567 2.594 2.622 2.649 2.678 2.706 2.735 2.764 2.794 2.823 2.853 2.884 2.914 2.946 2.977 3.009 3.041 Vol. Per capita Per capita Perdas Vol. Consumo( liquido Bruto no Produz. Qmédia Pop. Rur m³/ano) (l/hab.dia) (l/hab.dia) sistema (m³/ano) Prod. (l/s) 4.842 225.994 140 182 30 293.792 9,445463 4.642 242.283 140 182 30 314.968 10,126279 4.691 244.863 140 182 30 318.322 10,234123 4.741 247.471 140 182 30 321.712 10,343117 4.792 250.107 140 182 30 325.139 10,453271 4.843 252.770 140 182 30 328.601 10,564598 4.894 255.462 140 182 30 332.101 10,677111 4.946 258.183 140 182 30 335.638 10,790823 4.999 260.933 140 182 30 339.212 10,905745 5.052 263.711 140 182 30 342.825 11,021891 5.106 266.520 140 182 30 346.476 11,139274 5.161 269.358 140 182 30 350.166 11,257907 5.216 272.227 140 182 30 353.895 11,377804 5.271 275.126 140 182 30 357.664 11,498978 5.327 278.056 140 182 30 361.473 11,621442 5.384 281.018 140 182 30 365.323 11,74521 5.441 284.011 140 182 30 369.214 11,870297 5.499 287.035 140 182 30 373.146 11,996715 5.558 290.092 140 182 30 377.120 12,12448 5.617 293.182 140 182 30 381.136 12,253606 5.677 296.304 140 182 30 385.195 12,384107 Quadro 18: Projeções de População e Domicílios Ano 2.013 2.014 2.015 2.016 2.017 2.018 2.019 2.020 2.021 2.022 2.023 2.024 2.025 2.026 2.027 2.028 2.029 2.030 2.031 Pop.Total 7.053 7.128 7.204 7.281 7.358 7.437 7.516 7.596 7.677 7.759 7.841 7.925 8.009 8.094 8.181 8.268 8.356 8.445 8.535 Pop. Sede 2.063 2.486 2.513 2.540 2.567 2.594 2.622 2.649 2.678 2.706 2.735 2.764 2.794 2.823 2.853 2.884 2.914 2.946 2.977 Pop. Rur 4.842 4.642 4.691 4.741 4.792 4.843 4.894 4.946 4.999 5.052 5.106 5.161 5.216 5.271 5.327 5.384 5.441 5.499 5.558 Nº Econ. Resid. 2.821 2.851 2.882 2.912 2.943 2.975 3.006 3.038 3.071 3.103 3.136 3.170 3.204 3.238 3.272 3.307 3.342 3.378 3.414 75 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Ano 2.032 2.033 Pop.Total Pop. Sede 8.626 8.717 3.009 3.041 Pop. Rur 5.617 5.677 Nº Econ. Resid. 3.450 3.487 2.2 ÍNDICES DE ATENDIMENTO De acordo com o quadro é possível observar que a demanda populacional para 2033 é de 3.041 habitantes na sede com isto verificamos que para atender a demanda será necessário o funcionamento dos dois poços já existentes que juntos tem a produção de 14,72 l/s, ou seja, sem necessidade de aumento de captação. Atualmente o serviço de abastecimento atende 60% da área urbana, e na área rural o atendimento é realizado 65% com rede de distribuição e as demais localidades através de poços profundos, sob gestão da comunidade local e orientação da Prefeitura de Maquiné. Verifica-se que as projeções para a zona rural também são crescentes, e a manutenção do sistema existe seria suficiente para atendimento da demanda. 2.3 ÍNDICES DE PERDAS Não há confirmação do índice de perdas totais atualmente, pois não há a micromedição no sistema. Estima-se que fica em 30% em todo o período do plano. Ao longo do período de planejamento, em decorrência da adoção de medidas de controle das perdas no sistema, tais como, a colocação de hidrômetros e remanejamento das redes e ligações de água, prevê-se que o índice de perdas medido fique em 30% até o ano de 2033. 2.4 CONSUMO PER CAPITA Para se definir as vazões de água para o período de planejamento foi adotado um consumo per capita efetivo (excluindo perdas) de aproximadamente 140 l/hab x dia. Considerando a evolução do índice de perdas mostrada anteriormente tem- se um consumo per capita total que variará de 182 l/hab x dia no início do período até o fim do período em 2033 . 2.5 COEFICIENTES DE DIA E HORA DE MAIOR CONSUMO Os níveis de consumo de água, como de conhecimento geral, variam conforme o horário do dia e o dia da semana, em função de variações climáticas e costumes da população. Os coeficientes de dia e hora de maior consumo são fatores que refletem, respectivamente, os consumos máximo diário e máximo horário ocorrido em um período de um ano, sendo a este período associado o denominado consumo médio. Para a estimativa destes coeficientes é necessário que haja dados de medição de vazão consumidas ao longo de pelo menos um ano, com o devido registro de suas variações diárias e horárias. Entretanto, como para Maquiné não há tal base de dados, adotaremos no presente estudo os seguintes fatores, conforme recomendado em normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas 76 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico (ABNT), neste caso a NBR 9649, e literatura especializada . Coeficiente do dia de maior consumo (k1): 1,20 Coeficiente da hora de maior consumo (K2): 1,50 2.6 PROJEÇÃO DAS DEMANDAS DE RESERVAÇÃO A partir dos dados apresentados, realizamos nesta sessão a projeção das demandas de reservação de água para o sistema até o ano de 2033. De acordo com as Normas da ABNT e boas práticas, a acumulação ideal para um sistema de abastecimento de água, atendido por captação superficial, é de um terço da demanda diária. O volume de reservação atual adotado foi aquele informado pela Secretaria de Obras do Município. No quadro a seguir são apresentadas esta projeção de reservação e a estimativa do déficit de reservação para o horizonte de planejamento do plano municipal de saneamento. Quadro 19: Projeções de Reservação de água Ano 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033 Pop. Pop.Total Sede 7.053 7.128 7.204 7.281 7.358 7.437 7.516 7.596 7.677 7.759 7.841 7.925 8.009 8.094 8.181 8.268 8.356 8.445 8.535 8.626 8.717 2.063 2.486 2.513 2.540 2.567 2.594 2.622 2.649 2.678 2.706 2.735 2.764 2.794 2.823 2.853 2.884 2.914 2.946 2.977 3.009 3.041 Pop. Rur 4.842 4.642 4.691 4.741 4.792 4.843 4.894 4.946 4.999 5.052 5.106 5.161 5.216 5.271 5.327 5.384 5.441 5.499 5.558 5.617 5.677 Vol. Armaz. Nec. Vol. Cons(m³/dia) Urbano 987,42 997,94 1.008,56 1.019,31 1.030,16 1.041,13 1.052,22 1.063,43 1.074,75 1.086,20 1.097,77 1.109,46 1.121,27 1.133,21 1.145,28 1.157,48 1.169,81 1.182,27 1.194,86 1.207,58 1.220,44 96,27 116,03 117,26 118,51 119,77 121,05 122,34 123,64 124,96 126,29 127,63 128,99 130,37 131,76 133,16 134,58 136,01 137,46 138,92 140,40 141,90 Vol. Nec. Rural 225,96 216,62 218,93 221,26 223,61 226,00 228,40 230,83 233,29 235,78 238,29 240,83 243,39 245,98 248,60 251,25 253,93 256,63 259,36 262,13 264,92 Vol. Armaz. Vol. Atual Armaz. Urb. Rural 170 170 170 170 170 170 170 170 170 170 170 170 170 170 170 170 170 170 170 170 170 250 315 315 315 315 315 315 315 315 315 315 315 315 315 315 315 315 315 315 315 315 Deficit Atual Urb. 73,73 53,97 52,74 51,49 50,23 48,95 47,66 46,36 45,04 43,71 42,37 41,01 39,63 38,24 36,84 35,42 33,99 32,54 31,08 29,60 28,10 Deficit Atual Rur. Reserv. à construir 24,04 98,38 96,07 93,74 91,39 89,00 86,60 84,17 81,71 79,22 76,71 74,17 71,61 69,02 66,40 63,75 61,07 58,37 55,64 52,87 50,08 Fonte : Urbana Logística Ambiental do Brasil Pelas informações apresentadas acima, o volume de reservação de água tratada de Maquiné até 2033 está adequada, foram considerados os seguintes armazenamentos: 170m³ na Sede; 30m³ no Morro Alto, acrescido de mais 35m³ a partir de 2014; 25m³ na 77 localidade de Ribeirão; 45m³ na Prainha; 35 m³ na Costa do Céu; 15m³ na Linha - MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico São Paulo e 100m³ na Barra do Ouro. 2.7 PROJEÇÃO DAS DEMANDAS DE DISTRIBUIÇÃO Para a projeção da extensão da rede de distribuição de água necessária para atender as demandas futuras de Maquiné. Para estimar de maneira correta e precisa, é necessária a elaboração de projetos básicos e executivos das redes futuras redes de distribuição de água, sendo que esta atividade foge do escopo do plano de saneamento básico. Além disso, lembramos que segundo lei municipal, a instalação de futuras infraestruturas de rede de água em loteamentos e condomínios da cidade corre por conta do empreendedor. Sendo assim, a extensão futura da rede irá variar conforme os projetos dos futuros empreendimentos e, portanto, uma previsão exata da sua extensão e custos é impraticável. No entanto podemos utilizar os dados disponíveis que demonstram que com 32.000 metros de rede atende-se 60% da população, com isto verificamos que seriam necessários 53.334 metros de rede para o atendimento de 100% da população atualmente. No quadro a seguir, apresentamos a projeção de extensão total de rede para Maquiné até o ano de 2033. Quadro 20: Projeções de extensão de rede de água Ano 2.013 2.014 2.015 2.016 2.017 2.018 2.019 2.020 2.021 2.022 2.023 2.024 2.025 2.026 2.027 2.028 2.029 2.030 2.031 2.032 2.033 Pop.Total 7.053 7.128 7.204 7.281 7.358 7.437 7.516 7.596 7.677 7.759 7.841 7.925 8.009 8.094 8.181 8.268 8.356 8.445 8.535 8.626 8.717 Pop. Sede 2.063 2.486 2.513 2.540 2.567 2.594 2.622 2.649 2.678 2.706 2.735 2.764 2.794 2.823 2.853 2.884 2.914 2.946 2.977 3.009 3.041 Pop. Rur 4.842 4.642 4.691 4.741 4.792 4.843 4.894 4.946 4.999 5.052 5.106 5.161 5.216 5.271 5.327 5.384 5.441 5.499 5.558 5.617 5.677 Nº Econ. Resid. 2.821 2.851 2.882 2.912 2.943 2.975 3.006 3.038 3.071 3.103 3.136 3.170 3.204 3.238 3.272 3.307 3.342 3.378 3.414 3.450 3.487 Econ. Por ligação 1,25 1,25 1,25 1,25 1,30 1,30 1,40 1,40 1,40 1,40 1,50 1,50 1,50 1,50 1,50 1,60 1,60 1,60 1,60 1,60 1,60 Econ. Ativas Econ. Ligadas Extensão da rede por ligação (metros) 1189 1201 1238 1276 1367 1409 1609 1707 1725 1743 1980 2001 2022 2145 2167 2452 2478 2628 2655 2683 2712 26,92 26,92 26,92 26,92 26,92 26,92 26,92 26,92 26,92 26,92 26,92 26,92 26,92 26,92 26,92 26,92 26,92 26,92 26,92 26,92 26,92 951 1.105 1.139 1.174 1.258 1.296 1.480 1.570 1.587 1.604 1.822 1.841 1.860 1.973 1.994 2.256 2.280 2.418 2.443 2.468 2.495 Metros de Rede 32000 32338 33326 34344 36808 37932 43323 45946 46430 46919 53314 53875 54443 57739 58348 66005 66701 70739 71484 72237 72998 Índice de atendime nto 60% 60% 62% 64% 68% 70% 75% 80% 80% 80% 85% 85% 85% 90% 90% 95% 95% 100% 100% 100% 100% 2.8 PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES Apresentamos as ações estipuladas para o atingimento dos objetivos apresentados, em conformidade com as metas de universalização dos serviços de saneamento 78 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico básico impostas pela Lei Federal 11.445 de 2007. No quadro a seguir, são apresentadas estas ações conforme os objetivos, assim como as definições de prazo e prioridade das mesmas. Entretanto, antes do quadro relacionamos as definições de prazo utilizadas, que são: - Ações imediatas ou emergenciais: até 3 anos - Curto prazo: entre 4 a 8 anos; - Médio prazo: entre 9 e 12 anos; - Longo prazo: entre 13 e 20 anos. A fim de possibilitar a melhor visualização possível das inter-relações entre objetivos e ações, o quadro será apresentado na página a seguir. Posteriormente será descrito mais precisamente cada ação e serão estimados custos para a implantação das mesmas. Quadro 21: Objetivos, ações, meta e prazos - ÁGUA N° do Objetivo Objetivo N° da Ação Descrição da Ação Prazo Prioridade Curto Alta Curto Média Curto Alta Curto Média 1.1 Construir perímetros de proteção e demais benfeitorias necessárias à preservação da qualidade da água subterrânea utilizada para abastecimento e estabelecer áreas de proteção dos aquíferos. Todos os habitantes deverão ter acesso à água potável em quantidade suficiente para o suprimento de suas necessidades e dentro dos padrões vigentes de potabilidade instituídos pelos órgãos competentes. 1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 2.1 Exigir o cumprimento das obrigações estipuladas pela portaria 2.914/2011 do Ministério da Saúde, penalizando quem descumpri-las. Instalar sistemas automáticos de desinfecção em todos os poços de captação de água subterrânea. Ampliar e adequar à rede de distribuição de água e realizar projetos executivos Implementar e gerir sistema de informações sobre o serviço de abastecimento de água Emergencial Alta Criar Fundo Municipal de Saneamento Emergencial Média Criar e gerir banco de dados sobre projetos de sistemas de abastecimento de água Curto Média Formalizar concessão da água ou assumir o gerenciamento na Barra do Ouro Curto Média Elaborar projeto de reestruturação e setorização do sistema de abastecimento de água. 79 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico N° do Objetivo N° da Objetivo Ação O índice de perdas na distribuição, calculado 2 segundo metodologia do SNIS, deverá ser igual a 10% ao final do ano de 2033. Descrição da Ação Prazo Prioridade Emergencial Média Instalar hidrômetros em todas as unidades habitacionais onde a água é distribuída Qualidade da água 2.2 Curto Alta 2.3 Monitorar permanentemente as pressões disponíveis, vazamentos e ligações clandestinas na rede de distribuição de água curto Alta 3.1 Criar banco de dados das análises de água realizadas pela municipalidade nos poços de sua responsabilidade Emergencial Alta 3 Conscientizar a 4 população quanto ao manejo adequado 4.1 Executar projetos de educação ambiental. Curto Alta dos recursos hídricos A seguir se discorre a respeito de cada ação e a estimativa necessária dos valores de investimentos para a execução: Objetivo 1.1 CONSTRUIR PERÍMETROS DE PROTEÇÃO E DEMAIS BENFEITORIAS NECESSÁRIAS À PRESERVAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA SUBTERRÂNEA UTILIZADA PARA ABASTECIMENTO E ESTABELECER ÁREAS DE PROTEÇÃO DOS AQUIFEROS Perímetros de proteção de poços são determinados para impedir que o manancial de abastecimento de água subterrânea, neste caso poço ou fonte, seja contaminado. Suas dimensões e forma dependem das características hidrogeológicas locais e legislações específicas, entretanto, frequentemente esbarram em restrições impostas pelo interesse econômico e político. Visto isso, há várias técnicas utilizadas para sua definição, adaptandose a cada diferente situação e legislação. No Rio Grande do Sul, o decreto estadual 42.047, de 26 de Dezembro de 2002, regulamenta o gerenciamento e à conservação das águas subterrâneas e dos aquíferos, impondo a adoção de medidas de proteção dos mananciais de captação. Entre as medidas impostas pelo Decreto 42.047, há a necessidade de instalação de Vedação Sanitária, instalada de acordo com as normas técnicas da ABNT, construção de um Perímetro Imediato de Proteção Sanitária e o estabelecimento de Áreas de Proteção dos Aquíferos. O Perímetro Imediato de Proteção Sanitária deve abranger um raio mínimo de 10 metros a partir do ponto de captação e necessita ser cercado e protegido. As Áreas de Proteção dos aquíferos devem ser estabelecidas a partir de estudos hidrogeológicos e ambientais. Para a execução dessas ações em todos os 09 poços de captação utilizados para 80 abastecimento e atendimento da legislação vigente, estima-se um valor de R$ MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 10.000,00 por poço, ou seja, aproximadamente R$ 90.000,00. Objetivo 1.2 EXIGIR O CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES ESTIPULADAS PELA PORTARIA 2.914/2011 DO MINISTÉRIO DA SAÚDE, PENALIZANDO QUEM DESCUMPRI-LAS. Estabelecer rotinas de fiscalização e cobrança de apresentação das análises físicoquímicas e biológicas nas quantidades e qualidades exigidas pela portaria 2.914/2011 do Ministério da Saúde. Para isso é necessário uma equipe compostas por funcionários públicos concursados, devidamente qualificados para a interpretação das análises e vistorias de campo, e a emprego de um carro. Considerando-se inicialmente um único funcionário para essa tarefa, ao custo mensal estimado de R$ 5.000,00, é necessário R$ 60.000,00 por ano. É importante estabelecer mecanismos de penalização para aqueles que não atenderem as exigências da portaria 2.914/2011, tais como multas, interrupção de captação de água, plantio de árvores nativas na área de proteção do poço e etc. Objetivo 1.3 INSTALAR SISTEMAS AUTOMÁTICOS DE DESINFECÇÃO EM TODOS OS POÇOS DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA SUBTERRÂNEA. Sistemas automáticos de desinfecção de águas são ferramentas importantes para garantir a qualidade das águas subterrâneas consumidas pela população rural. Estes sistemas evitam a o uso indevido de reagentes e garantem que independentemente do operador do sistema, a água estará sempre sendo desinfectada. Para a aquisição e instalação destes sistemas, para os 09 poços subterrâneos utilizados para abastecimento, estima-se um valor unitário de R$ 700,00, resultando em um valor total de cerca de R$ 6.300,00. Para a operação e manutenção dos mesmos adota-se o valor aproximado de R$ 200,00, o que corresponde ao custo mensal de cerca de R$ 1.800,00. Objetivo 1.4 AMPLIAR E ADEQUAR À REDE DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA E REALIZAR PROJETOS EXECUTIVOS A ampliação, manutenção e substituição da rede de distribuição de água é essencial para garantir o atendimento adequado de toda a população urbana de Maquiné, além de reduzir os índices de perdas na rede. Afim de proporcionar uma estimativa dos custos de manutenção e substituição de rede, adota-se o valor de R$ 500,00 por metro de tubulação instalada nova. Considera-se que o custo da manutenção de rede existente é de 50% da rede nova, então tem-se o valor de R$ 250,00 por metro de tubulação. Temos que considerar que a rede hoje tem 32.000 metros, onde se prevê anualmente a manutenção de 2% da rede. Com isto verificamos que no horizonte do plano, teremos a manutenção e substituição de no mínimo 21.744 metros, e na construção de novas redes teremos mais 40.998 metros para a universalização da água. Com isto chegamos ao valor em 20 anos de R$ 25.935.217,91. Objetivo 1.5 IMPLEMENTAR E GERIR SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE O SERVIÇO DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA Criar e gerir um sistema de informações sobre os serviços de abastecimento de água é uma importante ferramenta para o correto gerenciamento dos recursos hídricos e 81 garantir a saúde da população. Esta ferramenta deve ser integrada com o Sistema MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Municipal de Informações sobre Saneamento Básico, que segundo a lei 11.445/2007, são os serviços de drenagem urbana, resíduos sólidos e esgotamento sanitário. Para a criação e gerenciamento de tal banco de dados, considera-se necessária a aquisição de um servidor exclusivo, ao custo estimado de R$ 3.000,00. Além disso, se prevê um custo anual de manutenção em torno de R$ 1.200,00. Objetivo 1.6 CRIAR FUNDO MUNICIPAL DE SANEAMENTO A criação do Fundo Municipal de Saneamento está amparada no artigo 13 da Lei Federal 11.445/2007, que estipula que os entes da Federação, isoladamente ou reunidos em consórcios públicos, poderão instituir fundos, aos quais poderão ser destinadas, entre outros recursos, parcelas das receitas dos serviços, com a finalidade de custear, na conformidade do disposto nos respectivos planos de saneamento básico, a universalização dos serviços públicos de saneamento básico. Este fundo poderia ser usado, por exemplo, para custear os custos de proteção e regularização dos poços subterrâneos de abastecimento de Maquiné. Os custos de implantação deste fundo se resumiriam as taxas bancárias de administração. A fim de estipular um valor para essa ação, adotamos um custo anual de R$ 500,00. Objetivo 1.7 CRIAR E GERIR BANCO DE DADOS SOBRE PROJETOS DE SISTEMAS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA Ter um sistema de gerenciamento da infraestrutura de abastecimento de água é uma importante ferramenta de gestão e planejamento urbano. Através de um banco de dados sobre projetos de sistemas de água, será possível conhecer a infraestrutura local e prever de maneira precisa investimentos futuros. Para a criação e gestão deste banco de dados, considera-se necessário a aquisição de um servidor exclusivo, ao custo de R$ 3.000,00. Além disso, se estima um custo anual de manutenção em torno de R$ 1.200,00. Objetivo 1.8 FORMALIZAR CONCESSÃO GERENCIAMENTO NA BARRA DO OURO DA ÁGUA OU ASSUMIR O A localidade de Barra do Ouro opera atualmente de forma precária através de uma Associação inexistente como pessoa jurídica. Caso seja de interesse do município manter a concessão, deve esta associação formalizar-se para que sejam posteriormente definidas as condições de funcionamento e operação. Caso seja da vontade do município, o mesmo deverá assumir a gestão daquela localidade e dispor de todos os serviços necessários para a boa execução dos mesmos. Para esta atividade estima-se um valor de R$ 1.500,00 para a formalização da Associação. Objetivo 2.1 ELABORAR PROJETO DE REESTRUTURAÇÃO E SETORIZAÇÃO DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA. Reestruturar e setorizar o sistema de abastecimento de água é fundamental para garantir a redução de perdas de água na distribuição e perdas de faturamento. Para isso, é necessário que se elabore um projeto prevendo a setorização do sistema, pressões máximas e mínimas, pontos