Rapport de mission Tourisme rural au PARANA
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Rapport de mission Tourisme rural au PARANA
Chambre Régionale d’Agriculture Auvergne-Rhône-Alpes Rapport de mission Tourisme rural au PARANA Mission de coopération Rhône-Alpes / Paraná 6 au 16 décembre 2015 Coordination et expertise techniques Expertise technique I - Cadre général de la mission............................................................3 # Les participants............................................................................................................................ 3 # Objetivos do programa de cooperação, dois eixos fundamentais..............................4 # Os objetivos da missão............................................................................................................. 4 # Abordagem de trabalho............................................................................................................ 5 # Metodologia escolhida pela delegação francesa........................................................................6 II - Le contexte...........................................................................................7 Le Paraná en bref................................................................................................................................... 7 # Le tourisme rural au Paraná & en France...........................................................................8 # Le tourisme au Paraná......................................................................................................8 # Présentation des institutions et organismes du Paraná intervenant dans le développement du tourisme rural................................................................................................................................8 # Le Tourisme rural au Paraná (source EMATER)...........................................................................9 # La route du pignon....................................................................................................................10 # Le tourisme rural en France et en Rhône-Alpes....................................................12 II – Les ateliers itinérants du tourisme rural au Paraná..........13 SAO JOSE DOS PINHAIS......................................................................................................................... 14 Contexte local..............................................................................................................................14 Les sites visités à São José dos Pinhais.........................................................................................16 Síntese das visitas, os trunfos de São José dos Pinhais................................................................21 Análise do Território de São José dos Pinhais..............................................................................21 Pistas de reflexão sobre São José dos Pinhais..............................................................................23 Síntese das pistas de reflexão sobre São José dos Pinhais...........................................................24 LAPA..................................................................................................................................................... 25 Contexte local..............................................................................................................................25 Les sites visités à Lapa..................................................................................................................27 Síntese das visitas, trunfos de Lapa.............................................................................................29 Análise do território de Lapa........................................................................................................29 Pistas de reflexão sobre Lapa.......................................................................................................31 ILE DE SUPERAGUI................................................................................................................................ 32 Contexte local..............................................................................................................................32 Les sites visités dans l’île de Superagüi........................................................................................34 Síntese das visitas, trunfos de Superagui.....................................................................................39 Análise da oferta turística e do território de Superagui...............................................................39 Pistas de reflexão sobre Superagui..............................................................................................43 I - Cadre général de la mission # Les participants Chef de projet/Coordination Générale • Emmanuel MINGASSON, chef de projet Coopération Internationale - Chambre régionale d'agriculture Rhône-Alpes • Filipe BRAGA FARHAT, chef de projet coopération internationale – SEAB (Secrétariat d`État Agriculture et Alimentation du Paraná) Coordination Technique Rhône-Alpes • Martine CHALIGNE, responsable du Pôle Formation-Développement de l’Association pour la Formation des Ruraux aux Activités du Tourisme • Dominique LEGRAND, chef de service tourisme de la Chambre d’agriculture du Rhône / Directrice de l’Association Départementale du Tourisme Rural du Rhône (Gîtes de France / Bienvenue à la Ferme Rhône) Paraná • Ivaldelte AZ ZARPELLON, Coordinatrice d`État du Projet Tourisme Rural de Paraná EMATER (Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural) • Daise BEZERRA, Directeur Technique de PARANA TOURISME Partenaires Conseil Régional Rhône-Alpes Chambre Régionale d'Agriculture Rhône-Alpes (CRA-RA) Association Départementale du tourisme rural du Rhône (ADTR 69) Association pour la Formation des Ruraux aux Activités du Tourisme (AFRAT) Etat du Paraná Paraná Turismo Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (EMATER) Composition de la délégation Rhône-Alpes • Martine CHALIGNE, Dominique LEGRAND, Emmanuel MINGASSON, • Blandine DAMIEUX-VERDEAU, guide conférencière Rhône-Alpes spécialisée milieu et patrimoine rural, formatrice Tourisme • Karine MANDRAY, chargée de développement Randonnée, Tourisme Culturel et Agritourisme de l’Agence Touristique Départementale de la Savoie • Marick MEUNIER-APRUZZESE, prestataire de tourisme rural (ferme équestre et gîte de groupe), administratrice de l’Association Départementale du tourisme rural du Rhône Vivien CAMPION, directeur de l’Office de Tourisme de Bourg-en-Bresse Jean-Lou FUCHS, chef de produit du Tour Opérateur « TaïlaRoot », consultant, enseignant en développement local touristique • • Composition de la délégation Paranéenne • Filipe BRAGA FARHAT, Deise BEZERRA, Ivaldete A Z ZARPELLON; • Marilda GADENS BADUY, Technicienne EMATER; • Janice ZYS MARIA COELHO, Technicienne EMATER ; • Evandro DA SILVA PINHEIRO, technicien Paraná Tourisme; • Marcelo CHASSOT BRESOLIN, Analyste de l'environnement Institut Chico Mendes ‐ ICMBio / Ministère de l'Environnement, Chef du Parc National de Superagüi • Eliane TEREZINHA VIEIRA ROCHA, Conseillère du Secrétaire d'Etat aux affaires stratégiques Jorge Eduardo WEKERLIN - Assessoror do Secretário de Estado para Assuntos Estratégicos • # Objetivos do programa de cooperação, dois eixos fundamentais Antes do início da missão definimos, ao longo de vários intercâmbios, os objetivos do programa de cooperação. • • Desenvolvimento do turismo rural em Rhône-Alpes e no Paraná • Estudar e apreender as experiências recíprocas dos atores do turismo rural em Rhône-Alpes e no Paraná. • Acompanhar os atores paranaenses durante a implementação do turismo rural, fator de desenvolvimento local, em seu território. • Favorecer a coesão entre os atores do turismo no Paraná. • Reforçar as capacidades profissionais desses atores. Desenvolver o mercado do turismo rural em Rhône-Alpes junto à clientela brasileira (mercado em crescimento), e reciprocamente, desenvolver o mercado paranaense junto à clientela de Rhônes-Alpes • Favorecer os intercâmbios e a cooperação entre os profissionais do turismo em Rhône-Alpes e no Paraná. • Para nós, em Rhône-Alpes: • Conhecer as expectativas da clientela brasileira. • Estruturar uma oferta em Rhône-Alpes destinada aos brasileiros. • Elaborar pistas de desenvolvimento comercial entre os dois territórios. # Os objetivos da missão O principal objetivo desta missão foi uma troca de conhecimentos e de competências relativamente à estruturação da oferta turística num território, à colocação em rede dos profissionais, sua qualificação, à promoção e comercialização do turismo rural. O segundo objetivo foi de coletar informações (ou pelo menos iniciar a abordagem de trabalho permitindo apreender) sobre as expectativas dos turistas brasileiros que compram estadas na França. Nossa intenção foi a de poder responder a questões tais como: que produtos de turismo rural, destinados a essa clientela, poderíamos propor na região francesa de Auvergne-Rhône-Alpes? Circuito patrimônio? Circuito caminhada (hicking)? Circuito gastronomia? Circuito de turismo de enoturismo? Os resultados esperados no final da missão eram os seguintes. • • • • Co-construção de um plano de ações prioritárias nos territórios piloto (ver metodologia abaixo) do Paraná. Redação de um roteiro concertado, plurianual, de cooperação no domínio do turismo rural. Identificação dos produtos de turismo rural e de Agriturismo desenvolvidos no Paraná, distintos da oferta francesa e susceptíveis de nos interessar. Abordagem de trabalho favorecendo o desenvolvimento de uma oferta de turismo rural na região Auvergne-Rhône-Alpes visando a clientela brasileira. # Abordagem de trabalho Antes do começo da missão, as 6 pessoas encarregadas da coordenação determinaram conjuntamente a seguinte abordagem. Seleção de três territórios (dois somente no início) com projetos de turismo rural diferentes situados em ambientes distintos: • Um território rural próximo de um centro urbano com oferta de serviços, hospedagem, gastronomia, produtos locais, identidade cultural e/ou patrimonial, mas pouco conhecido turisticamente. Visita de excursionistas durante o dia. Escolha do município de São José dos Pinhais por ser uma zona periurbana na periferia de Curitiba e por ser uma zona rural perto da capital. • Um território em que o turismo rural está pouco desenvolvido, mas situado na periferia de uma pequena cidade turística (Lapa) que atrai visitantes. • Um território rural possuindo uma oferta organizada e uma certa notoriedade turística. Escolha da Ilha de Superagui, zona turística litoral ribeirinha de um Parque Nacional. Em cada um dos territórios, a abordagem foi a seguinte: Dois dias de trabalho. Dia 1. • Trabalho sempre em conjunto das duas delegações, francesa e brasileira. • Reunião das instituições (autoridade local, Parque Nacional) • Visitas de terreno e encontros com prestadores de serviços do turismo rural Dia 2. • Work-shop de trabalho reunindo os membros das duas delegações, os representantes das instituições, os prestadores de serviços e os parceiros (guia, secretaria do turismo, etc.) do território. Work-shops preparados anteriormente e analisados posteriormente por ambas as delegações conjuntamente. Esses períodos em comum tiveram o objetivo de clarificar as questões da véspera, trocar impressões sobre as primeiras conclusões, comparar e confrontar, entre franceses e brasileiros, os métodos de trabalho e de análise dos respectivos parceiros. # Metodologia escolhida pela delegação francesa Uma equipe pluridisciplinar de múltiplos atores Constituímos uma equipe pluridisciplinar reunindo uma vasta representação de