críticos, instalação de válvulas de retenção e macromedidores e demais infraestruturas necessárias para o adequado gerenciamento e monitoramento do sistema como um 82 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico todo. Para este estudo, estima-se um investimento na ordem de R$ 60.000,00. Objetivo 2.2 INSTALAR HIDRÔMETROS EM HABITACIONAIS ONDE A ÁGUA É DISTRIBUÍDA TODAS AS UNIDADES Implantar micromedidores na rede de distribuição de água é fundamental para garantir o gerenciamento adequado do sistema e possibilitar a identificação de perdas ao longo da rede, além de melhorar o faturamento. Como a determinação da quantidade e do tipo de micromedores que serão necessários depende do Projeto de Reestruturação e Setorização do Sistema de Abastecimento, estima-se um valor de R$ 180,00 por hidrômetro, assim verificase que serão necessários até 2033 aproximadamente R$ 488.160,00. Objetivo 2.3 MONITORAR PERMANENTEMENTE AS PRESSÕES DISPONÍVEIS, VAZAMENTOS E LIGAÇÕES CLANDESTINAS NA REDE DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA Ligações clandestinas de água são importantes fontes de contaminação de água e de perdas de vazão e faturamento. Via de regra elas são feitas em desconformidade com as normas técnicas vigentes e sem cuidados sanitários. O monitoramento das pressões disponíveis na rede é uma ação fundamental para evitar rompimento de condutos e garantir um serviço de distribuição com qualidade. Monitorar vazamentos na rede é essencial para garantir identificar o mais cedo possível a ocorrência de rupturas e garantir a redução do índice de perdas na rede. Para executar esse monitoramento, é necessária uma equipe exclusivamente dedicada para essa tarefa. Considerando-se inicialmente um funcionário concursado, ao custo estimado de R$ 3.000,00, chega-se ao valor de R$ 36.000,00 anuais. Objetivo 3.1 CRIAR BANCO DE DADOS DAS ANÁLISES DE ÁGUA REALIZADAS PELA MUNICIPALIDADE NOS POÇOS DE SUA RESPONSABILIDADE O controle de qualidade é essencial para garantir a saúde pública. Ter um sistema de banco de dados das análises de água é uma importante ferramenta de gestão e planejamento urbano. Através deste pode-se tomar atitudes mais ágeis e seguras em caso de desconformidades, evitando-se o prejuízos à saúde e remediando as situações críticas.. Para a criação e gestão deste banco de dados, considera-se necessário a aquisição de um servidor exclusivo, ao custo de R$ 3.000,00. Além disso, se estima um custo anual de manutenção em torno de R$ 1.000,00. Objetivo 4.1 EXECUTAR PROJETOS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL. Segundo definição estabelecida na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento realizada em 1992 no Rio de Janeiro, entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia 83 qualidade de vida e sua sustentabilidade. Estabelecer projetos de educação MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico ambiental voltados ao Saneamento Básico é de extrema importância para incentivar a população a participar da fiscalização dos serviços de saneamento e auxiliar no atingimento de metas para o setor. Sendo assim, sugere-se que inicialmente seja implantado um programa permanente de educação ambiental nas instituições de ensino fundamental do município. Estima-se que em Maquiné existam aproximadamente 1.352 alunos matriculados até o ensino fundamental. Para a estimativa dos custos deste programa, adotou-se um custo 20 reais por aluno por ano, contabilizando um investimento anual de aproximadamente R$ 27.040,00. As ações de educação ambiental devem ser adaptadas às realidades de cada escola e devem envolver, na medida do possível, atividades práticas e visitas de campo. Estes projetos de educação ambiental devem ser integrados com o Programa de Educação Ambiental para o Saneamento Básico. No quadro abaixo se faz a relação das estimativas de investimento necessárias para a implantação das ações previstas até 2033. Ressalta-se que estes valores são meramente orientadores e devem ser estimados mais detalhadamente através de projetos executivos, cotações e demais fontes primárias de informação no momento de efetivação dos investimentos. Quadro 22: Ações e custos estimados N° da Ação 1.1 1.2 Descrição da Ação Construir perímetros de proteção e demais benfeitorias necessárias à preservação da qualidade da água subterrânea utilizada para abastecimento e estabelecer áreas de proteção dos aquíferos. Exigir o cumprimento das obrigações estipuladas pela portaria 2.914/2011 do Ministério da Saúde, penalizando quem descumpri-las. Instalar sistemas automáticos de desinfecção em todos os poços de captação de água subterrânea. 1.3 Ampliar e adequar à rede de distribuição de água e realizar projetos executivos 1.5 Implementar e gerir sistema de informações sobre o serviço de abastecimento de água 1.7 Custo no horizonte de 20 anos 90.000,00 90.000,00 60.000,00 1.200.000,00 6.300,00 + 21.600,00 1.4 1.6 Custo para a Implantação ou anual Criar Fundo Municipal de Saneamento Criar e gerir banco de dados sobre projetos de sistemas de abastecimento de água 438.300,00 25.935.217,91 25.935.217,91 3.000,00 + 1.200,00 27.000,00 500,00 10.000,00 37.200,00 744.000,00 84 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico N° da Ação 1.8 2.1 2.2 2.3 3.1 4.1 Descrição da Ação Formalizar concessão da água ou assumir o gerenciamento na Barra do Ouro Elaborar projeto de reestruturação e setorização do sistema de abastecimento de água. Custo para a Implantação ou anual Custo no horizonte de 20 anos 1.500,00 1.500,00 60.000,00 60.000,00 Instalar hidrômetros em todas as unidades 488.160,00 habitacionais onde a água é distribuída Monitorar permanentemente as pressões disponíveis, vazamentos e ligações clandestinas na rede de distribuição de água 36.000,00 Criar banco de dados das análises de água 37.000,00 realizadas pela municipalidade nos poços de sua responsabilidade 488.160,00 Executar projetos de educação ambiental. 540.800,00 27.040,00 TOTAL 432.000,00 452.000,00 30.418.977,91 Fonte: Urbana Logística Ambiental do Brasil 2.9 AÇÕES FRENTE À EMERGÊNCIA OU CONTIGÊNCIA O estabelecimento de ações para lidar com eventuais emergências ou contingências que possam interromper a prestação dos serviços de abastecimento de água são extremamente importantes para garantir a saúde e segurança da população. Entende-se como emergencial o evento perigoso, que leva a situações críticas, incidental ou urgente. Em caso de interrupção do serviço de fornecimento de água potável por estiagem severa ou acidente por poluição na captação de água bruta, estima- se que os reservatórios possam suprir a necessidade em condições normais de abastecimento por cerca de 8 horas. Portanto, ainda dentro deste período de 8 horas, o município deve decretar estado de calamidade pública, sendo que a defesa civil deve acionar caminhões pipa para transportarem água de municípios vizinhos, a fim de atender a população, privilegiando-se os usuários mais sensíveis, além de usuários com menores possibilidades de conseguir suprir suas próprias necessidades. Também devem ser previstas ações emergenciais de comunicação e aviso à população, informando, se possível, o período estimado de paralisação e racionamento quando o tempo exceder a 12 horas. Além disso, abaixo são apresentadas ações de prevenção e correção para diferentes episódios de emergência ou perigo. 1. Em casos de inundações e enxurradas bruscas que comprometam o funcionamento de unidades operacionais localizadas em áreas de fundo vale: Diagnóstico de risco; Proteção de motores e instalações elétricas; Adequação de equipamentos de proteção individual; 85 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Treinamento de pessoal; Divulgação adequada. 2. Em casos de erosões e deslizamentos que venham a comprometer o funcionamento de unidades operacionais: Diagnóstico prévio de riscos; Treinamento de pessoal para tomada de decisão; Cadastramento de fornecedores de maquinários e equipamentos de limpeza e dragagem; Divulgação adequada do problema. 3. Em casos de rompimentos de adutoras e redes de água: Setorização das redes de distribuição para reduzir o trecho afetado; Instalação de equipamentos de monitoramento para identificação de vazamentos em estágios iniciais; Uso contínuo de equipes de caça vazamentos; Comunicação adequada com os usuários afetados e garantia de suprimento de água por carro pipa para hospitais. Treinamento de pessoal para tomada de decisão; 4. Em casos de ocorrência de longos períodos de falta de energia: Manutenção de volume adequado de reservação; Diagnóstico completo das áreas afetadas; Comunicação adequada; Disponibilidade de carro pipa para atendimento onde são desenvolvidas atividades essenciais. 86 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 5. Em casos de contaminações de mananciais: Treinamento adequado de pessoal para identificação de anomalias no manancial; Interrupção no funcionamento da unidade de produção até confirmação da inexistência de riscos à saúde; Comunicação adequada da ocorrência. 6. Em casos de atribuição de ocorrência de doenças as águas de abastecimento: Análise da água sob suspeita; Apoio aos órgãos de saúde na investigação das causas das ocorrências 2.10 INDICADORE GERENCIAIS A fim de possibilitar um gerenciamento adequado dos serviços de abastecimento de água e o atingimento dos objetivos estipulados por este plano, apresenta-se no presente capítulo a definição de indicadores quantitativos a serem atendidos pelo prestador dos serviços de água. INDICADORES DO OBJETIVO 1 Para verificar o avanço do nível de atendimento do Objetivo 1 ao longo do tempo, propõe-se a adoção de 1 indicador, que É apresentado abaixo. Total de Habitantes atingidos com água potável Nível de atendimento de água = ---------------------------------------------------------------Total de habitantes do Município INDICADOR DO OBJETIVO 2 Para monitorar o avanço do nível de atendimento do Objetivo 2, propõe-se a utilização do índice de perdas na distribuição ao final de 2033, o ‘’Índice de Perdas na Distribuição’’ deverá ser igual a 0,70. Abaixo segue a apresentação do mesmo. 87 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Volume de água – Volume de água consumido Índice de perdas na distribuição=----------------------------------------------------------------Volume de água A seguir constam as definições de ‘’Volume de água’’ e ‘’Volume de água consumido’’, segundo o SNIS. Volume de água: equivalente a soma dos Volumes de água produzida, Volume de Água Tratada Importado e Volume de Serviço. Volume de água produzido: Volume anual de água disponível para consumo, compreendendo a água captada pelo prestador de serviços e a água bruta importada (AG016), ambas tratadas na(s) unidade(s) de tratamento do prestador de serviços, medido ou estimado na(s) saída(s) da(s) ETA(s) ou UTS(s). Inclui também os volumes de água captada pelo prestador de serviços ou de água bruta importada (AG016), que sejam disponibilizados para consumo sem tratamento, medidos na(s) respectiva(s) entrada(s) do sistema de distribuição. Para prestadores de serviços de abrangência regional (X004) ou microrregional (X003), nos formulários de dados municipais (informações desagregadas), esse campo deve ser preenchido com os volumes produzidos DENTRO DOS LIMITES DO MUNICÍPIO EM QUESTÃO. Esse volume pode ter parte dele exportada para outro(s) municípios(s) atendido(s) ou não pelo mesmo prestador de serviços. Unidade: 1.000 m³/ano. Volume de água tratada importado: Volume anual de água potável, previamente tratada (em ETA(s) ou em UTS(s)), recebido de outros agentes fornecedores. Deve estar computado no volume de água macromedido (AG012), quando efetivamente medido. Não deve ser computado nos volumes de água produzido (AG006), tratado em ETA(s) (AG007) ou tratado por simples desinfecção (AG015). A despesa com a importação de água deve estar computada na informação FN020. Para prestadores de serviços de abrangência regional (X004) e microrregional (X003), nos formulários de dados municipais (informações desagregadas), o volume de água tratada importado deve corresponder ao recebimento de água de outro prestador de serviços ou de outro município do próprio prestador. Unidade:1.000 m³/ano. Volume de Serviço: Valor da soma dos volumes anuais de água usados para atividades operacionais e especiais, acrescido do volume de água recuperado. As águas de lavagem das ETA(s) ou UTS(s) não devem ser consideradas. A receita com água recuperada deve estar computada na informação FN005. Unidade: 1.000 m³/ano. Volume de Água Consumido: Volume anual de água consumido por todos os usuários, compreendendo o volume micromedido (AG008), o volume de consumo estimado para as ligações desprovidas de hidrômetro ou com hidrômetro parado, acrescido do volume de água tratada exportado (AG019) para outro prestador de serviços. Não deve ser confundido com o volume de água faturado, identificado pelo código AG011, pois para o 88 cálculo deste último, os prestadores de serviços adotam parâmetros de consumo MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico mínimo ou médio, que podem ser superiores aos volumes efetivamente consumidos. O volume da informação AG011 normalmente é maior ou igual ao volume da informação AG010. Para prestadores de serviços de abrangência regional (X004) e microrregional (X003), nos formulários de dados municipais (informações desagregadas), o volume de água tratada exportado deve corresponder ao envio de água para outro prestador de serviços ou para outro município do próprio prestador. Unidade: 1.000 m³/ano. INDICADOR DO OBJETIVO 3 Para monitorar o avanço do nível de atendimento do Objetivo 3, propõe-se a utilização do seguinte índice: Número de amostras dentro dos padrões da portaria 2914/2011 Nível de Qualidade=-----------------------------------------------------------------------------Número total de amostras obrigatórias analisadas Ressalta-se que a definição de água potável é regulamentada pela portaria 2.914 de 2011 do Ministério da Saúde. O índice ‘’Nível de atendimento de água’’ deverá ser igual a 1 (um) ao final de 2033. Total de habitantes inclui a população residente na área urbana e área rural do município. Deve-se considerar que a portaria 2.914 de 2011 do Ministério da Saúde está sujeita a alterações futuras, as quais devem ser levadas em consideração nas revisões do Plano Municipal de Saneamento. Entende-se como o número de amostras obrigatórias a quantidade mínima de análises definida para cada tipo de abastecimento de água na portaria 2.914. Até o final de 2033 o índice ‘’Nível de Qualidade’’ deverá ser igual a 1 (um). INDICADOR DO OBJETIVO 4 Para monitorar o avanço do nível de atendimento do Objetivo 4, propõe-se a utilização do seguinte índice: Habitantes atingidos por projetos de educação ambiental Índice de educação ambiental=-----------------------------------------------------------------Total de Habitantes Considera-se que um habitante é atingido por um projeto de educação ambiental quando o mesmo é alvo direto de ações de conscientização. O total de habitantes inclui a população da zona urbana e zona rural do município. Ao final de 2033 este índice deve estar entre 0,5 e 1. 89 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 2.11 POSSÍVEIS FONTES DE FINANCIAMENTO O Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul4 indica como possíveis fontes de financiamento: - Ministério das Cidades - Fundação Nacional de Saúde (Funasa) - Secretaria de Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano (SEHADUR) 4 Ministério do Estado do Rio Grande do Sul. Projeto RESSANEAR. Roteiro para elaboração do Plano de Saneamento Básico e Resíduos Sólidos. 2013 90 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 3 PROGNÓSTICO DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO 3.1 DIRETRIZES O serviço de esgotamento sanitário de Maquiné só deverá ser considerado eficiente e eficaz se contemplar os seus usuários com um atendimento de qualidade e for auto-suficiente financeiramente, com o atingimento simultâneo das seguintes Diretrizes: - Que aconteça a universalização dos serviços de saneamento básico; - Que a coleta, transporte, tratamento e destinação do esgoto sanitário sejam, em qualquer instante, de acordo com as normas técnicas e legislações específicas vigentes. O sistema de esgotamento sanitário também deve promover a preservação dos recursos hídricos; - Que o custo cobrado pelo metro cúbico de esgoto sanitário coletado, transportado, tratado e destinado seja coerente com a condição socioeconômica da população, mesmo para as parcelas mais humildes, e que ao mesmo tempo não inviabilize os planos de investimentos necessários; - Que a relação custo/qualidade dos serviços prestados seja otimizada e que se almeje sempre a redução de ineficiências, tanto na coleta quanto no transporte, tratamento e disposição do esgoto; - Que a prestação dos serviços esteja de acordo com os anseios dos usuários; - Que a instituição que operar o sistema atue de maneira ética e dentro da legalidade, respeitando as metas do plano municipal de saneamento básico; - Que sejam contempladas nos projetos de obras a redução do impacto no trânsito, segurança, saúde e patrimônio físico da cidade; - Que as ações de manutenção preventiva sejam prioritárias em relação às ações emergências e corretivas; - Que seja disponibilizado e alimentado um sistema de informações sobre o saneamento básico municipal, que deve ser acessível e compreensível para toda a população; - Que seja aplicada a tecnologia mais avançada, adequada às suas operações e à realidade econômica da cidade; - Que os colaboradores envolvidos com o serviço de esgotamento sanitário sejam qualificados e tenham acesso ao aperfeiçoamento continuo. 3.2 OBJETIVOS E METAS Serão abordados os objetivos gerais do plano para o período de 20 anos de planejamento, ou seja, estes objetivos deverão ser atingidos, no mais tardar, no ano 91 de 2033. Os objetivos estabelecidos estão de acordo às metas de universalização MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico impostas pela Lei Federal 11.445 de 2007, popularmente conhecida como a Lei do Saneamento. Além disso, leva em consideração a promoção da saúde e da qualidade de vida, da sustentabilidade ambiental, da melhoria do gerenciamento e da prestação dos serviços do Equilíbrio econômico-financeiro. Os objetivos gerais deste plano, e suas respectivas metas de execução, são descritos no quadro abaixo. Quadro 23: Objetivos e metas para esgotamento sanitário Número do Objetivo Descrição Meta 1 Todos os habitantes deverão ter acesso a Atingir até o final de 2033 serviços de esgotamento sanitário nas condições necessárias para o atendimento das necessidades da população e promoção da preservação ambiental. 2 O índice de coleta de esgoto, calculado segundo metodologia do SNIS, deverá ser igual a 90% ao final do ano de 2033. Atingir até o final de 2033 3 Destinação sustentável do lodo gerado no tratamento de esgoto Conscientizar a população quanto ao manejo adequado dos recursos hídricos. Atingir até o final de 2033 4 Atingir até o final de 2033 3.2 ÍNDICES E PARÂMETROS ADOTADOS PARA PROJEÇÃO DAS DEMANDAS DE SERVIÇO DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO Como já visto mencionado anteriormente, os dados utilizados são aqueles obtidos do IBGE, SNIS, Prefeitura Municipal de Maquiné e observações da Urbana Logística Ambiental em visitas técnicas ao município. A seguir apresenta-se a definição de alguns parâmetros que serão utilizados para as projeções de demandas futuras para os serviços de esgotamento sanitário em Maquiné. 3.2.1 CONSUMO “PER CAPITA” Ponderando os dados apresentados pelo município e pelo SNIS, será adotado um consumo per capta de 200 litros por habitante por dia, valor que já considera um índice de perdas na distribuição igual a 30 %. Sendo assim, o volume de água efetivamente consumido pelos habitantes de Maquiné, ou seja, desconsiderando-se as perdas, é igual a 140 litros por habitante por dia. 3.2.2 COEFICIENTES DE DIA E HORA DE MAIOR CONSUMO E DE RETORNO DE ESGOTO Os níveis de consumo de água, como de conhecimento geral, variam conforme o horário do dia e o dia da semana, em função de variações climáticas e 92 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico costumes da população. Os coeficientes de dia e hora de maior consumo são fatores que refletem, respectivamente, os consumos máximo diário e máximo horário ocorrido em um período de um ano, sendo a este período associado o denominado consumo médio. Para a estimativa destes coeficientes é necessário que haja dados de medição de vazão consumidas ao longo de pelo menos um ano, com o devido registro de suas variações diárias e horárias. Entretanto, como para Maquiné não há tal base de dados, adotaremos no presente estudo os seguintes fatores, conforme recomendado em normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), neste caso a NBR 9649, e literatura especializada. - Coeficiente do dia de maior consumo (k1): 1,20 - Coeficiente da hora de maior consumo (K2): 1,50 Para o coeficiente de retorno de esgoto, em função da ausência de dados apurados pela CORSAN, será adotada a relação usual, inclusive recomendada pelas normas técnicas da ABNT, de 0,8 litros de esgoto para cada 1 litro de água consumo, ou seja, 80% do volume de água que é consumo se transforma em esgoto. - Índice de retorno de esgoto (C): 0,8 3.2.3 ÍNDICES FINANCEIROS No presente Plano será considerado um índice médio anual de inadimplência financeira de 0,5 %, uma tarifa média de água de 4,36 reais por metro cúbico e um superávit de 7,7%. Estes dados têm como base as informações comerciais disponibilizadas pelo Município. 3.2.4 TAXA DE INFILTRAÇÃO Esta taxa é determinante para melhor estimar as vazões de esgotos transportadas pelo sistema de coleta. Conceitualmente representa a contribuição da vazão de água do subsolo que se infiltra nas redes coletoras de esgoto através de rachaduras ou fendas em suas conexões. Os valores praticados atendem à recomendação da norma da ABNT e dependem das características locais do lençol freático e do tipo de solo, bem como do material utilizado na rede coletora. Normalmente situam-se na faixa de 0,05 a 1,0 litro por segundo por quilômetro de rede (NBR 9649). Valores mais baixos são praticados em áreas com lençol freático profundo e tubulações de PVC. Para a projeção do volume de esgoto coletado e tratado em Maquiné será adotada uma taxa de infiltração de 0,05 litros por segundo por quilômetro de rede, pois a tubulação de esgoto de Maquiné terá uma idade média baixa e considerando-se também que muitas zonas da cidade estão em zonas altas e o solo é impermeável. 3.2.5 EXTENSÃO DE REDE DE ESGOTO POR LIGAÇÃO Para a projeção da extensão de rede de esgoto em Maquiné ao longo do horizonte de planejamento, adota-se que o comprimento de rede de esgoto por ligação é equivalente a previsão da extensão de rede de água por ligação, ou seja, que o traçado da rede de esgoto, a priori, irá seguir o traçado da rede de esgoto. Isto é uma estimativa razoável, uma vez que não há dados alguns sobre infraestrutura de rede de esgoto no município. 93 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Importante ressaltar que são desconsideradas perdas de vazão por rupturas na rede de coleta de esgoto, já que o sistema de coleta opera sob pressão atmosférica e, portanto, não há pressão positiva nos condutos de coleta. Os demais dados de projeto são apresentados nos próximos quadros. 3.3 PROJEÇÃO DE DEMANDAS DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – ZONA URBANA A seguir iremos tratar das projeções de demanda de infraestrutura do sistema de esgotamento sanitário na zona urbana de Maquiné, que será atendida por rede coletora do tipo separador absoluto. Esta rede será de responsabilidade da concessionária municipal de água e esgoto, neste caso, o próprio município. A zona rural será tratada a parte em função da diferenciação do sistema de abastecimento e da projeção populacional. 3.3 PROJEÇÃO DA DEMANDA DE VAZÕES DE ESGOTO SANITÁRIO Na projeção das vazões de esgoto foi considerado uma contribuição per capita equivalente a 80% do efetivamente consumido em água (140 l x hab x dia ) acrescidos de 50% do volume perdido correspondente a parcela das perdas comerciais que apesar de não ser contabilizada, é utilizada pelos usuários e portanto retorna para o esgoto. A partir da evolução populacional, índices de atendimento e critérios adotados foram avaliadas as demandas de água e as vazões de esgoto ao longo do período projeto, apresentadas a seguir: 94 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Quadro 24: Projeções de volumes produzidos e tratamento de esgotos Per capita liquido (l/hab.dia) Per capita Bruto (m³/hab.total.mes) Percent. Tratada(%) Qmédia Prod. Tratada (m³/dia) Qmédia Prod. Tratada (m³/ano) Ano Pop.Total Pop. Sede Pop. Rur Vol. Produzido (m³/ano) 2.013 7.053 2.063 4.842 284.377 112 23.698 2 16 5.688 2.014 7.128 2.486 4.642 287.406 112 23.950 3 24 8.622 2.015 7.204 2.513 4.691 290.466 112 24.206 4 32 11.619 2.016 7.281 2.540 4.741 293.560 112 24.463 5 41 14.678 2.017 7.358 2.567 4.792 296.686 112 24.724 15 124 44.503 2.018 7.437 2.594 4.843 299.846 112 24.987 25 208 74.962 2.019 7.516 2.622 4.894 303.039 112 25.253 35 295 106.064 2.020 7.596 2.649 4.946 306.267 112 25.522 40 340 122.507 2.021 7.677 2.678 4.999 309.529 112 25.794 45 387 139.288 2.022 7.759 2.706 5.052 312.825 112 26.069 50 434 156.412 2.023 7.841 2.735 5.106 316.157 112 26.346 50 439 158.078 2.024 7.925 2.764 5.161 319.524 112 26.627 50 444 159.762 2.025 8.009 2.794 5.216 322.927 112 26.911 60 538 193.756 2.026 8.094 2.823 5.271 326.366 112 27.197 65 589 212.138 2.027 8.181 2.853 5.327 329.842 112 27.487 70 641 230.889 2.028 8.268 2.884 5.384 333.354 112 27.780 75 694 250.016 2.029 8.356 2.914 5.441 336.905 112 28.075 80 749 269.524 2.030 8.445 2.946 5.499 340.493 112 28.374 85 804 289.419 2.031 8.535 2.977 5.558 344.119 112 28.677 90 860 309.707 2.032 8.626 3.009 5.617 347.784 112 28.982 90 869 313.005 2.033 8.717 3.041 5.677 351.488 112 29.291 90 879 316.339 Quadro 25: Projeções de Rede separadora e vazões de esgotos coeficiente de infiltração vazão média diária-litros Percent. Tratada Vazão máxima horária esgoto(l/s) Ano Pop.Total Pop. Sede Pop. Rur Projeção extensão de rede 2.013 7.053 2.063 4.842 - 0,05 - 2% - 2.014 7.128 2.486 4.642 - 0,05 - 3% - 2.015 7.204 2.513 4.691 - 0,05 - 4% - 2.016 7.281 2.540 4.741 2.666 0,05 40.772 5% 4,72 2.017 7.358 2.567 4.792 8.000 0,05 123.619 15% 14,31 2.018 7.437 2.594 4.843 9.200 0,05 208.226 25% 24,10 2.019 7.516 2.622 4.894 13.275 0,05 294.622 35% 34,10 2.020 7.596 2.649 4.946 17.325 0,05 340.296 40% 39,39 2.021 7.677 2.678 4.999 20.896 0,05 386.911 45% 44,78 2.022 7.759 2.706 5.052 23.461 0,05 434.479 50% 50,29 2.023 7.841 2.735 5.106 23.461 0,05 439.106 50% 50,82 2.024 7.925 2.764 5.161 23.461 0,05 443.783 50% 51,36 95 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico coeficiente de infiltração vazão média diária-litros Percent. Tratada Vazão máxima horária esgoto(l/s) Ano Pop.Total Pop. Sede Pop. Rur Projeção extensão de rede 2.025 8.009 2.794 5.216 31.982 0,05 538.211 60% 62,29 2.026 8.094 2.823 5.271 37.532 0,05 589.271 65% 68,20 2.027 8.181 2.853 5.327 40.835 0,05 641.359 70% 74,23 2.028 8.268 2.884 5.384 43.752 0,05 694.488 75% 80,38 2.029 8.356 2.914 5.441 52.807 0,05 748.677 80% 86,65 2.030 8.445 2.946 5.499 60.134 0,05 803.941 85% 93,05 2.031 8.535 2.977 5.558 64.326 0,05 860.297 90% 99,57 2.032 8.626 3.009 5.617 65.003 0,05 869.459 90% 100,63 2.033 8.717 3.041 5.677 65.706 0,05 878.719 90% 101,70 Observações: O percentual de tratamento nos quatro primeiros anos são aqueles provenientes do tratamento individual já implantando, através da instalação de no mínimo fossa séptica e filtro anaeróbio. Pelas Informações apresentadas no quadro anterior podemos concluir que haverá uma demanda estimada de aproximadamente 65,70 quilômetros de rede de coleta de esgoto sanitário até 2033. Sendo assim, a extensão futura da rede irá variar conforme os projetos dos futuros empreendimentos e, portanto, uma previsão exata da sua extensão e custos é impraticável. Portanto, ao longo do tempo o ritmo de expansão da rede de esgoto é crescente e demanda maior planejamento por parte da instituição responsável pela rede de coleta de esgoto. Esta expansão demandará investimentos significativos ao longo do tempo e demandará a captação de recursos em instituições financeiras ou a obtenção do repasse de verbas do governo federal ou estadual. A fim de proporcionar uma orientação quanto a demanda futura de investimentos na expansão da rede de esgoto, adotou-se um valor médio de R$ 500,00 por metro de rede instalada. Este valor varia muito conforme as condições locais e, consequentemente, deve ser revisado segundo os projetos básicos e executivos das redes de coleta de esgoto. Conforme as informações a estimativa de investimentos futuros em rede de esgoto, até 2033 haverá uma necessidade de investimentos da ordem de 32,85 milhões de Reais. 3.4 PROJEÇÃO DAS DEMANDAS DE ELEVAÇÃO, TRATAMENTO E DESTINAÇÃO DE ESGOTO SANITÁRIO. Para o atendimento das necessidade de elevação, tratamento e destinação das vazões de esgoto projetadas para o período de 2013 a 2033, deverão ser construídas estações elevatórias, estação de tratamento de esgoto e emissão de esgoto de maneira que seja possível atender demanda estipulada para 2033. Estas infraestruturas podem ser projetadas para serem construídas em módulos, a fim de não onerar demasiadamente o sistema de esgotamento sanitário em uma determinada época. Entretanto, é importante que se garanta a execução dos módulos de expansão dentro dos prazos estipulados a fim de permitir atendimento das demandas de esgotamento sanitário. 96 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 3.5 PROJEÇÃO DE DEMANDAS DO SISTEMA DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO – ZONA RURAL Já para zona rural do município, por falta de dados, foi adotado que o consumo médio diário é equivalente ao observado na zona urbana de Maquiné. Como na área rural do munícipio o abastecimento de água acontece através de Soluções Alternativas Coletivas (SAC), não faz sentido efetuar a mesma projeção realizada para a área urbana de Maquiné. Considera-se que em 2013 apenas 10% das residências na zona rural contam com sistema de tratamento individual. A partir disso e considerando-se que em 2033 todas as economias da zona rural serão dotadas de sistema de tratamento individual, se projetou a demanda destes sistemas. Não considerou-se a adoção de Sistemas Coletivos de tratamento de esgoto, ou seja, fossas coletivas. Considerando que no horizonte do plano 5.766 habitantes estarão morando na zona rural e que a média de habitantes/domicílios na zona rural é de 3,5, teremos a necessidade de prever o tratamento individual para 1648 domicílios. Pelas informações da projeção, haverá uma demanda de aquisição de 1.648 fossas sépticas segundo os padrões das normas técnicas brasileiras (NBR), neste caso a NBR 13.969/1997. Para estimativa dos investimentos necessários para o esgotamento na zona rural, adotou-se um valor aproximado de R$ 900,00 por fossa séptica. A instalação e operação desta solução individul de esgotamento sanitário correria por conta do proprietário do imóvel rural. A destinação após a fossa séptica seria uma vala de infiltração (sumidouro). O valor estimado no horizonte do plano é de R$ 1.483.200,00, para a quisição destas fossas. Entretanto, ressalta-se que deve-se ser feito um cadastramento das residências rurais no que tange a presença ou não de infraestrutura individual de esgotamento sanitário, deste modo, poderia ser previsto de maneira mais correta o volume de investimento necessário. Esta fossas sépticas poderiam ser doadas pelo município, estado ou união, subsidiadas pelo fundo municipal de saneamento ou financiadas. 3.6 PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES Apresentamos as ações estipuladas para o atingimento dos objetivos apresentados, em conformidade com as metas de universalização dos serviços de saneamento básico impostas pela Lei Federal 11.445 de 2007. No quadro a seguir, são apresentadas estas ações conforme os objetivos, assim como as definições de prazo e prioridade das mesmas. Entretanto, antes do quadro relacionamos as definições de prazo utilizadas, que são: - Ações imediatas ou emergenciais: até 3 anos - Curto prazo: entre 4 a 8 anos; - Médio prazo: entre 9 e 12 anos; - Longo prazo: entre 13 e 20 anos. A fim de possibilitar a melhor visualização possível das inter-relações entre objetivos e ações, o quadro será apresentado a seguir. Posteriormente será descrito mais precisamente cada ação e serão estimados custos para a implantação das mesmas. 97 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Quadro 26: Objetivos, ações, meta e prazos – ESGOTAMENTO SANITÁRIO N° do Objetivo Objetivo Todos os habitantes deverão ter acesso à serviços de esgotamento sanitário nas condições necessárias 1 para o atendimento das necessidades da população e promoção da preservação ambiental O índice de coleta de esgoto, calculado segundo metodologia do SNIS, deverá ser igual a 90% ao final do ano de 2033. 2 Destinação sustentável do lodo gerado no tratamento de 3 esgoto. 2 4 Conscientizar a população quanto ao manejo adequado dos recursos hídricos N° da Ação Descrição da Ação 1.1 Projetar e Implantar rede de coleta e transporte de esgoto do tipo ''separador absoluto'' na área urbana. Projetar e Implantar Estação de Tratamento de Esgoto 1.2 1.3 Expandir o atendimento dos imóveis rurais por soluções individuais de tratamento de esgoto Obrigatoriedade de colocação de fossa e filtro 1.4 anaeróbio nas novas construções 2.1 Criar mecanismo de obrigatoriedade de ligação das economias atendidas com rede de esgoto àaesta Monitorar redemesma de coleta rede. e transporte de 2.2 esgoto. Prazo Prioridade Longo Alta Curto Curto Média Alta Emergencial Alta Curto Alta Médio Média Curto Alta Destinar o lodo da ETE em aterro sanitário ou promover a adequada reutilização ou 3.2 reciclagem do mesmo. Curto Alta Instalar equipamentos de digestão, adensamento e desidratação do lodo da 3.1 ETE. 4.1 Executar projetos de educação ambiental. Curto Alta A seguir se discorre a respeito de cada ação e estima-se o aporte financeiro necessário para executá-las. Ressalta-se que os valores apresentados servem somente como orientação e que devem ser revistos no momento de implantação das ações através de orçamentos precisos. Objetivo 1.1 PROJETAR E IMPLANTAR REDE DE COLETA E TRANSPORTE DE ESGOTO DO TIPO ''SEPARADOR ABSOLUTO'' NA ÁREA URBANA. O sistema ‘’separador absoluto’’ caracteriza-se por ser constituído de uma rede coletora de esgotos sanitários e uma segunda rede exclusiva para águas pluviais. Sendo assim, não são misturadas as vazões de água pluvial e esgoto sanitário, o que facilita o tratamento do esgoto e permite uma melhor qualidade do sistema de esgotamento sanitário como um todo. A instalação desta rede na área urbana do município é essencial para garantir a correta destinação das vazões de esgoto. Para isso, é necessário que se elaborem projetos executivos destas redes de coleta de esgotos, o que permitiria a construção das mesmas e um cálculo confiável dos custos atrelados a essa infraestrutura. Estes projetos devem ser integrados com os da Estação Elevatória de Esgoto e da Estação de Tratamento de Esgoto. Entretanto, conforme estimativas orientadoras realizadas no prognóstico para a zona urbana de Maquiné, serão necessários aproximadamente 65,706 quilômetros de rede de coleta de esgoto para atender toda a população até 2033. Esta rede demandará um investimento estimado 98 em 32,85 milhões de reais até final do horizonte de planejamento do plano MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico municipal de saneamento. Os custos de operação e manutenção da rede são desconsiderados nesta estimativa. O custo estimado para a elaboração do projeto executivo é igual a R$ 100.000,00 Objetivo 1.2 PROJETAR E IMPLANTAR ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO. Estações de Tratamento de Esgoto são infraestruturas destinadas para o tratamento de esgotos, neste caso somente esgoto sanitário, a fim de possibilitar a redução da carga de poluentes e permitir o lançamento do esgoto tratado em um corpo receptor através de um emissário. Importante ressaltar que o lançamento de esgoto em um corpo receptor não deve alterar a classe do mesmo. Existem diversas tecnologias para o tratamento de esgotos. Considera-se que 4,0 milhões seriam gastos na implantação da ETE. Além disso, estima-se que seriam gastos R$ 15.000,00 mensais com a operação e manutenção da ETE. Para a elaboração de um segundo projeto para a ETE, estima-se um investimento de R$ 150.000,00. Objetivo 1.3 EXPANDIR O ATENDIMENTO DOS IMÓVEIS RURAIS POR SOLUÇÕES INDIVIDUAIS DE TRATAMENTO DE ESGOTO. Expandir a quantidade de fossas sépticas em zonas rurais onde a instalação da rede de coleta de esgoto sanitário é inviável, em função da baixa densidade populacional, é essencial para combater a poluição dos corpos hídricos por fontes difusas e preservar as águas superficiais e subterrâneas da região. Sendo assim, se prevê a instalação de 1648 sistemas individuais de tratamento construídas dentro dos padrões da Associação Brasileira de Normas Técnicas. Este sistema através de fossa séptica e filtro anaeróbio podem ser doadas para os imóveis rurais ou financiadas pelos proprietários dessas propriedades. Para a implantação destas fossas, sem considerar o custo de instalação, operação e manutenção, estima-se um valor unitário de R$ 1.600,00 por unidade de tratamento (fossa/filtro), totalizando um investimento igual a aproximadamente 2,6368 milhões de reais. Objetivo 1.4 OBRIGATORIEDADE DE COLOCAÇÃO DE FOSSA SÉPTICA E FILTRO ANAEROBIO NAS NOVAS CONSTRUÇÕES O tratamento individual é forma mais correta até a implantação da rede separadora absoluta. Por este motivo há a necessidade da obrigatoriedade de colocação de fossa séptica e filtro anaeróbio nas novas construções em Maquine. Para a implantação deste objetivo não haverá custos para o município, tendo em vista que o proprietário do imóvel será o responsável pela instalação do equipamento para tratamento. Objetivo 2.1 CRIAR MECANISMO DE OBRIGATORIEDADE DE LIGAÇÃO DAS ECONOMIAS ATENDIDAS COM REDE DE ESGOTO À ESTA MESMA REDE. Diversas cidades falharam em viabilizar o seus sistemas de esgotamento sanitário em função da baixa adesão da população ao sistema. Em outras palavras, sem a obrigatoriedade de efetuar a ligação, os moradores optaram por não investir na ligação das suas residências ao sistema de coleta e tratamento de esgoto. Sendo assim, é extremamente importante instalar um mecanismo que obrigue o morador atendido por rede de coleta de esgoto a ligar 99 sua residência ao sistema. Recomenda-se a criação de sanções administrativas para MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico aqueles moradores que não aderirem ao sistema de esgotamento sanitário. Para isso, se prevê a constituição de uma equipe de fiscalização para executar o monitoramento da adesão dos moradores e ao mesmo tempo autuar aqueles que não se regularizarem. Adota-se que esta equipe teria inicialmente um funcionário concursado, a um custo total mensal de R$ 3.000,00 cada. Objetivo 2.2 MONITORAR A REDE DE COLETA E TRANSPORTE DE ESGOTO. Monitorar a rede de coleta de esgoto é importante para evitar episódios de entupimento e extravasamento de esgoto em poços de vistoria ou até mesmo em residências. Além disso, é essencial para identificar ligações clandestinas de esgoto pluvial na rede do esgoto sanitário e vice-versa. Para esta ação, se prevê que a mesma equipe responsável pela ação 2.1 execute este monitoramento. Sendo assim, não haveria custos adicionais. Objetivo 3.1 INSTALAR EQUIPAMENTOS DE DIGESTÃO, ADENSAMENTO E DESIDRATAÇÃO DO LODO DA ETE. As cargas de lodo de ETE contribuem para o assoreamento dos cursos de água, elevação da concentração de matéria orgânica e eutrofização dos cursos de água. Sabe-se que os lodos são dotados de muita matéria orgânica e nutrientes, podendo o mesmo servir de matéria prima para outras aplicações. Entretanto, para destinar o lodo de maneira adequada ambientalmente e financeiramente, se faz necessária a utilização de equipamentos de digestão, adensamento e desidratação do lodo, que servem em suma para reduzir o volume do lodo e desinfeta-lo. Conforme o tipo de ETE, pode-se adotar a instalação de um digestor de lodo capaz de degradar toda a massa de lodo e/ou a implantação de equipamentos de adensamento e desidratação de lodo. Para o caso de Maquiné, adota-se que um digestor de lodo capaz de consumir todo o lodo da ETE será instalado no município, reduzindo assim custos de logística. Abaixo são estimados os custos de aquisição e instalação de um Biodigestor. Os valores adotados para o equipamento servem somente como orientação e devem ser revistos conforme o dimensionamento do volume de lodo gerado na ETE ao longo do tempo. - Digestor de lodo: R$ 350.000,00 Para a operação e manutenção deste equipamento adota-se o valor de R$ 3.000,00 por mês. Objetivo 3.2 DESTINAR O LODO DA ETE EM ATERRO SANITÁRIO OU PROMOVER A ADEQUADA REUTILIZAÇÃO OU RECICLAGEM DO MESMO. Caso se escolha por não instalar um digestor de lodos adequado para a ETE de Maquiné, a massa de lodo produzida deve ser desidratada e adensada para, posteriormente, ser encaminha para um aterro sanitário ou processo de reutilização / reciclagem em conformidade com a legislação ambiental e normas técnicas. Como se prevê a instalação de um digestor de lodos, estima-se que não há necessidade de investimento nessa ação. 100 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Objetivo 4.1 EXECUTAR PROJETOS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL. Segundo definição estabelecida na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento realizada em 1992 no Rio de Janeiro, entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. Estabelecer projetos de educação ambiental voltados ao Saneamento Básico é de extrema importância para incentivar a população a participar da fiscalização dos serviços de saneamento e auxiliar no atingimento de metas para o setor. Sendo assim, sugere-se que inicialmente seja implantado um programa permanente de educação ambiental nas instituições de ensino fundamental do município. Estima-se que em Maquiné aproximadamente .1.352 alunos matriculados até o ensino fundamental. Para a estimativa dos custos deste programa, adotou-se um custo 20 reais por aluno por ano, contabilizando um investimento anual de aproximadamente R$ 27.040,00. As ações de educação ambiental devem ser adaptadas às realidades de cada escola e devem envolver, na medida do possível, atividades práticas e visitas de campo. No quadro que segue se faz a relação das estimativas de investimento necessárias para a implantação das ações previstas até 2033. Ressalta-se que estes valores são meramente orientadores e devem ser estimados mais a detalhadamente através de projetos executivos, cotações e demais fontes primárias de informação no momento de efetivação dos investimentos. Quadro 27: Estimativas de custos e investimentos em serviço de esgotamento sanitário até 2033 N° da Ação Ação Custo Para Implantação ou custo anual 1.1 Projetar e Implantar rede de coleta e transporte de esgoto do tipo ''separador absoluto'' na área urbana. 