atores, intervindo em um dado território, com o desejo de contribuir para o desenvolvimento do turismo rural: • Prestadores de serviços: hospedagem de grupos em casa rural e de atividades de passeio hípico; central de reservação "Gîtes de France"; guia turístico; Operador turístico especializado. • Estruturas de apoio ao desenvolvimento do turismo rural: Câmara de Agricultura e Associação Departamental para o Desenvolvimento do Turismo Rural; Associação para de Formação de Fazendeiros em matéria de Turismo, Agência Turística Departamental. • Uma Secretaria de Turismo intervindo tanto em aglomeração urbana como na sua zona rural periférica. Reunimos intervenientes provindo de vários departamentos franceses: Ain, Isère, Savoie e Rhône, para não nos deixarmos influenciar por um um único tipo de turismo. Decidimos, durante a reunião preparatória da delegação francesa, conceber e utilizar duas grelhas de análise, uma para a visita das instalações de acolhimento e a outra para analisar os territórios (ver documentos anexados). Método de análise dos sítios A utilização de uma grelha nos permitiu diagnosticar os sítios e obter referências idênticas independentemente do local ou do território. Esta grelha foi transmitida a nossos colegas brasileiros para que eles pudessem testá-la e adaptá-la a suas necessidades. Esse guia nos permitiu anotar para cada local: • preços, capacidade, tipo de clientela e afluência, • trunfos / fraquezas relativamente ao acesso, estacionamento, atividades propostas, acolhimento, hospedagem, restauração, etc. Método de análise dos territórios Tal como se fez para as análises dos locais, formaram-se binômios de trabalho para analisar o território. Uma grelha de análise comum do território foi utilizada por cada um dos binômios. Os principais temas apreendidos são: • definição e perfil do território turístico, • contextos institucional e turístico, • clientelas, • dinâmicas dos atores. II - Le contexte Le Paraná en bref La superficie de l'Etat du Paraná représente près de 40 % du territoire français. Le Paraná occupe la 5ème place au Brésil sur le plan économique (5,60% du PIB national en 2012). Le Paraná est le plus grand producteur de céréales du Brésil. Canne à sucre, maïs, soja, manioc et blé sont en tête de la production agricole de l’Etat. Le Paraná est le 6e état brésilien en termes de population avec 9,6 millions d’habitants. 85% de la population vit en milieu urbain. Il existe donc au Paraná et en particulier à la capitale, Curitiba, une classe moyenne intéressée par une offre de produits de tourisme rural. Le Paraná est : • • le 4ème état le plus visité du Brésil, avec 13 millions de touristes par an. la 3ème plus grande porte d’entrée du Brésil pour les touristes étrangers Les années 90 marquent le début du Tourisme rural au Paraná avec un développement plus conséquent à partir de 2003. Une loi fédérale sur le Tourisme a été promulguée en 2008. L'objectif principal de ce développement est de limiter l'exode rural en accompagnant les habitants et surtout les agriculteurs. Le tourisme rural est considéré comme une activité de diversification pour l'agriculture familiale devant permettre de générer des revenus complémentaires. Le territoire est divisé administrativement en 399 municipalités (Prefeitura). Le Paraná est divisé en 14 régions touristiques. La segmentation de l'offre (tourisme rural, écotourisme, tourisme d'aventure, tourisme d'affaires, tourisme culturel) pour chaque région touristique a été conduite par le Secrétariat d’Etat au tourisme. Les 14 régions touristiques du PARANA # Le tourisme rural au Paraná & en France Afin de pouvoir réaliser cette mission, des documents relatifs au Tourisme au Paraná, nous ont été transmis au préalable et il a été convenu de démarrer la mission par une présentation conjointe du Tourisme au Paraná et de l'organisation du Tourisme en France et plus particulièrement du tourisme rural au Paraná et en Rhône-Alpes (cf. PowerPoint en annexe). Ces présentations ont été faites en présence des institutions et organismes concernés par le tourisme, le lundi 7 décembre au Musée de Curitiba. # Le tourisme au Paraná (source Paraná Turismo - 2014) L'origine des touristes : • 50,3 % viennent du Paraná, • 41,5 % du Brésil, • 8,2 % de l'extérieur du Brésil. Parmi les touristes étrangers, 42% viennent de l'Argentine, 26% du Paraguay, ensuite 3% du Japon, les touristes Français constituent la 8ème clientèle étrangère (17 000 touristes en 2013) soit 2% et constituent la 3ème clientèle européenne après les Allemands et les Anglais. Les premiers sites visités sont Curitiba, le Parc National d'Iguaçu, l'usine hydraulique / barrage d'Itaipu puis le littoral. Le tourisme est en croissance depuis 2010. Si l'on s’intéresse à l'origine des clientèles pour l’ensemble du Brésil, on trouve à la première place l’Argentine, puis viennent les Etats Unis, le Paraguay, et concernant les clientèles européennes, l'Allemagne, l'Italie, puis la France avec 225 000 touristes français en 2013. Les premières destinations sont São Paulo, Rio de Janeiro et en 3ème position le Paraná avec 840 000 visiteurs en 2013. Les principaux motifs de visite du Paraná : • 24,6% tourisme religieux, • 21,3% tourisme culturel, • 13,5% tourisme balnéaire, • 11,8% écotourisme. Le tourisme rural vient en 8ème position à hauteur de 3,6%. # Présentation des institutions et organismes du Paraná intervenant dans le développement du tourisme rural Cette présentation a été faite lors de la première journée de travail de notre délégation. Nous avons été accueillis par Les principaux organismes présents lors de cette journée : • Paraná Turismo Organisme public de promotion du tourisme au Paraná en charge des plans de développement, de l'observatoire du tourisme. • • EMATER Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural. Institut Paranéen pour l’Assistance Technique et le Développement Rural créé en 1990. C’est l’organisme du Secrétariat d’Etat à l’Agriculture et à l’Alimentation en charge du conseil aux agriculteurs. Il intervient dans de nombreux domaines : développement rural, agricole, le développement de l'agriculture familiale, la diversification touristique. Sur ce dernier thème, tourisme rural, travaillent plus de 15 conseillers de terrain, présents dans les régions touristiques. SENAR • • • Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. Service en charge de la formation en milieu rural SEBRAE Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Paraná. Service d'appui aux Très Petites Entreprises. Nucleo de Turismo Receptivo Structure créée en 2008 afin de renforcer le secteur du tourisme réceptif, elle regroupe plusieurs agences dont Jens Tour, Onetur Turismo, Serra Verde Express (train touristique de Curitiba à Morretes), Special Paraná. Plusieurs produits touristiques ont été créés et sont commercialisés par ces agences, à destination de la clientèle individuelle (balades personnalisées en VTT…) et de la clientèle professionnelle comme les visites de coopératives du Paraná. BWT Tour operateur Brésilien Propose à la clientèle brésilienne des circuits organisés à l'étranger. Concernant la France, pour l'instant, sont surtout proposés des circuits incluant Paris et la Vallée de la Loire pour une clientèle plutôt jeune (25/40ans), voyages de couple, voyages de noces. # Le Tourisme rural au Paraná (source EMATER) Le tourisme rural au Paraná est principalement un tourisme agricole en lien avec les activités de diversification des exploitations d'agriculture familiale. Le tourisme rural a démarré, il y a environ 30 ans dans l'Etat voisin de San Catarina avec des gouters à la ferme. En 1998, il a été publié lors d'Universités, la "charte de Santa Maria" du tourisme rural. En 2007, a été conçu le premier plan de développement du tourisme rural du Paraná. Les exploitations bénéficient de prêts bancaires spécifiques. Les actions en faveur de ces exploitations et du développement rural ont permis de stopper l'exode rural. Une des actions importantes a été la mise en place de randonnées collectives événementielles organisées notamment avec l'ANDA (fédération de sports populaire). 500 randonnées ont été organisées dont 150 randonnés au Paraná, qui permettent de faire connaitre et promouvoir l'agritourisme auprès de la clientèle paranéenne et aussi de faire prendre conscience aux agriculteurs de l'intérêt de l'accueil de touristes comme source de revenu par la vente de produits, par des prestations de visite ou de restauration. # La route du pignon A l'initiative notamment de Paraná Turismo et du SEBRAE, un itinéraire a été créé qui intègre Curitiba et sa région métropolitaine, avec Lapa, São José dos Pinhais, Campo Largo, Balsa Nova et Araucária. L'objectif à travers des plaquettes et un site Internet est de promouvoir auprès de la clientèle locale, les différents circuits et l'offre de tourisme rural créée sur ce large territoire. Le pignon est le fruit de l’Araucária, arbre emblématique du Paraná. www.rotasdopinhao.com.br # Le tourisme rural en France et en Rhône-Alpes # Le Tourisme rural en France L’espace rural représente : • 80% du territoire français • 29% des nuitées et 19% des dépenses Avec une fréquentation à ¾ de clientèle française, composée de Séniors retraités, CSP+, familles, groupes, peu actifs, clientèle de proximité. L’agritourisme constitue un segment du tourisme rural en France. Ce sont exclusivement les activités touristiques en lien avec une exploitation agricole, qu’elles soient pratiquées sur l’exploitation ou qu’elles utilisent une composante agricole de l’exploitation. Une formule qui permet aux agriculteurs, grâce à l’accueil de touristes sur leur exploitation agricole : • de s’ouvrir sur l’extérieur, de favoriser l’échange direct et de communiquer sur leur activité et leur production ; • de diversifier l’activité et les sources de revenus, de maintenir ou créer des emplois ; • de mettre en valeur et de préserver le patrimoine bâti et naturel. # Le Tourisme rural en Rhône-Alpes Schéma des acteurs du tourisme rural. Cf. page précédente. Le PowerPoint en annexe présente les données du tourisme rural en Rhône-Alpes. II – Les ateliers itinérants du tourisme rural au Paraná Les trois territoires retenus par Paraná Tourisme et EMATER ont été sélectionnés en fonction de plusieurs critères : • la présence de techniciens de terrain d'EMATER qui ont préparé les visites et seront susceptibles de poursuivre l'animation avec les partenaires locaux suite à cette mission et aux pistes de développement qui seront définies. • Le niveau de développement touristique à trois stades différents pour chacun des territoires : • le territoire de São José Dos Pinais avec une offre diversifiée et organisée, aux portes de Curitiba, • le territoire de Lapa avec un tourisme rural en émergence et un potentiel touristique avec la ville historique de Lapa, • l'Ile de Superagüi, accessible uniquement par bateau avec la problématique d'un développement touristique existant mais à organiser, à contrôler avec les contraintes dues à l'espace protégé du Parc National. SAO JOSE DOS PINHAIS Contexte local • Environnement général La commune de São José dos Pinhais (300 000 habitants) est un territoire périurbain situé à 7 km de la capitale Curitiba. L’Aéroport international Afonso Pena, principal aéroport de la zone de Curitiba, se situe sur la commune de São José dos Pinhais. Le territoire municipal est majoritairement rural, 85% de sa superficie. • Environnement touristique La zone touristique de São José dos Pinhais est principalement irriguée par le bassin de Curitiba (1,7 à 2 millions d’habitants), induisant ainsi une forte proportion d’excursionnistes (visiteurs à la journée). Dans un contexte de croissance économique dynamique (2,5 à 7% de croissance du PIB/an entre 