1.2 Projetar e Implantar Estação de Tratamento de Esgoto 1.3 Expandir o atendimento dos imóveis rurais por soluções individuais de tratamento de esgoto Obrigatoriedade de colocação de tratamento individual nas novas construções Criar mecanismo de obrigatoriedade de ligação das economias atendidas com rede de esgoto à esta mesma rede. Monitorar a rede de coleta e transporte de esgoto. Instalar equipamentos de digestão, adensamento e desidratação do lodo da ETE.. 100.000,00 projeto 32.850.000,00 4.000.000,00 Inst 15.000,00 mês 150.000,00Proj 1.600,00 por unidade 1.4 2.1 2.2 3.1 3.2 4.1 Destinar o lodo da ETE em aterro sanitário ou promover a adequada reutilização ou reciclagem do mesmo Executar projetos de educação ambiental AÇÕES FRENTE A 7.750.000,00 2.636.800,00 - - 3.000,00 mês 720.000,00 350.000,00 instalação + 3.000,00 mês/operação - 1.070.000,00 27.040,00 540.800,00 45.667.600,00 Total 3.7 Custo no horizonte dos 20 anos 32.950.000,00 EMERGÊNCIAS - OU 101 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico CONTINGÊNCIAS O estabelecimento de ações para lidar com eventuais emergências ou contingências que possam interromper a prestação dos serviços de esgotamento sanitário é extremamente importante para garantir a saúde e segurança da população, principalmente em torno das Estações Elevatório de Esgoto e da Estação de Tratamento de Esgoto. Entende-se como emergencial o evento perigoso, que leva à situações críticas, incidental ou urgente. Abaixo listam-se alguma ações a serem tomadas em caso de episódios de emergência ou contingência. 1. No caso de inundações e enxurradas bruscas que impeçam a operação de unidades operacionais localizadas em áreas de inundação: - Proteção de motores e instalações elétricas; - Treinamento de pessoal; - Divulgação adequada. 2. Em casos de erosões e deslizamentos que venham a comprometer o funcionamento de unidades operacionais: - Diagnóstico prévio de riscos; - Treinamento de pessoal; - Cadastramento e contratação emergencial de empresas com maquinários de deslocamento de solo e limpeza; - Divulgação adequada do episódio. 3. Caso ocorra a interrupção de energia elétrica a ETE: - instalar gerador de energia móvel em caráter emergencial 4. Entupimento de redes de coleta de esgoto: - Contratação de caminhão equipado com hidrojateamento ou outros equipamentos de desentupimento. - Manutenção periódica da rede. 5. Retirada de lodo da ETE: - Devem ser realizadas limpezas conforme a quantidade de lodo gerada e acumulada no sistema, preferencialmente à noite, quando o volume de esgoto em tratamento é reduzido. 102 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 3.8 INDICADORES GERENCIAIS A fim de possibilitar um gerenciamento adequado dos serviços de abastecimento de água e o atingimento dos objetivos estipulados por este plano, apresenta-se no presente capítulo a definição de indicadores quantitativos a serem atendidos pelo prestador dos serviços de água. INDICADORES DO OBJETIVO 1 Para verificar o avanço do nível de atendimento do Objetivo 1 ao longo do tempo, propõe-se a adoção de 2 indicadores, que são apresentados abaixo. Habitantes da zona rural atendida pelo SIES Nível de atendimento zona rural=----------------------------------------------------------------Total de habitantes da zona rural do Município Ressalta-se que SIES significa ‘’Solução Individual de Esgotamento Sanitário’’, tal como uma fossa séptica, por exemplo. Este índice deve ser igual a 1 em 2033. Já para a medição do avanço do Objetivo 1 na área urbana, recomenda-se a adoção do indicador ‘’Índice de atendimento urbano de esgoto’’, segundo metodologia do SNIS, o qual segue abaixo. Este índice deve ser igual a 1 em 2033. População urbana atendida com esgoto sanitário Índice de atendimento urbano esgoto=-----------------------------------------------------População Urbana Total Entende-se como população urbana toda aquela que possui a disposição de sua residência o sistema de esgotamento sanitário por rede de coleta e tratamento de esgoto. Não necessariamente o imóvel deve estar ligado ao sistema de esgotamento sanitário, basta que a rede coletora passa em frente a sua residência para que o mesmo seja considerado atendido. INDICADOR DO OBJETIVO 2 Para monitorar o avanço do nível de atendimento do Objetivo 2, propõe-se a utilização do ‘’Índice de Coleta de Esgoto’’, calculado segundo metodologia do SNIS. Ao final de 2033, o ‘’Índice de Perdas na Distribuição’’ deverá ser igual a 0,80. Abaixo segue a apresentação do mesmo. 103 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Volume de Esgoto coletado Índice de Coleta de Esgoto=-------------------------------------------------------------Volume de água consumido-volume de água tratada exportado A seguir constam as definições de ‘’Volume de esgoto coletado’’, ‘’Volume de água consumido’’ e ‘’Volume de água tratado exportado’’, segundo o SNIS. Volume de esgoto coletado: Volume anual de esgoto lançado na rede coletora. Em geral é considerado como sendo de 80% a 85% do volume de água consumido na mesma economia. Não inclui volume de esgoto bruto importado (ES013). Unidade:1.000 m³/ano. Volume de água produzido: Volume anual de água disponível para consumo, compreendendo a água captada pelo prestador de serviços e a água bruta importada (AG016), ambas tratadas na(s) unidade(s) de tratamento do prestador de serviços, medido ou estimado na(s) saída(s) da(s) ETA(s) ou UTS(s). Inclui também os volumes de água captada pelo prestador de serviços ou de água bruta importada (AG016), que sejam disponibilizados para consumo sem tratamento, medidos na(s) respectiva(s) entrada(s) do sistema de distribuição. Para prestadores de serviços de abrangência regional (X004) ou microrregional (X003), nos formulários de dados municipais (informações desagregadas), esse campo deve ser preenchido com os volumes produzidos DENTRO DOS LIMITES DO MUNICÍPIO EM QUESTÃO. Esse volume pode ter parte dele exportada para outro(s) municípios(s) atendido(s) ou não pelo mesmo prestador de serviços. Unidade: 1.000 m³/ano. Volume de água tratada exportado: Volume anual de água potável, previamente tratada (em ETA(s) - AG007 ou em UTS(s) - AG015), transferido para outros agentes distribuidores. Deve estar computado nos volumes de água consumido (AG010) e faturado (AG011), nesse último caso se efetivamente ocorreu faturamento. A receita com a exportação de água deve estar computada em receita operacional direta de água exportada (bruta ou tratada), informação FN007. Para prestadores de serviços de abrangência regional (X004) e microrregional (X003), nos formulários de dados municipais (informações desagregadas), o volume de água tratada exportado deve corresponder ao envio de água para outro prestador de serviços ou para outro município do próprio prestador. Unidade:1.000 m³/ano. Para esclarecer dúvidas a respeito dos demais índices do SNIS citados anteriormente, consulte o anexo II. INDICADOR DO OBJETIVO 3 Para monitorar o avanço do nível de atendimento do Objetivo 3, propõe-se a utilização do seguinte índice: 104 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Massa de lodo destinada corretamente Índice de destinação de lodo=---------------------------------------------------------Massa de total de lodo produzida As quantidades mássicas de lodo deverão ser expressas em toneladas por ano. Entende-se como lodo destinado corretamente, todo aquele enviado para aterro sanitário, reutilizado ou reciclado em processo que atenda as normas legais vigentes ou ainda digerido em digestores de lodo. Não se considera a descarga de lodo da estação de tratamento de esgoto em cursos de água como uma destinação correta. Ao final de 2033 este índice deve ser igual a 1. INDICADOR DO OBJETIVO 4 Para monitorar o avanço do nível de atendimento do Objetivo 4, propõe-se a utilização do seguinte índice: Habitantes atingidos por projetos de educação ambiental Índice de educação ambiental=------------------------------------------------------------Total de habitantes Considera-se que um habitante é atingido por um projeto de educação ambiental quando o mesmo é alvo direto de ações de conscientização. O total de habitantes inclui a população da zona urbana e zona rural do município. Ao final de 2033 este índice deve ser igual ou maior a 0,5. 3.9 POSSÍVEIS FONTES DE FINANCIAMENTO O Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul indica como possíveis fontes de financiamento: - Ministério das Cidades - Fundação Nacional de Saúde (Funasa) - Secretaria de Habitação, Saneamento e Desenvolvimento Urbano (SEHADUR) 105 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 4 PROGNÓSTICO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE MAQUINÉ 4.1 Introdução No prognóstico realizam-se projeções para as diversas tipologias de resíduos sólidos, para diferentes horizontes de tempo, incluindo resíduos sólidos urbanos (RSU), resíduos de serviços de saúde (RSS), da construção civil (RCC). No caso dos RSU, para os cenários prognosticados, além dos dados de geração diária de resíduos, foram consideradas variáveis que contemplam as taxas de crescimento populacional que repercute diretamente no aumento da geração de resíduos. A segregação de resíduos sólidos consiste na operação de separação dos resíduos, por classe, e, é apenas o início de um longo ciclo de gestão dos resíduos sólidos para pleno aproveitamento. Esta ação tem como finalidade evitar a mistura dos resíduos objetivando facilitar e promover a reutilização, reciclagem, aproveitamento energético destes, reinserindo-os novamente em ciclos produtivos e comerciais e como consequência principal, minimizar os gastos públicos relacionados à destinação final e à extração de matéria prima para a produção de novos produtos. 4.2 Seleção de variáveis Para realização de um prognóstico das diversas tipologias de resíduos gerados em um município é necessário estabelecer parâmetros que possibilitem proposições de soluções futuras a curto, médio e longo prazo, em consonância com a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Foram definidos três grupos estratégicos para a condução de ações: - Ações imediatas ou emergenciais: até 3 anos - Curto prazo: entre 4 a 8 anos; - Médio prazo: entre 9 e 12 anos; - Longo prazo: entre 13 e 20 anos. O crescimento populacional, a forma de espacialização da população urbana e os hábitos de consumo que decorrem do crescimento econômico constituem os parâmetros básicos para a projeção do cenário futuro. 106 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 4.3 Crescimento populacional e taxas de geração de resíduos sólidos domiciliares O crescimento populacional é a base para elaboração de prognósticos, e, está diretamente relacionado a fatores ambientais e crescimento econômico. A taxa de geração per capita dos resíduos sólidos domiciliares está diretamente relacionada aos hábitos de consumo e, estes, por sua vez, dependem de outros fatores, como a densidade urbana e a renda média. O cálculo adotado para prever o crescimento populacional do município baseou-se nos dados obtidos junto ao IBGE, população de 2000 e população de 2010. Para a avaliação da estimativa de evolução da população foi utilizado o método da taxa geométrica, que consiste na estimativa da população utilizando-se uma taxa de crescimento geométrico, sendo a mesma obtida para um período entre dois censos demográficos. A partir desta taxa é possível estimar o crescimento anual da população, aplicando a mesma para cada período. O IBGE aplica esta taxa para calcular as estimativas anuais de crescimento disponibilizadas ano a ano. Será utilizado o quadro 18 já produzido com a projeção da população. A geração per capita de resíduos, foi calculada usando a equação abaixo: GPR = QTS PAT Onde: GPR = Geração per capita de resíduos (kg/hab.dia) QTS = Quantidade de resíduos coletados por dia (kg) PAT = População com coleta de resíduos (hab) 4.4 Resíduos sólidos urbanos A segregação dos RSU (Resíduos Sólidos Urbanos) geralmente é subdividida em: resíduos secos (recicláveis), resíduos úmidos (orgânicos) e rejeitos. Estes materiais podem ser segregados em galpões próprios para esta prática e administrados por comunidades ou cooperativas que se apropriam de renda gerada, ou destinados a aterros sanitários ou outros empreendimentos que visem à disposição final dos resíduos. Os modelos são variados e diversificados, adaptados à realidade local. O serviço de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos está vinculado à Secretaria de Obras. A execução de todos os serviços relacionados à limpeza urbana, manejo e 107 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico destinação de resíduos sólidos urbanos é terceirizada, com exceção do serviço de coleta de resíduos da construção civil. Os serviços de coleta regular, varrição, capina, roçada são próprios, através de servidores da Prefeitura. No município de Maquiné são coletadas 3,8 ton/dia de resíduos domésticos, com a geração média per capta de 0,57 Kg/dia. Na área urbana a cobertura é de 100% enquanto que na área rural, aproximadamente 93% da população é atendida com o sistema de coleta convencional e seletiva. A coleta é diária ou em dias alternados, duas vezes por semana, de acordo com a necessidade diagnosticada. Nos pontos de coleta, a mesma tem início após as 07 horas da manhã. Não há coleta seletiva Os rejeitos coletados no sistema convencional são encaminhados ao aterro sanitário da Brisa no município de Tramandaí. O prognóstico deste quadro levando em conta apenas a variável do crescimento populacional, em curto, médio e longo prazo, aponta os seguintes resultados: Quadro 28: Cenários de geração futura de RSU nos horizontes temporais. 2013 3,8 ton 2018 4,69 ton 2024 5,20 ton 2033 6,08 ton Tomando como base o índice disponibilizado pela ABRELPE, que considera um aumento anual de 6,8% na geração de RSU (variáveis de consumo, índices migratórios, geração diária de RSU, crescimento populacional), se obtêm um novo valor. Supondo-se que o índice 6,8% possa variar de município para município por conta de características individuais e específicas, optou-se por prognosticar o aumento da geração dos RSU em um cenários, considerando taxa de crescimentos anual de 6,8% da geração de RSU e o crescimento populacional levantado. Com esta geração de resíduos projetada, sem nenhuma ação que altere este cenário o município terá um aumento considerável de geração de Resíduos Sólidos Urbanos, o que irá representar um maior gasto para tratamento e disposição. 4.5 Resíduos de Serviços de Saúde Segundo a Resolução Conama 358/2005 “É obrigatória a segregação dos RSS na fonte e no momento da geração, de acordo com suas características, para fins de redução do volume dos resíduos a serem tratados e dispostos, garantindo a proteção da saúde e do meio ambiente”. A segregação dos RSS deve ser exclusiva para os grupos abaixo 108 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico relacionados: GRUPO A: Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de infecção; GRUPO B: Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade; GRUPO C: Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de eliminação especificados nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear-CNEN e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista; GRUPO D: Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares; GRUPO E: Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos capilares; micropipetas; lâminas e 57 lamínulas; espátulas; e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) e outros similares. Os resíduos sólidos gerados em serviços e procedimentos em saúde (hospitais, clínicas, laboratórios, farmácias, núcleos de saúde, ambulatórios) são transportados pelo próprio gerador e destinados à auto-clavagem ou incineradores situados fora do município, em Empresas licenciadas, conforme Legislação Municipal, Decreto Estadual nº 38.356, de 01/04/98 e FEPAM. No momento, não são identificados quaisquer registros de problemas operacionais com os resíduos de serviço de saúde, em relação a descarte inadequado. É importante que sejam elaborados e mantidos cadastros e planilhas dos empreendimentos privados que geram este tipo de resíduo e a exigência dos Planos de Gerenciamento dos Resíduos de Serviço de Saúde, conforme RDC n° 306/ 2004 da ANVISA e a Resolução CONAMA 358/ 2005. Como o município não possui um controle da quantidade diária de resíduos de serviços da saúde gerados somando-se os valores dos estabelecimentos públicos e privados, têm-se somente os valores dos resíduos gerados nas unidades de saúde do município, totalizando 300 l/mês. Foi utilizado para base de cálculo para a projeção de cenários nos horizontes temporais de curto, médio e o longo prazo, o valor de referência de geração de resíduos da saúde para a região sul de 0,52 kg/habitante/ano, conforme ABRELPE, 2010. O resultado dessa projeção, considerando o crescimento populacional, encontra-se no quadro a seguir: Quadro 29: Cenários de geração futura de RSS nos horizontes temporais. 109 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 2013 Volume geral Volume das Unidades do município 2018 Kg/ano 3.867 1.552 Kg/ano 3667 1476 2024 Kg/ano 4.121 1.647 2033 Kg/ano 4.532 1.796 4.6 Resíduos da construção civil O gerenciamento adequado do RCC (Resíduos da Construção Civil) ou RDC (Resíduos de Construção e Demolição), visando à promoção de benefícios de ordem social, econômica e ambiental, deve garantir a segregação satisfatória, de preferência no ato da geração ou nas áreas de destinação/disposição final. Os RCC/RDC devem ser segregados nas seguintes classes, conforme previsto na Resolução Conama nº 307/2002: CLASSE A: resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados (material granular proveniente do beneficiamento de resíduos de construção que apresentem características técnicas para a aplicação em obras de edificação, de infra-estrutura, em aterros sanitários ou outras obras de engenharia); CLASSE B: Resíduos recicláveis, tais como plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras etc; CLASSE C: Resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação, como por exemplo, o gesso; CLASSE D: Resíduos perigosos e/ou contaminados. É proibida a disposição dos resíduos de construção em áreas não licenciadas. Estes resíduos devem ser acondicionados e armazenados conforme estabelecido pelas legislações vigentes, de modo que o processo de coleta possa ser feito adequadamente. Os resíduos da construção civil e/ou inertes, sob a administração do município, possuem uma destinação sem licenciamento, sendo encaminhados para locais de bota-fora. O aterro para disposição de inertes deverá ser licenciado conforme previsto na Legislação Municipal, Decreto Estadual nº 38.356, de 01/04/98 e FEPAM. Conforme ABRELPE, 2010, o valor de referência nacional é de 0,62 kg/habitante/dia. O resultado da projeção temporal de curto, médio e longo prazo, considerando o crescimento populacional está indicado no quadro abaixo, com a previsão de 0,57 Kg/hab/dia. Quadro 30: Cenários de geração futura de RCC nos horizontes temporais. 