2004 et 2013 au Brésil à l’exception de 2009), l’activité touristique s’est développée de manière importante ces dernières années, dans un état (Paraná) parmi les plus riches, développés et économiquement dynamiques du Brésil. Cette demande touristique (90% São José dos Pinhais, 10% autres zones Paraná ou Santa Catarina) est devenue importante rendant nécessaire la structuration de la multitude d’offres touristiques relativement disparates, en termes d’accueil, de services proposés et de promotion. Cette situation entraine des problématiques liées à la professionnalisation des acteurs du tourisme d’une part et au risque d’urbanisation anarchique de l’espace rural (mitage de l’espace). Le tourisme rural représente donc une opportunité pour la commune de São José dos Pinhais mais également un enjeu de développement territorial. C’est dans ce contexte que la commune a mis en place un conseil du tourisme où siègent à part égale des représentants du secteur public et du secteur privé. Ce conseil a comme objectif la mise en place d’un plan directeur du tourisme. Le territoire touristique de São José dos Pinhais bénéficie d’un atout de promotion majeur grâce à l’existence d’un bureau d’information touristique (financé par la ville) à l'aéroport international Afonso Pena (présentation des cartes touristiques, de la Route des vins, de la « Rotas do Pinhão», des produits locaux…). Caractéristique importante, l’état du Paraná et la région de São José dos Pinhais en particulier s’organisent en partie autour de « Colonies », héritages des flux successifs de migrants pour la plupart européens (Polonais, Italiens, Allemands, Ukrainiens, Hollandais, pour ne citer que les plus nombreux). Ces Colonies sont bien identifiées et organisées en associations sur le territoire communal. Quatre d’entre elles ont une démarche de structuration touristique. • Colonie italienne de Mergulhao : itinéraire touristique de la route des vinsCaminho do Vinho Actuellement, la route des vins compte 44 prestataires « fermiers et touristiques » impliqués dans diverses activités telles que la visite de cave et la vente de vin, des restaurants et cafés coloniaux, des fermes de « loisirs » pédagogiques, des étangs de pêche, une auberge, des lieux de promotion de l'artisanat local. • Colonie Polonaise de Murici : Itinéraire touristique de la colonie Murici : Caminhos da Colonia Murici A l’instar de la colonie italienne de Mergulhao, la route de la colonie de Murici regroupe des producteurs et entrepreneurs ruraux proposant différents produits touristiques comme des fermes de loisirs, des étangs de pêche, des restaurants, des cafés coloniaux, des caves, des boutiques de produits locaux et coloniaux ainsi qu’une Maison de la culture polonaise. • Colonie Campina do Taquaral : De même que les deux colonies précédentes, la Colonie Campina do Taquaral rassemble depuis 2015 une vingtaine de prestataires et propose des fermes de loisirs, des étangs de pêche, des restaurants, des cafés coloniaux, des caves, des boutiques de produits locaux. • A noter : un nouveau territoire touristique entame une démarche de structuration : la Colonie Castellano. Les sites visités à São José dos Pinhais • Casa da Cultura polonesa La Maison de la culture Polonaise Au cœur de la colonie polonaise, la maison de la culture polonaise accueille depuis 2006, 2000 à 3000 personnes par an. Un public essentiellement composé d’excursionnistes venant de Curitiba et alentours (clientèle familiale) et de scolaires. Une exposition permanente sur plusieurs étages permet un voyage dans l’histoire de l’implantation de la colonie. Cette maison a pour mission de transmettre histoire, patrimoines culturel, agricole, architectural, habitat et traditions orales et écrites. Salle pédagogique, de lecture. Cours d’artisanat. Visites libres (circuit de visite de l’histoire aux hommes) ou guidées par la salariée du site. Gratuit. Visites en portugais. Cartels et panneaux d’expositions traduits en polonais. Sa présence témoigne de la force de l’ancrage de la culture polonaise dans la colonie et le désir de la transmettre. • A noter : il pourrait être judicieux d’inviter les visiteurs, sur les documents touristiques de la route Caminhos da Colonia Murici, à commencer leur journée découverte sur ce micro-territoire par la Casa da Cultura polonesa afin de leur permettre de mieux appréhender l’identité de l’itinéraire touristique dans la colonie. • Rancho Caminho das Aguas - Turismo Pedagogico La ferme pédagogique du Chemin des Eaux En complément des 15 ha de l’exploitation familiale (4 personnes) dédiés à la production maraichère en agriculture biologique, un accueil et des visites pédagogiques sont proposés au public scolaire essentiellement (10 à 12 écoles par an, soit 1000 à 2000 personnes). Visite accompagnée du site en tracteur + remorque permettant de découvrir un espace naturel protégé, les cultures sous serres et en champs et de faire une dégustation pour un coût par personne de 70 reals. Mise en place d’outils pédagogiques in situ (pancartes, panneaux explicatifs sur les animaux, la faune et la flore). Site bien adapté à l’accueil de groupes (parking, grande salle, extérieurs). Démarche commerciale en amont dans les écoles avec présentation PowerPoint du site et des intérêts pédagogiques de sa découverte. Le tourisme est ainsi un complément de l’activité agricole pourtant déjà fort chronophage. Sa mise en place témoigne de la volonté des agriculteurs de partager leur passion, transmettre leur métier et leur attachement à la terre. • A noter : le manque de temps sans doute, fait que les relations avec les prestataires inscrits sur la route sont faibles. On ne peut alors que relever ici l’importance que chaque prestataire devienne un véritable ambassadeur de la route et des sites qui l’entourent : distribution de dépliants touristiques, valorisation dans le discours, etc. • Matka Aurélia Restaurante R Eventos Restaurant Matka Aurélia - Source de revenus complémentaires à l’exploitation agricole existante, un vaste espace d’accueil a été créé, il y a 8 mois : • restaurant (buffet), organisation de mariages et • autres événements à la demande. Cette salle s’inscrit dans un cadre arboré, aménagé pour la détente (fontaine, jeux, hamacs). Clientèle d’excursionnistes de proximité (Curitiba). Un jour d’ouverture par semaine, le dimanche et ouverture à la demande selon événements. 12 à 15 personnes travaillent sur place (propriétaire +employés). Situé en limite des deux colonies italienne et polonaise, la table est le reflet de cette mixité culturelle (spécialités italiennes et polonaises). Le bouche-à-oreilles et la promotion du restaurant sur le site internet de la route des vins sont les principaux vecteurs de communication. Là encore, le renvoi d’un site à l’autre, via la mise en valeur sur place des documents valorisant les autres acteurs de la route est à optimiser : inciter la clientèle à prolonger sa journée sur un autre site, peut permettre à terme de générer des courts séjours. Ce qui est d’ailleurs un souhait du propriétaire qui regrette le manque d’hébergement touristique sur la route. Le bâtiment a été construit sans étude de marché préalable. Sa vocation a été trouvée au cours de la construction. Ce lieu d’accueil est encore à la recherche d’une décoration dédiée, qui serait propice à marquer son appartenance à la culture des colonies, tout en le rendant plus convivial. • A noter : Il est intéressant de soulever que le vivier de la clientèle de proximité est à ce jour suffisamment important pour que tout projet, même mis en place sans définition précise de sa clientèle au départ, trouve sa place. Ce constat est aussi révélateur d’une des fragilités de la route, depuis sa création : la carence d’un plan marketing à court, moyen et long terme. Nul doute que cela contribue au manque de lisibilité de cet itinéraire touristique. • Vinhos Dom RobertoPerbiche E Museu Domaine Dom RobertoPerbiche& Musée - A lui seul ce site, résume la mixité culturelle de São José dos Pinhais : des origines polonaises pour une entreprise familiale russe présente sur la route italienne ! Ces vinificateurs écoulent leur « petite » production (18 à 20000 l par an) auprès de la clientèle locale. Leur démarche touristique n’est donc pas économique. Elle n’est pas motivée par la recherche d’un marché potentiel mais par une volonté humaine de partager une passion. Par contre, l’appartenance à la route est un atout considérable pour fédérer les producteurs : réunion 1 fois par mois, mutualisation des achats. Elle permet ainsi de créer sur le plan commercial une solidarité inter-producteurs. La volonté de partage et de transmission sur ce site se traduit par : • la présence d’un « musée » bric-à-brac, rassemblant pêle-mêle objets du quotidien, de la vigne, etc. Cette collection pour être appréciée à sa juste valeur pourrait être valorisée, par des cartels, classement des objets, éclaircissement des tables d’exposition. • la vente sur place des produits d’autres acteurs de la Route. • A noter : Il pourrait être intéressant de faire découvrir au public le site de vinification, qui en temps normal n’est pas proposé à la visite. Les propriétaires du site, alors qu’ils n’en ont pas de besoins directs, sont de réels acteurs du tourisme rural de par la façon d’appréhender la route, de faire le lien via les produits en vente avec les autres producteurs. Comme une évidence… • Pesque Pague Do Cachimbo Pêche et paye de la Pipe Jusqu ’à 2000 personnes par week-end fréquentent ce site de pêche sur la route italienne. 30% viennent ici pour pêcher, les autres pour déguster les poissons servis à table. Un site simple, ouvert depuis 18 ans, qui remporte un vif succès. En comptant celui-ci, il y a deux sites de pêche sur la route italienne et deux autres sur la route polonaise. On peut en conclure une grande attractivité pour ces lieux populaires (au sens noble du mot), véritables atouts en termes de diversification sur les itinéraires touristiques. • A noter : la présence de ce site sur la route touristique est une véritable valeur ajoutée. En effet, en ciblant des visiteurs à la recherche d'activités de loisirs, telle que ici la pêche, ce site permet d'élargir le panel de public susceptible de trouver un intérêt à l'itinéraire touristique et donc de le fréquenter. La variété de l'offre est un véritable atout pour la valorisation de la route. • Vinicola Vinho Do Italiano La cave de l’Italien Un caveau familial produisant 254 000 l par an. Une clientèle d’excursionnistes (Curitiba) et locale fait vivre ce site. Au sein de la structure, bar de dégustation et point vente de la production familiale (tout est vendu au caveau), mais aussi d’autres produits de la route. Adhérer à la route est perçu par les propriétaires comme une véritable plus-value économique : depuis sa création en 1979, elle a permis de valoriser le produit et ainsi d’augmenter les ventes. De ce constat, s’en suit une politique commerciale et touristique, expansionniste : • modernisation de la cave et mise en place d’une chaine d’embouteillage. • recherche d’élaboration de vins plus qualitatifs, création de Millésimes. • souhait d’accueillir le public (projet de construction d’un tunnel en pierres allant du caveau de dégustation jusqu’à la salle des fûts). A ce jour, pas de visites organisées, seuls des dégustations et achats au caveau sont proposés. • A noter : il y a ici une prise de conscience intéressante autour du produit. La qualité du vin produit actuellement correspond aux attentes gustatives de la clientèle, mais on perçoit une volonté de monter en gamme, et d’éduquer le consommateur à d’autres saveurs. Cela passera sans doute à terme par une valorisation globale du produit, depuis l’art de consommer (service dans des verres dédiés) jusqu’à l’éveil du palais. De plus, le fait d’ouvrir le site de vinification au public s’inscrit dans une démarche de valorisation touristique intéressante. • ArteanatoIedoski Artes Maison de l’artisanat - Dans un ancien bâti reconstruit et rénové, fidèle à l’architecture en bois de certaines régions de Pologne, cet espace d’exposition et de vente valorise l’artisanat local (objets hétéroclites de plusieurs artistes). Un environnement agréable qui attire jusqu’à 180 personnes en saison le week-end, toutefois, plus de contemplatifs que d’acheteurs. • A noter : on peut en déduire une certaine curiosité des visiteurs sur la route, d’où la nécessité d’avoir des prestations variées sur un itinéraire touristique, offrant ainsi la possibilité aux excursionnistes de se concevoir des journées, adaptées aux attentes de chacun. • Kawiarnia café Colonial Café colonial Kawiarnia Les cafés coloniaux sont des lieux gastronomiques, culturels, patrimoniaux à part. Pour les Brésiliens, ils représentent un véritable exotisme culturel. Preuve en est : leur nombre. 