2013 Ton/ano 2018 Ton/ano 2024 Ton/ano 2033 Ton/ano 110 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 14,11 17,74 18,90 20,70 4.7 Resíduos industriais Os RSI devem ser segregados isoladamente de qualquer outro tipo de resíduo, pelo fato de apresentarem, em determinados casos, características de periculosidade, influenciando negativamente a gestão dos demais. Deve haver a gestão diferenciada, conforme previsto na Resolução Conama nº 313/2002, levando-se em conta ações específicas e cuidados adicionais de segregação, coleta e tratamento. O resíduo gerado na atividade industrial (perigosos ou não) é de responsabilidade do empreendedor que o gera, tanto no transporte como no destino final. No município de Maquiné, este tipo de material está tendo o gerenciamento adequado, conforme previsto nas Legislações Municipal, Decreto Estadual nº 38.356, de 01/04/98 e FEPAM. A fiscalização é realizada pelo Secretaria Municipal de Agricultura, Turismo e Meio Ambiente e FEPAM. A proposta para o município é a capacitação do órgão fiscalizador para maior abrangência dos processos produtivos com possibilidade de geração de resíduos, além, também, da criação de um banco de dados dos diferentes processos de empreendimentos existentes no município. Este banco de dados possibilitará consultas imediatas em tempo real pelos gestores, com a adoção de procedimentos adequados, quando da ocorrência de situações atípicas ou ações imprevistas que afetem a qualidade de vida das populações e exijam intervenções imediatas da administração pública local. 4.8 Resíduos agrícolas Os resíduos sólidos gerados em atividades agrícolas, agroindustriais e agropastoris (resíduos perigosos, embalagens de defensivos agrícolas e de adubo) em áreas urbanas e rurais do município estão sendo destinadas de forma adequada (Central Regional Arasul), conforme à Legislação Municipal, Decreto Estadual nº 38.356, de 01/04/98 e FEPAM, sob à fiscalização do Secretaria Municipal de Agricultura, Turismo e Meio Ambiente e FEPAM. No entanto deve haver um maior número de coletas anuais, pois atualmente a mesma somente é realizada uma vez ao ano, devendo passar para no mínimo para 03 vezes ao ano. 4.9 Resíduos especiais A segregação dos RSE deve ser efetuada na fonte de geração, ou seja, pelos agentes consumidores. Estes resíduos devem ser encaminhados para “Pontos de Coleta ou Recebimento” ou devolvidos aos fabricantes, comerciantes ou importadores. A segregação dos RSE deve atender as premissas da Logística Reversa contemplada na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). O artigo 33 da Lei Nº 12.305/2010 define os resíduos especiais e define ações de logística reversa por parte dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes dos produtos visando à responsabilidade compartilhada após o uso pelo consumidor, de forma 111 independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico sólidos especiais, que estão enquadrados nas categorias abaixo descritas: - Agrotóxicos, embalagens e afins; - Pilhas e baterias; - Pneus; - Lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio de luz mista; - Produtos eletroeletrônicos e seus componentes. O gerenciamento de resíduos especiais é realizado pelo – Secretaria Municipal Agricultura, Turismo e Meio Ambiente – de Maquiné e não conta com o EcoPonto, para recebimento de pneus velhos e inutilizados do município. Os demais tipos de resíduos como pilhas, baterias, eletro eletrônico também não tem seu destino definido, sendo orientada a população a devolver no local de compra. O Planejamento do serviço de Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos é realizado pela Secretaria de Obras . A proposta dos gestores do município se inicia por meio de metas que incluem massivas campanhas de Educação Ambiental. Somente a partir desta realidade é que se pode avançar na gestão compartilhada e na logística reversa propostas pela Lei Nº 12.305/2010. As iniciativas de Eco Pontos de entrega voluntária e a ampliação destes através dos programas e projetos de Educação Ambiental trazem efeitos significativos para dar um destino final adequado a estes resíduos. A adesão à Lei Nº 12.305/2010, que implanta a logística reversa através de parcerias, irá dar suporte para criação de locais para um destino final adequado destes resíduos especiais. 4.10 Matriz de alternativas e construção de cenários para gestão de resíduos sólidos 4.10.1 Objetivos Propor planejamentos e tomadas de ações para correção das deficiências e ajuste de resultados a partir das informações levantadas no diagnóstico local. A análise crítica dos dados diagnosticados e prognosticados permite verificar o comportamento e as “Tendências da gestão dos resíduos” em seus principais aspectos, uma vez que proporciona e evidencia: a) Avaliação e análise de ações e tecnologias de destinação/disposição de resíduos existentes e planejadas no município e na bacia hidrográfica; b) Sugestões adicionais para o gerenciamento ambientalmente adequado dos 112 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico resíduos sólidos no município; c) Metas de redução, reutilização, coleta seletiva e reciclagem, entre outras, com vistas a reduzir a quantidade de rejeitos encaminhados para disposição final; d) Incentivo ao beneficiamento dos resíduos sólidos; e) Incentivo à utilização de resíduos orgânicos nas propriedades com coleta externa somente de materiais não orgânicos; e) Ações preventivas e corretivas voltadas à gestão dos resíduos sólidos de forma abrangente. 4.10.2 Condicionantes e limitações Contemplar soluções integradas para todas as questões direcionadas à temática dos resíduos sólidos. A situação foi diagnosticada no intuito de buscar soluções integradas na adoção dos procedimentos determinados conforme as necessidades. A premissa de maior valor a ser acordada está relacionada à adesão de todas as comunidades de forma voluntária direta ou através de seus representantes no município. O presente documento descreve as características diagnosticadas e prognosticadas no município, buscando alternativas de soluções integradas para problemas detectados e futura adesão voluntária, na medida em que se comprovem ganhos que justifiquem a ação proposta. Este trabalho busca a produção de alternativas e construção de cenários para criação de uma matriz relevante. O trabalho não objetiva projetar soluções em detalhes, o que deverá ser feito posteriormente, de forma específica e com participação da comunidade. 4.10.3 Conceitos e etapas do gerenciamento de resíduos sólidos 1. Geração de resíduos pela população nas residências, comércio, órgão públicos, escolas e demais locais; 2. Se houver segregação, avançam para coleta seletiva; 3. Havendo coleta seletiva, os resíduos sólidos são triados e remetidos para reciclagem; 4. Se não houve segregação doméstica ou na origem e coleta seletiva com reciclagem, os resíduos sólidos são coletados e podem ou não serem submetidos a estações de transferência ou remessa para aterro ou unidade de aproveitamento energético mais distante; 5. O próximo e último procedimento é o processo de triagem ou segregação manual e depois mecânicos, sendo a matéria orgânica submetida ou não a 113 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico processos de compostagem, os que permitem são remetidos à reciclagem e os rejeitos, enviados, normalmente, para aterros sanitários; A gestão dos demais tipos de resíduos (RCD, RSS, RSI) basicamente pode ser adaptada ao trajeto acima descrito. 4.10.4 Métodos de destinação / disposição final de resíduos sólidos Aterros sanitários Espaço destinado à deposição final de resíduos sólidos, o qual deve garantir a integridade à saúde pública e a proteção ao meio ambiente. Aterros, obrigatoriamente, devem possuir sistemas de impermeabilização do solo, captação e tratamento do chorume e gestão adequada dos gases emitidos durante o processo de decomposição da matéria orgânica. De forma simplificada, consiste em construir uma vala na qual é instalado um filtro de material permeável, geralmente arenoso, para abrigar o chamado dreno-testemunho, cuja função é identificar a eficiência do sistema impermeabilizante. Na preparação da área são realizados, a impermeabilização e o nivelamento do terreno, além de obras de drenagem para impedir que as águas pluviais sofram percolação na massa de resíduos sólidos depositados e o volume de chorume a ser tratado aumente. Depois é instalada uma manta de polietileno de alta densidade, que objetiva proteger os solos e as águas subterrâneas, freáticas ou aqüíferos. Sobre a manta de polietileno é instalado ainda um coletor de chorume que é recolhido na parte interna do aterro e remetido para tratamento. Os drenos de gás devem ser implantados desde a base do aterro para liberar o metano e o gás carbônico formados. O procedimento ideal é a queima destes gases antes da liberação para a atmosfera ou então utilização dos mesmos para recuperação de energia. De forma sistemática, os resíduos sólidos depositados são cobertos com uma camada de terra com a finalidade de impedir o acesso e propagação da fauna sinantrópica, vetora de doenças infectocontagiosas. Quando é atingida a capacidade de disposição final de um setor do aterro sanitário já esgotado, é feito o selamento também com manta de polietileno de alta densidade e acima ocorre a colocação de uma camada de matéria orgânica que deve ser revegetada com gramíneas. As técnicas de monitoramento usadas durante e após o fechamento dos aterros são piezometria, poços de monitoramento, instalação de inclinômetros nos taludes, marcos superficiais e sistemas de controle de vazão pluvial e de chorume. As áreas limítrofes do aterro geralmente são dotadas de uma cerca viva para evitar 114 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico ou diminuir a proliferação de odores e a poluição visual. O aterro sanitário ainda é a forma mais utilizada no Brasil para disposição final de resíduos sólidos, principalmente RSU. Aterros de resíduos da construção civil Conforme a Norma Técnica NBR 15113:2004 e Resolução CONAMA nº 307 de 2002, aterro de resíduos da construção civil e de resíduos inertes são áreas onde são empregadas técnicas de disposição de resíduos da construção civil classe A, e resíduos inertes no solo, visando e estocagem de materiais segregados, de forma a possibilitar o uso futuro dos materiais. Segundo a CONAMA n° 307, grandes geradores devem elaborar Projetos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil que contemplem o ciclo da triagem, na origem ou em áreas de destinação licenciadas para essa finalidade. Resíduos classe A devem ser reutilizados ou reciclados na forma de agregados ou encaminhados a áreas de aterros de resíduos da construção. A disposição dos RCDs não pode ser feita em aterros sanitários, somente em aterros especiais, voltados ao acondicionamento de resíduos da construção civil. Aterros de resíduos sólidos industriais Aterro Industrial é um empreendimento voltado para destinação final de resíduos sólidos gerados em atividade industriais. Assim como os aterros sanitários, o aterro industrial deve possuir sistemas de impermeabilização, drenagem, tratamento de gases e efluentes, com vistas a assegurar a saúde pública e homeostase ambiental. O aterro industrial está apto a receber tanto resíduos perigosos como não perigosos. Usina de compostagem Compostagem é o processo natural de decomposição biológica de materiais orgânicos, de origem animal e vegetal, pela ação de microrganismos. Para que ele ocorra não é necessária a adição de qualquer componente físico ou químico à massa do resíduo orgânico. Tratamentos térmicos Os processos de tratamento térmico mais comuns apresentam as seguintes tecnologias: * Incineração Processo de combustão de resíduos, com ou sem combustível. É indicada para auxiliar na redução do volume dos resíduos, na eliminação de riscos patológicos e eliminação de substâncias perigosas. Os principais benefícios da tecnologia são: - Tratamento de grandes volumes (milhões de toneladas por ano) de resíduos; 115 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico - Combustão de fósseis para a produção de energia; - Inertização dos resíduos de alto risco patológico; - Redução da periculosidade do resíduo perigoso. O processo de incineração deve ser controlado e monitorado para evitar poluição atmosférica. Os rejeitos gerados no processo de incineração (cinzas) devem ser dispostos corretamente, conforme a composição. * Gaseificação Processo de oxidação parcial de um combustível para produção de gás que pode ser utilizado como fonte de energia ou como matéria prima para a fabricação de produtos químicos. Os produtos da gaseificação são Metano (CH4), Monóxido de Carbono (CO), Hidrogênio (H2), Dióxido de Carbono (CO2), Água (H2O), Nitrogênio (N2) e outros combustíveis em pequenas quantidades. 66 * Pirólise A pirólise consiste na decomposição química do resíduo orgânico por calor na ausência de oxigênio. Os resíduos devem ser triturados e enviados a um reator pirolítico onde os compostos orgânicos são volatilizados e parcialmente decompostos. A vantagem deste processo é a limitação da produção de particulados. A pirólise é um processo muito eficiente de destinação final de resíduos sólidos. * Plasma O plasma é o gás ionizado por meio de temperaturas superiores a 3000 ºC, tornando-se uma forma especial de material gasoso que conduz eletricidade. A principal desvantagem dos tratamentos térmicos apresentados é o alto custo de tratabilidade agregado. * Compostagem A compostagem pode ser aeróbia ou anaeróbia, em função da presença ou não de oxigênio no processo. Na compostagem anaeróbia a decomposição é realizada por microrganismos que podem viver em ambientes sem a presença de oxigênio; ocorre em baixa temperatura, com exalação de fortes odores, e leva mais tempo até que a matéria orgânica se estabilize. Na compostagem aeróbia, processo mais adequado ao tratamento do lixo domiciliar, a decomposição é realizada por microrganismos que só vivem na presença de oxigênio. A temperatura pode chegar a até 70ºC, os odores emanados não são agressivos e a 116 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico decomposição é mais veloz. O processo de compostagem tem como produto final o composto orgânico, um material rico em húmus e nutrientes minerais que pode ser utilizado na agricultura como recondicionador de solos, com algum potencial fertilizante. 4.10.5 Soluções para o gerenciamento de resíduos sólidos a) Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) O problema da destinação dos resíduos sólidos urbanos tem se transformado em um dos maiores desafios da gestão pública no país, tendo em vista os graves impactos ambientais gerados pelos “lixões” (aterros sanitários fora de especificações e sem controle sanitário) ou mesmo pelo esgotamento da capacidade dos aterros sanitários regulares. Antes de praticar a disposição final dos RSU, preferencialmente deve-se segregar a parcela dos resíduos recicláveis e encaminhá-la para beneficiamento e reciclagem. Quanto aos resíduos orgânicos, também contemplados nos RSU, uma ideia coerente seria encaminhá-lo para sistemas que prevejam produtos com valor econômico agregado. Deve-se entender que no que se referem ao destino do RSU, as soluções devem ser pautadas em alternativas que contemplem o aproveitamento/valorização integral das diversas tipologias de resíduos gerados e gerando uma quantidade mínima de rejeito, indo ao encontro e estando em conformidade com o que preconiza a Política Nacional de Resíduos Sólidos. b) Resíduos de podas Os resíduos provenientes de podas preventivas ou corretivas atingem grandes volumes em todas as áreas urbanas. Estes resíduos são constituídos de biomassa extremamente rica em carbono e nitrogênio e por este motivo a compostagem ou outra tecnologia passível de captação da energia seriam as soluções mais indicadas para a destinação final destes resíduos. Outra destinação adequada proposta seria a disposição direta dos resíduos de poda, triturados, no campo ou áreas de mata. Uma alternativa, pouco indicada, seria a queima destes materiais. Contudo, a combustão não planejada tecnicamente e descontrolada gera impactos atmosféricos negativos, podendo liberar gases tóxicos e carcinogênicos. A reutilização pontual dos resíduos de poda para combustível em caldeiras é mais uma alternativa viável. Se a emissão de material particulado for controlada por meio da instalação de equipamentos de controle nas caldeiras, esta destinação final caracteriza-se como ambientalmente adequada. c) Lodo de estações de tratamento 117 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico As estações de tratamento de águas e de esgotos produzem quantidades significativas e relevantes de lodo. Análises bibliográficas indicam que a geração de lodo, grosseiramente, equivale a uma tonelada/dia para cada m3 de vazão da central de tratamento. O lodo removido nas diferentes etapas do tratamento muitas vezes constitui um problema complexo, por apresentar grandes quantidades e por ser de composição variável. Esta composição está relacionada com as características da água que foi tratada ou do esgoto do qual foi gerado, com o processo de tratamento empregado, com as diferentes possibilidades de disposição e com seus usos. A aplicação no solo na forma líquida ou sólida, a sua compostagem ou co-compostagem com o lixo urbano ou disposição em aterro sanitário, são alternativas de disposição final do lodo aceitas. O uso do lodo como fertilizante orgânico representa o reaproveitamento integral de seus nutrientes e a substituição de parte das doses de adubação química sobre as culturas e/ou áreas de reflorestamento, com rendimentos equivalentes, ou superiores aos conseguidos com fertilizantes comerciais. As propriedades do produto o tornam especialmente interessante a solos agrícolas desgastados por manejo inadequado, bem como para recuperação de áreas degradadas. Porém, é importante alertar que existem restrições para o uso de lodo no solo, devido à presença de patógenos, sais solúveis, compostos orgânicos persistentes e metais tóxicos. Segundo a Resolução Nº 375, de 29 de agosto de 2006, os lodos gerados em sistemas de tratamento de esgoto, para terem aplicação agrícola, deverão ser submetidos a processo de redução de patógenos e da atratividade de vetores. Ainda, a resolução em questão veta a utilização agrícola de: I - lodo de estação de tratamento de efluentes de instalações hospitalares; II - lodo de estação de tratamento de efluentes de portos e aeroportos; III - resíduos de gradeamento; IV - resíduos de desarenador; V - material lipídico sobrenadante de decantadores primários, das caixas de gordura e dos reatores anaeróbicos; VI - lodos provenientes de sistema de tratamento individual, coletados por veículos, antes de seu tratamento por uma estação de tratamento de esgoto; VII - lodo de esgoto não estabilizado; e VIII - lodos classificados como perigosos de acordo com as normas brasileiras vigentes. A incineração dos lodos após a desidratação completa também é possível (JANUÁRIO et al, 2007). Todavia esta destinação é dispendiosa podendo alcançar 118 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico um custo médio de R$ 2.000,00 por tonelada de lodo desidratado (SABESP, 2002), não inclusos nestes valores os custos de destinação das cinzas produzidas. d) Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) O gerenciamento dos resíduos sólidos provenientes de qualquer unidade que execute atividade de natureza médico-assistencial de saúde humana ou animal deve ser efetuado de acordo com as Resoluções 358/05 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) e RDC 306/04 da Agência de Vigilância Sanitária (ANVISA). A destinação final dos RSS é distinta, levando-se em conta os grupos de resíduos contemplados na Resolução Conama 358/2005, conforme descrito abaixo: a) Grupo A: Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de infecção. Resíduos pertencentes a este grupo devem ser submetidos a processo de esterilização, por meio da autoclavação, que promova redução de carga patogênica. Após este processo os resíduos podem ser encaminhados para aterro sanitário ou sepultamento. Outra alternativa tecnológica seria o tratamento térmico, como por exemplo a incineração. Grupo A1: Culturas e estoques de microrganismos; resíduos de fabricação de produtos biológicos, exceto os hemoderivados; descarte de vacinas de microrganismos vivos ou