8 au total repartis sur les deux routes polonaise et italienne. Environnement, décoration intérieure, repas, danses folkloriques, musée, boutique, l’offre proposée par le Café Kawiarnia depuis 2010 permet une immersion au cœur de la Pologne, qui correspond aux attentes de la clientèle le week-end. Cette entreprise familiale emploie ainsi jusqu’à 15 salariés chaque fin de semaine. L’appartenance des propriétaires du site à la colonie polonaise, l’importance pour eux de faire perdurer l’histoire de leurs ancêtres, le fait que la Pologne résonne en eux de façon naturelle donne une véritable âme à ce lieu. Le projet n’a pas été bâti sur des attentes marketing mais au contraire, c’est un projet humain, familial, une histoire de passionnés et cela lui donne une belle authenticité. • A noter : tout comme la maison de la culture polonaise, les cafés coloniaux pourraient jouer un véritable rôle de relais d’informations (point infos) sur la route et sur ses acteurs. Toujours dans le but de faciliter, pour le visiteur, la compréhension de l’itinéraire et de son offre. Síntese das visitas, os trunfos de São José dos Pinhais Os serviços são globalmente de boa qualidade e a oferta turística é bastante variada, excetuando as ofertas de hospedagem praticamente ausentes (devido à clientela atual ser excursionista). Os locais de acolhimento estão próximos uns dos outros e podem ser acessados facilmente. Porém, verifica-se pouca unidade entre os profissionais, e o conceito de circuito é difícil de apreender quando se visita o território. Cada colônia podia dispor de um lugar dedicado a sua herança cultural, agrícola e histórica, como já possui a colônia polaca. Isso permitiria, certamente, obter uma melhor interpretação do território. Incitando o vistante a se interessar primeiro aos homens que animam tradicionalmente o território, talvez fosse mais simples para ele entender a entidade geográfica deste último e valorizar assim o circuito instalado. Análise do Território de São José dos Pinhais A nível dos prestadores de serviços Globalmente, a nível dos prestadores de serviços turísticos, a qualidade das prestações e do acolhimento físico é boa. A diversidade da oferta, tanto a nível das prestações (fazendas pedagógicas, venda de produtos regionais, café coloniais, restaurantes, lagos de pesca, etc.), como a nível das diversas gamas de produtos propostos aos clientes, é importante. Os prestadores de serviços parecem ser dinâmicos e com grande vontade de empreender. O desenvolvimento da clientela não é um problema de momento, os clientes vindos de Curitiba constituem o cerne da demanda, nomeadamente nos fim-desemana e períodos de férias. A clientela pode ser qualificada de "cativa", quer dizer atualmente os clientes vêm a este território sobretudo por razões de proximidade e de facilidade de acesso. No entanto, o crescimento rápido da clientela gerou um desenvolvimento de ofertas turísticas pouco estruturado. As clientelas visadas estão mal identificadas. Devido a esse fato, os produtos turísticos propostos não são complementares, não estão identificados nem são visíveis, o que engendra uma dificuldade em compreender a oferta e uma falta de legibilidade de prestador para prestador. De maneira geral, na maioria das instalações visitadas, a atividade turística se tornou preponderante em relação à atividade de produção agrícola. Trata-se bem, nesses casos, de atividade de turismo rural permitindo aos habitantes do espaço rural de São José dos Pinhais viverem uma atividade econômica valorizadora de sua história, sua cultura e/ou de seu território, mas que não poderíamos no entanto qualificar sistematicamente de Agriturismo. Devemos, portanto, ter em mente, quando se acompanharem os projetos, que as necessidades dos profissionais serão distintas consoante se trate de uma estrutura turística se apoiando na valorização de produções locais, ou de uma estrutura agrícola completando seus rendimentos com uma atividade turística. Além disso, os 30 anos de existência do Caminho do Vinho permitiram uma consciencialização dos viticultores relativamente ao impacto da atividade turística na sua produção. O aumento de turistas gerou maior notoriedade ao produto e, portanto, um aumento das vendas. Por outro lado, os prestadores de serviços evocam preocupações quanto à organização de seu tempo de trabalho relativo ao acolhimento do público e à grande irregularidade da afluência turística (fim-de-semana e férias escolares). A nível dos micro-territórios turísticos "colônia" O município de São José dos Pinhais não é um território turístico propriamente dito, a nível do conjunto de seu território municipal, mas ele concentra pelo menos 3 microterritórios turísticos (até mais). Contrariamente à oferta turística proposta, os microterritórios turísticos estão bem definidos e cada prestador tem uma visão clara de seu espaço de ação. Os dois micro-territórios (Caminho do Vinho e Colônia Murici), apresentados durante esta missão, possuem uma coerência associada a: • Um destino turístico muito conhecido pela clientela de Curitiba. • Um perímetro geograficamente concentrado, claramente definido e reconhecido por todos (atores do setor público e do privado). As instalações de acolhimento estão próximas umas das outras o que é um verdadeiro trunfo para a clientela que pode visitar vários lugares em pouco tempo. • Um legado histórico e uma identidade cultural engendrando um forte sentimento de vínculo a essa comunidade, a essa colônia. Além disso, os atores turísticos de cada um dos territórios estudados se reúnem regularmente e têm vontade de trabalhar juntos. Iniciativas interessantes de instalação de identidade visual e de ferramentas de comunicação (folhetos, logotipo, t-shirts, etc.) são a prova disso. Por último, o Caminho do Vinho goza de uma boa notoriedade junto da clientela, o que poderia beneficiar por capilaridade todos os outros territórios turísticos. Porém, a complementaridade - coerência entre os produtos dos territórios e os próprios territórios (em termos de imagem também) não é evidente, por exemplo: 90% da uva destinada ao fabrico de vinho provém de outros Estados do Brasil). A oferta entre territórios é pouco diferenciada e corre o risco, a término, de ser prejudicial para a estruturação e para a promoção. A multiplicação das "marcas" em cada um dos micro-territórios também aumenta a confusão. A falta de conhecimento da clientela continua a ser um freio ao posicionamento da oferta turística. Nível Municipal O município, através do seu departamento de turismo, apoia as ações de desenvolvimento do turismo rural e financia certas ações de comunicação (por exemplo, panfletos sobre as colônias) bem como certas manifestações turísticas (festa do vinho, festa do pinhão, caminhadas coletivas a pé ou em bicicleta, etc.). As infraestruturas municipais e os acessos aos territórios rurais parecem estar em bom estado. Contudo, para qualificar, precisar e diferenciar a oferta turística, analisar a clientela e permitir aos diversos micro-territórios poderem trabalhar juntos, parece-nos necessário uma animação externa ao território. Um trabalho em rede, conjuntamente com os atores, poderia desde já ser efetuado sob o impulso do governo local. Aliás, os prestadores e representantes dos micro-territórios expressaram o desejo de analisarem conjuntamente os seguintes aspectos: • Conhecimento das clientelas – análise da demanda • Comunicação - promoção Nível Estadual O acompanhamento individual dos atores do turismo ainda é certamente uma necessidade, mas deve permitir conquistar mais autonomia para se tornar perene. Porém, para além do acompanhamento individual, o acompanhamento coletivo é indispensável para lançar uma dinâmica de desenvolvimento local. Uma animação externa ao território e reconhecida como legítima por todos os atores públicos e privados, parece hoje necessária para progredir. EMATER é um ator chave do desenvolvimento do turismo no município de São José dos Pinhais, seus técnicos conhecem muito bem o meio ambiente, o contexto e os atores locais. Por outro lado, a estrutura EMATER é capaz de fazer o elo entre as estruturas de promoção nacional (Paraná turismo para a promoção, SENAR para a formação, SEBRAE para os recursos técnicos, etc.), os projetos nacionais (ex.: Rotas doPinhão) e a autarquia local. Pistas de reflexão sobre São José dos Pinhais Em São José dos Pinhais, estamos perante o caso de um projeto territorial implementado principalmente por grupos de atores locais (projeto ascendente / bottom-up) oferecendo belas perspectivas de mobilização local e de desenvolvimento. Cf. tableau récapitulatif page suivante. Síntese das pistas de reflexão sobre São José dos Pinhais Sobre os clientes A proximidade de Curitiba e a atratividade turística de São José dos Pinhais confere a este território um forte potencial turístico. Uma análise qualitativa e quantitativa das clientelas (vizinha e mais afastada) é necessária para dar respostas às seguintes perguntas: Quem são os clientes? Quais são suas expectativas? De maneira a segmentar mais finamente a demanda atual, permitindo uma melhor qualificação e mais adequação da oferta turística. As necessidades dos prestadores de serviços Também é importante compreender melhor as necessidades dos prestadores de serviços para acompanhá-los o melhor possível na sua abordagem de desenvolvimento (organização do trabalho, exigências inerentes ao acolhimento, rastreio da qualidade dos produtos, diversificação gastronômica, etc.) em adequação com as expectativas dos clientes. A oferta dos micro-territórios Um trabalho de reforço da identidade (e, em última análise, da imagem) de cada território (gastronômica, cultural, etc.) complementares umas das outras parece ser pertinente. Para esse efeito, é necessário o acompanhamento de uma organização de trabalho coletiva entre territórios, a qual deveria chegar a um projeto coletivo de desenvolvimento turístico precisando e considerando a especificidade de cada colônia (certamente em ligação com os planos diretores do turismo, refletidos no âmbito do conselho de turismo). A animação, a organização, a logística, os relatórios por etapas desses tempos coletivos, não devem ser efetuados por profissionais mas sim por uma estrutura externa (município, EMATER…) e legítima. A abordagem marketing Para implementar uma abordagem marketing coerente, o projeto coletivo deve se debruçar sobre cada um de seus eixos - valores definindo o território ou federando seus habitantes, imagem do território tal como é vista por seus habitantes, e também pelos turistas. A partir dessa base, a oferta turística poderia se declinar em torno de diversos serviços do setor turístico (hospedagem, animação, restauração, etc.). Por último, ações de promoção e de comunicação, facilitadas pela instalação de um visual gráfico municipal, resultante da reflexão sobre a imagem do(s) território(s), declinável em cada um dos micro-territórios (sinalética, flyers, site Internet…) são necessárias para os clientes e muito importantes para os prestadores de serviços turísticos. São ações concretas que materializam a curto prazo e no terreno o interesse do trabalho coletivo. O envolvimento das instituições Ações de reforço das competências em matéria de turismo rural e de animação territorial, destinadas aos futuros animadores do território turístico (município, EMATER, Paraná turismo, etc.) facilitariam certamente a implementação de ações coletivas e a coesão entre os atores. Além disso, seria pertinente prever apresentações de projetos nacionais aos municípios e às organizações coletivas turísticas de maneira a contribuir para a coerência entre os diversos estratos de promoção turística. LAPA Contexte local • Environnement général La ville de Lapa, à 70 km de Curitiba, est située à 942 mètres d'altitude, s'étend sur environ 2000 km² et compte près de 45 000 habitants. La base de l'économie est l'agriculture ; soja, maïs, haricots, production de lait, volaille et commerce du bois avec 5 254 propriétés rurales dont 2 240 propriétés familiales (source EMATER- 2014). Il existe aussi un réseau solidaire de certification en bio composé de 182 agriculteurs recensés. Lapa, fondée en 1769, est une ville importante dans l’histoire du Brésil. Elle présente un patrimoine bâti préservé, rues et bâtiments de style colonial portugais des XVIII et XIXème siècles. Un événement marquant, le siège de Lapa, situé pendant la révolution fédéraliste de 1894 constitue une étape importante dans la construction de la République et l'histoire du Brésil. Plusieurs colonies sont présentes dans la municipalité (russe, allemande, polonaise, créole et amérindienne). La population est composée de 32 % de ruraux. L'activité « tropeira » (les « Tropeiros » étaient les cavaliers qui transportaient le bétail entre les Etats du sud du Brésil, de São Paulo à Rio Grande do Sul) fut importante pour le développement de la région du Campo Gerais où est située Lapa. Cet héritage culturel demeure grâce à l’association de danse folklorique, de l'artisanat et des restaurants proposant de la cuisine typique. Maire de la municipalité : Madame Leila Aubrift Klenk. • Environnement touristique La préfecture a un service de tourisme bien organisé, dirigé par Sergio Vinicius de Souza (4 personnes étaient présentes lors de nos échanges). Un travail important est effectué en matière de promotion (film, brochures en anglais, site internet www.lapa.pr.gov.br) et d’observation touristique des comportements clients (cf. présentation PowerPoint réalisée par Sergio Vinicius de Souza). L'origine de la clientèle touristique à Lapa est en provenance à : • 85% du Paraná • 14% des autres Etats • 1% d’autres pays Elle est en augmentation avec 19 000 visiteurs individuels en 2014 contre 13 000 en 2012. (Comptage effectué au musée, centre historique et point info de Lapa) Elle est surtout constituée de clientèle familiale, à la journée en provenance de Curitiba. La typologie de la clientèle / activités : • 67 % tourisme culturel • 12 % gastronomie • 10 % visites de ferme • 6 % tourisme sportif (parapente, randonnée à cheval) • 5 % tourisme religieux On dénombre en 2014, 7 hôtels et pousadas (auberge dont l’équipement est généralement plus sommaire que celui d’un hôtel) et 52 restaurants. Plusieurs événements importants attirent de nombreux visiteurs dont la fête de la « Coxinhade Farofa » (30 000 visiteurs), le festival de vol libre, le carnaval et un festival de cinéma. Le tourisme rural reste complémentaire au tourisme urbain, patrimonial et gastronomique proposé sur Lapa et se situe dans un périmètre d'une quinzaine de kilomètres autour de la ville ; (le site le plus éloigné est à 25 à 30 minutes de route du centre-ville). Cinq sites de visites sont aujourd'hui référencés autour d'une route, dans un dépliant spécifique sur le tourisme rural. A ce jour, la sélection des entrepreneurs (sites) est effectuée selon les critères suivants: la proximité des producteurs par rapport à la ville de Lapa, un accès facile, la diversité des produits représentés sur la route et la qualité des structures et de l’accueil. Il existe un point de vente avec des produits des fermes et de l'artisanat local dans le musée dédié à la culture Tropeira « Maison rouge ». La Municipalité, à l’initiative du projet de tourisme rural, conduit ce développement avec l’aide du Conseil Municipal du Tourisme, instance créée en 1998 (fonctionnement révisé en 2005) par une loi municipale. Ce Conseil, composé pour un tiers de représentants publics et de deux tiers de partenaires privés (ex : associations, syndicats de professionnels…), a un rôle uniquement consultatif. Au-delà de la concertation, l’intérêt d'un tel Conseil municipal du tourisme est qu’il perdure, même en cas de changement politique de la municipalité. Préfecture et partenaires se sont associés pour définir ensemble un Plan stratégique de développement du tourisme rural concerté pour la période 2016-2017. Parallèlement au projet de route locale, le territoire de Lapa a été retenu pour intégrer le circuit touristique de la Route du pignon. Les sites visités à Lapa Parmi les 5 sites visités, 4 sont inscrits dans le circuit du tourisme rural, ils sont identifiés par des panneaux situés à l'entrée des sites (Sitio Ridnei Rai, Sitio Monte Santo, Pesque-Pague, Cabanha Monastier). Sitio Ridnei Rai Producteur et vente de miel et de pollen. Pas de réel point de vente sur place, visite de l'exploitation pas vraiment organisée (peu de disponibilité du producteur) mais un bon potentiel dans un bel environnement bien entretenu avec accès facile. Pas de repreneur pour l'instant. Sitio Monte Santo Producteurs bio de fruits et légumes, atelier de transformation, conserves, gelées, confitures, tisanes. Point de vente sur place (60%), sur les marchés (20%) ainsi qu'au musée des tropeiros à Lapa (20%). Situé sur un beau site sur l’itinéraire des randonnées bisannuelles organisées par EMATER. Plusieurs bâtiments en construction, environnement à finir d'aménager. Les producteurs, âgés de 50 et 59 ans sont motivés et accueillants mais ont peu de disponibilité pour l’accueil des visiteurs par rapport au travail de production. Pas de repreneur pour l’instant (mais ont un fils qui a fait des études d’agro écologie) Resort Gralha Azul / Pesque – Pague Producteurs d'ovins et de caprins, ont diversifié leurs activités en creusant des étangs de pêche de loisirs et ouverts plusieurs salles de restauration (poisson frits, grillades). Démarrage de l'activité en 1998. Activité familiale gérée par les parents et un de leur fils. Projet d'agrandissement avec un autre étang et une pousada. Depuis 2005, la fréquentation est en progression, notamment sur l'activité pêche de loisir. 70% de la clientèle vient de Lapa et 25% de Curitiba. Activités de loisirs et de restauration bien organisées, situées sur un beau site, bien entretenu, mais qui pour l'instant semble avoir peu de lien avec les autres producteurs. La production agricole (élevage) est devenue marginale par rapport à l’activité touristique. Cabanha Monastier Producteurs de champignons avec vente sur place surtout aux habitants de Lapa, ont diversifié leur activité en créant une salle de restaurant (300 personnes) après avoir commencé par des visites pédagogiques avec balade en chariot dans la propriété qui était un ancien haras. A priori peu de lien avec les producteurs locaux pour l’approvisionnement de son activité de restauration. L’exploitation est située sur un très beau site, avec un environnement soigné. La salle d’accueil est bien conçue et décorée dans un esprit traditionnel et local. Souhaiterait relancer l’accueil de scolaires avec la municipalité. Lapinha Créé en 1972, Lapinha est le premier spa médical du Brésil d’une capacité de 60 personnes certifié bio ECOVIDA, primé par le World Spa Awards depuis plusieurs années. Il est situé sur une ferme de 550 ha avec une faune et une flore préservée, une culture exclusivement bio sans pesticide ni engrais chimique. C’est une entreprise familiale employant près de 150 salariés dont 20 sur la partie agricole. Il s’agit d’une clientèle aisée désirant rester dans un espace privé. Les prestations proposées sont haut de gamme (cure de bien être, médecine naturelle, repas diététique, végétarien et bio). Les produits sont aussi commercialisés, depuis les années 80, livrés directement chez les clients qui passent commande (individuels et professionnels) à travers tout le Brésil. A ce jour, pas d’activité touristique sur le site, il s’agit en fait d’une clientèle exclusivement de « curistes » qui restent sur place. Les retombées locales pour le territoire se traduisent en termes de notoriété pour Lapa et d’activités économiques. Nous relevons surtout l’influence qu’ont les propriétaires sur le développement de la culture bio auprès des agriculteurs du territoire. Cependant, les exploitants ont quand même un projet d’ouverture du site aux touristes par la création d’une réserve naturelle. Síntese das visitas, trunfos de Lapa - A qualidade dos produtos transformados (frequentemente orgânicos) e sua diversidade, - A qualidade do acolhimento e a disponibilidade dos produtores, - A beleza da paisagem desse lugares, - O fato que as explorações estejam em atividade, - A proximidade geográfica dos lugares entre eles. Os prestadores encontrados durante nossa visita estão associados a ações de desenvolvimento do turismo rural lançadas pelo município, através da representação de um deles (apicultor) no conselho municipal do turismo. Os agricultores parceiros serão, em seguida, oficialmente representados por uma associação de produtores. Eles beneficiam do parecer de EMATER e de SEBRAE que organizam reuniões e formações. • A notar que os objetivos, exigências e necessidades não são os mesmos para agricultores (apicultores ou cultivadores hortícolas) que escolheram "mais ou menos" de se implicar ou aqueles que se foi procurar para incitá-los a acolher visitantes, ou para uma empresa familiar (agrícola na origem) que hoje exerce uma atividade quase exclusivamente turística «Pesque Pague». Análise do território de Lapa O município, sob a égide do Prefeito parece sustentar com convicção o projeto de desenvolvimento do turismo rural. Uma abordagem reforçada pela mobilização dos produtores O município tem uma abordagem ativa, mas confessa ter dificuldade em mobilizar os produtores devido a um contexto histórico particular, e ao número de agricultores que continuam desconfiando. Desde 2013, dos 25 produtores solicitados, apenas 4 ou 5 decidiram integrar a abordagem. A mobilização foi realizada através de vários canais: reuniões individuais, reuniões coletivas e, doravante, organização de caminhadas coletivas em que se incita os passeantes a descobrirem e comprar os produtos nas fazendas visitadas (à priori, o canal de sensibilização mais eficaz). Portanto, o desenvolvimento do turismo rural neste território parece ser uma iniciativa do governo municipal e não dos produtores (abordagem descendente): • os fazendeiros estão mais ou menos interessados em acolher visitantes. • eles estão pouco disponíveis e trabalham raramente de maneira coletiva. Porém, são todos candidatos a uma ajuda maior para poderem se estruturar. Parece ser necessário que o governo municipal intervenha mais amiúde junto de seus parceiros explicando sua estratégia em termos de turismo rural; e que que essa estratégia indique mais claramente as ações que deseja instaurar a favor de e com os fazendeiros. Com efeito, estes