atenuados; meios de cultura e instrumentais utilizados para transferência, inoculação ou mistura de culturas; resíduos de laboratórios de manipulação genética; Resíduos resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação biológica por agentes classe de risco 4, microrganismos com relevância epidemiológica e risco de disseminação ou causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido; Bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocomponentes rejeitadas por contaminação ou por má conservação, ou com prazo de validade vencido, e aquelas oriundas de coleta incompleta; Sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos, recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, contendo sangue ou líquidos corpóreos na forma livre. Grupo A2: Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais submetidos a processos de experimentação com inoculação de microorganismos, bem como suas forrações, e os cadáveres de animais suspeitos de serem portadores de microrganismos de 119 relevância epidemiológica e com risco de disseminação, que foram submetidos ou MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico não a estudo anatomopatológico ou confirmação diagnóstica. Grupo A3: Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem sinaisvitais, com peso menor que 500 gramas ou estatura menor que 25 centímetros ou idade gestacional menor que 20 semanas, que não tenham valor científico ou legal e não tenha havido requisição pelo pacientes ou familiares. Grupo A4: Kits de linhas arteriais,endovenosas e deslizadores, quando descartados; Filtros de ar e gases aspirados de área contaminada; membrana filtrante de equipamento médico-hospitalar e de pesquisa, entre outros similares; Sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e secreções, provenientes de pacientes que não contenham e nem sejam suspeitos de conter agentes Classe de Risco 4, e nem apresentem relevância epidemiológica e risco de disseminação, ou microrganismo causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido ou com suspeita de contaminação com príons; Resíduos de tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou outro procedimento de cirurgia plástica que gere este tipo de resíduo; Recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que não contenha sangue ou líquidos corpóreos na forma livre; Peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros resíduos provenientes de procedimentos cirúrgicos ou de estudos anatomopatológicos ou de confirmação diagnóstica; Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais não submetidos a processos de experimentação com inoculação de microorganismos, bem como suas forrações; e Bolsas transfusionais vazias ou com volume residual pós transfusão. Grupo A5: Órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfurocortantes ou escarificantes e demais materiais resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação com príons. b) Grupo B: Caso os resíduos deste grupo apresentem características de periculosidade, não sendo possível sua reutilização e/ou ainda não haja no mercado tecnologias capazes de encaminhá-los à reciclagem, estes devem ser submetidos a tratamento e disposição 120 final específico como, por exemplo, aterros Classe I. Processos térmicos como a MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico pirólise ou co-processamento, que fazem a captação energética ou agregam algum valor posterior a estes resíduos, seria o tratamento mais indicado quando comparado com o aterramento. Nos casos em que os resíduos do grupo B não apresentem periculosidade, estes prioritariamente devem ser encaminhados à reciclagem. Convém citar ainda que resíduos no estado líquido não devem ser encaminhados para disposição final em aterros e devem ser lançados em corpo receptor ou na rede pública de esgoto, se atenderem as diretrizes estabelecidas pelos órgãos ambientais, gestores de recursos hídricos e de saneamento competentes. Tipologia: - Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. - Produtos hormonais e produtos antimicrobianos; citostáticos; antineoplásicos; imunossupressores; digitálicos; imunomoduladores; anti-retrovirais, quando descartados por serviços de saúde, farmácias, drogarias e distribuidores de medicamentos ou apreendidos e os resíduos e insumos farmacêuticos dos medicamentos controlados pela Portaria MS 344/98 e suas atualizações; - Resíduos de saneantes, desinfetantes, desinfetantes; resíduos contendo metais pesados; reagentes para laboratório, inclusive os recipientes contaminados por estes; - Efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores); - Efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises clínicas; e demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR 10.004 da ABNT (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos). O descarte de lâmpadas, pilhas, baterias e acumuladores de carga contendo Chumbo (Pb), Cádmio (Cd) e Mercúrio (Hg) e seus compostos, não fazem parte do regulamento de RSS e deverão ser destinados conforme Resolução CONAMA 257/99. As embalagens secundárias não contaminadas pelo produto devem ser fisicamente descaracterizadas e acondicionadas como Resíduo do Grupo D ou podendo ser encaminhadas para o processo de reciclagem. Os reveladores utilizados em radiologia podem ser submetidos a processo de neutralização para alcançarem pH entre 7 e 9, sendo posteriormente lançados na rede coletora de esgoto ou em corpo receptor, desde que atendam as diretrizes estabelecidas pelos órgãos ambientais, gestores de recursos hídricos e de saneamento competentes. Os fixadores usados em radiologia podem ser submetidos a processo de recuperação da prata. 121 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Resíduos perigosos gerados, nos estabelecimentos de saúde, em processos não relacionados ao de serviços de saúde, são de responsabilidade do gerador e deverão ser destinados de acordo com a legislação vigente. c) Grupo C: As condições de destinação final dos resíduos radioativos devem ser consultadas junto à CNEM, todavia, os rejeitos radioativos, quando atingido o limite de eliminação, passam a ser considerados resíduos das categorias biológica, química ou de resíduo comum, devendo seguir as determinações do grupo ao qual pertencem. *Os rejeitos radioativos não podem ser considerados resíduos até que seja decorrido o tempo de decaimento necessário ao atingimento do limite de eliminação. Tipologia: Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de eliminação especificados nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear – CNEN e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista (resultantes de laboratórios de pesquisa e ensino na área de saúde, laboratórios de análises clínicas e serviços de medicina nuclear e radioterapia). d) Grupo D: Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. Tipologia: - Papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças descartáveis de vestuário, resto alimentar de paciente, material utilizado em antissepsia e hemostasia de venóclises, equipo de soro e outros similares não classificados como A1; - Sobras de alimentos e do preparo de alimentos; - Resto alimentar de refeitório; - Resíduos provenientes das áreas administrativas; - Resíduos de varrição, flores, podas e jardins; - Resíduos de gesso provenientes de assistência à saúde. e) Grupo E: devem ser gerenciados de acordo com o Grupo A e B considerando-se a periculosidade associada. Tipologia: Materiais perfuro-cortantes ou escarificantes, tais como: lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas 122 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos capilares; micropipetas; lâminas e lamínulas; espátulas; e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri). Os resíduos dispostos para a coleta seletiva deverão atender o padrão de cores da Resolução CONAMA 275/2001: - Azul = papel / papelão - Vermelho = plástico - Verde = vidro - Amarelo = metal - Preto = material - Marrom = resíduos orgânicos A Resolução RDC 306/2004 prevê que os materiais perfurocortantes, classificados como Grupo E devem ser descartados em recipientes, rígidos, resistentes à punctura, ruptura e vazamento, com tampa, devidamente identificados, atendendo aos parâmetros referenciados na Norma ABNT NBR 13853/1997, observados o limite de preenchimento indicado, sendo expressamente proibido o esvaziamento ou reaproveitamento desses recipientes, os quais após o uso, deverão ser embalados em sacos classe II. e) Resíduos Sólidos Especiais (RSE) e Logística Reversa Resíduos Sólidos Especiais (RSE) são aqueles cuja geração diária excede o volume ou peso fixados para a coleta regular ou os que, por sua composição qualitativa e/ou quantitativa, requeiram cuidados especiais em pelo menos uma das fases: acondicionamento, coleta, transporte, tratamento e disposição final, cujo gerenciamento cabe ao próprio gerador de resíduo. Constituem os denominados resíduos especiais no presente planejamento: a) Resíduos de podas e lodos de Estações de Tratamento de Água (ETAs) e Estações de Tratamento de Esgotos (ETE); b) RSS; c) RCC; d) Resíduos com Logística Reversa obrigatória, conforme previsto na Lei nº 12.305/2010 que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Logística Reversa 123 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico A Logística Reversa é definida no artigo 3º, inciso XII da Lei 12.305/2010 como “instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada”. Segundo o artigo 33º da referida norma “São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de: I - agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas as regras de gerenciamento de resíduos perigosos previstas em lei ou regulamento, em normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama, do SNVS e do Suasa, ou em normas técnicas; II - pilhas e baterias; III - pneus; IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; V - lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; VI - produtos eletroeletrônicos e seus componentes”. § 1º Na forma do disposto em regulamento ou em acordos setoriais e termos de compromisso firmados entre o poder público e o setor empresarial, os sistemas previstos no caput serão estendidos a produtos comercializados em embalagens plásticas, metálicas ou de vidro, e aos demais produtos e embalagens, considerando, prioritariamente, o grau e a extensão do impacto à saúde pública e ao meio ambiente dos resíduos gerados. O esquema da Logística Reversa oportuniza que entes governamentais, agentes privados empresariais e sociedade, compartilhem a discussão e construam as alternativas próprias e específicas capazes de atender as peculiaridades das realidades locais. A lei genérica e de princípios abre espaço para que cada comunidade se organize segundo suas peculiaridades específicas para a obtenção da melhor sinergia possível da institucionalização local da gestão compartilhada. São atribuições do município: a) A identificação dos resíduos sólidos e geradores sujeitos ao sistema de logística reversa; b) A descrição das formas e dos limites da participação do poder público local, através dos acordos setoriais e termos de compromisso firmado entre o poder público e o setor empresarial na logística reversa, e outras ações relativas à responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; 124 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico c) O controle e a fiscalização da implantação e operacionalização dos sistemas de logística reversa (verificação do tratamento, destinação ou disposição final dos resíduos, considerando a classe de cada um deles); d) Prover recursos necessários para que se torne possível à gestão integrada dos RSE. O Brasil já apresenta um sistema de gestão reversa de embalagens de agrotóxicos, a partir da operação de uma instituição denominada INPEV (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias) com centenas de pontos de coleta de embalagens vazias de agrotóxicos atuando em todo país, criada e mantida pelos fabricantes de agrotóxicos. No Brasil, os Resíduos da Construção Civil / Resíduos da Construção e Demolição (RCC/RCD), atingem elevadas proporções da massa dos resíduos sólidos urbanos variando de 51 a 70% do total ou o equivalente a 1,5 a 2 vezes o total de resíduos sólidos urbanos domésticos gerados e coletados. Os projetos devem estabelecer rotinas para aprovação de projetos de construção civil que prevejam planos mínimos de gerenciamento dos resíduos da construção civil, viabilizando reciclagem futura. Se não houver uma mínima segregação prévia dos resíduos sólidos de construção civil, de acordo com as prescrições da Resolução nº 307 do Conama/2002, pode não se tornar viável a reciclagem. A destinação final dos RCC deve atender as seguintes diretrizes: Resíduos classe A: Devem ser priorizados na forma de agregados, em usinas de reciclagem, agregando valor a estes resíduos e contribuindo na minimização de extração da matéria prima. De forma alternativa podem ser encaminhados para aterros de resíduos da construção civil, dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura. Tipologia: - de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; - de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto; - de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras; Resíduos classe B: Os resíduos classe B devem ser gerenciados conforme normas para os recicláveis provenientes dos RSU. Tipologia: 125 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico - plásticos, papel/papelão, metais, vidros, madeiras e outros; Resíduos classe C: aqueles que ainda não possuem aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação, tais como os produtos oriundos do gesso; Resíduos classe D: são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como: tintas, solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros. Podem ser destinados em aterros industriais. f) Resíduos Sólidos Industriais (RSI) Conforme normas da ABNT, resíduos sólidos industriais são todos os resíduos no estado sólido ou semi-sólido resultantes das atividades industriais, incluindo lodos e determinados líquidos, cujas características tornem inviável seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d´água ou que exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis. Classificação Segundo a Norma ABNT NBR 10 004 de 09/1987, os resíduos sólidos industriais são classificados conforme descrito a seguir: a) Resíduos de Classe I - Perigosos - Resíduos que, em função de suas propriedades físico-químicas e infecto-contagiosas, podem apresentar risco à saúde pública e ao ambiente. Devem apresentar ao menos uma das seguintes características: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade. b) Resíduos de Classe II - Não Inertes - Aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos classe I ou classe III. Apresentam propriedades tais como: combustibilidade, biodegrabilidade ou solubilidade em água. c) Resíduos de Classe III - Inertes - Quaisquer resíduos que submetidos a um contato estático ou dinâmico com água, não tenham nenhum de seus componentes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água definidos pelo Anexo H da Norma NBR 10.004. Tratamento de Resíduos Sólidos Industriais É comum proceder ao tratamento de resíduos industriais com vistas à sua reutilização ou pelo menos à sua inertização. Dada a diversidade destes resíduos, não existe um processo de tratamento pré-estabelecido, havendo sempre a necessidade de realizar pesquisas e desenvolvimento de processos economicamente viáveis. Geralmente são destinados para tratamentos térmicos diversos, como o coprocessamento, pirólise, plasma, incineração, cujos produtos são matéria-prima para a adição em materiais de construção (clínquer) ou geração secundária de energia. 126 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico O aterro classe I é outra opção de destinação final, ainda que não seja a mais rentável do ponto de vista da ecoeficiência e energia, é válida para os rejeitos gerados nos processos da indústria. 4.10.6 Sistema de cobrança pelos serviços públicos de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos Levantamentos demonstram que em torno de dez por cento do orçamento anual das municipalidades são utilizados com a limpeza pública, incluindo os serviços de coleta, varrição, capina, raspagem, lavagem de feiras, disposição final e tratamento dos resíduos, etc. De um modo geral, na definição de custos de coleta e destinação de RSU é possível utilizar a seguinte subdivisão: - Custos variáveis: são aqueles que mudam em função da quilometragem percorrida pela frota de veículos. São subdivididos em combustíveis, lubrificantes, rodagem (quilometragem) e peças (acessórios). - Custos fixos: são gastos que independem da quilometragem percorrida, em seu cálculo estão incluídos os custos do capital (depreciação e remuneração). As despesas com pessoal e as administrativas também devem ser consideradas. Para o cálculo do custo de determinada atividade em limpeza pública é necessário coletar dados e identificar os gastos com: - Mão-de-obra operacional e administrativa (salários, leis sociais e benefícios); - Operação e manutenção dos veículos, combustível, pneus, - Lubrificação, impostos (IPVA), seguros, licenciamento, remuneração e depreciação do investimento, e demais equipamentos utilizados, tais como os contêineres; - Uniformes e equipamentos de segurança individuais (EPI’s). O custo da operação dos serviços limpeza pública consiste basicamente na soma das despesas acima relacionadas - custos diretos. No caso de terceirização dos serviços, calculamse os custos diretos somados a taxa de Benefícios e Despesas Indiretas (B. D. I), que varia de 25% a 30% aproximadamente. 4.10.7 Regras para o transporte e gerenciamento de resíduos sólidos O estabelecimento de regras para o transporte e outras etapas do gerenciamento de resíduos sólidos deve considerar o disposto na Lei Nº 12.305/10 e seu regulamento (Decreto Nº 7.404/10), as normas estabelecidas pelos órgãos do SISNAMA (Sistema Nacional do Meio Ambiente) e do SNVS (Sistema Nacional de Vigilância Sanitária), as disposições pertinentes da legislação federal e estadual, bem como as seguintes normas, entre outras: - ABNT NBR 10.157/87 – Aterros de resíduos perigosos – Critérios para 127 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico projetos, construção e operação; - ABNT NBR 10004/04 – Resíduos Sólidos – Classificação; - ABNT NBR 12.807/93 - Resíduos de serviços de saúde – Terminologia; - ABNT NBR 12235/04 – Armazenamento de Resíduos Sólidos Perigosos; - ABNT NBR 13.463/95 – Coleta de resíduos sólidos – Classificação; - ABNT NBR 7500 – Identificação para o transporte terrestre, manuseio, movimentação e armazenamento de produtos; - ABNT NBR 7501 – Transporte terrestre de produtos perigosos – Terminologia; 4.10.8 Operacionalização da limpeza de vias e logradouros Principais tipos de resíduos sólidos e rejeitos de logradouros urbanizados: - Partículas resultantes da abrasão da pavimentação; - Borrachas de pneus e resíduos de pastilhas e lonas de freios; - Areia e terra carregada por pneus; - Folhas e galhos de árvores, mato e ervas daninhas; - Papéis, plásticos, jornais e embalagens; - Lixo domiciliar; - Dejetos de cães e outros animais; - Partículas resultantes de poluição atmosférica. Procedimentos básicos de limpeza pública de logradouros: - Varrição; - Capina e raspagem; - Roçagem; - Limpeza de ralos e grades de bocas de lobo; - Limpeza de feiras; 128 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico - Serviços de remoção; - Limpeza de áreas turísticas e locais públicos de eventos; 4.11 DIRETRIZES E ESTRATÉGIAS PARA OTIMIZAÇÃO NA GERAÇÃO E DESTINAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS 4.11.1 Diretrizes e estratégias – RSU. DIRETRIZ Resíduos sólidos urbanos (RSU) ESTRATÉGIA 1) Promover a elaboração e aplicação de programas e campanhas que fomentem e induzam o consumo sustentável; − Reduzir a geração de Resíduos Sólidos Urbanos (RSU). 2) Incentivar e prover práticas que fomentem a reutilização e reciclagem dos resíduos secos, quando aplicável (estímulos fiscais, financeiros e/ou creditícios; isenções ou reduções tributárias etc); 3) Incentivar o desenvolvimento de sistemas de gestão ambiental de empresas, indústrias e comércios. - Aprimorar e fazer os devidos ajustes no sistema de coleta seletiva; 1) Incentivar a prática da coleta seletiva; − Promover a inclusão social dos catadores de materiais recicláveis (agentes ambientais), organizados em cooperativas e associações regularizadas; − Reduzir ao máximo a quantidade de resíduos secos dispostos em aterros sanitários; 2) Integrar e dar suporte aos agentes ambientais (catadores de resíduos recicláveis); 3) Incentivar a comercialização de resíduos recicláveis, diretamente com a indústria; 4) Elaborar e aplicar programas de educação ambiental. 