últimos devem estar aptos a identificarem muito concretamente o que lhes compete fazer e o que é da responsabilidade do governo municipal. • O município decidiu contatar os fazendeiros na vizinhança de Lapa, sem dúvida temendo que os turistas não se desloquem se houver mais de 30 minutos de viagem para além de Lapa. Por isso mesmo, ele "não considerou" fazendeiros que estariam motivados mas que ele considera muitos afastados. • Em Lapa, tal como em São José dos Pinhais, certos prestadores de serviços do turismo rural nos declararam ter conhecimento do que representam no Rotas doPinhão, ou nos disseram saber que esse itinerário turístico existe. Contudo, nenhum conseguiu nos explicar o que era essa organização nem quais seriam as consequências para sua atividade e sua promoção de estarem vinculados a esse Caminho. Pistas de reflexão sobre Lapa ILE DE SUPERAGUI Contexte local • Données générales sur l’Île de Superagüi L’Île de Superagüi se situe sur le littoral de l’Océan Atlantique à l’Est de Curitiba. Si Superagüi dépend de la commune de Guaraqueçaba, l’accès à l’île se fait en réalité principalement depuis une autre commune, Paranagua (90 km de Curitiba) en 1 heure (vedette rapide) à 2 h 30 de bateau. L’accès à l’île est également possible depuis Guaraqueçaba, ville plus éloignée (160 km et plus de 3 heures de trajet) de Curitiba, dans les mêmes conditions, soit 1 heure à 2 h 30 de bateau. Guaraqueçaba s’étend sur un peu plus de 2 000 km² et compte près de 8 000 habitants dont le quart en zone urbaine. La densité moyenne est donc légèrement inférieure à 4 hab. / km². Elle est évidemment encore plus faible dans les zones rurales. L’île de Superagüi – un peu plus d’une trentaine de kilomètres de long du nord au sud ; 5 à 7 km en largeur d’est en ouest – compte environ 1 000 habitants. La population de l’île est regroupée dans plusieurs communautés (de la taille d’un village à celle d’un hameau de 3 ou 4 familles, voire quelques habitants) situées principalement sur le littoral. Barra do Superagüi, la plus importante compte 700 habitants. Le document de présentation de Superagüi qui nous a été remis indique : “La base de l'économie est la pêche artisanale, l'agriculture de subsistance, les plantations de palmiers pupunha - Bactrisgasipaes pour la production de cœurs de palmier en conserve, la production de bananes, la production de farine de manioc, la méliponiculture (élevage d’abeilles méliponides (différentes du genre Apis)– insecte non piqueur – pour le miel), l'artisanat et le tourisme”. Ce que nous avons pu observer pendant notre mission est que l’activité principale est la pêche (poisson, crevettes). Celle-ci semble cependant en déclin depuis plusieurs années. L’ostréiculture se développe. Si cette activité agroalimentaire à partir des ressources de la mer, représente une source de revenu importante pour l’île, elle est cependant peu équipée : absence notamment de chaîne du froid pour la conservation des poissons. • Parc National de Superagüi La commune de Guaraqueçaba reçoit une subvention importante – le chiffre de 4 millions de BRL (soit environ 1 million d’euros) nous a été communiqué – du fait de la présence sur son territoire d’aires protégées fédérales, de l’Etat du Paraná et privées, comme le Parc National du Superagüi, la Station écologique de Guaraqueçaba, la Zone de Protection de l'Environnement (APA) de Guaraqueçaba, la Réserve Biologique Bom Jesus et les Réserves Privées du Patrimoine Naturel Morato et Serra do Itaqui. Une caractéristique essentielle de l’île est la présence du Parc National de Superagüi géré par l’Institut Chico Mendes (ICM BIO) qui dépend du Ministère de l’Environnement du Brésil. Avec 37 000 ha, le Parc couvre la quasi-totalité de la superficie de l’’île (le Parc recouvre une partie importante de l’île voisine d’Ilha das Peças et une partie de territoire continental également) ne laissant que les communautés (zones habitées) du littoral et quelques bandes côtières de Superagüi en dehors du Parc. Le Parc a été créé en 1989 afin de : • préserver un environnement remarquable tant au niveau de sa faune (dauphins, perroquets, lion-tamarin, etc.) que de sa flore (mangrove notamment mais pas seulement) ; • limiter les risques de développement de construction immobilière (comme ce fut le cas dans de nombreuses zones littorales du Brésil) ; • favoriser la culture insulaire et l’emploi local. En 1999, l’UNESCO a inscrit sur la liste du Patrimoine Naturel Mondial, la « Forêt atlantique - Réserves du sud-est », regroupant 25 aires géographiques protégées des Etats du Paraná et de São Paulo, dont le Parc Naturel de Superagüi fait partie. • Le tourisme sur l’Île de Superagüi Le tourisme a commencé à se développer au tout début des années 90, date de création des premières structures dédiées à l’accueil de touristes, pousadas (équivalent d’auberges) ou campings pour l’hébergement, restaurants. Avant 1990, les premiers touristes venaient camper ou logeaient de façon informelle chez l’habitant, tous ou presque pêcheurs. L’île est sans voiture et tous les déplacements se font à pied, vélo ou bateau. Transport des marchandises à cheval attelé. Aujourd’hui, les notes qui nous ont été remises indiquent la présence sur l’île de 20 pousadas (auberges), de 10 campings, de 4 restaurants, d’un bar classé comme “Musée Vivant” du Fandango et de 3 boulangeries. Les données collectées par l’ICM BIO, depuis 2010, chaque semaine auprès des pousadas indiquent une fréquentation moyenne d’un peu plus de 4 000 touristes par an utilisant un hébergement payant. La durée moyenne d’un séjour est de 3,3 jours soit au total 13 500 nuitées par an. L’ICM BIO nous a donné le chiffre de 5 000 visiteurs annuels, et indiqué que ce chiffre est relativement stable depuis 2010. Les activités touristiques proposées sont : • Plage et baignade. • Balade ou randonnée à pied ou en vélo ; 37 km de plage déserte. • Découverte de la faune et de la flore en bateau : • Plus grande concentration de dauphins de tout le Brésil. • Vol de perroquets à face pourpre qui rejoignent leur emplacement nocturne, tous les soirs au coucher du soleil. • Mangrove présente en de nombreux endroits autour de l’île. • Paramoteur ou parachute ascensionnel. Nous ne savons pas si cette activité est commercialisée ou interdite aujourd’hui. • Pêche sportive. • L’Île se trouve sur un chemin côtier qui relie São Paolo à l’Etat de Santa Catarina, un peu l’équivalent des sentiers de Grande Randonnée (GR). En 1852, une Colonie Suisse s’est installée dans l'île Superagüi. Son représentant emblématique est le peintre William Michaud, dont les tableaux peints, montrant la nature et la culture locale à la fin 19ème siècle, font aujourd’hui partie du patrimoine de Superagüi et bénéficient d’une renommée internationale notable. Le deuxième élément du patrimoine culturel est le Fandango, danse folklorique propre à Superagüi que relance aujourd’hui une poignée de passionnés. La clientèle touristique est une clientèle – fidèle, nous a-t-on dit – de jeunes et de familles. L’offre est globalement plutôt de moyenne gamme apparemment peu segmentée : les pousadas que nous avons visitées se ressemblent ; au moins sur leur offre d’hébergement. Les pousadas offrent un hébergement (25 à 30 lits au total) du type dortoir d’auberge de jeunesse et sous forme de chambre double avec un équipement basique (douche - cabinet de toilette). Elles se différencient par la présence ou non de restauration sur place et par l’offre ou non d’activités (sorties en bateau). Les propriétaires de camping ou pousadas rencontrés nous ont décrit trois types de saisons ou de clientèles : • Accueil de touristes uniquement à deux moments dans l’année : pour le réveillon de la Saint Sylvestre et au moment du Carnaval. Dire d’une propriétaire de camping pratiquant une économie de « cueillette » des touristes. • Accueil de touristes pendant les deux mois d’été, de Noël jusqu’à fin février. • Accueil de touristes toute l’année en hébergement avec restauration sur place. Développement possible grâce à : • Offre proposée par un Tour Opérateur. • Service privé de transport rapide de Paranagua à Superagüi. • Proposition d’activités : sorties en bateau (pêche sportive ou découverte faune et flore) et location de vélos. Ce dernier exemple montre la présence de prestataires dynamiques avec un esprit d’entreprise affirmé et ayant la volonté de développer le tourisme. Afin d’élargir la saison touristique, une Fête de la crevette a été créée il y a deux ans. Elle a lieu pendant 4 jours en juin (hiver). Il s’agit d’un évènement en lien avec l’activité locale dont on peut penser qu’il a un sens et met en avant un savoir-faire local. Il peut éventuellement provoquer la venue de clients à la baisse saison. Les sites visités dans l’île de Superagüi L’arrivée sur l’île est marquée par un contraste fort avec le continent, entre les équipements de la ville et du port de Paranagua et le petit village de presque 700 habitants de Barra do Superagüi. L’aire de débarquement ne comporte aucun panneau de bienvenue, point d’information valorisant l’existence du Parc national de Superagüi ou l’inscription de l’île au patrimoine mondial de l’Humanité classé par l’UNESCO. Aucune information pratique ne permet au visiteur arrivant sur l’île, de se diriger ou d’organiser son séjour. Camping Natanael Emplacements de camping dans le jardin de la propriétaire pouvant accueillir jusqu’à 25 personnes (peu de sanitaires). Forte fréquentation liée à l’événementiel : Nouvel an et Carnaval, soit 2 semaines par an environ. Bel environnement, assez ombragé, accès direct à la plage, camping signalé par un panneau à l’entrée de la propriété. Etablissement présent sur un site spécialisé de type jevaiscamper.br (traduit). Le camping est une diversification, assurant un complément de revenus. La vente de beignets sucrés ou salés, très réputés confectionnés par la propriétaire est l’activité principale, autrefois enrichie par la pêche effectuée par le propriétaire jusqu’à sa retraite. A noter : Sans engendrer de travaux et en exploitant le terrain familial, la pluriactivité occasionnée par l’ouverture du camping a été comme une évidence, lors du développement des structures d’accueil sur l’île. Le constat a été fait que l’accueil touristique pouvait être un potentiel économique. Même s’il constitue une part modeste de l’activité familiale, il permet de valoriser l’existant et de diversifier l’offre d’hébergement sur l’île. Auberge Centauro Comme pour la plupart des insulaires impliqués dans une démarche touristique, cette dernière s’inscrit ici dans une pluriactivité familiale. Une ressource complémentaire aux revenus apportés par la pêche et l’ancienne épicerie familiale. Le projet a évolué au fil du temps : il y a 17 ans, location de chambres, puis transformation du local de l’épicerie en auberge de type pousada. Aujourd’hui, des dépendances existent et l’activité touristique se traduit aussi par un snack avec vente directe sur la plage, et un camping enrichi de sanitaires. Un service de navettes rapides est proposé aux clients pour rejoindre le continent, des articles d’artisanat fabriqués sur place sont proposés à la vente. Les chambres sont de bon standing, bien équipées, avec sanitaires. L’accès est direct depuis la plage, la signalétique est bien visible. Promotion via un site internet www.pousadacentauro.com.br Fréquentation essentiellement regroupée sur les 3 mois de la saison estivale. A noter : D’abord revenu complémentaire, l’accueil touristique prend une place de plus en plus importante, et évolue en fonction des demandes de la clientèle. Une belle réactivité d’adaptation qui découle d’une réelle écoute des attentes des clients. Les aménagements apportés à la structure initiale en sont un exemple flagrant, et concrétisent la motivation des acteurs locaux à développer et pérenniser l’activité touristique de l’ile. Pescado Beira Mar Cette entreprise artisanale de conservation de crevettes, implantée sur la plage, proche du débarcadère est un acteur économique important de l’île. Selon le rythme des pêches, les femmes de l’île (plus d’une centaine) travaillent dans l’entreprise, du décorticage à la cuisson et salaison des crevettes. A noter : en complément à cette unité de conservation, pourrait se constituer une activité touristique : la visite du site présente un intérêt réel à développe. Découvrir les diverses étapes de transformation in situ, et ainsi valoriser le produit de la pêche, sensibiliser les visiteurs à la fragilité de cette activité ancestrale et apporter un nouveau “produit” à l’offre touristique existante sur l’île. L’attrait que représente cette activité économique est déjà valorisé, c’est en effet dans cet esprit, que la fête de la crevette a été créée. Cette visite serait alors une belle continuité à cet évènement, permettant d’assurer une mise en valeur du savoir-faire tout au long de la période touristique et non pas seulement de manière ponctuelle. Restaurant et auberge Golfinho Comme bon nombre d’hébergeurs ou de restaurateurs, les propriétaires sont doubles actifs. La pêche, qui est leur activité principale, est extrêmement aléatoire. En effet, il n’est pas rare que quatre mois s’écoulent sans ramener de poissons dans les filets. Aussi, en 1995, le couple décide d’ouvrir un restaurant et une auberge pour diversifier ses revenus. Mais malgré une capacité 35 lits et de 100 couverts, un excellent emplacement du restaurant sur la plage, tout proche de la jetée où s’amarrent les bateaux assurant la liaison avec le continent, une auberge située un peu à l’écart de la plage offrant un bon niveau de prestation (prix nuitée pour 2 personnes : 160 $R (40 €) en haute saison), l’activité touristique demeure difficile. Deux raisons notamment à cela : une forte concurrence entre les nombreux prestataires et surtout d’une fréquentation extrêmement saisonnière, essentiellement concentrée sur deux ou trois mois, lors des vacances scolaires d’été entre Décembre et Février. Aussi, en raison de ces revenus inconstants et limités, la famille a décidé de diversifier davantage son activité en créant une poissonnerie. De ce fait, les propriétaires achètent le poisson aux pêcheurs du village, et vont le revendre sur le port de Paranagua auprès de restaurateurs de Curitiba et Santa Catarina. Cette poissonnerie souhaite à court terme investir dans une machine à glaçons afin d’assoir cette activité. En effet, l’absence de glace sur l’île est un véritable problème ; son achat et son approvisionnement à partir du continent est extrêmement onéreux... A noter : Sur l’ensemble de l’île, la diversification semble importante à encourager, et certains projets originaux, tels que celui-ci mené dans un esprit entrepreneurial ayant une portée collective méritent d’être soutenus. D’importants efforts sont parallèlement à consentir sur l’étalement de la saison touristique. Restaurant Crepusculo Ce restaurant, ouvert en 1991 avec 10 tables seulement, proposait initialement des repas très simples (riz - poisson). Depuis, les propriétaires ont dû faire évoluer leur carte pour proposer des menus plus élaborés, afin de s’adapter aux attentes de la clientèle. En 2008, ils agrandissent leur établissement et construisent une auberge de 20 chambres adossée au restaurant. L’établissement étant tout proche de la plage, les propriétaires ont parallèlement le projet de développer une activité de canoé kayak. La propriétaire semble satisfaite de ses deux activités, permettant d’offrir du travail à l’ensemble de sa famille, soit 7 personnes. En haute saison, le restaurant accueille 50 clients par jour, alors qu’il travaille essentiellement les week-ends en basse saison (entre 10 et 50 couverts par week-end). En revanche, elle souligne l’importance de résoudre collectivement les problèmes environnementaux liés au traitement de l’eau et des déchets, notamment liquides (ex : l’évacuation des huiles de cuisson jusqu’à Paranagua coute extrêmement cher). Sensible à l’environnement, elle insiste sur l’enjeu d’éduquer et de sensibiliser les enfants à la préservation des ressources naturelles (déchets, pêche…). Parallèlement, la propriétaire est très investie dans une association d’artisanat réservée aux femmes (plus de 50 membres). Cette activité à la fois collective et indépendante (puisque les femmes récupèrent le bénéfice de leurs ventes, tout en reversant entre 10 et 20 % du prix de vente à l’association pour l’achat du matériel) permet un revenu complémentaire aux familles. L’association mérite d’être aidée dans sa structuration, notamment à travers l’organisation d’un lieu de vente. A noter : L’expérience liée à l’artisanat est extrêmement positive et montre que la structuration collective est possible pour les autres activités. Ces initiatives permettant de diversifier l’activité (travail hors saison) et d’apporter un complément de revenu, sont à encourager et soutenir. Restaurant Bela Ilha Ces pionniers du tourisme ont commencé à accueillir les visiteurs de passage au début des années 80, en les invitant à leur table et en installant des matelas à même le sol. Ils se structurent progressivement et construisent un restaurant au milieu des années 90, puis une auberge attenante. La capacité actuelle est de 34 lits et de 30 à 40 couverts. Tout comme les autres hébergeurs, ils soulignent la forte saisonnalité, leur activité étant concentrée sur les 2 ou 3 mois d’été. Ils regrettent l’émergence d’une concurrence forte qui a fait baisser leur activité ; un recul accentué récemment par l’émergence de la crise économique au Brésil. Ils se disent par conséquent, favorables à la structuration de la profession, au fait de fixer les prix en commun et surtout d’encadrer la qualité des services proposés. Ils soulignent malgré tout qu’il est très difficile de travailler collectivement sur l’île et qu’un esprit individualiste persiste A noter : L’organisation collective de la profession nous semble importante, pas forcément pour homogénéiser le type de prestations (bien qu’il y ait un niveau de confort à garantir) ou même les tarifs, mais pour mieux se structurer à différents niveaux ; ex : approvisionnement, commandes groupées, structuration touristique (accueil, panneaux, signalétique), gestion commune des déchets liés à l’exploitation (évacuation…), meilleure représentativité de la profession auprès des instances (commune, parc…), poids plus conséquent pour faire pression sur les autres prestataires (ex : horaires des bateaux…) La difficulté à mobiliser l’ensemble des prestataires, semble souvent un frein à la mise en place du collectif. Il nous semble important d’initier la démarche, même si les volontaires sont peu nombreux dans un premier temps, et la pédagogie par l’exemple fera le reste au fil des années. Pousada sobre as ondas Eta blissement composé d’une auberge et d’un restaurant, d’un bon niveau de prestation. Des abords soignés, un accès direct depuis la plage et une signalétique appropriée permettent une belle mise en valeur et une bonne visibilité de la structure. L’établissement fonctionne tout au long de l’année, avec des pics de fréquentation en haute saison. Grâce à un partenariat avec des agences de voyages et tour-opérateurs, ainsi qu’au bouche à oreilles, les courts séjours (d’une à trois nuits) sont optimisés en basse saison, à destination des groupes (sportifs, amis, etc.) et autres. Pour augmenter le nombre de nuitées : mise en place d’activités proposées au départ de la pousada telles que la location de vélos, circuit en bateau pour l’observation des perroquets verts à tête pourpre, etc. Des idées, des projets : des randonnées sur sentier d’interprétation, canoë, etc. Une sensibilisation est faite in situ à destination de la clientèle, afin d’éviter le gaspillage de l’eau, ce qui témoigne bien du souci réel et partagé par tous les lieux d’accueil de l’ile : l’approvisionnement en eau ... A noter : Les propriétaires de la pousada sont conscients des problématiques communes à tous les acteurs économiques et touristiques de l’île, et déplorent le manque de cohésion entre eux. Plusieurs tentatives de coordination lancées à leur initiative semblent avoir échoué. Ce manque de solidarité a comme conséquence l’essoufflement dans le temps, d’acteurs motivés mais désillusionnés. Ceci paraît être accentué par l’impression d’abandon de la part des instances gouvernementales. Síntese das visitas, trunfos de Superagui Homogeneidade na oferta de hospedagem em termos de prestações, mas falta de coerência tarifária. O turismo é hoje, para a maioria dos prestadores, uma receita complementar à atividade de pesca. Os hospedeiros estão conscientes da atração turística do ambiente preservado e do interesse de dá-lo a descobrir através de prestações anexas (aluguer de bicicletas, voltas de barco, etc.). Os prestadores parecem ter vontade de trabalharem em rede, porém situações de conflito locais ou simplesmente de concorrência normal entre prestadores restringem a colaboração. Por outro lado, os atores beneficiam pouco (ou mesmo nada) de um acompanhamento exterior para ajudá-los a construir uma abordagem coletiva. Análise da oferta turística e do território de Superagui O turismo na ilha de Superagui Critérios de análise propostos: • A oferta de hospedagem e de restauração • A oferta de atividades de lazer • O acesso à ilha de Superagui • A informação prévia e no local • A oferta de hospedagem e de restauração Dadas as características do equipamento simplificado das pousadas, e ainda mais nos parques de campismo, parece difícil visar outras clientelas que não sejam os "jovens" e as "famílias" trunfo: o desenvolvimento do turismo e do urbanismo é limitado, se mantendo nas mãos dos atores locais. • A oferta de atividades de lazer É relativamente limitada e não incita a ficar mais de 3 a 4 dias na Ilha. trunfo: mesma observação que acima - o desenvolvimento limitado e controlado do turismo. desvantagem: o aumento da duração média de estada permitiria outras fontes de rendimento (saídas de barco e outras prestações). • O acesso à ilha de Superagui Unicamente por via marítima, a mais de 90% de Paranaguá e sem dúvida exclusivamente a partir desse porto para os turistas. O outro acesso é Guaraqueçaba. Algumas pousadas propõem um serviço de acesso rápido em uma hora de navegação. Não existe serviço público de transporte entre Paranaguá e Superagui, é uma empresa privada que faz a ligação tanto para passageiros como para mercadorias. Características: • travessia longa (2 horas e meia); • certamente muito desagradável por mau tempo; • fiabilidade e segurança da embarcação a reforçar; • horários inadequados para uma estadia de fim-de-semana: • partida para o trajeto de ida no sábado às 15 horas de Paranaguá e chegada depois das 17 horas à Ilha; • partida para o trajeto de regresso no domingo às 15 horas da Barra de Superagui. Em suma, no que se refere ao transporte, tudo contribui para que o turista não se sinta incitado a vir passar um fim-de-semana. • A informação prévia e no local A informação prévia é fornecida nos sites das pousadas. A Ilha é mencionada no Guia da Secretaria de Turismo de Paranaguá. Este último propõe também alguns folhetos sobre as pousadas, pelo menos das que se dão os meios de editá-los. Provavelmente, o município de Guaraqueçaba promove a Ilha de que depende. Porém, não pudemos verificar este dado. A Ilha aparece em um guia internacional de viagens, o Lonely Planet. Informação local: nenhuma. Nem painel, nem quiosque, nem ponto de acolhimento. Política de acolhimento dos turistas: a priori