1) Viabilizar a prática da compostagem da parcela orgânica dos resíduos sólidos úmidos; 2) Fomentar o uso de composto orgânico como nutriente para a agricultura - Reduzir a quantidade de resíduos úmidos dispostos em aterros sanitários. 3) Incentivar e fomentar a triagem dos resíduos úmidos nas residências e demais estabelecimentos (públicos e privados); 4) Incentivar ações para o gerenciamento dos resíduos de podas e lodos, visando a compostagem e aproveitamento energético dos mesmos; 129 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico DIRETRIZ - Realizar a manutenção e ajustes necessários para operação do aterro sanitário municipal. Resíduos sólidos urbanos (RSU) ESTRATÉGIA Aportar recursos municipais, consorciados ou captados junto ao governo federal, visando a manutenção periódica do aterro sanitário. Quadro 31: Diretrizes e estratégias – RSU. 4.11.2 Diretrizes e estratégias – RSE. Resíduos sólidos especiais (RSE) DIRETRIZ ESTRATÉGIA 1) Planejar e incentivar, via acordos setoriais e termos de compromisso entre o setor público e o setor empresarial, a estruturação de sistemas de logística reversa por parte dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de: I - agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso; Fiscalizar as ações de Logística Reversa. II - pilhas e baterias; III - pneus; IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; V - lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; VI - produtos eletroeletrônicos e seus componentes. 2) Fiscalizar o processo e andamento das ações de Logística Reversa; 3) Fiscalizar se os comerciantes e distribuidores efetuam a devolução aos fabricantes ou aos importadores dos produtos e embalagens reunidas ou devolvidas, bem como se os fabricantes e os importadores encaminham à destinação final ambientalmente adequada os referidos materiais descartados e os rejeitos provenientes destes materiais. 4) Articular com os agentes econômicos e sociais medidas para viabilizar o retorno ao ciclo produtivo dos resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis oriundos dos serviços de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos; 5) Incentivar o setor empresarial a contemplar os agentes ambientais (catadores de materiais recicláveis) na articulação da logística reversa; 6) Fomentar programas e campanhas de educação ambiental, em parceria com o setor empresarial, que sensibilizem o consumidor quanto à importância da devolução após o uso, aos comerciantes ou distribuidores, dos produtos e das embalagens contempladas na Logística Reversa.. Quadro 32: Diretrizes e estratégias – RSE. 130 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 4.11.3 Diretrizes e estratégias – RSS DIRETRIZ −Controle sistemático sobre os RSS de forma que se possam verificar quais são as ações mais demandadas para o estabelecimento de um gerenciamento eficiente e eficaz. Resíduos sólidos da saúde (RSS) ESTRATÉGIA 1) Incentivar, auxiliar e prover recursos para que todos os estabelecimentos (públicos e privados) que gerem RSS desenvolvam e executem Planos de Gestão e Gerenciamento dos Resíduos de Serviço de Saúde (PGRSS); 2) Fiscalizar a elaboração e execução das diretrizes e metas previstas nos PGRSS dos empreendimentos públicos e privados; 3) Verificar, por meio de estudos, a viabilidade de implantação de tecnologias modulares para o processamento dos 4) Estudar a possibilidade de implantar unidades de esterilização e incineração regionais que tornem o processo de gestão mais eficiente e otimize a utilização dos recursos públicos, evitando grandes gastos com transporte para tratamento dos RSS. Quadro 33: Diretrizes e estratégias – RSS. 4.11.4 Diretrizes e estratégias – RCC/RDC DIRETRIZ - Priorizar o encaminhamento dos RCC gerados ao aterro licenciado que contemple processos de reciclagem; -Eliminaráreas irregulares de disposição final de RCC ("botafora"); − Realizar o controle sistemático sobre os RCC, determinando quais as demandas para um gerenciamento eficiente e eficaz. − Fomentar medidas de redução da geração de RCC. Resíduos da construção civil/resíduos de demolição ESTRATÉGIA Planejar, articular e priorizar a destinação/disposição final dos RCC gerados pelo município; Promover iniciativas e incentivar o setor da construção e infraestrutura a praticar a segregação prévia dos resíduos na origem, (canteiros de obras). 1) Promover iniciativas e incentivar o setor da construção e infraestrutura a praticar a "construção sustentável", desde o projeto até a construção efetiva (ex. incentivos no processo de licenciamento ambiental). 2) Buscar soluções que visem a redução da geração de rejeitos, RCC e RCD. Quadro 34: Diretrizes e estratégias – RCC/RDC. 131 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 4.11.5 Diretrizes e estratégias – RSI Resíduos sólidos industriais DIRETRIZ ESTRATÉGIA 1) Sistematização da coleta de informações relacionadas aos RSI gerados pelas indústrias e demais entidades geradoras de RSI; 2) Ordenamento das informações coletadas; 3) Incentivar, auxiliar e prover recursos para que todas os empreendimentos que gerem RSI desenvolvam Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Perigosos e executem as ações previstas no referido Plano. − Promover o controle sistemático sobre os RSI para determinação das principais demandas para maior eficiência da atividade. 4) Aprimorar a fiscalização municipal no que tange à prestação de contas da gestão dos RSI por parte dos empreendimentos geradores; 5) Viabilizar um estudo futuro que preveja a viabilidade da implantação de tecnologias modulares para o processamento dos RSI, em conjunto com demais categorias de resíduos, que contemple a o aproveitamento e captação energética dos resíduos. Quadro 35: Diretrizes e estratégias – RSI. 4.11.6 Diretrizes e estratégias gerais GERAIS DIRETRIZ ESTRATÉGIA 1) Planejar e estabelecer planos, políticas e incentivos que visem: - Sistematização da coleta de informações relacionadas aos RSI gerados pelas indústrias e demais entidades geradoras de RSI; - Ordenamento das informações coletadas; -Estabelecer e/ou aprimorar a gestão dos resíduos sólidos e rejeitos gerados no município, visando o investimento em melhorias associadas a redução dos gastos despendidos nos serviços públicos de limpeza e manejo de resíduos sólidos urbanos. 2) Incentivar, auxiliar e prover recursos para que todas os empreendimentos que gerem RSI desenvolvam Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Perigosos e executem as ações previstas no referido Plano; 3) Fiscalizar a elaboração e execução das diretrizes e metas previstas nos Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos Perigosos dos empreendimentos que por lei, são obrigados a executar estas ações; 4) Aprimorar a fiscalização municipal no que tange à prestação de contas da gestão dos RSI por parte dos empreendimentos geradores; 5) Viabilizar um estudo futuro que preveja a viabilidade da implantação de tecnologias modulares para o processamento dos RSI, em conjunto com demais categorias de resíduos, que contemple o aproveitamento e captação energética dos resíduos. 132 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico GERAIS DIRETRIZ 8. Selecionar e definir os empreendimentos e tecnologias a serem implantados para o tratamento e disposição final dos resíduos sólidos e rejeitos gerados pelo município. ESTRATÉGIA 1) Priorizar e planejar a gestão e instalação de empreendimentos e tecnologias voltadas ao tratamento e disposição final de resíduos sólidos que priorizem primeiramente ações de coleta seletiva e reciclagem e posteriormente promovam a valorização dos resíduos restantes não recicláveis, seja por meio da compostagem e/ou captação e recuperação energética e correta destinação final de rejeitos; 2) Incentivar, auxiliar e prover recursos para que todas os empreendimentos que gerem resíduos que, mesmo caracterizados como não perigosos, por sua natureza, composição ou volume, não sejam equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder público municipal, desenvolvam Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos e executem o previsto. 3) Fiscalizar a elaboração e execução das diretrizes e metas previstas nos Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos dos empreendimentos; Exercer de forma sistêmica, contínua e desburocratizada a fiscalização, monitoramento e avaliação das ações propostas neste PMSB. Assegurar a execução das ações Propostas. 1) Submeter as Leis Municipais Ambientais que dispõe sobre resíduos sólidos à revisão, de modo a evidenciar possíveis necessidades de adequação, em consonância com a Política Nacional de Resíduos Sólidos; Analisar criticamente as Legislações Ambientais Municipais. 2) Verificar a necessidade de elaboração de novas normativas e regulamentos que visem subsidiar a administração integrada dos resíduos sólidos; 3) Elaborar normativas que prevejam a obrigatoriedade do estabelecimento e expansão de ações de coleta seletiva, institucionalização de cooperativas/associações de recicladores e sistema de logística reversa. Quadro 36: Diretrizes e estratégias Gerais. 4.11.7 Resumo dos Objetivos, ações e prazos gerais. Quadro 37: Objetivos, ações e prazos para gerenciamento dos resíduos sólidos N° do Objetivo Objetivo N° da Ação Descrição da Ação Todos os habitantes deverão ter coleta de resíduos em suas residências. 1.1 Implantar coleta seletiva ou destinar os resíduos recicláveis à usina de triagem Prazo Prioridade Emergencial Alta Curto Alta Ampliar a coleta de resíduos para atendimento de 100% do município 1.2 1.3 Adequar destinação de resíduos da construção civil e demolição curto 1.4 Implantar a logística reversa de resíduos especiais, junto ao comércio e fabricantes Emergencial 1 Média Alta 133 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico N° do Objetivo Objetivo N° da Ação Eliminar disposições irregulares de resíduos 2 3 Descrição da Ação Prazo Prioridade Curto Alta Eliminar locais de bota-fora de resíduos de poda e da construção civil 2.1 Sensibilizar a população quanto ao manejo adequado dos resíduos sólidos 3.1 Curto Executar projetos de educação ambiental. Alta Objetivo 1.1 Implantar coleta seletiva ou destinar os resíduos recicláveis à usina de triagem Ações para o aproveitamento dos resíduos, além de ser uma exigência legal é uma forma de minimizar custos e contribuir para um meio ambiente de qualidade. Verificando-se a impossibilidade econômica para a implantação de uma usina de triagem de materiais recicláveis, deve o município de forma individual ou consorciada, destinar seus resíduos a uma unidade de triagem, antes de seu destino final. Objetivo 1.2 Ampliar a coleta de resíduos para atendimento de 100% do município Considerando que a coleta atualmente atende 100% da área urbana e 96% da zona rural, deve-se prever ações pra universalizar a coleta também para a zona rural. Com iniciativas exclusivas para estas áreas hoje não atendidas, pode o município conseguir esta universalização em curto prazo. Desde campanhas de coleta seletiva, como a colocação de lixeiras coletivas ou contêineres podem trazer resultados satisfatórios no prazo estipulado. Objetivo 1.3 Adequar destinação de resíduos da construção civil e demolição Mesmo com quantidades não tão significativas deste tipo de resíduo, deve a municipalidade preocupar-se com a correta destinação. Através de parcerias com o setor privado tais como comércios de materiais de construção, bem como com construtores locais, realizar o reaproveitamento deste tipo resíduo, pode alem de contribuir com o meio ambiente, trazer recursos pela reutilização do material. Objetivo 1.4 Implantar a logística reversa de resíduos especiais, junto ao comércio e fabricantes Sendo uma exigência legal, a municipalidade deve através do setor privado, implementar políticas de destinação dos resíduos especiais diretamente com os comerciantes 134 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico ou caso os fabricantes disponibilizem espaços para esta destinação, deve haver a ampla divulgação com a comunidade. Objetivo 2.1 Eliminar locais de bota-fora de resíduos de poda e da construção civil Como dito anteriormente, mesmo com um volume reduzido de resíduos da construção civil e de demolição deve-se evitar os locais não licenciados para este fim. Com destinação correta o ganho econômico e ambiental é grande em relação ao simples descarte desregrado e irregular. Objetivo 3.1 Executar Projetos De Educação Ambiental. Segundo definição estabelecida na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento realizada em 1992 no Rio de Janeiro, entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. Estabelecer projetos de educação ambiental voltados ao Saneamento Básico é de extrema importância para incentivar a população a participar da fiscalização dos serviços de saneamento e auxiliar no atingimento de metas para o setor. Sendo assim, sugere-se que inicialmente seja implantado um programa permanente de educação ambiental nas instituições de ensino fundamental do município. Estima-se que em Maquiné aproximadamente .1.352 alunos matriculados até o ensino fundamental. Para a estimativa dos custos deste programa, adotou-se um custo 20 reais por aluno por ano, contabilizando um investimento anual de aproximadamente R$ 27.040,00. As ações de educação ambiental devem ser adaptadas às realidades de cada escola e devem envolver, na medida do possível, atividades práticas e visitas de campo. 4.12 AÇÕES FRENTE A EMERGÊNCIAS OU CONTINGÊNCIAS O estabelecimento de ações para lidar com eventuais emergências ou contingências que possam interromper a prestação dos serviços de coleta de resíduos é extremamente importante para garantir a saúde e segurança da população, principalmente em na área urbana que pela sua proximidade das pessoas, podem aumentar os riscos à saúde. Entende-se como emergencial o evento perigoso, que leva à situações críticas, incidental ou urgente. Abaixo lista-se ação a ser tomada em caso de episódios de emergência ou contingência. 1. No caso de interrupção parcial da coleta por problemas com caminhão: - Comunicar imediatamente a empresa prestadora de serviços; - Em caso de não haver caminhão reserva nas primeiras 12 horas, deve o município dispor de caminhão próprio e realizar a coleta; - Divulgação adequada. - Solicitar ressarcimento de eventuais custos para esta operação junto à empresa 135 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico contratada. 4.13 INDICADORES GERENCIAIS A fim de possibilitar um gerenciamento adequado dos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e o alcance do objetivo determinados por este plano, apresenta-se no presente item a definição do indicador quantitativo a ser atendido. INDICADOR DO OBJETIVO 1 - COLETA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Para avaliar se o alcance do objetivo 1 sugere-se o indicador de “Universalização da coleta inclusive na área rural”, que em até 3 anos deve ser igual a 1 (um). Habitantes urbanos atendidos + habitantes rurais atend Nível de coleta de resíduos sólidos= ------------------------------------------------------------População total INDICADOR – ÍNDICE DE TONELADAS PRODUZIDAS X TONELADAS RECICLADAS Para avaliar se o alcance do objetivo sugere-se o indicador de “Aproveitamento do Material reciclável da coleta de resíduos urbanos”, que em até 3 anos deve ser igual a 5 (cinco). Toneladas coletadas Aproveitamento do reciclável= ------------------------------------------------------------Toneladas aproveitadas de recicláveis Utilizaremos os seguintes parâmetros para a verificação: < ou = 5 Ótimo >5 e < ou = a 10 Bom > que 10 e < 20 Regular > 20 Péssimo 136 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico INDICADOR DO OBJETIVO 3 Para monitorar o avanço do nível de atendimento do Objetivo 3, propõe-se a utilização do seguinte índice: Habitantes atingidos por projetos de educação ambiental Índice de educação ambiental=-----------------------------------------------------------------Total de Habitantes Considera-se que um habitante é atingido por um projeto de educação ambiental quando o mesmo é alvo direto de ações de conscientização. O total de habitantes inclui a população da zona urbana e zona rural do município. Ao final de 2033 este índice deve estar entre 0,5 e 1. 137 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 5 PROGNÓSTICO DE DRENAGEM E MANEJO DE ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS Para a projeção das demandas populacionais da drenagem urbana serão utilizadas as já previstas no quadro 18, anteriormente projetado. Entende-se que o crescimento da população, observado na projeção populacional para dos próximos 20 anos, ampliará a impermeabilização do solo no município de Maquiné. Visto que “A impermeabilização do solo é um importante parâmetro urbanístico que reflete o impacto da urbanização sobre o sistema de drenagem de águas pluviais”5. Essa impermeabilização gera impacto significativo sobre o escoamento superficial das águas pluviais na bacia hidrográfica da região, o que tem como consequência direta a ocorrência de inundações urbanas. Tal impermeabilização do solo acontece pela ocupação com edificações e ao mesmo tempo pela utilização de pavimentação não permeável nas ruas. 5.1 PROGRAMAS, PROJETOS E AÇÕES PARA DRENAGEM URBANA Serão apresentados os objetivos para a melhoria das condições de drenagem e manejo de águas pluviais do município de Maquiné. Visando a consolidação dos objetivos serão estabelecidas ações, considerando a seguinte definição: - Ações imediatas ou emergenciais: até 3 anos - Curto prazo: entre 4 a 8 anos; - Médio prazo: entre 9 e 12 anos; - Longo prazo: entre 13 e 20 anos. No Quadro 37 constam os objetivos para o serviço de drenagem e manejo das águas pluviais e suas ações. Serão, também, definidas as prioridades para execução das ações, classificadas em alta, média e baixa. 5 GAROTTI, Leonardo Monteiro; BARBASSA, Ademir Paceli. Estimativa de área impermeabilizada diretamente conectada e sua utilização como coeficiente de escoamento superficial. Eng Sanit Ambient, v.15, n.1, p. 19-28, jan/abr, 2010. 138 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Quadro 38: Ações Para o Atingimento dos Objetivos Para o Serviço de Drenagem e Manejo das Águas Pluviais N° do Objetivo Objetivo 1 Regularizar todas as áreas com risco de inundação do município N° da Ação Descrição da Ação Estabelecer ações emergenciais de segurança para população que reside em área próxima aos cursos 1.1 d'águas. Elaborar zoneamento das áreas com risco de inundação e estabelecer restrições para 1.2 ocupação. Médio Média Longo Baixa Avaliação da eficácia da rede pluvial de micro drenagem (galerias pluviais e equipamentos de 3.1 drenagem como poços de visita e bocas de lobo) e adequação se necessário. Curto Alta 3.2 Curto Média Longo Alta Longo Baixa Médio Baixa Médio Baixa Identificar as ligações clandestinas de esgotamento sanitário no sistema de drenagem pluvial 2.1 urbana e regularizá-las. Estabelecer medidas que evitem a transferência da vazão gerada por novos empreendimentos urbanos para a rede pública. 3.3 Elaborar Plano de Diretor de Manejo de Águas Pluviais 3 Alta Média 1.3 Eliminar as ocorrências de inundações no município Prioridade Curto Reassentar famílias que vivem em áreas com risco de inundação, se necessário. 2 Eliminar as ligações clandestinas de esgotamento sanitário ao sistema de drenagem Prazo Emergencial 3.4 Monitorar a região rural, a fim de verificar se serão necessárias intervenções futuras. 3.5 Viabilizar financeiramente o manejo das águas pluviais do município. Criar e gerir um banco de dados sobre drenagem e manejo de águas pluviais urbanas Implementar taxa municipal de manejo de águas pluviais. 