o município quer elaborar um folheto sobre as atividades de Superagui, e planeia encontrar um local na ilha para acolher clientes. Pelo menos, localmente, não foi feito nada para facilitar a informação do turista que desembarca. Em todo o caso, fora do período (janeiro a fevereiro) de afluência. A dificuldade de acesso, a beleza das paisagens, a paz e tranquilidade da Ilha, o acolhimento simples e caloroso, deu-nos a sensação que os poucos turistas que estiveram em Superagui são gentes privilegiadas, que tiveram a sorte de visitar um cantinho de paraíso. Todas as fraquezas evocadas acima têm, portanto, um reverso positivo na medida em que contribuíram para conservar Superagui afastada do turismo massivo. Do desenvolvimento do turismo à problemática do desenvolvimento econômico e social na Ilha de Superagui. Um desenvolvimento forçado O desenvolvimento do turismo em Superagui também se manteve limitado por dois outros fatores: • O controle da comunidade de Superagui por intermédio de uma associação de habitantes. • A presença do Parque Nacional (ICM BIO). Todos os projetos de investimento em Superagui são instruídos em três etapas. • Primeiro critério: quem apresenta o projeto é oriundo da Ilha? A associação dos habitantes de Superagui tem essa função essencial de responder a esta pergunta. • Segunda etapa: o parecer do Instituto Chico Mendes, gerente do Parque Nacional. • Terceira avaliação: a do Secretário do Patrimônio da União, SPU, (nível federal). Apesar dos critérios de avaliação da conformidade do projeto com a regulamentação vigente na zona do Parque ou das ferramentas de avaliação do SPU não nos terem sido apresentados, a constatação é que os investimentos foram restringidos tanto em número como em tipo de implantação. Nenhuma construção alta, tamanho reduzido dos alojamentos (não mais de 35 camas), controle do espaço natural limitado, ausência de instalações portuárias, etc. Hoje, a posição do ICM BIO parece determinante. Seu representante em Superagui nos explicou que não podem existir programas de desenvolvimento turístico sem um novo Plano de Gerenciamento do Parque. Este Plano de Gerenciamento está redigido mas ainda não foi aprovado. Por quem? Parece que para além de seu conteúdo, é a questão da validade jurídica desse documento que está em causa. Não haverá comunicação nem promoção da Ilha de Superagui e das atividades turísticas nela existentes, enquanto não for aprovado esse Plano. A posição do ICM BIO, a única instituição pública existente na Ilha, não facilita a compreensão exata de suas decisões (porquê este pôde investir e o outro não? Por que aceitou ou recusou este ou aquele material de construção? Por que se opõe ao transporte na Ilha? Etc.) pela população da Ilha que se sente entravada pelo ICM relativamente a seus projetos de desenvolvimento turístico. Não obstante, o Parque Nacional pode ser um vetor de desenvolvimento do turismo. Ele permite garantir e reivindicar um ambiente protegido. Também é tem a chance de ser reconhecido pelas instâncias estaduais, apesar das limitações. As propostas dos prestadores de serviços Encontramo-nos com alguns prestadores de serviços, proprietários de pousada, de restaurante ou de parque de campismo. Muitos estão conscientes dos pontos fracos da oferta turística da Ilha - acesso, comunicação e informação, entre outros. Foram evocados outros aspectos: • A impossibilidade de solucionar um problema de socorro de emergência. Não existe nenhum posto de saúde na Ilha, nenhuma embarcação dedicada ao transporte sanitário de pessoas em caso de emergência, doença ou acidente. • O abastecimento em água potável e o tratamento de águas usadas. Antes da chegada de um suplemento populacional (turistas), deve-se satisfazer as necessidades normais de abastecimento e de saneamento das populações locais (redes, fluxos, tratamento, ciclo, etc.). • A recolha e tratamento de resíduos. Não nos apercebemos desse problema no terreno. Contudo, deve-se salientar que visitamos um perímetro muito restrito. Parece que foi realizada uma limpeza da Ilha por uma associação (provavelmente informal) de mulheres, pouco antes da nossa chegada. Os dois primeiros pontos fracos evocados (acesso, informação) estão diretamente ligados ao acolhimento de visitantes. Os outros (saúde, água, resíduos) ultrapassam amplamente essa problemática e concernam prioritariamente e antes de tudo a vida diária dos habitantes permanentes da Ilha. Perante estes problemas, e pelo menos para proporcionar uma melhoria no domínio do acolhimento de visitantes, pelo menos dois prestadores de serviços evocaram o interesse de criar um imposto turístico (por ex. 2 BRL por noite) para financiar as despesas municipais beneficiando os habitantes. Esta proposta defronta rapidamente vários obstáculos: • a impossibilidade de cobrar um imposto: mesmo se a lei o permitisse, o que não parece ser o caso, quem poderia fazê-lo? Como se assegurar que os fundos coletados seriam realmente afetados ao desenvolvimento turístico de Superagui? • Como propor a instauração de um imposto desse tipo? Seria preciso que uma associação de proprietários o defendesse, entidade que não existe nem é fácil de criar. Várias pessoas mencionam o interesse potencial de tal estrutura, mas nenhuma quer...pode? – tomar a iniciativa de propô-la. Problemas de confiança, problemas de concorrência, perfeitamente legítimos. O chefe eventual poderia ser suspeitado de defender unicamente seus interesses, etc. Problema de método também: como levar pessoas, empresas, cada uma com um projeto pessoal a determinarem ações e um orçamento, para atingirem um objetivo definido coletivamente. Quanto a esse ponto, várias pessoas entrevistadas estão conscientes que os habitantes da Ilha carecem de apoio, de animação e de ajuda à tomada de decisões para ajudá-los a implementar seus projetos. Essa observação abre outro domínio de observações e de reflexões quanto ao acompanhamento do desenvolvimento de Superagui. Para além das questões ligadas à saúde e ao gerenciamento de resíduos, os atores encontrados também citaram o problema do ensino em Superagui onde a escola está fechada. O sentimento expresso é o de uma comunidade marginalizada e abandonada, que se confronta hoje a problemas essenciais mas que não é levada a sério. Por um lado, parece legítimo que a população permanente da Ilha levante os problemas de saúde, de educação e de ambiente (no sentido de gerenciamento dos resíduos) e os considere como prioritários, antes de se preocupar com o acesso, a informação dos turistas ou com a proteção dos liões marinhos; sobretudo em um contexto de degradação dos recursos econômicos da Ilha provenientes da pesca. Por outro lado, os projetos dos empreendedores turísticos, que propõem uma alternativa de desenvolvimento econômico - a qual também poderá atender as questões sociais ou de serviço público - não devem ser negligenciados. Pistas de reflexão sobre Superagui Precisar as funções e responsabilidades de cada instituição Em cada um dos temas evocados, tanto na área social, como ambiental, econômica, precisar quem é responsável e de quê? de que decisão? de que orçamento? Faltam suportes pedagógicos para apresentar a organização do território aos habitantes, por que reina uma certa confusão quanto ao papel de cada um. Será uma primeira fase de aprendizado uns dos outros e de partilha de valores comuns em relação ao desenvolvimento. Quais são exatamente as missões do ICM? relativamente à Natureza e ao meio ambiente? • Hoje, o ICM precisa se aconselhar em questões de desenvolvimento econômico, em contrapartida, não existe nenhuma estrutura ou organização que dê apoio à montagem de projetos individuais ou coletivos. • Atualmente, o ICM é a única instituição ou autoridade pública presente na Ilha. Ele é o único interlocutor oficial e por isso frequentemente mal visto por que é a única entidade a emitir pareceres por vezes contrários aos projetos dos habitantes da Ilha. • Se o ICM pode emitir pareceres sobre as questões relativas à Natureza e ao meio ambiente, é ele que deve expressar uma posição a respeito do desenvolvimento econômico? Quais são as responsabilidades do município de Guaraqueçaba? • • • A Prefeitura é apreendida como afastada das preocupações da Ilha de Superagui. Geograficamente, ela está muito afastada mas não apenas nesse aspecto. Os habitantes da Ilha têm o sentimento que o desenvolvimento de Superagui não é uma questão inscrita na ordem dos trabalhos de Guaraqueçaba. Eles também se questionam quanto à afetação da subvenção de 4 milhões de BRL, recebida por Guaraqueçaba, ligada às zonas protegidas no território do município. Quem deve se encarregar das questões concernindo o ensino, a saúde ou o gerenciamento de resíduos? Énio Januário Nascimento, representante eleito de Guaraqueçaba, responsável do Turismo, esteve presente em todas as nossas visitas e assistiu a todos nossos work-shops de trabalho em Superagui. O município cobriu todas as despesas procedentes do transporte e alojamento dos membros de nossa delegação (8 franceses e 5 brasileiros), durante os três dias de nossa visita a Superagui. Quais são as intenções do município para além de ter escutado durante sua participação nesta reflexão? Quais podem ser as relações e a construção de projetos comuns entre os municípios do litoral? Paranaguá não possui um elo institucional com Superagui, mas mais de 90% do tráfego marítimo (mercadorias e passageiros) na Ilha é feito a partir de Paranaguá. Podemos supor que todos os atores têm vontade de atuar para o bem e de contribuir para o desenvolvimento de Superagui. • O Estado do Paraná, nomeadamente, através de suas instituições (Paraná Turismo, ADETUR (Agência de Desenvolvimento Turístico do Litoral), EMATER, • ICM BIO, • o município de Guaraqueçaba e talvez o de Paranaguá, • a Associação dos habitantes de Superagui. Parece-nos que, contudo, falta uma animação e um apoio à definição e à implementação de um projeto coletivo, partilhado pelos atores que se mobilizarão conjuntamente para consolidá-lo, mas cuja responsabilidade pertencerá aos atores presentes em Superagui, quer sejam ou não oriundos da Ilha, e em condições que ainda devem ser precisadas. Hoje a ausência de um líder, e a ausência de ajuda à construção de um projeto coletivo se traduzem em situação de bloqueio na qual cada um atua de maneira individualista. É portanto uma questão bastante vasta, o desenvolvimento de Superagi, se levarmos em conta as dimensões econômica, social e ambiental que devem ser consideradas atualmente. A abordagem coletiva se debruçou unicamente sobre as questões ambientais. A abordagem individual se preocupa com o desenvolvimento econômico das empresas. Outras ações a projetar: • Mobilizar os indivíduos e as empresas relativamente às questões sociais, ambientais e no que se refere ao desenvolvimento econômico coletivo da Ilha. • Mobilizar os governos locais e instituições responsáveis - hoje ausentes - para a resolução dos problemas econômicos e sociais da Ilha. • Para melhorar a oferta de ações concretas tais como painéis informativos em madeira, a centralização das informações, criar fichas de sugestões, melhorar o conforto dos barcos, poderiam ser implementadas. • É de salientar que as organizações federais sob-estimam a capacidade dos prestadores em compreender o interesse do desenvolvimento turístico (visão negativa dos atores do turismo). Os membros da delegação constataram um dinamismo autêntico, uma vontade de mudar e de atuar em conjunto, da parte dos atores do turismo de Superagui. Isso se traduz em propostas construtivas e pertinentes apesar de falta de continuidade na aplicação das ideias. O território de Superagui nos pareceu um pouco abandonado pelos políticos locais e federais. IV - Síntese geral / Pistas de colaboração