4 Esclarecer a população quanto a importância do manejo adequado das águas pluviais urbanas 4.1 5.1 Executar projetos de educação ambiental. Curto Alta 5 139 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico A seguir, são descritas ações propostas e a estimativa de recursos financeiros necessários para a execução. Objetivo 1.1 Estabelecer ações emergenciais de segurança para população que reside em área próxima aos cursos d'águas. As ações emergenciais devem ser planejadas para situações de inundações, são exemplos de itens a serem definidos: aquisição e distribuição de alimentos e roupas; deslocamento de equipe médica; auxílio de corpo de bombeiros; local para remoção temporária das famílias; definição das responsabilidades e organização das ações em ordem cronológica. No caso da Prefeitura não possuir em seu quadro de funcionários um profissional qualificada para desenvolver essa ação, se faz necessária a contratação de empresa especializada. Sendo assim, o custo estimado da ação é de R$ 20.000,00. Além disso, os custos da ação devem incluir investimento em materiais e/ou infraestrutura, podendo o custo total ser maior do que o estimado nesse documento. Objetivo 1.2 Elaborar zoneamento das áreas com risco de inundação e estabelecer restrições para ocupação. O zoneamento das áreas com risco de inundação deve ser realizado para o todo o território do município e, considerar os locais e dimensões das ocorrências. Para tanto, podem ser avaliados registros municipais e relatos dos moradores. Ao mesmo tempo, deve analisar o regime pluviométrico a fim de se constatar a possibilidade de inundações em locais que esse fato ainda não havia sido registrado. As restrições quanto à ocupação devem considerar o risco de ocorrência de inundação da área. Essa ação deve ser executada por profissional qualificado, se a Prefeitura não possuir funcionários apto para atividade, se faz necessária a contratação do serviço; estimasse o custo de R$ 30.000,00. Objetivo 1.3 Reassentar famílias que vivem em áreas com risco de inundação, se necessário. As famílias que vivem em áreas com risco de inundação, se identificado como necessário, devem ser reassentadas em novas residências em local desprovido do risco. Estima-se o custo de R$ 40.000,00 por residência para reassentamento, o custo total da ação depende do número de famílias que precisaram ser reassentadas, por isso não pode ser definido. Objetivo 2.1 Identificar as ligações clandestinas de esgotamento sanitário no sistema de drenagem pluvial urbana e regularizá-las. A identificação de ligações clandestinas de esgotamento sanitário no sistema de drenagem pluvial deve ser realizada concomitantemente com o avanço da rede de esgoto na região urbana. Ou seja, conforme a rede de esgoto estiver sendo instalada e a ligação as economias esteja disponível, deve se identificar a existência de ligações irregulares. Essa, pode ser realizada por meio de entrevistas com os moradores, questionando sobre o destino dado ao esgoto de suas residências. Se essa forma não for efetiva, pode se ainda utilizar tecnologia apropriada para tal atividade. Para realização das entrevistas, deve-se 140 considerar um custo de R$ 50,00 por economia, porém se for necessária a MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico aplicação de tecnologia especializada o custo poderá variar. Objetivo 3.1 Avaliação da eficácia da rede pluvial de micro drenagem (galerias pluviais e equipamentos de drenagem como poços de visita e bocas de lobo) e adequação se necessário. Para avaliação da eficácia da rede pluvial de micro drenagem, devem ser vistoriado: galerias pluviais e equipamentos de drenagem, como poços de visita e bocas de lobo. De forma a garantir que não existam materiais obstruindo a passagem das águas. Além disso, é necessário observar se existem ocorrências de alagamentos nas ruas afastadas dos cursos d’água, indicando possíveis inconformidades da rede de drenagem, como na quantidade e/ou localização das bocas de lobo. É importante lembrar que outros fatores, como a impermeabilização excessiva do solo, também contribuem para a ocorrência de alagamentos. Após a avaliação da rede pluvial, deve realizar as adequações, se necessário. O custo dessa ação pode variar de acordo com as condições atuais da rede pluvial do município, com isso não é possível determiná-lo antecipadamente. Objetivo 3.2 Estabelecer medidas que evitem a transferência da vazão gerada por novos empreendimentos urbanos para a rede pública. Deve se determinar medidas de controle a fim de evitar a transferência da vazão gerada por novos empreendimentos urbanos para a rede pública, e assim não se ampliar a cheia natural. Podem ser instituídas ações como: utilização de pisos permeáveis, captação e reutilização da água da chuva, telhado verde, bacias de contenção. Este item inclui apenas definição de diretrizes para novos empreendimentos, com isso não são definidos custos. Objetivo 3.3 Elaborar Plano Diretor de Manejo de Águas Pluviais O Plano Diretor de Manejo de Águas Pluviais deve conter, além das questões referentes à drenagem (escoamentos rápidos, retificações e revestimento de canais), técnicas alternativas na drenagem urbana (reservatórios de detenção, planos de infiltração, trincheiras de percolação, pavimentos porosos, entre outros). O plano deve conter um planejamento baseado no conjunto de microbacias do município, e não em trechos isolados. A execução dessa ação tem o custo de R$ 200.000,00; não incluindo serviços topográficos. Objetivo 3.4 Monitorar a região rural, a fim de verificar se serão necessárias intervenções futuras. O monitoramento das questões relacionadas a águas pluviais na região rural é indispensável para se verificar a necessidade de intervenções na região. Isto pode ocorrer devido impermeabilização do solo ou, até mesmo, pela transferência de vazão da área rural para urbana; sendo a última a jusante e a primeira a montante da bacia. O custo dessa atividade não pode ser estimado, visto que é uma ação apenas de monitoramento da situação e as possíveis intervenções não podem ser pré determinadas. Objetivo 3.5 Criar e gerir um banco de dados sobre drenagem e manejo de águas pluviais urbanas 141 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico Ter um sistema de gerenciamento da infraestrutura de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas é uma importante ferramenta de gestão e planejamento urbano. Através de um banco de dados com registros de problema e projetos de drenagem, será possível conhecer a infraestrutura local e prever de maneira precisa investimentos futuros. Para a criação e gestão deste banco de dados, considera-se necessário a aquisição de um servidor exclusivo, ao custo de R$ 3.000,00. Além disso, se estima um custo anual de manutenção em torno de R$ 1.200,00. Sendo assim, o custo inicial para o primeiro ano de implantação será de R$ 4.200,00. Esse sistema irá integrar o Sistema Municipal de Informações sobre Saneamento Básico. Objetivo 4.1 Implementar taxa municipal de manejo de águas pluviais. Para implementar uma taxa municipal de manejo de águas pluviais urbanas, deve-se considerar o estabelecido pelo Decreto nº 7.217 (2010), que regulamenta a Lei nº 11.445 (2007), no artigo 16: “A cobrança pela prestação do serviço público de manejo de águas pluviais urbanas deverá levar em conta, em cada lote urbano, o percentual de área impermeabilizada e a existência de dispositivos de amortecimento ou de retenção da água pluvial, bem como poderá considerar: I - nível de renda da população da área atendida; e II - características dos lotes urbanos e as áreas que podem ser neles edificadas.” Objetivo 5.1 Executar projetos de educação ambiental. Os projetos de educação ambiental da área de drenagem e manejo das águas pluviais devem integrar o Programa de Educação Ambiental para o Saneamento Básico. O custo anual estimado para os 1.352 alunos matriculados até o ensino fundamental é de R$ 27.040,00. Para a estimativa dos custos deste programa, adotou-se um custo 20 reais por aluno por ano. No quadro 38 se faz a relação das estimativas de investimento necessárias para a execução das ações previstas até 2033. Ressalta-se que estes valores são meramente orientadores e devem ser estimados mais detalhadamente através de projetos executivos, cotações e demais fontes primárias de informação no momento de efetivação dos investimentos. N° da Ação Ação 1.1 Estabelecer ações emergenciais de segurança para população que reside em área próxima aos cursos d'águas. Elaborar zoneamento das áreas com risco de inundação e estabelecer restrições para ocupação. 1.2 Custo Para Implantação Custo no horizonte dos ou custo anual 20.000,00 projeto 20 anos 20.000,00 30.000,00 30.000,00 142 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico N° da Ação Ação 1.3 Reassentar famílias que vivem em áreas com risco de inundação, se necessário. 2.1 Identificar as ligações clandestinas de esgotamento sanitário no sistema de drenagem pluvial urbana e regularizá-las. Avaliação da eficácia da rede pluvial de micro drenagem (galerias pluviais e equipamentos de drenagem como poços de visita e bocas de lobo) e adequação se necessário. Estabelecer medidas que evitem a transferência da vazão gerada por novos empreendimentos urbanos para a rede pública. Elaborar Plano de Diretor de Manejo de Águas Pluviais Monitorar a região rural, a fim de verificar se serão necessárias intervenções futuras. Criar e gerir um banco de dados sobre drenagem e manejo de águas pluviais urbanas Implementar taxa municipal de manejo de águas pluviais. Executar projetos de educação ambiental. 3.1 3.2 3.3 3.4 3.5 4.1 5.1 Custo Para Implantação Total ou custo anual 40.000,00 familia N.D. Custo no horizonte dos por 20 anos N.D. N.D. N.D N.D. N.D N.D. 200.000,00 N.D. 200.000,00 N.D. 4.200,00 27.200,00 N.D. 27.040,00 N.D. 324.480,00 601.680,00 Quadro 39: Estimativas de custos e investimentos em manejo da drenagem urbana 5.2 INDICADORES GERENCIAIS A fim de possibilitar um gerenciamento adequado dos serviços de drenagem e manejo de águas pluviais urbanas e o alcance dos objetivos determinados por este plano, apresenta-se no presente item a definição de indicadores quantitativos a serem atendidos. INDICADOR DO OBJETIVO 1 - REGULARIZAR TODAS AS ÁREAS COM RISCO DE INUNDAÇÃO DO MUNICÍPIO. A fim de se constatar a execução do Objetivo 1, ao término do prazo de 12 anos (médio) todas: - as áreas com risco de inundação deverão estar zoneadas e identificadas quanto as restrições de ocupação; - as famílias residentes nos locais classificados como de não possível de habitação devem estar reassentadas INDICADOR DO OBJETIVO 2 - ELIMINAR AS LIGAÇÕES CLANDESTINAS DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO AO SISTEMA DE DRENAGEM Para monitorar o avanço do nível de atendimento do Objetivo 2, propõe-se a utilização do índice de residências ligadas a rede de esgoto sanitário. Ao final de 2033, o ‘’Índice de ligações a rede de esgoto sanitário” deverá ser igual a 1 (um). As residências 143 atendidas referenciam as economias que tem a disposição a rede de esgotamento MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico sanitário em sua rua; enquanto que as ligadas, dizem respeito as residências que tem efetivamente seu esgoto lançado na rede coletora. Abaixo segue a apresentação do mesmo. N° de residências atendidas Índice de ligações à rede de esgoto sanitário=----------------------------------------N° de residências ligada INDICADOR DO OBJETIVO 3 – ELIMINAR AS OCORRÊNCIAS DE INUNDAÇÕES NO MUNICÍPIO Com a finalidade de se aferir o alcance do objetivo 3, sugere-se a utilização do indicador denominado “Tempo de inundação”. Este indicador consiste no tempo (em horas) transcorrido entre o transbordamento do curso d’água até o retorno ao seu leito normal, que até 2033 deverá ser inferior a 24 horas. INDICADOR DO OBJETIVO 4 - VIABILIZAR FINANCEIRAMENTE O MANEJO DAS ÁGUAS PLUVIAIS DO MUNICÍPIO. Para verificar o alcance do objetivo 4, indica-se a determinação do “Índice de ações”, que até 2033 deve ser igual a 1 (um). N° de ações executadas Índice de ações= --------------------------------N° de ações propostas Onde o nº de ações propostas refere-se às ações indicadas pelo prognóstico drenagem e manejo de águas pluviais urbanas; enquanto que o nº de ações executadas diz respeito a quantas das ações indicadas foram efetivamente realizadas. 144 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico INDICADOR DO OBJETIVO 5 - ESCLARECER A POPULAÇÃO QUANTO A IMPORTÂNCIA DO MANEJO ADEQUADO DAS ÁGUAS PLUVIAIS URBANAS Para monitorar o avanço do nível de atendimento do Objetivo 5, propõe-se a utilização do seguinte índice: Habitantes atingidos por projetos de ed. Ambiental. Índice de educação ambiental = -----------------------------------------------------------------Total de habitantes Considera-se que um habitante é atingido por um projeto de educação ambiental quando o mesmo é alvo direto de ações de conscientização. O total de habitantes inclui a população da zona urbana e zona rural do município. Considera-se que o objetivo foi alcançado se o índice estiver entre 0,5 e 1,0, até 2033 145 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS O Plano Municipal de Saneamento Básico fornece subsídios para que o Município de Maquiné estabeleça, implemente, mantenha e aprimore a gestão dos eixos desenvolvidos neste plano, em cumprimento à Lei Federal nº 11.445/2007 O principal objetivo do plano é administrar esta frente de forma sustentável, visando promover a harmonia entre os pilares ambientais, sociais e econômicos, por meio da adoção de medidas corretivas, preventivas e educativas. Contudo, para que esta ideia seja concretizada e não se transforme num desiderato de boas intenções que não ganha ação no cotidiano da municipalidade envolvida, recomenda-se a implantação de uma estrutura toras capaz de exercer de forma sistêmica, contínua e desburocratizada a fiscalização, monitoramento e avaliação das ações propostas neste PMSB. Em relação ao processo de elaboração deste documento foi evidenciada a necessidade de incrementar os procedimentos de coleta das informações e dados na próxima revisão do Plano, de modo que possam ser estabelecidas metas, diretrizes e estratégias embasadas em estudos adicionais específicos do município, que visem fortalecer e precisar ainda mais o gerenciamento destes materiais. Convém salientar também que atualmente um dos maiores desafios das administrações públicas é a gestão do Saneamento.. Embora o PMSB tenha abordado questões relacionadas aos eixos propostos, visivelmente foram priorizadas tratativas relacionadas ao esgotamento sanitário e abastecimento de água, tendo em vista a urgência em estabelecer parâmetros de controle. No entanto, conforme o cenário for apresentando avanços significativos no que tange aos serviços relacionados a esta gestão, serão igualmente priorizadas. É evidente que as ações voltadas para melhoria da gestão do saneamento foi impulsionada e tende a ser aperfeiçoada cada vez mais com o passar do tempo. 146 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico BIBLIOGRAFIA ABNT. Resíduos Sólidos: classificação, NBR 10.004. Rio de Janeiro, 1987. 63p. Associação Brasileira de Normas Técnicas. Rio de Janeiro, 1987. ABNT. NBR 15113/2004 - Resíduos sólidos da construção civil e resíduos inertes – Aterros – Diretrizes para projeto, implantação e operação. 8 p. Associação Brasileira de Normas Técnicas. São Paulo, 2004. ABRELPE. Panorama de resíduos sólidos no Brasil 2010. p. 30 – 32, 2010. Disponível em <http://www.abrelpe.org.br/downloads/Panorama2010.pdf> Acesso em 30 abr. 2011. BRASIL, Decreto Federal nº. 7.404/2010. Regulamenta a Lei no 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, cria o Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa, e dá outras providências. Brasília, DF: Senado, 2010. BRASIL, Ministério do Meio Ambiente, Resolução CONAMA 307, de 05 de julho de 2002 – Estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, nº 136, 17 de julho de 2002. Seção 1, p. 95-96. Fundação de Economia e Estatística – WWW.fee.tche.br FUNASA - www.funasa.gov.br/ Guia Para Elaboração de Planos municipais de Saneamento Básico – Ministério das Cidades Brasília/DF 2009. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – WWW.ibge.gov.br Lei Federal nº 11.107, de 6 de abril de 2005 - Dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos e dá outras providências. Lei Federal n° 11.445, de 5 de janeiro de 2007 - Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico. Manual de Saneamento – FUNASA – Brasília 2007. Plano Ambiental de Maquiné – 2011 Plano Local de Habitação de Interesse Social - 2010 147 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico SEMA – Secretaria Estadual de Meio Ambiente – www.sema.rs.gov.br SILVA, SHEILA LUIS DA. Caminhos, limites e possibilidades do gerenciamento integrado de resíduos sólidos urbanos. Do diagnóstico ao prognóstico para município de pequeno porte. Estudo de caso aplicado em Maquiné – RS – UNESC, 2012 SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE SANEAMENTO, 2011 - 2012. 148 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico ANEXOS ANEXO I – PORTARIA DE NOMEAÇÃO DOS COMITÊS 149 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico ANEXO II – ATA DA REUNIÃO O COMITÊ EXECUTIVO 150 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico ANEXO III- LISTA DE PRESENÇA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DIA 15/10/2013 151 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico ANEXO IV- LISTA DE PRESENÇÃO DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DIA 29/10/2013 152 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 153 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico ANEXO V – LISTA DE PRESENÇA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DIA 05/11/2013 154 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico ANEXO VI – LISTA DE PRESENÇA DA AUDIÊNCIA PÚBLICA DIA 18/12/2013 155 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico ANEXO VII – PUBLICAÇÃO NO JORNAL DAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS 156 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico ANEXO VIII – CARTAZ DAS AUDIÊNCIAS PÚBLICAS 157 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 158 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico ANEXO IX - ANÁLISES DAS ÁGUAS 159 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 160 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 161 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 162 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 163 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 164 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 165 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 166 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 167 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 168 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 169 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 170 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 171 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 172 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 173 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 174 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 175 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 176 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 177 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 178 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 179 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 180 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 181 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 182 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 183 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 184 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 185 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 186 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 187 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 188 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 189 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 190 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 191 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 192 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 193 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 194 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 195 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 196 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 197 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 198 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 199 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 200 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 201 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 202 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 203 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 204 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 205 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 206 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 207 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 208 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 209 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 210 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 211 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 212 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 213 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico 214 MUNICÍPIO DE MAQUINÉ Plano Municipal de Saneamento Básico ANEXO X – PMS – PLANO DE MOBILIZAÇÃO SOCIAL 215